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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA A IMPORTÂNCIA DO ORIENTADOR EDUCACIONAL PARA A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS Por: Bruna Senna Peres Barbosa Orientador Prof. Flávia Cavalcanti Rio de Janeiro 2015 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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  • UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

    PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

    AVM FACULDADE INTEGRADA

    A IMPORTÂNCIA DO ORIENTADOR EDUCACIONAL PARA A

    EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

    Por: Bruna Senna Peres Barbosa

    Orientador

    Prof. Flávia Cavalcanti

    Rio de Janeiro

    2015

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  • 2

    UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

    PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

    AVM FACULDADE INTEGRADA

    A IMPORTÂNCIA DO ORIENTADOR EDUCACIONAL PARA A

    EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

    Apresentação de monografia à AVM Faculdade

    Integrada como requisito parcial para obtenção do

    grau de especialista em Orientação Educacional e

    Pedagógica.

    Por: Bruna Senna Peres Barbosa.

  • 3

    AGRADECIMENTOS

    ....primeiramente aos meus pais que

    sempre investiram e apoiaram minha

    educação e ao meu marido por todo

    apoio.

  • 4

    DEDICATÓRIA

    .....dedica-se ao meu falecido pai Juliano

    Peres Barbosa.

  • 5

    RESUMO

    Esta pesquisa monográfica tem como objetivo demonstrar a

    importância do papel do Orientado Educacional para Educação de Jovens e

    adultos, para isso foi preciso mostrar qual é o papel do OE para educação, os

    conflitos e desafios enfrentados atualmente pela EJA e também demonstrar um

    breve histórico sabre a EJA e o OE para entender o que ocorre no momento

    presente e daí poder perceber o quanto importante é um Orientador

    Educacional atuante e presente para que a EJA alcance de fato seu objetivo

    que é de não só alfabetizar jovens e adultos, que por diversos motivos nem

    nunca foram a escola ou evadiram da mesma, como dar a eles possibilidades

    para que possam ser participativo e atuantes no atual contexto social.

    Diante da problemática da EJA, a escola juntamente com o OE

    precisa ser a mobilizadora para que a comunidade se envolva, porém se faz

    necessário levar em consideração que jovens e adultos carregam com eles

    saberes que foram construídos através da vivência, mas ao mesmo tempo,

    deve-se fornecer a esses alunos o conhecimento que tanto buscam e

    precisam.

  • 6

    METODOLOGIA

    Este trabalho monográfico está pautado em uma pesquisa

    bibliográfica onde são citados alguns autores ligados a Orientação Educacional

    e a Educação de Jovens e Adultos.

    O início dos estudos foi dado através de muita leitura, com isso,

    foi possível realizar o fichamento de trechos relevantes para o tema. A

    referência teórica que utilizei quando o assunto foi Orientação Educacional, foi

    da autora Mírian P. S. Zippin Grinspun, que escreve desde a origem da

    Orientação Educacional até suas relações dentro da escola, além dos aspectos

    legais, sociais, políticos e culturais. Quanto a referência teórica da Educação

    de Jovens e Adultos me baseei em dois livros de Paulo Freire que é

    considerado o mentor da educação para a consciência, tem uma contribuição

    importantíssima para EJA, os outros três autores: Geraldo Leão, Isabel e Silva

    e Maria de Souza também foram importantes para coleta de informações a

    respeito da EJA.

  • 7

    SUMÁRIO

    INTRODUÇÃO 08

    CAPÍTULO I - O OE e suas habilidades e competências 10

    CAPÍTULO II - A EJA e suas atribuições e desafios 19

    CAPÍTULO III – A importância do OE para EJA 27

    CONCLUSÃO 36

    BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 38

    BIBLIOGRAFIA CITADA 39

    ÍNDICE 40

  • 8

    INTRODUÇÃO

    A Educação de Jovens e Adultos (EJA) vem sendo estudada e

    analisada com bastante ênfase na atualidade, isso se deve, principalmente, a

    política atual que forneceu incentivos financeiros, nunca vistos, para essa

    modalidade de ensino, pois quer defender a erradicação do analfabetismo,

    marcada, essencialmente, por uma população de jovens e adultos que

    evadiram ou se quer jamais foram a escola, todavia são necessários mais que

    incentivos financeiros para que o EJA de fato tenha um resultado real.

    Contudo, este estudo tem como objetivo demonstrar a importância de

    um Orientador Educacional na Educação de Jovens e Adultos, mostrando o

    quanto essencial esse profissional é para o processo de ensino-aprendizado e

    na inserção e ou capacitação desse público no mercado de trabalho, bem

    como, colaborar para que esses jovens e adultos possam se manter incluídos

    na sociedade como seres úteis e participativos.

    Primeiramente o estudo monográfico tratará do papel do Orientador

    Educacional de hoje demonstrando suas habilidades, competências e sua

    função como principal responsável em atender os estudantes levando em conta

    que eles estão inseridos em um contexto social, influenciando assim, no

    processo de aprendizagem de cada aluno e também sua importância junto a

    equipe multidisciplinar da escola. Com isso pretendo mostrar não só as funções

    do O.E, como também mostrar através de tudo que esse profissional

    representa no contexto da escola, o quanto importante ele é.

    O segundo capítulo demonstrará as diversas dificuldades e desafios

    que estão envolvidos no processo de educar Jovens e Adultos como: a

    adequação do currículo, a formação inadequada dos professores e programas

    educacionais ineficazes, mostrando assim, todas as dificuldades encontradas

    com essa modalidade de educação, seus desafios e suas características.

    Por fim esse trabalho fará um resgate na história, para que seja

    possível a compreensão do papel atual do Orientador Educacional nas escolas

  • 9

    e também o modelo atual da Educação de Jovens e Adultos, com isso nos fará

    pensar o quanto importante é o papel do Orientador para a EJA.

    Este estudo também irá colaborar para mostrar que o papel do

    Orientador Educacional, no presente momento, é bem mais amplo tornando-se

    essencial para mudar o cenário de insucesso da Educação de Jovens e

    Adultos. Mostrar o quanto é preciso respeitar a realidade de cada aluno da

    Educação de Jovens e Adultos com o auxílio do Orientador Educacional que é

    quem de fato é responsável por essa função, além do seu papel rotineiro com a

    sociedade, com o currículo e com a escola como um todo, contribuindo com as

    relações que se estabelecem no âmbito escolar.

    A metodologia de pesquisa se baseia em um levantamento

    bibliográfico, com autores que desenvolveram pesquisas sobre o tema

    abordado, e os autores que serão citados são: Maria Antônia de Souza, Freire

    (1999-2007), Mirian Paura S. Zippin Grispun, Isabel de Oliveira e Silva e

    Geraldo Leão.

    No entanto, para conseguir alcançar o que é previsto em nossa

    legislação, onde diz “A educação, direito de todos e dever do Estado e da

    família...”, também se faz necessário entender o público a quem se destina,

    pois jovens e adultos que por algum motivo deixaram ou nunca tiveram acesso

    à educação, devem ter um currículo de acordo com suas necessidades,

    profissionais especializados e preparados para atendê-los e assim se fazer

    cumprir uma necessidade tão básica de qualquer sociedade, a Educação.

  • 10

    CAPÍTULO I

    O ORIENTADOR EDUCACIONAL E SUAS HABILIDADES

    E COMPETÊNCIAS

    A vida tem muitos desafios, mas saber enfrentá-los é uma

    tarefa que a Orientação Educacional procura desenvolver.

    (GRINSPUN, 2011, p.126).

