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08/07/2011 1 Direitos Humanos e Cidadania PROF. RAFAEL FERNANDEZ Conteúdo Programático 1.Conceito. 2.Características. 3.Evolução histórica. 4.Princípios Básicos para utilização da força e armas de fogo, adotado pela ONU em 07 de julho de 1990. 5.Código de Conduta para os encarregados da aplicação da lei, adotado pela ONU pela Resolução 34/169 de 17 de dezembro de 1979.

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08/07/2011

1

Direitos Humanos

e

Cidadania

PROF. RAFAEL FERNANDEZ

Conteúdo Programático

1.Conceito.

2.Características.

3.Evolução histórica.

4.Princípios Básicos para utilização da força e armas de fogo, adotado pela

ONU em 07 de julho de 1990.

5.Código de Conduta para os encarregados da aplicação da lei, adotado pela

ONU pela Resolução 34/169 de 17 de dezembro de 1979.

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1

Direitos Humanos

e

Cidadania

PROF. RAFAEL FERNANDEZ 1

AGENTE

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2

Rafael, qual o CONCEITO

de Direitos Humanos?

3

Os Direitos Humanos são princípios internacionais que servem para proteger, garantir e respeitar o ser humano. Devem assegurar às pessoas o direito de ter uma VIDA DIGNA com acesso à liberdade, ao trabalho, à propriedade, à saúde, à moradia, a educação, lazer, alimentação etc. 4

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3

Os Direitos Humanos são fruto do percurso

histórico de costumes e tradições das antigas

civilizações da produção jusfilosófica e de

valorização de direitos naturais.

A nomenclatura DIREITOS HUMANOS e

DIREITOS DO HOMEM é frequentemente

usada entre estudiosos latinos e anglo-

americanos, enquanto DIREITOS

FUNDAMENTAIS é mais apreciada pelos

alemães.

5

Rafael, resumindo, qual a

FINALIDADE BÁSICA dos

Direitos Humanos? 6

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4

De forma bastante suscinta,

a finalidade básica dos

direitos humanos é coibir o

abuso do Poder do Estado.

7

Direitos Humanos?

Direitos do Homem?

Direitos Fundamentais?

Todas essas denominações, em regra,

querem dizer a mesma coisa, ou seja, é um

conjunto de direitos políticos, civis, sociais,

econômicos e culturais garantidos pelo

Estado a todos os seres humanos.

8

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A luta contra a opressão e os maus tratos colaborou para a gênese dos Direitos Humanos bem como a luta pela liberdade e pela vida, liberdade que significa bem mais que não estar preso, é a libertação de regimes econômicos, sociais e políticos que oprimem e impõem a fome e a miséria. 9

Rafael, quais são as

CARACTERÍSTICAS dos

Direitos Humanos? 10

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Principais Características dos Direitos Humanos (Fonte: Prof. José Afonso da Silva)

a) Historicidade: São históricos como qualquer direito. Nascem, modificam-

se e desaparecem. Eles apareceram com a revolução burguesa e

evoluem, ampliam-se, com o correr dos tempos.

b) Inalienabilidade: São direitos intransferíveis, inegociáveis, porque não

são de conteúdo econômico-patrimonial. Se a ordem constitucional os

confere a todos, deles não se pode desfazer, porque são indisponíveis.

c) Imprescritibilidade: O exercício de boa parte dos direitos fundamentais

ocorre só no fato de existirem reconhecidos na ordem jurídica. Se são

sempre exercíveis e exercidos, não há intercorrência temporal de não

exercício que fundamente a perda da exigibilidade pela prescrição.

d) Irrenunciabilidade: Não se renunciam direitos fundamentais. Alguns

deles podem até não ser exercidos, pode-se deixar de exercê-los, mas

não se admite sejam renunciados.

11

Outras Características dos Direitos Humanos

a) Universalidade: deve alcançar a todos os seres

humanos.

b) Limitabilidade/Relatividade: não são absolutos e

no caso concreto deverá ser conjugada a máxima

observância dos direitos fundamentais envolvidos

com a mínima restrição.

c) Concorrência: podem ser exercidos

cumulativamente.

d) Efetividade: o Estado deverá garantir a efetivação

desses direitos.

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Outras Características dos Direitos Humanos

e) Inviolabilidade: impossibilidade de não serem observados por normas

subconstitucionais ou por atos administrativos.

f) Interdependência: as previsões constitucionais, embora autônomas,

possuem inúmeras intersecções para atingirem seus objetivos; logo, o

direito ambulatório (liberdade de locomoção) está conectado ao habeas

corpus e assim por diante.

g) Complementaridade: não devem ser interpretados de maneira isolada,

mas sempre que possível, de forma conjunta para alcançar as finalidades

do constituinte.

h) Individualidade e/ou Coletividade: o jurista Jair Teixeira dos Reis noticia

que os direitos humanos possuem a peculiaridade da individualidade e/ou

coletividade e vice-versa, uma vez que são individuais porque são

portados pelo indivíduo, como o direito à alimentação e à moradia (art.

6o, CF) e doutra pertencem a toda coletividade, como o acesso à

informação e a democracia participativa.

13

Classificação dos

Direitos Humanos em

Gerações ou Dimensões

Em 1979, em uma conferência do Instituto Internacional

de Direitos Humanos, Karel Vasak propôs uma

classificação dos direitos humanos em gerações,

inspirado no lema da Revolução Francesa (liberdade,

igualdade e fraternidade).

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8

Rafael, Geração ou

Dimensão dos Direitos

Humanos? 15

O termo “GERAÇÃO” conduz

à idéia equivocada de que direitos

humanos fundamentais se

substituem ao longo do tempo,

enquanto “DIMENSÃO” melhor

reflete o processo gradativo de

complementaridade, pelo qual não

há alternância, mas sim expansão,

cumulação e fortalecimento. 16

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Classificação Doutrinária dos Direitos Humanos

1a Dimensão ou Geração → Liberdade

2a Dimensão ou Geração → Igualdade

3a Dimensão ou Geração → Fraternidade ou Solidariedade

4a Dimensão ou Geração → Evolução da Ciência/Genética*

5a Dimensão ou Geração → Realidade Virtual*

17

1ª GERAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS

São direitos humanos de 1ª geração ou

dimensão aqueles inspirados nas doutrinas

iluministas e jusnaturalistas dos séculos XVII, XVIII e

XIX, são as liberdades públicas, como os direitos

políticos e civis, e as liberdades clássicas como o

direito à vida, à segurança, à propriedade etc.

Tratam-se de direitos de oposição diante do Estado,

circunscrevendo uma área de não-intervenção do

Estado perante a independência e autonomia do

indivíduo, ou seja, são liberdades negativas onde o

Estado deve permanecer no campo do não-fazer.

18

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10

2ª GERAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS

A 2ª geração trata dos direitos referentes à

igualdade, que surgiram impulsionados e

inspirados pela 1ª Revolução Industrial, na Europa

do século XIX, decorrentes das péssimas e

precárias condições trabalhistas e humanitárias em

que se encontrava o proletariado. Tais condições de

trabalho foram determinantes para a eclosão de

movimentos como o Cartista, na Inglaterra, e a

Comuna de Paris, em 1948, que buscaram

reivindicações de cunho trabalhista e de

assistência social...

19

2ª GERAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS

...Logo após, observamos o início do século XX ser

marcado pela 1ª Grande Guerra Mundial e pelo

estabelecimento de direitos sociais, que são o grande

escopo da 2ª geração. Comprovamos essa forte presença de

direitos sociais no Tratado de Versalhes, 1919 (OIT) e na

Constituição de Weimar, de 1919, na Alemanha. Tal geração,

que contaminou o século XX, abarca, principalmente, os

direitos sociais, econômicos e culturais. São direitos

positivos, reais, concretos e objetivos, pois conduzem

indivíduos materialmente desiguais às matérias dos direitos

através de instrumentos do Estado presente e

intervencionista. Reclamam a igualdade material, através

da intervenção positiva do Estado, para sua concretização.

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3ª GERAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS

Na 3ª geração foram contemplados os

direitos metaindividuais e supraindividuais.

Temos como melhores exemplos desses

direitos: os difusos e coletivos. Aqui a palavra

de ordem é solidariedade ou fraternidade...

21

3ª GERAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS

...A sociedade encontra-se marcada por grandes mudanças e

novas preocupações na ordem mundial, como o consumo de massa, o

crescente desenvolvimento tecnológico e científico, a sustentabilidade

etc. O indivíduo e a coletividade começam a reclamar para si e para as

gerações futuras o direito ao meio ambiente sadio, não poluído e

equilibrado (art. 225, CF), ao desenvolvimento econômico sustentável, à

busca pela paz, a normatização das regras de mercado e a proteção

do consumidor entre outras matérias que afetam diretamente o bem

estar da coletividade. A 3ª geração ou dimensão dos direitos humanos,

além de fortemente humanizada, busca atingir valores e princípios

universais, pois não se destina apenas à proteção de interesses

individuais, nem de grupos específicos ou de um espaço temporal fixo e

determinado, mas reflete temas destinados à coletividade como um

todo, englobando a atual sociedade bem como as gerações futuras.

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Direito ao Meio Ambiente Sadio

CF, Art. 225 - Todos têm direito ao meio

ambiente ecologicamente equilibrado, bem

de uso comum do povo e essencial à sadia

qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público

e à coletividade o dever de defendê-lo e

preservá-lo para as presentes e futuras

gerações.

23

3ª GERAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS

Decorrem de grandes mudanças na comunidade

internacional geradas pela globalização da

economia.

