aula 10 - direito processual civil

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Aula 10 Direito Processual Civil p/ TJDFT - Analista Judiciário (Área Judiciária e Oficial de Justiça) Professor: Gabriel Borges

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Aula 10 - Direito Processual Civil.

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    Direito Processual Civil p/ TJDFT - Analista Judicirio (rea Judiciria e Oficial deJustia)Professor: Gabriel Borges

  • Direito Processual Civil TJDFT Teoria e Exerccios comentados

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    NOES DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL P/ TJDFT - ANALISTA JUDICIRIO - JUDICIRIA E OFICIAL DE JUSTIA AVALIADOR

    AULA 10: PROCESSO DE EXECUO.

    SUMRIO PGINA 1. Captulo XII: Do Processo de Execuo 02

    2. Resumo 50

    3. Questes comentadas 54

    4. Lista das questes apresentadas 80

    5. Gabarito 90

    CAPTULO XII: DO PROCESSO DE EXECUO

    Vimos nas outras aulas que o processo de conhecimento discute a titularidade do bem em litgio. H incerteza sobre o direito material em disputa e o Estado chamado a intervir. No processo de execuo, j passamos a outra fase, em que o titular do direito conhecido. O Estado dever intervir, mas com seu poder coercitivo, para obrigar o devedor a cumprir o comando do ato judicial que resolveu o conflito.

    Pausa... nesse momento, aquela mocinha da primeira fileira pergunta: professor e se o devedor pagar o que deve de modo voluntrio, ainda haver necessidade do processo de execuo?

    tima pergunta! Resposta: no. $ERDDOPDTXHYROXQWDULDPHQWHSDJDDRFUHGRUH[WLQJXHDOLRFRQIOLWR Falamos de boa alma, mas no bem assim. Isso ocorre bastante, a despeito de

    no ser o mais comum.

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    Em muitos casos o sujeito j est to cheio daquela intriga que quer logo se ver livre de tudo isso e do modo menos oneroso possvel.

    A execuo deve ser orientada por dois princpios, aparentemente, opostos a efetividade da execuo e menor onerosidade possvel ao executado.

    Pelo princpio da efetividade da execuo, deve-se atribuir ao credor exatamente o que lhe confere o ttulo, no menor tempo possvel.

    Por princpio da menor onerosidade ao devedor, o devedor, tendo possibilidade de adimplir sua dvida por mais de um meio, ser beneficiado pela imposio do menos gravoso (art. 620).

    Tambm h exemplo deste ltimo princpio nos arts. 668 e 594, do CPC.

    O executado pode, no prazo de 10 dias aps intimado da penhora, requerer a substituio do bem penhorado, desde que comprove cabalmente que a substituio no trar prejuzo algum ao exequente e ser menos onerosa para ele devedor.

    O credor, que estiver, por direito de reteno, na posse de coisa pertencente ao devedor, no poder promover a execuo sobre outros bens seno depois de excutida a coisa que se achar em seu poder (art. 594).

    O legislador foi muito feliz na redao do art. 594. Ora, se o credor se encontra na posse de bem do devedor, deve-se primeiro executar tal bem, para depois, somente, partir execuo de outro. Caso contrrio haveria grande risco de o credor controlar patrimnio muito superior ao da dvida.

    1. PARTES

    No polo ativo da demanda executiva, pode existir a legitimao ordinria primria (ou originria), a legitimao ordinria superveniente (ou secundria) e a legitimao extraordinria.

    a) Legitimao ordinria primria (ou originria): ocorre quando, no polo ativo, a parte com legitimidade para iniciar o processo executivo ou a fase de

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    cumprimento da sentena estiver indicada como credora no prprio ttulo executivo.

    b) Legitimao ordinria superveniente (ou secundria): o demandante, somente ganha a legitimao para propor a demanda executiva por um ato ou fato superveniente ao ttulo executivo. Mesmo atuando em nome prprio e defendendo interesse prprio, o sujeito que demanda, nessa circunstncia, deve juntar execuo demonstrao de que o ato que o legitima ocorreu de fato.

    c) Legitimao extraordinria: ocorre quando o sujeito em litgio o faz em nome alheio. Ex.: art. 566. Podem promover a execuo forada: [...] II - o Ministrio Pblico, nos casos prescritos em lei.

    J no polo passivo da demanda executiva, temos as seguintes hipteses de legitimao:

    a) Legitimao ordinria primria (ou originria): o devedor, reconhecido como tal no ttulo executivo;

    b) Legitimao ordinria superveniente (ou secundria): o esplio, os herdeiros, os sucessores do devedor ou o novo devedor que assume com o consentimento do credor a obrigao resultante do ttulo executivo (art. 568, incisos II e III);

    c) Legitimao extraordinria: o fiador judicial e o responsvel tributrio, assim definido na legislao prpria.

    Obs.: Notem que a legitimidade nem sempre estar expressa no ttulo executivo, mas o ttulo sempre conferir legitimidade a algum, ainda que em decorrncia de previso legal.

    1.1. Legitimidade Ativa

    Poder promover a execuo:

    I - o credor a quem a lei confere ttulo executivo;

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    1HVVH FDVR FKDPDPRV D DWHQomR SDUD R WHUPR FUHGRU SRis devemos interpret-lo de modo abrangente, ou seja, o termo se liga a obrigaes de vrias naturezas, no s de pagar quantia certa. Assim, dir-se- credor de obrigao de entregar coisa, fazer e no fazer, entre outras.

    Para determinar a legitimao do sujeito que figura como credor, basta o magistrado comparar o sujeito que prope a demanda com aquele indicado no titulo como credor. Em casos excepcionais, a lei poder atribuir legitimidade ordinria a sujeito que no figura no ttulo executivo como credor. o caso do advogado que executa a sentena que fixa seus honorrios.

    II - o Ministrio Pblico, nos casos previstos em lei.

    excepcional a hiptese de legitimao ordinria originria do MP, em que venha figurar no ttulo executivo como credor. Seria o caso em que o MP demanda em nome prprio um interesse prprio com o intuito de condenar o demandado, de uma relao jurdica estabelecida desde a fase cognitiva, ao cumprimento de uma obrigao.

    Outra hiptese de atuao do MP o seu ingresso em demanda judicial, em virtude de legitimao extraordinria, para defender em nome prprio direito alheio, de terceiros. Isso far com que o MP figure no ttulo executivo, ainda que no se possa afirmar que o far a ttulo de credor.

    $LQGD TXH ILJXUH QR WtWXlo judicial, no o fazendo como credor do direito, a legitimao do Ministrio Pblico ser extraordinria para a execuo; alis, exatamente a mesma legitimao que o possibilitou propor a demanda com o objetivo primeiro de condenar o ru, para depois execut-lo. Essa circunstncia cria uma espcie de legitimao sui generis, porque, apesar de constar do ttulo executivo como autor da demanda, a legitimao no decorre desse IDWR PDV VLP GH H[SUHVVD SUHYLVmR OHJDO (Neves, Daniel Amorin Assumpo, pg. 822, 3Ed.)

    H outras hipteses em que a legitimidade do Ministrio Pblico para atuar na demanda executiva, depender da inrcia dos titulares do direito. Ex. ao civil pblica fundada em direito individual homogneo, de relevncia social, em que o MP poder

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    executar a sentena se no prazo de um ano do trnsito em julgado no houver quem se habilite para executar a sentena.

    Podem tambm promover a execuo, ou nela prosseguir:

    III - o esplio, os herdeiros ou os sucessores do credor, sempre que, por morte deste [credor], lhes for transmitido o direito resultante do ttulo executivo;

    Esse um caso de legitimao superveniente em virtude da sucesso causa mortis. A legitimidade atribuda ao esplio, aos herdeiros ou aos sucessores, que podero dar incio demanda executiva, ou assumir o polo ativo no lugar do de cujus, uma vez que j se tenha iniciado a demanda.

    Conforme o momento da sucesso, so observados os seguintes requisitos:

    a) Antes de iniciada a execuo: faz-se necessrio demonstrar por meio de provas a legitimidade.

    b) Iniciada a execuo: instaura-se um processo de habilitao incidente, com a suspenso, em tese, do processo principal.

    Dvida: Por que em tese? Pelo simples fato de que, atualmente, dispensa-se o processo incidental quando o pretendente, para assumir o polo ativo, provar, de modo suficiente, a sua legitimidade. H, nessa situao, observncia aos princpios processuais da economicidade e celeridade.

    IV - o cessionrio, presente quando o direito resultante do ttulo executivo for transferido por ato entre vivos;

    Todo direito poder ser objeto de cesso, salvo vedaes legais. Dessa forma, a parte que recebe o crdito do detentor originrio passa a ter legitimidade superveniente para executar o ttulo. Para provar sua legitimao, o interessado dever juntar na petio inicial, ou ao requerimento inicial, o instrumento de cesso de crdito.

