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REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DIARIO . DO CONGRESSO NACIONAL SECÃO '" ANO XXVIII - NIl 101 CAPITAL FEDERAL TERÇA-FEIRA, 11 DE SETEMBRO DE 1973 CÂl\IARA DOS DEPUTADOS ( 1- 108. a SESSÃO DA 3. a SESSÃO LEGISLATIVA DA 7. a LEGISLATURA EM 10 DE SETEMBRO DE 1973 I- Abertura da Sessão 11 - Leitura e assinatura da ata da sessão anterior lU - Leitura do Expediente OFíCIOS DEFERIDOS; - Do Presidente da Comissão de Constituição e Justiça, solicitando audiência do Ministério da Justiça para o Projeto n,v 844, de 1972; - Do Presidente da Comissão de Constituição e Justiça solicitando audiência da Comissão Especial para Revisão e Atualização da Legislação Sobre Direitos Autorais para o Pro- jeto n.o 1.432", de 1973. PROJETOS A I1UPRIMIR: Projeto n,? 1. 150-D, de 1973 - Emendas do Senado Federal ao Projeto de Lei n.? 1. 15O-C, de 1973, que "retifica dispositivos da Lei n.? 5.869, de 11 de janeiro de 1973, que institui o Código de Processo Civil"; tendo parecer da Comissão de Constrtuiçào e Justiça, pela aprovação dos itens I a V da Emenda n,v 1; pela aprovação das Emendas de n,os 2 e 3; e pela rejeição do item VI da Emenda n.? 1. Projeto n.? 1.509, de 1973 - (Do Poder Executivo) - Men- sagem n.? 296/73 - Dispõe sobre a atividade turfística no País e outras providências, , IV - Pequeno Expediente NINA RIBEIRO - Realizações do Governo revoíucíonarto. VASCO NETO - Cinqilentenário da cidade de Bom Jesus da Lapa, Bahia, Décimo aniversário da instalaçâo de sua Dio- cese. ADHEMAR GHISI - Simpósio sobre o carvão nacional, a ser realizado pela Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados. SIQUEIRA CAMPOS - projetos-impacto do Governo Fe- deraL JOSÉ ALVES - Permanência da Cia. de Forca e Luz de Arapiraca, Alagoas, como distnbuidora de energia elétrica da cidade. HILDEBRANDO GUIMARAES - Programa Especial de Pes- quisas Agropecuárias, Ceará. JUAREZ BERNARDES - Producão de trigo no Estado de Goiás. . CÉSAR NASCIMENTO - Acidentes rodoviários. PEIXOTO FILHO - Comemoracões do "Dia do Soldado" em Duque de Caxias, Estado do Rio Ode Janeiro. Artigo do jor- nalista Luiz Fernando: "Prece Cívica". JERôNIMO SANTANA - Festa de criação do Território de Rondônia. JúLIO VIVEIROS - Formação de gestores e admlnístra- dores. WALTER SlLVA - Situacâo runcional de servidores da Empresa Brasileira de Oorreios e Telégrafos. JAISON BARRETO - Politica Nacional de Saúde. •. JOEL FERREIRA - Atuação do Governo Federal na Ama- zorua. WILMAR DALLANHOL - Inclusão da BR-283 no plano prioritário de obras do Governo Federal. SINVAL BOAVENTURA - Crise na produção pecuária. JOSÉ BONIFáCIO NETO - Orçamento do Estado da Gua- nabara para o exercicio de 1974. PETRôNIO FIGUEIREDO - Aniversário de fundacão do Jor- nal da Paraíba, de Campina Grande, Paraíba, . BRíGIDO TINOCO - Tese do Prof. Ayrton da Costa Paiva, Diretor da Faculdade de Direito da UFF, no IH Encontro Bra- sileiro das Faculdades de Direito. realizado em Campinas, São Paulo. FLORIM COUTINHO - Trabalho pretíssíonal. V- Grande Expediente LOPES DA COSTA - Aproveitamento do Pantanal mato- grossense. WALTER SILVA - Poluição ambiental. PEIXOTO FILHO - Sistema Penitenciário Brasileiro. LAERTE VIEIRA - Questão de ordem sobre utilizacão da aparelhagem eletrônica do plenário da Câmara. Aplicação do art. 293 do Regimento Interno. PRESIDENTE - Resposta à questão de ordem do Deputado Laerte Vieira. ALBERTO HOFFMANN - Criação da Comissão Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura. VI - Ordem do Dia JG DE ARAÚJO JORGE, ANTôNIO BRESOLIN, SIQUEIRA CAIvlPOS, MARCOS FREIRE - Apresentação de proposições. JG DE ARAÚ.rO JORGE - Discussão do Projeto n.? 615-A, de 1972. WALTER SILVA - Discussão do Projeto n.O 756-A, de 1972. JOAo LINHARES, JG DE ARAÚ.rO JORGE, ANTôNIO BRE- SOLIN - Encaminhamento de votação do Projeto n,? 756-A, de 1972. JI UNICO

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REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

DIARIO .DO CONGRESSO NACIONALSECÃO

'"

ANO XXVIII - NIl 101 CAPITAL FEDERAL TERÇA-FEIRA, 11 DE SETEMBRO DE 1973

CÂl\IARA DOS DEPUTADOS~----~-----------SUMÁRIO--------------------.

(

1 - 108.a SESSÃO DA 3.a SESSÃO LEGISLATIVA DA 7.aLEGISLATURA EM 10 DE SETEMBRO DE 1973

I - Abertura da Sessão

11 - Leitura e assinatura da ata da sessão anteriorlU - Leitura do Expediente

OFíCIOS DEFERIDOS;

- Do Presidente da Comissão de Constituição e Justiça,solicitando audiência do Ministério da Justiça para o Projeton,v 844, de 1972;

- Do Presidente da Comissão de Constituição e Justiçasolicitando audiência da Comissão Especial para Revisão eAtualização da Legislação Sobre Direitos Autorais para o Pro­jeto n.o 1.432", de 1973.

PROJETOS A I1UPRIMIR:

Projeto n,? 1. 150-D, de 1973 - Emendas do Senado Federalao Projeto de Lei n.? 1. 15O-C, de 1973, que "retifica dispositivosda Lei n.? 5.869, de 11 de janeiro de 1973, que institui o Códigode Processo Civil"; tendo parecer da Comissão de Constrtuiçàoe Justiça, pela aprovação dos itens I a V da Emenda n,v 1;pela aprovação das Emendas de n,os 2 e 3; e pela rejeição doitem VI da Emenda n.? 1.

Projeto n.? 1.509, de 1973 - (Do Poder Executivo) - Men­sagem n.? 296/73 - Dispõe sobre a atividade turfística no Paíse dá outras providências, ,

IV - Pequeno Expediente

NINA RIBEIRO - Realizações do Governo revoíucíonarto.

VASCO NETO - Cinqilentenário da cidade de Bom Jesusda Lapa, Bahia, Décimo aniversário da instalaçâo de sua Dio­cese.

ADHEMAR GHISI - Simpósio sobre o carvão nacional, aser realizado pela Comissão de Minas e Energia da Câmarados Deputados.

SIQUEIRA CAMPOS - projetos-impacto do Governo Fe­deraL

JOSÉ ALVES - Permanência da Cia. de Forca e Luz deArapiraca, Alagoas, como distnbuidora de energia elétrica dacidade.

HILDEBRANDO GUIMARAES - Programa Especial de Pes­quisas Agropecuárias, Ceará.

JUAREZ BERNARDES - Producão de trigo no Estado deGoiás. .

CÉSAR NASCIMENTO - Acidentes rodoviários.

PEIXOTO FILHO - Comemoracões do "Dia do Soldado"em Duque de Caxias, Estado do Rio Ode Janeiro. Artigo do jor­nalista Luiz Fernando: "Prece Cívica".

JERôNIMO SANTANA - Festa de criação do Território deRondônia.

JúLIO VIVEIROS - Formação de gestores e admlnístra­dores.

WALTER SlLVA - Situacâo runcional de servidores daEmpresa Brasileira de Oorreios e Telégrafos.

JAISON BARRETO - Politica Nacional de Saúde.

•.JOEL FERREIRA - Atuação do Governo Federal na Ama­zorua.

WILMAR DALLANHOL - Inclusão da BR-283 no planoprioritário de obras do Governo Federal.

SINVAL BOAVENTURA - Crise na produção pecuária.

JOSÉ BONIFáCIO NETO - Orçamento do Estado da Gua­nabara para o exercicio de 1974.

PETRôNIO FIGUEIREDO - Aniversário de fundacão do Jor-nal da Paraíba, de Campina Grande, Paraíba, .

BRíGIDO TINOCO - Tese do Prof. Ayrton da Costa Paiva,Diretor da Faculdade de Direito da UFF, no IH Encontro Bra­sileiro das Faculdades de Direito. realizado em Campinas, SãoPaulo.

FLORIM COUTINHO - Trabalho pretíssíonal.

V - Grande ExpedienteLOPES DA COSTA - Aproveitamento do Pantanal mato-

grossense.WALTER SILVA - Poluição ambiental.

PEIXOTO FILHO - Sistema Penitenciário Brasileiro.

LAERTE VIEIRA - Questão de ordem sobre utilizacão daaparelhagem eletrônica do plenário da Câmara. Aplicação doart. 293 do Regimento Interno.

PRESIDENTE - Resposta à questão de ordem do DeputadoLaerte Vieira.

ALBERTO HOFFMANN - Criação da Comissão Nacionalde Desenvolvimento da Suinocultura.

VI - Ordem do Dia

JG DE ARAÚJO JORGE, ANTôNIO BRESOLIN, SIQUEIRACAIvlPOS, MARCOS FREIRE - Apresentação de proposições.

JG DE ARAÚ.rO JORGE - Discussão do Projeto n.? 615-A,de 1972.

WALTER SILVA - Discussão do Projeto n.O 756-A, de 1972.

JOAo LINHARES, JG DE ARAÚ.rO JORGE, ANTôNIO BRE­SOLIN - Encaminhamento de votação do Projeto n,? 756-A,de 1972.

JI

EXEMPLA~ UNICO

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5426 Terça-feira 11 DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Setembro de 1973

Projeto D.O 815-A', de 1972 - Emendado.

Projeto n.o 756-A, de 1972 -RejeitadoLISANEAS MACIEL (Como Líder) - O Brasil atual e o

futuro Governo.GERALDO FREmE (Como Líder) - Pronunciamento do

Presidente da República na últízna reunião minis~erial. Medi­das anunciadas pelo Governo. DIScursos do Embmxador Wla­dimir Murtinho, em Argel, e do General Breno Borges Fortes,em Caracas.VII - Comunicações das Lideranças

GETÚLIO DIAS - Noticiário sobre declarações do papaPaulo VI.

DANIEL FARACO - Notieiárlo sobre deolarações do PapaPaulo VI.VIII - Designação da Ordem do Dia

IX - Encerramento2 - MESA (Relação dos membros)

3 -:.. LíDERES E VICE-LíDERES DE PARTIDOS (Relaçfu:Jdos membros) .

4 _ COMISSõES (Relação dos membros das ComissõesPermanentes, Especiais, Mistas e de Inquérito)

ATA DA MESAAta da 24.'" Reunião da Mesa, realizada em 28-8-73.

ATA DA 10S.a SESSÃOEM 10 DE SETEMBRO DE 1913

PRESIDÊNCIA DOS SRS. flÁVIO MARClLJO,PRESIDENTE; ADERBAL JUREMA. l.°-VICE­

PRESIDENTE; PETRÔNIO FIGUEIREDO,2,o-SECRETARIO E JOS~ CARLOS FONSECA,

3.a·SECRETÁRIO

I - AS 13 :30 HORAS COMPARECEMOB SENHORES:

Flávio MarcílioAderbal JuremaDayl de AlmeidaPetrônio FigueiredoJosé Carlos FonsecaDib CheremVinicius CansançãoTeotônio Neto

Acre

Ruy Lino - MDB.

Amazonas

Raimundo Parente - ARENA.

Pará

Américo Brasil - ARENA; EdiSlJn Bon­na - ARENA; Júlio Viveiros - MDB.

Maranhão

Américo de Souza - ARENA; Eurico Ri­beiro - ARENA.

Piauí

Pinheiro Machado - ARENA.

Ceará

Alvaro Lins - MDB: Híldebrando Gui­marães _ ARENA; Januário Feitosa ­ARENA; Jonas Carlos - ARENA; JosiasGomes - ARENA (SE); Leão Sampaio ­ARENA; Ossian Aruripe - ARENA; Paes deAndrade - MDB; Parsifal Barroso - ARE­NA.

Rio Grande do Norte

Djalma Marinho - ARENA; Vingt Ro­sado - ARENA.

Paraíba

Cláudio Leite - ARENA; Wilson Braga- ARENA.

Pernambuco

Airon Rios - ARENA; Carlos Alberto Oli­veira - ARENA; Etelvino Lins - ARENA;Gonzaga Vasconcelos - ARENA; JosiasLeite - ARENA; Marco Maciel - ARENA.

Alagoas

José Alves - ARENA.

Sergipe

Raimundo Diniz - ARENA.

Bahia

Djalma Bessa - ARE'N'A; H8nneqllímDantas - ARENA; João Alves - ARENA;João Borges - MDB; Lomanto Júnior ­ARENA; Odulfo Domíngues - ARENA; RuyBacelar - ARENA.

Rio de Janeiro

Brigido Tinoco - MDB; Dayl de Almei­da - ARENA; José da Silva Barros ­ARENA; Peixoto Filho - MDB; WalterSilva - MDB.

Guanabara

Bezerra de Norões - MDB; JG de AraújoJorge - MDB; Nina Ribeiro - ARENA;Osnelli Marbinellí - ARENA; ReynaldoSantana - MDB.

Minas Gerais

Aureliano Chaves - ARENA; HomeroSantos - ARENA; João Guido - _"'RENA;José 'Machado - ARENA; Murilo Badaró- ARENA; Nogueíra de Rezende - ARENA;Padre Nobre - MDB; SinV'al Boaventura- ARENA.

São Paulo

Cantidio Sampaio - ARENA: FranciscoAmaral .- MDB: Maurício roledo - ARE­NA; Plínio Salgado - ARENA.

Goiás

Brnsílío Caiado - ARENA; Juarez Ber­nardes - MDB, Siqueira Campos - ARE­NA.

Mato Grosso

Garria Netto - ARENA; Ubaldo Barém- ARENA.

ParanáAlencar Furtado - MDB: Arv de T-ima

- ARENA; Hermes Macêdo - Aftl!;NA; Oh­vir Gabardo - MDB.

Santa CatarinaAdhemar Ghisi - ARENA; Jaíson Bqrreto

- MDB; João Línhares - ARE'N'A' LS.erteVieira - MDB; Wilmar Dallanhol - ARE­NA.

Rio Grande do Sul

Alceu 'Jol1arel;l - MDB; Célio MarquesFernandes - ARENA; Daniel FaracoARENA; Nadyr Rossetti - lVIDB.

Rondônia

Jerônimo Santana - MDR

O SR. PRESIDENTE (Petrônio Figueire­do) - A lista de presença acusa o compa­recimento de 85 Senhores Deputados.

Está aberta a sessão.

Sob a proteção de Deus iniciamos nossostrabalhos.

O Sr. Secretário procederá à leitura da.ata da sessão anterior.

II - O SR. PEIXOTO FILHO, servindocomo 2.0-Secretário, procede à leitura daata da sessão antecedente, a qual é, semobservações, assinada.

O SR. PRESIDENTE (Petrônio Figueire­do) - Passa-se à leitura do expediente.

O SR. DAR DE ALMEIDA, l,o-Secretário,procede à leitura do seguinte.

lU - EXPEDIENTE

OFíCIOS

OFíCIOS DEFERIDOS

1) Do Presidente da Comissão de Constitui­ção e Justiça, nos seguintes termos:

Oficio n,v 88173

Brasília,. em 31 de agosto de 1973Senhor Presidente

Atendendo a deliberação unânime destaComissão, em reunião realizada em 29-8-73,solícito a V. Ex.'" providências no sentidode que seja ouvido o Ministério da Justiçasobre o Projeto de Lei n.? 844/72, que "dis­pêe sobre a Instituição Legal do Nome Bra­sileiro de Familia".

Valho-me do ensejo, para renovar a V.Ex." os protestos de elevada estima e consi­deração. -.Lauro Leitão, Presidente.

2) Do Presidente da Comissão de Consti­tuição e Justiça, nos seguintes termos:

Ofício n.? 91/73

Brasília, em 31 de agosto de 1973Senhor Presidente: '

Atendendo a deliberação unânime destaComissão, em reunião realizada em 29-8-73,solicito a Y. Ex.'" providências no sentidode que seja ouvida a Comissão Especial paraRevisão e Atualização da Legislação sobreDireitos Autorais sobre o projeto de Leiri.? 1 432/73 - Código de Autor.

Valho-me do ensejo, para renovar a V.Ex.'" os protestos de elevada estima e consi­deração. - Lauro Leitão, Presidente,

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8etembl'O de 1973 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Se~ão n Terça.feira 11 54!1

Vem a mesa e vai a publicação o seguinte:PROJETO

N.!) 1.150-D, de 1973Emendas do Senado Federal ao Pro­

jeto de Lei n.o 1.150-C, de de 1973, que"retifiea dispositivos da Lei n.? 5.869,de 11 de janeiro de 1973, que tnstttmu oCódigo de Processo Civil"; tendo pare­cer da Comissão de Constituição e Jus­tiça, pela aprovação dos itens I a V daEmenda n.o 1; pela aprovação dasEmendas de n.<'s 2 e 3; e pela rejeiçaodo item VI da Emenda n,? 1.

(PROJETO DE LEI N.o 1.150-C, DE 1973, AQUE SE REFERE O PARECER>'

o Congresso Nacional decreta:

Art. l.0 Os arts. 5.0, 10, 20, 77, 126, 131,184-, 213, 219, 223, 225, 232, 264 269, 285,286, 295, 296, 3~1, 309 310, 324 331, 363,375, 412, 443, 456, 462. 4V8, 500, 519, 522,523, 524, 525, sss, 529, 533, 539,. 543, 558,560, 568, 599, 600, 601 602, 622, 623, 624,625, 634, 671, 686, 703, 793, 803, 804, 814,900, 901, 902, 942, 949, 974, &80, 981, 982,993, 999, 1.002, 1.307, 1.008, 1 029, 1.061,1.095,1.116, 1.'29, 1.215 e 1.219, do 10VO

Código M Processo Orvii mstítuído pela Lein.o 5.869, de 11 de Janeiro de 1973, passama vigorar com a seguinte redação:

"Art. 5.° &> no curso do processo, setornar Iitígíoss reíacão jurídica de curaexistência ou mexisteneia depender ojulgamento da hde, qualquer das par­tes poderá requerer que o Juiz a decla­re por sentença."

"Art. 10. O cônjuge somente necessi­tara do consentimento do outro parapropor ações que versem sobre bensimóveis ou diretos reais sobre imóveisalheios.

Parágrafo único. Ambos os cônjugesserão necessariamente citados para asações:I - reais imobiliárias;II - resultantes de tatos que digamrespeito a ambos os cônjuges ou deatos praticados por eles;

IIr - fundadas em dívidas contraídaspelo marido a bem da família, mas cuj aexecução tenha de recair sobre o pro­duto do trabalho da mulher ou os seusbens reservados;

IV - que tenham por objeto o reco­nhecimento, a constituição ou a extin­ção de ônus sobre imóveis de um oude ambos os cônjuges."

"Art. 20. A sentença condenará o ven­cido a pagar ao vencedor as despesas

-que antecipou e os honoraríos advoca-tícios.§ 1.0 O juiz, ao decidir qualquer inci­dente ou recurso, condenará nas des­pesas o vencido.

§ 2.° As despesas abrangem não só ascustas dos atos do processo, como tam­bém a ínoenízação de viagem, díaria detestemunha e remuneração do assis­tente técnico.§ 3.° Os honorártos serão fixados en­tre o mínimo de dez por cento 00% Ie o máxime de vinte por cento (20%)sobre o valor da condenação, atendi-dos: .

a) o grau de zelo do profissional;

b) o lugar de prestação do serviço;c) a natureza e importância da cau­sa, o trabalho reanaaüc pelo advoga­do e o tempo exrgído para o seu ser­viço.§ 4.° Nas causas de pequeno valor enas de valor inestimável. os nonoràrlosserão fixados consoante apreciaçãoequítatrva do juiz, atendidas as normasdas letras a a c do parágrafo ante­rior.""Art. 77. É admissível o chamamentoao processo:I - do C:evedol', na ação em que o fia­dor for réu;IT - dos outros fiadores, quando paraa ação ror citado apenas um deles;IH - de todos os devedores solidários,quando c credor exigir de um ou dea.guns deles parcial ou totalmente, adivida comum."

'·Art.126. O juiz não se exime de sen­tencíar ou despachar alegando lacunaou obseurrda de da lei. No julgamentoda lide caber-Lhe-á aplicar as normaslegais; não as havendo, recorrerá àanalogia, aos costumes c aos princípiosgerais de direito"

"Art 131. O iuiz apreciará livrementea prova, atendendo :105 Iates e cír­cunstàncias constantes tios autos. ain­da que ni'to aíegados pelas partes; masdevera mdícar, na sentença, os meti­V'JS Que lhe formaram o convenci­mento.""Art. 184. Salvo disposicão em contrá­rio, computar-se-ão 05 prazos, excluin­do o dia do começo e Incluindo ri dovencimento.& 1 ° Considera-se prorrogado o prazoaté o primeiro dia útü se o vencimen­to cair em feriado ou em dia em que:

I - for determinado o fechamento doforum;

li - o expediente forense for encer­rado antes da hora normal.§ 2.° Os prazos somente comecam acorrer a partir do prírneiro dia útilapós a intimação (art. 240),""Art. 213. Citação é o ato pelo qualse chama a juízo o réu ou o interessa­do a fim de se defender.""Art. 219. A citação válida torna ;1re­vento o juizo, induz litI.:,pendência efaz litigiosa a coisa; e, ainda qúandoordenada por [uíz incompetente, cons­titui em mora o devedor e interrompea prescrição.§ 1.° A prescrição considerar-se-á in­terromjnda na data do despacho queordenar a citação.§ 2.° Incumbe à parte, nos dez (0)días seguintes à prolação do despacho,promover a citação do réu.§ 3.° Não sendo citado o réu, o juizprorrogará o prazo até o máximo denoventa (90) dias, contanto que a par­te o requeira nos cinco (5) dias se­guíntes ao término do prazo do pará­grafo anterior.§ 4.° Não se efetuando a citação nosprazos mencionados nos parágrafos an­tecedentes, haver-se-á por não inter­rompida a prescrição.

§ 5.° Não se tratando de direitos pa­trimoniais, o juiz poderá, de ofício, co­nhecer {ia prescrição e decretá-la deImediato.

li G.o Passada em julgado a sentença,a que se refere o parágrafo anterior, oescrivão comunicará ao réu o resultadodo julgamento."

"Art. 223. Requerida a citação pelocorreio, o escrivão ou chefe da secreta­ria porá a copia. da petição inicial, des­pachada pelo juiz, dentro de sobrescritocom timbre impresso do juízo ou tríbu­naí bem como do eartorío, indicandoexpressamente que visa a intimar odestinatário.

§ 1.0 Se já não constar da cópia dapetição inicial, o despacho do juiz con­signará a advertência a que se refere oart. 285, segunda parte, se o Iítígto ver­sar sobre direitos disponíveis.

§ 2.° A carta será registrada, com avi­so da recepção, a fim de ser junto aosautos.§ 3.° O carteiro fará a entrega dacarta registrada ao destínatario, exi­gindo-lhe que assine o recibo."

"Art. 225. O mandado, que o Oficialde Justiça tiver ele cumprir, deverá con­ter:r - os nomes do autor e QO réu, bemcomo os respectivos domicílios ou resi­dências;II - o fim da citacào, com todas asespecífícneôes constantes da petícàoinicial, bem como a advertência a quese refere o art. 285, segunda parte seo litígio versar sobre direilos dlspcní­vers;UI - a cominação, se houver;IV - o dia, hora e lugar do compareci­mento;V - a cópia do despacho;VI -- o prazo para defesa;

VII - a assinatura do escrivão e a de­claração de que o subscreve por ordemdo juiz.Parágrafo único. O mandado poderáser em breve relatório, quando o autorentregar em cartorío, com a petiçãoinicial, tantas copias desta quantos fo­rem os réus; CaSO em que as copias de­pois de conferidas com o original, farãoparte integrante do mandado."

"Art. 232. São requisitos da citaçãopor edital:I - a afirmação do autor, ou a certi­dão do oficial, quanto as circunstânciasprevistas nos números I e II do artigoantecedente;TI - a afixação do edital, na sede dojUí7.o, certificada pelo escrivão;

rIl - a publicação do edital no prazomáximo de qmnze (15) dias, uma vez noórgão oficial e pelo menos duas vezesem jornal local, onde nouver;

IV - a determinacão, pelo juiz, do pra­-zo, que variará entre vinte (20) e ses­senta (60) dias, correndo da data daprimeira publicação;

V -- a advertência a que se refere oart 285. segunda parte, "e o litígio ver­sar sobre direitos dísponíveís.

Parágrafo único. Juntar-se-á aos au­tos um exemplar de cada publicação,bem como do anúncio, de que trata onúmero II deste artigo."

"Art. 264. Feita a citação, é defeso aoautor modificar o pedido ou a causa apedir, sem o consentimento do réu,

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W428 Terça-feira 11 DIARIO no OONGRESSO NACIONAL (Seção I) Setembro de 19~3

mantendo-se as mesmas partes, salvoas substituições permitidas por lei.

Parágrafo único. A alteração do pe­dido ou da causa de pedir em nenhumahipótese será permitida após o sanea­mento do processo."

•·'Art. 269. Extingue-se o processo comjulgamento de mérito:

I - quando o juiz acolher ou rejeitarO pedido do autor;n - quando o réu reconhecer a proce­dência do pedido;lU - quando as partes transigirem;

IV - quando o juiz pronunciar a deca­dência ou a prescrição;V - quando o autor renunciar ao di­reito sobre que se funda a ação'. "

"Art. 285. Estando em termos a peti­ção inicial, o juiz a despachará, orde­nando a' cítacao do rc", n.rra respon­der; do mandato constará que, nãosendo contestada a ação, se presumirãoaceitos pelo réu, como verdadeiros, osfatos articulados pelo autor."

"Art. 286. O pedido deve ser certo ou'determinado. li: lícito, porém, formularpedido genérico:

I - nas ações universais, se nao puder<J autor individuar na petição os bensdemandados;

II - quando não for possível determi­nar, de modo definitivo, as conseqüên­cias do ato ou do fato ilicito;

lI! - quando a determinação do valorda condenação depender de ato que de­va ser praticado pelo réu."

"Art. 295. A petição inicial será inde­ferida:I - quando for inepta;Il ...:... quando a parte for maníresta­mente ilegítima;lI! quando o autor carecer de interesseprocessual;IV - quando o juiz verificar, desde lo­go a decadêncía ou a prescrição (art.219, § 5.0 ) ;

V - quando o tipo de procedimento,escolhido pelo autor, não corresponderà natureza da causa, ou ao valor daação; caso em que só não será indefe­rida, se puder adaptar-se ao tipo deprocedimento legal;

VI - quando não atendidas as prescri­ções dos arts. 39, parágrafo único, pri­meira parte, e 284.Parágrafo único. Oonsídera-se ineptaa petição inicial quando:I - lhe faltar pedido ou causa de pe­dir;n - da narração dos fatos não decor­rer logicamente a conclusão;

lU - o pedido for juridicamente ím­possível;

IV - contiver pedidos incompatíveisentre si.""Art. 296. Se o autor apelar da sen­tença de indeferimento da petíção ini­cial, o despacho, que receber o recurso,mandará citar o réu para acompa­nhá-lo.§ 1.0 . A citação valerá para todos ostermos ulteriores do processo,

§ 2.° Sendo provido o recurso, o réuserá intimado, na pessoa de seu pro­curador, para responder.§ 3.° Se o réu não tiver procuradorconstituído nos autos, o processo correráà sua revelia.""Art. 301. Compete-lhe, porém, antesde discutir o mérito, alegar:

I - inexistência ou nulidade da cita­ção;II - incompetência absoluta;In - inépcia da petição inicial;IV - perempção;V - litispendência;VI - coisa julgada;VI! - conexão;VIII - íneapacídade da parte, defeitOde representação ou falta de autorí­zação;IX - compromisso arbitral;X - carência de ação;

XI - falta de caução ou de outra pres­tação, que a lei exige como preliminar.

§ 1.0 Verifica-se a litispendência ou acoisa julgada, quando se reproduz açãoanteriormente ajuizada.

§ 2.° Uma ação é idêntica a outraquando tem as mesmas partes, a mes­ma causa de pedir e o mesmo pedido.

§ 3.° Há litispendência, quando se re­pete ação, que está em curso; há coisajulgada, quando se repete ação que jáfoi decidida por sentença, de que nãocaiba recurso.

§ 4.° Com exceção do eompromísso ar­bitral, o' juiz conhecerá de oficio damatéria enumerada neste artigo."

"Art. 309. Havendo necessidade deprova testemunhal, o juiz designaráaudiência de instrução, decidindo den­tro de dez (10) dias."

"Art. 310. O juiz indeferirá a petiçãoinicial da exceção, quando manifesta­mente improcedente."

"Art. 324. Se o réu não contestar aação, o juiz, verificando que não ocor­reu o efeito da revelia, mandará queo autor especifique as provas que pre­tenda produzir na audiência."

. "Art. 331. Se não se verificar nenhu­ma das hipóteses previstas nas secçõesprecedentes, o juiz, ao declarar saneadoo processo:I - decidirá sobre a realização de exa­me pericial, nomeando o perito e facul­tando às partes a indicação dos respec­tivos assistentes técnicos;

II - designará a audiência de instru­ção e julgamento, defereindo as provasque nela hão de produzir-se. 'o".{l.rt. 363. A parte e o terceiro se es­cusam de exibir. em juízo, o documentoou a coisa:I - se concernente a negócios da pró­pria vida da família;II - se a sua apresentação puder vio­lar dever de honra;UI - se a publicidade do documento re­dundar em desonra à parte ou ao ter­ceiro, bem como a seus parentes con­sangüíneos ou afins até o terceiro grau;ou .lhes representar perigo de ação pe­nal;

IV - se a exibição acarretar a divulga­ção de fatos, a cujo respeito, por esta­-do ou protíssào, devam guardar se­gredo;V - se subsistirem outros motivos gra­rves que, segundo o prudente arbítrio do(juiz, justifiquem a recusa da exibição.

(Parágrafo único. Se os motivos de quetratam os números de I a V disserem:respeito só a uma parte do conteúdo dodocumento, da outra se extrairá umasuma para ser apresentada em juizo."

"Art. 375. O telegrama ou o radio­grama presume-se conforme com o ori­ginal, provando a data de sua expedi­ção e do recebimento pelo destinatário."

"Art. 412. A testemunha é intima­<la a comparecer a audiência, constan­do do mandado dia, hora e local, bemcomo os nomes das partes e a naturezada causa. Se a testemunha deixar decomparecer, sem motivo justificado, se­rá conduzida, respondendo pelas despe­sas do adiamento.

§ 1.0' A parte pode comprometer-se alevar à audiência a testemunha, tnde-,pendentemente de intimação; presu­mindo-se, caso não compareça, que de­sistiu de ouvi-la.

§ 2.0 Quando figurar no rol de teste­munhas funcionário público ou mili­tar. o juiz o requisitará ao chefe da re­partição ou ao comando do corpo emque servir."

"Art. 443. Concluida a diligência, o juizmandará lavrar auto circunstanciado,mencionando nele tudo quanto for útilao julgamento da causa.

Parágrafo único. O auto poderá serinstruído com desenho, gráfico ou foto­grafia."

"Art. 456. Encerrado o debate ou ofe­recidos os memoriais, o juiz prorerírásentença desde logo ou no prazo de dez(lO) dias.""Art. 462. Se, depois da propositura daação, algum fato constitutivo, modifi­cativo ou extintivo do direito influir nojulgamento da lide, caberá ao juiz to­má-lo em consideração de oficio ou arequerimento da parte, 'no momento tleproferir a sentença."

Art. 498. Quando o dispositivo do acór­dão contiver julgamento unânime ejulgamento por maioria de votos e fo­rem interpostos simultaneamente em­bargos infringentes e recurso extraordi­nário, ficará este sobrestado até o jul­gamcnto daquele.

"Art. 500. Cada parte interporá o re­curso, independentemente, no prazo eobservadas as exigências legais. Sendoporém, vencidos autor e réu, ao recursointerposto por qualquer deles poderáaderir a outra parte. O recurso adesivofica subordinado ao recurso principale se rege pelas disposições seguintes:

I - poderá ser interposto perante aautoridade judiciária competente paraadmitir o recurso principal, dentro dedez (10) dias contados da publicação dodespacho, que o admitiu;

II - será admissível na apelação, nosembargos infringentes e no recurso ex­traordinário;III - não será conhecido, se houverdesistência do recurso principal. ou sefor ele declarado ínadmíssível ou de­serto.

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Setembro ile 1973

Parágrafo único. Ao recurso adesivo seaplicam as mesmas regras do recursoindependente, quanto às condições deadímíssíbtlídade, preparo e julgamentono tribunal superior."

"Art. 519. Dentro do prazo de dez (10)dias, contados da rntímação da conta,o apelante efetuará o preparo, inClUSI­ve do porte de retorno, sob pena dedeserção. Vencido o prazo e não ocor­rendo deserção, os autos serão conclu­sos ao juiz, que mandará remetê-los aotribunal, dentro de quarenta e oito (48)horas.§ 1.° Oeorrendo justo impedimento, ojuiz, ao relevar a pena de deserção. res­tituirá ao apelante o prazo para efetuaro preparo.

S 2.0 A decisão a que alude o parágra­ro anterior, será irrecorrível. O tribu­nal, todavia, lhe apreciará a Iegíttmr-dade." ,

"'Art. 522. Ressalvado o disposto nosartigos .504 e 513, 'lias decisões proferi­das no processo caberá agravo de ins­trumento.

§ 1.° Na petição, o agravante poderárequerer que o agravo fique retido nosautos, a fim de que dele conheçam otribunal, preliminarmente, por ocasiãodo julgamento da apelação; reputar-se­á renunciado o agravo se a parte nãopedír expressamente, nas razões ou nascontra-razões da apelação, sua aprecia­çao pelo tribunal.

§ 2.° Requerendo o agravante a ime­diata subida do recurso. será este pro­cessado na eonrormídade dos artigosseguintes.""Art. 523. O agravo de ínstrumen toserá interposto no prazo de etneo (5)dias por petição, que conterá:I - a exposíeão do fato e do direito;

II - as razões do pedido de reforma dadecisão;IH - a indicação das peças do processoque devam ser trasladadas.

Parágrafo único. Serão obrigatoria­mente trasladadas a decisão agravada,a certidão da respectiva intimação e aprocuração outorgada ao advogado doagravante, salvo se outra instruir a pe­tição de agravo.""Art. 524. Deferida a formação doagravo, será intimado o agravado para,no prazo de cinco {5) dias, indicar 'lSpeças dos autos, que serão traslada­das, e juntar documentos novos."

"Art. 525. Será de quinze (15) dias oprazo para a extração, a conrerêneta eo concerto do traslado, prorrogável pormais dez (lO) dias, mediante sclícítaçãodo escrivão.

Parágrafo único. Se o agravado apre­sentar documento novo, será aberta vi.s­ta ao agravante para dizer sobre ele noprazo de cinco (5) dias."

"Art. 525. Concluída a formacâo do ins­trumento, o agravado será" intimadopara responder."

"Art. 529. Se o agravo de instrumentonão for conhecido, porque rnterpostofora do prazo local, '0 tribunal imporáao agravante a condenação, em bene­fício do agravado, no pagamento dodécuplo do valor das custas respecti­vas.""Art. 533. Admitidos os embargos, pro.ceder-se-á ao preparo do recurso e sor­teio de novo relator.

DIÁRIO no CONGRESSO NACIONAL (Seçân U

§ 1.0 O prazo para o preparo será dedez (lO) dias, contados da publicação,no órgão oficial, do despacho de rece­bimento dos embargos.§ 2.° A escolha do relator recairá,quando possivel, em juiz que não hajaparticipado do julgamento da apelaçãoou da ação rescisória.""Art. 539. Nas causas em que forempartes, de um lado, Estado estrangeiroou organismo internacional e, de outro,município ou pessoa domiciliada ou re­sidente no Pais, caberá:I - apelação, da sentença;II - agravo de instrumento, das deci­sões interlocutórias.""Art. 543. Recebida a petição pela se­cretaria do tribunal e aí protocolada,intimar-se-á o recorrido, abrindo-se-lhevista, pelo prazo de cinco {5) dias, paraimpugnar o cabimento do recurso.§ 1.0 Findo esse prazo, serão os autos,com ou sem impugnação, conclusos aopresidente do tribunal, o qual, em des­pacho motivado, admitirá, ou não, o re­curso, no prazo de cinco (5) dias.

§ 2.0 Admitido o recurso, abrir-se-ávísta dos autos, sucessivamente, .ao re­corrente e ao recorrido, para que cadaum, no prazo de dez (lO) dias, apre­sente suas razões.

§ 3.° Apresentadas ou não as razões.os autos serão remetidos, dentro dequinze (15) dias. à secretaria do Supre­mo Trib'lmal Federal, devidamente nre­parados,§ 4.° O recurso extraordinário será re­cebido unicamente no efeito devoluti­vo.""Art. 558. O agravante poderá recue­rer ao relator, nos casos de prisão dedepositário infiel, a adjudicação, remi­cão de bens ou de levantamento de di­nheiro sem prestação de caução idônea,que suspenda a execução da medida atéo pronuneíamento definitivo da turmaou câmara.Parágrafo umeo. Igual competênciatem o juiz da causa enquanto o agravonão tiver subido.""Art. 560. Qualquer questão preliminarsuscitada no julgamento será decididaantes do mérito, deste não se conhe­cendo se incompatível com a decisãodaquela.Parágrafo uruco. VErsando a prelimi­nar sobre nulidade suprível, o tribunal,havendo n-ecessidade, converterá Q jul­gamento em diligência. ordenando a re­messa dos autos ao juiz, a fim de sersanado o vício.""AJ:t. 568. Estão sujeítos à execução:I - o devedor, reconhecido como tal notítulo executivo;II - o espólio. os herdeiros ou os su­cessores do devedor;

III - o novo devedor, que assumiu.com o consentimento do credor, a obri­gação resultante do titulo executivo;IV - o fiador judicial;V - o responsável tributário, assim de­finido na Iegrslaçâo própria.""Art. 599. O juiz pode, em qualquermomento do processo:I - ordenar o comparecimento daspartes;II -- advertir ao devedor que o seuprocedimento constitui ato atentatórioà dignidade da justiça."

'l'erça-Ieira 11 5U9

"Art. 600. Considera-se atentatório a-dígnídade da justiça o ato do devedorque:I - frauda a execução;

II - se opõe maliciosamente à exe­cução, empregando ardis e meios arti­ficiosos;III - resiste injustificadamente às or­dens judiciais;

IV - não indica ao juiz onde se encon­tram os bens suj eitos à execução."

"Art. 601. Se, advertido, o devedor per­severar na prática de atos definidos noartigo antecedente, o juiz, por decisão.lhe proibirá que daí por diante falenOB autos. Preclusa esta decisão, é de­feso ao devedor requerer, reclamar, re­correr, ou praticar no processo quais­quer atos, enquanto não lhe for rele­vada a pena.Parágrafo único. O juiz relevará apena, se o devedor se comprometer anão mais praticar qualquer dos atos de­finidos no artigo antecedente e der üa­dor Idôneo, u.ue responda •.0 credor peladivida principal, juros. despesas e ho­norários advocatíeíos.'

"Art. 602. Toda vez que a Indeniza­ção por ato ilícito incluir prestação dealimentos, o juiz, quanto a esta parte,condenará o devedor a constituir umcapital, cuja renda assegure o seu ca­bal cumprimento.

§ 1.0 Este capital, representado porimóveis ou por títulos da divida pública,será inalienável e impenhorável:

I - durante a vida da vítima;

II - falecendo a vitima em conseqüên­cia do ato Ilícíto, enquanto durar aobrigação do devedor.

§ 2.° O juiz poderá substituir a cons­tituição do capital por caução fidejus­sória, que será prestada na forma doArt. 342 e seguinte.

§ 3,° Se, fixada a prestação de ali­mentos, sobrevier modificação nas eon­díções econômícas, poderá a parte pedirao juiz, conforme as circunstâncias, re­dução ou aumento do encargo.

§ 4.° Cessada a obrigação de prestaralimentos, o juiz mandará, conforme ocaso, cancelar a cláusula de inalienabi­lidade e impenhorabilidade -ou exonerarda caução o devedor."

"Art. 622. O devedor poderá depositara coisa, em vez de entregá-la, quandoquiser opor embargos.""Art. 623. Depositada a coisa, o exe­qüente poderá levantá-la antes do jul­gamento dos embargos, salvo se estesforam recebidos com suspensão da exe­cução (Art. 741).""Art. 624. Se o devedor entregar acoisa, lavrar-se-á o respectivo termo edar-se-á por finda a execução, salvo seesta, de acordo com a sentença, tiver deprosseguir para o pagamento de frutose ressarcimento de perdas e danos."

"Art. 625., Não sendo a coisa entregueou depositada, nem admitidos embar­gos suspensivos da execução, expedir­se-á em favor do credor mandado deimissão na posse ou de busca e apre­ensão, conforme se tratar de imóvel oude móvel,"

"Art. 634. Se o fato puder ser prestadopor terceiro, é lícito ao juiz, a reque­rimento do credor, decidir que aquele Orealize à custa do devedor.

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S430 Terça-feira 11

§ 1,0 O juiz nomeará um perito queavaliará o custo da prestação do fatomandando em seguida expedir edital dêconcorrência pública, com o prazo má­ximo de trinta (30) dias.§ 2.° As propostas serão acompanha­das de prova do depósito da importân­cia, que o juiz estabelecerá a título decaução.§ 3.° No dia, lugar e hora designadosabertas as propostas, escolherá o juiz àmais vantajosa.§ 4.0 Se o credor não exercer a pre­ferência a que se refere o Art. 637. oconcorrente, cuja proposta foi aceita.obrigar-se-á, dentro de cinco (5) díaspor termo nos autos, a prestar o fato'sob pena de perder a quantia caucio':nada.

§ 5.° Ao assínar o termo, o contratantefará nova caução de vinte por cento(20%) sobre o valor do contrato.

§ 6.0 No caso de descumprimento daobrigação assumida pelo concorrente oupelo contratante, a caução, referida nos§§ 4.0 e 5.°, reverterá em benefício docredor.§ 7.° O credor adiantará ao contra­tante as quantias estabelecidas na pro­posta aceita.""Art. 671. Quando a penhora recair emcrédito do devedor, o Oficial de justicao penhorará. Enquanto não ocorrer iahipótese prevista no artigo seguinteconsiderar-se-á feita a penhora pel~intimação:I - ao terceiro devedor para que nãopague ao seu credor;

II -: ao credor do terceiro para que nãopratique nenhum ato de disposição docrédito.""Art. 686. A arrematação será prece­dida de edital, que conterá:I - a descrição do bem penhorado comos seus caracteristicos e, tratando-sede imovel, a situação, as divisas e atranscrição aquisitiva ou a inscrição

II - o valor do bem; ,III - o lugar onde estiverem os mó­veis, veículos e semoventes; e, sendodireito e ação, os autos do processoem que foram penhorados: 'IV - o dia, o lugar e a hora da praçaou do leilão;

V - a menção da existência de ônus,bem como de recurso pendente de jui­gamento;

V! - a comunicação de que, se o bemnao alcançar lanço superior à impor­tância da avaliação, seguir-se-á emdia e hora que forem desde lo~ de­signados entre os dez (10) e os vinte(20) seguintes, a sua venda a quemmais der.§ 1.0 No caso do Art. 684, II, constarádo edital o valor da última cotaçaoanterior à expedição deste.

§ 2.° A praça realizar-se-á no átrio doedificio do forum; o leilão, onde esti­verem os bens, ou no lugar designadopelo juiz.""Art. 703. A carta de arremataçãoconterá:

I - a descrição do imóvel, constantedo titulo, ou, à sua falta, da avaliação;II - a prova da quitação dos impos­tos;

lI! - o auto de arrematação;

»JARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

IV - o título executivo."

"Art. 793: Buspensa a execução, é de­feso praticar quaisquer atos processuais.O juiz poderá, entretanto, ordenar pro­vidências cautelares urgentes."

"~rt. 803. N~o set;;do contestado o pe­dido, presumir-se-ao aceitos pelo re­querido, como verdadeiros, os fatos ale­gados pelo requerente (Arts. 285 e 3191 ;caso em que o juiz decidirá dentro emcinco (5) dias.Parágrafo único. Se o requerido con­testar no prazo legal, o juiz designaráaudiência de instrução e julgamento,havendo prova a ser nela produzida."

"Art. 804. li: licito ao juiz concederli~inarme?te ou após justificação pré­via a medida cautelar, sem ouvir o réuquando verificar que este, sendo cita~do, poderá torná-la ineficaz; caso emque poderá determinar que o requeren­te preste caução real ou fidejussóriade ressarcir os danos que o requeridopossa vir a sofrer.""Art. 814. Para a concessão do arres­to é essencial:I - prova literal da divida liquida ecerta; e

II - prova documental ou justificacáade algum dos casos mencionados'noartigo antecedente.Parágrafo único. Equipara-se à provaliteral da dívida líquida e certa paraefeito de concessão de arresto ~ sen­tença líquida ou Ilíquída, pendente derecurso ou o laudo arbitral pendentede homologação, condenando o deve­dor no pagamento de dinheiro ou deprestação que em dinheiro possa con­verter-se.""Art. 900. Aplica-se o procedimentoestabelecido neste capítulo, no que cou­ber, ao resgate do aforamento."

"~rt. 901. Esta ação tem por fim exí­gir a restituição da coisa depositada."

>: "Art. 902. Na petição inicial ínstruí­da c~m a prova literal do depósito ea estimativa do valor da coisa se nãoc~Jlls~ar do contrato, o autor pedirá aCIt2l~'3,O do reu para no prazo de cinco(5) dias: '~ ~ entregar a coisa, depositá-Ia emJUIZO ou consignar-lhe o equivalente emdinheiro;II - contestar a ação.§ 1.° Do pedido poderá constar, ain­da, a cominação da pena de prisão atéum (1) ano, que ° juiz decretará naforma do Art. 904, parágrafo único.

§ 2.° O réu poderá alegar, além danulidade ou falsidade do título e daextinção das obrigações, as defesas pre­vistas na lei civil.""Art. 942. O autor, expondo na peti­ção inicial o fundamento do pedido ejuntando planta do imóvel, requerera:

I - a designação de audiência preli­minar, a fim de justificar a posse;

II - a citação pessoal daquele em cujonome esteja transcrito o imóvel usu­capiendo, bem como dos confinantes epor edital, dos réus ausentes, incer":tos e desconhecidos, observado quantoao prazo o disposto no Art. 232, núme­mero IV.§ 1.0 A citação prevista no número IIdeste artigo valerá para todos os atosdo processo.

Setembro de 1973

§ 2.° Serão cientificados por carta pa­ra que manifestem interesse na cáusaos representantes da Fazenda Pública:di? União, do Estado, do Distrito Fe­deral, do Território e do Município."

"Art. 949. Serão citados para a açãotodos os condôminos, se ainda naotransitou em julgado a sentença no­mo10~atória da divisão; e todos os qui­nhoeiros dos terrenos vindicados seproposta posteriormente. '

Parágrafo único. Neste último caso asentença que julga procedente a açáocondenando a restituir os terrenos oria pagar a indenização, valerá como tí­tulo executivo em favor dos quinhoei­ros para haverem dos outros condômí­nos, que forem parte na divisão ou deseus sucessores por titulo unive~sal, naproporção que lhes tocar, a composi­ção pecuniária do desfalque sofrido."

"Art. 974. É lícito aos confinantes doimóvel dividendo demandar a restitui­ção dos terrenos que lhes tenham sidousurpados.

§ 1.0 Serão citados para a ação todosos condôminos, se alnda não transitouem julgado a sentença homologatóriada divisão; e todos os quinhoeiros dosterrenos vindicados, se proposta poste­ríormente,

§ 2.° Neste último caso terão os qui­nhoeiros o direito, pela mesma senten­ça que os obrigar à. restituição, a ha­ver dos outros condôminos do processodivisório, ou de seus sucessores a títulouniversal, a composição pecuniária pro­porcional ao desfalque sofrido."

"Art. 980. Terminados os trabalhos edesenhados na planta os quinhões eas servidões aparentes, organizará oagrimensor o memorial descritivo. Emseguida, cumprido o disposto no Art.965, o escrivão lavrará o auto de di­visão, seguido de uma folha de paga­mento para cada condômino. Assinadoo auto pelo juiz, agrimensor e arbitra.dores, será proferida sentença nomeio­gatóría da divisão.

§ 1.0 O auto conterá:

I - a confinacão e a extensão super­ficial do imóvel;

n: - a classificação das terras com ocalculo das áreas de cada consorte e aresnecüva avaliação, ou a avaliacão doimóvel na sua integridade, quando ahomogeneidade das terras não deter­minar diversidade de valores;

lU - o valor e a quantidade geométri­ca que couber a cada condômino de­c~arando-se as reduções e compénsa. ­çoes resultantes da díversídade de va­lores das glebas componentes de cadaquinhão.

§ 2.° Cada folha de pagamento con­terá:I - a descrição das linhas divisóriasdo quinhão, mencionadas as confínan­tes;

II - a relação das benfeitorias e cul­turas do próprio quinhoeiro e das quelhe foram adjudícadas por serem co­muns ou mediante compensação;

UI - a declaração das servidões ins­tituídas, especificados os lugares a ex­tensão e modo de exercício." ,"Art. 981. Aplica-se às divisões o dis­posto nos artigos 952 a 955."

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Setembro de 1973

"Art. 982. Prceeder-se-á ao inventá­rio judicial, ainda que todas as partessejam capazes."

"Art. 993. Dentro de vinte (20) dias,contados da data em que prestou ocompromisso, fará o inventariante asprimeiras declarações, das quais se la­vrará termo circunstanciado. No termo,assinado pelo juiz, escrivão e inventa­riante, serão exarados:

I - o nome, estado, idade e domicíliodo autor da herança, dia e lugar emque faleceu e bem ainda se deixou tes-­tamento;II - o nome, estado, idade e residênciados herdeiros e havendo cônjuge su­pérstite, o regime de bens do casamen­to;

In - a qualidade dos herdeiros e ograu de seu parentesco com o inventa­riado;

IV - a relação completa e individua­da de todos os bens do espólio e dosalheios que nele forem encontrados,descrevendo-se:

a) Os imóveis, com as suas especifica­ções, nomeadamente local em que seencontram, extensão da área, límites,confrontações, benfeitorias, origem dostitulas, números das transcrtcões aqui­sitivas e ônus que os gravam;

b) os móveis, como os sinais caracte­rísticos;c) os semoventes, seu número, espécie,marcas e sinais distintivos;

d) O dinheiro, as jóias, os objetos deouro e prata e as pedras preciosas, de­clarando-se-lhes especlrícadamente aqualidade, o peso e a ímportaneía;

e) os títulos da divida pública, bemcomo as ações, cotas e títulos de so­ciedade, mencionando-se-lhes o núme­ro, o valor e a data;

f) as dividas ativas e passivas, indi­cando-se-lhes as datas, títulos, origemda obrigação, bem como os nomes doscredores e dos devedores;g) direitos e ações;h) o valor corrente de cada um dosbens do espólio;Parágrafo único. O juiz determinaráque se proceda:

I - ao balanço do estabelecimento, seo autor da herança era comerciante emnome individual;II - a apuração de haveres, se o autorda herança era sócio de sociedade quenão anônima."

"Art. 999. Feitas as primeiras decla­rações, o juiz mandará citar, para ClS

termos do inventário e partilha, o côn­juge, os herdeiros, os legatários, a Fa­zenda Pública, o Ministério Público, sehouver herdeiro incapaz Ou ausente eo testamenteiro, se o finado deixou tes­tamento.

§ 1.0 Citar-se-ão, conforme o dispostonos Arts. 224 a 230, somente as pessoasdomiciliadas na comarca por onde cor­re o inventário ou que ai forem encon­tradas; e por edital, com o prazo devinte (20) a sessenta (60) dias, todasas demais, residentes, assim no Brasilcomo no estrangeiro. '

§ 2.0 Das primeiras declarações ex­trair-se-ão tantas cópias quantas fo­rem as partes.

DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

li 3.° O oficial de justiça, ao procederà citação, entregará um exemplar acada parte.li 4.° Incumbe ao escrivão remeter có­pias à Fazenda Pública, ae MinistérioPúblico, ao testamenteiro se houver, eao advogado, se a parte já estiver re­presentada nos autos."

"Art. 1002, A Fazenda Pública, no pra­zo de vinte (20) dias, após a vista eleque trata o artigo 1.000, informará aojuizo, de acordo com os dados que cons­tam de seu cadastro imobiliário, o va­lor dos bens de raiz descritos nas pri­meiras declarações."

"Art. 1007. Sendo capazes todas aspartes, não se procederá à avaliação,se a Fazenda Pública, intimada na for­ma do artigo 237, número r, concordarexpressamente com o valor atribuido,nas prímeiras declarações, aos bens doespólio."

"Art. 1008. Se os herdeiros concorda­rem com o valor dos bens declaradospela Fazenda 'pública, a avaliação cin­gir-se-á aos demais.""Art. 1029, A partilha amigável, la­vrada em Instrumento público, redu­zida a termo nos autos do inventárioou constante de escrito particular ho­mologado pelo juiz, pode ser anulada,por dolo, coação, erro essencial ou in­tervenção do incapaz.

Parágrafo único. O direito de proporação anulatóría ele partilha amigávelprescreve em um (1) ano, contado es­te prazo:I - no caso de coação, do dia em queela cessou;

II - no de erro ou dolo, do dia emque se realizou o ato;III - quanto ao incapaz, do dia emque cessar a incapacidade.""Art. 1061. Falecendo o alienante ouo cedente, poderá o adquirente ou oeessíoncrto prosseguir na causa jun­tando aos autos o respectivo titulo eprovando a sua identidade.""Art. 1095. São requisitos essenciaisdo laudo:II - o relatório, que conterá Os nomesdas partes, a indicação do compromis­so e o objeto do litígio;

II - os fundamentos da decisão, men­cionando-se expressamente se esta foidada por equídade;UI - o dispositivo;

IV - o dia, mês, ano e lugar em quefoi assinado.""Art. 1116. Efetuada a alienação e de­duzidas as despesas, depositar-se-á opreço, ficando nele subrogados os ônusou responsabilidades a que estiveremsujeitos os bens.

Parágrafo único. Não sendo caso dese levantar o depósito antes de trinta(30) dias, inclusive na ação ou na exe­caução, o juiz determinará a aplicaçãodo produto da alienação ou do depósito,em obrigações ou títulos da divida pú­blica da União ou dos Estados."

"Art. 1129. O juiz, de ofício ou a re­querimento de qualquer interessado, or­denará ao dententor de testamento queo exiba em juizo para os fins legais,se ele, após a morte do testador,não se tiver antecipado em fazê-lo.Parágrafo único. Não sendo cum­prida a ordem, proceder-se-á à busca

Terça-feira 11 5i31

e apreensão do testamento, de confor­midade com o disposto nos Arts. 839a 843."

"Art. 1215, Os autos poderão ser elí­min~dos por incineração, destruiçãomeeãníea ou por outro meio adequado,findo o prazo de cinco (5) anos, con-e.tado da data do arquivamento, publi­cando-se previamente no órgão oficiale em jornal local, onde houver, avisoaos interessados, com o prazo de trinta(30) dias.

§ 1.0 J1l lícito, porém, às partes e in­teressados requerer, às suas expensas,o desentranhamento dos documentosque juntaram aos autos, ou a microfil­magem total ou parcial do feito."

§ 2.° Se, a juízo da autoridade com­petente, houver, nos autos, documentosde valor histórico, serão eles recolhi­dos ao Arquivo Público."

"Art. 1219. Em todos os casos em quehouver recolhimento de importânciaem dínheíro, esta será depositada emnome da parte ou do interessado, emconta especial movimentada por ordemdo juiz."

Art. 2,° A seção In do Capítulo V doTitulo VIII do Livro I passa a ter o seguin­te subtítulo: Do Saneamento do Processo,

Art. 3.° O Capítulo VI do Titulo X doLivro I passa a ter a seguinte denomina­ção: dos Recursos para o Supremo Tribu­nal Federal.

Art. 4.0 O art. 1.219 passa a constituiro art. 1220.

Art. 5.° Esta lei entrará em vigor nadata de sua publicação, revogadas as dís­posições em contrário,

Câmara dos Deputados, em 25 de junhode 1973. - Flávio Mareílio, Presidente daCâmara dos Deputados.

EMENDAS DO SENADO AO PROJETODE LEI N.o 1. 150-B, de 1973

N.O 1

(Corresponde às Emendas n,os 2,7, 3, 4, 8 e 10 CCJ

Façam-se, nos dispositivos da Lei n,o5.869, de 1973, referidos no art. 1.0 do Pro­jeto, as seguintes retificações:

I - Ao § 4.° do art. 20, dê-se a seguinteredação:

"§ 4.° Nas causas de pequeno valor enas de valor inestimável, bem como na­quelas em que não houver condenacáoou for vencid'a a Fazenda Pública,' oshonorários serão fixados consoanteapreciação equitativa do juiz, atendidasas normas da letras a a.c do parágrafoanterior."

II - Ao art. 568 - Onde se lê "a exE'­cução atingirá" leia-se: "E~tão sujeitos àexecução".

lU - Aos arts. 602, 2.°, e 804:Substitua-se a grafia "fideijussória" por

"fídejussôrla",

IV - Ao art. 602, § 2.°

Substitua-se, in fine, "Art. 81,2 e seguin­tes" por "Art. 829 e seguintes."

V - Ao inciso II do art. 671, dê-se aseguinte redação:

"n - ao credor do terceiro para quenão pratique ato de disposição do cré­dito."

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5432 Terça-feira 11 DIARIO no CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Setembro de 19'11

VI - Ao § 2.° do art. 1.215, dê-se aseguínte redação:

"§ 2.0 A eliminação dos autos de quetrata este artigo só poderá ser feitanos arquivos públicos, onde serão exa­minados pelo órgão compente paraverificação dos documentos de valorhistórico que devam ser conservados.

a) Paulo TôrresN.O 2

(Corresponde às Emendas n.OS 21, 5, 9,20, 13, 19, 18, 14, 16, 17, 15, 11, 12

e 1, da CCJ).a) Acrescentem-se, no artigo 1.0 do Pro­

jeto, as retificações aos seguintes disposi­tivos da Lei n.O 5.869, de 1973:

I - Ao art. 22:. Substituam-se as palavras "despacho sa­neador" por "saneamento do processo".

n - Ao art. 34, dê-se a seguinte reda-ção:

"Art. 34. Aplicam-se à reconvenção, àoposição, à ação declaratória íncíden­'tal e aos procedimentos de jurisdicãovoluntária, no que couber, as disposi­ções constantes desta Seção."

IH - Ao art. 38, dê-se a seguinte reda-ção:

"Art. 38. A proeuracão geral para ofO~"Q, conferida por instrumento .pú­blico, ou particular assinado pela pelaparte, estando com a firma reconheci- .(ia, habilita o advogado a praticar to­dos os atos do processo, salvo parareceber citação inicial, confessar, re­conhecer a procedência do pedido.transigir, desistir, renu~ciar ao direitosobre que se funda a aeao, receber, darquitação G firmar compromisso."

IV - Ao art. 214, dê-se a seguinte re-dação:

"Art. 214. Para a valldade do proces­so é indispensável a citação inicial doréu."

V - A alínea "a" c10 inciso H do art. 275,(lê-se a seguinte redação:

"a) que versem sobre a posse ali do­mínio de coisas móveis e de semoven­tes."

VI - Ao inciso U do art. 330:

Substitua-se a remissão entre parênte­ses ("arts. 319 e 324)" para "(art. 319)".

VII - Ao inciso I do § 2 ° do art. 405:. Substitua-se "ou colateral em terceirograu" por "ou o colateral até o terceiro'grau."

VIII - Ao inciso V do art. 520, dê-se aseguinte redaçâo:

"V - julgar improcedentes os embar­gos opostos à execução."

IX - Ao art. 527:

Acrescente-se o seguinte parágrafo, queterá a designação de § 2.°, renumerando-seo atual § 2.0 e os subseqüentes:

"§ 2.° Independe de preparo o agravoretido (art. 522, § 1.0)".

:x: - Ao parágrafo único do art. 538:

Substitua-se "recorrente" por "embargan­te" e "recorrido" por "embargado",

XI - Ao art. 545:

Acrescente-se, após "origem", a expres­são "no prazo de 10 (dez) dias, contados da

publicação do despacho a que se refere oart. 543, § 1.0, sob pena de deserção".

XH - Ao inciso HI do art. 585, dê-se aseguinte redação:

-nr - Os contratos de hipoteca, depenhor de anticrese e de caução, bemcomo de seguro de vida e de acidentespessoais de que resulte morte ou inca­pacidade."

XHI - AO § 2.° do art. 733, dê-se a se-guinte redação:

"§ 2.0 O cumprimento da prisão nãoexime o devedor do pagamento dasprestações vencidas ou vincendas."

b) Adite-se, em conseqüência, no art. 1.0do Projeto, a referência aos artigos:

"22, 34, 38, 214, 275, 330, 405, 520, 527,538, 545, 585 e 733 da Lei n.o 5.869, de197Z".

a) Paulo TôrresN.o 3

(Oorresponde à Emenda n.? 6-CCJ)

. Substitua-se o art. 5.0 do Projeto peloseguinte:

"Art. 5.° A presente lei entrará emvigor no dia 1.0 de janeiro de 1974."

Senado Federal, em 28 de agosto de 1973.- Paulo Tôrres, Presidente do Senado Fe­deral.

SINOPSE

PRÓJETO DE LEI DA CAMARAN.o 33, DE 1973, NO SENADO E

N.o l.150-B, NA CASA DE ORIGEM

Retifica dispositivos da Lei n,? .,.5.869, de 11 de janeiro de 1973, queinstituiu o Código de Processo Civil.

Lido no expediente da sessão de 26-06-73.Publicado no nCN de 27-06-73 (Secão II).(Distribuído à Comissão de Constrtuíçâo eJustiça) .

Em 22-8-73, Sessão das 18:30 horas, é lidoo seguinte Parecer:

Parecer n.o 385, de 1973, da Comissão deConstituição e Justiça, relatado pelo Se­nhor Senador Accioly Filho, pela aprovaçãodo Projeto, com as Emendas que oferece.de n.vs 1 a 21 - CCJ. mCN, Seção n, de23-08-73.)

Na mesma data é lido e aprovado o re­querimento n,v 145173, de autoria do Sr.Senador Accio1Y Filho, de dispensa de in­terstício, a fim de que a matéria figure naOrdem do Dia da sessão seguinte. (DCNde 23-08-73, Seção H.)

Incluído em Ordem do Dia na sessão de23-08-73, sendo o mesmo aprovado COI1l asEmendas da CCJ. O Projeto é despachadoà Comissão de Redação, para redação fi­nal.

Em 28-08-73 é lido Parecer n.? 404, de1973, da Comissão de Redação, relatadopelo Sr. Senador José Líndoso, oferecendoredação final. (nCN de 29-08-73, Seção II.)

Na mesma data é lido e aprovado o Re­querimento n,v 153/73, de autoria do SrSenador Petrônío Portella, de dispensa deinterstício e prévia distribuição de avulsosda redação final das Emendas do Senadooferecidas ao Proj eto, a fim de figurar naOrdem do Dia da sessão seguinte. nCN de29-8-73 .. Seção H). .

Na sessão extraordinária das 18:30 horas,o Projeto é incluído na Ordem do Dia para

discussão em turno único da redação final,sendo a mesma aprovada.

A Câmara 'dos Deputados com Ofício n.o273/73, 28-8-73.N.o 273

Em 28 de agosto de 1973A Sua Excelência o Senhor Deputado Daylde AlmeidaPrimeiro-Secretárío da Câmara dos Depu­tados.

Senhor Secretário,

Tenho a honra de comunicar a Vossa Ex­celência, a fim de que se digne levar aoconhecimento da Câmara dos Deputados,que o Senado Feder,,] aprovou. com emen­das, o Projeto de Lei (n.os 1. 150-BI73, na.Câmara dos Deputados, e 33,' de 1B73, noSenado) que "retifica dispositivos da LeinO 5.869, de 11 de janeiro de 1973, queinstituiu o Código de Processo Civil".

