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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA SITUAÇÃO DA DESIGUALDADE SOCIAL NO BRASIL COM A IMPLANTAÇÃO DOS PROGRAMAS BOLSA FAMÍLIA E MINHA CASA MINHA VIDA. Por: Norma Suely Kind Orientador Prof. Antônio Ney Belo Horizonte 2012 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

SITUAÇÃO DA DESIGUALDADE SOCIAL NO BRASIL

COM A IMPLANTAÇÃO DOS PROGRAMAS BOLSA

FAMÍLIA E MINHA CASA MINHA VIDA.

Por: Norma Suely Kind

Orientador

Prof. Antônio Ney

Belo Horizonte

2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

SITUAÇÃO DA DESIGUALDADE SOCIAL NO BRASIL

COM A IMPLANTAÇÃO DOS PROGRAMAS BOLSA

FAMÍLIA E MINHA CASA MINHA VIDA.

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Gestão Publica

Por: Norma Suely Kind

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AGRADECIMENTOS

....aos pais, amigos e parentes.

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RESUMO

O problema da desigualdade na distribuição da renda é um

componente histórico que sempre existiu no Brasil. Sempre haverá um déficit

de elementos necessários à sobrevivência da população, como moradia digna,

sistema de saúde básico, educação de qualidade, alimentação e emprego.

O que vemos que os mais pobres são privados, isto se deve a

distribuição de renda, a violência, ocasionada pela desigualdade social.

Vamos focalizar a desigualdade de distribuição de renda do Brasil a

partir da década de 90, objetivando mostrar como o Governo tenta minimizar

este problema através dos programas Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida.

A queda da desigualdade na distribuição pessoal de renda dos

brasileiros será evidenciada através dos seguintes índices: Índice Gini, Índice

de Qualidade de Desenvolvimento - IQD e do Índice de Desenvolvimento

Humano – IDH.

O reflexo destes programas sociais será analisado no capitulo III, onde

evidenciaremos os resultados nos últimos 10 anos do desenvolvimento

brasileiro nas áreas de educação, saúde e mercado de trabalho.

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METODOLOGIA

A presente monografia se baseia em pesquisa bibliográfica em fontes

como: livros, artigos, revistas, jornais, internet. Os dados foram obtidos em

sítios eletrônico das seguintes instituições: Ministério das Cidades, Ministério

do Desenvolvimento Social, Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão,

Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome, Ministério da

Educação, Ministério da Saúde, Caixa Econômica Federal, IPEA, IBGE, FGV.

As principais fontes que atuaram nesta monografia foram tiradas do

meio virtual. Se destacando os seguintes órgãos: IBGE - Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística e IPEA. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, que

disponibilizaram estatisticamente os índices necessários para comprovação da

situação social e econômica do Brasil.

O Ministério das Cidades, Ministério do Desenvolvimento Social e

Combate a Fome junto com a Caixa Econômica Federal são os responsáveis

pela elaboração e financiamento, respectivamente, dos programas sociais

citados nesta monografia, desta forma foram utilizados os respectivos

Websites.

Entretanto, outras fontes secundárias foram utilizadas para a

elaboração e conclusão deste projeto.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 07 CAPITULO I – Situação da desigualdade social do Brasil 08 CAPITULO II – Implantação dos programas de reduçaõ a pobreza 15 2.1 – Bolsa Família 15 2.2 – Minha Casa Minha Vida 23 CAPITULO III – Reflexo dos programas Sociais no Desenvolvimento do Brasil 29 CONCLUSÃO 43 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44 ANEXOS 47 ÍNDICE 65

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INTRODUÇÃO

Devido à distribuição de renda, existe hoje uma desigualdade

socioeconômica, cujo problema o Governo está buscando sanar através de

Programas de Combate a Pobreza.

Esta desigualdade será evidenciada através do Índice Gini, IQD –

Índice de Qualidade e Desenvolvimento e do Índice de Desenvolvimento

Humano – IDH, onde se destaca a evolução da nossa economia e o

desenvolvimento humano e sua qualidade de vida.

No Brasil, os programas de renda mínima passaram a ser

implementados pelo governo federal nos anos 90, com o surgimento de uma

série de Programas de Transferência de renda Condicionada.

Destacaremos a seguir dois programas: Bolsa Família e Minha Casa

Minha Vida para melhor exemplificar como os órgãos federais estão

combatendo a desigualdade social e através destes programas a melhoria na a

distribuição de renda.

Os programas de combate à pobreza tiveram início através do

presidente Fernando Henrique Cardoso, alguns iniciados no mandato de Luiz

Inácio Lula da Silva e hoje alguns foram reformulados e mantidos no Governo

da presidenta Dilma.

Nosso objetivo no presente trabalho é analisar a desigualdade social a

partir da década de 90, dando ênfase aos Programas Governamentais de

combate à pobreza, e através de índices estatísticos mostraremos como estes

programas estão influindo na vida econômica e na qualidade de vida dos

brasileiros.

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CAPITULO I

SITUAÇÃO DA DESIGUALDADE SOCIAL NO BRASIL

O Brasil ocupa uma posição extremamente desfavorável no conjunto

dos países quanto à distribuição de renda. Apesar de se situar entre os países

de renda per capita média, todos os indicadores apontam para uma enorme

desigualdade de sua distribuição. Pode-se dizer que o Brasil não é um país

pobre, mas um país de muitos pobres. Assim, a desigualdade pode ser

considerada o principal problema do país, e deve ser objeto da atenção

especial das políticas públicas.

O número de pobres e indigentes de um país tem dois determinantes

gerais: o primeiro refere-se ao nível médio da riqueza de um determinado país,

que é mesurado pelo PIB, dividido pela população que fornece o PIB per capita

(LOPES E VASCONCELOS, 2000). O Segundo determinante é a distribuição

de renda que pode ser feita pela Curva de Lorenz ou pelo Índice de Gini, que é

o que adotaremos neste trabalho.

A forma que a riqueza é produzida no país e sua distribuição entre os

habitantes é determinada pela distribuição de renda, onde foram criados

diversos índices estatísticos para defini - lá como: Coeficiente de Gini, Índice de

Desenvolvimento Humano – IDH, Índice de Qualidade do Desenvolvimento -

IQD, etc.

O Índice de Desenvolvimento Humano - IDH foi desenvolvido

em1990 pelos economistas Amartya Sen e Mahbub ul Haq, e vem sendo usado

desde 1993 pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento no seu

relatório anual – IDH.

IDH - Índice de Desenvolvimento Humano serve de comparação entre

os países, com objetivo de medir o grau de desenvolvimento econômico e a

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qualidade de vida oferecida à população. O relatório anual de IDH é elaborado

pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), órgão da

ONU.

Este índice é calculado com base em dados econômicos e sociais. O

IDH vai de 0 (nenhum desenvolvimento humano) a 1 (desenvolvimento humano

total). Quanto mais próximo de 1, mais desenvolvido é o país. Este índice

também é usado para apurar o desenvolvimento de cidades, estados e regiões.

No cálculo do IDH são computados os seguintes fatores: educação

(anos médios de estudos), longevidade (expectativa de vida da população) e

Produto Interno Bruto per capita.

O PIB (Produto Interno Bruto) é a soma de todos os serviços e bens

produzidos num período (mês, semestre, ano) numa determinada região (país,

estado, cidade, continente). O PIB é expresso em valores monetários (no caso

do Brasil em Reais). Ele é um importante indicador da atividade econômica de

uma região, representando o crescimento econômico. Vale dizer que no cálculo

do PIB não são considerados os insumos de produção (matérias-primas, mão

de obra, impostos e energia). O PIB per capita (por pessoa), também

conhecido como renda per capita, é obtido ao pegarmos o PIB de uma região,

dividindo-o pelo número de habitantes desta região.

