república federativa do brasil diÁrio do congresso...

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DIÁRIO República Federativa do Brasil DO CONGRESSO NACIONAL SEÇÃO I ANO XXXIX - N9 07] CAPITAL FEDERAL SÁBADO, 23 DE JUNHO DE 1984 CÂMARA DOS DEPUTADOS SUMÁRIO 1- ATA DA 720 SESSÃO DA 20 SESSÃO LE- GISLATIVA DA 470 LEGISLATURA EM 22 DE JUNHO DE 1984 - Abertura da Ses8i1o 11 - Leiturll e assinatura da Ata dll sessão anterior m- Leiturll do Expediente PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO Do Sr. Deputado Santinho Furtado e outros. COMUNICAÇãO Do Sr. Deputado Airton Soares, Líder do Partido dos Trabalhadores. IV - Pequeno Expediente JOÃO HERCULiNO - Candidatura do Gover- nador Tancredo Neves, de Minas Gerais, a Presidên- cia da República. NOSSER ALMEIDA - Convênio para o custeio e comercialização da borracha. FRANÇA TEIXEIRA - Existência de cartel para determinação do preço do cimento. DEL BOSCO AMARAL - Explosão do oleoduto em Cubatão, São Paulo. JORGE VIANNA - Política cacaueira na Bahia. VIRGILDÃSIO DE SENNA - Posse do Sr. Mário Lima na presidência do Sindicato dos Traba- lhadores na Indústria da Destilação de Petróleo no Estado da Bahia. JORGE ARBAGE - Convocação do General Newton Cruz por Comissão Parlamentar de Inquéri- to. Carta do Ce!. Tales Ferreira Vilaça ao jornal O Estado de S, Paulo. ORESTES MUNIZ - Aumento do preço dos de- rivados de petróleo. RUBEN FIGUEIRÓ - Perspectivas da agrope- cuária para o ano de 1985. MÁRIO FROTA - Participação das oposições no Colégio Eleitoral. OSVALDO MELO - Expedientes do Presidente do Sindicato das Empresas de Navegação Fluvial e Lacustre do Pará sobre procedimento da ENASA. LÚCIO ALCÂNTARA - Necrológio do artista plástico Jean Pierrc Chabloz. MÚCIO ATHAYDE - Homenagem a Madame George Marsillac, pioneira no combate ao câncer. ASSIS CANUTO - Implantação da sojicultura no Estado de Rondônia. SÉRGIO MOREIRA - Décimo sétimo aniver- sário da morte do ex-Governador Muniz Falcão, Alagoas. SÉRGIO LOMBA - Campanha de O Estado de S. Paulo contra a administração do Governador Leo- nel Brizola, Rio de Janeiro. PAES DE ANDRADE - Necrológio do profis- sional de comunicação João Ramos. ADHEMAR GHISI - Atuação de delegação da Câmara dos Deputados na Europa e Estados Uni- dos, para melhor uso de carvão mineral na Região Sul. WAGNER LAGO - Punição de servidores do Ministério Público do Estado do Maranhão. RENATO CORDEIRO - Dia Mundial do Meio Ambiente. JOSÉ MENDONÇA BEZERRA - Grupo Parla- mentar Brasil-Austrália. v- Grande Expediente WILDY VIANNA - Reflexos da crise econômica brasileira sobre a agricultura. OCTACfLiO ALMEIDA - Programa de ação administrativa do Governo Franco Montoro, São Paulo. NAVARRO VIEIRA FILHO - Isenção do ICM na comercialização do leite in natura. IVO VANDERLiNDE - Problema fundiário. Política agrícola. FLORICENO PAIXÃO - Reajuste de vencimen- tos dos servidores públicos civis da União. ADAIL VETTORAZZO - Reunião de Governa- dores da Oposição em São Paulo. VI - Designação da Ordem do Dia VII - Encerramento 2- MESA (Relação dos membros) 3-LIDERES E VlCE-LIDERES DE PART[- DOS (Relação dos membros) 4- COMISSOES (Relação dos membros das Comissões Permanentes, Especiais, Mistas e de In- quérito) 5- ATA DAS COMISSOES

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DIÁRIORepública Federativa do Brasil

DO CONGRESSO NACIONALSEÇÃO I

ANO XXXIX - N9 07] CAPITAL FEDERAL SÁBADO, 23 DE JUNHO DE 1984

CÂMARA DOS DEPUTADOS

SUMÁRIO

1 - ATA DA 720 SESSÃO DA 20 SESSÃO LE­GISLATIVA DA470 LEGISLATURA EM 22 DE JUNHO DE1984

- Abertura da Ses8i1o

11 - Leiturll e assinatura da Ata dll sessão anterior

m - Leiturll do Expediente

PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO

Do Sr. Deputado Santinho Furtado e outros.

COMUNICAÇãO

Do Sr. Deputado Airton Soares, Líder do Partidodos Trabalhadores.

IV - Pequeno Expediente

JOÃO HERCULiNO - Candidatura do Gover­nador Tancredo Neves, de Minas Gerais, a Presidên­cia da República.

NOSSER ALMEIDA - Convênio para o custeioe comercialização da borracha.

FRANÇA TEIXEIRA - Existência de cartel paradeterminação do preço do cimento.

DEL BOSCO AMARAL - Explosão do oleodutoem Cubatão, São Paulo.

JORGE VIANNA - Política cacaueira na Bahia.

VIRGILDÃSIO DE SENNA - Posse do Sr.Mário Lima na presidência do Sindicato dos Traba­lhadores na Indústria da Destilação de Petróleo noEstado da Bahia.

JORGE ARBAGE - Convocação do GeneralNewton Cruz por Comissão Parlamentar de Inquéri-

to. Carta do Ce!. Tales Ferreira Vilaça ao jornal OEstado de S, Paulo.

ORESTES MUNIZ - Aumento do preço dos de­rivados de petróleo.

RUBEN FIGUEIRÓ - Perspectivas da agrope­cuária para o ano de 1985.

MÁRIO FROTA - Participação das oposiçõesno Colégio Eleitoral.

OSVALDO MELO - Expedientes do Presidentedo Sindicato das Empresas de Navegação Fluvial eLacustre do Pará sobre procedimento da ENASA.

LÚCIO ALCÂNTARA - Necrológio do artistaplástico Jean Pierrc Chabloz.

MÚCIO ATHAYDE - Homenagem a MadameGeorge Marsillac, pioneira no combate ao câncer.

ASSIS CANUTO - Implantação da sojiculturano Estado de Rondônia.

SÉRGIO MOREIRA - Décimo sétimo aniver­sário da morte do ex-Governador Muniz Falcão,Alagoas.

SÉRGIO LOMBA - Campanha de O Estado deS. Paulo contra a administração do Governador Leo­nel Brizola, Rio de Janeiro.

PAES DE ANDRADE - Necrológio do profis­sional de comunicação João Ramos.

ADHEMAR GHISI - Atuação de delegação daCâmara dos Deputados na Europa e Estados Uni­dos, para melhor uso de carvão mineral na RegiãoSul.

WAGNER LAGO - Punição de servidores doMinistério Público do Estado do Maranhão.

RENATO CORDEIRO - Dia Mundial do MeioAmbiente.

JOSÉ MENDONÇA BEZERRA - Grupo Parla­mentar Brasil-Austrália.

v - Grande Expediente

WILDY VIANNA - Reflexos da crise econômicabrasileira sobre a agricultura.

OCTACfLiO ALMEIDA - Programa de açãoadministrativa do Governo Franco Montoro, SãoPaulo.

NAVARRO VIEIRA FILHO - Isenção do ICMna comercialização do leite in natura.

IVO VANDERLiNDE - Problema fundiário.Política agrícola.

FLORICENO PAIXÃO - Reajuste de vencimen­tos dos servidores públicos civis da União.

ADAIL VETTORAZZO - Reunião de Governa­dores da Oposição em São Paulo.

VI - Designação da Ordem do Dia

VII - Encerramento

2 - MESA (Relação dos membros)3-LIDERES E VlCE-LIDERES DE PART[­

DOS (Relação dos membros)4 - COMISSOES (Relação dos membros das

Comissões Permanentes, Especiais, Mistas e de In­quérito)

5 - ATA DAS COMISSOES

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!i336 Sábado 23 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçào I)

Ata da 72~ Sessão, em 22 de junho de 1984Presidência do Srs.

Flávio Marcílio, Presidente.

Junho de 1984

I - ÀS 9:00 HORAS COMPARECEM OS SE­NHORES:

Flávio MarcílioPaulino Cícero de VasconcellosWalbcr GuimarãesFernando LyraAry KffuriFrancisco StudartAmaury MüllerOsmar LeitãoCarneiro ArnaudJosé EudesAntônio Morais

Aere

Alércio Dias - PDS; Aluízio Bezerra - PMDB;Amílcar de Queiroz - PDS; Geraldo Fleming ­PMDB; José Mello - PMDB; Nosser Almeida _ PDS;Ruy Lino - PMDB; Wildy Vianna - PDS.

Amazonas

Arlindo Pôrto - PMDB; Arthur Virgílio Neto ­PMDB; José Fernandes - PDS; José Lins de Albuquer­que - PDS; Josué de Souza - PDS; Mário Frota ­PMDB; Randolfo Bittencourt - PMDB; Vivaldo Frota- PDS.

Rondônia

Assis Canuto - PDS; Francisco Erse - PDS; Fran­cisco Sales - PDS; Leônidas Rachid - PDS; MúcioAthayde - PMDB; Olavo Pires - PMDB; Orestes Mu­niz - PMDB; Rita Furtado - PDS.

Pará

Ademir Andrade - PMDB; Antônio J\-maral- PDS;Brabo de Carvalho - PMDB; Carlos Vinagre ­PMDB; Coutinho Jorge - PMDB; Domingos Juvenil- PMDB; Jorge Arbage - PDS; Lúcia Viveiros ­PDS; Manoel Ribeiro - PDS; Osvaldo Melo - PDS;Ronaldo Campos - PMDB; Sebastião Curió - PDS;Vicente Queiroz - PMDB.

Maranhão

Bayma Júnior - PDS; Cid Carvalho - PMDB; Edi­son Lobão - PDS; Enoc Vieira - PDS; Epitácio Cafe­teira - PMDB; Eurico Ribeiro - PDS; Jayme Santana- PDS; João Alberto de Souza - PDS; João Rebelo­PDS; José Burnett - PDS; José Ribamar Machado ­PDS; Magno Bacelar - PDS; Nagib Haickel - PDS;Sarney Filho - PDS; Vieira da Silva - PDS; VictorTrovão - PDS; Wagner Lago - PMDB.

Piauí

Celso Barros - PDS; Ciro Nogueira - PMDB; Herá­clito Fortes - PMDB; Jonathas Nunes - PDS; JoséLuiz Maia - PDS; Ludgero Raulino - PDS; MiltonBrandão - PDS; Tapety Júnior - PDS; Wall Ferraz­PMDB.

Ceará

Aécio de Borba - PDS; Antônio Morais - PMDB;Carlos Virgílio - PDS; Chagas Vasconcelos - PMDB;Cláudio Philomeno - PDS; Evandro Ayres de Moura- PDS; Flávio Marcílio - PDS; Furtado Leite- PDS;

Gomes da Silva - PDS; Haroldo Sanford - PDS;Leorne Belém - PDS; Lúcio Alcántara - PDS; ManoelGonçalves - PDS; Marcelo Linhares - PDS; MauroSampaio - PDS; Moysés Pimentel- PMDB; OrlandoBezerra - PDS; Ossian Araripe - PDS; Paes de Andra­de - PMDB; Paulo Lustosa - PDS; Sérgio Philomeno- PDS; Tomaz Coelho - PMDB.

Rio Grande do Norte

Agenor Maria - PMDB; Antônio Câmara ­PMDB; Antônio Floréncio - PDS; Henrique EduardoAlves - PMDB; Jessé Freire - PDS; João Faustino­PDS; Vingt Rosado - PDS; Wanderley Mariz - PDS.

Paraíba

Adauto Pereira - PDS; Aluízio Campos - PMDB;Álvaro Gaudêncio - PDS; Antônio Gomes - PDS;Carneiro Arnaud - PMDB; Edmc Tavares - PDS; Er­nani Satyro - PDS; João Agripino - PMDB; José Ma­ranhão - PMDB; Raymundo Asfora - PMDB; Tarcí­sio Buriti - PDS.

Pernambuco

Antônio Farias - PDS; Carlos Wilson - PMDB;Cristina Tavares - PMDB; Egídio Ferreira Lima ­PMDB; Fernando Lyra - PMDB; Gonzaga Vasconce­los - PDS; Inocêncio Oliveira - PDS; Jarbas Vascon­celos - PMDB; João Carlos de Carli - PDS; José Car­los Vasconcelos - PMDB; José Jorge - PDS; JoséMendonça Bezerra - PDS; José Moura - PDS; JosiasLeite - PDS; Mansueto de Lavor - PMDB; MiguelArraes - PMDB; Nilson Gibson - PDS; Oswaldo Coe­lho - PDS; Oswaldo Lima Filho - PMDB; Pedro Cor­rêa - PDS; Ricardo Fiuza - PDS; Roberto Freire ­PMDB; Sérgio Murilo - PMDB; Thales Ramalho ­PDS.

Alagoas

Albérico Cordeiro - PDS; Djalma Falcão - PMDB;Fernando Collor - PDS; Geraldo Bulhões - PDS; JoséThomaz Nonô - PDS; Manoel Affonso - PMDB; Nel­son Costa - PDS; Sérgio Moreira - PMDB.

Sergipe

Adroaldo Campos - PDS; Augusto Franco - PDS;Celso Carvalho - PDS; Francisco Rollemberg - POS;Gilton Garcia - PDS; Hélio Dantas - PDS; JacksonBarreto - PMDB; José Carlos Teixeira - PMDB.

Bahia

Afrísio Vieira Lima - PDS; Angelo Magalhães ­PDS; A"tônio Osório - PDS; Carlos Sant'Anna ­PMDB; Djalma Bessa - PDS; Domingos Leonelli ­PMDB; Elquisson Soares - PMDB; Eraldo Tinoco ­PDS; Etelvir Dantas - PDS; Felix Mendonça - PDS;Fernando Gomes - PMDB; Fernando Magalhães ­PDS; Fernando Santana - PMDB; França Teixeira ­PDS; Francisco Benjamim - PDS; Francisco Pinto ­PMDB; Genebaldo Correia - PMDB; Gorgônio Neto- PDS; Haroldo Lima - PMDB; Hélio Correia ­PDS; Horácio Matos - PDS; Jairo Azi - PDS; JoãoAlves - PDS; Jorge Medauar - PMDB; Jorge Vianna- PMDB; José Lourenço - PDS; José Penedo - PDS;Jutahy Júnior - POS; Leur Lomanto - POS; ManoelNovaes - PDS; Marcelo Cordeiro - PMDB; Ney Fer-

reira - PDS; Prisco Viana - PDS; Raymundo Urbano- PMDB; Raul Ferraz - PMDB; Rômulo Galvão ­PDS; Ruy Bacelar - PDS; Virgildásio de Senna ­PMDB; Wilson Falcão - PDS.

