direito financeiro - tathiane piscitelli - caderno lfg

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Caderno Thatiane Piscitelli de Direito Financeiro da rede LFG. Caderno ótimo para concursos e estudos da matéria de direito financeiro, orçamentário e econômico.

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Direito FinanceiroThatiane Piscitelli Vanessa SiqueiraLer:LC 101/00 Lei de responsabilidade fiscalArts. 165 a 169 da CFLei 4320/64O que e para que serve o direito financeiro?O direito financeiro o conjunto de normas que tem por objetivo regular as formas de obteno de recursos pelo Estado. Regula, ainda, as formas e condies de gastos. Visa a realizao das necessidades pblicas. Assim, o direito financeiro tem por objeto a regulao da atividade financeira do Estado (obteno e gasto de recurso pblico) visando o atendimento de necessidades pblicas.. Pressupostos

1. Regras de Direito Financeiro: a) CF: arts. 165 a 169b) LC 101/00: LRFNormas Gerais de direito financeiro. Se aplicam a todos os entes da Federao. Possuem por fundamento de validade o art. 24, 1 da CF.

c) Lei 4320/642. Conceitos fundamentais:a) Leis oramentrias: art. 165 da CF. So 03 leis oramentrias:

Plano PlurianualLei de diretrizes oramentriasLei oramentria anual

Possui validade de 04 anos.Estabelece os grandes objetivos e metas da Administrao. Longo prazo.Oramento programaPossui validade de 01 ano.Estabelece os objetivos e metas para o exerccio seguinte.Pretende concretizar o plano plurianual. Possui validade de 01 ano. a lei mais especfica e concreta, pois prev o montante da receita e da despesa para a realizao dos objetivos e metas previstos na LDO e PPA.

Detalhamento da LDO: uma lei que possui dois anexos:1. Anexo de metas fiscais: estabelece os objetivos fiscais, ou seja, estabelece as metas relativas receita, despesa, dvida e resultado.

Metas fiscais Receita Dvida

Administrao Pblica Despesa Resultado Operao de crdito2. Anexo de riscos fiscais: estabelece o que pode ocorrer de errado durante o ano, estabelece os passivos contingentes da Administrao (podem ou no se realizar).

b) Operao de crdito: trata de uma operao de endividamento, gera a dvida pblica. Trata-se de captao externa de recursos.

RECEITAS E DESPESAS

Receita pblica: Conceito: entrada definitiva de recursos nos cofres pblicos. A entrada que no definitiva classificada como fluxo de caixa ou simples ingresso. Ex.: depsito judicial que ingressa no Tesouro Nacional. Quando converte o depsito em renda decorrente de uma deciso favorvel Administrao se tem a receita, antes da sentena definitiva apenas ingresso ou fluxo de caixa.Classificao das receitas segundo ORIGEM (Lei 4320/64): 1. Originrias: tambm so chamadas de receitas no tributrias, porque so receitas decorrentes da explorao do patrimnio pblico. So decorrentes de uma relao de coordenao (horizontal) entre Estado e particular. Ex.: preo pblico (autonomia do particular). 2. Derivadas: resultado do constrangimento do patrimnio do particular. Relao de imposio (vertical) entre Estado e particular. Ex.: tributos/ penalidades.3. Transferidas: decorrentes de transferncias de recursos entre os entes da Federao. H dois tipos:a) Obrigatria: deve ser realizada. Repartio da arrecadao tributria (art. 158, CF).b) Voluntria: definidas no art. 25 da LRF, so transferncias realizadas a ttulo de auxlio aos entes da federao a ttulo de cooperao, auxlio ou assistncia. So frequentemente utilizadas a ttulo de penalidade. STF: O repasse da quota constitucionalmente devida aos Municpios no pode sujeitar-se condio prevista em programa de benefcio fiscal de mbito estadualReceita pblica na LRF:1. Art. 11 da LRF: Prev condies para que o ente seja considerado responsvel na gesto fiscal - instituir, disciplinar e arrecadar todos os tributos da sua competncia constitucional, sob pena da suspenso das transferncias voluntrias se no instituir IMPOSTOS.No entanto, h trs problemas:a) IGF (art. 153, VII, CF): a ESAF entende que a Unio infringe o art. 11 ao no estabelecer IGF, sendo assim, irresponsvel na gesto do dinheiro pblico. Contudo, a penalidade do p. u. do art. 11 ineficaz, pois a Unio no recebe transferncias voluntrias, somente realiza.b) Art. 160 da CF: No STF houve um questionamento relativo constitucionalidade do p.u. do art. 11 da LRF, na Adin 2238 com a alegao de incompatibilidade com o art. 160 da CF que estipula que no pode haver, regra geral, nenhum tipo de restrio aos recursos da repartio da arrecadao tributria (transferncias obrigatrias). Contudo, no h incompatibilidade, pois o art. 11 trata de transferncia voluntria.c) Facultatividade do exerccio da competncia tributria: essa facultatividade entra em conflito com o art. 11 da LRF que gera uma penalidade pelo no exerccio. O Exerccio da competncia tributria permanece facultativo, ainda que haja consequncias negativas no instituio de tributos, o legislador somente estabelece consequncia, que no existiam, para o no exerccio. O direito financeiro no interfere no direito tributrio estabelecendo obrigatoriedade, na verdade gera consequncias do ponto de vista financeiro pelo no-exerccio.

2. Art. 14 da LRF: trata de renncia de receitas que representa uma reduo deliberada de receita tributria, ou seja, o ente escolhe ter menos receita tributria. uma reduo provocada e desejada pela administrao.a) Condies para renncia de receita: a lei deve estar acompanhada de (1) estimativa do impacto oramentria-financeiro no exerccio em que deva iniciar sua vigncia e nos dois seguintes (1+2, visa a preservao do equilbrio das contas pblicas). Alm disso, (2) deve atender o disposto na LDO (em consonncia com as prioridades e objetivos da Administrao) para o prximo ano e (3) atender pelo menos uma das seguintes condies: A lei que estabelece a renncia deve demonstrar que essa diminuio de receita est contemplada na LOA e indicar que a diminuio no afeta as previses do anexo de metas fiscais previstas na LDO; Criao de medidas de compensao que resultem no aumento de receita pelo aumento da carga tributria. (A vigncia da renncia s ocorrer quando houver o aumento efetivo da carga tributria).ATENO: a nica forma aumentar tributo, no pode outro motivo, como por exemplo, diminuio de gastos ou desenvolvimento econmico do pas.b) Excees ao art. 14: esto previstas no 3. As condies no so exigveis nos seguintes casos: Alterao dos impostos extrafiscais II, IE, IPI e IOF por meio de decreto (somente quando houver alterao por decreto); Cancelamento de dbito cujo montante seja inferior ao dos respectivos custos de cobrana.O art. 14 tambm foi questionado pelo STF na Adin 2.238 alegando que as medidas de compensao seriam inconstitucionais, contudo o Supremo entendeu que no inconstitucional pois se trata de equilbrio de receitas e despesas.3. Art. 12 da LRF: trata da previso de receitas na LOA e vai estabelecer como e quais regras essas receitas sero fixadas.O 2 estabelece uma regra para fixao de receitas decorrente de operaes de crdito (endividamento). LIMITE: montante previsto para as despesas de capital (investimento), de modo que o valor das receitas de operao de crdito no ser maior ao valor das despesas de capital (decorrente de investimento). Assim, o ente pode se endividar no limite que ele investe. O dispositivo foi questionado por conta da redao do art. 167, II, da CF. Confronto entre o art. 12, 2, LRF e art. 167, III, CF: H uma incongruncia relativa exceo, pois a LRF no contempla a ressalva do art. 167 da CF, em que estipula que possvel que a realizao de operaes de crdito exceda a de capital, desde que seja autorizadas por crditos suplementares ou especiais com finalidade precisa aprovado pelo Poder legislativo por maioria absoluta (lei complementar).Os crditos suplementares representam uma modalidade de autorizao de despesa que geralmente feita por lei ordinria. Contudo, a exceo do art. 167 da CF diz que se a autorizao de despesa especfica for realizada por lei complementar a dvida poder exceder o investimento. O STF concedeu interpretao conforme do art. 12, 2 da LRF com o art. 167. Receita Pblica (Vanessa)Todo e qualquer dinheiro que ingressar aos cofres pblicos entrada. Mas nem toda entrada receita, tendo em vista que esta somente abarca o dinheiro que ingressa aos cofres pblicos de forma definitiva.Entrada:1. Receitas: entrada definitiva de dinheiro ou de bens aos cofres pblicos (Rgis Fernandes de Oliveira). Entrada que integrando-se no patrimnio pblico sem quaisquer reservas, condies ou correspondncia no passivo vem acrescer como elemento novo e positivo.A LRF aborda a questo da receita de forma atcnica, faz aluso receita de operao de crdito (emprstimo pblico), contudo no pode ser caracterizado como receita pblica, tendo em vista que tem data para sada.2. Movimento de caixas: entrada provisria de dinheiro aos cofres pblicos.