De acordo com os dados referentes ao PNUD de 2011, o IDH do Brasil

é 0,718, ocupando 0 84º lugar no ranking. O IDH do Brasil é considerado de

alto desenvolvimento humano, pois o país vem apresentando bons resultados

econômicos e sociais, mas ainda apresenta deficiências no sistema

educacional. A expectativa de vida em nosso país vem aumentando, com isto

esta ocorrendo à melhoria do índice IDH nos últimos anos.

O Índice de Qualidade do Desenvolvimento IQD é uma pesquisa

mensal realizada pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) que

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capta se o desenvolvimento vivido pelo país contempla os requisitos de

crescimento econômico com distribuição dos frutos do progresso e também

aponta se esse movimento tende a sustentar-se no tempo. As fontes utilizadas

são IBGE (PIM e PME), Banco Central (balanço de pagamentos), FGV e IPEA

(expectativas), IPEA (termos de troca) e INPE (meio ambiente).

O IQD - Índice de Qualidade do Desenvolvimento agrega dados de três

subíndices:

• Índice de Qualidade do Crescimento - variáveis são produção

setorial, massa salarial, confiança dos empresários e meio

ambiente;

• Índice de Qualidade da Inserção Externa - composição das

exportações, investimento estrangeiro, termos de troca, renda

líquida enviada ao exterior e reservas internacionais;

• Índice de Qualidade do Bem-Estar - taxa de pobreza, mobilidade

social, desigualdade de renda, desemprego e ocupação formal.

O IQD - Índice de Qualidade do Desenvolvimento possui as seguintes

escalas:

• Ótima de 400 a 500 pontos. Há significativo crescimento com

distribuição de renda e melhor inserção externa

• Boa de 300 a 400 pontos. Menor crescimento, alguma distribuição

de renda e pouca melhoria na inserção externa.

• Instável de 200 a 300 pontos. Crescimento, distribuição de renda

e inserção externa não evoluem na mesma direção.

• Ruim de 100 a 200 pontos. Baixo ou nenhum crescimento, não há

distribuição de renda e inserção externa piora.

• Péssimo de 0 a 100 pontos. Há retrocesso econômico e social e

declínio do desenvolvimento

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O IQD - Índice de Qualidade do Desenvolvimento de janeiro de 2012

registrou aumento, marcando 275,04 pontos. Contudo, continuou na área de

instabilidade do desenvolvimento.

O Índice Gini foi desenvolvido pelo matemático italiano Corrado Gini, é

um parâmetro internacional usado para medir a desigualdade de distribuição de

renda entre os países.

O coeficiente de Gini é calculado pela razão das áreas no diagrama da

curva de Lorenz. Se a área entre a linha de perfeita igualdade e a curva de

Lorenz é a, e a área abaixo da curva de Lorenz é b, então o coeficiente de Gini

é a/(a+b). Esta razão se expressa como percentagem ou como equivalente

numérico dessa percentagem, que é sempre um número entre 0 e 1.

O gráfico abaixo representa a fórmula utilizada para se obter o

coeficiente de Gini, cuja linha horizontal representa a porcentagem total de

pessoas e a linha vertical, a porcentagem total da renda da região a ser

calculada. A linha diagonal representa uma igualdade perfeita entre pessoas e

renda, vem representada pela linha curva. Logo, segundo o gráfico a fórmula

de Gini é: a / (a+b).

Grafico 1- Coeficiente Gini

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A desigualdade, medida pelo Índice Gini, aponta que a taxa do Brasil,

de 0,5957, em 2001, caiu gradativamente até chegar a 0,5190 em janeiro de

2012, diminuindo no ano passado a uma taxa quase duas vezes mais

acelerada que nos primeiros anos da década passada. Ou seja, o Brasil se

encontra no menor nível da nossa história em termos de desigualdades sociais.

Pela projeção da FGV a Classe AB terá o maior crescimento no Brasil.

Isto se deve ao ingresso de 48 milhões de pessoas na classe C, entre 2003 e

2011, outros 13 milhões de brasileiros farão parte da classe média brasileira

até 2014. Enquanto a classe AB, que ganhou 9,2 milhões de pessoas entre

2003 e 2011, deverão ter um aumento de mais 7,7 milhões de brasileiros entre

2012 e 2014.

Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de

2009 confirmam a trajetória de redução da pobreza no Brasil e indicam a

consolidação do crescimento sustentável e inclusivo.

Mostra avanços em diversos indicadores, como:

- Aumento do percentual de empregados com carteira assinada,

de 58,8% em 2008 para 59,6% em 2009.

- Rendimento mensal real de trabalho aumento de 2,2% entre

2008 e 2009, e a concentração desses rendimentos, medida

pelo Índice de Gini, continuou se reduzindo, de 0,521 para

0,518.

- Trabalho infantil prosseguiu em queda (em 2009, 4,3 milhões

de pessoas de 5 a 17 anos trabalhavam, contra 4,5 milhões em

2008 e 5,3 milhões em 2004).

- Escolaridade dos trabalhadores. Em 2009, 43,1% da população

ocupada tinham pelo menos o ensino médio completo, contra

41,2% em 2008 e 33,6% em 2004, e os trabalhadores com

nível superior completo representavam 11,1% do total, frente a

10,3% em 2008 e 8,1% em 2004.

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A PNAD 2009 investigou 399.387 pessoas em 153.837 domicílios por

todo o país a respeito de temas como população, migração, educação,

trabalho, família, domicílios e rendimento, tendo setembro como mês de

referência.

Quanto às condições de vida da população, a pesquisa mostra que

vem aumentando o acesso a serviços como abastecimento de água por rede

geral (de 42,4 milhões em 2004 para 49,5 milhões em 2009), coleta de lixo (de

43,7 milhões em 2004 para 51,9 milhões em 2009), iluminação elétrica (de 50,0

milhões em 2004 para 57,9 milhões em 2009) e rede coletora ou fossa séptica

ligada à rede coletora de esgoto (de 29,1 milhões em 2004 para 34,6 milhões

em 2009). O acesso a bens duráveis, como máquina de lavar, TV e geladeira,

também vem crescendo, bem como o percentual de residências que têm

computador (34,7% em 2009), Internet (27,4%) e telefone celular (78,5%).

No capitulo III mostraremos como foi à evolução destes índices nos

últimos 10 anos com a implantação dos programas de combate a fome e a

desigualdade social.

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CAPITULO II

IMPLANTAÇÃO DOS PROGRAMAS DE

REDUÇÃO A POBREZA

2.1 – BOLSA FAMÍLIA

A partir da década de 1990, no Governo do Fernando Henrique

Cardoso, teve o surgimento de uma série de Programas de Transferência de

Renda Condicionada, que foi colocado em pratica à transferência de renda a

classe menos favorecida, através de alguns benefícios como: auxilio gás, bolsa

escola, bolsa alimentação, onde existia o respectivo valor para cada beneficio.

No Governo do Luis Inácio Lula da Silva, foi desenvolvido, estruturado

e unificados todos os benefícios, em apenas um chamado de Bolsa Família. O

Programa Bolsa Família (PBF) foi criado em 20 de outubro de 2003 pela

Medida Provisória Nº 132, convertida na Lei nº 10.836 de 09 de janeiro de

2004.

O Programa Bolsa Família foi criado para apoiar as famílias mais

pobres e garantir o direito à alimentação, a segurança alimentar e nutricional;

combater a pobreza e outras formas de privação das famílias; promover o

acesso à rede de serviços públicos, em especial, saúde, educação, segurança

alimentar e assistência social; e criar possibilidades de emancipação

sustentada dos grupos familiares e desenvolvimento local dos territórios. Para

isso, o Governo Federal transfere renda direto para as famílias, sendo o saque

feito mensalmente, além de promover o acesso à saúde e à educação.

