revista elos . agosto - setembro de 2013

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Publicação bimestral da Associação Recriar | Ano 01 . nº11 . Agosto – Setembro 2013 Distribuição gratuita e dirigida . Venda proibida | [email protected] Edvar Gimenes Vinte centavos versus bilhões Sylvio Macri Evangelho de faz-de-conta Paulo Pancote Mentira: veneno mortal

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Publicação da Igreja do Recreio . Rio de Janeiro . Brazil . Distribuição dirigida ao Recreio e bairros adjacentes

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Page 1: Revista Elos . Agosto - Setembro de 2013

Publicação bimestral da Associação Recriar | Ano 01 . nº11 . Agosto – Setembro 2013Distribuição gratuita e dirigida . Venda proibida | [email protected]

Edvar Gimenes

Vinte centavos versus bilhõesSylvio Macri

Evangelho de faz-de-contaPaulo Pancote

Mentira: veneno mortal

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Revista Elos | Edição 11 . Agosto – Setembro 2013 | 1

Uma publicação bimestral da Associação Recriar. É proibida a venda de exemplares. Distribuição gratuita e dirigida.

Diretor executivoWander Ferreira [email protected]

Editor de conteúdoUtahy Caetano dos Santos FilhoMTB [email protected]

PublicidadeCarolina [email protected]

RedaçãoCarolina Carneiro; Marcelo BelchiorDhiego Almeida; Felipe Leão

Colaboraram nesta ediçãoGeorge Heinrichs; Paulo Moura; Edvar Gimenes Dercinei Figueiredo; Israel Belo de Azevedo Rafael Mattos; Josué EbenézerJosias Bezerra; Silvino Netto; Lécio Dornas Sylvio Macri; Karolyne Reis; Isaltino GomesJoel Leandro; Wesley CavalheiroRaquel Souza; Paulo Pancote; Jussara Novaes Samuel Rodrigues; José Pinheiro Conselho editorialTamar Souza; Daladier Carlos; Carlos NovaesAdalberto Sousa; Lília Marianno

Projeto gráficoMarcelo [email protected]

CTP e GráficaEdiouro Gráfica e Editora21. 3882.8230 | [email protected]

Tiragem10.000 exemplaresDistribuição dirigida aos moradores do Recreio,Barra da Tijuca e adjacências

InformaçõesIgreja do RecreioRua Helena Manela, 101 . Recreio21. 2437.3015 Ramais 220 a [email protected]

O conteúdo e informações contidos nas matérias e artigos assinados são de responsabilidade exclusiva dos autores. É necessária prévia autorização, e devida citação do veículo, para reprodução total ou parcial do conteúdo.

As publicidades veiculadas nesta edição são de responsabilidade exclusiva dos anunciantes.

. destaques

dest

aque

sAnorexia: doença ou estilo?Rafael Mattos . Página 18

9 . O ser vazio e o nadaJoel Leandro

25 . Sucesso e felicidadeJosias Bezerra

27 . Gosto de genteKarolyne Reis

29 . ProdutividadeWesley Cavalheiro

32 . Ansiedade: mal desnecessárioPaulo Moura

40 . Esse cara sou euGeorge Heinrichs

42 . Evangelho de faz-de-contaSylvio Macri

44 . Teologia das manifestaç˜oesLécio Dornas

46 . Quem espiona o quê?Daladier Carlos

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Há dois meses, quando saiu o número anterior de ELOS, o Brasil vivia na pasmaceira de sempre. Em Brasília e em todos os estados da federação, a classe política fazia o que sempre fez: conduzia o país sem dar muita pelota à população.

Repentinamente, em São Paulo, jovens vão às ruas protestar contra aumento de 20 centavos nas passagens de ônibus. Geraldo Alckmin, sensível como sempre, manda a polícia arrepiar. A polícia, pra descer o braço não precisa de incentivo e foi tão truculenta que, em minha modestíssima opinião, indignou e incendiou o país.

Arnaldo Jabor, comentarista político do Jornal da Globo, avaliou mal o movimento (como quase toda a imprensa) e sua diatribe estranhando tanto protesto por apenas 20 centavos acabou virando um dos lemas berrados pelas ruas (“Não é só por 20 centavos”).

O povo saiu às ruas para reivindicar direitos básicos: saúde, educação e segurança. Alguns resultados foram alcançados e há esperança de que a classe política dê um pouco mais de atenção ao povo. A mensagem foi enviada.

Este texto foi produzido antes da chegada do Papa Francisco ao Brasil, mas não tenho dúvidas que a passagem dele por nosso país foi um sucesso. Jorge Mario Bergoglio, o 266º Papa da Igreja Católica e atual chefe de estado do Vaticano, é uma figura extraordinária. Homem simples, sem afetações. O rabino Abraham Skorka, amigo íntimo e

de longa data de Bergoglio, diz que “ele não se faz de humilde, ele é humilde”. E é mesmo.

Simplicidade não se finge. O falso simples é figura patética. Bento 16, o antecessor do Papa Francisco, era um erudito. Percebia-se que ele não se sentia à vontade entre mortais comuns. O Papa Francisco, ao defender a simplicidade e viver frugalmente (da forma possível dentro de uma estrutura luxuosíssima como a da Igreja Católica), passa mensagem importantíssima para o mundo atual: o homem deve ser humilde e aberto ao diálogo. Não é pouco.

A revista ELOS, se tivesse mantido a periodicidade mensal com que iniciou sua trajetória, completaria 1 ano (12 edições) agora, em agosto. Não foi possível. A festa ficará para a edição que circulará nos meses de outubro | novembro.

Algumas metas a revista conseguiu alcançar (a participação de muitos escritores da própria comunidade da PIB do Recreio é uma delas), outras alcançaremos mais à frente. Éramos uma revista voltada para fora da igreja. Somos, agora, uma revista híbrida. O que me parece muito bom.

O fato inconteste é que ELOS publica material de ótimo nível, em apresentação caprichada. A promessa da equipe que produz a revista é fazer sempre o melhor. No próximo número, ELOS fica mais velha e trará novidades para o leitor. Aguardem.

Enquanto isso, deleite-se com a edição que você tem em suas mãos.

Utahy SantosEditor de conteúdo . [email protected]

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editorial .

Agência Brasil

Senado aprova regulamentação do trabalho domésticoMariana Jungmann Repórter da Agência Brasil

Brasília – O Senado aprovou o projeto de lei complementar que regulamenta o trabalho doméstico. Os principais pontos do projeto, que foi formulado por uma comissão mista de deputados e senadores e relatado pelo senador Romero Jucá (PMDB-RR), tratam das regras para cumprimento da jornada de trabalho semanal de 44 horas e do pagamento dos encargos trabalhistas pelo empregador.

Uma das soluções construídas por Jucá, após negociação com as centrais sindicais e o governo, é o estabelecimento de um banco de horas para que patrões e trabalhadores domésticos possam fazer a compensação de horas trabalhadas a mais ou a menos.

Quanto aos encargos a serem pagos pelos patrões, o projeto aprovado diz que eles terão de pagar 8% de contribuição patronal ao INSS, mais 8% referentes ao recolhimento do FGTS e 3,2% relativos ao recolhimento antecipado da indenização que os trabalhadores receberão se forem demitidos sem justa causa. Com isso, Jucá eliminou a multa de 40% sobre o saldo do FGTS, a ser paga pelo empregador em caso de demissão injustificada. Com o recolhimento de alíquota extra, a indenização dos trabalhadores será garantida e eles receberão diretamente da CEF quando forem demitidos.

Um novoBrasil?

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Revista Elos | Edição 11 . Agosto – Setembro 2013 | 3Revista Elos | Edição 11 . Agosto – Setembro 2013 | 3

Público de cinema nacional cresce 280% em um ano

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Demitidos através de SMSDo Blue Bus

Tempos modernos – restaurante da Flórida demite funcionários através de SMS

Você já deve ter ouvido falar de alguém que terminou o namoro via SMS – mas e de uma demissão feita através de mensagem de texto? Pois foi exatamente assim que alguns funcionários do restaurante Barducci em Winter Park, Flórida, ficaram sabendo que estavam desempregados. “Infelizmente preciso informar que fui obrigado a fechar o Barducci’s imediatamente”, dizia o SMS enviado pelo dono do estabelecimento, Gregory Kennedy. Sobre a forma como foi dispensada, uma das ex-funcionárias diz que acha a atitude do empregador “imoral, uma covardia”. Contatado por uma equipe de reportagem do canal WFTV para falar sobre o assunto, Gregory não atendeu as chamadas, mas entrou em contato mais tarde... via SMS.

Smartphone é usado em lugares inusitadosPALO ALTO, Califórnia – Que os smartphones fazem parte do cotidiano das pessoas não é mistério, mas uma pesquisa revela que um em cada dez americanos não larga o celular até na hora de fazer sexo. O estudo 2013 Mobile Consumer Habits, conduzido pela Harris Interactive em parceria com a Jumio, mostra que o aparelho não é deixado de lado mesmo em momentos inusitados, como na igreja ou durante o banho.

- As pessoas veem os smartphones como extensões dos próprios corpos, e os carregam o tempo todo, até mesmo para locais heterodoxos – disse Marc Barach, diretor de Marketing e Estratégia da Jumio.

Alguns dados da pesquisa impressionam: 9% dos entrevistados admitem usar o celular enquanto transam; 12%, durante o banho; 19%, na igreja; 33%, em um jantar romântico; e 35%, dentro do cinema.Quase três quartos dos pesquisados (72%) disseram não conseguir ficar a mais de um metro do smartphone durante muito tempo.

- E o pânico se instala quando as pessoas são separadas de seus dispositivos, com preocupação

principalmente com a privacidade. E elas têm um motivo real para ficarem preocupadas: quase 30% dos adultos admitem bisbilhotar no smartphone alheio – disse Barach.

E ficar com o smartphone nas mãos o tempo inteiro tem seus riscos. Apesar dos avisos, e até mesmo leis que proíbem o uso de celulares na direção, 55% dos entrevistados admitiram fazer ligações ou mandar mensagens enquanto dirigem.

(O GLOBO)

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Os longas brasileiros tiveram, no primeiro semestre de 2013, aumento de público de 280% em relação ao ano passado. Nos seis meses iniciais de 2012, 3,5 milhões de pessoas foram aos cinemas assistir a filmes nacionais. Em igual período de 2013, 13,6 milhões de ingressos foram vendidos. Em dinheiro, o aumento foi de 289%. Este ano, R$ 144

milhões; ano passado, R$ 37 milhões. Dos cinco filmes que ultrapassaram a marca de 1 milhão de espectadores neste ano de 2013, três deles são comédias (“De pernas pro ar 2”, “Vai que dá” e “Minha mãe é uma peça”), enquanto dois envolvem o nome de Renato Russo (“Somos tão jovens” e “Faroeste caboclo”), ex-líder da Legião Urbana.

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Viktória Uchakova Gazeta Russa

Muitas vezes, escritores manifestam-se como profetas, “inventando” nas páginas que escrevem algo que ganhará vida mais tarde.

A Gazeta Russa folheou alguns livros de autores russos de ficção científica para encontrar alguns exemplos.

Roupa de mergulhadorO romance “O Homem Anfíbio”, de Aleksandr Beliáev, foi publicado em 1928. Conta a história de um jovem chamado Ikhtiandro, que, na infância, teve implantadas guelras de tubarão.

Ikhtiandro passava muito tempo no mar usando uma roupa fina e justa, bem como pés de pato, luvas e óculos de lentes grossas. Hoje em dia, este é um equipamento usado por quem pratica mergulho ou caça submarina.

As modernas roupas de mergulhador, feitas de neoprene, mantêm a temperatura do corpo e assemelham-se a uma segunda pele. Começaram a ser fabricadas nos anos 1950, nos EUA.

Jornal eletrônicoO gadget para a leitura de jornais eletrônicos foi descrito pelo ficcionista soviético Kir Bulitchov em 1978. Na sua novela “Cem Anos à Frente”, ele descreve um dispositivo

parecido com o smartphone ou o tablet, a que ele chamava jornal.

Bastava a personagem do livro carregar numa caixinha preta posicionada lateralmente e logo sobressaía uma tela em cores, onde passavam notícias sobre um festival na Lua ou debates na ONU.

Apesar de, nos anos 1970, da ideia dos livros eletrônicos já não causar espanto, o primeiro dispositivo comparado aos de hoje para a leitura de textos na versão eletrônica surgiu apenas em 1992.

HologramaIvan Efremov, no conto “A Sombra do Passado”, publicado em 1945, descreveu um fenômeno que o físico húngaro Dennis Gabor viria a descobrir e a batizar de holograma, passados dois anos.

Os protagonistas do conto eram paleontologistas, os quais deram com um tiranossauro numa camada de resina petrificada. Em 1971, Gabor recebeu o Prêmio Nobel por ter inventado o método holográfico. A obtenção de uma imagem em três dimensões através de raios de luz interessou Gabor quando ele trabalhava no aperfeiçoamento do microscópio eletrônico.

Ficção científica que vira realidade

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Reprodução internet

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PFelucida boatos sobre o Bolsa FamíliaA Polícia Federal finalizou o inquérito que investigou a onda de boatos sobre o Bolsa Família, após quase dois meses de trabalho, mas não identificou nenhum indício de crime. Por isso, nenhuma pessoa foi indiciada ou responsabilizada.

A conclusão contraria o discurso oficial do governo federal explicitado logo após a onda de boatos, no sentido de que haveria uma ação orquestrada para difundir o boato sobre o fim do programa.

Segundo o relatório final, foi um conjunto de “fatores desassociados” que levou à onda de boatos, que teriam sido espontâneos, sem intenção de causar qualquer dano ao governo. Por isso a PF afirma que não houve crime ou contravenção.

Entre esses fatores desassociados, a PF aponta uma decisão de gestão da Caixa Econômica Federal, que antecipou parte dos pagamentos sem aviso prévio para os beneficiários. O inquérito também constatou um aumento no volume de saques em Ipu (CE) e Cajazeiras (PB), cidade onde teve a primeira notícia do pagamento no Facebook. Também não foi identificado o uso de empresas contratadas ou rádios comunitárias. Cerca de 200 pessoas foram ouvidas.

Em maio, milhares de pessoas correram até as agências da Caixa Econômica para sacar os benefícios, após a propagação do boato de que o programa iria acabar.

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Reprodução internet

Gravando para um programa de televisão, a maquiadora percebeu que eu tentara espremer uma espinha no rosto.

Era perigoso e eu devia fazer isto com a ajuda de um profissional. Se insistisse por mim mesmo, não deveria usar as unhas, mas me servir de algodões, etc.

Enquanto a ouvia, eu dizia a mim mesmo que, aos 61 anos de idade, não iria deixar de fazer o que

sempre fiz. Minha secreta ati tude foi típica das pessoas que acham que, tendo feito a vida de um jeito, não podem fazê-la agora de outro jeito, melhor.

Minhas palavras internas mostraram como chega um momento em nossas vidas que achamos que não precisamos mudar; podemos até achar que precisamos, mas ponderamos que não conseguiremos mais. Minha disposição traiu o

ideário de muitos, para os quais nada mais têm que aprender na vida. São mestres sempre; alunos, jamais.

Pude pensar melhor. As palavras da profissional vieram do seu conhecimento e do seu interesse por mim. Quando a encontrar, vou agradecer.

Quando uma espinha rebeldemente aflorar, vou pegar duas porções de algodão, embebê-las em álcool e...

A espinhaIsrael Belo de AzevedoPastor . [email protected] is

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maioresRaquel SouzaEstudante . [email protected]

Reprodução internet

Antes de mais nada, se você tem mais de 18 anos, saiba que é bem possível que já tenha se esquecido como é ser adolescente. Se você é um desses, digo que muita coisa mudou, mas nem tanto.

Por ser a adolescência caracterizada por uma fase de altos e baixos, os relacionamentos que vocês, meninos e meninas, vivem também não são diferentes. É emocionante saber das impressões que vocês têm sobre este assunto, e não se enganem, apesar de não comentarem sobre isso com tanta facilidade, “relacionamentos” é o tema mais falado entre vocês. Apesar de as dúvidas serem muitas, as “soluções” encontradas para tentar desvendar os mistérios que envolvem este assunto são no mínimo interessantes. Uma delas, apesar de não ser tão original assim, mas que parece não sair de moda, é o “ficar”. Vocês podem não saber muito sobre Revolução Francesa, mas de “ficar” vocês entendem.

Quando questionados a respeito do por que “ficar”, as respostas são variadas, mas nem tanto. A razão mais comum relatada é que “ficar” é uma forma de conhecer o outro antes de assumir um compromisso, como uma prévia, um teste. Certa vez perguntei a uma adolescente quantas pessoas ela já havia conhecido na vida, ela ficou sem entender, no fim

perguntei se ela havia beijado todas elas, já que “ficar” e “conhecer” são sinônimos. A impressão é que para vocês meninas, príncipe encantado não existe mais, que esperar com paciência é bobeira, você precisa criar suas oportunidades, mesmo que isso custe negociar seus valores. A impressão é que para vocês meninos, a garota certa está em algum lugar por aí, mas enquanto ela não aparece, não dá pra perder tempo. Parece que é a saída encontrada por aqueles que estão procurando pelo caminho mais fácil. Querido adolescente, carinho e afeto são formas de comunicação, porém “trocar uma ideia”, bater um papo, investir tempo também, então aproveite essa fase para conhecer sim, mas no real sentido da palavra.

Outra justificativa comum é dizer que prefere “ficar” por não querer assumir um compromisso. Aqui está um ponto complicado, pois muitos pensam dessa forma por acompanhar relacionamentos frustrados dos pais. Divórcio não é contagioso, não é hereditário. Desde cedo, suas escolhas de vida influenciam e muito na qualidade dos seus relacionamentos. Não tenha medo do compromisso porque ele quando construído de forma saudável é a saída para o cresimento mútuo. Uma casa só pode ficar “em pé” se seu alicerce estiver

adequadamente estruturado. Outros dizem que “ficar” é uma forma de aproveitar a vida, antes de “se prender” a alguém. O que é contraditório é que é muito comum “ficar” por pressão dos amigos, mas afinal é liberdade ou escravidão? Não estaria você, quando “cai nessa”, já preso ao que pensam a seu respeito? Apesar da nossa ser a geração do “fast food”, onde tudo é mais acelerado e muda com muita frequência, não justifica nossos relacionamentos serem também. Quer dizer então que o mesmo nível de intimidade com alguém que conheço há poucas horas e que provavelmente não verei nunca mais é o que desejo ter com aquele que vou passar o resto da vida? Não espere a idade chegar para perceber que todos os relacionamentos deixam marcas.

É possível viver um relacionamento saudável enquanto adolescente se este for baseado em princípios e valores como obediência, limites, respeito e muitos outros. Não pule etapas, saiba que cada fase da vida é fundamental para o amadurecimento, e que mesmo que pareça que o relógio está brigando com você, a hora certa vai chegar. Não pegue atalhos, mas esteja sempre pronto para receber este presente que é compartilhar a vida com alguém que também esperou por você.

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Por uma fé que admita

incertezase não somente mistériosFé começa com fidelidade. Quanto mais sou fiel, mais creio (essas gradações são possíveis?). Na lealdade recíproca da fé reside o que há de melhor quando despenco da corda bamba: a rede de proteção. Apesar disso, ser fiel está em desuso. É coisa de pobre, burro, feio. É para inseguros e infelizes. A fé foi substituída pela autonomia e pela autossuficiência. Quando a fidelidade saiu de moda, a fé ficou démodé. Quem crê e é desleal, na verdade, não crê.

A fé é simples. E não confunda simplicidade com superficialidade, fraqueza ou pobreza. Minha fé não precisa de quaisquer acessórios para ser eficaz. Ela não precisa dos objetos, palavras, relações ou ações da religião de mercado, do neopaganismo evangélico, do esoterismo gospel, da rejudaização ou da romanização. Quem tem uma fé estética ou cosmética, um dia vai dar de cara com o retrato de Dorian Gray.

Fé e integridade são irmãs gêmeas, mas está cada vez mais difícil vê-las juntas. Em alguns casos elas são separadas ao nascer. E, em outros, a integridade é assassinada com requintes de crueldade pelos gananciosos sequestradores de sua irmã. Xifópagas inseparáveis, a fé morre sem a integridade. Minha fé me leva ao que é certo, honrado, verdadeiro, justo e bom. Quem crê e não é honesto, falha em manter-se inteiro.

A fé gera responsabilidade social. Minha fé aponta as necessidades do outro e dos outros. A fé me inspira à construção de um mundo mais justo, na impossibilidade de um justo. E, na pior das hipóteses, à luta por um mundo menos injusto! É impossível crer e ficar diante de quem

sofre de braços cruzados, olhos secos e coração insensível, apresentando desculpas e sofismas. Quem crê e se conforma com a dor do mundo, limita sua fé (a si mesmo).

A fé é incondicional. Crê incondicionalmente aquele que, a fim de ter ou manter a fé, nada pede ou exige em troca. Incondicional é a fé de quem segue crendo até na solidão e no silêncio do mais infértil e insalubre deserto. Tenho a impressão que alguns têm a fé como um imperativo genético. Eu creio de teimoso. Eu teimo em crer como teimo em amar, não “se”, mas “apesar de” (inclusive, apesar de mim mesmo). Quem condiciona sua fé, não crê, negocia. Fé que não pode ser posta em dúvida, não é fé, é fanatismo. E o fanático não tem Deus, tem ídolo. Minha fé não tem medo de ser desafiada, por exemplo, pela filosofia ou pela física. Fé, filosofia e física são amigas petiscando, bebericando e ora concordando, ora discordando, na mesma mesa de bar. Crer não deve ser confortável, e sim arriscado. Quem tem medo de questionar sua fé, confunde certeza com verdade.

A fé tem fim, tanto como final, quanto como finalidade. Não creio no poder da fé. Creio é no único Deus pessoal, revelado em Cristo e que me faz santuário do Espírito. A fé é apenas um meio temporário. Um dia crer em Deus será totalmente desnecessário. Não é crer, e sim amar a Deus que cumpre toda a Lei e os Profetas. Quem considera sua fé o valor ou a virtude maior, vai se decepcionar. (Se a fé é para obter, o amor é para ser. O amor é mais, maior, melhor.)

Graça & força, sempre!

Wallbeam.com

Dercinei FigueiredoPastor . [email protected] | dercinei.jux.com

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8 | Edição 11 . Agosto – Setembro 2013 | Revista Elos

De minha consagração ao ministério pastoral até hoje houve mudanças significativas no cenário evangélico. Algumas boas, outras nem tanto. Uma das mudanças mais expressivas foi o conceito do que seja um pastor. Antes era um homem que estudava e ensinava a Bíblia ao povo e lhe dava assistência espiritual. Hoje, algumas igrejas querem animadores de auditório. Se o pastor não é, arranjam um para dirigir o culto para ele. O negócio é agito e não reflexão. As pessoas não vão à igreja para conhecer mais sobre Deus. Vão para externar emoções. A comunicação hoje não é mais cognitiva (ideias), mas gestual (com o corpo). Não se reflete. Sacode-se.

Nesta mudança, os pastores devem sempre elogiar. Seu ensino deve ser sempre positivo. Não devem falar de pecado e de erro. A pregação é para as pessoas se sentirem bem. Eles devem fidelizar os clientes, não admoestá-los. No livro Contextualizando a igreja de Cristo, Luiz Sayão diz: “A tendência

atual é aceitar o evangelho de modo superficial, como mais uma ajuda espiritual. Nunca houve tantas ‘conversões’ evangélicas; mas nunca foram tão superficiais. Hoje, mais do que nunca, é preciso deixar claro que ‘ser cristão’ significa mudança de vida definida” (p. 61).

A igreja deixou de ser casa de Deus e se tornou casa dos homens. Não se busca a voz de Deus, mas um eco da voz humana confirmando que as pessoas estão certas e são boas, dando-lhes apoio para viver. Nada de transcendente, de moral, de padrões e princípios. Só conforto, bem-estar e apoio para ajudar na vida. Uma psicoterapia de segunda categoria.

Em Admirável mundo novo, Huxley apresentou uma droga chamada soma, que tirava a dureza da vida. Tipo Prozac. Há muito soma e Prozac nas igrejas. O evangelho é para levantar o ânimo, não para moldar a vida.

O evangelho chama a reordenar a vida. “No passado Deus não levou em conta essa ignorância, mas agora

ordena que todos, em todo lugar, se arrependam. Pois estabeleceu um dia em que há de julgar o mundo com justiça, por meio do homem que designou. E deu provas disso a todos, ressuscitando-o dentre os mortos” (At 17.3-31). Ele traz conforto e segurança. Mas pede arrependimento e mudança de vida. E a igreja não é um lugar para ter o ego massageado ou o estilo de vida confirmado. É a comunhão dos salvos por Jesus, que se comprometeram com ele e querem viver seus padrões. Não é comida por quilo, onde se pega o que se gosta. Ela se compõe de cristãos postos num corpo para transformar o mundo.

Culto não é programa de auditório. É anúncio do evangelho. E este não é “Façam o que querem que Deus não está nem aí”. E a igreja é a companhia dos salvos engajados com Cristo, não um grupo em busca de entretenimento. Por vezes sobra festa e falta contrição.

Há duas necessidades por reafirmar conversão e santificação. Sem elas, a vida cristã é enganosa.

