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Direito Penal - MatériaTRANSCRIPT
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DIREITO PENAL 08/02/2013
APLICAO DA LEI PENAL
Art. 1. No h crime sem lei anterior que o defina. No h pena sem prvia cominao legal.
Art. 5. CF - XXXIX - no h crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prvia
cominao legal.
PRINCPIO DA LEGALIDADE
No h crime sem lei anterior que o defina. No h pena sem prvia cominao legal.
Contm, pois, dois princpios: o princpio de reserva legal e o princpio da
anterioridade.
Finalidade:
A) Servir como garantia poltica ao cidado;
B) Garantia poltico-estatal, contra arbitrariedade.
Compreende dois princpios:
A) Princpio da RESERVA LEGAL;
B) Princpio da ANTERIORIDADE.
Bem jurdico: Tudo aquilo que satisfaz as necessidades (o Direito Penal protege o
Bem Jurdico).
TRS ESPCIES DE NORMA
Norma Penal incriminadora ( aquela que descreve uma infrao penal)
Norma Penal explicativa
Norma Penal permissiva
PRINCPIO DA LEGALIDADE (ASPECTOS)
A) FORMAL: Reserva absoluta da lei (previso legal LEI)
Taxatividade: A diferena entre um ato e outro (os elementos que compe a lei)
B) MATERIAL: Funo seletiva (Aplicao ao caso concreto)
Identificao de condutas prejudiciais (aquelas que colocam em risco a
coletividade).
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DIREITO PENAL 20/02/2013
PRINCPIO DA ANTERIORIDADE
Art. 1. No h crime sem lei anterior que o defina. No h pena sem prvia cominao legal.
A lei penal, via de regra, s aplicada a fatos posteriores sua vigncia.
DA IRRETROATIVIDADE (art. 2, caput, CP)
Art. 2. Ningum pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime,
cessando em virtude dela a execuo e os efeitos penais da sentena condenatria.
Decorre do princpio da anterioridade, ou seja, a lei penal no atinge fatos pretritos;
lembre-se, porm, que a retroatividade permitida quando for em benefcio do
agente.
Ex: Se um ato for cometido hoje e, algum tempo depois, for criada uma norma
incriminadora para esta conduta, o indivduo que a cometeu no responder pelo
crime.
Pargrafo nico. A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos
fatos anteriores, ainda que decididos por sentena condenatria transitada em julgado.
A lei somente retroage em casos que forem beneficiar o ru.
Ex: Se um indivduo j foi condenado, no vigor de uma nova lei, pede-se a reviso da
pena.
Se o indivduo j estiver cumprindo pena, e uma nova lei determina tempo menor de
deteno, concede-se liberdade.
DA EXTRATIVIDADE (ULTRATIVIDADE) DA NORMA PENAL
o fenmeno pelo qual a lei produz efeitos fora de seu perodo de vigncia
Art. 3. A lei excepcional ou temporria, embora decorrido o perodo de sua durao ou
cessadas as circunstncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua
vigncia.
Espcie: Leis temporrias ou leis excepcionais
Lei temporria (data certa): Leis que trazem no seu prprio texto a data de sua
cessao.
Lei excepcional (sem data certa): Lei elaborada para um perodo excepcional
de anormalidade. O trmino da vigncia depende do trmino do fato.
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Em alguns casos, a lei penal, mesmo aps sua revogao, continua regulando atos
cometidos durante sua vigncia ou retroage para alcanar acontecimentos anteriores
sua entrada em vigor; isso se d quando for em benefcio do agente.
Estas leis so ultrativas, pois se aplicam aos fatos ocorridos durante sua vigncia,
mesmo aps auto-revogadas.
Ex: Se uma lei posterior pune mais severamente que a anterior. Desta forma, aplica-se
a ultratividade, onde o indivduo responde com a lei anterior, a mais benfica.
** Uma norma complementar no ultrativa quando ligada a uma circunstncia
excepcional ou temporal.
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DIREITO PENAL 27/02/2013
TEORIA DA ATIVIDADE
O CP adotou a teoria da atividade no art. 4: considera-se praticado o crime no
momento da conduta (ao ou omisso), no importando o momento do resultado.
Art. 4. Considera-se praticado o crime no momento da ao ou omisso, ainda que outro seja
o momento do resultado.
Crime: Fato tpico + antijuridicidade
Conduta (Ativa ou omissiva)
Nexo causal (ponte que liga conduta ao resultado)
Resultado
Tipicidade
CONFLITO APARENTE DE NORMAS
Ocorre o conflito quando h pluralidade de normas, unidade de fato e a aparente
aplicao de mais de uma norma ao mesmo fato.
Os conflitos podem ser resolvidos com:
A) PRINCPIO DA ESPECIALIDADE: a norma especial afasta a aplicao da norma
geral. Lei especial derroga a lei geral. aquela que contm todos os princpios
da geral e mais alguns chamados especializantes.
B) PRINCPIO DA SUBSIDIARIEDADE: a norma mais ampla (primria) absorve a
menos ampla (secundria); a norma principal quando descreve um grau
maior de leso ao bem jurdico, restando a aplicao da subsidiria somente
quando a principal no incidir; em outras palavras, a figura tpica subsidiria
est contida na principal, prevalecendo esta. A subsidiariedade pode ser
expressa ou tcita. Consiste na anulao da lei subsidiaria pela principal.
