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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES AVM – FACULDADE INTEGRADA PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
CULTURA ORGANIZACIONAL, A CHAVE PARA O ENGAJAMENTO DE COLABORADORES.
ELAINE TELES FERREIRA
ORIENTADOR: VINICIUS CALLEGARI
NITERÓI 2016
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES AVM – FACULDADE INTEGRADA PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
Apresentação de monografia à AVM como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em MBA em Gestão de Recursos Humanos Por: Elaine Teles Ferreira
CULTURA ORGANIZACIONAL, A CHAVE PARA O ENGAJAMENTO DE COLABORADORES.
NITERÓI 2016
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AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por ter me capacitado a cumprir este desafio e também a todos aqueles que direta ou indiretamente contribuíram na conclusão deste projeto.
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DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a minha Mãe e a minha família por estarem comigo me apoiando e motivando a prosseguir.
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RESUMO
Essa Monografia tem como objetivo Apresentar como a cultura organizacional pode
impactar nos resultados da empresa, ou seja, a presente pesquisa visa enfatizar a
importância de uma cultura e um clima organizacional favorável no que tange o
planejamento estratégico das organizações e ainda conscientizar que atender as
diferentes necessidades dos colaboradores, torna a força de trabalho de uma
organização, interessada em melhorar sua eficácia,
A importância deste item para o desenvolvimento satisfatório das atividades de seus
colaboradores, impacta diretamente em seus resultados, pois um ambiente de
trabalho favorável pode motivar funcionários, e reter talentos
Busca avaliar a Cultura como influenciadora do desempenho organizacional e,
especialmente, identificar se alguns tipos particulares de cultura direcionam a
organização a um tipo particular de resultado.
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METODOLOGIA
Pesquisa feita pelo Núcleo Brasileiro de Estágios (Nube) com 17.819 pessoas
de 15 anos a 26 anos apontam que pequenas e médias empresas estão no fim da
lista de preferência dos jovens, “Muitos nem sabem exatamente o que a empresa
faz, apenas conhecem sua marca e, por isso, já acham que terão muitas
oportunidades”.
A pesquisa realizada em 2014 consolidou o que em nossa vida social
também podemos constatar nitidamente, uma vez que se tornou comum ouvirmos
em nossos círculos de amizade, entre os nossos familiares, em nosso próprio
ambiente de trabalho ou em nossa vida acadêmica pessoas almejando, sonhando,
vislumbrando o interesse em ingressar numa grande empresa ou ao contrario
pessoas ressaltando que atuam em empresas Grandes e renomadas, existem ate
mesmo aqueles que comparam as empresas que trabalham em relação a uma de
grande porte do mesmo segmento, pesquisas que demonstram rankings das
melhores empresas para se trabalhar também são encabeçadas por empresas de
grande porte, multinacionais ou gigantes renomadas, Porém estudos do Serviço
Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) de constatam que
até 2014 que as Micro empresas e Empresas de Pequeno Porte são as que mais
empregam trabalhadores formais, no Brasil A diversidade de clientes do Sebrae vai
do rural ao urbano, das empresas que faturam menos de R$ 36 mil por ano até
aquelas com receitas de R$ 2,4 milhões anuais. Uma amplitude gigantesca, na qual
se concentram 99% dos empreendimentos e 52% dos empregos brasileiros.
Portanto essa discrepância entre a expectativa dos Jovens em atuarem nas
empresas de grande porte e a realidade brasileira das empresas de pequeno porte
serem a que mais empregam nos desperta um interesse de saber o real motivo
desse preferencia, porque não ingressar numa empresa de menor porte ou
permanecer e contribuir para o desenvolvimento da mesma, influenciando assim o
seu próprio desenvolvimento.
Portanto pretendemos através de embasamento teórico em diversas obras
coletar informações que nos levem a relacionar, se a busca pelo aperfeiçoamento no
ambiente de trabalho é um diferencial para tornar os colaboradores engajados e
comprometidos com o desenvolvimento das organizações de pequeno porte.
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A Metodologia a ser utilizada neste trabalho será pesquisa qualitativa já que
visamos através de pesquisa bibliográfica, e web gráficas jornais e revistas,
verificar, refletir e Compreender a relação entre o cultura organizacional e a sua
influencia na atração , retenção e principalmente desempenho dos colaboradores em
empresas de pequeno porte.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 09
I TRAÇOS CULTURAIS, CULTURA ORGANIZACIONAL E SEUS DIVERSOS CONCEITOS ............................................................................................................. 11
1.1 Tipologias culturais ......................................................................................... 12 1.2 O papel do líder .............................................................................................. 16 1.3 Vantagens de uma cultura clara ..................................................................... 17
II RELAÇÃO ENTRE CULTURA E CLIMA ORGANIZACIONAL NA RETENÇÃO DE TALENTOS ............................................................................................................... 19
2.1 Transformando o clima e a cultura organizacional .......................................... 23 2.2 O papel do rh na atração e retenção ............................................................... 25
2.3 Gerentes conscientes promovem mudanças .................................................. 27 2.4 A comunicação como ferramenta .................................................................... 28 2.5 Planejando estratégias .................................................................................... 30 III INFLUENCIA DA CULTURA ORGANIZACIONAL NA MOTIVAÇÃO E NO ENGAJAMENTO PROFISSIONAL ........................................................................... 32
3.1 Relações pessoas e empresas nas diferentes gerações ................................ 33 3.2 Cultura organizacional na pequena empresa .................................................. 36 3.3 Estratégias para o desenvolvimento organizacional ....................................... 38 3.4 Qualidade de vida no trabalho
CONCLUSÃO ........................................................................................................... 43
BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................ 45
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INTRODUÇÃO
O Terceiro milênio aponta para mudanças cada vez mais velozes e intensas no ambiente, nas organizações e nas pessoas. O mundo moderno se caracteriza por tendências que envolvem: Globalização, tecnologia, informação, conhecimento, serviços, ênfase no cliente e na qualidade de vida dos trabalhadores, além de produtividade e competitividade. (Chiavenato 2005 pág. 42)
O mundo globalizado vem sofrendo grandes transformações ao longo do
tempo, e essas mudanças impactam diretamente o mundo corporativo, a era do
conhecimento e da informação em que estamos inseridos atualmente impulsionam
a concorrência entre as organizações, fazendo com que as mesmas dediquem se
totalmente numa corrida pelas chamadas vantagens competitivas, nesse sentido
ressaltamos que um dos maiores recursos que as empresas podem usufruir nessa
corrida são as pessoas, pois estas passaram a ocupar um papel estratégico para
que as empresas possam superar desafios de inovação, de qualidade, de redução
de custos, e de adaptação às mudanças que se apresentam, portanto com todo o
respeito aos avanços trazidos com a revolução industrial ocorrida no Brasil nos
séculos XIX ,XX ,mais já sabemos que não são as maquinas os principais elementos
de uma organização e sim as pessoas que operam essas maquinas, ao mesmo
tempo que sugerem ideias, criam processos, lideram equipes e cooperam para o
desenvolvimento das organizações com o seu capital intelectual, ou seja com o
desenvolvimento das gerações acontecendo numa velocidade muito acelerada
percebemos que outrora existia uma geração de baby boormes que se contentavam
com retorno financeiro e estabilidade nas organizações, mais hoje já existem as
gerações X e Y que almejam mais do que isso, essas gerações entendem que não
basta somente a estabilidade e o retorno financeiro como pensavam os baby
boormes, os chamados X e Y prezam por qualidade de vida, e entendem que, de
nada adianta ter um bom salário se o relacionamento na empresa não for agradável,
ou se o trabalho e a vida pessoal não estiverem em equilíbrio, portanto se faz
necessário investigar e entender o que as empresas estão fazendo para atrair e reter
os seus talentos, principalmente as de pequeno porte, que em sua grande maioria
são conhecidas por características culturais que tendem para o tradicionalismo,
centralização de poder, autoritarismo, paternalismo, falta de planejamento, muitas
das vezes não propiciam um ambiente de trabalho favorável para que o colaborador
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permaneça engajado com a sua missão e visão, ou ate mesmo em algumas
situações, nem mesmo possuem missão e visão bem definidos e planejados.
Motivação é o empenho de aumentar ou manter tão alta quanto possível a capacidade de um indivíduo, a fim de que este possa alcançar padrões de excelência na execução das atividades, dos quais dependem o sucesso ou fracasso da organização (Bergamini,1979:pag 43)
Levando se em consideração a definição de Bergamini sobre motivação
podemos afirmar que se faz necessário as organizações investirem e estimularem
uma força de trabalho motivada ou seja precisam encorajar empregados potenciais
a ingressarem na empresa, precisam se tornar atrativas para que bons profissionais
almejem um cargo na instituição, ou ainda precisam encorajar aqueles que já estão
inseridos a permanecerem na organização, além é claro de estimular os mesmos a
produzir mais e a desempenhar suas funções com eficácia. Sendo assim podemos
citar que as condições de trabalho e as políticas da empresa, influenciam na atração
de colaboradores em pleitearem uma vaga assim como também afetam o contexto
em que o trabalho e realizado por aqueles que nela já estão inseridos.
Em outras palavras o capital humanos já cientes da sua importância para as
organizações procuram nas mesmas ambientes favoráveis que os motivem a
entrarem ou permanecerem, e também buscam conciliar os seus objetivos pessoais,
com os objetivos definidos pela empresa, vislumbrando sempre a qualidade de vida
e satisfação pessoal. Logo cabe as instituições, também já cientes da importância do
capital humano
estabelecerem a filosofia que vai orientar seus colaboradores, pois são através
dessas normas implícitas ou explicitas que os profissionais adotam seus
comportamentos, e definem se vão permanecer engajados para o seu
desenvolvimento, avaliando se as expectativas, objetivos e ambiente organizacional
estão alinhadas com suas expectativas e objetivos como indivíduo, ou se irão se
lançar no mercado de trabalho em busca de Novas oportunidades.
Sendo assim no primeiro capitulo deste trabalho vamos nos ater aos diversos
conceitos de cultura organizacionais, no segundo capitulo trataremos da influencia
entre cultura e clima organizacionais e sua influencia na atração e retenção dos
colaboradores e por ultimo vamos abordar o que contribui para que haja
engajamento do capital humanos no desenvolvimento das organizações.
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I TRAÇOS CULTURAIS, CULTURA ORGANIZACIONAL E SEUS DIVERSOS CONCEITOS.
