direito economico - leonardo figueiredo - 2014.pdf

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    Impresso no Brasil Printed in Brazil

    Direitos exclusivos para o Brasil na lngua portuguesaCopyright 2014 byLeonardo Vizeu Figueiredo

    EDITORA FORENSE LTDA.

    Uma editora integrante do GEN | Grupo Editorial NacionalTravessa do Ouvidor, 11 Trreo e 6 andar 20040-040 Rio de Janeiro RJTel.: (0XX21) 3543-0770 Fax: (0XX21) [email protected] | www.grupogen.com.br

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    Produo Digital: Geethik CIP Brasil. Catalogao na fonte.

    Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ.

    F49L

    Figueiredo, Leonardo Vizeu, 1975 Lies de direito econmico / Leonardo Vizeu Figueiredo. 7. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2014.

    Inclui bibliografiaISBN 978-85-309-5426-0

    1. Direito econmico Brasil. 2. Direito econmico. I. Ttulo.

    06-0570 CDU 347.73

    Voc encontra este e demais e-books na Livrarialivros.com

  • A Deus, pai amoroso de todas as horas, mais justo de todos os magistrados, advogado incansvel de todas as nossas causas,fonte maior de f e inspirao.

    A meus pais, Joo e Wanette, pelo carinho, amor e dedicao com que me acompanham desde o primeiro suspiro de vida.

    A minha filha Clara, maior e mais inspirada de todas as minhas obras, causa maior de minha felicidade e a certeza de quetudo na vida vale a pena. Papai vai estar sempre ao seu lado.

    A meu irmo Douglas, maior e melhor amigo que a vida me presenteou. Os irmos Vizeu Figueiredo quando se unem soimbatveis.

    A meu amigo Andr David Pereira dos Santos, certeza de que no s a consanguinidade torna eterno os laos fraternos quecultivamos na vida.

    A meu Amigo Francisco Bilac Pinto Filho, muito mais que um editor, um verdadeiro conselheiro fraterno.

    A meus estagirios e alunos, maior fonte de incentivo e motivao nas atividades de procuradoria e magistrio.

    Obrigado pelo carinho e pela pacincia.

  • Numa repblica, quem o pas? o governo do momento? Porque, afinal, o governo apenas um funcionriotemporrio. No pode ser a sua prerrogativa que determina o que certo e o que errado, decidir quem patriota ou no.Sua funo seguir ordens, e no d-las. Quem, ento, o pas? So os jornais? A igreja? Afinal, estas so apenas partesdo pas, no o todo. Eles no tm comando, mas apenas uma parcela dele. Em uma monarquia, o rei e sua famlia so opas. Em uma repblica, a voz comum do povo. Cada um de vocs, por si s, deve falar com responsabilidade MarkTwain.

    O oramento nacional deve ser equilibrado. As dvidas pblicas devem ser reduzidas, a arrogncia das autoridadesdeve ser moderada e controlada. Os pagamentos a governos estrangeiros devem ser reduzidos, se a nao no quiser ir falncia. As pessoas devem novamente aprender a trabalhar em vez de viver por conta pblica Marcus Tulius Ccero,Roma, 55 a.C.

    Nascer, morrer, renascer ainda, progredir sempre. Tal a lei. Epitfio de Hippolyte Leon Denizard Rivail,pedagogo francs.

  • Agradecimentos

    Aos Professores Doutores Ivan Antocles e Guilbert Peixoto, pela amizade, apoio e dedicao comodocentes na Universidade Federal Fluminense, que me apresentaram o mundo acadmico do Direito.

    Ao Professor Doutor Alar Eduardo Scisnio (in memoriam), cujo exemplo intelectual serviu-me denorte e modelo a ser seguido, tanto no direito, quanto na literatura e na arte.

    Ao Professor Doutor Nagib Slaibi Filho, pelas portas que me abriu no meio acadmico, pela amizadee pela confiana que sempre me dedicou. Exemplo de lisura e dedicao tanto na magistratura quanto nomeio acadmico, trata-se de um jurista e um humanista que realmente faz a diferena e marca a vida detodos que tm o prazer de seu convvio.

    Ao Professor Luiz Ricardo Trindade Bacellar, pela pacincia, apoio e amizade que nunca mefaltaram em todos os momentos de convvio.

    Ao Doutor Arnaldo Antnio da Silva Jr., primeiro mentor que tive no mundo jurdico, que me ensinoua preservar os valores kantianos de moral e tica que norteiam o homem de bem, to esquecidos nos diasde hoje, sobretudo nas lides forenses.

    Ao Doutor Srgio Galvo, que me despertou o esprito guerreiro e combativo, bem como a paixopelas querelas judiciais, que todo operador do direito deve possuir, sobretudo quando atua na defesa dosinteresses alheios.

    Ao Doutor Ccero Augusto Nascimento de Andrade Figueira, amigo e mentor, que concluiu comprimor meu processo de formao acadmica e estgio judicial, cujo apoio, amizade e orientao foramfundamentais para minha formao e sucesso profissional.

    Aos Doutores Lucila Carvalho Medeiros da Rocha, Hlio Verdussen de Andrade Filho, OtvioAugusto Lima de Pilla, Charles Franco, Christian Barroso, Danilo Sarmento, Edibaldo HomobonoSantabrigida e todos os companheiros de lide forense durante meio perodo de trabalho na AgnciaNacional de Sade Suplementar.

    Aos Professores Doutores Jos Armando Falco, Eliane Jos dos Santos, Paulo Gustavo SaldanhaAuler, Durval Pimenta de Castro Filho, Csar Verssimo e todos os docentes de Direito da UniversidadeSanta rsula, que fazem do ensino muito mais que uma profisso, mas um verdadeiro sacerdcio.

    Aos Professores Doutores Antnio Plastina, Erica Maia Campelo Arruda, Jean Albert de SouzaSaadi, Joo Marcos de Melo Marcondes, Lucia Scisinio Pontes, Ricardo Perlingeiro Mendes da Silva,Srvio Tlio Santos Vieira e demais docentes da Universidade Federal Fluminense, minha eterna casa,da qual ostento com orgulho o ttulo de bacharel e guardo com carinho as memrias do perodo deprofessor substituto.

    Aos Professores Doutores Ozas Lopes, Srgio Eiras, Srgio Grillo, Cndido Duarte, Alexandre deAlmeida, Rudolph Bruno, Andr Lima, Sandro Egdio, Marcio Riski, Bruno Castro e a todos os colegasda Faculdade de Direito do Centro Universitrio Plnio Leite. Juntos estamos construindo uma EscolaJurdica que, dentro em breve, ser referncia.

    Aos Doutores Luis Alberto Lichstein, Cludio Taufie, Marcelino Carvalho, Tnia Cristina, CarlosCsar Amorin, Luciana Pels, Alexandre Pinheiro, Jos Eduardo Guimares Barros, Milla de AguiarVasconcelos, Carlos Melo ( in memoriam), Celso Filho, Marcelo Mello, Luiz Antnio Werdine(saudaes tricolores), Camilla Neto, Renato Paulino, Leonard de Queiroz, Adail Blanco, ManoelCardoso de Arajo Neto, Maria Helena Valente, Marcos Davidovich, Adriana Dullius, DanielleOliveira, Raul Souto, Arnaldo Amorim, Jos Roberto Leite, Marilisa Azevedo, Joo Henrique Faber deCastro Santos, Paulo Csar Cortez, Mario S, Joo Wilson Sobral Santos, Andr Pereira Franco,

  • Maurcio Rocha Tolentino, Viviane Duarte de Paula Senna, Felipe Carlini Mul, Liliana Ribeiro Simesde Castro, Mara Alcntara, Sylvia Verdier, e todos os companheiros da Procuradoria FederalEspecializada junto Comisso de Valores Mobilirios, pela boa acolhida e pelas frutferas discussesjurdicas que, sem sombra de dvida, enriqueceram e muito este trabalho. Alm de serem companheirosde lide forense, so verdadeiros amigos de todas as horas e constituem, na minha modesta opinio, umdos melhores, seno o melhor, corpo jurdico atuante no Brasil.

    Aos Professores Doutores Vernica Lagassi, Mrio Cataldo, Andrea Barsotti e os demais docentesda Universidade do Grande Rio, pelo bom humor cordial e aprazvel de nossas tardes na sala dosprofessores.

    Aos Professores Doutores e Discentes das Faculdades Integradas Hlio Alonso Eduardo Domingues,Wladimir Palmeira, Vernica Toste, Paulo Gustavo Saldanha Auler, Vernica Lagassi, Kcia Carvalho,Bruno Targino, Nadinne Oliveira, Arnon de Mello Sobrinho Neto, Gabriel Carvalho, Raquel Boechat,Fernando Queiroz da Rocha e todos os demais.

    Ao amigo e acadmico de direito, Guilherme Rodrigues de Andrade, cuja dedicao e apoio foramfundamentais para a concluso do presente trabalho.

    amiga e advogada Adriana Nogueira Torres, cujo apoio, carinho e amizade nunca me faltaram tantonos bons quanto nos momentos difceis da vida.

    Aos acadmicos de direito Jlia Santos de Oliveira, Jennifer Crissie Leocdio, Pilar SchwelerCarneiro de Mendona, Adwinnie Prince Cavalcanti Bernachi, Gustavo Coutinho de Oliveira Bastos,Mariana Moreira Mendes, Francine Tasca Galdino da Silva, Arthur Andrade Figueira, Bruna Helena deSouza, Giovana Simes, Luiza Machado, Erika Siqueira Fernandes, Giovanna Gullo, Thais Fontes daCosta, Danielle Andrade da Silva, Ana Paula do Nascimento, Juliana Maria Braga Baptista SoaresXavier, Mateus de Lima Paula e Pamella Borges de Oliveira Bento, pela alegria e amizade do dia a dia.Em especial, no poderia deixar de registrar meus sinceros agradecimentos aos alunos do 5 perodonoturno, 1 semestre de 2010, da unidade de Cambonhas da UNIPLI, em especial ao Luiz Orlando Alvesda Cruz, Regina Vilarinho da Cruz, Carlos Stuart Holmes Buriti (o pai e o filho), Geraldo ngelo, Felipede Carvalho Telles, Maria Auxiliadora Vale Mendes, Walma Feliz Menezes, Tlio Gorni, YasmimFarsette Vieira Simes, Renan Rodrigues Ramos, Tayrine Mendes Silva, Fabiano Andrade Garcez,Michel da Rocha Duarte, e todos os demais discentes. Obrigado pelo apoio e pela amizadeincondicionais.

    Cumpre registrar, especialmente, meus mais sinceros agradecimentos ao Professor Antnio CelsoAlves Pereira, cuja dedicao e pacincia foram fundamentais para a minha formao acadmica.Outrossim, muito mais que um Professor de Direito, trata-se de um verdadeiro encantador de almas. Suapersonalidade alia uma sabedoria salomnica a uma humildade fransciscana, as quais se tornam objetode admirao e respeito por todos aqueles que tm o prazer de desfrutar de sua companhia e cham-lo deprofessor. Seu exemplo e fidalguia foram uma inspirao constante ao longo da pesquisa oradesenvolvida.

    Ao professor Marcos Juruena Villela Souto (in memoriam) agradeo os conhecimentos ministradossobre Direito e Economia, os quais despertaram profundo interesse sobre o tema. Outrossim, suaseriedade e seu rigor acadmico em muito contriburam na elaborao da presente pesquisa, sendoexemplo a ser seguido por todos que pretendem se dedicar vida acadmica. Poder compartilhar de suaamizade e de sua companhia foi muito mais que uma honra, foi um privilgio e uma oportunidade nica,da qual serei eternamente grato. Sua partida precoce deixou um vazio tanto em nossos coraes quanto nomeio jurdico-acadmico.