DVIDA PBLICA X CRDITO PBLICOO Crdito pblico abarca as situaes que pega dinheiro emprestado do particular e, tambm, empresta dinheiro ao particular.A dvida pblica quando pega dinheiro emprestado do particular. um campo de atuao da atividade financeira do estado.Classificao das receitas:1. Quanto origem:a) Receita pblica originria: provm do prprio patrimnio do Estado, seja quando explora o patrimnio ou desenvolve atividades econmicas, financeiras, comerciais, industriais... Atua em carter excepcional, tendo em vista a liberdade de iniciativa da ordem econmica (art. 170, pargrafo nico, CF). uma receita voluntria contratual, age em igualdade com o particular que ser regido pelo direito privado (art. 173, pargrafo nico, II, CF).Exemplo: royalties Lei 12. 734/08 (compensao financeiros devidos Unio em razo da explorao do patrimnio pblico petrleo, energia...), preos pblicos (tarifas pblicas, agua, gs, telefonia, luz, esgoto...), dividendos auferidos pelas estatais.b) Receita pblica derivada (receita de economia pblica): advm do patrimnio do particular atravs de um constrangimento legal, o Estado est investido do poder de imprio e soberania. uma receita legal, contudo o Estado legitimado por uma lei que demonstra a autorizao da populao. Regido pelo Direito Pblico.Autoimposio: poder detido populao de deliberar acerca da carga tributria que vai incidir sobre a renda, patrimnio...Exemplos: tributos e multas. O direito financeiro tratar da receita pblica originria, oramento pblico, despesa pblica e crdito pblico, j o direito tributrio apenas a receita pblica derivada.c) Receita pblica transferida: c.1) Transferncia obrigatria: nada obstante advinda do particular a ttulo do tributo, no ser arrecadada pela entidade que ir utilizar. Discriminao de rendas: uma tcnica que abrange a atribuio de competncia e a distribuio e repartio de receitas (clusulas ptreas). Em relao a atribuio de competncia (que busca descentralizar o poder poltico) h um problema, tendo em vista que no Brasil h territrios que no circulam riqueza significativa, para amainar essa nefasta consequncia diante da ausncia de fatos geradores de receita se utiliza a determinao constitucional de repartio de receitas (diviso intergovernamental de recursos). Essa transferncia no passvel de condicionamentos (art. 160 da CF). O ente poltico maior no pode apor requisitos para a entrega, com duas excees:1) se o ente poltico menor tiver uma dvida com o ente poltico maior, poder reter a entrega at a concretizao do pagamento;2) aportar na rea da sade os recursos que o ente deve verter (LC 141/12)Normalmente oriundo da arrecadao dos impostos, com a ressalva de 29% que devero ser entregues aos Estados (os Estados entregam 25% dos 29% que equivale a 6, 5% aos municpios) a arrecadao a ttulo de CIDE-combustveis.Os Estados que entregam aos municpios, a Unio somente entrega aos Estados.A transferncia pode se materializar de duas formas:1) Transferncia oramentria direta: a Constituio determina que os servidores tero parte de sua renda retido na fonte a ttulo de IR, em que os Estados e municpios j ficam com a receita.2) Transferncia oramentria indireta: o fundo de participao dos Estado e Municpios, que no repartido equnime entre os entes de forma a realizar o equilbrio oramentrio.

c.2) Transferncia voluntria: requeridas em regra pelo ente poltico menor ao ente poltico maior, geralmente realizada por meio de convnio, para fins de auxlio da rea da sade, segurana, infraestrutura... (art. 25 e 11 da LRF)O ente poltico transferidor deve ostentar sade financeira com a transferncia. No h bice legal que a transferncia se d do ente menor ao maior (o que diferencia da transferncia obrigatria que s pode ser do ente poltico maior ao menor).

TRANSFERNCIA VOLUNTRIA X EMPRSTIMOSEmprstimos (operaes de crdito) entre entes no podem mais ser levados a efeitos a luz do art. 35 da LRF, ainda que sob a forma de refinanciamento...2. Sob o prisma econmico (Lei 4320/64): Variar de acordo com a despesa pblica.a) Receitas correntes: quando os recursos despendidos para despesas correntes, a receita ser corrente.b) Receita de capital: os recursos so vertidos para despesa de capital e a receita ser caracterizada tambm.Renncia de receita: sinnimo de gasto tributrio, tendo em vista que produz o mesmo resultado de gasto pblico. So benefcios (privilgios) fiscais financeiros concedidos na vertente da receita (Ricardo Lobo Torres). Exemplos: iseno, anistia, remisso, iseno parcial (deduo), moratria.O ente deixa de arrecadar. Os subsdios (benefcios a particulares que ostentem performance econmica favorvel, demanda uma contrapartida do particular), subvenes (no demandam a contrapartida do beneficirio art. 26 da LRF, art. 12 a 16 da lei 4320/64) e restituies de tributo a ttulo de incentivo implicam entrega de dinheiro, sendo assim englobados em despesa e no em renncia de receita.Requisitos para concesso de renncia de receitas e subsdios:1) Necessidade de lei especfica (princpio da indisponibilidade dos bens pblicos, equilbrio ou transparncia);2) Art. 165, 6, CF: necessidade de estimativa de impacto regionalizado da renncia de receita no oramento (analisa a viabilidade);3) Art. 14, caput, da LRF: estimativa de impacto oramentrio financeiro. 4) Art. 14, caput, da LRF: 5) Art. 14, I, da LRF: Demonstrao pelo proponente (chefe do executivo) de que a renncia de receita foi considerada na estimativa de LOA. 6) Art. 14, II, da LRF: atendimento ao disposto na LDO e a medida de compensao;A questo do enquadramento do emprstimo compulsrio como receita pblica: um tributo e configura uma receita deriva, contudo esbarra no conceito de receita pblica em razo de ser restituvel. O que denominado mais importante a compulsoriedade, no configura crdito pblico, pois este no dotado de compulsoriedade.DESPESA PBLICA

ConceitoAliomar Baleiro: a despesa vai ostentar duas vertentes:1. Conjunto dos dispndios do Estado ou de outra pessoa de direito pblico para funcionamento dos servios pblicos;2. Aplicao de certa quantia em dinheiro por parte da autoridade ou agente pblico competente dentro de uma autorizao legislativa para consecuo de um fim a cargo do governo.

Classificao

1. Classificao econmica: luz da Lei 4.320/64a) Despesas correntes: despesas improdutivas, afetas ao funcionamento da mquina administrativa (imprescindveis, sem as quais a mquina administrativa no anda); Despesas de custeio: pagamento de pessoal civil e militar, compra de material de consumo, servio de terceiro... Transferncias correntes: subvenes sociais e econmicas, gasto com inativos, pensionistas, juros da dvida pblica (servio da dvida), contribuies previdencirias aos servidores...b) Despesas de capital: so despesas produtivas, envolvem gastos cuja inteno aquisio de novos bens, capital e servios. O poder pblico despende recursos agora mas recolhe em um momento posterior. Investimentos: obras, compras de material permanente, constituio ou aumento de empresas agrcolas e industriais, instalaes, compra de mvel... Inverses financeiros: compra de imveis, constituio e participao no aumento de capital, concesso de emprstimos... Transferncias de capital: amortizao da dvida pblica (pagamento do principal os juros so transferncias correntes), auxlios para obras pblicas...