São direitos associados à qualidade de vida que

permite o progresso sustentável.

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Classificação Doutrinária

dos Direitos Fundamentais

1a Dimensão

Séculos XVII, XVIII e XIX

Estado Liberal

Direitos Negativos

Liberdade

Direitos Civis e PolÍticos

2a Dimensão

Meados do século XIX

Estado Social

Direitos Positivos

Igualdade

Direitos Sociais, Econômicos e Culturais

3a Dimensão

Século XX

Fraternidade

Direito ao Meio Ambiente sadio, à Paz, ao Progresso, à Defesa do Consumidor

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A RECEPÇÃO DOS TRATADOS

INTERNACIONAIS SOBRE DIREITOS

HUMANOS NO DIREITO BRASILEIRO

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Rafael, qual a natureza jurídica

dos tratados internacionais?

27

Bem, os Tratados Internacionais

podem ter status de:

a. Emenda Constitucional

b. Caráter Supralegal

c. Lei Ordinária

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A República Federativa do Brasil

adota o DUALISMO JURÍDICO

“CF, Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios:

I - independência nacional (...)” 29

Dualismo Jurídico

ORDEM JURÍDICA

NACIONAL

ORDEM

JURÍDICA

INTERNACIONAL

30

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Em razão da Teoria do Dualismo Jurídico, uma norma de direito internacional NÃO produz efeitos IMEDIATOS no território nacional.

A CF/88 NÃO adota o Princípio da Recepção Automática, pois adota o Dualismo Jurídico.

Alguns Estados, como Portugal e Alemanha, ADOTAM o Princípio da Recepção Automática, onde tratados e convenções internacionais, uma vez assinados, têm aplicabilidade IMEDIATA.

No Brasil, uma norma de direito internacional só produz efeitos no território nacional SE RECEPCIONADA conforme o rito preconizado na CF/88. 31

Recepção de Tratado Internacional

1ª Fase

Assinatura do Presidente (Chefe de Estado)

“CF, Art. 84, Compete privativamente ao Presidente

da República: (...)

VIII - celebrar tratados, convenções e atos

internacionais, sujeitos a referendo do Congresso

Nacional;” 32

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Recepção de Tratado Internacional

2ª Fase Referendo do Congresso Nacional (Decreto Legislativo)

“CF, Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:

I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional;”

Dualismo Mitigado ou Abrandado: A CF não obriga que Tratado Internacional seja recepcionado somente através de lei.

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Recepção de Tratado Internacional

3ª Fase

Promulgação do Tratado

Decreto Presidencial

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Recepção dos

Tratados Internacionais

FASE INSTRUMENTO COMPETÊNCIA

1ª Assinatura Presidente

(Chefe de Estado CF, Art. 84, VIII)

2ª Decreto Legislativo Congresso Nacional

(CF, Art. 49, I)

3ª Decreto Presidencial Presidente

(Chefe de Estado CF, Art. 84, VIII) 35

Rafael, qual a natureza jurídica

dos tratados internacionais

que NÃO versam sobre

DIREITOS HUMANOS? 36

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Tratado Internacional

que NÃO versa sobre

Direitos Humanos

LEI ORDINÁRIA

(Norma Infraconstitucional)

37

Rafael, e se o Tratado ou Convenção

Internacional tiver por objeto o

tema Direitos Humanos? Qual será

sua natureza jurídica? Há posição

pacífica sobre o assunto? 38

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CF

NORMAS

SUPRALEGAIS

NORMAS LEGAIS (Lei Complementar, Lei Ordinária, Medida Provisória,

Lei Delegada, Decreto Legislativo...) STF (até 2007)

NORMAS INFRALEGAIS

Pirâmide Normativa de Hans Kelsen

Bidart Campos e Celso de Albuquerque Melo

Flávia Piovesan

39

Bidart Campos e Celso de Albuquerque Melo

40

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21

Flávia Piovesan

41

42

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STF: Tratados Internacionais sobre

Direitos Humanos anteriores à EC 45/04

NORMA SUPRALEGAL

Convenção Americana de Direitos Humanos, 1969

(Pacto de San José da Costa Rica)

Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos, 1966

43

EXEMPLO DEPOSITÁRIO INFIEL

CF, Art. 5º, LXVII - não haverá prisão

civil por dívida, salvo a do responsável

pelo inadimplemento voluntário e

inescusável de obrigação alimentícia e a

do depositário infiel;

44

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45

SÚMULA VINCULANTE 25

É ilícita a PRISÃO CIVIL DE

DEPOSITÁRIO INFIEL,

qualquer que seja a

modalidade do depósito. 46

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SÚMULA 619, STF (REVOGADA)

A prisão do depositário judicial pode

ser decretada no próprio processo

em que se constituiu o encargo,

independentemente da propositura

de ação de depósito. 47

O STF reconheceu, por 5 a 4, o caráter SUPRALEGAL

dos tratados internacionais sobre direitos humanos

vigentes no Brasil (RE 466.343/SP, j. 03.12.08).

Dentro do Supremo havia duas correntes sobre a

matéria:

1ª) a sustentada Gilmar Mendes, no entendimento de que

tais tratados são de caráter SUPRALEGAL (sobre as leis e

abaixo da CF) – RE 466.343/SP; e

2ª) a defendida Celso de Mello que admitia o caráter

CONSTITUCIONAL dos tratados (HC 87.585/TO).

Venceu a 1ª tese, por 5 votos a 4. 48

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49

Principais Tratados e Convenções Internacionais sobre Direitos Humanos

1. Convenção Relativa ao Tratamento dos Prisioneiros de Guerra (1929)

2. Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948)

3. Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial (1965)

4. Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos (1966)

5. Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (1966)

6. Convenção Americana de Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica – 1969)

7. Declaração Universal dos Direitos dos Povos (1976)

8. Convenção sobre a Eliminação de todas as Formas de Discriminação Contra a Mulher (1979)

9. Convenção contra a Tortura e outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou

Degradantes (1984)

10. Convenção Interamericana para Prevenir e Punir a Tortura (1985)

11. Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência Contra a Mulher

(Convenção de Belém do Pará – 1994)

12. Declaração sobre os Princípios e Direitos Fundamentais do Trabalho (1998)

13. Protocolo de Prevenção, Supressão e Punição do Tráfico de Pessoas, Especialmente Mulheres

e Crianças (1999)

14. Convenção Interamericana para a Eliminação de todas as Formas de Discriminação Contra as

Pessoas Portadoras de Deficiência (1999)

15. Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo

Facultativo (2007)

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1

Direitos Humanos

e

Cidadania

PROF. RAFAEL FERNANDEZ 1

AGENTE

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Evolução Histórica dos

Direitos Humanos

Surgimento dos Direitos Humanos

O Holocausto foi o grande momento de ruptura e

desrespeito para com a dignidade da pessoa humana;

As demais barbáries e atrocidades perpetradas durante

a 2ª Grande Guerra Mundial contra ciganos, judeus,

negros e outras minorias também contribuíram para este

surgimento; e

A Constituição Política do Império do Brasil de 1824

foi a primeira a contemplar os direitos fundamentais.

4

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3

Primeiros marcos do processo de

internacionalização dos Direitos Humanos

1. Direito Internacional Humanitário ou Direito

Internacional de Guerra

2. Liga das Nações

3. Organização Internacional do Trabalho (OIT)

5

Direito Internacional Humanitário

Criado no século XIX.

Sub-ramo do Direito Internacional Público Positivo.

Integra o Direito Internacional dos Direitos Humanos.

Formado por tratados e costumes internacionais.

Aplicado no caso de conflitos armados (GUERRA).

Impõe limites à atuação do Estado para assegurar a

observância dos DIREITOS HUMANOS EM SITUAÇÕES DE

GUERRA e objetiva proteger em caso de guerra, militares

postos fora de combate (feridos, doentes, naufragos,

prisioneiros) e populações civis, bem como regulamentar

como matar, ferir, capturar, sequestrar etc em zonas de

conflito. 6

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DIREITO INTERNACIONAL HUMANITÁRIO

DIREITO DE

GENEBRA

PROTEGE VÍTIMAS DE CONFLITOS ARMADOS

DIREITO DE

HAIA

TRATA DE CONDUTAS DE HOSTILIDADES

7

INSTRUMENTOS MAIS CONHECIDOS DO DIREITO INTERNACIONAL HUMANITÁRIO

CONVENÇÕES

DE

GENEBRA

1949

PROTOCOLOS

ADICIONAIS

1977

8

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5

Direito Internacional Humanitário

“numa ampliação do jus in bello, voltada para o tratamento na

guerra de combatentes e de sua diferenciação em relação a

não-combatentes, e faz parte da regulamentação jurídica

do emprego da violência no plano internacional, suscitado

pelos horrores da batalha de Solferino, que levou à criação

da Cruz Vermelha.” (Celso Lafer)

“uma regulamentação jurídica do emprego da violência no

âmbito internacional.” (Flávia Piovesan)

“a primeira expressão de que no plano internacional, há

limites à liberdade e à autonomia dos Estados, ainda que na

hipótese de conflito armado.” (Valério de O. Mazzuoli)

9

Liga das Nações

Criada após a 1a Guerra Mundial;

Sua missão era promover a cooperação

internacional e alcançar a paz e a segurança

internacionais;

Através de uma convenção da Liga das Nações, os

membros tinham o compromisso de garantir

condições dignas de trabalho para homens e

mulheres e de vida para crianças; aqueles que

descumprissem estes preceitos deveriam receber

sanções econômicas e militares. 10

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6

Organização Internacional do Trabalho

(OIT)

Criada após a 1a Guerra Mundial, em 1919,

através do Tratado de Versalhes.