Neste capítulo vamos buscar o entendimento sobre o tema cultura organizacional.
Para alguns, cultura é a forma pela qual uma comunidade satisfaz as suas necessidades materiais e psicossociais, estando implícita nessa ideiaa noção de ambiente como fonte de sobrevivência e crescimento. Para outros, cultura é a adaptação em si, ou seja, é a forma pela qual uma comunidade define seu perfil em função da necessidade de adaptação ao meio ambiente.
(Fernando C. Prestes Motta e Miguel P. 1997 pág. 16)
Já para Schein (1992, p.8), um dos autores mais citados na literatura sobre
cultura organizacional, o termo cultura deve ser reservado para as crenças e
pressupostos básicos que são compartilhados pelos membros de uma organização,
os quais operam inconscientemente e definem a visão que a organização tem de um
ambiente e de si própria. Nesse sentido, (SCHEIN, 1992, p,9), afirma que a cultura
organizacional consiste em um conjunto de pressupostos básicos que o grupo criou,
descobriu ou desenvolveu, aprendendo a lidar com os problemas de adaptação
externa e integração interna, aos quais funcionavam suficientemente bem, podendo,
assim, ser ensinados aos novos membros como o modo correto de perceber, pensar
e sentir em relação aqueles problemas. Os artefatos envolvem as manifestações que
se encontram visíveis no ambiente organizacional. Neste nível podem ser
classificada vestimenta, linguajar, horários, políticas, símbolos, rituais. No segundo
nível encontram-se os valores, que representariam as crenças esposadas, que
podem ser identificadas nas manifestações oficiais de representantes da
organização. O terceiro e mais profundo nível envolve os pressupostos básicos, que
guiam inconscientemente o comportamento das pessoas. Schein afirma ainda que a
“Cultura Organizacional possui sua essência nos pressupostos básicos e que eles
orientam os valores e comportamentos reais das pessoas”
No que se refere a Cultura Organizacional Chiavenato (2008 p. 224) define
como um “Conjunto de hábitos e crenças que foram estabelecidas por normas,
valores , atitudes e expectativas e que são compartilhadas por todos os membros da
organização.”
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Já para Prahalad e Hammel (1995 p.36), “Cultura pode ser entendida como a
genética corporativa e sua consequente influência como fator facilitador ou de
resistência, nos processos de mudança.”
Handy (1978, p.202) afirma que “Nas organizações, há crenças
profundamente arraigadas acerca da forma pela qual o trabalho deve ser
organizado, a forma como a autoridade deve ser exercida, as pessoas
recompensadas e controladas”.
Kissil (1998, p.14), Afirma que “cultura organizacional também pode ser
chamada de cultura corporativa, e representa o conjunto de hábitos e crenças
estabelecidos através de normas, valores atitudes e expectativas compartilhadas por
todos os membros da organização”
Com todas essas definições citadas acima podemos perceber que cultura
organizacional é um tema com diversos conceitos, porém alguns pontos são
comuns, já que uns a chamam de conjunto de hábitos, outros denominam como
genética corporativa e existem ainda aqueles que a conceituam como crenças
profundamente arraigadas.
Neste Trabalho, vamos nos ater aos pontos como costumes, valores, crenças, modo
de agir, modo de perceber os eventos e os episódios do dia a dia, e que influenciam
o comportamento dos membros de uma organização.
Cada organização tem a sua missão própria e específica. O conceito de missão faz com que as pessoas passem a trabalhar para uma causa da organização e não apenas para a organização em si. Além disso, a missão organizacional passa por constantes mudanças. Muitas organizações bem-sucedidas estão continuamente atualizando e ampliando a sua missão. Embora a missão seja relativamente fixa e estável, ela deve ser atualizada e redimensionada com o passar do tempo e com as mudanças nos negócios.” (CHIAVENATO, 2004 p. 63)
1.1 Tipologias culturais
Assim como podemos dizer que existem vários conceitos sobre o tema cultura
organizacional também é correto afirmar que existem diversos tipos de cultura
organizacional, cada uma de acordo com o perfil de cada organização, pois
sabemos que cada organização tem sua própria forma de administrar.
Para explicar essas diversas culturas organizacionais, Handy relacionou os tipos de
cultura organizacional com deuses da Grécia antiga e permitiu uma concepção que
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desperta curiosidade, sobre as diversas faces do comportamento organizacional,
sendo assim Handy comparou quatro deuses gregos com modelos culturais onde o
intuito foi explicar como são diferentes as filosofias da administração. Utilizou o
deus Zeus, o deus Apolo, a divindade Atena e o deus Dionísio.
O Deus Zeus, por exemplo, foi usado para simbolizar as organizações que
convergem para a centralização do poder e da influência.
Segundo Handy (1994; p. 18): “Zeus é o deus-patrono temido, respeitado e
ocasionalmente amado, e que representava a tradição patriarcal, o poder irracional.
mas muitas vezes benevolente a impulsividade e o carisma”.
Handy (1994; p. 18) representa este tipo de cultura com uma teia de aranha onde o
poder converge para o centro e quanto mais distante deste ponto menor será a
influencia sobre a administração. Neste modelo cultural não importa a especialização
do indivíduo, prevalece o círculo de contatos, em muitas vezes a opinião de um
integrante da teia, aquele tido como o de confiança, é apreciada com mais valor do
que um estudo técnico de um especialista. Podemos perceber tais características de
forma mais perceptível em organizações fundadas por um empreendedor, que
muitas vezes não possuem formação e utilizam sua sensibilidade para tomar
decisões. Decisões estas que são tomadas com muita rapidez transpondo facilmente
a burocracia dos processos tradicionais de tomada de decisão.
Um grande exemplo de organização regida por Zeus são as empresas familiares, ou
de pequeno porte, fundadas por um pai ou um avó, onde estes mesmos são os
administradores centrais ainda que não tenham formação necessária para isso, e
que trabalham com os filhos nessa administração, possuem entre seus funcionários
pessoas denominadas de confiança, mas que em alguns casos também não
possuem competências amplas para as funções as quais estejam voltados. Nas
organizações de Zeus acaba ocorrendo uma certa informalidade, os indivíduos
tendem a realizar os processos ou tomar as decisões por intuição, em busca de
possíveis soluções, ou seja, fazem teste nas diferentes situações até que se
encontre a solução mais pertinente.
Handy (1994; p. 21) define que: “Apolo é o deus-patrono, pois Apolo era o
deus da ordem e das regras. Esta cultura assume que o homem é racional e que
tudo pode e deve ser analisado de uma forma lógica. A tarefa de uma organização
pode então ser subdividida quadro a quadro até que você tenha um diagrama de
fluxo de trabalho organizacional, com um sistema de funções prescritas
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(especificadas com “descrições de função”) e integradas por todo um conjunto de
regras e procedimentos (chame-os de manuais, previsões orçamentárias, sistemas
de informação, ou do que quiser)”.
As organizações regidas por Apolo também são conhecidas como a cultura de
função onde os indivíduos preferem ambientes estáveis e não são adeptos a
mudanças, possuem manuais de procedimentos, existe uma padronização das
tarefas, estas por sua vez são muito bem definidas. Possuem excesso nos
processos burocráticos, Os Trabalhadores da organização Apolo são metódicos,
cada um precisa fazer a sua parte para manter um bom funcionamento, os
indivíduos de Apolo preferem pensar e aprender usando a lógica e buscam adquirir
novas competências e habilidades utilizando muito do processo de treinamento. Por
ser a forma mais conhecida e tradicional, essa tipologia e usada na maioria das
organizações.
Handy (1994, p. 26) descreve Atena como a “deusa guerreira, patrona de
Ulisses, aquele arqui-solucionador de problemas dos artesãos e dos líderes
pioneiros”, portanto Atena acabou se transformando no símbolo das organizações
cuja missão esteja baseada na solução de problemas com a formação de equipes de
desenvolvimento e criatividade.
Para as organizações de cultura Atena o importante é atuar na tarefa de solucionar
os problemas o foco está nos resultados e na eficácia e não existe poder
centralizador, e nem obediência mais sim grupos de pessoas especializadas em
varias áreas buscando solucionar os problemas da organização com autonomia .
Muito diálogo e argumentação também, são características provenientes desta
tipologia e provavelmente acharão um indivíduo de Zeus um tanto relapso em suas
atitudes e criticarão um indivíduo de Apolo pelo excesso de zelo e de burocracia
São exemplos de organizações regidas por Atena a Microsoft, 3M e a NASA
3, onde se percebe claramente a formação de diversas equipes responsáveis pelo
desenvolvimento ou solução de problemas específicos que fazem parte da
organização.
E finalmente o deus Dionísio Handy (1994: p. 30) descreve Dionísio como
“Deus do vinho e das canções”, aquele que representa a ideologia existencial. O
individualismo que impera sobre o coletivismo. E uma cultura organizacional são
bastante diferentes dos demais modelos apresentados, pois nelas, não é o indivíduo
quem serve a organização, mas sim o contrario a organização quem serve ao
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indivíduo., Nessa cultura o que predomina é a profissão que vem em primeiro lugar,
a recompensa depende da competência individual. O que é relevante é a profissão
depois a organização. Um exemplo claro de organizações que representam Dionísio
são as instituições de ensino no que se refere aos professores médicos e dentistas,
ou até mesmo a classe artística.
Handy (1994: p. 59) afirma que “os novos profissionais das organizações
desejam atuar com o espírito de Atena, no entanto em muitos casos acabam
esbarrando em culturas de Apolo ou Zeus gerando um atrito de cultura..”
A Afirmação de Handy nos remete novamente a questão que aguçou o
interesse desta pesquisa, pessoas almejando atuarem em organizações de grande
porte, devido as suas características culturais, Atena foi exemplificada por empresas
grandes e renomadas ao contrario de Zeus e Apolo exemplificadas por empresas
familiares e de pequeno porte.
