boa vontade 214

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OO002-06-Anc Revista LBV.fh11 27.09.06 18:25 Page 1

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Prêmio ABRADEE 2006Melhor Distribuidorade Energia Elétrica do Nordeste.Prêmio Associação Brasileirade Distribuidores de EnergiaElétrica / Vox Populi.

Coelce: A Melhor Distribuidorade Energia Elétrica do Nordeste.

Guia Você S/Ae Revista Examedas 150 melhoresempresas do Brasilpara trabalhar.

Por isso, fazemos questão de bater palmas pra vocês. Parabéns e Obrigado.

do Brasil para Trabalhar.E uma das 150 Melhores Empresas

Clientes e Colaboradores: estes prêmios também são seus.

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Prêmio ABRADEE 2006Melhor Distribuidorade Energia Elétrica do Nordeste.Prêmio Associação Brasileirade Distribuidores de EnergiaElétrica / Vox Populi.

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@Cartas, e-mails e mensagens

Mais uma vez o empresá-rio Dr. Antônio Ermírio de Moraes enriquece o campo da literatura com a publicação de Acorda Brasil, livro adaptado do texto original escrito por ele para o teatro com o mesmo título. Este é o seu terceiro tra-balho como escritor, fruto de suas observações nas andanças pelo projeto Orquestra Sinfô-nica Heliópolis, desenvolvido com apoio do Grupo Votoran-tim. A obra, apesar de se de-senvolver numa linguagem de ficção, expõe os problemas das favelas nas grandes cidades do País, e apresenta soluções reais nascidas a partir da educação musical.

Acorda Brasil agora em livro

______________Rafael Ramalho

A noite de autógrafos foi realizada no Teatro Shopping Frei Caneca, na capital paulis-ta, em 18 de agosto.

Na oportunidade, o autor dedicou um exemplar do novo título ao dirigente da Legião da Boa Vontade, com esta mensa-gem: “A José de Paiva Netto com apreço do Antônio Ermírio de Moraes”.

A Campanha Natal Per-manente da LBV — Jesus, o Pão Nosso de cada dia! é destaque na revista Caras número 673. A publicação traz na editoria Agenda a foto em que aparecem a empresária e apresentadora de TV Helô Pinheiro (conhecida como a Garota de Ipanema) e o cantor Simoninha ao lado do reno-mado fotógrafo Chico Audi (na foto acima, entre os dois artistas). Na próxima edição da BOA VONTADE, confira a reportagem especial com o lançamento da campanha e as fotos das personalidades que abraçaram a causa.

e a Campanha do Natal Permanente da LBV

Obstinação e sucessoPaiva Netto leva em frente a LBV,

eu sou fã do Paiva!, um realizador, empreendedor, que não olha para obstáculos, que não se intimida com acidentes de percurso, muito menos com percursos acidentados. Paiva Netto, um beijo carinhoso para você! (Amaury Jr., jornalista e apresenta-dor de TV, São Paulo/SP)

Lazer e cultura para a Terceira Idade

É com enorme satisfação que faço este agradecimento pela

matéria na revista BOA VONTADE (no 212) so-bre o pro-grama para a Terceira Ida-de Conheça melhor sua Cidade , da Secretaria de Turismo da Prefeitura do Reci-fe. É gratificante ser avaliado por um informativo tão espe-cial de uma Instituição (LBV)

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A história de um dos mais bem-suce-didos publishers da atualidade é contada no livro A Trajetória de Octavio Frias de Oliveira, de autoria do jornalista Engel Pas-choal, cujo lançamen-to na capital paulista ocorreu no Instituto Tomie Ohtake, em 14 de agosto. A narrativa inicia-se com o nas-cimento, em 1912, e percorre a trajetória da vida pessoal e profissional de Frias até os dias de hoje. O título traz ainda 19 depoimen-tos de personalidades, entre jornalistas, políticos e empre-sários.

Engel Paschoal lança A Trajetória de Octavio Frias de Oliveira

Engel Paschoal autografou um exemplar de seu livro para o dirigente da LBV, destacan-do: “José de Paiva Netto, é um privilégio compartilhar com o senhor este trabalho”.

A RBS TV (do grupo Rede Brasil Sul de Comunicação, afiliada à Rede Globo com abrangência nos Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina) está veiculando, em sua progra-mação, o vídeo institucional da Campanha Diga Sim!, da LBV.

Pelo apoio à iniciativa da Legião da Boa Vontade, agra-decemos à emissora gaúcha, igualmente ao Presidente da Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho, Nelson Pacheco Sirotsky, e ao Presidente do Conselho de Curadores deste órgão, Jayme Sirotsky, con-decorado com a Comenda da Ordem do Mérito, do Parla-Mundi da LBV, na categoria Comunicação, em 1999, cujo prêmio foi entregue a seu filho Sérgio, que o representou na oportunidade.

Agradecimentoao Grupo RBS

_________________Aneliése de Oliveira

que se preocupa com a problemática social, orientando as pessoas pelos conhecimentos cristãos e pela Fé. O nosso programa tem como objetivo tirar o idoso do isolamento ocupando seu tempo livre com os amigos, levando cultura, lazer e turismo. (Maria José Aschoff, Coordenadora do programa Conheça melhor sua Cidade, Recife/PE)

Meio século de lutas

Li a nova edição da BOA VONTADE, que é um trabalho muito bonito, porque informa, mostra, com transparência, o que a LBV faz, não só aqui na cidade, mas em todo o Brasil, divul-

gando o depoimento de pessoas do bem. Eu tenho a coleção da revista em casa, estou sempre aprendendo, porque há bons

ensinamentos, não só na área social, mas em todas as outras.

Precisamos ter no mundo mais pessoas com a cabeça, coração e mente do Paiva Netto, porque tem uma vida inteira auxiliando o Ser Humano, direcionando as pessoas à prática do Bem, a co-nhecer os valores morais, éticos e religiosos. Paiva Netto está no topo daqueles que ajudam o próximo. Parabéns pelos 50 anos de trabalho, de dedicação. (Carlos Fernandes, radialista, Uberlândia/MG)

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O Presidente do Tribunal de Justiça Militar do Estado de Minas Gerais, Juiz Cel. da PM Paulo Duarte Pereira, em carta enviada à redação da BOA VONTADE, parabeniza “a equipe responsável pela pro-dução desta publicação, que prima pelo bom gosto e pela abordagem de temas atuais”. O magistrado aproveitou a corres-pondência para encaminhar um exemplar da interessante revis-ta Estudos e Informações, que traz artigos e assuntos diversos da área do Direito Militar.

As nossas saudações tam-bém ao Juiz Cel. da PM Paulo Duarte Pereira que, em 11 de setembro, foi agraciado com o “Colar do Mérito da Corte de Contas Ministro José Maria de Alkmim”, oferecido a persona-lidades e cidadãos que prestam relevantes serviços ao País e a Minas Gerais.

A revista Afirmativa plural, publicação da Sociedade Brasileira de Desenvolvimento Sócio Cultural (Afrobras) e da Universidade Zum-bi dos Palmares, divulgou na edição no 14, correspondente aos meses de julho e agosto, na seção Plural, artigo “A Vinha e o Ceticismo”, de autoria do escritor Paiva Netto, o qual pondera que “a Humanidade tem vivido sob a ditadura de suas próprias criações”. No mesmo número, a revista exaltou a parceria entre a Afrobras e a Boa Vontade TV

Pela igualdade racial

que, segundo a publicação, é uma emissora que dá força à luta pela igualdade racial. Às quartas-feiras, o órgão tem espaço reservado no programa Vida Plena, veiculado ao vivo para todo o Brasil.

A pequena cidade de Santo Amaro da Purificação, no interior da Bahia (a 75 quilômetros da ca-pital Salvador), celebrou, neste 16 de setembro, os 99 anos de Dona Canô Velloso.

A festa foi marcada por uma missa em Ação de Graças, feita pelo Frei Edilson com a colaboração do Padre Antonio Maria, de São Paulo, na Igreja de Nossa Senhora da Purificação.

Na ocasião, a querida mãe Canô recebeu um vaso de orquí-deas e um cartão dos represen-tantes da Legião da Boa Vontade e do Diretor-Presidente da Insti-tuição. Por sua vez, a matriarca dos Vellosos mostrou-se muito feliz pela lembrança e, agra-

Os 99 anos de Mãe Canô

A escritora Zélia Gattai e a aniversariante, Dona

Canô, comemorando seus 99 anos, com muita

disposição e saúde.

decida pelo gesto, pediu q u e f o s s e transmitido a Paiva Netto um grande abraço.

No even-to estavam autoridades, amigos e a família, como os filhos Caetano Velloso e Maria Bethâ-nia.

Ao encontrar a equipe da LBV no local, a escritora Zélia Gattai, antiga amiga de Dona Canô, disse: “Eu sempre leio a revista BOA VONTADE. Paiva Netto está sempre presente e tenho um carinho especial por ele”.

______________Nizete de Souza

Padre Antonio Maria

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Bom gosto e

temas atuais

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Ignácio de Loyola e sua recente obra

A altura e a largura do nada é mais uma das boas sacadas do escritor e cronista de O Estado de S. Paulo Ignácio de Loyola Bran-dão, que inibe definições rápidas e prontas. Não é um romance nem livro autobiográfico; mistura perso-nagens reais e de ficção, recriados de maneira inusitada pelo autor ao voltar no tempo, em sua memória, à terra natal, Araraquara, pelos idos de 1953, antes de se mudar, em 1957, para a metrópole de São Paulo.

A leitura deste trabalho não levará o leitor apenas a encontrar o retrato, o folclore das cidades do interior; ele será, sim, surpreendido com um local inventado por Loyola, que pode ser todos e nenhum espe-cífico, porque está entre o fictício e o concreto.

No dia 5 de setembro, o escritor apresentou o novo título ao público da capital paulista, em noite de autó-grafos na Livraria da Vila, e deixou uma simpática dedicatória no exem-plar encaminhado ao dirigente da LBV: “Caro José de Paiva Netto, há 40 anos nos reencontramos. Abraço, Loyola”. [L.S.M.]

Na capital fluminen-se, o colunista do jornal Tribuna da Imprensa, o jornalista Pedro do Coutto, lançou no dia 17 de agosto, na Acade-mia Brasileira de Letras (ABL), o livro Cristo, o maior dissidente da história.

Representantes da Legião da Boa Vontade compareceram ao acon-tecimento e levaram o abraço fraterno de seu amigo e também jornalista Paiva Netto. Ao agradecer, enviou um exemplar da obra, com a seguinte dedicatória: “Ao grande José de Paiva Netto, com a admiração e amizade. Con-tinue seu belo trabalho. Abraços, Pedro do Coutto”.

Há algum tempo, Coutto teve a oportunidade de visitar o Centro Educacional, Cultural e Comunitário da LBV no Rio de Janeiro. Em entrevista à BOA VONTADE falou do que presenciou: “É um trabalho realmente belíssimo, emocio-na. Representa o encontro de uma entidade particular com os princípios cristãos que são Solidariedade, Amor, Frater-nidade, proporcionando algo àqueles que não têm. As crian-ças e adolescentes daqui, da LBV do Rio de Janeiro, como também em São Paulo, são

Pedro do Coutto apresenta novo livro na ABL

___________Simone Barreto

atendidos da melhor maneira possível (...)”.

O jornalista comentou o fato de a Legião da Boa Vontade es-tar presente nas Nações Unidas (ONU): “(...) É o esforço de uma Instituição particular do Brasil, que tem lugar na ONU, com assento na Organização das Nações Unidas. Uma entidade que tem 50 anos de existência, fundada por Alziro Zarur, mas consolidada enormemente por Paiva Netto, que deu à LBV uma estrutura muito sólida de aten-dimento social (...). A LBV tem sabido ampliar seus trabalhos numa proporção até maior do que a ampliação das carências. É uma ação belíssima. Emociona sobre todos os aspectos, consti-tui um exemplo, é uma entidade que honra o Brasil. Deve ser motivo de orgulho para todos nós termos a Legião da Boa Vontade no País (...)”.

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A Presidente da Fundação Theatro São Pedro em Porto Alegre, Eva So-pher, recebeu na noite

anterior à comemoração do Dia do Teatro, 19 de setembro, diversas saudações. Para celebrar a data, foi realizado um grande espetáculo que lembrou a trajetória da senhora Eva e sua importância na capital gaúcha.

Momentos antes de entrar no palco, a homenageada foi surpre-endida com a agradável presença das crianças da LBV, que lhe entregaram flores, cartões confec-

Eva Sopher é homenageada pela LBV no Dia do Teatro

_____________Elisa Rodrigues

A senhora Eva Sopher recebe flores e o abraço das crianças da LBV, no Dia do Teatro.

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cionados por elas. O apresentador Tatata Pimentel, da TV Com, emissora da RBS, registrou o acontecimento.

Eva Sopher tem destacada par-ticipação na cena cultural gaúcha e desde 1975 é Presidente da Fun-dação Theatro São Pedro de Porto Alegre. Seu desempenho, durante 31 anos, à frente da administração da Casa; sua luta pela reconstrução do espaço, concluída em 1984, e as obras do complexo cultural Mul-tipalco fazem parte da sua história de vida.

Emoção no enlace matrimonial!

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A foto registra a feliz união dos jovens Cintia de Abreu e Eduardo João Alvarenga, celebrada

em 22 de setembro, na capital paulista. À direita do casal, os pais da noiva, Luci e Paulo Masci de Abreu, e à esquerda, Isley Fu-naro e Nelson Alvarenga Filho, pais do noivo. Ao lado deles, o casal Renata e Alziro Paiva, representando Paiva Netto, que transmitiu aos simpáticos noivos o desejo de que esta nova trajetória seja marcada com os melhores votos, pois como o dirigente da LBV afirma: “Feliz o casal que sabe ver-se com os olhos do coração. Para ele, o tempo nunca passa: a Beleza e o Amor são eternos”.

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Nações Unidas Brasilabre AssembléiaGeral da ONUe LBV marcapresença

A sessão da As-sembléia Ge-ral das Nações Unidas foi

inaugurada, no dia 19 de setembro, com o dis-curso do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na sede da ONU, em Nova York/EUA, seguindo a tradição de um chefe de Estado brasileiro abrir o evento.

Na oportunidade, o Secretário-Geral Kofi Annan fez um balanço da atual situação no mundo, falando da agenda de dis-cussões em torno de uma aliança global para o crescimento econômi-co e desenvolvimento sustentável, metas principais de sua gestão, que se encerra em 31 de dezembro deste ano.

Com status consultivo geral nas Nações Unidas, a Legião da Boa Vontade acompanhou os debates de interesse internacional, atuando como mediadora de diversas ONGs da América Latina e a ONU, papel que desempenha desde 1999.

Entre as deliberações da con-ferência, ocorreu o lançamento da Central Internacional de Compra de Medicamentos. O programa prevê a cobrança de uma taxa sobre vôos in-ternacionais, cuja verba seria rever-tida para a compra de remédios para

os países em desenvolvimento.O projeto é defendido principal-

mente pelo líder brasileiro e pelo Presidente francês, Jacques Chirac. O encontro ainda contou com a pre-sença do ex-Presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton.

Assim como em anos anteriores, a Legião da Boa Vontade participou da Assembléia Geral da ONU. No ensejo, Paiva Netto, Diretor-Presi-dente da LBV, foi representado pelo Legionário Danilo Parmegiani, que se encontrou com Chefes de Estado e personalidades de todo o mundo, presentes ao encontro.

A revista Sociedade Solidária Altruística Ecumênica (publicada nos idiomas Espanhol, Esperanto, Francês, Inglês e Português), que obteve destaque nas Nações Unidas, foi entregue ao Presidente Jacques Chirac e às autoridades brasileiras

Luiz Soares Dulci, Ministro de Estado da Secretaria-Geral da Presidência da República, ao lado de Danilo Parmegiani, da LBV.

_______________Natália Lombardi

Os Presidentes Lula e Jacques Chirac (França) e o ex-Presidente norte-americano Bill Clinton, no lançamento da Central Internacional de Compra de Medicamentos. Clinton, ao receber a revista Paz para o Milênio, da LBV, ergueu-a exibindo-a a todos.

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Luiz Soares Dulci, Ministro de Estado da Secretaria-Geral da Pre-sidência da República, e também ao Ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, que destacou a revista BOA VONTA-DE Especial sobre os 50 anos de trabalho do líder da LBV, Paiva Netto, afirmando conhecer as ações da Instituição.

Quem também teve conta-to com a mensagem da Boa Vontade foi o ex-Presidente norte-americano Bill Clinton, que, ao se encontrar com os representantes da Obra, recebeu a revista especial Paz para o Milênio, da LBV, ergueu-a mostrando-a às autoridades presentes na sala de conferência e a toda imprensa mundial.

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Mais de duas mil or-ganizações não-go-vernamentais, de 90 países, reuniram-se

na Sede das Nações Unidas (ONU) para discutir caminhos e meios para estreitar a colaboração entre as comunidades locais e institui-ções de todo o Planeta. “Negócios inacabados: parcerias efetivas pela segurança humana e o desenvolvi-mento sustentável” foi o tema da 59a Conferência Anual de ONGs do DPI (Departamento de Informa-ções Públicas), ocorrida de 6 a 8 de setembro, em Nova York/EUA. A Legião da Boa Vontade, que possui

________________Danilo Parmegiani

59ª Conferência de ONGs na ONU reúne representantes de 90 países em Nova York

reconhecimento oficial da ONU desde 1994, participou do encontro levando a revista Paz para o Milê-nio, com a mensagem de Paiva Netto e traduzida para os idiomas Inglês, Espanhol, Francês e Alemão.

O Secretário-Geral das Nações Unidas, Kofi Annan, lembrou, duran-te o encerramento do evento, da im-portância da sociedade civil nos pro-cessos inter-governamentais:“Este encontro fortalece essa cooperação e forja, efetivamente, novas pontes. É uma ocasião para se trocar idéias e acelerar o progresso em direção das Metas de Desenvolvimento do Milênio. Juntos, nós podemos fazer

uma real diferença na vida das pessoas”.

Para a LBV, a segurança humana e o desenvolvimento sustentável só serão alcançados por meio de uma reeducação que contemple a dimen-são espiritual e ecumênica.“Não há proposta que expresse seus melhores resultados se não existir um clima de real compreensão e de Boa Vonta-de”, defende o Diretor-Presidente da Instituição, José de Paiva Netto, na mensagem entregue a várias autori-dades durante o acontecimento. Foi sobre esse tema que representantes da LBV também falaram em entre-vista à Rádio ONU, de língua por-

Segurança humana edesenvolvimento sustentável

Sala de conferência 1 da ONU

Nações Unidas

O representante da LBV na ONU, Danilo Parmegiani, com o conselheiro reformado do Banco Mundial, Alfredo Sfeir-Younis (foto 1); o Presidente da Assembléia Geral da ONU, Jan Eliasson (2); e o Diretor da Divisão de Alcance do Departamento de Informações da ONU, Raymond Sommereyns.

Fotos: Eliane Maria e Mariana Malaman

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O Embaixador e Secretário-Geral de Relações Exteriores do Brasil, Dr. Samuel Pinheiro Guimarães Neto, visitou o Templo da Boa Vontade (TBV), a Pirâmide das Almas Ben-ditas (SGAS 915, Lotes 75/76), em Brasília/DF, no dia 29 de agosto.

Após conhecer o monumento, o Embaixador falou à Super Rede Boa Vontade de Comunicação (rádio, TV, internet e imprensa) e, na entrevista, destacou a presença da LBV na ONU e o papel das ONGs em favor do entendimento humano: “As organizações da so-ciedade civil têm um papel muito importante para fazer avançar temas sociais, como a própria Cultura de Paz. Historicamente, temos campanhas extraordi-nárias feitas por organizações não-governamentais. A Legião da Boa Vontade, como outras respeitáveis organizações, tem uma importância muito grande dentro desta agenda positiva e deve continuar a ser assim, muito

________________________Texto e fotos: Carolina Dutra

Secretário-Geral do Itamaraty visita Templo da Boa Vontade

positiva, junto à Organização das Nações Unidas”.

Além da presença amiga, o Embaixador deixou ao dirigente da LBV um exemplar de seu mais recente livro Desafios Brasileiros na Era dos Gigantes, no qual oferece sua contribuição acadêmica sobre a perspectiva brasileira nas relações internacionais. O título é fruto da lar-ga experiência adquirida ao longo de muitos anos na carreira diplomática, em que por diversas vezes serviu o País em Embaixadas pelo mundo e na direção do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais (IPRI).

Na citada obra, registrou a se-guinte mensagem: “A José de Paiva Netto, guerreiro de Boa Vontade entre os homens e a Nação, com os votos de sucesso e sorte em sua luta, do Samuel”.

O Embaixador Samuel Pinheiro em frente do TBV e na entrevista à Boa Vontade TV

tuguesa, coordenada pela radialista Mônica Villela.

A mensagem da LBV foi rece-bida com muito entusiasmo pelas autoridades presentes, como o Presi-dente da Assembléia Geral da ONU, Jan Eliasson, e o Diretor da Divisão de Alcance do Departamento de Informações da ONU, Raymond Sommereyns.

Todos os dias do evento, o Comi-tê de ONGs sobre Espiritualidade, Valores e Interesses Globais, no qual a LBV exerce a vice-presidência, organizou encontros ecumênicos, como forma de abrir um espaço para a reflexão e prece, na Sala de Meditação da ONU. Numa dessas manhãs, os representantes da Ins-tituição puderam cumprimentar antigos amigos, como integrantes da comitiva de tibetanos que vieram inaugurar uma relíquia de Buda na Sede da Organização. Entre eles o Lama Gangchen Tulku Rinpoche, da Lama Gangchen World Peace Foundation, e o conselheiro refor-mado do Banco Mundial, Alfredo Sfeir-Younis, Presidente-Fundador do Zambuling Institute for Human Transformation, que se recordou, com muita alegria, das horas que passou no Templo da Boa Vontade, em Brasília/DF.

Lama Gangchen Tulku Rinpoche (Líder da Lama Gangchen World Peace Foundation): “Regozijo-me profundamente com o trabalho e a incansável dedicação da LBV na causa da educação das crianças menos favorecidas e com o desenvolvimento de uma nova cultura ecumênica. (...)”.

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Fórum amplia comércio entre

_____________Carolina Dutra

Brasil, Índia e África do Sul

Representantes de três continentes (Ásia, América e África) reuniram-se, em 12 e

13 de setembro, em Brasília/DF, para a I Reunião do Fórum de Diálogo Índia, Brasil e África do Sul (IBAS). O encontro encerrou seus trabalhos com assinatura de importantes acordos entre o Primeiro-Ministro indiano, Manmohan Singh, o Presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva e o Presidente sul-africano, Thabo Mbeck.

Do evento, destaque para as medidas que facilitarão o comércio entre essas nações, a assinatura de um memorando sobre biocombustíveis para pro-mover o uso de etanol; um acordo trilateral a respeito da navegação comercial e transporte marítimo; além de um incremento nas linhas aéreas que ligam as três nações.

