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, DIARIO República Federativa do Brasil DO CONGRESSO NACIONAL SEÇÃO I ANO XLill - N' 67 CAPITAL FEDERAL QUARTA.FEIRA, 10 DE AGOSTO DE 1988 CÂMARA DOS DEPUTADOS SUMÁRIO 1- ATADA 60-SESSÃO DA2-SESSÃOLEGIS· LATIVA DA 48- LEGISLATURA, EM 9 DE AGOS· TO DE 1988 I- Abertura da Sessão TI - Leitura e assinatura da ata da sessão anterior IH - Leitura do Expediente COMUNICAÇÕES Do Senhor Deputado Luiz Salomão, participando que se ausentará do País. Do Senhor Deputado José Costa, participando seu desligamento do Partido da Social Democracia Brasileira - PSDB, a partir de 8 de agosto do cor- rente. IV - Pequeno Expediente NILSON GIBSQN - Indicação do Deputado Cintra Galvão e do Vereador Helena Amorim para candidatos, pela coligação PMDB, PC do B, PDS, e PMN, aos cargos de Prefeito e Vice-Prefeito de Belo Jardim, Estado de Pernambuco. JOSÉ GENOÍNO - Carta endereçada ao Presi- dente da CPI da Corrupção pelo ex-Deputado Fede- ral Eduardo Matarazzo Suplicy sobre intervenção do Banco Central em instituições financeiras. Tenta- tivas das elites políticas de modificações em disposi- tivos essenciais do futuro texto constitucional. PAULO PAIM - Forma arbitrária de criação da Confederação Nacional dos Metalúrgicos. OSVALDO BENDER - Estabelecimento da ve- locidade máxima a veículos automotores. CÉSAR MAIA - Preocupações do orador com a evidente perda, pelo Governo, de controle sobre o processo inflacionário. ADROALDO STRECK - Revogação de autori- zação legislativa para viagens presidenciais. SÕLON BORGES DOS REIS - Verdadeiras causas do protelamentodos trabalhos de elaboração constitucional. PAULO RAMOS - Repulsa ao noticiado tráfico de bebês brasileiros para transplante de órgãos nos Estados Unidos. DORETO CAMPANARI - Existência de con- dições para o Presidente José Sarney emigrar do País, renunciando a Presidência da República. AMAURY MÜLLER- Procedimento do Mirad para assentamento de. agricultores sem terra em Cruz Alta, Estado do Rio Grande do Sul. Versáo do PDT sobre suposto assalto perpetrado contra a residência do Deputado Juarez Antunes. ANTÔNIO DE JESUS - Incursões de grupos anti-sociais no campo da moralidade pública. FARABULINI JÜNIOR (Retirado pelo orador para revisão.) - Eleições municipais na capital do Estado de São Paulo. VICTOR FACCIONI - Institucionalização da OTN como referência monetária nacional. MAURÍLIO FERREIRA LIMA - Assinatura de acordos de cessar-fogo entre Irã e Iraque e África do Sul e Angola. Reconhecimento da independência da Namíbia pela África do Sul. PRESIDENTE"- Regozigo da Mesa pelos ílcor- dos de paz celebrados. FRANCISCO KÜSTER - Debilidade da econo- mia brasileira. VICENTE BOGO - Angústia reinante no meio campesino em face da redução dos recursos destina- dos ao crédito rural. JORGE UEQUED - Homenagem póstuma ao ex-Deputado Jairo Brum. Cumprimento, pelo Go- verno Federal, de compromisso para implantação de unidade de fenol-acetona no pólo petroquímico instalado em Triunfo, Estado do Rio Grande do Sul. ADYLSON MOTTA - Homenagem póstuma ao ex-Deputado Jairo Brum. Repúdio ao processo de discriminação posto em prática pelo Governo Federal contra o Rio Grande do Sul. União' para pôr fim ao isolacionismo do Estado. . ELIAS MURAD - Necessidade de exigência, pelas autoridades sanitárias brasileiras, de descrição da composição da Coca-Cola, para comprovação de inexistência de extrato de cocaína no produto. GERALDO ALCKMIN FILHO - Prioridade para maiores investimentos federais na moderniza- ção da Rodovia Presidente Dutra. PRESIDENTE - Solidáriedade da Presidência ao discurso do Deputado Geraldo Alckmin Filho. OSWALDO TREVISAN - Desestímulo dos produtores de trigo dos Estados sulinos diante das importações argentinas. JONAS PINHEIRO - Enaltecimento do traba- lho da Emater e inconveniência de rumores sobre sua extinção. JAYME PALIARIN - Atuação das Igrejas Evangélicas no País. IVO MAINARDI - Permanência do orador nos quadros do PMDB. JOSÉ CAMARGO - Administração do Dr. An- tônio Ignácio de Jesus à frente da Telesp. UBIRATAN AGUIAR - Possibilidade de utili- zação do FGTS para compra de aparelho ortopéqico ou de locomoção. DJENAL GONÇALVES -- Criação de Juntas de Conciliação e Julgamento em Maruim, Estância e Itabaiana, Estado de Sergipe. MENDES RIBEIRO - Razões da crítica do Mi- nistro-Presidente do Supremo Tribunal Federal ao Projeto de Constituição. RUBEN FIGUEIRÓ - Observações do orador sobre reformas econômicas realizadas pela China Popular. ARNALDO FARIA DE SÁ - Manifesto enca- minhado pela Associação dos Aposentados e Pen- sionistas de São José dos Campos ao Preside'nte José Sarney. BENEDITA DA SILVA - Manutenção, no se- gundo turno de votação, das conquistas sociais con- sagradas no Projeto de Constituição. IRMA PASSONI - Manifestações da Compa- nhia de Financiamento- da Produção para apurar denúncias da oradora sobre transporte, armazena- mento e comercialização de grãos. PAES LANDIM _ Visita do Sr. Ministro Vicente Fialho, da Irrigação, ao Projeto Gurguéia, no Esta- do do Piauí. JORGE ARBAGE - Processo de distensão polí- tica nacional. GILSON MACHADO - Divulgação, pelo IB- GE, de dados sobre níveis de emprego e desemprego industriais no Estado de Pernambuco. DASO COIMBRA - Distribuição, pelo Gover- no do Distrito Federal, de moradias à população de baixa renda. TADEU FRANÇA - Abandono, pela Funai, da tribo dos índios Kanela, Estado do Maranhão. MAX ROSENMANN - Liberação de recursos, pelo Ministério dos Transportes, para seguimento de diversas obras no Estado do Paraná.

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Page 1: DIARIO DO CONGRESSO NACIONALimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD10AGO1988.pdf · Belo Jardim, Estado de Pernambuco. JOSÉ GENOÍNO - Carta endereçada ao Presi dente da CPI daCorrupção

,

DIARIORepública Federativa do Brasil

DO CONGRESSO NACIONALSEÇÃO I

ANO XLill - N' 67 CAPITAL FEDERAL QUARTA.FEIRA, 10 DE AGOSTO DE 1988

CÂMARA DOS DEPUTADOS

SUMÁRIO

1- ATADA 60-SESSÃO DA2-SESSÃOLEGIS·LATIVA DA 48- LEGISLATURA, EM 9 DE AGOS·TO DE 1988

I - Abertura da SessãoTI - Leitura e assinatura da ata da sessão anteriorIH - Leitura do Expediente

COMUNICAÇÕES

Do Senhor Deputado Luiz Salomão, participandoque se ausentará do País.

Do Senhor Deputado José Costa, participandoseu desligamento do Partido da Social DemocraciaBrasileira - PSDB, a partir de 8 de agosto do cor­rente.

IV - Pequeno ExpedienteNILSON GIBSQN - Indicação do Deputado

Cintra Galvão e do Vereador Helena Amorim paracandidatos, pela coligação PMDB, PC do B, PDS,e PMN, aos cargos de Prefeito e Vice-Prefeito deBelo Jardim, Estado de Pernambuco.

JOSÉ GENOÍNO - Carta endereçada ao Presi­dente da CPI da Corrupção pelo ex-Deputado Fede­ral Eduardo Matarazzo Suplicy sobre intervençãodo Banco Central em instituições financeiras. Tenta­tivas das elites políticas de modificações em disposi­tivos essenciais do futuro texto constitucional.

PAULO PAIM - Forma arbitrária de criaçãoda Confederação Nacional dos Metalúrgicos.

OSVALDO BENDER - Estabelecimento da ve­locidade máxima permitid~ a veículos automotores.

CÉSAR MAIA - Preocupações do orador coma evidente perda, pelo Governo, de controle sobreo processo inflacionário.

ADROALDO STRECK - Revogação de autori­zação legislativa para viagens presidenciais.

SÕLON BORGES DOS REIS - Verdadeirascausas do protelamentodos trabalhos de elaboraçãoconstitucional.

PAULO RAMOS - Repulsa ao noticiado tráficode bebês brasileiros para transplante de órgãos nosEstados Unidos.

DORETO CAMPANARI - Existência de con­dições para o Presidente José Sarney emigrar doPaís, renunciando a Presidência da República.

AMAURY MÜLLER - Procedimento do Miradpara assentamento de. agricultores sem terra em

Cruz Alta, Estado do Rio Grande do Sul. Versáodo PDT sobre suposto assalto perpetrado contraa residência do Deputado Juarez Antunes.

ANTÔNIO DE JESUS - Incursões de gruposanti-sociais no campo da moralidade pública.

FARABULINI JÜNIOR (Retirado pelo oradorpara revisão.) - Eleições municipais na capital doEstado de São Paulo.

VICTOR FACCIONI - Institucionalização daOTN como referência monetária nacional.

MAURÍLIO FERREIRA LIMA - Assinaturade acordos de cessar-fogo entre Irã e Iraque e Áfricado Sul e Angola. Reconhecimento da independênciada Namíbia pela África do Sul.

PRESIDENTE"- Regozigo da Mesa pelos ílcor­dos de paz celebrados.

FRANCISCO KÜSTER - Debilidade da econo­mia brasileira.

VICENTE BOGO - Angústia reinante no meiocampesino em face da redução dos recursos destina­dos ao crédito rural.

JORGE UEQUED - Homenagem póstuma aoex-Deputado Jairo Brum. Cumprimento, pelo Go­verno Federal, de compromisso para implantaçãode unidade de fenol-acetona no pólo petroquímicoinstalado em Triunfo, Estado do Rio Grande doSul.

ADYLSON MOTTA - Homenagem póstumaao ex-Deputado Jairo Brum. Repúdio ao processode discriminação posto em prática pelo GovernoFederal contra o Rio Grande do Sul. União' parapôr fim ao isolacionismo do Estado. .

ELIAS MURAD - Necessidade de exigência,pelas autoridades sanitárias brasileiras, de descriçãoda composição da Coca-Cola, para comprovação deinexistência de extrato de cocaína no produto.

GERALDO ALCKMIN FILHO - Prioridadepara maiores investimentos federais na moderniza­ção da Rodovia Presidente Dutra.

PRESIDENTE - Solidáriedade da Presidênciaao discurso do Deputado Geraldo Alckmin Filho.

OSWALDO TREVISAN - Desestímulo dosprodutores de trigo dos Estados sulinos diante dasimportações argentinas.

JONAS PINHEIRO - Enaltecimento do traba­lho da Emater e inconveniência de rumores sobresua extinção.

JAYME PALIARIN - Atuação das IgrejasEvangélicas no País.

IVO MAINARDI - Permanência do orador nosquadros do PMDB.

JOSÉ CAMARGO - Administração do Dr. An­tônio Ignácio de Jesus à frente da Telesp.

UBIRATAN AGUIAR - Possibilidade de utili­zação do FGTS para compra de aparelho ortopéqicoou de locomoção.

DJENAL GONÇALVES -- Criação de Juntasde Conciliação e Julgamento em Maruim, Estânciae Itabaiana, Estado de Sergipe.

MENDES RIBEIRO - Razões da crítica do Mi­nistro-Presidente do Supremo Tribunal Federal aoProjeto de Constituição.

RUBEN FIGUEIRÓ - Observações do oradorsobre reformas econômicas realizadas pela ChinaPopular.

ARNALDO FARIA DE SÁ - Manifesto enca­minhado pela Associação dos Aposentados e Pen­sionistas de São José dos Campos ao Preside'nte JoséSarney.

BENEDITA DA SILVA - Manutenção, no se­gundo turno de votação, das conquistas sociais con­sagradas no Projeto de Constituição.

IRMA PASSONI - Manifestações da Compa­nhia de Financiamento- da Produção para apurardenúncias da oradora sobre transporte, armazena­mento e comercialização de grãos.

PAES LANDIM _ Visita do Sr. Ministro VicenteFialho, da Irrigação, ao Projeto Gurguéia, no Esta­do do Piauí.

JORGE ARBAGE - Processo de distensão polí­tica nacional.

GILSON MACHADO - Divulgação, pelo IB­GE, de dados sobre níveis de emprego e desempregoindustriais no Estado de Pernambuco.

DASO COIMBRA - Distribuição, pelo Gover­no do Distrito Federal, de moradias à populaçãode baixa renda.

TADEU FRANÇA - Abandono, pela Funai,da tribo dos índios Kanela, Estado do Maranhão.

MAX ROSENMANN - Liberação de recursos,pelo Ministério dos Transportes, para seguimentode diversas obras no Estado do Paraná.

Page 2: DIARIO DO CONGRESSO NACIONALimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD10AGO1988.pdf · Belo Jardim, Estado de Pernambuco. JOSÉ GENOÍNO - Carta endereçada ao Presi dente da CPI daCorrupção

2710 Quarta-feira 10

FRANCISCO AMARAL - Conveniência dapromoção, pela LBA. de reajuste nos recursos deconvênio assinado com o Centro de ReabilitaçãoPiracicaba. Estado de São Paulo.

PAULO MACARINI - Artigo de autoria doex-Ministro Renato Archer, publicado no Jornal doBrasil, sobre a validade da Previdência Social noPal~,

SIQUEIRA CAMPOS - Retirada de represen­tações 'judiciais contra a criação de Municípios emlírca do futuro Estado do Tocantins.

v - Comunicações das LiderançasMAURÍLIO FERREIRA LIMA - Desconfor­

midade do posicionamento do Ministro Jáder Barba­lho à frente 'do Ministério da Previdência e Assis­tência Social com o programa partidário do PMDB.

MARIA DE LOURDES ABADIA (Pela ordem)- Protesto contra o processo adotado pelo Presi­dente da República para indicação do Governadordo Distrito Federal,

PRESIDENTE - Resposta à Constituinte Mariade Lourdes Abadia.

PAES LANDIM - Competência constitucionalde nomeação do Governador do Distrito Federal.Real conteúdo do discurso do Ministro Jáder Barba­lho, da Previdência e Assistência Social, na possedo Secretário-Geral do Ministério. Acerto da esco­lha d.o Sr. Delile Guerra de Macedo para o cargo.

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

JORGE UEQUED - Transformações previden­ciárias e assistenciais constantes do Projeto de Cons­tituição.

AMAURY MÜLLER-Desatenção do MinistroAbreu Sodré, das Relações Exteriores, para como direito de autodeterminação do povo nic~ragüen­

se. Desdobramentos políticos, conseqüências eco­nômico-sociais e apoio à greve deflagrada pelos fun­cionários da Comissão de Financiamento da Produ­ção.

DORETO CAMPANARI - Repulsa ao noti­ciado tráfico de bebês brasileiros para transplantede órgãos nos Estados Unidos.

BENEDICTO MONTEIRO -Inexistência, du­rante a administração do Ministro Jáder Barbalholi frente do Mirad, de assentamento de colonos oude posseiros em áreas prioritárias para a reformaagrária. Escolha dos Srs. Said Xerfan e José Rezen­de para candidatos do PTB aos cargos de Prefeitoe Vice-Prefeito de Belém, Estado do Pará.

NILSON GIBSON - Legítimo direito de críticado Ministro Oscar Correa, do Supremo TribunalFederal, ao Projeto de CDnstituição, Repúdio aatentado contra o Secretário de Estado norte-ame­ricano George Schultz. Desacordo com considera­ções do Deputado Amaury Müller sobre atuaçãodo Ministro Abreu Sodré, das Relações Exteriores.

ARNALDO FARIA DE SÁ - Manutenção dacampanha política municipal em nível elevado.

Agosto de 1988

VI - Apresentação de ProposiçõesVICTOR FACCIONI, DIRCE TUTU QUA­

DROS, PAULO PAIM, OSVALDO BENDER,RUBEN FIGUEIRÓ, RUBEM BRANQUINHO,MAGUITO VILELA, PAULO RAMOS, DORE­TO CAMPANARI, JOSÉ CAMARGO, MAXROSENMANN, FRANCISCO AMARAL, AN­TÔNIO DE JESUS, PAULO ZARZUR.

VII - Grande ExpedienteVICTOR FACCIONI - Discriminações contra

a implantação da planta feno l-acetona no Pólo Pe­troquímico do Rio Grande do Sul. Convocação dofuturo Ministro da Indústria e do Comércio perantea Cãmara dos Deputados para esclarecimentos sobrecritérios governamentais definidores de projetos deexpansão do sistema petroquímico brasileiro. Artigode autoria do orador publicado no Correio do Povosobre o centralismo no País.

PAULO PAIM - Homenagem a Nelson Man-dela. líder negro preso na África do Sul.

VIII - Encerramento2 - MESA (Relação dos membros)3 - LÍDERES E VICE-LÍDERES DE PARTIDOS

(Relação dos membros)4 - COMISSÕES (Relação dos membros das Co­

missões Permanentes e de Inquérito)5 - ATA DA MESA6 - RELATÓRIO GERAL DE 1987 (Será Publi­

cado em Suplemento a este Diário)

Ata da 60ª Sessão, em 9 de agosto de 1988Presidência dos Srs.: Homero Santos, Primeiro-Vice· Presidente; Irma Passoni, Suplente de Secretário;

Elias Murad, Antônio de Jesus, Joaquim Bevilácqua, art. 76 do Regimento Interno

ÀS 9:00 HORAS COMPARECEM osSENHORES:

Acre

Francisco Diógenes - PDS; Geraldo Fleming ­PMDB; José Melo - PMDB; Maria Lúcia - PMDB;Narciso Mendes - PFL; Osmir Lima - PMDB; Ru­bem Branquinho - PMDB.

Amazonas

Bernardo Cabral - PMDB; Beth Azize - PSDB;Carrel Benevides - PTDB; Eunice Michiles - PFL;Ézio Ferreira - PFL; Sadie Hauache - PFL.

Rondônia

Arnaldo Martins - PMDB; Assis Canuto - PFL;Chagas Neto - PMDB; Francisco Sales - PMDB;José Guedes - PSDB; José Viana - PMDB; RitaFurtado - PFL.

Pará

Ademir Andrade - PSB; Aloysio Chaves - PFL;Amilcar Moreira - PMDB; Arnaldo Moraes ­PMDB; Asdrubal Bentes - PMDB; Benedicto Mon­teiro - PTB; Carlos Vinagre - PMDB; Dionísio Hagc- PFL; Domingos Juvenil- PMDB; Eliel Rodrigues- PMDB; Fa\lsto Fernandes - PMDB; Fernando Ve-lasco - PMDB; Gabriel Guerreiro - PMDB; GersonPeres - PDS; Jorge Arbage -'- PDS; Paulo Roberto-PMDB.

Maranhão

Albérico Filho - PMDB; Antonio Gaspar ­PMDB; Cid Carvalho - PMDB; Eliézer Moreira ­PFL; Enoe Vicira - PFL; Francisco Coelho - PFL;Haroldo Sabóia - PMDB; Jayme Santana - PSDB;Joaquim Haickel-PMDB; José Carlos Sabóia - PSB;José Teixeira - PFL; Onofre Corrêa - PMDB; Vieirada Silva - PDS; Wagner Lago - PMDB.

Piauí

Átila Lira - PFL; Felipe Mendes - PDS; HeráclitoFortes - PMDB; Jesualdo Cavalcanti - PFL; JesusTajra - PFL; José Luiz Maia - PDS; Mussa Demes- PFL; Paes Landim - PFL; Paulo Silva - PSDB.

Ceará

Aécio de Borba - PDS; Bezerra de Melo - PMDB;Carlos Benevides - PMDB; César Cals Neto - PSD~tevaldo Nogueira - PFL; Expedito Machado ­PMDB; Firmo de Castro - PMDB; Furtado Leite ­PFL; Gidel Dantas - PDC; José Lins - PFL; LúcioAleãntara - PFL; Luiz Marques - PFL; Manuel Viana- PMDB; Mauro Sampaio - PMDB; Moema SãoThiago - PSDB; Moysés Pimentel - PMDB; OrlandoBezerra - PFL; Osmundo Rebouças - PMDB; Paesde Andrade - PMDB; Raimundo Bezerra - PMDB;Ubiratan Aguiar - PMDB.

Rio Grande do Norte

Antônio Câmara - PMDB; Flávio Rocha - PL;Henrique Eduardo Alves - PMDB; Iberê Ferreira ­PFL; Ismael Wanderley - PMDB; Wilma Maia ­PDS.

Paraíba

Adauto Pereira - PDS; Agassiz Almeida - PMDB;Antonio Mariz - PMDB; Cássio Cunha Lima ­PMDB; Edivaldo Motta - PMDB; Edme Tavares ­PFL; Evaldo Gonçalves - PFL; João Agripino ­PMDB; João da Mata - PDC.

Pernambuco

Egídio Ferreira Lima - PMDB; Fernando BezerraCoelho - PMDB; Fernando Lyra -; Geraldo Melo- PMDB; Gilson Machado - PFL; Harlan Gadelha- PMDB; Inocêncio Oliveira - PFL; José Carlos Vas-concelos - PMDB; José Jorge - PFL; José MendonçaBezerra - PFL; José Moura - PFL; José Tinoco -

PFL; Luiz Freire - PMDB; Marcos Queiroz- PMDB;Maun1io Ferreira Lima - PMDB; Nilson Gibson ­PMDB; Osvaldo Coelho - PFL; Ricardo Fiuza - PFL;Roberto Freire -PCB; Salatiel Carvalho -PFL; Wil­son Campos - PMDB.

Alagoas

Albérico Cordeiro - PFL; Eduardo Bonfim - PCdo B; Geraldo Bulhões-PMDB; José Costa-PSDB;José Thomaz Nonô - PFL; Renan Calheiros - PSDB;Robcrto Torres - PTB.

Sergipe

Acival Gomes - PMDB; Antonio Carlos Franco ­PMDB; Bosco França - PMDB; Cleonâncio Fonseca- PFL; Djenal Gonçalves - PMDB; João MachadoRollemberg - PFL; José Queiroz - PFL; Messias Góis-PFL.

Bahia

A!Jigail Feitosa - PSB; Ângelo Magalhães - PFL;Bcmto Gama - PFL; Carlos Sant'Anna - PMDB;Celso Dourado - PMDB; Domingos Leonelli ­PMDB; Eraldo Tinoco - PFL; Fernando Gomes ­PMDB; Fernando Santana - PCB; França Teixeira- PMDB; Francisco Benjamim - PFL; Francisco Pin­to - PMDB; Genebaldo Correia - PMDB; HaroldoLima - PC do B; Jairo Azi - PDC; Jairo Carneiro- PDC; João Alves - PFL; João Carlos Bacelar ­PMDB; Jonival Lucas - PDC; Jorge Hage - PSDB;Jorge Medauar - PMDB; Jorge Vianna - PMDB;José Lourenço - PFL; Leur Lomanto - PFL; Lídiceda Mata - PC do B; Luíz Eduardo - PFL; Luiz VianaNeto - PMDB; Manoel Castro - PFL; Marcelo Cor­deiro - PMDB; Mário Lima - PMDB; Milton Bar­bosa - PDC; Miraldo Gomes - PDC; Raul Ferraz- PMDB; Sérgio Brito - PFL; Uldurico Pinto ­PMDB; Virgildásio de Senna - PSDB; Waldeck Orné­las-PFL.

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Agosto de 1988

Espírito Santo

Hélio Manhães - PMDB; Lezio Sathler - PMDB;Nelson Aguiar - PDT; Nyder Barbosa - PMDB; Pe­dro Ceolin - PFL; Rita Camata - PMDB; Stélio Dias- PFL; Vasco Alves - PSDB; Vitor Buaiz - PT.

Rio de Janeiro

Adolfo Oliveira - PL; Aloysio Teixeira - PMDB;Álvaro Valle - PL; Amaral Netto - PDS; Anna MariaRattes - PSDB; Artur da Távola - PSDB; Beneditada Silva - PT; Bocayuva Cunha - PDT; BrandãoMonteiro - PDT; Carlos Alberto Caó - PDT; César'Maia - PDT; Daso Coimbra - PMDB; Denisar Arnei­ro - PMDB; Edésio Frias - PDT; Edmilson Valentim- PC do B; Fábio Raunheitti - PTB; Feres Nader- PTB; Flavio Palmier da Veiga - PMDB; FranciscoDornelles - PFL; Gustavo de Faria - PMDB; JorgeLeite - PMDB; José Carlos Coutinho - PL; JoséLuiz de Sá - PL; José Maurício - PDT; Juarez Antu­nes - PDT; Lysâneas Maciel - PDT; Márcio Braga- PMDB; Messias Soares - PTR; Miro Teixeira ­PMDB; Noel de Carvalho - PDT; Osmar Leitão­PFL; Oswaldo Almeida - PL; Paulo Ramos - PMN;Roberto Augusto - PTB; Roberto Jefferson - PTB;Ronaldo Cezar Coelho - PSDB; Rubem Medina ­PFL; Sandra Cavalcanti - PFL; Simão Sessim - PFL;Sotero Cunba - PDC; Vivaldo Barbosa - PDT; Vladi­mir Palmeira - PT.

Minas Gerais

Aécio Neves - PMDB; Alysson Paulinelli - PFL;Bonifácio de Andrada - PDS; Carlos Cotta - PSDB;Carlos Mosconi - PSDB; Célio de Castro - PSDB;Christóvam Chiaradia - PFL; Dálton Canabrava ­PMDB; Elias Murad - PTB; Genésio Bernardino ­PMDB; Hélio Costa - PMDB; Homero Santos - PFL;Humberto Souto - PFL; Israel Pinheiro - PMDB;João Paulo - PT; José da Conceição - PMDB; JoséGeraldo - PMDB; José Santana de Vasconcellos ­PFL; José Ulísses de Oliveira - PMDB; Lael Varella- PFL; Leopoldo Bessone - PMDB; Luiz AlbertoRodrigues - PMDB; Marcos Lima - PMDB; MárioAssad - PFL; Mário de Oliveira - PMDB; MaurícioCampos - PFL; Maurício Pádua - PMDB; MauroCampos - PSDB; Melo Freire - PMDB; Mello Reis- PDS; Milton Reis - PMDB; Octávio Elísio ­PMDB; Oscar Corrêa - PFL; Paulo Delgado - PT;Pimenta da Veiga - PSDB; Raimundo Rezende ­PMDB; Roberto Brant - PSDB; Roberto Vital ­PMDB; Ronaldo Carvalho - PMDB; Ronaro Corrêa- PFL; Rosa Prata - PMDB; Sérgio Werneck ­PMDB; Sílvio Abreu-PSDB; Virgílio Galassi-PDS;Ziza Valadares.-PSDB.

São Paulo

Adhemar de Barros Filho - PDT; Afif Domingos- PL; Agripino de Oliveira Lima - PFL; Airton San­doval-PMDB; Antoniocarlos Mendes Thame -PFL;Ant6nio Perosa - PSDB; Antônio Salim Curiati ­PDS; Arnaldo Faria de Sá - PJ; Arnold Fioravante- PDS; Caio Pompeu - PSDB; Cardoso Alves ­PMDB; Cunha Bueno - PDS; Del Bosco Amaral ­PMDB; Delfim Netto - PDS; Dirce Tutu Quadros- PSDB; Doreto Campanari- PMDB; Eduardo Jorge- PT; Fábio Feldmann - PSDB; Farabulini Júnior- PTB; Fausto Rocha - PFL; Fernando Gasparian--=- PMDB; Florestan Fernandes- PT; Francisco Ama-ral- PMDB; Francisco Rossi - PTB; Gastone Righi- PTB; Geraldo Alckmin Filho - PSDB; Gerson Mar­condes - PMDB; Gumercindo Milhomem - PT; HélioRosas - PMDB; Irma Passoni - PT; Jayme Paliarín- PTB; João Cunha - PMDB; João Herrmann Neto- PSB; João Rezek - PMDB; Joaquim Bevilacqua- PTB; José Camargo - PFL; José Carlos Grecco- PSDB; José Egreja - PTB; José Genoíno - PT;José Maria Eymael - PDC; José Yunes - PMDB;Koyu Iha - PSDB; Luiz Gushiken - PT; Luiz InácioLula da Silva - PT; Maluly Neto - PFL; ManoelMoreira - PMDB; Mendes Botelho - PTB; MichelTemer-PMDB; Paulo Zarzur-PMDB; Plínio Arru­da Sampaio - PT; Ricardo Izar - PFL; Robson Mari-

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

nho - PSDB; Samir Achôa - PMDB; Sólon Borgesdos Reis - PTB; Theodoro Mendes - PMDB; TitoCosta - PMDB; Ulysscs Guimarães - PMDB.

Goiás

Aldo Arantes - PC do B; Antonio de Jesus ­PMDB; Délio Braz - PMDB; Itunival Nascimento­PMDB; Jalles Fontoura - PFL; João Natal- PMDB;Lúcia Vânia-PMDB; Luiz Soyer-PMDB;MaguitoVilela - PMDB; Mauro Miranda - PMDB; NaphtaliAlves de Souza - PMDB; Nion Albernaz - PMDB;Paulo Roberto Cunha - PDC; Pedro Canedo - PFL;Roberto Balestra - PDC; Siqueira Campos - PDC.

Distrito Federal

Augusto Carvalho - PCB; Francisco Carneiro ­PMDB; Geraldo Campos - PSDB; Jofran Frejat ­PFL; Márcia Kubitschek - PMDB; Maria de LourdesAbadia - PSDB; Sigmaringa Seixas - PSDB; ValmirCampelo - PFL.

Mato Grosso

Antero de Barros - PMDB; Joaquim Sucena ­PTB; Jonas Pinheiro - PFL; ':-'Fa Campos - PFL;Norberto Schwantes - PMDB; Osvaldo Sobrinho ­PTB; Rodrigues Palma - PTB; Ubiratan Spinelli ­PDS.

Mato Grosso do Sul

Gandi Jamil- PFL; Ivo Cersósimo - PMDB; JoséElias - PTB; Levy Dias - PFL; Ruben Figueiró ­PMDB; Valter Pereira -PMDB.

Paraná

Airton Cordeiro - PFL; Alceni Guerra - PFL; An­tônio Ueno - PFL; Basilio Villani - PTB; Darcy Dei­tos-PMDB; Dionísio Dal Prá-PFL; Ervin Bonkoski- PTB; Euclides Scalco - PSDB; Hélio Duque ­PMDB; Jacy Scanagatta - PFL; José Carlos Martinez- PMDB; José Tavares - PMDB; Jovanni Masini- PMDB; Matheus Iensen - PMDB; Maurício Fruet- PMDB; Maurício Nasser - PMDB; Max Rosen-mann - PMDB; Nelton Friedrich - PSDB; NilsoSguarezi - PMDB; Oswaldo Trevisan - PMDB; PauloPimentel- PFL; Renato Bernardi - PMDB; RenatoJohnsson - PMDB; Sérgio Spada - PMDB; TadeuFrança - PDT; Waldyr Pugliesi - PMDB.

Santa Catarina

Alexandrc Puzyna - PMDB; Antonio Carlos Kon­der Reis - PDS; Artcnir Werner - PDS; ClándioÁvila - PFL; Eduardo Moreira - PMDB; FranciscoKüster - PSMDB; Henrique Córdova - PDS; IvoVanderlinde - PMDB; Luiz Henrique - PMDB; Or­lando Pachcco - PFL; Paulo Macarini - PMDB; Re­nato Vianna - PMDB; Ruberval Pilotto - PDS; Vic­tor Fontana - PFL; Vilson Souza - PSDB; Walmorde Luca-PMDB.

Rio Grande do Sul

Adroaldo Streck - PDT; Adylson Motta - PDS;Amaury Müller - PDT; Antônio Britto - PMDB;Arnaldo Prieto - PFL; Carlos Cardinal- PDT; DarcyPozza - PDS; Erico Pegoraro - PFL; F1oriceno Paixão- PDT; Hermes Zaneti - PSDB; Hilário Braun ­PMDB; Ibsen Pinheiro - PMDB; Ivo Lech - PMDB;Ivo Mainardi - PMDB; João de Deus Antunes ­PTB; Jorge Uequed - PMDB; Júlio Costamilan ­PMDB; Lélio Souza - PMDB; Luís Roberto Ponte- PMDB; Mendes Ribeiro - PMDB; Nelson Tobim-PMDB; Osvaldo Beoder - PDS; Paulo Mincarone-PMDB; Paulo Paim-PT; RospideNctto-PMDB;Telmo Kirst - PDS; Vicente Bogo - PSDB; VictorFaccioni - PDS.

Amapá

Annibal Barcellos - PFL; Eraldo Trindade - PFL;Geovani Borges - PFL.

Roraima

Chagas Duarte - PFL; Marluce Pinto - PTB; Moza­rildo Cavalcanti - PFL; Ottomar Pinto - PMDB.

Quarta-feira 10 2711

I - ABERTURA DA SESSÃO

A SRA. PRESIDENTE (Irma Passoni) - A lista depresença registra o comparecimento de 109 SenhoresDeputados.

Está aberta a sessão.Sob a proteção de Deus iniciamos nossos trabalhos.O Sr. Secretário procederá à leitura da ata da sessão

anterior.

11 - LEITURA DA ATA

o SR. DORETO CAMPANARI, servindo como 2'-Sc­cretário, procede à leitura da ata da sessão antecedente,a qual é, sem observações assinada.

A SR' PRESIDENTE (Irma Passoni) - Passa-se àleitura do expediente.

O SR. NILSON GmSON, servindo como l'-Secre­tário, procede à leitura do seguinte.

111 - EXPEDIENTECOMUNICAÇÕES

Do Sr. Deputado Luiz Salomão, nos seguintes termos:Brasília, 4 de agosto de 1988

Senhor Presidente,Informo a Vossa Excelência que viajarei na próxima

segunda-feira, dia 8-8, para a cidade do Panamá-Pa­namá, onde participarei do "lI Congresso Anficionicode Panamá".

Outrossim, solicito a Vossa Excelência que a prcsenteviagem seja enquadrada na letra f do art. l' do Atoda Mesa n' 83, de 1978.

No ensejo, renovo a Vossa Excelência protestos deconsideração e apreço. - Deputado Luiz Salomão.

Do Sr. Deputado José Costa, nos seguintes termos:Brasília, 8 de agosto de 1988

Senhor Presidente,Informamos a Vossa Excelência, para os fins que

se ensejarem, que nesta data estamos comunicando for­malmente ao colendo Tribunal Superior Eleitoral nossodesligamento do Partido da Social Democracia Brasi-leira (PSDB). .

Aproveitamos o ensejo para reiterar a Vossa Exce­lência nossos protestos de alta estima e consideração.

Atenciosamente, - Deputado José Oliveira Costa.

A SRA. PRESIDENTE (Irma Passoni) - Está findaa leitura do expediente.

Passa-se ao

IV - PEQUENO EXPEDIENTETem a palavra o SI. Nilson Gibson

O SR. NILSON GIBSON (PMDB - PE. Pronunciao seguinte discurso.) - Sr' Presidente, Sr" e Srs. Depu­tados, Belo Jardim, em Pernambuco, viveu um dia defesta no domingo passado, com uma ruidosa partici­pação popular, com a escolha, pela Frente, do Depu­tado Cintra Galvão, atual1'-Secretário da AssembléiaLegislativa do Estado, como candidato a Prefeito, pelacoligação PMDB, PC do B, PSD e PMN. Para Vice-Pre­feito foi indicado o Vereador Heleno Amorim.

O Deputado Cintra Galvão (PMDB - PE) traz emseu discurso idéias novas e uma concepção avançadado que pretende realizar pelo Município de Belo Jardimquando eleito Prefeito, destacando as prioridades nossetores de saúde, educação e urbanização, além de umasérie de importantes obras que pretende executar, prin­cipalmente a dinamização do parque industrial.

Deputado Cintra Galvão já foi Prefeito, posterior­mcnte eleito por quatro vezes Deputado Estadual, esua administração é destacada pelas principais lideran­ças políticas do Município, inclusive por pessoas ligadasao outro grupo político que também tentará eleger oPrefeito.

O Deputado Cintra Galvão espera a decisão finaldas umas para, então, dar início ao trabalho que pre-

Page 4: DIARIO DO CONGRESSO NACIONALimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD10AGO1988.pdf · Belo Jardim, Estado de Pernambuco. JOSÉ GENOÍNO - Carta endereçada ao Presi dente da CPI daCorrupção

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tende implantar em Belo Jardim em busca do caminhocerto para desenvolvimento da cidade. O DeputadoCintra Galvão tem plena consciência do que Belo Jar­dim representa hoje, em Pernambuco, para o desenvol­vimento social e econômico do Estado, e irá trabalhar,juntamente com as forças políticas que o apóiam ­o Governador Migucl Arraes e o Prefeito da cidadedo Recife, Jarbas Vasconcelos -no sentido de prepararo Município para essa nova perspectiva de progresso,Município que vem sendo considerado o novo Eldoradopernambucano, em face do excelente trabalho desen­volvido pelo Prefeito Valdeci Rodrigues Torres. Paraatingir seus objetivos, o Deputado Cintra Galvão, alémde contar com o apoio de expressivas forças políticase populares, conta também com a colaboração do vicede sua chapa, Vereador Hcleno Amorim, do Distritode Xucurus, figura do maior prestígio no Município,além das lideranças dos distritos de Serra dos Ventos,Água Fria, Tambor, Vila Nova e outros.

A Convenção do PMDB foi realizada na Praça daConceição e contou com a participação de mais de quin­ze mil pessoas, pois Belo Jardim tem hoje a vaidadede possuir o melhor Prefeito do País, Valdeci Rodri­gues, com credenciais suficientes para levar o povo belo­jardinense a escolher, das nossas raízes do Agreste dePernambuco, o futuro governador de Pernambuco. Be­lo Jardim transformou-se com Valdeci, e o que ele fezsem recursos pode ser um cspclho para o povo levaro Deputado Cintra Galvão à vitória, numa grande con­sagração popular.

Oportunamente voltarei ao assunto.

O SR. JOSÉ GENOÍNO - (PT - SP. Sem rcvisãodo orador.) - Sr' Presidente, Sr" e Srs. Deputados,quero solicitar a transcrição, nos Anais desta Casa, deuma carta que considero muito importante, cuja cópiarecebi pessoalmente do companheiro e ex-DeputadoFederal Eduardo Matarazzo Suplicy. Rcfcrida carta foiencaminhada pelo seu autor ao Presidente da CPI daCorrupção, Senador Carlos Chiarelli. Pela sua impor­tância e em virtude do posicionamento do ex-DeputadoEduardo Matarazzo Suplicy, que trata de assuntos comoa intervenção do Banco Central nas instituições finan­ceiras do grupo Coroa Brastel, que S. Ex' acompanhou,solicito a sua transcrição nos Anais da Càmara dos Depu­tados.

Essa nova ofensiva do Palácio do Planalto, por inter­médio da pessoa do Ministro Oscar Corrêa - queroentender que ele não fala em nome do Poder Judiciárioo.u do STF e, sim, em nome pessoal - combina com<Yprocesso de obstrução lento, gradual e seguro paraque realizemos eleições em 15 de novembro sem a novaConstituição.

Que Constituição é essa que as elites brasileiras nãoaceitam? Se chegasse hoje ao Brasil um intelectual,um político de outro país, sem condições de acompanhartodo o debate constitucional, ele imaginaria que esti­vesse sendo elaborada uma Constituição com disposi­tivos socialistas, muito avançada. Não é verdade. Tra­ta-se de uma Constituição reacionária, conservadora,que tem apcnas avanços parciais, e nem mesmo estessão aceitos pelas elites brasileiras. Isso mostra o graude reacionarismo das elites políticas deste País.

Outra questão de que desejo tratar, SI"' Presidente,diz respeito à nova ofensiva que se cria - o noticiáriodc hoje é rico nesse sentido - com o intuito de inverterou de alterar alguns dispositivos essenciais da Cartaconstitucional, quando observamos dois tipos de críticasque se combinam com esse objetivo. Foi levantada on­tem, e divulgada pelo pronunciamento do Ministro Os­car Corrêa, que fez colocações no sentido de que aAssembléia Nacional Constituinte estaria aprovandodispositivos - aí concorda com a tese do PresidenteSarncy - que tornam o País ingovernável. ReafirmaS. Ex' as opiniões emitidas hoje em entrevista no progra­ma "Bom Dia, Brasil".

O novo Ministro da Previdência, Jáder Barbalho,que certamente ainda nem teve tempo para fazer umlevantamento, a fiJII de tomar pé da situação, mostra-segrande entendido em previdência. Acho que S. Ex' n~oteve condições de coletar dados, mas, mesmo assimvem também ao "Bom Dia, Brasil" para fazer corocom a tese do Governo e do Ministro Oscar Corrêa,de que há dispositivos na Constituiçã? 9ue tornam oPaís ingovernável. É a velha tese da dIreita, do pensa-

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

mento conservador deste País, de que qualquer conquis­ta, de qualquer direito para o trabalhador é inconce­bível. As elites, as classes dominantes destc País, nãoquerem reconhecer nenhuma conquista dos trabalha­dores que, por menor que seja, para elas é inaceitável,é impossível. Isso é o que está em jogo.

DOCUMENTO A QUE SE REFERE O ORADOR:- São Paulo, 8 de agosto de 1988

Excelentíssimo SenhorSenador Carlos ChiarelliPresidente da CPI da CorrupçãoSenado FederalBrasília - Distrito Federal

Prezado Senador ChiarelliOs brasileiros aguardam com atenção os resultados

desta CPI. Muitas vezes viram os trabalhos de apuraçãorealizados pelo Congresso Nacional terminarem emconclusões evasivas. Mesmo quando esclarecedoras econtundentes, não foram devidamente encaminhadaspelos órgãos responsáveis pela Justiça no Brasil.

Por esta razão, creio que seria importante que a CPI,por acasião do depoimento do Procurador-Geral da Re­pública, José Paulo Sepúlveda Pertence, pergunte escla­recimentos sobre as raZÕes que têm levado aquela Pro­curadoria a adiar indefinidamente a sua conclusão sobreo caso Coroa-Brastel, com óbvio benefício dos impli­cados.

Há cinco anos, em 27 de julho de 1983 ocorreu aintervenção do Banco Central nas instituições finan­ceiras do grupo Coroa-Brastel.

Tão graves foram os episódios que ambas as casasdo Congresso, a Câmara dos Deputados e o SenadoFederal se empenharam em realizar apurações, colherdepoimentos e reunir documentos. Com base nestestrabalhos e em inquéritos realizados pcla Polícia Fede­ral, a Procuradoria Geral da República também procu­rou desvendar os fatos e as responsabilidades. Em 20de maio de 1985, o Procurador José Arnaldo da Fonsecaapresentou requerimento ao Procurador-Geral da Re­pública recomendando o indiciamento dos responsáveispor ilícitos penais junto ao Supremo Tribunal Federal.Preocupado em aprofundar ainda mais as evidências,o Procurador- Geral solicitou então ao ProcuradorCláudio Fontelles que reunisse mais evidências e prepa­rasse novo relatório. Novos elementos surgiram e onovo parecer, com semelhante conclusão, o indiciamen­to dos responsáveis, foi enviado ao Procurador-GeralJosé Paulo Sepúlveda Pertence, em 1987.