    V - o sub-rogado, presente nos casos de sub-rogao legal ou convencional.

    H legitimidade superveniente na hiptese de sub-rogao. Ela poder ser legal ou convencional, devendo o sub-rogado provar esse fenmeno jurdico.

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    Tanto na hiptese de cesso como de sub-rogao, no so os novos credores obrigados a figurar no polo ativo da demanda j em trmite, sendo-lhes facultado aguardar o resultado da demanda para, ento, cobrar do antigo credor.

    1.2. Legitimidade Passiva

    O art. 568, CPC dispe sobre a legitimidade passiva no procedimento executivo. Assim, a execuo poder ser proposta em face do:

    I - devedor, reconhecido como tal no ttulo executivo;

    Analisa-se a responsabilidade para o cumprimento da obrigao. Aquele a quem se possa atribuir o cumprimento de uma prestao, poder ser sujeito passivo da demanda executiva. Assim, irrelevante para a fixao da legitimao se o sujeito realmente o devedor, sendo necessrio, somente, que o ttulo o aponte como tal, para que ele participe no polo passivo da demanda judicial com legitimidade ordinria originria.

    II - esplio, os herdeiros ou os sucessores do devedor;

    So hipteses de legitimidade passiva derivada, ou tambm chamada de legitimao ordinria superveniente por causa mortis.

    III - novo devedor, que assumiu, com o consentimento do credor, a obrigao resultante do ttulo executivo;

    Ocorre assuno da dvida por outrem, de maneira a haver legitimao de novo devedor para conduzir o polo passivo do procedimento executivo. Na assuno da dvida a obrigao no muda. Ocorre a legitimao superveniente por ato inter vivos.

    IV - fiador judicial; O fiador um terceiro no processo, um legitimado superveniente. Ele

    responsvel por prestar fiana em juzo em benefcio de uma das partes do processo. A garantia poder ser real [oferecimento de um bem] ou fidejussria [em que pessoalmente se obriga].

    V - responsvel tributrio, assim definido na legislao prpria.

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    1.3. Litisconsrcio na execuo

    Poder ocorrer litisconsrcio na execuo ativo, passivo ou misto. Regra geral, nas demandas executivas forma-se o litisconsrcio facultativo por convenincia dos sujeitos do processo.

    Na formao do litisconsrcio facultativo ocorre a cumulao de demandas, isso faz com que para verificar a formao litisconsorcial, ocorra a avaliao dos requisitos de admissibilidade da cumulao das demandas executivas.

    Art. 573. lcito ao credor, sendo o mesmo o devedor, cumular vrias execues, ainda que fundadas em ttulos diferentes, desde que para todas elas seja competente o juiz e idntica a forma do processo.

    importante lembrarmos que a formao do litisconsrcio, somente, ocorrer se todos os credores e (ou) devedores vincularem-se outra parte em razo de uma mesma relao jurdica material.

    1.4. Interveno de terceiros na execuo

    Das modalidades de terceiros, somente a assistncia e o recurso de terceiros so cabveis no procedimento executivo.

    No entanto, existem modalidades especficas de interveno de terceiro no procedimento executivo. Vejamos:

    1) Protesto pela preferncia: Concorrendo vrios credores, o dinheiro ser-lhes- distribudo e entregue consoante a ordem das respectivas prelaes; no havendo ttulo legal preferncia, receber em primeiro lugar o credor que promoveu a execuo, cabendo aos demais concorrentes direito sobre a importncia restante, observada a anterioridade de cada penhora (art. 711 do CPC).

    2) Concurso especial de credores: em casos de penhoras sucessivas sobre a mesma demanda, haver necessidade de que todos os credores da penhora participem da fase de pagamento.

    3) Exerccio do benefcio de ordem pelo fiador: O fiador, quando executado, poder nomear penhora bens livres e desembargados do devedor. Os bens do fiador

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    ficaro, porm, sujeitos execuo, se os do devedor forem insuficientes satisfao do direito do credor (art. 595 do CPC).

    2. COMPETNCIA

    2.1. Competncia da execuo de ttulo executivo judicial Em primeiro lugar muito importante mencionar que o art. 575 do CPC foi

    revogado tacitamente pelo art.475-P do CPC. Assim, o cumprimento da sentena efetuar-se- perante:

    I os tribunais, nas causas de sua competncia originria; II o juzo que processou a causa no primeiro grau de jurisdio; III o juzo cvel competente, quando se tratar de sentena penal condenatria,

    de sentena arbitral ou de sentena estrangeira.

    2.2. Competncia da execuo de ttulo executivo extrajudicial A competncia para a execuo de titulo executivo extrajudicial ser

    processada perante o juzo competente e obedecer s normas do processo de conhecimento.

    J as regras de competncia internacional seguiro os arts. 88 e 89 do CPC. No entanto, o inciso III do art. 88 no poder ser interpretado luz da competncia internacional para execuo de ttulo extrajudicial, uma vez que diz respeito ao cognitiva (dispensa processo de execuo).

    Art. 88. competente a autoridade judiciria brasileira quando: I - o ru, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil; II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigao;

    III - a ao se originar de fato ocorrido ou de ato praticado no Brasil.

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    Art. 89. Compete autoridade judiciria brasileira, com excluso de qualquer outra:

    I - conhecer de aes relativas a imveis situados no Brasil;

    II - proceder a inventrio e partilha de bens, situados no Brasil, ainda que o autor da herana seja estrangeiro e tenha residido fora do territrio nacional.

    A competncia interna ser definida da seguinte maneira:

    1) Foro de eleio 2) Foro do local do cumprimento da obrigao 3) Foro do domicilio do executado

    Outras competncias:

    Execuo fundada em letra de cmbio ou nota promissria

    Dever ser intentada no foro do local do pagamento.

    Execuo fundada em duplicata

    Tambm dever ser proposta no foro do local do pagamento.

    Execuo fundada em chegue

    Deve ser proposta no foro do local do pagamento, indicado ao lado do nome do sacado.

    Execuo fundada em debnture

    Ser intentada no foro da sede, em territrio nacional, da companhia que a emitiu.

    Execuo fundada em documento pblico ou particular

    Dever ser proposta no foro do cumprimento da obrigao, caso no haja esta indicao, dever ser proposta no foro do domiclio do devedor. Essas duas hipteses somente ocorrero quando os

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    ttulos no estiverem arrolados no art. 585 do CPC ou no houver foro de eleio.

    Execuo fundada em contrato garantido por hipoteca

    Dever ser intentada no foro da situao da coisa (art.95 do CPC).

    Execuo fundada em contrato garantido por cauo

    Dever ser proposta no lugar da obrigao em que o contrato foi executado, na sua ausncia, no foro do domiclio do executado.

    Execuo de crdito de serventurio da justia, perito ou intrprete

    Dever ser proposta no foro da onde tramitou o processo, ou seja, o lugar do cumprimento da sentena.

    Pluralidade de executados

    Mesmo domiclio: a execuo ser intentada no foro do cumprimento da obrigao ou no foro do domiclio dos executados.

    Domiclios diferentes: a execuo dever ser intentada no foro do local de pagamento; no havendo, ser demandada no foro do domiclio de qualquer um dos executados.

    3. CLASSIFICAO DA EXECUO

    3.1. Quanto ao procedimento

    Quando falamos da ao temos que lembrar que sua atividade jurisdicional substitutiva, ou seja, apenas busca satisfazer o direito requerido. Por meio da autorizao

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    legal ao Judicirio permitido adentrar a esfera patrimonial do devedor, retirando bens, para satisfazer o direito do credor.

    importante saber igualmente que na ao de execuo o contraditrio no ser plenamente observado. O que isso quer dizer?

    Quer dizer que o devedor no apresentar defesa nos prprios autos da ao. Dever realiz-la de maneira incidental, por meio da oposio de embargos execuo (ao incidental autnoma) ou da ao pr-executiva.

    Na execuo, busca-se a satisfao da obrigao especfica dar, fazer ou no fazer sendo, apenas, transformada em genrica obrigao de pagar a quantia certa quando a satisfao da obrigao especfica for impossvel de cumprir ou o credor requerer.

    1. A execuo equivaler ao processo judicial autnomo, quando:

    a) Fundada em ttulo executivo extrajudicial. b) Fundada em sentena penal condenatria. c) Fundada em sentena arbitral. d) Dirigida pela e contra a Fazenda Pblica. e) Reclamar o adimplemento da obrigao de prestar alimentos.

    2. Quando o ttulo for executivo judicial, o cumprimento da obrigao poder ser perseguido:

    a) Por efetivao: usando-se as medidas de apoio do art. 461, do CPC, quando a sentena determina a entrega do bem ou a satisfao da obrigao de fazer ou no fazer.