Segundo informações da Agên-cia Brasil, o documento expressa também a necessidade de reformas no Conselho de Segurança da Orga-nização das Nações Unidas (ONU)

e no Fundo Monetário Internacional (FMI) para diminuir o desequilíbrio comercial no mundo. Outro ponto relevante é a criação de um grupo de trabalho para novos entendimentos que facilitem o livre comércio entre a Índia, os países do Mercosul (Bra-sil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela) e a União Aduaneira da África Austral.

Governo da Índia presenteia o Templo da Boa Vontade

Esta foi a primeira visita oficial de um governante da Índia, após

Presentes do Primeiro-Ministro da Índia, Manmohan Singh, e de sua esposa, senhora Gursharan Kaur, ao dirigente da LBV. Na ocasião foi entregue um elefante talhado em madeira (à esquerda) e um relógio feito à mão com peças de mármore e folhas de ouro puro.

Internacional

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Fotos: João Preda

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38 anos, desde que Indira Gan-dhi (1917-1984) veio ao Brasil, em 1968. O Primeiro-Ministro, Manmohan Singh, esteve nesta missão acompanhado de sua esposa, Gursharan Kaur, que dedicou um espaço em sua concorrida agenda para conhecer o Templo da Boa Vontade (TBV).

O dia escolhido para estar neste Templo de Amor e Paz Universal não

poderia ter sido mais feliz, conforme ela própria revelaria posteriormente: 13 de setembro, véspera do seu 48º aniversário de casamento. Com ela, estiveram também a Embaixatriz da Índia no Brasil, Lakshmi Puri; a Diplomata indiana Rani Malick e a Diplomata do Itamaraty Maria Silvia.

A esposa do Primeiro-Ministro foi recepcionada pelo Coral Ecu-

A senhora Gursharan Kaur (de roupa azul-clara) com as crianças do Coral Ecumênico Infantil LBV.

mênico Infantil LBV com a música Semeie a Paz. As crianças presentea-ram as visitantes com flores, cristais e as revistas Sociedade Solidária Altruística Ecumênica (6a edição) e Paz para o Milênio, ambas no idioma inglês.

Em entrevista à Super Rede Boa Vontade de Comunicação (TV, rádio, imprensa e internet), a se-nhora Gursharan Kaur expressou a satisfação de estar no TBV: “Tenho muita sorte de visitar o Templo da Boa Vontade, construído por Paiva Netto. Foi uma experiência linda ouvir as crianças cantando. Todo o ambiente é muito tranqüilo! Tudo o que queremos hoje em dia é ter Paz no mundo. Espero que essa mensa-gem de Paz seja espalhada por todo o mundo, quando há tanta agitação e vários tipos de violência. A Paz é algo que pode realmente superar todos os males do Planeta. (...) Muito obrigada pela honra, pelo respeito e o caloroso sentimento que recebi de vocês. Sou muito grata a todos”.

Durante jantar oferecido no último 12 de setembro, em Brasília/DF, pelo Ministro do Comércio & Indústria do Governo da Índia, sr. Kamal Nath, ao Primeiro-Ministro da Índia, sr. Manmohan Singh, por ocasião de sua visita ao Brasil, Rosana Bertolin, da Embaixada da Índia, entregou ao Embaixador Celso Luiz Nunes Amorim, Ministro das Relações Exteriores do Brasil, as re-vistas da LBV Sociedade Solidária Altruística Ecumênica e Paz para o Milênio, em inglês (foto à esquerda). Na outra imagem, Amorim aparece ladeado por sua esposa, Ana Maria Amorim (D), e por Rosana Bertolin.

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Nações UnidasBrasil abre Assembléia Geral da ONU.

11ONU — Brasil/ Responsabilidade Social.Dr. Carlos dos Santos, diretor do UNICRio, inicia ciclo de palestras

32ComunicaçãoPresidente da Rede Pampa visita Lar e Parque da LBV

Ao Leitor

20

A gordura trans e seus efeitos nefas-tos ao organismo são tema de nossa repor-tagem de capa. Ela está presente numa quantidade enorme de alimentos indus-trializados. Apesar de deixar os produtos crocantes, sequinhos, duráveis e apetitosos, pesquisadores de várias partes do mundo já confirmaram que a trans aumenta o mau colesterol e diminui a quantidade do bom, sendo uma das responsáveis pelo crescimento das doenças cardiovasculares. Na matéria, o leitor aprende a identificar esses produtos e pode, assim, ter a escolha de alimentos mais saudáveis.

Em diferentes espaços da publicação há o cuidado com o futuro, em ressaltar as boas coisas do Brasil, como no especial de Sete de Setem-

bro, que enaltece o amor à Pátria. Nes-ta pauta, também, as comemorações da data nos Estados Unidos e nas cinco regiões de nosso País.

Falando ainda do que o País tem

de melhor, a entrevista com um dos grandes nomes nacio-nais da MPB Dori Caymmi, cuja carreira atingiu projeção internacional como arranjador, intérprete e compositor.

Além de tudo isso, a revista BOA VONTADE anuncia, com prazer, a chegada de novos co-laboradores: os experientes e combativos jornalistas Mario de Moraes e Carlos Arthur Pitombeira, que somam seu talento ao dos colegas de nossa redação e dos colunistas José Carlos Araújo e Hilton Abi-Rihan.

Boa Leitura!

Índice

6 Cartas

14 Internacional

18 Esporte

19 Coluna de Esportes

25 Literatura

30 Notícias de Brasília

45 Especial Independência

63 Opinião Jovem

64 Meio Ambiente

66 Arte na Tela

68 Espírito e Ciência

72 Samba e História

74 Melhor Idade

76 Ação Jovem LBV

80 Soldadinhos de Deus

82 Acontece

22CapaSaúde — Cuidado com a gordura trans!

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BOA VONTADE

BOA VONTADE é uma publicação mensal das IBVs, editada pela Editora Elevação. Registrada sob o nº 18166, em

16/03/2006, no livro “B” do 9º Cartório de Registro de Títulos e Documentos de São Paulo.

ANO L • Nº 214 • AGOSTO/SETEMBRO DE 2006

Diretor e Editor-responsávelFrancisco de Assis PeriottoMTE/DRTE/RJ 19.916 JP

Coordenador GeralGerdeilson Botelho

Repórteres EspeciaisCarlos Arthur Pitombeira, Hilton Abi-Rihan, José Carlos Araújo e Mario de

Moraes.

Equipe Elevação Adriane Schirmer, Ana Paula de Oliveira, Angélica Beck, Daniel Trevisan,

Danielly Arruda, Débora Verdan, Felipe Tonin, Flávio de Oliveira, Helen Winkler, Isabela Ribeiro, João Miguel Neto, Joilson Nogueira, Leila Marco, Maria

Aparecida da Silva, Natália Lombardi, Neuza Alves, Nino Santos, Paulo Azor, Rita Silvestre, Rodrigo Oliveira, Rosana Serri, Simone Barreto, Sônia Sabatine,

Stella Souza, Walter Periotto, Wanderly Albieri Baptista e William Luz.

Projeto GráficoAlziro Braga

ProduçãoEndereço para correspondência: Av. Rudge, 938 — Bom Retiro

CEP 01134-000 — São Paulo/SP Tel.: (11) 3358-6868 — Caixa Postal 13.833-9

CEP 01216-970 Internet: www.boavontade.com E-mail: [email protected]

Impressão: Editora ParmaA revista BOA VONTADE não se responsabiliza por conceitos emitidos em

seus artigos assinados.

6026Especial —

Brazilian DayComenda da LBV é destaque nos EUA

5448Cultura

— Abrindo o Coração

Entrevista com Dori Caymmi

Seguridade SocialCompreenda o

futuroprevidenciário

no Brasil

Reflexão de BOA VONTADE:Disse o Cristo: “Novo Mandamento vos

dou: Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei. Somente assim podereis ser reconhecidos como meus discípulos, se tiverdes o mesmo Amor uns pelos outros. (...) O meu Manda-mento é este: que vos ameis uns aos outros como Eu vos tenho amado. Não há maior Amor do que este: dar a sua própria Vida pelos seus amigos. E vós sereis meus amigos se fizerdes o que Eu vos mando. E Eu vos mando isto: amai-vos como Eu vos amei. Já não mais vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor. Mas tenho-vos chamado ami-gos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho dado a conhecer. Não fostes vós que me escolhestes; pelo contrário, fui Eu que escolhi a vós e vos designei para que vades e deis bons frutos, de modo que o vosso fruto permaneça, a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, Ele vos conceda. E isto Eu vos mando: que vos ameis uns aos outros como Eu vos amo. (...) Porquanto, da mesma forma como o Pai me ama, Eu também vos tenho amado. Permanecei no meu Amor”.

(Evangelho de Jesus, segundo João, 13:34 e 35; 15: 12 a 17 e 9).

Opinião — Mídia

AlternativaAfinal, quem

democratiza ainformação?

AtualidadeMonges budistas

homenageiam Paiva Netto

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O grito que o futebol adiou por quatro anos, o vôlei brasilei-ro assegurou para nossa Pátria: o título de hexacampeão do campeonato mundial. O melhor é que a festa foi em dose dupla. Na final da Liga Mundial 2006, a seleção brasileira masculina, treinada por Bernardinho, ga-nhou de virada da equipe fran-cesa, por 3 sets a 2 e manteve

_________________ Aneliése de Oliveira

a hegemonia na competição, conseguindo a quarta conquista consecutiva.

A equipe feminina também festejou ao sagrar-se, no dia 10 de setembro, hexacampeã do Grand Prix. Para isso, teve de en-frentar as russas e, no duelo, o placar ficou 3 sets a 1 para o time do técnico José Roberto Guimarães. Agora, as campeãs se preparam para o

Campeonato Mundial em outubro, no Japão. Boa Sorte!

Quer saber mais sobre o vôlei?

Sintonize a Super Rede Boa Vontade de Rádio no Rio de Janeiro (AM 940) e acompanhe o programa Voleibol na Rádio Brasil, na apre-sentação do ex-jogador Fernandão. Toda segunda-feira, às 20 horas.

Douglas Olívio de Oliveira é professor de educação física na rede estadual de ensino, em Bauru/SP, e encontrou no voluntariado uma forma de viver melhor. No ano de 2001, o treinador firmou parceria com a LBV da cidade e, por meio do Esporte, oferece a crianças e ado-lescentes em risco social atividades esportivas saudáveis, visando à me-lhoria da qualidade de vida. “Com o Esporte, eles estão tendo a oportuni-dade de evoluir, se socializar, crescer no bem, pois praticando futebol estão caindo fora de tantas coisas ruins, oriundas das más influências que o mundo oferece”, ressalta.

Com o apoio do professor, esses jovens formaram um time de futebol de salão que disputa diversos tor-neios e campeonatos da modalidade na região. Desde que foi criada, a

LBV em Bauru/SPRua Alberto Paulovich, 2-58Mary DotaTelefone: (14) 3239-3956.Equipe de futsal da LBV em Bauru/SP

Douglas de Oliveira: “Na LBV, a gente aprende a vivenciar a Solidariedade”.

Eles, Elas e Nós!Hexa para

equipe vem conquistando várias vitórias e faturando títulos, troféus e medalhas. Para Douglas, “é es-sencial que se ganhem títulos, mas também é muito importante tirar esses meninos das ruas e conduzi-los a uma boa educação”.

O professor também conta o que aprendeu atuando na Obra: “Como voluntário na LBV, trabalhando na área esportiva há mais de 5 anos, a gente aprende a vivenciar a Solida-riedade. Fico entusiasmado ao ver os alunos estudando, se profissiona-lizando, sendo bem encaminhados e tornando-se homens de bem. Sinto-me feliz e realizado. (...) Ser um voluntário da LBV completa a minha vida!”, finaliza.

Boa Vontade no Esporte

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_____________Sérgio Serrano“Ser voluntário da LBV completa a minha vida!”

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José Carlos Araújo é comunicador esportivo da Rádio Globo do Rio de Janeiro/RJ

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O Fluminense chegou a seu quinto técnico deste ano, ao contratar Antônio Lopes, que já tinha dirigido o Corinthians e havia sido demitido do Goiás. Por sinal, o Goiás pegou de volta o treinador Geninho, que há dois meses deixara o clube, contrata-do pelo Corinthians, agora dirigido por Leão, que — neste Campeonato Brasileiro — teve passagens pelo Palmeiras e São Caetano. O clube do ABC Paulista mobilizou-se e, ao perder Leão, tratou de contratar Paulo César Gusmão, demitido do Cruzeiro, que o trocara por Oswaldo de Oliveira, recém-saído do Fluminense.

Se toda essa movimentação é difícil de entender para quem lê, mais difícil ainda é conseguir bons resultados em clubes que vivem trocando de treinador. Não há tempo hábil para treinar e implantar siste-mas de jogo. Na primeira derrota, o técnico fica na corda bamba. Na segunda ou terceira, está demitido. E começa tudo de novo.

Não é por acaso que o São Paulo, que manteve seu treinador, Muricy Ramalho, venceu o primeiro turno do Campeonato Brasileiro de ponta a ponta. Liderou a competição des-de a primeira série, mesmo usando o time reserva em várias rodadas, enquanto disputava a Taça Liberta-dores da América.

Por sinal, o Internacional, que sempre esteve entre os primeiros co-

locados no Brasileirão, conquistou a Libertadores da América. E o clube, assim como o Vasco da Gama, foi um dos poucos que não trocaram de treinador na temporada.

Quando será que os dirigentes vão parar de crucificar um profis-sional só para livrar suas responsa-bilidades perante os torcedores? Se o técnico escolhido não é competente o suficiente para dar padrão de jogo ao time, o erro não é dele, mas de quem o contratou. Em vez de de-mitir o técnico, o dirigente deveria entregar seu cargo. Afinal, o incom-petente foi ele.

E há o aspecto ético dessa dança de técnicos. Se os jogadores têm limitações para trocar de clube em pleno campeonato, o mesmo deveria valer para os treinadores.

Leão, por exemplo, já dirigiu o Palmeiras, o São Caetano e agora está no Corinthians. De repente, ele pode ser campeão, vice-campeão e terceiro colocado no mesmo Cam-peonato. Um mesmo treinador pode levar um time ao título e outro ao rebaixamento.

Isso é ético? E o que dizer dos reforços que os treinadores levam de um clube para outro? Muitos sequer jogam, pesando apenas na folha de pagamento. Deveriam seguir os treinadores que os indicaram e sair com eles?

Seria importante se todos refletis-sem sobre essa questão. Quem quer

ser campeão ou tem metas fixas na competição, como conquistar vaga na Taça Libertadores da América ou no Campeonato Sul-americano, precisa traçar seus planos antes do início da temporada e dar tempo para que o treinador contratado trabalhe e possa mostrar resultados.

É preciso, sobretudo, impor regras a essa verdadeira farra dos treinadores. Quem dirige um clube não deveria se transferir para outro na mesma competição. Está na hora de o melhor futebol do mundo ser também um futebol ético.Nota da Redação — Mal acabávamos a edição e o técnico do Fluminense, Antônio Lopes, foi demitido e seu lugar, ocupado por Paulo César Gusmão.

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O Presidente da Rede Pam-pa de Comunicação, Dr. Otávio Dumit Gadret, admirado pelo perfil em-

preendedor (a rede que dirige é uma das maiores do Estado: nove emissoras de rádio, cinco de TV e um jornal diário), deixou um pouco as atividades do dia-a-dia para co-nhecer melhor o Lar e Parque Alziro Zarur, da LBV, também conhecido como o Templo da Natureza e da Criança.

A visita, que estreita ainda mais os laços de amizade com a Insti-tuição e seu dirigente, ocorreu no

Presidente da Rede Pampa de Comunicação visita Lar e Parque da LBV e encontra-se com o dirigente da Instituição

último 19 de setembro, quando o jornalista foi recebido por Paiva Netto e os guris atendidos pelo Lar, e estes interpretaram músicas de boas-vindas.

O Diretor-Presidente da LBV — que também é da área de co-municação e há décadas atua como jornalista, radialista e escritor —, na conversa informal com o colega de profissão, destacou a importância do Estado gaúcho para o País, recordan-do a assertiva do historiador Hélio Silva, que afirma ser impossível escrever a história do Brasil sem falar no Rio Grande do Sul. No bate-

papo, falou ainda das coincidências de suas biografias, como o fato de ambos terem começado a trabalhar aos 11 anos e com 22, haviam assu-mido sérios compromissos, apesar de bem jovens.

Essas ponderações comoveram o visitante: “Gostaria de agradecer as palavras carinhosas do grande líder Paiva Netto. Agradecer pelo carinho das crianças e dos adultos aqui presentes, que fizeram uma ho-menagem, sem dúvida, marcante na minha vida. A emoção foi grande, principalmente tendo a oportunida-de de convívio com essa meninada

“A LBV é uma entidade modelar, um exemplo para

todos os brasileiros!”

Dr. Otávio Gadret___________

Liliane Cardoso

Ao centro, o Dr. Gadret e o jornalista Paiva Netto com os guris do Lar e Parque Alziro Zarur, da LBV, em Glorinha/RS.

Comunicação

Laços de amizade

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Vista noturna do Lar e Parque Alziro Zarur, da LBV.

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que é o futuro do nosso País, e também o privilégio de conhecer pessoalmente nosso grande líder Paiva Netto. Muito obrigado!”.

Em entrevista à Super Rede Boa Vontade de Comunicação (TV, imprensa, rádio e internet), o Dr. Otávio ressaltou o valor da Obra: “Estou encantado com o trabalho realizado pela LBV, do qual tinha muitas notícias de quão bem-feito era o cuidado para com a criança brasileira, mas aqui na LBV fica-mos ainda mais impressionados pelo carinho e pela atenção, vendo a alegria, o ensino e a orientação prestados aos pequenos. Isso faz com que nos orgulhemos, cada vez mais, desta Legião”.

Ele ainda afirmou que “é um privilégio para o Rio Grande do Sul contar com o exemplo da LBV. Sem dúvida, precisamos que ela se expanda ainda mais, não só aqui, mas em todo o Brasil. A LBV é uma

entidade modelar, um exemplo para todos os brasileiros!”.

Recanto de Paz O Lar e Parque Alziro Zarur,

da LBV, ampara integralmente dezenas de guris (de 6 a 17 anos), com moradia, alimenta-ção, cuidados médicos, além de todo o trabalho desenvolvido com profissionais, resgatando a auto-estima deles, valores

éticos, morais e espirituais. No local, a Instituição desenvol-ve também o programa LBV: Criança – Futuro no Presente!, no qual meninos e meninas de 6 a 12 anos podem participar de atividades lúdicas e recreativas. Visite você também o Lar e Par-que, localizado em Glorinha/RS na Rodovia RS 030, km 19, Parada 119, Guabiroba. Infor-mações: (51) 3487-1033.

Templo da Natureza e da Criança em imagem aérea

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__________________ Luiz Carlos Lourenço

Fotos: Felipe Freitas

Palestra do Diretor do UNIC Rio (ONU) dispara movimento pela Paz e consciência ecológica Centenas de educadores,

estudantes, diretores de escolas do Rio de Janei-ro/RJ, além de estagiários

da ONU e de autoridades do Estado estiveram reunidos, em 23 de agosto, no Centro Educacional, Cultural e Comunitário da Le-gião da Boa Vontade. O público assistiu, atento, à primeira palestra com o tema Juventude pela Paz am-pliando horizontes, proferida pelo representante da ONU, Dr. Carlos dos Santos, Diretor do Centro de Informações das Nações Unidas (UNIC Rio).

O importante evento da área educacional, de imediato, transfor-mou-se em agente multiplicador para todos os professores da rede de ensino no Estado do Rio e a campa-nha educativa envolveu o binômio professores/alunos, trabalhando num objetivo maior: a luta em prol da Paz Mundial.

Iniciativa reúne Governo de Estado, LBV e ONU

Como resultado da palestra realizada pelo representante da ONU, já foram agendadas diversas reuniões educativas nas escolas da

Movimento pela Paz: representante da ONU, Dr. Carlos dos Santos, inicia proje-to com palestra na LBV.

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ONU — Brasil/ Responsabilidade Social

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Metropolitana (Secretaria Estadual de Educação) sobre vários assuntos, tais como Paz Mundial, contra a vio-lência no país e também a respeito da consciência ecológica, atendendo ao desafio do Ano Internacional do Deserto e Desertificação, instituído pela ONU. Os painéis serão apresen-tados nas escolas de vários Estados brasileiros, a começar no Rio de Ja-neiro, pelos voluntários das Nações Unidas em parceria com a Legião da Boa Vontade, o Governo do Estado e a Administração Estadual de Del Castilho/Suburbana. Na reunião, ficou acertado que todas as escolas do Rio que não dispuserem de local apropriado direcionarão este traba-lho para realizá-lo, periodicamente, no auditório do Centro Educacional, Cultural e Comunitário José de Paiva Netto, da LBV, na Av. Dom Hélder Câmara, 3.059, Del Castilho, telefone: (21) 2501-0247.

Ao chegar à LBV, pela manhã, o Diretor do UNIC Rio foi recebido pelos Legionários Eliel Brum e Danilo Parmegiani, que represen-tavam o Diretor-Presidente da Ins-tituição no evento. Ao ser saudado pelo Coral Ecumênico Infantil LBV, que apresentou músicas com temas sobre a Paz, Solidariedade, respeito pelo meio ambiente, além de uma

O Desembargador Cármine Antonio Savino Filho, grande amigo da Legião da Boa Vontade e de seu Diretor-Presidente, encaminhou expressiva mensagem à Instituição, parabenizando-a pelo projeto Juventude pela Paz ampliando horizontes, promovido em parceria com as Nações Unidas (ONU) e o Governo do Estado do Rio de Janeiro.

Na carta, o Desembargador da 6ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do RJ ressaltou: “(...) estarei espiritualmente aplaudindo este evento de pessoas maravilhosas, que se unem na Boa Vontade. Meu profundo amor pela LBV e pelo seu dirigente, José de Paiva Netto”.

canção de boas-vindas, mostrou-se visivelmente emocionado e feliz com a ação da Obra. “(...) É um pra-zer estar aqui nessa parceria e ver os frutos do trabalho da LBV dentro de uma localidade tão carente como esta, onde há tantas crianças que não podem ser perdidas, porque elas detêm o futuro deste imenso país que é o Brasil (...)”, ressaltou o Dr. Carlos dos Santos.

Logo em seguida, foi cum-primentado pelas autoridades presentes a exemplo do Coronel Carlos Ortiz, Diretor Geral de Ações Comunitárias, representan-do o Secretário Estadual de Defesa Civil, Coronel Carlos Alberto de Carvalho; a professora Maria das Graças Antunes, Coorde-

nadora da Metropolitana III, da Secretaria Estadual de Educação; o Reitor do Centro Universitário Augusto Motta (Unisuam), prof. José Remízio Garrido; a profes-sora Cláudia Costa, pró-Reitora da Unisuam; o Vice-Reitor da Unisuam, Arapuan Motta Neto; Ricardo Riguetto, Coordenador das Administrações Estaduais da Zona Norte e o administrador es-tadual de Del Castilho/Suburbana, Pedro Paulo Torres. Lá estavam ainda, entre as personalidades presentes para saudar e ouvir o palestrante, muitos estagiários da ONU, como Eduardo Teixeira, Marcela Mota, Isabela Vidal, Flavia Franco e Maya Lager-ghen.