2. Classificao luz da LRF (LC 101/00)a) Art. 16. Criao, expanso ou aperfeioamento de aes governamentais que gerem aumento de despesa: despesa de capital. So afetas s aes governamentais que acarretem AUMENTO da despesa. Requisitos:1. Estimativa do impacto oramentrio-financeiro no exerccio em que deva entrar em vigor e nos dois subsequentes;2. Declarao do ordenador da despesa de que o aumento tem adequao oramentria e financeira com a lei oramentria anual e compatibilidade com o PPA e com a LDO.b) Art. 17. Despesa obrigatria de carter continuado: corresponde a despesa corrente. So intangveis, vinculam a Administrao Pblica ao seu cumprimento. Derivam de lei preexistente, no de carter oramentrio. Caractersticas:1. Carter corrente, envolvendo operao e manuteno do servio pblico. 2. Os atos que a criam no ostentam natureza oramentria3. Efeito de no mnimo de dois anos a exigir uma estimativa plena.Requisitos:1. Estimativa do impacto oramentrio-financeiro no exerccio em que deva entrar em vigor e nos dois subsequentes;2. Comprovao que a despesa criada ou aumentada no afetar as metas de resultados fiscais previstas no anexo de metas fiscais;3. Medida de compensao: aumento permanente de receita ou reduo permanente de despesa.Aumento permanente de receita: proveniente de elevao de alquotas, ampliao da base de clculo, majorao ou criao de tributo ou contribuio.ATENO: quando estivermos diante de despesas destinadas ao servio da dvida e ao reajustamento de remunerao de pessoal se dispensa a estimativa do impacto oramentrio-financeiro no exerccio em que deva entrar em vigor e nos dois subsequentes; Tcnicas de realizao da despesa pblica (fases) art. 58 e seguintes da Lei 4320/64.Quando estiver diante de obras, servios e compras a despesa estar adstrita ao procedimento licitatrio. A abertura da licitao atravs da autorizao se houver verba para o pagamento do licitante vencedor. Depois do estabelecimento do contrato se inicia as fases para liberao da verba.1. Empenho: ato pelo qual se reserva do total da dotao oramentria a quantia necessria para o pagamento, sendo vedada a realizao da despesa sem o empenho. O instrumento a nota de empenho. A Administrao tem condies de se controlar (autocontrole). O empenho no cria a obrigao, quem cria o contrato. Procura garantir ao credor a existncia de verba necessrio ao cumprimento do pagamento estipulado contratualmente.Nota de empenho: registro informatizado. O art. 60, 1 dispensa a emisso da nota de empenho em casos especiais. No significa que a despesa no ser objeto de empenho.30 dias da aprovao do oramento, o poder executivo est obrigado a definir a programao do empenho oramentrio (ltimas estimativas sobre evoluo das receitas). Todas as despesas de carter no obrigatrio que ultrapassarem as mdias arbitradas de receitas sero contingenciadas. Possibilidade de impedir o gasto at que a receita prevista efetivamente adentre nos cofres pblicos. Sequestration: ajuste entre despesas em funo das receitas efetivamente arrecadadas.Assim, os empenhos so limitados (limitao de empenho) no afetado a gastos obrigatrios na eventualidade de passar a mdia arbitrada de previso de receita, art. 4, I, b, LRF.O empenho que foi objeto de limitao pode ser liberado com a materializao da receita. 2. Liquidao: A Administrao vai verificar o direito do credor receber o crdito. Art. 63, pargrafo primeiro, Lei 4320/64. Verificao do contrato, da nota de empenho e comprovao da entrega do material que o credor se comprometeu a verter para a Administrao Pblica e cumprimento efetivo do servio.Caso no cumpra a obrigao, haver a anulao total ou parcial do empenho (despesas empenhadas no processadas). Restos a pagar: despesas oramentrias ainda no pagas computadas do exerccio anterior e transferidas depois de relacionadas para conta de restos a pagar no exerccio financeiro seguinte com o saldo existente no dia 31 de dezembro.3. Ordem de pagamento: despacho precedente ao pagamento proferido pelo ordenador de despesa.4. Pagamento: extingue a obrigao.

Despesas com pessoalO art. 169 determina que a soma de gastos com pessoal dos entes federativos devem subsumir a limites estabelecidos na LRF.Limites globais:I. Esfera federal:a) 2, 5% para o legislativo, includo o TCUb) 6% para o judicirio;c) 40,9% para o Executivod) 0,6% para o MPUII. Estaduala) 3% para o legislativo, includo o TCEb) 6% para o judicirio;c) 49% para o executivod) 2% para o MPEIII. Municipala) 6% para o legislativo, includo o TCM;b) 54% para o executivo.

Gradaes dos limites relativos s despesas de pessoal (LRF)

1. Limite de alerta (art. 59, 1, II): 90%2. Limite prudencial (art. 22, pargrafo nico): 95%3. Limite de 100% (ultrapassagem - art. 23):

Despesa pblica (Piscitelli)Aspectos gerais: Definio: conjunto de gastos do Estado direcionado ao atendimento das necessidades pblicas. parte do oramento, o que a sua realizao depende de uma receita que lhe faa frente (fonte de financiamento). Est vinculada a uma receita. A despesa deve ser documentada, inclusive como requisito de publicidade. Toda e qualquer despesa depende de autorizao prvia do poder legislativo.A lei pode estar autorizada na lei oramentria anual e tambm em crditos adicionais. _como feita a autorizao pelo poder legislativo? So duas possibilidades:1. Pode estar autorizada na LOA: prev receitas e despesas e pode realizar uma autorizao especfica de despesa que suficiente para fins de legalidade da despesa. Contudo pode acontecer que a previso seja insuficiente, em que ser necessria autorizao de crditos adicionais.2. Pode estar autorizada em crdito adicionais: esto previstos a partir do art. 40 da Lei 4.320/64.Art. 40, da lei 4.320/64: So crditos adicionais as autorizaes de despesa no computadas ou insuficientemente dotadas na Lei de Oramento.Representam autorizaes de despesa.O art. 41 da Lei 4.320/64 estabelece 3 modalidades possveis de crditos adicionais:Crditos adicionais

SuplementaresEspeciaisExtraordinrios

Visa o reforo de dotao oramentria.Havia uma despesa prevista, mas o valor se mostra insuficiente.Somente poder ser autorizada por meio de lei.So destinados a despesas sem previso oramentria especfica.H uma despesa no computada.Somente pode ser autorizada por meio de lei.Despesas sem previso oramentria especfica.H uma despesa no computada.H uma despesa imprevisvel, no usual.Os crditos extraordinrios devem necessariamente atender essas despesas: Guerra, comoo interna ou calamidade pblicaPodem ser autorizados por medida provisria (art. 167, 3, CF)

ADin 4048 e 4049: a abertura de crdito extraordinrio para pagamento de despesas de simples custeio e investimentos triviais, que evidentemente no se caracterizam pela imprevisibilidade e urgncia, viola o 3 do art. 167 da Constituio Federal. Violao que alcana o inciso V do mesmo artigo, na medida em que o ato normativo adversado vem a categorizar como de natureza extraordinria crdito que, em verdade, no passa de especial, ou suplementar. Despesa pblica na ConstituioAs despesas pblicas obrigatrias/ vinculadas: ensino e sade.1) EnsinoO art. 212 da Constituio Federal estabelece que existem duas fontes de financiamento:a) Atravs de receitas de impostos mais as transferidas (caput)Dever da Unio, Estados, DF e municpios de aplicarem percentual mnimo relativa a receita de impostos, inclusive as decorrentes da repartio da arrecadao tributria (receitas transferidas).Ex.: MunicpioISS, IPTU e ITBI (receita derivada) + 50% do IPVA (transferidas) = % ensino_e o princpio da no afetao que veda a vinculao de receitas de impostos? O art. 167, IV, CF que trata da no afetao j trata da exceo. O princpio da no afetao no absoluto. Percentuais: Unio: 18% Estados, Distrito Federal e Municpios: 25%

b) Receita de contribuio social (5)Cria uma fonte adicional de financiamento da educao (receita). a contribuio social de competncia da Unio chamada salrio-educao.Art. 212, 5: A educao bsica pblica ter como fonte adicional de financiamento a contribuio social do salrio-educao, recolhida pelas empresas na forma da lei.2) Sade: A situao semelhante educao. So financiadas por contribuies e receitas de impostos. a) Receita de contribuies do art. 195 da CF (seguridade social)Foi criada a CPMF que se destinava ao financiamento da sade (extinta em dez/07).b) Receita de impostos (2)Obrigao da Unio, Estados, Distrito Federal e municpios aplicarem um percentual mnimo na sade. Contudo a exigncia foi criada pela EC 29/00 que deveria ser regulamentada por lei complementar, mas, ainda, no foi. Assim, aplica-se os mesmos percentuais do ensino.Alm ausncia das definies dos percentuais, ainda, no h estipulado o que investimento em sade. H uma lacuna legislativa. Despesa pblica na lei de responsabilidade fiscal