Desde então, não se soube mais de qualquer provi­dência. O que aconteceu? Por que o Procurador-Geralda República não chega à sua conclusão definitiva? Seeste caso for sempre adiado, não acontecerá o mesmocom todos aqueles que estão sendo examinados pelaCPI da Corrupção? Que pressões estarão havendo,diante das evidências tão fortes existentes nos autos,no sentido de impedir que o Procurador-Geral da Repú­blica cumpra com a sua responsabilidade? Creio quea CPI pode contribuir de maneira relevante para escla­recer o assunto.

Atenciosamente,

Eduardo Matarazzo Suplicy.

o SR. PAULO PAIM (PT - RS. Sem revisão doorador.) -Sr' Presidente, Srs. Deputados, em primeirolugar, registramos nosso protesto contra a forma arbi­trária como foi criada a Confederação Nacional dosMetalúrgicos, sem cumprir as normas vigentes da pró­pria CLT, com o único objetivo de permitir que o talde sindicalismo de resultado tivesse um aparelho nasmãos e com isso servisse de instrumento do Governopara encaminhar o tal do pacto social que visa, na verda­de, mais uma vez, a fazer com que os trabalhadorespaguem pelos desmandos do Governo que aí está.

Gostaríamos também que ficasse registrados dois pro­jetos de lei que estamos encaminhando a esta Casa.O primeiro deles versa sobre reinvidicação antiga dosempregados domésticos, a nível nacional, e lhes assegu­ra, na íntegra, os mesmos direitos que têm outros traba­lhadores. Lembro que a própria Assembléia NacionalConstituinte, quando elaborou o capítulo relativo aosempregados domésticos, não permitiu que cles tivessem

Agosto de 1988

direito sequer ao FGTS, não lhes concedeu o seguro-de­semprego e ainda fez restrições à questão da sua cargahorária de trabalho.

No sentido de tentar corrigir tais injustiças, estamosentregando um projeto completo, que amplia os direitosdos empregados domésticos, que passarão a ter os mes­mos benefícios recebidos pelos outros trabalhadores.

O segundo projeto atende a uma antiga reivindicaçãode todo o povo brasileiro e regulamenta os subsídiosdos Deputados e Senadores. Ele visa simplesmente adeixar claro à população que os salários passarão ­depois de aprovado o projeto - a ser totalmente trans­parentes. Limitamo-nos aqui ao que entendemos sero ponto principal desse projeto: Deputados e Senadoresnão poderão perceber mais que o valor limite de vintesalários mínimos. Ao contrário do que poderiam enten­der como demagógico, não estou dizendo, com esteregistro, que Deputados e Senadores ganham muito.Mas o que quero fixar é que os trabalhadores ganhampouco. O objetivo é levantar a base: a questão do saláriomínimo - o que foi aprovado pela Constituinte, nestesentido, não será mudado porque não há emenda su­pressiva - passará pelo Congresso Nacional, portanto,passa a ser dc alçada também do Legislativo essa respon­sabilidade, Então, limito o ganho de Depútados e Sena­dores ao montante de vinte salários vinculados ao míni­mo, por entender ser o mínimo que atenderia ao iute­resse da população deste País. Infelizmente, hoje, essessalários ultrapassam a muito mais do que cem saláriosmínimos. Em inúmeros países, como, por exemplo, aFrança, que visitei, a maior diferença entre o maiore menor salário é, no máximo, de oito salários.

O SR. OSVALDO BENDER (PDS - RS. Sem revisãodo orador.) - Sr'. Presidente, Srs. Deputados, ocupa­mos a tribuna neste momento para encaminhar à Mesaprojeto de lei que diz respeito à velocidade máximapermitida para os veículos automotores no trânsito.

Quando da crise do petróleo, em 1978179, foi estabe­lecida a velocidade máxima de 80km por hora, comoforma de economizar combustível, já que ê maior oconsumo a velocidades superiores a esse limite,

Hoje, Sr'. Presidente, Srs. Deputados, não mais sejustifica essa medida, vez que temos combustível emabundância, quer álcool, quer petróleo. Prova dissoé que o País exporta gasolina.

Tomo a liberdade de dizer que dificilmente há respei­to à velocidade de SOkm nas rodovias asfaltadas, anão ser próximo aos postos policiais. É muito difícil.Sabemos que, se todos respeitassem essa velocidade,evitaríamos muitos acidentes, mas as pessoas não ape­nas se limitam a desrespeitar o limite dos 80km , como,tenho certeza, muitos abusam e chegam a dirigir atéa 130, 140km por hora.

Portanto, apresentamos este projeto de lei, que esta­belece o limite máximo de 100km por hora, que nãoé uma velocidade exagerada; especialmente em boasrodovias, ela pode ser controlada.

Agora a multa foi fixada em valores bem maioresdo que antes, com reajuste de 300%, Aí, sim, concordoem que a Polícia Rodoviária e os responsáveis pelafiscalização façam observar o limite de velocidade. Des­ta forma, a medida será respeitada, e não mais aconte­cerá como agora, quando ninguém respeita os 80km.

Esta a razão de apresentarmos projeto elevando de80 para no máximo lookm por hora a velocidade. As­sim, os nobres Parl!lmentares hão de compreender quea velocidade de 100km horários não é demasiadamentealta e pode ser permitida, conforme nossa justificação.Vemos que, nos demais países, a velocidade fica entre95 e 1l0km horários. Não queremos estabelecer acimade 100km. Aqueles mais cautelosos poderão até ­se qUiserem - praticar velocidade menor, mas, pelomenos. para o cumprimento da lei e para a fiscalização,vamos permitir a velocidade de 100 km.

Era o que tinha a dizer.

O SR, CÉSAR MAIA (PDT - RJ. Sem revisão doorador.) - Sr' Presidente, Srs. Deputados, manifestominha preocupação com a conjuntura que se avizinha.

O Governo Federal, em função da notória a perdade controle sobre o processo inflacionário, resolveu

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Agosto de 1988

reintroduzir o receituário ortodoxo, com o objetivo de,pelo menos, estancar a ascensão das taxas de inflaçãojá muito altas. O primeiro elemento do receituário orto­doxo foi a elevação das taxas de juros a um nível proje­tado inimaginável.

Sr' Presidente, na última semana, as taxas de jurosque servem de base para o funcionamento da nossaeconomia, as taxas do mercado aberto, foram projeta­das, em termos anuais, a 60% acima da correção mone­tária. Imediatamente o refleco foi a elevação das taxas

. de juros de capitação do mercado financeiro. As taxasde juros, nesse momento, buscam um equihbrio na cap~­

tação em torno de 20% acima de correção monetária.

Isso significa que esses recursos serão aplicados à taxade pelo menos 30% acima da correção monetária. Orisco para as empresas que, em função de dificuldadesconjunturais, se encontram endividadas junto ao siste­ma bancário, principalmente em relação às suas necessi­dades de capital de trabalho. de capital de giro, é muitogrande.

Se, no Brasil, as linhas de financiamentos de capitalde giro fossem alongadas para 6 ou 8 meses, mesmosem a medida do Governo, independentemente de seusméritos e deméritos, elas poderiam produzir resultadosque não castigassem enormemente as empresas que nãose encontram capitalizadas neste momento. Como istonão ocorre, c como o desconto de duplicatas e as linhasde capital de giro se concentram a prazo de 30 e 60dias, a expectativa é de pressão financeira sobre essasempresas, o que pode resultar em quebradeira.

Gostaríamos de chamar a atenção do Governo Fede­ral, especiahnente do Sr. Ministro da Fazenda, paraque, atentando para a coerência de que necessita mesmode política de corte ortodoxo, junto ao Conselho Mone­tário Nacional e à rede bancária, crie alternativas parao saldo da dívida pendente - não para a nova dívidade capital de giro, mas para o saldo da dívidá pendente- com objetivo de alongamento do seu perfil e derefinanciamento a prazo maiores e, portanto, com algu­ma carência, para que as empresas possam, ao tempoque resistem a essa conjuntura, ser solidárias com asmedidas do Governo.

Não estou discutindo o mérito delas. Esta questãonos parece da maior gravidade e relevância. Se o Go­verno Federal tiver sensibilidade para isso, em poucotempo vai amargar uma reação, uma resistência às suasmedidas, ou vai ter que suspender, mais uma vez deforma abrupta, as medidas de política econômica queadota.Era isto o que tinha a dizer.

o SR, ADROALDO STRECK (PDT - RS. Sem revi­são do orador.) -Sr' Presidente, Sr" e Srs. Deputados,antes de chegar a esta Casa eu exercia, em tempo total,a atividade jornalística. Na empresa onde eu trabalhavadentre outras tarefas cabia-me fazer a cobertura de via:gens de Presidentes da República ao exterior. De 1973até chegar aqui, cumpri aproximadamente cinqüentadessas missões. As viagens presidenciais, que no inícioeram interessantes, pois marcavam uma abertura donosso País com o mundo exterior, através do diálogobilateral, terminaram esgotando-se, porque se tornaramum grande turismo.

Lembro-me de que, na metade do ano de 1984, fiza cobertura de uma viagem do Presidente Figueiredoao Marrocos e à Espanha. Na Espanha, a diplomaciadaquele país perguntava-nos: afinal de contas, o queestão fazcndo aqui se não há pauta alguma a ser discu­tida, principahnente com um Governo que está chegan­do ao fim?

Então, no caso, não se tratava de um investimento- porque viagem de presidente da república ao exteriordeve ser um investimento - mas pura e simplesmentede despesa. E, Sr' Presidente, este País, ao ménos nestemomento, não pode fazer mais despesas inúteis, dejeito nenhum.

Por isso, nesta sessão da Câmara dos Deputados,estou apresentando Projeto de Decreto Legislativo como seguinte teor:

"Art. l' Fica revogado o Decreto Legislativon9 8, de 1988, que autoriza o Senhor Presidente

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

da República a aUsentar-se do País no pcriodo com­preendido entre l' de março dé 1988 e 28 de feve­reiro de 1989.

Art. 2' Este Decreto Legislativo entra em vi­gor na data de sua publicação."

Darei algumas justificações, Sr' Presidente, a respeitodessa minha proposta.

"Pela Mensagem n' 30, de 19 de janeiro de 1988,o Senhor Presidente da República solicitou autori­zação para ausentar-se do País até 28 de fevereirode 1989.

Na referida Mensagem Sua Excelência ressaltaa importância das viagens que pretendia empreen­der, "a fim de dar seqüência às iniciativas de polí­tica externa tomadas em 1987, pretendendo, noano que se inicia, empreender novo ciclo de conta­tos com Chefes de Estado e de Governo de diversospaíses, com vistas ao tratamento de questões deinteresse comum, à criação e consolidação de opor­tunidades para o intercâmbio econômico comer­cial, científico e tecnológico".

Votado e aprovado o pedido, o Congresso Nacio­nal expediu o Decreto Legislativo n' 8, de 1988,autorizando o Presidente da República a ausen­tar-se do País no período compreendido entre l'de março de 1988 e 28 de fevereiro de 1989.

O agravamento da crise econômica e social, noentanto, torna imperativa a revogaçâo dessa autori­zação legislativa, pois não convém aos interessesdo País que o Presidente se ausente num momentotão delicado, em que a inflação atinge mais de24% ao mês.

A política, como a natureza, tem horror ao vá­cuo. A ausência, neste momento, do Presidenteda República, que tem, entre seus deveres, o demanter e defender a Constituição, constitui uma,ameaça às nossas frágeis instituições, podendo en­sejar veleidades golpistas, como a história políticado País comprova.

É grave a crise. Daí por que não se justificao afastamento do Senhor Presidente, cujo esforçoe atenção devem ser aplicados na busca de soluçõespara a gravíssima crise brasileira.

Ressalte-se que a última viagem presidencial -o roteiro histórico-turístico à China - causou re­volta e espanto, sem falar nas acusações de contra­bando a membros da comitiva oficial.

Por essas razões, impõe-se a revogação imediatada autorização legislativa, para que o Congressoexamine, caso a caso, as futuras viagens presiden­ciais."

Sr' Presidente, acho que está na hora de acabarmoscom esse despudor do Poder Executivo que mesmocom o País vivendo à deriva, ainda se dá ao luxo deconvescotes e de viagens ao extcrior, como a progra­mada para o mês de outubro, que inclui Portugal eUnião Soviética. Em'Portugal, certamente, haverá nomínimo uns sessenta discursos de cada lado, do quejá estamos cheios.

Precisamos de uma ação concreta, Sr' Presidente,e, para tanto, o Presidente da República deverá ficaraqui, no mínimo, para ver o clima de dificuldade emque estamos vivendo.

O SR. SÓLON BORGES DOS REIS (PTB - SP.Sem revisão do orador.) - Sr' Presidente, Srs. Deputa­dos, a Câmara dos Deputados cstá praticamente desati­vada. Apesar do esforço de todos nós - daqueles queacreditam na responsabilidade que assumiram perantea opinião pública - a Câmara dos Deputados aindanão pôde e não pode, em função do Regimento daAssembléia Nacional Constituinte, constituir as suasComissões Permanentes e reúne-se esporadicamenteapenas para pronunciamentos.

Os projetos de lei, que se amontoam nas prateleirasda Casa continuam ilesos, virgens de decisões, tudoisso em função do retardamento dos trabalhos da As­sembléia Nacional Constituinte. Quem sabe até se issonão faz parte do plano daqueles que querem retardara promulgação da nova Constituição brasileira, impe­dindo que o Congresso cumpra com sua tríplice finali­dade! A primeira - essa ele tem exercido, na medidaprecária do seu funcionamento - é debater a proble-

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mática nacional, analisar a nossa realidade, avaliar oandamento da administração do Governo, da economiae da política no Brasil. A fiscalização do Poder Público,do Executivo, a Câmara procura fazer na medida desuas possibilidades. Mas a sua função primacial, legislar,essa o Congresso não cumpre. Isso tem por objetivo,certamente, abafar a voz e o poder decisório do Con­gresso, interesse daqueles que querem procrastinar apromulgação da Constituição.

O Presidente da Assembléia Nacional Constituintetem-nos feito reiterados pedidos, diários até, algunscomoventes, apelando para o espírito cívico e para osenso de responsabilidade de cada Constituinte. Mas,na realidade, não se trata apenas de negligência deConstituintes, não é apenas vagabundagem, nem desa­mor à Nação, ao povo e aos compromissos assumidos,mas realmente o resultado de um plano. Há em marcha- e o povo já está observando isso - um processopara frear os trabalhos da Constituinte, principalmentepor parte daqueles que desejam que a conclusão dosnossos trabalhos fique para depois das eleições. Docontrário, o povo cobrará o voto deles no segundo tur­no. Eles querem que, primeiro, se façam as eleiçõesmunicipais, porque assim votarão como querem, oudeixarão de votar, no segundo turno, sem ter que pres­tar contas agora à opinião pública brasileira.

Todos sabem que o interesse do atual Governo brasi­leiro é protelar o término dos trabalhos da Constituinte,para que o Orçamento do ano que vem não inclua areforma tributária, que dará autonomia financeira eadministrativa aos Municípios e aos Estados, e paraque continue a governar com decreto-lei.

Estão causando terrível mal ao País, porque, coma não-promulgação da nova Constituição, não concluí­mos esse proc~sso de transição, e os trabalhos do Con­gresso Nacional ficam paralisados, incluindo os da Câ­mara dos Deputados.

O SR. PAULO RAMOS (PMDB -RJ. Sem revisãodo' orador.) - SI' Presidente, Sr" e Srs. Deputados,enquanto a Assembléia Nacional Constituinte enfrentaseriíssimas dificuldades para o prosseguimento dos seustrabalhos - e essas dificuldades são causadas pelo go­verno e seus aliados internos e externos, 'inclusive noseio da própria Assembléia Nacional Constituinte ­assistimos a um" verdadeira manobra diversionista,quando se procura mostrar aos olhos da Nação queessas dificuldades estão vinculados à realização das elei­ções municipais, como se os faltosos fossem aquelesque concorrem às prefeituras do Brasil inteiro.

O Correio BraziJiense de hoje - e assim deveria pro­ceder toda a imprensa nacional - publica, em relaçãoao mês de maio, os nomes dos faltosos, com o númerode faltas. Essa providência deveria ser tomada por todosos jornais, porque somente assim o povo brasileiro seriacientificado daqueles que são, verdadeiramente, os ir­responsáveis, uma vez que conquistaram um mandatopara elaborar uma nova Constituição e aqui não compa­recem.

Mas enquanto essas manobras vão sendo conduzidaspor um Governo corrupto e incompetente, a imprensanoticia um fato estarrecedor. E o horror nele contido,Sr' Presidente, exige de todos os representantes do povobrasileiro, como também de qualquer cidadão, a maisveemente repulsa. Segundo o jornal, bebês seriam sacri­ficados nos Estados Unidos para que seus órgãos fossemretirados para transplante. E temos aqui a fotografiade enfermeiras, em Assunção, no Paraguai, com ascrianças que seriam supliciadas. É um horror sem prece­dentes, talvez apenas equiparado âqueles encontradosna histórias do nazismo. E o que diz o Governo brasi­leiro? Surpreendentemente, diz através de seu repre­sentante, que somente serão tomadas providências casoa denúncia seja confirmada, porque, em situação análo­ga, quando se atribuiu o mesmo fato a crianças de SantaCatarina, verificou-se que se tratava de uma cidadeda Guatemala, como se o fato não exigisse a manifes­tação contrária de todos os governos, qualquer que fossea procedência das crianças. Mas a fotografia estampadanão deixa margem a dúvidas. Urge que este governoilegítimo que aí está tome providências imediatas paraque o fato seja apurado e os culpados responsabilizados,qualquer que seja a nacionalidade não só das crianças,mas também dos criminosos.

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Não podemos, em Assembléia Nacional Constituinte,silenciar, porque as dificuldades colocadas para a con-

clusão dos trabalhos são semelhantes ao silêncio cúm­plice que certamente imperará em relação a essa atroci­dade, a esse suplício de crianças.

Aproveito a oportunidade para pedir a transcriçãonos Anais da Cãmara dos Deputados de uma notíciapublicada ont~m no jornal A Tribuna da Imprensa,de responsabIlidade de seu Diretor-Presidente HélioFe;na~d~s, qu~ relata inúmeros casos dc corrupção eate tralçao naCIOnal, com o envolvimento de um Sena­dor da República, o Senador Roberto Campos, um dosgrandes líderes do "Centrão", e que manipula nos basti­dor7s. E ainda há aqueles que são seus porta-vozesaqUI dentro e que se expõem à execração pública.

A morle dessas crianças tem uma vinculação com? comJ?0rtamenlo daqueles que não compreendem aunportancIa e a necessidade de um modelo democráticopara este País. Aqueles que têm responsabilidade eprocuram ler essas denúncias saibam que o "Centrão",~hado a .este .Go~erno corrupto, à incompreensão ea _desnaclOnal~zaçao, não nos conduzirá ao impasse enao entravara os trabalhos da Assembléia NacionalConstituinte.

ARTIGO A QUE SE REFERE O ORADOR:

Roberto Campos, o lobista

UMA VIDA CONTRA O BRASIL

O Senhor Roberto Campos tem mania de saber tudo,começa seus artigos xaropadas sempre com uma citação,vai citando do princípio ao fim. Ora, embaixador, issonão significa sabedoria, já existem inúmeras enciclo­pédias dc citações, nas quais o articulista pode escolherà vontade. Além do mais, o senhor Roberto Camposnão tem credibilidade, não tem dignidade, -não tem res­ponsabilidade. Na Avenida São Luís, em São Paulo,ninguém desconhece o senhor Roberto Campos. Muitosainda se lembram da sua imagem, naquela tarde infeliz(para ele todas são) quando foi atropelado por umafaca, depois comprada (e escondida) por ele mesmo.Na sexta-feira, o senhor Roberto Campos, que em 6anos de mandato falou duas ou três vezes, resolveucontestar toda a economia brasileira, em 20 minutos,como se ele não tivesse nada com isso. A atuação dosenhor Roberto Campos pode ser resumida assim. 1- Foi um presidente do BNDE dcsastroso e faccioso.2 - A pedido de Juscelino, em 1959, foi "renegociar"a "dívida" externa que estava em 800 milhões de d6la­res. 3 - Depois de 3 meses de conversações, conseguiujuntar as reivindicações inimigas, e a "dívida" ficouem 1 hilhão de dólares. 4 - Portanto, só aí, 25 porcento de aumento, sem que tivesse entrado um tostãono Brasil, desses 200 milhões de dólares do aumentoda "dívida". 5 - Nomeado por João Goularl embai­xador nos Estados Unidos, foi um dos artífices nos Esta­dos Unidos, do golpe contra Jango. 6 - Enquantoficou lá, defendia que não se pode combater a inflaçãoà cilsta do desenvolvimento, que é a tese correta, masque nele era pura exibição. 7 - Derrubado Jango,preferiu servir aos que tomaram o poder, e ei-lo ministrotodo-poderoso da área econõmica, era o começo dafase do primeiro-ministro em pleno regime presiden­cialista. 8 - Recebeu a "dívida" externa mais ou menosem 2 bilhões de d61ares (um pouco mais) e entregou-amais ou menos em 6 bilhões, uma catástrofc, no cami­nho que seguiria depois com Delfim Netto, Simonsene novamente Delfim Netto. 9 - Se apanhando no go­verno, Roberto Campos fez exatamente o contrário doque pregava quando era embaixador em Washington.Então, começou a combater a inflação, devastando aeconomia brasileira para servir aos senhores multina­cionais. E fez aquela [Tase que ficou famosa, cruel eincompetente como ele mesmo: "O nosso combate prin­cipal tem que ser contra a inflação. Quem tiver quequebrar que quebre, quem não tcm competência nãose estabelece." Então, o país conheceu a sua pior faseda recessão, o comércio e a indústria liqüidando tudopor qualquer preço, pois precisavam "fazer" dinheiropara resistir. O país inteiro viveu uma imensa liqüida­ção, pois todos sabiam que aquilo não podia durar lJIuitotempo. Não durou. Mas o Brasil paga até hoje por

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

essa insensatez. (Encontrar traços dessa loucura, e atédessa derrocada do país, no livro A Marcha da Insen­satez, da maior historiadora viva, Bárbara Tuchman.Um livro realmente maravilhoso, e que historiadores,economistas, cientistas políticos, deputados, senadores,governadores e administradores deveriaÍn ser obrigadosa ler.) 10 - Tendo deixado o poder amargamente,amargurado, frustrado e fracassado, como sempre acon­tece, Roberto Campos foi para a chamada iniciativaprivada. (Que de privada não tem nada.) Afundou oucolaborou para afundar o gângster Linaldo Uchôa deMedeiros, que depois faliu. E com ele Roberto Campos,que ficou durante muito tempo respondendo a processo,até ser nomeado cmbaixador na Inglaterra, por umaconcessão especial de Golbery, que servia às multina­cionais como Roberto Campos, e arranjou o lugar paraele. 11 - Também serviu a outros gângsteres, comoo grupo Soares Sampaio e seu genro Paulo Geyer, entãono Banco União Comecial (mais conhecido nos meiosbancários como BUC). Enterrou novamente o banco,ele teve que ser liqüidado, mas o Banco Central, quetrabalha sempre a favor dos poderosos. entrou em ação,e como havia consolidado o Bradesco entregando-lhetodo o ativo do Banco Mineiro do Oeste e ficandocom o passivo, fez o mesmo com O Olavo Setúbal eo Itaú. Entregou o ativo do BUC para o seubor OlavoSetúbal (que botou tudo no seu nome, lesando o contri­buinte e ainda prejudicando os acionistas do Itaú), eficou com o passivo que deveria ficar c;om o senhorPaulo Geyer. 12 - Paulo Geyer ficou com ódio deRoberto Campos, rompeu com ele. Mas Campos fracas­sava em mais uma oportunidade, agora era um fracassovivo, passara para a galeria dos homens sem sucesso.Enterrara o país e enterrara os grupos privados paraos quais trabalhara. Só lhe restava o refúgio da carreiradiplomática à qual s6 "servira" nominalmente. Na ver­dade, sempre se servira dela. (Os militares só podemficar 2 anos fora da caserna. Ao completarem 2 anos,seguidos ou interrompidos, têm que escolher: ou voltaràs Forças Armadas, ou passar para a reserva. No Itama­rati não, podem ficar toda vida agregados, e voltamquando quiserem, com promoções c tudo.) 13 - Eesse fracasso ambulante, essa lenda viva de como sepode scr incompetente ao máximo, que agora quer ensi­nar como salvar o Brasil. E isso depois de. ter contri­buído decisivamente para que a "dívida" brasileira cres­cesse tanto. É um verdadeiro traidor nacional, tentandodesesperadamente contipuar servindo aos poderososgrupos multinacionais. E o lobista número 1 do país,depois de Azevedo Antunes.

Hélin I.lernandesO SR. DORETO CAMPANARI (PMDB -SP. Pro­

nuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, SI" eSrs. Deputados, a maior força de trabalho de um Paísestá na faixa etária dos vinte aos quarenta anos, quandoa disposição se vai gradativamente alterando com a ex­periência.

Em algumas profissões artesanais - oleiros, pedrei­ros, bombeiros, calafates, ladrilheiros - aos trintaanos, depois de um decênio de cxperiência, já se éum mestre, embora essa maturidade vá ocorrer nosmédicos, nos advogados, nos financistas, nos profes­sores aos sessenta anos, quando, de funcionários doEstado, terão apenas dez para espargir sua experiênciaa mãos cheias, como diria o poeta.

O poeta José Sarney ainda não amadureceu no con­tacto com as musas, muito menos para a terefa adminis­trativa, mas tem uma experiência sexagenária em demo­er:acia.

Ainda agora estamos lendo, no fac-simile de umacarteira de trabalho, que era ele jornalista profissionalem 1941, portanto, aos onze anos de idade, quandono mercado de trabalho não era admitida a presençados menores de 14 anos, senão na condição de apren-dizes. .

F.alando como Presidente da República, sobre o cadá­ver de Tancredo Neves, prometeu José Sarney não emi­tir decretos-leis e editou-os às centenas. Mandou tam­bém o Procurador-Geral da República e o 'Ministrodas Comunicações insultarem o Senado, onde uma Co­missão Parlamcntar de Inquérito indicia seus comensaispor graves crimes e imoralidade. Enquanto isto, o Presi­dente viaja, vai espairecer no exterior, dando audiên­cias, em que fala nas agonias do seu povo.

Agosto de 1988

Ontem, ele aplaudia o slogan militar "Brasil: ame-oou deixe-o". Hoje, gostaria de deixá-lo, para assumirlugar permanente, com jeton, na Academia de Ciênciasde Lisboa.

No Governo Sarney, em três anos, mais de cem milbrasileiros imigraram para Portugual; outros são imi­grantes clandcstinos no México, nos Estados Unidos,no Canadá, na França e em vários países da Europa.Aumenta o número dos que ingressaram na "máfia dacocaína".

O Brasil é o campeão da poliomielite e ocupa o 3'lugar em AIDS, s6 perdcndo para os Estados Unidose a França.

Devemos criar outro slngan, com endereço certo: "Euamo o Brasil; deixe-o, Presidente biônico". O povobrasileiro quer vê-lo pelas costas.

Era o que tínhamos a dizer, SI' Presidente, Sr" eSrs. Deputados.

O SR. AMAURY MÜLLER (PDT .,---RS. Sem revisãodo orador.) - Sr' Presidente, Sr"e Srs. Deputados,certamente o último ato que o Sr. Jáder Barbalho assi­nou, como Ministro da Reforma e do DesenvolvimentoAgrário, foi o da implantação, no Município de CruzAlta, de um projeto de assentamento na fazenda Corti­ceira, com 711 hectares, onde o Mirad pretende colocar35 famílias de agricultores sem terra. Até aí tudo bem.Fica a impressão de que o Governo, através da medidado atual Ministro da Previdência Social e ex-titular doMirad, estaria cumprindo com a palavra empenhadae resgatando os compromissos que assumiu com a socie­dade brasileira. Mas ocorre que não houve desapro­priação por interesse sociál nos termos da lei e o conse­qüente pagamento dessa terra através de títulos da dívi­da agrária. O que o Sr. JáderBarbalho fez no Municípiode Cruz Alta, minha terra natal, foi simplesmente com­prar 711 hectares a preço de mercado, talvez até acimada cotação da terra na região. Não é assim que se fazreforma agrária. Se realmente o Governo tem interesseem alterar a estrutura fundiária do País e contemplaros milhões de agricultores sem terra com um pedaçode chão, não adianta continuar tentando comprar essaárea com o dinheiro do pr6prio povo. Reforma agráriase faz mediante desapropriação de áreas improdutivas,ou parcialmente produtivas, através do pagamento detítulos agrários resgatáveis em 20 auos. O que está ocor­rendo, na verdade, penso eu, é uma grande negociata.Terras ruins que demandarão recursos incalculáveis pa­ra sua recuperação estão sendo adquiridas a prcço demercado, lá na minha região, por preço acima de 200HJil cruzados o hectare. Desse modo, a reforma agráriacontinuará patinando nas suas contradições e não avan­çará. Espero que o Sr. Jáder Barbalho, que hoje pelamanhã, no programa "Bom Dia, Brasil" , da Rede Glo­bo, tentou dar uma aula de civismo e de técnica legisla­tiva à Assembléia Nacional Constituinte, não repita láno Ministério da Previdência Social os mesmos equí­vocos e desmandos que cometeu enquanto titular doMirad.

Por outro lado, SI' Presidente, permita-me que, emnome do meu partido, o PDT, cu ofereça uma versãodiferente daquela divulgada pela grande imprensa, no­tadamente pelo jornal O Globo , acerca do supostoassalto perpetrado sábado passado contra a residênciado Deputado Juarez Antunes, no bairro de Santa Cecí­lia, na cidade fluminense de Volta Redonda. Pelo noti­ciário, tem-se a impressão de que ocorreu um simplesassalto, e houve até exagero na relação dos bens queteriam sido furtados da residência do Dcputado JuarezAntunes. Fico a me perguntar: que tipo de assaltanteé esse, que vai buscar um aparelho de televisão, umaparelho de som e acaba levando uma aliança de casa­mento da esposa do Deputado Juarez Antunes e 100mil cruzados, e permancce mais de quatro horas naresidência assaltada? O que quero dizer é que na verda­de esses dois supostos assaltantes estavam fazendo ojogo do poder econômico que não deseja ver JuarezAntunes na Prefeitura de Volta Redonda, pois ele re­presenta uma área profundamente identificada com opovo daquela cidade. E por estar exatamente do ladodos oprimidos, dos que sofrcm, dos humilhados, dosdesprotegidos é que vem sendo obj,:,to desse tipo deintimidação. Nenhum assaltante, SI' Presidente, pararoubar tão pouco, fica mais de quatro horas na residên­o, por isso mesmo, levantar a suspeita de que esse pre-

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Agosto de 1988

tenso assalto escondia uma tentativa de amedrontar,intimidar e-quem sabe? - até de eliminar o DeputadoJuarez Antunes, que, para a elite do poder de VoltaRedonda, ou de todo o País, essa não pode representarsenão um instrumento que tenta de algum modo, pelavia democrática, interromper os privilégios que hojecontemplam essa escassa parcela da população brasi­leira e, muito especialmente, do povo de Volta Re­donda.

Sr' Presidente, espero que a Assembléia NacionalConstituinte e a Câmara dos Deputados, que têm com­promissos de preservar a integridade física e moral deseus membros, adotem providências para apurar emprofundidade esse episódio, que para mim não foi sim­ples assalto, mas um atentado contra o Deputado JuarezAntunes.

O SR. ANTÔNIO DE JESUS (PMDB -GO. Pronun­cia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputa­dos, a sociedade brasileira passa por momentos de per­plexidade, angústia e incerteza diante de um processode inversão de valores que se aprofunda continuamente,materializado por difamações, injúrias, avareza, agnos­ticismo, pornografia, violência individual e coletiva,atingindo grande parte de nossa gente.

Há determinados movimentos que visam a desarmo­nizar o equilíbrio das famílias e da sociedade, promo­vendo a perda da credibilidade de nossas instituiçõesmais representativas, cujas respostas atingem profunda­mente as crianças e os jovens.

É visível a degradação dos aspectos éticos e moraisque consubstanciam suporte aos usos e costumes noBrasil, caracterizando-se um lamentável estado de licen­ciosidade, de liberalidade e de desrespeito ao indivíduoe às instituições, cuja progressividade tenta levar a hu­manidade ao caos, ao descontrole e à desesperança,se providências enérgicas e modificativas não forem cri­teriosamente adotadas.

Embora seja fenômeno que se alastra por todos osquadrantes do mundo, como verdadeira profecia dotempo do fim, essa deterioração de valores experimentano Brasil espantosa velocidade, abala os alicerces daconvivência social, a partir da desestruturação do núcleofamiliar, desvirtuando os princípios de comportamentoda juventude. Ante essa carência de expectativas quan­to ao futuro e, por conseguinte, diante das múltiplastentações que lhes oportunizam as alternativas da ocio­sidade, da prostituição, das drogas, da violência e dacriminalidade, a juventude brasileira, nossa grandepreocupação, não vislumbra orientação nem segurançapara o seu futuro.

Vivemos à época da ilusão e da dependência. Muitosadolescentes e jovens, imaturos pela própria idade, eaté mesmo por sua formação educacional, se deixaminfluenciar e envolver pelas drogas, que distorcem oseu processo de maturação e o desenvolvimcnto físico.

O indivíduo normalmcntc recorre à droga como for­ma de criar coragem para sair de determinados conflitose sofrimentos, sem no entanto atentar para a quebrada consciência, fruto de experiências e ensinamentosde gerações após gerações e elo de ligação do homemcom Deus.

DISCURSO DO SR. FARABULINI JÚNIOR,QUE, ENTREGUE A REVISÃO DO ORADOR,SERÁ POSTERIORMENTE PUBLICADO.

O SR. VICTOR FACCIONI (PDS-RS)-SI' Presi­dente, Srs. Deputados, a situação econômica nacionalestá descambando para a hiperinflação e o descontroletotal. A hiperinflação, entre outras conseqüência~, ~etraduz pelo acirramento de um processo de destruiçaodos valores de referência da sociedade, quer os de or­dem .econômico-financeira, quer os de ordem moral.A hiperinflação gera inclusive o egoí~~o, o cinisJ?-oe a hipocrisia. Esse descontrole da polrttca .econô~~cadecorre, basicamente, do descontrole da Vida pohbcanacional.

Há Governo demais para as questões onde ele nãodeveria interferir, c falta Governo para decidir as ques­tões que lhc são pertinentes, de su.a responsabilidad~específica. A situação decorre basicame~~e da dualr­dade de posições existentes nas forças poIíbcas que for­mam e sustentam o Governo, isto é, a Aliança Demo­crática do PMDB com o PFL. Exitem duas aliançasdemocráticas, dois PMDB, dois PFL e dois Governos:

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

um que fala para a opinião pública e outro que fazo contrário do que diz. É essa situação de ambivalênciaque gera toda a crise econômica e social.

Pois bem, é preciso tomar algumas atitudes, definire decidir certas situações graves na vida econômica donosso País. E, para contribuir com a discussão, na buscade solução para a definição de algumas metas funda­mentais nas políticas econômica e monetária nacionais,anuncio que vou encaminhar à Mesa, na parte referenteà apresentação de proposições, projeto de lei de minhaautoria que institucionaliza a OTN como referência mo­netária nacional.

Em 1982, apresentei o Projeto de Lei n' 6.224 e noano seguinte o de n' 1.546, que desindexava a economiae extinguia a correção monetária. Nunca foram votadospelo Congresso Nacional. O que aconteceu? O PlanoCruzado adotou a indexação da economia e anuncioua inflação zero. Mas, administrado eleitoreiramente,como veículo e caminho de busca do poder pelo poder,o Plano Cruzado frustrou e enganou toda a opiniãopública nacional. Agora, precisamos mais uma vez con­tcr, por mecanismos de política monetária, não apenasde política económica, o processo inflacionário.

Creio que a forma de fazê-lo, via política monetária,seria de certa maneira extinguirmos a indexação na me­dida em que a generalizarmos. A generalização se dariaadotando a OTN como parâmetro de conversão do cru­zado para todos os valores, quer fiscais, quer mercantise principalmente trabaUristas. Não é cabível o trabalha­dor, o consumidor, receber em cruzados, e ter de pagarem OTN. Isso está acentuando cada vez mais o fossodas diferenças entre os setores da vida sócio-econômicado País e também o das diferenças entre as regiões.

A gritante desigualdade de renda cm nosso País leva­rá, mais dias menos dias - e é até de se perguntarcomo ainda não aconteceu - a uma verdadeira convul­são social. Antes que isso aconteça, já que o Executivonão adota providências, cabe ao Legislativo fazê-lo.

Por isso, Sr' Presidente, estarei encaminhando o pro­jeto de lei, a que me referi, que "institucionaliza aOTN como referência monetária nacional". Maioresdetalhes a respeito deverei abordar no momento opor­tuno do encaminhamento do referido projeto.

O SR. PRESIDENTE (Elias Murad) - Tem a pala­vra o SI. Maurílio Ferreira Lima.

O SR. MAURÍLIO FERREIRA LIMA (PMDB­PE. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs.Deputados, hoje é um dia importante para a Humani­dade, porque duas guerras que devastavam regiões doTerceiro Mundo tiveram fim ontem com um acordode paz firmado entre Irã e Iraque e, finalmente, comum acordo de paz assinado na África do Sul, consoli­dando, assim, a independência de Angola, que viviaameaçada desde o momento em que o MPLA assumiuo.poder pela investida do regime racista na África doSul.

Os acordos alcançados na África envolvem outro pon­to imPOl1antíssimo: o reconhecimento, pelo regime ra­cista da Africa do Sul, da Resolução n' 435 das NaçõesUnidas, que preconiza a independência da Namíbia.A Namíbia é um território que nunca fez parte do con­junto sul-africano e que, no entanto, era ocupada mili­tarmente pelas tropas sul-africanas, servindo de tram­polim para a invasão do território angolano e para adesestabilização do governo ali instituído pelo MPLA.

Também quero ressaltar, neste instante, a posiçãocorreta do governo cubano. Cuba desembarcou em An­gola com cerca de cinqüênta mil soldados, para garantira integridade territorial daquele país e a independênciadaquela nação. Por natureza e por convicção, sou contraa ingerência de qualquer país em assuntos internos deoutros países, mas o governo cubano sempre afirmouque a presença das tropas cubanas ali era conjunturale visava apenas garantir a integridade das fronteirasde Angola; que no momento em que essas fronteirasestivessem asseguradas, as tropas seriam retiradas. ECuba assinou ontem, em Genebra, um acordo com osEstados Unidos, com o governo sul-africano e com ogoverno angolano, garantindo que as tropas cubanasserão retiradas de Angola, uma vez que a' África doSul reconh.ece a indeEendência da Namíbia~Com essaindependência, o sul de Angola será preservado dosataques imperialistas das tropas do regime racista.

Quarta-feira 10 2715

Portanto, regozijo-me com os esforços de paz quelevaram ao fim a guerra no médio· Oriente - guerraestúpida, que consumiu a vida de quase um milhãode pessoas e terminou sem que nenhuma das partesobtivesse qualquer resultado, o'que demonstra a inutili­dade da guerra como solução para as contradições polí­ticas.

A Humanidade está de parabéns, porque o final dagucrra no médio Oriente e a estabilização política naÁfrica são duas vitórias que realmente consolidam nõmundo as forças que desejam o fim da guerra fria,O fim da corrida armamentista. Urge que a Humanidade.se dedique a um processo em que os recursos que eramconsumidos em armamentos sejam destinados ao desen­volvimento econômico, à justiça social e à consolidaçãoda paz mundial. (Muito bem!)

O SR. PRESIDENTE (Elias Murad) - A Presidênciase solidariza com o nobre Deputado Maun1io FerreiraLima, fazendo votos para que a paz também seja esten­dida ao conflagrado e sofrido território do Líbano, paratermos realmente paz definitiva no Oriente Médio.

O SR. FRANCISCO KÜSTER (PMDB - SC. Semrevisão do orador.)·- SI' Presidente, Srs. Deputados,nossa presença na tribuna nesta manhã está relacionadaà grave crise que assola a nossa economia. Pretendodiscorrer sobre este assunto, a exemplo do que já fize­ram outros oradores, e, mais ou menos na mesma linha,denunciar a insensibilidade do Governo, que assistepassivamente ao desmoronamento da nossa economia,às falências em massa de pequenas empresas e de produ­tores rurais, sem tomar nenhuma providência para evi­tar esse caos.

A economia brasileira está sem perspectivas e sempontos de referência. Sabemos onde estamos, mas aon­de iremos parar é um mistério. Ninguém o sabe. OGoverno não tem revelado a menor sensibilidade ouqualquer vocação para solucionar essa dramática e as­sombrosa crise que assola o País. A moeda dos pode­rosos é a OTN e a dos pequenos trabalhadores é ofamigerado e desvalido cruzado. E ultimamente o Sr.Presidente da República e seus Ministros só falam emdólares.

É necessário, portanto, aplicar a OTN sobre os salá­riqs; em outras palavras, "oteemzar" os salários. Aban­donemos o desvalorizado cruzado e fixemos os saláriosdos trabalhadores, dos funcionários públicos, os pro­.ventos dos aposentados e tudo o mais em OTN, inclu­sive os produtos do trabalho de pequenos produtorese microempresários. Devíamos "oteenizar" toda a eco­nomia e acabar com essa balbúrdia, com essa confusão.

Mais cedo ou mais tarde, é questão de tempo, nãosei o que acontecerá na hora em que se generalizaro caos, que é iminente, a persistir a atual situação.Há, também, a conivência criminosa do Governo comos banqueiros. É assombroso o lucro dos bancos. Éalgo nunca visto na história do País. Para eles, quantomaior a inflação, melhor. Uma inflação pequena, comotivemos na época do cruzado, não interessa aos bancose aos banqueiros. Para eles é importante termos umainflação de 10, 20, 30%, e se chegar a 50% ao mês,melhor ainda. Esta situação·é ótima para os banqueiros,e é lamentável que este Governo seja conivente comesta trágica situação, como constatamos hoje.

Portanto, Sr. Presidente Elias Murad, queremos, nes­ta oportunidade - V. Ex' que acaba de substituir aDeputada Irma Passoni na Presidência - apelar aoGoverno para que tome algumas providências, comopor exemplo a suspensão das cobranças judiciais, dasexecuções que estão em curso contra as microerrfpresase contra os pequenos produtores rurais. Gostaríamosque o Governo suspendesse a cobrança dessas dívidaspor um prazo de sessenta ou noventa dias, para exami­nar melhor a situação desses pequenos devedores, umavez que é bastante polêmica a: anistia concedida a eles.Seria oportuno que o Governo se antecipasse e, numgesto de grandeza, solucionasse essa questão. Aliás,grandeza, nesse Governo, não existe. Vamos abando­nar a idéia ou o sonho que existe grandeza em umgoVerno sem vocação para governar. Mas que se fizessealguma coisa; que houvesse até mesmo pressão nessesentido; que. as lidera~as políticas, o Congresso Nacio­nal e as Lideranças da Assembléia Nacional Consti­tuinte pressionassem o Governo para suspender as exe-

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2716 Quarta-feira 10

cuções dos pequenos devedores, dos microempresáriose dos pequenos produtores rurais e encontrar uma solu­ção urgente para o problema dessa dívida. Parece-meque isso seria uma luzinha no final do túnel.

