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G overno do Estado de M ato G rossoG overnador:

Secretaria de Estado de D esenvolvim ento R ural – SED ERSecretário:

Em presa B rasileira de Pesquisa A gropecuária – EM B R A PAPresidente:

Em presa M ato-grossense de Pesquisa, A ssistência e Extensão R ural S/A - EM PA ER -M T

D IR ETO R IA EXEC U TIVA D A EM PA ER -M TD iretor Presidente:D iretor de O perações:D iretor de Pesquisa:D iretora de A dm inistração e Finanças:

E ngº A grº B lairo B orges M aggi

E conom ista H om ero A lves P ereira

E ngº A grº C leyton C am panhola

E ngº A grº A réssio José P aquer N aildo da S ilva Lopes

A ntonim ar M arinho dos S antos A dm E m p. R osalina P inheiro da S ilva

Vinculada à S ecretaria de E stado de D esenvolvim ento R ural

E ngº A grº E ngº A grº

II SEMINÁRIO DE FRUTICULTURADE TAPURAH-MT

5 e 6 de Setembro/2003

Agosto/2003Tapurah-MT

ANAIS

REALIZAÇÃO

EMPRESA MATO-GROSSENSE DE PESQUISA,ASSISTÊNCIA E EXTENSÃO RURAL S/AVinculada à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Rural

COOPERATIVA DE DESENVOLVIMENTOAGROINDUSTRIAL DE TAPURAH LTDA.

PREFEITURA MUNICIPAL DE TAPURAH

CÂMARA MUNICIPAL DE TAPURAH

APOIO:SEDER-MTMAPA/DFAINDEA

INTERMATPRONAF/MDA/FUNDAPER

EMBRAPAUFMT/FAMEV

SMTFFAMATOSICREDIGEOESTECATAVENTO

ELETRODOMÉSTICO MARTINELLOAGROAMAZÔNIA

COMISSÃO ORGANIZADORA:Antonimar Marinho dos Santos EMPAER-MTNorival Tiago Cabral EMPAER-MTLozenil Carvalho Frutuoso EMPAER-MTHumberto Carvalho Marcílio EMPAER-MTValter Martins de Almeida EMPAER-MTElder Cassimiro da Silva EMPAER-MTGlacy Goldschimidt EMPAER-MTMaria Pinheiro da Silva EMPAER-MTRegina Nogueira da Silva EMPAER-MTSolange Dias de Moura EMPAER-MTWilmar Braun COAITCristiane Varellas S. Araújo Prefeitura Municipal de TapurahCláudia Jorck COAITLuciano Gomes Ferreira SEDER-MT

SETOR DE COMUNICAÇÃOEditoração eletrônica: José Luiz de A. FrançaFotos: João B. G. Melo e arquivoJornalista: Rosana Persona

Tiragem: 1.000 exemplares

Avenida Gonçalo Antunes de Barros, nº 3.245 - Carumbé – CEP 78050-130 - Cx. Postal 225Tel (0xx65) 648-9218 - Fax (0xx65) 648 - 9219

E-mail: [email protected]

05 de setembro09h00 - Abertura

- Prefeitura Municipal- SEDER - Secretaria de Desenvolvimento Rural do Estado MT- Diretoria da EMPAER-MT- Diretoria da COAIT / OCB-MT- SMTF - Sociedade Mato-grossense de Fruticutura

09h45 - Intervalo

10h00 - Palestra: Cultura do AbacaxizeiroPalestrante: Engº Agº. MSc. Hélio G. K. KistPesquisador da EMPAER-MT

10h40 - Palestra: Cultura do MamoeiroPalestrante: Engº Agrº Wanderley A. dos SantosSecretaria Municipal de Agricultura de Cuiabá

11h20 - Palestra: Cultura da BananeiraPalestrante: Engº Agrº M.Sc. Humberto C. MarcilioPesquisador da EMPAER-MT

12h00 - Debate

12h30 - Almoço

14h00 - Palestra: Cultura do CajueiroPalestrante: Téc. Agrícola. Carlos TávoraPanflora Agroflorestal Ltda

14h40 - Palestra: Cultura do MaracujazeiroPalestrante: Engº Agrº M.Sc. Luciano G. FerreiraSEDER-MT

15h20 - Intervalo

15h40 - Palestra: Cultura da GoiabeiraPalestrante: Engª Agrª D.Sc. Elda Bonilha AssisPesquisadora da EMPAER-MT

16h20 - Palestra: Cultura da MangueiraPalestrante: Engº Agrº D.Sc. João Pedro ValenteProfessor da FAMEV/UFMT/SMTF

17h00 - Debate

P R O G R A M A Ç Ã O

06 de setembro08h00 - Palestra: Agroindustrialização de Frutas

Palestrante: Nutricionista Denise M. Ávila GutterresExtensionista da EMPAER-MT

Palestrante: Marcos Aurélio C. PachecoConsultor da Agroindústriae Processamento de Frutas

08h40 - Palestra: Associativismo e CooperativismoPalestrante: Tecnólogo Antonio Celso A. Freire EMPAER-MT

09h20 - Palestra: Mercado e ComercializaçãoPalestrante: Jorge de Paula Filho

Gerente da Superbom

10h00 - Intervalo

10h20 - Palestra: Crédito AgrícolaPalestrante: Olimpio Vasconcelos Calixto

Banco do Brasil

11h00 - Palestra: Potencial hídrico subterrâneo do Chapadão do ParecisPalestrante: Geólogo Adilson Valera Ruiz

Geoeste

11h40 - Palestra: IrrigaçãoPalestrante: Engº Agrº M.Sc. Samir Curi

SEDER-MT

12h00 - Debate

12h30 - Encerramento

P R O G R A M A Ç Ã O

S U M Á R I O

Apresentação .................................................................................Palestras .........................................................................................Cultura do Abacaxizeiro ..................................................................Cultura do Mamoeiro ......................................................................Cultura da Bananeira .......................................................................Cultura do Cajueiro ........................................................................Cultura do Maracujazeiro ................................................................Cultura da Goiabeira .......................................................................Cultura da Mangueira ......................................................................Agroindustrialização de Frutas .........................................................Associativismo e Cooperativismo ....................................................Informações Técnicas sobre a Irrigação Localizada .........................

APRESENTAÇÃO

A fruticultura no Estado de Mato Grosso tem uma área de35 mil hectares, com uma produção muito aquém de suasnecessidades, abrangendo as culturas de abacaxi, banana,manga, caju, uva, goiaba, maracujá, coco, citros, mamão e outrasfrutíferas sem expressão econômica.

O Estado dispõe de excelentes condições de solo, clima,água para irrigação, mão-de-obra e produtor empreendedor paraas atividades de fruticultura. Diante disso, o Governo do Estadoe o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento estãoorganizando um Programa, objetivando nortear toda a cadeiaprodutiva da fruticultura, onde serão criados vários pólosfrutícolas.

Na região de Tapurah, está sendo instalado uma indústriade processamento de frutas, onde já estão sendo cultivadas asculturas de abacaxi, manga, mamão, banana, caju, maracujá egoiaba, para industrialização.

O II Seminário de Fruticultura de Tapurah objetiva orientartecnicamente e incentivar os pequenos e médios produtoresrurais no cultivo destas espécies frutíferas, desde o plantio até acomercialização de frutas e seus subprodutos.

A Diretoria

Palestras

FRUTICULTURA

CULTURA DO ABACAXIZEIRO

PRÁTICAS DE CULTIVO

Hélio Gaspar Kuoos Kist1

INTRODUÇÃO

O Brasil, que já foi o segundo maior produtor mundial deabacaxi, produzindo 1,94 milhões de toneladas em 1997, vemapresentando uma queda em sua produção, que em 2001 foi de1,44 milhões de toneladas, sendo superado atualmente porTailândia e Filipinas. Estes altos e baixos na produção sãodecorrentes da influência de fatores ambientais, de problemasfitossanitários e das oscilações do mercado.

A produção dos Estados brasileiros mostram Minas Gerais comoo maior produtor, que colheu 305 milhões de frutos em 1999, seguido

do Pará com 241 milhões e Paraíba com 231 milhões de frutos.O cultivo do abacaxi tornou-se importante na fruticultura, por suas

qualidades que lhe garantem consumo e preço no mundo inteiro, mas

1 Engº Agrº, M.Sc. - EMPAER-MT

também por sua rentabilidade, responsável por grande demanda eimportância econômica e social. É uma cultura que gera emprego,

receita e distribuição de renda no meio rural.

ESCOLHA E PREPARO DO SOLO

Os solos para plantio do abacaxi devem ser de texturamédia ou leve, bem drenados, de preferência planos, com boaprofundidade e pH em torno de 5,0. Não devem ser sujeitos aoencharcamento. Solos argilosos podem ser utilizados, desdeque apresentem boas condições de aração e drenagem.

O preparo do solo deve ser feito com aração e gradagem,em número de duas, com profundidade mínima de 30 cm e nosdois sentidos do terreno.

ÉPOCA DE PLANTIO

O plantio pode ser feito durante o ano todo, embora apreferência seja no início da estação chuvosa. Vários fatoresdeverão ser levados em consideração, tais como, adisponibilidade de mudas, de mão-de-obra, e principalmente aépoca que se deseja colher o fruto.

CULTIVARES (VARIEDADES)

As mais usadas atualmente são a ‘Pérola’, ‘Jupi’, e ‘Smoothcayenne’. Deve ser definida de acordo com o destino daprodução (consumo natural ou industrialização), preferência domercado consumidor e adaptação às condições climáticas. Asduas primeiras, que apresentam as folhas armadas de espinhos,são produzidas para o consumo ao natural e comercializaçãointerna, enquanto que a ‘Smooth cayenne’, cujas folhas, em geral,só tem espinhos na extremidade, é preferida tanto pelo mercado

externo, quanto pela indústria, sendo também consumida “innatura”.

MUDAS

Deve-se ter especial atenção na obtenção das mudas paraplantio. Estas devem passar por um processo de “cura” etratamento. São quatro os tipos de mudas comumente usados:coroa, filhotes, que aparecem logo abaixo do fruto, filhotes-rebentos e rebentões. As coroas podem constituir um bommaterial de plantio, desde que estejam disponíveis, da mesmaforma que os rebentões.

Um método prático e eficiente para a obtenção de mudassadias, é pelo seccionamento do caule da planta que já produziufrutos, do rebentão ou da coroa. A divisão do caule é feita depreferência por meio de uma guilhotina, em 6 a 8 partes,eliminando-se o sistema radicular, e descartando-serigorosamente todos os pedaços que apresentem exsudação degoma. Após o seccionamento, ainda no mesmo dia, os pedaçosdevem ser imersos em uma solução, que pode ser à base deTriadimefon (40 g) e Etion (75 ml) ou Monocrotofós (90 ml/100 lde água). Este método é especialmente importante para a cultivarSmooth Cayenne, que produz poucas mudas.

DISPOSIÇÃO DAS COVAS OU SULCOS

Deve-se plantar preferencialmente em fileiras duplas, quepermite maior número de plantas por área e melhor sustentaçãodestas.

ESPAÇAMENTO E DENSIDADE

A distância entre plantas pode variar de acordo com o

solo, cultivar e outros fatores. Porém, a recomendação usual éde 0,90m x 0,40m x 0,30m (51.200 plantas por ha) em fileirasduplas ou de 0,90m x 0,30m; 0,80m x 0,30m ou 0,70m x 0,30m,com populações de 37.000, 41.600 ou 47.600 plantas por harespectivamente. As cvs. Smooth Cayenne, Perolera e Primavera,permitem a utilização de espaçamentos menores, enquanto a‘Pérola’ e ‘Jupi’ exigem espaçamentos maiores e, portanto, menordensidade de plantio.

COVEAMENTO OU SULCAMENTO

Deve ser feito de acordo com o equipamento disponível ea profundidade deve ser suficiente para evitar o tombamento dasmudas (aproximadamente um terço do comprimento da muda).

PLANTIO

Para o plantio, segura-se a muda verticalmente dentro dacova ou sulco e chega-se terra à mesma, tendo-se o especialcuidado de não deixar cair a terra na roseta foliar ou “olho damuda”. As mudas devem ser plantadas em talhões ou quadras,separadas de acordo com seu tipo e peso ou tamanho, parafacilitar os tratos culturais e a colheita.

TRATOS CULTURAIS

Deve-se manter a cultura livre de plantas daninhasprincipalmente nos primeiros 6 meses após o plantio. A capinaé o método mais utilizado e durante a operação, deve-se chegarterra à planta, evitando-se porém, que caia na roseta foliar. Casoa infestação seja intensa e pouca disponibilidade de mão-de-obra, torna-se necessário a utilização de herbicidas. Neste caso,

pode-se utilizar herbicidas a base de Diuron (1,60 a 3,20 kg/ha),Simazina (2,40 a 3,20 l/ha), Ametrina (2,40 a 3,20 l/ha), Ametrina+ Simazina (2,40 a 3,20 kg/ha) ou Bromacil + Diuron (1,60 a 3,20kg/ha), aplicados logo após o plantio em área total, eposteriormente, se necessário, com jato dirigido às entre-linhas.As doses menores acima indicadas devem ser usadas nasaplicações em área total e em solos arenosos. Capinas manuaisfreqüentemente são necessárias para a complementação docontrole químico.

CORREÇÃO DA ACIDEZ E ADUBAÇÃO

É conhecida a tolerância do abacaxi à acidez do solo, noentanto, há situações em que se faz necessário a calagem. Destaforma é conveniente uma análise do solo. A recomendação deadubação está resumida na Tabela 1.

Tabela 1 - Recomendações de Adubação para a Cultura do Abacaxi naBahia de Acordo com Resultado das Análises do Solo.

Elementos e kg de N, P2O5 e K2O / haTeores no Em cobertura - após o plantioSolo 1º ao 2º mês 5º ao 6º mês 8º ao 9º mêsNitrogênio 75 85 90Fósforo no solo-ppm PAté 5 5006 – 10 4011 – 15 30Potássio no solo-ppm K1 até 30 50 60 7031 – 60 40 50 6061 – 90 30 40 50

As épocas previstas na tabela, pressupõe a indução floralno 9º ou 10º mês após o plantio. Para plantios cuja indução floral

esteja prevista para o 11º ao 13º mês, a 2ª adubação poderá serfeita até o 7º ou 8º mês após o plantio, e a 3ª adubação deveinterceder em um mês o tratamento da indução floral. Procurarsempre fazer coincidir as adubações com períodos de boaumidade no solo.

ANTECIPAÇÃO DA COLHEITA

Pode-se forçar a indução floral, e conseqüentementeantecipar a colheita, mediante a aplicação de substânciasquímicas na roseta ou “olho” da planta. A substância mais usadaé o carbureto de cálcio, devendo proceder do seguinte modo:em um recipiente com capacidade de 18 litros e com tampa,coloca-se 12 litros de água limpa e fria. Acrescenta-se nestaágua, 40 gramas de carbureto de cálcio, fecha-se bem orecipiente e agita-se o mesmo até não se ouvir mais o ruído dareação. Em seguida, coloca-se a solução em um recipienteprovido de mangueira, ou em um pulverizador costal (sempressão) e aplica-se um pouco da solução (aproximadamente50 ml) no “olho” da planta. A aplicação deve ser repetida 2 diasdepois, para garantir uma boa resposta ao tratamento. Ocarbureto pode ser aplicado também na forma sólida (1-2 gramas/planta), em períodos chuvosos.

Pode-se usar também, principalmente quando se dispõede equipamento apropriado, uma solução aquosa de Ethrel (50a 200 ml p.c./100 litros de água + uréia a 2% p.c.) aplicando-se50 ml por planta. No caso da utilização do Ethrel, a operação sódeve ser repetida se ocorrer chuva logo após a aplicação.

A aplicação dos indutores deve ser feita à noite ou nashoras mais frescas do dia, em plantas bem desenvolvidas,aplicando-se aproximadamente seis meses antes da épocadesejada para a colheita.

CONTROLE DE PRAGAS

As principais pragas que ocorrem no abacaxi, são brocado fruto (Thecla basilides), que provoca o aparecimento de umasubstância com aspecto de goma, e a cochonilha (DismicoccusBrevipes), causadora da “murcha do abacaxi”. O tratamentocontra a broca pode ser feito com carbaril (200 gramas/100 litrosde água), diazinom (90 ml/100 litros de água), na base de 30 a50 ml de solução por planta. Pode-se usar também inseticidaem pó a 7,5% (carbaril, paration metílico) na proporção de 1 gramapor planta, desde que não chova. Outra opção é o inseticidabiológico (Bacillus thuringiensis), aplicando-se 30 kg/ha.

As aplicações devem ser feitas desde o aparecimento dainflorescência, aproximadamente 45 dias após a indução floral até ofechamento das últimas flores, cerca de 40 dias depois, com intervalosde 15 dias, totalizando, 3 aplicações. No caso de inseticida biológico,o intervalo de aplicação deve ser de 7 a 10 dias.

A cochonilha, que suga a seiva da planta e transmite umadoença conhecida como “murcha do abacaxi”, principalmentena cultivar ‘Smooth cayenne’, pode ser controlada com ParationMetílico (90 ml/100 litros de água), Dimetoato (60 ml/100 litros deágua) ou Vamidotiom (30 ml/100 litros de água), pulverizando-se preventivamente aos 60, 150 e 240 dias após o plantio, cercade 30, 50 e 70 ml da solução por planta. Em períodos chuvosos,podem ser usados produtos granulados (Aldicarde eDissulfotom) na dosagem de 0,5 e 1,0 grama de produtocomercial por planta, respectivamente. É necessário também ocontrole de formigas doceiras (lava-pés), por serem estasdisseminadoras da cochonilha.

Uma outra praga que pode ocorrer, é a Broca do Talo ouBroca Gigante (Castnia icarus), sendo muito encontrada na regiãoNordeste. Pode ocorrer praticamente em todo o ciclo da plantae por isso, o seu controle químico é muito oneroso, fazendo com

que o controle mecânico seja o meio mais econômico. Deve-sefazer inspeções regulares na área e arrancar as plantas atacadas,cortando-as até encontrar a lagarta para então destruí-la.

CONTROLE DE DOENÇAS

A principal doença, que ocasiona perdas superiores a30% da produção brasileira, é a Fusariose (Fusarium moniliformevar. subqlutinans) e pode ser facilmente reconhecida pelaabundante exsudação de goma do fruto, planta muda.

O controle básico preconizado para a fusariose está nautilização de mudas sadias, que podem ser obtidas pelo métodode seccionamento do caule e também o plantio de mudasobtidas de plantas que produziram frutos sadios, em áreas debaixa incidência da doença. É, portanto, imprescindível umaseleção rigorosa das mudas, eliminando todas aquelas comsintomas da fusariose. Medidas adicionais como a eliminaçãodos restos de cultura e a erradicação de plantas doentescompletam os cuidados para reduzir a intensidade da doença.

Um controle químico satisfatório pode ser conseguidopulverizando-se preventivamente com Thiabendazol, ouTiofanato Metílico, na concentração de 150 gramas/100 litros deágua, ou Triadimefon, com 10 gramas/100 litros de água.

As pulverizações podem ser iniciadas aproximadamente45 dias após a indução floral, com intervalos de aplicação de 10dias e quatro aplicações, no período de maior suscetibilidade.

Outros cuidados também podem ser tomados, tais comoprogramar a indução floral, de forma a obter o fruto em épocas secas;proteger as inflorescências com sacos de papel pergaminhado einibição da abertura das flores com aplicações semanais de ácido2-cloroetilfosfônico, na concentração de 2.000 ppm.

Ocorre também no fruto pós-colheita a Podridão Negra(Thielaviopsis paradoxa), podendo ser combatida compincelamento do pedúnculo, de uma solução contendo 20 a 40

gramas de Triadimefon em 100 litros de água.

COLHEITA

Para colher, é recomendável segurar o fruto pela coroa e,com a outra mão, cortar com o facão a uns 5 cm abaixo do fruto.Evitar cortar todo o cacho de mudas, deixando algumas nopedúnculo para novo plantio, enquanto poucas são deixadascom o fruto, para embalá-lo. Como embalagem, deve ser adotado,de preferência, caixas de papelão, que darão melhor proteçãoao fruto e evitará a perda das mudas. Para o mercado local daindústria, pode-se simplesmente quebrar o pedúnculo do fruto,deixando os filhotes na planta. Tratar a parte cortada dopedúnculo com fungicida (Triadimefon).

Quanto ao momento da colheita, este depende do destinodos frutos. Para mercados mais próximos, o fruto deve estar maduroe para mercados mais distantes, o fruto deve estar “de vez”.

Para se buscar uma segunda colheita, o plantio deve estarbem conduzido e apresentar um bom estado fitossanitário, alémde uma boa produção. Neste caso, dispensa-se algunscuidados como a adubação e tratamento fitossanitário, deixando-se sempre o rebentão aderido a planta-mãe em posição maisbaixa, reduzindo assim o risco de tombamento, sobretudodurante o período de frutificação.

CONSORCIAÇÃO DE CULTURAS

O abacaxi pode ser consorciado com plantas de ciclocurto, no máximo até seis meses após o plantio e que nãosombreiem demasiadamente, tais como o feijão e amendoim.Também o abacaxi pode ser explorado com algumas espéciesperenes como citros, manga, guaraná, coco e abacate,reduzindo assim o custo de implantação dessas culturas.

RENDIMENTO POR ÁREA

Normalmente, perde-se em torno de 5% na floração efrutificação precoce e 15% devido a outros fatores como pragase doenças, restando portanto um rendimento de 80%, que podeser aumentado com o uso de tecnologia adequada. Portanto,em 1 ha com 51.200 plantas (espaçamento de 0,90m x 0,40m x0,30m) e produzindo frutos de 1,5 kg (no caso da cv. SmoothCayenne) pode-se obter 61 toneladas por ha. A cv. Pérola,plantada no espaçamento de 0,80m x 0,30m, com uma densidadede 41.666 plantas/ha., e produzindo frutos de peso médio de 1,2kg, pode-se atingir um rendimento de 40 toneladas/ha.

Tabela 2 - Coeficientes Técnicos para 01 hectare de abacaxi no espaçamentode 0,80m x 0,30m (41.600 plantas/ha).

Discriminação Unidade Quantidade

1- Insumos• Mudas uma 50.000• Adubos e corretivos*!Torta de mamona kg 1.500!Uréia kg 400! Superfosfato Simples kg 150! Cloreto de Potássio kg 250! Calcário kg 1.000

• Herbicida kg 06• Inseticida líquido l 05• Inseticida granulado kg 20• Formicida kg 03• Fungicida l ou kg 04

• Carbureto de cálcio kg 42 ou 092- Preparo do solo

• Roçagem, destoca e encoivaramento d/h 69• Aração h/tr 03• Gradagem (2) h/tr 04

Continua

Discriminação Unidade Quantidade

3- Adubação• Aplicação de Adubos (3) d/h 17

4- Plantio• Seleção de mudas d/h 20• Marcação, coveamento e plantio d/h 23

5- Tratos Culturais• Aplicação de Herbicida d/h 04• Capinas Manuais (4)** e Amontoa (3) d/h 50• Aplicação de Carbureto de Cálcio (2) d/h 05

6- Tratos Fitossanitários• Aplicação de Defensivos (6) d/h 12

7- Rendimento frutos 32.200

CULTURA DO MAMOEIRO

Wanderlei A. Santos1

1 - Informações gerais sobre a cultura do mamão (Carica papaya l):

1a - Cultivares plantadas no Brasil:1a.1 - Grupo Solo

Conhecido como mamão Papaia ou Havaí. Apresentaprodutividade média de 45 t/ano, com tamanho médio por frutode 400g a 500g. No grupo Solo, temos as cultivares comerciaisSunrise Solo (mais cultivada), Improved Sunrise Solo 72/12 e,recentemente a Gold (Caliman), introduzida no Espírito Santo.Neste grupo, o mercado exige somente a comercialização defrutos hermafroditas (formato periforme ou alongado). Énecessário, portanto a seleção das plantas após a diferenciaçãofloral em campo.

1 Engº Agrº, B.Sc. - Secretaria Especial de Agricultura e Abastecimento deCuiabá.

1a.2 - Grupo FormosaHíbrido, originário da Ásia (sementes vindas de Taiwan),

apresenta frutos com peso médio de 1,5 kg, poupa vermelha eespessa. A produtividade das lavouras comerciais gira em tornode 70 t/ano. Neste grupo, a preferência é para frutos alongados(hermafroditas), porém, não limitante, principalmente para o nossoEstado.

1b - Solo e clima:As regiões ecologicamente favoráveis à cultura são as que

apresentam clima tropical, elevada pluviosidade, solos férteis ebem drenados.

Os solos propícios são os areno-argilosos, profundos, bemdrenados e ricos em matéria orgânica.

1c - Preparo do terreno:É necessário, após a abertura da área, uma aração e uma ouduas gradagens.

1d - Correção da acidez:Deverá ser baseado na análise química do solo, elevando-

se o índice de saturação de base para 70%. O mamoeiro sedesenvolve bem em solos com pH entre 5 e 7.

1e - Marcação do terreno:Em terrenos com declive acentuado, deve-se obedecer o

sentido das curvas de nível. Em terrenos planos, recomenda-sedemarcar as linhas de plantio no sentido de maior comprimentodo terreno.

1f - Espaçamento:O mamoeiro pode ser plantado no sistema de fileiras

simples ou duplas.

-Fileiras simples: espaçamento 3,6m x 2,0m-Fileiras duplas: espaçamento 3,6m a 4,0m na rua larga e

2,0m na rua estreita e 2,0m entre plantas.

1g - Sistema de plantio:1g.1-Covas

50cmx30cmx30cm para 3 mudas ou 30cmx30cmx30cmpara 2 mudas por cova.

1g.2 - SulcoProfundidade 0,5m.

1h - Adubação de covas:Deve basear-se na análise de solo. Em geral, recomenda-

se entre 150g a 200g de superfosfato simples, 5kg de estercode curral, ou 3 kg de esterco de galinha. É recomendado aadição de 30g de boro e/ou 30g de FTE (principalmente parasolos de cerrado).

2. Formação de mudas:

2a – ViveiroPodem ser feitos com cobertura alta ou baixa. Deve situar-

se em local de fácil acesso e com disponibilidade de água.Para o plantio de 1ha no espaçamento 4mx2mx2m (1600 covas),com duas sementes por recipiente, e considerando 3 recipientespor cova, teremos:

- numero de mudas: 4800 mudas (1600 covas com 3mudas)

- número de recipientes: 6000 unidades (80% degerminação)

- número de sementes: 12.000 sementes ( 6000recipientes com 2 sementes)

- quantidade de sementes: 200g (1g de semente = 60sementes)

2b - Recipientes para mudasRecomenda-se sacolas plásticas nas seguintes

dimensões: 12cmx20cmx0,006cm; 15cmx20cmx0,006cm(largura, altura, espessura)

Obs: Os saquinhos devem apresentar de 18 a 24 furos naparte inferior para drenar o excesso de água.

Exemplo de substrato para os recipientes: mistura de 700litros de terra virgem peneirada, 300 litros de esterco de curral,2,5 kg de supersimples e 1kg de cloreto de potássio. Esta misturadeve ser tratada com fungicidas que atuem no solo para evitartombamento de mudas.

2c - Plantio das sementes:Colocar 2 sementes por recipiente a 1cm de profundidade,

cobrindo-as com uma leve camada de palha de arroz, café outerriço. Irrigar em média 2 vezes ao dia. A germinação ocorreráentre 9 a 21 dias.

2d - Desbaste:Efetuar quando as mudas estiverem com o segundo par

de folhas (de 5 a 10 dias após a germinação). Deixar apenasuma planta por recipiente.

2e - Tratamento fitosanitário:Pulverizar preventivamente com produtos à base de cobre

(oxicloreto de cobre). Para pragas como lagartas, usar produtosa base de triclorfon (Dipterex, Triclorfon, etc.).

2f - Aclimatação:Retirar a cobertura do viveiro 20 dias antes de levar as

mudas ao campo. A muda ideal para plantio deve apresentaraltura entre 15 a 20 cm.

3 - Plantio e tratos culturais:

3a - Plantio;Deve ser efetuado no início da estação chuvosa para

favorecer o desenvolvimento da muda e para que o início daprodução coincida com a próxima estação chuvosa.

3b - Irrigação:A cultura do mamão demanda em média para o estado

do Mato Grosso de 8 a 9mm/dia, sendo necessário portanto airrigação mecanizada ou por gravidade durante os meses emque a precipitação média não atingir os 150mm. Os métodosmais indicados são: aspersão e micro-aspersão.

3c - Controle de plantas daninhas:Pode ser manual, mecânico ou químico.

3c.1 - Controle manual:Pode ser utilizada durante todo o ciclo com a desvantagem

de apresentar baixo rendimento.

3c.2 - Controle mecânico:Pode ser com grade ou roçadeira. A grade só pode ser

utilizada até o 4º mês do plantio. Após poderá provocar o cortedas raízes.

3c.3 - Controle químico:Pode ser efetuado com pulverizadores motorizados ou

manuais. Apresenta redução de mão de obra e maior eficiência,mas impossibilita o plantio de culturas intercalares e não podeser aplicado antes de 6 meses do transplantio.

3d - Adubação de manutenção:O mamoeiro apresenta elevadas taxas de absorção de

nitrogênio e potássio após a floração, já o fósforo é absorvidoantes desta fase. Em função destas demandas, recomenda-seque a relação N/P

2O5/K

2O na formação seja de 1/2/1, enquanto

que na produção seja 2/1/3.A relação N/K é a que mais afeta a produção e a qualidade

da cultura do mamoeiro. Quando esta relação é elevada, ocorreum crescimento vegetativo excessivo em detrimento daprodução, as plantas apresentam frutos mais distanciados, dequalidade inferior, com casca fina, moles e com sabor alterado.O mamoeiro apresenta excelente resposta a adubação orgânica,principalmente a torta de mamona.

Com relação a micronutrientes, dar especial atenção aoBoro, pois a deficiência deste causa o aparecimento de frutosdeformados (empolados). Ele deve ser aplicado no plantio ouem cobertura, via foliar (solução de ácido bórico a 0,25%preventivamente, pulverizando-se 2 vezes ao ano) ou via solo(20g de Bórax-solo/planta).

4 - Pragas e doenças:

4a - Ácaros:4a.1 - Ácaro rajado e vermelho:

Os ácaros são visíveis somente com o auxílio de lupa.Vivem nas folhas mais velhas, geralmente na parte inferior entreas nervuras onde tecem teias e depositam seus ovos. Ao sealimentarem, provocam o amarelecimento da parte superior dolimbo, seguido de necroses e perfurações. Estes ácaros ocorremcom maior intensidade nos meses quentes e secos do ano.

4a.2 - Ácaro branco:Também conhecido como ácaro da queda do chapéu do

mamoeiro, localiza-se na parte inferior das folhas novas,tornando-as cloróticas, coreáceas e encarquilhadas. Este ácaroprovoca deformações, paralisação do crescimento e morte da

planta, acarretando queda na produção. O ataque é maior noperíodo chuvoso.

Controle dos ácarosRecomenda-se a aplicação de produtos a base de

enxofre, na forma de pó molhável. Podem usar também produtossistêmicos a base de “Abamectim” (Vertimec), Thetadifon(Tedion) e Valitodion (Kilval).

4b - Mandarová:Esta praga ataca ocasionalmente os mamoeiros. As

lagartas se alimentam inicialmente das folhas mais novas, edepois, das folhas mais velhas, podendo causar o desfolhamentototal da planta.

Controle:Pode-se usar o Bacilus thuringiensis (Dipel) quando as

lagartas estiverem novas, ou o controle químico à base detriclorfon (dipterex).

4c - Outras pragas:Outras pragas que podem vir atacar o mamoeiro são:

Formigas cortadeiras (deve-se iniciar o seu controle já no preparodo solo); cochonilhas , lagarta rosca , coleobrocas e mosca dafruta.