a) Ncleo da despesa na LRF: art. 15, 16 e 17 da LC 101/00.b) Despesa com pessoal (arts. 18 a 23 da LRF) + art. 169 da CFc) Despesa com a seguridade social (art. 24 da LRF) + art. 145 da CFNcleo da despesa na LRF:O art. 15 estabelece condies gerais para a realizao de qualquer despesa pblica: Observncia dos arts. 16 e 17 da LRF;No STF a ADI 2238 trouxe a incompatibilidade do art. 15 ao art. 166 da CF ao vincular a regularidade aos arts. 16 e 17.O art. 166, CF traz a possibilidade de abertura de crditos adicionais. O STF disse que no h incompatibilidade, tendo em vista que o art. 15 no probe a abertura de crditos adicionais, somente trouxe requisitos.STF: o dispositivo apenas torna efetivo o cumprimento do plano plurianual, das diretrizes oramentrias e dos oramentos anuais, no inibindo a abertura de crditos adicionais previstos no art. 166 da Carta Poltica.O art. 16 da LRF trouxe as aes governamentais, criadas ou j existente, objeto de expanso ou aperfeioamento que atenda as seguintes condies:1. Estimativa do impacto oramentrio-financeiro no exerccio em que deva entrar em vigor e em dois subsequentes (1 + 2);2. Declarao do ordenador de despesa que h adequao com as leis oramentrias: LOA: existncia de receita que faa frente despesa; LDO e PPA: prioridades, objetivos e metas;Exceo: criao de despesas irrelevantes (3) que ser definida pela LDO, geralmente so aquelas que dispensam licitaes, mas cada LDO estabelece a despesa. O art. 17 da LRF trata da realizao de despesas correntes obrigatrias de carter continuado com o objetivo de estabelecer as condies de sua criao e aumento, so:1. Previso geral da despesa na LOA ou em algum crdito adicional e a obrigao de sua execuo por prazo determinado superior a dois exerccios;2. Deve ser uma despesa corrente prevista na Lei 4.320/64.Despesa corrente: despesa de manuteno, no agrega. Ex.: despesa de custeioDespesa de capital: uma despesa que aumenta o patrimnio. Ex.: despesa de investimento. (no precisa observar o art. 17, tendo em vista que no uma despesa de carter continuado)Se for despesa de capital no deve observar as previses do art. 17. 3. Despesa corrente criada por prazo indeterminado que tenha sido prorrogada.As condies para criao ou aumento de despesa obrigatria de carter continuado so (1):1. Estimativa do impacto oramentrio financeiro ( 1+2);2. Demonstrao da origem dos recursos, qual a fonte de financiamento da despesa.O 2 traz um detalhamento dessas condies previstas no 1 com duas condies adicionais:1. No afetao do anexo de metas fiscais (LDO);2. Criao de medidas de compensao que podem se revelar pelo aumento da receita (aumento da carga tributria) ou diminuio da despesa.Exceo: despesa vinculada ao pagamento da dvida pblica e reajuste de remunerao de pessoal. O STF entende que no tem problema estabelecer medidas de compensao pelo aumento de tributos.Em resumo:Regras gerais para a realizao de despesas

Art. 16 da LRFArt. 17 da LRF

AbrangnciaAumento de despesas pela criao, expanso ou aperfeioamento de ao governamental;Aumento ou criao de uma despesa obrigatria de carter continuado (corrente).

CondiesEstimativa do impacto oramentrio financeiro (2+1);Adequao com as leis oramentrias: LOA: existncia de uma fonte de financiamento; LDO ou PPP: adequao com objetivos, prioridades e metasEstimativa do impacto oramentrio financeiro (2+1);Demonstrao da origem dos recursos para seu custeio;Detalhamento: no afetao do anexo de metas fiscais (LDO);Medidas de compensao: aumento de receita ou diminuio de despesas.

ExceesCriao de despesas irrelevantes - LDODespesas com pagamento da dvida pblica no precisa observar os requisitos + despesas decorrentes de reajuste de remunerao de pessoal.

Medidas de compensao

Definio: instrumento para garantir a manuteno do equilbrio entre receitas e despesas. Se aplica em situao de diminuio de receitas ou aumento de despesas.

Art. 14 da LRFArt. 17 da LRF

Renncia de receitaDespesas obrigatrias de carter continuado (corrente de custeio)

A criao uma opo, ou seja, no necessria.A criao obrigatria;

nica possibilidade:1. Aumento de receita (aumento da carga tributria)Duas possibilidades:1. Aumento de receita (aumento da carga tributria)2. Diminuio de despesa

Para o STF no h inconstitucionalidade na criao ou sua exigncia das medidas de compensao (ADI 2238). Despesa com pessoal: art. 18 a 23 da LRF.Possui uma definio ampla que inclui os contratos de terceirizao de mo de obra (STF atesta a constitucionalidade). Possibilita um maior controle dos gastos com pessoal, o que gera a existncia de limites previstos na LRF.STF: a norma visa a evitar que a terceirizao de mo de obra venha a ser utilizada com o fim de ladear o limite de gasto com pessoal. Tem, ainda, o mrito de erguer um dique a contratao indiscriminada de prestadores de servio, valorizando o servidor pblico e o concurso.Poderia mascarar os gastos com pessoal. Limites de gasto com pessoal (exigncia constitucional prevista no art. 169, CF): 1. Art. 19, LRF: estabelece limites globais, em que os entes podero gastar um percentual da receita corrente lquida (perodo de apurao de 12 meses)Receita corrente lquida: a receita prpria dos entes descontadas as receitas que sero objeto de transferncia.Unio: 50 % da RCLEstados e Municpios: 60 % da RCL2. Art. 20, LRF: estabelece limites especficos com uma diviso de percentual previsto no art. 19 da LRF. Esfera federal: 2,5% para o legislativo, includo o Tribunal de Contas da Unio; 6% para o judicirio; 40,9% para o executivo, destacando-se 3% para as despesas decorrentes do pessoal dos territrios e DF, repartidos de forma proporcional mdia das despesas relativas a cada um destes dispositivos, em percentual da receita corrente lquida, verificadas nos trs exerccios financeiros imediatamente anteriores da publicao da LC 101/00. 0,6% para o Ministrio Pblico da UnioEsfera estadual: 3% para o legislativo, includo o Tribunal de Contas do Estado; 6% para o judicirio; 49% para o executivo; 2% para o Ministrio Pblico dos estados;Esfera Municipal: 6% para o legislativo, includo o Tribunal de Contas do Municpio, quando houver; 54% para o executivo;STF atesta sua constitucionalidade: o art. 169 da Carta Magna no veda que se faa uma distribuio entre os poderes dos limites de despesa com pessoal, ao contrrio, para tornar eficaz o limite, h de se dividir internamente as responsabilidades.Controle de gasto com pessoal - condiesArt. 169, 1, CFArt. 21, LRF

LOA: receitaLDO: autorizao especfica relacionada ao aumento de gastoObservncia do art.169, 1, CF+ art. 37, XIII, CF que trata da vedao de equiparao de remunerao em face do setor privado.Observncia dos arts. 16 e 17 da LRF;Cumprimento do limite de gastos com inativos;Antes dos 180 dias finais do mandato de chefe de poder;

O art. 21, II (que trata de limite de despesa com pessoal inativo) tambm foi questionado no STF, sobre o limite legal expresso no dispositivo deveria ser lei complementar, em que o Tribunal entendeu por dar uma interpretao conforme para entender que o limite seja estipulado por lei complementar.STF: art. 21, II, LRF: conferida interpretao conforme a Constituio, para que se entenda como limite legal previsto em lei complementar.Controle propriamente dito + sanes (arts. 22 e 23, LRF):Aps o quadrimestre haver o controle de gastos, se houver excesso, h a necessidade de reconduo do gasto que ser realizada no prazo de 08 meses e portanto, nos dois quadrimestres seguintes.No primeiro quadrimestre j deve ter a reduo do excesso em 1/3.Diante da necessidade de reconduo, haver algumas providncias a serem adotadas pelo ente previstas na CF e na LRF. Excesso - reconduo

Jan. 4 meses abril 8 meses Dezembro (quadrimestre) Providncias: CF e LRFProvidncias para diminuir o excesso

Art. 169, 3 e 4, CFArt.23, 1 e 2, LRF

O 3 estabelece duas providncias possveis:1. Reduo de 20% com as despesas com cargos em comisso e funo de confiana;2. Promover a exonerao de servidores no estveis.O 1 apresenta duas opes:1. Extino de cargos e funes;2. Reduo dos valores a eles atribudos.

O 4 preceitua que se as medidas do 3 se mostrarem INSUFICIENTES haver a exonerao de servidores estveis.O 2 estabelece uma medida adicional com a reduo da jornada de trabalho e, consequente, reduo proporcional da remunerao.

possvel observar que o dispositivo da LRF extrapolou a Constituio Federal, sendo objeto da Adin 2238, e reconhecida a inconstitucionalidade pelo STF da reduo dos valores previsto no 1 e o 2.Sanes adicionais, caso no haja a reduo do excesso.Outras sanes: CFOutras sanes: LRF

Art. 169, 2.: ser imediatamente suspenso todos os repasses de verbas federais ou estaduais aos Estados, ao DF e aos municpios que no observarem os referidos limites. Se refere s transferncias voluntrias, tendo em vista que as obrigatrias no podem ser retidas.

3. No alcanada a reduo no prazo estabelecido, e enquanto perdurar o excesso, o ente no poder:1. Receber transferncias voluntrias;2. Obter garantia, direta ou indireta, de outro ente;3. Contratar operaes de crdito, ressalvadas as destinadas ao refinanciamento da dvida mobiliria e as que visem reduo das despesas com pessoal.Operaes permitidas:1. Refinanciamento da dvida mobiliria.Dvida mobiliria: gerada pela emisso de ttulos da dvida pblica.2. Reduo com despesa de pessoal; Tem que buscar em outro lugar (setor privado) a garantia, tendo em vista que vedado obt-la de outro ente.