Zeus e Apolo possuem atributos bem parecidos e ao que parece são as
tipologias predominantes na maioria das organizações, o atrito de cultura ocorre
quando profissionais com determinados comportamentos e características não se
sentem vistos e valorizados no ambiente de trabalho ao qual prestam serviço. Nesta
circunstancia
Handy (1994: p. 19) afirma também que “as organizações quase sempre
nascem sob a regência de Zeus e com o passar do tempo e o crescimento
econômico acabam migrando para uma cultura de Apolo. Num momento futuro com
a prosperidade econômica podem assumir características de Atena, em suma
percebemos que em sua grande maioria as organizações surgem com
características centralizadoras, paternalistas, e informais, porem ao se
desenvolverem ou tomarem maiores proporções acabam migrando para outras
culturas,”
Porém nessa ordem citada por Handy, pode ocorrer de organizações
tomarem grandes proporções, mais não cederem as mudanças que ocorrem
naturalmente, quer dizer muda se o porte da empresa, mais os empresários teimam
em permanecer com os mesmos pensamentos e traços culturais, não percebem os
avanços e transformações que ocorrem no mundo corporativo, pois acreditam que a
sua forma de administrar e a única forma correta, ocasionando falta de atratividade
para sua organização ou a perda de seu efetivo e conflitos.
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Portanto ao instituir uma empresa o fundador precisa definir o que vai orientar
os funcionários, provavelmente a cultura predominante será a do próprio fundador,
pois Segundo Savoia (1989, p. 54), “A formação da personalidade do ser humano é
um processo de socialização, no qual intervêm fatores inatos e adquiridos”. Fatores
inatos são aqueles que herdamos geneticamente e o fator adquirido provém da
natureza social e cultural. O que significa que sofremos influencia culturais do meio
em que estamos inseridos, temos influencia culturais familiares, religiosas, regionais,
entre outras e nesse sentido e importante frisar que ao mesmo tempo em que somos
influenciados, nos influenciamos também esses com os traços da nossa cultura o
que nos faz afirmar que o fundador de uma organização tende a influencia-la
também com os traços de sua cultura como indivíduo, mais o que realmente é
importante ´é estar atento as transformações e saber que a Cultura Organizacional
influencia o comportamento dos colaboradores, seja no bom sentido ou no mal
sentido , estes por sua vez passam a maior parte do tempo dentro das
dependências das empresas, por isso essa influencia e inevitável.
Salientamos, porém que numa organização onde influenciamos e somos
Influenciados, existem pessoas de diversos tipos culturais e nesse sentido.
Handy (1994; p. 83) afirma que uma organização não é administrada puramente por
um único modelo de configuração organizacional. Assim, uma organização regida
por Zeus poderá possuir também indivíduos de Apolo. Organizações de Apolo
poderão ter influência de Atena ou Zeus.
1.2 O Papel do líder
Cabe aos líderes e gestores, buscarem estratégias administrativas para que
essa diversidade tenha comprometimento com os objetivos propostos, e possam
atuar dentro das organizações de forma colaborativa, produtiva e eficiente, com
motivação, engajados no desenvolvimento organizacional, satisfeitos com o que é
proposto pela mesma num ambiente favorável em que não haja conflito de
interesses, o que na prática atual da era em que estamos vivenciando diga se era do
conhecimento e informação, significa o interesse do funcionário estar em harmonia
com o interesse da empresa, sim porque aquela cultura predominante do fundador
quando a empresa ainda possuí a tipologia Zeus pode, e por muitas vezes deve
sofrer transformações uma vez que longo do tempo essas transformações são
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Imprescindíveis de acontecer, pois de outra forma as empresas estão fadadas a
estagnação,
A Postura dos lideres e gestores também refletem na cultura organizacional,
pois cabem a estes motivar, ou seja, promover o entusiasmo do colaborador pelo
trabalho, influenciar e direcionar o grupo aos objetivos da organização, eles são
responsáveis por dar suporte para a realização das atividades, conscientizar os
liderados sobre a cultura organizacional, esta atividade passa a ser de alta
complexidade uma vez que o líder precisa ter características em sua personalidade
que facilitam tais responsabilidades, como iniciativa, estabilidade emocional, boa
comunicação, empatia, autoconfiança, poder de gerenciamento de conflitos entre
outras, não obtendo as características citadas os gestores podem perpetuar estilos
de liderança baseados em seu cotidiano ocasionando uma gestão ineficaz,
suponhamos por exemplo que uma organização estilo Zeus com administração
completamente centralizadora tenha gestores que por influência do seu cotidiano
apresentam características do estilo Atena portanto providos de bastante
criatividade, este vai acabar refletindo hábitos, crenças e valores que não condizem
com o que é propagado pela organização, Portanto é necessário que as empresas
se preocupem com as pessoas que irão encabeçar os processos, pois essa
responsabilidade implica no alcance dos objetivos. No que se refere as empresas
de pequeno porte o costume é promover a liderança para aqueles que tem mais
tempo dentro da organização, mais que não são dotados do conhecimento
necessário e nem possuem postura adequada, muito menos características de um
líder, ocasionando uma liderança com estilo autoritarista onde as decisões são
impostas e o grupo apenas as cumpre..
Para ROBBINS (2007, P 258) ”A Liderança também poderia ser definida como
a capacidade de influenciar um grupo de forma que este aja em direção ao alcance
dos objetivos esperados.”
1.3 Vantagens de uma cultura clara
CANDIOTO (2012 P. 95) “O Capital humano de uma organização é muito
influenciado pela percepção e julgamento que os seus membros tem e fazem de sua
empresa, por isso para que haja uma interação das equipes é necessário muitas
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vezes haver mudanças na cultura intrínsecas de uma empresa, A cultura
organizacional muitas vezes é construída de uma maneira aleatória sem objetivos,
principalmente nas pequenas empresas ou empresas de administração familiar “.
Dai a importância de se estabelecer o papel do negócio na sociedade
compreende – se Missão e qual será o futuro deste negócio compreende-se visão. A
Missão e a Visão juntamente com a cultura organizacional devem inclusive ser muito
bem propagadas e disseminadas de forma bem clara aos colaboradores para que
assim se tornem fortes, desta forma os colaboradores tendem a apresentar, uma
boa percepção da companhia em que estão inseridos, identificando que as mesmas
atuam de forma transparente, fazendo um bom julgamento da mesma e interagindo
para que tais objetivos sejam alcançados. Ainda nesse contexto vamos citar as
empresas familiares e as de pequeno porte onde funcionários se deparam com a
falta de missão e visão bem definidos, estas organizações até almejam mais
acabam não tendo perspectiva de futuro visam apenas o lucro e desconhecem a
importância do seu negocio perante a sociedade levando seu efetivo ao
descontentamento.
Uma vez estabelecida a cultura que ira fomentar a organização, esta deve ser
apresentada fundamentalmente aos funcionários, pois essa clareza oferece a
vantagens como a de entender os comportamentos apresentados na organização, é
possível até mesmo mensurar se tais comportamentos são
concordantes ou inconvenientes, no caso de concordantes entende –se que a
equipe pelo menos em sua maioria são envolvidas e colaborativas e se de outra
forma forem os comportamentos inconvenientes conclui-se que a empresa assumiu
e influenciou um conjunto de hábitos um tanto quanto prejudiciais ao bom
andamento da organização no decorrer dos anos em que a mesma está no
mercado, pois a cultura e o clima organizacional impactam em toda rotina da
entidade
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II RELAÇÃO ENTRE CULTURA E CLIMA ORGANIZACIONAL NA
RETENÇÃO DE TALENTOS
Neste Capitulo buscamos identificar a relação entre cultura e clima
organizacional e suas influencias para reter colaboradores.
O Clima organizacional refere-se ao ambiente interno existente entre membros da organização e está intimamente relacionado com o grau de motivação de seus participantes […] assim ele é favorável quando provoca satisfação das necessidades pessoais dos participantes e elevação do moral. È desfavorável quando proporciona a frustração daquelas necessidades na verdade, o clima organizacional influencia o estado motivacional das pessoas e é por ele influenciado Chiavenato(2002. P95)
Segundo definição de Luz (2003, p.13) Clima Organizacional é o “reflexo do
estado de animo ou do grau de satisfação dos funcionários de uma empresa(…) é a
atmosfera psicológica que envolve ,num dado momento, a relação entre a empresa
e seus funcionários.”
Com base nos conceitos apresentado acima vamos citar a experiência de
Elton Mayo realizada em 1927, ou seja, uma experiência em uma fábrica
denominada Western Electric Company, situada em Chicago, no bairro de
Hawthorne, que tinha como finalidade determinar a relação entre a intensidade da
iluminação e a eficiência dos operários medida através da produção.
Os pesquisadores não conseguiram provar a existência de qualquer relação simples
entre a intensidade de iluminação e o ritmo de produção, pois reduziu-se a
iluminação na sala experimental e esperava-se uma queda na produção, mas o
resultado foi o oposto, a produção na verdade aumentou e o que ficou comprovado
foi a preponderância do fator psicológico sobre o fator fisiológico, A conclusão (que
ficou conhecida como experiência de Hawthorne) é que o aumento da produtividade
não estava relacionado com a intensidade da luz, mas sim com a atenção que
estava sendo dada às pessoas.
Ressaltamos que a Western Electric era uma fabrica de equipamentos e
componentes telefônicos e não temos como citar as características culturais dessa
organização, provavelmente possuía os mesmos traços das fabricas da época, e
que foram tão bem relatados no filme tempos Modernos em que máquina tomavam
o lugar dos homens, e eram consideradas mais importantes dentro de uma empresa,
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devido ao fenômeno da Revolução Industrial. Provavelmente não havia valorização e
bem-estar dos operários, os salários não eram satisfatórios e não havia boas
condições de trabalho, o intuito da empresa provavelmente era criar uma maquina
de iluminação, se fosse provada a relação de tal condições, com a produtividade,
porém o que realmente nos chama atenção foi a descoberta que ocorreu naquele
momento, onde identificou se A influência dos aspectos sociais, psicológicos e
humanos das relações dos trabalhadores com seus empregadores que também
ficou conhecida como Teoria das relações humanas ou seja As conclusões que os
pesquisadores chegaram foi a de que o grupo trabalhava com maior liberdade e
menos ansiedade, Havia um ambiente amistoso e sem pressões, Não havia temor
ao supervisor, As operárias trabalhavam mais, apenas porque se sentiam
valorizadas, por receber uma atenção especial da direção da empresa, e ao serem
escolhidas para participar da pesquisa, elas se sentiam parte importante da
empresa. Assim, não se consideravam seres isolados, próximos apenas fisicamente
uns dos outros. As relações que se desenvolviam nessas condições entre as
trabalhadoras provocavam sentimentos de sociabilidade, valorização e realização
pessoal. Houve um desenvolvimento social do grupo experimental onde o mesmo
desenvolveu liderança e objetivos comuns, ou seja, o Ambiente de trabalho, o clima
organizacional estava favorável, ou seja, havia uma satisfação por parte das
funcionárias e estava refletindo na atmosfera psicológica da relação entre elas e a
empresa facilitando assim o desenvolvimento das atividades.