2. Em ..ªnexo, encaminho a Vossa Exce­lência os autógrafos referentes às emen­das em apreço, bem como, em devolução,um da proposição primitiva, oriundadessa Casa.

Aproveito a oportunidade para renovara Vossa Excelência os protestos de minhaperfeita estima e mais distinta conside­ração. - Ruy Santos.

PARECER DA COMISSAODE CONSTITUIÇAO E JUSTIÇA

I - RelatórioAtravés do Projeto de Lei n,01.150/73

(Mensagem n.o 71), propôs o Poder Exe­cu tivo a retificação de vários dispositivosda Lei número 5.869, de 11 de janeiro de1~73, que instituiu o novo Código de Pro­cesso Civil.

Após regular tramitação, o plenário daCâmara aprovou os seguintes pontos, con­solidados em cinco artigos:

a) O artigo 1°, dando nova redação aosartigos 5.0, lO, 20, 77, 126, 131, 184, 213, 219,223, 225, 232, 261. 269, 285, 286, 295, 296, 301,309, 310, 324, 331, 363, 375, 412, 443, 456, 462,498, 500, 519, 522, 523, 524, 525, 526, 529, 533,539, 543, 558, 560, 568, 599, 600, 601, 602, 622,623, 624, 625, 634, 671, 686, 703, 793, 803, 804,814, 900, 901, 902, 942, 949, 974, 980, 981, 982,993, 999, 1 002, 1.007, 1.008, 1.029, 1.061,1.095, 1.116, 1.129, 1.215 e 1.219 do citadoCodigo;

b) o artigo 2.°, substituindo para "Do Sa­neamento do Prceesso" o subtítulo constanteda secção HI do Capítulo V do Titulo VIIIdo LIvro I;

e) o artigo 3°. dando ao Capítulo VI doTu.ulo X do Livro I a denomínacâo: "DosRecursos para o SUprf.'ffiO Tribunal Federal";

d) o artigo 4.0, determinando passasse oartigo 1.219 a constituir o artigo 1.220;. e) o artíeo 5.°, dispondo entrassem emvigor na data de sua publicação as emen­das aprovadas.

No Senado - onde o Projeto de Lei daCâmara tornou o n.O 33, de 1973 - [oramfeitas retificações aos seguintes dispositivosda Lei n,v 5.869, de 1973, mencionados noartig-o 1.0 do Projeto desta Casa: artigos 20,568, 602, 804, 671 e 1. 215.

De tais emendas, apenas a primeira visoua alterar proposições modificadas por estaCasa do Congresso; as demais objetivarama alteração dos artigos citados, mas emoutros pontos, não cogitados pelo Projetoda Câmara.

Também aprovou o Senado retificações aoutras normas da Lei n.o li. 869, de 1973, não

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Setembro de 1973I

mARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Terça-feira 11 5435

eonstantes do elenco do artigo 1.0 do pro­jeto oriundo desta Casa: artigos 22, 31. 38,214,275,330, 405, 520, 527, 538, 545, 585 e 733.

Aquela matéria deu o Senado a designa­ção de "Emenda n. o 1" (correspondente àsEmendas n.08 2, 7, 3, 4, 8 e 10 CCJ) e a estaültíma a de "Emenda n.O 2" (correspon­dente às Emendas n."" 21, 5, 9, 20, 13, 19, 18,14, 16, 17, 15, 11, 12 e 1 CCJI. Finalmente,com a designação de "Emenda n.? 3" (cor­respondente à Emenda n.O 6 CCJ) propõeo Senado seja substituído o artigo 5.0 doProjeto da Câmara pelo seguinte:

"Art. 5.° A presente lei entrará emvigor no dia 1.0 de janeiro de 1974."

Tal emenda tem toda procedência no quetange à sua substância, pois, na verdade,entrando em vigor o Código em 1.0 de ja­neiro de 1974, conforme estatuí seu últ.1moartigo (1.220), não se compreenderia pas­sassem as emendas nele introduzidas a vi­gorar em data diversa, anterior.

Todas as emendas aprovadas no Scnado- salvo a referente ao artigo 1. 215, § 2.°.de que trataremos mais adiante - tendema aperfeíeoar a sistemática do novo Código.Em grande parte foram elas inspiradas nasobservações feitas por juristas de nomeada,que, após publicada a Lei n.o 5.869, de 1973,passaram, em conferências e palestras pe­rante .ínstttuícões ct~lturais, a divulgar orecente estatuto. Estao nesse caso os Pro­fessores Celso Agrícola Barbi. Moníz deAragão, José Carlos. Barbosa Moreíru, Al­cides Mendonça Lima, Ministro AmaralSantos e Desembargador Luis Antônio rleAndrade, este é o terceiro participantesda Comissão Revisora do Anteprojeto deque resultou o Código novo.

Quanto à redação proposta para o ~ 2.0do artigo 1.215 não merece a mesma aco­lhimento. Proposta. em termos menos in­cisivos, nesta Casa (Emenda n.> 1) e, mes­mo. adotada pela Comissão de Constituiçãoe Justiça, não mereceu ela aprovação.

As razões que preponderaram para talrejeição foram as de que o parágrafo 'pro­posto nulificava o que o caput pretendeualcançar.

Inspira-se a emenda do Senado no lou­vável intuito de preservar os documentosde valor histórico porventura constantes deautos. Tal preservação será alcançada demaneira mais própria e eficiente com a.medída que o § 2.0 do artigo 1.215, com suaredação atual, já prevê: cada Tribunal,através da autoridade competente, fará aselecão dos documentos de valor históricoe recolhe-los-á ao Arquivo Público. A pes­'quísa, assim feita, terá muito mais probalí­dade dc êxito do que a remessa de todosos processos, por todos os Tribunais, aos'Arquivos Públicos. Estes, como é sabido, so­bre não existirem em muitos Estados, estão,quando existentes, sem espaço algum parao recebimento - como é o caso da Guana­bara e de São Paulo - de milhões de pro­cessos judiciais. O que o caput do artigopretendeu foi, exatamente, recuperar áreasimensas. atulhadas de processos findos eem estado de deterioração. Mais se preser­vará, permitindo a separação, in loco, doque é e do que não é útil, do que amontoartudo, noutro lugar, onde não há espaço oupessoal capacitado, em número suficiente,para a pesquisa.

Com as reservas apontadas e indicandoà douta Comissão de Redação pequenos.erros de redação e de grafia constantes dosartigos 285 ("mandato" por "mandado"),498 ["aquele" por "aqueles") e 551l ("a ad­.judicação" por "adjudicação") somos de pa­-recer que as Emendas do Senado acham-seem condições de serem aprovadas.

II - Voto do' RelatorFace ao exposto, manifestamo-nos:

1 - Pela aprovação dos itens I a V daEmenda n.O 1, do Senado Federal;

2 - Pela aprovação das Emendas n.Os 2 e3, do Senado Federal;

3 - Pela rejeição do item VI da Emendan,> 1, do Senado Federal.

Sala das Reuniões, em 6 de setembro de1973. - Célio Borja, Relator.

111 - Parecer da Comissão~ A Comissão de Constituição e Justiça,em reunião de sua Turma "B", realizada em6-9-73, apreciando as Emendas do Senadoao Projeto n.O 1.15D-B/73, opinou, unani­memente, pela aprovação dos itens I a Vda Emenda n.O 1; pela aprovação das Emen­das de n.os 2 e 3 e pela rejeícão do itemVI da de n. o 1, nos termos do parecer doRelator.

Estiveram presentes os Senhores Depu­tados:

Lauro Leitão - Presidente; Célío Borja- Relator; Alceu Collares, Djalma Bessa,João Linhares, JG de Araújo Jorge, LaerteVieira, Luiz Braz e Lysaneas Maciel.

Sala da Comissão, em 6 de setembro de1973. - Lauro Leitão, Presidente - CélioBorja, Relator.

PROJETON.o 1. 509, de 1973

(Do Poder Executivo)

MENSAGEM N.o 296173

Dispõe sobre a atividade turfístícano País, e dá outras providências.

(As Comissões de Ccnartuíeào e Jus­tiça, de Agricultura. e Politica Rurale de Finanças).

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.0 A realização de competiçõeshípicas de corridas, com ou sem obstáculos,e de trote, com exploração de apostas, épermitida no País com a alta finalidade deestimular a críaçâo e o emprego do cavalonacional nos desportos e atividades hipicas,nos serviços de Cam]3Q e nas lides mili­tares.

parágrafo único. Dos recursos auferidoscom apostas, 95% (noventa e cinco poreentoi, no mínímo, deverão ser emprega­dos para atender a despesas de interessehípico e proporcionar assistência social aosprofissionais do turfe, empregados e tra­balhadores dos hipódromos. na forma quedispuser o regulamento desta Lei.

Art. 2.° A autorização para o funciona­mento das entidades turfísticas será conce­dida mediante Portaria do Ministro daAgricultura.

Parágrafo único. Permanécem válidasas autorizações concedidas no regime dalegislação anterior, observado o dispostonesta Lei.

Art. 3.° A autorização para a exploraçãode apostas sobre competições hípicas seráconcedida por Carta-Patente, juntamentecom a homologação do Plano Geral deConcursos, atestada pelo Ministério daAgricultura sua viabilidade técnica e eC<J­nõmica, bem como que as dependências dasentidades atendem aos requisitos mínimosde conforto e segurança.

Art. 4.0 As apostas sobre competiçõeshípicas só poderão ser efetuadas nos recin­tos ou dependências dos hipódromos, nasede social, na subsede, em agências e

agentes credenciados das entidades turfisti­cas autorizadas.

§ 1.0 Como subsedes entender-se-ao asdependências da entidade, distintas da se­de, onde se realizarem competições hipiCll8por ela promovidas.

§ 2.0 O funcionamento de agêneías deapostas poderá ser autorizado até o máximode 12 por entidade.

§ 3.° Salvo convênio entre as entidades,não poderão funcionar agências e agentescredenciados fora do Estado onde estejalocalizada a sede da sociedade. Igual restri­ção prevalecerá para o funcionamento deagências em municípios do mesmo Estadoem que existem entidades congêneres.

§ 4.0 O funcionamento de agentes deapostas será autorizado com a finalidadede evitar o movimento clandestino de apos­tas, desde que estabelecido um plano deapostas de âmbito nacional, na forma quese dispuser em regulamento.

Art. 5.° As entidades p r omo to r asde competições hípicas com exploração deapostas, organízauas de acordo com estaLei ou legislação anterior, deverão distri­buir, anualmente, em prêmios; aos propríe-

• táríos, criadores e proflssíonals do turferelacionados com os animais classificadosem cada páreo. importância nunca infe­rior:

a) a dez por cento do -novímento total deapostas do ano anterior, se este tiver sido,em média, por reunião, igualou superiora três mil vezes o maior salário minimovigente no País;

b) a cinco por cento do movimento totalde apostas do ano anterior, se este tiversido, em média, por reunião, inferior a trêsmil e superior a mil e quinhentas vezes omaior salário minimo vigente no Pais;

c) três por cento do movimento total deapostas do ano anterior, se este tiver sido,em média. por reunião, igualou inferiora mil e quinhentas e superior a quinhentasvezes o maior salário mínimo vigente noPais.

Parágrafo único. Não ficam sujeitas àsdísposícôes deste artigo as entidades cujomovimento médio anual de apostas, porreunião. tenha sido, no ano anterior, in­ferior a quinhentas vezes o valor do maiorsalário minimo vigente no Pais.

Art. 6.0 A enturmacão dos animais- emcada hipódromo deverá ser feita de modoa buscar igualdade de condições na díspu'­ta, pelo critério de somas ganhas. na for­ma disposta em regulamento.

Parágrafo único. Nos Grandes Prêmiose Clássicos. as condições das provas serãolivremente determinadas pela entidade tur­fístíca.

Art. 7.0 As entidades promotoras de cor­ridas com exploração de apostas realizarãoas competições em dias e horários a seremfixados no regulamento da presente Lei, deforma a não afetar as atividades normais,públicas e privadas.

Art. 8.° Os Códigos de Corridas organi­zados pelas entidades turtístícas serãoapresentados à Comissão Coordenadora da.Criação do Cavalo Nacional (CCCCN), para.serem homologados por seu plenário.

Art. 9.° As entidades que exploram apos­tas sobre competições hípicas ficam sujei­tas ao pagamento mensal de uma contrí-

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5434 Terça-feira 11 DJARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Setembro de 1973

Movimento médio de apostas, por reunião, do mês anterior Percentagem

- de 1 a 1.500 vezes o maior salário mínimo vigente no País Isento- de 1.501 a 2 000 vezes o maior salário mínimo vigente no Pais 0,5%_ de 2.001 a 3 000 vezes o maior salário mínimo vigente no País 1%- acima de 3.000 vezes o maior salário mínimo vigente no País 1,5%

buíção, destinada à remuneração e aocusteio das atlvídades ligadas ao fomentoà criação de eqüídeos no Pais, calculada

$ 1.0 A contribuição de que trata esteartigo não será descontada do valor dosprêmios distribuídos, mas será deduzida dovalor do movimento geral das apostas paraefeito de apuração da renda líquida da en­tidade, nos termos do § 1.0 do art. 74 daLei n.o 3.807, de 26 de agosto de 1960, comfi redação que lhe deu o Decreto-lei n.o1.129, de 13 de outubro de 1970, e para osfins do parágrafo único do art. 1.0 destaLei.

§ 2.° Os débitos porventura existentesna data de publicação desta Lei pelo não­recolhimento da contribuição instituída pe­lo art. 8.° da Lei n.? 4.096 de 18 de julhode 1962, serão, para efeito de cobrança, apu­rados na forma estabelecida neste artigo.

Art. 10. O produto da arrecadação dacontribuição a que' se refere o artigo an­terior será destinado à CCCCN para o fo­mento à criação e ao emprego do cavalonacional nos desportos e atividades hípí­cas, nos serviços de campo e nas lides mi­litares, para a administração da própriaCCCCN e para ajuda a sccledades turfístí­cas e, por meio destas, aos profissionais doturfe.

Art. 11. Os recursos recebidos pelaCOOON serão repartidos mediante planoanual aprovado pelo Ministro do Exército,nas seguintes condições:

a) 60% (sessenta )or cento) aos órgãosda Administração Federal que cuidam dacriação do Cavalo Nacional, pertencentesaos Ministérios da Agricultura e do Exér­cito e,. em forma de subvenção, a entida­des não integrantes dos quadros daquelaAdministração, mas Que também cuidem dofomento à criação e aprimoramento do.eqüídeo nacional, incluindo as entidadesresponsáveis pelo registro genealógico deraças de eqüideos;

b) 35% (trinta e cinco por cento) emforma de auxílíos a serem concedidos a en­tidades turfístícas com movimento de apos­tas médio, por reunião, inferior a 1.500(mil e quinhentas) vezes o valor do maiorsalário mínimo vigente no País, para obrasem hipódromos, aquisição de animais econcessão de prêmios e em outras formas defomento à criação do cavalo de puro-sanguede corrida, inclusive através de convênioscom assocíacões de criadores e outras en­tidades privadas, mediante solicitação àCCCCN e deliberação de seu plenário;

c) 5% (cinco por cento) em forma deauxilio, exclusivamente para assistência ge­ral aos profissionais do turfe, através dasrespectivas entidades turfísticas, mediantesolicitação destas à OCCON.

Parágrafo único. As entidades recolhe­rão a contribuição devida ao Banco doBrasil S. A. em conta do Fundo FederalAgropecuário do Ministério da Agricultura,até o dia 10 de cada mês seguinte ao ven­cido.

Art. 12. As entidades promotoras de cor­rldas de cavalo com exploração de apostas,localizadas nas capitais dos Estados c nascidades de Estados em cujas capitais não

sobre o valor total do movímento geral deapostas do mês anterior, de acordo com atabela percentual abaixo:

houver hipódromos em funcionamento, des­de que comprovem ter tido, no ano anterior,um movimento geral de apostas igualousuperior a 35.000 (trinta e cinco mil) vezeso valor do maior salárío mínimo vigenteno Pais, serão autorizadas a extrair umsweepstake anual.

§ 1.0 Ao Jockey Olub Brasileiro e aoJockey Club de São Paulo é autorizada aextração de 2 (dois) sweepstakes anuais,devendo mediar o intervalo mínimo de 2(dois) meses entre as extrações.

§ 2.° As extrações'de sweepstake não po­derão coincidir umas com as outras, respei­tando-se, na fixação das datas das novasconcessões, o direito das entidades que jáexplorem essa modalidade de loteria.

Art. 13. Ressalvadas as concessões emvigor, a extração dos sweepstakes só pode­rá ser efetuada após a obtenção, pela en­tidade interessada, de autorização do Mi­nistério da Fazenda, por intermédio da Se­cretaria da Receita Federal, após aprova­ção dos Planos de Sorteio.

§ 1.0 A entidade eoncessíonáría assina­rá termo de responsabilidade pela fiel exe­cução do plano e pelo pagamento dos prê­mios sorteados.

§ 2.~ As entídades já concessionáriasserá emitida ex officio a respectiva autori­zação.

Art. 14. As entidades turfísticas autori­zadas a extrair sweepstakes poderão entre­gar sua realização à Loteria Federal, me­diante convênio a ser firmado com a CaixaEeonômica Federal, em cada extração.

§ 1.0 Os sweepstakes realizados em con­vênio com a Caixa Econômica Federalobservarão, no que couber, a legislação apli­cável à Loteria Federal.

§ 2.0 Os sweepstakes realizados na for­ma prevista neste artigo não estarão sujei­tos ao depósito de que trata o artigo 15 dapresente Lei.

Art. 15. As entidades concessionárias fi­cam obrigadas a depositar na repartiçãofiscal competente, até 8 (oito) dias antesda extração, importância correspondente a50% (cinqüenta por cento) do valor dosprêmios a distribuir.

§ 1.0 Satisfeitas as obrigações decorren­tes do sorteio, o depósito poderá ser le­vantado mediante simples despacho exa­rado no verso do conhecimento do depósitoe, nesse documento, que constituirá o com­provante da despesa, a concessionária pas­sara recibo na forma legal.

§ 2.° O depósito a que alude este arti­go responde pela liqüidação dos prêmiosdevidos pela concessionária.

Art. 16. O ressarcímento, pelos cofres fe­derais, total ou parcial, do pagamento dosprêmios devidos, a conta do depósito daconcessionária, não exclui a ação judicialpara reparar os danos decorrentes do ína­dímpíemento das obrigações assumidas,

nem impede a. imediata cassação da auto­rização.

Art. 17. Prescreve em 90 (noventa) dias,a contar do dia seguinte ao da extração, odireito ao recebimento do prêmio, cuja im­portância reverterá à entidade promotorado sorteio.

Art. 18. A Secretaria da Receita Federaldo Ministério da Fazenda designará fun­cionários para assistirem e fiscalizarem aexecução de cada sorteio e a extração dosrespectivos prêmios, arbitrando-lhes umagratificação, que será adiantadamente re­colhida pela entidade eoncessícnárta aoscofres do Tesouro Nacional.

Art. 19. Os prêmios do sweepstake cor­responderão a 70% (setenta por cento) dovalor total dos bilhetes de cada emissão.

Art. 20. Os bilhetes de sweepstake se­rão vendidos ao público, diretamente ouatravés da rede de revendedores lotéricos,e terão circulação permitida em todo o ter-ritório nacional. .

Art. 21. são aplícáveís ao sorteio desweepstake as normas dos Decretos-leis n.o204, de 27 de fevereiro de 1967, 717, de 30de julho de 1969, e 1.129, de 13 de outubrode 1970.

Art. 22. Do prêmio maior serão deduzi.dos 6% (seis por cento), destinados ao jó­quei, ao treinador e ao cavalartço do cavalovencedor do sweepstake e à Caixa Benefi­cente dos Profissionais do TUrfe, devendoa distribuição dessa percentagem estar pre­vista no plano a ser elaborado pela enti­dade promotora do sorteio.

Art. 23. A importação de animais de pu­ro-sangue, de qualquer procedência, serápermitida com o fim de apoiar e estimularo criador nacional, e contribuir para a me­lhoria dos plantéís existentes, assegurada aproteção dos rebanhos nacionais contraepízootías.

§ 1.0 Os animais de puro-sangue de cal'·reíra, importados como reprodutores, pode­rão correr no Pais durante o prazo máximode 3 (três) anos após o seu ingresso noterritório nacional, sem prejuízo da límíta­çãó de idade para competições que tiver si­do estabelecida.

§ 2.° É proibida a exportação de ani­mais importados para fins de reprodução,salvo prova de ter o animal permanscído ,no Pais como reprodutor durante o prazomínimo de 3 (três) anos consecutivos.

§ 3.° Os animais importados para finsde disputar competições internacionais, de­verão ser exportados dentro do prazo má­ximo de 60 (sessenta) dias após o seu in­gresso no território nacional, salvo quando­adquiridos por criadores nacionais, ficandoneste caso sujeitos às regras dos parágrafos1.° e 2.°

§ 4.0 Caberá ao Ministério da Agricultu­ra regular as condições de importação.

Art. 24. Além das atribuições já estabe­lecidas, caberá também ao Ministério da,Agricultura fiscalizar os trabalhos de re­gistro genealógico das diferentes raças deeqüideos e, em última instância, dirimirquestões surgidas entre criadores e entida­de encarregada do registro.

§ 1.° As. entidades encarregadas do re­gistro genealógico deverão manter seçõesou representações oficiais nos Estados onde

. se processe, em maíor escala, a eqüideo­cultura.

§ 2.° A administração das seções ou re­presentações acima poderá ser confiada. a;outra entidade, a critério do Ministério daAgricultura.

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DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)Setembro de 1973

Art. 25. Caberá à Comissão Coordenado­ra da Criação do Cavalo Nacional fiscali­zar o cumprimento da presente Lei, excetono que for da competência do Ministérioda Agricultura, competindo-lhe regular econtrolar a distribuição, recolhimento eaplicação de prêmios, contribuições e re­cursos na forma que se dispuser emregulamento.

Art. 26. Esta Lei entrará em vigor nadata de sua publicação, revogadas a Lein? 4.096, de 18 de julho de 1962, e demaisdisposições em contrário.

Brasília, em de de 1973.

LEGISLAÇÃO CITADA

LEI N.o 4.096DE 18 DE JULHO DE 1962

"Altera dispositivos da Lei n,? 2.220,de 10 de julho de 1934, que dispõe sôbrea taxa a que ficam sujeitas as entida­des que exploram apostas sôhre corri­das de cavalos e dá outras províõên­cías. "

Faço saber que o Congresso Nacional de­creta e eu, Auro Soares Moura Andrade,Presidente do Senado Federal, promulgo,nos termos do art. 70, § 4.0 , da ConstituiçãoFederal, a seguinte lei:

Art. 1.0 A realização, nos hipódromos,de competições hípicas de corrida, com ousem obstáculos e de trote, com exploraçãode apostas, depende de prévia autorizaçãodo Ministério da Agricultura às entidadespromotoras que a solicitarem.

Parágrafo único - Permanecem válidasas autorizações concedidas no regime da le­gislação antetrior, observado o disposto nes­ta lei.

Art. 2.0 Para obten-so da autorizacão aque se refere o artigo anterior, deveráa entidade solicitante:

I - apresentar requerimento instruídocom:

1.0) planta baixa do hipódromo e demaisdependências;

2.°) prova de que os terrenos do hipódro­mo são de sua propriedade, ou cedidos pelaUnião, pelo Estado ou pelo Município, oude que deles será proprietária dentro de 5(cinco) anos, comprovando, neste caso, pos­suir direitos aquisitivos sôbre os mesmos;

3.0 ) cópia autêntica dos seus estatutos,devidamente registrados, nos quais se con­signe;

a) que os diretores e os sócios não per­cebem honorários, remuneração, dividen­dos, ou participação pecuniária de qualquerespécie e que tõda a renda liquida da en­tidade reverte em proveito das suas finali­dades estatutárias;

b) o objetivo primacial de fomentar aprodução do puro sangue de carreira noPaís;

Ir - díspar de instalações (hipódromo edemais dependências necessárias), eu] ascondições técnicas sejam consideradas sa­tisfatórias pelo Ministério da Agricultura;

IH - assinar, perante o órgão competen­te do Ministério da Agricultura, um têrmode compromisso no qual se obrigue:

1.1 a não admitir nas competições quepromover:

a) animais estrangeiros porventura im­portados com violação do disposto nesta lei;

b) animais de qualquer procedência quenão sejam de puro sangue de carreira,quando destinados a corridas e estas se rea­lizarem nas Capitais dos Estados de São

Paulo e Guanabara, ou que tenham menosde meio sangue dessa raça, quando as mes­mas se realizarem em qualquer outro lugar;

c) cavalos que tenham, até o dia 1.° domês de janeiro imediatamente anterior àdata da competição, completado 7 (sete)anos de idade hípica, quando estrangeirosde qualquer procedência e 8 (oito) anos,quando nacionais;

d) éguas de qualquer procedência quêtenham atingido 7 (sete) anos de idade hí­pica até o dia 1.° do mês de janeiro imedia­tamente anterior à data da competição;

e) animais que se revelem, ao exame ve­terinário, doentes ou possuidores de taras,que lhes causem sofrimento no esforco dacompetição. "

2.0 a destinar exclusivamente aos ani­mais nacionais pelo menos metade das pro­vas de cada programa, dotando-as com im­portância em prêroíos equivalente, no míni­mo, à metade da que for dístríbuída por to­das as provas do mesmo programa, não secomputando para o efeito dessa proporção,as provas clássicas e os grandes-prêmios;

3.0 a destinar aos criadores dos aní­mais nacionais vencedores, a importé.neiacorrespondente a 10% (dez por cento), nomínimo, dos prêmios do primeiro e segundolugares. em todos os páreos, Inclusive osclássicos e os grandes prêmios, além de ~%(três por cento), também no mínimo, aocriador de animais vencedor, calculados sõ­bre o montante das apostas feitas no mes­mo animal, para o primeiro lugar, igual­mente em todos os páreos.

Parágrafo único. Entende-se por cria­dor a pessoa física ou [urídíca devidamenteregistrada no Ministérioh da Agricultura, eassim definida pelo Stud-Boock Brasileiro.

Art. 3.° A autorização para a explora­ção de apostas sôbre competições hípicasserá concedida através de carta-patente doMinistério da Agricultura.

Parágrafo 1.0 As entidades solicitanteselaborarão o Plano dos Concursos, conten­do os regulamentos das diversas, modalida­des de apostas e o arquivarão no órgão com­petente do Míntstérí.i da Agricultura que opublicará no Diário Oficial para conheci­mento público.

§ 2.° As entidades atualmente autoriza­das a realizar competições hípicas com ex­ploração de apostas se adaptarão às disposi­ções desta lei dentro' do prazo de 60 (ses­senta) dias a partir da sua vigência, asse­gurada a continuidade do atual sistema atéque seja emitida a respectiva carta-patente.

§ 3.0 Quaisquer modificações no Planodos Concursos, a que se refere o § 1.0, sóentrarão em vigor depois de arquivadas noMinistério da Agricultura e publicadas.

Art 4.° A importação de animais de purosangue, de qualquer procedência, só serápermitida:

a) com a prova de não serem portadoresde taras transmissíveis ou de vícios redibi­tórios;

b) comprovando-se haverem levantado,em hipódromos oficialmente reconhecidospelo governo do país exportador, um totalde prêmios equivalente, pelo menos, aCr$ 300.000,00 (trezentos mil cruzeiros), emse tratando de cavalos e a Cr$ 100.000,00(cem mil cruzeiros). se forem éguas, quan­do destinados, aquêles e estas, a competi­ções;

c) em se tratando de potrancas inéditasde 2 (dois) anos, mediante autorização pré­via para importação, obtida do Ministério

Terça-feira 11 5435

da Agricultura, que a concederá em mon­tante anual nunca superior a 10% (dez porcento) da produção nacional global do anoanterior.

§ 1.0 Para o cumprimento do dispostoneste artigo, não será permitida a entradade animais de puro sangue de carreira noPaís sem documento que comprove ter oexportador apresentado a autoridade con­sular brasileira competente:

a) declaração expressa de que o animal sedestína a reprodução ou a competições ní­picas;

"b) as provas referidas nas alíneas a, b e cdeste artígo sendo que, para o cálculo dovalor dos prêmios previstos na alínea bserá utilizada a taxa do mercado do câm~be~o livre no dia do embarque do animal nopais de origem.

~ 2.0 • Os animais de puro sangue de ear­re_1ra, lmp~rtados para fins de reprodução,nao podemo tomar parte em competiçõesno País; . ,

§ 3.0 l!: vedada, durante os 2 (dois) anosseguintes à importação, a venda dos ani­mais de que ~rata a alínea c dêste artigo,s~l~o quando Importados por entidade tur­rístíca que preencha as condícões mencio-nadas no art. 2.0 desta lei. .

S 4.0 O órgão competente do Ministérioda Agricultura elaborará as instruções que,depois de aprovadas pelo Ministro e publi­cadas. regulamentarão os servicos de fisca­lização e os demais, necessários à exeeucãodo presente artigo. .

Art. 5.0 As entidades promotoras de Com­petiçõ.es hípicas, com exploração de apostas,organizadas de acôrdo com esta lei ou le­gislação anterior, deverão distribuir emprêmios, importância nunca inferior ;. 5%(cinco por cento) do movimento de apos­tas em cada páreo.

S 1.° Entende-se por prêmio a impor­tância destinada aos proprietários, criado­res e profissionais do turfe.

§ 2.0 A importância mencionada nesteartigo será distribuída, em cada ano combase no movimento das apostas efetuadasno semestre anterior.

Art. 6.0 As entidades promotoras decompetições hípicas, com exploração deapostas. só poderão realizar reuniões aossábados, a partir das 13:00 horas e nos do.rníngos e feriados, em qualquer horário,condicionadas as reuniões noturnas à exis­tência de adequado equipamento de ilumi­nação no hipódromo.

§ 1.0 As entidades que preencherem acondição referida neste artigo poderão pro.mover, além das reuniões programadas pa­ra as datas já mencionadas, mais uma reu­nião noturna semanal, no horário das 19:30às 24:00 horas.

§ 2.0 Nas cidades em que houver maisde Um hipódromo, nas condições previstasno parágrafo anterior, poderão as entidadesque as explorem acordar livremente entresi a respeito das datas de realização dasrespectivas competições hípicas noturnas,que não poderão ser coincidentes.

§ 3.0 Na falta de aeôrdo, as datas dascompetições noturnas serão fixadas peloMinistério da Agricultura, respeitado o di­reito das entidades às datas que já hajamadotado.

Art. 7.0 Compete ao Ministério da Agri­cultura fiscalizar as entidades promotorasde competições hípicas com exploração deapostas, exigindo-lhe o exato cumprimentodo disposto nesta lei.

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5436 Taça-feira 11 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçãü I) Setembro Ele 19"Js

!' 1.° As entidades referidas neste artigoficam obrigadas a prestar, aos mncfoná­1'1os incumbidos da fiscalização, todos os es­clarecimentos necessários e a exibir os do­cumentos, livros e comprovantes que foremsolíeítados, sob pena de cassação da autori­zação de funcionamento, ou da carta-pa­tente, após processo regular e por despachomínísteríaí.

§ '2.0 A fiscalização federal será limita­da às atJ.'ibuiç5.es espeeífleas da alçada. daUnião, ressalvado ao Município o dfreiwde fiscalizar a observância de sua próprialegislação, no âmbito da sua competênciaeonstítueíonal. Para. todos OI\' efeitos', a ex­ploração de apostai'! e o espetáculo ou di­versão pública se consideram atividades dis­tintas.

Art.8.0 As entidades que explorem apos­tas sôbre competições hípicas ficam sujei­tas ao pagamento de uma taxa equivalen­te a 10% (dez por cento) do valor dos prê­mios dístríbuídos aos proprietários d'~ ani­mais classificados em todos os páreos dasl"Imniiões de cada mês.

§ 1.0 O produto da arrecadação mensalda taxa a que se refere êste axtig!) será re­eolhído ao Tesouro Nacional através da re­partição fiscal competente, até e dia 10(dez) do mês seguinte.

§ Z.o A taxa. de que trata êste artigo nãoserá descontada do valor dos prêmíos dís­trihuídos.

§ 3.'" São isentas do tributo a que se re­fere êste artigo as entídades cujo movimen­to. bruto de apostas. fôr igual ou inferior.mensalmente, ao Cr$ 20.000.000,00 (Oitentamilhões de cruzeiros).

§ 4.<> Ficam perdoados os débitos, por­ventura existentes à data da publicaçãodesta lei, pelo não recolhimento do tributocriado pela Lei n.O 2.320, de 10 de julho de1956.

Art. 9.f Os recursos provenientes da tavaa que se refere o artigo anterior serão con­~ignados no Orçamento da União, à Co­missão Coordenadora da Criacão do CavaloNacional (C.C.C.C.NJ, para aplicação:

a) nos órgãos da administração federalc) nos, ãrg&os. da admínístraeêo federal

(Departamento Nacional: da Produeão Ani­mal e Diretoria de Remonta do.Exército);

11) em forma de subvenções, às entida­des não integrantes do quadro da adminis­tração federal, que cuidem do fDmento àcriação e aprimoramento do cavalo nacio­nal (Confederação Brasíleíra de Hipismo,Federações de Hiuismo e Assocíacão Brasi­leira dos Oríadcres de Cavalo); -

c) em forma de empréstimos e auxiliasa serem concedidos pela c.C.C.e.N. p.al·~conclusão de obras de hipódromos.

§ L° As subvenções previstas neste artí­go destinam-se a estimular a crlacâo e em­Jlrêgo da cavalo nacional nas lid~s, milita­res, nos serviços do campo e nos despor­tos hípicos, bem como a ajudar o custeio deobras e serviços. de assistência soeíal de­senvolvidos pelos Jockeys ciuos e socieda­des de carreiras.

l 2." A c.C.C.e.N. poderá, para a fisca­lização da observância dos preceitos destalei, no que se refere a tributos e a prêmios,~am:ínar as contas, livros, comprovantes,balancetes e balanços das entidades promo­toras de competições hípicas com explora­ção de apostas.

Art. 10. O Regulamento aprovado peloDecreto n.O 41.561, de 22 de maio de 1957,que deu organização a Comissão COordena­dora da Criação do Cavalo Nacional(c.C.C.e.N.), instituída pelo art. 3.[ da Lein.o 2.820, de 10 de julho de 1956, é manti­do em vigor com as alterações decorrentesdesta lei.

Art. 11. A c.e.C.e.N. será integradatambém por um representante da ComissãoBrasileira da Organização Sul Americanade Fomento 'ao Puro Sangue de C~reira.

Art. 12. Além das atribuições já estabe­lecidas, cabem também a c.C.C.e.N. as fun­ções de oríentar, dirigir e admínlstzer o8tud-Rook Brasileiro, as quais poderão serdelegadas à Comissão Brasileira da Orga­nização Sul Americana de Fomento ao Pu­ro Sangue de Carreira, sediada em S. Paulo.

§ 1.0 As funções a que se refere êsse ar­tiga serão transferidar a C.C.C.C.N., pelo.Tock Club Brasileiro, dentro do prazo de120 (cento e vinte) dias, a contar da vigên­cia desta lei.

§ 2.0 O Stud-Book Brasíleíro deverámanter seções orícíals nas Capitais dos Es­tados onde se processe a eqüíziocultura e,desde já, nos Estados do Rio Grande doSul, Paraná e Guanabara.

i 3.° A C.C.C.c.N., como sucessora do.Toeky Clube Brasíleíro nas funções perti­nentes ao Stud-Boock Brasileiro, fica sub­rogada nos direitos e oerígaeões dessa en­tidade turrísüca, inclusive os de carátertrabalhista, e a ressarcirá das despesas dequalquer natureza a que fôr obrigada, in­clusive judicialmente, em conseqiiência dodisposto neste artigo.

Dos "Sweellstakes"

Art. 13. As entidades promotoras decorridas de cavalos com exploração deapostas, sediadas nas Capitais dos Estadose no Distrito Federal, desde que compro­vem ter tido no ano anterior um movímen­to bruto de apostas igual: ou ~uperior aCr$' 500.000. OOG,OO (quinhentos milhões decruzeiros). serão autorizadas a extrair um"Sweepstake" anual,

~ 1.° Ao Jocky Clu10 Brasileiro, sediadono Estado da Guanabara, é autorizada, nostêrmos do art. 1.0 da Lei nP 3.9a9 de 26 dejunho de 1961, a extração de 2 (dois) "swe­epstakes" anuaís, devendo medear o inter­valo mínimo de 2 (dois) meses entre asextrações.

§ 2.°' As extra.cões de "sweepstakes" nãopnderno- coincidir umas com as. outras, res­peitando-se, na fixação das datas das no­vas concessões; o direito das entidades quejá exploram essa modalidade de loteria.

Art. 14. Ressalvadas as concessões emvigor, a extração dos "sweepstakes" só po­derá ser efetuada após a obtenção pela en­tidade interessada, de carta-patente in­transferível, a ser emitida pelo Diretor-Ge­raI da Fazenda Nacional, após. prévia apro­vação dos planos de sorteio, formulados deacordo com as instruções da Diretoria dasRendas Internas, do Ministério da Fazen­da.

S 1.0 A entidade concessionária assina­rá um têrmo de responsabilidade pela fielexecução do plano e pelo pagamento: dosprêmios sorteados.

? 2.° As entidades já concessionárias se­rá emitida "ex officio" a respectiva carta­patente.

Art-;.15'. As extraçõea dos "swespstaàes"poderao. ser procedi~!lS pela Administraçãodo 8el:V'lÇO da Loteria Federal a q'llil.1 com­petirá: também ao confecção dos respectívosbilhetes.

Parágrafo único. Pelos servícos referi­dos neste artigo, a Administracã.Ô do Servi­ço da Loteria Federal poderá cobrar dasentidades concessionárias uma taxa nãoexcedente ele 2% (ôoís por cento} do valorde cada emissão.

Art. 16. As entidades concessionárias fi­cam obrigadas a depositar na repartiçãofiscal competente, até 8 (mw) dias antesda extração, ímportãncía correspondente a50% (cinqüenta por cento} do valor dosprêmios a distribuir.

§ 1.0 Logo que satisfeitas as obrigaçõesdecorrentes do sorteíc, a depósálro poderáser levantado mediante símples despachoe~ado no verso do conhecimento do de­pósítn e nesse documento, que conssítutráo comprovante da. despesa, a concessíoná­ria passará recibo na forma legal.

§ 2.° O depósito a que aluóe êste artígoresponde pela liquidação dos prêmios de­V!dos e acaso não lJ~gDS pela ceneessíonâ­na,

!"rt. 17: A f~lta de pagamento dos prê­mlOS: devidos, ainda que ressarcida, total oup~clalmente, pelos cofres fedexais, à con­ta do depooto da eoncessíonãzía, não ex­clui a. ação judicial para reparar os danosd~corrente&.do inadim~emento das abriga­çoes assumidas, nem 11100 a tmeôrata cas­sação da carta-patente.

Art. 18. Prescreve em 90. (noventa) diasa. c~ntar do dia. seguinte ao. da extração, ~direito ~o receblm~nJ:o do prêmio, cuja ím­portãneía revertera a entidade promotorado sorteio.

Art. 10. O Diretor das Rendas Internasdo Ministério da Fazenda designará fun­cionários para assistir e fiscaltzar a exe­cução de cada sorteio e a extração dos res­pectivos prêmíos, arbfb:ll.ndo-Ihes umagratificação, que será adiantadamente re­colhida pela entidade concessionária aoscofres. do Tesouro Nacional.

Art. ao. 05 prêmios do "sweepstake"eorresponderâo a 70% (setenta por cento)do: valor de venda dos bflhetes de-cadaemissão.

Art. 21. Os bilhetes de "sweepstake" se­rão vendidos ao público pelo preço nêlesimpresso e terão circulação permitida emtodo o território nacional.

Art. 2.2. São aplicáveis ao sorteio de"sweepstake" as. normas do Decreto-lei n.Oli .251), de la de fevereíro. de 1944, na quenão colidirem com esta lei.

Art.. 23. Os "sweepstakcs," ficam sujeitosao pagamento do imposto de ql1e trata oart. 13 do Decreto-lei n.O 6.259, de 10 defevereiro de 194'!, fJ qual será recolliido aDelegacía Fiscal da Tesou:ro Nacional doEstado em que tiver sede a entidade pro-''mora do sorteio, até a véspera da realiza­ção deste, e a importância arrecadada teráa destinação prevista na art. 16.do Decreto­lei n,v 6.259, de 10 de fevereiro de 1944.

Parágrafo único. O impásto de quê tra­ta êste artigo, bem como o ",ator da con­tribuição prevista TI" art. 2:4, poóerã.a sercobrados. aoa adqulzentes ods b.i1hetes.

Art. 24. As entidades promotoras de"sweepstakes" se o.brigaril." sob pena de

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Setembro de 1973 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção D' Tel'ça-feira 11 5437

cassação da respectiva carta-patente, acontribuir com a importância correspon­dente a 5% (cinco por cento) do valor decada emissão, para as seguintes finalida­des:

a) instituição de bolsas de estudo, emcurso universitário, para aperfeiçoamentode conhecimentos técnicos e científicos dezootecnia, química e medicina veterinária:

b) organização e custeio, nas Universida­des, de laboratórios para pesquisa e expe­riências de zootecnia e de medicina veteri­nária, bem como adestramento e manuten­ção de pessoal especializado.

Parágrafo unico , A importância dacontribuição a que se refere êste artigo se­rá entregue diretamente, pelo Jockey Clubconcessionário, às instituições que forem in­dicadas pelo respectivo Governador do Es­tado ou Território, ou pelo Prefeito do Dis­trito Federal, dentre as sediadas no terri­tório sob sua jurisdição.

Art. 25. Do prêmio maior serão deduzi­dos 6% (seis por cento), destinados ao jó­quei, ao treinador e ao cavalariça do ca­valo vencedor do "sweepstake", e à "CaixaBeneficente dos Profissionais do Turfe", de­vendo a distribuição dessa percentagem es­tar prevista no plano a ser elaborado pelaentidade promotora do sorteio.

Disposições Finais

Art. 26. Na admissão de empregados, asentidades turfísticas autorizadas a funcio­nár no País darão preferência, em igualda­de de condições e durante o prazo de 6(seis) meses a contar da publicação destalei, aos que foram demitidos em conseqüên­cia do disposto no Decreto 0.0 50.578, de 10de maio de 1961, desde que a respectivarelação de emprêgo não esteja "sub-judíce".

Art. 27. Ficam revogados: o Decreto n.o24.646, de 10 de julho de 1934; a Leín.o 2.820, de 10 de julho de 1956; o Decre­to n,o 50.578, de 10 de maio de 1961; a Lein.O 3.969, de 26 de junho de 1961 e demaisdisposições em contrárío,

Art. 28. Dentro do prazo de 120 (centoe vinte) dias a partir da publicação destalei. o Poder Executivo a regulamentará por.decreto.

Art. 20. Esta lei entra em vigor na da­ta de sua publicação.

Brasilía, 18 de julho de 1962; 141.° da In­dependência e 74.0 da República. - AuroMoura Andrade.

DECRETO-LEI N.o 204DE 27 DE FEVEREIRO DE 1967

Dispõe sobre a exploração de loterias,e dá outras providências.

O Presidente da República, usando dasatribuições que lhe confere o parágrafo 2.°,do artigo 9.°, do Ato Institucional n.o 4, de7 de dezembro de 1966, e

Considerando que é dever do Estado, parasalvaguarda da integridade da vida social,impedir o surgimento e proliferação de jo­gos proibidos que são suscetíveis de atingira segurança nacional;

Considerando que a exploração de loteriaconstitui. uma exceção às normas de direitopenal, só sendo admitida com o sentido deredistribuir os seus lucros com fi.nalidadesocial em termos nacionais;

Considerando o princípio de que todo in­dívíduo tem direito à saúde e oue é deverdo Estado assegurar esse direito;

Considerando que os Problemas de Saú­de e de Assistência Médico-Hospitalar cons­tituem matéria de segurança nacional;

Considerando a grave situação financeiraque enfrentam as Santas Casas de Mise­ricórdia e outras ínsttíuícões hospitalares,para-hospitalares e médico-científicas;

Considerando, enfim. a competência daUnião para legislar sobre o assunto, decreta:

Art. 1.° A exploração de loteria, como.derrogação excepcional das normas do Di­reito Penal, constitui serviço público ex­clusivo da União, não suscetivel de conces­são, e só será permitida nos termos dopresente Deereto-Leí.

Parágrafo único. A renda líquida ob­tida com a exploração do serviço de loteriaserá obrigatoriamente destinada a aplica­ções de caráter social e de assístêncía mé­dica, em empreendimentos do interessepúblíco,

Art. 2.° A Loteria Fedei'al, rie circulaçãoem todo o território nacional constitui umserviço da União, executado pelo ConselhoSuperior das Caixas Econômicas Federais,através da Administração do Serviço deLoteria Fedcral, com a colaboração dasCaixas Econômicas Federais.

Parágrafo único. As Caixas EconômicasFederais, na execução dos serviços relacio­nados com a Loteria Federal, obedecerão àsnormas e às determinações emanadas da­quela Administração.

Art. 3.° A Loteria Federal subordinar-se­á às seguintes regras:

I - distribuição de percentagem mínimade 70% (setenta por cento) em prêmios,sobre o preço de plano de cada emissão;

II - 2 (duas) extrações por semana, nomínimo;

UI - emissão máxima de 100.000 (cemmil) bilhetes, em cada série, devendo asmesmas obedecer ao plano aprovado e me­diante um único sorteio para todas asséries:

IV - emissão máxima de 6.000 (seis míllbilhetes por milhão de habitantes do ter­ritório nacional;

V - pagamento da cota de previdênciaprevista no artigo 4.° e seu parágrafo único;

VI - recolhimento do Imposto de Rendana forma estabelecida pelo artigo 5.0 e seusparágrafos.

Art. 4,° A Loteria Federal fica sujeita aopagamento de cota de previdência de 10%sobre a importância total de cada emissão,a qual será adicionada ao preço de planodos bilhetes.

Parágrafo único. A Administração doServiço de Loteria Federal recolherá dire­tamente ao Banco do Brasil S.A., em guiaspróprias, à conta do "Fundo Comum daPrevidência Social", as importâncias cor­respondentes a 8% (oito por cento) da cotade previdência prevista neste artigo e 2%(dois por cento) em nome do Serviço deAssistência e Seguro Social dos Economiá­rios (SASSE).

Art. 5.° O Imposto de Renda incidentesobre os prêmios lotéricos será recolhidomensalmente pela Administração do Ser­viço de Loteria Federal e compreenderá oimposto correspondente às extrações domês anterior.

Art. 6.0 O bilhete de loteria, ou sua fra­ção, será considerado nominativo e íntrans-

ferível quando contiver o nome e enderecodo possuidor, A falta desses elementos serátido como ao portador, para todos os efeitos.

Art. 7.° Os bilhetes poderão ser inteirosou divididos em: meios, quartos, quintos,décimos, vigésimos ou quadragésimos.

Parágrafo único. Em uma mesma emis­são ou série, poderá haver bilhetes inteirose divididos, de acordo com os planos apro­vados.

Art. 8.0 Cada bilhete ou fração consig­nará no anverso, além de outros dizeres:

I - a denominação "Loteria Federal doBrasil";

II - o número que concorrerá ao sorteio;

UI - em caracteres legíveis, o preço deplano do bilhete inteiro e o de cada fração,acrescido da cota de previdência constantedo art. 4.0 e seu parágrafo único;

IV - a declaração de ser inteiro, meio,quarto, décimo, vigésimo ou quadragésimoe, sendo fração, o número de ordem desta;

-- V - a indicação da série, se for o caso.

Art. 9.° Cada bilhete, ou fração, consig­nará no reverso, além de outros dizeres:

I - o plano de extração, por inteiro 011resumido;

II - a indicação do lugar, dia e hora dosorteio;

III - a assinatura das autoridades res­ponsáveis pela emissão;

IV - local apropriado para receber onome e endereço do possuidor que desejar obilhete nominativo.

Art. 10. A Loteria Federal adotará ossistemas de garantia que julgar mais con­venientes à segurança contra adulteraçãoou contratação dos bilhetes.

Art. 11. Não se admitirá a substituicãode bilhetes postos em circulação, ainda quesob o pretexto de furto, roubo, destruiçàoou extravio.

Art. 12. Em caso de roubo, furto ou ex­travio, aplicar-se-á ao bilhete ou fração debilhete de loteria, não nominativo, e no quecouber, o disposto na legislação sobre açãode recuperação de titulo ao portador.

§ 1.0 Os prêmios relativos a bilhetes oufrações nominativos somente serão pagosao respectivo titular, devidamente ídentl­cada.

§ 2.° Somente mediante ordem judicialdeixará de ser. pago algum prêmio ao por.tador ou ao titular de bilhete ou fraçãopremiados.

Art. 13. As extrações serão realizadas emsala franqueada ao públíco, pelo sistemade urnas transparentes e de esferas nume­radas por inteiro.

§ 1,° A Loteria Federal poderá, também,adotar outros sistemas modernos de ex­tração, .de comprovada eficiência e garan­tia, devidamente aprovados pelo Ministroda Fazenda.

§ 2.° As extrações serão realizadas nasede da Loteria Federal ou em local préviae amplamente divulgado pela imprensa.

Art. 14. Não haverá extração em feria­dos nacionais e as que já estiverem progra­madas serão adiadas para o primeiro diaútil subseqüente.

Art. 15. Depois de postos os bilhetes emcirculação, a extração só poderá ser cance-

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5438 Terça-feira 11 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Setembro de 1973

Iada ou adiada por ato expresso do DiretorExecutivo .da Administração do Serviço deLoteria Federal, do qual será cientificado,imediatamente, o Ministério da Fazenda.

Parágrafo único. No primeiro caso, serãorecolhidos todos os bilhetes e restituídos osrespectivos preços e, no segundo, avisar-se-ápela imprensa o· novo dia designado paraa extração.

Art. 16. Far-se-á o pagamento do prê­mio mediante a apresentação e resgate dorespectivo bilhete ou fração, desde que ve­rificada a sua autenticidade.

§ 1.0 Constituirá motivo justificado pararecusa de pagamento a apresentaçãd debilhetes ou frações rasgados, dilacerados,cortados ou que dificultem, de qualquermodo, a verificação de sua autenticidade.

§ 2.[ O pagamento de prêmio será ime­diato à apresentação do buhece na sede uaAdministração do Serviço de Loteria Fe­deral ou dentro de 15 (()uin"e) dias. nomáximo, no caso de prêmio cujos bilhetesestejam sujeitos à verificação de sua au­tenticidade, quando apresentados nas Agên­cias das Caixas Econômicas Federais.

§ 3.° Somente a verificação feita emface da ata oficial de sorteio servira defundamento a qualquer reclamação de pa­gamento de prêmio.

Art. 17. Os prêmios prescrevem em 90(noventa) dias a contar da data da res­pectiva extração.

Parágrafo único. Interrompem a pres­crição:

I - citação válida, no caso do procedi­mento judicial em se tratando de furto,roubo ou extravio;

II - a entrega do bilhete para o recebi­mento de prêmio dentro do prazo de 90(noventa) dias da data da extração na sededa Administração do Serviço de Loteria Fe­-deral ou nas Agências das Caixas Econô­micas Federais.

Art 18. Os planos de extração podemprever a distribuição de prêmios identicosou •diversos em cada uma das séries ou,ainda, prêmio maior líquido para o conjun­to de séries, observada sempre a condiçãoestipulada no inciso I do art. 3.°

Art. 19. Não serão postos em circulaçãobilhetes da Loteria Federal cujos planos ecálculos para recolhimento do Imposto deRenda não tenham sido previamente apro­vados pelo Diretor-Geral da Fazenda Na­cional.

Parágrafo único. A solução será comu­nicada impreterivelmente à Administraçãodo Serviço de Loteria Federal dentro de 20(vinte) dias da data da apresentação dosplanos.

Art. 20. Nenhuma pessoa física ou ju­rídica poderá redistribuir, vender ouexpor à venda bilhetes da Loteria Fe­deral, sem ter sido previamente ereden­cíada, pelas Caixas Econômicas Federais,sob pena de apreensão dos bilhetes que es­tiverem em em seu poder.

Art. 21. As Caixas EconômicàS Federaiscredenciarão os revendedores de bilhetes,de preferência entre pessoas que, por seremidosas, inválidas ou portadoras de defeitofísico, não tenham outras condições deprover sua subsistência.

§ 1~' Poderão ser credenciados, para re­venda de bilhetes, pequenos comerciantes

devidamente legalizados e estabelecidos que,além de outras atividades, tenham condi­ções para fazê-lo.

§ 2.° Nenhuma pessoa física ou jurídicade direito privado poderá ser detentora decotas ou comercializar bilhetes da LoteriaFederal em quantidade superior a 2% (doispor cento) da respectiva emissão.

§ 3.0 Ninguém será credenciado para arevenda de bilhetes em mais de uma uni­dade da Federação.

§ 4.° O credenciamento de revendedoresestabelecidos dependerá de prévia compro­vação da existência de local apropriado eacessível ao público para a exposição erevenda de bilhetes e pagamento de prê­mios.

§ 5.° A cessão ou transferência de cotade bilhvtes de loteria entre revendedoresimportará na perda de credenciamento dosparticipantes da operação.

Art. 22. Na sede da Administração doServir;o de Loteria Federal haverá lugaraprcprfado para venda clireta de bilhetes aopúblicos e pagamento de prêmios.

A ,t :':1. A ctrcuíacão dos bilhetes daLoteria Federal é livre em todo o territórionacional e não poderá ser obstada ou em­baraçada por quaisquer autoridades esta­duais ou municipais, e nem oneradas porquaisquer impostos ou taxas estaduais oumunicipais.

Art. 24. A Administração do Serviço deLoteria Fefleral. órgão vinculado ao Con­selho Superior das Caíxas Econômícas Fe­derais, terá orçamento e contabilidade pró­prios e regime administrativo especial, go­zando, de acordo com a legislação em vigor,das isenções e vantagens atribuídas às Cai­xas Econômicas Federais.

Art. 25. A Administração do Serviço deLoteria Federal compete superintender, co­ordenar, fiscalizar e controlar, em todoterritório nacional, a execução do serviçode Loteria Federal, na forma do presenteDecreto-Lei.

Art. 26. A Administração do Serviço deLoteria Federal será dirigida pelo Presiden­te do Conselho Superior das Caixas Econô­micas Federais, na qualidade de seu DiretorExecutivo, e por um Conselho Consultivo.

Parágrafo único. O Conselho Consultivoserá composto pelo Presidente, pelo 1.0_Vice-Presidente e pelo 2.o -Vice-Presiden t edo Conselho Superior das Caixas Econômi­cas Federais.

Art. 27. A renda liquida da Administra­ção do Serviço de Loteria Federal, apuradaem balanço anual, será levada a crédito daconta Fundo Especial da Loteria Federaldestinado às aplicações previstas no arti­go 28.

Parágrafo único. Para os efeitos do dis­posto neste artigo, considera-se renda lí­quida a que resultar da renda bruta dedu­zidas as despesas de custeio e manutençãodo Conselho Superior das Caixas Econômi­cas Federais e da Administração do Serviçode Loteria Federal.

Art. 28. O Fündo Especial da LoteriaFederal, previsto no artigo anterior, teráseus recursos aplicados nas seguintes fina­lidades:

I - 30% destinados à constítulcâo de um"Fundo Especial de Financiamento da As­sistência Médica" ~(FEFAM);

II - 30% destinados à constituição de um"Fundo Especial de Desenvolvimento dasOperações das Caixas Econômicas Federais"(FEDOCEF);

In - 30% destinados à constituição deum "Fundo Especial de Serviços Públicose Investimentos Municipais" (FESPIM);

IV - 10% destinados à constituição deum "Fundo Especial de Manutenção e In­vestimentos" (FEMI).

§ 1.0 Sob a supervisão e gerência doMinistério da Saúde e na forma do Regu­lamento a ser baixado pelo Poder Executivo,o "FEFAM" será aplicado em instituiçõeshospitalares e para-hospitalares, mantidaspor pessoas jundicas de Direito Público ouPrivado, ou em sociedades médico-cientifi­cas, e movimentado pelo Ministro da Saúde,que prestará contas da gestão financeira,relativa a cada exercício, ao Tribunal deContas da União.

§ 2.° O "FEDOCEF" será aplicado, sobsupervisão e gerência do Conselho Superiordas Caixas Econômicas Federais, em em­préstimos concedidos, através da Adminis­tração do Serviço de Loteria Federal, dire­tamente às Caixas Econômicas Federais,objetivando o equilíbrio econômico-finan­ceiro das mesmas, no atendimento de suasoperações assistenciais.

§ 1.0 As loterias estaduais atualmenteexistentes não poderão aumentar as suasemissões, ficando limitadas às quantidadesde bilhetes e séries em vigor na data dapublicação deste Decreto-Leí.

§ 2.° A soma das despesas administra­tivas de execução de todos os serviços decada loteria estadual não poderá ultrapas­sar de 5% da receita bruta dos planos exe­cutados.

Art. 33. No que não colidir com os ter­mos do presente Decreto-Lei, as loteriasestaduais contínuarão regidas pelo Decreto­Lei n,v 6.259, de 10 de fevereiro de 1944.

Art. 34. A Admínístracão do Servico deLoteria Federal poderá estabelecer conve­nio COM. a casa da Moeda para a impressãode bilhetes.

Art. 35. No exercício de 1967, o Con­selho Superior das Caixas Econômicas Fe­derais poderá autorizar adiantamento ao"FEFAM", dentro das previsões mensais darenda líquida da Administração do Serviçode Loteria Federal.

Art. 36. Este Decreto-Lei será regula­mentado por decreto do Poder Executivo.

Art. 37. Fica revogado o parágrafo úni­co do artigo 70, da Lei n,v 4.330, de 21 deagosto de 1954.

Art. 33. Este Decreto-Lei entrará emvigor na data de sua' publicação, inde­pendentemente de regulamentação, ficandorevogadas as disposições em contrárIo.

Brasília, 27 de fevereiro de 1967; 146.0 daIndependência e 79.0 da República. - H.CASTELLO BRANCO - Octavio Bulhões _Raymundo de Britto.

DECRETO-LEI N.O 717DE 30 DE JULHO DE 1969

MOdifica textos legislativos' que men..cíona, e dá outras providências.

O Presidente da República, no uso dasatribuições que lhe confere ° § 1.0 do art.2.° do Ato Institucional n.o 5, de 13 de de­zembro de 1968, decretar

Art. 1.0 O art. 4.0 do Decreto-Lei n.o 204,de 27 de fevereiro de 1967, passa a vigorarCOm a seguinte redação: .

"Art. 4.° A Loteria Federal fica sujei­ta ao pagamento de cota de prevídên-

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Setembro de 1973 mARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção n Terça-feira 11 5139

§ 1.0 Considera-se renda liquida aufe­rida pela entidade a diferença entre a.importância por ela retirada do mo­vimento geral das apostas e o valor dacontribuição da previdência social; en­tende-se por movimento geral das apos­tas a importância correspondente aovalor do total de bilhetes de apostasapregoado ao público para efeito decálculo de rateio, acrescido das impor.tâncias constantes das demais modali­dades de apostas recebidas diretamen­te do público apostador nos prados decorrida, subsedes e outras dependên­cias.

§ 2.° O regulamento desta Lei disporásobre a fiscalização do recolhimentodas receitas de que trata este artigo."

Art. 3.0 A percentagem estabelecida poreste Decreto-Lei relativa ao pagamento, pe­la Loteria Federal, da cota de previdência,só será devida a partir de 1.0 de novembrode 1969, vigorando, até aquela data, as per­centagens estabelecidas pelo Decreto-Lei n.o

204, de 27 de fevereiro de 1967•.

ela de 15% (quinze por cento) sobre aimportâncias total de cada emissão, in­eluído as emissões dos sweepstakes, aqual será adicionado ao preço de planodos bilhetes.

Parágrafo único - A Administraçãodos Serviços de Loteria Federal recolhe­rá diretamente ao Banco do Brasil S.A.,em guias próprias. à conta do "Fundode Liquidez da Previdência Social", asimportâncias correspondentes a 14%(quatorze por cento) da cota de previ­dências prevista neste artigo, e 1% lumpor cento) em nome do Serviço de As­sistência e Seguro Social dos Economiá­rios (SASSE)."

Art. 2.0 O art. 74 da Lei n.? 3.807, de26 de agosto de 1960. passa a vigorar coma seguinte r-edação:

"Art. 74. Constituirão, ainda, fontesdas Instituições da Previdência Social,observados os prazos de prescrição dalegislação vigente:

a) 15% (quinze por cento) sobre aemissão de bilhetes da Loteria Federal,incluindo as emissões dos sweepstakes,cabendo ao Serviço de ASSIstência dosEeonomíártos (SASSE) 6,666% (seis eseiscentos e sessenta e seis milésimospor cento) do total arrecadado;

h) a percentagem sobre a renda líqui­da auferida pelas entidades turfisticasem cada reunião hípica, em prados decorrida, subsedes e outras dependên­cias, calculada de acorde com a seguin­te tabela:

• ""I'

Movimento Geral das Apostaspor Reuníao Hipica

Até NCr$ 150.000,00

De NCr$ 150.001,00 a NCr$250.000,00 .

Acima de NCr$ 250.000,00 '"

Percen­tagemsobre a"Renda

Líquida

5%

10%

30%

Art. 4.° Fica eievana, a parnr de 1.0 dejaneiro de 1970, para 15% (quinze por cen­to) a percentagem a que se refere o art.13 do Decreto-Lei número 6.259, de lO defevereiro de 1944, alterado pelo Decreto-Lein.v 34, de 18 de novembro de 1966.

Art. 5.° As entidades contribuintes fi­cam dispensadas do recolhimento das per­centagens a que se refere o art. 2.0 do De­creto-Lei n.O 645, de 23 de junho de1969.

Art. 6.° Este Decreto-Lei entrará em vi­gor na data de sua publicação, revogadosos arts. 23 e 24 da Lei n.o 4.096, de 18 dejulho de 1062, o art 2 ° do Decreto-Lei n.?645, de 23 de junho de 1969 e as demaisdisposições em contrário.

Brasília, 30 de julho de 1969; 148.° da In­dependência e 81.0 da República. - A. COS­TA E SILVA - Antônio Delfim Netto.

DECRETO-LEI N.o 1 129DE 13 DE OUTUBRO DE 1970

Altera o § 1.° do art. 74 da Lei n.?3.867, de 26 de agosto de 1960.

O Presidente da República no uso dasatribuições que lhe confere o art. 55, incisolI, da Constituição, decreta:

Art. 1.0 O ~ 1.0 do art. 74 da Lei n.o3.307, de 28 de agosto de 1960. na redaçãodo Decreto-lei n.O 717 de 30 de julho de1969, passa a vigorar com estes têrmos:

"Art. 74 .

§ 1.0 Considera-se renda liquida aufe­'Tida peja entidade turfística a impor­tància por ela retirada do movimentogerai de apostas, feitas as seguintes de­duções:

a) o valor dos prêmios pagos aos pro­prietários, criadores e profissionais;

b) as despesas de manutenção dosserviços e obras de estrito ínterêsse hi­pico da entidade;

c) os tributos a serem recolhidos.

Entende-se por movimento geral deapostas a importância correspondenteao valor do total de bilhetes de apos­tas apregoado ao público para efeito decálculo de rateio, acrescido das impor­tâncias constantes das demais modali­dades de apostas recebidas diretamen­te do público apostador nos prados decorrida, subsedes e outras dependên­cias."

Art. 2.° O Poder Executivo, no prazode 30 (trinta) dias, regulamentará o pre­sente Decreto-lei.

Art. 3.° Este Decreto-lei entrará em v~­

gor na data de sua publicação, revogadasas disposições em contrário.

Brasília, 13 de outubro de 1970; 149.° daIndependência e 82.° da República. - EMí­LIO G. MÉDICI - Antônio Delfim Netto ­L, F. Oirne Lima - Júlio Barata.

MENSAGEM N.o 296, DE 1973.DO PODER EXECUTIVO

Excelentíssimo Senhores Membros doCongresso Nacional:

Nos termos do artigo 51 da COnstituição,e para ser apreciado nos prazos nele refe.ridos, tenho a honra de submeter à eleva­da deliberação de Vossa Excelências, acom­panhado de Exposição de Motivos dos Se­nhores Ministros de Estado do Exército eda Agricultura, o anexo projeto de lei que"dispõe sobre a atividade turfístíca no Paise dá outras providências".

Brasília, em 5 de setembro de 1973. ­Emílio G. Médici.

EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS N.o 91, DE 15DE JJUNHO DE 1973, DOS SRS. MINIS­TROS DE ESTADO DO EXÉRCITO E DAAGRICULTURA.

