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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES AVM – FACULDADE INTEGRADA PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU REFLEXÃO SOBRE A POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL DESENVOLVIDA NA UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (UNIRIO) Por: Vera Lúcia dos Santos Lemos Vaz ORIENTADOR: Prof. Luiz Eduardo Chauvet Rio de Janeiro 2016 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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Page 1: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · A Constituição Federal Brasileira de 1988, em seu artigo nº 205 ... 205 ao 214. Art. 205 - A educação, direito de todos e dever

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

AVM – FACULDADE INTEGRADA

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

REFLEXÃO SOBRE A POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA

ESTUDANTIL DESENVOLVIDA NA UNIVERSIDADE FEDERAL

DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (UNIRIO)

Por: Vera Lúcia dos Santos Lemos Vaz

ORIENTADOR:

Prof. Luiz Eduardo Chauvet

Rio de Janeiro 2016

DOCUMENTO PROTEGID

O PELA

LEI D

E DIR

EITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

AVM – FACULDADE INTEGRADA

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do grau

de especialista em Gestão Pública.

Por: Vera Lúcia dos Santos Lemos Vaz

REFLEXÃO SOBRE A POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA

ESTUDANTIL DESENVOLVIDA NA UNIVERSIDADE FEDERAL

DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (UNIRIO)

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, por me conceder tantas

graças.

Aos meus filhos, Felipe e Taís e ao meu marido

Julio César, pelo apoio, amor e compreensão; aos

meus pais pelo amor incondicional; aos amigos

Mônica Valle, Jair Franco e Carla Coutinho pela

imensa colaboração, pois sem eles este estudo

não seria possível; as amigas Lucia Dias, Graça

Madeira, e Margarida Solon que muito me

incentivaram nesta jornada; aos professores da

AVM e em especial ao meu orientador Luiz

Eduardo Chauvet.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a minha família, Felipe, Taís,

Júlio Cesar, Anires, Thaís Luz, Julieta e meu pai

(in memoriam) pelos momentos não

compartilhados, pelo amor incondicional, pelo

apoio e incentivo.

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RESUMO

O presente estudo tem como objetivo a reflexão sobre a política de

assistência estudantil desenvolvida na Universidade Federal do Estado do Rio

de Janeiro (UNIRIO).

A partir das políticas de ações afirmativas adotadas pelo governo

federal de democratização do acesso à Educação Superior, no nível de

graduação, a jovens oriundos de segmentos socioeconômicos menos

favorecidos, fez-se necessário à adoção de outras ações afirmativas para

permanência na Universidade e diplomação desses estudantes.

Neste contexto, surge o interesse em observar as estratégias

adotadas na UNIRIO, com vistas à igualdade de oportunidades, permanência,

diminuição da evasão e formação acadêmica de qualidade.

Dessa forma, o presente trabalho apresenta, detalhadamente, as

ações de assistência estudantil desenvolvidas na UNIRIO e a evolução dessas

ações no período de 2006 a 2014, bem como as estratégias adotadas

desvinculadas de apoio financeiro, que contribuem para a permanência e

diplomação dos estudantes de graduação em vulnerabilidade socioeconômica

na Universidade.

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METODOLOGIA

Para a realização dos procedimentos metodológicos, o presente

trabalho teve como fontes de consulta: jornais, sites de internet, consulta a

livros, arquivos eletrônicos, legislações do Ministério da Educação e da

Presidência da República, Resoluções, Plano de Desenvolvimento Institucional

e Projeto Pedagógico Institucional da UNIRIO, e entrevista com a Diretora de

Assuntos Estudantis da UNIRIO.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I 10

Políticas Públicas: Conceito

CAPÍTULO II 16

Programas de Acesso e Permanência na Educação Superior

CAPÍTULO III 28

A UNIRIO: Histórico

CAPÍTULO IV 31

A Assistência Estudantil na UNIRIO: As ações implementadas

CONCLUSÃO 53

BIBLIOGRAFIA 54

ÍNDICE 59

ÍNDICE DE GRÁFICOS 60

ÍNDICE DE ANEXOS 61

FOLHA DE AVALIAÇÃO 89

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INTRODUÇÃO

A Constituição Federal Brasileira de 1988, em seu artigo nº 205

estabelece que a educação, direito de todos e dever do Estado e da família,

será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao

pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e

sua qualificação para o trabalho, e, em seu artigo nº 206 estabelece que o

ensino será ministrado com base no princípio da igualdade de condições para o

acesso e permanência na escola (BRASIL, 1988).

A educação constitui ferramenta indispensável para o

desenvolvimento de um país e, é por meio da promoção da educação de

qualidade que se reduz a desigualdade social.

Neste contexto, no Capítulo I deste trabalho são abordados os

conceitos de Políticas Públicas que estão previstas na Constituição Brasileira, e

se destinam a solucionar ou minimizar problemas permeados na sociedade. As

ações afirmativas são desenvolvidas pelo Estado e são usadas como forma de

compensação das desigualdades existentes, disponibilizando a população

condições mínimas para uma vida digna.

No Capítulo II, são apresentados os programas de acesso e

permanência na Educação Superior, instituídos pelo Governo Federal, a saber:

o Programa de Apoio aos Planos de Reestruturação e Expansão das

Universidades Federais – REUNI (BRASIL, 2007a), o Programa de Bolsa

Permanência – PBP (BRASIL, 2013) e o Plano Nacional de Assistência

Estudantil – PNAES (BRASIL, 2007b, 2010a), com o objetivo de propiciar

condições para a ampliação e democratização das condições de acesso e

permanência, na educação superior, em nível de graduação, dos jovens no

ensino superior público federal, bem como combater as desigualdades sociais

e regionais.

No Capítulo III, apresentamos um histórico da Universidade Federal

do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) que se une ao Governo Federal no

esforço para ampliar as possibilidades de acesso e permanência na

universidade, para estudantes de segmentos sociais que, por questões

financeiras, não tiveram a possibilidade de frequentar o ambiente universitário.

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Por fim, no Capítulo IV apresentamos o tema principal deste trabalho

que são as ações de assistência estudantil implementadas na UNIRIO com

vistas à igualdade de oportunidades, o combate à evasão, à melhoria do

desempenho acadêmico, à permanência e a diplomação dos estudantes de

graduação em vulnerabilidade socioeconômica.

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CAPÍTULO I

POLÍTICAS PÚBLICAS: CONCEITO

As políticas públicas constituem instrumento de viabilização dos

direitos básicos da população e enfatiza o caráter ideológico do Direito.

Ações afirmativas são políticas públicas feitas pelo governo ou pela

iniciativa privada com o objetivo de corrigir desigualdades presentes na

sociedade, acumuladas ao longo de anos.

O termo ação afirmativa foi usado pela primeira vez nos EUA nos

anos 60. Nesta época começaram a serem eliminadas as leis segregacionistas,

em função do movimento negro. Lideranças nacionais, apoiadas por liberais e

progressistas brancos, exigiam que o Estado, além das leis

antissegregacionistas, também assumisse uma postura para melhorar as

condições da população negra. Esta experiência se espalhou por vários países

de todo o continente americano, além da Índia, África do Sul e Europa

(MOEHLECKE, 2002).

O primeiro registro da discussão relativa a Ações Afirmativas no

Brasil ocorreu em 1968, quando técnicos do Ministério do Trabalho e do

Tribunal Superior do Trabalho manifestaram-se favoráveis à criação de uma lei

para o problema da discriminação racial no mercado de trabalho, porém a lei

não chegou a ser elaborada (SANTOS et al. apud MOEHLECKE, 2002).

No ano de 1988 foi promulgada a Constituição da República

Federativa do Brasil que estabeleceu a base democrática necessária para a

fundamentação das políticas públicas. As ações afirmativas atraem ao debate

grandes personalidades jurídicas, além de educadores, sociólogos e outros

militantes no assunto e passam a ter respaldo na Lei maior. A garantia à

igualdade, a segurança e a propriedade, e, ainda, a igualdade de condições

para o acesso e permanência na escola são declaradas no conteúdo de artigos

da Lei (BRASIL, 1988).

O artigo 6º da Constituição de 1988 trouxe um amplo rol de direitos

sociais: educação, saúde, alimentação, trabalho, moradia, lazer, segurança,

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previdência social, proteção à maternidade e à infância, e assistência aos

desamparados.

A educação está garantida na Constituição não só no artigo 6º, que

reconhece os direitos sociais, entre eles a educação, mas também nos artigos

205 ao 214.

Art. 205 - A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho (BRASIL, 1988).

No artigo 206 está instituído que o ensino será ministrado com base

em alguns princípios sendo o primeiro inciso: I - igualdade de condições para o

acesso e permanência na escola (BRASIL, 1988).

O artigo 207 trata da autonomia das Universidades e da

indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão.

No artigo 208, são apresentados os deveres do Estado para a

efetivação do direito à educação, a saber:

Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de: I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria (Emenda 59, de 2009); II - progressiva universalização do ensino médio gratuito (Emenda 14, de 1996); III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino; IV – educação infantil em creche e pré-escola às crianças até 5 (cinco) anos de idade (Emenda 53, de 2006); V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um; VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando; VII - atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio de programas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde (Emenda 59, 2009) (BRASIL, 1988).

No artigo 209 é afirmado que o ensino é livre à iniciativa privada,

devendo ser atendidas algumas condições.

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No artigo 210 são fixados os conteúdos mínimos para o ensino

fundamental.

O Artigo 211 estabelece que a União, os Estados, o Distrito Federal

e os Municípios organizarão, em regime de colaboração, seus sistemas de

ensino.

O artigo 212 regulamenta a questão orçamentária, estabelecendo

que a União nunca deva aplicar, na educação, menos do que 18% da receita

resultante de impostos, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, 25%

da sua receita.

O artigo 213 estabelece que os recursos públicos sejam destinados

às escolas públicas, podendo ser dirigidos a escolas comunitárias,

confessionais ou filantrópicas, definidas em lei.

Por fim, o último a tratar sobre a Educação é o artigo 214, que

estabelece que a cada dez anos deverá ser elaborado um Plano Nacional de

Educação que conduza à erradicação do analfabetismo, à universalização do

atendimento escolar, à melhoria da qualidade do ensino, à formação para o

trabalho, à promoção humanística, cientifica e tecnológica do País e ao

estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação

como proporção do produto interno bruto (BRASIL, 1988).

A Constituição Federal dita, os passos efetivos para a introdução de

ações afirmativas no Brasil e determina que o Estado assuma a

responsabilidade com a redução das desigualdades sociais e a promoção do

bem estar de todos, a erradicação da pobreza e de quaisquer outras formas de

discriminação (BRASIL,1988).

Os direitos sociais devem ser assegurados a todos, sem distinção.

Eles são direitos fundamentais do homem, inerentes aos indivíduos, que se

configuram doutrinariamente como direitos de segunda dimensão. Para isso, é

necessária a adoção de medidas concretas, planejadas e bem definidas por

parte do Poder Público para efetivação dos direitos. Nesse sentido, as Políticas

Públicas são instrumentos para garantia dos direitos sociais, pois possibilitam

um elo entre o indivíduo e atuação do Estado.

O que se deseja simplesmente é corrigir desigualdades, sejam elas

atuais ou históricas. Não é suficiente compreender formalmente a igualdade de

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direitos para dar acesso aos desfavorecidos às oportunidades que desfrutam

os socialmente privilegiados. As desigualdades, exigem que se pratique a

justiça social.

Segundo Carvalho (CARVALHO, 2003, p. 1), “ação afirmativa é toda

política voltada para a correção de desigualdades sociais geradas ao longo do

processo histórico de cada sociedade”. Em voto sobre a constitucionalidade de

cotas sociais, a Ministra do Supremo Tribunal Federal, Carmen Lúcia Antunes

Costa, declarou: “As ações afirmativas não são a melhor opção, mas uma

etapa. O melhor seria que todos fossem iguais e livres”, acrescentando que

estas ações afirmativas fazem parte da responsabilidade social e estatal para

que se cumpra o princípio de igualdade (STF, 2012b).

Para Gomes (2001, p. 40), as políticas de ação afirmativa podem ser

declaradas como:

Um conjunto de políticas públicas e privadas de caráter compulsório, facultativo ou voluntário, concebidas com vistas ao combate à discriminação racial, de gênero e de origem nacional, bem como para corrigir os efeitos presentes da discriminação praticada no passado, tendo por objetivo a concretização do ideal de efetiva igualdade de acesso a bens fundamentais como a educação e o emprego.

Na educação superior, a aprovação da primeira lei determinando

adoção do sistema de cotas raciais e com perfil de ações afirmativas, foi

estabelecida no Rio de Janeiro, e entrou em vigor, para as instituições de

ensino superior do Estado, a partir do concurso e seleção de 2002/2003 (RIO

DE JANEIRO, 2001).

Uma boa interpretação sobre a distinção entre cotas sociais e raciais

é oferecida pelo entendimento do Presidente do Supremo Tribunal Federal, à

época, Ministro Ayres Britto. Na sessão de 26 de abril de 2012, durante seu

voto, além de reafirmar a validade das chamadas ações afirmativas, enfatizou a

distinção entre cotas sociais e cotas raciais. Rechaçando a ideia de que a

nação estaria, pagando pelos erros de seus ancestrais, ao implementar ações

afirmativas, enfatizou: [...] “A nação é uma só, multigeracional. O que fez uma

geração pode ser revisto pelas gerações seguintes”. No seu entendimento, a

diferença entre políticas afirmativas sociais e raciais fica clara quando se

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constatam [...] “desigualdades dentro das desigualdades”, pois uma

potencializa a outra, exemplificando desigualdade econômica combinada com a

racial. Neste sentido, entende que as políticas devem ser diferenciadas,

reforçando-se mutuamente umas às outras de forma a permitir às pessoas

transitarem em todos os espaços sociais em igualdade de condições, seja na

escola, empresa, família, ou qualquer espaço público. [...] “São políticas

afirmativas do direito de todos os seres humanos a um tratamento igualitário e

respeitoso. Assim é que se constrói uma nação” (STF, 2012a).

A educação é direito de todos, sem distinção. É por meio da

promoção da educação de qualidade que se reduz a desigualdade social, pois

a educação se constitui uma ferramenta indispensável para o desenvolvimento

de um país.

Como exemplo de políticas públicas do governo federal, merecem

destaque algumas ações afirmativas de grande relevância voltadas para a

educação:

O Programa Universidade para Todos – PROUNI (BRASIL, 2005)

destinado à concessão de bolsas de estudo integrais e bolsas de estudo

parciais de 50% (cinquenta por cento) ou de 25% (vinte e cinco por cento) para

estudantes de cursos de graduação e sequenciais de formação específica, em

instituições privadas de ensino superior, com ou sem fins lucrativos.