O objetivo de Citarmos a experiência de Hawthorne,é para que possamos nos
certificar da importância de uma cultura e um clima organizacional favorável no que
tange o planejamento estratégico das organizações, um exemplo sobre a
importância do clima organizacional para o desenvolvimento satisfatório das
atividades de seus colaboradores, já que as necessidades de reconhecimento
estavam sendo agora atendidas através da simples realização do experimento. Isso
impactou diretamente em seus resultados, demonstrando que organizações que
investem em colaboradores valorizados tendem a ser mais produtivas, ou seja, a
Cultura e o clima organizacional podem impactar nos resultados da empresa.
Desde a experiência de Hawthorne, até os dias atuais lá se foram quase 90
anos e ainda hoje não apareceu nenhuma teoria que a contrapusesse, pelo contrário
estudos só fazem confirmar que pessoas são infinitamente mais importantes do que
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as máquinas e ainda que clima e cultura corporativa são essenciais para o
engajamento de colaboradores.
Ainda sobre o conceito de clima organizacional sabemos que ele reflete a
cultura da empresa, concluímos, portanto que, se os costumes, valores, crenças e
modo de agir que compõem a cultura são bem percebidos logo o clima naquela
organização tende a ser favorável, pois o nível de satisfação é maior que o nível de
insatisfação e da mesma forma se a cultura possui traços desfavoráveis ou se as
crenças e modo de agir são percebidos de uma forma ruim o clima não será
amistoso, prejudicando o desenvolvimento da organização.
Cultura e clima, estão relacionados diretamente a medida que um
complementa o outro. Luz (1995) afirma que o “clima é resultante da cultura das
organizações; de seus aspectos positivos e negativos (conflitos).”
A cultura é a causa e o clima consequência.
Conforme HOFMEISTER,(2009, p.49) “Podemos identificar o clima de uma
organização através de expressões como clima de harmonia, clima realizador, clima
tenso, clima de confiança, Clima construtivo, clima sadio”.
LUZ (2003, p 31) Classifica o clima organizacional como bom e prejudicado
ou ruim: “Ele é bom quando predominam as atitudes positivas que dão ao ambiente
de trabalho uma tônica favorável. Diz-se que o clima é bom quando há alegria,
confiança entusiasmo, engajamento, participação, dedicação, satisfação, motivação,
comprometimento na maior parte dos funcionários.
O clima é prejudicado ou ruim quando algumas variáveis organizacionais
afetam de forma negativa e duradoura o ânimo da maioria dos funcionários, gerando
evidência de tensões, discórdias, desuniões, rivalidades, animosidades, conflitos,
desinteresses pelo cumprimento das tarefas, resistência manifesta ou passiva às
ordens, ruído nas comunicações, competições exacerbadas etc. A intensidade com
que essas situações se manifestam é que caracteriza o clima como prejudicado ou
ruim, porém ambos são desfavoráveis aos objetivos das organizações e das
pessoas que nelas trabalham.”
Ainda De acordo com Luz (2003, p.28) “Para que o funcionário preste um bom
serviço, é necessário que saiba, possa e queira fazê-lo. Saber fazer é uma questão
de conhecimentos, habilidades ou atitudes. Logo, uma questão de treinamento.
Poder fazer é uma questão de ter e poder usar os recursos necessários. Querer
fazer é uma questão que depende do estado de espírito, do ânimo, da satisfação
22
das pessoas quando realizam o seu trabalho. ja “querer fazer” está associado ao
clima organizacional, que muitas vezes é onde encontramos as causas da má
qualidade dos serviços.”
Em outras palavras, sabemos que existe um grande destaque para a
atividade humana na organização e todo resultado alcançado e proveniente do
trabalho do capital humano, logo esse capital humano precisa ter a intenção de fazer
determinada atividade, intencionado a contribuir, querer colaborar para tais
resultados serem alcançados e um dos fatores que motivam ou influenciam nesse
querer fazer é o clima organizacional.
Os trabalhadores em sua grande maioria não se sentem motivados a
entrarem ou permanecerem numa organização onde o clima seja ruim ou
prejudicado e ali só permanecem se houver o que denominamos de
entrincheiramento organizacional ou seja quando o empregado sente se preso a
organização por necessidade, e não por engajamento ou por prazer, hoje vivemos a
era do conhecimento onde, pessoas estão mais conscientes do que querem, já
existe uma percepção por parte da força de trabalho em que atuar com clima
favorável melhora a qualidade de vida, muitos já são esclarecidos no sentido de que
salário não e fator motivacional e o que realmente importa e a satisfação no trabalho
e nesse contexto citamos novamente
Luz onde, embora com conceito abstrato (2003, p. 32-33-34) ele afirma que o
“Clima da organização pode materializar-se através de alguns indicadores, tornando
possível sua mensuração e análise. Esses indicadores dão sinais sobre a qualidade
da empresa e são: Turnover (rotatividade de pessoal); Absenteísmo (faltas);
Pichações nos banheiros; Programas de sugestões falhos; Avaliações de
desempenho baixo; Greves; Conflitos interpessoais e interdepartamentais;
Desperdícios de material; Queixas no serviço médico, entre outros
Na pratica isso significa que em 1927 com a experiência de Hawthorne a
relevância do clima organizacional foi descoberto meio que “sem querer”, mais na
atual conjuntura poder mensurar e transformar o clima organizacional passa a ser
uma estratégia da organização, uma vez que já foi constatado, sobre a influencia do
clima no desempenho dos colaboradores e na retenção de talentos. Identificar as
reais necessidades do capital humano passa a ser uma tática para que o clima
organizacional seja modificado, para isso é preciso que a organização esteja atenta
e buscar soluções, para assim evitar a perda de talentos.
23
2.1 Transformando o clima e a cultura organizacional.
Nas organizações, as mudanças estão ocorrendo a todo instante. Do lado de fora, clientes mudam seus hábitos de compra e de preferência, fornecedores mudam características e preços das matérias-primas, prestadores de serviços impõem diferentes condições e esquemas de trabalho, concorrentes mudam suas estratégias, sindicatos iniciam novas reivindicações, o governo impõe alterações em leis, e isso tudo nunca acaba. (CHIAVENATO, 2010, p.426)
Mudanças no ambiente corporativo ocorrem a todo instante, e essas
mudanças se tornam necessárias uma vez que com o passar do tempo surgem
novas tecnologias, a sociedade em torno das organizações passam por processos
de transformações, e dadas às circunstancias as organizações devem estar atentas
para promover mudanças estratégicas e assim garantir a continuidade da
companhia, dentre estas transformações muitas das vezes se faz necessário
quebrar paradigmas e moldar o clima e uma cultura organizacional ultrapassada.
DIAS (2009, p.182) Afirma que “O clima organizacional está diretamente relacionado
com a cultura das organizações. As modificações culturais geram expectativas, às
vezes insatisfação e insegurança. Essas situações criam climas organizacionais que
produzem uma redução da capacidade de trabalho.”
Ao considerarmos a afirmação de Dias e levando - se em consideração que
clima organizacional depende da satisfação/insatisfação dos colaboradores,
podemos afirmar que sim existe a possibilidade de o clima e cultura organizacional
serem transformado, porém essas transformações não são simples e correm o risco
de serem mal sucedidas, pois pessoas são resistentes a mudanças.
Uma das descobertas mais bem documentadas nos estudos sobre comportamento individual e organizacional é que as organizações e seus membros resistem às mudanças. De certo modo, essa resistência é positiva. Proporciona certo grau de estabilidade e previsibilidade no interior das organizações. Se não houvesse resistência, o comportamento organizacional assumiria características de casualidade caótica... Mas existe uma séria desvantagem à mudança, ela impede a adaptação ao progresso. ROBBINS (2005, p.425)
Sobre esta questão Chiavenato (2010, p.433) traz que: “O primeiro passo é
conhecer os motivos do medo e da resistência das pessoas às mudanças que
ocorrem ou precisam ocorrer na organização.”
24
[...] um padrão bastante comum entre as pessoas é que a maioria delas associa mudanças a perdas e quando isso acontece, fica claro por que existe resistência às mudanças. Existe até um componente biológico na resistência. O que o corpo faz quando recebe um transplante de coração? Mesmo que esse coração novo e saudável signifique a diferença entre a vida e a morte o corpo tenta rejeita-lo (ou seja, resistir a essa mudança), optando pela manutenção do coração velho e doente. Se a mudança está associada a perda, as pessoas só a aceitarão se duas coisas forem mostradas a elas: primeiro que haja uma necessidade de mudança (senão a organização poderá morrer); segundo, que haja um ganho para o indivíduo afetado pela mudança. Em outras palavras deve haver um OQEGCI (o que eu ganho com isso), para que o indivíduo seja um apoiador da mudança. (ECKES apud ARIENT et al, 2005, p. 84)
Para Robbins (2005, p.425), “os traços da resistência implícita são mais sutis
e, portanto, mais difíceis de identificar” como perda de lealdade á organização,
perda de motivação para o trabalho, aumento dos erros e defeitos, aumento do
absenteísmo por “questões de saúde.”
Já explanamos aqui sobre a importância do clima organizacional e da relação
direta que clima e cultura organizacional tem com o outro a medida que ambos se
complementam, porem ao abordarmos o assunto mudanças no clima e na cultura
organizacional, percebemos que para Clima existem ferramentas capazes de
mensurar e assim facilitar a aplicações de estratégias que trarão não a mudança em
definitivo, mais sim uma possível melhora. Já no que se refere a cultura
organizacional torna se algo mais complexo, portanto vamos novamente citar os
termos mais usados para definição do tema como: hábitos, costumes, valores,
genética corporativa e crenças profundamente arraigadas.
Handy (1978, p.202) afirma que, “nas organizações, há crenças
profundamente arraigadas acerca da forma pela qual o trabalho deve ser
organizado, a forma como a autoridade deve ser exercida, as pessoas
recompensadas e controladas”
Logo modificar comportamentos e hábitos é uma das tarefas mais difíceis de
se conseguir, uma vez que com o passar do tempo tornam-se impregnado e
orientam as reações ainda que não conste escrita em lugar algum.
Para Schein (2001, p. 30), “se quisermos tornar uma organização mais
eficiente eficaz, deveremos entender o papel da cultura na vida organizacional”. A
afirmação de scheim nos leva a refletir sobre esta relação da cultura e a estratégia
da empresa para se manter viva no mercado.
