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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NA GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS Por: Flávio Roberto Antunes Orientador Prof. Jorge Tadeu Vieira Lourenço Rio de Janeiro 2015 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NA GESTÃO DA CADEIA DE

SUPRIMENTOS

Por: Flávio Roberto Antunes

Orientador

Prof. Jorge Tadeu Vieira Lourenço

Rio de Janeiro

2015

DOCUMENTO PROTEGID

O PELA

LEI D

E DIR

EITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NA GESTÃO DA CADEIA DE

SUPRIMENTOS

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Gestão de Compras e

Suprimentos.

Por: Flávio Roberto Antunes.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus que

iluminou os meus caminhos em mais

essa jornada. Também sou grato aos

professores e colegas pela

oportunidade de um convívio

agradável, harmonioso e pela troca de

experiências enquanto todos nós

aprendemos e nos renovamos

academicamente.

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DEDICATÓRIA

À minha esposa Lilian e as minhas filhas

Fernanda e Beatriz, com muito amor,

carinho e gratidão por toda sua

compreensão e apoio ao longo do período

de elaboração deste trabalho, onde tive

que privá-las de momentos preciosos em

família para chegar ao fim desta etapa de

minha vida.

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RESUMO

Frente à necessidade de se manterem competitivas no mercado, as

organizações devem buscar constantemente a melhoria dos seus processos

para serem capazes de se adaptar as novas condições do mercado. Uma

forma de atingir este objetivo é através do gerenciamento de suas cadeias de

suprimentos. Desta forma, o presente trabalho teve como abordagem os

conceitos de Supply Chain Management (SCM), visando mostrar a influência

de sistemas de informação na cadeia, a importância de indicadores de

desempenho para auxiliar na comparação e análise de estratégias planejadas

e efetivadas, a evolução do processo de Compras, que passa por uma fase de

transição, de um departamento extremamente operacional para um

departamento que passa a participar das decisões estratégicas da

organização, além de ser responsável pela seleção e qualificação de

fornecedores, tendo que garantir um bom relacionamento com os mesmos na

busca constante de criar valor para a cadeia. Também foi apresentado o

conceito básico de TI e ERP, visando demonstrar o quão se faz necessária sua

aplicação nas empresas de hoje as quais tem buscado através dos SIGEs

(Sistema integrado de gestão empresarial) proporcionar ao processo de

aquisição o mínimo dispêndio de tempo e esforço para conseguir satisfação

dos clientes, maior competitividade e lucratividade.

. .

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6

METODOLOGIA

O estudo para elaboração deste trabalho foi conduzido a partir de

levantamento bibliográfico, pesquisa na internet e de pesquisa empírica, com o

objetivo de observar o fenômeno de maneira abrangente, descobrir novos

aspectos importantes e gerar novas hipóteses, contribuindo assim para o

desenvolvimento de base de conhecimento complementar a respeito da

importância da implementação e utilização dos sistemas ERP e da Tecnologia

da Informação nas empresas.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - Tecnologia da Informação 09

CAPÍTULO II - Sistemas ERP 13

CAPÍTULO III – Cadeia de Suprimentos 22

CAPÍTULO IV – TI aplicada à cadeia de suprimentos 35

CONCLUSÃO 41

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 42

ÍNDICE 43

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INTRODUÇÃO

Para dar suporte a todas as mudanças ocorridas no ambiente

empresarial e possibilitar que as atividades envolvidas na cadeia de

suprimentos sejam administradas corretamente, tornou-se necessária a

utilização de sistemas de informação logísticos e de SCM, viabilizados

tecnicamente através da tecnologia da informação.

O objetivo deste trabalho é diagnosticar quais são os softwares de

SCM, estratégias e sistemas e/ou tecnologias de informação utilizadas na

integração da sua cadeia de suprimentos através de uma abordagem

multidisciplinar visando aumentar as chances de sucesso em projetos de

implantação de ERPs. Desta forma, serão abordadas as teorias de logística,

Gestão da cadeia de Suprimentos, sistemas ERP e sistemas de informação,

demonstrando assim, a importância das soluções de TI na área de SCM.

No capítulo 1 é abordada a Tecnologia da Informação, assim como sua

evolução histórica, importância e particularidades, demonstrando que o

proposito da TI é conduzir o processo de informatização das organizações do

setor público e privado.

No capitulo 2 será apresentado uma breve introdução sobre sistemas

ERP, sua evolução, concepção, principais características e funcionalidades.

O capitulo 3 tem como foco a cadeia de suprimentos e seus

elementos, abordando os alguns problemas apresentados, a gestão da cadeia

de suprimentos, logística, os Sistemas de Informação na Cadeia de

suprimentos e o processo de compras, além de abordar as vantagens e

desvantagens, além dos Fatores críticos de sucesso na implantação do ERP

No capítulo 4 será abordada a ligação entre SCM, os ERPs e os

Sistemas de Informação nas corporações, com o objetivo de demonstrar a

importância de seu uso para o desenvolvimento da gestão da cadeia de

suprimentos e sua correta administração através utilização de sistemas

integrados de informação, viabilizados tecnicamente através da tecnologia da

informação.

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CAPÍTULO I

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

Como a informação é o centro de todo o processo, é fundamental

saber usá-la de forma estratégica, pois o sucesso empresarial depende da

capacidade da empresa de administrar sua base informacional e aproveitar as

oportunidades de diferenciação que a Tecnologia da Informação pode

oferecer.

1.1 - Introdução

Durante os anos 90 e neste início de milênio, houve uma grande

mudança no papel da Tecnologia da Informação (TI) nas organizações. De um

papel restrito ao suporte administrativo, a TI se tornou um elemento

incorporado às atividades-fim das empresas, integrando-se aos serviços e

produtos das empresas, tornando-se por vezes o próprio negócio (como no

caso das lojas virtuais na Internet onde consumidores podem comprar serviços

e produtos).

Entre os movimentos da área de TI nas empresas está a utilização de

sistemas de informação adquiridos de terceiros, tais como os sistemas ERP –

Enterprise Resource Planning, SCM – Supply Chain Management e CRM –

Customer Relationship Management, e o desenvolvimento de sistemas que

permitem análises e a tomada de decisão a partir dos dados gerados nesses

sistemas, os DW – Data Warehouses e sistemas de BI – Business Intelligence.

A importância da informação e o processo de globalização são os

principais fatores responsáveis pelo crescimento do mercado de TI, sendo

decisiva para o sucesso ou fracasso de uma empresa, contribuindo para que

uma organização seja ágil, flexível e forte (ALBERTIN, 2002).

Independentemente dos sistemas, as informações empresariais são

tratadas de acordo com a cultura, filosofia e politicas da empresa. Estes três

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aspectos estão presentes de maneira formal ou informal em todas as

organizações (REZENDE, 2002).

O proposito da TI é conduzir o processo de informatização das

organizações seguindo os princípios estabelecidos pela missão das mesmas e

seus objetivos, promovendo a criação e gestão politicas, estratégicas e formas

de atuação da unidade de Tecnologia da Informação (REZENDE ; ABREU,

2003).

1.2 - Evolução

Embora a TI esteja ocupando uma parte da agenda estratégica das

empresas atualmente, este é um fato recente. Durante os anos 60, a “Era do

Processamento de Dados” Grover, Teng e Fiedler (1998), a utilização da TI era

caracterizada por sistemas centralizados cujo principal objetivo era o de

automatizar funções operacionais em larga escala com a finalidade de

aumentar a eficiência das operações, sendo utilizados basicamente para

automatizar processos como contabilidade e folha de pagamentos. No início

dos anos 70, com a redução no custo e aumento da velocidade de

processamento, foi possível utilizar os computadores para fornecer relatórios

gerenciais. Iniciou-se o uso dos dados (de pedidos, clientes, estoques etc.)

pelos gerentes de nível médio envolvidos em relatar as exceções, resumir as

informações e controlar os recursos monetários e estoques. Neste momento, a

“Era dos Sistemas de Informação”, a TI começou a aumentar sua importância

nos níveis intermediários da organização, embora a alta gerência ainda visse a

TI como despesa ou como mera utilidade.

