embasa em revista - 2ª edição

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Edição nº 2 - Dezembro 2014 8 anos de conquistas Saiba como a Embasa se preparou para ser a empresa que mais avançou na universalização dos serviços no país Crescimento de 41% nas ligações de água e 100% nas de esgoto R$ 3,6 bilhões já investidos em mais de 900 obras concluídas

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Page 1: Embasa em Revista - 2ª Edição

Edição nº 2 - Dezembro 2014

8 anos de conquistasSaiba como a Embasa se preparou para ser a empresa que

mais avançou na universalização dos serviços no país

Crescimento de 41% nas ligações de água e 100% nas de esgoto

R$ 3,6 bilhões já investidos em mais de 900 obras concluídas

Page 2: Embasa em Revista - 2ª Edição

A Embasa em revista é uma publicação da Unidade de Comunicação Social da Embasa.Jaques WagnerGovernador

Manuel Ribeiro FilhoSecretário de Desenvolvimento Urbano

Abelardo de Oliveira Filho Presidente

Maria do Socorro Mendonça Vasconcellos Diretoria de Gestão Corporativa

Dilemar Oliveira Matos Diretoria Financeira e Comercial

César Silva Ramos Diretoria TécnicA e de Sustentabilidade

Carlos Ramirez Magalhães Brandão Diretoria de Operação e Expansão - RMS

Rita de Cássia Sarmento Bonfim (2013-)Eduardo Benedito de Oliveira Araújo (2007-2013) Diretoria de Operação e Expansão Norte

Carlos Alberto Pontes de Souza Diretoria de Operação e Expansão Sul

Unidade de Comunicação Social

Daniel Menezes de BarrosGerente e editor

Carla BraynerDaniel MenezesDébora XimenesFernanda MacedoMarcos FonsecaMariana ParanhosPaula Janaína AraújoSilvia NoronhaTextos

Breno VianaEditoração Gráfica e tratamento de imagens

Alberto FreitasInfográficos

Publicação externa1ª edição - 5.000 exemplares

4ª Avenida, 420 - Centro Administrativo da BahiaTel.: (71) 3372-4898 Fax (71) 3372-4640

[email protected]

universalização4 controle de qualidade 60

tecnologia84

pessoas76

melhorias operacionais66

Índice editorialexpedienteOs adventos da Lei Nacional de Saneamento Básico, sancionada em

2007, e os seus instrumentos, e da Política Estadual de Saneamento, de 2008, inauguraram uma nova realidade para a Embasa e as demais empresas de saneamento do país. Na Bahia, a criação do Programa Água para Todos (PAT), pelo governo da Bahia, também em 2007, em alinha-mento às estratégias do Governo Federal, que tinha lançado o Progra-ma de Aceleração do Crescimento (PAC), impuseram grandes desafios à Embasa, que teve que realizar profundas adequações em sua estrutura.

São cerca de R$ 7,5 bilhões sendo investidos em 1.247 ações de abas-tecimento de água e esgotamento sanitário em 342 municípios. As ligações de água evoluíram 41,4% em oito anos. Não só as grandes e médias cidades foram beneficiadas. Famílias que vivem em mais de 1.300 pequenas locali-dades rurais passaram a ter água canalizada e de qualidade em sua casa.

Também nunca se investiu tanto na área de esgotamento sanitário. São mais de R$ 4 bilhões em 181 obras. O crescimento no número de ligações de 2007 até o final de 2014 foi de 100,1%. Ou seja: contando os 43 anos de atividades da Embasa, nos últimos oito anos foram executa-das mais ligações de esgoto do que todos os 35 anos anteriores.

No país, somos a empresa que mais avançou na universalização dos serviços de água e esgotamento sanitário. Mas nada disso seria possível se o desafio da universalização não fosse construído sobre nova forma da Embasa pensar, executar as suas ações e de se relacionar.

A gestão estratégica da empresa passou a ser voltada para resultados com metas setoriais, houve a implantação do Sistema Integrado de Ges-tão (ERP), adequação da estrutura organizacional e significativas melhorias na gestão de pessoas, com a valorização dos empregados e o resgate da sua identidade com a empresa. A infraestrutura de tecnologia de informa-ção (TI) foi modernizada e houve avanços na gestão ambiental e social. Na área de relacionamento com os usuários, o novo sistema comercial foi implantado e a empresa ampliou e melhorou os canais de atendimento, com reforma e modernização de lojas e introdução de serviços via internet.

Temos ainda como desafios ampliar a cobertura dos serviços de água e esgotamento alinhado às diretrizes governamentais e aos contra-tos firmados com os titulares, garantir o aporte dos recursos necessários à universalização bem como a capacidade interna de execução, melhorar continuamente o nível de satisfação dos usuários e titulares, à medida que a cobertura dos serviços aumenta, alcançar níveis crescentes de eficiência na gestão operacional e dos custos, no intuito de assegurar o equilíbrio econômico financeiro, dotar a empresa de quadro de pessoal adequado e capacitado para atender aos desafios atuais e futuros e instituir o fundo nacional de saneamento para possibilitar a execução das obras necessárias que beneficiarão as camadas mais carentes da sociedade.

Por isso, em oito anos, deixamos um legado que já está reper-cutindo na vida de milhões de baianos. Agora, é continuar avan-çando na busca pela universalização.

Diretoria Executiva da Embasa

relação com os usuários34

gestão28

relação com os titulares44

resp. socioambiental50

2 EMBASA em Revista - edição no 2 3EMBASA em Revista - edição no 2

Page 3: Embasa em Revista - 2ª Edição

Água para Todos

Imagine a difícil tarefa de descrever oito anos de ações de uma empresa de saneamento como a Embasa, que tem como meta estar entre as três

empresas do Brasil que mais avançaram na univer-salização dos serviços de água e de esgotamento sanitário. É preciso recontar os seus passos para dar a dimensão do quanto foi percorrido nesse pe-ríodo, ainda mais levando em conta que a empre-sa avançou nesse período quase tanto quanto em 35 anos de atividades.

“Nosso planejamento estratégico preconizou que até 2015 queríamos estar entre as três em-presas que mais avançaram na universalização dos serviços de água e esgotamento sanitário. De longe, já em 2014, ultrapassamos essa meta. Não ficamos entre as três primeiras: fomos a que mais avançou”, comemora o presidente da Embasa, Abelardo de Oliveira Filho. “Tivemos um cresci-mento fantástico. Não existe nenhuma empresa de saneamento no Brasil nem na America Latina que tenha avançado tanto em sua área de atuação em tão pouco tempo”.

Entre janeiro de 2007 e novembro deste ano, foram implantadas 954 mil novas ligações de água, um avanço de 41,41% no número de imóveis que

não tinham água na torneira, beneficiando mais de 3,6 milhões de baianos. As novas ligações se con-centraram principalmente nas localidades situadas no semiárido baiano, onde foram realizadas mais de 55% das ligações.

Na área de esgotamento sanitário, os núme-ros impressionam ainda mais. Foram 495 mil no-vas ligações no período, um acréscimo de 100,1%, beneficiando cerca de 2 milhões de pessoas. “A Embasa tem 43 anos de atividades. Em oito anos fizemos mais ligações do que 35 anos anteriores juntos. Saímos de 52 municípios, em 2006, para 127 com sistema de esgotamento sanitário, ten-do mais de uma centena de obras em andamento que vai dar qualidade de vida para essas pessoas”, explica o presidente que gosta de citar, em suas apresentações, uma frase do romancista e drama-turgo francês Jean Cocteau: “Não sabendo que era impossível, foi lá e fez.”

“A empresa cresceu e avançou dentro de sua missão e objetivo de levar água de qualidade e ser-viço de esgotamento sanitário para a população baiana, principalmente a população que mais pre-cisa, aqueles que historicamente ficavam fora de todos esses serviços”, diz Abelardo.

Principal executora do programa estadual, Embasa foi a empresa que mais avançou em serviço de saneamento no país

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Captação da Adutora do São Francisco na cidade de Xique-Xique, uma das grandes obras do Água para Todos

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Page 4: Embasa em Revista - 2ª Edição

Para a Embasa dar esse grande salto, o impulsio-nador foi o amplo Programa Água para Todos (PAT), amplo programa do governo do estado, criado no governo de Jaques Wagner em 2007 e voltado para a universalização do acesso aos serviços de abasteci-mento de água e de esgotamento sanitário na Bahia. Como principal executora do programa, a Embasa dedicou recursos financeiros e humanos para a am-pliação dos seus serviços.

A empresa trabalhou de forma a garantir que par-te de seus sistemas de água e da estrutura instalada passassem a ter condições de atender à demanda por água, que aumentou consideravelmente devido ao crescimento da ocupação urbana nas áreas atendidas pela empresa. Foram realizadas obras estruturantes como grandes adutoras e barragens, implantados de-zenas de novos sistemas de abastecimento de água e ampliados sistemas existentes. Também foram feitas obras emergenciais para combater aos efeitos da pior estiagem dos últimos 60 anos.

As intervenções do PAT contemplam 1.247 ações em 342 municípios, sendo 496 obras de abastecimen-to de água, 181 de esgotamento sanitário, perfuração de 421 poços, elaboração de 145 projetos e quatro ações

de desenvolvimento institucional, totalizando cerca de R$ 7,5 bilhões em recursos de investimento garantidos. Além destes, existe expectativa de contratação de no-vos recursos da ordem de R$ 1 bilhão, alcançando cer-ca de R$ 8,1 bilhões de investimentos no período de 2007 a 2014. Dessas ações, 924 foram concluídas.

Os investimentos executados pela Embasa contam com recursos próprios, além dos oriundos do governo do estado, do Orçamento Geral da União (OGU), dos ministérios das Cidades, da Integração Nacional, da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), de parceria público-privada, en-tre outros, tendo como agentes financiadores a Caixa (FGTS) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Eco-nômico e Social (FAT).

Um dos destaques desta gestão iniciada em 2007 foi o aumento dos investimentos com recursos pró-prios. Somente em 2013, dos cerca de R$ 594 milhões investidos, a Embasa aplicou, de seu caixa, R$ 373 mi-lhões. Em 2012, a empresa investiu, somente com re-cursos próprios, R$ 422 milhões, o maior de sua história e superior ao que foi aplicado, com recursos próprios, entre 2001 e 2006 (ver gráfico ao lado).

Água no sertão

crescimentoDe 2007 a nov. de 2014

águaMais 954.592 novas ligações, passando de 2.304.972 para 3.259.564. Crescimento de 41,4%.

esgotoMais 495.850 novas ligações, passando de 494.973 para 990.823. Crescimento de 100,1%.

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Dentre as mais de mil obras desen-volvidas pela Embasa, nos últimos oito anos, a maioria é relativa a área

de abastecimento de água. Foram mais de 954 mil novas ligações executadas no período, um avanço de 41,4%, bene-ficiando mais de 3 milhões de pessoas. Esses números refletem os investimen-tos tanto em obras estruturantes quanto em ações emergenciais.

“O semiárido teve total prioridade das ações da Embasa, com mais de 55% das novas ligações de água. Os efeitos da pior seca dos últimos 60 anos certa-mente seriam mais graves, não fossem as ações desenvol-vidas pela empresa, que minimizaram e mitigaram os efei-tos da severa es-tiagem, a exemplo das adutoras do São Francisco, Algo-dão, Pedras Altas e Serrinha-Conceição do Coité. Outro ponto a ser destacado são as famílias que vivem na zona rural. Nos últimos anos, fizemos diversas ex-tensões de redes de água e passamos a atender mais de 1.300 localidades. Ou seja, eram pessoas que viviam isoladas, tinham que caminhar para conseguir água e hoje recebem o serviço na tornei-ra de casa”, diz o presidente da Embasa.

As ações de enfrentamento aos efei-tos da seca na Bahia atingiram 266 mu-nicípios em estado de emergência, sendo investidos cerca de R$ 1,2 bilhão. Além da construção e ampliação dos sistemas de abastecimento de água, a Embasa rea-lizou diversas ações emergenciais para garantir o abastecimento nos municípios em situação crítica. As ações contemplam integração de sistemas de abastecimento de água com disponibilidade hídrica aos sistemas que se encontravam em colap-so, em função da redução do volume dos mananciais; abastecimento alterna-

tivo da população por meio de carros--pipa; e montagem de poços que apre-sentam água com qualidade apropriada para consumo humano, integrando-os ao sistema distribuidor.

Destaque para as cinco barragens concluídas desde 2007: Cristalândia, para atender a região de Brumado; barragem de Riacho de Santana, para atender a sede do município e locali-dades rurais vizinhas; barragem do rio Tijuco, para atender as sedes dos mu-nicípios de Mulungu do Morro e Souto Soares, além de diversas localidades

da região; barragem de Serra Preta, que atende às sedes de Planalto e Barra do Choça; e barragem de Lagoa do Torta, na região dos municípios de Igaporã e Matina.

Entre as obras es-truturantes concluí-

das pela Embasa para atender aos municípios localizados no semiárido, têm destaque 11 grandes adutoras, com extensão acima de 50 quilôme-tros (km), como a do São Francisco, que leva a água do Velho Chico para a microrregião de Irecê por meio de 132 km de tubulação. Com investi-mento de R$ 188 milhões, a obra foi a alternativa encontrada para viabili-zar o fornecimento na região, ante-riormente abastecida pela Barragem de Mirorós, cujos níveis vinham dimi-nuindo constantemente.

A água do rio São Francisco chega também à região de Guanambi por meio dos 265 km de tubulações da Adutora do Algodão, construída em tempo recorde pela Embasa, no valor de R$ 135,7 mi-lhões. Mais R$ 48 milhões estão sendo investidos na 2ª etapa deste empreen-dimento, com 250 km de adutora para atender mais cinco municípios e 34 pe-quenas localidades.

ABASTECIMENTO DE ÁGUA Mais de 3 milhões de baianos beneficiados

O semiárido teve total prioridade

com mais de 55% das novas

ligações de água

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Ostene dos Santos, em Capim Grosso8 EMBASA em Revista - edição no 2 9UNIVERSALIZAÇÃO

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A Adutora de Pedras Altas, orçada em R$ 40,1 milhões, interligou a Barra-gem de Pedras Altas, em Capim Grosso, ao sistema de abastecimento de água do Sisal, beneficiando 12 sedes e 173 lo-calidades de 21 municípios da região. A chegada da água com melhor qualidade teve um sabor especial para a costureira Ostene Santos, 36 anos, moradora do bairro Jardim Araújo, em Capim Grosso. “Era o meu maior sonho a chegada da água doce aqui em casa”, conta Ostene, mãe de três filhos, que utilizava água salobra para lavar prato, lavar roupa e tomar banho. Iara, de oito anos, diz que está feliz, pois agora pode escovar os dentes com água da torneira. Antes disso, ela e todos em casa dependiam da água armazenada da chuva, utilizada também para beber e cozinhar.

Na região do Sisal, a ampliação do sistema integrado de abastecimento de água de Serrinha-Conceição do Coité aumentou em 50% a oferta de água nos municípios de Serrinha, Conceição do Coité, Biritinga, Lamarão, Teofilândia, Retirolândia, Barrocas e 24 localidades rurais. O investimento de R$ 47,4 mi-lhões proporcionou melhoria no abas-tecimento para mais de 88 mil pessoas.

Para regularizar o abastecimento na região de Jacobina, foi iniciada, em 2009, a obra de implantação do siste-ma integrado de abastecimento de água para atender aos municípios de Jacobi-na, Saúde e Caém, bem como de diver-sos povoados. Com investimento de R$ 31,3 milhões, o sistema, que tem cap-tação na barragem de Pindobaçu, trará benefícios para cerca de 120 mil mo-radores. Em março de 2014, a Embasa implantou uma adutora de nove quilô-metros para levar água da barragem até a estação de tratamento de Jacobina. Esta obra emergencial custou cerca de R$ 6,5 milhões e trouxe maior seguran-ça hídrica aos habitantes de Jacobina.

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Ações emergencias garantiram

abastecimento de municípios em

situação crítica10 EMBASA em Revista - edição no 2

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Para quem vive no interior, longe da sede municipal, ter água de quali-dade saindo da torneira parecia um sonho. Para moradores das 1.300 pequenas localidades rurais que foram integradas à rede distribuidora da

Embasa nos últimos anos, isso já é realidade. A experiência de ter água en-canada pela primeira vez foi vivenciada, por exemplo, por quinze famílias do povoado de Barrinha, no município de Riachão das Neves, no oeste da Bahia. A Embasa implantou uma tubulação de 1,4 quilômetro, que leva água tratada do sistema de abastecimento do município, captada no Rio Grande.

O fornecimento para o povoado começou em maio desse ano. Foi uma novidade para a dona de casa Elisângela Soares dos Santos, de 34 anos, que vive no local desde que nasceu. “Antes, a gente percebia que a água não tinha tratamento e faltava muito. Hoje, estou satisfeita por ter água na tor-neira, e por beber uma água boa”, comemora.

A mais de 500 km de distância de Elisângela está o agricultor Dorisvaldo Souza, de 55 anos, pai de sete filhos, morador da localidade de Caldeirão-zinho, no município de Caldeirão Grande, outro beneficiado com obra da Embasa. Ele sabe exatamente como é a sensação de ter água na torneira de casa pela primeira vez. Em dezembro de 2013, a empresa implantou, com recursos próprios, mais de 25 km de rede para levar a água da barragem de Ponto Novo, beneficiando cerca de 800 moradores das localidades de Bar-ra, Caldeirãozinho e Patos. “Antes, eu tinha que captar água da chuva ou ir até a sede e pedir a amigos, trazendo a água em vasilhames amarrados no lombo de jumentos”, conta Dorisvaldo. Agora, ele só precisa abrir a torneira para ter água tratada em casa.

Pequenas localidades recebem água tratada

Reforço do Funcep

Outra iniciativa que está refor-çando a atuação da Embasa nas pe-quenas comunidades de baixa ren-da é o termo de cooperação técnica e financeira que a empresa assinou, em março de 2014, com a Casa Civil do governo do Estado e a Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Se-dur). Com recursos na ordem de R$ 50 milhões, provenientes do Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza (Funcep), o termo prevê o fornecimento de água a 133 loca-lidades de 43 municípios, a maioria localizada no semiárido baiano, no prazo de um ano.

As ligações domiciliares bene-ficiarão cerca de 65 mil habitantes, sendo que 70% dos moradores es-tão inscritos no CadÚnico. Por isso, e considerando as características de suas moradias, grande parte deles preenche os requisitos para ser be-neficiado pela tarifa social da Em-basa, voltada para pessoas de baixa renda. Além disso, segundo o termo de cooperação, os moradores be-neficiados estarão isentos do paga-mento da ligação do imóvel à rede publica de abastecimento de água.

Essa é mais uma iniciativa do governo estadual no sentido de universalizar o acesso aos serviços de abastecimento de água e esgo-tamento sanitário na Bahia. Desta vez, o foco é o atendimento às po-pulações de baixa renda que habi-tam longe dos centros urbanos. Isso resulta em mais saúde e qualidade de vida por meio do acesso a servi-ços públicos essenciais.

A paisagem os torna vizinhos, mas a distância entre Elisângela e Dorisvaldo é de 500 quilômetros. Os dois foram beneficiados com água da Embasa

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Elisângela Soares dos Santos (povoado de Barrinha, em Riachão das Neves)

Dorisvaldo Souza (povoado de Caldeirãozinho, em Caldeirão Grande)

12 EMBASA em Revista - edição no 2 13UNIVERSALIZAÇÃO

Page 8: Embasa em Revista - 2ª Edição

ESGOTAMENTO SANITÁRIO 100% de novas ligações em oito anos

Na área de esgotamento sanitário, desde 2007, a Embasa está rea-lizando investimento da ordem

de R$ 4 bilhões na Bahia, o maior das últimas décadas no estado, o que am-pliou o número de pessoas atendidas com o serviço para 4,8 milhões. Com 73 obras de esgoto concluídas, além de 33 em andamento e outras 69 em licitação ou a licitar, mais 2 milhões de baianos passaram a ter acesso aos serviços de coleta, transporte, trata-mento e destinação adequada dos esgotos domésticos.

A empresa trabalhou, nos últimos oito anos, principalmente, na amplia-ção e implantação de sistemas de es-

gotamento sanitário em várias sedes de cidades da Bahi, em localidades turísticas e próximas a mananciais de abastecimento humano. Em 2006, atendia 52 municípios. Hoje, já está com o serviço em 127 localidades ur-banas e rurais, de 93 municípios.

Os esforços para a universalização do esgotamento nos municípios onde a Embasa atua alcançam pessoas como Aurelina da Silva, moradora há dez anos do bairro Alberto Passos, em Cruz das Almas. Ela passou por apuros na época em que uma fossa séptica era a solução disponível para a destinação dos esgotos de sua casa. “Saí da cozinha para pegar alguma

coisa na sala, enquanto preparava o almoço, quando, de repente, ouvi um estrondo grande. Quando me virei, vi que a pia tinha ido abaixo”, conta. O acidente foi causado quando a antiga fossa, instalada próximo à parede da cozinha, cedeu durante a manhã do último mês de junho. Além do susto para a senhora de 79 anos, o episódio trouxe um enorme prejuízo porque, além da pia, foram perdidos fogão, prateleira, panelas e uma série de utensílios domésticos.

Desesperada com a situação inu-sitada, a moradora acionou a Embasa e, no dia seguinte, a fossa da casa foi isolada. A empresa, então, realizou a

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Estação de tratamento de esgoto de Vitória da Conquista

15UNIVERSALIZAÇÃO

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ligação do imóvel à rede coletora de esgotos recém-implantada no muni-cípio. Assim, Dona Aurelina se tornou uma das pessoas diretamente benefi-ciadas pela construção do sistema de esgotamento sanitário (SES) de Cruz das Almas, que entrou em operação no primeiro semestre de 2014.

