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ELOS E CONEXÕES: O DESAFIO DA COMPETITIVIDADE NO SETOR DE PISCICULTURA DO AMAZONAS SIMONE CRISTINA SILVA MORAES (IFAM) [email protected] Pedro Luiz de Oliveira Costa Neto (UNIP) [email protected] O presente artigo apresenta os elos e conexões no setor de piscicultura no Amazonas e seu possível incremento para alcançar maior sustentabilidade e competitividade. Verificou-se a capacidade de cooperação e ação conjunta pela perspectiva dde arranjos produtivos locais e a crescente produção de pescado. A região possui um enorme potencial histórico e cultural, assim como características substanciais de recursos ecológicos, biológico e hídrico para essa produção. Entretanto, foi feita uma pesquisa de campo com produtores, engenheiros de pesca, assim como órgãos públicos e privados atuantes no setor para verificar a viabilidade do setor em termos de conectividade. Foram coletados dados primários através de entrevista semi-estruturada e dados secundários colhidos através de pesquisa bibliográfica e análise documental. O resultado da pesquisa demonstrou que o Amazonas pode contribuir em muito com a produção de pescado a nível local, nacional e até internacional, desde que ações estruturantes na área de transferência de tecnologia, infra-estrutura e logística, qualificações especializadas e qualidade nos produtos sejam incrementadas. Elos e conexões na aglomeração produtivas precisam se revestir de mais sinergia, visão holística e sistêmica para enfrentar os mercados flexíveis e arrojados do mundo global. Palavras-chaves: Conectividade, aglomerações produtivas,competitividade XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.

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ELOS E CONEXÕES: O DESAFIO DA

COMPETITIVIDADE NO SETOR DE

PISCICULTURA DO AMAZONAS

SIMONE CRISTINA SILVA MORAES (IFAM)

[email protected]

Pedro Luiz de Oliveira Costa Neto (UNIP)

[email protected]

O presente artigo apresenta os elos e conexões no setor de piscicultura

no Amazonas e seu possível incremento para alcançar maior

sustentabilidade e competitividade. Verificou-se a capacidade de

cooperação e ação conjunta pela perspectiva dde arranjos produtivos

locais e a crescente produção de pescado. A região possui um enorme

potencial histórico e cultural, assim como características substanciais

de recursos ecológicos, biológico e hídrico para essa produção.

Entretanto, foi feita uma pesquisa de campo com produtores,

engenheiros de pesca, assim como órgãos públicos e privados atuantes

no setor para verificar a viabilidade do setor em termos de

conectividade. Foram coletados dados primários através de entrevista

semi-estruturada e dados secundários colhidos através de pesquisa

bibliográfica e análise documental. O resultado da pesquisa

demonstrou que o Amazonas pode contribuir em muito com a produção

de pescado a nível local, nacional e até internacional, desde que ações

estruturantes na área de transferência de tecnologia, infra-estrutura e

logística, qualificações especializadas e qualidade nos produtos sejam

incrementadas. Elos e conexões na aglomeração produtivas precisam

se revestir de mais sinergia, visão holística e sistêmica para enfrentar

os mercados flexíveis e arrojados do mundo global.

Palavras-chaves: Conectividade, aglomerações

produtivas,competitividade

XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no

Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.

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1. Introdução

A competitividade deriva da produtividade crescente no uso de recursos. As melhorias de

produtividade devem ser constantes e infindáveis. No aspecto do pescado, percebe-se grandes

expectativas de abastecimento a nível mundial e melhoras na produtividade. Segundo

Wurmann (2010), a disponibilidade mundial de recursos pesqueiros silvestres atingiu seu

máximo sustentável desde 1995. A demanda mundial por produtos pesqueiros aumenta e

segue o desequilíbrio crescente entre a procura e a oferta. A nível mundial, o consumo de

pescado por habitante ano é de 16kg. Nessa conjuntura, a aquicultura já vem sinalizando

alternativa para suprir as deficiências da pesca extrativa. Portanto, a aquicultura tem uma

grande oportunidade para o desenvolvimento nas próximas décadas (WURMANN, 2010).

Segundo Camargo e Pouey (2005), a importância que a aquicultura tem para o homem

moderno se baseia no fato de servir como promissora alternativa para o extrativismo e

Wurmann (2010) demonstra os países que mais produzem pesca cultivada com destaque para

a China, com 63% da produção mundial (Figura 1). É seguida por outros países sem grande

destaque mundial (Figura 2).