O Programa de Apoio aos Planos de Reestruturação e Expansão

das Universidades Federais – REUNI (BRASIL, 2007a) instituído com o

objetivo de criar condições para a ampliação do acesso e permanência na

educação superior, no nível de graduação, pelo melhor aproveitamento da

estrutura física e de recursos humanos existentes nas universidades federais.

O Sistema de Seleção Unificada – SISU (BRASIL, 2010b) é um

sistema informatizado gerenciado pelo Ministério da Educação para selecionar

novos estudantes às vagas oferecidas pelas instituições públicas de ensino

superior participantes do SISU, utilizando, exclusivamente a nota do Exame

Nacional do Ensino Médio – ENEM como critério de seleção.

A Lei de Cotas (BRASIL, 2012) estabelece que as universidades,

institutos e centros federais vinculados ao Ministério da Educação reservarão,

em cada concurso seletivo para ingresso nos cursos de graduação, por curso e

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turno, no mínimo 50% (cinquenta por cento) de suas vagas para estudantes

que tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas.

Entende-se como cotistas estudantes oriundos de escolas da rede pública, de

famílias com renda igual ou inferior a um salário mínimo e meio, per capita, por

autodeclarados pretos, pardos e indígenas.

Finalmente destaco a ação afirmativa de maior relevância para este

estudo que é o Plano Nacional de Assistência Estudantil – PNAES (BRASIL,

2007b, 2010a), instituído com a finalidade de ampliar as condições de

permanência dos jovens na Educação Superior Pública Federal, sendo a base

legal para a normatização da política assistencial de todo o ensino superior.

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CAPÍTULO II

PROGRAMAS DE ACESSO E PERMANÊNCIA NA

EDUCAÇÃO SUPERIOR

2.1. Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e

Expansão das Universidades Federais – REUNI

Considerando que boa parte da população brasileira não tem acesso

à educação superior e, muitas vezes, por questões socioeconômicas não

conseguem arcar com o alto custo da educação superior em instituição privada,

torna-se imperativa a ampliação das vagas do ensino superior para

atendimento da grande demanda.

Considerando a educação superior como forma de inclusão social e

fonte de geração de emprego e renda e de redução das desigualdades sociais

e regionais.

Considerando a necessidade de realizar uma profunda

reestruturação nas Instituições de Ensino Superior do país, permitindo o

acesso a um número cada vez maior de jovens, a partir de concepções

educacionais que respondam aos ideais de um país mais justo, para o

crescimento e desenvolvimento da economia e da sociedade, produzindo

conhecimento cientifico, tecnológico e inovação para inserir o país na nova

ordem mundial do conhecimento.

Dessa forma, com o intuito de expandir e promover a melhoria da

qualidade do ensino superior, o Presidente da República instituiu o Programa

de Apoio aos Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades

Federais – REUNI por meio do Decreto nº 6.096, de 24 de abril de 2007

(BRASIL, 2007a) que tem como objetivo principal dotar as universidades

federais de condições necessárias para ampliação do acesso e permanência

no ensino superior, no nível de graduação, melhor aproveitamento da estrutura

física e dos recursos humanos nelas existentes. Este Programa é uma das

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ações que integram o Plano de Desenvolvimento da Educação – PDE, lançado

em 15 de março de 2007 (PDE, 2007) pelo Governo Federal. Ele pretende

consolidar uma política nacional de expansão da educação superior pública,

tendo como uma das suas principais ações tornar o acesso às universidades

mais democrático e estabelecer o provimento da oferta de educação superior

para, pelo menos, 30% dos jovens na faixa etária de 18 a 24 anos.

A meta global do REUNI é a elevação gradual da taxa de conclusão

média dos cursos de graduação presenciais para noventa por cento, e da

relação de alunos de graduação em cursos presenciais por professor para

dezoito, ao final de cinco anos, a contar do início de cada plano.

O Programa não propõe a adoção de um modelo único para a

graduação nas universidades federais, ou seja, ele leva em consideração a

diversidade das instituições e o respeito à autonomia universitária. Suas ações

visam à ampliação de vagas e ingresso nos cursos de graduação,

especialmente no período noturno, a expansão das matriculas na graduação e

pós-graduação para evitar o desequilíbrio entre elas, aumento expressivo do

número de bolsistas e de alunos em áreas estratégicas para o desenvolvimento

do país, a promoção de inovações pedagógicas e o combate à evasão, entre

outras metas que têm por base a diminuição das desigualdades sociais no

país.

O artigo 2º do referido Decreto, define as diretrizes do REUNI, a

saber:

A redução das taxas de evasão, em que as universidades deverão

adotar estratégias no combate à evasão, através de medidas como: concessão

de bolsas, estágio interno, recepção, acolhimento dos calouros, etc;

A ocupação de vagas ociosas, decorrentes de diferentes tipos de

evasão, como: abandono de curso, mobilidade intra e interinstitucional

cancelamento de matrículas, desistências, etc. Para redução dessas vagas, as

universidades devem adotar ações como: realização anual de processo

seletivo discente para transferência e reingresso, transferência automática para

estudantes regularmente matriculados em universidades públicas federais

mediante análise documental, estabelecer esforços no sentido de ampliar as

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possibilidades de acesso para estudantes pertencentes a segmentos sociais de

exclusão social;

O aumento do número de vagas nos cursos de graduação já

existentes, ampliando o número de vagas nos turnos diurnos e, principalmente,

nos turnos noturnos, de modo a ampliar o acesso às universidades públicas

federais de jovens que precisam trabalhar para complementar a renda familiar.

A diversificação das modalidades de graduação também faz parte das

diretrizes do Programa, estimulando assim, a criação e ampliação do número

de vagas na modalidade à distância;

A ampliação da mobilidade estudantil é um importante objetivo a ser

alcançado pelas instituições participantes do REUNI não só pelo

reconhecimento nacional e internacional dessa prática no meio acadêmico,

mas também por ser uma estratégia de construção de novos saberes e de

vivência de outras culturas. No mundo atual o exercício profissional requer

múltiplas aprendizagens que passam a ser cada vez mais objeto de valorização

na formação universitária. O programa de mobilidade estudantil impõe não

somente condições materiais para que os estudantes se façam presentes em

outras instituições, mas também, superar o problema do distanciamento entre

as instituições de ensino, estimulando uma cultura de cooperação permanente

e garantindo ao aluno o aproveitamento dos conteúdos estudados.

A revisão da estrutura acadêmica, com reorganização dos cursos

de graduação, adotando-se novas metodologias, inovações curriculares e

recursos didáticos de ensino-aprendizagem com vistas à elevação da

qualidade do ensino, bem como a avaliação do desempenho acadêmico de

modo a eliminar as dificuldades de desempenho dos alunos, reduzindo com

isso a retenção;

A ampliação de políticas de inclusão e assistência estudantil, deve

ser adotada pelas universidades, reduzindo as desigualdades socioeconômicas

e culturais presente no ambiente universitário, oferecendo condições iguais de

aprendizado em relação aos demais estudantes, garantindo a permanência e a

formação de estudantes no ensino superior, oriundos das camadas mais

pobres, por meio de ações estratégicas como: programa de moradia, creches,

transportes, alimentação, saúde, esporte e cultura; e

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Dar suporte a pós-graduação no desenvolvimento e

aperfeiçoamento qualitativo dos cursos de graduação, objetivando elevar a

qualidade do ensino superior. Dessa forma, é instituído o Programa de Bolsas

REUNI de Assistência ao Ensino, nas modalidades mestrado e doutorado, de

maneira que esses mestrandos e doutorandos possam dedicar-se

integralmente às instituições, exercendo sob orientação, atividades de ensino

associadas ao processo de formação. Essas bolsas serão concedidas em

parceria com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

– CAPES.

O REUNI viabilizará também a expansão dos recursos de

investimentos e custeios das universidades, a ampliação do quadro de

professores e técnico-administrativos, ou seja, ele pretende promover uma

reestruturação global nas universidades, revitalizando-as, recuperando seu

potencial e ampliando o tripé que justifica a existência das mesmas, em suas

três funções básicas: o ensino, pesquisa e a extensão.

A ampliação e readequação da infraestrutura física das

universidades federais constitui um dos principais componentes para o alcance

dos objetivos do Programa Reuni.

A participação no REUNI é voluntária, consistindo em uma opção

das universidades federais que desejam aprimorar a qualidade e a quantidade

de sua oferta. O Programa oferece uma oportunidade para inovar o cenário de

educação superior, permitindo novos mecanismos de seleção de estudantes,

novas articulações curriculares, e novos percursos formativos. As

universidades devem exercer sua autonomia institucional para propor cursos

novos, flexibilidade curricular, caminhos de formação adaptados a cada

realidade local.

A universidade que desejar aderir ao REUNI deverá elaborar o seu

plano de reestruturação, respeitando as suas características particulares e a

autonomia universitária. Deve, ainda, indicar no plano a estratégia e as etapas

para realização dos seus objetivos e aprová-lo no órgão superior da instituição.

Os projetos apresentados ao REUNI serão avaliados em função da

consistência entre as suas proposições e as exigências do Decreto que instituiu

o Programa, bem como quanto à viabilidade dessas proposições.

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Os planos de reestruturação apresentados pelas universidades

federais, e aprovados pelo Ministério da Educação, terão sua exequibilidade

financeira garantida pelo MEC a partir do ano de 2008, mediante termo de

pactuação de metas a ser firmado entre o MEC e as universidades

participantes.

Os planos de reestruturação das universidades participantes devem

contemplar e atender às diretrizes descritas no artigo 2º do Decreto nº

6.096/2007, em conformidade com as particularidades locais e as diversidades

regionais, resguardando o caráter de universalidade que caracteriza o saber

acadêmico.

O total de investimentos projetados para o período de 2008 a 2011 é

da ordem de 2 bilhões de reais. O valor acrescido ao orçamento de custeio e

pessoal de cada universidade aumentará gradativamente, no período de cinco

anos, até atingir, ao final, o montante correspondente a 20% do previsto para

2007.

O Decreto nº 6.096/2007, em seu artigo 1º, § 1º, determinou como

indicadores de desempenho para a aferição das metas do programa: a taxa de

conclusão média dos cursos de graduação presenciais (calculado anualmente

por meio da razão entre diplomados e ingressos), e a relação de alunos de

graduação em cursos presenciais por professor (calculada com base na

matrícula projetada em cursos de graduação presenciais).

Entre os anos de 2007 e 2008, cinquenta e três das cinquenta e

quatro universidades federais existentes, à época, no país, aderiram ao REUNI

e implementaram seus planos de reestruturação.

No Plano de Desenvolvimento da Educação (2007) no subitem 2.2.1,

o Ministro de Educação, Fernando Haddad, destaca:

“(...) o REUNI, mediante investimento maciço na educação superior, pretende melhorar os indicadores das instituições federais de educação superior, projetando alcançar um milhão de matrículas de graduação. O REUNI permite uma expansão democrática do acesso ao ensino superior, o que aumentará expressivamente o contingente de estudantes de camadas sociais de menor renda na universidade pública. O desdobramento necessário dessa democratização é a necessidade de uma política nacional de assistência estudantil que, inclusive, dê sustentação à adoção de políticas

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afirmativas. O Plano Nacional de Assistência Estudantil (PNAES) consolida o REUNI.” (PDE, 2007, p.27).

De acordo com o Plano de Desenvolvimento Institucional da UNIRIO

2012-2016, no âmbito do Plano REUNI, a UNIRIO ampliou sua oferta de vagas

na graduação presencial em 70%, oferecendo, em 2011, 2.469 vagas nesta

modalidade, foram criados 16 novos cursos de graduação presencial,

aumentando a oferta de vagas no turno noturno em 105%, o que atende a um

anseio da sociedade moderna nos grandes centros: o ensino superior público

para a população que trabalha (UNIRIO, 2012a).

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2.2. Programa Nacional de Assistência Estudantil – PNAES

O Programa Nacional de Assistência Estudantil – PNAES foi

instituído pelo Ministro de Estado da Educação por meio da Portaria Normativa

nº 39, de 12 de dezembro de 2007, considerando a centralidade da assistência

estudantil como estratégia de combate às desigualdades sociais e regionais e a

sua importância para a ampliação e a democratização das condições de

acesso e permanência dos jovens no ensino superior público federal (BRASIL,

2007b).

De acordo com o artigo 2º da Portaria Normativa, o PNAES se

efetiva por meio de ações de assistência estudantil vinculadas ao

desenvolvimento de atividades de ensino, pesquisa e extensão, e destina-se

aos estudantes matriculados em cursos de graduação na modalidade

presencial das Instituições Federais de Ensino Superior. O parágrafo único do

referido artigo determina as ações de assistência estudantil e as áreas a serem

desenvolvidas as ações de assistência estudantil (BRASIL, 2007b):

Parágrafo único – Compreendem-se como ações de

assistência estudantil inciativas desenvolvidas nas seguintes

áreas: I – moradia estudantil; II – alimentação; III – transporte;

IV – assistência à saúde; V – inclusão digital; VI – cultura; VII –

esporte; VIII – creche; e IX – apoio pedagógico.

As ações de assistência estudantil serão realizadas em

conformidade com as especificidades de cada IFES e as modalidades

determinadas de acordo com as necessidades identificadas junto ao seu corpo

discente, de modo a viabilizar a igualdade de oportunidades, contribuir para a

melhoria do desempenho acadêmico e agir de forma preventiva nas situações

que envolvam repetência e evasão, causadas por insuficiência de condições

financeiras.

Os recursos para o Programa serão repassados às instituições de

ensino superior, a partir de 2008, que executarão suas ações, de modo a

atender a estudantes matriculados em cursos de graduação presenciais,

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selecionados, prioritariamente, por critérios socioeconômicos, sem prejuízo dos

demais requisitos fixados em ato próprio pelas IFES, de acordo com a

realidade das mesmas.

Em 19 de julho de 2010, o Excelentíssimo Senhor Presidente da

República por meio do Decreto nº 7.234 (BRASIL, 2010a) regulamentou o

PNAES, que será executado no âmbito do Ministério da Educação, com a

finalidade de ampliar as condições de permanência dos jovens na educação

superior pública federal.

O PNAES se faz necessário para a permanência na educação

superior dos alunos oriundos de camadas populares que dependem da

garantia do direito à assistência na educação. O artigo 2° do Decreto reforça

essa importância, de acordo com os objetivos do programa:

I – democratizar as condições de permanência dos jovens na educação superior pública federal; II – minimizar os efeitos das desigualdades sociais e regionais na permanência e conclusão da educação superior; III – reduzir as taxas de retenção e evasão; e IV – contribuir para a promoção da inclusão social pela educação. (BRASIL, 2010a).