Espírito Santo

Hélio Manhães - PMDB; José Carlos Fonseca ­PDS; Max Mauro - PMDB; Myrthes Bevilacqua ­PMDB; Nelson Aguiar - PMDB; Nyder Barbosa ­PMDB; Pedro Ceolim - PDS; Stélio Dias - PDS;Theodorico Ferraço - PDS.

Rio de Janeiro

Abdias do Nascimento - PDT; Agnaldo Timóteo ­PDT; Alair Ferreira - PDS; Aloysio Teixeira ­PMDB; Alvaro Valle - PDS; Amaral Netto - PDS;Bocayuva Cunha - PDT; Brandão Monteiro - PDT;Carlos Peçanha - PMDB; Celso Peçanha - PTB; Cle­mir Ramos - POT; Darcílio Ayres - PDS; DasoCoimbra - PMDB; Délio dos Santos - PDT; DenisarArneiro - PMDB; Eduardo Galil - PDS; FernandoCarvalho - PTB; Figueiredo Filho - PDS; FrancisoStudart - PTB; Gustavo Faria - PMDB; HamiltonXavier - PDS; Jacques D'Ornellas - PDT; Jorge Cury- PTB; Jorge Leite - PMDB; José Colagrossi - PDT;José Eudes - PT; José Frejat - PDT; Lázaro Carvalho- PDS; Léo Simões - PDS; Leônidas Sampaio ­PMDB; Marcelo Medeiros - PMDB; Márcio Braga ­PMDB; Márcio Macedo - PMDB; Mário Jurana ­PDT; Osmar Leitão - PDS; Roberto Jefferson - PTB;Ruben Medina - PDS; Saramago Pinheiro - PDS; Se­bastião Ataíde - PDT; Sebastião Nery - PDT; SérgioLomba - PDT; Simão Sessim - PDS; Walter Casano­va - PDT; Wilmar Palis - PDS.

Minas Gerais

Aécio Cunha - PDS; Aníbal Teixeira - PMDB; An­tônio Dias - PDS; Bonifácio de Andrada -'-- PDS; Car­los Eloy - PDS; Carlos Mosconi - PMDB; CássioGonçalves - PMDB; Castejon Branco - PDS; Christó­vam Chiaradia - PDS; Emílio GaUo - PDS; EmílioHaddad - PDS; Fued Dib - PMDB; Gerardo Rcnault'- POS; Homero Santos - PDS; Humberto Souto ­PDS; [srael Pinheiro - PDS; Jairo Magalhães - PDS;João Herculino - PMDB; Jorge Carone-PMDB; Jor­ge Vargas - PMDB; José Carlos Fagundes - PDS; Jo­sé Machado - PDS; José Maria Magalhães - PMDB;José Mendonça de Morais - PMDB; José Ulisses ­PMDB; Juarez Baptista - PMDB; Júnia Marise ­PMDB; Luís Dulci - PT; Luiz Baccarini - PMDB;Luiz Guedes - PMDB; Luiz Sefair - PMDB; Maga­lhães Pinto - PDS; Manoel Costa Júnior - PMDB;Mârio Assad - PDS; Mário de Oliveira - PMDB;Maurício Campos - PDS; Melo Freire - PMDB; Mil­ton Reis - PMDB; Navarro Vieira Filho - PDS; Nyl­ton Velloso - PDS; Oscar Corrêa Júnior - PDS; Os­waldo Murta - PMDB; Paulino Cícero de Vasconcellos- PDS; Pimenta da Veiga - PMDB; Raul Belém ­PMOB; Raul Bernardo - PDS; Ronaldo Canedo ­PDS; Rondon Pacheco - PDS; Rosemburgo Romano- PMDB; Sérgio Ferrara - PMDB; Vicente Guabiro­lia - PDS; Wilson Vaz - PMDB.

São Paulo

Adail Vettorazzo - PDS; Airton Sandoval- PMDB;Airton Soares - PT; Alberto Goldman - PMDB; Alci-

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Junho de 1984

des Franciscato - PDS; Armando Pinheiro - PDS;Aurélio Peres - PMDB; Cardoso Alves - PMDB; Cel­so Amaral - PTB; Cunha Bueno - PDS; Darcy Passos- PMDB; Del Bosco Amaral - PMDB; Djalma Bom- PT; Diogo Nomura - PDS; Doreto Campanari -PMDB; Eduardo Matarazzo Suplicy - PT; FarabuliniJúnior - PTB; Felipe Cheidde - PMDB; Ferreira Mar­tins - PDS; Flávio Bierrembach - PMDB; FranciscoAmaral - PMD~; Freitas Nobre - PMDB; GastoneRighi - PTB; Giáia Júnior - PDS; Herbert Levy ­PDS; Horácio Ortiz - PMDB; Irma Passoni - PT; Is­rael Dias-Novaes - PMDB; João Bastos - PMDB;João Cunha - PMDB; João Herrmann Neto - PMDB;José Camargo - PDS; José Genoino - PT; MalulyNeto - VDS; Márcio Santilli - PMDB; Marcondes Pe­reira - PMDB; Mário Hato - PMDB; Mendes Bote­lho - PTB; Mendonça Falcão - PTB; Moacir Franco- PTB; Natal Gale - PDS; Nelson do Carmo - PTB;Octacílio de Almeida - PMDB; Pacheco Chaves ­PMDB; Paulo Maluf - PDS; Paulo Zarzur - PMDB;Raimundo Leite - PMDB; Ralph Biasi - PMDB; Re­nato Cordeiro - PDS; Ricardo Ribeiro - PTB; Rober­to Rollemberg - PMDB; Ruy Côdo - PMDB; SallesLeite - PDS; Salvador Julianelli - PDS; TheodoroMendes - PMDB; Tidei de Lima - PMDB; UlyssesGuimarães - PMDB.

Goiás

Aldo Arantcs - PMDB; Brasilio Caiado - PDS;Fernando Cunha - PMDB; Gcnésio de Barros ­PMDB; Ibsen de Castro - PDS; Iram Saraiva ­PMDB; Irapuan Costa Júnior - PMDB; Iturival Nasci­mento - PMDB; Jaime Câmara - PDS; João Divino- PMDB; Juarez Bernardes - PMDB; Paulo Borges­PMDB; Siqueira Campos - PDS; Tobias Alves ­PMDB; Wolney Siqueira - PDS.

Mato Grosso

Bento Porto - PDS; Cristina Cortes - PDS; Dantede Oliveira - PMDB; Gilson de Barros - PMDB; Jo­nas Pinheiro - PDS; Maçao Tadano - PDS; MiltonFigueiredo - PMDB.

Mato Grosso do Sul

Albino Coimbra - PDS; Harry Amorim - PMDB;Levy Dias - PDS; Plínio Martins - PMDB; Ruben Fi­gueiró - PMDB; Saulo Queiroz - PDS; Sérgio Cruz­PMDB; Ubaldo Barém - PDS.

Paraná

Alceni Guerra - PDS; Alencar Furtado - PMDB;Amadeu Geara - PMDB; Anselmo Peraro - PMDB;Antônio Mazurek - PDS; Antônio Ueno - PDS; Arol­do Moletta - PMDB; Ary Kffuri - PDS; Borges daSilveira - PMDB; Celso Sabqia - PMDB; DHson Fan­chin - PMDB; Fabiano Braga Cortes - PDS; HélioDuque - PMDB; !talo Conti - PDS; José Carlos Mar­tinez - PDS; José Tavares - PMDB; Luiz AntônioFayet - PDS; Mattos Leão - PMDB; Norton Macedo- PDS; Olivir Gabardo - PMDB; Oscar Alves - PDS;Oswaldo Trevisan - PMDB; Otávio Cesário - PDS;Paulo Marques - PMDB; Pedro Sampaio - PMDB;Reinhold Stephanes - PDS; Renato Bernardi ­PMDB; Renato Loures Bueno - PMDB; RenatoJohnsson - PDS; Santinho Furtado - PMDB; SantosFilho - PDS; Sebastião Rodrigues' Júnior - PMDB;Valmor Giavarina - PMDB; Walber Guimarães ­PMDB.

Santa Catarina

Adhemar Ghisi - PDS; Casildo Maldaner - f'MDB;Dirceu Carneiro - PMDB; Epitácio Bittencourt ­PDS; Evaldo Amaral- PDS; Fernando Bastos - PDS;

DIÁRIO DO CONGRESSO NACrONAL (Seção I)

Ivo Vanderlinde '- PMDB; João Paganella - PDS;Luiz Henrique - PMDB; Nelson Morro - PDS; Nel­son Wedekin - PMDB; Odilon Salmoria - PMDB;Paulo Melro - PDS; Pedro Colin - PDS; Renato Vian­na - PMDB; Walmor de Luca - PMDB.

Río Graode do Sul

Aldo Pinto - PDT; Amaury Müller - PDT; AugustoTrein - PDS; Balthazar de Bem e Canto - PDS; DarcyPozza - PDS; Emidio Perondi - PDS; Floriceno Pai­xão - PDT; Guido Moesch - PDS; Hermes Zaneti ­PMDB; Hugo Mardini - PDS; Ibsen Pinheiro ­PMDB; Irajá Rodrigues - PMDB; Irineu Colato ­PDS; João Gilberto - PMDB; Jorge Uequed ­PMDB; José Fogaça - PMDB; Júlio Costamilan ­PMDB; Lélio Souza - PMDB; Matheus Schimidt ­PDT; Nadyr Rossetti - PDT; Nelson Marchezan ­PDS; Nilton Alves - PDT; Oly Fachin - PDS; Osval­do Nascimento - PDT; Paulo Mincarone - PMDB;Pedro Germano - PDS; Pratini de Morais - PDS;Rosa Flores - PMDB; Rubens Ardenghi - PDS; Sieg­fried Heuser - PMDB; Sinval Guazzelli - PMDB; Vic­tor Faccioni - PDS.

Amapá

Antônio Pontes - PDS; Clarck Platon - PDS; Geo­vani Borges - PDS; Paulo Guerra - PDS.

Roraima

Alcides Lima - PDS; João Batista Fagundes - PDS;Júlio Martins - PDS; Mozarildo Cavalcanti - PDS.

o SR. PRESIDENTE (Flávio Marcílio) - A lista depresença acusa o comparecimento de 134 SenhoresDeputados.

Está aberta a sessão.Sob a proteção de Deus inieiamos nossos trabalhos.O Sr. Secretario procederá à lcitura da ata da sessão

anterior.

11 - O SR. ASSIS CANUTO, servindo como 2'­Secretário procede à leitura da ata da sessão antecedente,a qual é, sem observações, assinada.

O SR. PRESIDENTE (Flávio Marcilio) - Passa-se àleitura do expediente.

O SR. ARY J(,FFURI, 2'-Secretáro, servindo como 19•

Secretário procede à leitura do seguinte.

III - EXPEDIENTEPROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO.

PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃON' ,DE 1984

Altera e aerescenta dispositivos à Constituição Fe­deral.

As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Fe­deral, nos termos do disposto no 49 da Constituição Fe­deral, promulgam a seguinte Emenda ao texto constitu­cional:

Art. I' Os dispositivos da Constituição Federalabaixo enumerados passam a viger com a seguinte re­dação:

"Art, 21.., .. , , , .§ 4' A lei poderá destinar parte da receita dos

impostos enumerados nos itens II e VI deste artigo àformação de reservas monetárias ou de capital parafinanciamento de programa de desenvolvimentoeconômico.

Art. 26 , .TV - parcela variável da arrecadação dos impos.

tos mencionados nos itens I, 11 e VI do artigo 21,

Sábado 23 6337

nos termos do disposto em lei, correspondente aoito por cento do montante anual das exportaçõesrealizadas por cada Estado, Território e pelo Distri­to Federal.

§ 19 ............•..•.......... , ..... , ..c)No caso do item IV, a parcela a ser atribuída a

cada Estado, Território e ao Distrito Federal serácalculada com base no respectivo montante anualdas exportações, e a parcela a ser rateada entre osMunicípios, calculada com base no montante dorespectivo Estado ou Territôrio, lhes será distribuí·da, no que couber, segundo as normas e os índicesadotados para a distribuição do Fundo de Partici­pação dos Municípios.

§ 29 ...............•...................§ 3' Aos Estados, Distrito Federal e Territórios

serão atribuídos dois terços das tranferências previs­tas nos itens I e IV; aos Municípios, um terço.

§ 4' As quotas da parcela a que se refere o itemIV serão cretitadas em contas especiais aberkls emestabelecimento oficial de crédito, na forma e nosprazos estabelecidos em lei federal.

Art. 62. . .§ 2' Ressalvados os impostos mencionados nos

itens I, lI, VIII e IX do art. 21 e as disposições destaConstituição e de leis complementares, é vedada avinculação do produto da arrecadação de qualquertributo a determinado órgão, fundo ou despesa. Alei poderá, todavia, estabelecer que a arrecadaçãoparcial ou total de certos tributos constitua receitado orçamento de capital, proibida sua aplicação nocusteio de despesas correntes."

Art. 2' É acrescido à Constituição Federal o seguin­te artigo:

"Art. 218. Observadas as demais disposiçõescontidas no artigo 26, o disposto no item IV desseartigo somente se aplicará quando se verificar umincremento no montante anual das exportações rea­lizadas por cada Estado, Território e pelo DistritoFederal, superior a cinqüenta por cento do montan­te correspondente ao ano de 1983.

Parágrafo único. Enquanto não atingido o per­centual referido no capat deste artigo, a distribuiçãode receita no artigo 26, item IV, corresponderá, naforma da lei, relativamente ao montante anual dasexportações realizadas por cada Estado, Território epelo Distrito Federal, a:

I - dez por cento sobre o incremento nas expor­tações, relativamente a incremento não superior adez por cento;

IT - doze e meio por cento, relativamente àqueleque exceder dez, até vinte por cento;

111 - quinze por cento, relativamente àquele queexceder vinte, até trinta por cento;

IV - dezessete e meio por eento, relativamenteàquele que exceder quarenta, até cinqüenta por cen­to."

Art. 3' Esta Emenda Constitucional entra em vigorna data de sua publicação, produzindo seus efeitos a par­tir do primeiro dia do exercício subseqüente ao de suapublicação.

Justificação

Ê do conhecimento público a situação de quase insol­vência hoje vivida pela maioria dos Estados e Municí­pios brasileiros, a exigir urgentes medidas no sentido deremediar o progressivo estiolamento das finanças dessesentes públicos que, em que pese aos paliativos pretendi­dos pela recente Emenda Constitucional n' 23, de 1983, acada dia vêem-se mais atingidos pela perversa políticaeconômica vigente. de vocação autocrática c tendêncianitidamente centralizadora.

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6338 Sâbado 23

Nào obstante a gravidade dos dados que diariamentevém à luz sobre tal questão, o Executivo Federal tem·semostrado refratário a quaisquer sugestões oferecidas pe·los diversos segmentos sociais c governamentais atingi­dos, insensível ao clamor que se eleva dos mais variadose longínquos rincõcs da Federaçào.

Urge, pois, o Legislativo Federal tome a si a tarefa depôr cobro a tal estado de coisas, tarefa essa que, antes defaculdade, caracteriza impostergável dever por parte dequantos receberam o mandato da representação popu­lar.

Assim, visa a presente Proposta a atender tão antigaquanto urgente - e a cada dia o é mais - reivindicaçãodos Estados e Municípios brasileiros.