Fonte: Wurmann (2010)

Figura 1- Produção de volume mundial dos principais países produtores de aquicultura nos anos de 2005

a 2007

Fonte: Wurmann (2010)

Figura 2 - Produção de volume mundial dos principais países produtores de aquicultura nos

anos de 1998 a 2007

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O Brasil tem uma das maiores reservas hídricas, com um potencial natural de 13% da água

doce do mundo, assim como uma costa marítima de 8,4mil km. Portanto, possui umas das

melhores condições para ampliar sua produção ofertando para o mercado um pescado de

melhor qualidade. O Brasil se destaca com 12 grandes bacias hidrográficas, o que o remete a

se posicionar com mais proatividade nesse segmento, sendo a aquicultura e a pesca, atividades

que tem um enorme potencial econômico. Além das oportunidades de negócios, podem estar

associadas à geração de emprego e renda, com sustentabilidade, respeito ao meio ambiente e

uso racional dos recursos naturais. Entretanto, segundo Wurmann (2010), o Brasil responde

por menos de 1% do mercado mundial de pescado (entre a captura e o cultivo) que atualmente

está em torno de 143 milhões de toneladas.

Os dados do Ministério da Pesca e Aquicultura registram a situação da produção de

aquicultura a nível nacional em comparação com a pecuária (Figura 3). Segundo Salles

(2005), no aspecto da piscicultura, o autor salienta que é uma atividade que permite o

equilíbrio entre o interesse econômico e a exploração racional da natureza, pois apresenta uma

considerável produtividade por hectare (entre 2.500 e 10.000 kg/ha/ano), utilizando menos

superfície de terra, em comparação com outras atividades, como, por exemplo, a pecuária,

cuja produtividade está em torno de 70 kg/ha/ano, representando menos de 3% da

produtividade alcançada na piscicultura.

Fonte: Ministério da Pesca e Aquicultura (2010)

Figura 3. Crescimento relativo da pecuária e aqüicultura nos anos de 2007-2009

No Amazonas, o setor de piscicultura é uma atividade de grande potencial, pois apresenta

características substanciais de recursos naturais como parâmetros ecológicos, biológicos e

hídricos situado na maior bacia hidrográfica do mundo, a bacia amazônica. Entretanto, apesar

dessas circunstâncias favoráveis, no entender de Bernardino (2010), o setor ainda enfrenta

dificuldades tais como: estrutura de distribuição; deficiência de assistência técnica; elevado

custo de produção (ração); pequena escala de produção; pesquisa sobre a qualidade genética

da produção de alevinos, doença e manejo; excesso de burocracia para licença ambiental;

acesso ao crédito; constância de fornecimento; preços e prazos na comercialização,

finalizando com baixa organização do setor, principalmente para as micro, pequenas e médias

empresas.

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No entender de Porter (2009), no contexto em que atuam as micro, pequenas e médias

empreas, os arranjos produtivos locais (APLs) proporcionam mais organização produtiva e

capacidade de enfrentarem os mercados com mais qualidade e produtividade. Os Apls são

características de destaque de todas as economias avançadas e sua formação é ingrediente

essencial para o desenvolvimento econômico. Oferecem nova maneira de pensar sobre

economia e desenvolvimento econômico; identificam-se novas funções para empresas,

governos e outras instituições; e propõem novas maneiras de se estruturar os relacionamentos

entre empresas e governos e entre empresas e universidades, assim como todo o entorno de

agentes políticos públicos e privados. Nesse sentido, para Amato Neto (2009), os elos e

conexões em um arranjo produtivo local devem ser sinergéticos, aprimorando as diversas

formas de coordenação das atividades econômicas, assim como das ações de diversos agentes

públicos e privados em prol do desenvolvimento da aglomeração.

Sendo assim, um dos maiores desafios nos APLs é a capacidade de cooperação e ção conjunta

entre os diferentes elos que compõem a estrutura de um aglomerado produtivo. Desse modo, o

objetivo desse artigo visa analisar as características de conectividade entre os diversos atores

da aglomeração produtiva de piscicultura do Amazonas e sua relação com a competitividade e

sustentabilidade do setor. Segundo Gandra (2010), a produção da pesca (mais de 85%) se

encontra na Região Metropolitana de Manaus e é composta por oito municípios, sendo situada

no centro da maior bacia hidrográfica do mundo, a bacia amazônica.