Os R$ 40 milhões que viabilizaram esta obra em Cruz das Almas fazem parte do investimento total da ordem de R$ 257,7 milhões para as ações de despoluição das águas da Baía de To-dos os Santos. As obras consistem na implantação e ampliação de sistemas de esgotamento sanitário nos municí-pios situados no entorno da baía ou na sua área de influência.

Treze cidades foram ou estão sen-do alvo de obras da Embasa visando à preservação das águas da baía, além do benefício direto aos seus mora-dores. Muritiba, Madre de Deus, São Félix, Itaparica, Cruz das Almas e Ilha de Bom Jesus dos Passos (Salvador) contam com obras concluídas. Já em São Francisco do Conde, Candeias, Santo Amaro, Cachoeira, Maragogi-pe, Simões Filho, Vera Cruz e Ilha dos Frades (Salvador), as intervenções es-tão em andamento.

Expansão - A expansão do esgo-tamento alcança outros municípios, grandes, médios e pequenos, das mais variadas regiões da Bahia. Em Vitória da Conquista, no sudoeste, a Embasa investiu cerca de R$ 177,7 milhões, en-tre recursos próprios e do PAC. A am-pliação do SES da sede do município, concluída em 2013, beneficiou cerca de 275 mil pessoas e elevou a cober-tura do serviço para 85%. Com isso, foi possível, finalmente, desativar a antiga estação de tratamento de es-goto (ETE) da cidade. A nova ETE, ins-talada em uma área de 196,6 mil me-tros e com capacidade de processar 830 litros de efluente por segundo, é uma das maiores e modernas do Norte/Nordeste, pois utiliza proces-sos mais eficientes para a remoção dos odores e da carga orgânica.

No extremo sul, foi inaugurado, em fevereiro de 2014, o sistema de esgo-

tamento sanitário de Mucuri, garantin-do coleta e tratamento de esgoto para 67% dos imóveis da sede municipal. O investimento foi da ordem de R$ 14 milhões. “A maior parte dos esgotos da cidade ia para o rio Mucuri sem ne-nhum tratamento. Agora, o efluente tratado é destinado ao Rio Mucuri sem causar nenhum dano ao meio am-biente”, explica o diretor de operação e expansão sul, Carlos Pontes.

No Litoral Sul, para garantir a qua-lidade dos cursos de água e praias de um dos mais importantes sítios de preservação ambiental da Bahia, a Embasa implantou o SES do dis-trito de Serra Grande, no município de Uruçuca, em operação desde se-tembro de 2012. Foram investidos, para a construção do sistema, R$ 4,7 milhões. Além dos 2.300 moradores do distrito, foi beneficiado o grande contingente de pessoas que visita este ponto de destinação turística da Bahia. A localidade, dotada de rios, cachoeiras e uma repleta vegetação de mata atlântica, faz parte da Área de Proteção Ambiental (APA) Itaca-ré/Serra Grande, com cerca de 16 mil hectares de extensão.

E foi em Itacaré, na mesma região, destino de vários turistas do Brasil e do mundo e onde está localizada a foz do rio de Contas, que a Embasa construiu,

em julho de 2010, com investimento de R$ 7,6 milhões, um sistema de es-gotamento sanitário, contribuindo para a preservação dos cursos d’água e das praias do município. O equipamento, capaz de atender 3 mil ligações, bene-

ficia hoje mais de 34 mil pessoas.Do Litoral Sul cruzamos para o Li-

toral Norte, um dos principais destinos turísticos da Bahia, onde a Embasa implantou, no início de 2011, um SES para atender veranistas e mais de 31 mil moradores das localidades de Gua-

rajuba, Monte Gordo, Itacimirim e Bar-ra do Pojuca, no município de Camaça-ri. O sistema, dotado de duas estações de tratamento, foi implantado graças a investimentos da ordem de R$ 33,8 milhões do PAT. As ETEs, com capaci-dade total de processar 140 litros por segundo, estão localizadas no com-plexo hoteleiro Iberostar e em Barra do Pojuca. De acordo com o superin-tendente de Esgotamento Sanitário da Região Metropolitana de Salvador, Júlio Mota, nas localidades beneficia-das, os esgotos das casas, pousadas e restaurantes eram destinados a fossas sépticas. “Em várias ruas, os efluentes corriam a céu aberto, causando des-conforto à vida das pessoas”, lembra.

Já no centro-norte baiano está lo-calizado o segundo maior município da Bahia, Feira de Santana. Lá, as ações de esgotamento sanitário realizadas, desde 2007, envolvem recursos da ordem de R$ 165 milhões, em obras concluídas e em andamento. A primei-ra etapa da ampliação do SES do mu-nicípio, abrangendo as bacias do Jacuí-pe e do Subaé, foi concluída em 2012, com investimentos de cerca de R$ 105,9 milhões, beneficiando mais de 107 mil pessoas, como a dona de casa Hélia Lima, 63 anos. Moradora do bair-ro Sítio Matias, ela lembra como era a vida antes da implantação da rede de

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Aurelina da Silva(moradora do bairro Alberto Passos, em Cruz das Almas)

Hélia Lima(moradora do bairro Sítio Matias, Feira de Santana)

Santo Antônio de Jesus

Paulo Afonso

Litoral Norte

Cruz das Almas

Euclides da Cunha

Jaguaquara

Salvador

Madre de Deus

Estão sendo investidos cerca

de R$ 257,7 milhões em ações de esgotamento em 13 municípios

do entorno da Baía de Todos os Santos, a maior

do Brasil em extensão

16 EMBASA em Revista - edição no 2 17UNIVERSALIZAÇÃO

Page 10: Embasa em Revista - 2ª Edição

Os investimentos em Feira de Santana envolvem recursos da ordem de R$ 165 milhões

esgotamento sanitário no bairro. “Hoje tá tudo mais fá-cil. Eu tinha fossa em casa, mas precisava chamar o carro direto pra limpar. Agora já entulhei a fossa e uso, com muita satisfação, a rede da Embasa”, relata Hélia Lima,

Já a segunda etapa da ampliação do SES de Feira de Santana está em andamento, com investimento de R$ 54,6 milhões, atendendo a cerca de 87 mil pessoas. A obra está com 70% de execução, na parte da bacia do Jacuípe, e 63% na bacia do Subaé. Com isso, a cobertura de esgota-mento sanitário na sede municipal chegará a 77,5%. Além disso, a po-pulação de Feira de San-tana será contemplada pelo projeto de implan-tação do SES na bacia do Pojuca, que está em fase de elaboração de edital. Esta última obra beneficiará cerca de 243 mil pessoas.

Em Paulo Afonso, na região do Vale do São Fran-cisco, a Embasa concluiu, em junho de 2014, a obra de ampliação do SES da sede do município, contribuin-do para a mudança do cenário de degradação do rio

São Francisco, causado pelo lançamento quase total dos efluentes domésticos em suas águas sem nenhum tipo de tratamento. Com investimentos de R$ 94,9 milhões, entre recursos próprios e do PAC, a obra ele-vou a cobertura de esgotamento sanitário na cidade para 33%, beneficiando mais de 35 mil habitantes.

“As ligações de imóveis à rede de esgotamento sanitário em bairros localizados no entorno dos la-gos de Centenário, Bonfim e Jacaré, área que cresceu de maneira espontânea e sem planejamento urbano adequado, eliminaram os lançamentos indevidos de esgoto e contribuem para a despoluição das águas dos lagos”, destaca a diretora de operação e expansão norte, Rita Bonfim. Além disso, a empresa realizou li-gações nos bairros BTN I, II e III, cujos imóveis esta-vam ligados à rede de drenagem de águas de chuva da prefeitura local, evitando que os efluentes originados nestes locais deságuem sem o tratamento adequado no rio São Francisco.

Já no oeste do estado, tem Barreiras, onde a Em-basa está investindo R$ 109,8 milhões, com recur-sos próprios e financiados, na ampliação do sistema de esgotamento sanitário da cidade, prevista para ser concluída em 2015. O empreendimento visa atender a 91.200 habitantes de 23 bairros. É a Embasa traba-lhando para levar saúde e qualidade de vida para cada vez mais baianos.

Feira de Santana

Encruzilhada

Morro do Chapéu

Muritiba

Ibotirama Itamaraju

Jequié

Itaju do Colônia

Candeias

Serra Grande (Uruçuca)

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18 EMBASA em Revista - edição no 2 19UNIVERSALIZAÇÃO

Page 11: Embasa em Revista - 2ª Edição

de esgoto

Desde 2007, a Embasa está inves-tindo cerca de R$ 1,5 bilhão em Salvador, sendo R$ 367 milhões na

área de abastecimento de água e R$ 1,1 bilhão em esgotamento sanitário. Em oito anos, a empresa implantou mais de 122 mil novas ligações de água e quase 208 mil ligações de esgoto na capital baiana. O índice de atendimento de água chega a 98,22%, sendo o serviço praticamente universalizado na cidade, e o de esgoto alcança 80,1%, situação privilegiada em relação à maioria das capitais brasileiras. A empresa mantém uma média de 2.300 ligações de esgo-to executadas por mês.

De acordo com o diretor de Ope-ração e Expansão da Embasa na Re-gião Metropolitana de Salvador, Carlos Ramirez, nos 43 anos de existência da empresa, nunca houve um volume tão grande de ações voltadas para ampliar a infraestrutura dos serviços de água e esgotamento sanitário da cidade.

As redes de água e esgoto operadas pela Embasa na capital baiana se estendem pela malha urbana da cidade numa extensão que chega a 10 mil quilômetros de tubulações, a maior parte delas abaixo do solo. A cidade conta com uma abrangente rede coletora de esgoto, dois emissários submarinos de grande porte (Emissários da Boca do Rio e do Rio Vermelho), 72 estações de tratamento de esgoto, 217 estações elevatórias (responsáveis por bombear o efluente) e 479.125 ligações de esgoto.

Capital temmaior volume de investimento

da sua história

Salvador

A Estação Principal de Tratamento de Água do Sistema integrado de abastecimento de água de Salvador, localizada em Candeias, foi ampliada Lu

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20 EMBASA em Revista - edição no 2 21UNIVERSALIZAÇÃO

Page 12: Embasa em Revista - 2ª Edição

A estrutura implantada garante que os esgotos coletados pela Em-basa em Salvador sejam coletados, transportados, tratados e tenham disposição adequada. Além disso, a Embasa mantém 13 captações em riachos (captações em tempo seco) que garantem, em períodos não chuvosos, praias balneáveis.

Já o sistema integrado de abaste-cimento de água de Salvador (SIAA) atende à capital baiana e aos muni-cípios de Lauro de Freitas, Simões Filho, Candeias, São Francisco do Conde, Madre de Deus, Santo Amaro e Saubara. A integração da infraestru-tura de abastecimento para atender a esses municípios é necessária porque boa parte dos pontos de captação de água para tratamento e distribui-ção está fora do perímetro urbano de Salvador. Somente na capital, são 626.610 ligações regulares de água.

Da barragem de Pedra do Ca-valo, distante 120 km da capital, a água bruta segue por adutora até a

Estação de Tratamento Principal, em Candeias, que também trata água da barragem Joanes II, que, por sua vez, recebe contribuições da Barragem de Santa Helena. Outras captações são feitas nas barragens Joanes I e Ipitanga I e a água desses mananciais é tratada, em Salvador, nas estações Teodoro Sampaio e Vieira de Melo. Existem, ainda, a estação Subur-

bana, que trata a água da barragem Ipitanga II, e a estação do Cobre, que trata a água da Barragem do Cobre (atualmente fora de operação).

Na área de abastecimento de água, as intervenções realizadas pela Embasa durante o período de oito anos mudaram a realidade do fornecimento em áreas considera-das críticas de Salvador. Na rua José Andrade, no bairro de Sussuarana Nova, onde mora Rosemeire Araú-jo Santos, o verão de 2014 foi bem diferente dos anteriores. De acordo com a dona de casa, em 2013, a água não chegava em sua casa em hora nenhuma do dia. “Eu tinha que atra-vessar a avenida Gal Costa e pegar água numa tubulação mantida pelos moradores. Este ano, estou rece-bendo água todo dia durante a noite. Tenho dois tanques que atendem às cinco pessoas que moram em minha casa”, diz aliviada.

No bairro de Sete de Abril, Elie-ne dos Santos Santana, moradora

da rua José Bonifácio, está contente por ter água em casa todos os dias. “Ficávamos muitos dias sem receber água, mas, hoje, abrimos a torneira e temos água para tomar banho, cozi-nhar. A gente até consegue ficar sem energia elétrica, mas não vive sem água, principalmente se for limpa e bem tratada”, afirma.

A nova realidade vivida por esses moradores é resultado de ações e obras concluídas de melhoria e am-pliação da infraestrutura do sistema integrado de abastecimento de água na capital baiana. Além disso, foram realizadas ações estruturantes, inter-venções assim chamadas porque dão condições ao sistema de atender à demanda de consumo causada pelo crescimento da ocupação imobiliária nas cidades atendidas pelo sistema.

Foram e estão sendo feitos in-vestimentos tanto na captação de água bruta na Barragem de Pedra do Cavalo como na adução, no tra-tamento e na reservação, com refor-ma, ampliação e construção de re-servatórios em pontos estratégicos da cidade, a exemplo da duplicação da capacidade de armazenamento do centro de reservação de Águas Claras, responsável pelo abasteci-mento de parte do subúrbio rodo-viário de Salvador.

Entre os destaques desta área, estão a duplicação da adutora princi-pal de água tratada, a duplicação da adutora de água bruta da barragem Joanes II e a ampliação da Estação de Tratamento Principal, obras con-cluídas no final de 2013. Os três em-preendimentos envolveram investi-mentos da ordem de R$ 75 milhões. Com o incremento da oferta de água da ordem de 30% proporcionado por essas obras, foi possível regulari-zar, em Salvador, o fornecimento de água em áreas críticas dos subúrbios ferroviário e rodoviário, O acréscimo na distribuição de água tratada é da ordem de 800 litros por segundo, vazão suficiente para atender a uma cidade como Vitória da Conquista.

De acordo com o superinten-dente de abastecimento de água

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Eliene dos Santos Santana(dona de casa)

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A duplicação de trechos das

adutoras de água tratada e bruta e a ampliação

da ETA Principal aumentaram em 30% a oferta de água na capital

da Região Metropolitana de Salva-dor, José Moreira, essas obras es-tão garantirando a estabilidade do abastecimento de água da cidade. “Hoje nós temos uma cidade bem abastecida, sem problemas de falta d’água, a não ser por manutenções na rede ou questões pontuais, que

são solucionadas rapidamente por nossas equipes. Desde o verão de 2014, estamos passando por uma tranquilidade no abastecimento da população, sem as reclamações de falta d’água que ocorriam com fre-quência durante a alta estação”, ex-plica Moreira.

As intervenções realizadas mudaram a realidade do fornecimento de água em áreas consideradas críticas de Salvador

Bairro Sete de Abril, em Salvador

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22 EMBASA em Revista - edição no 2 23UNIVERSALIZAÇÃO

Page 13: Embasa em Revista - 2ª Edição

Esgotamento sanitárioJá na área de esgotamento sanitário, a Embasa realizou grandes e peque-

nas obras, para melhorar a saúde e qualidade de vida dos soteropolitanos. Uma delas, concluída em setembro de 2011, está permitindo que cinco mil moradores do bairro de Alto de Coutos possam aproveitar o sol da praia do Setúbal com um belo banho de mar. Isto porque pescar ou dar um simples mergulho não trazem mais riscos à saúde da comunidade e dos consumi-dores finais dos peixes e mariscos comercializados pelos pescadores locais. Antes da conclusão das obras de esgotamento sanitário no local, mais de 80 casas construídas abaixo do nível da rua do Setúbal lançavam, indevida-

mente, seus esgotos domésticos di-retamente na praia. “Aqui era muito sujo e cheio de ratos. Era muito difícil entrar na água, porque descia muito esgoto”, conta o funcionário público Carivaldo Lopes.

A realidade mudou graças aos investimentos da Embasa para me-lhorar a saúde e qualidade de vida da população do entorno, no valor de R$ 360 mil com recursos pró-prios. A empresa construiu rede co-letora de esgoto, linha de recalque (tubulação que bombeia o esgoto para um ponto mais alto), a estação elevatória do Setúbal (conjuntos motor-bomba) e executou 197 liga-ções domiciliares nas ruas do Setú-bal, Vila Rosa e Coqueiros de Peri-peri. “As pessoas tomavam banho e a água fedia. Agora, não tem mais nada disso. A gente pode ver que não tem esgoto descendo”, afirma o pescador Alex Bonfim.

O que a Embasa realizou em Setúbal representa uma pequena parte de tudo que a empresa fez por Salvador na área de esgota-mento sanitário. A cidade conta com uma abrangente rede de cole-ta, dois emissários submarinos de grande porte (Emissários da Boca do Rio e do Rio Vermelho), 72 esta-ções de tratamento de esgoto, 217 estações elevatórias (responsáveis por bombear o efluente) e cerca de 480 mil ligações de esgoto. A estrutura implantada garante que os esgotos coletados pela Emba-sa em Salvador sejam transporta-dos, tratados e tenham destinação adequada. Além disso, a Embasa mantém 13 captações em riachos (captações em tempo seco) que garantem, em períodos não chuvo-sos, praias balneáveis.

O emissário submarino da Boca do Rio, principal obra de sanea-mento básico dos últimos 25 anos em Salvador, foi inaugurado pela Embasa e pelo Governo do Estado em 2011. A obra, que contou com investimentos da ordem de R$ 619 milhões, aumentou a capacidade de tratamento e disposição final dos esgotos do SES da cidade.

Carivaldo Lopes(funcionário público)

Alex Bonfim(pescador)

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Moradores da rua do Setúbal, em Alto de Coutos, foram beneficiados com rede de esgoto

25UNIVERSALIZAÇÃO

Page 14: Embasa em Revista - 2ª Edição

As obras realizadas pela Embasa na área de esgotamento sanitário

em Salvador representam o esforço para

universalizar o acesso dos soteropolitanos ao esgotamento sanitário,

melhorando a sua saúde, e avançando na despoluição dos rios da

cidade

O emissário submarino da

Boca do Rio foi a principal obra de

saneamento básico dos últimos 25

anos em Salvador

Além deste importante equipa-mento, estão sendo executadas obras de adensamento de ligações em 28 bacias de esgotamento sanitário já existentes, além da construção de três novas bacias sanitárias para atender a bairros densa-mente povoados, como Águas Claras, Cajazeiras, Sete de Abril, São Marcos, Trobogy, Canabrava, Vila Canária, Castelo Branco, Jardim Nova Es-perança, Pau da Lima, Vale dos Lagos, Dom Avelar e Valéria.

As 28 bacias sanitárias se-rão integradas aos dois emis-sários submarinos. A construção das três últimas bacias de esgotamento sanitário, nas regiões de Águas Claras, Cambunas e Trobogy, está em andamento, com 64% da estrutura prevista montada. “Como essa obra é realizada em áreas sem in-fraestrutura urbana adequada e, muitas vezes, de ocupação desordenada, proble-mas cuja solução é atribuição da prefeitu-ra, a previsão de conclusão das obras é em meados de 2015. Com a ligação dessas bacias ao emissário da Boca do Rio, cerca de 300 mil pessoas passarão a ter acesso a coleta e tratamento de esgoto”, explica Carlos Ramirez.

Com recursos próprios e do Programa de Aceleração do Cres-cimento (PAC), a Embasa leva, também, saúde e qualidade de vida aos moradores das ilhas de Salvador, além de preservar os recursos naturais. Na ilha de Bom Jesus dos Passos, a Embasa investiu R$ 4,7 milhões na implantação de sistema de esgotamento sanitário, aten-dendo a 2.042 pessoas. Já na Ilha dos Frades, os investimentos para beneficiar mais de 2 mil habitantes somam R$ 6,7 milhões. Lá, o sistema de esgotamento sanitário de Ponta de Nossa Senhora foi concluído, evitando a poluição da praia.

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Afundamento de trecho da tubulação do emissário submarino da Boca do Rio em 2009

Em Bom Jesus dos Passos, foram investidos R$ 4,7 milhões

26 EMBASA em Revista - edição no 2 27UNIVERSALIZAÇÃO

Page 15: Embasa em Revista - 2ª Edição

Estratégiapara evoluir

Nas páginas anteriores, o leitor teve a dimensão do trabalho realiza-do pela Embasa para modificar a

realidade de milhões de baianos nos últimos oito anos, com serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário. O que não sabe é que, para ter fôlego para realizar mais de 1,2 mil ações, a empresa teve que passar por uma grande transformação interna, motivada pelos novos requisitos legais do setor saneamento e pelo compro-misso com a busca pela universalização dos seus serviços nas áreas onde atua.

Em 2007, o marco regulatório do setor representado pela Lei Nacional

Mudanças no cenário

do setor de saneamento motivaram a

reestruturação organizacional

da empresa

de Saneamento previu tanto na esfera fede-ral quanto na estadual, objetivos e metas de curto, médio e longo prazo para a universa-lização do acesso aos serviços públicos neste setor. “Em 2008, foi aprovada nossa lei que determinou que a Política Estadual de Sa-neamento Básico fosse formulada com base no princípio da universalização do acesso aos serviços e que a Embasa fosse fortalecida para esta finalidade, em regime de coopera-ção com os municípios”, afirma o presidente da Embasa, Abelardo de Oliveira Filho.

Ainda em 2007 foi criado o Água para To-dos, em alinhamento às estratégias do Governo Federal, que tinha lançado o Programa de Acele-ração do Crescimento (PAC). Essa nova realidade impôs à Embasa a necessidade de ampliar a sua capacidade instalada a fim de elaborar projetos e realizar empreendimentos.

