efeito de dietas e altura da coluna
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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA-UNESPCENTRO DE AQICULTURA DA UNESP-CAUNESP
Efeito de Dietas e Altura da Colunadgua na Sobrevivncia de Larvas de
Betta splendense o Aporte deNitrognio e Fsforo
Charles Young KimEngenheiro Agrnomo
Orientadora: Profa. Dra. Ana Eliza Baccarin Leonardo
Co-orientador: Prof. Dr. Antonio Fernando Monteiro Camargo
Jaboticabal SP
2007
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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA-UNESP
CENTRO DE AQICULTURA DA UNESP-CAUNESP
Efeito de Dietas e Altura da Colunadgua na Sobrevivncia de Larvas de
Betta splendense o Aporte de
Nitrognio e Fsforo
Charles Young KimEngenheiro Agrnomo
Orientadora: Profa. Dra. Ana Eliza Baccarin Leonardo
Co-orientador: Prof. Dr. Antonio Fernando Monteiro Camargo
Jaboticabal SP
Abril de 2007
Dissertao de Mestrado apresentada
ao Centro de Aqicultura da UNESP,
sediado no Campus de Jaboticabal,
como parte das exigncias para
obteno do ttulo de Mestre emAqicultura.
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Kim, Charles Young
K49eEfeito de dietas e altura da coluna dgua na sobrevivncia de
larvas de Betta splendense o aporte de nitrognio e fsforo. / CharlesYoung Kim Jaboticabal, 2007
x, 53 f. : il. ; 28 cm
Dissertao (mestrado) - Universidade Estadual Paulista, Centro
de Aqicultura da Unesp, 2007
Orientador: Ana Eliza Baccarin LeonardoBanca examinadora: Cludio Luiz Bock, Newton Castagnolli
Bibliografia
1. Betta splendens. 2. Sobrevivncia. 3. Larvicultura I. Ttulo. II.
Jaboticabal-Centro de Aqicultura da Unesp.
CDU 639.3.043
Ficha catalogrfica elaborada pela Seo Tcnica de Aquisio e Tratamento da Informao
Servio Tcnico de Biblioteca e Documentao - UNESP, Cmpus de Jaboticabal.
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Agradecimentos:
- Profa. Dra. Ana Eliza Baccarin Leonardo pela orientao, ensinamentos,
conselhos, amizade e por tornar possvel a concretizao de grande parte de
meus sonhos acadmicos contribuindo para meu crescimento cientfico e
intelectual.
- Prof. Dr. Antonio F. M. Camargo pelo incentivo que se iniciou desde a
graduao, co-orientao na ps-graduao, pacincia, pelas ajudas (que no
foram poucas) e pela amizade.
- Ao Centro de Aqicultura da UNESP (CAUNESP), pela oportunidade de
realizao do curso de mestrado.
- Ao Conselho Nacional de Desenvovlimento Cientfico e Tecnolgico pela
concesso da bolsa de mestrado.
- Ao Prof. Dr. Newton Castagnolli, que alm de ser razo pela escolha da rea
(por mim e muitos outros pesquisadores), e por sempre apoiar todas pesquisas na
aqicultura.
) Ao Prof. Dr. Cludio Luiz Bock pelas sugestes, apoio, amizade e companhia
durante parte da graduao e toda ps-graduao.
- Piscicultura Talarico, especialmente ao Marcel e Jnior Talarico por oferecer
ajuda essencial realizao deste estudo. Alm do apoio, amizade e muitas
alegrias e conhecimentos.
- Ao Instituto de Biocincias e Departamento de Ecologia da UNESP Rio Claro,
por colocar a disposio o laboratrio.
- Ao Prof. Dr. Luiz Augusto do Amaral pelo auxlio e disponibilizao do
laboratrio para anlises.
- Veralice, pelo auxlio, amizade e pacincia por todas as perturbaes que
causei. Obrigado!
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- Ao Carlos Fernando (O Tcnico), pela indispensvel ajuda, companhia e
anlises laboratoriais menos desgastantes e alegres.
- Aos meus grandes amigos Giovani e Tachibana, que sempre disponibilizaram
tempo para me ajudar e para comemorar nossa amizade!
- Ao Rodrigo Tiba (Buda), que surgiu como um amigo: quando mais precisamos.
E tambm pelo apoio, cujo pagamento fiz em aulas de pescaria!!!
- Ao Nilton (Paraca), pela ajuda na definio de amizade que poucos sabem!
- Milena, pelo grande auxlio nas correes e pelos artigos emprestados.
Agradeo pela ajuda e companhia juntamente com a Elissandra que tambm me
ajudou a ganhar uns msculos (muito obrigado!).
- Aos colegas de trabalho que esto em So Paulo: Danielle (perdida), Maria Jos
Mas (por ser uma pessoa admirvel e companheira) e Elizabeth Romagosa
(cuja alegria contamina).
- Aos colegas que se tornaram pesquisadores ou professores e nos
abandonaram: Eduardo Onaka, Lo Baccarin, Serginho, Fabiana Garcia,
Roquinho, entre outros (Sucesso para vocs!).
- Aos agregados do CAUNESP: Ricardo (Shoyu) e lvaro por sempre fazerem
de minha casa um albergue (hahahaha).
- Aos amigos da Famlia Camargo de Rio Claro: Leung, Gustavo, Z Francisco
(Sr. Smithers), Raquelzinha, Luciana, Lo, Renatinha, Soraia e agora tambm o
Matheus; vocs um muito obrigado!
- Ao amigo Diego Barcot, que me ajudou na montagem do experimento, mas
fugiu na hora do vamos ver (brincadeira!).
- Ao meu amigo Luiz Cndido e familiares, que proporcionaram muita alegria e
felicidades.
- Aos amigos Carlos (Beto) e Mrcia, Miro, Marco, verton e Rui.
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- Rita (Xoriza), Felipe Alberto (Padre), Tas (Maia), Maria Clara (Peroba) e
Maria Augusta (K-xa) pela companhia duradoura e pelas partidas de buraco que
eu e a Xoriza sempre detonamos (hahaha!).
- Aos amigos: Laurindo e Michelle, Tiagos (Balboa, Tilo e Strume), Felipe
(Tumor), Lo, Rodrigo (Tigro), Luis Fernando, Fabiana Pilarski, Dani, Hoshiba,
Rberson, Gabi, Munir, merson, Bruno, Gustavo (Sum), rico, Carolzinha,
Camilos, Neidson, Jaqueline, Natlia (Aike), Mrcios (Garniz e Perereca),
Valdecir, Seu Mauro, Maurcio, Suerli, Mnica, Ftima, Silvinha, Donizete, Dona
Ana, Daniel, Elisandra e aos demais companheiros que me ajudaram a realizar
este trabalho.
Me desculpem pelo trabalho e me perdoem se ainda fiz a mancada de no cit-
los.
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SUMRIO
pg.
Lista de Tabelas............................................................................................. ix
Lista de Figuras.............................................................................................. x1. Introduo Geral............................................................................................. 1
2. Caractersticas da Espcie em Estudo.......................................................... 4
2.1 Origem............................................................................................................ 4
2.2 Fisiologia e Comportamento.......................................................................... 5
3. Referncias Bibliogrficas.............................................................................. 8
CAPITULO 1. Sobrevivncia de larvas de Betta splendens
alimentadas com diferentes dietas e o aporte de fsforo enitrognio relativo aos alimentos oferecidos ................................
13
Resumo.......................................................................................................... 13
Abstract.......................................................................................................... 14
1. Introduo...................................................................................................... 15
2. Objetivo.......................................................................................................... 18
2.1 Objetivo Geral................................................................................................ 18
2.2 Objetivos Especficos..................................................................................... 18
3. Material e Mtodos......................................................................................... 18
3.1 Instalaes e Condies Experimentais........................................................ 19
3.2 Alimentos e Manejo Alimentar........................................................................ 19
3.3 Parmetros Analisados.................................................................................. 21
3.3.1 Anlise Microbiolgica da gua..................................................................... 21
3.3.2 Sobrevivncia das Larvas.............................................................................. 21
3.3.3 Desempenho das Larvas............................................................................... 22
3.3.4 Variveis Limnolgicas................................................................................... 22
4. Resultados e Discusses............................................................................... 23
4.1 Anlise Microbiolgica.................................................................................... 234.2 Sobrevivncia das Larvas.............................................................................. 24
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pg.