C) PRINCPIO DA CONSUNO: O fato mais grave absorve outros menos graves,
quando estes funcionam como meio necessrio ou fase normal de preparao
ou execuo, ou mero exaurimento de outro crime. Relao entre meio e fim.
Consiste na anulao da norma que j esta contida em outra.
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DIREITO PENAL 13/03/2013
Art. 6. Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ao ou omisso, no todo
ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.
- Nem toda conduta crime;
- Algumas so tipificadas como conduta delitiva [ativa ou passiva],
independentemente do resultado, ou do momento do resultado; O indivduo
responsvel pelo produto de sua conduta;
Art. 6 - versa sobre o local do crime e complementa a ideia elencada no Art. 4
[conduta + resultado]
- O que fixa o momento do crime a conduta realizada.
- Local do crime fixado pela conduta realizada.
Momento do Crime Art. 4 Art. 4
Conduta + Resultado
Lugar do Crime Art. 6 Art. 6
LUGAR DO CRIME
O Cdigo Penal adotou, no art. 6, a teoria da ubiquidade ou mista: lugar do crime
aquele em que ocorreu qualquer dos momentos do iter criminis conduta ou
resultado.
- Local do crime fixado no local onde comeou a ocorrer a ao [conduta ativa] ou
omisso [conduta passiva] criminosa [Art. 6], mesmo que ela tenha continuado em
outro lugar;
- Local do crime colabora para saber a competncia de quem ir investigar [polcia] e
julgar tal conduta [judicirio]; Inqurito policial passo pr-processual;
- Processualmente o local do crime deve ser considerado como sendo onde foi
externada a conduta do agente e o local onde se deu o resultado, mesmo que em local
diferente. Assim a conduta pode ter dois locais e dois poderes judicirios com
competncia para julgar tal conduta;
- Mesmo tendo dois lugares, apenas pode-se ter um julgamento sobre o mesmo caso,
sendo o julgamento realizado no foro que tomou contato formal com o caso, se
baseando nesse caso no principio da preveno;
- Crime primrio que atra junto de si o julgamento de todas as outras prticas, logo
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o crime de homicdio ser julgado pela comarca do local onde ocorreu o crime
primrio;
*Crime Permanente - se renova a cada minuto, conduta continuada. [ex. sequestro];
* Homicdio Qualificado - Art. 121, 2 Cdigo Penal.
Recluso -> condutas de mdia e grave potencialidade ofensiva;
Deteno -> condutas de baixa e mdia potencialidade ofensiva;
Torpe - motivo repugnante;
Ftil - motivo insignificante
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DIREITO PENAL 15/03/2013
TEORIA GERAL DO CRIME
1. Sistema de Conceituao do Crime
1.1. Conceito Material: [conceito um pouco mais genrico, o que as pessoas esto
vendo. Um olhar mais genrico].
a leso ou exposio a perigo de bens jurdicos fundamentais para a vida em sociedade.
a ao ou omisso, imputvel a pessoa, lesiva e/ou perigosa a interesse penalmente
protegido, constituda de determinados elementos e, eventualmente, integrada por
certas circunstncias previstas em lei.
-> Nada mais que a violao de um bem jurdico penalmente protegido.
- Ao aspecto material [genrico];
- Crime ao ou omisso;
- Ao ou omisso imputvel: condutas que permitem que voc acuse um indivduo. Ao
imputar uma conduta voc acusa algum. Imputvel: algo que esteja sendo atribudo ao
indivduo que realizou tal prtica omissiva ou ativa delitiva;
- A regra geral da imputabilidade versa sobre uma pessoa, mas pode ocorrer a vrias pessoas
[ex.: caso do mensalo];
- "lesiva e/ou perigosa a interesse penalmente protegido" - Algumas modalidades delitivas no
necessitam de leso para serem tutelados pelo direito penal. No precisam de um resultado
para que se admita a prtica delitiva [ex.: Art. 130 do Cdigo Penal sobre perigo de contgio
de doena venrea, neste caso no precisa da leso da sade, apenas o perigo sobre a sade];
- Esses interesses so constitudos de elementos elementares, quando tais elementos so
fundamentais para a tipificao do crime e; circunstncias complementares.
1.2. Conceito Formal: [conceito formal no existe sem o conceito material, so
aspectos mais especficos. Um conceito completa o outro, se analisa o crime sob os dois
prismas.]
O conceito formal mais especfico, mas no existe sem o conceito material (geral).
Material
Formal
- Conduta aspecto formal;
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Crime um fato tpico e antijurdico.
2. Anlise e Caracteres do Crime sob o Aspecto Formal
2.1. Elementos do Crime
Fato Tpico:
-> Conduta - dolosa ou culposa;
-> Resultado [regra geral];
-> Nexo Causal [regra geral] Ponte que liga conduta ao resultado;
-> Tipicidade
Antijuridicidade (ilicitude):
-> Todo ato que contraria a norma.