Para se ter este benefício às famílias tem que atender algumas

exigências: permanência das crianças na escola, cartão de vacinação

regularizado, fazer avaliações de saúde regulares, para verificação do peso e

medida da altura, entre outros testes, renovação do cadastro da família no

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programa sempre que for solicitado. Caso não cumpra estas exigências a

família pode perder este beneficio. Se houver bloqueio por repasse de erro de

informações, isto pode ser revertido.

Nos quadros abaixo os objetivos e as condicionalidades das famílias

beneficiárias do Programa Bolsa Família.

OBJETIVOS DAS CONDICIONALIDADES NO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA

Para as famílias beneficiárias, as condicionalidades são responsabilidades relacionadas ao

cumprimento de ações nas áreas de Saúde, Educação e Assistência Social para melhorar as

condições de desenvolvimento da família, principalmente das crianças e adolescentes.

Para o Estado (União, estados e municípios), as condicionalidades são um meio para

estimular a ampliação e a adequação da oferta de serviços públicos, monitorar as políticas

públicas locais e identificar as famílias em situação de maior vulnerabilidade e risco social.

Fonte: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome

COMPROMISSOS/CONDICIONALIDADES DAS FAMÍLIAS NAS ÁREAS DE SAÚDE, EDUCAÇÃO E ASSISTÊNCIA SOCIAL

ÁREA COMPROMISSOS / CONDICIONALIDADES PÚBLICO

SÁUDE

Acompanhamento do calendário vacinal, do crescimento e do desenvolvimento das crianças

Crianças menores de sete anos

Pré-natal para gestantes e acompanhamento de nutrizes Gestantes e nutrizes

EDUCAÇÃO

Matrícula e frequência escolar mensal mínima de 85%

Todas as crianças e adolescentes entre 6 e 15 anos

Matrícula e frequência escolar mensal mínima de 75%

Adolescentes de 16 e 17 anos, que sejam beneficiados pelo BVJ

ASSISTÊNCIA SOCIAL

Frequência de 85 % no Serviço de

Convivência e Fortalecimento de

Vínculos do PETI (Programa de

Erradicação ao Trabalho Infantil)

Crianças e adolescentes até 15 anos, beneficiários do PETI/ PBF

Fonte: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome

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A família que tiver dificuldade de atender as exigências para se manter

como beneficiário Programa Bolsa Família, deverá buscar apoio nas seguintes

entidades: Centro de Referência de Assistência Social (Cras), o Centro de

Referência Especializada de Assistência Social (Creas) caso não tenha em seu

município buscar ajuda no órgão de assistência social. Tudo acerca de como

manter o seu beneficio pode ser visto no Sistema de Condicionalidades do

Programa Bolsa Família (SICON).

A população alvo do programa é constituída por famílias em situação

de pobreza ou extrema pobreza. As famílias extremamente pobres são aquelas

que têm renda per capita de até R$ 70,00 por mês. As famílias pobres são

aquelas que têm a renda per capita entre R$ 70,01 a R$ 140,00 por mês, e que

tenham em sua composição gestantes, nutrizes, crianças ou adolescentes

entre 0 e 17 anos.

Para adquirir este beneficio é necessários fazer um cadastro da família

no Cadastro Único para Programas Sociais na Prefeitura da sua cidade.

Ocorrerá então análise da renda mensal per capita (soma dos salários da

família dividida por número de pessoas). A renda por pessoa é limitada a R$

140,00. Também é levado em consideração o número de crianças e

adolescentes de até 17 anos de idade. Se a ficha for aprovada, as famílias

beneficiadas recebem uma quantia mensal em dinheiro que pode variar

conforme as informações do cadastro. O principal critério para a seleção é a

renda familiar por pessoa.

O Cadastro Único para Programas Sociais é um instrumento de coleta

de dados que tem como objetivo identificar todas as famílias de baixa renda

existentes no País. Com base nas informações inseridas no Cadastro Único, o

Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), seleciona, de

forma automatizada, as famílias que serão incluídas no Programa. O

cadastramento não implica a entrada imediata das famílias no Programa e o

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recebimento do benefício. Este cadastro possibilita conhecer a realidade

socioeconômica dessas famílias, trazendo informações de todo o núcleo

familiar, das características do domicílio, das formas de acesso a serviços

públicos essenciais e também dados de cada um dos componentes da família.

Atualmente conta com mais de 19 milhões de famílias inscritas.

O Cadastro Único, regulamentado pelo Decreto nº 6.135/07 e pelas

Portarias nº 177, de 16 de junho de 2011, e nº 274, de 10 de outubro de 2011,

e Instruções Normativas nº 1 e nº 2, de 26 de agosto de 2011, e as Instruções

Normativas nº 3 e nº 4, de 14 de outubro de 2011, e coordenado pelo Ministério

do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), deve ser

obrigatoriamente utilizado para seleção de beneficiários e integração de

programas sociais do Governo Federal, como o Bolsa Família, Mina Casa

Minha Vida. Suas informações podem ser utilizadas pelos governos estaduais

e municipais para obter o diagnóstico socioeconômico das famílias

cadastradas, possibilitando a análise das suas principais necessidades.

Quanto as Famílias com renda superior a meio salário mínimo também

podem ser inscritas, desde que sua inserção esteja vinculada à inclusão e/ou

permanência em programas sociais implementados pelo poder público nas três

esferas do Governo.

O benefício é pago com o uso do Cartão do Cidadão do Cartão do

Bolsa Família ou através de uma conta aberta na CEF, que são enviados pelo

correio. Estes cartões funcionam da mesma maneira de um cartão de débito

bancário normal e são emitidos pela Caixa Econômica Federal. Esse sistema

tem como objetivos evitar a corrupção das normas de distribuição dos recursos

e desvinculá-los figuras e partidos do cenário político. Os nomes e dados de

cada um dos beneficiários do Bolsa Família estão disponíveis no Portal da

Transparência.

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Ressaltamos que para o pagamento do beneficio do Programa Bolsa

Família, existe um calendário a ser obedecido, onde consta o mês do benefício

e o dia em que será efetuado o pagamento, baseado no numero do termino do

cartão de cada beneficiário. Este calendário é divulgado anualmente.

Os valores dos benefícios pagos pelo Programa Bolsa Família variam

de R$ 32,00 a R$ 306,00 de acordo com a renda mensal da família por pessoa,

com o número de crianças e adolescentes de até 17 anos e número de

gestantes e nutrizes componentes da família.

O Programa tem quatro tipos de benefícios: o básico, o variável, o

variável vinculado ao adolescente e o variável de caráter extraordinário.

O Benefício Básico, de R$ 70,00 é pago às famílias consideradas

extremamente pobres, com renda mensal de até R$ 70,00 por pessoa, mesmo

que elas não tenham crianças, adolescentes ou jovens.

O Benefício Variável, de R$ 32,00 é pago às famílias pobres, com

renda mensal de até R$ 140,00 por pessoa, desde que tenham crianças e

adolescentes de até 15 anos, gestantes e/ou nutrizes. Cada família pode

receber até cinco benefícios variáveis, ou seja, até R$ 160,00.

O Benefício Variável Vinculado ao Adolescente (BVJ), de R$ 38,00 é

pago a todas as famílias do Programa que tenham adolescentes de 16 e 17

anos frequentando a escola. Cada família pode receber até dois benefícios

variáveis vinculados ao adolescente, ou seja, até R$ 76,00.

O Benefício Variável de Caráter Extraordinário (BVCE) é pago às

famílias nos casos em que a migração dos Programas Auxílio-Gás, Bolsa

Escola, Bolsa Alimentação e Cartão Alimentação para o Bolsa Família cause

perdas financeiras. O valor do benefício varia de caso a caso.

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Entenda como é calculado o valor do benefício do Bolsa Família:

Famílias com renda familiar mensal de até R$ 70 por pessoa

Número de gestantes, nutrizes, crianças e adolescentes de até

15 anos.