Os resultados apresentados nessa pesquisa estão baseados em uma pesquisa de campo

realizada com produtores, engenheiros de pesca, assim como órgãos públicos e privados

ligados ligados ao setor. Foram coletados dados primários através de entrevista semi-

estruturada e dados secundários colhidos através de pesquisa bibliográfica e análise

documental.

2. Arranjos produtivos locais: aplicação no Estado do Amazonas e a relação com o setor

de piscicultura

O Estado do Amazonas é identificado pela singularidade de seus ecossistemas (fauna e flora)

e dos recursos minerais e hídricos. Ainda persiste no Estado, acentuada desigualdade intra-

regionais, nos aspectos econômicos e socioculturais. Segundo Pimentel (2010), em virtude

dessa característica da região do Amazonas, deve-se criar estratégia de interiorização da

economia, com base nos recursos naturais do Estado. Atualmente, está centrada na capital,

tendo como vetor o Pólo Industrial de Manaus-PIM. Segundo o autor em questão, há dois

modelos de comparação para o desenvolvimento do Amazonas (Tabela 1)

MODELO INDUSTRIAL-PIM MODELO BIO-ECONÔMICO INTERIOR

Importador de insumos e matérias-primas; Insumos e matérias-primas estão nos

recursos da biodiversidade regional;

Baixa agregação de valor local Alta agregação de valor local;

Alta concentração na cidade de

Manaus, agravando o desnível sócio-econômico

intra-regional;

Amplas possibilidades de interiorização de

produção de bens de base regional

sustentável;

Indutor de fluxo migratório para a

cidade de Manaus;

Possibilidades de reversão do fluxo

migratório com a fixação do homem no local

de origem;

Enclave industrial em região de baixo

desenvolvimento, colocando-o em

posição de fragilidade política,

institucional e jurídica, perante o

Comando total de gestão e solidez política e

jurídica com base de produção sustentável

com os recursos da biodiversidade;

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sudeste e sul do Brasil;

Baixa aderência às potencialidades de

recursos da biodiversidade e às

tradições econômicas, sócio-culturais

do Amazonas;

Projetos estratégicos alternativos de

desenvolvimento econômico regional, com

base nos recursos naturais, inclusive

minerais e turismo

Principais fatores de viabilização

econômica competitiva, está calcada

nas Políticas de Incentivos Fiscais dos

Governos Federal e Estadual;

A viabilidade de projetos nesse modelo têm

base competitiva nos investimentos infra-estruturais e

nas parcerias estratégicas

institucionais, empresariais, governamentais

e sociedade civil.

Criação de postos de trabalho que

requisita mão-de-obra semi-qualificada e

qualificação com alta especialização.

Requisita mão-de-obra qualificada, mas

absorve em toda cadeia produtiva elevado

contingente de mão-de-obra em processo

de exclusão social.

Fonte: Adaptado de Pimentel (2010)

Tabela 1 – Modelo de desenvolvimento econômico do Estado do Amazonas

Percebe-se (Tabela 1) a importância das potencialidade regionais e o desafio de se alicerçarem

arranjos produtivos sólidos em termos de competitividade econômica, social e ambiental.

Segundo Noronha (2009), desde 2003, a SETEC- Secretaria de Estado de Ciência e

Tecnologia-, vem trabalhando para o fortalecimento do APLs. Em 3 de setembro de 2007, foi

criado o Núcleo Estadual de Arranjos produtivos Locais –NEAPL-, pelo Governo do Estado,

como sugestão do Governo Federal, para coordenar, estimular e comprometer as lideranças

empresarias e promover a articulação institucional e empreendedora de segmentos produtivos

emergentes do Estado. Segundo o Núcleo, em seu primeiro Seminário de APLs realizado em

13 de agosto de 2010, diversas instituições públicas e privadas estão fornecendo parceria ao

desenvolvimento dos APLs nos seguintes fatores: qualificação empresarial, capacitação

tecnológica, políticas públicas, elevação do capital social, crédito e financiamento e

responsabilidade sócio ambiental.

