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Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica - Mestrado CONTROLE ADAPTATIVO APLICADO EM DOIS ELOS DE UM ROBÔ MANIPULADOR ELETROPNEUMÁTICO DE TRÊS GRAUS DE LIBERDADE CARTESIANO por Oldineia Batista de Souza Dissertação de Mestrado apresentada à Universidade Federal da Paraíba para obtenção do grau de Mestre. João Pessoa - Paraíba Agosto/2010 Universidade Federal da Paraíba Centro de Tecnologia Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica MESTRADO

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  • Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica

    - Mestrado

    CONTROLE ADAPTATIVO APLICADO EM DOIS ELOS DE UM

    ROBÔ MANIPULADOR ELETROPNEUMÁTICO DE TRÊS GRAUS

    DE LIBERDADE CARTESIANO

    por

    Oldineia Batista de Souza

    Dissertação de Mestrado apresentada à Universidade Federal da Paraíba

    para obtenção do grau de Mestre.

    João Pessoa - Paraíba Agosto/2010

    Universidade Federal da Paraíba

    Centro de Tecnologia

    Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica

    MESTRADO

  • OLDINEIA BATISTA DE SOUZA

    CONTROLE ADAPTATIVO APLICADO EM DOIS ELOS DE UM

    ROBÔ MANIPULADOR ELETROPNEUMÁTICO DE TRÊS GRAUS

    DE LIBERDADE CARTESIANO

    Dissertação apresentada ao programa de

    Pós-Graduação em Engenharia

    Mecânica da Universidade Federal da

    Paraíba, em cumprimento às exigências

    para obtenção do Grau de Mestre.

    Orientador: Prof. Dr. José Antonio Riul

    João Pessoa – Paraíba Agosto/2010

  • S729c Souza, Oldineia Batista de..

    Controle adaptativo aplicado em dois elos de um robô manipulador eletropneumático de três graus de liberdade cartesiano / Oldineia Batista de Souza.- João Pessoa, 2010.

    63f.

    Orientador: José Antonio Riul

    Dissertação (Mestrado) – UFPB/CT

    1. Manipuladores robóticos. 2. Robótica. 3. Identificação. 4. Controle adaptativo. 5. Engenharia Mecânica.

    UFPB/BC CDU: 621.865.8(043)

  • Dedico este trabalho aos meus pais José

    Batista de Souza e Maria José de Souza,

    responsáveis pelo alicerce no qual

    estruturei a minha vida produtiva, às

    minhas irmãs Ingrid, Andréa e Ethiane,

    pelo companheirismo e amizade.

  • AGRADECIMENTOS

    A Deus, simplesmente por ser o Tudo.

    Ao professor José Antônio Riul pelo incansável apoio e preciosos ensinamentos.

    Ao professor Paulo Henrique de Miranda Montenegro, pelas inestimáveis

    colaborações no decorrer deste trabalho.

    A professora Marizete, pelo incentivo e colaboração em vários estágios da minha

    vida acadêmica.

    Aos professores de Licenciatura em Matemática da Universidade Federal Rural de

    Pernambuco, na qual fiz minha graduação.

    A todos os professores, que lecionam no curso de Pós-Graduação de Eng.

    Mecânica, que colaboraram para que eu pudesse alcançar esta etapa tão importante da

    minha vida profissional.

    Aos amigos que consegui conquistar entre os colegas da Pós-graduação, pela

    companhia e espírito de solidariedade demonstrada no decorrer deste trabalho.

    A Josinaldo Calixto “Russo” pelo companheirismo e incentivo de sempre.

    Ao CNPq pelo apoio financeiro.

  • CONTROLE ADAPTATIVO APLICADO EM DOIS ELOS DE UM

    ROBO MANIPULADOR ELETROPNEUMÁTICO DE TRÊS GRAUS

    DE LIBERDADE CARTESIANO

    RESUMO

    O objetivo do presente trabalho é modelar e controlar em tempo real dois elos de um robô

    manipulador eletropneumático de três graus de liberdade (3GDL) cartesiano. O robô manipulador é

    constituído basicamente por três válvulas eletropneumáticas proporcionais e por três cilindros

    pneumáticos, e seus parâmetros são identificados em tempo real pelo algoritmo dos Mínimos

    Quadrados Recursivos (MQR). De posse do modelo do sistema, controladores adaptativos de

    Dahlin-Variância Mínima (DMV) são projetados e implementados visando o controle de posição

    do órgão efetuador do robô manipulador. Finalizando, são apresentados resultados experimentais,

    como avaliação do desempenho obtido pelo robô manipulador.

    Palavras chaves: Robótica, Identificação, Controle adaptativo.

  • ADAPTIVE CONTROL APPLIED TO TWO LINKS OF A

    CARTESIAN ELETROPNEUMATIC MANIPULATOR ROBOT WITH

    THREE DEGREES OF FREEDOM

    ABSTRACT

    The objective of this work is to model and to control in real-time two links of a cartesian

    electropneumatic manipulator robot with three degrees of freedom (3DOF). The manipulative robot

    basically consists of three proportional eletropneumatic valves and three pneumatic cylinders, and

    their parameters are identified in real-time by the Recursive Least Squares (RLS) method. In the

    possession of the system’s model, adaptive of Dahlin Minimum Variance (DMV) are planned and

    implemented aiming the position control of the manipulative robot’s effecter organ. Finally,

    experimental results are presented, as a way to assess the manipulative robot’s performance.

    Keywords: Robotics, Identification, Self-tuning controller

  • SUMÁRIO

    CAPÍTULO 1 ..................................................................................................................... 01

    1.1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 01

    1.2 CARACTERÍSTICAS DO ROBÔ MANIPULADOR ............................................ 01

    1.3 HISTÓRICO ............................................................................................................ 02

    1.4 JUSTIFICATIVA E PROPOSTA DO MESTRADO ............................................. 04

    1.5 METODOLOGIA .................................................................................................... 05

    1.6 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO ...................................................................... 05

    CAPÍTULO 2 ..................................................................................................................... 07

    2.1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 07

    2.2 DESCRIÇÃO DO RÔBO MANIPULADOR ELETROPNEUMÁTICO DE

    TRÊS GRAUS DE LIBERDADE ........................................................................... 07

    2.2.1 Bancada de Testes e compressor........................................................................... 08

    2.2.2 Principais componentes que compõem o Robô Manipulador............................... 10

    2.2.3 Sistema de aquisição de dados .............................................................................. 13

    2.3 CONCLUSÃO ......................................................................................................... 14

    CAPÍTULO 3 ..................................................................................................................... 15

    3.1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 15

    3.2 IDENTIFICAÇÃO DO ROBÔ MANIPULADOR ................................................. 16

    3.3 ESCOLHA DA ESTRUTURA DO MODELO.......................................................20

    3.4 ESTRUTURA DO MODELO ................................................................................. 30

    3.5 CONCLUSÃO ......................................................................................................... 31

    CAPÍTULO 4 ...................................................................................................................... 32

    4.1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 32

    4.2 HISTÓRICO ............................................................................................................ 32

  • 44.2.1 Controle Auto-Ajustável com base na estratégia de Variância Mínima ............. 34

    4.2.2 Controle de Dahlin ................................................................................................ 37

    4.2.3 Controlador DMV ................................................................................................. 38

    4.3PROCEDIMENTOS PARA O PROJETO DO CONTROLADOR DMV

    COM ALTERAÇÃO ................................................................................................ 40

    4.4 RESULTADOS........................................................................................................ 45

    4.5 CONCLUSÃO ......................................................................................................... 53

    CAPÍTULO 5 ...................................................................................................................... 54

    5.1 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 54

    REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ................................................................................ 56

    APÊNDICE A...................................................................................................................... 58

    A.1 IDENTIFICAÇÃO DE SISTEMAS ......................................................................... 58

    A.2 LISTAGEM DOS PROGRAMAS EM MATLAB .................................................. 60

  • LISTA DE FIGURAS

    Figura 1.1- Diagrama de bloco do controlador STR explícito e de planta...........................04

    Figura 2. 1- Robô manipulador eletropneumático de 3 GDL..............................................08

    Figura 2.2- Bancada de Testes.............................................................................................09

    Figura 2.3- Compressor........................................................................................................10

    Figura 3.1-Modelos para o elo X do robô manipulador.......................................................24

    Figura 3.2-Modelos para o elo Z do robô manipulador.......................................................24

    Figura 3.3. Excitação no elo X do Robô Manipulador........................................................26

    Figura 3.4. Excitação no elo Z do Robô Manipulador.........................................................27

    Figura 3.5. Saída estimada com o MQR e real, do elo X do robô manipulador..................27

    Figura 3.6. Saída estimada com o MQR e real, do elo Z do robô manipulador..................28

    Figura 3.7. Erro de previsão para o modelo de segunda ordem do elo X do

    robô manipulador................................................................................................................28

    Figura 3.8. Erro de previsão para o modelo de segunda ordem do elo Z do

    robô manipulador...............................................................................................................29

    Figura 3.9. Parâmetros estimados do elo X do robô manipulador.....................................29

    Figura 3.10. Parâmetros estimados do elo Z do robô manipulador....................................30

    Figura 4.1- Estrutura do controlador DMV e planta..........................................................39

    Figura 4.2- Estrutura do controlador DMV com alteração e planta...................................40

    Figura 4.3- Sinal de referência do elo X do robô manipulador..........................................46

    Figura 4.4- Sinal de referência do elo Z do robô manipulador...........................................46

    Figura 4.5 – Referência e resposta do elo X do robô manipulador, sob ação do

    controlador DMV com alteração........................................................................................47

    Figura 4.6 – Referência e resposta do elo Z do robô manipulador, sob ação do

    controlador DMV com alteração........................................................................................47

    Figura 4.7– Erro de posição do elo X do robô manipulador..............................................49