Promovendo parâmetros básicos de trabalho,

seguridade social e bem-estar social, seu

objetivo foi regular a condição dos trabalhadores

no âmbito mundial.

Sede: Genève, Switzerland. 11

Precursores dos Direitos Humanos

Magna Cartha Libertatum, 1215 (Magna Carta) -

firmada pelo Rei inglês João Sem-Terra foi feita

para proteger essencialmente os privilégios dos

barões e os direitos dos homens livres.

Habeas Corpus Amendment Act, 1689 - foi uma

das maiores conquistas da liberdade individual em

face do Estado como remédio judicial destinado a

evitar ou a fazer cessar violência ou a coação na

liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso

de poder. 12

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7

Documentos, Cartas,

Tratados, Atos e Estatutos

que serviram de antecedentes

históricos para o

desenvolvimentos dos

Direitos Humanos

13

Precursores dos Direitos Humanos

1) Bill of Rights, 1689 (Declaração de Direitos) -

efetiva o surgimento da Monarquia Constitucional na

Inglaterra, submetendo a autoridade real à

soberania popular.

2) Act of Settlement, 1701 - proibía que fosse

escolhido pela Câmara dos Comuns (Poder

Legislativo) algum indicado que tivesse cargo ou

recebesse proventos do monarca (rei ou rainha) ou

que fosse pensionista da coroa. Temia-se a

subordinação de um Poder ao outro e visava-se

reforçar a Separação dos Poderes.

14

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8

Precursores dos Direitos Humanos

3) Declaração Francesa, 1789 - apresentando

verdadeiro breviário do Constitucionalismo, os

direitos mais importantes declarados foram a

liberdade, a propriedade, a segurança e o direito de

resistência e tem como pressuposto o conceito de

cidadão. Objetivava proteger o homem em face do

Estado. Representa, inegavelmente, o mais

importante estatuto de reconhecimento dos

Direitos Humanos, influenciando todo o movimento

de positivação de tais direitos, que aconteceu nas

democracias do Ocidente, bem como na

Declaração Universal dos Direitos Humanos.

15

Precursores dos Direitos Humanos

4) Petition of Rights, 1628 - requeria o

reconhecimento de direitos e liberdades para os

súditos do rei.

5) Bill of Rights da Declaração da Virgínia, 1776

- proclamou o direito à vida, à liberdade, e à

propriedade. Outros direitos humanos foram

expressos na declaração, como o princípio da

legalidade, a liberdade de imprensa e a liberdade

religiosa.

16

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9

A Evolução dos

Direitos Humanos nas

Constituições Brasileiras

17

Alguns exemplos de Direitos Humanos garantidos na Constituição Politica do Imperio do Brazil de 1824

Art. 179. A inviolabilidade dos Direitos Civis, e Politicos dos Cidadãos

Brazileiros, que tem por base a liberdade, a segurança individual, e a propriedade, é garantida pela Constituição do Imperio, pela maneira seguinte.

I. Nenhum Cidadão póde ser obrigado a fazer, ou deixar de fazer alguma cousa, senão em virtude da Lei. (...)

IV. Todos podem communicar os seus pensamentos, por palavras, escriptos, e publical-os pela Imprensa, sem dependencia de censura; com tanto que hajam de responder pelos abusos, que commetterem no exercicio deste Direito, nos casos, e pela fórma, que a Lei determinar.

V. Ninguem póde ser perseguido por motivo de Religião, uma vez que respeite a do Estado, e não offenda a Moral Publica.

VI. Qualquer póde conservar-se, ou sahir do Imperio, como Ihe convenha, levando comsigo os seus bens, guardados os Regulamentos policiaes, e salvo o prejuizo de terceiro.

VII. Todo o Cidadão tem em sua casa um asylo inviolavel. De noite não se poderá entrar nella, senão por seu consentimento, ou para o defender de incendio, ou inundação; e de dia só será franqueada a sua entrada nos casos, e pela maneira, que a Lei determinar.

18

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10

O Habeas Corpus na Constituição da República dos Estados Unidos

do Brasil de 1891

Art. 72 - A Constituição assegura a brasileiros e a estrangeiros residentes no País a inviolabilidade dos direitos concernentes à liberdade, à segurança individual e à propriedade, nos termos seguintes:

§ 22 - Dar-se-á o habeas corpus, sempre que o indivíduo sofrer ou se achar em iminente perigo de sofrer violência ou coação por ilegalidade ou abuso de poder.

19

Alguns exemplos de Direitos Humanos garantidos na

Constituição da República Federativa do Brasil de 1988

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de

qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos

estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do

direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à

propriedade, nos termos seguintes (...)

I - homens e mulheres são iguais em direitos e

obrigações, nos termos desta Constituição; (...)

XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela

podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo

em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar

socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;

20

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11

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS

21

ONU

Trata-se de uma Organização Internacional.

Objetivo declarado: facilitar a cooperação em matéria

de direito internacional, segurança internacional,

desenvolvimento econômico, progresso social, direitos

humanos e a realização da paz mundial.

Fundada em 1945 após a 2a Guerra Mundial para

substituir a Liga das Nações, com o objetivo de deter

guerras entre países e para fornecer uma plataforma

para o diálogo e direitos humanos.

Composta, atualmente, de 192 Estados-membros,

incluindo quase todos os estados soberanos do mundo. 22

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12

ONU

Sede: New York (USA)

Os Estados-membros são unidos pela Carta da

ONU, um tratado internacional que enuncia

direitos e deveres dos membros da comunidade

internacional.

A Declaração Universal dos Direitos

Humanos (1948) é um dos documentos básicos

da ONU onde estão enumerados os direitos que

todos os seres humanos possuem.

23

Órgãos Principais da ONU

1.Assembléia Geral (New York, USA)

2.Secretariado (New York, USA)

3.Conselho Econômico e Social (New York,

USA)

4.Tribunal Internacional de Justiça (Haia,

Nederlands)

5.Conselho de Segurança (New York, USA)

24

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13

Conselho de Segurança da ONU

Composto por 15 membros

Sendo 5 permanentes + 10 rotativos

Os membros permanentes são: EUA, Rússia, Grã-

Bretanha, China e França.

De acordo com a Carta da ONU, os membros das

Nações Unidos concordam em aceitar e cumprir as

decisões do Conselho, bem como as Resoluções do

referido Conselho criam obrigações para os Estados-

membros.

Sua missão é zelar pela manutenção da paz e da

segurança internacional.

25

TRIBUNAL

PENAL

INTERNACIONAL INTERNATIONAL CRIMINAL COURT (ICC)

26

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14

TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL(TPI)

Organismo Internacional que funciona como corte

permanente com jurisdição e competência internacional

para processar e julgar pessoas acusadas de cometerem

graves violações aos direitos humanos e competente

para julgar crimes contra a humanidade, genocídio, de

guerra e o crime de agressão de um Estado contra outro,

todos tipificados em seu Estatuto.

Sede: Haia, Nederlands.

O Estatuto de Roma foi o instrumento fundamental que

criou o TPI em 2002.

27

TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL(TPI)

Acatamento de decisões do TPI (CF/88, art. 105, I, “i”) e abrandamento das

noções de soberania da República Federativa do Brasil (RFB).

ADCT, Artigo 7º. O Brasil propugnará pela formação de um tribunal

internacional dos direitos humanos.

A República Federativa do Brasil assina o Estatuto de Roma em 07 de

fevereiro de 2000; o Congresso o referenda através do Decreto Legislativo

112, de 06 de junho de 2002, para em seguida ser promulgado pelo Decreto

Presidencial 4.388, de 25 de junho de 2002 e publicado no Diário Oficial da

União um dia após, quando entrou em vigência.

No §4o do artigo 5o, inserido na CF/88 através da EC no 45, de 8 de

dezembro de 2004, o ordenamento jurídico brasileiro reconhece, com status

constitucional, a jurisdição do TPI, que o país já integra. Logo, na eventual

intenção de retirada, deverá fazê-lo pelo procedimento destinado à elaboração

das Emendas Constitucionais previsto no artigo 60 da Lex Fundamentalis.

28

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15

TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL (TPI)

CF, Art. 5º, § 4º: O Brasil se submete à

jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja

criação tenha manifestado adesão. (EC 45/2004)

29

Convenções

de

Genebra

30

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16

As 4 Convenções de Genebra

Estabelecem regras especiais para a

proteção de feridos, enfermos e

náufragos, civis ou militares.

Cada uma das Convenções trata do

regime de proteção de uma categoria

principal de vítimas dos conflitos

armados.

31

As 4 Convenções de Genebra

1a Feridos e doentes (1864)

2a Feridos, doentes e naufragos (1906)

3a Prisioneiros de guerra (1929)

4a População civil (1949)

Incluindo mais 3 Protocolos Adicionais adotados em 1977 e 2005.

32

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17

Assembléia Geral das Nações Unidas, Paris em 10 de dezembro de 1948. 33

Declaração Universal dos Direitos Humanos

Constitui, tecnicamente, uma recomendação, transportando um

conteúdo principiológico, e por ser uma Declaração não está

dotada de normas congentes que criem obrigações para os

Estados signatários. Possui natureza meramente orientadora e

referencial.

Foi adotada e proclamada na 3a Sessão da Assembléia Geral

das Nações Unidas em Paris, em 10 de dezembro de 1948, em

30 artigos, e foi ratificada, no Brasil, na mesma data.