Com o advento dos microcomputadores no início dos anos 80 houve

uma mudança de paradigma na computação empresarial. Os dados, antes

centralizados nos mainframes, passaram a ser colocados nas mesas dos

usuários e gerentes. Embora a expertise continuasse no departamento de TI, o

controle moveu-se, mesmo que marginalmente, em direção aos usuários.

Ainda que a TI atingisse os níveis mais altos da organização, seu foco estava

no aumento da eficiência interna e no aumento da produtividade pessoal. A

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partir do meio da década de 80, muitos sistemas de informação desenvolvidos

em empresas foram reconhecidos como estratégicos por terem apresentado

impactos na competitividade de empresas. Esse é notadamente o caso do

SABRE – sistema de reserva de passagens desenvolvido pela American

Airlines, que lhe permitiu a obtenção de vantagens competitivas. Applegate,

McFarlan e McKenney (1996).

Nos anos 90, a TI tomou conta das corporações, e aspectos como o

alinhamento da TI aos negócios e a convergência da informática com as

telecomunicações tornaram-se prementes para as empresas. Iniciou-se então

a “Era da Tecnologia da Informação”. A importância estratégica da TI foi

definitivamente incorporada nas empresas, que procuraram novas maneiras de

administra-la a fim de obter plenamente seus benefícios, com a terceirização

como uma das alternativas. No final da década, a Internet reforçou essa

tendência, e presenciou-se o nascimento do e-business, que sem dúvida

marca o início de nova era na computação empresarial.

Dois grandes fatores poderiam ser utilizados para representar

momento atual da TI em empresas: a Internet e a computação móvel,

representada pelo crescente uso de dispositivos móveis com acesso a dados,

tais como smartphones, tablets, IPads etc.

Por conta dessas tecnologias, as informações podem ser acessadas e

utilizadas em qualquer momento ou local. Além da disponibilização das

informações aos membros das organizações, a Internet vem permitindo que

estas também sejam disponibilizadas, em qualquer local, para parceiros,

clientes e consumidores. Daí a ideia de ubiquidade, ou onipresença, da TI, o

que permitira classificar o momento atual como o da “Era da Computação

Ubíqua” (APPLEGATE; MCFARLAN; MCKENNEY, 1996).

1.3 – Tecnologia e Sistemas de Informação

O conceito de TI refere-se aos diversos componentes como hardware,

bancos de dados, softwares e outros que, organizados, formam os sistemas de

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informação. Sistemas de Informação é, portanto, uma coleção de

componentes com um proposito especifico (LEWIS; TALALA YEVSKY, 2000).

Os Sistemas de Informação coletam dados extraídos de eventos reais

que ocorrem nas organizações e no seu ambiente físico, realizam seus

procedimentos transformando-os em informação e, finalmente transferem a

informação processada para as pessoas ou atividades onde serão utilizadas.

Informação são dados organizados e disponibilizados de modo a permitir seu

entendimento e utilização (LAUDON; LAUDON, 2004).

Turban, Rainer e Potter (2003) afirmam que SI (Sistemas de

Informação) eficientes devem:

- Processar as transações de forma rápida e precisa. Transação são

todos os eventos ocorridos na empresa como a venda de mercadorias,

emissão de cheques, depósitos bancários etc. Cada transação gera dados que

devem ser coletados e processados;

- Armazenar os dados num formato que permita atualização e acesso

rápido;

- Estabelecer o acesso e a transferência rápida de dados e informação

utilizando redes de comunicação;

- Selecionar e organizar as informações relevantes;

- Integrar interna e externamente as organizações. A integração interna

facilita a tomada de decisão. A externa reduz o tempo de entrega do produto,

diminui a necessidade de estoque e eleva a satisfação do s clientes;

- Dar suporte a tomada de decisão e a coordenação das organizações;

- Aumentar a produtividade. Como por exemplo, os sistemas de

reservas implantados por empresas aéreas nos anos 70 e os atuais sistemas

de apoio a cadeia logística.

A construção de SI eficientes exige que se conheça a empresa, suas

necessidades de informação, o ambiente onde está inserida e os problemas. É

ainda, importante levar em consideração aspectos culturais das empresas e

das pessoas envolvidas (LAUDON; LAUDON, 2004).

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CAPÍTULO II

SISTEMAS ERP

Entre os sistemas que têm recebido destaque e atenção por parte das

empresas na busca soluções de mercado para construir sua arquitetura de

sistemas de informação estão os sistemas ERP – Enterprise Resource

Planning, os sistemas SCM – Supply Chain Management e os sistemas CRM

– Customer Relationship Management. Além disso, também têm recebido

destaque ferramentas que permitem análises e a tomada de decisão a partir

dos dados gerados pelos sistemas citados, os DW – Data Warehouses e BI –

Business Intelligence.

2.1 - Introdução

O uso de softwares destinados à gestão empresarial, denominados

sistemas ERP – Planejamento de Recursos Empresariais (Enterprise

ResourcePlanning) - teve grande crescimento, a partir de 1990, nos mercados

americano e europeu e, desde 1996, o mercado brasileiro vem presenciando

uma demanda crescente pelo uso dessas ferramentas, que são também

chamadas aqui de SIG – Sistemas Integrados de Gestão ou ainda, Sistemas

de Informações Gerenciais.

Nem todas as vantagens vendidas por esses pacotes podem ser

obtidas com a simples compra do hardware adequado e do melhor software do

mercado. É preciso lembrar que barreiras devem ser vencidas e resistências

amenizadas para que não haja desperdício de dinheiro e de tempo.

Em geral, as empresas podem justificar o retorno sobre investimentos

através da redução das despesas, mas como a tecnologia pode apoiar o

crescimento do negócio, o retorno também poderia basear-se no aumento das

vendas Carvalho (1998). Contudo, a principal razão para a grande demanda

nos anos 90 por este tipo de sistema está ligada às seguintes causas Banish

(1998):

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- As soluções de sistemas mais antigos não são amplas o suficiente

para satisfazer todos os requerimentos de negócios de uma empresa;

- Colocam os sistemas em risco a cada nova implementação em

decorrência da estrutura inadequada; e

- Sistemas com linguagens antigas numa arquitetura criada ao longo

do tempo sem planejamento e, somadas a isso, as complexidades do bug do

milênio.

Entretanto, nas implantações de sistemas integrados de gestão

empresarial, há uma preocupação intensa com a tecnologia e quase nenhuma

preocupação com os demais aspectos que norteiam as modificações nas

dinâmicas organizacionais causadas por ela.

Os dirigentes se esquecem de que as modificações causadas pela

mudança tecnológica vão além de uma simples troca de sistema informacional

e irão impactar também a estrutura e os aspectos sócio comportamentais.

Por decorrência, algumas empresas se decepcionam com a solução

adotada por não obterem, imediatamente, o resultado esperado devido ao

reflexo da mudança tecnológica na organização, sua estrutura organizacional e

no relacionamento dos indivíduos. Assim, além do grande gasto financeiro com

sua implantação, as organizações se veem, novamente, diante de um grande

gasto para se ajustarem a uma nova realidade.

Como consequência de toda esta história que cerca os sistemas ERP,

para enfrentar esse processo de mudança em toda a área de TI, torna-se

muito importante a implantação e administração de um sistema deste. Embora

tenhamos conhecimento que nem todas as organizações conseguirão extrair

todos os seus benefícios, o ERP fará parte do arsenal tecnológico das

empresas dispostas a sobreviver.