Concluo dizendo, Sr. presidente, que é preciso tomaruma providência o mais rapidamente possível, porqueo caos é iminente.

Durante o discurso do Sr. Francisco Küster, aS,. Irma Passoni, Supleme de Secretário, deixa acadeira da Presidência, que é ocupada pelo Sr. EliasMurad, artigo 76 do Regimemo fmerno.

o Sr. Amaury Müller - Que se estenda tambémà Palestina.

O SR. PRESIDENTE (Elias Murad) - Muito obri­gado a V. Ex'

O SR. VICENTE BOGO (PMDB - RS. Sem revisãodo orador.) - Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados,a cada vez que retorno ao meio rural, ao campo ­e o faço com freqüência - noto a angústia em quevivem pequenos e médios produtores rurais, em espe­cial, em razão das dificuldades enfrentadas atualmentena agricultura, na pecuária e nas atividades de diversi­ficação da produção rural.

Essa angústia é maior na medida em que o Governovem cortando o crédito rural, muito embora tenha anun­ciado há poucos dias a liberação de mais de um trilhãode cruzados para a agricultura. Mas o que agrava asituação é o fato de esses recursos não estarem sendorepassados, através dos bancos, àqueles produtores ru­rais, agricultores e colonos que não conseguiram pagarsuas dívidas em decorrência das frustrações de safraou até por alterações na própria poütica econômica.Isso, sobretudo, por causa da chamada anistia da isen­ção da correção monetária, aprovada pela AssembléiaNacional Constituinte.

Por isso esses agricultores, agora sem a menor condi­ção de saldar suas dívidas, estão sendo pressionadosao ponto de, às vezes, até vender suas máquinas, seusanimais, parte de sua propriedade, inclusive constru­ções existentes em suas propriedades ou materiais indis­pensáveis à produção, para se reabilitarem, a fim deter direito novamente ao crédito rural.

No Rio Grande do Sul - de onde tenho recebidoinformações a nível de confederações de trabalhadoresna agricultura - e em outros Estados essa pressão estáprejudicando inclusive as atividades produtivas. A si­tuação de dificuldade na agricultura e no campo, demodo geral, também se verifica no cooperativismo deprodução e consumo, bastaute endividado em decor­rência de empréstimos tomados na período do PlanoCruzado com o objetivo de arcar com as necessidadesde armazenamento ou até mesmo de financiamento deatividades rurais.

O cooperativismo de eletrificação rural também estáem situação difícil em decorrência da diferença de tarifana concessão de energia elétrica. Por isso, o setor tam­bém passa por dificuldades, exigindo, portanto, medi­das urgentes que viabilizem esse setor, sob pena deo poder público ter que arcar com as necessidades deextensão da eletrificação na meio rural.

Ontem, participei de reunião com o Ministro da Fa­zenda, Maílson da Nóbrega, e com as principais lide­ranças das cooperativas de crédito, que vivem margina­lizadas e cerceadas no seu espaço de atuação financeira,porque podem realizar operações apenas com seu qua­dro social, impedidas que estão de atuar no mercado,captando recursos da sociedade civil dos diversos seto­res da economia.

Há pouco tempo, o Governo havia marcado audiên­cia com diversas cooperativas de crédito com a finali­dade de conceder-lhes carta-patente e permitir que rea­lizassem operações financeiras, não apenas com seuquadro associativo de captação de recursos no mercado.Isso inviabilizaria, inclusive, que as cooperativas de cré­dito aplicassem recursos na agricultura, reduzindo ovolume que o poder público subsidia ou aplica no setor.

Então, o assunto está no ar. O Ministro da Fazendamostra-se simpático à liberação para o cooperativismode crédito, à medida que haja um sistema nacional unifi­cado, para que as cooperativas de crédito, especial­mente as rurais, possam captar recursos no mercadoe investir diretamente na agricultura, retirando, portan-

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

to, a participação substantiva do Governo no financia­mento da atividade rural.

Quero deixar registrada minha posição favorável aque o Governo permita que realizem essas operaçõesfinanceiras ou, então, que o Congresso Nacional venha'a legislar no sentido de que o cooperativismo de créditoem todas as áreas possa atuar nos diversos ramos finan­ceiros, como os bancos privados hoje o fazem.

O SR. JORGE UEQUED (PMDB - RS. Sem revisãodo orador.) - Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados,quero me associar às homenagens que a sociedade sul­rio-grandense presta à mem6ria da figura do grandehomem público ex-Deputado Jairo Brom, falecido nomês de julho último. O Deputado Jairo Brum, tevedestacada passagem pela vida pública do meu Estado.Homem de convicções firmes, exerceu as mais impor­

, tantes atividades políticas do nosso partido e terminoucomo Líder da Oposição aqui na Cãmara dos Depu­tados.

Sr. Presidente, peço transcrição nOS Anais desta Casado artigo publicado no jornal "Zero Hora", dessa se­

,gunda-feira, da autoria do ex-parlamentar e atual Minis­tro da Justiça Dr. Paulo Brossard de Souza Pinto, umadas mais ilustres figuras do Rio Grande do Sul, emque presta uma homenagem à mem6ria de Jairo Brom.

Dentro desse espírito, quero também, desenvolvendoo pensamento na linha do ex-Deputado Jairo Brum.pedir a transcrição nOS Anais desta Casa do editorialdo jornal "Zero Hora" de sexta-feira, sobre a indigna­ção justificada do Rio Grande do Sul contra a quebrade hierarquia e de bom senso por parte do GovernoFederal, na tentativa de impedir que vá para o Estadoa unidade de fenol-acetona, como a unidade de MVCPVC para o p6lo petroquímico instalado na Municípiode Triunfo.

É indispensável que se cumpra este compromisso como Rio Grande do Sul, da luta unida de todo rio-gran­dense. O Governo Federal não pode submeter-se àspressões de grandes grupos econômicos, pressões dop610 de Camaçari, na Bahia, e de setores que queremo controle de toda a área da petroquímica do País,para evitar a implantação dessas unidades no Rio Gran­de do Sul. A implantação desse pólo no Rio de Janeiroé, na verdade, a destituição da capacidade do pólo pe­troquímico do Rio Grande do Sul, já em funcionamen­to. E pode-se adaptar rapidamente a essas duas plantas,visando à cobrir a necessidade de expansão daquelespólos.

Portanto, a indignação justificada do Governo doEstado segue a linha de orientação do Deputado JairoBrum e encontra amplo respaldo na sociedade rio-gran­dense e em todos os partidos brasileiros.

ARTIGO A QUE SE REFERE O ORADOR:

Lembrando Jairo Brum

Líder da Oposição na Câmara, no momento mais difí·cil da tansição.PAULO BROSSARDMinistro da JustiçaUnia a gravidade e a afabilidade naquela perfeita harmo·nia que exprime um caráter sério e bom.Machado de Assis.A Semana

Outro dia tive a tristeza de levar Jairo Brum à sepul­tura no Campo da Esperança. Conheci Jetrho Jairode Macedo Brom no tempo do Pré-Jurídico do Júliode Castilhos; juntos ingressamos na Faculdade de Direi­to de Porto Alegre e juntos dela saímos bacharéis em1947.

Como ele ficasse parte do tempo em Carazinho, ondeseu pai era advogado, nas vésperas dos exames costu­mava aparecer na meu quarto de estudante, na Ruada Praia, 1232, onde hoje se ergue o Edifício SantaCruz, para inteirar-se da matéria lecionada e que deve­ria entrar nos exames. Ele não esquecia esses encontros,que das tardes se estendiam às noites, e gostava derelembrá-Ias de maneira afetuosa. Sete anOs depois defbrmados receberíamos ambos o mandato popular pararepresentar o povo rio-grandense na velha Assembléiada rua da Igreja, pobre em instalações, mas rica emhist6ria c densa em tradições respeitáveis. Dela saiuele, antes de mim, para chegar à Câmara dos Deputadose cedo recomendar-se ao apreço dos colegas e ao respei-

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to da imprensa; na Câmara havería-mos de encontrar­nOS em uma Legislatura difícil; vivemos então dias me­moráveis c homamos, posso dizê-lo, o mandato recebi­do. Mais tarde voltamos a nos encontrar no Congresso,ele deputado, eu senador, e quantas vezes não foi eleao Senado para me prestigiar quando devesse falar.Parece que estou a vê-lo, os olhos fixos em mim, àsvezes um sorriso a externar o seu aplauso e o seu incen­tivo, dizendo uma ou outra palavra ao colega que esti­vesse ao seu lado.

Já então ele fora Líder da Oposição na Câmara, nomomento mais difícil da travessia pelo arbítrio, naquelestempos em que o MDB mais se parecia com um acampa­mento de refugiados ou de náufragos do que um partidopolítico.

Parece que estou a vê-lo e a ouvi-lo. Tinha um beloperfil, O cabelo negro, a voz harmoniosa e forte. Fezseus versos e declamava-os com alma e calor.

Parece que estou a vê-lo, andando pela Rua da Praia,ao lado de uma moça de rara beleza e esmerada educa­ção, que viria a ser sua companheira dedicada e exem­plar; parece que estou a vê-lo na tribuna da Assembléiae na liderança da Cãmara, onde se houve com euergiae correção, com altivez e coragem, com moderaçãoe compostura.

Eram estas as lembranças que iam e vinham em meuespírito quando acompanhava os seus restos inanima­dos, e me dava conta de que com ele também desapa­receria um pedaço da minha vida, aquele que passaraao seu lado.

Ao pressentir o fim, pediu que a bandeira do RioGrande, que ele tanto amava, lhe fizesse companhiana despedida deste mundo. Lá estava o pavilhão trico­lor, símbolo da terra da qual ele fora digno represen­tante na Câmara dos Deputados, pela integridade, pelocivismo, pela bravura, pela fidelidade à democracia eà liberdade, mesmo nos momentos mais escabrosos.

O SR. ADYLSON MOTTA (PDS - RS. Sem revisãodo orador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, desejo,iniciah~__ ,m:, associar-me à homenagem prestada peloDeputado Jorge Uequed ao ilustre ex-Deputado JethroJairo' Macedo Brom, recentemente falecido. Aprendia conhecê-lo e admirá-lo quando Deputado Estadual,depois como Deputado Federal. Dedicou graude parteda sua vida à causa pública, prestando inestimáveis ser­viços à comunidade rio-grandense.

Sr. Presidente, na condição de Deputado do RioGrande do Sul, quero levantar minha voz contra o pro­cesso de discriminação que hoje se estabelece contraOmeu Estado. O Rio Grande do Sul está sendo visivel­mente marginalizado, preterido em relação às outrasunidades da Federação. E - talvez - apenas por faltade liderança. Não costumo aqui falar contra o Governodo meu Estado. Sempre transfiro as questões do RioGrande do Sul para o território do Estado, através dedeclarações nOS jornais ou outras manifestações.

Mas quero hoje referir-me a atos que se desenrolamou se anunciam e que sempre trazem a intranqüilidadepara n6s, do Rio Grande do Sul.

Lembro-me de que há pouco tempo perdemos aquiuma planta sobre acrilato, que, depois de asseguradaao Rio Grande do Sul, dentro de uma competição esta­belecida, terminou indo para o pólo de Camaçari, naBahia - quando era Ministro, se não me falha a memó­ria, o Sr. Murilo Badaró.

Recentemente ouvimos dizer que iam privatizar oBanco Meridional, estatizado há pouco tempo. Emboraseja um banco que vem tendo bons resultados e seconsolidando na área financeira nacional, levanta-seagora uma corrente pela sua privatização, enquantohá tantas entidades inúteis que estão a merecer essetipo de preocupação do Governo e não estão sendoalvo de qualquer providência nesse sentido,

Foi também aventada aqui a possibilidade da extinçãodas Caixas Econômicas Estaduais, o que, se concre­tizado, representaria mais um golpe contra o Estadodo Rio Grande do Sul. Vário~ Deputados, porém, le­vantaram-se em defesa da permanência daquelas insti­tuições creditícias.

Sr. Presidente, há pouco tempo sofremos mais umainiqüidade por parte do Governo Federal, que assumiracom o Rio Grande - o compromisso da planta dofenoi-acetona (MVC-PVC) na pólo petroquímico: nu­ma manifestação classificada pelo Governador como

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deselegante, durante a viagem do presidente à Bolíviafoi anunciada que essa planta teria sido transferida paraa pólo petroquímico do Rio de Janeiro.

Chegou-se a um ponta em que não aceitamos maisisso. Acbo que é falta de respeito para com um Estadoque trabalha, produz, gera riqueza e contribui para agrandeza deste País, na que ele tem de grandiosa. Hoje,de certa forma, todo o Brasil deve alguma coisa aoRio Grande da Sul. Veja-se a agricultura. O próprioMaranhão está sendo colonizada pelo Rio Grande. as­sim COmO Babia, Minas Gerais, Rondônia, Roraima,Amapá, Mato Grosso, Paraná e Santa Catarina. E aresposta que temos pelo que estamos fazenda pela Bra­sil é o processo de discriminação odioso e iníqua estabe­lecida par parte do Governo Federal.

Ao mcsmo tempo. quero fazer um apelo ao Gover­nador do Rio Grande para que saia do seu isolacio­nismo, para que deixe de se preocupar com a pequenezde baixas práticas políticas de retaliação pessoal e perse­guição política de funcionários públicos apenas porquenão pertencem a seu partido, para que tenba grandezae se lembre de que todas as conquistas da Ria Grandedo Sul foram atingidas quando o Estado esteve unido.Assim foi com as conquistas da Refinaria Alberto Pas­qualini, da Aços Finas Piratini, do pólo petroquímico;aliás, quanto a esta última, S. Ex' fizera parte da comis­são. Lembre-se, pois. o Governador de que está nahora de o Rio Grande unir-se novamente. Procure S.Ex' as lideranças políticas do Estado, os demais parti­dos. Estamos aqui à disposição para tudo aquilo quefor em favor das interesscs maiores do Rio Grandedo Sul, mas que S. Ex' recorra a esse auxílio necessário;procure as classes empresariais, venha a Brasília parafalarmos com o Presidente e dele exigir, não batendocom o pé na porta, como se costumava dizer, mas comrespeito e altivez, a que é de direito do Estado doRio Grande do Sul.

Sr. Presidentc, cstc o registro e o apelo que queriadeixar aqui.

Durarlte o discurso do Sr. Adylson Malta o Sr.Elias Murad, artigo 76 do Regimento Interno, deixaa cadeira da presidência, que é ocupada pelo Sr.Antônio de Jesus, artigo 76 do Rcgimmto Interno.

o SR. PRESIDENTE (Antônio de Jesus) - Tema palavra o Sr. Elias Murad. (Pausa.)

O SR. ELIAS MURAD (PTB - MG. Sem revisãodo orador.) - Sr. Presidente. caros colegas, dcsta tribu­na, presto um esclarecimcnto à família brasileira, queestá um poaco apavorada com notícias recém-veicu­ladas pela mídia, no sentido de que um dos refrigerantesmais comuns vendidos no Brasil teria em sua compo­sição a tóxico cocaína. Realmente, há cerca de um sécu­lo, quando a Coca-Cola foi lançada na mercado norte-a­mericano, o extrato com que se fabricava o refrigeranteera feito com folhas de coca importadas principalmentedo Peru c da Bolívia. E. como a folha de coca temdc 0,5 a 1% de cocaína, evidentemente tal extrato conti­nba cocaína. Mas, em pouco tempo, pelos inúmerosproblemas provocados, com casos graves de dependên­cia ao novo refrigerante lançado pelo mercado, a com­panhia produtora foi obrigada pelo governo norte-ame­ricano a descocainar o extrato obtido de folhas de coca.Por meio de técnicas especiais, com a aplicação de sol­ventes apropriados. a companhia desde então passoua empregar o chamado extrato descocainado.

Entretanto, para nós, de outros países, permaneceuma interrogação. É que a composição desse extratoé tigorosamente mantida em segreda pelos produtoresdo mundo inteira. Afinal ela constitui a exportaçãoda matriz, e é sobre ela que incidem os royalties eo know how da produção mundial da Coca-Cola. Então,esse eJo:trato não é de composição conhecida; tem-seapenas a palavra, evidentemente, da companhia multi­nacional e também dos órgãos de fiscalização do gover­no norte-americano, principalmente da FDA - Foodand Drug Administration, a administração de drogase alimentas que controla também tais produtos. Esteé um ponto crucial para nós, brasileiros, porque, deacorda com a nossa legislação, nenhum produto podeser lançado no mercado sem que sua fórmula completaseJa registrada no Dimed - Divisão de Medicamentos.ou no Dinal- Divisão de Alimentos, ou mesmo semque conste até do rótulo. Entretanto, com relação a

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esse extrato secreto, na verdade não há descrição com­pleta da sua composição, medida que as autoridadessanitárias brasileiras deveriam exigir das produtores deCoca-Cola no País para a tranqüilidade da família nacio­nal.

Dizem também - e seriam necessários esclarecimen­tos - que, uma vez retirada do composto a cocaína,a companhia a substituiu pela cafeína, nossa conhecidasubstância que entra na constiruição do café, com afinalidade de dar à fórmula também uma c~rta açãoestimulante. Ora, aí teríamos um binômio infernal, acocaína e a cafeína, que tem uma certa ação estimulantee pode causar uma pequena dependência. Mas. de qual­quer maneira, análises feitas diretamente no produtocomprovam que a Coca-Cola não contém cafeína, pelomenos aquela distribuída no mercado nacional.

SI'. Presidente. afirmo isto para tranqüilidade da famí­lia brasileira.

o Sr. Antônio de Jesus, artigo 76 do RcgimentoInterno, deixa a caticira tia presidência, que é ocupa­da pelo Sr. Elias Mllrad, artigo 76 do RegimentoInterno.

O SR. PRESIDENTE (Elias Murad) - Tem a palavrao Sr. Geraldo Alckimin Filha. (Pausa.)

O SR. GERALDO ALCKMIM FILHO (PMDB ­SP. Sem rcvisão do orador.) - SI. Presidente, Srs.Deputados. o assunto que nos traz à tribuna no diade hoje é a rodovia Presidente Dutra, que liga as duasprincipais metrópoles da América Latina, as cidadesde São Paulo e do Ria de Janeiro.

Considerada pelo Departamento Nacional de Estra­das de Rodagens, a DNER, como sua prioridade zero.na palavra do seu prôprio Diretor-Geral, o DI. Cana­brava, lamentavelmente o que temos visto é que essaestrada se vem transformando na rodovia da morte,na mais sangrenta do País. Não há praticamente umdia em que não ocorram acidentes de grandes propor­ções. inclusive com vítimas fatais. Tudo isso em virtudeda não-duplicação da referida rodovia Presidente Du­tra, do grande afluxo de tráfego, da falta de viadutose da existência de passagens de nível extremamenteperigosas, da falta de passarelas - as pessoas atraves­sam a rodovia sofrendo atropelamentos em acidentesgraves - e em virtude de, em algúmas regiões ao longodo eixo Rio-São Paula, haver hoje conurbação. As cida­des estão crescendo. e a rodovia Presidente Dutra, emalgumas áreas, atravessa totalmente essas conurba,óes,enfim, os dais maiores centros econômicos e as maioresáreas metropolitanas do País. São Paulo e Rio de Ja­neiro.

Fazemos, desta tribuna, apelo ao Sr. Presidente daRepública, ao Ministro dos Transportes, ao Diretor­Geral do Departamento Nacional de Estradas de Roda­gem para que adotem imediatas providências. Já sedisse que govcrnar é saber estabelecer prioridades. Por­tanto, não é possível um governa investir milhões dedôlares numa ferrovia cama a Norte-Sul, que vai levaro nada a lugar algum, e deixar de investir não algunsmilhões, mas alguns milhares de dólares numa rodoviaque liga as duas maiores populações do País, o eixoRio-São Paulo, onde milhares de brasileiros deixaramsuas vidas, quando deveriam estar criando riquezas,transportando mercadorias ou na sua atividade de lazer.

Deixamos um veemente apelo - repito - ao Go­verno Federal, ao Ministério dos Transportes e aoDNER, no sentido de que coloquem como prioridadeabsoluta a duplicação de, pelo menos. alguns trechosda rodovia Presidente Dutra, a construção de seus via­dutos mais necessários e as suas passarelas mais indis­pensáveis para que possamos poupar vidas.

Os últimas dadas da Organização Mundial de Saúdenos revelam que a primeira causa mortis no Brasil nãoé doença. A terceira são as doenças neoplásticas, asmais variadas formas de câncer; a segunda são as doen­ças do coração e dos grandes ,Vasos; mas a primeiracausa mortis em nossa País é resultante de acidentese não de doenças.

Por isso, precisamos prevenir-nos contra o que repre­senta hoJe a maior causa de óbitos no Brasil, recordistade acidentes, principalmente automobilísticos. Lamen­tavelmente, na pole position, para tristeza nossa. deSão Paulo e do Rio de Janeiro, encontra-se a rodoviaPresidente Dutra.

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O SR. PRESIDENTE (Elias Murad) - Muito obriga­do, nobre Deputado Geraldo Alckmin Filho. Solidari­zamo-nas com V. Ex', porque nossa família tambémvítima de acidente de trânsito, e compreedemos estegrande drama do nosso País.

O SR. OSWALDO TREVISAN (PMDB - PR, Pro­nuncia o seguinte discursa.) - SI. Presidente, Srs. De­putados, trago, para reflexão desta Casa, o quadro depreocupações dominantes entre os produtores de trigodos Estados sulinos. particularmente da Paraná, diantedo ingresso de crescentes volumes do nobre cereal pro­cedentes da Argentina, muito além da demanda interna.

Em decorrência, está havendo um impacto direto so­bre a atividade do produtor brasileiro, desestimulan­do-o a plantar quando vislumbra a inevitável quedados valores das suas vindouras safras.

Tais importações resultaram de um acordo firmadoentre Brasil e Argentina, visando ao incremento desuas relações comerciais dentro da filosofia de uma pro­vável formação de um mercado comum, a exemplo daCEE, aqui na América do Sul, velho sonha de outrosgovernos que no passado também intentaram essa ne­cessária integração.

Em pronunciamento na Assembléia Legislativa doParaná, o Deputado Antônio Annibelli, Presidente da­quela Casa, relata as apreensões de produtorcs, cmpre­sários do setor moageiro e do Bloco Parlamentar Agro­pecuário com o cxcessivo volume das importações dotrigo argentino.

Segundo revela aquele Parlamentar. o prejuízo datriticultura paranaense está estimado em 1 milhão dcdôlares. Caso não seja revisto o acordo celebrado entreos dois governos. Sugere-se. em lugar do trigo, a impor­tação de outros produtos. assegurando-se o equilíbriona balança comercial cntre Brasil e Argetina, tese queconsideramos válida e deveria ser acolhida por nossasautoridades.

Outro problema que está afligindo os triticultoresrelaciona-se com uma eventual privatização da comer­cialização do trigo nacional, extinguindo-se a Comissãodo Trigo Nacional - COTRIN, órgão que já se consa­grou por sua comprovada eficiência.

O Governador Álvaro Dias afirmou quc "a privati­zação anulará os esforços dos produtores brasileirosque pretendem a auto-suficiência na produção, alémde estabeleceruma concorrência desigual entre o produ­to nacional e o importado".

Assinale-se que todos os Governadores dos Estadossulinos admitem a importância da intensificação do in­tercámbio comercial entre o Brasil e a Argentina, porémnão escondem sua preocupação com a virtual quedada capacidade produtiva da triticultura nacional.

Solidário com o pleito dos produtores e empresáriosdo País, em particular do Paraná, responsável pelasmaiores safras de trigo, faço meu apelo ao GovernoFederal. especialmente aos Ministros da área econô­mica e das Relações Exteriores, para que reexaminema questão à luz das fatos que agora estão sendo aponta­dos, no sentido de se resguardarem os altos interessesdo nosso Pais.

Era a que tinhamos a dizer.

O SR. JONAS PINHEIRO (PFL - MT. Pronunciao seguinte discurso.) - SI'. Presidente, Srs. Deputadas,nesta oportunidade registramos nossos mais veementesprotestas contra a inoportuna e perniciosa notícia daextinção da Embrater.

Somente os desinformados do tão nobre obJetivo eefetiva atuação dessa Empresa poderiam praticar tama­nha in,anidade.

Corno extensionista agrícola, há mais de 25 anos,conhecemos a importância do sistema, desde seu apare­cimento na década de 40, a favor do desenvolvimentoe bem-estar do produtor rural e sua família.

Não há parâmetro para explicar o que seria a agricul­tura brasileira sem a participação de milhares de técni­cos e funcionários dedicados a essa sacerdotal missâo.

SI. Presidente, Srs. Deputados, prestam um desser­viço à Nação os responsáveis por tão grave propôsito.

Há intranqüilidade generalizada entre os 25.000 servi­dores do Sistema Embrater em todos os níveis, sobre­tudo lá nas Unidades Operativas Locais, onde o estímu­lo é importante para não deixar perecer o sagrado obJe­tivo de apoio ao homem do campo, quando se inicia

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mais um ano agrícola no Centro-Sul, além, natural­mente, do apoio permanente dentro de suas atividades,

A continuidade da Embrater, Empresa sadia e enxutaa nível nacional, é uma necessidade para coordenaçãode todas aS suas filiadas estaduais e nos territórios, disci­plinando dessa forma o interesse do Governo Federalno campo da agricultura brasileira,

Dirijo apelo ao Sr. Presidente da República. aos Mi­nistros da Agricultura, do Planejamento e da Fazendapara que não ouçam setores interessados em prejudicaro meio rural brasileiro. através da extinção da Em­brater.

Faço, ainda. transerever nos Anais desta Cãmara dosDeputados estudo que justifica a não-interrupção dosbons serviços prstados pela Empresa Brasileira de Assis­tência Técnica e Extensão Rural.

DOCUMENTO A QUE SE REFERE O ORADOR:

EMBRATER: O PORQUÊ DE NÃO MUDAR

A decisão de modificar, reestruturar ou extinguir umórgão público só pode ser tomada com profunda análiseda validade de tal ato. suas repercussões, sua relaçãode custo/benefício sob todos os ângulos: político, sociale econõmíco.

Para que se pense em tomar alguma medida a respeitoda Embrater é fundamental. antes de tudo. conhecê-la.Não se trata de uma instituição criada ontem. Tem32 anos de existência. Antes como ABCAR. A partir-da Lei n' 6.126, de 6/11/74, aprovada pelo CongressoNacional, como Embrater.

É uma empresa exclusivamente coordenadora e. por­tanto, a ação qu~ exerce não tem nenhum paralelismocom a ação dos Estados. Ao contrário. executando suamissão definida em lei, apóia. estimula, orienta e coor­dena o Si5tema Brasileiro de Assistência Técnica e Ex­tensão Rural, formado por 25 empresas estaduaís e ter­ritoriais, as Emater.

Hoje, a Embrater. com cerca de 400 funcionários.coordena um Sistema com 24.000 funcionários, atuantesem 35.000 comunidades e que assistem mais de 1,3milhões de produtores, Provavelmente seja esse O Siste­ma Nacional mais capilarizado, aquele que, com diretri­zes, estratégias. objetivos e metas únicos está presenteem maior número de comunidades do País.

O Sistema Embrater exerce. por inteiro. o federa­lismo nacional, há muito tempo. Ainda no tempo doautoritarismo e do centralismo, mudou-se em um siste­ma federativo, descentralizado. síntese da cooperaçãoentre Governo Federal. Estadual e Municipal. Pcrma­nece assim até hoje: uma empresa federal, que coordenaa formulação de polítieas e diretrizes. aponta as priori­dades nacionais, catalisa o processo de desenvolvimentode métodos e tecnologias. promove intercâmbios etransferência de conhecimentos, relaciona-se com osorganismos internacionais. coordena e supervisionaprogramas e projetos, capacita recursos humanos eapóia financeiramente os projetos de interesse e priori­dade do governo federal e as 25 empresas estaduaisexecutoras dos projetos de extensão rural, que, vincu­ladas aos respectivos governos estaduais (respeitando­se, portanto, a autonomia de cada Estado) são manti­das, em grande parte. por recursos estaduais e muni­cipais.

Esta é outra faceta do Sistema Embrater. Seu perfilde financiamento reflete o modelo federalista, concreti­zando-se uma cooperação entre as duas grandes esferasgovernamentais, onde a Federal, através do Ministérioda Agricultura/Embrater, participa com 3% e a Esta­dual, com 39% além dos recursos de Programas Espe­ciais de Desenvolvimento Regional, Prefeituras e ou­tros.

Uma eventual alteração no atual arranjo institucionaldo Sistema Embrater, com redução da presença da Em­brater, trará, invevitavelmente. prejuízos e riscos aoSistema de Extensão Rural brasileiro, reconhecido na­cional (governadores, parlamentares, sindicatos, asso­ciações dc produtores, prefeitos. cooperativas, outrasinstituições e o público em geral) e internacionalmente(Banco Mundial BID, FAO, OIT e outros).

Correria-se, mesmo, sério riseo de que desaparecessea extensão rural brasileira pela desagregação do Sistemae pela não-presença do Governo Federal em sua coorde­nação. Neste caso, o País não teria mais este rico pro­cesso cooperativo, que integra esforços dos três níveis

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de Governo da República e, a demais o Governo Fede­ral estaria omisso em sua função de formulação de polí­ticas de extensão rural.

Na melhor das hipóteses, ao se cancelar O repassede recursos financeiros pela Embrater às Emater, oque representa 0,5% do total das Transferências Inter­governamentais e menos de 0,1 % do Orçamento Geralda União. em 1988, se estará abdicando da influênciaque tem a União em eompartilhar com os Estados osrumos da extensão rural brasileira e se estará perdendoa garantia de assistência técnica e extensão rural emprogramas prioritários federais, tais como áreas de as­sentamento da Reforma Agrária e colonização. viabili­zação do progresso técnico dos pequcnos produtores.microbacias hidrográficas, irrigaçlio. produçlio de bor­racha, energia alternativa. educaçlio ecológica, e ou­tros.

Assim. a estruturação institucional do Sistema Em­brater. quando de sua concepção e implantação. já sepautou nas idéias das atuais reformas adminstrativase orçamentárias em estudo, adiantando-se, no tempo.ao pleno exercício do federalismo - enfatizado pelanova Constituição - ao enxugamento da estrutura fede­ral (a Embrater já teve 800 servidores, hoje tem 4(0),à racionalização de procedimentos, ao adequado usode recursos, ao menor custo administrativo (os recursosgastos com a Embrater representam apenas 5% do orça­mento do Sistema), resguardando-se apenas a presençafederal no financiamento parcial de seus programasprioritários, concluindo-se pela não-validade de quais­quer mudanças do porte proposto, seja por alteraçãodo modelo institucional, seja pelo cancelamento do re­passe de recursos financeiros às associações estaduais.

Além disso, seria preciso encontrar soluções admins­trativas c financeiras para o Projeto Embrater/BIRD.segundo financiamento que o Banco Mundial concedeuao Sistema de Extensão Rural. fruto de seu bom desem­penho. e que. num valor emprestado de US$ 155 mi­lhões, prevê o fortalecimento e a modernização do Siste­ma Embrater. Após o primeiro empréstimo (US$ 100milhões) executado de 1978 a 1985, este segundo encon­tra-se em seu terceiro ano de execução. com compro­missos assumidos pelo Governo brasileiro perante oBanco Mundial.

É ainda fundamental entender-se que o papel da ex­tensão rural Ce a conseqüente ação da Embrater) trans­cende a pura difuslio de tecnologia agropecuária (em­bora este seja o item principal de sua ação). Outrosaspectos importantíssimos no assessoramento e apoioaos pequenos agricultores e à viabilização da pequenapropriedade rural. como as ações no campo social (saú­de, nutrição, habitação. economia doméstica em, ge­ral). na organização das comunidades rurais, no associa­tivismo, na comercialização, na administração rural ena gestão agrícola. e outras. só podem ser desenvolvidaspor um sistema especializado em extensão rural.

Finalmente, é essencial cotejar-se qualquer reformapretendida com o disposto na nova Constituição brasi­leira, que prevê a promulgação de uma lei agrícola.que regulará também a extensão rural. Uma modifi­cação institucional, nesse momento, poderia não estarsintonizada com a proposta de lei a ser elaborada eaprovada dentro de pouco mais de um ano.

O SR. JAYME PALIARIN (PTB - SP. Sem revisãodo orador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, venhoa esta tribuna para contestar reportagens do CorreioBraziliense, e do Jornal do Brasil contrárias a Consti­tuintes Evangélicos. O Correio Braziliense, por exem­plo, disse que os evangélicos invadiram o Brasil.

Tenho a lamentar que haja jornalistas que enquadremtodos os pastores ou todos os constituintes evangélicosno mesmo plano. Lamento também que o Cardeal deBrasília, D. José Freire Falcão, tenha dito que a IgrejaCatólica no Brasil está, toda ela, voltada contra as igre­jas evangélicas. Eles não tratam a Igreja Evangélicacomo igreja, mas, pejorativamente, como seitas.

Conheço bem a Igreja Católica e as igrejas evangé­licas. Para mim, esse campo é um filel mignon. Seique existem maus pastores e maus padres, mas tambémexistem maus jornalistas, que procuram denegrir, demaneira geral, o trabalho dos evangélicos, que são or­deiros, não apedrejam ônibus, não botam fogo em cana­viais e oram não s6 por seus familiares, como tambémpelo Governo c demais brasileiros. No entanto, o Car-

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deaI diz que as seitas são perniciosas. porque afetamo bolso dos seus fiéis, cobrando dízimo.

Ora, o dízimo, cobrado pela Igreja Católica e pelasigrcjas evangélicos, é uma obrigaçlio bíblica, mas ne­nhum evangélico obriga qualquer fiel a pagá-lo. As igre­jas evangélicas não cobram por casamento, batizadoe ofício fúnebre, como a Igreja Cat6lica é useira e vezei­ra em fazer. Se não tiver dinheiro para pagar. o coitadodo fiel católico vai para o purgatório ou para os quintosdos, infernos. porque não se faz missa.

E lamentável a afirmação de que todos os consti­tuintes evangélicos são ligados ao Sr. Presidente da Re­pública. Votei pelos 4 anos de mandato presidenciaLpelo parlamentarismo, pelo turno de 6 horas de traba­lho. pelas 40 horas semanais. apesar de terem passadoas 44 horas, pela licença da gestante e por tudo o quedizem ser a favor do povo. Graças a Deus. não leveium tostão, tampouco aceitei nomeaçlio de amigo meupara qualquer cargo. Portanto, tenho minha consciênciatranqüila e louvo a Deus pelo crescimento do povoevangélico no BrasiL

Lamento que a Igreja Católica Apostólica Romanatenha escondido, durante muitos anos. a Bíblia sagradados seus fiéis. Estes, quando descobrem a verdade, fo­gem da Igreja Católica, como o diabo foge da cruz.

Deixo aqui o meu protesto, lamentando a existênciade maus jornalistas, que. nas igrejas evangélicas, nãoserviriam sequer para ser lavadores de privada ou zela­dores de banheiro.

O SR. IVO MAINARDI (PDMB - RS. Pronunciao seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados.a conjuntura política nacional, nestes tempos de criseagnda e de explosão inflacionária, convida às mudançaspartidárias, à migração política e. mesmo, à criaçãode novas legendas.

Vivemos uma clareira democrática, onde o exercícioda liberdade nos embevece a todos e nos convida apercorrer novos caminhos.

Vivemos uma época de desencantos, de grandes frus­trações, de desconfianças. onde se questiona tudo ea todos. Há uma crise econômica aguda, uma crise socialenorme e uma crise geral de eredibilidade.

Na minha terra, o Rio Grande do Sul, os fabricantesde vinho, quando seu produto cai de qualidade e perdeterreno no mercado, logo logo eles providenciam o lan­çamento de uma nova marca. Consideram ser mais fácillançar um novo produto do que investir na melhoriade qualidade do antigo.

Transpondo para o cenário político e com todo orespeito que merecem os Srs. Parlamentares que selançam ~este novo projeto partidário, considero queesse cammho me traz a sensação de que buscam alteraro rótulo do produto. antes de tentar modificar o eon­teúdo.

Ao longo de duas décadas perseguimos a normalidadedemocrática, a convocação de uma Assembléia Nacio­nal Constituinte, 'a retomada da normalidade institu­cional como passo fundametal para o início das reformassociais sonhadas pelo povo brasileiro.

Sabemos perfeitamente que o volume de problemasaeumulados ao longo de 22 anos de autoritarismo éimenso e que as respostas dadas até este momento sãoinsuficientes. Entretanto, é preciso coragem cívica ealto comprometimento de consciência para destacar queo compromisso do PMDB com a restauração da demo­cracia e com o reordenamento jurídico, através da Cons­tituinte, foi fielmente cumprido. E é preciso destacarque o Governo Sarney é um governo de transição. Nãoé nem pode ser um governo com a cara do PMDB.

A tarefa do PMDB, a nossa tarefa foi a de conduzireste País ao caminho da democracia, ao convívio danormalidade institucional, condições indispensáveis aoiJ.lício do processo de reformas sociais de que neces­Sitamos.

Embora seja difícil de levar à opinião pública, entre­t~nto, por dever de consciência política, somos impe­lidos a esclarecer que o País ainda precisa do PMDBe daquilo que ele representa.

Vencemos urna etapa importante, agora, cumpre­nos, com seriedade e determinação, partir para a conso­lidação da democracia e para a reconstrução nacional.

Herdamos um país desmantelado, corroído por umadívida externa monstruosa e por uma dívida internaque foge a qualquer controle.

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Mais grave, ainda, é a dívida social acumulada aolongo dos anos de desmandos e de autoritarismo.

Não é hora de partimos pelo caminho do discursofácil, descomprometido e inconseqüente, que a nadaconduz.

Nós, que combatemos pela democracia desde os pio­res momentos, temos o compromisso de encaminhareste País para as mudanças sociais, coerentemente comnosso discurso histórico.

Nessa hora, não posso pensar de forma individual.Talvez a saída mais fácil fosse a busca de um novorótulo, uma nova sigla.

Minha consciência política, entretanto, aponta paraa continuação da luta dentro do PDMB, onde, junta­mente com outros companheiros provados nos durosembates já travados, deveremos batalhar no sentidode resgatar os compromissos que fizeram desta legendao mais representativo canal da sociedade brasileira.

O SR. JOSÉ CAMARGO (PFL - SP. Pronu~ciao seguinte discurso.) -:- Sr. Presidente, SI" e. Srs. Depu­tados, ninguém ousa negar que o desenvolvimento dastelecomunicações responde, em todo o mundo, peloprogresso da humanidade em todos os setores, culturaise técnicos, do capital e do trabalho, da educação, dacultura e da saúde, com as universidades do ar, norádio e na televisão, tornando possível a verdadeiradifusão dos conhecimentos, em benefício das classesmenos favorecidas da fortuna.

Devemos reconhecer, igualmente, que esses bene­fícios não se distribuem na mesma proporção em todoo País, dependendo da eficácia da gestão dos recursose da eficiência na aplicação dos programas.

No caso da Telesp - Telecomunicações de São PauloS/A, seu êxito, nos últimos meses, depende da grandevisão administrativa do Dr. Antônio Ignácio de Jesus,que multiplica iniciativas, amplia serviços, buscando,sempre e mais, eficientizar as telecomunicações no Esta­do, pioneiro da Federação também nesse campo.

Um administrador não se improvisa.O Dr. Antônio Ignácio de Jesus já foi diretor de

vários bancos no Estado, o que explica o seu estreitocontato com o Banespa, onde se destacou com brilhopor seus excelentes serviços prestados. Na Telesp, em1979, iniciou suas atividades como Diretor EconômicoFinanceiro, até ser nomeado Presidente em abril de1985, onde tem gozado plena coufiança do Ministériodas Comunicações, dispondo de recursos para promo­ver o atendimento à demanda de serviços de São Paulo,para a recupera~ão técnica e o incentivo a novos investi­mentos, colocando de maneíra objetiva os problemasda expansão da empresa, hoje uma das mais eficientesdo País e a maior de todas no setor a que se destina.

Em três anOs de profícua gestão, à frente da Telesp,o Dr. António Ignácio de Jesus conseguiu ampliar larga­mente o atendimento dos usuários pela empresa, obten­do, por outro lado, a satisfação plena do pessoal, acujas reivindicações justas tem procurado atender, comabsoluta dedicação aos interesses da Telesp,

Esse triênio de lutas e realizações credencia o Dr.Antônio Ignácio de .1esus r;omo uma das maiores reser­vas dos quadros empresariais no serviço público.

Era o que tínhamos a dizer, Sr. Presidente.

O SR. UBIRATAN AGUIAR (PMDB - CE. Pronnn­cia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sr" e Srs,Deputados. é extremamente difícil a situação da imensamaioria dos assalariados brasileiros atemorizados pelasombra ameaçadora do desemprego, do subemprego,pelo incessante anmento do custo de vida. do alugnel,do transporte,

Desesperador. porém, 6 o cotidiano daqnelas famíliasde trabalhadores onde, por infortúnio, existe algummembro com deficiência física ou mental, seja de nasci­mento, em virtude de acidente de trabalho, ou de qual­qn~r outra natureza.

A desdita adicionemos a escassez de recursos econô­micos desses milhares de brasileiros e teremos um qua­dro aproximado do desolador cotidiano dos pais de fa­mília que têm algum deficiente em suas casas.

Portanto, é de justiça social que façamos tudo o qneestiver ao nosso alcance em seu benefício.

Por lei, os valores que integram a conta vinculadado FGTS pertencem ao trabalhador; logo, possibilitarsua utilização para compra de aparelho ortopédico ou

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

de locomoção é o mínimo que podemos fazer para aju­dar os deficientes e suas famílias.

É o que pretendemos fazer, por meio do projetode lei que apresentaremos oportunamente.

Era o que tínhamos a dizer, Sr. Presidente.

O SR. DJENAL GONÇALVES (PMDB - SE. Pro­nuncia o seguinte discnrso.) - Sr. Presidente, Sr" eSrs. Deputados, o crescimento do proletariado urbano,em todo o País, acompanha o recrudescimento do êxodorural, criando, nas grandes cidndes, problemas de aten­dimento social dos mais graves.

Isso acontece crescentemente no Nordeste, onde apeqnena e média indiístria tomaram impulso nos últi­mos três anos, sobretudo crescendo paralelamente onúmero de cansas trabalhistas, para produzir verdadeiraobstrução das Jnntas de Conciliação e Julgamento, querespondem pelas decisões de primeira instância das re­clamações trabalhistas.

Por isso está sendo encaminhado ao Congresso Nacio­nal projeto de lei do Executivo-a quem cabe a exclusi­vidade da iniciativa sobre a matéria - criando mais212 Juntas de Conciliação e Julgamento em todo o País,não sendo contemplado com nenhuma delas o Estadode Sergipe, onde só existem, atualmente, duas JCJ nacapital e nma na cidade de Maruim.

Não é possível mais pretender-se que três Jnntas aten­dam a uma população trabalhadora de mais de meiomilhão de pessoas, tanto mais quanto cresce o desenvol­vimento econômico, principalmente industrial, no Es­tado.

As três Juntas existentes em Sergipe estão congestio­nadas de processos, qnando os enormes atrasos no jul­gamentoprejudicam as partes,

Acabamos de receber solicitação da Federação dasIndústrias do Estado de Sergipe, no sentido de queseja corrigida essa gritante omissão, para que se acres­centem quatro Juntas em Aracaju, criada a SegundaJunta na cídade de Maruim, uma em Estância e outraem Itabaiana.