4d - Nematóides:Podem afetar a produtividade e o valor comercial da

cultura. O gênero Meloidogyne é o mais nocivo à cultura(conhecido como nematóide das galhas). O sistema radiculardo mamoeiro apresenta engrossamento localizado (galha).Quando a infecção é severa ocorre a morte e o aprodrecimentode muitas radicelas, reduzindo a absorção de água e nutrientes.Os danos podem ser diretos, causando perda de rendimento e

indiretos por aumentarem a severidade de doenças fungicascomo a gomose.

Controle: Consiste da utilização de mudas sadias (através de

expurgo do substrato utilizado no viveiro). Escolha de área paraplantio isenta de nematóide (medidas preventivas).

4e - Viroses:4e.1 - Vírus do mosaico do mamoeiro:

Os sintomas iniciais são um amarelecimento das folhasmais novas, que se tornam rugosas, seguido de um clareamentodas nervuras. Posteriormente as folhas apresentam um aspectode “mosaico” (porções amarelas misturadas com verdes). Asplantas afetadas diminuem visivelmente seu crescimento edesenvolvimento com prejuízo a produção e a qualidade dosfrutos.

4e.2 - Vírus da mancha anelar do mamoeiro: Os sintomas são amarelecimento das folhas mais novas,

seguido de clareamento das nervuras e intenso mosqueado.Mais tarde no pecíolo e nas regiões do caule aparecem manchasirregulares de aparência “oleosa”, e no fruto, aparecem manchassob a forma de pequenos anéis.

Controle das viroses:Se dá através de medidas preventivas, visando reduzir a

um mínimo possível a ocorrência da doença.- erradicar todas as plantas que apresentem sintomas

típicos da doença;- erradicar toda e qualquer planta infectada por vírus na

região próxima a lavoura;- manter o pomar livre de plantas daninhas hospedeiras;- evitar plantio de culturas hospedeiras de pulgões

(transmissoras de viroses), tais como abóbora, melão, maxixe,quiabo, pepino, couve, pimentão, repolho e outros;

- formar mudas (viveiros) em locais distantes de lavourasinfectadas.

4f - Varíola ou Pinta Preta:Doença que infecta folhas e frutos. Nas folhas, geralmente

as mais velhas, aparecem pequenas manchas, mais ou menoscirculares de cor cinza escuro a preta. Na casca do fruto ocorremmanchas de coloração marrom escuro, freqüentementeassociadas com pontuações esbranquiçadas no centro da lesão.Geralmente não atingem a polpa, mas prejudicam a qualidadee reduzem o valor comercial dos frutos.

Controle: Dada a freqüência e intensidade da doença, as medidas

de controle devem ser tomadas logo que apareçam os primeirossintomas nas folhas mais velhas. O controle deve ser realizadode forma preventiva, com pulverizações quinzenais, utilizandoprodutos à base de cobre (Recop, Fulguran, Cupravit); à basede clorotalonil (Taconil).

4g - Antracnose:Infecta principalmente os frutos na fase de maturação.

Provoca uma lesão arredondada e profunda, que se desprendefacilmente, deixando um buraco no fruto. Esta doença pode,também, atacar folhas e brotações novas. Sua nocividade é muitogrande, pois os frutos atacados tornam-se imprestáveis para acomercialização e consumo. Ainda que frutos colhidos nãoapresentem sintomas da doença, ela se manifesta na fase deembalagem, transporte, amadurecimento e comercialização,causando grande percentagem de perdas.

Controle: O controle da antracnose deve ser realizado também de

forma preventiva com pulverizações quinzenais, utilizandoprodutos à base de cobre ou benzimidazol mais mancozeb(Manzate, Dithane).

4h - Fitóftora ou Podridão do Pé:Comumente infecta o caule e/ou as raízes do mamoeiro.

É uma doença muito comum em condições de solos pesados,excessivamente úmidos e mal drenados. Quando ataca o caulee raízes, em estado bastante avançado, ocorre uma exudaçãogomosa no local lesionado, além do amarelecimento, murcha equeda prematura das folhas e frutos

Controle:-Evitar plantio em solos pesados, nas regiões com alta

pluviosidade e em áreas já plantadas com mamoeiros.- Utilizar solos virgens (terra de mata) para enchimento

das sacolas de mudas.- Erradicar plantas com sintomas de podridão que estejam

em estádio avançado.- Aplicar nas lesões dos frutos produtos à base de cobre.

4i - Outras doenças:Em nosso Estado podem aparecer em menor incidência

as seguintes doenças: mancha de ascoquita; oídeo; fusarium;alternária e risópus (doença de pós colheita).

5 - Colheita;

Inicia-se normalmente em Mato Grosso 8 a 9 meses apóso transplantio. O ponto de colheita é indicado pela mudança decoloração da casca do fruto, que passa de verde a verde claro,com estrias amareladas, partindo da base para o pedúnculo do

fruto. A operação de colheita deve ser efetuada com muitocuidado, para não ferir os frutos e depreciar seu valor comercial.Em lugares com chuva bem distribuída durante o ano ou comauxílio de irrigação, pode-se produzir ininterruptamente por doisanos com viabilidade comercial.

No mamão Formosa não é necessário o acondicionamentoem caixas para expedição aos mercados consumidores,bastando acondicioná-los em jornal ou papel jornal. Para omamão Papaia é exigido a seleção dos frutos em formatoperiforme (plantas hermafroditas), tamanho com variação de 50ga 100g e em caixas próprias de madeira ou papelão (embalagensde 8kg).

CULTURA DA BANANEIRA

Humberto C. Marcílio1

INTRODUÇÃO

A bananicultura está entre as atividades de maiorexpressão econômica, de elevado alcance social e de ampladistribuição no mundo. A banana foi cultivada em 124 países eocupou uma área de 4.209.435 hectares, com uma produção de69.510.944 toneladas, sendo considerada a segunda fruta maisproduzida no mundo, perdendo apenas para a melancia (FAO,2002).

No Brasil, a cultura da banana foi a segunda maior culturamais produzida no ano de 2001, sendo superada apenas pelalaranja (IBGE, 2001). A área colhida foi de 510.313 hectares, comuma produção de 6.177.293 toneladas de frutos, o quecorrespondeu a um volume de negócios superior a R$ 1,8 bilhão.Os principais estados produtores em 2001 foram: São Paulo,Bahia, Pará, Minas Gerais e Santa Catarina.

Dentre os principais estados produtores do Brasil, oEstado de Mato Grosso se destacou em 2º lugar, em 1997, comuma área colhida de 56.247 ha (IBGE, 1998). Este incremento naárea de plantio ocorreu a partir de 1996. Estimulado pelos

1 Engº Agrº, M.Sc. - EMPAER-MT

elevados preços praticados ao produtor associados aos recursosprovenientes do FUNDAGRO, muitos produtores e aventureirosresolveram implantar projetos de bananicultura na região.Atualmente, o Estado de Mato Grosso apresenta um quadrobastante preocupante, com uma área de plantio de 16.085 ha, ouseja, ocorreu uma redução de aproximadamente 70% (IBGE, 2002),quando comparado ao ano de 1997. Observando o histórico dabananicultura no estado, foi a partir de 1997 que ocorreu o declínioda cultura, tal fato se deve principalmente ao baixo e/ou nenhumnível tecnológico empregado, ou seja, o produtor não faz a seleçãoe muito menos o tratamento das mudas, retirando mudas de áreascontaminadas e disseminando doenças e pragas por todo o estado.Tal situação se agravou ainda mais com a introdução da “sigatokanegra”, em 1998, na região de Cáceres, proibindo a comercializaçãoda banana das áreas infestadas para as demais regiõesconsideradas livres da doença, caindo o preço e desestimulandoainda mais os produtores.

No Estado de Mato Grosso predomina a cultivar Maçã quedevido a sua alta susceptibilidade ao Mal-do-Panamá, apresentaum caráter migratório, que busca novas áreas ainda nãoinfestadas pelo patógeno, concentrando as plantaçõescomerciais em áreas de expansão da fronteira agrícola. Comono caso de Confresa (7.000 ha), Ribeirão Cascalheira (2.100 ha),Novo São Joaquim (1.500 ha) e Nossa Senhora do Livramento(1.000 ha), que se destacaram com as maiores área de plantiode banana do estado, representando aproximadamente 50% daárea total de plantio (IBGE, 2002).

ORIGEM

A maioria das cultivares de banana originou-se doContinente Asiático, embora existam centros secundários deorigem na África Oriental e nas ilhas do Pacífico, além de umimportante centro de diversidade na África Ocidental.

CALSSIFICAÇÃO BOTÂNICA:

Classe: MonocotilidôneasFamília: MusaceaeGênero: Musa EnseteEspécie: Musa acuminata (AA) Musa balbisiana (BB)

Na evolução das bananeiras comestíveis participaram, asespécies diplóides selvagens M. acuminata Colla e M. balbisianaColla, de modo que cada cultivar deve conter combinaçõesvariadas de genomas completos dessas espécies parentais.Esses genomas são denominados pelas letras A (M. acuminata)e B (M. balbisiana), de cujas combinações resultaram os Grupos:AA, BB, AB, AAA, AAB, ABB, AAAA, AAAB, AABB, ABBB(Simmonds & Shepherd, 1995). Sendo os grupos AA e ABdiplóides; AAA, AAB e ABB tripóides; e AABB e ABBBtetraplóides.

CLIMA E SOLO

A banana, originária de clima tropical úmido, exigetemperaturas que não estejam abaixo de 10 oC e que não se elevemacima de 40oC. Os melhores limites térmicos para o bomdesenvolvimento desta cultura está entre 20 e 24oC, podendo-sedesenvolver satisfatoriamente em locais cujos limites de temperaturasejam 15 e 35oC. As melhores condições para uma boa produçãose encontram em regiões com temperaturas elevadas o ano todo ecujas médias mensais estejam entre 24 e 29oC.

As baixas temperaturas podem ocasionar a “queima” daplanta, ou dos frutos em crescimento (“chilling” ou “friagem”,impedindo que o fruto atinja o seu máximo crescimento, tornando-

o pequeno e de maturação incompleta), devendo-se pois evitarlocais sujeitos a geadas e ventos frios.

Para o desenvolvimento da cultura de banana, asprecipitações pluviométricas devem estar acima de 1200 mm/ano e bem distribuídas (100-180 mm/mês) para não haverperíodos de déficit hídrico, principalmente durante a formaçãoda inflorescência ou no início da frutificação.

Nota-se que sobre as condições ideais de clima para abanana, o desenvolvimento de doenças fúngicas, como porexemplo “Mal-de-Sigatoka”, se vê favorecido, devendo-setambém levar em conta este aspecto na escolha do local deinstalação de um bananal.

Com relação a altitude e latitude, estas quando maiores,aumentam os ciclos de produção, principalmente para ascultivares Nanica e Nanicão.

Também a luminosidade é importante para odesenvolvimento da bananeira, sendo desejável que recebaentre 1000-2000 horas de luz/ano, pois a luminosidade afeta ociclo, o tamanho do cacho e a qualidade e conservação dosfrutos.

Quanto ao vento, este pode causar o fendilhamento defolhas ou até o rompimento do sistema radicular, alongamentodo ciclo e tombamento de plantas. Assim, para minimizar seuefeito, torna-se importante a implantação de quebra-ventos nobananal, associando o plantio de cultivares de porte mais baixo.

Em condições de clima favorável, a bananeira apresentahábito de crescimento contínuo e rápido, condiçãoindispensável para a obtenção de cachos de alto valor comercial,enquanto que em condições adversas de clima (baixastemperaturas e déficit hídrico) a planta pode passar por umperíodo de paralisação do desenvolvimento.

Nas bananeiras, a maior porcentagem (70%) das raízesse encontram nos primeiros 30 cm do solo, no entanto este devepermitir que as raízes consigam penetrar, no mínimo, 60 a 80 cm

de profundidade. Assim, os solos preferidos são os ricos emmatéria orgânica, bem drenados, argilosos ou mistos, quepossuam boa disponibilidade de água e topografia favorável.Os solos arenosos, além da baixa fertilidade e da baixa retençãode umidade, favorecem a disseminação de nematóides, devendopois receber maior atenção.

ESTRUTURA DA PLANTA

Introdução

A bananeira é uma planta herbácea completa, isto é,possui raízes, tronco curto e subterrâneo (rizoma), folhas, flores,frutos e sementes. Apesar de possuir sementes, estas geralmentenão são viáveis e por isso a multiplicação da bananeira faz-senormalmente por via vegetativa, através da emissão de rebentos(Figura 1).

Figura 1. Estrutura da planta

RaízesAs raízes da bananeira têm origem no cilindro central, que é a

parte interna do rizoma, que é parte interna do rizoma. Geralmente,surgem em grupos de 3 a 4, com diâmetro variando entre 5 a 10 mm .

A bananeira apresenta dois tipos básicos de raízes, asverticais que tem função maior de sustentação, as horizontaisou laterais que são as principais responsáveis pela absorçãode água e nutrientes para a planta.

A maior porcentagem das raízes, 60 a 70 %, são raízeslaterais, que se desenvolvem superficialmente, nos primeiros 20cm de profundidade, podendo atingir comprimentos de até 5m.Em geral, 70% das raízes são encontradas a 0,20 m deprofundidade e a 1,50 m do pseudocaule.

RizomasO rizoma é o verdadeiro caule da bananeira, que serve

de apoio e sustentação direta e indiretamente de todas as demaispartes da planta. É um órgão subterrâneo, de formatoaproximadamente esférico (Figura 2).

O rizoma é constituído de duas zonas: o córtex, quedesempenha um papel de proteção; e o cilindro central, de ondese originam as raízes e as gemas laterais e apical.

A gema apical de crescimento é responsável pelaformação das folhas e das gemas laterais de brotação. A gemaapical vai gerando sucessivamente conjuntos de gemas e folhas,podendo-se afirmar inclusive que o rizoma possui tantas gemaslaterais quanto foram as folhas geradas.

Após gerar todas as folhas, a gema apical “transforma-se” em inflorescência que sobe verticalmente pelo interior dopseudocaule até lançar o cacho.

À medida que o crescimento radial do rizoma ocorre, asgemas laterais vão se diferenciando, crescendo, e passando ater as mesmas funções da gema apical, originando assim umnovo rebento.

Figura 2. Rizoma

FolhasAs folhas são formadas por bainha foliar, pseudopecíolo,

nervura e limbo foliar. A gema apical pode gerar 25 a 50 folhasdurante o ciclo da planta, dependendo da cultivar e dascondições edafoclimáticas.

Para uma boa produção é necessário que a planta tenhaem média 12 folhas funcionais na ocasião do lançamento dainflorescência.

O pseudocaule (falso tronco) é formado pelas bainhasfoliares sobrepostas, que tem a função de apoio e reservasamiláceas e hídricas.

InflorescênciaA inflorescência emerge do centro das bainhas foliares,

protegida por uma grande bráctea, onde encontramos floresfemininas, masculinas e hermafroditas ou intermediárias. Asprimeiras pencas da ráquis são constituídas de flores femininasque formaram os frutos. No restante do eixo da inflorescênciaaparecem grupos de flores masculinas (ovários reduzidos eestames desenvolvidos), e na zona de transição entre as floresfemininas e masculinas podem surgir pencas com flores de

ambos os sexos e mesmo hermafroditas. As brácteas e as floressão sustentadas por protuberância da ráquis denominadasalmofadas.

Cacho e frutosO cacho é formado por pedúnculo (engaço), ráquis,

pencas, fruto e botão floral (coração).O engaço é o alongamento do cilindro central do rizoma.

É revestido de pelos rudimentares e apresenta comprimentovariável com a cultivar e condições ambientais.

A ráquis é a continuação do engaço, iniciando no pontode inserção da primeira penca e termina no coração, podendoser dividida em ráquis feminina e masculina, de acordo com ostipos de flores que nela se desenvolvem.

O coração é o conjunto de pencas de flores masculinasainda em desenvolvimento e com as respectivas brácteas.

A penca (mão) é o conjunto de frutos ou dedos reunidospelos seus pedúnculos, em uma estrutura chamada de almofada,em duas fileiras paralelas.

VARIEDADES

A escolha de uma variedade ou cultivar deve levar emconsideração alguns aspectos importantes como:

1) Preferência do mercado consumidor;2) Maior produtividade;3) Tolerância às principais pragas e/ou doenças;4) Tolerância à seca;5) Porte; e6) Disponibilidade de material propagativo.Principais cultivares e híbridos de bananeira no Brasil são:

Principais cultivares de bananeira no Brasil e seu respectivo Grupo Genômico

Características das principais cultivares e híbridos de bananeira e plátanos

RESISTÊNCIA A DOENÇAS E PRAGAS Cultivar Espaçam. Porte

MP SA SN MOKO NEMAT BROCA

Prata (AAB) 2x3 - 3x3 alto MS S S S R MR

Prata Anã (AAB) 2x3 - 3x3 baixo MS S S S R MR

Pacovan(AAB) 2x3 - 3x3 alto MS S S S R MR

Maçã (AAB) 2x3 - 3x3 médio S MR S S R MR

Terra (AAB) 3x3 - 3x4 alto R R S S S S

D´Angola (AAB) 3x3 - 3x4 médio R R S S S S

Thap maeo (AAB) 2x3 - 3x3 médio R R R S MR MR

Grande Naine (AAA) 2x2 – 2,5x2,5 médio R S S S S S

Nanica (AAA) 2x2 – 2,5x2,5 baixo R S S S S S

Nanicão (AAA) 2x2 – 2,5x2,5 médio R S S S S S

Caipira (AAA) 2x3 - 3x3 médio R R R ---- S R

FHIA 18 (AAAB) 2x3 - 3x3 médio MR R R S ---- ----

FHIA 1 (AAAB) 2x3 - 3x3 médio MR R R S MR MR

SH 3640 (AAAB) 2x3 - 3x3 médio R R S S ---- ----

MS – Moderadamente suscetívelS – SuscetívelR – ResistenteMR – Moderadamente resistente

Grupo genômico Cultivar

AA Inajá, Ouro

AAA Nanica, Nanicão, IAC 2001, Grande Naine, Nanica, Galil 7, Willians, Caipira

(Yangambi), Gros Michel, Nam

AAB Branca, Prata Anã, Prata, Pacovan, Maçã, Thap Maeo, Terra, Terrinha, Farta Velhaco.

ABB Figo(Três quina), Figo Cinza, Pelipita

AAAB Pioneira, Tropical (YB 42-21), FHIA 18, SH 3640, FHIA1, Ouro da Mata, Pacovan Ken,

FHIA 21

PREPARO DA ÁREA

O preparo do terreno segue o procedimento normaladotado para outras culturas: limpeza do terreno, aração,gradagem, subsolagem e abertura de sulcos ou de covas parao plantio.

Aconselha-se realizar previamente uma análise de solo,e se houver necessidade, realizar a calagem com antecedência,realizando-se uma gradeação para incorporação do corretivo,pois esta é a oportunidade de se fazer uma aplicação de calcáriosignificativa.

Conforme as condições locais do terreno ou da coberturavegetal do mesmo, algumas variações podem ser adotadas nopreparo do terreno, com o objetivo de melhorar o potencial deinstalação do bananal.

PLANTIO

O plantio deve ser iniciado com as primeiras chuvas,sempre que possível e, evitando-se começá-lo nos meses debaixa temperatura, e também em função do período em que sepretende colocar o produto no mercado.

ESPAÇAMENTO

Na escolha do espaçamento ideal deve-se considerar acombinação de alguns fatores tais como: porte da cultivar,condições edafoclimáticas, nível tecnológico do cultivo e destinoda produção.

Os espaçamentos mais utilizados no Brasil, em cultivoscomerciais são:

· Cultivares de porte baixo a médio: 2,0m x 2,0m; 2,5m x 2,0m e2,5m x 2,5m – ‘Nanica’, ‘Grande Naine’, ‘Nanicão’, ‘Prata Anã’;

· Cultivares de porte semi-alto: 3,0m x 2,0m; 3,0 x 2,5m –‘Maçã’, ‘D́ Angola’, ‘Terrinha’, ‘Figo’

· Cultivares de porte alto: 3,0m x 3,0m; 3,0 x 4,0m – ‘Terra’,‘Terra Maranhão’, ‘Prata’, ‘Pacovan’

O espaçamento em fileira dupla permite também uma boautilização da luz e do terreno, bem como o uso da mecanizaçãopor maior período. Além de facilitar a realização dos tratosfitossanitários tratorizados, não provoca estragos nas folhas epermite consórcio com outras culturas por um período maislongo. Recomenda-se o espaçamento de 3,76m x 1,00m x 2,76m(‘Grande Naine’), sendo: 3,76m entre ruas, 1 m entre fileirasduplas e 2,76 m entre plantas dentro de cada fileira, dispostaem triângulo eqüilátero. As fileiras devem ser orientadas nosentido Leste-Oeste.

O sistema de triângulo eqüilátero é o sistema de melhoraproveitamento da luz e do terreno, com maior densidadepopulacional, devido à sua distribuição regular.

Espaçamentos em filas simples e suas densidades por hectare.

Espaçamento Distancia entre plantas Distância entre filas Plantas por hectare

(m) (m) (m)

1,50 x 2,00 1,50 2,00 3.333

2,00 x 2,00 2,00 2,00 2.500

2,00 x 2,50 2,00 2,50 2.000

2,00 x 3,00 2,00 3,00 1.666

2,45 x 2,45 2,45 2,45 1.666

2,50 x 2,50 2,50 2,50 1.600

2,50 x 3,00 2,50 3,00 1.333

2,00 x 4,00 2,00 4,00 1.250

3,00 x 3,00 3,00 3,00 1.111

3,00 x 4,00 3,00 4,00 833

4,00 x 4,00 4,00 4,00 625

MUDAS

A qualidade fitossanitária das mudas é um dos fatores maisimportante para a longevidade e produtividade de um bananal.

As mudas devem ser obtidas de plantas produtivas evigorosas, e em ótimas condições fitossanitárias, pois ascaracterísticas das plantas matrizes, boas ou ruins, são refletidasno novo bananal.

Tipos de mudasA bananeira é propagada vegetativamente, a partir de seu

rizoma, podendo ser brotado ou não (Figura 3).- Rizoma não brotado:· Inteiro; e· Subdividido ao meio ou em quatro partes com peso

nunca inferior a 500g cada.- Rizoma brotado ou inteiro:· Chifrinho: são os rebentos recém nascidos, com 20 a 30

cm de altura e que apresentam unicamente folhas lanceoladas,com peso variando entre 1 kg;

· Chifre : são mudas em estágio de desenvolvimento,medindo de 50 a 60 cm de altura, apresentam unicamente folhaslanceoladas e pesando entre 1 a 2 kg;

· Chifrão : são mudas com 60 a 150 cm de altura,apresentando uma mistura de folhas lanceoladas com folhascaracterísticas de planta adulta, e pesando entre 2 e 3 kg;

· Adulta: são mudas com rizoma bem desenvolvido, emfase de diferenciação floral, e que apresentam folhas largas,pesando entre 3 e 5 kg. Usado como replante das falhas embananais formados ou em formação.

Figura 3. Tipos de mudas

- Mudas micropropagadasA cultura de tecidos de plantas tem sido considerada uma

promessa para a agricultura. A propagação vegetativa in vitro,também denominada de micropopagação, é indiscutivelmente, aaplicação mais concreta e de maior impacto da cultura de tecidos.

Vantagens:· Ausência de pragas e doenças, reduzindo a agressão

ao meio ambiente e à saúde dos trabalhadores rurais. Reduzirátambém o custo de produção, com a diminuição do uso deagrotóxicos;

· Maior uniformidade da lavoura, facilitando os tratosculturais, além de possibilitar a concentração do período decolheita em épocas de preços mais favoráveis;

· Maior precocidade e uniformidade nos parâmetros decrescimento, quando comparadas com as mudas convencionais;

· São mais produtivas que as mudas de propagaçãoconvencional, resultado de um rigoroso processo de seleção eclonagem das plantas matrizes que apresentaram maioresprodutividades;

· Maior longevidade do bananal, podendo ter uma vidamédia de 10 anos, em função da sanidade das mudasmicropropagadas.

Preparo e tratamento das mudas

A princípio é imprescindível que o bananal fornecedor demudas não tenha sintomas de vírus, Mal-do-Panamá e sepossível, não apresentar sinais de nematóides e da broca-da-bananeira.

Tão logo possível após a extração, o material de plantiodeve ser submetido a uma limpeza (toalete ou escalpelamento)retirando-se todas as raízes, limpando-se as partes necrosadas,secas e a terra aderente, tomando-se cuidado para evitarqualquer lesão às gemas.

Esse material pode ser então submetido a um tratamentoquímico específico. Pode-se ainda como opção submeter omaterial a um tratamento com 2 litros de água mais um litro dehipoclorito de sódio por 10 minutos.

Plantio

Para o tipo de muda pedaço de rizoma, colocá-la no fundoda cova, coberta com 15-20 cm de terra. Em terrenos pesados emais úmidos, plantar mais raso, e cobrir com 5cm de terra.

TRATOS CULTURAIS

Controle de Plantas daninhas

O controle de plantas daninhas é uma dificuldade,principalmente, no primeiro ciclo. O bananal deve ser mantidono limpo através de roçadas mecânicas ou capina manualsuperficial, visto que a concorrência com o mato resulta em atrasono desenvolvimento, diminuição no vigor e queda na produção,não se devendo gradear ou passar rotativa, dada asuperficialidade das raízes.

No controle químico, podemos utilizar herbicidas de pós

ou pré-emergência, nas dosagens especificadas para cadaproduto, em função do tipo de solo e das espécies infestantes.

O número de capinas fica a critério das condiçõesclimáticas, fertilidade do solo e do espaçamento utilizado, sendoque num bananal bem formado, as plantas daninhas sãoproblemas nos primeiros meses, quando então o controle deveser realizado.

Desbaste

É uma das operações mais importantes no manejo dobananal, e consiste em favorecer o maior e mais rápidodesenvolvimento do único rebento (filho ou guia) deixado juntoa planta mãe, e que será responsável pela próxima safra. Essedesbaste pode ser feito utilizando-se a ferramenta “lurdinha”(vazador), ou apenas com cortes dos rebentos.

Recomenda-se, de forma geral, a condução do bananalcom uma família por touceira, onde apenas uma planta porgeração deve ser mantida na touceira. Na primeira safra, devemestar presentes na touceira a planta “mãe”, o primeiro seguidor“filho” e o segundo seguidor “neto”.

O primeiro desbaste, que irá eleger a planta mãe, deveser realizado quando os brotos atingirem 60cm. O desbastedeverá ser realizado periodicamente, visando manter mãe e filho,até o lançamento da inflorescência pela planta-mãe. Nesta faseescolhe-se um novo broto junto ao filho que passará a ser o “neto”.O número de desbastes varia de 3 a 5 vezes/ano.

O desbaste tem sido usado para manter a população dobananal, e como forma de obter uma produção regular ou emépoca de melhores preços.

Corte de Pseudocaule após a colheita.

Após o corte do cacho por ocasião da colheita, permanece

o pseudocaule que deverá ser cortado o mais alto possível,permitindo a translocação dos seus nutrientes e hormônios parao rizoma, o pseudocaule pode ser eliminado totalmente 40-60dias após a colheita.

Desfolha do bananal

Consiste na retirada das folhas secas, doentes equebradas, ou até mesmo normais quando localizadas entre aspencas.

A retirada das folhas secas, já sem função na planta, éfeita cortando-as junto ao pecíolo, de baixo para cima eenleiradas nas entrelinhas do bananal, com o objetivo deaumentar a luminosidade e o arejamento do bananal, bem comoreduzir a ocorrência de pragas, doenças e danos aos frutos.

Em regiões sujeitas ao frio, esta operação deverá serefetuada antes do inverno, visando permitir um maior escoamentoda massa de ar frio do bananal.

Outros tratamentos

- Eliminação do coração: quebra-se a ráquis masculina(“rabo-do-cacho”) junto ao botão floral, quando houver entre elee a última penca, cerca de 10-15 cm. Este procedimento visaacelerar o desenvolvimento (“engordamento”) das bananas,aumentar o comprimento dos últimos frutos, aumentar o peso docacho e provocar a diminuição de tripes e traça-da-bananeira.

- Retirada dos pistilos (despistilagem): É feita com oobjetivo de melhorar o aspecto e a forma do fruto, reduzir aincidência da traça-da-banana, da antracnose e da ponta-de-charuto e reduzir os danos de transporte. Na prática, esteprocedimento não vem sendo realizado a nível de campo, peloseu alto custo de realização, necessitando entretanto serrealizado no tratamento pós-colheita.

- Ensacamento do cacho com plástico polietileno: Estapratica é considerada essencial para obtenção de um produtode melhor qualidade.

ADUBAÇÃO

A bananeira é muito exigente em nutrientes, principalmenteem potássio (K) e nitrogênio (N). Para se fazer uma adubaçãoadequada é necessário fazer a análise do solo. Com bases nosresultados da análise do solo é possível fazer a recomendaçãode adubos.

Nitrogênio (N): a sua quantidade pode variar de 100 a 400kg de N/ha, dependendo da produtividade esperada. A primeiraaplicação deve ser feita em cobertura, em torno de 30 a 45 diasapós o plantio, parcelado no mínimo em três aplicações, pois oN é facilmente perdido no solo.

Fontes de Nitrogênio:· Uréia – 450 g de N/kg,· Sulfato de amônio – 200 g de N/kg e 230 g de S/kgPotássio (K): a quantidade de potássio pode variar de 0 a

750 kg de K2O/ha, dependendo dos teores do nutriente no solo

e da produtividade esperada. A primeira aplicação deve ser feitaem cobertura 30 dias após o plantio, juntamente com o nitrogênio,quando o seu teor no solo for inferior a 59 mg/dm3.Fontes de Potássio:

· Cloreto de Potássio – 600g de K2O/kg

·Sulfato de Potássio – 500g de K2O/kg e 160 g de S/kg

Obs.: Solos com teores de K acima de 234 mg/dm3 dispensam aadubação potássica.

Fósforo (P): a quantidade recomendada pode variar de 0 a160 kg de P

2O/ha, dependendo dos teores do nutriente no solo e

da produtividade esperada. Quando necessário deve seraplicado no plantio, misturado à terra de enchimento da cova.

Se necessário, repetir anualmente, em cobertura, após novaanálise química do solo.

Fontes de Adubo Fosfatado:· Superfosfato simples – 180g de P

2O/kg, 110 g de S/kg e

190 g de Ca/kg· Superfosfato triplo – 410g de P

2O/kg

Calagem

A bananeira desenvolve-se razoavelmente bem tanto emsolos muito ácidos quanto em solos alcalinos. Porém, as melhoresproduções são obtidas em solos com valores de pH entre 6,0 e6,5.

A calagem tem a função de neutralizar os elementostóxicos, como alumínio e excesso de manganês, elevar o pH dosolo e contribuir para o aumento da disponibilidade de nitrogênio(N), fósforo (P), potássio (K), enxofre (S) e molibdênio (Mo). Alémdisso, fornece cálcio (Ca) e magnésio (Mg) para as plantas, elevaa saturação de bases, equilibra a relação K:Ca:Mg (0,3:2:1 e0,5:3:1), bem como melhora a atividade microbiana do solo.

A aplicação do calcário, quando recomendada pelaanálise química do solo, deve ser a primeira prática a serrealizada, com antecedência mínima de 30 dias do plantio. Ocalcário deve ser aplicado a lanço em toda área, após a araçãoe incorporado por meio de gradagem. Recomenda-se o uso decalcário dolomítico, que contém Ca e Mg, evitando assim odesequilíbrio entre K e Mg e, conseqüentemente, o surgimentodo “azul da bananeira”, deficiência de Magnésio induzida peloexcesso de Potássio.

Irrigação

A quantidade de água que a bananeira precisa para sedesenvolver e produzir pode ser estimado de 30 litros/dia para

dias ensolarados e de baixa umidade relativa do ar, 20 litros/diaem dia semi-cobertos, e 15 litros/dia para dias completamentenublados. Deve-se também levar em consideração a fase decrescimento da planta, isto é, na fase de floração e frutificaçãoos valores podem ser maiores.