Situaes excepcionais que envolvem despesa com pessoal:1. Art. 23, 4, LRF: se a despesa total com pessoal exceder o limite no primeiro quadrimestre do ltimo ano do mandato, as restries do 3 (transferncias voluntrias, obteno de garantia e operaes de crdito) sero aplicadas de imediato. Ideia de no haver transferncia para o prximo governante.2. Art. 22, pargrafo nico, LRF: excesso muito grande que equivale a 95% do limite. Diante disso o ente no contrata mais e no dever ter mais gasto. So vedadas:1. Concesso de aumento, vantagem, reajuste ou adequao de remunerao a qualquer ttulo, salvo os derivados de sentena judicial ou de determinao legal ou contratual, ressalvada a reviso prevista no inciso X do art. 37 da CF.2. Criao de cargo, emprego ou funo;3. Alterao de estrutura de carreira que implique aumento de despesa;4. Provimento de cargo pblico, admisso ou contratao de pessoal a qualquer ttulo, ressalvada a reposio decorrente de aposentadoria ou falecimento de servidores das reas de educao, sade e segurana;5. Contratao de hora extra, salvo no caso do disposto no inciso II do 6 do art. 57 da Constituio e as situaes previstas na lei de diretrizes oramentrias.Despesas com a seguridade social (art. 194, CF sade, assistncia social e previdncia social):Para aumento de gastos com a seguridade social, deve observar os seguintes requisitos:1. Indicao da fonte de custeio total (art. 195, 5, CF);2. Cumprimento das condies do art. 17 da LRF: necessidade de criao de medidas de compensao, estimativa do impacto oramentrio, demonstrao da origem dos recursos... O STF decidiu que no existe nenhuma inconstitucionalidade na exigncia do cumprimento do art. 17, tendo em vista que mais uma forma de agregar responsabilidade fiscal, responsabilidade com os gastos com o dinheiro pblico. Classificao legal das receitas e despesas Lei 4. 320/64RECEITAS art. 11DESPESAS art. 12

CorrentesDe capitalCorrentesDe capital

Resultam de recursos provenientes das atividades ordinrias do Estado (prprias). Ex.: tributao, explorao do patrimnio pblico, transferncia de recursos entre os entes.Proveniente de recursos decorrentes de captao externa de dinheiro. Ex.: operao de crdito/ endividamento.Visam manuteno da estrutura administrativa. Despesa ordinria do Estado (dia-a-dia). Despesa de custeio da estrutura administrativa. Visam ao aumento do patrimnio pblico. Podem ser identificadas com o investimento.

DVIDA PBLICA Piscitelli

Representa o conjunto de valores em relao ao qual o Estado devedor. gerada pelo crdito pblico e, nesse sentido, gerada pelas operaes de crdito que representam mtodo de capitao externa de recursos. Contudo, deve observar limites ao endividamento que seve atender ao limite percentual da receita corrente lquida que ser fixado pelo Senado Federal (possui semelhanas com as despesas com pessoal, diferencia desse que fixado por lei complementar).Atualmente, hoje no h limite fixado para a Unio. Aspectos gerais dos limites e sanesHaver o controle e diante da verificao do excesso ter uma tentativa de reconduo com o trmino do prazo e no haver as transferncias voluntrias.Situao excepcional: existncia de excesso no primeiro quadrimestre do ltimo ano de mandato. De acordo com o art. 31, 3 da LRF, haver a aplicao imediata do art. 31, 1 da LRF. Informaes relevantesDespesa pessoalEndividamento

Quem controla?Controle interno. Cada um dos rgos e poderes.Ministrio da Fazenda

Limite?Receita corrente lquida

LC LRF (art. 19/20)Resoluo SF

Periodicidade do controle?A cada quadrimestre - 04 meses

Excesso? Providncias?Reconduo 08 meses (02 quadrimestres). Deve diminuir 1/3 no primeiro quadrimestreAs providncias esto previstas no art. 169, 3 e 4, CF (cuidado com a LRF art. 23, 1 e 2 que foram considerado inconstitucionais).Providncias adicionais: caso de acabar o prazo. Art. 169, 2, CF e art. 23, 3, LRF (suspenso de transferncias, obter garantia e contratar operaes de crdito)Reconduo 12 meses (03 quadrimestres). Deve diminuir 25% no primeiro quadrimestre (1/4).As providncias esto previstas no art. 31, 1, LRFProvidncias adicionais: caso acabe o prazo aplica o art. 31, 2, LRF (suspenso de transferncia voluntria).

Situaes excepcionais1. Excesso de despesa no primeiro quadrimestre do ltimo ano de mandato -Aplicao do art. 23, 4.2. Excesso de 95% do limite aplicao do art. 22, pargrafo nico da LRF.1. Excesso de dvida no ltimo ano de mandato constatado no primeiro quadrimestre, se aplica o art. 31, 3 da LRF.

Condies gerais para a realizao de operaes de credito

1. Art. 32, 1, LRF: requisitos para operaes de crdito formais. O ente interessado formalizar seu pleito (ao Ministrio da Fazenda) fundamentando-o em parecer de seus rgos tcnicos e jurdicos, demonstrando a relao custo- benefcio, o interesse econmico e social da operao (exigncias fticas - argumentativas) e o atendimento das seguintes condies (exigncias normativas):I. Existncia de prvia e expressa autorizao para a contratao, no texto da lei oramentria, em crdito adicionais ou lei especfica (previso legal, tendo em vista que trata de despesa, na LOA e crditos adicionais);II. Incluso no oramento ou em crditos adicionais dos recursos provenientes da operao, exceto no caso de operaes por antecipao de receita ( necessria receita vinculada a essa despesa e previso no oramento quanto aquela receita que vai entrar por conta do endividamento).III. Observncia dos limites e condies fixados pelo Senado Federal;IV. Autorizao especfica do Senado Federal, quando se tratar de operao de crdito externo;V. Atendimento do disposto no inciso III do art. 167, CF (no superao das despesas de capital);VI. Observncia das demais restries, estabelecida na LC 101/00.

2. Art.33, LRF: operaes de crdito com instituies financeiras. Existe corresponsabilidade do setor privado no controle das operaes de crdito.Consequncias: nulidade de operao, em que a instituio financeira receber apenas o principal com vedao ao juros e encargos. O ente dever devolver os recursos com reserva na LOA, e, enquanto houver a pendncia, haver as penalidades do art. 23, 3 da LRF (no ser possvel recebimento de transferncias voluntria, no poder obter garantia de outro ente, no poder realizar operaes de crdito).Todas as regras relativas s realizaes de operaes de crdito com instituies financeiras no se aplicam caso se trate da aquisio de ttulos da dvida pblica, tendo em vista que so uma modalidade de investimento que o banco pode oferecer para os seus clientes (no se aplica o art. 33). Modalidades de operaes de crdito

a) Ttulo da DVIDA PBLICA: gera a dvida pblica mobiliria (mesmas questes relacionadas aos limites/ excesso/ providncias)Aquisio de aes na bolsaAquisies de ttulos da dvida pblica na bolsa

Uma empresa coloca parte de suas aes na bolsa, o indivduo compra a ao nominal, a empresa se sujeita a obrigao com o indivduo do valor da ao e mercado de dividendos (participao no lucro)A Unio coloca venda os TDP e o particular investe.Assim como no mercado de valores, em razo da aquisio do ttulo, a Unio possui a obrigao de honrar o valor do ttulo (que pode ser fsico ou flutuante) e obrigao de pagamento de juros por todo o perodo da dvida pblica.

Questes tributrias: 1) Possibilidade de penhora de TDP e oferecer como garantia em processo de execuo fiscal art. 11, II, da LEF- desde que tenha cotao em bolsa.STJ: legtima a recusa da Unio de penhora dos TDP destitudos de cotao na Bolsa de Valores.2) Possibilidade de pagamento de tributos com TDP, atravs de compensao e dao em pagamento, desde que haja previso legal autorizando. STJ: O dbito tributrio deve, necessariamente, ser pago em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir. A dao em pagamento, para o fim de quitao de obrigao tributria, s aceita em hipteses elencadas legalmente. Mutatis mutandis, em se tratando de dvida tributria indisponvel autoridade fazendria, no h como se admitir a dao em pagamento por via de ttulo da dvida pblica, porquanto este procedimento escapa estrita legalidade.b) Antecipao de receita oramentria (ARO) art. 38, LRF: atender insuficincia de caixa durante a execuo do exerccio financeiro. Situao ftica: insuficincia de receitas e diante disso, necessidade de captao externa. Assim decide realizar a ARO que possui as seguintes condies:1. Deve observar os requisitos do art. 32 (regras gerais para operao de crdito): parecer ministrio da fazenda, elementos fticos e elementos normativos;2. Condies especficas previstas no art. 38 da LRF: a. Realizar-se- somente a partir do dcimo dia do incio do exerccio;b. Dever ser liquidada, com juros e outros encargos incidente, at o dia 10 de dezembro de cada ano (ou seja, comear e terminar no mesmo exerccio);c. No ser autorizada se forem cobrados outros encargos que no a taxa de juros da operao, obrigatoriamente prefixada ou indexada taxa bsica financeira, ou que vier a esta substituir;d. Estar proibida: Enquanto existir operao anterior da mesma natureza no integralmente resgatada; No ltimo ano de mandato do Presidente, Governador ou Prefeito MunicipalART. 38 X ART. 37, I, LRFArt. 37, I, LRF: Equiparam-se a operaes de crdito:I.Recebimento de recursos a ttulo de antecipao de receita de tributo ou contribuio cujo fato gerador ainda no tenha ocorrido, sem prejuzo do disposto no 7 do art. 150 da CF.Art. 38, LRFArt. 37, I, LRF

Operao de crdito de antecipao de receita oramentriaEstabelece uma vedao s operaes de crdito: antecipao de receitas de tributos no pode ser objeto de ARO.