    Figura 4.8 – Erro de posição do elo Z do robô manipulador..............................................50

    Figura 4.9 – Variável de controle do elo X do robô manipulador......................................51

    Figura 4.10 – Variável de controle do elo Z do robô manipulador....................................51

  • Figura 4.11 – Parâmetros estimados xa e xb , do elo X do robô manipulador....................52

    Figura 4.12 – Parâmetros estimados za e zb , do elo Z do robô manipulador.....................52

    Figura A.1- Procedimento geral para identificação de processos........................................59

  • LISTA DE TABELAS

    Tabela. 2.1. Dados técnicos do compressor.........................................................................10

    Tabela. 2.2. Dados técnicos dos cilindros pneumáticos.......................................................11

    Tabela. 2.3. Dados técnicos das válvulas proporcionais eletropneumáticas........................12

    Tabela. 2.4. Dados técnicos das réguas potenciométricas...................................................12

    Tabela 3.1-Parâmetros de inicialização do programa computacional Identmqr..................19

    Tabela 3.2- Parâmetros do modelo do sistema referentes aos elos X e Z do

    robô manipulador.................................................................................................................23

    Tabela 3.3. Índice de desempenho do elo X.....................................................................25

    Tabela 3.4. Índice de desempenho do elo Z.....................................................................25

    Tabela. 4.1. Parâmetros de inicialização do programa

    computacional controledmvcompleto1................................................................................45

    Tabela. 4.2. Especificações de desempenho impostas ao sistema......................................45

    Tabela. 4.3. Desempenho do elo X do robô manipulador, relativo às especificações

    de desempenho estabelecidas.............................................................................................48

    Tabela. 4.4. Desempenho do elo Z do robô manipulador, relativo às especificações

    de desempenho estabelecidas.............................................................................................48

  • LISTA DE SIMBOLO E ABREVIATURAS

    - erro de previsão

    ( 1)K t - ganho do estimador

    '( 1)K t - ganho do estimador com fator de esquecimento

    ( )P t - matriz de covariância

    '( )P t -matriz de covariância com fator de esquecimento

    ˆMQ - vetor de parâmetros estimados pelo MQ

    ˆ( 1)t - vetor de parâmetros estimados pelo MQR

    A (Z-1

    ), B(Z-1

    ) e C(Z-1

    )- polinômios característicos do sistema

    AIC- critério de informação de Akaike

    -fator de esquecimento

    p-

    parâmetro dos projetos dos controladores “ajuste de Dahlin”

    Q - parâmetro dos projetos dos controladores

    R²- coeficiente de correlação múltipla

    SEQ- somatório do erro quadrático

    aT -tempo de amostragem

    u(t) - variável de controle

    y (t) - saída do sistema

    e(t)- representa um ruído branco filtrado

    pn -representa o número de parâmetros

    an -representa o número de pólos

    bn -representa o número de zeros

    k -representa o atraso de transporte

    ARMAX – Modelo Auto-regressivo com média móvel e entradas exógenas.

    ARX- Modelo auto-regressivo com entradas externas

    DMV- Dahlin- Variância Mínima

    GMV- Variância Mínima Generalizada

  • GPC- controlador Preditivo generalizado

    MDMV - Dahlin- Variância Mínima Modificado

    MIMO-Sistema com múltiplas entradas e múltiplas saídas.

    MQR- Mínimos Quadrados Recursivos

    MV- Variância Mínima

    PID- Controlador proporcional integral derivativo

    SISO-sistema com única entrada e única saída

  • 1

    CAPÍTULO 1

    INTRODUÇÃO

    1.1 INTRODUÇÃO

    Este trabalho tem como objetivo modelar e controlar em tempo real dois elos de um

    robô manipulador eletropneumático de três graus de liberdade (3GDL) cartesiano. Este

    capítulo apresenta na seção 1.2 características dos robôs manipuladores, na seção 1.3 um

    breve histórico sobre controle de sistemas com ênfase em controladores adaptativos. A

    seção 1.4 apresenta a justificativa e proposta do mestrado, bem como os objetivos e

    contribuições, a seção 1.5 discorre sobre a metodologia adotada e por fim a seção 1.6 a

    organização do trabalho.

    1.2 CARACTERÍSTICAS DO ROBÔ MANIPULADOR

    Os robôs industriais são manipuladores formados por cadeias de corpos (elos), em

    cuja extremidade é fixada uma ferramenta ou garra (órgãos efetuadores), através do qual é

    possível o robô executar determinadas tarefas. Por exemplo, uma determinada carga pode

    ser transportada seguindo uma determinada trajetória para uma posição, ambas pré-

    estabelecidas. Os elos que formam a cadeia são interligados por meio de juntas que, de

    acordo com o movimento relativo entre os elos, podem ser de translação ou de rotação. O

    movimento da ferramenta é o resultado do movimento das juntas, realizado pelos atuadores

    e monitorado por sensores. Os atuadores podem ser hidráulicos e pneumáticos; hidráulicos;

    pneumáticos, eletromagnéticos. O atuador pneumático é muito utilizado em robôs

    industriais que operam com movimentação de cargas entre posições bem definidas,

    limitadas por batentes mecânicos, o que caracteriza o movimento ponto-a-ponto, não muito

    recomendado quanto a controle de posicionamento entre as posições-limites (ROMANO,

    2002).

  • 2

    Com relação à estrutura mecânica os robôs são classificados como sendo de

    coordenadas cartesianas pórtico, coordenadas cilíndricas, coordenadas esféricas, Scara,

    articulado ou antropomórfico e paralelo. O robô de coordenadas cartesianas /pórtico possui

    três juntas prismáticas, cujos eixos do movimento são coincidentes com um sistema de

    referência cartesiano (ROMANO, 2002).

    O controle de posição do órgão efetuador de um robô pode ser realizado por

    técnicas convencionais e não convencionais. Projetos de controladores convencionais e não

    convencionais, podem utilizar modelos do sistema do tipo caixa branca, caixa preta ou

    caixa cinza. Os modelos de robôs do tipo caixa branca normalmente são não lineares,

    enquanto que os do tipo caixa preta normalmente são lineares e podem ser determinados de

    duas formas: “off line” ou “on line”. Os modelos “caixa preta” são utilizados em projetos

    de controladores adaptativos explícitos, e usam os parâmetros estimados do sistema em

    tempo real. Os controladores adaptativos operam em tempo real e assim resolvem

    problemas de variação de parâmetros e não linearidades de sistemas.

    1.3 HISTÓRICO

    ASTROM (1996a) cita que uma das primeiras referências sobre controle adaptativo se

    deu na década de 50. Na época a maior aplicação foi na indústria Aeronáutica, e sua maior

    motivação foi a utilização de estruturas adaptativas de controle no desenvolvimento de

    pilotos automáticos, já que o controle convencional com ganho fixo se comportava bem

    para um determinado tipo de condições, quando estas se alteravam, o sistema apresentava

    resultados indesejáveis. Porém, a falta de computadores adequados, de uma fundamentação

    teórica e um grave acidente ocorrido em um teste de vôo, fez com que o controle

    adaptativo não obtivesse muito sucesso (ASTROM, 1989).

    Na década de 60, houve um grande esforço e desenvolvimento da comunidade

    científica na teoria de controle, em particular, controle adaptativo. Surgiram novas teorias

    como a de espaço de estados e a estabilidade, ainda que, sobre pressupostos muito

    restritivos, e com os primeiros computadores digitais, fez reascender o interesse pelo

    controle adaptativo (ASTROM, 1989).

  • 3

    Nas décadas de 70 e 80, se consolidou bastante os resultados, impulsionados pelo

    advento dos microcomputadores. O fato importante desta época foi pelo pioneirismo de

    ASTROM e WITTENMARCK na aplicação do processo de dinâmica desconhecida.

    Na década de 90 ocorreu um bom desenvolvimento de controle adaptativo para

    sistemas não-lineares, bem como a abordagem sobre robustez desses controladores.

    À medida que os controladores vêm sendo aprimorados novos recursos são

    incorporados para permitir maior flexibilidade e atender as classes mais amplas.

    SEBORG (1986) apresenta uma classificação para as diversas técnicas de controle

    adaptativo, dividindo-se em quatro categorias: (I) controladores projetados através de

    Funções-Custo Quadráticas; (II) métodos de projeto na Teoria da Estabilidade; (III)

    Técnicas e Alocação de Pólos e (IV) outras abordagens.

    Na classe I, estão inclusas as estratégias de: Variância Mínima (MV), Variância

    Mínima Generalizada (GMV), Dahlin- Variância Mínima (DMV) e o controlador (GPC).

    A estratégia de Variância Mínima (MV) será utilizada neste trabalho no Capítulo 4 em

    conjunto com outro controlador para a obtenção da lei de controle.

    Adaptar significa mudar um comportamento para se ajustar às novas circunstâncias.

    Um sistema adaptativo é qualquer sistema que tem sido projetado com um ponto de vista

    adaptativo. Assim, um controlador adaptativo é definido como um controlador que pode

    modificar seu comportamento em resposta às mudanças na dinâmica do processo e na

    característica do distúrbio (ASTROM e WITTENMARK, 1995).

    ASTROM e WITTENMARK (1995), ISERMANN et.al (1992) definem controlador

    adaptativo como sendo um controlador com parâmetro ajustáveis e um mecanismo de

    ajuste. O controlador auto-ajustável (STR) automatiza as tarefas de modelagem

    matemática, projeto e implementação da lei de controle.

    Para combinar a ação da identificação com o procedimento de projeto de controle, a

    técnica de controle (STR) contempla dois métodos: algoritmos auto-ajustáveis diretos ou

    explícitos e algoritmos auto-ajustáveis indiretos ou implícitos. O explícito combina um

    estimador recursivo para obter os parâmetros do modelo do sistema, a partir dos dados de

    entrada e saída. A Figura (1.1) mostra o digrama de blocos do controlador STR explícito e

    de planta.