Número de jovens de 16 e 17 anos Tipo de benefício Valor do benefício

0 0 Básico R$ 70,00 1 0 Básico + 1 variável R$ 102,00 2 0 Básico + 2 variáveis R$ 134,00 3 0 Básico + 3 variáveis R$ 166,00 4 0 Básico + 4 variáveis R$ 198,00 5 0 Básico + 5 variáveis R$ 230,00 0 1 Básico + 1 BVJ R$ 108,00 1 1 Básico + 1 variável + 1 BVJ R$ 140,00 2 1 Básico + 2 variáveis + 1 BVJ R$ 172,00 3 1 Básico + 3 variáveis + 1 BVJ R$ 204,00 4 1 Básico + 4 variáveis + 1 BVJ R$ 236,00 5 1 Básico + 5 variáveis + 1 BVJ R$ 268,00 0 2 Básico + 2 BVJ R$ 146,00 1 2 Básico + 1 variável + 2 BVJ R$ 178,00 2 2 Básico + 2 variáveis + 2 BVJ R$ 210,00 g 2 Básico + 3 variáveis + 2 BVJ R$ 242,00 4 2 Básico + 4 variáveis + 2 BVJ R$ 274,00 5 2 Básico + 5 variáveis + 2 BVJ R$ 306,00

Famílias com renda familiar mensal de R$ 70 a R$ 140 por pessoa

Número de gestantes, nutrizes, crianças e adolescentes de até

15 anos

Número de jovens de 16 e 17 anos Tipo de benefício Valor do benefício

0 0 Não recebe benefício básico - 1 0 1 variável R$ 32,00 2 0 2 variáveis R$ 64,00 3 0 3 variáveis R$ 96,00 4 0 4 variáveis R$ 128,00 5 0 5 variáveis R$ 160,00 0 1 1 BVJ R$ 38,00 1 1 1 variável + 1 BVJ R$ 70,00 2 1 2 variáveis + 1 BVJ R$ 102,00 3 1 3 variáveis + 1 BVJ R$ 134,00 4 1 4 variáveis + 1 BVJ R$ 166,00 5 1 5 variáveis + 1 BVJ R$ 198,00 0 2 2 BVJ R$ 76,00 1 2 1 variável + 2 BVJ R$ 108,00 2 2 2 variáveis + 2 BVJ R$ 140,00 3 2 3 variáveis + 2 BVJ R$ 172,00 4 2 4 variáveis + 2 BVJ R$ 204,00 5 2 5 variáveis + 2 BVJ R$ 236,00

Fonte: www.mds.gov.br

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O Programa Bolsa Família foi unificado, portanto as famílias integradas

ao programa deixam de receber os benefícios do Bolsa Escola, Bolsa

Alimentação, Cartão Alimentação e Auxílio-Gás e passam a receber

exclusivamente o benefício Bolsa Família.

A gestão do Programa do Bolsa família é descentralizada e

compartilhada por União, Estados, Distrito Federal e Municípios. A lista de

beneficiários é pública e pode ser acessada por qualquer cidadão.

Para a verificação do desempenho da gestão publica do Programa

Bolsa Família e da atualização do CadUnico, o MDS criou através da Portaria

GM/MDS nº 148, de 27 de abril de 2006, o Índice de Gestão Descentralizada

(IGD), que mostra se o estado ou município estão seguindo as metas do

programa, e os dados são utilizados pelo MDS para injetar mais recursos.

O MDS publicou o Plano de Acompanhamento da Qualidade da Gestão

Municipal. Que é na realidade um manual de acompanhamento da gestão do

Programa Bolsa Família e do Cadastro Único, que auxiliam os estados e

municípios.

O Programa Bolsa Família tem contribuindo para a ampliação das

rendas das famílias carentes, para o aumento das crianças na escola, com isto

diminuindo o trabalho infantil, o analfabetismo e a marginalização.

Como já enfatizamos, o Programa Bolsa Família é um programa de

transferência de renda com condicionantes, para avaliar o impacto do

programa o MDS contratou o Instituto Internacional de Pesquisa sobre Políticas

Alimentares (IFPRI) e a Empresa Datamétrica, tendo a parceira do Programa

das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD)., gerando assim um

relatório. No total, a pesquisa entrevistou 15.426 famílias, em 269 municípios

de 23 estados da federação e do Distrito Federal. Conforme este relatório

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houve uma considerável melhoria nos setores de saúde, educação e no

mercado de trabalho. Exemplificados abaixo:

Educação - o relatório mostrou que a frequência escolar de crianças na

faixa etária de 6 a 17 anos, beneficiadas pelo programa Bolsa Família, foi de

19,9 pontos percentuais em relação às famílias não beneficiarias, ou seja 6%

percentuais maior. Consequentemente, houve uma diminuição do

analfabetismo no Brasil, além da diminuição da fome destas crianças, através

da alimentação escolar. Sendo o maior crescimento no Nordeste. Vale ressaltar

que o controle do comprimento desta condicionalidade é de responsabilidade

da área de Educação nos ambitos federais, estaduais e municipais, sendo o

controle da frequência escolar viabilizado pelo Sistema de Acompanhamento

da Frequência Escolar do Programa Bolsa Família (Sistema Presença – PBF),

desenvolvido pelo Ministério da Educação.

Saúde – Houve um crescimento no numero de crianças vacinadas, e

na realização de pré-natais, e através do SISVAN - Sistema de Vigilância

Alimentar e Nutricional há um acompanhamento alimentar e nutricional das

crianças. O órgão responsável pelo acompanhamento da condicionante relativa

à saúde é a Coordenação-Geral de Alimentação e Nutrição do Ministério da

Saúde (CGPAN/DAB/SAS/MS).

Empoderamento feminino – As mulheres passaram a ter voz mais ativa

nas decisões domiciliares, e a ter controle sobre a sua vida reprodutiva.

Trabalho Infantil – Houve diminuição, em vez de ficar em casa

trabalhando as crianças entre 5 a 17 anos, passaram a frequentar a escola e a

participar de atividades complementares na escola.

Mercado de Trabalho – Não ocorreram diferenças expressivas entre

beneficiários e não beneficiários, quanto à participação no mercado de

trabalho.

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2.2 - MINHA CASA MINHA VIDA

O Programa Minha Casa, Minha Vida (PMCMV) foi criado pela Medida

Provisória nº 459, de 25 de março de 2009, regulamentado pelo Decreto nº

6.819, de 13 de abril de 2009 e transformado na Lei nº 11.977, de 7 de julho de

2009, com alterações posteriores. O PMCMV está inserido no Plano de

Aceleração do Crescimento (PAC).

Legislação Geral do Programa Minha Casa, Minha Vida – PMCMV é

constituída dos seguintes recursos e programas:

- Programa Nacional de Habitação Urbana - PNHU

Tem por objetivo promover a produção ou aquisição de novas

unidades habitacionais, ou a requalificação de imóveis

urbanos, para famílias com renda mensal de até R$ 5.000,00.

- Financiamento com recursos do Fundo de Garantia do Tempo

de Serviço - FGTS

Atendimento a famílias com renda mensal de até R$ 5.000,00.

- Fundo de Arrendamento Residencial - FAR

Atendimento a famílias com renda mensal de até R$ 1.600,00

na área de atuação do FAR.

- Fundo de Desenvolvimento Social - FDS

Atendimento a famílias com renda mensal de até R$ 1.600,00,

organizadas em cooperativas habitacionais ou mistas,

associações demais entidades privadas sem fins lucrativos,

visando à produção, aquisição e requalificação de imóveis

urbanos.

- Oferta pública de recursos

Atendimento a famílias com renda mensal de até R$ 1.600,00

em Municípios com população de até 50.000 (cinquenta mil)

habitantes

- Programa Nacional de Habitação Rural - PNHR

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Tem por objetivo subsidiar a produção ou reforma de imóveis

aos agricultores familiares e trabalhadores rurais cuja renda

familiar anual bruta não ultrapasse R$ 60.000,00 (sessenta mil

reais).