Ressalva: sem prejuzo do art. 150, 7 da CF (recolhimento de tributos sob regime de substituio tributria recolhimento do tributo antes do FG). No se confunde com antecipao de receita oramentria.

Vedaes s operaes de crdito:1. Art. 35, 1 da LRFRegra: no realizao de operao de crdito entre entes da Federao.Ressalva: operao de crdito entre instituio financeira estatal e outro ente da federao, desde que no destine a financiar despesas correntes e dvida contrada perante outra instituio financeira.O endividamento s faz sentido visando as despesas de capital (investimento). S possvel endividar perante um mesmo devedor, seria uma espcie de novao. No impede Estados e Municpios de comprar Ttulos da dvida Pblica como aplicao de suas disponibilidades (so investimento). 2. Art. 36 da LRFRegra: reitera que no pode haver operao de crdito entre instituio financeira estatal e o ente da Federao que a controle, na qualidade de beneficirio do emprstimo (deve ser outro ente, se no empresta pra ele mesmo.Ressalva: possvel investir em Ttulos da Dvida Pblica3. Art. 37 da LRF estabelece outras vedaes

a) Vedao de captao de recursos a ttulo de ARO, salvo sob a forma de substituio tributria.b) Recebimento antecipado de valores de empresa em que o Poder pblico detenha, direta ou indiretamente, a maioria do capital social com direito a voto, salvo lucros e dividendos, na forma da legislao;c) Assuno direta de compromisso, confisso de dvida ou operao assemelhada, com fornecedor de bens, mercadorias ou servios, mediante emisso, aceite ou aval de ttulo de crdito, no se aplicando esta vedao a empresas estatais dependentes 9impossibilidade de penhora de bens pblicos);d) Assuno de obrigao, sem autorizao oramentria, com fornecedores para pagamento a posteriori de bens e servios (seria uma espcie de fiado).

4. Art. 34 da LRFO Banco Central do Brasil no emitir ttulos da dvida pblica a partir de dois anos aps a publicao da LRF (maio/2000). Crdito, emprstimo e dvida pblica (Vanessa)Crdito pblico: sinnimo de emprstimo pblico, em que o Estado empresta dinheiro e tambm, a hiptese do Estado pedir dinheiro emprestado. diferente de dvida pblica, mesmo que seja a faceta que tenha maior ateno.Luiz Emdio da Rosa Junior (conceitua crdito pblico como dvida pblica): resta caracterizado pela faculdade que tem o Estado de, com base na confiana que inspira e nas vantagens que oferece, obter em emprstimo recursos de quem dele dispe e assumir em contrapartida a obrigao de restitu-los nos prazos ou condies fixados. Dvida pblica: mecanismo utilizado pelo Estado para complementar ou antecipar receita para alavancar o desenvolvimento econmico e permanecer a confiana que inspira os credores.O Estado pode pegar dinheiro emprestado de duas formas:1. Emisso de ttulos nos mercados de capitais;2. Celebrar contratos com organismos internacionais, entidades estrangeiras...Vantagens que o Estado pode agregar aos seus emprstimos que incentive os particulares a emprestar:1. Colocao de ttulos por um valor abaixo do valor de face;2. Juros;3. Atribuio de benesses fiscais, como isenes de impostos;4. Direito de pagar tributos por intermdio dos ttulos;5. Outorga de benesses jurdicas, como impenhorabilidade, garantias quanto ao pagamento nos moldes do art. 167, IV, preservao do ttulo ante a espiral inflacionria....A emisso da dvida pblica vai se subsumir ao princpio da legalidade, se no houver lei autorizando a emisso da dvida no poder ser emitida. Art. 163, III e IV, art. 164, 1 e 2, art. 165, 8, art. 167, III, art. 52 da CF.Outro princpio norteador da dvida pblica o pacta sun servanda, que diz da obedincia do contrato.Compete privativamente ao Senado Federal:V) Autorizar operaes externa de natureza financeira de interesse da Unio, Estado, DF, territrios e municpios (art. 32, 1, IV, LRF); Mera formalidade habilitante sem a qual a dvida pblica externa no seria admitida, em que deve ter autorizao do Ministrio da Fazenda;VI) fixar, por proposta do Presidente da Repblica, limites globais para o montante da dvida consolidada da Unio, dos Estados, DF e municpios. Resoluo 40/01 (inexplicavelemente deixou a Unio de fora, somente estabelece limites dvida consolidada dos Estado, DF e municpios). Dvida flutuante: emitida para ser paga no mesmo ano;Dvida fundada ou consolidada: emitida, mas o pagamento postergado para o exerccio financeiro seguinte.Res. 40/01: Nos Estados a dvida consolidada lquida no pode ultrapassar a duas vezes a receita consolidada lquida. J nos Municpios a dvida consolidada lquida no pode ultrapassar 1/10 da receita consolidada lquida.S comea a viger do 15 exerccio financeiro contados da data de sua publicao (2001). A partir do ano de 2016. Contudo, houve uma suspenso de dois anos, passar a viger em 2018.Nada obstante os limites plasmados no estejam vigendo, os Estados e municpios devem reduzir, pelo menos todos anos, as respetivas dvidas consolidadas no percentual de 1/15 (reduo escalonada).Se a dvida pblica consolidada no for paga por dois exerccios financeiros consecutivos, poder haver a interveno federal. Extino da dvida pblica: pode se dar de diversas formas:1. Amortizao: pagamento do principal;2. Converso: moratria favor concedido do credor ao devedor de modo a facilitar o cumprimento da obrigao, dilao do prazo de pagamento.3. Dao em pagamento;4. Confuso: o ente pblico recebe ttulos da dvida pblica por herana ou adquire no mercado de capitais, art. 164, 2, CF;5. Bancarrota: o Estado no possui recursos para pagar;6. Repdio: no h pagamento, tendo em vista no reconhecer ter emitido a dvida;A extino deve ser regida pelo princpio da moralidade, em relao a questo tica e confiana do administrado adquirir ttulos da dvida pblica, atrelados segurana jurdica.