    A Orientação Educacional é exercida por um profissional com formação

    em Pedagogia ou com pós-graduação em Orientação Educacional, esse

    profissional exerce muitas atividades variadas dentro do âmbito escolar, e tal

    variação faz com que, muitas vezes, sua função seja confundida com a de

    outros profissionais. Sendo assim, essa pesquisa tem como objetivo

    demonstrar as habilidades e competências desse profissional tão importante

    não só para as escolas de Educação de Jovens e Adultos como também para

    todo o tipo de escola.

    O Orientador Educacional deve sempre ver o aluno como um ser

    global, o qual de forma equilibrada deve desenvolver em vários aspectos como,

    o moral, o social, o vocacional, o físico e o intelectual. Para isso é necessário

    que esse profissional trabalhe integrado e não somente com o aluno e o

    professor e sim com a família, a comunidade e a equipe como um todo do

    âmbito escolar, logo o trabalho desse profissional é de somar com outros

    profissionais, com o objetivo que é de alcançar uma educação de qualidade e

    produzir um projeto político-pedagógico eficaz, fazendo com que o aluno seja

    capaz de ser tornar um indivíduo politizado e consciente, o Orientador também

    deve trabalhar de forma a prevenir certas situações ou dificuldades entre as

    partes envolvidas.

    O Orientador Educacional deve procurar se envolver com a comunidade, resgatando sua realidade socioeconômica e cultural como meio de contribuir para a adequação curricular, tendo em vista a transformação da escola e da sociedade. A organização da escola deve contemplar, através do seu próprio espaço físico, os interesses e necessidades da comunidade,

  • 11

    fazendo que ela seja participante do projeto político-pedagógico que deseja desenvolver. (GRINSPUN, 2011, pg.109).

    É muito importante que o Orientador Educacional mantenha

    reuniões semanais para mapear as demandas e dar apoio aos alunos e

    professores no que diz respeito aos aspectos emocionais, cognitivos, estéticos,

    sociais e interpessoais.

    Os problemas de comportamento de um aluno, normalmente estão

    ligados ao fato desse aluno achar que uma regra não convém, não está

    funcionando ou até mesmo do aluno querer chamar atenção, por isso a

    necessidade de incentivar e respeitar a autonomia do aluno, ouvi-lo e mostrar

    interesse pelas suas ideias, mas é importante lembrar que ele necessita de

    referências e orientação. Para o Orientador é muito importante que antes que

    tome qualquer atitude investigue bem o grupo como um todo.

    É imprescindível que o Orientador estude o perfil dos alunos da escola,

    no caso da EJA se torna essencial, pois muitas vezes jovens e adultos,

    principalmente que estão em fase de alfabetização, costumam ser

    alfabetizados da mesma forma que uma criança e isso é muito desmotivante

    para esse aluno, então é preciso que o Orientador junto com o professor

    trabalhe o currículo da escola para torná-la motivadora

    O Orientador Educacional quando leva para escola a realidade do aluno, para ser trabalhada contextualizada com os conteúdos do currículo, contribui para a promoção do aluno e o desenvolvimento de sua aprendizagem. Uma vez que a Orientação Educacional não existe para padronizar os educandos nos conceitos escolhidos como ajustados, disciplinados e responsáveis o importante é a singularidade dentro da pluralidade, do coletivo. (GRISPUN, 2011, pg.29).

    O Orientador Educacional precisa ter como base princípios que lhe

    possam dar unidade e direção em suas metas traçadas em seu Plano de Ação.

    O Plano de Ação nada mais é que, o planejamento de todas as ações

    necessárias para atingir o resultado desejado, é quando a escola deve pensar

    sobre sua missão, identificando e relacionando as atividades prioritárias para o

    ano em exercício, tendo em vista os resultados esperados.

  • 12

    Na tarefa de aproximar a escola da comunidade, a Orientação

    Educacional alcança em sua atuação instituições em espaços não escolares e

    escolares, assim o Orientador Educacional deve planejar visitas culturais, por

    exemplo. Nesse sentido pode-se dizer que uma das tarefas do Orientador é o

    conhecimento da comunidade e das situações que facilitem sua vida, bem

    como as que a dificultam, sendo assim, o Orientador fica ainda mais

    comprometido com a formação do aluno na busca da construção de uma visão

    mais crítica e participativa.

    Nas concepções progressistas, a Orientação Educacional vê a realidade social em permanente transformação, devido às contradições e conflitos de classes que lhe são inerentes. A Orientação Educacional deve fazer a mediação entre indivíduo e sociedade, possibilitando a inserção do indivíduo no mundo da cultura. Ela colabora na aquisição do saber, sendo este construído no processo histórico e social da atividade humana. (GRINSPUN, 2011, p.59)

    Lidar com pessoas é sempre muito complexo e exige muita

    responsabilidade, esse é o trabalho do Orientador Educacional, então para que

    este profissional sempre trabalhe de forma alinhada com os princípios éticos, a

    Federação Nacional de Orientadores Educacionais redigiu um código de ética

    para esses profissionais, publicado em 05\03\1979, esse código tem como

    objetivo estabelecer as normas de conduta e também estabelece os deveres

    fundamentais do Orientador Educacional, como segue:

    CAPÍTULO I

    DOS DEVERES FUNDAMENTAIS

    Artigo 1º - São deveres fundamentais do Orientador Educacional:

    a) exercer suas funções com elevado padrão de competência, senso de

    responsabilidade, zelo, discrição e honestidade;

    b) atualizar constantemente seus conhecimentos;

    c) colocar-se a serviço do bem comum da sociedade, sem permitir que

    prevaleça qualquer interesse particular ou de classe;

  • 13

    d) Ter uma filosofia de vida que permita, pelo amor à Verdade e respeito à

    Justiça, transmitir segurança e firmeza a todos aqueles com quem se relaciona

    profissionalmente;

    e) Respeitar os códigos sociais e expectativas morais da comunidade em que

    trabalha;

    f) Assumir somente a responsabilidade de tarefas para as quais esteja

    capacitado, recorrendo a outros especialistas sempre que for necessário;

    g) Lutar pela expansão da Orientação Educacional e defender a profissão;

    h) Respeitar a dignidade e os direitos fundamentais da pessoa humana;

    i) Prestar serviços profissionais desinteressadamente em campanhas

    educativas e situações desde emergências, dentro de suas possibilidades.

    Para a profissão de Orientador Educacional se estabeleceu esse código

    de ética, posto acima, porém esse código está muito mais voltado a uma

    descrição das funções e tarefas do Orientador, e fala-se muito pouco sobre a

    ética em sim, mas como todo o profissional, ele deve exercer sua função

    pautada por princípios éticos. A discrição, o bom senso e o cuidado na emissão

    de juízos de valor podem favorecer o trabalho do Orientador Educacional.

    O Orientador Educacional exerce o papel de mediador e articulador de diferentes campos do conhecimento, buscando ajudar a Instituição através da interdisciplinaridade, numa perspectiva de colaboração na construção dos valores e identificando a questão ética como necessárias ao desenvolvimento do indivíduo. (GRISPUN, 2011, p.14).

    A função do Orientador vai muito além de identificar conflitos dos

    alunos na escola, esse profissional deve auxiliar o aluno na construção do

    saber, facilitando seu desenvolvimento tanto de forma individual como social,

    sempre envolvendo nesse processo os professores, a família, a comunidade e

    a equipe multidisciplinar da escola, para que todos estejam inseridos e que

    possam participar no que está proposto no projeto político-pedagógico da

    escola. Para isso é necessário que o Orientador Educacional conheça muito

  • 14

    bem a cultura organizacional da escola em que trabalha para que possa atuar

    de maneira segura e eficiente.