  • 4

    Figura 1.1- Diagrama de bloco do controlador STR explícito e de planta.

    1.4 JUSTIFICATIVA E PROPOSTA DO MESTRADO

    Atualmente existem muitas pesquisas com controladores baseados na estratégia de

    Variância Mínima, porém há uma necessidade de realização de maiores investigações que

    envolvam servoatuadores em acompanhamento de trajetórias, sobretudo os pneumáticos.

    Outro fator importante que motivou a realização desta pesquisa é que poucos trabalhos

    práticos têm apresentado propostas para controle digital em tempo real, principalmente em

    robôs manipuladores eletropneumáticos.

    A estratégia de Variância Mínima apresenta algumas desvantagens, como

    impossibilidade de tratar de sistemas de fase não-mínima, a impossibilidade de penalizar

    ações excessivas de controle, a não garantia de erro médio nulo em regime permanente e a

    falta de parâmetros de projetos do controlador. Porém, é bem flexível para combinações

    com outras estruturas, como exemplo pode-se citar a estratégia de controle proposta

    inicialmente por KHALIL (1992) que tinha como objetivo combinar as estratégias de

    Dahlin e Variância Mínima.

    Este trabalho tem como proposta de estudo a estratégia de Dahlin- Variância Mínima

    (DMV), com possíveis alterações, para o controle de posicionamento em tempo real de

  • 5

    dois elos de um robô manipulador eletropneumático de (3GDL). Alguns trabalhos mais

    recentes envolvendo controle adaptativo serão evidenciados no decorrer desta dissertação.

    O trabalho de pesquisa será conduzido teórica e experimentalmente, envolvendo uma

    revisão bibliográfica; estudados algoritmos aplicados a identificação, bem como dos

    controladores adaptativos existentes; projeto e implementação do DMV com alteração e

    por fim, avaliação do comportamento de dois elos do robô sob a ação do controlador. A

    seção 4.2 do capítulo 4 apresenta um breve histórico sobre o controlador DMV.

    1.5 METODOLOGIA

    Para o desenvolvimento da dissertação, serão seguidas as etapas:

    Etapa 1- Definição da estrutura do modelo para o manipulador, uma vez definida e

    validada a estrutura de modelo, os elos do manipulador serão identificados recursivamente

    por meio do estimador (MQR).

    Etapa 2- Projeto do controlador DMV com alteração, para isso se faz necessário a lei de

    controle, levando em consideração os parâmetros identificados a cada instante de

    amostragem.

    Etapa 3- Realização dos testes experimentais sob a ação dos controladores projetados.

    1.6 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

    Esta dissertação consta de quatro capítulos e um apêndice.

    O capítulo 1 apresenta as características do robô manipulador eletropneumático; um

    breve histórico sobre controle, em particular o controle adaptativo; a justificativa e

    proposta da dissertação, incluindo os objetivos e contribuições; e por fim a metodologia a

    ser aplicada para conduzir e alcançar os objetivos esperados.

    O capítulo 2 apresenta uma breve descrição do sistema experimental em estudo, o

    “Robô Manipulador Eletropneumático de Três Graus de Liberdade cartesiano”.

    O capítulo 3 trata do modelamento de dois elos do robô manipulador eletropneumático

    de três graus de liberdade (3 GDL) cartesiano. É definida a estrutura do modelo,

    identificação e validação do modelo matemático do manipulador em estudo.

  • 6

    O capítulo 4 aborda a estratégia de controle de Dahlin-Variância Mínima (DMV)

    aplicado para o projeto de controle de posição dos elos X e Z do Robô Manipulador

    Eletropneumático de Três Graus de Liberdade (3 GDL) cartesiano.

    No capítulo 5 as conclusões finais desse trabalho são apresentadas.

    O apêndice A aborda as principais etapas evolvidas na identificação de sistemas

    dinâmicos, bem como a listagem de programação para identificação e controle do robô

    manipulador.

  • 7

    CAPÍTULO 2

    DESCRIÇÃO DO SISTEMA EXPERIMENTAL

    2.1 INTRODUÇÃO

    Este capítulo apresenta uma breve descrição do sistema experimental em estudo, o

    “Robô Manipulador Eletropneumático de Três Graus de Liberdade”. A seção 2.2 apresenta

    o rôbo manipulador. Na seção 2.2.1 apresenta-se a bancada de testes utilizada para

    realização dos ensaios, com os seus principais componenetes, e a comunicação do sistema

    computacional com o robô manipulador em estudo, além do compressor utilizado para o

    acionamento das válvulas proporcionais eletropneumáticas instaladas no rôbo. Na seção

    2.2.2 comenta-se sobre os componentes que compõem o rôbo, suas características e

    especificações técnicas e em seguida na seção 2.2.3 é apresentado o sistema de aquisição

    de dados responsável pela conversão, aquisição de sinais e comunicação do robô

    manipulador com o sistema computacional no qual é inserido o programa computacional

    de identificação e o de controle do sistema. A seção 2.3 apresenta uma breve conclusão

    sobre o capítulo. O robô manipulador proposto em estudo, encontra-se localizado no

    Laboratório de Dinâmica do Departamento de Engenharia Mecânica do Centro de

    Tecnologia da Universidade Federal da Paraíba (UFPB).

    2.2 DESCRIÇÃO DO RÔBO MANIPULADOR ELETROPNEUMÁTICO DE

    TRÊS GRAUS DE LIBERDADE

    O robô manipulador eletropneumático de três graus de liberdade (3GDL), conforme

    mostrado na Fig. (2.1) é composto por três elos paralelos aos eixos: X, Y e Z do sistema de

    referência. Esse robô é cartesiano e possui três juntas prismáticas, resultando num

    movimento composto de três translações, cujos eixos de movimento são conincidentes com

    um sistema de referência cartesiano; desta forma os modelos dos elos são desacoplados.

  • 8

    Neste trabalho, os elos que se deslocam nas direções X e Z, serão denominados de elos X e

    Z, terão suas posições controladas enquanto que o elo na direção Y permanecerá numa

    posição fixa.

    O robô manipulador funciona da seguinte forma: o compressor fornece ar comprimido

    para as válvulas eletropneumáticas proporcionais (5) de tensão de 24 VDC e sinais

    analógicos em tensão de 0 a 5 VDC, que acionam os cilindros pneumáticos (1) de dupla

    ação e haste simples, dando o movimento ao órgão efetuador. Uma placa de entrada e saída

    de dados é usada para exitar as válvulas eletropneumáticas proporcionais e captar os sinais

    medidos pelas réguas potenciométricas (2).

    1-cilindros pneumáticos; 2-réguas potenciométricas; 3-guias lineares; 4-patinas; 5-

    válvulas proporcionais eletropneumáticas; 6-dutos de condução dos fluxos de ar.

    Figura 2. 1- Robô manipulador eletropneumático de 3 GDL

    2.2.1 Bancada de Testes e compressor

    A Figura (2.2) apresenta uma visão geral da bancada de testes. A bancada de testes é

    composta por: um robô manipulador eletropneumático, uma fonte variável de corrente

    contínua, um sistema de aquisição de dados e um computador (PC). No computador a

  • 9

    identificação do modelo e implementação da lei de controle do robô manipulador é

    realizada através de programas computacionais desenvolvidos nas plataformas LabVIEW e

    Matlab. A Figura. (2.3) apresenta o compressor de ar da marca SHUZ, modelo MSL 10

    ML/175 e a Tab. (2.1) as suas especificações. O compressor fornece o ar comprimido que

    aciona as válvulas proporcionais eletropneumáticas (5) através dos dutos de condução dos

    fluxos de ar (6).

    Figura 2.2- Bancada de Testes

  • 10

    Figura 2.3-Compressor de ar

    Tabela. 2.1. Dados técnicos do compressor de ar

    Modelo/Fabricante

    MSL 10 ML-175 /

    SCHUZ

    Peso Bruto

    Peso líquido

    90 kg

    81 kg

    Deslocamento teórico 10 pés3/min- 283 l/min

    Pressão de operação

    máxima 8,3 MPa (83 bar)

    Potência 2 hp-1,5 kw

    Volume do reservatório 178 l

    RPM 3430

    2.2.2 Principais componentes que compõem o Robô Manipulador

    A Figura (2.1) apresenta uma visão geral do sistema, composto pelos seguintes

    componentes:

  • 11

    Três cilindros pneumáticos de dupla ação corforme as especificações da Tab. (2.2).

    Os elos X e Z, ambos com 400 mm de curso, e o elo Y, com 200 mm de curso.

    Cilindro pneumático: são cilindros de dupla ação, com ação do ar comprimido nos

    dois sentidos de movimento; avanço e retorno. São comandados por válvulas

    proporcionais eletropneumáticas de 4 ou 5 vias.

    Tabela. 2.2. Dados técnicos dos cilindros pneumáticos

    Modelo/Fabricante

    CWEA 03273310X0400/WERK-

    SCHOTT

    CWEA 03273310X0200/WERK-

    SCHOTT

    Tipo

    Diâmetro

    Curso efetivo

    Tirantado

    32 mm

    400 mm e 200 mm, respectivamente

    Material da haste

    Pressão

    Tipo de vedação/êmbolo

    SAE 1045

    até 1,0 MPa (10 bar)

    Bruna –N/sem êmbolo magnético

    Tipo de montagem Montagem básica

    Êmbolo/ Camisa Ambos de alumínio

    Fluido Ar comprimido filtrado

    Temperatura ambiente

    Força Teórica a 6 bar, retorno

    Força Teórica a 6 bar, avanço

    -10°C a +80°C (Bruna-N)

    414,70 N

    482,55 N

    Três válvulas eletropneumáticas proporcionais conforme as especificações da Tab.