O ora proposto é fruto de elaborado estudo levado aefeito pelos Secretários de Estado da área da Indústria eComércio, premidos pelo processo de acelerado declíniodas disponibilidades financeiras das unidades fcderadas,tendo sido a questão posteriormente revista por técnicosda matéria.

É de todos sabida a inaceitável sangria sofrida peloscofres estaduais e municipais em decorrência dasisenções concedídas, pela União, de tributos da compe­tência do Estado e dos Municípios e, em especial, daimunidade do rCM incidente sobre produtos industriali­zados destinados ao exterior, o que implica perda de re­ceita de ICM em cifras quc ultrapassam a casa dos bi­lhões de cruzeiros,

Paradoxalmentc, pretende a União que os Estados cos Municípios se empcnhem a fundo no esforço exporta­dor, com vistas à obtenção de um superávit mais expres­sivo na nossa balança comercial, ante a espantosa dívidaexterna do País.

Em outras palavras, pretende-se que essa perda de re­ceita, que já atinge cifras astronômicas, cresça em pro­gressão acelerada nos prôximos anos, com a colaboraçãoativa e consciente dos diretamente atingidos.

Situação singular essa, como singular - para não uti­lizar outros predicativos - é toda a moldura do atualquadro econômico brasileiro.

Esta Proposta atcnde simultaneamente à prioridadeda União - de expansão acelerada das exportações - eà necessidade dos Estados e Municípios - de contarcom novas fontes de recursos financeiros que compen­sem as perdas sofridas, para fazer frente aos diversifica­dos e erescen tes encargos que são chamados a arcar. E ofaz de modo engenhoso, vinculando progressivamente ocrescimento da receita estadual e municipal ao cresci·mento das exportações brasileiras.

Tomando-se como fonte de recursos a receita dos im­postos de importação, de exportação e sobre operaçõesfinanceiras, é lançado um repto aos Estados, aos quais éproposta uma meta de ampliação das exportações em50% sobre os números de 1983, Sem prazo para a conse­cução desse objetivo. Em contrapartida, Estados e Mu­nicípios aufeririam resultados em perccntuais crescentesa cada patamar de 10% no incremcnto das exportaçõesque conseguissem realizar. Atingidos os 50%, os resulta­dos corresponderiam a 8% sobre o total exportado,

De outra parte, o acelerado crescimento das expor­tações brasileiras, decorrente da implantação desse me­canismo, recompensaria amplamente a União pelo re­passe financeiro feito a Estados e Municípios, gerandosignificativas divisas para o País, além de ampliar a basetributária dos impostos federais sobre o comércio exte­rior,

Obviamen te. a matéria deverá ser posteriormentecomplementada por lei federal que lhe dctalhará o perfiljurídico.

Calcula-se que tal meeanismo, a médio prazo, poderárestituir a Estados e Municípios, a grosso modo, metadeda perda do rCM verificada nas cxportações de manufa­turados.

Por outro lado, a lei deverá dispor sobre a aplicaçãodesses recursos pelos Estados e Municípios em progra-

DIÁRIO DO CONGRESSO,NACIONAL (Seção I)

mas de apoio e fomento à produção (não nccessariamen­te destinada à exportação), o que, a par de propiciar ri­queza e estimular o desenvolvimento econômico, traduz­se inequivocadamente em fator de expressiva geração deemprego, a elcvar de modo significativo a renda per capi­ta:

Por todo o exposto, trata-se de medida do mais priori­tário interesse para o País, que a todos deverá mobilizar,ante os efeitos profundamente benéficos que refletirásobre a nossa economia como um todo.

Com tal fundamento, certos estamos de contar com omais irrestrito apoio de todos os membros deste Con­gresso Nascional, no sentido de incorporar ao textoconstitucional a presente Proposta.

Sala das Sessões, 20 de junho de 1984.DEPUTADOS: Santinho Furtado - Oscar Alves­

Daso Coimbra - José Frejat - José Burnett - SérgioLomba - José Camargo - Ângelo Magalhães - Cle­mir Ramos - Antônio Osôrio - rnocêncio Oliveira ­Floriceno Paixão - Stélio Dias - Walmor de Luca ­Albino Coimbra - Nosser Almeida - Antônio Farias- Octacmo de Almcida - Agnaldo Timôteo - Gcova­ni Borges - Jônathas Nunes - Geraldo Fleming ­Djalma Falcão - Sinval Guazzelli - Heráclito Fortes- Fernando Lyra - Jorge Uequed - José Mendonçade Morais - José Carlos Vasconcelos - Paulo Lustosa- Israel Pinheiro - José Luiz Maia - Assis Canuto ­Darcy Pozza - Morazildo Cavalcanti - Hélio Duque- Aluízio Campos - Elquisson Soares - RobertoFreire - lram Saraiva - Carneiro Arnaud - FernandoCollor - Lélio Souza - Norton Macedo - Jayme Fi­gueiró - Franciseo Amaral - Wilson Vaz - RenatoVianna - José Fernandes - Alceni Guerra - SarneyFilho - João Alberto de Souza - Valmor Giavarina­Ciro Nogueira - Luiz Sefair - Amadeu Geara ­Eduardo Matarazzo Suplicy - Osvaldo Nascimento ­Ary Kffuri - Irineu Colato - Antônio Pontes - Bay­ma Júnior - Leur Lomanto - Francisco Dias - JoséRibamar Machado - Rubens Ardenghi - Félix Men­donça - Saramago Pinheiro - Délio dos Santos ­Nelson Wedekin - Epitácio Cafeteira - Maçao Tada­no - Nilson Gibson - Estevam Galvão - MaurícioCampos - Mário Assad - Nydcr Barbosa - Nelsondo Carmo - Múcio Athayde - Salles Leite - GerardoRenault - Thomaz Coelho - Casildo Maldaner - Al­bérico Cordeiro - Evandro Ayres de Moura - HarryAmorim - Fernando Gomes - Domingos Leonelli ­José Lourenço - Jonas Pinheiro - Gorgônio Neto ­Genebaldo Correia - Pedro Sampaio - Brabo de Car­valho - Celso Carvalho - Adroaldo Campos - Fran­cisco Rollemberg - Ivo Vanderlinde - José Ulisses­Paulo Guerra - Adail Vettorazzo - Domingos Juvenil- Raymundo Asfora - Gustavo Faria - Dirceu Car­neiro - Humberto Souto - Pimenta da Veiga - AldoArantes - José Maria Magalhães - João Herculino­Randolfo Bitteneourt - Hélio Manhães - OswaldoLima Filho - Márcio Braga - Jessé Freire - JacksonBarreto - Egídio Ferreira Lima - Virgildásio de Senna- Sérgio Moreira - Myrtes Bevilacqua - FreitasNobre - Siegfried Heuser - Gilson de Barros - Ama­ral Neto - Roberto Jefferson - Hermes Zanetti - An­selmo Peraro - Guido Moesch - Jorge Leite - JoséTavares - Fernando Santana - Celso Peçan!Ja - Mil­ton Reis - Carlos Sant'Anna - Jorge Vargas - TobiasAlves - Paulo Borges - Airton Soares - Odilon Sal­moria - Raimundo Leite - Cardoso Alves - MárcioSantilli - Rosa Flores - Santos Filho - Gióia Júnior- Brasílio Caiado - Tidci dc Lima - Armando Pinhei­ro - Ernani Satyro - Wildy Vianna - Jarbas Vascon­celos - Wall Ferraz - Fernando Bastos - BocayuvaCunha - Oswaldo Trevisan - Paulino Cíeero de Vas­concellos - Paulo Mincarone - Jorge Arbage - Age­nor Maria - José Fogaça - Luiz Guedes - João Gil·

Junho de 1984',

berto - João Hermann Neto - Dante de Oliveira ­Fued Dib - Haroldo Lima - Aurélio Peres.

SENADORES: Guilherme Palmeira - Itamar Fran­co - Octávio Cardoso - Hélio Gueiros - Fábio Luce­na - José Fragelli - Eunice Michiles - Helvidio Nu­nes - Benedito Ferreira - Passos Pôrto - Alberto Sil­va - Lenoir Vargas - Lourival Baptista - HenriqueSantillo - José Sarney - Marco Maciel- João Castclo- Gabriel Hermes - Raimundo Parente - Almir Pinto- Carlos Alberto - Gastão Muller - Jorge Bornhau-sen - Pedro Simon.

COMUNICAÇÃO

Senhor Presidente,Comunico a Vossa Excelência a designação da Depu­

tada Betc Mendcs, como Vice-Líder do Partido dos Tra­balhadores, em substituição ao Deputado Eduardo Ma­tarazzo Supliey, a partir de 22 do corrente.

Sala das Sessões, 22 de junho de 1984. - Airton Soa­res, Líder do PT.

O SR, PRESIDENTE (Flávio Marcílio) - Está findaa leitura do expediente.

IV - Passa-se ao Pequeno ExpedienteTem a palavra o Sr. João Hereulino.

O SR. JOÃO HERCULINO (PMDB - MG. Pro­nuncia o seguinte discurso.) - Sr, Presidente, Srs, Depu­tados, os Estados, assim como as pessoas, têm uma pre­destinação que lhes é fatal,

Minas Gerais, em toda a Histôria do Brasil, tem servi­do à Pátria nos seus momentos de crise mais agudos comsua capacidade não desmentida de trazer as soluções ca­pazes de a conduzirem à normalidade.

Nunca o País passou por uma crise igual à que esta­mos vivendo agora, É uma crise total, Crise política, Cri­se social, Crise econômica. E, como conseqüência, criseinstitucional,

Neste momento, por uma predestinação histórica, Mi­nas não poderia faltar aO Brasil, E o meu Estado, fiel àsua tradição, repito, responde "presente" ao chamamen­to da Pátria.

Os Gov.ernadores, eleitos pelos partidos oposicionis­tas, reunidos em São Paulo, mais uma vez, interpretaramcom fidelidade a opinião do povo brasileiro, lembrandoo nome honrado do eminente Governador Tancredo Ne­ves, para candidato único a Presidente da República, naseleições que se aproximam, sejam elas diretas ou indire­tas. E o fizeram, primeiro, porque existe como que umconsenso não programado, mas surgido pouco a poucoatravés de uma longa vida pública do Governador Tan­credo Neves, vida toda ela pautada numa honestidadeabsoluta, isto é, tanto no campo econômico·financeiro,como no campo das idéias e ideais políticos,

Efetivamentc, ao longo de sua vida pública, nuneaQuem quer que seja pode levantar qualquer dúvida quan­to à sua honestidade pessoal ou de homem público ouquanto à sua fidelidade aos seus amigos ou aos princí­pios a que se propôs defender. Ao contrário, sua pre­sença no governo do saudoso e imortal Presidente Ge­túlio Vargas - a quem acompanhou até o túmulo ou noGoverno do maior Presidente da República que o Brasilteve - Juscelino Kubitschek, ninguém o excedeu emdestemor, fidelidade e dedicação.

Segundo, porque atrapalharam, destruíram, arruina­ram de tal modo o Brasil, que somente um homem insu­perável no trato das coisas políticas, insuperável na ca­pacidade de harmonizar, insuperável na limpidez de suaextraordinária vida pública, insuperável na capacidadede harmonizar, insuperável na cultura especifica exigidade um homem público, insuperável na sua devoção àcausa púb Iica, como Tancredo Neves, terá capacidadepara, cm pouco tempo, repor as coisas em seus devidoslugares, colocando o País em condições de atender' à sua

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Junho de 1984

destinação histórica que é de ser um celeiro que possa,daqui a alguns anos, atender aos cinco bilhões de habi­tantes deste planeta, acossados pela fome endêmica queos envolve e desgraça.

Terceiro, porque será preciso muita experiência notrato da coisa pública para se conseguir aproximar aNação do Estado, divorciados pela imposição de um sis- .tema que ficou parado na janela olhando boquiaberto,atoleimado, "a banda passar".

Parabenizo os governadores oposicionistas que, inter­pretando, também, o pensamento da maioria dos parla­mentares da Oposição, tiveram este ato de desprendi­mento, dignidade e grandeza de indicar o nome de Tan­credo Neves como o possível candidato único das forçasoposicionistas. E, digo, ato de desprendimento, diginida­de e grandeza, porque qualquer um deles poderia serportador desta confiança, já que todos eles são dignos eeficientes ao ponto d'e merecer esta honraria. Mas, porcerto, a nortear esta indicação também pesou a manifes­tação dos gqvernadores do PDS do Nordeste, que, numarroubo cheio de dignidade e patriotismo,. tambémlembraram o nome do Governador Tancredo Nevcs,quando reunidos em Recife. Há momentos, em que te­mos dc esquecer as questões político-partidárias paranos concentrarmos na capacidade. No caso da escolhado futuro Presidente da República, faço um apelo aqui,da mais alta tribuna política do País, no sentido de que,pensando na Pátria, e, tão-somente na Pátria, todos nós,homens públicos brasileiros, concentremos nossasatenções no nome de Tancredo Neves. Eleito Presidenteda República, Tancredo Neves será o Presidente de to­dos os brasileiros. Promoverá o indispensável reencontroda Nação com o Estado. Restituirá a paz entre todos ossegmentos desta Nação. Fará voltar aos lares brasileirosa fé c a confiança no futuro. Restabelecerá a confiançados países irmãos no governo brasileiro. Criará con­dições de crescimento harmônico entre as cidade e ocampo. Promovcrá o rcstabelccimento do respeito e daindependência entre os Três Poderes da República. Res­suscitará a confiança do povo nos podcres constituídos.Devolverá ao povo a responsabilidade da escolha de seusgovernantes. Dará ao País uma nova Constituição pen­sada, escrita, discutida e aprovada por' uma AssembléiaConstituinte eleita pelo povo.

Mais uma vez a História terá reservado a Minas aglória de salvar nosso País do caos.

o SR. NOSSER ALMEIDA (PDS - AC. Sem revi­são do orador.) - Sr. Presidente, terça-feira próximapassada foi assinado, no Ministêrio da Indústria e doComércio, convênio entre o Banco do Estado do Acre ea Superintendência da Borracha, representada naqueleato pelo seu Superintendente José Cezário Menezes deBarros, com a presença do Sr. Ministro da Indústria e doComércio e mais autoridades do Banco Central, Conse­lho Monetário Nacional e Conselho Nacional da Borra­cha, e os Diretores Presidentes do Banco do Estado doAcre, Banco do Estado do Amazonas, Banco do Pará ede Rondônia. O valor desse convênio é de nove Bilhõesde cruzeiros, destinados ao custeio e comercialização daborracha.

Naqucle ato, o que mais nos chamou a atenção foi ofato de que o Banco do Estado do Acre deverá incluircláusula no instrumento de crêdito, considerando comocausa de inadimplência a majoração do preço de vendaaos seringueiros, pelo financiado, a nível superior ao per­centual fixado no processo de credenciamento para aqui­sição de produtos na rede de postos da COBAL.

A SUDHEVEA podeiá impedir, previamente, a con­cessão de quaisquer financiamentos ao amparo do pre­sente instrumento, que, ao seu exclusivo critério, possamcolocar em risco a consecução dos seus objetivos.