Excelentissimo Senhor Presidente da Re­pública

O desenvolvimento da eqüídeocultura édependente dos recursos advindos das ati­vidades turfísticas.

Para maior fomento da criação do cavalonacional, há conveniência de se atualizar alegislação, de forma a reformular a distri­buição daqueles recursos, os quais, em suaquase totalidade, devem destinar-se a des­pesas de estrito interesse hípico.

Há conveniência, ainda, doe que as atí­vídades turfístícas vinculem-se, de formamais clara e precisa, aos interesses da cria­ção de eqüídeos, colocando-se os JockeysClubes em condições de cumprirem, comeficiência, as atribuições que o interessenacional lhes impõe.

Assim, Senhor Presidente, temos a hon­ra de submeter à alta consideração de Vos­sa Excelência o anteprojeto de lei anexo.que consubstancía tais idéias.

Com profundo respeito, Ol'1ando Geisel _Moura Cavalcanti.

Of. n," 389 - SAP/73.

Em 5 de setembro de 1973.

A Sua Excelência o SenhorDeputado DayI de Almeida

MD. Priméiro-Secretário _da Câmara dosDeputados

Brasília - DF.Excelentíssimo Senhor Primeiro-Secretá­

rio:

Tenho a honra de encaminhar a essa Se­cretaria a Mensagem do Excelentissimo Se­nhor Presidente da República. acompanha­da de Exposição de Motivos dos SenhoresMinistros de Estado do Exército e da Agri­cultura, relativa a projeto de lei que "dis­põe sobre a atividade turtístíca no País edá outras providências".

Aproveito a oportunidade para renovar aVossa Excelência protestos de elevada estí­ma e consideração. - .João Leitão de Abreu,Ministro Extraordinário para os Assuntosdo Gabinete Civil.

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"40 Ter4;a-feira 11 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Setembro de 1973

IV - O SR. PRESIDENTE (Petrônle Fi­gueiredo) - Está finda a leitura do expe­diente.

Passa-se ao Pequeno Expediente.Tem a palavra o Sr. Nina Ribeiro.O SR. NINA RIDEIRO - (Sem revisão do

orador.) Sr. Presidente, Srs. Deputados, háum velho provérbio que diz: 'Os abíssiníosjogavam pedras no sol que se punha."

Para caracterizar certo desalento, quevem como que a tisnar pessoas ou mstttuí­ções quando se aproxima o término de umperíodo de governo, ao contrário dessaassertiva, podemos dizer: é o ânimo queilustra, que enquadra, que representa, queimpulsiona a filosofia do terceiro Governorevolucionário. Vemos como a administra­ção do eminente Presidente Médici, a cadainstante, não apenas dá continuidade aoseu trabalho admirável como também ini­cia, em todos os campos de labuta, umaatividade verdadeiramente excepcional edigna de todo o encômio.

Foi o que ocorreu recentemente quandoo Presidente da República aprovou o Planoda Companhia Nacional de Combate aoCâncer, para a qual serão destinados re­cursos da ordem de Cro; 220 milhões, aserem aplicados neste ano e em 1974, naproporção de Cr$ 140 milhões para 1973 eCr$ 80 milhões para o próximo ano.

Na reunião ministerial realizada na se­mana passada o Chefe do Governo anunciouainda três importantes iniciativas: amplia­ção dos benefícios ao trabalhador do cam­po, plano ferroviário adicional de Cr$ 911milhões para 1973/74 e aproveitamento dopotencial hidrelétrico da bacia do rio To­cantins,

O projeto de lei complementar que o Pre­sidente Médici encaminhou ao Congressoalterando dispositivos da Lei Complemen­tar n.o 11 fixa, entre outras coisas, a apo­sentadoria do trabalhador do campo em50% do salário-mínimo de major valor vi­gente no País. A medida deverá entrar emvigor a 1.0 de janeiro de 1974.

Estabelece ainda o projeto que a aposen­tadoria por idade não poderá acarretar ademissão do empregado e que o trabalhadorrural que houver sido dispensado depois daaposentadoria por velhice deverá ser rein­tegrado.

O Ministro Júlio Barata, em sua expo­sição de motivos, procedeu a um resumoanalítico do projeto de lei complementar eassinalou que o mesmo procurou por termoao sistemático comportamento de dispensado trabalhador rural, fato que se vem cons­tatando na ocorrência da auferiçâo da apo­sentadoria por velhice, que deve ser enten­dida nos termos de sua real feição de re­compensa e não como caracterização deincapacidade.

"Não se trata de aposentadoria" - dizele - "no sentido termínologtcamentetécnico, constituindo, ao revés, uma mo­dalidade de auxílio, à semelhança doabono de permanência em serviço aufe­rido pelos segurados do Instituto Nacio­nal de Previdência Social".

A transformação que se registra na eco­nomia reclama no setor de transportes umacompleta reformulação do sistema ferro­viário do Pais. Essa foi a principal razão doPlano de Reformulação das Ferrovias apre­sentado ao povo brasileiro pelo PresidenteMédici.

Também a implantação do Programa Si­'derúrgico e dos Corredores de Exportação,'somados ao problema da diferença de bito­las em diversas das ferrovias brasileiras,foram outros dos motivos que levaram o

Presidente Médici a reformular o sistemaferroviário.

Salientaram os técnicos do Ministério dosTransportes que no setor ferroviário os Go­vernos da Revolução enfrentaram gravesdeficiências estruturais em decorrência dainadequada organização administrativa,excesso de pessoal não qualificado, grandesextensões de ramais antíeconómícos e asmás condições das vias permanentes.

Acrescentaram, ainda, que somado a tudoisto existem nas ferrovias um elevado deficitoperacional e uma inexpressiva participaçãono total do transporte de mercadorias epassageiros.

A determinação do Presidente Médici deaproveitar o potencial energético da baciado Tocantins e do Alto Araguaia, de apro­ximadamente 7,5 milhões de kw, decorreda instalação na Região Amazônica do com­plexo siderúrgico de Caraj ás, desde a explo­ração do minério e escoamento até a suaexportação, e da Usina de Itaqui, no Mara­nhão. -

As reservas de minério de ferro da serrados Carajás, estimadas, até o momento, em17,9 bilhões de toneladas, vai colocar o Bra­sil, na próxima década, como um dos maio­res exportadores de minério do mundo. Das135 milhões de toneladas desse minério queo Pais exportará em 1985, cerca de 45 mi­lhões serão de Carajás.

Com relação à Siderúrgica de Itaqui, quevai produzir inicialmente 6 milhões de to­neladas de aço por ano, até atingir a pro­dução de 12 milhões de toneladas, sua ma­téria-prima será o minério de carajás, es­coado através de uma ferrovia de 970 kwde extensão, onde primeiramente deverãosurgir vários núcleos populacionais que ne­cessitarão, obviamente, da energia elétricaproduzida pelas usinas do Tocantins eoutras rios.

Sr. Presidente, é a conquista revolucioná­ria, são resultados alvissareiros que hojenão apenas assombram o mundo, mas so­bretudo traduzem uma melhoria substan­cial e efetiva de condições de vida para osbrasileiros. (Muito hem.)

O SR. VASCO NETO - (Sem revisão doorador.) - Sr. Presidente e Srs. Deputados,acabo de chegar da Bahia, onde, em com­panhia do Governador Antônio Carlos Ma­galhães, assisti ao cinqüentenário da ci­dade de Bom Jesus da Lapa e M festas do10.0 aniversário da instalação de sua Dio­cese.

Bom Jesus da Lapa fica à margem direi­ta do rio São Francisco, junto a uma ero­são calcária, onde - se reúnem os místicosromeiros do Nordeste. Faixas ferazes, no­tadamente da Serra do Ramalho, permane­ciam, até há algum tempo, em completoabandono. HOJe, Bom Jesus da Lapa, comoo Brasil, desperta para um futuro cheio deesperança.

À frente da Municipalidade está o Pre­feito Leníno Dourado, ativo lider popular,de grande prestigio, e que alia à sua lha­neza de trato o dinamismo de um admi­nistrador idealista.

Bom Jesus da Lapa está prestes a serservida por estrada da maior importância,a BR-430, introduzida no plano por nossainiciativa, e a BR-172, que liga Bom Jesusda Lapa e Botirama, passando por Para­tinga. Trata-se de iniciativa do Governo doEstado e já em vias 'de conclusão.

ll: verdade que ainda há vários proble­mas a resolver. Mister se faz, por exemplo,a instalação de um sistema de esgotos. Sóo milagre do Santo Padroeiro evita epide­mias, pois que nada há a proteger as 150

mil peSS08.B que se acotovelam em seu mis-ticismo, junto à gruta. '

Há outro milagre na Lapa: a existênciaq.e padres poloneses. A Polônia, pais sobJugo comunista, não conseguiu tirar da al­ma do seu povo a fé em Cristo, que lhe épeculiar. Neste sentido, a Diocese da Lapaestá de parabéns, inclusive o Bispo que apastoreia há 10 anos, D. José NíeomedesGrossi.

A festa deeenal da Diocese da Lapa foiabrilhantada pela presença do ArcebispoD. Avelar Brandão Viloela. Na missa de eu":cerramento, o ilustre prelado pronunciouum belíssímo sermão, que muito o honra.

Por tudo que tenho dito, minha fala é deespe_rança pela terra que represento e pelaBahia, a que tanto quero. (Muito bem!)

O SR. ADHEMAR GHISI - (Sem revisãodo orador.) Sr. Presidente, 8rs. Deputadosdesejo, desta tribuna, aplaudir uma inwLa":tiva da Comissão de Minas e Energia daCâmara dos Deputados, eis que o eminentePre~idente daquela Comissão, o DeputadoJose Machado, da ARENA de Minas Geraisobjetiva realizar um simpósio sobre o car~vão nacional.

Já que S. Ex.a pretende, através daqueleórgão técnico, conhecer das razões pelasquais o carvao mineral brasileiro não foiincluído no Plano Básico de Desenvolvi­mento Tecnológico para os anos de 1973 e1974, ninguém melhor do que o Sr. Minis­t~~ Dias Leite p~ra, de viva voz, nas reu­moes que deverão realizar-se a partir dodia 10 de outubro próximo vindouro, escla­recer Os representantes do povo brasileirosobr~ os motivos de tal exclusão, bem co­mo falar acerca dos planos governamentaissobre o pleno aprovertarnento do carvãobrasileiro dentro da nossa conjuntura Só­cio-econômico-financeira.

No referido Simpósio serão ainda ouvidasdiversas altas autoridades ligadas ao setorcarbonífero e às áreas governamental eco­nômica e de planejamento. Assim, Sr: Pl'e­síderite e Brs, Deputados, teremos ocasiãode, nessa mesa-redonda, encontrar repre­sentantes dos Governos estaduais do Pa­raná, de Santa Catarina e do Rio Grandedo Sul, que justamente representam re­giões onde o carvão é encontrador Compa­recerão também representantes dos Minis­térios das Mínas e Energia, da Indústria eComércio, do Planejamento, do Banco Na­cional de Desenvolvimento Econômico, doConselho Nacional de Pesquisas dos Sin­dicatos dos Trabalhadores em 'Minas deCarvão e do Conselho de Segurança Na­cional.

Queremos, na tar:"e de hoje, levar aonosso prezado e quendo colega, o DeputadoJosé Machado, brilhante parlamentar daregíâo das Alterosas, os nossos aplausos, ascongratulações, pela magnífica idéia queprocura, acima de tudo, situar esse impor­tante combustível brasileiro, o carvão, numlugar de destaque dentro da economia bra­síleíra,

Sr. Presidente, 81'S. Deputados, não serácertamente protelando a solução dos pro­blemas, deixando de dialogar, deixando dediscutir matéria de tanta atualidade comoa do aproveitamento integral do carvão,quer para a siderurgia, quer para a produ.ção de termoeletricidade, quer com relaçãoao aproveitamento do rejeito piritoso, nãoserá, repito, Sr. Presidente, deixando dediscutir o problema do carvão sob o pontodoe vista mais global possível que se encon­trará a fórmula capaz de integrá-lo plena.mente na economia nacional.

Por isso, ao finalizar, aqui deixo minhascongratulações aü Deputado José Machado,bem como aos Estados do extremo-sul da

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Setembro de 1973 DIARIO DO OONGRESSO NAOIONAL (Seção Ir Terça-Ceira 11 5Ul

nação brasileira, na certeza de que a Câ­mara dos Deputados, através desse Simpó­sio sobre o carvão nacional estará contri­buindo para solucionar o grave problemade um dos combustíveis mais procurados,em todo o mundo, nos dias que correm.(Muito bem!)

O SR. SIQUEIRA CAMPOS - (Pronun­cia o seguinte díscurso.) Sr. Presidente, Srs.Deputados, altamente significativas as deci­sões tomadas pelo Sr. Presidente da Re­pública na véspera das comemorações docentésimo quinquagésimo primeiro aniver­sário da Independência do Brasil.

O anúncio, divulgado por todos os jornais,surpreendeu agradavelmente a todos emuito particularmente aos goianos, mato­grossenses, paraenses e maranhenses, quevislumbraram, desde logo, o espetacularfortalecimento de suas economias com oaproveitamento do potencial dos rios To­cantins, Araguaia, Xingu e seus afluentes.

Ainda anteontem. dia 8, dizia este re­presentante do povo de Goiás, durante asfestividades da abertura da portentosa 2.aExposição Agropecuária de Rubiataba, quea Revolução, apesar de sua fecunda obra deGoverno, não atuara, como era de se espe­rar; na agricultura e na implantação degrandes projetos nos setores ferroviário ehidroviário. Não tinha eu, Sr. Presidente,conhecimento das medidas anunciadas àNação pelo Presidente Médici.

É claro que a construção das usinas doTocantins ensej ará a correção desse rio edo Araguaia e, obviamente, proporcionará aplena navegabilidade dessa extraordináriabacia.

Como sabem os nobres colegas, sou autorde pois prosjtos em tramitação nas eomis­sões técnicas da Casa, um prevendo a cons­trução da Usina Hidrelétriea do Funil, ou­tro a construcão da Hidrelétrica de Itaboca.Rejubile'-me,' também por isso, ao conhecera deliberação presideneial de levantar asusinas do Tocantins, acolhendo as ponde­racões de inúmeros técnicos, politicos e or­ganizações de classe a respeito, menciona­das nas justificações dos referidos proje­tos de minha autoria, apresentados no iní­cio da presente sessão legislativa.

Merece, especialmente, realce a coincidên­cia entre os argumentos contidos em traba­lho da Associacâo Comercial e Industrial doEstado de Goiás e em outro elaborado pelojornalista Jorge Taleb com as declaraçõesdo Sr. Presidente da República.

Fico mais satisfeito ainda, Sr. Preslden­. te, pelo fato de já ter abordado o assuntodurante audiência que recentemente meconcedeu o Sr. Presidente da República.

Mas espero, ainda, sinceramente, que oPresidente Mêdic'i adote outras providên­cias que o povo brasileiro e particularmen­te o de Goiás me fizeram levar a S Ex. a ;a redívísâo territorial e a criação da RegiãoMetropolitana de Goiânia.

Claro está, 81'. presidente, que aguarda­mos novos "projetos impactos" e entre elesesperamos providências capazes de estimu­lar a aplicação de recursos no meio rural,para transformação e modernização da ati­vidade agropecuária, pois todos sabemosque a exploração racional do campo, querna Agricultura, seja na Pecuária, dará só­lido suporte à implantação de modernosparques fabris em todas as regiões do País,permitindo ao brasileiro livrar-se dos peri­gos da pobreza, da miséria e da fome.

O Ministério' da Agricultura continua omesmo desde os tempos do Império. Suaomissão nos problemas do meio rural. suaausência na plamficação e na direção da

economia agropastoríl são grandementeresponsáveis pelo atraso que verificamos naquase totalidade das grandes regiões doPaís.

O Ministro Moura Cavalcanti, se cóntarcom recursos e apoio suficientes, promove­rá, efetivamente, a presença da Revoluçãona área rural. O Brasil tem condições dematar a fome do mundo e de enriquecerseus filhos. Para tanto, porém, urge traba­lho gigantesco e organizado, inovando e ou­sando cada vez mais, para adequado apro­veitamento de nossas imensas glebas deterras férteis e das excepcionais condiçõesclimáticas e da capacidade realizadora dohomem rural brasileiro.

Até aqui, o Governo Federal só tem agidocomo o filho rico dessa eterna e inesgotávelmãe pobre da economia brasileira: a agri­cultura nacional.

É também patente, Sr. Presidente, queapesar dos recursos que o eminente Presi­dente Médici anunciou para o setor ferro­viário, ainda resta muito a ser feito pelaRevolução nessa área.

A ausência de grandes projetos ferroviá­rios tem sido apregoada, por todos, comoomissão que deve ser sanada.

A Amazônia ressente-se da falta de umagrande ferrovia e o Centro-Oeste reclamaum "corredor ferroviário" que ligue suasricas regiões produtoras de Rondônia, MatoGrosso e Goiás ao Porto de Salvador naBahia.

Todos nós. habitantes da Amazônia,aguardamos ansiosamente a implantarãoda Ferrovia Brasília-Carolina-Imperatriz-Belém e seu ramal Carolína-São Luís.A medida está demorando muito, apesar dereconhecida a necessidade de sua adoção.

A abertura da grande Ferrovia Este-Oes­te, ligando Corumbá, a Jataí, Rio Verde,Goiânia e Brasilia a Salvador é necessidadeimperiosa.

O Governo Médici, o terceiro Governo daRevolução, pode ser classificado como hu­mano, dinâmico e ousado, além de profun­damente capaz. Por esta razão acredito,sinceramente, que seu grande Chefé não irádeixar de aproveitar a oportunidade parafazer presente a Revolução na Agricultura,na polítlca de transportes ferroviário e hí­drovíáríos e na formulação de novo mapapolítico para o Brasil.

As medidas anunciadas à Nacão a vés­pera do 7 de setembro último, 'Sr. Presi­dente. dão a todos a confiança e a certezade que o Governo Médici fechará com cha­ve de ouro o seu mandato e adotará todasas providências para acelerar a total inte­gração dos vastos territórios deste imensoPais, o que indubitavelmente elevará o ho­mem brasileiro, dando-lhe projeção inter­nacional ímpar neste mundo desenvolvidodo Século XX.

Para constar dos Anais, Sr. Presidente,leio o discurso que o Presidente Médici pro­nunciou dando conta das iniciativas toma­das no combate ao câncer. em favor dostrabalhadores rurais, do aproveitamento dopotencial energético do Tocantins, Ara­guaia, Xingu e Tapajós e do desenvolvi­mento do transporte ferroviário:

"A preocupação suprema do governo,como tenho afirmado reiteradamente,consiste em valorizar o homem. Ao de­finir esse objetivo primordial. acentueique seria ele alcançado, gradualmente,no campo das relações econômicas, me­diante providências práticas e exequi­veís, que contríbuíssem para a melhoriado bem-estar dos trabalhadores, sem

prejudicar o ritmo verificado na criaçãode riqueza.

Obedeceu a. esse propósito a Lei Com­plementar n.> 11, que instituiu o Pro­grama de Assistência 'ao TrabalhadorRural. Em vigor desde 25 de maio de1971, vem o PRORURAL concorrendopara a progressiva incorporação do ho­mem do campo a sociedade de consumoe para a disseminação de serviços deassistência médica e social a grupos hu­manos antes marginalizados e esqueci­dos.Entre os benefícios concedidos aos tra­balhadores rurais, figura, ao lado daaposentadoria por idade ou invalidez, apensão a família, em caso de morte Ovalor desse benefício, no regime vigen­te. é igual a trinta por cento do maiorsalário-mínimo vigorante no País.Verificou o governo. porém. que. emface dos recursos financeiros obtidospelo FUNRURAL, bem como da eficiên­cia com que vem sendo executado oprograma de amparo ao homem docampo, se faz possível, desde agora, semaumento de qualquer taxa e sem cria­ção de novos ônus, elevar o valor daspensões, equiparando-o ao das aposen­tadorias.Esta a finalidade principal do projetode lei que, dentro em pouco, encami­nharei ao egrégio Congresso Nacional.Concebido de modo objetivo e realista,o projeto testemunha, mais uma vez, oinabalável intento governamental deassegurar ao trabalhador, no estágioatual do nosso desenvolvimento, parti­cipacão cada vez maior nos frutos doprogresso.As normas ele justiça social. que nãose concretizam apenas na distribuicão111D ís equàníme da ríqr eza coletiva, masainda no tratamento humano daquelesque vivem no trabalho. no sol-a-sol dalavoura, ditarem também a msercão, noproicto de lei. de dlsposttívo especial,destinado a evitar a dispensa sistemáti­ca do trabalhador, em virtude da ob­tenção da aposentadoria. Cumpre queesta, na verdade. seja entendida comoforma de auxílio. à semelhança do abo­no de permanência em serviço, devendoconcorrer, assim. para que o homem docampo se radique em seu "habitat" enele desfrute, com sua família, datranquilidade que merece.

Medidas dessa natureza poderão, a mé­dio e longo prazos, contribui.r para quediminua o êxodo rural, para que se eli­mine das cidades o triste espetáculo daindigência e para que se venha a supe­rar o desequilibrio entre a cidade e ocampo, onde ainda se concentra amaior parte de nossa populacão ,CâncerProcede essa iniciativa da filosofia po­litica. que é responsável, no quadro re­volucionário, por um largo conjunto dedecisões do mais alto sentido assisten­cial Entre tais decisões se conta a queatribuiu caráter prioritário a gradativaampliação da assistência farmacêuticano tocante às classes de reduzido poderaquisitivo.Com fundamento na idéia de que, sema possibilidade de aviamento da recei­ta. a consulta médica se torna inócuapara grande parte da população, ím­rlantou-se agência administrativa. a>Central de Medicamentos, que, com ra­.pidez e eficiência. põe hoje o remédio.ao alcance de todos, por preços acessí­rveís ou até gratuitamente, quando nãohaja possibilidades de pagamento.

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5442 Terl)lt-fefra 11 DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I} Setembro de 11173

De tal maneira se expande esse traba­lho que, neste ano, segundo estimativas:tundadas naquilo que já se fez até ago­ra, serão atendidas gratuitamente cer­ca de quinze milhões de pessoas, situa­das na faixa de renda mais baixa.Em principio semelhante se deve inspi­rar a articulação de cruzada para com­bate ao câncer, flagelo que traz a hu­manidade em permanente sobressalto,calculando-se que, entre nós, a ocor­rência dessa moléstia seja de duzentosa trezentos mil casos novos por ano.

Babe-se, no entanto, que elevada por­centagem dos casos de câncer é de fácildiagnóstico e prevenção, sendo, ainda,curáveis alguns de seus tipos, quandodiagnosticados precocemente e tratadosde forma adequada. Acontece, porém,que, na sua maioria, os pacientes pro­curam os recursos médicos já em avan­çada fase da doença, o que onera edificulta o tratamento, reduzindo o per­centual de cura.Cumpre promover, assim, por meio decampanha bem orientada, o diagnósticoprecoce do câncer em sua fase pré-in­vasora, descobrir as lesões displásticasprecursoras e efetuar com isso a suaverdadeira prevenção. Nada valeria, en­tretanto, proceder ao diagnóstico semque se facultassem condições para tra­tamento da moléstia.

Para atender a essas exigências, 'tão im­periosa uma como a outra, resolveu ogoverno lançar, como faz neste momen­to, o Programa Nacional de Controle doCâncer, entre cujos objetivos está: mo­dernízar a Divisão Nacional de Câncer,dando-lhes novas bases estruturais,técnicas e administrativas: reestruturare reequipar o Instituto Nacional deCâncer a fim de adequá-lo aos seus ob­jetivos técnico-científicos; recomporprogressivamente, sob a forma de siste­ma, a infra-estrutura médíco-hospíta­lar,oficial e particular, em todo o terri­tório nacional, completando e renovan­do seus equipamentos e permitindo odesenvolvimento racional das atividadesde controle do câncer, desenvolver osprogramas de capacitação de recursoshumanos nas diversas categorias e ní­veis. O programa se desenvolverá deforma integrada em todo o país, com­petindo a Divisão Nacional de Cânceras funções normativas de assistênciafinanceira, enquanto se deixarão asinstituições especializadas e universitá­rias, em trabalho comunitário. as ativi­dades-fim ou de execução.Duzentos e vinte milhões de cruzeirosserão empregados, na etapa compre­endida entre 1973 e 1974, no custeiodesse programa, que visa proporcionara população, no concernente ao controle{lo câncer, assistência médica integral,oportuna, igualitária e suficiente, nostermos definidos pela política nacionalde Saúde.Gracas ao acerto das medidas tomadaspara estímuíar a produção, em todos .ossetores, conseguiram os governos da Re­volução imprimir invejável ritmo aocrescimento da nossa economia. Tudoindica que os níveis obtidos. nos últimosanos, se conservarão estáveis por largoperíodo, garantindo ao pais a manu­tenção do seu atual surto de prcsperí­dade.A larga e trepidante transformação quese registra em nossa economia suscita,a cada passo, a necessidade de novosempreendimentos governamentais, no­tadamente no campo dos transportes, a

fim de que se assegure ao crescentevolume de bens, - criados, pela expan­são da .atívídade produtiva, - cir­culação rápida, segura e econômica.

"Transportes

O aumento da demanda de transportes,nos próximos anos, exige, assim, provi­dêneías oportunas, para que, pela cor­reção das deficiências que se prenun­ciam, não se estabeleçam pontos de es­trangulamento na economia do pais.

Atento a dinâmica do desenvolvimentonacional, cuida o governo de garantir,mediante infra-estrutura adequada, aoperação efieiente de várias modalida­des de transporte, segundo métodos eprocesso racionais, incentivando, assim,a superação das insuficiências qualita­tivas e corrigindo os defeitos de explo­ração.Programas de grande porse se desenvol­veram, diante disso, quer no setor rodo­viário - onde hoje existem mais detrinta mil quilômetros de estradas fe­derais pavimentadas, quer no setor daMarinha Mercante, - no qual se assi­nala a participação da Marinha Mer­cante em mais de quarenta e quatro porcento do frete total, quer no setor deportos e vias navegáveis, - a respeitodo que se verificam importantes proje­tos de construção, expansão ou trans­formação de portos e melhoria da nave­gabilidade de vias interiores.

No setor ferroviário, enfrentaram os go­verTIOS da revolução graves deficiênciasestruturais, em virtude de inadequadaorganização administrativa, excesso depessoal não qualificado, grandes exten­sões de' ramais anti-econômicos, obsole­tlsmo do equipamento, nas condícões davia permanente, causando tudo issoelevado deficit operacional e inexpressi­va participação on total do transportede mcrcadorías c passageiros.

Resultados expressivos já se logram, po­rém, até agora, no trabalho de sanea­mento do sistema ferroviário, especial­mente em virtude dos esforços pararacionalizar o processo administrativo eoperacional das ferrovias.Juntamente com as transformações porque passa a economia nacional, os im­portantes projetos em fase de ímplan­tação. já de origem governamental. jáoriundos da iniciativa privada. hão degerar novas cargas, para cujo trans­porte o setor ferroviário é o mais ade­quado.Repercussão marcante na procura dotransporte ferroviário terá, sobretudo,o considerável crescimento da indústria,particularmente siderúrgica, ao qual sesomará o acréscimo da produção agrí­cola e a ampliação do volume das ex­portações. Em razão disso, estima-seque a tonelagem de mercadorias trans­portadas por meio ferroviárIo duplicarános próximos cinco anos.Induziram essas círcunstàncías a pro­mover-se a elaboração de plano ferro­viário para acudir a necessidade. numfuturo próximo, de transporte por es­trada de ferro.O plano assim concebido implica, porcerto, conjunto de providências quecompetirão a próxima administração.Imperioso se faz, no entanto, que a de­cisão quanto a algumas dessas medidasseja tomada imediatamente, pois, deoutro modo, não poderá o governo ven­cer as dificuldades que surgirão, nodecorrer do ano vindouro, no que dizrespeito ao escoamento das safras, ao

cumprimento do programa dos corre­dores da exportação.

Inadiável se torna, por isso, dotar derecursos financeiros adicionais o pro­grama ferroviário, a fim de se impul­sionar de acordo com as exigências domomento, o desdobramento de inicia­tivas referentes a expansão e melhoriado transporte viário. Esses recursos, novalor de novecentos e onze milhões decruzeiros, destina-se ao DepartamentoNacional de Estradas de Ferró e a RedeFerroviária Federal. Acrescida essa im­portância as que já se acham previstasna programação financeira para 1974,subirão, no próximo ano, a mais de qua­tro bilhões e duzentos milhões de cru­zeiros os investimentos federais no se­tor ferroviário.Ao aprovar a proposta formulada, a talrespeito, pelo Ministério dos Transpor­tes e sufragada pelos Ministérios daFazenda e do Planejamento, que - osublinhar o singular relevo atribuidopelo governo à função, cada vez maisimportante, reservada, - no que con­cerne a circulação, tanto de bens mate­riais como de pessoas, ao transporte rá­pido sobre trilhos.A" diligência posta em prevenir obstá­culos a circulação de bens e pessoas nasregiões de maior produtividade não in­

.duziu jamais a que se relegasse a planosecundário o imperativo de estimular odesenvolvimento de regiões onde sãomenos favoráveis as circunstâncias parao trabalho criador. O gigantesco esforçodespendido para integração, dentre ou­tras, da região amazônica, é, por si só,prova suficiente do caráter, por assimdizer, unívorsalista da política seguidapelo governo quanto ao tratamento dis­pensado, com objetividade e largueza,aos interesses gerais da nação.

Paralelamente a decisão histórica, quelevou a construção da rodovia T"ansa­mazônica, outras decisões, de suma re­levância, se tomaram para aquilatar opotencial de riqueza do Imenso terri­tório cortado por esse caminho rodo­viário, a fim de se lhe dar aproveita­mento conveniente e racional. Entre osplanos adotados para esse fim, numera­se, de modo particular, o consistente 110projeto Radam pelo qual se procede aolevantamento radamétríco de vastaárea da região Amazônica. Por meiodesse projeto, estão sendo colhidos. en­tre outros elementos, sobremodo im­portantes, preciosas informações sobreárea de drenagem e fluviografia da re­gião, as quais se acrescenta longa sériede dados hidrométricos obtidos graças àcontinuidade na observação de váriosrios, mediante novos postos de medícâode descarga. mantidos pela Companhiade Pesquisas de Recursos Minerais.Em consequêneía desses trabalhos, ór­gãos governamentais, situados na áreado Ministério das Minas c Energia,apuram a existência, somente na Ba­cia do Tocantins. do potenctal hidrelé­trico de, aproximadamente, sete mi­lhões de quilowatts, além de meio mi­lhão doe quilowatts no trecho do AltoAraguaia.Concentrou-se a atenção, por outro la­do, no conhecimento de dois grandesaüuentes da margem direita do Ama­zonas, o Tapajós e o Xingu, cada umdeles com a área de drenagem de qui­nhentos mil quilômetros quadrados, rioscujos potenciais hidrelétricos, distantesmil e trezentos a dois mil quilômetrosdos centros consumidores da região Su­doeste, - podem ser utilizados por es-

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Setembro de 19'73

tes, em face da atual tecnologia detransmissão em tensões ultra-elevadas.Segundo estimativas preliminares, rea­lizadas pela "Eletrobrás", o potencialdesses dois rios se eleva a mais de trin­ta milhões de quilowatts, Isto significaque os três afluentes citados, isto é,o Tocantins, o Xingu e o Tapajós, comárea de drenagem combinada de ummilhão, setecentos e cinqüenta mil qui­lômetros quadrados, possuem potencialconjunto de cerca de quarenta milhõesde quüowatts, mais do dobro, por con­seguinte, do representado pela Bacia doParaná até Itaipu.Estudos, em escala intensiva, estão emandamento para avaliar a viabilidadeeconômica desses potenciais hidrelétri­cos, ao mesmo tempo que se acompa­nha o processo verificado na tecnolo­gia de transmissão a longa distância.Quando se descartasse a possibilidadeda utilização desse potencial hidrelétri­co na região Sudoeste do Pais, seriasempre possível empregá-lo tanto paraatender, a menores distâncias, grandescargas eletrometalúrgicas exigidas pe­los empreendimentos projetados para aAmazônia, como para suprir a demandade energia de outros mercados resul­tantes da descentralização do parqueindustrial brasileiro, estimulada, vigo­rosamente, pela própria existência naregião Amazônica, desse novo e imen­so cabedal de energia.Dispensável se torna encarecer a írn­portâncía que reveste o volumoso P')­tencial de energia hidrelétrica, cujaexistência ora se anuncia, quer peloque representa para o Brasil, no mo­mento que se agravam, no mundo, osproblemas energétIcos, quer pelo quesignifica, para o nosso país, como agen­te do estabelecimento de maior equilí­brio regional.Como medida preliminar para o apro­veitamento desse potencial hidrelétrico,determinei se elaborassem imediata­mente projetos de engenharia para asusinas do rio Tocantins, a fim de quese possa decidir, com segurança, já nofinal de 1974, quanto a conveníéneía eoportunidades de sua construção.Ajustam-se essas providências, todasobjetivas e práticas, a filosofia social,que anima o governo, a sua permanen­te preocupação humana, do seu conti­nuo empenho de fortalecer, em proveitoda coletividade, a nossa estrutura eco­nômica, ao seu objetivo inabalável deocupar os nossos espaços vazios e devalorizar, sem distinção, todas as re­giões do território brasileiro".

Era o que tinha a dizer. (Muito bem!)O SR. JOSÉ ALVES - (Sem revísão do

orador.) Sr. Presidente. Srs. Deputados, nes­te fim de semana, visitando Alagoas, pudeconstatar que a comunidade do Municipiode Araplraca, o maior do Estado, se encon­tra reunida em torno de uma campanhaque vem merecendo o apoio de todos os ala­goanos. Diz a imprensa de Alagoas, porexemplo, que Arapíraca não quer ver suaCompanhia de Força e Luz encampada pe­la ELETROBRáS. E isso não é somente tí­tulo de uma matéíra de jornal, mas, naverdade, significa que está emergindo umadecísão consciente do povo de Arapíraca,que apela aos altos poderes da Repúblicano sentido de que a sua companhia deenergia elétrica e força e luz não seja sim­plesmente encampada e, o que é pior, ti­rada do controle daqueles que há mais dequarenta anos vêm fielmente servindo aosinteresses maiores da região.

DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

Poderia, à primeira vista, parecer que setratasse de um pedido sem fundamento, quenecessitasse de uma justificativa mais de­talhada, No entanto, os fatos são bem di­versos e dão, em toda linha, razão ao povodaquele Município, que analisando, objeti­va e realisticamente, a transferência daCompanhia de Força e Luz de Arapiracapara a Companhia de Eletricidade de Ala­goas chegou à conclusão, como nós outros,de que os usuários do Municipio sofrerãocom essa medida. Tecnicamente não hámelhoria; do ponto de vista econômico­financeiro também não haverá vantagempara os consumidores industriais, comer­ciais e residenciais com a passagem de umacompanhia particular para as mãos do Es­tado, através de uma operação que teriao respaldo da ELETRoBRAS.

Sr. Presidente, o Vereador Antônio Juvinoda Silva, da Câmara Municipal de Arapí­raca, apresentou requerimento bem funda­mentado solicitando a permanência daCompanhia de Força e Luz. O Prefeito dacidade, SI'. Higino Vital da Silva, endereçoumensagem ao Presidente da República, ex­plicando a razão por que o povo de Arapi­raca não concorda com a transferência. Orepresentante daquela comunidade tambémenviou mensagem ao Ministro das Minas eEnergia, Sr. Dias Leite, a propósito do as­sunto. O Presidente da Cooperativa Agro­pecuária Industrial Arapiraca Ltda. tam­bém examinou o assunto e chegou à con­clusão de que só prejuízos terá a cidadecom a transferência. O Distrito de Oarai­bas, onde existem mais de doze mil habi­tantes, não concorda igualmente com ostermos em que está sendo conduzida a ope­ração. A Câmara Municipal de Arapiraca,além de aprovar o requerimento, solicitaao Presidente da República, ao Ministrodas Minas e Energia, Sr. Dias Leite, à suabancada na Câmara e no Senado, apoiopara a não efetivação da transação, quenão consulta os interesses do povo de Ara­plraca, cuja caracteristica maior é o tra­balho honesto e diuturno pela grandeza da­quele Municipio e do Estado de Alagoas.Todo o povo de Arapiraca está hoje con­vencido - e o seu arrazoado é bastanteclaro, portanto, realista - de que a trans­ferência da Força e Luz de Arapiraca pa­ra a CEAL é uma operação lesiva aos in­teresses da sua indústria, do seu comércioe da sua agricultura.

Desta tribuna, Sr. Presidente, quero, se­cundando o apelo daquela comunidade,chamar a atenção do Ministério das Minase Energia para que examine com mais pro­fundidade essa operação, que em Alagoasé apresentada como originária e incentiva­da pela ELETROBRáS. (Muito beml )

O SR. HILDEBRANDO GUIMARAES ­(Pronuncia o seguinte discurso.) Sr. Pre­sidente, Srs. Deputados, a Superintendênciado Desenvolvimento do Estado do Cearáestá incluída entre os órgãos integrantes doPrograma Especial de Pesquisas Agropecuá­rias. com a participação de técnicos daUSAID e do Ministério da Agricultnra, quejá se encontram mantendo os contadospara a elaboração de projetos nas linhasde capacitação de pessoal, controles deentidades, utilização de pesquisas e, prin­cipalmente, a integração entre os órgãosexistentes.

Inicialmente, serão aplicados recursos da'ordem de 714 mil cruzeiros, na implanta­ção do programa, considerado de importân­cia para a região, notadamente o Ceará, cujoGoverno tem o setor agropecuário comometa prioritária de seus planos, cabendo àSUDEC um papel de destaque, através deseu Departamento de Recursos Naturais,na linha de pesquisas agropecuárias.

Terça-feira 11 54tl

o Prof. Paulo Roberto Pinto, Superin­tendente da SUDEC, manteve entendimen­tos com técnicos do Programa de PesquisasAgropecuárias, Sr. Gerardo F. Queiroz, Co­ordenador do PEPA no Nordeste; Sr. LeoDale Haws, Diretor Técnico do Projeto; eKenneth Ellis, fitopatologista, oportunidadeem que fez exposição dos trabalhos que a.autarquia vem descenvolvendo no setor depesquisas. Objetivando a implantacão desseprograma já se encontram na re~ião oitotécnicos de alto nível, pertencentes à Agên­cia Internacional de Desenvolvimento, dosEstados Unidos, que, junto com os funcio­nários do Ministério de Agricultura, man­têm contatos iniciais com aquele objetivo.

Era o que me cumpria registrar. (Muitobem.)

O SR. JUAREZ BERNARDES - (Pronun­cia o seguinte discurso.) Sr. Presidente, Srs.Deputados, o mundo atravessa dias difíceis.O espectro da fome nos apavora a cadadia que passa.

Para tão-somente abordar o problema dotrigo, há, sem dúvida alguma, uma carên­cia mundial com tradicionais exportadoresimpedindo as exportações para reservasfuturas. A política da triticultura no Bra­sil atravessou e atravessa momentos difí­ceis, talvez por má coordenação e o desprezoa que foi relegada. Era mais fácil importarque produzir. Os erros foram-se somandoos produtores se desanimando e agora é ocaos. Os exportadores não mais exportame o produtor já se sente inseguro com me­didas governamentais sempre tardias.. Para situar o problema na área do Estado

de Goiás, devemos frisar que aqui existemáreas francamente favoráveis ao cultivo dotrigo, bastando dizer que já em 1850 Goiásexportava farinha de trigo para os EstadosUnidos pelo Porto do Rio de Janeiro. Em1861, a exportacão da farinha dê trigo deGoiás foi de 771 alqueires, sendo a maiorforça produzida na Chapada dos Veadetros,que dista apenas 150 quilômetros da Ca­pital Federal.

Visconde de Taunay, na obra "Goiás",destaca o cultivo do trigo em meu Estado,sendo que naquele mesmo ano de 1861Goiás figurou na Exposição Internacionalde Filadélfia, Estados Unidos da América.

Dispomos, portanto, de clima e solo fran­camente favoráveis. O que é indispensávelsão medidas de caráter duradouro para queo agricultor não fique sujeito a medidastransitórias que não inspiram nenhumaconfiança.

Passo a ler o histórico do trigo que seacha na Enciclopédia dos Municípios Bra­sileiros:

ASPECTOS DO MUNICíPIO - A hís­tóría do trigo está ligada também àhistória de Veadeiros. Segundo se de­preende dos estudos históricos feitospelo engenheiro-agrônomo Luiz C. deGodoy, diretor da Subestação Experi­mental de Anápolls, neste Estado, em1780 já existiam, no julgado de Caval­cante, quatro engenhos de trigo: o deSão Lourenço, que possuía BarradasFontes; o de Bom Sucesso, pertencentea Antônio Rodrigues pereira, o de JoãoMorais e o de João dos Santos,Saint'Hilaire refere-se ao "excelentepão que se faz com a farinha de trigoque vem de Santa Luzia, Meia Pontee Cavalcante, povoação mais setentrio­nal que Vila Boa e cujos arredores são,segundo dizem, muito favoráveis à cul­tura do trigo".A farinha de trigo de Goiás foi expor­tada para o estrangeiro, pelo porto doRio de Janeiro, em 1850.

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MU Terça-feira 11 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção li Setembro de 1973

Em 1861, a exportação dá Iarínha detrigo de Goiás foi de 771 alqueires,sendo 512 só pelo município de Caval­cante.O Visconde de Taunay. na obra "Goiás",escrita em 1876, diz que a produção detrigo naquela época não passava dealgumas centenas de alqueires e eravultivado em Santa Luzia, Meia Pontee Cavalcante e na Chapada de Traíras.Nesse mesmo ano o trigo de Goiás,figurou na Exposição Internacional deFiladélfia (E. U .).Cunha Matos, Glaziou, Gomes do Car­mo, Henrique Silva e muitos outroscientistas e publícístas fizeram refe­rências especiais sobre o trigo de Ca­valcante e outras regiões do PlanaltoCentral e exaltaram as possibilidadesdessa zona para cultura tão útil.

Em 1932, uma plêiade de jornalistasfundou o "Bureau" de rmprensa Goiana,através do qual se fez propaganda dasriquezas inexploradas do Estado deGoiás, inclusive do trigo de Veadeiros.Como resultante desses trabalhos, oentão Inspetor Agricolz Federal. emGoiás, instalou diversos campos de co­operação na chapada dos Veadeiros, osquais, em 1953 produziram 4.525 quilosde sementes de trigo de ótima qualida­de e que, analisadas pelo 'o Moinho, daLuz". revelaram um teor de 14% emglúten seco, sendo equiparadas aosmelhores trinos do mundo. Em 1934,oscampos de cooperação de trigo produzi­ram 10.800 quilos de trigo em grão,mas, infelizmente, toda essa produçãose perdeu, por falta de transporte ecompradores.Em 1935,houve completo desânimo porparte dos triticu1tores, que desistiramde continuar com o plantio, com exce­ção de João RabrIo, que ainda conti­nuou, por mais alguns anos" o c,!?-ltivodo trigo "Veadeiros", que ha mais dedois séculos vicejou. agreste, no Pla­nalto Goiano.Desestimulado com a falta de apoiooficial, também o Sr. João BerriardesRabelo desistiu da triticultura.O Sr. Gencral Djalma Polli Coelho, desaudosa memória, não escondeu o seuentusiasmo pelo que viu e sentiu nessepitoresco recanto de Goiás. que compa­rou à suíca, pela sua beleza panorâ­mica e clima privilegiado.Segundo informações do Sr. João Ber­nardes Rabelo. a plantarão era feita emduas épocas, uma em outubro e outra.em fevereiro, sendo esta a melhor.Antigamente, as semeaduras eram fei­tas somente em outubro e novembro e,como as flores do t rlzo são facilmenteabortáveis em conseqüência das chu­varadas, havia anos em que as colheitasficavam muito reduzidas, devido àgrande quantidade de espigas chochas.Preferiam-se os terrenos de capoeirase palhadas.Em geral, só faziám uma capina, depoisde um mês de semeadura. Depois dequatro e meio a cinco meses, faziam acolheita pelo processo comum do arroz,ficando as palhas amontoadas na roça,muitos dias antes de bater.Até 1933,a batedura ou trilha era feitasomente a vara; entretanto, dessa épo­ca em diante se utilizaram de umatrilhadeira mecânica, pertencente aoMinistério da Agricultura •Uma vez trilhado, o trigo era abanadoa mão e depois ensacado ou guardado

em tulhas, para depois ser moídos nosmoinhos de pedra existentes na região.

Queríamos, pois, formular apelo ao GO­verno Federal, para que ele promova a ex­ploração das potencialidades da Chapadados Veadeiros, que são ótimas, vez que, re­pito, já exportamos farinha de trigo parao exterior.

Era o que tinha a dizer. (Muito bem).Durante o discurso do Sr. Juarez

Bernarâes, o Sr. Petrõnio Fi.queiredo,2Ç!-Secretário, deixa a cadeira da pre­sidência, que é ocupada pelo Sr. Flá­vio MarcíZio, Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Flávio l\iarcílio) ­Tem a palavra o sr. César Nascimento.

o SR. C~SAR NASCIMENTO - (Sem re­visão do orador) Sr. Presidente, volto a estatribuna para abordar o problema dos aci­dentes rodoviários. Na última q.nnua- _, .ra,o Deputado Nina Ribeiro, em brilhante pro­nunciamento nesta Casa, rE!.feriu-se ao mos­mo assunto, inclusive denunciando à Na­ção a falta de responsabilidade e de cuida­do das empresas fabricantes de automóveisno Brasil. De acordo com as estatíatíeas,a elas cabe um índice de 12% de responsa­bilidade no total de acidentes ocorridos emtodo o território nacional.

Os jornais de hoje, Sr. presidente, publi­cam o trágico resultado dos acidentes ve­rificados no último fim de semana em al­guns Estados do Brasil. O noticiário foca­liza principalmente os Estados de São Pau­lo, Minas, Pernambuco e Rio de Janeiro.O total é de 84 mortos e 530 feridos.

Assim, aproveitamos a oportunidade pa­ra dirigir apelo ao Ministro dos Transpor­tes, Cel, Mário Andreazza, no sentido dedeterminar a imediata duplicação de fai­xas nas estradas de maior movimento doPaís, em especial na BR:101, no trecho queliga Rio Grande do Sul ao Paraná. (Muitohem.)

O SR. PEIXOTO FILHO - (Pronuncia oseguinte discurso) Sr. Presidente, srs, Depu­tados, representando a Câmara dos Depu­tados, por desígnação do seu ilustre Presi­dente, compareci às solenidades progra­madas pelo Município de Duque de Oaxías,ao ensejo das comemorações do "Dia doSOldado", onde foi reverenciada a memó­ria do Marechal Luiz Alves de Lima e Sil­va, patrono do Exército Brasileiro, em ses­são solene na Câmara Municipal, além detradicional parada estudantil-militar.

Missão cumprida com muito orgulho.Sr. Presidente, a grande Cidade da Bai­

xada Fluminense, berço do "Pacificador",com os seus 442 km>, abriga mais de 600mil habitantes, sendo o primeiro Municipiodo Estado do Rio pelo que produz nos seto­res das indústrias químícas, de borracha ede eletrônica; o segundo no valor da pro­dução farmacêutica e madereíra, bem comona de material de transportes.

Agora, em prosseguimento ao seu progres­sivo ritmo desenvolvímentísta partiu paraa expansão do seu parque têxtil como bemdemonstra o noticiário que passo a ler:

NOVA FABRICA TEXTIL NO E. DO RIO

A Companhia União Manufatora de Te­cidos anunciou ontem o início da faseexperimental de produção da sua uni­dade têxtil de polipropileno, localiza. lajunto às instalações da empresa em Du­que de Caxias, no Estado do Rio de Ja­neiro.A nova unidade começará a produzir aplena capacidade nos próximos meses,com um total de 120 toneladas mensais

de sacaria de polipropileno. A empresatem em vista atender a uma faixa es­pecifica do mercado de embalagens ­para rações, adubos, farinhas, farelos,açúcar cristal, sal e produtos químicosgranulados - cuja demanda tem cres­cido a elevados índices. Além disso, anova unidade produzirá telas largas na­ra fundo de tapetes.

A expectativa da União é de que a atua­ção de sua rede de vendedores e a suatradição no ramo de embalagens têxteislevará a uma proxíma ampliação da no.va unidade, mesmo porque o desenvol­vimento do setor agropecuário tem re­querido maior movimentação de raçõese adubos, entre outros produtos.

A empresa, que é associada à Compa­nhia Brasileira de Fiação e Tecelagemde Juta (Brasfljuta) , possui duas mo­dernas fábricas de manufaturados dejuta, localizadas em Duque de Caxiase Vitória (ES), produzindo de 900 11

1.000 toneladas mensais, num total su­perior a dois milhões de sacas.

Sr. Presidente, esta é à injustiçada Du­que de Caxias, que está sempre oferecendoexemplos dignificantes através de iniciati­va privada, que confia no seu venturoso fu­turo, reflexo do labor e da socíabilídade doseu valoroso povo.

A devoção de todos quantos vivem e mou­rejam na querida terra de Lima e Silva àordem e às leis do País conduz a um per.manente clima de tranqüilidade que respi­ra toda a população.

Pela Constituição, todo cidadão tem com­promisso com a segurança nacional. E secidades como Rio de Janeiro, Juiz de Forae outros centros industriais e sedes de co­mandos militares podem escolher os seusdirigentes, por que essa situação de inferio­ridade para o Município de Duque de Ca­xias? O castigo imposto à "Cidade Pro­gresso", cassando o direito do seu laboriosopovo escolher o seu Prefeito, não pode per­durar indefinidamente, quando é sabido queo dirigente nomeado pelo Governo não setem ajustado 'às diretrizes norteadores daRevolução, mercê de uma ruinosa adminis­tração, lesiva aos interesses municipais.

Sr. Presidente, a liberdade faculta ao 110­mem a apreensão da verdade que ele pro­cura comunicar através de sua ação e pen·sarnento. Por isso, nada melhor que um jor­nalista em permanente contato com as ca­madas populares, para exteriorizar o sentirdas comunidades aflitas. mas esperançosas.

A critica é o duro oficio de dizer verda­des, e como tal deve ser entendida. Daí,registrar o extraordinário trabalho do jor­nalista duque-caxíense Luiz Fernando. ela­borado e publíeado às vésperas de mais umaniversário do grande e pujante Municípioda Baixada Fluminense.

A grande verdade foi dita por inteiro, pa­ra que reflita a realidade presente, O ta·lentoso jovem, com o seu magnífico traba­lho, impôs-se à admíracâo dos seus coesta­duanos que não podem falar.

A melhor homenagem que poderia prestarao bravo jornalista. em nome do laboriosopovo que tenho a honra de representar noCongresso Nacional, é a transcrição nosAnais da Câmara dos Deputados da sua co­movente "Prece Cívica".

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SeteD1bro de 1973 OlARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Terça-leil'a 11 5U5

Eis o aplaudido trabalho do destacado co­lunista duque-eaxíense, que passo a ler paraque integre o meu pronunciamento:

"BURILANDO,L!liz Fernando

Prece CívicaEu te admiro, ó cidade de bravura, jápor nome consagrada. Para ti quero eespero o melhor. Rogo em silêncio, masem fé contrita que um dia terás gover­nantes que saibam te governar e seremgovernados. Estimo-te como uma pes­soa da família. Nasci contigo e juntoscrescemos. Aqui eduquei-me e vi-teeducar. Hoje aqui educo os meus filhose tu os teus. Na solidão dos meus pen-,sarnentos eu te vejo poderosa e mos­trando ao Pais e ao Mundo que o achín­calhe de que fostes vitima em nada temudou a fisionomia. Sabe, cidade que­rida, eu abomino os que te desprezam.Sinto verdadeiro nojo dos que te sugama seiva para ao final desdlzerem o teunome. Mantenho-me sempre que pos­sível à distância dos parasitas que fize­ram do teu solo o substratum fértil devidas vazias.

Um dia, cidade amada, todos canta­rão a tua glória. Inaudita será a músí­ca dos que te profanam, porque a me­lodia da vitória, a tua vitória, cobriráos cérebros e os corações dos que teamam. Ressoarão vibrantes, límpidos ebem timbrados os acordes do progresso,da prosperidade. Ninguém ousará vili­pendiar-te. Os vitupérios que contrati poderão lançar os invejosos e inimi­gos, serão encobertos pela cadência ri­tímada que a ascençâo intelectual, 'mo­ral e material de tua gente há de pro­duzir. Eu lamento as injúrias que con­tra ti já tantos sacaram. As infâmias,respondeste com o beneplácito do aga­salho que sempre foi oferecido aos di­famadores. Quanta gente eu conheço,cidade, que te enxovalhou o nome paraem seguida te pedir abrigo. Quantagente, deusa adorada, te maldiz e à tuagente, mas aqui vem buscar o pão. Te­nho pena mas enraiveço-me com talgente. Tranqüila, altaneira e fronte er­guida para os cordéis mesquinhos, tuestás na mais linda posição cívica: Aposição que só os justos podem desfru­tar; A posição de vanguardeíra de umamor crescente, de um fervor constan­te, de uma crença inabalável no teu fu­turo e no dos teus filhos.

Vem, cidade generosa, dizer a todosque a fonte do teu perdão é inesgotáveLQue nem as infâmias, as calúnias, asinjurias ou as difamações poderão ma­tar-te, embora façam sangrar as tuaschagas. Diz à gente mesquinha que pormais que contra ti pratiquem saques,o teu crédito é sempre d _ saldo bemalto. A tua grandeza material há de pormuito tempo ainda abalar as raízes dosimorais, que se sentirão sempre maisimorais. Não descansaremos, nem tunem os teus filhos, enquanto o teu no­me não for proclamado como mereces,por todos os cantos da Pátria, ó cidadede Duque de Caxias." "O Municipal" ­24-8-73.

Tudo isso devidamente considerado, im­põe-se-me o dever de perguntar: até quan­do?

Era o que tinha a dizer. (Muito bem!)O SR. JERôNIMO SANTANA - (Pronun­

eia o seguinte díscurso.) Sr. Presidente, 81'S.Deputados, em companhia dos Srs. Depu­tados José Camargo, Lisâneas Maciel, Wal­ter Silva e JG de Araújo Jorge farei umavisita ao Território de Rondônia a partir do

dia 11. Embora não sejamos convidados, avisita vem a propósito da festa de aniver­sário da criação dos Territórios Federaisno dia 13 de setembro.

Em RondÔllia pretende-se gastar mais deCr$ 350.000,00 com os festejos comemora­tivos do aniversário do Território. O gastodessa soma com festejos num Territorioonde falta tudo não deixa de ser lamen­tável. Seria melhor se estivéssemos fazen­do uma festa não para comemorar o aní­versárío do Território, que é um regime decau , 811'0 e ditadura permanentes, mas sima elevação do Território a Estado, real as­piração de toda a população. Ao congratu­lar-me com o povo de Rondônia por oca­sião do aniversário do Território, faço-o nacerteza de que se está comemorando não oaniversário de um Território, mas o ani­versário de um Estado, que é Rondôniahoje, com suas condições para tal, e quesó não se emancipou ainda por meras con­veniências políticas.

Entretanto, nesta oportunidade em quese gastam milhões em festejos, o povo iriaà festa mais satisfeito se não estivesse comos garimpos de cassíterítas fechados arbi­trariamente; o povo estaria satisfeito seos funcionários ua Resoruçao ~13 nao ti­vessem sido vítimas das demissões arbi­trárias que levaram centenas de pais defamílias ao desemprego; melhor se come­moraria esta data, caso dispensassem me­lhor atencão e tratamento aos colonos eagricultorés, hoje vítimas de despejos ar­bitrários e perseguições ínomínáveís na vilade Rondônia e Ariquemes; essa festa, comos gastos qüe estão fazendo, se justifica­ria caso os agricultores tivessem acesso aosbancos para financiamento, tivessem estra­das, sementes, tratores, preços mínimos etc.

Hoj e nossos colonos não conseguem nemcarta de anuência para financiar suas la­vouras; essa festa representaria um júbilopopular se houvesse' escolas para todas ascrianças do Território; se houvesse opor­tunidade de emprego para a juventude; sehouvesse escolas superiores para formar epreparar a mentalidade de nossa mocida­de; essa festa seria mais espontânea se nãohouvesse um sindicato instalado na Secre­taria de Segurança Pública para inocentaros responsáveis por Inúmeros atentadoscontra a vida de indefesos cidadãos, comose fez recentemente em Calama e oaeoat:esta festa teria maior razão de ser se apolícia do Território não se tivesse trans­formado num meio de ocultar cocaínas,peles e outros objetos apreendidos de trafi­cantes' o povo e príncalmente os colonoscomem:orariam o aniversário do Tel'fitóriose o INCRA não estivesse dominado pelacorrupção e totalmente a serviço do lati­fúndio explorador; o povo receberia comaplausos a denuncia do convênio do Terri­tório como INCRA, causa de todos os malesdo setor de terras, que lamentavelmente oGovernador não teve a coragem de denun­ciar certamente com medo de perder oemprego ou por outras vinculações; as co­memorações representariam a vibração :Iapovo se não houvesse tanta perseguiçaoaos funcionários públicos do Território,mormente às professoras, que labutam nacidade e no interior ganhando mal e en­frentando constante aumento do custo devida' melhor seria a festa se não houvessetantos e tão esoorehantes aumentos dosimpostos municipais e aumentos de sobre­taxa das contas de luz; aumento do preçoda carne; aumento, er.rím, do preço de to­das as utilidades sem o correspondente au­mento dos salários e vencimentos; essafesta seria melhor se houvesse sinceridadee honestidade nas CERON e CAERD, objetode tantos escândalos e desvios praticadospor suas ·diretorias; a CAERD até se trans­formou na sede de churrascos oficiais, feí-

~s para a afronta da fome da maioria emtão grande numero ultimamente' essa festaprocedería se tivessem anunciado ao me­nos uma perspeçtíva para a solução a con­t~D:tc! do grave problema fundiário dó Ter­rItorlO; poder-se-ia gastar tão avultadasoma em festas se houvesse hospitais e lei­tos para atendimento e tratamento detodos os doentes do Território mormentedaque.la~ afecções dependentes' da clínicaortopédíca e. psiquiátrica, pois atualmenteos doentes dependentes de tratamento or­topédico - pernas quebradas etc. - sepobres, apodrecem no hospital sem adequa­do tratamento, e são inúmeros casos. Porogtro lad? aquelas pessoas que padecem demales P~IqlllCOS, se pobres, são deportadasdo Terl'ltolio em condições deprimentes,transport.adas desumanamente e enxota­das como animais, isso porque no Territó­rio não existe hospital onde se possa mi­nistrar tratamento adequado.

~~e~ Cr$ 350.000,o~ ria festa d~riam parao mICIO da construção de hospital para oatendimento de inúmeros doentes que hojesofrem no Território sem esperança de re­ceber o +,ratamento que necessitam; essafesta seria a expressão autêntica do con­tentamento popular se o nosso povo pudes­se escolher, pelo voto livre e direto, seusgovernantes e se não houvesse o odientocritério de imposição de governadores, defora para. dentro, estranhos à Unidade, aoseu povo e aos seus problemas. O Gover­nador não foi votado pelo povo e, sepostu-,Iasse esse cargo através de eleições, jamaisseria Governador. Não se elegeria mesmonem Vereador em Porto Velho - para sever o quanto essa festa é artificial e inau­têntica, feita para Ser o que não é. Nãoexpressa o contentamento e espontaneida­de. O povq não pode dizer o que pensa. OGovernador não ouviu e nem consultou opovo sobre a conveniência de se gastar tan­to dinheiro com mais uma festa. Que se fi­zesse a festa, mas que não se desviasse ver­ba publica de suas finalidades.

Oxalá possamos, num futuro próximo, ce­lebrar a festa verdadeira do povo de Ron­dônia, que será a sua emancipação comoEstado, onde possa o povo livremente esco­lher seus governantes. Esse dia será real­mente o da grande festa de Rondônia, eesperamos que não tardará.

Era o que tinha a dizer. (Muito bem!)

O SR. JúLIO VIVEIROS - (Pronuncia oseguinte díscurse.) Sr. presidente, Brs,Deputados, tendo em vista o desenvolvi­mento econômico. tecnológico e cientificoque o Brasil está atravessando, torna-seurgente e mesmo inadiável o aproveitamen­to de administradores de empresas, emtodos os níveis de especialização, tanto nosetor público como no privado. É aindaexigência qualitativa, adaptá-los às carac­terísticas regionais da realidade Brasileira.

Além do mais, a pesquisa dos problemasorganizacionais e administrativos, tanto noNorte, da Amazônia e do Pará, que repre­sentamos neste Parlamento, como do Nor­deste e demais regiões brasileiras, necessitade todo o esforco do Governo no sentido derormar gestores e administradores.

A própria modernização da empresa na­cional, que é meta do I Plano Nacional deDesenvolvimento, só se realizará se, para­lelamente à reformulação das estruturas decapital e do esforço de modernização tec­nológica, houver uma real absorção, pelosempresários, dos novos métodos de gestãoe de controle._ A "Revista de Administração de Empre­sas" mostrou, em recente levantamento, queentre os principais fatores responsáveispelas concordatas, na área da pequena emédia empresa, situam-se a falta de plane-

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Setembro de 19'71DIÁRIO DO CONGRESSO NACIÓNAL (Seção l)

jamento, ausência de sistemas de informa­ções e falta de controle da atuação dosdiversos departamentos. Ainda, um estudodo DNDE, mostrou que na indústria têxtil,por exemplo, (de dois dos mais importan­tes Estados da Federação), somente 30%das empresas estavam realmente aparelha­das administrativamente para reestrutu­rar-se mediante assistência financeira doGoverno.

Sr. PresIdente, Srs. Deputados, está assimmais do que provado a necessidade do estí­mulo e apoio do Governo a fim de mudara mentalidade do empresariado brasileiro,principalmente de Estados como o Pará,cujo processo para o desenvolvimento ne­cessita muito do apoio governamental.

Sr. presidente, Srs. Deputados, se examl­narmos todo esse complexo problema sobseu aspecto global, verificaremos que, nessesetor. não há propriamente carência de pro­jetos especírícos, mas ausência de um Pro­grama integrado, que compatibilize todas asiniciativas e os complemente nos pontos deestrangulamento, visando sobretudo a apro­veitar o pessoal docente, material didáticoe estruturas organizacionais disponíveis.sem esquecer ainda de avaliar e aperfeiçoaros sistemas e métodos operacionais ado­tados.

Sr. presidente, Srs. Deputados, se chama­mos a ateneão dos Poderes Públicos paraessa grande' problemática é porque a sim­ples distribuição de recursos financeiros énecessária porém não suficiente e por outrolado, tem-se provado inadequada por nãogarantir continuidade. acompanhamento eformação de critérios e políticas racionais.

Assim é que instituições, acadêmicas ounão, envolvidas e preocupadas com a capa­cltacâo de recursos humanos orientadospará as tarefas de alta administração, en­frentam dificuldades financeiras e outrasacima expostas, somente superáveis com oapoio do Governo Feâeral.

Era o que tínhamos a dizer (Muito hem.)O SR WALTER SILVA - (Pronuneía o

seguinte dlseurso.) Sr. Presidente, 8rs.Deputados, registramos hoje a apreensão,preocupação e angústia de milhares de fun­cionários e empregados da atual EmpresaBrasileira de correios e Telegrafos, criadapor lei para substituir e englobar os ser­vicos de correios e de telégrafos do antgoDénartamento do Ministério das Comuni­cações.

É que sobre eles pesa a ameaça de nãose aplicar o Estatuto do Funcionário PÚ­blico, não só para os contratados sob oregime da Consolidação das Leis do Tra­balho, como por sobre os que antigos run­el-máríos do Departftmento Nacional deCorreios e Telégrafos, optaram pelo CLT,quando da constituição da atual Empresa equando chamados à opção. como sobreaqueles que preferiram continuar no regimeantigo do Estatuto do Funcionário Público.contrariando sem dúvida a vontade de go­vernamental voltada para a extinção paula­tina do funcionalismo.

Agora, quando se fala em nova classifica­ção de cargos e de funções públicas, diz-setambém, extra-oficialmente, é verdade. queos funcionários dos Correios estariam ex­cluídos da nova lei, o que se nos afigurauma aberração jurídíca, contrária ao dis­posto na Constituição, que garante o res­peito do direito adquirido pela lei novacujos efeitos não os podem prejudicar, corriatem sido da nossa tradição jurídica, in­clusive nos casos outros assemelhados, deconstituição de empresas públicas, antesinstituidas como autarquias ou órgão daachninistraçáo descentralizada, como é ocaso dos empregados e funcionários da Re­de Ferroviária Federal, inicialmente em-

presa pertencente ao patrimônio públieo daUnião e depois transformada em empresade economia mista, sob a forma de socie­dade anônima, mas mantendo no seu qua­dro funcionários regidos pelo Estatuto dosFuncionários Públicos Civis da União, semprejuizo, inclusive dos direitos trabalhistascomuns aos demais companheiros de tra­l)albo regidos pela CLT.