As áreas nas quais deverão ser desenvolvidas as ações de

assistência estudantil são as mesmas constantes da Portaria Normativa, sendo

que o Decreto incluiu o inciso X, a saber: acesso, participação e aprendizagem

de estudantes com deficiência, transtornos globais de desenvolvimento e altas

habilidades e superdotação (BRASIL, 2010a), tendo como objetivo a inclusão e

acompanhamento de pessoas com deficiência, no ensino superior, proposta

instituída pelo governo federal através do Programa de Acessibilidade na

Educação Superior – INCLUIR.

No artigo 4º do Decreto, foram incluídos os Institutos Federais de

Educação, Ciência e Tecnologia no rol das instituições que executarão as

ações de assistência estudantil, uma vez que estes não haviam sido

contemplados na Portaria Normativa que instituiu o PNAES.

O Artigo 5º determina o público que será atendido pelo programa, e

os requisitos a serem fixados, a saber:

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Art. 5º - Serão atendidos no âmbito do PNAES, prioritariamente estudantes oriundos da rede pública de educação básica ou com renda familiar per capita de até um salário mínimo e meio, sem prejuízo dos demais requisitos fixados pelas instituições federais de ensino superior. Parágrafo único – Além dos requisitos previstos no caput, as instituições federais de ensino superior deverão fixar: I – requisitos para a percepção da assistência estudantil, observado o disposto no caput do art. 2º; e II – mecanismos de acompanhamento de avaliação do PNAES (BRASIL, 2010).

Caberá às instituições federais de ensino superior prestar as

informações solicitadas pelo MEC para implementação do Programa, e os

recursos do PNAES serão repassados às instituições, para que as ações de

assistência estudantil possam ser implementadas.

As despesas do PNAES serão viabilizadas através das dotações

orçamentárias anualmente consignadas ao MEC ou às Instituições Federais de

Ensino Superior, devendo ser compatibilizadas a quantidade de beneficiários

com as dotações orçamentárias, pelo Poder Executivo, em conformidade com

a legislação vigente.

O PNAES compõe o conjunto de ações do Plano de

Desenvolvimento da Educação – PDE e, segundo o Ministro de Estado da

Educação, Fernando Haddad, ele consolida o REUNI (PDE, 2007, p.27).

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2.3. Programa de Bolsa Permanência – PBP do MEC

A Portaria nº 389, de 09 de maio de 2013, do Ministério da

Educação, cria o Programa de Bolsa Permanência - PBP, considerando o

disposto na Lei nº 5.537, de 21.11.1968, o Decreto nº 7.234, de 19.07.2010, a

Lei nº 12.711, de 29.08.2012, a Lei nº 12.801, 24.04.2013 e o Decreto nº 7.824,

de 11.10.2012.

Art. 1º - Fica criado, no âmbito de Ministério da Educação e do Fundo Nacional de Educação, o Programa de Bolsa Permanência, destinado à concessão de bolsas de permanência a estudantes de graduação de instituições federais de ensino superior (BRASIL, 2013).

A Bolsa Permanência será concedida aos estudantes que atendam

os critérios para a política de cotas.

Os objetivos do PBP são tratados nos artigo 3º da Portaria, a saber:

Art. 3º - O PBP tem por objetivos: I – viabilizar a permanência, no curso de graduação, de estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica, em especial os indígenas e quilombolas; II – reduzir custos de manutenção de vagas ociosas em decorrência de evasão estudantil; e III- promover a democratização do acesso ao ensino superior, por meio da adoção de ações complementares de promoção do desempenho acadêmico (BRASIL, 2013).

O PBP é um auxílio financeiro e tem a finalidade de minimizar as

desigualdades sociais, étnico-raciais, e contribuir para permanência e

diplomação dos estudantes de graduação em situação de vulnerabilidade

socioeconômica.

A Bolsa Permanência para estudantes indígenas e quilombolas será

diferenciada, tendo em vista as especificidades desses estudantes como:

organização social de suas comunidades, condição geográfica, costumes,

línguas, crenças e tradições. O valor da bolsa desses estudantes será igual a

pelo menos o dobro da Bolsa destinada aos demais estudantes.

O artigo 5º estabelece as condições para que o estudante possa

receber a bolsa:

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Art. 5º - Poderá receber a Bolsa Permanência o estudante que cumprir, cumulativamente, as seguintes condições: I – possuir renda familiar per capita não superior a 1,5 (um e meio) salário mínimo; II – estar matriculado em cursos de graduação com carga horária média superior ou igual a 5 (cinco) horas diárias; III – não ultrapassar dois semestres de tempo regulamentar do curso de graduação em que estiver matriculado para se diplomar; IV – ter assinado o Termo de Compromisso; V – ter seu cadastro devidamente aprovado e mensalmente homologado pela instituição federal de ensino superior no âmbito do sistema de informação do programa (BRASIL, 2013).

Os incisos I e II do art. 5º não se aplica para os estudantes indígenas

e quilombolas.

A Bolsa Permanência será paga pelo Fundo Nacional de

Desenvolvimento da Educação – FNDE/MEC diretamente aos estudantes de

graduação beneficiados, por meio de crédito em conta-benefício aberta em

uma agência do Banco do Brasil S/A, especificamente para esse fim.

Uma das vantagens da Bolsa Permanência concedida pelo MEC é o

fato de poder ser acumulável com outras modalidades de bolsas acadêmicas.

As IFES deverão informar no sistema de gestão do PBP a relação

de todos os alunos que cumprem os requisitos mínimos para fazer jus ao

recebimento da bolsa e encaminhar mensalmente a relação dos alunos

beneficiários ao MEC, que homologará e os repassará ao FNDE para

providenciar o pagamento aos estudantes.

Em entrevista, o Ministro da Educação, Aloizio Mercadante, declarou

que a assistência estudantil é um investimento necessário para o

desenvolvimento do país:

“Se a pobreza começa no berço e na família, a superação da desigualdade está na democratização da educação de qualidade, que dê as mesmas oportunidades para todos. O grande desafio da política de inclusão no ensino superior é combinar inclusão social com excelência acadêmica”.

Antes de finalizar este Capítulo, não posso deixar de destacar a

importância do Fórum Nacional de Pró-Reitores de Assuntos Comunitários e

Estudantis – FONAPRACE, do qual fizeram parte os Pró-Reitores, Sub-

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Reitores, Diretores, Coordenadores e responsáveis pelos assuntos

comunitários e estudantis das universidades federais do Brasil, que a partir de

ações como: pesquisas socioeconômicas realizadas, de documentações

encaminhadas aos governantes e da elaboração dos planos de assistência

estudantil, teve um papel fundamental para o fortalecimento das políticas de

assistência ao estudante.

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CAPÍTULO III

A UNIRIO: HISTÓRICO

A Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) é

uma Fundação de Direito Público integrante do Sistema Federal de Ensino

Superior, originária da Federação das Escolas Isoladas do Estado da

Guanabara (FEFIEG), criada pelo Decreto-Lei nº 773, de 20 de agosto de 1969

(BRASIL, 1969), que reuniu estabelecimentos isolados de ensino superior

vinculados, anteriormente, ao Ministério do Trabalho, Comércio e Indústria;

Ministério da Saúde e Ministério da Educação e Cultura.

A criação da FEFIEG favoreceu a integração de instituições

tradicionais, como a Escola Central de Nutrição, a Escola de Enfermagem

Alfredo Pinto, o Conservatório Nacional de Teatro, o Instituto Villa-Lobos, a

Fundação Escola de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro e o Curso de

Biblioteconomia da Biblioteca Nacional.

Em 1975, com a fusão dos Estados da Guanabara e do Rio de

Janeiro, a FEFIEG passou a denominar-se Federação das Escolas Federais

Isoladas do Estado do Rio de Janeiro (FEFIERJ).

Em 1977, foram incorporados a FEFIERJ o Curso Permanente de

Arquivo, do Arquivo Nacional, e o Curso de Museus, do Museu Histórico

Nacional.

Em 05 de junho de 1979, a FEFIERJ foi institucionalizada com o

nome de Universidade do Rio de Janeiro (UNIRIO) pela Lei nº 6.655 (BRASIL,

1979). E, em 24 de outubro de 2003, a Lei nº 10.750 (BRASIL, 2003) alterou o

nome da Universidade, para Universidade Federal do Estado do Rio de

Janeiro.

Em 1979 quando surgiu a UNIRIO, era um momento importante na

conjuntura política nacional, pois, embora ainda exercendo forte influência, o

governo militar não mais detinha o poder anterior. A sociedade civil estava se

reorganizando, iniciando um movimento de democratização com forte influência

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na comunidade universitária. Assim, a UNIRIO nasceu em um momento

histórico de redemocratização da sociedade brasileira (UNIRIO, 2006a).

A abertura política no país, na década de 80, gerou, também, a

abertura política nas universidades. Os movimentos docente, técnico-

administrativo e estudantil se fortaleceram.

A eleição dos dirigentes pelo voto direto, em 1985, abriu espaço

para a discussão sobre o compromisso social das universidades públicas.

Em 1987, pela primeira vez, na UNIRIO, aconteceram eleições

diretas para a Reitoria. Mas, apesar do amplo envolvimento da comunidade

universitária, o candidato eleito não foi o indicado pelo governo federal.

A década de 90 iniciou-se com muitas incertezas e indefinições,

especialmente sobre o destino das universidades, não havia certeza sobre o

redirecionamento da política universitária que o novo governo iria imprimir. A

perspectiva gerada era a de uma política educacional pautada nos princípios

neoliberais.

Em 1991, as universidades federais viveram uma das mais sérias

crises de sua história em função da ameaça da privatização do ensino público

decorrente, principalmente, do Projeto de Emenda Constitucional – PEC nº

56/91.

Em 1992, o Governo Collor foi interrompido. O Brasil passou a ser

governado pelo Presidente Itamar Franco. Na UNIRIO, também foi momento de

mudanças. Outra gestão se iniciou e, novamente, o Reitor empossado pela

Presidência da República não foi o indicado pela comunidade universitária,

apesar do grande exemplo de força coletiva que o país acabava de demonstrar

com o impeachment do Presidente da República. Foi somente no ano 2000 que

o Reitor indicado pela comunidade universitária foi nomeado pelo Presidente

da República.

A UNIRIO é uma universidade que busca firmar a sua identidade, e

caminhos para a sua efetiva democratização, que se lança ao desafio de

vencer as barreiras fincadas pela conjuntura política nacional. É real o seu

desejo de avançar nas esferas acadêmica e administrativa. Sua comunidade

está envolvida no processo de construção coletiva de uma universidade que

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tem clareza sobre sua importância na busca de caminhos para a transformação

social de que a população do país necessita com urgência (UNIRIO, 2006a).

A UNIRIO entende que a educação superior brasileira precisa ser

amplamente discutida com o objetivo de encontrar soluções inovadoras que

permitam superar dificuldades, tendo como base a perspectiva de uma

sociedade mais justa, igualitária e com inclusão social. É necessário encontrar

caminhos que conduzam a construção de uma universidade mais próxima da

realidade social, menos fechada à cooperação, menos excludente e

preconceituosa (UNIRIO, 2006b).

A UNIRIO tem como compromisso proporcionar o ensino voltado

para a produção e difusão do conhecimento científico, sociopolítico e cultural,

com vistas à formação do cidadão e do profissional qualificado e comprometido

com o desenvolvimento sustentável da sociedade.

Assim, aspectos como a gratuidade do ensino de graduação e de

pós-graduação; a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão; e,

ainda, a promoção da inclusão com igualdade de oportunidades são

norteadores importantes da visão de sociedade e de educação superior,

contemplados no PPI da UNIRIO (UNIRIO, 2012a).

A educação superior brasileira necessita formar massa crítica de

pessoas qualificadas, de modo a assegurar o desenvolvimento da pesquisa e o

desenvolvimento sustentável do país, com políticas socioeconômicas eficazes,

que privilegie a democratização do acesso à educação superior e a inclusão

social.

A UNIRIO participa do esforço da sociedade brasileira em ampliar as

possibilidades de acesso à Universidade para os estudantes pertencentes aos

segmentos sociais que historicamente foram pouco representados no ambiente

universitário. Nesse contexto, torna-se necessária a adoção de políticas de

inclusão que permitam a permanência de estudantes em risco social e, ao

mesmo tempo, garantam a excelência de sua formação acadêmica.

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CAPÍTULO IV

A ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL NA UNIRIO: AS AÇÕES

IMPLEMENTADAS

Este capítulo foi elaborado com base em uma entrevista realizada

com a Diretora de Assuntos Estudantis da UNIRIO, Professora Mônica Valle.

A sistematização de ações e o planejamento de projetos e

programas objetivando atender às demandas dos estudantes, bem como a

mediação destes junto à Administração Superior da UNIRIO, tornou-se possível

com a criação, em 2004 (UNIRIO, Anexo 1) da Coordenação de Assuntos

Comunitários e Estudantis, que a partir de 2009 passou a denominar-se

Diretoria de Assuntos Estudantis – DAE, ligada diretamente à Reitoria. Até o

ano de 2004, não existem registros de ações organizadas de assistência

estudantil, uma vez que não havia na Universidade um setor que pudesse

receber essas demandas.

Por tratar-se de uma Instituição Federal de Ensino Superior, a

UNIRIO é contemplada anualmente no Orçamento Geral da União,

representando os recursos públicos, a principal fonte de financiamento da

Universidade.

Naquela época ainda não havia uma política de assistência

estudantil instituída pelo Governo Federal, dessa forma, os recursos para

implementação de ações dessa natureza teriam que sair do Orçamento da

Universidade e, desde que, aprovado pelos Conselhos Superiores da

Universidade, razão pela qual houve muita resistência dos membros dos

Conselhos em aprovar a assistência estudantil na UNIRIO, tendo em vista o

Orçamento reduzido.

Com o término do contrato com a Fundação MUDES, no qual a

UNIRIO concedia bolsas a estudantes oriundos do Ensino Médio, esses

recursos seriam destinados à implementação de ações de assistência

estudantil.

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Finalmente, em 2005, as ações de assistência estudantil na

Universidade tiveram seu início marcante, com a aprovação, nos Conselhos

Superiores, da criação da Bolsa Permanência (UNIRIO, Anexo 2), com o

objetivo de promover a inserção de alunos de graduação, oriundos de

segmentos socioeconômicos menos favorecidos, em atividades que visem à

participação plena na vida universitária, tendo como pressuposto a igualdade

de oportunidades de permanência, com vistas à qualidade de formação

acadêmica (UNIRIO, Anexo 3).