2.2 - Evolução do ERP

Segundo Haberkorn (1999) o ERP surgiu a partir de uma série de

evoluções tecnológicas e de conceitos de gestão. Por volta da década de 1950

o enfoque era em estoques e a partir da década de 1970 surgiu o

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Planejamento das Necessidades de Materiais (Material Requeriment Planning

(MRP) que planejava as etapas produtivas o uso de matérias primas. e Na

década de 1980, o MRP evoluiu e passou a ser conhecido como MRP II -

Planejamento dos Recursos de Manufatura - Manufacturing Resource Planning

essa evolução incorporou as necessidades dos demais recursos de produção,

como mão de obra, máquinas e centros de trabalho. Slack et al. (2002), afirma

que o MRP aparece a partir dos nos anos 60 e possui a a finalidade de facilitar

às empresas o cálculo e controle da quantidade de materiais necessários e do

momento adequado de sua disponibilização para o processo produtivo.

Durante os anos 80 e 90, o sistema e o conceito do planejamento das

necessidades de materiais passaram por uma expansão e foram integrados a

outros departamentos da empresa. Dessa forma surge o sistema MRP II, que é

um prolongamento dos conceitos do MRP, incluindo dados de custos dos

produtos, fornecendo relatórios financeiros, bem como de material e de

capacidade. A nomenclatura ERP - Enterprise Resource Planning surge como

o sucessora do MRP II. Com a intensificação do uso do ERP foi possível a

integração dos departamentos de contabilidade, produção, financeiro etc., e

dessa forma as empresas passaram a otimizar seus processos e reduzir

custos. A figura 5 mostra como essa evolução ocorreu, a partir dessa estrutura.

Figura 1 – Evolução do ERP (TURBAN, 2004, p.222)

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Turban (2004) afirma, que nesse processo de evolução houve

inclusões de diversos níveis funcionais que se tornaram parceiros de negócios,

combinando processos de transações e suporte a decisões.

Para este autor:

“O ERP veio vencer o desafio de controlar todos os principais processos empresariais

com uma só arquitetura de software em tempo real, tendo como objetivo principal integrar todos

os departamentos e funções de uma empresa em um único sistema de informações que possa

entender a todas as necessidades da empresa.”(TURBAN et al., 2003 p.343).

Conforme Corrêa e Gianesi (1999) um ERP é basicamente composto

de módulos que atendem ás necessidades de informação para apoio à tomada

de decisão de outros setores e não apenas aqueles ligados à manufatura:

distribuição física, custos, recebimento fiscal, faturamento, recursos humanos,

finanças e contabilidade. Todos os recursos de ERP são integrados entre si e

com os módulos de manufatura, a partir de uma base de dados única e não

redundante.

2.3 - Como é concebido o ERP?

Podemos afirmar que o ERP é o último estágio na evolução das

filosofias de MRP e sua função é interatuar com áreas de finanças, inventários,

planejamento, produção, controle de piso de fábrica, compras, vendas, CRM, e

RH, além de BI.

Poucos ERP´s do mercado consideram essa categoria e conduzem

cuidadosamente áreas tão conflitivas como administrar os tempos de

operações de equipamentos de planta; BI (Business intelligence) ou CRM

(Customer Relationships Manager).

Os ERPs representam uma evolução considerável na informatização

de uma empresa, pois ao invés de termos softwares ou soluções operando de

maneira isolada, passam a contar com um sistema integrado, no qual a

informação passa de um departamento e/ou processo para outro.

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Os sistemas ERP (Enterprise Resource Planning) podem ser definidos

como sistemas de informação integrados, adquiridos na forma de um pacote

de software comercial, com a finalidade de dar suporte à maioria das

operações de uma empresa.

São geralmente divididos em módulos que se comunicam e atualizam

uma mesma base de dados central, de modo que informações alimentadas em

um módulo são instantaneamente disponibilizadas para os demais módulos

que delas dependam.

Neste contexto, a Deloitte Consulting (1998) definiu ERP como: “um

pacote de software de negócios que permite a uma companhia automatizar e

integrar a maioria de seus processos de negócio, compartilhar práticas e dados

comuns através de toda a empresa e produzir a acessar informações em um

ambiente de tempo real”.

Os ERPs em termos gerais, são uma plataforma de software

desenvolvida para integrar os diversos departamentos de uma empresa,

possibilitando a automação e armazenamento de todas as informações de

negócios.

2.4 - Características do ERP

Em sua grande maioria, os ERPs são projetados para produzir

informações, suportar decisões de vários níveis de gerência, funções de

negócio, manter registros e processar transações. Os sistemas integrados,

também chamados, pacotes, softwares de gestão, pacotes integrados são

sistemas com capacidade para tratar diferentes funções de negócios, de

maneira integrada, o que significa: sem duplicação de funções e bases de

dados, com visíveis benefícios em termos de rapidez, integridade e mesmo

aumento do potencial na utilização das informações. Davenport (1998)

descreve o seguinte escopo das funções de um sistema ERP:

Área Financeira: Contas a Receber e Contas a Pagar, Contabilidade

de Ativos, Fluxo de Caixa, Contabilidade de custos, Consolidação financeira,

Contabilidade, Análises de lucratividade, Contabilidade por centro de lucro.

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Recursos Humanos: Contabilidade, Folha de Pagamento,

Planejamento de Pessoal e Despesas de Viagem.

Logística e Operações: Gerência de Inventário, Planejamento de

Requerimentos de Material, Gerência de material, Manutenção da Fábrica,

Planejamento de Produção, Gerência de Projeto, Compras, Gerência de

Qualidade, Gerência de Rota, Expedição, Avaliação de Fornecedor.

Vendas e Marketing: Gerência de Pedidos, Preço, Gerência de Vendas

e Planejamento de Vendas.

Davenport (1998) também ressalta que o escopo dos ERP's forçam a

empresa a ter uma integração total, mesmo quando não é interessante para os

negócios da mesma. Isto pode levar a empresa implementar processos

genéricos ao passo que processos específicos para os clientes pudessem ser

fonte de vantagem competitiva. Recomenda que a empresa analise antes

quais as implicações de negócio que esta integração pode trazer.

Os ERPs correspondem a uma modalidade importante, os quais são

mais voltados para as empresas com atividades industriais. As características

dos sistemas integrados das indústrias, comércio e bancos tendem a ser

diferentes entre si, principalmente, no aspecto de estabilidade, tendência e

necessidade de novos releases.

Então, para verdadeiramente ser considerado ERP, segundo Schmidt

et al (2002), o sistema deve possuir algumas das seguintes características

fundamentais:

Flexibilidade: um sistema ERP é flexível de forma a responder as

constantes transformações das empresas;

Modularidade: o sistema ERP é um sistema de arquitetura aberta,

isto é, pode usar um módulo livremente sem que este afete os

restantes. O sistema suporta plataformas múltiplas de hardware,

pois muitas empresas possuem sistemas heterogêneos. Deve

também facilitar a expansão e/ou adaptatibilidade de mais

módulos posteriormente;

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Compreensivo: o sistema está apto a suportar diferentes

estruturas organizacionais das empresas, bem como a uma

vasta área negócios;

Conectividade: o sistema não deve se confinar ao espaço físico

da empresa, mas permitir a ligação com outras entidades

pertencentes ao mesmo grupo empresarial;

Formas de negociação: deve conter uma seleção das melhores

práticas negociais em todo o planeta;

Simulação da Realidade: deve permitir a simulação da realidade

da empresa.

Além das características apresentadas, outros conceitos importantes

relativos aos sistemas ERP são: funcionalidade, módulos, parametrização,

configuração, customização, localização e atualização de versões.

2.5 - Quais são as principais funcionalidades do ERP?

