dislipidemia entre crianÇas e...
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FACULDADE SUDOESTE PAULISTA
INSTITUIÇÃO CHADDAD DE ENSINO
CURSO DE BIOMEDICINA
AMANDA APARECIDA SANTANA SALES
DISLIPIDEMIA ENTRE CRIANÇAS E ADOLESCENTES
ITAPETININGA-SP
2017
AMANDA APARECIDA SANTANA SALES
DISLIPIDEMIA ENTRE CRIANÇAS E ADOLESCENTES
ITAPETININGA-SP
2017
Trabalho de conclusão de curso apresentado à Faculdade Sudoeste Paulista de Itapetininga – FSP – ao curso de graduação em Biomedicina como requisito parcial para a obtenção do título de bacharel em Biomedicina. Orientador: Prof. Renato Paschoal Prado
SALES, Amanda Aparecida Santana Dislipidemia entre crianças e adolescentes/ Amanda Aparecida Santana Sales- Itapetininga, 2017, 39 Páginas. Trabalho de conclusão de curso – FSP – Faculdade Sudoeste Paulista – Curso de Biomedicina Orientadora: Prof.ª Dr. Renato Paschoal Prado 1. Dislipidemia 2.Triglicerides 3.Doenças Cardiovasculares
AMANDA APARECIDA SANTANA SALES
DISLIPIDEMIA ENTRE CRIANÇAS E ADOLESCENTES
Trabalho de conclusão de curso apresentado à Faculdade Sudoeste Paulista de
Itapetininga – FSP – ao curso de graduação em Biomedicina como requisito parcial
para a obtenção do título de bacharel em Biomedicina.
Orientador: Prof. Renato Paschoal Prado
BANCA EXAMINADORA
______________________________
Prof. Orientador Renato Pascoal Prado
______________________________
Prof. Ms. Lígia Maria Micai Gomide
______________________________
Prof. Ms. Heverson Felipe Pranches Carneiro
Itapetininga, 20 de novembro de 2017.
Dedico aos meus pais, familiares e
amigos.
AGRADECIMENTOS
Agradeço em primeiro lugar a DEUS por ser o alicerce das minhas
conquistas; por estender seu braço forte e poderoso sobre minha vida e me dar
forças para trilhar o caminho do saber.
Aos meus amigos que me incentivaram a se tornar uma profissional mais
comprometida com um fazer voltado para a diversidade.
Aos professores, pela dedicação em suas orientações prestadas na
elaboração deste trabalho, me incentivando e colaborando no desenvolvimento
de minhas ideias.
O excesso e a deficiência são uma marca do vício e a observância da mediania uma marca da virtude.
Aristóteles
SALES, Amanda Aparecida Santana. Dislipidemia entre crianças e adolescentes. 37
f. Monografia – Faculdade Sudoeste Paulista, Itapetininga, 2017.
RESUMO
A dislipidemia é distinguida por um conjunto clínico com agrupamentos anormais de lipídeos ou lipoproteínas no plasma, constituindo um dos fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Este estudo visa fazer uma revisão bibliográfica sobre as dislipidemias, destacando as propriedades mais importantes deste conflito no metabolismo dos lipídeos. Para a realização desta revisão utilizou-se referências do período de 2000 a 2017, selecionadas em fontes de pesquisa como, livros, revistas, artigos disponíveis em site como Scielo, entre outros sites de artigos científicos, através de pesquisa bibliográfica, constituindo um estudo descritivo através de uma abordagem qualitativa de natureza básica, com o intuito de exemplificar e instigar a importância de métodos preventivos. Nos laboratórios, as dislipidemias são nomeadas como, hipercolesterolemia isolada, hipertrigliceridemia isolada, hiperlipidemia mista e diminuição de lipoproteínas de alta densidade, isolada ou associada ao aumento da lipoproteína de baixa densidade ou tireoglobulina. As dislipidemias podem ser distribuídas quanto a sua etiologia em primária e secundária. Além disso, todo indivíduo com dislipidemia necessita ser informando quanto à seriedade na alteração do seu estilo de vida. Quando não se alcança as metas lipídicas com as medidas não farmacológicas, sugere o tratamento medicamentoso. Portanto, o controle da dislipidemia é a maior arma para a prevenção das doenças cardiovasculares entre crianças e adolescentes. Palavras chave: dislipidemias; triglicerídeos; doenças cardiovasculares. .
SALES, Amanda Aparecida Santana. Dyslipidemia among children and adolescents.
37 f. Monografia – Faculdade Sudoeste Paulista, Itapetininga, 2017.
ABSTRACT
Dyslipidemia is distinguished by a clinical set with abnormal clusters of lipids or lipoproteins in plasma, constituting one of the fundamental risk factors for developing cardiovascular diseases. This study aims to make a bibliographical review about the dyslipidemias, highlighting the most important properties of this conflict in the metabolism of lipids. For the completion of this review we used references of 2000 period to 2017, selected as research sources, books, magazines, articles available on site as Scielo, among others. In the labs, the dyslipidemias are named as isolated, isolated hypertriglyceridemia, hypercholesterolemia, mixed hyperlipidaemia and decrease high-density lipoproteins, isolated or associated to increased low density lipoprotein or tireoglobulina. The dyslipidemias may be distributed to your etiology in primary and secondary. In addition, every individual with dyslipidemia needs to be guided as to the seriousness of the change of lifestyle. When you reach the lipid goals with no pharmacological measures, suggests the drug treatment. Therefore, the control of dyslipidemia is the greatest weapon for the prevention of cardiovascular diseases among children and adolescents. . Key words: dyslipidemias; triglycerides; cardiovascular diseases.
LISTA DE QUADROS
Quadro 1- Dislipidemias secundárias a doenças.....................................................20
Quadro 2- Dislipidemias secundárias a medicamentos............................................21
Quadro 3- Dislipidemias secundárias a hábitos de vida inadequados......................21
Quadro 4 – Valores referenciais do perfil lipídico para a faixa etária entre 2 e 19
anos.................................................................................................................... ........25
LISTA DE SIGLAS
APO- Apolipoproteínas
CT- Colesterol total
DM- Diabetes melito
HDLC- Colesterol Total + Colesterol HDL
HDL- Lipoproteína de alta densidade (colesterol ou “colesterol bom”) (High-density
lipoprotein)
IDL- Lipoproteínas de densidade intermediária (intermediary density lipoprotein).