Tem por fundamento a tríade iluminista: liberdade,

igualdade e fraternidade.

Define os direitos essenciais, iguais e inalienáveis de todos os

seres humanos como a base e o fundamento da liberdade, da

paz e da justiça social e na qual se assegura a o princípio da

indivisibilidade dos direitos humanos.

Introduziu a concepção contemporânea dos direitos humanos.

34

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18

Artigo 1º

Todos os seres humanos

nascem livres e iguais

em dignidade e em direitos.

Dotados de razão e de

consciência, devem agir uns para com os

outros em espírito de fraternidade.

35

Artigo 2º

Todos os seres humanos podem invocar

os direitos e as liberdades proclamados na

presente Declaração, sem distinção

alguma, nomeadamente de raça, de cor, de

sexo, de língua, de religião, de nascimento ou

de qualquer outra situação.

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19

Artigo 3º

Todo indivíduo tem direito à

vida, à liberdade e à segurança

pessoal.

Artigo 4º

Ninguém será mantido

em escravatura ou em

servidão; a escravatura e o

trato dos escravos, sob todas as

formas, são proibidos.

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20

Artigo 5º

Ninguém será submetido à

tortura nem a penas ou

tratamentos cruéis, desumanos ou

degradantes.

Artigo 6°

Todos os indivíduos têm

direito ao reconhecimento,

em todos os lugares, da sua

personalidade jurídica.

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21

Artigo 7°

Todos são iguais perante a lei

e, sem distinção, têm direito

a igual proteção da lei. Todos

têm direito a proteção igual contra

qualquer discriminação que viole a

Presente Declaração e contra qualquer

incitamento a tal discriminação.

Artigo 8°

Toda a pessoa tem direito a

recurso efetivo para as

jurisdições nacionais

competentes contra os atos que violem os

direitos fundamentais reconhecidos pela

Constituição ou pela lei.

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22

Artigo 9°

Ninguém pode ser

arbitrariamente preso,

detido ou exilado.

Artigo 10°

toda a pessoa tem direito, em

plena igualdade, a que a sua

causa seja equitativa e publicamente

julgada por um tribunal independente e

imparcial que decida dos seus direitos e

obrigações ou das razões de qualquer

acusação em matéria penal que contra

ela seja deduzida.

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23

Artigo 11°

Toda a pessoa acusada de um ato

delituoso presume-se

inocente até que a sua

culpabilidade fique legalmente provada

no decurso de um processo público em

que todas as garantias necessárias de

defesa lhe sejam asseguradas.

Artigo 12°

Ninguém sofrerá intromissões

arbitrárias na sua vida privada,

na sua família, no seu domicílio

ou na sua correspondência, nem ataques

à sua honra e reputação. Contra tais

intromissões ou ataques toda a pessoa

tem direito à proteção da lei

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24

Artigo 13°

Toda a pessoa tem o direito

de livremente circular e

escolher a sua residência no

Interior de um Estado. Toda a pessoa

tem o direito de abandonar o país em

que se encontra, incluindo o seu, e o

direito de regressar ao seu país.

Artigo 14°

Toda a pessoa sujeita a

perseguição tem o direito de

procurar e de beneficiar-se de

asilo em outros países.

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25

Artigo 15°

Todo o indivíduo tem direito

a ter uma nacionalidade.

Ninguém pode ser

arbitrariamente privado da sua

nacionalidade nem do direito de mudar

de nacionalidade.

Artigo 16°

A partir da idade núbil, o

homem e a mulher têm o direito

de casar e de constituir família,

sem restrição alguma de raça,

nacionalidade ou religião. Durante o

casamento e na altura da sua

dissolução, ambos têm direitos iguais.

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26

Artigo 17°

Toda a pessoa, individual ou

coletiva, tem direito à

propriedade. Ninguém pode ser

arbitrariamente privado da sua

propriedade.

Artigo 18°

Toda a pessoa tem direito à

liberdade de pensamento, de

consciência e de religião; este

direito implica a liberdade de mudar de

religião ou de convicção, assim como

a liberdade de manifestar a religião ou

convicção, sozinho ou em comum, tanto

em público como em privado, pelo ensino,

pela prática, pelo culto e pelos ritos.

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27

Artigo 19°

Todo o indivíduo tem direito à

liberdade de opinião e de

expressão, o que implica o

direito de não ser inquietado pelas suas

opiniões e o de procurar, receber e

difundir, sem consideração de fronteiras,

informações e idéias por qualquer meio

de expressão

Artigo 20°

Toda a pessoa tem direito à

liberdade de reunião e de

associação pacíficas.

Ninguém pode ser obrigado a fazer parte

de uma associação.

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28

Artigo 21°

Toda a pessoa tem o direito de

tomar parte na direção dos

negócios, públicos do seu país,

quer diretamente, quer por intermédio

de representantes livremente escolhidos.

Toda a pessoa tem direito de acesso, em

condições de igualdade, às funções

públicas do seu país.

Artigo 22°

Toda a pessoa, como membro

da sociedade, tem direito à

segurança social; e pode

legitimamente exigir a satisfação dos direitos

econômicos, sociais e culturais indispensáveis,

graças ao esforço nacional e à cooperação

internacional, de harmonia com a organização e

os recursos de cada país.

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29

Artigo 23°

Toda a pessoa tem direito ao

trabalho, à livre escolha do

trabalho, a condições equitativas

e satisfatórias de trabalho e à proteção

contra o desemprego. Todos têm direito,

sem discriminação alguma, a salário

igual por trabalho igual.

Artigo 24°

Toda a pessoa tem direito ao

repouso e aos lazeres,

especialmente, a uma limitação

razoável da duração do trabalho e as

férias periódicas pagas.

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30

Artigo 25°

Toda a pessoa tem direito a um

nível de vida suficiente para lhe

assegurar e à sua família a saúde e

o bem-estar, principalmente quanto à

alimentação, ao vestuário, ao alojamento, à

assistência médica e ainda quanto aos serviços

sociais necessários, e tem direito à segurança

no desemprego, na doença, na invalidez, na

viuvez e na velhice.

Artigo 26° Toda a pessoa tem direito à

educação. A educação deve ser gratuita, pelo menos a

correspondente ao ensino elementar fundamental. O ensino elementar é

obrigatório. O ensino técnico e profissional dever ser generalizado; o acesso aos

estudos superiores deve estar aberto a todos em plena igualdade.

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31

Artigo 27°

Toda a pessoa tem o direito de

tomar parte livremente na vida

cultural da comunidade, de fruir

as artes e de participar no progresso

científico e nos benefícios que deste

resultam.Todos têm direito à proteção

dos interesses morais e materiais

ligados a qualquer produção científica,

literária ou artística da sua autoria.

Artigo 28°

Toda a pessoa tem direito a

que reine, no plano social e

no plano internacional, uma

ordem capaz de tornar plenamente

efetivos os direitos e as liberdades

enunciadas na presente Declaração.

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32

Artigo 29°

O indivíduo tem deveres

para com a comunidade, fora da

qual não é possível o livre

e pleno desenvolvimento

da sua personalidade.

Artigo 30°

Nenhuma disposição da presente

Declaração pode ser interpretada

de maneira a envolver para

qualquer Estado, agrupamento

ou indivíduo o direito de se entregar a alguma

atividade ou de praticar algum ato destinado

a destruir os direitos e liberdades aqui

enunciados.

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33

[email protected]

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Twitter → @rgfernandez79 65

66

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1

Direitos Humanos

e

Cidadania

PROF. RAFAEL FERNANDEZ 1

AGENTE

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2

Código de conduta para os encarregados da

aplicação da lei, adotado pela ONU pela Resolução 34/169 de 17/12/1979.

A Assembléia Geral... Considerando que um dos objetivos

proclamados na Carta das Nações Unidas é o da realização da cooperação internacional para o desenvolvimento e encorajamento do respeito pelos direitos do homem e das liberdades fundamentais para todos, sem distinção de raça, sexo, língua ou religião,

4

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3

A Assembléia Geral...

Lembrando, em particular, a Declaração Universal dos Direitos do Homem e os Pactos Internacionais sobre os Direitos do Homem,

5

A Assembléia Geral...

Lembrando igualmente a Declaração sobre a Proteção de Todas as Pessoas contra a Tortura e Outras Penas ou Tratamentos Cruéis, Desumanos ou Degradantes, adotada pela Assembléia Geral na sua resolução 3452 (XXX) de 9 de Dezembro de 1975,

6

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4

A Assembléia Geral...

Consciente de que a natureza das funções de aplicação da lei para defesa da ordem pública e a forma como essas funções são exercidas, têm uma incidência DIRETA sobre a qualidade de vida dos indivíduos e da sociedade no seu conjunto,

7

A Assembléia Geral...

Consciente das importantes tarefas

que os funcionários responsáveis pela aplicação da lei levam a cabo, com diligência e dignidade, em conformidade com os princípios dos direitos do homem,

8

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5

A Assembléia Geral...

Reconhecendo que a elaboração de um Código de Conduta para os Funcionários Responsáveis pela Aplicação da Lei é apenas uma das várias medidas importantes para garantir a proteção de todos os direitos e interesses dos cidadãos servidos pelos referidos funcionários,

9

A Assembléia Geral...

