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Ritmos Árabes Manual de Estudo Criado por: Janahina Borges

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Como estudar os ritmos árabes nas danças classificando cada um em seus passos

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Ritmos Árabes

Manual de Estudo Criado por: Janahina Borges

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Ritmos Árabes Manual de Estudo

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Ritmos Árabes

Ritmos Árabes

Manual de Estudo

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Certa vez, vieram para a corte do príncipe de Birkasha

uma bailarina e seus músicos. Tendo sido admitida na corte, ela dançou a música da flauta,

do alaúde e da cítara. Executou a dança das chamas e do fogo, da espada e das lanças. Dançou as estrelas e o espaço e então,

ela dançou a dança das flores ao vento. Quando terminou, aproximou-se do príncipe e curvou o corpo,

em reverência, diante dele. O príncipe ordenou que ela se aproximasse e perguntou - lhe:

- Bela mulher, filha da graça e do encanto, de onde vem sua arte e o que é este seu poder ao comandar todos os elementos

em seus ritmos e versos? E a bailarina, aproximando-se,

curvou mais uma vez o corpo em reverência e respondeu: - Sua alteza, sereníssimo senhor, eu não sei a resposta para suas

perguntas. Somente isto eu sei: a alma do filósofo habita sua mente, a alma do poeta habita seu coração, a alma do cantor habita

sua garganta, mas a alma da bailarina habita todo o seu corpo.

O Viajante, Khalil Gibran

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Ritmos Árabes Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste E-book pode ser utilizada ou reproduzida sob quaisquer meios existentes sem autorização por escrito da autora. Capa e Projeto gráfico Janahina Borges Assistentes de criação de arte Bárbara Neves de Brito e Andrei Sanches Revisão de texto Khaled Emam Revisão dos Ritmos Fouad Elzamly Dados Internacionais de catalogação na publicação (CIP) Sampaio Borges, Janaína Ritmos Árabes – Manual de estudo Brasil - Pelotas/RS, 2015 1. Ritmos Árabes 2. Dança Oriental 3.Música Árabe Índice para catálogo sistemático 1. Ritmos Árabes 2. Dança Oriental 3. Música Árabe

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Ritmos Árabes Manual de Estudo

1º edição Abril de 2010

2° edição Agosto de 2015

Proibida a reprodução total ou parcial desta obra em sites ou blogs sem permissão expressa e por escrito da autora. (Lei nº 5988 de 14/12/73). É livre o compartilhamento deste E book via internet desde que seja indicada a fonte original para download.

Ritmos Árabes

Manual de Estudo Criado por: Janahina Borges

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Sumário

Apresentação...............................................12 Prefácio.......................................................14 Ritmo nas palavras de um egípcio..............18 Desvendando os Ritmos.............................20 Leitura musical para bailarinas.................22 A história da musica árabe........................25 Períodos da história da música árabe........28 Instrumentos Árabes................................44 Notação Musical......................................50 Ritmos Básicos.........................................53 Janahina Borges.......................................62 Referencias...............................................68

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Apresentação

Visando facilitar e acelerar o aprendizado das minhas, no ano de 2010, criei e desenvolvi este manual de estudo e todo conteúdo que se encontra nele é fruto de longa pesquisa e extrema dedicação a esta arte. Em 2015 tomei a decisão de compartilhar este conhecimento com todas as pessoas interessadas como bailarinas, professoras, músicos e admiradores em geral. Espero que o conteúdo aqui apresentado agregue valor em seus estudos e que auxilie na sua compreensão da maravilhosa música árabe. Peço por gentileza que se você for compartilhar este conteúdo em algum veículo de mídia, por favor, não repasse cópia, mas cite a fonte original para download. Para que este manual de estudo se tornasse realidade dediquei muitos anos de pesquisa para encontrar informações de qualidade e veracidade. Ao final desta obra você vai encontrar em “Referências” alguns nomes de pessoas muito especiais que foram fonte de estudo e que também dedicaram ou dedicam suas vidas ao estudo e ensino da música e da Dança Oriental. Sinta-se a vontade para entrar em contato comigo e tirar todas as suas dúvidas, sei que você terá ainda algumas que não estarão apresentadas neste manual, pois este tema é tão vasto quanto complexo. Ao final deste manual você encontrará todos os meus contatos, e aguarde, pois o estudo continua, outras edições serão lançadas com outros ritmos. Bons Estudos!