25
E importante mencionar que ambos precisam estar em concordância, e para
estabelecer estratégias a serem praticadas é necessário entender qual é a cultura e
alinhar com as pessoas que estão inseridas no meio e precisam ser sensibilizadas a
apoiar
2.2 O papel do RH na atração e retenção
A área de Recursos Humanos é responsável por construir parte da cultura organizacional, quando desenha e implementar processos de RH alinhados à cultura desejada tais como: planos de reconhecimento, planos de compensação, treinamentos, planos de carreira, entre outros. “Sempre devemos estar atentos não somente em criar processos de Recursos Humanos, mas ficar atentos aos resultados estes processos de RH gera a construção da cultura organizacional e nos resultados do negócio.” (BOLGAR, Paulo Henrique, 2010, apud BISPO, Patrícia, 2010, p.02).
E relevante citar sobre a importância do departamento de Recursos Humanos
da corporação, pois encontramos nesse setor a responsabilidade de atrair o recurso
mais valioso para as organizações: O capital Humano, ou seja as pessoas dotadas
de aptidão, habilidade, vocação, capacidade, disposição e inteligência para atender
a demanda da Organização, O processo de recrutamento e seleção não é mais um
simples ato de contratar funcionários esse processo também mudou, e ressaltamos
que essa atividade não é fácil, é onde tudo se inicia, pois nesse processo há de se
avaliar aquele que esta pleiteando entrar na empresa levando em consideração a
cultura da organização, tais como o ambiente, a historia , os valores , os hábitos, as
crenças as normas estes por sua vez vão ser comparados com os comportamentos
que podem ser observados daquele que está pretendendo ingressar na corporação
e os elementos ocultos como os afetivos, emocionais que orientam para relações
sociais, pois ainda que o treinamento seja um subsistema muitíssimo importante,
pode não surtir efeito em um colaborador mal selecionado, diga se mal selecionado,
aquele que possui conhecimento, habilidade e atitude, mais não possui
características comportamentais que vão de encontro aos costumes e valores da
empresa, o que significa que funcionários que não estejam integrados com cultura
organizacional, podem acabar tendo comportamentos incompatíveis com o que sua
empresa deseja transmitir, gerando desconforto no clima organizacional,
influenciando os demais ou ainda sendo representante da empresa, um colaborador
desalinhado é suficiente para abalar a imagem do negócio.
26
A grande incitação está em unir todas as atribuições necessárias numa
mesma pessoa e que esta ainda esteja motivada a colaborar para o
desenvolvimento da organização, nesse sentido acreditamos que seja uma troca, ou
seja, o colaborador reúne as características pertinentes ao que a empresa busca, e
em troca de seu trabalho, a empresa oferece recursos para que o mesmo
permaneça ali engajado com o desenvolvimento da organização.
Enfatizando que a tempos esse “recursos” deixaram de ser apenas financeiro,
hoje em dia se faz necessário, qualidade de vida, incentivos para desenvolvimento
pessoal, reconhecimento, participação nas decisões, autonomia entre outros.
Os profissionais de RH, também são responsáveis pelo processo de aplicar
recompensar, desenvolver, reter e monitorar as pessoas, contam inclusive com uma
importante ferramenta denominada Pesquisa de clima organizacional ou Pesquisa
de Engajamento que nada mais é do que um estudo de diagnostico e de promoção
de mudanças, é um processo adequado e importante para avaliar diversos fatores
que interferem na satisfação/insatisfação do trabalhador em relação aos aspectos
do ambiente organizacional, o nível de comprometimento e a maneira como as
pessoas interagem uma com as outras. Salientamos, porém que para usar essa
ferramenta Os diretores acionistas e gestores devem estar sensibilizados sobre a
importância do clima para a empresa, uma vez que não basta apenas aplicar a
pesquisa se não houver o interesse em mudanças, pois com resultado em mãos, o
RH terá indicadores reais de como está o clima da empresa e nesse sentido aplicar
ações que modifiquem o que for mensurado como insatisfação.
Sendo assim é essencial que o Departamento de Recursos Humanos atue
num planejamento integrado, onde todos os programas estão inter-relacionados e
vinculados ao Planejamento Estratégico, ou seja, ocorre uma composição entre o
planejamento empresarial e o planejamento de RH, resultando em estratégias que
destacam as práticas de RH, para a obtenção de resultados empresariais.
Tomando como referencia pesquisas realizadas pelo social base que
demonstram como principal meta da área de Recursos Humanos das empresas de
pequeno porte para 2016, alinhar colaboradores com a cultura organizacional, a
preocupação se faz presente em mais de 26% das empresas nacionais avaliadas, e
as empresas de pequeno porte representou a maioria dos respondentes 35,7%.
O objetivo da pesquisa era avaliar quais os principais objetivos do RH das
organizações para 2016 onde o item Alinhar colaboradores a cultura organizacional
27
e com as metas do negócio ficou em primeiro lugar representando 26,1%, No que
tange a empresa de pequeno porte a pesquisa aponta Alinhar colaboradores a
cultura organizacional e com as metas do negócio 24,4%, Melhorar a capacidade de
desenvolvimento de pessoas na organização 12,2% ,Trabalhar questões
relacionadas ao aumento de produtividade dos colaboradores da empresa 12,7%
Reduzir rotatividade de colaboradores 10,4% , Automatizar processos 8,1% ,
Melhorar o fluxo de comunicação na empresa 6,9%, Reduzir custos da área 6,9%
,Melhorar clima laboral e fortalecer a relação colaborador - empresa 5,8%, Melhorar
os índices de satisfação e engajamento na empresa 4,6% , Melhorar indicadores de
recrutamento e seleção 2,3%, porém os dados da pesquisa apresentam as metas do
departamento de Recursos humanos, estes por sua vez não atuam sozinhos e
precisam que a diretoria esteja sensibilidade.
Ressaltamos, portanto que o Departamento de Recursos Humanos não
trabalha sozinho, e não basta entregar a responsabilidade nas mãos do setor e
deixar que os mesmos façam as transformações necessárias, A Alta gestão por sua
vez precisam imbuir em sua cultura uma visão do RH como departamento estratégico, com
autonomia e não somente enxerga-lo como um setor que processa folha de pagamento,
enxergando desta forma recaímos mais uma vez ,na cultura centralizadora, autoritária,
resistente às mudanças e sem condições de desenvolvimento perante o mercado.
2.3 Gestores conscientes promovem mudanças
O interesse dos altos executivos por cultura coorporativa saiu do reino da teoria para o reino da aplicação real. Muitos executivos estão começando a acreditar que inovações bem sucedidas também incluem mudança na cultura corporativa – os valores e crenças tradicionais da empresa e suas maneiras de fazer as coisas. “Mude a cultura, eles argumentam, e a organização pode ser reformulada”. (BERMAN, 1986 apud MAMEDE, Antônio Augusto do Canto, 2004, p.02).
Com esta afirmação, concluímos que da mesma forma em que a força de
trabalho já se conscientizou sobre a importância de um clima favorável para um bom
desempenho, algumas organizações também tem se adaptado a esse novo
contexto. Donos, Diretores, Acionistas, Alta cúpula, Administradores, Chefia e afins
percebem o sucesso de suas organizações em forma de resultados, ou mais
especificadamente em lucro, porem atentos ao mundo moderno, percebem que uma
má gestão do clima organizacional impacta em diversos aspectos, causando
28
prejuízos como baixa produtividade, baixos índices de motivação, Gastos com
rescisões, Gastos com seleção e treinamento, enfim cada vez mais as altas
diretorias das organizações entendem que Investir no Clima organizacional é a
chave para o sucesso nas organizações e percebem que toda mudança deve
acontecer de cima para baixo e que investir em pessoas também garante resultados
satisfatórios constataram também que a gestão de pessoas é fundamental para a
saúde dos negócios e para rentabilidade, por isso atuam de forma a mensurar e
transformar o ambiente corporativo no mais agradável, afinal de contas quem é que
nunca ouviu falar das melhorias do clima organizacional, promovidas pelas
empresas Google e Face book estas se tornaram benchmarking na questão clima
organizacional, já que se tornaram famosas por proporcionar ambientes mais
agradáveis e coloridos, instituindo alternativas de descanso, lazer e diversão no
próprio ambiente de trabalho, além de trabalhar com horários flexíveis, mais
autonomia e liberdade para cada funcionário se dedicar a suas tarefas. Porem estes
são exemplos de empresas grandes, empresas renomadas e que possuem cunho
internacional, ou seja, aquelas empresas que segundo pesquisas estão no topo da
lista de preferência dos jovens para se trabalhar.
Dentro da nossa delimitação, podemos exemplificar com o Magazine Luiza
que somam valores como honestidade, sonho grande, generosidade e aprendizado
constante, em sua cultura organizacional e colocam as pessoas em primeiro lugar,
pois sabem que elas são a força e a vitalidade da organização; buscam a
simplicidade nas relações e processos, respeitando as opiniões de todos e
principalmente dispostos e abertos a ouvi-las, independentemente da posição que
ocupam na empresa; por meio de iniciativas inovadoras e ousadas; transformaram a
pequena loja fundada pelos tios em um dos maiores varejistas do país. Ou seja,
exemplo de organização que começou pequena e por entenderem que para o
desenvolvimento organizacional e necessário investir nas pessoas atingiram
sucesso e crescimento no mercado.
2.4 A comunicação como ferramenta
Segundo REGO (2002. P.44) “A missão básica da comunicação interna e
contribuir para o desenvolvimento e a manutenção de um clima positivo, propicio
29
ao cumprimento de metas estratégicas da organização e ao crescimento continuado
de suas atividades e serviços e á expansão de suas linhas de produtos.”
Já discorremos sobre cada organização ter sua própria tipologia cultural e
forma de administrar, assim como já falamos que a cultura precisam ser bem
definidos e apresentados aos colaboradores de forma clara, porque isto influencia na
percepção e na interação do colaborador para o alcance dos objetivos, contudo
precisamos dar enfoque a comunicação, pois trata-se de uma ferramenta muito
eficaz no trato entre empresas e colaboradores.
Esta ferramenta tem entre outras funções a de manter equipes motivadas,
minimizar os ruídos causados pela radio corredor, perceber tendências, trazer
informações de como está o mercado, interação entre os departamentos além de
manter informados os clientes internos e externos da empresa, pois trata se de um
processo de troca de informações entre duas ou mais pessoas.