Se a antijuridicidade for excluda, no se tem o crime. O mesmo ocorre com o fato
tpico. H necessidade de ambos para que o crime exista (art. 23 CP).
O art. 10 do CP estabelece a regra de contagem de prazo: O dia do comeo inclui-se no
cmputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendrio comum. Portanto,
toda vez que o prazo for considerado de natureza penal, deve-se incluir necessariamente o dia
do comeo.
- Prazo penal voc conta a partir do dia do incio [mesmo que a formalizao da priso se de s
23h59. Exclui-se o dia do fim;
- A pena um instituto penal;
- H prescrio e decadncia na matria penal, logo devem ser regidos pela contagem do
prazo penal;
- Prazo processual: exclui-se o primeiro dia e conta-se o dia do fim;
- Prazo penal - Art. 10 CP/ Prazo Processual Penal - Art. 798 CPP.
- Prazo penal pode vencer no final de semana, ele no antecipado nem prorrogado;
- O crime previsto/descrito em uma norma penal incriminadora. A mesma norma penal
incriminadora protege [tutela] bens jurdicos [bem jurdico penalmente tutelado]. A vida
tambm um bem jurdico [tutelado no Art. 121 do CP]. Nem todo bem jurdico protegido
pelo direito penal;
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DIREITO PENAL 20/03/2013
Conceito Formal de Crime -> fato tpico e antijuridicidade [excluso de antijuridicidade, ex. art.
25 CP - legitima defesa];
- Se em uma situao real houver excluso de antijuridicidade no h como admitir o crime
sem tal elemento;
Elementos do Fato Tpico [regra geral] configuram o Fato Tpico [prtica delitiva]
- Conduta (A conduta, para ser tpica, deve ser dolosa ou culposa. Isso se deve
teoria finalista da ao, adotada pelo Cdigo Penal brasileiro. No havendo dolo ou
culpa por parte do agente, a conduta ser atpica);
- Resultado ( o ncleo desejado. Nem sempre preciso alcanar o resultado
para ter um crime caracterizado);
- Nexo de causalidade ( o vnculo estabelecido entre conduta e resultado);
- Tipicidade (Tipicidade indcio da antijuridicidade, ou seja, praticado um fato
tpico, presume-se, em um primeiro momento, que seja tambm antijurdico; todavia a
presuno relativa, ou seja, perdura se no estiver presente uma causa de excluso
de ilicitude (ex.: legtima defesa). Em outras palavras, toda conduta tpica ser
antijurdica, a menos que concorra uma causa excludente de antijuridicidade.
- Ningum pode ser considerado culpado sem que haja o trnsito em julgado, pois
ainda podem-se haver medidas recursais;
Ex. Mizael:
Conduta -> ativa/dolosa; [O comportamento do agente gerou leses a vitima? As
leses sofridas pela vtima geraram a sua morte? Se sim, h conduta ligada ao
resultado]
Resultado -> provocado pela conduta do agente;
Nexo de Causalidade -> nexo entre a conduta e o resultado;
Tipicidade -> considerar a conduta e o resultado como tpicos significa pegar uma
norma penal incriminadora abstrata e enquadrar o caso concreto nesta norma
abstrata [ex. Art. 121 sobre o caso concreto];
- Tipicidade um indcio de antijuridicidade porque precisa se analisar a
-
contrariedade ao Direito para se tipificar o caso, para saber se o autor no agiu
revestido de excluso de antijuridicidade. Se no estiver em caso de excluso de
antijuridicidade pode-se ligar a tipicidade a antijuridicidade. Ligados esses elementos
pode-se aplicar a sano aquela conduta prevista na norma penal incriminadora
abstrata. Comportamento tpico - incriminvel;
- Quando se tem um crime consumado? Quando se atinge o ncleo da norma penal
incriminadora e suas elementares [Ex. Art. 121 CP - Ncleo: matar |ncleo sempre o
verbo|/ Elementar: Algum];
- A tentativa crime. Tentativa causa de diminuio de pena. crime mesmo se a
tentativa no atingir ningum. Se a vtima for atingida - reduo de um tero da pena/
Se a vtima no for atingida - reduo de metade da pena.
- No crime no h compensao de culpa [no se pode fazer justia pelas prprias
mos];
- Excluso de ilicitude - Art. 23. Comportamentos em acordo com o Direito. No
configuram crime, pois apesar de ser um comportamento tpico no est revestido de
antijuridicidade, est revestido em si de causa de excluso de antijuridicidade;
Excees da Regra Geral dos Elementos do Fato Tpico
- O legislador pode incriminar apenas a conduta, sem que seja necessria a presena
de resultado;
Exceo: crimes de mera conduta, e no h um resultado ligado a tal conduta, mas a
falta de resultado no descaracteriza o crime. No h nexo de causalidade mas ainda
se configura crime [ex. Art. 130]. Nesses casos o crime se configura apenas com a
conduta e a tipicidade, apenas dois elementos dos quatro da regra geral;
- Algumas doutrinas consideram a culpabilidade como elemento de caracterizao do
fato tpico [crime]. Muitas teorias desconsideram a culpabilidade. A culpabilidade
usada como parmetro de avaliao da conduta, logo j est integrada a um dos
elementos do fato tpico. Outro aspecto, menores e incapazes por deficincia mental
so inimputveis, ficam isentos de pena, h a excluso da culpabilidade, quem est
isento de pena ainda pode cumprir uma sano penal [menor de idade - internao na
fundao casa segundo o ECA/ portador de deficincia mental - internado em um
sanatrio judicial]. No se pode considerar a culpabilidade, pois se a considerasse
seria uma maneira de afastar o crime, s que culpabilidade no exclui o crime. A
culpabilidade integra a avaliao da conduta.
