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1 Ano 5 / Edição 30 / Nov-Dez de 2012 / www.editorastilo.com.br Reciclagem Animal Graxaria Brasileira Graxaria Brasileira Revista Moinhos, martelos e peneiras Alta qualidade na moagem Moinhos, martelos e peneiras Alta qualidade na moagem Moinhos, martelos e peneiras Alta qualidade na moagem

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Ano 5 / Edição 30 / Nov-Dez de 2012 / www.editorastilo.com.br

Reciclagem AnimalGraxaria BrasileiraGraxaria BrasileiraRevista

Moinhos, martelose peneiras

Alta qualidade na moagem

Moinhos, martelose peneiras

Alta qualidade na moagem

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Alta qualidade na moagem

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Prezado Leitor

De uma tradicional família do segmento graxeiro, Ettore Dal’mas ainda adolescente começou a trabalhar na indústria do seu pai, o senhor Vitório Dal’mas, para auxiliá-lo na coleta dos subprodutos de origem animal e também para que pudesse se inteirar dos negócios da família. Foi uma longa trajetória até a sua saída em 1998.

Hoje, aos 91 anos, o senhor Ettore é um importante representante do mercado brasileiro de graxarias. Com toda a sua sabedoria e lucidez, conta à Revista Graxaria Brasileira a entrada do seu pai neste segmento, a trajetória da empresa e deixa o seu recado para o setor. Confira!

Um ajuste ali, uma novidade aqui, melhorias acolá e os fornecedores de moinhos, martelos e peneiras seguem em um constante processo evolutivo para disponibilizar às graxarias brasileiras o que há de melhor no setor de moagens, resultando em farinhas de carne, ossos e vísceras de excelente qualidade. O emprego de novas tecnologias, de tratamentos térmicos e o desenvolvimento de novos maquinários caracterizam a evolução no setor de moagens, retratado por empresas como Moinhos GV, Martec/Marfuros, Moinhos Vieira, SES Engenharia e WiDi - representante da Muyang Group.

Boa Leitura!Daniel Geraldes

Edição 30 - Nov/Dez 2012

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Ano 5 / Edição 30 / Nov-Dez de 2012 / www.editorastilo.com.br

Reciclagem AnimalGraxaria BrasileiraGraxaria BrasileiraRevista

Moinhos, martelose peneiras

Alta qualidade na moagem

Moinhos, martelose peneiras

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AbrA

NotíciAs

Em foco 1

Em foco 2

Em foco 3

Em foco 4

Em foco 5

DE olho No mErcADo

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ENtrEvistA

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Diretordaniel Geraldes

Editor Chefe

daniel Geraldes – MtB [email protected]

Jornalista Colaboradora

Lia Freire - MTB [email protected]

Publicidade

[email protected]

Direção de Arte e ProduçãoLeonardo Piva

denise [email protected]

Conselho Editorial

Bruno MonteroClaudio Mathias

Clênio antonio Gonçalvesdaniel Geraldes

José antonio Fernandes MoreiraLuiz Guilherme razzo

Valdirene dalmas

Comitê TecnicoCláudio Bellaverdirceu zanotto

Lucas Cypriano

Fontes Seção “Notícias” BeefPoint, avisite, Valor econômico, Gazeta Mercantil, Sincobesp, abra,

Sindirações, National render, embrapa, Biodiesel, agriPoint,

aliança Pecuarista.

Capa: www.123rf.comImpressão Gráficareferência editora

DistribuiçãoaCF alfonso Bovero

editora Stilorua Sampaio Viana, 167 - Conj. 61

Cep: 04004-000 / São Paulo (SP)(11) 2384-0047

[email protected]

A Revista Graxaria Brasileira é uma publicação bimestral do mercado

de Graxarias, clientes de graxarias, fornecedores de: máquinas,

equipamentos, insumos, matérias-primas, biodisel, frigoríficos e prestadores

de serviços, com tiragem de 4.200 exemplares.

Distribuída entre as empresas nos setores de engenharia, projetos, manutenção,

compras, diretoria, gerentes. É enviada aos

executivos e especificadores destes segmentos.

Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não necessariamente

refletem as opiniões da revista. Não é permitida a reprodução total

ou parcial das matérias sem expressa autorização da Editora.

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Grupo Faros: Qualidade e Sustentabilidade na Reciclagem Animal

APor: Ana Paula Michnik

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Faros Indústria de Farinha e Óleos é um grande grupo que tem como única atividade a Reciclagem Animal. Atualmente o Grupo processa resíduos de aves, bovinos e suínos, com

capacidade diária de 500 toneladas de farinhas e gorduras de origem animal. Em breve, o Grupo atuará também na região norte do Brasil, processando basicamente resíduos de

bovinos. A Faros também é uma grande exportadora de produtos da Reciclagem Animal. O Grupo faz o tratamento de efluentes e também possui biofiltros, que minimizam os odores da

produção. Conheça melhor a empresa com a entrevista realizada pela ABRA com o Sr. Robinson Huyer, sócio do grupo.

ABRA - O Grupo Faros tem se expandido bastante. Com quantas plantas vocês contam hoje? Robinson Huyer - Atualmente nós contamos com seis de nossas plantas que processam os co-produtos de Origem Animal. Nós temos três plantas no Rio Grande do Sul, a Faros que processa resíduos de bovinos e é a nossa matriz, temos também a Base que processa resíduos de suínos e aves, e temos a Farfri em Garibaldi que só processa aves. Duas em Santa Catarina, Ossotuba em Tubarão e a Cordeiro em Xanxerê no Oeste e nós também estamos em Dourados com a Agroindustrial São Francisco.

ABRA - Em breve o Grupo Faros inaugurará mais duas plantas na região Norte do País, conte-nos sobre essas plantas. Robinson Huyer - A região norte ainda é muito carente de indústrias de Reciclagem Animal. Segundo o I Diagnóstico da Indústria de Reciclagem Animal elaborado pela Associação Brasileira de Reciclagem Animal – ABRA essa região tem apenas 30 indústrias e um número considerável de abates, no Amazonas, por exemplo, não tem nenhuma planta recicladora e por isso estamos implantando uma no estado. Nessa planta nós faremos a coleta em mercados, açougues, entre outros estabelecimentos que possam descartar essa matéria de forma incorreta, no meio ambiente ou até mesmo nos lixões. A outra unidade, localizada em Cacoal, Rondônia e deverá

entrar em operação próxima à virada do ano. As duas vão processar basicamente resíduos de bovinos.

ABRA - Vocês têm outros planos de expansão?Robinson Huyer – Sim. A Faros já processa produtos de origem animal na linha de suínos, bovinos e aves. Então falta para o Grupo entrar na linha de peixe. Nós já temos o terreno comprado e também a licença para a implantação dessa unidade que será em Pelotas, Rio Grande do Sul.

ABRA - Qual é a relação do Grupo com o meio ambiente? Vocês utilizam alguma tecnologia contra degradação ambiental?Robinson Huyer - Sim. O meio ambiente para gente é fundamental. Faz parte da Reciclagem, é uma das nossas funções. Até mesmo para as novas plantas a gente procurou usar equipamentos de ponta aqui no Brasil que atendam a todos os padrões de sustentabilidade. Nas outras plantas nós fazemos o tratamento de cheiros, onde todas possuem a instalação de biofiltros. Também tratamos a água utilizada no processo industrial fazendo o tratamento de efluentes.

ABRA - O Grupo Faros tem boas relações com o mercado externo. Qual o volume e para quais países o grupo exporta? Robinson Huyer - Hoje nós exportamos 30 % de toda a produção. Já somos tradicionais em exportar para o Chile, um forte

mercado comprador de nossos produtos e exportamos também para a Argentina, Venezuela, para a Ásia, também estamos consolidados com o Vietnã, Bangladesh e a África do Sul.

ABRA - Com os altos preços dos insumos, as farinhas e gorduras de origem animal se mantiveram em um bom preço nesse ano. Qual a perspectiva que o senhor faz do mercado para 2013? Robinson Huyer - Em razão a disparada no preço da soja, nós tivemos um bom ano, principalmente no segundo semestre e com isso boa saída dos nossos produtos. Tivemos preços nunca vistos antes, porém tudo que sobe, uma hora cai. Para o próximo ano eu não vejo que esses preços terão sustentação. Eles devem abaixar e voltar ao patamar normal. Já no preço dos portos, acho que irá ficar um pouco acima dos preços da nossa indústria de farinhas e gorduras. Acho que no Ano que vem os nossos preços vão ser mais coerentes com os custos.

ABRA - Quais são os desafios que o senhor vê para o setor de Reciclagem Animal? Robinson Huyer - Eu acho que um grande desafio para o setor é a questão de legislação. Infelizmente, a legislação que abrange

os nossos produtos é muito antiga e fora da nossa realidade. A ABRA já busca junto ao órgão competente melhorias na legislação para ela seja atualizada. Além disso, eu considero como desafio também a melhoria nas próprias indústrias. Uma indústria precisa de estrutura, de pessoas competentes e principalmente buscar a qualidade final nos produtos. Hoje quem não tiver o foco de produzir com qualidade está fora do mercado, preço a gente até discute, mas qualidade é a exigência do mercado e é indispensável.

ABRA - Como um dos representantes da ABRA, qual a importância que o senhor vê em ter uma entidade que represente o setor de Reciclagem Animal?Robinson Huyer - Eu acompanho a ABRA desde a fundação e para nós é fundamental ter uma associação que valoriza o segmento, dá visibilidade, como a ABRA vem fazendo. A entidade é um canal de comunicação com o governo permanente, e a entidade com certeza está de portas abertas para todos os associados e todos aqueles que têm interesse de se associar. A ABRA hoje é uma associação bem estruturada, tem o departamento técnico, de marketing, comunicação, com vários projetos, uma entidade que cresceu bastante em pouco tempo.

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Turra: Mundo consumirá cada vez mais proteína animal e Brasil precisa manter a competitividade O presidente executivo da União Brasileira de Avicultura (UBABEF), Francisco Turra,

disse, ao participar do painel “Mercado”, do III Congresso Sul Brasileiro de Avicultura,

Suinocultura e Laticínios (Avisulat), que o mundo vai continuar consumindo cada vez

mais proteína animal. E que o Brasil precisa garantir a competitividade na oferta desses

alimentos. “A logística está cada vez pior”, destacou Turra, mencionando deficiências de

infraestrutura em estradas e ferrovias. “Precisamos deslocar o milho do Centro-Oeste para

o Sul”, completou, referindo-se à importância desse grão como insumo de atividades como

a avicultura e a suinocultura, concentradas principalmente no Rio Grande do Sul, Paraná

e Santa Catarina. Turra também defende a importância de uma política específica para

problemas emergenciais referentes ao abastecimento de milho. O presidente da UBABEF

explicou os esforços do setor para a abertura de novos mercados, como Indonésia e

Paquistão, e para remover barreiras de mercados já formalmente abertos, como a Índia,

onde a tarifa de importação é de 100%. Além de Turra, participaram do painel o secretário

de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Caio Rocha, representando o

ministro Mendes Ribeiro Filho; o presidente executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), Alysson Paulinelli; o diretor

de Mercado da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Jurandi Machado; e o consultor Carlos Cogo.

Fonte: UBABEF / O Presente Rural

Abatedouros incrementam produção avícola na Paraíba

Cerca de 400 pequenos produtores avícolas da Paraíba

terão, a partir de janeiro, dois abatedouros para beneficiar a

produção. As unidades serão instaladas nos municípios de

São Sebastião de Lagoa da Roça, na região do Agreste, e em

Monteiro, no Cariri.

O abatedouro de Lagoa da Roça atenderá 100 famílias

produtoras de três associações. “As capacitações para o uso

do equipamento começam este mês”, anunciou a gestora do

projeto Avicultura Alternativa do Sebrae na Paraíba, Andrea

Xavier. Em Monteiro, cerca de 300 famílias de cinco associações

entregarão matéria-prima para o abatedouro, segundo a

gestora do programa Sebrae nos Territórios da Cidadania, no

Cariri, Maria Madalena Andrade.

“Um consultor sênior está acompanhando o projeto,

fazendo o planejamento. Nosso parceiro, a Associação

de Avicultura de Monteiro (Aval), está nos apoiando com

consultoria empresarial sobre a administração do abatedouro.

A unidade terá gestão coletiva”, adiantou Madalena.

A Cooperativa Paraibana de Avicultura Alternativa e

Agricultura Familiar (Copaf ), que ganhou o Prêmio Sebrae

Mulher de Negócios este ano, na categoria negócios coletivos,

será uma das beneficiadas pelo abatedouro. A presidente

da Copaf, Maria Nazaré dos Santos Barbosa, disse que as

cooperadas já vendem para supermercados como os da rede

Wallmart, mas apenas ovos. “Ampliaremos nosso negócio com

a carne, que terá a marca Sou Caipira”, disse.

A Copaf também será capacitada com o projeto do

abatedouro de Lagoa de Roça. De 26 a 30 deste mês, haverá

na cidade uma capacitação do Sebrae sobre formação de

preço de vendas e outras informações sobre gestão para os

avicultores.

Fonte: Agência Sebrae de Notícias

Resultados da BRF - Brasil Foods pioram devido ao mal momento avícola e suinícola Síntese do mau momento vivido pelas processadoras de aves e suínos, a BRF -

Brasil Foods viu sua margem Ebitda do terceiro trimestre cair 3,6 pontos percentuais

na comparação anual, para 7,9%. Foi a pior variação entre os frigoríficos de capital

aberto na mesma base de comparação.

Do ponto de vista operacional, a BRF é o extremo oposto da Minerva Foods, que

trabalha somente com carne bovina. Com atuação praticamente restrita a frango

e suíno, a empresa resultante da incorporação da Sadia pela Perdigão não pode

contar com o momento mais favorável à produção de carne bovina no Brasil para

segurar os resultados apresentados do terceiro trimestre, a exemplo do que fez a

Marfrig. A BRF tem uma operação acanhada de carne bovina, apenas para atender

sua produção de hambúrgueres.

No segmento de aves e suínos, a BRF sofreu em duas pontas. No lado da produção, a empresa viu os preços do farelo de soja mais

que dobrarem no terceiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado. Já os preços do milho no Brasil subiram 12,1% no

período, segundo a companhia.

A deterioração das exportações de carne de frango foi o outro foco de pressão sobre a BRF. Principal exportadora brasileira do

produto, a empresa viu seus embarques de carne de frango caírem 3,5% na comparação com o terceiro trimestre de 2011, para 935

mil toneladas. Desde o fim do ano passado, a BRF se ressente dos elevados estoques do produto no Oriente Médio e no Japão, seus

dois maiores mercados.

Com menor geração de caixa, o índice de alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda) da BRF subiu para 2,76 vezes no

fim do terceiro trimestre, ante 2,57 vezes no trimestre imediatamente anterior. Mesmo assim, é um índice mais confortável entre os

frigoríficos listados na BMF&Bovespa.

Também pesa a favor da BRF a comparação com sua principal rival, a Seara Foods - divisão de aves, suínos e alimentos processados

da Marfrig -, que registrou uma margem Ebitda de 7% no terceiro trimestre, inferior aos 7,9% da BRF.

Fonte: Valor Econômico

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Frigorífico Diplomata anuncia fechamento de unidade no Paraná Um dia após anunciar a suspensão de abates na unidade

de Xaxim (SC), o frigorífico de aves Diplomata confirmou

o encerramento das atividades em Capanema, no Paraná.

Segundo nota oficial da empresa, o fechamento das duas

unidades, sem data confirmada, está previsto para depois

do término do abate de 10 milhões de aves. Cerca de 5 mil

funcionários serão colocados em período de férias coletivas.

A empresa pertencente ao deputado federal Alfredo

Kaefer (PSDB-PR), com sede em Cascavel (PR), está em

recuperação judicial desde o início de agosto passado, e já

havia suspendido os abates em outros dois frigoríficos, em

Londrina e Mandirituba, ambos municípios paranaenses.

No fim de outubro, a Justiça decidiu afastar a diretoria da

empresa por suspeita de transferência de bens a sócios e terceiros, prejudicando o pagamento de dívidas e o processo de

recuperação judicial.

Fonte: Valor Econômico

Missão chilena entrega resultado para plantas de reciclagem animal

A Coordenação Geral de Programas Especiais - CGPE do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento – MAPA entregou

para a Associação Brasileira de Reciclagem Animal – ABRA, o relatório final das visitas técnicas dos técnicos chilenos que estiveram

no Brasil em agosto para habilitar e renovar plantas de Reciclagem Animal para que exportem farinhas e gorduras de origem animal

-FGOA para o Chile. A Missão foi organizada pela ABRA e o MAPA. Durante duas semanas os técnicos visitaram 17 indústrias para

verificar se o processo de produção estava de acordo com os padrões técnicos e sanitários e de estrutura do país. Das 17 plantas

vistoriadas, 12 buscavam a renovação e cinco a habilitação. Cinco plantas tiveram a aprovação direta dos técnicos chilenos, outras

sete terão que solucionar alguns ajustes apontados para que estejam aptas a exportar. Apenas quatro empresas foram consideradas

inaptas pelos técnicos. Segundo o Sr. Vinícius Marques, secretário executivo da ABRA, a missão pode ser considerada como bem

sucedida pelo número de indústrias que passarão a exportar. “Somando as cinco plantas com aprovação direta e mais as sete com

pequenas pendências e que em breve também exportarão, temos aproximadamente 70% de aprovação comprovando a evolução do

setor e sucesso da missão” afirma. A ABRA está em diálogo constante tanto com o governo brasileiro quanto ao governo chileno para

que possam ser ajustados as não conformidades das empresas que apresentaram pendências. Estamos orientando as empresas com

pendências, que façam um plano ação com as corretivas, para que possamos apresentar ao governo brasileiro e consequentemente

ao chileno. “A Nossa expectativa é de que dentro de 60 dias todas as empresas estejam exportando”, afirma Sr. Lucas Cypriano,

coordenador técnico da ABRA. Grande parte das indústrias buscavam a habilitação e renovação para produtos originados do abate

de aves, como a farinha de penas, farinha de vísceras de aves, o óleo de aves e farinha de sangue. Outras pediram vistorias também

para produtos de bovinos, suínos e mistos.

Mercado Chileno

O consumo de farinhas e gorduras de origem animal brasileiro é bastante aquecido. Por isso, as exportações representam apenas

2% do total da produção nacional. Segundo o I Diagnóstico da Indústria Brasileira de Reciclagem Animal, o Chile é o país que mais

importa os produtos de origem animal sendo responsável por 53% deste total ao importar mais de 37 mil toneladas em 2010 gerando

uma receita de 15,2 milhões de US$. Os produtos exportados são destinados para a alimentação de animais no país.

Acesse o I Diagnóstico da Indústria Brasileira de Reciclagem Animal: http://www.abra.ind.br/views/diagnostico.php

Fonte: ABRA

MG: fiscalização da cama de aviário permanece ativa

Para manter a classificação do Brasil como região de risco insignificante em relação

à doença da “Vaca Louca” (Encefalopatia Espongiforme Bovina -EEB) e coibir o uso da

cama de aviário no estado de Minas Gerais, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA)

fiscalizou de janeiro a setembro, 52 propriedades localizadas em todas as regiões do

estado. No total, foram interditados 4.634 bovinos em 18 estabelecimentos rurais.

Os estabelecimentos notificados com irregularidades estão localizados em Pará de

Minas, Lagoa Formosa, Luz, Ponte Nova, Rio Casca, Arinos e Pitangui, locais considerados

polos de avicultura no estado ou que possuem bovinos criados em sistema de semi

confinamento. Essas regiões possuem normalmente, grande oferta e comércio ilegal de

produtos que contenham proteína ou gordura de origem animal (cama de frango).

São subprodutos de origem animal, a cama de frango, farinha de sangue, de carnes e ossos, de resíduos de açougue, dejetos de suínos,

sangue e derivados, entre outros. Eles são proibidos por lei na alimentação de ruminantes e trazem sérios prejuízos aos produtores rurais

e a bovinocultura estadual e nacional. A proibição é uma determinação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e

acontece desde 1996. O produtor que utilizar esses subprodutos para alimentar seu rebanho pode responder criminalmente por infringir

leis federais, além de colocar em risco a saúde dos animais e da população como um todo.

O Brasil é considerado região de risco insignificante para a doença da “Vaca Louca”. E o IMA, na intenção de preservar esse status,

realiza a fiscalização de alimentos de ruminantes em estabelecimentos rurais e o monitoramento mensal de todos os bovinos

importados presentes em propriedades de Minas, diminuindo assim, o risco do surgimento da doença.