Consciente, no entanto, das

possibilidades de abuso que o exercício destas tarefas proporciona,

10

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6

A Assembléia Geral, consciente de que existem outros importantes princípios e condições prévias ao desempenho humanitário das funções de aplicação da lei, nomeadamente:

a) Que, como qualquer órgão do sistema de justiça penal, todos os órgãos de aplicação da lei devem ser representativos da comunidade no seu conjunto, responder às suas necessidades e ser responsáveis perante ela,

11

A Assembléia Geral, consciente de que existem outros importantes princípios e condições prévias ao desempenho humanitário das funções de aplicação da lei, nomeadamente:

b) Que o respeito efetivo de normas éticas pelos funcionários responsáveis pela aplicação da lei, depende da existência de um sistema jurídico bem concebido, aceite pela população e de caráter humano,

12

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7

A Assembléia Geral, consciente de que existem outros importantes princípios e condições prévias ao desempenho humanitário das funções de aplicação da lei, nomeadamente:

c) Que qualquer funcionário responsável pela aplicação da lei é um elemento do sistema de justiça penal, cujo objetivo consiste em prevenir o crime e lutar contra a delinquência, e que a conduta de cada funcionário do sistema tem uma incidência sobre o sistema no seu conjunto,

13

A Assembléia Geral, consciente de que existem outros importantes princípios e condições prévias ao desempenho humanitário das funções de aplicação da lei, nomeadamente:

d) Que qualquer órgão encarregado da aplicação da lei, em cumprimento da primeira norma de qualquer profissão, tem o dever de AUTODISCIPLINA, em plena conformidade com os princípios e normas aqui previstos, e que os atos dos funcionários responsáveis pela aplicação da lei devem estar sujeitos ao ESCRUTÍNIO PÚBLICO, exercido por uma comissão de controle, um ministério, um procurador-geral, pela magistratura, por um provedor, uma comissão de cidadãos, ou por vários destes órgãos, ou ainda por um outro organismo de CONTROLE,

14

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8

A Assembléia Geral, consciente de que existem outros importantes princípios e condições prévias ao desempenho humanitário das funções de aplicação da lei, nomeadamente:

e) Que as NORMAS, enquanto tais,

carecem de valor prático, a menos que o

seu conteúdo e significado seja inculcado

em todos os funcionários responsáveis

pela aplicação da lei, mediante educação,

formação e controle,

15

A Assembléia Geral, Adota o CÓDIGO DE CONDUTA PARA OS FUNCIONÁRIOS RESPONSÁVEIS PELA APLICAÇÃO DA LEI, que figura em anexo à presente resolução e decide transmiti-lo aos GOVERNOS, recomendando que encarem favoravelmente a sua utilização no quadro da LEGISLAÇÃO e PRÁTICA nacionais como CONJUNTO DE PRINCÍPIOS que DEVERÃO ser observados pelos funcionários responsáveis pela aplicação da lei.

106.ª sessão plenária (17 de Dezembro de 1979)

16

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9

ARTIGO 1º Os funcionários responsáveis pela aplicação da lei devem cumprir, A TODO O MOMENTO, o dever que a lei lhes impõe, servindo a COMUNIDADE e protegendo todas as PESSOAS contra atos ilegais, em conformidade com o elevado grau de responsabilidade que a sua profissão requer.

17

COMENTÁRIOS AO ARTIGO 1º a) A expressão “funcionários responsáveis pela aplicação da lei” inclui todos os agentes da lei, quer nomeados, quer eleitos, que exerçam poderes DE POLÍCIA, especialmente poderes de prisão ou detenção. b) Nos países onde os poderes policiais são exercidos por autoridades MILITARES, quer em uniforme, quer não, ou por forças de segurança do Estado, a definição dos funcionários responsáveis pela aplicação da lei INCLUIRÁ os funcionários de tais serviços.

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10

COMENTÁRIOS AO ARTIGO 1º c) O serviço à comunidade deve incluir, em particular, a prestação de serviços de assistência aos membros da comunidade que, por razões de ordem pessoal, econômica, social e outras emergências, necessitam de ajuda imediata. d) A presente disposição visa, não só todos os atos violentos, destruidores e prejudiciais, mas também a totalidade dos atos proibidos pela legislação penal. É igualmente aplicável à conduta de pessoas não susceptíveis de incorrerem em responsabilidade criminal.

19

ARTIGO 2º No cumprimento do seu dever, os funcionários responsáveis pela aplicação da lei devem respeitar e proteger a dignidade humana, manter e apoiar os direitos fundamentais de todas as pessoas.

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11

COMENTÁRIOS AO ARTIGO 2º a) Os direitos do homem em questão são identificados e protegidos pelo direito nacional e internacional. De entre os instrumentos internacionais relevantes contam-se a Declaração Universal dos Direitos do Homem, o Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos, a Declaração sobre a Proteção de Todas as Pessoas contra a Tortura e Outras Penas ou Tratamentos Cruéis, Desumanos ou Degradantes, a Declaração das Nações Unidas sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial, a Convenção Internacional sobre a Supressão e Punição do Crime de Apartheid, a Convenção sobre a Prevenção e Punição do Crime de Genocídio, as Regras Mínimas para o Tratamento de Reclusos, e a Convenção de Viena sobre Relações Consulares.

21

ARTIGO 3º

Os funcionários responsá-veis pela aplicação da lei SÓ podem empregar a força quando tal se afigure ESTRITAMENTE necessá-rio e NA MEDIDA EXIGIDA para o cumprimento do seu dever.

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12

COMENTÁRIOS AO ARTIGO 3º a) Esta disposição salienta que o emprego da força por parte dos funcionários responsáveis pela aplicação da lei deve ser EXCEPCIONAL. Embora admita que estes funcionários possam estar autorizados a utilizar a força na medida em que tal seja RAZOAVELMENTE considerado como NECESSÁRIO, tendo em conta as circunstâncias, para a prevenção de um crime ou para deter ou ajudar à detenção legal de delinquentes ou de suspeitos, qualquer uso da força FORA deste contexto NÃO é permitido.

23

COMENTÁRIOS AO ARTIGO 3º b) A lei nacional restringe normalmente o emprego da força pelos funcionários responsáveis pela aplicação da lei, de acordo com o PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE. Deve-se entender que tais princípios nacionais de proporcionalidade devem ser respeitados na interpretação desta disposição. A presente disposição não deve ser, em nenhum caso, interpretada no sentido da autorização do emprego da força em desproporção com o legítimo objetivo a atingir.

24

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13

COMENTÁRIOS AO ARTIGO 3º

c) O emprego de armas de fogo é considerado uma medida extrema. Devem fazer-se todos os esforços no sentido de excluir a utilização de armas de fogo, especialmente contra as crianças. Em geral, não deverão utilizar-se armas de fogo, exceto quando um suspeito ofereça resistência armada, ou quando, de qualquer forma coloque em perigo vidas alheias e não haja suficientes medidas menos extremas para o dominar ou deter. Cada vez que uma arma de fogo for disparada, deverá informar-se prontamente as AUTORIDADES COMPETENTES.

25

ARTIGO 4º As informações de natureza

confidencial em poder dos

funcionários responsáveis pela

aplicação da lei devem ser

mantidas em segredo, a não ser

que o cumprimento do dever ou

as necessidades da justiça

estritamente exijam outro

comportamento. 26

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14

COMENTÁRIO AO ARTIGO 4º Devido à natureza dos seus deveres, os

funcionários responsáveis pela aplicação da

lei obtêm informações que podem relacionar-

se com a vida particular de outras pessoas

ou ser potencialmente prejudiciais aos seus

interesses e especialmente à sua reputação.

Deve-se ter a máxima cautela na salvaguarda

e utilização dessas informações as quais só

devem ser divulgadas no desempenho do

dever ou no interesse. Qualquer divulgação

dessas informações para outros fins é

totalmente abusiva. 27

ARTIGO 5º Nenhum funcionário responsável pela aplicação

da lei pode infligir, instigar ou tolerar qualquer

ato de tortura ou qualquer outra pena ou

tratamento cruel, desumano ou degradante,

nem invocar ordens superiores ou

circunstanciais excepcionais, tais como o

estado de guerra ou uma ameaça à segurança

nacional, instabilidade política interna ou

qualquer outra emergência pública como

justificação para torturas ou outras penas ou

tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes. 28

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15

COMENTÁRIOS AO ARTIGO 5º a) Esta proibição decorre da Declaração sobre a

Proteção de Todas as Pessoas contra a

Tortura e outras Penas ou Tratamentos Cruéis,

Desumanos ou Degradantes, adotada pela

Assembléia Geral, de acordo com a qual:

“tal ato é uma ofensa contra a dignidade

humana e será condenado como uma negação

aos propósitos da Carta das Nações Unidas e

como uma violação aos direitos e liberdades

fundamentais afirmados na Declaração

Universal dos Direitos do Homem (e noutros

instrumentos internacionais sobre os direitos do

homem)”. 29

COMENTÁRIOS AO ARTIGO 5º b) A Declaração define TORTURA da seguinte forma:

“Tortura significa qualquer ato pelo qual uma dor

violenta ou sofrimento físico ou mental é imposto

intencionalmente a uma pessoa por um funcionário

público, ou por sua instigação, com objetivos tais

como obter dela ou de uma terceira pessoa informação

ou confissão, puni-la por um ato que tenha cometido

ou se supõe tenha cometido, ou intimidá-la a ela ou a

outras pessoas. Não se considera tortura a dor ou

sofrimento apenas resultante, inerente ou consequência

de sanções legítimas, na medida em que sejam

compatíveis com as Regras Mínimas para o

Tratamento de Reclusos*”. 30

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16

COMENTÁRIOS AO ARTIGO 5º

c) A expressão “penas ou

tratamento cruéis, desumanos ou

degradantes” não foi definida pela

Assembléia Geral, mas deve ser

interpretada de forma a abranger

uma proteção tão AMPLA quanto

possível contra abusos, quer

físicos quer mentais. 31

ARTIGO 6º Os funcionários responsáveis pela

aplicação da lei devem assegurar a

proteção da SAÚDE das pessoas à

sua guarda e, em especial, devem

tomar medidas imediatas para

assegurar a prestação de

CUIDADOS MÉDICOS sempre que

tal seja necessário. 32

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17

COMENTÁRIOS AO ARTIGO 6º

a) “Cuidados Médicos”,

significando serviços prestados

por qualquer pessoal médico,

incluindo médicos diplomados

e PARAMÉDICOS, devem ser

assegurados quando

necessários ou solicitados. 33

COMENTÁRIOS AO ARTIGO 6º

b) Embora o pessoal médico esteja

geralmente adstrito aos serviços de

aplicação da lei, os funcionários

responsáveis pela aplicação da lei devem

tomar em consideração a opinião de tal

pessoal, quando este recomendar que deve

proporcionar-se à pessoa detida tratamento

adequado, através ou em colaboração com

pessoal médico não adstrito aos serviços

de aplicação da lei.