    (2.3). A válvula proporcional de vazão é utilizada para aplicações nas quais faz-se

    necessário o controle da velocidade do atuador e de sua direção mediante um sinal

    de entrada elétrico analógico em tensão de 0 a 10 VDC ou em corrente de 4 a 20

    mA.

  • 12

    Tabela. 2.3. Dados técnicos das válvulas proporcionais eletropneumáticas

    Modelo/Fabricante MPYE-5-1/8-HF-010-B/FESTO

    Diâmetro

    Tipo de acionamento

    Pressão absoluta de trabalho

    6 mm

    elétrico

    0 a 1,0 MPa (10bar)

    Vazão nominal padrão 700 l/min

    Temperatura do meio 5°C a 40°C

    Temperatura ambiente 0°C a 50°C

    Meio operacional Ar comprimido filtrado, não lubrificado,

    grau de filtração 5µm

    Sentido do fluxo

    Função de válvula

    Não reversível

    5/3 fechado

    Três réguas potenciométricas corforme as especificações da Tab. (2.4). Os sistemas

    de medição de curso são empregados em combinação com atuadores para o

    posicionamento ou para o amortecimento eletrônico nas posições finais de curso.

    Acoplado longitudinalmente no cilindro a régua potenciométrica ou sensor de

    posição, como também pode ser chamado, garante a leitura efetiva do

    posicionamento do atuador sendo parte essencial no conceito de controle em malha

    fechada para posicionadores pneumáticos

    .

    Tabela. 2.4. Dados técnicos das réguas potenciométricas

    Modelo/Fabricante MLO-POT-500-TFL/ FESTO

    Curso

    Princípio de medição: régua

    potenciométrica

    500 mm

    analógico

    Sinal de saída analógico

    Resolução do trajeto 0,01 mm

    Conexão elétrica De 4 pinos Forma A, conector da

    forma DIN 43650, design quadrangular

  • 13

    Como os resultados obtidos pelas réguas potenciométricas são em tensão (V), criou-se

    uma função linear da seguinte forma, dada uma excitação , obtêm-se um valor do

    deslocamento do cursor do cilindro pneumático em Volts através da régua potenciométrica,

    em seguida mede-se com uma escala métrica o quanto o cursor se deslocou sobre o

    cilindro peneumático. Este procedimento é para diversas excitações. Com esses dados em

    Volts e em milímetros fez-se um ajuste de curvas, obtendo-se:

    mm vX 88,690 X 1,829 (2.1)

    mm vZ 98,794 Z 5,378 (2.2)

    Onde:

    vX e vZ - tensões medidas nos cursos móveis dos transdutores potenciométricos.

    X e Z - deslocamentos medidos nos cursos móveis dos transdutores/hastes dos cilindros em

    milímetros.

    Fonte variável de corrente contínua, modelo MPL-3303 do fabricante Minipa,

    possui duas saídas variavéis e uma saída especial de 5 V fixa. É um equipamento

    utilizado para alimentar a válvula proporcional a uma tensão de 24 V, além das

    tensões auxiliares de alimentação dos transdutores de posição potenciométrica.

    2.2.3 Sistema de aquisição de dados

    O processo de aquisição e controle do manipulador é realizado através de uma placa NI

    USB 6009 fabricada pela National Instruments. A resolução é de 14 bits, taxa de

    amostragem 48 KS/s, faixa de tensão de entrada ±1 VDC a ±20 VDC, faixa de tensão de

    saída de 0 a 5 VDC, quatro canais de entradas diferenciais analógicos ou 8 simples e 2

    canais de saída.

    A placa faz a comunicação entre a planta e os algoritmos de identificação e controle

    através conversores digitais e analógicos. Para efeito de estudo, desprezando o elo Y, na

    bancada de testes foram usados quatro sinais analógicos: dois sinais de entrada e dois

    sinais de saída.

    Um computador PC utilizando os programas computacionais LabView e Matlab para

    identificar os parâmetros do rôbo e implementar as ações de controle do manipulador em

    tempo real, através da placa de entrada e saída de dados.

  • 14

    2.3 CONCLUSÃO

    Neste capítulo foi apresentado o robô manipulador eletropneumático de três graus de

    liberdade (3GDL) cartesiano. Neste trabalho, os elos nas direções X e Z , terão suas

    posições controladas enquanto que o elo na direção Y permanecerá numa posição fixa. Foi

    descrito o princípio de funcionamento do robô, dando-se ênfase aos elementos que o

    compõem, além de descrever suas especificações técnicas.

    Nas Equações (2.1) e (2.2) foram apresentadas as funções lineares que convertem os

    deslocamentos obtidos pelas réguas potenciométricas em Volts (V), para unidade métrica

    em milímetros (mm).

  • 15

    CAPÍTULO 3

    MODELAGEM MATEMÁTICA DO SISTEMA

    3.1 INTRODUÇÃO

    Este capítulo trata do modelamento de dois elos do robô manipulador eletropneumático

    de três graus de liberdade (3 GDL) cartesiano. Os dois elos a serem analisados são

    paralelos aos eixos X e Z do sistema de referência mostrado na Fig. (2.1). A modelagem

    matemática de um sistema pode ser obtida através de leis físicas, conhecida como

    identificação caixa branca ou modelagem caixa branca; por técnicas de identificação

    paramétricas, conhecida como identificação caixa preta ou modelagem caixa preta e que

    dependem de dados reais do sistema, ou por identificação caixa cinza (AGUIRRE, 2007),

    como uma técnica que busca combinar as vantagens das duas identificações supracitadas.

    A modelagem caixa branca resulta em modelos não lineares (SPONG E

    VIDYASAGAR, 1989), enquanto que a modelagem caixa preta gera modelos lineares

    (AGUIRRE, 2007, ASTROM & WITTENMARK, 1995, ISERMANN, 1992), que podem

    ser usados para projeto e implementação de controladores adaptativos. Os modelos são

    obtidos em tempo real, e representam de forma satisfatória a dinâmica não linear do

    sistema, visto que esta é avaliada para cada instante de tempo, em função do tempo de

    amostragem utilizado. As modelagens caixa branca, quando utilizadas em projetos de

    controladores, exige um conhecimento amplo dos parâmetros físico dos sistemas, uma

    quantidade elevada de cálculos, o que torna necessário o uso de máquinas de grande porte,

    tendo em vista o esforço computacional requerido (KOIVO E GUO, 1983). Na utilização

    da modelagem caixa preta, geralmente empolgada, a estrutura é definida a priori e a

    escolha de modelos de primeira ou segunda ordem representa bem os sistemas reais, e

    requerem baixo esforço computacional. A identificação caixa cinza, utiliza-se de

    informações auxiliares que facilita a escolha da estrutura e estimação de parâmetros, além

    de relacionar características do modelo com a dinâmica do sistema (AGUIRRE, 2007).

  • 16

    Neste trabalho a técnica de identificação paramétrica é utilizada na obtenção dos

    parâmetros do sistema. Modelagem matemática paramétrica de sistemas é largamente

    utilizada em projetos de controladores adaptativos explícitos, dado que a atualização dos

    parâmetros a cada período de amostragem visa à adequação das características do sistema e

    as variações na sua dinâmica. O sistema será identificado pelo algoritmo dos Mínimos

    Quadrados Recursivos (MQR) (AGUIRRE, 2007). Para avaliação da qualidade dos

    modelos matemáticos obtidos através do algoritmo supracitado usam-se os índices de

    desempenho, a saber: coeficiente de correlação múltipla (R²), somatório do erro quadrático

    (SEQ) e o critério de informação de Akaike (AIC).

    3.2 IDENTIFICAÇÃO DO ROBÔ MANIPULADOR

    A identificação de sistemas é uma área do conhecimento que estuda técnicas

    alternativas de modelagem matemática. Uma das características de uma dessas técnicas é

    que pouco ou nenhum conhecimento prévio do sistema é necessário e, conseqüentemente,

    tais métodos são referidos como modelagem (ou identificação) caixa preta ou modelagem

    empírica. (AGUIRRE, 2007). A identificação tipo caixa preta é utilizada no modelamento

    do robô manipulador sob análise. Neste modelamento, o algoritmo dos mínimos quadrados

    recursivos (MQR) é utilizado em tempo real para a identificação dos parâmetros do

    sistema. O robô manipulador é cartesiano, então os movimentos dos seus elos são

    desacoplados, logo a identificação é realizada de forma independente para cada elo; e

    assim o MQR apresentado a seguir de forma genérica, é utilizado para identificação de

    cada um dos dois elos.

    Para um sistema físico de uma entrada, uma saída (SISO) e uma perturbação, existem

    algumas reapresentações matemáticas especialmente adequadas à identificação de sistemas

    usando-se algoritmos conhecidos para estimação de parâmetros.