    Ao professor Ricardo Lobo Torres agradeo os benefcios recebidos com os conhecimentos

  • filosficos ensinados em Teoria da Justia. Suas aulas revelaram-se muito mais do que encontrosacadmicos, tratando-se de verdadeiros debates sobre as questes existenciais do ser humano,despertando a paixo pela leitura do tema. No h palavras que faam jus beleza de sua explanao e clareza de seu discurso, que descortinam ao discente questes de alta indagao e grande reflexo,aliando profundidade simplicidade.

    Por fim, agradeo a companhia, o carinho e a amizade de todos os colegas discentes da UniversidadeGama Filho e da Fundao Getulio Vargas, em especial dos amigos Antnio Carlos da Silva Jnior,Otvio Corra, Fbio Wanderley e Fabiane Versoa. Muito mais que companheiros de sala de aula, soexpresso de amizade verdadeira e de apoio constante para todas as horas.

    Obrigado a Deus por existirem...

  • Apresentao

    O presente trabalho procura fornecer ao operador do Direito uma leitura sistematizada dos principaisaspectos jurdicos que envolvem a atual Ordem Econmica do Estado brasileiro, seja no plano interno desua economia, seja no plano externo de suas relaes de comrcio internacional, didaticamenteorganizado sob forma de curso.

    Assim, os presentes captulos so organizados de forma a garantir um estudo continuado e lgicodentro do Direito Econmico.

    Inicia com uma viso geral do Direito Econmico, analisando suas caractersticas, os princpiosgerais que o regem, bem como sua autonomia como ramo jurdico de Direito Pblico, constitucionalmenteassegurada pela Carta Magna.

    Em seguida, d ao leitor uma viso teleolgica da atual conjuntura econmica do Brasil e do mundo,partindo de um estudo histrico e jurdico sobre os principais fatos que influenciaram na forma deposicionamento estatal em face da Ordem Econmica. Outrossim, delineia a atual Ordem Econmica daConstituio de outubro de 1988, analisando seus fundamentos axiolgicos, bem como seus princpiosregedores, sem furtar-se a um estudo acerca das formas de atuao direta e indireta do Estado brasileirona atividade econmica e de como tal atuao se processa no Direito comparado. Dentro deste tpico,esmia os casos em que constitucionalmente permitido ao Estado a explorao de atividadeeconmica (segurana nacional, interesse coletivo e monoplio estatal), bem como as formas deprestao de servios pblicos. Estuda, ainda, o modelo de Estado regulador adotado no caso brasileiro,conceituando a regulao de mercados e setores estratgicos, sua estrutura, seus tipos, instrumentos eprincipais mecanismos. Alm disso, trata das formas de fiscalizao, incentivo e planejamento estatal.

    Analisa, de forma profcua, o modelo de Agncias Estatais (reguladora e executiva), adotado peloEstado brasileiro, com foco maior no modelo de regulao implementado pelo Governo Federal,delineando suas principais caractersticas, seu regime de pessoal, as formas de controle permitidas, bemcomo seu poder normativo e limites.

    Trata, ato contnuo, do Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrncia adotado pela Repblicabrasileira, abordando seus principais entes e rgos, bem como de suas respectivas reas de atuaoconcorrencial. Cuida da estrutura organizacional do Sistema Financeiro Nacional, tratando de seusprincipais aspectos jurdicos.

    Dentro de uma viso moderna do Direito Econmico, foca estudo no campo internacional, a fim deesmiuar a atual composio dos principais blocos econmicos do mundo (Unio Europeia e NAFTA),bem como dos blocos dos quais o Brasil participa (MERCOSUL e ALCA), e seu posicionamento estatalno que tange ao comrcio exterior e ao Sistema de Defesa Comercial adotado.

    Por fim, d ao leitor uma viso filosfica, histrica e interdisciplinar sobre as principais correntes edoutrinas que versam sobre o direito e a economia, bem como sobre os modelos estatais deredistribuio de rendas e riquezas.

    Mtodo de Estudo e preparao Experincia pessoal

    Em que pese no haver uma regra absoluta para fins de gerenciamento de tempo pessoal objetivandoprivilegiar os estudos, uma vez que dentre os diversos acadmicos, depara-se com as mais diferentesrealidades de vida, peo vnia ao leitor para compartilhar minha experincia pessoal, no af de poderser, de alguma forma, til a quem est se preparando.

    Minha formao acadmica inclui quatro anos de Curso Tcnico em Construo Civil, com

  • especializao em Edificaes, ministrado, entre 1989 e 1993, com maestria no Centro Federal deEducao Tecnolgica Celso Suckow da Fonseca, localizado na Capital do Estado do Rio de Janeiro, noBairro do Maracan. Em que pese ter optado pelo Direito, quando da escolha da Graduao em NvelSuperior, a experincia no 2 grau tcnico foi essencial e mpar para minha formao. Isto porque, pormeio das cincias exatas (naturais), tive a oportunidade de desenvolver raciocnio lgico-matemtico,atravs do contato com a Teoria Cartesiana* do Ceticismo Metodolgico. Assim, ao iniciar meus estudosde direito, procurei analisar as variveis que envolviam minhas necessidades e possibilidades. Tendosido aluno de Universidade Pblica Federal, da qual ostento com orgulho o diploma, percebi que doisdos principais fatores que influenciavam diretamente em meus estudos eram o tempo e a concentrao.

    Em que pese as divergncias conceituais, sempre entendi o tempo como um continuum inexorvelque nos guia para uma entropia perfeita, sendo uma grandeza de carter irrecupervel, quando no bemaproveitado. Simplificando o conceito, socorro-me a um dos grandes letristas da msica brasileira, queminha gerao teve o prazer de conhecer, o lder da Legio Urbana, Renato Russo: Todos os diasquando acordo no tenho mais o tempo que passou, mas tenho muito tempo. Temos todo o tempo domundo (Tempo Perdido).

    Por sua vez, a concentrao era, para mim, a qualidade do meu estudo, isto , o quanto eu mededicava ao aprendizado. Percebi, desde os primeiros perodos na Faculdade de Direito da UniversidadeFederal Fluminense, que o aproveitamento de minha leitura tcnica estava aliado ao prazer que ela meproporcionava. Assim, pude finalmente entender o alcance da obra de Sigmund Freud** ao afirmar queera o prazer que motivava o ser humano e compreender a extenso de uma frase atribuda a MahatmaGandhi***: Encontre um ofcio que lhe d prazer e no ters que trabalhar mais nenhum dia de sua vida.

    Da influncia dos trs pensadores acima, pude equacionar, matematicamente, em um plano grficocartesiano, meus estudos, com uma meta final: a aprovao.

    Visualizando o grfico retro, fcil perceber que, quanto mais paixo e dedicao tivermos comnossos estudos, menos tempo levaremos para alcanarmos nossa meta final: a aprovao. Por sua vez,quanto menos qualidade aplicarmos em nossa leitura, mais tempo levaremos para lograr o mesmoresultado.

    O aproveitamento derivado do grau de prazer que o estudo pode nos proporcionar. Assim, quandodescobrirmos uma motivao que nos impulsione e nos d um real objetivo a alcanar, transformando ajornada no em um pesar, mas em um lazer, teremos a qualidade necessria para que o estudo torne-se umhbito prazeroso. Socorro-me a uma frase atribuda a Gabriel Garcia Mrquez que, em minha modestaopinio, trata-se de um dos maiores escritores de todos os tempos: Aprendi que todo o mundo quer

  • viver em cima da montanha, sem saber que a verdadeira felicidade est na forma de subir a encosta.Observe-se que outras variveis, igualmente importantes, no se revelam decisivas para que se

    alcance a aprovao. Basta aliar a dedicao qualidade que o tempo, por mais exguo que seja emvirtude dos compromissos pessoais que a vida no raro nos exige, torna-se muito bem aproveitado, nosendo fator impeditivo para a aprovao.

    Durante a graduao, desde cedo procurei iniciar minha experincia profissional. No quarto perodo,no ano de 1996, estagiei na rea empresarial, inicialmente no Banco Nacional de DesenvolvimentoEconmico e Social BNDES, onde, por dois anos, militei junto rea Operacional 2, Departamento deAnlise 4, destinado a bens de consumo durveis no setor automotivo, e, posteriormente, junto Companhia Brasileira de Petrleo Ipiranga, junto Procuradoria especializada em matria contratual,durante, aproximadamente, 7 meses.

    A partir do 6 perodo, no ano de 1997, por influncia de alguns colegas de sala de aula, comecei aestudar para concurso pblico, logrando xito e aprovao no cargo de Tcnico Judicirio junto aoTribunal Federal da 2 Regio. No 10 perodo, no ano de 1999, no qual me graduei, comecei por contaprpria os estudos para o Exame da Ordem dos Advogados do Brasil, logrando xito e, ainda por contaprpria, prestei concurso para o cargo de Advogado da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, sendoaprovado na 14 colocao, em que pese terem convocado, inicialmente, apenas os seis primeiroscolocados. Causou-me muita felicidade esta aprovao, pois na ltima etapa fui submetido a exame oral,sendo arguido em Direito Tributrio pelo Professor Ricardo Lobo Torres (obtendo grau 7), em DireitoCivil pelo Professor Gustavo Tepedino (obtendo grau 10) e em Direito Processual Civil pelo ProfessorHumberto Dalla (obtendo grau 10).

    Motivado por esta aprovao, comecei a me preparar para outros concursos junto a cursosespecializados, objetivando a Advocacia Pblica de Estado. Ao prestar os primeiros exames, percebique minha preparao estava muito aqum do que era preciso para lograr xito e, nas palavras do eternotricolor Nelson Rodrigues, calcei as sandlias da humildade. Assim, no ano de 2000, voltei ao mtodode estudo cartesiano, pois, meu tempo estava cada vez mais exguo e precioso, necessitando seraproveitado ao mximo.

    Finalmente, no ano de 2002, ingressei na Procuradoria-Geral Federal, sendo empossado no cargo deProcurador Federal, em maio de 2003, no qual me encontro at aos dias de hoje.

    Outro obstculo que tive de superar foi a disfenia (gagueira) que me acompanha desde a mais tenraidade, originria de dificuldade respiratria advinda de adenoides que nasci portador, sendo traocaracterstico em minha famlia paterna. Uma vez que no conseguia respirar pelas vias nasais, somentepela via oral, minha fala restou comprometida durante a infncia e a adolescncia. Como cresciadmirando a docncia, por influncia de minha tia materna Wilma Vizeu da Silva, sempre sonhei em daraula, pois aprendi com esta irm, das nove de minha me, que o conhecimento somente se torna preciosoquando universalizado e compartilhado por todos. Tendo me submetido a tratamento fonoaudilogo,psicolgico e mdico, tive a honra e o prazer de conviver e ser paciente do Dr. Pedro Bloch****, um dosmaiores especialista em fala do mundo, que, com sua sabedoria e humildade, mostrou-me que limite uma barreira que o ser humano se impe. Basta esforo e dedicao que a superao e o xito se tornama consequncia lgica de nossos atos*****.

    Somado a isso, procurei preparar-me devidamente para o desafio da sala de aula e voltei a estudaraps a aprovao para a qual tanto batalhei. Especializei-me em Direito Pblico (UNESA), Direito doEstado e Regulao de Mercados (CEPED/UERJ) e fiz o Mestrado em Direito, com foco em DireitoEconmico Internacional (Universidade Gama Filho), no qual tive o prazer e a honra de ser aluno edesfrutar da amizade de grandes expoentes do Direito Fluminense, tais como Nagib Slaibi Filho, Marcos

  • Juruena Villela Souto, Ricardo Lobo Torres, Antnio Celso Alves Pereira, Alexandre dos SantosArago, Ricardo Lodi, Joo Mendes, dentre tantos.

    Logrei xito em colocar-me como Professor Substituto na Universidade Federal Fluminense, sendoaprovado em 4 colocado no processo seletivo, ocupando ctedras no ensino superior na UniversidadeSanta rsula, no Centro Universitrio Plnio Leite, na Fundao Getulio Vargas, na Universidade doGrande Rio, nas Faculdades Integradas Hlio Alonso e na Faculdade Nacional de Direito daUniversidade Federal do Rio de Janeiro, bem como em cursos preparatrios e de Ps-Graduao.