Esta solicitação vem sendo feita em proposta encami­nhada à Presidência do Tribunal Regional do Trabalhoda 5' Região, abrangente de Sergipe e Bahia, reiterandoa urgente necessidade da providência.

Aguardamos que o projeto chegue ao plenário paraapresentar-lhe emenda aditiva, atendendo à Jnstiça doTrabalho em Sergipe.

Era o que tínhamos a dizer, Sr. Presidente.

O SR. MENDES RmEmO (PMDB - RS. Pronunciao segninte discnrso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados,o Presidente do Supremo Tribunal Federal (que podeser Ministro de Estado) critica a Constituição. É S.Ex', e não o Jndiciário. Os magistrados, muito pelocontrário, em sua esmagadora maiorin, têm aplaudidoo projeto,

Ocorre que, em palavras simples e objetivas, a condu­ta é absolutamente rotineira: primeiro, porque, na·estei­ra de ser Ministro de Sarney. qne perdeu poder, procuraagradar o Presidente; segundo, porque, no cerne dacrítica, está o qne ele classifica de erro histórico (aliás,nem aqui inovou) da criação do Superior Tribunal Fede­ral de Justiça. E confessa: "O Tribunal que presido,perdeu poder. .. "

Dentro da linha de respeitar para ser respeitado. per­mito-me chamar a atenção para algumas evidências.

1. Sarney perdeu poder. Para ele. a Constitnição in­viabilizará o País.

2. A União perdeu recursos, Os Estados e Municípiosganharam. A União, Presidente e Ministros, acham aCarta nm desastre. Pouco importa acentuar que demo­cracia é povo. Povo vive no município. Nele residea célula-mãe de toda a engrenagem. O povo, juntocom o gQverno e no governo. Não apenas na teoria.Na prática.

3. E quem, dentre os críticos, não perdeu poder onvai ganhar menos dinheiro?

Atentem, é seriíssimo. A nova Regra Maior do Brasiltem duas espécíes de detratores: os que perderampartedo poder; os que vão ganhar menos dinheiro.

Imperioso grifar. E forte, para não ser esquecido.Ninguém foi esvaziado. Nem de poder. Nem de di­

nheiro. Foram redistribuídas as exorbitâncias de man­dos ditatoriais e de lucros acima dos límites.

Quarta-feira 10 2719

Son maduro e vivido o suficiente para não me sur­preender com os fatos. Também, por certo, não meiludo. Tudo quanto for possível fazer para atirar a vota­ção da Constituição para as calendas será feito.

Acerta aqui, desacerta ali. Vem hoje. Falta amanhã.Por quê? Porque há uma parafernália de interesses emjogo. Igual em todos os campos. Porém, na ditaduraé ainda pior. Mil vezes pior. Nela nem perspectiva existede diversificação da cena.

Na democracia a depuração é natural. Pelo voto.Tolas, pois, as ameaças grosseiras de calar as urnas.

Qnem tem lastro, credibilidade e a verdade por escudo,pouco está ligando para fanfarronadas. A história nãoé feita de bravatas. É, sim, por fatos marcados. Pelosque têm a ventura de assumir.

A crítica do Presidente do Supremo e, segundo osjornais, provável futuro Ministro, é a crítica de umprovável futuro Ministro e ainda Presidente de um orga­nismo que pode perder um mínimo de poder.

O que diz a escrita? Se perden algum poder on sofrea ameaça de lucrar menos, critica.

Se encontram alguém fora desse contexto, achandoo texto ruim, avisem.

O SR. RUBEN FIGUEIRÓ (PMDB -MS. Pronunciao segninte discurso.) -Sr. Presidente, Srs. Deputados,no mês de junho último estivemos ausentes desta Casapara cumprir missão cultural no exterior, em delegaçãoformada por outros nobres colegas. Durante alguns diasvisitamos, por honroso convite do Comitê Central doPartido Comunista, a China, nação de milenar existên­cia e cuja cultura desponta como das mais avançadasdo mundo, hoje passando por profundas reformas nocampo econômico.

Não se tratou de uma viagem turística, como a maledi­cência de alguns desejaria classificar. Ao contrário, foiextremamente proveitosa a missão parlamentar, espe­cialmente no que diz respeito a subsídios que colhemose ao intfT~sse da própria Assembléia Nacional Cons-tituinte. .

Conhecessem nossos Constituintes de perto as trans­formações por qne passa a China contemporânea, atéhá pouco tempo enclausurada pela Revolnção Culturalde Mao Tse-Tnng, como o fora, oito séculos atrás, noImpério de Cathay, sob a corte. de Kublai Khan, dadinastia de Gengis Khan, até que seus mistérios fossemdesvendados ao mundo por um navegador veneziano,o legendário Marco Polo, e certamente não teriam co­metido deploráveis equívocos no tratamento qne deramà participação do capital estrangeiro em nosso processode desenvolvimento.

Sem renunciar ao dogmatismo socialista, cuja etapafianal pretendem atingir até o ano 2050, quando suapopulação deverá andar em torno de 1 bilhão e 500mil habitantes, os líderes chineses comnnistas·não hesi­tam em saudar como benéfico o capital externo, paragerar o progresso, assegurar a paz social e não se distan­ciar dos avanços já conseguidos por outros países vizi­nhos, notadamente o Japão, e pelas nações ocidentais.

Terra de sabedoria proverbial, a China não alimentapreconceitos contra a presença do investidor estran­geiro, pois não atribui conotação doutrinária ao dinhei­ro, como parece ocorrer na escola xenófoba tupiniquim,que, em muitos casos, o discrimina mais por mero vede­tismo, com objetivos demagógicos, do que em decor­rência de concepções ideológicas sinceras.

A taxa de crescimento do Produto Nacional Brutoda Chim deverá situar-se na faixa dos 8% a 9% aoano, nos próximos cinco anos. Em 1987, o PNBcresceu9,4%, chegando a US$ 295 bilhões. A cada ano, 4 a5 milhões de chineses entram no mercado de trabalho,porém o índice de desemprego caiu 5,9% em 1979 para2% em 1987.

Na chamada Revolnção Silenciosa que vai operando,para corrigir os erros do socialismo hermético do passa­do, a China já implanton 15 milhões de empresas rurais,que empregam 90 milhões de trabalhadores em indús­trias que fabricam desde tecidos até fibras químicase acessórios de automóveis que exportam para os Esta­dos Unidos, passando por microfones para uso em tele­visão. Dedicam-se também à produção artesanal e àtransformação de produtos agropecuários.

O crescimento da economia chinesa não vem sendofinanciado apenas com recursos internos. Segundo da­dos oficiais, nos últimos .dez anos, os investimentos es-

Page 12: DIARIO DO CONGRESSO NACIONALimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD10AGO1988.pdf · Belo Jardim, Estado de Pernambuco. JOSÉ GENOÍNO - Carta endereçada ao Presi dente da CPI daCorrupção

2720 Quarta-feira 10

trangeiros aprovados superaram US$ 22 bilhões. Dessetotal, entraram até o ano passado US$ 8,5 bilhões, pro­venientes de Hong-Kong e Macau (60%), Estados Um­dos (16%) e Japão (14%). Suas exportações no anopassado foram da ordem de US$ 40 bilhões.

Embora acumulando uma dívida externa de US$ 25bilhões, a China tem reservas cambiais de US$ 14 bi­lhões.

O que impressiona o estudioso do grande país orientalé que os chineses, com aproveitamento de apenas 7por cento de seu território para a agricultura, conse­guem abastecer um contingente humano tão cxpressivoe que corresponde a 20 por cento da população mundial.Tal proeza se deve a um eficiente sistema de irrigaçãoque o Governo brasileiro está interessado em implantarno Nordeste, principalmente.

A reforma econômica chinesa começou nos campos,a partir de 1984, COm a distribuição das terras às famíliascamponesas, com a média de um hect~re para três ~es­

soas. Hoje, as reformas entram nas Cidades, especial­mente na área industrial, sob regime de risco. O lucroobtido tem três destinações: reinvestimento na empre­sa, distribuição entre os empregados e benefícios so­ciais.

O programa de rcforma chinês, como .não po?eriadeixar de ser, apresenta um certo custo SOCial e pohllco.A inflação de 20 por cento ao.ano já preocupa os ~irige.n­

tes governamentais, sensíveiS a uma crescente msalls­fação popular, como reconhecem o líder DeI.Ig Xi~oping

e o Primeiro-Ministro Li Peng, fruto do perfil capltahstaque se vai desenhando na economia do país e que es!átrazendo acentuada prosperidade. Mas o governo naopretende afastar-se do objetivo de corrigir sistemasana­crônicos e artificiais de controle de preços, conscientede quc a inflação está sendo alimcntada justa?1entepela liberação do controle estatal sobre determmadosprodutos. . . • .

A abertura da China ao mundo capltahsta e mterpre­tada como ato necessário para construir uma nação mo­derna e solucionar o mais gravc problema, o dos riscosde uma perigosa escassez de alimentos.

Os chineses sabem perfeitamente que enormes difi­culdades terão ainda de enfrentar para conduir a suahistórica longa marcha das reformas, dentro do regimesocialista.

Já o Brasil, em particular certos homens que hojeescrevem uma nova Constituição para o País, incoeren­tcmente instigam o confronto de uma nação com 40milhões de pessoas marginalizadas com a perspectivade libertação da pobreza, da fome e do desespero, que­rendo conciliar utopias doutrinárias com a realidadeimposta pelo sistema econômic~, o capitali~m~, querege a nossa economia e a nossa mterdependencla comas demais nações.

Nossas esperanças, neste turno final da elaboraçãoda nova Carta Magna, é a de que a maioria lúcidae patriótica saberá escoimar do texto do projeto consti­tucional os erros e as heresias que nos colocam na con­tràmarcha da História, rumo à segregação feudal doImpério de Cathay, na remota ad~lescência da China.

Estas são algumas das observaçoes que da Chma Po­pular, país hospitaleiro e amigo do Brasil, pude trazer.

O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB - SP. Pro­nuncia o seguinte discurso.) - Sr.l.'res.idente, Sr~. D~­

putados, ocupo a tribuna com a finalidade de mdurrnos Anais da Câmara dos Deputados o segumte expe­diente:

"ASSOCIAÇÃO DOS APOSENTADOSE PENSIONISTAS DE

SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

Fundada em 19-12-83 - Reg. 26.543

Sede: Rua Maurício Diamante, 65CEP 12210 - São José dos Campos - SP

S. J. Campos, 27 de julho de 1988Exm' Sr.José SarneyPresidente da República Federativa do BrasilPalácio do PlanaltoBrasília-DF

Exm' Sr. Presidente:A Diretoria da Associação dos Aposentados e

Pensionistas de São José dos Campos, cm reunião

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

extraordinária realizada no dia 27 de julho de 1988,determinou lançar o seguinte

ManifestoMais uma vez a decepção, a descrença e a incredi­

bilidade tomam conta dos aposentados e pensio­nistas de todo o País.

Aguardávamos com grande ansiedade o pronun­ciamento que V. Ex' iria fazcr, através de umacadeia nacional de rádio e televisão, no dia 26 dejulho p.p. para saber qual seria o pensamento doChefe da Nação relativo à categoria dos aposen­tados e pensionistas. Chegamos a acreditar queV. Ex' nos pouparia das críticas quc sabíamos d~

antcmão scriam lançadas ao ar contra alguns arti­gos da nova Carta Magna, ora em elaboração peloCongresso Nacional Constituinte. Entreta~to, parasurpresa de alguns aposentados e pensIonIstas me­nos avisados, verificamos que a insensibilidade, afalta de compreensão e a desinformação do Chefedo Executivo nacional para com um segmento dasociedade que beira dez pontos percentuais da po­pulação nacional é total.

Achamo-nos no dever de retroceder no tempo,para lembrar a V. Ex' que os aposentados e pensio­nistas de todo o País foram a classe quc mais sofreucom o arrocho salarial praticado pelos governosautoritários, especialmente no período 1979-1984quando V. Ex' era parte integrante do Poder. Nãonos lembramos de nenhum discurso proferido porV. Ex', à época, para nos defender da saI.Iha reces­siva do Estado, fazendo com que, gradativamente,o nosso poder aquisitivo fossc rcduzido dc tal formaque, muitos dos nossos companheiros(as), apesarda idade avançada, estão trabalhando em subem­pregos para poder sobreviver.

Saberá - porventura - V. Ex' quais os cálculosque os burocratas da Previdência Social utilizampara serem aplicados numa aposentadoria p~r tem­po de serviço? E, caso V. Ex' fosse um dos IDJlharesde trabalhadores prestes a se aposentar ness8:s con­dições, aceitaria passivamente perder de trmta aquarenta por cento do seu poder aquisitivo, comonum passe de mágica?

Quantas categorias de trabalhadores tcmos noBrasil? Respondemos: várias, a saber:

a) A dos militares que, à época de suas aposenta­dorias, galgam uma patente maior, percebem bene­fíciosintegrais que são, posteriormente, repassadosàs viúvas em sua totalidade.

b) A dos estatutários do serviço público civil quepercebem, quando da aposentadoria, o mesmo va­lor do último salário da ativa.

c) A dos Deputados Estaduais (vide AssembléiaLegislativa do Estado de São Paulo) que, após umacontribuição de apenas 12% mensais e oito anosde contribuição, mesmo não se rcelegendo paraum segundo mandato, fazem jus a 50% (cincoentapontos percentuais) do salário de um Deputadoda ativa.

d) A do trabalhador comum, que é obrigado acontribuir durante .35 anos de sua vida útil parafinalmente se aposentar e verificar, após algunsanos, o estado de miserabilidade em que se encon­tra. Sem mencionar a pensionista, que recebe airrisória quantia de 50% (cincoenta pontos percen­tuais) da aposentadoria do falecido marido.

Isso é justiça social, Sr. Presidente?Notamos também, Sr. Presidente, que em ne­

nhum momento de seu discurso V. Ex' mencionouque o governo deveria diminuir? seu gigantis~o,racionalizando a máquina adminlstrallva, demltm­do os funcionários supérfluos e os apadrinhados,fechando as empresas estatais deficitárias para quc,com essas e outras medidas corajosas, pudesse ogoverno ajudar a sociedade a se orga,?izar melh?~,a produzir mais, a combater a inflaçao, a perlDJ!lrnovos investimentos para a criação de novos em­pregos, tão necessários para a nossa juventude.

De que adianta reclamar contra ~ Congresso N~­

cional Constituinte, no caso particular da PrevI­dência Social, se sabemos que, a partir dos poderespúblicos, existem milhares de e~pre~as que re,,?­\hem a contribuição de seus funclonanos mas naoa repassam aos cofres de nosso Instituto?

Agosto de 1988

V. Ex' acha justo o lAPAS vir a público, atravésdc uma campanha veiculada pela televisão c quenão sabemos quanto custou, para pedir aos faltososque paguem seus débitos sem_mult~s e s~m corr~­

ção monetária? Nesse caso, nao sena mais econo­mico uma fiscalização mais rígida e o simples cum-primento da lei? .

Acha justo V. Ex' que o Congresso NaCIOnaldê anistia aos clubes de futebol, no valor de humbilhão de cruzados? Não seria correto V. Ex' exer­cer o poder de veto diante de um absurdo tão gran­de?

O quc n6s, cidadãos brasileiros aposentados epensionistas queremos, Sr. Presidente, é que sefaça justiça. .

Mais do que nunca, agora que tomamos conh,:cl­mento público do pensamento do Chefe da Naçao,teremos que, com sacrifícios redobrados, ~a~ter­

mos uma vigJ.1ia constante jnnto aos Constltumtesque votaram favoravelmente às conquistas recla­madas pelos aposcntados e pensionistas (419 votosa favor, 000 contra e 004 abstenções) para queninguém, Sr. Presidente, tente derrubar o que aduras penas foi conquistado no primeiro turno devotação.

Caso o que foi relatado não traduz a verdadedos fatos, gostaríamos que V. Ex' nos respondcssecorrigindo o quc de errado manifestamos, mas,se não houver resposta, admitiremos que "quemcala, consente".

Sem mais para o momento, firmamo-nos,Atenciosamente.Associação dos Aposentados e Pcnsionistas de

São José dos Campos - SP. - Onofre da Silva,Presidente - G. Constatmo, Sec.-Geral."

A SRA. BENEDITA DA SILVA (PT- RJ. Pronunciao scguinte discurso.) -Sr. Presidente, Sr"e Srs. Depu­tados a ausência às votações finais da Constituinte éhoje ~ manobra daqueles que não querem que seja,?garantidas as eleições em dois turnos, nem querem acei­tar as tímidas conquistas dos trabalhadores. Esta mano­bra vem se manifestando através das sucessivas faltasde alguns Constituintes e das freqüentes re.tira~as doplenário para que não haja o qnorum. TaiS alltudesnão contribuem para o bom desempenho dos trabalhosconstituintes, além de se chocarem com a vontade dapopulação. _ ..

Representantes de setores da populaçao brasIleIratêm manifestado seu protesto contra essas manobras.Trabalhadores do Rio Grande do Sul e representantesdo Sindicato dos Urbanitários do Rio dc Janciro, entreoutros estiveram no Congresso Constituinte e aqui ex­pressa;am suas justas preocupaçõ.es. ~om as votaçõesdo 2' turno. Conscientes das pOSSibilidades de que asfrágeis conquistas nos direi~os so.ci~is ven.ham a ser. su­primidas e de que algumas dlSposlçoes ant~dem.oc:rátlcas

permaneçam. Esses trabalhadores estao Vigilantesquanto ao voto dos Constituintes e têm ~ fir,;,e propó­sito de denunciar nas própnas bases eleitoraiS ãquelesdeputados e senadores que votarem contra os legítimosdireitos da classe trabalhadora.

Vale lembrar que n6s, do Partido dos Tra.balhador~s,

temos certeza de que não seremos denunCIados, e. srrnlistados entre os que votarão a favor das conqUIstasdos trabalhadores e do povo.

Não bastassem as manobras para impedir a votaçãodo 2' turno, os trabalhadores têm assistido ao empre­sariado e ao próprio Governo investindo contra a <;ons­tituinte como se ela fosse um clemcnto fora do conjuntode Pod~res dissociado da nec""idade nacional.

Por outr~ lado, os trabalhadores estão vendo a gravecrise em que está mergulhada a Nação. A inércia ea falta de credibilidade no Governo da "Nova" Repú­blica estão resultando em instabilidadc e insegurançapara todo o conjunto da sociedade. Eles sabem queo arrocho salarial sem precedentes e o congelamentoda URP estão levando o povo ao desespero. Sabemque apolítica econômica adotada neste Pa~s é ~esas!r~sa

e favorece aos especuladores, a uma mmona pnvIle­giada, em detrimento da maioria trabalhadora, produ­tor~ da riqueza da Nação. .

E hora de o Governo assumir as suas responsabi­lidades e deixar de interferir nos trabalhos constituintes.

Page 13: DIARIO DO CONGRESSO NACIONALimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD10AGO1988.pdf · Belo Jardim, Estado de Pernambuco. JOSÉ GENOÍNO - Carta endereçada ao Presi dente da CPI daCorrupção

Agosto de 1988

A tarefa dc um governo não é criar problemas parao povo, mas sim resolvê-los; principalmente se for umgoverno sério. O que o atual Governo tem que fazeré pôr um freio nos altos índices inflacionários, os quaisestão sendo alimentados pelo pr6prio Governo Federal,através do constante incentivo à especulação financeira,com a continuidade do pagamento da dívida externa,com as corrupções e a elevação Jlbsurda dos preçosdas tarifas dos serviços públicos. E preciso que o Go­verno passe à adoção de novas políticas. E uma novapolítica significa; entre outras medidas:

• adotar uma política salarial respaldada na escalam6vel dos salários, com reajustes de acordo com a infla­ção apurada no mês;

• recuperar o poder aquisitivo do salário mínimo edo Piso Nacional de Salários, adotando para tanto osíndices apurados pelo Dieese;

• ter um rigoroso controle do déficit público, atacan- "do principalmente a onda especulativa que assola o País.

Quanto a n6s, constituintes, dentro das nossas atri­buições, cabe ter a coragem para não ceder a nen~umapressão de empresários ou do Governo, dedicando vigo­roso esforço para manter e avançar, entre outras, asseguintes bandeiras dos trabalhadores:

- turno de seis horas ao pessoal de rodízio;- jornada de 40 horas semanais;- direito de greve para todos;- adicional de férias;- prescrição qüinqüenal dos direitos trabalhistas;- soberania nacional;-autonomia e liberdade sindical;-proibição de demissão imotivada;- aviso prévio proporcional;- licença-paternidade;- adicional de periculosidade, insalubridade e para

os trabalhos penosos;- igualdade de direito entre trabalhadores rurais e

urbanos;- reforma agrária;- suspensão do pagamento da dívida externa;

- fim das intervenções das Forças Armadas na vidapolítica do País. Com isto, estaremos contribuindo paraque os trabalhadores tenham reconhecidos direitos in­contestáveis, necessários para uma vida digna.

Assim como demonstram determinação na defesa dosseus interesses os urbanitários do Rio de Janeiro e ôu­tras categorias combativas, é necessário que os Consti­tuintes demonstrem sinceridade e firmeza na luta paraque figurem no texto constitucional os avanços sociaistão propalados durante a campanha eleitoral de 1986.

Dos Constituintes do PT, temos certeza, tudo quefor possível será feito neste sentido. É preciso que mui­tos Constituintes deixem de ficar em cima do muroe passem para o lado dos trabalhadores. Para .que estamudança seja alcançada é fundamental a continuidadcdas pressões sobre os Constituintes que combativos tra­balhadores estão exemplificando muito bem aqui noCongresso Constituinte.

Era o que tinha a dizer.

A SRA. IRMA PASSONI (PT - SP. Pronuncia oseguinte discurso.) - SI. Presidente, Sr" e Srs. Deputa­dos no dia 5 de maio fiz uma denúncia muito sérianesta Casa ~obre a ciranda do grão, a transferênciade milhares de toneladas de grãos que passam de umarmazém para outro, e ainda com duas conseqüências:priméira, aumento de preço; segunda, desvio do pro­duto.

No dia 9 de maio recebi uma carta do SI. Genésiode Barros, da CFP, cujo conteúdo registro neste mo­mento.

No dia 10 de maio recebi outra carta, desta vcz doPresidente da CFP, SI. Luiz Norberto Ratto, infor­mando que estenderam a sindicância feita no Paranáa outras áreas, conforme carta que também deixo regis­trada hoje para ser publicada.

Quinta-feira, 4 de agosto, O Estado de S. Paulo publi­cou sobre esta mesma questão matéria cuja publicaçãointegral peço seja autorizada, SI. Presidente.

A denúncia levantada por mim é de extrema gravi­dade, considero-a assunto que merece toda a atenção. "

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

CORRESPONDÊNCIAS E ARTIGO A QUESE REFERE A ORADORA:

Brasília,9 de maio de 1988

Estimada Deputada Irma Passoni,Tomando conhecimento da denúncia formulada por

V. Ex' da tribuna da Câmara dos Deputados, no "dia5 do corrente, de irregularidades que estariam ocor­rendo na condução das operações da CFP, venho, naqualidade de principal atingido, por ser o responsávelpelo setor operacional da empresa, e em respeito àsua bem intcncionada atividade parlamentar, tcntar lheprestar esclarecimentos.

Digo tentar, nobre Deputada, porque as acusaçõesde que V. Ex' foi porta-voz são difíceis de serem respon­didas, uma vez que não identificam fatos, citam empresainexistente, e aludem a uma "máfia" da qual ninguémjamais ouviu falar, e à qual pertenceriam, pelo quese pode deduzir das denúncias, além dos diretores efuncionários inominados da CFP, O próprio MinistroIris Resende Machado, pessoa de ilibada reputação,que sempre se preocupou em marcar sua passagem pelavida pública pela transparência de seus atos.

Lamento, estimada Parlamentar, que a nossa sadiaconvivência durante anos no Congresso Nacional, mar­cada acima de tudo pelo respeito mútuo, não lhe tenhaproporcionado conhecer-me melhor, para saber que aminha formação de caráter não me permite compactuarcom négócios inconfessáveis, com ganhos espúrios, comprivilégios prejudiciais aos interesses públicos.

Louvo os seus elevados propósitos de combater edenunciar fatos delituosos da vida nacional, e entendoque os momentos tensos em que vivemos, com acusa­ções de toda ordem, fundadas ou infundadas, convi­vendo com crises em todos os sétores, exaccrbam osânimos e geram clima propício a se cometer involun­tárias injustiças, dando-se curso a outras acusações,muitas vezes formuladas maldosa e injuriosamente porpessoas que tiveram interesses contrariados, e sem quese tenha o cuidado dc averiguar previamente a sua pro­ccdência.

Sei que uma pessoa como V. Ex', que elegeu comoopção de vida a nobilíssima profissão de educadora,a qual se alicerça em inarredável compromisso coma verdade, se comete injustiças, denunciando irregula­ridades inexistentes, o faz por equívoco, c não intencio­nalmente, condicionada que está pelo clima mencio­nado.

Desta forma, convido-a a conhecer melhor as ativi­dades da CFP, oS gigantescos desafios que são impostosà sua diretoria para executar satisfatoriamente a Políticade Garantia de Preços Mínimos, os ingentes esforçosque a mesma diretoria desenvolve para impedir irregu­laridades e frustrar tentativas de pessoas menos escru­pulosas de obter vantagens ilícitas em negócios coma empresa, acercando-se de cuidados, promovendo in­quéritos, realizando auditorias e coibindo fraudes.

Scria ingenuidade pretender que esta, como qualqueroutra empresa no mundo, esteja imune a desvios deconduta por parte de um ou outro funcionário, a algumtipo de prejuízo causado por pessoas com quem mantémrelações. Dispondo de reduzir quadro de funcionáriospara administrar e controlar os volumes de recursose de produtos que nos últimos anos têm atingido propor­ções várias vezes superiores aos dos anos anteriores,as anomalias detectadas têm sido muito inferiores aoque era de se esperar, não obstante os grandes interessesque envolvem tais volumes de operações.

Não existe a empresa Armazéns Gerais Abraão, cita­da em suas denúncias. Suponho que as pessoas quea procuraram tenham feito alusão à família Abraão,do Estado de Goiás, da qual vários membros se dedicamao ramo de armazenagem, há vários anos, através degrandes empresas, concorrentes, entre si.

Estando correta a minha suposição, a denúncia chegaa ser paradoxal, por"ser contemporânea de acusaçõesde que tenho sido vítima, de estar prejudicando as refe­ridas empresas, em conseqüência do rigor e dos cuida­dos por mim observados no trato com as mesmas.

Quanto à comercialização de produtos agrícolas porparte da CFP, as aquisições são feitas pelos agentesfinanceiros com base em normas previamente estabe­lecidas conjuntamente pelos Ministérios da Fazenda eAgricultura, e as vendas dos produtos adquiridos são

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feitas através de bolsas de mercadorias ou sob as modali­dades de vendas públicas ou licitações, sem discriminarou privilegiar quaisquer pessoas. Vendas diretas só sãorealizadas a" entidades públicas, com vistas ao atendi­mento de programas de abastecimento ou de atendi­mento a populações carentes.

A empresa não tem poderes para impor multas indis­criminadamente, mas somente as previstas em contratosou editais de vendas, que visam coibir abusos ou faltade cumprimento, porparte dos compradores, das condi­ções impostas para as vendas.

Um abraço do - Genésio de Barros.

CT. PRESI N' 143Brasília, 10 de maio de 1988.

Exm'Sr'Irma PassoniDD Deputada FederalCâmara dos DeputadosNesta

Senhora Deputada,

Em atenção ao pronunciamento de V. Ex', feito nessaCâmara dos Deputados, em 5-5-88, em que se refere"à ciranda do grão e do frete que se dá no Estadode Goiás", que em seu bojo traz acusações à atuaçãodesta Companhia, permitimo-nos trazer ao conheci­mento de V. Ex' que csta Presidência, tendo presenterelat6rio de Comissão de Sindicância anteriormenteconstituída por determinação do Exm' SI. Ministro daAgricultura, - restrito, porém, às movimentaçõesocorridas no Estado do Paraná, - resolveu aprofundaras investigações, cobrindo outras áreas de atividadesdesta CFP, através de Comissão Especial, na formada Portaria CFPIPRESI, de 4-2-88, que segue,em anexo.

2. Outrossim, queremos registrar, dando conheci­mento a V. Ex', que, de ordem daquela autoridade,cometemos a essa Comissão Especial a incumbênciade apurar, com prioridade, as denúncias contidas nopronunciamento de V. Ex', nos termos da PortariaPRESI n' 091 de 10-5-88, também anexa à presente.

3. No objetivo primordial da apuração dos fatos,aproveitamos para solicitar a V. Ex' a oportunidade·de receber, em data e horário que pcdimos para marcar,os membros da aludida Comissão, quando, ao ouviremV. Ex', esperamos sejam facilitados seus trabalhos ea apuração se dê com maior celeridade.

Aproveitamos a oportunidade para apresentar a V.Ex' protestos de estima e consideração. - Luiz Nor­berto Ratto, Presidente.

PORTARIA CFP/PRESI

O Presidente da Companhia de Financiamento daProdução - CFP, no uso de suas atribuições, conside­rando os termos do Relatório da Comissão de Sindi­cância criada pela Portaria CFP/PRESI n' 153, de23-9-87, para apurar denúncia sobre a ocorrência defretes desnecessários desta Companhia, que lhe foi en­caminhado em 28-12-87, e, em atendimento à recomen­dação do Exm' Sr. Ministro da Agricultura visando aampliar a abrangência de procedimentos irregulares aapurar na execução da PGPM, não s6 na área de trans­portes como também de armazenamento e de comercia­lização inclusive através das Bolsas de Mercadorias es­tendendo-se os trabalhos aos Estados do Rio Grandedo Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Ge­rais, Goiás, Mato Grosso, Espírito Santo e Pará, re­solve:

1. Constituir Comissão Especial, a nível nacional,para, em.prosseguimento, aprofundar as investigaçõese definir responsabilidades, constituída por um repre­sentante do Ministério da Agricultura, um da CON­TRQL/CFP, um da PROJU/CFP e um da CODEAICFP.

2. A Comissão Especial, a nível estadual, contarácom a participação de um subgrupo composto peloAgente Regional da CFP, por um representante da Se­"cretaria da Agricultura e por um representante da Dele­gacia Federal da Agricultura, a serem designados pelosSecretários de Estado dos Negócios da Agricultura epelo Ministro da Agricultura.

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3. Por ato complementar desta Presidência serãonomeados os participantes da Comissão e dos Subgru­pos ora criados.

Brasília, 4 de fevereiro de 1988. - Luiz NorbertoRatto, Presidente.

PORTARIA PRESI N' 091

O Presidente da Companhia de Financiamento daProdução, no uso de suas atribuições, resolve:

Cometer à Comissão Especial instituída pela PortariaCFP/PRESI, de 4-2-88, em caráter de prioridade, aapuração da denúncia formulada pela Exm' Sr' IrmaPassoni, Deputada Federal, em pronunciamento feitona Câmara dos Deputados, em 5-5-88.

Brasília, 10 de maio de 1988. - Luiz Norberto Ratto,Presidente.

SAFRA "PASSEIA" ESOME NOS ARMAZÉNS

Jorge Rosa

Há milhares de anos, os matemáticos garantem quea mcnor distância entre dois pontos é uma linha reta.Claro quc quando se fala de cstradas de rodagem, nãose pode usar "linha reta" no sentido matemático dotermo. Mas quando quem fala é a Diretoria de Opera­ções da Companhia de Financiamento da Produção(CFP), além de não existir termo matemático, a "linhareta" entre duas cidades costuma ter milhares de quilô­metros a mais do que mostram os mapas tradicionais.

Literalmente, toneladas da safra agrícola brasileira(principalmetlte arroz e milho) costumam "passcar" pe­lo País, indo a locais que nada têm a ver com o destinoreal. Razão: os altíssimos fretes pagos às transporta­doras compensam os passeios. Mas se não bastasse osmilhões de cruzados gastos com os passeios, ninguémconsegue explicar também o sumiço de (segundo cálcu­los mais recentes) pelos menos 1,5 milhão de toneladasnas últimas safras (10% da produção). O Banco doBrasil que recebe milhões de cruzados para fiscalizaros estoques não fiscaliza.

Uma das principais causas desta situação está na inge­rência de políticos na CFP. A Diretoria de Operações,responsável pelo tortuoso sistema de transportes, estáem poder de políticos ligados ao governador de Goiás,Henrique Santillo. -

NINGUÉM EXPLICA OSUMIÇO DA PRODUÇÃO

Brasília - Das 10.8 milhões de toneladas de milhoe 4,4 milhões de toneladas de arroz compradas pelogoverno nas safras 1985/86 e 1986/87 calcula-se que,no mínimo, 1,5 milhão de toneladas (ou 1,5 bilhão dequilos, ou o equivalente a 300 milhões de sacos de arrozde cinco quilos) desapareceram inexplicavelmente dearmazéns credenciados pela Companhia de Financia­mento da Produção (CFP), segundo estimativas feitaspor técnicos do próprio governo. Ninguém sabe o núme­ro total das perdas e é isso que uma nova comissãode sindicância está tentando descobrir, além do para­deiro de 54 processos para contratação de empresasde transportes, feitos pela agência da CFP, em Curitiba.Tudo leva a crer que eles sumiram em meio a toneladasde arroz c milho e que vinham sendo desviadas dosarmazéns.

Se as 1.500 mil toneladas de arroz e milho que seperderam dos estoques governamentais, por desvio,quebra ou troca de qualidade, fossem exportadas pro­porcionariam uma receita ao País de US$ 210 milhões,o que em cruzados significaria Cz$ 51,9 bilhões (aocâmbio de Cz$ 247,77).

O presidente da CFP, Luiz Norberto Ratto, que assu­miu o cargo em dezembro do ano passado, procuroudesmobilizar o esquema de contratação de fretes queera feito através da Fepasa e está tentando implantarum novo regulamento tomando obrigat6ria a licitaçãopública apesar das resistências do diretor de Operações,Genésio de Barros, que segundo o pr6prio Ratto nãopode ser afastado do cargo por ser homem indicadopor políticos de Goiás.

Ratto demite terrível

O máximo que Ratto conseguiu até agora foi demitiro principal auxiliar de Genésio de Barros, o superin-

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

tendente de Movimentação de Estoques, Nélson Terrí­vel - também de Goiás - mesmo assim dando-lheem troca o cargo de coordenador das agências da empre­sa nos Estados.

Descobrir o tamanho do rombo das contas da CFPserá a missão mais difícil da nova comissão de sindi­cância. O volume de recursos envolvidos na aquisiçãode produtos agrícolas, no pagamento de armazenageme na contratação de fretes desde 1985 é tão grandeque vai exigir a instalação de uma auditoria contábila nível nacional. S6 no ano passado foram gastos noprograma de AGF (Aquisições do Governo Federal)cerca de Cz$ 50 bilhões, além de Cz$ 12,2 bilhões emdespesas adicionais. S6 o Banco do Brasil, que teorica­mente tem a obrigação de fiscalizar a integridade dosestoques governamentais, levou de comissão Cz$ 1,4bilhão.

Políticos e corrupção

O primeiro presidente da CFP no governo Sarney,Ignácio Mammana, foi afastado do cargo logo ap6s avotação do mandato do presidente na Constituinte, emnovembro do ano passado. Sua saída foi controvertidana medida em que envolveu aspectos políticos e admi­nistrativos. Seu~ amigos dizem que Mammana foi vítimade retaliação por ser ligado ao senador José Richa,que havia votado a favor de quatro anos de mandatopara Sarney, enquanto os inimigos, como o secretáriode Agricultura do Paraná, Osmar Dias - irmão dogovernador Ãlvaro Dias -acusavam-no de responsávelpela corrupção na CFP.

Ignácio Mammana se defende e diz que não deixousem apurar todas as denúncias que chegavam ao seuconhecimento. Foi na sua gestão que foi criada a primei­ra comissão de sindicância para apurar irregularidadesna contratação de empresas de transporte. Entre ami­gos, costuma contar que logo no início da sua gestãofoi obrigado a cancelar uma concorrência para a movi­mentação de 700 mil toneladas de milho porque desco­briu que as empresas concorrentes tinham feito na vés­pera um acerto prévio no bar do Hotel Erou, em Brasí­lia. Logo depois foi procurado por um emissário dastransportadoras com uma proposta para manter a con­corrência. Mammana não revela o valor da proposta,mas também não nega que ela tenha existido.

QUEM TENTOU IMPEDIR OESQUEMA VIROU "IDIOTA"

Brasília- O ex-diretor do Departamento de AnálisesEconômicas e Planejamento da CFP e atual professordo Departamento de Economia da USP, GuilhermeDias. garante que na administração do presidente Igná­cio Mammana tentou impedir a contratação de fretessem licitação, através da Fepasa, mas teve que recuarquando recebeu um recado da baucada paulista doPMDB dizendo que tinha um idiota paulista numa dire­toria da CFP que "não entendia o espírito da coisa".Sua proposta era fazer a comercialização posto arma­zém de forma que quem estivesse interessado que fosselá buscar arcando com as despesas de transporte.

Guilherme Dias não coucorda com o esquema detransporte de arroz e milho dos estoques oficiais atravésda Fepasa e acha que o atual presidente, Luiz NorbertoRatto, agiu certo ao voltar com as licitações, emboranão considere este sistema o mais correto. Na verdade,diz Guilherme Dias, o transporte via Fepasa inclui 30quilômetros de ferrovia, 600 quilômetros de camiuhlio"e cobram o olho da cara". A Fepasa levava o produtode um lugar para o outro em trechos que nada tinhamque ver com ferrovia.

Cargos Loteados

No governo Sarney, a Companhia de Financiamentoda Produção (CFP) perdeu suas características estrita­mente técnicas para se tornar um órgão voltado paraos iuteresses políticos regionais. A presidência da em­presa não tem poderes sobre os demais diretores, por­que cada um responde a um padrinho político e, coinci­dentemente, a Diretoria de Operações, considerada amais importante porque movimenta os recursos da Polí- .tica de Preços Mínimos, está sempre em poder dos polí­ticos de Goiás. No início do governo, o cargo era ocupa­do por Derval Paiva, ligado ao Senador Mauro Borges(PMDB - GO), mas como Borges.perdeu as eleições

Agosto de 1988

para governador do Estado, em 1986, Derval foi substi­tuído pelo ex-Deputado Estadual Genésio de Barros,por indicação do Governador eleito Henrique Santillo.

O atual Governador do Rio Grande do Sul, PedroSimon, quando Ministro da Agricultura tentou levarpara seu Estado o controle de Diretoria de Operaçõesdepois de ter tentado colocar na presidência da CFPo empresário Marconni Isolan. Seus esforços foram in­frutíferos porque as cartas já estavam marcadas. A pre­sidência era indicação do Senador José Richa, ex­PMDB-PR e atual membro do novo PSDB; e a Dire­toria de Operações dos políticos goianos.

O rompimento do Presidente Sarney com o SenadorJosé Richa tirou Mammana do cargo e para seu lugarfoi indicado o ex-inspetor do Banco do Brasil, LuizNorberto Ratto. O poder de indicar o presidente daCFP saiu das mãos do Senado.r José Richa e foi paraas do Governador do Paraná, Alvaro Dias, quc sempreapoiou os cinco anos de mandato para o PresidenteSarney.

VAI VÉM DOS CAMINHÕES

Brasília - A falta de planejamento para movimen­tação dos estoques governamentais está proporcionan­do as condições ideais para o chamado "passeio" deprodutos agrícolas, especialmente milho. na carroceriade caminhões, beneficiando empresas transportadorascom fretes milionários.

A CFP, por exemplo, comprou 13 toneladas de milhoem Itaporã de Goiás, quase no extremo nortc do Esta­do, viajou 1.040 quilômetros até os armazéns de Goiâ­nia, no Sul. Em seguida, as 13 toneladas voltaram osmesmos 1.040 quilômetros, passaram por Itaporã deGoiás e daí viajaram mais 985 quilômetros até Belém,acompanhadas de uma carga de 3.228 toneladas.

"Passeio" idêntico fez o milho comprado em Paraísodo Norte de Goiás, Ceres, Jaraguá e Petrolina de Goiás.

O mesmo "passeio" ocorre no Sul do Estado, emboraas distâncias percorridas pelos caminhões sejam meno­res. De Itumbiara, quase na divisa com Minas Gerais,saíram 30 mil toneladas para Uberlândia, além de 1.620toneladas que subiram para Goiânia, que não é centroconsumidor. Este milho poderia ter ido também paraUberlândia, mas a CFP preferiu ir buscá-lo em Jataí,que despachou um carregamento de 12 mil toneladas.

O milho que estava em Rio Verde, Santa Helenade Goiás, Acreúna e Bom Jesus de Goiás foi deslocadopara Maringá; de Quirin6polis foi milho para Bom Jesusde Goiás, quando poderia ter ido direto para Maringá;Piranhas mandou milho para Acreúna, que mandoumilho para Goiânia, só que Piranhas já tinha enviadomilho também para Goiânia.

RELATÕRIO AO MINISTROCONFIRMA A ILEGALIDADE

Brasília - Relat6rio reservado - obtido com exclusi­vidade pela Agência Estado - encaminhado ao ministroda Agricultura, Íris Rezende, pela Comissão de Sindi­cância instaurada no final do ano passado para apurarirregularidades no setor de transportes c armazenagem,revela que "houve um flagrante desrespeito à lei" nacontratação da Fepasa pela CFP para transporte daprodução agrícola do Estado do Mato Grosso. Denun­cia, também, "a subcontratação praticada em valoresinferiores em até 50% do que a União pagou àquelaempresa paulista" e pede para se apurar "a responsa­bilidade de tais contratações indevidas", com a instala­ção de uma nova comissão.

A comissão defende a necessidade do estabelecimen­to de normas mais severas para a contratação de fretes.Não se pode permitir que meros escrit6rios despachan­tes se habilitem em detrimento de empresas s6lidas,com tradição e frota pr6pria. Deve-se responsabilizara que~ dispensou a exigência dos percentuais mínimosde frota própria, que as normas dispunham.

A Comissão pede a abertura de inquérito para apura­ção de várias irregularidades e considera estranho, in­justificado e alarmante o fato de que a indústria vincu­lada ao setor de milho (insumos, avicultura e suinocul­tura), ao invés de adquirir o produto paralelamenteao governo ou adquirir do governo, prefcre oferccerseus armazéns para receber transporte gratuito e aluguelpela armazenagem. O "passeio" da safra, especialmen-_te de arroz e milho, foi observado pela comissão em

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Agosto de 1988

Mato Grosso. O produto sai do estado após a colheitapara depois retornar.

O milho sumiu

Os membros da comissão querem saber onde foramparar 2,5 milhões de toneladas de milho do Estadodo Paraná. Eles afirmam que "é duvidosa, por maioraritmética que tenha adotado a comissão, a existênciada anunciada safra de 7,6 milhões de toneladas de mi­lho. O estado consome quatro milhões de toneladas,a CFP removeu em torno de um milhão de toneladase teve de sustar um programa de atendimento estraté­gico ao Nordcste para que não faltasse milho para oautoconsumo do Paraná. Pergunta-se, então, qual odestino dos quase 2,5 milhões de toneladas restantes?"

O relatório da comissão destaca que "no Paranáobserva-se uma absoluta falta de programação préviapara estabelecer os trechos e as disponibilidades ferro­viárias. Faz-se necessária uma interação absoluta entrea Rede Ferroviária Federal e aCFP. Transportes ferro­viários foram realizados por rodovia e vice-versa.