No setor de piscicultura, Lima (2005) enfatiza que a região é detentora de grandes recursos

naturais e dispõe de uma promissora capacidade produtiva. Possui também importantes

Instituições de Pesquisa atuando na área de piscicultura tais como: INPA- Instituto Nacional

de Pesquisa da Amazônia, UFAM- Universidade Federal do Amazonas e EMPRAPA-

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, dentre outras. Entretanto, apesar de relevantes

pesquisas na área de piscicultura, falta uma maior integração entre essas Instituições e o setor

produtivo, acentuando mecanismo de vinculação para transferência desses conhecimentos.

Segundo a autora, A EMBRAPA, das três Instituições mencionadas, é a que mais tem uma

orientação direcionada para que seus conhecimentos sejam transferidos ao seu entorno social

e econômico.

Atualmente, de acordo com Engenheiros de Pesca da SEPA- Secretaria Executiva de Pesca e

Aquicultura do Amazonas-, o órgão que mais tem atuado junto aos produtores no que se

refere à capacitação tecnológica é o CETAM- Centro de Educação Tecnológica do Amazonas.

Entretanto, conforme pesquisa de campo, instituições como INPA, UEA – Universidade

Estadual do Amazonas, IFAM- Instituto Federal de Educação Tecnológica do Amazonas,

EMPRAPA e UFAM, mantém interações com o setor através dessas transferências;

entretanto, há carência de ações mais integradas desses centros de pesquisa com o setor

produtivo a ponto de impulsionar mais a sua competitividade a nível local, nacional e até

internacional. Na pesquisa, houve a ausência do CBA- Centro de Biotecnologia da Amazônia,

em termos de interação e pesquisas mais profícua em relação à transferência tecnológica com

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o setor de piscicultura do Amazonas, sendo pontuado pesquisas relevantes mais a nível de

outros setores produtivos como fitoterápicos, fitocosméticos , dentre outros.

3. A importância da cooperação e conectividade nos APLs

Nos APLs, são preponderantes as mobilizações e conexões com a finalidade de provocar os

indivíduos a agirem de maneira mais associativa e cooperativa. De acordo com Porter (2009),

uma forte característica da competição nos mercados são os vínculos mais estreitos com os

compradores, fornecedores e instituições, pois trazem uma importante contribuição não

apenas para a eficiência, mas também para a velocidade das melhorias e das inovações.Para

Pagani (2006), deve haver um relacionamento interno eficiente entre colaboradores, clientes,

fornecedores e concorrentes, assim como externamente com o governo, cooperativas,

universidades e institutos de pesquisa, concluindo com uma troca de informações em feiras,

encontros, publicações, patentes, entre outros.

Um dos grandes paradigmas de desenvolvimento dos APLs com um alto grau de cooperação

são os distritos industriais da Nova Itália. Nessas aglomerações, a cultura da cooperação é à

base de sustentação para os grandes avanços competitivos que vêm sendo desenvolvidos e

praticados. Autores como Schimitz, (1998) e Casarotto e Pires, (2001), salientam que a falta

de cooperação afeta diretamente a produtividade do setor; por isso, deve haver uma

interdependência entre diversos atores, produtores e usuários de bens, serviços e tecnologias,

através de ação conjunta, ganhando assim eficiência estratégica. No entender de Minniti

(2008), as políticas do governo são importantes para moldar o ambiente institucional em que

as decisões empresariais são tomadas. Ademais, essas políticas devem ser impulsionadoras do

empreendedorismo produtivo. No âmbito interno, para se produzir melhor, Katrin et

al.,(2006) enfatizam que o elemento motivação é o impulsionador de todo processo criativo

nas empresas. É um suporte potencial para se compensar as deficiências de outras

competências.

Para Amato Neto (2009), quanto maior o desenvolvimento da indústria em uma dada região,

maior deve ser o engajamento com o âmbito ambiental. As empresas que possuem uma

reputação de responsabilidade sócioambiental, gozam de imagem frente à comunidade e ao

seu mercado consumidor, e isso gera vantagem competitiva. Entretanto, alerta Porter (2009),

o governo, através de seus órgãos, deve evitar criar enorme fardo de uma burocracia

ineficiente, que impõe diálogos sem fim com o setor produtivo, não resolvendo conflitos com

rapidez e equidade.

Segundo Bethlem (2009), no aspecto da cooperação com os clientes, é importante salientar

que eles são os “donos” da empresa, e a mesma existe para satisfazer os desejos e aspirações

deles. O conhecimento da clientela, do seu perfil, hábitos de compra, necessidades,

inclinações é uma vantagem competitiva significativa. Muita parceria com os clientes de

modo a fortalecer o contexto das negociações ganha-ganha nos APLs.