Como não estamos seguramente informa­dos do assunto, mas C01110, em contra pres­tação, temos sido constantemente procura­dos pelos referidos funcionários, assustadose preocupados com o fato e a ameca deleemergente, fazemos um apelo ao Sr. 'Minis­tro das Comunicações, ca, Higyno Corsetti,para que esclareça o assunto de uma vezpor todas. E o fazemos porque S. Ex."tem-se mostrado muito gentil e cordial como Poder Legislativo, que o tem tratado tam­bém com todo o respeito e cortesia, rece­bendo dele em contrapartida as melhoresatenções e os esclarecimentos quando ne­cessários. Por isso mesmo o Poder Legis­lativo tem sabido reconhecer a sua grandeobra em favor das comunicações no Brasil,que ganharam sem dúvida grande impulso,sendo certo que o País hoje se encontraaparelhado, ou em vias se tornar tal" parase comunicar com toda rapidez dentro desuas fronteiras e com o exterior. Lamen­tamos todavia que todo esse louvável es­forço não encontre eco na restauração pro­metida e não cumprida do nosso Estado deDireito e que a censura aos meios de co­municação, rígida prévia, extremada eabsurda, torne ínóquo todo esse esforço doMinistério das Comunicações.

Com a palavra, pois, o Sr. Ministro dasComunicações, para esclarecer o assuntodos funcionários, dando-lhes a necessáriacalma e tranqüilidade no trabalho e nosseus lares. (Muito bem.)

O SR. J"AISON BARRETO - (Pronuneiao seguinte díscurso.) Sr. Presidente, Srs.Deputados, a Nação aguarda, por todas asrazões, uma definição do Governo, quantoa uma verdadeira, real Política Naelonalde Saúde.

Reclamada por todas as correntes de opi­nião, o problema já tomou foros de assuntoprioritário na faixa da Segurança Nacional.

Negar-se algumas providências tomadasseria faltar à verdade, mas aceitar-se o queaí está seria faltar à Nação.

Leio nos jornais a intencão do Governoem resolver o problema dá. ínteríorízacâode proüsstonaís médicos através expedíen­te julgado engenhoso e de eficiência de­tectável. Embora diminuido o rance dacoerção, trata-se de idéia simplista que.obviamente, já ocorreu a dezenas de go":vernantes e legisladores.

Em maio de 1972, abordávamos a maté­ria no Grande Expediente, dizendo da ex­períêncía mundial no assunto e dos prin­cípios a serem seguidos visando a efetivosbenefícios à população. Comentávamos aexperiência russa, a israelense e de outrospaíses na faixa Ocidental, capazes de ori­entar qualquer Inícíatíva no setor, até mes­mo porque esses países têm como substratoda medida um planejamento global, o queé fundamental.

Quer-nos parecer, Sr. Presidente e Srs.Deputados, que a iniciativa pretendida re­fere-se a mais uma das muitas meias me­didas que se vem tomando no setor. Claroque não faltará quem veja na, proposiçãoa solução adequada para os males da mádistribuição dos profissionais médicos.

O drama das populações desassistidas to­ca a todos por inteiro. NOssa obrigação, noentretanto, Sr. Pr-esidente e 81'S. Deputados,é lutar por soluções globais e por isto mes-

mo efetivas, sem o sabor de apelação frenteà impossibilidade de bem encaminhar osnegócios de saúde no País.

O INPS, responsável pelo atendimentomédico a pelo menos 40 milhões de brasi­leiros, aí está, intocável, sem rumo, impro­visando, desservíndo os hospitais, os médí­cos e os beneficiários, mas engordando gru-pos cada vez mais audazes. .

Morre-se na fila da Instituição, em plenocentro de São Paulo e da Guanabara, con­temporizam-se círurgías até o agravamentoirreversível das doenças, a taxa de recupe­ração de acidentes é ridícula, mas o Gover­no não se dispõe a definitiva e drástica so­lução para estas calamidades.

O IPA8E se arrasta à beira da falênciaenquanto o FUNRURAL, cometendo os mes­mos erros do INP8, vai "tapeando" o ho­mem do campo, os hospitais e os médicos,através de convênios irreais e ineficientes.O seguro-saúde dormita, desde 1966, semregulamentação, demonstração cabal dedescaso ou de incompetência.

Daí, Sr. Presidente e Srs. Deputados, nos-sa descrença no que aí está. .

Meias medidas contemporizam males. OPaís exige uma Filosofia de saúde, umaPolítica Nacional de Saúde, por inteira. Es­tamos cansados de ouvir falar em estrutu­ras heterogêneas, paralelismo de atuaçãoetc.

Chega de diagnósticos. Queremos tera­pêutica. Chega de Elixir Paregóríco e ÁcidoAcetil Salicílico. O mal exige cirurgia dasamplas e, como garantia, um bocado deradiação.

Era o que tinha a dizer. (Muito bemí)

O SR. JOEL FERREIRA - (Sem revisãodo orador.) Sr. Presidente, Srs. Deputados,hoje, desta tribuna, colegas nossos já pa­rabenizaram o Governo federal pelos proje­tos-impacto apresentados nos últimos diasda semana que passou, especialmente peladescoberta de um caudaloso rio na Ama­zônia.

Isto prova que temos razão quando recla­mamos providências para aquela área. Notoque às vezes alguns companheiros 1l0s.">OSpensam que o Governo já está fazendo omáximo pela Amazônia e que as nossas re­clamações pouco procedem em razão domuito que o Governo está fazendo pelaregião. Não se trata de riacho ou igarapé,mas de caudaloso rio que os 4 séculos deAmazônia não foram suficientes para des­cobrir. Só agora através de pesquisa maisacurada, como a realízaçâo pelo ProjetoRADAM, foi descoberto tal rio.

A Amazônia é, como dizemos sempre, ou­tro pais a ser descoberto, necessitado deatenção e de providências dos governantes,pois não está sendo tratada como devia pe­los Poderes Públicos.

O atual Governo é um dos que maís atem ajudado. Se eu fosse o Presidente daRepública - perdoem-me os paulistas ecariocas - empregaria o dinheiro que segasta em metrôs naquelas duas capitais nodesenvolvimento da Amazônia e descentra­lizaria a grande massa populacional que .secongestiona nas metrópoles. É com muitarazão que tenho defendido representaçãomaíor para o meu Estado, pois contamoscom apenas quatro Deputados nesta Casa.li; por isso que um pais a ser descoberto,como a Amazônia. atestado pelo próprioGoverno. não tem força nesta Casa paradizer à Nação das necessidades daquela re­gião.

Apenas quatro Deputados compõem abancada amazonense na Câmara dvs Depu-

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Setembro de 1973 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção n '1'~-féira 11 5'U'I

'ta,dos, injustiça gritante e descabida que{leve ser corrígída pelo Governo. (Muito'bem!)

O SR. WILMAR DALLANHOL - (Semrevisão do orador.) Sr. Presidente, Sra.'Deputados, se pesquisarmos, nos Anais da'Casa, acerca dos problemas de Santa Ca­tarina, seguramente verificaremos que ode transportes, nestes últimos dois anos emeio, tem sido o mais freqüentemente tra­tado nesta Casa.

Com ereíto, o problema de transporte erasérío e grave em meu Estado. Com 197 mu­nicípios, com uma população uniformemen­te distribuída por todo o território estadual,sem vazios demográficos, com cidades eMunicípios novos em toda a Região do Pla­nalto e do Oeste, era imperioso que se im­plantasse uma rede viária que correspon­desse às efetivas necessidades estaduais, E •'não há dúvida nenhuma de que o Governo'do Presidente Médici e a aeão do Ministrodos Transportes deu a Santa Catarina, apartír de um ano para cá, a certeza de queesse problema seria de fato atacado comvigor e de que as soluções já não perten­ceriam ao futuro, mas que nós mesmos po­deríamos ver as nossas rodovias construi­,r;1as e pavimentadas. Foi assim com a BR­101; foi assim com a BR-470; foi assim coma BR-l58 c com a 282., , Hoje, Sr. Presidente, retornamos à tribu­na para nos referir específleamenbe à BR­:]82, incluída entre as obras já iniciadas..Focalizamos novamente o assunto para re­.gistrar o gáudio e entusiasmo dos catart­nenses por verem confirmada esta notícia.Essa estrada, denominada a "Transversalde Santa Catarina", atravessa o Estado emsentido oeste-leste, fazendo a interligação.desde a fronteira com a Argentina até olitoral eatartnense, Está em plena execuçãoe já tem trechos de asfalto entregues aotráfego. Tendo sido contactada de São Mi­guel do Oeste a Campos Novos, prosseguiráagora em demanda de Lajes, ao litoral ca­taríriense.

Sr. Presidente, não há dúvida alguma deque esta vitória pertence a todos os catarí­nenses, . mas é preciso que se registre umpreito de reconhecimento a toda a bancadacatarinense, que pugnou ínsístentementepara que essa obra fQS.~e executada, comoagora haverá de ser, pois que está incluídano programa prioritário do Ministério dosTransportes. O estudo da viabilidade estáem fase final e em dois ou três meses es­tl!-fli pronto.

A seguir rar-sc-á o estudo de engenharia,que definirá o traçado pelo qual a BR-282descerá a serra.

Esperamos, Sr. Presidente, que da mesma,forma como foram executadas as demaisestradas, com a mesma rapidez e vigor de­monstrados pelo Ministério dos Transpor­tes, assim também a BR-282 seja integral­mente concluída. (Muito bem!)

O SR. SINVAL BOAVENTURA - (Semrevisão do orador.) Sr. Presidente, Brs.

, Deputados, li, recentemente, artigo que.abordava a crise da produção da pecuáriade corte e de leite nos Estados Unidos. Diziao articulista que o Governo americano,através de combate sistemática à inflação,estava estrangulando também a pecuária

'íeiteira naquele pais, fazendo com quemuitos criadores abatessem suas matrizes.Daí o grande prejuízo que a pecuária vemsofrendo nos Estados Unidos.

Quase o mesmo tem ocorrido no Brasil.Sabemos que a pecuária leiteira no Brasilvem sofrendo também um desgaste tre­mendo, por vários motivos: o primeiro, acomercialização dos seus produtos. O pro­dutor de leite, vende o seu produto para as

cooperativas ou indústrias abaixo do custode produção. No ano passado, um litro deleite custava, ao estudo realizado pela Co­missão de Agricultura desta Câmara, 72centavos. A própria bacia leiteira do Dis­trito Federal sofreu bastante, pois várias.matrizes foram transferidas para outras,áreas, enquanto outras foram abatidas.

Relativamente ao problema da carne, oSr. Ministro da Fazenda liberou, inicial­mente, a exportação de 70 mil toneladas decarne e mais 30 mil em janeiro, quantita­tivo depois modificado, justamente porquefaltava o produto.

Além do combate à inflação, o crédito éoutro fator de desgaste da pecuária. É pre­ciso que o atual Governo e o futuro Presi­dente da República se sensibilizem para oproblema, pois os técnicos do Banco Cen­tral não compreendem a questão. A políticaadotada não tem dado os resultados espe­rados. Se quisermos aumentar a produtivi­dade neste Pais, a política creditícia temde ser modificada.

Basta, Sr. Presidente, analisar as esta­tisticas mundiais. O mundo tem apenas 100milhões de toneladas de cereais de reserva.A Rússia, depois de 50 anos de eomunízacão,teve de importar 58 mílhões de toneladaspara abastecer seu mercado interno. Omundo todo está carente de produtos agrí­colas.

De vez em quando ouvimos discursossobre o preço do leite, da carne etc. E al­guns Deputados até acham que os produto­res são os responsáveis pelo problema. Sei,eu que sou modesto agrícultor , necuarista,que o problema é mais sério. E se deve aofato de os técnicos terem planejado mal.

SI', Presidente, o tempo está se esgotando.Oportunamente virei à tribuna para tecerconsiderações a respeito desse assunto, queacho da maior importância para a econo­mia nacional. (Muito bem!)

O SR. JOSÉ BONIFACIO - (Pronunciao seguinte discurso.) Sr. Presidente, a pro­posta orçamentária, relativa ao ano de 1974,enviada pelo Governador da Guanabara àAssembléia Legislativa, merece comentadae ressaltada, pelo seu realismo e por sua ob­jetividade.

O crescimento da receita já permite aestimativa desta na ordem de cinco bilhõese duzentos e trinta e dois milhões de cru­zeiros.

Foi dado especial realce à expansão darede viária estadual. Prevê-se a recupera­ção do Elevado Paulo de Frontin, cujo de­sabamento, a par das desgraças que acar­retou, tanto onerou os cofres cariocas. Pre­para-se a construção de várias passarelasna Avenida Brasil, ao mesmo passo em quese cuida da arborízacâo dessa artéria, queé a entrada da cidade e serve a um trá­fego cada' vez mais denso.

Prossegue-se o Tunel do Engenho Novo;ativa-se o Viaduto da Mangueira, alargam­se ruas de grande movimento de veículos,como a da Lapa, a Pinheiro Guimarães, aHumaitá. Incrementa-se a produção deasfalto, para ser utilizada no capeamentoe reeapeamento de uma longa série de lo­gradouros públicos, principalmente na ZonaSuburbana e na Zona Rural.

A Companhia Estadual de Telefones terárecursos para levar a cabo novo plano deexpansão, assegurando-se à população ser­vida pela mesma mais de quarenta mil te­Iefones novos.

São previstas a canalização e retificaçãode vários rios, a implantação de modernasestações de transterêncía de lixo, na ZonaNorte e na Zona Sul.

No setor de iluminação pública, além dosplanos especiais para o parque do Flamengoe a Avenida Brasil. o investimento oficialpretende a instalação de cerca de dezessetemil pontos de luz a vapor de mercúrio.

Quanto ao terreno da educação, visa-seao aumento de setenta e três colégios narede do primeiro grau e de trinta e quatrona do segundo. É grande a rede escolaroficíal do Rio, o que obriga a previsão re­lativa à reforma de prédios e obras deampliação.

Na parte da Saúde, o Orçamente l'm­presta ímportâneía à medicina preventiva.atraves da criaçao de mais centros mé­dicos sanitários e do funcionamento dosexistentes em regime de dois turnos. Oshospitais terão recursos para reforma eampliação.

Para a Polícia, a proposta é da aquisiçãode quase duas centenas de novas viaturascom equipamento moderno, de construcãode uma central de telex, de rmplantacãode um centro de .)rocessamento de dadosna Secretaria de Segurança, de inicio deobra de um quartel da Policia Militar emSanta Cruz, de restauracão da rede dosdistritos. - ,

No campo da assistência social, desti­n~m-se recursos para a construcão de cín­quenta mil novas unidades résidenciais.

O Metrô, que, cada dia, se torna maisnecessário. é tratado prioritariamenteconsignando-se cento e cinqüenta milhõe~de cruzeiros sob a forma de participacãodo Estado no aumento do capital social 'daCompanhia do Metropolitano.

O que se verifica. Sr. Presidente, é umO~çal1lento que denota restauração econô­mica do Estado, E esta se deve a uma acer­ta?-a política de estímulos e incentivos,reíta com planejamento, com calma. e semalardes.'

Estas, as. considerações que não podiadelxa~ de. ronnuíar na opunul1ldade emque flq1!,eI conhecendo o projetado Orca­men~o carioca para o vindouro exercício.(MUlto bem!)

O SR. PETRôNIO FIGUEIREDO _ (Pro­nuncia o seguinte díseurso.) Sr. Presidentea. E~itora "J ornai da Paraíba S.A." foi cons~t~tlllda pelo e~forço, dinamismo e alto espi­ríto empresartal de um grupo de paraiba­n?s, que procurou dotar a cidade de Cam­pina . ~rande de moderno periódico. Seuprestígio e conceito já são indiscutíveis emmeu Estado. Nesta semana acaba de com­pletar mais um ano do seu surgimento o"Jornal da Paraíba", cujo espírito de alti­vez e independência o firmaram no seioda eoletívídade, graças à oríentação serena,equílíbrada e segura dos seus dirigentesSeu Presidente, o Dr. Humberto Almeida'empres~r~o já vítorloso, paraibano de gran':de trarüção e acendrado amor à sua terrareuniu em torno da Editora homens d~n;aior respe~t~, como A~hemar Borges, Jo­se Carlos Jumor, Maurícío Almeida e Rai­mundo Lira, que, sob seu comando asse­guram a imparcialidade. honestidad~ e se­riedade das noticias e campanhas ali en ..cetadas, dando, assim, valiosa contribuicãoà terra e à cultura do seu povo. A palavratio jornal campinense já forma corrente deopinião, dita rumos e é invejada e cobíca­da por aqueles que não podem, com dínheí­ro ou pela força do Poder, orientar seusinteresses na formação da opinião públi­ca.

Esta, Sr. Presidente. é a imprensa queresiste, que não morre nunca, que tem ho­ras difíceis, mas luta com destemor. A vio­lência, assim nos ensina a História, podemuitas vezes calar-lhe a voz, mas o espí-

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54.48 Terça-feira 11

rito da liberdade fica impregnado nos seusdirigentes, desde os maiores responsáveisaos mais modestos homens de suas ofici­nas. E ninguém elimina esse espírito, por­que ninguém mata a liberdade. Através dosséculos, encontramos ensinamentos sobre avida da imprensa livre e notamos os exem­plos de atentados, glopes e espoliação nosseus caminhos e anseios Iíbertáríos, Masvem sempre a lição, demonstrando que caiao força da tirania, para vencer a fragilida­de da pena do escritor. No Velho Mundo,quantos regimes tombaram, canhões silen­ciaram, e tropas estacaram sua marcha an­te a força da inteligência e da pena dosseus intelectuais? Ninguém consegue sufo­car a imprensa, Sr. Presidente.

Mas, não venho fazer história. Venho re­gistrar com alegria e aplaudir com entu­siasmo o vibrante jornal campínense. Sau­dá-lo com efusão. Ele já representa muitode nossa coragem, de nossa inteligência eda alma colettva, E deixemos que, em nos­sa cidade, Josusmá Viana, Williams Tejo,Ismael Marinho, Nilo Tavares, Romero Fi­gueiredo Agra, Clóvis Mello, Robério Mara­cajá, Sevy Nunes, Leônía Leão, Ana Lulza,Adhemar Dantas, Luízrnar Rezende e tan­tos outros, nos dêem sempre uma maior di­mensão da imprensa, através do "Jornalda Paraíba".

Fica, neste registro, o meu respeito, o ca­rinho da minha homenagem aos seus di­rigentes, aos colaboradores anônimos, aosseus editorialistas e aos seus mais humildesoperários.

Que Campina Grande continue a presti­giar e a ajudar o que realmente é nosso,que nasceu do seu ventre para dar-lhegrandes dias nos caminhos do progresso, jáabertos para o seu futuro, (Muito bem.)

O SR. BRíGIDO TINOCO - (PronunciaO seguinte díscurso.) Sr. Presidente, comopreito de consagração, desejo figure nosAnais desta Casa a notável tese defendidapelo Professor Ayrton da Costa Paiva, Di­retor da Faculdade de Direito da Univer­sidade Federal Fluminense, no II! Encon­tro Brasileiro das Faculdades de Direito,ocorrido na cidade de Campinas, Estado deSão Paulo.

Entende S. Ex.a, com razão, que a sim­ples modificação dos currículos não consti­tui solução. para o ensino do Direito. Asse­gura o eminente Mestre Ayrton Paiva, meudileto companheiro de cátedra, que, muitomais do que o culto à reforma, se faz ne­cessária a moralização do sistema educa­cional no Brasil. E, para conseguir esse ob­jetivo, só com conscientização do aluno,corpo docente adequado e respeito às leisque regularizam o ensino.

Outros temas abordados pelo ProfessorAyrton Paiva, no Encontro de Campinas,foram os aspectos das Escolas Fantasmas,que só funcionam em fins de semana, bemcomo a urgente necessidade de remunera­ção condigna aos professores.

Reconhece, ainda, que sem o respeito aocurrículo e a atualização do mestre, o en­sino do Direito não será colocado no lugarque sua importância reclama, como estudoaltamente prioritário, indispensável à or­dem pública e ao equilíbrio social, postoque o homem aprimora o sentimento daprópria liberdade na luta pelos cânoneslegais.

A tese do Professor Ayrton da Costa Pai­va, que obteve ampla e justa repercussãona imprensa do Pais, deverá ser entregueao Sr. Presidente da República e ao titularda Pasta da Educação, que, por certo, aexaminará em profundidade e extensão,como merece.

DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL~(Sêção 1)

Desse modo, Sr. Presidente, vou ler o pre­cioso documento para conhecimento de V.Ex.a e dos srs, Deputados, documento es·te que, desde então, passará a figurar en­tre os patrimônios da Casa:

"Muito se tem falado, ultimamente, so­bre o ensino do Direito. Muito se temcomentado sobre o baixo nível dos ba­charéis que se formam aos borbotõespelas faculdades existentes a cada can­to do Pais, Semmários, Encontros, Con­gressos e Reuniões têm sido fel tos pro­curando soluções para o problema, semconclusões concretas.Para alguns, a simples implantação daReforma Universitária é a solução paraa questão. Para outros, o Egrégio Con­selho Federal de Educação não podemais autorizar novas escolas, a rim dese impedir a maior proliferação de es­tudantes de Direito. Há, ainda, aque­les que pregam, apenas, a modificaçãodos currículos, com a exclusão de al­gumas dísciplínas que dariam lugar anovas matérias - ou o estágio obriga­tório, supervisionado pela OAB, ou,ainda, a mudança da metodologia doensino, como solução definitiva parase melhorar a cultura do Bacharel emDireito.Algumas escolas, paradoxalmente, pre­tendendo "atualizar o curso e aprimo­rar a instrução do advogado", reduzema carga horária e oferecem o diplomacom apenas quatro anos de Faculdade.Decididamente, não entendemos as so­luções propostas e, tão pouco. não com­

'preendemos a grita generalizada con­tra os advogados.Há, evtdentemente, os maus advoga­dos, como há, também, os maus enge­nheiros, os maus médicos, economistas,etc. A solução, porém, para nós, nãoestá nas medidas que se propõem deredução de curso, de modificação riocurrículo, de implantação do estágioobrigatório ou da negativa peremptó­ria de abertura de novas faculdades.Nada disso resolve.O problema que se verifica hoje, noscursos de Direito e é comum a muitasoutras áreas, seria facilmente solucio­nado com a moralizaçâo dos cursos. En­quanto não se moralizar o ensino su­perior, os maus profísstonaís existirão.Enquanto o Ministério da Educacão nãoexercer. em toda r-lenrturte sua' tuncãofiscalizadora e orientadora iunto às es­colas isoladas e às próprias Universi­dades, o problema há de persistir. Eas demais medidas serão inócuas e im­profícuas.A medida primeira não é a Reforma,mas, sim, a moralização do sistemaeducacional do País. E, como moralizar?Moralizar, obrigando as escolas a res­peitar as leis que regulam o ensino,tais como: freqüência obrigatória deprofessores e alunos; carga horáriamínima de 2,700 horas, aulas diárias;sistema honesto de aferição do apro­veitamento do aluno; corpo docenteadequado (respeito à aprovação doC.F,E.) e outras medidas que clamama cada momento, por serem tomadas.E. principalmente, conscientizar o es­tudante da importância, do aprimora­mento cultural e não do acúmulo dediplomas, pois, somente através dosconhecimentos adquiridos poderá am­pliar seus horizontes e funclamentarsua vida profissional.Moralizar, obrigando o estudante en­quanto não houver outra solucão, aexame vestibular que, realmente sele-

Setembro de 1973

cíone em função do conhecimento doaluno e não de sua sorte, como ocorrecom o sistema atual.Moralizar, oferecendo condições deaperfeiçoamento ao Professor para me­lhor exercer as suas funções, dando­lhe cursos apropriados, que atualize notocante a métodos e metas de ensino.Geralmente o Professor de uma Facul­dade de Direito é um advogado, umjuiz ou um promotor, sem qualquer tí­tulo especifico que o credencie ao nobreexercício do magistério, porém dedica­dos e sequiosos de executar um traba­lho honesto e útil.

,Moralizar, pagando dígnamen te aoProfessor. Não é possível que um Pro­fessor Titular, com exercícío em Fa­culdade de Direito de uma Universi­dade Federal, por exemplo, com con­curso de titulas e provas e uma vidainteira dedicada ao magistério supe­rior, ganhe cerca de Cr$ 1.200,00 pormês. Como pode ele dedicar-se somen­te a este mister, se necessita comprarlivros, pagar aluguéís, escolas para osfilhos, ete., sem contar a representa­ção, absolutamente necessária?No dia em que estas medidas prelímt-,nares forem executadas, a escola su­perior cumprirá a sua missão e a mer­cantilizarão do Ensino no Brasil desa­parecerá,O que também não pode continuar é oensino do Direito incluído em área nãoprioritária, pois, isto o deprecia. O go­verno precisa. com urgência, voltar aestimular o estudo jurídico no BrasIl,afirmando cada vez mais, o grau decultura jurídica da comunidade bra­sileira, até agora respeitada nos meiosinternacionais, pois o Estado sendo umaSociedade. prescinde do Direito, e, semele, não existirá. Lembremo-nos do pen­samento chinês: "Um governante não­mantém o poder sem soldados, não temsoldados sem dinheiro, não tem dinhei­ro sem bem-estar dos súditos e não háo bem-estar dos súditos sem justiça"!A vida social é um processo seletivo deadaptação, que se forma por diferen­tes modos e critérios impositivos, den­tre os quais avultam o sentimento Iü­ridico e social. sentime1!tos estes, quedespertam a luta neto dírelto, que mo­vimenta e prepara nas suas realísacõesa nesquísa histârica e filosófil'a das' re­gras normativas feitas e apllcarlas coer­citivamente pelo Estado.Na luta pelo direito o homem realiza­e aprimora o sentimento da sua pró­pria liberdade.

Estimulando a cultura jurídica do Po­vo estaremos domonstrando ao Mundo,a nossa evolucão moral, cultural e po­lítica.

Conclusão:

Do exposto, concluímos que se Impõemas seguintes medidas:1 - Cumprir e fazer cumprir, rigoro­samente, o currículo existente;2 - Respeitar, corretamente, as leisque regulam o ensino jurídico no Bra­sil;3 - Selecionar o estudante em funçãodo seu conhecimento;4 - Atualizar o Professor para melhorexercer as suas funções;5 - Remunerar, dignamente, ao Pro­fessor;6 - Valorizar o ensino do Direito, con­siderando-o como estudo altamente

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prioritário, para a ordem e o equilíbriosocial".

Era o que tinha a dizer. (Muito bem.)

O SR. FLORIM COUTINHO - (Pronunciao seguinte díseurso.) Sr. -Presidente e S1's.Deputados, a prática de manter confinados,inativos e imobilizados os presidiários já hálongo tempo vem sendo condenada.

o preso, deixado só e entregue unicamen­te a si mesmo, é um ente apenas vivo, vege­tando por anos e anos, numa vida vazia,sem objetivo, esperanças ou sentido, voltadopara si mesmo, como um morto-vivo.

A necessidade de dar aos presos uma "ra­ção" de vida ao ar livre, ao sol, foi a pri­meira idéia, seguida da de fazê-los traba­lhar, embora em trabalhos pesados. Vieramos trabalhos forçados, em tarefas penosas,extenuantes, sob férrea vigilância de guar­das armados e com corrente e pesos presosaos tornozelos. Embora uma vida dura, era,ao menos, um derivativo. Mas, após o penosotrabalho, o "forçado" voltava às celas ape­nas para dormir e descansar.

E continuava sujeito a duro tratamento,com alimentacão deficiente e ruim e semoutras condições necessariamente humanas,de ordem social e fisiológica.

Não raro o trabalho era tão pesado. quea morte sobrevinha, abreviando a liber­tação do condenado.

O tempo mostrou que esse regime eraínumano, odioso e condenável sob todos osângulos. As prisões se transformaram, aos'poucos, tornando-se mais suportável a vidados presidiários. Huma'1i7,ars.m-se, propor­cionando-se aos presos várias atividadesque lhes são essenciais, tais como trabalhosdiversos, de acordo com as suas profissõese aptidões, distrações, musíca, cspetactuos,exibições de filmes. esportes e outras.

Finaimente, surgiu a ià6ia de procurar,nas prisões, recuperar o criminoso para vidaem sociedade, quando cie lu. saísse.

E as prisões passaram a categoria de es­colas, onde o preso é bem tratado, cercadode conforto fiS1CO, espiritual e moral, tra­balha e se instrui, preparando-se para umavida útil e normal. útil até enquanto estápreso, pois o mantém ocupado, certo de quenão está mais isolado e de que, ao sair, podeina;res"sar, normalmen te na vida comum.como um cidadão honesto e sem estigmas;preconceitos e complexos. Pode ser que comtudo isso não se consiga recuperar todos,mas é celta que a maioria será recuperada.

Atualmente existem, inclusive, alguns ca­sos de soluções ousadas, em que existemgrandes riscos a correr, mas' que têm dadoresultado.

Há sistemas penitenciários avançados,como na Suécia, na Holanda e na AlemanhaOcidental, com a preocupação de substituiro termo "punição" por "recuperação'.

Os presos recebem visitas diárias, estudamfora, recebem salários pelo trabalho indus­trial do estabelecimento e pagam sua ali­mentação e a "moradia", que é a prisão. Hácasos em que os presos passam os fins desemana com suas mulheres e, de 6 em6 meses, passam 2 dias em casa, usam tele­fone, têm mobilias próprias em seus "apar­tamentos" e outras coisas.

Tudo isso existe agora, com a Holanda àfrente, país que está em vias de se tornaruma nação sem prisões, ao que tudo indica,com os melhores resultados.

Aqui mesmo, entre nós, já há prisões comregimes bem humamzados e adiantados,onde se procura não só dar ao preso melho­res condições de vida, mas algumas rega­lias, com vistas à sua recuperação.

li: O caso daquele Juiz de Bauru, que, ou­sadamente, confiando mais nos detentos doque em si mesmo, introduziu o principioda prisão-albergue, agora reconhecido e ho­mologado pelo novo Código Penal. O cora­joso magistrado não temeu !].frontar criti­cas, riscos e advertências quando soltou ospresos da sua Comarca para passarem oNatal em suas casas.

Fê-lo com convicção e coragem, e teve asatisfação de ser plenamente correspondido,pois, no dia que marcou para a volta àprisão, todos os liberados voltaram, na horam;;rcada e sem uma falta.

Humano, moderno e corajoso, esse Juiz deBauru, que tem a glória de ser um pioneiro,merece nossa admíraçâo.

Tudo isso vem à tona em face do ato assi­nado pelo Governador da Guanabara, tor­nando obrigatório o trabalho prisional emtodas as penitenciárias do seu Estado.

O ato é minucioso e procura dar ao presotodas as condições e chances para uma vidalivre, como um homem recuperado, útil eapto à vida em sociedade, depois de paga apena pelo que. um dia. o tornou um crimi­noso.

Tenho criticado e combatido o Governa­dor de meu Estado, às vezes até com algumaeontundêncía. Mas tenho a preocupação, se­não a pretensão de ser justo, na medidaem que se pode ser justo. Assim, reconheçoa oportunidade e o valor do ato de S. Ex.a

Humanizando as prisões, transformando­as em escolas mais do que em estabeleci­mentos penais, o Governador está certo esegue o caminho certo dentro dos maismodernos sistemas penitenciários.

Aplaudo, pois, o seu ato, com entusiasmoe sem restrições.

Era o que tinha a dizer. (Muito bem!)V - O SR. PRESIDENTE (Flávio Marcí­

lio) - Pasa-se ao Grande Expediente.Tem a palavra o Sr. Lopes da Costa.O SR. LOPES DA COSTA - (Pronuncia o

seguinte díscurso.) Sr. Presidente, Srs.Deputados, gostaria de ser técnico para, naoportunidade em que subo à tribuna, poderfalar com mais segurança sobre esse imensocomplexo, que é o pantanal mato-grossense,que hoje - já podemos dizer - se constituiem um programa fora de série para o Go­verno. Mas Sr. Presidente sou um homemdo campo, que. embora com vivência do pro­blema, que não tem facilidade paar exter­nar seus pensamentos e idéias.

Já tive oportunidade de abordar, comoSenador da República, por várias vezes, arelevante questão da pecuária nacional,assim como das imensas possibilidades darica e incomensurável região pantaneira doEstado que temos a honra de representarnesta Casa, que tem, na pecuária, a baseda sua economia .

Em 30 de maio de 1961, daquela Casa doCongresso, solicitamos providências juntoaos Poderes Públicos no sentido de uma me­lhor assistência à classe pecuarista do País.

Aquela época batíamo-nos pelo fortaleci­mento e o conseqüente desenvolvimento dapecuária, que viria, fatalmente no futuro,fortalecer sobremaneira nosso mercado ex­portador, para melhoria de nossa balançacomercial.

Em 4 de julho do mesmo ano, voltavamosnovamente à tribuna, insistindo, junto aoMinistério da Agricultura e ao BNDE, (paraque constituissem grupos de trabalho coma finalidade de se estabelecer planos deassistência para organizações pioneiras queviessem explorar a pecuáría.

Em todas essas ocasiões, Sr. Presidente,Srs. Deputados, tivemos oportunidade dedemonstrar a importância e as inesgotáveis'possibilidades do pantanal mato-grossense.para a criação de bovinos e conseqüentedefesa da economia nacional.

Inserimos, neste passo, trecho de pronun­ciamento que fizemos em 30 de maio de j1961, naquela Casa.

"Esse vale é imenso e abrange uma su­perfície aproximadamente de 250 milquilômetros quadrados e se estendedesde o Centro Oeste na região do Mu­nicípio de Cáceres, limitando com a Bo­Iívía, até ao Sudoeste do Estado, naaltura do rio Apa, na faixa divisóriacom a República do Paraguai.

Dado a sua extensão territorial, o aspec­to do seu solo varia conforme a região.Possui baixo e o alto pantanal. Naquele,se encontra as baixadas propriamenteditas, cujas terras margeam os rios epor isso suj eitas às enchentes periódi­cas, só aproveitadas nas épocas dassecas: enquanto que, afastando-se dasmargens vários quilômetros, o terrenoé mais alto e acidentado. arenoso. for­mando ora cerrados, ora matas e ca­pões, entremeados de ferrageiras, con­sideradas excelentes pastagens.Já existem no pantanal grandes eprósperas fazendas, a custo de sacri­fícios, da perseveranca, amor e dealca­ção ao trabalho de seus proprietários,verdadeiros pioneiros que ali implanta­ram uma civilização. Nessas fazendas ogado já é bem tratado, trabalhado eselecionado, podendo considerar ditaspropriedades como verdadeiras fazendasorganizadas como a convidar os homensde negócios e os Poderes Públicos, a seinteressarem pelas atividades e pelascondicões favoráveis que o pantanalapresenta para a críacâo de gado,"

Sr. Presidente, Srs. Deputados, o Prof, Vir­gilio Correa Filho, no seu livro "Fazendasdo Pantanal de Mato Grosso", publicadoem 1955, ilustrado pelo Serviço de Infor­mação Agrícola do Ministério da Agricultu­ra diz:

"Em trabalho incessante ímpercenptível,as Inundacões anuais contribuem comfinas camadas de detritos transportadospara aterrar a área alagada, cujo nívelestaria acima alguns centímetros, doque verificaria ao tempo do seu desbra­vamento. Outra causa da transforma­ção da paisagem resulta da presença dogado, cujo pisoteio a pouco se aproximados brejos do começo inacessíveis. O ga­do, porém, a procura de agua e pasta­gem experimentava cautelosamentepasso a passo, em suas continuas avan­çadas a consistência do terreno, que aospoucos se consolidou, a que o submete­ram milhares de cascos."

Aí estão, Sr. Presidente, 81'S. Deputados,as razões bem fundamentadas para que ooutrora pantanal bravio, brejoso e inóspito,tenha se transformado em campos de pri­meira ordem para a criação e o desenvolvi­mento da pecuária, naquela fértil região,sujeita ainda, naturalmente, às enchentes,agora, porém, sem a característica de cala­midade.

Foram o amor e a dedícacâo ao trabalhoininterruptos de duas gerações de trabalha­dores da terra que, como autênticos pionei­ros, enfrentaram a dura luta contra os cam­pos brutos, contribuindo, assim, para umtotal desbravamento.

Sr. Presidente, animados por vários cole­gas Senadores, resolvemos apresentar, na­quela época, após demorado estudo, o Pro-

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5450 Terça-feira 11 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção n Setembro lle 1973

[eto de lei n.o 178, criando a ADEPAM(Agência do Desenvolvimento do PantanalMa to-grossense) .

Postulava então que este órgão fossediretament~ subordinado à Presidência daRepública, que dispusesse de autonomia a~­mínístrattva e que tivesse sua sede na .c~­

dade de Corumbá, por estar este MUlllC!­pio localizado en~re o Oeste e S~l da BaClado Paraguai, alem de caracterízado pelamaior extensão territorial, por mais ex­pressiva densidade demográfica e, final­mente, porque se sncontrava ali o maior re­banho bovino da area,

Esse Projeto tinha por objetivo congre­gar em torno da agência, mais 10 Muni­cipios do Estado e cuja população estácalculada em mais de 230 mil habitantes,dispersos e isolados nesse grande comple­xo. Dentre esses objetivos, a ADEPAM te­ria por finalidade:

"Propor a política do dasenvolvímentosócio-econômico do pantanal devida­mente quantificada e funmentada nosseus fatores estratégicos, econômiéos esociais;Pesquizar os indíces de cultura, rendi­mento e demais condições da força dotrabalho e dos recursos naturais dispo­níveis na área;A adequação dos fatores de produçãoàs empresas ou instituições existentes,dando ansejo a que um novo inves­timento com novas técnicas de produ­ção ou com técnicas tradici?naiS, pro­porcione alto valor reprodutivo a curtoprazo e, simultaneamente, correspondaa elevação de economia pecumarras ex­ternas;Abertura de novas frentes de oportuni­dades, de maneira que a relação de pre­ços do intercâmbio dos produtos locais,com os manufaturados em outras re­giões, favoreça a aplicação de capitaisadicionais na área do pantanal;,Superintender, coordenar e controlar aelaboração e a excuçâo de projetos di­retamente ou mediante convênios acor­dos ou contratos, assim como a progra­mas de assistência técnica ao panta­nal".Existem outros itens, porém de formaresumida, informamos que a direção daagência seria de 1 Superintendente delivre escolha do Senhor Presidente daRepública e nomeados os demais mem­bros indicados pelo Estado de MatoGrosso Estado Maior das Forças Ar­madas' Banco do Brasil, Banco Nacio­nal d~ Desenvolvimento Econômico; 1agrônomo, 1 engenheiro e 1 médico."

As demais cláusulas sobre a administra­ção constam do referido Projeto, como asua justificação.

Sr. Presidente, com a promulgação doAto Institucional n.O 1, artigo incorporadoa Constituição proibe a apresentação deprojetos de leis que venham onerar o Or­çamento da União. Assim, esse projeto,como não poderia deixar de ser, encontra­se arquivado nas Oomíssões Técnicas da-quela Casa. ..

Devemos lembrar, fazendo justiça, que noGoverno do Sr. Juscelino Kubitschek deOliveira houve, também, tentativa de secriar um órgão especializado para coorde­nar o aproveitamento do pantanal. Infeliz­mente, porém, essa louvável idéia não foiadiante.

Sr. Presidente, naquela época nasceu aidéia da construção da BR-359, que ligariaa cidade do Corumbá a Coxim e, conse­qüentemente, a Brasília, cortando o pan­tanal para dar escoamento mais rápido à

grande produção rural do Município de Co­rumbá, cuja população bovina atinge a 2milhões e quinhentos mil reses e, cujo nú­mero de habitantes ultrapassa a casa dos15. 000 na sua zona rural.

A respeito dessa rodovia já tivemos en­sejo de tratar desta tribuna, fazendo longaexposíçâo. Felizmente, ela consta do PlanoNacional de Viação e dias virão em que opróprio Governo sentirá a necessidade deconstrui-la.

O Sr. SinvaI Boaventura - Nübre Depu­tado, congratulo-me com V. Ex." por vir àtribuna falar sobre o Pantanal mato-gros­sense. Há muito tempo admiro o espiritopúblico de V. Ex.", desde quando participa­mos de um congresso para construção daBR-262, ex-BR-231, no meu Estado, na ci­dade de Araxá. Naquela oportunidade, V.Ex.", representando seu Estado, Mato Gros­so deu mostras do brilho de sua íntelígên­cili, ao dar conhecimento da possibilidadeeconômica do progressista Estado de MatoGrosso, que V. Ex." tão bem representa nes­ta Casa.

O SR. LOPES DA COSTA - Muito obri­gado.

O Sr. Sinval Boaventura - Recentemen­te tive oportunidade de visitar o Pantanal.Passa-me que aquela área é superior a doEstado de São Paulo e apresenta grandespossibilidades econômicas. Aliás, ela temcontribuido extraordinariamente para aeconomia nacional. Ali, a natureza tem aju­dado muito à criação de bovinos. Trata-sede uma região onde há realmente pecua­ristas que usam técnica toda especial paraprodução de gado de corte. Faz V. Ex.e.muito bem em sugerir medidas para apro­veitamento daquela área. a fim de 'que elapossa desenvolver-se o mais rapidamentepossível. Pude verificar lá o andamentodas obras rodoviárias. Mas, conforme V.Ex." afirma, apenas a implantação de ro­dovias não resolverá o problema do Panta­nal. Também há outras dificuldades, cu] assoluções já estão sendo estudadas. As chei­as, por exemplo, muito têm prej udícadoaquela área. Tive noticia de que algunsfazendeiros na época das enchentes, per­dem até 5 mil cabeças de bovinos. É preci­so que o Governo aplique recursos, para quenão tenhamos tantos prejuízos. NobreDeputado, o discurso de V. Ex.e. é oportuno.O Governo do Presidente Médici, que tan­to tem procurado atender aos interesses deMato Grosso, precisa acolher as sugestõesde V. Ex.", Incorporando-as ao seu progra­ma e ao do futuro Presidente, a fim de queo Pantanal receba infra-estrutura para seudesenvolvimento. Era este o aparte quequeria oferecer ao importante discurso deV. Ex."

O SR. LOPES DA COSTA - Muito obri­gado, Deputado Sinval Boaventura. Com seuaparte, V. Ex.a trouxe subsídios importantesao meu modesto discurso. Porém, atravésde seu pronunciamento anterior, V. Ex."'já havia colaborado de antemão com o meu.

Prossigo, Sr. Presidente:Para corroborar nossas previsões de épo­

cas passadas, fomos informados que as tro­pas de 17.0 Batalhão de Caçadores, sedia­dos em Corumbá, deslocaram-se para a Ca­pital do Estado, no dia 18 do corrente, afimde participarem das festivas solenidadesalusivas à Semana do Exército, cumprindoum roteiro inédito: De Corumbá cortaramas fazendas do Pantanal e atingiram a ci­dade de Coxim, percorrendo cerca de 350quilômetros, até o entroncamento da ro­dovia Campo Grande - Cuiabá.

Como vêem V. Ex., não existe dificuldadena construcão dessa estrada e o Pantanal,considerado outrora intransponível, é umaregião de fácil construção de uma rodo­via.

Sr. Presidente e Srs. Deputados, há ques­tão de aproximadamente dois anos foi cria..do, após várias demarches e reuniões derepresentantes dos onze Municípios que in­tegram a região do Pantanal, o órgão dl)­nominado CIDEPAN - Consórcio Intermu;­nicípal de Desenvolvimento do Pantanal -,cujos objetivos, os mais louváveis, seriam apostulação de uma política corajosa, visan­do ao desenvolvimento da região e tendopor escopo o seu aproveitamento integral, .acelerando, assim, a economia c.iaquela ricae imensa área.

Desse fato teve conhecimento S. Ex.'" o'Sr. Ministro cl<> Planejamento, Reis Velloso,e sua equipe do Ministério, através de re­latórios. E S. Ex.a teve oportunidade departicipar de reuniões, na cidade de CampoGrande, no sul de Mato Grosso, com osrepresentantes do referido Consórcio, re­cebendo subsidíos e traçando planos, oca­sião em que teve ensejo de visitar uma dasfazendas do Pantanal, constatando pessoal­mente as enormes possibilidades que pode­riam advir se o Governo encarasse comobjetívídade o sistema de uma criação ra­cional e técnica, em grande escala, tendopor príncipíc o aprimoramento da raça eo conseqüente aproveitamento da região.

Infelizmente, porém, Sr. Presidente, maisuma tentativa que nos parece fracassada,pois nenhuma providência, ao que eu saiba,foi tomada nesse sentido, e milhares de fa­zendeiros continuam aguardando que o Go­verno Federal, através dos competentes ór­gãos, leve em consideração os constantesapelos da classe pecuarista pantaneíra, eautorize a criação de organismo especificoque possa atender às características daque­la rica e fértil região, cujos costumes, há­bitos e topografia difere::n das demais doPais.

Basta lembrar para o fato de o Estado deMato Grosso possuir hoje, mais de 14 mi­lhões de bovinos, representando, portanto,uma das forças da pecuária nacional. Derr-

, tro desse contexto, o Pantanal figura com5 milhões ou seja, 35% do total do Estado,com reservas para, dentro de um planeja­mento e uma coordenação técnica, ter pos­sibilidades para ampliar esse número váriasvezes.

Sr. Presidente, nós, mato-grossenses, so­mos muito gratos a S. Ex.a , o Presidente ;Mé­díci, em cujo Governo honrado e fecundoestamos sendo contemplados com recursos,principalmente através do PRODOESTE,para a construção de obras de infra-es­trutura. Torna-se, porém, necessário esten­der essas fronteiras econômicas até as áreasdo grande Pantanal, esse potencial de ter­ras férteis.

Não resta dúvida de que alguma coisa es­tá sendo feito em beneficio desse imensovale, como a rodovia denominada Trans­pantaneíra, cuja obra foi iniciada pelo Go­verno do Estado, com a -olaboração do Go­verno Federal, através do DNER, e que li­gará a Capital do Estado a Corumbá. Tra­ta-se de uma construção em pleno Pan­tanal, reivindicação dos corumoaenses epela qual há muito nos vimos batendo, por­que no seu percurso, de aproximadamente350 km, ela transformará a fisionomia eco­nômica da rsgíão, Será a estrada do boi,com a redução dos custos de transporte,além Je atender a população rural.

Como vêem, é uma obra de integraçãoterritorial e política, por signifiear a conti­nuação de Cuiabá-Santarém, bem como derelevância estratégica para a segurançanacional. Todavia, para que essa constru­ção não venha a sofrer paralisação por fal­ta de recursos financeiros, já que 60% sãooriundos do Governo FedeLal, fazemos aqui

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Setembro de 1973 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Se~io I) Terqa-feita 11 5451

um apelo aOS órgãos competentes, em nomedos fazendeiros do Pantanal, dada a im­portância desse empreendimento.

Para terminar, Sr. Presidente, devemosressaltar que, para levarmos em conta oenorme cabedal de matéria-prima com quepode contar o Pantanal, além de uma ím­plan tação nos setores de comunicações etransportes, bem como estudar e proporaplicações no aproveitamento desse Vale daBacia do Paraguai, mais uma vez acredita­mos; embora sem sermos técnico, que so­mente um órgão específico poderá fazê-lo.

Sr. Presidente e Srs. Deputados, outranão tem sido a nossa preocupação senão ade servir com patriotismo ao povo da nossaterra que delegou a este modesto homemdo Pantanal, de corpo, espírito e afeiçãofraternal - do Pantanal que foi meu mes­tre e onde aprendemos que só com perse­verança e amor ao trabalho podemos ven­cer - a honra de representá-lo.

Era o que tínhamos a dizer. (Muito bem!Muito bem! Pabnas!)

O SR. WALTER SILVA - (Pronuncia oseguinte díscurso.) Sr. Presidente, Srs,Deputados, um protesto enérgico vemcerscendo, dia a dia, pelos rincões da Pá­tua, desde os mars remoLoS vilarejos, per­didos em meio aos seringais das matasaereanas, às cálidas teras do Nordeste, atéos pampas Inrmdos do Sul.

Não! Ninguém mais tolera se tornemimundas e pestilentas as águas de regatose rios; se enegreçam as níveas areias daspraias com as descargas de navios; se façairrespirável o ar das cidades, e mortíferose torne o progresso, na desordenada e fe­bril expansão, no aventureiro, dementadoe infrene crescimento, aceito sem peías, semlimites, e sem lei!

Contra a poluição de todos os matizes eespécies; contra os que sofrem os daninhosefeitos do smog e insistem ser ele a divisado futuro, a presença de amanhã, o embai­xador da fortuna, porque resulta da fainade máquinas e fábricas, dínamos do avançoeconômico e social; contra essa fumaça,contra essa fuligem volátil, contra essa né­voa mtasmátíca, contra esse envenenamen­to de coletividades - ergo mais este pro­testo!

Não pode ser olvidado um mandamentorudimentar, que a própria natureza nosensina sem cartilhas acadêmicas, atravésdo beabá da sobrevivência animal: "No re-

, nõmeno do crescimento, a Natureza não dásaltos". O progresso é gradual.

E o axioma natural nos deixa ver quea escalada dos seres não prescinde dos de­talhes. Tudo é importante ao processo.

Conclui-se, daí, que a melhor maneira deprevenir sequelas ruins é planejar, caute­losamente, o advento do amanhã, construin­do, pedra por pedra, o embasamento deprudência que suporte o peso, ímensurável,das coisas novas.

Dessa forma, as realizações e conquistasdo descortino humano não se converterão,facilmente, em valhacoutos de insensatez.sepulcros da mediocridade, da quimérica re­bra-de-ouro, imprudente e imprevidente, esempre ruinosa.

Medir os passos, na proporção angulardo alcance das pernas; ouvir, consultar,pesquisar, somar os créditos de abalizadasopiniões e, depois, sim, legislar, para queo bem de todos se sobreeleve ao interessegrupal, miúdo, ganancioso e eorruptor.

Se a grita de todos esses, que são feitosvítimas indefesas da maléfica poluição,chegasse aos nossos ouvidos orgãníccs, ao

menos porque ímpaclenbíaados, amoladoscom a azoinante vozearia, responderíamoscom a célere procura de solução do pro­blema.

Ainda que não fosse pelo mérito da causa,apenas pelo amor à trégua silenciosa e be­néfiea dos nossos tímpanos, encontraria­mos a solução prática, exeqüível.

Resolveríamos para a véspera, porque oamanhã seria tardio demais, ínesperável!

Ouço o aparte do nobre Deputado JG deAraújo Jorge.

O Sr. JG de Araújo Jorge - Nobre Depu­tado Walter Silva, enquanto V. Ex." dis­corria sobre um assunto de evidente inte­resse para o País, qual seja o problema dapoluição. não apenas do ar, mas inclusivedas águas dos mares, eu folheava projetomeu, o de n.o 1.399/73, encaminhado a estaCasa, cuja ementa diz: "Autoriza o Go­verno a abrir concorrência para firmas es­pecializadas na retirada de lixo de embar­cações surtas em portos ou terminais ma­rítimos ou fluviais". Como sabe V. Ex.",existe uma lei, a de n.> 5.357, de 17 de no­vembro de 1967, promulgada na época doGoverno Costa e Silva, que estabelece mul­tas correspondentes a 2% do maior salário­mínimo vigente no território nacional paraas embarcações ou terminais marítimos dequalquer natureza, por tonelada de arquea­ção ou fração que lançarem de lixo ou óleonas águas dos portos, dentro de uma faixade 6 milhas do litoral, bem como nos rios,lagoas e outros tratos de água. Aconteceque essa lei não pôde ser posta em exe­cução, porque o Governo não tem condi­ções de fiscalizar o cumprimento das exí­gêneías contidas no seu bojo. No caso dabaia da Guanabara, por exemplo, os técni­cos do Grupo Executivo do Convênio daPoluição, declararam ao Jornal do Brasil,de 25 de janeiro, que "multas e autos deinfração não são soluções adequadas parao problema", porque a Capitania de Portose Costas não tem meios de ali efetuar anecessária fiscalização. E V. Ex.", repre­sentante fluminense, e eu, representanteda Guanabara, que usufruímos os banhosde mar e as belezas das praias fluminen­ses e da baía da Guanabara, muitas vezesnos vemos impossibilitados desse prazer,porque suas águas estão de tal maneira po­luídas que chegam a ser fétidas. Isso acon­tece na praia do Flamengo e na de Icarai,Este problema é, portanto, da maior im­portância - de saúde, inclusive. Esta, arazão da minha proposição, porque há fir­mas já especializadas nesta empreitada deretirada de lixo, óleo e limpeza de embarca­ções. Citei, no meu projeto, uma dessas em­presas. a FAXINAVE. sediada em Santos.O Governo pode abrir concorrência e en­tregar essa tarefa a essas nrmas, as quais,inclusive, contribuem com uma taxa parao Fundo Naval, taxa essa que pode seraplicada pela Capitania de Portos e Cos­tas em serviços de fiscalização. Todos osusuários dos tratos de água, quer de ma­res, rios ou terminais oceânicos, de clubes,empresas, firmas e fábricas, todos aquelesque usarem da água, podem também con­tribuir com uma pequena taxa para esseFundo Naval. Porque, se não houver re­cursos, evidentemente a lei deixa de sercumprida. De maneira que este é o tipode problema que, para sua solução, depen­de apenas de iniciativa do Governo. Daí oprojeto que apresentei. E o meu receio éde que ele seja derrubado na Comissão deConstituição e Justiça, como tantos outros,porque se encontra em forma autorízattva.Nós, aqui; para legislar, não temos outraescapatória senão utilizar este processo au­torízatívo, infelizmente nem sempre bemrecebidos pelos nossos companheiros da

Oomíssão de COnstitiiição e Justi~R, eis queopinam quase sempre contrariamente '"esse tipo de proposição.

O SR. WALTER SILVA - Agradeço aonobre Deputado ;TG de Araújo Jorge !lioportunidade do seu aparte e, sobretudo, aolembrança da existência da Lei n.o 5.357,de 1967, que procura coibir os efeitos dessetipo de poluição.

. Acontece, ~obre Deputado, que as pena­Iídades previstas na lei, as multas 'a queV. Ex." se refere, em verdade não impres­sionam os industriais da poluição, os quaispreferem pagá-las a fazer cessar as causasque contribuem para a poluição ambiental.No meu Município, por exemplo - Cam­pos, no Estado do Rio de Janeiro - toda acidade sofre os efeitos espeetalmente dafuligem despejada pelas torres das usinasque circundam a cidade. Havia 14 usinasde açúcar; agora já não há tantas, porquea política concentracíonísta da economia,em busca de maior produtividade e delucratividade, em detrimento do aspectosocial, reduziu seu número, que ainda vaimais, gerando mais fome. mais desemprego,mais miséria. mais desespero, diminuindotambém a poluição. -

O certo é que a fuligem Inrerníza a vidadas donas-de-casa e das pessoas que que­rem trabalhar no comércio, nos bancosnos escritórios, nas lojas. Mas esse amda:não é o mal maior. Há o problema do vinho­to, que é despejado nos rios, lagos e lagoasdaquela imensa região que V. Ex." conhecetao bem. exterminando o peixe. as lavou­ras que circundam suas margens e preju­dicando o próprio homem.

Temos insistemente falado a respeito doassunto e reclamado ,providências. Nenhu­ma atitude, nenhuma medida foi tomadaefetivamente pelo Governo para coibir es­ses e outros abusos perpetrados contra omeio-ambiente. Aqui mesmo, na Câmarados Deputados, no ano de 1971, realizou-seum Simpósio sobre Poluição Ambiental.Estiveram presentes técnicos de todo Bra­sil e até do exterior. Posteriormente, o Bra­sil participou da Conferência de Estocolmo.Nossos representantes devem ter tomadoconhecimento dos problema da poluicão nomundo inteiro. Recolheram, por certo, sub­sídios os mais preciosos, mas nada foi feitoaté o presente momento.

Há poucos dias, a revista "O Cruzeiro"publicou artigo onde se declarava. inclusive- e nisso estamos plenamente de acordo- que a poluição é crime contra a segu-rança pública, contra a economia do povo,contra a vida do cidadão e que enquantoos poluídores não forem enquadrados nalei e metidos na cadeia, não adianta esti­pular multas, pois eles preferem pagá-lasa corrigir os defeitos de suas indústrias.Veja V. Ex.", por exemplo, o caso do vinho­to. É sabido que o vinhoto é valioso ferti­lizante; industrializado, transformado, por­tanto, em adubo, iria melhorar a qualidadedo solo. Mas, mesmo assim, nem o Governo,nem a iniciativa privada tomaram, atéhoje, qualquer providência no sentido decriar, junto às usinas de açúcar, fábricaspara transformar o vinhoto em fertilizan­te. V. Ex.a talvez não saiba, mas em Campostivemos duas fábricas de papel que iriamaproveitar a celulose extraída do bagaçoda cana. Pois os usineiros preferiram veraquelas duas fábricas irem à falência. atémesmo antes de começarem a funcionar, acederem. ou a venderem o bagaço da cana,porque iriam utilizá-lo como combustívelnas próprias usinas e com isso espalhar afuligem, que tanto atormenta a populaçãodas cidades onde prepondera a indústriado açúcar.

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S45~ Te~-feira 11

Em razão disso, Sr. J;'residente e Srs.Deputados, é que, hoje, ocupamos a tribu­na, a fim de repetir aquilo que tantasvezes já dissemos aqui: precisamos mesmo,ainda que por comodismo, visando ao pró­prio bem-estar fazer profundo e delicadoestudo da matéria, com um pouco mais depressa e cuidado, tornando possiveis deaplicação à realidade as conclusões sériase responsáveis que a Oomíssâo Especial so­bre Poluição Ambiental, eficientementepresidida pelo notável, culto, dinâmico ejovem Deputado Faria Lima, tem apresen­tado constantemente à análise deste Par­lamento.

Não procrastinemos as soluções, aindaque sua viabilidade dependa de medidasantipáticas a uns poucos setores que nossejam, pessoalmente, simpáticos, porquan­to, em se falando de sobrevivência humana,as sutilezas e filigranas do relacionamentoemotivo-sentimental devem se render a umoutro valor mais grave que se impõe àsnossas consciências de porta-vozes de bra­sileiros, custando-nos o prejuízo de velhasconveniêncías circunstanciais, talvez.

Mas não podemos. silenciar. O problemase agrava a cada dia. Temos nos batidorepetidamente pela sua solução. Não temosencontrado respostas nas medidas gover­namentais. Já postulamos desta tribuna oenquadramento do assunto entre os crímescontra a segurança nacional. Afinal, háuma lei regulamentando o assunto. E as­suntos de menor importância, de menortranscendência. são catalogados, são tipi­ficados como crimes contra a segurançanacional. E deixaram escapar um assuntode tão magna importância para a sobrevi­vência do próprio povo, do povo brasileiro,angustiado pelos problemas sociais e depoluição ambiental.

Sr. Presidente, eram essas as expressõesque queríamos trazer, nesta oportunidadeà consideração da oasa, das autoridadesresponsáveis pelo problema da poluição noBrasil, pais novo, país de industrializaçãoincipiente e que, por isso mesmo, dIspõedos meios necessários para corrigir e evi­tar, no futuro a poluição, que tomou contados países mais industrializados e desen­volvidos. Que esses prejuizos sejam corri­gidos e evitados em tempo oportuno, antesque seja tarde demais. (Muito bem; muitobem. O orador é cumprimentado).

O SR. PEIXOTO FILHO - (Pronuncia oseguinte discurso) Sr. Presidente, Srs.Deputados, o Sistema Carcerário Brasileiro,pelas constrangedoras condições a que che­gou, deveria senstbíltzar os homens do Go­verno, para príorltarlamente cuidarem desua reformulacâo. Os cárceres existentes noPaís são apenas depósitos humanos, dosmais repugnantes, devido à precariedade desuas instalações, fíeando os presos relega­dos a uma situação de completo abandono.Acresce dizer ainda que neles, em vez dese recuperar o criminoso para o convívio emsociedade, que é o objetivo do sistema pe­nal, oferece-se-lhe a oportunidade de cursaruma aperfeícoada escola de crime. Os espe­táculos revoltantes oferecidos pelos cubí­culos ínreetoa.onda se amontoam seres hu­manos, sejam criminosos comuns ou indi­víduos de alta periculosidade. com ou semculpa formada, deixam muito mal as auto­rídades governamentais, quando especialis­tas de todo o mundo debatem a revisão doconceito de crímínologta e sua aplicação.

Sr. Presidente, é notório que, em nossoPaís, o cárcere, além de forma de puniçãolegal, tornou-se instrumento de suplício queprolonga a pena, quando não a aplica arbi­trariamente, no caso de presos sem advoga­do, recolhidos para averiguação ou de in-

DrARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

díeíados que, por culpa de uma Justiça ain­da bastante morosa, sofrem excessivos ri­gores carcerários antes de serem liberados.

Tudo isso, venho denunciando desta tri­buna há mais de dois anos em seguidos pro­nunciamentos. Acontece porém, que, o Mi­nistério da Justiça e órgãos judiciári-os, di­ante da angustiante situação que reclamaum exame de consciência, só há pouco tem­po passaram a conceber o problema carceá­rio em termos de campanha saneadora. As­sim sendo, no inicio de junho último, o Pre­sidente da República aprovou a política, ela­borada pelos Ministros de Justiça e do Pla­nejamento, de reforJnulação do Sistema Pe­nitenciário, "considerado falho e que seagravará pelo aumento do índice de crími­nalidade". Na mesma ocasião, foi divulgadoque o programa seria iniciado de imediatoem todos os Estados com as Penitenciáriasconstruídas pela União e administradas pe­los Governos Estaduais. O custo das obrasfoi calculado em or$ 150 milhões.

Pois bem. Decorridos mais de três meses,os porta-vozes do Governo não mais tra­taram do assunto, quando era esperado fos­sem adotadas outras medidas prioritáriaspara o equacíonamento do grave problema,que na maioria dos Estados tem aspectosescabrosos, além de falhas quanto ao as­pecto material, no que diz respeito a ine­xistência de recursos humanos.

Ressalte-se que as exigências da Lei doRegime Penitenciário, que data de 1957 nãosão obedecidas em quase todos os Estados eTerritórios.

Sr. Presidente, o que existe, e de há muitoé do conhecimento do Governo são verda­deiros depósitos em que condenados, presosprovisoriamente, doentes contagiosos e atémenores vivem em promiscuidade, em celasinadequadas e superlotadas, o que gera umestado geral de violência, o uso de tóxicosdesvios sexuais pela abstinência imposta aopreso, com a prevalência do homossexualis­mo, transformando as prisões em antros desodomia, lesbianismo e mais inversões des­sa espécie. A superlotação dos poucos pre­sídios existentes no Pais determina que par­te dos sentenciados cumpra suas penas emcadeias públicas das Comarcas, que não es­tão aparelhadas para esse fim, eis que têmcomo principal função o recolhimento pro­visório dos presos locais.

Por outro lado, os presos em sua grandemaioria vivem na mais completa ociosidade.Com isso, ao invés de proporcionar a re­cuperação do detento, o atual regime pen­tencíárto cria condições para a permanên­cia de sua atividade delituosa. Por isso, épreciso que a anunciada reformulação doSistema Carcerárío Brasileiro evite que aexecução da pena degrade o recluso, asse­gurando melhor assistência penítencíárla eIudlcláría ao encarcerado; e readaptaçâopara a reintegração do presidiário na áreado trabalho profissional; o equacionamento,em termos ~iontíficos, do problema sexualnos presídios, além de outros que impedemou retardam a recuperação social dos inter­nos; e adoção de medidas objetivas de pro­mocão do homem encarcerado, tudo isso sópoderá ter solução quando efetivadas, den­tre outras, a alteração do Sistema de Pe­nas, constante do Código Penal vigente.

Sr. Presidente, o Sistema de ExecuçõesCriminais adotado pelo Código Penal de1940, de erigir em penas principais somenteas restritivas de liberdade, reclusão e de­tenção, ao lado da sanção peeuníáría, quena melhor das hipóteses é prevista alter­nativamente, tem-se mostrado, ao longo dosanos, rigorosamente ínexequível, pois nin­guém desconhece que o complexo peniten-

Setembro de 1973

cíárlo em todo o Pais não suporta a cargade necessidades das condenações penais.