A comissão considera que a direção da CFP não tinhaamparo legal para delegar às cooperativas competênciapara contratar fretes com recursos públicos. O relatórioobserva que "estas entidades, sendo da iniciativa priva­da, não necessitam submeter-se a regras oficiais de lici­tação, mas o que não está correto é a Cooperativa obterautorização para contratação por um preço e subcon­tratar por outro bem abaixo.

O BB RECEBE, MAS NÃO FISCALIZA

Brasília - Cabe ao Banco do Brasil parte da respon­sabilidade pelo desaparecimento de toneladas de milhoe arroz dos estoques governamentais. O banco recebeda Companhia de Financiamento da Produção (CFP)uma comissão de 2% sobre o valor das Aquisições doGoverno Federal (AGF) para fazer a fiscalização em3.800 pontos de estocagem mantidos pela CFP. No anopassado, o total das comissões pagas chegou a Cz$ 364milhões.

Os técnicos da CFP perguntam como podem desapa­recer oito mil toneladas do Armazéns Gerais Badotti,em Cascavel, no Paraná, sem que os fiscais do Bancodo Brasil tenham visto, quando se sabe que o bancotem agência na cidade. O fato foi descoberto, por acaso,pejo pessoal da empresa estadual de classificação, quenão encontrou produto para classificar quando chegouao armazém.

Grande perda

Alguns técnicos governamentais consideram a situa­ção tão grave que temem elaborar programas de abaste­cimento com base nos dados de estocagem da CFP.Recomendam ao governo um amplo levantamento. dosestoques atuais, porque talvez não se tenha tudo quese pensa ter. Os mais pessimistas calculam que as perdasdevem chegar a mais de 1,5 milhão de toneladas, entremilho e arroz, se for considerada a quebra de qualidade.

A CFP diz possuir ainda em estoque 3.757 mil tone­ladas de arroz, sendo que 666 mil da safra 1987/88;1.984 mil da safra 1986/87; 1.022 mil toneladas da safra1985/86; 81 mil da safra 1984/85 e 4 mil toneladas desafras anteriores. Este volume deve' aumentar porqueas compras do produto da atual safia (1987/88) aindanão terminaram. Do volume total estocado, 1.310 miltoneladas estão em Goiás.

Quanto ao milho, os estoques ainda disponíveis che­gam a quase 2.3 milhões de toneladas, sendo que destetotal 47% estão em Goiás, enquanto os estoques noParaná correspondem a apenas 15%, apesar de aqueleestado ser o maior consumidor.

O SR. PAES LANDIM (PFL - PI. Pronuncia o sc­guinte discurso.) -Sr. Presidente, S" e Srs. Deputados,o Sr..Ministro da Irrigação visitou na semana passada,no d13 4, o Projeto Gurguéia, no Piauí. Uma penaque somente duas horas ocuparam a presença do Sr.Vicente Fialho naquela região.

A viagem do Sr. Ministro foi, portanto, um vol d'oi­seau. Uma lástima que ele não visitasse Bom Jesusreunisse os líderes e Prefeitos da região, do belíssim~ .vale do Gurguéia, a fim de sentir de perto as dificuldadesde um povo pobre numa região de riquíssimo potencial.

Bom Jesus, por exemplo, não tem sequer eletrificaçãorural nas margens do vale, que poderia ser a alavanca

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

do progresso do Piauí e do Nordeste. Celso Furtado,repito novamente aqui há mais de 30 anos já chamavaa atenção para o potencial do vale do Gurguéia, quenão tem sequer poços artesianos para compensar a faltade irrigação.

SI. Prcsidcnte, tenho sido aqui um ardoroso defensordas políticas de irrigação desenvolvida pelo MinistroFialho, que tem feito um extraordinário trabalho nodelta do rio Parnaíba e em todo Nordeste. É o grandeMinistro do Governo do eminente Presidente José Sar­ney.

Mas não me conformo com a ausência de uma políticadefinida para o vale do Gurguéia uma das mais férteisregiões do Nordeste, que exige uma ação conjunta anível de irrigação, eletrificação rural, educação rural,uma política agrícola, enfim que resgate o paradoxode terra dadivosa e fecunda com a esterilidade do ho­mem inerte, sem condições de operar a riqueza ali subja­cente.

No plano da educação para a agricultura, o Ministérioda Irrigação tem cometido erros até por falta de maisação conjunta com o MEC, a Embrapa etc. Bom Jesus,no vale do Gurguéia, São João do Piauí, no semi-áridopiauiense, é o maior lençol freátrico do Estado. Nosvales do Piauí e Canindé, e Luzilândia, no delta doParnaíba, há escolas agrícolas objetivando aparelharo homem do campo para a realização existencial, atra­vés do amnho da tcrra. Os três Municípios citados sãopólos decisivos de uma política realista de aproveita­mento dos vales dos rios correspondentes. O Ministérioda Irrigação tem ajudado outras escolas agrotécnicas,contudo.

Prccisamos de uma vontade política para enfrentarcom objetividade o problema e o paradoxo do valedo Gurguéia. O Projeto Gurguéia, burocratizado, emEliseu Martins, por si não é a instância única de solução.

Faço daqui um apelo ao Sr. Ministro da Irrigaçãopara que visite e conheça o vale do Gurguéia , a partirde Bom Jesus, convocando as lideranças da região edefinindo uma política para o aproveitamento do seuextraordinário e ilimitado potencial, associando irriga­ção com eletrificação e educação rural, que provocarãoa vinda de capital e tccnologia, ocasionando verdadeiroimpacto na região.

Ao ensejo da convenção dn PFL em Bom Jesus, nodia 5 do corrente, que lançou as candidaturas de JoséElvas Lustosa (Elvinha) e José Coelho Rosal, a Prefeitoe Vice-Prefeito, respectivamente tive oportunidade deobservar o sentimento de frustração das' lideranças polí­ticas daquele Município, que acabo de aqui registrar,pela não ida do Ministro Vicente Fialho ao núcleo fun­damentaI do vale do Gurguéia.

O SR. JORGE ARBAGE (PDS - PA. Pronunciao seguinte discurso.) -Sr. Presidente, quandop se colo­ca ma mesa do debate o problema da abertura demo­crática não faltam defensores que insitem em atribuir­lhe a paternidade da Nova República. Em assim sendo,impõe-se a cada brasileiro o dever de restaurar o averdade histórica, afim de que o esforço de um punhadode bravos, aquem se reconhece o mérito dcssa conquistacívica, não seja pelos vilões transfigurados em bonsmocinhos.

O processo de distensão política teve início no finaldo governo Geisel.

A Emenda Constitcional n" 11, de 15 de outubrode 1978, entre outras medidas que ampliavam os hori­zontes democráticos, com vistas da trasição aboliu obi-partidarismo e o instituto da infidelidade parrtidáriapa,ra permitir a filiação de Senadores, Deputados Fede­raIS, Deputados Estadual c Veradores a partido já cons­tituído e revogou os atos institucionais Federal, ressal­vados os efeitos dos atos praticados com base neles,excluindo-os apreciação judicial.

O ciclo revlucionário de 1964, tal como. preconizadop~r seus líderes maiores, dispunha a regatar o compro­misso de buscar o reencontro com a vocação demo­crática dopovo brasileiro. Desse modo, Geisel transfe­riua João Figueiredo o comando supremo da República,com ele o bastão de transição política, que sutentoue conduziu para rumos certos e seguros.

Na Mensagem n' 103, de 1979, encaminhada ao Con­gresso Nacional, O Presidente João Figueiredo deixouevidenciado o espírito obsessivo de apressar o fim doautoritarismo e implantar um regime de plenitude de-

Quarta-feira 10 2723

mocrática. Citarei alguns fragmentos do precioso docu­mento:

"Com a promulgação da Emenda Constitucionaln' 11, eccrrou-se o período do bipartidarismo nas­cido de acontecimentos histórico - a Revoluçãoem face da qual se criaram os dois Partidos: oque se formou para lhe apoiar o ideário em queapoiaria os programas de sucessivos governos eo que sf constitui em Oposição.

Com/passar dos anos, correntes de procedênciadiversas e convicções políticas até conflitantes con­fluíram para a única legenda, que é o instrumentoda expressão e luta .oposicionistas, merecendo estanão raro, o congnome de Federação de Oposições,tão grande a diferenciação, senão o antagonismopentre os que a integram, em concepções ideológicasoub doutrinárias, isto é, no que é fundamental aomilitante político.

No seio do próprio Partido do Governo, apesarde menor grau, ocorreram discordâncias fundadasnão apenas nos interesses legítimos ante o poder,mas em concepções sobre o destino da sociedade,do Estado, e a posição deste perante o homem,vale dizer, por motivos também doutrinários.

Nesta face de distensão, quando tantos brasi­leiros readiquiriram os direitos políticos, é neces­sário que se proporcionem condições mais favorá­veis de militância, abrindo-se a estrutura partidáriae modelando-a em bases estáveis, para que sembarreiras artificialmente construidas, todos possamtomar os caminhos que lhe pareçam mais úteis àluta democrática pelo poder e em favor do desen­volvimento nacional.

A Mensagem Presidencial finaliza com as seguin­tes sugestões, contidas em projeto de lei:"Precôniza-se seja revogada a proibiçã~' de c~liga­ção para a disputa dos votos majoritários, exce­tuando-se os mandatos pelo voto proporcional, aqual após o pleito, será o meio de aferir a expressãoeleitoral de cada partido I

Revoga-se, ainda a lei de sublegenda que perdeuseu objetivo no contexto multipartidário, circuns­crevendo-se o instituto ao Município, onde condi­ções locais impõe a disputa pela identificação comos estatutos e programas.

_E não é j~s~o qu~ adversários se unam em coliga­çao e correh~lOnáI!0s n~o se possam somar, igual­~ente para fins eleitorais no exclusivo plano muni­clpal, o que cm nada colide com o conceito aintegridade c a unidade do partido. '

Disciplina-se o problcmafinanceiro dos partidosatribuíido-lhes maiores recursos, ,

O Projeto regulamenta, em suma, a EmendaConstitucional n' 11, no que concernc aos PartidosPolíti~os. !'ropõe J.l0vos medidas para a fundação,Ol:g~mzaç.ao e funCIOnamento das instituições parti­danas a fim de que, dentro da problemática brasi­leira de hoje, possam ajudar o futuro que serámais democrático se ao esforço construtivo do Go­verno corresponder a crítica oportuna e esclarecidada Oposição. Os caminhos são diversos e até opos­tos, I!las a obra é comum.

O Projeto foi transformado na Lei n' 6.767, de 20de dezembro de 1979. Com ela fluiu o sistema pluripar­tidário, e graças ao liberalismo facultado na Emendan' 11 (art. 152 § 2', incisos I e 11), o País após umadécada e meia de regime autoritário havia de respiraro oxigênio da liberdade na prática alternativa do Poder.O triunfo das Oposições refletiu-se nas eleições geraisde 1982. A fusão dos partidos MDB e PP na siglaPMDB, fruto da inteligência política do então SenadorTancredo Neves, produziu a vitória de dez governa­dores, além de muitas unidades administrativas e ex­pressiva representação nas Casas Legislativas de todoo País. Não faltaram especulações questionando a possedos eleitos. O Presidcnte João Fugueiredo fortaleceuO compromisso de prosseguir o ritmo da transição, como que desfez o agouro das cassandras, que anunciavamo propósito dã'eternização revolucionária, na posse doPalácio do Planalto.

Vale esclarecer o episódio ocorrido com o projetode anistia do Governo aos brasileiros de 'variados mati-

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zes ideológicos, punidos pela Revolução. A Mensagemencaminhada ao Congresso Nacional tinha essência li­beral, no sentido absoluto de perdoar indistintamenteos beneficiários da anistia. Instado a respeito, o Presi­dente não tergiversou: "lugar de brasileiros é no Bra­sil" .

Este, contudo, não era o pensamento das principaislideranças antigovernistas. Na proposta que redigirame submeteram à Comissão Mista do Congresso Nacionalestavam formalizadas algumas restrições quanto à devo­lução dos direitos políticos aos que os tiveram cassadospelo Ato Institucional n' 5, de dezembro de 1968.

Recordo o diãlogo que mantive com o Presidente,na qualidade de Vice-Líder, ocasião em que expus apretensão do PMDB, nitidamente colidente com a doGoverno. De tal sorte era a obsessão pela concessãoda anistia ampla e irrestrita, que o Presidente não resis­tiu à emoção c desabafou:

"Você já imaginou pessoa da sua família no exíliopor motivo político? Tive na pele o caso do meupai!"

A revelação de uma conversa a dois, agora trazidaa lume, tem sentido único de tornar a verdade cristali­zada no livro que será legado pelo historiador às gera­ções do porvir. Elas precisam gravar nas consciênciasainda ressentidas de conhecimentos mais profundos arespeito do que era este País nos momentos sombriosque precediam o movimento revolucionário de 31 demarço de 1964 e no que ele foi transformado sob aégide de governos austeros que impulsionaram o seudesenvolvimento, colocando·o entre as oito principaisrotências econômicas do mundo conteporáneo.

Impõe-se agora memorizar a estratégia retirada dosparlamentares oposicionistas, que abandonaram o Ple­nário, sob apupos das galerias, para não votarem favora­velmente ao Projeto de anistia do Governo aos cassa­dos, com a perda dos mandatos e a suspensão dos direi­tos políticos por dez anos, assim como aos demais cida·dãos punidos pela Revolução. A tarefa foi cumprida,corajosamente, pelos Deputados e Sendores do PDSque, tanto quanto pensava o Presidente João Figuei­redo, recusaram admitir discriminações que excluiriam,entre muitos outros, exilados como Brizolla, Arraese Prestes.

A Nova República foi, isto sim, protegida, na suacampanha em favor das "diretas·já" para Presidentee Vice-Presidente da República, pelos eflúvios da liber­dade imperante em todo o País. O processo de aberturademocrática tinha a chancela de Figueiredo para garan­tir e assegurar o itinerário da transição e consolidaro estado de direito.

Ao Presidente José Sarney, cabe fazer justiça pelosistemático propósito de sustentar as rédeas do nossofuturo como povo vocacionado para o exercício da prá­tica democrática. Não tem sido fácil, diante da gravi­dade sócio-econômica que nos atinge. Registre·se, poroportuno, que neste particular, o astral do PresidenteSarney permanece cada vez mais elevado no conceitoda opinião pública. Muitas turbulências provocaramabalos no Governo, sem que o Presidentc perdesse ofair·play peculiar ao político experiente, mas tambémresignado e paciente no enfrentar a borrasca dos aconte­cimentos.

O ideário de março de 1964 ainda não tem inscriçãodefinitiva nas páginas da história brasileira. Sobre eleexistem fragmentos esparsos, alguns isentos, outrosmarcados de paixões e controvérsias. A verdade, po­rém, há de revelar entre o misto de erros e acertospraticados nos mais de vinte anos de regime autoritário,sob o domínio de govcrnos militares, que houve umsaldo positivo, consagrado em dois pontos fundamen­tais: a política do desenvolvimento integrado e o reen­contro com os postulados democráticos. Ambos nasci­dos com as origens daquele memorável espetáculo cívi­co que foi a "marcha da família, com Deus, pela liber­dade".

Era o que tinha a dizer.

o SR. GILSON MACHADO (PFL - PE. Pronunciao seguinte discurso.) -Sr. Presidente, Sr"e Srs. Depu­tados, dados preocupantes foram divulgados pelo IBGEcom relação ao nível de emprego e desempenho indus­trial em Pernambuco.

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

No que tange aos números da população efetivamenteocupada. constatou-se que a região metropolitana doRecife foi a que apresentou o maior índice de desem­prego com relação a outras capitais do País, atingindoredução de 5,06%. Recife, mais urna vez, ficou à frentedas regiões metropolitanas de Salvador, Belo Horizon­te, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre, em núme­ro de desempregados.

Note-se que nessas regiões analisadas, entre os mesesde abril e maio, constatou-se a criação de aproxima­damente 110 mil postos de trabalho no setor de serviços,o que ressalta o fraco desempenho do setor primárioda economia, já que, mesmo com a criação desses novospostos. os índices de desemprego se elevaram.

Já no que rcspcita ao desempenho industrial, Per­nambuco apresentou uma queda de 21 %! De acordocom os dados do IBGE, tal índice mostra a estabilizaçãodo ritmo de' queda da produção industrial como conse­qüência da redução que vinha sendo verificada nos últi­mos três meses no complexo álcool-açucareiro.

Dados comparativos, em que se apurou o desem­penho do setor primário entre os meses de janeiro amaio de 1988 e igual período de 1987, demonstraramresultados negativos para a região Nordeste, para aregião Sul, para São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia ePernambuco, sendo única exceção Minas Gerais, comum desempenho positivo de cerca de 3,0%, principal­mente devido ao comportamento das exportações.

Entretanto, enquanto São Paulo apresentou reduçãode 6,9% e a Bahia de 1,4%, em Pernambuco os dadoscolhidos indicaram uma redução de 21,1%, o que nosdeixa extremamente preocupados.

E não sem razão, já que uma redução de tal montaterá conseqüências gravíssimas sobrc a economia local,principalmente porque a retomada do crescimento, es­tando esse desempenho em níveis tão baixos, deman­dará considerável esforço da iniciativa privada e da au­toridade governamental, além de ser tarefa que nãose completa em poucos meses. O resultado é que Per­nambuco poderá ter sua economia gravemente compro­mc!ida por um longo período de tempo.

E sabido que o setor de serviços c o comércio sãomais ágeis que a indústria, na tarefa de clcvação daoferta de emprego. Sabe-se, também, que a chamada"economia invisível" é responsável pelo acolhimentode milhões e milhões de trabalhadores nas mais diversasatividades. Da mesma forma, as pequenas e médiasempresas são ágeis e possuem grande capacidade deabsorção de mão-de-obra. Ocorre, todavia, que essessegmentos da economia têm seu desempenho intima­mente ligado ao desempenho global do setor industriale do setor agrícola, exatamente aqueles onde não adian·ta raciocinarmos em termos de pequenos números. So­mente se pode atingir desenvolvimento satisfatório dospequenos se os grandes empreendimentos estiveremsendo administrados com liberdade de iniciativa, comapoio creditício indispensável, com boa capacidade decomercialização, o que pressupõe patamares razoáveisde remuneração da força de trabalho geral.

Então;o que se eonsidcra como necessário? Primeira­mente a definição de uma política governamental con­sistente e duradoura de controle da inflação, sem oque não poderá haver novos investimentos. Destaca-senesse contexto a necessidade extrema de redução dastaxas de inflação com conseqüente redução dos custosfinanceiros para o financiamento empresarial, não parase elevar diretamente o nível de consumo, mas parafacilitar a comercialização de bens e serviços, sem oque será vã a tentativa de crescimento da produçãoem qualquer dos setores.

Isso implica necessariamente uma política fiscal maisjusta, tanto para as empresas quanto para as pessoasfísicas, de quem depende, em última análise, a retomadado vigor do mercado interno.

Sabemos que a capacidade de exportação do Paísesbarra nas barreiras protecionistas, constantemente re­forçadas pelos países industrializados. Então, ainda qucsem abandonarmos o esforço exportador, teremos quecriar condições para a elevação dos padrões de consumointerno, campo esse em que ainda se tem grande mar­gem de ação.

E isso depende não apenas do nível de emprego e.dos níveis salariais, mas principalmente da questão tri­butária, já que qualquer redução fiscal induz ao cresci­mento do consumo e, conseqüentemente, da produção.

Agosto de 1988

Acreditamos que a tarefa primordial das adminis­trações estaduais e da Uião é trabalhar para recuperaçãodo mercado interno, adotando medidas de várias ordenspara a consecução desse importante objetivo, principal­mente no tocante à tributação.

É necessário, para Pernambuco, que o GovernadorMiguel Arraes esteja imbuído da necessidade de agirnesse sentido, não apenas no ãmbito de sua adminis­tração, mas também empenhando-se junto às autori­dades federais no sentido de obter providências tenden­tes a reduzir estatísticas tão alarmantes quanto umaredução de emprego de 5,06% e um percentual negativode 21 % no desempenho industrial, que coincidente­mente estão ocorrendo na sua gestão à frente do Go­verno de Pernambuco.

O SR. VASO COIMBRA (PMDB - RJ. Pronunciao seguinte discurso.) - Sr. Presidente. Srs. Deputados,dentro de algumas semanas. o Governo do Distrito Fe­deral fará, mais uma vez, a distribuição de imóveis paraa população de baixa renda.

Trata-se de um acontecimento digno das melhoresreferências, pois um dos mais graves problemas do Bra­sil de hoje, e não somente do Distrito Federal, é agrande carência de moradias.

Não se pode afirmar que é uma solução completado problema, porquanto seriam necessárias. no míni­mo, cento e vinte mil habitações, para um atendimentoimediato. Esse acontecimento, no entanto, leva-nos aatentar uma vez mais para uma questão muito séria:a falta de locais adequados, em que as populações maispobres do País possam residir com um mínimo de digni­dade e de conforto.

A própria crise econômica dificulta a liberação definanciamentos, por parte do poder público. Neste caso.quando uma unidade da Federação consegue ofereceralguma oportunidade aos cidadãos de baixa renda, ofato, além de qualquer citação. é um apelo a que sedesperte quem, de fato e de direito, dispõe de recursospara as soluções cabíveis, necessárias e urgentes.

O Governo do DistrÍto Federal, através do seu Secre·tário Extraordinário da Habitação, Benedito AugustoDomingos, empenha-se com habilidade e competência,de maneira a apresentar resultados como o que citamosaqui.

Além das moradias prontas. que serão proximamentedistribuídas, prepara-se um projeto que permitirá a dis­tribuição de lotes mbanizados, nos quais os preten­dentes à moradia serão responsáveis pela execução daobra das construções. Esta solução será um êxito ex­traordinário. porque diminuirá os custos cobertos peloPoder Público, facilitará e abreviará a construção dashabitações e beneficiará, ainda, a população de maisbaixa renda mensal.

Todos esses aspectos, na execução de planos, progra­mas e projetos de tão vasto aleance, justificam plena­mente as referências que fazemos neste plenário.

o SR. TADEU FRANÇA (PDT - PRo Pronunciao seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados.com suas plantações destribuídas pelas más condiçõesdo tempo e as pragas que herdaram das plantaçõesde soja dos novOs vizinhos sulistas, nOve famI1ias deíndios Kanela abandonaram o Maranhão e se fizeramretirantes rumo às terras à beira do rio Corumbá. nasimediações do Município goiano de Luziânia.

Afirmando que estão passando fome. o cacique Ida­maraí, emocionado até às lágrimas, lamentou junto àPresidência da Frente Parlamentar do Índio a absolutafalta de apoio da Funai, que lhes nega as condiçõesmais elementares para a sobrevivência e o plantio àsmargens do rio Corumbá.

"O povo Kanela é hoje o mais sofrido" - queixou-seIdamaraí. "Nossas crianças só têm para comer umasraízes de mandioca e agora estão muito fracas e doentes.Precisamos de sementes e ferramentas para abrir nossosroçados de milho, mandioca, feijão, abóbora e inhame,

_mas agora estamos, em Brasília, pedindo comida, por­que é fácil enxergar que o nosso corpo já é o corpodo homem que está passando fome.".

Injusto e desumano, o Presidente da Funai, RomeroJucá Filho. infame testa·de·ferro de mineradoras e ma­deireiras que invadem áreas indígenas, faz-se agora imoplacável algoz dos líderes indígenas, que,- em passadorecente, fizeram-se presentes em Brasília e integraram

Page 17: DIARIO DO CONGRESSO NACIONALimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD10AGO1988.pdf · Belo Jardim, Estado de Pernambuco. JOSÉ GENOÍNO - Carta endereçada ao Presi dente da CPI daCorrupção

Agosto de 1988

o disciplinado e respeitoso lobby das nações indígenas,que pela primeira vez na história do País vieram deviva voz a um Congresso constituinte pleitear com intei­ra justiça os seus direitos à vida e à liberdade.

Dois servidores Terena demitidos, um outro guaranie agora o compleio descaso ao drama do neo-retirautecacique Idamaraí - tudo isso é apenas parte da açãopérfida de Jucá à freute da Funai.

índios com fome rondando Brasília. Quanta vergo­nha! E então, Presidente Sarney, irá o seu governopermitir a morte à míngua de nativos de seu Estadode origem, ora acampados.em área do INCRA, às mar­gens do Corumbá, que apenas lhe pedem um poucode pão para poder trabalhar?

o SR. MAX ROSENMANN (PMDB - PRo Pronun­cia o seguiute discurso.) - Sr. Presidente, Sr" e Srs.Deputados, o Ministério dos Transportes acaba de libe­rar a importância de duzentos e cinqüenta milhões decruzados para prosseguimento das obras de construçãoda Ferroeste, os quais serão aplicados em projetos deengenharia no trecho Guarapuava - Goioxim.

Trata-se, sem dúvida, de mais um passo importanteno rumo da integração ferroviária do oeste do Paraná,região que, por sua vocação natural de grande celeiroagrícola, carece de maior eficiência no sistema de trans­porte.

Na mesma ocasião foi liberada a verba de trezentose trinta e cinco milhões de cruzados para a conclusãodo desvio Ribas-Tibagi, que contorna a cidade de PontaGrossa, o qual, com dezessete quilõmetros de extensão,vai possibilitar a transferência, para fora do centro da­quela importante cidade, da malha ferroviária que tem

.importante função no sistema regional de transporte.Também se acha em fase acelerada de execução o

corredor de exportação, que conta com recursos daordem de duzentos e vinte e ciuco milhões de dólares,provenientes do BNDES, do Banco Mundial, da inicia­tiva privada e da Rede Ferroviária Federal, o qual me·lhorará a malha ferroviária e os tertninais de grãos nasCidades de Londrina, Maringá, Guarapuava e Apu­carana.

Deve ser ressaltado, Sr. Presidente, que essas obrassão de fundamental importância para a economia doParaná e se inserem na política de intermodalizaçãodos transportes, a qual se baseia no princípio da efi­ciência.

o SR. FRANCISCO AMARAL (PMDB - SP. Pro­nuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sr" eSrs. Deputados, gostaríamos de dirigir, desta tribuna,veemente apelo ao Presidente Nacional da LBA, acadê­mico Marcos Vilaça, no sentido de promover reajustenos recursos de convênio assinado com o Centro deReabilitação Piracicaba, entidade assistencial que pres­ta atendimento a 120 deficientes físicos. Tal reajustepermitirá ao centro fazer em face das novas necessi­dades financeiras geradas pelo acionamento do gatilhosalarial de maio aos funcionários, por força de lei fede­ral, sem que o centro tivesse condições para cumpri-lo.

Sem recursos para sua manutenção, a entidade vemrecorrendo a campanhas, promoções beneficientes epedidos de subvenções às indústrias e ao comércio dacidade, medidas que têm resultado insuficientes parapermitir o atendimento das despesas. Em vista disso,o centro encontra-se na iminência de encerrar suas ativi­dades, medida extrema que causaria grandes danos àpopulação atendida e à comunidade carente local.

Outra medida que merece o nosso apoio é o aumentodo número de vagas, que o centro vem pleiteando hámais tempo junto à LBA, com o intuito de ampliarseu atendimento a um maior número de pessoas neces­sitadas.

Confiamos no elevado espírito de justiça do Dr. Mar­cos Vilaça e no seu incansável apoio a causas sociais,que vem desde o tempo em que dirigiu, com seriedadee dinamismo, a implantação de centros sociais urbanosem comunidades carentes brasileiras. Por este motivo,acreditamos no êxito da reivindicação que ora defende­mos. Estamos certos de que o Centro de ReabilitaçãoPiracicaba continuará em pleno funcionamento, dandoprosseguimento aos relevantes serviços que presta aosnecessitatlos do município.

Era o que tínhamos a dizer, Sr.'Presidente.

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

OSR. PAULO MACARINI (PMDB -SC. Pronunciao seguinte discurso.) - Sr. Presidente, o PMDB recupe­rou a credibilidade da Previdência Social graças às efi­cientes administrações dos Ministros Waldir Pires, Ra­shael de Almeida Magalhães e Renato Archer.

Não houve milagre, mas competência e muito traba­lho: em 1985 aprimorou-se a arrecadação e as despesasde manutenção e de custeio foram minimizadas chegan­do ao final do exercício com saldo de caixa equivalentea dez por cento da receita anual como reserva técnica,com a certeza de que a Previdência Social é autofinan­ciável e até superavitária.

Tal esforço contou com o apoio da opinião públicae da imprensa, mas, nas suas entrelinhas, estão o traba­lho, a dedicação e o esforço de todos os servidoresda Previdência Social.

Por isto, em homenagem aos segurados e aos servido­res, transcrevo, a seguir, o depoimento prestado peloMinistro Renato Archer ao Jornal do Brasil, de 7-8-88:

"ASSEMBLÉIA NACIONAL CONSTITUINTEGabinete da Liderança do PMDB

As forças políticas que recuperaram a democra­cia para o Brasil recuperaram, também, a Previ­dência Social. Em março de 1985, falida e desmora­lizada, a Previdência era uma das heranças malditasdos regimes autoritários. Pois bastou um ano deadministração séria e competente do então Minis­trOWaldir Pires para a Previdência deixar de ser"um caso perdido de déficit crônico". Ela, enfim,tornou-se viável, administrável e capaz de se mo­dernizar para atender melhor a mais de 115 milhõesde brasileiros, do nascimento até a morte. Saneadaa Previdência, as bases de sua modernização foramlançadas por Raphael de Almeida Magalhães, quesucedeu a Waldir Pires. Nos nove meses de minhagestão, dei continuidade a estes programas, procu­rando aprcfeiçoá-Ios e consolidá-los. O PMDB sótem do que se orgulhar de seu trabalho na Previ­dência.

Ainda hoje há quem fale em "rombo" na Previ­dência. Rombo houve em 1984: 6 trilhões de cruzei­ros. Para 1985, os mais otimistas previam um déficitainda maior, de 8 trilhões, enquanto os pessimistaso estimavam em nada menos de 12 trilhões. Lem­bro-me da grave advertência que então se faziaao novo governo de que, no final de 1985, a bancar­rota da Previdência simplesmente quebraria o país.Aconteceu o que parecia impossível: ao invés dedéficit, superávit. Inaugurou-se nova etapa. A si­tuação superavitária repetiu-se em 86, em 87 e per­manece até hoje. Tive a honra e O prazer de passaro MPAS ao Ministro Jadcr Barbalho com um supe­rávit de 150 bilhões de cruzados, nas contas dossete primeiros meses de 88, e com um saldo emcaixa de 250 bilhões.

Este quadro pode se manter assim, se a criseeconômica não se agravar. É fundamental que apolítica de Previdência não sofra solução de conti­nuidade e seja ampliada cada vez mais pelos cami­nhos da democratização, descentralização e moder­nização. Por aí se devolveu à vida um organismodesenganado. Por aí se poderá ir transformandoa Previdência em poderosa alavanca de justiça so­cial.

Confesso que, ao assumir a Previdência, em finsde outubro de 87, pouco a conhecia. Meu irmãomais velho, Reny, havia sido presidente do IAPC(Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Comer­ciários) em 1947. Dele me vinha a idéia da impor­tância e complexibilidade do sistema. Waldir Pirese Raphael de Almeida Magalhães me falavam, fre­qüentemente, de sua abrangência, do imenso pesoburocrático, do mundo de fraudes e irregularida­des, do caráter de único ponto de socorro e apoiopara a maioria esmagadora da população. Mas foina prática do dia-a-dia que pude assimilar o realsignificado de tais referências. Waldir costumavadizer que a Previdência é o "ministério do povãobrasileiro". Já seu Arnaldo, antigo e dedicado fun­cionário, ascensorista que tem visto muita gentesubir e descer no MPAS, garante que este é "oministério dos pidões e reclamões". Entre estasduas realidades balança a Previdência. E seu futu-

Quarta-feira 10 2725

ro, sem menor dúvida, está em ser muito maisdos dos "reclamões" do que dos "pidões". Quemmais reclama é o povo e, em geral, com razão.

A Previdência, claro, reflete o quadro e os avan­ços econômicos, sociais e políticos do país. Filan­trópica nos tempos coloniais, corporativista no Im­pério e na República, s6 agora, com a redemocra­tização, a partir de 1985, marchou para a universa­lização de seus serviços. Dentro da mesma 16gica,a Constituinte vem de consagrar a unificação dosserviços de saúde, além de estabelecer conceitose normas que institucionalizam, em definitivo, aPrevidência Social como patrimônio de toda a sn­cleadc. Waldir Pires assinou os primeiros convênioscom os hospitais universitários, permitindo o aten­dimento a qualquer pessoa, independente de serou não contribuinte da Previdência. Foi o começodo fim da figura do "indigente", n6doa em nossalegislação, que humilhava e impedia o não contri­buinte de ter assistência médica do Estado.

A nova Carta, como sinal dos tempos, optoupelo amplo conceito de Seguridade Social, definidacomo conjunto integrado de ações de iniciativa dosPoderes Públicos e da sociedade, destinadn a asse­gurar os direitos relativos à saúde e à PrevidênciaSocial. É um salto à frente. Mais do que nunca,estas atividades constituem instrumento imprescin­dível para administrar as crescentes tensões sociais.Com elas, pode-se interferir no andamento dosconflitos e eliminar ou minimizar os efeitos de con­fronto em áreas vitais da sociedade. Elas funcio­nam, também, como canais de redistribuição derenda, possibilitando articulação entre o social eo econômico, vinculada a uma política de desenvol­vimento social efetivo. É um modo sensato de fazercom que os benefícios do crescimento econômiconão se acumulem apenas em alguns setores da so­ciedade. Lamento que muita gente neste país alndateime em desconhecer a elevada missão da Previ­dência e só a veja como "quebra-galho" social.Essa miopia já se revelou desastrosa em passadorecente. Não podemos deixar que volte a preva­lecer.

As responsabilidades do setor são gigantescas.Os grandes números da Previdência, registradosem 1987, falam por si:

O orçamento da Previdência de 1988 é sete vezesmaior do que o de 1987. Ele compromete 4 trilhõesde cruzados - cerca de 20 bilhões de d6lares. Issoé a metade do orçamento global da União, do quala Previdência não participa. E supera o orçamentoda maioria dos países latino-americanos, tomadosisoladamente.

A receita da Previdência é constituída na suaquase totalidade pelas contribuições dos empre­gados e empregadores. A terceira fonte seria aUnião, que tradicionalmente não cumpre este com­promisso legal. Não cumpriu no passado. quandoera responsável compulsório por um terço da recei­ta previdenciária. Não cumpre hoje, nem mesmo,na função de empregador. limitando-se a repassaro arrecadado dos funcionários públicos alinhadosà CLT. Este ano, a Previdência deveria receberda União cerca de 520 bilhões de cruzados, O quecorresponderia a 14% do seu orçamento total. Nostrês últimos anos, as transferências da União, paracobrir despesas administrativas do MPAS, nãoatingiram 3% do orçamento da Previdência. Valefrisar e refrisar: a Previdência funciona como gran­de companhia de seguro. Seus recursos provêmda contribuição de seus associados. Logo, a Previ­dência é patrimônio deles, e não do estado. O go­verno deve administrá-lo, não em benefício do Es­tado, mas do público que o sustenta. Esse preceitobásico precisa ser respeitado com todo o rigor.

Metade dos 4 trilhões se destina o pagamentodos benefícios de aposentados e pensionistas e 1trilhão e 276 bilhões estão sendo investidos na mo­dernização dos serviços de saúde, através do SUDS(Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde),uma revolução em marcha num setor essencial,deflagradapor Rafael de Almeida Magalhães.

Page 18: DIARIO DO CONGRESSO NACIONALimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD10AGO1988.pdf · Belo Jardim, Estado de Pernambuco. JOSÉ GENOÍNO - Carta endereçada ao Presi dente da CPI daCorrupção

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Quando a nova carta entrar em vigor, a Uniãoterá que assumir, compulsoriamente, suas respon­sabilidades perante a seguridade, por força da nor­ma que determina a prévia aprovação do seu orça­mento pelo Congresso Nacional. Diante disso, emrespeito à futura Constituição, fizemos publicar,em junho último, o orçamento completo da Previ­dência, inclusive a parte da União. Essa parte pode­rá ser útil ao sistema, se eair o nível da arrecadaçãocm função do agravamento da crise econômica.Os dependentes da Previdência - milhões de pes­soas dos setores mais carentes e desassistidos dapopulação - é que não podem ser penalizadoscom a crise.

Seguindo à risca a política de recuperação dovalor dos benefícios, que havia sofrido brutal ero­são no período de 1979/84, concederçtos, em marçode 1988, reajuste integral segundo o Indice de infla­ção dos últimos 12 meses, inclusive o resíduo de26% não considerado pela política salarial vigente.Na mesma linha, o congelamento da URP não atin­giu as aposentadorias e pensões.

Preocupados com os constantes atrasos no paga­mento do reajuste das aposentadorias e pensões,que às vezes atingiam a mais de 90 dias, lançamosos Carnês Verde c Amarelo, favorecendo 7 milhõese 400 mil segurados, que passam a ser pagos logonO início do mês seguinte ao da competência. Estamedida veio aumentar o valor real dos benefícios,já que eles chegam, sem atraso, no bolso dos segu­rados. A operação "atraso nunca mais" deveabranger, agora em setembro, todo o universo dosaposentados e pensionistas.

Concluímos, no fundamental, o proeesso de ca­dastramento dos segurados da área urbana - maisde 9 milhões de pessoas. Com as informações aíobtidas, a Previdêneia eriará seu primeiro bancode dados, indispensável à modernização do siste­ma, bem comO à supressão das fraudes e irregula­ridades. Os dados de cada benefício ficarão ao al­cance da mão nos terminais de eomputadores epoderão ser utilizados eom muito mais precisãoe velocidade. Além disso, os recursos economi­zados por este avanço poderão servir para melhoraro nível dos benefícios de aposentados e pensio­nistas.

O firme avanço do SUDS. por sua vez, já levou,neste ano, à mobilização dc todos os Estados eeapitais, bem como de um sem-número de muni­cípios no país inteiro. Sua base de convênios enormas de regulamentação está, no essencial, cons­truída. Os primeiros resultados práticos já se fazemsentir no atendimento à população mais necessi­tada. Mas ainda há muita luta pela frente parase aproveitar o máximo o imenso potencial doSUDS; graças ao qual o povo passa a dialogar dire­tamente com os responsáveis pelos serviços de saú­de. Essa nova relação - nunca é demais repetir- eosntitui uma eseola permanente de democraciae ativa participação na definição das prioridadeslocais.

Com o SUDS, não só intensificamos os progra­mas de recuperação da rede ambulatorial e hospi­talar pública, como iniciamos a reestruturação emprofundidade do INAMPS. Procuramos ajustar adireção-geral deste Instituto às suas novas funçõesuo processo descentralizador. Extingüimos as supe­rintendências regionais e, no seu lugar, criamoseseritórios regionais, encarregados, exclusivamen­te, de acompanhar e fiscalizar os vultosos reeursosrepassados aos Estados e Munieípios para aplicaçãoem saúde. Dos 120 mil funcionários do INAMPS,114 começaram a ser transferidos para os Estados- uma reforma administrativa sem precedentesem nossa história. Sempre se falou muito em des­centralização de órgãos públicos federais. Nós de­mOs o grande impulso inicial. A rede de ambula­tórios, centros de saúde e hospitais - ao todo,centenas de unidades - passa à responsabilidadeadministrativa dos Estados e Municípios. E todaesta descentralização é realizada sob severo con­trole e fiscalização, de modo a que sirva única eexclusivamente à saúde dos brasileiros.

Na luta pela modernização da Previdência, insta­lamos mais de 500 microcomputadores nas unida-

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

des de ponta do sistema, o que resultou em sensívelmelhoria da arrecadação, como demonstra a per­formance dos sete primeiros meses deste ano. Estainformatização propieiou a eriação e funcionamen­to de um sistema de planejamento físico e finan­ceiro absolutamente inédito no serviço público.

Quanto ao fato maior da vida brasileira hoje- a elaboração da nova Constituição -, cabe des­tacar que a Previdência se empenhou ao mãximopara prestar todo apoio ao trabalho dos consti­tuintes. Acompanhamos cada lance, cada inieia­tiva, cada palavra, informando sobre a conveniên­cia, o impacto social e financeiro das dife~~tespropostas' apresentadas. O texto aprovado sobreSeguridade Social reflete, naturalmente, soluçõesnegociadas e, embora não seja o que julgamosideal, incorpora antigas e justas reivindicações detrabalhadores e aposentados. Sua coneepção fun­damental retrata o que há de mais avançado emproteção social, estendendo-a a todos os cidadãos,especialmente na atenção à saúde e assistência so­cial.

Ao melhorar benefícios, superar injustiças inter­nas do sistema previdenciário e criar novos encar­gos, é evidente que o projeto aumenta as despesasda Previdência. Os constituintes, no entanto, tive­ram o cuidado de fazer com que o impaeto detais despesas só venha a oeorrer mediante perfeitaadequação entre o plano de benefícios e sua estru­tura de financiamento, em projeto a ser apresen­tado pelo exeeutivo ao Congresso e tendo até 30meses para entrar em vigor.

Mantidas as novas fontes de financiamento jáaprovadas e admitido um mínimo de bom sensOe competência na regulamentação qeu se deve se­guir à adoção da Carta, posso com plena responsa­bilidade afirmar que não há risco de desequilíbriofinanceiro na Previdência.

Mas quem pensar que esta é uma herança tran­qüila, engana-se. Por mais que tenhamos andado,por mais generosas que seja mas sementes queplantamos, não posso deixar de reconhecer: aindaestamos muito distantes da Previdência necessáriapara um Brasil justo e moderno. Por isso, todotrabalho é pouco. E qualquer desvio de rumo podeser funesto."

Em resumo, a partir de 1985, os números revelama grandiosidade de entidade:

Segurados contribuintes ......... 29 milhões e 500 milBenefícios em eadastro 11 milhões e 900 milConsultas médicas 237 milhões e 500 milInternações 11 milhões e 500 milAtendimentos na LBA 20 milhõesAtendimentos na FUNABEM 600 mil

E TIOS dão a certeza e a esperança que a PrevidênciaSocial se constituirá no grande instrumento de tranqüi­lidade para os trabalhadores urbanos e rurais.

Era o que tinha a dizer.

o SR. SIQUEIRA CAMPOS (PDC-GO. Pronunciao seguinte discurso.) -Sr. Presidente, Sr" c Srs. Depu­tados, muito estranha a forma eomo procederam certasautoridades federais no caso de anulação de leis quecriaram alguns Municípios goianos, porque essas autori­dades resolveram representar contra os novos Municí­pios, sem sequer procurarem informações às autori­dades estaduais e tomarem conhecimento da realidadedas diversas comunidades emancipadas pela Assem­bléia Legislativa e pelo Governo do Estado de Goiás.

Ê difícil compreender como possa ser argüida, agora,a inconstitucionalidade ou a ilegalidade da criação dedezenas de Munieípioscriados há muitos meses, quandoas suas populações já se organizaram e estão preparadaspara realizar as eleições dos seus prefeitos, vice-pre­feitos e vereadores e estarmos a noventa e seis diasdas eleições municipais.

Sabendo da forma criteriosa e responsável com quesempre atuam o ilustre Presidente do IBGE, Dr. Cha­reIs Curt MuelIer, e o Procurador-Geral da República,Dr. Sepúlveda Pertence, dirijo-lhes o mais instante

Agosto de 1988

apelo no sentido de sustaram a apresentação de novasrepresentações contra a eriação de Municípios no Esta­do de Goiás, especialmente daqueles que se situam alémdo paralelo de 13', na área do futuro Estado do Toean­tins.

