direito civil - aula 2

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XIII EXAME DE ORDEM UNIFICADO Intensivo Modular FDS EXAME DE ORDEM Complexo Educacional Damásio de Jesus CURSO INTENSIVO MODULAR FINAL DE SEMANA – XIII EXAME DE ORDEM UNIFICADO Disciplina DIREITO CIVIL Aula 02 EMENTA DA AULA 1. Obrigações 2. Responsabilidade civil GUIA DE ESTUDO 1. Obrigações Conceito: Obrigação é o vínculo jurídico de colaboração entre credor e devedor na busca pelo adimplemento. Regras gerais: Se a obrigação da prestação se tornar impossível a obrigação se extingue. Se a impossibilidade ocorreu: a) Por culpa do devedor: ele responde pelo equivalente mais perdas e danos. b) Sem culpa do devedor: não responderá por perdas e danos. Se já havia recebido a contraprestação deverá devolvê-la. Favor Debitoris: o direito parte do pressuposto que o credor esta em posição de vantagem e por isso sempre que possível busca favorecer o devedor. Assim na dúvida entre duas questões, optar pela mais favorável ao devedor. Obrigação de dar: antes da entrega o objeto pertence ao devedor. Atenção: no Brasil o simples contrato não transfere a propriedade, é necessário que haja a tradição (coisa móvel) ou o registro (coisa imóvel). Quem sofre o prejuízo pela perda do bem é o dono. (res perit domino). Se o devedor não teve culpa na perda do bem, não paga perdas e danos. Obrigação de dar coisa certa: é aquela determinada, individualizada. Ex: o carro Fiat tal, o cavalo ventania. Consequências da perda da coisa certa: é regra geral.

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XIII EXAME DE ORDEM UNIFICADO

Intensivo Modular FDS

EXAME DE ORDEM

Complexo Educacional Damásio de Jesus

CURSO INTENSIVO MODULAR FINAL DE SEMANA – XIII EXAME DE ORDEM UNIFICADO

Disciplina DIREITO CIVIL

Aula 02

EMENTA DA AULA

1. Obrigações

2. Responsabilidade civil

GUIA DE ESTUDO

1. Obrigações

����Conceito: Obrigação é o vínculo jurídico de colaboração entre credor e devedor na busca

pelo adimplemento.

����Regras gerais:

• Se a obrigação da prestação se tornar impossível a obrigação se extingue. Se a

impossibilidade ocorreu:

a) Por culpa do devedor: ele responde pelo equivalente mais perdas e danos.

b) Sem culpa do devedor: não responderá por perdas e danos. Se já havia recebido a

contraprestação deverá devolvê-la.

• Favor Debitoris: o direito parte do pressuposto que o credor esta em posição de

vantagem e por isso sempre que possível busca favorecer o devedor. Assim na dúvida entre

duas questões, optar pela mais favorável ao devedor.

�Obrigação de dar: antes da entrega o objeto pertence ao devedor.

Atenção: no Brasil o simples contrato não transfere a propriedade, é necessário que haja a

tradição (coisa móvel) ou o registro (coisa imóvel). Quem sofre o prejuízo pela perda do bem é

o dono. (res perit domino). Se o devedor não teve culpa na perda do bem, não paga perdas e

danos.

�Obrigação de dar coisa certa: é aquela determinada, individualizada. Ex: o carro Fiat tal, o

cavalo ventania.

• Consequências da perda da coisa certa: é regra geral.

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�Obrigação de dar coisa incerta: é a que se determina no mínimo pelo gênero e quantidade.

Ex: uma vaca, uma das obras de Picasso. Com a escolha a coisa incerta passa a ser certa.

(concentração)

• No silêncio do contrato a escolha cabe ao devedor, que não estará obrigado a entregar a

melhor, mas não poderá entregar a pior (critério do meio termo). Antes da escolha o devedor

não poderá alegar perda da coisa incerta ainda que sem culpa, para se livrar do dever de

prestar, afinal deve o gênero e o gênero não perece (genus non perit).

�Obrigação de fazer: consiste na realização de um serviço, classifica-se em:

a) Fungível: a figura do devedor é de importância secundária, o que interessa ao

credor é a realização do serviço ou tarefa. Ex: lavar o carro.

b) Infungível ou Personalíssima: o devedor escolheu o credor por suas características

pessoais.

Atenção: no caso de mora do devedor:

• Se a obrigação for fungível: o credor pode pedir ao juiz que nomeie um terceiro para

realizar o serviço as custas do devedor. Se o serviço for urgente, dispensa-se a prévia

autorização do juiz.

• Se a obrigação for infungível: o credor pode pedir ao juiz que fixe multa cominatória para

compeli-lo a realizar a prestação (multa chamada de astreinte, art. 461 do CPC)

�Obrigação de não fazer: o devedor se compromete a não realizar o comportamento. Ocorre

o inadimplemento quando o devedor faz o que não poderia fazer.

Atenção: é perfeitamente possível o descumprimento sem culpa de obrigação de não fazer.

Ex: se a lei determina o cumprimento.

2. Responsabilidade civil:

����Conceito: É o dever imposto a alguém de indenizar os prejuízos sofridos por outrem Se

classificam em:

• Subjetiva: Só haverá o dever de indenizar se o agente agiu por dolo ou culpa;

• Objetiva: é irrelevante se o agente agiu com dolo e culpa, basta que fique demonstrado

conduta, dano e nexo de causalidade.

�A responsabilidade civil vem genericamente prevista no art. 186 são seus pressupostos:

• Conduta: é a ação ou omissão voluntaria;

• Dano: é o prejuízo, pode ser patrimonial, moral ou estético (Dano estético é o que causa

afeamento permanente);

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• Nexo de causalidade: é a ligação entre a conduta e o dano.

�Causas de exclusão do dever de indenizar

• Causas de exclusão da ilicitude da conduta: é a mesma do direito penal, legitima defesa,

estado de necessidade, exercício regular do direito e estrito dever legal, se no exercício de

uma dessas excludentes o agente causar dano a direito do agressor, nada terá de indenizar. Se,

no entanto causar dano no agente o indeniza o 3º e cobre regresso do agressor.

• Causas de exclusão do nexo causal: atua sobre o nexo, destruindo-o, são elas: (i)

Culpa exclusiva da vitima; (ii) Caso fortuito ou força maior; (iii) Culpa exclusiva de 3º

Atenção: o transportador de pessoas não pode alegar culpa exclusiva de 3º para se livrar do

dever de indenizar, ele deve indenizar a vitima e cobrar regresso do 3º. A regra é de que a

indenização seja medida pela extensão do dano. No entanto, se houver excessiva

desproporção entre o grau de culpa e o dano, o juiz pode reduzir equitativamente a

indenização.

• Notas: súmulas 385 e 387 do STJ