4.3 Desempenho das Larvas............................................................................... 25
4.4 Variveis Limnolgicas.................................................................................. 265. Concluso...................................................................................................... 35
6. Referncias Bibliogrficas.............................................................................. 36
CAPTULO 2. Altura da coluna dgua na sobrevivncia de
larvas de Betta splendens.................................................................
44
Resumo.......................................................................................................... 44
Abstract.......................................................................................................... 45
1. Introduo...................................................................................................... 46
2. Objetivos........................................................................................................ 47
3. Material e mtodos......................................................................................... 47
3.1 Local do Experimento..................................................................................... 47
3.2 Instalaes e Condies Experimentais........................................................ 48
3.3 Alimento e Manejos........................................................................................ 48
3.4 Delineamento Experimental........................................................................... 48
4. Resultados e discusses................................................................................ 49
5. Concluses..................................................................................................... 51
6. Referncias bibliogrficas............................................................................. 52
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LISTA DE TABELAS
CAPITULO 1. Sobrevivncia de larvas de Betta splendens
alimentadas com diferentes dietas e o aporte de fsforo e
nitrognio relativo aos alimentos oferecidos
Tabela pg.1. Composio centesimal das dietas experimentais para protena bruta
(PB%) e energia bruta (EB kcal/kg).............................................................
202. Quantidade programada das diferentes dietas durante o perodo
experimental.................................................................................................
20
3. Mdia e desvio padro de sobrevivncia (nmero de larvas vivas por dia
de experimento, de 27/03/2006 a 10/04/2006, de acordo com os
tratamentos..................................................................................................
40
4. Mdia e desvio padro de sobrevivncia (nmero de larvas vivas por dia
de experimento), de 11/04/2006 a 26/04/2006, de acordo com os
tratamentos..................................................................................................
40
5. Mdia e desvio padro de valores de concentrao de oxignio dissolvido
na gua (mg/L) de acordo com os tratamentos...........................................
41
6. Mdia e desvio padro de valores de pH da gua de acordo com os
tratamentos..................................................................................................
41
7. Mdia e desvio padro de valores de condutividade eltrica (S/cm) de
acordo com os tratamentos..........................................................................
42
8. Mdia e desvio padro de valores de concentrao de nitrognio total
(mg/L) na gua de acordo com os tratamentos...........................................
42
9. Mdia e desvio padro de valores de concentrao de fsforo total (g/L)
na gua de acordo com os tratamentos.......................................................
43
CAPITULO 2. Altura da coluna dgua na sobrevivncia de
larvas de Betta splendens
1. Mdia e desvio padro de sobrevivncia (% de sobrevivncia) de acordo
com os tratamentos......................................................................................
50
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LISTA DE FIGURAS
CAPITULO 1. Sobrevivncia de larvas de Betta splendens
alimentadas com diferentes dietas e o aporte de fsforo e
nitrognio relativo aos alimentos oferecidos
Figura pg.
1. Sobrevivncia de larvas de Betta splendenssubmetidas diferentes dietas
alimentares nos aqurios de criao .............................................................
24
2. Valores de temperatura (C) mxima e mnima da gua dos aqurios de
criao de larvas de Betta splendenssubmetidas a diferentes dietas
alimentares....................................................................................................
27
3. Valores de concentrao de oxignio dissolvido (mg/L) na gua dos
aqurios de criao de larvas de Betta splendenssubmetidas a diferentes
dietas alimentares..........................................................................................
28
4. Valores de pH da gua dos aqurios de criao de larvas de Betta
splendenssubmetidas a diferentes dietas alimentares..................................
29
5. Valores de condutividade eltrica (S/cm) das amostras de gua dos
aqurios de criao de larvas de Betta splendenssubmetidas a diferentes
dietas alimentares..........................................................................................
30
6. Valores de concentrao de nitrognio total (mg/L) das amostras de gua
dos aqurios de criao de larvas de Betta splendenssubmetidas a
diferentes dietas alimentares.........................................................................
327. Valores de concentrao de fsforo total (g/L) das amostras de gua dos
aqurios de criao de larvas de Betta splendenssubmetidas a diferentes
dietas alimentares..........................................................................................
34
CAPITULO 2. Altura da coluna dgua na sobrevivncia de
larvas de Betta splendens
1. Mdia, desvio-padro e erro padro da sobrevivncia de larvas (%)
submetidas diferentes colunas dgua........................................................
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1. INTRODUO GERAL
A aqicultura, segundo FERREIRA (1986), deriva da juno de aq (i) +
cultura, que significa: arte de criar e multiplicar animais e plantas aquticas. Esta
arte se iniciou por volta do ano 2.000 a.C. na China com o cultivo de macroalgas
marinhas e, posteriormente, com o monocultivo de carpas (ARANA, 1999). Os
propsitos da criao de peixes eram de ornamentar aqurios e pequenas lagoas
artificiais de funo paisagstica ou para consumo (DAMAZIO, 1992).
Os peixes representam a metade das espcies de vertebrados, ou seja,
cerca de 24.000 espcies, das quais 41% se encontram em ambientes de gua
doce (VAZZOLER, 1996; NAKATANI et al., 2001). O Brasil, pela sua extensa rede
hidrogrfica, o pas com maior diversidade de espcies de peixes de gua doce
contando com cerca de trs mil espcies (McALLISTER, HAMILTON & HARVEY,
1997). Freqentemente, tal riqueza torna-se vtima do extrativismo, o que causa
preocupao com a preservao da fauna e da flora (LIMA et al., 2001).
Atualmente, produo de organismos aquticos ornamentais
considerada uma atividade empresarial agrobusiness que, como qualquer outra
atividade, deve gerar lucro. Para tanto, deve ser entendida e desenvolvida como
uma atividade zootcnica especializada. Alm disso, constitui uma alternativa
rentvel para os pequenos proprietrios sob o regime de agricultura familiar.
Neste sentido pode-se afirmar que as pesquisas para a reproduo e criao
comercial so uma alterativa para a diminuio do extrativismo ilegal, propiciado
pela falta de fiscalizao e conscincia ecolgica (LIMA et al., 2001).
A importncia da produo de organismos aquticos ornamentais
demonstrada pelo intenso desenvolvimento de pesquisas e comercializao
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realizadas mundialmente. Nos Estados Unidos, uma em cada trs residncias
possui aqurio. No Japo, de cada duas residncias, uma tem aqurio. O Brasil
movimenta aproximadamente US$ 1 bilho/ano com a criao e a extrao de
peixes ornamentais (LIMA et al., 2001).
Muitos produtores procuram meios para reduzir os gastos e aumentar a
produo. Alternativas quanto ao alimento a ser fornecido e a necessidade de
pesquisa para busca de solues mitigadoras dos impactos causados ao
ambiente so indispensveis para uma produo sustentvel (ARANA, 1999).
Juntamente com a intensificao da produo aqcola, aumentam as
preocupaes com a ecoeficincia, que se resume ao mximo aproveitamento
dos recursos, diminuindo os impactos gerados. Tais impactos esto diretamente
relacionados com a alterao dos parmetros limnolgicos que podem ocasionar
a eutrofizao do corpo dgua, tornando a larvicultura causadora de impacto
ambiental (SISINNO & MOREIRA, 2005).
Nas trs ltimas dcadas, a preocupao com a alimentao tem
estimulado muitos pesquisadores na busca da nutrio adequada produo,
fato descrito em diversas publicaes (NATIONAL RESEARCH COUNCIL, 1977,
1983, 1993; HEPHER, 1988; LOVELL, 1989; STEFFENS, 1989; DE SILVA &
ANDERSON, 1998; HALVER & HARDY, 2002). Entretanto, os estudos aplicados
reduo de resduos e manuteno da qualidade da gua tm-se intensificado
recentemente (JOMORI, 2001; PORTELLA et al., 2002; TESSER, 2002).
A exigncia nutricional dos peixes ornamentais na larvicultura
significativamente maior em relao s demais fases de criao. No caso do
Carassius auratus, sua exigncia proteica na fase larval atinge 53%, enquanto
que a fase juvenil apenas 29% (FIOGB & KESTEMONT, 1995). A necessidade
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do conhecimento da exigncia nutricional pode ser relacionada desnutrio
(SALES & JANSSENS, 2003) e tambm com a gerao de resduos que podem
reduzir a qualidade da gua (ARANA, 1999).