    Neste trabalho, os modelos para ambos os elos que compõem o manipulador robótico

    em estudo será do tipo ARX (Modelo auto-regressivo com entradas externas). (AGUIRRE,

    2007; COELHO E COELHO, 2004; WITTENMARK, 1995 e LJUNG, 1999) e é da forma:

    1 1( ) ( ) ( ) ( ) ( )kA Z y t Z B Z u t e t (3.1)

  • 17

    Onde:

    1 1

    1( ) 1 ...na

    naA Z a Z a Z (3.2)

    1 10 1( ) ...nb

    nbB Z b b Z b Z (3.3)

    A representação da Eq. (3.1) na forma de equações a diferenças é dada por:

    1 2 0 1( ) ( 1) ( 2)... ( ) ( ) ( 1) ... ( ) ( )na nby t a y t a y t a y t na b u t k bu t k b u t k nb e t

    (3.4)

    A Eq. (3.4) pode ser apresentada por:

    ( ) ( ) ( ) ( )Ty t t t e t (3.5)

    Onde:

    ( ) ( 1) ( 2) ... ( ) ( ) ( 1) ... ( )T t y t y t y t na u t k u t k u t k nb (3.6)

    1 2 0 1( ) ... ...na nbt a a a b b b (3.7)

    ( )T t - vetor de medidas

    ( )t - vetor de parâmetros

    ( )u t - entrada do sistema

    ( )y t - saída do sistema

    ( )e t - ruído branco filtrado

    ia - pólos do sistema, 1 i na

    jb -zeros do sistema, 1 j nb

    na - número de pólos do sistema

    nb - número e zeros do sistema

    k - atraso de transporte

    Para um número N de medidas, tem-se que:

    Y E (3.8)

    Y - vetor de saída

    - matriz de observação

    A estimativa de vetor de parâmetros é dada pelo procedimento dos mínimos quadrados

    (MQ), onde a melhor previsão da saída do sistema é calculada por:

  • 18

    ˆŶ (3.9)

    O MQ é obtido pela minimização da função custo dado pela Eq. (3.10)

    2minJ

    (3.10)

    Onde:

    ˆY Y (3.11)

    - erro de previsão

    O estimador dos mínimos quadrados (MQ), também conhecido por estimador linear é

    dada pela Eq. (3.12)

    1ˆ T TMQ Y

    (3.12)

    Onde:

    ˆMQ - vetor de parâmetros estimados pelo MQ

    A precisão das estimativas está associada com o tamanho dos elementos da matriz de

    covariância, que por definição é dada por:

    1TP

    (3.13)

    O MQ é adaptado resultando no algoritmo MQR. No MQR, as estimativas

    calculadas no instante de tempo t, são atualizadas para obtenção dos parâmetros ˆ( 1)t .

    ˆ ˆ( 1) ( ) ( 1) ( 1)t t K t t (3.14)

    Onde:

    ( ) ( 1)( 1)

    1 ( 1) ( ) ( 1)TP t t

    K tt P t t

    (3.15)

    ˆ( 1) ( 1) ( 1) ( )Tt y t t t (3.16)

    ( ) ( 1) ( 1) ( )( 1) ( )

    1 ( 1) ( ) ( 1)

    T

    T

    P t t t P tP t P t

    t P t t

    (3.17)

    ( 1)K t - ganho do estimador MQR

  • 19

    ( )P t - matriz de covariância do estimador MQR

    ( 1)t - erro de previsão do estimador MQR

    ˆ( 1)t - vetor de parâmetros estimados pelo MQR

    Para aumentar a sensibilidade do estimador MQR na presença de variações de

    parâmetros do sistema, implementa-se o fator de esquecimento ( ) evitando que os

    elementos da matriz de covariância tendam para zero, mantendo o estimador em alerta para

    rastrear dinâmicas variantes. Para 1 , tem-se a mesma ponderação para as medidas e

    para 0,9 1 as medidas atuais terão ponderação maior.

    O algoritmo de estimação dos mínimos quadrados recursivos (MQR) com fator de

    esquecimento apresenta a seguinte forma (Ljung, 1999):

    ˆ ˆ( 1) ( ) '( 1) ( 1)t t K t t (3.18)

    Onde:

    '( ) ( 1)'( 1)

    ( 1) '( ) ( 1)TP t t

    K tt P t t

    (3.19)

    1 '( ) ( 1) ( 1) '( )'( 1) '( )

    ( 1) '( ) ( 1)

    T

    T

    P t t t P tP t P t

    t P t t

    (3.20)

    '( 1)K t - ganho do estimador MQR com fator de esquecimento

    '( )P t -matriz de covariância do estimador MQR com fator de esquecimento

    O programa computacional utilizado neste processo foi o Identmqr, escrito em

    linguagem Matlab e implementado na plataforma LabVIEW, (veja Apêndice A).

    A Tabela. (3.1) mostra os parâmetros de inicialização do programa Identmqr.

    Tabela 3.1-Parâmetros de inicialização do programa computacional Identmqr.

    Parâmetros Valores Iniciais

    Vetor (0)

    Matriz (0)P

    0,0

    510 * I

  • 20

    Fator de Esquecimento 0,97

    A qualidade do modelo estimado pode ser verificada utilizando várias técnicas, dentre

    elas, tem-se o somatório do erro quadrático (SEQ), dado pela Eq. (3.21) e o coeficiente de

    correlação múltipla (R²), dado pela Eq. (3.22) (COELHO e COELHO, 2004).

    2

    1

    ˆ( ) ( )N

    j

    SEQ y j y j

    (3.21)

    2

    12

    2

    1

    ˆ( ) ( )

    1

    ( ) ( )

    N

    j

    N

    j

    y j y j

    R

    y j y j

    (3.22)

    Quando o valor de R² é igual a um, indica uma exata adequação do modelo para os

    dados medidos do processo e para R² entre 0,9 e 1,0; o modelo pode ser considerado

    suficiente para muitas aplicações práticas para controle.

    Valor mais baixo do SEQ para o conjunto de dados de teste indica o melhor modelo.

    Os modelos matemáticos para os elos que compõem o manipulador robótico em estudo

    são obtidos através da identificação paramétrica em tempo real, utilizando o MQR. Os

    dados coletados são as excitações enviadas do computador para as duas válvulas

    eletropneumáticas proporcionais; ux(t), uz(t) e as respostas obtidas que são as posições das

    duas hastes dos cilindros pneumáticos; x(t) e z(t).

    3.3 ESCOLHA DA ESTRUTURA DO MODELO

    Algumas ferramentas podem auxiliar na decisão da escolha da estrutura do modelo: o

    sinal de excitação, a determinação da taxa de amostragem e a ordem do sistema,

  • 21

    necessárias à identificação. As principais etapas envolvidas na identificação estão

    ilustradas no Apêndice A.

    Os sinais usados para excitar o sistema com mais de uma entrada, não devem estar

    correlacionadas entre si. Pois se os sinais de entrada estiverem correlacionados entre si, o

    algoritmo de identificação não saberá a que entrada atribuir um determinado efeito

    observado numa determinada saída. Características dinâmicas e estáticas do sistema que

    não forem excitadas não apareceram nos dados. O que não estiver nos dados não pode ser

    identificado (AGUIRRE, 2007).

    Uma regra prática que normalmente funciona bem é, tendo-se definido o tempo de

    amostragem, manter constante cada valor escolhido aleatoriamente por um tempo, em

    torno de 3 a 5 intervalos de amostragem (AGUIRRE, 2007).

    Após a realização de alguns ensaios e levando em consideração os parágrafos

    anteriores, foram obtidos os sinais de excitação para os elos X e Z do robô manipulador

    conforme mostrado na Fig. (3.3) e Fig. (3.4).

    Para se determinar o tempo de amostragem existem vários critérios e um deles é o de

    Isermann citado por MALIK et al. (1991), que sugere que o tempo de amostragem aT

    possa ser escolhido segundo um critério que é baseado no tempo de estabelecimento da

    resposta à entrada degrau aplicada ao sistema. O valor de aT pode ser escolhido entre os

    intervalos mostrados na Eq. (3.23).

    95% 95%

    15 5a

    t tT (3.23)

    Onde:

    aT : tempo ou período de amostragem;

    95%t : tempo necessário para que a resposta do sistema à entrada degrau atinja 95% do

    seu valor final.

    Este critério garante que pelo menos cinco amostras do sinal de saída ao longo de sua

    trajetória de subida podem ser captadas pelo sistema de aquisição de dados.

    O procedimento para a definição do tempo de amostragem foi dado da seguinte forma:

    o sistema foi posicionado na origem (posição inicial do movimento), depois os elos X e Z

  • 22

    foram excitados de um pulso e mediu-se o tempo com um cronômetro, que cada elo gastou

    para atingir 95% da resposta final. O tempo de amostragem ( aT ) é dado pelo tempo total

    ( t ) dividido pelo número de amostras ( ) conforme (3.24).

    at T (3.24)

    O Tempo de amostragem determinado de acordo com a Eq. (3.23) que abrange os dois

    elos, nas direções X e Z, foi de 200 ms.

    A escolha da ordem do sistema é uma importante tarefa na estimação dos parâmetros,

    se um modelo de ordem é empregado incorretamente, pode causar aumento no tempo de

    processamento do algoritmo. No trabalho foi utilizado o critério de Akaike (Akaike

    Information Criterion-AIC), dado pela Eq. (3.25), para a escolha da ordem dos modelos.

    ln[ ] 2NAIC N J p (3.25)

    Onde: N é o número de medidas da experimentação e p é o número de parâmetros do

    modelo estimado. NJ é determinado por:

    2

    1

    1ˆ( ) ( )

    N

    N

    j

    J y j y jN

    (3.26)

    Inicialmente é escolhido um modelo de baixa ordem e posteriormente aumenta-se a

    ordem do modelo estimado e o AIC é avaliado para cada incremento da ordem do modelo.

    Assim, a estrutura adequada do modelo estimado é a que proporciona a menor taxa de

    variação do critério de informação.

    A Tabela. (3.2) apresenta os valores numéricos de AIC para os elos X e Z, onde pn

    representa o número de parâmetros por elo de cada uma das estruturas selecionadas, an

    representa o número de pólos, bn representa o número de zeros e k representa o atraso de

    transporte.

  • 23

    Tabela 3.2- Parâmetros do modelo do sistema referentes aos elos X e Z do robô

    manipulador.

    Modelo an bn k AIC (eloX) AIC(eloZ) pn

    01 1 0 1 -524,64 -700,0 2

    02 1 1 1 -535,48 -716,9 3

    03 1 1 2 -547,21 -803,4 4

    04 2 1 1 -647,15 -786,8 4

    05 2 1 2 -650,07 -687,4 4

    06 2 2 2 -770,91 -800,2 5

    07 3 1 1 -647,73 -800,8 5

    08 3 1 2 -655,34 -719,1 5

    09 3 2 1 -752,81 -835,4 6

    Tomando a Tab.(3.2) como base, tem-se:

    M1 é composto pelo os modelos de primeira ordem, ou seja, modelos (01), (02), (03).