Mudança deconceitos

Isaltino GomesPastor . [email protected]

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Revista Elos | Edição 11 . Agosto – Setembro 2013 | 9

Em um país como o Brasil, em que 85% das famílias têm dificuldade para chegar ao fim do mês com o salário que recebem, o mercado de luxos e supérfluos está em plena expansão. Nos últimos cinco anos, o setor cresceu 35% – uma média de 7% ao ano. Será que parte daqueles que não conseguem chegar ao fim do mês com o salário está “pendurada” no cheque especial ou em crediários para financiar o que é luxo, supérfluo ou coisas perfeitamente dispensáveis?

Estudiosos do tema dizem que sim, que o brasileiro tem uma disposição para gastar acima de suas posses na aquisição de produtos desnecessários. Em uma pesquisa realizada pelo Instituto Ipsos, verificou-se que o Brasil ocupa o primeiro lugar em número de pessoas que declaram que se endividam para adquirir produtos supérfluos ou de luxo – 44%.

Afirmam as escritoras Mara Luquet e Andrea Assef, em seu livro Meninas normais vão ao shopping, meninas iradas vão à Bolsa (2007), que se alguém precisa recorrer ao crédito para comprar produtos de luxo é

porque não possui os recursos necessários para obtê-los, mas, na verdade, quer entrar de qualquer jeito no clube dos consumidores desses objetos e, em se tratando de Brasil, o custo disso inclui assumir juros que beiram 150% ao ano de taxa de cheque especial, por exemplo. Os representantes de grifes internacionais no Brasil costumam dizer que o brasileiro tem uma enorme necessidade de mostrar que conhece todos os lançamentos de marca. “Ousar e usar!” Todo mundo quer ser “bacana”... Contudo, só teremos realmente liberdade financeira se estivermos, de fato, livres de dívidas. Reflita sobre estes questionamentos:

Há maior liberdade do nosso eu, ou não, quando estamos livres de dívidas?

Qual o benefício de permanecermos libertos, financeiramente falando?

Como conselheiro financeiro, tenho testemunhado o estresse, as pressões e as tensões trazidas para o seio da família, pelo fantasma do endividamento ou descontrole financeiro. Já ouvi pessoas inquietas

O ser vazio e o nada a que levam?

Joel LeandroProfessor, especialista em finanças comportamentais . [email protected]

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Wired.com

confessarem que não dormem bem e que para isso acontecer recorrem a remédios, tudo porque não encontram um modo de conseguir dinheiro para saldar suas dívidas, a maior parte feita por decisões equivocadas.

Grande parte dos problemas que percebo nos relacionamentos conjugais, por exemplo, está relacionado com dinheiro – o excesso ou falta dele. Quando a pessoa ou o casal está comprometido com inúmeras prestações e não pode, mesmo que queira, ajudar alguém necessitado, pois seu salário mal dá para pagar o que deve. As dificuldades decorrentes dessa escassez acabam por gerar conflitos entre o casal, que nem sempre percebe que o problema é financeiro. O oposto, no entanto, é verdadeiro. Se o seu orçamento estiver equilibrado, você terá oportunidade de experimentar a alegria de viver em paz, livre dos credores.

Claro que dificuldades fazem parte da vida de quem vive conscientemente. Não há nada insignificante nisso. Faz parte da vida enfrentar adversidades. Afinal, o que são os problemas senão consequência de alguma coisa que não deu certo? Ninguém está livre de enfrentá-los. Eles são inerentes ao processo do desenvolvimento

humano. Na verdade, quem passa pela dor de um fracasso, da ausência de uma pessoa querida que se foi ou de um prejuízo financeiro tem a oportunidade de crescer e amadurecer. Diria que os problemas nos fortalecem, pois ganhamos experiência e mais bagagem para enfrentar os desafios futuros. Precisamos aprender com eles. Afinal, “mares tranquilos não fazem bons marinheiros” nos ensina o provérbio grego.

Em seu livro Arquivos do mal-estar e da resistência (2006), o psicanalista Joel Birman faz um diagnóstico niilista do mundo. Ele afirma que um novo mal-estar acomete o homem contemporâneo: o desalento causado por uma aterradora sensação de vazio, em que as próprias palavras parecem fracassar. A sociedade pós-industrial é extremamente individualista.

Birman afirma que até o final dos anos 80 predominavam nos consultórios de psicanálise os pacientes com a alma em conflito, atormentados pela luta entre o desejo e a censura implacável a esse desejo. Do final dos anos 90 para cá, o sujeito que sofre de neurose clássica virou minoria. Em seu lugar aparece, cada vez mais, um paciente apático e desesperançado, que reclama da indolência e sofre de males difusos que escapam à sua própria compreensão.

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. joel leandroEsse vazio se manifesta em reclamações vagas e aflitas, em que a pessoa se sente engolfada e impotente, como as depressões, a chamada “síndrome do pânico” e as compulsões em geral. Na compulsão, o indivíduo tenta se livrar do desamparo insuportável preenchendo-o com drogas ilegais ou com as lícitas e permitidas – os medicamentos psicotrópicos, de tarja preta na embalagem –, comida, álcool, sexo, consumismo desenfreado, internet, etc. Nada disso funciona, o vazio só aumenta, mas ele insiste. O que falta?

Esse novo mal-estar seria, segundo Birman, consequência direta do que chama de “fracasso da soberania”. A figura do pai, humilhada. A autoridade moral, fracassada, como definida por Freud no ensaio que escreveu em 1929, intitulado Mal-estar na civilização, em que defendia a ideia de que o desamparo é a condição por excelência do homem no mundo moderno. Nada resta, além do insuportável abatimento e solidão.

O drama humano, penso eu, se desenrola em um ambiente formado por profundos vales, planícies e montanhas. Praticamente, o sonho do brasileiro, em geral, é estar sempre por cima, sem se preocupar com o dinheiro, ou seja, nas nuvens... Mas a maioria da população se encontra em profundo vale, ou seja, na parte mais baixa do ambiente, vivendo hoje para pagar as contas do passado e sem perspectiva futura à vista. Outra boa parcela da população vive na planície, sem vislumbrar o futuro, mas vivendo somente o dia

de hoje, o tempo presente. Essa parcela não encontra dificuldades para pagar as dívidas, mas gasta tudo o que ganha. Não tem energia para subir a montanha. Não planeja. De vez em quando, alguns da planície despencam para o vale profundo.

Somente uma pequena parcela da população vive na montanha, vislumbrando todas as possibilidades de viver na planície, no vale ou na montanha. O presente está resolvido e se dedicam aos sonhos futuros, de curto, médio e longo prazo, por meio do planejamento. O dinheiro está presente em todos os tempos, simultaneamente. O drama humano em relação ao tempo, portanto, é que:

os do vale estão presos ao tempo passado - dívidas acumuladas;

os da planície estão presos ao tempo presente - não planejam;

os da montanha estão presos ao tempo futuro - planejam seus sonhos.

Educar-se financeiramente é não estar preso a qualquer ambiente. É poder subir a montanha, saber circular por planícies e vales com desenvoltura, acolher e viver cada momento intensamente, sejam bons ou maus; é aprender a lidar com as pessoas em todas as circunstâncias e desafios, estimulando-as a vislumbrar a paisagem de um mundo repleto de possibilidades. Aliás, a vida é cheia de possibilidades, e sempre há uma solução para tudo. Sempre!

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Livrosle

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leia mais .

Como Aprendi o Portugues, e outras AventurasPaulo Rónai Casa da Palavra

Húngaro de nascimento, Paulo Rónai

desembarcou no Brasil em 1941,

aos 34 anos de idade, e tornou-se

um dos mais importantes nomes da

nossa literatura. Crítico, tradutor e

ensaísta, Paulo conta, neste livro,

a sua relação com o idioma, os

desafios em aprender uma língua

nova, uma experiência iniciada

ainda na Hungria e aperfeiçoada no

Brasil, onde se tornou um dos mais

profícuos intelectuais do século 20.

Paulo Rónai se revela linguista e

crítico, memorialista e testemunha

de seu tempo, especialista na cultura

oral e literária de vários povos e

países, latinista e educador, além de

interlocutor de nomes fundamentais

da literatura brasileira como

Guimarães Rosa, Cecília Meireles e

Carlos Drummond de Andrade.

O Grande GatsbyF. Scott Fitzgerald Penguin | Companhia das Letras

Nos tempos de Jay Gatsby, o jazz é a música do momento, a riqueza parece estar em toda parte, o gim é a bebida nacional (apesar da lei seca) e o sexo se torna uma obsessão americana. O protagonista deste romance é um generoso e misterioso anfitrião que abre a sua luxuosa mansão às festas mais extravagantes. O livro é narrado pelo aristocrata falido Nick Carraway, que vai para Nova York trabalhar como corretor de títulos. Passa a conviver com a prima, Daisy, por quem Gatsby é apaixonado, o marido dela, Tom Buchanan, e a golfista Jordan Baker, todos integrantes da aristocracia tradicional.

Na raiz do drama, como nos outros livros de Fitzgerald, está o dinheiro. Aclamado pelos críticos desde 1925, O grande Gatsby é a obra-prima de Scott Fitzgerald, ícone da “geração perdida” e dos expatriados que foram para a Europa nos anos 1920.

As 5 Linguagens do AmorGary Chapman Mundo Cristão

As diferenças gritantes no jeito de ser e de agir de homens e mulheres já não são novidade há tempos. O que continua sendo um dilema é como fazer dar certo uma relação entre duas pessoas que às vezes parecem ter vindo de planetas distintos. Compreender essas diferenças é parte da solução e é nisso que Gary Chapman vai ajudar você.

Com mais de 30 anos de experiência no aconselhamento de casais, ele percebeu que cada um de nós adota uma linguagem pela qual damos e recebemos amor. Nesta terceira edição de sua clássica obra sobre relacionamentos, que já vendeu mais de 8 milhões de exemplares, Gary Chapman não só explica as cinco linguagens como apresenta meios para que casais possam descobrir a sua linguagem. Aprendam, você e seu cônjuge, a se comunicar através dessas linguagens e experimentem como é ser realmente amado e compreendido.

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josu

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. josué ebenézer

Aprendi a amar e respeitar a oração desde a mais tenra idade. As mãos em prece sempre me emocionaram; especialmente as pequenas de criança e as já enrugadas dos idosos. Oração é algo de valor em minha vida. Não admito o desrespeito a esta forma simbólica de aproximação com a divindade. Oração é diálogo com Deus quando lhe comunicamos nossos anseios e o ouvimos falar aos nossos corações. Como aprendi com meu mestre Israel Belo, quando no Seminário: “Não se pode destruir os símbolos da fé, pois quem assim o faz não encontrará nada para colocar no lugar.” Isto ouvi dele em pregação na Capela do Seminário do Sul (embora ele mesmo nem lembre que pregou tal mensagem).

Por assim valorizar a oração (de família e por formação) causa-me espécie quando me deparo com quem não a respeite. É o caso daqueles que aproveitam o momento da oração para consultar o celular ou mesmo para conversar com quem está do lado no templo. Há aqueles que veem no momento da oração oportunidade excelente de escafeder-se de um culto chato; segundo a sua ótica.

Não se pode desmerecer assim a oração sob risco de perder contato com Deus e não mais alcançar a comunhão tão necessária. Que fé expressa aquele que não valoriza a oração? Onde a esperança na vida de quem ainda não

alcançou o valor da oração? É difícil reconhecer. Só ora quem tem fé. Só busca a Deus em fervente oração aquele que acredita em seu poder.

Há “ministros” do culto que aproveitam os momentos de oração para fazer pequenos ajustes no que se está oferecendo para Deus: é um fio que tem que ser passado para algum lugar; um microfone que precisa ser instalado; um pen-drive que tem que ser espetado no computador; uma ordem de culto que precisa ser ajustada e coisas do gênero. Ora, mais importante que o templo de Deus é o Deus do templo; mais importante que o serviço religioso a Deus é a reverência ao próprio Deus; mais valioso que tudo na vida deve ser nosso sentido de respeito, adoração e culto a Jeová, o único Deus verdadeiro. E não são muitas as formas de aproximação de Deus e culto ao seu nome. Devemos valorizar as que temos. Talvez o descaso mais gritante para com a oração seja aquele dos que, não sintonizados na importância do momento, deixam o ambiente de culto na hora do apelo, quando se está intercedendo pela conversão de um pecador perdido. Esse comportamento, a meu ver, é totalmente passível de reprovação. Não se pode ser insensível à Obra do Espírito Santo. Talvez aí esteja algo que se enquadre no pecado sem perdão (Mc 3.29).

Mas, mesmo diante de tudo isso, confesso que dia desses, ri de uma

oração feita em culto de quarta-feira. Foi um riso reincidente, pois a sua motivação também o foi. A primeira vez aconteceu tem uns meses. A segunda, recentemente. Sim, não resisti e um sorriso meio que irônico, sarcástico, espontâneo brotou em minha face. Ainda bem que todos estavam orando!? O que motivou o riso espontâneo? O conteúdo da oração. O camarada nunca vem ao culto de quarta-feira; aparece-me com a família, sabe-se lá por qual motivo; é convidado a orar e me solta uma pérola desse quilate: – Senhor é bom estar na sua casa. Perdoa aqueles que não estão e que poderiam estar, mas não vieram, e eu sei que muitos poderiam estar aqui... blá-blá-blá...

Não me contive e sorri em canto de lábios. Perdoe-me, Senhor. Mas achei o tal sujeito um tremendo cara de pau. E a situação se repetiu, como informei, também se repetindo o previsto: Não mais apareceram em culto de quarta-feira. Ou seja: ambos possuem o mesmo pedigree espiritual.

Inevitável lembrar a oração do fariseu: “Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano” (Lc 18.11). Que Deus nos livre e guarde de sermos religiosos à maneira farisaica. Que não percamos o sentido e valor da oração. Que tenhamos vidas piedosas e contritas, sempre dependentes de Deus.

Perdoe-me, Pai, mas tive que rir daquela oração

Cayugachristian.org

Josué EbenézerJornalista . [email protected]

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“Vocês estão transformando o direito em amargura e atirando a justiça ao chão... Vocês oprimem o pobre e o forçam a dar-lhes o trigo. Por isso, embora vocês tenham construído mansões de pedra, nelas não morarão; embora tenham plantado vinhas verdejantes, não beberão do seu vinho... Pois eu sei quantas são as suas transgressões e quão grandes são os seus pecados. Vocês oprimem o justo, recebem suborno e impedem que se faça justiça ao pobre nos tribunais... Eu odeio e desprezo as suas festas religiosas; não suporto as suas assembleias solenes. Mesmo que vocês me tragam holocaustos e ofertas de cereal, isso não me agradará. Mesmo que me tragam as melhores ofertas de comunhão não darei a menor atenção a elas. Afastem de mim o som das suas canções e a música das suas liras.. Em vez disso, corra a retidão como um rio, a justiça como um ribeiro perene!” – Amós 5.7,11-12,21-24“Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, pois serão satisfeitos.” Mateus 5.6

Vinte centavos versus bilhões de reais razões

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edvar gimenes .

Edvar GimenesPastor . [email protected]

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O povo brasileiro vai às ruas!

Valor.com.br

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O mundo enviou suas “câmeras” ao Brasil para ver craques nas até bilionárias novas arenas de futebol construídas em tempo recorde, mas acabou sendo surpreendido vendo o povo nas ruas expressando seus sentimentos de contrariedade. A Rede Globo de televisão, detentora dos direitos exclusivos de transmissão dos jogos da Copa das Confederações, teve que dobrar-se diante de outras emissoras que, até por força das circunstâncias, priorizaram o povo nas ruas, mobilizados através das Redes Sociais.Se o motivo das manifestações fosse somente os “20 centavos” de aumento nas passagens de ônibus, já seria de bom tamanho. É que 20 centavos, multiplicados por milhões de passageiros, significa maior concentração de recursos nas mãos de uns poucos proprietários de empresas que oferecem péssimo serviço e, vez por outra, são denunciados como fonte de financiamento de partidos em eleições para defenderem seus interesses, mini retrato de um dos principais círculos viciosos da corrupção no país.Há quem diga que muitos foram às ruas sem saber bem a razão. E daí? Isso não é demérito. Nem sempre sabemos com clareza as causas das nossas dores. Muita vez agimos como bebês incapazes de elaborar pensamentos, de expressar o que sentimos através da linguagem oral, por isso, instintivamente, apelamos para gritos e choro. “Bem-aventurado os que choram...” (Mateus 5). E se não são ouvidos por reconhecimento de suas necessidades, o são pela inconveniência dos gritos, bem ao estilo da viúva perseverante diante do juiz ímpio, da Parábola de Jesus (Lucas 18).Claro que na medida em que o movimento nas ruas cresceu, cresceram também as tentativas de elaboração discursiva do que ocorria. Nesse processo de elaboração o discurso torna-se, inevitavelmente ideologizado, colocando-se a serviço dos interesses, das crenças, dos valores de quem discursa. Ainda assim

a manifestação merece nosso apoio.Alguém está feliz vendo, por exemplo, a Transnordestina ou o Metrô de Salvador que nunca são concluídos quando arenas de futebol recebem bilhões de financiamento e são levantadas rapidamente? Alguém está feliz quando, diante de ininterruptas denúncias terríveis de corrupção no país, políticos propõem a PEC 37 conhecida como PEC da impunidade, que visa a tirar o poder de investigação criminal dos ministérios públicos federal e estaduais, modificando a constituição? Alguém está feliz com as notícias diárias de assaltos de aposentados em saídas de bancos; de pais que perdem filhos assassinados; de aumento no tráfico de drogas? Alguém está feliz com serviços públicos educacionais e de saúde? Claro que não!Isso tudo não é problema de um partido. Na verdade, é problema de todos eles, pois o próprio Sistema Eleitoral, contrário às necessidades da população, é mantido por eles que não manifestam disposição para mudá-lo! Iludem-se, portanto, aqueles que acreditam que a solução está somente nas escolhas que fazemos nas urnas, inclusive porque nelas apenas ratificamos ou não os nomes de candidatos eleitos pelos partidos por sabe-se lá que critérios.Antes de tudo, claro, devemos orar pelas autoridades, conforme recomendou-nos Paulo (1Timóteo 2). Jamais, porém, isso deve ser usado como ideologia para o silêncio ou acomodação dos cristãos. Cabem também as palavras de Jesus dadas como resposta aos que pediam que os discípulos se calassem: “se eles se calarem, as pedras clamarão” (Lucas 19)!Uma vez que, no final das contas, vivemos num Estado Democrático de Direito e, portanto, os problemas da sociedade são nossos, são de cada um de nós, manifestar-se nas ruas é um meio ética e legalmente legítimo, um importante meio de expressão de insatisfação. Mas não devemos ficar só nisso!

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Heráclito de Éfeso foi um filósofo pré-socrático que viveu aproximadamente entre os anos de 535 até 475 a.C.. Ele é conhecido por um famoso pensamento: “Tudo flui como um rio”.

Para Heráclito, tudo é considerado como um grande fluxo perene no qual nada permanece a mesma coisa, pois tudo se transforma e está em contínua mutação. Por isso, ele identifica a forma do Ser (ente que pode indicar existência, identidade ou predicação) no Devir (conceito filosófico que qualifica a mudança constante, a perenidade de algo ou alguém) pelo qual todas as coisas são sujeitas ao tempo e à sua relativa transformação.

Heráclito sustenta que só a mudança e o movimento são reais e que a identidade das coisas iguais a si mesmas é ilusória: para Heráclito tudo flui. De meados de junho para cá, temos testemunhado um movimento (olha Heráclito de novo!) histórico em nosso país: milhares de pessoas (no Rio de Janeiro admitiu-se que chegou ao nº de 1.000.000, dia 20) saindo às ruas protestando pacificamente, exigindo uma nova postura por parte das instituições democráticas no que tange a melhor uso do dinheiro público com a aplicação eficiente e eficaz em educação, transporte público, saneamento básico, saúde, infraestrutura e, acima de tudo, com honestidade. Um movimento político, no sentido mais genuíno do termo,

sem a participação de qualquer partido político, no sentido mais execrável do termo.

Este movimento tem uma característica especial porque não possui um foco apenas. Semelhante ao mundo, onde nunca estamos fazendo apenas uma coisa, mas diversas, simultaneamente (falando ao telefone, digitando um email, dirigindo – ops!), ou seja, de forma multiplexada, esse movimento possui também vários focos, dado a quantidade de coisas que precisam de mudanças (ops! Heráclito!).

As mudanças exigidas nas ruas não devem ser confundidas com remendos, consertos, “puxadinhos” aos quais nossos políticos tentaram nos acostumar. É exigida uma desconstrução do modelo mental e atitudes hoje reinantes para a instauração de uma nova forma de pensamento, discurso e principalmente atitude.

Este movimento não está circunscrito apenas ao descontentamento devido ao aumento das tarifas de transporte público, mas é um movimento de insatisfação e indignação generalizado. O maior problema não é ter gastos com a construção de estádios para a Copa do Mundo, mas a forma como são feitos, a transparência e a celeridade dada, quando tantos outros projetos estão tramitando em gavetas e pautas sem qualquer interesse dos governantes, ou quando conseguem ter sua aprovação não são dignos de governança, cuidado e zelo com o

José Alfredo PinheiroEngenheiro mecânico

Heráclito tinha razão?jo

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. josé alfredo

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dinheiro público. Podemos citar projetos como as linhas do metrô para o subúrbio e Baixada Fluminense, Ferrovia Norte-Sul, Transposição do Rio São Francisco, remuneração digna aos professores e profissionais de saúde e tantas outras coisas que foram e são matérias da imprensa.

Enquanto isso, nossos representantes, além de legislar sobre os próprios salários, são objetos de escândalos e continuam a fazer o que bem querem sem olhar e representar aqueles que os elegeram.

Entendo que o momento posterior às passeatas e reivindicações deve ser de esperar. Nossa sociedade está no ápice de um movimento que saiu de um sistema disciplinar (meados da década de 60 até fim da década de 80) em que éramos levados a fazer tudo com o rigor dos horários e lugares para um sistema controlador em que, embora muitos tenham a possibilidade do horário e lugares flexíveis para trabalhar, estudar e desempenhar tantas outras atividades, somos incansavelmente monitorados, quer seja quando vamos ao mercado, estamos no elevador, nas ruas, em casa, etc. Em todas essas situações estamos logando nossos cartões ou senhas (que têm por natureza a mutação – ops! Heráclito), pois estamos vez por outra trocando nossas senhas para tentar assegurar nossa segurança, é isso mesmo, assegurar nossa segurança.

Os resultados começaram a acontecer, passagens diminuíram, o governo se pronunciou dizendo que “está ouvindo as vozes das ruas”, a queda de quase 30% no índice de confiança no governo e, mais importante até agora, a rejeição da PEC 37 no Congresso Nacional, o que traz maior responsabilidade para o Ministério Público que tem como missão defender a sociedade.

Penso que Heráclito tem certa razão quando diz que tudo muda, mas não posso deixar de concordar também com Platão, filósofo e matemático nascido em Atenas que viveu entre 428 e 347 a.C., fundador da Academia em Atenas, a primeira instituição de educação superior do mundo ocidental.

Em sua Teoria das Ideias, Platão tenta salvar os conceitos alegando que eles não são relativos e não podem mudar, mas são eternos. Conceitos como verdade, coragem, justiça, honra, bondade, ou seja, as virtudes. Esses são os conceitos que os movimentos populares querem que permaneçam, por mais paradoxal que isto possa ser – o movimento de mudança lutando a favor de algo que não deve mudar.

Esses conceitos devem ter algo de semelhante, ou melhor, devem ter o mesmo DNA do Ser que não muda. Aquele que É porque simplesmente Ele sempre existiu e se apresenta como O EU SOU! Bem, mas isto fica para uma próxima conversa!