    Art. 461do CPC: Na ao que tenha por objeto o cumprimento de obrigao de fazer ou no fazer, o juiz conceder a tutela especfica da obrigao ou, se procedente o pedido, determinar providncias que assegurem o resultado prtico

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    equivalente ao do adimplemento.

    1 A obrigao somente se converter em perdas e danos se o autor o requerer ou se impossvel a tutela especfica ou a obteno do resultado prtico correspondente.

    2 A indenizao por perdas e danos dar-se- sem prejuzo da multa (art. 287).

    3 Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio de ineficcia do provimento final, lcito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou mediante justificao prvia, citado o ru. A medida liminar poder ser revogada ou modificada, a qualquer tempo, em deciso fundamentada.

    4 O juiz poder, na hiptese do pargrafo anterior ou na sentena, impor mula diria ao ru, independentemente de pedido do autor, se for suficiente ou compatvel com a obrigao, fixando-lhe prazo razovel para o cumprimento do preceito.

    5 Para a efetivao da tutela especfica ou a obteno do resultado prtico equivalente, poder o juiz, de ofcio ou a requerimento, determinar as medidas necessrias, tais como a imposio de multa por tempo de atraso, busca e apreenso, remoo de pessoas e coisas, desfazimento de obras e impedimento de atividade nociva, se necessrio com requisio de fora policial.

    6 O juiz poder, de ofcio, modificar o valor ou a periodicidade da multa, caso verifique que se tornou insuficiente ou excessiva.

    DICA

    x Caractersticas e diferenas da fraude execuo e fraude contra credores. Vamos l!

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    Na fraude contra credores a alienao realizada antes do recebimento do mandado de citao na execuo (art. 593). O desfazimento da alienao que ocorre em favor de terceiro poder ser questionado pelo credor.

    Na fraude execuo a alienao ocorre aps a citao. Nesse caso, a fraude ser resolvida de modo incidental na execuo, ou seja, no h exigncia de propositura de demanda especfica. A venda qualifica-se como ineficaz em relao ao credor.

    4. RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL

    A responsabilidade patrimonial um instituto de direito processual e direito material. Como instituto de direito processual entendida como a possibilidade de submisso de um patrimnio satisfao do direito substancial do credor.

    J como instituto de direito material, uma vez contrada a obrigao, uma das partes tem o dever de satisfazer o direito da outra. Representa uma situao jurdica de desvantagem que quando satisfeito o direito no faz surgir dvida, caracterstica do direito material.

    importante lembrar que inexiste a responsabilidade pessoal. A responsabilidade meramente patrimonial e nunca pessoal.

    4.1. Bens que respondem pela satisfao na execuo

    O art. 591 do CPC determina quais os bens patrimoniais do responsvel respondem pela satisfao pela dvida.

    O devedor responde, para o cumprimento de suas obrigaes, com todos os seus bens presentes e futuros, salvo as restries estabelecidas em lei.

    9DPRV HQWHQGHU R TXH R FyGLJR TXLV GL]HU FRP com todos os seus bens presentes e futuros De acordo com Daniel Amorim Assumpo Neves, devemos HQWHQGHU SRU EHQV SUHVHQWHV aqueles existentes poca do surgimento da dvida e

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    EHQV IXWXURV todos os adquiridos at a satisfao do direito do credor, salvo os bens alienveis nesse perodo sem fraude.

    Vejamos os bens que ficam sujeitos execuo (art. 592): I - do sucessor a ttulo singular, tratando-se de execuo fundada em direito real

    ou obrigao reipersecutria;

    II - do scio, nos termos da lei;

    III - do devedor, quando em poder de terceiros;

    IV - do cnjuge, nos casos em que os seus bens prprios, reservados ou de sua meao respondem pela dvida;

    V - alienados ou gravados com nus real em fraude de execuo.

    4.2. Impenhorabilidade de bens

    uma garantia a pessoa do devedor sua dignidade humana que certos bens no sejam objeto de expropriao judicial.

    O art. 649, CPC apresenta os bens que no podero, de modo nenhum, serem penhorados, ou seja, no respondem pela satisfao da dvida.

    I - os bens inalienveis e os declarados, por ato voluntrio, no sujeitos execuo;

    II - os mveis, pertences e utilidades domsticas que guarnecem a residncia do executado, salvo os de elevado valor ou que ultrapassem as necessidades comuns correspondentes a um mdio padro de vida;

    III - os vesturios, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo se de elevado valor;

    IV - os vencimentos, subsdios, soldos, salrios, remuneraes, proventos de aposentadoria, penses, peclios e montepios; as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e sua famlia, os ganhos de trabalhador autnomo e os honorrios de profissional liberal;

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    V - os livros, as mquinas, as ferramentas, os utenslios, os instrumentos ou outros bens mveis necessrios ou teis ao exerccio de qualquer profisso;

    VI - o seguro de vida;

    VII - os materiais necessrios para obras em andamento, salvo se essas forem penhoradas;

    VIII - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela famlia;

    IX - os recursos pblicos recebidos por instituies privadas para aplicao compulsria em educao, sade ou assistncia social;

    X - at o limite de 40 salrios mnimos, a quantia depositada em caderneta de poupana.

    XI - os recursos pblicos do fundo partidrio recebidos, nos termos da lei, por partido poltico.

    4.3. Responsabilidade Patrimonial Secundria

    Ficam sujeitos execuo os bens (art. 592 do CPC): I - do sucessor a ttulo singular, tratando-se de execuo fundada em direito real

    ou obrigao reipersecutria;

    II - do scio, nos termos da lei;

    III - do devedor, quando em poder de terceiros;

    IV - do cnjuge, nos casos em que os seus bens prprios, reservados ou de sua meao respondem pela dvida;

    V - alienados ou gravados com nus real em fraude de execuo.

    5. TTULO EXECUTIVO JUDICIAL E EXTRAJUDICIAL

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    Como j vimos, h dois tipos de ttulos: judiciais e extrajudiciais. O primeiro constitudo pelo juiz, por meio da atuao jurisdicional. O extrajudicial formado por ato de vontade das partes que constitui a relao jurdica de direito material.

    O cdigo identifica ttulos executivos judiciais e extrajudiciais. Executivos judiciais, aps a reforma introduzida pela Lei n 11.232/05, deixaram de compor o processo de execuo e passaram ao processo de conhecimento.

    Na prtica, pode-se entender o cumprimento de sentena como se fosse parte do processo de execuo, mas na verdade compe o de conhecimento. O juiz verificando que uma parte tem razo procede ao procedimento prprio do cumprimento de Sentena (revejam aula sobre sentena).

    Para que fique bem definida a diferena entre ttulos executivos judiciais e extrajudiciais, elaboramos uma tabela, mostrando a distino criada pelo cdigo.

    Vejam quadro abaixo:

    So ttulos executivos judiciais (Art. 475-N Livro I: Conhecimento) I a sentena proferida no processo civil que reconhea a existncia de obrigao de fazer, no fazer, entregar coisa ou pagar quantia;

    II a sentena penal condenatria transitada em julgado; III a sentena homologatria de conciliao ou de transao, ainda que inclua matria no posta em juzo; IV a sentena arbitral; V o acordo extrajudicial, de qualquer natureza, homologado judicialmente;

    So ttulos executivos extrajudiciais (Art. 585 Livro II: Execuo) I - a letra de cmbio, a nota promissria, a duplicata, a debnture e o cheque;

    II - a escritura pblica ou outro documento pblico assinado pelo devedor; o documento particular assinado pelo devedor e por duas testemunhas; o instrumento de transao referendado pelo Ministrio Pblico, pela Defensoria Pblica ou pelos advogados dos transatores;

    III - os contratos garantidos por hipoteca, penhor, anticrese e cauo, bem como os de seguro de vida;

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    VI a sentena estrangeira, homologada pelo Superior Tribunal de Justia;

    VII o formal e a certido de partilha, exclusivamente em relao ao inventariante, aos herdeiros e aos sucessores a ttulo singular ou universal.

    IV - o crdito decorrente de foro e laudmio;

    V - o crdito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imvel, bem como de encargos acessrios, tais como taxas e despesas de condomnio;

    VI - o crdito de serventurio de justia, de perito, de intrprete, ou de tradutor, quando as custas, emolumentos ou honorrios forem aprovados por deciso judicial; VII - a certido de dvida ativa da Fazenda Pblica da Unio, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territrios e dos Municpios, correspondente aos crditos inscritos na forma da lei;

    VIII - todos os demais ttulos a que, por disposio expressa, a lei atribuir fora executiva.

    6. ESPCIES

    So tipologias de execuo:

    6.1. Processo de execuo para a entrega da coisa

    6.1.1. Processo de execuo para a entrega da coisa certa

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    A petio inicial dever preencher os requisitos do art. 282 do CPC, no que for aplicvel ao processo de execuo. A PI deve ser sempre acompanhada do titulo executivo.

