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Eficiência e Falhas do Mercado: Externalidades, Bens Públicos e informação imperfeita Prof. Damaris Bento, Msc. Economia política Material – Segunda PI

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Eficiência e Falhas do Mercado:

Externalidades, Bens Públicos e

informação imperfeita

Prof. Damaris Bento, Msc.

Economia política

Material – Segunda PI

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1. Bens Públicos No Código Civil – arts. 98 a 103:

Conceito: Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes

às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem.

Art. 99. São bens públicos: I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e

praças;

II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias;

III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.

Parágrafo único. (...).

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Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar.

Art. 101. Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exigências da lei.

Art. 102. Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião.

1. Bens Públicos

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Segundo Rosa( 2010) ―O patrimônio das empresas públicas e das sociedades de economia mista, assim como o das concessionárias de serviços públicos, são equiparados a bens públicos, visto estar em sujeitos a regime especial, podendo ser gravados de inalienabilidade, impenhorabilidade e imprescritibilidade (o STF considerou constitucional a extensão da inalienabilidade de bens pertencentes à EBCT — AI 243.250-RS, rel. Min. Sepúlveda Pertence, j. 10-2- 2004)‖.

Art. 103. O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído, conforme for estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração pertencerem.

1. Bens Públicos

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2. Falhas de Mercado

Para se compreender melhor alguns conceitos de falhas de mercado é necessário começar por esclarecer que, do ponto de vista econômico, podemos classificar os bens e/ou serviços segundo duas características elementares: O seu grau de “rivalidade” e O seu grau de “exclusividade”.

Naturalmente que existem outros fatores ou características dos bens que permitem propor outros agrupamentos dos bens e serviços. Os dois que usamos aqui tem a vantagem de, pela sua

simplicidade, ajudarem à classificação de alguns aspectos relevantes a certo tipos de bens e serviços e, por outro lado, permitirem a caracterização e distinção clara entre bens públicos, bens comuns e, genericamente, bens privados. Esta distinção é fundamental para se compreender o conceito de algumas falas de mercado.

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2. Falhas de Mercado Um bem ou serviço diz-se ―rival‖

se o seu consumo por um “agente” reduz a quantidade disponível desse bem ou serviço, para ser também consumido por outro agente. O vestuário, o calçado, os bens alimentares etc. tendem a evidenciar um elevado grau de rivalidade.

A ―não-rivalidade‖ significa que o ―uso―

que um agente faz desse bem ou serviço não reduz a quantidade disponível para ser usado por outra pessoa ou instituição. O conhecimento, a pesquisa e o desenvolvimento, a inovação, a defesa nacional, a segurança, a luz, o oceano, as paisagens, etc. são exemplos de bens cuja “rivalidade” é extraordinariamente baixa, senão mesmo inexistente.

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2. Falhas de Mercado Há bens e serviços para os quais é muito difícil

estabelecer com clareza direitos de propriedade.

Para este tipo de bens ou serviços, o acesso ao seu uso ou o seu consumo está extraordinariamente facilitado, mesmo para aqueles que não se dispõem a pagar por isso.

Uma vez disponível o bem ou o serviço com baixo grau de exclusividade, todos aqueles que não querem (ou não podem) pagar para lhe ter acesso não podem ser excluídos dos seus benefícios ou dos seus efeitos nefastos.

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2. Falhas de Mercado Dito de outra forma é impossível ou mesmo

proibitivamente dispendioso excluir do seu uso ou do seu consumo os ―não pagadores‖.

Esta impossibilidade de exclusão dos não pagadores dá frequentemente origem ao aparecimento de um fenômeno conhecido como “passageiro clandestino”( free rider). A microeconomia define o comportamento “free rider” como sendo aquele

em que um ou mais agentes econômicos acabam usufruindo de um determinado benefício proveniente de um bem, sem que tenha havido uma contribuição para a obtenção de tal. Esse problema surge na provisão de um bem público, já que o mesmo tem como características a não rivalidade, ou seja, a ele não pode ser atribuído um direito de propriedade. Dessa forma, “os indivíduos não têm incentivos a pagar tanto quanto o bem realmente vale”. E é justamente por isso que a provisão de bens públicos é menor que a socialmente desejada.

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2. Falhas de Mercado A distinção entre bens privados e bens públicos (e

bens comuns) é fundamental.

Os direitos de propriedade são a expressão desta característica e do ponto de vista estritamente econômico, uma das três condições necessárias para que uma sociedade possa promover a utilização eficiente dos seus recursos.