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

O contrato tem as seguintes finalidades:1. Finalidadesa) Custeio:Aquisição de alimentos e utensílios utilizados na ex­

tração da borracha natural.b) Comercialização:I) antecipação por conta do produto já disponível c

beneficiado.2) adiantamento para compra, transporte e beneficia-

mento de borracha do tipo folha fumada.2. Beneficiáriosa) custeio:Seringalistas.h) comercialização:Usinas de beneficiamento, seringalistas, associações

de seringueiros e cooperativas de produtores rurais.

Sr. Presidente, com este ato acaba de ser resolvidouma parte do financiamento de custeio da borracha doEstado do Acre. Não é tudo o que desejamos, pois a ver­ba para o Acre seria de aproximadamente de 9 bilhões,de cruzeiros, considerando que é esse Estado o maiorprodutor de borracha. Entretanto, com os 3 bilhões libe­rados antcriormente pelo Banco do Estado do Amazo­nas e pelo Banco Central, e agora com os 2 bilhõcs cmeio do Banco do Estado do Acre, aquela região vé ali­viada uma situação que era tensa.

o SR. FRANÇA TEIXEIRA (PDS - BA. Pronunciao seguinte discurso.) - Sr. Presidente; Srs. Deputados,pelo que vi e ouvi na última reunião da Comissão de De­fesa do Consumidor desta Casa a qual tenho a honra depresidir, o Sr. Antônio Ermírio de Moraes, Presidente domaior grupo privado do País, deve urgentemente serissi­mas satisfações à Naçãó. Não fosse ele o crítico mais ea­ustico e contundente na área empresarial com relação àpolítica económica do Governo e até poderíamos aceitaro comportamento, no minimo desqualificado, das em­presas cimenteiras para com o pobre e desprotegido con­sumidor brasileiro.

Na minha terra há um adágio popular que diz: quemtem telhado de vidro não joga pedra no do vizinho. Porisso, o Sr. Antônio Erminio, antes de apedrejar as telhasdo Ministro Delfim Netto, deveria zelar mais pelas suas.A imaginação criativa, diabôlica e hábil de homenscomo Ermínio de Moraes, Antônio Champolimand eoutros pariu uma organização de ordem comercial quetem por escopo restringir ou fazer frente à concorrência,da maneira mais proveitosa e durável para todos quan­tos dela participem. Fundo popular: cartel.

O preço do cimento no Brasil é um escândalo, Sr. Pre­sidente, Srs. Deputados. Ele contribui diretamente paraa terrível e sufocante crise que se abate sobre a-cons­trução civil. São milhares e milhares de desempregadosneste País em função de ganância de lucros e da usuradesmedida por parte dos empresários e fabricantes quecometem não só O abuso imoral da elevação do preço doproduto, como tambêm polaziram o frete do cimento.Por Causa deste frete, o pó precioso só pode ser rctiradodo pátio dos fabricantes através das empresas transpor­tadoras do mesmo grupo, quando o certo seria criar-secondições para que as construtoras pudessem adquirir oproduto na fonte, ficando o frete ao encargo delas. Elesconservam 8 autonomia interna das suas empresas, masestabelecem o monopólio, distribuindo entre si os merca­dos e determ inando os preços.

E é bom lembrar que o maior aproveitamento da mão­de-obra não qualificada no Brasil está justamente no ra­mos da construção civil.

Só para ilustrar, cito a variação dos preços dos princi­pais insumos da construção no período compreendido demaio de 83 a maio de 84: cimento sofrcu uma variação de259%; areia, 261 %; ferro, 422%; vidro 283%. Assim não

Sábado 23 6339'

há BNH que agüentc ou Governo que se segure. Só noBrasil, que é o País da "cucanha", onde ainda se amarracachorro com lingüiça.

Nem pergunto onde é que está o Sr. Dallari, da SEAP.Não pergunto porque a resposta pode ser um palavrão.E a pergunta, convenhamos, é muito cretina da completae geral imoralidade nos preços..a que o País, estarrecido,perplexo e impotente, assiste:'

Quanto ao Sr. Antônio Ermírio, recomendo aos brasi­leiros muito cuidado com os ídolos dos pés de barro. Asimagens aureoladas ultimamente criadas em torno decertas figuras neste País nos causam, na maioria das ve­zes, logro, frustração e medo do futuro, porque todaselas putativas. Enfim, as pessoas podem atê pensar devi­do à conduta dos industriais do cimento do Brasil serverdade mesmo que vivemos num. upaís de safados", nodizer do próprio Ermirio de Moraes. Ê isso aí, Sr. Presi­dente.

o SR. DEL BOSCO AMARAL (PMDB - SP. Semrevisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados,trago aqui uma denúncia severa contra a malsinada'PE­TROBRÁS, em virtude do episódio ocorrido na chama­da Vila São José, ou Vila Socó, em Cubatão, quando, re­centemente, na explosão do oleoduto morreram, segun­do dados oficiais, 89 pessoas. Na verdade, o número demortos supera em muito a cifra apresentada por essa em­presa. Em virtude do não-cumprimento pela PE­TROBRÁS daquilo que devia ter sido feito em termos deindenização e remoção dos flagelados, tivemos cenasdantescas, a respeito das quais sobrará em minha falauma observação para a polícia militar do meu Governa­dor Franco Montoro, pois há dois dias ela espancou nãobaderneiros, não subversivos, mas espancou a misêriaem busca da sobrevivência. Todos viram, nos canais detelevisão cabeças fraturadas, membros quebrados e vi­ram ainda serem autuados em flagrante e respondendo ainquêrito policial sete daqueles que, por não terem mora­dia e não terem seus direitos - que foram reconhecidosaté pela própria PETROBRÁS - até agora reparados,estavam pretendendo interditar, em protesto, a Vila An­chieta.

Neste País, parece que quando um homem assume opoder ele perde a noção de ondc veio, a noção de quaissão os laços que o ligam com quem o e1egcu. Na verdade,isto está aconteccndo a nível estadual, e o Governo Fe­deral, que nunca teve laços com O voto popular, parecenão compreender que os flagelados da explosão de umoleoduto não podem ser tratados como marginais c ba­derneiros.

Os espancamentos ocorridos, as manchas de sangueque vimos na televisão vêm exatamente da irresponsabi­lidade da PETROBRÁS e da falta de pulso do Governa­dor do Estado de São Paulo - que é Governador domeu partido - para exigir que a polícia militar aja comoa polícia da Inglaterra, em algumas oportunidades, e ade outros países civilizados, removendo, atê pela força,mas com certa frieza de comportamento, e removendode forma que não fira os brios de homens civilizados,aqueles que tentam organizar manifestações.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, ê muito confortável,nestes carpetes e neste ar condicionado, falar da dor e.das misérias alheias. Neste momento há famílias que es­tão ao relento, porque temos um órgão pejado de cor­rupção: a PETROBRÃS, pela sua incompetência no tra­to de suas coisas, provocou uma explosão que ceifou oi­tenta e nove vidas.

Para encerrar, Sr. Presidentc, essa PETROBRÁS pre­cisa ser chamada às falas, para dar às vítimas os reparosque elas merecem, O Sr. Franco Montoro, meu Gover­nador, receberá ainda hoje um telex veiculando protesto.contra a violência praticada pela polícia militar na Bai­xada Santista. Este poder tem que ser indcpendente para

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criticar tanto o Governo Federal. como o Estadual,quanto assim se fizer necessário.

o SR. JORGE VIANNA (PMDB - BA. Sem revisãodo orador.) - Sr. Presidente, Sr•. Deputados. temos, emdiversas oportunidades. demonstrado desta tribuna daCâmara a irresponsabilidade dos homens que dirigem apolítica cacaueira da Bahia, sobretudo no comando dofamigerado órgão que é a CEPLAC, que se tem transfor­mado num verdadeiro organismo de dominação regio­nal. utilizando os recursos retirados irregularmente doscacauicultores, através de um confisco odiento de 10%sobre a exportação do cacau. Agora, esse órgão do Mi­nistério da Agricultura vem fazendo com que sejammantidos os 10% do imposto de exportação, para susten­tar as mordomias de Brasília. Enquanto, nesta cidade,em edifício de doze andares trabalham apenas cem fun­cionârios, não propicia condições para que as escolasmédias de agrieultura possam funcionar na região. To­dos esses males são apontados seguidamente aqui. Ago­ra, toda a região jâ sabe, efetivamente, apesar da massade propaganda, o que é a CEPLAC.

Peço a V. Ex', Sr. Presidente, que conste dos Anais daCasa telegrama da Associação Brasileira dos Exportado­res de Cacau enviado ao Sr. Ministro da Agricultura,que também é o Presidente da CEPLAC. Ele descreve osmales que esta política vem causando à produção e co­mercialização do cacau brasileiro com relação aos com­pradores internacionais, sobretudo da Europa.

TELEGRA MA A QUE SE REFERE O SR. DE­PUTADO JORGE VIANNA EM SEU DISCUR­SO.

..Excclctíssimo SenhorNestor JostMinistro da AgriculturaPresidente da CEPLACBrasília/DF

Senhor Ministro.Pedimos providências de Vossa Excelência quanto as

contínuas manifestações da CEPLAC quanto à qualida­de do cacau brasileiro, fato que causa prejuízos à expor­tação e ao País, com reflexos nos ganhos dos produtorese que atendem a interesses que não os do País.

Não querendo de forma alguma lançar dúvidas quan­to à propriedade e seriedade dos dirigentes da CEPLAC,compartimos dos sentimentos do Ilustríssimo SenhorPresidente do Conselho Consultivo dos Produtores deCacau, em matéria publicada no Jornal do Brasil de 17­6-84, que vé intenções baixistas nas denúncias de que ocacau brasileiro teria dificuldades de colocação no mer­cado internacional por sua qualidade inferior. Campa­nhas negativas como as que estão em curso atualmente,são repetição de outras ocorridas em 1974 e 1982, quenão foram mais desastrosas .para o País pela firme inter­venção do CCPC e desta ABEC.

As alegações da CEPLAC além de representaremdano à economia do cacau, não eorrespondem à realida­de dos fatos, é inverídico que países europeus não com­prem cacau brasileiro devido a sua baixa qualidade. Oque ocorre é que somos discriminados tarifariamente naCEE e pagamos fretes exorbitantes para o norte da Eu­ropa, o que inviabiliza a competição com países africa­nos. Apesar disso, o sistema livre de comercializaçãobrasileiro consegue vender o cacau tipo Bahia a quase300 dólares por tonelada de prêmio e o estoque regula­dor da organização internacional do cacau, que detém26.000 toneladas de cacau Bahia desde 1981, o faz semnenhuma deterioração de qualidade, o que confirma ofi­cialmente nossas assertivas.

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção 1)

Aceite, Senhor Ministro, a expressão de respcito e ad-miração.

Atenciosamente,Associação Brasileira dos Exportadores de Cacau.João Arthur Pereira de Mello.Diretor Executivo".

O SR. VIRGlLDÁSro DE SENNA (PMDB - BA.Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs.Deputados. o Sindicato dos Trabalhadores na Indústriada Destilação e Refinação de Petrúleo do Estado daBahia, após a realização de concorrido pleito, empossahoje. na sua Presidência, o líder operário Mário Lima.

Trata-se, Sr. Presidente c Srs. Deputados, de evento damaior importância para a vida e as lutas sindicais de meuEstado.

O ex-Deputado Federal Mârio Lima. atualmente pri­meiro suplente da Bancada do PMDB da Bahia, estavaem 1964 investido de mandato que lhe concedera o povobaiano quando foi atingido pelo golpe militar que é afonte e matriz do grande desastre a que a irresponsabili­dade e incompetência desse governo nos conduziu.

Presidente do seu Sindicato, líder operârio. Deputadoe representante nacionalista de sua gente, como não po­deria deixar de ser, Mário Lima foi cassado. preso etransferido para Fernando de Noronha. sofrendo o Sin­dicato dura intervenção, que dele afastou suas liderançasmais autênticas.

Não bastasse isso, foi cle demitido do emprego na PE­TROBRÁS, processado, perseguido.

Em 1982. por força da anistia conquistada duramentepelo povo brasileiro sob a liderança histórica de Teotô­nio Vilela. voltou Mário Lima a disputar um mandato dedeputado, recebendo. nas circustâncias, consagradoravotação. votação que lhe assegurou a posição de 19 su­plente da bancada baiana do PMDB à Câmara dosDeputados.

Antes, sentença judicial, já confirmada pelo TribunalFederal de Recursos e sub judice na Suprema Corte,garantiu-lhe o retorno ao trabalho na Refinaria Landul­fo Alves, de onde fora afastado por ato de inominâvelvioléncia.

Ao registrar. para que conste dos Anais da Câmarados Deputados, o retorno de Mário Lima à Presidênciado SINDIPETRO, desejo realçar o sentido de resgatedessa eleição e dessa posse que. complementando a ma­nifestação do povo baiano que o sufragou nas urnas, re­presenta a reiteração da confiança dos seus companhei­ros de trabalho, repetida 20 anos após sua forçada au­sência das lutas sindicais.

Nesta oportunidade, quando será em festas o SINDI­PETRO, não posso deixar de associar a ela. com motivoe inspiração para a continuidade de suas lutas, a read­missão de mais de uma centena de trabalhadores de Ma­taripe, golpeados com a arbitrariedade de suas demissõespelo autoritarismo e insensibilidade da atual direção daEmpresa.

Estou certo que a experiência e a capacidade de lutados trabalhadores na indústria de refinação de petróleo,agora sob a liderança de Mário Lima, levarão à vitória aluta pela readmissão desses companheiros.

Estão de parabéns Mário Lima e o SINDlPETRO.

O SR. JORGE ARBAGE (PDS - PA. Sem revisãodo orador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, tenho-memanifestado, reiteradas vezes, a respeito da linha decompetência de uma Comissão Parlamentar de Inquéritono uso da sua atribuição.

Procuro, Sr. Presidente, adentrar o estudo da atualle­gíslação, por entender que os membros de uma Comis­são Parlamentar de Inquêrito devam conhecer, no mini­mo, a legislação pertinente ao fato determinado que aComissão irâ apurar.

Junho de 1984

Na última sessão desta Casa, presenciei alguns fatosque. na qualidade de legislador, me estristeeeram.Membro dc uma CPI submete à deliberação do seu ple­nário um requerimento determinativo de que ninguémmais poderâ dcixar de com parecer para depor na CPI.como se este órgão tivesse competência para revogarprincípios rígidos da lei e atê da Constituição.

No caso específico do General Newton Cruz,já se dis­se aqui. nenhum membro do SNI pode, ainda que deseje,comparecer perante Comissão Parlamentar de Inquéritopara revelar fatos ligados a essa instituição.

Eu gostaria de recomendar, para aquelas que insistemem aplicar dispositivo político na legislução, a leitura doart. 69 da Lei n' 1.579; o art. 4', § 2' da Lei 4.341; no Có­digo Civil, o inciso" do art. 406, no Código Penal, art.325; o Código Penal Militar no art. 326 e ainda o CódigoPenal no ar!. 154 e a própria Lei 1.711, de 1952. Estatutodos Funcionários Públicos. em seu ar!. 207. Fiz questãode deixar inserido este esclarecimento para que não con-tinuemos a cometer tantas gafes. •

Termino. Sr. Presidente, lendo, para transcrição, acarta do Coronel Tales Ferreira Vilaça à direção do jor­nal O Estado de S. Paulo na edição de ontem, responden.do a um artigo do jornalista Carlos Chagas, intitulado"A incompetência do PDS beneficia Malur':

UM PROBLEMA SEMÁNTICOE A POSIÇÃO DO EXÉRCITO

Do coronel Tales Ferreira Vilaça. respondendopela Chefia do Centro de Comunicação Social doExército, recebemos, com data de 14, carta do ·se­guinte teor:

"Senhor DiretorEsse conceituado jornal, em sua edição de 12 do

corrente mês, publica sob o títulQ"A incompetênciado PDS beneficia Malur' artigo de autoria do jor­nalista Carlos Chagas, da Sucursal de Brasília.