A comunicação organizacional segundo KUNSCH, (2003, p. 71) “Trata-se de
um processo relacional entre indivíduos, departamentos, unidades e organizações.
Se analisarmos profundamente esse aspecto relacional da comunicação do dia a dia
nas organizações, interna e externamente, percebemos que elas sofrem
interferências e condicionamentos variados, de uma complexidade difícil até de ser
diagnosticada, dado o volume de diferentes tipos de comunicação existentes que
atuam em distintos contextos sociais”
Nesse contexto, podemos deixar de citar que as pessoas muita das vezes
passam mais tempo no ambiente de trabalho do que no ambiente familiar e nesse
sentido a comunicação também se faz importante para o relacionamento
interpessoal uma vez que o relacionamento interpessoal também contribui para o
clima organizacional amistoso, e o trabalho em equipe.
Já em se tratando de processos de mudança a comunicação torna-se um
instrumento de auxilio ao colaborador, já que informa sobre as reais necessidades
de as mesmas ocorrerem, isso significa que em períodos de transições onde os
clientes internos estão tensos, resistentes, e ate mesmo se sentindo perdidos, a
ferramenta comunicação esclarece sobre os rumos da organização. Uma vez cientes
da importância da ferramenta comunicação para a empresa, vamos nos ater as
empresas de pequeno porte que devido as suas características culturais, muitas das
informações geradas na diretoria não comunicação é portanto é eficaz para
solucionar problemas que muitas vezes são transmitidas de forma eficaz para o
30
restante dos colaboradores, pois não há uma percepção sobre a importância de
comunicar aos seus funcionários sobre suas normas, e valores, acabam não
demonstrando de forma clara, quais são seus valores e estratégias. A diretoria atua
de porta fechada onde decisões são tomadas e nunca repassadas aos funcionários,
ocasionando o disse me disse, pois o que não se sabe acaba virando especulação
ou boatos, ocasionando conflitos e comprometendo a produtividade, falhas na
comunicação entre os setores que precisam interagir, o clima organizacional fica
desfavorável a medida que os clientes internos não sabem o rumo que devem
seguir, gera insegurança e desmotivação.
2.5 Planejando estratégias
“O tema estratégico nas organizações está ligado à efetiva adaptação da
organização com seu ambiente, por meio do tempo, entendendo por estratégia a
criação e prática dos meios adequados para atingir os resultados desejados,
melhorando a capacidade total de planejamento e organização para que possa
adaptar-se ou inovar com sucesso aos tempos. (MARCHIORI, 2011, p.164)
Assim sendo as organizações de pequeno porte precisam despertar para as
mudanças que estão acontecendo e assim desenvolver estratégias com o proposito
de se manterem vivas no mercado e obter vantagem competitiva perante gigantes
do mesmo seguimento realizar mudanças na cultura organizacional e proporcionar
ambiente amistoso são estratégia, para atrair reter e enjangar talentos usar a
ferramenta da comunicação, também é uma estratégia para propagar a cultura
organizacional e a imagem da empresa
As organizações centralizadoras, que não enxergam o funcionário como
colaborador de seus objetivos tendem a se tornar obsoletas, a medida que não
introduzem modificações em suas estratégias, muito tem se falado da importância de
investir em pessoas, existem provas reais de que esse é o caminho, mais ainda sim
empresários insistem
Logo comunicação é utilizada para transmitir mensagens entre o emissor e o
receptor, mas a comunicação interna estando ruim, é sempre um grande problema
entre equipes de uma mesma empresa que precisam trocar informações para atingir
um objetivo de trabalho, e este e um fator que gera problemas no ambiente
organizacional.
31
comunicação interna entre os diversos níveis de forma simples e aberta. Tendo
também a colaboração e parceria como meio existente como auxílio mútuo, sendo
tanto internamente (funcionários) quanto externamente (fornecedores). A política de
“portas abertas” deve ser incentivada pelos gestores até se tornar comum na
organização. Abertura a novas ideias: empresa é dinâmica, está atenta às
mudanças a comunicação,deve ser aberta a ponto do funcionário ter a ousadia de
expor e criar novos métodos e procedimentos. É um trabalho que pode trazer
resultados no curto, médio, ou longo prazo.
32
III INFLUENCIA DA CULTURA ORGANIZACIONAL NA MOTIVAÇÃO
E NO ENGAJAMENTO PROFISSIONAL
Numa época em que muito se fala sobre empreendedorismo, desejo de ser
independente e startup, e em que a geração Y, está cada vez mais numerosa dentro
das organizações e buscando cada vez mais qualidade de vida em primeiro lugar,
torna se um desafio para as organizações reter os seus funcionários e mais ainda
tornar essa força de trabalho engajada ou comprometida.
O termo engajado no dicionário e definido como o ato de participar de modo
voluntário para algum trabalho ou atividade, usaremos, portanto esse conceito, já
que se encaixa perfeitamente no contexto em que estamos trabalhando. Ja é de
conhecimento global que as organizações resultam das pessoas, de forma direta e
inelutável, já que são estas pessoas que realizam os bens e serviços, operam os
equipamentos, prestam atendimento aos clientes, e que colaboram para as
organizações competirem no mercado, além disso, as pessoas são dotadas de
raciocínio, portanto possuem aptidão e habilidades para desenvolver o capital
intelectual. São elas que aprimoram, aperfeiçoam dedicam-se, investem e acumulam
conhecimento seja ele empírico, cientifico filosófico ou ate mesmo teológico, enfim
são os indivíduos que adquirem conhecimento sobre Produtos, tecnologias,
metodologias, transações, negociações de mercado, ou seja sobre as mais variadas
temáticas. É notório que o capital intelectual é real e de extrema valia para as
instituições a ponto de afirmarmos que para existência das mesmas e
imprescindível que haja pessoas que as dão vida, criatividade e racionalidade. Uma
vez cientes que nenhuma empresa funciona se desenvolve ou atinge resultados se
não houver uma força de trabalho atuando para estas finalidades por isso também
podemos afirmar que na atualidade em que estamos inseridos, a busca pela
sobrevivência organizacional tem mudado os paradigmas organizacionais, as coisas
não são tão simples como outrora, houve uma época em que os problemas de
produtividade podiam ser resolvidos com o aperto de alguns parafusos, houve
também a época em que era necessário somente motivar, funcionários, porém na
atual conjuntura denominada como era do conhecimento e da informação, não basta
apenas motivar, se faz necessário buscar o comprometimento, Isso significa que
hoje não basta apenas ter pessoas trabalhando, é necessário ter pessoas satisfeitas
33
com o ambiente corporativo, dai a importância da cultura organizacional. O tema tão
relevante que vem sendo analisado já a algumas décadas.
Neste sentido acreditamos que a cultura organizacional, pode ser a chave
para a atração, retenção, motivação e engajamento dos profissionais dentro da
empresa, pois ainda abordando o conceito de cultura organizacional, como conjunto
de costumes, valores, crenças, modo de agir, e de perceber os eventos e que
influenciam o comportamento dos membros de uma organização, entendemos que é
a partir do momento que os funcionários se identificam com esse conceito e que
transformam se em parceiros portanto comprometidos com sua sobrevivência.
Segundo Chiavenato (1999 p.73): ”O fator humano tem sido o responsável
pela excelência de organizações bem-sucedidas, por isso a importância do fator
humano em plena era da informação, O grande diferencial, a principal vantagem
competitiva das empresas, é obtido por intermédio das pessoas que nelas
trabalham.”
3.1 Relação pessoas e empresa nas diferentes gerações
Diversos aspectos influenciam na relação das Pessoas para com as
Empresas. Já abordamos aqui, por exemplo, liderança, gestão, comunicação,
feedback relacionamento interpessoal, burocracia, controle, clima organizacional,
autonomia, existem também os fatores físicos, os sociais e os emocionais que
impactam diretamente sobre o grau de engajamento das pessoas não podemos
esquecer é claro das características comportamentais determinadas pelas diversas
gerações que compõem o quadro de efetivo das empresas.
Temos por exemplo a geração Baby Boomer de 45 que trouxe ao mercado de
trabalho valores onde a realização profissional está atrelada a empregos
duradouros; a empresa vem em primeiro lugar e as pessoas estão acostumadas a
trabalhar em equipe, acreditam no poder da hierarquia e seguem à risca as políticas
corporativas, ou seja seus valores são embasados no emprego fixo e estável, e no
tempo de serviço colocam a carreira acima de tudo e se adaptam em qualquer
organização, valorizam um trabalho árduo, Não são facilmente influenciados por
outras pessoas, e são pouco favoráveis às mudanças além de possuírem muitas
barreiras quanto à adaptação a tecnologias.
34
Segundo ROBBINS (2015 p. 5) “Os Jovens trabalhadores denominados
geração X, possuem valores de trabalho diferente das gerações passadas, eles
valorizam a flexibilidade, a satisfação no cargo e a lealdade nos relacionamentos,
São muito mais individualistas. Valorizam a família e os relacionamentos. O dinheiro
e importante como indicador de desempenho na carreira, mais eles se dispõem a
trocar aumentos salariais, títulos segurança e promoções por maiores opções de
estilo de vida e de trabalho desafiador. E eles não são leais a um único
empregador.”
Entre as características mencionadas por Robbins podemos acrescentar que
a geração X, predominam no mercado na atualidade, buscam um equilíbrio entre a
vida profissional e pessoal e já não dão tanta importância para tanta formalidade no
ambiente de trabalho, mantem fidelidade aos seus ideais e não aos da organização.
Não se detém a padrões tão rígidos, apesar de certo conservadorismo em algumas
questões. Valorizam o trabalho e buscam ascensão profissional, sendo
independente e autoconfiante.
Conforme OLIVEIRA (2011 p. 14) “talvez seja, de fato, a mais bem preparada
entre todas as que já chegaram ao mercado. Esses jovens são altamente bem
informados. Familiarizados desde cedo com a internet, dominam com facilidade
todas as tecnologias disponíveis. Para os Jovens Y o mundo não tem limites,
precisam sempre de novos desafios. Essa vontade, por vezes, traz a tona também
outras características típicas deste profissional: tendem a ser imediatistas e
autoconfiantes em excesso, correndo o risco de se tornar superficiais e um tanto
arrogantes. Estão sempre ansiosos demais para crescer rápido e talvez o maior
risco para as organizações são desapegados da empresa.”