ORAMENTO PBLICOVANESSA

Conceito: ato pelo qual o poder legislativo autoriza o poder executivo por certo perodo prever as despesas com servios pblicos e outros fins adotado pela poltica econmica e geral do pas, assim como, a arrecadao das receitas j criadas em lei (Aliomar Baleeiro).Materialmente h apenas um oramento, mas formalmente se subdivide em 03.A LRF se norteia fundamentalmente por 3 princpios: equilbrio, planejamento e transparncia, em que o nico expresso constitucionalmente o do planejamento (art. 165, CF).O planejamento consubstanciado no plano plurianual primeira forma da interveno do Estado no domnio econmico (art. 174 da CF).Tripartio do planejamento oramentrio:1. PPA: 04 anos;2. LDO: 01 ano;3. LOA: 01 ano.As 03 leis so de iniciativa do Chefe do Executivo, no entanto vinculado pois est submetido a determinados prazos consignados no art 35 da ADCT.O Presidente deve remeter ao CN o projeto de LDO (meados abril) e LOA (meados de agosto) todos os anos que devem se integrar de forma harmnica e finalstica. As 03 leis so ordinrias, em uma leitura apressada do art. 165, 9 se engana que lei complementar, contudo esta ainda no existe e estruturadora do direito financeiro. Plano plurianualNa verdade quem escolhe a populao, tendo em vista que se vota na programao de governo. Se eleito deve erigir a programao PPA, caso no ocorra configura um estelionato eleitoral. Assim, o PPA deve refletir o planejamento poca do certame eleitoral. cabvel ADI em vilipndio ao princpio do planejamento.Na LRF no h nenhuma previso de punio aos agentes pblicos, somente no CP.O Presidente dispor de 08 meses para confeccionar a PPA a luz das diretrizes que o elegeram. um planejamento conjuntural de longo prazo com vistas a consecuo do equilbrio oramentrio, das diversas regies econmicas e a estabilidade econmica. Guia as outras leis. Lei de Diretrizes oramentriasDefine quais sero as despesas principais que devero ser realizadas e foram previstas na PPA. Estipula as prioridades. Materializa ano a ano do previsto na PPA.Est a orientar o Chefe do Poder Executivo a executar a sua PPA. A LRF indicou a LDO como lei estratgica na consecuo do equilbrio oramentrio (art. 4). Quando se falar em equilbrio deve remeter LDO.Introduziu LDO dois anexos: anexo de metas fiscais e riscos fiscais.Metas fiscais: consubstancia a LDO em planejamento de mdio prazo, em que de 03 em 03 anos agasalha um anexo compostos de 03 metas que serviro de balizas para consecuo das LDOs vindouras.Riscos fiscais: fica adstrito a eficincia, economicidade, transparncia, administrao gerencial, reduo de gastos e planejamento. O dinheiro que o compem deve ser arbitrado com uma anlise casustica (mdia de gastos com fatos imprevisveis nos anos anteriores). uma reserva para contingncia. Lei oramentria anualEst adstrita s prioridades arroladas formalmente na LDO. Executa o PPA nos moldes que a LDO orientou. Busca materializar o PPA.A LRF determina que o oramento seja confeccionado a luz da realidade econmico, poltica, conjuntura externa, ndice de preo, inflao... Deve ser encarada sob o prisma da unidade, mas se subdivide em 03 oramentos: seguridade social, investimento das estatais e poderes (fiscal). O equilbrio e transparncia so princpios implcitos na CF, contudo expressamente enunciados na LRF. Oramento participativoPrevisto no art. 48 da LC 101/00. O Presidente antes de confeccionar o PPA procura deflagrar audincia pblicas com segmentos representativos da coletividade e ao fim, procura encampar as concluses retiradas das concluses em sede de audincia pblica (busca maior legitimidade). O Chefe do Executivo no obrigado a encampar as concluses, tendo em vista que no h direito adquirido ao oramento participativo.Rgis Fernandes acredita no efeito vinculativo das concluses resultantes das audincias pblicas.Se aproxima da ideia de democracia deliberativa (a nossa representativa). Denota a materializao da transparnciaPrincpios da universalidade: art. 6 da Lei 4320/64 (direito financeiro), tudo deve ser tomado em conta no oramento. Deve fixar todas as receitas, despesas, renncias de receitas, operaes de crdito... nada pode escapar dos limites do oramento.Princpio da unidade: consectria da universalidade. O oramente materialmente uno. Natureza jurdica do oramentoFormal: leiMaterial: ato-condio para instituio de tributo (receita derivada).O oramento lei formal, pois emana do competente para legislar. Contudo, no pode ser materialmente encarado como lei pois no geram direitos subjetivos para terceiros. A professora discorda, tendo em vista que no mais rege no Brasil o princpio da anualidade tributria que previa que para um tributo ser estipulado era necessria autorizao no oramento (foi extinto pela EC 1/69 que trouxe o princpio da anterioridade). No configura ato condio para instituio de tributo.Anualidade oramentria: art. 165, III, CF, quer significar previso anual de fixao das receitas e despesas.Para uma prova discursiva argumentar que uma lei formal, tendo em vista que no configura ato-condio mais em funo da extino do princpio da anualidade tributria.Ressalvar, ainda que, segundo atual entendimento do STF, passvel de controle de constitucionalidade por meio de ao direta, tendo em vista constituir lei formal, independente de dotada de carter de abstrao e generalidade. Elaborao do oramentoAs leis oramentrias possuem as mesmas fases do processo legislativo comum. discutido no mbito de uma comisso mista com possibilidade de apresentar emendas (remanejamento de verbas) em que deve demonstrar os recursos que iro municiar a emenda (s possvel por anulao de despesas). No pode indicar recursos afetos a transferncia constitucional, pagamento de pessoal e servio (juros) da dvida.As emendas dos parlamentares devem ser executadas necessariamente pelo Poder Executivo. Princpios constitucionais oramentriosMuitos j foram abordados: transparncia, planejamento, equilbrio, anualidade oramentria.1. Exclusividade: previsto expressamente no art. 165, 8 da CF. Pode ser concebida de duas maneiras: o oramento no pode conter dispositivo estranho com a previso de receita e fixao de despesa. Veda, ainda, as caudas oramentrias (dispositivos de lei material inserido na lei oramentria). Comporta duas excees:a) Dispositivo que possibilita ao Chefe do Executivo por decreto abrir crditos adicionais e suplementares at determinado limite;Crditos oramentrios: dotao contidas no oramento para a realizao das fundamentais despesas do Estado. Confeccionada por um interesse pblico. Uma lei oramentria pode ser modificada em razo do interesse pblico que cambiante.Crditos adicionais: leis oramentrias que modificam a LOA caso o interesse pblico acuse necessidade. Existem 03 espcies (art. 40/44 da Lei 4320):1. Adicionais suplementares: art. 165, 8, visam reforar dotaes oramentrias.2. Adicionais especiais: art. 167, V. Visam satisfazer uma necessidade nova para as quais no existam dotao oramentria especfica.3. Adicionais extraordinrios: art. 167, 3, em caso de calamidade pblica, comoo interna ou guerra pode por medida provisria abrir crditos adicionais extraordinrios (rol restritivo). Governadores e prefeitos abrem por meio de decreto com autorizao do legislativo. Nos adicionais especiais e extraordinrios no h dotao oramentria especfica para atend-los.b) Autorizao para contratao de operaes de crdito at determinado limite.

CONTROLE E FISCALIZAO DA EXECUO ORAMENTRIAVANESSA

Quando o poder legislativo aprova o oramento realizado pelo executivo j uma forma de controle em que autoriza a execuo pelo executivo, posteriormente ir fiscalizar se teve a autorizao em termos oramentrios. Nenhuma despesa pode ser levada a efeito sem passar pelo crivo do legislativo.A fiscalizao da execuo oramentria representa apenas a fase final de um controle que se inicia com a prpria elaborao do oramento, o legislativo no controla a execuo oramentria como sinnimo de fiscalizao, j comea a controlar o oramento em sua transmutao em lei. A fiscalizao da execuo oramentria estaria melhor situada no captulo das finanas pblica, segundo alguns autores. Modalidades de fiscalizao (art. 70 da CF)

1. Contbil: se materializa por meio de registros contbeis, balanos, anlises... vai instrumentalizar o controle, em que so registradas as transaes que vo viabilizar o controle numrico;2. Financeira: controle da arrecadao das receitas e das despesas. Controle econmico do oramento.3. Oramentria: exercida sobre a correta aplicao da lei oramentria, as verbas devem ter a destinao prevista no texto da lei aprovada. Mensura o nvel concretizao das previses na lei anula de oramento;4. Operacional: formas de procedimento da despesa, obedincia aos meios legais de liberao de verbas5. Patrimonial: controle da situao e modificao dos bens que integram o patrimnio pblico.

Tipos de controle

1. Controle externo: Congresso Nacional. Ser exercido com auxlio do TCU.O TCU (rgo de relevncia nacional) exara um parecer previamente anlise empreendida pelo CN que no vinculativo. O TCU desprovido de personalidade jurdica, mas pode atuar em juzo em defesa de suas prerrogativas constitucionais (personalidade judiciria). Se limitam a analisar casos concretos, no possuem o poder de inovar na ordem jurdica. Pratica ato de natureza administrativa, formal e material, pareceres, relatrios e informaes. Controle posterior: depois de praticado o ato administrativo ou encerrado o exerccio financeiro;Controle simultneo: a CF s admite no art. 71, quando estiver diante de despesas no autorizadas que podem gerar graves danos a economia.O controle prvio desapareceu no Brasil desde a CF/67, 2. Controle interno (art. 74, CF): envidado por cada um dos poderes na misso de autotutela, em razo da legalidade e da eficcia e eficincia da legislao financeira. Autonomia administrativa dos poderes. Exercido durante a prpria funo oramentria.