O Botulismo é outra doença ocasionada pelo uso desses subprodutos. Ocorre devido à ingestão da toxina do Clostridium

botulinum que pode ser encontrada no meio ambiente, em carcaças de animais, fezes e até mesmo no tubo gastrointestinal de

animais mortos. Causa paralisia muscular do animal, levando-o à morte. No entanto, a cama de aviário pode ser utilizada de maneira

legal como adubo, na agricultura.

Fonte: IMA, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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Consultoria diz que produção de biodiesel deve diminuir no país A “quebra” da produção brasileira de soja na safra 2011/12, em virtude da severa

estiagem que prejudicou as lavouras da região Sul do país, deverá provocar uma

redução de 0,6% na produção nacional de biodiesel neste ano, de acordo com

estimativa da Tendências Consultoria. A produção deverá alcançar 2,66 bilhões de

litros, ante os 2,67 bilhões de 2011, interrompendo uma escalada iniciada em 2005

e que deverá ser retomada no ano que vem, a partir da prevista recuperação da

colheita da oleaginosa, que deve bater novo recorde neste ciclo 2012/13. Ocorre

que, dada a eficiência da cadeia brasileira da soja, o óleo extraído do grão é a

matéria-prima de mais de 80% do biodiesel produzido no país. Com a “quebra” da

safra 2011/12, a retração da oferta de soja para biodiesel em 2012 está estimada

em 12% pela Tendências. Apesar da menor produção, a capacidade ociosa da

indústria brasileira de biodiesel segue grande. No primeiro semestre, realça a

consultoria, voltou a superar 50%, o que continua a alimentar o lobby pela elevação

do percentual de mistura obrigatório do biodiesel no diesel no país, hoje em 5%. A

empresa também destaca que os preços de venda do biocombustível nos leilões da

ANP não acompanharam a valorização do mercado de óleo de soja em geral.

Fonte: Biodiesel BR

Petrobras conclui testes com mistura de 20% de biodiesel A Petrobras concluiu os testes de desempenho

de veículos com o uso do biodiesel B20, combustível

que tem mistura de 20% de biodiesel no diesel. Os

testes servem para avaliar a eficiência e o impacto

nos motores do aumento na concentração de

biodiesel de 5% para 20% e foram feitos em uma

área do Exército, em Barra de Guaratiba, na zona

oeste da cidade. O objetivo do projeto de pesquisa

é avaliar o comportamento dos motores com a

utilização do B20. Hoje, o óleo diesel comercializado

no país recebe, obrigatoriamente, uma adição de 5%

de biodiesel (B5). O combustível B20 é uma mistura

de 20% de biodiesel com 80% do diesel tradicional

e polui menos o ambiente. Em nota, a Petrobras explica que a frota, composta por oito veículos, sendo quatro com B20 e

quatro com B5, já rodou 100 mil quilômetros desde o ano passado, passando pelos estados da Bahia, de Sergipe, de Alagoas,

de Minas Gerais, de São Paulo e do Paraná, em circuitos urbanos e rodoviários, e sendo submetida a diferentes condições

climáticas. Nesta semana, os motores começam a ser avaliados pelos fabricantes. “A próxima fase será a avaliação de emissões

e do desempenho dos motores em bancada de testes, seguida de análise do comportamento das peças e componentes.

Todos os resultados serão comparados com os obtidos em veículos semelhantes submetidos às mesmas condições de testes,

porém usando o B5”, diz a nota. Iniciado em setembro de 2010, o projeto é conduzido pelo Centro de Pesquisas da Petrobras

(Cenpes), em parceria com a Petrobras Biocombustível, a Petrobras Distribuidora e a Universidade de Salvador. A Petrobras

não informou quando a nova mistura passará a ser comercializada.

Fonte: Revista Globo Rural

JBS acerta compra de frigorífico de frangos em SC A JBS anunciou que assinou termo de compromisso para

adquirir a totalidade da Agrovêneto, especializada em carne de

frango, por 128 milhões de reais, sendo que 10 milhões serão

pagos em ações e o restante por meio da assunção de dívida.

A concretização do negócio depende da aprovação dos

órgãos reguladores, do Conselho de Administração da JBS e da

conclusão de uma “due diligence” relacionada à dívida, informou

a empresa em comunicado.

A Agrovêneto é uma empresa especializada em carne de

frango, instalada no município de Nova Veneza, Santa Catarina,

com capacidade diária para processar 140 mil aves, vendidas no

Brasil e no exterior.

“A aquisição da Agrovêneto complementa o negócio da JBS no segmento de aves no Brasil”, disse o comunicado do grupo, que é

o maior processador de proteína animal do mundo.

A nova unidade será incorporada à JBS Aves que passa a ter quatro unidades neste setor no Brasil, com uma capacidade de

processamento de 1,34 milhão de aves por dia.

Em agosto, o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) aprovou o arrendamento da Doux Frangosul pela JBS.

A operação marcou a entrada do grupo, tradicional no setor bovino, no mercado de aves.

Em setembro, o presidente da companhia, Wesley Batista, havia dito que havia “uma oportunidade para expandir no segmento

de aves no Brasil”, mas que naquele momento eles estavam “mais focados em pôr a Frangosul para rodar eficiente”.

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Fiscais agropecuários denunciam ‘terceirização’ nos municípios

O Sindicato Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical) protocolou denúncia no Ministério Público Federal

alertando para ‘usurpação de função’ por parte de municípios que firmam convênios com o Ministério da Agricultura para exercer a

atividade de fiscalização, contratando profissionais que, na maioria dos casos, não são servidores públicos concursado. Pelos cálculos

da entidade, atualmente existem cerca de 300 profissionais, entre médicos veterinários e auxiliares de inspeção, que estão exercendo

atividades que são privativas da carreira de fiscal federal agropecuário. O sindicato alerta que, além de infringir legislação federal e

de gerar o enfraquecimento da carreira, a terceirização ‘causa enormes riscos à população e ao Estado Brasileiro em suas relações

comerciais internacionais de exportação de matéria animal e vegetal’. Segundo a denúncia apresentada pela entidade, ‘onde deveriam

trabalhar profissionais de carreira, aptos a zelar pela qualidade e pela segurança alimentar dos produtos, estão pessoas que não

possuem nenhum vínculo com o Estado e que podem sofrer todo tipo de pressão durante o desenvolvimento do seu trabalho’. A

Annfa sindical diz que a maior parte desses profissionais conveniados atua em regiões onde estão grandes estabelecimentos de abate

animais, como Centro-Oeste, Sudeste (Minas Gerais) e Sul. Na visão da entidade sindical, o fato de as prefeituras contratarem, sem

concurso público, médicos veterinários para auxiliarem no serviço municipal, revela que o Ministério da Agricultura ‘não possui pessoal

suficiente para realizar as atividades privativas de fiscalização’. O serviço de defesa agropecuária do Ministério da Agricultura conta com

3,2 mil profissionais, entre engenheiros agrônomos, médicos veterinários, químicos, farmacêuticos e zootecnistas, diz a entidade, que

defende a realização de novos concursos para adequar o quadro à nova a realidade do agronegócio brasileiro.

Fonte: G1

ABRA participa da ABISA Nordeste

A Associação Brasileira de Reciclagem Animal – ABRA participou entre os dias 28 e

30 de outubro do Congresso da Associação Brasileira das Indústrias Saboeiras e Afins –

ABISA Nordeste, realizado em Salvador, Bahia. O presidente da ABRA, Sr. Clênio Gonçalves

participou da cerimônia de abertura que e ressaltou o quanto a indústria de higiene,

limpeza e também a de cosméticos são importantes para o setor de Reciclagem Animal.

Segundo o Sr. Gonçalves, o setor de Reciclagem Animal apurou em 2011 o processamento

de mais 12 milhões de toneladas de produtos não comestíveis do abate animal, produzindo

cerca de 3,3 milhões de toneladas de farinhas e 1,9 milhões toneladas de gorduras. Os

dados apresentados ainda revelaram que do volume total de gorduras produzidos, 1,4

milhões de tonelada é sebo bovino. O mercado de higiene e limpeza é maior consumidor dessa matéria-prima com demanda

de 56% do total de sebo produzido em 2011. Para o Sr. Clênio Gonçalves, este número confirma a importância do setor de

higiene e limpeza para a indústria brasileira de reciclagem animal. “Estes números mostram o quão é importante à indústria

de higiene e limpeza para nosso setor e tanto o congresso quanto a feira traz a oportunidade de estarmos bem informados

e ampliarmos os nossos negócios” afirma. Já o coordenador técnico da ABRA, Sr. Lucas Cypriano, ressaltou a importância

estreitar o relacionamento com Associação Brasileira das Indústrias Saboeiras e Afins e disse que o setor de Reciclagem Animal

busca novidades para o mercado de higiene e limpeza. “A participação da Abra foi muito importante para aumentarmos

nosso relacionamento com a ABISA e para mostrar ao importante segmento de saboarias, clientes dos nossos associados, que

estamos em busca de novas fontes de gorduras para o mercado”. Em 2011 o setor de Reciclagem Animal gerou negócios na

casa de R$ 6,1 bilhões, com expectativa de crescimento de até 6% para 2012.

Fonte: ABRAJBS: além de bovinos, empresa é maior fornecedora mundial de frangos

Com apenas três anos atuando nessa área, desde que comprou a

americana Pilgrim’s, por US$ 2,8 bilhões, o JBS se transformou no mês de

agosto no maior fornecedor mundial de frangos. A marca foi alcançada

quando as granjas da Doux Frangosul, no Rio Grande do Sul, arrendadas

em maio deste ano, atingiram sua capacidade máxima de produção. Com

isso, o JBS passou a abater 8,5 milhões de aves por dia, mais do que a

americana Tyson Foods, que tem uma média de 8,4 milhões, segundo o

balanço da companhia. “Esse já é um negócio de mais de R$ 18 bilhões para o JBS”, afirma Wesley Batista. Em 36 meses, o setor de aves

passou a representar 25% do faturamento da companhia. Em cinco anos, a estimativa é que possa chegar até a 40%.

“Existe muita oportunidade no negócio de aves”, diz Batista. “Temos recebido muitas ofertas, mas o nosso foco, agora, é colocar

a Frangosul para rodar.” Não será tarefa das mais simples. A operação brasileira da Doux Frangosul, do empresário francês Charles

Doux, estava à beira da falência quando as unidades industriais de Passo Fundo e Montenegro, no Rio Grande do Sul, e Caarapó,

em Mato Grosso do Sul, foram arrendadas por até dez anos. Doux tentou por duas vezes vender a empresa para a família Batista,

incluindo os ativos da França. Mas a conversa não evoluiu. Em janeiro deste ano, o empresário voltou à carga, desta vez, oferecendo

apenas a filial local. Era uma tentativa derradeira de evitar que ela fosse à bancarrota.

E deu certo. “A entrada no JBS na Doux Frangosul tem um impacto positivo”, afirma Ricardo Santin, diretor da União Brasileira

de Avicultura. “Ela solidifica o setor ao não deixar o terceiro maior produtor brasileiro parado e dá estabilidade à cadeia.” O JBS

contratou a KPMG, que finaliza, no momento, uma auditoria na Doux Frangosul, para saber se deve exercer a opção de compra. Até

agora, já descobriu passivos de mais de R$ 1 bilhão. “Vamos ter de fazer uma reestruturação dessa dívida”, diz Batista. “Precisamos nos

entender com os credores.”

Ele está preocupado com a alavancagem do JBS, que é de 4,27 vezes a sua geração de caixa, considerada elevada para o setor.

Mas a área de aves é tida como promissora, na visão de Batista. Apesar de a operação de frangos nos Estados Unidos ter tido prejuízo

de US$ 496 milhões, no ano passado, ela recuperou-se nos seis primeiros meses de 2012, quando lucrou US$ 109 milhões. Com a

Doux Frangosul, o grupo acrescentará mais R$ 1,5 bilhão anuais à sua receita. Percentualmente, esse dinheiro representa apenas 2%

do faturamento do JBS. A soma, no entanto, é superior ao que fatura a imensa maioria das empresas brasileiras.

Fonte: IstoÉ Dinheiro / BeefPoint

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ABRA apoia Plano Safra da pesca e aquicultura

A Associação Brasileira de Reciclagem

Animal – ABRA foi convidada pelo

Ministério da Pesca e Aquicultura para

a cerimônia de lançamento do Plano

Safra da Pesca e Aquicultura. O evento

aconteceu no Palácio do Planalto com

a presença da presidente Sra. Dilma

Rousseff, o ministro da pesca, Sr. Marcelo

Crivela, o ministro da saúde, Sr. Alexandre

Padilha, o presidente da Câmara dos

Deputados, Sr. Marco Maia e o presidente

da Petrobras Biocombustível, Sr.Miguel

Rossetto, a Sra Gleisi Hoffmann, ministra

da Casa Civil . Faltam as autoridades

como a Ministra da Casa Civil e Ministro

do Desenvolvimento Agrário, Pepe

Vargas. O plano prevê investimentos de

4,1 bilhões de reais para a modernização

da pesca e o fortalecimento da indústria

e do comércio pesqueiro. A meta é

produzir 2 milhões de toneladas anuais até 2014 e beneficiar mais de 330 mil famílias. A presidente da República disse que a

intenção é tornar a atividade pesqueira central para o país e que com o Plano o Brasil se tornará em um grande potencial para

que a pesca e aquicultura sejam mais lucrativa e competitiva. “Agora é hora de o país transformar seu potencial em atividades

sociais e econômicas” considerou. Segundo a presidente, O Brasil tem mais de oito mil quilômetros de costa marítima, 12%

da reserva mundial de água doce e um mar interno feito de reservatórios e açudes em praticamente todas as nossas bacias

hidrográficas. Durante o evento também foram assinados um memorando para ampliar programas de pesquisa e produção

de biodiesel através dos resíduos do pescado. Os resíduos do pescado também são processados pela Indústria de Reciclagem

Animal para a produção de farinhas e óleo de peixes. RECICLAGEM ANIMAL As farinhas e o óleo de peixe são produtos

de grande valor nutricional e utilizados na produção de rações para animais. De acordo com o I Diagnóstico da Indústria

Brasileira de Reciclagem animal lançado pela ABRA, em 2010 foram produzidos de 28 mil toneladas de farinha de peixes e 8

mil toneladas de óleo de peixes. “Este números mostra o quão pouco é explorado o segmento de peixes e o Plano Safra é para

a Reciclagem Animal uma grande oportunidade para a expansão da reciclagem dos resíduos de pescado. A nossa indústria

já é bem definida nos segmentos de bovinos, aves e suínos, e agora é a vez do peixe”, afirma o Vice Presidente da ABRA Sr.

Roger Matias. Já o Sr. Robinson Huyer, Vice Presidente da ABRA disse que é um momento oportuno para que o setor invista na

reciclagem de resíduos da pesca. “É o momento para investir na reciclagem de resíduos da pesca para ampliar a produção de

farinhas e gordura de peixes. O Brasil é um país rico em água e com grande potencial de pescados, então nós como membros

da ABRA apoiamos essa iniciativa para que se desenvolva ainda mais a reciclagem dos resíduos do pescado, fortalecendo mais

o nosso setor”. Em agosto a ABRA se reuniu com o Ministério para discutir a destinação dos resíduos do pescado De acordo

com o MPA, o Brasil captura anualmente 1,2 milhões de toneladas de pescados. Segundo o Sr. Rodrigo Claudino, coordenador

geral, 30% desse volume não é aproveitado para o consumo humano. Ou seja, um grande volume de pescado é descartado

pelas embarcações ainda em água, ou quando chegam em terra. A ABRA propôs que seja elaborado um estudo de viabilidade

econômica para o processamento desse produto, visando garantir a entrega dessa matéria-prima em boas condições para

as Indústrias de Reciclagem Animal, gerando divisas aos pescadores e ao país. O chefe de assuntos estratégicos e relações

institucionais do MPA, Sr. Luis Alberto de Mendonça Sabanay avaliou como viável uma futura parceria com a ABRA. “Nos

componentes novos que surgirem, não teremos problemas de acionar os canais e dentro do sistema colocar e ver o que cabe

a nós do poder público produzir para isso se tornar uma política de forma efetiva”. Garantiu o Sr. Sabanay. A ABRA apresentará

os dados para o Ministério da Pesca e Aquicultura, por ver como muito importante essa possível parceria entre a entidade e o

MPA, reduzindo desperdícios e auxiliando no aumento de renda da atividade pesqueira.

Fonte: ABRA

PBio firma acordo sobre conversão de resíduos da pesca em biodiesel A Petrobras Biocombustível (PBio) e o Ministério da Pesca e Aquicultura

assinaram um memorando de entendimentos para ampliar programas com

foco na pesquisa e produção de biodiesel a partir de matéria-prima residual

do pescado. A parceria foi firmada durante o evento de lançamento do Plano

Safra da Pesca e Aquicultura que contou com a presença da presidente Dilma

Rousseff. Para o presidente da PBio, Miguel Rossetto, a parceria tem o propósito

de promover estudos para utilização desta matéria-prima na produção de

biodiesel. “Vamos apoiar o desenvolvimento de uma nova alternativa de

suprimento e contribuir também para o aproveitamento de resíduos da

atividade pesqueira na produção de bicombustíveis”, avalia o presidente. A

iniciativa está alinhada ao Plano Safra que visa à expansão da atividade e do

comércio pesqueiro e tem como meta produzir 2 milhões de toneladas anuais

de pescado até 2014. A PBio já desenvolve iniciativas para avaliar o aproveitamento de óleo de peixe para biodiesel. Um exemplo é a

parceria no projeto piloto Biopeixe realizado com piscicultores da região de Jaguaribara (CE). O acordo tem como principais objetivos

ampliar o aproveitamento e a produtividade dos recursos naturais, pesqueiros e aquícolas, aumentar a renda dos pescadores e agregar

valor à sua produção, além de promover o desenvolvimento técnico, científico e de inovações tecnológicas para a atividade.

Fonte: Biodiesel BR

Frigoríficos de SP usarão crédito como garantia Frigoríficos paulistas passam a poder apresentar créditos

de Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e serviços

(ICMS) como garantia para tomar empréstimos junto à

Agência de Fomento do Estado de São Paulo. A medida foi

autorizada pelo Decreto estadual nº 58.465, publicado no

Diário Oficial do Estado.

O benefício se limitará às empresas que fazem o abate

de aves em território paulista. Além disso, abrange apenas os

créditos obtidos entre 1º de junho e 31 de dezembro deste

ano.

Essas empresas costumam acumular crédito

presumido - aquele que a empresa pode registar e usar

independentemente dos seus custos - do imposto.

Segundo ofício do secretário da Fazenda, Andrea Calabi,

a proposta tem por objetivo restaurar a competitividade do

segmento econômico paulista, que vem enfrentando forte concorrência em razão de benefícios concedidos por outros

Estados.

Caberá à Secretaria da Fazenda, mediante solicitação da Agência de Fomento do Estado de São Paulo transferir os créditos

à agência, de acordo com as condições constantes do financiamento celebrado com os estabelecimentos envolvidos, caso o

financiamento não seja regularmente liquidado.

Apesar de entrar hoje em vigor, ainda falta regulamentação da medida. “Na regra bancária, quanto mais líquida a garantia,

menor os juros. Falta estabelecerem quais serão os juros nesse caso”, afirma o advogado Marcelo Jabour, diretor da Lex

Legis Consultoria Tributária. O advogado afirma que as empresas já podem começar a apurar seus créditos de ICMS para se

programar para o uso do benefício, provavelmente, no próximo ano.

Com informações da Lex Legis Consultoria Tributária.

Fonte: Valor

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Minerva Foods sinaliza ‘apetite’ por aquisições para elevar a capacidade

Fortalecida pelos resultados alcançados no terceiro trimestre e um caixa de R$ 920 milhões, a Minerva Foods, terceira

maior processadora de carne bovina do país, definiu sua estratégia de aquisições para 2013. De olho na maior oferta de

gado, a empresa mantém o apetite por ativos que ampliem a capacidade de produção e, ao mesmo tempo, reduzam os ainda

elevados índices de endividamento da companhia.

“Sempre analisamos as oportunidades, mas só vamos nos movimentar se a aquisição tiver efeito neutro ou positivo para a

desalavancagem da empresa”, afirmou ontem o presidente da Minerva, Fernando Galletti de Queiroz, em teleconferência com

analistas sobre os resultados da empresa no terceiro trimestre deste ano.