Em determinado trecho de seu escrito, o jornalis­ta em apreço, comentando depreciativamente umareunião política realizada nesta capital, agride, demaneira gratuita e irresponsável, segmento expressi­vo do Exército, ao afirmar, referindo-se aos termosimpróprios que teriam sido empregados por partici­pantes daquela reunião, que "o palavreado era decavalaria",

Desconhece, por certo, o articulista o processo deformação dos quadros do Exército. que prima nãosó pela preocupação com a cultura geral e profissio­nal, como também com os preceitos da civilidade eboa educação, aspectos que conformam o perfil domilitar brasileiro, cuja competência e educação sãoreconhecidas pela própria sociedade.

Não pode, no entanto, o sr. Carlos Chagas igno­rar os relevantíssimos serviços prestados à Pátriapor destacados vultos oriundos dessa valorosa Ar­ma, para ofendê-Ia assim gratuitamente:

- Osório. Menna Barreto, Andrade Neves, Cor­rea da Câmara, heróis, dentre outros, que cobriramde glórias as armas brasileiras, nos embates trava­dos nos já distantes idos do Império;

- Eurico Gaspar Dutra e Emílio GarrastazuMédici, que em passado recente, como presidenteda República, conduziram com grandeza os desti­nos do Brasil.

Oriundos da Cavalaria são, também, os senhoresgenerais João Figueiredo e Walter Pires, cujaatuação como presidente da República e ministrodo Exército, respectivamente, nem o parcialismodas paixões políticas consegue desmerecer.

Cavalarianos são, ainda um elenco distinto de ge­nerais, oficiais e praças do nosso exército que. ano­nimamente. trabalham em seus quartéis para asse-

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Junho de 1984

gurar o ambiente de ordem e de liberdade existenteno PaIs.

Não atinamos, portanto, com os verdadeiros ob­jetivos perseguidos pelo comentarista político emcausa, com sua grosseira e leviana provocação, quenão encontra, no entanto, guarida em nossa Insti­tuição, voltada para preocupações mais nobres erespeitáveis.

É inegável, contudo, que ela representa um des­serviço aos esforços despendidos para manutençãode um elima de barmonia e respeito entre os setoresresponsáveis do Pais, neste instante delicado detransição política.

Ao manifestar sua repulsa a tão insólita agressão,o Centro de Comunicação Social do Exército, combase no direito de resposta, solicita a V. S' a publi­cação desta carta cm scu prestigioso jornal."

N. da R. - Não existiu, de parte dc quem querque seja, a intenção de ofender a Arma de Cavala­ria. Na realidade, houve lamcntável erro técnico, jáque o que se pretendeu dizer foi "palavreado de ca­valariça". Desse erro, só se tomou conhecimentopela carta do coronel Vilaça, a qual agradecemos."

Era o quc tinha a dizer.

o SR. ORESTES MUNIZ (PMDB - RO. Pronunciao seguinte discurso.) - Sr. Presldcnte, Srs. Deputados,hoje chega ao nosso conhecimento mais uma notícia tris­te para o povo brasileiro: o aumento da gasolina. Agora,desta vez, o aumento foi de trinta e dois por cento (32%).

Ocorre que, a título de corrigir o preço da gosolina edo óleo diesel, que são derivados de petróleo e dependen­tes de importação, o Governo decreta também o aumen­to do álcool em aproximadamcnte 40%.

É sabido que o álcool é produção nossa. Não dependede importação, é produzido em nosso País. É de se per­guntar: Por que o aumento do álcool é superior ao au­mento da gasolina?

Além do aumento da gasolina, do óleo diesel e do ál­cool, ainda houve o aumento do gás de cozinha e do que­rozene.

Esses aumentos, Sr. Presidente e Srs. Deputados, sãoaumentos inflacionários.

O reflexo na in fiação se fará de modo direto, visto queas mercadorias consumidas em nosso País são, em suagrande maioria, transportadas por veículos movidos porcombustíveis (gasolina, álcool e óleo diesel). São os ca­minhões a óleo que transportam o progresso do País.

A política de aumento dos combustiveis, nos últimosanos, vem sendo um grande entrave ao desenvolvimentoeconômico do País.

Não podcmos concordar que se continue praticandouma política que onere o consumidor final, pois quempaga a alta dos combustíveis é o consumidor final dosprodutos transportados. É também o usuário de trans­portes em ónibus. Enfim, é o trabalhador sofrido quempaga toda sorte de aumentos.

Exigimos, Sr. Presidentc, que seja estabelecida umapolítica eoerente de combustíveis, para que seja revoga­da esta política de aumentos abusivos nos seus preços.

Era o que tinha a dizer.

O SR. RUBEM FIGUEIRÓ (PMDB - MS. Pronun­cia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputa­dos, enquanto a política da sucessão esquenta este palcode decisões que é Brasília, os quc hoje decidem os desti­nos da Pátria estão se esquecendo quc muito mais impor­tante que o Colégio Eleitoral ou as diretas já é a ameaçada fome que, tal um fantasma, já começa a aparecer nohorizonte próximo de 1985.

Aqueles que vivem nos campos - agricultores e pe­cuaristas - estão chamando, há muito, a atenção para ofato de que se o Governo Fcderal não mudar a sua políti-

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção f)

ca de juros e dc. preços, a agricultura e a pecuária nãoagüentarão os ônus da safra de 1985. E, fatalmente, semgrãos c proteínas vermelhas, a fome baterá nas portasdos brasileiros.

Dirá o Governo: importaremos, então, grãos e carne.Muito bem. Mas, pergunta-se: até quando teremos divi­sas para resistir às importações e o brasileiro terá con­dições, depauperado financeiramente como está, deagüentar os extorsivos preços dos produtos importados?

Eis ·a questão.Não se deu ouvidos ao Ministro Nestor Jost, que ain­

da resiste no Ministério na esperança do dinheiro paraagricultura que o super-Ministro Delfim Netto não lhedará.

Por certo, Nestor Jost, homem de compustura e ga­rantidor da palavra empenhada, deixará o Ministério.Virá outro, mas no caso de um Governo já esquecidopelo povo.

E se conclui, de tudo isso, que 1985 será um ano detristeza no Brasil, por causa do Colégio Eleitoral (a preo­cupação dos políticos) e da fomc (preocupação dos bra­sileiros).

Por quem os sinos dobrarão?

o SR. MÁRIO FROTA (PMDB - AM. Pronuncia oseguintc discurso.) - Sr. Prcsidente, Srs. Deputados, as­sumo de público compromisso de não participar do Co­légio Eleitoral. Faço-o em obcdiência à minha consciên­cia, em respeito aos que me mandaram para esta Casa.Não posso esquecer que, em campanha memorávcl pelaselcições diretas, repudiei o Colégio Eleitoral, chamando­o de espúrio, ilegítimo, uma farsa montada para assegu­rar o continuísmo dos que assaltaram o poder em 1964.

Discutir agora a possibilidade de ir ao Colégio Eleito­ral seria traição, agir com absQluta falta de seriedade,comportar-me com molecagem, sem falar que, agindoassim, estaria de vez sepultando as eleições diretas, pornós, dos partidos de Oposição, defendidas nas grandesconcentrações cívicas que antecederam à votação daEmenda Dante de Oliveira.

Como posso, Sr. Presidente, mudar de opinião depoisda pregação que fiz condenando o Colégio Eleitoral?Não aceitar o Colégio Eleitoral constitui-se, para mim,uma questão de princípios. Em política pode-se flexio­nar, até mesmo porque a política só existe, só é possível,enquanto existe discussão, o que se subentende ceder,flexionar etc. Em política é natural se fazer concessões.Em busca do entendimento pode-se flexionar, mas nuncaem torno de princípios, porque estes silo inegociáveis,não admitindo discussão de qualquer natureza.

Muitos dos que do meu partido vêm admitindo ir aoColégio Eleitoral o fazem por equívoco. No fundo, sãopessoas sinceras que acreditam ser essa a melhor soluçãopara se colocar um fim à ditadura. No entanto, significa­tiva parcela dos que vêm falando em recorrer ao ColégioEleitoral não estão agindo com sinceridade: desejam opoder a qualquer preço, não importando os métodos quevcnham a ser usados para tal.

Ao contrário do primeiro grupo, que vê o ColégioEleitoral com asco, mas acredita na necessidade de porele passar, entendendo que os fins justificarão os meios,o segundo não enxerga outra coisa senão o poder e, láchegando, não terá escrúpulos em usar dos mesmos mé­todos utilizados pelo regime para se perpetuar no poder.

Pessoalmente, entendo que a posição correta é não irao Colégio Eleitoral. Certo é que o grupo sincero que de­fende a necessidade de ir ao Colégio o faz, principalmen­te, admitindo que essa é a única fórmula capaz de derro­tar Paulo Maluf. Esse grupo age com a melhor das in­tenções, embora não devamos esquecer o aforisma quede boas intenções o inferno está pavimentado.

Dizer que não se vai ao Colégio Eleitoral não equivaleadmitir a derrota antes do tempo. Não. A Oposição nãodeve ir ao Colégio Eleitoral: deve. sim. destruí-lo.

Sábado 23 6341

implodí-Io, rebentá-lo em pedaços. E por que não deve­mos ir ao Colégio Eleitoral? Primeiro, porque nós quedefendemos a legitimidade do poder pelo voto - e essatem sido, em todos esses anos de arbítrio, a nossa pre­gação - não devemos agora usar os mesmos métodosutilizados pelo adversário, ou melhor, pelos inimigos dopovo, somente porque se vislumbra no horizonte algumapossibilidade de vitória. Segundo, porque as Oposiçõesnão têm mecanismos para impedir que Paulo Malufvença na Convenção do PDS. Transpondo eSSa barreira,quem pode assegurar que Paulo Maluf não passc, usan­do dos artifícios em que é um mestrc, vitorioso pelo Co­légio Eleitoral?

Mais vergonhoso do que ter Paulo Maluf na Presidên­cia da República seria a Oposição legitimar, aos olhos domundo, a sua elcição. Não devemos coonestar com maisesse crime que o regime tenta perpctrar contra o Brasil.

No meu cntender, não devemos contar com os dissi­dentes do PDS; dcvemos contar com o quc dispomos nonosso exército. Podc até ser que um ou outro daquelepartido termine por votar no candidato da Oposição,mas duvido muito que a maioria, após a homologaçãodo nome de Paulo Maluf na Convenção, não passe a en­contrar argumentos para seguir o vencedor. E argumen­tos não faltarão, até mesmo porque a bolsa de Maluf égenerosa, sem falar em que ele, a essa altura dos aconte­cimentos, já loteou o Brasil.

A nossa luta agora tem que ser na praça pública. Mo­bilizar as massas é a única saída para implodir o ColégioEleitoral e o próprio regime que está caindo de podre,corroído pela corrupção. Colégio Eleitoral, não. Eleiçãodireta, sim. Não podemos aceitar o espúrio como legíti­mo. Fujamos dessa tentação; fiquemos ao lado do povo,que ainda acredita na nossa disposição de transformareste País numa verdadeira democracia. A Nação exigemudanças. A única mudança possível só será conseguidapelo voto. O Colégio é a manutenção do status quo, é apermanência de tudo que não presta e o povo odeia. Emsíntese, a eleição direta é a nossa vida, a sobrevivênciadas Oposições, enquanto o Colégio Eleitoral poderá setransformar na nossa sepultura política.

O SR. OSVALDO MELO (PDS-PA. Pronuncia oscguinte discurso.) - Sr. Presidente, desejamos inserirnos Anais um documento importantc do Presidente doSindicato das Empresas de Navegação Fluvial c Lacustredo Pará, no qual denuncia procedimento discriminatóriopor parte da Empresa de Navegação da Amazônia ­ENASA - subordinada ao Ministério dos Transportcs.

Este registro se destina a fixar nossa posição e esperaruma providência imediata por parte das autoridadescompctentes.

A seguir vão os documentos que nos foram encami­nhados.

DOCUMENTOS A QUE SE REFERE O SR.DEPUTADO OSVALDO MELO EM SEU DIS­CURSO.

Exmo. Sr.Deputado Fcderal Oswaldo Sampaio MeloCãmara dos DeputadosBrasília - DF

Para conhecimento de V. Ex', estou anexando cópiados expedientcs que encaminhei às autoridades do Mi­nistério dos Transportes, sobre a absurda ocorrênciamotivada por procedimento injustificável da ENASA.

Atenciosamente, - Roberto Seixas Simões, DiretorPresidente.

Comunico vossência que associados deste sindicato,participantes licitação eletronorte relativa transporte flu­vial Belém Tucuruí, para a qual cotaram preço tabelaoficial sunaman referente carga gcral, externam sua pcr­plexidade e profunda indignação pclo fato havcr enasaofertado preço 50 por cento abaixo tabela rcferida. Não

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sendo operação possível realização equipamento misto,em que rateio carga passageiro explicaria política mini­mização prejuízos, em inaceitável procedimento aquelaestatal baseado instrumento incompatível sistema livreconcorrência ja que o adotou com a certeza de que pre­juízo decorrente será coberto subvenções ministêriotransportes a que está vinculada. No momento em quenação brasileira vive sua mais delicada situação econô­mica com graves reflexos sociais, Ministêrio Transportesdeclara ser impossível manutenção rodovias Federais emsituação calamitosa face exigüidade de verbas; sua exce­lência senhor Ministro Cloraldino Severo Admoesta em­presas fluviais amazânia sentido busca maior eficiência eeficácia suas atividades espírito sistemáticas subvençõesanuais enasa assenta exclusivamente função social trans­porte passageiros regionais de baixo nível de renda, aocorrêocia se configura em verdadeiro absurdo sob qual­quer dos ángulos de análise, o que justífiea expectativade que providências enêrgicas serão tomadas para suaanulação.

Atenciosamente, Roberto Seixas Simões, Presidente'Sindicato da Navegação Fluvial do Pará - SINDAR­PA"··Ilmo. Sr.Eng. Newton FigueiredoDD. Diretor de Navegação InteriorSUNAMAMRio de Janeiro-RJ.

Senhor Diretor:A Eletronorte - Centrais Elétricas do Norte do Brasil

SIA, fez realizar uma licitação de preços de serviço detransporte entre empresas do Estado que selecionou pre­viamente, entre às quais estava a ENASA.

Ao serem abertas as propostas, constatou-se que essaempresa havia cotado um preço abaixo em cerca de 50%das demais participantes. Como estas haviam adotado,como parámetro básico de cálculo, a própria planilha daSUNAMAM, conclui-se que a empresa estatal amazóni·ca ofereceu o valor de seu serviço em nível que acarretaráprejuízo econômico e déficit financeiro, em montantebastante significativo ante a quantidade a ser transporta­da.