Desembargador do Tribunal de Justiça carioca felicita projeto Juventude pela Paz

Da esquerda para a direita: Danilo Parmegiani, representante da LBV dos EUA; Dr. Carlos dos Santos, representante da ONU no Brasil; Eliel Brum, da Legião da Boa Vontade do Rio de Janeiro; Pedro Paulo Torres, administrador estadual de Del Castilho/Suburbana; e Arapuan Motta Neto, Vice-Reitor da Unisuam.

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“(...) É um prazer estar aqui nessa parceria e ver os frutos do trabalho da LBV dentro de uma localidade tão carente como esta, onde há tantas crianças que não podem ser perdidas, porque elas detêm o futuro deste imenso país que é o Brasil (...).”Dr. Carlos dos Santos, Diretor do UNIC Rio

O abrangente trabalho da ONU no mundo

Antes da relevante palestra, os professores, alunos e autoridades presentes assistiram a uma peça mu-sical sobre conservação do meio am-biente, intitulada Um mundo melhor, montada por crianças atendidas pela LBV. Nela, os pequenos atores revi-veram conhecida história, na qual o beija-flor luta para tentar apagar um incêndio na floresta, levando em seu bico gotas de água, sensibiliza os ou-tros animais a também participarem da luta para dizimar a queima das árvores e arbustos.

O Dr. Carlos iniciou este primei-ro bate-papo fazendo uma completa dissertação sobre o significativo trabalho desenvolvido pela ONU em todo o Planeta: “A mídia, em geral, sempre mostra a Organiza-ção das Nações Unidas em relação às guerras e à luta dos povos pelo poder, esquecendo que a ONU atua em qualquer área do mundo, desenvolvendo campanhas, atu-ando com os jovens, com outras organizações e também contra a fome, as drogas, o desemprego, a desinformação. É preciso lembrar sempre que um trabalho, por maior

que seja, principalmente com boas parcerias, é uma ação missionária. Se você não está convencido do que faz, não vai melhorar a vida dos outros. A ONU, como todas as vertentes que a compõem, entre as quais o Unicef, a Unesco, a OIT e outras, é um organismo internacio-nal importantíssimo, cujo objetivo principal é o de lutar pela Paz e pelo desenvolvimento das comunidades, a começar pela infância e juventude, como estamos fazendo aqui. Daí a importância desse projeto que visa intensificar esta luta nas escolas, abordando importantes temas que tanto preocupam a ONU, como a conscientização ecológica e a luta em favor da Paz”.

Antes de encerrar a apresentação, o Diretor do UNIC Rio falou sobre o valor de ações voluntárias: “De-vemos sempre converter a idéia de voluntariado, nunca nos preocupan-do com retornos ou reconhecimento. Fazer porque queremos, por nos sentirmos bem, por desejarmos o bem-estar do Povo”.

Pedagogia do AmorEntusiasmada com o projeto

iniciado na LBV, a professora Maria

das Graças Antunes, representante da Secretaria Estadual de Educação, observou que tudo o que acontecia ali tinha a ver com a Pedagogia do Cidadão Ecumênico, a Pedagogia de Deus, preconizada por Paiva Netto: “Nosso trabalho em favor da Paz e por temas importantes para a Humanidade como os cuidados na preservação do meio ambiente têm tudo a ver com a Pedagogia do Cidadão Ecumênico, do brilhante Diretor-Presidente desta Instituição. É a Pedagogia do Amor. Isso vai ao encontro do que defendemos, que é a Paz, o Amor e a união. É uma honra participar desse projeto. Agradeço à LBV, à ONU e aos professores, aos diretores e administradores. Se cada um fizer a sua parcela, o governo irá muito bem”. (Colaboraram: Lícia Curvello e Simone Barreto)

Da esquerda para a direita, Ricardo Riguetto, Wilson de Souza, Cel. Carlos Ortiz, professor José Remízio Garrido, professora Maria das Graças Antunes, Eliel Brum, Pedro Paulo Torres e Danilo Parmegiani.

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Em setembro, outra obra interes-sante foi entregue aos paulistanos. Trata-se de Estrelas no Céu da Boca — escritos sobre culinária e gastronomia, do sociólogo, ensaísta, Carlos Alberto Dória. Ele expõe a lógica, os passos, os resultados da

Culinária e gastronomia por Carlos Dória

Mulheres do Vento — Mulheres do Tempo em Salvador

Lydia Silva

Literatura“Com carinho e fé”.

Esta é a dedicatória da microempresária Mô-nica Kalile, autora de Mulheres do Vento — Mulheres do Tempo, ao também escritor e Diretor-Presidente da LBV, em recente noite de autógrafos, na Câmara Municipal de Salvador/BA. O livro conta com as contribuições das jornalistas Lydia Silva e Ana Maria Vieira e do professor de História Ângelo Pinto.

Na oportunidade, as escritoras puderam conhecer a edição especial da revista BOA VONTADE, que traz como matéria de capa A Força da Mulher na Humanidade.

arte de cozinhar e tem referências importantes da gastronomia do País e do mundo, que vão do que há de mais tradicional até as novidades.

Além do aspecto cultural, o pri-meiro capítulo apresenta, com bom humor, a experiência do autor em administrar as dificuldades do dia-a-dia nos restaurantes.

Presentes no evento, os represen-tantes da LBV receberam a gentil incumbência de serem portadores de um exemplar, com a seguinte mensa-gem ao dirigente da Instituição: “Ao caro Paiva Netto, com o abraço afe-tuoso do autor, espero que auxilie na identificação dos valores nos casos da vida prazerosa. Ofereço, Carlos Alberto Dória — 5/9/2006”.

O empresário, publicitário e apre-sentador de TV Roberto Justus, do Grupo Newcomm e Presidente da Y&R, autografou, no início de agosto, seu novo título Construindo uma Vida — Trajetória Profissional, Negócios e O Aprendiz. A obra, escrita a quatro mãos com o também publicitário e crítico de cultura Sérgio Augusto de Andrade — o Arapinha, descreve a vida de Justus, desde a chegada de seu pai ao Brasil, vindo da Hungria, até a entrada dele no mundo da TV.

Apesar de sua evidente paixão pela área de comunicação, em seu livro o publicitário conta histórias ocorridas em diversos setores, nos seus 26 anos na carreira. “Falo de coisas que acho que podem ajudar aquele que está empreendendo, começando uma carreira. (...) Serve praticamente para qualquer outra profissão.”

Aproveitou o evento para dedicar um exemplar de seu livro ao Diretor-Presidente da Legião da Boa Vontade, mandando seu Abração. E continua: “Muito obrigado por vocês da LBV estarem aqui. Que esse trabalho lindo continue por muito tempo porque as pessoas precisam”.

Experiências e lições para a vida profissional

O título conta, em 206 páginas, uma centena de histórias de lutas, vitórias e desafios pessoais de mu-lheres negras que se destacaram em suas atividades profissionais.

Ana Vieira também aproveitou a data para dedicar um exemplar ao líder da Obra: “Ao jornalista José de Paiva Netto, exemplo de amor ao próximo. Com o carinho de Ana Vieira”.

_______________Natália Lombardi

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Literatura

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Fotos: Nino Santos

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Atualidade

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Elevado momento de oração durante a cerimônia

“Quando as Almas se despem da vaidade excessiva, resplande-ce a sua grande luz

espiritual. Ensinou o Buda (aprox. 556-486 a.C.) que ‘a verdade está dentro de nós. Não surge das coisas externas, mesmo que assim acredi-temos. Há um centro interno onde a verdade habita em sua plenitude.” Este pensamento do jornalista Paiva Netto, publicado em seu livro Re-flexões da Alma, já revela, em si, o porquê da amizade bonita e longeva que logo uniu os monges budistas doutores Yvonette e Ricardo Mario Gonçalves e o Diretor-Presidente da Legião da Boa Vontade.

E foi traduzindo essa afinidade em gestos e palavras, que, no dia 25 de agosto, os dois ilustres religiosos, representantes do Templo Budista Higashi Honganji, encontraram-se com o dirigente da LBV, em seu gabinete no prédio administrativo, na capital paulista.

Na oportunidade, os monges fizeram a reposição das vestes búdi-cas — entregues originalmente ao dirigente da Instituição em 1991, quando completava 50 anos de vida —, em virtude do desgaste na-tural que o tecido sofre pela ação do tempo. A cerimônia serviu também para renovar a homenagem, visto ser este um ano muito especial para Paiva Netto, no qual comemora seu

Jubileu de Ouro de trabalho na causa da Boa Vontade de Deus.

Segundo a tradição, a vestimen-ta é concedida somente àqueles cuja missão na Terra é considerada Sagrada ou que possuam 25 anos de sacerdócio exemplar. A roupa tem diferentes nomes: Gedappuku (Veste de Libertação), que sinaliza que o monge se libertou das paixões mundanas, e Fukuden-e (Veste do Campo da Felicidade), quando o sacerdote planta boas sementes no campo da alegria, colhendo-as depois. A primeira vestimenta ofere-cida a Paiva Netto está exposta, em destaque, na Galeria de Homenagens do Templo da Boa Vontade (TBV), a Pirâmide dos Espíritos Luminosos, em Brasília/DF, o monumento mais visitado da capital federal, segundo

a Secretaria de Turismo do Distrito Federal — Setur.

Após a entrega, os três uniram-se em posição solene de prece, ele-vando seus pensamentos a Deus, a Jesus e ao Buda em um emocionante momento da cerimônia. Terminada a oração, retribuindo o carinho dos visitantes, a esposa do líder da LBV, Lucimara Augusta de Paiva, em nome do casal, entregou um buquê de flores à Dra. Yvonette Gonçalves, que comentou: “Muito obrigada a vocês todos, ao meu Irmão Paiva e à sua excelentíssima senhora. Quem tem flores dá flores, Irmão Paiva. Quem não tem, com certeza, dá espinhos. Mas como o seu caminho é de flores, que você seja muito feliz. Agradeço todo esse apoio que vocês têm me dado. Não tenho receio do

Monges budistashomenageiam Paiva Netto

Fotos: Clayton Ferreira

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que faço agora porque sei que estou com uma pessoa sagrada, que aju-da todos os seres e faz a felicidade dos brasileiros e do mundo todo. Tenho essa experiência, conheço o seu trabalho lá fora. Agradeço por ter passado essa tarde tão feliz. Desculpe a emoção, às vezes perco até o jeito de falar, porque me sinto assim, feliz demais aqui.

“O Irmão Paiva é aquele que nunca está cansado, que ajuda crianças, velhos, desamparados. É um trabalho que admiro profunda-mente. Não há nada, nem religião, superior a tudo isso. Que Deus o ampare, a toda a sua família e a to-dos os da LBV que nos ajudam, que são tão maravilhosos. Um grande abraço, muitas felicidades!”.

Paiva Netto ainda recebeu outra lembrança dos religiosos. Trata-se da Prassada, um alimento doce que simboliza, na tradição budista, a consagração dos sacerdotes. Ela foi trazida especialmente da Índia e, antes de chegar ao Brasil, passou pelos Templos Budistas no Japão. A monja Yvonette explicou o motivo

do presente: “(...) Ela (a Prassada) só é doada a quem trabalha forte-mente com o Amor e a Compaixão, igual ao Irmão Paiva e à LBV. Eu a reservei, veio para mim, foi con-sagrada pelos Monges do Tibete, mas falei: ‘Isso não me pertence’, pertence ao Irmão Paiva. (...) Só ele merece isso. O senhor ama os Seres Humanos (...). Como o senhor é feliz e sabe ser feliz, sabe sair de um so-frimento, passar por outro e superar. Nesse mundo de tanta angústia, tão diferente, com tanto sobressalto — você hoje não pode nem mais sair de casa —, com tanta intriga, inveja, encontrar um Ser Humano igual ao Irmão Paiva é muito difícil. Falo como monja budista, como mu-lher, como Ser Humano. Dou minha palavra quanto a isso”.

Ensaio Evangelho do Sexo: novos horizontes aos jovens.

Durante o diálogo, o professor doutor Ricardo Mario Gonçalves enalteceu a iniciativa do escritor Paiva Netto em publicar o ensaio li-terário Evangelho do Sexo, apresen-

tado durante o 31º Congresso Inter-nacional do Jovem da Boa Vontade de Deus, em 15 de julho, evento em que os religiosos estiveram presentes e que festejou os 50 anos de trabalho do líder da LBV. “Eu quis reservar esse instante para cumprimentar o Irmão Paiva pela coragem em es-crever o Evangelho do Sexo, assunto explosivo, controvertido, que sempre cria polêmica.

“Como professor de História das Re-ligiões, eu diria que nos últimos dois mil anos as relações en-tre religião e sexo foram as piores possíveis. A Histó-ria, de um grande mal-entendido, levou a verdadeiras castrações mentais, há gerações e gerações de pessoas tornadas infelizes, deformadas e mesmo cheias de problemas psíqui-cos, por causa de uma orientação equivocada em matéria de educação sexual. É muito bom o Irmão Paiva ter começado a abordar esse assun-

Monges budistas

Em 1991, quando Paiva Netto completou 50 anos de idade, recebeu do casal de monges budistas Yvonette e Ricardo Mario Gonçalves, representantes do Templo Budista Higashi Honganji, o koromo e o owan (veste e escudela). No ano seguinte, ofertaram-lhe o kesa (manto). Essas vestimentas são concedidas somente àqueles cuja missão na Terra é con-siderada sagrada. Conhecida como Gedappuku e Fukuden-e, a abençoada roupa, que simboliza a colheita do sacerdote nos campos da Felicidade e da Libertação, também estará exposta no TBV, a exemplo da primeira.

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to e colocar os ‘pingos nos is’ e a rever uma série de equívocos.

“Existem grandes organizações religiosas no mundo ocidental que, em matéria da questão sexual, fi-caram para trás, na Idade Média. É preciso ‘cair na real’, é preciso acompanhar os novos tempos. En-tão, confiamos muito que o Irmão Paiva leve avante esse trabalho e retifique uma série de mal-enten-didos que têm feito a Humanidade bastante infeliz. Realmente é um as-sunto que merece ser levado avante com toda a sabedoria dele, que nós conhecemos muito bem. Ele faz um grande trabalho de esclarecimen-to, principalmente com os jovens, gerações deles, a respeito desse assunto”.

Ao término da cerimônia, os monges budistas presentearam o dirigente da Obra com o livro O Res-peito à Vida, de Shunko Tashiro. “Trouxemos um trabalho do nosso Templo, é o registro das aulas que

foram dadas por um dos nossos instrutores que vem periodicamente do Japão, sobre o tema ‘Respeito à Vida’. Essas aulas estão ligadas a um trabalho nosso no Japão, que estamos começando a introduzir aqui, que é de assistência aos doen-tes terminais, que ficam geralmente abandonados no hospital”, explicou o Dr. Ricardo.

Este exemplar trazia uma dedica-tória: “Ao Irmão Paiva Netto, com os cumprimentos de Yvonette Silva

Gonçalves (Shakuni Joko) e Ricardo Mario Gonçalves (Shaku Riman)”, além de um cartão com a seguinte mensagem: “Ao querido Amigo e Irmão José de Paiva Netto, fanal de Sabedoria a iluminar os caminhos de nosso Brasil, Coração Compas-sivo a amparar os carentes de apoio material e conforto espiritual. Com o abraço fraterno de seus Irmãos Budistas Yvonette Silva Gonçalves e Ricardo Mario Gonçalves. São Paulo, 25 de agosto de 2006”.

Atualidade

Os monges budistas Yvonette e Ricardo Mario Gonçalves e Paiva Netto.

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Templo da Boa Vontade

21 de outubro de 2006, às 16 horas.

Informações: (+5561) 3245-1070 — www.boavontade.comSGAS 915, Lotes 75/76 — Brasília/DF — Brasil

José de Paiva Netto

No 17o aniversário do

Homenagem pelo Jubileu de Ouro de trabalho, na LBV, do idealizador e construtor do Templo do Ecumenismo Irrestrito.

INAUGURAÇÃO DO

Memorial

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Notícias de Brasília

Promover um diálogo interativo para extin-guir qualquer discri-minação racial. Esse

foi o objetivo que reuniu, em Brasília/DF, de 26 a 28 de julho, representantes de 21 países e de en-tidades da sociedade civil de outras 35 nações convidadas para participar da Conferência Regional das Amé-ricas contra o Racismo. Convocado pelos governos do Brasil e do Chile e com a Coordenação Geral da Secretaria de Políticas Públicas para a Igualdade Racial (Seppir), o encontro recebeu autoridades polí-ticas, classe artística e instituições

____________Carolina Dutra

envolvidas com as questões sociais na América Latina, Caribe, América Central e América do Norte.

Epyse Campbell, Presidente do Partido Ação Cidadã e do Centro de Mulheres Afro-costarriquenhas, manifestou seu apoio à realização do encontro. “É um grande prazer participar e dividir com vocês esta Conferência Regional das Américas contra o racismo. É muito impor-tante este evento porque permite a volta do tema racismo na agenda das Américas”, salientou.

A sociedade civil também cola-borou nos debates e esteve represen-tada por organizações que atuam em

Não ao racismoConferência Regional das Américas reúne representantesde 46 nações para unir vozes contra o preconceito

“Aqueles que vão a Brasília têm mesmo de passar pelo Templo da Boa Vontade.”Epyse Campbell, Presidente do Partido Ação Cidadã e do Centro de Mulheres Afro-costarriquenhas, referindo-se ao TBV como monumento de respeito aos povos.

Fotos: Amarildo Clariano

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Aspecto da Conferência Regional das Américas contra o Racismo

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favor de afro-descendentes, indíge-nas e demais grupos vulneráveis. A Legião da Boa Vontade, que há mais de 56 anos luta pela igualdade entre os povos e pela Paz Mundial, também esteve presente, levando a ideologia da Instituição que enfatiza a importância de uma reeducação — com base na Espiritualidade Ecumênica — o respeito e a igual-dade entre os Seres Humanos.

Ao ser entrevistada pela equi-pe da revista BOA VONTADE, Campbell relembrou a visita que fez ao Templo da Boa Vontade, destacando o trabalho de propa-gação da Paz promovido no local: “Estar nesse monumento foi uma

experiência muito importante para mim, porque o TBV volta a colocar os temas onde eles devem estar, esse respeito às pessoas. Todos somos iguais e há ali um espaço onde se faz esse culto a essa diversidade da Humanidade. Foi uma experiência maravilhosa que levarei em meu coração eternamen-te. (...) Aqueles que vão a Brasília têm mesmo de passar pelo Templo da Boa Vontade”.

O ator Antônio Pitanga igual-mente manifestou-se sobre a presen-ça da sociedade civil no debate, que segundo ele é do interesse de todos: “Não é uma luta de alguns, é luta de um país. O negro, há séculos, vem

“A vocês da LBV meus parabéns. Um abraço ao maior líder, Paiva Netto, e que continue com esse trabalho que engrandece o País.”Antônio Pitanga, ator.

passando por problemas raciais, preconceito, opressão e no fundo quem perde é o Brasil”.

No encerramento da Conferên-cia foi apresentado um documento final aos participantes. O texto é constituído por três partes princi-pais: organizativa, apresentação dos informes da Conferência e inclusão governamental. Estes trechos farão parte do sumário da Presidência da República. O relatório servirá como ferramenta na deliberação e implementação das ações a serem propostas ao governo, conforme os objetivos da Conferência, sob o acompanhamento das Nações Unidas.

Artistas militantes pela igualdade racial promoveram show durante a Conferência Regional das Américas. Pelo palco, passaram Zezé Mota, Netinho de Paula, Sandra de Sá, Leci Brandão e Toni Garrido.

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Fotos: Seppir/ Cleber Medeiros

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Capa — Saúde

___________________________ Cristiane Dantas e Daniel Rocha

transgorduraCuidado

A TRANS NA NOSSA MESAAlguns itens presentes no cardápio da sociedade moderna possuem, em sua composição, a quantidade de gordura trans superior ao recomen-dado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que é a de ingerir 2 gramas por dia. Nas próximas páginas, uma amostra dos alimentos que você deve evitar no seu dia-a-dia:

Fast-Foodporção: 150 g

4g

Fatia de bolo industrializado

porção: 1 pedaço de 80 g

4,5g

com a

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As doenças cardiovas-culares representam a principal causa de morte na fase adulta e na ve-

lhice. Entre os principais fatores de risco estão a hipertensão arterial, o colesterol alto, tabagismo, diabete, sedentarismo, obesidade e estresse. Dentre esses indicadores, todos preocupantes, o aumento alarmante do número de obesos é o principal destaque desta reportagem. Uma rápida olhada ao redor e o fato está constatado: a nossa sociedade está cada dia mais acima do peso ideal e o problema vem crescendo, assus-tadoramente, em todas as classes sociais, sexos e idades.

A medicina investiga há décadas o fenômeno que se parece, em pro-porção e em muitos outros aspectos, com uma epidemia. Contudo, apenas recentemente — com o avanço nas pesquisas — podem ser apontados os principais fatores relacionados ao desenvolvimento destas doenças. De fato, grande parcela delas está rela-

cionada à alimentação inadequada, mas não necessariamente à quanti-dade ingerida e, sim, à composição química dos alimentos da indústria moderna, ricos em gorduras satu-radas e com presença garantida no cardápio diário de grande parte da população.

Dentre as gorduras saturadas, a mais devastadora atende pelo nome de trans. Os pesquisadores concluíram que ela está ligada ao aumento do colesterol e às impli-cações decorrentes de seu excesso na corrente sanguínea, tais como derrame, infarto, arteriosclerose, e a lista segue. Algumas pesquisas já apontam que a trans também está relacionada ao aparecimento da diabete tipo 2. Isso foi o suficiente para que a comunidade médica desse o alarme.

Com a descoberta, iniciou-se uma série de trabalhos em busca de informações sobre seus efeitos no organismo. Em recente pesquisa, os médicos pesquisadores da Uni-

versidade Wakw Forest, da Carolina do Norte (EUA), utilizaram-se de macacos para reproduzir os efeitos da dieta alimentar rica em gorduras sobre o metabolismo e o estado geral da saúde do corpo. O Dr. Lawren-ce L. Rudel — que é professor de patologia da Escola de medicina da Universidade — e seus colegas, por seis anos, registraram os sintomas em dois grupos de animais. Ambos foram sistematicamente alimenta-dos com a mesma quantidade de calorias, sendo 35% delas provindas de alimentos gordurosos. Porém, para um dos grupos, o cardápio apresentava 8% de gordura trans entre os lipídios, enquanto o outro possuía a mesma proporção de áci-dos graxos monoinsaturados, como aqueles presentes no azeite de oliva. No fim do período, os macacos do primeiro grupo (com gordura trans) engordaram 4% a mais que os do

Biscoito (tipo maisena)

porção: 7 unidades

1,4g

Bola de sorveteporção: 1 unidade

1,6g

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Saúde

segundo grupo (com ácidos graxos monoinsaturados). E a constatação mais aterradora, os animais do primeiro grupo apresentaram mais tecido adiposo na região abdominal e desenvolveram resistência à insuli-na e maior teor de glicose no sangue, sintomas conhecidos do diabete.