O desempenho operacional da Minerva ficou 8% acima esperado pelo mercado, conforme relatório do banco Barclays.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) da companhia no período foi de R$

134,5 milhões. Apesar do resultado, ações da Minerva na BMF&Bovespa caíram 2,17% ontem, num movimento de realização

de lucros, conforme um fonte de mercado. Em 2012, os papéis da empresa acumulam valorização de 140,07%.

A estratégia de aquisições desenhada pela Minerva seguirá o exemplo da compra, em setembro, do frigorífico paraguaio

Frigomerc, disse o diretor-financeiro da empresa brasileira, Edison Ticle. Na ocasião, o negócio foi fechado por R$ 35 milhões.

Desse total, R$ 10 milhões podem ser pagos em ações da Minerva.

Segundo Ticle, o frigorífico paraguaio deve gerar um lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na

sigla em inglês) de cerca de R$ 13 milhões no ano. Com isso, diz ele, a relação entre o preço de aquisição e o Ebitda é de 2 vezes.

“Hoje, a Minerva tem uma alavancagem de 3,7 vezes. Trazendo esse índice de 2 vezes do Frigomerc, reduzimos a alavancagem

na margem”, argumentou. A empresa fechou o terceiro trimestre com uma dívida líquida de R$ 1,64 bilhões.

O presidente da Minerva, Fernando Galletti de Queiroz, ressaltou que as possíveis aquisições devem respeitar a estratégia

da companhia e, portanto, se concentrarem em operações de carne bovina na América do Sul. Atualmente, a empresa conta

com 11 unidades de abate e desossa, sendo duas no Paraguai, uma no Uruguai e o restante no Brasil.

“A produção bovinos está menos competitiva no Hemisfério Norte”, disse Galletti de Queiroz, referindo-se aos elevados

preços do grãos usados na ração animal. Nesse contexto, destaca, o Brasil deve abocanhar mais mercado nas exportações,

especialmente para os países emergentes.

No caso do mercado interno, a Minerva tem a elevação dos custos de grãos a seu favor, que dificulta as operações de

empresas de carne de frango e suína, como a BRF - Brasil Foods e a Seara, do grupo Marfrig. “Tradicionalmente, o quarto

trimestre já é o melhor do ano. Com as proteínas concorrentes subindo de preço, você tem um efeito de substituição para a

carne bovina”, justificou Galletti de Queiroz.

Fonte: Valor

Com frigorífico, Cocari prevê faturamento acima de R$ 1 bilhão A cooperativa Cocari inaugurou nova indústria de aves, em

Mandaguari (Norte do Paraná), com o objetivo de elevar seu

faturamento anual de R$ 900 milhões (2012) para mais de R$ 1

bilhão. A crise verificada na avicultura não afeta a rentabilidade do

projeto no médio ou no longo prazo, disse o vice-presidente da

cooperativa, Marcos Antonio Trintinalha.

Antes da implantação do frigorífico de 32,5 mil metros

quadrados, foi instalada fábrica de ração e uma rede de aviários. Os

investimentos assumidos pela cooperativa somam R$ 115 milhões

– 75% desse valor financiados via BRDE e BNDES. A indústria de

aves passará a operar aos poucos e deve abater de 60 a 70 mil aves

ao dia a partir de janeiro.

Na avaliação de Trintinalha, o momento favorece a inauguração

pela proximidade do Natal – quando o consumo de carne de ave aumenta – e da colheita de verão – que promete equilibrar os preços

da soja e do milho, ingredientes básico das rações.

“Nosso projeto de agregar valor aos grãos e à ração vem sendo desenvolvido desde 2009. Agora é um bom momento para

colocarmos a indústria em operação. As coisas começaram a melhorar para a indústria avícola. Vamos pegar na virada desse processo

de crise, com a entrada da soja nova de Mato Grosso”, afirmou. Ele sustenta que o fato de a cooperativa ser autossuficiente na produção

de ração para aves conta pontos a seu favor.

Como já vinha encaminhando 35 mil aves ao dia para abate em frigoríficos parceiros (da Frangos Canção), a Cocari descarta a possibilidade

de a inauguração de sua indústria provocar excesso de oferta de frango e baixar os preços da carne no Norte do estado. Inicialmente – até

conseguir autorização para exportar, o que exige cerca de um ano de operação e adaptações –, o frigorífico atenderá o mercado interno.

A planta, no entanto, foi estruturada para exportação a países de mercados tradicionais como o Oriente Médio. A Cocari tenta

garantir a qualidade da carne com aviários automatizados (com equipamentos que controlam luminosidade e suprimento), ração de

origem comprovada e abate especializado. Os mil empregados que vão trabalhar no frigorífico passam por qualificação.

Com a ativação do frigorífico, 22 novos aviários devem entrar em operação. A capacidade de produção e abate deverá dobrar nos

próximos anos, dependendo das demandas interna e externa. Na segunda fase do projeto, quando a indústria atingirá capacidade

máxima, os avicultores integrados deverão alojar perto de 9 milhões de frangos, conforme projeção da Cocari.

Fonte: Gazeta do Povo

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Crise dos grãos: preços das carnes aumentam 50% neste ano

Os preços das carnes no varejo subiram quase 30% neste ano e devem continuar em linha ascendente até dezembro, totalizando 50% de

majoração no período. Esse é o efeito mais visível da crise de encarecimento da nutrição animal que assola as cadeias produtivas da avicultura,

suinocultura e bovinocultura no Brasil.

Ao fazer esta avaliação, o presidente do Sindicato das Indústrias da Carne e Derivados no Estado de Santa Catarina (Sindicarne), Clever Pirola

Ávila, estima que desde o início da crise dos grãos até o encerramento do ano, a proteína animal registrará crescimento nos preços na ordem de

50%. “Não se trata de lucro, mas de transferência de custos”, ressalva.

A crise está instalada há oito meses e o quadro permanece inalterado. A disparada nos preços dos principais insumos (soja e milho) encareceu

fortemente a produção de carnes de aves e suínos no Brasil e ameaça derrubar a competitividade do setor neste ano. O dirigente realça que em

face do forte encarecimento da soja nos mercados nacional e mundial, as previsões para 2013 são de redução da produção ou crescimento

vegetativo, com inevitável aumento do preço dos alimentos cárneos no mercado doméstico e exportação.

O cenário de grãos com preços elevados persistirá até a próxima safra. “As commodities saltaram para um novo patamar de preços e, como

existem contratos de aquisição firmados já para a próxima safra, é bastante provável que os preços continuarão altos”, coloca Ávila.

Os preços de soja, farelo de soja e milho não crescerão mais nesse período, mas se manterão elevados. O presidente do Sindicarne acredita

que não há mais espaço para aumentos em função da safra já comercializada, entretanto os valores se manterão nos atuais níveis ou com uma

leve queda.

O temor do setor é que muitos frigoríficos de pequeno e médio porte ficaram fragilizados e ameaçados de desaparecer em conseqüência

dessa crise. Para evitar isso, o Sindicarne trabalha para a criação de um fundo de aval junto ao Governo Federal, visando facilitar o crédito para

financiamento do capital de giro e minimizando o impacto nas empresas.

Ávila continua insistindo em um plano estratégico de longo prazo, no qual a logística multimodal será ponto fundamental para manter

a competitividade do Estado de Santa Catarina. Na avaliação do Sindicarne, as medidas que devem ser tomadas para evitar a repetição desse

quadro de superencarecimento dos grãos não devem ser casuísticas.

Santa Catarina tem mais de 17.000 suinocultores e avicultores integrados às agroindústrias produzindo num setor que emprega diretamente

105 mil pessoas e, indiretamente, mais de 220 mil trabalhadores. O setor no País se desenvolveu copiando o modelo de parceria produtor/

indústria implantado em Santa Catarina a partir do início dos anos 70.

Fonte: MB Comunicação

Cooperativas contratam mais financiamentos para safra 2012/13

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

(Mapa) informou que nos dois primeiros meses após o

lançamento do Plano Agrícola e Pecuário 2012/13 os

financiamentos contratados por meio do Programa de

Desenvolvimento Cooperativo para Agregação de Valor

à Produção Agropecuária (Prodecoop) e do Programa de

Capitalização de Cooperativas Agropecuárias (Procap-

Agro) somaram R$ 226,9 milhões.

O Prodecoop financiou R$ 140,6 milhões, um aumento de

7% sobre igual período da safra passada (2011/12). As normas

de enquadramento das ações desenvolvidas no âmbito do

Prodecoop foram alteradas para o Plano Safra 2012/13, com

ênfase no financiamento a operações de investimento. O

Governo disponibilizou recursos de R$ 2 bilhões para o apoio

financeiro a investimentos no processo produtivo, beneficiamento, industrialização e armazenagem de produtos agropecuários,

às ações de adequação sanitária e de recuperação de solos. Além disso, o limite de financiamento aumentou, passando de R$ 60

milhões para R$ 100 milhões por cooperativa. O juro na contratação do financiamento é de 5,5% ao ano.

Dentro da política de apoio ao cooperativismo, o ministério também elevou os recursos disponibilizados através do

Procap-Agro (Programa de Capitalização de Cooperativas Agropecuárias) com destaque para maior disponibilidade para

financiamento de capital de giro ao setor. Para a atual safra, os recursos totalizam R$ 3 bilhões, o que corresponde a um

aumento de 50% em relação à safra anterior. Na modalidade capital de giro, o limite de crédito passa a ser de R$ 50 milhões

por cooperativa. Apenas nos dois primeiros meses pós lançamento do Plano Safra, o programa desembolsou R$ 86,3 milhões

(julho/agosto). Quem buscar o financiamento poderá contratá-lo com taxa de 5,5% ao ano quando destinado à capitalização

da cooperativa, ou 9% ao ano, no caso de capital de giro.

Para o secretário de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo (SDC) do Mapa, Caio Rocha, a disponibilidade de

recursos é uma forma de fomentar os agricultores e suas cooperativas a expandir a capacidade produtiva e a competitividade

da agropecuária brasileira e de manter a posição relevante do País no mercado agrícola internacional.

Fonte: Mapa

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Frigoríficos suspendem abates em MT e prejuízos chegam a R$ 30 milhões

Frigoríficos de Mato Grosso - estado que concentra

o maior rebanho bovino do país - já sentem os

impactos provocados pela paralisação dos servidores

do Instituto de Defesa Agropecuária do Estado

(Indea), deflagrada em setembro passado. A maior

parte das 40 plantas em funcionamento começa a

paralisar os abates porque não há animais suficientes.

Prejuízo que diariamente pode superar R$ 30 milhões

afirma o presidente do Sindifrigo, Luis Antônio de

Freitas. Estima-se, segundo o segmento, que pelo

menos 16 mil bovinos deixem de ser abatidos por dia

nas unidades frigoríficas do estado. A operação não

ocorre porque sem a emissão da Guia de Transporte

Animal (GTA) não há como destinar o gado das

propriedades até as empresas. “A grande maioria das

empresas já não consegue embarcar os bois e a partir

desta quarta-feira o abate fica comprometido. De

amanhã está totalmente comprometido. Não há saída

pois sem a GTA não existe a possibilidade de abater.

É um grande prejuízo”, disse Luis Freitas ao G1. Com

a interrupção no abate de animais o fornecimento

de carne aos mercados interno e externo também será comprometido, lembra Freitas. “O setor paga um preço muito caro”, disse

o representante. Presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Agrícola, Agrário e Pecuário do Estado de Mato Grosso

(Sintap), Diany Dias lembra que a categoria cobra mais condições de trabalho e não uma revisão salarial. “Só estamos atendendo

feiras agropecuárias, leilões, as vaqueijadas e as cavalgadas que já foram programadas. A emissão de GTA só acontece nesses

casos”, ponderou a presidente do sindicato. A interrupção inicialmente programada para quatro dias pode ser prolongada caso

as negociações com o governo não avancem. O Indea é a autarquia responsável pelas ações de defesa sanitária nas áreas animal

e vegetal. Conforme o Sintap, 666 servidores atuam no Instituto de Defesa Agropecuária em Mato Grosso, mas até o final do ano

o número deve cair para 532 em função das aposentadorias, como estima o sindicato. Ao todo, 138 municípios são atendidos por

meio de bases ou unidades instaladas em diferentes municípios do estado. A paralisação atinge as unidades locais executivas,

unidades regionais de surpevisão, central do Indea e laboratórios do Instituto. “Não temos sequer água nas unidades e estamos

jogados às traças. Infelizmente vamos atingir a população, mas sentimos na pele a falta de estrutura de investimento e a ausência

de recursos humanos”, citou Diany. A Secretaria de Estado de Administração (SAD) informou, por meio da assessoria de imprensa,

que o governo mantém o diálogo com os servidores e se comprometeu a solucionar o impasse. Conforme a secretaria, o estado

contatou empresas fornecedoras para que reestabeleçam o fornecimento de materiais [de expediente] às unidades do Indea, além

do pagamento das diárias atrasadas. Entidades As entidades vinculadas ao setor produtivo manifestaram-se favoráveis às cobranças

por mais estrutura aos servidores do Indea. Ao Sintap, a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) solicitou a

manutenção dos serviços essenciais, como a emissão da Guia de Transporte de Animais, que normatiza o embarque e desembarque

de bovinos. “A ausência destes serviços ou o desempenho destas funções de forma precária podem comprometer a segurança

sanitária de Mato Grosso”, alertou o diretor de Relações Institucionais da Famato, Rogério Romanini. Já a Associação dos Criadores de

Mato Grosso informou, em nota, não ter sido oficialmente comunicada sobre a greve dos trabalhadores do setor agropecuário e a

paralisação nos abates. “A Acrimat espera que haja entendimento entre as partes antes que prejuízos sejam causados ao setor e aos

consumidores com o desabastecimento de produtos e elevação de preços”, manifestou a associação que congrega os pecuaristas

mato-grossenses. Abates Em oito meses, Mato Grosso abateu 3,6 milhões de animais, volume 14% acima frente ao mesmo período

de 2011, apontou um balanço do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Somente em agosto houve queda de

6% no ritmo frente ao mês anterior e de 2% em comparação ao mesmo mês do ano passado.

Fonte: Globo Rural

Produção de biodiesel cresce, mesmo com desafios O Paraná é responsável por 4,3% da produção nacional de biodiesel, que em 2011

totalizou 2,6 bilhões de litros. No ano, a produção paranaense foi de 114,8 milhões de litros,

volume 65% superior ao de 2010, segundo a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e

Biocombustíveis (ANP). A tendência para os próximos anos é de crescimento, mas o setor

ainda enfrenta desafios para conquistar a expansão, como ausência de políticas públicas

para fomento da atividade, necessidade de desenvolvimento de pesquisas para ampliação

de variedades produtivas e de adaptação da infraestrutura industrial para extração de óleo,

bem como a garantia de viabilidade econômica para produção de oleaginosas além da

soja. O assunto foi debatido na sexta-feira (23) durante o seminário ‘’Produção de Biodiesel:

Aspectos agronômicos e perspectivas futuras’’. O evento, promovido pela Universidade

Estadual de Londrina (UEL), reuniu cerca de 100 estudantes de graduação no auditório do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar). O

professor da UEL e coordenador do evento, Rodrigo Ferreira, argumenta que a demanda por energias renováveis é crescente e motiva

as perspectivas otimistas para o setor. ‘’O governo quer mostrar o Brasil como vitrine da produção de biodiesel e uma das medidas

tomadas foi a determinação do B5, em que 5% do diesel comercializado deve ser composto por biodisel’’, afirma. No entanto, o Brasil

ainda enfrenta grande dependência da soja, que responde por mais de 90% da produção nacional de biodiesel e quase a totalidade

produzida no Paraná. ‘’Com os preços elevados, é difícil quebrar o ciclo de soja e milho nos campos paranaenses, mas é preciso mostrar

que o biodiesel de outras oleaginosas pode ser uma alternativa rentável para pequenos produtores’’, comenta Ferreira. O Paraná possui

atualmente três indústrias processadoras de biodiesel, que somam uma capacidade diária de produção de 455,7 mil litros. Além disso,

três novas plantas já receberam autorização para construção, segundom a ANP, o que deve ampliar a capacidade instalada em mais 1,7

milhão por dia. Entretanto, a demanda das indústrias não é acompanhada pelo aumento da produção. ‘’O Brasil tem potencial industrial

para chegar ao B10, com 10% de participação de biodiesel no diesel, mas o gargalo é a falta de matéria-prima’’, alega o pesquisador

da Iapar Ruy Seiji Yamaoka. Yamaoka argumenta que não é possível evitar a predominância da soja como fonte de biodiesel, mas é

preciso pensar em modos alternativos de produção para inclusão de outras oleaginosas na safra paranaense. ‘’Nas áreas ocupadas

pela combinação soja e milho safrinha, podemos investir em safrinhas de girassol e amendoim, e também na produção de canola

no inverno’’, indica. O pesquisador reforça que ainda é preciso investir em pesquisa para a descoberta de matérias-primas de valor

agregado e que possibilitem melhor aproveitamento do grão, bem como para domínio agronômico das culturas pouco disseminadas.

‘’Não adianta forçar as indústrias a se adaptarem para receber determinados materiais se a produção ainda não estiver estabilizada e

com as características fisiológicas profundamente conhecidas’’, explica.

O seminário ainda debateu a importância da determinação de zoneamento agroclimático para as culturas com potencial

produtivo de biodiesel. A expectativa é de que o produtor tenha mais estímulo para produzir com acesso à financiamento e seguro

rural. Durante o evento, os estudantes também receberam informações sobre as potencialidades produtivas de microalgas para

geração de energia. A pesquisa do Iapar sobre a cultura já está em fase industrial e mostra que o teor de óleo das microalgas pode

chegar a até 60%, segundo a pesquisadroa Diva Souza Andrade.

Fonte: Globo Rural

BA: estado reduz em 17% o ICMS de carnes Para ajustar a cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) aos preços de mercado de comestíveis

resultante do abate de aves, gado bovino e bufalino, e suínos, o Governo do Estado, por meio da Secretaria da Fazenda (Sefaz), reduziu

em aproximadamente 17% os valores da pauta fiscal – preço de referência para a cobrança do imposto nas compras fora do Estado –

fixados para esses produtos.

A medida atende à necessidade da população e também a uma solicitação da Associação dos Distribuidores e Atacadistas da Bahia

(Asdab). De acordo com o superintendente de Administração Tributária da Sefaz, Cláudio Meirelles, a redução se deu devido ao ajuste

nos preços apresentados no mercado varejista e atacadista. Segundo ele, a expectativa é que os consumidores possam comprar esses

produtos a preços menores, devido ao estímulo oferecido com a redução da pauta.

A redução dos valores da referida pauta diz respeito às mercadorias provenientes de fora da Bahia, visto que a aquisição interna de

tais produtos está desonerada do imposto, quando são atendidas as condições previstas no Regulamento do ICMS do Estado da Bahia.

Fonte: Governo da BA, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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Agronegócio necessita adotar um novo modelo Cerca de 30% das emissões de

dióxido do carbono resultante das

atividades humanas vêm da agricultura,

incluindo-se nessa conta as emissões

indiretas do desmatamento e das

mudanças no uso da terra, além da

produção de fertilizantes e a refrigeração

de alimentos. “A necessidade de mudar

o sistema de produção para adotar um

modelo agrícola de baixo carbono e

oferecer alimentos seguros, abre um

conjunto de oportunidades de inovação

para o país”, afirma o chefe da Embrapa

Meio Ambiente, Celso Manzatto. Ele

explica que isso significa fazer uma

gestão de agricultura mais eficiente e planejada para adequar o conhecimento existente aos solos e climas tropicais e criar

incentivos por meio de políticas públicas e recursos financeiros para a adoção dessas medidas pelo produtor rural.

“O fato de ter cobertura vegetal e riquezas naturais não vai nos garantir ser um país importante na área agrícola se não tivermos

um diferencial significativo na inovação tecnológica”, diz Manzatto. “Além disso, o produtor rural que investe na conservação dos

recursos naturais, com custos adicionais de produção, deve ser de alguma forma recompensado.” Ele cita algumas áreas promissoras

para iniciativas e práticas verdes: aumento da eficiência de práticas convencionais para redução do consumo de insumos

escassos, caros ou ambientalmente danosos; desenvolvimento de insumos biológicos e novos fertilizantes, controle de aplicação

de agrotóxicos, sistemas de cultivo e de pecuária com redução de emissões de gases do efeito estufa e aumento da eficiência

energética na produção.