Peixes ornamentais so tradicionalmente alimentados com alimentos vivos,
que freqentemente podem apresentar deficincia nutricional, alm de poder agir
como transimssor de doenas (bactria, virs e parasta) caso os alimentos no
sejam mantidos corretamente (PANNEVIS, 1993; EARLE, 1995). Por esse motivo,
produtores de peixes ornamentais de Singapura enfatizam a necessidade de
suplementao nutricional atravs do oferecimento de dietas formuladas
(FERNANDO, PHANG & CHAN, 1991).
Segundo LIM et al. (2002), artmias desencapsuladas so comumente
utilizadas na alimentao de peixes ornamentais devido a praticidade no controle
higinico. A utilizao de outros alimentos vivos, em sua maioria, necessita de
meios nutricionalmente enriquecidos para seu desenvolvimento, que podem ser
facilmente contaminados.
Valores da digestibilidade dos ingredientes e das dietas ainda no foram
estabelecidas para espcies ornamentais. A utilizao desses valores no deve
ser apenas para reduzir os custos de produo, mas tambm pode ser uma
importante ferramenta para diminuio da poluio do meio (SALES & JANSSES,
2003).
Diversos pesquisadores (HENRY-SILVA, 2001; BENASSI, 2003; BIUDES &
CAMARGO, 2005; KIM & BACCARIN, 2005; PREHL & BACCARIN, 2005), tm
demonstrado que a aqicultura reduz a qualidade da gua. Todavia, o impacto
gerado varia em relao s diversas variveis como tipo e intensidade do cultivo,
manejo adotado, entre outros (KUBITZA, 2000).
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Segundo BLACK et al. (1997), a piscicultura, assim como a aqicultura em
geral, apresenta grande volume de gua com baixas concentraes de nutrientes
quando comparados com os efluentes domsticos. Dentre a aqicultura, as
tcnicas adotadas para a criao de camares pnedeos geram os maiores
impactos ambientais (CURRIE, 1994; PILLAY, 1994), principalmente pela
liberao de nitrognio em suas diversas formas (BURFORD & WILLIAMS, 2001).
Entretanto, os fatores que mais comprometem a qualidade da gua na criao de
camares so a superproduo de algas e presena de slidos em suspenso
(WANG, 1990).
A larvicultura utiliza menores volumes de gua (SALES & JANSSENS,
2003), facilitando manejos para tratamento desse efluente para posterior
reutilizao ou recirculao.
2 CARACTERSTICAS DA ESPCIE EM ESTUDO
2.1 ORIGEM
Entre os peixes criados em cativeiro, o Betta splendensfoi o segundo peixe
a ser domesticado no mundo. O primeiro foi Carassius auratus, conhecido
tambm como peixe-japons. As caractersticas que motivaram sua criao foram
a obteno de linhagens mais agressivas e com cores diferenciadas (DAMAZIO,
1992).
No se sabe exatamente desde quando foi iniciada a reproduo de Betta
splendensem cativeiro, assim como o incio das mutaes que resultaram em
nadadeiras largas e compridas, semelhantes s que portam os betas da
atualidade (DAMAZIO, 1992). Existem diversas espcies selvagens a partir das
quais foram realizados cruzamentos e melhoramentos genticos para se obter as
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espcies atuais, como Betta bellica(KOTTELAT et al., 1993), Betta coccina
(VIERKE, 1978) e Betta brederi, sendo esta ltima, diferenciada por incubar os
ovos na boca, enquanto que a estratgia das demais construir ninhos
compostos de bolhas onde os machos assumem o papel de proteo da ninhada
(WOLFSHEIMER, 2003).
O Betta splendens originrio do sudeste asitico, mais precisamente do
Camboja, Vietn, Tailndia e da Malsia. Pode ser encontrado em pequenas
poas dgua e lagoas de baixa profundidade como alagamentos ocasionados
nas culturas de arroz (WOLFSHEIMER, 2003), sendo classificado
morfolgicamente, segundo DAMAZIO (1992), como do reino Animalia; filo
Chordata; classe Actinopterygii; ordem Perciformes; famlia Osphronemidae;
gnero Bettaeespcie Betta splendens.
Devido ao seu crescimento relativamente lento e interferncias no seu
desenvolvimento fisiolgico na larvicultura, muitos produtores adotam um sistema
intensivo de produo. A fase larval realizada em laboratrios e/ou tanques de
baixa profundidade, com adio de fertilizantes qumicos e/ou orgnicos com a
finalidade de incrementar a produo primria planctnica (SIPABA-TAVARES
& ROCHA, 2003). O perodo denominado inicial correspondente desde a fase
larval diferenciao dos sexos, atravs do comportamento e do
desenvolvimento das nadadeiras (DAMAZIO,1992).
2.2 FISIOLOGIA E COMPORTAMENTO
NAKATANI et al. (2001) relatam o desenvolvimento de estratgias
fisiolgicas pelos peixes conforme o meio em que se encontram. Sendo assim,
possvel, a partir das caractersticas do seu habitat, compreender a fisiologia do
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Bettasp. quanto ao seu sistema respiratrio denominado labirinto.
O labirinto um rgo respiratrio auxiliar, porm essencial, posicionado
atrs do oprculo de cada lado da cabea. Todo o labirinto recoberto por uma
membrana muito irrigada de sangue venoso e seu funcionamento simples: o
peixe-beta capta o ar atmosfrico na superfcie da gua e imediatamente ele
comprimido no labirinto, passando o oxignio nele contido diretamente para a
corrente sangnea (DAMAZIO, 1992). A mudana de local e at mesmo grandes
variaes trmicas podem provocar uma m formao do labirinto
(WOLFSHEIMER, 2003).
Portanto, a qualidade da gua deve ser monitorada diariamente
(RAMNARINE et al., 1987; PHILLIPS et al., 1998), principalmente nos perodos
larvais e na fase juvenil, pois a formao do labirinto se d do 14 ao 28 dia, ou
seja, nesse perodo sua respirao semelhante ao de outros peixes nessa fase
(DAMAZIO, 1992).
Uma outra dificuldade na produo pode estar relacionada agressividade
do macho adulto (SNEKSER, McROBERT & CLOTFELTER, 2006). Tal
comportamento exige separao dos machos no momento em que se iniciam os
confrontos, pois a convivncia entre machos no mesmo ambiente pode
apresentar severos danos s nadadeiras afetando seu valor comercial
(VERBEEK, IWAMOTO& MURAKAMI, 2007).
Fmeas e machos se desenvolvem juntos at o perodo entre 45 150
dias, quando ocorre a separao dos machos, ao atingir aproximadamente 4 cm
de comprimento. Mesmo adultas, as fmeas covivem pacificamente em altas
densidades (DAMAZIO, 1992; WOLFSHEIMER, 2003). Com base nessas
afirmaes, o presente trabalho visou avaliar o ndice de sobrevivncia quanto
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aos alimentos oferecidos e o aporte de fsforo e nitrognio oriundos da
larvicultura de Betta splendens.
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3 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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Captulo 1
Sobrevivncia de larvas de Betta splendensalimentadas com diferentes
dietas e o aporte de fsforo e nitrognio na gua relativo aos alimentos
oferecidos
Resumo
O estudo visou analisar a influncia dos alimentos na larvicultura de Betta
splendensquanto a sobrevivncia e a qualidade da gua. Ele foi realizado em
laboratrio situado na Piscicultura Talarico por um perodo de 30 dias entre os
meses de maro e abril de 2006. Duas mil larvas foram distribudas em 20
aqurios (0,4mX0,4mX0,4m), divididos em quatro tratamentos com cinco rplicas
cada. Os tratamentos foram diferenciados quanto alimentao (nuplios de
artmia, gema de ovo cozida, rao em p e sem adio de alimento), oferecidos
quatro vezes ao dia e com reajuste da quantidade de alimento oferecida a cada
trs dias. Cada tratamento era composto de 100 larvas com idade de trs dias,
obtidas aps homogeneizao de diversas ninhadas. Foi realizada uma
amostragem inicial das larvas para posterior comparao do desempenho
produtivo. Amostras de gua foram coletadas para anlises de nitrognio e
fsforo total. Durante o experimento ainda foram analisadas as variveis
temperatura, pH, condutividade eltrica e oxignio dissolvido. A partir dos
resultados obtidos, foi possvel observar que a sobrevivncia das larvas
alimentadas com artmias foi maior e o seu aporte de nitrognio e fsforo menor,
sendo que as demais apresentaram dados de sobrevivncia insatisfatrios e alta
liberao de nitrognio e fsforo na gua.