    A Orientação não deveria exercer um papel na escola que caracterizasse um “serviço à parte”, com preocupações voltadas apenas para resolver problemas. Ao contrário, a função do Orientador seria de auxiliar na elaboração do projeto político-pedagógico a ser desenvolvido na escola, e de preferência que este fosse pensado de forma coletiva, numa perspectiva de que todos se sentissem coresponsáveis tanto pelos fracassos quanto pelas vitórias. (GRINSPUN, 2011, p.96).

    Segundo a Orientadora Alaíse Farias, a Orientação Educacional no

    trabalho pedagógico é de fundamental importância para o fortalecimento do

    trabalho pedagógico. Trata-se de um articulador que une as pessoas que

    fazem parte do processo educativo, em torno de objetivo comum, a promoção

    da qualidade do ensino e do sucesso escolar dos alunos.

    Ao profissional de Orientação Educacional cabe orientar os alunos, e

    para isso ele pode utilizar de muitas técnicas e alternativas como: palestras,

    reuniões com grupos, jogos lúdicos ou atividades que auxilie o aluno com suas

    questões e maneira de agir perante a vida escolar e o cotidiano.

    O Orientador Educacional pode detectar no aluno todos os seus

    anseios, frustrações, necessidades, excesso de cuidados e inseguranças.

    Ouvir o aluno é a melhor maneira de trabalhar todos os aspectos emocionais e

    assim auxiliá-lo com o aprendizado dentro da escola e também fora dela,

    porém o Orientador Educacional nunca deve esquecer da ética que se torna

    essencial quando o mesmo obtém informações confidenciais sobre os alunos.

    Também a escola participa e produz narrativas sobre necessidades da família apontando e expressando dificuldades encontradas pela criança ao longo de seus ciclos de vida e ajudando ou não na superação de seus problemas, no enfrentamento das relações entre perdas e dificuldades de aprendizagem. (PORTELLA, 2008, p.103).

  • 15

    1.1 O Orientador Educacional e a Equipe Multidisciplinar da escola.

    O trabalho do Orientador Educacional deve estar alinhado aos demais profissionais da equipe técnica-pedagógica da escola, pois a união dessa equipe faz com que o projeto político-pedagógico tenha sucesso, partindo do princípio que esse projeto tenha sido construído com a participação efetiva de todos da equipe, isso só fará enriquecer o ensino e aproximar a escola da comunidade.

    Também é primordial que o Orientador se envolva com todos os funcionários que englobam a escola de maneira que os incentive, pois o sucesso da escola está nas mãos de todos os funcionários que dela participam não importando aí o nível social nem a instrução, todos tem o seu valor e devem ser respeitados.

    Junto aos funcionários da escola: colaborar na valorização de suas tarefas, considerando-as necessárias ao bom desenvolvimento da organização da escola, sejam eles inspetores, funcionários da secretaria, merendeiros, serventes, trabalhadores da cantina, jardineiros, porteiros etc. O Orientador deve procurar, trabalhar a autoestima, identidade profissional, e suas atribuições para o funcionamento da escola.(GRISPUN, 2011, pg.116)

    O Orientador Educacional e o Diretor

    O Diretor da escola tem a responsabilidade máxima quanto a eficácia da política educacional do sistema e o desenvolvimento pleno dos objetivos educacionais, organizando, dinamizando e coordenando todos os esforços nesse sentido além de controlar todos os recursos para tal. O Orientador Educacional, muitas vezes, não tem autonomia, pois o Diretor não permite, porém é necessário que exista uma confiança, muitas decisões não precisam chegar ao Diretor, como por exemplo, a suspensão de um aluno. Monopolizar todas as decisões e tudo ter que passar pelo aval do Diretor acaba por engessar o sistema. O Orientador tem que ter acesso às informações de todos os alunos não só pessoais como administrativas também, pois ele também deve participar de decisões como a de selecionar a melhor turma a que se destina determinado aluno.

    Colaborar com a direção significa estar junto tanto nas decisões tomadas pela direção, como à obtenção de dados inerentes aos aspectos administrativos. O Orientador deve participar da organização das turmas, dos horários, da distribuição dos professores em turmas, do número de alunos em sala de aula, dos horários da merenda, da recreação, das atividades complementares, da matrícula, enfim, de toda a prática que organiza a infraestrutura da escola. (GRISPUN, 2011, p.116)

  • 16

    O Orientador Educacional e o Professor

    O professor deve estar voltado para sala de aula e nela deve

    desenvolver o processo de ensino-aprendizagem, enquanto o papel do

    orientador junto ao professor está voltado a: assessorá-lo no planejamento de

    experiências diversificadas, treinar a autoavaliação, descobrir através da

    autoavaliação e da execução de atividades suas dificuldades e facilidades além

    de treinar o professor em relação à observação e registro do comportamento

    do aluno, sempre agindo em parceria.

    Existe também a dimensão da necessidade de aprendizagem, pois aos

    educadores cabe o desafio de ampliar os seus conhecimentos gerais a respeito

    da sociedade para então poder construir uma metodologia dialógica com os

    educandos e atender suas necessidades. Atualmente é muito importante que o

    Orientador Educacional tenha uma boa formação, cultural, psicológica e

    política-pedagógica para poder auxiliar o educador e seu próprio trabalho, essa

    questão, inclusive, consta nos deveres fundamentais do Orientador

    Educacional.

    O papel dos professores, no caso da Educação de Jovens e Adultos,

    não é de preparar o aluno para o futuro, como acontece com as crianças, e

    sim ter um olhar sensível a tudo que é relevante para esses jovens e

    adultos, afinal esses alunos já tem uma história que precisa ser considerada

    e respeitada, e também, tem necessidades pedagógicas bem diferentes das

    crianças.

    Trabalhando junto dos professores através de uma reflexão crítica da prática pedagógica, o Orientador procurará contribuir para a discussão da realidade dos alunos, das finalidades do processo pedagógico, do sistema de avaliação, das questões de evasão e repetência escolar, dos recursos físicos e materiais de que a escola dispõe, das metodologias empregadas, enfim, sobre as questões técnico-pedagógicas da escola. (GRISPUN, 2011, pg.116)

  • 17

    O Orientador Educacional e o Psicólogo

    É preciso entender a importância do trabalho do Orientador

    Educacional no tocante ao sigilo de informações, pois é ele que tem todas as

    informações, sejam aquelas que são passadas pelo próprio aluno, como as que

    a família e o professor passam sobre o aluno, então no momento em que vai

    fazer algum aconselhamento familiar, deve ser muito cauteloso, levando em

    conta os aspectos morais e religiosos de cada família, para evitar criar alguma

    situação desfavorável entre as partes (itens (a) e (e) dos deveres fundamentais

    do Orientador Educacional). Porém é necessário que o Orientador também

    leve a família a refletir sobre problemas e conflitos sugerindo alternativas.

    O processo de ensino da EJA, junto ao Orientador Educacional tem

    a finalidade de aprimorar os jovens e adultos de hoje, mostrando-lhes as

    diferenças entre o Orientador Educacional e o psicólogo. Enquanto o

    Orientador Educacional auxilia o aluno a tomar consciência de seus valores, é

    função do psicólogo (no âmbito escolar) trabalhar com o psiquismo e os

    distúrbios ocorridos na fase escolar sejam eles desenvolvidos no ambiente

    familiar ou dentro da própria escola.

    Para Meira (2003) o psicólogo escolar deve criar condições para que

    os docentes repensem e problematizem suas práticas; ajuda-las na

    compreensão do importante papel que tem como agentes da história; auxiliar

    na compreensão crítica em relação ao psiquismo, desenvolvimento humano, e

    de suas articulações com a aprendizagem e as relações sociais.