“São áreas que extrapolam a engenharia agrícola e envolvem a indústria química, biologia e genética entre outras”, diz. Manzatto

ressalta também que o desenvolvimento de novas tecnologias no campo vão ao encontro do redesenho do agroecossistema, tendo

como base um novo conjunto de processos que levam em conta o ordenamento territorial, a valoração e pagamento de serviços

ecossistêmicos, o incentivo à produção orgânica ou de base ecológica e o aproveitamento da biodiversidade.

O pesquisador lembra os projetos no combate ao aquecimento global financiados pelo Programa ABC do Ministério da

Agricultura para facilitar a difusão de práticas sustentáveis entre produtores rurais como um incentivo ao desenvolvimento

de novas tecnologias. O programa oferece R$ 2 bilhões em financiamento para ações relacionadas ao plantio direto na palha,

fixação biológica de nitrogênio, recuperação de pastagens degradadas e o sistema de integração lavoura-pecuária-florestas, que

contribuem para a preservação das áreas de produção. Outra área estratégica para o país é o desenvolvimento de cultivos mais

resistentes às intempéries, como a seca, principal ameaça ao agronegócio brasileiro, ou mais adaptados às mudanças climáticas.

Entre as áreas mais desenvolvidas em termos de sustentabilidade está também a tecnologia de plantio de cana-de-açúcar e de

produção de etanol, que acabou resultando nos carros flex, destaca Jacques Markovitch, da Faculdade de Economia e Administração

da USP.

Os projetos de melhoramento da planta conduzidos pelo Programa Fapesp de Pesquisa em Bioenergia (Bioen) visam aumentar

a produção de combustível e de biomassa com o menor impacto ambiental possível. Incluem uso adequado do solo, da água e

redução das emissões de poluentes. “Além disso, já é possível pesquisar em laboratório uma cana transgênica com mais sacarose ou

menos lignina e observar avanços expressivos no pré-tratamento do bagaço para produção de etanol de eficiência superior”, lembra

o economista.

Alguns empreendedores começam a desenvolver produtos baseados na biodiversidade, como chama a atenção o coordenador

do projeto inovação e sustentabilidade na cadeia de valor do Centro de Estudos de Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas

de São Paulo (FGVCes), Paulo Branco. Ele dá como exemplo a Terpenoil, empresa de tecnologia orgânica para limpeza e lubrificação

com base nos terpenos da laranja; e a Atina, de solução de rastreabilidade e formalização da cadeia produtiva de bisabolol de

candeia com uso na indústria de cosméticos. As duas empresas foram consideradas referência de inovação e sustentabilidade como

fornecedores pelo projeto em 2012 pelo FGVCes.

Fonte: Valor

Fontes limpas e renováveis correspondem a 83% da energia Desde o início do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) 2, o Brasil aumentou em 4.244

megawats (MW) sua capacidade geradora, com a entrada em operação de 52 empreendimentos. De

acordo com balanço do programa divulgado pelo governo federal, 83% (3.525 MW) da energia agregada

têm como origem fontes limpas e renováveis. A expectativa é de que outros 28.022 MW sejam agregados

ao sistema a partir da conclusão de obras que já estão em andamento.

Parte da geração já agregada tem como origem a Usina Hidrelétrica de Santo Antônio, que tem seis

turbinas em funcionamento, gerando 417 MW, e 19 usinas eólicas (UEE), que agregam outros 475 MW ao

sistema. Há, ainda, 23 usinas termelétricas gerando 1.711 MW.

Com as 11 hidrelétricas cujas obras estão em andamento, o sistema poderá gerar 18.702 MW a mais

de energia. Estão sendo construídas também 28 termelétricas, que vão gerar 6.868 MW, e 87 eólicas com

capacidade para gerar 2.291 MW.

Atualmente há 23 linhas de transmissão sendo instaladas, com uma extensão de 10.657 quilômetros.

Desde o início do programa, 13 subestações de energias e 17 linhas foram concluídas, totalizando 3.308

quilômetros para a transmissão da energia gerada.

Na área petrolífera, foram assinados contratos para a construção de 21 sondas, a um custo de R$ 29 bilhões. A indústria naval contabiliza

a contratação de 228 empreendimentos pelo Programa de Expansão e Modernização da Marinha Mercante. Outros 81 já foram entregues.

O PAC 2 já investiu R$ 5,8 bilhões no setor de combustíveis renováveis, para o escoamento integrado à movimentação de álcool nos

estados de Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Nesses investimentos estão incluídas obras de instalação para coleta,

armazenamento e transporte por dutos, para permitir a saída da produção por meio de portos marítimos.

Fonte: Jornal Meio Ambiente

No

tíc

ias

Page 14: Ed (30) Dezembro 2012

26 27

Colaboração de Dados – Aboissa, Sincobesp, Mapa.

As informações destes índices

são dados baseados no CIF-

SP podendo variar um pouco

para cima ou para baixo.

Índ

ice

s de

me

rca

do

Fonte: Departamento Estatístico da Editora Stilo.

‘Economist’ destaca agronegócio brasileiro e consumo no Norte-Nordeste

As maiores oportunidades de negócios no Brasil são as voltadas à agricultura e ao aproveitamento do crescente mercado consumidor no país,

aponta estudo realizado pela Unidade de Inteligência do grupo inglês Economist a pedido do Centro de Liderança Pública (CLP). Ao apresentar,

nesta quinta-feira, os resultados referentes a 2012 do Ranking de Competitividade dos Estados Brasileiros, o pesquisador do grupo Economist,

Robert Wood, destacou que o recente aumento no mercado consumidor, principalmente no Norte e Nordeste do país, está chamando a atenção

das empresas estrangeiras.

Ao mesmo tempo, a expansão das exportações agrícolas impulsionaram os Estados do Centro-Oeste, ajudando a elevar o Mato Grosso da

14ª para a 12ª posição no Ranking de Competitividade dos Estados. “Nos últimos 20 anos o único setor que ganhou competitividade no Brasil foi

o de agronegócios”, disse Luiz Felipe d’Ávila, presidente do CLP.

Goiás e Distrito Federal, destacou d’Ávila, só não se saíram melhor no ranking porque tiveram seus resultados ofuscados por escândalos

políticos. Os recentes casos de corrupção na região, entretanto, não afetaram a imagem de estabilidade política apresentada pelo Brasil. O quesito

foi destacado no estudo como um dos pontos fortes do país, ao lado da capacidade de atração de investimentos. Apenas sete entre os 27

Estados brasileiros foram classificados instáveis politicamente. “Em alguns Estados, principalmente no Nordeste, a política é construída sob o

poder de uma família e não é tão estável como em outros Estados, nos quais é baseada em instituições”, comentou Wood.

O que impacta negativamente a decisão de negócios no Brasil, segundo Wood, são os regimes tributários. Não apenas no que diz respeito

à carga de impostos, mas também no que se refere aos esforços que as empresas precisam ter para se manter quites com o Fisco. “Observamos

que apenas cinco Estados brasileiros publicam menos de sete normas tributárias por mês. Esse número elevado de novas regras todos os meses

impõe um fardo muito pesado às empresas e um alto custo às pequenas companhias para se atualizarem”, afirmou Wood.

A guerra fiscal entre os Estados, na avaliação de d´Ávila, não é um fator preponderante na escolha das empresas na hora de fazer investimentos.

Segundo ele, alguns Estados já estão percebendo que muitas vezes a concessão de incentivos fiscais gera prejuízos.

“O Brasil está sendo percebido pelos estrangeiros como um ambiente mais seguro para fazer negócios, e isso atrai investimento de longo

prazo. Mas ainda há muito a ser feito no que se refere a questões estruturais, como educação, infraestrutura, qualificação de mão de obra”, concluiu

o presidente do CLP.

Fonte: Valor Econômico

Sindirações registra demanda na Frente Parlamentar Agropecuária – Desoneração Pis/Cofins

A Diretoria Executiva do Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal esteve em Brasília/DF e apresentou aos Deputados da Frente

Parlamentar Agropecuária as demandas do setor frente à necessidade de desoneração da tributação de PIS/COFINS da cadeia produtora de

alimentos para animais.

Na ocasião o Dr. Ariovaldo Zani, Vice-Presidente Executivo do Sindirações, detalhou o Modelo de Quantificação e a Proposta de Desoneração

elaborados através da avaliação dos valores envolvidos nas transações na cadeia de produção de alimentos para animais e a incidência de

tributos em cada etapa da produção com base nas mudanças na legislação tributária.

Ainda em 2010 o Sindirações em parceria com outras entidades da cadeia de produção de proteína animal quantificou a incidência de

PIS/COFINS nos diversos elos da cadeia de produção de frangos e suínos e propôs a suspensão da incidência desses tributos sobre a venda

dos produtos finais no mercado interno e dos créditos presumidos incidentes sobre as compras de insumos para sua produção, a substituição

dos créditos presumidos por aumento na alíquota na aquisição de carne de frango e suíno pelo varejo e a criação de mecanismos para o

ressarcimento/monetização de créditos tributários acumulados nas cadeias, uma vez que não haveria incidência de PIS/COFINS sobre as receitas.

Todavia, a Lei 12350, promulgada em 2010 pelo Executivo não contemplou a proposição original na totalidade e a Instrução Normativa

1157/2012 que suspendeu parcialmente a tributação PIS/COFINS nas cadeias de produção de frangos e suínos, trouxe transtornos para as

indústrias do setor, principalmente por causa da extrema complexidade na segregação contábil/física dos mesmos insumos utilizados na

fabricação de premixes/ rações para outras espécies (bovinos, peixes, ovinos, caprinos, etc.) sob diferentes regimes tributários e pelo aumento

no custo das rações/premixes para aves e suínos porque as fábricas não estão mais autorizadas a aproveitar os créditos pagos na aquisição dos

demais insumos que não foram desonerados.

O Presidente da Frente Parlamentar Agropecuária, Deputado Homero Pereira, incluiu oficialmente o tema na pauta da entidade para que

os Deputados construam alternativas para extensão da suspensão PIS/COFINS aos insumos não contemplados pela Lei 12350/2010 (cadeia de

produção de aves e suínos) e para desoneração PIS/COFINS nas cadeias de alimentação animal/produção de insumos, premixes, suplementos e

rações para bovinos corte/leite, ovinos, caprinos, peixes; matérias-primas e sal mineral para bovinos de corte, além da suspensão de PIS/COFINS

no desembaraço aduaneiro dos aditivos/insumos importados e utilizados na alimentação de aves, suínos, bovinos, ovinos, caprinos, peixes, etc.

Fonte: Sindirações

No

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ias

Page 15: Ed (30) Dezembro 2012

28 29E

m F

oco

1

epresentantes de frigoríficos, trabalhadores e Ministério

Público do Trabalho se reuniram novamente, em Brasília,

na tentativa de avançar sobre a adoção de uma norma

regulamentadora (NR) específica para o setor de carnes do país.

A NR, que vem sendo debatida há quase quatro anos, ganhou

ímpeto após acusações da ONG Repórter Brasil que apontaram

alto índice de acidentes nas fábricas supostamente por abusos

na jornada de trabalho.

Segundo o relatório, um dos problemas mais graves dos

frigoríficos é a alta carga de movimentos repetitivos em um

R

Normas de trabalho em frigoríficos específicas para o segmento de

carnes em discussão

curto espaço de tempo, jornadas longas, exposição a frio

e instrumentos cortantes. O principal ponto de discussão

agora refere-se às pausas ergonômicas dos trabalhadores. A

reunião de hoje tentará chegar a um denominador comum.

O Ministério Público do Trabalho (MPT) requer interrupções

de 60 minutos a partir de jornadas de 7h20 de trabalho, em

seis pausas de dez minutos. O setor patronal, três pausas de

20 minutos ou quatro de 15.

São pormenores que fazem diferença para a indústria,

diz Alexandre Perlatto, representante da Confederação

Nacional da Indústria (CNI) no comitê de discussão da

norma regulamentadora. “Seis pausas são seis interrupções

na linha de produção. Como é que eu posso ficar parando

a fábrica toda hora?” Mas, para o MPT, nem sempre isso

ocorre. “Há históricos de melhorias de processos e ganhos

de eficiência em frigoríficos que mostram que as pausas

não afetam a produção”, afirma o procurador Heiler Natali,

coordenador do projeto do MPT para frigoríficos.

Outra reivindicação patronal é que a discussão diferencie

a indústria de carnes por segmento - aves, suínos e bovinos.

Isso porque os desgastes físicos são diferentes. Enquanto em

uma unidade de aves são abatidos milhares de animais em

um dia, em uma planta de abate de bovinos a quantidade

é muito menor, lembra Péricles Salazar, presidente da

Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo). Para os

frigoríficos, as pausas ergonômicas, combinadas à decisão

de estender as pausas térmicas a mais trabalhadores,

acarretará em custos extras.

Até o mês passado, a legislação brasileira contemplava

pausas térmicas somente àqueles que trabalhavam em

câmaras frigoríficas, onde a temperatura se mantém abaixo

de zero grau. O artigo 253 da CLT prevê, nesses casos, parada

obrigatória de 20 minutos para cada 01h40 trabalhada.

Nenhuma referência era feita, no entanto, para pausas

térmicas nos ambientes refrigerados, que oscilam entre 9°C

e 13°C e onde o número de trabalhadores é maior.

A situação mudou com a súmula 438 do Tribunal

Superior do Trabalho, proposta pelo MPT, que estendeu esse

direito a todos os trabalhadores de frigoríficos expostos a

temperaturas abaixo de 15°C, 12°C e 10°C, conforme a zona

climática onde a indústria está. “Do nosso ponto de vista, a

pausa para recuperação térmica é superada”, afirma Natali.

Muitos frigoríficos utilizam o padrão de 15 a 20 minutos

de pausa na manhã e à tarde, mais um hora para o almoço.

“Haverá um acréscimo de 50% nas pausas térmicas”, diz

Perlatto. “Os abates terão de ser praticamente alterados. Nas

fábricas antigas, o layout terá de ser mudado”. Parte desses

custos estariam relacionados à construção de uma área

conjugada ao ambiente refrigerado para evitar choques

térmicos no trabalhador. Caso contrário, em vez de beneficiá-

lo, a pausa obrigatória poderia provocar seu adoecimento.

Fonte: Valor Econômico

Page 16: Ed (30) Dezembro 2012

30 31E

m F

oco

2

o mundo dos negócios, inovação e flexibilidade são

aspectos imprescindíveis para a evolução e a Editora Stilo

partilha deste mesmo princípio em sua atuação, o que justifica

as mudanças e adaptações pelas quais o seu evento técnico,

FENAGRA - Feira Internacional das Graxarias vem se submetendo.

A fim de aprimorá-lo e atender as reais necessidades do

mercado decidiu-se nesta oitava edição realizá-lo na cidade de

Campinas (SP), que está a 92 km de distância de São Paulo.

A região é o maior pólo tecnológico da América Latina, alia

na atualidade diferentes competências e dinâmicas: cidade

de serviços, de comércio tradicional, de produção agrícola,

de geração de ciência e tecnologia. Campinas é considerada

o terceiro maior centro industrial do país (atrás da região

metropolitana de São Paulo e Rio de Janeiro), gerando 3% do PIB

brasileiro. E não são apenas estes atrativos que levaram o evento

para a região. “Mais de cinquenta graxarias estão localizadas no

interior de São Paulo, centenas de fábricas de ração animal estão

situadas na proximidade de Campinas e na própria cidade, ou

seja, o deslocamento para a feira além de economicamente ser

mais atraente, favorece também a logística, o que certamente

irá contribuir para um número maior de visitantes. Ainda em

termos financeiros, a 8ª FENAGRA terá um custo inferior para

os expositores com a isenção de taxas municipais. Para quem

necessitar hospedar-se na região, a rede hoteleira é extensa e

N

As novidades da 8ª edição

Desta vez o setor de Reciclagem de Resíduos de Origem Animal se reunirá na cidade de Campinas (SP). A novidade trará benefícios para

expositores, congressistas e visitantes

Por: Lia Freire

os valores também mais baixos do que na cidade de São Paulo.

Além disso, o pavilhão onde será realizada a feira – Via Appia

Eventos – está apenas a 7 km do centro de Campinas e próximo

dali há o Aeroporto Internacional de Viracopos – Campinas. Por

todas estas razões acreditamos que a mudança seja benéfica

e o retorno do mercado está sendo bastante positivo”, afirma

Daniel Geraldes, diretor da Editora Stilo.

A edição 2013 da FENAGRA será realizada entre os dias

24 e 25 de abril e mais uma vez além de reunir os principais

fornecedores de tecnologias, novidades e tendências para as

indústrias de ração animal, cosméticos, produtos de higiene

e limpeza, biodiesel, entre outros, sediará o 12° Congresso

Internacional de Graxarias (SINCOBESP – Sindicato Nacional dos

Coletores e Beneficiadores de Subprodutos de Origem Animal

e da ABRA – Associação Brasileira de Reciclagem Animal); a 3ª

Expo Pet Food, que trará os principais fornecedores de rações,

equipamentos, embalagens, insumos e demais itens voltados

à nutrição animal, além do V Congresso Internacional e o

XII Simpósio sobre Nutrição de Animais de Estimação, estes

dois últimos organizados pelo CBNA – Colégio Brasileiro de

Nutrição Animal.

Informações poderão ser obtidas por meio do endereço

eletrônico da Editora Stilo www.editorastilo.com.br ou no email

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32 33E

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oco

3

utando com altos preços dos alimentos para animais

(grãos) e com a estagnação do consumo, a produção

global de carnes em 2012 deverá crescer menos de 2%,

para 302 milhões de toneladas. À medida que a queda na

lucratividade da indústria tem causado menores ganhos na

produção dos países desenvolvidos, a maioria da expansão

mundial deverá ocorrer nos países em desenvolvimento,

que agora são responsáveis por 60% da produção mundial.

As preocupações sobre a lucratividade do setor

de carnes têm sido geradas pelo enfraquecimento do

crescimento dos mercados de exportação, com a expansão

do comércio devendo desacelerar para 2%, quando em

2011 o cresicment foi de 8%. As exportações globais de

carne deverão aumentar 600.000 toneladas, para 29,4

milhões de toneladas em 2102, principalmente sustentadas

por maiores fluxos de carne de frango e suína e com grande

parte da expansão de mercado sendo capturada nos países

em desenvolvimento, em particular Brasil e Índia.

O aumento do preço dos grãos e a desaceleração do

crescimento da produção de carne elevaram os preços

internacionais da carne no final de 2012, para níveis

próximos ao pico registrado em 2011. Por isso, o índice de

preços da carne da FAO, que aumentou 5% desde julho de

2012, ficou em média 174 pontos entre janeiro e outubro,

que se compara a 176 no mesmo período do ano anterior. A

maioria deste aumento no índice de preços de carne refletiu

a valorização dos preços da carne de frango e suína, que

aumentaram 9% e 12%, respectivamente, desde julho.

O crescimento da produção global de carne bovina foi

Tradução: Beef Point (www.beefpoint.com.br)

Tradução: Beef Point (www.beefpoint.com.br)

Tradução: Beef Point (www.beefpoint.com.br)

Menor produção de carne bovina nos países desenvolvidos será

compensada pelo aumento nos países emergentes (FAO)

L

Mercados mundiais de carnes

Balanço mundial

%

Produção

Bovina

Aves

Suína

Ovina

Comércio

Bovina

Aves

Suína

Ovina

Indicadores de Oferta e demanda

Consumo per capita de alimentos

Mundo

Desenvolvidos

Em dvolvimento

Índice de Preços da FAQ

2010

294,2

66,7

98,9

109,3

13,7

26,7

7,7

11,7

6,2

0,8

42,5

79,2

32,4

2010

152

2011

Estimativa

297,1

66,6

102,3

108,8

13,8

28,8

8,0

12,7

7,1

0,7

42,4

78,9

32,4

2011

157

2012

Previsão

301,8

66,8

104,5

110,8

13,9

29,4

8,0

13,0

7,4

0,8

42,5

79,0

32,7

2012Jan-Out

174

kg/ano

kg/ano

kg/ano

2002-2004=100

Milhões de toneladas

Variação 2012

sobre 2011

1,6

0,4

2,2

1,9

0,9

2,2

1,0

2,4

3,0

1,9

0,4

0,0

1,0

Var Jan-Out 2012com relação a Jan-

Out de 2011

-1,0

prejudicado pela seca, altos preços dos alimentos animais e

políticas. O baixo rebanho nos países desenvolvidos, o alto

preço dos alimentos para animais e a menor lucratividade da

indústria estão contribuindo para a estagnação da produção

global de carne bovina pelo quinto ano consecutivo.

