ritmos e rituais

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Guia de programação especial do evento Ritmos e Rituais. Junho/2013.

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Page 1: Ritmos e Rituais
Page 2: Ritmos e Rituais

Novos conhecimentos por velhos hábitos

O canto de lavadeiras na beira do rio. A ciranda de Lia à beira-mar ou de tia Nina na escola. Os santos reis que saem às ruas. A cavalgada do sertanejo que toca e canta para seu gado. A mãe que conta histórias para embalar o sono de seu fi lho. Um povo santo, também desconhecido, vestindo branco às sextas-feiras.

Toda essa vida cotidiana e, ao mesmo tempo, excepcional faz com que os rituais perpassem nosso caminho sem nos darmos conta de que os ritos estão além do ambiente religioso. Toda atividade humana, dirigida por regras e expressões culturais, faz com que possa ser ampliado o conceito de ritual, estendendo-o também para a música, a língua, as artes visuais, a culinária e qualquer outra praxe que expresse procedimentos típicos.

O ritual, como comportamento de trocas do conhecimento humano, faz de alguns destes atos um meio efi ciente para a transmissão das culturas regionais, afi rmando entre as gerações o elo de respeito pela ancestralidade e preservação de sua própria cultura. Não fosse a resistência dos africanos, roubados de seu país, em defender os ritos de sua origem, a cultura brasileira talvez hoje não tivesse esta incrível diversidade resgatada por tantos artistas.

1 a 30 de junho de 2013

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Para todo rito, seu ritmo

Quando botamos reparo nos rituais que conduzem e ilustram nossas vidas, enxergamos com os ouvidos da alma a importância do som nestes protocolos. Do silêncio à resposta de seus ouvintes em Contos, Cantigas e Modinhas de Giba Pedroza à pulsação de uma bendita Rita, que traz à cena sua Tecnomacumba a Tempo e ao Vivo. Não fosse a observação dos rituais, a Cia. Antonio Nóbrega de Dança não teria sua criação alicerçada na vivência das matrizes corporais presentes nas danças tradicionais, assim expressana no Bloco Afro Ilú Obá De Min.

Um caldeirão de misturas étnicas é aberto sempre ao reinventar. Os rituais brasileiros permitem-se à representação e à reinterpretação de seu legado, reverberam cada vez mais as vivências.

Que o DJ Tutu Moraes viaje pelo imenso Brasil levando sua Festa do Santo Forte com clássicos pontos de umbanda, toadas de coco, loas de maracatu. Que a ousadia à experimentação e ao reverenciar às nobres tradições populares dê nova roupagem aos rituais pela e musicalidade do grupo afrobrasileiro NaPalma e da premiada cantora Renata Rosa. Que um Samba da Vela celebrado ritualísticamente às segundas na capital, faça luz também no interior.

Celebrando esta nossa natureza, o Sesc Rio Preto, em junho, volta seus olhos às artes que têm por orientação o respeito e o encanto pelos ritos e ritmos populares. Consagrando em sua programação a reprodução e representação de culturas típicas, pelas mãos e acordes de relevantes artistas. Seja no fascínio pela música árabe e do leste europeu que dialoga com o jazz, seja nos cantos caboclos do catolicismo ou em uma mistura bem particular de percussão, música eletrônica e vocais em inglês, português e shangaan (língua de Moçambique), também de zuelas, modinhas, pontos, cirandas, gestuais do frevo, caboclinho, congada e capoeira. Neste mês, os rituais aportam por aqui em sua originalidade e fecundam-se também, dando origem a novas vivências pessoais, onde o retrato da vida humana pode ser também uma festa!

Mayara Ísis RochaPesquisadora e membro do grupo Maracatu Pedra de Raio, de São José do Rio Preto.

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HUMUSHumusCia. Antonio Nóbrega de Dança

Ao longo de seus 40 anos de carreira, o dançarino, músico e ator Antonio Nóbrega vem desenvolvendo pesquisas e estudos das manifestações populares brasileiras. O espetáculo “Humus” é o mais recente resultado deste trabalho, e foi escolhido pelo seu idealizador para a estreia da Cia. Antonio Nóbrega de Dança, formada por 13 jovens bailarinos.

“Humus”, dirigido pelo próprio Nóbrega, dá continuidade ao projeto de criação alicerçado na vivência das matrizes corporais presentes nas danças tradicionais. O espetáculo busca uma espécie de confraternização entre as duas linhas do tempo cultural que marcam a formação da arte e cultura no Brasil: a popular, também identifi cada como oral, tradicional ou regional, e a europeia ou ocidental, conhecida como erudita, letrada e artística. Assim, movimentos e gestuais do frevo, caboclinho, congada e capoeira se unem ao legado ocidental ou europeu da dança, no que diz respeito ao trabalho técnico e seus elementos ordenadores.