Os critérios para a concessão da Bolsa Permanência são critérios

socioeconômicos, conforme declarado pela Diretora de Assuntos Estudantis,

Professora Mônica Valle. Ela lembrou que, no ano de 2006 a assistência

estudantil era uma iniciativa da UNIRIO, portanto, ainda não tinham os

parâmetros estabelecidos pelo PNAES. Dessa forma, disse que solicitou, à

época, auxílio à Chefe do Serviço Social do Hospital Universitário Gaffrée e

Guinle na elaboração de um questionário socioeconômico para a seleção dos

estudantes, levando-se em conta critérios como: estudantes oriundos de

escolas públicas, renda familiar, problemas de doenças crônicas na família,

local de residência do aluno, etc. Declarou, ainda, que a assistência estudantil

pretende dar qualidade na permanência desses estudantes em vulnerabilidade

social para que eles não evadam, para que não fiquem retidos nas disciplinas,

para que não tenham que entrar prematuramente no mercado de trabalho

ainda não qualificado, e para que concluam seus cursos com excelência

acadêmica.

O tempo de duração da Bolsa Permanência são doze meses,

podendo ser renovado por igual período, mas há casos especiais em que a

bolsa pode ser prorrogada por mais tempo.

Os alunos bolsistas oferecem uma contrapartida de 12 horas

semanais de atividades, propostas no Plano de Atividades que são orientadas

por docente ou técnico-administrativo da UNIRIO com a atribuição de

acompanhar, orientar e avaliar os bolsistas apoiando-os no cumprimento do

Plano de Atividades aprovado e sem prejuízo das atividades acadêmicas. Os

orientadores devem participar das reuniões da DAE, manter arquivo dos

bolsistas, manter atualizada a frequência dos bolsistas, etc. O Plano de

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Atividades são atividades acadêmicas, em que o aluno escolhe em que projeto

quer atuar, com que orientador e, em que temática ele quer desenvolver. São

exemplos de Planos de Atividades: monitoria de disciplina de graduação,

participação em projetos de pesquisa, etc. Essa contrapartida é importante na

formação e na valorização desse aluno, que desenvolve um trabalho junto ao

professor, produzindo academicamente, o que amplia o seu currículo e o

prepara para migrar de uma bolsa social para outra bolsa ou até mesmo para

um estágio, após o término da bolsa.

A UNIRIO foi pioneira entre as universidades públicas, pois desde

2001 já adotava o Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM como uma das

formas de ingresso aos candidatos que decidissem utilizar sua nota do exame,

quando este ainda não era adotado como forma integral de acesso.

A demanda por assistência estudantil na UNIRIO aumentou muito, a

partir da aprovação pelos Conselhos Superiores, no ano de 2009 (UNIRIO,

2009a) da adesão ao ENEM como etapa única, no Sistema de Seleção

Unificada – SISU, para acesso aos cursos de graduação, bem como no ano de

2014 com a reserva de 50% de suas vagas, conforme estabelece a Lei de

Cotas. A Bolsa Permanência só pode ser acumulada com o Auxílio

Alimentação, pois do contrário não teria como atender as demandas,

principalmente dos ingressantes.

A partir da instituição do PNAES, tudo mudou, porque antes a

assistência estudantil era prejudicada, com os argumentos de que era

necessário investir em bolsas de iniciação científica, de extensão, e de

monitoria. A partir dos recursos do PNAES, com rubrica específica para a

assistência estudantil, foi possível criar novas ações como: o Auxílio

Alimentação que foi instituído na UNIRIO em 2010 e o Auxílio Moradia que foi

aprovado em 2011 (UNIRIO, 2011a), tendo em vista que o Restaurante

Universitário (bandejão) está em fase de construção e que a UNIRIO não

possui alojamento estudantil.

A Bolsa Permanência da UNIRIO passou a denominar-se Bolsa de

Incentivo Acadêmico – BIA, para não haver confusão com a Bolsa

Permanência do MEC, instituída em 2013 (BRASIL, 2013). Esta bolsa do MEC

não é aberta a todos os cursos somente àqueles com carga-horária média

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superior ou igual a 5 horas diárias, e é concedida a estudantes em

vulnerabilidade social, que cumprirem os critérios estabelecidos e, para

quilombolas e indígenas, independente da carga horária do curso e da renda

familiar. Na UNIRIO a Bolsa Permanência do MEC só alcança os cursos de

Medicina e Biomedicina. À DAE compete homologar e acompanhar, mantendo

o Sistema de Gestão do Programa de Bolsa Permanência do MEC atualizado,

com informações de todos os alunos que cumprem os requisitos mínimos para

fazer jus ao recebimento da bolsa, encaminhando mensalmente a relação dos

alunos beneficiados. Os recursos da Bolsa Permanência do MEC vêm direto do

governo federal e é pago diretamente ao estudante de graduação por meio de

um cartão de benefício.

Uma política de assistência estudantil não deve se restringir apenas

ao atendimento de necessidades básicas referentes à subsistência, existem

outras ações desvinculadas de apoio financeiro. È imprescindível o

fortalecimento de uma formação ética, humanista e crítica para as

transformações sociais desejáveis (UNIRIO, 2012a).

Para a realização das ações pertinentes ao desenvolvimento das

políticas propostas pela DAE, destacamos algumas estratégias:

• Apoio pedagógico realizado por intermédio da análise dos históricos escolares

dos Bolsistas Permanência/BIA, para encaminhamentos necessários ao

atendimento psicológico, social e orientações da pedagoga que compõe a

equipe da Direção de Assuntos Estudantis;

• Projeto de alimentação através da estruturação de Restaurante-Universitário,

que se encontra em construção, visando a oferecer refeições balanceadas do

ponto de vista nutricional, além de possibilitar também a existência de um local

de aplicação prática, supervisionada pedagogicamente, de atividades

acadêmicas do Curso de Nutrição e dos demais cursos que desenvolvam

projetos de pesquisa e extensão;

• Implementação do atendimento nutricional individual;

• Planejamento de áreas de convivência;

• Criação do Fórum de Assuntos Estudantis;

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• Ampliação do Núcleo de Práticas Esportivas, com construção de quadras

poliesportivas e aquisição de equipamentos e apoio para a participação em

eventos dessa natureza;

• Atendimento aos discentes, para diversas formas de orientação, além de

funcionar como uma espécie de Ouvidoria estabelecendo interface entre os

estudantes e a Administração Superior;

• Curso de Espanhol para a comunidade interna, em parceria com a

Coordenação de Assuntos Internacionais e a Direção da Biblioteca Central;

• Participação na democratização ao acesso à mobilidade estudantil em nível

internacional em conjunto com a Coordenação de Assuntos Internacionais;

• Recepção aos ingressantes com atividades acadêmicas, apresentando a

estrutura da Universidade;

• Apoio a participação em Eventos com a finalidade de apoiar e incentivar a

participação dos acadêmicos em atividades culturais e políticas através da

viabilização de transporte para aqueles que frequentam cursos de graduação.

Este programa tem oportunizado a estudantes de todas as áreas dos cursos de

graduação a vivenciarem experiências extracurriculares nas diferentes áreas

do conhecimento, desde festivais, seminários a atividades político-sociais, que

contribuem para enriquecer e ampliar a visão e a perspectiva profissional dos

participantes e fortalecer a organização autônoma dos estudantes. Este

programa é determinante para que os estudantes, em condições

socioeconômicas adversas, possam usufruir de experiências extramuros;

• Implantação do Prêmio Leopoldo De Meis para os bolsistas da modalidade

Permanência promovendo o reconhecimento da participação desses discentes

no crescimento acadêmico-científico da Universidade.

A UNIRIO compreende que os avanços para alcançar condições

dignas para todos compõem um projeto de construção e conquistas coletivas,

por isso reconhece nas representações estudantis seus principais parceiros.

Pode-se afirmar, enfim, que as ações desenvolvidas pela Direção de Assuntos

Estudantis têm como paradigma estimular o comprometimento de estudantes e

servidores com o ensino público, gratuito, de qualidade e com as importantes

demandas oriundas da sociedade brasileira.

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Neste contexto, a política definida para os Assuntos Estudantis da

UNIRIO é mediada pela escuta e diálogo e, está voltada para oferecer suporte

aos discentes. A partir desse princípio o suporte aos discentes da Universidade

se dá a partir dos seguintes projetos: Bolsa Permanência/Bolsa de Incentivo

Acadêmico; Bolsa Permanência do MEC; Auxílio Alimentação; Auxílio Moradia;

Transporte Intercampi; Apoio Psicossocial.

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4.1. Bolsa de Incentivo Acadêmico – BIA

A Bolsa de Incentivo Acadêmico é destinada prioritariamente aos

estudantes de primeira graduação da UNIRIO, em situação de vulnerabilidade

social, e tem como principal objetivo possibilitar aos discentes o

desenvolvimento de seus estudos, tendo como pressuposto a igualdade de

oportunidades, com vistas à sua qualificação acadêmica. O seu gerenciamento

é realizado pela Diretoria de Assuntos Estudantis (DAE) vinculado diretamente

à Reitoria. Ela é concedida sob a forma de auxílio financeiro pago diretamente

ao estudante. Os estudantes contemplados com a bolsa são inseridos em

atividades acadêmicas desenvolvidas pela universidade, com carga horária

semanal de 12 horas.

A chamada para seleção de bolsistas é feita anualmente por meio

de Edital divulgado no âmbito da universidade, porém, as inscrições são

ininterruptas e deve ser realizada na DAE, o estudante deverá preencher

corretamente o questionário socioeconômico e apresentar cópia da

documentação solicitada no Edital, a falta de documentação resultará na

eliminação do processo de seleção. A bolsa tem duração de 12 meses,

prorrogável por igual período e com carga horária de 12 (doze) horas

semanais.

As solicitações de bolsistas de Incentivo Acadêmico devem ser

encaminhadas ao DAE pelas Direções dos Cursos, Institutos, Unidades ou

Setores da UNIRIO, contendo justificativa fundamentada do setor, indicação do

orientador e Plano de Atividades contendo o rol de tarefas a serem

desenvolvidas por cada estudante candidato à BIA. São vedados Planos de

Trabalho Administrativos que impliquem em contato dos Bolsistas com todos os

processos de avaliação discente e alimentação de dados de quaisquer

sistemas acadêmicos no âmbito da Graduação e da Pós-Graduação e

atividades não condizentes com o desenvolvimento acadêmico.

A seleção dos estudantes obedece a critérios socioeconômicos e é

realizada pelo DAE que também procede à gestão administrativa dos bolsistas.

As atividades dos bolsistas são orientadas por docente ou técnico-

administrativo da UNIRIO, que deverá encaminhar Ficha de Inscrição de

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Projetos, contendo o rol de atividades a serem desenvolvidas pelo bolsista. O

orientador tem como atribuição acompanhar, orientar e avaliar os bolsistas em

suas atividades apoiando-os no cumprimento do Plano de Atividades sem

prejuízo das atividades acadêmicas, devem ainda manter arquivo com os

dados dos bolsistas, participar das reuniões da DCE, quando convocados,

solicitar a substituição do bolsista, com exposição de motivos e manter

atualizada a frequência dos bolsistas nas atividades inerentes ao Programa.

Os estudantes candidatos ao Programa de Bolsa de Incentivo

Acadêmico devem estar regularmente matriculados e frequentando curso de

graduação da universidade, dispor de 12 horas semanais para desempenho

das tarefas propostas no Plano de Atividades, não possuir vínculo empregatício

de qualquer espécie, estágio remunerado ou receber bolsa de outra

modalidade na UNIRIO, ou outro órgão financiador e atender às especificações

da análise socioeconômica que tem por objetivo verificar a condição de risco do

estudante para a sua permanência na universidade.

O Bolsista de Incentivo Acadêmico deve cumprir o seu Plano de

Atividades. Deve, também, encaminhar a DAE, mensalmente, a folha de

frequência assinada e carimbada pelo orientador, sendo que a não

apresentação desta folha por três meses consecutivos ou alternados poderá

implicar no desligamento do bolsista. O bolsista deve, ainda, participar das

reuniões e eventos da DAE; informar a data de sua conclusão de curso com,

pelo menos, 30 (trinta) dias de antecedência, bem como informar,

imediatamente, trancamento de período ou abandono de curso e, comunicar

mudança de projeto.

Os estudantes contemplados com a BIA têm o direito de escolher o

projeto no qual cumprirá a carga horária de 12 horas semanais, assim como

podem migrar para outro projeto, mediante análise da DAE. Tem ainda direito a

recesso de 30 (trinta) dias, preferencialmente no mês de janeiro. Poderá, ainda,

solicitar apoio da DAE para transporte, nos casos de apresentação de trabalho,

desde que relacionado com o projeto desenvolvido na atividade da Bolsa.

Os bolsistas que não obtiverem resultados satisfatórios no

desempenho de suas atividades poderão ter sua bolsa suspensa e os bolsistas

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que apresentarem reprovações em disciplinas por ausência de frequência

poderá ter sua Bolsa cancelada.

O processo de renovação não será automático e dependerá de nova

análise socioeconômica, do cumprimento da entrega das folhas de frequência e

do histórico do bolsista. O pedido de renovação deverá ser realizado 01 (um)

mês antes do término do pagamento da 12ª parcela.

O estudante poderá requerer a qualquer tempo sua reinclusão na

bolsa desde que ainda não tenha completado o prazo máximo de 24 meses.

Nos casos de desligamento da bolsa por motivo de falta de entrega de

frequências, o estudante poderá requerer novamente a bolsa para usufruir o

tempo que lhe resta.

Os ex-bolsistas da modalidade Permanência que cumpriram o tempo

máximo poderão pleitear a Bolsa de Incentivo Acadêmico pelo período de 12

(doze) meses, mediante análise e disponibilidade de vaga.

No ano de 2010, a UNIRIO instituiu o Auxílio-Alimentação (UNIRIO,

Anexo 11) para estudantes em situação de vulnerabilidade social sendo que

todos os Bolsistas de Incentivo Acadêmico passaram a fazer jus ao referido

auxílio de forma cumulativa com a bolsa recebida.

A UNIRIO iniciou a Política de Bolsa Permanência/BIA, em 2006,

concedendo 50 bolsas e depois ampliando para 56 bolsas no valor de R$

180,00 representando, naquele ano, uma despesa anual de R$ 107.640,00. Ao

longo dos anos, a concessão da Bolsa Permanência/BIA foi sendo ampliada

em quantitativo e valor. Em 2014 a UNIRIO concedeu 410 Bolsas

Permanência/BIA no valor de R$ 500,00 representando, uma despesa anual de

R$ 2.360.000,00, acrescida do valor de R$ 200,00 referente o Auxílio-

Alimentação. Os Gráficos 1, 2 e 3, a seguir, mostram a evolução do

quantitativo, do valor da bolsa e da despesa anual para manutenção da Bolsa

Permanência/BIA no período de 2006 a 2014.