    Fica a lio, o abrao, o sincero agradecimento e o desejo de sucesso para os leitores, oriunda deminha experincia pessoal.

    Niteri, maro de 2012

    O Autor

  • _________

    *

    Ren Descartes (15961650) foi um filsofo, fsico e matemtico francs. O mtodo cartesiano consiste no CeticismoMetodolgico, nada tendo a ver com a atitude ctica: duvida-se de cada ideia que no seja clara e distinta. Descartes instituiu advida: s se pode dizer que existe aquilo que puder ser provado, sendo o ato de duvidar indubitvel. Baseado nisso, Descartesbusca provar a existncia do prprio eu (que duvida, portanto, sujeito de algo ego cogito ergo sum eu que penso, logoexisto) e de Deus. Considera-se Descartes muito importante por sua descoberta da geometria analtica. At Descartes, ageometria e a lgebra apareciam como ramos completamente separados da Matemtica. Descartes mostrou como traduzirproblemas de geometria para a lgebra, abordando esses problemas atravs de um sistema de coordenadas.

    **

    Sigmund Freud (18561939) foi um mdico neurologista austraco, fundador da psicanlise. O objetivo da terapia freudiana oupsicanlise , relacionando conceitos da mente cartesiana e da hidrulica, mover (mediante a associao livre e da interpretaodos sonhos) os pensamentos e sentimentos reprimidos (explicados como uma forma de energia) atravs do consciente parapermitir ao sujeito a catarse que provocaria a cura automtica.

    ***Mohandas Karamchand Gandhi, conhecido popularmente por Mahatma Gandhi (Mahatma, do snscrito A Grande Alma, 18691948) foi um dos idealizadores e fundadores do moderno Estado indiano e um influente defensor do Satyagraha (princpio dano agresso, forma no violenta de protesto) como um meio de revoluo.

    **** Pedro Bloch (19142004) foi um mdico foniatra, jornalista, compositor, poeta, dramaturgo e autor de livros infantojuvenis, que seconsagrou como autor de mais de cem livros e um dos maiores especialista em fala do mundo.

    *****

    Passo aos leitores que esto dedicando alguns minutos de sua vida a leitura destas singelas frases a seguinte lio: para umapessoa que nasceu com a fala deficiente, sendo, muitas vezes, pejorativamente chamada de gago ou gaguinho, no existefelicidade maior do que falar e ser ouvido. Atualmente, chama-se tal implicncia de Bullying, termo ingls utilizado paradescrever atos de violncia fsica ou psicolgica, intencionais e repetidos, praticados por indivduo ou grupo para intimidar ouperturbar terceiros.

  • Prefcio

    obra essencial aos operadores e aos acadmicos de Direito.Neste incio de sculo, o Direito Econmico tema corrente e necessrio para o operador do Direito,

    e esta obra se mostra densa e abrangente o suficiente para enfrentar to vastos domnios do conhecimento.A Economia conforma o Direito, mas este no a conforma.Assim como conforma a Poltica, como se observa na produo legislativa dos comandos normativos

    (e at mesmo em nvel da supremacia constitucional), e a tica, ao informar os valores que socorrem oaplicador do Direito na apreenso do significado das normas para a sua aplicao nos casos concretos.

    Ex facto oritur ius (do fato nasce o Direito), proclamavam os antigos.Sobre a latente incapacidade do Direito de amoldar os fatos sociais aos seus comandos, apontava

    Jean Cruet, h cem anos, que j se viu a sociedade transformar o Direito, mas nunca se viu o Direitoreformar a sociedade.

    Nem o mais empedernido conservador ainda ousaria trombetear que o Direito deste Sculo XXI devemanter a mesma expectativa que cercava a atuao do Estado absentesta dos primrdios do capitalismo.

    Foi Vincent de Gournay que forjou, no Sculo XVIII, a expresso laissez-faire, laissez-passer (deixefazer, deixe passar), traduzindo a postura ideolgica de que a interveno do Estado e,consequentemente, do Direito, deveria ser mnima, somente no que fosse absolutamente suficiente pararestringir os excessos da liberdade individual que se mostrassem intolerveis vida social.

    Ento, o Estado e o Direito deveriam ostentar desprezo pelos fatos humanos como traduo deimpassvel neutralidade, olimpicamente distante dos fatos sociais.

    No entanto, h muito o Direito no mais considerado produto do labor divino concedido comoinstrumento de regulao da vida de criaturas inferiores.

    E assim decorreu do triunfo, ainda que hoje inconcluso, dos postulados da democracia.Cada vez mais o aparelhamento estatal se despe de seu papel meramente repressor e garantidor para

    se legitimar perante o cidado como instrumento de transformao da sociedade, como, alis, promete aConstituio de 1988 em seu artigo 3, sobre os objetivos fundamentais ou tarefas da RepblicaFederativa do Brasil.

    Da a definio objetiva que se deu ao Direito Econmico, no item 1.4, como o conjunto normativoque rege as medidas de poltica econmica concebidas pelo Estado, para disciplinar o uso racionaldos fatores de produo com o fito de regular a ordem econmica interna e externa.

    E, a seguir, se trouxe a lapidar lio de Eros Roberto Grau:

    Pensar Direito Econmico pensar o Direito como um nvel do todo social nvel de realidade como mediao especfica enecessria das realidades econmicas. Pensar Direito Econmico optar pela adoo de um modelo de interpretaoessencialmente teleolgica, funcional, que instrumentar toda a interpretao jurdica, no sentido de que conforma ainterpretao de todo o Direito. compreender que a realidade jurdica no se resume ao direito formal. conceb-lo o DireitoEconmico como um novo sentido de anlise, substancial e crtica, que o transforma no em Direito de sntese, mas emsincretismo metodolgico.

    Evidentemente, o Direito Econmico tem por objeto muito mais os temas macroeconmicos, emsentido abrangente do ordenamento jurdico estatal, do que no sentido microeconmico, individual, oqual, no entanto, tambm se conforma pelos mesmos critrios genricos.

    Esta obra percorre com cuidado e clareza os diversos temas que formam o conjunto normativo doDireito Econmico.

    A Poltica imprime os valores ou a objetividade jurdica ou os interesses protegidos pelo Direito

  • Econmico, menos pela ordem econmica dada pela Constituio, mas, principalmente, pela aberturanormativa desta a permitir a atuao de governos eleitos periodicamente no atendimento dasnecessidades que se mostram prementes para o cidado-eleitor.

    Da a caracterstica deste novo ramo jurdico, que Andr de Laubadre denominou de ecletismo, apermitir pragmaticamente uma permeabilidade de valores que, muitas vezes, se mostram confrontantes eque somente alcanaro no caso concreto uma definio tpica.

    Destaque-se, nesta obra, os captulos referentes origem e evoluo do Direito Econmico naordem jurdica externa e interna, principalmente quanto ao Direito Internacional, a tratando deinstituies cuja importncia se v constante na vida quotidiana do cidado, como o Fundo MonetrioInternacional, a Organizao Mundial de Comrcio, o Mercosul e a Alca, todos com estudo sinttico desuas finalidades e dos rgos que os compem.

    Os captulos sobre os meios interventivos do Estado na Economia antecedem a cuidadosa anlise dasagncias reguladoras e executivas, inclusive quanto ao seu poder normativo, a introduzir o fenmeno dadeslegalizao que a muito custo aceito pelos saudosistas, a despeito de sua difuso em diversaseconomias nacionais.

    Valor inerente ao regime de livre mercado, a defesa da concorrncia tema tratado compercucincia, assim como o sistema financeiro nacional, este ainda hoje sem a regulamentao prometidapela Constituio, mas no aguardo do desenvolvimento do respectivo setor econmico para a fixao dosprincpios necessrios na rigidez dos dispositivos legais.

    Finalmente, a obra se fez acompanhar de exerccio e gabarito comentado, com excelente tcnicapedaggica na busca do esclarecimento do leitor.

    Leonardo Vizeu Figueiredo concede ao leitor os benefcios de ensinamentos resultantes da perfeitacomunho da teoria e da prtica, pois esta obra decorre de sua profcua vivncia de Professor, sempreadmirado, na Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (EMERJ) e na Universidade Santarsula, como do labor funcional de membro da Procuradoria-Geral Federal, hoje lotado na AgnciaNacional de Sade Suplementar, justamente um setor econmico em que mais presentes se encontram oselementos do Direito Econmico. Tenha certeza o leitor de que estas Lies de Direito Econmicoformam obra de sucesso editorial pelo contedo que somente pode ser percebido e analisado porprofissionais do Direito como Leonardo Vizeu Figueiredo.

    Nagib Slaibi Filho

  • Nota da Editora: o Acordo Ortogrfico foi aplicado integralmente nesta obra.

  • ndice Sistemtico

    Introduo1. Da poltica2. Do direito3. Direito pblico e direito privado4. Direito objetivo, subjetivo e potestativo5. Direito econmico6. Objeto do direito econmico7. Caractersticas do direito econmico8. Relao do direito econmico com a economia9. Autonomia do direito econmico10. Princpios gerais do direito econmico11. Relao com outros ramos do direito12. Fontes do direito econmico13. Vocabulrio14. Listagem de exerccios Captulo I Direito Econmico Comparado: Origens e Evoluo do Direito Econmico1.1. Evoluo histrica da Ordem Econmica Internacional1.2. O Estado Democrtico de Direito

    1.2.1. Constituio de uma autoridade poltica1.2.2. Conteno da autoridade poltica1.2.3. Representao dos interesses da sociedade1.2.4. Pluralismo social e justia distributiva

    1.3. Sistemas econmicos1.3.1. Capitalismo1.3.2. Socialismo

    1.4. Conceito de Ordem Econmica1.5. Formas de posicionamento econmico do Estado

    1.5.1. Estado Liberal1.5.2. Estado intervencionista econmico1.5.3. Estado intervencionista social1.5.4. Estado intervencionista socialista1.5.5. Estado regulador

    1.6. Evoluo da Ordem Econmica no Direito Constitucional Comparado

  • 1.7. Formas de interveno do Estado na Ordem Econmica1.7.1. Direito ptrio1.7.2. Direito comparado

    1.8. Escolas do direito econmico1.8.1. Escola norte-americana1.8.2. Escola europeia1.8.3. Escola brasileira

    1.9. Listagem de exerccios Captulo II Direito Constitucional Econmico: Do Direito e da Ordem Econmica no SistemaJurdico Ptrio2.1. A evoluo histrica da Ordem Econmica Nacional2.2. Evoluo da Ordem Econmica no Direito Constitucional Ptrio2.3. A Ordem Econmica na Constituio de 1988

    2.3.1. Valorizao do trabalho humano2.3.2. Livre-iniciativa2.3.3. Existncia digna2.3.4. Justia social

    2.4. Princpios explcitos da Ordem Econmica2.4.1. Princpio da soberania nacional2.4.2. Princpio da propriedade privada2.4.3. Princpio da funo social da propriedade2.4.4. Princpio da livre-concorrncia2.4.5. Princpio da defesa do consumidor2.4.6. Princpio da defesa do meio ambiente2.4.7. Princpio da reduo das desigualdades regionais e sociais2.4.8. Princpio da busca do pleno emprego2.4.9. Princpio do tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte

    2.5. Princpios implcitos da Ordem Econmica2.5.1. Subsidiariedade2.5.2. Liberdade econmica2.5.3. Igualdade econmica2.5.4. Desenvolvimento econmico2.5.5. Democracia econmica2.5.6. Boa-f econmica

    2.6. Do livre exerccio da atividade econmica

  • 2.7. Interveno direta do Estado brasileiro na Ordem Econmica2.7.1. Setorizao das atividades socioeconmicas da Nao2.7.2. Classificao das atividades econmicas2.7.3. Proibio de explorao de atividade econmica por parte do Estado