Sr. Presidente, a rerormulaçâo do Siste­ma Oarcerário Brasileiro é assunto de inte­resse nacional, tendo em vista que o pro­gressivo aumento do índice de criminalida­de decorrente do crescimento demográficoe de migração para os Centros Urbanos,além do desenvolvimento econômico e dosmeios da comunicação, aumenta cada vezmais a gravidade do problema.

Sr. Presidente, é de se esperar que asPenitenciárias prometidas pelo Governo se­jam construídas em condições de permitiro cumprimento das penas em três estágiosbásicos - fechada (os mais perigosos); se­mí-aberto (os que se encontram em re­cuperação), e abertas (os recuperados).Adotadas essas medidas. evitar-se-á "o de­letério contato dos recuperáveis com os pro­vavelmente irrecuperáveis, percebendo-setambém que, com o sistema a ser implan­tado, as cadeias e penitenciárias terão suaspopulações sensivelmente diminuídas, sen­do possível então ministrar aos condenadostratamento sério, mais humano, hoje quaseinviável.

Acresce dizer ainda que o novo sistemaeliminará ainda o deprimente espetáculoque vem ocorrendo em quase todas as Uni­dades da Federação - "fica à solta porfalta de vagas, quem deveria estar preso;e quem poderia estar cumprindo outro tipode pena ficar ocupando inutilmente, lugardestinado a perigosos".

Sr. Presidente, está tramitando nesta Oa­sa Projeto de lei, do Poder Executivo, quealtera o Decreto-lei n,> 1.004, de 21-10-69(Código Penal), ensej ando algumas modifi­cações no Sistema de Penas com vistas aanunciada retormuíaeáo do Sistema Peni­tenciário Brasileiro. Todavia, o prazo con­cedido aos Deputados para o exame da im­portante matéria é muito curto, razão porque, mais uma vez, as limitações impostasao Oongresso Nacional prevaleceram, emdetrimento do próprio interesse nacional.

Sr. Presidente, não obstante os obstá­culos que se apresentam, para uma melhorconscientização do problema carcerário, im­põe-se-me o dever de dizer que o antepro­jeto elaborado pela Associação Paulista doMinistério Público, entregue há bastantetempo ao Ministro Alfredo Buzaid, modificasubstancialmente o Corpo de Penas, ao pro­mover alterações nos arts. 36 e 101 do Oó­digo Penal, visando a uma melhor aplicaçãoda pena e a promoção do encarcerado.

Esse trabalho dos eminentes penalistaspaulistas é dos mais completos e flexíveis,tendo dele me ocupado anteriormente, paracobrar as promessas governamentais de en­caminhamento ao Oongresso Nacional dasMensagens de retormulaçâo do Oódigo Pe­nal e do Sistema careerano.

ror isso, entendo que as alterações doCodigo Penal propostas pelo Governo seajustam em grande parte ao referido ante­projeto da A.P.M.P., que mereceu os maio­res elogios dos meus nobres pares, quandodele tornaram conhecimento através do re­gistro nos Anais di' Casa.

FInalizo, Sr. Presídentc, perguntando aoProf. Alfredo Buzaid, por que tanta demo­ra para a implantação da política do Go­vemo de reformulaeão do Sistema Carce­rário Brasileiro, aprovada pelo Presidenteda República para ser efetivada a curtoprazo? Já não é preciso dízer mais nadaem favor da promoção do homem encarce­rado. Por hoje, isto basta! Era o que tinha.a dizer. (Muito bem! Palmas.)

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Setembro de 1973 DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção Ir Terça-feira 11 5453

o SR. LAERTE VIEIRA - Sr. presidente,peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Flávio Mareílio)~ Tem a palavra o nobre Deputado.

O SR. LAJJ;RTE VIEIRA - (Questão deordem. Sem revisão do oraâor.) Sr. Presi­dente, o nosso Regimento Interno, Resolu­ção de 31 de outubro de 1972 - por sinalainda não republícado com o índice alfabé­tico remíssível, o que faz muita falta paraos nossos trabalhos, e cuja publicação ante­rior já se encontra esgotada o que se cons­titui em mais uma razão para se providen­ciar a reedição - dispõe, em seu Art. 294:

"A Mesa providenciará, mediante con­corrência pública, oportunamente, so­bre a instalação de aparelhagem desti­nada ao registro eletrônico das vota­ções."Parágrafo único. Adquirida essa apa-

relhagem a Mesa elaborará projeto de re­solução que modifique, como convier, asdisposições regimentais referentes à vo­tação."

Segundo se pode constatar, nossa apare­lhagem eletrônica está completamente ins­talada e em condições de utilização paradar cumprimento à disposição regimental.Faríamos, nesta oportunidade, um apelo nosentido de que a douta Mesa estudasse apossíbílídade de SEl dar maior amplitude à'utilização da referida aparelhagem eletrô­nica, verificando se dela poderíamos lançarmão em benefício de outros trabalhos a serealizarem na Câmara.

Isto seria do maior interesse para a ta­refa legislativa, porque, além de modernizarnosso sistema de atuação e de votação, es­taríamos criando também novas possibili­dades para a atuação dos parlamentares.

De igual modo, invocando o Art. 293 doRegimento Interno e já que há bem poucocelebramos o Sesquicentenário do Poder Le­gislativo - e o dispositivo parece ter nas­cido do desejo de se registrar e perpetuara data - consultaria a Mesa sobre a con­veniência de se adotarem as medidas ne­cessárias para as legislaturas passarem a serdesignadas segundo o estabelecido no refe­rido artigo.

É a questão que levo à esclarecida deci­são de V. Ex.a (Muito bemt)

O SR. PRESIDENTE (Flávio Mareílio) _Com referência ao Art. 293, informo aonobre Deputado Laerte Vieira que o res­pectivo projeto já foi elaborado pela Câ­mara e se encontra no Senado, aguardandovotação. A Cãmara dos Deputados, naquiloque lhe competia, já tomou as providênciasnecessárias.

Quanto ao Art. 294, o nobre DeputadoLaerte Vieira, na sua questão de ordem,levanta problema da maior relevância paraesta Casa, sobre assunto que a Mesa temestudado e procurado equacionar.

Na verdade, temos um aparelhamentoque precisa ser usado. Já foi devidamentetestado e se encontra pronto para entrarem funcionamento.

Por outro lado, a Mesa, para colocar emfuncionamento essa aparelhagem, está exa­minando a situação do Plenário, notada­mente no que se refere à Ordem do Dia e,neste tocante, estimaria receber sugestõesdos Srs. Deputados.

É propósito da Mesa disciplinar o referidono Art. 291, do novo Regimento, da seguintemaneira: discussão dos projetos nas segun­das e sextas-feiras, salvo a dos projetosem regime de urgência.

portanto, as segundas e sextas-feiras serãodestinadas à díscussão dos projetos. Asterças, quartas e quintas-feiras, às votações.

Então, numa dessas votações seria usadoo processo eletrônico. A freqüência, nessesdias, passará a ser dada pela primeira vo­taçâo,

A Mesa já elaborou o projeto e deverádistribuir cópias aos Srs. Deputados, paraa devida apreciação.

Estas as explicações oportuna à questãode ordem do nobre Deputado Laerte Vieira.

O SR. LAERTE VIEIRA - Muito obri­gado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE. (Flávio Mareílio) _Tem a palavra o Sr. Alberto Hoffmann.

O SR. ALBERTO HOFFMANN - (Sem re­visão do orador.) Sr. Presidente, Srs. Depu­tados, em reiterados pronuncíamentos te­nho sustentado, da tribuna da Câmara, anecesidade de o País encontrar uma solu­ção justa para o problema da suinocultura,não apenas pelo que ela representa paraos criadores do meu Estado, o Rio Grandedo Sul, mas, principalmente, pela sua im­portância para os três Estados sulinos, for­necedores que são dos grandes frigoríficos.

Nessas três unidades aproximadamente500 mil familtas, direta ou indiretamente ­a maior parte diretamente - dependemda suinocultura.

No Rio Grande do Sul, o Sr. GovernadorEuclides Triches, através do Decreto número22.453, de 28 de maio de 1973, constituiuuma Comissão Especial, para estudo da ma­téria. Esta, no prazo de 90 dias, concluiuseus trabalhos.

O Sr. Secretárío da Agricultura, Sr. EdgarIrio stmm, acompanhado dos eminentestécnicos que integraram aquela Comissão,os agrônomos Sérgio Müller e Hélio Miguelde Rose, o veterinário Ruy Machado Ma­galhães e os economistas Ely Monteiro Pi­nheiro e Zoé Ayres Veloso, entregou ao Sr.Governador, nesta última semana, as con­clusões dos trabalhos.

Assim, Sr. Presidente, na véspera da ins­talação da grande reunião a se realizar noMinistério da Agricultura, com a presençade técnicos federais e estàduaís, represen­tando cada um dos Estados produtores, nãopoderia deixar de fazer mesmo diante daexigüidade do tempo regimental, a leituradas conclusões e sugestões daqueles técnicosgaúchos, que por certo, merecerão a devidaconsideração dos participantes da reunião.

Evidentemente, é necessário encontrar-seuma solução de equilíbrio, da qual parti­cipem as autoridades federaís e dos Estadosprodutores. Mas seja ela um sistema noqual entre, também, o próprio Banco doBrasil e a Comissão Intermmisterial dePreços, para chegarmos a uma conclusão,como aquelas apresentadas pela Oomlssâo,relativamente à necessidade da üxacão deum preço justo e da concessão de financia­mentos. Por outro lado, é indispensável acriação de uma Comissão Nacional de De­senvolvimento da Suinocultura, entidadeque policiará as relações entre frigoríficos,produtores, exportadores e os órgãos go­vernamentais que cuidarão desse complexoproblema.

O Sr. Daniel Faraeo - Nobre Deputado,quero trazer a V. Ex.a a minha solidarie­dade. Todos reconhecemos a imensa com­plexidade do problema. Não é fácil, real­mente, estabelecer uma política de preçospara um produto perecível, em que entramuma série de fatores que se interpenetram.Mas V. Ex.a menciona estudos feitos comracionalidade, e creio que o ponto princi­pal é este: faz-se necessário uma políticanacional. Não é problema que possa ser

resolvido em termos puramente regionais.Os Estados não têm poderes para resolvê-losozinhos. O problema é difícil. Não podehaver uma solução perfeita, mas certamen­te uma política razoável pode e deve sertraçada.

O SR. ALBERTO HOFFMANN - Agra­deço a manifestação de V. Ex.a e passo a lerparte das conclusões a que me referi antes.

Conclui a comissão que, para a criaçãode suinos ter níveis satisfatórios de pro­dução, é necessário:a) possuir planteI no mínimo de seiscríadeíras de elevado valor zootécnico;b) obter 14 leitões ou mais por criadei­ra/ano e entregá-los ao abate com omáximo de seis meses; e) utilizar raçãobalanceada que consiga uma conversãoalimentar melhor que 1:3,2; d) produziros alimentos necessários à criação desuínos. Partindo destas conclusões, queresultaram de uma apreciação geral doproblema da suinocultura no Rio Gran­de do Sul, os técnicos nomeados pelogovernador sugerem as seguintes me­didas:Aumentar a produtividade e disponihi­lidade das culturas que servem para aalimentação de suínos.Condicionar a concessão de empréstimoagrícola por estabelecimento otícial decrédito ao agricultor desde que paraemprego na polícultura.

Solicitar à CACEX credenciamento àAssociação Brasileira de Criadores deSuínos para distribuir quota de reten­ção de farelo de soja ao suinocultor.Facilitar ao suinocultor acesso à aqui­sição dos insumos controlados pelo Go­verno a preços oficiais, tais como milho,sorgo, farelo de soja e trigo.

Integrar e intensificar a assistênciaf técnica nas três áreas - ensino, pes­

quisa e fomento - objetivamentetransformar o precário SIstema cria­tório em estrutura de empresa rural.Aumentar o crédito para capital de giropara aquisição da matéria-prima, des~de que seja paga à vista e aos preçosrecomendados pelo CODESU.Conceder créditos especiais às indús­trias de suínos para tndíspensável ins­talação e ampliação da capacidade deestocagem a frio.Gestionar junto ao Governo federal aimediata implantação da Inspeção Fe­deral nos Estados de Santa Catarina,Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro eGuanabara, como vem sendo efetuadono Rio Grande do Sul.

Incrementar e subordinar a concessãode empréstimos pelos estabeleeímsntosorícíaís de crédito às indústrias dacarne suína, desde que as mesmas seestruturem em convênio com as nor­mas a serem traçadas pelo CODESU.Interceder junto ao Governo federal nosentido da urgente aprovação, bem co­como imediata aplicação da tipificaçãode carcaça suína, cujo projeto de leitransita no Ministério da Agricultura,em Brasília.

Que sejam feitas campanhas premo­cionais elucidativas visando programara produção de suínos, no sentido deproporcionar fluxo médio constante dematéria-prima ao longo do ano.

Que a Secretaria da Fazenda condicio­ne e relacione à Tipificação de Carcaçae a preço compensador ao produtor aconcessão de quaisquer benefícios deordem tributária estadual - em espe-

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5454 Terça·feira 11 mARIO DO CONGRESSO NI\CroNAL (Seção 1) Setembl't) de 1973

eial os incentivos fiscais - que venhamfavorecer direta ou indiretamente osuinocultor ou a indústria de suínos.

Criação de infra-estrutura ou utílíza­ção da já existente para bovinos (câ­maras frigorificas) visando completar()S corredores de exportação.

A imediata criação do Conselho de De­senvolvimento da SuinoculturaCODESU.

As idéias estão lançadas. A partir deamanhã, com a instalação dessa reunião,às 9:00 horas, no Mímstério da Agricultura,os técnicos de todo o País que cuidam des­sa matéria e os representantes dos ~sta­dos produtores discutírão a possibilidadeda imediata criação e funcionamento des­sa Comissão Nacional de Desenvolvímentoda Suinocultura. Está na hora de se tomaruma medida séria e em profundidade, por­que o problema não interessa apenas aomeio milhão de ramíüas aue vivem dessaatividade da economia prrmarla: interessatambém - e primordialmente - à própríaindústria !rigorífíca. que. a continuar comoestá a situação, amanhã ou depois, terá de;fechar as suas portas por falta de matéria­prima, e interessa tambem Sr. Presidente,Srs. Deputados, ao consumidor brasileíro,porque a continuar a situncan nue se erícucom a crise do ano passado. agravada ulti­mamente, talvez tenhamos de chegar àtriste situação de importar presunto ate doestrangeiro.

Sr. Presidente e S1'S. Deputados, faço vo­tos para que a grande reunião, que se rea­lizará, a partir de amanhã, no Mímstéríoda Agricultura, alcance os altos objetivoscolimados. (Muito bem! Muito bem! Pal­mas.)

O SR. PRESIDENTE (Flávio Mareílío) ­Está findo o tempo destinado ao Expe­

diente.

VaI-se passar à ordem do Dia.

Comparecem mais os Srs,Fernando GamaJoão CasteloJarmund Nasser

AcreJoaquim Macedo - ARENA: Nosser Al­

meida - ARENA.Amazonas

Joel Ferreira - MDB; Leopoldo Peres ­ARENA; Vinicius Câmara - ARENA.

Pará

Gabriel Hermes - ARENA; João Mene­zes - MDB; Sebastião Andrade - ARENA.

MaranhãoHenrique de La Rocque - ARENA; Nunes

Freire - ARENA.Piauí

Correia Lima - ARENA; Dyrno Pires ­ARENA; Heitor Cavalcanti - ARENA: Mil­ton Brandão ARENA; Paulo Ferraz ­ARENA.

Ceará

Edilson Melo Távora - ARENA; FurtadoLeite - ARENA; Manoel Rodrigues - ARE­NA; Oziris Pontes - MDR

Rio Grande do NorteAntônio Florêncio - ARENA; Grimaldi

Ribeiro - ARENA; Henrique Eduardo Alves- MDB; Pedro Lucena - MDB.

Paraíba

Antônio Mariz - ARENA; Janduhy car­neiro - MDB.

Pernambuco

Fernando Lyra - MDB; JoaqUIm Couti­nho - ARENA; Magalhães Melo -- !!.RENA;Marcos Freire - MDB; Thales Ramalho ­MDB.

Alagoas

Geraldo Bulhões - ARENA; José Sam­paio - ARENA; Oceano Carleial - ARENA.

Sergipe

Eraldo Lemos - ARENA; Luiz Garcia ­ARENA; Passos Porto - ARENA.

Bahia

Fernando Magalhães - ARENA; Ivo Bra­ga -- ARENA; José Penedo - ARENA; LuizBraga - ARENA; Manoel Novaes - ARE­NA: Ney Ferreira - MDB, Prisco Viana ­ARENA; Theódulo de Albuquerque - ARE­:NA Vasco Neto - ARENA; WIlson Falcão- ARENA.

Espírito Santo

Argilano Dario - MDB; l1:lcio Alvares ­ARENA' Jose I'a.';i\/l de I\rl!'lrDrlro- AnE:l'A;Oswaldo Zanello - ARENA; Parente Fro­ta - ARENA.

Rio de Janeiro

Alarr Ferreira - ARENA; Alberto Lavi­nas -- MDB. Ario Theodoro - MDB; Ha­mílton Xavier - MDB, José Haddad ­ARENA, José Sally -- ARENA; Luiz Braz ­ARENA: Márcio Paes - ARENA; MoacirChIeSSl" - ARENA; Osmar Leitão - AHE­NA; Rozendo de Souza - ARENA.

Guanabara

Alcir Pimenta - MDB; Célio Borja ­ARENA; EUl'ipedes Cardoso de Menezes ­ARENA; Flexa Ribeiro - ARENA; FlorimCoutinho - MDB; Francisco Studart ­MDB; José Bonifácio Neto - MDB; LéuSimões - MDB. Lisâneas Maciel - MDB;Lopo Ooêlho - ARENA; Marcelo Medeiros- MDB: Rubem Medina - MDB.

- Minas Gerais

Altair Chagas - ARENA; Athos de An­drade - ARENA; Batista Miranda - ARE­NA; Bento Gonçalves - ARENA; Bias For­tes - ARENA; Elias Carmo - ARENA; Fá­bio Fonseca - MDB; Fernando F'agundesNetto - ARENA; Francelino Pereira ­ARENA: Geraldo Freire -- ARENA; JairoMagalhães - ARENA; Jorge Ferraz ­MDB; José Maria Alkmim - ARENA: Ma­noel de Almeida - ARENA; Manoel Ta­veira - ARENA; Navarro Vieira - ARE­NA; Ozanan Coêlho - ARENA; Paulino Cí.eero - ARENA; Renato Azeredo - MDB;Taneredo Neves - MDB.

São Paulo

Adalberto Camargo - MDB; Aldo Lupo- ARENA; Arthur Fonseca - ARENA;Athíê ooury - MDB; Baldaccí Filho ­ARENA: Chaves Amarante - ARENA; DiasMenezes - MDB; Díogo Nomura - ARE­NA: Faria Lima - ARENA; Freítas Nobre- MDB; Henrique Turner - ARENA; JoãoArruda -- MDB; José Camargo - MDB;Paulo Alberto - ARENA; Roberto Gebara- ARENA; Ruydalmeida Barbosa - ARE­NA; Sanes Filho - ARENA; Santilli Sobri­nho - MDB; Silvio Lopes - ARENA: Sus­sumu Hirata - ARENA; Ulysses outma­rães - MDB.

GoiásAnapolino de Faria - MDB; Ary Vala­

dão - ARENA; Fernando Cunha - MDB;Henrique Fanstone - ARENA; RezendeMonteiro - ARENA.

l\'Iato GrossoEmanuel Pinheiro - ARENA; Gastão

Múller - ARENA; Lopes da Costa - ARE­NA; Mareílio Lima - ARENA.

ParanáAgfJstinho Rodrigues - ARENA; Alípio

Carvaího - ARENA; Antônio Annibelll ­MDB;Antônio Ueno - ARENA; ArnaldoBusato - ARENA; Braga Ramos - ARE­NA (SE) Flávio Giovine - ARENA; ítaloConti - ARENA; João Vargas - ARENA;Luiz Losso -- ARENA (SE); Mário stamm- ARENA; Roberto Galvani - ARENA;Túlio Vargas - ARENA.

Santa CatarinaAlbino Zeni - ARENA; Aroldo Carvalho

- ARENA; Cesar Nascimento - MDB;Francisco Libardoni - MDB; Pedro Colln- ARENA.

Rio Grande do SulAlberto Hoffmann - ARENA; Aldo Fa­

gundes - MDB; Amaral de Sousa - ARE­NA; Amaury Müller - MDB; Antônio Bre­solin - MDB; Arnaldo Prreto - ARENA;Cid Furtado - ARENA; Clovis Stenzel ­ARENA;Getúlio Dias - MOU; Harry Sauer- MDB; Helbert dos Santos - ARENA;Jairo Brum - MDB, José Mandelli - MDB;Vasco Amaro - ARENA; Victor Issler ­MDB.

Amapá

Antonio Pontes - MDR

Roraima

Sylvio Botelho - ARENA.O SR. PRESIDENTE (Flavio Mal'cílio)

A lista de presença acusa o comparecimen­to de 247 srs. Deputados.

Os Senhores Deputados que tenham pro­posições a apresentar poderão fazê-lo.

O SR. MARCOS FREIRE - Projetode lei n.v 4.591, de 16 de dezembro de1964. que dispôs sobre o condomínío emedificações e as Incorporações ímobílíá­rias.

O SR. JG DE ARAúJO JORGE ­Projeto de lei que inclui. para fins deaposentadoria e outros benefícios pre­videnciários, todos os que, na últimaguerra, roram convocados e serviramem locais onde existiam fábricas dearmas, de munições. depósrtos de ma­terial bélico, de combustíveis e outrospontos estratégicos.

O SR. SIQUEIRA CAMPOS - Reque­rimento no sentido de que seja consig­nado nos Anais da Casa voto de pesarpelo falecimento do Sr. Antônio João,Sebra, ocorrido no dia 5 do corrente.

Requerimento no sentido de que sejaconsignados nos Anais da Câmara dosDeputados voto de pesar pelo faleci­mente do Dr, Serafim de Carvalho.

O SR. ANTôNIO BRESOLIN - Re­querímento no sentido de que seja con­signado nos Anais da Casa voto de re­gozijo pelo transcurso do Dia da Im­prensa.

O SR. PRESIDENTE (Flávio Mareílio) ­Vai-se passar à matéria constante da Or­dem do Dia.

O SR. PRESIDENTE (Flávio Mareílio) -Discussão única do Projeto n.o 615-A,

de 1972, que Institui o Dia do Hino Na­cional; tendo parecer: da Comissão deConstituição e Justiça, pela constitucio­nalidade, [urídlcídade e, no mérito, pelaaprovação. (Do Senado Federal) - Re­lator; Sr. Severo Eulálio.

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Setembro de 1973 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Sel)ão n Terça-feira 11 5455

, . O SR. PRESIDENTE (Flávio Mareílio) ­Tem a palavra o Sr. JG de Araújo Jorge,para discutir o projeto.

O SR. JG DE ARAúJO JORGE - (Semrevisão do orador.) Sr. Presidente, Srs.Deputados, desejo fazer algumas considera­ções em torno da aprovação deste projeto,que vem do Senado e que recebeu, na Co­missão de Constituição e Justiça da Câma­ra, parecer favorável do Deputado SeveroEulália. Temos destacado, em outras opor­,tunidades, o absurdo do veto sempre im­posto pelos nobres Deputados da ARENA,atendendo à ordem da Liderança, no sen­tido de que todas as proposições que en­caminham a instituição de determinadosdias especiais sejam derrubadas. Observa­'mos isso não apenas em plenário, como nas,ú()missões.

Tal posição é, evidentemente, pouco de­mocrática. Nada há que impeça a Câma­ra de concordar com a fixação de dias es­peciais para homenagear certas classes,profissões ou entidades. O reconhecimento,por parte da Câmara, não implica em qual­quer participação posterior por parte doFoder Leigslativo. É apenas um aval queestamos dando, uma concordância, um re­conhecimento de que, em certa data, deter­minada classe, determinadas atividadesprofissionais, determinadas entidades, pas­sam a comemorar o seu dia: o Dia do En- .fermeíro, o Dia do Operário, o Dia da Ban­deira, o Dia dos Rotarianos. Não há in­conveniente algum. Torna-se eminentemen­te democrática a nossa atitude, ao aprovartais iniciativas, desde que plenamente jus­tificadas. Entretanto, têm sido elas siste­maticamente derrubadas, à exceção de doiscasos, o do Rotary e o do Lions, em pro­posições que tiveram origem no Poder Le­gíslatívo, com tramitação normal, chegan­do à aprovação final. Todas as demais sãoderrubadas. A Igreja não tem todos os diassantos, mas todos os dias são de santos e

.não vejo nisso nenhum inconveniente.

A presente proposição, introduzindo oDia do Hino Nacional, só pode merecera concordância do MDB, até porque já exis­te o Dia da Bandeira. O Dia do Hino Na­cional completaria o culto ou as homena­gens a serem feitas aos dois grandes sím­bolos da naclonaíldade, bandeira e hino.

Quando fizemos parte da Comissão Mis­ta que nesta Casa estudou a mensagem doGoverno e o projeto referente aos simbolosnacionais, logramos ver aprovada emendanossa, definitivamente inserida na propo­sição acrescentando a palavra "ínalterá­veis"~ Assim, já hoje os símbolos nacionaisnão podem ser alterados. Vez por outra le­vantavam-se na imprensa campanhas em

'torno da possibilidade de modificar nãoapenas a bandeira, mas o Hino Nacional,corri críticas à letra de Osório Duque Es­trada, cuja poesia, evidentemente, corres­ponde à época em que foi composta pelopoeta. Jamais poderemos alterar obra deautor já falecido, e seria inaceitável pre­tendermos fazer poesia por lei. Poderíamos,em última análise - e apenas se pretendês­semos alterar a letra do Hino Nacional ouo padrão da bandeira - convocar plebisci­to primeiro para ouvir o povo e, depois,se' fosse o caso, para o Governo incumbircompositores ou desenhistas a apresenta­rem propostas para taís modificações. Fe­lizmente, a emenda por mim apresentadaao projeto dos símbolos liquidou de vez comessa possibilidade e com discussões bizan­tinas e o hino e a bandeira tradicionais

'transformaram-se em símbolos nacíonais.A criança empertigada, muitas vezes semcompreender o sentido da letra e cantandoo hino com toda a exaltação, identifica.ohino à Pátria - muito embora não diga"mais garrida" e, sim, "margarida", con­forme temos ouvido algumas crianças di-

zerem. A verdade é que a imagem da Pá­tria se desenha aos seus olhos. Cabe evi­dentemente aos professores e esta é talvezuma das falhas que agora pode ser sanadapelo professor de Educação Moral e Cívica- explicar letra do Hino Nacional, o signi­ficado de determinados vocábulos nele usa­dos, certas expressões precisas usadas, cer­tas figuras, certas metáforas nem sempreacessíveis à críança,

As homenagens que deverão ser presta­das ao Hino Nacional, eom a aprovaçãodesse projeto no dia 6 de setembro - jáque esta é a data da oficialização da atualletra do Hino - são muito justas, comojusta é a aprovação deste projeto, porquecompleta o culto que o povo fará, não ape­nas à Bandeira, mas ao Hino, e possibilita­rá às professoras, neste dia, a explicação dosignificado exato da letra de Osório DuqueEstrada às crianças, com toda a beleza dasimagens, com o prectosíamo de determina­das palavras que, no sentido geral, corres­pendem a uma imagem da Pátria que nãopoderá mais ser modificada.

É com satisfação que tecemos essas con­siderações, inteiramente favoráveis ao pa­recer do nosso eminente colega, o nobreDeputado Severo Eulálio. (Muito bem! Par­mas.)

O SR. PRESIDENTE (FláVio Mareílio) _Não havendo mais oradores inscritos, de­claro encerrada a discussão.

O SR. PRESIDENTE (Flávio Mareílio) _Tendo sido oferecida u'a emenda ao Proje­to n.? 615-A, de 1972, em discussão única,volta o mesmo à Comissão de Constituiçãoe Justiça.

EMENDA AO PRO.TETO N.O 615-A172Dê-se ao art. 1.0 do Projeto a seguinte

redação:"Art. 1.0 É instituído o Dia do HinoNacional que será comemorado anual­mente no dia 15 do mês de novembro."

Sala das Sessões, 10 de setembro de 1973.- Luiz Braga.

Justifica-se a emenda propondo a alte­ração da data a ser atribuída para as co­memorações alusivas ao Hino Nacional pelofato da inconveniência de se fixar dois fe­riados em dias subseqüentes. O dia 6 desetembro como data comemoratíva nacio­nal e véspera do Dia da Independência, nãonos pareceu a melhor data, daí a nossaemenda.

O SR. PRESIDENTE (Flávio l\'Iareílío):

Discussão prévia do Projeto n.? 756-A,de 1972, que autoriza a criação da Com­panhia Nacional de Colonização S.A.,sociedade por ações, de ecenomía mis­ta; tendo parecer, da Comissão de Cons­tituição e Justiça, pela inconstituciona­lidade, contra o voto do Sr. LísâneasMaciel. (Do Sr. Jerônimo Santana). ­Relator: Sr. Mário Mondino.

O SR. PRESIDENTE (Flávio Mareílío) ­Tem a palavra o Sr. waiter Silva, para dis­cutir o projeto.

O SR. WALTER SILVA - (Sem revisãodo eraãer.) Sr. Presidente, Brs, Deputados,o projeto do nobre Deputado JerônimoSantana objetiva transferir os serviços decolonização, atualmente atribuídos aoINCRA. - Instituto Nacion'\l de Coloniza­ção e de Reforma Agrária - para uma em­presa de economia mista, que se chamariaentão CONAO.

O projeto, Sr. Presidente, está devida­mente justificado e traz conotações que nãopoderíamos deixar passar sem algumas con­siderações.

Como sabe V. Ex.a e todo o Plenário, oGoverno Castello Branco - alertado para

a neeessldade de se realizar no País umareforma agrária imediata, reclamada nãosó pelos trabalhadores rurais que não pos­suíam seu trato de terra, mas pelos órgãosinternacionais, especialmente pela FAO. epelos organismos de financiamento, que re­clamavam contra a estrutura arcaica, ob­soleta, do nosso agro - através da Men­sagem n. O 33, remeteu ao Congresso Na­cional um projeto de lei sobre reformaagrária, que se transformou, afinal, nonosso Estatuto da Terra.

Em 1967, realizou-se no Palácio Tiraden­tes, no Rio de Janeiro, o Encontro sobreOcupação do Território. Cuidou-se ali, es­pecificamente, do problema da colonização.A colonização foi a alternativa encontradadentro do contexto da Reforma Agrária, anosso ver, para não realizá-la. O próprioInstituto Brasileiro de Reforma Agrária foitransformado no atual Instituto Nacionalde Colonização e de Reforma Agrária. Co­locou-se, então. a colonização prioritaria­mente, antes da reforma agrária. O que seprecisa razer no Brasil urgentemente _como se fez no Japão, na Ilha Formosa, eatualmente na Espanha, no Vale do Bada»jaz - é uma reforma agrária que dê aohomem a oportúnidade de ascender na es­cala socíal e econômica, que lhe dê statuseconômico e social.

O projeto do Deputado Jerônimo Santa­na se limita ao aspecto da colomzação, nãocogita de Reforma Agrária. Pretende criaruma companhia que trate do problema,porque tem havido abusos no exercício des­sa colonização. O Governo, naturalmente,procurando exercitar as conclusões daqueleEncontro, sobretudo no que diz respeito àorganização de empresas de colonização, umdos itens daquele seminário, permitiu quea colonização fosse feita no Brasil essen­cialmente pelo setor privado, por empresasnacionais e estrangeiras.

As distorções são evidentes. Claro que acolonização oficial seria a ideal, porque éda sua tílosoría dar prioridade ao aspectosocial. Com a criação de uma empresa,mesmo de economia mista ou uma empre­sa pública, de capital cheio, uma empresarégíl, segundo a denominação francesa,ainda assim o aspecto social não estariapreservado.

Sr. Presidente, o projeto do DeputadoJerônimo Santana, que, a nosso ver, nãoresolve o problema, é, entretanto, melhordo que o sistema existente, em que capi­tais nacionais e estrangeiros, sobretudo, es­tão dando primazia ao aspecto econômico,em detrimento do aspecto social.

O que se quer com a ocupação do terri­tório, com a utilização dos nossos ecúme­nos, não é outra coisa senão obter pers­pectiva de trabalho, de promoção humana,de realização do homem em todas as esfe­ras da vida social. É bem verdade que acolonização, mesmo no sistema empresa­rial previsto no Estatuto da Terra e tantosdocumentos que trouxemos à consideraçãoda Casa, de certa forma facilita a ocupa­ção territorial e a utilização da mâo-de­obra ociosa, mas não resolve em profundi­dade o sérto problema do desemprego, damão-de-obra ociosa, sobretudo com o mo­delo econômico que se adotou nestes últi­mos tempos, que considera a produção co­mo o fim específico do nosso crescimentoeconômico.

Sr. Presidente, "esta verticalidade do pro­cesso econômico está trazendo, sem dúvida,uma melhoria para a economia do nossoPaís, com o aumento do seu Produto In­terno Bruto" mas o problema social conti­nua cada vez mais agudo, cada vez maiscarente de solução. E não seria através deum simples processo de colonização em ter-

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5456 Terça-feira 11 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Setenabro de 197!-l=;=========================================~==

mos econômicos, em termos estritamenteempresariais, que resolveríamos o nossoproblema agrícola.

li: preciso que o '1overno se sensibilize,porque o aspecto principal da problemáti­ca agrícola, sobretudo no que tange à ocupa­ção do território, se prende a uma coloniza­ção oficial, tal como (everia ser feita peloórgão competente, o Instituto Nacional deColonização e de Reforma Agrária.

O que o Deputado Jerônímo Santana pre­tende é, pelo menos, minimizar o verdadei­ro assalto ao nosso agro, sobretudo peloscapitais estrangeiros o pelos capitais nacio­nais gananciosos, tendo em mira apenas olucro em detrimento do homem. o desti­natário último do processo de enlonízacâoe de reforma agrária.

E o mais sério é que, no Brasil, mesmoas medidas de cunho social, objetivandoatender ao aspecto humano, são tomadasà revelia dos interessados, que, em regra,não são ouvidos. Em síntese, o ser huma­no, o homem, o destlnatárío das medidasé um mero espectador do processo que sedesenvolve no Pais, e não um participante.

De sorte, Sr. Presidente. que a minha po­sição nesta tribuna é de apoio ao projetodo Deputado ,Terônimo Santana, não comosolução para a problemática da ocupação doterritório pela colonização, mas como me­dida miriíma para resolver o problema quetem sido maximizado por soluções que nãosão as reclamadas pelos interesses nacio­nais e pelos trabalhadores rurais, princi­pais destinatários desse processo.

Assim, Sr. Presidente, apesar de a Co­missão de Constituição e Justlça ter dadopela ínconstitucíonalídade do projeto, vemoso problema de outro ângulo. Lembraria maisque várias empresas de economia mista têmsido criadas no Pais sem que os projetosvenham ~ ser acotmados de inconstitucio­nais, sobretudo quando a iniciativa partedo Executivo. Quando o projeto parte doLegislativo, é sempre inconstitucional, masnunca: é quando se trata de mensagem doExecutivo. É outra discriminação odiosaque sofre o Legislativo, em detrimento denossas prerrogativas. Na justificativa doprojeto, de outro lado, encontra-se a pre­visão de um capital misto, em que o Go­verno participará com 51% e a iniciativaprivada com 49%. A empresa seria consti­tuída legitimamente. É de nossa tradiçãoconstitucional e inclusive faz parte das fi­nanças públicas 'brasileiras a organizaçãode empresas públicas não só de capitalcheio, do tipo regíe, como as empresas deeconomia mista, com participação de capi­tal público associado ao capital privado eaté mesmo as empresas concessionárias deserviço público.

Dessa forma não vemos inconstituciona­lidade no projeto. Se a propositura tivessepassado pela Comissão de Finanças, porcert-o o Relator e todos os membros daqueleórgão técnico teriam votado ravoravelmen­te, uma vez que a própria organização fi­nanceira da empresa ali está prevista.

Sr. Presidente, apesar de a proposição nãoresolver de todo o problema do setor agrá­rio, acreditamos que pe". menos minimizaos efeitos da atual política Por isso, nósdo MDB, a aprovamos. Esperamos que oplenário dê seu voto favorável ao projeto,sobretudo por ser medida de interesse na­cional. (Muito bcml)

Durante o discurso do Sr. Walter Silva,O Sr. Flávio Marcilio, Presidente, deixa acadeira da presidência, que é ocupada peloSr. Aderbal Jurema, 19- Vice-Presidente.

O S.R. PRESIDENTE (Aderbal Jurema) _Não havendo maís oradores inscritos, de­claro encerrada a discussão.

Vai-se passar à votação da matéria.O SR. PRESIDENTE (Aderbal Jurema) _

Tem a palavra o Sr. João Linhares, paraencaminhar a votação.

O SR. JOÃO LINHARES - (Encaminha­mento de votação. Sem revisão do nrador.)Sr. Presidente, S':'5. Deputados, o projetode lei de iniciativa do Deputado JerônimoSantana, quando tramitou na Comissão deConstituição e Justiça, a unanímídade dosseus membros, à exceção do Deputado Li­sâneas Maciel, recebeu parecer pela sua in­consLibcionalidade. Este parecer foi emi­nentemente técnico. Injustamente declarouo nobre Deputado Walter Silva que, se fossede iniciativa do Poder Executivo, a Comis­são de Constituição e Justiça e esta Casa

- teriam dado pela sua constitucíonalidade.Ocorre que a ~ -oposítura realmente é in­

constitucional. Prevê a críacão de uma em­presa de economia mista; a CompanhiaNacinna! de Oolonízacâo S.A. - CONACO ­e, ao mesmo tempo, '9, extinção do INCRA,dispondo inclusive sobre o destino do aeer­YO e dos recursos daquela entidade pública,encarregada da poíítíca governamental, noque tange à colonização e à reforma agrá­ria.

Sr. Presidente, convém ressaltar que, naComissão de Constituição e Justiça, vota­ram favoravelmente ac parecer da lavrado eminente Deputado Mário Mondino ele­mentos de igual projeção da grei oposí­cionista,- como os Deputados LaerLe Vieira eAlceu Oollares que, entre outros, se têmpautado pela salvação deorojetos de inicia­tiva dos parlamentares. E nós nos vemosobrigados a ínqulná-Ios de inconstitucio­nais e ínjurídícos, presos única e exclusi­vamente à letra da Constituição.

Ora, Sr. Presidente, se fosse aprovado esteprojeto do Deputado Jerônimo Santana, oGoverno teria de curvar-se à disposição le­gal, ficando obrigado a subscrever 51% docapital da nova empresa de economia mista.Vejam os eminentes colegas que, além deobrigar o Governo a dispor de seus recur­sos, criando despesas, invadiria igualmentea esfera privada do "residente da Repúbli­ca. Nesse sentido estabelece o art. 81, inci­so V, da Constituição Federal:

"Compete privativamente ao presidenteda República:V - dispor sobre a estruturação, atri­buições e funcionamento dos órgãos daadministração federal."

Ora, a criação de empresa de economiamIsta e, ao mesmo tempo, a extinção domCRA e a destinação de seu acervo inva­dem flagrantemente aquelas atribuiçõesprivativas do órgão que tem a responsabi­lidade da condução dos seus serviços. Sevotássemos pela constitucionalidade da pro­posição, seria o mesmo que autorizarmos oPoder Executivo a intervir naquilo que éda competência privativa da Câmara e doSenado. Se tal ocorresse. a Comissão de Jus­tiça, como ocorreu com à projeto do Depu­tado Jerônimo Santana, opinaria pela in­constitucionalidade dessa iniciativa, que fereprofundamente as atribuições de outro Po­der. Além do mais, o referido projeto con­traria flagrantemente o art. 65 da Consti­tuição Federal, uma vez que aquele dispo­sitivo da nossa Carta Magna é cioso empreservar o bom e acertado funcionamen­to dos negócios do Poder Executivo, atrí­buírído-Ihe igualmente a competência ex-

cluslva na iniciativa de leis que impliquemaumento de despesas. O projeto do Repu­tado Jerônimo Santana não poderia sobre­viver ante disposições tão claras como es­tas que estão contidas no art. 65 do nossoEstatuto supremo.

Sr. Presidente, uma vez que justificativado Deputado Jerônimo Santana e as pala­vras igualmente judiciosas do DeputadoWálter Silva não se equadram no méritoda proposição, cingimo-nos no momentoà sua constitucionalidade. E só teremosque nos curvar ante o que dispõe a CartaMagna e o que foi decidido de forma apar­tidária e desapaixonada, sem qualquer en­dereço premeditado, pela quase unanimi­dade dos membros da Comissão de Consti­tuição e Justi~a. Esta Comissão opinou pe­la inconstitucionalidade do projeto e aindaacrescentaríamos - pela sua ínjurídtcída-,de, uma vez que sendo um projeto auto­rizativo, tornou-se quase que [urlsprudôri­eis nas duas turmas daquele órcão t-cr-tcoopinar pela sua ínjurídícídade, E nisto nãodivergem tanto elementos da ARENA,quanto do MDB, porque as duas facções po­liticas daquela Comissão eminentementetécnica se curvam e se cingem ao Direito,prestando-lhe sua homenagem, esnecial­mente quando a matéria está inscrita naCarta Magna de nossa Nação.

(Muito bem.)O SR. PRESIDENTE (Aderbal Jurema) ­

Tem a '1"I"vra o Sr.•TO de Araújo Jorge,para encaminhar a votação.

O SR. JG DF; ARAúJO JORGE - (Euca­minhamento de votação. Sem revisão doorador.) Sr. Presidente, 81'S. Deputados, oprojeto do nobre Deputado Jerônimo San­tana teve seu mérito devidamente anali­sado nesta Casa por outro representantedo MDB, Deputado Wálter Silva.

Não quero ater-me à análise do mérito,porque repetiria não apenas o pronuncia­mento do Deputado Wálter Silva, como ovoto em separado do nobre Deputado Lísâ­neas Maciel, na Comissão de Constituiçãoe Justiça, sendo favorável à aprovação doprojeto. Quero deter-me no asn~ntl') rl° '1')­

constitucionalidade e da injuridicidade. Emque pese o fato de que, na Comissão de Jus­tiça, alguns Deputados do MDB têm vota­do contrariamente à Iorma autorizativa deprojetos, a verdade é que cresce nesta Ca­sa a corrente no sentido de ser válida essaforma. Por isso, a proposição nada tem deinconstitucional. Se derrubarmos um pro­jeto como este, baseando-nos no art. 57,inciso lI, e no art. 65, da Constituição, sobfundamento de que implica aumento dedespesa, teríamos de vetar todos os proje­tos em tramítacão nesta Casa. Necessa­riamente, não há projeto, lato sensu, quenão implique aumento de despesa. Entre­tanto, os arts. 8 a 12 e 43 da Oonstdtutr-âoconferem atribuições também ao Corigres­'so, em matéria de competência da União.Os projetos autorizativos estabelecem diá­logo que deveria existir entre o Legislativoe o Executivo. A lei permite ao Legislativoo enc~1TIillh~n1(:'nto de nrouosícões a res­peito de matérias que, sendo de competên­cia do Executivo, na forma autorízatíva,são também da competência do Legislativo.O Executivo, em última instância, em ins­tância superior, tem o direito de vetar pro­posícão que considerar contrária ROS "nte­resses nacionais. Pensamos que não se po­de derrubar um projeto como este, basea­do apenas no fato de que implica aumentode despesas. Assim agindo, impediremos queo Poder Executivo tome conhecimento depropostcões louváveis, dignas, inclusive, deseu apoio. Disse o eminente Líder do Go­verno, Deputado João Línhares, que não

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Setembro llc 1973 . DIARIO no CONGReSSO NACIONAL <Seção I) Terça-feira I1 5451

podemos interferir no Executivo, da mes­ma forma como o Executivo não interfereno Legislativo, S. Ex.a evidentemente nãoestá levando em consideração o que as As­sessorias Parlamentares enviam para osDeputados da ARENA e como age a CasaCivil, através de ofícios e comunicações re­lativas à tramitação de projetos nesta Ca­sa, vetando ou aprovando as proposições,antes mesmo de os Relatores apresentaremseus pareceres. Há. interferência clara esub-reptícía do Poder Executivo na esferade atribuições do Legislativo. Seremos umPoder eminentemente cerceado sob todosos aspectos, enquanto aceitarmos tal inter­ferência, não procurando, por outro lado,ampliar nossa área de legislação, intervin­do de forma Iíberal em determinados pro­jetos, quando neles se inserir conteúdo so­cial, -justo, humano. ou mesmo reformasadministrativas que, por esse processo, poresse estratagema da forma autorizativa,poderiam chegar ao conhecimento do Exe­cutivo e, quem sabe, mereceriam a apro­vacão deste Poder. O MDB não considerao projeto inconstitucional, como não con­sidera inconstitucional qualquer projeto re­digido sob a forma autorlzatíva, Devemosampliar nossa capacidade de legislar. emi­nentemente constitucional. baseados no art.43 da Constituição, que dá ao Poder Le­gislativo comnetêncía para tomar conheci­mento de matérias referentes ao Executivo.

Sr. Presidente, assim, encaminhando avotação, pela Liderança em nome do MDB,estamos de acordo com o voto do Deputa­do Lisâneas Maciel, pela constrtucíonalí­dade do projeto e por sua aprovação. (Muitobem.)

O SR;- PRESIDENTE (Aderbal Jurema)- Tem a palavra o Sr. Antônio Bresoíín,para encaminhar a votação.

O SR. ANTôNIO BRESOLIN - (Encami­nhamento de votaçào. Sem revisão do ora­dor.) Sr. Presidente, se o projeto do emi­nente Deputado Jerônimo Santana não ti­vesse outro mérito, teria aquele de determi­nar a extinção do INCRA. Todos sabem quenesta Casa sou o Deputado que mais temdefendido a reforma agrária. Quando poraqui tramitou a. emenda referente à reformaagrária, ao Estatuto da Terra, projeto am­plamente discutido, nós, emedebístas, demosnosso integral apoio a iniciativa, entregan­do esse instrumento ao Governo para queefetivasse a reforma agrária. Durante oGoverno do General Garrastazu Medici, foifeita a unificação das duas instituições, oIBRA e o INDA. Recordo-me de que, quan­do se objetivou essa unificação, tive opor­tunidade de fazer um pronunciamento nes­ta Casa, elogiando a iniciativa, dizendo, po­rém, que esperava que a emenda não fossepíor do que o soneto. E isto está aconte­cendo.

Enquanto milhões e milhões de brasileirossão simples espectadores, diante de um Paísque cresce e reclama o esforço e o trabalhode cada um, enquanto milhões de brasilei­ros estão sem um palmo de terra, não tendocomo trabalhar e produzir a fim de asse­gurar um padrão de dignidade humanapara suas ramíllaa, enquanto isto ocorre, oINCRA, em lugar de objetivar a refonnaagrária, está sendo simples e capenga ins­trumento de colonização. Ainda, agora, aimprensa noticia as vastas áreas de terraque vêm sendo vendidas aos grupos econô­micos ao longo da Transamazônica. Duran­te oito días percorri as regiões mícropulverí­zadas da Serra e das Missões. Ali vivemnumerosas famílias. A medida que passamos dias, crescem os filhos. aumentam osproblemas, por falta absoluta de terra. Ho­mens com as melhores tradições agrícolas,que poderiam, efetivamente, trabalhar eproduzir, quando o Sr. Presidente da Repú-

blíca faz a campanha da produtividade,estão privados disto. Muitas vezes não con­tam com o mínimo para o sustento de suasfamílias por falta de um pedacinho deterra.

Nesse particular é profundamente lamen­tável o que se passa em nossa Pátria. Osgrupos econômicos também são aqueles quedeterminam a política agrária nacional.Como aí estão, o INCRA, o IBDF e outrosórgãos são instrumentos bolorentos, forada realidade, que não consubstanciam as·legítimas aspirações e necessidades dos mi­lhares de brasileiros que precisam de terras,para trabalhar.

Sr. Presidente, srs, Deputados, é o regis­tro que faço de coração a todos os Parla­mentares e. de modo especial, aos integran­tes do EXército, figuras de proa, que têminfluência na vida pública do País, no sen­tido de que se dêem ao trabalho de conhe­cer de perto aquilo que se passa nos laresde milhares de brasileiros. Esperam<J;l queo INCRA se torne efetivamente um instru­mento a servico da execueâo da reformaagrária no Brasil. (Muito bem.)

O SR. PRESIDENTE (Aderbal Jurema)- Em votação o parecer da Comissão deConstituição e Justiça, pela inconstitucio­nalidade do projeto.

O SR. PRESIDENTE (Aderbal Jurema)- Os Srs. que o aprovam queiram ficarcomo estão. (Pausa.)

Aprovado.Vai ao Arquivo.O SR.' PRESIDENTE (Aderbal Jurema)

- A proporção a que se refere o parecer éa seguinte:

PROJETON.o 756-A, de 1972

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 Fica o Poder Executivo autori­

zado a constituir uma sociedade por ações,de economia mista, denominada Compa­nhia Nacional de Colonização S. A. ­CONACO - e regida, no que lhe for apli­cável, pelas disposições legais concernen­tes às sociedades anônimas ,e às empresasde economia mista.

Art. 2.0 A Companhia Nacional de Colo­nização S. A. - CONACO - terá por obje­to a execução da política oficial de coloni­zação, em conformidade com o disposto noCapítulo II - (artigos 55 e seguintes), daLei n. O 4.504. de 30 de novembro de 1964,bem como com as demais diretrizes fixa­das pelos órgãos competentes do Governo.

Parágrafo único. Tão logo seja consti­tuída a Companhia Nacional de Coloniza­ção S. A., ser-lhe-âo transferidos todos osdireitos, competência, atribuições e respon­sabilidades do setor de colonização do Ins­tituto Nacional de Colonização e ReformaAgrária <INCRA.).

Art. 3.° A sede da Companhia Nacionalde Colonização S. A. será na capital da Re­pública, podendo, entretanto, mediante de­cisão de sua Diretoria e autorização do Ml­nístérlo da Agricultura, estabelecer sucur­sais, filiais ou agências em qualquer partedo território nacional, sobre o qual se es­tenderá a sua atuação.

Art. "4.0 Cinqüenta e um por cento(51%) do capital social da Companhia Na­cional de Colonização S. A., divididos emações de igual valor, pertencerão obrigato­riamente à União devendo ser integraliza­dos através do atual acêrvo de bens e cré­ditos pertencentes ao setor de colonizaçãodo INCRA.

Parágrafo único. Uma vez avaliados osbens de que trata este artigo, será fixado

o total do capital social da Companhia, so­mando-se à avaliação mais quarenta e no­ve por cento (49%) do seu valor, que serãodevididos em ações e integralizados me­diante subscrição particular.

Art. 5.° O Poder Executivo, no prazo decento e vinte dias, a contar da data da pu­blicação desta lei, baixará os atos indispen­sáveis à constituição da Companhia Nacio­nal de Colonização S. A.

Art. 6.° Esta Lei entrará em vigor nadata de sua publicação.

Art. 7.° Revogam-se as disposições emcontrário.

O SR. PRESIDENTE (Aderbal Jurema)- Nos termos do inciso n, do artigo 10, doRegimento Interno, concedo a palavra aoSr. Lísâneas Maciel, na qualidade de Líderdo Movimento Democrático Brasileiro.

O SR. LISANEAS MACIEL - (Como Líder.Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, Srs.Deputados, agora que nos aproximamos daquarta tentativa de solucão militar para oPaís, em que um General honesto e nacio­nalista vai ser escolhido através de um pro­cesso profundamente ilegítimo, seria justo eoportuno perguntar a este Parlamento quala herança que esse General honesto vaireceber do seu antecessor. o que vai colhero General Geisel do Governo que está pres­tes a findar-se,

Sr. Presidente, a Oposição tem procurado,desde o inicio de sua atuação, oferecer alter­nativas para este Governo, para que o Sr.General que ocupa a Presidência da Re­pública pudesse encontrar o caminho danormalidade e do respeito à democracia;para que, enfim, o Sr. General que ocupa aPresidência da República pudesse recondu­zir o País à normalidade, conforme insisten­temente prometera, conforme expressamen­te declarara em todos os seus pronunciamen­tos.

Recordo-me, Sr. Presidente, que diversosmembros da Oposição, muito embora usan­do linguagem enérgica, muito embora usan­do linguagem necessária nestas circunstân­cias para a Oposição, num regime de força,num regime de ditadura militar, sempreprocuraram oferecer alternativas, a fim deque o País não ficasse eternamente na obs­curidade de um regime de força, que nãotem saída para si mesmo. Alternativas vá.rias foram estudadas e sugeridas à doutaBancada da Situação. Por diversas vezesencontramos até certa ressonância no espí­rito de alguns membros do Partido majort­tárío, embora muitas vezes tivéssemos deproflígar aqui que havia certa tendência;entre o ilustres componentes da Situacãopara declamar para si mesmos belos con:selhos, a título melancólico, e mais tardemão seguir nenhum delas. Dissemos que.muítas vezes a central que se encontravadnstalada nos próprios órgãos do Governofechava todas as oportunidades para as ma­nifestações legítimas de inconformismo damocidade e sobretudo da classe trabalhado­ra, com sindicatos esmagados, com as dire­torias purgadas, filtradas e, não obstantemuitas vezes destituídas de representação;porque na sua posse. como ocorreu na Gua­nabara, compareceu um Deputado da Opo­sição.

Di§semos, muitas vezes, Sr. Presidente,que o MDB jamais entendeu fosse a violên­cia o caminho adequado para a soluçãobrasileira. O povo brasileiro é pacifico etem tendência para sofrer resignadamente.Mas infelizmente esse povo, com essa ten­dência e com essa característica tão nobre,estava já se acostumando com a violência,porque a violência da repressão condícíonao comportamento da subversão. Em todos osmomentos se encontram razões para que as

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5458 Terça-feira 11 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçá& 1)' Setembro de ·1973

forças de repressão atuem, condicionem edeterminem o comportamento daqueles queacham que para o País só existe uma solu­ção, que, mesmo menos radical, é a de in­terpretar através da força e da violência.

Pronunciamos inúmeros discursos nessesentido, Brs. Deputados, pedindo, sugerindoe mesmo implorando que o Governo tivessesensibilidade para esses problemas. Temos acerteza absoiuta de que a inteligência e ­por que não dizer? - a sensibilidade dealguns membros do partido da Situação es­tão como que desfiguradas por uma pressãoviolenta do Poder Executivo e muitas vezesaté por um autocondícíonamentc que nemmesmo pede este Poder. Este Parlamentooferece tudo ao Governo, despe-se de suasprerrogativas normais, oferece ao legtsladormilitar, ao Executivo, mais do que ele real­mente pede do comportamento do Partidoda Situação.

Hoje podemos dizer, Sr. Presidente, 81'S.Deputados, que talvez em nenhum períododa hístórta do Parlamento foi ele tão desfi­gurado em suas prerrogativas. A margina­lização do Parlamento brasileiro atingiu seugrau máximo. Perguntar-se-á: isso é exigidopelo Poder Executivo ou, na realidade, sãoorientacões e diretrizes próprias de uma li­derança que se está acostumando a ser ccn­duzida em discordância com os mais altosinteresses deste Pais, que está oferecendoaos Srs. Generais que ocupam eventual eperiodicamente a Presidência da Repúblicaos caminhos para encontrar a verdadeiranormalidade democrática?

Não cremos, Sr. Presidente, porque emmuitos projetos, em muitos pronunciamen­tos, tivemos a certeza de encontrar resso­nância em forças vivas deste pais, no sen­tido de conduzi-lo à normalidade democrá­tica. Não fazemos a injustiça de dizer queum bloco monolítíeo das Forças Armadasquer este Pais permanentemente oprimido,sem liberdade de imprensa, sem liberdadepara a sua juventude, sem liberdade sindi­cal, sem liberdade de qualquer espécie, por­que muitas forças vivas também já estãoentendendo que J fim da linha para estanormalidade tem que ser encontrado sobpena de ressucítarmos velhas múmias polí­ticas que estão desterradas deste País.

81'. Presidente, o grau de violação dos di­reitos humans, cuja defesa deveria cons­tituir uma prioridade para todo Parlamentoque se julgasse digno, que se [ulgasse mere­cedor do título de um Parlamento altaneiroe sobranceiro, está atingindo o limite má­ximo neste Pais.

Fizemos, recentemente, uma votação nestePlenário. Votamos a favor da Declaracão dos81'S. Bispos, que entenderam que os direitoshumanos neste Pais estavam sendo viola­dos. E a Liderança da Maioria, com a habi­lidade e o brilhantismo que lhe são próprios,derrotou esta moção. Entendemos, em últi­ma análise; que votar a favor dos direitoshumanos, no Brasil, era votar contra o Go­verno. Entendemos que os termos em quefoi colocado o problema definem bem asituação em que o País se encontra. Votara favor dos direitos humanos é votar con­tra o Governo brasileiro.

Entendam V. Ex."s a que ponto estamoschegando, qual é a escalada que estamospalmilhando, qual é a herança que o Sr. Ge­neral que vai ocupar a Presidência da Re­pública em março de 1974 vai herdar. Esteo quadro, e não o daquelas promessas derestituicão das liberdades, de resguardo dosdireitos' primários da pessoa humana.

Sr. Presidente, lembro também outro epi­sódio. Quando votávamos nesta Casa a des­rrguracão do Conselho de Defesa. do; Direi­tos da Pessoa Humana - organização que,

para vergonha nossa, jamais completou umadiligência, nunca interrogou uma testemu­nha e jamais concluiu um processo comple­tamente, no sentido de que todas as provi­dências processuais fossem seguidas - en­tendendo o Governo que a sua composiçãoera perigosa, determinou fossem incluídosentre os seus membros alguns funcionáriossem representatividade. E isto ocorreu emvirtude do impacto havido numa votaçãoem que eram requeridas maiores diligênciaspara descobrir o paradeiro de um ex-parla­mentar que talvez tivesse sentado nasmesmas cadeiras onde se assentam hojeilustres membros da bancada da Situacâo.A diligência foi votada quatro a quatro, maso Governo entendeu que, assim mesmo, comtal resultado, era perigosa a composição doConselho. Fez nele serem incluidos funcio­nários sem representatividade, a fim de quefosse garantida a impunidade, fosse garan­tida a ineficácia de um Conselho já clau­dicante de acordo com a legislação exis­tente. Foram feitas diversas inclusões noConselho de Defesa dos Direitos da PessoaHumana e se ele, até a época, agia com ine­ficácia, é o caso de se perguntar hoje: quefez este Conselho até o presente momento?

O Sr. Marcos Freire - V. Ex." relembroubem o episódio relativo à transfiguração doConselho de Defesa dos Direitos da PessoaHumana, e foi em face daquelas alterações,absurdamente consagradas por esta Casa,que o Partido da Oposição resolveu nãomais a ele comparecer. Igual atitude foi to­mada pela ABI, enquanto a Ordem dosAdvogados do Brasil [ulgor por bem tes­tar a nova fase em que ingressava o Con­selho. Parece-me que o resultado dessa ten­tativa feita por esse órgão dos advogadosdo Brasil não tenha sido dos melhores.Talvez pela ocorrência de casos como aque­le referente a Odigio Carvalho, jovem aca­dêmico que foi preso e morto na Secreta­ria de Segurança de Pernambuco, cujo pro­cesso esteve nas mãos do então Presidenteda Ordem dos Advogados do Brasil, Dr. JoséNeves, o qual, em face das inquirições quefez, chegou à conclusão de que dito proces­so deveria ser encaminhado ao Procurador­Geral para a necessária denúncia. O Pre­sidente da Ordem dos Advogados foi, no en­tanto. voto. vencido. por unanimidade, emface da nova constituição desse Conselho,conforme V. Ex." já teve oportunidade dereferir.

Talvez por isto e por muita coisa mais éque a imprensa noticiou a possibilidade dea Ordem dos Advogados do Brasil tambémse retirar das próximas reuniões desseConselho, porque, como bem disse V. Ex.a ,este órgão não está atingindo o objetivoa que se propôs e, na verdade, de defesados dlreítos da pessoa humana só tem acongnomínaeão.

O Sr. João Linhares - Nobre Deputado,permita-me voltar alguns minutos na ora­ção que V. Ex.a pronuncia, quando fez alu­são à votação realizada no plenário da Câ­mara com relação àquele manifesto ouàquele estudo da CNBB referente a váriosproblemas do Brasil, apenas para consignar

-um reparo. A Aliança Renovadora Nacio-nal não votou contra a defesa dos direitosda pessoa humana. Insurgiu-se foi contraos lances politicos que o Movimento De­mocrático Brasileiro quis tirar daquele ma­nifesto dos Bispos, A ARENA se insurgiufoi contra o teor e a justificação do reque­rimento que a Oposição formulou na opor­tunidade. Traz V. Ex.a novamente o pro­blema da alteração do Conselho de Defesados Direitos da Pessoa Humana. V. Ex.a ,que está criticando a alteração propostapelo Senador Ruy Santos, há de recordarque o então Líder do MDB, Deputado Pe­droso Horta, e vários outros Deputados da

Oposição, apresentaram emendas ao pro­jeto ampliando ainda mais a constítuícãodo Conselho de Defesa dos Direitos da Pes­soa Humana e que - V. Ex.a se lembrará,porque as sessões foram memoráveis naComissão de Constituição e Justiça - emlongo parecer do Deputado Alceu CoUares,que pedira vista do projeto, a Oposição ten­tou provar, por todos os meios e formas,a inconstitucionalidade do projeto RuySantos. Mas no momento de votar as cmen­das, que eram semelhantes ao projeto doSenador Ruy Santos, pois igualmente au­mentavam o número de membros daqueleConselho, votou pela constitucionalidadedas mesmas, demonstrando, desta forma,uma incoerência impressionante. O racíoci­nío de V. Ex.a nos leva a deduzir que, na­quele momento, o MDB também votavacontra a defesa dos direitos da pessoa hu­mana. Mas também pedi o aparte a V. Ex."para citar um caso trazido a esta tribunapor smínentes Deputados da Oposição, dePernambuco. Não posso afirmar que oDeputado Marcos Freire, naquela ocasião,relatava a morte de um estudante na Se­cretaria de Segurança Pública de Pernam­buco. O Deputado Marcos Freire e todosaqueles que compõem a Oposição, quem jáfoi advogado, quem pelo menos teve o tra­balho de consultar a legislação que trataespecificamente das arbiV'uriedades cometi­das pelas autoridades, sabem perfeitamen­te que aquele que deseja defender o direitodo seu cliente - e nessa defesa, quantasvezes levamos em conta o nosso idealismoe a nossa posição ideológica - jamais ba­teria às portas do Conselho de Defesa liosDireitos da Pessoa Humana, que não é umórgão do Poder Judiciário. Na legislaçãoque traçou os seus limites e as suas atribui­ções, não há um dispositivo que lhe per­mita sancionar quem quer que seja, masúnica e exclusivamente recomendar à auto­ridade responsável que instaure o processocompetente. 8e um Secretário de Segurançaou um chefe de polícia comete uma arbi­trariedade existe em vigência uma lei ri­gorosà, a que trata dos crimes de respon­sabilidade. Deputado Lisâneas Maciel, sa­bemos que não é interessante para quemprocura defender os direitos do seu cliente,ou de uma possível vítima, os limites hu­mildes de uma sala de audiência. Ali nãoexiste televisão, flashs, cobertura de im­prensa, enfim não há publicidade. Há, úni­ca e simplesmente, o trabalho sério e,quantas vezes, anônimo do advogado queluta por defender os interesses dos seusclíentes, O Conselho, não. É um órgão deexpressão nacional e urna petição a ele en­caminhada, é evidente, ganhará as man­chetes dos jornais. Mas sabe o subscritorda representação que ele jamais cumpriráo que lhe foi outorgado no momento em quefoi escolhido para defender os interesses doseu cliente. Jamais haverá punição para :oautor da arbitrariedade. Busquemos o re­médio na lei qué define os crimes de res­ponsabilidade e alcançaremos muitos e me-lhores efeitos. .

O SR. LISANEAS MACIEL - O discursoparalelo de V. Ex." teve alguns méritos..

O Sr. João Linhares - Perdoe-me, alon­guei-me no aparte. V. Ex.a foi condes­cendente.

O SR. LISANEAS MACIEL - Mas eu gos­tei de ouvir V. Ex.a Disse até que nossasdenúncias ganham as manchetes dos jor­nais do Pais. De que País está V. Ex.a fa­lando?

O Sr. João Linhares - Falo do Brasil, doqual V. Ex." está esquecido. .