Criado pelo Governo Federal em parceria com estados, municípios,

empresas e movimentos sociais de todo o país, e tendo como objetivo realizar

o sonho da casa própria para as famílias que possuam renda mensal de até R$

5.000.

Seu objetivo é permitir acesso a um milhão de moradias por famílias

com renda até dez salários mínimos, gerando com isso mais emprego e renda

por meio do aumento do investimento na construção civil, além de fortalecer a

política de distribuição de renda e inclusão social. Para atingir esse objetivo, o

programa estimula a criação de mecanismos de incentivo à produção e à

aquisição de novas unidades habitacionais.

Pela projeção do governo os apartamentos e casas do Minha Casa

Minha Vida podem ser quitados em até 360 Meses (30 anos) podendo financiar

até 100% do valor dependendo do caso

Quem possui renda mensal familiar de até R$ 1.600, não há a

cobrança de taxa de inscrição nem de prestação de entrada. Se fizer o

financiamento de imóveis novos, o comprador só começa a pagar a partir da

entrega das chaves, e poderá quitar o financiamento no prazo máximo de 120

meses (10 anos). Quem se enquadrar nesta faixa de renda terá uma parcela

mínima mensal que deverá custar a partir de R$ 50

Se tiver renda mensal de até R$ 5.000, poderá financiar até 100% do

valor do imóvel, com a possibilidade de pagar no prazo máximo de 30 anos,

além do direito a taxas de juros reduzidas e a escolher se vai pagar entrada ou

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não. Outro beneficio é que a Caixa Econômica Federal pode refinanciar até 36

parcelas, caso o mutuário perca o emprego durante a vigência do contrato.

No caso de famílias com renda até três salários mínimos, a prestação

poderá comprometer no máximo 10% da renda durante dez anos de

financiamento. Para essa faixa de renda, o programa prevê o aporte de 16

bilhões de reais para o financiamento de 400 mil moradias.

A taxa de juros para famílias com renda entre três e cinco salários

mínimos é de 5% ao ano. Já para famílias com renda entre cinco e seis

salários mínimos é de 6% ao ano.

As realizações das obras são através das construtoras contratadas

pela Caixa, de modo que as pessoas inscritas no programa tenham segurança

na hora de fazer a escolha do seu financiamento.

Na primeira etapa do programa, aproximadamente 1 milhão de

residências foram entregues e, na segunda fase, que já teve início, a meta do

governo é atingir pelo menos a entrega de 2 milhões de novas moradias até o

ano de 2014.

A distribuição de um milhão de moradias financiadas pelo programa

ocorre de acordo com a composição do déficit de cada unidade da federação

considerando os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios

(PNAD), da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),

referentes ao ano de 2007 e suas atualizações.

Num estudo realizado pela Fundação Getúlio Vargas (2009), a

construção de um milhão de moradias estima-se investimentos de R$ 39,5

bilhões em dois anos e levaria a economia brasileira a um crescimento do PIB

adicional de 0,7 pontos percentual nesses dois anos. Quanto à geração de

emprego, seriam criados 300 mil empregos no setor de construção civil e

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outros 229 mil empregos nos demais setores de atividade econômica,

totalizando mais de meio milhão de postos de trabalho no primeiro ano de

construção, o equivalente a 0,6% do pessoal ocupado em todo o país.

Para que o Programa Minha Casa Minha Vida construa moradias

adequadas e bem localizadas é primordial a participação ativa dos municípios

mobilizando instrumentos em seus Planos Diretores que favoreçam a

disponibilidade de bons terrenos para o programa, além de proporcionar

infraestrutura, saneamento básico, especialmente para famílias com renda de 0

a 6 salários mínimos.

Os benefícios do Programa Minha Casa, Minha Vida são positivos,

considerando o incremento da construção civil, com a geração de empregos

formais, com o aumento da venda de materiais, com a contratação de mão de

obra especializada, enfim ganhos financeiros e sociais indiscutíveis.

Conforme informado pelo Planalto o Balanço do Programa Minha Casa,

Minha Vida revela a contratação de 1,3 milhão de unidades habitacionais

desde 2009, quando foi lançado. Este número representa 45% da meta total do

programa de construir 3 milhões de casas populares até 2014.

A seleção é feita pelos Estados, Municípios e Distrito Federal, seguindo

as regulamentações do Ministério da Cidade.

O Processo de seleção é feito em 4 etapas.

Na 1º etapa – é a seleção de candidatos do município – inscrição nos

cadastros habitacionais dos municípios, estados ou DF. Na seleção as

prioridades são:

- desabrigados que perderam seu único imóvel, ou residentes

em áreas de riscos ou insalubres.

- com mulheres chefes de família

- que possuam deficiência.

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Reserva de no mínimo 3% das unidades habitacionais para

atendimento aos idosos conforme disposto no inciso I do art. 38 da Lei nº

10.741/2003, e suas alterações - Estatuto do Idoso e às famílias que tenham

pessoas deficientes.

Na 2ª etapa – Inserção no Cadastro Único – O Distrito Federal ou o

município deverá providenciar a inclusão ou atualização dos candidatos

selecionados no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal –

CadÚnico, antes da indicação do candidato às instituições financeiras ou

agentes financeiros.

Na 3ª etapa – Apresentação dos indicados – Relação dos candidatos

selecionas é oficializada na instituição financeira responsável. As instituições

financeiras ou agentes financeiros deverão encaminhar a relação dos

candidatos à Secretaria Nacional de Habitação do Ministério das Cidades, em

no máximo quinze dias após o seu recebimento.

Na 4ª fase – Verificação das informações – As informações dos

candidatos selecionados são verificadas comparando com outros cadastros.

As informações dos candidatos serão verificadas pela CAIXA junto:

a) ao Cadastro Único para Programas Sociais do Governo

Federal – CadÚnico;

b) ao Cadastro de participantes do Fundo de Garantia do Tempo

de Serviço – FGTS;

c) à Relação Anual de Informações Sociais – RAIS;

d) ao Cadastro Nacional de Mutuários – CADMUT;

e) ao Cadastro Informativo de Créditos não Quitados do Setor

Público Federal– CADIN; e

f) ao Sistema Integrado de Administração da Carteira Imobiliária

– SIACI.

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O processo seletivo será finalizado pela validação, por parte da Caixa

Econômica Federal - CAIXA, das informações prestadas pelos candidatos,

junto a outros cadastros de administração de órgãos ou entidades do Governo

Federal.

A CAIXA é responsável por analisar e acompanhar as propostas de

intervenção habitacional sob os aspectos jurídico, cadastral e técnicos de

arquitetura, engenharia e trabalho social.

O programa Minha Casa Minha Vida aqueceu a construção civil,

aumentando a demanda de empregos, e havendo maior aquisição de

materiais, que por consequência aumentou as vendas no comércio,

ocasionando o crescimento econômico.

O programa Minha Casa Minha tem como objetivo principal equacionar

o problema da casa própria para a população de baixa renda.

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CONCLUSÃO

Os programas Bolsa Família e Minha Casa, Minha Vida se

transformaram em um instrumento para a redução da desigualdade social e do

déficit habitacional, educacional, alimentar (vários outros déficit) no Brasil.

O Bolsa Família ampliou as renda das famílias carentes, com isto

tornou-se um instrumento de incentivo para que as crianças pelo menos

concluam o segundo grau, consequentemente para a diminuição do trabalho

infantil e da marginalização.

Não resta a menor duvida que o Bolsa Família, é considerado o maior

auxilio, pois atende as famílias mais pobres mensalmente. No Brasil são

milhões de famílias que recebem este auxilio.

O Programa Minha Casa Minha Vida, proporcionou condições dignas

de moradias para a população carente, além de oportunidades de empregos

formais.

Após a criação e aplicação dos programas de combate à pobreza,

todas as estatísticas socioeconômicas recentes estão indicando que o Brasil,

vem se tornando um país menos desigual e mais desenvolvido.