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Anorexia doença ou estilo de vida?Por que nossa relação com o corpo se transformou de maneira tão intensa nas últimas décadas? Os espaços sociais nos quais se exibiam os corpos eram isolados e privados, enquanto hoje os corpos são exibidos na publicidade, nas praias e academias. O discurso científico e midiático atual ratifica que para estar bem com o corpo é preciso limpá-lo, esculpi-lo e embelezá-lo. Multiplicam-se os transtornos de imagem corporal aumentando a preocupação dos profissionais de saúde. Em meio às transformações hormonais, funcionais, afetivas e sociais na puberdade, as alterações corporais adquirem importância fundamental. Fatores sociais, influências socioculturais, pressões da mídia, crenças religiosas e valores familiares influenciam a busca incessante por um padrão de corpo ideal associado à felicidade. Esses determinantes sociais estão no âmago das alterações da percepção da imagem corporal, gerando insatisfação, sobretudo, para meninas. Os transtornos alimentares são frequentemente considerados quadros clínicos ligados ao advento da modernidade. A anorexia pode ser entendida como uma patologia do autocontrole

reflexivo, operando em torno de um eixo de autoidentidade e aparência corporal, em que a vergonha desempenha papel preponderante. Etimologicamente o termo “anorexia” deriva do grego “an” (deficiência ou ausência de) e “orexis” (apetite). Pode, no senso comum, significar aversão à comida. As primeiras referências a essa condição surgem de fontes latinas da Antiguidade. Já a denominação mais específica “anorexia nervosa” surgiu no século 19 referindo-se ao transtorno comportamental e mental que afeta principalmente mulheres jovens e caracteriza-se por emagrecimento extremo. Pela supressão da atividade sexual e da alimentação, as mulheres, na Idade Média, procuravam se libertar das limitações do corpo físico e alcançar uma espiritualidade superior. Tal fato ficou conhecido como “anorexia sagrada”. Deixar de se alimentar ressaltava um significado moral superior. A santidade feminina alcançada pela privação de comida era importante naquele contexto. Muitas crônicas dos tempos medievais contam histórias de mulheres consideradas santas cujos jejuns regulares as ajudavam a alcançar a graça espiritual. Os médicos dos séculos 17 e 18

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Rafael MattosProfessor, doutor em Saúde Coletiva . [email protected]

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denominaram a prática da anorexia como milagrosamente inspirada. Ainda hoje, certas religiões estimulam o jejum como forma de devoção, purificação e ascensão espiritual. Segundo a Classificação de Transtornos Mentais e de Comportamento, da Organização Mundial de Saúde, a anorexia é descrita como um transtorno no qual o indivíduo (na maioria dos casos mulheres) se recusa a manter o peso corporal na faixa mínima considerada normal, havendo um temor intenso de ganhar peso e uma perturbação significativa na percepção da forma e tamanho do corpo. O peso corporal é mantido em pelo menos 15% abaixo do esperado e a perda de peso é autoinduzida por abstenção de alimentos ou por vômitos. Há uma distorção da imagem corporal na forma de uma psicopatologia caracterizada pelo pavor de

engordar. Sintomas depressivos ou obsessivos podem estar presentes. Geralmente estes indivíduos apresentam distorção da imagem corporal de tal forma que, mesmo sendo extremamente magros, podem avaliar-se como “gordos”. É frequente que as anoréxicas dediquem horas diárias aos exercícios intensos para queimar calorias e perder peso, além de adotarem métodos

purgativos como a autoindução do vômito, abusos de laxantes ou diuréticos. Essas estratégias são compartilhadas entre si, em especial, nas redes sociais. As anoréxicas orientam-se mutuamente sobre estratégias para esconder dos pais o comportamento anoréxico. Reconhecemos que a subjetividade do sujeito pós-moderno se aprisiona na identidade corporal, à medida que cada um utiliza o corpo como um modo de ser, um lugar de inscrição e o meio de expressão privilegiado do EU. A anorexia aparece como uma afirmação da individualidade. Vale ressaltar que não se trata apenas de uma repentina rejeição da comida ou de tudo que possa engordar, mas sim de um fenômeno racional, controlado e progressivo, que acontece aos poucos. A anoréxica racionaliza sua dieta, produzindo um ascetismo

“a anoréxica racionaliza sua dieta, produzindo

um ascetismo deliberado no regime corporal em

meio às escolhas de comida disponível

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Cinemagumbo.com

Twiggy Lawson, modelo, na década de 60, considerada a

primeira top model do mundo.

Utahy Caetano dos Santos FilhoJornalista – [email protected]

Meio século atrás reinavam, absolutas, Sophia Loren, Claudia Cardinalle, Kim Novak, Marilyn Monroe... Hoje, todas essas deusas da beleza seriam consideradas balofas pela garotada.A modelo britânica Twiggy foi o primeiro esqueleto a fazer sucesso global, mas o meio em que ela vivia era o da moda e a turma da moda tem gosto estranho. Twiggy não era padrão de beleza, as mulheres a encaravam como celebrida exótica. Em nossos dias, desgraçadamente, ser esqueleto é sonho de meninotas. Mulheres do passado que viviam do outro lado das fotografias tinham corpos que podiam ser alcançados pelas que existiam do lado de cá. Fotos de ontem eram retocadas, as de hoje são transformadas. É praticamente impossível ter corpos perfeitos como os que são vistos em revistas porque eles não existem no mundo real.Falei em corpos perfeitos, mas o que é essa perfeição?Fashionistas consideram belas mulheres as de 1m80, 40kg e manequim 32.Fisiculturistas gostam de brontossauras de 1m80, braços de Alexandre Frota e pernas de Roberto Carlos (o jogador).Normais apreciam belas e simpáticas moças de qualquer tamanho.O, vamos lá, apresentador Marcos Mion, um dos luminares da nova boçalidade, afirmou que não seria feliz se tivesse barriga. Este, está longe de ser um pensamento excêntrico. Muitos concordam com Mion, só não têm a força de vontade do figura para negativar a pança à custa de malhação, ferro e, em muitos casos, bola. Homens e mulheres saudáveis cuidam da saúde, da alimentação, mas não se comportam

obsessivamente pensando em morrer a cada grama que adquirem.Nas orgias romanas comia-se até abarrotar o estômago. Sem preocupação de manter a esqualidez da silhueta, os romanos provocavam o vômito para abrir espaço nas entranhas para lá pra dentro enviar mais comida. Mocinhas, principalmente, fazem o mesmo atualmente. A intenção é diferente. Meninas querem ficar fininhas como macarrão. A consequência é a bulimia. Logo as fofinhas (brincadeira) não precisarão forçar o vômito, ele acontecerá, naturalmente. A bulimia mata. A anorexia, também. Os anoréxicos são magros que se veem gordos. Isso dito de forma bem simples. (Aprofunde-se lendo o texto que envolve este boxe.) Todos temos biótipos próprios. E esses biótipos, muitas vezes, nos encaminharão para determinadas profissões. Jóqueis são leves e pequenos; modelos são magras, altas, não necessariamente belas; jogadores de basquete são altos; engenheiros, advogados e médicos podem ter o peso e o corpo que bem entenderem.Quer ser magra e musculosa?´É um direito seu, mas alimente-se bem e siga um programa de exercícios físicos equilibrados. Agora, se seu sonho é ser a nova Gracyane Barbosa... azar o seu.

formosoesqueleto

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deliberado no regime corporal em meio às escolhas de comida disponível. A necessidade de forjar um estilo de vida distintivo, em relação à sua autoidentidade, aparece via alimentação.A anorexia é considerada culturalmente uma forma patológica de protesto. Uma forma que não se caracteriza pela fuga, mas pelo compromisso sustentado com um estilo de corpo. Em outros tempos, quando a posição social das mulheres era, em geral, estritamente definida, elas exprimiam a rebelião com o corpo na forma de sintomas histéricos. Contudo, hoje não são mais os desmaios, as paralisias musculares, as quedas e os braços agitados que marcam o protesto, mas sim uma transformação intensa de seu corpo. A menina anoréxica não é a vítima passiva das dietas da moda, pois a anorexia envolve regimes corporais que são altamente ativos e coordenados. Pais, professores e profissionais de saúde devem redobrar a atenção quando adolescentes, sobretudo, meninas começam a apresentar baixa autoestima, sentimento de desesperança, desenvolvimento insatisfatório da identidade, tendência a buscar aprovação externa, extrema sensibilidade a críticas corporais, conflitos relativos aos temas autonomia versus dependência. Alguns estudos parecem sugerir que 70% dos pacientes tratados com psicoterapia cognitivo-comportamental têm uma melhora significativa após seis meses de tratamento. Já os psicanalistas sugerem que pela negação do ato alimentar a anoréxica opera uma manobra de separação do outro, buscando desvencilhar-se do estado de dependência em que se encontra, à procura de uma espécie de proteção contra o domínio invasivo do outro. A obstinação da anoréxica não subentende somente uma posição desafiante ante o outro,

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mas é também elemento revelador de o quanto o sujeito em questão encontra-se profundamente amarrado aos ideais fantasiosos, encontrando-se submisso a regras impostas por um superego hipertrofiado que exige que se alcance o corpo ideal a qualquer custo.No mundo imaginário das anoréxicas esse corpo perfeito parece nunca chegar, isto é, elas emagrecem, reconhecem que estão emagrecendo, mas sempre acham que podem perder mais peso. A

gordura é compreendida como um mal que tem que ser banido do corpo a qualquer preço e remete, no imaginário das anoréxicas, a duas imagens: o porco e o esqueleto. Simbolicamente, o porco representa o excesso, o descuido, a voracidade. Já o esqueleto simboliza a morte. O porco é o símbolo da compulsão, exatamente aquilo que a anoréxica repudia, enquanto o esqueleto representa a ideia de ter ossos evidentes para todos os olhares.

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O problema do governo no Olimpo de Brasília é que nossos representantes não conseguem se colocar no lugar dos brasileiros normais, do dia-a-dia, que usam transporte público, que enfrentam congestionamentos imensos, que estão nas filas para serem atendidos nos hospitais e postos de saúde e que mantêm toda a estrutura do país com seus impostos altíssimos.

A cada ameaça de greve e mobilização do povo, a presidente vem com seus “AI-5s”: plebiscito, referendo, importação de médicos... e agora aumentar para 8 anos a formação médica. Pelo visto, ela não sai do Olimpo e nem tem assessores (por sinal, muito bem pagos por nós) que a auxiliem sobre a realidade dos médicos.

Mais uma vez: o problema não está na formação médica! Já estudamos 6 anos, e mais 3 ou 4 anos de

residência médica. Já damos plantões nos hospitais do SUS desde o terceiro ano da faculdade. Todos os acadêmicos no quinto e sexto anos são obrigados a rodarem nas grandes áreas da medicina em hospitais e emergências públicas, além de frequentarem as aulas práticas nos ambulatórios das especializações – todos ambulatórios do SUS. Sem esquecermos que os acadêmicos são orientados todo o tempo, por médicos-professores e preceptores, porque acadêmicos em curso, não têm autonomia nem CRM para trabalharem e atenderem sozinhos.

Outra vez: precisamos de estrutura (hospitais, postos, farmácia), melhor salário para os médicos e plano de carreira, como acontece com juízes e promotores públicos. Não há falta de nenhum desses pelo Brasil afora, porque eles são bem pagos, têm estrutura e por isso se deslocam para qualquer lugar do país.

Carta ao governo

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Revista Elos | Edição 10 . Junho – Julho 2013 | 23

Reprodução internet

Jussara NovaesMédica na cidade do Rio de Janeiro

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24 | Edição 11 . Agosto – Setembro 2013 | Revista Elos

A presidente, seus ministros e ministérios (grande parte deles sem nenhuma serventia ao povo brasileiro, só conchavo político) e o congresso (com seus políticos desesperados com a possibilidade de não mais se reelegerem) sabem o que fazer, mas não querem, porque vai mexer no “queijo” deles. Sabem que precisam melhorar os salários de professores, de mestres, de doutores, dessa gente que prepara a população para atender a população!

O Brasil não precisa desses políticos, dessa roubalheira sem fim, de médicos importados, de serviço médico-social compulsório. O Brasil precisa de brasileiros verdadeiros, que acreditem que temos chance de mudar e de melhorar a situação em que se encontra o país.

Brasileiros que coloquem seus filhos em escolas públicas, porque acreditam na qualidade e excelência do ensino. Brasileiros que quando adoecem, vão se tratar em hospitais públicos, porque lá eles encontrarão a melhor estrutura e os melhores especialistas. Brasileiros que utilizem o transporte público, porque acreditam na eficiência e

segurança dos mesmos - até para irem ao trabalho, governadores! Não se façam de bobos, nem queiram nos dar diploma de imbecis! Desçam do monte da ilusão, dessas ideias mitológicas, saiam dessas mesas de conversas e falatórios sem nexo, sem nada de prático! Venham conversar com os representantes do povo, das instituições, das verdadeiras câmaras técnicas que conhecem e convivem com o dia-a-dia da miséria do povo, da classe média cada vez mais oprimida pelos impostos, que nos fazem trabalhar 5 meses para manter a máquina governamental!

Parem de olhar para os seus próprios umbigos (e bolsos) e venham ver de perto a falta de retorno do que pagamos, venham ver os serviços de péssima qualidade que estão em todas as esferas da sociedade. Perguntem para o povo!!! Perguntem para os médicos!!! Perguntem para os professores!!! Perguntem para os motoristas, cobradores, para os policiais, para quem está pagando para vocês fazerem alguma coisa de relevância para nós.

Desçam todos do Olimpo e venham para a terra.

juss

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jussara novaes .

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Revista Elos | Edição 11 . Agosto – Setembro 2013 | 25

Sxc.hu

– O destino está levando vocês para a prisão!

– Prisão, meu Senhor! – pergunta-lhe, intrigado, um deles.

– A Dinamarca é uma prisão! – Hamlet afirma.

– Então o mundo inteiro é uma prisão – responde o segundo.

– Uma prisão benigna, na qual há muitos confinamentos, celas e calabouços, sendo a Dinamarca o pior deles – Hamlet defende.

– Não concordamos!

– Então, para vocês não é! Porque nada em si mesmo é bom ou ruim, mas o pensamento o torna assim. Para mim, o mundo é uma prisão.

Este é um trecho do drama (Hamlet) escrito por Shakespeare, em que Hamlet conversa com amigos que estão de partida para a Dinamarca. “O mundo é uma prisão” é uma frase que mostra a realidade como sendo uma construção mental, e não um evento independente. Para muitas pessoas, como Poliana, outro personagem clássico da literatura, o mundo é um castelo encantado.

Afinal de contas, o mundo é uma prisão, ou um castelo? Nem um, nem outro, diz a física quântica. Não existe realidade objetiva. A realidade depende do olhar de quem a observa. Prisão, ou

castelo, cada um decide, a partir da interpretação que produz em sua própria mente.

Os pesquisadores ligados ao movimento da Psicologia Positiva têm demonstrado através de estudos, rigorosamente científicos, que a felicidade não é mero satélite do sucesso, mas o sucesso é que orbita em torno da felicidade.

A fórmula tradicional da felicidade é: trabalhe duro, ganhe muito dinheiro, case-se com a pessoa de seus sonhos, compre a casa de seus sonhos, o carro de seus sonhos, faça as viagens de seus sonhos e, então, você será feliz.

Sucesso e felicidade o impacto das emoções positivas

Revista Elos | Edição 11 . Agosto – Setembro 2013 | 25

Josias BezerraPastor e Psicólogo . [email protected]

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26 | Edição 11 . Agosto – Setembro 2013 | Revista Elos

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raMas, a fórmula que as pesquisas modernas vêm descobrindo faz exatamente o caminho oposto: cultive emoções positivas, escolha ser feliz e você alcançará sucesso em praticamente tudo o que fizer.

Shawn Anchor, pesquisador ligado à Universidade de Harvard, afirma que mais de 200 estudos científicos, envolvendo cerca de 275 mil pessoas, demonstram que a felicidade leva ao sucesso em praticamente todas as áreas da vida: casamento, amizades, trabalho, escola, criatividade, memória, saúde, etc. Embora não sendo fator determinante, o cultivo de emoções positivas facilita o caminho para o sucesso.

Um outro estudo, iniciado antes de 1917, selecionou um grupo de freiras para um estudo de longo prazo sobre os efeitos da mentalidade negativa, ou positiva, perante a vida. Cada uma recebeu um diário com a tarefa de registrar seu dia-a-dia. 50 anos depois, os pesquisadores leram os diários e, observando criteriosamente os conteúdos, constataram que as freiras de mentalidade positiva viveram, em média, 10 anos mais que as de mentalidade negativa. Aos 85 anos de idade, 90% das freiras felizes estavam ainda vivas, contra apenas 34% das freiras descontentes. O estudo indica que o cultivo sistemático de emoções positivas pode aumentar os dias de vida, e com mais saúde, inclusive.

Por isso, a partir de suas pesquisas com estudantes da universidade de Harvard, Shawn dá as seguintes sugestões:

1. Cultive um cérebro positivo. Cérebros positivos levam vantagem sobre cérebros negativos.

2. Mude sua mentalidade. Sua maneira de ver o mundo aumenta

ou diminui sua capacidade de ser bem-sucedido.

3. Amplie sua capacidade de enxergar possibilidades. Ficar estancado num modelo único de atuar inibe sua capacidade de expandir seu potencial.

4. Encontre um caminho na mente que o ajude tanto a lidar com a dor e o sofrimento (resiliência), quanto a produzir emoções positivas.

5. Coloque foco primeiro nos alvos menores e gradualmente expanda seu círculo para alvos mais desafiadores.

6. Lidar com a mente não é fácil. Celebre as pequenas vitórias internas e faça os ajustamentos mentais necessários para continuar experimentando pequenos incrementos de progresso no campo emocional.

7. Invista num dos mais recompensadores nichos de sucesso: sua rede de suporte social (família, amizades, parceiros de trabalho, etc.).

Emoções positivas são ferramentas promotoras de saúde, desempenho acima da média, criatividade, facilitação do aprendizado e relacionamentos mais satisfatórios.

A ciência moderna comprova o que Jesus ensinou: “Se os teus olhos forem bons, todo teu corpo terá saúde...” (Mt 6.3). Olho bom é olho generoso. De fato, quem aprende a olhar a vida com mais generosidade, vive potencialmente mais e bem melhor.

Para ser bem-sucedido, gente-Hamlet não precisa se tornar gente-Poliana. Mas, bem que qualquer um de nós pode se esforçar para ser um pouco mais otimista, ver a vida com mais generosidade. Afinal de contas, como o próprio Shakespeare admite: “Nada em si mesmo é bom ou ruim, mas o pensamento o torna assim”.

Serasa aponta aumento de busca por créditoCamila Maciel Repórter da Agência Brasil

A quantidade de pessoas que buscou crédito no país cresceu 4,6% em junho, segundo levantamento divulgado pela empresa de consultoria Serasa Experian. Na última apuração, a demanda recuou 4,8%. No acumulado do primeiro semestre do ano, a alta alcança 6,1% em relação ao mesmo período do ano passado.

Na avaliação por faixa de renda, a maior procura ocorreu entre consumidores que ganham de R$ 500 a R$ 1 mil, por mês, com alta de 5,4%. Em seguida, está o grupo de pessoas com renda mensal de até R$ 500, que teve elevação de 5,3%. A busca por crédito na faixa salarial entre R$ 1 mil e R$ 2 mil subiu 4,3% e na faixa entre R$ 2 mil e R$ 5 mil, 3,4%. Apesar de menores, também houve acréscimo na demanda por crédito entre pessoas que ganham de R$ 5 mil a R$ 10 mil – 2,6% - e mais de R$ 10 mil - 2,3%.

Na análise por região, o Sul teve a maior alta, com um aumento de 7,3% na demanda por crédito em junho, seguido pelo Norte, com 6,8%. Também houve elevação no Sudeste – 5,2% - e no Nordeste - 2,4%. A única região que registrou queda no indicador foi o Centro-Oeste, uma retração de 0,6%. No acumulado do ano, o ranking é liderado pela região Norte, com 15,7% de incremento na busca por crédito.

Estadao.com

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Karolyne ReisEstudante e técnico em turismo . [email protected]

Desktopas.com

Gosto de gente simples, que facilita a vida. Gente que se ajoelha para amarrar o cadarço do outro, que estende a mão para levantar alguém, que ajuda a recolher o que caiu no chão. Gente que pega, usa e depois coloca no lugar onde pegou. Gente que devolve o que pegou emprestado sem quem emprestou insistir, gente que sabe que achado é roubado quando se nota o descuido de quem perdeu.

Gosto de gente que acena, que dá bom dia, boa tarde e boa noite, gente que diz por favor e obrigado. Gosto de gente que ajuda a carregar o peso, que abre caminho para a ambulância passar. Gente que sabe respeitar as regras, que reconhece seu lugar. Gente que se conhece, que conhece seus pecados e que se esforça para ser melhor do que foi ontem. Gosto de gente que se desentende, mas que perdoa e pede perdão. Gente que não guarda rancor, que tira proveito de qualquer situação. Gosto de gente que emana boas vibrações, que te faz chorar de tanto gargalhar, que acelera seu coração, que te escuta, que te ajuda apenas por se fazer presente, que te dá colo, que divide experiências. Gente

que tem um ímã que te atrai, que sente saudades, que te procura e te acha, que guarda segredo. Gente que não determina funções em um relacionamento, mas que quer, simplesmente, amar o outro. Gente que te liga e que escreve carta, que assiste um pôr do sol, gente que doa tempo, sentimentos e sabedoria a alguém. Gente que assiste a filme no escuro, comendo pipoca e debaixo de um cobertor, gente que reúne os amigos pra fazer nada.

Gosto de gente que é dedicada, que dá o melhor de si, que sonha, planeja e tem fé. Gente que separa tempo para trabalho e descanso, gente que vai à luta, que usa a cabeça, que não encara tudo por obrigação, mas com leveza sempre. Gente que não desiste na primeira oportunidade, que persiste para dar certo.

Gosto de gente que sabe a hora de brincar e de levar a sério. Gente que aprecia a paisagem, seja ela qual for. Gente que quer conquistar sem passar por cima de ninguém. Gosto de gente que não deixa para fazer amanhã. Gente que usa seus dons e talentos para o bem. Gente que não tem dupla personalidade, que é criativa,

Gosto de gente

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karolyne reis .

determinada e fiel. Gosto de gente que é diferente, que não faz só porque está na moda.

Gosto de gente que canta, que dança, que ensina sem soberba e que é capaz de parar para aprender. Gente que é pacífica, que evita estar em confusões. Gosto de gente que respeita a hora de falar e de ouvir, gente que se expressa, que ri e chora, que se apaixona, que tem limites, que se respeita, que se cuida, que se valoriza, que possui autocontrole.

Gosto de gente que anda sorrindo, que brilha sem ofuscar o brilho dos outros, que clareia um dia nublado e o torna mais aconchegante. Gosto de gente que abraça, que beija, que aperta, que segura sua mão. Gente que te incentiva, te renova, te refaz, te encoraja. Gente que não é possessiva, gente que é delicada. Gente que respeita a privacidade e a preferência dos outros. Gente que sorri com os olhos e não deixa a felicidade escapar de sua boca.

Gosto de gente humilde, que sabe que o valor da vida não está no “ter”, e sim no “ser”. Gosto de gente que tem muito e que doa, gente que tem pouco e recebe. Gente que não retém, mas compartilha. Gosto de gente que tem postura, mas que não tem nariz em pé. Gente que sabe conversar, que tem o que falar, que defende o que acredita. Gosto de gente que sabe que todo mundo é gente.

Gosto de gente com princípios e valores puros, que é boa influência, que é livre, que cuida da família, dos amigos e do ambiente onde vive e frequenta. Gente

que é feliz por fazer o correto. Gente que opina com boas intenções e respeita as diferenças. Gente que não depende de atitudes boas dos outros para agir com bondade. Gente que tem o equilíbrio entre a razão e emoção. Gente que procura ter um coração puro, pensamentos limpos e atitudes transparentes.

Gosto de gente que ama todo mundo, mas repreende a maldade. Gente que não faz acepção, mas que deseja e faz o melhor, não importando a quem. Gente que enxerga virtudes e não aponta para julgar, que admira a beleza singular de cada pessoa. Gente que diz a verdade com carinho, que não fala por trás, gente que é justa, que foge da corrupção, que não fura fila, que dá a preferência.

Gosto de gente que viaja, que vive a loucura com sabedoria, que não espera a morte chegar, nem deixa a vida levar. Gente que sabe que o tempo voa, que a vida é frágil. Gente que vive um dia de cada vez, que vive cada experiência em seu determinado momento. Gente que arrisca, sabe ponderar, que sabe viver.

Gosto de gente que valoriza seus potenciais, mas que admite sua pequenez, finitude e dependência. Gente que reconhece que ainda há muito o que aprender, que sabe que nem tudo o que pensa e faz é correto e que nem sempre estará com a razão. Gosto de gente que sabe que não nasceu para viver sozinho, gente que sabe ser gente, gente que gosta de gente.

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Revista Elos | Edição 11 . Agosto – Setembro 2013 | 29

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roProdutividade e espiritualidade

Wesley CavalheiroTreinador comportamental . www.lumen4you.net

Nove horas da noite. Foi a hora em que parei na cozinha de minha casa para comer algo e pensar em finalizar o dia. Dia este que começou às 5h15. Confesso que queria dar o dia por encerrado, mas o torturante senso do dever me empurrava para algumas atividades finais: o e-mail encaminhando documentos, verificar se o depósito havia sido feito, responder ao cliente necessitado de apoio.

O dia fora abarrotado de atividades, pressão. Eu me sentia fadigado, esgotado, exausto. Concomitantemente, vivenciava a sensação de vazio: eu fiz quase nada. Muita energia para pouquíssimo resultado.

Já estudei, ensinei e treinei pessoas em administração do tempo. A questão que vivenciei naquele dia não foi exatamente de administração do tempo, mas do significado das coisas com as quais me ocupei. Já vivenciei ocasiões em que me senti muito mais cansado e exausto que naquele dia, mas a sensação era ótima, de grandeza, de satisfação e plenitude, pois os resultados tinham sido ótimos.

Produtividade é comumente definida como a relação entre o resultado de uma ação e a energia empregada para sua realização. Assim, quanto menor a energia e maior o resultado, mais alta é a produtividade. A recíproca é verdadeira: quanto mais energia

e menor o resultado, mais pífia a produtividade.

Ao passar a observar e analisar a rotina e as atividades do dia a dia sob a ótica da produtividade, novas percepções se abrem sobre o tempo e as próprias atividades nas quais estou envolvido. A questão, na verdade, não é se tenho tempo ou não, mas o significado que essas atividades possuem para mim, como também o gerenciamento da energia empregada nelas.

O significado que emprestamos à nossa vida e seus apêndices talvez seja o princípio elementar da espiritualidade humana. Para Viktor Frankl (http://www.viktorfrankl.org/e/chronology.html), muitas

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30 | Edição 11 . Agosto – Setembro 2013 | Revista Elos 30 | Edição 11 . Agosto – Setembro 2013 | Revista Elos

neuroses da época moderna dizem respeito não à esfera psíquica, mas à “noógena” (espiritual). Na base da vida psíquica existe a vontade de significado, quer dizer, o desejo de ter e fazer experiências significativas. A frustração nessa área determina as neuroses noógenas. Para Frankl, a motivação básica do comportamento de um indivíduo é a busca por um sentido para a sua vida, não um sentido para a vida em termos gerais, mas um sentido pessoal para a vida de cada indivíduo, que pode ser escolhido ou mesmo criado. Para isso, é preciso responder à pergunta: “O que existe no mundo que só eu e mais ninguém pode fazer?” Esta pergunta se aplica a toda e qualquer área da nossa vida, seja pessoal, relacional, profissional, etc.