O SR. LISANEAS MACIEL - Tive a im­pressão de que V. Ex." não falava do Brasil.V. Ex.", posso afirmar, jamais militou nas

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setembro de 19'13 DURIO no CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Ter~a-feira 11 54/it

audítorlas mílítares, V. Ex.a, que é um cren­te nas medidas salutares de segurança ado­.tadas pelo Governo, jamais teve a oportu­nidade de, na modéstia dos bancos das au­ditorias militares, defender esses pobres,elementos que teriam o caminho adequadoatravés da lei que define os crimes de res­ponsabilidades e que garantiria seus di­reitos. Talvez V. Ex.a esteja a expressar umanseio íntimo de que essas denúncias ga­nhem as manchetes dos jornais e a televi­são. Quando, nobre Deputado, uma denún­cia da morte de um estudante, da prisãode um trabalhador alcancou as manche­tes dos jornais e as televisões neste Pais?Isto é uma brincadeira trágica. V. Ex.a , como brilhantismo que lhe é peculiar, está brin­cando com centenas, milhares de trabalha­dores que estão sendo torturados, que es­tão sendo mortos.

O Sr. João Linhares - Somente V. Ex.aé que sabe desse noticiário!

O SR. LIS ..'iNEAS MACIEL - Sente-seno banco das auditorias militares e vejaas rnaes de estudantes e trabalhadoresmortos. Elas não querem mais saber ondeestão seus filhos, querem apenas os corposdos seus filhos. Não vamos falar da mo­déstia de sentar em bancos de auditoria.V. Ex.a não teve esse privilégio, que é um,dever sagrado nosso.

O Sr. João Línhares - Sentei na audi­toria do Tribunal Regional Militar em

'Curitiba. 'O SR. LISANEAS MACIEL Provavel-

mente para defender peculato.

~ ~r: João !,inhares - Tive sempre oprmcipio de nao defender ladrões, quandoIUl advogado, e continuo militando. V. Ex.adiz que os jornais não estampam manche­tes dos casos que o MDB tem trazido aoconhecimento da Casa. Recentemente sefez um verdadeiro cavalo de batalha damorte de um estudante em São Paulo e aimprensa paulista. especialmente O Estadode São Paulo, publicou em manchete umanota do Arcebispo de São Paulo. Lembro aV. Ex.a que é um caso recente. .

O SR. LISANEAS MACmL - Quero ape­nas dizer que V. Ex.a está completamenteequivocado. V. Ex.a é um Deputado brilhan­te, tem boa memória.

O Sr. João Linhares - Muito obrigado.. O SR. LISANEAS MACIEL - Quando foidenunciada aqui a morte de AlexandreVanuccht, estava presente o Deputado Can­tídio Sampaio e chamei à discussão doproblema a Liderança da Maioria. Naqueledia fez ela, inclusive, uma estatística ma­cabra da série de atropelamentos que sesucediam e afirmava: este é mais um atro­pelamento que correu no Pais. Esta aexplicação que a Maioria deu, mas nãotive a coragem de exibir o corpo massacra­do daquele estudante. Esta a informação deum elemento da MaiorIa srs, Deputados,que conhece os porões e os desvãos dosIPMs. - Noticias foram aqui trazidas quenem os advogados, nem a família do estu­dante massacrado tivera conhecimento.Apresentaram aqui, repito, estatísticas dasérie de atropelamentos, como se a mortedaquele estudante também nelas estivesseIncluída, morte que mereceu do Cardelde São Paulo. D. Evaristo Arns, a seguinteexpressão: "Quando mataram Jesus Cris­to devolveram o corpo. A família daqueleestudante nem isto".

Chamei os Deputados de São Paulo, oSr. Cantídio Sampaio freqüentador da Se-

. cretaría de Segurança, ex-titular daquelapasta, para que prestasse esclarecimentospor mais um assassinato - não há outronome, não há eufemismo, Sr. Presidente,

assassinato de estudante. Esta é a herançaque o sistema irá entregar ao General Gei­sel: assassinatos políticos às dezenas, àscentenas e todos aqueles estudantes quedenunciaram o crime foram assistir à missamandada rezar, de braços dados, por su­gestão do Cardeal de São Paulo. A Catedralestava cercada pelas tropas, revívendoaqueles áureos tempos do nazismo. E saí­ram de braços dados, sob pena de seremencarcerados. Isto, srs, Deputados, os jor­nais não publicaram. Ninguém vai ao Con­selho de Defesa dos Direitos da PessoaHumana buscar manchetes de jornais, por­que o Conselho é órgão desfigurado, onde oGoverno colocou elementos sem represen­tatividade de diversos Ministérios.

O 'Sr, Marcos Freíre - Há dias, os jor­nais noticiaram que iria ser extinto o Con­selho de Defesa dos Direitos da PessoaHumana. Isto foi desmentido pelo Sr. Mi­nistro da Justiça. Surge-nos, agora, umadúvida, porque o nobre Líder da ARENA,Deputado João Línhares, está pregando quequando ocorrer casos de violação dos direi­tos da pessoa humana, quando prisioneirosdesaparecerem, quando a sua integridadetísíca ou mental for atingida, quando osprisioneiros morrerem nas celas, não sedeve recorrer a esse Conselho. Para isso háa Justiça. Ao Conselho não cabe punirninguém, diz S. Ex.o" e sugere a responsa­bilização de atos delituosos.

O Sr. João Linhares - É a rei que dizisso.

O Sr. Marcos Freire - Interrogaríamos aLiderança da ARENA; quantas recomen­dacões nesse sentido foram feitas pelo Con­selho de Defesa dos Direitos da PessoaHumana, apontando autoridades responsá­veis, solicitando abertura de inquéritos ouencaminhando os processos que venhamàs mãos de Procuradores-Gerais para queeles, através dos instrumentos legais, pon­nham na cadeia os que abusam da forçae da autoridade dos cargos que ocupam.

O SR. LISANEAS MACIEL - V. Ex.a estáquerendo exigir muito do Conselho, dosimulacro 1e Conselho de Defesa dos Di­reitos da Pessoa Humana. Perguntamos:qual a diligência que esse Conselho reali­zou? Qual a testemunha que interrogou?Qual a providéncia que efetivamente to­mou na defesa dos direitos da pessoa hu­mana?

O Sr. João Unhares - Veja V. Ex.a quenão é fácil dialogar com a Oposição. Nomomento, recordo-me da primeira fala doDeputado Pedroso Horta, no início destaLegislatura, quando dizia que o único pal­mo de verdade existente neste Pais erapisado exclusivamente pelos membros daOposição. Veja como é dificil dialogar comquem acha que está sempre com a verdade.A verdade só pode ser fruto de pesquisa, dediscussão e de diálogo. Mas o MDB acusoue está certo. Recentemente o DeputadoFernando Lyra citou determinados fatos,dizendo e repetindo: está provado, estáprovado, está provado. É difícil dialogar econtestar uma sentença que transitou emjulgado. O Deputado Marcos Freire afirmouque eu advogava a extinção do Conselho deDefesa dos Direitos da Pessoa Humana.Nào. O que eu advogo é que ele seja pro­vocado dentro dos limites que a lei que oeriou estabelecem. única e exclusivamente.Quanto às exigências e decisões do Con­selho, não as conheço, nem acompanho osseus trabalhos.

O SR. LISANEAS MACIEL - Seria muitobom...

O Sr. João Línhares - Não sei se oDeputado Marcos Freire os tem acompa­nhado permanentemente. Mas vou me dar

a esse cuidado, para saber se foi sugeridaalguma medida punitiva ou recomendaçãoàs autoridades competentes.

O SR. LISANEAS MACIEL - Acredito queseria muito útil a V. Ex.a se freqüentasseas Auditorias Militares.

O Sr. João Llnhares Acredito quemuito mais útil seria aos membros daOposição.

O SR. LISANEAS MACIEL - Eles estãoacostumados a isso.

O Sr. João Linhares - Não me consta.

O SR. LlSÂNEAS MACIEL - Estamostentando, aqui, chamar a atenção dos ilus­tres componentes da bancada da Maioriaa fim de sabermos qual a herança que ~General que ocupará a Presidência da Re­pública vai receber. Não faremos referên­cia, evidentemente, à trágica herança eco­nômica e a outros aspectos que, sem con­testação eficiente, têm sido denunciadosdesta tribuna. Preocupa-nos fundamental­mente, prioritariamente, precisamente aviolação dos direitos humanos pelo Govar­'no, que quer entregá-la como neranca aofuturo Presidente da República. .

Sr. Presidente, há poucos dias relatei aquique uma pessoa foi julgada por ter viola­do a Lei de Segurança Nacional, ao tempoda ditadura Vargas. A acusação que sobreela pesara era de ter pisado sobre umamoeda em que estava estampada a efígiedo ditador de então. Por isso essa pessoafoi levada às barras do Tribunal. E a des-

• culpa que o advogado arranjou para ex­cluir da pena aquele estudante ~ era es­tudante, também, pertencia a uma classemais fluída, mais sensível aos reclamos einteresses do País - foi a de que na rea­lidade, ele pisara sobre aquela mo~da paraque ela não caísse no esgoto. Aí 'sim _teria argumentado o advogado - a imagemdo ditador ficaria. definitivamente cons­purcada.

De acordo com o atual conceito de se­gurança nacional, todo cidadão é pratica­mente obrigado, tal como ocorria no regi­me nazista a ser denunciante do seu pró­ximo e acusador daqueles que vivem emsua periferia ou em seu círculo de relações.Nesse clima trágico observamos que há umanova mentalidade. Por esta razão, qual­quer pronunciamento, crítica e indagaçãopor mais legitimos e pacificas que sejam, nã~podem ser levados para a frente, pois ocensurante, o indagador será frontalmenteenquadrado nas leis de segurança nacional.Pretende-se fazer crer que isso é uma dire­triz, uma característica do atual Governo.Eu digo que não, Sr. Presidente. Não é so­mente o capital espoliativo das multína­cíonaís que está determinando esse com­portamento do Governo brasileiro, no quetange à ditadura econômica. Essa diretriz.no que se refere à seguranca nacionaltambém é determinada de tora. '

Há pouco tempo se reuniu, nos EstadosUnidos, um grupo da mais alta relevânciapara os negócios daquele país. Aquela reu­nião da American Management Associa­tíon compareceram Secretários de Estado,secretários de Comércio. Deputados do Le­gislativo norte-americano, além, natural­mente, dos grandes representantes das im­portantes companhias mulünacíonaís, e atéum observador da Embaixada russa. Naoportunidade, foram fartamente distribui­dos noticiários a respeíto das torturas e da

'violação dos direitos humanos na AméricaLatina, notadamente no Brasil. A reuniãose destinava a estudar o ambiente de ne­gócios no Brasil. Foram distribuídos pan­fletos e informacões sobre as costumeirasviolações dos díreítos humanos neste País.

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-1400 Terça-ielt'a 11. DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção 1)' Setembro de 1973

..o Presidente da Ameríean Management~ciation, Sr. H. L. Hoffenberg, colocouem seu currículo esta informação espanto­ea: "Membro da CIA americana e Presi­dente da Ameríean Management Associa­tíon." Não teve sequer o cuidado de es­conder essa condicão nem as torturas emazelas que ocorrem neste País. Aquelemembro da CrA estava estudando as me­didas que os homens de negócios norte­americanos deveriam tomar, com o respal­do de autoridades daquele :Jais, com a pre­senca de embaixadores da América Latina,pará garantir o business and employmentno Brasil. Então, sugeriram abertamente ­e tenho eIfí mãos documento oficial - quese estudasse a maneira de intervenção mi­litar, a nível governamental, para mantero regime repressivo existente no Brasil,desde que houvesse continuidade n? 9ueeles entendem como progresso eeonormco.

Como se observa, essas decisões são to­madas às eseâncaras .

Quanto à repressão e violação dos direi­tos humanos, não se pode dizer que laçamparte de uma diretriz advinda doe mentali­dade que por acaso prevaleça em alguns ór­gãos de repressão à informação no Pais.Não ela também tem origens aüenigenas.E aSsim devemos nos comportar, desde quehaja o famoso progresso econômico. Pro­gresso para quem, Sr. Presidente? Para asmultinacionais. Desde que se garanta a re­messa dos lucros, desde que o Brasil se con­serve como colônia de extração, deveriamser tomadas medidas em nível governamen­tal para manter o governo. Determina-seo comportamento dos órgãos de repressãonão apenas por uma diretriz de ordem in­terna. Mas é tal a nossa dependência, étal o domínio, não apenas na esfera poli­tica mas em qualquer setor econômica ousob'qualquer outro ângulo que se examineo famoso desenvolvimento brasileiro, quese verifica que quem traça as diretrizes es­tabelece as normas. E os resultados aí es­tão: 2 bilhões e 500 mílhões de dólares fo­ram remetidos para o exterior, ou seja, 500milhões de cruzeiros a mais do que toda amoeda circulante no País. O Brasil, repito,tornou-se um paraíso, uma colônia de ex­tração, por excelência, um instrumento doneo-Imperlallsmo que está pretendendofazer com que o Brasil faça aquele jogodas multínacionaís, que hoje não mais po­de ser feito diretamente.

O Sr. Walter Silva - Serei breve, nobreDeputado Lísàneas Maciel. Neste vibr!7ntee vigoroso discurso, que naturalmente Iíca­rá na História e nos Anais, V. Ex.a lembrou,e lembrou muito bem, a influência das mul­tínacíonaís na economia dos países subde­senvolvidos. Desejo apenas recordar que ojornal O Estado de São Paulo, como as de­mais periódicos do Pais publicou, quase naintegra discurso pronúnciado pelo Gene­ral Carcagno da Argentina, na última con­ferência dos' exércitos americanos, reali­zada em Caracas, através do qual ele con­dena as multínacíonais , Em trecho do seudíscurso, que foi vigoroso, lembra aquelemilitar que o inimigo que ataca o ~oJ?eJ:!l'aquele que aceita o emprego da víolêncíacomo meio de ação para consecuçao dasS'BUS objetivos, é o mesmo inimigo da hu­manidade. Nesta hora em que V. Ex.aJem­bra que os órgãos de repressão no Pais es­tão-se extremando - inclusive censurandoórgãos de informação da exterior; :;té <?spronunciamentos do Papa Paulo VI têm SI­do censürados, principalmente o~ .em que8.S. se manifesta contra essa polítíca bra­sileira de repressão mesmo à Igrej a - que­ro felicitar-lhe e lembrar que é chegada ahora de os que exercem esta repressão pen­sarem um pouco na História e de saberemque não vão durar para sempre, que um diavão morrer e prestar contas a Deus por

esses atos de violência contra seus seme­lhantes contra o ser humano, contra, afi­nal de contas, brasileiros como eles.

O SR. LISÂNEAS MACIEL-Lembrou V.Ex.a com muita propriedade. A imprensa noBrasil tem sido muito censurada. Isso aqui,srs. Deputados, é um volume contendo ostextos das últimas censuras aos jornais doEstado de São Paulo. Opiniões políticas,fotografias do escândalo de "Watergate",da ITr, opiniões diversas, piadas et.c., sãocompletamente censuradas. No Brasl~ agn­ra se chegou a um extremo, a que nao seicomo o sentimento religioso, a sensibilida­de humana os últimos graus de sensibili­dade dos il~stres membros da Bancada Go­vernista podem resistir. Refiro-me ao des­pacho recebido por ocasião da entrega decredenciais do Embaixador brasileiro a S.S.o Papa Paulo VI.

"Castel Gandolfo, 28 - O Papa PauloVI exortou hoje o Governo brasileiro"- Sr. Deputado Geraldo Freire - "arespeitar os direitos humanos e asse­-gurar a justiça econômica, em uma evi­dente alusão às denúncias de torturase repressão política no Brasil. O apelopapal, formulado em uma audiênciacom o novo embaixador brasileiro jun­to à Santa Sé, surgiu em um momen­to de tensão nas relações entre a IgrejaCatóliea e as autoridades daquele Pais.Ontem, a Igreja brasileira denunciou acensura das informações sobre desa­parecimentos, prisões e apreensões dedocumentos eclesiásticos, em duas Ca­pitais de Estados brasileiros.

O Sumo Pontífice disse ao EmbaixadorAntônio Borges Leal Castello Branco, queapresentou suas credenciais nesta Capital,na residência de verão do Papa, que:

"Só se pode obter um bem-estar comumquando se garantem os diversos direi­tos e deveres do ser humano." Não po­de haver "autêntico progresso" semjustiça e respeito pela dignidade de to­dos os homens, sem distinção, declarou.O Papa disse ainda que, devido à nu­merosa população católica, o Brasil éum pais particularmente importantepra a Igreja, Ao mesmo tempo, mani­festou o seu apoio à mais alta hierar­quia eclesiástica desse pais, cuías re­lacões com o Governo têm-se deterio­rado ultimamente. As relações entre oclero e o Governo atingiram seu nívelmais baixo em maio, quando três ar­cebispos da região nordeste e dez bis­pos divulgaram manifesto em queacusavam o Governo de "torturas, as­sassinato e mutílacões" bem como de"repressão, eolontalísmo e a aplicaçãode uma política econômica que bene­ficia 20% da população."Em seu discurso o embaixador destacouos esforços que o Brasil desenvolve pa­ra promover o crescimento econômicoe elevar o nível de vida."

Sr. Presidente, Srs. Deputados, eviden­temente que tal discurso, que tal repreen­são de um Papa tido e havido como mode­rado, tido e havido como não seguidor da­quela linha mais avançada de João XXIII,àeveria eneontrar eco, deveria encontrarsensibilidade, deveria encontrar respostacondizente dos ilustres membros que com­põem a Maioria, para que não se entregueao Sr. General Geisel esse tipo de heran­ca trágica que vimos denunciando desde oinício desta legislatura e que tem sido cha­mado pelos acusados apenas de arroubos eacusações da oposição.

A esta altura quem fala é S.S. o PapaPaulo VI; e eu desafio S. Ex.as a que trans-

crevam a fala total de Sua Santidade, afim de que o Parlamento dela tome conhe­cimento.

O Sr. JG de Araújo Jorge - Gostaria,aparteando V. Ex. a, de lembrar, no mo­mento em que V. Ex.a cita S.S. o PapaPaulo VI, que, quando candidato a Depu­tado Federal da Guanabara, numa das ve­zes em que fomos à TV Globo, S.S. o Papahavia feito um pronunciamento a respeitodesses problemas que V. Ex." comenta nes­te momento, ou seja, a Situação dos regi­mes totalitários, que continuavam a empre­gar a violência, torturas, prisões, onde nãohavia liberdade de imprensa. E as declara­ções do Papa se referiam a um país daAmérica Latina onde a Igreja tinha omaior número de eatólicos. Obviamente,só poderia ser o Brasil. E na TV Globo,quando comparecemos para fazer o pro­gL~ma, se encontrava afixada, num dosestúdios, uma nata com as seguintes indi­cações:

"Proibidos quaisquer comentários so­bre as declarações feitas ho] e por S.8.o Papa Paulo VI e citações da mesma,integrais ou pareiais."

Isto em 1970. É o sistema que ai está; enão é de hoje, vem de 1964. Não mudou na­da. 8.S. continua no índex do sistema queaí se encontra. Eu estava no gabinete,quando V. Ex.a fazia referências ao Conse­lho de Defesa dos Direitos da Pessoa Hu­mana, sobre o qual tivemos tantas opor­tunidades de fazer comentários nesta Casa.Quem lê as pautas das atuais reuniões des­te Conselho tem a impressão de que seestá realizando uma convenção do Rotary,sem almoços e jantares. É um escárnio àopinião pública que um órgão com essadesignação, Conselho de Defesa dos Direi­tos da Pessoa Humana, reúna-se hoje ape­nas para distribuir votos congratulatórios,prestar homenagens e promover recepções,tudo sem nenhum conteúdo ou sentido, ne­nhum laço que o ligue aos motivos de suacriação. É um escárnío à opinião públicabrasileira que sobreviva um Conselho comessa designação quando, na verdade, nãotem o menor significado para nós.

O Sr. Daniel Faraco _ Nobre DeputadoLisâneas Maciel, parece que se reproduzagora o que há pouco tempo ocorreu emtorno de discurso feito pelo Papa sobre onoticiário. O Papa Paulo VI criticava oque acontece com as notícias. Há uma di­ferença muito grande entre a notícia e ofaro. A notícia é algo de autônomo em re­Iacão ao fato. O rato é uma coisa. a notí­eía é outra, por vezee completamente dife­rente. Entre o que V. Ex.a leu e o que acon­teceu, a única relaç'.« que parece existir éo nome do Papa. Veja Só: se reler o queacabou de comentar, V. Ex." vai verificarque 90% das palavras são da empresa no­ticiosa. Ela é que diz "acontece isso no Bra­sil, acontece aquilo no Brasil"; "quando oPapa falou se referia a isso". Toda a inter­pretação é da empresa noticiosa. As pala­vras do Papa falam em injustiça, naquiloque o Papa sempre diz, sempre repete, na­quilo que nós todos ouvimos, naquilo quetodos nós queremos pôr em prática. VejaV. Ex.a, tem razão o Papa. E quando ele fa­lou sobre a diferença que existe entre asnotícias, houve um clamor universal, porquese achava que o Papa estava exagerando,que estava crítícandc os meios de comuni­cação. Mas parece claro que a empresa no­ticiosa que divulgou esse telegrama faz par­te daquela Central que procura difamar oBrasil; parece não haver dúvida.

O Sr. Marcos Freire . Sr. Deputado,parece-me de alta relevância a dúvida íe-.vantada pelo Deputado Daniel Faraco. Porisso mesmo, seria o caso de a ARENA, porintermédio de seus Lideres, aceitar o repto

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Setembro de 1973 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Terça-feira 11 5461

que neste instante o MDB faz, de conse­guir, junto ao Binistério das Relações Ex­teriores, a integra do texto de SS. o PapaPaulo VI, para que o mesmo seja lido datribuna desta Câmara, desfazendo, assim,as dúvidas porventura existentes em tomofie assunto, afim de podermos comprovarse há, realmente, divórcio entre a notícialida por V. Ex.a e os fatos ocorridos, que,segundo S. Ex.a, não se passaram segundoo telegrama. Sem dúvida, S. Ex.a já está apar dos fatos, e é lamentável- que não osdescreva aqui, nesta oportunidade. Mas S.Ex.a poderá, até por questão de honestida­de, trazer o texto integral do pronuncia­mento de SS. o Papa Paulo VI, desfazendoas dúvidas levantadas.. O SR. LISANEAS MACIEL - Era exata­mente o que queria propor aos ilustres com­ponentes da Liderança da ARENA. Foramlevantadas dúvidas quanto à integra dopronunciamento de SS. e ao fato de aque­las recomendações se referirem ou não aoBrasil. Então, aqui fica o desafio para queS. Ex.a , que parece ter conhecimento dessamatéria há muito tempo, pois falou até quea notícia era interpretação das agênciasnoticiosas - não dei a origem do telegra­ma que tenhc em mãos - trago ao conhe­cimento do Plenário, na íntegra, o pronun­ciamento de S8., para verificarmos o queestá por trás do recrudescimento dessas me­didas contra os direitos hun:anos, o que sevai entregar ao General Geisel, quando eleentrar de posse deste País, quando receberesta Nação em 1974, já que nem as palavrasde SS. o Papa são suficientemente fortes ese tenta desviar o assunto. V. Ex.a, Depu­tado Daníel Farae9, me faz lembrar um epí­sódío ocorrido recentemente. Um grupo depessoas atacava violentamente o Presiden­te da República e por ali passava um oficialda Polícia, que prendeu os componentes dogrupo. Estes lhe disseram: "Estamos falan­do sobre o presidente de determinado clubede futebol e não do Presidente da Repúbli­ca". Dadas essas informações, o policial se­guiu seu caminho. Mas, de repente, voltoue prendeu novamente aquelas pessoas, soba seguinte alegação: "Fala" que o Presi­dente é ditador, que o Presidente não res­peita os direitos humanos, só podem estarfalando do Presidente da República".

Afirmando que as referências não são fei­tas ao Brasil mas a outro pais generica­mente. V. Ex.a está na obrígacão de apre­sentar a íntegra do discurso de 88., paraverificarmos se este Parlamento tem ounão o dever de se formar ao lado daquelesque ainda têm um r uqulnho de sensibili­dade, não digo religiosa, Br, Deputado, mashumana em relação a um problema queestá envergonhando es' a Nação.

O Sr. Freitas Nobre - Há um evidenteequivoco do nobre Deputado Daniel Fara­co, quando S. Ex.'" diz que havia necessida­de de se distinguir o fato da notícia. A no­tícia é o relato do fato. O que se pode dis­tinguir é, relativamente à notícia que re­vela o fato, o comentário. Equivocou-se evi­dentemente, S. Ex.a, quando diz que hádiscordância entre o fat'l e a notícia. 8.Ex.'" não "percebeu que a notícia é o relatodos acontecimentos, e para exatamente fa­zer retificação quanto a este equivoco, devecolocar os pontos onde deveriam estar, paranão haver interpretação equivoca de que hácomentário e não há noticia.

O SR. PRESIDENTE (Flávio Mareílio) ­O tempo do nobre orador está esgotado.

O SR. LISANEAS MACIEL - Termino, 81'.Presidente.

Ao fazer, esses apelos à ilustre bancadada Maioria, termino minhas observações.lembrando as palavras de outro eclesiásti­co. Um pastor protestante, pouco antes deser sacrificado pelo regime nazista, disse:

"Primeiro eles vieram buscar os comunis­tas. Não falei nada porque não era comu­nista. Depois vieram buscar os estudantes,Não falei nada porque não era estudante.Depois vieram buscar os operários e mem­bros de sindicatos. Nao falei nada porquenão era operário sindicalizado. Depois vie­ram buscar os católicos. Não falei nada por­que era protestante. E finalmente vieramme buscar, e quando isso aconteceu nãorestou mais ninguém para falar."

Era o que tinha a dizer. (Muito hemtMuito bem! Palmas. O orador é cumpri­mentado.)

Durante o discurso do Sr. LisâneasMaciel, o Sr. Aderbal Jurema 19-Vice­Presidente, deixa a cadeira da presi­dência, que é ocupada pelo Sr. maoioMarcílio, Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Flávio Marcílío) ­Nos termos do inciso lI, do artigo 10, doRegimento Interno, concedo a palavra aoSr. Geraldo Freire, Líder da Aliança Reno­vadora Nacional.

O SR. GERALDO FREIRE - (Como Lí­der. Sem revisão do orador.) Sr. Presidentee 81'S. Deputados, no dia seis de setembro,o Sr. Presidente da República, em reuniáodo Ministério, pronuciou discurso da maisalta importância, a cuja leitura procedereipara que conste, na integra, dos nossosAnais.

"A preocupação suprema do Governo,como tenho afirmado reiteradamente,consiste em valorizar o homem. Ao de­finir esse objetivo primordial, acentueique seria ele alcançado, gradualmente,no campo das relações econômicas, me­diante providências práticas e exe­quíveis, que contribuíssem para a me­lhoria do bem-estar dos trabalhadores,sem prejudicar o ritmo verificado nacriação de riqueza.

Obedeceu a esse propósito a Lei Com­plementar n.o 11, que instituiu o Pro­grama de Assistência ao TrabalhadorRural. Em vigor desde 25 de maio de1971, vem o PRORURAL concorrendopara a progressiva incorporação do ho­mem do campo à sociedade de consumoe para a disseminação de serviços deassistência médica e social a gruposhumanos antes marginalizados e esque­cidos.

Entre os beneficios concedidos aos tra­balhadores rurais, figura, ao lado daaposentadoria por idade ou invalidez,a pensão à família, em caso de morte.O valor desse beneficio, no regime vi­gente, é igual a 30% do maior saláriomínimo vigorante no País.

Verificou o Governo, porém, que, emface dos recursos financeiros obtãdospelo FUNRURAL, bem como da efici­êncía com que vem sendo executado oprograma de amparo ao homem docampo, se faz possível, desde agora, semaumento de qualquer taxa e sem cria­ção de novos ônus, elevar o valor daspensões, equiparando-o ao das aposen­tadorias.

Esta a finalidade principal do projetode lei que, dentro em pouco, encamí­nhareí ao Egrégio Congresso Nacional.Concebido de modo objetivo e realista,o projeto testemunha, mais uma vez, oinabalável intento governamental deassegurar ao trabalhador, no estágioatual do nosso desenvolvimento, partici­pação cada vez maior nos frutos doprogresso.Af3 normas de justiça social, que nãose concretizam apenas na distribuição

mais equânime da riqueza coletiva, masainda no tratamento humano daquelesque vivem no trabalho, no sol a sol dalavoura, ditaram também a inserção, nopro]eto de lei, de dispositivo especial,destinado a evitar a dispensa sistemá­tica do trabalhador em virtude da ob­tenção da aposentadoria. Cumpre queesta, na verdade, seja entendida comoforma de auxilio, à semelhança do abo­no de permanência em serviço, devendoconcorrer, assim, para que o homem docampo se radique em seu habitat e neledesfrute. com sua família. da tranquili­da de que merece.Medidas dessa natureza poderão, a mé­dio e longo prazo, contribuir para quediminua o êxodo rural, para que se eli­mine das cidades o triste espetáculo daindigência e para que se venha a su­perar o desequilíbrio entre a cidade eo campo, onde ainda se concentra amaior parte de nossa população.

Procede essa iniciativa da filosofia po­lítica, que é responsável, no quadro re­volucionário, por um largo conjunto dedecisões do mais alto sentido assisten­cial. Entre tais decisões se conta a queatribui caráter prioritário à gradativaampliação da assistência farmacêuticano tocante às classes de reduzido poderaq uisi tivo.

Com fundamento na idéia de que. sema possibilidade de aviamento da receita,a consulta médica se torna inócua paragrande parte da população, implantou­se Agência Administrativa, a Central deMedicamentos. que, com rapidez e efi­ciência, põe hoje o remédio ao alcancede todos, por preços acessíveis, ou atégratuitamente, quando não haja pos­sibilidades de pagamento.De tal maneira se expande esse traba­lho que, neste ano, segundo estimativasfundadas naquilo que já se fez atéagora, serão atendidas gratuitamentecerca de 15 milhões de pessoas, situa­das na faixa de renda mais baixa.

Em princípio semelhante se deve ins­pirar a articulação de cruzada paracombate ao câncer, flagelo que traz a.humanidade em permanente sobressal­to, calculando-se que, entre nós, a ocor­rência dessa moléstia sej a de 200 a 300mil casos novos por ano.

Sabe-se, no entanto, que elevada per­centagem dos casos de caneer é de fá­cil diagnóstico e prevenção, sendo. ain­da, curáveis alguns de seus tipos, quau­do diagnosticados precocemente e tra­tados de forma adequada. Acontece, po­rém, que, na sua maioria, os pacientesprocuram os recursos médicos já emavançada fase da doença. o que onerae dificulta o tratamento reduzido o per­centual de cura.

Cumpre promover, assim por meio decampanha bem orientada, o diagnósticoprecoce do câncer em sua fase pré-in­vasora, descobrir as lesões displásticasprecursoras e efetuar com isso a sua.verdadeira prevenção. Nada valeria en­tretanto, proceder ao diagnóstico semque se facultassem condições para tra­tamento da moléstia.Para atender a essas exigências, tãoimperiosa uma como a outra, resolveuo Governo lançar, como faz neste mo­mento, o Programa Nacional de Con­trole do Câncer, entre cujos objetivosestá: modernizar a Divisão Nacional deCâncer, dando-lhe novas bases estru­turais, técnicas e administrativas; re­estruturar e reequípar o Instituto Na­cional de Câncer a fim de adequá-lo

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R/!2 Terça-feira 11 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção J) Setembro de 1973

aos seus objetivos técnico-científicos;recompor progressivamente, sob a for­ma de sistema, a Infra-estrutura mé­dico-hospitalar, oficial e particular, emtodo o território nacional, completandoe renovando seus equipamentos e per­mitindo o desenvolvimento racional dasatívídades de controle do câncer; de­senvolver os programas de capacitaçãode recursos humanos nas diversas ca­tegorias e níveis. O programa se desen­volverá de forma integrada em todo opaís, competindo à Divisão Nacional deCâncer as funcões normativas de assis­tência financeira, enquanto se deixarãoàs instituições especializadas e uníversí­tárias, em trabalho comunitário, asatividades-fim ou de execução.

Duzentos e vinte milhões de cruzeirosserão empregados, na etapa compre­endida entre 1973 e 1974, no custeiodesse programa, que visa proporcionarà população, no concernente ao controledo cancer, assistência médica integral,oportuna, igualitária e suficiente, nostermos definidos pela Política Nacionalde Saúde.Graças ao acerto das medidas tomadaspara estimular a produção, em todos ossetores, conseguiram os Governos daRevolução imprimir invejável ritmo aocrescimento da nossa economia. Tudoindica que os níveis obtidos, nos últimosanos, se conservarão estáveis por largoperíodo, garantindo ao país a manu­tenção do seu atual surto de prospe­ridade.A larga e tripidante transformação quese registra em nossa economia suscita,a cada passo, a necessidade de novosempreendimentos governamentais. no­tauamente no campo dos transportes, afim de que se assegure ao crescente vo­Iume de bens - criados pela expansãoda atividade produtiva - círculacãorápida, segura e econômica.

O aumento da demanda de transportes,nos próximos anos, exige, assim, pro­vidências oportunas, para que, pelacorreção das deficiências que se pre­nunciam, não se estabeleçam pontos deestrangulamento na economia do país.Atento à dinâmica do desenvolvimentonacional, cuida o Governo de garantir,mediante infra-estrutura adequada, aoperação eficiente de várias modahda­des de transporte, segundo métodos eprocessos racionais, incentivando, assim,a superação das ínsuticíêrreías qualita­tivas e quantitatrvas e corrigindo osdefeitos de exploração.

Programas de grande porte se desen­volveram, diante disso, quer no setorrodoviârio - onde hoje existem maisde 30 mil quilômetros de estradas fe­derais pavimentadas; quer no setor daMarinha Mercante -- no qual se as­sinala a participação da Marinha Mer­cante em mais de 40% do frete total:quer no setor de portos e vias navegá­veis - a respeito do qual se verificamimportantes projetos de construção,expansão ou transformação de portos emelhoria da navegabilidade de viasinteriores.

No setor ferroviário, enfrentaram osGovernos da Revolução graves deficiên­cias estruturais, em virtude de inade­quada organização administrativa, ex­cesso de pessoal não qualificado, grandesextensões de ramais anti-econômicos,obsoletismo do equipamento, nas con­dições da via permanente, causandotudo isso elevado deficit operacional einexpressiva participação no total dotransporte de mercadorias t passageiros.

Resultados expressivos já se lograram,porém.. até agora, no trabalho de sa­neamento do sistema ferroviário, espe­cialmente em virtude dos esforços pararacionalizar o processo administrativoe operacional das ferrovias.

Juntamente com as transformações porque passa a economia nacional, os im­portantes projetos em fase de implan­tação, já de origem governamental, jáoriundos da iniciativa privada, hão degerar novas cargas, para cujo trans­porte o setor ferroviário é o mais ade­quado.Repercussão marcante na procura dotransporte ferroviário terá, sobretudo,o considerável crescimento da indústria,particularmente da siderúrgica, ao qualse somará o acréscimo da produção agrí­cola e a ampliação do volume dasexportações. Em razão disso, estima-seque a tonelagem de mercadorias trans­portadas por meio ferroviário duplicarános próximos cinco anos.

Induziram essas circunstâncias a nro­mover-se a elaboração de plano -fer­rovíárío para acudir à necessidade, numfuturo próximo, de transporte por es­trada de ferro.O plano assim concebido implica, porcerto, conjunto de providências quecompetirão à próxima administração.Imperioso se faz, no entanto, que a de­cisão quanto a algumas dessas medi­das seja tomada imediatamente, pois,de outro modo, não poderá o Governovencer as dificuldades que surgirão, nodecorrer do ano vindouro, no que dizrespeito ao escoamento das safras, aocumprimento do programa de expansãoda indústria siderúrgica e à comple­mentação do Programa dos Corredoresde Exportação.Inadiável se torna, por isso, dotar derecursos financeiros adicionais o pro­grama ferroviário, a fim de se impul­sionar, de acordo com. as exigências domomento, o desdobramento de Inicia­tivas referentes a expansão e melhoriado transporte viário. Esses recursos, novalor de Cr$ 911 milhões, destínar-se-ãoao Departamento Nacional de Estradasde Ferro e à Rede Ferroviária Federal.Acrescida essa importância às que jáse acham previstas na programação fi­nanceira para 1974, subirão, no pró­ximo ano, a mais de Cr$ '1bilhões e 200milhões, os investimentos federais nosetor ferroviário.

Ao aprovar a proposta formulada, a talrespeito, pelo Ministério dos Transpor­tes e sufragada pelos Ministérios daFazenda e do Planejamento, quero su­blinhar o singular relevo atribuído pe­lo Governo à função, cada vez mais im­portante, reservada - no que concerneà circulação, tanto de bens materiaiscomo de pessoas - ao transporte rapidosobre trilhos.

A diligência posta em prevenir obstá­culos à circulação de bens e pessoas-nasregiões de maior produtividade não in­duziu jamais a que se relegasse a planosecundário o imperativo de estimular odesenvolvimento de regiões onde sãomenos favoráveis as circunstâncias pa­ra o trabalho criador. O gigantesco es­forço dispendido para integração, den­tre outras, da Região Amazônica, é, porsi só, prova suficiente do caráter, porassim dizer, universalista da políticaseguida pelo Governo quanto ao trata­mento dispensado, com objetividade elargueza, aos interesses gerais da N a­ção.

Paralelamente à decisão histórica, quelevou à construção da Rodovia Transa­mazôníca, outras decisões, de suma re­levância, se tomaram para aquilatar opotencial de riqueza do imenso territó­rio, cortado por esse caminho rodoviá­rio, a fim de se lhe dar aproveitamen­to conveniente e racional. Entre os pla­nos adotados para esse fim, numera-se,de modo particular, o consistente noProjeto Radam, pelo qual se procede aolevantamento ratlamétrico de vastaárea da Região Amazônica. Por melodesse projeto, estão sendo colhidos, en­tre outros elementos, sobremodo impor­tantes, preciosas informações sobre áreade drenagem e fluviografia da região àsquais se acrescenta longa série de da­dos hídrométrícos obtidos graças à con­tinuidade na observação de vários rios,mediante novos postos de medição dedescarga, mantidos pela Comparihla dePesquisa de Recursos Minerais.

Em conseqüência desses trabalhos, ór­gãos governamentais, situados na áreado Ministério das Minas e Energia, apu­raram a existência, somente na baciado Tocantins, do potencial hidrelétricode, aproximadamente, 7 milhões de qui­lowatts, além de meio milhão de qui­lowatts, no trecho do Alto Araguaia.Concentrou-se a atenção, por outro la­do, no conhecimento de dois grandesafluentes da margem direita do Amazo­nas, o Tapajós e o Xingu, cada um de­les com a área de drenagem de 500 milquilômetros quadrados, rios cujos po­tenciais hidrelétricos - distantes mile 302 mil quômetros dos centros con­sumidores da Região Sudeste - podemser utilizados por estes, em face daatual tecnologia de transmissão em ten­sões ultra-elevadas.Segundo estimativas preliminares, rea­lizadas pela ELETROBRAS, o potencialdesses dois rios se eleva a mais de 30milhões de quilowatts. Isto significaque os três afluentes citados. isto é, oTocantins, o Xingu e o Tapajós, comárea de drenagem combinada de 1 mi­lhão, 750 mil quilômetros quadrados,possuem potencial conjunto de cerca de40 milhões de quilowatts, mais do do­bro, por conseguinte, do representadopela Bacia do Paraná até Itaípu,Esutdos, em escala intensiva, estão emandamento para avaliar a viabilidadeeconômica desses potenciais hidrelétri­cos, ao mesmo tempo que se acompanhao progresso verificado na tecnologia detransmissão a longa distância.Quando se descartasse a possibilidadeda utilização desse potencial hídrelétrí­co na Região Sudeste do país, seriasempre possível empregá-lo, tanto paraatender, a menores distâncias, grandescargas eletrometalúrgícas exigidas pelosempreendimentos projetados para a­Amazônia como para suprir a demandade energia de outros mercados resul­tantes da descentralização do parqueindustrial brasileiro, estimulada, vigo­rosamente, pela própria existência, naRegião Amazônica, desse novo e imen­so cabedal de energia.Dispensável se torna encarecer a im­portância que reveste o volumoso po­tencial de energia hidrelétrica, cujaexistência ora se anuncia, quer peloque representa para o Brasil, no mo­mento em que se agravam, no mundo,os problemas energéticos, quer pelo questgntüoa. para o nosso país, como agen­te do restabelecimento de maior equilí­brio regional.

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Setembro de 197~ DlARIO no CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Terça-feira 11 5461

Como medida preliminar para o apro­veitamento desse potencial hidrelétrico,determinei se elaborassem imediata­mente projetos de engenharia para asusinas do rio Tocantins, a fim de quese possa decidir, com segurança, já nofinal de 1974 quanto à conveniência eoportunidades de sua construção.

Ajustam-se essas providências, todasobjetivas e práticas, à filosofia social,que anima o Governo, à sua perma­nente preocupação humana, no seu con­tínuo empenho de fortalecer, em pro­veito da coletividade, a nossa estrutu­ra econômica, ao seu objetivo inabalá­vel de ocupar os nossos espaços vazios ede valorizar, sem distinção, todas as re­giões do território brasileiro."

Mais uma vez, Sr. Presidente, fica de­monstrada a preocupação essencial do Go­verno brasileiro de valorizar o homem, decriar condições de bem-estar, de confortoe desenvolvimento para o nosso povo e paraa nossa Nação.

O Sr. Presidente da República, tal comose deu no seu memorável discurso de pos­se, começa agora as suas palavras pelo que

. socialmente de mais humilde existe noBrasil. Começa pelo trabalhador rural, es­quecido até há bem pouco tempo das nos­sas leis e dos nossos governos. Começa poresta preocupação de promover aquele que,não sendo eleitor e vivendo nos recantosmais longínquos do País, não interessa aotrabalho fácil da demagogia. Não faz muitotempo, instituiu-se no Brasil o regime daaposentadoria ao trabalhador do campo,uma obra que, por sí só, diante do seu con­teúdo humano e social, bastaria para imor­talizar qualquer governo. Se o GeneralMédici nada mais houvesse feito neste ru­mo. haveria uma grande herança para dei­xar aos nossos homens e aos nossos gover­nantes do futuro. Muitas coisas de indis­cutível valor, de preponderância extraordi­nária foram realizadas pelo Governo, cujomandato ~á está entrando no seu últimosemestre de duração, e que até o últimodia, de cabeça erguida, saberá trazer bene­fícios ao nosso povo e ao nosso Pais.Não é necessário estejamos aqui, no mo­mento, a recapitular aquilo que, por serpresente em nossa História, está bem vivona compreensão e no entendimento do povo,que haverá de guardar em sua memóriahistórica como uma das épocas mais bri­lhantes e mais realizadoras na vida da nos­sa Pátria.

Passando ao exame do projeto cujo en­caminhamento ao Congresso S. Ex." anun­ciou para breve, veremos que a viúva dotrabalhador rural passará a ter pensãoigual à da aposentadoria do marido; e que,ao lado de outros beneficios, o trabalhadorrural estará a coberto de despedidas in­justas. A aposentadoria não será, de formaalguma, motivo para que se rescinda o con­trato de trabalho e para que o trabalhadorseja convidado a abandonar a terra emque vive. Com isto fica complementada umamedida do mais alto alcance, cujos lou­vores a-nossa palavra será insuficiente paratraduzir, tal a beleza do seu sentido huma­no e tal a justiça social, ampla e profunda,que reside na sua elaboração.

O Sr. Fernando Lira - Deputado LíderGeraldo Freire, V. Ex." traz à Casa e trans­creve nos Anais o pronunciamento feitopelo Sr. Presidente da República no dia 6de setembro. Todo o Pais ficou surpresocom a convocação do Ministério, sem quenenhuma notícia tivesse sido dada a res­peito das matérias a serem tratadas. Aprópria imprensa estava perplexa e espera­va realmente mais um impacto. a exemplodo que já sucedeu várias vezes. Estávamos

ouvindo atentamente as palavras de S. Ex.a.,transmitida em vídeo-tape de uma reuniãorealizada pela manhã, da qual a Nação na­da sabia, e verificamos, Deputado GeraldoFreire - permita-me V. Ex." - que o Go­verno saiu do impacto para o subimpacto.A fala de S. Ex.a o Sr. Presidente da Re­pública jamais comportaria uma apreensãopor parte de toda a Nação, porquanto setratava de assunto já revelado à Naçãoatravés de impactos. Durante meia hora,S. Ex." falou à Nação. Falou sobre um aden­do ao PRORURAL, depois sobre os milhõespara a cura do câncer, depois sobre o pro­blema ferroviário, e ainda sobre o problemaenergético. Realmente, não houve concate­nação nas palavras de S. Ex." Quando sereferiu ao problema do trabalhador rurale à saúde, julgávamos que S. Ex." iria tra­tar do combate às endemias rurais, à es­quístossomose, ao glaucoma, àquelas molés­tias que realmente vêm matando, pelo me­nos, conforme estatística de 1970, do lBRA,30 a 40% da população rural do Nordeste.É válido, é justo que se dê dinheiro paracombate ao câncer, mas não podemos des­prezar aquelas doenças que têm causadomortes, principalmente naquela área. Du­zentos e poucos milhões para o câncer nadasignificam e muito representariam se fos­sem destinados ao combate daquelas mo­léstias oriundas do subdesenvolvimento. V.Ex." conhece a gravídads do problema damortalidade infantil no Nordeste. Quantoao problema energético, Deputado GeraldoFreire, vai permitir-me V. Ex.a dizer que oPresidente exagerou um pouco no tocanteaos milhões de reserva de kw na regiãoamazônica. Não deveria tratar. através deuma transmissão pela EMBRATEL. de pro­jeto de engenharia que no momento sequertem condição de ser elaborado. acres­centando que a partir de 1974 será equa­cionada a problemática energética da Ama­zõnía, Tenho a impressão de que a Asses­soria de S. Ex.". sentindo o fim do Governo,está querendo governar a partir de 1974.E~te é um projeto que se de impacto fosse,só deveria ser anunciado após determina­dos os estudos de engenharia. Sabemos queé totalmente impossível. de um momentopara o outro, determinar um projeto da­quele porte, daquela natureza. O problemada rede ferroviária era para ser tratado porum Ministro de Estado, por um Diretor deRede Ferroviária. Acho que a Assessoria deS. Ex_a. na ânsia da perpetuação de suaimagem perante a opinião pública. está pas­sando do impacto para o subimpacto.

O SR. GERlH,DO FREIRE - Nobre cole­ga, esta é uma questão subjetiva. Tem V.Ex_a o direito de entender que o combateao 'câncer não se reverte de significado.Pode entender que seja um subímpactoo trabalhador descalço não mais poder serdespedido em virtude da aposentadoria. Po­de entender que não tem qualquer sentidode grandeza o fato de que a pobre viúvade um trabalhador rural não mais preci­sará pedir esmolas à Sociedade São Vicen­te de Paulo.

Pode entender que descobrir. energia elé­trica nova para o Brasil -não tem gran­de significado. Pode, perfeitamente, daro seu juízo sobre a inutilidade das estra-

. das de Ierro,

Para mim, entretanto - e quero crer quepara a maioria do povo brasileiro - essasnotícias são de profundo significado. Nãohá desejo de impacto. Esta palavra foi in­ventada por alguns, que assustados com asmedidas do Governo, procuram depreciá­las, ou exagerar o seu valor. O que há sãonormalidades administrativas. A reuniãode Ministério não é descoberta deste Go­verno, nem é a primeira vez que se faz.É rotina. De vez em quando, o Ministério

se reúne e o Presidente da República apro­veita para fazer pronunciamentos à Na­ção. Tudo dentro da simplicidade que, afinaldc contas é a grandeza maior da vida. Como110i outros que em nessa vida aprtícular nãopodemos ser vaidosos, os governos, que seíntítulam modestos são os que mais crescemaos olhos do povo. porque bem cumprem osseus deveres. As medidas a que V. Ex.'!> serefere, de combate às 'endemias rurais, à es­quístosomose, ao impaludismo, ao glaucomae a tantos outros males que ainda prejudi­cam a saúde do povo brasileiro. são medi­das comuns, que o Ministério da Saúde, deacordo com as suas verbas e com o admirá­vel trabalho dos seus Ministros e das suasequipes, está realizando constantemente.

Agora entretanto, há uma novidade. OGoverno resolve destinar recursos para ocombate ao câncer. uma praga terrível queconsome mais de duzentas mil vidas debrasileiros por ano e que, no mundo in­t?'i~o. reoresenta maca »ro de"~ Cio. As na­ções mais adiantadas, mas cultas e maisricas lutam contra este flagelo. Às vezesjovens, em plena flor da vida, em formaadmirável de saúde. de um momento parao outro são levados pelo câncer a deixaro rol dos vivos. Destarte, o Governo da Re­pública brasileira resolve voltar as vistaspara este problema cruel, e V. Ex." vemminimizar o esforço governamental, comose isso fosse uma coisa tão corriqueira quereceba, - este sim. o impacto tremendo deser considerada subimpacto por um emi­nente Deputado da Oposição.

Sim, Sr. Presidente, é subimpacto com­bater o câncer; é subimpacto aposentartrabalhadores rurais; é subimpacto socorrerviúvas abandonadas; é subímpacto' anunciaraos jovens do Brasil e do mundo que osrios da Amazônia. que nós consideramoscomo na planícíe mais chata da Terra. eimpossibilitadas de produzir energia elétri­ca, contribuirão doravante para o acervoque vai ocasionar o desenvolvimento doBrasil, com a cifra astronômica de quaren­ta milhões de quilowatts. Tudo isso é sub­impacto. Permita-me o meu nobre colegaassustar-me e, eu sim. sentir o tremendoimpacto desta dolorosa manifestação.

O Sr. Fernando Lyra - Nobre DeputadoV. Ex.a me dá a impressão de estar apenastirando uma palavra do meu aparte paradar ênfase ao seu pronuncíamento. Quan­do falei em subimpacto - porque o impac­to havia sido a aposentadoria real do tra­balhador - quis referir-me ao adendo àaposentadoria. É lógico. Jamais ficaria con­tra qualquer medida para extinção do cân­cer, que mata milhões de pessoas no mun­do. Apenas disse que milhões morrem noNordeste de esquistossomose. de glaucomaetc., males que. inclusive. estão penetrando:la Amazônia. E V. Ex." diz para mim _Isto e um impacto. sim -' que o Ministé­rio da Saúde tem verba para isso. Se V.Ex." se detiver um pouco no Orcamentoverá que o que foi destinado ao tr'atamen~to do câncer agora representa 50% do orca­mento de 1973 para o Ministério da Saúdeque vai a pouco mais. de 400 milhões. En:tão. V. Ex-" está apenas usando o subím­pacto de que falei. porque não havia ne­cessidade de S. Ex.a o Presidente da Re­pública, deter-se, durante 30 minutosnuma cadeia de televisão para anunciarprojetos inclusive rotineiros, como V. Ex.adiz. Há pouco tempo. verificamos aqui, nodebate sobre Itaipu, que o Brasil estavanuma situação difícil: ou fazia Itaipu ounão teria energia. E o Governo. tão ciosode sua responsabilidade, ainda não sabiaque no Amazonas existiam 40 milhões dequilowatts disponíveis Realmente o impac­to de quem se dizia cioso de conhecer a Na­ção deve ter sido muito grande. e S. Ex.a

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não se conteve e disse ao Brasil que noAmazonas havia 40 milhões de qullcwattsdlsponívels. A noticia é muito grata, mas,infelizmente, Deputado Geraldo Freire, ja­mais deveria ser motivo para apreensão.E V. Ex.'" muito bem disse: "O povo se as­susta com o impacto porque não sabe oque vem de lã". V. Ex.'" diz que as reuniõesde Ministérios.são normais. Mas elas sem­pre foram normais. Em todos os países domundo as reuniões dos Ministérios são nor­mais, menos nos países totalitários. Esssesfazem segredo das reuniões de Ministério,esses promovem a apreensão. Noticiam osjornais: "Convocado o Ministério". Ninguémsabe o que será tratado. Será um novoAto? Será nova forma de repressão? Seráo anúncio de um projeto para trabalhadorrural? Será o anúncio de energia? Depu­tado Geraldo Freire, essa falta de informa­ção, de comunicação, de diálogo, traz apre­ensão, como V. Ex.a diz, assustadora para opovo brasileiro. Jamais quis dizer - e V.Ex." não deturpe as minhas palavras, seique V. Ex." não fará isso - que considerosubimpacto o problema do câncer. E:e nãoé relevante em funcão das outras míséríasque sentimos, das doem' as que contagiamtodo o povo brasileiro, principalmente noNordeste.

O SR. GERALDO FREIRE - Conhece­IrOS, na Líteraturr Portuguesa, um pessi­mismo doloroso, quanco Vasco da Gama iatentar a procura do caminho das índias. OVelho do Restelo verberou aquela condutaheróica. Temos hoje um jovem Deputadoa imitar aquele exemplo. Lastimo que pes­simismo tão grande, que indiferença tãoacentuada para os problemas patrióticos ehumanos residam numa criatura tão talen­tosa e tão jovem.

Se S. Ex." vivesse no tempo de Pedro Al­vares Cabral, a notícia da descoberta doBrasil seria um subimpacto. Mas saiba V.Ex." que [,tê hoje o maior impacto da nos­sa História foi termos sido descobertos. En­tão, a descoberta da energia elétrica, dasfontes geradoras de energia elétrica nosríos da Amazônia, tem qualquer coisa devalor que merece ser anunciada ao povodo Brasil.

Abríamos, há pouco tempo, um mapadeste País e víamos estampado, em termosdecepcionantes: "Região desconhecida". Sóa Amazônia, a imensa floresta amazônica.a jungle mais fabulosa do mapa universalem todas as épocas, tem cerca de cíncomilhões de quilômetros quadrados e é im­penetrável com seus cipoaís, suas árvoresimensas, suas capadas frondosas, sua raí­zama que não permite passagem. Assim éevidente que não há conhecimento aindaperfeito, e em certos lugares conhecimen­to algum, das possibil'dactes do nosso terri­tório. Euclides da Cunha, à margem daHIstória, falando sobre Co,} portentos da ter­ra amazônica, tem, entretanto, uma pala­vra decepcionante para com a floresta: ":E;uma chatice Imensa". Quando sobrevoamosessa imensidão de árvores monumentais,temos a impressão de uma régua absoluta,uma planície fabulosa e rios. imensos ca­minhos d~ água que não ofr-recem nenhumaexpectativa no setor hidrelétrico. Agora,graças ao Projeto RADAM, ao estudo inte­ligente de um Mintstéri que se afirma ede um Governo sério, pela palavra do Pre­sidente da República, temos uma nova des­coberta, como nos tempos de Pedro Alva­res Cabral acerca do potencial de 10 mi­lhões de kW nos rios da Amazônia. Istosignifica outro aspecto da fala presidencial- que fui obrigado a antecipar per causado aparte com que me honrou o DeputadoFernando Lyra: - c da integração nacío­nal Doravante, contará a Amazônia comessa riqueza. Ain ia não faz muito tem.io,fomos surpreendídos - vamos dizê-lo sem

DlARIO no CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

medo de confessar a nosa ignorância, quenão era dolosa e que poderia, quando muito,ser culposa- ao saber que nas jazidas daserra dos Carajás haveria, possivelmente,mais ferro do que nc célebre QuadriláteroFerrífero do Estado de Minas Gerais.

O Brasil tem ainda, Sr. Presidente e Srs.Deputados, estes mistérios escondidos. Anossa natureza é pródiga. Não estamos maisna época dos ufanismos imoderados e ir­racionais. Estamos agora, com aparelhagemcíerrtíftca, com técnica adiantada, desco­brindo o Brasil para os brasileiros. E o Pre­sidente da República anuncia que a serrados Oarajás vai ser explorada, que o ferrode Carajás será conduzido por estradas deferro e que, para movimentar esse hercúleoteatro de grandiosas futuras operações emnosso Paes, a própria Amazónla estará comuma quantidade fabulosa de energia elétri­ca, numa época em que a energia consti­tui um dos problemas mais sérios do Brasil,em que a gigantesca nação americana, es­gotados os recursos de áJ'lua, lança, na pa­lavra do Presidente Nixon, campanha quepoderá favorecer o gigantismo dos EstadosUnidos, no momento em que as nações ad­versas se negam ao fornecimento de pe­tróleo. Neste momento, em que os própriosricos se curvam diante de um problemaaterrador. ao Brasil, País virgem, de rique­zas ignoradas, são reveladas, não comonuma pé gína de poesia, não nos versos quecantam as espumas das cachoeiras e o es­plendor das estrelas do céu, mas, pela pa­lavra do seu Presidente, - palavra séria,racional e patriótica - essas coisas assem­brosas.

É justo, portanto, que nos rejubílemos eque consideremos que a reuníào ministe­rial foi do maior proveito; não de impacto,porque não interessa ao Governo criar im­pactos sobre ninguém, mas para que emque cada brasrleíro permaneça a tranqüilacerteza de que os destinos da nossa Nacãoestão garantidos, a fim de que ela contí­nue apresentando-se aos olhos do mundocomo a terra em que um povo, provenien­te de todas as regiões e formado aqui den­tro nas noções e lições de brasilidade, po­derá contribuir para que o mundo de ama­nhã seja mais humano e mais feliz.

Ao lado daquele aspecto social e do as­pecto de integração nacional, temos o as­pecto intermédio, da economia, em que oPresidente da República anuncia este cuida­do especial do Governo para com o trans­porte ferroviário. É um gênero de transpor­te que realmente tem faitado ao Brasil.Um dos motivos principais do crescimen­to dos povos está nos transportes, e já hou­ve até um Presidente da República, Was­hington Luiz, que disse aquela frase queganhou foros de comarca: "Governar éconstruir estradas". A penetração dos És­tados Unidos, o seu grande enriquecimento,conforme testemunha Vianna Moog, estáem que aquele país foi beneficiado por trêsoceanos: o Pacifico, a Oeste, o Atlântico, aLeste, e, no coração de seu território, ooceano de água doce, o rio Míssíssipí.

Aqui no Brasil não tivemos as mesmasfacilidades. Nossos rios correm desordena­damente e há o caso, por exemplo, do SãoFrancisco que, alguns quilômetros antes decair no mar é cortado pelo despenhadeirode Paulo Afonso, que impediu a penetra­çâo, por água, dos nossos conquistadoresiniciais. Temos alguns rios, como o rioGrande, que nasce na beira do OceanoAtlântico, embrenhá-se em sentido contrá­rio pelo sertão e, depois, se mistura a ou­tros cursos dágua para, mais adiante, lánas proximidades do mar, propiciar admi­rável sistema de navegação, mas que. aquidentre de território pátrio, não pode ser­vir, de forma alguma, pelo acidentado do

seu curso, de caminho flutuante. A exceçãodisto está nos Imensos rios amazônicos,perfeitos, admiráveis, de uma engenhariahidráulica natural, que só podemos atri­buir ao Engenheiro Sllpremo de todas ascoisas, o Pai dos Céus, mas que, cortandoflorestas inóspitas, impediram que o ho­mem ali penetrasse com a mesma facilicl,a­de, por exemplo, com que penetrou no imen­so vale do Missouri e no do Míssissípí, nosEstados Unidos, considerada I a planície maisextensa e mais fértil de todo o universoterráqueo.

Sr. Presidente, diante dessas dificuldades,foi afastada a possibilidade de aproxima­ção das nossas regiões. E, hoje, o Sr. Pre­sidente da República vem comunicar-nosum plano ferroviário admirável. Como sabe­mos, nas ferrovias a tarifa é mais barata,a quantidade de carga é maior e a regula­ridade do percurso mais acentuada. Temos,assim, o outro aspecto desse discurso, quedevemos trazer à colação, para sobre elemeditarmos. O Sr. Presidente da Repúblicaestá na parte final do seu Governo. Anti­gamente, fazia-se a herança e o testamen­to. Sim, havia legados, como se o Brasilpassasse de mão em mão. Hoje não. A sabe­doria do nosso Código Civil chega a afir­mar: ":E; proibido o negócio de herança depessoa viva". O Brasil não tem heraneaporque é vivo. Os saudosistas podem reclà­mar a herança a deixar, mas nós, que acre­ditamos na vida do País, não voltamos osolhos para trás senão para recolher as li­ções de bravura que nos legaram os nossosantepassados. Mas os erros, os testamentos,os legados, as heranças, isso não mais exis­te. O que existe é um País vivo de contí-«nuídade de propósitos. O futuro Governo daRepública, a ter início no próximo ano, re­ceberá essa Nacão viva de outro Presi­dente, que até o último momento, em con­sonância com os seus antecessores e como seu sucessor, estará aí como guardiãodesta Pátria de que tanto nos orgulhamos,porque sacemos dar a ela o valor que real­mente possui.

O Sr. JG de Araújo Jorge - Há dois as­pectos no pronunciamento que V. Ex." arespeito dos quais gostaria de fazer duaspequenas observações. V. Ex." está vincu­lando o atraso do nosso sistema ferroviárioà nossa geografia política. Como é óbvio,com a revolucâo industrial do comece doSéculo XIX, fins do Século XVIII, a econo­mia deixou de ser de superfície para setransformar em economia de subsolo. Assim,os países de subsolo rico, como a Alemanhae os Estados ]Jnidos, puderam fazer frenteao desenvolvimento com a utilização de ex­tensas ferrovias, mas porque tinham, alémdo ferro, carvão. Nós não temos, e nuncativemos, o carvão. Possuímos ferro, masnão carvão. O nosso carvão, Já se disse, éde ferro de engomar, não o siderúrgico.Desse !110do, tivemos que sair para as redesrodoviárias, que implicam ônus maíores,em virtude das despesas, sobretudo com acompra de petróleo, necessárias ao movi­mento dos veículos que por ela transitam.Por aí procede a explicação que V. EX,aestá dando. A nossa geografia política nun­ca permitiu o desenvolvimento do nossoparque hidroviárlo a contento. Nossos riosbacia do Prata nos ievavam para fora doPaís. O São Francisco, velho rio dos currais,caminho do Nordeste, está irrterrompidopelo salto de Paulo Afonso, hoje aproveita­do sabiamente com a usina hidroelétríca. AAmazônia transita numa página ignoradado Gênesis, como dizia Euclides, a nossaAmazônia é uma terra ainda despreparadapara receber o homem. Parece extempo­rânea a sua presença lá. Outro aspecto quefocaliza V. Ex'" em relação ao discurso doPresidente da República a ser inserido 110SAnais desta oasa se prende ao fato de nãovivermos hoje momentos de poesias, de

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Setenlbro de 1973 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Terça-feira 11 5465

exaltação poética das cachoeiras, das cons­telações, do céu, mas de vivermos momen­tos de realizações. Em que pese o aspectopoético da declaração de V. Ex.a, muitasvezes as lentes do Governo são realmentepoéticas e cor-de-rosa. Nas declarações -do:Ministro da Fazenda ou do Presidente daRepública ficamos sem saber se S. Ex.asestão se dirigindo ao Pais, cujo índice demortalidade infantil continua inalterado,cujo índice de inflação permanece em 'as­censão e cuja balança comercial por 10anos permanece deficitária. Nunca sc viramnas cidades tanta criança ao desamparo,lembrando mesmo as velhas cidades daíndia e da China, antes da revolução deMao Tsé Tung, em que as crianças anda­vam nas ruas como pedintes, atrapalhandoo passo dos transeuntcs. Nunca vimos tan­tos assaltos a bancos, tanta perturbação daordem, gerando intranqiiilidadc; nunca seviu, como na época de hoje, o dinheiro aca­bar tão cedo, antes do fim do mês, para opequeno, para o trabalhador que enexpli­cavelmente sobrevive com um salário, comoV. Ex.a reconhece, insuficiente para man­ter um homem, quanto mais uma família.Tenho para mim que um governe positivo,que possa realmente dirigir-se a um país,é aquele que paga bem o seu trabalhador, oseu servidor civil e que governa um povofeliz, próspero, cuja riqueza interna circulae atinge todas as camadas sociais e nãoapenas uma minoria, que vê o seu servidorcivil feliz, satisfeito, chegando ao fim domês com 08 recursos que o governo lhe pagae podendo viver com seus vencimentos, semter necessidade de estender a mão, comomendigo e sem que 80% deles, como sabe­mos, recebam menos do que um soldado e,ao final da carreira percebem vencimen­tos interiores ao de um 3° Sargento. Governo bom, para mim - permita-me dizer- é aquele que paga bem ao homem quetrabalha, porque só assim ele tem condi­ções de produzir. Qualquer plano de desen­volvimento que não conte com o elementohumano sufieientemente preparado paraexecutar esse plano é precário nos seusprognósticos e nos seus resultados. O maiorinvestimento que o Governo deveria fazer,e não fez ainda é no seu trabalhador e noseu servidor, naquele que realmente cons­titui a máquina da administração e o ali­cerce da produção, sem o que não há planode desenvolvimento que possa chegar a umobjetivo certo.