Atualmente, os fornecedores de sistemas ERP continuam expandindo

seus sistemas com novos desenvolvimentos, aquisições de sistemas

especializados em determinadas funcionalidades e parcerias com

fornecedores de soluções complementares (CHAUDRHY, 1998).

Acompanhe a seguir uma lista de algumas das importantes

potencialidades de um sistema ERP:

Facilita a existência de um sistema de informação integrada de

todas as áreas funcionais de uma empresa;

Executa as tarefas críticas de uma empresa, aumenta a

qualidade dos serviços a clientes;

Possibilita a troca de informação em ambientes distribuídos.

Integração de informação dos vários departamentos, escritórios,

fábricas de uma empresa, bem como das várias empresas

pertencentes a um grupo financeiro;

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A melhor solução para uma eficiente gestão de projetos;

Ajuste fácil a novas inovações tecnológicas: EDI, Internet,

Intranet, Ethernet, Videoconferência, Comércio eletrônico etc;

Resolve muitos dos comuns problemas numa empresa: gestão de

estoques, serviços a clientes, gestão financeira, controla de

qualidade etc;

Não se destina exclusivamente às necessidades da empresa,

pois fornece oportunidades de melhoramento contínuo face às

evoluções de mercado;

Fornece ferramentas inteligentes (suporte à decisão, informação

executiva, dataminning, prevenção de erros), permitindo maior

facilidade na tomada de decisões.

O desenvolvimento do sistema ERP em módulos pode atender as

seguintes áreas organizacionais:

Vendas, distribuição e marketing;

Planejamento de capacidades;

Recursos humanos;

Contabilidade;

Gestão de produção;

Gestão de projetos;

Transportes;

Gestão financeira;

São exemplos de áreas de negócios que já implantaram sistemas

ERP:

Defesa e aeroespacial;

Indústria de automóvel;

Indústria metalomecânica e de minas;

Administração pública, saúde e educação;

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Banco, seguros e serviços;

Agricultura e pesca;

Produção, distribuição e transportes;

Telecomunicações;

Construção;

Alimentação, álcool e tabaco;

Petróleo, energia e derivados;

Indústria química e farmacêutica;

e outras.

São inúmeros os fornecedores de sistemas ERP, estando todos eles

bastante ativos no mercado, os quais fornecem todo um conjunto de produtos

e soluções. Desde a venda, à instalação e parametrização, manutenção e

atualização, existem todo um leque de diferentes opções a serem tomadas

pelos clientes.

É muito comum atualmente o Outsourcing parcial ou total de todo o

processo de instalação/parametrização, devido à falta de técnicos

especializados nas empresas ou mesmo para aumentar a rapidez de todo o

processo. Algumas das grandes empresas fornecedoras de sistemas ERP a

nível mundial são:

SAP R/3 da SAP (Alemanha)

Microsoft Dynamics da Microsoft (USA)

PeopleSoft\Oracle, da Oracle (USA)

One World da J.D.Edwards (Adquirida pela Oracle)

Magnus da Datasul (Brasil)

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CAPÍTULO III

CADEIA DE SUPRIMENTOS

A cadeia de suprimentos, assim como o conjunto das organizações,

recursos e atividades conectadas e comprometidas com a criação, distribuição

e venda de produtos acabados e serviços para o consumidor final, envolve

fornecedores de matéria-prima, plantas produtivas, centros de distribuição,

varejistas, estoque em transito e produtos acabados (LAMBERT; COOPER;

PAGH, 1998).

Outra definição semelhante pode ser encontrada na literatura. Para

Porte e Millar (1985), é um conjunto de empresas independentes operando

juntas para obter vantagens frente às oportunidades existentes no mercado

3.1 – Problemas na Cadeia de Suprimentos

Diante de um mundo globalizado, as empresas vêm buscando se

moldar de forma que consiga se manter no mercado. Varias razões levam as

empresas a se tornarem globais: buscar preços inferiores ou qualidade

superior do material, produtos e trabalhar; estar mais próxima de seus

fornecedores ou clientes; ter acesso à tecnologia cada vez mais desenvolvida

etc.

Os problemas identificados com maior frequência são: empresas

incapazes de atender a demanda de alguns produtos enquanto mantem

grandes estoques de outros produtos com qualidade insatisfatória, custos

elevados de operação e remessa, falhas nas trocas de informação, erros de

previsão etc. (TURBAN; LEE; KING; CHUNG, 2002)

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3.2 – Gestão da Cadeia de Suprimentos (SCM)

Na atualidade, as companhias têm como foco principal, minimizar

custos e melhorar a eficiência no atendimento ao cliente. É possível afirmar

que o fator determinante para que esses objetivos se concretizem é o Supply

Chain Management (SCM). Cecatto (2003) define que o Gerenciamento da

Cadeia de Suprimentos consiste em aprimorar e desenvolver todas as

atividades relacionadas com o fluxo e transformação de produtos e serviços

associados, desde a obtenção de matérias-primas até a chegada do produto

ao usuário final, bem como os fluxos de informação relacionados e a geração

de valor para todos os componentes da cadeia. Beamon (1999) define a

cadeia de suprimentos como um processo integrado, em que a matéria-prima é

transformada em produto final que é então entregue aos clientes (via

distribuição, varejo ou ambos). Chistopher (1997) entende que o

gerenciamento da cadeia de suprimentos é como a gestão e a coordenação

dos fluxos de informações e materiais entre a fonte e os usuários como um

sistema, de forma integrada. A ligação entre cada fase do processo, na medida

em que os produtos e materiais se deslocam em direção ao consumidor é

baseada na otimização, ou seja, na maximização do serviço ao cliente,

enquanto se reduzem os custos e os ativos detidos no fluxo logístico. Para

Burgo (2005), o gerenciamento da cadeia de suprimentos pode ser definido

como a gestão da cadeia completa do suprimento de matérias-primas,

manufatura, montagem e distribuição ao consumidor final para maximizar a

lucratividade total.

Rodrigues (2004) aborda em seu conceito de SCM a integração de

todos os processos desde a fabricação até a distribuição do produto, com

intuito de otimizar custos para o fabricante e agregar valor ao consumidor final,

por meio de funções que atendam as suas necessidades, tendo todo esse

processo que acontecer com um rápido tempo de resposta, desde o

atendimento do pedido até a entrega do produto. O bom desempenho do SCM

é baseado em quatro variáveis fundamentais: capacidade de resposta às

demandas dos clientes; qualidade de produtos e serviços; velocidade

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qualidade e tempo hábil da inovação dos produtos e efetividade dos custos e

serviços de produção e entrega.

3.3 – Logística

Xavier (2008) diferencia Logística e Gerenciamento da Cadeia de

Suprimentos (SCM – Supply Chain Management) dizendo que, a primeira é

vista como parte integrante da última, ou seja, o SCM vai além da Logística ao

buscar integração e coordenação entre os membros da cadeia de suprimentos,

sendo o objetivo desta, maximizar a competitividade e a lucratividade da

empresa e de seus parceiros. Concordando com Xavier (2008), Simon (2003)

afirma haver uma necessidade de integração dos processos de negócios na

cadeia de suprimentos que vai além da logística, e é essa integração que é

chamada de SCM. Já para Ballou (2001), o limite entre o termo Logística e

SCM é indistinto, o foco é dado em gerir o fluxo de produtos e serviços da

maneira mais eficaz e eficiente.

A gestão logística foi definida por Boisson (2007) como uma função de

integração, que coordena e otimiza todas as atividades da logística, integrando

essas atividades com outras funções como marketing, vendas, finanças e

tecnologia da informação. Christopher (1997) define logística como sendo o

processo de gerenciar estrategicamente a aquisição, movimentação e

armazenagem de materiais, peças, produtos acabados e informações através

da organização de seus canais de marketing, de modo a poder maximizar as

lucratividades presente e futura através do atendimento dos pedidos a baixo

custo.