No entender do Instituto Alemão de Desenvolvimento apud Casarotto e Pires (2001), a

cooperação nas aglomerações produtivas necessita de análise conjunta de problemas e

soluções;desenvolvimento da visão estratégica; intercâmbio de idéias; troca de informações

entre várias empresas e abandono do individualismo. A importância da cooperação e

associação entre os agentes locais é de extrema importância para o desenvolvimento dos

APLs, pois tem sido evidenciado como a característica fundamental na sua cadeia produtiva.

No entender de Casarotto e Pires (2001), a cooperação se perfaz através de troca de

informações entre empresas, intercâmbio de idéias, desenvolvimento de visão estratégica,

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análise conjunta dos problemas, solução em comum e definição das contribuições entre

parceiros.

De acordo com o presidente da Organização das Cooperativas do Estado do Amazonas,

Petrucio Magalhães Júnior, as cooperativas são as melhores parceiras para se fazer negócios e

promover melhor distribuição de renda e inclusão social. Deve-se criar políticas públicas para

legalização das áreas fundiárias e assentamentos rurais; redução da burocracia para a

concessão de licença ambiental nos órgãos e facilitação da regulamentação ambiental com

celeridade nos processos junto ao Instituto de Proteção Ambiental do Estado do Amazonas

(IPAAM), de modo que o pequeno produtor tenha liberação de área de 20% para uso

adequado do solo e dos recursos naturais na propriedade.

4. Apresentação dos dados

A pesquisa investigou, dentre outros, aspectos relativos à possibilidade de ação conjunta entre

os diferentes elos que compõem a aglomeração produtiva da piscicultura de acordo com

pesquisa junto a CONEPA- Câmara Técnica de Aquicultura. Através do seu grupo de

trabalho para políticas públicas junto ao setor, foram extraídos os seguintes dados e

informações. A Tabela 2 ilustra a situação do setor.

Empresas e elos

integrantes Características

1) Produtores ►70% são pequenos produtores de natureza familiar

2) Legislação fundiária e

ambiental

►Lentidão e burocracia no processo. Carência de políticas voltadas ao

pequeno produtor . Excesso de órgãos responsáveis pelo licenciamento

3) Aspectos de

comercialização

► Muitos atravessadores e ainda superficial a cultura dos clientes

pelos peixes oriundos da piscicultura

► Os produtos são totalmente comercializados na região da

aglomeração.

4) Interação das

empresas com as

instituições locais

► nível relativode interação entre as instituições e os produtores.

► Carência de treinamentos aos produtores. Falta de pesquisa mais

direcionada aos entraves da piscicultura, com a participação do

produtor

5) Controle de qualidade

6) Insumos

7) Creditos e

financiamentos

8) Logística e distribuição

► A grande maioria não tem controle de qualidade.

► Carência de mais pesquisa na produção de alevinos de novas

espécieis.

► Dificuldade de acesso ao crédito

► Carência de caminhões frigorificados e mais subvenção de energia

elétrica para agricultores

Fonte: Adaptação de CONEPA (2010)

Tabela 2 – Elos e conexões na aglomeração produtiva de piscicultura no Amazonas

Na região do estudo, mais de 90% da aquicultura é proveniente da piscicultura. Existem 2.890

produtores, e em 2010 foram produzidas 9.840 toneladas de pescado, sendo que proveniente

da aquicultura familiar foram 7.690 toneladas e da aquicultura empresarial 2.150 toneladas. A

principal espécie cultivada é o tambaqui com aproximadamente 66%, em segundo lugar está o

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matrinxã com 32% e por último o pirarucu, com qualitativo inferior e em sistemas extensivos

de produção. O tambaqui, considerado o maior peixe comercializado, apresentou em 2003

uma produção de 2.350 toneladas e, em 2010, 8.400 toneladas. Portanto, um aumento

significativo em relação a 2003. A produção de alevinos também apresentou um aumento de

2003 para 2010, passando de 5,6 milhões para 16,7 milhões respectivamente. A produção de

pescado cultivado, passou de 3.300 toneladas em 2003, para 9840 toneladas em 2010 (SEPA,

2010).

5. Discussão

A partir dos resultados apresentados na Tabela 2, será feito uma análise de perspectivas de

interação e conectividade entre diferentes elos que compõe a aglomeração produtiva de

piscicultura da região metropolitana de Manaus.