    Como o Orientador está sempre diretamente ligado às relações

    humanas pode ter suas funções confundidas com as de um psicológico,

    embora também lide com problemas de convivência e com dificuldades de

    aprendizagem das crianças, é preciso deixa claro que a função do Orientador

    se aproxima mais do aspecto pedagógico e não da dimensão terapêutica do

    atendimento como é o caso do psicólogo, esta questão também está nos

    deveres fundamentais do Orientador.

  • 18

    (...) qualquer educador pode ajudar o aluno em suas questões pessoais. O que não deve ser confundida com as funções do psicólogo escolar, que tem uma dimensão terapêutica de atendimento. O Orientador Educacional lida mais com assuntos que dizem respeito a escolhas, relacionamentos com colegas, vivências familiares. (Nova Escola)

  • 19

    CAPÍTULO II

    A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS E SUAS ATRIBUIÇÕES E DESAFIOS

    A educação como prática de liberdade, ao contrário daquela que é a prática da dominação implica a negação do homem abstrato, isolado,

    solto, desligado do mundo, assim também a negação do mundo como uma realidade ausente dos homens. (FREIRE, 1999, p.40)

    A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é uma grande chance para

    que jovens e adultos melhorem de vida e superem a exclusão social, pois para

    sobreviver na sociedade atual em meio a grandes inovações e em meio a

    mundo globalizado, o domínio do conhecimento ganha cada vez mais

    importância, então jovens e adultos que estão excluídos do ensino formal

    sentem a necessidade de realizar sua escolaridade nesta etapa de suas vidas.

    A UNESCO (Organização das Nações Unidas para Educação, a

    Ciência e a Cultura) vem desde 1949 realizando de tempos em tempos

    Conferências Internacionais de Educação de Jovens e Adultos, como

    contribuição para análise das políticas desenvolvidas na Educação de Jovens e

    Adultos, trabalhando com o conceito dos quatro pilares, surgido do desafio

    apresentado por um mundo globalizado com intensas e rápidas

    transformações: precisamos aprender a ser, a viver juntos, a fazer e a

    conhecer.

    Conforme a Lei Federal nº 9.394\96 (LDB) a EJA passa a ser uma

    modalidade de educação básica tanto para as etapas do Ensino Fundamental

    como para o Ensino Médio, além de afirmar que criará ações para que jovens e

    adultos voltem e permaneçam na escola. Essa LDB, especificamente, dedica

    apenas dois artigos à Educação de Jovens e Adultos, como pode ser visto a

    seguir:

  • 20

    Art. 37. A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria.

    § 1º Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e aos adultos, que não puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames.

    § 2º O Poder Público viabilizará e estimulará o acesso e a permanência do trabalhador na escola, mediante ações integradas e complementares entre si.

    Art. 38. Os sistemas de ensino manterão cursos e exames supletivos, que compreenderão a base nacional comum do currículo, habilitando ao prosseguimento de estudos em caráter regular.

    Quando se fala em EJA é importantíssimo citar Paulo Freire, pois no

    Brasil esse campo da educação só se consolidou graças à influência e as

    ideias desse educador e também a sua forte relação com os movimentos

    populares. Paulo Freire constituiu uma proposta de mudança radical na

    educação e objetivos de ensino, partindo da compreensão de que o aluno não

    apenas sabe da realidade em que vive, mas também participa de sua

    transformação.

    Paulo Freire elaborou uma proposta de alfabetização de adultos, cujo

    método de alfabetização era passado com muito cuidado, carinho e dedicação

    pelo educador, e assim, fazendo com que todos enxergassem a importância de

    alfabetizar-se.

    Se antes a alfabetização de adultos era tratada e realizada de forma autoritária, centrada na compreensão mágica da palavra, palavra doada pelo educador aos analfabetos; se antes os textos geralmente oferecidos como leitura aos alunos escondiam muito mais do que desvelavam a realidade, agora, pelo contrário, a alfabetização como ato de conhecimento, como ato criador e como ato político é um esforço de leitura do mundo e da palavra. Agora já não é possível texto sem contexto.(FREIRE, 2005, pg.30).

    Freire apresenta a ética como fio condutor de sua postura

    profissional e de vida. A ética universal do ser humano, proposta por Freire, é

    inseparável da prática cotidiana dos sujeitos, é o caminho que se propõe a

    auxiliar o oprimido na sua conscientização para superar sua própria condição

    de vida, tornando o processo educativo, uma prática para a liberdade.

  • 21

    A ética de que falo é a que se sabe traída e negada nos comportamentos grosseiramente imorais como na perversão hipócrita da pureza em puritanismo. A ética de que falo é a que se sabe afrontada na manifestação discriminatória de raça, de gênero, de classe. É por essa ética inseparável da prática educativa, não importa se trabalhamos com crianças, jovens, ou com adultos, que devemos lutar. E a melhor maneira de lutar por ela é vivela em nossa prática, é testemunhá-la, vivaz, aos educandos em nossas relações com eles. (FREIRE, 1996, pg.17).

    Nas últimas décadas a oferta de ensino aumento bastante, porém o

    acesso ainda é limitado para muitos, nem todos os brasileiros tiveram ou tem a

    oportunidade de ter uma educação básica, diversos são os fatores que

    contribuem para isso como, condições socioeconômicas, culturais, geográficas,

    questões referentes ao sistema educacional de má qualidade, ou até mesmo

    falta de interesse, então ao chegar à juventude ou na fase adulta a pessoa

    percebe o quanto a educação básica lhe faz falta e começa a persistir em

    busca do conhecimento.

    O domínio da língua oral e escrita é fundamental para a participação social afetiva, pois é por meio dela que o homem se comunica, tem acesso à informação, expressa e defende pontos de vista, partilha ou constrói visões de mundo, produz conhecimento. (PCN da Língua Portuguesa, 2001, pg.15).

    A EJA não pode ser pensada apenas como uma forma de alfabetizar

    aqueles que não tiveram oportunidade na infância ou ainda aqueles que

    abandonaram a escola por algum motivo; atualmente a EJA tem mudado seu

    conceito e deve ser vista também como uma educação voltada à preparação

    de jovens e adultos para o mercado de trabalho.

    Deve existir uma preocupação maior com o currículo que deve ser

    trabalhado na EJA, pois ele deve englobar temas que concedam compreender

    o contexto em que os alunos vivem e devem apresentar significado. É preciso

    dar oportunidade de escolarização que proporcione a esses alunos uma

    educação que possa desenvolver seu senso crítico e inseri-los no contexto

    social.

    Segundo Grinspun (2011) o Orientador Educacional deve colaborar

    contribuindo para a discussão e investigação dos conceitos de educação,

  • 22

    trabalho qualificação profissional, preparação para o trabalho, orientação

    profissional, etc. Deve também tratar a questão do trabalho na concepção dos

    direitos e deveres dos trabalhadores, bem como as lutas de classe voltadas

    para dimensão social.

    Atualmente o governo tem se preocupado mais com a EJA

    promovendo programas como o PROEJA (Programa Nacional de Integração da

    Educação Profissional com a Educação Básica, na Modalidade de Jovens e

    Adultos) é possível que jovens e adultos que possuam idade igual ou maior que

    18 anos, concluam a educação básica, juntamente com a formação

    profissional.

    (...) o que realmente se pretende é a formação humana, no seu sentido lato, com acesso ao universo de saberes e conhecimentos científicos e tecnológicos produzidos historicamente pela humanidade, integrada a uma formação profissional que permita compreender o mundo e compreender-se no mundo. (PROEJA, 2007).

    Outra iniciativa importante do Governo além do PROEJA é o fato

    da Educação de Jovens e Adultos ter sido incluída no FUNDEB (Fundo de

    Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos

    Profissionais da Educação), tal iniciativa foi fundamental para garantir uma

    fonte estável de recursos.