Guarnieri (2006) apresenta o foco do gerenciamento logístico como

sendo a integração das atividades da empresa com a intensa troca de

informações, considerando que todas elas fazem parte de um processo único,

cujo objetivo é satisfazer as necessidades do cliente final, não há razões para

gerenciá-las separadamente, incorrendo em riscos desnecessários à empresa.

Rodrigues (2004) define a meta final da Logística como o atendimento

das exigências do cliente da maneira mais eficiente e lucrativa, sendo suas

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atividades divididas em primárias, essenciais para o cumprimento das funções

logísticas, contribuindo com o maior montante dos custos totais da logística.

Entre estas atividades estão o transporte, gestão de estoques e

processamento de pedidos. Outra classificação das atividades da logística são

as secundárias, que apoiam as atividades primárias na obtenção do nível de

bens e serviços aos clientes. Dentre estas atividades destacam-se:

armazenagem, manuseio de materiais, programação de produção e

manutenção das informações.

3.4 – Sistemas de Informação na Cadeia de Suprimentos

Para suportar todas essas mudanças ocorridas no ambiente

empresarial e possibilitar que as atividades do sistema logístico sejam

administradas de forma correta, tornou-se necessária a utilização de sistemas

de informação logísticos ou de SCM, viabilizados tecnicamente por meio da

Tecnologia da Informação. (GUARNIERI, 2006). Os avanços tecnológicos da

informática aumentaram as oportunidades de desenvolvimento de novas

ferramentas capazes de informar a toda empresa o seu andamento.

Cassel e Silva (2009) apresenta a gestão integrada da cadeia de

suprimentos apoiada ao comércio eletrônico, uma vez que mostra a

necessidade das organizações de controlar seu sistema produtivo através do

uso de sistema de informação como MRP, MRPII e ERP, sistemas que

auxiliam no planejamento das necessidades de materiais, afirmando ser

fundamental a integração do banco de dados de PCP e Produção com a área

de Suprimentos e Estoque para simplificar o trabalho de análise diária das

necessidades de compras realizada por um comprador.

Rodrigues (2004) mostra a evolução da Tecnologia de Informação,

inicialmente direcionada ao controle de estoque e o planejamento das

necessidades de materiais (MRP MRP II), em seguida, como mais um apoio ao

sistema de gestão da cadeia de suprimentos, surgiu o sistema ERP, tendo

como principal função integrar processos de gerenciamento e negócios,

proporcionando uma visão global da organização, sendo a principal vantagem

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armazenar vários tipos de informação em um único banco de dados,

compilando várias informações vindas de várias partes do sistema, utilizando

um idioma comum entre as fontes de informação.

No caso das empresas que possuem filiais em várias partes do mundo,

um sistema ERP consegue integrar todas as informações vindas de toda parte

do mundo, disponibilizando as informações de forma homogênea e facilitando

o gerenciamento e as práticas operacionais em todas as unidades.

Para Parra e Pires (2003), a gestão da logística e do fluxo de

informações em toda a cadeia permite aos executivos avaliar, pontos fortes, e

pontos fracos na sua cadeia de fornecimento, auxiliando a tomada de decisões

que resultam na redução de custos, aumento da qualidade, entre outros,

aumentando a competitividade do produto e/ou criando valor agregado e

diferenciais em relação a concorrência. Os resultados que se esperam da

utilização de sistemas que automatizem o SCM são:

Reduzir custos e ampliar os lucros;

Aumentar a eficiência;

Melhorar os tempos de ciclos da cadeia de fornecimento;

Melhorar o desempenho nos relacionamentos com clientes e

fornecedores;

Obter o produto certo, no lugar certo, na quantidade certa, com o

menor custo e menor estoque possível.

Rodrigues (2004) conclui que para que as ferramentas do sistema de

informação atendam as necessidades de apoio ao SCM, são necessários cinco

fatores para mitigar os riscos de sua implantação: falta de comprometimento

da cúpula da empresa em estimular mudanças nas práticas de negócios; falta

de conhecimentos dos parceiros e integrantes em potencial a respeito de

oportunidades, benefícios e princípios das ferramentas a serem implantadas;

necessidade de investimento em tempo e recursos para levar cada novo

parceiro à curva de aprendizado; tempo e custos altos para desenvolver e/ou

adaptar versões de sistema de informação e falta de mão-de-obra

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especializada. O autor também aponta para o fato de que o gerenciamento de

um bom trabalho de logística ligado a um sistema de informação exige altos

investimentos iniciais e de manutenção, sendo, portanto necessário em um

primeiro momento, o estudo da viabilidade de recursos a serem

implementados neste projeto.

3.5 – Processo de Compras

As atividades da área de compras em uma empresa, são de grande

importância, pois fornecem o apoio fundamental para se atingir o sucesso do

sistema logístico. Ela é responsável por suprir o processo produtivo, com todas

as necessidades de serviços e materiais, além de contribuir significativamente

na redução de custos da empresa, por meio de negociações, na busca de

materiais alternativos e com qualidade, além do desenvolvimento de novos

fornecedores de forma constante, a fim de não se ficar dependente de um

único fornecedor.

De acordo com Ballou (2001), as atividades relacionadas a compras

envolvem uma série de fatores como seleção de fornecedores, qualificação

dos serviços, determinação de prazos de vendas, previsão de preços, serviços

e mudanças na demanda, entre outros. Já que grande parte do dinheiro de

vendas é pago a fornecedores por materiais comprados, reduções pequenas

na aquisição dos materiais podem gerar melhorias consideráveis nos lucros.

Dessa forma, pode-se dizer que a gestão de compras é de vital importância

para o sucesso da empresa.

Dias e Costa (2003) aborda como uma das principais modificações nas

organizações, a passagem da área de compras, antes estritamente

operacional, para a atividade de gestão, atuando na linha de comando das

decisões das empresas, dada a importância da área em termos econômico-

financeiros e logísticos para as organizações. Muito pode ser feito de positivo

em uma empresa, a partir do desempenho de uma área de compras bem

estruturada.

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Para Cassel e Silva (2009), o processo de compras deve ser capaz de

satisfazer as solicitações seguindo normas e procedimentos da empresa,

sendo necessária a interação entre o departamento de Compras e os públicos

internos e externos. A área de Compras deve assegurar a disponibilidade dos

materiais na quantidade, qualidade e prazo certos, além do menor custo

possível, sendo as especificações dos produtos/serviços ditadas pelos

requisitantes. Os prazos devem ser acompanhados através do follow up dos

pedidos junto aos fornecedores.

Arnold (1999) apud Cassel e Silva (2009) propõe uma divisão para o

procedimento de compras, que consistem em:

Receber e analisar as requisições de compras: etapa que

compreende o recebimento dos documentos e a montagem do

processo de compra;

Selecionar fornecedores: etapa que identifica e seleciona os

fornecedores para a respectiva concorrência da aquisição do

material e/ou serviço solicitado;

Solicitar cotações: depois da seleção dos fornecedores, é feita a

solicitação de preços para estes fornecedores para a compra.

Determinar o preço certo: etapa que analisa, avalia e negocia as

propostas dos fornecedores;

Emitir a ordem de compra: a ordem de compra é emitida e

enviada para o fornecedor escolhido para fornecer o material

e/ou serviço cotado. Quando o fornecedor aceita a ordem de

compra, esta se torna um contrato legal para a entrega das

mercadorias;

Acompanhar e entrega: etapa que diligencia a entrega do material

comprado (follow-up);

Receber e aceitar das mercadorias: os materiais recebidos pela

área de recebimento são verificados para se certificar se os

itens correspondem às quantidades certas e a qualidade;

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Aprovar da fatura do fornecedor para pagamento: depois de

receber o material adquirido, a nota fiscal é enviada para a área

de contas a pagar, para efetivar o pagamento.