IRC- Insuficiência renal crônica
LDB- Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
LDL- Lipoproteína de baixa densidade (colesterol ou “colesterol ruim”) (Low-density
lipoprotein)
LPL- Lipoproteína
MTP- microsomal triglyceride transfer protein
SBC- Sociedade brasileira de cardiologia
TG- Triglicérides
VLDL - Lipoproteína de densidade muito baixa. (Very low-density lipoprotein)
NPC1L- Proteína do Esterol
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................12
1.1 JUSTIFICATIVA...................................................................................................12
1.1 OBJETIVOS........................................................................................................12
2 METODOLOGIA.....................................................................................................13
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA..............................................................................14
3.1 LIPIDIOS .............................................................................................................14
3.2 DISLIPIDEMIA .....................................................................................................16
3.3 DISLIPIDEMIA E TRATAMENTO.........................................................................23
3.4 PREVENÇÃO E FATORES DE RISCO ENTRE CRIANÇAS E
ADOLESCENTES......................................................................................................25
4 EPIDEMIOLOGIA...................................................................................................32
5 CONCLUSÃO ........................................................................................................33
REFERÊNCIAS ........................................................................................................35
12
1 INTRODUÇÃO
A dislipidemia é deliberada como a presença de níveis elevados de lipídios
(popularmente conhecidos como gorduras) no sangue. Colesterol e triglicérides (TG)
estão incluídos entre esses lipídios, e, dentro dos valores considerados normais, são
importantes para que o corpo funcione. Segundo Santos (2001), quando em
excesso, tais lipídios aumentam o risco de infarto e derrame. Fatores ambientais e
genéticos podem influenciar o aparecimento dessa desordem, e normalmente, ela
inicia de maneira silenciosa na infância, aumentando na vida adulta, porém isso
depende do ritmo e do modo de vida adotado pelo indivíduo (FARIA; DALPINO e
TAKATA, 2008).
Atualmente, as doenças cardiovasculares e a aterosclerose são avaliadas
como um dos principais problemas da saúde pública no Brasil e no mundo, podendo
induzir a pessoa a óbito em idades cada vez mais precoces. As doenças
ateroscleróticas vêm aumentando a mortalidade no Brasil, tendo a dislipidemia como
um dos fundamentais fatores de riscos (WHO, 2011). O diagnóstico da dislipidemia é
feito, laboratorialmente, medindo-se os níveis plasmáticos de colesterol total e suas
frações (LDL-colesterol ou “colesterol ruim” e o HDL-colesterol ou “colesterol bom”) e
triglicérides (SPOSITO et al., 2007).
Com o aumento principalmente de adolescentes com obesidade e
dislipidemia, viu-se a obrigação de realizar o estudo sobre este assunto. O principal
objetivo deste trabalho é identificar o atual cenário da dislipidemia na população
brasileira, seu tratamento, prevenção e fatores de risco, principalmente entre
crianças e adolescentes.
13
2 MÉTODOS
O presente trabalho, foi realizado através de uma revisão bibliográfica
científica, disponível em livros, artigos nacionais e internacionais, em revistas
cientificas, e em sites de confiança, como Scielo e Oxford Academic.
14
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
3.1 LIPIDIOS
Atualmente, o estilo de vida pode fazer a diferença, pois uma alimentação
desregrada e a falta de atividade física vem influenciando a vida de muitas pessoas,
acarretando males como a dislipidemia (RODRIGUES et al., 2009).
Lipídios são, em geral, fragmentos apolares que não se diluem bem na água.
No sangue, diretamente, essa dissolução bloquearia a eficácia da condução. Já os
lipídios anfipáticos, que têm partes hidrofílica e hidrofóbica, têm adequada diluição
na água quando formam micelas, em que as partes hidrofóbicas se situam na região
interior dessas “cápsulas”. Deste modo, os lipídios e ácidos graxos que necessitam
transitar pelo corpo se agregam à lipídios anfipáticos e/ou proteínas. De tal modo,
podem se diluir com certa eficácia no plasma sanguíneo e serem movidas para seus
destinos finais. A maioria dos ácidos graxos se integram a proteínas chamadas
albuminas séricas, mas uma pequena parte se agrega as lipoproteínas para seu
transporte (MARZZOCO e TORRES, 2007).
As lipoproteínas admitem a solubilização e a condução dos lipídios, que são
substâncias comumente hidrofóbicas, no meio aquoso plasmático. São constituídas
por lípides e proteínas designadas apolipoproteínas (apo). As apo têm distintos
empregos no metabolismo das lipoproteínas, como a concepção intracelular das
partículas lipoproteicas, e a performance como ligantes a receptores de membrana,
como a apo B100 e E, ou cofatores enzimáticos, como as apo CII, CIII e AI.
(XAVIER et al., 2013).
As lipoproteínas (LPL) podem apresentar quatro amplas classes, as quais
estão distribuídas em duas categorias: (1) as ricas em triglicerídeos (TG), maiores e
menos densas, representadas pelos quilomícrons, de origem intestinal, e pelas
lipoproteínas de densidade muito baixa ou very low density lipoprotein (VLDL), de
origem hepática; e (2) as ricas em colesterol, abrangendo as de densidade baixa ou
low density lipoprotein (LDL) e as de densidade alta ou high density lipoprotein
(HDL). Há também uma classe de lipoproteínas de densidade mediana ou
intermediary density lipoprotein (IDL) e a lipoproteína (a) [Lp(a)], que deriva da
ligação covalente de uma partícula de LDL à apo (a). A função fisiológica da Lp (a) é
desconhecida, mas, em análises específicos e observacionais, ela tem sido
15
agregada a constituição e progressão da placa aterosclerótica. (XAVIER et al.,
2013).
O metabolismo da LPL pode ser via intestinal ou via hepática, em que os TGs
concebem a maioria das gorduras deglutidas. Depois da deglutição, as lipases
pancreáticas hidrolisam os TGs em ácidos graxos (AGs) livres, monoglicerídeos e
diglicerídeos. Sais biliares desprendidos na luz intestinal emulsificam esses e outros
lípides provenientes da dieta e circulação entero-hepática, com desenvolvimento de
micelas. A solubilização dos lípides sob a forma de micelas promove sua circulação
pela borda em escova das células intestinais. A proteína Niemann-Pick C1-like 1
(NPC1-L1), parte de um condutor de colesterol intestinal, está localizado na
membrana apical do enterócito e requer a passagem do colesterol pela borda em
escova dessa célula, promovendo a absorção intestinal do CT. A inibição da
proteína NPC1-L1, com consequente inibição seletiva da absorção do CT, vem
sendo distinguida como admirável desígnio terapêutico no tratamento da
hipercolesterolemia (ALTMANN et al., 2004).