De acordo com a pesquisa, grande parte da produção provem de produtores familiares e um

pequena parcela oriunda da piscicultura empresarial. Entretanto, a carência de capacitação

tecnológica e gerencial nos seus processos produtivos ainda se encontra fragilizada. O setor

vem crescendo, pois passou de 3.300 toneladas em 2003, para 9840 toneladas em 2010;

entretanto os produtores vem salientando a distância ainda relevante de conexão mais

dinâmica e efetiva com centros de pesquisa como Universidade Federal do Amazonas,

Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia, Centro de Biotecnologia da Amazônia e

Empresa Brasileira de Pesquisa em Agropecuária, sendo as duas últimas salientadas na

pesquisa como as mais interligadas em termos de transferência tecnológica. Os produtores

alegam que falta divulgação para o setor do que essas instituições já produziram; falta ouvir o

produtor para resolver problemas em conjunto com as instituições. Segundo Porter (2009) e

Pagani (2006), só acontecerá aceleração na produtividade se houver interação e transferência

tecnológica e gerencial mais profícua com as Instituições de pesquisa. Isso acelera as

inovações e aumenta a eficiência produtiva. Observa-se na região, que ainda existe uma

relativa desarticulação das Instituições de Pesquisa com o entorno produtivo no que se refere

a transferência de inovação tecnológica.

No aspecto da legislação fundiária e ambiental o setor de encontra com grandes entraves, pois

muitos produtores alegam burocracia e lentidão nos órgãos de normatização. A pesquisa

demonstrou que muitos atuam na informalidade, e isso pode ocasionar, falta de qualidade nos

processos e produtos produzidos ofertados a população. Na pesquisa, percebe-se uma

insatisfação muito grande dos produtores no sistema de políticas públicas locais para

atenuarem a legislação ambiental e fundiária para pequenos produtores. Segundo Porter

(2009), uma das importantes tarefas do governo, é melhorar a capacidade de infra-estrutura

física e fomentar a instituições para que forneçam esses elementos, isto é, melhorar o

ambiente de negócios onde se insere os APLs. Segundo Schimitz, (1998) e Casarotto e Pires,

(2001), a falta de ação conjunta entre vários órgãos e o setor produtivo, prejudica a eficiência

estratégica.

No entender do presidente da Organização das Cooperativas do Estado do Amazonas,

Petrucio Magalhães Júnior, deve-se criar políticas públicas para legalização das áreas

fundiárias e assentamentos rurais, juntamente com o Instituto de Proteção Ambiental, e assim

poder regularizar mais prontamente a necessidade do produtor. A nível nacional, já existe a

resolução de número 413/2009 do CONAMA- Conselho Nacional do Meio Ambiente-, aonde

se simplifica o licenciamento ambiental para empreendimentos de pequeno porte. Entretanto,

necessita-se ajustar as legislações estaduais. Muitos estados já foram contemplados com essa

regulamentação em virtude de agilidades em atender as urgências do setor e do produtor,

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segundo o Ministério da Pesca e Aquicultura. Isso precisa ter mais agilidade no Estado do

Amazonas, mesmo diante de suas peculiaridade regional a nível de nacional e internacional.

No aspecto da comercialização, os dados demonstram que a produção da piscicultura é

totalmente abastecida pela região do aglomerado produtivo. Entretanto, segundo a pesquisa,

os produtores tem muita carência de gestão de negócio. Na pesquisa, observou-se falta de uma

política de preço mínimo garantido pelo poder público para os piscicultores; falta de apoio de

órgãos para trabalhar o produto final (design); falta de divulgação do produto e carência de

pontos de venda (feiras) organizadas e oficializadas pelo estado. Na pesquisa também não foi

salientado pelos produtores a participação do SEBRAE- Serviço Brasileiro de apóio a Micro e

Pequena Empresa na capacitação gerencial, o que é uma lacuna que deverá ser incrementada,

pois este órgão tem feito parcerias muito profícuas com o Ministério da Pesca e Aquicultura e

está atuando em diversos estados no que concerne à capacitação mercadológica e

empreendedorismo.