34

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18

COMENTÁRIOS AO ARTIGO 6º

c) Subentende-se que os

funcionários responsáveis pela

aplicação da lei devem

assegurar também CUIDA-

DOS MÉDICOS às vítimas de

violação da lei ou de

acidentes que dela decorram. 35

ARTIGO 7º

Os funcionários responsáveis

pela aplicação da lei não devem

cometer qualquer ato de

CORRUPÇÃO. Devem, igual-

mente, opor-se rigorosamente

e combater todos os atos

desta índole. 36

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19

COMENTÁRIOS AO ARTIGO 7º a) Qualquer ato de CORRUPÇÃO, tal como

qualquer outro ABUSO DE AUTORIDADE, é

incompatível com a profissão de funcionário

responsável pela aplicação da lei. A lei deve

ser aplicada na íntegra em relação a qualquer

funcionário que cometa um ato de corrupção,

dado que os Governos não podem esperar

aplicar a lei aos cidadãos se não a

puderem ou quiserem aplicar aos seus

próprios agentes e dentro dos seus

próprios organismos.

37

COMENTÁRIOS AO ARTIGO 7º b) Embora a definição de CORRUPÇÃO

deva estar sujeita à legislação nacional,

deve entender-se como incluindo tanto a

execução ou a omissão de um ato,

praticada pelo responsável, no

desempenho das suas funções ou com

estas relacionado, em virtude de ofertas,

promessas ou vantagens, pedidas ou

aceites, como a aceitação ilícita destas,

uma vez a ação cometida ou omitida. 38

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20

COMENTÁRIOS AO ARTIGO 7º

c) A expressão “ATO DE

CORRUPÇÃO”, anterior-

mente referida, deve ser

entendida no sentido de

abranger TENTATIVAS DE

CORRUPÇÃO.

39

ARTIGO 8º Os funcionários responsáveis pela aplicação da lei

devem respeitar a lei e o presente código. devem,

também, na medida das suas possibilidades, evitar e

opor-se vigorosamente a quaisquer violações da lei

ou do código. os funcionários responsáveis pela

aplicação da lei que tiverem motivos para acreditar

que se produziu ou irá produzir uma violação deste

código, devem COMUNICAR O FATO AOS SEUS

SUPERIORES e, se necessário, a outras

autoridades com poderes de controle ou de

reparação competentes.

40

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COMENTÁRIOS AO ARTIGO 8º

a) Este Código será observado

sempre que tenha sido incorporado

na legislação ou na prática

nacionais. Se a legislação ou a

prática contiverem disposições MAIS

limitativas do que as do atual

Código, devem observar-se essas

disposições MAIS limitativas. 41

COMENTÁRIOS AO ARTIGO 8º b) O presente artigo procura preservar o equilíbrio entre

a necessidade de disciplina interna do organismo do

qual, em larga escala, depende a segurança pública, por

um lado, e a necessidade de, por outro lado, tomar

medidas em caso de violações dos direitos humanos

básicos. Os funcionários responsáveis pela aplicação da

lei devem informar das violações os seus superiores

hierárquicos e tomar medidas legítimas sem respeitar a

via hierárquica somente quando não houver outros

meios disponíveis ou eficazes. Subentende-se que os

funcionários responsáveis pela aplicação da lei não

devem sofrer sanções administrativas ou de outra

natureza pelo fato de terem comunicado que se produziu

ou que está prestes a produzir-se uma violação deste

Código. 42

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COMENTÁRIOS AO ARTIGO 8º

c) A expressão «autoridade com poderes

de controle e de reparação competentes»

refere-se a qualquer autoridade ou

organismo existente ao abrigo da

legislação nacional, quer esteja

integrado nos organismos de aplicação

da lei quer seja independente destes,

com poderes estatutários,

consuetudinários ou outros para

examinarem reclamações e queixas

resultantes de violações deste Código. 43

COMENTÁRIOS AO ARTIGO 8º d) Em alguns países, pode considerar-se que

os meios de comunicação social (mass

media ou mídia de massa) desempenham

funções de controle, análogas às descritas

na alínea anterior. Consequentemente, os

funcionários responsáveis pela aplicação da

lei poderão como ÚLTIMO RECURSO e com

respeito pelas leis e costumes do seu país e

pelo disposto no artigo 4º do presente

Código, levar as violações à atenção da

opinião pública através dos meios de

comunicação social. 44

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COMENTÁRIOS AO ARTIGO 8º

e) Os funcionários responsáveis pela

aplicação da lei que cumpram as

disposições deste Código merecem o

RESPEITO, o TOTAL APOIO e a

COLABORAÇÃO da COMUNIDADE

em que exercem as suas funções, do

ORGANISMO de aplicação da lei no

qual servem e dos DEMAIS

FUNCIONÁRIOS responsáveis pela

aplicação da lei. 45

RESOLVA A QUESTÃO!

POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL

FUNRIO - 2009

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(PRF 2009 – FUNRIO) O Código de Conduta para os Funcionários Responsáveis pela Aplicação da Lei recomenda que encarem favoravelmente a sua utilização no quadro da legislação e prática nacionais como conjunto de princípios que deverão ser observados pelos funcionários responsáveis pela aplicação da lei. Assim, é INCORRETO afirmar que A) no cumprimento do seu dever, os funcionários responsáveis pela aplicação da lei devem respeitar e proteger a dignidade humana, manter e apoiar os direitos fundamentais de todas as pessoas. B) os funcionários responsáveis pela aplicação da lei devem cumprir, quando estão em serviço e se forem requisitados, o dever que a lei lhes impõe, servindo a comunidade e protegendo todas as pessoas contra atos ilegais, em conformidade com o elevado grau de responsabilidade que a sua profissão requer. C) os funcionários responsáveis pela aplicação da lei só podem empregar a força quando tal se afigure estritamente necessário e na medida exigida para o cumprimento do seu dever. D) as informações de natureza confidencial em poder dos funcionários responsáveis pela aplicação da lei devem ser mantidas em segredo, a não ser que o cumprimento do dever ou as necessidades da justiça estritamente exijam outro comportamento. E) nenhum funcionário responsável pela aplicação da lei pode infligir, instigar ou tolerar qualquer ato de tortura ou qualquer outra pena ou tratamento cruel, desumano ou degradante, nem invocar ordens superiores ou circunstanciais excepcionais, tais como o estado de guerra ou uma ameaça à segurança nacional, instabilidade política interna ou qualquer outra emergência pública como justificação para torturas ou outras penas ou tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes.

47

(PRF 2009 – FUNRIO) O Código de Conduta para os Funcionários Responsáveis pela Aplicação da Lei recomenda que encarem favoravelmente a sua utilização no quadro da legislação e prática nacionais como conjunto de princípios que deverão ser observados pelos funcionários responsáveis pela aplicação da lei. Assim, é INCORRETO afirmar que (GABARITO: B) A) no cumprimento do seu dever, os funcionários responsáveis pela aplicação da lei devem respeitar e proteger a dignidade humana, manter e apoiar os direitos fundamentais de todas as pessoas. (art. 2º) B) os funcionários responsáveis pela aplicação da lei devem cumprir, quando estão em serviço e se forem requisitados, o dever que a lei lhes impõe, servindo a comunidade e protegendo todas as pessoas contra atos ilegais, em conformidade com o elevado grau de responsabilidade que a sua profissão requer. (art. 1º) C) os funcionários responsáveis pela aplicação da lei só podem empregar a força quando tal se afigure estritamente necessário e na medida exigida para o cumprimento do seu dever. (art. 3º) D) as informações de natureza confidencial em poder dos funcionários responsáveis pela aplicação da lei devem ser mantidas em segredo, a não ser que o cumprimento do dever ou as necessidades da justiça estritamente exijam outro comportamento. (art. 4º) E) nenhum funcionário responsável pela aplicação da lei pode infligir, instigar ou tolerar qualquer ato de tortura ou qualquer outra pena ou tratamento cruel, desumano ou degradante, nem invocar ordens superiores ou circunstanciais excepcionais, tais como o estado de guerra ou uma ameaça à segurança nacional, instabilidade política interna ou qualquer outra emergência pública como justificação para torturas ou outras penas ou tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes. (art. 5º)

48

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ARTIGO 1º Os funcionários responsáveis pela aplicação da lei devem cumprir, A TODO O MOMENTO, o dever que a lei lhes impõe, servindo a comunidade e protegendo todas as pessoas contra atos ilegais, em conformidade com o elevado grau de responsabilidade que a sua profissão requer.