Posteriormente são submergidas pelas células intestinais, as distintas
partículas lipídicas, particularmente os ácidos graxos, são empregadas na fabricação
de quilomícrons, que também contêm apo B48, um elemento amino terminal da apo
B100. Os quilomícrons são em seguida eliminados pelas células intestinais para o
interior do sistema linfático, de onde impetram a circulação pelo ducto torácico.
Enquanto circundam, os quilomícrons sofrem hidrólise pela lipase lipoproteica,
enzima situada na superfície endotelial de capilares do tecido adiposo e músculos,
com a liberação de AG e glicerol do core, e de colesterol não esterificado da
superfície dessas partículas. Depois deste processo de lipólise, AGs são apanhados
por células musculares e também adipócitos, esses últimos importantes
reservatórios de TG ordenados a partir de AG. O restante dos quilomícrons e AG
também são capturados pelo fígado, onde são empregados na concepção de VLDL.
(ALTMANN et al., 2004).
Na via hepática, o trânsito de lípides sucede através das VLDL, IDL e LDL. As
VLDL são lipoproteínas ricas em TG e contêm a apo B100 como sua apolipoproteína
fundamental. As VLDLs são preparadas e eliminadas pelo fígado e libertadas na
circulação periférica. A montagem das partículas de VLDL no fígado solicita a
atuação de uma proteína intracelular, a proteína de passagem de triglicérides
microssomal ou microsomal triglyceride transfer protein (MTP), responsável pela
16
passagem dos TGs para a apo B, consentindo a concepção da VLDL. A montagem
hepática da VLDL também vem sendo distinguida como alvo terapêutico no
tratamento da hipercolesterolemia, seja através da inibição da produção de apo B2,
seja pela inibição da MTP. Na circulação, os TGs das VLDL, assim como no
acontecimento dos quilomícrons, são então hidrolisados pela lipase lipoproteica,
enzima excitada pela apo CII e impedida pela apo CIII. Os AGs assim liberados são
remanejados para os tecidos, onde podem ser guardados, como no tecido adiposo,
ou imediatamente empregados, como nos músculos esqueléticos. Por atuação da
lipase lipoproteica, as VLDLs, progressivamente depletadas de TG, modificam-se
em remanescentes, também extraídos pelo fígado por receptores exclusivos. Uma
parte das VLDLs dá procedência às IDLs, que são extraídas ligeiramente do plasma.
O procedimento de catabolismo permanece, abrangendo a atuação da lipase
hepática e derivando na concepção das LDLs (CUCHEL, 2007).
3.2 DISLIPIDEMIA
A dislipidemia é a elevação da taxa de lipídios no sangue e representa um
dos principais fatores de risco para o surgimento de doenças cardiovasculares. Ela
pode ocorrer pelo aumento severo dos triglicérides, ou pelo aumento do nível de
colesterol, ou ainda pelas duas situações, sendo denominado de dislipidemia mista
(SANTOS, 2001). Ainda segundo Santos (2001), a dislipidemia pode ser classificada
quanto a sua etiologia em primária e secundária. Algumas doenças ocorrem devido
ao aumento dos níveis sanguíneos do colesterol e dos triglicérides, como a Diabetes
mellitus, obesidade e a síndrome nefrótica que é uma doença renal caracterizada
pela perda de proteínas na urina. Além disso, algumas drogas também podem
causar dislipidemias, como por exemplo, os diuréticos, os beta-bloqueadores, os
contraceptivos orais, os corticoides e os antirretrovirais, que são as drogas usadas
no tratamento da AIDS. O consumo excessivo de álcool ou o uso de anabolizantes
também estão relacionados com as dislipidemias. Estas são consideradas causas
secundárias. Por exclusão das causas secundárias, todas as outras formas de
dislipidemias são consideradas primárias, que são as doenças determinadas
geneticamente.
De acordo com Sposito e colaboradores (2007), as dislipidemias primárias,
ou sem motivo visível, podem ser distribuídas genotipicamente ou fenotipicamente
17
através de análises bioquímicas. Na classificação genotípica, as dislipidemias se
decompõem em monogênicas, determinadas por alterações em um só gene, e
poligênicas, determinadas por agregações de múltiplas mutações que solitariamente
não constituiriam grande repercussão. A classificação fenotípica ou bioquímica
pondera os valores de colesterol total (CT), lipoproteína de baixa densidade,
triglicérides e HDL-C (Colesterol Total somado ao Colesterol HDL) e abrange quatro
tipos principais bem definidos: hipercolesterolemia isolada, hipertrigliceridemia
isolada, hiperlipidemia mista e o HDL-C baixo.
A hipercolesterolemia isolada é caracterizada pela elevação isolada da
lipoproteina de baixa densidade (maior que 160 mg/dl). Já a hipertrigliceridemia
isolada é a elevação isolada dos triglicérides (maior que 150 mg/dl), que cogita o
acréscimo do número e/ou do volume de partículas ricas em triglicérides, como
lipoproteínas de densidade muito baixa (very low density lipoprotein), IDL e
quilomícrons. Como analisado, a estimativa do volume das LPL aterogênicas pela
quantidade de colesterol presente como lipoproteína de baixa densidade torna-se
menos precisa à medida que elevam os níveis plasmáticos de LPL ricas em
triglicérides. Assim sendo, nestas condições, o valor do colesterol não- LPL de alta
densidade pode ser empregado como indicador de diagnóstico e meta terapêutica. A
hiperlipidemia mista ocorre em decorrência de valores aumentados de LPL de baixa
densidade (maior que 160 mg/dl) e triglicérides (maior que 150 mg/dl). Nesta
situação, o colesterol não-lipoproteína de alta densidade também poderá ser
empregado como indicador e meta terapêutica. Nas situações onde os triglicérides
estiverem maior que 400 mg/dl, o cálculo do LPL de baixa densidade pela fórmula
de Friedewald é impróprio, devendo-se, então, ponderar a hiperlipidemia mista
quando CT for maior que 200 mg/dl. E por fim o último tipo é o HDL-C baixo, o qual
é definido pela redução do HDL-C (homens menor que 40 mg/dl e mulheres menor
que 50 mg/dl) isolada ou em agregação a elevação de LPL a de baixa densidade ou
de triglicérides (SPOSITO et al., 2007).