Essa mudança no cenário do setor motivou a empresa a inaugurar uma nova forma de pen-sar, executar as suas ações e de se relacionar. Nesse sentido, o marco regulatório foi o nor-teador de importantes mudanças que deram uma nova cara a Embasa de hoje: implantação do novo modelo de gestão estratégico baseado no Balanced Scorecard (BSC) e reformulação do Planejamento Estratégico, nas edições 2008-2011 e 2012-2015; implantação do Sistema Integrado de Gestão Empresarial (ERP); e rees-truturação organizacional da empresa.

Planejamento Estratégico

Em 2008, o desafio da universalização desencadeou uma série de procedimentos para a formulação do primeiro planejamento estratégico pós Marco Regulatório do setor de saneamento. “Com ampla participação dos gestores e técnicos, numa visão de que as pessoas ao participarem da formulação de um plano se mantém conectadas e compro-metidas com sua implementação, a gestão estratégica passou a fazer sentido quando foi possível mobilizar o conjunto das pes-soas que executam a estratégia no processo de planejamento”, lembra a superintendente de assuntos regulatórios e gestora de plane-jamento e gestão, Bartira Mônaco, na época assessora de planejamento e gestão.

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Sede da Embasa, no Centro Administrativo da Bahia (CAB)

28 EMBASA em Revista - edição no 2 29GESTÃO

Page 16: Embasa em Revista - 2ª Edição

Bartira ressalta que o primeiro planejamento es-tratégico da Embasa foi feito para o período de 1996 a 1998. A principal diferença é que nos três ciclos de planejamento estratégico que antecederam o do pe-ríodo de 2008 a 2011 foi utilizada a metodologia do “Gerenciamento pelas Diretrizes”, com o desdobra-mento das diretrizes anuais em metas e ações a serem tomadas nos diversos níveis hierárquicos. A partir do ciclo 2008-2011 foi utilizada a metodologia de “Ges-tão Orientada para a Estratégia”, com introdução dos conhecimentos do BSC.

Um dos impactos dessa mudança foi a verifica-

ção da necessidade de realizar o concurso público em 2009 para 53 áreas de formação, com um total de 2.271 vagas iniciais, posteriormente ampliadas para 2.583 vagas. As contratações aconteceram de modo gradativo até maio de 2014 (ver mais sobre concurso na pág. 79).

“Para se ter uma ideia, em dezembro de 2008 a empresa tinha um quadro de 3.681 empregados próprios. Hoje, temos mais de cinco mil. Todo este contingente precisou ser inserido e capacitado nos processos internos da empresa, seguindo um plano de contratação gradual, porém contínuo. Além disso,

houve uma realocação de todos os empregados de acordo com a nova estrutura”, diz Silvia Pacheco, gerente da divi-são de gestão de carreiras.

Em outubro de 2011, foi aprovada a edição 2012-2015 do planejamento estratégico da empresa, também ela-borado com base no BSC. A principal novidade em rela-ção à versão anterior foi o estabelecimento de três temas estratégicos: satisfação dos usuários e titulares (municí-pios), ampliação do atendimento e equilíbrio econômico--financeiro. Estes temas fundamentaram a elaboração dos objetivos estratégicos necessários para que a Embasa alcance as suas visões 2015 e 2030.

De acordo com Bartira, neste caso, houve um apro-fundamento da aplicação da metodologia implantada em 2008-2011 dando-se ênfase aos painéis setoriais para consolidar o planos operacionais. O planejamento estraté-gico do próximo ciclo será tratado e definido com a direto-ria do próximo exercício.

Além disso, as ações e projetos desenvolvidos para o cumprimento dos objetivos estão orientando o avanço da empresa em áreas como eficiência operacional, sustentabi-lidade, gestão de pessoas e tecnologia da informação. Con-fira, ao longo desta edição do Embasa em revista, diversas reportagens sobre estes temas.

Diretoria Executiva da EmbasaRita Bonfim, Carlos Alberto Pontes, Carlos Ramirez, Abelardo de Oliveira Filho, César Silva Ramos, Socorro Vasconcellos e Dilemar Oliveira Matos

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30 EMBASA em Revista - edição no 2 31GESTÃO

Page 17: Embasa em Revista - 2ª Edição

Outra solução que trouxe impactos e mu-danças de processos internos foi o Sistema Integrado de Gestão Empresarial (ERP), que entrou em operação em 2011. De acordo com a superintendente de tecnologia da informa-ção e comunicação, Denise Britto, a utilização do ERP trouxe ganhos como automatização de processos, maior controle sobre as diversas operações, otimização do fluxo de informa-ção, redução de custos e riscos e o aumento da precisão e da segurança nas informações (saiba mais sobre o ERP na pág. 89).

Para a implantação do ERP, em 2009 a Embasa deu início ao Projeto Integração, com a participação de 160 pessoas de todas as áreas da empresa e consultores externos. “Entre o início dos trabalhos e o Go-live* do ERP, em 3 de outubro de 2011, foram 18 me-ses”, explica Denise.

Foram muitas novidades nessa época. A entrada em produção do ERP ocorreu no mes-mo dia em que vigorou a nova estrutura orga-nizacional (organograma) da empresa, neces-sária para promover ganhos de eficiência nos processos internos e na utilização dos recursos materiais e humanos. “A adequação no dese-nho organizacional precisou corresponder ao crescimento da organização, tanto em termos estruturais como em relação à ampliação dos investimentos e consequente aumento do atendimento à população baiana”, explica Bar-tira Mônaco.

Houve um aumento para sete diretorias, 19 superintendências, e assim, em cadeia, elevaram-se os quantitativos de departa-mentos e divisões, desenhados para dar conta das arrojadas estratégias empresariais. Houve amplo processo de discussão com os gestores e dirigentes até se encontrar um modelo de consenso.

“Esta é a mais significativa evidência de que a estratégia de avançar na universalização dos serviços de abastecimento de água e esgota-mento sanitário foi a principal impulsionadora da mudança da estrutura organizacional. Ter capacidade de implementar um robusto pro-grama de investimentos e ao mesmo tempo prestar serviços com qualidade, num conceito moderno de gestão regionalizada”, diz Bartira.

A medida foi fundamental para fortale-* Go-live: termo usado para determinar o momento em que um software começa a rodar em produção.

cer a unidade da Embasa cuja administração se-gue o princípio da descentralização geográfica. A presença da Embasa nos municípios onde atua ocorre através de 13 unidades regionais no inte-rior e seis na RMS, além dos escritórios locais a elas subordinados.

O atual diretor de operação e expansão sul da Embasa, Carlos Alberto Pontes, afirma que a mu-dança na estrutura foi fundamental para melhorar o funcionamento da empresa. “Antes tínhamos apenas uma diretoria para tratar da operação em todo o estado. A regionalização nos permitiu ter mais atenção às demandas localizadas, o que trou-xe benefícios para a gestão. Além disso, o novo modelo uniu as áreas de operação e expansão. Antes, a diretoria de engenharia e meio ambiente executava a obra, e só depois de pronta, a opera-ção recebia e identificava os problemas. Claro, que este processo prejudicava a conclusão e o funcio-namento dos sistemas. Agora, a operação acom-panha a obra, assim qualquer alteração que seja necessária, ela já aponta e é realizada. O resultado dessa integração é a maior agilidade e eficiência na realização das obras e na entrada em operação dos sistemas”, diz Carlos Pontes.

Além disso, foi criada uma superintendência de assuntos regulatórios para conduzir as ações de contratualização com os municípios, lastreadas no novo modelo, bem como para manter a rela-ção com a agência reguladora, no atendimento as fiscalizações e fornecimento de informações de qualquer natureza, seja operacional, relação com clientes, financeira ou contratual (ver mais em Re-lação com Titulares, na pág. 44).

Nova estruturaA presença da Embasa

nos municípios onde atua ocorre por

meio de 13 unidades regionais no interior e

seis na RMS, além dos escritórios locais

32 EMBASA em Revista - edição no 2

Page 18: Embasa em Revista - 2ª Edição

No guichê de atendimento da Embasa do Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC), do Shopping Barra, em Salvador, o atendente Rosinaldo de Je-

sus Oliveira começa a manhã recebendo os clientes com cortesia e eficiência. Quer pedir uma ligação de água, verificar seu histórico de consumo ou solicitar a correção de um vazamento na rua? Fale com Ro-sinaldo ou com um dos outros 488 atendentes, nos 362 pontos de atendimento, espalhados nos 364 municípios onde a Embasa atua. Você também pode telefonar para a Central de Atendimento (0800 0555 195), acessar a Central de Serviços Web no site da Embasa, ou se dirigir à unidade móvel, se ela esti-ver no seu bairro.

Todas essas opções refletem o esforço da empre-sa, nos últimos anos, para ampliar e melhorar seus canais de atendimento, com o objetivo de estreitar cada vez mais seu relacionamento com os usuários. “Hoje, temos uma condição de trabalho muito me-lhor. Tudo isso é fundamental para a excelência do atendimento”, garante Rosinaldo.

“Estamos buscando aperfeiçoar a prestação do serviço, para que o usuário possa se relacionar bem com a empresa”, destaca o superintendente comercial da Embasa, Márcio Lessa. A empresa vem investindo na modernização das práticas comerciais, adequando-as à legislação e às necessidades dos usuários. Desde 2011, a Embasa tem um departamento de relacionamento com clientes e mercado, que se dedica especialmente à melhoria dessa relação. Na pesquisa de satisfação realizada em 2012, 70% dos usuários ouvidos estavam satisfeitos com os serviços da Embasa.

A demanda pelos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário, tão importantes para a saúde e a qualidade de vida, é imensa. Somente nas lojas e postos presenciais de Salvador, mais de 350 mil clientes foram atendidos em 2013, gerando 583 mil solicitações de serviço. O número é bem superior às 251 mil solicitações feitas em 2006.

Para esse crescimento, a Embasa está investin-do em reforma e modernização de lojas, para que o cliente possa resolver suas solicitações. “Nas lo-jas reformadas recentemente, temos adotado um novo conceito de atendimento, com o objetivo de garantir mais conforto, segurança e rapidez na re-solução das solicitações dos clientes”, assinala João Ricardo Souza, gerente da Divisão de Relaciona-mento com os Clientes.

Mais perto devocê

Nas lojas, postos do SAC, por telefone ou internet, a Embasa se aproxima dos clientes

e oferece novas formas de atendimentoRosinaldo Oliveira(atendente no SAC do

Shopping Barra)

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34 EMBASA em Revista - edição no 2 35RELAÇÃO COM OS USUÁRIOS

Page 19: Embasa em Revista - 2ª Edição

Para que o atendimento seja cor-reto e padronizado, a empresa reali-za treinamentos periódicos com os atendentes e outros colaboradores que lidam diretamente com o públi-co. O melhor é que esses treinamen-tos estão sendo aprimorados com o novo Programa de Capacitação Co-mercial que a empresa está desen-volvendo, com a primeira turma em agosto desse ano. Segundo o gerente da coordenação de normatização e padronização da Embasa, Edmilton Santos, a expectativa é que cerca de 1.800 colaboradores participem do curso, na capital e interior. “O objetivo é que eles façam uma reciclagem e fiquem com um conhecimento bem consolidado sobre os nossos serviços e os manuais da empresa”, explica.

Outra iniciativa que contribuiu para melhorar a qualidade do aten-dimento e do serviço comercial foi a criação do Portal da Superinten-dência Comercial, lançado em 2011, com informações sobre serviços, normas e ferramentas para um bom atendimento. “Antes, a gente tinha somente uma plataforma para fazer download de documentos. Agora, temos um portal, que reúne as in-formações mais relevantes”, explica Mariana Sahade, assessora da Su-perintendência Comercial.

Nos pontos de atendimento presencial, como as lojas e postos do SAC, os serviços mais solicita-dos são: pedido de segunda via de conta, consulta de débito, análise de consumo, parcelamento de débitos e pedidos de ligação de água. Mas, para muitos usuários, é bem mais prático falar com a Embasa por te-lefone, pelo número 0800 0555 195. A empresa conta, atualmente, com duas centrais telefônicas em Salvador que, em 2013, atenderam a cerca de 1,4 milhão de ligações. Os serviços mais pedidos por telefone, em 2013, foram: reclamação de fal-ta de água, consulta de débito, in-dicação de vazamento e pedido de manutenção de esgoto.

Para se aproximar cada vez mais dos usuários, a Embasa possui unidades móveis, isto é, veículos pre-parados para oferecer atendimento itinerante, com qualidade e comodidade. Isso facilita a vida dos usuá-rios que vivem em locais distantes e têm dificuldade de deslocamento, pois eles podem resolver suas de-mandas sem sair do seu bairro ou localidade. As visi-tas das unidades móveis da Embasa são agendadas por iniciativa da própria empresa ou por solicitação de organizações da sociedade civil, como associações de bairro ou de órgãos governamentais.

As duas unidades móveis que circulam na Re-gião Metropolitana de Salvador atenderam a 6.604 clientes e participaram de 59 eventos e feiras duran-te o ano de 2013. Como resultado, foram efetuados 142 parcelamentos e negociados mais de R$ 179 mil em débitos de faturas pendentes de pagamentos. Além disso, os representantes da Embasa tiveram a oportunidade de falar sobre a atuação e os serviços da empresa para a população.

Em Feira de Santana, a dona de casa Joseane Al-meida aproveitou a presença da unidade móvel no bairro Aviário I para tirar dúvidas sobre o consumo de água em seu apartamento. Na ocasião, o veículo da Embasa estava visitando quatro condomínios do programa Minha Casa Minha Vida, para conversar e prestar atendimento aos moradores. “O atendimen-to aqui perto de casa facilitou muito. Ir ao centro pra tirar essa dúvida seria bem mais complicado”, relatou.

A Embasa não poderia, nos tempos atuais, dei-xar de oferecer uma alternativa de atendimento on line. “É uma tendência de mercado, já que as pes-soas hoje resolvem tudo pela internet”, comenta a gerente do Departamento de Relacionamento com Clientes e Mercado, Thalita Vieira. Desde que foi criada, em dezembro de 2012, a Central de Ser-viços Web obteve um número crescente de solici-tações. Ao longo de 2013, foram recebidos quase 31 mil e-mail de solicitações. Hoje, os serviços mais pedidos são: confirmação de crédito, solicitação de carro-pipa, contestação de consumo, atualização de dados cadastrais e reabertura de ligação de água.

Na área de relacionamento com o usuário, a Embasa mantém também o programa Aprenden-do a Usar, em Salvador, que realiza palestras com consumidores. De 2008 até 2013, mais de duas mil pessoas participaram das atividades e aprende-ram sobre a importância do uso racional da água, com dicas de consumo consciente.

Central Web

Embasa sobre rodas

Novaspráticas

comerciaisA ampliação dos canais de atendi-

mento é apenas uma vertente das ações da Embasa para melhorar o

relacionamento com os usuários. Além de estar mais perto, a empresa tam-bém quer atender com qualidade. Uma ação importante, nos últimos anos, foi a melhoria do banco de dados comer-ciais, que passou a ser mais rico em informações. Antes, como acontecia com outras empresas de saneamento, a Embasa se preocupava mais com o endereço da ligação, isto é, com os da-dos físicos do imóvel, do que com os dados do cliente responsável. Graças a um intenso trabalho de enriquecimen-to do cadastro, em parceria com outras instituições, a empresa vem conseguin-do formar um banco de dados mais completo, o que possibilita a adoção de novas práticas comerciais.

Desde 2010, por exemplo, a in-clusão do CPF é obrigatória para novas ligações. Assim, a empresa passou a responsabilizar o cliente devedor, não somente por meio do corte de água, mas com a inclusão do inadimplente no serviço de proteção ao crédito (negativação).

Joseane Almeida(dona de casa)

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Além de estar mais perto do usuário, a

empresa quer atender com qualidade

36 EMBASA em Revista - edição no 2 37RELAÇÃO COM OS USUÁRIOS

Page 20: Embasa em Revista - 2ª Edição

O objetivo da Embasa é fazer com que o cliente procure a empresa para negociar, buscando uma forma de regularizar sua situa-ção. A empresa percebeu que, muitas vezes, o usuário entra na clandestinidade por causa de débitos que excedem a sua capacidade de pagamento. Foi por isso que, em 2013, foi lan-çada a Negociação Flexível, uma modalidade já aplicada pela empresa nos grandes centros urbanos da Bahia, como Salvador, Feira de Santana e Vitória da Conquista.

Um dos requisitos é que o usuário habite em áreas identificadas pelo IBGE como de renda per capita de até dois salários mínimos. Quem não reside em área de baixa renda pode buscar fazer uma negociação flexível median-te avaliação socioeconômica feita pela unida-de regional da Embasa que atende o bairro. A negociação flexível vem avançando em locais onde as ligações de água são georreferencia-das no sistema da empresa.

Se o usuário atender aos requisitos, a Em-basa calcula o valor máximo do débito que ele pode pagar. Para isso, é estimado um percen-tual de comprometimento da renda mensal para pagamento da parcela e soma o valor da conta de água de um imóvel, em função do número de moradores. A conta de energia elétrica é usada como indicador de padrão so-cioeconômico da família. Após a regularização do débito, os usuários podem ter sua ligação reenquadrada em subcategorias com tarifas mais baratas, em função da sua renda familiar.

Para difundir a negociação flexível para a população, a Embasa vem promovendo ações em comunidades, com participação de re-presentantes das áreas comercial e social. As assistentes sociais fazem contato com lide-ranças comunitárias e convidam a população a conhecer as novas modalidades de regulari-zação de débitos. Como as ações contam com a presença da unidade móvel, os clientes po-dem negociar no próprio bairro. Até outubro de 2014, mais de seis mil negociações foram realizadas nessas ações externas, e R$ 20 mi-lhões do saldo de contas a receber da empresa foram negociados.

No projeto piloto realizado no bairro de Sussuarana, em Salvador, de maio de 2013 a fevereiro de 2014, a equipe da Embasa reali-zou 487 negociações, das quais 57% eram de clientes negativados. Em compensação, usuá-rios que estavam na clandestinidade pude-

ram voltar a pagar regularmente suas contas. A partir dessa experiência, a empresa começou a treinar as equipes comerciais e sociais para dis-seminar esse modelo. “Treinamos cinco turmas de gerentes comerciais, líderes de escritórios locais, atendentes e assistentes sociais, para levar a negociação flexível a mais pessoas, da capital e do interior”, relata Daniel Torres, ge-rente da divisão de planejamento e controle da cobrança da empresa.

Nome Limpo - Atualmente, diversas co-munidades têm recebido a visita de equipes da Embasa. Em julho de 2014, foi a vez do bairro do Calabar, em Salvador, onde foram regularizados 102 clientes. Morador do Calabar há 40 anos, o aposentado Aarão Ferreira da Silva voltou para casa com a situação resolvida. “Uma beleza! Es-tou mais tranquilo, porque não dá para ficar sem água, né?” A líder comunitária Justina Santana, que já estava regular com a Embasa, ajudou a di-fundir a iniciativa entre os moradores. “Achei inte-ressante porque deu oportunidade às pessoas de ficar legal junto à Embasa, no próprio bairro, sem precisar se deslocar”, comenta.

Outra ação voltada para a recuperação de clientes é a participação da Embasa no Feirão do Nome Limpo, promovido pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) com o objetivo de aproximar o consumidor das empresas, facilitando a negociação. A Embasa participa da iniciativa desde a sua primeira edição, em 2012. Na edição de novembro de 2013, a Embasa atendeu mais de 10 mil usuários, e realizou mais de 5,2 mil parcelamentos. Dos R$ 11 milhões negociados, mais de R$ 1,4 milhão foram pagos à vista, como entrada de parcelamento. Tudo isso demonstra, não apenas o esforço da Embasa em negociar, mas também o desejo dos clientes inadimplentes de regularizar sua situação.

Lembra de Rosinaldo, o atendente citado no início da reportagem? Para o atendente, todas essas inovações no cadastro, os sistemas internos e as alternativas flexíveis de negociação vêm proporcionando um atendimento mais eficiente, com menor burocracia, e permitindo a resolução mais ágil dos problemas dos usuários. “Eu vejo a alegria das pessoas quando conseguem resolver suas coisas. Às vezes, o cliente sai de sua casa e vem aqui agradecer. Fico realizado. Para a gente, é perfeito”, conclui.

Para que os clientes de baixa renda tenham uma conta com-patível com sua capacidade de pagamento, como determina a legislação do saneamento, a Embasa oferece a tarifa social, com desconto de 55,15% sobre a tarifa normal. De 2006 a 2013, o número de beneficiados subiu de quase 173 mil para mais de 328 mil pessoas.

Graças à tarifa social, essas pessoas podem pagar um valor bem mais acessível pela conta de água: R$ 9,40 por mês, para o consumo mínimo de 10 metros cúbicos (m³) de água. Para plei-tear a tarifa social, o usuário deve possuir número de inscrição so-cial (NIS), ser inscrito no Programa Bolsa Família e ter renda de até três salários mínimos. A concessão da tarifa diferenciada depen-de de uma avaliação da Embasa. A empresa oferece também uma tarifa residencial intermediária, atualmente em R$18,40 para o consumo mínimo de 10 m³ de água, voltada para pessoas das classes C e D que não se enquadrem na tarifa social.

A Embasa mantém, ainda, uma tarifa filantrópica voltada para entidades assistenciais. É uma forma de contribuir para a sustentabilidade dessas instituições, que prestam serviços rele-vantes à população em situação de vulnerabilidade social. São beneficiadas, atualmente, pela tarifa filantrópica, instituições como a Casa de Apoio do Hospital Aristides Maltez, Voluntárias Sociais da Bahia, Lar Esperança do Idoso, Centro Espírita Semea-dores do Amor, entre outras.