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Culpabilidade - nvel de reprovao que recai na avaliao de uma conduta; - No se
confunde a culpabilidade com a conduta realizada pelo indivduo em maneira culposa
[culposo-doloso];
A culpabilidade funciona como pressuposto para a aplicao da pena.
No se pode confundir culpabilidade com culpa. A culpa, agregada a uma conduta,
configura a conduta tpica. J a culpabilidade se configura quando algum responsvel por
algo, incidindo um juzo de reprovabilidade, de censurabilidade sobre a conduta.
Em outras palavras, somente haver possibilidade de se impor pena se o fato praticado
pelo agente for reprovvel. E o ncleo da culpabilidade essencialmente a culpabilidade do
fato, e no do autor.
O Cdigo Penal brasileiro adota a teoria normativa pura (limitada) da culpabilidade, que
se relaciona com a teoria finalista da ao. Por ela, dolo e culpa foram agregados conduta, e a
culpabilidade aferida verificando-se os seguintes elementos: imputabilidade, potencial
conscincia de ilicitude e exigibilidade de conduta diversa.
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DIREITO PENAL 22/03/2013
CONCEITO E IMPORTNCIA DO TIPO PENAL
O tipo legal um dos postulados bsicos do princpio da reserva legal.
O tipo um molde criado pela lei, no qual est descrito o crime com todos os seus elementos,
sendo que, algum cometer um delito se realizar a conduta idntica e constante no modelo
legal.
Tipo penal: Precisa do molde -> descrio de conduta, normal penal abstrata incriminadora.
Quando o molde se encaixar na conduta do agente, temos a antijuridicidade.
ELEMENTOS DO CRIME
Genricos: Fato tpico e Antijuridicidade
Se houver fato tpico sem antijuridicidade, no podemos reconhecer o crime.
Especficos: Elementares e Circunstncias do crime
Elementar todo dado tipificante, primrio, essencial do delito, que interfere na sua
tipificao, ao passo que circunstncia do crime todo dado acessrio e secundrio que influi
somente no montante de pena. Em outras palavras, a elementar determina se um fato vai ser
tpico ou no, ou, ainda, determina o seu melhor enquadramento entre os tipos penais, j a
circunstncia um dado acessrio que interfere apenas no montante da pena a ser aplicada.
ELEMENTOS DO TIPO
Ncleo = o verbo, a ao. Ex: Matar algum.
Sujeito Ativo: Quem pratica o fato tpico.
Sujeito Passivo: A vtima.
Objeto do crime: o bem jurdico violado.
Referncias: Local, tempo, ocasio, modo de execuo, meios empregados, etc.
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DIREITO PENAL 27/03/2013
1. Da conduta criminosa
- ao ou omisso
->esfera penal de anlise da conduta
- dolosa ou culposa
Do Dolo
a) Teoria da Vontade - dolo a conscincia [nessa teoria a conscincia a
conscincia que o agente tem da ilicitude do ato] e a vontade de praticar a conduta e a
atingir certo resultado.
b) Teoria de Assentimento ou de Aceitao - dolo a vontade de praticar a conduta
com aceitao dos riscos de produzir o resultado.
c) Espcies de Dolo
Dolo Normativo - formado pela conscincia da ilicitude do ato;
Dolo Genrico - vontade de realizar conduta sem um fim especial, ou seja, a mera
vontade de praticar o ncleo da ao tpica (o verbo do tipo), sem qualquer finalidade
especfica;
Dolo Especfico Vontade de realizar uma conduta com finalidade;
Dolo de Perigo - expe o bem jurdico a uma situao de perigo de dano;
Dolo de Dano - a vontade de produzir um comportamento que causa efetiva
leso;
-> Espcies de dolo
- uma completa a outra
- uma no exclui a outra
-> Elementares do crime [art. 157 CP - roubo]
- subtrair coisa alheia mvel mediante grave ameaa ou violncia
- dolosa
Conduta - culposa
-
- ativa
- omissiva
DIREITO PENAL 03/04/2013 e 05/04/2013
Dolo a exteriorizao da concorrncia da ilicitude do ato e a vontade [exteriorizada]
de praticar o ato causando resultado lesivo para outrem [vtima].
Cdigo Penal Art. 18, inciso I - doloso quando o agente quis o resultado ou assumiu
o risco de produzi-lo.
Cdigo Penal Art. 18, inciso II - culposo quando o agente no assume o risco da sua
conduta, que se d por imprudncia, impercia e negligncia.