Janahina Borges

Oriental Dance

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PREFÁCIO

A música está presente em nossas vidas antes até de nosso nascimento. São sons, palavras cantadas, melodias, ritmos, silêncios...

As melodias aparecem ainda no útero nas vozes de nossas mães, nas canções de ninar; danças e brincadeiras de infância; nas festas e celebrações e também no canto dos pássaros, no vento, no movimento das águas.

O ritmo é conhecido intimamente pelo ser humano através da fisiologia de sua respiração e das batidas de seu coração. Está presente em todas as atividades humanas universais, como andar, correr, pular e também nas específicas e locais, como os movimentos de trabalho e no ambiente à sua volta.

Toda Arte envolve uma idéia, uma intenção, que se reflete na obra do artista, mesmo que nem sempre seja percebida por nossa mente. A música também “veste” uma idéia, um conceito, uma estrutura.

Nos países árabes – e entre outros povos também - a música é vista como algo muito além do entretenimento. Ela pode, através de suas vibrações, aliviar sofrimentos do corpo e da alma, curando-os; pode trazer alegria e estimular a nobreza, deprimir e acalmar. O alcance da música vai além da beleza; ela está ligada a aspectos cósmicos, toca as regiões corporais, psíquicas e espirituais.

Apesar da importância e do poder da música, sua estrutura e teoria são bastante desconhecidas. Discute-se teatro, fotografia, pintura, mas pouco sobre a música.

Falar sobre os sons pode parecer complicado, e talvez um dos fatores seja o fato de os sons serem ondas, impalpáveis e invisíveis, o que dificulta sua reflexão por uma sociedade tão visual como a atual. Mas existem maneiras de acessar nossa percepção musical, de acrescentar conhecimento teórico ao nosso conhecimento empírico e intuitivo a respeito da música.

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Mostrar a profundidade da estrutura da música árabe é muito importante, pois, em geral, ela é pouco conhecida e vista como “primitiva”, o que está longe de ser verdade. Além disso, a cultura árabe em geral, é tratada também como um “bloco” o que também não é verdade em nenhuma manifestação cultural ou artística.

Existem diversos estilos musicais, muitas maneiras de abordar a teoria, e a nomenclatura pode mudar de um lugar para outro, mas o fenômeno musical é o mesmo. Além disso, existe uma base sonora comum, que receberá um “tempero” diferente em cada região e em cada grupo social.

O conhecimento desta base sonora e também de suas variações pode enriquecer nossos ouvidos, danças e alma. Quanto mais a dançarina estiver “afinada” com a música mais rica sua dança poderá ser. A bailarina pode fazer o público ouvir melhor a música, entender a música através da dança. Ela se beneficia quando sua dança se une ao poder da música.

Por isso, a iniciativa de Janahina Borges é muito bem-vinda, já que seu intuito é “rechear” a dança de conhecimento e experiência musical. Com as informações que serão dadas neste manual de estudo será possível saborear melhor a música.

Que este e-book seja o primeiro de muitos!

Marcia Dib Bailarina, coreógrafa e professora de danças árabes. Autora do livro Música árabe: expressividade e sutileza, 2013. Mestre em Cultura árabe pela FFLCH/USP (2009).