Entretanto, dou-me conta de que no dia a dia sou levado pelo piloto automático. Atividades recorrentes, que se sobrepõem, consomem energia e criam hábitos/vícios. Elas agem como distratores do que realmente possui significado para mim, do que realmente me importa. E-mails que absorvem; hiperlinks que levam a outros hiperlinks que por sua vez levam a outros e assim indefinidamente; telefone-cabresto

que me alcança; monitora e me obriga a uma disponibilidade 24/7; sistemas de mensagens e redes sociais que geram interrupções neurológicas e comprometem descontroladamente a produção são alguns dos elementos inseridos na vida contemporânea que, se por um lado, são inexoráveis e propiciam benéficas facilidades, por outro, quando não controlados, se constituem em potenciais sugadores de energia em relação aos quais tenho que definir categoricamente os papéis: quem é senhor de quem?

A sociedade me impinge um parâmetro de sucesso: além de ostentar sinais de glamour, devo estar constantemente conectado e apresentar resultados que expressem valores cujo significado não vão além do não destoar da grande massa e, assim, por ela ser reconhecido e inserido. Aos destoantes e estranhos, resta o desprezo. Gerenciar a energia de modo a alcançar um nível de produtividade e vida saudáveis implica pagar o preço da autenticidade, abrir mão de ser mais um que faz tudo igual e desenvolver uma marca própria.

Considere: 1) Quais os seus sugadores de energia? 2) Quais os eventos que o fazem sentir pleno de significado? 3) Como você pode afastar os sugadores de energia para se dedicar ao que lhe proporciona a realização?

Palavras de sabedoria: “Gerenciar a energia de modo a alcançar um nível de produtividade e vida saudáveis implica pagar o preço da autenticidade, abrir mão de ser mais um que faz tudo igual e desenvolver uma marca própria.”

Sabedoria da palavra: Eis, agora, o Senhor me conservou em vida, como prometeu; 45 anos há desde que o Senhor falou esta palavra a Moisés, andando Israel ainda no deserto; e, já agora, sou de 85 anos. Estou forte ainda hoje como no dia em que Moisés me enviou; qual era a minha força naquele dia, tal ainda agora para o combate, tanto para sair a ele como para voltar. Agora, pois, dá-me este monte de que o Senhor falou naquele dia, pois, naquele dia, ouviste que lá estavam os anaquins e grandes e fortes cidades; o Senhor, porventura, será comigo, para os desapossar, como prometeu (Josué 14.10-12).

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Ao técnico da seleção

. poesia

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Silvino NettoProfessor . [email protected]

Reprodução internet

Nestes dias se seleção, / De comentários e críticas,

De demissões, / Lembrei-me das lições dos doze,

Da primeira seleção / Convocada por Jesus.

Era uma seleção cristã, / Com o propósito de lançar

Um novo estilo de vida, / Nova tática

Para vencer o Adversário. a / E pensar que aquela seleção,

Escolhida com tanto critério / E oração, demonstrou fraquezas!!!

O time chegou a atuar / Na defesa de seus próprios interesses.

Basta lembrar Tiago e João, / Que usando a influência materna,

Queriam garantir no Reino de Deus,

A ponta esquerda e a ponta direita.

E que dizer de Pedro, / De invejável preparo físico

Mas tão facilmente driblável / E derribado no espírito.,

Ao ponto de negar / Que fazia parte da seleção de Cristo!

Houve falta de coragem e fé / No triângulo mágico:

Pedro, Tiago e João! / Houve até falta de preparo

Para concentrar-se apenas uma hora...

E o que parece mais vergonhoso,

É a retirada do time / No combate decisivo

No tapete verde do Getsêmane.

Em contraste, é curioso pensar / Na fidelidade de Judas

Ao time adversário, / Já que vendera seu passe

Por trinta moedas!

- Mas, Senhor, / Não faltou treino tático!

Não foi pouco o tempo de três anos

Par entrosar a equipe! / Tuas instruções foram bem claras!

Estiveram os discípulos / Em concentração constante,

Longe de perturbações! / Treinaram em diferentes campos,

Desertos, vilas e cidades! / Subiram montanhas

Para o preparo espiritual. / Certas falhas são inexplicáveis.

Inadmissíveis numa seleção / Sob a direção

De um técnico perfeito... / Vês, então, que somos fracos,

Cheios de defeitos. / Mas... não há que apontar

Somente as faltas e fraquezas...

A seleção teve seus dias de vitória...

Pensar nos sinais e prodígios, / Nas convenções,

Nos milhares de batismos, / Na fidelidade, nos dias de perseguição.

É bom lembrar que hoje, / A equipe vitoriosa

Se apresenta de uniforme branco, / A seleção dos remidos, campeã!

Apesar de nossas contusões, / E confusões,

Fraquezas e defeitos, / Tu nos escalaste pela graça.

E por isso estamos prontos, / Sob a tua sábia direção,

A continuar lutando / Com coragem e raça,

Grande Técnico da Seleção.

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Paulo MouraPastor e Psicólogo . [email protected]

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paulo moura .

Ansiedade um mal desnecessárioEnquanto você lê este artigo, há alguém próximo sofrendo de um dos principais males que a sociedade moderna enfrenta, a ansiedade. Conhecida como um distúrbio emocional, é caracterizada por sentimentos de insegurança, perigo iminente, tensão e quando não diagnosticada e tratada, pode causar perturbações psíquicas e físicas ao indivíduo. O primeiro que tratou do tema como conhecemos hoje foi Sigmund Freud (1856-1939), o criador da Psicanálise, como “o medo de algo incerto, sem objetivo”, porém os sintomas são muito antigos. Há registros de pessoas, no início do século 18, que se sentiam “doentes de preocupação”. Para alguns autores, o conceito de ansiedade está ligado a sensação de estrangulamento, sufocamento, asfixia, falta de oxigênio ou perda da respiração. O significado mais aceito hoje em dia vem de um psiquiatra australiano, chamado Aubrey Lewis que, em 1967, descreveu o termo como “um estado de humor desconfortável, uma apreensão negativa em relação ao futuro, uma inquietação interna desagradável”.

A pessoa ansiosa vive num estado de alerta constante por causa de uma situação que pode ou não acontecer – e isso causa inquietação e consequente sofrimento. Para o ansioso o futuro é agora. Para o ansioso tudo vira motivo de preocupação. A ansiedade pode ter origem genética, de carência afetiva na infância ou da dificuldade de incorporar fatos e situações novas ou desconhecidas ao cotidiano.

Ultimamente se há um fator que mais tem contribuído para a ansiedade é a velocidade como as informações são propagadas. Por exemplo: uma edição de domingo do jornal The New York Times contém mais informações do que um cidadão do século 17 recebia ao longo de toda a vida. Mais de 1.000 novos livros são editados por dia em todo o mundo. Atualmente existem mais de três bilhões de páginas disponíveis

na internet. Há 20 anos a televisão brasileira tinha menos de 10 canais; hoje, esse número passa de 100 e, daqui a 10 anos, estima-se que chegará a 400. É inegável os benefícios que a tecnologia moderna tem proporcionado a todos. Acessar, em tempo real, informações sobre quase tudo que existe no mundo e poder estabelecer contato direto com as fontes de informações, representa uma drástica mudança de paradigma na sociedade. Bastam alguns cliques no computador e ficamos sabendo sobre acidentes, violência, desastres naturais, ataques terroristas, etc. que acontecem ao redor do mundo, segundos após o ocorrido, e isso nos faz sentir mais vulneráveis.

A verdade é que somos incapazes de processar e aplicar todas as informações recebidas ao mesmo tempo. De acordo com Richard Saul Wurman, em seu livro “Ansiedade de Informação”, este é o resultado da distância cada vez maior entre o que compreendemos e o que achamos que deveríamos compreender. Nessa era pós-moderna lemos muito, mas aprendemos pouco. Sabemos de tudo um pouco, mas não nos especializamos em quase nada. Olhamos rapidamente o todo, mas deixamos o detalhe passar despercebido.

A principal consequência para o ansioso é viver em um estado excitatório, com aceleração do pensamento, como se estivesse planejando uma maneira de se livrar do perigo o mais breve possível. Isso configura-se um círculo vicioso, pois esta sensação só faz aumentar ainda mais o mal estar. Mente acelerada é mente desequilibrada e preocupações exageradas afetam a saúde mental e corporal. Essas e outras constatações indicam que a ansiedade atrapalha é um mal desnecessário. Terapias podem ajudar a resolver o problema. O uso de medicamentos também. Mas nada se compara ao que a Bíblia diz sobre o assunto.

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O Diagnóstico para a Ansiedade (Mateus 6.25-34)

A ansiedade é inútil: Por mais ansiosos que você esteja, nada poderá acrescentar à duração da sua vida. A ansiedade tira-nos do foco e desvia o nosso olhar do momento presente. Ela é um desperdício de energia, pois não mudará em nada a realidade da situação. Quando nos preocupamos demasiadamente com o amanhã, deixamos de viver o dia de hoje com qualidade e prazer.

A ansiedade é prejudicial: O ansioso ocupa-se de uma situação antes mesmo dela acontecer. Preocupar-se com algo que ainda não aconteceu prejudica a saúde, muda o clima do ambiente, envolve a família e as demais pessoas ao redor. Ocupar-se de um problema que nem sabemos se vai realmente acontecer não é se antecipar aos fatos, é sofrer desnecessariamente.

A ansiedade é sinônimo de falta de fé: O ansioso confia demais em suas próprias forças e deixa de confiar em Deus, nosso criador e sustentador. Ficamos ansiosos porque queremos estar no controle da situação em vez de depositar as causas nas mãos dAquele que cuida de todas as coisas.

O Tratamento e a Cura para a Ansiedade (Filipenses 4.6-9)

Orar com ações de graças: Orar agradecendo é reconhecer a infinita bondade e misericórdia do Senhor. Ficamos ansiosos porque não acreditamos totalmente no amor e no cuidado de Deus. Quando compreendemos que Ele está no controle absoluto de todas as coisas e que nada escapa ao Seu domínio, aquietamos a nossa alma. A oração é a melhor forma de abrir o coração a Deus.

Pensar nas coisas certas: A ansiedade é fruto de um pensamento errado. Ocupamos a mente com muitas futilidades e incertezas para falar mal do próximo, para maquinar o mal, etc. Quando a mente é direcionada a pensar nas coisas certas e benéficas, não haverá espaço para a ansiedade.

Praticar aquilo que pensar: Não basta pensar nas coisas certas, você precisa agir nas coisas certas, ou seja, praticar as coisas boas que pensa. Não basta informação, é preciso transformação. Não basta cognição, é preciso alterar o comportamento para melhor.

Experimentar a paz: O resultado do tratamento contra a ansiedade é a paz que excede todo o entendimento, que trará tranquilidade e segurança. A paz prometida aos ansiosos não é a ausência de problemas, mas a certeza bíblica de que ela estará presente mesmo nas dificuldades naturais da vida.

A PREVENÇÃO DA ANSIEDADE (I Pedro 5.7)

Entregar todas as preocupações a Deus: É a maneira mais correta de nos prevenirmos. É depender única e exclusivamente de Deus. É lançar sobre Ele todas as preocupações, o futuro, as incertezas, as dúvidas e simplesmente descansar.

Jogar tudo para o “Alto”: Precisamos aprender a depositar toda a nossa vida e esperança no Senhor. Não significa livrar-se dos compromissos nem deixar de cumprir com as obrigações, mas acreditar que a vontade de Deus sempre é boa, perfeita e agradável.

Conclusão

Não deixe sua vida ficar estrangulada pela ansiedade. Descanse em Deus, pois Ele cuida de você. Ele sabe e conhece quais são as suas necessidades e dará aquilo que você precisa e não necessariamente aquilo que você quer. Hoje não é o dia de você se preocupar com o amanhã nem com o depois de amanhã. Creia que o remédio mais eficaz para combater a ansiedade está na Bíblia, Palavra de Deus. Você percebeu estar ansioso com alguma coisa, seja ela qual for? Convido a fazer o seguinte exercício: pegue uma Bíblia e leia os textos citados como referência neste artigo e então você descobrirá que vale muito a pena confiar e descansar em Jesus Cristo, nosso maior bem necessário.

Laventanead.com

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Paulo PancotePastor e escritor . [email protected]

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paulo pancote .

Mentira veneno mortalVários anos atrás li uma reportagem, em uma grande revista brasileira de circulação nacional, sobre um tema que, de uma forma ou de outra, todo ser humano neste mundo acaba sofrendo. O artigo chamava-se Por que todos mentem e abordava exatamente a questão da mentira, fazendo uma análise interessante sobre a “arte de mentir”, onde apareceram muitas informações surpreendentes.

O psicólogo Gerald Jellison, da Universidade do Sul da Califórnia, calculou que “uma pessoa vê, ouve ou lê, num dia qualquer normal, umas duas centenas de mentiras - uma a cada cinco minutos”. Mas não são apenas pessoas que mentem individualmente. Empresas mentem, nações mentem, as mais variadas organizações mentem e seres humanos, nas mais diferentes profissões mentem, até mesmo por circunstâncias de trabalho.

Mas, como afirmava a reportagem na época, “antes de atirar a primeira pedra, é bom lembrar que todo mundo mente”; esse era o conselho dos estudiosos sobre a mentira. Parece incrível, mas essa não é mais uma mentira, é realmente uma constatação verdadeira. Mesmo não querendo, mesmo tendo princípios religiosos que condenam a mentira, será difícil - senão impossível - encontrar alguém que nunca diga uma mentira.

De acordo com os estudiosos do comportamento humano, aprendemos a necessidade da mentira entre o segundo e o quarto ano de vida. Antes disso,

não sabemos distinguir a fantasia da realidade. Quando uma criança toma consciência da mentira, ela começará a usá-la em proveito próprio, inicialmente para evitar castigos ou para obter recompensas. A partir dos oito anos aprendemos a perceber a diferença entre a falsa e a verdadeira simpatia.

Alan Grafen, biólogo e estudioso do comportamento humano, concentrou seus estudos no papel da mentira na evolução humana. Ele observa que “para cumprir seu papel apaziguador e conciliatório, a mentira exige que a honestidade prevaleça como a característica mais valorizada pelo grupo social”.

Continuando, Grafen diz ainda que “a falsidade deve ser tolerada apenas como o contraponto da verdade, da mesma forma que a virtude só pode ser devidamente exaltada, quando se sabe da existência e das tentações do pecado”. Isto é verdade; como seriam identificados os mais piedosos se ninguém entre os seres humanos pecasse? O biólogo prossegue dizendo: “quando passa de certos limites, portanto, a mentira tem de ser punida. Se ela começa a se tornar dominante, a sociedade, sem se dar conta, caminha para a extinção”.

Outra questão interessante é saber que, no mundo em vivemos, as mentiras são classificadas em “aceitáveis” e “inaceitáveis”. É aceitável, por exemplo, esconder de um familiar próximo que ele está com câncer. São as chamadas

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Mentira veneno mortal

“mentiras brancas” ou “mentiras sociais”, consideradas mentiras leves e necessárias, como aquela famosa mentira “diga que eu não estou...”.

A psicóloga Mary Ann Mason afirma que “viver sem mentiras seria insuportável. Se nunca pudéssemos mentir - diz ela - se todos os sorrisos fossem confiáveis e se todos os olhares fossem facilmente decifráveis, a convivência humana seria impossível em casa, no trabalho e em sociedade”.

Charles Darwin foi o cientista inglês que tornou-se famoso como o “Pai da evolução”, mas o que poucos sabem é que ele foi o primeiro pesquisador a catalogar as manifestações visíveis da mentira em diversas sociedades. Suas conclusões sobre o assunto foram reunidas no livro “A expressão das emoções no homem e nos animais, lançado quase dezenove anos após a publicação do seu principal livro, A origem das espécies.

Darwin defendeu a ideia de que “somente a espécie humana consegue expressar emoções através dos músculos da face”. Esse campo de estudos que Darwin abriu, foi aprofundado muito tempo depois por Paul Ekman, professor de psicologia da Universidade da Califórnia, considerado atualmente o maior especialista em detecção de mentira, com mais de trinta anos de experiência.

É muito interessante constatar como o mundo lá fora lida com a mentira e a diferença da realidade, completamente oposta, com que os cristãos trabalham a respeito das inverdades. Contudo, porém, é importante destacar aqui que existe um autor bíblico, que concorda em parte com os especialistas sobre a mentira, que afirmam “que todos mentem”. É Tiago, que em seu livro, no capítulo 3, versículo 8, declara que “ninguém pode domar a língua; está cheia de veneno mortal”. Nisto, entre outras coisas, também se inclui a mentira.

Além de Tiago, Jesus também fez uma forte declaração a respeito da mentira. Ela está registrada em João 8.44, onde ele diz que “o diabo jamais se firmou na verdade, porque nele não há verdade; quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira”. Jesus coloca a mentira em sua verdadeira perspectiva, a de um pecado sério e terrível, que tem sua origem naquele que é o inimigo de Deus e dos homens.

Enquanto o mundo tolera a mentira e até a reconhece como necessária, a Bíblia nos mostra que ela não é inofensiva, mas sim perigosíssima e que, mesmo com todas as nossas limitações humanas, é preciso lutar constantemente contra esse mal.

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Sendo gerontólogo e jornalista, tenho o dever de fornecer informações referentes à qualidade de vida dos idosos, tema geral de meus livros e pesquisas nos últimos 19 anos.

Quando fiz o curso de Especialização em Envelhecimento e Saúde do Idoso, na Escola Nacional de Saúde Pública, FioCruz, no Rio de Janeiro, aprendi com o dr.Paulo Marchiori Buss, que o moderno conceito de saúde tem como um dos seus requisitos o fator informação.

É claro que não basta que fiquemos lendo, ouvindo, sabendo tudo sobre nossa saúde e problemas, é necessário deixarmos de ser somente pacientes, cuidados e tratados por alguém; e, na velhice, sermos guardiões de nosso bem-estar e saúde, conceito que me foi passado pelo saudoso e querido dr. Mario Antônio Sayeg, por muitos anos diretor na FioCruz. Para ele, “A pior coisa para o idoso é se isolar, não ter oportunidade de compartilhar impressões, pensamentos, sentimentos É importante envelhecer com uma vida social ativa e trabalhando”.

Tempos atrás houve o movimento “A saúde que queremos”. A nova concepção de saúde é bem-estar e qualidade de vida e não ausência de doenças. Saúde não é estado estático, de acordo com dr. Buss, é estado dinâmico, socialmente produzido. A intervenção em saúde não deve visar apenas diminuir o risco de doenças, mas aumentar as chances de saúde e vida, acarretando intervenções. Proporcionar saúde, além de evitar doenças e prolongar a vida, assegura meio e situações que ampliam a qualidade de vida vivida, ampliam a capacidade de autonomia, que é a pessoa decidir e resolver por si mesmo, seus problemas e dilemas; e o padrão de bem-estar.

Muitos não reagem e se deixam levar pelos vícios do fumo, da bebida alcoólica, das drogas, envolvem-se em estresses, depressões, paranoias, manias, violências e também pela obesidade incontrolável.

Tudo o que se refere à saúde da pessoa de idade mais avançada deve ser motivo de nossas preocupações e cuidados. Encontramos, por exemplo, no Tratado de Geriatria da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, em sua última edição, 2011, a definição de obesidade, como o aumento corporal, em comparação com a massa magra, que ocorre de alterações de células adiposas.

Mais do que um transtorno alimentar, a obesidade tornou-se um problema de saúde pública. É uma doença epidêmica, que está ocorrendo em larga escala, responsável pelo aumento na incidência de doenças crônicas nas quais os riscos de morbidade e mortalidade estão relacionados com o grau de sobrepeso.

O número de obesos tem aumentado drasticamente nos últimos anos, e esse aumento tem sido observado também entre os idosos, gerando implicações negativas pelo impacto na qualidade de vida e independência com limitação na execução das atividades da vida diária e na mobilidade.

O envelhecimento bem-sucedido está intimamente relacionado com a capacidade funcional, isto é, pessoas que conseguem ainda funcionar bem, andando, alimentando-se, trabalhando, utilizando suas funções de tocar, enxergar, comer sozinha, ouvir, etc.; e requer modificação dos fatores de risco para o declínio funcional que ocorre com a idade.

Sendo a obesidade uma condição que predispõe ao desenvolvimento de fatores de risco cardiovascular, a avaliação clínica cuidadosa se faz necessária quando diante de um idoso com excesso de peso, não só o índice de massa corporal (IMC) deve ser estabelecido, como também deve ser avaliada a distribuição de gordura corporal.

Como a obesidade é provocada por uma ingestão de energia que supera o gasto do organismo, a forma mais simples de tratamento é a adoção de um estilo de

Obesidade um perigo que assombra a velhice

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Samuel Rodrigues de SouzaGerontólogo . [email protected]

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Obesidade é herdada através do esperma, dizem cientistas australianosDA EFE

A composição molecular do esperma dos pais que sofrem obesidade contribui para que seus filhos e netos possam herdar o sobrepeso e outras doenças como diabetes, segundo um estudo realizado por cientistas australianos.

“A dieta de um pai muda a formação molecular do esperma”, disse Tod Fullston, responsável por esta pesquisa realizada pelo Instituto Robinson da Universidade de Adelaide, à emissora australiana ABC.

Estas mudanças moleculares no esperma do pai obeso podem “programar” o embrião para que sofra de obesidade ou de outras doenças metabólicas em uma etapa

posterior de sua vida, explicou Fullston.

A pesquisa aponta que a tendência à obesidade, no caso de o pai a sofrer, pode se estender por até duas gerações.

Segundo o estudo de laboratório, realizado com ratos, as mudanças acontecem nas moléculas microARN, cuja função é regular os genes.

“Propusemos realizar estudos com humanos sobre esse ponto para saber se os homens com um maior índice de massa corporal podem ter um perfil microARN diferente em seu esperma e saber se a dieta e os exercícios podem permitir voltar ao que seria um peso masculino normal”, comentou o cientista australiano.

vida mais saudável, com menor ingestão de calorias e aumento das atividades físicas. Essa mudança não só provoca redução de peso como facilita sua manutenção.

Buscamos orientações também com o atuante geriatra Renato Maia Guimarães, de Brasília, ex-presidente da Associação Mundial de Geriatria, com grande influência para a ciência gerontológica brasileira. De acordo com ele, a obesidade está incluída na lista dos vilões para uma velhice patológica por dois motivos:

Pelo impacto na saúde decorrente do exagero de peso e problemas associados (diabetes, hipertensão).

Devido ao dano emocional que pode desencadear. Este decorre da possível insatisfação com a autoimagem ou ainda do sentimento negativo gerado pelo preconceito estético, pela dificuldade em ascender profissionalmente e a imagem pré-concebida e equivocada que se tem do gordo engraçado, “bonitinho”, mas raramente capaz e inteligente.

A obesidade danosa aumenta em duas ou três vezes a chance de morte prematura. A pessoa obesa tem maior risco de desenvolver diabetes, cálculo biliar (pedra na vesícula), insuficiência respiratória, doenças do coração, hipertensão, artrose da coluna e dos membros inferiores e também câncer. O desenvolvimento da medicina do

sono demonstrou que os obesos têm maior propensão para desenvolverem apneia do sono, que implica sustar a respiração por alguns segundos. Também está associada a alterações dos lipídeos, principalmente os triglicerídeos e o colesterol. A medida da circunferência da cintura parece ser o indicador de obesidade mais associado à doença cardiovascular. Mais de 102cm em homens e 88cm em mulheres, caracteriza obesidade abdominal ou central. Quando concomitante com hiperglicemia, alterações dos lipídeos e hipertensão, caracteriza a chamada síndrome metabólica, uma condição associada a um aumento significativo do risco de doenças cardíacas.

O papel de vilão da obesidade é reforçado quando se avalia o resultado de intervenções visando diminuí-la. A redução inicial do peso em 10% diminui em 20% a mortalidade atribuída à própria obesidade, em 30% a associada ao diabetes e em 40% a mortalidade ligada ao câncer. Não é pouco, afirma o dr. Renato Maia Guimarães, em seu livro “Decida você como e quanto viver”, da Editora Saúde & Letras, Brasília, 2007.

Surpreendentemente, alguns quilinhos a mais, desde que o IMC fique longe de 30kg/m2, podem contribuir para uma vida mais longa, por motivos ainda pouco conhecidos. Existem condições que confundem essa

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associação, pois pessoas mais gordas tendem a fumar menos. Também os “fofinhos” apresentam menos osteoporose.

Nem sempre “só é gordo quem quer”, que foi título de livro lançado na década de 80, que propunha uma dieta para a redução do peso. Existem condições genéticas que predispõem à obesidade, também o fazem problemas clínicos como o hipotireoidismo. O fator mais importante, contudo, advém de exageros alimentares, má alimentação e falta de atividade física.

Há que se considerar também características culturais e econômicas. Os Estados Unidos produzem três vezes mais alimentos do que a necessidade de sua população, o que diminui relativamente o custo da comida. A fartura e o “marketing” são coadjuvantes. As porções de batatinhas servidas pela rede McDonalds passaram de 200 calorias em 1960, para 600 calorias na atualidade.