O trabalho do Dr. Lawrence ainda está em andamento, com pes-quisas similares e complementares. Porém, o quadro de alterações no organismo, que se alastra pelo mun-do, e que predispõe o Ser Humano a desenvolver doenças cardíacas, diabete e derrames, é uma realidade e se chama Síndrome Metabólica.

Ainda que os resultados das pesquisas sobre as implicações da gordura trans neste quadro sejam controversos, já há evidências sufi-cientes para se ficar de sobreaviso. Segundo dados da equipe de cardio-logia do Instituto do Coração, em São Paulo/SP, quando há excesso de gorduras saturadas e trans na dieta, o fígado — que desempenha um des-tacado papel na metabolização dos

alimentos no corpo — produz tanto colesterol que o órgão não deixa de remover o perigoso LDL da corrente sanguínea. Isso faz com que este tipo de colesterol ruim siga pelas artérias, veias e vasos sanguíneos e contribua para entupir os canais da circula-ção, ou seja, a pessoa desenvolve a dislipidemia, que se constitui no aumento do colesterol ruim (LDL) e a diminuição do colesterol benéfico (HDL), levando a um quadro infla-matório do sistema vascular. Quanto maior a inflamação, maior a possi-bilidade de formação e rompimento das placas de gordura no interior das artérias, a arteriosclerose. Os médi-cos já sabem que tanto a gordura trans como as saturadas geram duas vezes mais aumento de colesterol no sangue, além das outras implicações de saúde associadas a ela.

Dado o alarmante quadro de perigo para a saúde mundial, a in-dústria de alimentos vem buscando alternativas à utilização de gorduras hidrogenadas (trans) em seus pro-dutos. Não é tarefa simples, ainda

Barra de chocolateporção: 40 g

3gBatata frita

comercializada em fast-food

porção: média

8g

Desde o dia 1o de agosto de 2006, as empresas devem obrigatoriamente especificar a quantidade de gordura trans na embalagem de seus produtos, o que gera um desconforto na indústria ao expor detalhes da composição e eventuais aspectos nocivos de suas fórmulas.

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mais quando se imagina a escala gigantesca de produção do produto alternativo que se faz necessária para atender à demanda. Mas o processo de substituição parece caminhar bem, até por pressão da sociedade por meio de lei. Um exemplo: a resolução RDC360 da Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária), determina que seja declarada nos rótulos dos alimentos industrializa-dos a quantidade de gordura trans presente neles.

Desde o dia 1o de agosto de 2006, as empresas devem obriga-toriamente especificar a quantidade de gordura trans na embalagem de seus produtos, o que gera um desconforto na indústria ao expor detalhes da composição e eventuais

aspectos nocivos de suas fórmulas. A necessidade disso parece óbvia e nos perguntamos: por que não se fez isso antes? Bem, historicamente os interesses econômicos vêm se sobre-pondo aos interesses da sociedade. Por mais incrível que pareça, a con-quista de uma maior transparência na indústria alimentar e de consumo é fato recente, e ainda prossegue.

Na história da trans, resta buscar um componente que a substitua adequadamente na geração de ali-mentos mais saudáveis. Há vários candidatos, entre eles se destaca o óleo de palma, extraído da palmeira de onde se obtém o dendê.

Os nutricionistas são enfáticos e defendem a total exclusão de todos os alimentos que contenham a trans.

A recomendação é que utilizemos as informações, agora obrigatórias nas embalagens dos alimentos industrializados, e evitemos siste-maticamente os que apresentem risco: os que contenham gordura trans ou colesterol fora dos limites recomendados.

Escaparmos dos perigos da Síndrome Metabólica é uma tarefa sob nossa responsabilidade, assim como protegermos nossos filhos. Ao aplicarmos um saudável critério de seleção ao que consumimos, estamos contribuindo para a natu-ral transformação da indústria de alimentos que nos serve e, o que é mais importante, encontraremos uma forma de vida mais sau-dável.

Pipoca de microondasporção: 1 pacote de 100

gramas

4,4g Pão de cachorro-quente

1 unidade

0,5g

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Saúde

O desafio de evitar a trans é que este tipo de “gordura do mal” entra na composição de diversos alimen-tos, do bolo da padaria ao biscoito “água e sal”. Seu uso deixa esses produtos mais crocantes, sequinhos, duráveis e apetitosos. Os alimentos hidrogenados não se resumem a fri-turas. Biscoitos, sorvetes, chocolate, macarrão de preparo rápido, chips

e temperos prontos, só para citar alguns exemplos, fazem parte da grande lista. O preocupante, de acor-do com especialistas, é justamente a variedade de produtos que levam esse tipo de gordura. As pessoas acreditam que estão comendo algo que faz bem, ou não faz tão mal para a saúde. E, na verdade, é justamente o oposto.

Está se tornando comum esportistas jovens sofrerem parada cardíaca durante a prática de qualquer esporte. Com a atividade física, o fluxo sanguíneo aumenta, mas o vaso não dilata para a passagem do sangue. É quando ocorre o infarto.

A gordura hidrogenada é uma gordura vegetal que foi criada pela indústria para ser uma al-ternativa à saturada, como a do bacon, da lingüiça, da picanha etc, mas como não existe gordura no mundo vegetal, somente óleos, foi criado um processo artificial de transformação deles em gordura sólida.

Batata fritaindustrializada

porção: 1 pacote pequeno (42,5 g)

3g

Um mal da gastronomia moderna

1 copo de leite tipo Bcom 200 ml

0,2g

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Aí começa o problema. Os óleos são colocados em uma câmara com gás hidrogênio — daí o nome hidrogenada —, com alta pressão e alta temperatura. O resultado não agrada aos olhos — e muito me-nos seria comido por ninguém. Os óleos vegetais transformam-se em uma pasta preta, com mau cheiro, que precisa, por meio de outras ações químicas, ser alvejada e desodorizada, isto é, ficar sem cor e sem cheiro. É a gordura hidro-genada que deixa tudo crocante porque solidifica nos alimentos após a fritura, formando uma casquinha. Quando ingerida, ela também atua, indiretamente, nos vasos sanguíneos, que ficam im-pedidos de se dilatar.

De acordo com os médicos, este é um dos motivos do porquê estar se tornando comum esportistas jovens sofrerem parada cardíaca durante a prática de qualquer esporte. Com a atividade física, o fluxo sanguíneo aumenta, mas o vaso não dilata para a passagem do sangue. É quando ocorre o infarto.

Há, ainda, a necessidade de termos cuidados no uso das infor-mações, agora obrigatórias, nas embalagens dos produtos: “Às vezes no próprio rótulo não vem informa-da a quantidade de gordura trans ou vem com uma quantidade de zero, mas se na lista de ingredientes constar que ele foi feito com gordura vegetal hidrogenada, existe grande probabilidade de ele conter gordura

trans”, alerta outra especialista, a nutricionista Anita Sanches.

A indicação da Dra. Anita se-ria “controlar o total de gordura que o indivíduo ingere por dia. As pessoas devem tomar muito cuidado com o teor de gordura da alimentação, evitando frituras, pães engordurados, leites integrais, queijos amarelos, margarina, requeijão, manteiga, cujas quanti-dades devem ser limitadas, a qual não deve ultrapassar 30% do total de calorias diárias. Inclusive a preparação de alimentos deve ser com pouca gordura”.

0,6g

Carne bovina (alcatra ou contrafilé)porção: 1 bife médioLasanha industrializada

porção: 320 gramas

3,4g

Fontes:Anvisa (www.anvisa.org.br)Ministério da Saúde (www.saude.org.br)

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Responsabilidade Social

Há 22 anos, quem visse o iniciante fes-tival Brazilian Day não poderia imagi-

nar o alcance que este encontro atingiria. Uma iniciativa do jornal The Brasilians, esta é, atualmente, a maior festa alu-siva à Independência do Brasil no Exterior e reúne, no coração de Nova York, a comunidade brasileira e pessoas de diferen-tes nacionalidades, sempre no primeiro domingo de setembro. O evento realizado neste ano,

Nova YorkO coração de

em verde-amareloSexta Avenida é, mais uma vez, palco do festival Brazilian Day; brasileiros e pessoas de todas as nacionalidades celebram a Solidariedade.

no dia 3, trouxe para o cruza-mento da Rua 46 (Little Brazil) com a Sexta Avenida mais de 1,5 milhão de participantes.

O festival, que é uma decla-ração de Amor ao nosso País, contou nesta edição com a presença da dupla San-dy & Júnior; Fag-ner; Leonardo; Joelma e Chim-binha, da Banda Calypso; e Claudia Leite, do Babado Novo, entre outros artistas convi-dados, como André Marques, apresentador do Vídeo Show,

7 de setembro Especial — Brazilian Day

__________ Leila Marco

Fotos: Eliana Gonçalves, Mariana e Sâmara Malaman, Pedro de Paiva, Conceição de Albuquerque, Deborah Lanie e The Brasilians.

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Nova York7 de setembro

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da Rede Globo, e a atriz e modelo Fernanda Lima.

E neste clima de alegria e valorização da cultura brasileira ocorreu a cerimônia de entrega da Comenda da Ordem do Mé-rito da Fraternidade Ecumênica, instituída pelo ParlaMundi da Legião da Boa Vontade, em 1996, pelo Diretor-Presidente da Organização, José de Paiva Netto. Uma láurea concedida às pessoas e instituições que mais se destacam nos serviços fraternos

em diferentes segmentos da co-munidade, em âmbito mundial.

Logo que o representante da LBV, o advogado Pedro de Pai-va, teve o nome anunciado por Mariane Ebert e a imagem dele transmitida pelos telões espalha-dos pela imensa Sexta Avenida, a multidão saudou, com muitos aplausos, o início da solenidade de entrega do Prêmio da LBV.

Em seguida, subiram ao pal-co a homenageada desta Sessão extraordinária nos EUA, Sueli

Sandy, Júnior e Conceição de Albuquerque, da LBV, com a revista BOA VONTADE...

... o pai, Xororó, repete o gesto dos filhos.

Bonaparte, Diretora-Executiva da Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos, e o jornalista Amauri Soares, Diretor-Exe-cutivo da Globo Internacio-nal, que passou às mãos dela a Comenda da Legião da Boa Vontade.

O cantor Fagner, antigo amigo da Legião da Boa Vontade, e o Dr. Pedro de Paiva, representante do Diretor-Presidente da LBV no evento. Estande da LBV no Brazilian Day

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Internacional

A Diretora-Executiva da Câ-mara de Comércio Brasil-Esta-dos Unidos — que foi ao evento acompanhada de seu esposo, o professor Toni Bonaparte — ex-pressou seu respeito à proposta do prêmio: “Sinto-me honrada e abençoada ao ser indicada para receber a Comenda da Ordem do Mérito da Fraterni-dade Ecumênica, concedida pelo ParlaMundi da LBV. Simpatizo

com o objetivo ecumênico, que encoraja a Fraternidade entre nós, indivíduos, nações e comu-nidades. Essa homenagem da LBV traz de volta uma energia boa a Nova York. Parabéns pelo trabalho maravilhoso que vocês da LBV desenvolvem. Um abraço carinhoso ao nosso Irmão, o Dr. Paiva Netto”.

Para o jornalista Amauri Soares, “é muito importante a

Legião da Boa Vontade entregar essa Comenda para uma pessoa da área de negócios da Câmara de Comércio, porque sinaliza que a Fraternidade precisa caber em qualquer lugar, principalmente no mundo dos negócios”.

Amauri, agraciado com a láurea em 2005, ainda enfatizou o “poder multiplicador” daquele ato na vida prática. “Se incluir-mos a Solidariedade e a postura

Entrega da Comenda do ParlaMundi da LBV nos EUA: a agraciada Sueli Bonaparte (esquerda), Diretora-Executiva da Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos, recebe a homenagem do jornalista Amauri Soares (ao microfone), após ser apresentada pelo Dr. Pedro de Paiva e Mariane Ebert.

“Essa homenagem da LBV traz de volta uma energia

boa a Nova York.”Sueli Bonaparte, ganhadora da Comenda do ParlaMundi da

LBV, em 2006.

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Banda Calypso em alta — no destaque Joelma e Chimbinha, que ressaltou: “Paiva Netto, 50 anos trabalhando! Ele tem muita coragem!”.

to do público americano: “É uma emoção inenarrável andar nos Estados Unidos da América com a camisa da LBV, tendo estampa-da no nosso peito a frase ‘Paz na Terra aos povos da Boa Vontade de Deus’. É assim que somos re-conhecidos em cada canto”.

O representante da Obra tam-bém enumerou os motivos da escolha do nome de Sueli Bona-parte: “Ela sempre teve a sua vida voltada para o aspecto social de forma relevante. Fundou no Ari-zona, logo que chegou aos EUA, o Instituto Arizona para ajudar

“Se incluirmos a Solidariedade e a postura ética naquilo que a gente faz,

a comunicação vai despertar mais pessoas para essa necessidade, para

uma convivência mais harmoniosa. (...) A LBV está de parabéns, e eu fico muito

honrado e feliz de poder participar de uma iniciativa que tem esse espírito.”Amauri Soares, Diretor-Executivo da Globo Internacional.

A simpatia da jornalista Patrícia Poeta

ética naquilo que a gente faz, a comunica-ção vai despertar mais pessoas para essa ne-

cessidade, para uma convivên-

cia mais harmo-niosa. (...) A LBV

está de parabéns e eu fico muito honra-do e feliz de poder participar de uma

iniciativa que tem esse espírito”, conclui.

O Dr. Pedro de Paiva destacou o reconhecimen-

Especial — Brazilian Day

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as pessoas pobres. E agora tem usado dessa função para exercer a bondade, o respeito e a harmonia. A Dra. Sueli recebe o conhecido e popularizado Prêmio da LBV, instituído por Paiva Netto”.

Pedro ainda falou do estande cultural da Instituição, localizado na Little Brazil (Rua 46), que trouxe produtos da Legião da Boa Vontade que fizeram sucesso no festival, como as revistas e os livros do escritor Paiva Netto: “A receptividade é extremamente positiva. Quando os brasileiros e os norte-americanos vêem a re-

vista da LBV Sociedade Solidária Altruística Ecumênica, com a men-sagem por um mundo melhor, não resistem e compram. As pessoas sentem necessidade de fazer parte desse movimento novo na história da Humanidade e ficam esperando que a gente se aproxime”.

Muitos dos que anualmente freqüentam a festa visitaram o estande da LBV como uma opor-tunidade de saudar a majestosa estampa de Jesus, em destaque no ambiente. Eles ainda tiraram fotos e cumprimentaram os voluntários da Obra.

Panorama da Sexta Avenida completamente lotada

O mestre do soul e do blues, Billy Paul, com a representante da LBV.

O editor-chefe do jornal The Brasilians, Edilberto Mendes, e a cantora Silvana Magda.

João de Matos, promotor do evento, ao lado da jovem da LBV Sâmara Malaman.

“Estou sensibilizado com este Prêmio do ParlaMundi por ser a LBV íntima desse trabalho de ajudar quem passa fome e as crianças em todo o mundo.”

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Entre os artistas convidados, a atriz e modelo Fernanda Lima, a atriz Fernanda Vasconcellos (C) e o apresentador de TV André Marques.

Billy Paul: um admirador do Brasil.

Um dos mestres do soul e do blues norte-americanos, conhecido mundial-mente pela música Me and Mrs. Jones, o cantor Billy Paul, foi convidado para cantar no evento o Hino Nacional dos EUA. Ele, que é um admirador do Brasil e das nossas raízes, disse: “Estou sensibi-lizado com este Prêmio do ParlaMundi por ser a LBV íntima desse trabalho de ajudar quem passa fome e as crianças em todo o mundo”.

Em entrevista à BOA VONTADE, afirmou que Deus deu a ele um talento, e por isso se sente na obrigação de retribuir, também colaborando com a LBV.

Os jornalistas Luciana Marchetti e César Augusto abraçam o Legionário Pedro de Paiva (centro).

Dr. Pedro de Paiva e o Comandante da Polícia Geral de Nova York, Bruce Smolka.

O apresentador do Altas Horas, Serginho Groisman, ao lado de Mariana Malaman, da LBV.

Especial — Brazilian Day

Luiz

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Aqui, em nosso País, há tempos o jornalista Paiva Netto aproveita essa data para provocar em nós brasileiros uma séria reflexão. No artigo, intitulado “A Verdadeira Independência do Brasil”, publicado pela Folha de S. Paulo, em 7/9/1986, ele reavalia:

“7 de Setembro de 1822.Às margens do Ipiranga, Pedro I

(1798-1834) dá o famoso brado: — Independência ou morte!É o que aprendemos no colégio.Mas o Brasil ficou realmente

livre?Não é preciso ir à escola para

responder. Sabemos quantos pas-sos nos faltam até que alcancemos

Em terrasbrasileiras, a reflexão.

a libertação de todas as raças da miséria material, mental e espiri-tual. Enquanto houver penúria na casa de um brasileiro, a Indepen-dência não terá sido integralmente realizada”.

Para alcançar esse desiderato, o jornalista indica o Evangelho e o Apocalipse de Jesus como solução para os problemas modernos, pois

Em São Paulo/SP, a festa foi iniciada com a tradicional interpretação do Hino Nacional Brasileiro, pelos Corais Ecumênicos Infantil e Jovem LBV, acompanhados pela Banda da Polícia Militar. Quem ficou em casa pôde também acompanhar o desfile das Forças Armadas e das organizações civis pela TV Cultura. A emissora transmitiu ao vivo a passagem da LBV pela avenida. O portal Folha On-line noticiou a participação de diversas categorias e, ao referir-se ao Terceiro Setor, ressaltou o desfile da Legião da Boa Vontade.

Quadro “Independência ou

Morte”, pintado, em 1888, por Pedro

Américo. A obra encontra-se no

Museu do Ipiranga, em São Paulo/SP.

“A Verdadeira Independência do Brasil”“a Boa Nova do Senhor da Terra fala ao Ser Humano e ao seu Es-pírito eterno. E ele é a geratriz do progresso. Sem o Homem não há o trabalho nem o capital”.

Reafirma em sua análise, que “a riqueza de um país está no coração do seu Povo”; e que é incompreen-sível a fome “numa época em que pelo avanço da tecnologia as ex-

______________Rodrigo Oliveira

Especial — Independência

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Capa

pectativas de produção ficam ultra-passadas”. E assevera: “Anacroni-camente, nunca o mundo conheceu por um lado tanta fartura e por outro tanta miséria. E isto poderá arrastar o Planeta mais uma vez à guerra (e não me refiro a uma batalha qualquer, dessas que a todo instante explodem, levando dor e sofrimento a populações localizadas)”.

Ele finaliza sua página com estas palavras: “Falta Solida-riedade à Economia, conforme declarei ao lançar, ainda na década de 1970, a Economia da Solidariedade Humana, parte vital componente da Estratégia da Sobrevivência (...).

“Os impedimentos de ordem interna são mais prejudiciais ao progresso de um Povo que os de natureza externa. Como pregava

“A participação da Legião da Boa Vontade no desfile cívico de Uberaba/MG abrilhantou ainda mais o evento. (...) As crianças atendidas pela LBV estavam lindas e as faixas com os pensamentos de Paiva Netto, com certeza, nos levam a raciocinar

e agir de outra forma.”

Marcelo Maluf, diretor da TV Universitária.

Alziro Zarur (1914-1979), tanto a liberdade quanto a escravidão nascem do Espírito do Homem. Daí, a advertência do Cristo quanto à liberdade que apenas é alcançada pelo Conhecimen-to da Verdade Divina (Evan-gelho, segundo João, 8:32)”.

Com panfletos na mão, a Juventude Ecumênica da LBV parti-cipou dos festejos que movimentaram o Sete de Setembro na capital federal.

Na capital paranaense, crianças, jovens e adultos fizeram um desfile temático sobre os 50 anos de trabalho de Paiva Netto na LBV. A passagem da Instituição foi bastante aplaudida e trans-mitida ao vivo para todo o Estado, pela TV Paraná Educativa.

Paz Mundial é o pedido do Sete de Setembro

Apesar de passados 184 anos do grito heróico que marcou um dos capítulos mais importantes da nossa história, as ruas e avenidas brasilei-ras, durante a semana do 7 de Se-tembro, parecem ser tomadas pelo

Londrina/PR Vitória/ES Uberaba/MG

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A chuva não afastou o público em Salvador/BA que foi às ruas acompanhar a apresentação das Forças Armadas e das organizações civis. O espectador Carlos Madeira assistiu à passagem da Legião da Boa Vontade e afirmou: “É grandioso este trabalho da LBV. Meritório mesmo! Um trabalho que dá certo!”.

Em Porto Alegre/RS, os pelotões foram compostos pelas crianças, jovens e adultos atendidos pela Instituição. Na oportunidade, o grupo de danças Raízes do Rio Grande, da LBV, vestido tipicamente, saudou o público e a tradição gaúcha.

“A Legião da Boa Vontade vem desenvolvendo muitos eventos sociais em Florianópolis e amparando muitas famílias carentes. A LBV é uma dádiva para a nossa cidade. Esses projetos são importantíssimos para

nós e ainda exaltam o nome de Nosso Senhor Jesus Cristo.”Edio Fernandes, Presidente da Associação Amigos do Estreito, de

Florianópolis/SC, com a publicação Paz para o Milênio, da LBV.

mesmo sentimento de patriotismo que motivou Dom Pedro quando passava pelo riacho do Ipiranga.

Além de ser época de aprendi-zado para as gerações mais novas, que se encantam ao conhecer um pouco mais do passado brasileiro, os festejos são como que um brado a ecoar pela esperança e, principal-mente, pela Paz no mundo. Esse ideal impulsionou estudantes,

contingentes das forças armadas e representações da sociedade civil, que ganharam as avenidas do País e o aplauso do público nas cerimônias oficiais da Pátria.

Como já é tradição, a LBV marcou presença nas comemora-ções em diversas cidades do País, levando à frente de seu pelotão a estampa de Jesus, o Cristo Ecu-mênico, num pedido de respeito

entre os povos. Crianças, jovens, adultos e idosos beneficiados pe-los programas socioeducativos da Instituição também aproveitaram a ocasião para saudar o Jubileu de Ouro de Paiva Netto na Insti-tuição. Os principais momentos dessa grande festa brasileira você confere aqui na reporta-gem fotográfica da revista BOA VONTADE.

Rio de Janeiro/RJ Florianópolis/SC Belo Horizonte/MG

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Seguridade Social

Mario de Moraes(especial para a revista BOA VONTADE)

Quando jovens, em geral os trabalhadores não estão nem aí para a velhice, acre-ditando que a mocidade

durará para sempre. Aí chega a idade de aposentar-se e ficam surpresos com o seu futuro, ao perceberem que dificilmente poderão viver com o que vão receber do Instituto Na-cional de Seguridade Social (INSS). Alguns, mais felizes, aposentam-se com saúde e ânimo para continuar no mercado de trabalho, fazendo o que faziam antes, ou iniciando outra função. A maioria, no entanto, enfrenta uma situação crítica, com um orçamento deficitário e novas e grandes despesas relacionadas à Terceira Idade, como consultas médicas, remédios etc. Alguns hão de argumentar que, para os mais abonados, existem os planos de saú-de. E que os menos, têm o Sistema Único de Saúde (SUS). Primeiro, os planos de saúde cobram verdadeiras

fortunas, à medida que o associado vai ficando mais idoso. Quanto ao atendimento gratuito, nem é preciso comentar, já que a mídia constan-temente mostra as filas em frente dos hospitais públicos, onde faltam desde cirurgiões a esparadrapo.