Cdigo Penal Art. 18 pargrafo nico - somente teremos formas culposas quando
estas estiverem previstas explicitamente no Cdigo Penal,
* Erro de tipo - exclui o dolo do agente
Tipos de Dolo
a) Dolo Normativo - quando se lida com o dolo normativo se lida com a conscincia
da ilicitude por parte do agente. O agente tem vinculado a sua conduta a ideia da
ilicitude.
b) Dolo Genrico - no se pode admitir um dolo genrico junto a um dolo especfico e
vice-versa. Toda norma penal incriminadora possui um verbo que o ncleo da
norma penal incriminadora. Esse dolo o dolo que atinge o verbo [ncleo da norma]
mas sem possuir uma finalidade especifica.
c) Dolo Especfico - quando o agente atinge o verbo da norma com uma finalidade
especfica;
d) Dolo de Perigo - pode estar vinculado a um dolo especfico ou genrico. a mera
vontade de expor um bem jurdico a um perigo de leso. a possibilidade de risco.
e) Dolo de Dano - o agente realiza um comportamento no sentido de lesionar bem
jurdico.
f) Dolo Direto - o indivduo deseja realizar a conduta e deseja o resultado [teoria da
vontade].
g) Dolo Indireto - o agente em seu comportamento assume o risco mas no deseja o
resultado. apartado pela Teoria da Aceitao.
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-> Eventual: assume o risco de produzir o resultado mas aceita a possibilidade
de produzi-lo [geralmente pela sua dificuldade de tipicificar ele geralmente
genrico]
-> Alternativo: assume o risco de produzir o resultado e prev o resultado que
deseja, sem se importar em produzir este ou aquele resultado, no alternativo o
magistrado pode imputar uma pena maior, deve haver um rigor maior na cominao
da pena.
* A forma dolosa ou culposa determinada pelas normas penais incriminadoras.
DOS CRIMES CULPOSOS - ART. 18, II, CP.
II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudncia, negligncia ou
impercia.
1. Identificao do Crime Culposo - somente pode admitir a formatao culposa se o
legislador realiza a previso utilizando o termo [crime ou modalidade] mais o
complemento culposo (a).
Lei 9.503 Dos Crimes em Espcie - art. 302
Lei 12.737/12
*Crime de Pequeno Potencial Ofensivo - quando a pena mxima no passa de 2 anos.
Crimes Culposos: o sujeito d causa ao resultado (de forma involuntria) por
imprudncia, negligncia ou impercia.
2. Espcies
Imprudncia (Culpa de quem age, ou seja, aquela que surge durante a
realizao de um ato sem o cuidado necessrio. Logo, a culpa se desenvolve no
mesmo instante que se desenvolve a ao);
Negligncia (Culpa na sua forma omissiva. Consiste em algum deixar de tomar
o devido cuidado).
Impercia (Quando faltar conhecimento tcnico, terico ou prtico para o
exerccio de profisso ou atividade).
** Quando o indivduo ASSUME o risco descaracteriza-se a culpa, temos o dolo.
3. Elementos do Crime Culposo
3.1. Fato Tpico
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O art. 18, II, do CP assinala que o crime ser culposo ...quando o agente deu causa ao
resultado por imprudncia, negligncia ou impercia.
O fato tpico culposo; portanto, quando o agente d causa, involuntariamente, a
um resultado, em razo de descumprimento, desateno, por no observar o dever
geral de cuidado (por negligncia, imprudncia ou impercia).
S ocorre a forma culposa se houver previso expressa.
Conduta Culposa (sempre voluntria);
Resultado (involuntrio);
Nexo de Causalidade;
Tipicidade Norma incriminadora utilizada como parmetro;
3.2. Antijuridicidade contrrio ao direito.
Obs.: Os crimes culposos so modalidades abertas. No h tentativa de crime culposo.
Crimes Preterdolosos ou Preterintencionais: H dolo e culpa no mesmo ato. A ao
causa um resultado mais grave que o pretendido pelo agente; h dolo no antecedente
e culpa no consequente.
Ex: Leso corporal seguida de morte (art. 129, 3.) considerado um crime
preterdoloso. O agente desejava a leso, mas no desejava a morte.
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DIREITO PENAL 12 e 17/04/2013
CONSUMAO E TENTATIVA DE CRIME
CRIME CONSUMADO
Art. 14. Diz-se o crime:
I - consumado, quando nele se renem todos os elementos de sua definio legal;
De acordo com o art. 14, I, do CP, o crime estar consumado ...quando nele se renem
todos os elementos de sua definio legal. Ou seja, quando a conduta do agente
encontra integral correspondncia com o tipo penal, realizando todos os elementos da
definio tpica legal, o crime atingiu a consumao.
- Na norma penal incriminadora esto contidos todos os elementos do crime consumado,
quando h a ausncia de um elemento pode-se dar a conduta delitiva que no consumada.
- Toda vez que o sujeito ativo atinge o ncleo da norma penal e esto presentes no caso
concreto todos os elementos trazidos pela norma penal incriminadora pode se dizer que o
crime consumado.
- Grande parte [no todos os crimes] das modalidades delitivas passam por esses momentos
chamados Itinerrios da Conduta Delitiva. Diante dessa sequncia se tem condies para
avaliar se o crime foi consumado ou no, e se no se h elementos possveis para admitir a
tentativa do crime.