Com base nos Indicadores de Desenvolvimento do Brasileiro, os

programas sociais criaram condições para a aceleração do desenvolvimento

brasileiro, através da redução da extrema pobreza, da inclusão social, e

acessibilidade da população de baixa renda à educação, à saúde e ao mercado

de trabalho.

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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______. Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios (PNAD) – Síntese dos Indicadores Sociais 2006. Rio de Janeiro: IBGE, 2007. ______. Nota técnica sobre a recente queda da desigualdade de renda no Brasil. Agosto de 2006. Disponível em:<http://www.ipea.gov.br>. Acesso em: 2 mar. 2012. LOPES, Luiz Martins e VASCONCELOS, Marco Antônio Sandoval de (Org.). Manual de Macroeconomia – Nível Básico e Nível Intermediário. São Paulo, Atlas, 2000. LOURENÇO, Luana. Brasil é o 84º do ranking de desenvolvimento humano da ONU. Disponível: < http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2011-11-02/brasil-e-84%C2%BA-do-ranking-de-desenvolvimento-humano-da-onu>. Acesso em: 11 abr. 2012. Programa do governo federal aquém do desejado Revista Grandes Construções. São Paulo: abril, nº 24. p 39 – 40, mar. 2012 VILLELA, Flávia. Apesar de crise econômica mundial, desigualdade e pobreza diminuem no Brasil diz FGTS. Disponível em: <http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2012-03-07/apesar-de-crise-economica-mundial-desigualdade-e-pobreza-diminuem-no-brasil-diz-fgv>. Acesso em: 11 abr. 2012. WEISSHEIMER, Marco Aurélio. Bolsa família: avanços, limites e possibilidades do programa que está transformando a vida de milhões de famílias no Brasil. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2006.160 p.

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ANEXOS

Índice de anexos

Anexo 1 - Internet Anexo 2 - Reportagens

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ANEXO 1

INTERNET

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AGENCIA BRASIL Brasil é o 84º do ranking de desenvolvimento humano da ONU 02/11/2011 - 8h04

Luana Lourenço

Repórter da Agência Brasil

Brasília – O Brasil é o 84° colocado no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) 2011, divulgado hoje (2) pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). A lista tem 187 países e o índice varia de 0 a 1, sendo que quanto mais próximo de 1 o resultado, melhor o desempenho. O IDH 2011 do Brasil é 0,718, colocando o país no grupo de nações com desenvolvimento humano elevado. O índice brasileiro está acima da média global (0,682).

Na comparação com 2010, o Brasil subiu uma posição. A Noruega manteve a liderança no ranking, com IDH de 0,943. Em seguida estão a Austrália (0,929) e os Países Baixos (0,910) no grupo de países com desenvolvimento muito elevado. Nas últimas posições, com os piores índices, estão o Burundi (0,316), Níger (0,295) e a República Democrática do Congo (0,286), todos na África Subsaariana.

O IDH considera três dimensões fundamentais para o desenvolvimento humano: o conhecimento, medido por indicadores de educação; a saúde, medida pela longevidade; e o padrão de vida digno, medido pela renda.

Em 2011, para o Brasil, foram registrados 73,5 anos de expectativa de vida, 13,8 anos esperados de escolaridade (para crianças no início da vida escolar) e 7,2 anos de escolaridade média (considerando adultos com mais de 25 anos). A Renda Nacional Bruta (RNB) per capita dos brasileiros em 2011 considerada no cálculo do Pnud foi US$ 10.162.

Desde a criação do IDH, em 1980, o Brasil registra evolução no índice. Em três décadas, a expectativa de vida do brasileiro aumentou em 11 anos, a média de escolaridade subiu 4,6 anos, mas a expectativa de anos de escolaridade caiu 0,4 ano. No período, a RNB per capita subiu cerca de 40%.

“As dimensões sociais, de educação e saúde foram as que mais causaram impacto no IDH do Brasil e fizeram com que o país ganhasse posições”, avaliou o economista do Relatório de Desenvolvimento Humano brasileiro, Rogério Borges de Oliveira. Entre 2006 e 2011, o Brasil subiu três posições no ranking do IDH, segundo o Pnud.

Apesar dos avanços, o IDH 2011 do Brasil está abaixo da média da América Latina (0,731). O desempenho brasileiro está atrás do Chile (0,805), da Argentina (0,797), do Uruguai (0,783), de Cuba (0,776), do México (0,770), do Panamá (0,768), do Peru (0,725) e do Equador (0,720).

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Em relação aos outros países que compõem o Brics (grupo formado pelo Brasil, a Rússia, China, Índia e a África do Sul), o IDH brasileiro é o segundo melhor, atrás da Rússia. “É interessante colocar esses países em um mesmo grupo de comparação pelo tamanho continental, pelas populações enormes, pela importância política, por serem economias emergentes e por terem políticas similares em alguns pontos”, explicou Oliveira.

Além do índice principal, o Pnud também divulgou o IDH ajustado à desigualdade (IDHAD), que capta perdas no desenvolvimento humano por causa das disparidades socioeconômicas; o Índice de Pobreza Multidimensional (IPM); e o Índice de Desigualdade de Gênero (IDG), que mede a perda de oportunidades das mulheres por causa da discriminação.

Edição: Lana Cristina

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AGENCIA BRASIL

Apesar de crise econômica mundial, desigualdade e pobreza diminuem no Brasil, diz FGV - 07/03/2012 - 15h01

Flávia Villela

Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – Apesar da crise econômica mundial, que vem se acentuando e aumentando as desigualdades em vários países, no Brasil a pobreza caiu 7,9% entre janeiro de 2011 e janeiro de 2012 e as desigualdades continuam a diminuir. A constatação faz parte da pesquisa De Volta ao País do Futuro, que analisou a nova classe média e foi divulgada hoje (7) pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

O coordenador da pesquisa, Marcelo Neri, lembrou que a queda ocorre em ritmo três vezes maior que o sugerido pelas metas do Milênio das Nações Unidas (ONU). “O Brasil está um pouco na contramão de sua história pregressa e da de outros países emergentes e desenvolvidos. Aqui a desigualdade vem caindo nos últimos 11 anos consecutivos e está caindo com mais rapidez do que antes e hoje estamos no nosso menor nível de desigualdade da série histórica que começa em 1960”, destacou.

O estudo mostra que, de janeiro de 2011 a janeiro de 2012, o índice de Gini, que mede a desigualdade numa escala de 0 a 1, caiu 2,1%, passando de 0,53 para 0,51 e que o crescimento da renda familiar per capita média foi 2,7% nos 12 meses estudados.

Neri defendeu que os resultados positivos devem-se às políticas públicas de redução da pobreza e ao fato de os brasileiros terem menos filhos e não deixarem de matriculá-los na na escola. “Educação é o fator mais importante para esse resultado, conforme nossos estudos, e a melhora na educação pode significar uma queda maior ainda.”

Apesar da melhoria, o economista lembrou que o Brasil permanece entre os 12 países mais desiguais do mundo. Embora seja a região mais pobre e desigual do país, a renda do Nordeste é a que cresce mais devido a investimento de novas empresas, políticas públicas e empreendimentos estatais entre outros motivos.

Uma parte da pesquisa se arrisca a fazer um cenário prospectivos e prevê que se a desigualdade continuar nesse ritmo de queda, a proporção da chamada classe C, que hoje representa 55,5% da população, deve chegar a 60,1% em 2014. A classe C, de acordo com a definição utilizada pelo estudo, é composta por famílias com renda familiar entre R$ 1.734 e R$ 7.475.

Baseado nessa metodologia, a pesquisa aponta que entre 2003 e 2011, cerca de 40 milhões de pessoas saíram da classe D para a classe C, que conta hoje com mais de 105,4 milhões de brasileiros. Cerca de 22,5 milhões pertencem à classe AB (com salários maiores que R$ 7.475) e cerca de 63,5 milhões estão na classe D e E (com renda inferior a R$ 1.085). Edição: Lílian Beraldo

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ANEXO 2

REPORTAGENS

Revistas Grandes Construções – Nº 24 – Março 2012.