Com a criação do Estado do Toeantins, milhares defamílias migrantes estão chegando aos diversos Muni­cípios de suas regiões, preferindo os que foram recente­mente criados e que são alvo de ação do IBGE e daProcuradoria Geral da República.

Necessário, pois, que sejam mantidos aqueles Muni­cípios para que contém os seus antigos, novos e futuroshabitantes com uma estrutura de apoio, mesmo quede condições mínimas, para se fixarem, viverem e traba­lharem no novo Estado da Federação brasileira.

Os Municípios criados na área do Estado do Tocan­tins devem ter tratamento especial, em razão da singula­ridade que envolve aquela área, que, ao conquistar suaautonomia. provocará profundas e benéficas mudançasna vida nacional.

De fato, a eriação do Estado do Tocantins promoveráo aeeleramento do processo de desbravamento, ocupa­ção e integração da Amazônia e do Centro-Oeste e,conseqüentemente, da mais racional distribuição da po­pulação pelo nosso território.

O Tocantins será o novo objetivo, o novo destinode eentenas de milhares de brasilciros que hoje estãoenvolvidos na perversidade das favelas, do minifúndio,da falta de oportunidade e de espaços, passando fome,desassistidos, vivendo nas mais tristes e duras condiçõesde miséria e de violência.

Pelas razões expostas e tendo em vista a necessidadede encaminhar, da melhor forma possível, a soluçãodos diversos problemas que afligem o povo brasileiro,reitero o apelo que, há pouco formulei, no sentido denão mais serem feitas representações contra a eriaçãode Municípios na área do futuro Estado do Tocantinse de serem retiradas as representações que foram feitas,antes, ao Supremo Tribunal Federal.

Ao concluir, Sr. Presidente, levo a certeza de veratendido o apeJo que formulei em nome dos homense mulheres que habitam as comunidades que conquis­taram, após duras e longas lutas, a emancipação.

Todos aguardamos, sob a maior emoção e cheiosde esperança, a decisão favorável do Procurador-Geralda República e do Presidente do IBGE.

Era o que tinha a dizer.

O SR. PRESIDENTE (Elias Murad) - Está findoo tempo destinado ao Pequeno Expediente.

Vai-se passar ao Horário de

v - COMUNICAÇÕESDAS LIDERANÇAS

O Sr. Maurílio Ferreira Lima - Sr. Presidente, peçoa palavra para uma comunicação, como Líder doPMDB.

O SR. PRESIDENTE (Elias Murad) - Tem a palavrao nobre Deputado.

O SR. MAURÍLIO FERREIRA LIMA (PMDB­PE. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs.Deputados, a imprensa, ontem, noticiou as palavrasdo Sr. Ministro da Previdencia e Assistência Social.Jáder Barbalho, no momento em que empossava o Se­cretário-Geral da Previdência, Sr. Dalile Guerra Mace­do. Dizia S. Ex'. o SI. Ministro: "Aqui continua oPMDB e continua o Governo José Sarnev."

Sou peemedebista e quero aqui me definir comopré-histórico. Hoje, o Ministro da Previdência e Assis­tência Social, que ontem dizia que ali continuava oPMDB, estava na televisão dizendo barbaridades. Digobarbaridades porque as afirmativas do Sr. Ministro vãode eneontro a toda a luta histórica do PMDB para resta­belecer, não só no Congresso Nacional como na Assem­bléia Nacional Constituinte, os direitos espoliados dosaposentados brasileiros e conquistas sociais que atingeme beneficiam os idosos, as donas·de·casa e outros.

O Ministro que hoje falava na televisão não é Ministrodo PMDB. Ministros do PMDB foram Renato Archer,Raphael de Almeida Magalhães e Waldir Pires. O Mi-

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Agosto de 1988

nistro Renato Archer, por exemplo, deixou o cargoquando instituiu um grupo para simular, nos computa­dores, os custos dos benefícios sociais, aprovados pelaAssembléia Nacional Constituinte, no orçamento daPrevidência Social. Teve S. Ex' a coragem de, antesde deixar o Ministêrio, convocar a imprensa e, colo­cando preto no branco, distribuir documento para aAssembléia Nacional Constituinte afirmando que a Pre­vidência Social tinha toda as condições de suportar oscustos dos benefícios e direitos aqui aprovados.

Graças à aprovação desses benefícios os aposentadosbrasileiros - mais de onze milhões, dos quais muitosse aposentaram há oito, dez anos, com cinco, seis salá­rios mínimos, e hoje não recebem salário - sete mesesdepois de promulgada a Constituição brasileira, terãoseus proventos reajustados. Lembramo-nos dos idosossem renda, como deve lembrar qualquer país capitalistacivilizado do mundo, que receberão um salário mínimoda Previdência Social, bem como os deficientes semfonte de renda.

O Ministro Renato Archer deixou a Previdênciaquando o Presidente da República, mentindo. inquie­tando a Nação. veio atacar a Assembléia Nacional Cons­tituinte e dizer, inclusive, que tínhamos quebrado aPrevidência Social e transformado o Brasil num paísingovernável.

O País está ingovernável por ausência de governo.O Presidente faltava com a verdade, e o seu Ministrorecusou-se a permanecer no Governo, pois tinha nasua gaveta documento - que havia enviado a S. Ex'- segundo o qual a Previdência dispunha de recursospara pagar esses benefícios. Hoje o novo Ministro ­não da Previdência, mas o Ministro de Sarney - vemà televisão c mostra claramente que o Governo do Presi­dente Sarney, mancomunado com as multinacionais,com a direita e com as forças conservadoras deste País,deseja o retrocesso, pretende rasgar o texto constitu­cional.

Por que o Ministro não teve coragem de se referir.hoje, no seu pronunciamento, ao documento divulgadopelo Ministro Renato Archer? Limitou-se S. Ex' a dizerque o Governo não era contra os benefícios, os aposen­tados, os idosos, os deficientes, as donas-de-casa, ostrabalhadores em geral. mas que não tinha recursospara pagar tais benefícios que instituímos na Consti­tuinte. Faltou com a verdade o Ministro Jáder Barbalho.como também o Presidente José Sarney. Posso aqui,em nome da Liderança do PMDB, dizer que este nãoé o Ministro do PMDB; este é o Ministro do GovernoSarney, que, a serviço do capital multinacional e dadireita mais reacionária deste País, pretende que todasas conquistas soci!iÍs sejam reduzidas a nada, sejamreduzidas a zero. E necessário que a resistência ocorranão apenas por parte do grupo progressista do PMDB.mas de todos os partidos que aqui votaram, em benefíciodos trabalhadores brasileiros. É preciso também queos aposentados, a classe trabalhadora se mobilizem,porque, apesar de o Presidente Ulysses Guimarães terdado um troco muito sério ao pronunciamento do Presi­dente da República, a conspiração contra a AssembléiaNacional Constituinte continua se aprofundando. Hojeela é muito mais densa e envolve inclusive o PoderJudiciário, em cujos privilégios não tivemos a coragemde tocar. Um dos maiores erros que a Assembléia Na­cional Constituinte cometeu foi o de não haver se apro­fundado nas mudanças que deveriam ter sido feitas noPoder Judiciário brasileiro. Ontem e hoje um Ministrodo Supremo Tribunal Federal juntou sua voz ao coroda Presidência da República, das multinacionais e dosmilitares contra o texto que aqui votamos. Portanto,repudio as declarações do Ministro Jáder Barbalho, queconheci ainda exilado em Paris, quando o primeiro gru­po parlamentar, em 1976, procurou contato com osbrasileiros que viviam no exterior. Naquela época S.Ex' era um Deputado vinculado ao grupo autêntico.Quero dizer que, tanto no Governo do Pará como nasdeclarações prestadas como titular do Ministério da Pre­vidência Social e também por ocasião de sua passagempelo Ministério da Reforma Agrária, o Ministro JáderBarbalho não faz jus ao seu passado de parlamentarvinculado ao grupo autêntico e ao programa históricodo PMDB. Hoje ele é o Ministro de Sarney. É o Minis­tro que falta com a verdade, porque não tem a coragemde, na televisão, dizer que os estudos feitos pelo Minis­tro Renato Archer eram infundados. Que se previnam

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

os aposentados e os assalariados brasileiros e, juntoscom a maioria dos Constituintes que votam pelas con­quistas sociais, façam em face desta conspiração quequer transformar o texto da nova Constituição numpapel que venha a ser simplesmente pela manutençãodos privilégios da classe dominante brasileira.

Durallte o discurso do Sr. Maurílio Ferreira Li­ma, o Sr. Elias Murad, artigo 76 do RegimelltoInterno, deixa a cadeira da presidência. que é ocupa­da pelo Sr. Joaquim Bevilácqua, artigo 76 do Regi­mellto flltemo.

A Sl" Maria de Lourdes Abadia - Sr. Presidente,peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Joaquim Bevilácqua) - Tema palavra a nobre Deputada.

A SRA. MARIA DE LOURDES ABADIA (PFL ­DF. Sem revisão da oradora:) - Sr. Presidente, Sr"c Srs. Deputados, eu não poderia deixar passar embrancas núvens este momento sem manifestar um posi­cionamento e um protesto. Todos estamos acompa­nhando, principalmente nós do Distrito Federal, o pro­cesso de indicação do próximo Governador de Brasília.E, mais uma vez, o critério, em pleno processo consti­tuinte, é ser amigo do Presidente da República. Brasília,indignada, tem procurado seus legítimos representantespara registrar o seu protesto. o qual quero fazer agora,nesta Casa, em nome deste povo e também em meunome. É uma vergonha que, apesar do processo Consti­tuinte, em que estamos consolidando a democracia emnosso País, o Presidente da República seja uma pessoaque tenha como critério de escolha ser amigo do Presi­dente. Nenhum Deputado da bancada eleita por Bra­sília foi ainda consultado para saber qual o programado futuro Governador e qual o conhecimento que eletem de Brasília. Quero que fique aqui registrado que,como representante deste povo _. fui a segunda maisvotada de Brasília, por isso tenho uma responsabilidademuito grande por esta cidade - vou ficar em vigma,vou cobrar o programa do Governador indicado peloSr. Presidente e verificar se ele conhece pelo menosuma das 94 favelas que circundam Brasília; se conhecepelo menos uma das oito cidades satélites; se sabe queuma passagem de ônibus de Ceilândia ao Plano Pilotocusta Cz$ 100,00 e que a demanda de moradias aquié de 180 mil famílias. É uma vergonha que Brasília,capital da República, que já foi modelo na saúde. naeducação, no transporte e na moradia, fique, mais umavez, uas mãos de quem não a conhece. Registro, pois,contra esse fato o meu protesto, em nome da populaçãode Brasília. (Palmas.)

O SR. PRESIDENTE (Joaquim Bevilácqua) - Poisnão, Sr' Deputada. Não há questão de ordem a resolver.

O Sr. Paes Landim - Sr. Presidente, peço a palavrapara uma comunicação, como Líder do PFL.

O SR. PRESIDENTE (Joaquim Bevilácqua) - Tema palavra o nobre Deputado.

O SR, PAES LANDIM (PFL - PI. Sem revisão doorador.) - Sr. Presidente, permita-me discordar daeminente Deputada Maria de Lourdes Abadia. A esco­lha do Governador do Distrito Federal, constitucio­nalmente, nos tennos vigentes, é competência do Presi­dente da República, que submete o nome do seu candi­dato ao Senado Federal. Essa é a tradição republicanano Brasil. O Presidente vai escolher, é claro, pessoaque conhece, mas o nome do indicado será submetidoao Senado Federal, que pode aceitá-lo ou não.

A eminente Deputada foi designada, há alguns anos,administradora de uma das cidades satélites de Brasília- fez excelente administração, por sinal -, mas, aoser escolhida pelo Governador, no regime militar, seunome não foi submetido a quem quer que fosse. Aescolha foi feita por conveniência política do Gover­nador de então. Sendo o cargo demissível ad nutum,não tinha o Governador de fazer consultas a quem assimo desejasse.

No caso de Brasília, o nome do futuro Governador,escolhido pelo Presidente da República, José Sarney,será submetido ao Senado Federal, que apreciará asqualidades do indicado para a alta investidura de dirigiresta capital. Parecem-me improcedentes e injustas asconsiderações que a eminente Colega Maria de Lourdes

Quarta-feira 10 2727

Abadia, uma das mais ilustres e competentes Deputadasdesta Casa, acabou de tecer sobre a escolha do futuroGovernador do Distrito Federal.

Quero ainda dizer que ontem assisti à posse do NovoSecretário-Geral do Ministério da Previdência Social.um conterrâneo ilustre, Dr. Delilc Guerra de Macedo,e registrar que o Sr. Ministro Jáder Barbalho, ao ensejoda posse, em nenhum momento deu a entender quedeixaria de dar continuidade aos planos vigentes naPrevidência Social, a respeito dos benefícios sociais pre­vistos pelos seus antecessores. O ministro fez a profissãode fé do seu partido e disse que a política da bandeirasocial continuaria de pé naquele Ministério. Acreditoque ele possa fazer algumas retificações, mas, em mo­mento algum, deixaria de dar seqüência à política socialtraçada pelo atual Governo da República, que vinhasendo executada pclos antecessores do Ministro JáderBarbalho.

Aproveito o ensejo para parabenizar o Sr. MinistroJáder Barbalho pela escolha do seu Secretário-GeralDelile Guerra de Macedo, que já exerceu na Repúblicavários cargos, inclusive na Zona Franca de MaIfi!us.Foi S. Ex' assessor, na área econômica, desse grandebrasileiro que é João Camilo Pena. no Ministério daIndustria e do Comércio; foi Presidente. por mais deuma vez, do Banco da Amazônia e Secretário-Geraldo Ministério da Reforma Agrária. É um homem alta­mente competente, dinâmico. inteligente. de famíliamodesta do Piauí, que se vem sobressaindo graças aoseu talento. Ainda sobre sua família, cumpre-me dizerque provém de Curimatá, a quase 700 quilometros deTeresina, uma pequena cidade, e seu irmão é hoje Presi­dente da Organização Pan-Americana de Saúde, tendoperdido por apenas um voto. para o representante doJapão, a direção da Organização Mundial de Saúde.

É realmente uma faml1ia extraordinária, dotada demuita inteligência. E Delile Guerra de Macedo, Sr.Presidente, é um dos melhores servidores e deste País.Reúne as duas qualidades que o saudoso Senador Mil­ton Campos costumava referir: saber técnico e sabe­doria política. Com muita sensibilidade política, temgrande dosagem de técnica, porque, com muita serie­dade, não se submete a injunções politiqueiras partidá­rias. Está sempre acima dos interesses menores e vem-sedestacando, ao longo de muitos anos, na vida públicabrasileira. que começou muito cedo nos quadros daSudene, sempre através do seu pr6prio mérito, seminjunção política de qualquer natureza. Esta foi umaescolha muito feliz, que orgulha o Piauí. E emboranão tenha vinculação político-partidária com aquele Es­tado, reconheço que a escolha fJi feita graças à compe­tência.

O então Governador Jáder Barbalho acompanhouo trabalho de Delile Guerra de Macedo, na Zona Francade Manaus, na Presidência do Banco da Amazônia.e tomou-se seu amigo e admirador. Delile provou suácompetência no Minis\ério da Reforma Agrária, quan­do, como Secretário-Geral, ajudou a implantação racio­nal dos assentamentos agrícolas no nosso País. Estimu­lou também o mÍJ;lÍstro na criação do Fundo Nacionalda Reforma Agrária, responsável pelo maior índice dedesapropriações de terras ocorrido nos últimos anosno Brasil.

Entendo que a presença do Ministro Jáder Barbalhono Ministério da Reforma Agrária, com sua políticade expansão da reforma agrária, impl'lntada no País,com o maior índice de desapropriação, foi muito signifi­cativa, pois S. Ex' manteve vivos compromissos comseu partido, no que diz respeito. à justiça social, quetem, na distribuição de terras um dos seus instrumentosmais eficazes.

Portanto, Sr. Presidente, quero aqui registrar a feliziniciativa do Ministro Jáder Barbalho de levar para aPrevidência Social um rapaz dinâmico, competente, quetenho certeza, ajudará a política de modernização eracionalização da Previdência Social, baseado na expe­riência dos seus trabalhos anteriores em outros cometi­mentos públicos, nos quais sempre se houve com muitacompetência neste País.

Era o que tiha a dizer.

O Sr. Jorge Uequed - Sr. Presidente. peço a palavrapara uma comunicação, como Líder do PMDB.

O SR. PRESIDENTE (Joaquim Bevilacqua) - Tema palavra o nobre Deputado,

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2728 Quarta-feira 10

o SR. JORGE UEQUED (PMDB - RS. Sem revisãodo orador.) - Sr. Presidente. Sr" e Srs. Deputados.ouvi hoje as declarações do Ministro da PrevidênciaSocial Jáder Barbalho, a quem conheci nesta Casa. Pas­sei a sentir enorme inquietação com suas declarações.pois colocam aqueles que trabalham na área da seguri­dade social no maior estado de preocupação.

Em primeiro lugar, S. Ex' demonstrou não conhecera Previdência Social, o que não é demérito, pois foijogado lá há poucos dias; em segundo lugar, demons­trou uma afinidade muito grande com o desastrado dis­curso do Presidente Sarney, feito à Nação, sobre a áreada Prevídência Social; em terceiro lugar 1 deixou intran­qüilidade entre aposentados e pensionistas sobre a pos­sibilidade de pagamentos de conquistas consagradas nanova Constituição. Essa preocupação aumenta porqueesse terceiro elo passa a enquadrar-se na seqüência daação organizada e orquestrada daqueles que não que­rem ver a Assembléia Nacional Constituinte concluira nova Carta, para impedir sua aplicação em 1989, equerem também impedir que a Assembléia proceda aosavanços que a sociedade exige.

( As declarações do Sr. Ministro colocam sua pastaem estado de preocupação principalmente para traba­lhadores, aposen!ados e pensionistas pois S. Ex' nãoconhece a área. E desculpável. Mas demonstrou estarafinado com o discurso de temor, de medo da estrutura,de criar a instabilidade, feito pelo Presidente Sarneyà Nação, há poucos dias. Com isso passa a gerar intran­qüilidade no meio daqueles que dependem da Previ­dência.

Por isso, Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados, comu­nico ao Ministro da Previdência que passo a analisaro comportamento do seu Ministério com elevado estadode preocupação, com temor de retrocesso pelo perigode prejuízos para trabalhadores, aposentados e pensio­nistas.

Era o que tinha a dizer.

O Sr. Amaury Müller - Sr. Presidente, peço a pala­vra para uma comunicação, como Líder do PDT

O SR. PRESIDENTE (Joaquim Bevilácqua) - Tema palavra o'nobre Deputado.

O SR. AMAURY MüLLER (PDT - RS. Sem revisãodo orador.) - Sr. Presidente, quero deplorar, em nomeda Liderança do PDT, as declarações inoportunas, de­sastradas, inconseqüentes e irresponsáveis do Ministrodas Relações Exteriores, Abreu Sodré, acerca de umacrise que, infelizmente, ainda persiste na América La­tina.

Na tentativa subdesenvolvida de rastejar aos pés dogrande capital, o Sr. Abreu Sodré teve a desfaçatezde confidenciar ao Sr. George Shultz, Secretário deEstado Norte-Americano, que a revolução sandinistaé a responsável pelo conflito que ainda grassa na Amé­rica Central. e foi mais longe. Ele teve o topete depedir a democracia para nicarágua.

Quero dizer ao ilusrre Ministro que este não é ofulcro da política externa brasileira. O Brasil, nos forosinternacionais, tem defendido, com dignidade e altivez,os princípios da autodeterminação dos povos e da não­ingerência na vida interna de outras nações. Autodeter­minação significa respeitar a vontadedo povo da Nicará­gua de construir, com suas próprias forças, com suarevolução, seu futuro e sua história. Não cabe ao Sr.Abreu Sodré, supostamente falando em nome do Go­verno e do povo brasileiro, apenas para bajular o inte­resse do imperialismo norte-americano, formular tãograve e despropositada acusação. Foram os EstadosUnidos, com a pretensão de serem a palmatória domundo e os guardiões da liberdade e da democracia,que invadiram a Coréia, na década de 50. E, mesmoderrotados, deixaram o país dividido. Depois, com omesmo pretexto, invadiram o Vietnã, e lá foram humi­lhados nos arrozais pelos gnerrilheiros vietcongues eexpulsos do país, mas deixaram as suas marcas, as suasseqüelas. E depois dessa humilhação a que foi subme­tido o mais poderoso e mais bem treinado exército domundo, invadiram a pequena e indefesa ilha de Granadapara tentar restabelecer a imagem grotesca do "Ram­bo", do soldado imbatível, da "verdadeira" democra­cia., da "verdadeira" liberdade.

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

E agora vem ao Brasil o Sr. George Shultz, cercadopor 45 guardas-castas-que recebem quatro mil dólarespor mês e mais mil dólares por dia de serviço - parapressionar o débil e fraco Governo brasileiro com rela­ção não apenas à questão da Nicarágua, mas tambémao § 2' do art. 177 do texto constitucional até aquiaprovado, que dá preferência à empresa brasileira decapital nacional na compra de bens de serviço parao Poder Público.

O Sr. George Shultz não veio fazer uma visita decortesia. Veio com seus pistoleiros chamados, de guar­da-costas, pressionar este Governo fraquíssimo e covar­de para mudar a sua política externa e passar a fazero jogo do imperalismo internacional.

Por isso, Sr. Presidente, nesta intervenção, querorepudiar não apenas a presença indesejável, na semanapassada, desse porta-voz do desrespeito aos direitoshumanos, do grande capital internacional, como tam­bém a atitude pusilãnime e covarde do Ministro AbreuSodré, tentando alterar aquilo que constitui a essência

. da política externa brasileira: o respeito às indepen­dências nacionais.

Por último, e espero que V. Ex' me permita, querotambém, em nome da Liderança do PDT, manifestara minha preocupação com 9s desdobramentos políticose as conseqüências econômico-sociais da greve defla­grada pelos funcionários da Comissão de Financiamentoda Produção.

A Liderança do PDT deseja expressar o seu irrestritoapoio ao movimento e apelar para o Presidente Sarneye para o Ministro da Agricultura no sentido de queobriguem a diretoria da CFP a cumprir o acordo coletivode trabalho celebrado entre as partes, cuja renovação,nas bases acertadas, teria vigência a partir de l' deagosto último. Não se pode ignorar que O desrespeitoa esse acordo, o que a diretoria da CFP vem fazendo,precipita acontecimentos profundamente graves à pró­pria economia nacional. Está aí a safra de' verão, aser comercializada via Comissão de Financiamento daProdução. As AGF e EGF estão paralisadas. O agri­cultor não conseguirá vender o seu produto se tal parali­sação persistir e se os trabalhadores não tiverem plena­mente atendidas as suas justas reivindicações.

Fica o Governo alertado para mais este grave erroque está cometendo, na medida em que atropela e des­respeita os direitos dos funcionários da Comissão deFinanciamento da Produção.

O Sr. Doreto Campan~i - Sr. Presidente, peço apalavra para uma comunicação, como Líder do PMDB.

O SR. PRESIDENTE(Joaquim Bevilácqua) - Tema palavra o nobre Deputado.

O SR. DORETO CAMPANARI (PMDB - SP. Semrevisão do orador.)-Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputa·dos, traz-me à tribuna neste instante o fato de queeu. na condição de médico, não poderia ficar em silênciodepois da notícia que estarreceu o Brasil todo, divulgadana noite de ontem pela Rede Globo. Também "O Diá·rio Popupar" de ontem e "O Globo" de hoje anunciamque bebês seriam saerifidados nos Estados Unidos. Emresumo. haveria um verdadeiro tráfico de crianças brasi­leiras aprisionadas no Paraguai. em Assunção. São setecrianças que provavelmente estão sendo vítimas de trari­co para os Estados Unidos. A imprensa noticia quepagam eerca de três mil cruzados por bebê e que osprováveis receptores norte-americanos não se preocu­paln muito com a higidez das crianças., isto é, com ofato de terem muita saúde.

Chega-se, pois, a creditar que realmente essas crian­ças seriam saerificadas nos Estados Unidos, tendo seusorganismos depenados - este o verdadeiro termo -,usando-se seus órgãos vitais para transplantes.

Sr. Presidente, não posso acreditar que isso estejaacontecendo. Que levem nosso ouro e tantos outrosminérios preciosos para o uruguai, que façam contra­bando do café, da soja, lesando o fisco, podemos acei­tar, porque o Governo não tem tido responsabilidadepara agir com rigor a fim de terminar com o contrabandono País. Mas não podemos concordar o sacrifício davida de uma criança, quando sabemos que só pode serdoador de órgãos para transplante um adulto conscientedo que está fazendo. A doação de um rim para umirmão, um parente ou um amigo é inteiramente gratuita.

Agosto de 1988

Sabemos que em países da Europa, como a Tchecoes­lováquia e a Polônia, um trabalhador que ofereça umórgão para salvar uma vida é remunerado pelos diasde trabalho que perde, uma vez que tem de ficar hospita­lizado. Mas não se pode, de maneira alguma, retirarórgão de uma criança. Isso seria absurdo! Mesmo doadulto com retardamento menta! ou de paciente grávi­das. cujo organismo está um tanto delibitado, não épermitido retirar órgãos para transplante.

Com relação ao transplante, o Brasil enfrenta umagrande crise. Há carência de doadores. A lei sobre oassunto é de agosto de 1968, mas há vinte anos estánas gavetas do Congresso Nacional para ser regu!a­mentada. Desgraçadamente, mais de cinqüenta mil bra­sileiros estão sendo tratados por hemodiálise, de ma­neira precária, porque não dispomos de equipamentopara repeti-Ia três vezes por semana. Temos perto dedois mil pacientes cardiácos à espera de um coração,e um milhão de cegos à espera de uma córnea. quandosabemos que 10% desses brasileiros poderiam recuperara visão mediante a ceretóplastia, ou transplante de cór­nea.

Os americanos também devem estar sofrendo a carên­cia de doação. Que façam, então, lei melhor para conse­guir doações pela conscientização da sociedade, paraque não lhes faltem órgãos. Não podemos permitir quecrianças brasileiras sejam vítimas. Isso é uma indig­nidade!

Queremos, como cidadãos que amam esta terra, queO Itamaraty e o Governo brasileiro tomem as devidasprovidências e punam esses patrícidas, esses inimigosda Pátria, esses mercenários que estão traficando crian­ças inocentes e indefesas. Isso é um crime!

Se o Governo não tomar provedências e não escla­recer o que está acontecendo, poderemos dizer quenossa Pátria é realmente a "Casa da Mãe Joana".

O Sr. Benedicto Monteiro - Sr. Presidente, peçoa palavra para uma comunicação, como Lider do PTB.

O SIl P"lESIDENTE (Joaquim Beviláqua) - Tema palavra o nobre Deputado.

O SR. BENEDICTO MONTEIRO (PTB - PA. Semrevisão do orador.) - Sr. Presidente, St' e Srs. Deputa­dos, antes de fazer a comunicação que me traz a estatribuna, desejo retificar as declarações do DeputadoPaes Landim. Lamentamos que S. Ex' não esteja pre­sente para ouvi-las. É a respeito da reforma agráriarealizada pelo Ministro Jáder Barbalho, quando aindano exercício desse alto cargo. Na realidade, S. Ex',durante todo o período que passou no Ministério daReforma e do Desenvolvimento Agrário, não promo­veu qualquer assentamento de colonos, de trabalha­dores ou de posseiros nas áreas prioritárias para a refor­ma agrária no Brasil inteiro. Quanto à famosa desapro­priação alardeada por S. Ex" quero dar um testrmunhodo que ocorre no meu Estado, o Pará. Nos Municípiosqe Marabá e São João do Araguaia a desapropriaçãobeneficiou apenas seis famI1ias, que receberam 1 bilhãoe 400 milhões de cruzados - uma soma fabulosa ­enquanto os castanhais desapropriados por esse fabu­loso dinheiro estão sendo invadidos. depredados e com­pletamente extintos naquela região.

Mas a minha presença aqui, Sr. Presidente, é parafalar sobre as eleições municipais. Como todos os parti­dos estão em falência, as candidaturas estão saindo,em todos os Municípios, acima dos partidos, ou foradeles, em funçáo de acertos e alianças que envolvemmuitas agremiações.

No meu Estado, por exemplo. tivemos li felicidadede encontrar nos quadros do PTB dois empresários,Said Xerfan e José Resende, que serão candidatos, res­pectivamente, a Prefeito e Vice-Prefeito de Belém.

Quero noticiar a esta Casa que a Convenção do PTB,realizada em Belém, no último sábado, teve o maiorapoio popular. Said Xerfan, que já ocupou a Prefeiturade Belém por 103 dias, dedicando esse período a cami­nhadas na periferia da cidade, na famosa área dos alaga­dos e nas baixadas de Belém, prometeu fazer um Go­verno exclusivamente dirigido para essa área carenteda cidade, onde está situada grande parte da nossa po­pulação. Sua liderança no meio empresarial, seu sucessonas empresas que dirige e todo seu trabalho realizado,não só no setor privado, como, recentemente, no públi­co, demonstram que a escolha do PTB foi certíssima.É também uma forma de evitar que a cidade caia

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Agosto de 1988

nas mãos de pessoas irresponsáveis -ou apontàdas poroutros que não estão vivendo o problema crucial dacapital do Pará.

Quero gratular-me com o povo de Belém por apoiarinteiramente o lançamento da candidatura Said Xerfan.Tenho certeza de que sua vitória será retumbante naeleição de 15 de novembro. E não só sua candidatura,mas também a de seu companheiro de chapa, um jovemdenodado, um empresário que vai, novamente reestru­turar a administração daquele Município.

Por isso, Sr. Presidente, Srs. Deputados, é que estoufazendo esta comunicação à Câmara dos Deputados.

Muito obrigado.

O Sr. Nilson Gibson - Sr. Presidente peço a palavrapara uma comunicação, pela Liderança da Maioria.

O SR. PRESIDENTE (Joaquim Bevílácqua) - Tema palavra o nobre Deputado.

O SR. NILSON GIBSON (PMDB - PE. Sem revisãodo orador.) - Sr. .Presidente Joaquim Bevilácqua ­alías, é um grande prazer para nós falar sob a Pres!­dência de V. Ex' -, Srs. Deputados, foi enviado aoDeputado Ulysses Guimarães, Presidente da Assem­bléia Nacional Constituinte, um documento vazado nosseguintes termos:

"Os Constituintes presentes â Mesa de negocia­ção das Lideranças manifestam sua extranhezadiante das declarações do Sr. Ministro Oscar Cor­rêa, a respeito do conteúdo do texto Constitucio­nal.

Contrariando louvável discrição que o SupremoTribumil Federal manteve até hoje, o Sr. Ministroinveste contra a Constituinte, exatamente na horaem que pesam sérias suspeitas de que setores anti­democráticos estejam procurando um confrontopara esvaziar o processo de reconstitucionalizaçãodo país.

A Constituinte, que tem repudiado, com vee­mência, esse tipo de investidas, todas as vezes emque Ministros de Estado, autoridades militares einclusive o Presidente da República tentaram dimi­nuir c espaço de sua sobreranía, não deve silenciardiante de dc.clarações impertimentes que visamcriar na opinião pública perplexidade prejudicialà consolidação da nossa vida democrática.

Encaminhando este manifesto a V. Ex', ficamosno aguardo de seu posicionamento, sempre vigo­roso e claro, e jamais omisso na defesa da Consti­tuinte. n

O Sr. Presidente, data vênia dos signatários dessedocumento, incluindo-se meu Líder Nelson Jobim, umdos homem mais cultos da Assembléia Nacional Consti­ruir.te, sou daqueles que defendem o direito que temo Ministro Oscar Corrêa de criticar, não somente comoprofessor, jurista ou magistrado, mas principalmente,no seu dizer, para advertir os Constituintes na votaçãoagora, no segundo tunio.

O Ministro Oscar Corrêa fez urna palestra na Associa­ção dos Advogados de Minas Gerais, para um seletoplenário integrado de advogados de Minas. Não poderiaS. Ex' deixar de discutir determinados assuntos concer­nentes à sua preocupação com o fortalecimemto doLegislativo em detrimento do Executivo e do Judiciário,conforme - no dizer de S. Ex'- o projeto em votação.Isso, segundo o Ministro, provocará uma movimentaçãodo Executivo junto ao Lesgislativo para ocupar maisespaço. Em conseqliência, o Judiciário será acionadopara resolver a questão e nilo terá forças suficientes,uma vez que o Supremo Tnbunal Federal prendeu po­deres. Matérias relacionadas com a vigência de leis fede­rais passarão para a instância do Superior Tribunal deJustiça, que será criado e ficará hieraquicamente abaixodo Supremo Tribunal Federal.

Aduz ainda o Ministro Oscar Corrêa. uma das maio­res cultura jurídicas do País, que o repasse de 47%dos recursos da União para os Estad::>s, determinadospelo Anteprojeto de Constituição. também foi um equí­voco que precisa ser modificado. S. Ex' considera queesses encargos terão de ser distribuídos. Caso isso nãoaconteça, a União será obrigada a emitir dinheiro paracobrir a despesa, aumentandÇl a inflação.

Srs. Deputados, a soberania da Assembléia NacionalConstituinte foi delegada pelo povo aos Constituintes.Portanto, salvo melhor juízo, a nova Constituição deve

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

ser elaborada participativamente, como realmente vemsendo feita. O povo tem apresentado sugestões, discu­tido com os Constituintes, qne representam determi­nados segmentos da sociedade brasileira.

Temos ainda a destacar que durante os trabalhos deelaboração da nova Carta política houve lobbies de di­versas áreas sociais mantendo contato direto como osConstituintes. Não vejo, pois, motivo para que os Cons­tituintes critiquem a palestra do ilustre Ministro OscarCorrêa, Presidente do Tr.ibunal Superior Eleitoral, Vi­ce-Presidente da mais alta Corte de Justica do País eque no próximo exercicio será Presidente do SupremoTribunal Federal.

Estamos em posição adversa. Alguns defendem a tesede que os magistrados deveriam silenciar sobre os pro­blemas nacionais. Divirjo desse ponto de vista. Soudos que defendem a tese de que·os magistrados, comoquaisquer outros representantes da sociedade brasilei­ra, têm o direito de apresentar sugestões e críticas aosproblemas e assuntos referentes à administração públicado País, principalmente na fase que atravessamos. Gos­taria também de salientar que esse manifesto é assinadopraticamente por aqueles que são identificados comoradicais da esquerda: José Genoíno, Ademir Andrade,Paulo Ramos, Roberto Freire. Este último, quaudo foiaberta a posição legislativa para que fossem inscritostodos os panidos polítícos, saiu do PMDB e teve acoragem e a dignidade de ingressar no Partido Comu­nista Brasileiro.

Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados, era essa a posi­ção que alguns comunistas abrigados no PMDB tambémdeveriam tomar, e não se acorbertarem no manto sagra­do do maior partido do País, que defende realmentea democracia e o povo.

Sr. Presidente, desaprovo ainda o atentado que so­freu Orepresentante dos Estados Unidos George Shultz,quando, com sua esposa, visitava a Bolívia. Reprovoigualmente o pronunciamento do ilustre DeputadoAmaury Müller - de quem discordo totalmente -,que tece considerações desairosas aO eminente MinistroAbreu Sodré, das Relações Exteriores. Considero aposição do Ministro Abreu Sodré conseqüente e respon­sável. Evidentemente, S. Ex' está investindo de poderespara falar em nome do Brasil sobre o ptoblema dasua Pasta. Quando S. Ex' disse, de maneira coerente,que os sandinistas estão criando desequilíbrio na políticaexterna da América Central, está corretíssimo, bemcomo quando finaliza suas declarações pedindo sejaimplantada na Nicarágua uma verdadeira democraciaparticipativa do povo.

Sr. Presidente, eram as considerações que tínhamosa fazer em nome do Líder Carlos Sant'Anna, da Maio­ria, e do Governo, nesta sessão da Câmara dos Deputa­dos, apresentando algumas contestações, principalmen­te prestando nossa mais irrestrita solidariedade ao mi­nistro Oscar Corrêa, que efetivamente merece o respei­to e a consideração de todo o povo brasileiro.

o Sr. Arnaldo Faria de Sá - Líder do PT - Sr.presidente, peço a palavra para uma comunicação

O SR. PRESIDENTE (Joaquim Bevilacqua) - Tema palavra o nobre Deputado.

O SR. ARNALDO FARIA DE §Á (PJ ~ SP. Semrevisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados,ainda hoje pela manhã, ouvia um dos Deputados fazercríticas ao candidato a Prefeito de São Paulo, pelachapa da qual faço parte, e querendo criar urna frenteanti-Maluf. Acho que com a abertura democrática, échegada a hora de parar com essas colocações. Quemquiser apóiar o candidato A, B, ou C que apoie, masvamos manter a campanha em nível elevado.

Creio qne nesse sentido é que daremos seguimentoà abertura democrática. E, mesmo sem ser seguidordo ex-Governador Paulo Maluf, temos de nOs lembrarque S. Ex' começou, juntamente com outros, a aberturademocrática do País, quando, em 1978 - ainda soba vigência do AI-5, os Presidentes de então, Geisele· Figueredo, já tinham indicado outro nome para Go­vernador de São Paulo - apesar de existência do AI-5,foi à convenção do partido e ganhou, tornando-se Go­vernador de São Paulo.

Em 1984, mesmo sabendo que Oresultado do Colégio.Eleitoral, em janeiro de 1985, lhe seria adverso, Paulo

Quarta-feira 10 2729

Maluf manteve sua candidatura até o final. tambémcontra o ex-Presidente Figueiredo, e permitiu a vitóriade Tancredo Neves, que ensejou a criação'da NovaRepública, sobre a qual não queremos entrar no mérito,nem fazer julgamento. Mas, apesar de o candidato aPrefeito, Paulo Maluf, querer manter a campanha emnível elevado e não partir para ataques, nem fazer suadefesa, jamais aceitarei quaisquer acusações, sem vira esta tribuna repudiá-Ias ou responder a elas nos termosem que forem assacadas. Ainda na quinta-feira, tivealguns problemas com o partido que represento, nasua direção nacional, que não queria a coligação. Eutinha a convicção de que na convenção do partido, dedomingo, iria ser unanimemente favorável à coligação,como o foi. Não obstante, resolvi, na quinta-feira, sextae sábado, enfrentar o problema e assim o farei todasas vezes. porque chega de se colocar na posição defariseu.

Vamos construir este País, porque é disso que precisa­mos. Aqueles que querem apoiar o candidato A ouB que o façam, mas de forma, acima de tudo, elevada.Fui convidado, sim, até à última hora a aceitar a compo­sição, a serviço daqueles que agora me estão tentandoatacar. Ora, se eu servia para ser vice dos fariseus,por que agora me querem atacar? Ninguém me atacaráimpunemente. Virei aqui e responderei a todos, a qual­quer hora e a qualquer momento, de modo elevado,e não da forma chá como aqueles que o fazem. Chega!É preciso uma democracia elevada para este País. Énecessário superarmos as dificuldades do momento.Aceitei a condição de vice, porque assÍIn posso conti­nuar trabalhando na Constituinte, no Cougresso Nacio­nal e, logo após, nas legislações ordinária e comple­mentar

Não ataquem, porque não me calarei. E é assim queagirei. Em busca da democracia que queremos, temosde ter liberdade de opção e de decisão.

VI- APRESENTAÇÃODE PROPOSIÇÕES

o SR. PRESIDENTE (Joaquim Bevilacqua) - OsSrs. Deputados que tenham Proposições a apresentar,queiram fazê-lo.

VICTOR FACCIONI - Projeto de lei que institucio­naliza a OTN como referência monetária nacional.

DIRCE TUTU QUADROS - Requerimento de in­formações ao Gabinete Civil da Presidência da Repú­blica sobre andamento do processo relativo ao grupoFinanceiro Coroa-Braste!.

- Requerimento de inmformações ao gabinete Civilda Presidência da República sobre compra de aeronavestipo F-5, pela Força Aérea Brasileira, aos Estados Uni­dos.

PAULO PAIM - Projeto de resolução que dispõesobre a remuneração dos membros do Congresso Nacio­ual e dá outras providências.

- Projeto de lei que dispõe sobre· a proteção do tra­balho do empregado doméstico e dá outras providên­cias.

OSVALDO BENDER-Projeto de lei que estabe­lece o limite de 100 quiiõmetros horários nas vias detrãnsito rápido nacionais.

RUBEN FIGUEIRÓ - Projeto de lei complementarque concede insenção do pagamento de impostos muni­cipais para licenciamento de bicicletas, aos respectivosproprietários.

RUBEN BRANQUINHO - Projeto de lei que insti­tui a figura jurídica "vínculo religioso l

'.

MAGUITO VILELA - Requerimento de informa­ções ao Instituto Brasileiro de Deseuvolvimento Flo­restal - IBDF sobre causas do incêndio ocorrido noParque Nacional das Emas.

PAULO RAMOS -Projeto de lei que fixa a jornadade trabalho Policial-Militar e Bombeiro-Militar e dáoutras providências.

DORETO CAMPANARI -Projeto de lei que In­troduz disciplina sohre o ensino agrícola no currículodos cuqos de l' grau. .

JOSE CAMARGO - Projeto de lei que cria adicio­nal sobre o salário de trabalhador que curse escola supe­rior particular.

Page 22: DIARIO DO CONGRESSO NACIONALimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD10AGO1988.pdf · Belo Jardim, Estado de Pernambuco. JOSÉ GENOÍNO - Carta endereçada ao Presi dente da CPI daCorrupção

2730 Quarta-feira 10

- Projeto de lei que acrescenta parágrafo. único aoart. 2' da Lei n' 4.266, de 3 de outubro de 1963, queinstituiu o salário-família do trabalhador.

- Projeto de lei que veda o corte no fornecimentode água por motivo de atraso no pagamento de tarifas.

MAX ROSENMANN'- Projeto dc lei que dá novaredação a dispositivos da Lei n' 3.857, de 22 de dezem­bro de 1960, que cria a Ordem dos Músicos do Brasile'disp6e sobre a regulamentação do exercício da profis­são de músico, e dá outras providências.

- Projeto de lei que modifica dispositivo da Lei n'5.991, de 17 de dezembro de 1973, que dispõe sobreo controle sanitário de comércio de drogas, medica­mentos, insumos farmacêuticos e correlatos, e deter­mina outras providências.

FRANCISCO AMARAL - Projeto de lei que dis­põe sobre a criação de Junta de Conciliação e Julga­mento em Matão. Estado de São Paulo.

ANT6NIO DE JESUS - Projeto de lei que instituio Dia Nacional do Fotógrafo Profissional e oficializano Brasil a comemoração do Dia Mundial da Fotografia.

PAULO ZARZUR - Projeto de lei que institui oDia Nacional da oração pela Pátria e Paz Mundial.

o SR, PRESIDENTE (Joaquim Bevilacqua) - Pas­sa-se ao

VII - GRANDE EXPEDIENTE

Tem a palavra o Sr. Victor Faccioni

O SR. VICTOR FACCIONI (PDS - RS)- Sr. Presi­dente, venho a esta tribuna para dizer que nunca oRio Grande foi tão esquecido e discriminado como ago­ra. pela Nova República. Espero. no entanto, que nãose confirme a notícia de que o Rio Grande do Sul seriapreferido nos projetos de fenol-acetona. MVC/PVC.para o Pólo Petroqímico de Triunfo.