O SR. GERALDO FREIRE - Sr. Presi­dente, quando disse que não estávamosmais na época da poesia, não queria, deforma nenhuma, dizer que deixo de apre­cíar a beleza da inspiração humana. Pelocontrário. Aqueles que me conhecem sabemque para mim não há nada mais agradável,mais belo do que ler ou ouvir a obra de umgrande poeta. Acabamos de ouvir a maní­f'estação de uma belíssíma imaginação poé­tica, que descreveu o país idealizado por ele.Apenas um pais cheío de misérias, de ne­gruras, de tristezas. E é um poeta que vive,para alegria sua, no Brasil, um Pais de sol,de praias amenas, de céu estrelado, de flo­restas rarf'alhantes, de pássados canoros.Mas que nos vem ele descrever, numa ins­piração macabra? Como Edgard Allan Poeteria inveja dele ... "nunca maís, nuncamais". Jl: a voz que corvéia. Um país decríancas famintas, de trabalhadores malremunerados, de VÚVaB alquebradas, de ve­lhice cambaleante, um pais de tristeza, deopressão, de tortura.

Só desejava saber, Sr. Presidente, porquenão melhorar a imaginação e descrever,digamos, a Utopia de Thomas Morus. Opoeta tem para onde levar a sua beleza ea sua imaginação. convido o ilustrc amigo,poeta JG de Araújo Jorge, que o Brasil todoadmira, com justiça, a que se enfileire aon0880 lado e cante as belesas do BrMil.

Para ser poeta aqui basta ter 08 0lh08 aber­tos e se extasiar com os encantos da Terraque Deus nos deu por berço; para ser poetaaqui basta olhar o nOS80 povo - povo queainda sofre, crianças que ainda gemem,velhos que ainda são pobres, mas que já ti­veram melhoradas, e de muito, as condi­ções em que viviam antigamente. A Revo­lução tem apenas 10 anos, e não seria pos­sível nesse período suprimir a mortalidadeinfantil, embora as eriancas do Brasil nãomorram na sua totalidadé, tanto que já es­tamos com 100 milhões de habitantes. Se amorta.lidade infantil f088e tão grande, nãohavena,o~ que reclamam contra a explosãodemográríca e que até falam em limitacãoda natalíd ade. .

O que há, Sr. Presidente, é uma Nacãoque cresce para nossa alegria. Para que anossa geração, que se considerou frustra­da e que apenas depois de 64 encontrourazões para, sem aquelas preocupacões pas­sageíras, mas com a preocupação' de bemcumpri.r .08 deveres humanos, passe paraa História como uma geração que recupe­rou o Brasil.

Sr. presi~ente, o tempo está a se esgotare eu desejava fazer muito ligeiramentemenção ao di8CUl'80 que foi pronunciadoem Argel pelo Embaixador Vladimir Mur­tinho, onde S. Ex.a dá uma conotação dahonra brasileira, do patriotismo brasileiroda coragem brasileira, a desmascarar aque~Ies que, infelicitando a nossa terra dese­jam apontar-nos como violadores d~ inde­pendência dos outros povos ou como íntro­míssores nas nações amigas,

A posícão do Brasil é bem conh.ecida: derespeito à integridade e à independênciade tOd08 os homens. E a nossa preocupa­ção exclusiva é criar aqui dentro a nossaprópria felicidade, contribuindo com tudoaquilo que esteja ao n08SO alcance para n08fazermos, como os outros povos, 08 donosda nossa terra e os condutores do nossopróprio destino.

De8ejava também fazer uma mencãoainda que ligeira, à palavra proterída e~Caracas pelo General Breno Borges Forte8,em que S. Ex.a verbera a tcndêncía moder­na de um erotismo sem pelas, que estáameaçando a integridade da família, o pu­dor das mulheres e conseqüentemente o vi­gor dos homens, e em que S. Ex.a condenatudo aquilo que possa fazer a nossa vidamanos digna, menos feliz e menos livre.

Ao deixar esta Tribuna, havendo lido apalavra do Sr. Presidente da República,quero deixar fixado uma vez mais aquiloque todo o mundo já sabe, Isto é, que es­tamos caminhando para que o povo encon­tre tonos os recursos necessários à realí­zaeão do seu progresso e do seu desenvol­vimento.

Isto que se diz de terrorismo, ísto que 8ediz de assalto a bancos, isto que se diz deprotestos, de violação contra as liberdadesque tenham sido tolhidas, isto, Sr. Presí­dente, não provém de estudantes, que ago­ra mais do que nunca encontram condi­ções para se sentírsm livres na conquistado conhecimento e no desenvolvimento dacultura: ísto não provém de trabalhadores,que estão livres para produzir como vêmproduzindo as obras índíspensáveís ao de­senvolvímento nacional; não provém dehomens honestos, não provém de pessoasque desejam cumprir 08 seus deveres. Pro­vém, sim, daqueles que querem. usandoa boa fé dos nobres Deputados, postulardireitos que eles não respeitam na liberda­de. E a liberdade é compreensiva, humanae racional. Liberdade, no teor de GarciaMoreno, para tudo e para todos, menospara o mal e para os malfeitores. Liberda­de que faça a felicidade do povo do Brasil

e faça da nossa Pátria aquela terra ondea dignidade humana corre parelha com aoglória nacional. (Muito bem; muito bem. lPalmas. O orador é eumprtmentado),

O SR. PRESIDENTE (Flávio Marcílio) ­Dou conhecimento à Casa de ofício recebi­do do Senado Federal, vazado nos seguín­te~ term08:

CN/56

Em 10 de setembro de 1973.Senhor Presidente,

Tenho a honra de comunicar a Vossa Ex­celência e, por seu alto intermédio à Câ­mara dos Deputados, ter recebido, do Pre­sídente da República, a Mensagem 11.0 48,de 1973 CN (n.v 293173, na origem), subme­tendo ao Oongresso Nacional o texto doDecreto-lei n.o 1.284, de 28 de agosto de1973, que declara de interesse da SegUl'an­ça Nacional, nos termos do artigo 15, § 1.0,alínea b, da Constituição, o Município deAnápolís, do Estado de Goiás, e dá outrasprovidências.

2. Para leitura da Men8agem e dernaisprovídêncías iniciais de sua tramitação, es­ta Presidência convoca sessão conjunta doOongresso Nacional, a realizar-se hoje, se­gunda-feira, às 19 horas, no Plenário dC8­sa Casa.

Aproveito a oportunidade para renovar aV08sa Excelência os protestos de minha al­ta estima e mais distinta eonsíderacão, ­Paulo Torres, Presidente do Senado Federal.

VII - O SR. PRESIDENTE (Flávio Mar­cílio) - Vai-se passar ao período destinadoàs Comunicações das Lideranças.

Tcm a palavra o Sr. Getúlio Dlas,O SR. GETÜLIO DIAS - (Sem revisão

do orador.) Sr. Preaídente, Srs. Deputados,minha presença na tribuna tem por obje­tivo comentar o Encontro de Vereadores doMDB em Aracajú. Não p08S0, entretanto,furtar-me ao privilégio e à honra de co­mentar a mtervencão do Líder da Maioria,Deputado Geraldo 'Freire. Por certo, tendoescalado outro Vice-Lider da ARENA, aindanesta sessão ouviremos uma resposta seu­sata, sérla, que está a exigir a intervençãodo Deputado Lisâneas Maciel, que com abravura que lhe .caracteríza a ação e o perr­sarnento de homem bem formado, e, 80­hratudo, dando o ensínamento do seuEvangelho, está com o látego da verdade,retirando da porta do templo os vendilhõese os fariseus de todas as épocas. E, muitoa propósito trouxe o Deputado LisâneasMaciel a palavra nada mais nada menospara um País que se diz cristão, de par­lamentares useiros e vezeiros de freqüen­tarem as missas, de cumprirem com as suasobrigações religiosas, mas que se esquecemde que o Evangelho não está circunscritoàs medidas do templo, mas ele deve servivido em todo o momento, a toda hora.O cristão verdadeiro não é aquele que oraexatamente circunscrito ao templo, masora em todas as oportunidades. dando otestemunho da verdade. Já falavam osEvangelhos [me 08 que rezam alto são 08que querem s--r c:lamados de filhos de Deus,embora sirvam ao mesmo tempo a Deus eao Manun, a DeU8 e ao diabo.

Aqui, neste Parlamento, foi lido um do­cumento da maís alta importância, umdocumento que traduz o pensamento de SS.o Papa Paulo VI que, segundo o despacho,adverte o Governo brnslleíro, sobre o des­respeito aos direitos da pessoa humana, aviolência e a repressão, a invasão do domi­cilio, a intranqi.iilidade e a insegurança, nãod08 governantes, mas d08 governados, nãodos que permanentemente apóiam e batempalmas, mas dos que pretendem a busca.da verdade social e que não vivem para.

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DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Setembro de 1973

si mesmos, mas numa dimensão maior,para a sua comunidade. O estudante, quealém de estudar quer voltar os seus olhos,a sua inteligência e a sua imaginação paraos destinos do seu Pais, tem sobre si a Es­pada de Dâmocles do Decreto-lei n.D 477,como tem a classe política o AI-5, comotem o sindicato a intervenção, como tem aimprensa a censura. E ainda ecoam nestaCasa, pela descrição quase declamatória doLider Geraldo Freire, as expressões de quehoje se combate - se não me falha a me­mória - as pecas de teatro de excesso eró­tico. A verdade, Deputado Geraldo Freire,é que as vezes que tenho ido ao teatro metenho envergonhado do que se diz e do quese faz. É o desfibramento moral, é a lin­guagem debochada que nada constrói. Nomeio universitário estão ai os livros depornograría. Mas o Governo e os agentesfazem vistas grossas, porque o que é proi­bido ao estudante não é cuidar de porno­grafia, cuidar de bolinhas ou boletas, Istonão é uma grande preocupação do Governo.O que é preocupação do Governo, para apli­cação do 477, é o estudante pensar em po­litica, porque esta, de uns tempos para cá,neste País, passou a ser privilégio do elí­tismo.

O Sr. João Línharcs - Nobre DeputadoGetúlio Dias. V. Ex.a citou o documentolido pelo Deputado Lísáneas Maciel. Mas opróprio Deputado Llsàneas teve a dignidadede trazer o documento como um telegramareferente a uma notícia: E desde o mo­mento em que o Deputado Daruel Faracoduvidou da autenticidade da noticia e oMDB lancou o repto à Aliança RenovadoraNacional para trazer o documento original,esse documento perdeu a sua autenticidadee todo o seu valor. Não fora o repto e opróprio MDB estaria acreditando naqueledocumento, dito como sendo integralmentede autoria de ,ss. o Papa Paulo VI. E lan­çado o repto, é a própria parte quem du­vida da sua autenticidade. De sorte queV. EX.fi está se antecipando um pouco aotempo e à exibição do documento. Muitoobrigado.

O SR. GE'l'úLIO DIAS - Deputado JoãoLlnhares, não sei até onde V. Ex.a quis che­gar ao dizer que o Deputado Lisàneas Ma­ciel teve a dignidade de trazer o documentoe eu teria a indignidade...

O Sr. João Linhares - V. Ex.a está con­cluindo. Não passou por mim, nem de longe,ofender V. Ex,", que prezo como amigo eDeputado.

O SR. GETúLIO DIAS - Tenho V. EX,acomo amigo. Quero dizer ao nobre colegaque foi uma expressão mal colocada. Apenassurgiu como se quisesse dizer o telegrama,a notícia. Não quis dar a característica queV. Ex.a está dando, embora possamos subs­crevê-lo: é de uma agência noticiosa. Nãoentendo por que razão nesta Casa preten­de-se ser mais realista do que o rei: não seipor que os Deputados da ARENA defendemum Governo que não lhes pertence. O Go­verno não pertence à ARENA, que não es­colhe os candidatos. Mas a situacão vemmelhorando. Começou-se com o MareChalCastello Branco, passou-se ao MarechalCosta e Silva, posteriormente ao GeneralMédici. Pode ser que daqui a quatro anosseja um Coronel. Quando chegar a cabo,serei candidato. De maneira, Deputado JoãoLinhares, que teria certo const.rangimentoem falar de "Maioria do Governo". AARENA não é Govel'no; a ARENA tem sidoinstrumento para defender o Governo. Go­vernadores não são submetidos às lideran­ças da ARENA. Estão aí vários, neste Con­gresso, que eram candidatos a Governadore que foram marginalizados, porque jáexistia um candidato amigo do General, oude alguns outros Generais. A ARENA não

nomeia nem Prefeitos. Pelo amor de Deus!A ARENA não é consultada para nada, masé capaz de, nesta Casa, duvidar da divul­gação de um fato feita por agência no~i­ciosa. Isso, na verdade, Deputado JoaoLinhares, é uma coisa para que não mepresto. E permita Deus - sou homem deDeus, na expressão mais legítima, maisséria - que eu nunca represente este papel,pois, se for para pertencer a um partidoapenas para ser "cavalo de aluguel", emdefesa do Governo nesta Casa, sem direitoa participar, ou opinar, ou criticar, nestahora eu estarei fora da vida pública. Souhomem que tenho grande respeito por mimmesmo e pelos meus atos, De modo quefiquei surpreso, estarrecido. Pensei que o

. Deputado Geraldo Freire viria à tribunapara contestar o discurso sério e vigorosodo Deputado Lisàneas Maciel. Assisti à de­claratória do Deputado Geraldo Freire.Acredito que S. Ex.a já tenha escaladooutro orador, da ARENA, para, nos pró­ximos quinze minutos, vir falar sobre as­sunto que está a merecer contestacão. Aquiestão homens que representam uma par­cela da opinião pública neste País. Quero,pelo menos, ter certeza de que aqui alguémdirá alguma coisa. Que' poderia mais eudizer? Espero ter sublinhado. nesta tribuna,a necessidade da presenca de um oradorda ARENA para falar sobre o assunto quefoi motivo da intervenção do DeputadoLisâneas Maciel.

O Sr. João Linhares - Acha V. Ex.a queestamos em débito com o Deputado Lísã­neas Maciel. Acredito que a Oposição de­veria, primeiramente saldar seus débitospara com a ARENA. Há vários discursos degrande importância, sobre assuntos polí­ticos e econômicos, que até hoje não me­receram resposta da Oposição. Com relacãoao discurso do Deputado Lisâneas Maciel- muito brilhante e bastante candente ­tenho a dizer que nada mais foi do que arepetição daquilo que aqui vem sendo re­clamado quase diariamente: liberdade paraos estudantes e para os sindicatos, e umasérie de outras' providências que V. Ex.o,acaba de. repetir. Não concordamos e temoscontestado isso diariamente. Quer V. Ex. atransformar o Parlamento num eterno dis­co de repetição: fala hoje sobre determí­nado assunto; nós amanhã respondemos.Assim. ficaremos num permanente círculo.Não vai nisso nenhum desdouro ao Depu­tado Lisáneas Maciel, a quem muito ad­miramos. Aliás. sempre temos ressaltadohomenagens à sua inteligência e eloquên­cía. Mas V. Ex. a• primeiramcnte procuresaldar os débitos que a Oposição tem paracom a ARENA, depois, alegue sobre o de­bate que estamos mantendo nesta Casa.

O SR. GETúLIO DIAS - Nobre DeputadoJoão Linhares, não entendi, quanto ao débi­to e crédito. Não sei qual o débito. O do­cumento do qual a ARENA está duvidando?A ARENA tem meios para consegui-lo. Poisque o traga. Não é sobre a autenticidade dodocumento que V. Ex.a fala?

O Sr. João Linhares - Cobrou V. Ex.auma resposta da ARENA ao discurso doDeputado Lisâneas Maciel. Agora cobra umaresposta ao documento. Acredito que hojeV. Ex.a esteja muito místico na tribuna eque não se tenha detido no que está pedindo.

O SR. GETúLIO DIAS - Nobre DeputadoJoão Línhares, aqui foi lançado o repto peloMDR Quanto ao problema de a ARENA res­ponder, ou não, temos a dizer que ela nãotem respondido a nenhum discurso sério quea Oposição tem feito nesta Casa. Portanto,não será surpresa para nós que não res­ponda a mais esse.

O Sr. Lísâneas Maciel - Reconhecemosque realmente falar sobre direitos humanoscausa um certo tédio à ARENA, até um

certo desgosto. :É uma repetição. Mas, Sr.Deputado, a esta altura, trouxemos um de­poimento de uma autoridade que deve serinsuspeita. Há pouco tempo, aqui citei oseguinte fato: uma tia minha, ao ensejo dapublicação de uma Encíclica do Papa JoãoXXIII, dlsse que talvez o papa fosse comu­nísta. Essa autoridade da Igreja deve serinsuspeita. E, a esta altura, já não sei se oPapa é insuspeito ou se está a serviço daque­la central de inteligência que procura dene­grir o Brasil. É tão simples, Sr. Deputado!lt tão símples permitir que a Organizarãodos Estados Americanos, considerada o "Mi­nistério das Colônias", através do seu De­partamento Jurídico, que até agora nãopôde fazer uma verificação sequer esse ve­nha aqui e verifique se há violação dosdireitos humanos. Mas falar sobre esteassunto, causa tédio, tristeza. Fez V. Ex."um apelo à dignidade e religiosidade. Sa­be V, Ex. a perfeitamente o que essa digni­dade representa. Isso significa que a fide­lidade ao Governo, que a insensibilidadetotal não permite sequer entender uma ad­moestação daquele que deveria ser intér­prete máximo do sentimento cristão, ouseja, o Papa Paulo VI.

O SR. PRESIDENTE (José Carlos Fonse­ca) - Peço ao nobre Deputado que concluao seu discurso.

O SR. GETúLIO DIAS - Vou concluir, Sr.Presidente, mas voltarei, em outra oportu­nidade. para comentar a Carta de Aracaju,dos Vereadores do MDR

Encerro dizendo, Deputado João Linhares,que nunca será demais, em tempo algum,homens e povos falarem e lutarem pelaliberdade. (Muito bem. Palmas.)

Durante o discurso do Sr. GetúlioDias, o Sr. Flávio Marcilio, Presitientedeixa a cadeira da presidência, que éocupada pelo Sr. José Carlos Fonseca,3D-Secretário.

O SR. PRESIDENTE (José Carlos Fonseca)- Tem a palavra o Sr. Daniel Faraco.

O SR. DANIEL FARACO - (Sem revisãodo nrador.) Sr. Presidente, nas lutas queaqui, neste Plenário. nos dividem e por vezesse acirram, há um ponto que deve ficar bemclaro.

Todos nós - sejam quais forem as nossascrenças - temos profundo respeito pelaIgreja, que assistiu ao nascimento do Brasilcomo nação. Não poderíamos, Sr. Presidente,de' forma alguma, pretender envolvê-la emnossas diferenças partidárias. Não possocrer que haja. da parte de ninguém. a in­tenção de criar em nosso Pais uma ques­tão religiosa.

Dificuldades surgem sempre: sempre hou­ve, sempre há e sempre haverá dificuldadesno Brasil e em todos os paises do mundo,nessa área que os tratadistas costumam des­crever como sendo a do terreno comum, emque têm jurisdição tanto a Igreja como oEstado.

Certa vez, quando a questão foi posta aCristo, Nosso Senhor. a norma. a regra queEle deu foi a de dar a César o que é deCésar e a Deus o que é de Deus.

Mas existem certas áreas em que não ébem clara, Sr. Presidente, qual a jurisdiçãodos ministros de César e a dos ministros deDeus. Então, nessa área comum é naturalque surjam focos de tensão. Sempre foiassim, sempre será assim.

Nesta altura da minha exposição, pede-meum aparte o Deputado Lisâneas Maciel. Comtodo o prazer recebo o esclarecimento deS. Ex.o,

O Sr. Lisâneas l\iaciel - Sr. Deputado,muito pouca gente tem entendido a missão

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Setembro de 1973 DIARJO no CONGRESSO NACIONAL (séçã~ I)

"""'.da Igreja nesta hora difícil para o País.E é muito fácil enquadrar a atitude daIgreja dentro daquele rótulo comum deatividade subversiva ou a serviço do eomu­nísmo, V. Ex.a citou até a passagem bíblicamuito conhecida, em que alguns homensespertos se aproximam de Jesus, mostram­lhe a moeda e perguntam-lhe se devem pa­gar os impostos. Jesus responde: "Dái aCésar o que é de César e a Deus o .que é deDeus." Veja V. Ex.a , qualquer um, mesmo ocarpinteiro de Nazaré, que fizesse algumarestrição ao total e absoluto poderio de Cé­sar, incorreria nas leis de segurança impe­rial. .Tésus estabeleceu diferenças, estabele­ceu restrição àquele poderio absoluto. Nãopoderia se imiscuir naquilo que era sagrado,inerente à personalidade humana, ou seja,o direito de entrar em contato com o seuCriador. Foi a prímíera restrição que o go­verno usurpador de César sofreu, contidanaquela expressão do carpinteiro de Nazaré:"Dái a César o que é de César, a Deus o queé de Deus."

Qualquer limitação ao poder imperial sig­nificava naquela época, como nos dias quecorrem, incorrer nas leis de segurança im­perial.

É preciso que este Parlamento entendaque a missão da Igreja é outra. A Igrejatem de sofrer eom o povo, a Igreja não secircunscreve somente às paredes do templo,mas abrange todo o povo. A Igreja tem delutar pela ordem sacial, mas tem de ser pelaordem. Isso é teológico, é bíblico. Mas aIgreja não se esquece de que a ponta delança da desordem é a injustiça social, é osofrimento de um povo; é a marginalizaçãode um povo como disseram os bispos doNordeste os do Centro-Oeste, e vão dizer ()S

bispos dó Sul e os de São Paulo. A Igrejaestá se levantando como uma força Viva.Não é problema de se acirrar uma questãoreligiosa porque hoje ninguém mais podeparalisa; essa força viva dos..sa~.erdot~s quese identificam com o povo. Dal a Cesar oque é de César." Dái a Médici o que é deMédici e ao mesmo tempo, se estabelece,limitaçõe~. Um homem só, um sistema ~ó,não pode ser intérprete de toda u~.a Naçaoque tem configuraçao moral e politíca parapensar por si mesma.

O SR. DANmL FARACO - Apenas inicia­va meu discurso, e o nobre Deputado Lisâ­neas Maciel honrando-me com um aparte,já se apressbu em retirar de uma citação doEvangelho argumentos contra o atual Go­verno brasileiro.

Sr. Presidente, parece que isso caracterizamuito bem a idéia preconcebida que move,com a melhor das intenções, acredito, onobre Lider do Movímerico DemocráticoBrasileiro. S. Ex.a leu da tribuna o que de­signaríamos como um documento. Mas quedocumento, Sr. Presidente? S. Ex." leu datribuna uma noticia, um zeeorte, um no­ticiário, isso é o que leu. Então, volto aoque disse em meu aparte: uma coisa é ofato, outra coisa é a noticia. Disse o Depu­tado Freitas Nobre que é preciso distin­guir a notícia do comentário. Sim, dever­se-ia distinguir a noticia do comentário,se a notícia fosse realmente o relato fieldo fato, acenas o relato fiel do fato. E não,se ela mesma vier carregada de comentá­rios. Ora, todos nós ouvimos a notícia. Talcomo estava redigida, ela era, por si mes­ma, um comentário. Ali, aa palavras doPapa eram pouquíssima coisa. O que hou­ve, Sr. Presidente, é que S.S. o Papa PauloVI, recebeu as credenciais do novo Embai­xador braslleíro. Esse fato foi noticiado.Todos nós ouvimos o noticiário nos jornais.FOi noticiado, como são noticiados estes fa­tos. Os jornais publicaram c resumo dodiscurso do Embaixador brasileiro e o re-

sumo do discurso do Papa. As Palavras fineforam ali mencionadas constaram, todas,do noticiário que lemos, todos, em nossosjornais. Eu as li, todos nós as lemos nosjornais.

O Sr. Marcos Freire - Essas não, porqueforam censuradas. .

O SR. DANmL FARACO - O que, talvez,não lemos foram os comentários envenena­dos das agências noticiosas, mas uma coisaé um noticiário envenenado e outra são aspalavras do Papa. As palavras do Papa, queaí estão, as palavras que o nobre DeputadoLisâneas Maciel frisou - e fez muito bem,porque aquelas eram textuais - essas nósas lemos, eu as li e as reconheço.

O Sr. JG de Araújo Jorge - V. Ex." estálendo jornais do exterior e confunde-oscom os brasileiros.

O SR. DANIEL FARACO - Afirmo queas li e tenho os recortes. Os comentáriostendenciosos são outra coisa. Nobre Depu­tado, o que se pretende? Pretende-se afir­mar que as relações entre o Governo bra­sileiro e a Igreja estão envenenadas. Masainda há poucos dias declarava o Sr. Nún­cio Apostólico que essas relações não sãoapenas boas, mas ótimas. Fala-se na IgrejaBrasileira como se ela estivesse contra oGoverno brasileiro. Não é .erdade.

O Sr. Lísâneas Maciel - Não é verdade.

O SR. DANIEL FARACO - Não é"ver­dade. A Igreja brasileira, o episcopado bra­sileiro, mais de 200 bispos brasileiros, to­dos eles estão dedicados à sua missão apos­tólica, e reconhecem que o Governo bra­sileiro está administrando com a melhordas intenções, para levar este Brasil parafrente. E, de forma alguma, este episcopa­do se reconheceria naquele retrato que sequer fazer dele, aquele retrato tendencioso- perdoe-me o:MIJB - que em absoluto nãoabona aquela atitude de honesta apreciaçãoda realidade que todos devemos ter quandonos dirigimos à Igreja do nosso Pais.

Não, Sr. Presidente, a ARENA, de formaalguma, aceita a colocação do problemaneste terreno. Temos pela "greía, pela pa­lavra de S.S. o Papa Paulo VI o mais pro­fundo respeito. Não temos por que, em ter­reno algum, temer a divulgação da palavrade S.S.

Sr. presidente, não podemos aceitar quese queira, por qualquer modo, criar noBrasil neva questão religiosa. (Muito bem!Muito bem! Palmast )

O SR. PRESIDENTE (José Carlos Fon­seca) - Nada mais havendo a tratar, voulevantar a sessão.

Deixam de comparecer os Senhores:Pará

JuvÊ'n~io Dias - ARENA; Stélio Maraja-ARE~A.

Maranhão

Freitas Diniz - MDB; Pires Saboía ­ARENA.

Piauí

Severo Eulálio - :MIJB.Ceará.

Marcelo Línhares - ARENA.Paraíba

Alvaro Gaudêncio - ARENA: Marcon­des Gadelha - MDB.

Pernambuco

Geraldo Guedes - ARENA; Lins e Silva- ARENA; Ricardo Fiúza - ARENA.

SergipeFranciscõ :R<Jllemberg- ARENA.1>

Bahia. Edvaldo Flôres - ARENA; Francisco Pin~~ - ~B; Necy Novaes - ARENA; Rogé ...rio Rego ARENA; Tourinho Dantas .,JARENA•.

Espírito SantoDirceu Cardoso - MDB.

Rio de JaneiroAdolpho Oliveira - MDB.

Guanabara.

Amaral Netto - ARENA; Miro Teixeira- MDB; Pedro Faria - MDB.

Minas GeraisAécio Cunha - ARENA; Carlos Cotta _.

MDB; Delson Scarano - ARENA; HugoAguiar - ARENA; Jorge Vargas - ARENA­José Bonifácio - ARENA' Sílvio de Abre~-MDB. '

São PauloAdhemar de Barros Filho -.ARENA' Al­

reu Gasparini - ARENA; Amaral F~rlan- ARENA; Bezerra de Mello - ARENA'Braz Nogueira - ARENA; Cardoso de AI:meida - ARENA; Herbert Levy - ARENA;Ildélio Martins - ARENA; ítalo Fittipaldi- ARENA; Mário Tel1es - ARENA; Mon­teiro de Barros - ARENA; Orensy Rodri­gues - ARENA; Pacheco Chaves - MDB;Paulo Abreu - ARENA; Pedroso Horta _MDB: Pereira Lopes - ARENA; Sylvio Ven­turolli - ARENA; Ortiz Monteiro.

Goiás

José Freire - MDB; Wilmar Guimarães- ARENA.

ParanáAlberto Costa - ARENA; Arthur Santos

- ARENA; Ferreira do Amaral - ARENA'José Carlos Leprevost - ARENA; MaiàNetto - ARENA.

Santa CatarinaAbel Avila - ARENA; Francisco Grmo­

ARENA.

Rio Grande do SulArlindo Kunzler - ARENA; Eloy Lenzi­

:MIJB; Lauro Leitão - ARENA; Lauro Ro­drigues - MDB; Mário Mondino - ARE­NA; Norberto Schmidt - ARENA; SinvalGuazzelli - ARENA.

VIII - O SR. PRESIDENTE (José CarlosFonseca) - Levanta a sessão designandopara amanhã a seguinte:

ORDEM DO DIA

Sessão em 11 de setembro de 1973

TERÇA-FEIRA

EM TRAMITAÇAO ORDINARIA

Discussão

1

PROJETO N.o 422-A, DE 1971

Discussão única do Projeto n. o 422-A, de1971, que dispõe sobre nomes de logradou­ros públicos em homenagem a aviadoresmortos em serviço; tendo pareceres: daComissão de Constituição e Justiça, pelaconstitucionalidade, juridicidade e, no mé­rito, pela aprovação; e, da Comissão deTransportes, Comunicações e Obras Públi­cas, pela aprovação. (Do Sr. Florim Couti­nho) - Relatores: Srs. Altair Chagas e DiasMenezes.

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5468 Terça-feira 11 DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Setembro de 1973

2PROJETO N.o 740-A, DE 1972

Discussão prévia do Projeto n. o 740-A, de1972, que concede anistia da multa e corre­ção monetária, incidentes sobre os débitosde contribuições previdenciárias relativos àconstrução ou reforma da casa própria, edá outras providências; tendo parecer daComissão de Constituição e Justiça, pelamconstítucíonaüdade. - (Do Sr. Amaralde Souza) - Relator: Sr. Dib Cherem.

AVISOS

PARA RECEBIMENTO DE EMENDASEm Plenário

1PROJETO N.o 1.497, DE 1973

Dispõe sobre a concessão de beneficiospelo INPS ao jogador profissional de fute­bol e dá outras providências. - (Do PoderExecutivo). - Mensagem n.o 287/73.

(AS COMISSõES DE CONSTITUIÇÃO EJUSTIÇA, DE TRABALHO E LEGISLA­ÇãO SOCIAL E DE FINANÇAS). (5.0 Dia)

2PROJETO N.o 1.498, DE 1973

Dispõe sobre os recursos do Plano de In­tegração Nacional - PIN, do Programa deRedistribuição de Terras e de Estímulo àAgro-indústria do Norte e do Nordeste ­PROTERRA, e do Programa Especial para oVale do São Francisco - PROVALE, entre­gues às concessionárias de servidores deenergia elétrica, e dá outras providências.- IOD Poder Executivo) - Mensagem n.?288/73.

(ÀS COMISSõES DE CONSTITUIÇãO EJUSTIÇA, DE ECONOMIA. INDÚSTRIA ECOMÉRCIO, DE MINAS E ENERGIA ECOMISSÃO ESPECIAL DO VALE DO SÃOFRANCISCO). (5. 0 Dia)

3PROJETO N.o 1.509, DE 1973

Dispõe sobre a atividade turfistica noPaís e dá outras providências. - (OD PoderExecutivo) - Mensagem n.? 296/73.

(ÀS COMISSõES DE CONSTITUICAO EJUSTIÇA, DE AGRICULTURA E POLíTI­CA RURAL E DE FINANÇAS)' (1.0 Dia)

CONGRESSO NACIONAL

1Comissão Mista incumbida de estudo e pa­

recer sobre a Mensagem n.> 44, de 1973(CN), que submete à deliberação do Con­gresso Nacional texto do Decreto-leiD.O 1.281, de 24 de julho de 1973. que"altera a redação do § 1.0 do art. 7.0 daLei n.? 4.357, de 16 de julho de 1964e dá outras providências". '

COMPOSIÇÃOPresidente: Deputado Albino ZeniVice-Presidente: Senador Danton JobimRelator: Senador Renato Franco

PRAZO

Até dia 29-9-73, no Congresso Nacional.2

Oomíssão Mista incumbida de estudo e pa­recer sobre a Mensagem n.v 46, de 1973(ON), que submete à deliberação do Con­gresso Nacional texto do Decreto-leiD.O 1.283, de 20 de agosto de 1973, que

. "dispõe sobre o Imposto de Renda, esta­belecendo incentivos para pagamento dedividendos aos acionistas de SOciedadesAnônimas de Capital Aberto, bem comopara a subscrição de ações daquelas em­presas e de quotas de Fundos de Investi­mente, e dá outras providências. Oonee-

de incentivos à criação de um mercadode debêntures".Presidente: Deputado Januário FeitosaVice-Presidente: Senador Franco Monto­1'0

Relator: Senador Hélvídio NunesCALENDÁRIO

Dia 29-8-73 - É lida a Mensagem, emSessão Conjunta;

Até dia 17-9-73 - Apresentação do pa­recer, pela Comissâo, de acorda com o ar­tigo 110 do Regimento Comum.

PRAZO

'Até dia 17-9-73 - na Comissão Mista;Até dia 19-10-73 - no Congresso Nacio­

nal.

COMISSõES TÉCNICAS

COMISSÃO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIAReunião Ordinária: Dia 12-9-73

Hora: 10:00Local: Anexo lI.Reunião Ordinária: Dia 13-9-73

Hora: 10:00

Local: Anexo lI.

COMISSÃO ESPECIAL DESTINADAA ESTUDAR GLOBALfyU,., '1'1:. O

PROBLEMA DA POLUIÇÃO Al\1B1ENTAL

Reunião: Dia 13-9-73

Hora: 10:00Pauta: oompareetmento do Sr. Burle

Marx e Sr. Marcello Damy de Souza San­tos.

COMISSÃO DE AGRICULTURA EPOLíTICA RURAL

Reunião: Dia 13-9-73Hora: 10:00Pauta: Comparecimento do Sr. Santo Lu­

nardelli e de Representantes da FAESP eda Associacâo Brasíletra de Criadores deNelore do Brasil.

COMISSÃO ESPECIAL DEDESENVOLVIMENTO DA REGIAO

CENTRO-OESTE

Reunião: Dia 19-9-73

Hora: 10:00

Pauta: Comparecimento do Sr. Costa Ca­valcanti - Ministro do Interior.

COMISSÃO DE FINANÇAS

Reunião: Dia 19-9-73Hora: 10:00

Pauta: Comparecimento do Dr. MárioLima - Superintendente do Desenvolvi­mento da Borracha.

COMISSiiO ESPECIAI~ DESTINADA A ES·TUDAR GLOBALIHENTE O PROBLEMA DA

POLUIÇiiO AMBIENTAL

Roeunião: Dia 20-9-73Hora: 10:00

Pauta: Comparecimento do Prof, Carlosda Silva Lacaz

COMISSÃO DE AGRICULTURA EPOLíTICA RURAL .

Reunião: dia 26-9-73.Hora: 10:00

Pauta: "I Enéontro Nacional de Defesados Recursos Naturais."

IX - Levanta-se a Sessão às 18 ho­Tas e 30 minutos.

AVISOAos Projetos n.os 1.488 e 1.489, de 1973,

não foram oferecidas Emendas, em Plená­rio.

MESA

3.13. SESSÃO LEGISLATIVADA 7.13. LEGISLATURA

Ata da 24.13. Reunião da ~les3,

Realizada em 28-8-73Aos vinte e oito dias do mês de agosto

de 1973, às 8 h, 30m, reúne §éã :g~si:' uaCâmara sob a presidência do Deputado Flá­vio Marcílio, presentes os Senhores Depu­tados Aderbal- Jurema, 1.0 Vice-Presidente,Dayl de Almeida, 1.0 Secretário, PetrônioFigueiredo, 2.0 Secretário, José Carlos Fon­seca, 3.0 Secretário e Dib Cherem, 4.0 Se­cretário. Havendo número legal, o Sr. Pre­sidente declara abertos os trabalhos. Élaprovada a Ata da reunião anterior. I ­PAUTA DO SENHOR PRESIDENTE. A Mesaresolve: a) promover: 1) na carreira deServente, do símbolo PL-12 ao PL-Il, pormerecimento: Rogério Conforte; RobertoMariano de Castro; Kleber Baptista deSouza, Auzir Luiz de Souza; Francisco Do­míngos da Silva. Oamílo Mennes de SOl1zae Geraldo do Espírito Santo; e por anti­guidade: Reynaldo Gomes da Rocha, JoséCavalcante do Nascimento e Walter- Jesusde Farias; do símbolo PL-13 ao PL-12, Dormerecimento: Jarbas Martins Guimarães;Haroldo Adelino Narciso, Sgualdo Chianelli,Paulo Roberto Baptista Lopes e José Ro­berto Nasser Silva; e por antiguidade: ­José Alonso Souto; Omar de Araújo Lima;Ivan da Costa Oliveira; Joaquim FerreiraCampos e Wilson Ferreira da Silva; dosiIl!QQIQ PL-14 ao PL-13, por merecimen­to: Francisco Edson Gonçalves; Ari CarlosVasconcelos Pínheíro: Geraldo PoubeI Fa­ria; José Aldemir Borges de Matos e LuizAntonio Batista Machado; e por antiguida­de: Marcus Eurípedes de Carvalho Bastos;Adismar Freire do Nascimento; Waldir deOliveira Sanchez; Oliveiros Salles e JoséJorge: do símbolo PL-15 ao PL-14, por me­recimento: Silvio Rodrigues Machado; Vi­tório Manoel de Almeida; Lourival FerreiraBl.rlno; José Alexandre Gonçalves e Paulode Tarso Monteiro do Nascimento; e norantiguidade: Nilton Menezes; José Ataídeda Silva' 8ebastião Barbosa: Claudio Fer­nandes de Mello e .Juarez de Castro Leite.2) na carreira de Auxiliar Legislativo, dosímbolo PL-8 ao PL-7, por merecimento ­Maria de Lourdes Alves Lacerda; do sím­bolo PL-9 ao PL-8. por merecimento ­Iran de Oliveira Leporace e por antiguida­de - Anderson Fernandes Dourado eWashington Romualdo Silva; do símboloPL-I0 ao PL-9, por merecimento: - EniMachado Coelho; Haídéa Píres: Dulce Pin­to da Cunha e Maria Silvia Regadas MoraesValadares: e por antiguidade: RaimundoFloriano de Albuquerque Silva: RomoaldoFernandes Arnaldo e Alda de Freitas Cou­tinho. 3) na earreira de Guarda de Segu­ranca, do símbolo PT,,-12 ao PL-ll, por me­recimento - José Altomar Farias Lima; epor antiguidade - Juarez Rocha Gomes.4) na carreír« (1<; Ascensorísta, do símboloi'L-13 ao PL-12, por merecimento - - ManoelLamen Timbó; e por ar.tíguídade - Raimun­do da Rocha Moura: b ) nomear. por acesso,da carreira de Auxiliar de Limpeza PL-16,para a carreira de Servente PL-15: EmidioVitarino de Almeida. Valdevino Porfírio deSouza c João Tranquilino de Souza; c) ra­tificar as dispensas de Secretários Parla­mentares dos seguintes Deputados: Depu­tados: Deputado Octávio Cesártn - Alde­rez Silva Dantas e Deputado Hermes Ma­cedo - Emanuel Porto Machado; d} auto-

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Setembro de 1973 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Se~ão 1) Ter!:a-ÍeÍl'a 11 5469

rizar a prestação de serviço externo: deCícero Emílio da Costa, Guarda Auxiliar,para viagem a Salvador - Ba., de 11 a15-6-n', em atendimento ao Senhor Depu­tado Wilson Falcão e de Maria da Concei­ção Azevedo, Auxiliar de Secretaría, du­rante os dias 29, 30 e 31 do corrente mês,para a Vice-Liderança da Arena; e) tor­nar sem efeito, em virtude de renúnciaexpressa, a nomeação de Adolfo Cardoso,para o cargo de Taquígrafo de Debates,símbolo PL-4, do Quadro Permanente daSecretaria da Câmara dos Deputados e no­mear, na vaga decorrente, Dina CasteloBranco Ferreira Nogueira; f) aprovar, Dorproposta da Sr. Presidente, voto de con­gratulações, ao Dr, Luciano Brandão Al­ves de Souza, Diretor-Geral, por ter sidoadmitido na Ordem do Mérito. Militar, noGrau de Oomendador: ratificar os: despa­chos favoráveis proferidos "ad referendum"da Mesa, nos processos seguintes: A) CES­SA0 DO PALÁCIO TIRADENTES - de 4a 8-9-73, para a realização da V Oonven­ção Nacional dos Proprietários e Oficiaisde Farmácia da Guanabara. Autorízacão doSr. Presidente, em 13-8-7it; B) SAfIÍA DE'VEíCULO E SERVIÇO EXTERNO - doônibus placa ON-0200:, dias 17 e 18-8-73,para viagem à cidade de Piedade do Parao­peba - MG, cedido à Federação Nacionaldos Empregados no Comércio Hoteleiro e

. Similares. MotorIstas - Getülio Correia eGHbertú Gomes da Silva. Autorízacãe do Sr.1.0 Secretário, em 16-8-73~ C) SERVIÇOEXTERNO - de Evandro Pessoa Guerra,Secretário Partãetrlar, dias 1.0 e 2-8-73', pa­ra viagem a Recife - PE., em atendimen­to ao Sr. 1.0 Vice-Presidente. Autorizacãodo Sr. 1." Vice-Presidente, em 22-8-73." li- PAUTA DO SENHOR 1.0 VICE-PRESI­DENTE. A Mesa aprova os: pareceres deSua Excelência proferidos no Projeto deLei n.O 708/72 (favorável ao substitutivoda Comissão de Constituicão e Justiça, comemendas); no Projeto de Resolução n.O

72'/73 (concluindo pela prejudicialidade);- e no Requerimento de Informacões dodo Deputado Francisco Amaral (concluin­do pela prejudicialidade). Quanto ao Pro­jeto de Resolucáo n.? 68/72 que "dá novaredação ao § 1.0 do art. 42 da Resolucãon. o 30, de 3Q.-.I0-1972. (Regimento Interne)",é dado vista ao Senhor 4.0 Secretário. UI ­PAUTA DO SENHOR 1.0 SECRETARIO. OSenhor 1.0 Secretário traz à Mesa os estu­dos que a Comissão de Alto Nível realfzou,sob sua oríentaeão, a respeito de reclassi­ficação de cargos. O Presidente resolve da­do o adiantado da hora, marear par~ às13 h, 3(1 m, o prosseguimento dos traba­lhos, exclusivamente. para discussão destamatéria. IV - PAUTA DO SENHOR 4.0SECRETÁRIO. POJO proposta do Sr. 4.0 Se­cretário, a Mesa autoriza a aquisição de400 exemplares do livro de autoria do Sr.Tl1lio Vargas, recentemente editado sob otítulo "A última viagem do Barão db SerroAzul", deduzida a parcela correspondenteà comissão do vendedor. O Senhor Presi­dente suspende a reunião. As 18 11, 30 m,sob a presidência do Deputado Flávio Mar­cílio e presentes os Senhores DeputadosAderbal Jurema, 1.0 Vice-Presidente, Daylde Almeida, 1.° Secretário, Petrônío Figuei­redo, 2.° Secretário, José Carlos Fonseca,3.0 Secretário e Dib Cherem, 4.0 Secretárioé reaberta a reunião. Com a palavra o Se~nhor 1.0 Secretário faz a seguinte exposi­ção: "Em seu Relatório, de 14 de agosto emcurso, a Equipe Técnica de Alto Nível su­gere a lotação numérica para a implanta­ção de Grupos do novo Quadro de Pessoal,estruturados pela Resolução n. O 42/73, ten­do em vista as necessidades criadas pelaReforma Administrativa determinada pelaResolução n.o 20/71. Na mesma oportunida­de propõe, em cumprimento ao art. 6.0 do

Ate da Mesa n.o 34/73, os expedientes detransformação e transposição de Cargos,com vistas à implantação do novo sistemade classificação (Grupos "Atividades deApoio Legislativo" e "Serviços Auxiliares"),neles consideradas a clientela. natural, asreadaptacões decididas pela Mesa em reu­nião de 6-6-73, as readaptações instruídasfavoravelmente, na forma do Ato n.o 5/71,mas ainda não apreciadas. pela Mesa, e asopções baseadas no § 2.° do art. 5.° daResolução n.o 42/73 e julgadas viáveis. Asrelações nominais assim oferecidas à supe­rior consideração guardam a mais perfeitaconformidade com a orientação firmadape-la Mesa, através do Ato n.? 34/73, en­quanto que a lotação numérica, que asantecede, atende aos interesses da Admi­nistração. Dessa forma, os subsidias trazi­dos pela Equipe Técnica, seja relatívamen­te à lotação, seja no que concerne as opçõesrelacionadas, seja. enfim, aqueles represen­tados pelas relações nominais de enquadra­mento, eu os aproveito integralmente nosprojetos que irei apresentar. A par dessacontribuição, entretanto, ouvida a EquipeTécnica de Alto Nível e tendo em vista asdisponibilidades da lotação, as reais conve­niências da Administracão, bem como a fa­culdade concedida, em" tais circunstâncias,pelo § 3.0 do art. 5.° da Resolução TI.O 42/73,tendo a honra de apresentar à Mesa daCâmara dos Deputados, na forma do re­latório da referida Equipe, tanto quantocomo conseqüência das ponderações que aci­ma exaramos, as seguintes medidas: r­Ato da Lotação; II - Relação de opçõescom parecer favorável; IH - Relação deopções com parecer contrário e IV - Atode transformação e transposição de cargos".Em seguida, Sua Excelência passa a ler oseguinte relatório apresentado pela EquipeTécnica: - "Os recursos humanos neces­sários ao atendimento. dos Serviços Admi­nistrativos da Câmara, notadamente como advento da Rcsnlugâo n.o 42/73, hão queser explicitados, prelímínarrnente, em seusaspectos qualitativo e quantitativo. A fasepreparatória à implantação de- Grnpos donovo Quadro de Funcionál'ios desta Casaabrange, dessarte, as especificações de clas­ses, já editadas através de Ato da Mesan.o 33/73 e, bem assim, a lotação numérica,cujo anteprojeto constitui o primeiro itemora encaminhado à consideração superior.A nova lotação, configurada em anexo aoanteprojeto específico, pretende traduzir asnecessidades das várias unidades adminis­trativas da Câmara, relativamente aosquantitativos de pessoal nas mais diversasocupações funcionais, havendo que notar,a propósíto, a nova ordem operacional sus­citada pela Reforma Administrativa, de­senvolvida a partir da Resolução n.o 20/71.Uma vez aprovada a lotação em apreço,estarão definidas as condições básicas paraa implantação de Grupos do novo Quadrode Pessoal, cuja estruturação vem de serprocedida através da Resolução n,v 42/73.O segundo item do presente encaminha­mento relaciona-se, desse modo, com a in­clusão de servidores em categorias funcio­nais dos Grupos "Atividades de Apoio Le­gislativo" o "Serviços Auxiliares". Emobservância ao Ato da Mesa n.o 34/73, nor­mativo do enquadramento, têm preferên­cia para as transformações ou transposi­ções os cargos ocupados pertinentes à clien­tela natural da categoria funcional, con­forme critérios indicados nos arts. 4.° e 20da Resolução 11.° 42/73; e, bem assim oscargos cujos ocupantes foram readaptádospor deliberação da Mesa, em reunião de6-6-73. Em seqüência orientada pelo mes­mo Ato Normativo, são objeto de enqua­dramento os cargos de funcionários cujareadaptaçào, ex vi do Ato da Mesa n.O 5/71devesse ser considerada; e, por igual, aque~les cargos cujos ocupantes tiveram a víabí-

lidade de sua opção demonstrada em regu­lar instrução, na forma do § 2.0 do art. 5.0da Resolução n. O 42/73. As opções de vali­dade comprovada foram, assim, especifi­cadas em relação anexa; aquelas apresen­tadas intempestivamente não foram exa­minadas e, portanto, se acham arquivadasno Departamento de Pessoal, conforme pres­crevem os § § do art. 1.0 do Ato da Mesa.':1.0 34173. Nesta coníormídads, o antepro­Jeto de transformação e transpasicão decargos, também encaminhado à consídera-,çao do Senhor Primeiro-Secretário atravésda piret4?ri~-Geral, constltuí subSídio daEqUlpe :r'ecillca ao cumprimento do art. &.0do precitado Ato. Brasilia, Em 1.4 de agos­to de 1973. (aa) - Atyr Emília de AzevedoLucci - Presidente da Equipe Técnica; G.HumJ;l~rto Barbosa; ,Jorge Odilon dos An;io.s;Cordelía R. Cavalcanti; José Maria Valde­targ Vianna; Amaury Lopes da Silva eJos~ Soares da Rocha". I - Relação deopçoes com parecer favorável. 1. CATEGO­RIA FUNCIONAL: Técnico Legislativo. 1.1Processos com parecer favorável: 306 __136 - 158 - 251 - 137 -- 164 - 165 _312 - 152 ~ 147 - 362 - 254. - 355 _416 - 155 - 131 - 344 - 129 - 304 _527 - 318 - 132. - 492 - 459 - 172 _325 - 182 - 187 - 135 - 151 _ 218 _408 - 240' - 298 - 295 - 305 - 242 _515 - 186 - 142 -- 176 -- 234 - 539 _244 - 337 - 389 - 319 - 530. 1.2­Processos com parecer favorável para Agen­te Administrativo: 414 - 413 - 2005 _200. 2. CATEGORIA FUNCIONAL: AssilJ­tente Legislativo. 2.1 - Processos. com pa­recer favorável. para Agente Administrati­vo: 450 - 479 - 453 - 478 - 433. _ 280

477 - 341 - 517 - 496 - 169 _ 323- 366 - 285 - 471 - 217 - 480 -- 188- 252 - 489 -- 423 -- 422 -- 404 __ 209- 495 - 214 - 262 - 5Q7 - 432 -- 526- 472 - 485 - 331 - 466 - 468. 2.2-Processo com parecer favorável para. A.s.sis­tente de Plenários: 301. 3. CATEGORIAFUNCIONAL: Taquígrafo Legislativo. 3.1

Processos com parecer favorável: 3.13-;- 409. 4. CATEGORIA FUNCIONAL: As­sistente de Plenários. 4.1 - Processos comparecer favorável: 140 - 161 - 171 _ 199

255 - 324 - 540 - 347 -- 308 - 228201 - 198 - 178 - 174 - 153 - 211498 - 474 - 451 - 315 - 523 - 528522 -- 50a - 509 - 5211 - 534 __ 502183 - 334 - 380 - 400 - 326 _ 375170 - 159 - 394 - 360 - 458. - 195494 -- 449 -- 367 -- 215 -- 339 - 335

-- 457 -- 309 -- 229 -- 524 -- 438 -- 445- 196 -- 196 - 193 - 192 - 267 - 263-- 163 -- 160 -- 532 -- 157 -- 139 __ 173- 175 - 180 - 284 - 289 - 227 -- 150- 364 - 343 - 218 - 216 - 34tl' - 500523. 5. CATEGORIA FUNCIONAL: Agentede Segurança Legislativa. &.1 - Processoscom parecer favorável: 342 - 282 - 191- 206 - 210 - 235 - 328 - 330 - 333- 358 - 401 - 406 - 491 - 232 - 261

260 -- 258 - 253 - 162 - 133 - 230- 231 - 473 - 212 - 247 - 249 - 435-- 359 -- 300 -- 310 -- 314 -- 316 -- 317- 321 -- 322 - 356 - 185 - 239 -- 236

179 -- 177 -- 274 -- 275 -- 276 -- 277- 264 - 278 - 233 - 271 - 268 - 267-- 138 -- 411 -- 188 -- 283 -- 279 -- 297- 298 - 497 - 493 -- 265 - 256 - 219- 220 - 221 - 224 - 222 - 303 - 320-- 329 -- 336 -- 424 -- 425 -- 395 -- 399- 483 - 250 - 248 - 245 - 372 - 379- 430 -- 213 - 390 - 441 - 226 -- 475- 470 - 426 - 428. 5.2 - Processo comparecer favorável para Agente Administra­tivo: 513. 6. CATEGORIA FUNGCIONAL:Agente Administrativo. 6.1 - Processoscom parecer favorável: 467 - 484 432-- 290 -- 456 -- 542 -- 272 -- 146 -- 273

510 -- 225 -- 371 -- 431 -- 381 -- 506181 130 -- 294 -- 291 -- 293 -- 541

-- 194 -- 302 -- 208 -- 351 -- 447 -- 460

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5470 Terça-feira 11 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Setembro de 1973

- 361 -- 189 -- 461 -- 538 -- 464 -- 439-- 345 -- 531 -- 311 -- 243 -- 281 -- 1$48- 427 - 429 -- 223 -- 156 -- 269. 6.2 .-Processo com parecer favorável para Assis­tente de Plenários: 521. 7. CATEGORIAFUNCIONAL: Datilógrafo 7.1 -- Processocom parecer favorável para Agente Admi­nistrativo: 448. II -- Processo com parecerpela prejudicialidade -- 543 -- FernandoBoaní Paulucci. UI -- Relação de opçõescom parecer contrário. 505 -- 383 -- 465 -­462 - 327 -- 392 -- 499 -- 393 -- 529 -­525 -- 145 -- 504 -- 298 -- 511 -- 382 -­257. IV -- Processo de readaptaçào. 1.Parecer ravorávcí para Agente Adminis­trativo: SebastIão dos Reis; Eudes Gomes -íeOliveira; Expedito Jose ouscouío: FranC1S­co Parva Borges; Euclides Neres de Santa­na; Pedro Aureliano de Paula; Mariah Ma­ria de Lima Krosny; Alcides de Carvalho;José Aldemir Borges de Matos e JocellllrloDantas de Oliveira. 2. Parecer nela preju­dicialidade: Pedro Silvério dos Santos. AMesa acolhe o parecer do Senhor LO-Se­cretário e o relatório da Equipe Técnica. e,em conseqüência baixa os atos n.os 37 e38, que vão publicados ao final desta. Pre­sente o Senhor Deputado Francisco Studart,solicita a palavra a fim de ponderar queentre a matéria aprovada não estavam in­cluídos os aposentados da Câmara dosDeputados, conforme entendimentos havi­dos entre Sua Excelência e o Senhor 1.0 •

Secretário. uma vez que se tratava de si­tuação assemelhada, com os funcíonánosem atividade. Com a palavra o Senhor 1.0 _

Secretário declara que o assunto está senãoobjeto de estudos. quer no exame do dis­positivo que trata da extensão da Lei aosaposentados, como também não se poderiaantes da implantação do plano de classifi­cação de cargos, aos servidores em atívida­de, aplicar aos aposentados essas normas.tendo em vista que a anterior servirá depadrão às situações referidas pelo DeputadoFrancisco Studart. O Sr. Presidente reco­menda que o Senhor l.o-Secretário. junta­mente com o Senhor Diretor-Geral con­cluissém os estudos com a urgência neces­sária para que na próxima reunlão da Mesaa matéria seja apreciada. Nada mais ha­vendo a tratar, o Senhor Presidente de­clara encerrados os trabalhos e eu, PauloAfonso Martins de Oliveira, Secretário-Ge­ral da Mesa lavrei a presente Ata que apro­vada vai à publicação. - Flávio Mareílio,Presidente.

ATO DA MESA N.O 37, DE 1973

A Mesa da Câmara dos Deputados, no usode suas atribuições, Resolve:

Art. 1.0 Fica estabelecido, na forma doAnexo, o número de cargos que compõem

as Classes das Categorias Funcionais deGrupos de Atividades criados ou estrutura­dos pela Resolução n.? 42, de 25 de junhode 1973.

Art. 2.0 O Anexo a que se refere o artigoanterior poderá sofrer alterações à medidaem que se efetue a implantação de outrosGrupos de Atívídades de que trata o art.19 da Resolução n,v 42/73, bem como emvirtude de mobtlída fi e runcíona1 e do dls­posto no § 2.0 do art. 5.0 da mesma Reso­lução.

Art. 3.0 A vigência deste Ato obedeceráao disposto no art. 5°, da Lei n.? 5.902, de9 de julho de 1973.

Art. 4.0 Revogam-se as dísposíções emcontrário.

Sala das Reuniões, em 28 de agosto de1973. - Flávio Mareílio.

ATO DA I\IESA N.o 38173

A Mesa da Câmara dos Deputados, no usode suas atribuições,

1. Considerando a nova ordem operacio­nal estabelecida pela Reforma Administra­tiva desta Casa;

2. Considerando a relevância de umcorpo de servidores racionalmente canaeí­tado em campos ocupacionais diversifica­dos;

3. Considerando a demanda de recursoshumanos nas várias unidades da estruturaorganizacional;

4. Considerando que a distrlbuicão defuncionários, qualitativa e quantitativa­mente identificáveis, será melhor adminis­trada através de objetivo plano de classi­ficação de cargos;

5. Considerando que a melhor remune­ração dos serviços prestados à Câmara, apar de favorecer a conquista de novos ní­veis de eficiência. é também determinadapela sensível ampliação da jornada detrabalho semanal;

6. Considerando que a inclusão de ser­vidores em o novo sistema de classificaçãodeve, portanto .consultar as reais necessi­dades e conveniências da Administração;

7. Considerando, finalmente, substancialrealização desses objetivos a inadiável im­plantação dos Grupos "Atividades de ApoioLegislativo" e "Servlços Auxiliares";

Resolve:

Art. 1.0 São transformados ou transpos­tos, nos respectivos Grupos e Categorias

Funcionais, os cargos a cujos ocupantes serefere o art. 7.0 da Resolução n.O 42/73conforme relação nominal constante d~Anexo do presente Ato.

Art. 2.0 O Anexo a que se refere o ar­tigo anterior poderá sofrer alteracões àmedida em que se efetue a ímplantação deantros GrUDaS de Atividades de que trata oart. 19 da Resolucão n.o 42/73, bem comoem virtude de mobilidade funcional até adata do presente Ato e do disposto no §2.0 do art. 5.0 da mesma Resolução.

Art. 3.0 O preenchimento de vagas ocor­ridas a partir da vigência deste Ato seráprocessado de acordo com o sistema demobilidade funcional a ser estabelecido emResolucão e demais normas disciplinadoresda matéria constantes da Resolucão n. o42/73. .

Art. 4.0 Os ocupantes dos cargos, trans­formados ou transpostos, incluídos na re­lação nominal de que trata o Anexo desteAto. ficam sujeitos. de acordo com as ne­cessidades da Administração, ao exercíciodas atribuições inerentes aos cargos a quepertenciam, inclusive, quando for o caso,ao uso de unírcrme, até a definitiva im­plantação de todos os Grupos de Atlvída­des Indispensáveis aos serviços da Câmarados Deputados.

Art. 5.0 O servidor que não constituirclientela natural da Categoria Funcionale111 que houver sido incluído o seu cargoserá obrteatoríamente submetido a cursointensivo de treinamento, nos moldes es­tabelccldos pela Administracão, somente seefetivando a inclusão na Categoria apósreconhecimento de hablítaçâo no referidocurso.

Art. 6.0 As alterações previstas nos arts.2.0 e 5.0 , concernentes às Categoría., Fun­cionais do Anexo, retroagírão, para todosos efeitos legais, à data deste Ato.

Art. 7.0 O Departamento de Pessoal pro­cederá às competentes apostilas nos titulasdos funcionários abrangidos pelo presenteAto.

Art. 8.° A vigência deste Ato obedeceráao Gisposto no art. 5.0 da Lei n.o 5.902, de9 de julho de 1973.

Art. 9.0 Revogam-se as disposições emcontrário.

Sala das Reuniões, em 28 de agosto de1973. - Flávio Mal·cílio.

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Setendbro de 1973 DlARIO no CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Ter~a-feira 11 5471

MESA

Presidente:

Flávio Mareílio1.0 Vice-Presidente:

Aderbal Jurema2.0 Vice-Presidente:

Fernando Gama1.0 Secretário:

Day! de AJmelda2.° Seeretario:

Petrônlo Firueiredo3.0 seeretanot

.José Carlos ~ "'5eca4.0 Secretário:

Dib CheremSuplentes de Secretário:

1.0 Supiente:Vinicius Cansançáo

2.0 Suplente:Teotônio Neto

3." Suplente:João Castelo

4.° Suplente:Jarmund Nasser

LIDERANÇASARENA - MAIORIA

Lider:

Geraldo Freire

Vice-Lideres:

Cantidio SampaioDaniel FaracoClóvis StenzelJ oão LinharesZacharias seremsChaves AmaranteNina RibeIroHomero SantosBraailío CaladoElcio AlvaresLomanto JúniorMagalhâes MeloGnmaldi RíbeiroAldo LupoAmérico de SouzaElias CarmoLuiz BrazParsifal BarrosoPaulino CíceroRaimundo DínízSinval GuazzelliTúlio VargasVasco Neto

'MDB - MINORIALider:

Aldo Fagundes

Vice-Líderes:

Alencar FurtadoJoão MenezesMarcos FreireJosé Bonifácio Net'lLisâneas MacielAlceu CollaresArgilano DarioDias MenezesFernando LiraFernando CunhaGetúlio DiasHenrique EduardoJosé CamargoJ.G. de Araújo JorgeJ oel FerreiraMarcondos GadelhaOlivir GabardoPeixoto FilhoWalter Silva

DEPARTAMENTO DE COMISSOES

Presidente: Juarez Bernardes - MD~l),'urma "A,"

TITULARES

AHENA

PaUlo RochaLocal: Anexo TI - Ramal 827

VagoVago

SílVio LopellSinval GuazzelllUbaldo BaremVagovago

Siqueira CamposVmgt RosaaaVagoVagoVagoVago

"MDB

MDB

Aldo LupoArnaldo PrietoBento GonçalvesDaso CoimbraJoão GuidoJosé da Silva BarrosManoel ravelraOswaldo ZanelloPedro CollinRozendo de SOuza

3) COMISSAO DE COMUNICAÇOES

TITULARES

ARENA

SUPLENTES

ARENA

Presidente: Salles Filho - ARENA

Vice.Presidente: Amaral de Souza - ARENA

Vice-PresIdente: Júlio Viveiros - MD~

Eloy LenzlVagovago

Brasfilo CaladoCorreia LamaEtelvmo .I.JInsLuiz BragaMaia NetoMonteiro de BarrosOssian Ararlpe

Aldo FagundesAlencar Furtado

Alair FerreiraA:ry VaiadãoAureliano ChavesBatIsta MirandaEldison BonnaGabriel Hermes

Presidente: Fernando Fagundes Netto - ARENAVice-Presidente: Antônio Florêncio - ARENAVice-PreSIdente: Alberto Lavinas - MIJB

TITULARES

ARENAGarcia NettoGonzaga VasconcelosLuiz GarciaNina RibeiroVagoVago

MDBVagoVago -

SUPLENTES

ARENAAdhemar de Barros José Tasso de AndradeFllbo Vago

Brasílío Caiado VagoCorreia Lima vagoFIávio GíovíneGrimaldi RibeiroHíldebrando GuimaráesMátlo MondinoMauricio ToledoRoberto Galvanisussumu Hirata

MDB

Dias Menezes Olívír GabardoFernando Cunha Santílll soonnnoHenrique Eauarao Alves Victor tssíer

REUNIÕES

Quartas e Quintas-feiras: àl 10:00 norae,Local: EdficlO Anexo TI- Sala 11- .ttamaI:

621 - 24-3719 (direto)secretaria: Eui Machado Coelho.

2) COMISsAO DE CIENCIA E TECNOLOGIA

Turma "B"Cardoso de AlmeidaDlOgO NomuraFlávio GiovíneHerbert LevyLomanto Juniororensy RodriguesSebastião AndradeVago

MDB

Pacheco ChavesViniClus Cansanção

Antônio BreoollnFranciSCo .L1baxdonl

Turma "A"Antônio UenoDeíson scaranoEdvaldo FlôresGeraldo BuJllôesNunes FreirePaulino LopesPaUlo Alberto:Vago

COMISSOE5 PERMANENTES

1) COMISSÃO DE AGRICULTURA E POlíTICARURAL

:Vice-Presidente: José Mandelli - MDB

Turma "B"

:Vice-PreSIdente: Vasco Amaro - ARENA

Divisão de Comissões Permanentes(Jeny ~vier ~arques

Local: Anexo n - Telefones: 24-6719 e24-4805 - Ramais: 601 e 619

Peixoto FilhoVagoVago

Aldo FagundesAlencar FurtadrJoel Ferreira

REUNIõES

Quartas e Quintas·feiras: às 10:00 horlUl

Local: Anexo II - Sala 6 - Ramais 654 • 6~'

13ecretário: Abelardo Frota e Qysne

MDBVagoVago

Antônio Bresol!nJoão ArrudaVago

REUNIõES

Quartas e Quintas-feiras: às 10:00 horasLocal: Anexo TI - Sala - Ramal: 766 ­

Direto: 24-7493secretária: ~aria Célia Martins de' Souza

:!3org8$

SUPLENTES

ARENA

Juvênclo DiasLuiz Braga~anoe1 Rodrlgue:::~arcl11o L1maMilton BrandãoRuy BacelarSinval BoaventuraVago

Aldo LupoBatista MirandaEraldo LemosBanequlm DantasJoão GuidoJoaquim CoutinhoJorge VargasJosé rasoo de Andrade

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14,'1% Terça-feira 11 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Setembro de 1973

4) COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA 5) COMISSÃO DE ECONOMIA. IND(iSTRIA E 6) COMISSÃO DE EDUCAÇÃO E CULTURACOMERCIO

Turma "B"

Turma "A."