    2.7.3.1. Segurana nacional2.7.3.2. Interesse coletivo

    2.7.4. Entidades estatais empresariais2.7.5. Monoplio

    2.7.5.1. Monoplio natural2.7.5.2. Monoplio convencional2.7.5.3. Monoplio legal2.7.5.4. Monoplio na CRFB2.7.5.5. Da questo do setor postal

    2.7.5.5.1. Da evoluo e estruturao do setor postal2.7.5.5.2. Da natureza jurdica do setor postal2.7.5.5.3. Do posicionamento doutrinrio2.7.5.5.4. Das antinomias da legislao brasileira2.7.5.5.5. Do posicionamento jurisprudencial2.7.5.5.6. Da Arguio de Descumprimento de Preceito Fundamental n. 46-7

    2.7.6. Servios pblicos2.7.6.1. Classificao2.7.6.2. Titularidade2.7.6.3. Princpios2.7.6.4. Remunerao2.7.6.5. Direitos e deveres dos usurios2.7.6.6. Execuo dos servios2.7.6.7. Servios delegados concesso e permisso2.7.6.8. Ponderaes sobre a prestao de servios pblicos2.7.6.9. Dos servios pblicos no direito comparado

    2.8. Interveno indireta do Estado brasileiro na Ordem Econmica2.8.1. Agente normativo: o Estado regulador

    2.8.1.1. Da regulao: origens e conceito2.8.1.2. Estrutura da regulao2.8.1.3. Tipos de regulao

    2.8.1.3.1. Econmica2.8.1.3.2. Servios pblicos

  • 2.8.1.3.3. Social2.8.1.3.4. Ambiental2.8.1.3.5. Cultural

    2.8.1.4. Instrumentos de regulao2.8.1.5. Mecanismos de mercado e de regulao2.8.1.6. Desregulao

    2.8.2. Fiscalizao estatal2.8.3. Incentivo estatal2.8.4. Planejamento estatal2.8.5. Contribuio de interveno no domnio econmico2.8.6. Explorao de recursos naturais

    2.9. Investimentos estrangeiros2.10. Ordenao dos transportes2.11. Promoo e incentivo ao turismo2.12. Da poltica urbana2.13. Da poltica agrcola e fundiria e da reforma agrria2.14. Parcerias pblico-privadas

    2.14.1. Conceito e classificao2.14.2. Princpios e pressupostos2.14.3. Da experincia europeia e das expectativas brasileiras

    2.15. listagem de Exerccios Captulo III Direito Administrativo Econmico: Agncias Estatais3.1. Conceito: Agncia reguladora3.2. Origens

    3.2.1. O modelo norte-americano3.2.2. O modelo europeu

    3.2.2.1. O modelo britnico3.2.2.2. O modelo francs3.2.2.3. O modelo portugus

    3.3. Previso constitucional3.4. Caractersticas

    3.4.1. Capacidade tcnica3.4.2. Permeabilidade3.4.3. Independncia

    3.4.3.1. Independncia orgnica

  • 3.4.3.2. Autonomia administrativa3.4.3.3. Concluses parciais

    3.5. Regime de pessoal3.5.1. Dirigentes3.5.2. Corpo tcnico3.5.3. Procuradorias

    3.6. Controle das agncias reguladoras3.6.1. Controle financeiro3.6.2. Controle finalstico ou poltico-pblico3.6.3. Controle de juridicidade3.6.4. Concluso parcial

    3.7. Poder normativo das agncias reguladoras e seus limites3.7.1. Da deslegalizao, degradao hierrquica ou delegao normativa3.7.2. Dos limites do poder normativo das agncias reguladoras3.7.3. Tcnicas de aplicao do poder normativo das agncias reguladoras

    3.7.3.1. Complementao normativa da lei3.7.3.2. Suplementao normativa da lei

    3.8. Da tributao e da atividade de polcia administrativa das agncias reguladoras3.9. Agncia Nacional do Petrleo, Gs Natural e Biocombustveis ANP3.10. Agncia Nacional de Telecomunicaes ANATEL3.11. Agncia Nacional de Energia Eltrica ANEEL3.12. Agncia Nacional do Cinema ANCINE3.13. Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria ANVISA3.14. Agncia Nacional de Sade Suplementar ANS3.15. Agncia Nacional de Transportes Terrestres ANTT3.16. Agncia Nacional de Transportes Aquavirios ANTAQ3.17. Agncia Nacional de guas ANA3.18. Agncia de Desenvolvimento da Amaznia ADA3.19. Agncia de Desenvolvimento do Nordeste ADENE3.20. Agncia Nacional de Aviao Civil ANAC3.21. Agncia executiva

    3.21.1. Conceito3.21.2. Natureza jurdica e caractersticas

    3.22. Listagem de exerccios Captulo IV Direito Administrativo Econmico: Defesa da Concorrncia

  • 4.1. Introduo4.2. Evoluo histrica

    4.2.1. Direito comparado4.2.2. Direito ptrio

    4.3. Base doutrinria e teleolgica4.4. Previso constitucional4.5. Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrncia SBDC

    4.5.1. Finalidades4.5.1.1. Controle de estruturas de mercado4.5.1.2. Represso a condutas anticompetitivas4.5.1.3. Promoo da cultura da concorrncia

    4.5.2. Estrutura4.5.2.1. Tribunal Administrativo de Defesa Econmica4.5.2.2. Superintendncia-Geral4.5.2.3. Departamento de Estudos Econmicos4.5.2.4. Secretaria de Acompanhamento Econmico SEAE

    4.5.3. Dos aspectos tributrios e financeiros do CADE4.5.4. Do papel da Advocacia-Geral da Unio junto ao SBPC4.5.5. Do papel do Ministrio Pblico Federal junto ao SBPC

    4.6. Do campo de aplicabilidade material e territorial da lei4.7. Infraes Ordem Econmica

    4.7.1. Da delimitao da responsabilizao4.7.2. Da desconsiderao da personalidade jurdica4.7.3. A regra da razo4.7.4. Mercado relevante4.7.5. Infraes Ordem Econmica em sentido lato

    4.7.5.1. Limitar, falsear ou de qualquer forma prejudicar a livre concorrncia ou a livre-iniciativa

    4.7.5.2. Dominar mercado relevante de bens ou servios4.7.5.3. Aumentar arbitrariamente os lucros4.7.5.4. Exercer de forma abusiva posio dominante

    4.7.6. Infraes Ordem Econmica em sentido estrito4.7.6.1. Formao de cartel4.7.6.2. Venda casada4.7.6.3. Sistemas seletivos de distribuio4.7.6.4. Preos predatrios

  • 4.8. Das penalidades4.8.1. Das sanes ordinrias4.8.2. Das sanes extraordinrias4.8.3. Da cominao pecuniria diria4.8.4. Da dosimetria das penalidades

    4.9. Do controle da estrutura de mercados4.10. Julgados do CADE

    4.10.1. Smulas do CADE4.10.2. Dos julgados selecionados do CADE4.10.3. Do noticirio do CADE4.10.4. Jurisprudncia

    4.11. Sujeio passiva4.12. Do processo administrativo no SBDC

    4.12.1. Da prescrio4.12.2. Da ao de reparao4.12.3. Do processo administrativo no controle de atos de concentrao econmica

    4.12.3.1. Do processo administrativo na Superintendncia-Geral4.12.3.2. Do processo administrativo no Tribunal4.12.3.3. Do recurso contra deciso de aprovao do ato pela Superintendncia-Geral4.12.3.4. Da aprovao dos atos de concentrao em virtude do tempo

    4.12.4. Do procedimento preparatrio de inqurito administrativo para apurao de infraes daOrdem Econmica

    4.12.5. Do inqurito administrativo para apurao de infraes da Ordem Econmica4.12.6. Do processo administrativo para imposio de sanes administrativas por infraes da Ordem

    Econmica4.12.7. Da medida preventiva4.12.8. Do compromisso de cessao4.12.9. Do Programa de Lenincia4.12.10. Do acordo em controle de concentraes

    4.13. Do processo de consulta4.14. Da execuo judicial das decises do CADE4.15. Da interveno judicial4.16. Do conflito de atribuies entre as autoridades concorrenciais e reguladoras

    4.16.1. Da rea de atuao das autoridades concorrenciais4.16.2. Da rea de atuao dos entes reguladores4.16.3. Dos modelos de diviso de competncias entre a regulao e a defesa da concorrncia

  • 4.16.4. Da soluo dos conflitos de competncia no mbito do Poder Constitudo Executivo4.16.5. Do caso CADE x BACEN

    4.16.5.1. Do posicionamento da Procuradoria do Banco Central4.16.5.2. Do posicionamento da Procuradoria do CADE4.16.5.3. Do posicionamento da Advocacia-Geral da Unio

    4.16.6. Do posicionamento do Superior Tribunal de Justia4.16.7. Concluso

    4.17. Listagem de exerccios Captulo V Direito Administrativo Econmico: Sistema Financeiro Nacional5.1. Introduo5.2. Evoluo no Direito Constitucional Ptrio5.3. Do sistema financeiro na CRFB5.4. Regulao e objetivos5.5. Entidades financeiras e congneres5.6. Composio do Sistema Financeiro Nacional

    5.6.1. rgos normativos5.6.1.1. Conselho Monetrio Nacional CMN5.6.1.2. Conselho Nacional de Seguros Privados CNSP5.6.1.3. Conselho de Gesto de Previdncia Complementar CGPC5.6.1.4. Conselho de Poltica Monetria Copom

    5.6.2. Entidades supervisoras5.6.2.1. Banco Central BACEN5.6.2.2. Comisso de Valores Mobilirios CVM5.6.2.3. Superintendncia de Seguros Privados SUSEP5.6.2.4. Secretaria de Previdncia Complementar SPC

    5.6.3. Operadores5.6.3.1. Bolsas de valores5.6.3.2. Bolsas de mercadorias e futuros5.6.3.3. Sociedades seguradoras5.6.3.4. Instituto de Resseguros do Brasil IRB5.6.3.5. Sociedades de capitalizao5.6.3.6. Entidades abertas de previdncia complementar5.6.3.7. Entidades fechadas de previdncia complementar5.6.3.8. Instituies financeiras captadoras de depsitos vista

    5.6.3.8.1. Bancos comerciais

  • 5.6.3.8.2. Bancos mltiplos com carteira comercial5.6.3.8.3. Caixa Econmica Federal5.6.3.8.4. Cooperativas de crdito

    5.6.3.9. Instituies financeiras no captadoras de depsitos vista5.6.3.10. Outros intermedirios financeiros

    5.7. Correo monetria5.7.1. Evoluo no Direito brasileiro5.7.2. Do Sistema de Liquidao e de Custdia SELIC5.7.3. Da taxa referencial

    5.8. O mercado bancrio5.8.1. Operadores5.8.2. Produtos e servios5.8.3. Formao da taxa de juros dos emprstimos5.8.4. Insolvncia, interveno e liquidao extrajudicial das instituies financeiras

    5.8.4.1. Interveno5.8.4.2. Liquidao extrajudicial5.8.4.3. Regime de Administrao Especial Temporria

    5.9. Mercado de cmbio5.9.1. Estrutura do mercado5.9.2. Classificao das operaes

    5.9.2.1. Quanto ao objeto5.9.2.2. Quanto forma5.9.2.3. Quanto movimentao

    5.10. O mercado de capitais5.10.1. Da definio de valores mobilirios5.10.2. Dos valores mobilirios no Direito Comparado

    5.11. Os acordos de basileia5.11.1. Os princpios fundamentais de Basileia5.11.2. A reforma dos Acordos de Basileia

    5.12. Da crise financeira de 20085.12.1. A origem da crise financeira de 20085.12.2. Os efeitos da crise financeira de 20085.12.3. Os efeitos da crise financeira de 2008 no Brasil5.12.4. Concluso: o mundo ps-crise