49

[email protected]

www.facebook.com/rafaelfernandez79

Twitter → @rgfernandez79 50

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1

Direitos Humanos

e

Cidadania

PROF. RAFAEL FERNANDEZ 1

AGENTE

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2

Princípios Básicos para utilização da força e

armas de fogo, adotado pela Organização das Nações Unidas em 7 de julho de 1990.

A Assembléia Geral... Considerando que o trabalho dos

funcionários responsáveis pela aplicação da lei 133 representa um serviço social de grande importância e que, consequentemente, há que manter e, se necessário, aperfeiçoar, as suas condições de trabalho e o seu estatuto,

4

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3

A Assembléia Geral... Considerando que a ameaça à

vida e à segurança dos funcionários responsáveis pela aplicação da lei deve ser considerada como uma ameaça à estabilidade da sociedade no seu todo,

5

A Assembléia Geral...

Considerando que os funcionários responsáveis pela aplicação da lei têm um papel essencial na proteção do direito à vida, à liberdade e à segurança da pessoa, tal como garantido pela Declaração Universal dos Direitos do Homem e reafirmado no Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos,

6

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4

A Assembléia Geral...

Considerando que as “Regras Mínimas para o Tratamento de Reclusos” prevêem as circunstâncias em que os funcionários prisionais podem recorrer à força no exercício das suas funções,

7

A Assembléia Geral... Considerando que a reunião preparatória

inter-regional do 7o Congresso das Nações Unidas para a Prevenção do Crime e o Tratamento dos Delinquentes, que teve lugar em Varenna (Itália), acordou nos elementos que deveriam ser apreciados, no decurso dos trabalhos ulteriores, com relação às restrições à utilização da força e de armas de fogo pelos funcionários responsáveis pela aplicação da lei,

8

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5

A Assembléia Geral...

Considerando que o 7o Congresso, na sua resolução 14/138, sublinha, nomeadamente, que a utilização da força e de armas de fogo pelos funcionários responsáveis pela aplicação da lei deve ser conciliada com o respeito devido pelos Direitos do Homem,

9

A Assembléia Geral... Considerando que é conveniente atender,

tendo em devida conta as exigências de segurança pessoal, ao papel dos funcionários responsáveis pela aplicação da lei na administração da justiça, na proteção do direito à vida, à liberdade e à segurança das pessoas, bem como à responsabilidade dos mesmos na manutenção da segurança pública e da paz social e à importância das suas qualificações, formação e conduta, 10

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6

Os Governos devem ter em conta os Princípios Básicos a seguir enunciados, que foram formulados tendo em vista auxiliar os Estados membros a garantirem e a promoverem o verdadeiro papel dos funcionários responsáveis pela aplicação da lei, a observá-los no quadro das respectivas legislação e prática nacionais e a submetê-los à atenção dos funcionários responsáveis pela aplicação da lei, bem como de outras pessoas como os juízes, os magistrados do Ministério Público, os advogados, os representantes do poder executivo e do poder legislativo e o público em geral. 11

DISPOSIÇÕES GERAIS

1. Os Governos e os organismos de aplicação da lei devem adotar e aplicar regras sobre a utilização da força e de armas de fogo contra as pessoas, por parte dos funcionários responsáveis pela aplicação da lei. Ao elaborarem essas regras, os Governos e os organismos de aplicação da lei devem manter sob permanente avaliação as questões éticas ligadas à utilização da força e de armas de fogo.

12

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DISPOSIÇÕES GERAIS

2. Os Governos e os organismos de aplicação da lei devem desenvolver um leque de meios tão amplo quanto possível e habilitar os funcionários responsáveis pela aplicação da lei com diversos tipos de armas e de munições, que permitam uma utilização diferenciada da força e das armas de fogo. Para o efeito, deveriam ser desenvolvidas armas neutralizadoras não letais, para uso nas situações apropriadas, tendo em vista limitar de modo crescente o recurso a meios que possam causar a morte ou lesões corporais. Para o mesmo efeito, deveria também ser possível dotar os funcionários responsáveis pela aplicação da lei de equipamentos defensivos, tais como escudos, viseiras, coletes antibalas e veículos blindados, a fim de se reduzir a necessidade de utilização de qualquer tipo de armas. 13

DISPOSIÇÕES GERAIS

3. O desenvolvimento e utilização de armas neutralizadoras não letais deveria ser objeto de uma avaliação cuidadosa, a fim de reduzir ao mínimo os riscos com relação a terceiros, e a utilização dessas armas deveria ser submetida a um controle estrito.

14

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8

DISPOSIÇÕES GERAIS

4. Os funcionários responsáveis pela aplicação da lei, no exercício das suas funções, devem, na medida do possível, recorrer a meios não violentos antes de utilizarem a força ou armas de fogo. Só poderão recorrer à força ou a armas de fogo se outros meios se mostrarem ineficazes ou não permitirem alcançar o resultado desejado.

15

DISPOSIÇÕES GERAIS 5. Sempre que o uso legítimo da força ou de armas de fogo seja indispensável, os funcionários responsáveis pela aplicação da lei devem:

a) Utilizá-las com moderação e a sua ação deve ser proporcional à gravidade da infração e ao objetivo legítimo a alcançar;

b) Esforçar-se por reduzirem ao mínimo os danos e lesões e respeitarem e preservarem a vida humana;

c) Assegurar a prestação de assistência e socorros médicos às pessoas feridas ou afetadas, tão rapidamente quanto possível;

d) Assegurar a comunicação da ocorrência à família ou pessoas próximas da pessoa ferida ou afetada, tão rapidamente quanto possível.

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DISPOSIÇÕES GERAIS

6. Sempre que da utilização da força ou de armas de fogo pelos funcionários responsáveis pela aplicação da lei resultem lesões ou a morte, os responsáveis farão um relatório da ocorrência aos seus superiores, de acordo com o princípio 22.

17

DISPOSIÇÕES GERAIS

7. Os Governos devem garantir que a utilização arbitrária ou abusiva da força ou de armas de fogo pelos funcionários responsáveis pela aplicação da lei seja punida como infração penal, nos termos da legislação nacional.

18

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DISPOSIÇÕES GERAIS

8. Nenhuma circunstância excepcional, tal como a instabilidade política interna ou o estado de emergência, pode ser invocada para justificar uma derrogação dos presentes Princípios Básicos.

19

DISPOSIÇÕES ESPECIAIS 9. Os funcionários responsáveis pela aplicação da lei não devem fazer uso de armas de fogo contra pessoas, salvo em caso de legítima defesa, defesa de terceiros contra perigo iminente de morte ou lesão grave, para prevenir um crime particularmente grave que ameace vidas humanas, para proceder à detenção de pessoa que represente essa ameaça e que resista à autoridade, ou impedir a sua fuga, e somente quando medidas menos extremas se mostrem insuficientes para alcançarem aqueles objetivos. Em qualquer caso, só devem recorrer intencionalmente à utilização letal de armas de fogo quando isso seja estritamente indispensável para proteger vidas humanas. 20

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11

DISPOSIÇÕES ESPECIAIS

10. Nas circunstâncias referidas no princípio 9, os funcionários responsáveis pela aplicação da lei devem identificar-se como tal e fazer uma advertência clara da sua intenção de utilizarem armas de fogo, deixando um prazo suficiente para que o aviso possa ser respeitado, exceto se esse modo de proceder colocar indevidamente em risco a segurança daqueles responsáveis, implicar um perigo de morte ou lesão grave para outras pessoas ou se se mostrar manifestamente inadequado ou inútil, tendo em conta as circunstâncias do caso.

21

Disposições Especiais 11. As normas e regulamentações relativas à utilização de armas de fogo pelos funcionários responsáveis pela aplicação da lei devem incluir DIRETRIZES que:

a) Especifiquem as circunstâncias nas quais os funcionários responsáveis pela aplicação da lei sejam autorizados a transportar armas de fogo e prescrevam os tipos de armas de fogo e munições autorizados;

b) Garantam que as armas de fogo sejam utilizadas apenas nas circunstâncias adequadas e de modo a reduzir ao mínimo o risco de danos inúteis;

c) Proíbam a utilização de armas de fogo e de munições que provoquem lesões desnecessárias ou representem um risco injustificado;

d) Regulamentem o controle, armazenamento e distribuição de armas de fogo e prevejam nomeadamente procedimentos de acordo com os quais os funcionários responsáveis pela aplicação da lei devam prestar contas de todas as armas e munições que lhes sejam distribuídas;

e) Prevejam as advertências a efetuar, sendo caso disso, se houver utilização de armas de fogo;

f) Prevejam um sistema de relatórios de ocorrência, sempre que os funcionários responsáveis pela aplicação da lei utilizem armas de fogo no exercício das suas funções.

22

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Manutenção da ordem em caso de reuniões ilegais

12. Dado que a todos é garantido o direito de participação em reuniões lícitas e pacíficas, de acordo com os princípios enunciados na Declaração Universal dos Direitos do Homem e no Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos, os Governos e os serviços e funcionários responsáveis pela aplicação da lei devem reconhecer que a força e as armas de fogo só podem ser utilizadas de acordo com os princípios 13 e 14. 23

Manutenção da ordem em caso de reuniões ilegais

13. Os funcionários responsáveis pela aplicação da lei devem esforçar-se por dispersar as reuniões ilegais mas não violentas sem recurso à força e, quando isso não for possível, limitar a utilização da força ao estritamente necessário.