Com relação as dislipidemias secundárias, dados da Sociedade Brasileira de
Cardiologia (SBC) de 1996 tem demonstrado avanço na identificação de uma
provável causa secundária da dislipidemia, através do conhecimento acumulado na
investigação etiológica das alterações lipídicas. Igualmente o aumento da população
idosa vem se agregando à maior frequência de dislipidemias secundárias, devido à
elevada incidência de co-morbidades presentes nas faixas etárias mais avançadas.
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Fundamentalmente deparamos com três grupos de etiologias secundárias:
dislipidemias secundárias a doenças, dislipidemias secundárias a medicamentos e
dislipidemias secundárias a hábitos de vida inadequados (dieta, tabagismo e
etilismo).
De acordo com a SBC (1996) existem várias doenças associadas as
dislipidemias secundárias, tais como Diabetes melito tipo II, hipotireoidismo,
síndrome nefrótica, hepatopatias colestáticas crônicas, obesidade, anorexia nervosa
e bulimia nervosa.
Na Diabetes melito (DM) tipo II, as alterações lipídicas estão relacionadas à
resistência à insulina e são distinguidas por hipertrigliceridemia moderada e baixos
níveis de HDL-C. O aumento dos níveis de TG neste episódio deriva tanto do
acréscimo da disponibilidade de substrato (glicose e ácidos graxos livres), como do
decréscimo da lipólise dos triglicérides presentes nas partículas de VLDL. A
presença de diabete miellitus é particularmente maléfica nas mulheres,
principalmente na presença de baixos níveis de HDL-C, que estabelecem um risco
desproporcionalmente maior de doença arterial coronariana em comparação à
mesma condição no sexo masculino. O controle da dislipidemia do diabetes passa
pela manutenção da glicemia (SBC,1996).
No hipotireoidismo, o mecanismo primário da hipercolesterolemia ocorre pelo
acúmulo de LDL-C, devido o decréscimo do número correspondente de receptores
hepáticos para a LDL. A reposição hormonal com tiroxina tem respostas
modificáveis sobre a hipercolesterolemia secundária, devido os distintos
polimorfismos do gene do receptor de LDL-C, podendo ser até 4 vezes maior de um
caso para outro. As alterações nos lipídios séricos podem incidir tanto no
hipotireoidismo, manifesto clinicamente, como na forma subclínica. Em um estudo de
1.210 pacientes com CT maior que 200 mg/dL, a prevalência de hipotireoidismo
manifesto clinicamente foi de 1,3% e a do hipotireoidismo subclínico de 11,2%
(BRUCKERT et al., 1993).
A síndrome nefrótica pode estar relacionada tanto a hipercolesterolemia como
a hipertrigliceridemia. Em um estudo de 100 pacientes com síndrome nefrótica e
hipercolesterolemia, encontrou-se CT maior que 200 mg/dL em 87%; CT maior que
300 mg/dL em 53% e CT maior que 400 mg/dL em 25%. O mecanismo é
desencadeado, ao menos em parte, pela redução da pressão oncótica do plasma.
Estudos in vitro revelaram que a pressão oncótica baixa incita diretamente a
19
transcrição do gene da apolipoproteínas (apo) B hepático. A causa pela qual a baixa
pressão oncótica instiga a síntese de lipoproteínas pelo hepatócito é desconhecida.
Todavia, novas técnicas disponíveis indicam fortemente que a diminuição do
catabolismo, mais do que o aumento da produção proteica hepática, é
primariamente responsável pela hipercolesterolemia em pacientes com síndrome
nefrótica. A resolução espontânea, ou por meio de tratamento medicamentoso da
síndrome nefrótica, reverte a hiperlipidemia (WARWICK et al., 1991).
Na insuficiência renal crônica (IRC), a dislipidemia é menos proeminente,
embora a hipertrigliceridemia isolada ocorra em 30%-50% dos casos. As
anormalidades no metabolismo lipídico incidem também nos portadores de IRC em
diálise e após transplante renal. Não está claro o quanto a diálise peritoneal e a
hemodiálise diferem nos seus efeitos sobre os lipídios séricos. O achado primário na
IRC e diálise é a hipertrigliceridemia. O colesterol total é habitualmente normal,
talvez pelo estado de má-nutrição em alguns pacientes. A elevação dos níveis de
TG é devido ao clearance (depuração plasmática) diminuído e também pela redução
na atividade da LPL e da lipase hepática, que podem colaborar para o decréscimo
na remoção dos TG (ATTMAN, 1993).
As hepatopatias colestáticas crônicas, tais como a cirrose biliar, a colangite
esclerosante e outras hepatopatias que andam com colestase podem ser seguidas
de hipercolesterolemia significativa. Contudo, em um relato de 284 pacientes, a faixa
de valores da colesterolemia encontrada foi bastante ampla, de 120 mg/dL a 1.775
mg/dL. Não houve correlação entre o colesterol total e os níveis de bilirrubina. O
perfil lipídico revelou elevação dos níveis de LDL-C, mas também elevação
significativa de HDL-C nos estágios iniciais da doença. Os triglicérides mantêm-se
normais ou levemente elevados. Parte do excesso de LDL-C na cirrose biliar
primária é composto por uma partícula de lipoproteína anormal encontrada nas
hepatopatias colestáticas, denominada lipoproteína X, a qual é rica em colesterol
livre e fosfolípides. As implicações clínicas dessas expressivas anormalidades
lipídicas compreendem xantomas e xantelasmas em situações menos comuns de
hipercolesterolemia acima de 600 mg/dl. Contudo, não têm evidências conclusivas
sobre o desenvolvimento de doença cardíaca aterosclerótica nesses casos.
(ROSENSON, 1990).
A obesidade é uma doença crônica que vem exibindo significativo aumento de
incidência mundial. A obesidade é agregada com um número de alterações
20
deletérias no metabolismo lipídico, abrangendo níveis elevados de colesterol total,
LDL-C, triglicérides e redução do HDL-C em torno de 5% (HUBERT, 1983).
Síndrome de Cushing (SC) - O hipercortisolismo está associado a níveis elevados
de LDL-C e triglicérides (HIGUCHI, 2000). Essa síndrome muitas vezes é
confundida com o hipercortisolismo onde o excesso de tecido adiposo,
particularmente visceral, está associado à resistência insulínica, hiperglicemia,
dislipidemia, hipertensão e estados pró-trombóticos e pró-inflamatórios, ou seja, à
síndrome metabólica, que se assemelha em muito às manifestações da síndrome de
Cushing (SC). A síndrome de Cushing, por sua vez, é pouco comum na população
geral, mas apresenta maior prevalência em indivíduos portadores de doenças
crônicas como diabetes, hipertensão arterial e obesidade, todas elas pandemias da
modernidade. (KERSHAW e FLIER, 2004).