PRAGAS E DOENÇAS

Pragas

- “Moleque” ou Broca-da-Bananeira” (Cosmopolites sordidus)Praga bastante disseminada, atingindo praticamente

todos os bananais. O inseto adulto é um besouro preto, de hábitonoturno, suas larvas são responsáveis pelas perfurações queaparecem no rizoma, destruindo internamente o tecido da planta,prejudicando o seu desenvolvimento. As folhas amarelecem, oscachos ficam pequenos e as plantas sujeitas ao tombamento.Para o seu controle recomenda-se a limpeza das mudas, comuma toalete completa, onde se escalpela todo o seu rizoma,eliminando por completo os sinais de sua presença.

O controle, ainda, é realizado com o monitoramento dapraga, utilizando-se de iscas tipo queijo ou telha, ondeacrescenta-se um inseticida na dosagem de 2-3g/isca, fazendo-se 25 iscas/ha.

Recentemente tem-se realizado o controle biológico dabroca utilizando-se o fungo Bauveria bassiana, no mesmo sistemade iscas, agora utilizando 20-25g do fungo/isca na proporçãode 100 iscas/ha.

- NematóidesOs nematóides que ocorrem na cultura da banana são

classificados segundo as lesões que provocam:a) lesões profundas (Radophulos similis - nematóide

“cavernícola” e Pratylenchus musicola

b) lesões superficiais (Helicotylenchus spp)c) lesões tipo galha (Meloidogyne spp).Os nematóides parasitam o sistema radicular e rizomas

das bananeiras, são responsáveis por expressivas quedas deprodução nos bananais em decorrência da existência decondições propícias para o desenvolvimento de altaspopulações, como terreno arenoso e períodos secos.

São encontrados em quase todas as plantações do Estadode São Paulo, podendo reduzir as raízes a apenas 10% do seucomprimento, levando ao tombamento de plantas, além dissoabrem nas raízes e no rizoma, portas de entrada para outrosparasitas.

O melhor método de controle é não permitir a entrada denematóides em novas áreas, para isso necessita-se de mudasde origem sadia. Para complementar recomenda-se realizar umaboa “toalete” do rizoma das mudas, eliminando toda e qualquermancha escura,e fazer tratamento das mudas.

Nos tratamentos rotineiros, podemos aplicar nematicidavia solo (não realizando o tratamento em plantas com cachos)ou logo após a colheita dentro da planta-mãe com auxílio dalurdinha.

Outras formas de atenuar os problemas com a presençade nematóides são as de manter as plantas com nutrição corretae bem conduzidas.

- Outras pragasOutras pragas ocorrem ocasionalmente na cultura da

banana como por exemplo:-Tripes: Pequenos insetos que causam danos na casca dosfrutos. As eliminações dos “corações” exercem um certo controlena população.

-Traça-dos-frutos-da-bananeira (Opogona sacchari): a larvapenetra no fruto, abrindo galerias, causando o apodrecimento e

o amarelecimento deste, com o resto do cacho ainda verde. Seucontrole pode ser feito com despestilagem ou pulverizando-secom produtos recomendados, com jato dirigido ao cacho recém-formado,

-Lagartas: provocam prejuízos na área foliar, com desfolhamentoou abertura de galerias no parênquima foliar. Seu controle,quando necessário, pode ser realizado quimicamente comresultados satisfatórios.

Doenças

- “Sigatoka Amarela” (Mycosphaerella musicola LEACH)Os sintomas ocorrem nas folhas, iniciando-se por

pontuações com leve descoloração, passando por estriascloróticas e manchas necróticas, elípticas, alongadas e dispostasparalelamente às nervuras secundárias, apresentado estaslesões a parte central acinzentada e as bordas amarelecidas,essas lesões podem coalescer comprometendo uma grande áreafoliar.

É um problema fitossanitário limitante para as cultivaresNanicão, Nanica e Grande Naine sendo imprescindível umprograma de controle fitossanitário. A cultivar Ouro é ainda maissusceptível, já as cultivares Maçã e Prata são consideradasmedianamente resistentes e a ‘Terra’ ainda mais resistente.

Para o seu controle recomenda-se pulverização sobre asfolhas, em baixo volume, atingindo as folhas novas, com óleomineral “Spray oil” entre 12 e 18 litros/ha.

O período de controle deverá ser de setembro a maio, poiso fungo necessita de temperatura e umidade altas para sedesenvolver, num intervalo de aplicação de 20 a 22 dias,,podendo este prazo ser dilatado quando utilizado óleo mais umfungicida sistêmico triazóis e benzimidozóles.

As aplicações são feitas por atomizador costal,

atomização via trator e aplicações aéreas.

- “Sigatoka Negra” (Mycosphaerella fijiensis MORELET)Os primeiros síntomas são pontuações minúsculas que

se apresentam na superfície inferior da segunda, terceira ouquarta folhas abertas. Essas pontuações evoluem para estrias,que de início podem ser vistas apenas neste lado das folhas. Asestrias, com o passar do tempo, aumentam de tamanho tornando-se fusiformes ou elípticas e negras. A evolução das manchas,embora parecida com a Sigatoka amarela, é bem mais rápida ea coalescência das manchas ocorre antes mesmo de chegarema estágios mais avançados, provocando o colapso dos tecidosque podem secar num período de 8 a 10 horas. Geralmente asfolhas são destruídas antes que o cacho atinja o ponto decolheita.

O controle da sigatoka negra, em locais onde a doença jáocorre, são recomendados os controles genéticos, culturais e/ou químico, sendo o controle genético considerado a estratégiaideal do ponto de vista econômico e de preservação do meioambiente.

Em algumas regiões, o controle da sigatoka amarela é feitocom até 6 aplicações de fungicidas por ano, onerando o custode produção. Com a incidência da sigatoka negra, o número deaplicações aumentaria consideravelmente, para 20 (Amazonas)ou até 50 (México) aplicações por ano, variando em função dascondições climáticas favoráveis para o desenvolvimento dofungo.

Considerando as condições climáticas dos estados doAmazonas, Pará, Amapá e Roraima, que são favoráveis para odesenvolvimento do fungo durante o ano todo, com temperaturase umidades elevadas, o controle da sigatoka negra inviabiliza aprodução comercial. No caso do estado de Mato de Grosso, comum período seco (abril/set) e chuvoso (out/mar) bem definidos.Há necessidade de se avaliar a viabilidade econômica de se

produzir as cultivares de maior valor comercial, mesmo sendosuscetível à sigatoka negra.

Outra alternativa para o controle da sigatoka seria o usode cultivares resistentes. Sendo importante salientar que estacaracterística de resistência é influenciada pelo genótipo e peloambiente, sendo fundamental avaliar estes cultivares em nossascondições antes de partir para um plantio comercial, poiscultivares resistentes em uma determinada região podem,dependendo do clima e manejo, tornarem-se mais suscetível emoutro local.

Atualmente, encontram-se à disposição dos produtoresvárias cultivares e híbridos de bananeira e plátano (banana defritar) resistentes à sigatoka amarela e negra, tais como: FHIA 18,FHIA 21, Caipira, Pacovan Ken, Thap Maeo e outras que estãosendo lançadas, como Tropical (tipo maçã), ‘Nanicão IAC 2001’(grupo Cavendish), etc. Considerando estas novas cultivares e/ou híbridos, é importante salientar que o mercado ainda precisaser conquistado, pois estas não apresentam frutos com o mesmosabor das cultivares tradicionais.

- “Mal-do-Panamá” (Fusarium oxysporum f. sp. cubense)As cultivares de interesse comercial apresentam taxas

variáveis de tolerância, assim apresentam alta tolerância ascultivares: ‘Ouro’, ‘Nanica’, ‘Nanicão’; mediana tolerância: ‘Terra’;baixa tolerância: ‘Prata’ e intolerante: ‘Maçã’.

Esta doença, sendo limitante para a cultivar Maçã, frutade grande preferência de consumo, motivou a migração de seucultivo do Estado de São Paulo.

Apesar da tolerância da cultivar Nanicão, desequilíbriosnutricionais (P, Ca, Mg e Zn), parasitismo de nematóides, ouperíodos elevados de estiagem, podem levar ao aparecimentode sintomas da fusariose.

Não existe controle para a doença, e no caso da escolhapor variedades suscetíveis, buscar locais onde não ocorreram

plantios anteriores e utilizar mudas sadias e de qualidade.

- “Moko” ou “Murcha Bacteriana” (Pseudomonas solanacearum)Doença bacteriana que se encontra no Brasil apenas na

região Norte, onde já é bastante difundida, e no Nordeste. A plantainfectada morre em poucas semanas, sua incidência se dá emreboleiras, com as folhas caídas e secas (“guarda-chuvafechado”), o fruto apresenta a polpa com manchas negrasdistribuídas no seu interior. Como único método de controle,preconiza-se um rigoroso programa de erradicação das plantasdoentes.

- Viroses (vírus do mosaico do pepino)Embora já constatada em nossas condições de cultivo,

até o momento não tem causado problemas de sériasproporções, devendo-se no entanto manter a atenção quanto aesta doença.

- Doenças de frutosSão algumas as doenças fúngicas que normalmente não

chegam a afetar a qualidade da polpa, no entanto, como sãocausadas por fungos manchadores de frutos, leva a perda dovalor comercial devido a defeitos e má aparência.

Como exemplo citamos:- ponta-de-charuto: causado por uma associação de fungos;- doença-das-pintas (Pyricularia grisea).

De maneira geral, essas doenças não tem sido problemalimitante, no entanto, em bananais limpos, bem arejados e combom manejo, diminuem as possibilidades de ocorrência.

- Doenças Pós-colheitaPodem ocorrer podridões, seja no engaço, na coroa ou

almofada ou nos frutos. Para evitar tais problemas que resultamem diminuição no valor comercial do produto, deve-se atentarpara uma colheita cuidadosa e no ponto correto, proceder alimpeza das pencas, a lavagem dos frutos com detergente eposterior imersão em solução fungicida (thiabendazóle) e oacondicionamento nas embalagens adequadamente.

LITERATURA CONSULTADA

IBGE. SistemaIBGE de Recuperação Automática – SIDRA.Agricultura.http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/agric/default.asp?z=t&o=11,acesso em 29/07/2003.

MOREIRA, R.S. Banana: Teoria e Prática de Cultivo. Campinas.Fundação Cargil, 1987. 335p

RANGEL, A. Cultura da Banana (apostila)

ALVES, E. J. A. Cultura da Banana: Aspectos técnicos socioeconômicose agroindustriais. 2 ed. Brasilia: EMBRAPA-CNPMF, 1999.

EPAMIG. 1999. Banana: Produção, Colheita e Pós-Colheita.Informe Agropecuário, v.20, n. 196. 108 p.

FAO. Dados Agrícolas. FAOSAT. Disponível Site FAO. URL: http//apps.fao.org/inicio.htm. Consultado em 12/07/2003.

MALBURG, J.L.; Lichtemberg, L.A.; Hinz, R.H.; Prando, H.F.;Schmitt, A.T. Zaffari, G.R.; Peixoto, A. 1997. Curso Profissionalizantede Bananicultura. Epagri, Itajaí, SC. Apostila.

CULTURA DO CAJUEIRO

Carlos Antônio Távora Araújo 1

I – INTRODUÇÃO

A Cultura do Cajueiro encontrada em quase toda a regiãotropical do mundo, é originária do Brasil e cultivada,principalmente, na região Nordeste, notadamente nos estadosdo Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte.

No estado de Mato Grosso, a cultura do cajueiro éinexpressiva pela pouca importância econômica que a mesma temno estado. Atualmente, a área plantada é de 2200 ha, dos quais600 ha na Fazenda Panflora, com idade variando de 1 a 5 anos.

II – CONDIÇÕES CLIMÁTICAS DA CULTURA

A cultura responde favoravelmente onde há condiçõesclimáticas que possibilitam bom desenvolvimento, associadosàs condições edáficas desejáveis, e quando as plantas possuemcaracteres genéticos de boa produtividade e recebam os tratosculturais adequados.

1 Técnico Agrícola - PANFLORA AGROFLORESTAL LTDA.

1 – CLIMAAs principais regiões produtoras de caju no mundo

apresentam clima caracterizado por tropical, quente e úmido,com chuvas de novembro a abril e estiagem nos demais meses.

2 – PLUVIOSIDADEAs condições de pluviosidade ideal são aquelas em que

os totais pluviométricos anuais variam entre 800mm e 1800mmdistribuídos em 4 a 7 meses, seguidos de uma estação secabem definida, necessária a floração e frutificação da planta.

3 – UMIDADE RELATIVAO cajueiro, embora seja cultivado, principalmente na

região litorânea do Nordeste com umidade média de 70% a 80%,pode suportar umidade bem mais baixa caso haja bomsuprimento de água no solo.

4 – TEMPERATURAA média ideal é de 27oC, podendo suportar temperaturas

superiores a 35oC e inferiores a 22oC por curtos períodos.

5 – VENTOEm regiões que registram ventos freqüentes, com

velocidade superior a 7 m/s (25 km/h), não são apropriados parao cultivo racional do cajueiro.

6 – INSOLAÇÃOO cajueiro, considerado uma planta heliófila, necessita de

boa insolação, distribuída uniformemente sobre sua copa, parafrutificar de forma adequada. A amplitude ideal varia de 1800 a2500 horas de sol/ano.

7 – SOLOSOs solos mais apropriados para o cajueiro, devem ser

profundos, bem drenados, com relevo plano ou suave inclinação.Solos rasos, compactos e com excesso de água devem serevitados.

MANEJO DA CULTURA

1. Espaçamento recomendado:8mx8m ou 9mx7m, com 156 plantas/ha.

2. Dimensão da cova:De 20cmx20cmx20cm, sendo ideal abrir a cova momento

antes do plantio.

3. Plantio:Efetuar o plantio dispondo a muda de modo que o colo

fique um pouco acima do nível do solo. Comprimir a terra sobreas raízes ao redor da planta.

4. Tutoramento:Para obter uma boa formação de copa é necessário

colocar um tutor em cada planta.

5. Podas:As podas de formação inicia-se nos primeiros meses de

vida da planta, com retirada das brotações que saem do soloaté 40cm do caule principal e retirada das panículas emitidasno 1o ano de vida da planta.

Em plantas com mais de 1 ano de idade, as podas devemse limitar a eliminação dos galhos com crescimento anormal,galhos secos e praguejados e ramos ladrões.

6. Consorciação com outras culturas:Na fase de formação da cultura, é conveniente que seja

feita lavouras intercalares para obtenção de receitas que ajudem

ao produtor. Culturas de baixo porte são as recomendadas. Adistância mínima entre o cajueiro e a cultura intercalar deve serde no mínimo 1,0 m.

7. Nutrição mineral do cajueiro:O crescimento do cajueiro, a exemplo das demais culturas

perenes, obedece a uma regra típica, sendo contínuo eacentuado, especialmente nos oito primeiros anos, tendendo ase estabilizar após essa idade.

A adubação mineral deve ser feita com base na análisede solo e da produtividade esperada. Os nutrientes exigidos pelocajueiro em ordem decrescente são os seguintes:

N > K > Mg > P = Ca > S > Mn > B > Zn > Fe > Cu

O cajueiro mesmo sendo uma cultura exigente emnutrientes, boa parte destes são reciclados, de modo que não étão esgotante do solo.

8. Necessidade de corretivos:O cajueiro é bastante exigente em cálcio e sensível ao

alumínio. Logo, antes de iniciar o plantio do cajueiro éimprescindível se fazer uma análise do solo, para se fazer umaboa correção do mesmo.

Para o cálculo da calagem, deve-se adotar o método desaturação de bases, elevando-se o valor V para 60% (V=60%).

9. Irrigação:A necessidade de água é função do clima da pluviosidade

e da fase fenológica da planta. No caso específico do cajueirorecomenda-se a irrigação em regiões com pluviosidade inferiora 1200mm/ano e período seco superior a 6 meses.

10.Clones recomendados:No caso específico da cultura no Estado de Mato Grosso

os clones mais recomendados são: CCP 76, CCP 09, Embrapa51, BRS 189, FAGA 10 e FAGA 11.

11.Controle de plantas daninhas:Manter a cultura no limpo, fazendo coroamento das plantas

e roçando o restante da área. No caso da aplicação de herbicida,deve-se ter o cuidado de que a aplicação seja direcionada sobreas ervas daninhas.

12.Controle de pragas:Na cultura do cajueiro tem sido descrita a ocorrência de

insetos e ácaros que causam danos a cultura. No caso específicodo estado, os principais insetos pragas são:

a) Tripes (Selenothrips rubrocinctus)Sintomas: atacam a face interior das folhas, ponteiros,

inflorescências e frutos. As partes atacadas apresentam-secloróticas inicialmente, passando a cor prateada, que evoluempara secamento e queda de folhas e inflorescências.

Controle: deltametrina (decis 25 CE), fenitrothion (sumithion),acephate (orthene 750 BR) e diazinon (diazinon).

b) Mosca branca (Aleurodicus cocois)Sintomas: os adultos assemelham-se a mosca de cor

branca, com quatro pares de asas cobertas com uma secreçãobranca pulvurenta. Na parte dorsal desenvolve-se a fumagina.

Controle: diazinon (diazinon), monocrotophos (muv)

c) Coleobroca (Marshallius sp)Sintomas: Nas plantas atacadas os adultos são

encontrados por baixo das cascas do caule. As áreas afetadassecam e são encontradas furos deixados pelas larvas. O adulto

é um besouro de coloração marrom escura com pequenasmanchas claras e preta desde o tórax até os élitros.

Controle: remoção e queima das partes afetadas.

d) Percevejos (Sphictyrtus chryseis, Theognis stigma, Crinocerussanctus)

Sintomas: quando os percevejos atacam os maturispequenos, estes murcham e tornam-se pretos, comsintomatologia semelhante ao dia da antracnose, em maturismaiores, o sintoma de ataque é, inicialmente, visualizado na formade uma mancha oleosa escura. Posteriormente o maturi murchae, finalmente adquire aspecto mumificado, porém, permanecemole e flexível. Quando o ataque ocorre em maturis maiores, amancha provocada pelo inseto ao sugar a amêndoa permaneceaté após a maturação do fruto. E o fruto causado pelos percevejosna casca facilitam a passagem de fungos que atacam aamêndoa. Estes insetos causam perdas quantitativas equalitativas dos pedúnculos e castanhas.

Controle: o controle das várias espécies de percevejos queatacam os frutos do cajueiro pode ser feito pela coleta de insetose pela aplicação dos produtos acephate, fenitrothion, diazinom,deltametrin, etc. A primeira aplicação deve ser feita no início dafrutificação, podendo ser repetida caso os insetos retornem àlavoura.

e) Besouro vermelho (Crimissa cruralis)Sintomas: O sintoma de ataque do besouro vermelho do

cajueiro é a desfolha intensa nas plantas. Tanto as larvas comoos adultos são fitófagos, destroem o limbo foliar e a ponta dosramos jovens, causando sérios prejuízos; as larvas são maisvorazes que os adultos, provocando maiores danos às plantas.

Controle: O controle químico pode ser feito, de modoeficiente, pelos seguintes produtos: monocrotophos, parathionmetil, diazinon, malathion, etc.

13. Controle de doençasa) Antracnose

Sintomas: os sintomas típicos da antracnose são lesõesnecróticas, irregulares, inicialmente de coloração parda emfolhas jovens, tornando-se avermelhadas em folhas mais velhas.Folhas jovens severamente infectadas tornam-se enegrecidas,contorcidas e caem prematuramente. O fungo pode afetartambém de modo eficiente as inflorescências sobre as quaisprovoca lesões escuras, deprimidas, às vezes com exsudaçãode gotículas reluzentes de goma. Os tecidos necrosadosimpedem o fluxo normal da seiva, sobrevindo a murcha eposteriormente a morte da inflorescência. Os frutos jovens(maturis), a exemplo das folhas e das inflorescências, podemser afetadas pelo fungo, oportunidade em que a produção énitidamente reduzida em face da perda dos maturis. Nos estágiosiniciais de desenvolvimento, os maturis infectados caem comfacilidade ao solo. Quando afetados em estágio mais avançadode desenvolvimento, alguns frutos (castanha) podem atingir amaturidade, mas irremediavelmente lesionados. O fungocausador da antracnose, a fim de desenvolver com sucesso suapatogênese, necessita de temperatura e umidade adequadas,além de brotações e frutos jovens.

Controle: fungicidas protetores tais como oxicloreto de cobre,dithiamom, anilazina, e, os sistêmicos birtamol, triadimenol e triformeobtiveram boa eficiência no controle do fungo.

b) Mofo pretoSintomas: esta doença pode ser muito severa ao cajueiro,

podendo ser considerada, atualmente, como a segunda doençafoliar mais importante da cultura.

A infecção incipiente do fungo nas folhas quase semprepassa despercebida, somente sendo possível confirmar apresença do patógeno após a formação das estruturas do fungona face inferior das folhas, embora acredita-se que infecções

severas possam provocar a queda prematura das folhas,inexistem estudos comprovando esta hipótese. Sem dúvida, aobstrução dos estômatos pelas estruturas fúngicas e a clorosefoliar devem afetar as trocas gasosas, bem como a capacidadefotossintetizante das plantas.

Controle: pulverizações com os fungicidas oxicloreto decobre, dithanon, oxicloreto de cobre + maneb + zineb mostraramalgum efeito no controle da doença.c) Resinose

Sintomas: Os sintomas da doença são bastantecaracterísticos e, por conseguinte, de fácil identificação. Sobreos troncos e ramos surgem rachaduras, ocorrendo abundanteliberação de goma (vulgarmente denominada resina). Sob acasca acumulam-se bolsas de goma ainda líquida e com cheiroforte de fermentação. Também sob a casca da área necrosadaverifica-se a existência de tecidos escurecidos.

Controle: realizar visitas freqüentes nos pomares, pois,quanto mais cado se verificarem os sintomas mais eficinete seráo controle. Verificada a incidência do fungo, fazer uma raspagemno local e aplicar calda bordalesa. Sempre que podar as plantas,pulverizar as mesmas com fungicida cúprico.

14. ColheitaA época de produção do cajueiro anão precoce no estado

de Mato Grosso ocorre no período de junho a novembro, compique de julho a setembro. Atualmente, os clones maisrecomendados são: CCP 76, CCP 09, Embrapa 51, FAGAS 01;10 e 11, BRS 189 e BRS 226.

A expectativa de produção para o estado é de que a cultura, apartir do 6º ano produza algo em torno de 1000 a 1500 kg de castanha,e de 8000 a 12000 kg de pedúnculo por hectare.

A colheita da fruta é feita de forma manual e, dependendo dafinalidade pode ser diária (aproveitamento da castanha e do pedúnculo),ou semanal (aproveitamento só da castanha). A separação das duas

partes (castanha e pedúnculo) é feito por uma linha de nylon para evitardanos no pedúnculo. Após separados, destina-se o pedúnculo à suafinalidade (indústria), sendo a castanha posta para secar durante 72horas, após secas devem ser embaladas em sacos e guardadas emlocal coberto, seco e arejado.

A Panflora dispõe, hoje de suas unidades deprocessamento: uma para processamento de amêndoa e outrapara processamento da polpa e uma área de 600 ha de plantio.

CULTURA DO MARACUJAZEIRO

Luciano Gomes Ferreira1

1 - INTRODUÇÃO

A cultura do maracujazeiro no Brasil passou a terimportância à partir da década de 70, quando o país iniciou suasprimeiras exportações de suco da fruta para outros países.

Recentemente a cultura vem se destacando entre as frutasproduzidas no Brasil devido principalmente aos seguintesfatores: aumento na área plantada, geração de novastecnologias, maior número de pesquisadores envolvidos com acultura, novas variedades mais produtivas e aumento nasexportações de suco concentrado.

O Brasil é atualmente o maior produtor mundial demaracujá, seguido do Peru, Venezuela, África do Sul, Sri Lanka,Austrália e Equador. Recentemente a Colômbia despontou comoprodutor de maracujá e está começando a concorrer com o Brasile o Peru no mercado internacional de suco.

1Engº Agrº M.Sc. - Agricultura Tropical pela FAMEV/UFMT e Coordenador de Projetos daSuperintendência de Programas de Desenvolvimento da SEDER-MT

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Fonte: Lavoura em Poxoreo, agosto de 2003

Em função dos preços atraentes no mercado internacionalde suco, estão surgindo novas regiões de cultivo como é o casode Goiás e Santa Catarina. A área cultivada tem sido ampliadaprincipalmente nos Estados do Espírito Santo e Rio de Janeiro.

As áreas de cultivo no Brasil, na sua grande maioria, estãoentre 1ha a 5 ha em municípios como: Livramento de NossaSenhora e Juazeiro na Bahia, Itapuranga em Goiás, Vera Cruz,Marília e Garças em São Paulo, norte do Rio de Janeiro, TriânguloMineiro em Minas Gerais e Jacinto Machado em Santa Catarina,Poxoréo, Tesouro e São José dos Quatro Marcos em Mato Grosso.Entretanto está crescente o cultivo de médios e grandesprodutores com áreas entre 10 e 100 ha em Eunápolis e PortoSeguro no sul da Bahia, Linhares no Espírito Santo, Taiobeiras eÁguas Vermelhas em Minas Gerais e Platô de Neópolis emSergipe. Portanto, o maracujazeiro é uma cultura de aspectorelevante na fruticultura nacional, representado pelo potencialde exportação de suco e por seu valor nutritivo.

Por ser uma planta originária de regiões tropicais,especialmente da América Latina, apresenta adaptação naturalàs condições edafoclimáticas brasileiras e mais especificamentede Mato Grosso. Entretanto a produtividade média nacional aindaé baixa, inferior a 10,0 t/ha.

No período de entressafra que coincide com os mesesde junho a setembro, regiões tradicionais de cultivo como é ocaso do Triângulo Mineiro em Minas Gerais e o Espírito Santo, omaracujazeiro diminui e em alguns casos interrompe sua floraçãoe frutificação em função de dias mais curtos, com menorintensidade luminosa e baixas temperaturas.

Neste período, ocorrem melhorias significativas nos preçosrecebidos pelos produtores em relação ao período de safra normal.Segundo o SIMA-MT, Sistema de Informações de Mercado Agrícolada Secretaria de Estado de Desenvolvimento Rural, ao nível deatacado, esta oscilação ocorre em média de R$ 6,00 para R$ 25,00o saco de 18 a 20 kg no mercado de Cuiabá (Gráficos 1, 2, 3 e 4).

Em Mato Grosso, fatores climáticos como luminosidade(fotoperíodo acima de 11 horas de luz diárias) associados atemperaturas noturnas superiores a 18oC e umidade no solopermitem florescimento e produção na entressafra. Portanto,desde que os pomares sejam implantados com irrigação, aprodução do maracujazeiro no Estado será o ano inteiro,configurando com isso uma excelente vantagem comparativa ecompetitiva em relação às demais regiões brasileiras.

Outra vantagem competitiva está relacionada à qualidadeda polpa do maracujá para indústria.

As experiências de cultivo já realizadas em Mato Grosso,nos últimos anos, tem se caracterizado pela produção de frutoscom 16o Brix (teor de sólidos totais) superior á média nacionalque é de 13o Brix. Portanto produz-se em Mato Grosso ummaracujá com maior teores de açúcares em relação aos frutosproduzidos em outras regiões do país. O bom desenvolvimentoda cultura, entretanto, ocorrerá de forma satisfatória, desde queimplantada e conduzida corretamente.

2 - CONSIDERAÇÕES SOBRE O MERCADO

O mercado mundial do maracujá é caracterizado pelapreferência ao produto na forma de suco concentrado, já que afruta “in natura” tem curta vida de prateleira.

Entre os principais países exportadores de suco demaracujá concentrado se destacam o Equador, com 50% e aColômbia com 30% do mercado. A participação do Brasil nestemercado ainda é pouco expressiva. O país vem desde 1998atuando no mercado mundial aproveitando períodos em queoutros países reduzem suas exportações. É o caso, por exemploda exportação de suco para Inglaterra que normalmente ocorrequando Malásia e Colômbia diminuem suas exportações.

Em relação ao destino da produção nacional, estima-seque o mercado esteja dividido 50% para indústria e 50% para omercado “in natura”. Este comportamento do mercado está

sujeito a mudanças tendo em vista que o produtor na maioriados casos tende a optar pelo preço relativamente melhor domercado “in natura” porém num curto prazo, em detrimento dopreço estável oferecido pelas indústrias atendendo a constânciada oferta ao longo do ano.

Entre os principais entrepostos de comercializaçãobrasileiros para o maracujá se destacam a CEAGESP de SãoPaulo com volume médio de comercialização de 25500 t/ano ea Ceasa do Rio de Janeiro com aproximadamente 13000 t/ano,seguidos pelos Ceasas de Belo Horizonte, Goiânia, DistritoFederal e Uberlândia-MG, conforme mostra a tabela 1.

Central de Abastecimento Volume Comercializado Preço Praticado (t) R$/kg

CEAGESP 25500 0,95 Ceasa – Rio de Janeiro 13000 1,13 Ceasa – Belo Horizonte 5700 1,30 Ceasa – Goiânia 5400 1,36 Ceasa – Distrito Federal 3500 1,50 Ceasa – Uberlândia-MG 750 0,92 TOTAL 53.950

Fonte: Ceagesp, Ceasas RJ, BH, GO, DF, Ud

Tabela 1. Volumes e Preços médios do Maracujá comercializado nas principaisCentrais de Abastecimento em 2000.

No principal entreposto de comercialização de frutas doBrasil, a CEAGESP de São Paulo são comercializados anualmente25,5 mil toneladas de maracujá, sendo que destes cerca de 60%tem origem no próprio Estado de São Paulo, e o restante dos Estadosdo Pará, Bahia e Minas Gerais e Santa Catarina.

O comportamento dos preços está relacionado aoconsumo que nos meses de temperatura elevada e seca tem umacréscimo considerável. Este fator tem elevado o preço nos mesesde setembro a novembro que chegam a serem 70% superiores

aos meses de abril a junho. Neste período o produtor devemanejar o pomar para obter produção nesta época.

Segundo a CEAGESP, nos últimos sete anos o preçopraticado no atacado foi de aproximadamente R$ 1,00 por kgcom pequena variação algo em torno de R$ 0,25 para mais oupara menos. O melhores preços do maracujá comercializado naCEAGESP são alcançados entre setembro e novembro, enquantoos piores ocorrem entre abril a junho. Por exemplo, em 2000 opreço entre setembro e novembro esteve na faixa de R$ 0,64/kg,enquanto em maio o preço foi de R$ 0,33/Kg. Este mesmocomportamento ocorre no mercado do Rio de Janeiro 2º maiorem termos de volume comercializado da fruta no Brasil.

Em Mato Grosso, de acordo com informações da AgênciaEstadual do Sistema de Informações de Mercado Agrícola –SIMA-MT / SEDER-MT, no período compreendido entre 1999 a2002, pode-se observar um comportamento semelhante dospreços praticados ao nível do mercado atacadista para a fruta“in natura”, conforme mostra os gráficos 1, 2, 3 e 4 a seguir:

Gráfico 1 - Variação de preços ao nível de Atacado em Cuiabá-MT do Maracujá(saco 18-20 kg) no ano de 1999.

Fonte: SIMA-MT / SEDER-MT

Gráfico 2 - Variação de Preços ao nível de Atacado em Cuiabá-MT do Maracujá(saco 18-20 kg) no ano de 2000

05

1015202530

jane

fever

abril

maio junho jul

hag

osse

tem outu

nove

mde

zem

maracujá

Fonte: SIMA-MT / SEDER-MT

Gráfico 3 - Variação de preços ao nível de Atacado em Cuiabá-MT do Maracujá(saco 18-20 kg) no ano de 2001

0

5

10

15

20

25

jane

fever

abril

maiojun

ho julh

agos

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tu

nove

mde

zem

maracujá

Fonte: SIMA-MT / SEDER-MT

Gráfico 4 - Variação de preços ao nível de Atacado em Cuiabá-MT do Maracujá(saco 18-20 kg) no ano de 2002

05

1015202530

jane

fever

abril

maio junho jul

hag

osse

tem outu

nove

mde

zem

maracujá

Fonte: SIMA-MT / SEDER-MT

De acordo com pesquisas realizadas pela Associação dasIndústrias Processadoras de Frutos Tropicais – ASTN, em 2000foram processados 127,7 mil t de maracujá, resultando naprodução de 50,8 mil t de produto, dos quais 47 mil t de sucos e3,8 mil t de polpas. Este volume significou 22,5% de toda aprodução do setor no País, o que mostra a importância domaracujá no mercado de suco nacional. Esta pesquisademonstrou a alta ociosidade da indústria nacional, que seoperasse em plena capacidade, seria possível a produçãoadicional de 21 mil t de sucos e 13,4 mil t de polpas.