O Governo garante que o maior problema da nossa dívida inter-na está relacionado ao sistema previdenciário, uma vez que a expectativa de vida do brasileiro aumentou, diminuindo o número de contribuintes do INSS. Reno-mados especialistas, no entanto, afirmam o contrário, garantindo que o que acontece é que o di-nheiro arrecadado pelos impostos trabalhistas é desviado para outras finalidades.

Surge, então, a interminável polêmica, relacionada à reforma da Previdência Social: o Estado garan-tiria uma parte da aposentadoria, e o aposentado a completaria através

____________________________*Mário de Moraes é premiado jornalista e escritor. Trabalhou para os mais destacados meios de comunicação do Rio de Janeiro e, atualmente, escreve para jornais e revistas.

do futuro

Compreenda a

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de empresas privadas voltadas para o setor. Na prática a teoria é outra. Como explicar a um trabalhador, que ganha salário mínimo, que ele deve separar parte do seu dinheiro para, quando se aposentar, melhorar seus ganhos?

E, ainda, quem garante que, após anos e anos de contribui-ção, a empresa privada onde ele colocou seu suado salário não vai

ficavam ao deus-dará. Naquele ano o Congresso Nacional criou a Caixa de Aposentadoria e Pensões para os empregados de empresas ferroviá-rias. Os operários e seus familiares passaram a ter direito à assistência médica, medicamentos grátis, apo-sentadorias e pensões.

Em 1930, Getúlio Vargas, as-sumindo o poder, ao reestruturar a Previdência Social, incorporou nela praticamente todas as cate-gorias de trabalhadores urbanos. Para tanto, ele criou seis grandes institutos nacionais de previdência, e o financiamento dos benefícios foi repartido entre os trabalhadores, os empregadores e o governo federal. Foi nessa época que surgiu a expres-são “seguridade social”, inspirada na legislação previdenciária social dos Estados Unidos, procurando ajudar toda a população brasileira.

Em 1960, com a Lei Orgânica da Previdência Social, organizada em cinco grandes institutos e uma Caixa, a previdência social passou a atingir a quase totalidade dos tra-

falir, como já aconteceu, há não muitos anos, com uma aparente-mente sólida firma que, por sinal, voltou ao mercado?

O início de tudoEm 1923, foi estabelecida a

previdência em nosso país. Até então, praticamente, os trabalha-dores, quando envelheciam ou não tinham mais condições de trabalhar,

A informalidade no mercado de trabalho é outro fator que faz com que diminua o número de contribuintes para a Previdência.

A Previdência em nosso país foi estabelecida em 1923. Sete anos mais tarde, Getúlio Vargas, assumindo o poder, ao reestruturar a Previdência Social, incorporou nela praticamente todas as categorias de trabalhadores urbanos.

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Reportagem

balhadores urbanos brasileiros. O INPS (Instituto Nacional de Previ-dência Social), criado em 1966, uniu todas as instituições previdenciárias. Em 1974, foi criado o Ministério da Previdência e Assistência Social, retirado do Ministério do Trabalho e Previdência Social, que passou a cui-dar de tudo relacionado à previdên-

cia social. Entre essas obrigações, a concessão de benefícios, bem como a readaptação profissional e amparo aos idosos.

O polêmico déficitE aí voltamos ao déficit previ-

denciário. De acordo com as atuais leis previdenciárias, o trabalhador do setor privado contribui propor-cionalmente ao salário e o empre-gador recolhe segundo a folha de pagamento. O Governo federal fica responsável por uma terceira parte, que deve cobrir eventuais casos de insuficiência financeira do sistema. Desta forma, os tra-balhadores contribuem para um fundo geral, custeando os benefí-cios dos inativos. De acordo com o Governo brasileiro, o método que vem sendo adotado não resolve a dívida adquirida com o pagamento dos aposentados e pensionistas. Ele alega que, quando a Previdência foi criada, na década de 1930, a expec-

tativa de vida do brasileiro era, em média, de 43 anos. Esta situação permaneceu, mais ou menos, até a década de 1960, quando para cada aposentado havia oito trabalhadores contribuindo. Com o advento da moderna medicina e cirurgia, além de uma melhor qualidade de vida, as pessoas passaram a viver mais. Hoje em dia, a expectativa de vida da nossa gente está em torno de 68 anos e a relação contribuinte/beneficiário diminuiu para 1,2.

Empresários de grande porte vêm defendendo junto ao poder público a introdução dos planos de previ-dência privada, que gerariam em-presas superavitárias. Apresentam números que demonstram que, em 1999, 6,5 milhões de pessoas, entre trabalhadores ativos, aposentados e dependentes já faziam uso dela com muito sucesso. Eles vendem dois tipos de previdência privada: aberta e fechada. O primeiro é regularizado pela Superintendência de Seguros

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Privados (Susep) e é comercializa-do por seguradoras ou bancos. Os planos fechados, mais conhecidos como fundos de pensão, também privados, pertencem a sociedades ci-vis ou fundações sem fins lucrativos e são destinados a grupo de empresas ou empregados de uma empresa.

Além do modelo mencionado, há também o estatal, no qual os traba-lhadores têm de contribuir com a sua parte. E ele se divide em dois: o Regime Geral de Previdência Social (RGPS), dirigido pelo INSS para os trabalhadores da iniciativa privada e os funcionários públicos não-concursados, militares e membros dos poderes Judiciário, Legislativo e Executivo, entre outros.

Com o passar dos anos, outras classes de trabalhadores foram incluídas na previdência social. Em 1963, quando foi criado o Estatuto do Trabalhador Rural, ele passou a fazer parte do Re-gime Geral de Previdência So-cial, gerido pelo INSS, fazendo jus a vários benefícios, como aposentadoria por invalidez ou velhice.

Graças à Constituição de 1988, a Previdência também garante renda mensal vitalícia a idosos e

portadores de deficiência, desde que suas famílias não tenham como sustentá-los.

Em contrapartida, entre as maiores críticas ao sistema pre-videnciário adotado no Brasil, estão as aposentadorias que beneficiam parlamentares com apenas oito anos de serviços prestados.

Salário Mínimo e Previdência Social

Outra polêmica relacionada à previdência social é a criação do salário mínimo. Ele surgiu no Brasil na década de 1930, fixando, em 1o

de maio de 1940, os seus valores. O Brasil foi dividido em 22 regiões (os 20 Estados existentes na época, mais o então território do Acre e o Distrito Federal) e todas as regiões que correspondiam a Estados foram divididas ainda em sub-regiões, num total de 50. Foi fixado um sa-lário mínimo para cada sub-região, num total de 14 valores diferentes em todo o Brasil. Em 1940, a rela-ção entre o maior e menor salário mínimo era de 2,67.

Com o passar dos anos, o salário mínimo foi aumentando de acordo com as circunstâncias. Ou de acordo

43 anos

68 anos

de 1930 até1960

em 2006

com a política. Nos Estados mais ricos e nas cidades mais desen-volvidas, ele está sempre abaixo do desejado. Mas existem alguns municípios, principalmente no Nor-deste, em que o salário mínimo é a salvação da pátria, os comerciantes locais tratando os aposentados como verdadeiros lordes, pois é deles que vem a maior parte da receita da cidade.

Acontece que o impacto fiscal do aumento do salário mínimo

Os dados ilustram a diminuição no número de contribuintes para o sistema entre 1930 e 2006

1 aposentado para cada 8 trabalhadores contribuintes

de 1930 até 1960 em 2006

1 aposentado para cada 1,2 trabalhador contribuinte

Expectativa de vida do brasileiro

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afeta as contas da Previdência Social, através das despesas com seguro-desemprego, abono sala-rial etc. Segundo o Governo, para cada real de aumento do salário mínimo ocorre, em média, um aumento da ordem de R$ 200 milhões para o Tesouro Nacio-nal. Deste total, quase 75% vêm do impacto sobre a previdência. Cerca de 65% dos benefícios pa-gos pelo INSS são no valor de um salário mínimo, correspondendo a 35% do total dos valores dos benefícios.

Existem dúvidas quanto à idade mínima para aposentar-se. Em 29 de junho de 2003, o Cor-reio Braziliense, respondendo à

“A questão da aposentadoria, e portanto do seu futuro no Brasil, apresenta de saída a dificuldade da existência de pelo menos três espécies dela: a aposentadoria dos trabalhadores em geral, a cargo da previdência social; a dos servidores públicos, tanto civis como militares; e a dos fundos de pensão, isto é, da previdência complementar.”Celso Barroso Leite, uma das maiores autoridades mundiais em Previdência Social.

pergunta de um leitor, explica: “Os servidores que entraram no serviço público após a promulga-ção da emenda constitucional 20, em 16 de dezembro de 1998, já estão submetidos à idade mínima de referência que é de 60 anos (homens) e de 55 anos (mulhe-res) para se aposentar. Apenas para os servidores que entraram antes dessa data é que vale a regra de transição que permite a aposentadoria aos 53 anos de idade e 35 anos de contribuição (homens) e 48 anos e 30 anos de contribuição (mulheres) mais o pedágio estabelecido em 1998. A proposta de reforma, em trami-tação na Câmara, mantém essa

Seguridade Social

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Sabemos que o “futuro a Deus pertence”, mas isso não deve impe-dir-nos de conjeturar a respeito. Nes-te caso, como em muitos outros, é até recomendável, pois as especulações sobre o que virá podem ajudar na busca de soluções satisfatórias.

A questão da aposentadoria, e portanto do seu futuro no Brasil, apresenta de saída a dificuldade da existência de pelo menos três

O futuro da aposentadoria no Brasil

Celso Barroso Leite*

espécies dela: a aposentadoria dos trabalhadores em geral, a cargo da previdência social; a dos servidores públicos, tanto civis como militares; e a dos fundos de pensão, isto é, da previdência complementar. Esta última é como se fosse um com-plemento ou reforço de alguma das outras duas, mas vem crescendo de importância.

Outra dificuldade é que, so-bretudo no caso da aposentadoria básica, da previdência social, sua principal falha, a insuficiência de cobertura (nem metade da força de trabalho), depende menos dela do que de fatores exógenos, tendo à frente as condições de trabalho, com a progressiva redução do vínculo empregatício.

O êxito da previdência dos ser-

vidores públicos, e por conseguinte da aposentadoria deles, parece de-pender sobretudo da instituição de um fundo específico com adequadas bases securitárias atuariais.

O reforço da aposentadoria pela previdência complementar está con-dicionado essencialmente à situação não só das empresas que o oferecem mas também da economia como um todo. Das três modalidades de que se trata, esta é a mais sujeita à influência de fatores aleatórios.

No Brasil, como na maioria dos demais países, cada qual dessas espécies ou programas de aposenta-doria enfrenta hoje sérios problemas, a começar pelos efeitos da evolução demográfica, sendo freqüentes na literatura técnica pertinente estudos voltados para o lado negativo deles.

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possibilidade, mas estabelece a aplicação do redutor de 5% a cada ano antecipado”. Quanto aos não-servidores públicos, existem diversas situações que permitem obter aposentadoria. No caso da idade, os trabalhado-res urbanos, do sexo masculino, aos 65 anos e do sexo feminino, aos 60 anos de idade. Os trabalha-dores rurais podem pedir aposen-tadoria por idade com cinco anos a menos: aos 60 anos, homens, e aos 55 anos, mulheres. Quanto à invalidez, o solicitante tem de ser considerado incapaz total e definitivamente para o trabalho e não ter condições de ser reabilita-do para o exercício da atividade

que vinha exercendo. No que se refere à aposentadoria por tempo de contribuição, para ter direito integralmente a ela, o trabalhador homem deve comprovar pelo me-nos 35 anos de contribuição e a

trabalhadora mulher, 30 anos. Fi-nalmente, existe a aposentadoria especial. A ela têm direito os re-querentes que tenham trabalhado em condições prejudiciais à saúde ou à integridade física.

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O futuro da aposentadoria no Brasil

*Celso Barroso Leite é bacharel em Direito e em Jornalismo, com mestrado nessa última profissão, advogado aposentado da Previdência Social, exerceu inúmeros cargos de direção neste e em outros setores da administração pública. Foi perito da Associação Internacional de Seguridade Social, da Organização Ibero-americana de Seguridade Social e da Organização Internacional do Trabalho. É considerado, nacional e internacionalmente, uma das maiores autoridades mundiais em Previdência Social.

O que mais parece preocupar é o continuado aumento da duração da vida humana, com o paralelo cres-cimento dos períodos de aposenta-doria e respectivo custo.

No Brasil, outra ameaça espe-cífica ao futuro da aposentadoria e da previdência social como um todo é a descabida confusão legal e orçamentária entre esta e progra-mas assistenciais sem fundamentos atuariais securitários. Ao lado da sua mencionada cobertura insuficiente, esta é outra importante falha da nos-sa previdência social, causada por uma legislação irracional que provo-ca prejudiciais mal-entendidos.

Para vislumbrar o futuro da apo-

sentadoria aqui é necessário atentar para fatores de hoje que inevitavel-mente repercutirão sobre o amanhã. Trata-se, naturalmente, como a maioria dos casos do mesmo gênero, de um encadeamento inevitável.

Na medida em que conse-guirmos eliminar ou pelo menos

atenuar as conhecidas dificul-dades presentes, será promissor o futuro da aposentadoria e de-mais benefícios das diferentes modalidades de previdência e programas congêneres. Sem isso é difícil encontrar razões para otimismo.

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Cultura — Abrindo o coração

Tom Jobim, Dori, Dorival, Danilo, Sérgio Barroso e o idealizador do projeto Aloysio de Oliveira (de costas), no estúdio para a gravação do LP, Caymmi Visita Tom e Leva Seus filhos, Nana, Dori e Danilo, de

1964 — Stella Maris gravou a “Canção da Noiva”, acompanhada pelo filho Dori ao violão.

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A distância e a sau-dade da terra natal fizeram do carioca Dori Caymmi, que

há 20 anos mora nos Estados Unidos, um observador especial de nosso País, por ele analisado em dois planos distintos: com os olhos críticos da razão, de quem de longe pode melhor enxergar os problemas, e de outro, com um amor incondicional pelo Brasil,

Há 20 anos nos EUA, Dori Caymmi é incansável no trabalho de divulgar a cultura do nosso Povo.

_________________________Leila Marco e Danielly Arruda

Embaixador damúsica brasileira

sua gente e cultura, que o tempo e o espaço só aumentaram. E é exatamente sob esses dois pontos de vista, com paixão pelo traba-lho que faz e a verbi solta, que ele fala, em entrevista exclusiva à BOA VONTADE, da criação recebida dos pais, das influências musicais, do resgate dos grandes nomes nacionais e da carreira, que atingiu projeção internacional, sendo reconhecidamente um dos

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música brasileiramais talentosos arranjadores brasi-leiros, além de notável intérprete e compositor.

O segredo de todo esse sucesso tem raízes profundas na vida de Dori, que é fruto de uma família pra lá de musical. A mãe, Adelaide Tostes, foi cantora na década de 1930, conhecida pelo nome artísti-co de Stella Maris. O pai, Dorival Caymmi, dispensa apresentações, basta dizer que com ele o Brasil e o mundo conheceram mais a Bahia, as belezas de suas terras e praias. Do patriarca do clã herdou ainda o tom grave da voz e o talento incomum para interpretar e com-por, aliás, dons que Dorival e a esposa souberam transmitir aos outros dois filhos: Nana e Danilo, também excelentes músicos.

E é assim que os Caymmis vão escrevendo há quase sete décadas, desde quando o baiano Dorival iniciou sua caminhada, um dos capítulos mais importantes da his-tória da Música Popular Brasileira (MPB).

BOA VONTADE – Como é iniciar uma carreira de cantor e compositor, tendo nascido em uma família cuja musicalidade está na veia?

Dori — Ter em casa pais artis-tas é muito bom, porque alimenta essa coisa de ouvir música, de prestar atenção... Papai e mamãe sempre cultivaram isso em nós, e essa sementinha pegou no Danilo,

“Eu sou completamente ligado às raízes do Brasil, por natureza e pela criação (...). O meu trabalho é em função disso, faço música porque gosto, tenho prazer (...) Sou um defensor, aquele cara verde-e-amarelo, não é no futebol não, é no sangue.”

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em mim, na Nana, em todos nós. Houve muita arte de uma maneira geral: papai pintava; então tomamos contato com a pintura internacional. Jorge Amado (1912-2001) era nosso amigo íntimo e a literatura dele entrou rápido em nosso san-gue. Isso foi um privilégio que me torna um pouco diferente das outras pessoas que não tiveram esta opor-tunidade.

BV – Você é um dos artistas que mais defendem nossas raízes.

Dori — Eu sou completamente ligado às raízes do Brasil, por natu-reza e pela criação, e não podia ser de outra forma. O meu trabalho é em função disso, faço música porque gosto, tenho prazer. Sou um defen-sor, aquele cara verde-e-amarelo, não é no futebol não, é no sangue. Eu aprendi tanta coisa boa com grandes brasileiros, pessoas importantíssi-mas para a nossa cultura e que, de repente, não se fala mais nelas.

BV — A gente observa que, mesmo morando fora, você acompanha tudo que acontece no País.

Dori — Eu visito meu pai e minha mãe, que estão com 92 e 84 anos, respectivamente. Estou sem-pre falando com a Nana, com o Da-nilo, com o Paulo César Pinheiro, com outros amigos, com a Joyce, fazendo shows e constatando que existe um amor muito grande das platéias pelo artista. Estou falando assim: você faz um show, como a gente realizou no Teatro Rival (RJ), nos SESCs de São Paulo, cobra pouco e vê que há pessoas que gostam da música do Brasil. Porque eu não canto só as minhas canções, canto Noel Rosa (1910-1937), Pixinguinha (1897-1973), o que me ensinou a ser o que sou e, às vezes, até Villa-Lobos (1887-1959). (...) Infelizmente existe sempre a tendência dos meios de comunicação acompanharem o que está vendendo. (...) Os exemplos

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que estamos dando para as crianças no Brasil são os piores possíveis em termos de cultura.

BV – Você aprendeu primeiro piano ou violão?

Dori — O piano. Engraçado, o violão era tido até um certo tempo do século passado como um ins-trumento de vagabundo, era o cara malandro que o tocava. Aliás, papai tem muita responsabilidade na en-trada deste instrumento nas casas, com a música dele: o violão saiu do botequim e foi para os lares, para as moças. E a bossa nova o trouxe de vez. Mas eu estudei piano, tinha uma tendência musical que meu pai viu logo cedo, e me pôs para estudar com uma professora chamada Lú-cia Branco, que ensinou Jacques Klein, Arthur Moreira Lima e o maestro Nelson Freire também, e

ela descobriu logo que eu não era pianista (risos). Mandou-me para sua assistente, já falecida, uma gaú-cha que adoro, dona Nise Obino, pianista e professora, uma mulher formidável, que teve paciência. Aprendi muito com essa senhora.

BV — Como surgiu a questão profissional?

Dori — Fiz um pouco de tudo. Cresci ao lado do violão misterioso do meu pai, das canções de praia, um jeito único de tocar. O Baden Powell, todos os violonistas da época comentavam: “O Caymmi tem um jeito muito próprio de tocar violão”, assim como a música dele. Tive essa influência e ficava com vergonha de pegar no violão por causa do meu pai. Com o apareci-mento do João Gilberto, no disco da Elizeth Cardoso (1920-1990)

As fotos de família foram gen-tilmente cedidas pela jornalista Stella Caymmi, autora do livro Dorival Caymmi — O mar e o tem-po, no qual, em um dos exemplares, a escritora deixou uma simpática mensagem a José de Paiva Netto em alusão a antigos laços que unem seus familiares, como o fato de o querido Dorival ter sido padrinho de casamento dos pais do dirigen-te da LBV, dona Idalina Cecília (1913-1994) e Bruno Simões de Paiva (1911-2000): “Querido Paiva Netto, a história de teu pai se cruza com a de meu avô. Que você curta muito o meu livro, beijos”.

No Teatro Rival Petrobras, Dori Caymmi e Joyce interpretam músicas do CD Rio-Bahia, gravado pelos dois amigos.

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há muitos anos, intitulado Canção do Amor Demais (pelo selo Festa, pequena gravadora criada por Iri-neu Garcia), eu o ouvia e pensava: “Meu Deus do céu. É isso aí que eu quero tocar, que quero ser”. O violão entrou na minha vida aos 15 anos e daí para a frente, veio tudo. A preocupação com arranjo, a estética musical, estudei com os professores Moacyr Santos, Paulo Silva, e fui pegando um pouco aqui, um pouco ali. Na vida profissional, Luizinho Eça (1936-1992), do Tamba Trio, que me deu a maior ajuda na parte de arranjo, porque fui copista dele. Ele me ensinou como se escreve para violino, viola, violoncelo. Depois tive dicas com o Eumir

Deodato, e eu já havia aprendido o nome dos acordes com Roberto Menescal. Sabe essas coisas assim de criança? Fui indo, indo e comecei a me entrosar. Com 17 anos, estava acompanhando a Nana na televisão, tocando com algumas cantoras. Aos 18 anos já gravava, e o Tom Jobim

(1927-1994) colocou-me debaixo do braço. Fui abençoado (risos).

BV – Que início de jornada! Dori — Depois comecei a gravar

com Tom Jobim. Sabe, quando você trabalha com essas pessoas, apren-de até a parte técnica. A primeira oportunidade surgiu com o Jorge Amado, que pediu para papai fazer um trabalho, mas acabou parando na minha mão: era uma trilha sonora para teatro e televisão, no tempo que não havia videoteipe. A gente ia para o Cassino da Urca, tudo ao vivo, e colocava os atabaques, aquelas coisas todas, fazia aquela briga do senhor de cacau (a trilha sonora) de Terras do Sem Fim (livro de Jorge

Amado adaptado para telenovela). (...) A cabeça do ator, do diretor de teatro, é fascinante. Mais tarde tra-balhei na Companhia Brasileira de Discos (CBD) e produzi Caetano Veloso com Gal Costa, o Gilberto Gil, a Nara Leão, o Tamba Trio (na formação original: Luiz Eça,

Bebeto Castilho, Hélcio Milito), Eumir Deodato, uma série de coisas muito gratificantes. Essa época da CBD, que virou Philips, foi muito importante. Convivi com arranjado-res que me ensinaram muito, como Carlos Monteiro de Souza (1916-1975), um homem maravilhoso; Lindolfo Gaia; Radamés Gnattali (1906-1988), sempre pegando no meu pé com a harmonia. Esse in-centivo na infância, na juventude, e eu acabei fazendo um arranjo para a Nana de uma música dele, que o Radamés ficou com água nos olhos: “Poxa, quer me matar, menino. Que lindo!”. Primeiro trabalhei com os heróis, isso aconteceu no Brasil e nos Estados Unidos, e, de repente,

“Cresci ao lado do violão misterioso do meu pai, das canções de praia, um jeito único de tocar. O Baden Powell, todos os violonistas da época comentavam: ‘O Caymmi tem um jeito muito próprio de tocar violão’, assim como a música dele.”

você nota que tudo que aprendeu está retransmitindo, dentro da sua cultura, do seu próprio trabalho, e recebe o aplauso dos seus próprios mestres, e não há nada mais bo-nito do que isso. Aqui (nos EUA) aconteceu com a Sarah Vaughan (1924-1990).