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Gráfico 1: Evolução do quantitativo de Bolsa Permanência/BIA da UNIRIO

Fonte: UNIRIO (Anexo 4, Anexo 5, Anexo 6, Anexo 7, Anexo 8, Anexo 9, Anexo 10,

2011b, 2011c, 2012, 2013a, 2013b, 2014a, 2014b).

Gráfico 2: Evolução do valor da Bolsa Permanência/BIA da UNIRIO

Fonte: UNIRIO (Anexo 4, Anexo 5, Anexo 6, Anexo 7, Anexo 8, Anexo 9, Anexo 10,

2011b, 2011c, 2012, 2013a, 2013b, 2014a, 2014b).

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Gráfico 3: Evolução da despesa anual para manutenção da Bolsa

Permanência/BIA da UNIRIO

Fonte: UNIRIO (Anexo 4, Anexo 5, Anexo 6, Anexo 7, Anexo 8, Anexo 9, Anexo 10,

2011b, 2011c, 2012, 2013a, 2013b, 2014a, 2014b).

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4.2. Auxílio Alimentação

A UNIRIO no ano de 2010 instituiu o Auxílio Alimentação (UNIRIO,

Anexo 11) para estudantes em situação de vulnerabilidade social.

O Auxílio Alimentação é destinado aos estudantes de primeira

graduação da UNIRIO, em situação de vulnerabilidade social, e tem como

principal objetivo possibilitar aos discentes o desenvolvimento de seus estudos,

tendo como pressuposto a igualdade de oportunidades, com vistas à sua

qualificação acadêmica. O seu gerenciamento é realizado pela Diretoria de

Assuntos Estudantis (DAE), vinculado diretamente à Reitoria. Ele é concedido

sob a forma de auxílio financeiro pago diretamente ao estudante. A chamada para seleção de estudantes é feita anualmente por meio

de Edital divulgado no âmbito da universidade, as inscrições são ininterruptas e

devem ser realizadas na DAE. O estudante deverá preencher corretamente o

questionário socioeconômico e apresentar cópia da documentação solicitada

no Edital, que será analisado pelo Serviço Social da DAE, à falta de

documentação resultará na eliminação do processo de seleção.

O Auxilio Alimentação quando iniciou tinha duração de 12 (doze)

meses, prorrogável por igual período, atualmente a sua vigência é de 12 (doze)

meses, podendo ser renovado de acordo com a disponibilidade de vagas.

A seleção dos estudantes obedece a critérios socioeconômicos e, é

realizada pelo DAE que também procede à gestão administrativa do auxílio.

Os estudantes candidatos ao Auxílio Alimentação devem estar

regularmente matriculados e frequentando curso de graduação da UNIRIO, e

atender às especificações da análise socioeconômica.

As demais bolsas da Universidade só poderão ser acumuladas com

um dos auxílios da DAE. Todos os Bolsistas de Incentivo Acadêmico fazem jus

ao Auxílio Alimentação.

O estudante deverá apresentar, semestralmente, comprovante de

matrícula e comprovante de inscrição em disciplinas, no prazo determinado

pela DAE, sob pena de suspensão do benefício; informar à DAE a data de sua

conclusão de curso com pelo menos 30 (trinta) dias de antecedência; o

trancamento de período ou abandono do curso, sob pena de devolução no

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caso de recebimento indevido; e informar, ainda, em qualquer tempo,

quaisquer alterações na condição socioeconômica do estudante ou do grupo

familiar, para análise do Serviço Social.

O processo de renovação não será automático e dependerá de nova

análise socioeconômica. O pedido de renovação deverá ser realizado 01 (um)

mês antes do término, e o descumprimento deste prazo implicará no

cancelamento do Auxílio Alimentação.

O Auxílio Alimentação da UNIRIO teve início em 2010, concedendo

600 auxílios no valor de R$ 132,00 representando, naquele ano, uma despesa

anual de R$ 792.000,00. Ao longo dos anos, o valor do Auxílio aumentou,

porém o quantitativo ficou estacionado, vindo a aumentar em 2014. A UNIRIO,

em 2014, concedeu 670 Auxílios Alimentação no valor de R$ 200,00

representando, uma despesa anual de R$ 1.552.000,00. Os Gráficos 4, 5 e 6, a

seguir, mostram a evolução do quantitativo, do valor do auxílio e da despesa

anual para manutenção do Auxílio Alimentação no período de 2010 a 2014.

Gráfico 4: Evolução do quantitativo do Auxílio Alimentação na Assistência Estudantil da UNIRIO

Fonte: UNIRIO (Anexo 11, 2011b, 2011c, 2012, 2013a, 2013b, 2014a, 2014b)

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Gráfico 5: Evolução do valor do Auxílio Alimentação na Assistência Estudantil da UNIRIO

Fonte: UNIRIO (Anexo 11, 2011b, 2011c, 2012, 2013a, 2013b, 2014a, 2014b)

Gráfico 6: Evolução da despesa anual para manutenção do Auxílio Alimentação na Assistência Estudantil da UNIRIO

0,00

200.000,00

400.000,00

600.000,00

800.000,00

1.000.000,00

1.200.000,00

1.400.000,00

1.600.000,00

1.800.000,00

2010 2011 2012 2013 2014

Despesa Anual

Valor Anual

Fonte: UNIRIO (Anexo 11, 2011b, 2011c, 2012, 2013a, 2013b, 2014a, 2014b)

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4.3. Auxílio Moradia

O Auxílio Moradia foi criado na UNIRIO por meio da Resolução nº

3.568, de 30 de março de 2011 (UNIRIO, 2011a). Ele é destinado aos

estudantes de graduação da UNIRIO, regularmente matriculados, com

prioridade para aqueles em situação de vulnerabilidade social. Tem como

principal objetivo viabilizar a sua permanência na Universidade, tendo como

pressuposto a igualdade de oportunidades, com vistas à sua qualificação

acadêmica.

A chamada para seleção de estudantes é feita duas vezes no ano

por meio de Edital divulgado no âmbito da universidade, e as inscrições devem

ser realizadas na DAE.

O gerenciamento do Auxílio Moradia será realizado pela DAE,

cabendo a ela elaborar e divulgar os Editais de convocação.

A vigência do referido Auxílio é de 12 (doze) meses.

O Auxílio Moradia é concedido sob a forma de auxílio financeiro

pago diretamente ao estudante.

A seleção dos estudantes obedece a critérios socioeconômicos e

será procedida pelo Serviço Social da DAE, em observância ao Edital.

O Auxílio Moradia não pode ser renovado, sendo assim, ao final do

pagamento das 12 (doze) parcelas este será cancelado automaticamente.

Caso o estudante tenha o interesse em participar de nova seleção, deverá

realizar a inscrição conforme Edital.

No ato da inscrição o estudante deverá preencher corretamente o

questionário socioeconômico e apresentar cópia da documentação solicitada

no Edital, que será analisado pelo Serviço Social da DAE, à falta de

documentação resultará na eliminação do processo de seleção.

Os estudantes candidatos ao Auxílio Moradia devem apresentar as

seguintes condições: estar regularmente matriculado em pelo menos 03 (três)

disciplinas e frequentando curso de graduação da UNIRIO; ter domicílio em

outros estados brasileiros ou em outros municípios no estado do Rio de Janeiro

a partir de 100 Km de distância da Universidade; comprovar despesas com

aluguel de moradia no Rio de Janeiro; e atender às especificações da análise

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socioeconômica. O Auxilio Moradia não poderá ser cumulativo com a Bolsa de

Incentivo Acadêmico. As demais bolsas da Universidade só poderão ser

acumuladas com um dos Auxílios da DAE.

O estudante deverá apresentar, semestralmente, comprovante de

matrícula e comprovante de inscrição em disciplinas, no prazo determinado

pela DAE, sob pena de suspensão do benefício; apresentar até o dia 30 (trinta)

do mês corrente recibo de pagamento de aluguel, a não apresentação dos

recibos por 2 (dois) meses consecutivos ou alternados implicará desligamento

do Auxílio Moradia; informar à DAE a data de sua conclusão de curso com pelo

menos 30 (trinta) dias de antecedência, o trancamento de período ou abandono

do curso, sob pena de devolução no caso de recebimento indevido; e informar,

ainda, em qualquer tempo, quaisquer alterações na condição socioeconômica

do estudante ou do grupo familiar, para análise do Serviço Social.

O Auxílio Moradia da UNIRIO teve início em 2011, concedendo 30

Auxílios Moradia no 1º semestre e 60 no 2º semestre, perfazendo 90 auxílios

no valor de R$ 300,00 representando, naquele ano, uma despesa anual de R$

162.000,00. Ao longo dos anos, o valor do Auxílio aumentou, porém o

quantitativo permaneceu o mesmo. A UNIRIO, em 2014, concedeu 90 Auxílios

Moradia no valor de R$ 400,00 representando, uma despesa anual de R$

432.000,00. Os Gráficos 7, 8 e 9, a seguir, mostram a evolução do quantitativo,

do valor do auxílio e da despesa anual para manutenção do Auxílio

Alimentação no período de 2011 a 2014.

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47

Gráfico 7: Evolução do Quantitativo do Auxílio Moradia na Assistência Estudantil da UNIRIO

Fonte: UNIRIO (2011b, 2011c, 2012, 2013a, 2013b, 2014b)

Gráfico 8: Evolução do Valor do Auxílio Moradia na Assistência Estudantil da UNIRIO

Fonte: UNIRIO (2011b, 2011c, 2012, 2013a, 2013b, 2014b)

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Gráfico 9: Evolução da despesa anual para manutenção do Auxílio

Moradia na Assistência Estudantil da UNIRIO

Fonte: UNIRIO (2011b, 2011c, 2012, 2013a, 2013b, 2014b)

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4.4. Transporte Intercampi

O transporte intercampi da UNIRIO iniciou com um micro-ônibus

fazendo a ligação entre o Instituto Biomédico (Centro) e o Hospital Universitário

Gaffrée e Guinle (Tijuca), mais adiante foram sendo adquiridos outros ônibus e

ampliado os itinerários, para atender a demanda dos estudantes.

A partir do mês de maio de 2015 o transporte intercampi foi

ampliado, duas novas linhas noturnas entraram em funcionamento e uma linha

antiga teve o itinerário estendido. As novas áreas contempladas são: a Baixada

Fluminense e a Zona Oeste e a Linha da Tijuca foi ampliada até a Estação do

Méier:

Segundo a Diretora de Assuntos Estudantis, Profª Mônica Valle, a

novidade visa atender a demanda dos estudantes de cursos noturnos, que

encontram dificuldades para utilizar o transporte público após as aulas.

“Quando os estudantes saem da Universidade, às 22h, muitos deles não

conseguem pegar os ônibus que os levam até a Zona Oeste e a Baixada

Fluminense”. Além disso, minimiza os gastos dos estudantes com transporte

público.

Roteiro Intecampi Baixada Fluminense (saída do campus 458 às

22h:20min).

Paradas: Praia de Botafogo (primeiro ponto de ônibus); Avenida Brasil

(Porcão); Ricardo de Albuquerque (ponto principal); Anchieta (ponto principal);

Olinda (Praça de Olinda); Nilópolis (Estação de Nilópolis); Edson Passos

(Estação Edson Pastos); Mesquita (Estação Mesquita); Nova Iguaçu (Centro).

Roteiro Zona Oeste (saída do campus 458 às 22h:20min)

Paradas: Deodoro (Praça de Deodoro); Magalhães Bastos (Ponto principal);

Realengo (Praça Canhão); Padre Miguel (Estação de Padre Miguel); Bangu

(Estação Bangu); Senador Camará (Estação Senador Camará); Campo

Grande (Centro).

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A UNIRIO possui também alguns ônibus de viagem, que transportam

os estudantes para participarem de eventos no Rio de Janeiro e em outros

estados, bem como para atender às solicitações de pesquisas de campo.

Abaixo apresentamos os itinerários e horários do transporte

intercampi da UNIRIO, que atende os turnos manhã, tarde e noite, sendo

necessário comprovar a matrícula apresentando a carteira de estudante com

foto:

Manhã:

Ônibus Urbano I

Campus 458 (saída às 6h:30min) → Campus 296 → Central do Brasil

(quiosques da central –7:00h) → Estação do Metrô São Cristovão (ponto da

estação -7h:15min) → HUGG (7h:20min) → Instituto Biomédico (7h30min) →

Campus Urca 296 → Campus Urca 458 (previsão de chegada às8:00h).

Ônibus Urbano II

Central do Brasil (saída na R. General Kaldwel com Av. Presidente Vargas -

7h20min) → Instituto Biomédico (7h:30min) → CCJP (Estação do Metrô da R.

São Clemente) → Campus 296 → Campus 458 (previsão de chegada às

8:00h).

Especial Almoço:

Chega ao IB 11h – HUGG – 11h:30min - CCJP (ponto do ônibus de integração

Metrô Botafogo) 12h

Tarde:

Ônibus Urbano I

Campus 458 (saída às 12h:15min) → Campus 296 → Central do Brasil

(Quiosques Central -12h:45min) → Estação do Metrô São Cristovão (ponto da

estação - 13:00h) → HUGG (13h:10min) → Instituto Biomédico (13h:20min) →

Campus 296 → Campus 458 (previsão de chegada às13h45min).

Ônibus Urbano II

Campus 458 (saída às 12h:20min) → Instituto Biomédico → Campus 458

(previsão de chegada às 13:00h).

Ônibus urbano I

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Campus 458 ( saída 16:00h) →Aterro do Flamengo (primeiro ponto de ônibus)

→Praça XV (16h:30min) →Central do Brasil (16h:45min) →Instituto Biomédico

(17:00h) →Santa Barbara→CCJP (Metrô de Botafogo, 17h:30min) →Campus

458 - 18:00h).

Noite:

Ônibus urbano I

Campus 458 (saída às 17h:25min) → Campus 296→ Central do Brasil

(18:00h) → Estação do Metrô São Cristovão (18h10min) → HUGG (18h20min)

→ Instituto Biomédico (18h:30min) → CCJP (Estação do Metrô da R. São

Clemente -19:00h) → Campus 296 → Campus 458 (previsão de chegada

às19h:20min).

Microônibus/Van

Campus 458 (saída às 21h:40min) → Campus 296 → Central do Brasil →

Instituto Biomédico (22h:10min) → Central do Brasil → Praia do Flamengo →

Praia de Botafogo → Campus 296 → Campus 458.