O preço médio pago pela indústria paulista aos produtoresem 98/99 ficou entre R$ 0,34/kg e R$ 0,20/kg. Em Minas Gerais eEspírito Santo, o preço pago pela indústria nos últimos anososcilou entre R$ 0,20 a R$ 0,30/kg.

O potencial de abastecimento do mercado interno com afruta “in natura” em Mato Grosso é observado principalmente naentressafra, momento de preços melhores, e no atendimento dosdiversos segmentos do mercado como por exemplo: hotéis,

restaurantes, lanchonetes e o mercado institucional (creches,escolas, hospitais, quartéis). Entretanto este mercado ainda épequeno quando comparado com os grandes centros de consumo.Isso tem provocado o desestímulo ao produtor tendo em vistatambém a grande oscilação de preço ocorrida já que enquanto naentressafra o preço chega a 0,20 / kg da fruta “in natura”, na safracai para 0,05 / kg. Uma das estratégias que se tornam interessantessão as parcerias comerciais com empresas agroindustriais quepossam firmar contratos de garantia de comercialização onde opreço esteja estável o ano todo de acordo com o preço históricopago pela indústria na faixa de 0,20 a 0,40 / kg.

Este tem sido um dos problemas ocorridos no Estado deMato Grosso para se estabelecer a cultura do maracujazeiroatravés de projetos de parceria produtor e indústria. Ou seja, namedida em que o mercado estadual “in natura” para a fruta domaracujazeiro é relativamente pequeno considerando apopulação do Estado e a dificuldade em se manter a qualidadedesta fruta para atender os grandes centros consumidores emfunção da distância, uma das estratégias seria o processamentopara suco em parcerias com os diversos segmentos empresariaisbuscando com isto a estabilidade nos preços praticados.

Embora os preços pagos pela indústria sejam em médiainferiores aos preços conseguidos na comercialização da fruta “innatura”, as vantagens na industrialização estão relacionadas a: maiorestabilidade de preços ao longo do ano, possibilidade de vendade excedentes da produção, possibilidade de absorver a produçãoque não atinge o padrão de qualidade para o mercado da fruta demesa. Além disso, o Brasil reúne condições para incrementar asexportações de suco de maracujá para outros países.

Para se alcançar esses objetivos, é necessário estabelecermetas de crescimento e estabilidade na oferta do produtorepercutindo, com isso, em menores oscilações nos preços. Aliadoa esse fator, a qualidade do maracujá produzido é condiçãofundamental para abertura e conquista de novos mercados.

3 - ÁREA, PRODUÇÃO E PRODUTIVIDADE NO BRASIL

Analisando a produção brasileira de maracujá na últimadécada (Tabela 2) constata-se que segundo o IBGE, entre 1990e 1996, a área colhida de maracujá teve um crescimento de 76%passando de 25,3 mil ha para 44,5 mil ha. No mesmo período aprodução foi incrementada em 29%, passando de 317,2 miltoneladas para 409,5 mil toneladas. Este mesmo comportamentonão pode ser observado no período entre 1996 a 2000, onde aárea colhida reduziu em 19% (de 44,5 mil ha em 1996 para 33,4mil ha em 2000) e a produção reduziu cerca de 23,7% (de 409,5mil toneladas em 1996 para 330,8 mil toneladas em 2000). Apesardas pesquisas recentes, a produtividade média nacional tambémdecresceu em 21% na última década, oscilando de 12,5 t/ha em1990 para 9,9 t/ha em 2000.

Tabela 2 – Área, produção e produtividade nacional de maracujá – 1990 / 2000

Ano Área (mil ha)

Produção (mil t)

Produtividade (t/ha)

1990 25,3 317,2 12,5 1991 30,8 380,4 12,4 1992 32,6 418,2 12,8 1993 32,5 360,5 11,1 1994 33,5 379,9 11,3 1995 38,5 405,5 10,5 1996 44,5 409,5 9,2 1997 38,3 357,4 9,3 1998 33,0 298,3 9,0 1999 35,6 317,3 8,9 2000 33,4 330,8 9,9

Fonte: LSPA / IBGE

Os principais Estados produtores de maracujá em 2000foram Bahia, São Paulo e Sergipe e Minas Gerais, respondendojuntos por 59% da produção nacional. (Tabela 3). Outros Estadoscomo Goiás e Espírito Santo vem se destacando na produçãonacional. A maior produtividade média foi obtida no Estado deSão Paulo, em torno de 15,8 t/ha.

Tabela 3 – Área, produção e produtividade nacional de maracujá – 2000.

4 - ÁREA, PRODUÇÃO E PRODUTIVIDADE EM MATO GROSSO

Em Mato Grosso, segundo o IBGE, a produção demaracujá começou praticamente na década de 90. Em 1993 aárea cultivada era de 15,0 ha com uma produção de 27 toneladas.À partir de 1993, a produção vem crescendo ano a ano, ocorrendoum período de estabilidade entre 1996 a 1998 quando aprodução se estabilizou na faixa de 2000 toneladas, conformemostra a tabela 4.

Estado Área (mil ha)

Produção (mil t)

Produtividade (t/ha)

Participação (%)

BA 7,8 77,4 9,9 23,4 SP 3,7 57,8 15,6 17,5 SE 3,9 33,6 8,6 10,2 MG 2,8 25,2 9,0 7,6 GO 1,8 23,6 13,1 7,1 ES 1,5 22,1 14,7 6,7 CE 2,2 21,7 9,9 6,6 PA 2,9 18,1 6,2 5,5 RJ 1,2 16,8 14,0 5,1 AL 1,5 9,2 6,1 2,8

Outros 4,1 25,3 6,8 7,5 Brasil 33,4 330,8 9,9 100,0

Fonte: LSPA / IBGE

Tabela 4 - Área, produção e produtividade do maracujazeiro em Mato Grosso -1993 / 2003.

Ano Área Produção Produtividade (ha) (t) (t/ha)

1993 15 27 1,8 1994 18 302 16,7 1995 39 494 12,6 1996 211 2395 11,4 1997 190 2219 11,7 1998 214 2070 9,7 1999 306 3115 10,18 2000 199 466 2,56 2001 108 405 3.75 2002 129 852 6,6 2003 523 11211 21,4

Fonte: LSPA / IBGE

Analisando a tabela 4, nota-se que o ano de 1996representa um marco no avanço da cultura no Estado. De 1995para 1996 a área foi incrementada em 541%, passando de 39 hapara 211 ha. Neste mesmo período a produção tambémaumentou cerca de 484%, ou seja, de 494 t produzidas em 1995para 2395 t em 1996. A produtividade entretanto, se mantevepróximo de 12 t/ha.

Esse fato é explicado pelas iniciativas de cultivo na regiãode Poxoréo, Tesouro e Guiratinga , neste período, em parceriacomercial com a empresa mineira Fleschman e Royal (Maguary)e cultivos realizados na região de São José do Rio Claro emtodo o Estado visando o abastecimento do mercado interno, efornecimento para indústria. Este fato demonstra a necessidadede se preocupar em não só abastecer o mercado com a fruta “innatura”, mas persistir na industrialização, seja atravésagroindústria dos próprios produtores ou em parceriascomerciais com outras empresas.

A queda observada à partir de 2000 é explicada por umconjunto de diversos fatores relacionados a: implantação econdução das lavouras, aspectos fitossanitários, organizaçãodos produtores, deficiências na assistência técnica, dificuldadesna comercialização, baixa capacitação e perfil dos produtores,oscilações de preços, baixas produtividades, e outros.

Em 2001, a principal microrregião produtora de maracujáfoi o município de Tesouro, respondendo por aproximadamente46% da produção do Estado.

Apesar da diminuição de área e produção observada em2000, está havendo uma sensível recuperação à partir desse ano.O levantamento mais recente realizado pelo IBGE em junho de 2003apresenta uma área cultivada com maracujá de 523 ha, com umaprodução de 11.211 t e produtividade de 21.436 Kg/ha.

Este avanço é explicado, tendo em vista que mais recentemente,o aumento populacional do Estado, surgimento de novas cidades e asparcerias comerciais estabelecidas por empresas como a Superbomjunto aos produtores, tem permitido também o avanço na produção emoutras regiões do Estado visando a industrialização e o mercado “innatura”. Como exemplo, podemos citar a região de São José dos QuatroMarcos, que segundo informações de campo, neste ano de 2003encontram-se implantados cerca de 90 ha de maracujazeiro em fasede formação.

Apesar deste incremento, Mato Grosso ainda tem poucarepresentatividade em relação a produção nacional,representando aproximadamente 1,5% da área nacional. Acultura ainda apresenta problemas relacionados à implantaçãoe condução, tratos culturais e manejo dos pomares, o que resulta,em alguns casos, em baixa produtividade.

5 – TAXONOMIA DA PLANTA DO MARACUJAZEIRO

Ocorrência:Nas Américas, Ásia, Índia, África, Ilhas do Pacífico, Mandagastar.

Taxonomia:Ordem: PassifloralesFamília: Passifloraceae – 14 gêneros – 580 spGênero: Passiflora – 530 sp, sendo: 150 sp. Origem

brasileira – 60 sp. Frutos aproveitados

Espécies Cultivadas:Passiflora edulis Sims – maracujá roxoPassiflora edulis Sims f. flavicarpa Deg. – maracujá amareloP. alata Ait – maracujá doceP. macrocarpa Mast – maracujá melão.

Espécies selvagens:P. caerulea L. – resistente à nematóide de galha; porta

enxerto para amarelo na África do Sul.P. setacea – boa resistência a secaP. giberti – maracujá de veado; porta enxerto induz vigor

regular às plantas.P. maliformis – Maracujá maçã; quando maduros são de

cor amarronzado devido a presença de lignina.

6 - VARIEDADES DE MARACUJAZEIRO:

Produtor: Instituto Agronômico de Campinas

Variedades: IAC – 273, 275 e 277Características: Fruto bem formado, produtivo, sensível a

doenças e pragas, não tolera seca.

Produtor: Flora Brasil

Variedade: FB – 200 – MesaCaracterísticas: Fruto de cor uniforme, grande (30 frutos

por caixa K), sensível às doenças e ao ataque de pragas.

Variedade: FB – 100 – IndustrialCaracterísticas: Alto teor de suco, alto teor de SST – “Brix”, frutos

de tamanho variado, porém pesados e de coloração variada.

7 - CLIMA E SOLO PARA O MARACUJAZEIRO

Por ser uma planta de origem tropical, o maracujazeiroproduz bem na maioria das regiões brasileiras, com restriçõesàquelas sujeitas a geadas. É cultivada no Brasil com sucessoem regiões com temperatura entre 18 a 35oC.

Em relação ao fotoperíodo, requer acima de 11 horas deluz associado à temperaturas noturnas superiores a 18o C comoocorre no Mato Grosso permitindo a produção o ano inteiro. Emrelação a altitude é cultivada com sucesso em municípiosbaianos com altitude inferior a 550 m.

Em regiões com alta umidade relativa do ar ocorre ofavorecimento de doenças como antracnose. Desta forma,regiões com umidade relativa, inferiores a 60% dificultam odesenvolvimento destas doenças.

Quanto a pluviosidade, são exigidos cerca de 1000 a 1200 mmanuais de água que pode ser fornecida pelas chuvas ou através dairrigação. O importante é que seja bem distribuída ao longo do ano.Omaracujazeiro é sensível ao excesso ou falta de umidade no solo.

Em relação ao solo, o maracujazeiro apresenta-se de formarústica, produzindo bem em solos de diversas texturas. Entretanto,o ideal são solos de textura média, areno-argilosos, com boadrenagem, profundos e com fertilidade natural média a alta enão sujeitos a encharcamento.

Deve-se dar preferência a terrenos de topografia plana asuavemente ondulada.Em regiões sujeitas a ventos fortes devemser instalados quebra-ventos para evitar danos às plantas.

8 – RECOMENDAÇÕES DE CULTIVO

8.1 - ÉPOCA DE PLANTIOCom base em resultados experimentais, manter a época

tradicional de plantio, ou seja, no início das chuvas até meadosde novembro. Se o plantio não puder ser realizado neste período,deverá ocorrer somente à partir de fevereiro, indo até meadosde março. Para plantios irrigados, não há restrição de época.

8.2 – ESCOLHA DA ÁREAA cultura se desenvolve na maioria dos solos, no entanto,

sendo possível, dar preferência para solos areno-argilosos e bemdrenados, pois não tolera solos encharcados.

Importante selecionar áreas planas, protegidas do ventoe que já tenham sido cultivadas anteriormente de quebra-ventoscom capim camerum. Em terrenos ondulados preferir a face Lestepara estabelecimento da cultura.

8.3 – CORREÇÃO DE ACIDEZ E PREPARO DO SOLODe acordo com análise, do total da necessidade de

calagem, aplicar 100% sob a forma de calcário, 60 dias antesdo plantio, incorporando com uma gradagem. Posteriormente,após 10 dias, fazer uma aração profunda.

O tipo de calcário a ser utilizado, será determinado pelosteores de cálcio e magnésio do solo.

Método de Correção: Saturação de bases (80%) comcalcário 100% PRNT, para correção a 30 cm de profundidade.

8.4 - SEMENTESUm dos problemas da cultura do maracujazeiro consiste na

obtenção de sementes de boa qualidade, visando aumentar aprodutividade e qualidade dos frutos. Portanto deve-se utilizar sementesde origem conhecida, de boa qualidade ou mudas produzidas porviveiros idôneos e credenciados no Ministério da Agricultura.

Entre as empresas que lançaram e/ou colocaram nomercado recentemente sementes selecionadas de maracujá combom padrão de qualidade e produtividade estão: Viveiros FloraBrasil Ltda no Triângulo Mineiro que comercializa mudas emtubetes de alto padrão para diversas regiões do país; A Afruvecem Vera Cruz-SP disponibiliza sementes de alta qualidade aosseus associados; o IAC lançou recentemente no mercadosementes de alta qualidade.

No caso do produtor desejar obter sua própria semente, omesmo deve selecionar em seus pomares as melhores plantaschamadas matrizes, polinizá-las entre si para servirem de fontede sementes para novos pomares.

8.5 - FORMAÇÃO DE MUDAS

8.5.1 - Sacolas plásticasO principal recipiente utilizado para formação das mudas

do maracujazeiro é a sacola plástica de 10x25cm ou 18x30cmou sacola plástica de muda de café de um ano.

8.5.2 - Preparo do Substrato Para 1 m3:Para o enchimento das sacolas utiliza-se um substrato

composto de 3 partes de terra fértil de superfície e 1 a 2 partesde esterco de curral curtido e adubos químicos. Para o preparode 1 m3 (1000 l) de substrato utiliza-se:

· 42 latas (20 litros) de solo leve de superfície;· 08 latas (20 litros de esterco de curral curtido;· 5,0 Kg de Superfosfato Simples;· 0,5 Kg de Cloreto de Potássio.

Recomendações:· Tratar a mistura com Brometo de Metila utilizando uma

lata de uma libra para até 3 m3.· Colocar 3 sementes por recipiente, enterradas de 0,5 a

1,0 cm de profundidade.· Para a germinação, cobrir os recipientes com capim

seco sem semente ou saco de estopa. Depois da germinação,deixar as mudas descobertas e ao sol.

· Fazer o desbaste quando as mudas atingirem 5 cm dealtura deixando uma muda por recipiente.

8.5.3 – TubetesAs grandes empresas e a maioria dos viveiros tem utilizado

tubetes na produção de mudas de maracujazeiro em largaescala. Os tubetes tem dimensões de 12,0 cm de comprimentopor 3,0 cm de diâmetro na parte superior e afunilado na parteinferior. Cada tubete tem um volume de 60 ml que são colocadosem bandejas plásticas medindo 40 x 60 cm que contém 96orifícios. O substrato utilizado para enchimento dos tubetes sãoa base de vermiculita enriquecida com nutrientes químicos.Pesquisas recentes da Universidade Estadual do Sudoeste daBahia com substrato demonstraram bom desenvolvimento dasmudas em tubetes, utilizando apenas esterco de curral curtido,desinfectado e enriquecido com 30 g de superfosfato simples e5 g de cloreto de potássio para cada 10 litros de esterco.

8.5.4 -Irrigação do canteiro:· Do semeio à germinação: 2 vezes/dia· Da germinação até 15 dias: 1 vez/dia· Dos 15 dias até transplantio: em dias alternados ou

conforme necessidade.

8.5.5 – Adubação foliar das mudasÀ partir dos 25 dias da semeadura (quando as plantas

atingem 5,0 cm de altura), recomenda-se regar as mudas com 10,0gde sulfato de amônio, 10,0g de superfosfato simples e 5,0g de cloretode potássio dissolvidos em 10 litros de água. Cada metro quadradodeverá receber de 2 a 3 litros da solução a cada 7 dias. Em seguida

deve ser regado com apenas água para eliminar resíduos das folhasevitando possíveis queimas das mesmas.

Em viveiros comerciais esta adubação é feita viafertiirrigação.

8.5.6 -Tratamentos fitossanitários das mudas após a germinação:O controle das doenças e pragas na fase de viveiro deve ser

feito preventivamente. Portanto, deve-se iniciar os tratamentos(pulverizações) logo após o desbaste, e persistir semanalmente atéo transplantio.

Vários defensivos tem sido testados para uso em mudas,a maioria resultados obtidos com os seguintes produtos:

Fungicidas: Dacobre (40g); Cercobin (20g); Cerconil (40g);Folicur (25g); Score (6 ml).

Bactericida: Agrimicina (40g).Inseticidas: Azodrin (20 ml); Nuvacron (20 ml); Hamidop (20

ml) ; Tamaron (20 ml) ; Cartap (30 ml); Malathion (30 ml); Folidol(20 ml).

Observações:1 -O cobre Sandoz BR (30g) e o Recop (30g) também

devem ser utilizados na fase de viveiro.2 -Todas indicações de quantidades mostradas entre

parênteses são para diluição em 20 litros de água (pulverizador costal).3 -O esquema acima deve ser seguido em condições normais.Caso haja persistência de alguma praga ou doença,

efetuar tratamentos com produtos específicos.4 -15 dias após a germinação, e semanalmente, pulverizar

SOLAN com micronutrientes, 1 ml por litro de água.

8.6-PLANTIO

8.6.1 –Cova:Abrir covas com dimensões de 50cm x 50cm x 50 cm.

8.6.2 -Em Sulcos:Sulcos com profundidade de 40 cm no mínimo.

8.6.3 -Adubação de plantioDeverá ser feita no mínimo 10 dias antes do transplantio.Como qualquer outra cultura, a adubação do

maracujazeiro depende da análise do solo. A tabela 5 traz asrecomendações considerando a disponibilidade de nutrientesno solo conforme resultado da análise de solo. Deve-se associara essas recomendações os seguintes materiais:

Em termos médios, recomenda-se colocar em cada cova:Esterco de curral curtido - 20 litrosSuperfosfato simples – 150 a 300 gCloreto de Potássio – 20 a 50 gMicronutrientes: FTE BR 12 ou FMA BR 12 - 50 g.

8.6.4 – Transplantio:Aproximadamente 45 a 60 dias após a semeadura as

mudas apresentarão de 15 a 20cm de altura (do colo à gemaapical), momento em que estarão prontas para o plantio definitivono campo em covas previamente preparadas. Corta-se 1,0 cmdo fundo do saquinho. As mudas produzidas em tubetes, nãodevem sofrer corte de raiz.

O transplantio deve ser efetuado à tarde, em horas maisfrescas, ou em dias nublados.

8.7-ESPAÇAMENTO

8.7.1 - Cultivos conduzidos em Espaldeira Vertical:Cultura Mecanizada: 3,5m entre linhas x 5,0 m entre plantas.Cultura sem mecanização: 2,5 m entre linhas x 5,0 m entre

plantas.Obs.: O espaçamento entre plantas pode variar em função

da época de plantio, finalidade e condições fitossanitárias.8.7.2 - Para cultivos conduzidos em Latada ou Caramanchão:

Diversos espaçamentos tem sido adotados, sendo os maiscomuns 5 x 5 m, 5 x 4 m, 6 x 3 m e 4 x 4 m. A escolha de um deveconsiderar fatores como época de plantio, clima e equipamentos/ implementos disponíveis.

8.8 – SISTEMAS DE CONDUÇÃO

8.8.1 - Espaldeira VerticalSistema tradicional, mais difundido e utilizado de

condução do Maracujazeiro pois permite alcançar excelentesprodutividades com o uso de polinização manual, frutos demelhor classificação e facilita os tratamentos fitossanitários.

É construído utilizando moirões ou postes de madeira com2,0 m de altura livre (2,60 m de altura total), espaçados de 5,0m,com um ou dois fios de arame preso na parte superior do poste(o 2º fio deve ser colocado 40 cm abaixo do superior) (Figura 1).

Os postes de madeira podem ser substituídos, até 50%, ealternadamente por “bambu gigante”.

São indicados os arames zincados ou aqueles própriospara fruticultura já disponíveis no mercado.

Para pomares instalados em locais sujeitos a ventos,recomendamos a utilização de fios de arame, especial parafruticultura, tipo FRUTIFIO ou no caso de optar por apenas 1 fio,

utilizar arame Z- 700 ou, preferencialmente, ZZ.800.

Figura 1 - Espaldeira

8.8.2 -Espaldeira tipo Latada (caramanchão ou parreira)Alguns locais, no Brasil, tem adotado a condução em

Latada, em função das melhores produtividades obtidas,comparativamente à espaldeira vertical, sem o uso da polinizaçãomanual. Entretanto, as dificuldades de tratamentos fitossanitáriostêm levado os produtores a desistirem de utilizar o sistema delatadas e optarem pelo sistema de espaldeira vertical (Figura 2).

Figura 2 - Latada

8.9-PODA DE FORMAÇÃO

8.9.1 – Condução em Espaldeira VerticalConduzir 1 (um) ramo principal até o arame através de um

tutor, que pode ser cordão ou estaca de bambu, eliminando asbrotações laterais. Quando o ramo principal ultrapassar 20,0 cmacima do fio de arame, fazer a capação ou poda para estimularas brotações laterais.

Conduzir apenas dois ramos laterais, chamadossecundários, sendo uma para cada lado (ou quatro, quando seusa dois fios de arame).

Quando estes ramos atingirem os ápices das plantasvizinhas, estes serão novamente podados para forçar osurgimento de ramos terciários, os quais darão origem a “cortina”do maracujazeiro, que serão os ramos de produção. (Figura 3)

Figura 3 – Sistema de Condução, poda de formação e

manutenção do Maracujazeiro em sistema de Espaldeira.

8.9.2 - Latada ou CaramanchãoConduzir 1 (um) ramo principal até o aramado através do tutor (

cordão), deixar quatro ramos laterais o mais próximo possível dosarames e eliminar o ápice do ramo principal (Figura 2).

8.10 – PODA DE MANUTENÇÃO:Eliminar os ramos próximos ou que estejam em contato

com o solo, deixando-os livres a uma altura de 20 a 30cm dosolo para melhorar a aeração e principalmente facilitar os tratosculturais e a colheita.

8.11 - ADUBAÇÃO DE FORMAÇÃO I SAFRINHA ( Por Planta)

1ª - Aplicação : 30 dias após o transplantio:Sulfato de Amônio ou Nitrocálcio = 50 g Cloreto de

Potássio = 50 g2ª - Aplicação : 60 dias após o transplantio:Sulfato de Amônio ou Nitrocálcio = 100 g Cloreto de

Potássio = 100 g3ª - Aplicação: 90 dias após o transplantio:Sulfato de Amônio ou Nitrocálcio = 100 g Cloreto de

Potássio = 100 g

8.12 - ADUBAÇÃO DE PRODUÇÃO1ª - Aplicação: meados de setembro2ª - Aplicação: início de outubro, após ocorrência de chuva3ª - Aplicação: meados de novembro4ª - Aplicação: início de janeiro5ª - Aplicação: meados de fevereiro6ª - Aplicação: meados de março

1ª aplicação: (incorporado em sulcos de 1,0m x 0,2m x 0,2m,afastado 60 cm da planta).

· Esterco de curral : 10 litros

· Superfosfato Simples/ Termofostato: conforme Tabela 5(de uma só vez)

· FTE 50 g

Tabela 5 - Recomendação de adubação de plantio/produção (considerando análisede solo)

· Para previsão de produção de 25 a 30 t/ha, aumentar 25%nos valores da tabela, acima de 30 t/ha aumentar 50%.

· Para solos arenosos o P2O5 pode ser fracionado em até 3

(três) aplicações anuais.· Para solos argilosos o P

2O5 deve ser aplicado de uma só vez.

Fontes:N -Sulfato de Amônio ou NitrocálcioP2O5 - Superfosfato Simples / Termofosfato.

K2O - Cloreto de Potássio.

Para transformar os dados da Tabela 5 na quantidade defertilizante a ser aplicado, use os seguintes fatores conformemostra a Tabela 6:

K + eqm/l00 cm3 de solo < 0.15 0.16 - 0.30 > 0.30 P*

(ppm) N P2O5 K2O N P2O5 K2O N P2O5 K2O <15 160 120 480 160 120 320 160 120 160 16 – 40 160 080 480 160 080 320 160 080 160 > 40 160 040 480 160 040 320 160 040 160

· Os valores da tabela estão como gramas de: N - P2O5 - K2O /

planta/ano.· A tabela acima deve ser usada para pomares com previsão

de produção de até 25 t/ha

Observações: *Teor de P no solo, analisado pelo método de resina.

As capinas podem ser feitas manuais com enxada,roçagem ou controle químico com herbicidas.

Entre os herbicidas, utiliza-se o Paraquat, Diuron e/ouGlifosato na dosagem de 1,5 a 3,0 litros /ha, aplicados de formadirigida e somente quando as plantas já tiverem iniciado afrutificação. A combinação Paraquat + Diuron tem sido muitoutilizada.

Evitar nas capinas manuais e mecânicas ferimentos nocaule que podem favorecer o ataque de patógenos.

8.14 – PRAGAS

A recomendação para o controle das principais pragasestão na Tabela 7.

8.13 -MANEJO CULTURAL

Manter a linha de plantio livre de plantas daninhas, semarruação, numa faixa de 1,6 m (80 cm de cada lado) e asentrelinhas manter com cobertura natural tendo-se o cuidado deroçar periodicamente.

Tabela 6 – Fatores de conversão do elemento na fonte de adubação.

* A adubação nitrogenada e potássica deve ser fracionada no maior número devezes possíveis (mínimo 5 vezes) e iniciada tão logo existam condições deumidade no solo.

* Todas as adubações em cobertura devem ser realizadas tendo-se o cuidadode afastar cerca de 15 cm do caule e espalhar os adubos numa faixa de 1,0 mno sentido da entrelinha e 1,5 m no sentido da linha.

ELEMENTO FATOR DE MULTIPLICAÇÃO

FERTILIZANTE

N 5 Sulfato de Amônio N 5 Nitrocálcio

P2O5 5,5 Superfosfato Simples P2O5 7 Termofosfato K2O 1,72 Cloreto de Potássio

As principais pragas que atacam a cultura domaracujazeiro nas principais regiões produtoras são:

Lagartas Dione juno juno, Agraulis vanillae vanillae.Ocorrem o ano todo devorando as folhas principalmente

em plantas jovens causando desfolhamento da plantadanificando inclusive o botão floral. Controle vide Tabela 7

Mosca do Botão FloralSuas larvas são de cor branco-amarelada e atacam o

botão floral que cai antes da abertura da flor. O adulto é umapequena mosca de coloração preta brilhante que faz a posturano botão floral.

Percevejos (Diactor bilineatus, Holymenia clavigera, Leptoglossusgonagra)

Prejudicam a frutificação à medida que sugam a seiva dosbotões florais e frutos novos provocando sua queda. Os frutos atacadosem fase de crescimento murcham e caem prematuramente.

Ácaros ( vermelho – Tetranichus sp.; ácaro da leprose – Brevipalpusphoenicis)

O ácaro vermelho raspa a parte inferior da folha adultainjetando toxinas que provocam desordens fisiológicas.

O ácaro da leprose transmite a chamada doença “pintaverde” que é uma lesão provocada por uma partícula viróticatransmitida pelo ácaro. O ácaro da leprose provocadesfolhamento precoce significativo podendo em poucos mesesdestruir o pomar.

O controle dos ácaros deve ser feito através de acaricidasespecíficos: abamectim (Vertimec) hexitiazox (Savey)bromopropilate (Neoron), propargite (Omite) e outros.

TripesAtacam os botões florais e frutos novos causando

aparecimento de lesões superficiais na casca, depreciando aqualidade do fruto.

Outras pragas podem atacar o maracujazeiro como abroca da haste (Philonis passiflorae), cupins e formigas enematóides.

PROCEDIMENTOS:1 -Aplicar O inseticida quando os danos da praga forem

evidentes.2 -Pulverizar a isca somente em 20% do pomar (linhas

alternadas).OBS.: * Efetuar as pulverizações com os inseticidas pela manhãaté às 09:00 h ou à noite, após 18:00 h, visando proteger osinsetos polinizadores.

* Para pulverização de plantas adultas utilizar o volume1,0 litro de calda inseticida por planta.

* Para os acaricidas usar 3,0 litros de solução por planta.* Consulte sempre um Engenheiro Agrônomo.

Tabela 7 – Controle das principais pragas do maracujazeiro.

PRAGA NOME COMERCIAL

NOME TÉCNICO

QUANTIDADE 100 litros água

CARÊNCIA (Dias)

PROCEDIMENTO

Thuricide Bacilus thurigiensis

150 g 0

Cartap Cartap 150 g 14

Lagarta das folhas

Thiobel Cartap 150 g 14

1

Mosca do Botal Floral ou das Frutas

Lebaycid Fention 200 ml + 5 Kg de açúcar ou melaço

21 2

Percevejos, vaquinhas, tripes e pulgões

Cartap Thiobel

Cartap 150 g 14 1

Recomendações para o Controle da Mosca dos Botões Florais1 -Usar frascos caça-moscas na proporção de 04 frascos/

ha para detectar a presença do inseto na área de plantio. Utilizarcomo atrativo suco de maracujá (três Partes), açúcar cristal (umaparte) e água (seis partes).

2 -Logo que sejam encontrados os primeiros adultos nosfrascos iniciar o controle através de isca envenenada;

3 -A aplicação deve ser feita aspergindo a soluçãoinseticida sobre a folhagem do maracujazeiro, no período damanhã;

4 -Durante o período de maior emissão de botões floraispulverizar a cada 7 (sete) dias;

5 -Pulverizar a isca apenas de um lado da linha. Deve-sealternar as linhas em cada aplicação;

6 -A aplicação deve ser feita em 20% das linhas de plantioda cultura, sendo que em todas as aplicações as plantas debordadura da lavoura devem ser pulverizadas;

7 -Preparar a isca acrescentando-se em 100 litros de água,7 litros de melaço ou 5 kg de açúcar e 200 rol de LEBAYCID EC

8 -Catar, sempre que possível, os botões florais caídos no chão;9 -Estabelecer barreira vegetais, utilizando-se de espécies

não hospedeiras da mosca, como exemplo: capins ou eucalipto.

8.15 - DOENÇAS

A recomendação para o controle das principais doençasestão na Tabela 8.

As principais doenças que ocorrem no maracujazeiro sãoantracnose, verrugose, bacteriose e murcha de fusarium. Podemainda ocorrem viroses provocando endurecimento dos frutoschamadas de “Woodiness” e outros vírus como mosaico dopepino, do clareamento das nervuras ou enfezamento e mosaicoamarelo.