No aconchego do lar, Caymmi com a esposa, Stella, e os filhos, Nana, Dori e o caçula Danilo.

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BV — Quando surgiu o primeiro trabalho seu?

Dori — Eu fazia composições, mas, por ser filho de Caymmi, existia uma certa agressividade, fui o último dos artistas da minha gera-ção — que são Edu Lobo, Marcos Valle, Chico Buarque, Milton Nascimento, Francis Hime. Por exemplo, quando ganhei o I Festi-val Internacional da Canção com a Nana, que cantou Saveiros, teve jornalista que escreveu dizendo que papai fez a música e deu para mim. Chegava a esse ponto. Então, recuei muito para o lado do arranjador e fazia as minhas músicas, mas sem gravar. Não sei exatamente quando ocorreu a minha primeira gravação.

“Meu pai me ensinou uma coisa muito bonita: ‘O dinheiro é o que você precisa para o seu dia-a-dia, para seu sustento e da sua família, para uma vida sem ambições’. (...) Ele sempre foi generoso, ajudou, cobrou apenas o suficiente para o sustento próprio e da família.”

Dori e Helena, no dia do seu casamento, em Los Angeles.

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Acho que foi a Nana quem gravou uma música minha com o arranjo do Oscar Castro Neves. O meu primeiro disco foi em 1971 e, assim mesmo, com um medo danado. O Tom Jobim foi um dos maiores defensores da minha geração, o Fernando Lobo foi também grande defensor da gente, porque ele tinha um filho compositor, o Edu.

BV — Depois que lançou o primeiro trabalho...

Dori — Continuei sendo arranja-dor e fiquei um pouco marginalizado como artista, porque dei preferência a sair do palco, a não ser um cantor. E

isso aborreceu muito minha mãe, ela diz que tenho uma voz linda. Aliás, toda mãe tem esse problema, acha que o filho é maravilhoso (risos). Em 1981, o atual diretor musical da Rede

Globo, que na época trabalhava na Emi Odeon, Mariozinho Rocha, um grande amigo, me chamou para gravar dois discos, que foram muito importantes na minha vida. Eles me firmaram como composi-tor, mas só dez anos depois gravei o primeiro trabalho pela Emi, que ainda era Odeon. O segundo e o terceiro discos consolidaram a minha parceria com Paulo César Pinheiro, que começou no ano de 1970 e me pôs um pouco mais na parte artística. Virei mesmo uma pessoa ligada a cantar quando vim para os Estados Unidos, em 1986, 1987.

BV — Morar nos Estados Unidos colaborou para isso?

Dori — Muito. Porque eu fiz um disco a convite do Quincy Jones, na gravadora dele, por intermédio de uma amiga nossa, chamada Luize Vellasques. O Paulo César Pinheiro veio para cá e a gente gravou o disco Brazilian Serenata, que é de saudade dos tempos bons da não-violência, do convívio com pessoas importantes no campo cultural. Para mim, é um dos mais bonitos que já fiz na vida, mas não é trabalho de ven-da, de sucesso, é uma história de amor pelo Brasil, de Nordeste; tem Villa-Lobos, Tom Jobim, Dorival Caymmi, Ary Barroso. Não as

músicas deles, mas a influência dessas pessoas, tão latente. O Pau-linho fez as letras, e nós falamos da Amazônia, dos índios, da seca e da beleza, da música do Nordeste, do Dominguinhos, do Hermeto Pascoal, dessa gente brilhante, do Gonzaga, João do Valle, (...) é impressionante esse disco, nele me firmei como um artista de palco, de recital.

BV — Outro disco especial é Para Caymmi, de Nana, Dori e Danilo; um trabalho em família dedicado aos 90 anos de seu pai...

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Dori — Foi idéia da Nana, ela é muito autoritária, mas eu adoro (risos). A Nana me chama de Do-rivalzinho: “Dorivalzinho, vamos fazer um disco para o papai, não tem de pensar em dinheiro, em nada”, e eu falei: “Nana, não estou pensando em dinheiro não. Vamos fazer”. E aí realizamos essa homenagem, e o mais importante de tudo: ele adorou. Uma coisa que papai sempre foi: muito con-tido nos comentários com relação aos filhos, porque não é uma coisa elegante ficar falando que seus filhos são geniais, maravilhosos, mesmo que seu filho seja o Frank Sinatra (1915-1998). E ele tem essa coisa até pela educação baiana, rígida, dada pelo meu avô Durval. Quando levei para ele a primeira prova, ficou absoluta-mente extasiado com o trabalho, com a homenagem. Para nós, foi

a grande recompensa. Ganhou o Grammy Latino, foi o meu se-gundo Grammy. Eu ganhei um outro fazendo o arranjo para uma música que a Nana gravou em inglês, If ever, que depois passou a ser Saudade de Amar. BV — Você já ganhou vários prêmios.

Dori — Ganhei alguns prêmios de orquestração, tive indicações aqui nos Estados Unidos para o Grammy Americano e para o Grammy Latino. No campo de ar-ranjador, tive muitas recompensas, como o disco Cinema: A Romantic Vision, em que fui indicado para o Grammy com outros grandes arranjadores americanos e inter-nacionais, como John Williams, Jorge Callandrelli, Don Sebesky, isso é uma vitória. Tenho lutado bastante para continuar sobrevi-

Em Salvador, Stella Maris (ao lado de seu marido) esquece a timidez e sobe ao palco, no Shopping Iguatemi, para comemorar com o marido e os filhos os 70 anos de Dorival Caymmi, em abril de 1984.

vendo da música, cobrando uma paga pelo meu trabalho bem dentro da realidade do nosso País. Meu pai me ensinou uma coisa muito bonita: “O dinheiro é o que você precisa para o seu dia-a-dia, para seu sustento e da sua família, para uma vida sem ambições”. As pes-soas são muito ambiciosas. Apren-di muito com ele. O importante é viver com dignidade. (...) Aprendi olhando o comportamento dele na vida, um homem brilhante que fez uma das músicas mais importantes de todos os tempos do nosso país, que não é rico, tem um aparta-mento na Rua Souza Lima e uma casinha em Piquiri. Agora, é um homem extremamente brasileiro, não conheço ninguém mais brasi-leiro que meu pai. Ele sempre foi generoso, ajudou, cobrou apenas o suficiente para o sustento próprio e da família.

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Jornais menores e adequa-dos a uma região — retra-tando a sua realidade — e não mais o estandardizado,

querendo cobrir o País inteiro da mesma forma e com as idênticas opiniões, parece ser o futuro dos jor-nais diários do interior do Brasil. O empresariado deve estar consciente de que as pessoas são, cada vez mais, individuais e que o mundo tende a ser local. A prova disso tem sido os investimentos feitos pelas grandes empresas de comunicação segmen-tando a cobertura jornalística com o lançamento de novos veículos, tendo como meta condensar o noticiário, ajustando-o aos interesses de sua Carteira de Publicidade. A associa-ção entre elas já se encaminha para formar pools objetivando baratear custos de impressão, dentro de um

Carlos Arthur Pitombeira*

Afinal, quem democratiza a informação?

interiorJornais

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__________________________*Carlos Arthur Pitombeira — que nesta edição estréia como articulista da BOA VONTADE — é jornalista há 43 anos, tendo trabalhado como repórter nos principais rádios e jornais do Rio de Janeiro/RJ. Atualmente é Conselheiro da Associação Brasileira de Imprensa e Diretor do Jornal da Barra e Jacarepaguá.

Opinião — Mídia Alternativa

acordo capaz de superar a concor-rência entre eles, um pacto de mútua confiança.

Essa não é uma experiência nova das empresas de comunicação de São Paulo. O Diário de Mogi, em Mogi das Cruzes, e o Diário do Grande ABC foram buscar inova-ções diante das mudanças bruscas de mercado para enfrentar os con-correntes e disputar espaço com os veículos alternativos/comunitários. Os jornais paulistas do interior mol-daram seu conceito de informação, ajustando-o às necessidades do pú-blico ao qual se dirigem, investiram na criatividade das pautas, profun-didade das matérias e na correção e confiabilidade das informações. O modelo vai se ampliando pelo País. O Popular, de Goiânia, em Goiás, também optou por soluções criativas

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_____________________Carlos Arthur Pitombeira

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para ocupar espaço sem ter de mexer no seu quadro de pessoal.

Por tudo isso que está ocorrendo, a realidade tem sido cruel com os alternativos/comunitários, aqueles que, pelo menos na consciência nacional, estão comprometidos com a democratização da informação no interior, a imprensa que funciona e existe, de fato, é a local. Podendo se creditar a ela muito do progresso da cidade, vivendo seu dia-a-dia, noti-ciando conquistas e necessidades. É, assim, desafiador o jornalismo nessas pequenas cidades onde, na maioria dos casos, o dono do jornal acumula funções de repórter, redator, comentarista político e esportivo, co-lunista social, office-boy, entregador de jornal, publicitário e faxineiro da redação.

Nos mais de 5.700 municípios brasileiros eles estão presentes. Neles a falta de profissionalismo e qualidade saltam aos olhos. Com raríssimas exceções esses jornais ainda são panfletários. Boa parte das matérias vem assinada, sendo as demais apresentadas na forma de editoriais repletos de adjetivos, muitos elogios e críticas comedi-das, nos quais juízes, policiais e militares são intocáveis. Na trilha dessa imprensa setorizada estão alguns jornais de bairro, clubes, igrejas, clubes de serviço e outros que surgem a cada instante, sem o mínimo de compromisso com a cidadania e a seriedade que se espe-ra dessa mídia. Há uma inundação de títulos sem o menor controle, envergonhando a classe dos jorna-listas por sua apresentação gráfica e editorial.

São “aventureiros” que montam seu negócio sem nada entender da atividade ou sequer ter noção da responsabilidade de uma edição.

“O exercício do jornalismo fora

dos grandes centros urbanos

precisa ser visto com

responsabilidade. É essa imprensa que está próxima

da população por onde circula,

interage com ela.”

A fórmula para produzir esses jornais continua a mesma: basta reu-nir algumas receitas de anunciantes e o produto está garantido. Em muitos casos inclui-se também algum acor-do com o político ou a prefeitura local. Quanto ao conteúdo...

Prejudicados em todos os sen-tidos por esses “aventureiros”, os pequenos jornais, essa “imprensa de heróis”, grande parte centenária, precisa de apoio dos órgãos de classe dos jornalistas, principalmente da Federação Nacional dos Jornalistas que, na defesa da categoria, não pode continuar defendendo no Congresso Nacional a criação de um Conselho com características tutelares.

Assegurar qualidade aos veículos da imprensa regional, comunitária/alternativa deve ser também uma preocupação da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e dos Sindica-tos dos Jornalistas nos Estados.

O exercício do jornalismo fora dos grandes centros urbanos precisa ser visto com responsa-bilidade. É essa imprensa que está próxima da população por onde circula, interage com ela, e da qual os jornais nacionais deles só se ocupam — e assim mesmo com pequenos registros — quando há tragédias, escânda-los ou acontecimentos culturais relevantes.

Nesse momento de descrédito em várias instituições e na classe política e nos partidos, quando se quer democratizar o debate sobre a Reforma Política, por exemplo (obrigatoriedade do voto, voto dis-trital, voto aberto no parlamento e fim da imunidade), e apontar, em cada região, as pessoas envolvi-das com corrupção, a imprensa regional, alternativa/comunitária é a que prestaria o melhor serviço à sociedade. Os pequenos jornais, vendidos em bancas ou distribuídos gratuitamente, falam de maneira di-reta com a comunidade. As pessoas neles retratadas são conhecidas, reivindicam os mesmos direitos, sofrem mazelas iguais. Convivendo diretamente com essa sociedade da qual arrebanha os seus votos, os políticos comprometidos com quaisquer irregularidades ficariam expostos ao julgamento do seu eleitorado.

Há que se considerar ser outra a realidade desses jornais e seus editores, muitos dos quais mal concluíram o ensino médio, mas estão ali, dando prosseguimento à feitura do jornal, que vai passando de uma para outra geração. Ambos existem, o jornal e o jornalista, e não podemos ser hipócritas e simples-mente virar esta página da imprensa brasileira.

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Estão colocadas aí três reali-dades a exigir soluções práticas: garantir personalidade jurídica e qualidade aos veículos e exigir a publicação do nome do responsá-vel pelo periódico. A Federação Nacional dos Jornalistas bem que poderia se encarregar de orientar essa gente sobre essas normas, fiscalizando o seu cumprimento. Ao mesmo tempo deveria defender um modelo de registro para todos aqueles que, comprovadamente, estejam envolvidos há mais de 10 anos com tais publicações, tirando-as do anonimato e da clandestini-dade apontada por muitos.

Um trabalho com a participa-ção da FENAJ, do Sindicato dos Jornalistas, das Associações de Imprensa nos Estados e da ABI poderia resultar na organização de cursos de jornalismo intensivo, de caráter profissionalizante, ao alcance dos responsáveis por essas publicações. Ao final, todos teriam seus conhecimentos avaliados por bancas examinadoras formadas por representantes dessas instituições e dos ministérios da Educação e do Trabalho, a quem ainda cabe a

muladas a melhorar a qualidade de ensino se o Conselho Federal de Jornalismo aproveitasse para rei-vindicar, também para os alunos do nível superior, recém-formados, que testassem seus conhecimentos para poder portar o registro de jornalista profissional. Esta avaliação passaria a ser obrigatória a todos, com ou sem formação acadêmica.

O passo seguinte seria a criação dos Conselhos Municipais de Co-municação Social, como órgãos de consulta em cada região às questões pertinentes a jornais alternativos e às rádios e TVs comunitárias, possi-bilitando o mínimo de organização neste setor.

Cada município teria o seu, formado por jornalistas indicados pelos sindicatos, Associações de Imprensa nos Estados e pela ABI, representantes dos Três Poderes de cada Prefeitura, do Governo do Estado e dos Ministérios da Educa-ção, Trabalho e Justiça, alunos de jornalismo (a partir do 7o período) e professores da mesma área, sen-do um de faculdade oficial e outro de faculdade particular, as mais próximas.

concessão do registro. A avaliação levaria em conta o nível cultural, o talento e a vocação de cada um. Os aprovados teriam direito a um modelo de registro especial.

Esta iniciativa concorreria para legalizar e melhorar a qualidade da imprensa, promovendo, ao mesmo tempo, a difusão da educação e da cultura dentro da realidade de cada região. Nas capitais e nos centros mais adiantados as Faculdades de Comunicação Social seriam esti-

Opinião — Mídia Alternativa

“Os pequenos jornais, essa ‘imprensa de heróis’ , (...)

precisa de apoio dos órgãos

de classe dos Jornalistas

(...)”.

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João Periotto, militante da Juventude Ecumênica da LBV.

Seleção Natural peloCapital de Deus*

Opinião Jovem

A relatividade da idéia que sustenta há séculos as guerras pelo Planeta é cada vez menos aceita

a qualquer um de bom senso que detenha a atividade de pen-sar. É espantoso notar que esses conflitos são fundamentalmente arquitetados num ódio comercial e bem lucrativo, o qual fortalece, por muitos outros tantos anos, essa tragédia coletiva, que não tem previsão de um desfecho.

Ora, é difícil para milhões de telespectadores assistirem durante a refeição ao circo de horrores produzido por guerras e atentados de todos os tipos. Essa resposta pouco afetiva do mundo é que alimenta, por séculos, os anseios implícitos a novos combates, à destruição crescente, criando, assim, um novo parâmetro na evolução dos Seres Humanos pela Seleção Natural, em nada compa-rada àquela descrita por Charles Darwin (1809-1882). Neste novo modo, o que tem prevalecido não é mais a adaptação ao ecossiste-ma, mas a imposição mercantilista do capital dinheiro sobre o capital humano, aliás, o Capital de Deus, tese que há décadas Paiva Netto vem aprofundando sobre a infeliz inversão das urgentes e reais prio-ridades da vida humana-espiritual no cenário do mundo.

O concerto musical que se apresenta ao troar de canhões é como um eterno atestado de que a globalização não resolveu a questão da Paz, tampouco incen-

tivou como deveria a valorização daqueles que são a razão da idéia do existir. Enquanto por meio bélico os Seres Humanos forçam as noites a não terem mais sono e os dias a sucumbirem nas cinzas, reduzindo a Terra, no novo milê-nio, a uma grande esfera loteada tal qual o velho monopólio do passado, a bola, lançada na pa-rede, toma novo impulso em sua volta. Nada pode contrariar as Leis regentes do Universo, seja na matéria ou no Espírito (Matéria também é Espírito, como define Paiva Netto). Assim como aquele que planta há de colher o que se-meou, cada ação gera uma reação (Terceira Lei de Newton (1643-1727), porquanto, se existe hie-rarquia até mesmo naquilo que é considerado supérfluo, imaginem quanto à existência do Regente do Universo. Deus se comprova nas leis que delegam nossas ações, suprimindo qualquer ditadura aparente.

Se a humana soberba não enten-de que a morte da matéria não é o fim do Espírito, conforme expressa a dialética da Boa Vontade, como podemos esperar que percebamos que a vida não se detém apenas no abusivo jogo de interesses que faz das crianças africanas menos humanas que os filhos do Primeiro Mundo? Dessa mentalidade com-partilha aquele que se fortalece com a construção desigual dos dias recen-tes, por intermédio do argumento da “involução” (imposição pelo capital) se sobressair ao desastre que é a falta

de Fraternidade, o que não tem liga-ção alguma com o exemplo milenar deixado por Jesus Cristo, crucificado e que ressurgiu três dias depois.

Enquanto nações não entenderem que suas lutas armadas afetam mais a si próprias que o combate aos seus oponentes e não perceberem que a intolerância só fortalece e perpetua o conflito, esse ódio continuará a se estender em virtude da malversação da principal Lei de Deus, que é o Amor.

A falta desse Amor Universal é sustentada pelas mentes ainda escravas da matéria, por não terem percebido que a vestidura humana é passageira, mas essen-cialmente espiritual. “Cuida do Espírito, reforma o Ser Humano. E tudo se transformará”, afirma o Diretor-Presidente da LBV. E o mal do mundo, os corações feri-dos, as várias classes sociais que em comum procuram felicidade perceberão enfim que a desejada Paz não habita nenhum símbolo geográfico, mas deságua no seio do sagrado Templo do Deus Vivo: o Ser Humano.

* O Capital de Deus — termo grafado pelo escritor Paiva Netto quando de sua análise, ainda na década de 1960, das questões econômicas, particularmente em sua tese: A Economia da Solidariedade Humana como estratégia de Sobrevivência.

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Uso da água na agropecuáriaO expressivo aumento da

população mundial e o seu crescente nível de consumo estão levando a

Humanidade a testar a capacidade de suporte do nosso Planeta. No reino animal, o tamanho da população é determinado pela disponibilidade de alimentos, limitando naturalmente a explosão populacional. Por sua vez, a Humanidade tem a seu favor o desenvolvimento tecnológico, algo de que os animais não dispõem, e até agora, passados cinco mil anos de civilização, temos conseguido vencer os desafios da exaustão dos recursos naturais, doenças e deterio-ração do meio ambiente.

Existiram, contudo, algumas civilizações que não conseguiram fazê-lo, como a da Ilha da Páscoa e algumas da Península de Yucatán, desaparecidas por causa da extinção dos recursos naturais.

Um dos grandes desafios dos dias de hoje é a escassez dos recur-sos hídricos, e já é notória a falta de água em algumas regiões do Planeta, sobretudo na África e em algumas das grandes metrópoles. Trata-se de um problema gravíssimo, que está

deixando de ter abrangência local, para assumir dimensão global.

Durante o mês de agosto, espe-cialistas mundiais discutiram em Estocolmo, Suécia, o complexo tema da gestão dos recursos hí-dricos no Planeta, por ocasião da Semana Mundial da Água. O qua-dro é inquietante: um habitante de cada três sofre com a escassez de água no mundo. As conseqüências disso comprometem a economia – a agricultura em primeiro lugar, mas também a indústria. Se nada for feito, a situação poderá se tornar insustentável dentro de 50 anos.

Um dos estudos apresentados em Estocolmo detalha os contornos do perigo. Sabe-se que a disponi-bilidade de água no Planeta é fixa, e, por outro lado, o consumo tem aumentado substancialmente. Neste ano, a França teve uma primavera muito úmida e, desde o começo de agosto, abundantes chuvas foram observadas no país. Apesar disso, o governo foi obrigado a decretar situação de emergência em metade do território.

Existe uma exploração inadequa-da dos recursos hídricos, em parte

“Um habitante de cada três sofre com a escassez de água no mundo. As conseqüências disso comprometem a economia — a agricultura em primeiro lugar, mas também a indústria. Se nada for feito, a situação poderá se tornar insustentável dentro de 50 anos.”

Meio Ambiente

Dr. Eng. Marco Antonio Palermo, da As-sociação Brasileira de Recursos Hídricos.

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Uso da água na agropecuáriaestimulada pelo intenso consumo da agricultura, da indústria e mesmo dos particulares. A agricultura, por conta da tecnologia empregada, é o maior consumidor de água do Plane-ta. Há 30 anos, a França escolheu a agricultura intensiva como estratégia de produção, e o resultado foi o de-florestamento, aumento expressivo da área cultivada, irrigação irracional e criação intensiva de animais.

Essa prática francesa, também adotada em parte do território brasi-leiro, rende belas colheitas e grande produção na pecuária, mas em detri-mento da conservação da água. (veja tabela ao lado).

Acrescentando a isso o fato de que os defensivos agrícolas conta-minam os mananciais superficiais e subterrâneos, a falta de água para os demais usuários tem se tornado dramática. Assim, não podemos esquecer que somados aos proble-mas das águas superficiais existem os problemas que afetam os lençóis subterrâneos, que são as fontes de alimentação dos rios e lagos.

Nos Estados Unidos, um habitan-te em cada dois depende do abaste-cimento das águas subterrâneas, que

estão se esgotando aceleradamente. A recomposição desses mananciais exige milhares de anos, o que confir-ma a dimensão das dificuldades que o nosso Planeta tem pela frente.

E o Brasil? Nosso País é aben-çoado por uma quantidade enorme de água. Mesmo assim, em conse-qüência das deficiências de plane-jamento, da degradação do solo, da cobertura vegetal e da poluição dos mananciais tanto em áreas urbanas como rurais, o problema da gestão dos recursos hídricos é sério.

Dentre os projetos que visam amenizar o problema, destacam-

se aqueles que propõem a trans-posição de águas de bacias com excedentes hídricos para aquelas menos favorecidas, a campanha para incentivar o uso de águas das chuvas para o abastecimen-to das regiões semi-áridas e os programas de despoluição de bacias hidrográficas. Iniciativas importantes que, com o engaja-mento dos representantes gover-namentais, da sociedade civil e dos diversos setores de usuários da água, proporcionarão a todos a garantia de um futuro isento de conflitos.