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Ritmos pelas palavras de um egípcio Costuma-se comparar os ritmos com as batidas do coração, sem batimentos não há vida e sem os ritmos não há dança. Na música árabe temos uma gama enorme de ritmos, mais de 300, cada país tem seus ritmos e cada região também tem seus ritmos específicos. Os ritmos são a base de tudo quando falamos em Dança Oriental, é fundamental conhecer cada um, sua leitura, contagem e também suas origens, assim como os estilos que se pretende interpretar. Podemos dizer que ter leitura rítmica boa significa destaque em sua apresentação, dentro de uma música instrumental ou cantada, principalmente em um solo. A leitura rítmica também mostra a personalidade da (o) bailarina (o), seu entendimento da cultura que representa e sua criatividade. Conhecer os ritmos e seu estilo com certeza favorece muito quando se quer interpretar uma música de raiz, mais ainda quando é um folclore. Abraços a todos e muita dança com alma, alegria e conhecimento. Khaled Emam Diretor na empresa Khaled Emam Consultoria Artística Árabe

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Desvendando os Ritmos A palavra Ritmo vem do grego Rhythmos e designa aquilo que flui que se move em uma sucessão de tempos fortes e fracos que se alteram em intervalos regulares. Existem filosofias doutrinárias de interpretação e técnica rítmica que são ensinadas nas escolas árabes de percussão, entre elas podemos citar como as principais delas a clássica egípcia e a sírio-libanesa. Entre estas duas culturas existem algumas diferenças no ensino dos ritmos e na nomenclatura dos instrumentos. Para uma excelente interpretação da música árabe deve - se dominar a compreensão da maior parte possível dos ritmos, pois no total são mais de trezentos e conhecer todos é quase que impossível. Neste manual iremos estudar alguns dos ritmos considerados básicos, veremos sua notação musical, instrumentos que compõe uma orquestra árabe e os tipos de sons provocados por estes instrumentos. Estudaremos também que tipos de movimentos devem ser utilizados de acordo com os sons de cada instrumento nos diversos momentos da música.

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Leitura musical para bailarinas A compreensão dos ritmos árabes dentro da Dança Oriental é de

suma importância para todas as pessoas que se propõem a aprender esta arte, pois sem a compreensão dos ritmos básicos não há condições de uma correta interpretação das músicas. Para uma bailarina, a falta de compreensão dos ritmos pode tornar sua dança limitada e sem grandes atrativos. Ritmo, maqamat (modos/escalas) e melodia, um trio elementar que poderia ser chamado de “a essência da música árabe.” Dominando os ritmos a bailarina conseguirá traduzir a música de uma forma tridimensional através de seus movimentos e também terá maior facilidade para compor suas próprias coreografias. Nas composições árabes clássicas existem muitos momentos dentro de uma mesma música, momentos que podem transmitir o amor, a alegria, a tristeza, a saudade ou a melancolia por um amor perdido. Estes momentos são chamados de “humores” e geralmente para representar cada um destes sentimentos é utilizado certo ritmo. Uma bailarina deve respeitar as trocas de humores e de ritmos da música, por exemplo, se a orquestra inteira está tocando uma frase longa em qualquer período da música a bailarina deve fazer movimentos que traduzam esta dinâmica, movimentos longos e expansivos como deslocamentos e giros. Quando a música estiver em um momento solo de um instrumento, como por exemplo, “taksin” com o alaúde, teclado ou tabla, a bailarina deve fazer movimentos mais contidos e curtos como tremidos e suas variações. Se for um taksin de violino deve-se fazer movimentos ondulatórios e circulares. Para acelerar seu processo de aprendizagem e aperfeiçoar sua dança escute muitas músicas árabes de vários estilos, procure identificar

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os instrumentos e os ritmos, pratique os movimentos com tranqüilidade e não tenha pressa na execução. Outra dica é que assista a muitos vídeos de várias bailarinas mesmo que a princípio você não se identifique com o estilo de algumas delas. Assistir a interpretação e a leitura musical de outras bailarinas é uma ótima maneira de aperfeiçoar sua dança, sua compreensão dos ritmos e de encontrar seu próprio estilo.