AntracnoseCausada pelo fungo Collethothrichum gloesporioides Penz,

ataca as plantas desde a fase de formação das mudas até ofinal do ciclo produtivo. Altas temperaturas e umidade relativado ar são fatores favoráveis ao aparecimento da doença. Emfolhas e ramos formam grandes áreas necróticas seguidas desecamento e queda. Nas folhas as manchas são desuniformesiniciando das bordas para o centro. Nos ramos pontuaçõesnegras após o secamento indicam a frutificação do fungo. Nosfrutos percebe-se grandes lesões necróticas deprimidas,arrendondadas que posteriormente provocam apodrecimentointerno do fruto afetando o suco.

Verrugose (também chamada de cladosporiose)Causada pelo fungo Cladosporium herbarum Link. Ataca

todas as partes da planta. Nos frutos provoca o surgimento deverrugas corticosas salientes depreciando sua qualidade. Nasfolhas ocorrem manchas arredondadas uniformes comperfurações no centro à medida que a doença evolui. Nos ramosnovos aparecem lesões alongadas e deprimidas, conhecidascomo cancros.

Murcha de Fusarium

Esta doença tem limitado o cultivo do maracujazeiro emdiversas regiões do Brasil. Causada pelo fungo Fusariumoxysporum Schl. F. passiflorae. Em qualquer idade da planta adoença pode se manifestar provocando a morte rápida. Opatógeno entra pelo sistema radicular causando apodrecimentoque evolui até a região do colo da planta e posteriormente emtoda a planta, o que não permite a translocação de seiva e aplanta morre. No colo da planta é possível observar rachaduras.Realizando um corte longitudinal na haste próxima ao colo é

Tabela 8 – Controle das principais doenças do maracujazeiro

PROCEDIMENTOS:

1 -Iniciar as pulverizações após o aparecimento dosprimeiros sintomas da doença. Fazer aplicações semanais

possível observar manchas de cor castanha ou ferruginosa.

O Controle deve ser cultural e através de medidas preventivas:

· Evitar terrenos sujeitos ao encharcamento;· Não juntar terra (amontoa) ao pé do maracujazeiro.· Plantio das mudas no campo o mais superficial possível

(o nível do colo da muda deve coincidir com o nível do terrenoou ligeiramente acima deste).

· Nas capinas evitar danos ao caule provocados pelaenxada;

· Evitar irrigação excessiva· Realizar adubações em quantidades adequadas e

equilibrada· Não replantar em áreas onde se detectou a morte de 5%

de plantas por Fusarium.

DOENÇA NOME COMERCIAL

NOME TÉCNICO

QUANTIDADE 100 litros água

CARÊNCIA (Dias)

PROCEDIMENTO

Cobre Sandoz Oxicloreto cuproso

240 g 07

Recop Oxicloreto de cobre

300 g 07

Bacteriose

Agrimicina Oxitetraciclina + Sulfato de Estreptomicina

240 g 07

1

Cobre Sandoz Oxicloreto cuproso

240 g 07 Antracnose Verrugose

Recop Oxicloreto de cobre

300 g 07

1

Solan Bioestimulante 150 ml - 2 Extravion - 20 ml - 3

durante 03 (três) semanas seguidas. Após isto manter o pomarem observação e somente repetir o tratamento quando houverreincidência da doença.

2 -O Bioestimulante SOLAN deve ser acrescentado emtodas as pulverizações de fungicidas e/ou bactericidas, paramelhorar a eficiência dos mesmos. Independente de suaaplicação conjunta, deve ser aplicado sozinho uma vez por mês.

3 -Espalhante adesivo deve ser usado em todas asaplicações.

Observações:

· O volume de calda fungicida e/ ou bactericidarecomendado para aplicação é de 500 litros / ha até a safrinhae, após esta, 1.000 litros/ha.

· É muito importante que os tratamentos se iniciem tão logoapareçam os primeiros sintomas.

· Os “Produtos Técnicos” acima recomendados, poderãoser substituídos na sua formulação comercial, desde que ossimilares sejam registrados para a cultura do Maracujazeiro.

· Consulte sempre um Engenheiro Agrônomo.

8.16 –POLINlZAÇÃO

· As flores abrem-se após as 12:00 h e fecham-se após as18:00 h, estando viáveis somente neste período.

· Para obtenção de uma boa produtividade éimprescindível que se efetue a polinização MANUAL, coletando-se pólen de uma flor e aplicando-se em outra flor de outra planta(Figura 4).

· Preservar a Mamangava e incrementar sua populaçãoatravés da construção de abrigos usando preferencialmentetocos secos de bambú ou outra madeira com ninho do inseto.

· Incrementar o plantio de espécies que produzam floresatrativas, para “abelha européia” e Mamangabas (manjericão,girassol, crotalaria).

8.17 – COLHEITA E COMERCIALIZAÇÃO

A comercialização do maracujá se dá para indústria oupara o mercado de fruta fresca, tendo como principaiscompradores indústrias, feiras livres, supermercados e centraisde abastecimento.

Para a indústria os frutos são colhidos quando caemnaturalmente ou diretamente nas plantas. Já para o mercado dafruta fresca, os mesmos devem ser colhidos diretamente nasplantas o que melhora sua aparência e sua vida útil de prateleira.O importante é que os frutos estejam maduros e com coloraçãoamarelo-alaranjada intensa. Frutos com casca verde e madurosinternamente podem sofrer redução de até 60% do seu valorcomercial.

As embalagens mais utilizadas são caixas tipo K(semelhante a utilizada para tomate) para mercados maisexigentes como a CEAGESP-SP ou sacos plásticos (semelhanteao utilizado para cebola) com 20 a 30 kg. Atualmente em MatoGrosso tem se utilizado muito sacos de telinha de polietileno

Figura 4 – Polinização manual do maracujazeiroFonte: Boletim FrutiSéries 2 – Maracujá – Distrito Federal – Março / 2002

(80cm x 50 cm) que comporta aproximadamente 18 a 20 kg. Paramelhor acondicionamento e transporte adequado, tem sidoutilizadas caixas de papelão paletizáveis.

Para a indústria o maracujá segue a granel ou ensacados(Figura 5).

Algumas dicas são importantes para os produtores para obterem sucessona comercialização do produto:

· Estar atentos aos períodos de pico de preços e falta deproduto no mercado;

· Manter atualizado um cadastro de compradores econtactá-los com antecedência, possíveis compradores para seinformar da evolução dos preços e intenções de compra,momento em que poderá ser fechado algum negócio;

· Manter parcerias e contratos com indústriasprocessadoras;

· Realizar, se possível, compras conjuntas de insumos evendas conjuntas, aproveitando fretes de retorno.

Figura 5 – Embalagens utilizadas na comercialização domaracuja: A) caixa K; B) Saco de polietileno;

C) Caixa de papelão.Fonte: Boletim FrutiSéries 4 – Maracujá – Minas Gerais – Abril/2000

A seguir, orientações básicas relacionadas a colheita para diferentesdestinos da produção:

Indústria:· Efetuar a colheita semanalmente de todos os frutos

caídos e os desgarrados não caídos.· Após a colheita, manter os frutos ensacados à sombra.

.Remeter ao comprador o mais rápido possível.· Frutos atacados por pragas / doenças ou imprestáveis

para comercialização deverão ser retirados da lavoura eenterrados.

· Frutos caídos ainda verdes devem permanecer nalavoura até definição da cor da casca.

· Evitar o pisoteio das embalagens.

Mercado “In Natura”:· Colher de acordo com os dias favoráveis de

comercialização nos CEASAS ou outros centros atacadistas,normalmente 2 a 3 vezes por semana.

· Os frutos devem ser retirados da planta comaproximadamente 70% da casca amarelada.

· Evitar manuseio excessivo e quedas bruscas dasembalagens.

· Os utensílios utilizados na colheita (sacos, caixas ououtros) não devem ser misturados com aqueles de transporte.Evitar utilizar em seu pomar embalagens provenientes de outrospomares e/ou principalmente, vindas de centros decomercialização.

CULTURA DA GOIABEIRA

Elda Bonilha Assis Fonseca1

ASPECTOS ECONÔMICOSA cultura da goiabeira (Psidium guayava L.) é de grande

importância sócio-econômica para diversas regiões,principalmente Nordeste e Sudeste do Brasil. O Brasil é oprincipal país produtor de goiaba do mundo, produzindo cercade 100.000 toneladas de frutos anualmente, em 7800 ha. Cercade 65% desta área se localiza na região Nordeste (mais de 5.000ha), sendo 2.000 ha no Submédio do Vale do São Francisco(Petrolina e Juazeiro, principalmente). São Paulo é o principalEstado produtor, representando 65% da produção nacional,sendo a região que compreende os municípios de Taquaritinga,Monte Alto, Vista Alegre do Alto, Fernando Prestes, CândidoRodrigues e Urupês, detentora de 70% da produção Paulista.Outros Estados maiores produtores são Minas Gerais,Pernambuco, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Ceará.

A cultura da goiaba é uma atividade que possibilita váriasformas de aproveitamento dos frutos, representando umaexcelente alternativa no processo de diversificação da produçãoagrícola. Além do consumo como fruta fresca, a goiaba oferece

1 Engª Agrª, D.Sc. - EMPAER-MT.

diversas opções de utilização na indústria de processamentocomo polpa, suco, doces, sorvetes e outros.

Valores do volume de goiaba comercializado (emtoneladas) entre 1998 e 2002 no CEAGESP, bem como os preçosatingidos neste período (em R$/kg), podem ser visualizados nosgráficos apresentados no Anexo 1.

ORIGEM E DISPERSÃO

Ainda não se tem certeza sobre o local de origem maisprovável da goiabeira (Psidium guajava), mas acredita-se quetenha sido entre o México, a Colômbia, o Peru e o Brasil. A goiabaselvagem era redonda e de sabor desagradável. Atualmente agoiabeira é encontrada em quase todas as regiões tropicais esubtropicais do mundo, devido sua alta capacidade depropagação através das sementes, e facilidade de adaptação adiferentes condições climáticas.

BOTÂNICA, FLORESCIMENTO E FRUTIFICAÇÃO

A goiabeira pertence à família das Mirtáceas e ao gêneroPsidium. Existem cerca de 110 a 150 espécies distribuídas entreo sul do México e a Amazônia, mas apenas a goiabeira possuivalor econômico.

As flores da goiabeira ocorrem sempre na base das folhasde brotações de ramos maduros, após a poda ou naturalmente. Asflores podem surgir isoladamente ou em grupos de 2 a 3, sendoque flores isoladas têm maior probabilidade de originar frutos. Asflores da ponta dos ramos geralmente não produzem frutos. Quandoas flores surgem em grupos, pode-se obter 2 ou mais frutos, sendomaior o fruto proveniente da flor central. A ocorrência de botõesflorais isolados ou em grupos varia com as condições climáticas,fertilidade do solo e principalmente com a variedade.

Pelo fato da goiabeira precisar de podas de frutificação,

é importante o produtor acompanhar o desenvolvimento das plantas,visando conhecer o estágio de maturação dos ramos aptos paraflorescer, a localização das gemas floríferas e a diferença entre odesenvolvimento dos frutos provenientes dos botões centrais e dosbotões laterais. Após a fecundação da flor, até a colheita dos frutos,decorrem 90 a 130 dias. A abelha doméstica é o principal insetopolinizador da goiabeira. A taxa de autopolinização é alta, mastambém ocorre cerca de 35% de fecundação cruzada.

Pomares implantados com mudas propagadas porenxertia ou estaca iniciam a floração com até 7 ou 8 meses deidade, após o transplantio para o local definitivo. Esta primeiraflorada não apresenta valor comercial e deve ser eliminada, paranão sacrificar a planta nesta fase juvenil e formar melhor a copa.O pegamento final dos frutos da goiabeira é da ordem de 20%.A queda de frutos verdes é um problema sério, devidoprincipalmente a ação de pássaros, clima, distúrbios fisiológicose nematóides. A produtividade da goiabeira é muito variável, de15 a 50 t/ha de frutos (70 a 200 kg de frutos/planta/ano),dependendo de vários fatores tais como espaçamento, cultivar,clima, solo e tratos culturais.

CLIMA E SOLO

As diferenças de clima interferem na época e duração doflorescimento. Em regiões com alta temperatura, se houver águasuficiente, a goiabeira pode florescer e frutificar durante o anotodo. A temperatura ideal para o desenvolvimento e frutificaçãoda goiabeira fica entre 23 e 28oC. Temperaturas médias abaixode 16oC são prejudiciais.

Como toda frutífera, a goiabeira exige irrigação no períodoseco, evitando atraso no florescimento e queda de frutos, econseqüente redução da produtividade e qualidade. A goiabeira

exige de 1000 a 2000 mm de água anuais, bem distribuídos. Emregiões com 5 meses (ou mais) do ano sem chuva, a goiabeiraproduz apenas uma safra anual, resultante da brotação que surgeapós as primeiras chuvas. A falta de água na época doflorescimento acarreta queda de flores. Por outro lado, longosperíodos chuvosos, com alta umidade do ar favorecem oaparecimento de doenças transmitidas por fungos.

A associação de alta umidade do ar e alta temperaturadurante o ciclo da goiabeira pode inviabilizar seu cultivo, pois aincidência de doenças transmitidas por fungos é muito alta,principalmente a ferrugem. A faixa de umidade relativaconsiderada ideal para o cultivo da goiabeira situa-se entre 50 e80%.

Outro fator que influencia o florescimento e a produçãoda goiabeira é a insolação; baixas intensidades de radiaçãosolar acarretam baixas produções, pois os ramos internos nãofrutificam, e facilmente secam e morrem.

Os ventos podem representar um grande problema parao cultivo da goiabeira, causando quebra de ramos em plantasnovas e danos mecânicos em frutos.

Os solos mais adequados ao cultivo da goiabeira são osde textura leve (areno-argilosos), profundos e bem drenados, comteor médio de matéria orgânica. Deve-se evitar solos pesados ede drenagem lenta, excessivamente argilosos ou arenosos. OpH mais adequado fica entre 5,5 e 6,0. A produção econômicade frutos exige alta disponibilidade de nutrientes.

VARIEDADES E PROPAGAÇÃO

Para o consumo de fruta fresca, bem como para aindustrialização, deve-se dar preferência para variedades comas seguintes características:

Consumo de Produção de polpa Produção de compota fruta fresca- Polpa de coloração - Polpa de coloração - Polpa de coloração vermelha rosada rosada a vermelha- Casca grossa - Altos teores de pectina - Polpa espessa- Polpa espessa e saborosa - Baixo teor de umidade - Polpa firme- Polpa doce e alta acidez - Forma arredondada- Polpa com baixa acidez - Alta % de sólidos- Frutos grandes solúveis totais

O mercado brasileiro de frutas frescas prefere a goiabavermelha, que possui maior preço de mercado porém menor vidapós-colheita. A goiaba branca é mais indicada para exportação;possui menor preço de mercado, mas maior vida pós-colheita.

As principais cultivares produzidas atualmente são:a) Goiaba vermelha: ‘Paluma’, ‘Pedro Sato’, ‘Sassaoka’, ‘Rica’,

‘Ogawa nº 1’; ‘Ogawa nº 2’; ‘Ogawa nº 3’, ‘Murayama’, ‘Iwata’e‘Shirayama’.

b) Goiaba branca: ‘Kumagai’ (ou ‘Pedra Branca’ ou ‘Brancade Valinhos’), ‘Ogawa Branca nº 1’, ‘Iwao’, ‘White Selection ofFlorida’ e ‘Pentecoste’ (esta com polpa amarela).

c) Para indústria: ‘Paluma’, ‘IAC-4’, ‘Rica’ e ‘Guanabara’.

A goiabeira propaga-se tanto por sementes quanto porenxertia ou estaquia. Ao produtor de frutos recomenda-se aaquisição de mudas já enxertadas, devido às muitas vantagensobtidas através das mesmas. Atualmente, torna-se indispensávelà instalação de novos pomares utilizando apenas este tipo demuda. Apesar do preço da muda enxertada ser alto, apossibilidade de enxertia em porta-enxertos plantados já no localdefinitivo deve ser evitada, devido os seguintes motivos:necessidade de enxertador especializado; dificuldade deaquisição, conservação e transporte de ramos porta-borbulhas;

incerteza sobre o material propagativo adquirido; dificuldade deconciliação entre condições climáticas adequadas à enxertia eestádio de desenvolvimento das gemas do material propagativo;possibilidade de baixas taxas de pegamento; necessidade dere-enxertia; desuniformidade gerada devido a re-enxertia.

A aquisição de mudas já enxertadas garante ao produtor acultivar desejada e a ausência de pragas e doenças nas mudas.A negociação será respaldada por notas fiscais e atestados desanidade, documentos estes que deverão ser guardados eutilizados, caso o produtor sinta-se lesado ou ludibriado. Antesde adquirir mudas enxertadas deve-se conhecer as NORMASPARA PRODUÇÃO DE MUDAS FISCALIZADAS querecomendam a compra de mudas fiscalizadas, provenientes deviveiros idôneos. Estas normas têm por objetivo, fixar eestabelecer critérios e padrões mínimos de qualidade paraprodução, transporte e comercialização de mudas no Estado deMato Grosso. No Anexo 2 encontra-se um extrato das principaismedidas destas Normas e os padrões exigidos para mudas degoiabeira.

AMOSTRAGEM DE SOLO, CALAGEM E ADUBAÇÃO

Através da análise da terra o técnico pode calcular aquantidade certa de calcário e adubo para cada cultura. Paraevitar erros na amostragem, basta observar os seguintes passos:

a) Separar a propriedade em áreas menores, de acordocom a cor da terra, a quantidade de areia, a proximidade do rio,declividade, etc. Cada área menor deve ser numerada eamostrada separadamente. Terrenos que já receberam calcárioou adubo também devem ser amostrados separadamente. Nãocoletar amostra perto de cupinzeiros, formigueiros, esterco ecasas.

b) Depois de dividir a propriedade em áreas homogêneas,andar em zig-zag, retirando pelo menos 15 a 20 amostras simples

em cada uma delas.c) Em cada ponto, raspar uma camada fina com a enxada,

retirando o mato. Fazer uma cova de 20cm de profundidade,retirando toda a terra e colocando-a ao lado do buraco. Esta terranão será usada. Cortar uma fatia de terra de cima para baixo doburaco e colocar em um balde de plástico limpo. Esta amostra éa chamada amostra simples. Repetir esses passos em cadaponto de cada área colocando sempre a fatia de terra no mesmobalde.

d) Depois de ter as amostras simples no balde, misturarbem a terra. Retirar meio quilo e colocar num saquinho de plásticolimpo. Esta terra é que será enviada para o laboratório e se chamaamostra composta. Amarrar o saquinho com barbante e colocaruma etiqueta marcando o lugar de onde foi retirada. Se a terraestiver molhada, deve ser colocada para secar em cima de umjornal limpo, na sombra, antes de colocar no saquinho.

e) Para culturas perenes e com raízes profundas, como agoiabeira, recomenda-se amostrar também a camada de 20 a40 cm. Pode-se aproveitar os mesmos pontos de coleta, bastandoaprofundar mais a cova após a retirada da primeira amostra eusar baldes separados.

A calagem é uma prática fundamental para a melhoria doambiente radicular das plantas e condição primária para seproduzir a maioria das espécies vegetais. Consiste em aplicarcalcário ao solo visando corrigir a acidez, fornecer cálcio emagnésio, reduzir os teores tóxicos de alumínio e manganês,além de melhorar as propriedades físicas e biológicas. De possedos resultados da análise química e física do solo, deve-secalcular a quantidade de calcário para elevar a saturação porbases para 70% e o teor de Mg para 9 mmol

c/dm3.

Antes de aplicar a quantidade de calcário calculada pelafórmula, deve-se considerar os teores de argila e areia, quedeterminam se o solo é argiloso ou arenoso. Solos mais argilosospodem receber o total do calcário calculado. Entretanto se o solo

for arenoso ou muito arenoso, deve-se tomar cuidado, pois quem“segura” o cálcio e o magnésio fornecidos pelo calcário, é a argilae não a areia. Em solos arenosos raramente consegue-seincorporar o calcário à 20cm de profundidade ou mais, e oresultado é uma supercalagem nos primeiros 5cm. A calagemem excesso é mais prejudicial que a acidez elevada, pois nãohá como reverter o processo.

O calcário deve ser aplicado 2 a 3 meses antes do plantio,pois é um material de reação lenta. É necessário que hajaumidade suficiente no solo para o calcário reagir. Recomenda-se aplicar e incorporar em toda a área a ser plantada, pois agoiabeira possui um vasto sistema radicular. Em pomaresinstalados, deve-se fazer a amostragem na faixa de solocompreendido entre duas linhas de plantas, considerando-setodos os aspectos mencionados anteriormente, no final dacolheita. Os maiores benefícios da calagem são obtidos com aaplicação adequada de fertilizantes (N, P, K e micronutrientes).

Quanto à adubação da goiabeira, dispõe-se de poucosresultados de pesquisa realizada no Brasil, que determinem asverdadeiras necessidades nutricionais desta cultura. Asrecomendações são, portanto, baseadas em médias para outrasculturas, não contendo respaldo técnico-científico. Asquantidades de adubos normalmente são altas, pois a goiabeiraé uma espécie exigente. As recomendações sobre adubaçãoformulada para uma região nem sempre podem ou devem seradotadas generalizadamente, sobretudo se não foremacompanhadas de uma caracterização do solo e do manejo dacultura. Sendo assim, antes da instalação do goiabal, recomenda-se um contato direto com um técnico da área.

Segundo a EMBRAPA Semi-Árido, para a adubação decova, recomenda-se proceder à análise de solo para realizar aadubação de acordo com a necessidade. No caso daimpossibilidade da análise, ou como adubação básica, colocar400 a 500 g de superfosfato simples e 300 a 400 g de sulfato de

potássio, misturados a 20 ou 30 litros de esterco bem curtido.Em Goiás, a recomendação básica é feita na cova, com 15 a 20litros de esterco de curral ou 3 a 5 litros de esterco de galinha outorta de mamona misturada com 200 g de P

2O5 (1000 g de

superfosfato simples) e 3 g de Zn (nas formas de óxido de sulfato)e a terra de superfície, 20 a 30 dias antes do plantio. Na adubaçãode formação, aplicar, de acordo com a análise de solo, por anode idade e por planta, 70 g de N (350g de sulfato de amônio), 40a 100 g de P

2O5 (200 a 500 g de superfosfato simples) e 20 a 50

g de K2O (40 a 80 g de cloreto de potássio) ao redor de cada

planta, na projeção de suas copas. Para plantas adultas, deacordo com a análise de solo e com a produtividade esperada(20 a 50 t/ha), aplicar anualmente 80 a 160 kg/ha de N (400 a800 kg de sulfato de amônio/ha), 20 a 140 kg/ha de P

2O5 (100 a

700 kg de superfosfato simples/ha) e 30 a 160 kg/ha de K2O (50

a 270 kg/ha de cloreto de potássio), em três parcelas, no início edurante as chuvas, na projeção da copa.

INSTALAÇÃO DO POMAR

O preparo do solo para a implantação do goiabal ésemelhante ao que se faz para qualquer outra frutífera, ou seja:abertura da área, destoca, aração, gradagem, marcação decurvas de nível e preparo da rede de drenagem caso necessário.Estas operações devem ser realizadas 2 a 3 meses antes doplantio e sempre tomando-se o cuidado de efetuá-las com umnível adequado de umidade.

· Marcação do terreno: pode-se marcar o terreno emlinhas, em contorno, em quadrado, em retângulo, em triânguloeqüilátero ou em quincôncio.

· Espaçamento: dependerá da fertilidade natural do solo,da variedade, do uso ou não de mecanização e do sistema deirrigação. Alguns exemplos de espaçamentos conforme a regiãosão listados a seguir:

Região/ Local Espaçamentos usadosNordeste do Brasil 8m x 5 m ou 6m x 5m (retângulo)

5m x 5m ou 4m x 4m (quadrado)

São Paulo 6m x 6 m (plantas de menor porte);7m x 8 m (plantas de maior crescimento lateral)

7m x 5m; 7m x 7m (para indústria)

· Abertura de covas: independente do traçado ouespaçamento, as covas deverão ser grandes, com 60 cm nastrês dimensões, abertas manualmente ou com broca, epreparadas 20 a 30 dias antes do plantio.

· Plantio: deverá ser efetuado somente após aestabilização das chuvas. Na retirada do recipiente (saquinhoou balaio) procurar não desfazer o torrão que envolve as raízes.Deve-se cuidar para não “afogar” o colo da muda (região quesepara a parte aérea das raízes), de forma que este fique umpouco acima do nível do solo. Preferir dias nublados, com menosvento e, se possível, irrigar bastante as mudas no mesmo dia doplantio. Finalmente, fazer uma bacia de terra ao redor da muda,distante cerca de 40 cm do caule, visando represar mais água.

· Tutoramento: deve-se utilizar haste de bambu, ripa demadeira ou meio cabo de vassoura ao lado das mudas, com ocuidado de não amarrá-las muito apertado ao tutor, e usar tirasde borracha com 5 cm de largura (de câmara de pneu) ao invésde fios de náilon ou barbante.

TRATOS CULTURAIS

1) Poda de formação: no caso de mudas enxertadas que jácontenham 3 a 4 pernadas bem formadas, as podas de formaçãosão dispensadas. Entretanto, quando se tratar de muda sem copaformada, tipo vareta, é necessário podar a muda para originaruma copa baixa, em forma de taça aberta. Deve-se podar a haste

a 30 a 50 cm do solo, fazendo o corte numa parte do tronco quejá esteja madura. Em algum tempo irá aparecer uma brotação enela deve-se escolher 3 a 4 ramos (pernadas) bem distribuídosnos quatro pontos cardeais e inseridos desencontradamente notronco. Após o crescimento desses ramos, devem ser tambémpodados, de forma a ficarem com 40 a 50 cm de comprimento. Apartir daí, deixa-se que a copa se forme à vontade, eliminando-se apenas os ramos secundários que surgem muito próximos aotronco. É preciso eliminar tanto as brotações que se dirigem parao solo, como os ramos entrelaçados. Uma vez por ano ou apóscada ciclo de produção, se necessário, repete-se a poda paraeliminar ramos secos, doentes ou entrelaçados. Sempre quenecessário, os galhos muito vigorosos e que dificultam a colheitae tratos culturais devem ser rebaixados.

2) Poda de frutificação: a goiabeira responde à poda defrutificação pois as flores surgem apenas nas brotações que seformam em ramos maduros. Os fatores mais importantes para apoda de frutificação são:

a) Época: teoricamente, pode ser feita em qualquer épocado ano, desde que haja disponibilidade de água, luminosidadee temperatura adequadas. A escolha da época para a poda defrutificação vai depender do período em que se pretende colheros frutos, lembrando que nesta época os ramos a serem podadosdevem estar maduros e com gemas propícias à brotação. Emmédia, o tempo decorrido da poda até o final da colheita variade 6 a 8 meses.

b) Intensidade: poderá ser contínua ou drástica. Deve-se usaro bom senso, pois podas muito drásticas prejudicam a produção.Também é importante a localização da inflorescência nos ramos,pois somente flores localizadas entre o meio e a base dos ramostêm maior probabilidade de produzir frutos.

Poda contínua Poda drástica- Podar parte da planta em - Podar toda a planta numa mesma época épocas diferentes. - Permite a concentração da época de- A planta se mantém em produção colheita, ou seja, oferta de um maior durante o ano todo. volume de frutas, num curto espaço- Deve-se podar apenas os ramos de tempo maduros e aptos a florir, ou seja, encurtar os ramos que já produziram. Feita 30 dias após a colheita do último fruto daquele ramo.

3) Raleio de frutos: o raleio de frutos é indicado quando afrutificação for excessiva. Deve ser feita quando os frutinhosatinjam 2 cm de diâmetro, deixando-se, em média, um fruto paracada três eliminados. Se houver 3 frutos juntos, deixa-se o docentro. Deve-se eliminar também frutos manchados oudanificados por insetos.

4) Poda de limpeza: eliminação periódica dos galhos ouramos mal localizados, secos, atacados por pragas, raquíticos,rasteiros ou assimétricos.

5) Irrigação: pode-se utilizar os sistemas de irrigação porgotejamento ou sulcos para solos argilo-arenosos e argilosos, emicroaspersão ou aspersão para solos arenosos e areno-argilosos.

6) Controle de plantas daninhas: pode ser feito por capinamanual ou mecânica.

7) Consorciação: na fase de formação do goiabal pode-seconsorciar feijão, milho, tomate para indústria, cebola oumelancia.

COLHEITA, CLASSIFICAÇÃO E EMBALAGEM

A colheita é uma operação que deve ser feita com muitocritério, pois dela depende a comercialização. Recomenda-se

colher em horas mais amenas do dia, por operador treinado paraisto, visando evitar pancadas ou danos mecânicos, pois a frutamachucada se deteriora mais rapidamente. Durante a safra os frutosde uma mesma goiabeira são colhidos duas a três vezes porsemana. Como regra geral, os frutos destinados ao mercado defrutas frescas devem ser colhidos após terem atingido o completodesenvolvimento, mas estando ainda verdes ou no máximo “de vez”.

Após a colheita os frutos são levados para a casa deembalagem onde são selecionados, enrolados individualmenteem papel e arrumados em uma só camada nas caixas de papelãocom as seguintes dimensões externas: 40,5 cm de comprimento,29 cm de largura e 8,5 cm de altura.

A classificação mais comum relaciona o número de frutosque cabem numa caixa com uma das denominações: Extra (15,18 ou 21 frutos/caixa); Especial (24, 28 ou 32 frutos/caixa); ePrimeira (35, 40 a 45 frutos/caixa).

COEFICIENTES TÉCNICOS E CUSTO DE PRODUÇÃO

Coeficientes técnicos para instalação e manutenção da cultura da goiabeira,em espaçamento 7 x 5m.

Discriminação Unid. Ano I Ano II Ano IIIQuantid. Quantid. Quantid.

InsumoMudas um 350 - -Tutores um 300 - -Fertilizantes- Uréia kg 150 300 300- Superfosfato simples kg 240 - -- Cloreto de potássio kg 150 300 300

Continua

Discriminação Unid. Ano I Ano II Ano IIIQuantid. Quantid. Quantid.

Corretivos- Calcário t 2.5Adubo Orgânico m

39

Defensivos- Oxicloreto de cobre kg 20 30 35- Triclorfon l 20 30 30- Formicida kg 50 30 20- Espalhante adesivo l 1 2 1- Óleo mineral l 1 1 1Preparo do soloAração h/m 4Gradagem h/m 2Marcação da área d/h 3Coveamento d/h 8Adubação de fundação d/h 17Plantio/ tutoramento/ replantio d/h 85Tratos culturaisCoroamento d/h 8x3Poda de formação e desbaste d/h 10Capina mecânica h/m 4x2 4x2 4x2Pulverização motorizada h/m 6x2 6x2 6x2Aplic. calcário e incorporação h/m 4Pulverização manual d/h 12 12 12Irrigação- Localizada d/h 15 15 15- Aspersão d/h 50 50 50Combate ao formigueiro d/h 2 1 1Colheita d/h - 5 10Outros custosEnergia p/ irrigação (variável)Tesoura de poda um 2 2Serrote de poda um 2 2Cordão ou barbante rolo 4Caixa colheita (cap. 20kg) cx - 80Transporte interno h/m 5 5 5

Fonte: GONZAGA NETO (2001).

LITERATURA CONSULTADA

AGRIANUAL, 2003.GONZAGA NETO, L. Goiaba. Produção. Brasília: EMBRAPA.Informação Tecnológica, 2001. 72p. (Série Frutas do Brasil).

GONZAGA NETO, L.; SOARES, J. M. Goiaba para exportação:aspectos técnicos da produção. Ministério da Agricultura, doAbastecimento e da Reforma Agrária. Brasília: EMBRAPA-SPI,1994. 49p. (Série Publicações Técnicas FRUPEX, 5).

MANICA, I. et al. Goiaba: do plantio ao consumidor – Tecnologiade produção, pós-colheita, comercialização. Porto Alegre: CincoContinentes, 2001. 124p.

NATALE, W. et al. Goiabeira: calagem e adubação. Jaboticabal:FUNEP, 1996. 22p.