    Uma vez que seja juntado aos autos o mandado de citao, correro dois prazos: 1) Dez dias para o executado cumprir [satisfazer] a obrigao, prazo em que

    no se admite a adoo de qualquer medida executiva, direta ou indireta; ou

    2) Quinze dias para a apresentao de embargos execuo, independentemente do depsito da coisa.

    Optando por apresentar os embargos execuo, o executado poder oferecer em depsito a coisa e, dessa forma, pleitear o efeito suspensivo aos embargos (devendo preencher os requisitos do art. 739- A do CPC para tanto).

    Optando pela entrega da coisa, no prazo de 10 dias, satisfar o direito do exequente. Nesse caso, ocorrer o que aduz o art. 624 do CPC: se o executado entregar a coisa, lavrar-se- o respectivo termo e dar-se- por finda a execuo, salvo se esta tiver de prosseguir para o pagamento de frutos ou ressarcimento de prejuzos.

    3) Poder o executado manter o seu estado de inrcia, omitindo-se sobre a ordem contida na citao. Diante dessa atitude, poder o juiz fixar multa e expedir mandado de busca e apreenso ou de imisso da posse. Registrem que, apesar de o cdigo, no pargrafo nico do art. 621, prever que poder o juiz fixar o valor da multa por dia de atraso (astreintes) no cumprimento da obrigao ao despachar a PI, em verdade, o magistrado poder fix-la a qualquer momento do processo, se houver inrcia do executado. Tambm no h necessidade de que seja multa diria, podendo ser de outra natureza, mas somente ser aplicada [a multa] depois de vencido o prazo que caiba ao executado, o que condio necessria para configurao da inrcia.

    Na hiptese da coisa devida estar em posse de terceiro ou de ter sido desviada de maneira fraudulenta, ser buscada onde estiver. O terceiro somente ser ouvido pelo juiz aps depositar a coisa em juzo.

    Art. 626 do CPC: Alienada a coisa quando j litigiosa, expedir-se- mandado contra o terceiro adquirente, que somente ser ouvido depois de deposit-la.

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    Se o exequente entender no ser mais interessante a entrega da coisa, por estar em posse de terceiro, poder convert-la em execuo de pagar quantia certa. Tambm poder haver converso para execuo de pagar quantia certa quando a coisa estiver deteriorada, desaparecida, ou no for localizada; situaes em que ser possvel a reparao de perdas e danos e aplicao de multa.

    Em casos de benfeitorias na coisa, deve-se instaurar um processo de liquidao de sentena antes da execuo.

    Art. 628 do CPC: Havendo benfeitorias indenizveis feitas na coisa pelo devedor ou por terceiros, de cujo poder ela houver sido tirada, a liquidao prvia obrigatria. Se houver saldo em favor do devedor, o credor o depositar ao requerer a entrega da coisa; se houver saldo em favor do credor, este poder cobr-lo nos autos do mesmo processo.

    6.1.2. Processo de execuo para a entrega da coisa incerta

    A diferena entre a entrega da coisa certa e a incerta diz respeito ao procedimento de individualizao da coisa, que dever ocorrer no incio do processo executivo. Logo depois da individualizao [ou seja, da escolha] a coisa passa a ser certa, ento, segue as regras anteriormente estudadas (entrega da coisa certa).

    Coisa incerta no se confunde com coisa fungvel. Fungvel aquilo que pode ser substitudo, relaciona-se a coisa mvel de mesma qualidade, quantidade e espcie. Coisa incerta, por seu turno, a coisa indeterminada, mas passvel de ser determinada mediante a escolha do bem entre vrios distintos.

    O ttulo executivo dever conter o direito de escolha; se omisso, ao devedor caber escolher o bem. Previsto o direito de escolha ao exequente, ele dever faz-lo na petio inicial, para que a coisa se torne certa desde o incio do processo, sob pena de precluso, passando o direito automaticamente ao executado. O exequente ter de volta o direito de escolha, se o executado tambm deixar de exerc-lo.

    Nas situaes em que o direito de escolha couber ao executado, ele ser citado para entregar ou depositar a coisa incerta em um prazo de dez dias, no podendo dar um bem a pior nem se obrigando a dar outro a melhor.

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    Art. 629. Quando a execuo recair sobre coisas determinadas pelo gnero e quantidade, o devedor ser citado para entreg-las individualizadas, se lhe couber a escolha; mas se essa couber ao credor, este a indicar na petio inicial.

    Contra a parte que realizou a escolha [exequente ou executado] caber impugnao por quem no escolheu no prazo de 48 horas. Instalado o incidente, o juiz decidir de plano, ou, se necessrio, ouvindo perito de sua nomeao [art. 630].

    6.2. Execuo das obrigaes de fazer e no fazer

    Uma diferena bsica entre a modalidade de execuo das obrigaes de fazer e no fazer e as obrigaes de pagar quantia certa e de entrega da coisa que estas se resolvem de modo patrimonial, enquanto aquela [de fazer ou no fazer] exige uma atuao do devedor.

    Nesse tipo de execuo h certa dificuldade de cumprimento do dever pelo demandado.

    Nas obrigaes de fazer fungveis, em que terceiros podem satisfazer a obrigao, h maior probabilidade de satisfao do direito, pois o magistrado poder:

    a) Aplicar as astreintes (multa por dia de atraso ou outra unidade de tempo). b) Determinar a realizao da obrigao por terceiro c) Determinar a realizao pelo prprio exequente ou sob a sua superviso J no caso de obrigao infungvel, em que a satisfao da obrigao s depende

    da vontade do devedor, haver duas possibilidades:

    a) Aplicar as astreintes b) Aplicar medidas de presso psicolgicas

    6.2.1. Execuo das obrigaes de fazer

    A petio inicial deve apresentar os requisitos elencados no art. 282, do CPC. Alm disso, deve ser instruda com o ttulo executivo, sendo sempre extrajudicial. A

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    ausncia do ttulo executivo acarretar vcio sanvel, devendo o juiz determinar emenda pea inicial em at 10 dias.

    Na execuo de fazer no h uma garantia possvel, como nos casos de execuo por quantia certa, em que a penhora serve de garantia, e na execuo de entrega de coisa, na qual o bem depositado poder, ao final, ser entregue ao exequente. Nesse caso, o executado poder cumprir a sua obrigao ou permanecer inerte.

    No ttulo executivo estar determinado o prazo para que o executado satisfaa a obrigao. Caso no haja prazo no ttulo, caber ao magistrado indic-lo levando em considerao a complexidade da obrigao.

    No satisfeita a obrigao, o magistrado poder aplicar multa e fixar a data para o incio da cobrana ao despachar a inicial. O no pronunciamento do juiz faz com que a multa passe a gerar efeitos imediatos.

    Vale lembrar que o juiz goza de ampla liberdade para reduzir, aumentar ou modificar o prazo da multa s circunstncias do caso concreto, aplicando ao processo de execuo o art. 461, 6 do CPC. A funo dessa medida pressionar psicologicamente [mas no s] o executado, para que este cumpra a obrigao.

    Devidamente citado, o exequente poder adotar trs posturas: embargar a execuo em um prazo de 15 dias, cumprir a obrigao determinada pelo juiz ou permanecer inerte.

    6.2.2. Execuo das obrigaes de no fazer

    Espcie de execuo que visa uma tutela jurisdicional reparatria. O dever de absteno e caso no tenha respeitado a obrigao de no fazer, haver a inexecuo da obrigao. O que se busca a realizao do ato proibido.

    A obrigao de no fazer pode ser classificada em permanente (ou contnua) e instantnea. A obrigao permanente possibilita o retorno ao estado anterior e a instantnea no.

    Exemplo da permanente, temos na hiptese em que se construiu uma calada onde havia compromisso de no o fazer. Uma vez removida, volta-se ao estado anterior.

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    A instantnea ocorre, por exemplo, quando diante do compromisso de guardar segredo, ele revelado no se volta atrs.

    Na obrigao de no fazer permanente, h formas de desfazimento do fato. Quando o devedor recusa-se a desfazer o ato proibido, ou seja, ato que no deveria ter sido praticado, o credor poder requerer ao magistrado o desfazimento do ato custa do devedor.

    Alm disso, o executado ser responsabilizado por futuros danos e perdas, caso em que ocorrer a converso do processo executivo em execuo de pagar quantia certa.

    J na instantnea como no h permisso para que se retorne ao estado anterior, a obrigao de no fazer poder ser convertida em perdas e danos.

    Art. 643. Havendo recusa ou mora do devedor, o credor requerer ao juiz que mande desfazer o ato sua custa, respondendo o devedor por perdas e danos.