A anorexia nervosa tem sido integrada com significativa hipercolesterolemia
conquanto reversível (STANKUSHEVA, 1998). Isto ocorre devido a elevação isolada
do colesterol total (CT), em geral representada por aumento do LDL-colesterol (LDL-
C) (BETTERIDGE, 2000). A bulimia nervosa também pode ser seguida de
hipercolesterolemia e hipertrigliceridemia (STANKUSHEVA, 1998). Isto acontece
devido a elevação do colesterol total (CT), em geral representada por aumento do
LDL-colesterol (LDL-C) e a elevação dos triglicérides (TG), em geral representada
por aumento das VLDL, ou dos quilomícrons, ou de ambos (BETTERIDGE, 2000).
Segundo Higuchi (2000), as dislipidemias secundárias a medicamentos
comumente incidem em agregação com outros fatores de risco que solicitam
tratamento, como a hipertensão. Alguns agentes anti-hipertensivos comuns podem
ocasionar implicações adversas nos níveis de lipídios séricos. Outras drogas como
os corticosteróides, podem elevar tanto o colesterol como os triglicérides.
21
Quadro 1- Dislipidemias secundárias a doenças.
Fonte: Arq. Bras. Cardiol. vol.77 suppl.3 São Paulo Nov. 2001
A isotretinoína 55, empregada para a acne grave, com frequência causa
dislipidemia mista, comumente agregada à redução do HDL-C. Os medicamentos
que comprometem desfavoravelmente os lipídios séricos têm seu resultado mais
proeminente naqueles pacientes com distúrbios lipídicos de base e outras causas
secundárias como a obesidade, ingestão alcoólica excessiva e diabetes. A dose de
isotretinoína deve ser diminuída se a dislipidemia falhar em responder a medidas
dietéticas. Os inibidores de protease também se integram a dislipidemias, levando
ao aumento dos triglicérides e diminuição do HDL-C (KNOPP, 2003). O quadro 2
ilustra os principais grupos de medicamentos que podem desencadear dislipidemias
secundárias e o tipo de alteração lipídica encontrada.
22
Quadro 2- Dislipidemias secundárias a medicamentos
Fonte: Arq. Bras. Cardiol. vol.77 suppl.3 São Paulo Nov. 2001
As dislipidemias secundárias a hábitos de vida inadequados podem estar
associadas ou ao tabagismo, onde o uso do cigarro reduz o HDL- C do organismo
causando sérios problemas de saúde como a resistência à insulina, ou ao etilismo,
onde o excesso de álcool no organismo altera os TG e modifica os níveis de LDL-C,
aumentando o HDL-C (Quadro 3).
Quadro 3- Dislipidemias secundárias ao estilo de vida inadequados
Fonte: Arq. Bras. Cardiol. vol.77 suppl.3 São Paulo Nov. 2001
23
3.3 DISLIPIDEMIA E TRATAMENTOS
A dislipidemia vem de maneira silenciosa no início da vida e só se aumenta
na velhice, mas isso depende do ritmo e do modo de vida que a pessoa leva. As
doenças ateroscleróticas vêm aumentando a mortalidade no Brasil, tendo a
dislipidemia como um dos principais fatores de riscos (FARIA; DALPINO e TAKATA,
2008).
As dislipidemias estão ligadas ao risco do desenvolvimento das doenças do
coração. Os níveis aumentados de colesterol e triglicerídeos estão implicados no
desenvolvimento de uma placa gordurosa na camada mais interna das artérias, o
que pode desencadear um processo inflamatório e a formação de coágulos, levando
a obstrução completa da luz do vaso, causando o infarto do miocárdio ou infarto
cerebral. Esse processo pode ser acelerado pela presença de outros fatores de
risco, como a diabetes, tabagismo e a hipertensão (FARIA; DALPINO e TAKATA,
2008).
A principal tática terapêutica para o tratamento das dislipidemias após a
exclusão de fatores secundários fundamenta-se em alterações do hábito de vida, a
ampliação do exercício físico regular, a otimização do padrão nutricional e a
conservação do peso ideal (FARIA; DALPINO e TAKATA, 2008)
Muitos dos melhoramentos subjacentes à terapêutica não farmacológica
ocorrem pela regularização do padrão de ingestão alimentar ao longo do dia, em que
o National Cholesterol Education Programme (NCEP) recomenda, a redução do
consumo de gorduras, de álcool e de açucares, o acréscimo do consumo de fibras,
de agentes antioxidantes e de hidratos de carbono de absorção lenta (MAGALHÃES
et al., 2005).
O desígnio da terapêutica das dislipidemias é diminuir as concentrações
plasmáticas de lipoproteínas termogénicas, reduzindo o acúmulo de lipídios na
parede das artérias, precavendo a formação de aterosclerose e, posteriormente, das
doenças cardiovasculares (DELUCIA et al., 2002).
Contudo, a dieta e o exercício físico nem sempre são eficazes para a
diminuição das dislipidemias, sendo a terapêutica não farmacológica insuficiente,
uma vez que quase dois terços do colesterol (dependendo de pessoa para pessoa)
presente no organismo humano são produzidos pelo fígado, fazendo indispensável
em certas ocasiões a utilização do tratamento farmacológico (DELUCIA et al., 2002).
24
Os tratamentos farmacológicos das dislipidemias mais comuns são:
estatinas, resinas, ezetimiba, niacina, fibratos e ácidos graxos ômega 3, sendo os
mais utilizados a estatinas e a ezetimiba, os quais serão abordados abaixo.
As estatinas são as mais eficazes em diminuir o LDL-C plasmático em 20 a
45% dos casos. Contudo, deve-se determinar a dose ideal de cada paciente.
Portanto, a preferência da estatina deve fundamentar-se na percentagem de
diminuição do LDL que se almeja abranger. Como as estatinas são extintas
preponderantemente pela via biliar, podem ser empregadas em doses normais para
o tratamento das dislipidemias em pacientes com insuficiência renal ou síndrome
nefrótica. Entretanto, são contraindicadas nas hepatopatias crônicas, colestase,
aumento das transaminases, entre outras alterações hepáticas (DELUCIA et al.,
2002). Além disso, deve-se salientar que a maior percentagem de diminuição do
LDL-C acontece com as doses iniciais de estatinas, e cada vez que se duplica a sua
dose, apenas um aumento adicional de 6% na redução do LDL-C é observado. Os
acontecimentos adversos com as estatinas, embora pouco frequente, estão
pautados na dose. Portanto, para se ajustar o perfil de risco/beneficio com as
estatinas, é sempre recomendado começar a terapia com doses mais baixas, as
quais muitas vezes já são eficazes e seguras. Caso seja necessário, deve-se
aumentar progressivamente a dosagem até obtenção do controle dos níveis normais
para cada paciente, tornando mínimo o potencial de riscos e eventos adversos
(FALUDI et al., 2005).