Concluímos com algumas orientações dos autores Verônica Hagemeyer e Carlos Henrique Alves de Rezende, da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia: “As primeiras orientações devem visar à intervenção no estilo de vida dos idosos, com foco na perda de peso, correção das anormalidades metabólicas e incentivo à atividade física regular.

A redução do peso no idoso obeso não é tarefa fácil, mesmo para o idoso motivado. Além do mais, o tratamento da obesidade no idoso é limitado, uma vez que mudanças alimentares podem comprometer ainda mais as necessidades nutricionais. A restrição calórica pode contribuir para a perda de nutrientes essenciais se não for acompanhada de um controle rigoroso. A dieta hipocalórica deve assegurar as necessidades de micronutrientes que incluem a vitamina

D, vitamina B12, líquido e fibras. O uso de substâncias para emagrecimento pode ser de alto risco pela possibilidade de interação medicamentosa e alteração farmacocinética.

A indicação cirúrgica deve ser cuidadosamente analisada, avaliando-se risco e benefício pela alta morbidade. A atividade física deve ser estimulada dentro da limitação funcional. Uma das maiores dificuldades no tratamento continua sendo a adesão do paciente idoso, principalmente no que se refere à mudança no estilo de vida. Desse modo, a atuação de uma equipe multiprofissional composta por nutricionista, educador físico, enfermeiro, médico, psicólogo, assistente social e farmacêutico é fundamental para o sucesso do tratamento”.

O uso permanente do medicamento sinvastatina, com o objetivo de baixar o colesterol, de acordo com a médica homeopata Diva Maria Araújo, do Rio de Janeiro, pode tomar o lugar do trabalho do fígado, e isso é uma alteração orgânica, o ideal é a utilização de Ômega 3, três vezes ao dia, dieta alimentar orientada por nutricionista, prática de exercícios, como caminhar, pedalar e patinar, que podem também contribuir para a longevidade até para quem está acima do peso.

Se ficarmos no efeito sanfona, ora engordamos ora emagrecemos podemos deixar o fígado doido, tendo que alterar seu ritmo de trabalho a todo momento, o que o descontrolará.

Passamos aos nossos leitores algumas ideias básicas, mas aconselhamos a todos que procurem orientações para procedimentos específicos, de acordo com a sua situação, com check-ups médicos regulares e tratamentos contínuos e bem-sucedidos, com seu cardiologista e geriatra.

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George HeinrichsPastor . [email protected]

Querido leitor, resolvi ser porta-voz de um depoimento milenar, a história de um homem cego que teve sua existência mudada completamente e foi curado de sua cegueira. Relembre comigo: a cegueira é a condição de falta de percepção visual, devido a fatores

fisiológicos ou neurológicos. Cegueira total é a completa falta de percepção visual de forma e luz e é clinicamente registrada como NLP, uma abreviação para “no light perception” (sem percepção de luz). Podemos dizer que o homem de nosso relato tinha NLP.

A história deste cego é mais do que o relato de um milagre. Os detalhes servem para ensinar coisas profundas que concernem à necessidade do ser humano. Não é apenas a história de um homem que mudou, mas da mudança de toda a comunidade a sua volta. A sociedade

Esse cara sou eu! mas isso deve estar perto de acontecer!

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sofreu impacto. Fato é que havia um Rabi (mestre) que estava conduzindo um grupo de alunos e ensinando-lhes sabedoria e verdades sobre a vida. Acompanhe comigo a história.

Nesta caminhada, ali estava um homem, cego de nascença, à mercê no caminho, pedindo esmolas para sobreviver. Aquele mestre poderia passar ao largo e nem sequer mencionar o cego, afinal, o que a vida daquele homem poderia ensinar a seus alunos? O mestre, no entanto, ensinou a seus discípulos grandes lições sobre compaixão, misericórdia e amor ao próximo.

Um dos alunos atribuiu a condição daquele cego à quantidade de erros que ele e sua família cometeram. Estava influenciado por um pensamento que os erros cometidos eram punidos com castigos pesados. O mestre percebe o engano e os ajuda a mudar o foco. Informa, então, que a condição do cego é uma oportunidade. Imagine a cabeça dos alunos, seus paradigmas foram todos detonados. Cegueira? Oportunidade? Quem não está na pele do cego facilmente conseguiria achar erros nele ou em sua família. Isto é o ser humano, sempre se autojustificando nas agruras dos outros. Sempre se colocando em posição de defesa. Sua falha sempre é em consequência dos outros.

O mestre estava dizendo a seus alunos que a condição daquele homem era a oportunidade para que ele e seus alunos fizessem algo para mudar a situação. O mestre, usando sua imensa sabedoria, suja os olhos do cego com uma lama feita com saliva e lhe indica o caminho de um tanque próximo dali. Atônitos, todos em volta deviam estar pensando: “O que este mestre está querendo ensinar?” Caminhando com dificuldade, o cego foi até o tanque indicado. Abaixou-se e buscou a água com as mãos. Lavou seus olhos enlameados e, imediatamente, sua cegueira foi curada. Mas ainda não acabou.

Muitos ficaram na expectativa da volta do cego. Repentinamente,

aparece um homem parecido com o cego, mas de banho tomado, cabelo penteado, limpo. O burburinho começou. “Será que é ele”, alguns diziam. “Não, apenas se parece com ele”. Até que alguém afirma, categoricamente: “Definitivamente, não é ele!” Surpreendentemente, o homem, sorrindo, diz a todos: “Esse cara sou eu!” “Impossível”, alguns disseram. Mas era ele, de fato.

Se voltarmos um pouco nesta história e imaginarmos aquele homem ajoelhado, buscando com as mãos água para seus olhos, perceberemos que ao se abrirem seus olhos o reflexo na água lhe mostrou aos poucos a imagem de um mendigo. Naquele momento pensou: “Preciso mudar, preciso deixar de parecer um maltrapilho”. Foi esta mudança em sua vida que fez com que ele quase passasse por outra pessoa. Alguém bonito, dominado pela alegria.

O mestre desta história chama-se Jesus, ele tem o poder para transformar qualquer situação e seria o único que poderia julgar uma pessoa pelos seus erros, pois ele próprio não errou em nada, mas optou por identificar-se com o sofrimento daquele homem marginalizado e lhe deu a cura.

Qual foi a oportunidade da história? Na verdade, foram várias. Os alunos aprenderam que precisam ter compaixão. Os vizinhos, que mesmo depois de muitos anos de sofrimento Deus é capaz de curar e transformar. A sociedade, que Deus é poderoso. O cego, que a primeira coisa que deveria fazer após a cura seria corrigir a postura para que a mudança pudesse perpetuar-se em sua vida.

E você, o que aprendeu? Jesus não está procurando erros em sua vida, busca, sim, oportunidade para transformar sua história completamente. Permita que seus olhos sejam abertos, hoje. Reflita sobre suas atitudes, mude sua postura, abra seu coração a Jesus e deixe ele guiar sua vida.

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Bebê compra carro no eBaypelo smartphone As crianças deste século lidam bem com tecnologia, mas um bebê americano de apenas 14 meses foi além e adquiriu um carro por meio do aplicativo da loja online eBay.

A pequena Sorella Stoute, obviamente, não tinha conhecimento do que estava fazendo ao brincar com o smartphone de seu pai.

O pai da criança revelou ao canal KOIN-TV que ficou sabendo da compra do carro, um Austin-Healey modelo 1962, apenas após receber um e-mail do eBay parabenizando-o pela aquisição.

Segundo o pai, a criança costuma brincar com seu smartphone. Sem ele perceber, Sorella abriu o aplicativo do eBay e foi clicando até comprar o veículo.

Após o susto inicial, e mesmo com o veículo em péssimas condições, o pai de Sorella decidiu pagar pelo carro. Além disso, afirmou também que passará a ser mais precavido com seu smartphone e irá colocar proteção de reconhecimento facial para evitar novas compras por sua pequena filha.

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“Faça o que eu digo, não o que eu faço”. Este ditado é tão antigo que Jesus usou-o no discurso em que condenou a hipocrisia dos fariseus e escribas: “Os escribas e fariseus se assentam na cadeira de Moisés. Obedeçam-lhes e façam tudo o que eles lhes dizem. Mas não façam o que eles fazem, pois não praticam o que pregam” (Mt 23.2,3). Eles gostavam “do primeiro lugar nos banquetes e dos primeiros assentos nas sinagogas, de serem cumprimentados em público e chamados mestres pelos homens” (Mt 23.6,7), mas este não era o seu maior pecado; Jesus os acusou de coisas piores, como “devorar as casas das viúvas e, para disfarçar, fazerem longas orações” (v.14), usando um pretexto religioso para tomar os bens das viúvas e dos órfãos.

Acusou-os também de “fechar aos homens o reino do céu”, de “não entrarem, nem deixarem entrar os que entrariam” (v.13), por discriminarem os pobres, que não tinham oportunidade nem recursos para cumprir a fieira de preceitos inventados por eles como requisitos para alguém entrar no Reino dos céus. Preceitos, aliás, que nem eles mesmos cumpriam. Mas a acusação mais séria que lhes fez está no v.23: “Dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, mas omitis (...) a justiça, a misericórdia e a fidelidade.” Na religião deles era mais importante dar o dízimo dos temperos de valor insignificante, cultivados no fundo do quintal, do que praticar a justiça, a misericórdia e a fidelidade nas relações com os outros. Principalmente com os pobres e necessitados, os órfãos e as viúvas, e os estrangeiros. Na verdade os fariseus e mestres da lei só tinham alguma estima pelos que eram iguais a eles.

Não parece aos leitores que estas acusações se aplicam a muita gente hoje em dia? Deus nos livre de sermos como os escribas e fariseus! Infelizmente, porém, esquecemos a lição de Jesus e incorremos nos mesmos erros deles. Deixamos a justiça, a misericórdia e a fidelidade e passamos a praticar um evangelho de faz-de-conta. Faz-de-conta que não há miséria, injustiças, exploração dos trabalhadores, discriminação dos pobres (cuja maioria é de negros e mestiços, e então também faz-de-conta que não há preconceito racial). Faz-de-

conta que é só entregar um folheto e falar do evangelho, e tudo vai se resolver. Faz-de-conta que a igreja não tem nada a ver com esses problemas, que isso é assunto para o governo e para os políticos, pois nosso reino não é deste mundo. Faz-de-conta que é só reunir os “adoradores” numa grande “celebração” e todo mundo vai ficar feliz. E por aí vai.

Mas a Palavra de Deus nos adverte que precisamos deixar desse faz-de-conta, lutar pela justiça e pelo direito, libertar os explorados das mãos dos opressores, defender os órfãos, as viúvas e os estrangeiros, evitar que sangue inocente seja derramado. Está lá em Jeremias 22.3: “Eu, o Senhor, lhes digo: façam o que é justo e honesto. Protejam dos exploradores aqueles que estão sendo explorados. Não maltratem, nem explorem os estrangeiros, os órfãos e as viúvas. Não matem pessoas inocentes neste lugar sagrado.” Não dá para apagar estas palavras da Bíblia!

Para tanto temos que deixar nossa passividade e nos juntar aos que já estão na luta, não importa sua crença ou ideologia, e isso sem que a nossa participação implique em compromisso com posições raivosas e destrutivas. Há muitas maneiras de participar e se as buscarmos vamos encontrá-las, porém, a mais efetiva é ser como Jesus: autêntico, sincero, honesto, identificado com os seus semelhantes; inflexível com as injustiças e a hipocrisia; disposto a dar a própria vida pelos que nada podem. Ele disse: “O Espírito do Senhor (...) me ungiu para pregar boas novas aos pobres. Ele me enviou para proclamar liberdade aos presos e recuperação da vista aos cegos, para libertar os oprimidos e proclamar o ano da graça do Senhor” (Lc 4.18,19).

O apóstolo João diz que aquele que afirma permanecer em Cristo “deve andar como ele andou” (1Jo.2.6). Porém, devemos saber que andar como Cristo andou pode implicar em ser perseguido, preso, julgado, condenado, e até morto, como ele o foi. E o que é admirável é que sofreu tudo isto não em seu próprio interesse, mas a nosso favor. Estaríamos nós dispostos a fazer o mesmo em favor dos outros?

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Sylvio MacriPastor . [email protected]

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O brasileiro desses últimos tempos, contundente, assertivo e intrépido, discrepa daquele tímido, recuado e calado de até então.

As manifestações ocorridas pelo Brasil afora, com milhares de pessoas nas ruas, protestando contra a corrupção, a desigualdade social, o mau uso do dinheiro público e a péssima qualidade dos serviços básicos de saúde, educação e transporte público, a um só tempo atestam a indignação do povo, a força mobilizadora das redes sociais e a linguagem que sensibiliza os políticos e os governantes. Ou seja, exausto de tanta interferência negativa e de tanto impacto ruim da gestão pública, constantemente marcada pela prática da violência institucional capitaneada pela corrupção e marcada pela impunidade, o povo, frustrado pela ida às urnas, decidiu ir às ruas, interferindo na rotinha da nação e impactanto a história com a demonstração pública de sua indignação.

É bem verdade que, no contexto de tão lúcida e, ao que parece, oportuna ação popular, emergem o vandalismo, a desordem, a depredação e a violência, a partir de uma minoria sociopata, que surta em ambiências favorecedoras do anonimato, como as grandes concentrações populares. Embora triste e lamentável, as ações desta minoria não chegam a invalidar o ato, legítimo e democrático, do povo brasileiro, sempre paciente e bom.

Dentro desse denso caldo efervescente e a partir de tudo o que se vê nas ruas e do que repercute

na mídia, identificamos facilmente alguns pontos de reflexão teológica muito importantes:

Quando a voz do povo não é a voz de Deus

Quando o que povo faz e diz nada mais é do que resultado de manipulação operada por forças de poder, quer seja política, econômica, midiática ou religiosa; certamente nada tem a ver com Deus; tanto porque Deus não age através de manipulações, quanto porque Ele não se vale de mecanismos injustos e opressores para impor a sua vontade.

Quando a voz do povo pode estar reverberando a voz de Deus

Não que o povo fale em nome de Deus, mas sim que o conteúdo de sua fala pode encontrar respaldo na revelação divina.

Assim, quando as massas vão às ruas clamando e exigindo o fim da corrupção por parte dos gestores públicos; uma melhor aplicação dos recursos públicos e o fim de práticas sociais injustas e opressoras; quando o povo reivindica o que é básico como educação, saúde e transporte, e chora as lágrimas do protesto por uma vida mais humana, digna e menos sacrificial por parte das camadas mais pobres; isso sim vai ao encontro do que aprendemos de Deus em Sua Palavra. Para constatarmos isto basta uma boa olhada em alguns textos do Antigo Testamento (Deuteronômio 16.19; Levítico 19.15; 2Crônicas 19.7). Como também do Novo Testamento: Romanos 1.18,29; 2.8; 3.5; 6.13; 1Coríntios 6.7; 13.6).

Quando a voz do povo de Deus não se faz ouvir

Em tempos como este que estamos vivendo, onde está a igreja de Jesus Cristo? Será que o seu papel é o de apenas assistir à história? Será que ela não tem nada a dizer? Qual é a sua mensagem para os manifestantes e para as classes dominantes do nosso país?

Será que podemos orar e pregar a Palavra de Deus com ousadia e amor, deixando claro que nós cremos no que cantamos no Hino 552 do HCC?

“Que estou fazendo se sou cristão? Se Cristo deu-me total perdão? Há muitos pobres sem lar, sem pão.Há muitas vidas sem salvação.

Meu Cristo veio pra nos remir: o homem todo, sem dividir. Não só a alma do mal salvar, também o corpo ressuscitar.

Há muita fome no meu país, há tanta gente que é infeliz! Há criancinhas que vão morrer, há tantos velhos a padecer!

Milhões não sabem como escrever, milhões de olhos não sabem ler, nas trevas vivem ser perceber que são escravos de outro ser.

Que estou fazendo se sou cristão? Se Cristo deu-me total perdão? Há muitos pobres sem lar, sem pão. Há muitas vidas sem salvação.

Aos poderosos eu vou pregar, aos homens ricos vou proclamar que a injustiça é contra Deus e a vil miséria insulta os céus.”

Onde está a igreja que prega aos homens ricos e proclama aos poderosos que a injustiça é contra Deus e a vil miséria insulta os céus?

Teologia dasmanifestações populares

Lécio DornasEducador e Autor . [email protected]

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Daladier CarlosPsicólogo e escritor . [email protected]

Quem espiona o quê e a quem?Quem imagina que as regras da diplomacia, no jogo internacional de interesses, são pautadas pela transparência rigorosa e inquestionável, pode se considerar um ingênuo. Jamais, na história dos povos, as políticas derivadas da necessidade de reinos, impérios e governos manterem suas hegemonias foram expostas com a máxima clareza e sinceridade, de maneira que os potenciais concorrentes dispensassem o uso da espionagem e da camuflagem ideológica para fazer crer a muitos que seguiriam em linha reta, sem cogitarem de intercorrências de qualquer natureza. Ocorre que a realidade mundial não se comporta de acordo com fatores predeterminados. O aliado ou parceiro de hoje poderá se transformar numa incômoda perspectiva mais adiante. E note-se que não se quer falar aqui de conflitos armados, mas de condicionantes da política internacional que obrigam os governos, os mais preocupados com a predominância dos seus papéis, a engendrarem esquemas variados de suporte analítico. Aliás, já se disse que os países não têm amigos, mas convivem com sujeitos de direito internacional público que compartilham interesses entre si, os quais, na realidade, também não são comuns, mas adaptados às circunstâncias dos planos geopolíticos operados na cena diplomática internacional.

Este comentário vem a propósito da “surpresa” do governo brasileiro ao descobrir que o país foi alvo de interceptação de comunicações. É evidente que a notícia cause desagrado, não rigorosamente pelo aspecto amplo e difuso da interpretação da ciência política, porque este de plano já se explica pela opinião defendida no início deste texto, porém pelo desconforto eventualmente causado a cidadãos e instituições, sobretudo se eram e são entes que nada têm ou teriam a ver com a estrutura de prevenção e segurança da informação dos Estados Unidos. Todavia, há que se ter em vista que se tais escutas corresponderam, quanto à finalidade prevista pelas autoridades, a um padrão mínimo de desconfiança, não deveria surpreender a ninguém que tal expediente continuasse sendo aplicado.

A era da Guerra Fria marcou um período da história contemporânea em que os canhões e as hordas de

soldados não teriam o que fazer sem antes ter havido a exaustiva exploração da paciência e da inteligência operacional para interpretar todo escrito, todo papel, todo som eletrônico, não somente no interior das representações diplomáticas quanto em lugares remotos espalhados no planeta. É importante que se compreenda que as relações entre países e governos não se desenvolvem pelos valores que cada potência poderia revelar, mas pelas aparências que devem servir de guia para os acertos entre eles. As pressões diplomáticas reinantes no tabuleiro das concorrências, e que costumam operar medidas de restrição de liberdades, bloqueios econômicos, ameaças no campo militar, enfim, um conjunto de medidas que despontam e em seguida se aquietam, aqui e ali, são parte do relacionamento no chamado mundo livre.

Também nesse mesmo palco, a paz, a parceria econômica e os tratados militares são concebidos, mas evite-se cogitar que o uso de toda espécie de interferência, ainda que considerada ilegalidade jurídica no âmbito restrito de um ou outro país, vá deter ou eliminar a projeção do fator excepcional, mas, contraditoriamente, bastante corrente, da espionagem, independente da sua forma. Outro aspecto interessante é que, apesar da ideia de soberania interna da qual trata os compêndios de Direito Internacional, no campo externo os países compartilham a igualdade jurídica e, por isso, não existe foro privilegiado para nenhum deles, devendo toda a gama de conflitos ser avaliada e julgada nos órgãos internacionais de decisão (exemplos: ONU, OEA, União Internacional de Telecomunicações e outros).

Em síntese, o desagrado, o constrangimento e a sua série de desdobramentos são parte de um contexto inevitável. Neste particular, fica até difícil enquadrá-los como atos imorais, semelhantes aos destemperos ou às provocações entre pessoas, quando parece fácil conhecer nestes os antecedentes e as motivações. No plano internacional, a situação é diferente. Cabe, finalmente, à diplomacia mundial promover a criação de novos instrumentos de controle, alinhados com o atual desenvolvimento tecnológico, sem perder a noção de praticidade e de competência negocial.

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Agência Brasil

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O suor descia por seu rosto, voz rouca, tensão nos olhos. Uma luz de esperança iluminava o semblante daquele jovem em meio à agitação que tomou conta dele por todo o dia.

Quando o encontrei, ele estava chegando da passeata que reuniu milhares de jovens no centro da cidade. Ele olhou para mim e disse: “É um novo Brasil!”

Lembrei-me, imediatamente, de 1984. Eu também estava indignado e me juntei a milhares gritando por DIRETAS JÁ! O desejo por um país melhor era o grito daquela geração.

A luta pela consolidação da democracia, o fim da corrupção, a liberdade de imprensa, a moralidade na política, a melhor distribuição da riqueza e o fim da miséria eram temas preponderantes.

Quando encontrei aquele jovem na rua, parecia que eu estava me encontrando comigo mesmo, há 30 anos. Nossos sonhos eram os mesmos e nossos protestos semelhantes.

Quando e como chegará este Brasil novo ? Será que venceremos a cultura da corrupção e o jeitinho de dar jeitinho em tudo? Os anos passaram e nós ainda perguntamos qual é o nosso problema. De todos os cantos do país se levantam os especialistas para responder às perguntas.

Economistas, políticos, sociólogos, educadores, juristas, psicólogos e até psiquiatras tentam responder e encontrar caminhos para o tão sonhado Brasil novo.

Em meio a toda discussão, me veio à mente as palavras de sabedoria do grande mestre Jesus. Nome que jamais pode ser esquecido ou alienado quando se discute a vida.

Ele viveu num turbilhão político, numa sociedade pobre, explorada e

corrompida. Ali as mazelas humanas estavam expostas e a religião não as resolveu. Jesus falou de um novo reino. Um reino que poderia ser implementado na terra. Jesus inaugurou este reino e por ele morreu.

Neste reino, a justiça viria do alto e o amor governaria o código de conduta. Neste reino, a igualdade entre os homens seria realidade e a paz perfeitamente alcançável.

Utopia, pura utopia pensar que este reino poderia ser possível entre os mortais. Mas quando continuo a ler o evangelho vejo que posso sonhar com este reino que vem do alto.

A igreja, a verdadeira igreja do Senhor na terra, recebeu Dele mesmo a missão de espalhar este reino. Ser sal da terra e luz do mundo é a síntese desta missão.

Creio em um Brasil novo. Continuo crendo, como há 30 anos. Mas, hoje, creio que a transformação da sociedade passa, invariavelmente, pela questão espiritual.

Creio que o homem pode ser melhor, que as famílias podem ser saudáveis e que a justiça pode ser vivida.

Creio que pode haver paz na terra, creio que a corrupção pode ser extinta e que a riqueza pode ser mais bem distribuída. Mas, também, creio que isso só será possível com uma mudança na essência do ser humano. Só acredito em mudança essencial a partir de Deus.

Somente Deus no coração do homem é que pode trazer-lhe novos valores e uma nova ética.

Lembro-me de Zaqueu, o publicano corrupto, que ao ter uma experiência com Jesus teve seu caráter transformado, instantaneamente.

Lembro-me da mulher que já havia casado cinco vezes e que vivia com um marido que não era seu. Ela teve

um encontro tão impactante com Jesus que mudou sua história.

Lembro-me também de Herodes, o político perverso, que não ouvindo a Deus terminou seus dias com os vermes. Só Cristo pode fazer pelo Brasil o que o Brasil não pode fazer por ele sozinho. Só Cristo faz a verdadeira revolução.

Sou plenamente a favor de toda luta pela justiça e totalmente contra o desrespeito e a violência, mas sei que o que queremos vem do alto.

Vem da intervenção divina, vem da presença de Deus no coração, vem da experiência sobrenatural de Deus na vida humana. Sonhar com um novo Brasil é legítimo, só temos é que encontrar o caminho certo para que isso aconteça.

Voltando ao meu encontro com o jovem que estava chegando da passeata. Percebi que, além de tudo, também havia incertezas. Olhei firmemente para ele e lhe disse: “Não desista, só encontre o caminho certo para lutar”.

Ele me perguntou qual era esse caminho. Fiz com ele uma oração e logo depois ele me disse: “Agora entendi. Tudo passa pelo céu”.

Isto mesmo, meu jovem, se não vier do alto continuaremos apenas lutando sem ver o sonho se realizar.

Saímos juntos, caminhando, e me parece que ele entendeu e eu, mais uma vez, percebi que só vale a pena lutar ao lado de Deus. Esta é a verdadeira revolução que as redes sociais precisam agitar. O Brasil novo só chegará se o Reino de Deus for uma realidade para cada ser humano.

Deus nos abençoe!