    5.13. Listagem de exerccios

  • Captulo VI Direito Econmico Internacional: Da Ordem Econmica Internacional6.1. Direito Econmico Internacional

    6.1.1. Do reflexo do Direito Econmico na Teoria das Relaes Internacionais6.1.1.1. O realismo6.1.1.2. O liberalismo6.1.1.3. O sistema-mundo6.1.1.4. O marxismo6.1.1.5. A teoria da dependncia

    6.1.2. Da anlise do Direito Econmico a partir da teoria das Relaes Internacionais6.1.3. O comrcio internacional

    6.1.3.1. O modelo ricardiano6.1.3.2. O Modelo de Heckscher-Ohlin6.1.3.3. O Modelo de Fatores especficos6.1.3.4. O modelo de gravitao

    6.2. Caractersticas do Direito Econmico Internacional6.2.1. Aderncia realidade flutuante6.2.2. Reciprocidade6.2.3. Maleabilidade/generalidade6.2.4. Prospectividade6.2.5. Sano

    6.3. Sujeitos da Ordem Econmica Internacional6.3.1. Estados soberanos

    6.3.1.1. O Estado Constitucional Cooperativo6.3.2. Organismos internacionais6.3.3. Empresas transnacionais

    6.4. A configurao da Ordem Econmica Internacional6.4.1. A Carta do Atlntico6.4.2. Os acordos de Bretton Woods

    6.5. A Organizao das Naes Unidas e seu papel na Ordem Econmica Internacional6.5.1. Antecedentes

    6.5.1.1. Os primeiros organismos internacionais6.5.1.2. A Sociedade das Naes

    6.5.2. Estrutura6.5.2.1. Assembleia-geral6.5.2.2. Conselho de Segurana6.5.2.3. Conselho Econmico e Social

  • 6.5.2.4. Conselho de Tutela6.5.2.5. Corte Internacional de Justia6.5.2.6. Secretariado

    6.5.3. Instrumentos de atuao6.5.4. O Projeto Milnio6.5.5. Organismos e programas vinculados ao Sistema das Naes Unidas

    6.6. A Reconfigurao da Ordem Econmica Internacional6.6.1. A Declarao de Estabelecimento de uma Nova Ordem Econmica Mundial6.6.2. O Plano de Ao para uma Nova Ordem Econmica Mundial6.6.3. A Carta de Direitos e Deveres Econmicos dos Estados6.6.4. Da Justia Econmica como princpio da reconfigurao da Ordem Internacional

    6.7. Finalidade e princpios da Ordem Econmica Internacional6.8. Integrao econmica

    6.8.1. Introduo6.8.2. Barreiras tarifrias6.8.3. Barreiras no tarifrias6.8.4. Processo (fases) de integrao econmica

    6.8.4.1. Zona de tarifas preferenciais6.8.4.2. Zona de Livre-Comrcio6.8.4.3. Unio aduaneira6.8.4.4. Mercado Comum6.8.4.5. Unio Econmica ou Monetria

    6.8.5. Processo de integrao poltica6.8.5.1. Confederao6.8.5.2. Federao

    6.9. Acordo Geral sobre Tarifas e Comrcio (General Agreement on Tariffs and Trade GATT)6.9.1. Princpios

    6.9.1.1. Clusula da nao mais favorecida6.9.1.2. Clusula de habilitao6.9.1.3. Condies especiais para os pases em desenvolvimento6.9.1.4. Tratamento nacional6.9.1.5. Proteo transparente6.9.1.6. Base estvel para o comrcio6.9.1.7. Concorrncia leal6.9.1.8. Proibio das restries quantitativas importao6.9.1.9. Adoo de medidas urgentes

  • 6.9.1.10. Reconhecimento de acordos regionais6.9.1.11. Clusula de evoluo

    6.9.2. Rodadas de negociao6.10. Organizao Mundial do Comrcio

    6.10.1. Processo de adeso6.10.2. Estrutura organizacional6.10.3. Funes6.10.4. Sistema de Soluo de Controvrsias

    6.10.4.1. rgo de Soluo de Controvrsias6.10.4.2. Procedimentos

    6.10.4.2.1. Consultas6.10.4.2.2. Grupos especiais6.10.4.2.3. Apelao6.10.4.2.4. Implementao

    6.11. Banco Internacional para Reconstruo e Desenvolvimento6.12. Fundo Monetrio Internacional

    6.12.1. Princpios do FMI6.12.2. Fonte de recursos financeiros do FMI6.12.3. Estrutura organizacional

    6.12.3.1. Assembleia de Governadores6.12.3.2. Conselho de Administrao6.12.3.3. Comit Interino

    6.12.4. Formas de financiamento6.13. Banco Interamericano de Desenvolvimento6.14. Unio Europeia

    6.14.1. Introduo6.14.2. rgos da Unio Europeia

    6.14.2.1. Conselho Europeu6.14.2.2. Conselho da Unio Europeia6.14.2.3. Comisso Europeia6.14.2.4. Banco Central e o Sistema Europeu de Bancos Centrais6.14.2.5. Parlamento Europeu6.14.2.6. Tribunal de Justia6.14.2.7. Provedor de Justia Europeu6.14.2.8. Servio de Polcia Europeu6.14.2.9. Tribunal de Contas

  • 6.14.2.10. Banco Europeu de Investimentos6.14.2.11. Fundo Europeu de Investimentos

    6.14.3. A Crise da Zona do Euro6.14.3.1. A origem da crise6.14.3.2. O plano de ajuda e seus objetivos6.14.3.3. Reflexes sobre a crise do Euro

    6.15. Mercosul6.15.1. Introduo6.15.2. rgos do Mercosul

    6.15.2.1. Conselho do Mercado Comum CMC6.15.2.2. Grupo Mercado Comum GMC6.15.2.3. A Comisso de Comrcio do Mercosul CCM6.15.2.4. A Comisso Parlamentar Conjunta CPC6.15.2.5. O Foro Consultivo Econmico-Social FCES6.15.2.6. A Secretaria Administrativa do Mercosul SAM6.15.2.7. O Parlamento do Mercosul

    6.15.3. Sistema de soluo de controvrsias6.15.3.1. Interveno do Grupo de Mercado Comum6.15.3.2. Tribunal Arbitral Ad Hoc6.15.3.3. Tribunal Permanente de Reviso6.15.3.4. Reclamaes de particulares

    6.15.4. Sistema de defesa da concorrncia no Mercosul6.15.5. Sistema de defesa comercial no Mercosul6.15.6. Da suspenso do Paraguai e da adeso da Venezuela

    6.16. rea de Livre-Comrcio das Amricas ALCA6.16.1. Introduo6.16.2. Fases de negociao

    6.16.2.1. Fase preparatria6.16.2.1.1. Primeira fase de negociaes6.16.2.1.2. Segunda fase de negociaes6.16.2.1.3. Terceira fase de negociaes6.16.2.1.4. Quarta fase de negociaes (fase final)

    6.16.3. Estrutura6.16.4. rgos de negociao

    6.16.4.1. Comit Tripartite6.16.4.2. Secretaria administrativa

  • 6.16.4.3. Foro das negociaes6.17. Tratado de Livre-Comrcio da Amrica do Norte NAFTA6.18. Tratado de Livre-Comrcio da Amrica Central CAFTA6.19. Unio das Naes Sul-Americanas UNASUL

    6.19.1. Objetivos6.19.2. Estrutura

    6.19.2.1. Conselho de Chefas e Chefes de Estado e de Governo6.19.2.2. Conselho de Ministras e Ministros das Relaes Exteriores6.19.2.3. Conselho de Delegadas e Delegados6.19.2.4. Secretaria-Geral6.19.2.5. Banco do Sul6.19.2.6. Conselho Energtico Sul-Americano6.19.2.7. Conselho de Sade Sul-Americano6.19.2.8. Conselho de Economia e Finanas6.19.2.9. Conselho de Defesa Sul-Americano6.19.2.10. Parlamento Sul-Americano

    6.19.3. Aspectos normativos6.19.4. Relaes polticas, internacionais e com terceiros6.19.5. Processo de adeso6.19.6. Aspectos financeiros6.19.7. Soluo de controvrsias

    6.20. Listagem de exerccios Captulo VII Direito Econmico Internacional: Sistema Brasileiro de Comrcio Exterior e DefesaComercial7.1. Sistema Brasileiro de Comrcio Exterior e de Defesa Comercial

    7.1.1. Comrcio exterior7.1.1.1. Departamento de Operaes de Comrcio Exterior DECEX

    7.1.2. Departamento de Negociaes Internacionais DEINT7.1.3. Departamento de Planejamento e Desenvolvimento do Comrcio Exterior DEPLA7.1.4. Mecanismos de financiamento e de garantia s exportaes brasileiras

    7.1.4.1. Ferramentas de mercado7.1.4.2. Ferramentas pblicas

    7.1.5. Drawback7.2. Cmara de Comrcio Exterior CAMEX7.3. Defesa comercial

  • 7.3.1. Histrico da defesa comercial no Brasil7.3.2. Departamento de Defesa Comercial DECOM

    7.3.2.1. Investigao7.3.2.2. Apoio ao exportador7.3.2.3. Negociaes internacionais

    7.4. Infraes ao comrcio exterior7.4.1. Dumping7.4.2. Subsdios

    7.4.2.1. Subsdios acionveis7.4.2.2. Subsdios no acionveis

    7.4.3. Triangulao7.5. Instrumentos de defesa comercial

    7.5.1. Medidas ou direitos antidumping7.5.2. Medidas compensatrias7.5.3. Medidas de salvaguarda7.5.4. Medidas anticircumvention

    7.6. Jurisprudncia selecionada7.7. Listagem de exerccios Captulo VIII Direito Econmico Internacional: Direito de Desenvolvimento Cientfico eTecnolgico8.1. Introduo8.2. O Direito do desenvolvimento

    8.2.1. O Direito Internacional, o Direito Econmico e o desenvolvimento8.2.2. Do Direito do Desenvolvimento e do Direito ao desenvolvimento8.2.3. Do desenvolvimento como instrumento de Justia Econmica

    8.3. Da Cincia e da Tecnologia8.4. Da inovao tecnolgica8.5. Do impacto da evoluo tecnolgica na histria da humanidade

    8.5.1. Da primeira Revoluo Industrial8.5.2. Da segunda Revoluo Industrial8.5.3. Da terceira Revoluo Industrial

    8.6. Do impacto da inovao tecnolgica nas relaes econmicas8.7. Do impacto da inovao tecnolgica nas relaes sociais8.8. Concluses parciais8.9. A regulao estatal no Setor de Cincia e Tecnologia

  • 8.10. Da Constituio da Repblica Federativa do Brasil8.11. Da legislao infraconstitucional

    8.11.1. Do tratamento normativo da Cincia e da Tecnologia8.11.1.1. Dos elementos subjetivos da lei8.11.1.2. Dos aspectos objetivos da lei

    8.12. Dos aspectos contratuais da Lei de Cincia e Tecnologia8.12.1. Dos contratos de estmulo acadmico8.12.2. Dos contratos de estmulo empresarial8.12.3. Do contrato de estmulo inventor independente

    8.13. Dos recursos para a pesquisa e o fomento para a Cincia e a Tecnologia8.14. Dos entes reguladores do Setor de Cincia e Tecnologia

    8.14.1. Do Ministrio de Cincia e Tecnologia8.14.2. Do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico CNPq8.14.3. Da Financiadora de Estudos e Projetos FINEP8.14.4. Da Fundao Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior CAPES

    8.15. Concluses parciais8.16. Da transferncia e da inovao tecnolgica8.17. Do Instituto Nacional da Propriedade Industrial INPI