    M2 é composto pelo os modelos de segunda ordem, ou seja, modelos (04), (05), (06).

    M3 é composto pelo os modelos de terceira ordem, ou seja, modelos (07), (08), (09).

    Verifica-se na Tab.(3.2) para os conjuntos M1, M2 e M3, separadamente, que com o

    aumento do número de parâmetros do modelo o valor de AIC diminuiu como era de se

    esperar. Quando o número de parâmetros for igual nos conjuntos M1, M2, M3, considera-

    se o menor valor de AIC, tanto para o elo X, quanto para o elo Z.

    As Figuras (3.1) e (3.2), representam o critério de informação Akaike para os conjuntos

    M1, M2 e M3.

  • 24

    Figura 3.1-Modelos para o elo X do robô manipulador

    Figura 3.2-Modelos para o elo Z do robô manipulador

    0,0

    2,0

    4,0

    6,0

    8,0

    0,1

    1M 2M 3M

    Ordema1

    Ordema2

    Ordema3

    Cri

    téri

    o d

    e In

    form

    ação

    de

    Akai

    ke

    (AIC

    )

    0,0

    2,0

    4,0

    6,0

    8,0

    0,1

    1M 2M 3M

    Ordema1

    Ordema2

    Ordema3

    Cri

    téri

    o d

    e In

    form

    ação

    de

    Akai

    ke

    (AIC

    )

  • 25

    As menores taxas de variação do critério de informação que podem ser avaliados para

    manter a ordem do sistema da planta estimada tão simples quanto possível (princípio da

    parcimônia) (COELHO E COELHO, 2004), foi para o sistema de segunda ordem.

    As Tabelas (3.3) e (3.4) apresentam os valores numéricos para os conjuntos M1, M2,

    M3 do somatório do erro quadrático (SEQ) dado pela Eq.(3.21) e o coeficiente de

    correlação múltipla (R²) dado pela Eq. (3.22).

    Tabela 3.3. Índice de desempenho do elo X

    Modelo an bn k SEQ R

    2

    01 1 0 1 0,778 0,9953

    02 1 1 1 0,443 0,9965

    03 1 1 2 0,562 0,9964

    04 2 1 1 0,219 0,9986

    05 2 1 2 0,119 0,9987

    06 2 2 2 0,092 0,9993

    07 3 1 1 0,203 0,9986

    08 3 1 2 0,176 0,9988

    09 3 2 1 0,074 0,9995

    Tabela 3.4. Índice de desempenho do elo Z

    Modelo an bn k SEQ R

    2

    01 1 0 1 0,153 0,9989

    02 1 1 1 0,131 0,9984

    03 1 1 2 0,050 0,9996

    04 2 1 1 0,054 0,9996

    05 2 1 2 0,139 0,9990

    06 2 2 2 0,070 0,9994

    07 3 1 1 0,051 0,9996

    08 3 1 2 0,095 0,9930

    09 3 2 1 0,034 0,9997

  • 26

    Conforme os resultados da Tab. (3.3) e da Tab. (3.4) verifica-se que os modelos com

    três pólos, dois zeros e um atraso de transporte, têm os melhores índices de desempenho,

    porém, todos os modelos apresentaram um coeficiente de correlação múltipla entre o

    intervalo de 0,99 a 1, o que credencia quaisquer das configurações acima como aptas para

    serem utilizadas para o projeto de controle (COELHO E COELHO, 2004). Para realização

    do experimento foi utilizado um modelo com dois pólos, um zero e um atraso de

    transporte, baseado no que foi definido anteriormente pelo critério de AIC e pelos

    resultados da Tab. (3.3) e Tab. (3.4) que o credenciam para utilização no projeto de

    controle.

    Na realização dos experimentos utilizou-se: tempo de amostragem Ts = 200 ms; como

    excitação para o elo X, a seqüência mostrada na Fig. (3.3) e para o elo Z, a seqüência

    mostrada na Fig. (3.4); valores iniciais nulos para os parâmetros ia e jb dos dois elos; na

    estimação com o MQR fator de esquecimento = 0,97. O sistema funciona da seguinte

    forma: duas válvulas eletropneumáticas excitam os dois elos do robô, X e Z e suas

    posições são medidas. De posse desses dados; ux(t), uz(t), x(t), z(t), os estimadores MQR

    estimam os parâmetros dos elos X e do elo Z utilizando o modelo ARX, com dois pólos,

    um atraso e um zero.

    0 5 10 15 20 250

    0.5

    1

    1.5

    2

    2.5

    3

    3.5

    4

    4.5

    5

    Tempo (s)

    Excitação n

    o E

    lo X

    (V

    )

  • 27

    Figura 3.3. Excitação no elo X do Robô Manipulador.

    0 5 10 15 20 250

    0.5

    1

    1.5

    2

    2.5

    3

    3.5

    4

    4.5

    5

    Tempo (s)

    Excitação n

    o E

    lo Z

    (V

    )

    Figura 3.4. Excitação no elo Z do Robô Manipulador.

    A Figura (3.5) mostra a saída real e estimada com o algoritmo MQR do elo X; e a Fig.

    (3.6) mostra a saída real e estimada com o mesmo algoritmo, do elo Z.

    0 5 10 15 20 25-50

    0

    50

    100

    150

    200

    250

    300

    350

    400

    450

    Tempo (s)

    Posiç

    ão R

    eal e E

    stim

    ada d

    o E

    lo X

    (m

    m)

    saída estimada

    saída real

    Figura 3.5. Saída estimada com o MQR e real, do elo X do robô manipulador.

  • 28

    0 5 10 15 20 25-50

    0

    50

    100

    150

    200

    250

    300

    350

    400

    Tempo (s)

    Posiç

    ão R

    eal e E

    stim

    ada d

    o E

    lo Z

    (m

    m)

    saída estimada

    saída real

    Figura 3.6. Saída estimada com o MQR e real, do elo Z do robô manipulador.

    O erro de previsão, do modelo de segunda ordem escolhido, é apresentado nas Fig.

    (3.7) e Fig. (3.8).

    0 5 10 15 20 25-80

    -60

    -40

    -20

    0

    20

    40

    Tempo(s)

    Err

    o d

    e E

    stim

    ação d

    o E

    lo X

    (m

    m)

    Figura 3.7. Erro de previsão para o modelo de segunda ordem do elo X do robô

    manipulador.

  • 29

    0 5 10 15 20 25-140

    -120

    -100

    -80

    -60

    -40

    -20

    0

    20

    Tempo(s)

    Err

    o d

    e E

    stim

    ação d

    o E

    lo Z

    (m

    m)

    Figura 3.8. Erro de previsão para o modelo de segunda ordem do elo Z do robô

    manipulador.

    As Figuras (3.9) e (3.10), mostram a evolução dos parâmetros ia e jb estimados em

    tempo real através do programa Identmqr, referentes ao elo X e Z, considerando os

    modelos escolhidos.

    0 10 20 30-2

    -1.5

    -1

    -0.5

    0

    Tempo (s)

    Parâ

    metr

    o a

    1x

    0 10 20 30-0.5

    0

    0.5

    1

    Tempo (s)

    Parâ

    metr

    o a

    2x

    0 10 20 300

    0.1

    0.2

    0.3

    0.4

    0.5

    Tempo (s)

    Parâ

    metr

    o b

    1x

    0 10 20 30-0.05

    0

    0.05

    0.1

    0.15

    Tempo (s)

    Parâ

    metr

    o b

    2x

    Figura 3.9. Parâmetros estimados do elo X do robô manipulador.

  • 30

    0 10 20 30-1.5

    -1

    -0.5

    0

    Tempo (s)

    Parâ

    metr

    o a

    1z

    0 10 20 30-0.2

    0

    0.2

    0.4

    0.6

    Tempo (s)

    Parâ

    metr

    o a

    2z

    0 10 20 300

    0.2

    0.4

    0.6

    0.8

    Tempo (s)

    Parâ

    metr

    o b

    1z

    0 10 20 30-0.04

    -0.02

    0

    0.02

    0.04

    0.06

    Tempo (s)

    Parâ

    metr

    o b

    2z

    Figura 3.10. Parâmetros estimados do elo Z do robô manipulador.

    3.4 ESTRUTURA DO MODELO

    Definindo a priori a estrutura do modelo do robô manipulador, conforme determinação

    realizada anteriormente, e os índices x e z para as variáveis u, y e , considerando que

    cada elo, tem dois pólos, um zero e um atraso de tempo, tem-se da Eq.(3.4):

    1 2 1 2( ) ( 1) ( 2) ( 1) ( 2) ( )x x x x x x xy t a x t a x t b u t b u t e t (3.27)

    1 2 1 2( ) ( 1) ( 2) ( 1) ( 2) ( )z z z z z z zy t a z t a z t b u t b u t e t (3.28)

    Com a solução da Eq. (3.18), obtêm-se os parâmetros ˆ ( )x t e ˆ ( )z t do robô

    manipulador, conforme as Eq. (3.29) e Eq. (3.30).

    1 2 1 2ˆ ( )x x x x xt a a b b (3.29)

    1 2 1 2ˆ ( )z z z z zt a a b b (3.30)

  • 31

    As respostas estimadas ˆ ( )xy t e ˆ ( )zy t são obtidas pela Eq. (3.31) e Eq. (3.32).

    ˆˆ ( ) ( ) ( )Tx x xy t t t (3.31)

    ˆˆ ( ) ( ) ( )Tz z zy t t t (3.32)

    3.5 CONCLUSÃO

    Este capítulo apresentou a identificação de dois elos de um robô manipulador de 3

    (GDL) cartesiano, acionado por sistemas eletropneumáticos.