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13

Manutenção da ordem em caso de reuniões ilegais

14. Os funcionários responsáveis pela aplicação da lei só podem utilizar armas de fogo para dispersarem reuniões violentas se não for possível recorrer a meios menos perigosos, e somente nos limites do estritamente necessário. Os funcionários responsáveis pela aplicação da lei não devem utilizar armas de fogo nesses casos, salvo nas condições estipuladas no princípio 9.

25

Manutenção da ordem entre pessoas detidas ou presas

15. Os funcionários responsáveis pela aplicação da lei não devem utilizar a força na relação com pessoas detidas ou presas, exceto se isso for indispensável para a manutenção da segurança e da ordem nos estabelecimentos penitenciários, ou quando a segurança das pessoas esteja ameaçada.

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14

Manutenção da ordem entre pessoas detidas ou presas

16. Os funcionários responsáveis pela aplicação da lei não devem utilizar armas de fogo na relação com pessoas detidas ou presas, exceto em caso de legítima defesa ou para defesa de terceiros contra perigo iminente de morte ou lesão grave, ou quando essa utilização for indispensável para impedir a evasão de pessoa detida ou presa representando o risco referido no princípio 9.

27

Manutenção da ordem entre pessoas detidas ou presas

17. Os princípios precedentes entendem-se sem prejuízo dos direitos, deveres e responsabilida-des dos funcionários dos estabelecimentos penitenciários, tal como são enunciados nas Regras Mínimas para o Tratamento de Presos, em particular as regras 33, 34 e 54.

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Habilitações, formação e

aconselhamento 18. Os Governos e os organismos de

aplicação da lei devem garantir que todos os funcionários responsáveis pela aplicação da lei sejam selecionados de acordo com procedimentos adequados, possuam as qualidades morais e aptidões psicológicas e físicas exigidas para o bom desempenho das suas funções e recebam uma formação profissional contínua e completa. Deve ser submetida a reapreciação periódica a sua capacidade para continuarem a desempenhar essas funções.

29

Habilitações, formação e

aconselhamento 19. Os Governos e os organismos de

aplicação da lei devem garantir que todos os funcionários responsáveis pela aplicação da lei recebam formação e sejam submetidos a testes de acordo com normas de avaliação adequadas sobre a utilização da força. Os funcionários responsáveis pela aplicação da lei que devam transportar armas de fogo deveriam ser apenas autorizados a fazê-lo após recebimento de formação especial para a sua utilização.

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16

Habilitações, formação e

aconselhamento 20. Na formação dos funcionários responsáveis pela

aplicação da lei, os Governos e os organismos de aplicação da lei devem conceder uma atenção particular às questões de ética policial e de direitos do homem, em particular no âmbito da investigação, aos meios de evitar a utilização da força ou de armas de fogo, incluindo a resolução pacífica de conflitos, ao conhecimento do comportamento de multidões e aos métodos de persuasão, de negociação e mediação, bem como aos meios técnicos, tendo em vista limitar a utilização da força ou de armas de fogo. Os organismos de aplicação da lei deveriam rever o seu programa de formação e procedimentos operacionais, em função de incidentes concretos.

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Habilitações, formação e

aconselhamento 21. Os Governos e os

organismos de aplicação da lei devem garantir aconselhamento psicológico aos funcionários responsáveis pela aplicação da lei envolvidos em situações em que sejam utilizadas a força e armas de fogo.

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Procedimentos de comunicação hierárquica e de inquérito

22. Os Governos e os organismos de aplicação da lei devem estabelecer procedimentos adequados de comunicação hierárquica e de inquérito para os incidentes referidos nos princípios 6 e 11. Para os incidentes que sejam objeto de relatório por força dos presentes Princípios, os Governos e os organismos de aplicação da lei devem garantir a possibilidade de um efetivo procedimento de controle e que autoridades independentes (administrativas ou do Ministério Público), possam exercer a sua jurisdição nas condições adequadas. Em caso de morte, lesão grave, ou outra consequência grave, deve ser enviado de imediato um relatório detalhado às autoridades competentes encarregadas do inquérito administrativo ou do controle judiciário.

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Procedimentos de comunicação hierárquica e de inquérito

23. As pessoas contra as quais sejam utilizadas a força ou armas de fogo ou os seus representantes autorizados devem ter acesso a um processo independente, em particular um processo judicial. Em caso de morte dessas pessoas, a presente disposição aplica-se às pessoas a seu cargo.

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Procedimentos de comunicação hierárquica e de inquérito

24. Os Governos e organismos de aplicação da lei devem garantir que os funcionários superiores sejam responsabilizados se, sabendo ou devendo saber que os funcionários sob as suas ordens utilizam ou utilizaram ILICITAMENTE a força ou armas de fogo, não tomaram as medidas ao seu alcance para impedirem, fazerem cessar ou comunicarem este abuso.

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Procedimentos de comunicação hierárquica e de inquérito

25. Os Governos e organismos responsáveis pela aplicação da lei devem garantir que nenhuma sanção penal ou disciplinar seja tomada contra funcionários responsáveis pela aplicação da lei que, de acordo como o Código de Conduta para os Funcionários Responsáveis pela Aplicação da Lei e com os presentes Princípios Básicos, recusem cumprir uma ordem de utilização da força ou armas de fogo ou denunciem essa utilização por outros funcionários.

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Procedimentos de comunicação hierárquica e de inquérito

26. A obediência a ordens superiores não pode ser invocada como meio de defesa se os responsáveis pela aplicação da lei sabiam que a ordem de utilização da força ou de armas de fogo de que resultaram a morte ou lesões graves era manifestamente ilegal e se tinham uma possibilidade razoável de recusar cumpri-la. Em qualquer caso, também existe responsabilidade da parte do superior que proferiu a ordem ilegal.

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RESOLVA A QUESTÃO!

POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL

FUNRIO - 2009

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(PRF 2009 – FUNRIO) Segundo os Princípios Básicos para utilização da força e armas de fogo, adotado pela ONU em 07/07/1990, as normas e regulamentações relativas à utilização de armas de fogo pelos funcionários responsáveis pela aplicação da lei devem incluir diretrizes que

a) especifiquem as circunstâncias nas quais os funcionários responsáveis pela aplicação da lei sejam autorizados a transportar armas de fogo e prescrevam os tipos de armas de fogo e munições autorizados.

b) garantam que as armas de fogo e as armas não letais sejam utilizadas apenas nas circunstâncias adequadas e de modo a reduzir ao mínimo o risco de danos inúteis.

c) diminuam a utilização de armas de fogo e de munições que provoquem lesões desnecessárias ou representem um risco injustificado.

d) regulamentem o controle, armazenamento e distribuição de armas de fogo e prevejam nomeadamente procedimentos de acordo com os quais os funcionários responsáveis pela aplicação da lei necessitem prestar contas de todas as armas e munições que lhes sejam distribuídas, somente quando solicitados.

e) prevejam um sistema de relatórios de ocorrência, sempre que os funcionários responsáveis pela aplicação da lei utilizem armas de fogo fora do exercício das suas funções.

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(PRF 2009 – FUNRIO) Segundo os Princípios Básicos para utilização da força e armas de fogo, adotado pela ONU em 07/07/1990, as normas e regulamentações relativas à utilização de armas de fogo pelos funcionários responsáveis pela aplicação da lei devem incluir DIRETRIZES que (GABARITO: LETRA A)

A) especifiquem as circunstâncias nas quais os funcionários responsáveis pela aplicação da lei sejam autorizados a transportar armas de fogo e prescrevam os tipos de armas de fogo e munições autorizados. (Princípio no 11)

B) garantam que as armas de fogo e as armas não letais sejam utilizadas apenas nas circunstâncias adequadas e de modo a reduzir ao mínimo o risco de danos inúteis.

C) diminuam a utilização de armas de fogo e de munições que provoquem lesões desnecessárias ou representem um risco injustificado.

D) regulamentem o controle, armazenamento e distribuição de armas de fogo e prevejam nomeadamente procedimentos de acordo com os quais os funcionários responsáveis pela aplicação da lei necessitem prestar contas de todas as armas e munições que lhes sejam distribuídas, somente quando solicitados.

E) prevejam um sistema de relatórios de ocorrência, sempre que os funcionários responsáveis pela aplicação da lei utilizem armas de fogo fora do exercício das suas funções.

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Disposições Especiais - Princípio no 11

As normas e regulamentações relativas à utilização de armas de fogo pelos funcionários responsáveis pela aplicação da lei devem incluir DIRETRIZES que:

a) Especifiquem as circunstâncias nas quais os funcionários responsáveis pela aplicação da lei sejam autorizados a transportar armas de fogo e prescrevam os tipos de armas de fogo e munições autorizados;

b) Garantam que as armas de fogo sejam utilizadas apenas nas circunstâncias adequadas e de modo a reduzir ao mínimo o risco de danos inúteis;

c) Proíbam a utilização de armas de fogo e de munições que provoquem lesões desnecessárias ou representem um risco injustificado;

d) Regulamentem o controle, armazenamento e distribuição de armas de fogo e prevejam nomeadamente procedimentos de acordo com os quais os funcionários responsáveis pela aplicação da lei devam prestar contas de todas as armas e munições que lhes sejam distribuídas;

e) Prevejam as advertências a efetuar, sendo caso disso, se houver utilização de armas de fogo;

f) Prevejam um sistema de relatórios de ocorrência, sempre que os funcionários responsáveis pela aplicação da lei utilizem armas de fogo no exercício das suas funções.

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