A ezitimiba é de um grupo de drogas que inibem seletivamente a absorção
de colesterol (tanto de origem dietética como a de origem biliar). Age na borda dos
enterócitos, do jejuno e no duodeno, bloqueando a ação da proteína do esterol
(NPC1L), deste modo menos colesterol é produzido para a constituição de
quilomicras. Entretanto, este medicamento não intervém com a absorção de
triglicérides, ou de outras vitaminas lipossolúveis, nem hormônios. Quando usado
em monotropia, causa um decréscimo moderado (20%) dos valores do CT e nos
valores de LDL-C. Verifica-se também uma ligeira redução de TG e uma ligeira
ampliação dos valores de HDL-C (JURADO et al., 2004).
A eliminação da ezetimiba e do seu derivado glucuronídeo realiza-se
especialmente por via fecal (80%) e uma pequena percentagem (11%) pelo sistema
renal, sendo o restante absorvido pelo organismo. Pacientes com deficiência renal
podem exibir redução da excreção da ezetimiba sem que isto afete
25
significativamente a concentração plasmática máxima. O fato do metabolismo da
ezetimiba não compreender as enzimas citocromo P450, confere a este fármaco
baixo risco de interação medicamentosa (RANG et al., 2007).
A ezetimiba é um medicamento que apresenta uma boa aceitação pelos
pacientes, visto que raramente exibe problemas gastrointestinais. Infrequentes são
também os eventos de mialgia e radmiólise, mas os descritos foram sempre em
associação com as estatinas. A terapêutica com ezetimiba, não causa danos
hepáticos, uma vez que o aumento das enzimas hepáticas com este medicamento é
parecido ao analisado com o placebo. Entretanto, aconselha-se que nãos sejam
utilizados em casos de dislipidemias com doença hepática aguda. Em associação
com as estatinas, é bem tolerado, não beneficiando o aparecimento das alterações
das transaminases, que ocorre no máximo em 2% dos casos (BERTOLAMI et al.,
2005).
3.4 PREVENÇÃO E FATORES DE RISCO ENTRE CRIANÇAS E ADOLESCENTES
Os anos iniciais de vida são tão extraordinários no programa da saúde e da
doença como a vida intra-uterina. O desenvolvimento demorado na fase inicial da
vida pode estar associado a elevações anormais de peso ou de altura. Tanto o
desenvolvimento demorado como o exagerado ("cruzamento dos percentis") podem
ser fatores de risco para o avanço tardio das doenças crônica (LAWLOR, 2004).
Pesquisas de observação sugerem que bebês que deglutem
excepcionalmente leite materno, rico em gorduras saturadas, embora exibam níveis
elevados de colesterol no princípio da vida, podem aumentar a regulação hepática
do metabolismo das lipoproteínas. Deste modo, estas crianças que foram nutridas
com leite materno desenvolveriam depois um perfil lipídico mais adequado quando
confrontadas com crianças que ingeriram fórmulas artificiais, as quais tendem a
permanecer em níveis lipídico iguais ou abaixo de 150mg/dl, quando comparado aos
primeiros, que exibem perfil lipídico mais adequado na adolescência (DIETZ, 2001).
Sugerir a dosagem de lipídios quando: (1) parentes de primeiro grau
possuam dislipidemia, sobretudo grave ou aparecimento de aterosclerose
prematura; (2) apresentem dislipidemia; (3) apresentem mais fatores de risco; (4) for
acometimento por outras doenças, como hipotireoidismo, síndrome nefrótica,
imunodeficiência etc.; (5) fizerem uso de contraceptivos, imunossupressores,
26
corticoides, antirretrovirais e outras drogas que possam alterar a aumentar o
colesterol (SANTOS et al., 2012).
Os valores referenciais preconizados para idades entre 2 e 19 anos são
apresentados no quadro 4.
Quadro 4 – valores referenciais do perfil lipídico para a faixa etária entre 2 e 19 anos.
Fonte: Arq. Bras. Cardiol. vol.101 no.4 supl.1 São Paulo Oct. 2013
As transformações de costumes e prioridades alimentares colocadas na
infância podem se tornar constantes. Todavia, o consumo de gorduras durante a
lactância é essencial para a mielinização do sistema nervoso central e os conselhos
para uma dieta com poucas gorduras saturadas e colesterol só são admissíveis para
crianças maiores de dois anos de idade (BATISTA E RISSIN, 2003).
As crianças acima do peso ideal para a estatura parecem apresentar uma
elevada taxa de LDL de padrão B (partículas menores) do que as crianças com peso
ideal para a estatura. Portanto, mesmo nas crianças obesas com níveis normais de
LDL-colesterol, o seu perfil lipídico pode ser menos adequado dado a magnitude
entre as subclasses de suas lipoproteínas (LIMA et al., 2004).
Existe uma forte associação entre obesidade e dislipidemia em crianças.
Estudos demonstram uma prevalência de aproximadamente 50% de dislipidemia em
crianças com índice de sobrepeso acima do percentual para a idade, sendo a
obesidade analisada como um item para seleção de perfil lipídico em crianças e
adolescentes. A dislipidemia na infância também pode estar agregada a elevação
do peso na vida adulta, sobretudo no sexo feminino. Isto pode indicar que haja certo
mecanismo geneticamente definido que elucide a associação dessas variáveis
(WEISS et al., 2004).
27
Com relação aos fatores de risco, sabe-se que as crianças cujos pais
possuam hipercolesterolemia, incluem uma probabilidade mais alta de também
exibirem dislipidemia (UITERWAAL et al., 2008). O diagnóstico do perfil lipídico deve
ser realizado em crianças que: incluam pais ou avós com histórico de aterosclerose
com idade inferior a 55 anos; apresentem pais com CT maior que 240 mg/dL;
exibam outros elementos de risco, como hipertensão arterial, sobrepeso, tabagismo
ou dieta com muita gordura saturada e/ou ácidos graxos trans; usem drogas ou
sejam portadoras de doenças que tenham agregação com a dislipidemia (SIDA,
hipotiroidismo, etc); tenham manifestações clínicas de dislipidemias (xantomas,
xantelasmas, arco corneal, dores abdominais recorrentes, pancreatites) (WEISS et
al., 2004).