PIZA JR., C. de T.; KAVATI, R. A cultura da goiaba de mesa.Campina: CATI. 1994. 28p. (Boletim Técnico, 219).

ZAMBÃO, J.C.; BELLINTANI NETO, A.M. Cultura da goiaba.Campinas: CATI 1998. 23p. (Boletim Técnico, 236).

VOLUME COMERCIALIZADO (t) 1998- 2002

0200400600800

10001200140016001800

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov DezMeses

Tone

lada

s de

Fru

tos

1998 1999 2000 2001 2002

VOLUME COMERCIALIZADO - GOIABA BRANCAMédia obtida entre 1998 a 2002

0,68 0,63 0,63 0,67 0,71 0,7 0,73 0,74 0,72 0,75 0,76 0,79

0

200

400

600

800

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Meses

00,20,40,60,81

Toneladas de Frutos Preço (R$/kg)

VOLUME COMERCIALIZADO - GOIABA VERMELHAMédia obtida entre 1998 a 2002

1,161,121,091,041,041,031,061,070,970,88

0,911,08

0100200300400500600

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Meses

0

0,5

1

1,5

Toneladas de Frutos Preço (R$/kg)

Fonte: AGRIANUAL - 2003

Anexo 1

Anexo 2ALGUNS ITENS DAS NORMAS PARA PRODUÇÃO DE MUDAS

FISCALIZADAS

" Do Registro - é obrigatório o registro, no Ministério da Agricultura, detodo o viveiro de mudas destinado à exploração comercial ou industrial, inclusiveaquele utilizado para florestamento ou reflorestamento." Do Porta-Enxerto - o porta-enxerto pode ser oriundo de propagaçãosexuada (sementes) ou assexuada (material vegetativo)." Do Material para Enxertia - o material deverá provir de planta vigorosa,isenta de pragas e doenças, produtiva e com característica da variedade oucultivar a ser multiplicada e que tenha comprovada afinidade com o porta-enxerto." Sistema de Produção de Mudas Fiscalizadas - é aquele controladopela Entidade Fiscalizadora, mediante técnicas e cuidados necessáriosestabelecidos para cada espécie." Entidade Fiscalizadora - a entidade pública ou privada, reconhecida porlegislação federal, responsável pelo sistema de produção de mudas fiscalizadas,em sua respectiva área de jurisdição, através da utilização de técnicas, normase regulamentos próprios." Produtor de Muda Fiscalizada - toda pessoa física ou jurídica devidamentecredenciada pela entidade fiscalizadora de acordo com as normas em vigor." Muda Fiscalizada - a muda produzida por Produtores credenciados pelaentidade fiscalizadora, obedecidas as normas técnicas por esta estabelecidas." Atestado de Garantia de Muda Fiscalizada - o documento comprovadorde que a muda foi produzida de acordo com as normas estabelecidas pelaentidade fiscalizadora." Atestado de Sanidade Vegetal - o documento emitido pelo ResponsávelTécnico, que deverá acompanhar a muda ou lote de mudas, comprovando quea muda encontra-se livre de pragas e doenças." Quanto à Comercialização: Mudas Fiscalizadas (Frutíferas)." Do Comércio de Mudas:

Somente poderá ser comercializada ou transportada a muda que for identificadapor uma etiqueta, claramente escrita em português, contendo no mínimo: a) nome,endereço e número de registro de viveirista no Ministério da Agricultura; b)designação da espécie ou cultivar; c) identificação do porta-enxerto, quando houver;d) nome do Técnico Responsável e Registro no CREA-MT.

A etiqueta deverá ser confeccionada com material resistente, de modoque lhe assegure a necessária durabilidade.

Em se tratando de embalagem que contenha mais de uma muda da mesmacultivar, destinados a plantio por um só comprador, é permitida uma única etiquetade identificação, na qual deverá constar também o número total de mudasexistentes.

Quando se tratar de uma partida de mudas de uma só cultivar, destinadose um único plantio, sua identificação poderá constar apenas dos respectivosdocumentos de transação e remessa.

Não está sujeita à etiquetagem a muda produzida para uso próprio." O produtor e o comerciante de mudas são obrigados a emitir NotaFiscal numerada, na qual conste:

a) nome do viveirista ou do comerciante;b) número de registro no Ministério da Agricultura;c) localidade do viveiro, município e Estado;d) nome e endereço do comprador;e) quantidade de mudas por variedades e porta-enxerto, quando houver;f) número do atestado de garantia e de sanidade .

No trânsito de mudas, para cujas espécies a legislação fitossanitáriadeterminar restrições, haverá necessidade de “permissão de trânsito”.

Uma das vias da Nota Fiscal numerada, o atestado de garantia e oatestado de sanidade, deverão acompanhar as mudas em trânsito eobrigatoriamente serem exibidos à fiscalização." Do Atestado de Sanidade Vegetal: O Atestado de Sanidade Vegetal éemitido pelo Responsável Técnico, com validade de 30 (trinta) dias, e deveráacompanhar obrigatoriamente as mudas, juntamente com a Nota Fiscal e oAtestado de Garantia, por ocasião da comercialização ou transporte das mesmas." Do Atestado de Garantia para Mudas Fiscalizadas: Entende-se porAtestado de Garantia de Mudas, para efeito destas normas, o documento lavradoe numerado em seqüência pelo Responsável Técnico, comprovador de que amuda foi produzida de acordo com as normas estabelecidas pela EntidadeFiscalizadora. O Responsável Técnico pela produção de mudas fiscalizadasemitirá atestado de garantia, do lote que atender as exigências do padrãoestabelecido da respectiva cultura. O Atestado deverá ser emitido e assinadoem 03 (três) vias que terão os seguintes destinos: 1ª via - para o consumidor; 2ªvia - para o viveirista; 3ª via - para Entidade Fiscalizadora (DFA/MT).

PADRÕES EXIGIDOS PARA MUDAS DE GOIABEIRA

Art. 1º - Ficam estabelecidos, os seguintes padrões mínimos de qualidadepara produção, transporte e comercialização de mudas de goiabeira.Parágrafo único - Entende-se como muda de goiabeira a muda de pé franco eaquela proveniente de enxertia.

Art. 2º - As mudas de pé franco deverão ter as seguintes características:a. terem haste única e ereta, com comprimento não inferior a 12 cm,

medidos a partir do colo da planta;b. terem no máximo 5 meses de idade, contados a partir da data da

semeadura;c. apresentarem no mínimo 5 pares de folhas maduras;d. estarem aclimatizadas à luz solar e estarem isentas de pragas e

moléstias;e. a comercialização das mudas somente será permitida em torrões,

acondicionados em laminados ou equivalente, com 15 cm de diâmetro e 25 cmde altura.

Art. 3º - As mudas enxertadas deverão ter as seguintes características:a. terem o enxerto feito entre 10 a 15 cm de altura, medidos a partir do

colo da planta;b. apresentarem compatibilidade morfológica e fisiológica entre enxerto

e porta-enxerto;c. apresentarem, a 5 cm do ponto de enxertia, o diâmetro mínimo de 1

cm;d. o enxerto e o porta-enxerto deverão constituir uma única haste, o mais

vertical possível, com 50 a 60 cm de altura, contendo 3 a 4 pernadas de 20 a 30cm, inseridas em planos distintos nos 15 a 20 cm superiores ao tronco;

e. quando se tratar de muda sem copa formada, tipo vareta, apresentarhaste única com 40 a 50 cm de altura, medidos a partir do colo da planta;

f. terem no máximo 24 meses de idade, contados a partir da data desemeadura do porta-enxerto;

g. apresentarem sistema radicular bem desenvolvido, sem raízesenoveladas, quebradas e/ou retorcidas, e com raiz pivotante reta e decomprimento superior 20 cm;

h. estarem isentas de pragas e moléstias (Regulamento da Defesa SanitáriaVegetal);i. a muda de raiz nua deverá ter suas raízes protegidas com camada de barro

mole, ou outro material não fermentescível e úmido;j. o fardo deverá conter o número máximo de 100 plantas, envolvido com

camada vegetal, ou com plástico, ou saco de aniagem ou equivalente, fortementeatado;

k. a muda de torrão deverá ser acondicionada em laminado ou equivalente,com 15 cm de diâmetro e 25 cm de altura.

Art. 4º - As mudas de goiabeira que estejam fora dos padrões mínimosde qualidade estabelecidos na presente Norma são proibidas para o comércio etransporte, estando sujeitas à apreensão, de acordo com a legislação em vigor.

C u s to d e P ro d u ç ã o p a ra a c u ltu ra d a g o ia b a (R $ /h a )

E sp a ça m e n to : 6 ,5 x 4 ,0 m P r o d u tiv id a d e e sp e r a d a : a n o 2 = 1 5 kg /p la n taD e n s id a d e : 3 8 4 p é s/h a a n o 3 = 5 5 kg /p la n taS o lo r e fe r e n c ia l: L a to sso lo a n o 4 = 7 0 kg /p la n ta

a n o 5 = 8 0 kg /p la n taD e stin o : me sa a n o 6 = 8 5 kg /p la n taR e g iã o r e f. : S ã o P a u lo a n o 7 a o 1 6 = 9 0 kg /p la n taM ó d u lo id e a l: 5 h a

D e scr içã o E sp e c ifica çã o V .U .Q td e . V a lo r Q td e . V a lo r Q td e . V a lo r Q td e . V a lo r

A- O p e ra ç õ e s M e c a n iza d a sa 1 .P re p a ro S o log r a d a g e m p e sa d a ( 2 x ) h /m T p 7 5 cv 4 x 2 + g r .a r .1 4 x 2 6 ´ ´ 2 4 ,0 5 3 ,1 0 7 4 ,5 6g r a d a g e m n iv e la d a d o r a ( 2 x ) h /m T p 7 5 cv 4 x 2 + g r .n iv .2 8 x 2 2 ´ ´ 2 2 ,4 0 1 ,4 0 3 1 ,3 6ca la g e m h /m T p 7 5 cv 4 x 2 + d is tr .ca lc .2 ,3 m 3 2 4 ,6 9 1 ,5 5 3 8 ,2 7 1 ,0 0 2 4 ,6 9co n str u çã o n iv e la d a s h /m T p 7 5 cv 4 x 2 + te r r a c .a r r .1 4 x 2 6 ´ ´ 2 8 ,3 4 0 ,7 0 1 9 ,8 4co n str u çã o ca r r e a d o r e s h /m T e 1 0 5 cv 6 5 ,0 4 0 ,4 0 2 6 ,0 2a 2 . I m p la n t a ç ã osu lca me n to lin h a p la n tio ( 2 x ) h /m T p 7 5 cv 4 x 2 + su lca d o r 1 lin h a 2 0 ,5 6 6 ,0 0 1 2 3 ,3 6a d u b a çã o d e co v a h /m T p 7 5 cv 4 x 2 + a d u b a d o r a 2 1 ,9 3 1 ,5 5 3 3 ,9 9d is tr ib u içã o mu d a s h /m T p 7 5 cv 4 x 2 + ca r r e ta 4 t 2 0 ,8 5 1 ,5 0 3 1 ,2 8r e g a d e mu d a s ( 6 x ) h /m T p 7 5 cv 4 x 2 + ca r r .ta n q u e 2 0 0 0 L 2 0 ,5 9 2 4 ,0 0 4 9 4 ,1 6r e p la n tio h /m T p 7 5 cv 4 x 2 + ca r r e ta 4 t 2 0 ,8 5 0 ,3 0 6 ,2 6a 3 . Tra t o s c u lt u ra isp u lv e r iza çã o ( 6 ,8 ,1 0 ,1 2 ,1 3 x ) h /m T p 7 5 cv 4 x 2 + p u lv .p is t.2 0 0 0 L 2 8 ,3 3 3 ,0 0 8 4 ,9 9 8 ,0 0 2 2 6 ,6 4 1 0 ,0 0 2 8 3 ,3 0co mb a te à mo sca ( 4 ,6 ,8 ,1 0 ,1 0 x ) h /m T p 7 5 cv 4 x 2 + p u lv . 4 0 0 L 2 2 ,8 8 4 ,2 5 9 7 ,2 4 6 ,3 0 1 4 4 ,1 4 8 ,4 0 1 9 2 ,1 9r o ça g e m ( 8 ,6 ,4 ,4 ,4 x ) h /m T p 7 5 cv 4 x 2 + r o ça d .h id r á u lica 2 2 ,0 5 7 ,2 0 1 5 8 ,7 6 6 ,6 6 1 4 6 ,8 5 4 ,4 4 9 7 ,9 0g r a d a g e m n a s e n tr e lin h a s h /m T p 7 5 cv 4 x 2 + g r .n iv .2 8 x 2 2 ´ ´ 2 2 ,4 0 0 ,8 0 1 7 ,9 2 1 ,0 0 2 2 ,4 0a p lic.h e r b .( 1 ,2 ,2 ,2 ,2 x ) h /m T p 7 5 cv 4 x 2 + p u lv .b a r r a s1 2 m 6 0 0 L 2 4 ,1 3 0 ,5 5 1 3 ,2 7 1 ,8 0 4 3 ,4 3 1 ,8 0 4 3 ,4 3 1 ,8 0 4 3 ,4 3a d u b a çã o q u ím ica ( 4 x ) h /m T p 7 5 cv 4 x 2 + a d u b a d o r a 2 1 ,9 3 1 ,6 0 3 5 ,0 9 1 ,0 0 2 1 ,9 3 1 ,0 0 2 1 ,9 3 1 ,0 0 2 1 ,9 3a d u b a çã o o r g â n ica h /m T p 7 5 cv 4 x 2 + a d u b a d o r a 2 1 ,9 3 1 ,5 0 3 2 ,9 1 ,0 3 2 2 ,5 9 1 ,0 3 2 2 ,5 9 1 ,0 3 2 2 ,5 9ma n u te n çã o d o ca r r e a d o r h /m T p 7 5 cv 4 x 2 + p la in a tr a se ir a 2 0 ,1 6 0 ,3 0 6 ,0 5 0 ,3 0 6 ,0 5 0 ,3 0 6 ,0 5 0 ,3 0 6 ,0 5a 4 . C o lh e it aC o lh e ita ( 2 ,3 ,4 ,5 x ) h /m T p 7 5 cv 4 x 2 + ca r r e ta 4 t 2 0 ,8 5 1 ,0 0 2 0 ,8 5 2 ,0 0 4 1 ,7 0 3 ,0 0 6 2 ,5 5S u b - t o t a l A 4 4 6 ,0 0 6 5 5 ,0 0 7 0 9 ,0 0 8 5 7 ,0 0

A n o 1F a s e im p ro d u t iv a

A n o 2 A n o 3M a n u t e n ç ã o - P ro d u ç ã o c re s c e n t e

A n o 4 a o 6

Descrição Especificação V.U.Qtde. Valor Qtde. Valor Qtde. Valor Qtde. Valor Qtde. Valor

B- Operações Manuaisb1. Preparo do solocalagem Homem-Dia 11,69 0,25 2,92Loc. Niv. Terr. Carr. Dia Técnico 100,1 0,20 20,02b2. Implantaçãosulcamento linhas plantio (2x) Homem-Dia 11,69 0,26 3,04prep.estaca/demarc. cova Homem-Dia 11,69 3,00 35,07abertura cova Homem-Dia 11,69 1,90 22,21distribuição de mudas Homem-Dia 11,69 1,00 11,69plantio Homem-Dia 11,69 8,00 93,52rega das mudas Homem-Dia 11,69 6,00 70,14replantio Homem-Dia 11,69 0,40 4,68b3. Tratos culturaispulveriz. (6,8,10,12,13x) Homem-Dia 11,69 0,90 10,52 1,36 15,90 1,80 21,04 1,80 21,04 1,82 21,28capina manual (4,2,1x) Homem-Dia 11,69 25,40 296,93 12,70 148,46 6,35 74,23desbrota (5,2,2x) Homem-Dia 11,69 4,00 46,76 1,60 18,70 1,60 18,70combate formiga (12x) Homem-Dia 11,69 6,00 70,14 2,40 28,06 1,20 14,03 0,60 7,01 0,60 7,01aplicação herbicida (1,2,2,2,2x) Homem-Dia 11,69 0,25 2,92 0,50 5,85 0,50 5,85 0,50 5,85 0,50 5,85adubação (4x) Homem-Dia 11,69 0,64 7,48 0,64 7,48 0,64 7,48 0,64 7,48 0,64 7,48podas form./frutif. (10,12,12,10,6x Homem-Dia 11,69 20,00 233,80 24,00 280,56 24,00 280,56 20,00 233,80 12,00 140,28escoramento Homem-Dia 11,69 6,35 74,23 6,35 74,23desbaste (1,2,4,5,6x) Homem-Dia 11,69 2,00 23,38 3,28 38,34 6,56 76,69 8,20 95,86 9,84 115,03inspeção pragas e doenças Homem-Dia 11,69 1,44 16,83 1,44 16,83 1,44 16,83 2,30 26,93 2,30 26,93b4. Colheitacolheita (2,3,4,5x) Homem-Dia 11,69 53,00 319,57 79,50 929,36 106,00 1239,10 132,50 1548,90transp. interno (2,3,4,5x) Homem-Dia 11,69 6,00 70,14 9,00 105,21 12,00 140,28 15,00 175,35Sub-Total B 972,00 1324,00 1627,00 1779,00 2050,00

ManutençãoProdução EstávelAno 1 Ano 2 Ano3 Ano 4 ao 6 Ano 7 ao 16

Fase improdutiva Manutenção - Produção crescente

Continuação

D e sc r iç ã o E s p e c ifica ç ã o V .U .Q td e . V a lo r Q td e . V a lo r Q td e . V a lo r Q td e . V a lo r

C . I n s u m o sc 1 . F e r t i l i za n t e s (* )

c a lc á r io R $ / t 4 1 ,0 0 2 ,7 0 1 1 0 ,7 0 2 ,0 0 8 2 ,0 0 0 ,8 0 3 2 ,8 0s u p e r s im p le s R $ / t 3 6 0 ,7 0 ,4 0 1 4 4 ,2 7 0 ,4 0 1 4 4 ,2 7 0 ,2 0 7 2 ,1 3 0 ,2 0 7 2 ,1 3c lo r e to p o tá s s io R $ / t 5 9 3 ,0 0 ,0 4 2 1 ,3 5 0 ,0 2 2 3 ,7 2 0 ,1 4 8 5 ,3 9 0 ,2 8 1 6 6 ,0 4s u lfa to d e a m ô m io R $ / t 5 9 9 ,5 0 ,2 0 1 1 9 ,9 0c a l h id r a ta d a R $ kg 0 ,3 0 2 5 ,0 0 7 ,5 0 4 0 ,0 0 1 2 ,0 0 6 8 ,0 0 2 0 ,4 0 7 0 ,0 0 2 1 ,0 0u r é ia R $ / t 6 0 7 ,0 0 ,0 6 3 6 ,4 2 0 ,1 9 1 1 5 ,3 3 0 ,2 5 1 5 1 ,7 5 0 ,3 7 2 2 4 ,5 9s u lfa to d e z in co R $ kg 1 ,1 2 5 ,0 0 5 ,6 0 9 ,7 0 1 0 ,8 6 2 3 ,2 0 2 5 ,9 8s u lfa to d e m a n g a n ê s R $ kg 1 ,7 5 3 ,0 0 5 ,2 5 5 ,8 0 1 0 ,1 5 1 3 ,9 0 2 4 ,3 3s u lfa to d e m a g n é s io R $ kg 0 ,5 2 1 ,0 0 0 ,5 2 2 ,9 0 1 ,5 1 4 ,8 0 2 ,5 0 1 1 ,6 0 6 ,0 3á c id o b ó r ic o R $ kg 2 ,3 4 0 ,5 2 1 ,1 7 1 ,0 0 2 ,3 4 2 ,3 0 5 ,3 8a d u b o fo lia r c o m p o s to R $ kg 5 ,0 0 2 ,7 0 1 3 ,5 0 5 ,8 0 2 9 ,0 0 6 ,4 0 3 2 ,0 0 3 2 ,5 0 1 6 2 ,5 0to r ta d e m a m o n a R $ / t 2 7 7 ,0 0 ,6 0 1 6 6 ,2 0 0 ,6 0 1 6 6 ,2 0 0 ,8 0 2 2 1 ,6 0 0 ,5 0 1 3 8 ,5 0c 2 . F i t o s s a n it á r io se sp a lh a n te a d e s iv o R $ /L 5 ,7 0 1 ,0 0 5 ,7 0 1 ,0 0 5 ,7 0 1 ,0 0 5 ,7 0 2 ,0 0 1 1 ,4 0in s e tic id a s R $ /L o u R $ /k g 4 1 ,8 3 1 ,0 0 4 1 ,8 3 4 ,0 0 1 6 7 ,3 0 6 ,0 0 2 5 0 ,9 5fu n g ic id a s R $ /k g 2 2 ,1 1 0 ,5 0 1 1 ,0 6 1 ,0 0 2 2 ,1 0 8 ,0 0 1 7 6 ,9 1 2 0 ,0 0 4 4 2 ,2 9fo r m ic id a s R $ /k g 1 ,4 9 2 ,0 0 2 ,9 8 1 ,5 0 2 ,2 4 1 ,0 0 1 ,4 9 0 ,5 0 0 ,7 5isc a p / m o s ca R $ /L 4 ,0 8 3 0 ,3 2 1 2 3 ,5 8 3 0 ,3 2 1 2 3 ,5 8 3 0 ,3 2 1 2 3 ,5 8 3 0 ,3 2 1 2 3 ,5 8c 3 . H e rb ic id a sp ó s e m e r g e n te s R $ /L 2 1 ,7 7 1 ,0 0 2 1 ,7 7 1 ,0 0 2 1 ,7 7 1 ,0 0 2 1 ,7 7 1 ,0 0 2 1 ,7 7c 4 . M u d a sm u d a s R $ /m u d a 3 ,5 0 3 8 4 ,0 0 1 3 4 4 ,0 0 S u b - T o t a l C 2 1 2 9 ,0 0 7 2 1 ,0 0 1 1 8 8 ,0 0 1 7 3 0 ,0 0D . A d m in is t ra ç ã oa d m in is tr a d o r /a u x ilia r e s R $ /h a 4 8 0 ,0 1 ,0 0 4 8 0 ,0 1 ,0 0 4 8 0 ,0 1 ,0 0 4 8 0 ,0 1 ,0 0 4 8 0 ,0a g r ô n o m o p r ó p r io /v is ita R $ /h a 1 4 4 ,0 1 ,0 0 1 4 4 ,0 1 ,0 0 1 4 4 ,0 1 ,0 0 1 4 4 ,0 1 ,0 0 1 4 4 ,0c o n ta b ilid a d e /e s c r itó r io R $ /h a 2 4 0 ,0 1 ,0 0 2 4 0 ,0 1 ,0 0 2 4 0 ,0 1 ,0 0 2 4 0 ,0 1 ,0 0 2 4 0 ,0lu z / te le fo n e R $ /h a 3 6 0 ,0 1 ,0 0 3 6 0 ,0 1 ,0 0 3 6 0 ,0 1 ,0 0 3 6 0 ,0 1 ,0 0 3 6 0 ,0v ia g e n s R $ /h a 2 1 0 ,0 1 ,0 0 2 1 0 ,0 1 ,0 0 2 1 0 ,0 1 ,0 0 2 1 0 ,0 1 ,0 0 2 1 0 ,0c o n s e r v . /d e p .b e n fe it. R $ /h a 3 ,3 0 1 ,0 0 3 ,3 0 1 ,0 0 3 ,3 0 1 ,0 0 3 ,3 0 1 ,0 0 3 ,3 0im p o s to s / ta x a s % R e c e ita s 2 ,3 %S u b - T o t a l D 1 4 3 8 ,0 0 1 5 2 4 ,0 0 1 7 5 4 ,0 0 1 8 8 8 ,0 0

C u s t o T o t a l ( R $ /h a /a n o ) 4 .9 8 5 4 .2 2 4 5 .2 7 8 6 .2 5 4R e c e it a ( R $ /h a /a n o ) (* * ) 3 .7 4 9 1 3 .7 4 5 1 9 .5 7 7

C u s t o p o r t o n e la d a p ro d u z id a n a v id a ú t i lP re ç o m é d io n o s ú l t im o s 5 a n o sP re ç o m é d io e m 2 0 0 2

O b s : o s cu s to s a c im a n ã o in c lu e m e n c a r g o s fin a n c e ir o s s o b r e o cu s te io e n e m so b r e o s in v e s tim e n to s

M a n u t e n ç ã o - P ro d u ç ã o c re s c e n t e

h /m = H o r a M á q u in a V .U . = V a lo r U n itá r io T p = T r a to r d e p n e u s T e = T r a to r d e e s te ir a s

F a s e im p ro d u t iv a

R $ 2 2 5 ,0 0 / t o n e la d a F O BR $ 3 5 7 ,0 0 / t o n e la d a F O BR $ 2 5 0 ,0 0 / t o n e la d a F O B

A n o 1 A n o 2 A n o 3 A n o 4 a o 6

Continuação

CULTURA DA MANGUEIRA

João Pedro Valente¹Nei Peixoto²

Elcilene Lima Silva³INTRODUÇÃO

A mangueira, originária da Ásia Meridional e doArquipélago Indiano, foi introduzida no Brasil, no Estado do Riode Janeiro, no século XVI, trazida da África pelos portugueses.Hoje é cultivada em pomares domésticos, em todas as regiõesbrasileiras e, para fins comerciais, principalmente em São Paulo,Minas Gerais e alguns estados da Região Nordeste. Acontribuição da Região Centro Oeste no volume comercializadotem sido pequena, mas crescente, sendo o produto destinado,em sua maioria, ao mercado interno de frutos frescos.

A implantação de um pomar comercial deve ser precedidade estudos referentes ao mercado, à aptidão edafoclimática, àtecnologia de produção disponível para região e ao capitaldisponível para o início de atividades. O embasamento pela

¹Professor de Fruticultura da Faculdade de Agronomia e Med. Veterinária FAMEV/UFMT, Av. Fernando Correa da Costa s/n, 78060-900 Cuiabá-MT²Pesquisador da Agência Goiana de Desenvolvimento Rural e Fundiário, EstaçãoExperimental de Anápolis, C.Postal 608, 76001-970 Anápolis-GO³Acadêmica da FAMEV/UFMT.

pesquisa reduz, substancialmente, os riscos de fracasso naprodução, mas é a capacidade gerencial do produtor que irádeterminar a otimização do uso desses conhecimentos. Espíritocriativo, aberto às inovações tecnológicas, mas prudente nastomadas de decisão devem caracterizar permanentemente, oempreendedor em potencial.

MERCADO

O primeiro passo para implantação de um pomarcomercial de manga, como de qualquer espécie hortícola, é oconhecimento de sua cadeia produtiva na localidade em quese pretende iniciar o negócio. Em primeiro lugar deve-se definirquem vai consumir e de que forma o produto colhido seráconsumido. A preocupação seguinte será qual o caminho que oproduto deverá percorrer até chegar ao consumidor. Pode serque o consumidor em foco esteja nos arredores das unidadesde produção e que não sejam tão exigentes, mas pode ser maisconveniente enviar o produto para regiões longínquas, incluindooutros estados, outros povos, cada qual com suas preferênciase poder aquisitivo particulares.

Para isto precisa-se de volume considerável de produção,regularidade na oferta e estabelecimento de padrões parafacilitar a troca de informações entre os elos da cadeia domercado.

Embora constitua boa opção de renda, inclusive paraagricultores familiares, a atividade requer a capacitação dosprodutores, não só na produção, mas principalmente nadistribuição do produto colhido. È imprescindível, por outro lado,o investimento em infra-estrutura para que a atividade possa serconduzida a contento, incluindo-se máquinas e equipamentose instalações para a produção. Assim, muitas vezes, osprodutores são beneficiados organizando-se em associaçõesou cooperativas para atingir os mercados de consumo ao natural

ou de produto industrializado que atendam eficientemente aosconsumidores, viabilizando, inclusive, trocas com outros países,onde a safra coincida com a entressafra brasileira. Entretanto, énecessário que os produtores e seus representantes influenciema legislação, no sentido de se estabelecerem regrasquarentenárias que evitem a indesejável troca de problemasfitossanitários. Deixar esse espaço livre para comerciantesdesvinculados do setor produtivo pode levar qualquer atividadeagrícola ao insucesso, o que não é bom para nenhum país.Produzir sem se preocupar com esses detalhes é possível, maso retorno esperado é pouco provável.

EXIGÊNCIAS CLIMÁTICAS

A mangueira é uma espécie tropical que tolera uma amplafaixa de temperatura, variando da mínima de 0

oC à máxima de

48ºC, mas temperaturas abaixo de 5oC e acima de 40,5

oC,

mesmo que por períodos curtos, prejudicam consideravelmenteo crescimento, dependendo do estádio de desenvolvimento quese encontra. Na fase de repouso vegetativo a planta toleramaiores amplitudes de variação do que em fases de francodesenvolvimento vegetativo e de floração. Na região Centro-Oeste o menor fluxo de crescimento e desenvolvimento coincidecom o período de déficit hídrico, quando ocorre, a indução naturalde floração. A faixa ideal para crescimento e produção varia damínima de 21 à máxima de 26,7

oC. Desta forma, toda a Região

Centro-Oeste apresenta condições satisfatórias de temperaturaspara o cultivo da mangueira.

A água é o segundo fator climático a ser considerado naimplantação da cultura que pode ser disponibilizada às plantaspelas chuvas ou por irrigação. O que importa é que nas fases deintensos fluxos vegetativos e de crescimento dos frutos a águaesteja disponível em quantidade suficiente. A precipitação totalanual na Região Centro-Oeste, superior a 1200mm, seria mais

que suficiente para atender as necessidades da cultura, nãofosse a má distribuição dessas chuvas ao longo do ano. Emdeterminados anos a falta de chuvas na fase inicial decrescimento dos frutos pode resultar na sua queda acentuada,afetando a produção. Na verdade regiões mais áridas, comdisponibilidade de água para irrigação, são mais favoráveis aocultivo do que aquelas onde as chuvas são constantes, poisnestas as plantas vegetam abundantemente ao longo do ano eapresentam pouca produção, resultante de constantes pequenossurtos de florescimento. Isto porque a mangueira precisa de umperíodo de estresse hídrico para indução de florescimentosatisfatório, além do que, chuvas no período de floraçãopredispõe a planta a maior incidência de doenças como oídio eantracnose, levando à queda excessiva de flores e menorprodução de frutos. Culturas irrigadas são mais factíveis àindução artificial de florescimento, permitindo planejar maiorperíodo de oferta de frutos para o mercado.

PROPAGAÇÃO

A propagação da mangueira pode ser feita de duasmaneiras:1. Propagação sexuada:

A propagação sexuada tem sido utilizadatradicionalmente no Brasil, partindo de sementes, principalmentequando não há interesse comercial na produção. É o sistemamais antigo de propagação, fácil e barato, e quando as sementessão poliembriônicas as plantas filhas apresentam, em geral, asmesmas características da planta mãe.