Segundo Tahin (2008), para se configurar um APL desenvolvido, deve haver treinamento de

recursos humanos, informação, cooperação e conexões com instituições públicas e privadas

para fomentar a comercialização com mais produtividade. Na pesquisa há pouca adequação

dos consumidores com o pescado de origem aquícola. Para Bethlem (2009), a cooperação

com os clientes é importante, pois o conhecimento da clientela, do seu perfil, hábitos de

compra, necessidades, inclinações é uma vantagem competitiva significativa. No aglomerado

estudado, não há muita busca pelos produtores do que os clientes esperam em um produto

proveniente da piscicultura, e também pouca interação com os fornecedores. Na visão de

Garcia (2001), os fornecedores são responsáveis por incrementarem a competitividade através

de equipamentos e outros serviços. Pela carência de cooperativismo, os produtores familiares

e empresariais não estão construindo pontes com os fornecedores para que possam, através de

ação conjunta, entender melhor as necessidades dos clientes. Portanto, aqui está uma lacuna a

ser preenchida pelo setor. Fortalecer mais seu relacionamento com os fornecedores atingirá

melhor seus clientes, pois é nas mãos deles (clientes) que as empresas estão.

Na visão de Casarotto e Pires (2001), a qualidade é uma variável base no incremento da

competitividade. É uma forma de garantir o mercado atual e permitir agressão de novos

mercados. Observa-se na pesquisa que os produtores alegam falta mais interesse dos órgãos

de certificação em trabalhar junto com o produtor (quanto mais certificação, mais

desenvolvimento para o estado) e carência de capacitação e preparação para manipulação do

pescado. Para Porte (2009), o governo, através de seus órgãos, deve evitar criar enorme fardo

de uma burocracia ineficiente, que impõe diálogos sem fim com o setor produtivo, não

resolvendo conflitos com rapidez e equidade. Todas essa situações consomem recursos e

tempo gerencial sem qualquer contribuição em termos de valor aos clientes. Estes fatos

representam constrangimentos cerceadores da competitividade nos países em

desenvolvimento. Enfatizando ainda a questão, Amato Neto (2009), salienta que nas

aglomerações produtivas se devem possuir reputação sócioambiental para gerar

competitividade.

Ademais, observa-se no setor que muitos pequenos produtores repassam sua produção à uma

empresa de grande porte no setor de pesca em virtude de não possuírem certificado de

qualidade. Esta, por sua vez, repassa aos produtores um valor muito aquém do investimento

deles (produtores) na produção, não gerando uma rentabilidade mais sustentável a quem de

fato está no processo produtivo. A atuação de uma governança sólida e de consórcios na

região do aglomerado seria uma das viabilidades para atenuar essa questão. Para Amato Neto

(2009), os consórcios ganham dia a dia, a maior relevância no mundo dos negócios.

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Um dos grandes entraves no setor de piscicultura do Amazonas, segundo os produtores, é a

questão dos insumos. Eles alegam que no Amazonas, em virtude de não está perto dos

grandes produtores de soja e outros grãos, elementos componentes da ração, os insumos

oneram muito o preço do produto final oferecido aos clientes. Apesar da região ser rica em

biodiversidade, a questão do insumo na piscicultura ainda bloqueia a produção. Os produtores

por não estarem integrados em cooperação e ação conjunta, são onerados na compra dos

insumos. Porter (2009) salienta que os custos de transação muito são amenizados pelas

compras em conjunto no interior da aglomeração. Outro fator seria a falta de pesquisa das

instituições na produção de alevinos de outras espécies, já que existem diferentes tipos de

peixes na região. Segundo Gandra (2010), são estimadas cerca de 1.500 a 2.000 espécies,

sendo que 400 são de peixes ornamentais e 100 espécies exploradas para consumo humano. E

das 100 para consumo humano, se concentra 85% na produção em apenas 10 tipos de peixes.

Isso revela uma acentuada falta de integração mais dinâmica na aglomeração entre os centros

de pesquisa, produtores, e acima de tudo, empreendedorismo na inovação de produtos

oferecidos ao mercado. No entender do Instituto Alemão de Desenvolvimento apud Stamer

et.al (1997), a cooperação nas aglomerações produtivas necessita de análise conjunta de

problemas e soluções; intercâmbio de idéias; troca de informações entre o entorno produtivo e

a pesquisa. A importância da cooperação e associação entre os agentes locais é de extrema

importância e tem sido evidenciado como a característica fundamental na sua cadeia

produtiva.