A eficiência dos mercados tende a ser tanto mais elevada quanto melhor estiverem definidos e estabelecidos os direitos de propriedade. Mas nem todos os bens e serviços possuem características físicas

apropriadas à existência de direitos de propriedade bem definidos.

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2. Falhas de Mercado Em geral, a exclusividade é violada sempre que a ação

de um agente têm implicações ou consequências sobre outros agentes e esse fato ocorre com frequência para a classe de bens e serviços para os quais os direitos de propriedade são mal definidos e sendo, por isso, impossível ou proibitivamente dispendioso excluir todos aqueles que não podem ou não querem pagar para lhe ter acesso.

Em consequência do baixo grau de exclusividade associada a este tipo de bens e serviços, o seu preço é frequentemente baixo ou mesmo nulo e, por isso, não existe um ―mercado‖ onde sejam transacionados. Diz-se, por essa razão, que se trata de uma “falha de mercado”, cuja

“correção” só pode ser efetuada pela intervenção do estado.

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2. Falhas de Mercado As falhas de mercado são geralmente

provocadas por imperfeições do mercado, como: A informação incompleta dos agentes econômicos (informação

assimétrica);

Custos de transações elevadas;

Existência de externalidades;

Ocorrência de estruturas de mercado do tipo concorrência imperfeita.

Vamos abordar os conceitos de externalidade e informação assimétrica

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2.1 Externalidades

É o efeito do impacto das ações de um agente econômico sobre o bem-estar de outros agentes econômicos que não estão diretamente relacionados a esta ação ou que não tomam parte da ação. Ou seja, a atuação de um determinado agente econômico influencia o

bem-estar ou o lucro de outro agente econômico sem que essa interdependência seja obtida através do sistema de preços.

As externalidades podem ser classificadas em negativas e positivas. Se o efeito deste impacto causado pela externalidade for adverso ou danoso, temos uma externalidade negativa. Se o efeito deste impacto causado pela externalidade for benéfico, temos uma externalidade positiva.

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2.1 Externalidades Positivas

O desenvolvimento de novas tecnologias gera benefícios adicionais que transcendem indivíduos que desenvolveram a tecnologia;

Aumento de fregueses de um shopping decorrente a propaganda realizada por consumidores satisfeitos;

Fabrica de cimento que muda para determinada localidade e gera uma melhoria na infraestrutura beneficiando toda a população local;

A construção de um belo jardim que a bela paisagem beneficia toda a vizinhança.

Negativas

Quando uma empresa polui os rios de uma cidade para efetivar sua produção gera custo adicionais para a sociedade;

Ruídos provocado pelos aviões que operam em aeroporto próximo a zona residencial;

A empresa de cimento que lança fumaça na atmosfera trazendo prejuízos a saúde das pessoas;

Um fumante que não se importa onde esteja ele necessita fumar;

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2.1 Externalidades Em um mercado, sem externalidade e assim, sem

intervenção do governo, o preço do produto se ajusta para o equilíbrio entre a oferta e demanda. Coordena a quantidade comercializada ao confrontar o custo privado

das empresas de produzir com o benefício ou valor privado avaliado pelos consumidores deste mercado.

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2.1 Externalidades Um mercado com externalidade gera à ineficiência. Se uma empresa

durante sua atividade de produção ou venda gerar custos que não são absorvidos apenas pela empresa do mercado em questão, mas são pagos pela sociedade; esta empresa esta gerando externalidade negativa.

Como a externalidade gera um custo social maior que o custo privado das empresas haverá divergência entre os preço e quantidade de equilíbrio definido pelo ótimo de mercado (Ponto A), e o preço e quantidade ótimos para a sociedade como um todo (Ponto B).

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2.1 Externalidades Ex: Pessoa consumindo cigarros. Neste caso, o custo da saúde são

externalizado para a sociedade.

Como a externalidade gera um beneficio privado maior que o benefício social dado os custos externos haverá divergência entre os preço e quantidade de equilíbrio definido pelo ótimo de mercado (Ponto A), e o preço e quantidade ótimos para a sociedade como um todo (Ponto B).

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2.1 Externalidades Se uma empresa durante sua atividade de produção ou venda

gerar benefício; esta empresa esta gerando externalidade positiva. Por exemplo, se a empresa de medicamentos desenvolver um novo método purificar a

água geram um benefício tecnológico que pode ser aproveitado por pessoas fora do mercado de medicamentos, ela estará gerando externalidade positiva.