Oliveira também ressalta todas as características marcantes da geração Y
acrescentamos apenas, que também são conhecidos como workahoclics mais
também são a chamada geração dos resultados, e assim como a geração X exigem
equilíbrio entre o profissional e o pessoal, são insubordinados, e só fazem o que
gostam ou quando percebem que há algum sentido ou alguma recompensa, que não
necessariamente precisa ser financeira.
Ainda sobre as gerações, há de se considerar que as gerações baby
boormes, X e Y possuem diferença na faixa etária, pensamentos e formas distintas
35
de atuar, portanto passiveis de conflitos entre os referidos, dentro de um mesmo
ambiente organizacional, ao mesmo tempo que são conflitantes as características
das gerações dentro da organização ajudam a balancear o clima percebido para que
não se torne demasiadamente estagnado e conservador ou prepotente e de
insubordinação. Nesse contexto ha de se considerar a importância de mesclar as
diferentes gerações no quadro organizacional, pois apesar de acarretar divergências
de ideias e opiniões, devido a diversidade de culturas, de ideologias e expectativas,
também podem trazer efeitos positivos como estímulos a inovação e a criatividade,
Soluções alternativas, e novas abordagens para os problemas ou seja
desenvolvimento da organização. Vamos imaginar, por exemplo, uma organização
de pequeno porte que possua em seu quadro de Colaboradores somente
profissionais da geração baby boormes, ou seja, profissionais que tem como
características resistência a mudanças, inseridos nesse mercado globalizado em
que as mudanças são inevitáveis a organização tende a estagnar e ate mesmo
sucumbir, ou ainda imaginemos uma organização que só contemplem profissionais
da geração x ou Y, cujo as características são Imediatistas, busca pela qualidade de
vida e realização não limitada ao aspecto profissional, esses podem não analisar os
riscos de mercado, ocasionando decisões precipitadas, ou geram rotatividade já que
suas atitudes questionadoras colidirem com o modelo tradicional de hierarquia ou
ainda devido a rapidez e agilidade, podem comprometer a qualidade esperada em
suas tarefas.
Portanto todas as gerações são relevantes para o mercado de trabalho.
Quando se aprende a utilizar de maneira eficiente os aspectos positivos de cada
geração, e possível reunir a experiência dos babies boomers, a praticidade dos X e a
vitalidade e inovação dos Y alinhado e estruturado as metas e objetivos da empresa.
Podemos perceber que diferente dos babies boomers os chamados X e Y
possuem características, que instigam as organizações a inovar, no intuito de
atender a um novo contexto social de mercado, já que essas gerações promovem a
rotatividade nas empresas, e estão sempre em busca de melhores condições de
trabalho ou ainda ambientes de trabalho que levem a satisfação das suas
necessidades, condições favoráveis para trabalharem mais eficazmente, em outras
palavras eles avaliam se as expectativas e objetivos da organização estão alinhadas
com suas expectativas e objetivos como indivíduo. Considerando o enredo e o
36
comparando com os dados apontados pelo Núcleo Brasileiro de Estágios em que
jovens de 15 a 26 anos, têm preferência em atuar nas grandes empresas, temos
pelo menos um indicador, pois estes jovens da pesquisa são justamente a geração
Y, com necessidades muito diferentes do que o proposto pela maioria das empresas
de pequeno porte devido a cultura estilo Zeus, esse indicador talvez não represente
os motivos da preferencia destes jovens em sua totalidade, mais certamente
norteiam a pequena empresa a promover mudanças em sua cultura organizacional a
fim de se tornarem mais atrativas.
3.2 Cultura organizacional na pequena empresa
Gonçalves e Koprowski (1995) ressaltam algumas características das
pequenas empresas tais como usam o trabalho próprio ou de familiares, não
possuem administração especializada fora da empresa, não pertencem a grupos
financeiros e não possuem produção em escala, possuem estreita relação pessoal
do proprietário com os empregados e organizações rudimentares,
Em nossa atual conjuntura e em meio a inúmeras pesquisas realizadas sobre
o tema é inimaginável, mais ainda nos tempos de hoje, porém existem empresários
que pautam a cultura organizacional de suas firmas em hábitos de não se preocupar
com condições de higiene não se mobilizam em obter um bom ambiente
organizacional, não se preocupam com o bem estar dos funcionários, ou seja, seus
costumes, hábitos, valores, crenças, normas, modo de agir, missões, a essência da
sua cultura a maneira como ela faz seus negócios estão pautados numa grande
preocupação com os resultados, em detrimento das pessoas que compõem o seu
quadro de efetivos, e isso e mais fácil de perceber em empresas de pequeno porte,
detentoras de modelos culturas estilo Zeus, e que por terem aversão a riscos não se
permitem mudar para o modelo estilo Apolo ou Atena, possuem características
particulares, que propiciam tal situação, como por exemplo a cultura da centralização
do poder, ou seja forte respeito pela autoridade, informa lismo, preferência a um
crescimento lento e controlável, empreendedores sem grande formação profissional.
presença significativa de funcionários com laços familiares e que interferem nos
comandos hierárquicos das empresas; ausência de estratégia competitiva entre
outros. Tais características na atual conjuntura podem dificultar na atração de
talentos, pois como já mencionado, pesquisas apontam que Jovens preferem
37
trabalhar em empresas de grande porte, talvez ate por temerem ou terem aversão a
esse modelo tão antiquado, dificulta também na retenção de talentos, pois como já
mencionado as gerações X, Y possuem interesse em qualidade de vida e
crescimento profissional, mais como crescer se a empresa não desenvolve.
Pereira Junior e Gonçalves (1995) afirmam que “Um dos principais problemas
vividos pela pequena empresa é a dificuldade de atingir- se eficazmente no mercado
com pouquíssimos recursos, mais também ressaltam que existem muitos exemplos
de pequenas empresas que apesar de seu reduzido tamanho, são consideradas as
melhores do mundo, competindo em pe de igualdade com grandes multinacionais.
Citamos por exemplo Estudos feitos pelo SEBRAE que apontam as
Microempresas e empresas de pequeno porte como as que têm tido papel de
destaque na economia brasileira uma vez que representam 99% do total de
estabelecimentos existentes e respondem por cerca de 40% da massa de
remuneração paga aos empregados formais nas empresas privadas, o estudo foi
realizado entre 2009 e 2012 e entre outras observações apresenta o total de
empresas que migraram de porte em 2009, 2010 e 2011 ou seja crescimento e
desenvolvimento perante ao mercado, o estudo também visa colaborar para que as
informações disponibilizadas possam ser utilizadas como subsídio aos processos de
elaboração/reavaliação de ações estratégicas, logo chegamos a conclusão que a
possibilidade de empresas de pequeno porte progredirem ou ainda se
desenvolverem no cenário atual em que predominam mudanças tão rápidas é real
No entanto estas empresas de pequeno porte que almejam, desenvolvimento
organizacional, desejam migrar de porte, ou ate mesmo se manterem vivas no
mercado precisam encarar mudança e atualizar os negócios, pois essas
características retrogradas não são atrativas de modo que torna- se quase que
impossível ter funcionários interessados e participativos agindo de forma voluntaria,
nesse tipo de administração padronizada e convencional. Empresários destas
pequenas empresas precisam se mobilizar que não se trata de uma “receita de bolo”
e que é preciso dar lugar a novas propostas que sejam mais atrativas e de
valorização do profissional, O ditado “manda quem pode e obedece quem tem Juízo”
precisa dar lugar a novas genéticas corporativa, novos costumes, novos hábitos
lembrando que para se obter engajamento há de ocorrer mudança de culturas no
38
sentido de apostar e investir mais nas pessoas que estão inseridas em seu ambiente
corporativo, acompanhar as mudanças das gerações, e entender o que o
colaborador almeja, para que haja uma troca em que o colaborador atende as
necessidades da organização e organização atendendo as necessidades do
colaborador reciprocidade
3.3 Estratégias para o desenvolvimento organizacional
Visando contribuir para o sucesso da pequena empresa Rinke (1999)
elaborou algumas estratégias que fundamentam uma gestão vitoriosa o que
segundo ele permitira a construção de uma empresa prospera.
a) Criar uma filosofia organizacional, ou seja, elaborar a Missão, Visão e valores
fundamentais da empresa
b) Criar um clima agradável, pois como já abordado anteriormente as pessoas
gostam e preferem trabalhar em harmonia para atingirem metas pessoais e
organizacionais.
c) Capacidade de treinar, ou seja, sistema que desenvolva as pessoas
Comunicação para que tanto os executores quanto os tomadores de decisão tenham
condições necessárias para realizar suas atividades salientando que apresentar o
tipo de cultura de forma clara e objetiva influi no modo de vida, nos padrões e nos
valores das pessoais.
d) Por o cliente sempre em primeiro lugar, pois ele e de fato a razão de ser de
qualquer empresa, nesse contexto estão envolvidos tanto os clientes externos
quanto os clientes internos.
e) conduzir a mudanças, as empresas necessitam adaptar sua estrutura interna as
novas exigências e isso deve ser feito de maneira consciente e estruturada ou seja
focar as energias para manter a cultura desejada, porém é importante não se fechar
às possíveis mudanças que venham acrescentar ao modelo atual.
Podemos notar que tais estratégias, tem relação direta com os conceitos de
Cultura organizacional, principalmente no que se refere a condução de mudanças
pois vale a pena fazer uma avaliação, e uma vez identificado que a empresa possui
39
uma cultura que não seja positiva, buscar maneiras que irão ajudar a equipe a se
sentir motivada e impulsionada a transformar o ambiente profissional em um local
produtivo e colaborativo.