Quanto ao crédito e financiamento, em virtude de já fatores analisados anteriormente como a

regularização fundiária e a questão ambiental, os bancos bloqueiam o acesso. Na pesquisa, os

produtores salientaram que alguns bancos até apresentam políticas de crédito ao pequeno

produtor, mas sempre atrelado a garantia fundiária e ambiental, além do que exigência de

muitos documentos. Existe limitações do Banco do Brasil e Banco da Amazônia nos

municípios que dificultam ao acesso do crédito do PRONAF- Programa Nacional de

Fortalecimento da Agricultura Familiar. No aspecto de logística e distribuição, percebe-se na

pesquisa que está acontecendo melhoras no escoamento da produção em virtude da

construção de uma ponte interligando Manaus a maioria dos municípios da Região

Metropolitana. Entretanto, o setor ainda sinaliza que falta caminhões frigorificados e falta de

subvenção de energia elétrica para piscicultores. Porte (2009) salienta que as empresas não

terão condições de empregar técnicas logísticas avançadas se não contarem com infra-

estrutura de transporte de alta qualidade. Acredita-se que, apesar do principal modal no

Amazonas ainda ser transporte fluvial, a Região Metropolitana de Manaus, está se

estruturando através do transporte terrestre, o que viabilizará oescoamento não só da produção

de pescado, mas de outras potencialidades regionais. Isso representa um gradual avanço.

6. Conclusão

Pode-se concluir que, apesar das grandes potencialidades naturais que existem no Amazonas

em recursos hídricos, ainda acontecem fortes entraves para se potencializar a produção de

piscicultura na região. É relevante salientar que o fato da produção ter aumentado de 2003 a

2010 em termos representativos, o setor ainda necessita de ações estruturantes na área de

transferência tecnológica, infra-estrutura e logística, qualificações especializadas e qualidade

dos produtos.

A oportunidade de se desenvolver um arranjo produtivo local na Região Metropolitana de

Manaus, no setor de piscicultura, deve ser mobilizada através de uma forte liderança

compartilhada, capaz de impulsionar uma governança que atue mais eficazmente com os

XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no

Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.

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gargalos na produção. Na pesquisa, verificou-se que os elos e conexões na aglomeração

produtiva ainda se encontram fragilizados.

O grande desafio do Brasil de se tornar em um grande produtor de pescado é imenso.

Estratégias já estão sendo pontuadas pelo atual Ministério da Pesca e Aquicultura para atenuar

e acelerar o grande atraso de produção pesqueira a nível nacional. O Amazonas pode

contribuir em muito com essa produção, desde que seja devidamente estruturada a cadeia

produtiva de piscicultura, principalmente com a sinergia da massa crítica de conhecimento ao

entorno produtivo. É importante salientar que o Modelo do Pólo Industrial de Manaus- PIM,

calcado nas Políticas de Incentivos Fiscais do Governo Federal, tem previsibilidade até 2033.

Este modelo tem baixa aderência às potencialidades regionais, e impulsiona uma economia

concentrada na grande Manaus, em detrimento de uma economia dispersa em toda a região do

Amazonas.

Os arranjos produtivos locais podem contribuir para essa descentralização econômica

representando um desafio ao desenvolvimento econômico. No caso do setor de piscicultura,

acredita-se que é irrefutável ser uma característica histórica e cultural da região, pois na área

de pesca extrativa em rios e lagos, o Estado do Amazonas é o maior produtor nacional. Isso

em virtude de seu grande potencial hídrico. Entretanto, a pesca cultivada precisa encontrar

caminhos e estratégias, com políticas públicas mais arrojadas envolvendo os stalkholders,

cujo objetivo seja enfrentar os mercados flexíveis e arrojados do mundo global com

competitividade, aperfeiçoando-se com qualidade e produtividade na produção de seus

produtos e serviços. A demanda existe, tanto a nível local, nacional e até regional e isso já o

coloca em patamar bastante favorável. Os peixes amazônicos têm um mercado extraordinário,

é só potencializar a produção. Os arranjos produtivos locais podem ser a chave para alavancar

esse crescimento de maneira sustentável e equilibrada, principalmente favorecendo a uma

melhor qualidade de vida às pessoas da região.

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ANEXO

Agradecimentos a FAPEAM- Fundação de Amparo a Pesquisa no Estado do Amazonas pelo

apoio a pesquisa do Setor de Piscicultura no Amazonas.