Palavras-chave: peixes ornamentais, efluente, produo, larvicultura.
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Chapter 1
Survival, phosphorus and nitrogen loads in effluent water resulting from
hatchery of Betta splendensfed with different diets
Abstract
The study aimed to analyze the influence of food in Betta splendenss
hatchery on fry survival rate and quality of the waste water. It was developed in
Talaricos fish farm laboratory during a period of thirty days between March and
April, 2006. Three different feed had been chosen (artemia nauplii, cooked egg
yolk, a flour ration and starving), fed four times per day. Every three days, the
amount of food offered was readjusted. Two thousand larvae (three days old) have
been distributed in 20 aquariums (0,4mX0,4mX0,4m), divided in four treatments
with five replicates each. The larvae were taken after homogenization of diverse
hatches. An initial sample of larvae was taken for posterior comparison of their
performance. Water samples had been collected for analyses of total nitrogen and
phosphorus. During the experiment this following parameters have also been
analyzed: temperature, pH, electric conductivity and dissolved oxygen. Results
have shown that larvae fed with artemia nauplii presented the best survival rate
and lesser release of nitrogen and phosphorus. The other treatments presented
unsatisfactory survival rate and high release of nitrogen and phosphorus in the
water.
Keywords: ornamental fish, effluent, production, hatchery.
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1 INTRODUO
A expanso e o desenvolvimento da aqicultura deixaram de ser apenas
nmeros e estatsticas. Atualmente, a aqicultura apresenta diversas finalidades,
e a presena de produtos oriunda dessa atividade encontrado nas mais diversas
localidades. Tal disseminao possibilitada devido s pesquisas na rea da
gentica (PORTO-FORESTI & FORESTI, 2004), nutrio (PEZZATO et al., 2004),
boas prticas de manejo (ARANA, 1999) e monitoramento ambiental (BOYD &
QUEIROZ, 2004).
Segundo WOLFSHEIMER (2003), o peixe-de-briga (Betta splendens),
assim como muitos outros peixes, precisa de um cuidado maior em relao
alimentao durante a larvicultura, pois essa fase determina a boa formao das
nadadeiras e labirinto. Alm disso, a sobrevivncia um fator de grande
importncia para a lucratividade da produo.
Um aumento na sobrevivncia foi observado na larvicultura de pacus
alimentados com nuplios de artmia (JOMORI et al., 2003). No entanto, o custo
da alimentao com esse microcrustceo faz com que produtores procurem
outras solues (JOMORI, et al. 2005). A razo do uso regular de artmias ou de
organismos planctnicos, como o rotfero Brachionussp. na alimentao da
maioria das larviculturas est relacionado ao seu efeito, pois elas causam um
estmulo visual (CHONG, HASHIM & ALI, 2000).
Algumas espcies de peixes apresentam facilidade maior na alimentao e
podem ser introduzidas em tanques preparados com fertilizantes de diversas
naturezas, qumicas e/ou orgnicas. A fertilizao incrementa a produo de
fitoplncton, e conseqentemente, de zooplncton. Este ltimo considerado a
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principal fonte de protenas, aminocidos livres e cidos graxos essenciais ao
desenvolvimento inicial das ps-larvas (PORTELLA et al., 2002; SIPABA-
TAVARES & ROCHA, 2003).
Como muitas espcies apresentam pouca reserva de vitelo e trato
digestivo indiferenciado, algumas larvas podem utilizar enzimas digestivas das
presas ingeridas (zooplncton). Isso facilitaria seu processo de digesto, e as
tornariam dependentes das presas enquanto desenvolvem seu prprio sistema
digestrio (SIPABA-TAVARES & ROCHA, 2003).
Segundo CARDOSO et al. (2004), a gema de ovo utilizada como
ingrediente na formulao de dietas para o jundi (Rhamdia quelen), peixe de
hbito carnvoro. Muitos produtores administram a rao em p ou farelada,
sendo estas no muito recomendadas para a piscicultura, pois a perda dos
nutrientes para o meio aqutico grande e rpida, causando no s problemas
aos peixes, como a degradao da qualidade da gua de cultivo (RIBEIRO,
GOMIERO & LOGATO, 2002).
O desenvolvimento de estudos de exigncias nutricionais se inicia a partir
dos dados de digestibilidade dos animais. Entretanto, a dificuldade em obter
dados de digestibilidade das larvas e ps-larvas de peixes, devido ao seu
tamanho, dificulta a obteno de informao, sendo esta por muitas vezes
estimada por meio do desempenho zootcnico do animal (SALES & JANSSENS,
2003).
Na produo, o insumo mais oneroso, ainda o alimento, na maioria das
vezes, oferecido em forma de dietas formuladas (raes) que devem disponibilizar
os nutrientes que atendam exigncia de cada animal, variando de acordo com a
espcie. O fornecimento insuficiente desse alimento pode resultar em desnutrio
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dos indivduos, e o excesso de alimento no incremento da carga de nutrientes e
reduo do oxignio dissolvido na gua como efeito primrio. Como efeito
secundrio, temos as mudanas ambientais, reduo da capacidade de
autodepurao e poluio das fontes de gua alm dos efeitos causados pela
utilizao de antibiticos, drogas teraputicas e qumicas (MACINTOSH &
PHILLIPS, 1992). O Betta splendens, a partir da fase juvenil, pode ser facilmente
alimentado atravs de dietas formuladas (WOLFSHEIMER, 2003).
Dentre os fatores limnolgicos de grande importncia para o bom
andamento da produo podemos destacar o nitrognio e fsforo. Segundo
SCHNEIDER et al. (2005), a reteno de nitrognio de 20-50% e 15-65% de
fsforo na criao intensivo de peixes, atentando sempre para consorciao entre
criaes, maximizando a reteno destes nutrientes. No caso do cutivo em
sistemas fechados, os sistemas de recirculao e o tratamento dos efluentes
reduzem a emisso de poluentes lanados nos corpos dgua, pois ao devolver a
gua, esta deve apresentar condies semelhantes qualidade da gua que
abastece o sistema (ARANA, 1999).
Assim como a proliferao de algas, o excesso de compostos
nitrogenados, nas mais diversas formas, pode afetar diretamente os peixes
(BACCARIN, 2002). Segundo SIPABA-TAVARES (1995) estes compostos ainda
elevam o pH do sangue, afetam as trocas osmticas reduzindo a concentrao
interna de ons, elevam o consumo de oxignio nos tecidos, dificultando as trocas
gasosas que ocorrem nas brnquias dos peixes. Como conseqncia de todas
essas alteraes, ocorrem alteraes histolgicas nos rins e bao deixando-os
susceptveis a doenas (ARANA, 1997).
Com relao ao aumento das concentraes de fsforo na gua, este no
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afeta diretamente a fisiologia dos peixes criados em cativeiro. No entanto, confere
alteraes limnolgicas no que diz respeito s variveis de pH e oxignio
dissolvido atravs do beneficiamento do crescimento algal em funo da
eutrofizao do corpo dgua (ESTEVES, 1998).
Neste sentido, pode-se afirmar que necessrio o conhecimento da
alimentao ideal das larvas visando a contribuio para o aumento da
sobrevivncia, assim como para a reduo dos impactos causados na gua de
cultivo.
2 OBJETIVO
2.1 Objetivo Geral
Avaliar a sobrevivncia das larvas de Betta splendensalimentadas com
diferentes dietas e o aporte de fsforo e nitrognio relativos aos alimentos
oferecidos.
2.2 Objetivos Especficos
Comparar os ndices de sobrevivncia das larvas quanto ao
diferentes alimentos fornecidos;
Quantificar os aportes de fsforo e nitrognio, em funo dos
alimentos oferecidos.
3 MATERIAL E MTODOS
O experimento foi realizado em laboratrio na Piscicultura Talarico,
situada na cidade de Tabatinga, regio centro-oeste do estado de So Paulo
(2143'00"S; 4841'15" W, altitude de 490 metros), entre maro e abril de 2006,
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durante 30 dias, tempo suficiente para completa formao do labirinto nos peixes.