Ônibus Urbano II

Campus 458 (saída às 22h:10min) → Campus 296 → Campus CCJP- Praia do

Flamengo → Praia de Botafogo → Central do Brasil → Metrô São Cristovão →

Praça Saens Peña → Campus 296 → Campus 458.

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4.5. APOIO PSICOSSOCIAL

O apoio psicossocial é um trabalho clínico feito por psicólogos,

porém não tem como objetivo o aprofundamento de uma psicanálise

tradicional. Não se trata de um Núcleo que faça diagnósticos ou laudos, se um

aluno é normal ou anormal, se o aluno tem condições de estar no curso ou não

e, também, só atende aos alunos que procuram o apoio psicossocial, porque

ninguém se transforma se não reconhecer a necessidade e procurar ajuda.

O atendimento psicossocial tem como prioridade fazer o acolhimento

do aluno. O ingresso na Universidade promove várias crises na vida do aluno,

porque é um momento de escolha profissional e a faixa etária desses

estudantes os deixa mais vulneráveis a esse tipo de crise. A questão da renda

também é um ponto que interfere no desenvolvimento acadêmico, esses

alunos procuram esse Núcleo porque não têm condições de pagar este

atendimento fora.

O acolhimento já fez com que muitos alunos não desistissem e

permanecesse na Universidade. O estudante precisa se sentir pertencendo ao

ambiente universitário, que muitas vezes parece hostil ou parece que eles não

estão no lugar que deveriam estar, porque antes não era oportunizado a

algumas classes sociais.

Além das bolsas e dos auxílios de assistência estudantil que oferece

uma ajuda concreta, é importante que se crie um ambiente acolhedor para

esse jovem que está ingressando, para que ele entenda que a universidade

pública, gratuita e de qualidade é o lugar de todos que desejam realmente estar

ali, independente de cor, raça, religião e classe social.

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CONCLUSÃO

A Constituição Federal de 1988 estabelece que a educação é direito

de todos e dever do Estado e da família e, que o ensino será ministrado com

base no princípio da igualdade de condições para o acesso e permanência na

Escola.

Desta forma, as políticas de ações afirmativas são fundamentais

para minimizar as desigualdades raciais e sociais geradas ao longo do

processo histórico da sociedade.

Com o objetivo de promover mudanças no sistema educacional, o

governo federal implementou programas de ações afirmativas como: REUNI,

SISU, Lei de Cotas, Programa de Bolsa Permanência do MEC e PNAES, com

a finalidade de ampliar e democratizar o acesso e a permanência na Educação

Superior Federal, em nível de graduação, de estudantes em vulnerabilidade

socioeconômica.

Na UNRIO, o REUNI contribuiu para a ampliação da oferta de vagas,

criação de novos cursos e o aumento de vagas no período noturno, que

permitiu o acesso à Universidade de pessoas que precisam trabalhar para

complementar a renda familiar.

As ações de assistência estudantil desenvolvidas na UNIRIO

contribuem para a permanência de estudantes em vulnerabilidade

socioeconômica na Universidade, pois sem o auxílio financeiro concedido por

meio da Bolsa de Incentivo Acadêmico e dos Auxílios Alimentação e Moradia,

muitos estudantes não poderiam permanecer na Universidade e concluir os

seus cursos no tempo certo.

A contrapartida de 12 horas semanais de atividades desenvolvidas

pelos bolsistas de Incentivo Acadêmico tem como premissa que a Universidade

não é um órgão assistencial e propicia a igualdade de oportunidades, em que o

aluno desenvolve um trabalho, ampliando sua vivência acadêmica e

profissional, com vistas à formação com excelência acadêmica.

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UNIRIO. Resolução nº 3.060, de 29 de abril de 2009. Dispõe sobre a aprovação da participação da UNIRIO no novo Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) como etapa única no Sistema de Seleção Unificada para acesso aos cursos de graduação. Boletim Interno. Rio de Janeiro, 2009a. Disponível em: <http://www2.unirio.br/unirio/reitoria/boletins2011/BOLABR-2.pdf> Acesso em: 19 jan. 2016

UNIRIO. Resolução nº 3.568, de 30 de março de 2011. Dispõe sobre a criação do Auxilio Moradia que passa a integrar a Politica de Bolsas Acadêmicas e de

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Assistência Estudantil – Rede Integrada de Bolsas UNIRIO, com verba especifica da Assistência Estudantil. Boletim Interno. Rio de Janeiro, 2011a. Disponível em: <http://www2.unirio.br/unirio/reitoria/boletins2011/BOLMAR-2.pdf> Acesso em: 19 jan. 2016.

UNIRIO. Resolução nº 3.569, de 30 de março de 2011. Dispõe sobre o quantitativo, a carga horária semanal, o número de parcelas/vigência e os valores mensais das bolsas do Programa de Bolsas de Desenvolvimento Acadêmico e de Assistência Estudantil, para o exercício de 2011, mantidos pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO, com verba específica da Assistência Estudantil.. Boletim Interno. Rio de Janeiro, 2011b. Disponível em: <http://www2.unirio.br/unirio/reitoria/boletins2011/BOLMAR-2.pdf> Acesso em: 19 jan. 2016.

UNIRIO. Resolução nº 3.828, de 12 de dezembro de 2011. Dispõe sobre o quantitativo, a carga horária semanal, o número de parcelas/vigência e os valores mensais das bolsas do Programa de Bolsas de Desenvolvimento Acadêmico e de Assistência Estudantil, para o exercício de 2012, mantidos pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO, com verba específica da Assistência Estudantil. Boletim Interno. Rio de Janeiro, 2011c. Disponível em: <http://www2.unirio.br/unirio/reitoria/boletins2011/BOLDEZ-1.pdf> Acesso em: 19 jan. 2016.

UNIRIO. Resolução nº 3.954, de 14 de agosto de 2012. Dispõe sobre o quantitativo, a carga horária semanal, o número de parcelas/vigência e o aumento dos valores mensais das bolsas do Programa de Bolsas de Desenvolvimento Acadêmico e de Assistência Estudantil, para o período de julho a dezembro de 2012, mantidos pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO, com verba específica da Assistência Estudantil.. Boletim Interno. Rio de Janeiro, 2012. Disponível em: <http://www2.unirio.br/unirio/reitoria/boletins2012/BOLAGO-1.pdf> Acesso em: 19 jan. 2016.

UNIRIO. Resolução nº 4.045 de 30 de janeiro de 2013. Dispõe sobre o quantitativo, a carga horária semanal, o número de parcelas/vigência e os valores mensais das bolsas do Programa de Bolsas de Desenvolvimento Acadêmico e de Assistência Estudantil, para o exercício de 2013, mantidos pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO, com verba específica da Assistência Estudantil.. Boletim Interno. Rio de Janeiro, 2013a. Disponível em: <http://www2.unirio.br/unirio/reitoria/boletins2013/BOLJAN-2.pdf> Acesso em: 19 jan. 2016.

UNIRIO. Resolução nº 4.217 de 08 de outubro de 2013. Dispõe sobre a alteração dede nomenclatura da Bolsa Permanência e o aumento dos valores das Bolsas de Assistência Estudantil, para o período de agosto a dezembro de 2013, mantidos pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO, com verba específica da Assistência Estudantil. Boletim Interno. Rio

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de Janeiro, 2013b. Disponível em: <http://www2.unirio.br/unirio/reitoria/boletins2013/BOLOUT-1.pdf> Acesso em: 19 jan. 2016.

UNIRIO. Resolução nº 4.324 de 29 de abril de 2014. Dispõe sobre o aumento dos quantitativos da Bolsa de Incentivo Acadêmico (BIA) e do Auxilio Alimentação, referente à Politica de Assistência Estudantil, para o período de maio a dezembro de 2014, mantidos pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO, com verba específica da Assistência Estudantil. Boletim Interno. Rio de Janeiro, 2014a. Disponível em: <http://www2.unirio.br/unirio/reitoria/boletins2014/BOLABR-2.pdf> Acesso em: 19 jan. 2016.

UNIRIO. Resolução nº 4.325 de 29 de abril de 2013. Dispõe sobre o quantitativo, a carga horária semanal, o número de parcelas/vigência e os valores mensais das bolsas do Programa de Bolsas de Desenvolvimento Acadêmico e de Assistência Estudantil, para o exercício de 2014, mantidos pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO, com verba específica da Assistência Estudantil.. Boletim Interno. Rio de Janeiro, 2014b. Disponível em: <http://www2.unirio.br/unirio/reitoria/boletins2014/BOLABR-2.pdf> Acesso em: 19 jan. 2016.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 02 AGRADECIMENTOS 03 DEDICATÓRIA 04 RESUMO 05 METODOLOGIA 06 SUMÁRIO 07 INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I Políticas Públicas: Conceito 10 CAPÍTULO II Programas de Acesso e Permanência na Educação Superior 16 2.1. REUNI 16 2.2. PNAES 22 2.3. Programa de Bolsa Permanência do MEC 25 CAPÍTULO III

A UNIRIO: Histórico 28

CAPÍTULO IV

A Assistência Estudantil na UNIRIO: As ações implementadas 31

4.1. Bolsa de Incentivo Acadêmico 37 4.2. Auxilio Alimentação 42 4.3. Auxilio Moradia 45 4.4. Transporte Intercampi 49 4.5. Apoio Psicossocial 52 CONCLUSÃO 53 BIBLIOGRAFIA 54 ÍNDICE 59 ÍNDICE DE GRAFICOS 60 INDICE DE ANEXOS 61 FOLHA DE AVALIAÇÃO 89

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ÍNDICE DE GRAFICOS

Gráfico 1 – Evolução do quantitativo de Bolsa Permanência/BIA da

UNIRIO 40

Gráfico 2 – Evolução do valor da Bolsa Permanência/BIA da UNIRIO 40

Gráfico 3 – Evolução despesa anual para manutenção da Bolsa

Permanência/BIA da UNIRIO 41

Gráfico 4 – Evolução do quantitativo do Auxílio Alimentação na

Assistência Estudantil da UNIRIO 43

Gráfico 5 – Evolução do valor do Auxílio Alimentação na Assistência

Estudantil da UNIRIO 44

Gráfico 6 – Evolução da despesa anual para manutenção do Auxílio

Alimentação na Assistência Estudantil da UNIRIO 44

Gráfico 7 – Evolução do Quantitativo do Auxílio Moradia na Assistência

Estudantil da UNIRIO 47

Gráfico 8 – Evolução do Valor do Auxílio Moradia na Assistência

Estudantil da UNIRIO 47

Gráfico 9 – Evolução da despesa anual para manutenção do Auxílio

Moradia na Assistência Estudantil da UNIRIO 48

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INDICE DE ANEXOS

ANEXO 1 – UNIRIO. Resolução nº 2.575, de 25 de outubro de 2004. Dispõe

sobre alterações na estrutura organizacional da UNIRIO. Rio de Janeiro, 2004.

ANEXO 2 – UNIRIO. Resolução nº 2.651, de 13 de dezembro de 2005. Dispõe

sobre a criação da Bolsa Permanência na UNIRIO. Rio de Janeiro, 2005.

ANEXO 3 – UNIRIO. Resolução nº 2.713, de 23 de fevereiro de 2006. Dispõe

sobre a Política de Bolsas Acadêmicas e de Assistência Estudantil – Rede

Integrada de Bolsas UNIRIO. Rio de Janeiro, 2006.

ANEXO 4 – UNIRIO. Resolução nº 2.714, de 23 de fevereiro de 2006. Dispõe

sobre o quantitativo, a carga horária semanal, o número de parcelas/vigência e

os valores mensais das Bolsas dos Programas de Bolsas de Desenvolvimento

Acadêmico e de Assistência Estudantil, mantidos pela Universidade Federal do

Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO. Rio de Janeiro, 2006.

ANEXO 5 – UNIRIO. Resolução nº 2.787, de 06 de julho de 2006. Dispõe sobre

a ampliação do quantitativo, das Bolsas Permanência, do Programa de Bolsas

de Assistência Estudantil, mantido pela Universidade Federal do Estado do Rio

de Janeiro – UNIRIO. Rio de Janeiro, 2006.

ANEXO 6 – UNIRIO. Resolução nº 2.849, de 14 de junho de 2007. Dispõe

sobre o quantitativo, a carga horária semanal, o número de parcelas/vigência e

os valores mensais das bolsas dos Programas de Bolsas de Desenvolvimento

Acadêmico e de Assistência Estudantil, mantidos pela Universidade Federal do

Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO. Rio de Janeiro, 2007.

.

ANEXO 7 – UNIRIO. Resolução nº 2.907, de 17 de dezembro de 2007. Dispõe

sobre quantitativo, a carga horária semanal, o número de parcelas/vigência e

os valores mensais das bolsas dos Programas de Bolsas de Desenvolvimento

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Acadêmico e de Assistência Estudantil, mantidos pela Universidade Federal do

Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO. Rio de Janeiro, 2007.

ANEXO 8 – UNIRIO. Resolução nº 2.978, de 17 de dezembro de 2008. Dispõe

sobre o quantitativo, a carga horária semanal, o número de parcelas/vigência e

os valores mensais das bolsas do Programa de Bolsas de Desenvolvimento

Acadêmico e de Assistência Estudantil, mantidos pela Universidade Federal do

Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO. Rio de Janeiro, 2008.

ANEXO 9 – UNIRIO. Resolução nº 3.236, de 15 de dezembro de 2009. Dispõe

sobre o quantitativo, a carga horária semanal, o número de parcelas e o valor

mensal da Bolsa Permanência para o exercício de 2009, mantidos pela

Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO. Rio de Janeiro,

2009.

ANEXO 10 – UNIRIO. Resolução nº 3.237, de 15 de dezembro de 2009.

Dispõe sobre o quantitativo, a carga horária semanal, o número de

parcelas/vigência e os valores mensais das bolsas do Programa de Bolsas de

Desenvolvimento Acadêmico e de Assistência Estudantil, mantidos pela

Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO. Rio de Janeiro,

2009.

ANEXO 11 – UNIRIO. Resolução nº 3.322, de 29 de abril de 2010. Dispõe

sobre o quantitativo, o número de parcelas/vigência e o valor mensal do Auxílio

Alimentação a estudantes que justifiquem esta necessidade, a ser concedido

pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO, com verba

específica da Assistência Estudantil. Rio de Janeiro, 2010.

ANEXO 12 – Entrevista com a Diretora de Assuntos Estudantis da

Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO).

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ANEXO 1

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ANEXO 2

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ANEXO 3

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ANEXO 4

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ANEXO 5

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ANEXO 6

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ANEXO 7

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ANEXO 8

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ANEXO 9

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ANEXO 10

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ANEXO 11

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ANEXO 12

ENTREVISTA REALIZADA COM A DIRETORA DE ASSUNTOS

ESTUDANTIS DA UNIRIO.