Tarifa acessível à baixa renda

Aarão Ferreira da Silva(morador do Calabar, em

Salvador )

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A líder comunitária Justina Santana ajudou a difundir a regularização na comunidade

38 EMBASA em Revista - edição no 2 39RELAÇÃO COM OS USUÁRIOS

Page 21: Embasa em Revista - 2ª Edição

Emissão simultâneadá agilidade ao recebimento da conta

de reclamaçõesna ouvidoria em 2014

Para grande parte dos usuários atendidos pela Embasa, rece-ber a conta de água e esgoto é

um processo quase instantâneo. Ao mesmo tempo em que faz a leitu-ra, o leiturista emite a conta, usando um aparelho chamado Micro Co-letor Portátil (MCP), que utiliza tec-nologia de informática desenvolvida pela própria empresa. Fácil, simples e rápido. Além de evitar atrasos e extravios, o sistema facilita o acom-panhamento pelo cliente, que pode perceber qualquer inconsistência no momento da emissão da conta.

“Com esta tecnologia, o proces-so de leitura e entrega das contas se torna bem mais eficiente, transpa-rente, seguro e ágil, com benefícios para o usuário e redução de custos para a empresa”, assinala Thamyres Oliveira, gerente da Divisão de Con-trole do Faturamento e da Arreca-dação da Embasa. “Diante disso, as unidades regionais estão empenha-das em expandir este serviço para as demais localidades, o mais breve-mente possível”´.

O sistema de leitura e emissão simultâneas vem sendo expandido à medida em que as melhorias do cadastro da empresa avançam, al-cançando cada vez mais usuários. Em Salvador, a implantação foi ini-ciada em 1999. Gradativamente, o sistema passou a ser oferecido aos usuários de municípios como Cama-çari, Candeias, Dias D’Ávila, Lauro de Freitas, Madre de Deus, Mata de São João, São Francisco do Conde, São Sebastião do Passé, Simões Filho

e Itaparica, além das ilhas de Maré, de Bom Jesus dos Pas-sos e dos Frades, em Salvador. Recentemente, os moradores de Jequié, Feira de Santana, Brumado, Barreiras, Concei-ção do Coité, Iaçu e Teixeira de Freitas também passaram a receber suas contas no mes-mo instante em que é realiza-da a leitura do consumo.

O motorista de taxi Edvard Souza, morador do bairro Rua Nova, em Feira de Santana, co-nheceu o novo sistema no dia em que ele foi implantado no município e aprovou a novidade. “Eu acredito que vai ser bom. A gente já fica sabendo o consu-mo, tudo certinho. Água, luz, eu pago tudo em dia, às vezes, até dois, três dias antes do ven-cimento. A conta que eu recebi agora só vai vencer no dia 3 de novembro. Já dá para gente se planejar”, afirmou. No primeiro dia do serviço em Feira de San-tana, 7.363 contas foram entre-gues com o novo procedimento.

Em Barreiras, o sistema foi implantado inicialmente como ação piloto, nos povoados do Mucambo e Serra Talhada. Para o leiturista Itamar Francisco de Sousa, a novidade traz mui-tos benefícios. “Vai ser melhor. Antes tínhamos que ir até três vezes ao mês em cada imóvel, quando era necessária revisão da leitura. Com a máquina, ficou muito mais fácil”, elogia.

Itamar de Sousa(leiturista em Barreiras)

Redução

Importante canal de relacionamen-to entre o usuário e a empresa, a ouvidoria da Embasa constatou,

de janeiro a agosto deste ano, uma queda de 22% no número de regis-tros, em relação ao mesmo período do ano passado. De acordo com o ouvidor da Embasa, Cláudio Dantas, a diminuição reflete a melhoria dos serviços prestados pela empresa como um todo e, especialmente, a duplicação de adutoras de água bru-ta e de água tratada do sistema inte-grado de abastecimento de água de Salvador e região metropolitana. “A obra, que ampliou a oferta de água na capital, foi concluída no final do

ano passado e teve um investimen-to de R$ 75 milhões, contribuindo para a redução das reclamações de falta de água”, aponta. Como 58% das manifestações enviadas à ouvi-doria são provenientes de Salvador, a melhora do abastecimento na ca-pital causou a redução expressiva no total de demandas.

Das 5.476 solicitações recebidas pela Ouvidoria da Embasa em 2013, 95% foram resolvidas. Em 2014, até outubro, as 3.200 solicitações recebidas tiveram resolubilidade de 94%. A Ouvidoria atua de forma autônoma e transparente no controle qualitativo dos serviços prestados pela empresa,

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O taxista Edvard Souza aprovou a novidade

Canal aberto entre o cidadão e a empresa, setor atua de forma autônoma

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Page 22: Embasa em Revista - 2ª Edição

além de ser uma grande aliada na melhoria da gestão. Trata-se de um canal aberto entre o cidadão e empresa, mas diferencia-se por não ser um balcão de primeira instância. O cidadão deve recorrer, inicialmente, aos canais normais de atendimento da empresa, e só depois acionar a Ouvidoria, caso o seu pedido não tenha sido atendido satisfatoriamente.

Para agilizar o atendimento, a Embasa vem bus-cando descentralizar as atividades da Ouvidoria, dis-ponibilizando o sistema TAG para outros setores da empresa. “O sistema funciona na plataforma web des-de 2010. Com a descentralização, o contato realizado

por e-mail ou telefone entre Ouvidoria e as unidades da Embasa será realizado via sistema. Isso vai melhorar o fluxo da informação, e o cidadão receberá a resposta em um tempo menor”, informa Claudio Dantas. Nas unidades em que essa metodologia já foi aplicada, o tempo médio de resposta diminuiu de 17 para 9 dias.

O objetivo é preparar a Ouvidoria para um pos-sível crescimento da demanda, em decorrência do maior conhecimento da população da Lei de Acesso a Informação. O principal desafio para o futuro é ex-pandir as atividades do setor, mantendo o padrão de qualidade estabelecido. q

Medição individualizadapromove cobrança justa e estimula economia

Para novos empreendimentos imobiliários de Salvador, já é a norma: todos devem ser construídos com a estrutura necessária para

a instalação da medição individualizada de água, substituindo a divisão simples do consumo do con-domínio pelos moradores. Aprovada em 2009, a lei municipal 7.780 chama a atenção para os bene-fícios da individualização, não só para os usuários,

que passam a pagar um valor mais justo nas suas contas de água, mas para toda a sociedade, já que a medida promove a redução geral do consumo, contribuindo para a preservação dos recursos hídri-cos e do meio ambiente. De acordo com Leonardo Dias, da Supervisão de Faturamento e Arrecadação da Embasa, em média, a medição individualizada promove uma economia de água de cerca de 25%,

simplesmente porque os consumidores passam a usar a água de forma mais responsável.

Arlenice Figueiredo, síndica de um edifício no Caminho das Árvores, em Salvador, conta que a taxa de condomínio cairá de R$ 1.050 para R$630, graças à medição individualizada. “A gente está fe-liz, soltando fogos de artifício”, comemora. “É mais justo, pois temos famílias maiores e menores aqui, e o gasto é diferente. Além disso, o pessoal já está tomando mais cuidado com vazamentos em suas casas”. A síndica elogia a equipe da Embasa res-ponsável pelo atendimento e orientações para a individualização. “São muito atenciosos e pacien-tes. Não é em toda empresa pública que encon-tramos um pessoal assim”.

A Embasa é uma das empresas pioneiras em todo o país na adoção da medição individualizada. Engenheiro da empresa, José França acompanhou de perto o início desse processo. Ele relata que os primeiros interessados foram os moradores de um prédio no bairro de Cajazeiras, em Salvador, que procuraram a Embasa buscando a individualização. “A demanda partiu da sociedade, e a empresa se preparou para atender”, lembra.

De lá para cá, o interesse pela individualização só fez aumentar. Nos últimos anos, a evolução foi significativa, agregando grandes condomínios, já que é uma forma de cobrança e medida mais justa para os usuários, além de valorizar o imóvel. Para a Embasa, a medição individualizada proporciona um crescimento na base cadastral e um relacionamen-to diferenciado com o seu usuário.

Hoje, a Bahia já tem cerca de 40 mil ligações de água individualizadas operadas pela Embasa, em 2.500 edifícios, a maioria localizada em Salvador. Trata-se de um grande crescimento, pois, em de-zembro de 2006, havia apenas 36 empreendimen-tos com esse tipo de medição. No interior, muitos prédios também vêm adotando a medição indivi-dualizada nos últimos anos, especialmente nos mu-nicípios de Feira de Santana e Vitória da Conquista.

A individualização proporciona uma cobrança mais justa, pois a conta é emitida conforme o con-sumo registrado no medidor individual, somado ao rateio do consumo das áreas comuns. Sobre o consumo de água, é cobrado o percentual da cole-ta de esgoto. Dessa forma, inibe-se o desperdício, pois os moradores que usam água de forma racio-nal deixam de pagar pelos que desperdiçam.

O condomínio também pode ter uma queda no consumo de energia, já que a diminuição do consu-mo reduz a necessidade de bombeamento de água para o reservatório superior. Por fim, com a indivi-dualização, é mais fácil detectar vazamentos, já que há um acompanhamento mais próximo do volume de água consumida em cada unidade.

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Individualização promove uma economia de água de cerca de 25% em média

Taxa de condomínio reduziu mais de R$ 400 depois da medição individualizada

Arlenice Figueiredo (síndica do condomínio)

42 EMBASA em Revista - edição no 2 43RELAÇÃO COM OS USUÁRIOS

Page 23: Embasa em Revista - 2ª Edição

Trabalho em parceriaNo ambiente criado pelas novas políticas de saneamento,

Embasa trabalha ao lado dos municípios em busca da universalização dos serviços

O ano de 2007 pode ser consi-derado um divisor de águas na história do saneamento básico

no Brasil. No dia 5 de janeiro daque-le ano, foi promulgada a lei federal nº 11.445, que estabeleceu um novo marco regulatório para o setor. A Ba-hia não ficou para trás e, em 2008, criou a sua Lei Estadual do Sanea-mento Básico (lei nº 11.172). As mu-danças na legislação federal e esta-dual favoreceram o surgimento de um novo ambiente para os serviços públicos de saneamento, com uma definição mais clara das responsa-bilidades de cada ente. Além disso, houve maior preocupação com o planejamento e estímulo à parti-cipação da sociedade, por meio do controle social.

O processo de construção do novo marco regulatório se iniciou

em 2003, com a criação do Minis-tério das Cidades e da Secretaria Nacional de Saneamento Ambien-tal (SNSA). O primeiro dirigente da SNSA foi o atual presidente da Em-basa, Abelardo de Oliveira Filho, que acompanhou toda a mobilização para que o Brasil construísse uma legislação moderna e democrática para o saneamento, assegurando recursos para o setor.

“Antes disso, o país viveu anos de abandono, em que o saneamento não era prioridade. Com a Lei Nacio-nal de Saneamento, aprovada em 2006, por unanimidade, pelas duas casas do Congresso Nacional, após dois anos de debate com a sociedade e sancionada em 2007, ficou confi-gurada a virada de página na história dos serviços públicos de saneamen-to no Brasil”, lembra Abelardo.

Contrato de programa - Para delegar a prestação dos serviços públicos de abastecimento de água e esgotamento sanitário à Embasa, o município deve assinar um con-vênio de cooperação com o Estado da Bahia e depois um contrato de programa com a empresa. “Esses instrumentos facilitam a coope-ração federativa entre Estado e municípios, fortalecendo o papel das companhias estaduais, como a Embasa, no novo cenário do sa-neamento do país. Os contratos de concessão no modelo anterior estão sendo substituídos gradual-mente pelos contratos de progra-ma na nova modalidade. Tudo isso vem sendo feito por meio de ne-gociações com os municípios”, diz Bartira Mônaco Rondon, superin-tendente de Assuntos Regulatórios.

Desde 2011, quando foi criada a superintendência, a Embasa já vi-sitou 86 municípios para negociar, explicando as novas formas de con-tratação. Atualmente, 66 municípios possuem convênios de cooperação com o Estado. Seis deles já assina-ram contrato de programa com a Embasa: Barreiras, Brejolândia, Ca-nápolis, Santana, Serra Dourada e Tabocas do Brejo Velho.

Um dos principais requisitos para a assinatura do contrato de programa é que o município tenha um Plano Municipal de Saneamen-to Básico (PMSB), ao menos na parte relacionada aos serviços de abastecimento de água e de esgo-tamento sanitário. Não é necessário que o município tenha completado o plano na parte referente às outras duas vertentes do saneamento bá-sico: limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos; e drenagem e ma-nejo das águas pluviais urbanas.

O PMSB apresenta um diagnós-tico do saneamento básico, estabe-lece metas para a universalização e traça estratégias para atingi-las. A partir do dia 1º de janeiro de 2016, a existência do plano será um re-quisito obrigatório para que o mu-nicípio tenha acesso a recursos or-çamentários da União ou a recursos de financiamentos geridos ou ad-ministrados por órgão ou entidade da administração pública federal, quando destinados a serviços de saneamento básico.

“Estes documentos facilitam nosso planejamento nas áreas de projetos, obras e mobilização so-cial, promovendo a racionalidade na busca de recursos para a im-plementação da infraestrutura ne-cessária para a universalização dos serviços. Os planos são uma opor-tunidade para a sociedade construir sua política de saneamento, hierar-quizando as prioridades e planejan-do as ações de ampliação e melho-ria dos sistemas de abastecimento de água e esgotamento sanitário”, explica Abelardo.

A lei estadual estabelece que a Embasa pode subsidiar tecnicamen-

O Governo Federal prorrogou para

dezembro de 2015 o prazo para

a existência do Plano Municipal de Saneamento

Básico, que será condição

obrigatória para o acesso a

recursos da União destinados ao

saneamentote os municípios baianos na elabora-ção de seus PMSB´s ou de planos es-pecíficos de abastecimento de água e de esgotamento sanitário. Desta forma, a empresa já apoiou a reali-zação dos planos nos municípios de Salvador, Barreiras, Santana, Caná-polis, Tabocas do Brejo Velho, Serra Dourada, Brejolândia, Ruy Barbosa,

Macajuba, Baixa Grande, Palmeiras, Ibitiara e Novo Horizonte.

A elaboração dos planos foi exe-cutada mediante parceria entre os municípios, a Embasa e fundações universitárias. A empresa também apoia os municípios na formulação do PMSB, mediante participação em comitês municipais e com o forneci-mento de dados e informações so-bre os sistemas operados.

Muitos dos municípios que já fi-zeram o PMSB estão, atualmente, em negociação para assinar o con-trato de programa. É o caso de Ca-macan, no sul da Bahia. Em reunião realizada em de outubro, o gerente da Embasa em Itabuna, Cláudio Fon-tes, explicou aos representantes do poder municipal como funciona o contrato de programa, além de tra-çar um panorama da atuação da em-presa no estado.

Na cidade, a Embasa já executou a primeira etapa do sistema de esgo-tamento sanitário, com investimen-to de R$ 4 milhões. A obra ampliou a cobertura de esgotamento a 50% da sede. Para a realização da segunda etapa, que aumentará a cobertura a 90%, a prefeitura e a Embasa devem concluir as negociações, para que a concessionária possa atuar confor-me a Lei Nacional de Saneamento.

Eventos, como o Encontro de Prefeitos, são oportunidades para esclarecer dúvidas sobre o novo marco regulatório do setor de saneamento

Barreiras está entre os municípios que já assinaram contrato de programa com a Embasa

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44 EMBASA em Revista - edição no 2 45RELAÇÃO COM OS TITULARES

Page 24: Embasa em Revista - 2ª Edição

No cotidiano da prestação dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário, a Emba-sa interage constantemente com as prefeituras. O diálogo é funda-mental para que a atuação prática da empresa corresponda às neces-sidades do município e de sua po-pulação. Eventualmente, a Embasa promove reuniões com o objetivo de estreitar essa relação.

Em agosto e setembro de 2014, por exemplo, representantes da empresa participaram de encon-tros com gestores de Camaçari, Candeias, Mata de São João, São Francisco do Conde, São Sebastião do Passé, Simões Filho e Madre de Deus. O objetivo foi avaliar os ser-viços prestados, além de ouvir de perto as demandas dos represen-tantes locais, além de iniciar o pro-cesso de negociação para assinatura do convênio de cooperação.

Presente à reunião realizada em

Presença localA Embasa

investe no bom relacionamento,

mantendo uma estrutura

descentralizada, com 19 unidades

regionais e 258 escritórios locais

Candeias, em setembro, o gerente regional da Embasa no município, Frank Brito, gostou da oportunidade de diálogo. “Nossos usuários gos-tam muito quando nós vamos até eles, para saber se estão sendo bem atendidos. Procuramos dialogar e

encontrar soluções para os proble-mas”, destaca.

A Embasa também participa de eventos que promovam a aproxima-ção com os gestores municipais. Em 2012 e 2013, a empresa esteve pre-sente no Encontro de Prefeitos pro-movido pela União dos Municípios da Bahia (UPB). O objetivo principal foi explicar aos prefeitos como se adequar à nova Lei Nacional de Sa-neamento, esclarecendo dúvidas dos representantes do poder municipal.

Na edição de novembro de 2013, o presidente da Embasa conversou com gestores municipais. “Além de informar sobre o andamento de obras e ouvir os anseios dos gesto-res, participar desse encontro é uma oportunidade de estarmos mais próximos dos municípios, prestan-do esclarecimentos e formando um espaço de cooperação mútua, no qual a grande beneficiada é a popu-lação”, enfatiza Abelardo.

Também com o objetivo de ou-vir os titulares dos serviços de sa-neamento, a empresa realizou, en-tre novembro de 2013 e março de 2014, uma pesquisa pioneira com gestores municipais. Eles avaliaram os serviços e o atendimento pres-tado, em vários aspectos. Um dos pontos destacados foi o atendi-mento dos funcionários da Embasa que atuam nas unidades regionais e nos escritórios locais, que foram elogiados por sua disponibilidade, comportamento ético, qualificação profissional e boa vontade, entre outros aspectos.

O gerente do escritório local ou da unidade regional é o principal in-terlocutor com o município na reso-lução das questões cotidianas dos serviços de abastecimento de água

e esgotamento sanitário. A Embasa investe nesse bom relacionamento, mantendo uma estrutura descen-tralizada, com 19 unidades regionais e 258 escritórios locais, responsá-veis pela operação, manutenção, faturamento e cobrança dos servi-ços e interação direta com os usuá-rios, comunidade e titulares.

Um exemplo de bom relacio-namento com o poder municipal pode ser encontrado no município de Paramirim, onde o gerente do escritório local, Roberto Oliveira Alves Júnior, está sempre em diálo-go com os representantes munici-pais da região. “Os municípios são o poder concedente e precisamos manter uma parceria com eles. Com essa proximidade, podemos resolver eventuais problemas logo

no início, evitando que se agra-vem”, assinala Roberto.

O secretário de Infraestrutura de Paramirim, Gelásio Vieira Lou-zada, considera positiva a atitude do representante local da Emba-sa. “Aqui, nosso relacionamento é muito bom. O gerente está sempre dialogando conosco e conseguimos resolver muitas coisas”, elogia.

No município de Caturama, o secretário de infraestrutura Antô-nio Leão também elogia a postura do gerente Roberto Alves Junior. “Ele atende a gente a qualquer hora, sempre buscando trabalhar em benefício da população”, des-taca. “Essa parceria do município com a Embasa é fundamental. Ninguém anda sozinho, temos que apoiar um ao outro”.

Representantes da Embasa participaram de encontro com gestores da Região Metropolitana de Salvador

Em Paramirim, o diálogo entre a empresa e o poder público possibilita a resolução de questões cotidianas

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Roberto Oliveira Alves Junior (gerente do escritório local da

Embasa em Paramirim) Gelásio Vieira Louzada (secretário de infraestrutura de

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46 EMBASA em Revista - edição no 2 47RELAÇÃO COM OS TITULARES

Page 25: Embasa em Revista - 2ª Edição

O ambiente que começou a surgir a partir da Lei Nacional de Sanea-mento de 2007 é mais partici-

pativo, democrático e transparente. Conforme a legislação, as atividades de regulação e fiscalização devem ser exercidas por uma entidade indepen-dente, com autonomia administrativa, financeira e decisória.

Desde novembro de 2012, a Bahia conta com a Agência Reguladora de Saneamento Básico do Estado da Bahia (Agersa), autarquia sob regime especial, vinculada à Secretaria de Desenvolvi-mento Urbano (Sedur). Essa agência substituiu a Comissão de Regulação dos Serviços Públicos de Saneamento Básico do Estado da Bahia (Coresab), instituída em 2008, no momento de aprovação da Política Estadual de Sa-neamento Básico.

“A Agersa, com as suas atribuições legais de regular, fiscalizar e mediar as questões relacionadas ao saneamento básico, atualmente restritas aos siste-

Regulação e fiscalização compõem novo ambiente do saneamento na Bahia

mas de abastecimento de água e de esgotamento sanitário operados pela Embasa, tem participação efetiva no processo de qualificação destes servi-ços; seja pela regulamentação, definin-do como o serviço deve ser prestado ao consumidor; seja pela fiscalização, verificando se a Embasa cumpre efe-tivamente as regras estabelecidas, as-sim como pela mediação dos conflitos, principalmente entre os usuários e a prestadora, evitando, entre outros pro-blemas, o ingresso de ações judiciais, decorrentes de reclamações perfeita-mente equacionáveis por meio das ou-vidorias da Agersa e da Embasa” explica Zenando Nunes, ouvidor da agência.