Somado as estratégias citadas acima, ressaltamos sobre a importância de
inserir na organização pessoas com objetivos condizentes com os objetivos da
empresa, isto porque, na ausência de pessoas com um bom perfil profissional e que
estejam atraídos pela organização de pequeno porte ou também baseado na
informalidade da pequena empresa acabam ocorrendo contratações sem
parâmetros, onde pessoas em total e completa discrepância apresentam objetivos
pessoais diferentes dos objetivos organizacionais, tornando se negligentes e de
forma ardilosa arruinando um clima organizacional favorável e que demorou a ser
construído, a situação fica ainda mais embaraçada quando ocorrem promoções
baseados no tempo de serviço, outra característica de algumas empresas de
pequeno porte, onde não e dada a devida atenção para conhecimento, habilidade e
atitudes, e resulta em funcionários sem preparo performando de maneira
inadequada, pode parecer insignificante aos olhos de um dono de empresa
pequena, mais essa característica cultural também precisa ser mudada, pois é
preciso garantir que os funcionários tenham a cara da empresa; buscar pessoas que
agreguem e que estejam engajados no mesmo proposito e que atendam aos
critérios da corporação;
Em outras palavras se a cultura organizacional é voltada a renovação, está
sempre buscando melhorias, produzindo novidades aos consumidores e oferecendo
oportunidades e qualidade de vida aos seus colaboradores, certamente irão
encontrar profissionais que acreditam nesses valores e que também tenham estas
características os mesmos vão se sentir motivados, porque toda pessoa tende a ver
e julgar as outras culturas a partir do ponto de vista de sua própria cultura. Já, se a
empresa é conservadora, acredita que a "rádio peão" contamina a organização, e
que os profissionais apenas têm que obedecer, também encontrará funcionários que
compartilhem dessas características, mais corre alguns riscos, por exemplo de não
ter colaboradores engajados no seu desenvolvimento e sim profissionais
desmotivados que podem comprometer a performance, produtividade e os
resultados apresentados, já que não criam um vínculo com a organização e acabam
realizando apenas o essencial, podendo a qualquer momento buscar novas
40
oportunidades no mercado de trabalho, levando consigo o seu Know how ,ou ainda
corre o risco de ter colaboradores estagnados, acomodadas, conformados com as
atividades que exercem há muito tempo, sem perspectiva de ascensão, e que não
ampliam sua visão ou se preocupam com o desenvolvimento da empresa,
dificultando até mesmo os processos de sucessão ou movimentação interna, sim
porque profissionais chave da organização vão envelhecer, se aposentar, vao sair
,enfim em dado momento precisarão ser sucedidos e infelizmente na maioria das
empresas de pequeno porte não há um profissional preparado, pois esses mesmos
funcionários estagnados que não demonstram interesse pelas novidades, que não
estudam assuntos distintos e que consequentemente não tem bagagem para
exercer novas habilidades terão que substituir iniciando assim um conflito, pois O
aproveitamento interno irá perpetuar a cultura e consequentemente o clima
desfavorável.
3.4 Qualidade de vida no trabalho
Segundo Kissil (1998 p 231), “Para que a organização possa sobreviver e se
desenvolver, para que existam revitalização e inovação, deve-se mudar a cultura
organizacional. A revitalização e a inovação são fatores importantes para as
empresas, e de certo modo só se consegue isso mudando a cultura da organização.”
Ao longo desta pesquisa já falamos que cada geração se diferencia da outra
pela faixa etária e principalmente pelas prioridades que cada uma apresenta, mais
pelo menos num requisito elas coincidem ou seja tanto a geração X que tem maior
representatividade nas organizações quanto a geração Y que estão entrando e ate
mesmo a geração Z que não estão totalmente inseridos no mercado de trabalho
priorizam qualidade de vida e buscam conciliar os seus objetivos pessoais com os
objetivos propostos pelas organizações ou seja entre todas as transformações que
estão acontecendo no âmbito econômico, social, e ambiental de forma tão acelerada
podemos citar pelo menos um paradigma quebrado, onde não é mais a empresa que
escolhe o funcionário, os funcionários também escolhem as empresas onde querem
atuar, logo as organizações para não sucumbirem ou se tornarem obsoletas.
Precisam constantemente se preocupar com a cultura que esta sendo propagada,
com o ambiente que esta sendo percebido e com a qualidade de vida no trabalho do
41
seu efetivo, estes recursos assumiram destaque como principais ferramentas para
atração, retenção e engajamento
Acreditamos que, a Chave para a pequena empresa tornar se atrativa aos
olhos das novas gerações está na transformação do clima e da cultura
organizacional promovendo condições favoráveis onde funcionários sintam-se
respeitados e reconhecidos por aquilo que fazem, onde as equipes desenvolvam
suas atividades com satisfação impactando em resultados convicentes,ou seja
equipes satisfeitas, comprometidas com a organização, imbuídas com o papel social
da organização sentido de satisfação dos clientes corresponde à busca de
estratégias competitivas para consolidar a empresa no mercado e cumprir o seu
papel social. para que isso aconteça se faz necessário que haja uma grande
mudança de mentalidade dessas empresas para que coloquem as pessoas em
lugar de destaque, pois já sabemos que Funcionários satisfeitos no trabalho e que
se tornam-se parceiros de negócio, fazem muito além do que as suas obrigações e
se preocupam com o andamento da empresa
O que significa que as grandes mudanças que estão acontecendo no mundo
atual e organizacional trazem consequências diretas para as empresas, as
tradicionais abordagens da administração vêm sendo substituídas por outras mais
modernas e a alta administração precisa da participação dos funcionários que lidam
diretamente com informações estratégicas para a empresa, decisões implementadas
através de autoridade, e poder fazem parte de um passado, e essa maneira não
funciona nos dias atuais ou seja para mudar com sucesso é preciso envolver
funcionários em todo o processo de mudança e desenvolver competências
específicas, como o trabalho em equipe, mudança comportamentais e de atitudes, e
principalmente gerenciamento da cultura organizacional.
E de fundamental relevância que apresentemos aqui a diferença entre
crescimento e desenvolvimento organizacional, pois existem os empresários que se
contrapõem as pesquisas e não conseguem perceber a importância dos
empregados para suas firmas, onde ainda sim atingem alguns resultados, estes
podem até crescer, pois dispõem de recursos financeiros para isso, já que o
significado do termo ‘crescimento’ na literatura especializada sugere aumento
quantitativo de tamanho afirmamos porem que em consequência acabam não
alcançando um desenvolvimento, pois o Desenvolvimento Organizacional segundo
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ANDRADE (2011 p.157) “é uma resposta à mudança. È um esforço educacional
muto complexo, destinado a mudar as atitudes, os comportamentos e a estrutura da
organização de tal maneira que esta possa se adaptar melhor a novas conjunturas,
mercados, tecnologias, problemas e desafios que estãp surgindo nas economias
globalizadas … visa a clara percepção do que está ocorrendo nos ambientes interno
e externo da organização, a análise e decisão do que precisa ser mudado e a
intervenção necessária para provocar a mudança, tornando a organização mais
eficaz, Os empreendedores que entendem exatamente a diferença entre
crescimento e desenvolvimento organizacional, passam a entender o que um
colaborador representa para sua organização”
Para exemplificar podemos citar o empresário Marcos Lemonis, de 41 anos
um empreendedor especialista que investe alguns milhões de dólares para se tornar
sócio de negócios em dificuldade e transformá-los em máquinas de fazer dinheiro.
Onde o seu propósito é mostrar como fazer negócios e como não fazer. Nos últimos
10 anos, Marcos ajudou mais de 100 empresas a se reerguerem. Com base no
princípio dos “três P’s” (Pessoas, Processos e Produtos) é possível vê-lo demitindo
funcionários descompromissados, promovendo bons colaboradores que antes eram
desvalorizados, mudando completamente a identidade, ou seja, a cultura de certas
empresas e promovendo o desenvolvimento organizacional.
Esse exemplo nos induz a acreditar que é possível provocar mudanças no
clima e na cultura organizacional, de modo a aperfeiçoar o ambiente de trabalho é
converte-lo num diferencial para tornar os colaboradores comprometidos.
Em tese um clima harmonioso e saudável no local de trabalho além de
diminuir conflitos, melhorar o relacionamento interpessoal, favorece a comunicação e
o desenvolvimento organizacional, e traz benefícios para todos os públicos
envolvidos.
.
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CONCLUSÃO
O ambiente corporativo não para esta sempre em processo de modificação os
organismos vivos denominados empresas ou organizações estão sempre em
processo de mudança ou buscando desenvolvimento e em meio ao ambiente tão
competitivo, se faz necessário adaptações, criações de novos produtos ou serviços,
ou seja, ha uma busca constante por inovação para que empresas não venham a
sucumbir ou ser engolida por seu concorrente. Nesse sentido Os grandes
responsáveis pelo desenvolvimento organizacional são as pessoas que ali estão,
cada um com o seu conjunto de conhecimento, habilidades e atitudes, cooperam
para que a organização obtenha a chamada vantagem competitiva, pois muito mais
valioso do que o capital financeiro da organização é o capital intelectual as pessoas
que emprestam o seu intelecto, dão ideias, e colaboram, para o seu
desenvolvimento.
Algumas organizações já se conscientizaram das transformações que estão
ocorrendo e com total resiliência vem se adaptando as mudanças, outras por sua
vez ainda não entenderam, em sua grande maioria as de pequeno porte,
conhecidas pelo destaque na economia brasileira, e que precisam superar muitos
desafios para o desenvolvimento, no mercado, essa fata de consciência se deve
muita das vezes aos traços de suas culturas, centralizadoras e autoritaristas fator
inclusive que pode estar desencadeando a falta de atração de talentos, pois
Pesquisas apontam que pequenas e médias empresas estão no fim da lista de
preferência dos jovens.
Estamos vivendo a era do conhecimento e informação época em que mudanças
ocorrem de forma acelerada, o capital humano, também parecem já ter percebido o
seu real valor para as organizações, a medida que se tornaram mais exigentes , A
relação que outrora era de dependência e subordinação entre o trabalhador e a
entidade patronal.
hoje ainda existem, porém com menos peso, do que ocorria por exemplo na
revolução industrial. O que existe hoje é um contrato implícito de troca, onde a
organizações fornece não somente recursos para o seu trabalho como também
reconhecimento profissional, promoção de ambientes favoráveis para sua
permanecia e qualidade de vida, em troca de um colaborador engajado, participativo
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e empreendedor, pois de outra forma acabam não retendo os talentos e perdem o
capital humano para o mercado.
A teoria das relações humanas nos fez perceber o quanto um clima
organizacional favorável é essencial para que haja produtividade e cooperação da
mão de obra, de colaboradores, esse clima por sua vez tem relação direta com a
cultura da organização, portanto chegamos a conclusão que cultura e clima
organizacional são fatores essenciais para tornar a força de trabalho de uma
empresa interessada em melhorar sua eficácia.
Cientes dessas informações cabe aos empresários que almejam o desenvolvimento
de suas organizações, investirem em mudanças na cultura e consequentemente no
clima organizacional, a fim de se manterem no mercado com o seu efetivo engajado,
pois de outra forma acabam por perder sua força de trabalho para a concorrência e
consequentemente perdendo a possibilidade da vantagem competitiva.
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