    A exclusão escolar sentida por muitos jovens e adultos está

    muitas vezes ligada, a uma incapacidade para os estudos que o próprio

    excluído acha que tem; a desvalorização e o desrespeito social para com a

    pessoa que não ou é pouco escolarizada contribuem para esse sentimento,

    afastando essas pessoas das escolas. Também deve ser levado em

    consideração que os educandos do EJA possuem uma memória antiga ou

    recente que, de diversas formas e em várias intensidades, pode entrar em

    conflito com a atual escolarização.

    O jogo dialético entre senti-se excluído, que, muitas vezes, implica sentir-se menos ou inferior em relação a capacidade de aprendizado, e o atual momento de uma nova escolarização, que pode implicar sentir-se mais perante uma sociedade que valoriza o conhecimento letrado e escolarizado é tenso e evoca

  • 23

    lembranças que dialogam com e significam esta nova escolarização. (CUNHA, 2011, pg.69)

    Quando profissionais da educação sejam eles Orientadores

    Educacionais, psicólogos, Coordenadores etc. trabalham com a Educação de

    Jovens e Adultos, devem levar em conta o perfil do aluno que é bem diferente

    dos alunos do ensino tradicional, pois muitos dos alunos da EJA abandonaram

    o se quer estiveram em uma escola, tem baixa renda e muitos tiveram filhos

    ainda adolescentes, logo são pessoas que precisam de muito incentivo e

    principalmente precisam estar com a autoestima em alta para não

    abandonarem os estudos.

    A autoestima é um principal fator de ordem interna que motiva os

    jovens e adultos para a aprendizagem, e que acaba por gerar a satisfação,

    qualidade de vida etc. Quem tem boa autoestima gosta e confia em si próprio,

    se sentido capaz de enfrentar a vida com mais confiança e otimismo, logo não

    se deixa abater pelas referências externas negativas.

    Para Brandem (1997) a autoestima é a disposição da pessoa para se

    vivenciar como alguém competente e merecedor de felicidade. Implica num

    conceito positivo de si mesmo, necessário e essencial para uma vida de

    plenitude. Auto-amar-se é a chave para a saúde, o sucesso, o

    autoconhecimento, o heteroconhecimento e a felicidade.

    Uma grande problemática da EJA diz respeito aos educadores que

    muitas vezes não tem preparo específico, pois existem formas diferenciadas de

    trabalho com a EJA e menos de 2% dos cursos de Pedagogia oferecem

    formação específica para esse fim.

    O cenário fica ainda pior, quando notamos que a função de educador

    da EJA é dada muitas vezes a voluntários ou bolsistas, principalmente, quando

    se trata da alfabetização. Os professores que atuam na formação de

    educadores da EJA tem o desafio de discutir conteúdos e conhecimentos

    necessários a essa modalidade de educação, em especial aqueles que dizem

    respeito à conjuntura política e econômica da sociedade, ao mercado de

    trabalho e às relações humanas.

  • 24

    Aos educadores da EJA impõem-se, pois, o desafio de participar da construção de uma sociedade e de uma educação mais democrática e crítica, tendo como ponto de partida o estudo e investigação das especificidades dos alunos com os quais trabalha. (SOUZA, 2007, pg.134).

    Uma formação continuada é essencial para que um professor da

    EJA esteja de fato bem qualificado para exercer sua função, pois a formação

    continuada é um processo possível para a melhoria da qualidade do ensino,

    dentro do contexto educacional contemporânea. “Ninguém nasce educador,

    permanentemente, na prática e na reflexão da prática”. (FREIRE, 1997, pg.58).

    Para Freire a formação continuada significa uma conquista da maturidade e da

    consciência do ser.

    Outro problema enfrentado pelos alunos da EJA, diz respeito a

    grande diferença entre o ensino destinado a jovens e adultos e o ensino

    regular, isso deve-se ao fato de que na EJA existe uma carga horária menor, já

    que é constituída de fases semestrais e ,consequentemente, oferece menos

    conteúdo, o que não significa que a EJA ofereça um ensino inferior, porém o

    aluno dessa modalidade, deve ter em mente que merece a mesma qualidade

    de ensino e a mesma atenção que merece um aluno de qualquer outra

    modalidade de ensino.

    Como se não bastasse alunos da EJA conviverem com problemas

    com o currículo, despreparo de muitos educadores e problemas sociais e

    pessoais dos próprios alunos, eles nem sempre tem o seu próprio espaço

    dentro das escolas, até porque a maioria das escolas não são só destinadas à

    Educação de Jovens e Adultos, muito pelo contrário, são escolas, em sua

    maioria, de Educação Infantil pela manhã e à tarde, e é no horário noturno

    que os alunos da EJA podem estudar, porém todo o material como: murais,

    cadeiras, mesas e cartazes são destinados as crianças. O ideal seria que os

    alunos da EJA estivessem estudando em locais próprios, escolas construídas

    para receber esse público, ou então locais que já são destinados aos adultos

    como é o caso das universidades.

    A EJA, no Brasil, ainda está à mercê dos horários de funcionamento das escolas da Educação Básica. Não se oferecem vários turnos justamente porque os horários já estão

  • 25

    tomados pelo ensino regular. Além disso, é comum os adultos estudarem em salas com temáticas e materiais infantis dispostos nas paredes. (REVISTA NOVA ESCOLA).

    2.1. Estatísticas da Educação de Jovens e Adultos

    Ainda que a EJA esteja mais do que nunca como foco do Governo que atualmente tem criado programas e tem contribuído com a parte financeira como nunca se havia visto antes, os números não favorecem todos os esforços, é lógico que tudo que foi dito ao longo desse estudo contribui para esse quadro, por isso a importância de mostrar em números a atual realidade da EJA.

    Estima-se que a EJA tenha 3,1 milhões de estudantes, com isso,

    verifica-se que há uma redução significante de matrículas desde 2007.

    Conforme Censo Escolar de 2013, desse total de estudantes, pode-se dizer

    que cerca de 69,1% estão no Ensino Fundamental e 30,9% no Ensino Médio.

    Segundo Roberto Catelli (Coordenador do programa Educação de

    Jovens e Adultos da Ação Educativa), os dados são fortes e recortam um

    cenário que é preocupante, já que o tipo de oferta da EJA está muito aquém

    das necessidades da população.

    E como se não bastassem os números de estudantes

    matriculados na EJA terem caído, ainda há o sério problema da evasão desses

    alunos, em 2007 o Pnad (Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios)

    concluiu que 42,7% de brasileiros que se matricularam na EJA até 2006 não

    concluíram nenhum segmento do curso, ou seja, eles iniciam, mas por diverso

    fatores acabam desistindo e abandonando as escolas.

    Desde pelo menos 2009, os dados preliminares e finais do Censo Escolar referentes apenas às turmas presenciais das redes estaduais e municipais, no caso da EJA, tiveram uma variação para cima de entre 1% e 2,5%. Nas últimas três edições finalizadas, as matrículas caíram de 3.917.785 em 2009 para 3.642.513 em 2010 e 3.434.566 em 2011. (PORTAL G1, 2013)

    Quando se fala em analfabetismo os números são muito

    preocupantes, já que, 14,1 milhões de brasileiros com mais de 15 anos (9,7%

  • 26

    da população) não sabem ler nem escrever e mais de 38 milhões de

    analfabetos funcionais, incapazes de entender um texto mais complexo.