3.1 Instalaes e Condies Experimentais
Para avaliar o desenvolvimento das larvas de Betta splendensforam
utilizadas 2.000 larvas obtidas da homogeneizao de diversas ninhadas, com
idade de trs dias (0,143 0,06mg e 2,97 0,31mm), as quais foram distribudas
em 20 aqurios com dimenses de 0,4m x 0,4m x 0,4m, adaptados com aerao
por meio de pedras porosas, mantendo a altura da coluna dgua em 5cm,
totalizando um volume til de 8 litros mantendo uma densidade de 12,5 larvas. L-1.
Inicialmente, os aqurios foram abastecidos com gua proveniente de um
poo semi-artesiano com auxlio de bomba submersa. Foi utilizado um aqurio
com volume til de 150 litros com constante aerao para armazenamento da
gua de abastecimento dos aqurios aps as sifonagens.
3.2 Alimentos e Manejo Alimentar
Foram avaliados trs alimentos, artmia recm-eclodida (T1), gema de ovo
cozida (T2) e rao comercial extrusada em p (T3)escolhidos em funo do uso
habitual do piscicultor na alimentao de larvas e juvenis de espcies produzidas
na propriedade, alm de um quarto tratamento sem alimentao (T0).
Amostras dos alimentos utilizados foram submetidos anlise qumico-
bromatolgica (Tabela 1) no Laboratrio de Anlises de Nutrio Animal (LANA),
da Faculdade de Cincias Agrrias e Veterinrias UNESP, Campus de
Jaboticabal, pelo mtodo descrito por ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL
CHEMISTS (1990).
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Tabela 1 Composio centesimal das dietas experimentais para protena bruta(PB) e energia bruta (EB).
Composio
Alimentos PB (%) EB (kcal/kg)
Artmia 52,15 5022,2
Gema de Ovo 29,73 7598,1
Rao 37,32 4167,7
A alimentao foi realizada quatro vezes ao dia, conforme indicado por
JOMORI (2001), sendo iniciada s 8:30h com intervalos de trs horas entre elas.
O perodo experimental foi dividido em dez etapas, com durao de trs dias.
Cada etapa recebeu uma quantidade de alimento programada (Tabela 2), mesmo
havendo mortalidade parcial, com excesso do T0. A quantidade de alimento foi
divida em quatro pores, respectivas s quatro refeies dirias.
Tabela 2 Quantidade programada das diferentes dietas durante o perodo
experimental.
Tratamento
T1 T2 T3 T0
Perodoexperimental
Artmia(nupilos.dia-1)
Rao comercialextrusada em p
(g.dia-1)
Gema de ovocozido (g.dia-1) s/ Alimento
1 ao 3 dia 10.000 0,05 0,25 0
4 ao 6 dia 20.000 0,1 0,5 0
7 ao 9 dia 30.000 0,15 0,75 0
10 ao 12 dia 40.000 0,2 1,0 0
13 ao 15 dia 50.000 0,25 1,25 0
16 ao 18 dia 60.000 0,3 1,5 0
19 ao 21 dia 70.000 0,35 1,75 0
22 ao 24 dia 80.000 0,4 2,0 0
25 ao 27 dia 90.000 0,45 2,25 0
28 ao 30 dia 100.000 0,5 2,5 0
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As pores de alimento oferecidas s larvas tiveram suas medidas
programadas, havendo aumento da quantidade de alimento relativo etapa
respectiva, sendo esta cessada apenas quando a mortalidade fosse total.
A quantidade artmia oferecida foi estimada com o auxlio de pipetas, a
rao extrusada em p com o auxlio de uma balana e a gema de ovo cozida foi
diluda na gua dos aqurios, sendo que o peso adotado para gema de ovo foi o
peso mido, equivalente ao dobro do peso da matria seca.
Ao final de cada etapa foi realizado o processo de sifonagem dos aqurios,
cujo volume retirado foi de 30% do volume total de cada aqurio, equivalente a
2,4 litros.
3.3 Parmetros Analisados
3.3.1 Anlise Microbiolgica da gua
Amostras da gua de abastecimento dos aqurios foram submetidas
anlise microbiolgica de coliformes totais, coliformes fecais e contagem padro
de microrganismos (35C/48 horas), as quais foram realizadas pelo Departamento
de Veterinria Preventiva, situada na UNESP - Campus de Jaboticabal-SP, para
avaliao de possveis interferncias patolgicas na sobrevivncia das larvas.
3.3.2 Sobrevivncia das Larvas
A remoo das larvas mortas foi efetuada diariamente na primeira refeio
(8:30h), e foi avaliada diariamente por meio do nmero de larvas vivas em relao
ao tratamento, analisando assim, a viabilidade do uso de tais alimentos (artmia
recm-eclodida, gema de ovo cozida e rao) por meio da comparao com o
tempo de sobrevivncia das larvas sem qualquer tipo de alimentao (T0). Para
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verificar a diferena entre os resultados de sobrevivncia entre os diferentes
tratamentos, foi realizada Anlise de Varincia (ANOVA) seguido pelo teste de
Tukey (p
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Ao trmino do perodo experimental, as anlises foram realizadas no
Laboratrio de Ecologia Aqutica do Instituto de Biocincias da UNESP, Campus
de Rio Claro.
Alm das variveis de fsforo e nitrognio foram avaliadas a temperatura
(termmetro de mxima e mnima), oxignio dissolvido (Oxmetro YSI 55), pH
(Potencimetro HI 8314 HANNA) e condutividade eltrica (Condutivmetro
Cientfica modelo mCA150p) da gua dos aqurios experimentais.
Para verificao das diferenas entre os resultados, foi realizado a anlise
de varincia com nmero diferente de repeties (ANOVA) seguido pelo teste de
Tukey ao nvel significncia de 5%.
4 RESULTADOS E DISCUSSES
4.1 Anlise Microbiolgica
Como o sistema utilizado para o desenvolvimento do estudo foi o sistema
fechado, e o produtor j havia obtido mortalidade por bacterioses, foi realizada
anlise microbiolgica da gua. Este cuidado foi tomado para quantificar
microrganismos e evitar possveis interferncias patolgicas da gua de
abastecimento.
A contagem de coliformes totais foi de 5,1 microrganismos.100mL-1 por
amostra, com ausncia de coliformes fecais. A contagem padro de
microrganismos (35C/48 horas) foi de 1,2 x 102 UFC.mL-1. Tais caractersticas
so comuns em guas subterrneas, comprovando a no contaminao por
organismos patolgicos.
No caso de ambientes abertos, esta populao microbiolgica se
encaixaria dentro das exigncias respectivas atividade aqcola apresentadas
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pelo CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (2005), onde h exigncia
que a contagem de coliformes seja inferior 200 coliformes por 100mL para
guas destinadas aqicultura (Classe 2).
4.2 Sobrevivncia das Larvas
A mortalidade total do tratamento sem alimentao (T0) ocorreu no sexto
dia de experimento (Figura 1), o que leva a supor que o tempo mximo de vida
apenas com a absoro dos nutrientes do saco vitelnico de nove dias aps a
ecloso dos ovos. Os peixes alimentados com a gema de ovo cozida (T2)
apresentaram tempo de vida mais prolongado e maior sobrevivncia que o
tratamento sem alimentao (T0) at o oitavo dia de experimento, indicando que a
alimetao com gema de ovo cozida proporciona maior sobrevivncia at o
dcimo primeiro dia aps a ecloso. Entretanto, aps esse perodo, seu ndice de
sobrevivncia deixou de apresentar diferena significativa quando comparado ao
tratamento sem alimentao.
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10
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30
40
50
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Data
Nmerodelarvasvivas
S/alimentao
Ovo
Rao
Artmia
Figura 1 Sobrevivncia de larvas de Betta splendenssubmetidas diferentes dietasalimentares nos aqurios de criao
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No T2 foi possvel observar aglomerados de sobras de alimento de onde
muitas larvas mortas foram removidas, sugerindo que a utilizao da gema na
alimentao de larvas inadequada. Isto corrobora com o fato de que este
alimento comumente utilizado na formulao de dietas, porm pouco utilizada
como nica fonte de alimento (CARDOSO et al., 2004).
O tratamento com rao (T3) no diferiu significativamente pelo teste de
Tukey (p
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possvel afirmar que as larvas alimentadas com artmia tiveram seu
desenvolvimento superior em crescimento ao comparar com os demais
tratamentos.