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Revista veja edição 2259 – 07 de março de 2012

O abismo ficou menor

Nenhuma outra grande economia reduziu a desigualdade de renda como o Brasil nas últimas duas décadas – mérito do bom e velho capitalismo

DIFERENÇA DE RENDA -- Gerente de hotel / Assistente administrativo. Em 2002, o salário do gerente era 3,2 vezes o do assistente. Hoje, é 2,6 vezes.

A disparidade de renda entre indivíduos existe ou existiu em todas as sociedades, sejam as pré-industriais, caso do Império Romano, sejam as economias de mercado ou socialistas modernas. A diferença é a possibilidade de mover-se, pelo próprio esforço, de um espectro social baixo para outro mais alto.

Nisso, o capitalismo é imbatível.

O termo desigualdade social aparece no discurso de esquerda associado à tese da luta de classes, com os pobres no papel de injustiçados e os ricos no de exploradores. Um certo grau de desigualdade, no entanto, é natural e saudável, pois isso dá ao ser humano a perspectiva de uma vida melhor. A esperança conforta e dá impulso e coragem para inovar e correr riscos, as molas do progresso.

A desigualdade em excesso é danosa. Há algo de muito errado quando uma parcela expressiva da população é privada das condições básicas da vida, enquanto uma pequena elite vive na mais nababesca abundância.

Avanço impressionante

O Brasil está se tornando menos desigual graças ao bom e velho capitalismo. No conjunto dos países desenvolvidos e das principais economias emergentes, nenhuma

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outra nação reduziu tanto a diferença entre ricos e pobres nas últimas duas décadas quanto o Brasil.

Há duas maneiras consagradas de medir a desigualdade de renda. O índice de Gini, cuja escala varia de zero, menos desigual, a 1, mais desigual, abrange toda a sociedade e é o mais usado para avaliar as disparidades sociais no Brasil. Entre 1995 e 2008, o coeficiente de Gini caiu de 0,605 para 0,549.

Na comparação dos extremos da população nacional, o avanço também foi impressionante. Em 1995, a renda média dos 10% mais ricos era 83 vezes a dos 10% mais pobres. Essa relação passou para menos de cinquenta vezes em 2008.

Trata-se do melhor desempenho em um ranking de 29 países elaborado a pedido de VEJA pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Como isso ocorreu? Basicamente, quem está na base da pirâmide social brasileira enriqueceu, e quem está no topo avançou pouco ou ficou estagnado.

Desde 2000, a taxa de crescimento da renda per capita das classes A e B foi de 10%. Já a metade mais pobre da população teve um ganho real per capita de 68% no mesmo período.

“No Brasil, a renda dos pobres aumentou em níveis chineses”

O Brasil vive hoje um fenômeno conhecido dos estudiosos de desigualdade. Quando uma nação pobre abre sua economia, há uma fase inicial de valorização dos profissionais com nível superior. Conforme o país se desenvolve, investe-se mais em formação educacional e essa demanda é suprida.

Em um segundo momento, começam a faltar trabalhadores com baixa qualificação, e os seus salários sobem. No Brasil, um garçom, por exemplo, ganha hoje um salário quase 20% superior ao de quinze anos atrás, descontada a inflação.

Já o salário de quem possui diploma, ou estuda para ter um, caiu 17% entre 2001 e 2009, segundo pesquisa da Fundação Getulio Vargas. Com isso, o padrão de vida de um subordinado fica mais parecido com o do chefe, como ilustram os personagens desta reportagem.

“No Brasil, a renda dos pobres aumentou em níveis chineses, e a dos ricos, no mesmo ritmo de um país europeu estagnado”, diz o economista Marcelo Neri, da Fundação Getulio Vargas. “Mais vinte anos assim e teremos um índice de desigualdade parecido com o dos americanos.”

155 mil brasileiros com mais de 1 milhão de dólares, e 30 bilionários

A diminuição da desigualdade ocorreu concomitantemente à ascensão de uma nova classe de milionários no país. Em 2010, os brasileiros com mais de 1 milhão de dólares

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disponíveis para gastar somavam 155 000 pessoas, um aumento de 6% em relação ao ano anterior.

No grupo dos bilionários, a prestigiada revista americana de economia e negócios Forbes registrou em 2003 um total de dezenove brasileiros. Hoje eles já somam trinta. Juntos, possuem uma renda de 130 bilhões de dólares, o equivalente a 6% do PIB do país.

São valores impactantes se comparados com a renda de menos de 751 reais mensais com a qual sobrevivem quase 25 milhões de cidadãos, mas essa concentração de riqueza na mão dos super-ricos, semelhante à da Alemanha, não é nada comparada à de outros países emergentes. Na Índia, os trinta homens mais ricos têm o equivalente a 13% do PIB. Na Rússia, eles possuem 21%.

DIFERENÇA DE RENDA -- Arquiteto / Pedreiro. Em 1995, o salário do arquiteto era 10,5 vezes o do pedreiro. Hoje, é 6,6 vezes.

Redução da disparidade tomou forma com o Plano Real

A redução da disparidade social no Brasil tomou forma em 1994, com a chegada do Plano Real.

Na década anterior, a de 80, a inflação impedia as pessoas de renda muito baixa de ter acesso ao banco, enquanto as mais abastadas possuíam contas-correntes com indexadores para evitar a desvalorização do dinheiro aplicado. O abismo entre as classes sociais era quase institucionalizado.

Quando a inflação foi subjugada, pedreiros, operários, empregadas domésticas e costureiras viram o valor de seu salário manter-se estável em relação aos preços dos produtos, as agências bancárias abriram as portas e eles puderam planejar o futuro.

A tranquilidade macroeconômica também permitiu a sucessivos governos concentrar esforços na educação – a mais efetiva e reconhecida ferramenta de ascensão social. Desde 1996, diversos programas estatais, como o Fundef (substituído em 2007 pelo

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Fundeb) e o Bolsa Escola (transformado em Bolsa Família), melhoraram as condições do ensino ao racionalizar os gastos do governo e incentivar o comparecimento às aulas.

Educação: de 3,7 anos na escola, em média, para 7,2 anos

Em 1990, os brasileiros passavam 3,7 anos na escola. A média agora é de 7,2 anos. “Meu pai só estudou até o 1º ano do ensino médio, e a minha mãe abandonou a escola no 9º ano do fundamental. Eu fui muito mais longe”, orgulha-se o assistente administrativo e estudante paulistano Daniel Nascimento, de 21 anos, o primeiro de sua família a entrar em uma universidade.

O avanço brasileiro deu-se na contramão do ocorrido em países desenvolvidos.

Mais de vinte registraram aumento da desigualdade no período de 1995 a 2008. Entre eles estão França, Inglaterra e até Suécia e Finlândia, nações exaltadas por suas sociedades igualitárias. Apanhados pelas crises recentes, esses países viram os empregos formais escassear.

Além disso, em economias sustentadas em serviços e em exportação de produtos tecnológicos, o salário dos trabalhadores qualificados tende a ser muito alto em proporção ao das funções menos exigentes tecnicamente. Esse fenômeno ocorre nos Estados Unidos, onde muitas vagas para mão de obra barata foram fechadas nas últimas décadas, transferidas para a China ou para o México.

Aliado ao baixo crescimento econômico, isso leva ao aumento dos índices de desigualdade de renda. Não por acaso, a disparidade entre ricos e pobres tem sido um dos principais temas da campanha eleitoral americana. Nos Estados Unidos, a riqueza nas mãos do grupo do 1% mais rico da população subiu de 8% do PIB para 18% desde os anos 80.