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A história da música árabe

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Breve histórico

A história da música árabe é tão antiga que suas origens se perdem no tempo. O que se pode dizer é que erroneamente vemos divulgado que seu início teria sido no Egito durante o período faraônico, mas esta não é uma informação correta, pois a música árabe já existia em vários povos e em diversas manifestações culturais há muito tempo antes do período faraônico. Era passada de forma oral sem que fossem feitos registros escritos e em muitos casos propositalmente para que este conhecimento tão especial fosse passado de maneira correta e preservado em sua essência. O poder da música e os efeitos causados por ela são indiscutíveis, e por este motivo, em períodos diversos da história, conforme a personalidade dos governantes, a música foi incentivada e em outros momentos proibida.

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Era de conhecimento de muitos sábios que a música tinha um grande poder de influenciar a personalidade e as ações das pessoas. E por possuir este poder, na antiguidade, a música era vista como uma ciência de igual valor a outras como: medicina, filosofia, astronomia, astrologia e matemática. Era vista totalmente integrada a estas outras áreas do conhecimento e era utilizada até mesmo para auxiliar na cura de doenças. A música possuía também uma forte ligação com o misticismo e a religião, era sentida e vivida de maneira muito intensa e correlacionada com os elementos da natureza, as estações do ano, os planetas, os signos do zodíaco entre outros aspectos. Durante um longo período sob o poder dos “Califas” a música árabe floresceu através de músicos, estudiosos, cantores e dançarinas. Muitos destes artistas eram escravos que traziam de sua terra natal o encanto de sua arte, fazendo a alegria dos palácios e de toda a corte. Desta fusão histórica de culturas e nacionalidades nasceu o que hoje chama – mos de “Música Árabe”.

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Período faraônico (7500 a.C) Registros podem ser encontrados no Egito em diversos Templos onde são narradas histórias de sacerdotisas que dançavam e tocavam instrumentos em devoção a deusas e deuses, pedindo e agradecendo por prosperidade e fertilidade.

Neste relevo podemos observar claramente mulheres tocando o que seria um Daff ou Bendir, instrumento que hoje conhecemos como pandeiro.

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Nesta imagem é possível identificar mulheres tocando o “Sistro” um antigo instrumento de percussão. Vemos também uma espécie de harpa.

Pintura mural de uma mulher egípcia com um sistro.

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Em paredes de diversos templos no Egito podemos ver pinturas de cenas do cotidiano onde podemos constatar que a música e a dança eram muito presentes na vida de todos os egípcios.

Musicistas e dançarinas na Tumba de Nebamum

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Pintura mural do Túmulo de Horemheb (Tebas ocidental) Novo Império 18º dinastia (1420 a.C)

Dançarina Museu egípcio de Turin (Itália) 19º Dinastia (1292 – 1186 a.C)

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Tumba de Nakht (Tebas Ocidental) 18º Dinastia

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Período pré-islamico (500 a.C a 632 d.C) Neste período a música oriental se desenvolveu a partir de algumas manifestações culturais que podemos classificar como:

Huda Forma de expressão de tribos dos desertos, beduínos que cantavam canções de caravana.

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Qainat Mulheres cantoras e bailarinas profissionais, serventes de vinho e acompanhantes de guerreiros em campos de batalha. Praticavam sua arte nos acampamentos caravaneiros, em casas de famílias ricas e em tavernas das cidades. Portanto formalmente as Qainats foram as primeiras musicistas da história da música árabe.

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Poetas Músicos Artistas que se apresentavam nas cidades e principalmente nos mercados árabes. Da evolução dos “Poetas Músicos” acabaram surgindo os primeiros músicos profissionais árabes logo no inicio do surgimento do islamismo.

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O começo do Islã (632 a 660 dC)

A expansão do império islâmico se inicia poucos anos após a morte do Profeta Muhammad, acontecendo então o início do contato entre as culturas dos conquistadores e a cultura dos conquistados. Muitos músicos chegaram ao Oriente como escravos e acabaram entrando em

contato com músicos nativos, gerando assim o início de uma fusão da musica oriental com a música de outras culturas. Neste período a música árabe entrou em contato mais intensamente com culturas como as da Pérsia, Mesopotâmia, Síria, assim como a cultura do Império Bizantino, adotando novas formas de interpretação vocal e até utilização de novos instrumentos. Podemos classificar este período como sendo o primeiro de uma série de períodos em que a música árabe sofreu transformações e evoluiu através da fusão de culturas musicais. Nesta época o canto masculino que não fosse religioso não era bem visto, chegando até mesmo a ser proibido.