No estudo de caso apresentado por Cassel e Silva (2009), é mostrada

a rotina dos compradores que se inicia no recebimento do plano de compras,

gerado pelo MRP da empresa, em que cada comprador é responsável por

verificar os itens de acordo com o seu tipo de produto e planejar a compra. É

realizado follow-up a partir do banco de dados do setor de Planejamento e

Controle da Produção (PCP) referente aos itens necessários para a fabricação.

A classificação de fornecedores e sua avaliação inicial são realizadas de

acordo com procedimentos envolvendo tanto as áreas de compras, quanto

engenharia e qualidade. Foram identificadas duas dificuldades:

Fluxo de Informação: Vendas – Engenharia – Compras. Alguns

desenvolvimentos são realizados sem o envolvimento do setor

de compras, que poderia auxiliar durante a etapa de

desenvolvimento alertando sobre dificuldades de fornecimento e

oferecendo alternativas para os itens e/ou fornecedores.

Burocracia para aprovação de despesas: todos os itens

comprados necessitam de aprovação pelo sistema financeiro da

empresa, referente ao seu tipo de despesas. Exceto no caso de

projetos onde a despesa é estimada para sua avaliação,

estando no momento da aprovação do projeto a verba liberada,

no caso das compras de itens de estoque esta verba necessita

de aprovação com uma cadeia de aprovadores conforme o tipo

do item (itens para consumo, matéria-prima, serviços etc) e o

custo do material.

Coletti (2002) define como missão de Compras, perceber as

necessidades competitivas dos produtos e serviços, tornando-se responsável

pela entrega no tempo certo, custos, qualidade e outros elementos na

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estratégia de operações, sendo necessário que os gerentes de compras

envolvam-se em várias atividades como manter um banco de dados e seleção

de fornecedores, negociar contratos com os mesmos e agir como intermediário

entre os fornecedores e a empresa. Neste cenário, saber o que, quanto,

quando e como comprar é o diferencial competitivo que organizações que se

agrupam, buscam coletivamente para conseguir ganhos que possibilitem seu

posicionamento no mercado. Para isso novas tecnologias surgiram na área de

compras, como é o caso do e-procurement (compra on-line de produtos) e isto

já uma realidade para as empresas brasileiras.

Xavier (2008) cita um Modelo de Referência para as Operações na

Cadeia de Suprimentos (Supply Chain Operations Reference Model - SCOR),

estabelecendo uma linguagem padrão de comunicação entre os membros da

cadeia.

Figura 2 - Processos em uma Cadeia de Suprimentos (XAVIER, 2008, p.41)

Neste modelo, o processo de compras é identificado na atividade de

aquisição, responsável pela compra dos materiais necessários para a

fabricação do produto, que consiste nas atividades de solicitação de cotações,

emissão do pedido de compra, follow-up dos materiais, avaliação e seleção

dos fornecedores e recebimento dos materiais. O processo de Compras

recebe do processo de planejamento/produção/entrega as seguintes entradas:

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requisição de compra, desenhos, normas, especificações e materiais de

fornecedores, produzindo saídas que serão usadas no processo

planejamento/produção/entrega, identificadas como pedido de compra,

controle dos das datas de entrega através de follow-up, liberação do material

para produção e qualificação de fornecedores.

Como prática que facilita o bom funcionamento da cadeia de

suprimentos Rodrigues (2004) cita a reestruturação e consolidação do número

de fornecedores e clientes, buscando reduzir este número e aprofundar as

relações de parceria com o conjunto de empresas com que se deseja

desenvolver um relacionamento colaborativo e de resultado sinérgico. Desta

forma, é possível estreitar o relacionamento entre ambas as partes,

proporcionando novas oportunidades de desenvolvimento mútuo entre às

empresas, além de beneficiar todos os envolvidos na cadeia e gerar maior

valor agregado do produto ao cliente final.

Assim como Rodrigues (2004), Cassel e Silva (2009) abordam o

conceito inovador de comércio colaborativo, que consiste na busca do máximo

desempenho, com o menor custo, nas relações com fornecedores, clientes,

distribuidores e instituições financeiras, explicando que empresas não buscam

a eficiência do próprio negócio individualmente, mas sim o esforço conjunto em

prol dos melhores resultados em termos de redução de custos e desperdícios,

e de agregação de valor para o consumidor final, sendo a tecnologia fator

fundamental para este modelo.

Ballou (2001) aponta para a necessidade de que clientes e

fornecedores adotem estratégias voltadas para a formação de parcerias de

longo prazo, cooperação e troca de informações e integração dos processos

das organizações, de modo que ambos possam crescer e se beneficiar

mutuamente.

Braga (2006) aborda em seu trabalho a evolução do departamento de

compras nas organizações, desde a sua submissão a outras funções até a sua

posição de participante na formulação da estratégia da organização. Essa

evolução é dividida em quatro estágios, classificados de acordo com a

natureza tática ou estratégica assumida por Compras ao longo do seu

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aprimoramento. O primeiro estágio é caracterizado pela pouca agregação de

valor nas atividades realizadas pelo departamento. O setor de Compras ou

Suprimentos é responsável apenas pela operacionalização da transação, que

consiste na emissão da ordem de compra, acompanhamento da entrega e

escrituração de contratos cujas cláusulas são previamente acertadas entre o

setor interno requisitante e o fornecedor, toda negociação fica a cargo dos

departamentos requisitantes de bens ou serviços. Devido à falta de

planejamento, uma significativa parte do tempo do pessoal de Compras ou

Suprimentos é empregada para “apagar incêndios”, sendo o tempo restante

destinado a operações rotineiras. As medidas de desempenho do

departamento e dos indivíduos estão relacionadas à eficiência e não à eficácia,

havendo pouca comunicação entre o pessoal de Compras ou Suprimentos e

os demais departamentos da organização, o que proporciona baixa visibilidade

desse departamento perante outros setores.

No segundo estágio, as aquisições passam a ser conduzidas dentro do

departamento de Compras ou Suprimentos e pelo setor competente dentro

deste departamento para o tipo de mercadoria a ser obtida, ou seja, aquele

que possui as habilidades necessárias para o tipo de aquisição planejada. As

comunicações com os outros departamentos e usuários são incentivadas com

o propósito de aprimorar o entendimento das necessidades do cliente interno.

Começa a surgir nessa fase a preocupação com redução de custos, levando a

iniciativas como enxugamento do processo de cotação, otimização do fluxo

logístico, comprometimento das encomendas colocadas junto ao fornecedor e

informação antecipada aos fornecedores sobre previsões das necessidades de

bens e serviços. A medida de desempenho utilizada é baseada

prioritariamente na redução de custo e na eficiência das práticas utilizadas no

dia-a-dia do departamento. Observa-se, ainda nessa fase, uma evolução nas

técnicas e nas práticas em relação à fase anterior em busca da modernização,

embora ainda não seja possível verificar-se um direcionamento estratégico. Em

outras palavras, Compras ou Suprimentos ainda atuam de forma mecânica e

independente das estratégias competitivas da empresa. Os gerentes começam

a reconhecer a importância do desenvolvimento profissional dos integrantes do

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setor, principalmente para contribuir na rentabilidade do negócio, mas ainda

não enxergam o potencial do que tais profissionais podem proporcionar à

organização. Contudo, Compras ainda não se mostra de maneira proativa,

tanto na solução de problemas quanto na participação nos assuntos

estratégicos.

Nestes dois estágios iniciais, Braga (2006) apresenta atividade de

Compras ou Suprimentos voltada para questões do dia-a-dia, de cunho

operacional e em um horizonte de tempo de curto prazo, sendo possível

classificá-las como de perfil tático. Nos próximos estágios, o foco das

atividades de Compras ou Suprimentos deixa de ser essencialmente tático e

começa a haver uma tendência no trato com questões mais abrangentes e de

repercussão de maior prazo.