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Wander GomesDiretor de Elos, pastor e mestre em Psicologia Social . [email protected]

Novo Brasil, o grito das ruas

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Guia de Devocional DiárioAgosto e Setembro de 2013

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Quinta-feira 01.08

Atitudes que precedem a honra“O Senhor não vê como o homem: o homem vê a aparência, mas o Senhor vê o coração.” (1Samuel 16.1-13)

As histórias têm um grande poder em nós. Quando o profeta chegou à casa de Davi para fazê-lo rei de seu povo, seus irmãos estavam próximos dali. Só ele estava distante, trabalhando, com ovelhas indefesas, lutando contra o urso e o leão. Vencendo. Não sei o que seus irmãos faziam. Mas Davi nos dá um forte exemplo de atitude na vida. A honra alcança: quem trabalha duro, mesmo sem holofotes; quem se importa com o fraco; e quem luta batalhas maiores que si mesmo num poder superior. O determinante é a atitude. Trabalhe com o objetivo em mente. Os elogios virão dos resultados. Se não vierem pela via esperada, virão por outra melhor: a do alto. Quem se compara sempre perde: ou desanima vendo bons exemplos ou desacelera, achando-se bem, frente aos maus exemplos. Que rotinas podem ser retiradas para que aumente o tempo para o principal trabalho de sua vida? Invista nisso! Que passo financeiro e “não financeiro” sua família pode dar para ajudar o fraco, o desfavorecido, o carente, a partir de sua casa? Para que batalhas você precisa convidar Deus e lutar mais confiante? Para que batalha Deus está lhe convidando? Qual será sua atitude? Será para honra?

Sexta-feira 02.08

A paz de Deus“E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus.” (Filipenses 4.7-8)

Viver em uma grande cidade nos expõe a estressores que não encontramos nas cidades do interior. Fatores de ordem objetiva como o trânsito, violência, superpopulação, longos percursos entre um ponto e outro e a alta competitividade com fatores de ordem subjetiva como a solidão, medo, insegurança e frustração, entre outros, transtornam a vida em um nível muitas vezes insuportável, como se a alma das pessoas transbordasse em pontos em que a “máquina” humana é incapaz de processar e responder adequadamente a essa enorme tensão, como se estivéssemos o tempo todo forçando os limites, dia após dia. Com certeza, será questão de tempo até que se desenvolvam as mais variadas patologias na alma e no corpo. E a pergunta que fazemos é: “pra onde correr? Em que ou em “quem” se refugiar? Parentes, amigos, irmãos de sangue e de fé, marido, esposa podem ajudar, porém, lá no fundo, de modo a tratar as causas da dor emocional advinda do estresse temos um Maravilhoso Conselheiro, Jesus Cristo, que pode nos trazer toda a paz que se extingue no meio da loucura da vida.

Convido você a um relacionamento íntimo com Deus através da oração, que fará com que você experimente dessa paz que só Ele tem para dar. Vamos orar agora?

Sábado 03.08

Nada de ansiedade“... não andeis ansiosos pela vossa vida...” (Mateus 6.25)

Sabemos que a ansiedade é um mal que aflige muito as pessoas de nossa sociedade. Mas o que é ansiedade? É falta de experiência de vida? Insegurança? Ou seria um sentido inerente ao ser humano? Seria o fato de que o homem deseja cada vez mais conquistar mais e mais coisas? Creio que ansiedade é um pouco disto tudo. A globalização e notícias ao vivo e on-line numa velocidade de megabites aceleram ainda mais nossos batimentos cardíacos e estimulam nossos neurônios numa megavelocidade. Então, como resistir a isto tudo? Só há uma saída para nós, crer no que o Mestre nos ensina: “Não andar ansiosos pela vida.” Devemos entender que a ansiedade é um sentimento comum aos seres humanos. Mas o excesso deste sentimento pode ocasionar um malefício às nossas vidas. É necessário termos a convicção que o nosso Deus fará tudo se cumprir no tempo e na medida certa a fim de que sejamos em tudo abençoados.

Domingo 04.08

Desenvolvendo emoções saudáveis“Felizes são aqueles que não se deixam levar pelo conselho dos maus, que não seguem o exemplo dos que não querem saber de Deus e que não se juntam com os que zombam de tudo o que é sagrado! Pelo contrário, o prazer deles está na lei do Senhor, e nessa lei eles meditam dia e noite”. (Salmos 1.1-2)

Assim como a saúde de nosso corpo é uma resultante de nossa constituição física, de nossa alimentação e do estilo de vida que temos, nossa saúde emocional depende diretamente da forma como alimentamos nossas emoções. Infelizmente, hoje o alimento disponível através da Internet, da televisão e do jornal só tem estimulado o ódio, a imoralidade, o egoísmo e outros sentimentos que destroem nossa saúde emocional, nossos relacionamentos e terminam por nos isolar, agravando ainda mais nossa situação. O autor deste salmo nos apresenta uma proposta terapêutica para nossas emoções: ter prazer na Bíblia, a Palavra de Deus, e meditar nela o tempo todo. Seus ensinamentos trazem cura e descanso para a nossa alma. Se você ainda não conhece o Deus da Bíblia, convido você a fazer uma oração neste momento para que Ele traga cura para suas emoções.

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Segunda-feira 05.08

Jesus continua vendo“Ao passar, Jesus viu um cego de nascença.” (João 9.1)

Embora na sua vida pareça que as pessoas não estão vendo sua aflição e dor, a boa notícia do texto que lemos é que Jesus vê e se identifica com as dores das pessoas. Aquele homem cego da história facilmente podia passar despercebido pelos olhos das pessoas que lhe cercavam no dia a dia, mas Jesus o viu. Pode ser que neste momento você esteja enfrentando algo semelhante à história que lemos. Quero incentivá-lo a não desanimar nem desistir, pois Jesus não apenas vê a sua dor como também deseja transformar esta experiência em uma grande oportunidade de crescimento na sua vida. Mesmo que ninguém te veja, mesmo que ninguém pareça se importar, Ele vê e se importa, Ele é Jesus. O melhor ainda está por vir. Se continuarmos a ler a história deste homem veremos que ele foi totalmente transformado pelo poder milagroso de Jesus. Creia em Jesus e no seu poder e isto também poderá acontecer com você! Hoje mesmo você pode entregar a sua vida completamente a Jesus, basta que diga: Jesus seja o Senhor da minha vida.

Terça-feira 06.08

O milagre de uma amizade“O amigo ama em todos os momentos; é um irmão na adversidade.” (Provérbios 17.17)

“Há duas formas para viver a sua vida: Uma é acreditar que não existe milagre. A outra é acreditar que todas as coisas são um milagre.” O milagre que Albert Einstein se referia aqui era o milagre da amizade. O que faz da amizade um milagre? Tudo aquilo que a amizade significa. E o que ela significa pra você? Gratidão? Amor? Cuidado? Companheirismo? Ou todos estes significados juntos e misturados? Ter um amigo nos dias de hoje é realmente um grande milagre. Vivemos num contexto social onde a maioria dos relacionamentos é superficial, e nos relacionamentos assim não há espaço para nada que exija algo mais profundo. A gratidão, o amor, o cuidado e o companheirismo são frutos desta profundidade inexistente na maioria dos relacionamentos. Se não houver amizade não haverá reconciliação, reaproximação, lembranças e recordações. Poder ser e poder ter um amigo é um dos maiores milagres de Deus e esse milagre está na disposição que deve existir em nós na busca de relacionamentos mais profundos que marcarão as nossas vidas para sempre.

Quarta-feira 07.08

Você pode!“Tudo posso naquele que me fortalece.” (Filipenses 4.13)

Às vezes, a vida nos reserva surpresas que podem ser muito boas ou muito ruins. Temos facilidade para lidar com as surpresas boas, no entanto, surpresas ruins nos deixam sem chão. A depender da situação, usamos até a expressão “meu mundo desabou”., É muito difícil, definitivamente, lidar com a dor, com a perda, com a doença. Na verdade, a reação mais comum é entregarmos os pontos, desistirmos, acharmos que não vamos superar. A estrutura humana é tão forte, mas ao mesmo tempo tão frágil. Um dia somos como o leão, tanto física com emocionalmente; no outro somos pequenos gatinhos amedrontados. O apóstolo Paulo estava em uma situação muito difícil quando escreveu: “Tudo posso naquele que me fortalece”. Ele não diz que é forte, que não tem medo de nada, que é autossuficiente, não, Paulo sabia que Cristo é quem lhe dava forças e supria todas as suas necessidades para permanecer de pé. Como você está hoje? Que bom se experimentando surpresas boas, agora, se você tem vivido um tempo difícil, onde nada faz sentido, peça a Jesus Cristo que renove as suas forças, que supra suas necessidades. Todos os homens são iguais, a única diferença é onde apoiamos a nossa fé. Muitas bênçãos em sua vida!

Quinta-feira 08.08

Solução para nossos medos“Aquele que habita no abrigo do Altíssimo e descansa à sombra do Todo-Poderoso pode dizer ao Senhor: ‘Tu és o meu refúgio e a minha fortaleza, o meu Deus, em quem confio.’” (Salmo 91.1-6;14-16)

Identificamos cinco medos de que sofrem os homens, a começar do salmista, nos seis primeiros versículos do salmo 91. Primeiro, o medo da doença (v. 3b). Veneno mortal pode ser entendido como praga mortal, ameaça de destruição. Segundo, o medo de perigos inesperados (v. 5). Hoje seriam as balas perdidas, a violência. Terceiro, medos dentro de nós (v. 5), o pavor da noite. Quarto, medo dos homens maus que estão perto de nós (v. 3a). Quinto, medo de natureza espiritual (v. 6).

O que fazer para vencer estes medos? O próprio salmista, nos versos 1-2 e 14-16 apresenta uma solução: você precisa tomar uma decisão em relação a eles, que consiste em: a) seguir a Deus, amar a Deus (v. 2); b) entrar no abrigo do Senhor (v. 1), pois Ele o protegerá (v. 14), o honrará (v. 15), abençoará os seus dias (v 16a), salvará a sua vida para sempre (v. 16b). Acrescentaríamos nós que, principalmente, você precisa confessar a Jesus Cristo com a sua boca (ler Romanos 10.9-10). Faça isto e terá solução para seus medos.

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Sexta-feira 09.08

Saia da caverna“E a palavra do Senhor veio a ele: O que você está fazendo aqui, Elias?” (1Reis 19.9)

É comum em alguns momentos de nossa vida sermos quase que forçados pelas circunstâncias. Sejam elas provocadas por crises financeiras, perda de alguém que amamos, divórcio, quebra de relacionamentos na família ou frustração dos projetos profissionais, acabamos entrando em cavernas no curso de nossa vida. Mas, o que precisamos saber é que o Deus que alimentou Elias e fortaleceu sua fé é o mesmo que convida você nesse dia a sair da caverna e se envolver em seus sonhos. Sonhos de ver famílias saudáveis com fundamentos na sua palavra, filhos e filhas que honrem seus pais e que aceitem o desafio de viver em santidade sem negociar seus valores; pais que invistam tempo de qualidade com seus filhos; maridos e esposas que se amem e busquem celebrar o amor em meio a tantos desafios de uma vida a dois. Por isso que o convite é: saia da caverna e veja as bênçãos que o Senhor Deus quer derramar sobre você e através de você. Não fique aí nem mais um segundo. Saia da cavena e veja a glória de Deus.

Sábado 10.08

Confissão“Quem esconde os seus pecados não prospera, mas quem os confessa e os abandona encontra misericórdia.” (Provérbios 28.13)

Desde pequenos somos tentados constantemente a não mostrar quem realmente somos e não assumir nossos erros e falhas. Os prejuízos que isso nos traz são incontáveis. Esconder os pecados e erros em nossas vidas deturpa nosso caráter e desvia a luz da verdade em nossas vidas. É por isso que quem esconde seus pecados não prospera. Não anda pra frente. Não cresce. Não se desenvolve. Quem esconde seus pecados permanece sempre o mesmo. O pecado encoberto invariavelmente é repetido e torna-se, quase sempre, hábito. Só existe mudança diante da confissão. Só podemos ser transformados mediante a confrontação com a luz da verdade. Quando essa luz nos atinge e mostra quem realmente somos e aquilo que temos feito, alcançamos clareza maior para nos tornar aquilo que almejamos: imagem e semelhança do Cristo ressurreto. Por isso, reflita sobre suas atitudes. Não esconda seus erros. Confesse seus pecados para alguém de confiança que vai lhe dizer a verdade e vai interceder por você. Diante dessa exposição, a graça transformadora e o amor restaurador de Jesus irão tomar conta da sua vida e provocar as mudanças que precisam ser feitas em você.

Domingo 11.08

Jogue o lixo fora“ … Vivam pelo Espírito, e de modo nenhum satisfarão os desejos da carne” (Gálatas 5.16-26)

Dizem que é possível conhecer uma pessoa ou sociedade por meio daquilo que é abandonado ou jogado fora. Jogar o lixo na lixeira, por exemplo, é um conceito moral que aprendemos na escola. Todos sabemos que precisamos manter a nossa casa sempre limpa, para evitar que o lixo acumule e cause doenças. Em se tratando da vida pessoal e do relacionamento com Deus é necessário fazer o mesmo. O lixo emocional que, às vezes, sem notar, acumulamos causa estragos terríveis à alma. O salmista resolveu fazer uma limpeza quando pediu ao Senhor: “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração, prova-me e conhece as minhas inquietações; vê se em minha conduta algo te ofende, e dirige-me pelo caminho eterno (Salmo 139.23-24). Em nossas orações precisamos reconhecer e colocar para fora o imprestável, aquilo que contamina e, com um coração arrependido, permitir que Deus leve o lixo para bem longe. Prezado(a) leitor(a), não deixe o pecado acumular a ponto de prejudicar a sua fé e a sua comunhão com Deus. Permita que Ele faça uma limpeza em sua mente e coração. Agora vai mais um conselho: não acumule mais sujeira, não traga de volta o lixo que um dia você resolveu jogar fora!

Segunda-feira 12.08

Ânimo de novo“Quando o meu espírito desanima, és tu quem conhece o caminho que devo seguir.” (Salmo 142.3)

Quantos de nós, em algum momento da nossa vida, já não se sentiu desanimado? A palavra “desanimado” significa “sem ânimo”, ou seja, sem vida. Nesses momentos, parece que o mundo se torna “preto e branco”, sem graça. Não temos disposição para nada e nossa única vontade é o isolamento, a total distância de tudo e de todos. Muitos, ao se aprofundarem nessa situação, acabam mergulhando em profunda depressão e não raro precisam recorrer a médicos e psicólogos para ajudá-los a sair da crise. O texto que lemos acima nos leva a acreditar que Deus conhece o mais profundo do nosso ser. Não estamos sozinhos no meio do caos que se estabelece em nossas mentes. Então, o que fazer? É preciso confiar que Deus está conosco para nos ajudar, nos orientar. Ele nos guia no caminho em que devemos seguir. Por isso, precisamos entregar tudo a Ele para que a direção da nossa vida esteja nas mãos certas. Deus haverá de colocar em nosso caminho a solução para tudo aquilo que nos aflige nesse momento. Está desanimado? Deus o conhece e sabe tudo o que você está passando. Entregue a Ele as suas preocupações e Ele agirá.

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Terça-feira 13.08

Não perca a confiança“Qualquer um que esteja firme comigo descansa em leal confiança; mas, se desistir e me abandonar, não ficarei satisfeito. Mas não somos perdedores, não vamos desistir. Ah, não! Continuaremos firmes e sobreviveremos, sem perder a confiança durante a caminhada”. (Hebreus 10.38 e 39)

Há um lindo cântico que diz: “... Confiarei em ti, Senhor. Minha esperança está em Ti. Não há maior prazer do que saber, que o meu Deus cuida de mim. Confiarei em ti”. Existem momentos muito difíceis na nossa caminhada. São inescapáveis. É nessa hora que nossa confiança na salvação através do Senhor e nosso relacionamento com ele são testados, por exemplo: quando descobrimos que estamos com uma doença grave; quando perdemos um filho; quando relacionamentos estão em crise; quando perdemos a casa; quando perdemos o emprego. Nossa fé não pode tirar férias quando passamos pelos vales e desertos da vida. Caso isso aconteça, nunca acharemos a saída. Persevere! Continue tomando um passo por vez, confiando que Deus lhe dará força para o próximo passo. Não importa quão difícil seja o momento, não se desespere. Leia sobre Jó e Jeremias, que reclamaram e resmungaram a Deus, mas não O deixaram. Não desista, não perca a confiança. “Mas não somos perdedores, não vamos desistir. Ah, não!”.

Quarta-feira 14.08

Vida abundante “ ...Eu vim para que tenham vida e a tenham com abundância.” (João 10.10)

O que Deus quer para você é que tenha uma vida plena, feliz e abundante. O texto bíblico que agora lemos são palavras de Jesus quando ensinava sobre seu amoroso pastoreio sobre nós. Esse pastoreio de Jesus implica no cuidado completo de nossas vidas. Ele está interessado em nossa saúde física, emocional e espiritual. A vida plena e abundante que Jesus veio nos trazer passa necessariamente pela saúde integral que a graça de Deus nos proporciona. Sabemos que muitas das enfermidades físicas nos dias de hoje têm origem numa vida repleta de angústias, neuroses, depressão e ansiedade. Tratar destas questões para ter uma melhor qualidade de vida é indispensável à vida de um cristão. Deus não está alheio às suas lutas emocionais. Ele quer tratá-las com você. É fundamental que busquemos esta saúde através da oração e das ferramentas humanas e científicas que Ele nos dá. Se for preciso, busque orientação de um bom profissional da psicologia que possa ser instrumento de Deus em sua vida. Não deixe de lutar por sua saúde e saiba que sua vida vai contagiar a vida daqueles que convivem com você. Nesta luta, você não está só, pois seu pastor e amigo Jesus lhe ajudará em todas as horas.

Quinta-feira 15.08

Quem conquista seus sonhos?“Conforme a ordem dada pelo Senhor, Josué deu a Calebe, filho de Jefoné, uma porção de terra em Judá”. (Josué 15.13)

O problema da “paixão” está no foco e nos meios utilizados para satisfazê-la! Se forem santos e dirigidos pelo Sábio escritor da vida, sonhe livremente e corra para a conquista! Paixão é uma ideia fixa, uma mania, uma preocupação constante. Isso é positivo e essencial à vida! Você precisa disso! Que sonho Deus tem contigo? Lembre: a atitude saudável é conquistar seu sonho e não aguardar que ele aconteça sozinho! Deus faz o milagre através de você, no processo! Há quatro atitudes que transformaram o sonhador “Calebe” num conquistador. Você as deseja? Ouse acreditar! A despeito das situações contrárias, mesmo que pareçam impossíveis de enfrentar, e do pessimismo dos que ombrearem com você! Ouse expulsar os gigantes! Se tiver poucas forças físicas, não importa, caso haja força interior para exigir e obrigar os mais fortes! Aprenda a negociar “ganha-ganha”! Saiba perder um pouco para ganhar o que deseja! Seja generoso! Dê mais que o exigido e seja amado, respeitado e favorecido pela vida e pelos que te cercam! Creia: “Posso mais do que imagino, do que outros veem em mim e do que a natureza diz de mim”. Decida conquistar seus sonhos!

Sexta-feira 16.08

Tratando-se com Deus“E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.” (1Tessalonicenses 5.23-24)

A Bíblia nos ensina que somos uma constituição de partes materiais e imateriais: corpo, que é matéria, e alma e espirito, constitutivos que não podem ser vistos ou tocados. Apesar disso, tanto espírito, essa parte mais profunda do ser e determinante da saúde de todas as outras, quanto a alma, onde repousam nossa histórias de vida que de forma conjunta compõem nossa biografia, precisam de nossa atenção e cuidado. Quero me deter no cuidado da alma, onde se configuram os dramas e conflitos reais que vivemos. Novamente citando a Bíblia, no texto acima temos uma orientação quanto a responsabilidade pessoal que cada um tem de zelar por si mesmo, guardando-se “irrepreensíveis e plenamente conservados”. Como fazer isso objetivamente? Cada pessoa tem suas próprias questões, suas próprias dores, que para ela são únicas e singulares. Não dá para colocar todo mundo num mesmo enquadramento geral, pois cada pessoa precisa ser contemplada de forma individualizada. Nem todos têm acesso a um bom profissional quando os problemas se cronificam ou se

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apresentam com maior gravidade. Assim, vale lembrar que antes da existência de manuais diagnósticos ou de profissionais para a alma, Deus na pessoa so Seu Espírito esteve sempre lá, existindo desde antes da fundação do mundo como o conhecemos. Convido você a que agora mesmo, ao final dessa leitura, comece a buscar esse tratamento que Deus tem para lhe oferecer. Isto só pode acontecer se você se dispor e desejar. Vamos orar agora?

Sábado 17.08

Deus tem cuidado de nós“...não andeis ansiosos pela vida...” (Mateus 6.25)

Sabemos que o conceito de saúde extrapola a saúde do corpo físico. A saúde do ser humano envolve também a saúde emocional e psicológica. A Bíblia nos mostra que devemos observar o que está ao nosso redor. Há um movimento contínuo da natureza que independe da ação humana. É o ecossistema que o Criador mantém a fim de que tenhamos uma harmonia entre todos os seres envolvidos nesta criação. Deus criou o meio ambiente e os seres viventes para viverem numa interdependência. E esta interdependência requer um relacionamento de respeito e confiança. É nesta relação de respeito e confiança que o Senhor deseja que tenhamos com Ele. Confiando que para o Pai nossas vidas são preciosas e que Ele tem cuidado de nós. Portanto, é vital que respeitemos nossas limitações e entreguemos a ele todas as nossas ansiedades.

Domingo 18.08

Cura pelo perdão“Enquanto não confessei o meu pecado, eu me cansava, chorando o dia inteiro. Então confessei o meu pecado e não escondi a minha maldade. Resolvi confessar tudo a ti, e tu perdoaste todos os meus pecados. Por isto, nos momentos de angústia, todos os que são fiéis a ti devem orar. Assim, quando as grandes ondas de sofrimento vierem, não chegarão até eles”. (Salmos 32.3,5 e 6)

A Bíblia nos ensina que somos todos falhos, pecadores, separados da presença gloriosa do Pai do céu por causa de nossas maldades. Como reconhecer isto é difícil! Como resistimos! E ainda mais quando alguém nos aponta os erros, o cônjuge, o pai, o irmão, o filho! E ela nos ensina que Deus não resiste a um homem de coração quebrado. Humilhar-se e reconhecer suas próprias falhas diante de Deus e dos homens nos cura e liberta. Pedir perdão ao próximo, ao cônjuge, ao filho, nos liberta e nos cura. Pedir perdão nos traz um sentimento novo, de alegria, de leveza, de liberdade! Experimente não se desculpar, não se justificar, não negar. Simplesmente peça perdão. Ainda que o outro

tenha lhe feito mal, reconheça que você também é pecador, que errou, e liberte-se! Peça perdão e seja curado em nome de Jesus!

Segunda-feira 19.08

Não é castigo de Deus“Seus discípulos perguntaram: Mestre, quem pecou: este homem ou seus pais, para que ele nascesse cego?” (João 9.2)

Não é difícil você encontrar pessoas no seu caminho que lhe dizem que seus problemas e suas lutas são resultado de castigo de Deus, isto quando nossa própria consciência não nos diz isto mesmo. Deus é um pai amoroso que disciplina seus filhos, sem dúvida, porém, não é um Deus que está “caçando” problemas e pecados na sua vida para castigá-lo. Pelo contrário! Fomos criados para viver em paz e harmonia, mas o pecado, que é desobediência à lei de Deus, transtornou a nossa vida, mesmo assim Deus não nos despreza e nem se vinga por causa dos nossos erros, mas, pelo seu grande amor, nos dá a chance de sermos perdoados e voltarmos a viver em harmonia. Na sequência da história que lemos, Jesus irá responder que o “problema” na vida daquele homem é uma oportunidade para que o poder de Deus entre em ação e transforme a sua vida completamente. Veja que boa notícia, Deus não está te castigando e sim convidando para estar perto dEle e desenvolver uma vida de intimidade, harmonia e paz.

Terça-feira 20.08

Chamados para cuidar“O Espírito do Soberano Senhor está sobre mim porque o Senhor ungiu-me para (...) cuidar dos que (...) andam tristes...” (Isaías 61.1-3)

Cuidar é tarefa de uma vida inteira. E essa tarefa exige de nós quatro atitudes: sensibilidade, persistência, fé e compaixão. 1) Exige sensibilidade porque precisamos enxergar além do que os olhos podem ver. 2) Exige persistência porque é um investimento a longo prazo. 3) Exige fé porque é fundamental acreditar que vale a pena cuidar. 4) Exige compaixão porque se faz necessário aprender a se colocar no lugar do outro. Essas tarefas fazem parte da missão que Deus nos deu: Cuidar. Tem um texto de Leonardo Boff muito interessante que diz: “O que se opõe ao descuido e ao descaso é o cuidado. Cuidar é mais que um ato; é uma atitude. Portanto, abrange mais que um momento de atenção. Representa uma atitude de ocupação, preocupação, de responsabilização e de envolvimento afetivo com o outro.” Mas para cuidar é preciso se permitir ser cuidado. É uma via de mão dupla. Para dar é preciso também receber, pois damos somente aquilo que temos. E o que você tem para dar? E o que você precisa receber?

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Quarta-feira 21.08

Nada acontece, se nada acontece“Então, ordenou Jesus: Tirai a pedra” (João 11.39)

Há tempos em nossas vidas que sentimos que não conseguimos caminhar, é como se pedras de diferentes formas e tamanhos estivessem em nossos caminhos. Quem nunca se viu em uma situação em que estava com pressa e apareceu uma pedrinha no sapato, e enquanto andava procurava um lugarzinho para ela, até que ela se encaixava entre os dedos, dando um pouco de conforto? Pois é, como é fácil nos acomodarmos diante de alguma situação, às vezes até espiritualizamos dizendo: “É assim mesmo, Deus quis assim”. Passamos anos e anos vivendo uma vida, não com uma pedrinha entre os dedos, mas um pedregulho. Estamos sempre achando que a vida vai mudar, vai ser melhor em um passe de mágica. Ora, se desejamos resultado diferente, precisamos fazer a coisa diferente. Existe, sim, aquilo que só Deus pode fazer. No caso de Lázaro, depois de quatro dias morto, só Jesus poderia ressuscitá-lo, no entanto, antes do milagre ele ordenou que a pedra fosse removida. Deus deseja que você viva uma vida abundante, então, identifique as pedras que já se tornaram de estimação e as remova. Por um momento você terá que parar para removê-la, mas depois seus passos serão mais velozes e firmes. Muitas bênçãos em sua vida!