    Conforme dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e

    Estatística), mais de dez milhões de brasileiros na faixa etária de mais de 60

    anos não sabem ler ou escrever. O perfil sociodemográfico dos idosos

    brasileiros elaborado em 2007 demonstra que o analfabetismo funcional atinge

    49% das pessoas acima de 60 anos, entre elas 18% não tiveram Educação

    formal (tiveram algum acesso aos estudos, porém sem comparecer a escola) e

    89% se quer concluíram o Ensino Fundamental.

    Com 12,9 milhões de analfabetos com 15 anos ou mais, o Brasil é o oitavo país do mundo com maior taxa de analfabetismo entre adultos, de acordo com dados do 11° Relatório de Monitoramento Global de Educação para Todos, divulgado nesta quarta-feira (29/01/2014) pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). Entre 2000 e 2011, essa taxa caiu 1%. O número de adultos analfabetos em 2011 era 774 milhões e a projeção é que até 2015 esse número caia para 743 milhões. (PORTAL UOL, 2014).

  • 27

    CAPÍTULO III

    A IMPORTÂNCIA DA ORIENTAÇÃO

    EDUCACIONAL PARA A EDUCAÇÃO DE JOVENS E

    ADULTOS

    3.1. Breve histórico da Orientação Educacional e da Educação de

    Jovens e Adultos

    A história da Orientação Educacional no Brasil é bem recente e tem

    início na década de 20, apesar dessa época a educação era,

    predominantemente, voltada a elite existia, os chamados “pioneiros da

    Educação Nova” que exigiam uma escola não dualista, obrigatória e gratuita

    para toda população.

    Ela aparece na década de 20, quando também surge todo um movimento em prol da educação do povo. O governo estava interessado em dar educação para todas as pessoas. A educação então representaria para o povo uma ascensão social, pela via da escolaridade, abafando, dessa forma, os descontentamentos, com a grave crise social e política da década de 20. (GRINSPUN, 2011, p.23).

    Já a história da Educação de Jovens e Adultos, assim como a

    história da Orientação Educacional também é recente isso se explica, pois no

    caso do Brasil a escravidão e a segmentação entre a elite proprietária e os

    escravos ou os homens libertos são fatores, entre outros que explicam porque

    a educação para jovens e adultos demorou tanto a acontecer, mas é preciso

    relatar que a preocupação com a educação desse público já acontecia bem

    antes, isso pode ser demonstrado por Rui Barbosa em 1822 que já consegue

    enxergar o qual importante é a educação, tanto social como econômica, para

    quem ele chama de “popular”.

    A produção (...) é um efeito da inteligência: está, por toda a

    superfície do globo, na razão direta da educação popular.

  • 28

    Todas as leis protetoras são ineficazes para gerar a grandeza

    econômica do país; todos os melhoramentos são incapazes de

    determinar a riqueza, se não partirem da educação popular, a

    mais criadora de todas as forças econômicas, a mais fecunda

    de todas as medidas financeiras. (BARBOSA, 1822).

    Foi com o decreto Lei nº 4.073, de 30 de janeiro de 1942, que a

    expressão Orientação Educacional aparece na legislação do Brasil e está

    ligada ao Ensino Industrial, isso porque o Brasil estava em pleno

    desenvolvimento industrial e precisava-se de mão de obra alfabetizada, para

    que pudesse operar as máquinas, porém com um país elitista, a maioria da

    população era analfabeta.

    A Lei nº 4.073, na teoria é muito positiva para a evolução da

    educação brasileira, pois o texto abrange o processo pedagógico e a

    importância da personalidade do aluno e de sua vida social, porém não foram

    criados cursos ou graduação que capacitavam o profissional a exercer a função

    de Orientador Educacional, então aqueles que preenchiam o cargo eram

    chamados de “técnicos de educação”, muitas vezes selecionados por critérios

    duvidosos.

    Sempre apoiada na fundamentação psicológica de conhecer

    melhor o aluno, visando a seu ajustamento, a Orientação foi

    caminhando em sua trajetória no Brasil, agora fortificada por

    ser legalmente instituída. (GRINSPUN, 2011, p. 28).

    Em 1947, o MEC promoveu a Campanha de Educação de

    Adolescentes e Adultos (CEAA). A campanha possuía duas estratégias: os

    planos de ação extensiva (alfabetização de grande parte da população) e os

    planos de ação em profundidade (capacitação profissional e atuação junto à

    comunidade). O objetivo não era apenas alfabetizar, mas aprofundar o trabalho

    educativo. Essa campanha denominada CEAA atuou no meio rural e no meio

    urbano, possuindo objetivos diversos, mas diretrizes comuns.

    No final dos anos 50, foi lançada a Campanha Nacional de

    Erradicação do Analfabetismo. Esse programa previa a melhoria do Ensino

  • 29

    Primário e transformar as escolas em centros de reuniões da população rural,

    porém a experiência foi extinta em 1961.

    O analfabeto, porque não a tem, é um “homem perdido”,

    cego, quase fora da realidade. É preciso, pois, salvá-lo, e sua

    salvação está em passivamente receber a palavra – uma

    espécie de amuleto – que a “parte melhor” do mundo lhe

    oferece benevolamente. Daí que o papel do analfabeto não

    seja o de sujeito de sua própria alfabetização, mas o de

    paciente que se submete docilmente a um processo em que

    não tem ingerência. (FREIRE, 1981)

    Em 1958, o MEC regulamentou provisoriamente o exercício da

    função e o registro de Orientador Educacional, pela Portaria nº 105, de março

    de 1958, tendo ela permanecido provisória até 1961.

    A evolução da Orientação Educacional só ocorre em 1961com a Lei

    de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nela há a garantia da gestão

    democrática na escola, e assim passa de fato a refletir e participar da

    comunidade escolar, o que significou uma grande vitória para educação

    brasileira.

    No mesmo ano de 1961, com a Lei nº 4.024 de 1961, ficou

    determinado que as pessoas maiores de 16 anos poderiam obter certificados

    de conclusão de curso ginasial (agora Ensino Médio) mediante a realização de

    exames após estudos efetivados fora do regime escolar.

    Em 1967 foi criado o Movimento Brasileiro de Alfabetização

    (Mobral), que se destina a alfabetizar uma grande massa de mão de obra para

    que pudessem integrar o mercado de trabalho em expansão e a assegurar a

    adesão de classes populares ao projeto governista, deixando bem claro o

    termo “alfabetização funcional”.

    Entre outras características o Mobral promovia a realização da

    campanha nas comunidades e centralizava as orientações do processo

    educativo. Havia a Gerência Pedagógica Central, que cuidava da organização,

    da programação de execução e da avaliação dos trabalhos.

  • 30

    O projeto Mobral permite compreender bem essa fase ditatorial

    por que passou o país. A proposta de educação era toda

    baseada aos interesses políticos vigentes na época. Por ter de

    repassar o sentimento de bom comportamento para o povo e

    justificar atos da ditadura, esta instituição estendeu sobre seus

    braços a uma boa parte das populações carentes, através de

    seus diversos programas. (BELLO, 1993, p.38).

    Em 21 de dezembro de 1968, foi criada a Lei nº 5.564, que

    providencia o exercício da profissão do orientador educacional em níveis Médio

    e Fundamental; assistência ao educando, individual ou em grupo; e citava a

    regulamentação, pelo Poder Executivo, do Código de Ética dos Orientadores

    Educacionais.

    A LDB que veio a seguir, 5.692\71 diz, no artigo 10: “Será instituída

    obrigatoriedade a Orientação Educacional, incluindo aconselhamento

    vocacional em cooperação com os professores, a família e a comunidade”.

    Também na mesma Lei 5.692\71, foi regulamentada a inserção do

    Ensino Supletivo no Ensino Regular (complementando a atuação do Mobral),

    logo aqueles que por algum motivo não concluíram o ensino na idade própria,

    agora poderiam voltar à escola e ter o auxílio de um Orientador Educacional,

    mas nessa mesma época, apesar de leis que favoreciam a Educação de

    Jovens e Adultos assim com a Orientação Educacional, muito se falava sobre a

    falta de compromisso da escola e de toda a equipe pedagógica.