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A dinastia Omíada (661 a 750 d.C)

Este foi um período de grande expansão do império árabe e também de aquisição de muitas riquezas, o que acabou fazendo com que a presença de músicos nas cortes se tornasse indispensável. A partir deste momento os músicos tiveram seu status elevado e puderam se dedicar mais aos estudos musicais dos ritmos e também de composições.

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A dinastia Abássida (750 a 1258 d.C)

Durante a dinastia Abássida no século IX através do Califa “Al Ma’mun” foi criada uma instituição acadêmica chamada “Casa da Sabedoria” onde foram traduzidos para o idioma árabe alguns dos mais importantes tratados musicais e também obras clássicas de Pitágoras, Platão e Aristóteles. Podemos dizer que este seria o segundo período de transformação da música árabe, agora acrescida da cultura grega. Neste período finalizou-se a expansão do império árabe, que se estendia desde a península ibérica no Ocidente até a Índia no Oriente. A partir deste contato com outros povos novas

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culturas foram incorporadas à cultura árabe como, por exemplo, a dos gregos e hindus, este foi um período considerado como um dos mais prósperos da humanidade. Destacaram-se neste período os nomes: Al-Kindi que propôs acrescentar uma quinta corda ao alaúde, morreu em 837. Abu Nasr al-Farabi conhecido pelo mais famoso tratado musical estudado até os dias de hoje,morreu em 950. Ibn Sina, também chamado de Avicena, que além de músico era médico e filósofo, morreu em 1037.

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Califado de Córdoba (929 a 1031 d.C)

Como terceiro período de transformação da música árabe, podemos classificar o contato entre a cultura árabe islâmica com a Europa medieval na época das cruzadas durante os séculos XI, XII e XIII durante a invasão e domínio da Espanha entre os anos 713 a 1492.

O califado de Córdoba pertencente à dinastia Omíada, dominou a Península ibérica, hoje Espanha, entre os anos 929 e 1031 e este foi um período de glória para a cultura musical árabe, onde os conquistadores conviveram em harmonia na maior parte do tempo com os povos conquistados, permitindo que estes continuassem vivendo conforme seus costumes sociais, culturais e religiosos. Faziam parte destes povos os espanhóis cristãos e os judeus. Em meio a esta miscelânea cultural, novas fusões musicais foram surgindo e evoluindo.

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Além de Córdoba, as cortes de Sevilha e Granada também têm importante papel na história da evolução da música árabe. Zyriab, escravo liberto que se transferiu de Bagdá para Córdoba, tornou-se um músico famoso que encantava a todos tocando alaúde e cantando. Também se destacou como professor e seus estudos até hoje são considerados de alta qualidade, morreu em 850. Também neste período surgiu outra nova forma musical riquíssima chamada “Muwashshah”.

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Instrumentos de percussão

Derbak, Tabla, Darabuka Pandeiro, Riq, Daff

Snujs, Sagat, Zills Bendir

Mazhar Tabl, Tabal

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Instrumentos melódicos – Sahb Instrumentos que produzem sons contínuos.

Mizmar Nay

Mijwez

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Instrumentos melódicos – Naqr Instrumentos que produzem sons cortados.

Alaúde , Ud, Oud Qanun, Qanoun

Rabab, Rabeb, Rebeb, Rebab Também chamado de Kaman, Kamanjah,Viele. Evoluído a partir

do século XIX e chamado no ocidente de violino.