1 – Como e quando iniciou a Assistência Estudantil na UNIRIO?

Resp.: A Assistência Estudantil na UNIRIO ela teve início...pode ser que

tenham acontecido algumas tentativas isoladas, eu quando ingressei e fui a

pessoa que começou esse trabalho de forma mais sistematizada na UNIRIO

não tinha registros de ações organizadas de Assistência Estudantil, na verdade

a gente começou a estruturar isso em final de 2004, quando então foi

aprovado no Conselho Universitário a criação da Coordenação de Assuntos

Estudantis. Ai nós começamos a sistematizar ações mais nítidas e focadas

com o objetivo de atender essas demandas dos estudantes que na verdade já

existiam, mas não encontrava na UNIRIO um local onde elas pudessem ser

encaminhadas, onde ocorresse uma mediação com a administração central. A

gente pode dizer que em final 2004, começou a ter um setor.. que na verdade

era uma Coordenação, responsável por pensar e efetivar ações de Assistência

ao estudante.

2 – Qual é o objetivo da Assistência Estudantil?

Resp.: É difícil delimitar um objetivo claro por que existem muitas ações de

assistência e algumas delas até desvinculadas de apoio financeiro direto.

Então o objetivo é fazer com que os estudantes de uma forma geral concluam

seus cursos com qualidade acadêmica e com amparo para determinadas

situações, contudo existe um foco de vinculo financeiro para alunos em

vulnerabilidade social, esses estudantes são aqueles que não reúnem

condições econômicas para ter acesso a outras coisas. Assistência Estudantil

ela pretende dar qualidade na permanência desses estudantes para que eles

não evadam, para que eles não fiquem retidos nas disciplinas, que eles não

tenham que entrar prematuramente no mercado de trabalho ainda não

qualificados, e que concluam seus cursos com excelência acadêmica. Isso

seria assim um resumo, pra isso a gente desenvolve uma série de ações,

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algumas focadas para esses estudantes em vulnerabilidade social e outras

mais abrangentes e abertas a outros estudantes.

3 – Em que ano foi criada a Bolsa Permanência e quando começou a ser

concedida?

Resp.: Na verdade a bolsa permanência que é um nome antigo dessa bolsa,

mas a bolsa permanência que é nossa primeira bolsa, ela começou a ser

pensada, idealizada em 2005, mas nós só conseguimos a aprovação no

Conselho Universitário em final de 2005. Nós tivemos algumas tentativas de

passar essa bolsa pelo Conselho Universitário, mas como ainda era alguma

coisa que causava muito estranhamento na Comunidade Universitária, nós só

conseguimos pagar as bolsas em 2006.

4 – Quais os recursos utilizados para a concessão da bolsa permanência

a partir de 2006?

Resp.: Essa época a assistência estudantil ainda não estava instituída como

uma política de governo como posteriormente ela se mostrou, sem dúvida

nenhuma nós temos que reconhecer que a parir de 2008/2009, ela começou a

ser pensada como uma política de governo.

5 – Antes de ser uma política do governo, como era essa iniciativa?

Resp.: Era uma iniciativa das Universidades e que as Universidades tinham

que internamente instituir que recurso seria utilizado, como foi o nosso caso

aqui, no nosso caso aparentemente nós não tínhamos recursos para a criação

dessa política, então nós tivemos que pensar em uma estratégia de onde retirar

esses recursos. A época existia na UNIRIO uma bolsa que era concedida a

estudantes até do ensino médio, era um convênio da UNIRIO com a Fundação

MUDES, que era uma Fundação de apoio, sem fins lucrativos. Nós fizemos um

levantamento e não tínhamos alunos nossos recebendo essas bolsas, só tinha

alunos de ensino médio, alunos externos. Solicitamos a Reitoria, a época, que

o contrato não fosse renovado e que esses recursos da Fundação Mudes

fossem deslocados para a criação das nossas bolsas internas, para os nossos

estudantes em situação de vulnerabilidade social. Eu acho que essa foi uma

das resistências em se aprovar a bolsa permanência. Porque como esses

estudantes, estudantes externos faziam atividades administrativas às pessoas

alegavam que a Universidade ia parar porque não daria conta das suas

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atribuições e a gente vê que não foi bem assim, então depois de muitas idas,

esses recursos é que foram utilizados para implementar essa política, esse

conjunto de bolsas.

6 – Quais os critérios para a concessão da bolsa permanência?

Resp.: Sempre foram critérios socioeconômicos, nenhum critério de mérito

para se ingressar na bolsa e não é por ordem de chegada não. O nosso

primeiro questionário sócioeconômico foi elaborado e foi sendo modificado ao

longo do tempo porque a gente ia vendo outras necessidades e também é

preciso lembrar que aquela época a assistência estudantil só contava comigo,

não existiam os técnicos que hoje trabalham lá. Então eu tive que pedir socorro

a Chefe do Serviço Social do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle e ela

então junto comigo elaborou o questionário, nós consultamos questionários que

eram utilizados por outras Universidades que já tinham essa política. Ela

estabeleceu um questionário e a primeira leva de bolsas ela fez essa análise

junto comigo. Nós não tínhamos, a época, o parâmetro que o decreto

implementou, o Programa Nacional de Assistência Estudantil que é o PNAES

que temos hoje, não tínhamos esse mesmo critério de corte de renda, então

nós olhávamos a situação sem um parâmetro, mas obviamente que já se tinha

um padrão, estudantes oriundos de escolas pública, renda familiar, questões

de doença crônicos em família. Uma coisa é um salário mínimo e meio como

renda per capita em uma família com uma estrutura, e outra em família

desestruturada, onde você tem um portador de necessidade especial, onde

você tem um idoso com uma doença crônica, ai se estende até mesmo ao

estudante que mora muito distante da Universidade e isso implica com um

custo muito grande no deslocamento, então são muitas coisas além da renda

que têm que ser vistas. A gente já analisava essas coisas, mas nós não

tínhamos um parâmetro de corte. Inicialmente nós começamos esse programa

com 56 bolsas, era o que a verba da fundação MUDES nos permitiu utilizar.

Talvez também por que aquela época nós não tivéssemos a demanda que se

tem hoje, por que a política de Assistência Estudantil ela até de certa forma

antecedeu, nas Universidades Federais, uma política implantada

posteriormente, a política de cotas, a política de cotas veio bem depois. A

UNIRIO ela desde a implementação do ENEM, que a UNIRIO reservava

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algumas vagas para os alunos oriundos do ENEM, quando o ENEM ainda não

era adotado como forma integral de acesso. Então aqui de certa forma a gente

já reservava algumas vagas. A gente pensar que o acesso onde o mérito era

uma questão muito presente eu acho que a UNIRIO foi se transformando ao

longo da implementação das outras políticas, como o ENEM como entrada

universal, como a política de cotas e assim uma democratização do acesso, eu

acho que com o tempo os estudantes foram entendendo que a Universidade

pode e deve ser a casa de todos, porque antes não era bem assim.

7 – Outras Universidades elas já tinham políticas internas de Assistência

Estudantil?

Resp.: Sim. A Bahia, Minas Gerais, a UFRJ já tinha moradia Estudantil, já tinha

bandejão, já tinham ações. Só nós que não tínhamos nem espaço e nem

recursos porque tinha a questão do orçamento, até porque tem uma grande

diferença de orçamento entre a UFRJ e a UNIRIO.

8 – Existe alguma contrapartida dos estudantes?

Resp.: Sempre existiu desde a sua implementação ao contrário de outras

Universidades que até hoje nunca tiveram nenhuma contrapartida, nem

nenhum critério de avaliação, nós sempre tivemos uma contrapartida. São

atividades acadêmicas, se for alguma coisa que beire o administrativo e uma

coisa que tem a ver com a formação desse aluno. Desde sempre nós tivemos

um diferencial que nenhuma Universidade que eu conheço tem. O aluno

escolhe em que projeto, com que orientador, em que temática ele quer

desenvolver o projeto dele. Então não é imposto ao estudante porque ele tem

uma questão social, um trabalho que ele seja obrigado a desenvolver, ele

desenvolve aquilo que ele escolhe, curiosamente às vezes a gente encontra

estudante de um curso desenvolvendo trabalho em outro curso, o que de certa

forma amplia sua formação, mas é sempre pela escolha do estudante.

9 – O que representa essa contrapartida?

Resp.: São até 12 horas semanais cumpridas pelos bolsistas. É a bolsa que

tem a menor carga horária. Por que colocamos uma carga horária menor?

Compreendendo justamente que são estudantes que moram mais longe, que

tem mais dificuldade.

10 – Os bolsistas aceitam ter que cumprir essas 12 horas?

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Resp.: A maioria sim, mas na verdade uma ala do movimento estudantil é

contrária, mas eu vejo que os estudantes bolsistas observam a importância que

isso tem na formação deles, a quantidade de portas que se abrem por que eles

tem essa possibilidade de estar próximo ao professor desenvolvendo um

trabalho, a valorização desse estudante que não é apenas um estudante pobre,

mais um estudante que produz bastante academicamente eles reconhecem

que isso é importante, aqueles que desenvolvem trabalhos bons e que estão

engajados eles reconhecem a importância, até por que como nosso orçamento

é pequeno e a verba pra bolsas é alguma coisa proporcional nós não temos

condições de oferecer a esse estudante a bolsa por todo curso, por que se não

teríamos condições de atender aqueles que estão ingressando, então na

verdade essa contrapartida os prepara para migrar para outras bolsas, e isso é

uma coisa que acontece demais no nosso setor, estudantes que completam o

seu tempo nessa bolsa social e depois eles migram para outras bolsas e eu

posso dizer que muitos com quem eu ainda tenho contato estão muito bem

colocados no mercado de trabalho, fizeram suas pós graduações. Por que a

gente acredita que é nessa contra partida que a gente diminui a pior

desigualdade que não é a desigualdade do ter, é a desigualdade do acesso a

uma formação de qualidade nesse momento a gente diminui essa distância

entre aqueles que sempre puderam ter uma vida acadêmica com escola com

outra estrutura em detrimento daqueles que não tiveram essa oportunidade

então a gente vê o estudante melhorando a sua escrita, sua leitura, sua

compreensão e sua formação mesmo, até humanista e ética à medida que ele

não esta confinado a uma bolsa onde ele não se sente parte produtiva numa

Universidade, ele tem um mérito, esse que é o critério de mérito que a gente

acredita, não é só assistencialismo ele tem uma produção e é um mérito que

não se mede pelo coeficiente dele, por que isso diz muito pouco do aluno, mas

é um mérito que o torna independente, inclusive independente desse tipo de

política, por que ele migra para outras bolsas e isso fortalece e isso amplia o

curriculo dele, por que ele não sai daqui com uma declaração de bolsas de

carente, ele não sai com declaração de pobre, ele sai daqui com uma

declaração que ele participou de tal projeto de pesquisa, de tal projeto de

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extensão ou de atividades de monitoria ou de grupos de estudo, então isso dá

pra ele um outro lugar dentro da Universidade.

11 – Em que Consiste o Plano de Atividades?

Resp.: O plano de atividades é quando o orientador registra esse bolsista no

DAE e ele diz qual é o projeto e quais as atividades que esse estudante vai

desenvolver que está vinculado ao projeto, então o estudante recebe isso, o

próprio estudante pode concordar ou discordar das atividades. Se quando nós

recebermos aquilo na DAE nós percebermos que as atividades ali não são

pertinentes as atividades acadêmicas ou a própria essência do projeto, nós

então dizemos não, esse não é um projeto para DAE.

12 – Qual é o tempo de duração dessa bolsa?

Resp.: São 2 anos. Um ano, prorrogável por mais um ano.

13 – E depois disso?

Resp.: Aí ele já está apto a migrar pra outras bolsas. Normalmente o bolsista

migra e, com isso ele vai conquistar outros lugares. Muitos depois desse tempo

já conseguem estágio tem muitos que já entram do meio do curso para o final e

ai se formam ainda recebendo a bolsa depende da realidade do estudante.

14 – Essa bolsa pode ser acumulada com outras bolsas?

Resp.: Não, com outra bolsa acadêmica não e nem com nenhuma outra

atividade remunerada. Por quê? Por que nós temos um orçamento pequeno,

então um aluno que tem a oportunidade de receber uma bolsa pode ceder a

vez a outro de estar recebendo uma bolsa. Só pode ser acumulada a bolsa de

incentivo acadêmico com a bolsa alimentação, essas bolsas na verdade foram

aprovadas pelo Conselho casadas. Assim que o auxilio alimentação foi

implementado automaticamente ele veio casado, parte do quantitativo é casado

com a bolsa permanência que agora se intitula BIA e parte era só auxílio

alimentação para os que faziam outras bolsas acadêmicas ou que tivessem

alguma atividade laboral. Então assim, aqueles que tem a oportunidade de ter

outra fonte de renda tem que disponibilizar isso para aqueles que não tem se a

gente permitisse a acumulação nós teríamos a seguinte situação como

verificamos a algum tempo num determinado caso. Um estudante recebia R$

1.100,00 de bolsa e outro que está numa fila de espera.

15 – Mas poder acumular é uma revindicação não é?

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Resp.: Eu não acho que seja uma justa reivindicação, e eu espero que todas

as outras Universidades tenham como além de dar R$ 1.100,00 de bolsas pra

um estudante tenham como ajudar a outros estudantes que estão em uma fila

de espera.

16 – A fila de espera existe?

Resp.: Existe e não é pequena, nós temos em média hoje uns 80 alunos na

fila de espera. Então como é que eu consigo dormir tranquila sabendo que tem

um estudante acumulando três bolsas e o outro que não recebe nenhuma? É

por isso que a gente optou por não acumular. A verdade é que as pessoas

precisam entender quais são os limites da instituição e até mesmo quais são os

limites das políticas de Governo pra atender, não há a possibilidade de um

atendimento pleno de todas as necessidades de um aluno, não é objetivo

dessas políticas que pessoas migrem de classe social por intermédio das

bolsas. Se um aluno está possibilitado de fazer um estágio remunerado, ele

não precisa tanto dessa bolsa quanto aqueles que não têm essa possibilidade.

17 – Principalmente os ingressantes?

Res.: Esses nem podem concorrer a outras bolsas acadêmicas, não podem

concorrer a um estágio, são pessoas que ainda não tem qualificação pra

desenvolver qualquer atividade de trabalho. Eu fui uma aluna trabalhadora e

isso não mata ninguém, mas é sofrido demais é puxado demais pra quem já

mora tão longe. Então vamos oportunizar que esses estudantes tenham

alguma ajuda ao invés de a gente dar uma ajuda absoluta para alguém, vamos

dar um pouco para cada, para o maior número de pessoas que a gente possa

atingir, até por que a nossa bolsa tem contrapartida acadêmica e como é que

um estudante dá conta de tantas contrapartidas acadêmicas? As bolsas

acadêmicas tem

18 – A bolsa pode ser renovada?