Com a produção estável em 66,8 milhões de toneladas em

2012, as ofertas limitadas levaram a preços quase recordes

da carne bovina nos primeiros meses do ano, e previsão de

maiores preços em 2013. Isso apesar da liquidação de gados

nos Estados Unidos, maior produtor de carne bovina do

mundo, desencadeada pela seca de 2012, considerada a pior

em 50 anos.

A queda do rebanho dos Estados Unidos, iniciada em

2008, diminuiu o rebanho a níveis mínimos no período de 60

Page 18: Ed (30) Dezembro 2012

34 35

Em

Fo

co

3

anos. Similarmente, os problemas de seca estão reduzindo o

peso ade abate e a produção na Rússia, Ucrânia e México. Na

União Europeia (UE), a produção de carne bovina está caindo

para seu menor nível desde os anos sessenta, refletindo

parcialmente um aumento na eficiência na produção

leiteira, que reduziu o número de animais leiteiros para

abate, combinado com maiores suportes do Governo ao

setor. Em contraste, o clima favorável, excelentes pastagens

e forragens abundantes estão por trás do aumento de 4% na

produção de carne bovina na Nova Zelândia e ganhos mais

modestos na Austrália. No Canadá, a produção deverá se

manter estável.

A redução da produção nos países desenvolvidos

deverá ser compensada pelo aumento nos países em

desenvolvimento. Na América do Sul, a disponibilidade

de gado para abate tem aumentado na Argentina, Brasil,

Paraguai e Uruguai, após vários anos de reconstrução do

rebanho.

Na Argentina, preços historicamente altos do gado e a

margem de lucro favorável deverão aumentar a produção

de carne bovina em 4%. Isto mesmo com políticas restritivas

de exportação e do fechamento de um número estimado de

100 plantas de processamento nos dois últimos anos.

Na Ásia, a produção está expandindo na Índia e no

Vietnã, sustentada pelos investimentos em nossas operações

de processamento. A produção de carne bovina deverá

aumentar na Coreia, refletindo um aumento no número de

abate em resposta ao subsídio do governo. Na China, o setor

deverá se contrair pelo segundo ano consecutivo, à medida

que a falta de mão de obra e os altos custos de produção

forçam os pequenos produtores a sairem do setor.

Tradução: Beef Point (www.beefpoint.com.br)

Na África, um caso de febre aftosa no começo do ano

no Egito foi seguido por extensos período de abates, com

implicações negativas para a produção no país. No resto da

região, a seca e a alta taxa de mortalidade de animais nos

países do Chifre da África e de Sahel também pesaram para

a produção de carne bovina da região.

As importações de carne bovina aumentaram, apesar

dos altos preços e a Índia mudou para a posição de maior

exportador mundial. Apesar do declínio induzido pelo preço

nos principais mercados desenvolvidos, a escassez de oferta

doméstica está apoiando a demanda global por comércio

de carne bovina, agora previsto para aumentar 1%, para

8 milhões de toneladas. É esperado grande aumento na

importação dos Estados Unidos, que já é o maior importador

mundial de carne bovina (e importante exportador), para

compensar a queda na produção doméstica.

As vendas para a Rússia também deverão ser um pouco

maiores, refletindo o aumento liderado pela Organização

Mundial de Comércio (OMC) na cota preferencial. Em

contraste, a demanda do Japão e da Coreia deverão

enfraquecer em meio a aumento de oferta doméstica,

enquanto a importação de gado vivo e de carne bovina

continuam sendo limitadas por restrições de importação. Na

UE, a queda no consumo deverá reduzir as importações pelo

terceiro ano consecutivo, apesar de um aumento na cota

com tarifa zero para carne bovina de alta qualidade.

Os preços competitivos para carne de búfalo na Índia

está impulsionando as vendas do país às Filipinas, Malásia,

Vietnã e tradicionais países importadores de carne bovina no

Golfo e no Egito. No geral, as exportações da Índia em 2012

deverão aumentar 17%, para 1,4 milhão de toneladas, que, se

confirmado, poderão se tornar o país de maior exportação

mundial de carne bovina.

As exportações da Austrália e da Nova Zelândia também

deverão ser maiores em 2012, sustentados por maiores

rebanhos, clima e condições de pastagem favoráveis e uma

forte demanda dos Estados Unidos. Entre os produtores

da América do Sul, Brasil e Uruguai deverão aumentar sua

oferta, capitalizando sobre maior rebanho e, no caso do

Brasil, sobre uma moeda relativamente desvalorizada.

Apesar do fechamento do Chile, Israel e mercados da UE,

a recuperação de doenças deveria capacitar o Paraguai para

aumentar as exportações de carne bovina, através de uma

mudança no destino de exportação ao vizinho Brasil. Em

contraste, as vendas do Canadá à UE e aos Estados Unidos

deverão cair, restritas pelas ofertas limitadas de animais

abatidos e maiores preços domésticos. As exportações da

Argentina podem cair novamente nesse ano, limitadas pelo

alto preço doméstico, forte moeda e políticas restritivas à

exportação, como tarifas e cotas.

Fonte: FAO, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

Page 19: Ed (30) Dezembro 2012

36 37

Em

Fo

co

4

á cerca de 8 anos iniciei um importante trabalho para

uma multinacional do setor de pet food, com a proposta de

obter melhorias em um de seus fornecedores de matéria-

prima. Na unidade industrial da companhia realizei outros

trabalhos e a partir de então, comecei a desenvolver um

amplo estudo focado nas farinhas de pescados. Na ocasião,

pude constatar que as farinhas usadas vinham do exterior e

ao questionar as razões, a justificativa foi que as nacionais

não apresentavam qualidade. As proteínas, por exemplo,

oscilavam durante o período de processamento - em um

único dia variavam de 46% a 52%.

Sistema de Produção de Farinha e Óleos de Pescados

HPor: Rainier Cortes Ferreira

Composição da farinha de pescados inteiros:

Produtos e especificações

Especificações de farinhas de mercado:

De posse de alguns relatórios de produtores destas

farinhas comecei a planejar o que poderia ser feito e de que

maneira, a fim de levar melhorias ao setor e assim obter

uma proteína constante e padronizada, de acordo com a

matéria-prima a ser trabalhada. Durante estas pesquisas

e estudos descobri que há uma abundância de matéria-

prima no Brasil que é descartada em aterros sanitários e até

mesmo em alto mar, acarretando em um desbalanceamento

do sistema.

Cheguei a conclusão de que utilizar e adaptar

equipamentos que processavam outros subprodutos para

Composição da Farinha de Pescados Inteiros

Matéria Seca

Proteína

NNP

Proteína – NNP

Graxa

Cinzas

92,00%

71,60%

1,25%

70,00%

9,50%

14,30%

Farinha de Pescados

Proteína mínima %

Residual de gordura máxima%

Umidade máxima %

Cinzas máxima %

Digestibilidade mínima%

Salmonela

Super Prime

68

10

10

16

94

Negativo

Prime

67

10

10

16

92

Negativo

Stander

65

12

10

-

92

Negativo

Característica de farinha processada de carcaças com polpa

Proteína Bruta % (mínima)

Umidade % (máxima)

Extrato etéreo (mínimo) %

Matéria mineral (máximo) %

Cálcio (máximo) %

Fósforo total (mínimo) %

Índice de acides(máximo) %

Etoxiquina (mínimo)

PH solução aquosa (mínimo)

Acido fosfórico (mínimo) %

63

10

3

8

5

2

5 mg Na OH/g

100 ppm

3

7,7

Característica de farinha processada de carcaças com polpa

Proteína Bruta %

Umidade %

Extrato etério (mínimo) %

Matéria mineral (máximo) %

Cálcio (máximo) %

Fósforo total (mínimo) %

Índice de acides(máximo) %

Etoxiquina (mínimo)

PH solução aquosa (mínimo)

Fósforo total %

Cloreto total (máximo) %

Digestibilidade em pepsina

65

10

6

12

8

3

5 mg Na OH/g

200 ppm

3

3

1

0,002 (mínimo)=85%

o setor de pescados não funcionava, pois tais maquinários

não apresentavam recursos necessários para a preservação

e controle do protéico e aminoácidos existentes nestes

subprodutos, foi então, que comecei a trabalhar no

desenvolvimento de equipamentos e processos para o setor

de farinha de pescados de água doce e salgada. Atualmente,

há maquinários desenvolvidos especificamente para esta

área, com resultados de excelente qualidade, contribuindo

para que não haja perda das características das matérias-

primas, agregando valor aos descartes da indústria de

processamento de pescados, favorecendo um equilíbrio

financeiro, bem como, a preservação do meio ambiente.

Para comprovar a eficiência destes equipamentos,

apresento uma análise dos produtos processados:

Page 20: Ed (30) Dezembro 2012

38 39

Em

Fo

co

4

Padrão de Mercado

Acidez em Meq. de NAOH 0,1 N/100 G (Máxima) 8,00 meq.

Cálcio (Maximo) 5,30%

Digestibilidade em Pepsina.1:1000a 0,2% em HCL0,075N(Mínima). 90,00%

Extrato Etéreo (Mínimo) 7,95%

Fósforo (Mínimo) 2,65%

Matéria Mineral (Máxima) 19,00%

Proteína Bruta (Mínima) 55,50%

Umidade (Máxima) 10,00%

Óleo de pescados de mercado:

Rentabilidade na produção de pescados inteiros ou carcaças (espécie tilápias):

23% farinha de pescados com umidade de 10%. (máximo).

17% óleo de tilápias

Vantagens dos produtos processados em máquinas específicas

Custo de produção

• Proteína de melhor digestão

Produtividade

• Gera crescimento mais rápido do rebanho

Saúde

• Imunidade animais (sem medicações)

• Melhora a saúde animal de maneira geral

Aves

• Melhora o desenvolvimento do sistema nervoso e da

estrutura óssea. Incorpora na gordura baixos níveis de

ácidos graxos.

Galinhas poedeiras

• Melhora a fertilidade. Há aumento nutritivo do ovo

devido o acúmulo de ácidos graxos.

Suínos

• Em recém-desmamados aumenta o crescimento e

imunidade.

• Nos adultos, aumenta a fertilidade e a qualidade da

gordura pelo acúmulo de ácidos graxos.

Ruminantes

• Em recém-nascidos aumenta o crescimento e imunidade.

• Adultos fertilidade, e equilíbrio de aminoácidos, e

melhora a digestão produtiva.

Vacas leiteiras

• Aumento da produção de leite, com uma média de 1 a 2

litros/dia.

• Aumenta o teor de proteína no leite, geralmente em

unidades 0,1 – 02 %.

• Aumenta a taxa de concepção, normalmente em 10%.

• Em altos níveis pode diminuir a gordura do leite.

* Rainier Cortes Ferreira é consultor da empresa RC Consultoria

e Projetos Industriais.

Característica de óleo de tilápias:

Óleo de pescados de mercado:

Umidade

impUrezas

material insaponificável

ácidos Graxos totais

acidez (aGl) medida como ác. oléico

Índice de peróxido meq o2/1000G

cor e aspecto

Índice de saponificação

Índice de iodo

ponto de fUsão

Padrão

aceitável

máx. 2%

max. 2%

máx. 1%

min. 97%

máx. 2,5%

máx. 5

alaranjado transparente

189-193

140-190

28-30oc

Padrão desejável

máx. 1%

máx. 1%

máx. 0,5%

min. 98%

zero

zero

efeito em Qualidade

máx. 1%

máx. 1%

máx. 0,5%

min. 98%

zero

zero

Característica de óleo de tilápias

Umidade %

Extrato etério (mínimo) %

Acidez em ácido oléico%

Índice de peróxido (máximo)

Etoxina (mínima)

1

99

3

10 meq/ kg de óleo

200 ppm

Page 21: Ed (30) Dezembro 2012

40 41

ara Ricardo Gouvêa, coordenador do Grupo de Trabalho do Setor

Frigorífico, as propostas previstas na nova NR causam inquietação

para o setor, pois as mudanças vão exigir alguma complexidade,

isso num momento em que o segmento avícola ainda passa por

dificuldades devido à alta dos insumos que compõem a ração

que alimenta o plantel (soja e milho). “Há uma preocupação em

se cumprir as determinações, mas lembrando que as empresas

não podem perder a sua competitividade”, afirma Gouvêa, que

considera consolidação das normas um marco para o setor

produtor de cárneos do Brasil. A nova Norma Regulamentadora

sobre Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de Abate e

Processamento de Carnes e Derivados foi aprovada pela comissão

tripartite, da qual fizeram parte empresas, trabalhadores e Ministério

do Trabalho, que discutiam o assunto há mais de dois anos. Agora

ela será encaminhada para aprovação do ministro do Trabalho, para

posterior publicação.

A expectativa é de que as medidas entrem em vigor já no

início de 2013. A segurança e saúde do trabalhador sempre foi

uma preocupação do setor avícola, que hoje responde por 3,5

milhões de empregos diretos e indiretos, sendo que 360 mil estão

nas indústrias frigoríficas. Essas práticas incluem, por exemplo, além

dos equipamentos de proteção, um intenso treinamento sobre

comportamento seguro no ambiente de trabalho, programas de

ginástica laboral e paradas periódicas.

Esse cuidado pode ser ratificado pelas informações que

constam do Anuário Estatístico da Previdência Social, que oferece

os números do Fator Acidentário de Prevenção (FAP), apurado

de acordo com a gravidade, frequência e custo dos benefícios

previdenciários decorrentes de afastamentos por doença e/

ou acidentes de trabalho. Em 2009, a atividade de abate de aves

figurava em 48º lugar no ranking por frequência, em 44º lugar por

gravidade e em 105º lugar por custo. Hoje está, respectivamente,

em 190º, 159º e 232º. “O Brasil já detém hoje uma das melhores

condições de trabalho em frigoríficos do mundo. A nova norma,

além de aprimorar o modelo de produção das agroindústrias,

trará segurança jurídica para que as empresas operem com uma

legislação clara, que até então não existia”, explica Gouvêa.

A nova NR determina prazos específicos para que os produtores

se adequem às medidas. Ficou estabelecido um ano para intervenções

estruturais de mobiliário e equipamentos e dois anos para alterações

nas instalações físicas das empresas. Para Ricardo Gouvêa, os prazos

podiam ser maiores, já que o setor avícola este ano passa por uma

crise sem precedentes. “É preciso observar que existem duas variáveis

importantes: uma é que se terá que colocar em prática o mais rápido

após a sua publicação e a outra é que existem mudanças que precisam

de investimentos e algumas têm que ter autorização até do Ministério

da Agricultura”, afirmou Gouvêa. “As empresas de maior porte já estão

trabalhando para se adequarem plenamente; a preocupação é com

as menores, que talvez necessitem de mais tempo, devido à menor

capacidade de investimentos.

Além disso, elas só vão conhecer a norma quando for publicada”,

ponderou. “A princípio, achamos que esse prazo poderá ser cumprido,

mas caso haja necessidade, vamos buscar conversar com todos os

envolvidos”, frisou. Para Ricardo Gouvêa, o estabelecimento das pausas

ergonômicas e as de conforto térmico (para trabalhadores que atuam

em ambientes artificialmente frios) deverá ser mais impactante

para o setor, já que a NR determina que sejam oferecidos espaços

específicos para esses profissionais. “Em alguns casos, as empresas

vão ter que investir na construção de salas para atender a essa

determinação”, frisou. Participaram do Grupo de Trabalho do Setor

Frigorífico empresas do setor, a Confederação Nacional da Indústria

(CNI), a União Brasileira de Avicultura (UBABEF), a Associação Brasileira

das Indústrias Exportadoras de Carne (ABIEC), a Associação Brasileira

da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (ABIPECS) e a

Associação Brasileira dos Frigoríficos (Abrafrigo).

Fonte: UBABEF

Aprovada a nova Norma Regulamentadora dos frigoríficos

Grupo BCOrganizações Empresariais Baltazar de Castro

Grupo BCOrganizações Empresariais Baltazar de Castro

BC Participações e EmpreendimentosGoiânia (GO) - Administração Geral

Fone: (62) 3243-5100

Sebo IndustrialÓleo de Frango e Óleo de Peixe

BC Participações e EmpreendimentosBC Participações e EmpreendimentosGoiânia (GO) - Administração Geral

BC Participações e Empreendimentos

Farinha de Carne EsterilizadaFarinha de Sangue

Farinha de Ossos CalcinadoFarinha de Penas

Farinha de VíscerasFarinha de Peixe

Produtos de Higiene e LimpezaSabão e Derivados

Nutrição AnimalNutrição Animal

Gordura AnimalGordura Animal

Higiene e LimpezaHigiene e Limpeza

Farinha de Carne Esterilizada

Farinha de Ossos Calcinado

Nutrição AnimalNutrição AnimalNutrição AnimalNutrição AnimalNutrição Animal

Reciclagem - Amiga da [email protected] [email protected]

ReBras - Reciclagem Brasileira de Resíduos [email protected]@rebras.ind.br

Nordeste Industrial [email protected]

[email protected]

[email protected]

AR Nutrição [email protected]

[email protected]@argroup.com.br

Sabao [email protected]

Óleo de Frango e Óleo de Peixe

Gordura Animal

Transportadora Sta Edwiges

C

M

Y

CM

MY

CY

CMY

K

Grupo BC.pdf 1 08/10/12 14:16

Em

Fo

co

5

P

Page 22: Ed (30) Dezembro 2012

42 43

m ajuste ali, uma novidade aqui, melhorias acolá e os

fornecedores de moinhos, martelos e peneiras seguem em um

constante processo evolutivo para disponibilizar às graxarias

brasileiras o que há de melhor no setor de moagens, resultando

em farinhas de carne, ossos e vísceras de excelente qualidade, o

que levará a elaboração de produtos finais cada vez melhores.

Especializada na fabricação de moinho centrífugo a martelo

e na manufatura de martelos e peneiras com furos cônicos e

paralelos, a Moinhos Vieira, que tem uma atuação bastante

representativa no mercado brasileiro de pet food, agora trabalha

para dar ênfase também ao setor de graxarias. “As graxarias

têm descoberto que os nossos moinhos - aplicados para a

fabricação de farinha de sangue – possibilitam uma moagem

extremamente fina, utilizando peneiras com furações cônicas a

partir de 0.3 mm. Em parceira com uma grande multinacional do

setor, que importava moinhos para esta finalidade, a Moinhos

Vieira adquiriu know-how neste processo, possibilitando a este

parceiro a implementação de plantas fabris em todo Brasil,

utilizando equipamento nacional, no caso nossos moinhos,

contando com o pronto atendimento da nossa equipe técnica,

agilidade no pós venda (segundo avaliação da nossa empresa

realizada no 1º semestre de 2011, havia neste setor um grande

crescimento na demanda no pós venda, ou seja, qualidade e

velocidade na oferta de peças de reposição, especialmente no

que diz respeito às peneiras e martelos) e preços mais acessíveis”,

explica Flávio Pavanelli, sócio-proprietário da Moinhos Vieira.

Hoje, os itens mais procurados no portfólio do fabricante,

pelas graxarias são os moinhos MCD 680A (60cv) e MCD (até 125

cv), que oferecem a possibilidade de moagem fina utilizando

peneiras 0.3 mm (em chapa 20, ou seja, com 0.9 mm espessura)

atingindo granulometrias de até 100 MESH, em uma moagem

a martelo. “A grande questão neste setor está relacionada à

durabilidade dos maquinários, por isso, fechamos algumas

parcerias para melhorias de certificações de cementações

e nitretações, ou seja, tratamentos térmicos químicos que

aumentam a durabilidade das peças”, destaca Pavanelli.

Ca

pa

Moinhos, martelos e peneirasO retrato do nosso setor de moagem

O emprego de novas tecnologias, de tratamentos térmicos e o desenvolvimento de novos maquinários

caracterizam a evolução no setor de moagens

Por: Lia Freire

U ALTA DURABILIDADE E PERFORMANCE

A durabilidade das peças também ganha destaque na Martec/

Marfuros que neste ano apresentou martelos com tratamento

de livre tensão, segundo o fabricante, acabando com a quebra

da peça quando há atrito com o ferro. A empresa também

disponibiliza para as graxarias martelos em aço carbono A-36

cementados e tratados a uma dureza para melhor desempenho;

há peneiras com maior número de furos e o moinho TR – 100

para a moagem de farinha de carne e ossos. Com projeção anual

de crescimento na ordem de 15%, a Martec/Marfuros contabiliza

em 2012 índices positivos com um crescimento de 18% nos

negócios da Martec e 16% na Marfuros.

Para facilitar o manuseio, a Moinhos

GV lançou uma série de moinhos de martelos

com abertura e fechamento da tampa

assistida com auxilio de molas gás.