1 de junho. Sábado. 20h.Ginásio de Esportes e Eventos. 400 lugares. Não recomendado para menores de 16 anos.

Grátis. Retire seu ingresso a partir das 19h.

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HUMUSRita Benneditto

Tecnomacumba A Tempo e ao Vivo

A cantora, que começou sua carreira há mais de vinte anos como Rita Ribeiro, teve ciência do registro do nome artístico que utilizava. Assim, em lugar de entrar com um longo e desgastante processo na justiça, a artista, sempre igada ao sagrado, resolveu então atender aos sinais e escolheu um sobrenome que é, ao mesmo tempo, uma homenagem ao seu pai, Fausto Benedito Ribeiro e à sua terra natal, São Benedito do Rio Preto. Benedito tem origem no latim, Benedictus, que signifi ca abençoado, louvado, consagrado.

Rita Benneditto apresenta o show “Tecnomacumba a Tempo e ao Vivo”, que mostra as intersecções entre a MPB, sons eletrônicos e as cantigas, pontos e rezas das religiões afro-brasileiras, infl uenciados por sincretismos católicos e kardecistas. Este trabalho retoma o sentido amplo que a música tem para os negros africanos: um meio de transmissão de conhecimentos entre diferentes gerações, um meio de comunicação entre o mundo dos homens e o mundo sagrado. No repertório, canções que ganharam nova projeção com a interpretação de Rita, como “Cavaleiro de Aruanda” (Tony Osanah) e “É D’Oxum” (Gerônimo).

13 de junho. Quinta. 21h.Ginásio de Esportes e Eventos. 2300 lugares.

Ingressos à venda a partir de 1 de junho.Não recomendado para menores de 16 anos.

R$ 10,00 [inteira]

R$ 5,00 [usuário matriculado no Sesc e dependentes, aposentado, pessoa com mais de 60 anos, pessoa com defi ciência, estudante e

professor da rede pública com comprovante]R$ 2,50 [trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo

matriculado no Sesc e dependentes]

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Lia de ItamaracáCiranda de Ritmos

Maria Madalena Correia do Nascimento, conhecida como Lia de Itamaracá, é dançarina, compositora e a mais famosa cirandeira brasileira. Patrimônio vivo do Estado de Pernambuco, é reconhecida internacionalmente nos circuitos folclórico, regional e da cultura popular e foi apontada pelo jornal Th e New York Times como diva da música negra.

Lia sempre morou na Ilha de Itamaracá, onde trabalha como merendeira de uma escola pública e, ainda criança, começou a participar de rodas de ciranda. Gravou seu primeiro disco em 1977, intitulado A Rainha da Ciranda. Em 1998 participou do Abril pro Rock, o que a tornou conhecida nacionalmente. Seu álbum mais recente, Eu sou Lia, foi gravado em 2000 e teve distribução na França, mas só agora, em 2013, é lançado no Brasil.

16 de junho. Domingo. 17h. Palco da Lanchonete. Livre para todos os públicos.

Grátis.

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Tutu MoraesFesta do Santo Forte

DJ e pesquisador musical, Tutu Moraes começou a levar a música brasileira para as pistas de dança no fi nal dos anos 1990. Seus sets reúnem pontos de umbanda e candomblé, carimbó, frevos, maxixes, gafi eiras, clássicos tropicalistas e até marchinhas de carnaval.

Criada por Tutu há sete anos, a popular Festa do Santo Forte traz um apanhado geral da música brasileira de todos os tempos e leva, quinzenalmente, milhares de pessoas ao Estúdio Emme, em Pinheiros (São Paulo - SP), para dançar ao som do repertório e dos ritmos propostos. Seu dj-set, batizado carinhosamente de “Brasucália”, está em constante transformação, mas nunca abandona os clássicos da MPB e de seus artistas consagrados.

20 de junho. Quinta. 21h30.Palco da Lanchonete.

Não recomendado para menores de 16 anos.

Grátis.

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Renata RosaDos cantos do catolicismo popular e seu universo de vida, festa, transformação e morte, vêm as principais inspirações desta premiada cantora. O canto polifônico indígena e os sinuosos cantos caboclos do Baixo São Francisco tornaram-se uma de suas principais escolas, junto ao maracatu rural, o coco e o cavalo-marinho. Em seu repertório, essas vivências encontram-se com o seu fascínio pela música árabe e do leste europeu; dialogam com o jazz; fecundam-se dando origem a caminhos sonoros particulares, nos quais a voz ocupa um lugar de destaque.