Diferença de renda Gerente de restaurante / Garçom. Em 1995, o salário do gerente era 2,75 vezes o do garçom. Hoje, é 2 vezes

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Enquanto isso, as diferenças aumentam na China, na Índia e na Rússia.

Crescimento econômico robusto não basta para tornar mais igualitária a distribuição de renda. Se bastasse, Rússia, Índia e China estariam experimentando uma espantosa redução na desigualdade social. O oposto está acontecendo. A disparidade de renda aumentou 24% na China, 16% na Índia e 6% na Rússia desde 1995.

Na Rússia e na Índia, os pobres deixam de receber serviços sociais básicos por causa da corrupção e da evasão de impostos. “De cada 100 rupias destinadas pelo governo indiano aos mais pobres, só 10 chegam até eles”, diz o sociólogo Rafael Díaz-Salazar, da Universidade Complutense de Madri, na Espanha. Além disso, um terço dos indianos não sabe ler nem escrever (no Brasil, o analfabetismo é de 10%).

Já a China melhorou a qualidade da educação, mas é prejudicada pela informalidade no mercado de trabalho, com impacto negativo no valor dos salários e na arrecadação de impostos.

Igualdade na pobreza não interessa

Segundo o senso comum, nas sociedades pré-industriais, assim como nos países comunistas, os níveis de desigualdade de renda eram menores.

De fato, o índice de Gini do Império Romano era equivalente ao dos Estados Unidos hoje. A estatística, porém, é perniciosa, pois leva a uma conclusão falsa.

Em Roma praticamente não existia uma classe intermediária. Havia uma grande massa de miseráveis e uma pequena parcela, de menos de 1% da população, de pessoas com um bom padrão de vida. Ou seja, a igualdade se dava na pobreza.

O mesmo ocorre em países comunistas como a Coreia do Norte e Cuba.

No mundo moderno, a igualdade almejada é a da classe média, situada entre ricos e pobres. Pela primeira vez, esse grupo intermediário representa mais da metade da população do Brasil.

Justiça social se consegue com uma boa dose de capitalismo.

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Quantas vezes a renda dos 10% mais ricos é maior do que a dos 10% mais pobres

Por que a desigualdade diminuiu desde 1995

Os brasileiros estão estudando mais A informalidade no mercado de trabalho caiu A inflação foi controlada Aumentou a oferta de crédito pessoal Foram criados programas assistenciais como o Bolsa Escola (hoje Bolsa Família)

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Jornal O Globo – Caderno País – Rio, 16 de junho de 2012.

Bolsa Família reduz violência, aponta estudo da PUC-Rio

Programa foi responsável por 21% da queda da criminalidade em SP

Alessandra Duarte Sérgio Roxo

RIO e SÃO PAULO - A redução da desigualdade com o Bolsa Família está chegando aos números da violência. Levantamento inédito feito na cidade de São Paulo por pesquisadores da PUC-Rio mostra que a expansão do programa na cidade foi responsável pela queda de 21% da criminalidade lá, devido principalmente à diminuição da desigualdade, diz a pesquisa. É o primeiro estudo a mostrar esse efeito do programa na violência.

Em 2008, o Bolsa Família, que até ali atendia a famílias com adolescentes até 15 anos, passou a incluir famílias com jovens de 16 e 17 anos. Feito pelos pesquisadores João Manoel Pinho de Mello, Laura Chioda e Rodrigo Soares para o Banco Mundial, o estudo comparou, de 2006 a 2009, o número de registros de ocorrência de vários crimes — roubos, assaltos, atos de vandalismo, crimes violentos (lesão corporal dolosa, estupro e homicídio), crimes ligados a drogas e contra menores —, nas áreas de cerca de 900 escolas públicas, antes e depois dessa expansão.

— Comparamos os índices de criminalidade antes e depois de 2008 nas áreas de escolas com ensino médio com maior e menor proporção de alunos beneficiários de 16 e 17 anos. Nas áreas das escolas com mais beneficiários de 16 e 17 anos, e que, logo, foi onde houve maior expansão do programa em 2008, houve queda maior. Pelos cálculos que fizemos, essa expansão do programa foi responsável por 21% do total da queda da criminalidade nesse período na cidade, que, segundo as estatísticas da polícia de São Paulo, foi de 63% para taxas de homicídio — explica João Manoel Pinho de Mello.

O motivo principal, dizem os autores, foi a queda da desigualdade causada pelo aumento da renda das famílias beneficiadas— Há muitas explicações de estudos que ligam queda da desigualdade à queda da violência: uma, mais sociológica, é que diminui a insatisfação social; outra, econômica, é que o ganho relativo com ações ilegais diminui — completa Rodrigo Soares. — Outra razão é que muda a interação social dos jovens ao terem de frequentar a escola e conviver mais com gente que estuda.

Reforma policial ajudou a reduzir crimes

Apesar de estudarem no bairro que já foi tido como um dos mais violentos do mundo, os alunos da Escola Estadual José Lins do Rego, no Jardim Ângela, periferia de São

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Paulo — com 1.765 alunos, dos quais 126 beneficiários do Bolsa Família —, dizem que os assaltos e brigas de gangues, por exemplo, estão no passado.

— Os usuários de drogas entravam na escola o tempo todo — conta Ana Clara da Silva, de 17 anos, aluna do ensino médio.

— Antes, você estava dando aula e tinha gente vigiando pela janela — diz a diretora Rosângela Karam.

Um dos principais pesquisadores do país sobre Bolsa Família, Rodolfo Hoffmann, professor de Economia da Unicamp, elogia o estudo da PUC-Rio:

— Há ali evidências de que a expansão do programa contribuiu para reduzir principalmente os crimes com motivação econômica — diz. — De 20% a 25% da redução da desigualdade no país podem ser atribuídos ao programa; mas há mais fatores, como maior valor real do salário mínimo e maior escolaridade.

Professora da Pós-Graduação em Economia da PUC-SP, Rosa Maria Marques também lembra que a redução de desigualdade não pode ser atribuída apenas ao Bolsa Família:

— Também houve aumento do emprego e da renda da população. E creio que a mudança na interação social dos jovens beneficiados contou muito.

Do Laboratório de Análise da Violência da Uerj, o professor Ignácio Cano concorda com a relação entre redução da desigualdade e queda da violência:

— Muitos estudos comparando dados internacionais já apontaram que onde cai desigualdade cai criminalidade.

Mas são as outras razões para a criminalidade que chamam a atenção de Michel Misse, coordenador do Núcleo de Estudos da Cidadania, Conflito e Violência Urbana da UFRJ. Misse destaca que a violência na capital paulista vem caindo por outros motivos desde o fim dos anos 1990:

— O estudo cobre bem os índices no entorno das escolas. Mas não controla as outras variáveis que interferem na queda de criminalidade. Em São Paulo, a violência vem caindo por pelo menos quatro fatores: reforma da polícia nos anos 2000; política de encarceramento maciça; falta de conflito entre quadrilhas devido ao monopólio de uma organização criminosa; e queda na taxa de jovens (maioria entre vítimas e autores de crimes), pelo menor crescimento vegetativo.

Para Misse, a influência do programa não foi pela desigualdade:

— É um erro supor que só pobres fornecem agentes para o crime; a maioria dos presos é pobre, mas a maioria dos pobres não é criminosa. Creio que, no caso do Bolsa Família, o que mais afetou a violência foi a criação de outra perspectiva para esses jovens, que passaram a ter de estudar.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 02

AGRADECIMENTO 03

RESUMO 04

METODOLOGIA 05

SUMÁRIO 06

INTRODUÇÃO 07

CAPÍTULO I

Situação da desigualdade social do Brasil 08

CAPÍTULO II

Implantação dos programas de reduçaõ a pobreza 15

1.1 – Bolsa Família 15

1.2 – Programa Mina Casa Minha Vida 23

CAPÍTULO III

Reflexo dos Programs Sociais no Desenvolvimentodo Brasil 29

CONCLUSÃO 43

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44

ANEXOS 47

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