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Fonte: (Cristofidis, D. Olhares sobre a política de recursos hídricos no Brasil: o caso da bacia do Rio São Francisco, Tese de doutorado, Centro de Desenvolvimento Sustentável, Brasília, UnB, 2001. Citado em publicação do Ministério do Meio Ambiente)

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Volumes de água necessários para a produção de 1 kg de produtos agropecuários.

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Quando me detenho em refletir sobre cultura e arte, vem à mente a imagem do museu. Aquele espaço

físico que me maravilhou desde o primeiro contato, provocativo e lú-dico. É como se entrasse num lugar mágico, onde o passado, presente e futuro dialogam, misturando-se com as imagens visuais, guardadas pela instituição. Acervo, esta é a palavra. E a gente pára, observa, procura en-tender, confia, desconfia, questiona, reflete, constrói narrativas e sai dele achando que a vida vale a pena, porque nos reconhecemos como agentes da história, capazes de criar e de mudar.

Sentimentos semelhantes devem ter unido os 1.200 inscritos no 2º

Fórum Nacional de Museus, que ocorreu, no fim de agosto, na cidade mineira de Ouro Preto.

Professores, estudantes e profis-sionais da área trocaram experiên-cias, além de avaliar e estabelecer diretrizes para a Política Nacional e para o Sistema Brasileiro de Mu-

seus. Segundo José do Nascimento Júnior, Diretor do Departamento de Museus e Centros Culturais do Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (Iphan), há gran-des avanços no setor: “O resultado do fórum foi muito bom, porque reuniu pessoas de todas as regiões do Brasil com objetivos comuns, o que possibilitou um diálogo entre profissionais que participam direta-mente da construção de uma política para a área...”

Vera Tostes, diretora do Museu Histórico Nacional, presente ao evento, falou dos projetos atuais do museu que dirige. “Graças ao Iphan e à ajuda do Ministro Gil, nós tivemos a oportunidade de nos três últimos anos realizar uma grande reforma. Ele é o maior e o mais importante museu de história do Brasil, guarda 67% do acervo nacional dos museus do Ministério da Cultura e preci-sava passar por uma reforma na sua edificação para recuperar os acessos e dar um maior conforto

Um diálogoentre o passado,

presente e futuro.

Marta Jabuonski,Curadora da Galeria de Arte do Templo da Boa Vontade.

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Museu Histórico Nacional

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na circulação para as exposições permanentes”, destaca.

O museólogo Mário Chagas rememora o primeiro Congresso de Museus também realizado em Ouro Preto, em 1956, um marco inicial da organização desta área. Ele destaca ainda que hoje no Brasil existe uma grande diversidade de es-tabelecimentos com esse fim, e que essas casas da cultura se instalam em palácios, empresas públicas e privadas, escolas, palafitas, estações ferroviárias, e até a céu aberto, mas alerta: “Nenhum de nós sobrevive sem memória. No entanto, é preciso desapegar do passado, pois ele pode ser mortal, é confiar desconfiando. Há necessidade de entrar no reino dialógico dos museus”.

Para Roberto Nascimento, Di-retor de Patrocínio da Subsecretaria de Comunicação Institucional da Presidência da República (Secom),

há uma preocupação em diminuir o desequilíbrio entre as regiões do País. “Historicamente muitos Esta-dos brasileiros nunca sequer tinham conseguido captar recursos para a cultura até pela Lei Rouanet, por não atenderem às exigências neces-sárias para se habilitar ao incentivo fiscal. A Secom, diante disso, vem trabalhando no sentido de que li-nhas de apoio para desenvolvimento institucional, capacitação gerencial, sejam oferecidas para esses locais,

de forma que ao longo do tempo eles possam se qualificar e garantir acesso a esse fomento”.

Luiz Phellipe Torelly, chefe de gabinete da Presidência da Caixa, explica que, por ser empresa pública, uma de suas grandes responsabilida-des é a parte social e o cuidado com a cultura. “No ano de 2003, identi-ficamos carências na restauração dos acervos dos museus brasileiros e, então, por meio do programa específico da Caixa demos início

a esse trabalho, começando pelos Museus Nacional de Belas Artes e o Histórico Nacional, localizados no Rio de Janeiro, e pelo Museu da Inconfidência, em Ouro Preto. E é com orgulho que a Caixa devolve aos brasileiros os museus revitali-zados”, comenta.

Em face dessas afirmativas e re-flexões, concluímos que o governo, as empresas, as escolas e os museus precisam ajudar a pensar criticamen-te a nossa sociedade, por meio de todas as suas ações.

Vera TostesJosé do Nascimento Júnior Mário Chagas Roberto Nascimento Luiz Phellipe Torelly

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Museu da Inconfidência

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Este assunto — vistos a ordem de importância e os diver-sos fatores que o envolvem — mereceu em números

anteriores da BOA VONTADE uma análise sociológica e sob os aspectos legais. Neste mês, são privilegiadas as visões científica e espiritual, pelo exame acurado da Dra. Marlene Nobre, Ginecologista, Presidente da Associação Médico-Espírita do Brasil (AME-Brasil) e Diretora do jornal Folha Espírita. O estudo desta conceituada médica foi compilado da palestra que proferiu durante o Fórum Mundial Permanente Espí-rito e Ciência (FOMPEC), edição de 2004, realizado pelo Parlamento

Um estudo científico-espiritualista a favor da Vida

Dra. Marlene Nobre, Ginecologista, Presidente da Associação Médico-Espí-rita do Brasil (AME-Brasil) e Diretora do jornal Folha Espírita.

Mundial da Fraternidade Ecumêni-ca, o ParlaMundi da LBV.

É com imenso prazer que es-tou novamente em Brasília e pela primeira vez no Fórum Mundial Permanente Espírito e Ciência, da LBV, agradecendo o convite do pro-fessor Paiva Netto. Vamos analisar, à luz da Ciência e da Espiritualidade, a questão do aborto intencional, provocado.

Há, na prática médica, vários tipos de aborto, até mesmo espon-tâneo. Falaremos especificamente sobre a interrupção intencional da gravidez, que se refere à morte de um concepto inviável, ou seja, aque-

abortoAs graves conseqüências do

Espírito e CiênciaDa

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le que tem a altura máxima de 16 cm e pesa em torno de 500 gramas.

Nos Estados Unidos, calcula-se que são realizados 1,6 milhão de abortos anuais, isso porque a práti-ca é legalizada na maior parte dos Estados federativos daquele país. Segundo a estatística de Steve Jones (cientista britânico), são aproxima-damente 60 milhões de abortos con-tra 90 milhões de crianças nascidas anualmente em todo o mundo.

Destacaremos o princípio da vida para que nos posicionemos quanto à moralidade, às conseqüências espiri-tuais, psicológicas e físicas. O início

do desenvolvimento da existência humana é um processo contínuo, que começa quando um ovócito da mulher é fertilizado pelo esper-matozóide do homem. Esta é uma definição clássica de um Tratado de Moore e Persaud, dois dos maiores embriologistas atuais. Ambos falam sobre o continuum, que é uma noção bastante significativa. Ele iria do zi-goto, ovo fertilizado, passando pelo embrião, o feto, o bebê, a criança, o jovem, o adulto até atingir o velho. Este é o continuum do Ser Humano. Qualquer interrupção num desses estágios pode causar danos irrever-

síveis ao bem maior, que é a própria vida. Daí o motivo desta compreen-são ser extremamente importante em tudo quanto vamos apresentar.

Na oitava semana, o indivíduo, o feto que está se formando no ventre materno, tem características tipica-mente humanas. Há duas atitudes básicas que podemos tomar em relação a ele: a primeira delas é a reificação ou coisificação. O que se-ria isto? Seria transformar a criatura, chamando-a de zigoto ou embrião. Ele deixaria de ser sujeito para se tornar objeto. E a outra atitude é a da personificação, o conceito de pessoa é aplicado ao zigoto e ao embrião, é um símbolo de potencialidade, de um vir a ser.

No trato do embrião como uma coisa, quem toma esta atitude ou tem para com ele esta idéia, costuma, a exemplo de qualquer feminista que defenda o aborto, em geral, se referir “àquilo”, a um “amontoado de célu-las”, a um “coágulo de sangue”. Foi isso que aconteceu quando Molly Yard em entrevista à revista Istoé Senhor, em 1989, falou: “Aquilo? Aquilo não tem vida nenhuma. Até os três meses de formação ele depende exclusivamente da mãe. É um amontoado de células”. Esta é a atitude de quem quer coisificar o embrião. Torná-lo algo descar-tável, que não possui valor algum. Encontramos essa idéia nos países que são favoráveis à prática. Lá eles afirmam que a mãe é quem

“O Doutor Bernard Nathanson relata que, enquanto era diretor da clínica que realizava abortos em Nova York, nas festas que dava em sua casa, observava que os médicos que pertenciam à clínica tornavam-se toxicômanos ou drogaditos em geral. Eram dependentes químicos, pois passavam a utilizar droga, álcool ou as duas coisas juntas. Via também que o staff de enfermeiras apresentava o mesmo problema e muitas abandonavam o local chorando, completamente desesperadas, porque sonhavam com seres partidos ao meio, ensangüentados, que vinham poluir as suas mentes...”

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Espírito e Ciência

tem competência e autonomia para dizer se o feto vive ou morre. Não apenas ela, mas também o estado ou a equipe médica (...). Esta atitude é pena de morte para inocentes.

Onde nós encontramos a coi-sificação? (...). Na medicina fetal, quando existe problema de malfor-mação do feto, em geral, quase todos aconselham e realizam o aborto. É assim no aconselhamento genético e também no caso daqueles que receitam a pílula do dia seguinte, in-formando que elas são simplesmente para se evitar a reprodução, mas, na verdade, a pílula é abortiva. Quem adota esta atitude em relação ao embrião está tomando os caminhos da violência, sem dúvida nenhuma (...).

Fora do ventre materno: a dor pela morte da irmã gêmea

A Doutora Miriam Szejer, por exemplo, acompanhou um caso, em Paris, de duas meninas gêmeas, ainda em gestação. Uma delas era deficiente. Foi aconselhado aos pais, pela equipe médica, que houvesse a morte da criança com problemas. Os pais aceitaram, foi morta a menina no ventre materno e, depois, deixada ali até o nascimento da que estava perfeita. Após o parto, Leah, que é a irmãzinha sobrevivente, não se alimentou desde o instante em que nasceu e seguiu assim durante 15 dias. A Dra. Miriam, que é psicana-lista de bebês, precisou utilizar toda sua argumentação com a criança, a

fim de que ela começasse a tomar os primeiros goles de leite, vários dias depois, quando já ia a óbito. E como conseguiu fazer isso? Dizen-do: “Certamente estranhou que sua irmãzinha morreu, estava junto com você, fazia companhia, mas ela se foi e você tem de aceitar”.

Estes fatos trazidos da clínica e que vêm ao nosso conhecimento fazem-nos pensar: o que existe por trás do relacionamento humano? E o que há por trás daquilo que se con-sidera normal, mas que, na verdade, é assassinato?

Vale a pena pensarmos sobre o testemunho do Doutor Bernard Nathanson, porque ele foi diretor de uma das maiores clínicas de aborto em Nova York. Mais de 60.000 casos foram realizados sob sua tutela, sendo 5.000 feitos por ele mesmo. Nathanson declara, depois de ter participado de uma clínica de medicina fetal e ter estudado me-lhor o embrião, que compreendeu que a vida humana começa muito cedo e passou, então, a participar de movimentos de defesa dos seres em formação, contra o aborto.

Há felizmente os que conside-ram o embrião persona, sujeito, que realmente tem direitos desde a sua fase de zigoto. (...) Alguns fatos científicos explicam muito bem a personificação do feto. Por exemplo: O embrião é competente. Ele ad-quire muito cedo a capacidade para se autogerir mentalmente, adaptar e adequar-se a situações novas, ele

tem aprendizado e memória. Essa é a revolução que os estudos da Doutora Candice Bert, dos Estados Unidos, trouxeram, mostrando que os neu-ropeptídios são, logo nas primeiras fases, produzidos pelos neurônios e que, a partir daí, a memória pode generalizar-se, unindo cérebro e informação, corpo e comunicação. Portanto, há uma competência que nos leva a concluir que ele não pode ser catalogado como algo despre-zível, isto é uma incongruência, uma insensatez do ponto de vista científico (...).

Obsessão e remorso Há conseqüências orgânicas, psí-

quicas, espirituais na existência atual e naquela em que o aborto se deu. No caso da obsessão, espíritos que estão decepcionados, na verdade em desespero porque não reencarnaram, iniciam o processo obsessivo. O já citado Doutor Bernard Nathanson relata que, enquanto era diretor da clínica que realizava abortos em Nova York, nas festas que dava em sua casa, observava que os médicos que pertenciam à clínica tornavam-se toxicômanos ou drogaditos em geral. Eram dependentes químicos, pois passavam a utilizar droga, álcool ou as duas coisas juntas. Via também que o staff de enfermeiras apresentava o mesmo problema e muitas abandonavam o local cho-rando, completamente desesperadas, porque sonhavam com seres parti-dos ao meio, ensangüentados, que

“Visamos à Paz no mundo, e ela não é o clima daqueles que buscam a solução no aborto, que é pena de morte para os inocentes. A Paz nasce do dever cumprido, só a teremos se a nossa consciência estiver em Paz com a lei maior, que é o Amor.”

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vinham poluir as suas mentes. Per-cebemos no testemunho do médico que a equipe que participava desta prática tinha grandes sofrimentos, tanto de obsessão, que os levava muitas vezes à dependência quími-ca, quanto de outras conseqüências orgânicas e espirituais.

(...) Hanna Wolff, uma psicó-loga junguiana muito apreciada, afirma: “Os casos de depressão, principalmente em mulheres de mais idade, na menopausa, na terceira idade, são muito mais comuns do que nós podemos imaginar”. E ela tem uma estatística particular da sua clínica mostrando que essa depres-são, em alguns casos, está ligada ao aborto. No campo espiritual, existem ainda as conseqüências nas vidas posteriores a esse ato. Há uma desorganização do psicossoma, aqui entendido como perispírito ou corpo espiritual, e tanto se dá na equipe responsável, aquela que faz o aborto — médicos, enfermeiras, anestesis-tas etc. — quanto no homem que não apóia a mulher e que a leva, muitas vezes, a um estado crítico e à ação contra a criança. Observam-se dis-túrbios dos testículos, desequilíbrios endócrinos, perturbações mentais e processo obsessivo, muitas vezes em encarnações futuras ou na existência atual. Como vimos na descrição do Doutor Nathanson, a equipe e o pai ou responsável pela criança passam a sofrer também processos obsessi-vos. Há ainda, na mulher, choques traumáticos a cada aborto e o centro perispirítico lesado por esses distúr-bios é o básico ou o genésico (...).

Paz e a lei do AmorFinalmente, quero dizer que

visamos à Paz no mundo, e ela não é o clima daqueles que buscam a solução no aborto, que é pena de

morte para os inocentes. A Paz nasce do dever cumprido, só a teremos se a nossa consciência estiver em Paz com a lei maior, que é o Amor. Se-guramente, a Ciência confirmará, nos próximos decênios, que a vida é um bem outorgado por Deus, Planejador, que não se encontra na dimensão onde estamos. Cha-mem como quiserem, mas Ele nos concedeu a Vida. Portanto é um bem indisponível, seja o feto normal, deficiente, ou o que for, a existência não pertence ao homem, à mulher, ao Esta-

do, a ninguém. Não respeitá-la traz conseqüências graves. A pena de morte para inocentes é um problema gravíssimo para a consciência dos indivíduos. Que possamos — ao falar de Amor num ambiente como este, de união de todas as religiões e pensamentos, de forma ecumê-nica — lembrar todos aqueles que desconhecem os caminhos da Paz e orarmos por eles. Assim como nós precisamos de prece, a Humanidade também necessita. Deus nos abençoe!

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Samba e História

A coluna Samba e História presta homena-gem nesta edição a um dos grandes nomes da nossa cultura popular que, com a beleza de seus versos, eternizou as raízes da boa

música brasileira. Em uma das últimas entrevistas, o saudoso Guilherme de Brito, que faleceu aos 84 anos, em abril de 2006, na cidade do Rio, relata fatos pitorescos de sua vida, o início da carreira e o caminho que o levou ao sucesso. Afinal, nada melhor que lembrá-lo por seu repertório alegre.

Carioca do berço de Vila Isabel, um de seus pri-meiros presentes foi um cavaquinho, que ganhou no 8o aniversário. Não bastasse isso, tinha como vizinho Noel Rosa (1910-1937), com quem pegava caronas constantemente. É possível imaginar que o primeiro cachê do músico foi pago com cachos de bananas e algumas laranjas? “Meu pai morreu quando eu estava com 12 anos e a situação ficou apertada. Aí tive de co-meçar a trabalhar. Um português pedia que eu cantasse e me dava bananas e laranjas. Era o cachê que levava pra casa”, narrou.

Depois, surgiram outras oportunidades, trabalhan-do como office-boy e até como chefe da seção de máquinas de calcular, na antiga Casa Edison, no Rio de Janeiro/RJ. “Tinha de trabalhar de paletó e devia ficar muito esquisito em mim porque todo mundo gozava dizendo: ‘Ih, olha lá o calça balão!’ Eu me sentia humilhado. Mas foi desse apelido que surgiu o nome para o meu primeiro samba”, rememorou.

Da composição até a gravação dela em disco, o músico precisou suar a camisa. Como ocorre hoje

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em dia, na década de 1940 não era nada fácil entrar no mundo da música. Compositor desde os 14 anos, o poeta nem se lembrava de muitas das letras de sua autoria, como aconteceu com algumas composições que eram tocadas na antiga Rádio Roquette Pinto.

Colhendo os frutos do sucesso

Após tentar durante anos uma oportunidade de gravação, surgiu, da amizade com o cantor Augusto Calheiros (1891-1956), em 1955, a chance de sair do anonimato e ter uma composição em disco: “Esta-va aposentado e comecei a traba-lhar na oficina de um amigo. De repente, o telefone tocou e era o Calheiros, que disse: ‘Guilherme, vamos assinar o contrato. Eu não disse a você que ia gravar uma música sua? Então, eu vou!’”.

E o amigo cumpriu mesmo a palavra ao apresentar duas valsas de Guilherme de Brito ao diretor artístico Antônio Almeida. As músicas Meu dilema e Anjo bom surpreenderam o diretor pela qua-lidade. “Eu que havia demorado tanto tempo para conseguir uma oportunidade, fiquei todo bobo. Comprei uma caixa de discos e distribuía para todo mundo. Fi-quei muito feliz!”.

Depois desse trabalho, Gui-lherme começou a gravar profis-sionalmente. A partir daí novas amizades foram se firmando, como o encontro com Nelson Cavaquinho (1911-1986), com quem teve grande contato em sua vida profissional. “Ele sempre tocava em um bar da zona norte do Rio de Janeiro. Um dia eu

parei e disse: ‘Vou ver se esse cara me dá uma força’. Mostrei a música, ele gostou e fez a segunda parte para mim”. Desse primeiro contato, surgiu a grande amizade, inclusive um trato que foi cumpri-do fielmente até o desencarne de Nelson: nenhum dos dois poderia fazer parceria com outro músico.

Além do respeito, Guilherme afirma ter aprendido outros va-lores com o amigo Nelson: “Ele não passava na rua sem ajudar alguém que precisasse. Às vezes, estávamos juntos e se alguém estendia a mão ele prontamente

“De onde veio a inspiração para compor a música?”, per-gunto-lhe durante a entrevista. “Estava no ônibus pensando em nada e, de repente, veio a frase no meu pensamento: ‘Tire seu sorriso do caminho/ Que eu quero passar com a minha dor’. Na hora eu nem tinha papel”, re-corda Guilherme, que não perdeu sua inspiração e anotou a frase em um pedaço qualquer. Depois de compor a primeira parte da música, mostrou ao amigo Nel-son Cavaquinho, que finalizou a letra que, sem sombra de dúvida, podemos chamar de poema.

Ao Espírito eterno deste con-sagrado músico as mais sinceras vibrações de Paz da Legião da Boa Vontade, também extensivas aos familiares do querido Gui-lherme de Brito.

ajudava. Isso eu também aprendi e virou um hábito”.

Grandes composições e frases antológicas compõem o legado de cultura que este ícone da mú-sica deixou. Os versos de suas canções são bastante profundos. Realce para dois em especial, que projetaram o nome de Guilherme: “Tire o seu sorriso do caminho/ Que eu quero passar com a minha dor”, que integram as estrofes de A Flor e o Espinho.

Os versos de suas canções são bastante profundos. Realce para dois em especial, que projetaram o nome de Guilherme: “Tire o seu sorriso do caminho/ Que eu quero passar com a minha dor”.

O radialista e jornalista Hilton Abi-Rihan (E) entrevista Guilherme de Brito para o programa Samba e História. Na Super Rede Boa Vontade de Rádio (Super RBV) você pode acompanhar essas entrevistas com grandes nomes da cultura nacional aos domingos, às 5, 14 e 20 horas. Pela Boa Vontade TV, o telespectador pode assisti-las aos sábados, às 23 horas. Ou-tra opção para acompanhar o programa é aos domingos, às 15 ou 23 horas. Pela Rede Mundial de Televisão, confira o bate-papo aos domingos, às 12 horas.

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Melhor Idade

Afrase, acima, do jorna-lista e escritor Paiva Netto — muito oportu-na no momento em que

se comemora o Dia Nacional do Idoso (27 de setembro) — chama a atenção de todos: dos mais novos e de quem já chegou à Melhor Idade, mostrando que a jovialidade é um estado do Espírito e não uma con-dição física.

Os homens e as mulheres que receberam o beneplácito de uma existência longa e digna devem agradecê-la. Primeiro, seguiram os conselhos de seus pais e amigos mais próximos. Depois, construíram suas próprias vidas, estudando e se dedi-cando a uma atividade geralmente afeita à sua vocação. Constituíram família, foram crescendo, vieram os filhos e os netos.

Para alguns houve sérias mu-danças na vida, assumindo altas responsabilidades; muitos deixaram de viver em suas terras e foram co-nhecer o mundo.

O tempo foi passando, às vezes a família ficou pequena, pois cada um tomou a sua direção. E é assim mesmo que as coisas acontecem...

Dificilmente um lar fica com todos os seus familiares juntos para sem-pre. O crescimento de grandes países se deu dessa forma: a incomparável caravana para o Oeste, a chamada para uma grande cidade em desen-volvimento.