    Pargrafo nico. No sendo possvel desfazer-se o ato, a obrigao resolve-se em perdas e danos.

    x Obrigaes de emitir declarao de vontade O devedor, e somente ele, capaz de declarar sua prpria vontade, no sendo

    permitido a terceiros essa declarao.

    Trata-se de uma espcie de obrigao infungvel, mas uma infungibilidade meramente jurdica, decorrente de princpio jurdico. Nesse caso, ser possvel a substituio da declarao de vontade por ordem judicial.

    O interesse do exequente recai sobre o efeito produzido pelo cumprimento da obrigao e no pela ao do devedor. Assim, totalmente possvel obter os efeitos da ao por meio de deciso judicial.

    Vejamos os artigos que versam sobre o assunto. Art. 466-A. Condenado o devedor a emitir declarao de vontade, a sentena,

    uma vez transitada em julgado, produzir todos os efeitos da declarao no emitida.

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    Art. 466-B. Se aquele que se comprometeu a concluir um contrato no cumprir a obrigao, a outra parte, sendo isso possvel e no excludo pelo ttulo, poder obter uma sentena que produza o mesmo efeito do contrato a ser firmado.

    Art. 466-C. Tratando-se de contrato que tenha por objeto a transferncia da propriedade de coisa determinada, ou de outro direito, a ao no ser acolhida se a parte que a intentou no cumprir a sua prestao, nem a oferecer, nos casos e formas legais, salvo se ainda no exigvel.

    6.3. Execuo das aes coletivas

    As regras a serem aplicadas a direitos coletivos, difusos e individuais homogneos devem ser aquelas dirigidas a eles. Em casos especficos e em carter subsidirio, porm, o Cdigo de Processo Civil ser fonte.

    Em relao ao processo de execuo, a estrutura do CPC voltada, em primeiro lugar, para satisfazer os interesses e direitos individuais, privilegiando a execuo por quantia certa.

    No h, portanto, adequada previso do CPC para a execuo de aes coletivas, nem o Cdigo de Defesa do Consumidor junto Lei da Ao Civil Pblica trazem dispositivos que tratam do tema de modo completo.

    Acaba sendo o CPC muito utilizado para suprir a ausncia de previso de uma e outra lei. Desse modo, a execuo seguir:

    1) Quanto sentena de fazer e de no fazer, as disposies do art. 461, do CPC.

    2) Quanto deciso de entrega da coisa, o que determina o art. 461-A do cdigo. 3) Quanto s sentenas pecunirias, as disposies dos arts. 475-I a 475-R.

    6.3.1. Execuo a partir de sentena penal coletiva

    Quando se viola direito coletivo, o sujeito comete ato ilcito com possveis efeitos cveis e penais.

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    Ocorrida a tutela jurisdicional por meio de aes penais, poder haver demanda cvel com base naquela tutela. Teremos o caso de uma sentena penal condenatria que gerar efeitos no processo civil, determinando o cumprimento de obrigaes de fazer, no fazer, entrega de coisa ou, mesmo, de pagamento de quantia.

    6.3.2. Execuo coletiva de ttulo extrajudicial A execuo coletiva funda-se tambm em ttulo executivo judicial. Exemplos: 1)

    execuo do compromisso de ajustamento de conduta; 2) execuo das decises do conselho administrativo de defesa econmica (CADE).

    DICA: As decises do CADE so ttulos extrajudiciais, cuja execuo pode ser promovida pelo Ministrio Pblico Federal (a requerimento do CADE) ou pelo prprio CADE.

    6.3.3. Execuo de sentena genrica na ao sobre direitos individuais homogneos

    Pode ser promovida, tal execuo, pelas vtimas, seus sucessores ou pelos que a lei legitime substitutos processuais.

    Liquidada a sentena condenatria genrica, o prejudicado ou sucessor poder, individualmente, promover sua execuo. Na verdade, ao contrrio do disposto no art. 98, CDC, a execuo ser necessariamente individualizada, uma vez que o direito tutelado individual somente. Aqui, a execuo chamada coletiva pelo nico fato de ser proposta por legitimado coletivo.

    Com preciso o MXULVWD0DUFHOR$EHOKD5RGULJXHV 1HVVHFDVR WHPVHDtXPDDomRSVHXGRFROHWLYDIRUPDGDSHODVRPDGHSDUFHODVLGHQWLILFDGDVGHGLUHLWRVLQGLYLGXDLV

    Art. 100, CDC: Decorrido o prazo de um ano sem habilitao de interessados em nmero compatvel com a gravidade do dano, podero os legitimados do art. 82 promover a liquidao e execuo da indenizao devida.

    Esse artigo prev o fluid recovery, que fundado em sentena proferida em processo de direito individual homogneo constitui execuo de fato coletiva. Falamos, nesse caso, de execuo que buscar indenizao residual.

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    DOS EMBARGOS DO DEVEDOR. DA EXECUO POR QUANTIA CERTA CONTRA DEVEDOR SOLVENTE. DA REMIO. DA SUSPENSO E EXTINO DO PROCESSO DE EXECUO.

    EXECUO POR QUANTIA CERTA CONTRA DEVEDOR SOLVENTE E INSOLVENTE

    Na execuo por quantia certa contra devedor solvente, o devedor apresenta bens passveis de penhora para a satisfao do dbito, ou seja, o patrimnio do devedor maior que o dbito e, portanto, pode liquid-lo integralmente.

    Nesse caso, se o devedor possui mais de um credor, o pagamento ser realizado em consonncia com o princpio da prioridade, em que a ordem de formalizao da penhora, incidente sobre o mesmo bem, respeitada.

    A execuo por quantia certa contra devedor solvente ocorre por meio da prtica, sucessiva, dos seguintes atos processuais:

    1) Citao do devedor: O executado ser citado para, no prazo de 3 (trs) dias, efetuar o pagamento da dvida (art. 652 do CPC). Caso a dvida seja satisfeita, a execuo extinta.

    No conferida ao executado a prerrogativa de nomear bens penhora para a segurana do juzo, j que a no satisfao da quantia demandada no mandato de citao gera o cumprimento de penhora e da avaliao.

    2) Apresentao de petio pelo executado: No prazo para embargos, reconhecendo o crdito do exequente e comprovando o depsito de 30% (trinta por cento) do valor em execuo, inclusive custas e honorrios de advogado, poder o executado requerer seja admitido a pagar o restante em at 6 (seis) parcelas mensais, acrescidas de correo monetria e juros de 1% (um por cento) ao ms (art. 745-A).

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    3) Oposio dos embargos execuo: no prazo de 15 dias contados: a) da juntada soa autos do mandado de citao; b) da juntada aos autos da comunicao originada do juzo deprecado.

    4) Intimao do exequente para impugnar os embargos: no prazo de 15 dias. 5) Julgamento dos embargos por sentena. 6) Avaliao dos bens penhorados: caso no tenha sido realizada pelo oficial

    de justia no incio do procedimento, tendo como consequncia a manifestao das partes, por meio de concordncia ou impugnao que ser solucionada por deciso interlocutria. Esta poder ser combatida por meio do agravo de instrumento.

    7) Adjudicao dos bens por parte do exequente: Vejamos o art. 685-A. lcito ao exequente, oferecendo preo no inferior ao da avaliao, requerer lhe

    sejam adjudicados os bens penhorados. 1 Se o valor do crdito for inferior ao dos bens, o adjudicante depositar de

    imediato a diferena, ficando esta disposio do executado; se superior, a execuo prosseguir pelo saldo remanescente.

    2 Idntico direito pode ser exercido pelo credor com garantia real, pelos credores concorrentes que hajam penhorado o mesmo bem, pelo cnjuge, pelos descendentes ou ascendentes do executado.

    3 Havendo mais de um pretendente, proceder-se- entre eles licitao; em igualdade de oferta, ter preferncia o cnjuge, descendente ou ascendente, nessa ordem.

    4 No caso de penhora de quota, procedida por exequente alheio sociedade, esta ser intimada, assegurando preferncia aos scios.

    5 Decididas eventuais questes, o juiz mandar lavrar o auto de adjudicao. 8) Designao de dia e hora para a realizao da hasta pblica. 9) Realizao da primeira praa ou do primeiro leilo: caso seja autorizado a

    alienao judicial do bem penhorvel no valor igual ao da avaliao.

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    10) Realizao da segunda praa ou do segundo leilo: autoriza-se a alienao judicial por qualquer valor, desde que no seja um valor meramente simblico.

    11) Arrematao dos bens em favor do terceiro, na praa ou no leilo, mediante o pagamento imediato do valor, ou, em 15 dias, mediante cauo.

    Vejamos a execuo por quantia certa contra devedor insolvente. Na execuo por quantia certa contra devedor insolvente, os bens do devedor

    no so suficientes para satisfazer o dbito, ou seja, a quantidade devida maior que o patrimnio do devedor.