Buzuq, Buzuk

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Instrumento melódico

Violino Evoluído do Kamanjah a partir do século XIX

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Instrumento melódico

Acordeom Incorporado à música árabe a partir do século XX

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Notação Musical

Quando se escuta uma música árabe percebe-se rapidamente uma batida cadenciada e constante, um ritmo. Esta batida vem do “Derbak”, instrumento de percussão utilizado em muitos países árabes. Este instrumento de percussão produz basicamente os seguintes sons: DUM, TAK, KÁ e SAK. Neste manual abordaremos somente o DUM e o TAK. Para o estudo e ensino da música árabe e para expressar o ritmo utilizado criou-se uma “notação musical”, uma convenção de como escrever o ritmo. Para as marcações de um espaço de tempo sem som, ou seja, o silêncio criou-se também uma notação musical. Atente-se para o fato de que as notações servem apenas como um direcionamento de estudo dos ritmos, pois dificilmente estarão em perfeita concordância com a execução real. Sendo assim, o ideal é ouvir e compreender o ritmo e a maneira de como ele deve soar. Além da notação musical devemos estudar também as variações de cada ritmo, assim como a intensidade e os momentos em que o som é forte ou suave, mas, isso não é possível ser representado totalmente através de notação, por isso a compreensão acontece mais facilmente quando se escuta com bastante atenção cada ritmo.

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Notações musicais DUM TAK SILÊNCIO

Cada ritmo possui uma sequência destes símbolos e esta sequencia é que compõem o ritmo e dita a sua contagem de tempo. Neste capítulo as notações estão representadas de maneira simples e tem como foco de estudo quem dança e não quem toca, pois como já foi dito anteriormente, o tabla oferece várias outras possibilidades de sonoridade além do dum e do tak.

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Maqsum A palavra Maksoum significa “cortado ao meio” e este ritmo é considerado a base para a criação de outros ritmos que se desenvolveram depois. A contagem do ritmo é de 4 tempos. Notação Musical:

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Saidi A palavra “Saidi” significa povo da região de “Al Said”. Nascido no alto Egito, este ritmo é muito utilizado em músicas clássicas e principalmente em músicas folclóricas em que na dança são usados acessórios como a bengala e o bastão. Atualmente este ritmo é também muito utilizado em músicas modernas. A contagem do ritmo é de 4 tempos. Notação Musical:

Variação do ritmo:

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Masmoud Kebir Masmudi grande. A palavra kebir significa “grande”. O ritmo Masmoud se caracteriza por dois Duns no início da frase e é tocado em velocidade lenta. A contagem do ritmo é de 8 tempos. Notação Musical:

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Masmoudi Saghir

Masmoud pequeno. A palavra Saghir significa “pequeno” e este ritmo é chamado também de “baladi”. Este ritmo é a versão acelerada do “Masmoud Kebir” e é muito utilizado em todo o Oriente Médio, principalmente em músicas folclóricas e populares. A contagem do ritmo é de 4 tempos. Notação Musical:

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Wahda Em árabe a palavra Wahda significa “um”. Este é um ritmo lento e cadenciado. A contagem do ritmo é de 4 tempos. Notação Musical:

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Wahda Wa Nos Em árabe estas palavras significam “um e meio”, é igual ao ritmo Wahda só que com mais meio tempo. É tocado em ritmo lento. A contagem é de 8 tempos. Notação Musical:

Variação: Pode haver uma variação na segunda parte do ritmo (na metade) e pode ser tocado com dois Duns ao invés de um.

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Malfouf Em árabe esta palavra significa “embrulhado ou enrolado”. Também chamado de “Laff” este é um ritmo muito utilizado nas músicas folclóricas e populares. Nas músicas clássicas ele aparece em momentos como o início da música, onde a bailarina faz a sua entrada em cena, e depois o ritmo retorna no final da música quando a bailarina finaliza a sua apresentação. O ritmo Malfouf é igual ao ritmo Wahda só que é sempre tocado em velocidade rápida. A contagem do ritmo é de 2 tempos. Notação Musical:

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Ayoub Também chamado de “Zaar” este é um ritmo muito simples e pode ser tocado rápido ou lento. É um ritmo utilizado nas danças ritualísticas Zaar e Súfi, mas também é utilizado em alguns momentos nas músicas clássicas. A contagem do ritmo é de 2 tempos. Notação Musical:

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Zaffa Este ritmo soa parecido com uma marcha e é utilizado em cerimônias de casamento onde os noivos e os convidados acompanham a dança de cortejo onde a bailarina dança com candelabro. A contagem do ritmo é de 8 tempos. Notação Musical:

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Janahina Borges Bailarina, coreógrafa e professora

Campeã brasileira e sul-americana de Danças Árabes

Em 1994 iniciou seus estudos em dança com o balé clássico e dança contemporânea no grupo de dança da Escola Técnica Federal de Pelotas/RS Brasil, tendo como professores os bailarinos Pedro Sanches e Ronaldo Luiz Caramão Garcia na cidade de Pelotas/RS.

Em 1995 iniciou seu estudo da Dança Flamenca com a renomada bailarina e coreógrafa Janaína Jorge. Em 1998 iniciou seus estudos em Dança Oriental em Porto Alegre/RS com a bailarina internacional Igah Hamaad. Em 2007 inicia sua carreira como bailarina de Dança Oriental. Desde então participou de eventos como festivais de dança e concursos obtendo diversas premiações. Em 2008 iniciou sua jornada como professora ensinando e divulgando não só a dança, mas também a cultura e o folclore árabe, participando regularmente de cursos de aprofundamento técnico e especialização com os mais renomados mestres nacionais e internacionais. Em 2009 criou sua própria escola de dança, a primeira e única escola em Pelotas/RS especializada em Dança Oriental Árabe. Desde então o SDJB tem sido referencia em qualidade e excelência no ensino da dança no Brasil.

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Em 2010 foi convidada para participar do World Bellydance Day, evento que celebra o Dia Mundial da Dança Oriental em vários países e anualmente realiza este projeto com Workshops, Espetáculos e ações sociais durante um dia inteiro sempre no segundo sábado do mês de maio. Em 2011 promoveu um grande Festival de Dança Oriental tendo a participação de centenas de bailarinas e admiradores desta arte milenar, onde arrecadou mais de meia tonelada de alimentos que doou para famílias carentes.

Em 2012 participou do campeonato LIBRAF e tornou-se Campeã brasileira e Campeã sulamericana de Danças Árabes na categoria Solo Profissional Máster. Em 2013 inaugurou um novo Studio de Dança e deu início a um projeto cursos de formação profissional e especialização. Através de sua experiência pessoal atua também na formação de profissionais de diversas áreas para ministrarem aulas de Dança Oriental para gestantes. Em 2014 um novo espaço de aulas é inaugurado e Janahina Borges inicia um projeto de criação do seu primeiro DVD didático e uma série de E-books sobre diversos temas que envolvem a arte da Dança Oriental. Em 2015 Janahina Borges lança o E-book “Ritmos Árabes”, o primeiro de uma série de estudos. Sempre ávida por conhecimento e principalmente por compartilhar este conhecimento ainda em 2015 lançou também seu curso “Web Aulas” onde ensina à distância e através da internet alunas de todo o Brasil e também de outros países.

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Janahina Borges Oriental Dance

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Studio de Dança Janahina Borges Pelotas/RS

Brasil

Telefone 55(53)8404.9140

Whatsapp 55(53)8109.0869

Email

[email protected] [email protected]

Blog

http://janahinaborges.blogspot.com

Site http://ebookritmosarabes.wordpress.com

Site Internacional

http://janahinaborges.webs.com

Youtube https://www.youtube.com/user/janahinaborges

Facebook

https://www.facebook.com/janahina.borges

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Referências de estudo Renê Dalton Heluany Hossam Hamzy Vitor Abud Hiar Sami Bordokan Willian Bordokan Pedro Françolin Fouad Elzamly Gamal Seif Marcia Dib Fabiano Tuerlinckx Khaled Emam Ali Jihad Racy Henry George Farmer Julian Ribera y Tarrago Edson Frederico Mariano Soriano Fuertes Jorge Zahar

Imagens Internet/domínio público Freepik Maqam World Larousse das civilizações antigas