Comparando-se a biometria inicial e final realizada nos diferentes
tratamentos, foi possvel observar a diferena de desempenho zootcnico entre
os mesmos. Tendo as larvas alimentadas com artmia (T1), ganho de peso at
sete vezes maior e crescimento dobrado (43 mg e 13,44 mm) em relao ao T3 (6
mg e 6 mm). Assim como observado por JOMORI (2001) e CHONG, HASHIM &
ALI (2000) quanto ao crescimento das larvas alimentadas com nuplios de
artmia em relao alimentao com plncton.
4.4 Variveis limnolgicas
As temperaturas aferidas nos tratamentos oscilaram entre 23,1 a 25,2C
(Figura 2), inferiores s recomendaes de HALPERIN, DUNHAM & YE (1992) e
WOLFSHEIMER (2003),os quais determinamcomo zona tima para produo de
larvasentre 25 e 28C. Pode-se afirmar que as temperaturas mantidas no perodo
experimental podem ter interferido na atividade metablica e reduo da
alimentao pelas larvas (WOLFSHEIMER, 2003). No entanto, esta influncia foi
semelhante entre os tratamentos, pois se situavam em ambiente laboratorial.
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28/03/06
30/03/06
01/04/06
03/04/06
05/04/06
07/04/06
09/04/06
11/04/06
13/04/06
15/04/06
17/04/06
19/04/06
21/04/06
23/04/06
25/04/06
Data
Temperatura(
C)
Temp. Mx.
Temp. Mn.
Figura 2 Valores de temperatura (C) mxima e mnima da gua dos aqurios de criao de
larvas de Betta splendenssubmetidas a diferentes dietas alimentares.
A concentrao de oxignio dissolvido na gua apresentou aumento ao
longo do experimento (Tabela 5). Este aumento na concentrao de oxignio
dissolvido pode ter sido influenciado pela queda na temperatura da mesma, pois a
saturao inversamente proporcional temperatura (ESTEVES, 1998). Assim
como a queda na temperatura pode ter interferido na concentrao de oxignio
dissolvido na gua, o desenvolvimento do sistema respiratrio auxiliar do peixe-
beta, denominado labirinto, pode ter reduzido o consumo do oxignio da gua,
devido captao do ar atmosfrico (DAMAZIO, 1992).
Todavia, no decorrer do experimento, a gema de ovo cozida contribuiu para
uma queda acentuada da concentrao de oxignio, indicando a presena de
slidos solveis na gua em alta concentrao, provenientes das sobras de
alimento, resultando assim na queda de oxignio dissolvido na gua (WANG,
1990). Rao em p e nuplios de artmia no diferiram significativamente quanto
concentrao de oxignio dissolvido. Contudo, as concentraes no atingiram
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valores crticos para a sobrevivncia desta espcie devido a baixa variao da
concentrao.
Na fase adulta, o peixe-beta apresenta alta tolerncia condies de
hipxia at anxia a partir do desenvolvimento do labirinto (WOLFSHEIMER,
2003). No entanto, pouco se sabe sobre a demanda de oxignio desta espcie na
fase larval.
5,9
6,1
6,3
6,5
6,7
6,9
7,1
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Data
Concentraodeoxigniodisso
lvido(mg/L)
S/alimento
Ovo
Rao
Artmia
Figura 3 Valores de concentrao de oxignio dissolvido (mg/L) na gua dos aqurios decriao de larvas de Betta splendenssubmetidas a diferentes dietas alimentares.
No caso desse estudo, a gua utilizada para abastecer todo o experimento
apresentava pH de 6,7, caracterizada como cido-neutra (VIDAL & KIANG, 2002).
Os valores de pH obtidos se encontravam inicialmente abaixo da faixa de conforto
(6,8 7,4) determinada por WOLFSHEIMER (2003).
Conforme descrito por ESTEVES (1998), excretas e fezes de peixes
influenciam na acidificao do meio. Tal ocorrncia pode ser observada no
presente estudo nos primeiros dias de tratamento, quando as larvas excretaram
-
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restos de metablitos absorvidos do saco vitelnico, tambm observado por
JOMORI (2001). No decorrer do perodo experimental, com aumento na taxa de
alimentao, foi possvel visualizar sobras de alimentos, neste caso os alimentos
no consumidos provavelmente favoreceram o aumento de pH (Figura 4).
Considerando que o meio estava com valores de pH abaixo da zona de conforto
do animal, o tratamento com rao em p apresentou uma diferena significativa
positiva, adequando o ambiente (Tabela 6). No tratamento que recebeu gema de
ovo cozida, as sobras de alimento influenciaram na alcalinizao do meio,
ajustando-o para faixa de conforto do peixe.
No tratamento com artmia a sobrevivncia foi maior mesmo com os
valores de pH abaixo da faixa de conforto na maior parte do perodo experimental,
esse fato corresponde a alta ingesto do alimento, proporcionando gerao de
fezes e excretas que influenciam na acidificao do meio (ESTEVES, 1998).
5
5,5
6
6,5
7
7,5
8
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Data
pH
S/alimento
Ovo
Rao
Artmia
Figura 4 Valores de pH da gua dos aqurios de criao de larvas de Betta splendenssubmetidas a diferentes dietas alimentares.
Com relao condutividade eltrica, a gema de ovo cozida pouco
interferiu, pois seus valores no apresentaram diferena significativa com o T0,
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assim como o tratamento com rao em p nos primeiros dias (Tabela 7). Pouco
se sabe sobre influncias diretas nas larvas causadas pela condutividade eltrica.
Tendo em vista que condutividade eltrica est relacionada com a presena de
ons dissolvidos na gua, pode-se afirmar que esta uma medida indireta da
concentrao de poluentes, e influenciada pelas fezes e excretas provenientes
doa criao (FIGUEIREDO et al., 2005).
Segundo LIMA (2005), em ambientes dulccolas, nveis superiores a 100
S.cm-1 indicam ambientes impactados. Para tanto, foram observados os nveis
desta varivel em todos os tratamentos, tendo apenas para o T0 e T2 (gema de
ovo cozida) a manuteno de ndices abaixo do considerado para ambiente
impactado, ou seja, do incio ao final do perodo experimental de cada tratamento
os valores de condutividade mantiveram-se abaixo de 100S.cm -1 (Figura 5).
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20
40
60
80
100
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140
160
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08/04/06
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Data
Condutividadeeltricadag
ua(S/cm)
S/alimento
Ovo
Rao
Artmia
Figura 5 Valores de condutividade eltrica (S/cm) das amostras de gua dos aqurios decriao de larvas de Betta splendenssubmetidas a diferentes dietas alimentares.
Pouco se sabe sobre a influncia deste parmetro no desenvolvimento do
beta, entretanto, o tratamento com artmia, juntamente com o tratamento rao,
-
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apresentaram valores significativamente maiores que os demais tratamentos,
sendo que o T1 apresentou os maiores valores de sobrevivncia durante o
experimento.
Como a artmia provm de gua salina, e o sal altera os valores da
condutividade eltrica, pode-se supor que o sal contido na soluo (30 ppm) para
ecloso dos cistos no foi totalmente removido, afetando diretamente a
condutividade eltrica do tratamento, ocasionando assim o aumento desta
conforme o aumento da quantidade de nuplios de artmia na alimentao das
larvas. O mesmo pde ser observado para o tratamento com rao, devido
grande quantidade de sobras e posterior degradao que influenciou no aumento
da concentrao de slidos na gua de criao.
Alm da determinao das condies ambientais de um corpo dgua a
anlise da condutividade eltrica de suma importncia para a aferio das
condies de estresse dos animais mantidos em viveiro, devido ao fato de que em
qualquer condio de estresse h perda de sais pelas brnquias dos peixes,
aumentando os valores de condutividade eltrica (FIGUEIREDO et al., 2005).
Contudo, no foi possvel a utilizao desse parmetro para tal avaliao.
O tratamento com rao apresentou os maiores valores de nitrognio total
na gua dos aqurios a partir da quinta amostragem. Isto demonstra que as
sobras deste alimento podem levar a queda da qualidade da gua quando
utilizada em grandes escalas sem um controle rgido e manejo correto (Tabela 8).
Freqentemente, pisciculturas encontram problemas diretos atribudos
altas concentraes de compostos nitrogenados como a intoxicao por N-
amoniacal e o nitrito pelos peixes. Tal afirmao est relacionada com a
temperatura e o pH da gua de criao, fatores que indicam a necessidade de
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uma melhor prtica de manejo (BOYD & QUEIROZ, 2004).