Toda criança após completar 10 anos de idade necessita ter uma resolução
do CT através de exame em sangue capilar da polpa digital. As crianças, que
exibirem CT maior que 150 mg/dL e menor de 170 mg/dL, necessitarão de
orientação aos pais para modificação de modo de vida, necessitando que este
exame seja reiterado anualmente. As crianças com CT maior que 170 mg/dL
precisarão de uma análise completa de lipídios, após jejum de 12 horas. O estímulo
à um novo modo de vida funcional deve iniciar-se o quanto antes estendendo-se por
toda a adolescência até a vida adulta (KAVEY et al., 2003).
Como guia universal, as crianças com boa saúde ou com alterações lipídicas
devem ser incitadas a prática de atividades física que gastem energia, de modo
prazeroso, na brincadeira ou sob a forma de atividade física planejadas ou em
atividades esportivas, no mínimo três a quatro vezes por semana, para contrair
competência física ("fitness"). As obrigações individuais deverão ser levadas em
consideração, no que diz respeito ao gênero, idade, grau de maturação sexual,
limitações físicas ou mentais que evitem a prática de exercícios, nível econômico,
bem como fatores familiares e do espaço da criança (KAVEY et al., 2003).
Os profissionais da saúde, dentre eles principalmente o médico, exercem um
papel respeitável na educação para a ascensão da saúde de crianças e
adolescentes com relação à exercício físico e a outros comportamentos benéficos a
saúde, tais como incentivar a atividade física no espaço escolar ou fora dele;
incentivar o costume da família em afinidade à participação em atividades com
exercícios físicos, brincadeiras e jogos, ao invés da criança gastar muito tempo em
atividades que não gastam energia; incentivar a entrada da criança em locais
28
próprios para a prática de exercícios físicos; e encorajar a família à prática de
esportes fisicos, principalmente por parte da criança (MARON et al., 2004).
Segundo Kavey e colaboradores (2003), deve-se sugerir ao profissional da
saúde: incluir, como hábito, a orientação para o exercício físico no seu método
profissional; ressaltar para a família os benefícios do exercício regular; identificar,
por meio do histórico clínico, exame físico e avaliação complementar quando
indispensável, a existência de doenças que não recomendem atividade física;
instigar a criança e o adolescente a compartilhar ativamente de atividades físicas
como brincadeiras que queimam energia, de jogos e de esportes organizados;
aconselhar as crianças a praticar exercício físico apropriado para a sua idade e fase
de desenvolvimento, por no mínimo 30 minutos, em todos os dias da semana;
aconselhar os adolescentes a atingir no mínimo três sessões de atividades físicas
moderadas ou intensas por semana, com duração de, pelo menos, 20 minutos;
ensinar os pais a planejar atividade física como; jogos amarelinhas, brincadeiras de
roda, esportes vôlei, futebol entre outros ensinando os pais a estabelecerem limites
para atividades que não demandam gasto de energia (televisão, vídeos games jogos
eletrônicos, computador, tempo ao telefone); ensinar os pais da seriedade de serem
exemplos de um modo de vida funcional e de dar oportunidade aos filhos de
incluírem consecutivamente a atividade física na sua vida diária.
Segundo Maron e colaboradores (2004), cabe a família o papel de promover
a atividade física na infância, uma vez que a casa é o primeiro local de convívio da
criança, por isso a família tem um grande papel para despertar a criança para a
atividade física.
Contudo, a família deve esquematizar e compartilhar de atividades familiares
que abranjam atividade física, em festas familiares, passeios ou viagens de férias,
etc; ser exemplo de um costume de vida funcional, proporcionando aos filhos
ocasiões de incluir consecutivamente a atividade física na vida regular; reivindicar a
concepção de planejamentos de atividade física de qualidade na escola e na
comunidade; compartilhar da seleção de locais para a prática de atividade física que
tenham as condições físicas adequadas, em relação ao clima, segurança e
equipamentos necessárias (KAVEY et al., 2003). O plano de atividade física dos pais
pauta-se positivamente com a atividade dos filhos na etapa pré-escolar e na
adolescência. Entretanto, pesquisas não evidenciaram essa mesma semelhança
com alunos dos níveis fundamental e médio. O apoio e o estímulo dos pais tanto na
29
coordenação de atividades ou promovendo o transporte dos filhos e o acesso dos
mesmos às atividades selecionadas, também exibem relação positiva com a
atividade física dos jovens.
A comunidade deve reivindicar das autoridades a criação, conservação e
ponderação de uma política de agenciamento à saúde que compreenda a prática de
exercícios como um componente a ser trabalhado em todas as etapas da educação,
do desporto e da atenção à saúde; reivindicar das escolas a execução de decisões
governamentais que congreguem a atividade física na metodologia educacional;
compartilhar do planejamento de atividade física oferecidos à comunidade,
congregando um estilo de vida ativo que possa laborar como exemplo para crianças
e adolescentes; requerer a liberação de áreas comunitárias designadas à prática de
atividade física, munidas das condições físicas, climáticas e de segurança
pertinentes (MARON et al., 2004).
Contudo, a escola deve assumir a responsabilidade de: cumprir o artigo 26
da LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) (no 9394, de 20 de
dezembro de 1996), que diz que "a educação física, agregada à proposta
pedagógica da escola, é elemento curricular indispensável da educação básica",
auxiliando o desenvolvimento, o conhecimento e a confiança indispensável para
seguir e sustentar um modo de vida fisicamente ativo; requerer a educação em
saúde como elemento do conhecimento a ser obtido pelo educando na metodologia
de sua formação; identificar as indigências específicas dos educandos, em peculiar
daqueles que não têm disposição ativa para a prática de exercícios ; não empregar o
exercício físico como maneira de castigo e sim como um exercício deleitoso que faça
parte do dia a dia do aluno; apresentar as acomodações físicas, os aparelhos e os
materiais indispensáveis à realização de atividade física de boa qualidade; abrir a
escola para programas de atividade física da comunidade; e abranger os pais no
planejamento de atividade física extra-curricular (KAVEY et al., 2003).
Pitanga (2001) assegurou que a prática de atividades físicas é benéfica, uma
vez que influencia em valores mais adequados das lipoproteínas plasmáticas e
previne doenças cardiovasculares, dislipidemias, entre outras.