ORAMENTO PBLICO PISCITELLI

Leis oramentrias (art. 165 a 169, CF; art. 4 e 5, LRF)Questes gerais aplicveis a todas as leis oramentrias:1. Caractersticas do oramento: a) De acordo com a doutrina um documento programtico que fixa os objetivos do Estado por certo perodo de tempo; b) Lei em sentido formal (peridica) de inciativa do Poder executivo, conforme determina o art. 165 da CF; c) No Brasil, o oramento no impositivo, ou seja, ns temos uma previso relativa aos objetivos, prioridades, gastos pblicos, porm simplesmente uma previso, no obrigatrio. (diferente dos EUA)Contudo, na prtica, o oramento no Brasil bastante vinculado (um pouco engessado), o que significa dizer que o administrador possui pouca liberdade no manejo das receitas, tendo em vista que muitas receitas so vinculadas s finalidades especficas e o administrador no pode gastar com outro fim (ex. CIDE combustveis, contribuies para a seguridade social, receitas de impostos vinculadas educao...).ATENO! _as leis oramentrias podem ser objeto de controle concentrado de constitucionalidade? Em 2001, o STF ao analisar a ADI 2484 discutindo uma LDO diz que a lei oramentria uma lei de efeito concreto, em que somente formalmente lei e materialmente um ato administrativo, no podendo ser objeto de controle concentrado.Posteriormente, em 2003 houve uma lei oramentria que tratou da destinao da CIDE combustveis, em que o STF entendeu que mostrou adequado o controle de constitucionalidade quando a lei oramentria revela contornos abstratos e autnomos, em abando ao campo da eficcia completa, declarando, assim, a inconstitucionalidade a destinao das verbas da CIDE.Todavia, em 2008, o STF na ADI 4048 e 4049 pronunciou que as leis oramentrias so lei em sentido formal e apenas isso basta para que seja objeto de controle concentrado. Deve prevalecer a forma, a natureza de ato administrativos no relevante.Tipos de lei oramentrias: detalhamento1. Plano plurianual PPADisciplinado nos art. 165, I, CF e art. 165, 1, CF e denominado oramento programa, tendo em vista que estabelece as grandes diretrizes, objetivos e metas da administrao pelo prazo de 04 anos, de forma regionalizada (considerando cada regio do pas).O foco so as despesas de capital, e outras delas decorrentes (pode ser corrente decorrente), e durao continuada (ao menos dois anos e um dia mdio prazo).OBS: sempre que tiver um investimento que ultrapasse um ano obrigatoriamente estar no plano plurianual.2. Lei de diretrizes oramentrias -LDODisciplinada no art. 165, II, CF e art. 165, 2, CF e art. 4, LRF. Estabelece as metas e prioridades da Administrao pelo prazo de 01 ano, regras gerais para elaborao da LOA e formas de observncia e realizao do plano plurianual.Detalhamento do art. 165, da CF: a LDO na ConstituioSe preocupa com a concretizao da PPA e orientar a elaborao da LOA.Concretiza PPA: com o estabelecimento objetivos e metas para o ano seguinte dispondo sobre despesas de capital. Orienta LOA: com o estabelecimento de diretrizes para a elaborao do oramento.Tambm dispe sobre alteraes na legislao tributria (receitas) e poltica de aplicao das agncias financeiras de fomente (deve estar coerente com os objetivos e as prioridades).Detalhamento do art. 4 da LRF: a LDO na disciplina infraconstitucionalLDO art. 4, I + 3Projeto da LDO art. 4. 1

Exigncia de responsabilidade fiscal: equilbrio entre receitas e despesas. Controle de despesas: limite (empenho) foco no equilbrio, programas governamentais em que avalia os custos do programa (custos/benefcios) foco na eficincia, condies para transferncia de recursos foco no gasto e condies para que o gasto ocorra. Anexos de riscos fiscais: possveis passivos da Administrao equilbrio entre receitas e despesas.Envolve uma anlise das metas estabelecidas no passado nos 03 anos anteriores.Verifica se existe uma consistncia entre as metas passadas e futuras: avaliao das metas passada (3 exerccios anteriores) e previso de metas (3 exerccios posteriores).Realiza uma avaliao que analisa a evoluo do plano lquido nos ltimos 03 exerccios.Avaliao da situao financeira de fundos que se destinam a gastos futuros. Ex.: previdnciaRenncia de receitas e despesas obrigatrias de carter continuado (valores que afetam o oramento)

3. Lei oramentria anualPrevisto no art. 165, 5, CF.Contm:a) Oramento fiscal da Uniob) Oramento de investimentos: pessoa jurdica que a Unio possua maioria de capital e direito de voto.c) Oramento da seguridade socialProjeto da LOA: art. 165, 6, CF demonstrativo dos efeitos das renncias de receitas. Art. 5, LRF: estabelece providncias relacionadas ao projeto da lei oramentria anual. Execuo oramentriaA despesa deve estar prevista na lei oramentria anual (estabelece receitas e despesas), em que haver um decreto com a programao financeira e cronograma de desembolso mensal. O empenho representa uma vinculao do gasto e despesa pblica e, necessariamente, resulta uma nota de empenho que a documentao do vnculo que se estabeleceu com a quantidade de dinheiro.Nessa documentao h a especificao do credor, do valor e deduo do valor da dotao oramentria. A nota de empenho est disciplinada no art. 61, da Lei 4320/64.O prximo passo a liquidao da despesa com a apurao do gasto, em que h a apurao da origem e objeto da despesa pblica (art. 63, Lei 4320), valor exato e credor.Finalmente h a ordem de pagamento atravs do servio de contabilidade e o pagamento pela tesouraria.Assim:1. Empenho2. Nota de empenho3. Liquidao4. Ordem de pagamento5. Pagamento

Fiscalizao das contas pblicasVisa o cumprimento de 03 princpios:1. Legalidade: observncia dos requisitos normativos;2. Legitimidade: eficincia do gasto pblico;3. Economicidade: menor despesa possvelExistem 03 modalidades de controle:1. Controle interno2. Controle externo3. Controle privadoInternoExternoPrivado

Realizado pelo prprio rgo e um sistema de fiscalizao integrado dos 03 poderes.Art. 74, caput, 1, CFRealizado pelo poder legislativo de duas formas;a. Auxlio do tribunal de contas (art. 71, CF)b. Comisso mista de senadores e deputados (art. 166, 1, CF)Realizado pelo particular por meio de denncia ao Tribunal de Contas (art. 74, 2, CF)

O controle sempre ser concomitante ao gasto e posterior. No h no Brasil o controle prvio das contas pblicas. Destaque: controle externo com o auxlio do Tribunal de Contas (art. 71 da CF).O Tribunal de Contas um rgo auxiliar do poder legislativo e no jurisdicional, ou seja, sua funo est relacionada a fiscalizao de contas que uma funo administrativa.Realiza o controle das despesas de forma concomitante e posterior. No h controle prvio. Competncia do TCU: detalhamento do art. 71 da CF.1. Atividades de fiscalizao em sentido estrito: contas e auditorias2. Atividade relacionadas com a apreciao da legalidade de atos: controle normativo3. Atos concretos em face de constatao de ilegalidade e irregularidade: sanesAtividades de fiscalizao em sentido estrito:ContasInspees e auditoriasInformaes obtidas nas inspees e auditorias

*Julgar as contas de administradores de dinheiro pblico (II). Exceo: No se aplica em relao ao Chefe do Poder Executivo vai elaborar um parecer sobre as contas pblicas (I).*Fiscalizar contas com os gastos de empresas supra nacionais em que tenha a Unio participando do capital (ex. Usina de Itaipu) (V);*Fiscalizar repasses de verbas da Unio para Estados, DF e municpios (VI).*o tribunal de contas poder realizar as inspees e auditorias dos 03 poderes por iniciativa prpria ou do congresso nacional ou CPI ou comisso tcnica (IV). *prestar informaes a respeito do resultado obtido para o Congresso Nacional ou comisses que requereram (VII)

Legalidade de atos:Fiscalizar atos de contratao de pessoal e, ainda, concesso de aposentadorias, reformas ou penses (III). Excees: no aprecia e no avalia legalidade de nomeaes para cargo de provimento em comisso, e, tambm, no aprecia e no avalia a legalidade quando se trate de melhorias posteriores que no alterem o fundamento legal da concesso de aposentadoria, reforma e penso.Atos concretos em razo de ilegalidade ou irregularidadea) Aplicar sanes: multa proporcional ao dano e possui eficcia de ttulo executivo. (VIII)b) Fixar prazo para a observncia da lei (IX)c) Sustar a execuo de ato: resulta da no observncia da fixao do prazo (X), dever comunicar essa deciso ao Congresso Nacional. Caso se trate de um contrato, o ato de sustao ser dado pelo poder legislativo (congresso nacional) e solicitar ao Poder Executivo as providncias cabveis. Somente na hiptese de omisso, que o tribunal de contas decidir a respeito. d) Representar abusos ou irregularidades que tenha verificado que ser feita ao poder competente.

O controle no Brasil no prvio, concomitante ou posterior.

PRECATRIOSPISCITELLI

Art. 100, CF (regime geral, alterado pela EC 62/04, e art. 97, ADCT (regime especial) aplicvel aos Estados, DF e municpios. Art. 100, CFRequisio de pagamento feita pelo Presidente do Tribunal ao poder Executivo.Condies: sentena condenatria transitada em julgado contra a Fazenda e a liquidao dos valores devidos.Consequncias: repasse das verbas oramentrias mediante um depsito.33