Em 2012, a Agersa fiscalizou oito municípios com sistemas operados pela Embasa, número que subiu para 42 em 2013. Até setembro de 2014, foram fiscalizados 52 municípios, com previsão de mais 17 até o fim do ano. A partir dos dados verificados nas fiscali-zações, a Agersa produz relatórios com

pontos que precisam ser corrigidos ou melhorados. A Embasa analisa os pro-blemas apontados e elabora planos de ação para corrigi-los. “O diálogo e a negociação tem sido os pontos for-tes do relacionamento entre a Agersa e Embasa, na busca de soluções para os problemas levantados pelos usuá-rios”, diz Zenando.

Outra atribuição importante da entidade reguladora é a definição das tarifas de água e esgoto. Para isso, a agência precisa encontrar um equilíbrio entre a necessidade de manutenção e expansão dos serviços de saneamento, com vistas à universalização, e a capa-cidade de pagamento da população.

Em 2009, a Coresab coordenou consulta e audiência pública para apro-var uma revisão tarifária para a Embasa. Uma novidade foi a criação da tarifa residencial intermediária, voltada para usuários das classes C e D, que não eram contemplados pela tarifa social, voltada para pessoas de baixa renda.

Audiência pública realizada pela Agersa (antiga Coresab) para definição das tarifas de água e esgoto da Embasa

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48 EMBASA em Revista - edição no 2

Page 26: Embasa em Revista - 2ª Edição

Ações afirmativasEmpresa dá salto qualitativo nas questões socioambientais,

buscando práticas mais sustentáveis em sua cadeia produtiva

A prestação dos serviços de abastecimento de água e de esgotamento sanitário pela Embasa, assim como o esforço empreendido para universalizar o

atendimento em sua área de atuação dentro das dire-trizes do marco regulatório do saneamento, já produ-ziu e produz impactos sociais e ambientais relevantes que, desde janeiro de 2007, são considerados no pla-nejamento estratégico e na relação com os diversos públicos que se relacionam com a empresa. A ativi-dade da Embasa também está diretamente ligada à preservação ambiental, pois ela depende da disponi-bilidade de recursos hídricos no meio ambiente em quantidade suficiente e qualidade adequada para o abastecimento humano.

Em oito anos, a empresa conseguiu dar um salto qualitativo nas questões socioambientais, respondendo com ações afirmativas às demandas da sociedade e das comunidades atendidas e com ações estruturantes buscando práticas mais sus-tentáveis em sua cadeia produtiva.

Em 2010, foi publicado o primeiro Relatório

de Sustentabilidade com base nos indicadores do Global Reporting Initiative (GRI) relativo ao exercí-cio de 2009. A Embasa publicava, desde 1998, o balanço social, de acordo com o formato do Ins-tituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), mas, em 2009, decidiu ampliar o escopo da sua prestação de contas à sociedade, adotando indicadores de sustentabilidade para as dimensões financeira, social e ambiental.

O tema sustentabilidade foi tratado pela primei-ra vez na Embasa durante o planejamento situacio-nal realizado em 2008. “Na época, esse tema foi considerado estratégico pelo seu aspecto transver-sal. Adotamos os indicadores do GRI no relato do desempenho da Embasa, porque é a atual referên-cia das grandes empresas em todo o mundo que buscam melhorar seus resultados nas dimensões financeira, social e ambiental e tornar mais trans-parente e comprometida com seus públicos de re-lacionamento a sua prestação de contas”, explica o presidente da Embasa, Abelardo de Oliveira Filho.

Controle SocialO Projeto de Educação Ambiental e Mobilização

Social para o Saneamento (Peamms) foi uma ini-ciativa voltada para atender a umas das principais diretrizes do marco regulatório do saneamento básico: o controle social.

Entre 2009 e 2013, com recursos da Se-dur e próprios, a Embasa criou uma força tarefa para municiar de conteúdos e de boas práticas socioambientais comunidades de 26 municípios do interior (ver mapa) no sentido de fortalecer a participação da sociedade nas questões relativas ao saneamento básico. A seleção dos municípios teve como critério as carências e deficiências na prestação dos serviços de saneamento básico na área de atuação da Embasa.

Caracterizado por ações de capacitação modular, mediante o desenvolvimento de ofi-cinas, cursos, palestras e atividades lúdicas, o Peamms foi realizado em duas etapas, com 10.553 participantes diretos, em cerca de 350 oficinas, propiciando 8.466 certificações emitidas pela Universidade do Estado da Bahia (Uneb), instrumentalizan-do, nesse processo participativo de ensino-aprendizagem, as comunidades para uma participação efetiva na construção dos Planos de Saneamento Básico de seus municípios.

O investimento total foi de cerca de R$ 6,4 milhões, com recursos da Sedur e da Embasa, e formou 1.170 educadores po-pulares, deixando, em cada um dos 26 municípios, o Grupo de Acompanhamento do Projeto (Gapeamss), constituído por líde-res comunitários, representantes da sociedade civil e do poder público, entre outros, que, voluntariamente, se estabeleceram como um coletivo de educação popular, com o compromisso de replicar as informações e continuar com o desenvolvimento de ações socioeducativas, principalmente no que tange à elabora-ção participativa dos Planos Municipais de Saneamento Básico.

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Entrega de certificados do Peamms em Formosa do Rio Preto

Ação em Uauá

Em sua 5ª edição, o Relatório de Sustentabilidade presta contas à sociedade

Formosa do Rio PretoMulungu do Morro

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BarreirasPalmeiras

Rio de Contas

Morro do Chapéu

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Uauá

Cícero Dantas

Conceição do Coité

Jeremoabo

Coronel João Sá

Entre RiosFeira de Santana

Palmas de Monte Alto

Guanambi

SeabraLençóis

Muritiba

Rafael Jambeiro

Salvador

Jacobina

IramaiaGandu

Camamu

CoaraciVitória da Conquista

Encruzilhada

Eunápolis

Itanhém

Ibirapuã

PEAMSS/BA I

PEAMSS/BA II

MUNICÍPIOS BENEFICIADOS

Atividade da empresa está diretamente ligada à preservação ambiental, pois depende da disponibilidade de água para o abastecimento humano

50 EMBASA em Revista - edição no 2 51RESPONSABILIDADE SOCIO-AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE

Page 27: Embasa em Revista - 2ª Edição

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Uma consequência benéfica do projeto para a Embasa foi o conhe-cimento adquirido durante sua reali-zação, em termos de metodologias e práticas de educação ambiental, como oficinas de teatro, fotografia, produção cultural e de mídias (jor-nais, fanzines, sites, programas de rádio e blogs), oficinas de recicla-gem e reaproveitamento (produção de sabão a partir do óleo residual de cozinha, fossas biosséticas e círculo de bananeiras para reuso de águas cinzas e negras, entre outras).

Esse conhecimento, assim como o modo participativo de encaminha-mento das atividades, já está sendo aplicado em outros programas da empresa que envolvem educa-ção ambiental e mobilização so-cial, como o Embasa na Escola e os Projetos de Trabalho Técnico Social (PTTS) das obras financiadas com recursos federais.

Em 2012, a Embasa foi premia-da por três vezes com o case do Peamss/Ba: Prêmio Ser Humano Luiz Tarquínio da Associação Brasi-leira de Recursos Humanos (ABRH), seção Bahia; Prêmio Socioambien-tal Chico Mendes, do Programa de Certificação pelo Compromisso com a Gestão Socioambiental Res-ponsável Signatário do Pacto Global da Organização das Nações Unidas, Agenda 21, e Prêmio Destaque Na-cional em Desenvolvimento Sus-tentável e Responsabilidade Social do Instituto Ambiental Biosfera.

A gerente do Departamen-to de Responsabilidade Social, Terezinha Loiola, explica que o desafio enfrentado para a conti-nuidade do programa, é a procura por recursos externos. “Em agos-to de 2013, o Peamms foi inscrito na chamada pública do programa Banco do Brasil Patrocínios 2014 com uma proposta de amplia-ção para mais 52 municípios na área de atuação da Embasa e, em 2014, no Prêmio ANA para capta-ção de recursos numa proposta customizada para atender às es-pecificidades do edital”, conta.

Educação

A educação ambiental, nos últimos oito anos de gestão, nunca esteve dissociada da área operacional tampouco da área de expansão do aces-so aos serviços de água e esgoto. A disseminação de conhecimento sobre saneamento e seus efeitos benéficos para a saúde e o meio ambiente em escolas do ensino fundamental e em comunidades responde a demandas declaradas ou identificadas pelos profissionais da área social.

O projeto Embasa na Escola, reformatado em 2010, como estratégia de padronizar os inúmeros projetos de educação ambiental dirigidos à co-munidade escolar que eram desenvolvidos nas unidades administrativas da empresa, trabalha com os estudantes e integra sua família no processo.

Embasa na Escola

Estudantes são orientados em educação ambiental

Programas disseminam conhecimento sobre saneamento e seus efeitos para a saúde e o meio ambiente

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Nas ações para a ampliação do acesso aos serviços de abas-tecimento de água e de esgotamento sanitário com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o Projeto de Tra-balho Técnico Social (PTTS) é a condição para que o investimen-to feito conte com a participação efetiva e o controle social das comunidades que passarão a ser atendidas e dos representantes do poder público, visando à minimização dos impactos negativos, à maximização dos efeitos positivos, à adesão aos serviços e ao correto uso dos equipamentos públicos disponibilizados. O PTTS compreende três fases: pré-obra, obra e pós-obra, bem como atende aos normativos e portarias do Ministério das Cidades e dos órgãos financiadores.

Entre as atividades do PTTS, figuram o diagnóstico socioam-biental local, a mobilização para intervenção física, articulação de parcerias, audiências e consultas públicas, validação do diag-nóstico/plano de trabalho, assembleia para formação da comis-são de acompanhamento da obra (CAO), monitoramento das reuniões da CAO, encontros com as comunidades, mobilização para adesão individual ao sistema implantado, curso para for-mação de educadores ambientais, palestras educativas e ofici-nas socioambientais.

Vera Lúcia Brandão Borges, conhecida por Vera Lúcia da Co-munidade, moradora do loteamento Daniel Gomes, formado por terrenos doados pela antiga Urbis (Habitação e Urbanização da Ba-hia S.A), é uma liderança comunitária que participa da comissão de acompanhamento da obra da bacia de esgotamento sanitário que está sendo construída na região de Cambunas, no subúrbio rodo-viário de Salvador.

“Quando a obra chegou aqui na comunidade, eu procurei a construtora responsável e pedi que conversassem com as pes-soas que moram aqui. A gente precisava saber o que ia acontecer. Felizmente, um tempo depois, as assistentes sociais chegaram

A participação das comunidades

afetadas pela construção de

infraestrutura de saneamento é imprescindível

para o sucesso do empreendimento

Líder comunitária, Vera Lúcia participa da comissão que acompanha o andamento de obra da Embasa

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aqui, reunimos os moradores e foi apresentado o que seria a obra e em quais áreas ela ia chegar. A comissão de acompanhamento foi criada e so-mos ouvidos e recebemos esclareci-mentos para nossas dúvidas, a cada mês, quando nos reunimos com o pessoal da construtora e da Embasa”, conta dona Vera.

Para a gerente da Unidade So-cioambiental da região metropolitana, Tamara Gottschalk, a participação das comunidades afetadas pela constru-ção de infraestrutura de saneamento pela Embasa com os recursos do PAC é imprescindível para o sucesso do empreendimento, pois obras de sa-neamento geram transtornos e, mui-tas vezes, precisam promover adapta-ções às necessidades da comunidade.

“Dona Vera Lúcia é um exemplo de atuação que promove o entendi-mento entre os que realizam a obra e os moradores da área que será be-neficiada, porque ela acompanha, cobra e questiona a atuação da Em-basa e, também, cobra a participa-ção e a colaboração dos moradores. Ela consegue fazer isso, porque con-quistou a confiança de todos onde ela mora”, diz Tamara.

A divulgação e todo processo co-municativo das atividades do PTTS são efetivados com o suporte de meios de divulgação, como faixas, carro de som, spots em rádio, cartilhas, jornais locais, entrevistas em rádio, convites individuais, mobilização porta a porta e contato com lideranças locais.

54 EMBASA em Revista - edição no 2

Page 29: Embasa em Revista - 2ª Edição

Pela preservação da águaEm parceria com a sociedade, projeto recupera matas ciliares

para preservar mananciais

A disponibilidade de mananciais com água bruta de qualidade, em quantidade suficiente e próxima

da área de abastecimento é a condi-ção mais racional e sustentável para distribuir água tratada e canalizada nos municípios. Diante dos impactos representados pelo crescimento das cidades, pelo desmatamento para o estabelecimento de pastos, culturas agrícolas, ou mesmo moradias, a Em-basa tem enfrentado as consequên-cias da degradação ambiental de al-guns mananciais que ela utiliza. Entre elas, a extinção de nascentes, asso-reamento das margens, diminuição da vazão do rio e poluição das águas.

Diante dessa realidade, a Embasa ao longo desses oito anos, trabalhou para consolidar alguns projetos vi-sando à recuperação de matas cilia-

res e à preservação dos mananciais que utiliza.

O rio da Prata, em Seabra, as-sim chamado por causa da cor de suas águas, nas áreas mais pre-servadas, vem sofrendo há anos com a degradação causada por di-versas atividades econômicas em sua área de influência. Sua Área de Preservação Permanente (APP) não foi poupada, pois grande parte da mata ciliar foi devastada e, com isso, o leito do rio sofreu um ace-lerado processo de assoreamento.

Em novembro de 2011, após acordo com o Ministério Público Estadual (MPE), Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Ine-ma) e lideranças locais, foi iniciado o processo de preparação de 7 hecta-res para o plantio de mudas nativas,

visando à recuperação de alguns tre-chos de mata ciliar do rio da Prata no entorno de três nascentes e próximo à captação de água bruta.

O investimento, de R$ 95,6 mil, foi concluído em setembro de 2013 e resultou num nível de sobrevivên-cia das mudas da ordem de 70% das que foram plantadas, indicando o sucesso da ação. Os profissionais da área socioambiental da Embasa con-taram com a participação da comuni-dade do entorno da área recuperada e fazem regularmente o acompa-nhamento do desenvolvimento das árvores plantadas.

O rio Jacuípe, que atravessa o mu-nicípio de Morro do Chapéu, é inter-mitente e, com isso, a agricultura da região vem sendo desenvolvida sem planejamento. A mata ciliar de sua

APP também foi suprimida para dar lugar a culturas agrícolas.

Em outubro de 2011, alinhada com o MPE, órgãos ambientais, asso-ciações comunitárias da região, a Em-basa iniciou a recuperação de trecho contínuo de 8 hectares na APP do rio, onde havia algumas plantações no assentamento Acafam. Do total de mudas plantadas, o índice de sobre-vivência foi de 60%.

Na APP do rio Acaraí, em Cama-mu, foram recuperados 2,3 hectares de matas ciliares degradadas, entre 2012 e 2014. O valor investido foi R$ 56.743,67 para o plantio de 2.800 mudas de árvores e 24 atividades de educação ambiental com a co-munidade do entorno. No mesmo período, no rio do Ouro, a empresa recuperou 4,5 hectares de área de mata ciliar, plantando 5.000 mudas e realizando sete mobilizações com a população local.

Em Caetité, uma parceria com a empresa Renova Energia, garantiu R$ 167.964 para reabilitar 7,8 hectares da APP dos rios Santarém, Passa-gem das Pedras e Moita dos Porcos, mananciais de abastecimento huma-no que apresentam graves sinais de degradação. Foram plantadas 4.180 mudas e realizadas 27 ações de edu-cação ambiental.

A assistente social Paula Cecí-lia Alves Moreira, coordenadora do projeto e executora das ações de sensibilização e educação ambiental, conta que do total de mudas planta-do, 80% sobreviveu e que, em dois anos de realização do projeto, pode observar que encontrou um terreno fértil para disseminar conhecimentos sobre preservação ambiental e dos recursos hídricos. “Acredito que a es-cassez de recursos hídricos, devido à estiagem, serviu para que as pessoas entendessem a importância da vege-tação ciliar e do uso racional da água”, declara Paula.

Os projetos no rio Ribeira Grande, em Itacaré, e no rio Ga-meleira, em Cravolândia, foram iniciados em 2012, mas ainda não foram concluídos.

Rios da Dona, Acaraí, do Ouro (foto), da Prata e Jacuípe foram alguns mananciais beneficiados pelo projeto Matas Ciliares

Participação da comunidade é fundamental para o sucesso da iniciativa

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56 EMBASA em Revista - edição no 2 57RESPONSABILIDADE SOCIO-AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE

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A empresa também promoveu ações de educação ambiental e a con-tratação de pessoal nas comunidades que habitam em áreas próximas à barra-gem e, com isso, conseguiu a colabora-ção das famílias que habitam na área de

de junho de 2009 a outubro de 2014, foi de R$ 1,7 milhão. Toda a faixa com largura de 30 metros, no entorno do reservatório (96 hectares), recebeu o plantio de 107.600 mudas de árvores nativas da região.

Em 2007, graças à vigilância, à arti-culação e à aplicação de instrumentos coercitivos legais pelo Ministério Público Estadual (MPE), por meio do promotor Julimar Barreto Ferreira, foi iniciado um processo de entendimento entre a Em-basa e os 93 proprietários de terras no entorno da barragem do Rio da Dona.

Em 2009, as partes assinaram um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) para recuperar as matas ciliares deste im-portante manancial de abastecimento humano que atende aproximadamente 114 mil usuários nos municípios de Santo Antônio de Jesus, Varzedo e Dom Mace-do Costa e, brevemente, passará a aten-der o município de Laje.

A reabilitação das matas ciliares da barragem do rio da Dona, manancial que abastece o município de Santo Antônio de Jesus, foi então iniciada. O custo total para a execução do projeto,

Barragem do rio da DonaMPE, Embasa e proprietários de terra se

entendem em favor da mata ciliar

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Joilson de Souza, comerciante

Promotor Julimar Ferreira

O agricultor José Barreto apoiou a iniciativa

influência da barragem, assim como a de várias lideranças comunitárias locais.

Joilson Souza dos Santos, comer-ciante de Santo Antônio de Jesus e dono de 40 hectares no entorno da barra-gem, onde cria gado, disse que, logo no início, quando soube que o MPE e a Embasa iriam utilizar parte das terras às margens do lago para reflorestamento, não viu com bons olhos. “Só depois que Álvaro (agrônomo a serviço da Embasa) e Julimar (promotor de justiça) explica-ram as vantagens para o abastecimento de água e mostraram uma experiência bem sucedida em Porto Seguro reali-zada pela Embasa, eu apoiei a iniciativa”, conta Joilson.

A fazenda do empresário recebeu o plantio de mudas na primeira fase do projeto, em 2009. No local, já é possível ver que as mudas viraram árvores e es-tão cumprindo seu papel de minimizar a entrada dos fertilizantes utilizados nas plantações diluídos pela chuva e de au-mentar a biodiversidade de pássaros e animais selvagens, que são semeadores naturais de vegetação.

“Tenho essa terra há 10 anos e vi, com o passar do tempo, a transforma-ção que ela sofreu. Antes tinha mais água e, hoje, existem muitas plantas aquáticas e partes da barragem que não consegue mais ver água. Isso é triste. Apoio no que eu puder para conservar aquela barragem”, desabafa.

Joilson é um proprietário que viu

no exemplo promovido pelo MPE e a Embasa uma forma de unir a susten-tabilidade ambiental com os negócios. “Tenho um projeto de lançar a venda de lotes para o condomínio Chácara Impe-rial, um empreendimento que prevê o reflorestamento de 35.374 metros qua-drados de área”, explica.

O agricultor e pecuarista, José Bar-reto de Farias, lembra que, desde o primeiro contato da Embasa para plan-tar árvores em parte de sua terra, não contestou. “Nasci nessa região e traba-lho aqui há 56 anos. Sou de paz, nunca gostei de briga. Você conhece aquele ditado? Não existe rio sem volta, nem cerca sem curva. Para que brigar? Para tudo tem um jeito de todo mundo sair

ganhando”, conclui. Parte da terra de José recebeu o

plantio de mudas na terceira fase do projeto, em 2013. Quando perguntado o que ele sente quando vê a terra do vi-zinho, do outro lado da barragem, com a mata já formada, ele responde: “É bom. A gente se diverte com os pássaros”.

A barragem do rio da Dona é um grande lago formado por três braços de rio provenientes de bacias distin-tas. São elas as bacias do rio Preto, do rio das Pedras e do rio da Dona. O lago está situado na área de inter-ferência do comitê de bacia hidro-gráfica do Recôncavo Sul e não está inserida em unidade de conservação ambiental do estado.

Vista da mata ciliar sendo recuperada na fazenda de José Barreto

58 EMBASA em Revista - edição no 2 59RESPONSABILIDADE SOCIO-AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE

Page 31: Embasa em Revista - 2ª Edição

Qualidade atestada por padrões internacionais

Na Embasa, controle de qualidade é coisa séria e segue normas e padrões rigorosos, definidos pelo Ministério da Saúde. Para

garantir que os baianos recebam água tratada de qualidade, a empresa mantém uma rede de laboratórios que analisam diariamente a qua-lidade da água distribuída à população. Com o mesmo cuidado, o esgoto coletado pela em-presa também passa por testes que, atendendo à legislação vigente, asseguram sua devolução adequada e sem prejuízo ao meio ambiente e à saúde das pessoas.