Quinta-feira 22.08

Nada de temores“Mil poderão cair ao seu lado, dez mil à sua direita, mas nada o atingirá.” (Salmo 91.7-13)

Os seis primeiros versículos do Salmo 91 mencionam a experimentação do salmista em relação a temores que angustiavam sua vida e que nos fazem sofrer também. Ele mesmo conclui que tais situações seriam resolvidas com o conhecimento de Deus, significando intimidade com Ele, tendo-O como abrigo, esconderijo (o lugar íntimo da oração, da comunhão do homem com Deus); depositando nEle toda a sua confiança; fazendo-O seu refúgio, fortaleza. Você, então, deve crer no que Deus faz: Ele dá livramento (v. 3); Ele protege (v. 4 e 7 - leia Mateus 23.37); Ele tira o medo (v. 5); Ele faz (manifesta) justiça (v. 8); Ele arrebenta as amarras espirituais (v. 10) – nada de maldições – Jesus Cristo as levou sobre a cruz; Ele nos dá companhia (v. 11-12); Ele nos faz vencedores em relação aos perigos (v. 13), ilustrados no salmo por aqueles existentes no deserto. Se você tem sofrido em sua alma, procure a solução no Senhor Deus e no seu Filho, Jesus Cristo.

Sexta-feira 23.08

Ânimo“…Jesus imediatamente lhes disse: Coragem! Sou eu. Não tenham medo!” (Mateus 14.27)

Lembro-me de momentos em minha vida em que me encontrei sem alegria, sem ânimo para viver. Os problemas vieram de todos os lados, desde problemas financeiros, problemas de relacionamento com minha esposa, problemas no trabalho e, para completar, problemas na minha saúde emocional. A soma desses problemas esvaziava meu ânimo e o resultado era que eu não conseguia reagir diante da vida. Parecia que os livros que lia, as orações que fazia não tinham poder para romper as correntes do desânimo. Mas, graças a Deus porque aquele que é especialista em mudar realidades agiu de uma maneira graciosa e singela. Num momento de profundo desânimo, ele me disse: “Tenha ânimo; sou Eu; não temais!”. Precisamos desfrutar da bênção que é sermos chamados filhos de Deus e isso inclui a alegria de, como Pai, ele nos fazer enxergar aquilo que não conseguimos e caminhar conosco em meio ao desânimo, nos conduzindo a uma vida de ânimo constante no Senhor.

Sábado 24.08

Você não está sozinho“Ao ver chorando Maria e os judeus que a acompanhavam, Jesus agitou-se no espírito e perturbou-se. ‘Onde o colocaram?’, perguntou ele. ‘Vem e vê, Senhor’, responderam eles. Jesus chorou.” (João 11.33-35)

Deus é amor e essa é uma verdade incontestável. Sei que às vezes é difícil conciliar isso quando olhamos tanto sofrimento no mundo. Para muitas perguntas nós não temos e nunca teremos resposta. Mas se examinarmos as situações da vida a partir do princípio de que Deus é amor, teremos perspectivas diferentes a respeito de tudo de ruim que acontece na vida. Em Jesus aprendemos que Deus não está alheio ao nosso sofrimento. Que Deus não está alheio ao sofrimento das vítimas das enchentes, tornados, tsunamis, terremotos, etc. Deus não está alheio ao sofrimento das pessoas. Se olharmos para Cristo, vamos perceber que Deus sofre junto com seu povo. Quando as pessoas estavam chorando a morte de Lázaro, Jesus, mesmo sabendo que ressuscitaria Lázaro dentro de alguns instantes, chorou porque sentiu a dor das pessoas. Toda vez que um ser humano derrama uma lágrima, Deus também derrama uma lágrima. É isso que aprendemos em Jesus. É isso que aprendemos a respeito de Deus. Podemos não entender muita coisa, mas é tão bom sabermos que Deus está presente lutando e chorando nossas dores conosco. Podemos confiar que nunca estamos sozinhos em nossas aflições.

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Domingo 25.08

Ansiedade: um mal desnecessário“… não se preocupem com o amanhã, pois o amanhã trará as suas próprias preocupações. Basta a cada dia o seu próprio mal.” (Mateus 6.25-34)

A ansiedade é conhecida como um distúrbio emocional, caracterizada por sentimentos de insegurança, perigo iminente e tensão. Quando não tratada pode causar perturbações físicas e psíquicas. Juntamente com a depressão, ela é um dos maiores males que a sociedade moderna enfrenta. A Bíblia previne: “O coração ansioso deprime o homem, mas uma palavra bondosa o anima” (Provérbios 12.25). Apesar de ser uma realidade na vida de muitas pessoas, a ansiedade é completamente resolvida em Cristo, pois Ele conhece e compreende o ser humano como ninguém. Quando levamos as nossas inquietações ao Senhor e aprendemos a confiar nEle, experimentamos uma sensação de paz, alívio e segurança. Você está ansioso hoje? Tenha uma visão de fé e confiança sobre o que a Bíblia, Palavra de Deus, diz: “Entreguem todas as suas preocupações a Deus, pois ele cuida de vocês” (1Pedro 5.7-NTLH). Convido você a colocar a sua ansiedade diante dAquele que tem todo o poder e aguardar que o melhor virá. Sabe o melhor remédio contra a ansiedade? “Busquem, pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas serão acrescentadas a vocês. Portanto, não se preocupem com o amanhã...” (Mateus 6.33-34).

Segunda-feira 26.08

Uma nova vida“Habito num lugar alto e santo, mas habito também com o contrito e humilde de espírito, para dar novo ânimo ao espírito humilde e novo alento ao coração do contrito.” (Isaías 57.15)

Existem momentos em nossa vida que olhamos para todos os lados e não encontramos quem possa nos ajudar. Mesmo aquelas pessoas que convivem conosco tão de perto e que tanto amamos parecem insuficientes quando o assunto se trata de resolução de problemas. Deus afirma em sua Palavra que Ele está sempre disponível a nos ajudar. Mesmo que pareça estar tão longe, mesmo que seja tão santo a ponto de não termos condições de nos colocar diante dele por causa das nossas imperfeições, Deus garante que está perto do contrito e do humilde. São essas pessoas que Deus está disposto a ajudar. De nada adianta sermos orgulhosos, achando que não precisamos da ajuda de Deus; que somos bons demais para resolver nossas questões sozinhos. Engano! Carecemos do amor e do cuidado de Deus em todo o tempo. Nesse dia, dispa-se de todo o orgulho

e, com humildade, peça ajuda a Deus que, com certeza, ouvirá o seu clamor e dará a você uma nova vida.

Terça-feira 27.08

Cuidado com o seu coração“O coração humano é terrivelmente sombrio e enganoso, um enigma que ninguém consegue decifrar. Mas eu, o Eterno, investigo o coração e examino a mente. Eu examino o coração humano, vou à raiz de tudo. Eu trato o homem como ele é na realidade, não pela aparência”. (Jeremias 17.9-10)

O que tem ocupado o nosso coração? É muito importante essa reflexão, porque o que entra no nosso coração realmente faz diferença. Entre as muitas palavras sábias de Salomão, encontramos que devemos guardar o nosso coração porque é a fonte de nossa vida. O profeta Jeremias quer que saibamos que Deus conhece nosso coração e Jesus nos disse que o que tiver no nosso coração mais cedo ou mais tarde se faz conhecido na nossa vida pública. Do que o seu coração está cheio? Convide o Senhor para participar daquilo que você faz e pensa e lê e assiste e ouve. Peça para Ele remover engano e lhe ajudar a enxergar se aquilo que você faz realmente merece seu tempo e interesse. Que o nosso bondoso Pai nos ajude a guardar o nosso coração e sermos sábios para não pôr coisas nele que roubariam a nossa devoção ao Senhor e arruinaria a nossa influência com outros.

Quarta-feira 28.08

Ansiedade tem jeito“Lancem sobre ele toda sua ansiedade, porque ele tem cuidado de vocês.” (1Pedro 5.7)

A ansiedade tem destruído a vida de milhares de pessoas. É considerada pela Organização Mundial de Saúde como uma das principais doenças deste tempo. O texto que agora lemos na carta de Pedro demonstra a preocupação bíblica em tratar deste importante tema para a nossa saúde emocional. A ansiedade nos rouba qualidade de vida. É caracterizada por uma preocupação excessiva que nos tira o sono e produz angústia. Pedro ao escrever sua carta nos estimula a lançarmos sobre Deus toda nossa ansiedade. A grande pergunta é como vamos fazer isto. Como podemos controlar o que parece incontrolável? A oração e a meditação na palavra de Deus são maneiras fundamentais no controle da ansiedade. É na comunhão com Deus que aprendemos a lançar sobre Ele e a entregar a Ele o que nos angustia. Por razões da soberania de Deus, pode ser que Ele queira que você busque ajuda médica ou psicológica. Jamais devemos desprezar os métodos científicos que Deus nos concede. A ciência é bênção de Deus para a

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humanidade, portanto, lançar sobre Ele a ansiedade é desenvolver com Ele plena comunhão e buscar Nele o caminho da saúde emocional. Dê esse passo de fé e lembre-se de que Ele tem cuidado de você.

Quinta-feira 29.08

Um poema para a vida saudável“Como é feliz aquele que tem suas transgressões perdoadas e seus pecados apagados!” (Salmos 32.1-11)

Viver não é fácil, vem daí o dito popular “matar um leão por dia”. Precisamos de força e coragem. Porém, também ocorre vivermos dias de dor emocional… tristeza, culpa, fraqueza, sede de vida, angústia ou indecisão. Muitas vezes tais dores são consequências claras ou sutis de nossas más escolhas, pensamentos impuros, atitudes impensadas, palavras equivocadas ou omissões frente à justiça, ao bem ou à caridade. Mas há atitudes libertadoras disponíveis a todos. Você deseja ver o despertar de sua força interior novamente? O Salmo de hoje é um poema para a vida saudável, pois nos lembra que é preciso reconhecer diante de Deus nosso erro, pontualmente. Confessar. O caminho inclui mudar e manter atitude de fidelidade, bem como uma oração de convivência. Deixe a consciência de que “amanhã pode ser tarde” guiar você! Uma vida “às claras” é fundamental para o dia no qual as circunstâncias forem negativas – ela te deixará de pé! Deus será um forte porão que te guarda da tempestade tóxica da angústia. Nossos ouvidos estarão abertos para ouvir Sua voz, receber Seu cuidado. Use sua liberdade com entendimento. Ponha sua confiança e alegria nele, hoje!

Sexta-feira 30.08

Perdão é a solução“E perdoa-nos os nossos pecados, pois também nós perdoamos a qualquer que nos deve.” (Lucas 11.4)

A vida nos fere, nos machuca. As pessoas vão passando por nossa história deixando marcas, às vezes maravilhosas, muitas vezes dolorosas. Assim, aprendemos e constatamos a duras penas que não é possível sobreviver em meio as relações com as pessoas ao nosso redor sem que tenhamos um coração pronto para perdoar. Nenhum relacionamento sobreviverá sem o perdão. Nem com as pessoas, muito menos com Deus. O perdão, em tese, parece ser um conceito formidável, perfeito, divino e de inquestionável nobreza. Perdoar na prática, no entanto, é uma outra história. Li um livro muito interessante certa vez em que o autor dizia que o perdão é uma espécie de “usina de reciclagem da alma”. O material que se recicla ali, e que está em questão o tempo todo diante de nós, é o lixo emocional que vai se depositando, ano após ano,

situação após situação, em níveis que se tornam completamente perceptíveis. Conheço gente tão ressentida que é possível, inclusive, “sentir o cheiro” do que exala sua alma. Digo isto não de forma pejorativa ou emitindo qualquer juízo moral sobre quem quer que seja, mas percebo nisto uma triste constatação da realidade em que muita gente vive. O perdão, tal como a Bíblia ensina, é inegociável, ou seja, não é algo facultativo, do tipo “se eu quiser posso não perdoar”. Para Deus, quem quiser perdão precisa perdoar e ponto, não importa quem tenha te ferido, nem o que tenha acontecido. Para que você comece a experimentar a reciclagem desse material que já cheira mal dentro de você e influencia toda a sua vida, faça uma lista agora das pessoas que te feriram e, mesmo contra a sua vontade, peça a Deus que lhe ajude a perdoar cada uma delas. Isso será cura para a sua alma. Vamos orar agora?

Sábado 31.08

Cuidando do nosso corpo e mente“Descanse no Senhor e aguarde por Ele com paciência; não se aborreça com o sucesso dos outros.” (Salmo 37)

A Bíblia é uma rica fonte para saciar nossa fome espiritual. É alimento para nossas almas. No Salmo 37 encontramos cinco atitudes que devemos cultivar para obtermos saúde para nossos corpos e mentes. 1) Confiar no Senhor; 2) Deleitar no Senhor; 3) Entregar o caminho ao Senhor; 4) Descansar no Senhor; 5) Esperar no Senhor. Medite na Palavra de Deus. Creia que ela é uma fonte poderosa para curar as feridas emocionais e nos dá suporte para continuarmos nossa caminhada. Crie um projeto de saúde emocional. Evite aborrecimentos desnecessários, tais como: inveja, irritação, ansiedade, medo. Livre-se dos sentimentos que só dificultam a vida e trazem doenças. Neste salmo encontramos fonte de alimento para nossas mentes e espírito. Experimente ler a Bíblia e descubra o sabor desta fonte de alimento para seu espírito.

Domingo 01.09

Imagem e semelhança de Deus“Assim Deus criou os seres humanos; Ele os criou parecidos com Deus. Ele os criou homem e mulher e os abençoou, dizendo: - Tenham muitos filhos; espalhem-se por toda a terra e a dominem”. (Gênesis 1.27,28)

Todos nós, seres humanos, fomos criados por Deus espelhos de sua imagem, semelhantes ao próprio Criador, feitos apenas um pouco menores do que Ele. Deus criou todas as coisas para nós e nos criou como filhos para vivermos com Ele um relacionamento de amor. Este é o único plano de Deus para a humanidade. Ainda hoje, Deus quer que reflitamos o seu caráter: amor, paciência, compaixão, bondade,

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benignidade, fidelidade e misericórdia. E quer que sejamos multiplicadores do seu caráter e da sua justiça a este mundo carente de uma experiência viva com a sua santa presença. Num mundo em que a injustiça se multiplica, somos chamados a ser agentes multiplicadores da imagem e semelhança do Pai. Viver para a glória de Deus é espelhar a glória de Deus em nós. Oremos por um despertamento individual quanto ao nosso chamado para sermos filhos de Deus.

Segunda-feira 02.09

Que mudança é esta?“Seus vizinhos e os que anteriormente o tinham visto mendigando perguntaram: ‘Não é este o mesmo homem que costumava ficar sentado, mendigando?’” (João 9.8)

Quando leio esta história cuja resposta causa dúvida aos próprios vizinhos de um homem que era cego, penso o quanto a bênção de Deus pode mudar por completo a vida de uma pessoa. Por mais que, em alguns lugares, não haja clima amistoso entre vizinhos, eles se conhecem minimamente. Por isso a estranheza de os vizinhos do cego não o reconhecerem. Algo muito relevante havia acontecido com ele. O cego acreditou nas palavras de Jesus e foi transformado. Da mesma maneira, você e eu precisamos acreditar na palavra de Deus para as nossas vidas, pois é o manual de sobrevivência neste mundo que entendemos menos a cada dia. Quando você confia a sua vida a Deus, ele o transforma ao ponto de as pessoas à sua volta notarem a mudança extraordinária em sua vida e perguntarão: “Que mudança é esta?” Você poderá, com certeza, responder: “Deus transformou a minha vida”.

Terça-feira 03.09

Amor é atitude“Filhinhos, não amemos de palavra nem de boca, mas em ação e em verdade.” (1 João 3.18)

O amor não pode ser expresso apenas por palavras ou por sentimentos. Esta essência se revela na atitude, onde as palavras e os sentimentos passam a ser coadjuvantes. Obviamente, as palavras e os sentimentos são importantes, mas é através da atitude onde o amor se revela. Quando Jesus estava no Getsêmani, pouco antes de ser preso, suas palavras e sentimentos diziam “...Pai (...) afasta de mim este cálice...” (Lucas 22.42), mas sua atitude expressou o amor que Ele sentia por nós. “Levando a sua própria cruz, ele saiu para o lugar chamado (...) Gólgota (...) ali o crucificaram...” (João 19.17,18). Jesus não apenas dizia que amava e nem mesmo sentia apenas esse amor, mas revelou o amor que dizia ter através da sua atitude. Sua família e seus amigos esperam que você não apenas diga que ama, mas que demonstre

esse amor que sente através de pequenos gestos de carinho e atenção. Essa é a sua missão.

Quarta-feira 04.09

A mais difícil, porém, a mais gratificante decisão“Não te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem.” (Romanos 12.21)

Uma das principais razões de tantos conflitos nos relacionamentos é o fato de tomarmos decisões de forma reativa, ou seja, se nos ofendem, ofendemos, se nos maltratam, maltratamos também, achamos que nos sentiremos melhor fazendo com que aquele que nos machucou sinta a mesma dor. Mas Paulo nos ensina que ao agirmos assim nos tornamos iguais àqueles que tantos nos feriram, multiplicando sentimentos e ações muito desastrosos, um efeito “bola de neve”; no entanto, se agirmos proativamente, baseados no que somos e não no que fazem conosco, além do mal não nos ter vencido, semearemos ações boas que produzem frutos e com certeza venceremos o mal que tramavam contra nós. Jesus foi um grande exemplo de proatividade, ele nunca deixou de ser e fazer a sua missão aqui na terra. Ele foi humilhado, desprezado, ferido, mas mesmo assim foi até o fim pagando um alto preço por nos amar. Faça um teste hoje, resolva não aceitar provocações e se alguém falar com ignorância com você, responda suavemente; se alguém tentar difamá-lo, não fale mal dessa pessoa. Confie que Deus é a nossa justiça. Atitudes assim são difíceis, porém, gratificantes. Muitas bênçãos em sua vida!

Quinta-feira 05.09

Mensageiro sem mensagem“Bendito seja o Senhor, o teu Deus! Ele entregou os homens que se rebelaram contra o rei, meu Senhor.” (2Samuel 18.19-33)

O rei Davi teve em seu filho Absalão um revoltoso no seu reino, um quase usurpador do trono. Não obstante, e por ser pai, amou-o até o fim. Seus generais de exército cuidaram, num dado momento, de acabar com aquela situação de sedição que já perdurava por um bom tempo. Contrariando as instruções passadas, Absalão acabou sendo morto (leia os 18 primeiros versículos do capítulo 18) e o rei entristeceu-se muito. O encarregado de dar a notícia ao rei foi um etíope, que o fez corretamente (v. 31-32). No entanto, um certo Aimaás insistiu muito em ir a Davi. Chegando a ele, não soube dizer exatamente o que ocorrera (vs. 28 e 29), apesar da insistência do rei. Mensageiro sem mensagem. Nós temos a mensagem - Mateus 28.18-20. Nós somos os mensageiros - Atos 1.8. A mensagem é a de redenção, através de Jesus Cristo, para todo ser humano. Temos cumprido a missão?

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Sexta-feira 06.09

Anunciar as maravilhas do Senhor“Senhor, quero dar-te graças de todo o coração e falar de todas as tuas maravilhas.” (Salmos 9.1)

Ao longo dos anos venho nutrindo um carinho grande por esse salmo, porque ele me mostra a alegria de um homem em anunciar as maravilhas daquele que tem o governo do universo na palma de suas mãos. É lindo ver o imenso número de pessoas que anuncia as maravilhas do Senhor de uma forma equilibrada que para mim é vida e palavra, palavra e vida. Lembro-me que um dia, no trajeto de minha casa para faculdade, encontrei um jovem que experimentava essa alegria de anunciar as maravilhas do Senhor e fui o alvo desse anúncio na manhã daquele ano. Não me esqueço da alegria daquele jovem que sincronizava suas palavras com sua vida pela misericórdia do Senhor. Tempos depois ele se tornou meu padrinho de casamento e ainda hoje somos grandes amigos. A partir daquele dia, tive uma experiência com Deus através da conversão, assumi o compromisso de enquanto viver não cessar de anunciar Jesus com minhas palavras e minha vida, pois há momentos que as palavras são necessárias.

Sábado 07.09

O grito da liberdade“...se o Filho os libertar, vocês serão de fato livres.” (João 8.31-36)

No dia 7 de setembro de 1822, Dom Pedro declarou a separação entre Brasil e Portugal, iniciando então um novo período na história do nosso país. O Brasil começava a dar seus primeiros passos rumo a uma nação livre e soberana. Por trás daquele gesto, havia a dor e o gemido de um povo que ansiava por liberdade e a uma vida assim, os brasileiros preferiam a morte. Exatos 191 anos depois, deve continuar o compromisso de lutarmos pela nossa “pátria amada Brasil”. Mas, bem antes desse feito histórico, uma outra e mais importante proclamação já havia acontecido. A proclamação da mais autêntica e eficaz liberdade que só Cristo pode oferecer. Sem o Grito da Liberdade, o grito do Ipiranga é apenas um eco vazio de uma vazia esperança. O Grito da Liberdade é o clamor que chama todos os pecadores para o arrependimento e para serem transformados em novas criaturas em Cristo (2Coríntios 5.17). O Grito da Liberdade é o grito do amor de Deus por todas as criaturas (João 3.16). Para que o Brasil seja verdadeiramente uma nação livre, é preciso que cada um invoque e confesse Jesus Cristo como Senhor e Salvador (Romanos 10.9-13) e que sirva a Ele com sinceridade e inteireza de coração (Josué 24.15).

Domingo 08.09

Inconformidade“Eles me contaram que aqueles que não tinham morrido e haviam voltado para a província de Judá estavam passando por grandes dificuldades. Contaram também que os estrangeiros que moravam ali por perto os desprezavam. Disseram, finalmente, que as muralhas de Jerusalém ainda estavam caídas e que os portões que haviam sido queimados ainda não tinham sido consertados. Quando ouvi isso, eu me sentei e chorei.” (Neemias 1.3-4)

Quando Neemias recebe a devastadora notícia de que seu povo estava sem esperança, sem muros de proteção, completamente perdido, ele não apenas chora de tristeza, mas no coração de Neemias nasce uma inconformidade ao ponto de ele sentir a necessidade de fazer algo para mudar essa situação. Ao nosso redor o mundo está caindo aos pedaços. Os bons valores estão sendo substituídos por valores mesquinhos e egoístas. Vemos cada dia mais corrupção, infidelidade, maldade, promiscuidade sexual, miséria, e na maior parte das vezes, a nossa resposta diante desses fatos é o completo silêncio. JESUS tem o poder de transformar todos esses problemas citados anteriormente, e diversas vezes pessoas do nosso convívio têm sido escravizadas por coisas ruins e nós não fazemos nada para mudar o quadro. O evangelho veio para transformar a situação do homem, e, portanto, precisa ser compartilhado com todos. A partir daí vemos a NECESSIDADE de levar o evangelho a todos. Precisamos como povo de Deus crescer. Porque “crescer” significa ver mais pessoas rendendo suas vidas aos pés de Jesus e sendo libertos de toda opressão. Sejamos inconformados e então instrumentos nas mãos de Deus para transformação.

Segunda-feira 09.09

Deus realiza o que promete“Assim também é a minha palavra: ela não volta para mim sem nada, mas faz o que me agrada fazer e realiza tudo o que eu prometo.” (Isaías 55.11)

A Palavra de Deus é poderosa para realizar muito mais além daquilo que podemos imaginar. O efeito que ela causa na vida de uma pessoa é realmente impressionante. Homens e mulheres salvos por Cristo têm a missão de proclamar essa palavra a todos aqueles que ainda não a conhecem para que creiam que Jesus é o Cristo, o filho do Deus vivo. Quando uma pessoa aceita esta verdade, Deus realiza tudo aquilo que promete, ou seja, garante a vida eterna, traz reconciliação para aquele que estava separado dele por causa do pecado, através do seu Filho Jesus Cristo e transforma sua vida em algo totalmente novo. Não podemos nos calar diante de tal privilégio. Somos chamados para ser mensageiros dessa palavra

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que transforma e que permite que as pessoas, agora distantes de Deus, possam voltar-se para Ele, entregando integralmente sua vida, seus sonhos, projetos, futuro, ao Senhor Criador e sustentador da vida. E você? Já tem experimentado essa Palavra que é vida para sua vida? Deus não é homem para mentir. O que Ele promete, ele cumpre e se Ele disse que realizará tudo aquilo que está na sua palavra, por que não entregar-se totalmente a esse Deus tão poderoso?