    8.17.1. Patentes8.17.2. Marcas8.17.3. Software8.17.4. Desenho industrial

    8.18. Indicao geogrfica8.19. Do Contrato de Transferncia

    8.19.1. Tipos de contrato8.19.1.1. Licena de direitos8.19.1.2. Aquisio de conhecimentos tecnolgicos8.19.1.3. Franquia

    8.20. Concluses parciais8.21. As incubadoras de empresas

    8.21.1. Origens8.21.2. Tipos8.21.3. Funcionamento8.21.4. Concluses parciais

    8.22. Concluses finais8.23. Listagem de exerccios

  • Captulo IX Direito Penal Econmico9.1. Evoluo9.2. Objeto do Direito Penal Econmico9.3. Base normativa9.4. Princpios do Direito Penal Econmico9.5. Crimes contra a economia popular9.6. Crimes contra a ordem tributria9.7. Crimes contra a ordem financeira9.8. Crimes contra o mercado de valores mobilirios

    9.8.1. Do uso indevido de informao privilegiada: a figura do insider9.8.2. Da figura do insider no Direito Comparado

    9.8.2.1. Do Direito norte-americano9.8.2.2. Do Direito francs9.8.2.3. Do Direito ingls

    9.9. Crimes contra a ordem previdenciria Captulo X Filosofia do Direito: Justia Econmica10.1. O pensamento de Plato e de Aristteles10.2. O pensamento de Agostinho e Toms de Aquino10.3. O pensamento econmico clssico10.4. A influncia das doutrinas sociais no pensamento econmico

    10.4.1. A doutrina social cannica10.4.2. O socialismo materialista

    10.5. Pensamento econmico e jurdico contemporneo10.6. Do pensamento de John Rawls e sua influncia na Justia Econmica

    10.6.1. A Justia na viso de John Rawls10.6.2. A posio original e o contratualismo social

    10.6.2.1. O exerccio das liberdades fundamentais10.6.2.2. O princpio da diferena e igualdade10.6.2.3. A relao da Justia com o Direito10.6.2.4. A desobedincia civil e as leis injustas10.6.2.5. A noo de objeo de conscincia10.6.2.6. O princpio da participao e a regra da maioria

    10.6.3. A economia como instrumento de Justia10.6.4. O papel das instituies sociais como instrumentos de Justia

  • 10.6.5. O pacto entre geraes e o princpio social da poupana10.7. As crticas e a resposta de Rawls

    10.7.1. As crticas comunitaristas10.7.2. As crticas libertarianas10.7.3. As crticas procedimentalistas10.7.4. A resposta de Rawls

    10.8. A viso de Sen sobre as teorias de Rawls e a Justia10.9. A Justia Econmica Bibliografia Gabaritos

  • Introduo

    1. DA POLTICA

    A vida em coletividade indispensvel sobrevivncia do homem, enquanto ser socivel que , umavez que, individualmente, no teria como suprir todas as suas necessidades, bem como obter todos osbens imprescindveis para garantir sua sobrevivncia.

    A convivncia em um meio comum pressupe a busca de interesses gerais, que atendam snecessidades coletivas, bem como a persecuo das expectativas individuais. Assim, toda a aglomeraode indivduos, em que pese objetivar o atendimento dos anseios comuns (bem-estar social), gera zonas deatritos entre os diversos interesses individuais presentes, que muitas vezes se revelam antagnicos ecolidentes.

    O estudo da reunio de pessoas em torno de uma mesma base territorial para atendimento de suasnecessidades originou-se com a filosofia grega, a partir do conceito de polis. Esta representa o ambienteno qual os indivduos convivem e buscam a realizao de seus interesses, seja em carter coletivo, sejapara fins meramente pessoais.

    A fim de garantir a persecuo de tais interesses, os pensadores helenos conceberam a poltica comoa arte da defesa e do atendimento tanto das necessidades coletivas quanto dos anseios individuais. Isto ,a arte de se administrar o consenso e harmonizar o dissenso social. Para tanto, mister se fez garantir atodos voz participativa, bem como representatividade individual perante a coletividade.

    Nessa linha, confira-se a seguinte lio:

    (...) os gregos so para ns, globalmente, os inventores da polis, assimilada democracia, e da filosofia, assimilada aosgrandes nomes de Scrates, Plato e Aristteles. Ora, a fase da histria grega durante a qual a polis criada, insti tuda edepois transformada localmente e muito brevemente em polis democrti ca, vai do sculo VIII ao sculo V a.C.1

    Destarte, a poltica a arte pela qual se busca atingir aos anseios do povo tanto em carter macrocomo em micro. Por sua vez, cincia poltica se trata do estudo dos mecanismos de obteno,legitimao, manuteno e alternncia do exerccio dos poderes constitudos em uma sociedade. Valedestacar, por oportuno, a clebre lio de um de nossos mais eminentes polticos poca do Imprio,reinado de Pedro II, Dr. Adolpho Bezerra de Menezes, em discurso proferido no plenrio do ParlamentoNacional, extrado da ata de sesso realizada em 04 de junho de 1867, p. 37:

    (...) A poltica, como eu a compreendo, no uma especulao dos homens, uma religio, a religio da ptria, to sagrada eobrigatria como o culto das verdades eternas que consti tui a religio de Deus.2

    Na constante busca das necessidades gerais e individuais, mister se faz estabelecer um conjunto denormas, permeadas de valores ticos, morais, cientficos, dentre outros, a fim de garantir o respeito spessoas e suas opinies, evitando que a coliso de interesses antagnicos gerem conflitos violentos eirracionais.

    Para tanto, os valores constantes na norma, que representam o cdigo de conduta daquilo que asociedade considera como padro de comportamento ntegro, correto e direito, a ser por todosobservado, devem gozar de proteo especial, cuja inobservncia acarreta aplicao de sano por partedo coletivo.

    A este conjunto de normas dotadas de observncia obrigatria, coercitivamente impostas, querepresentam o comportamento padro coletivo a ser seguido pelo indivduo para se garantir a pacificao

  • na persecuo de seus interesses, denomina-se direito.Observe-se que, da aglomerao de pessoas em torno da polis nasceu a poltica, como forma de se

    garantir a sobrevivncia coletiva dos indivduos. Por sua vez, da arte poltica, isto , da arte da procurado atendimento dos anseios e expectativas do coletivo e do indivduo, nasceu o direito.

    O debate poltico traduz-se, ento, no processo democrtico de discusso social, com o fito deviabilizar a vida em sociedade, tornando-a harmnica e pacfica.

    Isto porque, do debate travado no parlamento, a sociedade, por meio de seus representantesdemocraticamente eleitos, reflete sobre os fatos sociais, isto , sobre os acontecimentos coletivos quegeram repercusso entre a populao, retirando-a de seu estado de passividade.

    Podemos exemplificar tais fatos sociais como situaes oriundas de avanos cientficos, de mudanasde paradigmas de comportamento coletivo, de violncia moral e fsica, dentre tantas outras, as quaispedem resposta do Estado, com o fito de promover uma regulamentao eficiente e apta a dar respostasaos anseios e reclamos sociais.

    Para tanto, a sociedade elege seus representantes e outorga-lhes mandato pblico pelo processodemocrtico-eleitoral para que estes, aps a devida diplomao, promovam a defesa dos interesses deseus eleitores, transformando os valores, os preceitos fundamentais, em normas de conduta, dotadas decoercibilidade, no sentido de torn-las de observncia obrigatria, sob pena de sano aos infratores.Tais normas jurdicas so representadas em texto escrito por meio de leis, que compe o corpo de nossoordenamento jurdico, de nosso direito.

    2. DO DIREITO

    O Direito, enquanto cincia social, gerado, destarte, em funo da necessidade que o homem tem deviver em sociedade, dando ao Poder Pblico autoridade legtima para manter, inclusive com o uso dafora e violncia necessria, a estrutura da organizao juridicamente constituda, uma vez que no sepode conceber a vida em coletividade sem a existncia de um certo nmero de normas reguladoras entreos indivduos e de um ente maior e soberano que detm o encargo de zelar pelo cumprimento e respeitodestas.

    Tais normas variam de acordo com os costumes e a cultura de cada grupamento, podendo ser dotadasde maior ou menor grau de coercibilidade, observando-se que seu descumprimento, via de regra, implicaem uma reao da sociedade, no sentido de reprovar a atitude do violador.

    No princpio, os prprios indivduos se encarregavam de fazer sua prpria justia, promovendo aautotutela de seus direitos, quando violados. Com a evoluo da sociedade, o Estado assumiu omonoplio da justia, no sentido de disciplinar e legislar as normas necessrias de observnciaobrigatria por todos, para que a vida em coletividade pudesse se desenvolver de forma harmnica epacfica. Outrossim, como consequncia do monoplio jurisdicional, avocou para si a tarefa de realizar ajustia, quando uma de suas normas fosse descumprida, impondo uma sano ao infrator.

    Observe-se que a autoridade estatal, representada no monoplio da atividade jurisdicional, funda-seno fato de que o Estado o nico ente autorizado a fazer o uso de violncia em face de outrem. Via deregra, somente em situaes excepcionais o Poder Pblico autoriza o indivduo a usar de fora eviolncia na defesa de seus direitos. Exemplifica-se, no direito penal, na legtima defesa, no estado denecessidade e na inexigibilidade de conduta diversa, bem como no direito civil, nos casos em que seautoriza o desforo necessrio para defesa da posse ameaada de esbulho ou turbao. Fora estasexcees legais, somente o Estado est autorizado a usar de fora e violncia para obrigar algum a fazeralgo contra a sua vontade, isto , somente o Poder Pblico, por meio de seus poderes constitudos,

  • Executivo e Judicirio, pode interferir no patrimnio jurdico de um cidado, quando este viola oordenamento jurdico, prejudicando a terceiros e a sociedade como um todo, obrigando-o a conduzir-sepor meio de comportamento que lhe coercitivamente imposto.3

    Portanto, podemos observar e concluir que no so todas as relaes sociais que so objeto de estudopelo Direito, mas to somente as relaes jurdicas lato sensu, isto , as relaes que decorrem de umvnculo jurdico, oriundo de uma das fontes obrigacionais do prprio Direito, a saber, lei, contratos, usose costumes, promessas unilaterais de vontade, dentre outras. Em sentido amplo, relao jurdica toda asituao ou relao da vida real (social) juridicamente relevante (produtiva de consequncias jurdicas),isto , disciplinada pelo Direito e, em sentido estrito, apenas a relao da vida social disciplinada peloDireito, mediante atribuio uma pessoa (em sentido jurdico) de um direito subjetivo e acorrespondente imposio a outra pessoa de um dever ou de uma sujeio. No nosso sistema jurdico,consubstanciado no imprio da lei, mais habitual a utilizao da expresso relao jurdica paradesignar, to somente, o segundo caso. Logo, no abrange, a princpio, os usos e costumes.

    O Direito, partindo-se de um conceito objetivo, derivado de nossa herana romano-germnica, oconjunto de normas coercitivamente impostas pelo Estado, com o fim de promover a pacificao e aharmonizao da sociedade.

    Segundo Ihering, jurisfilsofo alemo, adotando-se um conceito de carter subjetivo, o Direito podeser visto como um complexo de condies existenciais da sociedade, asseguradas de forma imperativapelo Poder Pblico, a fim de que os indivduos possam exerc-los quando se fizer necessrio.

    Em suma, podemos definir o Direito como o conjunto de normas das aes humanas na vida social,estabelecida por uma organizao soberana e imposta coativamente observncia de todos.

    3. DIREITO PBLICO E DIREITO PRIVADO

    Aps a conceituao do Direito, enquanto cincia social, deve-se partir para a tradicionalclassificao do direito em pblico e privado, para fins meramente didticos, observando-se que oDireito, em si e por si, uno.

    A separao do direito em pblico e privado oriundo do modelo de reconfigurao estatal queresultou no aparecimento do Estado Democrtico de Direito, pautado nas ideias de Thomas Hobbes,somadas ao pensamento de John Locke, dois grandes pensadores que apontaram para a necessidade deconteno da autoridade pblica em face do cidado, consagrando o regime de proteo do domnioprivado e das liberdades individuais.