O Governador Pedro Simon calcou sua campanhapolítica dizendo que chegava de o Rio Grande sofrerdiscriminações, e sua candidatura seria o resgate doatendimento dos interesses do Estado pelo GovernoFederal. S. Ex' mostrava até desconhecimento do seuEstado, pois o Rio Grande nunca foi tão atendido comonos governos anteriores - talvez não tanto quanto me­recesse. Merecia mais; porém diante de suas declara­ções, ninguém imaginaria o que eatá acontecendo, des­de a instalação do Governo da Nova República, emmatéria de desatendimento para com o Rio Grande;depois que assumiu o Governo do Estado o ex-Ministroda Agricultura do atual Governo Federal, é efetiva­mente caso de gerar o nosso mais vivo protesto. Aindaagora, Sr. Presidente - e este é o motivo principalque me traz à tribuna - a imprensa do Rio Grandedo Sul e a imprensa nacional destacam a discriminaçãoque estaria por sofrer o meu Estado. Espero que issonão venha a se concretizar com relação ao projeto defenol-acetona, MVC e PVC para o Pólo Petroquímicodo Rio Grande do Sul.

Referiu-se o Sr. Armando Guedes, Presidente da Pe­trobrás, em La Paz, Capital da Bolívia, à implantaçãoda planta de fenol-acetona no Pólo Petroquímico doRio de Janeiro, em detrimento da planta reinvindicada,com todas as condições de execução, pelo Pólo Petro­químico do Rio Grande do Sul. A criação de mais umaunidade de MVC/PVC coincidente com a do Rio Gran­de do Sul, e a transferência da planta de fenol-acetonade Camaçari para o Rio, prevista desde 1975 para oEstado, me traz a esta tribuna, como disse, para regis­trar meu protesto, em nome, tenho certeza, de todosos gaúchos.

Está aqui o nobre Deputado Paulo Paim, do RioGrande do Sul, que sei se inclui, com sua voz, nesteprotesto.

Sr. Presidente, estou renovando o pedido de convo­cação do Ministro da Indústria e do Comércio perantea Câmara dos Deputados. Há mais de um ano fiz asolicitação e durante este período houve diversas alega­ções, entre elas a do estado de saúde do então MinistroJosé Hugo Castelo Branco, que depois veio a falecerno cargo. Lamento seu falecimento e presto aqui minhashomenagens póstumas. Agora não temos Ministro masum dia o teremos. Se não.temos um Ministro titular,devemos um substituto. E seja quem for o Ministro,

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

o programa de Governo, a política de Governo é doGoverno como um todo. Como disse o Presidente Sar­ney - e a jornalista Ana Amélia de Lemos, do jornalZero Hora" , registrou - "a política econômica do Go­verno é exatamente a que foi aprovada pelos 21 Gover­nadores do PMDB". Jornal Está aqui: Zero Hora",página 18, dia 2 deste mês, Ana Amélia de Lemos,enviada especial à Bolívia, onde obteve a declaraçãodo Presidente Sarney. A política é do Governo; nãoimporta o Ministro. Estou renovando a sonvocação paraque o Ministro da Indústria e do Comércio, o substitutoatual ou o titular definitivo que um dia, quando esteGoverno decidir alguma coisa, viermos a ter, compareçaa esta Casa para debater no plenário toda a progra­mação da política industrial brasileira e, em particular.também da política de desenvolvimento industrial doRio Grande do Sul, onde se inclui o problema da expan­são do pólo petroquímico daquele Estado, a implan­tação do Gasoduto da Argentina, ao aproveitamentodo carvão nacíonaI, dentre outros itens de uma pautamaior.

Sr. Presidente. também estou encaminhando pedidode informações ao Governo a respcito do critério ado­tado para definir os projetos de expansão do SistemaPetroquímico brasileiro. O que o Governo pretendefazer com o pólo petroquímico do Rio Grande do Sul,uma conquista do povo gaúcho e de um governo doqual tive a honra de participar. O projeto do Pólo Petro­químico do Rio Grande do Sul foi elaborado pelo Go­verno Euclides Triches, do qual fui Chefe da Casa Civil.Encaminhado pelo Governador Euclides Triches aoGoverno Federal, veio a ter sua definição no ano seguin­te, quando já Euclides Triches não era o Governador.Triches plantou, seu sucessor colheu. e agora vemosque a expansão do pólo gaúcho pode ficar compro­metida pelo atual Governo.

Espero uma resposta n\pida do Governo a este pedidode informações para analistarmos melhor todas as deci­sões na política federal. Espero mais, como disse. quenão se concretize o ato discriminatório contra o pólopctroquímico do Rio Grande do Sul em favor de umnutro pólo petroquímico ainda inexistente. Perder paraum concorrente. para uma alternativa concreta. poderiaser até justificado em função de um todo consideradoou de uma de suas partes. Mas o Rio Grande não podeperder o projeto de expansão do seu pólo petroquímicopara algo inexistente. Assim, é o mesmo que lutar con­tra fantasmas.

A proposta de implantação de um novo complexopetroquímico não pode impedir o desdobramento dopólo gaúcho. Não se trata apenas de desconsideração,mas de malversação dc dinheiro público. Seria até ocaso de a nobre Deputada Dirce Tutu Quadros, quetanto tem atuado na área da fiscalização das contaspúblicas na Comissão de Fiscalização e Controle. inves­tigar. Seria a repetição do escândalo da Hidrelétricade Balbina, onde jogaram setecentos milhões de dólaresfora para construir uma usina hidrelétrica que não vaiproduzir energia elétrica, enquanto falta energia elétri­ca no Rio Grande do Sul para a expansão da indústriagaúcha.

Dentro desse esquema se insere também o problemada definição do gasoduto que deverá transportar gásnatural da Argentina para o Brasil, através do Rio Gran­de do Sul. O Presidente Sarney foi à Bolívia para conso­lidar o projeto de gasoduto boliviano. E o gasodutoargentino para o Rio Grande do Sul, como fica?

Já há dois anos, em agosto de 1986, através do Proto­colo n° 8, firmado com o Presidente Raul Alfonsin,foi levantada a possibilidade de construção do gasodutoBrasil - Argentina. ligando a Província de Entre Riose Porto Alegre. Entendemos a importância e o altosignificado que a construção de um gasoduto ligandoSanta Cruz de La Sierra a Corumbá tem para a econo­mia do Mato Grosso. O que não podemos aceitar, entre­tanto, é que o Rio Grande seja novamente preteridopor atitudes prejudiciais ao seu desenvolvimento, comas que vêm sendo adotadas a nível federal, em detri­mento do bem-estar da comunidade gaúcha.

É mais essa questão o caso de trazermos aqui o Minis­tro das Minas e Energia. S. Ex\ aliás, está convocadopor requerimento de minha autoria, votado pelo Plená­rio desta Casa, há mais de um ano, e aqui não compa­receu.

Agosto de 1988

Pois bem. pergunto agora: e a polítIca do carvão'?O carvão que está dormindo sob o solo e sobre asuperfície da terra gaúcha é desconsiderado enquantoo Brasil gasta dólares importando combustível e ener­gia.

Volto a dizer, não faltam recursos neste País. O quefalta são critérios, prioridades e responsabilidade parasua aplicação.

Mas se o Rio Grande está sendo discriminado e deixade ser atendido, o Governador do Estado, Pedro Simon,anuncia que está enviando ao Presidente da Repúblicauma mensagem de protesto, através do Vice-Gover­nador Sinval Guazzeli. Segundo Pedro Simon, o Presi­dente da República comprometeu-se a aprovar o proje­to de expansão do Pólo Petroquímico do Rio Grandedo Sul. o que estaria sendo desmentido agora pelo Presi­dente da Petrobrás.

Mas, Sr. Presidente, custo a acreditar que um assuntodessa ordem, do interesse maior da economia do RioGrande do Sul não seja capaz de tirar o Governadordo Rio Grande do Palácio Piratini para vir a Brasília,juntar-se à bancada gaúcha e cobrar pessoalmente doPresidente da República essa aprovação. S. Ex' nãotem tempo ou tem algum constrangimento. Não sabe­mos o quê. Seria falta de tempo ou constrangimento?Não existe constrangimento algum quando se trata deinteresse do Estado, e nem pode existir falta de tempopara tanto. Qualquer uma das duas situações é gravee deveria ser melhor analisada pelos colegas de repre­sentação gaúeha do PMDB do Rio Grande do Sul. queé o partido que detém o Governo do Estado. porqueo Governador Pedro Simon. que não tem tempo paravir à Brasília entregar em mãos um documento do povodo Rio Grande, não só do seu Governo, ao Presidenteda República, envia o seu Vice-Governador. é o mesmoGovernador Pedro simon que tem tempo para conversarcom o Governador Quéreia, do PMDB. com o Gover­nador Valdir Pires, do PMDB, com o Governador New­ton Cardoso. do PMDB. com o Governador MiguelArraes. do PMDB. com o Governador do Rio de Janei­ro, que foi do PDS, Moreira Franco, e tido como histó­rico do PMDB. sobre os destinos do PMDB. Aos Go­vernadores do PMDB o que interessa é o destino polí­tico do seu partido e não o destino dos seus Estados.o destino da-economia nacional. da vida política nacio­nal. São os mesmos Governadores que o PresidenteSarney declara que fixaram a proposta de política ceo­nõmica e o programa de governo que está em desenvol­vimento no País.

Veja V. Ex', Sr. Presidente Homero Santos, que édo Triângulo Mineiro, região que visitei e que vi serefetivamente uma região de progresso, de desenvol­vimento, o que noticia a imprensa do Rio Grande doSul e sobre a situação em que se encontra o meu Estado:"Recessão bate às portas do Rio Grande do Sul" ­declaração do Presidente da Federação das Indústriasdo Rio Grande do Sul. Jornal Zero Hora, do dia 22de julho: "Análise da Assessoria Econômica da Federa­ção das Indústrias revela que apenas as exportaçõestêm evitado o agravamento da crise que se avizinha.As vendas das fábricas caíram 7% nos últimos meses".Mas não é só isso, Sr. Presidente. O desemprego tam­bém bate às portas do Rio Grande do Sul em conse­qüência da recessão.

O Jornal Correio do Povo, de 3 de julho noticia:"Desemprego aumenta no Rio Grande. Investimentoé a única alternativa." E o jornalista T)llíbio Braga,também do "Correio do Povo". no mesmo dia, pergun­ta: "O que há com o Rio Grande?". O nobre colegado Rio Grande, Adylson Motta, declarou aqui numpronunciamento anterior, nesta sessão, que o que estáfaltando no Rio Grande é liderança política. Não éque faltem líderes políticos, falta é liderança. O quefalta é o exercício das responsabilidades de quem ocupacargos e funções de liderança. E pelo cargo c funçõesa responsabilidade maior é do Governador.

Por isto, dizendo que falta exercício e desempenhoda liderança, cabe a pergunta: por parte de quem? Detodo e qualquer líder? Nós, representantes gaúchos,nos consideramos dentro do quadro de liderança e esta­mos atuando. Porém existem certas decisões, certas ini­ciativas que não nos competem; competem ao Gover­nador do Rio Grande, competem aos representantespolíticos do Governo Federal do Rio Grande. da Alian­ça Democrática, desta mesma aliança democrática que

Page 23: DIARIO DO CONGRESSO NACIONALimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD10AGO1988.pdf · Belo Jardim, Estado de Pernambuco. JOSÉ GENOÍNO - Carta endereçada ao Presi dente da CPI daCorrupção

Agosto de 1988

foi anunciada ao Brasil, que vinha para consolidar atransição, aperfeiçoar a democracia, reordenar a econo­mia e promover a justiça social, no entanto, tem aconte­cido exatamente o contrário. A democracia náo se aper­feiçoou, a transição não se consolidou, a crise econô­mica se agravou, a injustiça social cresce de forma assus­tadora e a convulsão social é uma ameaça que estáaí.

Sequer a nova Carta constitucional sabemos se have­remos de ter, porque é a mesma composição de forçaspolíticas que comanda o Governo Federal, os governosestaduais, que também é majoritário e comanda as deci­sões da Câmara dos Deputados, do Senado da Repú­blica, do Congresso Nacional e da Assembléia NacionalConstituinte.

Publiquei um artigo no jornal Correio do Povo destasemana, dizendo que há no Brasil uma "centralizaçãoparalisante" e há um dualismo de posições contradi­tórias.

E há um dualismo paralisante também. Vivemos noPaís uma situação ambivalente, é o centralismo do Go­verno Federal, é o centralismo da Mesa da Constituinte,é o centralismo da Mesa da Câmara, é o centralismoda Mesa do Congresso Nacional, o centralismo das deci­sõe.s e o dualismode posições que paralisa tudo.

E um erro achar que alguém tem condições de açam­barcar todos os poderes e exercê-los todos simultanea­mente. Não dá, é impossível num país que cresceu comoo Brasil, com sua vida política e com economia comple­xas, com uma estrutura social também complexa e desi­gual. E aí os que centralizam pensando poder, numaautomacidade simplificada, resolver tudo, acabam tudoatrapalhando e tudo complicando. Este erro será talvez,Ull1a das causas da implosão da economia e da vidapolítica do País e essa implosão talvez não livre nin­guém, o que é pior. Restará apenas o alerta, a adver­tência, nosso chamamento à responsabilidade. Mas sai­bam que os responsáveis por tal descalabro tambémvão implodir. Parece que no PMDB a implosão já come­çou.

Aí está o PMDB do Sr. Ulysses Guimarães que sequerconsegue fazer convenção nacional. Então, os pró-ho­mens da vida política nacional, do Executivo e do Legis­lativo, que não conseguem sequer resolver seus proble­mas doméstico-partidários, evidentemente não têmcondições para resolver os problemas das definiçõesgraves que a Constituinte, a economia, a vida sociale a vida política no País aguardam.

Quem será o Governador do Distrito Federal, quemserá o Ministro da Indústria e do Comércio? Pareceque existem outros Ministérios vagos, não sabemos maisquais estão ocupados e quais não estão. Nem se nota.Não há diferença.

Sr. Presidente, não gostaria de me distanciar do temacentral do meu pronunciamento, as reivindicaçõesmaiores do momento presente no Rio Grande em tornodo pólo petroquímico, do gasoduto, do problema daenergia elétrica, do problema da exploração do carvão.

Para acentuar a importância da minha manifestação,vou apenas ler a chamada do editorial do jornal ZeroHora, de segunda-feira, dia 10 de agosto de 1988:

"O Rio Grande clama por urr, mínimo de racio­nalidade na política nacional para a petroquímica."

E tece considerações sobre as distorções da políticapetroquímica nacional. Rogaria que o editorial fizesseparte do meu pronunciamento como se lido fora.

Sr. Presidente, quanto à área da petroquímica, aindaquero lembrar que sou autor de dois projetos: um proje­to de lci que concede inccntivos fiscais para o pólopetroquímico do Rio Grande do Sul, e outro projetode resolução que cria uma CPI para analisar as causasque emperram a expansão do pólo petroquímico doSul. Tais projetos haviam sido apresentados já na legis­latura anterior pelo nobre e incansável Deputado Nel­son Marchezan. Como S. Ex' não se elegeu para a atuallegislatura, concorrendo ao Senado, eu o homenageeireapresentando seus dois projetos.

O primeiro projeto, que autoriza o Poder Executivoa criar incentivos fiscais - é o de n' 25/88 - recente­mente foi aprovado por esta Casa e está no SenadoFederal; o segundo, o Projeto de Resolução n' 18/87,que cria a Comissão Parlamentar de Inquérito destinadaa apurar as causas c conscqüências da não-consolidaçãodo pólo petroquímico do Rio Grande do Sul, está aguar-

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

dando a apreciação desta Casa desde 12 de agosto de1987. Se não nos querem dar autorização para a expan­são do pólo petroquímieo, permitam que pelo menosverifiquemos as causas. Pelo menos isso. Quem temmedo da verdade? Quem tem medo de que se apuremas responsabilidades? Espero que, estando na Lideran­ça da bancada majoritária da Câmara dos Deputados,o Deputado Ibsen Pinheiro, que é gaúeho, nos ajude,para que não mais haja protelação -como tem aconte­cido - com relação a esse projeto; que, estando nabancada majoritária, na Constituinte, o nobre Depu­tado Nelson Jobim, também gaúcho, também nos aju­de. Se a baneada do PMDB quiser, como em tudoo mais - c sabem disso muito bem V. Ex" Sr. Presi­dente Homero Santos, do PFL, a Deputada Dirce TutuQuadros, do PSDB, meu colega do Rio Grande, PauloPaim, do PT, o nobre Deputado Ângelo Magalhães,da Bahia, e, do PMDB, o Deputado Paulo Macarini,que me ouvem, - será aprovado, porque é majoritária.

O PMDB comanda a Mesa e o Plenário da Càmarados Deputados, a Mesa e o Plenário da AssembléiaNacional Constituinte, o Governo Federal. Assim meexpresso, apesar de ter ouvido, numa comunicação deLiderança, o Deputado Maurílio Ferreira Lima dizerque o Ministro que saiu da Previdência era do PMDB,mas o que a assumiu, não. Eu diria ao nobre DeputadoMaunlio Ferreira Lima que apenas bastaria lembrarque o novo Ministro é um dos pró-líderes, um dos pró­homens, uma das maiores expressões do PMDB doPará e do BrasiL Então, não entendo. Parece que exis­tem dois PMDB, dois Governos. Existe aquele quediz c aquele que faz; aquele que é e aquele que nãoé; um que colhe os louros do populismo, mas não aqueleque assume as responsabilidades.

Ouço, com prazer, a Deputada Dirce Tutu Quadros.

A Sra. Dirce Tutu Qnadros - Nobre Deputado Vic­tor Faccioni, também me pergunto, com relação aosMinistérios vazios, quem serão os Ministros. E quemserá, nobre Deputado, o Governador de Brasília? János livramos do Governador José Aparecido, grandepolítico de pé de ouvido, mas que de administraçãonada entendia. E agora, quem teremos governando acidade onde somos obrigados a habitar? O SenadorAlexandre Costa? Será que ele entende alguma coisade Brasília ou do povo brasiliense? Na minha opinião,o Presidente Sarney está querendo transformar Brasílianuma grande "Sarneylândia". Não há qualquer justifi­cativa para se trazer um amigo pessoal, a fim de dirigire responsabilizar-se por esse povo. Gostaria ainda dedizer ao meu nobre colega, que tanto admiro, que minhaavó era gaúcha de Pelotas e também me sinto um poucoriograndense. Espero que a "Sameylândia", aqui, te­nha um final feliz. Muito obrigada.

o SR. VICTOR FACCroNJ - Nobre Deputada Dir­ce Tutu Quadros, o Governador José Aparecido nãodesapareceu. V. Ex' está muito equivocada, quandodiz "nos livramos". Quem é que se livrou dele? Eleserá o Ministro da Cultura de todo o Brasil. Deveráser membro da Academia Brasiliense de Letras; da Aca­demia Mineira, não sei. Mas ele não desapareceu. Esteé o problema. Está aí. E esta é a recompensa por tudoaquilo que a nobre Deputada Dirce Tutu Quadros citou:uma promoção a Ministro da Cultura. Esta é a conside­ração que o Presidente José Sarney tem pela culturabrasileira: a nomeação do Dr. José Aparecido para ocargo de Ministro. Os que acham que é uma grandenomeação entenderão o ato positivamente, os que nãoa entendem como tal haverão de interpretá-la negativa­mente. Mas o Dr. Aparecido não desapareceu, e quempensa que se livrou dele se engana.

Sr. Presidente, como disse, o tom central do meupronunciamento é reclamar contra a ameaça anunciadapelo Presidente da Petrobrás de discriminação contrao Rio Grande.

Desejo aqui defender a importância nacional - enão apenas para o Rio Grande - da aprovação dosproj etos de expansão do pólo petroquímico do RioGrande do SuL

São os seguintes os projetos de interesse do Rio Gran­de e do Brasil, no pólo petroquímico, que estavam noConselho de Desenvolvimento Industrial, em outubrode 1987: 1 - Estireno, 125 toneladas/ano, com dois

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candidatos: EDN do Nordeste c Proquigel de São Pau­lo; 2. Ampliação da planta do polietileno de alta densi­dade da Polisul em mais 60 mil toneladas/ano; 3. Polie­tileno linear, proposto pela Poliolefinas, que já operauma planta de PAD no pólo gaúcho; 4. MVC/PVC,do grupo gaúcho Isdra, para produção de 180 mil t;5. Negro-de-fumo, pretendido por vários grupos nacio­nais que ainda não se manifestaram publicamente. Nãose manifestaram à época, acreseento.

A implantação gradual desses projetos e o cresci­mento do mereado nacional de produtos petroquímicosvai exigir uma nova e significativa ampliação do pólogaúcho, cstimada em 60%. "O mereado nacional depetroquímicos deverá duplicar em dez anos", prevê oengenheiro Ruy Lerner, nesta mesma matéria de 7 deoutubro, superintendente da Copersul. Como existematualmente três pólos em funcionamento, serão neces­sários outros três. O quarto já está definido, com aampliação de Camaçari, na Bahia; o quinto será o doRio de Janeiro. Ambos constam do Plano Nacionalde Petroquímica, aprovado recentemente pelo Presi­dente José Sarney, Falta o sexto.

Agora, de que adianta pensarmos no quinto e nosexto, se não consolidamos o que já existe?

Sr. Presidente, é uma norma elementar de economia,até porque é mais barato e o retorno vem mais ligeiro,principalmente ampliar, expandir o que já existe, e sódepois criar algo novo. Então, não se justifica de formaalguma a diseriminação que se quer fazer. Está sendoanunciada e espero não se concretize com relação aopólo petroquímico do Rio Grande do Sul.

Esta a manifestação que faço nesta oportunidade,com a certeza - como já disse - de estar refletindoo pensamento do povo riograndense. (Palmas.)

Durante o discurso do Sr. Victor Faccioni o Sr.Joaquim Bel'iíacqua, art. 76 do Regimento Internodeixa a cadeira da presidência, que ê ocupada peloSr. Homero Santos, l'-Vice-Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Homero Santos) - Tem apalavra o Sr. Paulo Paim. (Pausa.)

O SR, PAULO PAIM (PT - RS. Pronuncia o seguin­te discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, hoje,no Dia Internacional de Solidariedade ás Mulheres daÁfrica do Sul e da Namíbia, presto a minha homenagema Nélson Mandela, que é o orgulho de toda a raçanegra.

Venho à tribuna falar em Nélson Mandela, que com­pletará no dia 18, setenta anos de Uade, de uma vidatrágica e portentosa, c no dia 5 de agosto, 26 anosde cárcere.

Líder do povo africano, orgulho dos negros da Áfrieae da diáspora, sua verdade e sua legenda ultrapassaramhá muito tempo as restrições ideológicas. E ele se con­verteu numa encarnação e num símbolo vivo da lutapela liberdade.

Encontra-se encarcerado há 26 anos nas prisões sul-a­fricanas.

Por que este homem·está preso há mais de um quartode século? Qual O crime por ele cometido?

Nélson Mandela está preso, Srs. Deputados, pelocrime de ser contra as leis que proíbem relações sexuaise casamentos inter-raciais; está preso pelo crime deser contra a classificação raeial do seu povo desde onascimento; pelo crime de ser contra a segregação racialnas áreas residenciais, no lazer, nos transportes e naeducação.

Está preso por combater a lei dos passes que obrigaos negros a portarem permanentemente um cadernode anotações sobre os seus dados pessoais para se loco­moverem; está preso por ser eontra a remoção forçadade não-brancos de suas terras e zonas urbanas.

Nelson Mandela, Srs. Deputados, está preso pelocrime de defender que negros e brancos tenham direitospolíticos iguais; por combater um Poder Judiciário queestá a serviço da discriminação racial, por combatero confinamento geográfico dos indivíduos (bantustões).

Juntamente com milhares de outros presos políticos,está preso, enfim, por lutar contra o regime do apar­theid, que, no limiar do século XXI, é uma crua expres­são da selvageria e da barbárie a que pode chegar umsistema econômico baseado na exploração do homempelo homem.

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A África do Sul possui atualmente 35 milhões dehabitantes, dos quais 83% são negros, 3% são asiáticose 14% são brancos. O país do apartheid é hoje o maisaltamente industrializado do continente africano, sendoque sua população branca desfruta de uma das maioresrendas per capita do mundo, ao passo que a maiorianegra detém uma das mais baixas.

Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados, a taxa de cresci­mento médio da população negra, segundo dados daONU, é quatorze vezes maior que a dos brancos. Ostrabalhadores brancos ganham de sete a vinte vezesmais que um negro pelo mesmo trabalho.

Nas escolas segregadas que possuem currículos orien­tados pela supremacia racial branca, a proporção atualaluno-professor é de 21 para um nas escolas brancas,e 60 para um nas escolas negras.

Cerca de 70% das crianças negras abandonam a esco­la no ensino primário. A taxa da mortalidade infantilentre a população negra chega a 400 por mil nasci­mentos, enquanto que entre os brancos é de 27 paracada mil.

Na África do Sul, um dos maiores produtores mun­diais de pedras preciosas, ouro e petróleo e onde seencontra um dos mais sofisticados aparatos repressivosdo planeta, os não-brancos (86%) detêm 2% da riquezanacional. A minoria branca (14%) ocupa 87% do terri­tório nacional, enquanto os não-brancos são confinadosem 13% das terras. As leis do apartheid excluem osnão-brancos do poder central.

Não satisfeito com isso, o Governo do P.W. Bothasaqueia e ocupa ilegalmente o território da Namíbiae ainda ataca e fin,ancia mercenários contra os paísesindependentes da Africa Austral.

Em resposta, o povo sul-africano intensifica as lutaspopulares, as greves de trabalhadores e de estudantese as manifestações de protestos convocados pelo Con­gresso Nacional africano, entre outras organizações.

Por seu turno, o apartheid, desde junho de 1986,decretou estado de emergência, que resultou, nestesdois anos, em pelo menos duas mil mortes e trinta milprisões, sendo que, entre os prisioneiros, encontram-seoito mil jovens com menos de 18 anos de idade.

Este quadro tem provocado no mundo inteiro cres­centes manifestações de protestos c sanções contra oGoverno de Pretória. No entanto, no plano interno,embora o Governo brasileiro tenha uma retórica contrá­ria àquele regime, a Nova República intensificou o nívelde relações comerciais com o apartheid, voltando ascostas à pressões do movimento negro e democratasem geral.

Para terminar, Sr. Presidente, lembro que é urgenteque a opinião pública nacional pressione a Nova Repú­blica para romper sua conivência com o Governo sul-a­fricano.

Esta é a melhor homenagem que poderemos prestara Nélson Mandela, que passou mais um aniversáriosem que seu povo pudesse vê-lo, o que não significaque seu povo não o esteja ouvindo.

Nélson Mandela, você está aqui conosco!Sr. Presidente, este pronunciamento foi elaborado

em conjunto com a comissão petista do centenário daLei Áurea e teve a colaboração da Deputada Beneditada Silva. Foi também reproduzido na íntegra pelo jornalFolha de S. Paulo. Ao mesmo tempo registro que, poriniciativa do Vereador Antônio da Silva, este pronun­ciamento foi publicado uos Auais da Câmara Municipalde Moeoca, São Paulo.

VIII - ENCERRAMENTO

o SR. PRESIDENTE (Homero Santos) - Nada maishavendo a tratar, vou encerrar a sessão.

DEIXAM DE COMPARECER OS SENHORES:

Acre

Alércio Dias - PFL.

Amazonas

José Dntra - PMDB; José Fernandes -PDT.

Rondônia

Raquel Cândido - PDT.

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

Pará

Manoel Ribeiro - PMDB.

Marauhão

Costa Ferreira - PFL; Davi Alves Silva - PDS;Edivaldo Holanda - PL; Victor Trovão - PFL.

Piauí

Myriam Portella - PDS.

Ceará

Carlos Virgílio - PDS.

Rio Grande do Norte

Jessé Freire - PFL; Vingt Rosado - PMDB.

Paraíba

Aluízio Campos - PMDB; José Maranhão ­PMDB; Lucia Braga - PFL.

Pernambuco

Cristina Tavares - PSDB; Gonzaga Patriota ­PMDB; Joaquim Francisco -PFL; Paulo Marques­PFL.

Alagoas

Antonio Ferreira - PFL; Vinicins Cansanção ­PFL.

Bahia

Joaci Góes - PMDB; Nestor Duarte - PMDB.

Espírito Santo

Rose de Freitas - PSDB.

Rio de .Janeiro

Arolde de Oliveira - PFL; Luiz Salomão - PDT;Nelson Sabrá - PFL; Roberto D'Ávila - PDT.

Minas Gerais

Aloisio Vasconcelos - PMDB; Álvaro Antônio ­PMDB; Chico Humberto - PDT; Mário Bonchardet- PMDB; Milton Lima - PMDB; Raul Belém ­PMDB; Virgílio Guimarães - PT.

São Paulo

Felipe Cheidde-PMDB; José Serra -PSDB; Nel­son Seixas - PDT.

Goiás

José Freire - PMDB.

Mato Grosso do Sul

Plínio·Martins - PMDB; Saulo Queiroz - PSDB.

Paraná

Alarico Abib - PMDB; Mattos Leão - PMDB;Osvaldo Macedo - PMDB; Santinho Furtado ­PMDB.

Rio Grande do Sul

Irajá Rodrigues - PMDB; Olívio Dutra - PT; RuyNedel- PMDB.

Amapá

Raquel Capiberibe - PSB.

o SR. PRESIDENTE (Homero Santos) - Está encer­rada a Sessão.

Encerra-se a Sessão às 12 horas e 13 minutos.

MESA

Ata da I' Reúnião da Mesa,realizada em 2-8-88

Aos dois dias do mês de agosto de hum mil noveceutose oitenta e oito, às 10:00 horas, reúne-se a Mesa daCâmara dos Deputados, sob a presidência do SenhorDeputado Homero Santos, l'-Vice-Presidente, no exer­cício da Presidência. Presentes os Senhores DeputadosPaulo Mincarone, Paes de Andrade e Albérico Cor­deiro, respectivamente, 2'-Vice-Presidente, l' e 2'-Se-

Agosto de 1988 •

cretários. Presente, também, o Senhor Deputado DasoCoimbra, Suplente convocado. Ausentes, por motivojustificado, os Senhores Deputados Heráclito Fortese Cunha Bueno, 3' e 4'-Secretários. Havendo númerolegal, o Senhor Presidente declara abertos os trabalhos.Com a palavra, o Senhor 1'-Vice-Presidente passa arelatar os seguintes expedientes: 1) Denúncia apresen­tada por Alceu Collares contra o Presidente da Repú­blica, com imputação, ao denunciado, da prática doscrimes previstos nos arts. 315 e 319 do Código Penale de crimes de responsabilidade previstos ao art. 4'da Lei n' 1.079, de 10 de abril de 1950. "Relatório.Alceu Collares, que se qualifica cidadão brasileiro, casa­do, residente e domiciliado na cidade de Porto Alegre,Rio Grande do Sul, no exercício da prerrogativa quelhe entende deferir o seu status civitatis, vem de forma·lizar denúncia perante a Câmara dos Deputados, impu­tando ao Excelentíssirno Senhor Presidente da Repú­blica, em concurso material a prática(a) de infraçõespenais comuns (emprego irregular de verbas públicase prevaricações, arts. 315 e 319 do Código Penal) e(b) de crime de responsabilidade (art. 4' da Lei n'10-4-1950). Inicia o denunciante o libelo acusatório his­toriando as preceituações legais relativas a operaçõesde crédito interno, "por conta e risco do Tesouro Nacio­nal" , destinadas a rolar as dívidas do Estado e Municí­pios". Segundo o relato feito, a Prefeitura Municipalde Porto Alegre ter-se-ia habilitado oportunamente.satisfazendo as condições previstas na legislaçâo espe­cífica e explicitadas em decisão do Conselho MonetárioNacional, ao recebimento dos recursos que lhe caberiamsegundo essa mesma legislação e, apesar de tratativasfeitas na área política, não logrou ser beneficiária darespectiva legislação, restando isolada. no particular,denunciando assim, o fato, tratamento discriminatório,pois todas as demais Prefeituras de Capitais receberama ajuda financeira em questão, apesar, ainda, de pro­messa, transmitida através de informação telefônica pe­lo Secretário do Setor Público do Ministério Públicodo Ministério da Fazenda, Dr. Roberto Perosa, e segun­do o qual para referida Municipalidade estavam progra­madas 250 milhões de cruzados, "que seriam liberadosem quatro parcelas a partir de novembro de 1987. Deixaver, ao fim, o denunciante, que o prazo limite pararealização das operações de crédito (31-12-87) decor­reu, "sem que o Ministério da Fazenda decidisse sobreo pedido". Feito o precedente relato, conclui °denun­ciante que a conduta do requerido teria obedecido "tão­somente a razões de natureza político-partidária, umavez sendo sabido que "o titular da Prefeitura de PortoAlegre, filiado ao Partido Democrático Trabalhista, in­tegra uma corrente partidária de permaneute oposiçãoao Governo liderado pelo denunciado". Concluindo,afirma a denúncia: I - que "o denunciado, como fun­cionário público "lato sensu" (art. 357, C.P,), incorreucom sua conduta nos crimes definidos nos arts. 315c 319 do Estatuto Penal porque constitui crime, comissi­vamente, "dar às verbas ou rendas públicas aplicaçãodiversa da estabelecida em lei" (art. 315), e, omissiva­mente, "retardar ou deixar de praticar, indevidamente.ato de ofício ou praticá-Ia contra disposição expressade lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal".(art. 319) 11 - que a conduta do denunciado, "enquan­to, ainda, Presidente da República não se esgota noregramento normativivizado a lei penal" porque carac­terizadora, também, de crime de responsabilidade, ateor do disposto no artigo 82, VII da Constituição Fede­ral e no art. 4' da Lei 1079, de 10 de abril de 1950.É o relatório. Consoante, assim, a narração feita pelodenunciante e segundo a qual restaria evidente a comis­são, pelo ilustre denunciado, dos crimes tipificados nosarts. 315 e 319 do Código Penal e do crime de responsa­bilidade definido no art. 4' da Lci n' 1.079 de 10 deabril de 1950, as condutas ilícitas derivHriam da circuns­t~ncia de não haverem sido liberados, oportunamente,pelo Ministério da Fazenda, para a Prefeitura Municipalde Porto Alegre, recursos distribuídos a outras Prefei­turas de Capitais e devidos igualmente a essa municipa­lidade em decorrência de autorização constante da Lein' 7.614, de 14 de julho de 1987, mais exatamente aespecificada nos itens I e 11 do art. 2' dessa Lei, umavez que essa municipalidade cumprira todas as exigên­cias legais a0-feferido fim estabelecidas. Como se vêdo suigcncris fibelo acusatório, em nenhum ponto deleestá declarado que o ilustre denunciado deixou de come-

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Agosto de 1988

ter atos legais a que estaria obrigado, nem que deter­minou que autoridades administrativamentc a ele su­bordinadas deixassem de cumprir a lei, limitando-sea respectiva narrativa a noticiar os antecedentes legaisautorizativos da concessão de recursos financeiros à mu­nicipalidades e às trativas de natureza política no sentidoda respectiva liberação junto ao Ministério da Fazenda.Da ilegitimidades Ativa do Requerente para Forma­lizar, Perante a Câmara dos Deputados, Denúnciaquanto a crimes comuns. Ocorre que a perseguibilidadedos "crimes Comuns", mediante ação penal, depen­derá, sempre e nccessariamente, de iniciativas do domi­nus litis, o Ministério Público, através do Procurador­Geral da República, que não poderá, no desempenhodessa função institucional, ser livremente substituídopor qualquer cidadão, cabendo frisar, subseq?úntemen­te, não ser descaracterizadora do monopólio da açãopenal pública, pelo Ministério Público, a preceituaçãoinscrita no art. 40. I da Constituição Federal e segundoa qual compete à Câmara dos Deputados declarar aprocedência de acusação contra o Presidente da Repú­blica. Os ilícitos referidos, perseguíveis mediante açãopenal pública, subsumem·se na noção de crimes co­muns, que configuram, no sistema constitucional, todasas infrações previstas e tipificadas no ordenamento posi­tivo nacional. Nesse sentido: José Frederico Marques,"Elementos de Direito Processual Penal", vol. 3', p.267, item n' 806, Forense, é Paulo Brossard de SouzaPinto, "O Impeachment", p. 65, 1965, Globo. interalií. Esse igualmente, é o entendimento jurisprudencialdo Egrégio Supremo Tribunal Federal: RTJ, vol. 91/4231/279-91. A competência constitucional da Câmara dosDeputados, para declarar admissível qualquer acusaçãocontra o Presidente da República, nos crimes comuns,não afasta, pois, na formulação da denúncia de infraçõesperseguíveis mediante ação penal pública, a iniciativa,que persiste exclusiva, do Procurador-Geral da Repú­blica. E de ser acentuado, aliás, justificar-se plenamenteo controle de admissibilidade, pela Câmara dos Deputa­dos, erigida esta, mesmo nos ilícitos penais comuns,em verdadeiro tribunal de pronúncia, incumbido deemitir o judicium accsationnis. O sábio objetivo do le­gislador constituinte, em tais casos, foi o de obstar plei­tos infundados ou lides pcnais temerárias, que subme­tessem o Presidente da República a denúncias comoé no caso presente (v. Pedro Lessa, "Do Poder Judiciá­rio" p. 45, § 12, 1915; João Barbalho, "ConstituiçãoFederal Brasileira - Cometários", p. 236, 1902). Ojuízo de admissibilidade da acusação penal, emitido pelaCâmara dos Deputados, nos crimcs comuns, atua comoverdadeira sentença de pronúncia, cabendo, "por isso,ao Procurador-Geral da República, oferecer denúncia­libelo contra o Chcfe da Nação, seguindo-se, daí pordiante, o que se contém no Código de Processo Penal"(v. José Frederico Marques, "Elementos, cit., vol. 3',p. 318, item n' 820, Forense). Por tudo isso, verifica-seque, em relação aos apontados delitos de emprego irre­gular de verbas ou rendas públicas (art. 315) e de preva­ricação (art. 319), previstos no Código Penal, falece,por inteiro, legitimidade ativa ao ora denunciante, quenão pode substituir-se ao Ministério Público, razão quejustifica, neste ponto, a rejeição da presente denúncia.Da inexistência de Tipificidade quanto aos crimes deresponsabilidade. Vejamos, inicialmente, o que estabe­lece a Lei Maior a respeito da matéria. Fixa o art.82 da Constituição Federal: "Art. 82. São crimes deresponsabilidade os atos do Presidente que atentaremcontra a Constituição Federal e, especiahnente: I ­a existência da União; II - o livre exercício do PoderLegislativo, do Poder Judiciário e dos Poderes constitu­cionais dos Estados; IH-o exercício dos direitos políti­cos, individuais e sociais; IV - a segurança internado País; V - a probidade na administração; VI ­a lei orçamentária; c VII - o cumprimento das leise das decisões judiciais. Parágrafo ÚfÚCO. Esses crimesserão definidos em lei especial, que estabelecerá as nor­mas de processo e julgamento". Observe-se que o pre­ceito transcrito indica os valores constitucionalmentetutelados, cuja vulneração induzirá a responsabilidadepolítico-administrativa do Presidente da República,desde que o comportamento do Chefe do Poder Execu­tivo esteja tipificado e defirúdo em lei especial. De outromodo, não se justificaria a regra consubstanciada noparágrafo único do artigo 82 em questão, que mandao legislador ordinário defirúr, em lei especial, os erimes

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

de responsabilidade. Os ilícitos político-admifÚstrativosou crimes de responsabilidade submetem-se, por intei­ro, ao princípio da tipicidade, posto, pela Constituição,sob reserva da lei. Nullum crimen sine praevia Jege.Nullum crimen sine tipo. Perdura, ainda, no plano infra­constitucional. ausência absoluta de tipicidade para aalegada conduta presidencial de atentado genérico con­tra a Con~tituição Federal e contra o cumprimento dasleis. Repise-se, por primeiro, que a Lei n' 1050, de10 de abril de 1950, ao tipificar os crimes de responsa­bilidade segundo a determinação da Constituição de1946, omitiu quanto à definição do comporta~ento aque dcvcria corresponder a ilicitude de atentado gené­rico contra a Constituição Federal, por isso que, noparticular, não sendo auto-executável a previsão Maior,não há como saber-se ou definir-se que atos comissivosou omissivos caracterizem tal crise, falecendo, assim,ao Poder Público, competência para processar e julgarquem quer que seja sob tal fundamento. No que concer­ne ao crime de atentado contra "o cumprimento dasleis, vale referir ser justificável a ausência dele no elencodas figuras penais descritas na Lei n' 1.050, de 10 deabril de 1950, .visto como a Constituição Federal de1946 não conceituou tal conduta como ilícito político­administrativo, correspondendo o item VII do art. 82da atual Carta an item Vlfl do art. 89 daquela Consti­tuição, que considerava apenas crime de responsabi­lidade os atos que atentassem contra as "decisões judi­ciárias". Em face ao tanto e em quanto perdurar aomissão do legislador ordinário, que se absteve de defi­nir comportamentos do Presidente da República quepossam caracterizar atentado contra a Constituição Fe­deral ou contra o cumprimento das leis, não há comoatribuir-se-lhe, ausente a definição típica, a prática docorrespondente crime de responsabilidade. A conclusãoretro encontra, aliás, respaldo na subseqüente e proce­dente observação de Manoel Gonçalves Ferreira Filho,ao comentar o parágrafo único do artigo 82 da CartaFederal: "Lei Especial. Os crimes de responsabilidade,consoante já se sublinhou auteriormente (vide comen­tários ao "caput" deste artigo), não fogem ao princípionulJum crimen nulla poena sine lege. Têm de ser defini­dos em lei especial, segundo claramente exige o dispo­sitivo em tela. Assim, a infração grave à Constituição,o atentado à Constituição, embora atinja especialmenteou a existência da União, ou o livre exercício dos pode­res Legislativo ou Judiciário, ou dos poderes constitu­cionais estaduais, quer fira a segurança interna do País.quer a probidade na administração ou a lei orçamen­tária, seja importe no descumprimento a leis ou decisõesjudiciais, não configura crime de responsabilidade, amenos que, previamente, esteja descrita na lei especialcomo tal. A exigência de lei que defina a ação ou omis­são com crime de responsabilidade retira ao impeach­ment o eventual caráter de medida estritamente polí­tica. Dela decorre que o impeachment. no direito pá­trio, não é mera inquest ofpower, procedimento emque, por maioria qualificada, o Congresso Nacional po­derá afastar da Presidência pessoa cuja política nãoaprove, imputando-lhe descumprimento a vagos princí­pios constitucionais. Se assim fosse, existiria na Consti­tuição a responsabilidade meramente política, que épró.pria do parlamentarismo. Imposto pela Constituiçãoo princípio da legalidade mesmo em relação aos crimesde responsabilidade, o impeachment que não se fundarem figura descrita na lei, carece de justa causa. Podeassim dar lugar a recurso ao Judiciário, por ensejarinjusta lesão a direito individual, com base no art. 153,§ 4'..." (v. "Comentários a Constituição Brasileira,raiva). Vê-se, pois, daí, que não basta ao denunciante,como no caso, imputar ao Presidente da República aprática de ato alegadamente atentatório à Constituiçãoou ao cumprimento das leis. Há que demonstrar, obe­diente ao princípio constitucional da tipicidade, a préviadescrição, em lei, do comportamento do Chefe do Exce­cutivo que se revele ofensivo dos valores constitucio­nalmente tutelados e referidos no artigo 82 em questão.Finalmente, os fatos narrados pelo ilustre Prefeito dePorto Alegre não constituem crimes de qualquer natu­reza, nem sequer em tese. São simples lamúrias contrao processamento burocráticode escalões inferiores. Vo­to. Pelas precedentes razões e repisando, uma vez mais,não ter o cidadão Alceu Collares, ilustre Prefeito dePorto Alegre, legitimidade ativa para oferecer a preten·dida denúncia-libelo em relação às por ele entendidas