E a velhice, como fica?Paiva Netto, em Diretrizes

Espirituais da Religião de Deus, volume III, destaca que persona-lidades de vulto produziram obras importantes para a Humanidade, em idade avançada. Pessoas que não podem ser esquecidas, tal o grau de benefício que deram ao mundo:

“É indispensável ressaltar que o conceito que a LBV possui de Jovem não se prende à pouca idade física. Jovem é aquele que não perdeu o Ideal, repito sempre. E a prova de que tal afirmativa é rigorosamente correta está nos fa-tos seguintes, transcritos da revista BOA VONTADE:

“‘Quem, durante a existência, soube cultivar, lado a lado, Espí-rito e corpo não pode e nem deve aos 60 anos julgar-se velho. Con-sidere-se, por exemplo, que:

“‘Kant, o famoso filósofo, escre-veu aos 74 anos a sua Antropolo-gia, a sua Metafísica, a sua Ética; também aos 74, Tintoretto pintou uma tela de quase 20 metros por 10, o célebre Paraíso; ainda aos 74, escreveu Verdi a sua ópera Otelo, aos 80, a sua obra-prima Falstaff, e aos 84, três imorredouras pági-nas religiosas: Ave-Maria, Stabat Mater e Te Deum; Catão, aos 80, começou a estudar grego; Lamarck, aos 78, publicou a História Natural dos Invertebrados; Goethe, só aos 80, completou sua obra-prima, o Fausto; Tennyson, aos 83, escrevia a sua célebre obra Crossing the Bar; Fontenelle, um dos enciclopedistas, dizia, aos 90, que nunca sentira a menor falha em sua memória ou em seu raciocínio; e o quadro histórico Batalha de Lepanto foi pintado por Ticiano, aos 98 anos de idade!’”.

o Ideal”

“Jovem éaquele que

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Quem conhece o Lar para a Melhor Idade da LBV, na cidade de Volta Redonda/RJ, além de en-cantar-se com o espaço acolhedor, cercado de muito verde, emociona-se com a Paz que reina no ambiente. Os visitantes podem perceber o Amor, o respeito e a Espiritualidade Ecumênica vivenciados pelos vovôs e vovós atendidos, como também pelos funcionários e voluntários que ali atuam com tanto carinho.

O Bispo João Maria Messi, da Igreja Católica Apostólica Romana das cidades de Volta Redonda e Bar-ra do Piraí, pôde constatar este fato, em mais de uma oportunidade. Na visita anterior, Dom Messi viveu a emoção de encontrar novos amigos. “Foi um momento de muita felicida-de”, afirmou na época.

Nesta sua segunda passagem, em

agosto, desfrutando mais uma vez da companhia dos idosos do Lar, o Bispo ressaltou que a LBV é “uma Obra que merece todo louvor”. Para ele, a Instituição dá “uma for-mação espiritual, um atendimento ao coração, ao Espírito, à Alma”, e completou: “Assim, essas pessoas se sentem acolhidas, amparadas e também agraciadas pela presença de Deus, nas orações e com o cari-nho dos que lá trabalham”.

Telespectador assíduo do pro-grama Boa Vontade com Paiva Netto* e admirador das pregações do Apocalipse feitas pelo líder da LBV, o sacerdote falou do Jubileu de Ouro do dirigente da Instituição. “Paiva Netto, 50 anos de trabalho, de doação à obra da Legião da Boa Vontade. Quero parabenizá-lo pelos serviços desta Rede de Cari-

dade. Agradeço muito! E peço que o Senhor Deus olhe com infinito Amor para os pobres, os pequenos, os idosos, os mais necessitados e abençoe profundamente esta orga-nização e o senhor, que é a Alma dela”, finalizou.

O Lar de Vovôs e Vovós da LBV na cidade de Volta Redonda/RJ está localizado na Av. Nossa Senhora do Amparo, 5.079, Santa Rita do Zarur, tel.: (24) 3346-7150.

_______________________* Na TV Bandeirantes, assista ao programa Boa Vontade com Paiva Netto, no início da madrugada, de 2ª a 6ª feira.

Bispo Dom Messi faz nova visita ao Lar da LBV para idosos _____________

Simone Barreto

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Louvar os ideais para a construção de um amanhã melhor e, além disso, traba-lhar para que ele seja efeti-

vado foram os motivos que levaram milhares de pessoas a se reunir, em Florianópolis/SC, durante o Festival Mundial da Paz (1o a 6 de setembro), que ocorreu na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Sob a prerrogativa de que é necessário — e urgente — o entendimento entre os povos, as discussões fluíram acerca do tema A Paz como caminho. À frente do evento, a Dra. Dulce Ma-galhães, coordenadora do Festival, e Pierre Weil, reitor da Universidade Internacional da Paz (Unipaz).

Ao longo dos seis dias, o público ouviu a opinião de pesquisadores, pensadores, psicólogos, religiosos e educadores sobre quais alternativas podem ser tomadas para se estabele-cer o diálogo fraterno entre as áreas do conhecimento.

Paz para o MilênioA convite da Dra. Dulce Ma-

galhães, a Legião da Boa Vontade, representada pelos integrantes de sua militância juvenil, fez parte da programação oficial e contribuiu com a proposta ao apresentar as teses ecumênicas e pioneiras da Instituição.

Para enriquecer as discussões,

Festival reúne jovens do mundo inteiro em Florianópolis para dialogar sobre o respeito entre povos.

a Juventude Legionária teve a ini-ciativa de apresentar ao público a revista Paz para o Milênio, histó-rica publicação da LBV, elaborada especialmente para a Conferência de Cúpula da Paz Mundial para o Milênio, organizada pelas Nações Unidas que ocorreu em agosto de 2000, na sede da ONU em Nova York (EUA). Essa mensagem foi editada em quatro idiomas (Portu-guês, Inglês, Espanhol e Francês) e tem como destaque o artigo O Dina-mismo da Paz, de autoria de Paiva Netto, que repercutiu de forma tão enriquecedora entre os participantes que o texto foi selecionado para ser lido no encerramento da conferência. Além disso, o tempo de atividades da LBV na ONU (onde atua desde 1993), somado à tradição universa-lista de sua palavra e serviços em prol do entendimento humano, a credenciaram a ser a coordenadora da comitiva de religiosos brasileiros naquele encontro, em atendimento à carta endereçada pelo comitê organi-zador ao dirigente da LBV.

Nele, o jornalista e escritor dá sua contribuição ao trazer do abstrato para o cotidiano a responsabilidade coletiva e individual na promoção da cultura de Paz.

A religião e, especialmente, os religiosos estão ali colocados como articuladores centrais de qualquer

projeto de renovação das conven-ções e práticas sociais, tendo em vista seu envolvimento com as questões éticas e morais que estão — ou deveriam estar — presentes em todas as escolhas humanas em sociedade. Paiva Netto defende a educação pelo exemplo, por ser a nossa própria postura o argumento mais persuasivo que podemos utili-zar, ou o mais destrutivo, se nossas atitudes não acompanharem o dis-curso que sustentamos.

Dessa forma, o que se propõe em Paz para o Milênio é incluir a sabedoria espiritual que existe em toda e qualquer criatura na resolução dos problemas humanos e sociais que afetam o mundo. A religiosidade — prática e sentimento presentes em toda a trajetória humana — não pertence aos templos religiosos (mesmo sendo todos eles sagrados e muito importantes para a Huma-nidade), portanto deve ser posta em prática em todas as oportunidades de ação do indivíduo em sociedade, mas entendendo-a como o impulso

De mãos dadas

pela Paz“A Legião

da Boa Vontade já é o próprio

Festival Mundial da

Paz.” Dulce Magalhães, Ph.D. em Filosofia e organizadora do

evento.

Ação Jovem LBV

___________________________Paula Schnor e Rodrigo Oliveira

Fotos: Derli Francisco e Thiago Felipe Morello

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Divino em cada criatura, na busca pelo conhecimento e pela Verdade, pela vivência do Amor, da Justiça, da Paz e de todas as conquistas que aproximem o Ser Humano de uma convivência fraterna e livre de preconceitos e tabus. Isso para que não mais se admita tecnologia para a destruição da vida, vencendo as inseguranças, medos e outras ignorâncias que nos levam cons-tantemente a optar pelo ódio ou pela indiferença como tentativas de autopreservação.

O Ecumenismo das Almas, aquele que se comove com a dor, é a proposta desse documento valioso para os esforços de Paz no planeta, tendo em vista que aproxima o cien-

tista, o religioso, o filósofo, o artista, o educador, o homem, a mulher, o jovem, a criança, o espírito, da res-ponsabilidade de expressar em cada gesto seu compromisso de Amor e valorização do outro, iniciativa im-prescindível para a sustentabilidade das relações humanas na Terra.

A militância da Instituição tam-bém foi convidada pelos organiza-dores a integrar um grupo interna-cional de movimentos jovens que dará continuidade aos debates sobre o tema.

Novo paradigma: Jesus A Legião da Boa Vontade am-

pliou o foco dos debates ao reali-zar uma edição do Fórum Interna-

cional Permanente Jesus Scientia ad Deum (O conhecimento para Deus), idealizado por Paiva Netto. O encontro ocorreu no dia dois de setembro e teve como eixo central o tema Jesus, muito além das fronteiras científicas e religiosas, por uma Cultura de Paz.

No evento de Florianópolis, a mesa de debates, mediada pelo graduando em Física pela Uni-camp e militante do Movimento Jovem da LBV Juliano Bento, foi composta pelo Reverendo Elias de Andrade Pinto, Pastor da Igreja Presbiteriana Indepen-dente; Carlos Alberto Tinoco, mestre em Educação pela Uni-versidade Federal do Paraná;

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Na fachada da Universidade Federal de Santa Catarina, os jovens agitam o bandeirão da Paz, cena ilustrada na foto 1. Na segunda imagem, o movimento no estande da LBV, que expôs as publicações ecumênicas da Obra e de seu dirigente, José de Paiva Netto. A foto três dá uma dimensão do auditório completamente lotado durante a realização do Fórum Internacional Permanente Jesus. Na última foto, a mesa de deba-tes do Fórum; da esq. para a dir.: Suelí Periotto, Dr. Carlos Alberto Tinoco, Juliano Carvalho Bento, Reverendo Elias de Andrade Pinto e Daniel Guimarães, que direcionaram os debates acerca do tema Jesus, muito além das fronteiras científicas e religiosas, por uma Cultura de Paz.

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Ação Jovem LBV

Maria Suelí Periotto, pedagoga e educadora do Instituto de Educação José de Paiva Netto, em São Paulo/SP; e Daniel Guimarães, graduan-do em Ciências Sociais pela USP e integrante da Juventude Ecumênica da LBV, na capital paulista.

Uma das principais questões levantadas foi a pesquisa em torno da Mecânica Quântica que trouxe à Humanidade muitas inovações, a exemplo do celular e da informática — “uma ampla indústria que hoje corresponde a uma significativa parte do Produto Interno Bruto (PIB) dos países no mundo inteiro”, diz Bento. Contudo, continua ele, trouxe “também a bomba atômica, que é um estudo direto dos átomos, pesquisados pela Física. E nisso, onde encontra-se a ética, a moral e a Espiritualidade na Ciência de modo a não criar uma tecnologia capaz também de nos destruir? A Paz depende também desta união com a Espiritualidade Superior em prol da Humanidade, fundamentada na Lei Universal do Amor, que é Jesus”.

O primeiro palestrante, o en-genheiro, físico e professor Carlos Alberto Tinoco, dissertou sobre a aproximação entre a Ciência e a Religião para uma Cultura de Paz. Ele fez um apanhado histórico sobre

a Ciência e demonstrou que a Pa-rapsicologia é uma maneira de atin-girmos esta união por ser um ramo de estudo eficiente e que, dentro de pouco tempo, poderá culminar em muitas respostas, se as universidades abrirem as portas para pesquisas desta envergadura.

Pastor da Igreja Presbiteriana, o Reverendo Elias de Andrade Pinto sugeriu que da mesma forma que a Ciência criou uma bomba de destrui-ção, que nós criássemos, mediante a grande definição “Deus é Amor”, uma bomba de Amor, que se dis-seminasse, propagando a Paz entre todos os cidadãos, e deveríamos ser os agentes criadores desta arma.

Educação para a PazO público também

pôde assistir à pales-tra da pedagoga e edu-cadora do Instituto de Educação José de Paiva Netto, Suelí Periotto, que discursou acerca do trabalho realizado nas unidades educacionais da Legião da Boa Vontade, me-diante a implantação da Pedagogia do Cidadão Ecumênico (PCE), tese pioneira preconizada pelo líder da LBV e aplicada na rede de ensino da Instituição. Além disso, ela explicou

que “a Educação não é ministrada somente nas salas de aula, mas é também em casa, no trabalho e em outros lugares, desde que o Amor esteja presente e seja o alicerce para a formação de cada indivíduo na sociedade”.

Irani Maria dos Santos, da militância jovem da LBV, narra que “é impressionante a receptividade do público em geral, principalmente de professores, pedagogos e alunos de magisté-rio, com a Pedagogia do Cidadão Ecumênico”. Uma das que acom-panharam a exposição do tema foi Kelly Silva, do Serviço Social da Universidade Federal de Santa Ca-tarina e aluna do curso de magistério. Ao tomar conhecimento do alcance e da profundidade da Pedagogia de Deus — como também é conhecida a PCE — Kelly dirigiu-se à educa-dora Suelí e solicitou uma visita da equipe de educadores do Instituto de Educação José de Paiva Netto, para realizar um seminário a todos os professores no colégio onde traba-

lha, na capital catarinense, no qual estudam mais de 2.000 alunos.

O jovem Daniel Gui-marães representou a Ju-ventude Ecumênica da Boa Vontade de Deus nos debates. Durante sua exposição, Daniel enfati-zou os exemplos práticos

com que as políticas públicas podem contribuir para a aplicação de uma Cultura de Paz, na qual a sociedade buscará seu próprio desenvolvimen-to, ultrapassando barreiras antes impostas por paradigmas filosóficos

Alguns dos componentes da Juventude Ecumênica de LBV na fachada de UFSC com a revista Paz para o Milênio, após pintarem o bandeirão da Paz.

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Assim como no sul brasileiro, a idéia de discutir Jesus além das religiões também empolgou os que atuam no Movimento Jovem da LBV dos Estados Unidos. Por isso, no dia 10 de setembro, ocorreu no Central Park, um dos mais famosos cartões-postais de Nova York, mais uma edição do Fórum Internacio-nal Permanente Jesus. Divididos em quatro grupos, os participantes debateram de que forma o legado do Cristo Ecumênico pode ser vivenciado no dia-a-dia dos Seres Humanos.

ou até mesmo religiosos, unindo a Ciência a esse conhecimento.

No desfecho das discussões, Juliano Bento reafirmou a proposta prática do Fórum Interna-cional Permanente Jesus, frisando que “somente se promoverá a Paz no mundo se nós tomarmos uma atitude para instaurá-la. É necessário, an-tes, modificar o Espírito Humano sob a luz do Novo Mandamento de Jesus: Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei”.

Paula Schnor, militante da Juventude da LBV, relata que “o público do Festival Mundial da Paz aderiu à proposta e, ao nos procurar, as pessoas nos falavam dos folhetos que tinham recebido nos dias anteriores, tendo sido atraídas pela proposta de pensar Jesus, Ciência e Religião, para a conquista da Cultura de Paz”.

Dra. Dulce Magalhães durante visita à Legião da Boa Vontade: “Não consigo imaginar como seria a sociedade hoje se não tivesse esse tipo de ação promovida pela LBV, especialmente com crianças e jovens, para a construção de um futuro melhor. (...) Podemos enxergar a inspiração de Paiva Netto que se entregou a este serviço pela causa humanitária e fez toda essa diferença. Se cada um de nós se inspirar nesse exemplo teremos uma nova realidade”.

Edição do evento reúne jovens no Central Park para discutir os caminhos para a Paz no mundo

Entre os jovens presentes estava Hanna Willsey, graduanda pela Pace University, que integrou a quarta equipe de discussões, abor-dando o tema Jesus, o Ecumenismo Irrestrito e Educação. Residente em Oklahoma, participou pela primeira vez de uma atividade da Militância Jovem da LBV e gostou muito de fazer parte do movimento. Em carta encaminhada ao líder da LBV, Willsey avalia a experiência de estar presente neste encontro da LBV: “Foi maravilhoso, pois pude ver como outros jovens também estão

preocupados com o mundo. A missão da Legião da Boa Vontade é também uma mis-são pessoal minha”.

A jovem estudante também afirma: “Adorei a maneira como Paiva Netto desmistifica o nome de Jesus e O apresenta como um exemplo de vida. É verdade! Se a Humani-

Fórum nos Estados Unidos

dade tivesse vivido todos esses anos praticando o Novo Manda-mento de Jesus: ‘Amai-vos uns aos outros com Eu vos amei’, o mundo seria um lugar muito mais feliz”, acredita. E conclui: “Os integrantes da LBV foram amorosos e muito acolhedores. Eu espero conhecer cada vez mais a Legião da Boa Vontade e ajudar essa organização tão benéfica”.

Hanna Willsey, graduanda pela Pace University.

“Adorei a maneira como

Paiva Netto desmistifica o

nome de Jesus e O apresenta

como um exemplo de

vida.”

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O brasileiro é um povo trabalhador,Um povo inovador. A cada dia inventa uma coisa nova.

O povo brasileiro é um povo inteligente,Do mais rico ao mais pobre, é um povo diferente.

O povo brasileiro tem fé,Fé na mudança.

No fundo do túnel, no fundo do seu coração, O brasileiro vê a esperança.

O povo brasileiro ainda acredita na bondade,Em cada brasileiro tem uma gota de fraternidade.O povo brasileiro ainda acredita na caridade,Sabe a importância de ajudar uns aos outros.

O povo brasileiro sabe a majestade do perdãoE o dá do fundo do seu coração.

O povo brasileiro, um povo hospitaleiro,Um povo que sabe dar a mão.

O povo brasileiro ainda acredita na igualdade,Sabe que nunca vai estar sozinho.

Sabe que sempre vai poder contar com um amigo,Com um companheiro e com um vizinho.

O povo brasileiro, um povo que sabe respeitar,E cada brasileiro ainda sabe amar.

Esse é o grande povo brasileiro:Um povo guerreiro, festeiro,

Um povo brincalhão, um povo que tem coração!

Por que ficar reclamando da nossa gente,Que é um povo diferente?

Nada neste mundo é perfeito.

Então, cada brasileiro Que não se diz brasileiro só por obrigação

Mas diz com orgulho do Brasil, que é sua Nação,Deve erguer a mão para Deus e agradecer

Por fazer parte desse grande povoQue sempre tem um sorriso para dar,

Que sempre está pronto para ajudar.

Este é o meu, o seu, o nosso verdadeiroPovo brasileiro!

0 Povo Brasileiro(Autoria: Soldadinho de Deus da LBV, Vinícius Custódio

Pereira, 12 anos, Santo André/SP)

(1) Isadora de Paiva Nascimento, 3 meses, São Paulo/SP, (2) Jéferson Morais Gonçalves da Costa, 8 anos, Campinas/SP, (3) Marco Antônio Botelho Brum, 2 anos, Rio de Janeiro/RJ, (4) Paulo Estêvão Botelho Brum, 3 anos, Rio de Janeiro/RJ, (5) Enzo Thomás

Beck Barsante, 2 meses, São Paulo/SP, (6) Leonardo Francisco Bastos, 2 meses, Glorinha/RS, (7) Bárbara Ellen Bigas, 3 anos,

Curitiba/PR, (8) Jhuann Phaplo Moreira da Silva, 8 meses, Curitiba/PR, (9) Rebeca Monteiro Fraga, 12 anos, Cachoeira

de Macacu RJ, (10) Thays Karolyne Brugnolo, 11 anos, Curitiba/PR e (11) Eduarda

Luckmann, 4 meses, Gravataí/RS.

Soldadinhos de Deus

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Jesus estava sentado à beira do lago, quando uma grande multidão se reuniu próximo a Ele para ouvi-Lo. O Divino Amigo subiu em um barco, para

que todos pudessem entender melhor Seus ensinamentos, e logo lhes contou uma parábola: — Um Semeador saiu a semear. Enquanto plantava, parte de suas sementes caiu à beira do caminho; e vieram os pássaros e as comeram. Outra

parte caiu num local cheio de pedras, onde não havia muita terra; logo nasceram, porém, como não havia espaço para o crescimento de suas raízes, queimaram-se com a chegada do sol. Outra parte das sementes caiu entre os espinhos; e os espinhos cresceram, impedindo que elas se desenvolvessem, não dando fruto algum. Outra parte caiu em bom terreno e dava fruto, havendo algumas com cem, outras com sessenta, outras com trinta. Quem tem ouvidos de ouvir, ouça.

A parábola do semeador nos ensina que a semente é a palavra de Deus. O que foi plantado à beira do caminho é a pessoa que ouve a palavra de Deus e não procura entendê-la, deixando o mal tirar a semente boa do seu coração. O que foi semeado entre as pedras é quem ouve a palavra de Deus e a recebe com alegria; mas quando vem a responsabilidade logo se

desanima. O que foi semeado entre os espinhos é aquele que ouve a palavra de Deus, porém, ao longo de sua vida vai em busca somente das riquezas e por causa disso acaba deixando sua semente de lado, sufocando o bem dentro de si, não podendo dar mais frutos. E o que foi semeado em bom terreno é quem ouve a palavra de Deus e a entende verdadeiramente e dá fruto, produzindo em uma semente cem, sessenta e trinta, que representam as boas ações.

A PARÁBOLA DO SEMEADOR(Evangelho de Jesus, segundo Mateus, 13: 1 a 23)

Ajude a abelhinha a chegar à flor

Resp.: 3

Mande sua foto, recadinho ou um desenho para a página dos Soldadinhos de Deus. Não se esqueça de colocar nome, idade e cidade onde mora.

Rua Doraci, 90, Bom Retiro,São Paulo/SP – CEP 01134-050E-mail: [email protected]

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A Ronda da Caridade comple-tou, em 1o de setembro, 44 anos de existência. Quando lançado, no ano de 1962, esse programa ampliava o atendimento iniciado na década de 1940 pela popular “Sopa dos Pobres” ou “Sopa do

Acontece

Da Sopa dos Pobres aos cursos educacionaisZarur”. Ao oferecer, além dessa refeição, gêneros alimentícios, roupas, pequenos atendimentos de enfermaria, corte de cabelo e barba, sempre dedicou a indispensável pa-lavra de conforto espiritual, marca da LBV. Atualmente, sob a presi-

dência de Paiva Netto, abrange as principais cidades do Brasil, além de estar presente em vários países do Exterior, somando aos serviços já citados os cursos educacionais e profissionalizantes oferecidos às comunidades em risco social.

Wilson Sideral conhece a LBV em BHEmoção! Assim se resume

a visita do cantor e compositor Wilson Sideral ao Centro Edu-cacional e Comunitário da LBV em Belo Horizonte/MG (Av. Cristiano Machado, 10.727, Pla-nalto), em 4 de setembro. Com a prece do Pai-Nosso, de Jesus, em forma de música, a garotada atendida pelo programa LBV:

Criança — Futuro no Presente! o recebeu e presenteou com um book, confeccionado em sala de aula, com recados de amizade e boas-vindas. “Hoje à noite, na hora em que colocar a cabeça no travesseiro, lembrarei desse momento com muito carinho, guardarei comigo e, de alguma forma, tentarei retribuir com

minha música, minha postura, pregando coisas boas, do Bem. Acredito que este é o caminho para ajudarmos o nosso Povo”, afirmou Wilson. Além deste tra-balho, Sideral pôde conhecer ou-tras atividades, como cursos pro-fissionalizantes e o atendimento à Melhor Idade. “Quero participar cada vez mais”, destacou.

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Wilson Sideral com o Grupo de Convivência para a Terceira Idade e com as crianças da LBV

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