    Aplica-se, na execuo por quantia certa contra devedor insolvente, o princpio da igualdade, onde havendo arrecadao de todos os bens do devedor e pagamento aos credores na proporo dos seus crditos.

    DEFESAS DO DEVEDOR E DE TERCEIROS NA EXECUO

    ([LVWHPGHIHVDVWtSLFDVGRH[HFXWDGRQRFXPSULPHQWRGHVHQWHQoD a impugnao e no processo de execuo os embargos execuo. Alm das defesas tpicas, existem formas atpicas de resistncia do executado, tais como a objeo ou exceo de pr-executividade e mesmo as aes heterotpicas, que veiculam questes de direito material que afetam o direito representado no WtWXORH[HFXWLYR(Neves, Daniel Amorim Assumpo, 3 Ed.).

    1. Impugnao

    A impugnao a defesa comum do executado no cumprimento de sentena que condena o ru ao pagamento de quantia. H vrias correntes doutrinarias que defendem diferentes tipos de natureza impugnao. Parte da doutrina diz que a impugnao tem natureza de ao incidental, outra corrente defende que a natureza da impugnao depende das matrias alegadas pelo executado, assim se a alegao for defensiva, voltada a vcios procedimentais, ter natureza de incidente processual; sendo alegao defensiva, voltada obteno de um bem jurdico, ter natureza de ao incidental.

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    Majoritariamente d-se impugnao a natureza de incidente processual de defesa do executado.

    1.1. Matrias alegveis em sede de impugnao

    A impugnao somente poder versar sobre [art. 475-L, CPC]: I - Falta ou nulidade da citao, se o processo correu revelia;

    II inexigibilidade do ttulo; Obs. considerado inexigvel o ttulo judicial fundado em lei ou ato normativo declarados inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado em aplicao ou interpretao da lei ou ato normativo tidas pelo STF como incompatveis com a Constituio Federal.

    III penhora incorreta ou avaliao errnea; IV ilegitimidade das partes; V excesso de execuo;

    Obs. Quando o executado alegar que o exequente, em excesso de execuo, pleiteia quantia superior resultante da sentena, dever declarar de imediato o valor que entende correto, sob pena de rejeio liminar dessa impugnao.

    VI qualquer causa impeditiva, modificativa ou extintiva da obrigao, como pagamento, novao, compensao, transao ou prescrio, desde que superveniente sentena.

    1.2. Procedimento

    Interposta a impugnao, aps a intimao, ter o exequente/ impugnado 15 dias para contest-la. Aplica-se, de modo subsidirio, o art. 740 do CPC, o qual permite que todos os meios de prova sejam admitidos na impugnao.

    A deciso que resolver a impugnao recorrvel mediante agravo de instrumento, salvo quando importar extino da execuo, caso em que caber apelao.

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    A impugnao no ter, em regra, efeito suspensivo, podendo o juiz atribuir-lhe tal efeito desde que relevantes seus fundamentos e o prosseguimento da execuo seja manifestamente suscetvel de causar ao executado grave dano de difcil ou incerta reparao.

    So os mesmos requisitos para a concesso de qualquer espcie de tutela de urgncia: a parte ter aparente razo nas suas alegaes (fumus boni iuris) e necessidade da tutela de urgncia em face da probabilidade de perecimento do direito (periculum in mora).

    A denegao ou concesso do efeito suspensivo realiza-se por meio de deciso interlocutria, que pode ser recorrida usando-se o agravo de instrumento.

    Mas o legislador previu, ainda, a possibilidade de mesmo o juiz conferindo o efeito suspensivo, o exequente requerer que no pare a execuo, para tanto dever prestar cauo suficiente e idnea, arbitrada pelo juiz e prestada nos prprios autos [1, art. 475-M, CPC]. Assim, uma vez aceito o pedido do exequente e prestada a cauo, ocorre a revogao da deciso de concesso de efeito suspensivo.

    2. Exceo de pr-executividade e objeo de pr-executividade A exceo de pr-executividade consiste em um dos instrumentos possveis de

    serem interpostos no processo de execuo pelo devedor, mediante alegao de uma nulidade processual. A admissibilidade do instituto cabvel quando for constatada ausncia da legitimidade da parte, interesse de agir, possibilidade jurdica do pedido. Percebam que essas trs so as condies da ao, alm delas caber a exceo quando faltar ao ttulo executivo algum de seus requisitos bsicos, conforme o ttulo apresentado. Em sntese, cabvel em questes ligadas aos pressupostos processuais, condies da ao ou nulidades e defeitos flagrantes do ttulo executivo.

    A exceo de pr-executividade pode ser manejada sem garantia de juzo, ou seja, sem que o devedor tenha de submeter seu patrimnio a algum gravame, nos prprios autos do processo de execuo, a qualquer tempo.

    O STJ tranquilo na admisso da genuna exceo de pr-executividade, bastando que o executado tenha: 1) prova pr-constituda de suas alegaes e 2) que

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    no seja necessria a instruo probatria para o juiz formar seu convencimento sobre o pedido de extino da execuo.

    Obs. Nas matrias de ordem pblica no exigida prova.

    Alm desses dois requisitos citados, o STJ torna dependente o ingresso de exceo de pr-executividade ao momento anterior penhora e aos embargos do devedor.

    As alegaes mais comuns so a prescrio e o pagamento. A prescrio deve ser alegada de ofcio pelo magistrado, de modo que, mesmo no sendo matria de ordem pblica, alegada por meio de objeo de pr-executividade. O pagamento, por seu turno, deve ser alegado em sede de embargos execuo ou impugnao pelo executado, e s em raras situaes por meio da exceo de pr-executividade.

    Dessa forma, pode-se apontar duas formas atpicas e incidentais de exceo:

    1) Objeo de pr-executividade: o executado alega matria de ordem pblica referente inexistncia de condies formais necessrias continuidade da execuo.

    2) Exceo de pr-executividade: o executado, em poder de prova pr-constituda, alega matria que no pode ser reconhecida de ofcio pelo magistrado, que segundo a norma legal deveria ser alegada em sede de embargos execuo.

    2.1. Julgamento da exceo e objeo de pr-executividade Para atender ao inafastvel princpio constitucional do contraditrio, diante do

    ingresso da exceo ou objeo de pr-executividade, o juiz deve intimar o exequente que ter 5 dias para se manifestar. O juiz poder indeferir de plano o pedido de intimao sem que seja ouvido o exequente nos casos de manifestada inadmissibilidade desta, evitando o chamado contraditrio intil.

    O STJ condiciona o conhecimento da objeo de pr-executividade desnecessidade de dilao probatria. Vejamos a smula 393, em que o STJ manifesta seu entendimento, inclusive em relao execuo fiscal.

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    STJ Smula n 393 23/09/2009 DJe 07/10/2009 Exceo de Pr-Executividade. Admissibilidade. Execuo Fiscal. Matrias de Ofcio. Dilao Probatria.

    A exceo de pr-executividade admissvel na execuo fiscal relativamente s matrias conhecveis de ofcio que no demandem dilao probatria.

    Uma vez acolhido o pedido, extingue-se a execuo por meio da sentena terminativa, recorrvel por apelao. O exequente ter que pagar as verbas de sucumbncia, mesmo nos casos de acolhimento parcial. Se rejeitado o pedido, a deciso ser interlocutria, recorrvel de agravo de instrumento, e o procedimento executivo prosseguir normalmente.

    Obs.: Somente haver resoluo de mrito capaz de gerar coisa julgada material, quando o juiz pronunciar a prescrio.

    Na exceo de pr-executividade, o magistrado analisar o pedido do executado uma vez intimado o exequente para que se manifeste, respeitando o princpio do contraditrio. O magistrado poder adotar uma das trs posturas:

    1) Defere o pedido e extingue a execuo, o que far por meio de sentena, recorrvel por apelao.

    2) Indefere o pedido e d prosseguimento execuo, o que far por meio de deciso interlocutria recorrvel por agravo de instrumento.

    3) No decide o pedido com fundamento na necessidade de produo de prova. Remete o debate ao tema alegado aos embargos execuo, o que far por meio da deciso interlocutria recorrvel por agravo de instrumento.

    A deciso de acolhimento da exceo de pr-executividade depende de cognio exauriente, ou seja, o magistrado s dever acolher a alegao do executado sobre o fundamento da certeza. Caso tenha o juiz dvidas, ele ter que remeter s partes para a via prpria, que sero os embargos ou a impugnao.

    Igualmente depender de cognio exauriente realizada pelo juiz, a deciso que indefere a exceo de pr-executividade, j que tendo necessidade de produo de provas, o juiz no decidir o pedido do executado.

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    Essa deciso tanto interlocutria como de mrito. Apta a produzir coisa julgada material. Como uma deciso interlocutria, o recurso cabvel ser o agravo de instrumento.