Todos os dias, o técnico Adriel Ribeiro percor-re um roteiro previamente definido para coletar amostras de água tratada, de rios, praias e tam-bém de esgoto. No dia 3 de outubro de 2014, uma sexta-feira, ele esteve no bairro do Cabula cole-tando água tratada em pontos localizados nas ruas Nossa Senhora do Resgate e Silveira Martins, indo em seguida à Travessa Joanita, quase na BR-324, nas proximidades do Arraial do Retiro. As amos-tras recolhidas nos dez pontos deste percurso se-guiram para o Laboratório Central, que monitora a qualidade da água em toda a rede.

O esgoto coletado

pela empresa também passa por testes que

asseguram sua disposição adequada no

meio ambiente

A equipe de Adriel é responsável por coletar ma-terial em toda a Região Metropolitana de Salvador. Nesta área, a Embasa possui quase 700 pontos de coleta de água tratada, espalhados pelos cerca de 10 mil quilômetros de rede distribuidora. “Saímos às sete e meia da manhã e recolhemos amostras em pontos localizados na rua, nos reservatórios da Em-basa, em postos de saúde, condomínios e até mes-mo em igrejas”, relata o técnico.

A Embasa fornece dois serviços de saneamento básico: abastecimento de água e esgotamento sanitá-rio. Por isso, é duplamente responsável pelo controle de qualidade, desde a captação da água no manancial até a destinação adequada dos efluentes na natureza.

No caso do tratamento de água, o que a popu-lação desconhece é que esse processo é complexo, meticuloso e envolve tecnologia de ponta e profis-sionais de diferentes áreas de formação. Até chegar aos imóveis, a água passa por um longo processo de transformação. O tra-balho da Embasa come-ça nos mananciais, onde a água bruta é captada. Rios, barragens e poços são monitorados quan-to à qualidade de suas águas e aos impactos gerados pela ação hu-mana, para que tenham condições de fornecer água limpa e em quan-tidade suficiente para abastecer a população.

A água passa regu-larmente por controle de qualidade em seus labora-tórios e os resultados comprovam o atendimento dos parâmetros de potabilidade conforme estabelece a Portaria nº 2914/2011, do Ministério da Saúde, que indica os valores máximos permitidos (VMP) para cor aparente, turbidez, cloro residual, parâmetros bacte-riológicos, metais pesados, pesticidas, agrotóxicos, entre outros. Os laboratórios de análise físico-quími-ca, localizados nas estações de tratamento de água (ETAs), fazem todo o controle da qualidade da água fornecida à população.

A água já analisada e dentro dos parâmetros exi-gidos segue até a rede distribuidora e, finalmente, até os imóveis atendidos pela Embasa. Assim como a equipe do técnico Adriel, todos os dias, técnicos da empresa coletam amostras para verificar a qualidade do produto que chega até o consumidor. São mais de 16 mil pontos de coleta de amostras de água em todo o estado, compondo uma rede de monitoramento para que os 364 municípios operados pela Embasa com abastecimento recebam um produto com ga-rantia de qualidade.

Empresa mantém, em sua área de atuação, mais de 16 mil pontos de coleta de amostras de água distribuídos pelo estado

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Até chegar aos imóveis, a água passa por um longo processo de transformação que é monitorado desde a captação até o hidrômetro

Técnico Adriel coleta água tratada na rede distribuidora para monitorar a sua qualidade

60 EMBASA em Revista - edição no 2 61CONTROLE DE QUALIDADE

Page 32: Embasa em Revista - 2ª Edição

bem-estarEm tempos de consumidores cada vez mais

exigentes e informados, a Embasa ao investir continuadamente na modernização dos equi-pamentos e na especialização do seu corpo técnico, reforça a prioridade conferida à qua-lidade dos seus serviços. A pedagoga Cleyse Bianchi, moradora do Imbuí, em Salvador, está sempre atenta à água que sai das torneiras do seu apartamento. “Tenho dois filhos pequenos e o cuidado com a saúde deles é redobrado. Certamente a qualidade da água que recebe-mos da Embasa contribui para o bem-estar de-les e de toda a família”.

Até 2011, o Laboratório Central da Embasa em Salvador era responsável por analisar boa parte das amostras que vinham de todo o es-tado. Com a implantação da técnica do subs-trato cromogênico, em 2012, as análises da água passaram a ser realizadas nos laboratórios instalados nas estações de tratamento de água (ETAs). Neste método, por meio do qual as aná-lises acontecem mais rapidamente, o substra-to enzimático (meio de cultura) é utilizado na investigação bacteriológica, para detecção de coliformes totais e Escherichia coli (E.coli).

“O foco do controle de qualidade é dar um nível de confiança para o cliente”, afirma Luciano Maia, gerente do laboratório de físico-química, um dos sete laboratórios que compõem o Labo-ratório Central, localizado em Salvador, o maior e mais especializado da Embasa. Segundo ele, “a atualização das metodologias proporciona resultados mais rápidos em todos os controles exigidos pela legislação”.

Nos últimos quatro anos, a empresa investiu cerca de R$ 3 milhões na com-pra de um espectrômetro (equipamento que aumenta a produtividade na análise de metais pesados, como o chumbo) e dois cromatógrafos (aparelhos que de-tectam a presença de pesticidas e agro-tóxicos). Um destes cromatógrafos, de última geração, foi comprado em 2014 e custou R$ 1,3 milhão. “Este aparelho faz análises mais sofisticadas, semelhantes àquelas realizadas pelas polícias técni-cas, mas em meio diferente e para de-tecção de outras substâncias”, revela Júlio César Sousa, gerente do departamento de controle de qualidade.

O ambiente legal estabelecido pela lei 11.445/2007, que estabelece a Política Nacional de Saneamento Básico, e que se desdobrou na intensificação da atuação dos órgãos fiscalizadores e reguladores como a Agência Reguladora de Sanea-mento Básico do Estado da Bahia (Ager-sa), a Diretoria de Vigilância Sanitária e

Ambiental (Divisa), as vigilâncias sanitá-rias municipais e o Ministério Público, exi-giu do departamento o estabelecimento de uma nova Política de Controle da Qua-lidade (PCQ) em seu sistema de gestão.

A PCQ tem como diretriz principal o pleno atendimento das exigências le-gais expressas na Portaria nº 2914/2011 e nas licenças de operação dos sistemas de abastecimento de água e de esgo-to, através de uma rede de laborató-rios metrologicamente qualificada, que ofereça atendimento compatível com a extensão do estado. “O objetivo é ofe-recer aos clientes internos e externos informações da qualidade adequada-mente preservadas, em tempo hábil e aderentes à realidade, para que as áreas de produção balizem corretamente suas decisões, visando assegurar a manuten-ção da potabilidade da água distribuída, bem como a segurança ambiental de nossos sistemas de esgotamento sani-tário”, declara o gerente.

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Novo espectrômetro aumenta a produtividade na análise de metais pesados

Cleyse Bianchi(pedagoga)

62 EMBASA em Revista - edição no 2 63CONTROLE DE QUALIDADE

Page 33: Embasa em Revista - 2ª Edição

O Departamento de Controle de Qualidade, representa-do pelo Laboratório Central, é o centro de controle de qualidade da Embasa. É dele que parte o direcionamen-

to para todas as atividades realizadas pelos laboratórios da empresa nas cidades do estado onde a empresa atua com abastecimento de água e esgotamento sanitário.

Reunindo excelência tecnológica, pessoal especializa-do e modernidade gerencial, disponibiliza a seus clientes internos e externos uma grande variedade de serviços e pauta suas atividades em duas referências básicas: resolu-ções do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) nº 357/2005; 396/2008, 430/2011 e 397/2008, do Minis-tério do Meio Ambiente, e portaria nº 2914/2011, do Minis-tério da Saúde. Dentre as análises previstas nesta portaria, executa cerca de 170 mil análises por ano.

O Laboratório Central realiza análises em água bruta e tratada, desde o manancial até o hidrômetro; monito-ra os sistemas de tratamento e esgotamento sanitário e analisa produtos químicos aplicados no tratamento

Laboratórios regionais - O Laboratório Central fornece apoio técnico aos laboratórios existentes em cada uma das unidades regionais da empresa, loca-lizadas em diferentes cidades das regiões norte e sul do estado. São eles que fazem, por exemplo, todas as análises bacteriológicas das regiões a que atendem, não sendo mais necessário que as amostras sejam en-caminhadas à capital.

Estes centros estão localiza-dos nos municípios de Feira de Santana, Alagoinhas, Itaberaba, Barreiras, Irecê, Paulo Afonso, Se-nhor do Bonfim, Santo Antônio de Jesus, Caetité, Itabuna, Jequié, Vitória da Conquista e Itamaraju. Os laboratórios de Itamaraju e Senhor do Bonfim também são certificados pela norma ISO 9001 e complementam o trabalho do Departamento de Controle de Qualidade.

Tendo em vista a adequação às mudanças na le-gislação que rege os parâmetros da qualidade da água, com a publicação da portaria nº 2914/2011, a Embasa descentralizou a programação das análises, delegando

aos laboratórios regionais e estações de tratamento algumas atividades que antes aconteciam somente na capital. Um exemplo dessa adaptação é a implantação da técnica do substrato cromogênico que, além de per-mitir que a água tratada seja analisada ainda na estação, diminui os custos com a logística de coleta e análise.

Em Barreiras, todos os 17 sistemas vinculados à unidade regional utilizam a técnica do substrato cromogênico. Segundo a química Franceli Souza, coordena-dora do laboratório regional e uma das instrutoras da nova técnica, na época da implantação, antes era ne-cessário percorrer uma média de 13 mil quilômetros por mês para que as análises fossem realizadas no labo-ratório regional.

“Com esta metodologia, os pró-prios operadores passaram a realizar as coletas e aná-lises semanais e o resultado fica pronto em 24 horas, quando antes precisávamos aguardar 96 horas. Ganha-mos agilidade na tomada de decisões para aperfeiçoar o tratamento e também na correção de vazamentos na rede de distribuição”, esclarece a coordenadora.

Laboratório Central da Embasa: excelência tecnológica

da água, além de contribuir para o desenvolvimento da sociedade, prestando serviços à comunidade, alinhados ao Planejamento Estra-tégico da Embasa 2012-2015.

Além disso, em Salvador e RMS, presta serviço de coleta de amos-tras da rede de distribuição em 75 instituições de população vulne-rável, entre eles, hospitais, postos de saúde, clínicas de hemodiálise, abrigos de idosos e creches.

Certificado desde o ano 2000 na norma ISO 9001, relacionada à gestão da qualidade, o Laborató-rio Central da Embasa iniciou, em 2014, o processo para acreditação da norma ISO 17025, que trata da gestão da qualidade para laborató-rios. A aplicação da certificação da norma ISO 9001 é definida como “Serviços Laboratoriais referentes ao Controle da Qualidade de Água bruta e Tratada e de Esgotos”.

Para a gerente da Divisão de Desenvolvimento Organizacional da Embasa, Lúcia Bugarin, a certi-ficação do Laboratório Central da Embasa na ISO 9001, desde o ano 2000, evidencia o compromisso da alta direção e o empenho da equipe do Departamento de Qua-lidade na continuidade do moni-toramento para garantia da água distribuída em conformidade com os parâmetros legais. “Para tanto, a empresa mantém instrumentos necessários para assegurar que os requisitos e atividades especifica-das sejam acompanhados e verifi-cados de maneira planejada. Além disso, a adequação aos requisitos da norma ISO 17025 caracteriza--se como uma ação de melhoria contínua do processo de certifica-ção”, avalia.

Os laboratórios de Itamaraju e Senhor do Bonfim também são certificados pela

Norma ISO 9001

Fachada do Laboratório Central. Em 2014, iniciou processo para acreditação da norma ISO 17025

Laboratório realiza análises de água bruta e tratada

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Foto: Mara Barros

64 EMBASA em Revista - edição no 2 65CONTROLE DE QUALIDADE

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Operação sustentável

Investimento contínuo em melhoria de processos otimiza recursos ambientais e financeiros

Reforço no controle - Contro-lar o volume de perdas de água, ao longo de quilômetros e mais quilômetros em redes de abas-tecimento, é um dos grandes desafios impostos a companhias de saneamento em todo o país. Considera-se como perda a di-ferença entre o volume total de água produzido e o volume que é efetivamente utilizado. As prin-cipais formas de perdas em um sistema de abastecimento são: vazamentos; fraudes (gatos, liga-ções clandestinas e adulteração de hidrômetros, por exemplo); e erros de medição (macromedido-res e hidrômetros ineficientes).

A Embasa vem ampliando o combate às perdas por meio de ações de micromedição (medição no nível do hidrômetro), macro-medição (medições efetuadas no sistema de abastecimento, desde a captação da água bruta até a rede distribuidora) e pitometria (técnica empregada para reconhecer e ajus-tar velocidade, vazão e pressão da água em uma rede distribuidora).

Entre recursos próprios e oriun-dos de agentes financiadores, como Banco Nacional de Desen-volvimento Econômico e Social (BNDES) e Caixa Econômica Fe-deral, a empresa investiu, desde 2007, mais de R$ 90,7 milhões na aquisição e instalação de hidrô-metros, macromedidores e equi-pamentos de pitometria. Ao todo, mais de 2,7 milhões de hidrôme-tros foram instalados em todas as unidades regionais da Embasa, na capital e interior do estado.

Um dos indicadores fundamen-tais no acompanhamento das per-das de água é o índice de hidrome-tração, que mostra o percentual de medidores instalados em ligações cadastradas e ativas. “Além de ga-rantir maior precisão na contagem dos volumes consumidos, os hidrô-metros estimulam o uso racional da água por parte do usuário, que pas-sa a controlar mais efetivamente o seu consumo, evitando desperdí-

cios e desonerando a conta de água”, explica Rodolfo Aragão, gerente do departamento de desenvolvimento operacional da Embasa.

Nesse contexto, a idade média do parque de hidrômetros passou de 6,3 anos, em 2008, para 5 anos em 2012. A meta é manter esta média e ter hidrômetros com volume regis-trado acumulado inferior a 2.000 metros cúbicos (m³). Para hidrôme-tros com vazão máxima igual ou su-perior a 5 m³ – utilizados em ligações de grandes consumidores, como in-dústria e comércio, por exemplo –, a vida útil deve ser inferior a 4 anos. “Esses parâmetros reforçam a qua-lidade e o bom funcionamento do equipamento, trazendo mais segu-rança e eficácia para usuário e em-presa”, ressalta Aragão.

Tendo na sustentabili-dade a linha mestra que norteia o desenvolvimen-

to de suas ações, a Embasa vem investindo na concepção e aplicação de melhorias ope-racionais pautadas na utilização racional dos recursos naturais e insumos e na otimização dos seus principais processos. Ou seja, fazer mais e melhor com me-nos, combatendo desperdícios e qualificando os investimentos.

“A incorporação dos princípios da sustentabilidade à nossa mis-são, visão, valores e estratégias, bem como aos processos corporativos, tem sido fundamental para a uni-versalização de nossos serviços com maior celeridade e mantendo a qualida-de na prestação dos mesmos, garantin-do o equilíbrio-econômico financeiro da empresa na medida em que avançamos”, define o diretor Técnico e de Sustentabili-dade da empresa, César Ramos.

Na área operacional de empresas de sa-neamento, o desenvolvimento de melhorias processuais tem focado prioritariamente as áreas de redução e controle de perdas de água e eficientização energética de sistemas. “Es-tes são setores chave para uma expansão sus-tentável de nossa empresa. Como resultado da utilização de metodologias e tecnologias empre-gadas nessas áreas, temos sistemas e processos mais eficientes e eficazes, resultando em benefí-cios não apenas no âmbito interno, mas com re-flexos no meio ambiente e na sociedade como um todo”, destaca.

Em dezembro de 2007, o índice mensal de hidro-metração na Embasa era de 85,2%. Já em agosto de 2014, esse indicador evoluiu para a marca dos 96,9%, superando a meta referencial estabele-cida pelo Acordo de Melhoria de Desempenho (AMD), fir-mado com o Ministério das Cidades, que estabelece me-tas de desempenho visando o aumento da eficiência na prestação dos serviços da companhia. No quesito ma-cromedição do volume pro-duzido, a empresa também superou, antecipadamente, a meta de 95% estabele-cida pelo AMD. De acordo com as estimativas iniciais, o percentual seria alcançado em 2012, mas, já em 2010, a empresa havia batido a refe-rência. Hoje, a meta já atingi-da é de 97%.

Metas superadas

Índice de hidrometração atingiu a marca dos 96,9% em 2014

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Controlar o volume de perdas de água é um dos grandes desafios das empresas de saneamento do país

Com investimentos de R$ 90,7

milhões desde 2007, a Embasa

vem ampliando o combate às perdas por meio de ações de micromedição, macromedição e

pitometria

66 EMBASA em Revista - edição no 2 67MELHORIAS OPERACIONAIS

Page 35: Embasa em Revista - 2ª Edição

Controle é reforçado na capital

Com o objetivo de intensificar o enfrentamento do problema, a Embasa vem reforçando o com-bate às causas diretas das perdas em Salvador e

Região Metropolitana (RMS), a partir de ações como instalação e substituição de hidrômetros, identifi-cação de fraudes, recuperação de ligações inativas, reforço nas ações de cadastro e realização de novas ligações. Desde 2013, o volume faturado recupera-do foi de 11,5 milhões de metros cúbicos, gerando um incremento de faturamento de R$ 62 milhões, valor correspondente a cerca de 3% do faturamento total em Salvador e RMS.

Segundo Carlos Ramirez, diretor de Ope-ração e Expansão da Embasa para Salvador

e RMS, o volume de água distribuído na área vem se mantendo estável nos últimos anos e este é um indicativo da efetividade de ações de combate a perdas em desenvolvimento ao longo da última década pela empresa. “Apesar do expressivo crescimento populacional que Salvador vem registrando, o volume de água produzido não sofreu alterações significativas. Ainda assim, sentimos a necessidade constante de aprimorar e intensificar este tipo de ação, já que a redução de perdas do sistema se traduz também na busca pelo desenvolvimento sus-tentável, conceito inerente à própria identidade organizacional da Embasa”, ressalta.

Equipe substitui hidrômetro em residência na rua B, Loteamento Condor, em Águas Claras. Somente na zona de faturamento que in-clui este bairro da capital baiana, a Embasa já substituiu cerca de três mil hidrômetros desde 2013.

Combate às fraudes - Desde o início de 2013, com a intensi-ficação das ações de controle de perdas, mais de 80 mil hidrô-metros já foram substituídos e cerca de 5.200 instalados. Equi-pes também identificaram cerca de 3.200 fraudes, além de recu-perar outras 25 mil ligações ina-tivas. “Uma ligação inativa por muito tempo pode indicar que este imóvel passou a ser abas-tecido por uma ligação irregular. Na prática, o grande número de clandestinos acaba desviando a água que deveria estar abas-tecendo as ligações regulares”, afirma Ramirez.

O foco das ações está no combate às perdas comerciais, decorrentes de alterações de medição ou imprecisões em hi-drômetros, fraudes e falhas no cadastro comercial. “Neste tipo de perda, a água é consumida, mas não é contabilizada no fa-turamento da empresa”, explica José Roberto Pinto, gerente do departamento de gestão co-mercial para Salvador e RMS. Ao identificar uma matrícula ina-tiva com imóvel habitado, por um período prolongado, o setor comercial da Embasa emite um sinal de alerta à equipe opera-cional, que vai a campo realizar a averiguação.

Segundo José Roberto, outra situação comum é o sistema co-mercial da empresa identificar um imóvel cujo valor da conta começa a se apresentar bem abaixo do seu valor histórico de consumo. “É um indicativo de que algo pode estar errado. Diante de uma situação deste tipo, uma equipe de campo é enviada para constatar o abas-tecimento indevido, identifica e retira a irregularidade, além de notificar o usuário. A partir da ação, a evolução dessa matrí-cula será analisada mês a mês, durante o período mínimo de um ano, para que não haja rein-cidência de fraude”, acrescenta.

Bairro de Águas Claras, em Salvador

Identificação fraudes e recuperação de ligações inativas estão entre as ações

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Em Irecê, o microempresário Ailton Braz, proprietário do lava a jato Topa Tudo, dá um exemplo de como tornar este tipo de negócio mais sustentável, tanto do ponto de vista econômico quanto ambiental. Com a consulto-ria do departamento de tratamento de áua da Embasa local, ele implantou, em meados deste ano, um sistema de reaproveitamento de água, que tem capacidade para tratar 1 m³ de água por dia. “Estamos em fase de ob-servação, mas o sistema está funcionando bem. Com o novo procedimento, é possível gerar uma economia de 80% da água que recebemos”, estima.

O sistema capta, por gravidade, a água que lava os carros. Depois, a água passa por três tanques que, por decantação, eliminam a sujeira mais grosseira e o óleo. Em seguida, é adicionado o tanino catiôni-co, um produto coagulante de baixo custo. Finaliza-do o processo, a água está limpa e pronta para ser utilizada em uma nova lavagem. “Todo mundo que chega aqui, eu faço questão de mostrar como fun-ciona”, diz Ailton, orgulhoso. O lava jato Topa Tudo funciona há 14 anos em Irecê, e lava aproximada-mente 30 carros por semana.

Desperdício é agravadopor lava a jatos irregulares

Em Salvador, a Embasa estima que haja cerca de 850 lava a jatos irregulares que causam um desperdício de água em torno de 51 milhões de litros por mês. Esta quantidade de água seria su-ficiente para abastecer 5,1 mil famílias de cinco pessoas cada durante o mesmo período. Cabe à Embasa a identificação, retirada e regularização das ligações indevidas, ações que, por si só, não resolvem o problema, já que a empresa não tem poder de polícia e não é responsável pela gestão sobre o uso e ocupação do solo. Os fraudadores, muitas vezes, restabelecem a ligação clandesti-na. A autuação destas irregularidades é de res-ponsabilidade da Prefeitura de Salvador.