Como a externalidade gera um custo privado maior que o custo social neste mercado haverá divergência entre os preço e quantidade de equilíbrio definido pelo ótimo de mercado (Ponto A), e o preço e quantidade ótimos para a sociedade como um todo (Ponto B).

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2.1 Externalidades Se compradores em sua atividade de compra geram benefício que não

são absorvidos apenas por quem compra neste mercado em questão, estará gerando externalidade positiva.

Por exemplo, se um indivíduo decide comprar e consumir mais educação (estudar mais) gerará benéficos para a população com um todo, ele estará gerando externalidade positiva.

Como a externalidade gera um benefício social maior que o benefício privado, neste mercado haverá divergência entre os preço e quantidade de equilíbrio definido pelo ótimo de mercado (Ponto A), e o preço e quantidade ótimos para a sociedade como um todo (Ponto B).

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2.1 Externalidades Como corrigir as externalidades?

soluções privadas

Em alguns casos, o “problema” das externalidades podem ser solucionados por meio de códigos morais ou sanções sociais. Ex: Pessoas podem não jogar lixo na rua porque acha que é “a coisa errada de se fazer” ou porque entendem as consequências amplas deste ato.

Ex: Pessoas realizam doações para instituições de suporte social porque acham que é “a coisa errada de se fazer” ou porque entendem as consequências amplas deste ato. Podem seguir o lema: “Não faça aos outros o que não quer que façam a você”.

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2.1 Externalidades Teorema de Coase (definição) Se agentes privados podem negociar sem custos a alocação de

recursos, então o mercado privado sempre resolverá o problema das externalidades e alocará eficientemente os recursos.

Aplicabilidade prática do teorema: quando os custos de transação são desprezíveis uma boa politica a ser adotada para corrigir ineficiência geradas pela existência de externalidades é a definição adequada dos direitos de propriedade.

Qualquer que seja a distribuição de direitos, as partes interessadas podem sempre chegar a um acordo em que cada uma das partes fique em melhor situação e o resultado seja eficiente.

Isso nem sempre ocorre por que existem custos de transação para que o melhor resultado seja atingido.

Custos de transação são os custos que as partes interessada incorrem para efetivar a negociação que leva ao melhor resultado social.

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Tem os mecanismos de intervenção governamental, e os governos utilizam de instrumentos de politicas de controle das externalidades, sendo estas: Padrão de emissão de poluentes – É o limite legal de poluentes que uma

empresa está autorizada a emitir; caso ultrapasse os limites ela pode sofrer multas ou penalidades (até parar as atividades). Este padrão garante que a empresa irá produzir de forma eficiente, levando em conta o custo social e assim internalizando suas externalidades.

Taxa sobre a emissão de poluentes (taxa pigouviana) – É arrecada sobre

cada unidade de poluente emitido por uma empresa. Para reduzir o pagamento de taxas a empresa resolve reduzir a produção o que leva este a um patamar de eficiência, onde leva em conta o custo médio e o custo social.

Permissões transferíveis para emissão - Sistema de permissões negociáveis no mercado, que são distribuídas entre as empresas e especificam o nível máximo de emissões que podem ser geradas.

2.1 Externalidades

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CONCEITOS BÁSICOS O custo marginal: é a variação no custo total (CT) atribuível a

mudança de uma unidade no nível de produção.

Dada por: 𝐶𝑀𝑎𝑔 = 𝑑 𝐶𝑇

𝑑𝑌

Pela Lei dos Rendimentos Marginais Decrescentes, os Custos Marginais são crescentes à medida que se vão produzindo mais unidades do bem, pois, a partir de certo ponto, para conseguir mais uma unidade produzida é necessário acrescentar cada vez mais unidades do fator produtivo.

O custo marginal externo: aumento no custo determinado externamente conforme uma ou mais empresas elevam o volume de produção em uma unidade. Tem crescimento ascendente

O custo marginal social: Soma dos custos marginais de produção com o custo marginal externo.

2.1 Externalidades

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2.2 Assimetria de informação Na teoria tradicional de competição perfeita, empresas

e consumidores são definidores de preços, tendo informação completa sobre a qualidade do bem e o preço do mercado.

Tais pressuposições podem levar a resultados incorretos em relação ao comportamento dos agentes devido à ocorrência de falhas no mercado.