Presidente: Lauro Leitão - ARENA

Vice-Presidente: Laerte Vieira - MIJB Gastão MüllerJarmuna NasserMoacyr omesseMurl10 BadaróOceano OarieralParsitaí BarrosoPlmio Salgado

Alfeu GaspaI1niAry del.dmaBezerra de AlelloDaso CoimbraEmanuel PmneircEurlpldes Cardoso de

Menezes

Presidenteõ Flexa Ribeiro - ARENA

Vice-Presidente: MaurIcio 'Foledo - ARENA

Vice-PresIdente: João Borges - MDB

TITULARES

ARENA

Turma "8"

A1I,ENA

TI'l'ULARt:S

Vice-PresIdente: Arthur Fonseca - ARENA

Turma n,."

Presidente: Rubem Medina - MDB

Vice-Presidente: Amaury Mu1ler - MDB

Turma "B"

Turma "A"

Turma "B"

TITULARES

ARENA

Vicé-Presidente: Ferrera do Amaral - ARENA

Turma "A"

Henrique Eduardo Al-ves João Arruda

Marcondes Uadelha Santilli Sobrinho

Taneredo Neves

Francisco Amaral Ohvír GaDardoJ .G _ de araujo Jorae VagoNadyr 1WsselitI

SUPLElIlTES

Alt.l!lNA

Manoel de AlmeidaNecy Novae.t:Nosser aimeida

osnein Mll1't11lelli

Ossian ArarlpePaulo E'err82Stelio MaroJaVago

Altair Chagas

Arlindo Kunzler

Célio Borja

Djalma Bessa

:ltalq Fittipaldi

José Alves

José Sally

Luiz Braz

Mário Mondino

Túlio Vargu.s

:Vago

L1sâneM Maciel

M1ro feixen-a

Sylvio Abreu

Vago

Antônio MariZ

l!:leIO Alvares

Rildebrando Guimarães

Jairo Magalhães

João Linhares

José BonifáCio

Ruy D'Almeida Barbesa

Ubaldo Barem

Vago

MDB

Alceu Collares

Franciseo PintoHamilton Xavier

Severo Eulálio

Amaral Neto

Braz Nogueira

Djalma Marinho

Faria Lima

José Haddad

José Maria AIkmin

MareIO Paes

Sussumu tllrata

Vago

Vago

Vago

Antônio Pontes

Alberto Hoftmann

Amaral Furlan

Braga Ramos

Chaves Amarante

Jonas oanoaLUIZ Losso

Stélio MaroJa

Vago

Vago

Vago

MDB

Ario Theodoro

Albino ZeroAntômo MarizArthUl FonsecaHraSlllo Caladouceuo MartlDfiJaIro MagalhaesLUIZ J:lraz

Alcir PimentaBezerra de NorôesFábIO Fonseca

MDB

MDB

Henrique Eduardo AlvesJuarez BernaruesSantilli Sob1'1DJlO

SUPLENTES

ARENA

MDB

SUPUNTES

Adhemar Ghisf

Alfeu Gasparmi

Amaral de Souza

América de Souza

Arthur Fonseca

Cantldio Sampaio

Cláudio Leite

Emanuel Pinheiro

G<lDzaga Vu.sconcelos

Homero Santos

Jarmund NlIllSer

José Carlos Leprevost

Manoel Taveira

Mauricio I'oledo

Nogueira de Rezende

Norberto Schmldt

Osmar Leitão

Osnelli Martinelli

Parente Frota

Ra.imundo Par6nte­

Sinval Guazzelll

Altair Chagas

Antônio Deno

Batista Miranda

Bento Gonçalves

Cardoso de Almeida

Djalma Bessa

Edvaldo Flôre<

Ferreira do Amaral

Hermes Macedo

Januário Feitosa

João Línhares

A1I,ENA

José Pinheiro Machado

José da Silva Barros

Josias oornes

Magalhâes Mello

Marco Maciel

Mário Monclino

Navarro víeira

Osmar Leitão

Paulino Cícero

Rogério Rêgo

WIlmar Da1lanhol

MDB

REUNIõES

Quartas-feiras, aa 10 noras,

Local: Anexo n - Sala 9 - Ramal 639.

Secretária: Martà Clélia orneo.

7) COMISSÃO DE FINANÇAS

Presidente; Jorge vargaa - ARENA

Turma "A"

Vice-Presidente: Ivo Braga - ARENA

Turma 'B"

Vlce-.f'resldente: Ostris Pontes - MDB

1'lTULARES

ARENA

REUNIÕES

Terças, Quartas e Quintas-feiras. às 10 horu.

Local: Anexo n - Sala 1~ - Ramal 626.Secretária: Augusta. Nauricio

REUNIõES

Quartas e Quintas-feiras. M 10 horas.

Local: Anexo n - Sala 4 - Ramal 631.

Secretário: Angelo da Vila.

Turma "B~

Carlos Alberto OliveiraDyrno PiresFernando MagalhallBJoão CastelcLeopoldo PeresOzanam CoelhOVagoVagoVagoVagoVago

Turma "A"

Adhemar de BarroeFilho

Aldo LupcArthur ssateeHomero SantosTIdélio MartinsNorberto SChm1dtTourinho DantasWilmar GuimarãesVa.govago

Jorge FeITaz

Léo Simões

Ruy Lino

Victor rssíer

Vago

César Nascimento

Dias Menezes

Eloy Lenzt

Harry Sauer

José Bonifácio Neto

José Camargo

Marcelo MedeirOl

myssea Guirnarâfll6

Alencar Furtado

Argilano Dano

Eloy Lenzi

FrllDciseo Studarl

J.G. de Araújo Jorge

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setembro de 1973 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Terça-feira 11 5473

Presidente: Dyrno Pires - ARENAVice-Presidente: Sylvio Botelho - ARENA

TITULARES

ARENA

MDB

REUNIÕES

Quintas-feiras, às 10 horas.Local: Anexo fi - Salã D.· 14 - Ramal 6'72.secretárIo: JOSé Lyra Barroso de OftllllaL

Antônio Bresolin

10) COMISSAO DE REDAÇAO

Freita.s Diniz

SUPLENTES

ARENAAry de Lima Raimundo Parent6FranCISCO RollembergPrISCO Viana

Cantldio SampaioHenrique de U1 Rocque

MDB

MlJB

J061 FerreiraThalt!s I:tamalhovínicius Cansanção

Fernando Fagundes. NettoFrancisco GrllloGabriel HermesJoão CasteloJosé Haddad

de Lauro LeitãoNorberto SchmidtParente FrotaVagoVago

REUNIÓ";S

Quartas e Quintas-feiras, às 10 noras.

Local: Anexo Il - Sala n." 2 - Ramal 665.

SecretarIO: WlIson Ricardo Barbosa Vianna

SUPLENTES

ARENA

Freitas DínízJerõmmo SantanaJoão Menf'v,es

Aécio CunhaAntônio FlorênmoArlindo KunzlerArthur SantosBento GonçalvesÉloio AlvaresEurípides Cardoso

Menezes

MOB

Harry Sauer

Jairo Brum

Joel Ferreira.

Vago

SUPLENTES

ARENA

Hugo Aguiar

Januário Feitosa

João AlVe.!l

Joaquim Macedo

Manoel Tavem\

MáriO Telle.!l

Milton Brandão

Pedro coumPhmo SalgadO

Roberto Gebara

aeoaanão Andrade

Faria Lima

Ferreira do Amaral

Furtado Leite

Herbert LevY

Hermes Macedo

Altair Chagas

Antônio Mariz

AJ:lindo Kunzler

Athos de Andrade

Athiê Coury

Cesar Nascimento

:Victor lssIer

:Vago

. Adhemar Ghiai

AlaIr Ferreira

REUNIÕES

Turma "O"

Vice-Presidente: Jorge Ferraz - MDB

Turma "O"Américo de SouzaBías Fortes;::f'lioMarQuca Fernande.Oláudío LeiteJosé Pinheiro MachadoMarcelo LinharesPedro CollinRaymundc DinizRogério RêItOTeotônio Neto

MDB

João MenezesPadre NobreReynaldo Sant'AnnaThales Ramalho

ARENA

José PenedoLeão SampaioLeopoldo PeresMarco MacielMurilo BadaróNorberto scnmidtOceano Carleia]Orensy RodriguesOzanam CoelhoParslfal BarrosoVJihnar GuimarãesVago

MOB

Hamilton XavierJairo BrumJoel FerreIraOsirís Pontes

Turma '.&.'1

Vice-Presidente: Manoel Taveira - .Al:Ui:N4

Turma 'U"

Vice-PreSIdente: Brígido l'inoco - MOB

TITULARES

ARENA

Turma "A"Adhemar GhisiAroldo CarvalhoHenrique 1'urnerHermes MacedoJoaquim CoutinhOJosé Carlos LeprevostJosias GomesLins e SilvaLopo CoelhoPassos Porto

Alfeu GasparimAlvaro GaudencioArnaldo PrietoAry ValadãoDaniel FaracoDiogo NomuraFaria LimaFernando MagalhãesFlexa RibeiroGeraldo Guedes

11> COMISSAO DE RELAÇÕES EXTERIORES

Presidente: Pereira Lopes - ARENA

SUPLENTI!:S

Adalberto CamargoAldo FagundesAnapolino de FariaDias MenezesFrancisco Pinto

Francisco Studart101J1' camaraoPedro FariaUlysses GUimarães

Turma "8"José Tasso de AndradeNogueira de RezendePaulmo CíceroPrISCO VIanaVagoVagoVago

MDB

Jorge FerrazLauro Rodri~ue.

Silvio de Abreu

MDB

Dirceu CardOSOVago,

SUPLENTES

ARENA

Paulino LopesRoberto GebaraRozendo de SouzaSilvio LopesSiqueira CamPOlllVasco NetoVingt RosadoWIlmar Dallanh01

Antônio PontesJai500 BarretoJoão Arruda

Batista MirandaFrancelino PereiraGarcia NetoMárcio PaesMário StammNosser Almeidaoceano CarleialOswaido ZanelloParente Frota

Jerônimo SantanaVago

vago

Turma "A"

Edilson Melo l'ávoraFrancISCO GnlloJOSé SampaioMarco MacIelVagovagoVagoVago

TITULARES

AltJ!:NA

Vice-Presidente: osuirc Domingues - ARENA

Vice-Presidente: Freitas DmIZ - MDB

Presidente: Jose Machado - ARENA

l'urma tiA."

9) COMISSAO DE MINAS E ENERGIA

Turma 'B"

AthOE de Andrade

Eurioo Ribeiro

Helmque FaIIBtone

JosiaE Leite

Manoel de srmeicaRicardo Fiuza

Vago

Turma "8"

MDB

Pacheco Chaves

Peixoto F1lllo

\OlniciUl! Cansanção

Walter Silva

TITULARES

AltENA

Furtado U6lte

HeItor CavaloanU

Joaquim Macedo

Manoel Novll.lll!

OSwaldo Zanellc

Sinval Guazzelli

Wilson Falcão

Vago

TUMl1ll "&"

Adalberto Camargo

Dul.S Menezes

Florim CoutinhO

Freitas Nobre

Jose Caml>rgo

PresIdente: I'heódulo de Albuquerque ­AH.ENA

8) COMISSAO DE FI5CALlZAÇAO FINANCEIRA ErOMADA OI: CONIAS

Vice-Presidente: Nosser Almeida - ARENA

Tnrrnll "A" - Quartas-feiraE àB 10 noras.

Turma 'B' - QuintaB-fell'l1.S às 10 bOras.

Local: Anexo n - Sala D." 16 - RamsÍS:M2 e 643.

Secretária: Maria Geralda Orrlco.

JO!lé Bonifácio Neto

Peixoto F1llló

Renato AzeredO

MDB

Antênío AnnibeW

Marcelo MeàeIrOlll

REUNiõES

Quartas-feiras, às 10 horas.

Local: Anexo TI - Sala n.O 7 - Ramal 639.

Secretária: Helena Ribeiro da Cunha.

REUNIõES

Quartas-feiras, às 10:30 horas.Local: Anexo TI - Sala 1 - Ramal 1n'1.Secretária: Sylvia Cury Kramer BenJamin

do Canto

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5474 Terça-feira 11

•nIARíó DO CONGRESSÕ NÁCl()NAL (Seção n

12) COMISSAO DE SAODE

13) COMISSAO DE SEGURANÇA NACIONALPresidente: Alipio Carvalho - ARENA

Vice-Presidente: Hannequim Dantas - ARENAVice-Presidente: Ney Ferreira - MDB

TITULARES

ARENA

MDB.Leo SimõesVagoVago

SUPLENTES

ARENAMário MoridinoMoacir omesseMonteIrO de BarrOllParente FrottaPassos PortosRezende MonteiroVíngt Rosado

TITULARI!:S

ARENASiqueira CamPlllJStél10 MaroJaVinicius Câmara

MDBRuy Lino

SUPLENTES

ARENASebastião AndradeVagoVagoVago

Presidente: Mário 'I'elles - ARENAVice-Presidente: João GUído - ARENAVice-Presidente: Adalberto Camargo - MD:Q

TITULARES

ARENARozendo de SouzaRuy BacelarSílvio LopesVasco NetoVagoVago

Dias MenezesFernando J.oyra

Abel AvIlaAiron RIOSAlberto Costa.Arnaldo PnetoBento GonçalvesJuvêncio DrasMário Stamm

Alair FerreiraE<1llson MeiO TávoraEraldo LemllllGarcia NettoJosé MachadoJosé sampaioLeão SampalOMaia Neto

DIVISÃO DE COMISSOES TEMPORARIAS

MDBAlberto Lavlnas José Mandell1Amaury MUJler Nadyr J:Wssetl;tFranCISCO Líbardonl Peixoto Fllho

REUNIÓES

Quartas e QUintas-feiras. à$ 10:30 boras.Local: Anexo n - Sala n." 5 - Ramal 696.Secretária: ~eda EmUla Hooper

Gilda Amora de Assis RepublicanoLocal: Anexo n - Ramais

Set;ão de Comissões de InquerJto

Chefe: Flávio Bastos Ramos.Local: Anexa n - Ramais 609, 610, 612.

Se~ de Comissõe6 Especiais

Chefe: Stella Prata da Silva Lopes.Local: Anexo n - Sala 8/B - Ramal 604.

16) COMISSAO DE TRANSPORTES

COMISSOES .ESPECIAIS1) COMISSÃO DA AMAZüNIA

Presidente: Juvêncic OIM - ARENAVice-Presidente: Nunes FreIrC - ARENAVice-Presidente: Jeronilno Santana - MDB

Emanuel PinheiroJoaquim MaceooNasser AlmeidaRannundo Parente

l!:dlson BonnaEraldo LemosJannund NasserLeopoldo Peres

Joel FerreiraJúlio Viveirof;

L\IDBAntônio Pontes José FreireJG de Araújo Jorge Victor Issler (República)

REUNIõES

Local: Anexo n - Sala n,s S-A - Ramaa605 606 e 616.

secrerana: Diva Yedda Veiga de Lemos

VagoVagoVagoVagOVagoVago

MDBLauro RodriguesMarcos Freire

MDBPeixoto FilhoVagoVago

MDBWalter SilvaVago

Lisâneas MacielPedro FarraPeixoto Filho

REUNiõES

Quartas e QuintM-feiras, às 10 horas.Local: Anexo II - Sala n,c 15 - Ramal 647.Secretária: AlHo, Fellcio Tobias.

Elias CarmoFrancelíno PereiraGrimaldi RibeiroHugo AguiarNecy NovaesMagalhães MelloPaulo AbreuPaulo Ferraz

Getúlio DilllJosé Freue

Francisco LibardonlLeo SnnóesPedro Lucena

Francisco AmaralFrancisco PintoGetúlio Dias

14) COMISSAO DE SERViÇO POBLlCO

Presidente: Freitas Nobre - MDBVice-Presidente: Bezerra de Norões - MDBVice-Presidente: Agostinho RodrigUeB- ARJl:NA

TITULARES

ARENA

15) COMISSÃO DE TRABALHO E LEGISLAÇÃOSOCIAL

SUPLENTES

ARENABaldaccl Filho José PenedoCarlos Alberto Oliveira José SallyCid Furtado Lopo CoelhoDaso Coimbra osanam CoelhoEurico Ribeiro Vinicius CãmaraHíldebrando Guimarães VagoJoão Castelo VagoJonas Carlos

REUNiõES

Quartas-feiras, às 10 horas.Local' Anexo n - Sala n.L 12 - Ramal 694.Secretáno: Hélio Alves Ribeiro.

Presidente: Cid Furtado - ARENAVice-PreslClente: Raimundo Parente - ARENAVice-Presidente: Alair Pimenta - MDB

TITULARES

ARENAAlvaro Gaudêncio Rezende MonteiroDaniel Faraco Roberto GalvaniHenrique de La Rocque Roberto GebaraJoão Alves Wilmar DallaIlholJl>Sé da Sílva Barros Wilson BragaOsmar Leítão Vago

Vago

MDB

Argilano Dariooaríos CottaFernan{io Cunha

SUPLENTES

ARENA

Adhemar Ghisi Ildélio Martin.lCélio Marques Fernandesítald ContiCláudio LeIte Joaquim MacedoDMO Coimbra José Pinheiro MachadoFernando- Fagundes Josias GomeI

Neto Mauricio ToledoGeraldo Bulhõl'.s Sussumu HirataHelbert dos Santos Túlio Vargas

Túlio Vargas (República)

M1JtoÍl BrandãoOSnelli MartlnellíParente FrotaSílvio Venturoll1Sinval BoaventuraVimclus Câmara

MDB

Janduhy CarneiroVago

MDBLaerte VieiraVagoVago

REUNIõES

Quartaa~feiras,às 10 horas.Local: Anexo n - Sala 13 - Ramal 689.Secretária: Haydeé Fonseca Barretu. -

Presidente: JaiBOn Barreto - Jl(DBVice-Presidente: Pedro Lucena - MDB:Vice-Presidente: Marcillo Lima - ARI.!lNA

'l'ITULARES

ARENA

Helbert dos SantooLeão SampaioNavarro VieiraSílvio BotelhoVagoVagoVago

Albino Zen!Américo Bl'asilArnaldo BusatoBaldaccí FilhoCantldio SampaioEraldo LemosFrancisco Rollemberg

Anapolino de FariaFábio Fonseca

Alencar F'urtadoDias MenezesFrancisco Pinto

Clóvis StenzelGeraldo Guedes!talo 'Cont!,Januário FeitosaJoão VargasJosé PenedoManoel Rodrigues

MDBFlorim CoutinhO VagoRuy 'Ano Vago

Vago

SUPLENTES

ARENA

Adhemar de BarrOl Magalhães VeloFilho Roberto Gaívaní

Agostinho ~el sallea FilhcArnaldo Prieto Siqueira CarnlQBento GonçalVell reotonto NetoCélio Marques FernandesVingt RosadoEraldo Lemw; VagoFlávio Giovine .João GUído

SUPLENTES

ARENA

Airon RiOS Juvêncio DiasDa80 Connbra Nunes FreireDiogo Nomura Oceano CarleialHenrique F'anstone Parsíraí BarrosoJoáo Alves Silvio VenturolliJosé Tasso de Andrade Theódulo de Albuquer-J osías Leite que

Vmgt RosadoVago

MDB

. Ath1ê coury Júlio ViveirO!FreItas Dmiz Marcondes GadelhaJ.G. de Araújo Jorre Vago

REUNiõES

Quartas-feiras. às 10 horas.Local: Anexo n - Sala n.< 10 - Ramal 682.Secretária: Maria Benedita de Freitas

Brandão.

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Setembro ire 1973 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Terça-feira 11 54'75

2) COMISSAO DA BACIA DO SAO FRANCISCO

. Presidente: Manoel Novaes - ARENAVice-Presidente: JoSé Sampaio - ARENAVice-PresIdente: Janduhy Carneiro - MJJB

TITULARES

AJ:tENA

SUPLENTES

ARENA

MDB

Waldemiro Telxeir.

Thales Ramalho

!lIDB

Pacheco Cnaves

REUNiõES

TITULARES

SUPLENTES

ARENA

ARENA

Mário renes

Presidente: Faria Lima - ARENA

Vice-Presidente: Aureliano Chaves - ARENA

Relator; Monteiro de Barros - ARENA

Quintas-feiras: às 10 horas.

Local; Anexo li - Sala 8-A - Ramal 60~

Secretária: Maria l'ereza de Barros Pereira.

6) COMISSAO ESPECIAL DESTINADA A ESTU­DAR GLOBALMENTE O PROBLEMA DA Po­LUIÇAO AMBIENTAL

Célio Marques Fer­nandes

Ferreira do Amaral

A.l:/,ENA

Smval GuazzeJJjVasco AmaroWJ1mar DanannclVagoVago

MDB

JG de Araújo JorgeJose Mandem

TITULARES

ARENA

SUPLENTES

Presidente: João Var~as - AnENAVice-Presidente: AntOnio Ueno - AHJ1:NAVice-PresIdente: Eloi Lenzi - MDB

4) COMISSÃO DO DESENVOLVIMENTO DA RE·GIAO SUL

Abel ÁvilaArthur SantosFlávio Giovinertaio ecnn

Alencar FurtadoCesar NaSCImento

Adhemar GhlsiAlberto aorrmannAroldo CarvalhO

Lauro LeitãoMário MondinoPedro oonmSylvlO VenturolU

MDB

Francisco Libardonl Getúlio DiasJaison Barreto

Vago

Odulfo DominguesPassos PortoPau1mo ciceroVago

MDB

Walter silva

Ricardo FiuzaRogérIo I:tego

Vasco Neto

MDB

vinícíus Cansanção

Henrique EduardoAlves

Ney Ferreira

Bento GonçalvesGeraldo BUlnóesJosias LeiteLomanto J1inior

Djalma BessaFernando MagalhãesGonzaga VasconcelosHomero SantosMarco Mac1el

Francisco PintoTnales H.amamo

REUNiÕES

3) COMISSAO ESPECIAL DE DESENVOLVIMENTODA REGIAO CENTRO-OESTE

Local: Anexo li - Sala 8-B - Ramal 685.Secretário: Romoaldo Fernandes Arnoldo.Qumtas-feiras. às 10 noras.

Presidente: Ary Valadão - ARENAVice-Presidente: EmanueJ t'lnheiro - t\.RENAVlce-Presidente: SUvio de Abreu - MJJB

MDB

Alcir Pimenta

Alberto Lavinaa

Padre Nobre

MDB

Henrique Eduardo AIVeII

REUNIÕES

SUPLENTES

Quintas-feiras: às 9 boras.

Local: Anexo li - Sala 8-A Ramal 604­

Secretária: Maria Helena May .Pereira daCUDIla.

Presidente: Daso Coimbra - ARENA

Vice-Presidente: Furtado Leite - ARENA

Relator: João Menezes - MDB.TITULARES

ARENA

Plínio Salgado

Sinval Boaventura

Flexa Ribeiro

Oswaldo Zanello

Manoel Favelra

Cardoso de Almeida

João Alves

Eurlpides Cardoso de

Menezea

Vago

7) COMISSAo ESPECIAL DESTINADA A ELABO­RAR AS MEDIDAS LEGISLAtiVAS NECESSA.RIAS A INTEGRAÇAO SÓCIO-ECONÔMICA ECULTURAL DOS POVOS DA COMUNIDADE AL1NGUA PORTUGUESA, BEM ASSIM TORNARREALIDADE A COMUNIDADE LUSO.BRASI­LEIRA

ARENA

StéUo MaroJa

Josias GomesLuiz GarCiaManoel de Almeida

MDB

Vinicius CansançãoVago

REl'NIõE8

Fábio FonsecaFel'Dando J..yra

Henrique EduardoAlves

Franeelino PereiraJanuárío FeltosaJosé AlvesJoSé Penedo

QuIntas-feiras às 10 horas.Local: Anexo 11 - Sala 8-B - Ramais 607

e 608.Secretário: Walter Gouvêa Costa.

SUPLENTES

ARENA

Edvaldo Flores José SampaioFrancisco Rollemberg Pinheiro MacbadoFurtado Leite Prisco VianaGrimaldi Ribeiro Ruy BacelarHildebrando Guimarães

MDB

Marcos FreireSevero Eulállo

Presidente: Eraldo Lemos - ARENAVice-Presidente: oceano Carlelal - ARENAVice-Presidente: Alvaro Lins - MDB

5) COMISSAO DO POLlGONO DAS SECAS

REUNIõES

TITULARES

ARENA

.Local: Anexo li - Sala 8-A - Ramal 69B.Secretária: Vânia Garcia Dórea.Quintaa-felras: 10 noras.

MDB

José Bonlt'ác1o Netovago

REUNiõES

MDB

Juarez Bernardes

ll'ITULABES

ARENA

Marcillo LimaRezende MonteiroUbaldo Barém

Carlos CottaDirceu CardOSO

Argllano DarioFerna.ndo CUDIla

Brasília CaladoGarcia NetoGastão MüllerJarmund Nasser

SUPLENTES

A.HENA

Amérteo Brasil VagoHenrique F'anstone VagoPaul1no LopeE VagoSiqueira Campos VagoWilmarGUimaraes

Quintas-feiras às 10:00 horas.Locai: Anexo li - Sala 11." a.Telefone: 24-:.1493 - R 611.secretário: Carlos Brasil de Araújo.

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54'l'6 Terça-feira 11 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) SetemlJro de lt'Yil

8) COMISSAO ES'E(IAL DESTINADA A ELABO­UR PROJETO DO CÓDIGO DE ESPORTES

Presidente: Osnelli MartineUi - ARENA

.\lice-Presidente: Brigido l'inooo - MDB

:EleI..wr: Smm GuazzelU - ARIl:NA

Relator sunstltuto: Fábio Fonseca - MD:Q

lO) COMISSIO ESPECIAL PARA FIXAR DIRETRI·ZES E NORMAS DE LEI PARA O TURISMOBRASllEmO

Presidente; Célio Barja - ARENA

Vice-Presidente: Dirceu Cardoso - MDB

Relator: Dib Cherem - ARENA

12) COMISSAO ESPECIAL DE- SEGURANÇA DEVEICULOS AUTOMOfORES E TRAFEGO

Presidente: VRllCO Neto - ARENAVice-Presidente: Jose Mandel1l - "dIJ~

Relator: Máfia Stamm - ARENA

ll'ITULARES

ARENA

Abel Ávila

SUPLE1'lTES

Al:U!:NA

MDB

Léo Simões

•Moacyr C1UeBlleRozendo de Souza.Ruy BacelarUbaldo Barém

!.IDB

Adalberto CamargoEloy Lenzi

Abel AvilaCélio Marques

FernandesJoão Gmdo

Alberto Lavinas

SUPLENTES

ARENA

REUNIÔES

Qumtas-teIrRS. as 10:30 noras.Local. Anexo li - Sala li-A.Becretãrla: Maria Albertina Ribetro.

Aifeu GaspariniGetúlio Dias

José Camargo

LeopoldO Peres

Lauro Leitão

lNavarro Vieira

OswaldoZanl'.1IO

Túlio Vargas

MOB

TITULARES

AHENA

José Bonifácio Neto

Pedro FarIa

SUPLEN'J:.l!.:::l

AR.I!:NA

Josias Leite

Alvaro Gaudêne!.o

Délson Searano

João Alves

Faria Lima

Luiz Braz

Lins e Silva

Parsiíal tsarr.oeo

ÉdlSOD Bonna

Paute Aiberto

.José da Silva BarrosVago

MDB

Pedro li'arIa

A!tENA

Fernando Fagunães

.Neto

Ruy Bacdar

Mário rellesMárCIO Paes

Arl:lilano Dario

A.me ",uury

MlJB

Bezerra de Nor5es

Presiaente: Norberto SChmldt - ARJl:NA

Vlce-PresIOente: .l!'lorun Ooutmno - MUB

Relator: Ai.alr Chagas - ~.I!:~A

Francellno ~ara!

Alceu COJLares

Marcos l'reíreWalter Silva

MOB

SUPLENTES

ARENA

Jairo BrumLaerte vieiraLisâneas MacielRenato Azeredo

Presraente: José sampaiO - ARENAVice-PreSIQente: VagoVice-Presulenre: Jose BonItacio .C'I~ - llIW~

Relator: üdenc Martins - A.H.ENA

Francisco Studart

Garcia Neto

13) COMISSAO fSPECIAL DESTINADA A ELABO­RAR PROJETOS DE LEIS COMPLEMEN1ARfSA CONSTlTUlfrAO

TITULARES

ARENA

Adhemar Gbisi Jairo !Ilaga.IhieBAr1JaJdo Prlfl1;O .1000 LínnaresArlindo KUIllI1ez J osé CarJoi Leprevost::láudio Leite MagalhâeE MeloDJalma aessa Marco MaclelEurlCO R.lbeIrD Pmneírc MachadoFrancelino Pereira Raimundc UmiZHlldebrando Gwmarães l'úllo VargaEIvo Braga Vago

Vago

MDB

Necy Novaes

Plínio SaJg~o

MOB

IIDB

TITULARES

ARENA

SUPLENTES

AltENA

REUNIõES

Terças-feiras às 16 noras.

Loca.l: Anexo n - Sala ll-B.

Secretána: Jacy da Nova Amarante.

Presidente: José Sally - ARENA

Vice-Presidente: JG de Araújo Jorge - MDB

Relator: Manoel de Almeida-- ARENA

Alcir Pimenta

Peixoto li'ilho

11) COMISSAO ESPECIAL PARA ESTUDAR EEQUACIONAR 'O PROBLEMA DO MENORABANDONADO NO PAIS

Raymundo DilÚll:

Júlio ViveIrlJ6

Airon RD

Alberto Costa

Mário Mondino

TITULARES

ARENA

MDB

SUPLEN1'ES

~ENA

Prrseo Vlaml&

WIImaI GIDlI'l8.l"áeI;

Zacharlas 8e1eme

MDB

Dias Menezes

Vago

KEUNHíES

Quartas-feiras, às 15 nuraa.

.Local. Anexo 11 - Sala ll-.B - Ramais 603e llll!.

secretário: Da.rke Oliveira de AIouqUt:rque.

9) COMISSAO eSPECIAL PARA REVISAO EATUA·L1ZAÇAO DA LEGISLA~AO SOBRE DIRi:1l0S

AUTORAIS

Walter 8ifr&

Flexa RibeiM

Mauricio roledo

Osmar Leitão

&EUNIõES

Quintas-felrfl.'l, às 9 horas.

Local: Anexo 11 - Bft'l8, a.A - RamaJ 603.

Secretário: AntOmo Bel"llfiJ1do.Borge& Jl&nzan.

mmNlõES

Quartas-feiras, às 111 horas.

Local: Anexo n - Sala 8-B.

Secretária: GeJc1 Clemente Baptista.

REUNIõES

Terças-feiras, às 10 horas,Local: Anexo n - Sala B-A. - R. 603.secretano: Mário CamJlo de OliveIra.

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Setembro de 197:t DIARIO no CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

ATAS DAS COMISSÕES

Terça-feira 11 54'77

COMISSAO DE SEGURANÇA NACIONALTermo de Reunião

Aos vinte e dois dias do mês de agostodo ano de mil novecentos e setenta e três,a Comissão de Segurança Nacional deixoude reunir-se por falta de matéria. Compa­receram os Senhores Deputados AlípioCarvalho, Presidente; Ney Ferreira, FlorimCoutinho, Ruy Lino, Manoel Rodrigues eParente Frota. E, para constar, eu, HaydéeFonseca Barreto, servindo como Secretária,lavrei o presente Termo.

Termo de ReuniãoAos vinte e nove dias do mês de agosto

do ano de mil novecentos e setenta e três,a Comissão de Segurança Nacional deixoude reunir-se por falta de matéria. Compa­receram os Senhores Deputados ParenteFrota, Ney Ferreira, Florim oouttnho, RuyLino e Manoel Rodrigues. E, para constar,eu, Haydée FOnseca Barreto, servindo comoSecretária, lavrei o presente Termo.

COMISSãO DE SERVIÇO PúBLICOAta da 17.a Reunião Ordinária, realizada

em 22 de agosto de 1973Aos vinte e dois dias do mês de agosto

de mil novecentos e setenta e três, às dezhoras, na Sala n.o 12 do Anexo 11, reuniu­se a Comissão de Serviço Público, sob aPresidência do Senhor Deputado FreitasNobre. Compareceram os Senhores Depu­tados Bezerra de Norões, Vice-Presidente,Agostinho Rodrlgues, Vice-Presidente, Ge­túlio Dias, José Freire, Magalhães Melo,Elias Carmo, Paulo Ferraz, Hugo Aguiar,Lauro Rodrigues, Francelino Pereira, Pei­xoto Filho, Daso Coimbra, Marcos Freire,Grimaldi Ribeiro e Léo Simões. Deixaramde comparecer o senhor Deputado PauloAbreu e, por motivo justificado, a SenhoraDeputada Necy Novaes. Abertos os traba­lhos, foi lida e aprovada a ata da reuniãoanterior. O Senhor Presidente declarou que,expirado o prazo na Comisão para o Pro­jeto n. O 1.417173, que "altera o Quadro da13ecretaria do Tribunal Superior do Traba­lho, e dá outras providências", oriundo doPoder Executivo, Mensagem n.o 229/73 e nãopodendo mais aguardar as alterações doDASP ao mesmo, colocaria em votacão oparecer do Relator, Senhor DeputadoEliasCarmo, favorável ao projeto e contrário àEmenda de Plenário. Posto em votação foiaprovado por unanimidade. O projeto vai àDivisão de Comissões Permanentes. Com apalavra o Senhor Deputado Bezerra de No­rões leu o parecer do senhor Deputado LéoSimões, favorável ao Projeto n.> 2.333170,que "dá nova redação ao inciso lI, alínea a,do arL. 1.0 da Lei 5.315, de 12 de setembrode 1967, que "Regulamenta o art. 178 daConstituição do Brasil, que dispõe sobre osex-combatentes da 2.a Guerra Mundial",de autoria do Senhor Deputado AgostinhoRodrigues. Em discussão, usaram da pala­vra os Senhores Deputados Lauro Rodri­gues, Getúlio Dias e o autor, Deputado Agos­tinho Rodrigues, que justificou, longamen­te, a necessidade da aprovação do projeto.Em votação, foi o parecer aprovado unani­memente e o projeto vai à Divisão de Co­missões Permanentes. Em seguida, usou dapalavra o Senhor Deputado Hugo Aguiar,relatando o Projeto li.o 1.427/73, que "trans­forma em cargos em comissão símbolo 5-C,dois cargos de Chefe de secretaria, criadosna Justiça do Trabalho da 7.a Região, pe­las Leis n.o 409, de 15 de setembro de 1948e n.o 3.492, de 18 de dezembro de 1958, e dáoutras providências" oriundo do Poder Exe­cutivo, Mensagem n.o 245173, apresentouparecer favorável ao projeto. Em discussãoa matéria, nenhum dos presentes fez uso

da palavra. Em votação, foi o parecer apro­vado por unanimidade e o projeto vai àDivisão de Comissões Permanentes. O Se­nhor Presidente, Deputado Freitas Nobre,nos termos do Regimento Interno, passa aPresidência ao Senhor Deputado Bezerrade Norões, a fim de oferecer parecer aoProjeto n. O 1.436173, que "cria Varas, Car­tórios e cargos na Justiça do Distrito Fe­deral, e dá outras provídêníeas", oriundodo Poder Executivo, Mensagem n.O 247/73.Em discussão, nenhum dos presentes fezuso da palavra. Em votação, foi o pareceraprovado por unanimidade e o projeto vaia Divisão de Comissões Permanentes. Reas­sumiu a Presidência o Senhor DeputadoFreitas Nobre. Nada mais havendo a tratar,a reunião foi encerrada às onze horas equarenta e cinco minutos. E, para constar,eu Hélio Alves Ribeiro, Secretário, lavrei apresente ata que, depois de lida e aprova­da, será assinada pelo Senhor Presidente.

Ata da 18.a Reunião Ordinária, realizadaem 29 de agosto de 1973

Aos vinte e nove dias do mês de agostode mil novecentos e setenta e três, às dezhoras e trinta minutos, na Sala n.? 12 doAnexo U, reuniu-se a Comissão de ServiçoPúblico sob a Presidência do Senhor Depu­tado Freitas Nobre. Compareceram os Se­nhores Deputados Bezerra de Norôes, Vice­Presidente, Agostinho Rodrigues, Vice-Pre­sidente, Lauro Rodrigues, Grimaldi Ribeiro,Elias Carmo, Marcos Freire, Hugo Aguiar,Francelino Pereira, Magalhães Melo, PauloFerraz, Getúlio Dias, .José Freire e CarlosAlberto Oliveira. Deixaram de comparecero Senhor Deputado Paulo Abreu e, por mo­tivo justificado, a Senhora Deputada NecyNovaes. Abertos os trabalhos, foi lida eaprovada a ata da reunião anterior. O Se­nhor Deputado Freitas Nobre, nos termosdo Regimento Interno, passou a Presidên­cia ao Senhor Deputado Bezerra de No­rões, Vice-Presidente, a fim de ler seu pa­recer às Emendas de Plenário ao Projeton.? 1.436/73, que "cria Varas, Cartórios ecargos na Justiça do Distrito Federal, e dáoutras providências", oriundo do PoderExecutivo, Mensagem n.o 247/73 e Sube­menda à Emenda n,? 1. O Senhor Relatorsugeriu a discussão e votacão de emendapor emenda, a qual foi aprovada. O SenhorDeputado Freitas Nobre passou à leiturado parecer às emendas. Emenda n,? 1, nostermos da Subemenda do Relator. Em dís­eussão, usaram da palavra os SenhoresDeputados Hugo Aguiar, Magalhães Melo eElias Carmo. Em votação, foi aprovadaunanimemente. Emenda n,v 2, com parecerpeja rejeição. Em discussão, usaram da pa­lavra os Senhores Deputados Elias Carmoe Hugo Aguiar. Em votação, foi rejeitada,por unanimidade. Emenda n.O 3, com pa­recer favorável. Posta em discussão, usaramda palavra os Senhores Deputados EliasCarmo e Hugo Aguiar. Eln votação, foiaprovada, contra os votos dos SenhoresDeputados Elias Carmo e Magalhães Melo.Emenda n.o 4, com parecer pela aprovação.Em discussão, usaram da palavra os Se­nhores Deputados Elias Carmo e HugoAguiar. Em votação, foi aprovada unani­memente. Emenda n,? 5, com parecer pejarejeição. Em discussão, usaram da palavraos Senhores Deputados Hugo Aguiar e EliasCarmo. Em votação, foi rejeitada por una­nimidade. Emenda n,? 6,.com parecer pelaprejudicialidade. Posta em discussão, usa­ram da palavra os Senhores Deputados Hu­go Aguiar, Elias Carmo e Magalhães Melo.Em votação, foi aprovada a prejudiciali­dade, por unanimidade. Emenda n.? 7, comparecer pela prejudicialidade. Em discussão,

falaram os Senhores Deputados HugoAguiar, Elias Carmo, Agostinho Rodriguese Magalhães Melo. Em votação, foi apro­vada, por unanimidade, a prejudicialidade.Emenda n.O 8, com parecer pela rejeição.Posta em discussão, usaram da palavra osSenhores Deputados Elias Carmo, HugoAguiar e Magalhães Melo. Em votação, foirejeitada por unanimidade. Emenda n.O 9,com parecer- pela prejudicialidade. Em dis­cussão, nenhum dos presentes fez uso dapalavra. Em votação, foi aprovada, porunanimidade, a prej udicialidade. Emenda.n. O 10, com parecer pela rejeição. Posta emdiscussão, nenhum dos presentes fez usoda palavra. Em votação, foi rejeitada una­nimemente. A Comissão opinou, por unani­midade: a) aprovação da Emenda n.o 1,nos termos da Sub emenda do Relator, eEmenda n.o 4; b) peja rejeição das Emen­das n.os 2, 5, 8 e 10; c) pela prejudiciali­dade das Emendas n.os 6, 7 e 9 e. <lontraos votos dos Senhores Deputados Elias Car­mo e Magalhães Melo, pela apr.ivação daEmenda n. O 3. As Emendas e Sub emendavão à Divisão de Comissões Permanentes.Reassumindo a Presidência, o SenhorDeputado Freitas Nobre reclamando a ne­cessidade de um assessoramento técniconas Comissões Permanentes da Câmara, co­municou que enviaria ofício ao Senhor Pre­sidente da Casa, a fim de que seja desig­nado um Assessor Técnico em ?essoal paraesta Comissão. Em seguida, distribuiu aoSenhor Deputado Marcos Freire, o Projeton.o 1.504/72, que "autoriza o cômputo, emdobro, das férias não gozadas. para finsde aposentadoria na atividade pública eprivada", de autoria do Senhor DeputadoLéo Simões. Nada mais havendo a tratar,foi encerrada a reunião às onze horas etrinta minutos. E, para constar, e1' HélioAlves Ribeiro, Secretário, lavrei a presenteata que depois de lida e aprovada, será as­sinada pelo Senhor Presidente.

co~rrSSãO DE TRABALHOE LEGISLAÇãO SOCIAL

Ata da 20.a Reunião Ordinária, realizada.em 16 de agosto de 1973

Às dez horas e trinta minutos do diadezesseis de agosto de mil novecentos e se­tenta e três, reuniu-se a Comissão de Tra­balho e Legislação Social, na Sala da Co­missão, Anexo U da Cámara dos Depu­tados sob a Presidência do Senhor Depu­tado Alcir Pimenta, Vice-Presidente, emvirtude da ausência do Senhor Presidente,Deputado Cid Furtado, que se encontra en­fermo. Compareceram os Senhores Depu­tados: Alcir Pimenta, Rezende MonteiroDaniel Faraco, Álvaro Gaudêncio, WilmarDallanhol, José da Silva Barros, Osmar Lei­tão, Carlos Cotta, Francisco Amaral, Rai­mundo Parente, Parsifal Barroso, Helbertdos Santos, Argílano Dario, Roberto Geba­ra, I1délio Martins, João Alves, Henriquede La Rocque e Fernando Cunha. Deixaramde comparecer os Senhores Deputado,<;:Walter Silva e Wilson Braga. Havendonúmero regimental, o Senhor Presidenteabriu os trabalhos da reunião, dispensandoa leitura da Ata da reunião anterior, con­siderando-a aprovada. ORDEM DO DIA:Projeto n,v 1.368/73 (Mensagem do Exe­cutivo) que "altera o artigo 27 do Decreto­lei n.O 18, de 24 de agosto de 1966, quedispõe sobre o exercício da profissão deAeronauta". Autor: Poder EXecutivo. .Rela­tor: Deputado Raimundo Parente; Pare­cer: Favorável. Em discussão. Usaram dapalavra os Senhores Deputados: FranciscoAmaral, Raimundo Parente, Ildélío Martins

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"'78 Terça-feira 11 DIARIO no CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Setembro de 1973

e Argilano Dario. Em votação. O SenhorDeputado Francisco Amaral solicitou a pa­lavra para encammhar a votação, maníres­tando-se contrariamente à aprovação doProjeto. O Senhor Deputado Argilano Da­rio, também, manifestou-se contrário àaprovaçâo do Projeto, solicitando o encami­nhamento da votação. Aprovado o Projetonos termos do Parecer do Relator, contraos votos dos Senhores Deputados ArgilanoDario e Francisco Amaral que juntará, pos­teriormente Declaração de Voto. Vai à Di­retoria de Comissões. 2) Projeto D.o 64171,que "modifica a redação do § '1.0 do art.32 da Lei !l.o 3.807, de 26 de agosto de1960 (Lei Orgânica da Previdência SociaD".Autor: Deputado Amaral de Souza; Rela­tor: Deputado Joaquim Macedo. Parecer:Favorável. O Projeto foi díseutído na reu­nião anterior. Em votação. O Projeto foirejeitado nos termos do Voto em Separadodo Senhor Deputado Daniel Faraco, quepassou a constrtuír Relator do Vencido. Vaia Diretoria de COmissões. 3) Projeto D.O ~

4.556-B/6%, Emenda de Plenário ao Projeton.o 4. 556-B/62, de 1962, que "dispõe sobrea profissão de fotógrafo e dá outras provi­dências". Autor: Deputado Ildélio Martins;Relator: Deputado Maurício Toledo. Pare­cer: Favorável. Em discussão. Usaram dapalavra os Senhores Deputados: Daniel Fa­raco, Francisco Amaral e Alvaro Gaudên­cio. Em votação. Reieitado o Projeto nostermos do Voto do Senhor Deputado Al­varo Gaudênclo, designado Relator do Ven­eído, Vai à COmissão de Finanças. 4} Pro­jeto D. O 983-A/63, Emenda oferecida emPlenário ao Projeto n.? 983-A, de 1963, que"altera o artigc 73 da Oonsolídaçáo das Leisdo Trabalho". Autor: Deputado José Sal­ly; Relator: Deputado Sussumu Hirata.Parecer: Favorável; Voto em Separad<J doSenhor Deputado Raimundo Parente, fa­vorável. 'Em discussão. Usaram da palavraos Senhores Deputados: Raimundo Paren­te e Francisco Amaral. Em votação. Apro­vado o projeto nos termos do Parecer doRelator, contra os votos dos Senhores Depu­tados Francisco Amaral e Argilano Dario.Vai à Comissão de Finanças. 5) Projeton. O 184171, que "dispõe sobre a audiênciados empregados na transferência de pro­priedade dos estabsleeímentos que especí­fica"., Autor: Deputado Walter Silva. Re­lator: Deputado Helbert dos Santos. Pare­cer: Contrário. O Projeto foi discutido nareunião anterior. Em votação. Rejeitadounanimemente o Projeto nos termos do Pa­recer do Relator. Vai à Oomissâo de Eco­nomia. Nada mais havendo a tratar, o Se­nhor Presidente encerrou a presente reu­nião às onze horas e quarenta e cinco mi­nutos. E, para constar, eu Allia Felício To­bias, Secretária, lavrei a presente ata, que,dépoís de lida e aprovada, será assinadapelo Senhor Presidente.

Ata da 21." Reunião Ordinária, Real.ízadaem 22 de agosto de 1973

Às dez horas e trinta minutos do diavinte e dois de agosto de mil novecentos esetenta e três, reuniu-se a Comissão deTrabalho e Legislação Social, na sala daComissão, Anexo TI da Câmara dos Depu­tados, sob a Presidência do Senhor Depu­tado Alcir Pimenta, em virtude da au­sência, no momento do Senhor Presidente,Deputado Cid Furtado. Compareceram osSenhores Deputados: Alcir Pimenta, Da­niel Faraco, Osmar Leitão, Francisco Ama­ral, Sussumu Hirata, Roberto Galvani,José da Silva Barros, Roberto Gebara, JoãoAlves, Alvaro Gaudêncio, Henrique de LaRocque, ítalo Conti, Fernando Cunha. Pei­xoto Filho, Argilano Dario, Wilson Braga,Wilmar Dallanhol, Adhemar Ghisi e Re­zende Monteiro. Deixaram de comparecer

os Senhores Deputados Carlos Cotta e Wal­ter Silva. Havendo número regimental oSenhor Presidente abriu os trabalhos dareunião, dispensando a leitura da Ata dareunião anterior, considerando-a aprovada.Expediente: O senhor Presidente comum­eou o recebimento do Oficio n.O 189/73, doSenhor Líder da ARENA, indicando o Se­nhor Deputado Roberto Galvani, para in­tegrar como efetivo esta Comissão, fazendovotos para que o mesmo tenha presençaatuante nos trabalhos deste órgão, ORDEMDO DIA 1) Projeto n.o 63171, que "Dá novaredação ao § 1,0 do art. 67 da Lei n.o 807,de 26 de agosto de 1960, que dispõe sobrea Lei Orgânica da Previdência Social". Au­tor: Deputado Athiê Coury; Relator: Depu­tado Roberto Gebara; Parecer: Favorável.Voto em Separado do Senhor DeputadoDaniel Faraco, contrário. O Projeto foi dis­cutido em reunião anterior. Em votacâo.Rejeitado nos termos do Voto em Separadodo Senhor Deputado Daniel Faraco, quepassou a Relator do Vencido, contra os vo­tos dos senhores Deputados FernandoCunha, Francisco Amaral e Roberto Ge­bara cujo Parecer passou a constituir Votoem Separado. Vai à Comissão de Finanças.2) Projeto n.o 519/71 que "Dá nova redação aoparágrafo 1.0 do art. 67 da Lei n.v 3.807,de 26 de agosto de 1960, que dispõe sobrea Lei Orgânica da Previdência Social".Autor: Deputado J. G. (Ie Araújo Jorge;Relator: Deputado Daniel Faraco; Parecer:Contrário. O Senhor Deputado FranciscoAmaral solicitou vista do Projeto. Conce­dida. 3) Projeto n,? 618172,. que "EstabeieceCarteira Profissional de Empregador for­necida pelo Ministério do Trabalho e Pre­vidência Social" Autor: Deputado Bezerrade Norões; Relator: Deputado Peixoto Fi­lho; Parecer: Favorável com Emenda Subs­titutiva. Voto em Separado do SenhorDeputado Francisco Amaral, favorável, comSubstitutivo. Em discussão. Usaram da pa­lavra os Senhores Deputados Daniel Fa­raeo, Peixoto Filho, João Alves, ArgilanoDario. Em votação. Aprovado, unanime­mente, o Projeto, nos termos do Parecerdo Relator, com Emenda Substitutiva. OSenhor DeputadoDaniel Faraco aprovou comressalvas. Vai à Diretoria de Comissões. Devi­do ao adiantado da hora o Senhor Presídenteencerrou os trabalhos da presente reuniãoàs onze horas e quarenta e cinco minutos.E, para constar, eu, Allia FeUclo Tobias,Secretária, lavrei a presente Ata que, depoisde lida e aprovada, vai assinada pelo Se­nhor Presidente.

Ata da 22.a Reunião Ordinária, Realizadaem 23 de agosto de 1~73

As dez horas e quinze minutos do diavinte e três de agosto de mil novecentos esetenta e três. reuniu-se a Comrssâo deTrabalho e Legislação Social, na sala daComissão, Anexo II da Câmara dos Depu­tados, sob a Presidência do Senhor Depu­tado Alcir Pimenta, em virtude da ausên­cia, no momento, do Senhor Presidente,Deputado Cid Furtado. Compareceram osSenhores Deputados: Alcir Pimenta, DanielFaraco, Osmar Leitão, Francisco Amaral,Roberto Galvani, José da Silva Barros,Wilson Braga, Rezende Monteiro, ÁlvaroGaudêncio, ítalo Contl, João Alves, Hen­rique de la Rocque, Wilmar Dallanhol,Helbert dos Santos, Argilano Dario e Fel'­nando Cunha. Deixaram de comparecer osSenhores Deputados Raimundo Parente,Roberto Gebara, Carlos Cotta c Walter Silva.Havendo número regimental, o SenhorPresidente abriu os trabalhos da sessão,dispensando a leitura da Ata da reuniãoanterior, considerando-a aprovada. ORDEMDO DIA: 1) Projeto de Decreto Legislativon,? 120/73, que "aprova o texto do Instru­mento de Emenda à Constituição da Orga-

nízaçâo Internacional do Trabalho, adotadoem Genebra, a 22 de junho de 1972, porocasião da qüinquagésima-sétima sessão daConferência Geral da Organização Inter­nacional do Trabalho". Autor: Comissão deRelações Exteriores da Câmara dos Depu­tados. Relator: Deputado Henrique de laRocque. Parecer: favorável. Em votacão.Aprovado unammenmente. Vai à Díretoríade COmissões. 2) Projeto n.O 680/72, que"dispõe sobre a obrigatoriedade do voto naseleições sindicais e dá outras providências".Autor: Senado Federal. Relator: DeputadoWalter Silva. Parecer: favorável. Posto emdiscussão, usuram da palavra os DeputadosDaniel Faraco, Wilmar Datlanhol, ArgilanoDarío e Osmar Leitão, tendo o DeputadoJoão Alves solicitado que fosse encaminha­do oficio à Confederacáo Nacional da 111-·dústria, com um avulso, a fim de que sejaesclarecido seu ponto de vista sobre o pro­jeto. Adiada a votação. 3) Projeto n.o397171, que "dispõe sobre a remuneraçãomíníma dos advogados e dá outras provi­dêneías". Autor Deputado Francisco Ama­ral. Relator: Deputado Walter Silva. Pa­recer: favorável, com Substitutivo. Lido ovoto do Relator, pelo Deputado WilsonBraga, designado Relator Substituto Soli­CItou a palavra o Deputado Daniel Faraco,para encaminhar a votação. Submetido àvotação, foi o mesmo rejeitado contra ovotos dos Deputados Argilano Dario e Wal­tf'I' Silva. que constituiu voto vencido. 4)Ppojeto n.? 1 113, de 1973, que "altera dis­posícões da Lei nO 4.284, de 20 de novembrode 1963, que cria o Instituto de Previdênciados Congressistas (IPC), modificada pelaLei n.? 4.937, de 18 de março de 1966. edá outras providências". Autor: DeputadoJoão Alves. Relator: Deputado RaimundoParente. Parecer: favorável O DeputadoWilson Braga, designado Relator Substitu­to, leu o parecer do Relator. Submetido àdiscussão, usaram da palavra os SenhoresDeputados Wilmar Dallanhol, João Alves,Henrique de la Rocque, Argilano Dario, Da­niel Faràco e Helbert dos Santos. Em vo­tação. Aprovado unanimemente, nos termosdo parecer do Relator. Nada mais havendoa tratar, o Presidente encerrou os traba­lho às doze horas e quinze minutos. E,para constar, eu Allia FeUcio Tobias, Se­cretária. lavrei a presente Ata que, depoisde lida e aprovada, é assinada pelo SenhorPresidente.

Ata da. 23.a Reunião Ordinária, Realizadaem 29 de agosto de 1973

Ali dez horas do dia vinte e nove deagosto de mil novecentos e setenta e três,reuniu-se a Comissão de Trabalho e Le­gislacâo Social, na Sala da Comissão, AnexoII da Câmara dos Deputados, sob a Presi­dência do Senhor Deputado RaimundoParente, Vice-Presidente, em virtude da au­sência, no momento, do senhor Presidente,Deputado Cid Furtado. Compareceram ossenhores Deputados' Alcir Pimenta, Ro­berto Galvani, Wilson Braga, RaimundoParente, Fernando Cunha, Sussumu Hirata,Daniel Faraeo, Carlos Cotta, Wihnar Dal­Ianhol, José da Silva Barros, Rezende Mon­teiro, Alvaro Gaudêneío, Waltcr Silva,Osmar Leitão, Roberto Gebara. FranciscoAmaral, Argilano Dario, João Alves, Hen­rique de La Rocque e Peixoto Filho. Ha­vendo número regimental o Senhor Pre­sídente abriu os trabalhos da presentereunião, solicitando a leitura d:> ata dareunião anterior que, depois de lida, foiaprovada. Expediente: Ofício n.v 196/73,do Senhor Líder da ARENA, DeputadoGeraldo Freire, indicando o nome do Se­nhor Deputado Túlio Vargas para integrar,como Suplentf', esta Comissão, em substi­tuição ao Senhor Deputado João Linhares.ORDEM DO DIA: 1) Projeto n.o 519171, que

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Setembro de 1973 DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Terça-feira 11 5478

"Dá nova redação ao.§ 1.0 do art. 67 daLei n.o 3.807, de 26-8-60, que dispõe sobrea Lei Orgânica da Previdência Social".Autor: Deputado J. G. de Araújo Jorge;Relator: Deputado Daniel Faraco; Parecer:Contrário. Em discussão, usaram da palavraos Senhores Deputados Walter Silva e Da­niel Faraco. Em votação. Rejeitado o Pro­jeto nos termos do Parecer do Relator, una­nimemente. Vai à Comissão de Finanças. 2)Projeto n," 67171, que "Altera o § 3.° doart. 107, 108 e parágrafo único do art. 173do Decreto n.? 60.501, de 4 de março de1967, que "aprova nova redação do Regula­mento Geral da Previdência Social" e dáoutras providências". Autor: Deputado JoséSally; Relator: Deputado sussnmu Hirata;Parecer: Favorável, com Substitutivo. Emvotação. Rejeitado nos termos do Voto doSenhor Deputado Daniel Faraco, designadoRelator do Vencido, contra os votos dosSenhores Deputados Waltcr Silva, ArgilanoDario, Francisco Amaral. Fernando Cunhae Carlos Cotta. Vai à Comissão de Finan­ças. 3) Projeto n,? 762/72, que "Pjlne aempresa que negar serviço a trabalhadorhabilitado, fundamentada em motivo reli­gioso ou racial". Autor: Deputado AlfeuGasparini; Relator: Deputado ítalo Conti;Parecer: Pela Rejeição. Em discusão. Usa­ram da palavra os Senhores DeputadosWalter Silva, e Daniel Faraco. Em votação.Parecer: Pela Rejeíção. Em discussão. Usa­do Relator. contra os votos dos SenhoresDeputados Walter Silva, Francisco Amaral,Fernando Cunha, Argilano Dario e CarlosCotta. Vai à Diretoria de Comissões. Nadamais havendo" tratar, o Senhor Presidentesuspendeu os trabalhos da presente reuniãoàs onze horas e quinze minutos. E, paraconstar eu Allia FeUcio Tobias. Secretária,lavrei ~ presente Ata que, depois de lidae aprovada, vai assinada pelo Senhor Pre­sidente.

Ata da 24.a Reunião Ordim'ria, realizadaem 30 de agosto de 1973

Às dez horas do dia trinta de agosto demil novecentos e setenta e três. reuniu-se aComissão de Trabalho e Legislacão Social,na Sala da Comissão, Anexo Ir da Câmarados Deputados. sob a Presidência do SenhorDeputado RAIMUNDO PARENTE, Vice-Pre­sidente, em virtude da ausência, no momen­to. do Senhor Presidente, Deputado Cid Fur­tado. Compareceram os Senhores Deputa­dos: Alctr' Pimenta, Roberto Galvani, Car­los Cotta. Roberto Gebara, Rezende Mon­teiro, José da Silva Barros, Daniel Faraco,Osmar Leitão, Raimundo Parente, Francis­co Amaral, João Alves, Wilson Braga, Peí­xote Filho, Henrique de La Rocque, WalterSilva, Alvaro Gaudêncio, Wilmar Dallanhol,Argilano Dario, Fernando Cunha. Havendo

número regimental o Senhor Presidenteabriu os trabalhos da reunião. Lida e apro­vada a ata da reunião anterior, sem restri­ções. ORDEM DO DIA: 1) Projeto n,? .. ,1.083172, que "Dá nova redação ao § 1.0 doart. 67 da Lei n.o 3.807, de 26 de agosto de1960, que "Dispõe sobre a Lei Orgânica daPrevidência Social". Autor: Deputado Ardi­nal Ribas; Relator: Deputado ítalo Conti;Parecer: Contrário. Em votação, Rejeitado,unanimemente, nos termos do parecer doRelator. Vai à Comissão de Finanças. 2)Projeto 11,° 169/67, que "Dá nova redaçãoaos artigos 76, 116 e 120 do Decreto-Ieí n.?5.452, de 1.0 de maio de 1943, que aprova aConsolidação das Leis do Trabalho." Autor:Deputado Florisceno Paixão; Relator: Depu­tado Walter Silva; Parecer: Favorável, comSubstitutivo. Em discussão. O Senhor Depu­tado Daniel Faraco solicita audiência do Mi­nistério do Trabalho e Previdência Socíal.Deferida. 3) Projeto 11,° 878172, que "Estabe­lece normas para a fixação de mão-de-obrano mercado de trabalho e dá outras provi­dências". Autor: Deputado Léo Simóes; Re­lator: Deputado Célio Marques Fernandes.Parecer: Favorável. Em discussão. Usaramda palavra os senhores Deputados WilmarDallanhol, Roberto Galvani e FranciscoAmaral que solicitou audiência do MTPS.Concedida. 4) Projeto n.O 841172, que "Esta­belece adicional de periculosidade aos mo­toristas profissionais". Autor: DeputadoFrancisco Amaral; Relator: Deputado Os­mar Leitão; Parecer: Contrário. Voto emSeparado do Sr. Deputado Francisco Ama­ral, favorável. Em discussão. Usaram da pa­lavra os Senhores Deputados Osmar Leitão,Daniel Faraco. Argilano Dario. Wilmar Dal­lanhol, Francisco Amaral. Walter Silva eJoão Alves. O Senhor Deputado FranciscoAmaral solicitou seja ouvido o Ministério doTrabalho e Previdência Social. Deferido. OSenhor Deputado Francisco - Amaral lem­brou aos presentes a transformação na Lein.o 5.880, de 24 de maio de 1973, de projetode sua autoria. O Senhor Deputado Argila­no Dario destacou os trabalhos dos Senho­res Deputados deste órgão, particularmenteos dos Senhores Deputados Francisco Ama­ral e Walter Silva. O Senhor DeputadoFrancisco Amaral agradeceu a Oomlssâo pe­la aprovação de seu Projeto transformadona Lei nO 5.880, que "Estende o adicionalde periculosidade à categoria que mencio­na", particularmente ao Senhor DeputadoArgilano Dario pelas referências feitas à suapessoa. O Senhor Deputado Daniel Faracocongratulou-se com o Senhor DeputadoWalter Silva elogiando seus trabalhos nasdiversas Comissões, trabalhos esses muitasvezes no anonimato. Nada mais havendo atratar o Senhor Presidente encerrou os tra­balhos da presente reunião às doze horas. E,para constar, eu, Allia Felícío Tobias, Se-

cret~ria, lavrei a presente ata que, depoisde hda e aprovada, vai assinada pelo Se­nhor Presidente.

Projetos distribuidos pelo Sr. DeputadoRaimundo Parente, Vice-Presidente noexercício da Presidência, em 29 de agostode J973.

Ao Sr. Deputado Roberto Galvani - Re­lator:

Projeto 11.0 1.030172, do Sr. Marcelo Me­deiros, que "altera dispositivos da Consoli­dação das Leis do Trabalho".

Ao Sr. Deputado Roberto Galvani - Re­lator.

Projeto 11,° 1.085/68, do Sr. FranciscoAmaral. que "altera dispositivos do Decre­to-lei n.v 3.807. de 26 de agosto de 1960. edá outras providências - Lei Orgânica daPrevidência So-cial".

Ao Sr. Deputado Roberto Galvani - Re­lator.

Projeto n.O 982172, do Sr. Fap:undes Neto,aue "dispõe sobre a contribuicão para a.Previrlpncia Social dos Prefeitos e Vice-Pre­feitos Municipais".

Ao Sr. Deputado Wilmar Dallanhol - Re­lator.

Projeto 11.° 571172, do Sr. Francisco Líbar­done. que "dá nova redacão ao artigo 9.0 daLei TI.O 5.107. de 13 de setembro de 1966. Quecria o Fundo de Garantia do Tempo de Ser­vico e dá outras providências".

Ao Sr. Deputado Wilmar Dallanhol - Re­lator.

Projeto 11.° 702/72. do Sr. Walter' Silva. que"cria tunto ao FUNRURAL a carteira de Se­guro de Acidentes de Trabalho Rural".

Ao Sr. Deputado ítalo Conti - Relator.Projeto 11.° 1.062172, do Sr. Raimundo Pa­

rente. que "cria o "Fundo de Recreacão Tu­rística" e determina outras providências".

Ao Sr. Deputado José da Silva Barros _Relator.

Projeto 11.° 866/72, do Sr. Francisco Ama­ral. que "institui o dia do empregado em En­tídades Culturais. Recreativas. de Assistên­cia Social. de Orientacão e Formacão Pro­fissionaL com a denominacão de "Dia doSENALBA", .

Ao Sr. Deputado Peixoto Filho ~ Relator.Projeto n,? 1.039172, do Sr. Fràncisco

Amaral. que "acrescenta novo parágrafo aoart. 31 da Lei n.O 3.807, de 26 de agosto de1960 (Lei Orgânica da Previdência Social).renumerando os atuais parágrafos 1.0, 2.0 e3.° respectivamente".

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