Iter criminis (roteiro do crime)
Iter criminis so as fases, as etapas do crime; o itinerrio (caminho) do crime.
So elas: fase interna (cogitao) e fase externa (planejamento, execuo e
consumao).
a) Cogitao - muito subjetiva a anlise da forma que o sujeito cogita, o motivo,
porm, a cogitao ainda no alcanada pelas normas penais incriminadoras, uma
fase do crime mas nem sempre ele est presente.
O que alcanado pela norma penal incriminadora? O momento em que se
pode admitir o crime se d quando o indivduo est realizando uma conduta ativa ou
passiva.
Pensar em cometer um crime, sem externar esse pensamento no se pode
admitir o crime ou a sua tentativa, assim para a cogitao ser admitida como crime
deve estar ligada a uma conduta que externou essa cogitao.
Nem toda prtica delitiva est ligada a uma cogitao. A cogitao um passo
do roteiro do crime mas no um passo obrigatrio para que se constitua o crime.
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No se pode confundir a fase do crime com os elementos do crime.
No h admissibilidade de admitir tentativa de crime culposo. Se houver como
demonstrar que em um caso de crime culposo h cogitao e planejamento haver a
descaracterizao do crime como culposo. A cogitao e o planejamento somente so
admitidos em crimes que possuam dolo.
b) Planejamento - h modalidades delitivas que j esto tipificadas desde o
planejamento [exceo] como por ex. Formao de Quadrilha incriminada com a
finalidade [planejamento] de cometer crimes.
Se a cogitao e o planejamento estiverem ligados a conduta ou a consumao
do crime o juiz pode apreci-los tornando a anlise completa. Pois nesses casos
tambm se pode admitir uma punio mais severa.
c) Execuo Comea a agresso ao bem jurdico protegido pela legislao. O crime
j se torna punvel.
d) Consumao - Quando a conduta do agente encontra integral correspondncia com
o tipo penal, realizando todos os elementos da definio tpica legal, o crime atingiu a
consumao. Ou seja, para que se tenha consumao deve se analisar se o
comportamento do agente atingiu o ncleo da norma penal incriminadora, caso
contrrio, trata-se apenas de uma tentativa de crime.
Alm dessas modalidades pode-se admitir dependendo do caso concreto um
quinto passo:
e) Exaurimento a fase que procede a consumao, ocorrendo quando o agente,
mesmo aps atingir o resultado, continua a agredir o bem jurdico, continuando a
produzir efeitos no mundo concreto.
Ex: Art. 158 (extorso) e art. 159 (sequestro com resgate) do CP. Em ambos os casos a
consumao ocorre quando a vantagem economia (158) e o pagamento (159) so
exigidos. E o exaurimento quando este valor efetivamente pago.
Em suma, d-se o exaurimento do crime quando, percorrido o iter criminis, ou seja,
atingida a consumao delitiva, o agente atinge todas as consequncias por ele
previstas.
Obs.: Para aplicao da pena apenas a consumao necessria, independentemente
se houve ou no o exaurimento.
* Praeter dolo - dolo no antecedente e culpa no consequente. Quando o resultado vai
alm da inteno exclusiva do agente. [Exemplo: agente que pratica leso corporal a
-
outrem com essa inteno exclusiva de produzir leso e por uma fatalidade a pessoa
morre, aquele que desferiu a leso corporal responder tambm pela morte da pessoa
mesmo sem ter essa inteno. O praeter dolum no admite tentativa.
TENTATIVA DE CRIME
Art. 14. Diz-se o crime:
II - tentado, quando, iniciada a execuo, no se consuma por circunstncias alheias vontade
do agente.
De acordo com o art. 14, II, do CP, o crime se considera tentado quando, iniciada a
execuo, no se consuma por circunstncias alheias vontade do agente. Ou seja,
d-se como tentativa, quando esta no ultrapassar a execuo (ainda no houve o
ncleo)
Aplicao da pena:
Pena de tentativa (Art. 14, pargrafo nico, CP)
Pargrafo nico. Salvo disposio em contrrio, pune-se a tentativa com a pena
correspondente ao crime consumado, diminuda de um a dois teros.
Exemplos de infrao que no admitem tentativa:
Crimes culposos, Crimes preterdolosos e Crimes omissivos.
TENTATIVA ABANDONADA OU QUALIFICADA
Ocorre quando, iniciada a execuo, o resultado no se produz por interferncia da
vontade do prprio agente.
Art. 15. O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execuo ou impede que o
resultado se produza, s responde pelos atos j praticados.
a denominao dada pela doutrina s hipteses de desistncia voluntria e
arrependimento eficaz.
DESISTNCIA VOLUNTRIA E ARREPENDIMENTO EFICAZ
So denominadas, pela doutrina, tentativa abandonada ou qualificada. Esto previstas
no art. 15 do CP.
DESISTNCIA VOLUNTRIA
Ocorre a desistncia voluntria quando o agente voluntariamente interrompe a
execuo do crime. Essa figura exige que haja desistncia em meio prtica dos atos
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executrios, no podendo, pois, t-los esgotado. Nesse caso, como desistiu
voluntariamente de prosseguir (e poderia prosseguir se quisesse), no ir responder
por tentativa do crime que estava praticando; responde apenas pelos atos j
praticados, se punveis.