    O Direito Privado aquele que regula as relaes jurdicas entre membros da sociedade civil, sejampessoas naturais ou jurdicas, tendo em vista o interesse particular dos indivduos ou a ordem privada.Tem por objeto de estudo a manifestao de vontade humana individual e as consequncias jurdicasoriundas destas, no que tange declarao, constituio ou execuo de relaes interindividuais.Classificam-se neste ramo o Direito Civil e o Direito Comercial, bem como suas respectivasramificaes. Atualmente, vivemos no Brasil uma tentativa de se codificar o Direito Privado em umnico tomo, conforme observamos com a edio do Cdigo Civil de 2002, retomando a linha depensamento seguida por Teixeira de Freitas, no fim do sculo XIX.

    O Direito Pblico o que disciplina as relaes jurdicas de cunho transindividual, focando-se nosinteresses pblico, difuso e coletivo, isto , os interesses sociais e estatais, cuidando dos interessesindividuais de forma reflexa, to somente. Portanto, a este tronco do direito compete: a organizao doEstado (Direito Constitucional); a disciplina de sua atividade na consecuo de seus fins polticos efinanceiros, cuidando da hierarquia entre seus rgos e agentes (Direito Financeiro, Tributrio e

  • Administrativo); da distribuio da justia (Direito Processual ou Judicirio Civil e Penal); darepresso aos delitos (Direito Penal), do processo de eleio dos representantes polticos (DireitoEleitoral); da normatizao das condies de trabalho humano (Direito do Trabalho); da normatizaodas relaes dos detentores dos fatores de produo com o Estado (Direito Econmico), dentre outros.

    Atualmente, dadas as novas necessidades da sociedade moderna, os regimes jurdicos tendem a seaproximar de forma ecltica, mesclando elementos caractersticos tanto do direito pblico, quanto doprivado. Tal tendncia foi observada no fim do sculo XIX e durante, praticamente, todo o sculo XX,mormente com o movimento de socializao do direito privado, no qual diversos institutos, antesconsagrados esfera de domnio privado, passaram a ter seu uso racionalizado s funes e necessidadesda sociedade. Vale citar, a ttulo exemplificativo, a funo social da propriedade, positivada naConstituio do Mxico de 1917; os princpios de justia social e existncia digna constantes naConstituio da Alemanha de 1919.

    Tal constatao resta patente no ordenamento jurdico brasileiro. Do cotejo da literalidade de nossaConstituio de outubro de 1988, depreende-se que diversos princpios caractersticos e regedores dainiciativa privada passaram a nortear a Administrao Pblica, tais como eficincia (art. 37, caput,CRFB) e economicidade (art. 70, caput, CRFB). Por sua vez, vrios institutos jurdicos de consagraode liberdades individuais passaram a ter tratamento constitucional, de modo a garantir a integrao entreo interesse pblico e o social, dentre os quais merece destaque a funo social da propriedade (art. 5o,XXII e XXIII, combinado com o art. 170, II e III, ambos da CRFB), bem como a liberdade de iniciativaaliada garantia da sociabilidade da atividade econmica (arts. 1o, III, in fine, 170, caput, 219, todos daCRFB). Some-se a isso a tendncia de horizontalizao de eficcia dos direitos fundamentais nasrelaes privadas interpessoais. Atualmente, vem-se construindo a tese de horizontalizao da eficciados direitos fundamentais, de modo a estender seus efeitos s relaes privadas, harmonizando aautonomia de vontade das partes com as caractersticas de indisponibilidade e inalienabilidade que osmesmos possuem, de maneira a garantir prevalncia do ncleo basilar do ordenamento jurdicoconstitucional nas relaes intersociais dos particulares.4

    Assim, fica claro que o direito ptrio vivencia seu instante de publicizao do Direito Privado e deprivatizao de seu Direito Pblico, de modo que, dentro em breve, teremos um nico ordenamento parareger as relaes jurdicas, sejam elas do Poder Pblico ou do cidado comum. Isto porque aresponsabilidade pela realizao dos objetivos fundamentais da Repblica do Brasil (art. 3, CRFB) no tarefa exclusiva do Poder Pblico, mas responsabilidade de toda a sociedade que compe a Naobrasileira.

    4. DIREITO OBJETIVO, SUBJETIVO E POTESTATIVO

    O direito objetivo, na clssica lio romana (normas agendi), corresponde ao conjunto de leis, isto, de normas escritas que ditam as regras pelas quais os indivduos devem se orientar para a vida emsociedade. Observe-se que o direito objetivo se traduz na representao grfica da norma jurdica. Trata-se, to somente, da traduo em texto escrito da norma, oriunda do processo poltico de escolha dosvalores basilares que fundamentam a vida em sociedade.

    J o direito subjetivo a faculdade que o indivduo tem de invocar a seu favor o amparo legal paradefender seu patrimnio jurdico, quando violado ou ameaado por outrem. Trata-se de individualizaoda norma jurdica, incorporando-a no patrimnio de determinada pessoa, que poder exerc-lo, ou no,de acordo, nica e exclusivamente, com sua vontade e seu livre-arbtrio. Na lio romana, o facultasagendi. Observe-se que o titular do Direito Subjetivo o exerce, via de regra, sobre o patrimnio jurdico

  • de outrem, isto , o exerccio deste direito implica em dever e obrigao para terceiro.Por sua vez, o direito potestativo o direito potencialmente existente, cujo nascimento depende

    exclusivamente da vontade do respectivo titular. Assim, no se encontra relacionado a uma obrigao,mas, to somente, a uma situao de sujeio que depende da manifestao unilateral de vontade dorespectivo titular. Ante tais razes, o direito potestativo no se encontra, em um primeiro momento,atrelado ao cumprimento de uma prestao por parte de outrem, mas, to somente, submisso deste vontade daquele. Seus efeitos patrimoniais somente iro acontecer aps a exteriorizao de vontade dosujeito, podendo, ou no, ter reflexos sobre terceiros.

    5. DIREITO ECONMICO

    O estudo da Economia foi estabelecido como cincia pelos fisiocratas, que acreditavam,originariamente, que todo fator de produo se originava na terra e seu cultivo. Posteriormente, osfisiocratas passaram a interessar-se por outros fatores de produo, mormente com o avano domercantilismo, movimento que se caracterizou pelo incremento das relaes comerciais ocorrido naEuropa.

    Podemos definir, conforme veremos adiante, o mercantilismo como o marco inicial para que o EstadoLiberal fosse implementado. Este se caracterizava pela primazia da liberdade individual nas relaesjurdicas (liberdade contratual pacta sunt servanda), bem como na no interveno do Estado naeconomia, tendo seu auge no sculo XIX.

    Todavia, a disputa por mercados econmicos bem como o exerccio abusivo das liberdades edireitos individuais levaram derrocada do modelo liberal econmico, tendo como marcos histricos a1a e a 2a Guerras Mundiais, fatos que motivaram o Estado a repensar seu papel diante da OrdemEconmica interna e internacional, atuando, inclusive, no sentido de limitar e cercear os direitos eliberdades individuais.

    Assim, podemos conceituar o Direito Econmico como o ramo do Direito Pblico que disciplina aconduo da vida econmica da Nao, tendo como finalidade o estudo, o disciplinamento e aharmonizao das relaes jurdicas entre os entes pblicos e os agentes privados, detentores dosfatores de produo, nos limites estabelecidos para a interveno do Estado na ordem econmica.

    Outrossim, podemos conceituar, subjetivamente, o Direito Econmico como o ramo jurdico quedisciplina a concentrao ou coletivizao dos bens de produo e a organizao da economia,intermediando e compondo o ajuste de interesses entre os detentores do poder econmico privado e osentes pblicos.

    Podemos definir, ainda, objetivamente, o Direito Econmico como sendo o conjunto normativo querege as medidas de poltica econmica concebidas pelo Estado, para disciplinar o uso racional dosfatores de produo,5 com o fito de regular a ordem econmica interna e externa.

    Segundo Eros Roberto Grau:6

    Pensar o Direito Econmico pensar o Direito como um nvel do todo social nvel da realidade, pois como mediaoespecfica e necessria das realidades econmicas. Pensar Direito Econmico optar pela adoo de um modelo deinterpretao essencialmente teleolgica, funcional, que instrumentar toda a interpretao jurdica, no senti do de que conformaa interpretao de todo o direito. compreender que a realidade jurdica no se resume ao direito formal. conceb-lo oDireito Econmico como um novo senti do de anlise, substancial e crti ca, que o transforma no em Direito de sntese, masem sincreti smo metodolgico.

    Para Fbio Konder Comparato, o conjunto das tcnicas jurdicas de que lana mo o Estadocontemporneo na realizao de sua poltica econmica.7

  • Na lio de Washington Peluso Albino de Souza:8

    Trata-se do (...) ramo do Direito, composto por um conjunto de normas de contedo econmico e que tem por objetoregulamentar medidas de poltica econmica referentes s relaes e interesses individuais e coleti vos, harmonizando-as pelo princpio da economicidade com a ideologia adotada na ordem jurdica.

    No campo do Direito comparado, a doutrina francesa, a qual citamos pelo magistrio de Andr deLaubadre,9 nos ensina que o Direito Econmico (...) o direito aplicvel s intervenes das pessoaspblicas na economia e aos rgos dessas intervenes.

    Por sua vez, o ilustre doutrinador lusitano, Lus S. Cabral de Moncada,10 leciona que:

    O direito econmico assim perspecti vado, afirma-se fundamentalmente como o direito pblico que tem por objeti vo o estudodas relaes entre os entes pblicos e os sujeitos privados, na perspecti va da interveno do estado na vida econmica.

    Por fim, cumpre mencionar que o Direito Econmico transcende mera anlise econmica doDireito, sendo esta, to somente, um estudo sobre a influncia da Economia nos negcios jurdicos doEstado e das relaes privadas.

    No que se refere diferenciao acima apontada, leciona Vtor Fernandes Gonalves que:

    Ao contrrio do Direito Econmico, que se ocupa do estudo, de um ponto de vista jurdico, de temas de Economia, notadamentede Macroeconomia, como o controle da inflao, da livre-concorrncia, do equilbrio dos mercados e dos diversos sectoresproduti vos da sociedade, assim como com ciclos de crescimento e polticas de desenvolvimento econmico, a AnliseEconmica do Direito AED faz exatamente o oposto: cuida de analisar, de um ponto de vista econmico, a eficincia dasregras jurdicas que regulam assuntos no visados diretamente pela Economia e pela Macroeconomia, e que se encontramdispostos nos diversos ramos do Direito. (...) AED revela-se mais um modelo de raciocnio, aplicvel a todos os ramos doDireito, indisti ntamente. A propsito, alis, a AED como que consti tui uma certa especializao de uma matria multi disciplinardenominada Direito e Economia (Law and Economics). Com um nti do carter filosfico, o estudo de Law and Economics tempor finalidade avaliar e comparar como os arranjos sociais, polti cos e econmicos de uma comunidade refletem ou no asrespecti vas ideologias adotadas, e em que extenso tais arranjos influem na elaborao das regras legais existentes nestamesma comunidade. Muito mais restrita em seu objeto, a AED analisa, em termos econmicos, a eficincia das regras legais, aprincpio sob o prisma do capitalismo e da livre circulao de riquezas, bem como tendo em conta conceitos econmicos deampla aceitao, em relao aos quais no faz qualquer questi onamento de ordem filosfica.11

    Por fim, destacamos que, para Letcio Jansen:

    Enquanto o Direito Econmico trataria, pois, da interveno do Estado no domnio econmico (ou, mais do que isso, da prpriadireo da Economia pelo Direito), a Anlise Econmica do Direito estaria preocupada, inversamente, com a interveno daeconomia no Estado.12

    A maior parte dos juristas e economistas, ao utilizar a expresso Anlise Econmica do Direito, serefere, comumente, aplicao de mtodos microeconomia questes jurdicas. Assim, em seconsiderando que o Direito , de uma perspectiva objetiva, a cincia que regula o comportamentohumano, tendo-se em mente que a Economia a cincia que estuda a tomada de decises em um mundo derecursos escassos e suas consequncias, a Anlise Econmica do Direito traduz-se, portanto, no empregodos instrumentais tericos e empricos econmicos e cincias afins para expandir a compreenso e oalcance do direito, aperfeioando o desenvolvimento, a aplicao e a avaliao de normas jurdicas,principalmente com relao s suas consequncias.