Terça-feira 10.09

Lembrando a missão“Nós o proclamamos, advertindo e ensinando a cada um com toda a sabedoria, para que apresentemos cada homem perfeito em Cristo. Para isso eu me esforço, lutando conforme a sua força, que atua poderosamente em mim”. (Colossenses 1.28-29)

Como discípulos de Jesus Cristo, assumimos compromissos com o nosso salvador de: 1) aprender com seu Mestre e sua Palavra, como ensinar outras pessoas quanto à salvação; 2) ensinar aos que já estão salvos como crescer na vida espiritual (Efésios 4.13-16), promovendo o aumento do corpo de Cristo (a igreja) e consequentemente a salvação de outras pessoas alcançadas por esses novos discípulos que, agora, como discipuladores, aprendem e praticam “...todas as coisas que Jesus ensinou e mandou que passemos aos mais novos” (Mateus 28.20). Peçamos ao Senhor que nos habilite a ser um permanente discípulo, discipulador, levando muitas pessoas a Cristo. “Pedi e dar-se-vos-á” é uma promessa de Jesus, o nosso amado Mestre.

Quarta-feira 11.09

Somos testemunhas de Cristo“...e serão minhas testemunhas... até os confins da terra.” (Atos 1.8)

Neste mês, quando estamos falando sobre a missão da igreja de Cristo na terra, não podemos nos esquecer da ordem que Ele nos deixou. Somos suas testemunhas. Uma testemunha é alguém que presenciou o fato e tem autoridade para dele falar. Cada cristão que experimentou em sua própria vida a presença de Deus e o que Ele fez, tem autoridade para testemunhar Dele. Isto não é apenas um privilégio, mas um dever de cada crente. Precisamos contar a todos que Deus é real. Certo dia, li num plástico colocado na traseira de um automóvel: DEUS É REAL, FALEI COM ELE HOJE. Quem o experimenta sabe e não pode guardar só para si tão grande tesouro. Nosso dever é proclamar. A missão da igreja na terra é transmitir o amor de Deus a todos os homens. Se você já teve uma experiência com Cristo não se cale; testemunhe, pois você recebeu poder para isso. Mas, se você ainda não o experimentou, abra seu coração para esta experiência ainda hoje. Que Deus o abençoe.

Quinta-feira 12.09

Um coração missionário“E, por causa dos seus atos e das suas conspirações, virei ajuntar todas as nações e línguas, e elas virão e verão a minha glória.” (Isaías 66.18-24)

“Dá-me um coração igual ao teu, meu mestre”, diz a canção. O ideal é perfeito ao cristão! Ser miniatura de Cristo, expressão de quem Ele é... resplandecer seu caráter e ideais... andar em seus passos. É isso que desejamos! Porém, temos entendido o que é mais importante para Ele? Deus tem um coração missionário desde o Éden, passando por patriarcas, tribalismo, monarquia, desterro, exílio, pós-exílio, até a encarnação e a comissão da igreja. Ele busca todas as nações para o conhecimento de Sua glória, Sua pessoa. Se o chamamos de “mestre”, é esperado que aprendamos com Ele. Esta é sua realidade? Seu coração? Sua rotina é “buscar e salvar o que se havia perdido”? Deus é quem ajuntará as pessoas, se você falar. Você está preparado para ir às nações? Há muitos que nunca sequer ouviram falar dEle! Há outros tantos que não conhecem Sua glória. Deus tem planos para eles, mas quem terá um coração igual ao dEle? Coração que ama, se compadece, busca, insiste, encarna, sofre e perdoa até alcançar o perdido, vizinho ou estrangeiro... Quem irá por mim – diz o Senhor? Deseja ter um coração igual ao dEle? Tenha um coração missionário! O que você fará com esta notícia?

Sexta-feira 13.09

A verdadeira vida com Deus“Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.” (Efésios 2.10)

Muita gente confunde vida com Deus com o volume de trabalho que realiza para Deus. Preciso começar lhe dizendo que trabalhar para Deus, seja em que religião você estiver, não garantirá nenhum “status diferenciado” diante do Criador, seja lá como você o concebe. Tambem lhe comunico que isto não é, hoje, nem nunca foi atestado de saúde espiritual. Isto porque Deus, um Ser dotado de inteligência, não se dignaria a se revelar de multiplas maneiras, como se dotado de múltiplas personalidades. Deus se revelou plenamente em Cristo Jesus e este, por sua vez, nos revelou sua vontade moral, plena e perfeita no que diz respeito ao padrão pelo qual devemos viver nossa vida e guardar nossa integridade, bem como nos revelou Seus propósitos, sua missão para cada um de nós, e todos os que o conhecem aprendem uma lição básica: Ele nos salvou e nos aceitou pela Graça, sem que merecêssemos coisa alguma, de modo que ser bonzinho para Deus nao o impressiona, pois, na essência, somos todos portadores de uma natureza caída, má, que tende para

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o mal. Em Cristo, recebemos o perdão dos pecados que nos absolve e nos perdoa de todas as nossas más obras de uma vez por todas e Nele entramos e conhecemos um propósito específico, ou seja, uma missão pessoal, as boas obras que de antemão ele preparou para que andássemos nelas, como diz a Bíblia. Convido você a realizar tudo o que está preparado para você desde a eternidade não como que por medo da punição eterna, ou para compensar feitos, pesos, pecados e encargos de vidas passadas, mas como uma expressão de gratidão a esse amor que nos aceita e nos perdoa para sempre de tudo o que tenhamos feito. Vamos orar agora?

Sábado 14.09

Cumprindo a missão“Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações...” (Mateus 28.19)

Creio que todo ser humano veio ao mundo para cumprir uma missão. Que missão é esta? O que envolve? Jesus, o filho de Deus, veio ao mundo para salvar pecadores. Cristo entregou a própria vida por amor de muitos. Sua missão foi amar a todos incondicionalmente, assim como o Pai. E nesta missão de amar, Jesus envolveu seus discípulos e quer envolver a todos nós. O Mestre nos convoca para uma sublime missão que consiste em sermos e fazermos discípulos de todas as nações. Amarmos uns aos outros e apregoarmos seu amor na face da terra. Você já se perguntou qual é a sua missão? Qual o chamado de Deus para você?

Domingo 15.09

Somos todos missionários“Então Jesus chegou perto deles e disse: – Deus me deu todo poder no céu e na terra. Portanto, vão e façam com que sejam meus seguidores, batizando esses seguidores em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. (Mateus 28.18-19)

Durante 200 anos a Igreja Protestante não realizou Missões por entender que a ordem dada por Jesus era destinada somente aos apóstolos, até que no Reino Unido o sapateiro William Carey Taylor, dirigido pelo Espírito Santo, teve seus olhos abertos para o clamor mundial e aventurou-se à Índia, onde passou o resto de sua vida no meio de nós. Jesus, o Todo-Poderoso Filho de Deus, ordenou a todos os seus seguidores (ou discípulos) que, por onde quer que fossem, fizessem outros discípulos. A ordem de ser um seguidor e ensinar outros a serem seguidores é para todos e começa em casa. Todos somos missionários. Somos chamados a seguir Jesus e a fazer seguidores. A quem você tem feito seguidor? Seus filhos têm imitado seu exemplo? Seu cônjuge, parentes, amigos, vizinhos? Deus separou você para uma obra longe daqui? Peça hoje ao Pai, em oração, direção sobre sua vida missionária.

Segunda-feira 16.09

Porção da vida eterna? “...e quem vive e crer em mim, não morrerá eternamente. Você crê nisso?” (João 11.26)

Se fosse possível adquirir no mercado uma poção que lhe garantisse vida para sempre, você a compraria? Cosméticos têm sido desenvolvidos para ajudar a amenizar os efeitos do tempo no corpo, mas, sem exceção, todos são limitados e vencidos pelo tempo. Na nossa leitura de hoje vemos não uma poção, mas uma possibilidade real, por fé, de ter uma vida eterna. A possibilidade é Jesus, o filho de Deus. No meio de um episódio triste, a morte de um ente querido (Lázaro), Jesus propõe aos presentes esta verdade: a vida eterna aos que crerem. Saiba que a vida, como a conhecemos, irá passar. Nenhum produto ou “mágica” poderá impedir isto, mas você pode decidir, agora, qual caminho trilhará, após este curto tempo aqui na terra. O caminho que leva à vida eterna é Jesus e para tê-lo você deve entregar-se a ele, pedindo para que seja o seu salvador, arrependendo-se dos seus pecados. A propósito, sabe aquele homem chamado Lázaro que citei, pois bem, ele ressuscitou!

Terça-feira 17.09

Não desista!“...Seja forte e corajoso! Não se apavore, nem desanime, pois o Senhor, o seu Deus, estará com você por onde você andar.” (Josué 1.9)

A frase “não desista” é uma das que mais nos motiva. Temos muitos sonhos e ideais, e o objetivo é que se realizem, pelo menos, a maioria deles. Para que esse projeto de vida dê certo, dependemos da ajuda de Deus. Sem a Sua orientação e força dificilmente conseguiremos chegar ao objetivo final. Dependemos de Deus porque só ele pode nos ajudar a vencer nosso maior inimigo: Nós mesmos! Nós nos sabotamos o tempo todo. Seja pelas circunstâncias, pelos sentimentos ingênuos, pelos caminhos mais curtos. E essa sabotagem nos faz andar em círculos até que nos vemos exatamente no mesmo lugar. Sabe qual é a vontade que dá nesses momentos? A de desistir! É por esta razão que precisamos da ajuda de Deus. Ele nos faz lembrar que podemos alcançar nossos ideais se permitirmos que a vontade dele prevaleça: a de não nos deixar desistir. Persista na sua missão. Você vai chegar lá!

Quarta-feira 18.09

Somos todos testemunhas de Jesus“Mas, como é que as pessoas irão pedir, se não crerem nele? E como poderão crer, se não ouvirem a mensagem? E como poderão ouvir, se a mensagem não for anunciada?” (Romanos 10.14)

Quando ascendeu aos Céus e foi para o Pai, Jesus deixou aos seus seguidores uma promessa e uma

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missão. A promessa de que receberíamos o Espírito Santo, a presença do próprio Deus em nós, de forma permanente, e a missão de sermos testemunhas do próprio Cristo. Cada seguidor de Jesus é uma testemunha da obra transformadora de Jesus em sua própria vida, da mudança de caráter, de cura, de libertação, de salvação, de transformação, desde o círculo mais íntimo de relacionamentos, passando pelos amigos menos chegados e chegando até aos estranhos e estrangeiros. É através da vida de Jesus em nós que Ele se mostra às pessoas sem esperança e ministra amor e graça àqueles que têm fome e sede de Deus. O Deus invisível torna-se visível através de nosso testemunho. Peça hoje ao Pai em oração que te torne uma poderosa testemunha de Jesus.

Quinta-feira 19.09

Você crê nisso?“Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que morra, viverá; e quem vive e crê em mim não morrerá eternamente. Você crê nisso?” (João 11.25-26)

Este texto é parte do episódio da ressurreição de Lázaro, milagre operado pelo Senhor Jesus Cristo. As irmãs Marta e Maria dialogaram com o Mestre a respeito de sua não presença por ocasião do falecimento (v. 21). No mesmo momento afirmaram sua fé no poder do Senhor (v. 22), ainda que duvidassem da extensão da intervenção dEle em favor de seu irmão (v. 24). Jesus Cristo vai muito além da expectativa delas. Algumas verdades resultantes do fato de que Jesus Cristo transforma a realidade da morte: a) os crentes mortos, de todos os tempos (como Lázaro), serão ressuscitados (v. 25b); b) os que creem nEle e compartilham de Sua vida são transformados pela morte e ressurreição dEle para gozar da vida eterna (v. 26); c) a morte física não passa dum intervalo temporário até a ressurreição (leia João 11.11-13; 1Tessalonicenses 4.13-18; 1Coríntios 15.55-57). A missão de Jesus Cristo foi cumprir o plano de Deus para o ser humano. A nossa é divulgar o seu sacrifício.

Sexta-feira 20.09

Falta de vergonha“Não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê...” (Romanos 1.16)

Quando criança, eu gostava de, nos aniversários, ficar debaixo da mesa do bolo do anivesariante. O pior é quem nem todos eram conhecidos. Minha mãe ficava com muita vergonha de meu comportamento, mas depois de me corrigir dizendo: “Filho, você não tem vergonha disso?”, eu respondia: “Mainha, falta vergonha” e, juntos, começávamos a rir. Depois de minha conversão, lendo o livro de Romanos, me deparei com a frase de Paulo em que ele disse que não se envergonhava do evangelho.

Em Paulo, havia falta de vergonha no quesito anunciar o evangelho. Precisamos, como cristãos que almejam uma fé viva e relevante, anunciar o evangelho com coragem, de forma contextualizada para cada geração. Meu desafio para você é que juntos possamos proclamar a vinda do Rei Jesus. Não podemos nos envergonhar de anunciar a Jesus, pois o Rei da Glória virá.

Sábado 21.09

Mudanças impossíveis“E, outra vez vos digo que é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no reino de Deus. Os seus discípulos, ouvindo isto, admiraram-se muito, dizendo: Quem poderá, pois, salvar-se? E Jesus, olhando para eles, disse-lhes: Aos homens é isso impossível, mas a Deus tudo é possível.” (Mateus 19.24-26)

Jesus usa uma hipérbole para chamar a atenção de que muitas pessoas têm toda a sua confiança e esperança depositadas em suas riquezas. Podemos estender isso para outras coisas, como família, trabalho, amigos, etc. O que Deus quer de nós é que depositemos toda a nossa confiança e esperança Nele. Jesus sabe que efetuar uma mudança no coração de alguém materialista, de forma que essa pessoa coloque em primeiro lugar o Reino dos Céus, ao ponto mesmo de, se preciso for, abrir mão de suas riquezas, é algo muito difícil. Talvez, algo impossível. Seria impossível se nós tentássemos efetuar essas mudanças, mas o que Jesus quer dizer para nós é que quem efetua essa mudança é o próprio Deus. Já nos frustramos muitas vezes por tentarmos mudar alguma coisa em nossa vida e não conseguirmos. Às vezes, temos as melhores intenções. Queremos mudar para melhor, mas fazemos isso com nossas próprias forças. Fazemos votos e promessas que não podemos cumprir porque somos extremamente limitados. O que Jesus nos convida a fazer é simplesmente abrir nosso coração para que o PRÓPRIO DEUS efetue a mudança que deve ser realizada em nossas vidas. E para Deus não existe mudança impossível.

Domingo 22.09

Falta uma coisa para você“… Bom mestre, que farei para herdar a vida eterna?...” (Marcos 10.17-22)

Se você tem mais de 30 anos, com certeza se lembra de um comercial de xampu anticaspa, onde o anunciante dizia: “Parece remédio, mas não é”. Pois bem, as aparências, às vezes, enganam. Há muitas pessoas que parecem cristãs, mas não são. Temos na Bíblia o exemplo típico de um homem que tinha indícios de um cristão, mas digamos que ele ficou no “quase”. Ele tinha, pelo menos, três virtudes essenciais: 1) Ele conhecia Jesus, quando O chamou reverentemente de “bom mestre”. 2) Ele demonstrou interesse pela sua

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salvação, pela vida eterna; 3) Ele conhecia e praticava alguns dos principais mandamentos bíblicos. Porém, Jesus olhou para ele com compaixão e disse: “Falta uma coisa para você”. Ao perceber que ele dava mais valor aos bens do que à própria vida, Jesus tocou-lhe na ferida. O encontro teve um final infeliz para aquele jovem, pois era dono de muitas propriedades e não quis abrir mão delas. Talvez você conheça alguém que tem tudo para ser um cristão, mas ainda não é. Ou, quem sabe, você, caro leitor, é um desses. Talvez lhe falte também uma coisa. Qual é a “riqueza” que tem afastado você de Jesus? Dê um final feliz à sua história – entregue, hoje mesmo, a sua vida a Jesus.

Segunda-feira 23.09

Deus ama demais“… Nínive tem mais de cento e vinte mil pessoas que não sabem distinguir a mão direita da esquerda, além de muitos rebanhos. Não deveria eu ter pena dessa grande cidade?” (Jonas 4.11)

Nínive foi uma cidade muito grande do mundo antigo, destruída em agosto de 612 a.C. por uma aliança entre três povos denominados medos, babilônios e citas. Apesar de próspera, os habitantes desta cidade viviam longe de Deus. Eram pessoas cruéis, violentas, imorais. No auge do seu apogeu, Deus levanta um profeta para anunciar àquele povo que a cidade seria destruída, pois havia machucado e muito o coração de Deus por causa da sua maldade e desobediência. O profeta Jonas resistiu ao chamado, pois esse povo havia feito muito mal a sua gente. Entretanto, Deus é misericordioso e sempre nos oferece uma segunda chance. Não foi diferente com Nínive que, ao ouvir a palavra de juízo do Senhor, arrependeu-se e creu em Deus livrando-se da destruição. Somos responsáveis em levar a mensagem de salvação a todos, independentemente de raça, credo, posição social ou idade. A salvação é para todos, pois Cristo morreu por todos. A hora é agora! Proclamação do evangelho! E a promessa de Deus é vida eterna para todo aquele que nele crê. Arrependa-se dos pecados e entregue sua vida a Jesus. Ele o libertará!

Terça-feira 24.09

A missão do discípulo“Vocês são testemunhas destas coisas”. (Lucas 24.48)

Esta é uma tarefa muito importante e necessária, para que os novos discípulos sejam habilitados e fortalecidos em sua fé, para desenvolverem a atividade evangelizadora, de proclamar as boas novas, tornando o evangelho de Cristo (“Que é o poder de Deus, para a salvação de todo aquele que crê” – Romanos 1.16) bem conhecido e praticado por muitos, os quais contribuirão para novas perspectivas para dias melhores em todas as áreas da vida, e assim experimentando a promessa de Jesus encontrada em

João 8.32,36 (“E conhecerão a verdade, e a verdade os libertará. Portanto, se o Filho os libertar, vocês de fato serão livres”). Mas para que assim seja, precisamos aplicar a orientação deixada por Paulo ao seu discípulo Timóteo, quando diz: “...perfeitamente instruído, para toda boa obra”. Isto quer dizer: bem instruídos na Palavra de Deus, bem exercitados na oração e só assim “daremos frutos que permanecerão”.

Quarta-feira 25.09

Ai de mim...“...Ai de mim se não pregar o evangelho!” (1Coríntios 9.16)

O grande apóstolo Paulo expressa num gemido sua responsabilidade diante de Deus. Ai de mim se não pregar o evangelho! Paulo tinha convicção de que Deus esperava que ele cumprisse o ministério para o qual foi chamado. O dever de Paulo é o dever de todo cristão. Precisamos anunciar ao mundo o evangelho. Nos últimos tempos, temos visto um mundo perdido, sem esperança e distante de Deus. A única solução para a sociedade perdida é o evangelho de Cristo. Evangelho são boas notícias. Deus tem boas notícias para nós. A principal delas é que Cristo veio a este mundo trazer esperança e salvação. Uma nova ordem social está preparada para aqueles que Nele crerem. Portanto, não podemos nos calar, pois Deus nos concedeu este privilégio de proclamarmos seu nome. Ai de mim, ai de você, ai de nós se não levarmos ao mundo esta palavra de esperança. Temos esta responsabilidade! Vamos assumir nossa missão e dizer às pessoas que há esperança em Cristo. Que Deus o abençoe.

Quinta-feira 26.09

Vigias espirituais modernos“...Eu julgarei cada um de acordo com os seus próprios caminhos.” (Ezequiel 33.1-20)

Alguns gostariam de entregar-se a Jesus e se encontrar logo com Ele. Os males deste mundo os impulsiona. Mas isso não ocorre. Há uma razão maior, dentre outras, para tanto: Você tem uma missão aqui! Somos “vigias espirituais modernos”. Temos a missão de avisar nossa gente dos perigos que passamos a enxergar a partir das lentes do reino de Deus. É preciso alertar sobre a vontade de Deus, os inimigos chamados de “carne”, “satanás” e “mundo”. Precisam saber o que os ameaça e que só “em Jesus” há esperança para estes inimigos que avançam rapidamente, atacam sorrateiramente e derrotam eternamente nossos semelhantes, tão amados por Deus. Se nós fomos eleitos por Deus para ver a iminência do desastre de uma posição privilegiada, recebemos também o encargo. Se não avisamos, todo peso e culpa permanece conosco. Se dermos o prenúncio do porvir, fizermo-nos claros e completos o suficiente, em linguagem contextualizada para que “vejam”... e rejeitarem a notícia, a visão apresentada... então serão

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responsáveis por sua própria ruína. A responsabilidade é de quem “vê” o perigo. Você deseja que ela fique em suas mãos ou cumprirá sua missão? Quando começará?

Sexta-feira 27.09

Caminhos e frutos“Ou fazei a árvore boa, e o seu fruto bom, ou fazei a árvore má, e o seu fruto mau; porque pelo fruto se conhece a árvore.” (Mateus 12.33)

Certo jornalista ateu entrou em um cartório e abriu uma igreja evangélica no quintal de sua casa em menos de uma semana, e depois publicou um artigo na Folha de São Paulo que não se destinou a criticar ou ridicularizar a fé dos crentes, mas que apontou a absoluta falta de critérios para o exercício da fé institucional, que tem gerado muito lucro para muita gente. Fico impressionado com o número de denominações espalhadas pelo mundo e com o número de igrejas independentes que se abrem, algumas delas com nomes estranhíssimos. Em outras, tristemente, vemos a profecia apocalíptica se cumprir, na qual, no texto em Apocalipse 18.13, se anuncia a queda da grande babilônia, onde se comercializava de tudo, “até a alma dos homens”. Como se ter o correto discernimento, como saber se determinada comunidade ou pessoa anda ou não anda na presença de Deus? A Bíblia é clara nessa matéria: pelos seus frutos. Assim, você que busca viver sua fé de forma íntegra e correta, numa consciência plena de missão e propósito diante de Deus e dos homens, olhe mais para a vida e menos para o discurso. Perceba a coerência, a integridade, o equilíbrio entre o que se diz e o que se faz. Infelizmente, o exercício do discernimento é tão complexo e as coisas são tão sutis que a Bíblia afirma que até os escolhidos seriam enganados, se estes tempos difíceis nao fossem abreviados. Convido você a uma reflexão: primeiro, sobre você mesmo. Considere os seus próprios caminhos e frutos, antes de olhar para a árvore dos outros, pois você está submetido ao mesmo juízo. E então, busque uma comunidade de fé na qual você possa desenvolver seus dons e ministério, de forma plena e consciente. Vamos orar agora?

Sábado 28.09

Ouvindo a voz do Mestre“Em verdade vos afirmo que, sempre que o fizeste a um destes pequeninos irmãos, a mim o fizeste.” (Mateus 25.40)

A palavra missões tem a mesma raiz da palavra “mito” em latim, que significa o ato de enviar alguém com uma tarefa ou missão. Jesus nos deu a missão de pregar o evangelho por todo mundo. Missão pode ser feita no lar, no bairro, na cidade, no país e em outras nações. É preciso ouvir a voz do Mestre e atender ao seu chamado. Cada um tem a responsabilidade de levar a mensagem de Jesus a toda criatura. Missão é viver este amor também através de ações práticas. Pode ser um trabalho voluntário em orfanatos e asilos, ajudar

na comunidade carente do bairro, ajudar aos doentes, participar nas doações através da igreja. O CASACAP é o Centro de Ação Social de nossa igreja que precisa de doações e do auxílio voluntário de profissionais. Tenho certeza que Deus separou para cada um de nós uma tarefa especial para realizar. Pense nisto e envolva-se.

Domingo 29.09

Poder para testemunhar“Uns são judeus, e outros, convertidos ao Judaísmo. Alguns são de Creta, e outros, da Arábia. E como é que todos estamos ouvindo essa gente falar em nosso própria língua das grandes coisas que Deus tem feito?”. (Atos 2.11)

Deus faz milagres! Como cumprimento da promessa de Jesus ao ascender aos Céus uma grande multidão ouviu, cada um em sua própria língua materna, o testemunho daqueles que viram os sinais e maravilhas que Deus operou através de Seu Filho, desde a tranformação da água em vinho até a ressurreição de Lázaro e sua própria Ressurreição ao terceiro dia. Cada seguidor de Jesus é testemunha da sua obra transformadora em sua própria vida, da mudança de caráter, de cura, de libertação, de salvação, de transformação, desde o círculo mais íntimo de relacionamentos, passando pelos amigos menos chegados e chegando até aos estranhos e estrangeiros. É através da vida de Jesus em nós que Ele se mostra às pessoas sem esperança e ministra amor e graça àqueles que têm fome e sede de Deus. O Deus invisível torna-se visível através de nosso testemunho. Peça hoje ao Pai em oração que te torne uma poderosa testemunha de Jesus.

Segunda-feira 30.09

Receita para o sucesso“[...] Se alguém permanecer em mim e eu nele, esse dará muito fruto; pois sem mim vocês não podem fazer coisa alguma.” (João 15.6)

As pessoas estão em busca de uma fórmula para ter sucesso e tenho certeza que os livros que garantem essas fórmulas têm alta vendagem. No entanto, o segredo não é exatamente o que você consegue fazer para ter o sucesso e sim quem é o seu companheiro de projeto! O texto que lemos fala de Jesus que usando de simbologia fala de uma planta comum da época e descreve o sucesso como fruto. Se alguém quer ter sucesso terá que permanecer nEle, isto é, estar perto, ouvir seus conselhos, absorver seus ensinamentos. Quem faz isto não terá apenas um fruto, mas, como diz o texto, dará muito fruto, terá muito sucesso, pois estará tomando decisões que agradam a Jesus. Certamente haverá muitas pessoas querendo garantir a você portas abertas através de mandingas e simpatias, votos e promessas, mas a verdade é: a receita para uma vida bem-sucedida está no fato de você conhecer Jesus, tê-lo como Senhor e viver sempre perto dEle. Aceite o desafio.

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