    (...) tenta-se resgatar a importância da escolaridade para as estratégias de vida das camadas populares, chamando a atenção para a estrutura interna da escola como um dado significativo para o desempenho doa alunos. A Orientação estava dentro da escola e não se deu conta do seu papel. (GRINSPUN 2003, p.20)

    O decreto nº 72.846 regulamenta a profissão de Orientador

    Educacional e está em vigor até os dias de hoje. Em seu Art. 1º, consta o

    objeto da Orientação Educacional, no que diz respeito à assistência ao

    educando que pode ser feita individualmente ou em grupo, nas escolas de

    Ensino Fundamental e Médio.

  • 31

    Em 1980 começam a surgir discussões e questionamentos por parte

    dos Orientadores Educacionais, dando início ao que se chamou de Período

    Questionador, esse período foi um momento de reflexão, pois os Orientadores

    buscavam entender seu verdadeiro papel dentro da escola.

    Nessa fase o sucesso da profissão estava na dependência direta da

    sua compreensão da escola como um sistema social, a fim de determinar o tipo

    de ajuda que deveria oferecer e como oferecê-la.

    Na década de 90 a Educação de Jovens e Adultos volta a ter

    destaque com a criação do PAS (Programa Alfabetização Solidária) a diferença

    desse Programa com os demais é que desta vez existiam parcerias com

    poderes públicos, federais e municipais, empresas privadas, pessoas físicas e

    o MEC.

    No entanto para Orientação Educacional a década de 90 ficou

    marcada pela extinção da FENOE (Federação Nacional de Orientação

    Educacional) e a criação da Confederação Nacional dos Trabalhadores de

    Educação que tinha como objetivo a unificação dos trabalhadores de

    educação, porém mais uma vez, cria-se um clima de incerteza e insegurança

    entre os Orientadores Educacionais.

    A prática que virá está sendo construída, uma vez que os orientadores têm que buscar – sem o apoio específico de sua categoria em termos de órgão de classe – a especificidade requerida no trabalho com os demais educadores. (GRINSPUN, 2008, p.25)

    Em 1996 surge a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº

    9.394, em seu Art 1º fala de educação de uma forma mais abrangente.

    Art.1º A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais. (LDB 9394\96).

    Porém essa lei significou também um retrocesso para Orientação

    Educacional, já que retira a obrigatoriedade do Orientador Educacional nas

    escolas, todavia fala da questão da formação da profissão.

  • 32

    A formação de profissionais de educação para administração, planejamento, inspeção, supervisão e orientador educacional para educação básica, será feita em cursos de graduação de pedagogia ou em nível de pós-graduação, a critério da instituição de ensino, garantida, nesta formação, a base comum nacional. (LDB 9394\96).

    Em 1999 que o movimento de discussão e elaboração das Diretrizes

    Curriculares do Curso de Pedagogia teve seu marco, pois foi quando a

    Comissão de Especialistas de Pedagogia discutiu e desenvolveu um grande

    processo que deu origem a elaboração de um documento das Diretrizes

    Curriculares que foi encaminhado ao Conselho Nacional de Educação.

    3.2. A Orientação Educacional e a Educação de Jovens e Adultos

    nos tempos atuais

    Hoje o trabalho do Orientador Educacional na Educação de Jovens

    e Adultos, é essencial, complexo e exige muita responsabilidade, exige muito

    desse profissional, não só como aquele que auxilia na formação do aluno,

    como também aquele que com muita ética leva em conta a história de vida

    desse aluno e com isso trabalha em parceria com toda a equipe escolar e a

    comunidade que a cerca.

    A partir do momento em que se torna clara a natureza do trabalho coletivo na escola, tentaremos identificar algumas possibilidades de trabalho do Orientador junto a cada um dos segmentos da escola. (GRINSPUN, 2006, pg.111)

    É fato a importância da Orientação Educacional nas escolas, porém

    o foi citado anteriormente, nem sempre foi assim, pois a educação brasileira

    esteve muito conectada com o momento político do país, então a Orientação

    Educacional ficava focada na formação dos alunos conforme era o desejo das

    autoridades vigentes.

    No entanto, em 13 de dezembro de 2005 a Orientação Educacional

    sofreu um retrocesso, pois houve uma publicação nas Diretrizes Curriculares

    Nacionais para o curso de graduação em Pedagogia, onde é reduzido a

    Orientação Educacional a área de serviços e apoio escolar, abaixo constam as

  • 33

    tarefas que podem ser realizadas pelo Orientador Educacional em trabalho

    articulado ao gestor e ao Coordenador Pedagógico.

    II- compreender, cuidar e educar crianças de zero a cinco anos, de forma a contribuir para o seu desenvolvimento nas dimensões, entre outras, física, psicológica, intelectual, social; VII- promover e facilitar relações de cooperação entre a instituição educativa, a família e a comunidade; XIV- realizar pesquisas que proporcionem conhecimentos, entre outros: sobre alunos e alunas e a realidade sociocultural em que estes desenvolvem suas experiências não-escolares; sobre processos de ensinar e de aprender, em diferentes meios ambiental-ecológicos; sobre propostas curriculares e sobre organização do trabalho educativo e práticas pedagógicas;

    Contudo, atualmente a escola necessita de um profissional da

    educação, capaz de ajudar o aluno na sua formação e que não seja só parte

    intelectual como também na emocional, para isso o Orientador deve se

    aproximar do aluno para conhecer aspectos da realidade desse sujeito e então

    ter elementos para estabelecer relações entre ele e seu cotidiano.

    Há uma vida cotidiana em que todos convivem da complexidade que a caracteriza, vivendo, também, com as vontades, preocupações, dificuldades, ambiguidades e conflitos de sua própria complexidade interior. Esse espaço do cotidiano, além de privilegiado pela vivência (por ser único para cada um de nós), pode reproduzir o que os outros esperam que aconteça ou pode transformar o que os outros acreditam que não seria possível acontecer. (GRINSPUN, 2011, pg.65).

    Em janeiro de 2003, o MEC anunciou que a alfabetização de jovens

    e adultos seria uma prioridade do novo Governo Federal. Para isso, foi criada a

    Secretaria Extraordinária de Erradicação do Analfabetismo. Para cumprir essa

    meta foi lançado o Programa Brasil Alfabetizado, no qual o MEC contribui com

    os órgãos públicos estaduais e municipais, instituições de ensino superior e

    organizações sem fins lucrativos que desenvolvam ações de alfabetização.

    Uma das metas mais ambiciosas do PNE determina que, até 2020, seja erradicado o analfabetismo absoluto e reduzido em 50% o analfabetismo funcional — em que a pessoa consegue ler, mas não compreende o texto. O plano também pretende oferecer o mínimo de 25% das matrículas de educação de jovens e adultos na forma integrada à educação profissional, nos anos finais do ensino fundamental e no ensino médio. (JORNAL DO SENADO, 2012).

  • 34

    Se refletirmos sobre o momento atual vamos perceber que vivemos

    um período de mudanças significantes, é o período da globalização e do

    avanço científico e tecnológico, há mudanças em todos os campos, seja no

    campo econômico, político, cultural ou social, com isso a grande questão é:

    Como educar nesse novo contexto? Tal questão que engloba a educação

    como um todo, ainda se torna mais preocupante quando se fala de jovens e

    adultos, pois os mesmo, em sua maioria, já estão inseridos no mercado de

    trabalho.