    Neste modelamento, o algoritmo MQR é utilizado em tempo real para a identificação

    dos parâmetros do sistema. O robô manipulador é cartesiano, então os movimentos dos

    seus elos são desacoplados, logo a identificação é realizada de forma independente para

    cada elo. O MQR foi implementado por meio do programa Identmqr e o processo

    estimativo em tempo real se deu utilizando os dados da Tab.(3.2).

    O bom desempenho do MQR na estimação dos parâmetros em tempo real foi

    constatado a partir das Fig. (3.5) e Fig. (3.6) referentes aos elos X e Z, respectivamente.

    Para avaliação da qualidade do modelo matemático obtido através do algoritmo foi

    verificado que o coeficiente de correlação múltilpla ficou muito próximo da unidade e que

    o somatório do erro quadrático (SEQ) teve valor bem pequeno.

    Tomando por base os resultados obtidos, pode-se afirmar que os modelos determinados

    conforme as Eq.(3.29) e Eq.(3.30) podem ser utilizados para projetos de controladores

    adaptativos

  • 32

    CAPÍTULO 4

    PROJETO DO CONTROLADOR DMV PARA OS ELOS X E Z DO

    ROBÔ MANIPULADOR DE TRÊS GRAUS DE LIBERDADE (3 GDL)

    CARTESIANO

    4.1 INTRODUÇÃO

    Este capítulo aborda a estratégia de projeto do controlador de Dahlin-Variância

    Mínima (DMV) utilizado no controle de posição, dos elos X e Z, do Robô Manipulador

    Eletropneumático de Três Graus de Liberdade cartesiano (3 GDL). A seção 4.2 apresenta

    alguns trabalhos sobre a estratégia de controle DMV. As seções 4.2.1, 4.2.2 e 4.2.3

    apresentam a estratégia de variância mínima, o controle de Dahlin e o controlador DMV,

    respectivamente. A seção 4.3 apresenta os procedimentos de projeto do controlador DMV

    para obtenção da lei de controle do manipulador robótico em estudo, assim como as

    especificações impostas para o projeto do controlador. A seção 4.4 apresenta os resultados

    experimentais e a seção 4.5 a conclusão.

    4.2 HISTÓRICO

    DAHLIN (1968) propôs uma estratégia de controle para solucionar sistemas MIMO,

    denominada Método de Síntese Direta (DMV), a mesma têm como objetivo, fazer com que

    a dinâmica do sistema em malha fechada comporte-se como um sistema de primeira ordem

    com atraso de transporte. A desvantagem desta estratégia dá-se a seu fraco desempenho em

    relação à fase não-mínima, porém tem bom desempenho frente a atrasos de transporte,

    simplicidade analítica e controle do tempo de convergência para referência através de um

    único parâmetro de projeto.

    A estratégia de controle do DMV, proposta inicialmente por KHALIL (1992), tinha

    como objetivo combinar as estratégias de Dahlin e variância mínima, resultando em um

  • 33

    controlador robusto, flexível e com desempenho competitivo. Esta combinação garantia

    erro nulo em regime permanente entre a saída do processo e a referência, mas possuía

    dificuldade em controlar sistemas de fase não-mínima. Este problema foi solucionado por

    AL-CHALABI E KHALIL (1994), propondo uma alteração na lei de controle para

    contornar a limitação.

    VAZ E COELHO (1996 a e b) propõem uma modificação ao controlador DMV para

    garantir erro médio nulo em regime permanente entre a saída original do processo e a

    referência, quando se atribui uma constante Q ao parâmetro do controlador de AL-

    CHALABI E KHALIL (1994). Esta nova estrutura é conhecida como controlador de

    Dahlin-Variância Mínima Modificado (MDMV).

    VAZ (1999) propôs uma análise das técnicas de controle para garantir erro médio em

    regime permanente para os controladores de Variância Mínima Generalizada (GMV) e de

    Dahlin-Variância Mínima (DMV). Os resultados obtidos confirmam que ambos os

    controladores apresentam tempo de estabilizações similares, porém o GMV apresentou um

    índice de desempenho melhor do que o DMV. Como foram poucos os casos estudados não

    se estabeleceu uma regra entre as duas abordagens. Dentre o DMV com Q incremental, o

    DMV Modificado (VAZ E COELHO, 1996 a e b) e o DMV de Favier e Hassini (FAVIER

    e HASSANI, 1982). O DMV com Q incremental apresentou melhor variância do sinal de

    controle (variância da diferença entre o sinal de controle e sua média), porém pior

    variância das saídas (variância da diferença entre a saída do processo e a referência). Por

    outro lado, os resultados obtidos para o DMV não permitiram indicar uma estratégia com

    melhor desempenho geral.

    ALMEIDA et al. (1999) propuseram em seu artigo o uso do controlador preditivo de

    variância mínima de Dahlin combinado a um controlador PID nebuloso com ganho

    escalonado. A intenção era explorar a combinação de um conjunto de regras nebulosas que

    leva a saída do sistema, com uma rápida convergência para a referência, com a capacidade

    preditiva e de robustez do controlador preditivo de Dahlin. Os resultados obtidos

    confirmam que com a abordagem combinada, foi possível explorar melhor as

    características de cada método.

  • 34

    4.2.1 Controle Auto-Ajustável com base na estratégia de Variância Mínima

    Esse tipo de controle tem como objetivo minimizar a variância na saída de um sistema

    que é submetido a uma perturbação estocástica.

    Considerando o sistema descrito pelo modelo ARMAX (Modelo Auto-regressivo com

    média móvel e entradas exógenas) e com função de transferência discreta linear, conforme

    Eq. (4.1) (AGUIRRE, 2007; COELHO E COELHO, 2004; WITTENMARK, 1995 e

    LJUNG, 1999).

    1 1 1( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )kA Z y t Z B Z u t C Z e t (4.1)

    Onde: ( )u t é a variável de controle, ( )y t é a saída do sistema e representa um ruído

    branco filtrado incidente sobre o sistema. A, B e C na Eq. (4.2) são polinômios

    característicos do sistema.

    1 1

    1( ) 1na

    naA Z a Z a Z

    1 1

    0 1 0( ) , 0nb

    nbB Z b b Z b Z b (4.2)

    1 1

    1( ) 1nc

    ncC Z c Z c Z

    A formulação da Lei de controle pode ser expressa em termos de otimização por uma

    função-custo dada por:

    2[ ( )]J E y t k (4.3)

    Após algumas operações matemáticas e considerando o sistema da Eq. (4.1) no instante

    t+k, tem-se:

    1 1

    1 1

    ( ) ( )( ) ( ) ( )

    ( ) ( )

    B Z C Zy t k u t e t k

    A Z A Z

    (4.4)

  • 35

    Que pode ser re-expressa em função da perturbação como:

    1 1

    1

    1 1

    ( ) ( )( ) ( ) ( ) ( )

    ( ) ( )

    C Z G Ze t k F Z e t k e t

    A Z A Z

    (4.5)

    Note que a perturbação foi convenientemente dividida em duas seqüencias:

    1( ) ( )F Z e t k e1

    1

    ( )( )

    ( )

    G Ze t

    A Z

    , que representam respectivamente os valores futuros não

    disponíveis neste instante e a outra composta por informações até e incluindo o instante t.

    Conseqüentemente C

    A da Eq. (4.5) pode ser expressa como:

    kC GF ZA A

    (4.6)

    A Equação (4.6) é definida como identidade polinomial. (VAZ, 1999), onde:

    1 ( 1)

    1 11 ...k

    kF f Z F Z

    1

    0 1 ...ng

    ngG g g Z g Z (4.7)

    max ( 1, )g a cn n n k

    de tal forma que F representa os primeiros k termos da expressão de C

    A.

    Manipulando adequadamente (4.1), (4.4) e (4.6) tem-se:

    ( ) [ ( ) ( )] ( ) ( 1)[ ( ) ( )]y t k BFu t Gy t Fe t k C y t k Fe t k (4.8)

    Se o controle aplicado é escolhido de forma que

    ( ) ( ) 0BFu t Gy t (4.9)

  • 36

    Então o último termo da Eq. (4.8) desaparece. (ÂSTROM AND WITTENMARK,

    1973), dando:

    ( ) [ ( ) ( )] ( )y t BFu t k Gy t k Fe t (4.10)

    E, a Eq.(4.9) é a lei de controle que minimiza a função custo J. (ÂSTROM AND

    WITTERMARK, 1973). Logo, da Eq.(4.9), tem-se:

    ( ) ( )G

    u t y tBF

    (4.11)

    Observa-se que o controlador resultante na Eq.(4.11) incorpora o cancelamento de

    zeros do sistema em malha aberta, ou seja, o polinômio B deve possuir todos os zeros

    dentro do círculo unitário (sistema de fase-mínima). Caso contrário, qualquer variação

    paramétrica conduz em um comportamento instável do sistema em malha fechada, como

    no caso de sistema de fase não-mínima, mesmo que a estratégia descrita anteriormente o

    conduza para um desempenho de variância mínima. O que torna a estratégia de variância

    mínima numa técnica não robusta. Outras suposições para o desenvolvimento do

    controlador que devem ser respeitadas é o conhecimento do atraso do transporte e a ordem

    do sistema que deve ser conhecida ou pelo menos limitada.

    Dado um sinal de referência ( )ry t , a função de transferência de malha fechada do

    sistema de controle é dada por:

    ( ) [ ( ) ( )] ( )k rB G C

    y t Z y t y t e tA BF A

    (4.12)

    Usando a Eq. (4.6) na Eq. (4.12) e realizando algumas operações matemáticas, tem-se:

    ( ) ( ) ( )k rBF

    y t Z y t Fe tC

    (4.13)

  • 37

    4.2.2 Controle de Dahlin

    O projeto do controlador de DAHLIN (1968) baseia-se no cancelamento da dinâmica

    do sistema, de modo que em malha fechada o mesmo se comporte como um sistema de

    primeira ordem com o atraso de transporte.