2. Propagação assexuada:A mangueira pode ser propagada assexuadamente por

alporque, enraizamento de estacas e enxertia. A enxertia é, semdúvida o processo mais utilizado, pois, além da uniformidade e

precocidade conferidas pelos outros dois métodos, é de fácilexecução e pode conferir à planta exertada menor porte eresistência a algumas pragas e doenças. A enxertia consiste na combinação de variedades naprodução da muda, uma fornecendo a raiz (porta-enxerto oucavalo), outra fornecendo a parte aérea (variedade copa). Baseia-se na fusão de tecidos meristemáticos da região do câmbio doenxerto com o porta-enxerto. Os métodos mais utilizados de enxertia são a borbulhia e agarfagem. É recomendável fazer a semeadura dos porta-enxertos noinício do período chuvoso. Seis meses depois o porta enxertoestá pronto para ser enxertado. Sob temperaturas mais elevadaso desenvolvimento do porta-enxerto e da muda enxertada é maisrápido.

a) Borbulha:Para a enxertia por borbulhia são necessários os seguintes

materiais:Porta-enxerto, gemas ou borbulhas, canivete de enxertia,

tesoura de poda e fita plástica transparente.Para se ter sucesso na enxertia as gemas utilizadas

precisam estar entumecidas, o que será conseguido, retirando-se as folhas e o topo de ramos apicais maduros e pode aguardarpor duas a três semanas. Pode ser feita em T invertido na alturaaproximadamente de 20cm no porta-enxerto, solta-se a casca ecoloca-se a borbulha ou gema, recém retirada do ramo; envolve-se, a seguir, com fita plástica, esperando-se por 22 a 25 diaspara retirá-la; 3 dias após a retirada da fita plástica observa-se opegamento do enxerto. Os enxertos pegos continuam verdes eos mortos tornam-se enegrecidos. O porta-enxerto é entãocortado cerca de um centímetro acima da enxertia para que oenxerto se desenvolva. Todas as brotações do porta-enxertodevem ser eliminadas posteriormente, deixando-se crescer

apenas o enxerto. Duas a três semanas após a retirada da fita agema começará a brotar. A muda poderá ir para o campo cercade seis meses após a enxertia.

b) Garfagem:Para a enxertia por garfagem são necessários os seguintes

materiais:Porta-enxerto, garfos ou ramos propagativos, canivete de

enxertia, tesoura de poda, fita plástica transparente, saquinhoplástico e material para cobertura pós-enxertia (sombrite ou palhade coqueiro, por exemplo).

Para maior sucesso na enxertia há necessidade de seeliminar as folhas dos garfos, de uma semana a 10 dias antes daenxertia para possibilitar acúmulo de carboidratos e melhorar opegamento da enxertia; é recomendável que o garfo escolhidotenha o diâmetro aproximado do porta-enxerto.

No ato da enxertia por fenda cheia o topo do porta-enxerto éeliminado a uma altura aproximada de 8 a 10 cm, onde é realizadauma fenda em que será inserido o enxerto (garfo) em forma de cunha.Deve haver coincidência da parte interna da casca (câmbio), pelomenos de um lado do enxerto/porta-enxerto; se tiverem o mesmodiâmetro, coincidem dos dois lados. (Dependendo da habilidadedo enxertador outras variantes desse tipo de enxertia como inglêssimples, inglês complicado, por exemplo, podem ser utilizadas).

Amarra-se, então, com uma fita flexível transparente paraevitar a entrada de água e fixar enxerto/porta-enxerto.

Colocar o saquinho plástico (de geladinho) e cobrir asmudas com sombrite (tela de sombreamento ou outro material);

Quando o enxerto iniciar a abertura de folhas, retira-se o sacode geladinho, mas mantém-se a muda em local sombreado por umcerto tempo ainda (15 a 20 dias). Quando o pegamento estiverassegurado, retira-se a fita plástica que une enxerto/porta-enxerto.

Cerca de cinco a seis meses após a enxertia a muda estápronta para ir para o campo.

Borbulhia em placa

Garfagem inglês simples

Borbulhia em “T” invertido

Garfagem em fenda cheia

Garfagem lateral

foto: João Pedro Valente

Viveiro convencional

foto: João Pedro Valente

Mudas vigorosas

foto: João Pedro Valente

Identificação das mudas

SOLO, CORREÇÃO, ADUBAÇÃO E PLANTIO

A raiz principal que dá sustentação à mangueira podeatingir até 6m de profundidade, chegando ao lençol freático,enquanto que a maioria das raízes absorventes se situa nacamada superficial de 25 a 50cm. Assim, o solo onde o pomarserá implantado dever ser profundo, isto é, com mais de 1m deprofundidade, sem obstáculo para as raízes em culturas nãoirrigadas e com suficiente drenagem, já que a mangueira nãotolera solos encharcados. Quando se usa irrigação, se não háimpedimento até 75cm de profundidade e a drenagem ésatisfatória, a planta pode desenvolver-se normalmente. É desejável que o solo seja areno-argiloso, rico emmatéria orgânica, pois os muitos argilosos tendem a reterexcesso de umidade, dificultando a drenagem. Os arenosos, poroutro lado, predispõem a planta a déficit hídrico, prejudicando opegamento e desenvolvimento de frutinhos, em cultivos nãoirrigados. A recomendação de calagem e adubação de plantiodevem ser feitas, baseando-se na análise de amostras de solocoletadas de 0 a 30cm de profundidade. Considerando-se que o cálcio e o fósforo se movimentammuito lentamente no perfil do solo, recomenda-se que se façamcalagem e fosfatagem do solo antes da implantação da cultura,pois somente nessa ocasião essa correção pode ser feita emprofundidade. O ideal é que a implantação do pomar sejaprecedida de pelo menos dois anos de correção e, dependendodas condições do solo, talvez seja conveniente incluir gesso emuma delas para aprofundar o cálcio e o fósforo. É bom salientar,entretanto, que a mangueira não tolera solo alcalino. A adubação de plantio pode ser feita, segundo a Tabela1, em função dos teores de P e K no solo.

Tabela 1 – Adubação fosfatada e potássica de plantio para mangueiraTeores de P e K no solo (ppm) Recomendação g/cova

P K P2O5 K2O< 10 - 250 -= 10 - 100 -

< 25 6025 a 50 40

= 50 20

Fonte: Compilação de diversos autores.

Obs. Independente dos teores de fertilizantes no solo éconveniente adicionar por cova, 20 litros de esterco de curral ou5 litros de esterco de aviário puro, ambos curtidos, além de 50gramas de FTE BR 12, ou similiar.

As adubações em cobertura são realizadas,considerando-se a idade da planta e o estádio vegetativo emque se encontra (Tabela 2).

Tabela 2. Recomendação de adubação de crescimento e produção paramangueira

Época de aplicação Nutriente Meses de aplicaçãoSet/out Janeiro Abril

Pós-plantio N 10 20 20P2O5 - - -K2O - - 30

1º ano N 20 25 30P2O5 - - 40

Continua

Época de aplicação Nutriente Meses de aplicaçãoSet/out Janeiro Abril

K2O - 35 402º ano N 40 50 60

P2O5 - - 80K2O - 70 80

3º ano N 60 75 90P2O5 - - 120K2O 70 70 85

4º ano N 80 100 120P2O5 - - 160K2O 80 100 120

5º ano N 100 125 150P2O5 - - 200K2O 100 125 150

6º ano em diante N 120 150 180P2O5 - - 240K2O 120 150 180

Fonte: Compilação de diversos autores.

Além dessa adubação básica, acrescentar, anualmente,por caixa colhida, 100 a 150 gramas de N, 40 a 60 gramas deP2O5 e 80 a 100 gramas de K

2O. Aplicar também, por cova, pelo

menos 20 litros de esterco de curral curtido ou outra fonteequivalente de adubo orgânico e 50 gramas de FTE BR-12, ousimilar. Quando se usa irrigação por gotejamento ou micro-aspersão é conveniente realizar a fértirrigação, de preferênciaacompanhando resultados de análises foliares que podemsubstituir as adubações químicas em cobertura. O plantio deve ser feito em covas com dimensões de60cm x 60cm x 60cm, retirando-se o solo dos primeiros 30cm e

colocando-o ao lado para ser misturado com os adubos orgânicoe químico e voltar para a cova. O solo dos outros 30cm é colocadoseparadamente e não voltará para a cova, podendo ser utilizadopara fazer a “bacia”, contornando a cova. O espaçamento dependerá do sistema adotado, seconvencional ou adensado. O plantio adensado tem comovantagem a obtenção de maior produtividade por área nosprimeiros anos, mas exige manejo de poda e raleamentointensivo. Por exemplo, um pomar pode ser implantado noespaçamento de 5mx5m, ou seja, utilizando-se 400 plantas/ha.A partir do momento que as plantas começarem a sombrear-semutuamente (8 a 9 anos), fazem-se podas drásticas de plantasalternadas em fileiras também alternadas. No ano seguinte,fazem-se podas alternadas nas plantas da fileira remanescente.Maneja-se o pomar com podas enquanto essa operação forviável, a partir de então elimina-se alternadamente fileiras deplantas deixando o pomar no espaçamento de 10mx5m e,finalmente, 10mx10m. A necessidade de podas e eliminação deplantas vai depender da combinação de cultivares, copa x porta-enxerto, do solo e do clima, principalmente. No Brasil, no plantioconvencional o espaçamento de plantio tem variado de 10m x8m até 12m x 12m, enquanto que na África do Sul varia de 6mx 3m no plantio convencional semi-intensivo a 5m x 1,5m nointensivo de manejo.

VARIEDADES

No Brasil as primeiras variedades introduzidas erampropagadas exclusivamente por sementes, o que possibilitou,apesar de sua maioria se poliembriônicas, grande variabilidadee a seleção de inúmeras variedades que hoje podem serclassificadas em grupos de semelhança. Entre esta tem-se

destacado na preferência dos consumidores no Centro-Oestevariedades dos grupos Bourbon, Coquinho, Rosa e Sabina, entreoutros. Dentro desses grupos existem cultivares adaptadas àsdiferentes condições brasileiras, inclusive com característicasdiferenciais, como produtividade, período de maturação, porteda planta, resistência a pragas e doenças e qualidade dos frutos. Como regra geral a opção por uma certa variedadebaseia-se, fundamentalmente, nas necessidades de mercado.É claro que sua adaptação ao ambiente e o retorno que podetrazer ao produtor não podem ser negligenciados. Na escolhade uma cultivar para plantio, portanto, deve-se levar emconsideração, além de sua adaptação às condições de cultivo,resistência a pragas e doenças, características de qualidade,de acordo com a preferência do mercado a que se destina parao consumo ao natural a aparência do fruto é fundamental, emboramuitos consumidores esclarecidos prefiram priorizarcaracterísticas organolépticas ou nutricionais. Assim, porexemplo, sabor e aromas passam a ser mais importantes do queformato e cor. No mercado externo, assim como na maioria dosmercados brasileiros, a preferência recai sobre cultivares quasesem fibras, com casca de cor avermelhada. Já para produçãode suco, polpa congelada, ou para usos industriais, em geral, acoloração externa tem pouca importância. Considerações sobreo sabor, a cor e a consistência da polpa, além de outrascaracterísticas físico-químicas dos frutos, por outro lado, sãofundamentais e vem ser estáveis durante e após oprocessamento. Nas condições de cultivo do Centro-Oeste devem-seenfocar, para o mercado interno, variedades precoces para asregiões mais quentes e tardias para as de maior altitude. Istoporque o preço alcançado por essas variedades costuma sersuperior aquele alcançado pelas variedades coloridas de meia

estação. É claro que há necessidade de se produzir, também,frutos de variedades de meia estação, pois os distribuidorespreferem adquirir seus produtos de fornecedores que tenhamregularidade de oferta ao longo do ano.

Diversas variedades estrangeiras, principalmenteamericanas e algumas indianas, têm sido introduzidas nesteséculo. A variedade Haden foi a primeira desse grupo a seestabelecer no mercado, inclusive de exportação sendosubstituída, paulatinamente, por variedades mais novas, maisresistentes à antracnose e com características agronômicas ecomerciais superiores como Tommy Atkins e Van Dyke. As trêsvariedades produzem frutos com bom tamanho, de coresavermelhadas, distintas entre si, atraentes ao consumidor, emborasem aquele sabor que muitas variedades brasileiras tradicionaisapresentam. Dentre as cultivares estrangeiras, a Keitt, emboraproduza frutos pouco atrativos, grandes e amarelados, tornou-se a principal opção para colheitas tardias, isto é, fevereiro-março, por muitos anos. A variedade Palmer, com cor rosada-vermelha, também tardia, vem ocupando o espaço de Keitt nosplantios mais recentes. Outras diversas variedades foramavaliadas e lançadas no Distrito Federal pela EMBRAPA e emGoiás pela EMGOPA, e mais recentemente introduzidas em MatoGrosso pela FAMEV/UFMT.

Até o momento, nenhuma variedade estrangeira tem sedestacado para colheita precoce, isto é, de setembro a outubro,com indução natural de florescimento. Na verdade a variedadeZill ocupa parcialmente este espaço, pois é um pouco maisprecoce, mas seus frutos são moles, a casca espessa e o saborda polpa não é tão atraente, quando bem maduros. É nesseperíodo que cultivares nacionais como algumas dos gruposBourbon, Espada e Sabina têm maior penetração no mercadointerno.

Novas variedades nacionais têm sido lançadas nomercado, tanto de variedades copa, como de porta-enxerto. Avariedade IAC-100 do grupo Bourbon, foi liberada pelo IAC noEstado de São Paulo, como alternativa de produção, onde a secada mangueira tem se tornado problema limitante. Com essemesmo objetivo foi liberada a variedade IAC 104 Dura, para serutilizada como porta-enxerto. É também do IAC a variedade IAC103 Espada Vermelha. Em janeiro de 1998 a EMBRAPA-Cerradode Planaltina-GO, lançou variedades que deverão favorecer oplantio de manga no Centro-Oeste: Roxa Embrapa 141 que temexcelente sabor e cor, resistente a oídio e antracnose, masapresenta mal formação de panículas e Alfa Embrapa 142 queapresenta qualidade de fruto compatível com os padrões atuaisde mercado de consumo ao natural, além de plantas com portemais baixo que possibilitam o adensamento de cultivo, maiorfacilidade nos tratos fitossanitários, podas e colheitas, resistentea antracnose e principalmente a oidio, não apresenta malformação de panículas e colapso do mesocarpo. As seleçõescontinuam e poderão resultar em novos lançamentos nospróximos anos. É interessante enfatizar que o porte baixo écondicionado, não só pela variedade copa, mas também peloporta-enxerto. Assim, na produção de mudas devem-seconsiderar as respectivas combinações porta-enxerto x copa.Em Goiás tem sido observado que certas variedades do grupoCoquinho conferem menor porte à planta enxertada do quequando se usa como porta-enxerto a variedade Comum, do grupoEspada.

ALGUMAS DAS VARIEDADES MAIS CULTIVADAS NO BRASIL

foto: João Pedro Valente

Var. Haden

foto: João Pedro Valente

Var. Bourbon

foto: João Pedro Valente

Var. Tommy Atkins

Var. Van Dyke

foto: João Pedro Valente

Var. Keitt (esq.) e Rubi (dir.)

foto: João Pedro Valente

Var. Keitt (esq.) e Palmer (dir.)

CONTROLE DE PLANTAS INVASORAS

O controle de plantas invasoras pode ser feito porroçagem, nas entrelinhas e capinas mauais ou com herbicidasna projeção da copa. A cobertura palhosa na projeção da copa,reduz a emergência das ervas invasoras e favorece a aeraçãodo solo pela ação de organismo, o que acarreta melhordisponibilidade de nutrientes para planta.

IRRIGAÇÃO

A irrigação é desnecessária em culturas onde há regulardistribuição de chuvas, o solo apresente boa capacidade deretenção de água e a indução floral ocorre naturalmente.Entretanto, quando a umidade do solo é baixa a partir do iníciodo desenvolvimento dos frutinhos, há necessidade decomplementação da umidade do solo. Recomenda-se irrigaçãopor inundação sob copa (irrigação em bacia), micro-aspersãoou gotejamento, a partir do florescimento. Irrigação por aspersãoprejudica a ação de polinizadores, além de predispor a panículaa maior incidência de doenças, como oídio e antracnose. Aquantidade de água e freqüência de irrigação deverão serdefinidas de acordo com o tipo de solo, a evapotranspiração e aidade da planta.

APLICAÇÃO DE INDUTORES DE FLORESCIMENTO

Resposta positiva a indutores de florescimento só ocorrequando a planta está nas condições fisiológicas satisfatórias.Geralmente são utilizados nitratos (nitrato de potássio, nitrato deamônio ) em aplicações foliares na concentração de 1000 a 3000ppm. Somente ramos maduros respondem à aplicação. Assim,as plantas devem ser preparadas para este fim. Uma dasmaneiras é realizando-se poda do último fluxo de brotação, já

que para as condições climáticas do Centro-Oeste, esperando-se a maturação natural dos ramos, normalmente ocorre a induçãonatural. Outra é fazendo-se cortes ou anelamento no caule de 60a 70 dias antes da aplicação do nitrato. A aplicação foliar doregulador Paclobutazol na concentração de 1000 a 2000 ppmpode provocar o florescimento aos 29 a 41 dias antes datestemunha sem aplicação, enquanto que no solo esse reguladorsimula o estresse hídrico paradoxalmente, sob elevado nível deumidade do solo, preparando assim, a planta para receber aindução através dos nitratos.

PODAS

As podas da mangueira devem ser realizadas com osseguintes objetivos: formação, limpeza, de condução e,finalmente, de substituição de copa. A poda de formação érealizada no primeiro ano de desenvolvimento da planta, com oobjetivo de definir o formato da copa. Normalmente nesta ocasiãodeixa-se cerca de três pernadas. A poda de limpeza tem como objetivo a eliminação derestos florais e ramos danificados por causas biológicas ou não,e é feita logo após a colheita. É imprescindível para minimizar aincidência de doenças como a mal formação das panícolas. A poda de condução tem como objetivo facilitar os tratosculturais e fitossanitários e a colheita, além de aumentar aluminosidade nas partes produtivas da planta que terá comoconseqüência maior produtividade, melhor aparência dos frutose menor incidência de doenças. Ramos do interior da planta eortotrópicos são eliminados. É imprescindível nos plantiosadensados e em pomares muito velhos, com plantas de porteelevado. A poda para substituição de copa é realizada, quando acultivar copa atual não é mais conveniente e deve ser substituídapor cultivar de maior interesse. Deve ser feita logo após a colheita

para permitir a enxertia da nova copa no outono/inverno domesmo ano.

ASPECTOS FITOSSANITÁRIOS

Os principais problemas que normalmente afetam todacultura de manga são duas doenças, a antracnose e oidio,formigas cortadeiras, cochonilha e uma série de pragas dogênero Anastrepha e Ceratitis denominadas, em conjunto, comomoscas das frutas. Duas outras doenças que tem crescido emimportância, em muitos pomares comerciais, tem sido a mal-formação das panículas e a seca da mangueira. A severidadedesses problemas depende, no geral das condições climáticas,da localização dos pomares, das cultivares utilizadas e dosistema de produção e manejo do pomar. O oídio pode incidir sobre os ramos ponteiros, folhas,inflorescência, até o início de frutificação, mas seu maior prejuízoocorre no período de floração. Também a antracnose, emboraocorra, também, nos ramos ponteiros e folhas, os maioresprejuízos ocorrem sobre as inflorescência e sobre os frutos. Nasinflorescência provoca queda acentuada de flores e de frutinhosem formação e pode afetar seriamente a aparência e qualidadede frutos de cultivares mais suscetíveis, como Bourbon e Hadem,por exemplo. O controle dessas duas doenças deve iniciar-se apartir do início de emissão das primeiras inflorescências. Depoisque as flores estão abertas, o controle torna-se ineficiente. Paraantracnose o controle deve continuar até a pré-maturação dosfrutos. Quanto às outras duas doenças chave, a mal-formaçãodas panículas pode ser amenizada por medidas preventivas,como utilizando-se mudas sadias de cultivares mais tolerantese realizando-se podas de limpeza do pomar. Pulverização nãotem sido muito eficaz. A seca da mangueira por outro lado, porenquanto, só o uso de mudas sadias de variedades resistentese plantio em locais livres da doença podem minimizar o

problema. Ocorre também problemas fitossanitários causados porfatores não vivos ou abióticos que podem levar o mangicultor ater grandes prejuízos como por exemplo as queimas de frutoscausadas pelo sol, por látex, as deficiências nutricionais eprincipalmente o colapso interno do fruto, que é um distúrbiofisiológico de causa desconhecida caracterizado peladesintegração e descoloração da polpa, que perde a suaconsistência natural, tornando o fruto imprestável para oconsumo. Como não se conhece todas as causas do colapso dofruto, torna-se difícil controlá-lo. Deve-se, portanto, adotaralgumas medidas para minimizar o problema, como evitarvariedades mais suscetíveis, tais como a Tommy Atkins, a Kent,a Van Dyke, nutrição equilibrada da planta, principalmente comrelação a cálcio e nitrogênio, colheita no ponto “de vez”, etratamentos pós-colheita adequados

COLHEITA E TRATAMENTOS PÓS-COLHEITA

A obtenção de frutos de qualidade inicia, comoapresentado anteriormente, com a escolha da cultivar adequadaao seu destino. Tratamentos pré-colheita, na colheita e póscolheita possibilitam a expressão de toda qualidade da cultivar.Dentro dos tratamentos pré-colheita, destacam-se comofundamental o controle da antracnose e da mosca das frutas.Medidas complementares para esse fim devem ser tomadas,também, na pós-colheita. A colheita deve ser feita, a partir dequando os frutos possam responder ao estímulo de maturaçãoque, dependendo da cultivar, é definido pela mudança nacoloração externa, no formato, na coloração da polpa e nas suascondições físico-químicas. Os frutos devem ser retirados daplanta com tesoura de poda, deixando-se cerca de 1cm depedúnculo e colocados em contentores que possibilitem, de

preferência, a distribuição em até três camadas, para seremtransportados para a casa de embalagem. Isto se torna difícilem árvores grandes, quando certas adaptações deverão serfeitas, como a utilização de escadas e vara apropriadas e preparofinal do fruto na casa de embalagem. São, a seguir lavados, secose embalados para o mercado. O tratamento com fungicidasistêmico, em combinação com água quente, de 54,4

o a 56

oC,

por 5 minutos pode ser utilizado para controle de antracnose oua 46,1

oC, durante 75 a 90 minutos para controle de moscas das

frutas antes da secagem, sendo depois resfriado e armazenadoa 11

oC para armazenamento por mais de 20 dias.

foto: João Pedro Valente

Frutos no ponto de colheita

foto: João Pedro Valente

Embalagem dos frutos

foto: João Pedro Valente

Limpeza e classificação

LITERATURA CONSULTADA

LINS, W.B.A.; PINTO, A,C.Q.; OGATA, T.; GENU, P.J.C. Introduçãode cultivares de mangueira em Goiás. Goiânia: EMGOPA, 1984.5p. (Pesquisa em Andamento, 05)

NUNEZ-ELISEA, R.; DAVENPORT, T.L.; CALDEIRA, M.L. Controlof bud morphogenesis in mago (Mangifera indica L.) by girdling,defoliation and temperature modification. Journal of HorticulturalScience, v.71, n.2, p.271-277, 1995.

OGATA, T.; LINS, W.B.A.; ZANINI, JR.; A Cultivares de mangapara Goiás. Goiânia: EMGOPA, 1990. 12p. (Comunicado Técnico,25).

PINTO, A.C. de Q.; PEDRAZZI, R.G.; GENU, P.J.C. Avaliação desete variedades de mangueira (Mangifera indica L.) introduzidasnos Cerrados. In: CONGRESSO BRASILEIRO DEFRUTICULTURA, 6. Recife-PE, 1981. Anais. Recife. Soc. Bras.Frut., v.4, p. 1397-1399, 1981.

PINTO, A.C. de Q., GENU, P.J.C., RAMOS V.H.V., JUNQUEIRA,N.T.V. Programa de hibridação da mangueira na região decerrados brasileiros. Revista Brasileira de Fruticultura v.15, n.1,p.141-146,1993.

PINTO, A.C. de Q. Melhoramento genético da mangueira(Mangifera indica L.) no ecossistema dos Cerrados do BrasilCentral, por meio de hibridação. Pesquisa AgropecuáriaBrasileira, Brasília, v.30, p.369-374, 1995

PINTO, A.C.Q.; JUNQUEIRA, N.T.V.; RAMOS, V.H.V. Manga cultivaralfa Embrapa 142 para os Cerrados. Planaltina. EMBRAPA –Cerrados (Folder de lançamento)

PINTO, A.C.Q.; JUNQUEIRA, N.T.V.; RAMOS V.H.V. Melhoramentogenético da mangueira. Jaboticabal. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO

DE MELHORAMENTO DE FRUTÍFERAS, 1, 1997, p.65 (Resumo)

ROSSETTO, C.J.; RIBEIRO, I.J.A.; GALLO, P.B.; BORTOLETTO,N.; SOARES, N.B.; MARTINS, A.L.M.; SABINO, J.C.; SILVEIRA,L.C.P. Cultivares de mangueira resistentes a pragas e moléstias.Jaboticabal. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE MELHORAMENTODE FRUTÍFERAS, 1, 1997, p.108-110. (Resumo)

SÃO JOSÉ, A.R., SOUZA, I.V.B Manga: produção ecomercialização. Vitória da Conquista-BA. UniversidadeEstadual do Sudoeste da Bahia, DFZ/UESB., 1990, 110p.

SÃO JOSÉ, A.R. Effect of girdling treatments on flowering andproduction of mango trees cv. Tommy Atkins. Tel Aviv. In:PROCEEDING OF THE INTERNATIONAL MANGO SYMPOSIUM.Acta Horticulturae, n.455, v.1, 1996, p. 132-143

SIMÃO, S. Tratado de Fruticultura Piracicaba. FEALQ, 1998, 760p.

SINGH, L.B. The mango: botany, cultivation and utilization.London, Leonard Hill 1968, 438p

SOUZA, J. da S. A situação da mangicultura no mundo, no Brasile na Bahia. In: SÃO JOSÉ, A.R.; SOUZA, I.V.B. Manga-Produçãoe comercialização. Vitória da Conquista, DFZ/UESB, p.5-22, 1990.

VALENTE, J. P. A situação da mangicultura no Estado de MatoGrosso e perspectivas. In: SÃO JOSÉ, A.R . Manga-Produção ecomercialização. Vitória da Conquista, DFZ/UESB, p.317-323,1996.

ZANINI JUNIOR, A., OGATA, T., LINS, W.B.A. Competição decultivares de mangueira (Mangifera indica L.), em Anápolis. In:CONGRESSO BRASILEIRO DE FRUTICULTURA, 9. Campinas-SP, 1987. Anais. Campinas, Sociedade Brasileira de Fruticultura,

v.2, p. 571-573.

AGROINDUSTRIALIZAÇÃO DE FRUTAS

Denise Maria Ávila Gutterres1

Marcos Aurélio C. Pacheco2

ALAVANCAGEM DO PROGRESSO

A agroindústria é, reconhecidamente, um dos mais dinâmicossegmentos da economia brasileira, sendo responsável por parcelasignificativa das exportações do País. O setor lidera também asestatísticas de geração de empregos e de números de investimentosna atividade industrial são altamente expressivos poucas atividadeseconômicas apresentam índices comparativos, neste particular. Porproporcionar meios efetivos para a fixação do homem no campo,agregar valor ao produto agrícola, utilizar tecnologia e equipamentosque independem do setor externo, entre outros benefícios, aagroindústria tem sido considerada pelo Ministério da Agricultura,Abastecimento e Pecuária (MAPA), como um dos principaisalicerces de uma Política Nacional de Desenvolvimento Rural.

1 Nutricionista da EMPAER-MT.2 Consultor da Agroindústria e Processamento de Frutas

PROCESSAMENTO

É genericamente empregado para designar uma série deoperações unitárias conjugadas, cuja finalidade é prevenir alteraçõesindesejáveis que podem ocorrer nas frutas, após a colheita estendendoo seu período de conservação. Tais alterações podem ser causadaspela invasão e crescimento de microorganismos ou por reaçõesquímicas, físicas e bioquímicas dos compostos naturalmente presentesnesses alimentos. O crescimento de micro-organismos, além deprejudicar a qualidade do produto, também pode provocar oaparecimento de substâncias tóxicas. Como exemplos de alteraçõesindesejáveis podem ser citadas a rancidez oxidativa de óleos, a perdade ácido ascórbico e outras vitaminas pela oxidação, a degradaçãode pectina e a descoloração dos produtos. O escurecimento enzímicoé um exemplo típico de reação bioquímica muito importante nas frutas.Decorrentes dessas reações são verificadas as alterações físicasindesejáveis, tais como sabor, odor, com textura e aparência alteradas.

Assim, em qualquer método de processamento, deve serconsiderado tanto o crescimento de microorganismosindesejáveis, como as reações químicas, físicas e bioquímicaspossíveis de ocorrer.

MERCADO

O mercado de exportação apresenta bom potencial deexpansão, principalmente se o produto apresentar qualidadedentro dos padrões exigidos e se houver condições deregularidade na entrega e na manutenção do padrão qualitativo.

Hoje, são necessárias técnicas modernas que reduzam custos,aumentem a produtividade, agreguem valores aos produtos agrícolase promovam o desenvolvimento da agroindústria. O atual cenário sócio-político-cultural do País está apontando para a direção da qualidadecom tecnologia. Quem não se adaptar às exigências do mercado,certamente ficará para traz.

A BANANA EM MATO GROSSO

Plantar banana é um péssimo negócio

########$ $

Bananeira Manejo incorreto Falta assistência técnica no campo

Mudas de péssima qualidadeAlta densidade: + de 1.000 covas/ha

+ de 3 pseudocaule por cova

Poda mal as folhas (de cima p/ baixo, errado) = de baixo p/ cima (certo)Não corta o coração (atrai abelhas) = utilidade: ração+alimentação(palmito)Não sustenta os pseudocaules...- amarras (fitas)Não protege os cachos (arapuá – abelhas, etc.)- ensacarNão irrigaNão colhe na entre safra (melhores preços)Não seleciona no galpão

Pós – colheita – Perdas (no galpão)Engaço - 7,5%Frutas descarte - 2,5%Frutas amassadas - 5,0%

15,0%No transporte de caminhão e em cachos, a quebra é de 40% noatacadista (CEAGESP) e 10% na lavoura:

Caminhão 12 ton – preço R$ 0,10Imposto – 17% sobre R$ 0,12 (era R$ 1,05)Atacadista SP – paga R$ 0,30 (variável)Varejista em São Paulo – Mercado estávelVende R$ 0,80 à R$ 1,20 o quiloPreço hoje São Paulo:

Quem determina hoje a classificação é o atacadista. Ele impõe.Nossa cultura não tem ainda sentido associativista.O produtor é passivo ao atacadista e ao intermediário.Supermercado desconta 20/25% do custo e perde de 20 a 30% dafruta!

Tríduo da ProduçãoPlanta – não sabe se colheColhe – não sabe se vendeVende – não sabe se recebe

SOLUÇÃOCULTIVAR BANANA É UM ÓTIMO NEGÓCIO...

Formar associação de produtores para fortalecer acomercializaçãoA) Manejo adequado do bananal e mudas rigorosamente

selecionadas e certificado (Min. Agricultura)B) Colher na entre safra (irrigação)C) Galpão de seleção

1 . Extra: contrato c/ varejista em São Paulo ou2 . 1ª para feira ou indústria3. Refugos para indústria*· A banana maçã (tanino), misturar 50% de nanicão, para

fazer doce sólido.

Manejo Ideal:Galpão: Recepção, despencamento extra e 1ª: lavagem,desinfecção, imersão de cicatrização, embalagem, caminhãocom climatização direto ao varejista.Refugo à ---> indústriaEngaço à --->lavoura (adubo) + calcário

Produtor:

- Padronização das lavouras- Classificação, higiene, limpeza e preço- Explorar o consumidor com campanha de marketing paracada fruta (folhetos, etc.).- Feira livre = degustação da fruta:-poder aquisitivo menor.- O sacolão avançou em relação à feira livre (classe média).- Supermercado = classe média alta.- Há mercado para toda fruta fresca e saudável.- Garantir segurança = resíduos de agrotóxicos e hormônios.- Médicos ---> folder para o consumo da fruta.- Formar recursos humanos para a comercializaçãoLegislação: Proibir a venda de frutas verdes! (Municipal –Estadual e Federal)

Estimular o manejo pós-colheita. Ex.: O Estado de SantaCatarinaObs.: Um Alemão come, em média, 25 quilos de banana/ano.

Brasileiro consome apenas 1,5 quilos.

EFICIENTE SISTEMA DE VENDAS DE BANANA

No local: Galpão de classificação.Embalar em caixas plásticas (18kg).Carreta adaptada em câmara de climatização.Opção: Lona térmica – carreta seca. (banana já sai

climatizada) . Gelo Seco.No destino: Embalar em caixas papelão – 10 kg.

Distribuir.Lucro direto: Evita-se CEAGESP – Atacadistas.

Contrato direto com rede vendedora ao público.Qualidade – Lucro – Fruta saudável – Não há quebra.