Estas falhas ocorrem quando os mecanismos de mercado, não regulados pelo estado são deixados livremente ao seu próprio funcionamento, em consequência disto, originam resultados econômicos não eficientes ou indesejáveis ao ponto de vista social.

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2.2 Assimetria de informação Informação assimétrica é um fenômeno que ocorre

quando dois ou mais agentes econômicos estabelecem entre si uma transação econômica com um das partes envolvidas detendo informação qualitativa ou quantitativa superiores aos da outra parte.

Qual o problema que a assimetria de informação pode gerar? A assimetria de informação faz com que os agentes econômicos não

aloquem seus recursos da maneira mais eficiente. A incerteza em relação ao comportamento do outro agente envolvido na troca que causa a ineficiência. Para minimizar os riscos e a incerteza da troca um indivíduo pode estar disposto a abrir mão da eficiência alocativa.

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2.2 Assimetria de informação Com a ssimetria de informação podem ocorer os

seguintes problemas:

Seleção adversa - A seleção adversa é um efeito que a

assimetria de informação tem na escolha do agente. Uma vez que os compradores de um bem não sabem a qualidade do produto que estão comprando, o preço que eles estão dispostos a pagar por uma unidade desse produto é inferior ao que eles estariam dispostos a oferecer caso tivessem certeza de que o produto é de boa qualidade. O problema de seleção adversa pode ser muito grave ao ponto de destruir completamente um mercado.

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2.2 Assimetria de informação Exemplo:

Suponha que uma companhia de seguros queira oferecer um seguro contra furtos de bicicletas. Ela faz uma cuidadosa pesquisa de mercado e descobre que a ocorrencia de furto varia amplamente de uma counidade para outra. Em algumas áreas existe uma alta probabilidade de furtom enquanto em outras os furtos são bastante raros. Suponha que a companhia de seguros decida oferecer seguro com base na taxa de furto média. O que você acha que acontecerá?

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2.2 Assimetria de informação Provavelmente a companhia de seguros não demorará a quebrar. Pois

quem irá comprar o segura a uma taxa média? Não as pessoas em cominidades seguras, mas sim, as pessoas em comunidades com uma alta incidencia de furtos quererão o seguro – pois são elas que presisam dele.

As taxas baseadas na probabilidade média de furtos serão uma indicação enganosa da experiência real de pedidos de pagamento de seguros feitos à empresa. A companhia de seguros não obterá uma seleção imparcial de clientes; ao contrario; ela obterá uma seleção adversa. (Varian, p.721. 2003).

Para alcançar o equilibrio, a companhia de seguros tem de basear suas taxas nas piores previsões e que os consumidores com um risco de furto de bicicleta baixo, mas não negligenciável, não estarão propensos a comprar o seguro de alto preço resultante.

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Risco Moral - Já o risco moral é a impossibilidade de uma das partes ter um contrato para monitorar todas as ações tomadas pela outra parte. Quando o risco moral existe no mercado competitivo a quantidade de equilibrio não será dada pela quantidade demandada e a quantidade ofertada no mercado, mas o equilibrio tem a propriedade de que cada consumidor desejaria comprar e as empresas estariam propensas a vender dada a qualidade do conumidor.

Exemplo: Continuando o exemplo anterior de seguros de bicicletas, se os

donos de bicicleta não se preocupam em trancar suas bicicletas ou só a utilizam uma tranca fraca, a bicicleta estará mais sujeita a ser roubada do que se usarem a tranca segura. Quando a companhia de seguro estabelece uma taxa, tem de levar em conta os incentivos que os consumidores têm para tomar uma quantidade apropriada de cuidado. Se os seguros não existissem as pessoas comprariam cadeados bem reforçados, onde a pessoa suporta todos os custos de suas ações.

2.2 Assimetria de informação

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Se o consumidor adquirir o seguro de bicicletas, o custo infligido de ter uma bicicleta roubada é bem menos, dados que o furto ocorra basta informar o seguro que o resarcirá com o valor de outra bicicleta.

No caso em que a companhia de seguro reembolsa completamente o valor da bicicleta, as pessoas não tem nenhum incentivo para tomar cuidado. Essa falta de incentivo para tomar cuidado é chamada de risco moral.

Seguro de menos significa que as pessoas suportam mais risco, seguro demais significa que as pessoas tomarão pouco cuidado.

2.2 Assimetria de informação

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Normalmente a companhia de seguro não pode observar todas as ações relevantes daqueles que elas asseguram.