Estamos estarrecidos, Senhor Diretor, ante o inopina-do da ocorrência, nefasta sob qualquer ángulo que seanalise, e violentamente contrária a toda política quevem sendo preconizada pclo Ministério dos Transportes,desde o Gabinete de Sua Excelência o Senhor Ministroaté essa Diretoria da qual é V. Sa' digno titular.

Um dos aspectos mais característicos das recentes ma­nifestações desse setor governamental tem sido as durascríticas sobre o desempenho empresarial privado da na­vegação fluvial na área, no sentido do gerenciamento dasempresas que levam ao desperdício e à improdutividade.

A atitude da ENASA, como sociedade com finalida­des lucrativas - haja vista a sua formajuridica que suce­de a situação autárquica anterior - e como empresa vin­culada ao Ministério dos Transportes, além de não estarcondizente com a motivação ministerial tantas vezes ex­ternada, se configura como um ato de concorrência des­leal, injustificável quer sob o ponto de vista comercial,ou até mesmo sob a égide da configuração política e so­cial inerente à decisão.

Como hipótese de trabalho, poder-se-ia raciocinar quese o serviço fosse prestado por embarcação mista (cargae passageiros), a carga entraria como receita margin3:1 acustos nulos, de vez que estes já estariam alocados nosegmento de passageiros, serviço que terá de ser executa­do havendo ou não carga a transportar na mesma via­gem. Não se trata entretanto, neste caso, desse procedi­mento, de vez que o transporte a ser efetuado o será ex­clusivamente de carga, através do conjunto balsa empur­radar, que não conduz passageiros. Não há pois o proce­dimento de minimização de prejuizos que justificariamos preços ofertados se em operação mista.

O possível argumento de que o beneficiário do serviçoa ser prestado é igualmente uma empresa do Governo

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

não prevalece também porque, mesmo pagando 50% me­nos, o Tesouro Nacional terá de arcar com o montantede custos que excederem à receita a ser auferida pelaENASA, por via da subvenção a esta concedida. E aindaque a ELETRONORTE viesse a pagar a parcela de lucroda empresa privada, se fosse esta a ganhadora, revela no­tar que desse montante de lucratividade uma parcela re­toma aos cofres públicos na forma de tributos. Restariaassim aferir a validade do lucro líquido final. Bastaráatentar-se para o nível de eficiência da função de custosda ENA.SA para concluir-se que financeiramente o Go­verno acabará por desembolsar muito mais,

De fato, tomando-se do Relatório Anual 1983 daquelaempresa, às fis. 28 vamos encontrar as informações sobreo desempenho, que demonstram a ocorrência de prezuí­zo operacional da ordem de CrI 1,2 bilhão e que em re­lação ao havido no exercício anterior esse montante sig­nifica duas vezes e meia (2,5) mais, superior portanto aocrescimento do lndice Geral de Preços da nação brasilei­ra que foi de duas vezes e um décimo (2, I). Em 1983 aempresa transportou 151.150 toneladas de carga, inferiorao volume transportado no ano anterior, que foi de166.645 toneladas. Por viagem, o aproveitamento de1983 foi de 291 contra 295 toneladas em 1982 e 448 em1981.

Não é portanto com essa marca de desempenho nemcom aporte financeiro de subvenções da ordem de 2 bi­lhões de cruzeiros que a ENASA venceu a concorrénciasob o estrito senso dos valores cconómicos de receita ecustos.

É um esbulho aos legítimos interesses dos armadoresprivados. E usando as mesmas palavras de S' e de SuaExcelência o Senhor Ministro, isso não é estímulo à me·Ihoria do desempenho empresarial. Mesmo tomando aplanilha da SUNAMAM como teto tarifário, margemde manobra entre o tetõ e o piso da tarifa não justifica osvalores apreçados pela ENASA. Os técnicos dessa Dire­toria estão aptos por certo para assim demonstrar.

Na verdade oS empresários foram traídos, mais umavez, pela atitude de dar credibilidade à orientação supe­rior das autoridades coordenadoras da atividade queexercem. E a unanimidade dos preços, conhecida após aabertura das propostas dos empresários privados licitan·tes é a demonstração disso. Não pretenderam, segundosuas interpretações, que o preço do serviço fosse o ele­mento que definiria a eventual margem de superioridadeconcorrencial. E por uma razão muito simples: Sendo oserviço a ser prestado tarifado pela autoridade compe­tente para o fazer e na qual a parcela de lucratividade,mínima por sinal, foi previamente estabelecida como aaceitável do ponto de vista técnico, qualquer alteraçãonesse componente acabaria por dar razão às críticas mi­nisteriais de incapacidade gerencial, alêm de configurarum procedimento coutraditório aos seus constantes re­clamos de dificuldades financeiras e negociais. Houveportanto coeréncia no procedimento, em estrita obser­vância aliás ao que Sua Excelência o Senhor MinistroCloraldino Severo vem especificando como norma deconduta desejada e requerida pela Nação.

Na expectativa de um 'breve pronunciamento de V. S'sobre o assunto, antecipamos nossos agradecimentos, aomesmo tempo em que comunicamos estarmos dispostosa adotar todas as medidas legais e cabíveis para resguar·do, senão dos nossos, pelo menos dos interesses da popu­lação que tem o direito de exigir o trato da coisa públicade forma responsável.

Atenciosamente, - Roberto Seixas Simões,

O SR, LúCIO ALCÁNTARA (PDS - CE. Pronun-.cia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputa­dos, há poucos dias faleceu no Ceará o artista plásticoJean Pierre Chabloz, suiço radicado há muitos anos emFortaleza. Grande foi a contribuição por ele dada ao de­senvolvimento da pintura cearense. Descobriu vocaçõese encaminhou talcntos, participando ativamente da vida

Junho de 1984

cultural de Fortaleza. Viveu no Ceará, como se fosseaquela sua terra, e lá terminou sua vida, ainda que nãotivesse mais a atuação importante que caracterizou osprimeiros anos da sua permanência em terras cearenses.

Ao fazer este registro, desejo assinalar a importânciade Chablozjunto aos meios artísticos do Ceará, e lamen­tar seu desaparecimento, solicitando a transcrição nosAnais da Cámara dos Deputados do seguinte artigo quesobre ele escreveu Nilo Firmeza, o conhecido pintor Es­trigas, e que foi publicado no Diário do Nordeste, ediçãode 17-6-84:

"ARTECRlTICA

Pouco a pouco os personagens que fizeram, e vi­veram, a fase mais ativa, da história da arte no Cea­rá, a partir de 1940, foram se retirando, ou sendo re­tirados do convívio c atividades do meio artístico,partindo por caminhos sem retorno. Agora foiChabloz que se dizia, com explicações místico­filosóficas, predestinado para o Ceará e aqui viveu edeixou muito de si. Não sabemos se, dentro de suasconcepções, foi um prêmio, foi provação, ou umafatalidade bem aceita, apenas. Mas que Chablozgostava daqui, isto ê certo, gostava. Em Fortalezaele encontrou um grupo jovem, entusiasta, se abrin­do, em todos' os sentidos, para a arte, c ele trazia suaexperiência, seus conhecimentos, sua vivência deoutros continentes, da sonhada e admirada Europa,e um não menor entusiasmo que o cncontrado nosartistas locais. O encontro intensificou o efervescen­te meio e se espalhou até onde deu, atingindo bemmais do que se pensava. E Chabloz era uma fonte deenergia que parecia inesgotável. Seria capaz de pas­sar uma noite toda falando, desenvolvendo seu con­teúdo artístico ou filosófico dentro de sua con­cepção da vida. Embora sua arte pendesse para oneoclássieo, fruto de seus estudos em escolas debelas-artes, Chabloz não era contra escolas, outrascontanto que os trabalhos possuíssem autenticidadee qualidade estética. Foi com essa compreensão queele transmitiu o que sabia, o que pensava, para ogrupo jovem que se iniciava na renovação da nossaarte. Foi assim que ele viu os trabalhos de Chico daSilva, e, ainda cumprindo sua predestinação cearen­se, o incentivou no caminho correto c deu-lhe pro­teção porque achou-a merecida.

Embora os artistas cearenses se dirigissem compersonalidade própria não dcixavam de sc enrique­cer com o relacionamento artístico com Chabloz,além do que o suíço era um ponto de partida paradiscussão de novas idéias. de aspectos novos quesurgiam das interrogações, afirmações, oule dúvi­das. Por algum tempo, Chabloz foi colega, anima­dor, professor, e proporcionador de idéias, um des­pertador de observações que nem sempre se faziamsem sua participação. Lembramos que Chabloz gos­tava de mostrar que em qualquer trabalho, acadê­mico ou o que fosse, poderia conter o abstrato. Eleisolava um detalhe do trabalho-exemplo e aqueledetalhe se constituía, realmente, um trabalho abs­trato."

Chabloz cumpriu a primeira parte do seu destinoem Fortaleza de onde, depois, se ausentou. Nossacapital era pequenina, nessa época, pitoresca, quaseuma cidade de interior. Voltou, novamente, porforça do destino, e, novamente, deu cursos já paranovas gerações e, outra vez, foi descobrir Chico daSilva que havia retornado à obscuridade e misériado Pirambu, promove-lhe uma exposição nosDiários Associados e consegue com o reitor MartinsFilho o acolhimento de Chico no Museu de Arte daUniversidade Federal do Ceará.

Na segunda etapa da predestinação cearense deChabloz ele sofre alguns golpes. Numa noite de chu-

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Junho de 1984

va, indo de lambreta, cai num grande buraco, nobeco dos Pocinhos, sofrendo fratura de perna, e, emoutra ocasiào, perde uma criança adotiva, de muitaestimaçào, atropelada, o que O deixa muito desgos­toso e deprimido. Chabloz não percebera que a ci­dade já entrara no caminho do mal e do mau. Maisuma vez, Chabloz ausenta-se do Ceará e do Brasil,passando vários anos fora. Retorna, em 83, maisdoente, porém não consegue permanência entre nós.Só agora, há pouco tempo, se fixa em Fortaleza enão deixa de condenar seu ex-protegido Chico daSilva pelo descaminho que tomara na arte, o que ha­via sido para ele fortc decepção. Mcsmo assim, nes­ta última vinda para Fortaleza, Chabloz alimentavaplanos, ainda que lhe faltassem, já, a vivacidademental e física. Quem o viu, e com ele conversou,tempos atrás, e O viu, recentemente, na inauguraçãoda Galeria Mário Baratta, no Nuclearte, pratica­mente alheio ao meio, sem palavras, percebeu quemestre Chabloz viera cumprir a última parte de umapredestinação que o trouxera a Fortaleza, Parecemesmo que Chabloz foi um cearense que nasceufora do Brasil e conseguiu voltar ao lugar de ondenão saíra, mas de onde era pelos mistérios da vida eda morte.

ChabJoz não foi esquecido, quem o conheceu nãopoderá esquecê-lo. Quantos não foram os que o re­lembraram, agora, pela imprensa, em conversas, ousozinhos em pensamento. Mas, nesta recém e últimavinda dele, para Fortaleza, houve ausência de tem­po e condições para o refazer do seu relacionamen­to, e seus amigos velhos, de passado mais distante,tambêm se ressentiam, em suas disponibilidades,para o reencontro mais achegado principalmentequando os caminhos já estavam vencidos. Chabloznão teve tempo (ou teve?) de verificar que Fortalezamorrera e estava enterrada no sell pr6prio lixo, e ossobreviventes do passado não encontram mais oscaminhos, que se apagaram e se tornaram irreeo­nhecfveis, além de perigosas armadilhas: é a vidaque acaba com a vida.

Estrigas - Caixa Postal, 2043 - Fortaleza­Ceará - 60000."

o SR. MÚem ATHAYDE (PMDB ~ RO. Pronun­cia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputa­dos, compareço hoje ã esta tribuna para ocupar-me deum acontecimento que consternDU a classe pára-médicado Pais e, em especial todos os voluntários de nossa Pá­tria que, com a dedicação mais pura, com o propósitomais elcvado e com a fé mais inabalável, auxiliam, por­que acreditam e integram, a Campanha Nacional de Prc­venção ao Câncer. Há poucos dias, na cidude do Rio deJaneiro, ocorreu o falecimento de D. Eloísa Brandão deMarsillac, digna esposa do Professor Jorge Marsillac,ilustre membro da Academia Nacional de Medicina, au­toridadc reconhecida e respcitada na comunidade cientí­fica internacional.

Sua pran teada mulher acrescia ãs suas qualidades in­superáveis de esposa c mãe e de aliada permanente e de­cidida na missão que tomou a si, de difundir e educar,para a prevenção do mal impiedoso que ceifa milhares devidas por ano no Brasil, o câncer.

Presidente da Legi50 Feminina de Educação e Com­bate ao Câncer, por diversas vezes D. Eloisa Brandão deMarsillac desenvolveu, em sua gestão, um trabalho ver­dadeiramente patriótico. Nesta cruzada cívica a que to­dos os nossos compatriotas se devem unir, pois são elespróprios o estuário de todo o esforço que se desenvolvepara a luta contra esse terrível flagelo, tombou um denossos combatentes.

Mas o exemplo deixado por Elofsa de Marsillac, dedeterminação, de renúncia, de amor ao próximo, de ab­negada dedicação, haverá de frutificar, multiplicando oesforço do voluntariado do qual fazia parte, e elegcndo a

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

causa li que se entregou com a nobreza de sua personali­dadecomo do superior interesse da Nação.

o SR. ASSIS CANUTO (PDS - RO. Pronuncia o se­guinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados,realizou-se cm Vilhena, Estado de Rondônia, nos dias22, 23 e 24 de maio deste ano, o Encontro para Elabo­ração do Sistema de Produção de Soja para o Cerrado deRondónia, cujas conclusões constituem a "Carta de Vi­lhena para a Cultura da Soja".

Nesse documento, os agricultores ressaltam os fatoresfavoráveis à implantação da cultura de soja no Estado:topografia privilegiada e propícia à mecanização; solosférteis e cerrados de fácil abertura; condições climáticasconstantes e adequadas; disponibilidade de calcário;existência de variedade adptada, com alta produtividadee tecnologia de produção gerada e recomendada pelaEMBRAPA; atuante serviço de assistência técnica e ex­tensào rural; facilidade dc cscoamento através da BR·364 e do rio Madeira; e a participação de sojicultoresoriundos do Sul do Pais, com vasta experiência no ramo.

Entre as conseqüências positivas da expansão da la­voura de soja em Rondônia, destacam-se: utilização deáreas inexploradas; uso de novas tecnologias no setorprimário; desenvolvimento do parque comercial e indus­trial da regitio; geraçtio de novos cmpregos; incrementoda suinocultura. avicultura e pecuária leiteira; e aumentoda arrecadação tributária dos Municípios, do Estado eda União.