    Teleologicamente, fundamenta-se na perspectiva de que, para uma compreenso plena do fenmenojurdico e para que seus supostos critrios de justia sejam operacionalizveis, so necessrias noapenas justificativas tericas para a aferio de adequao abstrata entre meios e fins, mas teorias

  • superiores mera intuio que auxiliem em juzos de diagnstico e prognose, permitindo, em algum grau,a avaliao mais acurada das consequncias provveis de uma deciso jurdica ou de alguma polticapblica dentro do contexto legal, poltico, social, econmico e institucional em que ser implementada.

    Assim, a Anlise Econmica do Direito nada mais que a aplicao do instrumental analtico eemprico da Economia, em especial da microeconomia e da economia do bem-estar social, para se tentarcompreender, explicar e prever as implicaes fticas, bem como a lgica (racionalidade) do prprioordenamento jurdico.

    Seu campo de aplicao se estende a todas as reas do direito, de Direito dos Contratos a DireitoConstitucional, de Regulao a Processo Civil e Corporativo, e justamente essa amplitude de eficciaque distingue uma abordagem da Anlise Econmica do Direito da simples aplicao de conhecimentoseconmicos em reas do Direito tradicionalmente associadas economia, como Direito Comercial,Regulador, Concorrencial ou Defesa Comercial, onde sua aplicabilidade mais bvia.

    Com o desenvolvimento da Anlise Econmica do Direito, foram incorporadas novas teoriaseconmicas como a Teoria dos Jogos, Teoria do Equilbrio, a Economia Comportamental, bem comomtodos estatsticos e economtricos.

    Ante todo o exposto, resta claro que o Direito Econmico normatiza regras e princpios paradisciplinar a produo e a circulao de produtos e servios, objetivando viabilizar juridicamente odesenvolvimento da Nao, mormente no que se refere regulao do mercado interno, da disputaestabelecida entre empresas concorrentes, bem como nos mosaicos estabelecidos para explorarem omercado.

    6. OBJETO DO DIREITO ECONMICO

    Partindo-se da conceituao do Direito Econmico acima delineada, podemos identificar que omesmo o sistema de normas ou a disciplina jurdica que objetiva:13

    a) a organizao da economia, definindo juridicamente o sistema e o regime econmicos a seremadotados pelo Estado;

    b) a conduo, ou controle superior, da economia pelo Estado, uma vez que estabelece o regime dasrelaes ou equilbrio de poderes entre o Estado e os detentores dos fatores de produo;

    c) o disciplinamento dos centros de deciso econmica no estatais, enquadrandomacroeconomicamente a atividade e as relaes inerentes vida econmica.

    Destarte, podemos identificar que o Direito Econmico objetiva o estudo do disciplinamento jurdicoda organizao e do planejamento da ordem econmica, a ser efetuada por parte do Poder Pblico,norteando os agentes econmicos do mercado.

    No que tange nossa atual Constituio, perfazendo-se uma exegese sistemtica dos dispositivos quedisciplinam tanto a Constituio Econmica, seja em sentido material, seja em sentido formal,14depreende-se que a interferncia do Poder Pblico na vida econmica da Nao somente se justificaquando visa colimar fins maiores de interesse coletivo, mormente o atendimento das necessidades dapopulao.

    Nessa linha, vale transcrever, por ilustrativo, os seguintes artigos da Carta Poltica de outubro de1988:

    Art. 170. A ordem econmica, fundada na valorizao do trabalho humano e na livre-iniciati va, tem por fim assegurar a todosexistncia digna, conforme os ditames da justi a social, observados os seguintes princpios:(...)Art. 192. O sistema financeiro nacional, estruturado de forma a promover o desenvolvimento equilibrado do Pas e a servir aos

  • interesses da coleti vidade, em todas as partes que o compem, abrangendo as cooperati vas de crdito, ser regulado por leiscomplementares que disporo, inclusive, sobre a parti cipao do capital estrangeiro nas insti tuies que o integram.(...)Art. 219. O mercado interno integra o patrimnio nacional e ser incenti vado de modo a viabilizar o desenvolvimento cultural esocioeconmico, o bem-estar da populao e a autonomia tecnolgica do Pas, nos termos de lei federal.

    Por bvio, uma vez que a Repblica do Brasil adota a livre-iniciativa como princpio fundamental evalor da ordem econmica, a interferncia do Poder Pblico na economia da Nao somente se justificaquando objetivar a persecuo de interesses sociais maiores, tais como os objetivos fundamentais,positivados nos incisos do artigo 3o da CRFB.

    Nessa linha, podemos definir que o direito econmico, em uma perspectiva mais concreta, objetivanormatizar os monoplios e oligoplios, fuses e incorporaes, tentando impedir a concorrnciadesleal, a manipulao de preos e mercado pelas corporaes, atravs da maior transparncia eregulao do assunto.

    7. CARACTERSTICAS DO DIREITO ECONMICO

    O Direito Econmico caracteriza-se, precipuamente, pela influncia do Estado nas relaessocioeconmicas, atuando com prevalncia sobre a autonomia de vontade das partes, para regular aatividade econmica.

    Assim, podemos destacar as seguintes caractersticas gerais do Direito Econmico:15

    I Recenticidade um ramo do direito novo, recente, que teve sua gnese com o intervencionismo econmico (teoria

    moderna econmica macroeconomia), com o fito de disciplin-lo e regr-lo. Portanto, sendo um ramocientfico do Direito ainda em formao, fica sujeito s constantes influncias e mudanas que ocorremno dinmico mercado econmico.

    Some-se a isso que a tenra idade deste novel ramo faz com que suas normas tenham um carterinovador, em se considerando outros ramos jurdicos tradicionais, o que, no raro, desperta umsentimento misonesta nos mais conservadores operadores do direito.

    Por fim, cabe destacar que o Direito Econmico a mais inovadora expresso jurdica da modernatendncia em se aproximar os ramos pblico e privado, dando aos mesmos um nico mosaico normativo.

    II Singularidade um ramo jurdico prprio para o fato econmico caracterstico de cada pas, no havendo,

    comumente, um conjunto de regras universais e cosmopolitas para norte-lo, como ocorre com outrosramos do Direito, tais como o Civil e o Penal.

    Observe-se que, dentro da ordem econmica interna de cada Estado, os diversos ramos econmicospedem atuao estatal especfica e setorial, uma vez que possuem caractersticas prprias para suaestrutura mercadolgica.

    Na lio de Lus S. Cabral de Moncada,16 a singularidade do direito econmico:

    (...) reflete a heterogeneidade da ordem econmica dos pases dispostos numa graduao que vai desde as economias demercado mais ou menos puras s economias integralmente planificadas, tornando invivel a elaborao no seio de uma teoriageral de vocao ecumnica.

    Todavia, em que pese essa heterogeneidade de valores, podemos identificar, como veremos adiante,normas e princpios que do autonomia ao Direito Econmico, enquanto ramo jurdico.

  • III Mobilidade ou mutabilidadeSuas normas so sujeitas a constantes mudanas de ordem poltica e econmica, havendo tendncia

    de curta vigncia no que se refere a seus diplomas legais. Da decorre uma produo normativaabundante e constante, havendo necessidade de no sujeitar seu disciplinamento apenas ao crivo doPoder Legislativo, outorgando grande parcela de competncia normativa ao Executivo, ante aespecificidade do tema e a celeridade de solues que seus conflitos exigem.

    Sendo o mercado um ente dinmico e no estanque, suas normas jurdicas devem acompanhar suasconstantes alteraes e oscilaes, de maneira a garantir um eficiente compromisso entre a cinciajurdica e os demais ramos cientficos dos quais a sociedade se vale. Observe-se que a mobilidade umacaracterstica que se encontra intrinsecamente ligada outra que lhe peculiar, a saber, a maleabilidade,conforme passamos a delinear.

    IV MaleabilidadeDada a necessidade de farta produo normativa, os estatutos de Direito Econmico no devem ficar

    presos e atados unicamente s espcies normativas prprias do Legislativo para terem vigncia eeficcia.

    Muitas de suas normas, em que pese retirarem fundamento de validade da lei, devem ser produzidaspor mecanismos mais cleres, prprios do Executivo, a fim de disciplinar os fatos econmicos e adinmica de mercado. Assim, conforme visto acima, muitas de suas regras so oriundas de atosadministrativos, produzidos nos limites legais estipulados, havendo necessidade de se lhe outorgarcompetncia normativa mais ampla, indo alm da mera regulamentao aplicativa da lei.

    Some-se a isso que a norma de direito econmico, durante seu perodo de vigncia, deve ser capaz deadaptar-se s constantes mudanas econmicas, de modo a no se fazer necessria a edio de novo ato,a cada alterao de mercado. Fcil perceber que o alto grau de abstrao da norma de DireitoEconmico permite a ampliao de seu campo de incidncia normativo, garantindo sua subsuno asituaes inusitadas poca de sua edio, assegurando-se, portanto, a plena eficcia da norma durantesua vigncia.

    Observe-se que no significa o enfraquecimento da lei, tampouco do contedo normativo do direito,mas, to somente, a adoo de mecanismos cleres e aptos a permitir a adaptao do ordenamentojurdico s alteraes constantes no plano econmico ftico.

    V Influncia aos valores polticosSegue a corrente ideolgico-partidria de quem se encontra no poder. Observe-se que a interveno

    do Estado na economia pautada de acordo com os princpios prescritos na Lei Fundamental.Assim, ainda que o processo poltico de efetivao do planejamento econmico seja conduzido

    dentro de valores discricionrios de convenincia e oportunidade a ser decidido pelo iderio poltico dequem se encontra, momentaneamente, na representao popular dos Poderes Constitudos Executivo eLegislativo, suas decises so limitadas, em carter jurdico, pelas normas e regras constitucionalmenteestabelecidas para reger a Ordem Econmica.

    Destarte, o planejamento econmico maior, bem como as regras de legitimao da interferncia doEstado no processo de gerao de rendas e riquezas da Nao se encontra taxativamente previsto naConstituio da Repblica, no havendo como se implementar quaisquer polticas discrepantes dasmedidas previstas pelo legislador constituinte, sob risco de violao material da Lei Maior.

    VI EcletismoEm que pese o Direito Econmico ser ramo do Direito Pblico, mescla valores e princpios do

  • direito privado. Isto porque, dentro de um posicionamento estatal regulador ante a Ordem Econmica, oPoder Pblico assume postura mais direcionadora, normatizadora e fiscalizadora da ordem e dos agentesparticulares, procurando abster-se de empreender dentro da atividade econmica.

    Destarte, deve orientar sua normatizao no somente dentro dos princpios de Direito Pblico, mastambm dentro dos de Direito Privado para nortear-se de maneira a viabilizar a atividade econmica doagente privado. Cabe ressaltar que, alm da produo normativa estatal, o Direito Econmico deve estarpresente na autorregulao de mercados promovida pelos agentes econmicos privados, orientando-lhesdentro dos princpios consagrados na Lei Fundamental.

    Na lio de Andr de Laubadre, podemos analisar o Direito Econmico tanto por uma perspectivapblica quanto por uma privada, uma vez que o campo de incidncia normativa deste novel ramo jurdicotem abrangncia ecltica tanto para o Estado quanto para o particular. Conclui o ilustre doutrinadorfrancs que, sendo ramo de Direito Pblico, o Direito Econmico destaca-se exatamente por essapermeabilidade de valores, devendo nortear-s