    Neste contexto onde jovens e adultos convivem com o atual modo

    de produção capitalista, é preciso levar em conta que os mesmos possuem

    uma vasta experiência de vida, muito embora não tenham seus estudos

    concluídos. Resta aos profissionais da educação sejam eles Orientadores,

    professores, coordenadores etc. O engajamento numa concepção de educação

    que valorize o aluno da EJA como ser humano, produzido pelas relações

    sociais de produção, e, também, produtor de novas relações sociais mediante a

    análise crítica da prática social, própria e coletiva.

    Observo que, de um lado, há uma máquina que funciona, que é capaz de fazer e produzir maravilhas sem que o homem nem precise sair do seu lugar, de sua casa, e, de outro, há um sujeito que fica muito mais a mercê dessa máquina como usuário do que como responsável por pensar esta máquina de outra forma. (GRINSPUN, 2011, pg.178).

    Mesmo na Educação de Jovens e Adultos encontram-se propostas

    políticas-pedagógicas que na prática redundam em uma continuidade do que já

    se faz no ensino regular, acreditando que o educando pode aprender as

    mesmas coisas de forma acelerada a fim de recuperar o “tempo perdido”.

    Então novamente se faz necessária a atuação do Orientador Educacional, pois

    ele é o responsável juntamente com a equipe multidisciplinar de produzir o

    projeto político-pedagógico conforme a necessidade da escola.

    Muitas são as leis é muito é dito sobre Educação de Jovens e

    Adultos, porém esses jovens e adultos que retornam a escola se sentem

    desvalorizados e desrespeitados socialmente, por não ter escolarização ou ser

    pouco escolarizados, contribuindo para a formação de algo relativamente

  • 35

    comum entre os educandos e nomeado por Paulo Freire como autodesvalia

    (fenômeno de introjeção que fazem os oprimidos da visão que deles tem os

    opressores). O papel do Orientador de incentivador, de ouvir o aluno, de

    entendê-lo, passa a ser essencial para o aluno da Educação de Jovens e

    Adultos. O fato do aluno se sentir desmotivado e um dos fatores principais para

    evasão escolar na EJA.

  • 36

    CONCLUSÃO

    No decorrer dessa pesquisa monográfica foi possível identificar as

    habilidades e competências do Orientador Educacional e podemos verificar que

    ele é um profissional muito importante para todo o tipo de educação, porém

    como se trata da Educação de Jovens e Adultos e toda sua problemática,

    pode-se perceber o quanto importante é o papel do Orientador para essa

    modalidade de ensino, já que o aluno da Educação de Jovens e Adultos, mas

    do que qualquer outro deve ser ouvido, pois ele tem um histórico que deve ser

    passado para que a escola possa ajudá-lo a romper barreiras e conseguir com

    êxito o objetivo que é o do conhecimento.

    Para que o sucesso escolar seja alcançado é necessário que todos

    os envolvidos no processo educacional estejam unidos, auxiliando na solução

    dos conflitos e no trabalho como um todo, pois a partir do momento que o

    trabalho ocorre em equipe e com a mesma finalidade, será possível fazer a

    diferença para Educação de Jovens e Adultos.

    E seja qual for o rumo que a educação tome em relação a

    fundamentação teórica, é preciso que o Orientador Educacional se associe em

    analisar o processo de ensino e aprendizagem da Educação de Jovens e

    Adultos, da mesma forma que, a medida que a história da educação foi

    tomando seus diferentes rumos, o Orientador Educacional também

    acompanhou tais mudanças, sendo assim, o Orientador Educacional ao

    interagir com os demais tem a possibilidade de contribuir coletivamente para

    não só a produção do conhecimento do aluno como também o seu próprio

    conhecimento.

    Contudo para propiciar uma educação de qualidade como apontam

    as Diretrizes Curriculares Nacionais é preciso, antes de mais nada, verificar a

    quem se destina o ensino e também que tipo de aluno irá formar, pois cada

    qual deve ter um tipo de direcionamento e orientação, não podem ser todos

    tratados da mesma forma.

  • 37

    Enfim o Orientador Educacional possui seu papel maior que é o de

    mediador na construção da aprendizagem, porém não cabe só a esse

    profissional a responsabilidade pelos problemas dos alunos, a escola como um

    todo tem essa responsabilidade. A relação do OE com a EJA sempre deve

    existir, pois é o Orientador Educacional que vai orientar, analisar, revelar,

    ajudar e colaborar na crítica desse processo cheio de confrontos e conflitos

    dentro do contexto atual em que vivemos.

  • 38

    BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

    ARRUDA, Maria Lucia Aranha. História da Educação, 2ª ed, São Paulo:

    Bertrand Brasil, 2000.

    BRASIL, Ministério da Educação Lei nº 9394/96. Estabelece as leis de

    diretrizes e bases da Educação Nacional, Brasília, MEC, 1996.

    BRANDÃO, Carlos Henrique. O que é método Paulo Freire. São Paulo:

    Brasiliense, 1981.

    FARIA, Dóris Santos (org.). Alfabetização: práticas e reflexões-subsídios para

    o alfabetizador. Brasília: Secretaria Nacional Extraordinária de Erradicação do

    Analfabetismo, 2003.

    LEÃO, Geraldo; SILVA, Isabel. Educação e seus autores. Belo Horizonte:

    Autêntica, 2011.

    MAIA, E. M. e GARCIA R. L. Uma Orientação Educacional nova para nova

    escola. São Paulo: Loyola, 1990.

  • 39

    BIBLIOGRAFIA CITADA

    1- BRANDEN, Nathaniel . Autoestima e os seus Seis Pilares. 3ª ed. São

    Paulo: Saraiva,1997.

    2- BRASIL. Ministério da Educação (1997). Nova LDB 9394/96.

    3- FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler. 46ª ed. São Paulo: Cortez,

    2005.

    4 -___________, Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981.

    5- GRINSPUN, Mírian P. S. Zippin. A Orientação Educacional, conflito de

    paradigmas e alternativas para escola. 5ª Ed. São Paulo: Cortez, 2011.

    6- SOUZA, Maria. Educação de Jovens e Adultos. Curitiba: IBPEX, 2007.

    7- BELLO, J. L. de P. Paulo Freire e uma nova filosofia para a educação. http://br.geocities.com/maeutikos/pdfspedagogia/PAULOFREIRE.DOC, 1993.

    8- Revista Nova Escola. http://revistaescola.abril.com.br/, 2014.

    http://revistaescola.abril.com.br/

  • 40

    ÍNDICE

    FOLHA DE ROSTO 2

    AGRADECIMENTO 3

    DEDICATÓRIA 4

    RESUMO 5

    METODOLOGIA 6

    SUMÁRIO 7

    INTRODUÇÃO 8

    CAPÍTULO I

    O OE e suas habilidades e competências 10

    1.1 - O OE e a Equipe Multidisciplinar da escola 15

    CAPÍTULO II

    A EJA e suas atribuições e desafios 19

    2.1 - Estatísticas da educação de Jovens e Adultos 25

    CAPÍTULO III

    A importância da OE para EJA 27

    3.1 - Breve histórico da OE e da EJA 27

    3.2 - A OE e a EJA nos tempos atuais 32

    CONCLUSÃO 36

    BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 38

    BIBLIOGRAFIA CITADA 39

    ÍNDICE 40

  • 41

    SUMÁRIOCAPÍTULO I- O OE e suas habilidades e competências 10CAPÍTULO II - A EJA e suas atribuições e desafios19CAPÍTULO III – A importância do OE para EJA27

    CONCLUSÃO 36BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 38BIBLIOGRAFIA CITADA 39ÍNDICE 40FOLHA DE ROSTO 2AGRADECIMENTO 3