As larvas alimentadas com rao apresentaram maior mortalidade at o
dcimo dia de experimento, quando os valores de pH (5,8) e temperatura (23
28C) favorecem a hidratao da amnia formando o on amnio (NH4+
), pouco
txico a maioria dos peixes. Entretanto, altas concentraes de ons amnio em
ambientes abertos podem influenciar na dinmica do oxignio dissolvido e
produo primria desordenada (ESTEVES, 1998).
Com exceo dos tratamentos com gema de ovo cozido e sem
alimentao, o aumento gradual da oferta de alimentos prosseguiu at o final do
experimento, mesmo havendo mortalidade parcial. O tratamento com artmia
apresentou aumento gradativo nos nveis de nitrognio total, mas, assim como o
tratamento rao, sua concentrao pode se elevar at um patamar txico aos
peixes criados em cativeiro (Figura 6).
0
1
2
3
4
5
6
7
8
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02/04/06
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26/04/06
Data
Concentraodenitrogniototalna
gua(mg/L) S/alimentao
Ovo
Rao
Artmia
Figura 6 Valores de concentrao de nitrognio total das amostras de gua dos aqurios de
criao de larvas de Betta splendenssubmetidas a diferentes dietas alimentares.
A concentrao de nitrognio total pode ser atribuda s sobras de
alimento, excretas e fezes (ESTEVES, 1998; ARANA, 1999). Esse nutriente pode
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ser encontrado nas mais diversas formas (NH4+, NH3, NO3- e NO2-). Para a
aqicultura, a amnia (NH3) e o nitrito (NO2-) so as formas mais txicas para os
peixes.
O efeito txico causado pelo nitrito na maioria dos peixes de gua doce
conhecido como a doena do sangue marrom que, devido a altas concentraes
do cido nitroso, oxida o on ferroso da hemoglobina, formando assim a
metahemoglobina, incapaz de transportar o oxignio, matando o peixe por asfixia
(HARCKE & DANIELS, 1999).
O nitrognio amoniacal, na forma de amnia altamente txico mesmo em
baixas concentraes. Sua concentrao aumenta conforme a alcalinizao da
gua de criao. A exposio a concentraes sub letais de amnia podem
comprometer o crescimento, converso alimentar, tolerncia no manuseio e
sade dos peixes ( KUBITZA, 2000).
Assim como o nitrognio, a concentrao de fsforo total na gua foi maior
no tratamento rao. Porm, a gema de ovo tambm apresentou grande aporte
do fsforo na gua (Figura 7). Este fato pode ser explicado fato de a gema de ovo
ser um alimento altamente energtico (ATP), que, segundo ESTEVES (1998),
representa uma grande fonte de fsforo. comum a suplementao de dietas
com fsforo biclcico (GONALVES, 2003), que pode aumentar o aporte desse
nutriente.
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34
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30/03/06
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Data
Concentraodefs
forototalnagua
(g/L)
S/alimento
Ovo
Rao
Artmia
Figura 7 Valores de concentrao de fsforo total das amostras de gua dos aqurios decriao de larvas de Betta splendenssubmetidas a diferentes dietas alimentares.
O tratamento com rao, a partir do quinto dia de amostragem, apresentou
concentrao significativamente maior de fsforo total que os demais tratamentos,
o que leva a crer que a forma administrada deste alimento no foi adequada
(Tabela 9).
Sabendo-se que o fsforo no promove efeitos diretos no peixe e sim no
estado trfico do ecossistema aqutico, esta varivel considerada como uma
influncia indireta no desenvolvimento e sobrevivncia dos peixes no ambiente
aberto (ARANA, 1999). Para tanto, podemos considerar a alimentao artificial
como causadora da eutrofizao, a qual pode ocasionar uma reao em cadeia,
cuja principal caracterstica impacto no ecossistema pela produo primria
desordenada (ESTEVES, 1998).
No caso deste estudo, a larvicultura foi aplicada em aqurios sem
renovao regular de gua, no havendo interfncia quanto produo primria
que poderia ocorrer em ambiente aberto, o que pode facilitar a aplicao de
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tratamentos para reutilizao ou descarte com caractersticas semelhante gua
que o abasteceu (ARANA, 1999).
A nfase aplicada no estudo quanto concentrao do nitrognio e do
fsforo so proporcionais ao destaque de agentes poluidores da aqicultura
intensiva, tambm caracterizada por HAKANSON et al. (1998) e LEMARIE et al.
(1998). Segundo FOLKE & KAUTSKY (1992) em ambientes naturais, de 100%
de fsforo contidos em uma rao, 23% so retidos pelos peixes, 11% dissolvem
na gua e 66% sedimentam, enfatizando a importncia de boas prticas de
manejo. Contudo, SCHNEIDER et al. (2005) atentam para consorciao entre
criaes para maximizao da reteno destes nutrientes.
Para utilizao da rao em p e a gema de ovo cozida na alimentao de
larvas e juvenis de Betta splendens, faz-se necessrio maiores estudos visando
reduo de seus efeitos impactantes e a maximizao do consumo das mesmas.
5 CONCLUSO
Com base nos resultados obtidos no presente estudo, podemos afirmar
que a artmia foi o melhor alimento utilizado para a sobrevivncia das
larvas de Betta splendense apresentou os menores aportes de nitrognio
total e fsforo total.
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Tabela 3 Mdia e desvio padro do nmero de larvas vivas de Betta splendensdurante o perodo experim
de acordo com os tratamentos.27/mar 28/mar 29/mar 30/mar 31/mar 1/abr 2/abr 3/abr 4/abr 5/abr 6/abr 7/abr
Controle 1000 1000 970,7b
58,88,1c
7,216,1c
*0c
*0c
*0c
*0c
*0b
*0b
*0b
Ovo 1000 1000 93,24,0b
80,24,0b
55,623,0b
42,613,6b
32,611,6b
19,69,4b
4,6,7c
*0b
*0b
*0b
Rao 1000 1000 96,81,9b
77,44,6b
69,613,2b
52,213,7b
41,413,5b
29,411,2b
20,88,4b
4,87,5b
3,45,6b
2,64,3b
Artmia 1000 1000 99,20,8a
98,01,4a
95,61,1a
89,22,9a
85,45,3a
81,68,0a
78,410,2a
76,411,2a
75,211,9a
74,412,1a
-a, b, c
Letras diferentes significam diferenas entre os tratamentos por meio do teste de Tukey (p
-
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Tabela 5 Mdia e desvio padro de valores de concentrao de oxignio dissolvido na gua (mg/L) dosplendensde acordo com os tratamentos.
27/mar 30/mar 2/abr 5/abr 8/abr 11/abr 14/abr 17/abr 20/ab
Controle 6,450,00 6,500,05a
6,680,08a
- - - - - -
Ovo 6,450,00 6,470,05a
6,280,08b
6,410,23b
6,000,00b
- - - -
Rao 6,450,00 6,310,07b
6,610,14a
6,590,16a
6,300,16a
6,250,08b
6,170,04b
6,350,03b
6,300
Artmia 6,450,00 6,520,04a
6,660,07a
6,600,13a
6,520,11a
6,630,05a
6,620,02a
6,820,05a
6,910-
a, b Letras diferentes significam diferenas entre os tratamentos por meio do teste de Tukey (p
-
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Tabela 7 Mdia e desvio padro de valores de condutividade eltrica da gua (S/cm) dos aqurios de cria
com os tratamentos.
27/mar 30/mar 2/abr 5/abr 8/abr 11/abr 14/abr 17/a
Controle 19,90,00 44,742,35 46,965,00a
- - - - -
Ovo 19,90,00 41,4810,26 41,487,66 52,1813,99 42,10,00a
- - -
Rao 19,90,00 45,260,84 55,722,44 57,441,84 67,951,91ab
80,50,71 94,556,29 1
Artmia 19,90,00 58,588,16b
79,315,54b
79,8611,76b
82,727,42b
102,1213,38 97,326,72 89,067
-a, b
Letras diferentes significam diferenas entre os tratamentos por meio do teste de Tukey (p
-
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Tabela 9 Mdia e desvio padro de valores de concentrao de fsforo total na gua (g.L -1) d
splendensde acordo com os tratamentos.