Assim, embora a companhia estivesse disposta a assegurar completamente se pudesse verificar a quantidade de cuidado que ele toma emplica que a companhia de seguros não permitirá ao segurado adquirir todo o seguro que quiser se ela não puder observar o nível de cuidado.

É por isso, que a maior parte de apolice de seguros inclui uma franquia, uma quantia que a parte seguarada terá de pagar ao requerer o pagamento do seguro.

2.2 Assimetria de informação

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Quando o risco moral existe no mercado competitivo a quantidade de equilibrio não será dada pela quantidade demandada e a quantidade ofertada no mercado, mas o equilibrio tem a propriedade de que cada consumidor desejaria comprar e as empresas estariam propensas a vender dada a qualidade do conumidor (se ele cuidasse melhor da bicicleta).

Só que o negocio jamais concretizará, se o consumidor poderá adquirir o seguro ele racionalmente escolherá tomar menos cuidado.

2.2 Assimetria de informação

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Mecanismos capazes de evitar ou ao menos atenuar o processo de seleção adversa

Sinalização A sinalização foi originalmente desenvolvida por Michael

Spence que mostrou que, em alguns mercados, os vendedores enviam sinais aos compradores, transmitindo informações a respeito da qualidade do produto. A sinalização pode ser entendida como um sinal que os vendedores enviam para seus possíveis compradores.

Exemplo: Um dono de automóvel em mau estado não tem interesse em oferecer uma garantia porque ele sabe que, se o fizer, terá que devolver o dinheiro de sua venda mais cedo ou mais tarde, todavia, o dono de um automovel de qualidade confiavel não terá problema algum em dar a garantia como um sinal de comfiabilidade, e assim contornando o problema de seleção adversa.

2.2 Assimetria de informação

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Quando um consumidor é convencido, por meio de alguma forma de sinalização, de que o automóvel que ele está querendo comprar é de boa qualidade, ele passa a se dispor a pagar um preço maior do que o mínimo que o dono desse automóvel exige para vendê-lo. Isto gera um ganho de eficiência, pois para ambas as partes envolvidas do negocio é lucro.

A sinalização gerada pela garantia ou certificado garante, assim, a realização de negocios vantajosos para ambas às partes que de outro modo não se efetuariam. Ao fazer isso ela está provocando um ganho de eficiência.

2.2 Assimetria de informação

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Se apesar da existencia de informação assimétrica, o problema de seleção adversa não se verificar e se houver custos envolvendo a aquisição de um sinal, então a sinalização pode reduzir a eficiência econônica dos mercados.

Exemplo: Suponha que tenha dois tipos de trabalhadores; capazes e incapazes.

A capacidade tem um produto marginal de 𝑎2 e os incapazes tem o produto marginal de 𝑎1, onde 𝑎2 > 𝑎1. Suponhamos ainda que uma fração 𝑏 dos trabalhadores seja capaz e uma fração 1 − 𝑏 não seja capaz.

2.2 Assimetria de informação

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Incentivos Um esquema de incentivos é um contrato ou uma política de

compensação que define prêmios ou punições para induzir um comportamento desejado em uma das partes. Isso acontece em vários lugares e um exemplo disso está na fórmula 1.

Muitos pilotos possuem cláusulas nos contratos onde está estipulado um prêmio de acordo com alguns indicadores, como por exemplo, quantidade de vitórias, quantidades de pontos, etc.

Esses incentivos geralmente não medem perfeitamente a habilidade de um piloto, ou seja, ele pode ser o melhor, mas em determinadas circunstâncias ele acabou perdendo corridas por motivos não relacionados a ele. Independentes disso, esses incentivos fazem com que a parte incentivada se esforce mais, pois sabe que pode ganhar algo com isso.

2.2 Assimetria de informação

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A Informação Assimétrica explica a razão de que muitos arranjos institucionais ocorrem na nossa sociedade.

Ela explica por que as empresas oferecem garantias para seus próprios produtos, por que empresas e funcionários assinam contratos que incluem incentivos e recompensas e por que acionistas devem monitorar o comportamento dos administradores de empresas, para que mantenham uma eficiência em suas trocas.

2.2 Assimetria de informação

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Referência Bibliográficas

PINHEIRO, Armando Castelar, SADDI, Jairo. Direito, Economia e Mercados. 4 ed. Rio de Janeiro: Campus,

2005.

ROSA, Márcio Fernando Elias. Direito Administrativo, Parte I, Coleção Sinopses Jurídicas, v. 19, Saraiva, 2010.

Caso de dúvidas

[email protected]