ARREPENDIMENTO EFICAZ
D-se o arrependimento eficaz, de acordo com o art. 15 do CP, se o agente esgota
todos os meios executrios, mas, na sequncia, antes da consumao, impede
voluntariamente o resultado, evitando a sua produo. Dois requisitos, portanto, so
exigidos: voluntariedade e eficincia.
ARREPENDIMENTO POSTERIOR
Art. 16. Nos crimes cometidos sem violncia ou grave ameaa pessoa, reparado o dano ou
restituda a coisa, at o recebimento da denncia ou da queixa, por ato voluntrio do agente, a
pena ser reduzida de um a dois teros.
Nos crimes cometidos sem violncia ou grave ameaa pessoa, reparado o dano ou
restituda a coisa, at o recebimento da denncia ou da queixa, por ato voluntrio do
agente, a pena ser diminuda de 1 a 2/3. Trata-se de causa obrigatria de reduo da
pena.
Arrependimento eficaz diferente de arrependimento posterior
CRIME IMPOSSVEL
Art. 17. No se pune a tentativa quando, por ineficcia absoluta do meio ou por absoluta
impropriedade do objeto, impossvel consumar-se o crime.
De acordo com o art. 17 do CP, no haver tentativa (o fato ser atpico) se, por
ineficcia absoluta do meio empregado ou por impropriedade absoluta do objeto, for
impossvel consumar o delito.
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DIREITO PENAL 26/04/2013 e 10/05/2013
EXCLUSO DE ANTIJURIDICIDADE
Ilicitude e Antijuridicidade so sinnimas.
1) A ilicitude pode ser entendida como:
o Contradio do fato com a norma
o o fato tpico no acobertado das condies de antijuridicidade
o Segundo o critrio material: A Antijuridicidade ocorre quando o fato
contraria a norma e causa leso ou perigo concreto ao bem jurdico
tutelado.
Ilicitude (ou antijuridicidade) a contradio do fato, adequado ao modelo legal
(tpico), com o ordenamento jurdico, constituindo a leso de um interesse
penalmente protegido.
2) Causas de excluso da ilicitude:
o Causas legais (comuns ou especiais)
o
o Causas supralegais
As causas legais de excluso da antijuridicidade (excludentes de ilicitude) esto no art.
23 do CP: estado de necessidade, legtima defesa, estrito cumprimento de dever legal e
exerccio regular de direito. Todavia no constituem um rol fechado. Outras, ainda que
no previstas em lei, so admissveis (causas supralegais).
Presente uma excludente de ilicitude, embora o fato seja tpico, no haver
crime pela ausncia de antijuridicidade da conduta.
Requisitos objetivos e subjetivos
No basta o atendimento dos requisitos legais (objetivos); faz-se necessria a
presena do requisito subjetivo. Em outras palavras, para que o agente possa
beneficiar-se, p. ex., da excludente de legtima defesa, necessrio que, ao reagir
agresso injusta, tenha se conduzido no sentido da justificao (defender-se da
agresso injusta). Se no foi esse o sentido subjetivo que conduziu a sua conduta,
responder pelo crime.
Art. 23. No h crime quando o agente pratica o fato:
I - em estado de necessidade;
II - em legtima defesa;
-
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exerccio regular de direito.
Pargrafo nico. O agente, em qualquer das hipteses deste artigo, responder pelo excesso
doloso ou culposo.
ESTADO DE NECESSIDADE
Art. 24. Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo
atual, que no provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito prprio ou
alheio, cujo sacrifcio, nas circunstncias, no era razovel exigir-se
1. No pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo
2. Embora seja razovel exigir-se o sacrifcio do direito ameaado, a pena poder ser
reduzida de um a dois teros
O Cdigo Penal brasileiro adota a teoria unitria, ou seja, o estado de necessidade
sempre uma excludente de ilicitude, devendo o agente agir com razoabilidade; caso
contrrio, estar afastada a justificativa.
Requisitos
H dois momentos no estado de necessidade: uma situao de perigo e o fato
lesivo (conduta lesiva) ou fato necessitado.
Os requisitos para configurao do estado de necessidade so:
1) Situao de perigo
perigo atual (ou iminente) proveniente de fato da natureza, fato humano ou
fato animal;
ameaa a direito prprio ou alheio;
situao de perigo no causada voluntariamente pelo agente.
2) Conduta lesiva ou fato necessitado
inevitabilidade do comportamento lesivo;
inexigibilidade de sacrifcio do bem ameaado (requisito da
proporcionalidade/razoabilidade). Somente se admite a leso de um bem jurdico
para a salvaguarda de outro se houver razoabilidade, se houver proporcionalidade
entre o bem jurdico sacrificado e o preservado;
inexistncia de dever legal de enfrentar o perigo (art. 24, 1, do CP).
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Lembre-se de que, a par desses requisitos de ordem objetiva, exige-se, ainda, o
elemento subjetivo, ou seja, somente haver estado de necessidade se havia, por parte
do agente, direo finalista justificante.
EXCESSO PUNVEL
Art. 23. No h crime quando o agente pratica o fato:
Pargrafo nico. O agente, em qualquer das hipteses deste artigo, responder pelo excesso
doloso ou culposo.