Depois de conquistar diversos prêmios, entre na França e no Brasil com seus dois primeiros álbuns, Zunido da Mata e Manto dos Sonhos, Renata idealizou e assinou a direção musical de projetos no Brasil e no exterior. Entre seus parceiros mais recentes, destacam-se Edu Lobo, Arthur Nestroviski e o Quarteto da Osesp no show em homenagem a Gilberto Freire; o grupo francês Lo Còr de la Planta e a Polifonia Kariri-Xocó; além de realizar, à convite do Museu do Louvre, a criação musical Terre, para jóias da cinematografi a mundial. Desde 2003, já realizou mais de 190 concertos na Europa, tanto em festivais quanto em salas de concerto.

22 de junho. Sábado. 20h. Teatro. 228 lugares. Ingressos à venda a partir de 1 de junho.Não recomendado para menores de 12 anos.

R$ 10,00 [inteira]R$ 5,00 [usuário matriculado no Sesc e dependentes, aposentado, pessoa com mais de 60 anos, pessoa com defi ciência, estudante e professor da rede pública com comprovante]R$ 2,50 [trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo matriculado no Sesc e dependentes]

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NapalmaObrigado Crazy Road

Naturais do Espírito Santo, Cid Travaglia e Rafael Jabah chegaram à África do Sul em 2005 para apresentar uma mistura bem particular: percussão, música eletrônica e vocais em inglês, português e shangaan (língua de Moçambique). Eles formam, junto ao moçambicano Ivo Maia, o Napalma, que há quase dez anos coloca os sul-africanos para dançar.

O trio apresenta o show de lançamento do álbum Obrigado Crazy Road, que une eletrônico, rap, reggae, rock e instrumentos tradicionais. s.

27 de junho. Quinta. 21h30.Palco da Lanchonete.

Não recomendado para menores de 16 anos.

Grátis.

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Samba da VelaFundada em 2000 pelos sambistas Magnu Sousá, Maurílio de Oliveira (Quinteto em Branco e Preto), Paquera e Chapinha, o Samba da Vela é uma roda de samba em torno de uma vela, usada como uma ampulheta: o show começa quando a vela é acesa e acaba quando a vela se apaga.

O Samba da Vela acontece toda segunda no bairro de Santo Amaro (São Paulo - SP) e reúne simpatizantes, cantores, músicos e compositores que apresentam suas músicas inéditas diretamente para o público, objetivo maior deste movimento, considerado um dos mais importantes do samba brasileiro.

29 de junho. Sábado. 16h. Palco da Lanchonete. Livre para todos os públicos.

Grátis.

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Bloco Afro Ilú Obá De Min

Intervenção baseada na preservação de patrimônio imaterial, que traz à espaços urbanos a beleza de antigas tradições. Apropriando-se da história nacional para recontá-la a partir da memória corporal, musical e artística existente no candomblé, no jongo, no maracatu, na ciranda, entre outras expressões genuínas da cultura popular, o bloco explora a diversidade cultural e rítmica da música brasileira, vindas do legado deixado por ancestrais africanos.

30 de junho. Domingo. 12h.Ginásio de Esportes e Eventos.

Livre para todos os públicos.

Grátis.

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Ciranda de LiaCom Lia de Itamaracá.

Ciranda é um tipo de dança e música de Pernambuco. Originou-se na região Nordeste, mais precisamente em Itamaracá, com as mulheres de pescadores que cantavam e dançavam esperando que eles voltassem do mar.

A Ciranda caracteriza-se pela formação de uma grande roda, geralmente nas praias ou praças, onde os integrantes dançam ao som de ritmo lento e repetido bem marcado por um toque forte da zabumba, acompanhado pelo tarol, o ganzá, o maracá e outros instrumentos percussivos.

Lia de Itamaracá, a mais popular cirandeira do país, orienta os participantes desta vivência na formação da grande roda.

16 de junho. Domingo. 10h. Ginásio de Esportes e Eventos. Livre para todos os públicos.

Grátis.

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Contos, Cantigas e Modinhas

Com Giba Pedroza.

A apresentação traz a diversidade e a musicalidade da tradição oral e do cancioneiro popular brasileiro nas suas diferentes manifestações.

Há mais de 20 anos, Giba Pedroza dedica-se a contar histórias e a pesquisar a literatura infantil e tradição oral. Realiza apresentações e ofi cinas para educadores e crianças, além de intervenções e projetos sociais para empresas e ONGs. É fundador de importantes núcleos de pesquisa e divulgação cultural, como o Guapuruvú e o Grupo Girassonhos, com o qual atuou por dez anos.

16 de junho. Domingo. 16h.Lanchonete.

Livre para todos os públicos.

Grátis.

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Ora Ora Ora Odò Odò Odò

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Sesc Rio PretoAv. Francisco das Chagas Oliveira, 1333CEP: 15090-190 São José do Rio Preto - SPTEL.: +55 17 3216 [email protected]