    Apesar de ser uma execuo de pagar quantia certa, a execuo de prestao alimentcia devido natureza do direito tutelado considerada uma execuo especial. A razo dessa especialidade d-se pela previso de atos materiais especficos para esse tipo de execuo, com o intuito de facilitar a satisfao do direito demandado pelo exequente.

    Existe uma divergncia entre os doutrinadores em relao espcie de direito de alimentos que pode ser executada pela via especial. Parte da doutrina entende que a via especial se limita aos alimentos legtimos, que decorrem em razo de parentesco, casamento ou unio estvel. Para esses doutrinadores os alimentos indenizatrios, decorrentes de atos ilcitos, no se encaixam na proteo especial. A outra parte entende no haver essa limitao, pois a necessidade do credor de alimentos no se altera em decorrncia da natureza do direito de alimentos. Portanto, no haveria necessidade de criar um procedimento protetivo, limitado a somente uma espcie de direito alimentar.

    As diferenas principais relacionam se aos momentos em que as normas previstas nos arts. 732 a 735 do CPC, combinadas com os arts. 16 a 19 da Lei 5.478/68 podem ser aplicadas e as vias de presso psicolgica e de satisfao por sub-rogao disposio do demandante, que devido a previso contida no art. 569, caput, do CPC, poder vincular sua vontade as medidas executivas.

    Analisando os art. 16 a 18 da Lei de Alimentos, verifica-se a existncia de uma ordem de preferncia entre as diferentes formas executivas:

    a) O desconto em folha de pagamento sempre que possvel; b) Desconto de renda;

    EXECUO DE PRESTAO ALIMENTCIA

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    c) Se uma das duas formas citadas acima no for apropriada, o credor poder escolher entre a expropriao e a priso civil.

    Apesar de o legislador ter criado uma ordem de preferncia no intuito de beneficiar o ru com a menor onerosidade, a escolha da forma executiva sempre livre, a critrio do exequente. Esse tem sido o entendimento do Superior Tribunal de Justia.

    No que tange s decises judiciais, no necessrio para essa espcie de execuo estar fundada em sentena civil condenatria. Ela tambm pode ser aplicada s decises interlocutrias que determinem a condenao ao pagamento de alimentos provisionais ou provisrios.

    1. Procedimento

    Ter o exequente o poder de escolha entre adotar o procedimento previsto nos arts. 732 e 735 do CPC, cabendo, nesse caso, a aplicao das normas referentes ao cumprimento de sentena de obrigao de pagar quantia certa, ou optar pelo procedimento previsto no art. 733 do CPC. Neste caso, em decorrncia da sua especialidade, ao credor caber ingressar com processo autnomo de execuo, aplicando-se as particularidades processuais do artigo mencionado e, de modo suplementar, as regras procedimentais do processo de execuo.

    1.1. Execuo por sub-rogao

    O procedimento ser de execuo comum de pagar quantia certa. A especialidade fica a critrio do desconto em folha de pagamento. De acordo com o art. 734 do CPC, o desconto da folha de pagamento ser cabvel quando o devedor for militar, diretor, funcionrio pblico ou gerente de empresa, bem como empregado sujeito legislao do trabalho. Nessas hipteses o magistrado mandar descontar a importncia da prestao e sua durao. O magistrado comunicar autoridade, empresa ou ao empregador por ofcio. Na comunicao constaro os nomes do credor, do devedor, a importncia da prestao e o tempo de sua durao. Ressalte-se que apesar da omisso legal em relao ao profissional liberal, se esse tiver um trabalho estvel, peridico e de

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    regular remunerao ser possvel oficiar ao pagador para que realize o desconto sobre esses pagamentos.

    O desconto determinado pelo magistrado no prejudica o terceiro, no havendo este nenhuma razo para agir numa eventual irresignao, uma vez que ao pagador no importa para quem o pagamento destinado. No entanto, caso a ordem do juiz seja descumprida pelo pagador e este continue a pagar diretamente ao devedor de alimentos, o credor dos alimentos poder cobrar o valor do terceiro pagador e ainda responder pelo crime previsto na Lei de Alimentos.

    O Superior Tribunal de Justia somente admite a aplicao do art. 734 do CPC s prestaes a vencer, de forma que, se o credor desejar utilizar somente a sub-rogao para a execuo de alimentos, ele dever, para a cobrana da divida acumulada pelo inadimplemento anterior, se valer do procedimento comum de execuo de pagar quantia certa. Tambm poder o credor pedir a priso civil do executado em decorrncia do inadimplemento de trs parcelas anteriores distribuio da ao.

    Alm do que prev o art. 734 do CPC (desconto na folha de pagamento) a Lei de Alimentos traz a possibilidade de satisfao do direito por meio de prestaes cobradas de alugueis de prdios ou de qualquer ouro rendimentos do executado. Neste caso, o terceiro pagador tambm dever deixar de pagar o devedor de alimentos e passar a pagar diretamente o credor ou ao juzo.

    1.2. Execuo Indireta priso civil Ser o executado citado adote uma das quatro possveis posturas em um prazo

    de trs dias, caso o exequente opte pelo procedimento do art. 733 do CPC. Ressalte-se que a omisso de reao do executado uma atitude possvel, apesar de no constar na lei. Alis, essa uma pratica frequente na praxe forense.

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    As reaes a serem adotadas pelo executado so:

    1) O pagamento. Isso acarretar ao executado o dever de pagar as custas processuais e os honorrios advocatcios. Aps o pagamento a execuo extinta. O executado tambm poder alegar e provar que a obrigao j foi satisfeita seja por meio do pagamento ou de outras formas de satisfao da obrigao como a transao ou novao. Uma vez acolhida alegao do executado a execuo ser extinta.

    2) O executado poder justificar o no pagamento. Neste caso, dever o executado fundamentar as razes que efetivamente o impossibilitaram de cumprir com a obrigao. O executado poder juntar prova documental juntada com a defesa ou produzir provas em momento procedimental posterior. Neste ltimo caso um bom exemplo a prova testemunhal, que no pode ser produzida no momento da defesa.

    Ao justificar o executado afasta a priso civil j que de acordo com o art. 5, LXVII da CF somente o inadimplemento voluntrio e inescusvel da obrigao alimentcia permite a ocorrncia da priso civil.

    Uma vez acolhida a defesa, o juiz extinguir a execuo e a priso civil no ser decretada, podendo o exequente requerer a instaurao da execuo por quantia certa contra o devedor solvente pelo procedimento comum, ns prprios autos ou em

    Art. 733. Na execuo de sentena ou de deciso, que fixa os alimentos provisionais, o juiz mandar citar o devedor para, em 3 (trs) dias, efetuar o pagamento, provar que o fez ou justificar a impossibilidade de efetu-lo.

    1 Se o devedor no pagar, nem se escusar, o juiz decretar-lhe- a priso pelo prazo de 1 (um) a 3 (trs) meses.

    2 O cumprimento da pena no exime o devedor do pagamento das prestaes vencidas e vincendas.

    3 Paga a prestao alimentcia, o juiz suspender o cumprimento da ordem de priso.

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    apartados. O STJ tem admitido a converso de um rito procedimental em outro, geralmente quando mais favorvel ao devedor.

    No acolhida a justificativa e ocorrendo a priso, segundo os tribunais superiores no caber habeas corpus para convencer o tribunal das razes da no satisfao da obrigao. No entanto, no se pode descartar a priori a utilizao do habeas corpus contra a deciso que decretou a priso civil, como forma de assegurar sua liberdade.

    Se a deciso interlocutria foi proferida por juzo de primeiro grau ser competente para julgar habeas corpus o tribunal de segundo grau. Ser competente o STJ quando a interlocutria tiver sido proferida pelo Tribunal de Justia ou pelo Tribunal Federal.

    O preso tem a opo de interpor o recurso ou utilizar o habeas corpus. Apesar de parte da doutrina no ser a favor da aceitao concomitante dos dois instrumentos, existe deciso do STJ admitindo o habeas corpus mesmo depois da preclusa a deciso desfavorvel ao preso proferida em agravo de instrumento.

    No havendo a justificativa nem a satisfao da obrigao, a priso civil dever ser decretada, na tentativa de pressionar psicologicamente o devedor para que realize o pagamento.

    Tanto a doutrina majoritria como o STJ entende que a priso civil s pode ocorrer por manifestao expressa do exequente. A decretao da priso no pode ocorrer de ofcio pelo magistrado nem pela manifestao do Ministrio Pblico quando funcionar como fiscal da lei.