Pode ocorrer que o agente, agindo em estado de necessidade, exceda-se conscientemente,
caso em que responder pelo crime cometido durante o excesso, a ttulo de dolo.
Pode acontecer, porm, de o agente se exceder por incidir em erro quanto aos pressupostos
fticos, ou seja, ele imagina que ainda est em situao de estado de necessidade; nesse caso,
estamos diante de estado de necessidade putativo (que erro de tipo): se o erro for tido por
invencvel, dolo e culpa estaro afastados; se vencvel, apenas o dolo estar afastado,
respondendo o agente por crime culposo se houver previso.
LEGTIMA DEFESA
Art. 25. Entende-se em legtima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessrios,
repele injusta agresso, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.
Requisitos
Os requisitos para a configurao da legtima defesa so:
agresso injusta atual ou iminente;
ofensa a direito prprio ou alheio;
utilizao dos meios necessrios;
uso moderado dos meios necessrios.
Por fim, deve estar presente o requisito subjetivo: direo finalista justificante. Para se
valer da excludente, necessrio que o agente tenha agido para repelir agresso injusta, que
o animus defendendi.
ESTRITO CUMPRIMENTO DE DEVER LEGAL
Dever legal toda obrigao direta ou indiretamente derivada de lei em sentido amplo. E se
algum age cumprindo estritamente esse dever legal, no poder, evidentemente, responder
por crime.
A par desses requisitos objetivos, h o de ordem subjetiva, ou seja, somente estar justificada
a conduta do agente que agir em razo do dever imposto por lei, havendo crime se outro for o
-
mvel.
Pode ser que o agente obre em excesso. Se o excesso voluntrio, consciente, responder pelo
crime praticado durante o excesso a ttulo de dolo. Se, todavia, o erro advier de m apreciao
da situao ftica, acreditando o agente ainda encontrar-se em situao de cumprir o dever
legal, haver uma descriminante putativa estrito cumprimento de dever legal putativo
dando-se o tratamento de erro de tipo.
EXERCCIO REGULAR DE DIREITO
Se o ordenamento jurdico atribui determinado direito a algum e este o exerce regularmente,
por bvio no haver crime, estando excluda a ilicitude da conduta. Se, porm, no h
previso, o exerccio arbitrrio configurar o crime do art. 345 do CP (exerccio arbitrrio das
prprias razes).
Pode ser que haja excesso. Se o excesso voluntrio, consciente, deve-se responder pelo crime
praticado durante o excesso a ttulo de dolo. Se, todavia, o erro advier de uma equivocada
apreciao da situao ftica, acreditando a pessoa ainda encontrar-se em situao de
exerccio regular de direito, haver uma descriminante putativa exerccio regular de direito
putativo dando-se o tratamento de erro de tipo.
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DIREITO PENAL 15/05/2013 e 17/05/2013
DO ERRO E DO TIPO [dependendo da hiptese pode excluir o dolo ou a culpa,
dependendo da falsa percepo da realidade].
A) Noes Gerais;
- Falsa percepo da realidade, essa terminologia questionada pois nem toda falsa
percepo da realidade constitui erro, porm esta continua a ser a terminologia;
B) Erro sobre elementos do tipo penal incriminador (Art. 20 caput);
- Falsa percepo da realidade relacionada a elementar [verbo] da previso legal.
B1) Se Inevitvel -> excluso do dolo e da culpa; [h a neutralizao do fato
tpico por falta de um pressuposto de reconhecimento do fato tpico]
B2) Se Evitvel -> excluso do dolo mas no da culpa [pode haver o
reconhecimento de uma formatao culposa];
C) Erro sobre Elementar do Tipo Penal Permissivo
-> Descriminantes putativas (art. 20, 1), esto na imaginao do agente, o
agente uma imaginao que no coincide com o real. O indivduo est se enganando
sobre um dos elementos da norma que permite uma conduta. Ele tem um equvoco
sobre o que viabiliza uma condio para que possa realizar um ato permitido.
Na discriminante putativa o indivduo responde pelo crime, pelo menos de
forma culposa, se for o ato formatado assim pelo Cdigo Penal.
D) Erro de Tipo Acidental
D1) Erro sobre objeto ou coisa; Configura a prtica delitiva do mesmo modo,
pois o erro se deu sobre um dado irrelevante em relao a adequao do tipo penal.
D2) Erro sobre a pessoa; O sujeito ativo do crime que visa praticar ato delitivo a
uma pessoa mas por um equvoco comete a outra pessoa o indivduo ser
responsabilizado pelo crime como se tivesse realizado contra quem objetivava. Os
argumentos de defesa so infundados.
-> 3, art. 20
D3) Erro na execuo do Crime; uma fase do itinerrio do crime. O erro no se
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d por confuso mental do indivduo, e sim mais por uma falha tcnica na execuo do
ato.
-> "aberratio ictus"
-> Art. 73, CP
D4) Erro na execuo com resultado diverso do pretendido;
-> "aberratio delicti"
-> Art. 74
Prova: Somente at excluso de antijurtidicidade (ERRO no ser objeto nesta
avaliao).