Ligações clandestinas

As principais formas de furto de água são as ligações clandestinas (quando o usuá-rio não cadastrado na Embasa interliga o seu ramal indevidamente à rede distribuidora de água), as fraudes na medição (quando o hi-drômetro é danificado ou desviado, visando adulterar a medição do consumo) e as fraudes no corte (quando a ligação é cortada por falta de pagamento e o cliente faz a reativação de maneira indevida).

Nas áreas críticas de Salvador, as ações fraudulentas envolvendo a utilização da água canalizada e tratada pela Embasa foram res-ponsáveis, nos últimos dois anos, pelo desvio indevido de 7,6 bilhões de litros de água em Salvador e Região Metropolitana. Os cerca de 140 mil casos suspeitos de irregularidade re-sultaram em prejuízo da ordem dos R$ 69,6 milhões, decorrente do volume de água não faturado. A estimativa é que a perda seja ain-da maior, já que nem toda a atividade fraudu-lenta é descoberta, mesmo com uma rotina de fiscalizações periódicas.

“O furto de água não gera prejuízo apenas para a Embasa. Além da perda de receita, que deixa de ser aplicada na expansão das redes, em benefício da própria população, os des-vios prejudicam diretamente os usuários, pois afetam a distribuição para os imóveis cadas-trados na Embasa. Quem furta água sempre desperdiça. Enquanto a Embasa costuma for-

necer uma média mensal de 13 metros cúbicos (m³) de água por família, nessas regiões, o consumo pode chagar a 34 m³ por ligação”, explica Ramirez

A prática de furto de água é qualificada crime contra o patrimônio, de acordo com o artigo 155 do Código Penal Brasileiro cujo parágrafo 3º, ao tratar de furtos, equipara “à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor econômico”. A pena prevista na lei é reclusão de um a quatro anos e multa. Denúncias são uma arma importante no combate às fraudes e podem ser feitas pelo call cen-ter da Embasa (0800 0555 195). A identidade do cliente é mantida sob sigilo.

A Embasa estima que haja cerca de 850 lava a jatos irregulares em Salvador

Em Irecê, lava a jato regular reaproveita uso da água, uma prática sustentável

O desvio de água gera prejuízo principalmente para outros usuários. Quem furta água, sempre desperdiça

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União Setores operacional, comercial e social unem esforços

no combate às perdas de água

Para ampliar o combate às perdas de água em seus sis-temas de abastecimento, a

Embasa vem investindo em ações que promovem uma gestão inte-grada e participativa, envolvendo as áreas operacional, comercial e social da empresa. Tendo como foco principal a redução e contro-le de perdas, aliada ao uso eficien-te e racional de energia elétrica, a metodologia desenvolvida utiliza mecanismos de mobilização so-cial como mola propulsora para a sensibilização da sociedade, ao passo em que são adotadas me-didas operacionais de otimização dos processos internos.

Desde 2007, a mobilização social proveniente deste tipo de ação integrada alcançou um universo de mais de 13 mil pes-soas em cidades como Ilhéus, Ubaitaba, Vitória da Conquista, Livramento de Nossa Senhora, Barra do Choça, Itamaraju, Na-zaré e Ubatã.

Em Ilhéus, município que sistematizou, de forma pionei-ra, um programa de controle de perdas na Embasa, foi mo-bilizado, entre 2007 e 2014, um universo de mais de 3.400 pessoas em ações como pales-tras, seminários, visitas domi-ciliares, cursos para multiplica-

dores, atividades em escolas e reuniões comunitárias.

“A mobilização social surgiu como vertente de fundamental importância para o controle e redução de perdas, integrando de forma participativa e articula-da as diversas áreas da empresa relacionadas com a questão e promovendo, simultaneamente, o estreitamento do diálogo dos técnicos com a comunidade”, ressalta José Lavigne, gerente lo-cal da Embasa em Ilhéus.

Para Makrisi de Sá, líder co-munitário no bairro Teotônio Vilela, a aproximação da Embasa com a comunidade foi funda-

mental no despertar da consciên-cia sobre a utilização racional da água. Ele também destaca a in-teração com equipes da empresa que contribuíram para reforçar o combate ao desperdício entre os membros da comunidade. A inter-locução rendeu, inclusive, o apoio dos moradores na ocasião da rea-lização de intervenções, como serviços de extensão de rede dis-tribuidora, por exemplo.

Ele lembra que, devido à ne-cessidade de quebra o pavimento da rua, este é um tipo de serviço traz algum transtorno imediato, mas que a aproximação da em-presa com os moradores acabou minimizando um possível des-gaste. Makrisi conta que, antes das intervenções, funcionários explicavam o que ia ser feito e de que forma aquela intervenção ia beneficiar o bairro.

“De fato, não temos mais proble-

mas de abastecimento”, diz. Para ele, essa conversação mais próxima tam-bém reforça entre os moradores a consciência de que é preciso utilizar a água de forma consciente. “A manu-tenção desse diálogo é fundamental para reforçar esses conceitos e disse-miná-los entre novos moradores, por exemplo”, avalia.

Comercial e operação - Paralela-mente às ações de sensibilização, o

controle de perdas na Embasa en-volve atividades encabeçadas pe-los setores operacional e comercial da empresa, como: avaliação de pressões nas redes distribuidoras e instalação de equipamentos para equalizar essas pressões; serviços de extensão de rede; retirada de ligações irregulares e recuperação de ligações inativas; e atualização de cadastro de imóveis.

Todo esse conjunto de atividades resultou, em Ilhéus, em uma redução efetiva nas perdas de água da rede distribuidora da cidade. O índice de Água Não Faturada (ANF), que mede o volume de perdas reais e aparen-tes, caiu de 47,2%, em 2008, para 28,5%, em 2014. No período, foram substituídos 23.760 hidrômetros e instalados outros 9.500 novos me-didores. Também foram identifica-das e retiradas 2.703 ligações clan-destinas e regularizados 2.043 casos de by-pass (fraude na ligação ativa).

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Cerca de 13 mil pessoas foram

mobilizadas em cidades como Ilhéus,

Ubaitaba, Vitória da Conquista,

Itamaraju, entre outras

Palestras, seminários, visitas domiciliares e cursos para multiplicadores estão entre as atividades

O bairro Teotônio Vilela, um dos mais populosos de Ilhéus, foi beneficiado com a ação

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Page 38: Embasa em Revista - 2ª Edição

Ações de eficientização energética racionalizam consumo Dentro da sua política de eficientização energética, a Embasa vem ado-

tando medidas para aperfeiçoar a manutenção de seus equipamen-tos elétricos. Em Salvador e RMS é utilizada, desde 2010, a inspeção

termográfica, técnica que mede variações de temperatura em sistemas e equipamentos elétricos através de imagens térmicas bidimensionais ge-radas por um aparelho chamado termovisor. A grande vantagem da ter-mografia, apontada por especialistas, é evitar paradas não programadas em sistemas de abastecimento, o que evita interrupções na produção e bombeamento da água.

“Um contato elétrico em alta temperatura é o primeiro sinal de um pos-sível curto-circuito ou pane. A termografia permite a localização rápida de pontos com temperatura fora do normal, possibilitando a correção de fa-lhas logo no início, minimizando prejuízos à empresa e à população”, expli-ca Humberto Rezende, superintendente do departamento de manutenção eletromecânica da RMS.

“Uma parada não programada penaliza a todos pelo fator surpresa. Já em uma parada programada, há a possibilidade de revisar o sistema de forma planejada, racional e mais econômica”, acrescenta. Desde o início da utiliza-ção da técnica, estima-se que tenham sido evitadas cerca de 150 paradas não programadas no sistema de abastecimento de Salvador e RMS.

Energia monitoradaTécnica evita paradas não programadas

em sistemas de abastecimento

Quando se pensa em distribuição de água, é co-mum vir à mente apenas a ideia de uma série de tubulações e encanamentos que condu-

zem o líquido desde a sua captação na natureza até a torneira de casa. O que normalmente passa despercebido é que os tubos são apenas o cami-nho. É a energia elétrica a grande responsável por movimentar as engrenagens de um sistema de abastecimento de água, como bombas, estações elevatórias e estações de tratamento. E quando se fala de esgotamento sanitário, o mecanismo é o mesmo. A energia é o componente fundamen-tal para tocar o sistema.

A matriz energética da Embasa, que possibilita a operação de seus sistemas de abastecimento de água e esgotamento sanitário, é constituída exclusi-vamente por energia elétrica, tendo como principal fornecedor a Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (Coelba). Hoje, o gasto com este insumo configura a segunda maior despesa da Embasa, atrás apenas de folha de pessoal, representando um

desembolso aproximado de R$ 14 milhões mensais.“Sendo a água e a energia bens finitos, o uso

destes insumos deve ser feito de modo racional para inibir a escassez das matérias primas e mitigar reflexos ambientais. Diante disso, a Embasa vem adotando boas práticas que se traduzem na dimi-nuição expressiva do consumo de energia elétrica”, explica Elton de Carvalho, gerente do departamen-to de eficientização energética da empresa.

Carvalho explica que, neste campo, a necessida-de de investimentos vultuosos foi dispensada pela adoção de ações de cunho gerencial, a exemplo de aprimoramento dos contratos de energia elétrica com a adequação de modalidades tarifárias, além de intervenções físicas para redução do consumo de energia em unidades operacionais como, por exemplo, adoção de equipamentos com melhor performance energética. “Também atuamos como agentes fiscalizadores das faturas de energia, já que não é rara a detecção de erros decorrentes de fatu-ramentos incorretos”, complementa.

Energia elétrica é responsável pela operação dos sistemas de abastecimento de água e esgotamento sanitário. Na foto, conjunto motor-bomba do sistema de Dias D’Ávila

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Força interna Principais responsáveis pelos avanços realizados pela Embasa,

empregados da empresa tiveram melhoria das condições de trabalho e qualidade de vida

Mais do que os quilômetros de tubulações que compõem as redes de distribuição de água e coleta de esgoto, são os 4.636 funcionários que tornam a Embasa uma das maiores

prestadoras de serviço do país. De escritórios locais com apenas dois colaboradores a unidades regionais com mais de 350 em-pregados, a área de gestão de pessoas da empresa tem o desafio de lidar com realidades bem distintas, prezando pela saúde, segu-rança e qualidade de vida daqueles que põem em prática a nobre missão da Embasa.

A Diretoria de Gestão Corporativa (DG) centraliza as princi-pais estruturas da área de gestão de pessoas, como os setores que cuidam da contratação, pagamento de salários, gestão de carreiras, saúde e segurança, qualidade de vida e ges-tão do conhecimento. “A Embasa atende 364 municípios e a descentralização de algumas atividades é necessária para dar agilidade à empresa. Nas unidades do interior e da re-gião metropolitana, contamos com o apoio das gerências administrativas que efetivam, localmente, parte das ações planejadas pela DG. O mesmo modelo aplica-se às áreas co-mercial e de operação”, explica a diretora de gestão corporativa, Socorro Vasconcellos. Vinculada à DG, a Universidade Corporativa Embasa (UCE) é a responsável pelo desen-volvimento dos programas de educação cor-porativa, promovendo capacitações internas e parcerias com instituições de ensino.

Um importante marco para a administra-ção de pessoal da empresa foi a realização da avaliação funcional que permitiu a reestrutu-ração dos cargos e funções da empresa e pos-sibilitou a implantação do Plano de Cargos, Salários e Carreiras (PCSC), homologado em janeiro de 2012. “A revisão do regulamento interno de pessoal, documento que reúne os direitos, deveres e regras que mediam a relação entre empresa e empregado, e a im-

Um importante marco para a administração

de pessoal da empresa foi a realização da

avaliação funcional que possibilitou a

implantação do Plano de Cargos, Salários e

Carreiras (PCSC)

A qualidade de vida dos empregados tam-bém foi melhorada em função de benefícios estabelecidos em acordos coletivos. Um exemplo disso é a complementação do be-nefício previdenciário, no qual o empregado afastado recebe da Embasa o valor referen-te à diferença entre seu salário e o benefício pago pela Previdência Social pelo prazo de até 24 meses.

“Nunca sabemos o momento em que um acidente pode acontecer. E quando acontece, estamos fragilizados emocional-mente pensando apenas na recuperação da saúde física e mental e é impossível pensar na condição financeira nesse momento. A perda salarial em função do teto pago pela previdência pode causar uma perda financei-ra considerável justamente em um momen-to em que estamos preocupados devido ao problema de saúde. Além disso, todos temos compromissos a honrar que não cessam nem diminuem, devido ao seu atual estado físico. A complementação paga pela Embasa está me ajudando a passar por essa situação com mais tranquilidade” afirma o engenheiro civil, Renavan Andrade Sobrinho.

A complementação é apenas um dos benefícios oferecidos pela Embasa que vão além do determinado na legislação traba-lhista. No total, mais dez benefícios foram

Benefícios

plementação do regulamento disciplinar interno, que expõe critérios objetivos e procedimentos em caso de infração, representam a nossa busca por uma relação de trabalho cada vez mais transpa-rente”, afirma Socorro.

Outro destaque nessa área foi a implantação da norma de flexibilização de horário da jornada de trabalho. A possibilidade de cumprir seu ex-pediente de 7h30 às 17h permite ao assistente administrativo Danilo Nunes evitar os engarra-famentos, que dificultam a mobilidade urbana em Salvador, e frequentar a academia com mais tranquilidade. Já a assistente de laboratório, Ana Tereza Souza, prefere iniciar sua jornada às 8h30 para poder tomar café da manhã em família e preparar seus filhos de sete e três anos para irem à escola. . “Antes essa era uma realidade distante, até porque moro em Ilhéus e trabalho em Itabu-na. Esse momento em família me deixa muito mais disposta para encarar o dia de trabalho no laboratório”, comemora Ana Tereza.

Benefícios foram conquistados por meio de Acordos Coletivos

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Eduardo Romeu, analista de recursos humanos e pai coruja do pequeno Marcelo, apreciou a mudança. “A chegada de um filho é uma das etapas mais importantes da vida familiar e é interessan-te perceber a evolução das empresas no sentido de permitir que os empregados vivenciem este momento de forma mais plena. Além disso, o pai contemporâneo é participativo e a ideia é dar uma força nos cuidados com o bebê”, avaliou Eduardo.

Outro benefício adquirido nos últimos anos foi a implantação do plano odontológico para empregados e dependentes. Com o valor máximo de contribuição proporcional do empregado de R$ 1,60, o plano tem cobertura nacional e teve adesão de mais de oito mil pessoas. E, no campo da saúde, vale salientar também a descentralização do Serviço Especializado em Segurança e Me-dicina do Trabalho (Sesmt), que passou a ter postos também nas unidades do interior.

“Saúde e segurança são assuntos fundamentais quando se trata de gestão de pessoas. Ainda temos pontos de melhoria, mas já promovemos importantes avanços. Nos últimos oito anos investimos na aquisição de EPIs e EPCs e na melhoria de nossas instalações”, informa o superintendente de gestão de pessoas, Clécio Cruz.

No quesito segurança, destacam-se a ampliação do número de técnicos de segurança que passaram a estar presentes em to-das as unidades regionais da capital e do interior e a elaboração do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) em todas as instalações da empresa. “O PPRA é o principal documento legal da engenharia de segurança do trabalho e visa estabelecer uma metodologia de ação que garanta a preservação da saúde e inte-gridade dos trabalhadores frente aos riscos dos ambientes de tra-balho, sejam eles agentes físicos, químicos ou biológicos”, explica o gerente do departamento de saúde e segurança, Pedro Alcântara.

Em maio de 2014, a Embasa completou 43 anos de conquistas. E boa parte dessa história está na memória de Sara Canário, assis-tente de saneamento, que está há 35 anos na empresa e pretende se aposentar daqui a dois anos. “Cons-truí toda minha vida profissional na Embasa, atuando principalmente na área comercial, na unidade de Feira de Santana e na superinten-dência sul. Ao longo desse tempo, vi a Embasa crescer muito como empresa, e acho importante com-partilhar com os novos contratados esse legado”, relata Sara.

Mas antes de curtir seu merecido descanso, Sara divide seu conhe-cimento com Juliana Santana, uma das 2.583 pessoas contratadas a partir do concurso público realizado em 2009. “É uma honra trabalhar ao lado de alguém que mesmo depois de tanto tempo de serviço continua com o mesmo entusiasmo no exer-cício de suas atividades, o que me incentiva muito. Acredito que essa relação de troca de conhecimentos

contribui para o crescimento de am-bas”, resume Juliana.

“Nosso quadro de pessoal já es-tava insuficiente para atender as demandas estratégicas da empresa. O concurso foi muito importante também para promover a renovação do corpo funcional. Hoje estamos vivendo um momento de transição que nos permite misturar a experiên-cia dos antigos empregados com o entusiasmo dos novos contratados”, resume a gerente da divisão de ges-tão de carreiras, Silvia Pacheco.

Mulheres - Um dos aspectos dessa renovação é o aumento da quantida-de de mulheres que passaram a com-por o quadro funcional da empresa. O número mais que dobrou entre 2006 e 2014. E elas vêm ganhando cada vez mais espaço, inclusive em áreas que, tradicionalmente, eram conside-radas como “trabalho para homem”. Prova disso é a ascensão, pela primei-ra vez na história da empresa, de uma mulher para o cargo de diretora em área cuja atividade é de engenharia e

Concurso públicoconquistados em negociação de acordos co-letivos, a exemplo do auxílio material escolar, negociação de jornada para trabalhador estu-dante e auxílio educação.

“A Embasa passou por um longo perío-do sem celebrar acordos coletivos antes da nossa gestão. Muitas conquistas dos traba-lhadores haviam sido perdidas em meios aos dissídios judiciais. Mas, hoje, nossa cesta de benefícios é uma das melhores entre as em-presas de saneamento do país, indo muito além das obrigações legais. Temos orgulho de sempre buscar, na medida do possível, aten-der as demandas dos empregados, manten-do a sustentabilidade econômico-financeira da empresa”, ressalta o presidente Abelardo de Oliveira Filho.

Uma parte do corpo funcional que certa-mente agradece esse esforço são as mamães que puderam passar mais tempo com seus bebês, devido à ampliação da licença mater-nidade para 180 dias. Os papais também não foram esquecidos e tiveram sua licença au-mentada para 10 dias.

operação. Na Embasa desde 1998 e depois de atuar três anos como supe-rintendente de operação da diretoria de operação e expansão sul, a bióloga e engenheira sanitarista e ambiental, Rita Bonfim, assumiu o cargo de di-retora de operação e expansão norte, em setembro de 2013.

“Essa trajetória me proporcionou um enriquecimento não apenas pro-fissional, mas, especialmente, pessoal. E pude acompanhar, a medida que o quadro funcional se renovava, que os perfis dos colegas mudavam. A faixa etária diminuía e o número de mu-lheres nas diversas áreas da empresa aumentava”, explica Rita.

“Estando há um ano na diretoria, acompanho essa dinâmica em uma perspectiva mais ampla. É gratificante ver muitas colegas assumirem impor-tantes cargos de liderança em toda a empresa e, inclusive, nas áreas opera-cionais. A minha trajetória e a de todas nós fazem parte das conquistas que as mulheres têm alcançado socialmente mundo afora. Indubitavelmente, esse é um processo gratificante, apesar de entendê-lo como um processo na-tural, pois, competência não é uma questão de gênero, mas sim, uma questão de dedicação, disciplina e comprometimento”, completa.

Contratada em janeiro de 2012, a assistente administrativa Doriane Oliveira representa outra face dessa mudança. Deficiente visual em função de um glaucoma congênito, Doriane preencheu uma das 71 vagas destina-das no concurso à pessoas com defi-ciência. Assistente administrativa da superintendência comercial, Doriane conta sua experiência: “Estou vivendo minha primeira experiência de traba-lho, sobretudo de carteira assinada. Trabalho com colegas muito solidários e compreensivos que procuram me ajudar no que é necessário. Evitam tirar objetos do lugar e quando é pre-ciso fazer alguma mudança no layout perguntam antes minha opinião, e depois, comunicam-me para que eu possa realizar o reconhecimento tátil do espaço modificado”, conta.

Doriane complementa: “O fato

Eduardo Romeu(analista de Recursos

Humanos)

Ana Tereza Souza(assistente de laboratório)

Rita Bonfim(diretora de Operação e

Expansão Norte)

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Técnico faz vistoria em parque da Embasa

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de constar na Constituição Federal a obrigatoriedade de contratação de pessoa com deficiência faz com que contratante e contratado enfrentem situações desafia-doras que requerem empenho de ambas as partes para proporcionar ambientes agradáveis e acessíveis. É pre-ciso adequar as estruturas físicas das empresas, cons-cientizar as pessoas e utilizar a tecnologia em favor da pessoa com deficiência.

“Quando desenvolvemos o Programa de Recadas-tramento Anual de Empregados (PRAE), uma das ques-tões sinalizadas pelo comitê de equidade da Embasa foi a necessidade de mapear a quantidade e lotação dos em-pregados com algum tipo de deficiência ou mobilidade reduzida. Conhecer o perfil e as necessidades do quadro funcional é fundamental para o planejamento das nossas ações”, afirma a gerente do departamento de administra-ção de pessoal, Cássia Fortuna.

O primeiro PRAE foi realizado em 2013 e, este ano, um dos usos do programa será o levantamento do in-teresse dos empregados em solicitar a transferência de município. A informação irá nortear o desenvolvimento de políticas de movimentação de funcionários entre as unidades da empresa.