    A saída do sistema utilizando o controlador proposto por Dahlin, que visa reduzir o erro

    de estado estacionário por um ajuste, é dada por:

    ry(t)=py(t-1)+(1-p)y (t-k'-1) (4.14)

    Onde: k' é um inteiro truncado d

    sT

    , d é o atraso de transporte, sT é o período de

    amostragem, Tsp e ,

    1

    , é o parâmetro de ajuste de Dahlin e é a constante de

    tempo do sistema. Quando tende a um valor muito alto, p se aproxima de zero e o

    controle é mais rápido, e para valores de pequenos, p tende para a unidade e o controle é

    mais lento. Por este fato, defini-se o parâmetro p como o ajuste de Dahlin, por possuir

    valores numa faixa limitada. Assim, o parâmetro p pode ser ajustado para obter a

    velocidade da resposta desejada.

    O critério de Dahlin para a dinâmica do sistema em malha fechada pode ser expresso

    pela função de transferência em malha fechada dada pela Eq. (4.15):

    1

    r

    Y (1 )

    Y 1

    kp Z

    pZ

    (4.15)

    A Eq. (4.15) pode ser equivalentemente convertida em uma estrutura em malha aberta

    (ZAFIRIOU E MORARI, 1985). O algoritmo de controle equivalente em malha aberta,

    0D , é então usado para obter a resposta desejada em malha fechada.

  • 38

    A equação de síntese para o controlador de Dahlin considerando o algoritmo de

    controle equivalente em malha aberta é dado por:

    0

    0

    1

    r

    YD

    G Y (4.16)

    Usando a Eq. (4.15) na Eq.(4.16), tem-se:

    0 1

    0

    1 (1 )

    1

    kp ZD

    G pZ

    (4.17)

    Na Equação. (4.17), 0G é a função de transferência do sistema, dada na Eq. (4.13),

    desprezando o termo relacionado à perturbação, conforme Eq. (4.18):

    0

    k BFG ZC

    (4.18)

    4.2.3 Controlador DMV

    O controlador DMV combina o controlador de Dahlin com o controlador de variância

    Mínima, cuja lei de controle é dada por:

    ( ) ( )rCX G

    u y t y tBF CX

    (4.19)

    Substituindo a Eq.(4.18) na Eq.(4.17), tem-se:

    0

    CXD

    BF

    (4.20)

    E,

    1

    (1 )

    (1 )

    pX

    pZ

    (4.21)

  • 39

    A Figura (4.1) mostra a estrutura do controlador DMV e planta, através do diagrama de

    blocos.

    Figura 4.1- Estrutura do controlador DMV e planta

    A desvantagem dessa estrutura é a impossibilidade de controlar sistemas de fase não-

    mínima. AL-CHALABI e KHALIL (1994) contornaram esta limitação com uma alteração,

    que consistia em adicionar uma parcela CQ no denominador do bloco direto do

    controlador. Dessa forma a Eq. (4.20), transforma-se em:

    0 ff

    CXD

    BF CQ

    (4.22)

    E a nova lei de controle alterada para tratar de sistemas de fase não mínima é dada por:

    ( ) ( )rCX G

    u y t y tBF CQ CX

    (4.23)

  • 40

    A função de transferência suplementar; Eq. (4.24) foi introduzida na estrutura de

    controle, como mostra o digrama de blocos da Fig. (4.2).

    /ks

    CQ FG Z

    A

    (4.24)

    Figura 4.2- Estrutura do controlador DMV com alteração e planta.

    4.3 PROCEDIMENTOS PARA O PROJETO DO CONTROLADOR DMV COM

    ALTERAÇÃO

    Para obtenção das leis de controle dos elos X e Z do robô manipulador a ser

    implementada no programa computacional Labview e Matlab foi definida inicialmente a

    estrutura da planta obtida no Capítulo 3: modelo ARX com dois pólos, um zero e um

    atraso de transporte, conforme Eq. (4.25).

    A estrutura definida para a planta.

  • 41

    1 11

    0 1

    1 1 2

    1 2

    ( )( )

    ( ) (1 )

    k Z b b ZY B ZZU A Z a Z a Z

    (4.25)

    Da Eq. (4.25) tem-se:

    1 2

    1 2

    1 2

    1 21

    b Z b ZY

    U a Z a Z

    (4.26)

    Considerando a estrutura do modelo definida para cada elo do robô manipulador, tem-

    se:

    1( ) 1C Z (4.27)

    0cn

    1 1 2

    1 2( ) 1A Z a Z a Z

    (4.28)

    1 1

    0 1( )B Z b b Z

    (4.29)

    max( 1, 1) max(2 1,0 1) 1g a cn n n

    1 1 1 0fn k

    1( ) 1 oF Z f

    (4.30)

    1 1

    0 1( )G Z g g Z

    (4.31)

    Substituindo as Equações (4.27), (4.28), (4.30) e (4.31) em (4.6), tem-se que:

    1 2 1 1

    1 2 0 0 11 (1 )(1 ) ( )a Z a Z f Z g g Z

    (4.32)

    Resolvendo a Eq. (4.32) e com algumas operações matemáticas conforme Eq.(4.33) e

    Eq. (4.34), chega-se ao conjunto de parâmetros dados pela Eq. (4.35) e Eq.(4.36).

    1 2 1 2 1 2

    1 2 0 1 0 2 0 0 11 1 a Z a Z f a f Z a f Z g Z g Z

    (4.33)

  • 42

    1 2

    0 1 1 0 0 2 2 0 11 (1 ) ( ) ( )f a a f g Z a a f g Z

    (4.34)

    0 0f

    0 1g a

    (4.35)

    1 2g a (4.36)

    Substituindo (4.35) e (4.36) em (4.30) e (4.31), tem-se:

    1( ) 1F Z (4.37)

    1 1

    1( ) oG Z g g Z

    (4.38)

    Substituindo as Equações (4.21), (4.27), (4.29), (4.37), (4.38) em (4.19), obtém-se a lei

    de controle DMV conforme Eq.(4.39).

    110 1

    1

    0 11

    1

    1( ) ( ) ( )

    1( )

    1

    r

    p

    g g ZpZu t y t y t

    pb b Z

    pZ

    (4.39)

    Da Eq. (4.39), obtém-se:

    1 1

    0 1

    1 1

    0 1

    ( ) ( )(1 ) ( )1( )

    (1 )( ) 1

    ry t g g Z pZ y tpu tpZ b b Z p

    1 1

    0 1

    1 1

    0 1

    (1 ) ( ) ( )(1 ) ( )1( )

    (1 )( ) 1

    rp y t g g Z pZ y tpu tpZ b b Z p

    1 1 1 1

    0 1 0 1( ) (1 )( ) (1 ) ( ) ( )(1 ) ( )ru t pZ b b Z p y t g g Z pZ y t

    1 1 2 1 1 2

    0 1 0 1 0 0 1 1( )( ) (1 ) ( ) ( ) ( )ru t b b Z pb Z pb Z p y t g g pZ g Z g pZ y t

    0 1 0 1 0 0 1

    1

    ( ) ( ) ( 1) ( 2) (1 ) ( ) ( ) ( ) ( 1)

    ( 2)

    ru t b b pb u t pb u t p y t g y t g p g y t

    g py t

    1 0 1 0 0 1

    0

    1

    1( ) [ ( ) ( 1) ( 2) (1 ) ( ) ( ) ( ) ( 1)

    ( 2)]

    ru t b pb u t pb u t p y t g y t g p g y tb

    g py t

    (4.40)

  • 43

    Considerando agora o polinômio Q de projeto dado abaixo:

    1

    0 1Q q q Z

    (4.41)

    Para a escolha do parâmetro Q foi levado em consideração um estudo proposto por

    VAZ (1999). O mesmo relata que o controlador de AL-CHALABI E KHALIL (1994)

    apresenta deficiências com relação à garantia de erro nulo em regime permanente entre a

    saída do processo original e a referência, quando se atribui uma constante ao parâmetro Q .

    Para o projeto do controlador em estudo, foi verificada esta deficiência, por este motivo foi

    adotado um polinômio Q de primeira ordem. Para a sintonia dos parâmetros Q de projeto,

    os parâmetros p foram pré-fixados e variou todas as possibilidades possíveis para Q .

    E, substituindo as Equações (4.21), (4.27), (4.29), (4.37), (4.38), (4.41) em (4.23),

    obtém-se a lei de controle do controlador DMV com alteração, conforme Eq. (4.42).

    110 1

    1 1

    0 1 0 11

    1

    1( ) ( ) ( )

    1( ) ( )

    1

    r

    p

    g g ZpZu t y t y t

    pb b Z q q Z

    pZ

    (4.42)

    Da Eq. (4.42), obtém-se:

    1 1

    0 1

    1 1 1

    0 1 0 1

    (1 ) ( ) ( )(1 ) ( )1( )

    (1 )( ) 1

    rp y t g g Z pZ y tpu tpZ b b Z q q Z p

    1 1 1 1 1

    0 1 0 1 0 1( )(1 )( ) (1 ) ( ) ( )(1 ) ( )ru t pZ b b Z q q Z p y t g g Z pZ y t

    1 1 2

    0 0 1 1 0 0 1 1 0

    0 1 1

    ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) (1 ) ( ) ( )

    ( ) ( 1) ( 2)

    ru t b q b q Z p b q Z p b q Z p y t g y t

    g p g y t g py t

    0 0 1 1 0 0 1 1 0

    0 1 1

    ( )( ) ( ) ( 1) ( ) ( 2) (1 ) ( ) ( )