A American Heart Association em 2002, baseada nas indicações do
Committee on Atherosclerosis, Hypertension, and Obesity in the Young (AHOY),
recomendou um valor para tratamento das dislipidemias conforme o risco individual
e perfil lipídico alcançado. Desta maneira, quaisquer crianças com LDL-C acima de
30
130 mg/dL devem ser periodicamente avaliadas. Primeiro deve-se tentar uma
mudança no hábito alimentar, procurando reduzir os teores de gordura saturada e
colesterol. Caso isso não funcione, as indicações para o emprego de fármacos são
restringidas, excepcionalmente, para as crianças com idade maior que 10 anos que
exibem níveis de LDL-C persistentemente altos. Os valores de referência do LDL-C
para a interferência com hipolipemiantes estão sujeitos aos fatores de risco
presentes no histórico familiar e da proporção do aumento do LDL-C (WILLIAMS et
al., 2002).
Os efeitos das fibras solúveis sobre as concentrações sanguíneas de lipídios
têm sido evidenciados em diferentes estudos, tanto em animais quanto em
humanos. Resultados dessas pesquisas despontam que as fibras solúveis
representadas pela pectina, presentes nas frutas, e pelas gomas encontradas na
aveia, cevada e leguminosas, tais como feijão, grão de bico, lentilha e ervilha
abreviam o tempo de trânsito gastrointestinal e colaboram na eliminação do
colesterol (SANCHEZ et al., 2001).
Como modo alternativo, tem sido aconselhado o tratamento farmacológico
especialmente para os eventos de maior risco e de falha nas mudanças do estilo de
vida, a fim de se chegar ao nível ideal de LDL-C, de acordo com o histórico familiar e
fatores de risco presentes (WILLIAMS et al., 2002). O colestipol e a colestiramina
são as resinas admitidas para utilização em crianças por abrandar a absorção
intestinal de ácidos biliares, aumentar a expressão de receptores hepáticos para a
LDL, produzindo a redução do colesterol sérico (TONSTAD, 2000). As reduções no
LDL-C são relativamente poucas, conseguindo reduções próximas de 19% em
crianças e adolescentes com hipercolesterolemia familiar posteriormente ao uso de
colestiramina (8 g/dia) ou de colestipol (10 g/dia), sendo que este último tratamento
não está disponível no Brasil (TONSTAD et al., 1996).
Aumentar a dosagem também não tem se mostrado eficaz para a diminuição
do colesterol, uma vez que levam a ativação de mecanismos compensatórios, como
a elevação da síntese de colesterol hepático, além de provocarem caso de
decorrências adversas gastrintestinais. Em contrapartida, as resinas, quando
administradas em altos doses, pode elevar os níveis de triglicérides (maior síntese
de VLDL) e abrandar a absorção de vitaminas lipossolúveis e de ácido fólico. Para
se obter um melhor resultado das resinas, sua administração com a ezetimiba
também foi avaliada. Tal dupla via intestinal de interferência no metabolismo do
31
colesterol (absorção de sais biliares e de colesterol), demonstrou -se ter melhores
resultados (XYDAKIS et al., 2004).
32
4 EPIDEMIOLOGIA
ERICA é o maior estudo sobre a incidência de fatores de risco
cardiovascular em adolescentes já concretizados no Brasil. As prevalências de
alterações lipídicas foram elevadas nos adolescentes brasileiros que estudam em
municípios com mais de 100 mil habitantes, principalmente os de baixos níveis de
HDLc e altos níveis de TC. Com relação a epidemiologia de dislipidemias no Brasil,
os estudos demonstram que as incidências de dislipidemias estão mais
centralizadas nas regiões Norte e Nordeste do Brasil. As alterações lipídicas são
frequentes em adolescentes brasileiros. As interferências no estilo de vida são
essenciais para aprimorar esse panorama, e em regra são eficazes à curto prazo
(NETO, 2016).
33
5 CONCLUSÃO
A dislipidemia é a alteração do nível de lipídios no sangue, onde níveis superiores a
150mg/dl em crianças e adolescentes devem ser acompanhadas para se evitar que
se intensifique na vida adulta.
O principal tratamento para dislipidemia em crianças e adolescentes deve ser
a mudança de estilo de vida, onde deve se reduzir a ingestão de alimentos
industrializados, aumentar o consumo de frutas, legumes e cereais, além de incluir
na sua vida diária a atividade física.
As fibras solúveis presentes nas frutas e gomas, tais como aveia, cevada e
leguminosas, exemplificados pelo feijão, grão de bico, lentilha e ervilha, reduzem o
tempo de tráfico gastrointestinal e contribuem na supressão do colesterol. Em casos
extremos podem se utilizar os fármacos para tratamento em crianças e adolescentes
que já foram acompanhados por um ano e não obtiveram mudança no estilo de vida,
sendo os medicamentos mais indicados colestipol e a colestiramina para uso em
crianças e adolescentes.
Como prevenção toda criança, a partir de 10 anos de idade, deve ter uma
determinação do CT por meio de exame em sangue e devem apresentar CT menor
que 150 mg/dL, realizar atividade física constantemente e evitar uma vida
sedentária, como assistir muita televisão e vídeo games, atividades estas que não
gastam muita energia.
Além disso, este estudo mostrou que os maiores fatores de risco entre
crianças e adolescentes são quando os pais e avós apresentarem
hipercolesterolemia, história de aterosclerose com idade menor que 55 anos; CT
maior que 240 mg/dL; exibam outros fatores de risco como hipertensão arterial,
obesidade, tabagismo ou dieta rica em gorduras saturadas e/ou ácidos graxos trans;
utilizam drogas ou sejam portadoras de doenças que percorrem com dislipidemia;
tenham manifestações clínicas de dislipidemias como xantomas, xantelasmas, arco
corneal, dores abdominais recorrentes e pancreatites.
Contudo, embora o desenvolvimento da dislipidemia tenha uma forte
influência genética, ela tem se mostrado mais relacionada aos fatores ambientais,
tais como o modo de vida, entre os quais se incluem, principalmente, os hábitos
alimentares inadequados e a inatividade física.
34
Portanto, as crianças, desde o início da introdução alimentar, devem ser
influenciadas a ter uma alimentação saudável e balanceada rica em frutas, verduras
e cereais, além de serem estimuladas a realização de atividades físicas, respeitando
as limitações do desenvolvimento de cada criança.
35
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