Page 23: Ed (30) Dezembro 2012

44 45C

ap

a

Atenta às necessidades dos clientes e com a proposta de

oferecer equipamentos de alta performance e fácil manuseio,

a Moinhos GV, presente no mercado há 38 anos, fabricando

moinhos de martelos de 3 a 150 CV, martelos, peneiras, pinos,

reforços, entre outras peças, lançou em setembro último uma

série de moinhos de martelos com abertura e fechamento

da tampa assistida com auxilio de molas gás. “Muitos clientes

tinham dificuldade para abrir/fechar as máquinas maiores em

função do peso das tampas. Com esta nova tecnologia, fica mais

fácil a troca de martelos, peneiras e outras peças de desgaste.

Além desta tecnologia, os nossos martelos foram submetidos

a tratamentos térmicos a fim de torná-los mais duráveis”,

afirma Antonio González, gerente industrial da Moinhos GV,

acrescentando que para o próximo ano a meta é atingir um

crescimento de 10%. “Como toda a indústria nacional, vivemos

momentos de expectativas, porém temos que lidar em nosso

setor com uma concorrência predatória, já que infelizmente nem

sempre a qualidade é priorizada.”

Há mais de 10 anos fabricando martelos, eixos e espassadores

para diferentes modelos de moinhos de marcas nacionais e

importadas, a SES Engenharia dispõe de tecnologia própria,

desenvolvendo e aplicando ligas especiais através de mistura

de partículas de carboneto de tungstênio (WC), impregnadas e

distribuídas aleatoriamente nos mais diversos tipos de matrizes.

Estas partículas de WC variam em tamanho e quantidade,

juntamente com o tipo de matriz para atender as propriedades

desejadas. “Apostamos nos martelos de carboneto de tungstênio

que é de 3 a 4 vezes mais duráveis do que o cementado, resistindo

ao impacto e abrasão. Além disso, a quantidade de paradas para

a troca dos martelos é de 4 a 7 vezes menor. Outro importante

aspecto a ser levado em consideração é a economia de km/h,

devido a maior durabilidade do martelo e ao período do padrão

de moagem”, destaca Icaro Passeri Crnkovic, diretor comercial da

SES Engenharia. “O mercado está mais exigente e as empresas

buscam a redução de custos, por isso, o martelo revestido em

carboneto de tungstênio é cada vez mais requisitado. Esperamos

que a demanda continue nesta ascensão e que em 2013

possamos manter a nossa médica de crescimento que é de 30%

ao ano”, almeja Icaro.

Visando melhorias na eficiência e na produtividade de suas

máquinas, a WiDi, representante no Brasil do grupo chinês Muyang,

constantemente desenvolve novos designs para seus equipamentos.

Em sua linha de moinhos de martelo oferece opções como Shuidi

King para uma moagem mais grossa; SWFP Series para moagem fina

e Chaole SWFL Series, um pulverizador para moagem ultrafina. Estas

duas últimas máquinas representam uma forte tendência. “Uma das

principais mudanças observada no comportamento do mercado foi

o maior uso da moagem fina e ultrafina. Do ponto de vista nutricional,

pode-se considerar que quanto menor o tamanho das partículas do

alimento maior o contato destas com os sucos digestivos, favorecendo

a digestão e a absorção por parte do animal”, observa Thiago Barbeiro

Maneira da Silva, coordenador de vendas e marketing da WiDi. Já na

linha de peneiras, as opções oferecidas pela empresa são a vibratória

(SFJZ Series), a rotativa (SFJH Series) e a ultrafina (SXFQ Series). “No que

diz respeito à prestação de serviços, buscamos estar perto de nossos

clientes a fim de lhes dar total suporte no que necessitarem, assim

também temos a oportunidade de acompanhar as necessidades

do mercado e com isso disponibilizar as melhores e mais adequadas

soluções, sempre com a melhor relação custo-benefício”, finaliza

Thiago.

Chaole SWFL Series é o pulverizador para

moagem ultrafina disponibilizado pela WiDi.

O moinho SWFP Series da marca Muyang, comercializada no Brasil pela WiDi, representa a tendência de moagem fina.

No portfólio da WiDi há uma variedade de peneiras, possibilitando diversidade no processo de moagem.

Page 24: Ed (30) Dezembro 2012

46 47

om relativa frequência abordamos nessa coluna o

assunto da qualidade das farinhas e gorduras animais. Este

ano completamos 40 anos de atividade profissional e, em

todo esse tempo, nunca foi tão importante como agora

falar sobre qualidade. As razões são múltiplas e para citar

algumas, vê-se na agricultura que a Anvisa intensificará a

fiscalização de vegetais, visto que na Rio+20 divulgou-se

que foi de 1 bilhão de litros, os agrotóxicos consumidos na

safra 2010-11. Há evidencias de doenças e mortalidades

humanas devido a alimentos com risco alimentar; sendo

que, em uma das páginas da Bloomberg desse ano aparece

a notícia de que são gastos milhões de dólares pelas

empresas para tornar os alimentos mais saudáveis.

Qualidade é um atributo variável e dependente de

controles laboratoriais

Claudio BellaverM. Vet., Ph.D. Qualyfoco Consultoria Ltda, ProEmbrapa, [email protected]

Foco

na

Qu

alid

ad

e

C Na área das farinhas animais temos deixado explicita

nossa visão de qualidade em vários artigos que escrevemos

na revista GB. Felizmente estamos deixando de estar

sozinhos nessa árdua missão de esclarecimento público e

responsabilidade social, onde a sustentabilidade deve ser o

foco das empresas. Há cerca de um ano a Profa. Fracalossi

da UFSC com seu grupo de pesquisas publicou um trabalho

avaliando a qualidade da farinha de vísceras de aves (FVA),

produzidas por frigoríficos ou indústrias independentes,

nas diferentes estações do ano. Salientou o bom valor

nutricional da FVA na aquicultura, apresentou dados de

composição química, mas também fez um alerta sobre a

mortalidade de peixes relacionada a inclusão de FVA nas

dietas. Analisando as aminas biogênicas nas FVA, encontrou

presença de níveis significativos de putrescina, cadaverina,

tiramina, agmatina, feniletilamina e triptamina, as quais

são indicadores de deterioração da matéria prima antes do

processamento. Também encontraram índices de peróxidos

e acidez variáveis ao longo do ano e incompatíveis com a

melhor qualidade das farinhas para alimentação animal.

Em setembro de 2012 o Prof. Baião da UFMG e seu

grupo fizeram uma revisão sobre a utilização de farinhas

de origem animal na avicultura, na qual enaltecem o valor

nutricional de farinhas de boa qualidade e sua influência na

redução de custos de formulação e melhoria ambiental. Mas

advertem que as variações encontradas na composição dos

subprodutos de origem animal dificultam sua utilização,

em razão da falta de padrões para o processamento,

produzindo farinhas de qualidade duvidosa e com altas

taxas de contaminações, colocando em risco a produção

animal. No trabalho listam alguns fatores que influem na

qualidade das farinhas de origem animal, entre os quais:

umidade, temperatura, moagem e textura, contaminações,

tempo entre o abate e o processamento, poliaminas,

acidez e peróxidos. Concluem que torna-se indispensável

implementar rígido programa de controle de qualidade

das matérias primas por meio da aplicação de programas

de análise de perigos e controle de pontos críticos e/ou de

boas práticas de fabricação.

Embora tenha havido certo progresso na ultima década,

o setor de farinhas animais tem ainda muita dificuldade

para entender o que é qualidade; aquela definida em

vários eventos do setor a partir de 2002. Alguns preferem

desqualificar conceitos técnicos estabelecidos; outros,

dizem que a qualidade fica assegurada com o tato no dedo

do operador de máquinas. Na verdade, a legislação é só um

ato regulatório para se prevenir do empirismo dominante,

sendo que a qualidade, a verdadeira, é um atributo

independente da legislação e controlado no laboratório,

com as ferramentas da qualidade. Abrir o diálogo e convergir

é o melhor caminho para todos...

Page 25: Ed (30) Dezembro 2012

48 49E

ntr

ev

ista

ettore dal’mas e umA trAdicionAl fAmíliA do segmento grAxeiro, ettore dAl’mAs AindA Adolescente começou A trAbAlhAr nA indústriA do seu pAi, o senhor Vitório dAl’mAs, pArA Auxiliá-lo nA coletA dos subprodutos de origem AnimAl e tAmbém pArA que pudesse se inteirAr dos negócios dA fAmíliA. foi umA longA trAjetóriA Até A suA sAídA em 1998.hoje, Aos 91 Anos, o senhor ettore é um importAnte representAnte do mercAdo brAsileiro de grAxAriAs. com todA A suA sAbedoriA e lucidez, contA à reVistA grAxAriA brAsileirA A entrAdA do seu pAi neste segmento, A trAjetóriA dA empresA e deixA o seu recAdo pArA o setor. confirA!

d

“Para que o setor evolua é importante a união e o engajamento de todos”, Ettore Dal’mas.

Por: Lia Freire

Revista Graxaria Brasileira - Nos conte como o senhor entrou para o setor graxeiro.Ettore Dal’mas – Em meados de 1938, quando estava com 17 anos entrei para o mercado graxeiro para ajudar o meu pai, Vitório Dal’mas, que foi um dos pioneiros na área, atuando desde 1928.

Revista Graxaria Brasileira – E o que levou o seu pai, o senhor Vitório Dal’mas, a atuar neste ramo de negócios?Ettore – Meu pai trabalhava na fábrica de sabão Pamplona, que posteriormente foi vendida ao Grupo Matarazzo. Naquele tempo, existiam os “carrinheiros”, que coletavam os ossos e sebos (subprodutos de origem animal) e vendiam para que indústrias como a Pamplona produzissem seus sabões. Como meu pai era um bom observador, logo percebeu que estes “carrinheiros” estavam melhorando de vida e então, teve a ideia de também entrar para o negócio. Na época, fez contato com o senhor Serafim, o engenheiro da Pamplona, para perguntar se poderia ele próprio fornecer estes subprodutos e a resposta foi positiva. No entanto, o meu pai não tinha posses e pediu para o seu sogro, João Braido, que possuía um cavalo e uma carroça (sem atividade) se ele poderia emprestar para que começasse a realizar o trabalho. Só existia uma pessoa em São Paulo, no bairro da Vila Mariana, que também estava nesta atividade: o senhor José Giglio. Iniciava neste instante a disputa pela “freguesia”.

Revista Graxaria Brasileira – Foi neste momento que o senhor juntou-se ao seu pai?Ettore – Entrei para o negócio um tempo depois, juntamente com o meu irmão, João, para auxiliar na coleta dos

subprodutos de origem animal, mas encontrei uma estrutura pronta, inclusive com caminhões para a coleta. Quando a Indústria Pamplona foi vendida para o Grupo Matarazo, este não deseja mais comprar dos coletores os subprodutos de origem animal ‘in natura’, precisavam agora do sebo derretido. Com o conselho do engenheiro Serafim, meu pai decidiu comprar um autoclave e deu início às atividades da Indústria Vitório Dal’Mas, na rua Herculano de Freitas, em São Caetano do Sul (SP). Nesta época derretia o sebo e cozinhava os ossos. Os sebos derretidos seguiam para o Matarazzo, enquanto que os ossos autoclavados para a Artur Viana – empresa de adubo composto, que ficava no bairro da Vila Carioca, em São Paulo. Com sua visão empreendedora, meu pai percebeu que novos negócios poderiam ser feitos a partir dos subprodutos de origem animal, como por exemplo, moer os ossos para produzir farinha destinada a adubar a lavoura. Além da moagem, o sr. Vitório também montou uma fábrica de colas - para diversas aplicações como papel gomado, para a indústria de papéis etc. Estas colas eram produzidas a partir dos ossos degelatinados, que apresentavam alto índice de fósforo e azoto.

Revista Graxaria Brasileira – E quando e como surgiu a Indústria Dal’Mas Ltda?Ettore – No ano de 1938 teve início na rua Major Carlo Del Prete, n°174, em São Caetano do Sul, a Indústria Dal’Mas Ltda. Nesta época, meus irmãos mais novos, o engenheiro Mário e o advogado Ítalo juntaram-se à empresa do nosso pai. Conforme surgiam as demandas do mercado, delineávamos os nossos negócios. Também vendíamos sebo

Page 26: Ed (30) Dezembro 2012

50 51E

ntr

ev

ista

“Que o mercado se una e trabalhe para um mesmo

objetivo, deixando de lado as diversidades; e que a

concorrência seja cada vez mais ÉTICA!”

para O Moinho Santista, que passou a solicitar ácidos graxos (o sebo sem a glicerina) o que nos levou a criar uma unidade para extração da glicerina e consequentemente montamos um setor para fabricação de velas e na sequência outra unidade, agora para a extração de ácido esteárico, ácido oleico e destilação de glicerina bi. Desde o início das atividades da Indústria Dal’Mas existiu a preocupação com a infraestrutura e a qualidade e performance dos maquinários usados para que resultassem em produtos finais de excelência. Na época foram adquiridos equipamentos das fábricas Giorgi e Picosse que estavam encerrando as suas atividades. Anos depois investiu-se em maquinários italianos mais modernos, da linha Mazoni S.A. Com os anos, a concorrência no segmento de adubos químicos aumentou consideravelmente, com isso, a farinha de ossos começou a perder mercado o que nos levou a investir no processamento da farinha de carne e adquirir digestores. Em 1955 e com o crescimento dos negócios, a empresa passou a se chamar Dal’Mas S.A Indústria Agroquímica Brasileira. Trabalhou para nossa empresa meu tio, João Braido e também João Gava, que anos mais tardem montaram as suas respectivas empresas: Braido S.A e Irmãos Gava.

Revista Graxaria Brasileira – O que diferenciou o trabalho da empresa do senhor Vitório Dal’mas da concorrência?Ettore – O meu pai foi um visionário e soube exatamente como aproveitar as oportunidades que surgiram.

Revista Graxaria Brasileira – Quais eram as dificuldades enfrentadas naquela época em atuar no setor de graxarias? Ettore – Acredito que tenha sido a concorrência, algo que apresenta-se cada vez mais forte. Porém, deve ser um

aspecto encarado pelo empresário com respeito, exigindo certos cuidados, para que o posicionamento adotado pela empresa resulte em êxito nos negócios.

Revista Graxaria Brasileira – Durante a existência da Indústria Dal’Mas Ltda, quais foram as principais conquistas?Ettore – A unidade da esteárica, pois do sebo derretido eram extraídos todos os produtos, como o ácido esteárico, ácido oleico e glicerina bi.

Revista Graxaria Brasileira – Quando e quais as razões o levaram a sair deste mercado?Ettore – Fiquei no mercado até 1998, quando ainda me sentia em condições para gerir os negócios.

Revista Graxaria Brasileira – Na opinião do senhor, atualmente, o mercado formado pelas graxarias está caminhando para qual direção?Ettore – Está em ascensão tanto a agroindústria quanto os setores correlatos. Hoje, quem trabalha com o sebo e puder investir no biodiesel terá ótimas oportunidades de negócios.

Revista Graxaria Brasileira - Desde que o senhor entrou no mercado, quais as principais evoluções percebidas?Ettore – Era um mercado desorganizado e a partir da década de 90 tomou novos rumos, inclusive com a fundação da primeira associação do setor, a ACOBESP - Associação dos Coletores e Beneficiadores de Subprodutos de Origem Animal. Em 2003 formamos o SINCOBESP - Sindicato Nacional dos Coletores e Beneficiadores de Subprodutos de Origem Animal, que primeiro representava um sindicato de base estadual para depois tornar-se nacional.

Revista Graxaria Brasileira - Qual a análise atual sobre o mercado brasileiro formado pelas graxarias? Ettore – Para que o setor evolua é importante a união e o engajamento de todos, como por exemplo, a participação massiva dos representantes em Congressos e demais eventos nacionais e internacionais.

Revista Graxaria Brasileira - Por sua experiência, onde estão os principais entraves para atuar no mercado? Ettore – Certamente está na concorrência, que leva a uma desestabilização nos preços das mercadorias e consequentemete há uma diminuição considerável no lucro.

Revista Graxaria Brasileira - Qual a análise do senhor quanto ao futuro do setor?Ettore – Vejo como um futuro promissor, desde que os empresários se empenhem e atuem de acordo com as normas atuais de Sustentabilidade Ambiental e Globalização.

Revista Graxaria Brasileira - Qual a mensagem que deixaria?Ettore – Que o mercado se una e trabalhe para um mesmo objetivo, deixando de lado as diversidades; e que a concorrência seja cada vez mais ÉTICA!

“A concorrência deve ser encarada pelo empresário com respeito,

exigindo certos cuidados, para que o posicionamento adotado pela

empresa resulte em êxito nos negócios.”

Page 27: Ed (30) Dezembro 2012

52 53C

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o 1

INTRODUÇÃO Gorduras e óleos que compõem ingredientes podem

sofrer alterações químicas durante o processamento e o

armazenamento, dentre elas as mais comuns são a acidez

(rancidez hidrolítica) e a oxidação (rancidez oxidativa) (ADAMS,

1999). Acidez em ingredientes de origem animal sugere

problemas no processo de produção e é, normalmente, gerada

devido ao excesso de umidade ou da “presença microbiológica

indesejável”, promovendo a hidrólise dos ácidos graxos

(produção de ácidos graxos livres). Quanto à oxidação, estão

bem documentados os seus efeitos nos tecidos e a formação

de radicais livres sobre a imunocompetência (HARMAN, 1984),

tanto em animais como em humanos. Os radicais livres agem

agressivamente no tecido vivo e podem romper a estrutura das

membranas celulares, alterando sua permeabilidade, viscosidade

e atividade secretora. Além disso, pode haver oxidação de

proteínas, afetando receptores, enzimas, proteínas de transporte

e mesmo o DNA. Em aves, suínos e outras espécies comerciais,

o consumo de alimentos oxidados além de influenciar o estado

Controle de qualidade em ingredientes de origem animal utilizados em rações

para aves e suínos

imune do animal afeta negativamente a “qualidade do produto

carne” (BARBI; BECKER, 2006).

Como forma de garantir a qualidade são realizadas

análises laboratoriais e controle de processos de produção e

armazenagem na indústria produtora de farinhas e de gorduras

de origem animal, que constituem matérias-primas de elevado

valor nutricional e são estratégicas na elaboração de dietas de

aves e de suínos.

Nesta revisão serão abordados os índices de acidez e de peróxido,

a digestibilidade em pepsina e a granulometria como indicativos

de qualidade para produtos de origem animal que podem ser

utilizados em rações para aves e suínos.

ÍNDICE DE ACIDEZ Não existe um tratamento químico específico para prevenção

da acidez. A qualidade do processo de produção de óleos, de

gorduras e de ingredientes gordurosos é que determina o nível

adequado de acidez (BARBI; BECKER, 2006).

Embora existam erros inerentes às metodologias, tanto de

análise química, quanto experimental, podendo gerar resultados

contraditórios no desempenho animal (SKLAN, 1979), é muito

bem documentada a redução da energia metabolizável do

alimento com o aumento da acidez (ou aumento do número de

ácidos graxos livres) (HUYGHEBAERT et al., 1988; WALDROUP et

al., 1995; DAVIS, 1996; BARBI; BECKER, 2006). Se desconsiderarmos

os riscos microbiológicos e de intoxicação é possível a utilização

de um subproduto de origem animal com nível de acidez

elevada para a produção de rações. Contudo, existem poucas

informações sobre a exata redução da energia metabolizável

(kcal/kg) dos alimentos para cada 1% no aumento da acidez, o

que dificulta a utilização destes em formulação de rações. Assim

sendo, deve-se priorizar o mínimo possível de acidez, pois a

energia é tida como o componente mais oneroso nas rações e

todo esforço para garantir o adequado suprimento energético

para os animais é benéfico para o sistema produtivo e para o

bem-estar animal, assunto este cada vez mais debatido a nível

mundial.

Existem padrões de acidez definidos por literatura atual

(BUTOLO, 2002; MEEKER, 2006; COMPÊNDIO..., 2009; ANFALPET,

2009; BELLAVER, 2010) que trazem valores máximos entre 1 e 6

mg de NaOH/g para diferentes subprodutos de origem animal.

Segundo Butolo (2002), embora os padrões mínimos tolerem

acidez de até 4 mg de NaOH/g de amostra, o ideal é não usar

farinha cuja acidez supere 2,5, uma vez que acidez elevada quase

sempre está associada a população bacteriana também elevada.