No terceiro estágio, passam a ser considerados fatores como

otimização do custo do ciclo de vida, preocupação em se adicionar maior valor

para o consumidor através de análise de valor e engenharia de valor dos

materiais, redução da complexidade e envolvimento do fornecedor no

desenvolvimento de novos produtos. O cliente interno passa a ser chamado a

participar das aquisições realizadas, garantindo que todos os aspectos

técnicos e do custo total de propriedade sejam adequadamente considerados.

A seleção de fornecedores e aquisição de bens e serviços passa a ser

realizado por equipes multifuncionais, com representantes dos diversos setores

da organização. A partir desse ponto os fornecedores são considerados como

um recurso escasso e, portanto, cuidadosamente selecionados. O profissional

da função passa a ser considerado também um recurso valioso, devido à

experiência que começa a acumular no trato de questões estratégicas.

No quarto e último estágio, acontece a total integração de Compras ou

Suprimentos e a estratégia competitiva da empresa com a real caracterização

do seu papel estratégico na organização. Ela passa a constituir parte de um

esforço conjunto com as outras funções correlatas para formular e implementar

um plano estratégico no nível departamental decorrente da estratégia da

empresa, além de, também junto com as outras funções, influenciar a

formulação da estratégia da empresa numa relação recíproca.

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Braga (2006) ainda resume através da figura mostrada abaixo, um

referencial prático para auxiliar as empresas a classificarem o seu setor de

Compras ou Suprimentos conforme o perfil das atividades nele desenvolvidas

e a empreenderem modificações conforme as suas necessidades.

Figura 3 - Posicionamento da Função Compras ou Suprimentos (BRAGA, 2006, p.103)

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CAPÍTULO IV

TI APLICADA À CADEIA DE SUPRIMENTOS

Visando suportar as mudanças ocorridas no ambiente corporativo e

possibilitar que as atividades desenvolvidas na cadeia de suprimentos sejam

administradas corretamente, tornou-se necessária a utilização de sistemas de

informação e de SCM, viabilizados tecnicamente através da tecnologia da

informação.

No cenário atual, a maioria das empresas são representativas no que

se refere à aplicação dos conceitos de SCM e na implantação das tecnologias

de informação correspondentes.

É possível afirmar, que a implementação do conceito de SCM nas

empresas, somente é possível com o suporte de sistemas e/ou tecnologias de

informação que viabilizem o fluxo de informações de forma eficaz na cadeia de

suprimentos, possibilitando assim, redução de falhas, agilidade e redução de

custos, que vem a agregar maior valor ao produto final.

4.1 - Introdução

As companhias que anteriormente eram vistas como empreendimentos

com responsabilidades limitadas diante do mercado consumidor e que não

davam a devida importância a concorrência e a plena satisfação dos clientes,

atualmente se depararam com uma situação totalmente inusitada que as

obrigou a rever seus conceitos e as conduziu a frequentes mudanças em seus

sistemas produtivos e de atendimento aos clientes. Percebe-se a ênfase na

melhora do nível de serviço logístico, na agilidade de resposta aos anseios dos

consumidores e consequentemente na necessidade de integração da logística

dos clientes e fornecedores.

Com a evolução da logística empresarial, podemos observar avanços

significativos na mesma, nos últimos anos, devido ser um dos fatores

essenciais para a competitividade das empresas. Há, sem dúvida, diversos

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fatores que aceleraram este desenvolvimento, dos quais podem ser citados: a

pressão por maior giro e redução de estoques, o atendimento a mercados

distantes e a crescente inovação tecnológica.

Recentemente, surge um novo conceito no ambiente empresarial, o

Supply Chain Management, que muitos creem ser uma extensão da logística

empresarial, mas que na verdade é mais abrangente, pois além de necessitar

da gerência logística para administrar o fluxo de bens, serviços e informações

do ponto de origem (fornecedores) até o ponto destino (consumidor final),

envolve também os processos dos fornecedores da empresa visando maior

integração das atividades de ambos e o desenvolvimento de parcerias que

permitem agregar maior valor ao produto final.

A fim de dar suporte a todas essas mudanças ocorridas no ambiente

corporativo e possibilitar que todas as atividades envolvidas no Supply Chain

Management sejam geridas corretamente, possibilitando o atingimento de seus

objetivos, tornou-se necessária a utilização de sistemas de informação

logísticos e de SCM, viabilizados tecnicamente através da tecnologia da

informação.

É notório que a implementação do conceito de SCM nas empresas

através dos sistemas integrados, somente é possível com o suporte de

sistemas e/ou tecnologias de informação que viabilizem o fluxo de informações

de forma eficaz na cadeia de suprimentos. Assim é possível uma maior

integração que permite a redução e até mesmo a ausência de estoques nas

empresas parceiras, sem atrasos na produção e consequentemente menores

custos, o que agrega maior valor ao produto, perceptível aos consumidores

finais.

4.2 - Quais as vantagens e desvantagens da utilização de ERP?

Podemos afirmar que a utilização dos sistemas integrados são

ilimitadas? Primeiramente, os custos da companhia podem ser reduzidos.

Depois, os sistemas ERP integram todas as áreas de uma empresa que passa

a ter mais controle sobre todas as operações. Desta forma, os processos das

áreas, passam a ser executados mais rapidamente.

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O uso de sistemas ERP, aperfeiçoa o fluxo das informações e facilita o

acesso aos dados operacionais, favorecendo desta forma a adoção de

estruturas organizacionais mais comprimidas e flexíveis. Além disso, as

informações tornam-se mais consistentes, possibilitando a tomada de decisão

com base em dados que refletem a realidade da empresa. Outro benefício da

implantação é a adoção de melhores práticas de negócio, suportadas pelas

funcionalidades dos sistemas, que resultam em ganhos de produtividade e em

maior velocidade de resposta da organização.

Segundo algumas das maiores empresas, os benefícios de utilização

de sistemas ERP, englobam:

A automatização do processamento de salários, o que dispensa

intervenção de pessoal neste processo;

Reduz o número de documentos em papel, disponibilizando

consulta e introdução on-line de informação;

Permite acesso à informação tratada, muito mais rapidamente;

A informação é detalhada, proveniente de várias áreas da

empresa. Isso proporciona aos auditores a criação de

apresentações com mais conteúdo;

Permite o controle de custos;

Reduz o tempo de resposta e assistência ao cliente;

Torna mais eficiente a cobrança de dívidas, e permite maior

controle na satisfação de notas de encomenda ou abatimentos

de notas de crédito;

Melhora o monitoramento do sistema e agiliza a consulta às

bases de dados;

Possibilita uma rápida alteração nas operações de negócio e

ajustes às condições do mercado;

Apesar de existirem muitas vantagens na utilização de sistemas ERP,

existem também algumas desvantagens. Por exemplo, os custos de

implementação de um sistema ERP podem ser bastante elevados, fato que

torna sua utilização restrita a determinadas empresas.

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As pequenas empresas poderão não conseguir suportar os custos.

Outra desvantagem é a privacidade dentro do sistema. É preciso definir quem

pode inserir simplesmente à informação e quem pode alterar essa informação.

Essa é uma distinção que deve de ser feita. Como para todos os negócios é

necessário tempo, para uma empresa o fator tempo também é considerado um

recurso importante.

É importante ressaltar, que um sistema ERP demora algum tempo para

ser implementado e durante todo esse processo, a empresa poderá baixar a

sua produtividade. Processos que anteriormente necessitavam de pessoal,

para serem executados, tendem a tornar-se automatizados depois da

implementação do sistema e pessoas precisarão ser realocadas.