AGROINDÚSTRIA

Para as frutas tropicais, a industrialização significa menos perdas eexpansão dos mercados.

PROCESSAMENTOAGROINDUSTRIAL

FRUTASDesidratação:

Retirada da água das frutas através de temperatura (até65ºC) e fluxo de ar quente (+ de 1 metro/segundo),baixando a umidade para mais ou menos 20%.Bombons Garoto, importa do Equador 4 ton./semanal debanana-passa...Interessa no abacaxi-desidratado... E quem produz?

Cristalização:As mais procuradas: Mamão verde, cidra, laranja (recheio p/panetoene).1ª etapa na lavoura: Conservação para o transporte.A fruta é descascada, cortada em cubos e imersa emsolução de sal.Assim chega a São Paulo para as indústrias em tamboresplásticos de 2001.

2ª etapa na indústria: Lava-se a fruta com ácido cítrico, passa-se mais água, caixas inox perfuradas são introduzidas numcozinhador sob vácuo e a calda doce (gludex) cozinhaaté o ponto desejado. (Amostras).Bauducco – Viscont, entre outras, recebem essas frutasda Bahia (Teixeira de Freitas e outros municípios) paraprocessarem e aditivar ao panetone.Importam ainda da Argentina – Tailândia – Itália, frutas

cristalizadas, por ser o Brasil deficiente neste tipo deindústria, apesar de perder mais de 50% da safra de frutastodos os anos.Panko, no Rio de Janeiro, importa suas frutas cristalizadasda Itália.

Congelamento Criogênico:Nitrogênio + Dióxido de Carbono (-79oC)Representa a chave para novos procedimentos deprocessamento, estocagem, acondicionamento, transportee distribuição de frutas.

Liofilização:Melhor produto do mundo!Processo à frio, chamado de termo compressor.Congela a fruta em rodelas ou em cubos a – 3oC e depoissob vácuo, sublima a 35oC (passa do estado sólido a águacontida na fruta ao gasoso). A Fruta ficará apenas com3% de umidade. Não muda de cor.Protegem a proteína da fruta + vitaminas + aroma...A banana por exemplo, ficará com mais 4 vezes depotássio.No Brasil a liofilização ainda é chamada de desidrataçãopor falta de campanha de Marketing e o público pensarque é remédio...Este produto tem ainda, por característica, a reidratação.Coloca-se a fruta liofilizada em imersão na água e empoucos minutos teremos a fruta ao natural.

--->Por terem estes produtos altos valores agregados,pedem ricas embalagens e com janelas ...

POLPA DE FRUTAS

CONGELADA

Recepção 1 Lavagem 2 Seleção 3

Banho por imersão 2.1 Aspersão 2.2

Preparo 4 Despolpamento 5 Refino 6

Prensagem 5

Envase 7 Congelamento 8

Bandejas 7.1 Seladora 7.2

Temperaturas recomendadas: câmara de congelamento e /ventilação forçada, em 8 horas baixar a temperatura para 5oC.Congelamento – 23,5oC (máximo 24 horas deverá atingir – 18oC).Armazenamento – transporte, manter 18oC negativos.

POLPA PASTEURIZADA

Após despolpamento / refino, passar por um pasteurizadorrápido tubular (circuito fechado) com agitador estático.

Entrada do produto: 6 a 40oCTratamento: 40 a 95oCResfriamento: 15 a 20 segundosEnvase imediato e automático.

Vantagens:- Não necessitar de câmaras frias, em conseqüência, melhorpreço;- Embalagem atraente, melhor venda;- Atingir maiores distâncias para distribuição fazendo frenteaos congelados.

EMBALAGEM

PROMOVE O PRODUTO AGRO-INDUSTRIAL

O investimento na divulgação dos produtos tem comoobjetivo fortalecer sua aceitação no mercado consumidor.

O primeiro contato do consumidor com o produto épuramente visual. Dai vem a importância da embalagem onde oproduto será acondicionado. Ela deve ser atraente, prática,segura, de baixo custo e oferecer facilidade de compra e detransporte. Em seu rótulo ou etiqueta deve vir as informaçõessobre o produto.

Além da embalagem, todas as operações de marketingdevem ser consideradas. Entre elas, participação em eventos,instalação de expositores destacando os produtos nos mercadose degustação junto aos consumidores.

TIPOS DE EMBALAGENS

Hoje, vários são os tipos de embalagens usadas na áreaalimentícia, aqui as principais:

1. Stand-up ---> a princípio pode ser utilizada paraqualquer tipo de produto que seria acondicionado em vidro. Temcusto menor, facilidade de ser transportado, ótima apresentação,

2. Poly-Pak ---> copos e recipientes para doces, requeijões,cremes, etc;

3. Bisnagas, tubos, potes, etc. de polietileno ---> muitoprático;

3.1. Proibida a venda pública de maionese, catchup,mostarda etc., nestas embalagens em locais públicos;

4. Filmes ---> polipropileno e outros. Seu custo é baixo eé muito fácil de ser encontrado.

Ex: sachet’s: maionese, catchup, mostarda, etc., doseindividual – permitido uso público.

4.1. Obs.: é proibido o uso de plástico comum nasembalagens de alimentos;

5. Polipropileno bio-orientada, metalizada ---> maiorproteção – moderna – prática – e de baixo custo;

6. Vidros ---> utilizados em produtos que precisam servisualizados pelos consumidores e que necessitam de uma maiorproteção. Alimentos que são pasteurizados em autoclave,exaustão, etc. Tem custo mais elevado, junto com a tampa e rótulo;

7. Latas ---> ainda usadas para doces, palmitos, vegetais,etc. (litografadas);

8. Lata-louça ---> revestimento interno, sistema de vernizesbrancos. Lata cromada;

9. Bandeja de isopor --->usadas em produtos cujos prazosde validade são pequenos e que tem grande rotação de mercado(frutas, legumes. Hortaliças, frutas desidratadas, etc.);

10. Biodegradável ---> frutas frescas, ovos, etc;11. Papel manteiga, papel celofane (doces, rapaduras,

etc.) ---> pouco usadas hoje;12. Papéis especiais --->balas, bombons, doces, etc.

(desenvolvido entre o fabricante e o interessado);13. Papelão ondulado = (One Way) é reciclável. Não há

frete de retorno, nem contaminação por fungos que aceleram adegradação do fruto.

O Ministério da Saúde exige o registro do fabricante daembalagem impresso na mesma.

Estude a embalagem certa para o produto certo.Prática – Econômica – Moderna.

POR QUE NÃO VENDEMOS

a) Não temos produção agro-industrial;b) Produção sazonal agrícola e distanciada entre si;c) Maioria não tem cadastros e registros legais;d) Documentos contábeis em falta;

e) Embalagens aquém da crítica;f) Classificação, qualidade e preços;g) Faltam profissionais de vendas nessas indústrias (ou

consultoria);h) Artesanato não é Agroindústria (venda diferenciada);i) Não seguimos a tendência do mercado (Ex.: rapadura

de peso variável – farinha em saco);j) Equipar e processar modernamente;k) Sair da “toca” e mostrar seus produtos (feiras-eventos-

rodada, etc.);l) Não trabalhamos academias de ginástica, condomínios

classe A, escolas, programas de governo, etc;m) Desconhecimento do mercado consumidor;n) Esperar a venda no balcão... (vai quebrar);o) Bancos dificultam o crédito, com exigências impossíveis

as pequenas empresas;p) Não participamos de cotas-vendas: Nacional (Ex.: Yok –

Internacional ;Ex.: Ecolinea);q) Não conhecemos as agroindústrias que poderiam

beneficiar nossas safras. (Parceria) Em outros estados;r) Rede Macro no retorno de suas carretas, deseja produtos

de Mato Grosso (e tem?);s) Pequenas indústrias montadas pelo governo inativas...;t) Associações e cooperativas necessitam de treinamentos

em todas as fases;u) Participação em feiras especializadas do gênero. (Mostrar

e vender).

Precisamos Urgentemente Sair das Estatísticas de Perdas daProdução Agrícola em Mato Grosso...

MERCADO RECEPTIVO

O TURISMO COMO FONTE COMPRADOR DE PRODUTOS REGIONAL

Um cálculo teórico: Mato Grosso recebe 17 jatos / dia Digamos que desembarque 100 pas.

em cada um.1.700 passageiros / dia.

70% - Homens de negócios ---> 1.190Hotéis / eventos...20% - Passageiros seguem para o interior - 34010% - Residentes e Turistas - ---> 170 Receptivo

1.700Ônibus de turismo – carros – vans – lanchas, também trazemturistas.

Definição:TuristaVisitante temporário que permanece mais de 24 horas emenos de 12 meses no país visitado.Vulgarmente o turismo é entendido como viagem de prazer.Sua conceituação e entretanto, bem mais abrangente.Vários motivos podem determinar esta situação, como:

· Viagens a negócios (oferta de roteiros turísticos apóscompromisso)...· Participação em palestras, convenções, eventos, etc.Estimula o mercado de artigos artesanais, típicos,souvenires, doces, alimentação e frutas regionais.

Temos pois, um grande mercado “Comprador” nos hotéis,eventos e lojas especializadas no receptivo turístico.

ASSOCIATIVISMO E COOPERATIVISMO

Antonio Celso A. Freire1

ASSOCIATIVISMO: Influência ou predomínio dos princípiosassociativos.

O ser humano é por natureza um ser gregário, com istoqueremos dizer que ele nasce, cresce e se desenvolve emgrupos.

Todo e qualquer grupo possui suas normas, crenças eideais e cada um dos seus membros, expressa em seucomportamento as normas, crenças e os ideais do seu grupo.

Como sabemos, as organizações são constituídas degrupos de indivíduos que agem sob estruturas organizacionais,políticas e práticas determinadas. Portanto, tais estruturas epráticas devem ser cuidadosamente analisadas e avaliadaspelos dirigentes, para que os seus efeitos sejam favoráveis aosprincipais objetivos das organizações, em outras palavras, osresultados.

1 Tecnólogo - EMPAER-MT

Além dos fatores mencionados, possíveis de exercerinfluência no desempenho dos indivíduos, devem serconsiderados: os modos pelos quais os indivíduos se relacionam,se comunicam, são motivados para o trabalho e finalmente, asformas de exercícios de liderança.

GRUPOS SOCIAIS

· Certo número de pessoas, podendo variar de dois a mais· Que estejam em interação, isto é, em comunicação

recíproca· Que tenham objetivos e interesses comuns.· Que haja comunhão de valores.

GRUPOS INFORMAISMais de um indivíduo que se agregam de maneira natural,

impelidos por amizade ou ponto geográfico: estradas, margemde rio, serra, etc...

GRUPOS FORMAISMais evoluídos, formalizam suas normas de acordo com

suas vontades e ao abrigo de leis: clubes, associações,cooperativas, sindicatos, etc...

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO OU DIRETORIA

O conselho de administração ou Diretoria é o órgãosuperior na hierarquia administrativa, sendo de sua competênciaprivada e exclusiva responsabilidade a decisão sobre todo equalquer assunto de ordem econômica ou social, de interesseda entidade ou de associados, nos termos da Lei, do Estatuto ede recomendações da Assembléia Gera.

CONSELHO FISCAL

A administração da entidade associativa será fiscalizadaassídua e minuciosamente por um Conselho Fiscal, constituídode três membros efetivos e três suplentes, todos associados,eleitos anualmente pela Assembléia Geral, sendo permitida areeleição de apenas 1/3 (um terço) dos seus componentes.

Compete ao conselho Fiscal exercer constantefiscalização sobre as operações, atividades e serviços daentidade, examinando livros, contas, documentos etc...

ESTATUTOConjunto de leis, regras, códigos

REGIME INTERNORegula o funcionamento e os serviços internos das

associações ou cooperativas.

ORGANOGRAMA DE UMA ENTIDADE ASSOCIATIVA

CONSELHO

FISCAL CONSELHO DE

ADMINISTRAÇÃO

DEPARTAMENTOS

ASSEMBLÉIA GERAL

ASSOCIADOS

ORDINÁRIAEXTRAORDINÁRIA

ORGANIZAÇÃO DOQUADRO ASSOCIATIVO

“COMISSÕES OUCOMITÊS EDUCATIVOS”

ORGANOGRAMA

MODELO DE ADMINISTRAÇÃO DECOOPERATIVAS TRADICIONAIS

ASSEMBLEIA

GERAL

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

CONSELHO FISCAL

1 2 3 4

1- DEPARTAMENTO ADMINISTRATIVO2- DEPARTAMENTO FINANCEIRO3- DEPARTAMENTO COMERCIAL4- DEPARTAMENTO TÉCNICO

PROCESSO DE EDUCAÇÃO PARA ACOOPERAÇÃO E GESTÃO DO NEGÓCIO

ASSEMBLÉIA GERAL

CONSELHO FISCAL

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

1 2 3 4 MOMENTO CENTRALIZADOR

C C C C C COMUNIDADES

1- DEPARTAMENTO ADMINISTRATIVO2- DEPARTAMENTO FINANCEIRO3- DEPARTAMENTO COMERCIAL4- DEPARTAMENTO TÉCNICO

COMITÊS EDUCATIVOS

Comitê Educativo é um órgão auxiliar da administraçãoda entidade associativa, formado por representantes eleitosdemocraticamente nas suas comunidades.

Principais finalidades:

- desenvolver atividades que unam e aproximam o quadrosocial e órgão de administração em torno de sua entidadeassociativa;- propiciar que as reais necessidades dos produtores sejam

mostradas à Direção da entidade, orientando as ações em favordo associado.

LEI FEDERAL Nº 6.015, DE 31/12/73

Dispõe sobre os Registros Públicos e dá outrasprovidências.

Transcrição do Título III – do Registro Civil de pessoajurídica – Capítulo II da Pessoa Jurídica – Art. 121 e seus itens eArt. 122.

CAPÍTULO II

DA PESSOA JURÍDICA

Extrajudicialmente; Art. 121 – O registro das sociedadese fundações constituirá na declaração, feita no livro, pelo oficial,do número de ordem, da data da apresentação e da espécie doato constitutivo, com as seguintes indicações:

I- a denominação, o fundo social, quando houver, os fins

e a sede da associação ou fundação, bem como tempo de suaduração;

II- o modo pelo qual se administra e representa asociedade, ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente;

III- se o Estado, o contrato ou compromisso é reformável,no tocante à administração, e de que modo;

IV- se os membros respondem ou não, subsidiariamentepelas obrigações sociais;

V- as condições de extinção da pessoa jurídica e nessecaso o destino de seu patrimônio;

VI- os nomes dos fundadores ou instituidores e dosmembros da diretoria, provisória ou definitiva, com indicação danacionalidade, estado civil e profissão de cada um, bem comoo nome e a residência do apresentante dos exemplares.

Art. 122 – Para o registro serão apresentados doisexemplares do jornal oficial, em que houver sido publicado oEstatuto, compromisso ou contrato, além de um exemplar deste,quando a publicação não for integral. Por aqueles se fará oregistro mediante petição, com firma reconhecida, dorepresentante legal da sociedade, lançando o oficial, nos doisexemplares, a competente certidão de registro, com o respectivonúmero de ordem, livro e folha, um dos quais será entregue aorepresentante e o outro arquivado em cartório, rubricando, o oficialas folhas em que estiver impresso o contrato, compromisso ouEstatuto.

ASSOCIAÇÃO COOPERATIVA SINDICATO CONCEITO

• sociedade civil sem fins lucrativos

• sociedade civil sem fins lucrativos

•sociedade civil/sindical sem fins lucrativos

FINALIDADE

•representar e defender os interesses dos associados

•viabilizar e desenvolver atividades de consumo, produção, crédito, prestação de serviços e comercialização de acordo com os interesses de seus cooperados

% promover a defesa dos direitos e interesses individuais e coletivos de determinada categoria de trabalho, representando-a em questões judiciais ou administrativas

• estimular a melhoria técnica, profissional e social dos associados

• atuar em nível de mercado

• formar e capacitar seus integrantes para o trabalho e a vida em comunidade

LEGISLAÇÃO • Constituição (Art. 5º, incisos XVII a XXI e Art. 174, §2º)

•Constituição (Art, 5º, incisos XVII a XXI e Art. 174, § 2º)

• Constituição (Art. 5º, incisos XVII a XXI, Art. 8º, incisos I a VIII e Art. 174, §2º )

• Código Civil

• Código civil • CLT – Consolidação das Leis do Trabalho (Decreto-Lei nº 5.452/43)

• Lei nº 5.764/71

FORMAÇÃO

% mínimo de duas pessoas % mínimo de 20 pessoas

% número de pessoas necessário para ocupar os cargos da diretoria, regulados e definidos pelo estatuto

OPERAÇÕES •auxilia no processo de comercialização dos associados • pode realizar operações financeiras e bancária usuais

•realiza plena atividade comercial • realiza operações financeiras, bancárias e pode se candidatar a empréstimos e aquisições do governo federal • as cooperativas de produtores rurais são beneficiárias do crédito rural de repasse

•a atividade econômica é proibida pela CLT • pode realizar operações financeiras e bancárias • não possui autorização para realizar operações de empréstimos e aquisições do Governo Federal

ASSOCIAÇÃO COOPERATIVA SINDICATO RESPONSABILIDADES •os resultados das atividades da associação são de responsabilidade dos associados

% os resultados das atividades da cooperativa são de responsabilidade dos associados

•os resultados das atividades do sindicato são de responsabilidade dos associados

REMUNERAÇÃO •os dirigentes não têm remuneração pelo exercício de suas funções, recebem apenas o reembolso das despesas realizadas par o desempenho de seus cargos

•os dirigentes são remunerados através de retiradas mensais “prolabore”, definidas pela assembléia

ao se afastarem de sua atividade usual, os dirigentes podem ser remunerados por retiradas mensais “prolabore”, correspondente à remuneração anteriormente percebida

CONTABILIDADE •escrituração contábil simplificada

% a escrituração contábil é mais complexa em função do volume de negócios

% escrituração contábil simplificada

PATRIMÔNIO •seu patrimônio é formado por taxas pagas pelos associados, doações, fundos e reservas. Não possui capital social. A inexistência do mesmo dificulta a obtenção de financiamentos junto às instituições financeiras

•possui capital social, facilitando, portanto, financiamentos junto às instituições financeiras • o capital social é formado por quotas-partes ou pode ser constituído por doações, empréstimos e processos de capitalização

•não possui capital social. Seu patrimônio é formado através da arrecadação das mensalidades, contribuição sindical, taxa confederativa, prestação de serviços ou doações diversas

PROCEDIMENTOS •aprovação do estatuto, em assembléia-geral, pelos associados • eleição da diretoria • elaboração de ata de fundação • registro do estatuto e ata de fundação no Cartório de Registro de Pessoas Jurídicas da Comarca • CNPJ na Receita Federal • registro no INSS e Ministério do Trabalho • abertura de livros: ata e caixa

•aprovação do estatuto, em assembléia-geral, pelos cooperados • eleição do conselho de administração • elaboração da ata de fundação • registro do estatuto e da ata de fundação no Cartório de Registro de Pessoas Jurídicas da Comarca • registro na Junta Comercial para obtenção de CNPJ na Receita Federal • registro no INSS e Ministério do Trabalho • alvará da Prefeitura • abertura de livros: ata e caixa

•aprovação do estatuto, em assembléia-geral, pelos associados • eleição da diretoria • elaboração da ata de fundação • registro do estatuto e da ata de fundação no Cartório de Registro de Pessoas Jurídicas da Comarca • registro sindical no Ministério do Trabalho, junto ao Cadastro Nacional de Entidades Sindicais – CNES • habilitação junto à Caixa Econômica Federal – CEF, para obtenção do código sindical • CNPJ na Receita Federal • abertura de livros: ata e caixa

ASSOCIAÇÃO COOPERATIVA SINDICATO RESULTADOS FINANCEIROS

•as possíveis sobras da operações financeiras não são divididas entre os sócios, sendo aplicadas na própria associação

•após decisão em assembléia-geral, as possíveis sobras podem ser divididas de acordo com o volume de negócios do associado com a cooperativa. É obrigatória a destinação de 10% para os fundos de reserva e 5% para os fundos educacionais

• como não ha objetivo financeiro, o saldo de caixa é utilizado para as atividades do sindicato

TRIBUTAÇÃO •deve fazer anualmente uma declaração de isenção de imposto de renda

•não paga imposto de renda sobre suas operações com os associados. Deve recolher o imposto de renda na fonte sobre operações com terceiros • paga as taxas e impostos decorrentes das ações comerciais

•deve fazer anualmente uma declaração de isenção de imposto de renda

FISCALIZAÇÃO •pode ser fiscalizada pela Prefeitura, Fazenda Estadual, INSS, Ministério do Trabalho e Receita Federal

•pode ser fiscalizada pela Prefeitura, Fazenda Estadual (nas operações de comércio), INSS, Ministério do Trabalho e Receita Federal

•pode ser fiscalizada pela Prefeitura, INSS, Ministério do Trabalho e Receita Federal

DISSOLUÇÃO •definida em assembléia-geral ou mediante intervenção judicial realizada por representante do Ministério Público

•definida em assembléia-geral ou mediante processo judicial. Neste caso, é nomeado um liquidante

•definida em assembléia-geral. No caso de intervenção judicial, não poderá ser proposta a liquidação

INFORMAÇÕES TÉCNICAS SOBRE AIRRIGAÇÃO LOCALIZADA

Samir Curi1

INTRODUÇÃO

Entre as opções existentes na área agrícola, a fruticulturadesponta como grande geradora de renda em áreas depequenos produtores.

O objetivo principal de se trabalhar com sistema deirrigação localizada é o aumento de produtividade, evitando orisco de perda de safra em decorrência da falta de chuvas.Entretanto, para que tal objetivo seja alcançado, torna-senecessária a adoção de várias práticas culturais, tais comoadubação equilibrada, controle de doenças, combate às pragasatravés da aplicação de defensivos e outras práticas.

Para o perfeito funcionamento e manejo da irrigaçãolocalizada, há necessidade de se fazer um dimensionamentoelétrico e hidráulico, correto. Hoje, para trabalhar com qualidade,é fundamental ter mecanismos para se elaborar bons projetos.

Este método pode ser utilizado tanto em regiões áridascomo em regiões de cerrado, ou até em regiões comprecipitações desuniformes, pois com culturas de alto valorcomercial, não se deve ter oscilações bruscas na produção.

Nas áreas de Cerrado existem duas estações bemdefinidas, uma chuvosa, que vai de outubro a abril e outra seca,de maio a setembro. Na primeira estação, segundo dados daEMPAER-MT, concentram-se 87% das precipitações anuais. Aexistência de uma estação seca de cinco meses, onde choveapenas 13% do total, não permite a exploração da propriedaderural com culturas temporárias neste período, a não ser que se

1 Engº Agrº, M.Sc. - SEDER-MT/EMPAER-MT

utilize a tecnologia da irrigação.A irrigação representa uma alternativa, tanto para o grande

como pequeno produtor rural do País, pois permite atingirmelhores níveis de produção e renda, além de distribuí-la durantetodo o ano, quando combinado às explorações tradicionais.

Por esta razão, este Seminário de Fruticultura com ênfaseem irrigação é importante para iniciar o trabalho de qualificaçãodos agricultores da região de Tapurah na atividade de irrigação.

1 IRRIGAÇÃO LOCALIZADA

1.1 CONCEITUAÇÃOA irrigação localizada consiste na aplicação de água,

molhando apenas parte da área ocupada pelo sistema radiculardas plantas em pequenas intensidades, porém, com altafrequência (turno de rega de um a quatro dias), de modo que semantenha a umidade do solo próxima à capacidade de campo.O molhamento de mais de 70% da área sombreada pela plantadescaracteriza este método, eliminando uma das suas principaisvantagens que é a economia de água. A área mínima a sermolhada é de 30% nas regiões de clima semi-árido, e de 20%nas regiões úmidas.

Na irrigação localizada utiliza-se uma variedade enormede tipos de equipamentos, desde os mais simples como canosperfurados até os mais complexos como os sistemasmecanizados de funcionamento totalmente automático.

Esse método pode ser empregado numa grandevariedade de culturas, mas pelo custo inicialmente elevado, érecomendado somente para culturas nobres ou de altacapacidade de retorno. É adaptável a quase todos os tipos desolos, pois os micro-aspersores ou gotejadores apresentam umagrande diversidade na capacidade de descarga.

A irrigação localizada é mais comumente utilizada sob aforma de sistema fixo, sendo o sistema constituído de tantas linhas

laterais quantas forem necessárias para suprir toda a área, sendoque não há movimentação das linhas laterais. Há, no manejo,alternância de irrigação em parcelas da área do projeto.

Este método adapta-se bem para o cultivo de fruteiras,alguns hortifrutigranjeiros e alguns tipos de flores.

1.2 VANTAGENS E DESVANTAGENSA opção da escolha de um dos métodos de irrigação é

uma interação de fatores econômicos, sociais e agronômicos. 0uso da irrigação localizada apresenta, quando comparado comoutros métodos, algumas vantagens e desvantagens. Éimportante que o técnico, ao dimensionar um sistema de irrigação,conheça as suas limitações e aplicações.

Vantagens:a) Elevada eficiência no uso da água;b) Adequado a terrenos acidentados;c) Emprego independentemente da natureza física doterreno;e) Fertirrigação: é a aplicação de fertilizantes dissolvidosna própria água de irrigação;f) Permite a adequada dosificação da quantidade de águaa aplicar, distribuindo-a com uniformidade e grandeeficiência;g) Não causa problema de erosão da água do solo;h) Permite utilização de águas com teor elevado de sais;i) Pode ser utilizada como irrigação de proteção, para aalta temperatura durante as estações quentes;j) Permite a irrigação também durante a noite, aumentandoassim o tempo de irrigação e permitindo melhor utilizaçãodo equipamento;k ) Exige conjuntos moto-bomba com baixa potência, combaixo gasto de energia;l) Como neste método irriga-se só uma parte da área, pode-

se proceder os tratos culturais, antes, durante e depoisdas irrigações, sendo muito prático principalmente parao cultivo da fruticultura;m) Auxilia no controle e desenvolvimento das ervasdaninhas, pois não molha toda a superfície do terreno;n) A compactação do solo é mínima, sendo recomendávela utilização de cobertura morta para não deixar o soloexposto;o) Como o sistema é fixo, ocorre uma grande redução damão de obra utilizada,

Desvantagens:a) Custo inicial elevado;b) É necessária a utilização de água filtrada para evitarentupimentos e diminuir a manutenção;c) Exige manutenção intensa, com controle de filtragem,limpeza de filtros, inspeção de gotejadores e eliminaçãode entupimentos guando existentes;d) Permite o acúmulo de sais na periferia do bulbomolhado, próximo à superfície;e) Restringe o desenvolvimento do sistema radicular,concentrando-se as raízes na região do bulbo umedecido.

2 TIPOS DE SISTEMA DE IRRIGAÇÃO LOCALIZADA

A classificação deste método de irrigação localizada éfeita da seguinte maneira:

a) Por gotejamento;b) Por micro-aspersão;c) Tipo xique-xique;d) Tipo subsuperficial.No método de irrigação por gotejamento, a vazão dos

emissores varia até 12 litros/hora, com aplicação pontual da águae tendo o solo como meio de propagação de umidade.

No método de micro-aspersão, são utilizados emissoresrotativos ou fixos, com a vazão variando de 15 a 120 litros/hora.

Na irrigação tipo xique-xique, os meios de propagaçãoda água são a superfície (sulcos) ou o solo (minibacias). A vazãovaria de 30 a 90 Q/h, aplicada através de orifícios que variam de1 a 2mm, feitos com minivazadores na parede da tubulação lateral.

A irrigação localizada subsuperficial tem o solo como meiode propagação da água. Os emissores podem ser potes de barro ecápsula porosa com vazão de até 24 Q/dia e tubos perfuradosenterrados na profundidade efetiva do sistema radicular das plantas.

Os métodos localizados que têm o solo como principalmeio de propagação não são indicados para solos arenosos,porque a área molhada por emissor é pequena, e a infiltraçãovertical é grande, promovendo perdas d’água por percolação.

Como na microaspersão, o meio de propagação é o ar, a áreamolhada é definida pelo emissor, independente do tipo de solo.

3 EQUIPAMENTOS BÁSICOS DE IRRIGAÇÃO LOCALIZADA.

3.1 MOTOBOMBA.O conjunto motobomba tem a finalidade de captar a água

e impulsioná-la sob pressão, através das tubulações eacessórios. No Brasil, normalmente, as bombas utilizadas sãodo tipo centrífuga de eixo horizontal. E os motores, normalmenteusados, são motores elétricos e motores diesel. No caso de seusar água subterrânea para a irrigação, deve-se utilizar bombado tipo turbina de poços profundos, submersas ou não.

3.2 CABEÇAL DE CONTROLEO cabeçal de controle é o conjunto onde ficam os

equipamentos necessários para efetuar a filtragem da água,controladores de vazão e pressão, efetuar quimigação, etc. Sãoconstituídos em geral, das seguintes partes:

a) Medidores de vazão;

b) Filtro de areia ou de tela;c) Injetor de fertilizantes;d) Filtro de tela;e) Válvula de controle de pressão;f) Registros;g) Manômetros.

3.3 TIPOS E DIÂMETROS DA TUBULAÇÃO.Num sistema de irrigação localizada, tem-se basicamente

a tubulação principal, a linha de derivação e a linha lateral.Nesta última, estão situados os micro-aspersores ou gotejadores.

Para a tubulação principal, que conduz a água da moto-bomba até as linhas de derivação, podem-se usar os diversostipos de materiais, pois, em geral, elas são fixas, utilizam-secomumente tubos de alumínio, aço zincado, PVC rígido. A linhaprincipal pode ser implantada sob a superfície do terreno ouenterrada, que facilitaria os tratos culturais.

A linha de derivação conduz a água da linha principal atéas linhas laterais, são geralmente utilizados tubos de PVC rígidoguando enterrados ou tubos de polietileno flexível, guandoinstalados em cima da superfície do solo.

A linha lateral são as linhas onde são instalados micro-aspersores ou gotejadores que aplicam água nas plantas. Aslaterais devem ser instaladas de preferência em nível, com odiâmetro variando de 12 a 32 mm. A linha lateral tem trêscondições de trabalho:

a) A vazão é decrescente;b) O fluxo se transforma de turbulento para laminar no fimda linha;c) A quantidade e proximidade dos gotejadores ao longoda linha causa perdas de carga localizadas quedependendo do tipo de inserção, pode apresentar altosvalores.O comprimento padrão é de 6 metros, mas podem-se

encontrar barras com 1, 2 e 3 metros para completar asinstalações. No caso de alumínio, encontram-se também tuboscom 10 metros. Os diâmetros comerciais mais encontrados nomercado variam de 2" a 8" (2", 3", 4", 5"1/4, 6" ,8").

Os tubos de plásticos (PVC rígido) são mais leves e apresentamgrande facilidade de transporte. Normalmente, eles são encontradosem diâmetros que vão de 1/2" a 6", sendo mais comuns entre 2" e 3".Suportam apenas até 8 atm, normalmente entre 5 - 6 atm. Os tubos dealumínio são mais leves que os de aço zincado (aço leve zincado ougalvanizados a fogo), mas estes resistem mais à pressão, normalmenteaté 15 atm, podendo chegar até a mais de 20 atm.

3.4 TIPOS DE EMISSORES

A denominação do emissor é função do tipo de irrigaçãolocalizada. Na irrigação por gotejamento, os emissoresdenominam-se de gotejadores; na microaspersão denominam-se de microaspersores; no xique-xique, chamam-se de orifícios;e na subsuperficial podem ter emissores tipo mangueira porosa,mangueira perfurada, potes e cápsulas porosas.

• Características BásicasNa escolha de um emissor, devem ser consideradas as

seguintes peculiaridades:a) Vazão constante, oscilando pouco com as mudanças

de pressão;b) Pouca sensibilidade a obstruções;c) Uniformidade de fabricação elevada;d) Resistência ao desgaste provocado por corrosõesquímicas, variação de temperatura e insolação;e) Pequena perda de carga localizada na conexão coma lateral.