ÍNDICE DE PERÓXIDO

No intuito de prevenir a oxidação e preservar o valor

nutricional de suas formulações, os nutricionistas geralmente

incluem antioxidantes nas rações, contudo, isso possivelmente

não corrige os erros inerentes aos alimentos já oxidados, somente

retarda a aceleração dos processos oxidativos. É preciso lembrar

que as condições climáticas do Brasil são altamente desafiadoras

e favoráveis à oxidação.

A oxidação altera o valor proteico dos ingredientes devido à

geração de calor no processo oxidativo (reação exotérmica) e são

gerados, neste processo, hidroperóxidos que podem se degradar

a aldeídos e a cetonas. Os peróxidos nas gorduras destroem as

vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K) e pioram a palatabilidade

e o odor da farinha trazendo distúrbios digestivos. Severas

oxidações estão associadas com encefalomalácia, distrofia

muscular, diátese exudativa, necrose dos tecidos dos órgãos e

baixa fertilidade e eclodibilidade, ou seja, o processo de oxidação

está ligado a doenças, à redução do tempo de vida dos animais

e a problemas reprodutivos. Peróxidos e os produtos de sua

degradação são reconhecidos como fatores antinutricionais das

gorduras (WISEMAN et al., 1992; ADAMS, 1999).

Ressalte-se que a proteína é o segundo componente mais

oneroso da dieta de aves e suínos, cabendo aqui os mesmos

Por Fernando de Castro Tavernari

Page 28: Ed (30) Dezembro 2012

54 55

comentários já realizados para energia. Contudo, o nitrogênio

(constituinte dos aminoácidos formadores das proteínas)

também apresenta alto potencial poluente, sendo necessário

minimizar a excreção deste e de outros nutrientes através da

garantia na composição dos ingredientes e de formulação

adequada.

A determinação do índice de peróxido (IP) (AOCS cd 8-53) é

o indicativo mais utilizado para monitorar a qualidade oxidativa

de gorduras. No entanto, monitora apenas o status da gordura no

momento da análise e não a sua estabilidade frente a fatores que

predispõem à oxidação, como temperatura, umidade, luz, metais,

oxigênio e enzimas.

O IP é um teste rápido, prático e, como toda metodologia

analítica, tem suas limitações. Para efeito de comparação, o teste

AOM-20h é uma variação do método do oxigênio ativo (AOCS cd

12-57) e inclui o IP. Palmquist (2002) sugere que gorduras devem

apresentar valor de peróxido inicial igual a 0 meq/kg de gordura,

e não deve atingir mais do que 20meq de peróxido por kg de

gordura após 20h de desafio oxidativo. O peróxido é monitorado

na gordura às 0 (IP), 4 e 20h. Uma limitação do AOM-20h é que a

taxa de aumento de peróxido na gordura normalmente é lenta

até 10-15meq. Neste ponto, a taxa de produção começa a acelerar

e se torna extremamente rápida depois de 20-30meq. Isto pode

gerar variabilidade de resultados entre laboratórios analisando a

mesma amostra e outra limitação é que o teste é muito sensível a

impurezas deixadas nos tubos de ensaio, principalmente metais,

necessitando de meticulosa limpeza dos tubos entre testes

(BARBI; BECKER, 2006).

Uma análise que tem sido utilizada adicionalmente ou em

substituição ao IP é a análise de substâncias reativas ao ácido

tiobarbitúrico (TBARS). O TBARS mede a concentração de

malonaldeídos (produto final da rancidez oxidativa) e é muito

empregado para monitorar qualidade e palatabilidade de

carne para consumo humano (FIORITI et al., 1973). Este teste

aparentemente apresenta resultados mais próximos à realidade

do estado oxidativo do alimento e tem correlação com a

palatabilidade da gordura, contudo é um método mais oneroso

e mais demorado quando comparado ao IP.

Quanto ao desempenho animal frente ao estresse oxidativo

alguns trabalhos científicos comprovaram que ocorre perda do

valor nutritivo do alimento contendo gordura oxidada. Já foi

observado aumento de peso do fígado de aves que consumiram

ração com gordura oxidada, denotando alteração de estado

fisiológico das mesmas. Wang et aI. (1997) enfatizam que o

estresse oxidativo na mucosa intestinal de aves é alto, geralmente

maior que em mamíferos.

A oxidação de gorduras promove alteração do perfil de

ácidos graxos da dieta e pode afetar indiretamente a resposta

imunológica (FRIEDMAN; SKLAN, 1997), sendo importante

salientar que os peróxidos não são tóxicos, mas os produtos

secundários da oxidação podem ser tóxicos e também afetam a

palatabilidade dos alimentos.

Shermer e Calabotta (1985) observaram que de 1 a 2 meq

de peróxido por quilo de ração afetou negativamente o ganho

de peso e a eficiência alimentar de frangos de corte. Cabel et

al. (1989) observaram redução no desempenho de frangos de

corte testando 7 meq/kg. Houve piora na conversão alimentar

de aproximadamente 5%. Embora aparentemente seja um

percentual baixo, o impacto final pode ser considerável,

refletindo em altos prejuízos ao ano para as cadeias produtivas

de aves e suínos.

Dibner et al. (1996) testaram o efeito da inclusão de 4 meq

de peróxido/kg em rações contendo ou não antioxidante, e

verificaram que as aves alimentadas com gordura de frango

oxidada apresentaram pior conversão alimentar e pior ganho

de peso. Estes autores observaram diminuição no hematócrito

das aves alimentadas com gordura oxidada e sem adição

de antioxidante sintético. Ao compararem a proliferação

de enterócitos entre aves alimentadas ou não com gordura

oxidada concluíram que existem indicativos de maior turnover

destas células, com conseqüente aumento da necessidade de

mantença, nas aves alimentadas com gordura oxidada. Aumento

da proliferação celular também foi observada no fígado das aves

alimentadas com 4 meq de peróxido por kg de ração.

Normalmente os valores recomendados para o índice

de peróxido na literatura (BUTOLO, 2002; MEEKER, 2006;

COMPÊNDIO..., 2009; ANFALPET, 2009; BELLAVER, 2010) estão

abaixo de 10 meq/kg de produto, sendo valores médios razoáveis

para garantir a qualidade. Embora os índices que indicam

a qualidade do produto apresentam falhas metodológicas

conhecidas, eles são úteis e devem ser considerados, pois, cabe

ao aqui discutido, o “principio da precaução” para garantir a

qualidade do produto final “carne ou ovos”.

DIGESTIBILIDADE EM PEPSINA A digestibilidade em pepsina é um indicador de qualidade

de alimentos protéicos em geral e diversos trabalhos foram

desenvolvidos nas últimas décadas com este tema. O

conhecimento da digestibilidade dos alimentos é importante

para as formulações, mas os experimentos in vivo são caros e

demorados. Para tanto, convém utilizar os testes in vitro, que se

mostram eficientes por estimarem valores próximos dos reais e

com rapidez.

No teste de digestibilidade em pepsina, a concentração de

0,0002% é mais sensível do que concentrações maiores, portanto,

melhor para determinar o “ranking” de qualidade proteica. Em

nível operacional, a quantidade de enzima a ser usada para um

pequeno número de amostras no laboratório é muito pequena

e sujeita a erro. Por isso, sugere-se o preparo de concentrações

maiores (0,2%) para depois, através de diluições, chegar à menor

concentração (0,0002%). Sugere-se ainda que a etapa de filtração

que consta na técnica do AOAC, pode ser substituída pela

centrifugação a 2.500 rpm por 15 min e análise do N solúvel no

sobrenadante, ao invés de analisar o N no resíduo do substrato.

Com isso, há ganho em tempo sem perda de precisão. Os demais

passos do procedimento da digestibilidade em pepsina devem

ser seguidos conforme o que indica o AOAC (BELLAVER et al.,

1998; ZANOTTO; BELLAVER, 2005).

GRANULOMETRIA Quanto à granulometria, este é um assunto que já foi

amplamente abordado nos meios científicos e é com certeza

um fator determinante no desempenho animal. Embora o

alimento possa ser moído na fábrica de ração (nem todas tem

equipamentos adequados para isso) é importante ressaltar

que o mais importante é produzir um alimento com padrão de

qualidade definido, para assegurar a uniformidade do produto.

Ao se retirar amostras de diferentes partes de uma dada

quantidade do produto devem ser observados valores próximos

do mesmo nutriente em cada alíquota. Além disso, um padrão

de moagem menor facilita a atividade dos antioxidantes nos

alimentos que contem gorduras e óleos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS Embora os índices de acidez e de peróxido não apresentem

comportamento linear, são padrões mínimos, assim como a

digestibilidade em pepsina e a granulometria, que devem ser

utilizados para assegurar a qualidade dos produtos de origem

animal. É importante que os fabricantes de farinhas e gorduras

de origem animal compreendam o impacto de sua atividade na

qualidade das rações e na qualidade final dos produtos de suínos

e aves, uma vez que a correta produção e armazenagem destes

alimentos podem evitar a destruição de vitaminas lipossolúveis,

os problemas de palatabilidade, a perda de energia e proteínas e

a geração de compostos tóxicos.

REFERÊNCIASADAMS, C. A. Oxidants and antioxidants. In: Nutricines. Food Components in HeaIth and Nutrition.

Nottingham University Press. Nottingham, RU, p. 11-32, 1999.

ANFALPET. Manual do Programa Integrado de Qualidade PET-PIQPET. São Paulo:

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BARBI, J. H. T.; BEKER, B. G. Alterações oxidativas em rações. In: OLIVO, R. (Ed.) O mundo do frango:

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BELLAVER, C.; ZANOTTO, D. L.; GUIDONI, A. L.; KLEIN, C. H. Ajuste no teste de solubilidade do

nitrogênio em pepsina para farinhas de carne e ossos destinadas a fabricação de rações.

Concórdia: Embrapa Suínos e Aves, 1998. 2 p. (Embrapa Suínos e Aves. Comunicado Técnico, 225)

BUTOLO, J. E. Qualidade de ingredientes na alimentação animal. Campinas: Agro Comunicação,

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Técnico, 402).

Ca

de

rno

cn

ico

1

Fernando de Castro Tavernari é pesquisador da Embrapa Suínos e Aves

Page 29: Ed (30) Dezembro 2012

56 57

fato que a humanidade necessita aumentar sua eficiência

energética para não exaurir as fontes não renováveis do planeta,

e para isso, a diminuição do consumo de energianão-renovável,

o aumento do uso de fontes de energia renováveis e o aumento

na eficiência energética são os itens mais importantes na

sustentabilidade da humanidade como um todo.

Outro problema a ser enfrentado é a necessária redução da

emissão de gases de efeito estufa, atendendo ao protocolo de

Kyoto, diminuindo a ação humana num possível aquecimento

global devido a uma alteração na composição atmosférica.

A busca dessa maior sustentabilidade obriga a uma promoção

da segurança energética, seja promovendo o desenvolvimento

e a inovação tecnológica, o desenvolvimento de empregos

locais – especialmente em áreas isoladas – , incentivando o uso

de transporte público, o uso de tecnologias de baixo consumo

energético, e o uso de fontes de energia renováveis no transporte.

É

Produção de gases de efeito estufa na Reciclagem Animal

Ca

de

rno

cn

ico

2

Essas são as mais efetivas ferramentas disponíveis para reduzir

a emissão de gases de efeito estufa e a dependência em fontes

não renováveis de energia, notadamente o petróleo, onde sua

falta influenciaria mais notadamente o sistema de transporte.

Politicas públicas de fomento ao desenvolvimento de fontes

de energia sustentáveis têm ocorrido em diversos países, como o

Programa Proálcool no Brasil, incentivos à produção de álcool de

milho nos EUA e de biodiesel em diversos países, o que permitiu

o desenvolvimento de pequenas, médias e grandes empresas,

dando oportunidade ao desenvolvimento regional, envolvendo

uma grande gama de empreendimentos, como produtores e

trabalhadores rurais eassociação de coletores por exemplo.

Acreditamos que todos governos devam estimular

o desenvolvimento nacional e regional, mensurando-se

localmente, encorajando a troca das melhores práticas de

produção de energia à partir de fontes renováveis, fornecendo o

apoio estrutural (estradas, ferrovias, hidrovias, etc) necessárias para tal.

Reforçamos que ao favorecer o desenvolvimento do mercado de fontes de energia

renováveis regional, é necessário que o governo sempre leve em consideração os

impactos e oportunidades, a possibilidade de exportação, o aumento da qualidade de

vida e empregos gerados na região.

Portanto é apropriado incentivar a produção e comercialização descentralizada

de fontes de energia renováveis, pois esse movimento de produção descentralizada

possui muitos benefícios, incluindo o aumento do consumo de fontes de energia

locais, aumento da segurança energética local, menores distâncias para transporte

de combustíveis e redução na perda de transmissão de energia a longas distâncias,

seja via perdas de transmissão energética, seja via transporte de combustíveis. Essa

descentralização ainda estimula a consciência da sociedade local, incrementando

ainda mais sua coesão.

Nesse sentido, em 23 de Abril de 2009, o Parlamento Europeu e o Conselho

Europeu publicaram uma diretiva com o objetivo de promover o uso de energia de

fontes renováveis no Velho Continente, a chamada Diretiva 2009/28/EC, atuando

principalmente na promoção de uso de biocombustíveis para os modais de transporte,

estabelecendo definições para as diferentes fontes renováveis, além de estabelecer

regras comuns para o mercado interno do setor elétrico em geral, dando certa clareza

legal ao uso dessas fontes renováveis.

Ficou estabelecido nessa Diretiva que 20% de toda a matriz energética de toda a

Comunidade Europeia e 10% de toda a energia gasta em transportes deverão ser geradas

à partir de fontes renováveis. Vejamos o quadro atual do países da Comunidade Européia:

País

Bélgica

Bulgária

Rep. Tcheca

Dinamarca

Alemanha

Estônia

Irlanda

Grécia

Espanha

França

Itália

Cyprus

Lituânia

Luxemburgo

Hungria

Malta

Holanda

Áustria

Polônia

Portugal

Romênia

Eslovênia

Finlândia

Suécia

Reino Unido

Participação de fontes

renováveis na matriz

energética em 2005

2,2%

9,4%

6,1%

17%

5,8%

18,0%

3,1%

6,9%

8,7%

10,3%

5,2%

2,9%

15%

0,9%

4,3%

0,0%

2,4%

23,3%

7,2%

20,5%

17,8%

16,0%

28,5%

39,8%

1,3%

Participação de fontes

energéticas na matriz

energética em 2020

13%

16%

13%

30%

18%

25%

16%

18%

20%

23%

17%

13%

23%

11%

13%

10%

14%

34%

15%

31%

24%

25%

38%

49%

15%

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58 59C

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o T

éc

nic

o 2

Uma das maiores dificuldades para a implantação desse

planejamento seria em como aferir essa proporção e como

selecionar as fontes renováveis de menor impacto ambiental.

Para se evitar um possível peso administrativo desproporcional

no cálculo oficial de redução de emissão de Gases de Efeito

Estufa (GEE) entre os países da Comunidade Europeia, uma

lista com valores padronizados das diversas fontes renováveis

foi estabelecida.As empresas podemutilizar essa lista caso

queiram solicitar créditos de carbono para os biocombustíveis

citados nessa lista, padronizando os valores entre os diversos

países.

Para o cálculo de balanço do GEE para a produção,

transporte e uso de biocombustíveis, foi utilizada a seguinte

fórmula:

GEE = eec

+ el + e

p + e

td – e

sca – e

ccs – e

ccr – e

ee’

Onde:

GEE = emissão total no uso do combustível, expressa gramas

Biocombustível

Etanol de beterraba

Etanol de trigo + co-processamento de gás natural

Etanol do milho

Etanol de cana-de-açucar

Biodiesel de canola

Biodiesel de girassol

Biodiesel de soja

Biodiesel de palma

Biodiesel de óleo reciclado e gordura animal

Biogás de lixo orgânico

Biogás de esgoto (ou esterco) líquido

Biogás de esgoto (ou esterco) seco

GEE típico (gCO2eq

/MJ)

33

39

37

24

46

35

50

32

10

17

13

12

GEE padrão (gCO2eq

/MJ)

40

44

43

24

52

41

58

37

14

23

16

15

Onde:

GEE Típico é o valor da emissão total esperada por MJ de energia

presente no combustível

GEE Padrão é o valor da emissão total prevendo fatores de risco por

MJ de energia presente no combustível

Essa tabela nos mostra que ao considerarmos todo o processo de

coleta, fabricação e distribuição,o biodiesel à partir de gorduras animais

e óleo de cozinha reciclado é a fonte renovável que emite menos GEE

por MJoule de energia gerada para uso como combustível no Velho

Continente, entre 10 e 14g de CO2/MJ, sendo menos poluidora que

outras fontes tradicionais, como o etanol de cana-de-açúcar (24g de

CO2/MJ),biodiesel de óleo de palma (entre 32 e 37g de CO

2/MJ) e o

biodiesel de óleo de soja (entre 50 e 58g de CO2/MJ).

No ano de 2010, a matriz energética brasileira contou com 45,4%

de toda a energia gerada advinda de fontes consideradas renováveis,

como a Hidráulica (14,2%), Lenha e carvão vegetal (9,6%), Cana e

derivados (17,7%), sendo que outras fontes renováveis responderam

por 3,9% do total. Nessas outras fontes renováveis, incluem-se a

energia heólica, a lixívia (sub-produto do processamento de papel

Kraft) e o Programa de Biodiesel Brasileiro, provando que nosso país é

referência mundial no uso de fontes renováveis.

De acordo com dados da ANP, no mês de Agosto de 2012 se

produziu pouco mais de 255 mil m3 de biodiesel, sendo que apenas

15,85% do totalfoi produzido à partir de gorduras animais. O óleo de

de CO2 por M Joule de combustível (gCO

2ep/MJ)

eec

= emissão devido a extração ou cultivo da matéria-prima

el

= emissão anualizada na mudança dos estoques de

carbono causada pelo uso da terra

ep

= emissão no processamento

etd

= emissão no transporte e distribuição

esca

= captação de carbono no solo via melhorias de manejo

cultural

eccs

= captação de carbono via captura e estocagem geológica

eccr

= captação de carbono via captura e troca

eee’

= captação de carbono pela cogeração de energia elétrica

Relação entre CO2 e os demais gases de efeito estufa = 1 N

2O

: 296 CO2; 1 CH

4 : 23 CO

2

Essa fórmula permitiu se chegar aos seguintes números

de emissão total de GEE para o cultivo, processamento,

transporte e distribuição das principais fontes de

biocombustíveis:

soja contribuiu com 78,6% do total.

A Associação Brasileira de Reciclagem Animal – ABRA acredita

que as gorduras animais podem e devem aumentar sua participação

no mercado de produção do Biodiesel, não apenas pelo fato dos

fabricantes de gorduras animais possuírem uma boa distribuição

geográfica no território nacional ou pelo fato do produto ser mais

econômico que outras fontes de gordurasdisponíveis, mas também

pela verdade que a gordura animal é a fonte de energia renovável

mais limpa que temos à disposição, ao passo que o óleo de soja, é

a fonte de energia renovável menos eficiente no balanço final de

emissão de gases de efeito estufa, afinal, a gordura animal gera 5

vezes menos GEE que o óleo de soja.

A Reciclagem Animal pode ajudar o Brasil a ser ainda mais

eficiente na redução de emissão de Gases de Efeito Estufa.

Fontes: Diretiva 2009/28/EC do Parlamento e do Conselho Europeu de 23 de

Abril de 2009

Boletim Mensal do Biodiesel – Setembro de 2012 – Agência Nacional do

Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis.

Balanço Energético Nacional 2011, Ano Base 2010 – Empresa Brasileira

de pesquisa Energética

Por Lucas CyprianoDepartamento Técnico [email protected]

Page 31: Ed (30) Dezembro 2012

60 61

az relativamente pouco tempo que estou envolvido com

a indústria de graxaria (seis anos), mas três pontos chamaram

a minha atenção. O primeiro é que os responsáveis por esta

indústria formam um grupo entusiasmado dedicado a fabricar

produtos de alta qualidade com a matéria prima disponível e

são de certa forma, os recicladores finais. Segundo, a qualidade

e objetos estranhos são problemas, não importa qual seja o

local da planta de processamento. Os processadores precisam

compreender os requisitos dos consumidores de rações para

pets e porque a segurança das rações e a avaliação de riscos se

tornam cada vez mais importantes. E, terceiro, o planejamento

da sucessão nas empresas é fundamental, ao lado da forma de

procurar atrair funcionários qualificados para a indústria de

graxaria.