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ocorrentes infrações aos arts. 315 e 319 do Código Pe­nal, porque crimes de ação pública, e descaber a impu­tação quanto a comportamentos que nem sequer de·monstrou. o denunciante ter correspondido a atitudescomissivas ou passivas do ilustre denunciado, porque,ao fim, os atos entendidos corresponderem a crimesde responsabilidade isso não são. à ausência da neces­sária tipificação legal, somos por que a Mesa não tomeconhecimento da "denúncia", pelo que é de conseqüên­cia, propondo o scu arquivamento". Em discussão amatéria, a Mesa aprova o parecer do Relator. 2) Adita­mento à denúncia por crime de responsabilidade formu­lada pelo Deputado Adroaldo Streck contra o Presi­dente José Sarney, em 27-10-1987, da prática de atosque atentam contra a Constituição Federal. "O Depu­tado Adroaldo Streck encaminha à Mesa da Câmarados Deputados Aditamento à denúncia por crime deresponsabilidade contra o Presidente da República, Dr.José Sarney, requerida em 27-10-87, da prática de atosque atentam contra a Constituição Federal, definidosna Lei n' 1.079, de 10 de abril de 1950, querendo queconste do referido processo mais as seguintes imputa­ções: 1-Não aceito que o Brasil tenha sido o segundomaior exportador de carne'do mundo em 1985 e que,um ano depois, tenhamos nos transformado no maiorimportador desse produto. Certamente a culpa não édas estrelas. 2 - No ano passado, importamos arrozde má qualidade, quando tínhamos o suficiente parasuprimento interno. Por isto, ao final da próxima safracontaremos com excedentes do produto em mais de3 milhões e 200 mil toneladas. Ninguém é rcsponsávelpor esta irregularidade criminosa? 3 - Pelo Decreto-lein' 2.303. de 21 de novembro de 1986, o Presidenteda República "esquentou" dinheiro mal-havidos me­diantc o pagamento de 3% de tributo. Não se trata,Senhor Presidente, de um flagrante desrespcito a quemagiu corretamente? 4 - Jovens brasileiros, em quanti­dade alarmante, procuram consulados estrangeiros, in­formando-se sobre oportunidades de trabalho fora doPaís. Boa parte deles têm se lançado à aventura dodesconhecidos pela marginalização a que foram relaga­dos pela irresponsabilidade e incompetência do Go­verno Sarney. Senhor Presidente, quando um jovemmorre lutando por sua terra, mesmo na tragédia, existeperspectiva de vida. Mas, quando a seiva da Nação- a juventude - desesperadamente, procura sobre­viver fora do próprio País de nascimento, precisamosadmitir o equívoco, sob pena de repetirmos o avestruzque diante do perigo enterra a cabeça, deixando o corpoa descoberto. Não me convence que depois das acusa­ções de ex-integrantes do Governo sobre irregularida­des cometidas por assessores diretos do Presidentc daRepública, continuemos a ignorar os fatos como se vi­vêssemos num regime de absoluta normalidade. SenhorPresidente, a Nação inteira sabe que ratazanas cresceme engordam à sombra do Poder Executivo e nós, inte­grantes de um Poder fiscalizador, a tudo assistimos,passivamente, como cidadãos alheios aos interesses doBrasil. Digo a Vossa Excelência, Senhor Presidente e,aos meus pares, que me sinto constrangido integrandoesta Constituinte, enquanto acusações sérias feitas ahomens que cercam o Presidente da República não fo­rem exa!Jlinadas, com rigor, aos olhos de todos os brasi­leiros. E humilhante demais saber que a 300 metrosdeste Poder, dito fiscalizador, existam.suspeitas de frau­de, de roubo, de imoralidade imperdoável. Finalmente,que Vossa Excelência, Senhor Presidente, em nomede todos os brasileiros atingidos pelo processo aceleradode degeneração das nossas instituições, promova, o maisdepressa possível, nos temlos de minha denúncia, de­vassa completa na Administração Sarney. Só então tere­mos a suficiente tranqüilidade para continuarmos escre­vendo um documento que se destina ao futuro do nossoPaís, e, por isto, da mais absoluta seriedade". Voto.A denúncia que se refere o nobrc Deputado, a qualapresentou em 27 de outubro, foi objeto de apreciaçãona reunião da Mesa de 16 de dezembro de 1987. Entre­tanto, este Colegiado decidiu pelo não recebimento dadenúncia contra o Presidente José Sarney, por crimede responsabilidade, conforme consta da Ata dá refe­rida reunião da Mesa, assinada e publicada. Portanto,em razão do pedido de aditamento versar sobre matériadecidida por esta douta Mesa, já arquivada, somos pelonão aditamento dos quesitos formulados pelo denun­ciante. É o parecer. Em discussão a ma,téria, a Mesa

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aprova o parecer do Relator. 3) Requerimento/Denún­cia apresentado por Alberto Mendes Rollo contra aDeputada Dirce Maria Tutu do Valle Quadros, de pos­suir nacionalidade dupla. "O Sr. Alberto Mendes Rollo,que se qualifica cidadão brasileiro, portador de Títulode Eleitor n' 991445401-01, de São Paulo, apresentaum Requerimento/Denúncia perante à Câmara dos De­putados contra a Deputada Dirce Maria Tutu do ValleQuadros, Protocolo sob o n' 004167, de 8 de marçode 1988 e, na mesma data, encaminha outro à Assem­bléia Nacional Constituinte, protocolado sob o n"004168, alegando que a parlamentar e constituinte estáexercendo, ao mesmo tempo, os direitos de cidadã bra­sileira e americana. O último Requerimento foi encami­nhado à Câmara dos Deputados, em razão daquela As­sembléia haver declinado de sua competência, para exa­minar o mérito, sob o fundamento de estar investidana função precípua de Poder Constituinte. Assim, caua­lizadas ambas as denúncias à Mesa da Câmara dos De­putados, foram distribuídas a esta Primeira-Vice-Pre­sidência com a finalidade de cxaminar o mérito à vistados elementos aprescntados. O requereute, para Icgiti­mar o pedido, afirma sua condição de cidadão, e comoprova, junta documento de aquisição voluntária da cida­dania norte-americana da Deputada Dirce Maria Tutudo Valle Quadros - Diploma n' 11051013, da Cortede Justiça de Houston, Texas, EUA, expedido em 11art. 146, I, da Constituição vigente, onde está previsto

a perda da nacionalidade brasileira para quem adquireoutra nacionalidade por naturalização voluntária, cujocominação também foi incluída na Nova Constituição,a ser promulgada, em seu art. 14, § 4", itcm III. Diantedo exposto entende o Requerente que devam ser toma­das providências no sentido de ser aprovada a DeputadaDirce Tutu Quadros para responder sobre a veracidadeda acusação, assegurando-lhe ampla defesa; traduçãodo documento que instrui o pedido; expedição de ofícios .à Embaixada dos Estados Unidos da América do Nortepara informar sobre a questão da nacionalidade e aoMinistro da Justiça no Brasil para informar se houveprocedimento de reversão da cidadania por parte dadeputada. Finalmente, conclui que esta Presidência sa­berá as medidas a tomar para impedir que a Constituinteassine a Constituição Brasileira e que o dinheiro brasi­leiro seja utilizado para pagar deputada com cidadaniaestrangeira. Voto. A Sra. Dirce Maria Tutu do ValleQuadros foi eleita deputada no pleito de novembrode 1986 e teve sua diplomação e posse na Câmara Fede­ral, em razão de nada ter sido apresentado que impug­nasse sua candidatura na Justiça Eleitoral, bem como,sua investidura no cargo que se elegera. Entretanto,no exercício do segundo ano de mandato, vem demons­trar o Rcqucrente que a Deputada adquiriu em 11 demaio de 1981, a cidadania norte-americana e como com­provante junta uma xerox do diploma registrado naJustiça Federal no Distrito Sul do Texas, Estados Uni­dos da América. Deseja, então, o Requerente, quesejam tomadas providências para comprovar a veraci­dade do documento, e se houve, por parte da Deputada,proccdimento de reversão da cidadania americana. Aquestão fundamental é'examinar se a Câmara dos Depu­tados é competente para conhecer do pedido e tomaras providências reclamadas pelo cidadão. Entende esteRelator que a comprovação de nacionalidade estran­geira, ou qualquer ato que importe em relação diplo­mática com outro País, envolvendo o assunto, e a qucs­tão da reversão ou perda de nacionalidade brasileira,não ser de competência da Câmara dos Deputados esim dos Ministérios das Relações Exteriores e da Justi­ça. Portanto, somente após um processo administrativojunto ao Departamento Federal de Justiça, do Minis­tério da Justiça, devendo ser assegurado à Deputadaampla defesa, poderá se obter a comprovação da duplanacionalidade afirmada pelo Requerente. Após a trami­tação do processo no órgão competente, este será envia-

. do ao Presidente da República, com uma exposiçãode motivos do Senhor Ministreo da Justiça, recomen­dando ou não a perda da nacionalidade. E, somenteatravés de um decreto presidencial, é que será determi­nada a perda da nacionalidade, ou mesmo arquivamen­to do processo. Em razão de ser extemporânea a ques­tão ora apresentada, inexistindo impcdimento da Depu­tada Dirce Tutu Quadros de exercer a função consti­tuinte e parlamentar, somos pelo arquivamento' do Re­querimentolDenúncia formalizado pelo cidadão Alber-

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

to Lopes Mendes Rollo". Em discussão a matéria, aMesa aprova o parecer do Relator. 4) Protocolo n'11.338/88. Leonel Júlio, Primeiro Suplente do PTB-SP.Reconhecimento do direito de assumir o mandato parla­mentar. "O Senhor Leonel Júlio, Primeiro Suplentede Deputado Federal/Constituinte pelo Partido Traba­lhista Brasileiro, representando o Estado de São Paulo,subscreve, juntamente com seu procurador, requeri­mento que dirige à Mesa da C~mara,pelo qual pretende"o reconhecimento do seu direito de assumir o mandatode Deputado Federal, na 'vaga hoje exercida aberran­temente por Dirce Maria Tutu do Valle Quadros, porperda automática de cidadania". Em seu pedido deoito páginas afirma, em síntese, o Requerente, que:- o cidadão Alberto Lopes Mendes Rollo protocolouem diversos órgãos dos três poderes da República docu­mentos através dos quais apresentava denúncia segundoa qual a Deputada Dirce Maria Tutu do Valle Quadroshouvera adquirido, voluntariamente, a nacionalidadenorte-americana, como nome de Dirce Quadros Mulca­hy; - a Deputada Dirce Tutu Quadros, em discursoproferido em 10-3-88,negou antenticidade a documentoque houvera sido anexado às denúncias: mas o Chefedo Departamento Consular c Jurídico do Ministériodas Relações Exteriores, em expediente dirigido aoMinistério da Justiça, afirma, oficialmente, que a senho­ra Dirce Quadros Mulcahy foi naturalizada norte-ame­ricana; - a Constituição Federal estabelece que perde­rá a nacionalidade o brasileiro que por naturalizaçãovoluntária adquirir outra nacionalidade; e que foi issoo que ocorreu no caso da Deputada uma vez que elerequereu e obteve a nacionalidade norte-americana,perdendo, automaticamente, a nacionalidade brasilei­ra; - o Requerente tem interesse jurídico relevantena questão, vez que é o primeiro suplente de deputadopela mesma legenda e mesmo Estado da Deputada,a qual mantém-se ilegalmente como parlamentar, poisa sua diplomação é nula; - o Código Eleitoral, emseu art. 175, §§ 3' e 4', dispõe que "serão nulos paratodos os efeitos, os votos dados a candidatos inelegíveisou não registrados" e' que "o dia posto no parágrafoanterior não se aplica quando a decisão de inelegibi­lidade ou de cancelamento de registro for proferidaapós a realização da eleição a que concorreu o candidatoalcançado pela sentença, caso em que os votos serãocontados para o Partido pelo qual tiver sido o seu regis­tro"; - o Requerente se julga legítimo titular de umacadeira na Câmara, já que a Deputada Dirce Tutu Qua­dros não possui direitos políticos; e que compete ~ \1esadeclarar a respectiva vaga. Foram anexados ao Requeri­mento, além do instrumento de mandato, cópias derequerimentos enviados ao Ministério da Justiça, .aoTribunal Superior' Eleitoral, à Câmara dos Deputadose à Assembléia Nacional Constituinte, e de Certificadode naturalização norte-americana e de expediente doChefe do Departamento Consular e Jurídico das Rela­ções Exteriores ao Ministério da Justiça e recorte deDiário Oficial do Estado de São Paulo com a publicaçãodo resultado das eleições de 15-novembro-198G. Voto.O Requerente pretende "o reconhecimento do seu di­reito de assumir o mandato de Deputado Federal, navaga hoje exercida... por Dirce Tutu do Valle Quadros,por perda automática de cidadania". Em primeiro lugaré de se reconhecer a impossibilidade material de atenderao pedido formulado, vez que não existe a vaga preten­dida. Segundo o art. 253, inciso IV do Regimento Inter­no da Câmara, perde o mandato o Deputado que perderou tiver suspensos os seus dircitos políticos. A perdados 'direitos políticos por sua vez, nos termos do art.149, § 1', alínea "a" da Constituição, deverá ser decre­aso de perda de nacionalidade por adquirir, voluntaria­mente, outra nacionalidade. E, segundo os termos doRequerimento, o que viria a justificar a perda do man­dato por parte da Deputada Dirce Tutu Quadros seria,exatamente, o fato de haver adquirido, voluntariamen­te, outra nacionalidade. Ora, se compete à Mesa daCâmara dos Deputados a declaração da perda do man­dato quando houver já ocorrido a perda ou a suspensãodos direitos políticos; e se essas últimas só podem serdecretadas pelo Presidente da República, na hipóteseque aqui se considera, torna-se visível a incompetênciada Mesa e da própria Câmara para atender a pretensõesdo Requerente, vez que a referida parlamentar encon­tni-se no gozo do seus direitos políticos. Os fatos trazi­dos a esta Casa foram levados também ao Ministério

Agosto de 1988

da Justiça, órgão"do Poder Éxecutivo competente paraas providências administrativas tendentes a apurar asalegações e I}'"ar as condições, se positivas, à apreciaçãodo Preside.Iile da República para as providências preco­nizadas nó texto constitucional. Voto pelo indeferimen­to do pedido, em face das razões expostas". Em discus­são a matéria, a Mesa aprova o parecer do Relator.Prosseguindo, a Mesa resolve ratificar o despacho doSenhor Presidente "ad referendum" da Mesa, conce­dendo licença para tratar de interesses particulares aoSenhor Deputado Percival Muniz, a partir de 1" de agos­to c até 30 de novembro de 1988. Nada mais havendoa tratar, às 12:00 horas, o Senhor Presidente suspendea reunião por 15 minutos a fim de ser lavrada a presenteata. Reaberta a reunião, é a ata lida a aprovada. Eu.Paulo Appo M. de Oliveira Secretário-Geral da Mesa.lavrei a presente ata, que após subscrita pclo SenhorPresidente, vai à publicação. - Deputado Homero San­tos, Presidente da Câmara dos Deputados, em exer­cício.

INSTITUTO DE PREVIDÊNCIADOS CONGRESSISTAS

Ata da 9' Reunião Ordinária, realizadaem 28 de abril de 1988.

Às onze horas e trinta minutos do dia vinte e oitodo mês de abril do ano de hum mil novecentos e oitentae oito reuniu-se o Conselho Deliberativo do Institutode Previdência dos Congressistas-IPC, sob a presidênciado Deputado Gustavo de Faria e com a presença doSenhor Vice-Presidente Senador Odacir Soares e Se­nhores Conselheiros: Deputada Ana Maria Rattes, De­putado Valmir Campelo, Deputado Antonio de Jesus,Dr. Antonio Geraldo Guedes, Dra. Léa Fonseca Silvae Dr. Manoel José de Souza. Abertos os trabalhos foilida e aprovada a ata da 8' Reunião Ordinária, relizadaem 23 de fevereiro de 1988, e o Senhor PresidenteDeputado Gustavo de Faria determinou a distribuiçãodos processos constantes da pauta, pelos diversos Rela­tores, na seguinte ordem; ao Conselheiro DeputadoValmir Campelo, processos de auxílio- doença, a saber:Alarico Abib (n' 520/88), Aleides Freitas Filho (n'521188), Alcimaco Dutra Correa (n' 660/88), AloisioMarcos Vasconcelos Novais (n' 081/88, Américo Nata­lino Carneiro Brasil (n' 045/88, Ana Rita Martins (n'578/88), Antonio Carneiro Arnaud (n' 382/88), AntonioPaulo Rodriges ( n' 054/88), Antonio Paulo Rodrigues(n'445/88), Antonio Paulo Rodrigues (n' 519/88, BianorAntunes de Siqueira (n' 165/88), Bianor Antunes deSiqueira (396/88), Bianor Antunes de Siqueira (n'577/88), Carlos Alberto Silva (n' 579/88), Célio Hum­berto dos Santos (n' 670/88), César Cals de OliveiraFilho (n' 056/88), Edilson Oliveira do Santos (n' 300/88),Edson Paulo Pacheco Dutra (n' 149/88), Ester Almeida

"Valadares (n' 201188), Eurípedes Magalhães da Silva(n" 381188), João Fonseca Filho (n' 518/88), JoaquimFernandes de Oliveira (n' 432/88), Jorge Pereira Rosa(n' 463/88), José Coutinho de Araújo (n\' 222/88), JoséCoutinho de Araújo (n' 585/88), José Fortes da Silva(n' 301188), José Hugo Mardini (n' 298/88) José JuarezAntunes (n' 377/88), Jovelina Mendes Carvalho n'651188), Lázaro Isaias Pereira (n' 150/88), Letícia No­gueira Veves (n' 419/88), Lúci:;. Santos Tomelin (n'562/88), Mágda Roeude 13.eníáÍdes (n' 221188), MariaAmélia Brandão Pinto de Almeida (n' 522/88), MariaJúlia Barbosa de Oliveira (n' 158/88), Maria SimoneBarreira Milete (n' 380/88), Mário Braga Ramos (n'630/881,.,Mauro de Alencar Dantas (n' 593/88), NeyFelipe da'Sil"a (n'162/88), Odulfo Vieira Domingues(n' 710/88), Olinel Cardoso Lemes (n" 055/88), OnofreRodrigues CO!!fa (11' 052/88), Paulo Marcelo Araújoda Cunha (~9/88), Robson Silveira Carvalho (n'302/88), Rodrigo da Silva Amaral (n' 161/88), UbiratanFrancisco Vilela Tom Spinelli (n' 351188), Vanderlanedos Santos Batista (n' 621/88), Vencez Rodrigues Alves(n' 299/88), Wanda Laura Leite Lima (n' 431/88)e Wil­son Leite Braga (n' 638/88); à Conselheira DI" Léa Fon­seça Silva, processos de averbação de mandato, a saber:amilcat Benassuly Moreira (n9 470/88), Arnaldo MoraesFilho (!l' 488/88)e José.Luiz de Sá (n' 270/88)e processosde cancelamento de averbação de mandato de DionísioDal-Prá (n' 269/88) e de Jacy Scanagata (n' 493/88),

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Agosto de 1988

e também processo de integralização de carência deCasildo João Maldaner (n' 1.489/88); ao Conselheirouneral, a saber: Inácia Lopes da Silva (n' 093/88), MariaSimone Barreira Milet (n' 517/88) e Teresinha AugustaLeite (n' 223/88) e ao Conselheiro Dr. Antonio GeraldoGuedes, processo de concessão de pensão, a saber: Al­do Salgado do Nascimento (n' 216/88), Antonio JoséViana (n' 106/88), Enerina Fernandes Pacheco Pereira(n' 355/88), Geraldo Lúcio Queiroz (n' 061188), Hum­berto Balbino e Silva (n· 202/88), Ivany Braga (n'098/88), José carlos Fontes (n' 587/88), Leopoldo daCosta Matos (n' 460/88), Luiz Carlos Lemos de Abreu(n' 350/88), Luiz Gonzaga Nogueira (?wO 126/88), Ma­ria Júlia Barbosa de Oliveira (n' 157/88), Maria SimoneBarreira Milet (n' 492/88), Maria Sônia BorboremaAgripino (n'606/88),- Nadir Pinto Gonzáles (n' 033/88),Nilson Avelar (n' 494/88), Oswaldo Cavalcanti da CostaLima Filho (n' 454/88), Paulo José Alves Rattes (n'006/88), Virgimar dos Santos Vieira (n' 001188) e Walde­mar Gomes Tinoco (n' 159/). Após aprovação dos pare­ceres sobre a matéria da pauta, o Conselheiro AntonioGeraldo Guedes abordou o problema da isonomia quedeve presidir o critério de pagamento das pensões doIPC, pedindo ao presidente que continue nas gestõesjunto ao Senhor Presidente da República e junto aoMinistério do Planejamento no sentido de serem libera­dos os recnrsos orçamentários já inseridos na Lei deMeios, com vistas a implantação, o mais breve possível,da tão esperada equiparação das pensões. Interveio oConselheiro Valmir Campelo dizendo que existe umaemenda de sua autoria ao projeto de constituição, jácom parecer favorável do Relator Bernardo Cabral,exatamente em favor dos funcionários aposentado. En­fatizou que "a aposentadoria hoje é um castigo e nãoum prêmio". Leu, na íntegra, perante o Conselho, ostermos de sua proposição, bem como os do parecerdo Relator. Disse o Conselheiro Valmir Campelo quese aprovada sua emenda serão corrigidas todas essasdistorções. Voltando ao assunto o Conselbeiro GeraldoGuedes exemplificou o caso dos deputados estaduaisvinculados a Instituto de Previdência Parlamentar, sub­vencionados pelo governo estadual, que percebem pen­sões bem mais elevadas do que os parlamentares fede­rais. Disse ainda o Conselbeiro Geraldo Guedes quetais benefícios foram estendidos às Câmaras de Verea­dores, uma vez que os vereadores estão ligados aosinstitutos estaduais que hoje estão mudando a legislaçãopara conceder ao vereador o mesmo direito dos deputa­dos estaduais. O Senhor Presidente Gustavo de Faria,em aparte ao orador, citou o fato de ter sido abordado00 Rio de Janeiro por um ilustre ex-parlamentar flumi­nense que o interpelou em altos brados, em um aconte­cimento social em que esteve presente, sobre a razãoporque um deputado percebe quasc três vezes maisdo que ele. O conselheiro Geraldo Guedes concluiudizendo que a associação dos Ex-Congressistas vem seentregando a esse trabalho em prol da- isonoamia epediu o apoio dos atuais congressistas que, no futuro,estarão também na condição de ex~parlamentares. En­focou, em seguida, o Conselheiro Geraldo Guedes aquestão dos seguros parlamentares revelando sua per­plexidade pela insignificância das taxas que são descon­tadas de alguns parlamentares e ex-parlamentare e, porconseguinte, a aviltante coberturas pagas por essas em­presas seguradoras. Recordou o Conselheiro GeraldoGuedes a necessidade de serem convocadas as grandesempresas seguradoras, com o fim de se proceder a umarenovação nos contratos de seguros intermediados pelo!PC, visando melhoria da assistência aos segurados,tanto na parte pecuniária da cobertura, quanto na partedo seguro saúde. Disse que o Instituto deveria discutircom as empresas seguradoras uma fórmula para paga­mento de taxa referente ao seguro de vida e ao segurosaúde, com cobertura a mais abrangente possível, inclu­sive no exterior para o atendimento de qualquer even­tualidade. Disse que a grande despesa é, hoje, a hospi­talar, haja vista que a grande maioria dos processosde auxílio-doença concedidos pelo IPC se destina a co­brir despesas laboratoriais relativamente pequenas emcomparação com as despesas hospitalares. Ninguém po­de hoje enfrentar um hospital, enfatizou. Poder-se-ia

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

estabelecer no Instituto Resolução convocando duasou três empresas que tratem de problemas de saúde,para fazermos um seguro em grupo abrangente a cober­tura pecuniária e a despesas com tratamento de saúde,não só entre os· ex-congressistas, mas, também, incluin­do os atuais congressistas. Um seguro que lhe garantisseinternamento hospitalar para si e para seus dependen­tes. Um seguro compatível. Citou, entre outras.empre­sas o BRADESCO, a SUL-AMÉRICA e a GoldemCross. Sugeriu a convocação de representantes destase outras empresas para dizerem qual a melhor formade se operacionalizar esses seguros. O Conselh@iro Ge­raldo Guedes continuou com a palavra dizé·rido em se­guida da insatisfação de grande parte dos pensionistasdo IPC pelo recebimento de questionário em que nofinal se pede que o segurado declare se exerce cargode natureza remunerada. Esse formulário - ressaltouei Conselheiro Geraldo Guedes - vem causandoapreensões e sobressaltos no seio dos pensionistas doIPC e seu dcsalento antes a inquisição vem sendo cons­tatado na correspondência de nossa Associação. O Pre­sidente Gustavo da Faria determinou que se retire des­ses formulários tais indagações. O presidente Gustavode Faria encaminhou ao Conselho, para discussão, pro­posta por ele recebida da empresa Paulo Octávio Em­preendimentos Imobiliários. Em seguida o ConselheiroDr. Antonio Geraldo Guedes solicitou a palavra paraapresentar parecer em que analisa o Balancete Patrimo­nial e Demonstrativo das Receitas de Despesas do mêsde janeiro/88, concluindo pela aprovação dos mesmos,manifestando-se os Conselheiros presentes favoravel­mente aos seus termos. O Presidente Gustavo de Faria,fazendo uso da palavra, salientou a necessidade de seproceder a modificações na sistemática de concessãode empréstimos visando compatibilizar a taxa ·de juroscom a realidade do mercado e a preservação do patri­mônio financeiro do IPC. Ato contínuo, submeteu aoconhecimento dos presentes o teor da Proposta de

Resolução n' 001188, versando sobre o assunto apóso que, foi aprovada por unanimidade. Dando prossegui­mento, foram ainda apreciados e igualmente aprovadosos processos de inscrição dos seguintes segurados facul­tativos: Abel Sousa Soares, Adalgisa Xavier Reis,Adriana Henning Paranaguá Gonzales, Alcides EmilioKarvat, Alciolino Tito Pereira, Alfredo Calzá, Ama- .rildo Gonçalves Ferraz, Ana Elizabeth de Freitas Bra­ga, Ana Gualterina de Alencar Araripe, Ana Mariados Santos Rocha, Ana Regina VilIar Peres, AndréaNogueira de Miranda Pereira Pinto, Antonia de Mariade Lacerda, Antouia Estelita Matias, Antonio da CostaSampaio, Aureliano Pinto de Menezes, Baltazar Men­des de Carvalho, Bárbara de Freitas, Carlos Albertode Souza Quintanilha, Carlos Pereira Borges Júnior,Cecília Sílvia Guedes Alcoforado, Célia Henrique Sou­za, Cícero Barbosa da Silva, Cláudio de Oliveira Pinto,Clenir dos Santos Oliveira, Corinto Ethan Ladeira Vir­gílio, Cybele Martins Soares de Araújo, Cynthia Giova­nni Albuquerque Damião, Dácio Vieira, Damiana deJesus Santos Gusmão, Darci Dias Carvalhêdo, DiogoAlves de Abreu Júnior, Diomar Correa da Costa Neto,Djair da Silva Braga, Domingos Vascos da Silva Neto,Edivaldo Cunha Pimenta, Edilson Alves, Edna dos San­tos de Faria, Edson Cosme Tavares, Elaine Cristinade França Laus, Elbem César Nogueira Amaral, Elizeuda Silva Couto, Elza Lídia Habermann, Eugênio deBorba Amaro, Ewandro Magalhães Júnior, Fábio Alvesde Araújo, Filomena Barros, Flávia Regina Mendesde Oliveira Freski, Flávia Rejane Lugon Bittencourt,Francisca Dantas, Francisca Marlene Henrique deAraújo, Francisco de Assis Peixoto Coutinho, FranciscoEvaristo de Paiva, Francisco Itamar Machado, Fran­cisco Maranguape da Rocha, Gardel Rodrigues doAmaral, Genival José Casemiro, Geraldo Ferreira Gar­cia, Helena Maria Barbosa de Freitas, Helena PassosGuimarães, Hélia Darc Silva de Araújo, Helios de Pas­sos, Hélio José de Souza Ameno, Heni Inácio Ldeira,Hudson Gomes de Paula, Iran Madeira, Ivanete SoutoBotelho Luz, Jayme Corrêa da Sá Filho, Jayme WagnerCândido de Farias, Joaquim de Freitas, João BatistaCorreia, João de Souza Sobrinho, Jorgete Franciscoda Silva, José Alberto Manclaro Mury, José Coelho

Quarta-feira 10 2735

Chianca, José das Dores fernandes, José de Assis Cas­tro Bina, José Geraldo da 'Fonseca Filho, José GomesFeitoza, José Gonçalves dos Santos, José Ribeiro deCampos Sobrinho, José Silvério dc Castro, Josimar Ro­drigues de Lacerda, Ladislene Aparecida de·Ameida,Laura Raquel Dutra Jauino, Leiber de Jesus PereiraFilho, Leila Maria Tostes Segall, Leônidas Braz daGuarda, Lourival da Silva Filho, Lueiana· de AraújoVieira, Luciana Maria Feijó Sampaio Pinto, Luis Carlosdo Nascimento Salgueiro, Luiz Antonio Perácio Mon­teiro, Luiz Carlos Grangeiro, Luiz Carlos Vida! de Sá,Luiz de Lourdes Bernardes Curado, Luiz Florêncio Re­go, Luiz Henrique CasceIli de Azevedo, Magda SuelyRosa Oyo, Manoel Joaquim de França Suares, ManoelTeixeira Estrela, Marcelo Oliveira de Azevedo, MarcosAntonio Moraes Pinto, Maria Amélia Cardoso de An­drade, Maria Andreia Arruda Portilho Simão, MariaAparecida Dias Pereira, Maria Bernardete de Farias,Maria Cristina Portella de Azevedo, Maria das GraçasVasconcelos Maranhão, Maria do Amparo FerreiraSantiago, Maria do Socorro Diniz da Cruz, Maria IgnêzCavalcanti de Souza, Maria Regina Silva, Maria Terezade Souza, Mariangela Gonçalves Cascão, Mário Freitasde Oliveira, Mauro Limeira Mena Barreto, Milton Ser­jo de Carvalho, Míriam Paiva da Silva, Murilo Sérgioda Silva Neto, Nazir Antonio Rocha Isaac, Nileide He­lena Monturil, Nilson Barbosa dos Santos, Nilson Car­neiro Quirino, Nilza Maria Ferreira Mendes, NivaldaCarvalho dos SantQs, Norma Suely Bussular, Odorico

-Ferreira, Oscar Martins de Oliveira, Otávio Lira Neto,Paulo da Silva Pinto, Paulo de Tarso Vieira, Paulo Eu­frázio Peixoto de Brito, Paulo Seixas, Regina Alvesde Souza, Regina Lúcia Carvalho Junqucira Osório,Regina Pédrosa de Oliveira, Paulo Roberto Falconi deCarvalho, Rodrigo Gagiano Barbosa, Ronaldo Silva,Rosamaria Schertel Ferreira Mendes, Rosane Melo R.de Figueiredo, Rosita Monteiro Cibreiros, Rubens doPrado Leite, Rubson Santos Amaral, Sandra Mara Fir­mo Ribeiro, Sandro Masanori Tutida, Sebastião Mari­nho da Paixão, Senhora das Neves Lucas Sales, SílviaTereza Caiado, Silma Ayres da Silva Bento, SimoneCrema Mendes, Sonia Regina Pinto da Silva, SôniaRocha de Lima, Sonia Versiani Cintra, Suzana Maga­lhães Scafuto, Tajla Maria Viana Sobreira Bezerra, Te­rezinha do Socorro da Silva Xavier. Themis CaminhaGurgel, Thomé Femades da Silva, Valéria Soares Tei­xeira, Valmir Valdemar de Aguiar, Vandui Brito daSilva, Vivalda Rodrigues de Lima, Virgínia de CastroSilva, Vítor Nogales Vasconcelos, Wagner Cabral daCosta, Walter Mendes Lucas, Washington Luiz Reizde Oliveira e Willian Fernando Magalhães. Nada maishavendo a tratar, é encerrada a reunião às treze horase cinqüenta minutos. E, para, constar, eu Arnaldo Go­mes, secretário, lavrei a presente ata que, depois delida e aprovada será assinada pelo Senhor Presidente.

INSTITUTO DE PREVIDÊNCIADOS CONGRESSISTAS

Balancete Patrimonial e Demonstrativodas Receitas e Despesas

PARACER

(Aprovado em Reunião do ConselhoDcliberativo de 16-6-88)

A análise do Balancete Patrimonial, do Demonstra­tivo das Receitas e Despesas, referentes -ao períodode 01.01 a 29-2-88 e do Demonstrativo das Receitase Despesas do mês de fevereiro de 1988, com o fimprevisto no Art 12, inciso lII, da Lei n' 7.087, de 29de dezembro de 1982, revela que expressam adequada­mente a posição financeira do Instituto de Previdênciados Congressistas, bem como apresentam claramenteas origens e aplicações dos recursos.

Dessa forma, e considerando ainda que se encontramcorretos e em consonância com os princípios de contabi­lidade, geralmente aceitos, manifesto-me pela aprova­ção dos mesmos.

Brasília-DF, 16 de junho de 1988. -Antônio Geraldode Azevedo Guede~, Relator.

Page 28: DIARIO DO CONGRESSO NACIONALimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD10AGO1988.pdf · Belo Jardim, Estado de Pernambuco. JOSÉ GENOÍNO - Carta endereçada ao Presi dente da CPI daCorrupção

2736 Quarta-feira 10 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Agosto de 1988

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Agosto de 1988 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feira 10 2737

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DlErE DA SEÇÃO DE COlTAnIUDADEe;tWJADClR Q1C~DF 6ZU

INSTITUTO DE PREVIDÊNCIADOS CONGRESSISTAS

Balancete Patrimonial e Demonstrativodas Receitas e Despesas

PARECER

(Aprovado em Reunião do ConselhoDeliberativo de 16-6-88)

A análise do Balancete Patrimonial, do Demonstra­tivo das Receitas e Despesas, referentes ao períodode 01.01 a 31-3-88 e do .Demonstrativo das Receitase Despesas do mês de março de 1988, com o fim previstono Art. 12, inciso m, da Lei n' 7.087, de 29 de dezembrode 1982, revela que expressam ·adequadamente a posi­ção financeira do Instituto de Previdência dos Congres-

sistas, bem como apresentam claramente as origens eaplicações dos recursos.

Dessa forma, e considerando ainda que se encontramcorretos e em consonância com os princípios de contabi­lidade, geralmente aceitos, manifesto-me pela aprova­ção dos mesmos.

Brasília-DF, 16 de junho de 1988. - Antônio Geraldode Azevedo Guedes, Relator.

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2738 Quarta-feira 10 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Agosto de 1988

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Agosto de 1988 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

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INSTITUTO DE PREVIDÊNCIADOS CONGRESSISTAS

Balancete Patrimoniai e Demonstrativodas Receitas e Despesas

PARECER

(Aprovado em Reunião do Conselho

Deliberativo de 16-6-88)

A análise do Balancete Patrimonial, do Demonstra­tivo das Receitas e Despesas, referentes ao períodode 01-01 a 30-4-88 e do Demonstrativo das Receitase Despesas do mês de abril de 1988, com o fim previstono Art. 12, inciso rII da Lei n'7.087, de 29 de dezembrode 1982, revela que expressam adequadamente a posi­ção financeira do Instituto de Previdência dos Congres­sistas, bem como apresentam claramente as origens eaplicações dos recursos. .

Dessa forma, e considerando ainda que se encontramcorretos e em consonância com os princípios de contabi­lidade, geralmente aceitos, manifesto-me pela aprova­ção dos mesmos.

Brasília-DF, 16 de junho de 1988. -Antônio Geraldode Azevedo Gnedes, Relator.

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2740 Quarta-feira 10 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçáo I) Agosto de 19881, ,

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Agosto de 1988 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feira 10 2741

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PÁG't-HA ORIGJNAt'EM BRANCO

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MESA MAIORIA LIDERANÇASPT

PMDB e PFLLíder:.

Líder: Vice-Líderes:Luiz Inácio Lula da Silva

Presidente: Carlos Sant'AnnaVice-Líderes:

Ulysses Gnimarães - PMDBInocêncio Oliveira Plínio Arruda Sampaio

PMDB Ricardo IzarLíder: Erico Pegoraro

José Genoíno

l'-Vice-Presidente: Ibsen PinheiroPDC

Jesus TajraHomero Santos - PFL Vice-Líderes: José Teixeira

Líder:

João Herrmann Neto Iberê Ferreira Siqueira Campos

2'-Vice-Presidente: Miro Teixeira Dionísio Hage Vice-Líderes:

Paulo Mincarone - PMDB Ubiratan Aguiar Stélio DiasJairo Carneiro

Walmor de Luca Luís Eduardo José Maria Eymael

l'-Secretário: Gabriel Guerreiro Ronaro Corrêa Roberto Balestra

Paes de Andrade - PMDB Genebaldo Correia Rita Furtado PSB

Maunlio Ferreira Lima PSDBLíder:

2'-Secretário:João Natal Líder~

José Carlos SabóiaPL

Albérico Cordeiro - PFLMárcia Kubitschek Pimenta da VeigaDenisar Arneiro Líder:

Dálton Canabrava PDS Adolfo Oliveira

3'-Secretário: Maguito Vilela Líder: Vice-Líder:

Heráclito Fortes - PMDB Ronaldo Carvalho Amaral Netto Afif Domingos

Raimundo Bezerra Vice-Líderes: PCdoB

4'-Secretário: Maurício Pádua Bonifácio de Andrada Líder:

Cunha Bueno - PDSCid Carvalho Aécio de Borba Aldo Arantes

Rospide Neto PTB Vice-Líder:

José Ulísses de Oliveira Líder: Eduardo Bonfim

Manoel Moreira Gastone Righi PCBJorge Uequed Vice-Líderes: Líder:

José Tavares Joaquim Bevilacqua Roberto FreireSuplentes Sérgio Spada Sólon Borges dos Reis Vice-Líderes:

Fernando Gasparian Elias Murad Fernando SantanaJosé Carlos Vasconcellos Roberto Jefferson Augusto Carvalho

Daso Coimbra - PMDB Ruy Nedel PDT PTRFernando Velasco Líder: Líder:

Mendes Botelho - PTBRenato Vianna Brandão Monteiro Messias Soares

Vice-Líderes: PMB

Amaury MüllerLíder:

Irma Passoni - PT PFL Vivaldo BarbosaArnaldo Faria de Sá

Líder: Adhemar de Barros FilhoPSD

Osvaldo Almeida - PLLíder:

José Lourenço José Fernandes César Cals Neto

DEPARTAMENTO DE Titulares Suplentes

COMISSÕES PFL

Diretor: Carlos Brasil Araujo João Alves Enoc Vieira Denisar Arneiro Júlio Costamilan

Local: Anexo II - telefone ramal 7053 Jofran Frejat Furtado Leite Firmo de Castro Lézio Sathler

Coordenação de Comissões Permanentes Benito Gama Simão Sessim Francisco Sales Maria Lúcia

Diretora: Silvia Barroso Martins Mussa Demes Ivo Cersásimo Paulo Silva

Local: Anexo 11 - Telefone: 224-5719, ramal 6890Joaquim Haickel Percival Muniz

PDS

COMISSÃO PERMANENTE Jorge Arbage

Comissão de Fiscalização e Controle José Luiz Maia PFL

Presidente: Fernando Gasparian - PMDBPDT Alércio Dias Dionísio Dal Prá

J'-Vice-Presidente: Benito Gama - PFL José Fernandes Arolde de Oliveira Fausto Rocha

2'-Vice-Presidente: Jorge Arbage - PDSPTB Arnaldo Prieto Lael Varela

Ottomar de Souza Pinto Cláudio ÁvilaPT

Titulares Irma PassoniPMDB PL PDS

Domingos Juvenil José Serra Adolfo Oliveira Francisco Diógenes

Edivaldo Motta Joaci Góes Mello ReisFernando Gasparian Miro Teixeira PDT

Genebaldo Correia Nilso Sguarezi Suplentes Moema São Thiago

Ismael Wanderley Nion Albernaz PMDB PTIrajá Rodrigues Osmundo Rebouças Aécio Cunha Luiz Gushiken

Ivo Vanderlinde Roberto Brant Aluízio Campos José Costa PDCJosé Carlos Vasconcellos Bosco França José Dutra Siqueira Campos

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COMISSÃO TEMPORÁRIA

COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉ.RITO DESTINADA A INVESTIGAR ODESTINO DE APLICAÇÃO PELO MINIS­TÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA, DOS- RECURSOS PROVENIENTES DA~MENDA CALMON,

REQUERIMENTO N' 1/87

Artur da TávolaDoreto CampanariEduardo MoreiraHermes Zaneti

Leur LomantoEunice Michilcs

Wilma Maia

TitularesPMDB

PFL

PDS

PDT

Milton BarbosaOctávio ElísioRita CamataSérgio Spada

Eduardo TinocoNelson Sobrá

Suplentes

PMDB

Cid CarvalhoHenrique Eduardo AlvesJosé TavaresManoel Moreira

PFL

Evaldo GonçalvesÁtila Lira

PDS

Ubiratan Spinelli

PDT

Márcia KubitschekMárcio BragaMauro SampaioRenato Vianna

Dionísio HageMaria de Lourdes

Abadia

Prazo 6-4-88 a 23·9-88

Presidente. Hermes ZanetiVice·Presidente: Eraldo TinocoRelator: Sólon Borges dos Reis

José Maurício

Sólon Borges dos Reis

PTB

Chico Humberto

PTB

Fábio Raunbeitti

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DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL

PREÇO O.E ASSINATURA

(Inclusas as despesas de correio via terrestre)

SEÇÃO I (Câmara dos Deputados)

Semestral ~....................... Cz$ 2.600,00Exemplar avulso ••••••••,................ Cz$ 16,00

seçÃo 11 (Senado Federal)

Semestral ••••.••••••••••••••••••••••••••••• C::~$ 2.6(]H[),OOExemplar avulso Cz~$ 16,00

Os pedidos devem ser acompanhados de cheque pagávelem Brasília, Nota de Empenho ou Ordem de Pagamento pela

Caixa Econômica Federal - Agência - PS-CEGRAf, conta cor­rente nl? 920001-2, a favor do

CENTRO GRÁFICO DO SENADO FEDERAL

Praça dos Três Poderes - Caixa Postal 1.203 - Brasília - DFCEP: 70160.

Maiores informações pelos telefones (061) 211-4128 e 224-5615,na Supervisão de Assinaturas e Distribuição d~ Publicações - Coordenaçãode Antendimento ao Usuário.

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- Notas explicativas das alterações.

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cional vigente consolidado (Constituição de 1967, com redação dada pela Emenda Constitucionaln? 1, de 1969, e as alterações feitas pelas Emendas Constitucionais números 2, de 1972, a 27, de1985) - Notas explicativas das alterações com as redações anteriores - minucioso índice temático.(Preço: Cz$ 50,00)

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