    De acordo com o 1 do art. 733 do CPC, o prazo mximo da priso civil de 3 meses. No entanto, a Lei de Alimentos traz um prazo mximo de 60 dias, ou seja, dois meses. Nesse sentindo existe trs entendimentos diferentes. O primeiro entendimento traz uma distino entre alimentos provisionais, em que a priso poderia ocorrer ser um ms a trs meses, e de alimentos definitivos, situao em que a priso seria decretada por um mximo de 60 dias. O segundo entendimento aplica o que diz o CPC, ou seja, independente de se tratar de alimentos provisionais ou definitivos, o prazo da priso seria de um a trs meses. J o terceiro entendimento defende o prazo mximo estipulado pela Lei de Alimentos, 60 dias tanto para os alimentos provisionais como para os definitivos. O

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    STJ adota o segundo entendimento, aplicando um prazo mnimo de um ms e mximo de trs meses.

    A utilizao da priso civil, por ser uma medida brusca, tem sido limitada pela jurisprudncia. Assim, a priso civil para a cobrana de diferenas de penses vencidas, ou para a cobrana de dbitos antigos ou de mais de trs meses no tem sido decretada. O entendimento consagrado nos tribunais superiores que somente se admite a priso do devedor referente s trs ltimas parcelas no quitadas anteriores distribuio da ao de execuo. Mas vencendo parcelas durante esse processo, a priso somente seria suprimida se ocorresse o pagamento integral da dvida (as trs parcelas mais recentes anteriores distribuio e todas as demais que se vencerem durante a execuo at o pagamento).

    O Supremo Tribunal Federal entende que havendo sucesso de execues de alimentos a priso s ser admitida na primeira, pois enquanto no houver a quitao, as prestaes cobradas nas execues seguintes sempre estaro computadas nas prestaes vincendas da primeira execuo. A priso civil, porm, renovar diante de novo inadimplemento tantas vezes quanto necessrias, desde que se refira a novas parcelas em aberto aps a ameaa ou a efetiva priso do devedor de alimentos.

    DOS EMBARGOS DO DEVEDOR

    Os embargos do devedor possuem natureza jurdica de ao e quando intentados fazem tramitar, em um mesmo processo, duas aes: a execuo e os embargos execuo (embargos do devedor).

    Em regra no tem efeito suspensivo, mas o juiz poder, a requerimento do embargante, atribuir esse efeito quando, sendo relevantes seus fundamentos, o prosseguimento da execuo manifestamente possa causar ao executado grave dano de difcil ou incerta reparao, e desde que a execuo j esteja garantida por penhora, depsito ou cauo suficientes.

    Independente de depsito, cauo ou penhora, contudo, o executado poder obstar-se execuo por meio de embargos que sero distribudos por dependncia,

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    autuados em apartado e instrudos com cpias das peas processuais mais relevantes.

    Reparem duas coisas:

    1) o depsito, cauo ou penhora so requisitos para se atribuir a suspenso, mas no para a oposio de embargos;

    2) No so os embargos instrudos com cpia de todos os atos processuais, mas s dos mais importantes.

    Esse conhecimento foi cobrado em uma prova de 2009:

    A respeito dos embargos de devedor, assinale a opo correta.

    a) possvel a efetivao de atos de penhora e avaliao dos bens, ainda que tenha sido atribudo efeito suspensivo aos embargos.

    b) Em regra, os embargos no tm efeito suspensivo. Contudo, o juiz pode, a requerimento do embargante, atribuir efeito suspensivo aos embargos quando, sendo relevantes seus fundamentos, o prosseguimento da execuo manifestamente possa causar ao executado grave dano de difcil ou incerta reparao, sem que, para isso, seja necessrio que a execuo j esteja garantida por penhora, depsito ou cauo suficiente.

    c) A deciso relativa aos efeitos dos embargos pode, de ofcio, ser modificada ou revogada a qualquer tempo, em deciso fundamentada, cessando as circunstncias que a motivaram.

    d) Os embargos execuo so distribudos por dependncia, autuados em apartado e instrudos com cpias de todas as peas processuais.

    e) A execuo deve ficar suspensa por completo, ainda que o efeito suspensivo atribudo diga respeito a apenas uma parte do objeto daquela execuo. 5HVSRVWDD

    $ OHWUD H WDPEpP HVWi HUUDGD SRUTXH QRV HPEDUJRV TXDQGR R HIHLWRsuspensivo atribudo disser respeito apenas a parte do objeto da execuo, ela prosseguir quanto parte restante.

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    $ OHWUD F SRU VXDYH]HUUDDRGL]HUTXHRHIHLWR VXVSHQVLYRVHUiDSOLFDGRGHofcio, quando na verdade deve ser a pedido o embargante.

    Desse modo, regra geral, os embargos no tero efeito suspensivo, no entanto o magistrado poder, a requerimento do embargante, conceder efeito suspensivo, quando os fundamentos forem relevantes, quando a continuao da execuo ameaa causar dano irreparvel e desde que a execuo j esteja garantida por penhora, depsito ou cauo.

    Relativamente ao prazo para opor os embargos, ele de 15 dias, contado da data da juntada aos autos do mandado de citao. Nos casos em que houver vrios executados, o prazo contado a partir da juntada do respectivo mandado. No entanto, quando os executados forem cnjuges o prazo contado individualmente. Obs.: o art.191 do CPC no se aplica ao prazo dos embargos. O art. 191 determina que o prazo deve ser contado em dobro quando houver litisconsrcio. No caso dos embargos do devedor, portanto, mais de um integrante no polo passivo no significa que o prazo seja contado em dobro.

    Nas execues de carta precatria, a citao dever ser comunicada, de imediato, ao juiz deprecante, inclusive por meios eletrnicos. Nesse caso, os embargos tero seus prazos contados a partir da juntada aos autos de tal comunicao.

    1) A concesso do efeito suspensivo no impede a efetivao da penhora e avaliao dos bens.

    2) A deciso relativa aos efeitos dos embargos poder, a requerimento da parte, ser modificada ou revogada a qualquer tempo, em deciso fundamentada, cessando as circunstncias que a motivaram.

    Os embargos podero ser rejeitados, liminarmente, pelo magistrado quando forem intempestivos, quando inepta a petio ou quando protelatrios. Em caso de m-f, a cobrana de multa ou indenizao ser promovida no prprio processo de execuo, em

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    autos apensos, operando-se por compensao ou execuo.

    Obs.: No caso de embargos manifestamente protelatrios, o juiz impor, em favor do exequente, multa ao embargante em valor no superior a 20% (vinte por cento) do valor em execuo.

    Uma vez recebidos os embargos, ser o exequente ouvido no prazo de 15 dias. Ter o magistrado o dever de julgar imediatamente o pedido ou designar audincia de conciliao, instruo e julgamento, proferindo a sentena no prazo de 10 dias.

    A Lei 11.232/05 criou a impugnao (artigos 475-L e 475-M, ambos do CPC) como a forma pela qual o executado questiona o cumprimento de sentena, isto , a execuo fundada em ttulo judicial. Desse modo, entre as inovaes introduzidas pela reforma de 2005/2006 do CPC, encontra-se a substituio dos embargos do devedor pela impugnao quando se tratar de ttulo judicial, uma vez que o legislador por entender incompatvel com a celeridade processual, (os embargos so ao incidente que visa anulao, reduo da execuo ou a retirada da eficcia executria de um ttulo), a nova Lei classificou a impugnao como mero incidente oponvel apenas por agravo de instrumento.

    Preservou-se, como falamos, os embargos do executado como a forma pela qual o executado volta-se execuo fundada em ttulo extrajudicial (artigo 745 do CPC).

    Mesmo considerando-se a execuo ou o cumprimento de sentena como uma sequncia de atos coativos, no h como se desprezar as garantias constitucionais a pretexto de agilizar a execuo do julgado.

    interessante observar que mesmo quando o Legislador se vale do termo incidente, tem parte da doutrina entendido tratar-se de ao incidental. O artigo 395 do &3& IDOD HP VHQWHQoD TXH UHVROYHU R LQFLGHQWH SHUPLWLQGR TXH VH LQWHUSUHWH FRPRprpria de ao a natureza da impugnao.

    Embora haja relevantes diferenas entre o regime de impugnao e o regime dos embargos do executado, no se pode deixar de notar algumas semelhanas entre as duas figuras.

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    Assim, vimos que a reao do executado depende do ttulo que se lhe cobra. Ser for judicial, resultado de cognio prvia e sentena, ter de se defender por meio de LPSXJQDomR&DVRRWtWXORHPTXHVWmRVHMDH[WUDMXGLFLDORH[HFXWDGRFRQWLQXDUiDID]HUXVRGRVHPEDUJRV.

    Nos casos em que a impugnao versar sobre questes meramente processuais, a sua natureza ser de mero incidente. Todavia, quando versar sobre o prprio mrito da execuo a sua natureza ser de ao.

    Vejam como foi cobrado em questo da prova para juiz de Pernambuco: Os embargos do devedor

    a) referem-se defesa a ser oferecida no cumprimento