Mas para alcançar esses objetivos, Sr. Presidente, Srs.Deputados, os agricultores reivindicam uma série de me­didas: agilização do processo de titulação das terras,principalmente das áreas de plantio de soja, arroz e ou­tras culturas, com fornecimento de cartas de anuénciaaos detentores de possc, para obtcnção de financiamen­tos; abertura de faixas especiais de crédito, inclusive parabeneficiamento de novas áreas; correção do solo, aqui­sição de equipamentos e armazenamento, com prazoscompatíveis e juros diferenciados, e participação da redebancária privada; liberação de recursos em montantessuficicntes e épocas oportunas; incentivo à correção daacidez do solo; inclusão de Rondônia no Programa deDesenvolvimento do Cerrado - PRODECER; vendadireta de calcário da CMR às Companhias Municipais eEstaduais de Desenvolvimento, cooperativas e produto­res; instalação de uma unidade de beneficiamento de so­ja; criação de um plano dc emergência para a mclhoria eabertura de noVas estradas principais e secundárias, vi­sando ao acesso às propriedades e ao transporte de má­quinas, calcário, fertilizantes e sementes para o plantioda próxima safra; criação, pejo DER, da Patrulha Meca­nizada pró-soja dc Rondônia; estudo c viabilização dotransporte hidrorrodoviário, tendo em vista o baratea­mento dos custos de escoamento; implantação de infra­estrutura de armazenamento e secagem nas unidades daCia. de Desenvolvimento de Vilhena - COMDEVI, eda CIBRAZÉM, para garantia da produção regional.

Revela notar, Sr. Presidente, Srs. Deputados, que adisposição dos agricultores de Rondônia, de promover aexpansão da cultura da soja, vai ao encontro da premcn­te necessidade do País de obter divisas para a regnlari­zação de suas contas externas, uma vez que esse produtoé um dos principais itens da pauta de exportações brasi­leiras.

Assim, ao registrar integral apoio aos agricultores ron~donienses, apelo aos Ministros da área econômica, aoPresidente do Banco do Brasil, ao Presidente do BancoCentral c aos dcmais órgãos oficiais responsáveis pelaexecução da política agrícola nacional, no sentido deadotarem imediatas providências para o atendimento desuas justas e oportunas pretensões.

O SR. SJ1:RGIO LOMBA (PDT - RJ. Sem revisãodo orador.) - Sr. Presidente, requeiro a transcrição, nosAnais desta Casa, dos dois telegramas enviados pelo Go-

Sábado 23 63421

vernador do Rio de Janeiro, Leonel Brizula, ao Sr. JúlioMesquita, Diretor de O Estado de S. Paulo, São os se­guintes:

EM DEFESA DO RIO DE JANEIRO

o Governador Leonel Brizola dirige doistelegramas de protesto ao Sr. Júlio Mesquita,

diretor de O Estado de S. Paulo.

Rio de Janeiro, 12 de junho de 1984.Dr. Júlio Mesquita NetoDiretor de O Estado de S. Paulo

Venho manifestar a V. SI o meu protesto pela de­primente matéria publicada no O Estado de S. Paulode domingo último, de autoria de um indivíduo quese oculta sob a sigla "NM". Há muitos meses quescu jornal vem divulgando matérias dessa natureza,configurando uma sórdida campanha contra a mi­nha pessoa, meus colaboradores e o Governo desteEstado. Tais investidas, pelo seu baixo nível, jamaismereceram de minha parte senão o silêncio e o des­prezo, embora não tenha conseguido entender o in­sólito acolhimento de tais matérias por parte de V.S', porque, além de amesquinhar as tradições de umgrande órgão da imprensa, atingem o conceito deseu qualificado corpo de profissionais. Quebro hojeessa conduta, ao divulgar, amplamente, para conhe­cimento da população local, as torpczas que se vempublicando pelo seu jornal, O Estado de S. Paulo,contra a cidade do Rio de Janeiro. Reproduzo aqui,para refrescar a memória de V. S, alguns desses in­dignantes conceitos:

"O Rio de Janeiro, uma enorme cidade fedoren­ta... envolta completamente naquele ar pestilencia!mefítico, gigantesco antro de mendingos, malan­dros, assaltantes e bicheiros... diariamente coalhadade cadáveres. Gente assassinada, atropelada, estu­prada, ferida de mil maneiras pavorosas, de mil mo­dos brutais, de mil formas sangrentas e primitivas...o cheiro de urina e a imundície são presentementemarca registrada do Rio de Janeiro."

Em verdade, e sem exagero da apreciação, istonào é jornalismo, muito menos informação, mas umjogo de palavras infamantes, um amontoado deafrontas e calúnias, um insulto à verdade e um ime­rccido achincalhe aos brios e à própria honra dopovo carioca. Por que seu jornal não publica ma­téria semelhante em relação à cidade de São Paulo?Qualquer cidadão honrado sabe que os governosdemocráticos e legítimos receberam esta herançatrágica de milhões de seres humanos mergulhadosna fome, no desemprego e na miséria, milhões decrianças nas ruas e no abandono. Estatísticas de SãoPaulo revelam que as situações são semelhantes.

Este é o legado trágico do regime autoritârio im­posto à Nação, ao preço da derrocada das insti­tuições democráticas. É, pois, V. S' mais responsâ­vel do que os Governos eleitos, pelo quadro de in­fortúnio que está vivendo a população brasileira.Por isso, seria de esperar de sua parte um pouco deautocrítica em lugar de investir no papel de cobra­dor arrogante, quando para tanto lhe faltam as in­dispensáveis credenciais. Quero ainda alimentar aesperança de que V. SI, ao menos em respeito aopovo desta cidade, às suas tradições e aos seus valo­res, venha a pôr termo a esta campanha deletériacontra o Rio de Janeiro. Como autoridade legitima,tenho o direito 'de exigir-lhe o bom combate, de ma­neira a que os seus inexplicáveis rancores e as suashostilidades gratuitas ntio venham a atingir e des­prestigiar esta cidade, que é sem dúvida, um dosmaiores orgulhos deste país.

SaudaçõesEng" Leonel Brizola, Governador do Estado do

Rio de Janeiro"

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6344 Sábado 23 DIÂRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Junho de 1984

Saudações,Eng. Leonel Brizola,

Governador do Estado do Rio de Janeiro"

sobre a realidade comparada Rio-São Paulo, emmatéria de criminalidade c violência, no curso noano passado.

"Transcorre hoje o décimo sétimo aniversário damorte do ex-governador Muniz Falcão, uma dasmaiores lideranças políticas que Alagoas já conhe­ceu em todos os tempos, cuja atuaçào na vidapolítico-administrativa alagoana foi das mais mar-

Rio c São Paulo, quanto às grandes aglome­rações urbanas deste país, sofrem as conseqüénciasdo regime que V. S' ajudou a implantar.

As regiões metropolitanas de São Paulo e do Riotêm, respectivamente, 14 e 9 milhões de habitantes,áreas de maior incidência desta tragédia e onde seconstata esta alarmante verdade: a idade média doscriminosos e assaltantes qae assolam as populaçõesdas duas grandes cidades situa-se em pouco mais de20 anos. Cada dia novos contingentes de crianças,adolescentes e jovens iniciam-se nos descaminhos dacriminalidade. Em cada semana registramos ummaior número de mendigos, de pcssoas desvalidas,pelas ruas e logradouros públicos. As cadeias e al­bergues estão superlotados, aqui como em São Pau­lo. Qual a causa de tudo isso? A Polícia e a repres­são serão suficientes para enfrentar esta doença so­cial cada dia mais grave'? Não será, certamente, Sr.Mesquita, fazendo intrigas, semeando discórdias eincompreensões, envenenando eonsciéncias despre­venidas ou estim ulando a direita autoritária que ha­veremos de enfrentar esse contexto sombrio e dolo­roso, realidade que é um libelo contra elites brasilei­ras das quais V. S, é um típico representante.

Suas publicações não ficarão sem resposta. Espe­ro que V. S' não nos negue esse direito.

cantes, na defesa intransigente dos interesses popu­lares.

Delegado Regional do Trabalho no Governo Sil­vestre Períeles, incentivou a vida sindical alagoana,distinguindo-se pelo cumprimento da lei e promo­vendo o registro profissional indistintamente, demodo a evitar a burla contra o salário, as jornadasde trabalho, o direito às férias e a licença por motivodc doença.

Como parlamentar, Muniz Falcão foi das maio­res figuras do Congresso Nacional, sendo. no segun­do mandato de Deputado Federal, o mais votado deAlagoas.

Como governador do Estado, sofreu a maioroposição política dc que se tem notícia na históriade Alagoas, bastando considerar que enfrentou umprocesso de impeachmenl, motivando seu afasta­mento do gcwerno por cinco meses, cuja batalhaju­dicial venceu galhardamente, depois de anular noSupremo Tribunal Federal o sorteio dos deputadoscomponentes do Tribunal Misto, quc indicaria osrepresentantes da Assembléia Legislativa.

No entanto, realizado novo sorteio, por determi­nação do Supremo Tribunal Federal, a corte mistade julgamento do impeaclzmenl, reunida no auditô­tio da Faculdade de Direito de Alagoas, constituídade deputados e desembargadores, não obteve osdois terços para condenar Muniz Falcão. Sua voltaa Alagoas, dias depois, no dia 20 de janeiro de 1958,constitui-se na maior apoteose e consagração popu­lar jâ verificada em Macciô em homenagem a umhomem público.

Muniz Falcão fez governo fecundo, volti.do paraas aspirações maiores de Alagoas, embora permane­cesse contra ele uma oposição hostil e intransigente.Quando o governo estava construindo a estradaMaceió - Recife, (fronteira com Pernambuco) de­pois de sofrer torpedcamento premeditado no rec7­bimento de verbas federais, sempre negadas, MUOlZFalcão atendeu em Palácio uma comissão de entida­des da classe empresarial, que lhe foram pedir paranão dotar Alagoas dessa rodovia pavimentada.Indagou-lhes Muniz Falcão porque eram contra aobra, ao que lhe responderam que o comércio deMaceió sofreria queda de freguesia, porque muitagente passaria a comprar no Recife, cujos preçoseram mais baratos. Respondeu-lhes Muniz Falcãoque vendessem igual ao comércio de Recife, que nãosofreriam prejuízos e O povo só teria a lucrar.

Novamente elcito governador de Alagoas, em1965, em pleno regime revolucionário, Muniz Fal­cão tevc contra ele todas as pressões conhecidas,que se estendiam aos seUs amigos, correligionários eeleitores, principalmente no Interior do Estado. Édispensável detalhar os episódios deploráveis e ver­gonhosos daquele período, que são de ontem, e es­tão vivos na memória dos adultos e jovens daquelaépoca. Mesmo assim, venceu o pleito, com coragemcívica e apoio popular, enfrentando trés candidatosde composições políticas diferentes, quando os de­mais partidos existentes se uniram para derrotá-lo.

Não obtendo maioria absoluta, a pressão passoua ser exercida nos bastidores, transferindo-se ao Tri­bunal Regional Eleitoral e Assembléia Legislativa,culminando com a negação de sua diplomação temao modelo dos expedientes anteriormente tentadospela famigerada UDN, contra as eleições de GetúlioVargas e Jascelino Kubitschek, embora sem maio­res êxitos.

Muniz Falcão morreu de câncer no Recite, quan­do Alagoas era governada em regime de intervento­ria. Seu sepultamento, em Maceió, foi precedido deum cortejo fúnebre só superado pelo de TeotônioVilela. Aos dezessete anos de sua morte, mantéminalterada uma liderança política, alr'lvês de seus ir-

40.41316.586

16115.8123.053!.l03

RioSão Paulo3.133287.985

67.066514

55.07110.698

2.165

Homicídios 4.237Furtos .Roubos .Roubos com morte .Roubos e furtos de autos ..Menores infratores .Menores perambulando .

o SR. StRGIO MOREIRA (PMDB - AL. Pronun­cia o seguinte discurso.) - Sr. Prcsidente, Srs. Deput~­

dos, venho a esta tribuna lembrar a passagem do 17. anI­versário do falecimento do ex-Governador Muniz Fal­cão. Quero ressaltar o legado histórico que representa afigura do ex-governador, que, durante sua vida política,em Alagoas, marcou época por seu estilo popular e suapreocupação democrática. .

Deputado Federal, desempenhou um mandato brI­lhante e aqui defendeu a campanha "O Petroleo é Nos­so": lutou pela encampaçào das empresas estrangeirasconcessionárias dos serviços de água, energia e transpor­tes. Em outubro de 55, contrariando todas as previsões edesarticulando o tradicional esquema político alagoano,onde se unia o poder econômico c as oligarquias políti­cas, Muniz Falcão foi eleito Governador de Alagoas.

Sua morte prematura privou Alagoas de um líder po­pular e de um homem honrado. A perda de Muniz Fal­.cão criou um enorme vazio nas hastes oposicionistas.Lembrar Muniz Falcão é prestar homenagem a um ho­mem que encarnava o sentido de governar com o povo epara este povo. Alagoas até hoje lembra este homem va­loroso e um político honrado.

Requeiro transcrição, nos Anais deste Casa, de edito­rial do Jornal de Hoje, de Alagoas: "Dezessete Anos daMorte de Muniz Falcão." É o seguinte:

lIm. Sr.Júlio MesquitaMO Diretor de "O Estado de S. Paulo"

Rio de Janeiro, 19 de junho de 1984.Dirijo-me novamente a V. S', agora em função

da nota inconseqüente e pueril com que V. S' pre­tendeu responder ao meu telcgrama de protcsto,quando também a respeito do editorial "O Cami­nho da Baderna", é da matéria publicada domingoúltimo no "O Estado de S. Paulo", de aparente au­toria do mesmo "NM", mancomunado com essa di­reção para fazer essa sórdida campanha contra oGoverno e a Cidade do Rio de Janeiro.

Parecia-me inacreditável que um homem comoV. S', responsável pela direção de um dos mais im­portantes jornais da América Latina, pudesse assu­mir sentimentos tão mórbidos em função de ódiosgratuitos e inconcebíveis, sem ao menos ter ummínimo de critério que o levasse a avaliar o mal queestá procurando fazer ao povo c à cidade do Rio deJaneiro. A opiniào pública está verificando que osverdadeiros responsáveis por essa escalada de publi­cações contra o Rio de Janeiro são os dirigentes eproprietários de "O Estado de S. Paulo, particular­mente V. S'

O aparente autor dessas matérias que se escondeno semi-anonimato das iniciais "NM", deve ser al­gum importante membro do clã Mesquita. Pois sóas relações de parentesco de "NM" explicam quematérias tão dcprimentcs e indecorosas possam ob­ter esse destaque nas páginas de um órgão de im­prensa como "O Estado de S. Paulo", evidentemen­te que para escândalo e desconforto do seu corpo deredatores.

Domingo último, V. S' certamente delcitou-secom mais um tcxto do SeU parente "NM", desta vezna tentativa inútil dc promovcr a discórdia do scioda Polícia Militar, utilizando-se de um texto inepto,preparado sem dúvida pelos luas pretas de algumsegmento das muitas atividades secretas e suspeitasque se desenvolveram à sombra desses 20 anos dearbítrio, e que outro objetivo não tem neste momen­to, senão criar dificuldades aos governos democráti­cos e legítimos, eleitos pcla população.

Ocupe-se, Senhor Mesquita, através das páginasde seu grande jornal, dos seus deveres para com apopulação paulistana. Esse seU parente "NMcsqui­ta" será muito mais útil ao seu lado, em scu própriogabinete. Diálogo e regozijo permanentes. Talvezvenha a ser um excelente co-diretor para seu jornal.