Com o crescimento da humanização dos pets, a indústria

de graxaria precisa entender esta dinâmica e estar disposta a

se adaptar e mudar em conjunto com a indústria de rações para

F

Cuidando do Mercado de Rações para Pets

Ca

de

rno

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3

pets. Isto é necessário para garantir que tanto o consumidor

como seus requisitos sejam atendidos e compreendidos.

Pisei pela primeira vez em uma planta da indústria de

graxaria em Hawke’s Bay, Nova Zelândia, em 2007. Desde

então, me tornei um defensor ardoroso da indústria de

graxaria. Sim, o processo cheira mal e não é um trabalho “sexy”,

mas a indústria de graxaria desempenha um papel crítico na

transformação de partes indesejadas da cadeia alimentar em

importantes ingredientes de valor agregado para a indústria

de rações para todos os tipos de animais. A primeira visita

me ligou com a indústria e agora adora visitar plantas para

ver como a matéria prima é processada, aprendendo algo

de novo em todas as visitas. Frequentemente as pessoas

param na minha escrivaninha, encontram uma amostra de

farinha sobre minha mesa e querem saber onde, como e de

que é feita esta farinha. Depois de cheirar a amostra ficam

surpreendidas quando descobrem que o cheiro não é ruim.

Uso este momento para educar as pessoas da área de rações para pets, explicando

o funcionamento da indústria de graxaria, quem são nossos fornecedores e a

importância desta indústria para os fabricantes de rações para pets. Também uso

a oportunidade para falar sobre a sustentabilidade do meio ambiente, pois todos

estes materiais não comestíveis poderiam terminar em um aterro.

Nos últimos cinco ou seis anos tive a sorte de visitar quase 60 plantas na

Nova Zelândia, Austrália, Reino Unido, Noruega, Alemanha, Holanda e mais

recentemente Estados Unidos, que trabalham com espécies tão diversas como

carneiros, veados, patos, perus, salmões, savelhas, bovinos, suínos, e obviamente,

frangos. Quer o processo seja em lotes, contínuo, em alta ou baixa temperatura,

a maioria dos processadores que conheci orgulha-se de suas instalações e faz

questão de mostrar sua planta. Como sou responsável pela compra de proteínas e

gorduras processadas para transforma-las em rações para pets de alta qualidade,

fico sempre impressionado ao entrar em uma planta limpa e encontrar um

proprietário ou gerente orgulhoso com suas instalações, dos ingredientes que

produzem e sua equipe que também se orgulha. Uma das primeiras coisas que

procuro saber para ter uma ideia de como funciona a planta e qual a qualidade

dos seus produtos é qual o nível de conhecimento e de empenho do gerente e

sua equipe em relação à planta e seus produtos

Plantas da indústria de graxaria que são limpas e arrumadas no lado de fora,

sem peças de reposição, parafusos, pedaços de madeira, latas, etc. jogadas, com

funcionários em uniformes limpos (ou tão limpos quanto possível) dão uma

excelente primeira impressão. Dão ao cliente uma ideia da aparência do interior

da planta e da qualidade do material que será fornecido. Produtos de uma planta

que parece desarrumada deixam no cliente uma sensação de que ainda que

o produto possa estar de acordo com as especificações , o processador não se

incomoda com a aparência da planta. Isto poderia levar o cliente a duvidar da

segurança, palatabilidade e até mesmo da qualidade do produto processado.

A qualidade da matéria prima que será processada afeta o produto que sai da

cozedora ou da secadora. Para o comprador de ingredientes de rações para pets

a qualidade e a segurança do alimento são pontos essenciais na avaliação de um

fornecedor, novo ou existente.

Entre os fatores que afetam a qualidade podemos mencionar:

1 – Matéria prima: Quanto mais fresca melhor. Aminas biogênicas formadas de

matérias primas em decomposição não podem ser eliminadas por cozimento e

originam problemas de palatabilidade, doenças nos pets e até morte dos mesmos

em alguns casos.

2 – Salmonella: Ainda que possam ser mortas durante o cozimento, a

recontaminação após secagem ou cozimento e sua introdução nas instalações de

rações para pets pode causar problemas para o fabricante destas rações. Quando

eu descobri que Salmonella controlada inadequadamente na indústria de

processamento ou nas instalações de fabricação de rações para pets pode causar

doenças graves e até risco de morte, passei a levar meu papel de comprador de

farinhas secas e a qualidade dos fornecedores muito mais a sério. Os compradores

precisam compreender que suas decisões de compra tem um impacto direto

sobre os produtos que são fabricados.

3 – Valor de peróxido: Farinhas preparadas com gorduras instáveis ou estabilizadas

incorretamente fazem com que a gordura se torne rançosa com notas de

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o T

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nic

o 3 impalatabilidade na ração seca para pets. Isto causa um

impacto negativo no na experiência do consumidor quando

seu cão ou gato vira o nariz e se afasta da tigela. Além disto, o

valor de peróxido afeta diretamente a validade da ração.

4 – Objetos estranhos: Quer sejam luvas de plástico, clipes,

marcadores auriculares, aventais, facas, telas, cápsulas de

bolo, os fabricantes de rações para pets não querem ver

estes “extras” em seus ingredientes prontos. Nunca é uma

boa experiência ouvir um consumidor dizer que encontrou

pedaços coloridos de ração com peças de plástico ou que o

pedaço parece uma mina da segunda guerra mundial, com

pedaços de metal saindo para todos os lados e que poderiam

ferir os órgãos internos de um cão ou gato.

Nos últimos dois a três anos os processadores que

fornecem ingredientes ao mercado de rações para pets

começaram a levar a sério os comentários e preocupações

dos fabricantes de rações. A indústria de graxaria trabalha

ativamente para melhorar a qualidade da matéria prima que

utiliza, quer seja incorporando transporte refrigerado ou

removendo plástico do material recebido antes que chegue

a planta de processamento. Há uma crescente mudança

cultural entre os processadores, um desejo de melhorar a

qualidade como forma de se destacar entre os concorrentes.

O resultado são ingredientes de melhor qualidade. Isto

é crítica, pois o produto final da indústria de graxaria é o

ingrediente inicial dos fabricantes de rações para pets. Em

minha opinião, o processamento às vezes parece arte com

todo o conhecimento presente nas cabeças dos responsáveis

pelas plantas. Realmente, é um talento pegar um pouco disto,

um pouco daquilo, misturar tudo e cozinhar para atender os

requisitos dos clientes. Em muitos casos, estas pessoas fazem

isto há anos e sabem ao olhar para a torta da moenda, a cor

do sebo ou o odor da planta es estão conseguindo produzir

dentro das especificações e com eficiência máxima. Em algum

momento, e logo entre alguns, estes especialistas deixarão a

indústria para gozar de uma merecida aposentadoria.

Uma preocupação é como este conhecimento perdido

será substituído, pois isto poderá ter um impacto direto sobre

uma planta ou sua consistência. Consistência é fundamental

nos produtos para rações de pets. Em algumas plantas existem

alguns jovens interessados, mas é difícil atrair talentos para

um negócio que é quente, suarento e frequentemente mal

cheiroso. Muitas vezes já torceram o nariz para mim na sala de

espera de aeroportos após minha visita a plantas da indústria

de graxaria. Talento precisa ser desenvolvido e então retido na

indústria de graxaria. O conhecimento precisa ser transmitido

de forma coerente para garantir que os segredos da arte não

sejam perdidos.

À medida que a demanda por proteínas e gorduras

animais de qualidade continua a crescer no mercado de

rações para pets, acredito que o planejamento de sucessão e

a retenção de talentos sejam os dois maiores desafios desta

indústria nos próximos cinco a dez anos. Mudança cultural

e inovação, retenção da equipe e planejamento ativo de

sucessões garantirão o crescimento da indústria de graxaria

que continuará a fornecer ingredientes de alta qualidade,

a preços acessíveis, para as indústrias de rações para pets e

outros animais. Vi muitas mudanças positivas no curto período

em que estive envolvido e estou feliz ao ver os processadores

levarem seu papel na cadeia alimentar com seriedade.

Ter disposição para se adaptar e mudar de acordo com os

requisitos dos clientes e com a sempre crescente exigência de

segurança dos alimentos dá a indústria de graxaria a melhor

chance possível de sobrevivência e crescimento no futuro.

Venda Mundial de Rações para Pets chegará a US$ 74,8 bilhões em 2017

De acordo com um relatório publicado pelo Transparency

Market Research, de Albany, NY, o mercado mundial de

rações para pets crescerá 4,2% por ano nos próximos seis

anos, passando de 58,6 bilhões de dólares em 2011 para 74,8

bilhões de dólares em 2017.

Segundo o relatório, as vendas de rações para pets nos Estados

Unidos crescerão 3,5% por ano, de 21,7 bilhões de dólares

em 2011 para 26,6 bilhões de dólares em 2017. O relatório

afirmou que ração seca é o tipo de ração mais consumida no

mundo, seguida por petiscos e, a seguir, as rações úmidas.

O relatório também considera que o crescimento do

mercado na área de Ásia Pacífico será o mais rápido nos

próximos seis anos, enquanto o mercado europeu, o segundo

depois dos Estados Unidos, crescerá 4,4% de 2011 até 2017.

O relatório atribui este crescimento do mercado global ao

aumento de renda disponível das famílias e a uma tendência

para mais “famílias nucleares” e mais pessoas com pets em

suas casas.

AVMA desencoraja dietas com alimentos crus para pets

Seguindo uma recomendação anterior para donos de pets,

a Associação Americana de Medicina Veterinária (American

Veterinary Medical Association - AVMA) aprovou a política

que desencoraja a alimentação de cães e gatos com proteínas

animais cruas, a não ser que estes alimentos tenham sido

tratados para eliminar patógenos.

A nova política sobre alimentos crus para pets afirma que

a cocção ou pasteurização são os métodos “tradicionais” para

eliminar patógenos em alimentos crus para cães e gatos, mas

reconhece que métodos de segurança como irradiação estão

sendo “desenvolvidos e implementados.” A nova política teve

duas revisões, incluindo uma mudança de, “Nunca alimente

seus cães ou gatos com proteína de fonte animal tratada

inadequadamente ” para, “Evite alimentar seus cães ou gatos com proteína de

fonte animal tratada inadequadamente.”

Quase 91% dos delegados da associação votaram em favor da nova política

na convenção realizada no começo de agosto. Também durante o encontro a

associação deu uma ideia dos achados para 2012 em seu Levantamento sobre

Propriedade e Demografia de Animais Domésticos nos Estados Unidos (United

States Pet Ownership and Demographics Sourcebook) que estará disponível no

outono. Este levantamento de quase 50.000 lares americanos descobriu que o

número de proprietários de pets diminuiu 2,4% de 2006 até 2011, mas os gastos

com pets aumentaram. O gasto médio por cão foi de 227 dólares em 2011 em

comparação com 200 dólares em 2006. O gasto por gato subiu de 89 para 90

dólares.

Valley Proteins consegue condenação por roubo de gordura

Em 16 de julho de 2012, Cheng Zheng foi condenado pelo júri no Tribunal

do Condado de Fairfax, Virginia, acusado de delito de furto ao roubar graxa de

cozinha de um container da Valley Proteins, Inc., e também, por crime de posse

de ferramentas de roubo - o caminhão, bomba e tanque usados no roubo. Como

resultado da condenação, o Condado de Fairfax confiscou o caminhão, impedindo

Zheng de usa-lo no future para obter óleo de cozinha usado. Após o julgamento,

o júri recomendou uma condenação de seis meses na prisão e uma multa de US$

500. A deliberação do juiz foi marcada para setembro.

Esta condenação foi obtida devido a um alerta de um motorista de caminhão

de transporte de graxa da Valley Proteins que foi testemunha de roubo de óleo

de cozinha usado de um tanque da empresa nas instalações de um cliente em

Annandale, VA, e chamou a polícia do Condado de Fairfax enquanto o roubo

estava em andamento. O julgamento aconteceu após vários meses de manobras

legais pré-julgamento e educação dos detetives e promotores por funcionários da

Valley Proteins sobre valor de óleo de cozinha usado e a magnitude do problema

de roubo deste material para a indústria de graxaria nos Estados Unidos. O

confisco de caminhão usado no roubo é um importante precedente e serve como

modelo a ser seguido pela polícia e pelos promotores para tentar impedir a ação

futura dos ladrões de óleo de cozinha.

Para ajudar a empresa a combater o roubo de graxa, a Valley Proteins instituiu

um programa de bônus para seus funcionários que paga 100 dólares a qualquer

funcionário que forneça informação sobre roubo suficiente para gerar um

relatório policial. Para tanto é necessária a identificação do ladrão, descrição do

veículo usado no roubo, incluindo número da placa e marca e o momento e local

do roubo

Benji Dorsey, o motorista de Baltimore, MD, envolvido no caso do condado de

Fairfax foi o primeiro a receber este bônus.

O Presidente da Valley Proteins President, J.J. Smith comprometeu um volume

substancial de recursos da empresa e de seu pessoal para combater o roubo de

graxa e educar as agências responsáveis pela aplicação da lei, demonstrando que

a empresa considera uma prioridade a redução de perdas de produto devido a

roubos.

Material técnico gentilmente cedido pela Revista Render (The National Magazine of Rendering), edição Outubro de 2012.Reprodução autorizada pelo autor.Tradução de Anna Maria Franco.

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Alexandre FerreiraConsultor Técnico em Processos Industriais.

NRA 2012

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ntre 23 e 27 de outubro do corrente ano a NRA – National

Renderers Association ( que é a Associação Nacional de Reciclagem

Animal dos EUA ) realizou em Laguna Nigel, na Califórnia, sua 79ª

convenção anual.

Trata-se de um evento muito bem organizado que recebe

participantes ( acima de 200 ) de todas as partes do mundo.

Estivemos presentes a convite da organização para realizar

uma palestra sobre nossa atividade no Brasil dentro do Fórum

Internacional que é um bloco do programa de apresentações onde

representantes de diversas partes do mundo ( o presidente da

Associação Europeia, o vice-presidente da associação australiana,

o vice-presidente da NRA para mercados internacionais e diretores

da NRA para a China e América Latina ) informam sobre o histórico

recente do setor.

A propósito, a conclusão geral foi de que , comercialmente, o

ano foi bom para todo mundo no mundo todo.

Além deste fórum, participamos representando o Brasil nas

reuniões da WRO ( Organização Mundial de Reciclagem Animal

) e da ALAPRE ( Associação Latino Americana de Plantas de

Rendimento ) . Há sempre uma preocupação em monitorar os

interesses e ações de outros grupos econômicos ou instituições

reguladoras que podem afetar nossa atividade globalmente de

forma positiva ou negativa. Falamos, neste caso, das proteínas de

E ma investigação sobre o quarto caso de encefalopatia

espongiforme bovina (EEB) nos Estados Unidos, descoberto no

final de abril, mostrou que o cumprimento do atual regulamento

de rações foi perfeito, e chegou-se à conclusão que a ração não foi

a causa da infecção.

Uma amostra do cérebro de uma vaca leiteira morta na estação

de transferência de processamento de Baker Commodities’s em

Hanforc, CA, apresentou resultado positivo para EEB atípica do

tipo L. Ainda que casos de EEB clássica tenham sido ligados ao uso

de farinhas de carne e ossos contaminadas como ingrediente da

ração para gado, a origem de cepas atípicas de EEB é desconhecida.

Desde 1997, proteínas de mamíferos estão proibidas na ração dos

ruminantes nos Estados Unidos, e em 2008, mais restrições foram

impostas, proibindo-se o uso de cérebro e de medula espinhal de

gado com 30 meses ou mais idade em toda a ração animal.

Devido à incerteza científica sobre a origem da variedade

do tipo L de EEB, o FDA e o Departamento de Agricultura e de

Alimentos da Califórnia conduziram uma grande investigação em

rações para tentar determinar se alguma ração oferecida à vaca

infectada havia sido produzida com ingredientes que têm o uso

proibido na ração para animais ruminantes ou se houve uma

contaminação cruzada.

Dispensou-se uma atenção especial aos controles existentes

em cada local onde o animal viveu desde o nascimento para evitar

a contaminação cruzada.

Uma revisão das histórias de inspeção de EEB mostrou que a

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A investigação sobre EEB na Califórnia foi concluída

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4

conformidade com os regulamentos para as rações era excelente.

Nenhuma das instalações utilizou material proibido na fabricação

de rações durante todo o período pesquisado, embora um

estabelecimento tenha distribuído material proibido, mas não

o utilizou para fabricar rações. Este estabelecimento manteve

uma separação entre a ração manufaturada e os produtos para

distribuição que continham material proibido.

A investigação descobriu que não houve fornecimento de

ração com material proibido nas instalações referência durante

o período de interesse, que todas as instalações para rações

obtiveram garantias apropriadas dos fornecedores de que os

ingredientes não continham material proibido, e que inspeções

veiculares e/ou certificações dos motoristas foram utilizadas por

todas as instalações para garantir que os produtos não fossem

transportados em veículos que carregaram produtos contendo

matérias proibidas em uma carga anterior.

Com base nestes resultados, a equipe que investigava

as rações não identificou qualquer condição que mostrasse

que os ingredientes da ração fornecidos para as instalações

referência tenham sido fabricados com material proibido ou que

os fornecedores de ração não tenham utilizado salvaguardas

adequadas para prevenir contaminação cruzada durante a

fabricação, armazenamento ou transporte de rações.

Material técnico gentilmente cedido pela Revista Render (The National Magazine of Rendering), edição Outubro de 2012.Reprodução autorizada pelo autor.Tradução de Anna Maria Franco.

origem vegetal, dos avanços científicos e tecnológicos na nutrição

animal, das diferentes regulamentações e níveis de garantia entre

as nações, etc.

Neste último caso, teremos em breve um suporte que deverá

ser muito útil para uma situação particular que estamos vivendo

no Brasil, que é a publicação dos valores referenciais de níveis

de garantia de farinhas e gorduras pela WRO para definição dos

parâmetros técnicos de rotulagem junto ao MAPA.

As principais perspectivas que pudemos perceber através das

palestras e contatos foram as de que os preços de commodities

(milho e soja principalmente) devem continuar valorizados por

mais algum tempo, o que sugere um cenário favorável de preços

para farinhas e gorduras de origem animal para o próximo ano.

Além disto são fatos que a população mundial cresce em número (

700 milhões de pessoas a mais em 10 anos ) e renda, e que isto trará

oportunidades para os setores ligados a produção de proteínas.

O ambiente é familiar e festivo e outros brasileiros ( entre eles

os Srs Gustavo Razzo e Baltazar Castro ) e sul americanos estiveram

presentes.

As oportunidades de contatos com empresários de outros

países e o acesso a informações de altíssimo nível são os pontos

relevantes deste evento.

Até a próxima

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66 67

aboissa(11) [email protected] abra(61) [email protected] www.abra.ind.br agricarnitec(49) 3442-0665www.zametal.com.br anhembi agro industrial(11) [email protected] Benger Máquinas(11) 4161-1090www.benger.com.br Bovimex(14) 3413-2700www.bovimex.com.br Braido(11) [email protected] Chibrascenter(11) [email protected] dupps / intecnial(+1) 937-855-6555www.dupps.com eurotec Nutrition(48) 3279-4000 [email protected] Farima(44) [email protected] www.farima.com.br Fimaco do Brasil(47) [email protected] Folem(46) [email protected] www.folem.com.br Frigorífico argus(41) [email protected] www.frigorificoargus.com.br Gava(11) [email protected] www.joaogava.com.br Geza(34) 2108-4353www.geza.com.br Giglio(11) 4368-1822 [email protected] www.giglio.com.br Grande rio reciclagem(21) [email protected] www.grgrupo.com.br

Grupo Braido(11) [email protected] Haarslev industries(41) [email protected] www.haarslev.com informe agro Business(11) [email protected] www.agroinforme.com.br ipufol(49) [email protected] Julian Máquinas(14) [email protected] LdS Máquinas(14) 2104-3200 [email protected] Martec – Grupo SJG(14) 3342-3301 (11) 4018-4222 Moinhos GVtel (11) [email protected] Nord Kemin(49) 3312-8650www.kemin.com Nutract(49) 3329-1111 [email protected] Nutriad(19) 3206-0199www.nutriad.com.br Nutrivil(85) [email protected] Patense(34) [email protected] www.patense.com.br Qualyfoco(49) [email protected] www.qualyfoco.netcon.com.br

reciclagem(65) [email protected] www.reciclagemind.com.br Sincobesp (11) [email protected] www.sincobesp.com.br SM Máquinas(55) 3226-3425www.santamariamaquinas.com.br Uniamérica (11) 2142-8100www.uniamericabrasil.com.br

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