27/abr 30/mar 2/abr 5/abr 8/abr 11/abr 14/abr 17/abr
Controle 31,960,00 53,39,8 80,723,6 - - - - -
Ovo 31,960,00 157,016,4c
600,359,1c
791,562,3c
805,70,0b
- - -
Rao 31,960,00 153,235,7c
581,454,2c
716,2428,0b
963,231,5c
1222,52,12b
141311,3b
1519,52,1
Artmia 31,960,00 92,84,9b
167,052,1b
176,926,5a
198,9632,8 239,337,9a
323,852,4 457,714,2
-a, b, c
Letras diferentes significam diferenas entre os tratamentos por meio do teste de Tukey (p
-
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Captulo 2
Efeito da altura da coluna dgua na sobrevivncia de larvas de
Betta splendens
Resumo
O estudo avaliou a sobrevivncia das larvas em relao diferentes alturas
de coluna dgua e o comportamento dessas no perodo prximo s refeies. Foi
realizado em laboratrio de piscicultura, por um perodo de 10 dias no ms de
janeiro de 2007. Foram utilizados 12 recipientes plsticos com volume de 300 mL.
As alturas empregadas no experimento foram de 5 cm, 8 cm e 10 cm, sendo trs
tratamentos com quatro rplicas cada. Com a finalidade de reduzir a influncia da
varivel densidade, cada tratamento teve sua densidade de estocagem estipulada
pela proporo peixes/mL, sendo estocados com 10, 15 e 20 peixes
respectivamente aos tratamentos. Os recipientes foram povoados com larvas de
beta eclodidas a trs dias. Nuplios de artmia foram oferecidos ad libitumquatro
vezes ao dia em intervalos de trs horas, sendo iniciada s 8:30h. O tratamento
com 8 cm de coluna no diferenciou de ambos tratamentos. J o tratamento com
5 cm de altura de coluna dgua apresentou sobrevivncia significativamente
maior que o tratamento com 10 cm.
Palavras-chave: Beta, estocagem, sobrevivncia e comportamento.
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Chapter 2
Effect of the height of the water column in the survival of Betta splendenss
larvae
Abstract
The aim of this research was evaluate the survival of the larvae in relation
to the different heights of water column and the behavior of larvae next to feeding
time. The study was carried through in laboratory, for a period of 10 days in
January of 2007. Were used 12 plastic containers with 300 mL. The heights tested
were 5 cm, 8 cm and 10 cm. With the purpose to reduce the influence of the
changeable density, each treatment had its density of stockage calculated for the
ratio larvae/mL, being storaged with 10, 15 and 20 larvae respectively. The
containers had been town with beta larvae come out the three days ago. The
feeding with artemia nauplii was effected four times per day in intervals of three
hours ad libitum, being initiated at 8:30AM. The treatment with 8 cm of column did
not differentiate of both treatments. But, the treatment with 5 cm of height of water
column presented significantly bigger survival that the treatment with 10 cm.
Keywords: Betta, stockage, survival and behavior.
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1 INTRODUO
Assim como diversas espcies, o Betta splendens caracterizado pelo
cuidado paternal (SUZUKI, AGOSTINHO, WINEMILLER, 2000). Ao final do ritual
de acasalamento a fmea deve ser retirada. Aps a postura dos ovos, o macho se
torna altamente agressivo, podendo at matar sua companheira (DAMAZIO,
1992; WOLFSHEIMER, 2003).
Nos dois primeiros dias de vida, as larvas de peixes-beta no apresentam
um bom controle de natao, seja vertical ou horizontalmente, podendo ocorrer o
desprendimento ao ninho provocando seu afundamento e provvel mortalidade.
Essa outra responsabilidade do macho, que se encarrega de auxiliar na fixao
das larvas ao ninho de bolhas (WOLFSHEIMER, 2003).
A movimentao das larvas de beta se inicia a partir do terceiro dia de vida,
quando as larvas comeam a nadar em busca de alimento. Este peixe no se
movimenta por longas distncias procura de alimento, dificultando assim sua
alimentao em cativeiro. (DAMAZIO, 1992; WOLFSHEIMER, 2003).
Uma sada adotada por produtores do sudeste asitico para reduo dos
custos na alimentao foi o oferecimento de organismos planctnicos como a
Daphniaspp. (KRUGER et al., 2001) e a Moina(LIM et al., 2001). Tais alimentos
so produzidos em ambientes aquticos enriquecidos com nutrientes. Entretanto,
LIM et al. (2001) atenta para os cuidados higinicos e sugere a troca desses
alimentos pelo nuplio de artmia, que apresenta controle hignico facilitado.
A interferncia da altura da coluna dgua pouco conhecida na
larvicultura dessa espcie, principalmente quanto a sobrevivncia das larvas de
Betta splendens, porm sabe-se que a alterao desta est diretamente
relacionada com a densidade de produo (PIET, 1998).
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A densidade de estocagem responsvel pelos padres comportamentais
dos animais, conforme descrito por GONALVES (1993) em estudo com tilpias
do Nilo. Enquanto TERESA (2007) relata confrontos e/ou competio por
alimentos quando em altas densidades de estocagem, PERET (2004) cita a
escassez de alimento como principal causa de competio.
A altura da coluna dgua est diretamente relacionada com o limite de
produo. Ao aumentar esse nvel possvel elevar a produo de peixes em
uma mesma rea, por aumento de volume. Sendo assim, o estudo foi realizado
para avaliar a influncia da altura da coluna dgua no desenvolvimento inicial das
larvas de Betta splendens.
2 OBJETIVOS
Avaliar a sobrevivncia das larvas em relao s colunas ddua
estabelecidas;
Avaliar o comportamento no perodo prximo alimentao.
3 MATERIAL E MTODOS
3.1 Local do experimento
Durante dez dias, o experimento foi realizado no Biotrio do Laboratrio
de Patologia de Organismos Aquticos (LAPOA), situado no Centro de
Aqicultura da UNESP campus de Jaboticabal (CAUNESP) no ms de janeiro de
2007.
3.2 Instalaes e Condies Experimentais
Foram utilizados 12 recipientes de plstico com volume de 300 mL, sendo
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quatro para cada tratamento, perfazendo trs tratamentos. Para reduzir a
influncia da varivel densidade, foi determinada uma densidade equivalente a
uma larva para cada para cada 14 mL de gua.
Foram distribudas 135 larvas em trs tratamentos respeitando a
densidade determinada. Os tratamentos eram distintos quanto as alturas das
colunas dgua com 5 cm (T1), 8 cm (T2) e 10 cm (T3) contendo 10, 15 e 20 larvas
em cada recipiente, respectivamente.
3.3 Alimentao e Manejo
As larvas foram alimentadas quatro vezes ao dia ad libitumcom artmia
recm eclodidas (JOMORI, 2001; KIM, 2006). O comportamento das larvas foi
monitorado diariamente no perodo prximo s refeies quanto a sua
movimentao procura do alimento. No caso de mortalidade as larvas foram
removidas com auxlio de pipeta descartvel. Ao trmino do experimento foi
realizada contagem das larvas sobreviventes.
3.4 Delineamento Experimental
O experimento foi inteiramente casualizado, com trs tratamentos e quatro
rplicas cada (n total=12). Foi utilizado o teste de Kruskal-Wallis (p
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estimula a competio devido abundncia de alimento no meio. O mesmo foi
observado por CAVERO et al. (2003) em estudo de criao em alta densidade de
estocagem de pirarucus (Arapaima gigas), o que leva a crer que o aumento do
alimento oferecido confere melhoria no aproveitamento do mesmo e reduo da
competio.
Houveram diferenas significativas no ndice de sobrevivncia entre os
tratamentos submetidos s colunas dgua de 5 cm e 10 cm por meio do teste de
Kruskal-Wallis ao nvel de significncia de 13% (Figura 1). Porm, ao comparar os
trs tratamentos simultaneamente o nvel de significncia foi de 38% (Tabela 1).
Figura 1 Mdia, desvio-padro e erro padro da sobrevivncia de larvas(%)submetidas diferentes colunas dgua
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Tabela 1 Mdia e desvio padro de sobrevivncia (% de sobrevivncia) de acordo
com os tratamentos.
Tratamento Sobrevivncia (%)
T1 (5 cm) 80 8,16
T2 (8 cm) 73 14,40
T3 (10 cm) 72 2,89 Devido maior sobrevivncia no T1, sugere-se que esta altura de coluna
dgua seja admitida para prod