Resp.: Pode, ela é de um ano renovável por mais um, agora existem casos

muito especiais como nós já tivemos, estudantes com transtornos mentais,

estudantes com condição socioeconômica muito critica que se não tiverem a

extensão dessa bolsa não vão conseguir se formar, então existem alguns

casos em que essa bolsa é prorrogada por mais tempo. Vai depender da

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análise das assistentes sociais. A indicação de quanto tempo é sempre feita

por esses profissionais..

19 – A partir de 2010 a política de bolsa permanência sofreu

modificações?

Resp.: A verdade é que a gente passou a ter uma rubrica especifica é tão

difícil delimitar essas coisas. Então até esse momento era um recurso da

Universidade, depois que implantou se o Programa Nacional de Assistência ao

Estudante – PNAES – e essa rubrica passou a ser carimbada, então ela já

entrava para Universidade dizendo essa verba é para a assistência estudantil.

E isso é muito bom, essa era a grande reivindicação do FONAPRACE, por

que? Porque quando era briga, a Assistência Estudantil era sempre

prejudicada, a gente ouvia exatamente os mesmos argumentos, por que tem

que investir em iniciação cientifica, tem que investir em extensão, tem que

investir em monitoria, e isso é que são as bolsas dentro da Universidade e a

partir do momento em que ela veio carimbada isso distencionou um pouco,

porque você passa a não competir mais pelos mesmos recursos.

20 – A assistência estudantil iniciou com recursos da UNIRIO que antes

eram destinados a Fundação MUDES mas ao longo dos anos tiveram um

crescimento. Pq?

Resp.: Por que conseguimos demonstrar à Universidade a importância do

investimento. Saindo do próprio orçamento, começou com 56 bolsas, depois

foram 90 bolsas, depois foram 180 bolsas e hoje só de BIA temos 410, aux.

Alimentação 670. A concessão de bolsas a estudantes em vulnerabilidade

social é um dos braços, uma das ações da DAE, mas nós temos Tb outras

ações como exemplo que eles possam participar das ações de atividades

esportivas, existem outras ações que também precisam de recursos então a

gente não pode alocar todos os recursos com bolsas e a concessão de bolsas

tem que ser feito de maneira muito responsável por que bolsa não é um

recurso que você possa fornecer e depois dizer, não agora não tem mais,

devolve. E a gente foi conseguindo ampliando, organizando de uma forma bem

significativa.

21 – Os Auxílios moradia e alimentação começaram a ser concedidos na

UNIRIO quando?

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Resp.: Foi depois que a gente já tinha o PNAES, por que ai a gente podia

dizer, a gente esta implementando essas bolsas por que isso não vai tirar

recursos da Universidade aí nós conseguimos passar com mais tranquilidade.

22 – O Auxilio Moradia, atende somente a alunos de outros estados, por

que?

Resp.: Não, ele atende prioritariamente a estudantes que venham de um outro

estado, mas ele também atende alunos de outros municípios do estado que

fiquem distantes 100 km daqui. Esses 100 km não foi um número cabalístico

não, nós acompanhamos o critério da CAPES e do CNPQ para oferecer bolsas

aos pós-graduandos, então a gente achou que era uma coisa que já tinha um

parâmetro acadêmico. Aliás, no caso deles eu acho que eram 105 km ou 110

km, a gente ainda reduziu pra 100 km.

23 – O Auxílio Alimentação foi concedido tendo em vista a ausência de

bandejão na UNIRIO?

Resp.: Também, mas eu acho que mesmo que com a implementação do

bandejão eu não sei se será possível cortar o auxílio alimentação, porque o

bandejão não consegue atender a 100%, porque existe uma limitação de

espaço, nós temos 7000, 8000, 9000 estudantes e ali a pleno vapor você

consegue atender a 2000, no máximo, isso além das outras unidades. Agora

isso é uma coisa que ainda vai entrar em estudo por que a gente pode precisar

desse recurso para fazer o subsidio e tornar a alimentação mais barata para

todos, isso não está decidido mais por enquanto ele se mantém.

24 – Os critérios dos auxílios moradia e alimentação são os mesmos que

a BIA?

Resp.: Todos eles são amparados pelo Decreto Presidencial que instituiu o

PNAES, ele põe esse corte de renda de um salário mínimo e meio de renda per

capita.

25 – Qual é o objetivo do atendimento psicossocial?

Resp.: O atendimento psicossocial aqui tem como prioridade fazer um

acolhimento, a gente sabe que essa entrada na Universidade, ela é promotora

de várias crises, porque é um momento de escolha profissional, é uma faixa

etária mais vulnerável a esse tipo de crise, então a gente percebe que é uma

questão que nos estudantes interfere muito no seu desenvolvimento

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acadêmico, por questão de renda, mas a gente percebe que hoje em dia quem

procura esse serviço são aqueles que não podem pagar esse atendimento fora

daqui, então a gente faz um trabalho de acolhimento e superação de crise. É

um trabalho clinico sim mais que não tem como objetivo o aprofundamento de

uma psicanálise tradicional, não é um setor que faça diagnósticos, nós jamais

diagnosticaremos se um aluno é normal ou anormal, se ele tem condições de

estar no curso ou não, não é nosso papel e nós só atendemos aos alunos que

nos procuram. Não adianta um professor indicar ou um diretor indicar, se o

próprio aluno não procura, ele não será atendido. Por que a gente acredita que

ninguém se transforma se não conseguir reconhecer a necessidade dessa

ajuda, então a gente não esta aqui pra fornecer laudos, nós estamos aqui de

fato para acolher os estudantes, tanto assim que nós só atendemos

estudantes, a gente nunca, nem mesmo antes de ter no nosso sobrenome

assuntos comunitários, por que hoje nós somos Direção de Assuntos

Estudantis, nem mesmo quando tínhamos os Comunitários nós atendíamos por

que pode haver um conflito de interesses, esse sempre foi um atendimento

exclusivo a estudantes independente da sua classe social ou da sua origem

social.

26 – Por que a Bolsa Permanência passou a ser chamada de BIA?

Resp.: Porque o MEC em 2013, implementou uma bolsa mas essa bolsa tem

um critério de carga horária ela não é aberta a todos os cursos e na Unirio só

atende a Biomedicina e a Medicina. E o MEC lançou essa bolsa como Bolsa

Permanência do MEC, então nós recebemos um oficio solicitando que a troca

do nome da nossa bolsa pra não haver nenhuma confusão e eu achei muito

bom, nós mudamos o nome de permanência para alguma coisa que fizesse

uma alusão maior ao que a nossa bolsa representa que é a questão acadêmica

então ela passou a se chamar Bolsa de Incentivo Acadêmico.

27 – A UNIRIO tem alguma ingerência nessa bolsa permanência do MEC?

Resp.: A nossa ingerência é homologar, ou seja, o aluno entrega a

documentação e as Assistentes Sociais avaliam a pertinência por que essa

bolsa também é para estudantes em vulnerabilidade social.

28 – Essa bolsa do MEC ela utiliza os recursos oriundos do PNAES?

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Resp.: Não, elas utilizam outros recursos, recursos que vem direto do

Governo, eles recebem um cartão nos moldes do bolsa família e recebem, não

é uma conta, é um cartão onde eles recebem somente o valor da bolsa.

29 – Então a Universidade ela só homologa?

Resp.: Homologa e acompanha, se o aluno está com frequência, se ele fez o

trancamento geral, se saiu da Universidade. A gente vai passando essas

informações, a parte financeira é toda do Governo.

30 – Qual a sua opinião com relação as 12h de atividades que o aluno que

recebe a BIA deve prestar na UNIRIO?

Resp.: Eu acho isso super importante do ponto de vista simbólico. Ele não é

um estudante menor, ele não é um estudante menos qualificado. Eu as vezes,

eu vou dizer até uma coisa meio ousada, eu acho que eu nem deveria dizer,

que os alunos, as vezes eles temem o potencial que esses meninos tem

quando são bem orientados, por que eles estão acostumados a ter uma vida

mais criativa, eles são guerreiros, eles são empenhados, obviamente que nem

todos. O que eu não concordaria é que o parâmetro fosse o coeficiente de

rendimento, isso não por que o coeficiente de rendimento ele está imbricado

muito seriamente com as questões sociais. As vezes o aluno não consegue ter

a mesma frequência, por que ele não pode frequentar todas as aulas. Ainda há

muito preconceito, muita coisa que precisa ser discutida dentro da

Universidade, coisas que podem levar esse estudante a não ter um bom

coeficiente de rendimento, uma disciplina em que ele tem que ler 15 artigos em

inglês, esse que veio de escola pública, que nunca estudou uma aula de língua

estrangeira vai ter maior dificuldade que aquele que pode fazer um IBEU, uma

Cultura Inglesa, então não é justo medir pelo coeficiente de rendimento mas

por essa produtividade sim.

31 – Quantos e quais profissionais da DAE estão envolvidos no

atendimento à alunos em vulnerabilidade sócio econômica?

Resp.: Todos, todo mundo tem o seu trabalho específico, mas todos atendem

estudantes de uma forma geral. Somos num total de 10 pessoas, entre

assistentes sociais, psicólogos, nutricionistas, pedagogos e assistente

administrativo. Qualquer aluno que entrar na DAE é atendido, todo mundo sabe

todos os procedimentos, todos os editais, tudo que acontece, até por que, até a

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discussão dos editais, a modificação dos editais é feita com toda a equipe

todos participam.

32 – É lançado anualmente os editais da BIA e dos auxilios alimentação e

moradia?

Resp.: Todo ano, o Edital é lançado como um conjunto de regras, ele

normatiza, mas a gente recebe direto, não tem um período, se a gente tivesse

um período de recebimento, o aluno tranca e vai embora aquela bolsa ia ficar

ociosa, e se a gente tivesse isso regulado por edital não poderia. A única

modalidade de bolsa que tem um Edital lançado duas vezes no ano, ou seja,

tem um momento que começa e termina é o Auxílio Moradia, pra garantir que

tenha um número de vagas para os alunos que entram no primeiro semestre e

um número de vagas para os que entram no segundo semestre, e não tem

renovação toda vez é um novo ingresso. A BIA e o auxílio alimentação são

bolsas continuas, a medida que sai um entra outro, é direto.

33 – Existem outras ações desenvolvidas na UNIRIO voltadas para alunos

em situação de vulnerabilidade social?

Resp.: Sim, existe, muito embora seja um equivoco dizer que só estudantes

em vulnerabilidade social tem deficiências acadêmicas, isso não é verdade,

mas a gente pode dizer que algumas pessoas acreditam muito nisso. A

PROGRAD tem o PROTES que é uma bolsa de tutoria especial, em que

estudantes que são bem sucedidos em disciplinas com alto índice de

reprovação, ajudam outros a se recuperar.

34 – E o transporte intercampi?

Resp.: É verdade, temos ai o transporte intercampi, que começou intercampi e

agora nós já estamos correndo o mundo, começamos com um micro ônibus

que ia daqui do IB para o HUGG, hoje nós já temos uma linha que vai para a

Baixada Fluminense a noite e uma outra linha que vai para a Zona Oeste.

Essas duas linhas funcionam só a noite, para atender o pessoal que mora

longe e sai daqui tarde, os ônibus para a Baixada Fluminense e Zona Oeste

acabam, a gente vive em uma cidade grande e perigosa. Tem também o

ônibus que ia só até o metrô da Tijuca que agora vai até o Méier. O que a

gente pensou, essa é uma forma de os estudantes minimizarem as suas

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despesas com transporte que é uma coisa que onera muito o orçamento das

famílias.

35 – A assistência estudantil na sua opinião contribui para a permanência

dos alunos em vulnerabilidade social?

Resp.: Sem dúvida nenhuma, eu tenho absoluta certeza de que muitos

estudantes sem receber esse auxilio não poderiam seguir adiante, até por que

qual é a vaga no mercado de trabalho pra um jovem ou até um adulto mesmo

ainda não qualificado? Então isso de certa forma desvia o estudante da sua

rota de concluir o curso no tempo certo. Então eu tenho muito retorno desses

bolsistas, de muitos que sem essa bolsa não teriam conseguido se manter aqui

na Universidade, eu acho também que o conjunto de ações e eu queria dizer

que principalmente também, nós não somos só um cartório de bolsas, mas que

esse trabalho de todo mundo atender todo mundo, essa preocupação com o

acolhimento é uma ação muito importante, ela não está posta no papel ela é

uma filosofia de trabalho, então essa possibilidade do acolhimento também já

fez muita gente não desistir, de continuar aqui, de se sentir pertencendo ao

ambiente Universitário, um ambiente que muitas vezes parece a eles hostil ou

parece que eles não estão no lugar onde eles deveriam estar porque isso não

era oportunizado a algumas classes sociais. Então eu acho que além da

questão da bolsa que dá essa ajuda concreta essa ajuda mais objetiva, é muito

importante que se crie um ambiente, isso mesmo com uma sala muito

pequena, com poucas pessoas. Então somos 10 pessoas para atender

potencialmente 8.000,00 estudantes, então mesmo com todas essas questões

nenhum estudante sai dali sem uma resposta, sem um acolhimento, sem uma

escuta, existem atendimentos que eles fazem diretamente comigo, são

questões gravíssimas, questões de saúde, questões de família, questões

sentimentais, questões de crise e que a gente encaminha por que se não a

gente perde esse aluno, porque ele tem que se sentir parte da Universidade e a

Universidade tem que acolher esse aluno e dizer que o lugar dele é aqui sim,

aqui é o lugar de todos, pelo menos daqueles que desejam e é bom saber que

cada vez mais JOVENS desejam estar aqui.

36 – A assistência estudantil realmente combate a evasão? Existe algum

levantamento?

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Resp.: Não temos esse levantamento porque temos poucas pessoas

trabalhando e não temos esses dados sistematizados na Universidade eu

tenho muita dificuldade pra saber. Mas a evasão, vários estudos comprovam

que a questão sócioeconômica não é a única responsável pela evasão, isso

precisa ser dito, eles escolhem as carreiras pelo número de pontos e chegam

aqui e ficam insatisfeitos, frustrados também independente das classes sociais,

chegam aqui e encontram um estrutura de ensino que nem sempre condiz com

as expectativas, eles encontram também esse ambiente por vezes hostil, um

ambiente que não é acolhedor. Então assim, existem muitas razões para a

evasão, que não só as questões socioeconômicas.

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