Ao implementar um sistema ERP, é preciso oferecer formação aos

empregados, formação essa que acarreta mais custos para a empresa.

De fato, as vantagens superam as desvantagens. No futuro cada vez

mais empresas usarão os sistemas ERP ou outros sistemas mais avançados

para gerir as várias áreas de negócio da empresa.

4.3 - Fatores críticos de sucesso na implantação do ERP

A literatura existente em projetos ERP não aborda o assunto dos

fatores críticos de sucesso de maneira específica, mas faz várias referências

sobre os mesmos.

São comuns as citações de pré-requisitos e condições necessárias

para o sucesso de projetos ERP. Os mais citados são: o apoio e

comprometimento da alta administração, objetivos claros e definidos; usuários

capacitados e disponíveis; existência dos recursos necessários; mudança nos

processos de negócios; presença de uma consultoria externa; entre outros.

Por sua vez, Bancroft et al (1998), citam nove fatores considerados

como críticos para implementação de sistemas complexos, em particular,

sistemas ERP:

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1. Compreender a cultura da empresa;

2. Iniciar a mudança dos processos de negócio antes da

implementação;

3. Manter uma comunicação constante, mas não em termos

técnicos;

4. Garantir um forte apoio dos executivos para o projeto;

5. Possuir um gerente de projeto que possa negociar em todos os

níveis;

6. Escolher uma equipe de projeto balanceada (entre a área de

sistemas e as áreas de negócios);

7. Escolher uma boa metodologia de projeto;

8. Treinar os usuários e garantir apoio para mudanças de cargos;

9. Esperar que problemas surjam.

Para Lima et al., o sucesso na implantação depende do alinhamento

entre software, cultura e objetivos de negócio da empresa. É necessário ter:

articulação entre os objetivos do projeto e expectativas de mudança da

organização; boa gerencia; comprometimento da alta administração e dos

proprietários dos processos; e os usuários devem compreender a mudança.

Você pode notar que a implantação de um sistema ERP não é uma

tarefa simples, com apenas característica técnica. Para que tenha sucesso, é

preciso considerar:

O envolvimento da alta direção durante todo o processo;

O alinhamento entre o software, a cultura e os objetivos de

negócios da empresa;

A articulação de um planejamento prévio que possa contemplar

os objetivos

Organizacionais com as expectativas de mudança da

organização;

A compreensão das necessidades dos usuários e departamentos;

A efetiva participação dos usuários responsáveis pelos processos

envolvidos;

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Questão da importância do treinamento como um dispositivo de

qualificação,

Desenvolvimento e adequação dos usuários ao novo sistema.

Para que a implantação de um sistema ERP seja realizada com

sucesso, sugere-se seguir alguns passos. São eles:

1º Passo: Definir quais módulos serão implantados primeiro;

2º Passo: Definir como será feito o treinamento;

3º Passo: Definir o melhor período para a implantação de módulos

específicos;

4º Passo: Apresentar o projeto de implantação como uma atividade

estratégica definida pela alta administração da empresa;

5º Passo: Definir metas públicas (todos envolvidos devem conhecer).

Em muitos projetos de ERP, a alta administração não se envolve

devidamente, apesar dos grandes investimentos e riscos da empreitada. Um

projeto bem sucedido tem seus participantes na posição correta, ou seja, os

técnicos tomando decisões técnicas e a gerência decidindo fatores como

objetivos e estratégias de negócio.

Não se espera que o presidente escreva código de programas ou

desenhe telas, mas que aponte os direcionamentos estratégicos. As gerências

intermediárias devem atuar nas decisões táticas e operacionais, os tecnólogos

nas questões técnicas e assim por diante.

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CONCLUSÃO

O interesse pelos impactos da TI nas organizações tem sido tema de

grandes debates entre acadêmicos e administradores. A literatura de SI tem

apresentado muitos artigos preocupados com a adoção maciça da TI na

gestão da cadeia de suprimentos, mas poucos têm direcionado suas pesquisas

visando à identificação dos impactos dos investimentos da TI no processo da

gestão da cadeia de suprimento. Ao mesmo tempo percebe-se que as

empresas e seus executivos estão interessados em estudos que apresentem

metodologias para avaliação impactos da TI na organização.

A principal contribuição deste trabalho é estabelecer uma base

conceitual para estudos sobre o impacto positivo e necessário da TI e dos

sistemas integrados na gestão da cadeia de suprimento ao expor um conjunto

de variáveis estratégicas e benefícios que impactam diretamente na gestão

das informações de forma centralizada e integra através do uso da TI na

gestão da cadeia de suprimentos.

Procurou-se através dos conceitos apresentados, demonstrar a

importância da utilização da TI e, especificamente, dos sistemas integrados na

gestão da cadeia de suprimentos, traduzindo-a em vantagem competitiva em

relação aos concorrentes. O compartilhamento efetivo e ágil de informações

com os clientes e fornecedores é apontado como um dos aspectos mais

importantes no processo de gestão da cadeia de suprimentos, produzindo

efeitos na redução de custos de transação e de negociação com os clientes e

fornecedores.

Assim, a gestão das informações entre fornecedores e clientes é fator

essencial no gerenciamento da cadeia de suprimentos. Utilizando-se de

sistemas e tecnologias de informação, torna-se tangível para as empresas, a

obtenção de vantagem competitiva através da otimização do fluxo de

informações que agrega valor perceptível ao produto final, satisfazendo os

clientes e maximizando a lucratividade de toda a cadeia.

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

BALLOU, Ronald H. – Gerenciamento da cadeia de suprimentos:

planejamento, organização e logística empresarial. 4. Ed. Porto Alegre:

Bookman, 2001.

BATISTA, Emerson de Oliveira. Sistema de Informação: o uso consciente da

tecnologia para o gerenciamento. São Paulo: Ed. Saraiva, 2004.

BROWN, S.A. CRM – Customer Relationship Management, São Paulo: Ed.

Makron Books do Brasil, 2001.

FRANCO, Carlos F. E-Business: Internet, Tecnologia e Sistemas de

Informação, 2ª ed. Rio de Janeiro: Ed. Atlas, 2005.

REZENDE, D.A. e ABREU, A.F.(2003) Tecnologia da informação aplicada a

sistemas de informação empresariais. São Paulo: Atlas

RIBEIRO, P. C. C.; GOMES, C. F. S. Gestão da cadeia de suprimentos

integrada à tecnologia da informação. 1 ed. São Paulo: Thomson, 2004.

TIGRE, Paulo B. Gestão da Inovação: a economia da tecnologia no Brasil. Rio

de Janeiro, Editora Campus/Elsevier, 2006.

TURBAN, Efrain; RAINER, R.K.; POTTER, Richard E. Administração de tecnologia da informação: teoria e prática. 3.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 9

1.1 – Introdução 9

1.2 – Evolução 10

1.3 – Tecnologia e Sistemas de Informação 11

CAPÍTULO II

SISTEMAS ERP 13

2.1 – Introdução 13

2.2 – Evolução dos ERP 14

2.3 – Como é concebido o ERP? 16

2.4 – Características do ERP 17

2.5 – Quais são as principais funcionalidades do ERP? 19

CAPÍTULO III

CADEIA DE SUPRIMENTOS 22

3.1 – Problemas na Cadeia de Suprimentos 22

3.2 – Gestão da Cadeia de Suprimentos (SCM) 23

3.3 – Logística 24

3.4 – Sistemas de Informação na Cadeia de Suprimentos 25

3.5 – Processo de Compras 27

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CAPÍTULO IV

TI APLICADA À CADEIA DE SUPRIMENTOS 35

4.1 – Introdução 35

4.2 – Quais as vantagens e desvantagens da utilização de ERP? 36

4.3 – Fatores críticos de sucesso na implantação do ERP 38

CONCLUSÃO 41

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 42

ÍNDICE 43