A dedicação é uma das características marcantes dos Embasianos que vestem a camisa da empresa por tan-tos anos. Uma referência é a secretária da presidência da Embasa, Delza Nascimento Anunciação, há mais de 40 anos atuando na profissão e há 20 no mesmo car-go, tendo passado por diversas gestões na empresa. O segredo? “Gostar do que se faz, ter comprometimento, saber se conduzir e o mais importante: ser uma pessoa discreta”, afirma.

E a prova disso está na atuação do grupo teatral Embasart e do Coral Água Viva dentro e fora dos muros da empresa. Formados por empregados na ativa e também por aposentados, os grupos têm uma agenda de eventos movimentada.

Ao longo dos últimos oito anos, o Embasart montou mais de 15 espetáculos, além de diver-sas esquetes para abordar, de forma lúdica, temas corporativos importantes como saúde, segurança e consumo consciente de água. O coral também costuma marcar presença em eventos da empresa como a reunião de avaliação de resultados realizada tradicionalmente no final de ano e encontros co-memorativos. A coordenação das atividades é feita pelo Centro Cultural da Embasa em parceria com o Serviço Social da Indústria (Sesi). Os membros do grupo têm um turno de liberação por semana para participar dos ensaios e o custeio de figurinos e ce-nários é feito pela empresa.

Em 2010, o Embasart iniciou sua participação no projeto de inovação desenvolvido pelo Sesi “Teatro Fórum e Pedagogia da Intervenção”. Com base na técnica do teatrólogo Augusto Boal, a metodologia do Teatro Fórum busca incentivar o diálogo entre a platéia e os atores, utilizando o teatro como instru-mento de transformação social. Ao longo dos dois anos da iniciativa, a metodologia gerou os espetácu-los “Cresça e apareça”, “A revolução na América do sul” e “A máquina escavadora”.

“Achei a metodologia muito interessante e acredito que ela contribui para o desenvolvimen-to da capacidade de análise crítica, não somente para as questões relativas ao trabalho, mas para a vida como um todo”, avalia Márcia Brandão, uma das participantes do grupo. Essa foi a primeira vez que a técnica foi utilizada num grupo de teatro cor-porativo e o case foi apresentado pelo Sesi no XX Congresso da Organização Internacional do Traba-lho, na Alemanha.

Para os eventos do dia mundial da água de 2014, o grupo se aventurou num novo formato e gravou o vídeo “Mergulhe nessa causa” que trata das con-sequências negativas do consumo irresponsável da

Embasiano tem é arte!

água. “O que a princípio poderia ser uma dificuldade, foi trans-formado em desafio. Abraçado com dedicação e muito trabalho por toda equipe, que envolveu os trabalh(atores), a equipe do Centro Cultural da Embasa, da comunicação Institucional, ges-tores e o Sesi. Reportar o teatro para a TV, apesar de não parecer, é como dar a volta ao mundo. É preciso reconstruir a interpreta-ção dos atores, adaptar os mo-vimentos, dialogar câmeras, luz, microfone e uma nova equipe de profissionais”, afirma Cibele Marina, coordenadora das ativi-dades do Embasart.

Coral - Por dez anos sob a batuta do maestro Alcides Lisboa, o Coral Água Viva participou de diversos festivais e encontros, e já se apresentou até fora do estado. Em 2008, o grupo soltou a voz no Encontro de Corais, realizado no Rio Grande do Norte e, em 2011, participou do Festival Internacional Canta Brasil, em São Louren-ço, Minas Gerais.

“No Canta Brasil ficamos entre os melhores co-rais de empresa do país e, por isso, aumentaram nosso tempo de apresentação”, comenta orgulho-so o maestro. No interior da Bahia, o grupo cantou no festival “Vozes da Chapada”, em Mucugê e no Encontro de Corais, em Porto Seguro. Um dos mo-mentos marcantes da trajetória do coral foi a apre-sentação no palco do Teatro Castro Alves, durante o

evento comemorativo de 39 anos da Embasa. Participante do coral há cerca de 9 anos, Walkíria Lo-

bato conta como o canto mudou sua vida: “Passei a fa-zer parte do coral por indicação médica, pois passava por momentos difíceis na vida e sofria com stress, depres-são e síndrome do pânico e uma atividade lúdica poderia ajudar no meu tratamento. Agradeço todos os dias pela oportunidade de fazer parte do grupo, pois os momentos de interação com meus colegas nessa atividade contri-buíram muito para a melhora no meu quadro de saúde e também para o aumento da minha produtividade no trabalho. Fico especialmente satisfeita quando temos a oportunidade de nos apresentar em hospitais e escolas, levando cultura e alegria para pessoas que tem pouco acesso à concertos musicais”.

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Foto: Acervo Emabsa

Doriane Oliveira(secretária)

Delza nascimento(secretária)

Coral Água Viva participa de diversos festivais e encontros

Grupo de teatro Embasart montou mais de 15 espetáculos nos últimos oito anos

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Santo de CasaInstrutoria interna é uma das ferramentas utilizadas

pela Universidade Corporativa Embasa na capacitação de empregados

Eles podem até não fazer milagre, mas provam que valorizar a “prata da casa” é um sábio ca-minho a seguir. Nos últimos anos, a Universi-

dade Corporativa Embasa (UCE) tem investido na formação de instrutores internos para a realização de treinamentos para os colaboradores. A prática reduz o gasto com a contratação de consultorias externas e ainda tem a vantagem de permitir a criação de treinamentos com conteúdo voltado para as demandas específicas da empresa.

O programa de formação de instrutores in-ternos foi formalizado na Embasa em outubro de 2009, com a aprovação da norma interna atual-mente vigente. Desde então, 135 colaboradores já foram habilitados para atuar como instrutores. “A UCE tem o desafio de capacitar todo o corpo fun-

cional da empresa que está espalhado por todo o estado. Os instrutores internos são grandes parcei-ros, mas precisamos utilizar também outras estra-tégias como videoconferências e o ambiente virtual de aprendizagem”, explica a gestora da Universida-de Nivalda Beuclair.

Nos últimos oito anos, a UCE promoveu mais de mil cursos, disponibilizando cerca de 91,3 mil vagas para os colaboradores. No total, foram investidos mais de R$ 6,2 milhões em programas de capaci-tação. Um exemplo do esforço realizado pela UCE foi a capacitação de todo o corpo funcional no cur-so Básico de Segurança do Trabalho, atendendo a legislação. Além da modalidade virtual, os colabo-radores puderam participar de videoconferências e cursos presenciais.

“Chegando à aula, às vezes can-sada por causa do trabalho, pensei em desistir, mas tive força de vonta-de para aproveitar essa oportunida-de e já estou pensando nos próximos passos”. O depoimento da colabora-

dora Ivanete Alves resume a história de muitos dos 449 participantes do Programa Aceleração Escolar.

Fruto de parceria com o Sesi, a iniciativa promove a inclusão social de trabalhadores que não tiveram

a chance de concluir os níveis bási-cos de escolaridade. O programa foi laureado com o Prêmio Ser Huma-no Luís Tarquinio 2010, concedido pela ABRH – BA, além do Prêmio Top Social 2005, da ADVB-BA.

Jovem AprendizRealizado na Embasa desde 1999, o Pro-

grama Jovem Aprendiz é um instrumento de formação profissional e integração so-cial, voltado para a inserção de estudantes de escolas públicas no mercado de traba-lho. Cerca de 1400 jovens entre 14 e 22 anos já foram beneficiados pelo Programa que abrange a área administrativa e opera-cional da empresa.

Aceleração Escolar

Além da formação de instrutores, a UCE promoveu mais de mil treinamentos nos últimos oito anos

Programa já formou 449 pessoas na Embasa

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De olho na redeConheça um pouco sobre as redes da Embasa,

que não são de água nem de esgoto, mas são vitais para o funcionamento da empresa

A Embasa é a maior empresa pública da Bahia, atende a mais de 12 mi-lhões de pessoas, tem mais de cinco

mil funcionários próprios e tem uma ca-pilaridade grande no estado, atendendo a 364 municípios. Dá para imaginar o ta-manho da tecnologia utilizada para fazer tudo isso funcionar e interagir?

Ao longo dos últimos oito anos, a área de tecnologia da informação e comuni-cação da empresa passou por um avanço significativo dos serviços informatizados. Ela foi de tecnologia defasada para uma referência no país. E isso se refletiu na am-pliação e melhoria dos serviços prestados de abastecimento de água e esgotamento sanitário na Bahia.

“Os avanços decorrentes do cres-

cimento da informatização das ati-vidades da Embasa tornaram-se im-prescindíveis frente às atribuições exercidas para a prestação de serviços internos e à sociedade em geral. Avan-çamos na aquisição de novos equipa-mentos e softwares, assim como no desenvolvimento de projetos cruciais para o fortalecimento institucional da empresa. Diante da grande demanda interna por soluções em tecnologia da informação e comunicação para a me-lhoria de muitos processos internos, foi elaborado um planejamento estra-tégico, que vem sendo utilizado como ferramenta efetiva de gestão”, diz De-nise Britto, superintendente de tecno-logia da informação e comunicação.

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Centro de Controle e Operações da nova sala cofre implantada na sede da Embasa no CAB, em Salvador. No detalhe, o Data Center da empresa

Equipe da Superintendência de Tecnologia e Informação em reunião

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Page 44: Embasa em Revista - 2ª Edição

A partir de 2007, a estrutura do Data Center da Embasa, que pode ser considerado o cérebro da empresa, começou a ser modificada com a aquisição de equipamentos para processar e ar-mazenar informações dos sistemas existentes e dos sistemas que começariam a funcionar. “A capacidade de armazenamento de dados cres-ceu de três para 65 terabytes. Essas aquisições viabilizaram também o plano de contingência em ambiente de plataforma alta e melhoraram o tempo de execução das rotinas dos processos dos sistemas existentes. Todo ambiente main-frame saltou da velocidade de 171 Mips para 1.474 milhão de instruções por segundo (Mips). Isso na prática mostrou-se ainda mais rápido, devido aos recursos dos novos equipamentos”, informa a superintendente.

Com essa mudança, foi necessário realizar a reestruturação da rede do Data Center com a troca de equipamentos de rede (switches). Foram substituídos os antigos ativos de rede, já obsoletos e de linha homeoffice, por equipa-mentos de linha corporativa e de alta perfor-mance. Este trabalho possibilitou ganhos sig-nificativos no tempo de resposta de rede entre clientes e servidores. “O resultado foi uma

melhoria significativa no desempenho das aplicações de usuários dos sistemas hospe-dados no Data Center, a exemplo dos pontos de atendimento ao público, que diminuíram o tempo de atendimento para cada cliente”, ex-plica Denise.

Todo o ambiente de rede foi planejado com contingenciamento para, no caso de uma pane nos equipamentos, a situação pu-desse ser retomada sem prejuízos no menor tempo possível. Também foi feito um balan-ceamento de carga no sistema de energia de forma a minimizar impactos no caso de pane no sistema elétrico.

Em novembro, outro grande passo foi dado para proteção e garantia de continui-dade dos serviços da Embasa, com a transfe-rência do Data Center para instalações mais adequadas e seguras. Uma empresa especia-lizada foi contratada para fabricar e montar uma sala-cofre na sede da empresa do Cen-tro Administrativo da Bahia (CAB), em Salva-dor. Com investimento de R$ 6,5 milhões, a nova instalação possui todas as certificações que atendem aos altos padrões de segurança física para ambientes computacionais.

Produção internaOutro avanço que merece destaque na

área de TI é a opção pelo uso de softwa-res gratuitos e livres. De 2008 até 2014, 65% dos sistemas implantados foram de-senvolvidos pelos empregados, inclusive o aprimoramento do sistema de geopro-cessamento da Embasa para a Web (Geo-web) e o Sistema Comercial Integrado (SCI WEB). Juntos, permitiram uma economia significativa na aquisição de licenças de softwares proprietários.

De 2008 até 2014, 65% dos sistemas

implantados na Embasa foram

desenvolvidos pelos empregados da

empresaO Geoweb permite a localização rápida

de consumidores e também de locais (lo-gradouros, quadras, zonas, etc), identifican-do geograficamente o nome do consumi-dor, matrícula, endereço, tipo de tubulação de rede e suas conexões, tornando mais efi-ciente e ágil o trabalho de revisão dos dados dos clientes da área comercial e a execução de serviços como correção de vazamento de água e desobstrução de rede de esgoto.

“Conheço empresas que desembolsa-ram milhões para obter licenças e custo-mizar sistemas de georreferenciamento proprietários. Os profissionais da divisão de geoprocessamento da Embasa conse-guiram desenvolver uma solução com a mesma eficácia a partir de softwares livres”, explica Denise Britto.

Para Ricardo Gazar, supervisor de ca-dastro técnico e georreferenciamento da Embasa, a disponibilização do GeoWeb tem permitido uma evolução no planejamento do cadastro comercial, bem como no ge-renciamento de suas melhorias. “Há um au-mento significativo da velocidade e de con-fiabilidade das análises de inconsistências no cadastro, o que tem ajudado bastante na compreensão dos problemas e suas medi-das corretivas com a visualização espacial das informações”, diz.

A possibilidade de cruzamento de da-dos georreferenciados com bancos de da-dos externos abriu um novo leque, permi-tindo, por exemplo a divisão de cadastro comercial mapear matrículas em zonas rurais e urbanas, o que serve diretamen-te ao cálculo dos Índices de Atendimento, cobrados periodicamente à Embasa.

O Geoweb já recebeu por quatro ve-zes o Prêmio Case de Sucesso do even-to CIO Brasil GOV, no reconhecimento de soluções na área de TI por seu cará-ter inovador e eficaz para a Embasa, que concorreu com sistemas de gestão da in-formação de vários estados e empresas prestadoras de serviços públicos e do se-tor privado. “Acredito que o que desper-tou o interesse da comissão julgadora foi à eficácia da solução e o baixo custo para o seu desenvolvimento. Hoje, somos re-ferência no país na implantação desta aplicação”, diz Helder Aragão, gerente da divisão de geoprocessamento.

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Sistema Geoweb permite localização rápida dos consumidores , tornando mais rápida a execução de serviços

De 2008 a 2014, 65% dos sistemas implantados foram desenvolvidos pelos empregados da Embasa

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Page 45: Embasa em Revista - 2ª Edição

Sistema comercial Ao chegar numa loja de aten-

dimento, o cidadão pode solicitar informações diversas e alguns ser-viços. A base de dados que permite esse atendimento pertence ao cha-mado Sistema Comercial Integrado (SCI), que gerencia e controla todos os dados e operações comerciais dos usuários da Embasa, identificados unicamente pelo seu número, cha-mado de matrícula.

O SCI é um sistema implantado na Embasa desde 1996 e durante este período passou por diversas modificações para melhor atender às necessidades da área operacional e comercial. A partir de 2007 houve mudanças mais significativas neste sistema, impulsionadas pela evo-lução das leis de consumidor, das alterações naturais nas relações de serviço e consumo entre Embasa e usuários, como por exemplo a ins-tituição da medição individualizada, na qual moradores de condomínios passaram a ter sua medição e conta individual de água e esgoto.

“Para melhoria do processo de faturamento de contas foram cria-dos os sistemas Webrol e MobilRol em 2008, onde as contas da Região Metropolitana de Salvador passaram a ser faturadas e entregues ao cliente no momento da leitura do hidrômetro, conferindo maior segurança e con-fiabilidade ao processo”, diz Sylvana

Principais Sistemas de Informação implementados até 2014

Bulhões, gerente do departamento de gestão do sistema comercial.

Neste cenário de constantes mudanças, foi detectada a necessi-dade de melhorias na tecnologia de software do SCI, para que as altera-ções fossem mais rápidas e que seu resultado pudesse atender ao espe-rado pela empresa.

Em 2012, a equipe de TI iniciou o desenvolvimento do SCIWEB, um sistema na plataforma Web que compartilha a mesma base de da-dos do SCI, com o diferencial de ser composto de uma nova tecnologia e proporcionar novas funcionalidades não permitidas com a tecnologia utilizada no SCI.

“Há um tempo queríamos com-prar um sistema comercial e tínha-mos propostas de fornecedores com orçamentos que chegavam a

R$ 80 milhões. Sabemos de empre-sas que gastaram R$ 400 milhões para adquirir estes sistemas. A Em-basa, com a força interna, conseguiu reformular totalmente o sistema que temos. Tratamos o processo de forma diferente, pulverizado e es-tamos conseguindo fazer também com recursos próprios, sem inves-timento em licença”, conta Sylvana.

O SCIWEB foi implantado em 2014 com o módulo Gerencial e há o planejamento dos demais mó-dulos serem incorporados a este sistema de forma gradual, para que a sua evolução de sistema acompanhe a mudança cultural das áreas comercial e operacional da empresa. O módulo de Aten-dimento e Serviços está com pre-visão de implantação no SCIWEB em dezembro de 2014.

A modernização das empresas requer, entre outros fatores, a melhoria contínua dos proces-

sos, das atividades e da qualificação das pessoas. Para tanto é necessário integrar processos, departamentos, pessoas e, principalmente, ações, e foi assim que surgiu o Projeto Inte-gração, em 2009, quando a Embasa decidiu implantar o Sistema Integra-do de Gestão (ERP).

Em janeiro de 2010, o Projeto aprovado pelo BNDES englobou re-cursos da ordem de R$ 37 milhões, sendo R$ 33,6 milhões relativos às licenças e serviços de implementa-ção e R$ 10 milhões para adequação da infraestrutura tecnológica.

A Embasa conviveu duran-te toda sua história com diversos sistemas corporativos. Interfaces,

especialmente desenvolvidas pela equipe de TI da empresa, permitiam que as transações ocorressem entre os sistemas. “Esta situação exigia crescentes esforços das áreas fun-cionais, bem como da área de tec-nologia da informação para realizar as atualizações ou alterações, tanto decorrentes de exigências legais e regulatórias, quanto de mudanças naturais nos processos da empresa”, diz Denise Britto, superintendente de tecnologia da informação e co-municação.

Para enfrentar essa nova reali-dade, foi estruturada uma equipe de 160 pessoas, entre empregados da Embasa e consultores, para se dedicar exclusivamente na implan-tação do ERP. O trabalho durou 18 meses, até que, em 3 de outubro de

Projeto integraçãoMais agilidade, menos custos e maior

confiabilidade das informações

2008 Geoweb – Sistema de Geoprocessa-mento

2009 Webrol – Sistema de Faturamento (leitura e entrega de contas)

2011 Sistema Integrado de Gestão Empresarial – ERP/SAP

2012 Unilims – Gestão e Automação de Laboratório (integração)

2013 Central de Serviços Web Central de Atendimento ao Usuário – CAU Módulo Contábil do SCI Módulo de integração do SCI com bases de dados do Serasa Central de serviços Web - Página Internet

2014 Espaider - Sistema de Gestão Jurídica SAD – Sistema de Avaliação de Desempenho Módulo de Atendimento do SCI Sistema de Energia Elétrica

Equipe de 160 pessoas foi estruturada

para se dedicar exclusivamente na

implantação do ERP

Foto: Breno viana

Uma das reuniões do Projeto Integração para implantação do Sistema Integrado de Gestão (ERP)

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2011, o sistema entrou em operação. “Trabalhamos duro, numa convivên-cia intensa, em um ritmo acelerado. Tivemos ousadia em implantar algo tão grandioso na empresa e supera-mos barreiras, com uma equipe tão dedicada. O resultado foi uma mu-dança na empresa em direção ao fu-turo”, diz Bartira Mônaco, gerente do Projeto Integração.

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Page 46: Embasa em Revista - 2ª Edição

A vida antes e depois do ERP

Antes da implantação do ERP, as atividades admi-nistrativas e financeiras da Embasa seguiam o padrão burocrático da rotina do serviço público: muito papel, vários carimbos e assinaturas e idas e vindas. Um exemplo era a compra de bens ou serviços. Quando o setor queria pagar uma filmagem, por exemplo, tinha que fazer a famosa AR (Alocação de Recurso): digitava e imprimia a AR com as informações de serviço, data, valor e outros; colhia a assinatura do gestor do setor; encaminhava para colher a assinatura do diretor; após a devolução da AR assinada pela diretoria, protocola-va para o setor financeiro validar o documento; tendo dinheiro no caixa do setor, o financeiro devolvia a AR carimbada e assinada de novo. Com a AR em mãos anexava a nota fiscal assinada e carimbada pelo ges-tor e diretor para o protocolo. Ou seja, o processo era demorado. “Havia a necessidade do deslocamento físico para a tramitação do documento e dependía-mos da disponibilidade de dois setores antes de en-caminhar para pagamento, além de gerar papel para arquivo (cópia da AR assinada). Isso se tudo estivesse correto”, informa Hideraldo Manoel, assistente admi-

nistrativo da unidade de comunicação da Embasa. Antes da implantação do ERP existiam diversos

sistemas com senhas distintas, além da constante ne-cessidade de emissão de comunicações internas (CI), solicitando correção ou liberação de material ou ser-viço. “Por exemplo, se não tivesse recurso financei-ro para a AR, recebia um comunicado e então emitia uma CI solicitando a transferência de nossos recursos de uma conta para outra. Após a liberação, reencami-nhava a AR para efetivação com o recurso garantido no orçamento”, diz Hideraldo.

A rotina agora, para quem já domina o ERP é bem mais fácil. Com uma senha particular, é possível so-licitar material para o setor, transferir recursos para as contas, autorizar pagamentos para faturas. “E não perdemos tempo com os deslocamentos contínuos de papelada atrás de assinaturas”, diz Hideraldo.

O programa continua em evolução e está bem me-lhor do quê quando foi implantado em 2011. “Acredi-to que o ERP veio como uma revolução industrial que afetou diretamente a rotina administrativa de muitos empregados da Embasa”, afirma Hideraldo.

Equipe de 160 pessoas foi estruturada para se dedicar exclusivamente na implantação do ERP

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