Criminalidade e violência, assaltantes, bicheirose ambientes mal-cheirosos aí não faltam, também,como no Rio de Janeiro e em todas as grandes cida­des brasileiras. Esta é a triste herança que o regimeimplantado com sua ajuda legou aos governos de­mocráticos e legítimos. Enfrente essa ordem deproblemas, com a mcsma arrogáncia da maioria dosseus editoriais e sobretudo assumindo a responsabi­lidade que lhe cabe, por sua incisiva participação naderrocada das instituiçõcs democráticas em 64.Uma simples atitudc de madalena arrependida nãoconvence a ninguém. Ainda mais quando se arrogaa pretensão de jalgar os que foram excluídos e vai·tam agora cheios de razão.

Durante quase 20 anos pretenderam combater acriminalidade crescente apenas com a força e arre­metidas de violência, ignorando ou fingindo ignorarsuas causas. O que conseguiram'? Além de mais cri­mínalidade c violência, a montagem sistemática deum modelo. econômico que condenou grande partede n0850 povo à miséria e ao marginalismo, cortan­do perversamente o futuro das novas gerações, porfalta de mais fontes de trabalho e oportunidades.

Mais uma vez venho refrescar seu conhecimento- se algum dia estes problemas o sensibilizaram-

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Junho de 1984

mãos, e uma imagem de líder populista consagradano jugalmento popular."

o SR. PAES DE ANDRADE (PMDB - CE. Pronun­cia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputa­dos, só a morte poderia silenciar a voz de João Ramosnos microfones das emissoras de rádio e de televisão doCeará.

Embora não mais esteja entre nós fisicamente, a mara­vilha da eletrônica se encarregou de perpetuar a locuçãoe a imagem de João Ramos, um dos mais importantespioneiros do rádio e da televisão cearenses, vitimado naúltima sexta-feira por uma trombose que o colheu demadrugada quaado fazia aquilo que sempre fez durantetoda a sua vida: trabalhando.

A trajetôria profissional deJoão Ramos nos meios im­pressos e eletrônicos de comunicação do Estado do Cea­rá é uma verdadeira epopéia, impondo, sempre, a suage­nialidade a todas as atividades pioneiras no rádio, na te­levisão e na imprensa do nosso Estado.

Durante trinta e cinco anos a população cearenseacompanhou o seu trabalho pioneiro na P.R.E-9, CearáRádio Clube, não se limitando ele à transmissão de even­tos esportivos: foi locutor-apresentador, ator de méritosinexcedíveis, produtor radiofônico e, ultimamente, exer­cia as funções de Diretor Industrial do Diário do Nordes­te.

O seu espírito pioneiro afirmou-se não apenas na açãoburocrática do jornalismo radiofônico, mas foi indele­velmente marcado pelo tom de voz coloquial que impri­mia a todas as narrações que fazia, antecipando-se ao rá­dio descontraído, que mais tarde viraria escola nas emis­soras vanguardeiras do Sul do País.

João Ramos caracterizou, sempre, o seu trabalho pelodinamismo na ação, sendo, por isso, encarregado pelaalta direção da Rede Associada de implantar váriasemissoras no Nordeste, tendo sido o responsável pelainstalação da Rádio Araripe, do Crato; da Poty, de Na­tal; da Borborema, de Campina Grande; da Tamandaré,do Recife; e da Rádio Marajoara, de Belém do Pará.

Filiado ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais doCeará desde 1957, João Ramos nunca negou o seu apoioe o seu prestígio pessoal às grandes causas da categoria.

João Ramos foi surpreendido pela morte no momentoem que acalentava aquele que era, seguramente, o seu so­nho dourado: o de fazer ressurgir o rádio-teatro, poissempre confidenciou a sua fé e a sua esperança numanova descoberta do rádio através das novelas.

A sua morte, ocorrida no momento em que se prepa­rava para completar 58 anos de idade, abre uma lacunade difícil substituição nos meios de comunicação do Cea­rá.

Mas João Ramos não morreu em vão, porque deixa oexemplo de sua pertinácia, e lega, para aqueles que o su­cederão na difícil e nobilitante tarefa de comunicação so­cial, a força do seu caráter grandioso e a imagem do ho­mem, do pai, do professor, do colega e do amigo quepartiu com a consciência plena do dever cumprido.

o SR. ADHEMAR GHISI (PDS - SC. Pronuncia oseguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados,acabo de retornar de uma viagem à Europa e aos Esta­dos Unidos, como integrante de uma delegação de De­putados do Paraná, de Santa Catarina, meu Estado, e doRio Grande do Sul - Victor Faccioni: PDS-RS; HulgoMardini: PDS·RS; Oly Fachin: PDS-RS; AmauriMüller: PDT-RS; Adhemar Ghisi: PDT-SC; NelsonMorro: PDS-SC; João Paganclla: PDS-SC; Renato Via­na: PMDB-SC; ftalo Conti: PDS-PR; Fabiano BragaCortes: PDS-PR; Pedro Sampaio PMDB-PR - cm mis­são da qual todos retiramos valiosa experiência.

Desde o início desta legislatura, na Comissão de Mi­nas e Energia, temos no~ dedicado ao estudo de soluçõespara O melhor uso do carvão mineral da Região Sul e,ncsse scntido, integramo-nos em um bloco supraparti-

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção 1)

dário que, ainda informal, alguma contribuição temprestado ao problema.

Na verdade, quisemos ver o assunto sob dois aspectos:um, a realidade da existência dc enorme rescrva do minc­ral que, embora de baixo poder calorífico, poderia seraproveitada mediante uso de tecnologia apropriada, de­senvolvida por países mais ricos; segundo, como usar umprograma de aproveitamento para enriquecer, em ter­mos tecnológicos, a industria do Sul.

Isso decorreu do fato de vir o Governo Federal desen­volvendo um programa de aproveitamento termelétricoda Região Sul, mormente através dos complexos de Jor­ge Lacerda, em Santa Catarina, e Candiota, no RioGrande do Sul, com participação modestíssima da in­dústria dos três Estados da região. Assim, os vultosos in­vestimentos ret1uíam para outras regiões, em termos deapreensão da tecnologia e de ofertas de emprego. Adota­mos, em nosso grupo, uma posição de defesa da econo­mia regional, dentro da linha de que ao Sul compcte,tanto quanto possível, o uso daquela sua matéria-prima,construindo-se por empresas suas próprias usinas. Não éabsurdo afirmar que as empresas extra-regionais impor­tavam tecnologia estrangeira e, por sua via, faziam osfornecimentos dos equipamentos. Nosso entendimento éde que isso pode ser feito pelas empresas locais, e dissoestamos hoje mais certos do que nunca.

Deflagramos uma luta pela construção, tanto quantopossível, da Usina Termelétrica Jorge Lacerda V, daELETROSUL, por um Consórcio rcgional. Sabíamosbem quc empresas de outros Estados, mediante sistemasdc absorção de tecnologia, vinham construindo as terme­létricas regionais, que estavam dando empregos fora daregião.

Ora, não somos con tra criação de em pregos em ne­nhum lugar, mas fomos eleitos para defender, entre ou­tras coisas, a criacão de emprego em nossos Estados.

Certo é que hoje existe um compromisso assinado en­tre a ELETROBRÁS e a ELETROSUL com um consór­cio regional para a construção da usina de Jorge LacerdaV, graças a esse entendimento que tivemos do problemae a compreensão do Presidente João Figueiredo, que nomomento certo, apesar da resistência de alguns setoresdo Executivo, assim o decidiu.

Teve, assim um significado especial essa missão que,sem ônus para a Câmara e os cofrcs públicos, em geral, aMcsa nos deferiu. Seguimos em viagem dc estudos àTchecoslováquia, Alemanha Ocidental e Estados Uni­dos, trés países que estão deretamente envolvidos noaproveitamento termelétrico do carvão do Sul. Conosco,seguiram também empresários da região, dispostos à ne­gociação de acordos de transferência de tecnologia quelhes permitissem a execução dos projetos em curso e osprogramados para o futuro.

Sem imodéstia, eu e meus companheiros podemos di­zer que a missão ao exterior foi produtiva. Na Tchecos­lováquia, alêm do contato, a nível político, com autori­dades governamentais, visitamos fábricas, centros depesquisas e usinas em funcionamento. A empresa estatalSkoda export, que vem participando da construção doComplexo Lacerda, em meu Estado, O faz fornecendotécnica c equipamcntos contra compra dc minério deferro da Companhia Valc do Rio Doce, em proporçõesde sete por um, com grande favorecimento à balança co­mercial brasileira. Pois bem, Sr. Presidente, Srs. Deputa­dos, essa empresa vem de firmar com duas congêneres doSul do Brasil, a Industrial Conventos e a Castelo, umacordo de cooperação, a fím de que as mesmas, integran­tes do consórcio regional que vai construir a usina de La­cerda V, possam se sair bem de sua missão.

Na Alemanha Ocidental, visitamos a Deutsche Bab­cok, detentora da tecnologia de caldeiras quc, para dizero mínimo, foi atestada pelos técnicos da ELETROSUL,como respom~ávelpela alta performance obtida na usinade Jorge Lacerda !II, em pleno funcionamento em Capi­vari Tubarão. Pois bem, também a Babcock não se fur-

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tou a celebrar com a indústria regional acordos de coo­peração, que, tenho certeza, renderão beneficios ao Sul.

A última etapa da missão foi nos Estados Unidos. AGeneral Electric, que já está no Brasil há mais de sessen­ta anos, voltou-se agora para a Região Sul, via GeneralEletric do Brasil e sua empresa vinculada, a Sede dc En­genharia. Foi buscar empresas rcgionais para se associar,e isso está prestcs a se consumar, a partir das negociaçõesdesenvolvidas durante a missão parlamentar.

Fato rclevante, entretanto, foi falarmos com altas au­toridades do Congresso e do Executivo norte-americano,quando ouvimos que, a despeito da situação da dívidaexterna, haverá sempre apoio para projetos prioritários eque tenham alcance de desenvolvimento regional. Naverdade, chegou a nos supreender a todos a receptivida­de dessas personalidades à tese do desenvolvimento re­gional.

Enfim, Sr.Prcsidente, Srs. Deputados, posso falarpor mim e por meus companheiros de missão que foiuma jornada altamente proveitosa. Estamos preparandoum relatório, que apresentaremos à Casa, dando notíciade resultados concretos obtidos.

Auspicioso comentar que talvez pela primeira vez deuma missão parlamentar tenham surgido resultados co­merciais concretos. Nasceu de nosso trabalho um planopara financiar o programa de distribuição e transmissãode energia da COPEL, da CELESC e da CEEE, cem porcento financiado e com ampla participação das empresasdo Sul. Da mesma forma, identificamos fontes de finan­ciamento para toda a parte ainda não compremctida doprograma tcrmelétrico de Santa Catarina e do Rio Gran­de do Sul, sob rcsponsabilidade da ELETROSUL e daCEEE.

Sr. Presidente, nobres colegas, comum é ver-se nos jor­nais que a autoridade tal, do Executivo, viajou ao exte­rior, em missão oficial, e captou tantos ou quantos finan­ciamentos para tais e quais projetos. Não é bem esse ocaso da nossa delegação. Mas, na realidade, sem invadiratribuições, tenho a convicção dc que essa delegação des­ta Casa, que tive a honra de integrar, produzir algo demuito positivo nessa missào.

Sci bem que o Presidente Figueiredo e seus Ministros,notadamente o Ministro César Cals, não se melindramcom esforços dessa natureza, que, antes de significaremcompetição, significam cooperação. E, neste momento, oBrasil precisa mais do que nunca de que os três Poderes,embora mantendo sua independência, sejam harmônicosentre si, principalmente quando o objetivo é o desenvol­vimento econômico e social.

Eu e meus colegas de delegação nos sentimos felizespor participar desse esforço e acredito mesmo que estaCâmara tenha demonstrado uma vez mais que o traba­lho do representante do povo não se esgota nas comis­sões e no plenário, mas vai além, às vezes fora mesmodas fronteiras, quando o interesse público está em jogo.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente, Srs. Deputa­dos.

O SR. WAGNER LAGO (PMDB - MA. Pronunciao seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados,uma vez mais o meu Estado, o Estado do Maranhão,volta ao noticiário nacional e, como sempre, envolvidoem fatos deprimentes.

Como se não bastassem as pejorativas lideranças queo Maranhào ostenta em miséria, analfabetismo, menorreada per capita do País, seguidos governos corruptbs C

incompetentes, grilagem oficializada, recordes esses obti­dos pela dinastia sarneysista que gerenciou vinte anos deditadura em tcrras maranhcnses, resolveu agora o Go­verno Estadual (melhor seria dizer o desgoverno esta­dual) agredir exatamente a instituição veneraada do Mi­nistério Público Estadual, impondo ao Procurador­Geral a puniçào de dezenas de Promotores de Justiça ede vários Procuradores.

A humilhação e a represália que o Governador quisimpor aos membros do nobre órgão de fiscalização da

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Lei foi a resposta mesquinha do Governo à justa e legalmobilização da classe, decidida em Assembléia Geral, nosentido de exigir do Executivo a remessa, à AssembléiaLegislativa, de projeto de lei adaptando a lei estadual doórgão às diretrizes estabelecidas pela Lei Complementarfederal de nQ 40, denominada Lei Orgânica do MinistérioPúblico. Esse diploma legal representa avanço significa­tivo na existência da instituição.

Vcja, Sr. Presidente, o quanto o atual Governo é siste­maticamente afrontante às dcterminaçães legais. A leicomplementar citada estabelece, em seu art. 59, que "OsEstados adaptarão a organização de seu MinistérioPúblico aos preceitos desta lei, no prazo de cento e oiten­ta dias a contar de sua publicação." Pois bem: a publi­cação ocorreu no dia 15 de dezembro de I 981 e, até hoje,decorridos mais de dois anos e meio, ainda não houveessa obrigatória adaptação.

E quando a classe reclama providências para fazercumprir a lei, é punida. O Ministério Público, que tem odever legal de fiscalizar o cumprimento da lei, está sendoinjuslamente punido exatamente por exercer suasfunções. São coisas que só acontecem no Maranhão sar­neysista...

O art. I. da Lei Complementar n. 40 estatui que "OMinistério Público, instituição permanente e essencial àfunção jurisdicional do Estado, é responsável, perante oJudiciário, pela defesa da o'rdem jurídica e dos interessesindisponíveis da sociedade, pela fiel observância daConstituição e das Leis e será organizado, nos Estados,de acordo com as normas gerais desta Lei Complemen­tar".

Foi exatamente dentro dessa atuação, desejando vercumprida uma lei federal, que O Ministério Público ma­ranhense, há mais de dois anos, vinha pleiteando a re­messa à Assembléia do projeto devido. O Maranhão tal­vez seja o único Estado da Federação que ainda não es­truturou o seu Ministério Público.

Quando os fiscais da lei exigiram o cumprimento dotexto legal, o Governador do Estado determinou quefossem punidos. O Procurador-Geral, ncste episódio,não se submeteu a esse vexame, recusando..sc a cooncstarcom a arbitrária imposição. O Governador, então,afrontando a própria lei complementar fedcral, nomcoupara exercer essa importante função pcssoa alhcia aosquadros daquela nossa instituição. E o novoProcurador-Geral, submisso e servil, puniu injustamenteaqueles que exigiam o cumprimento da lei. Diga-se ain­da, Srs. Deputados, que a Lei Complementar n. 40, emseu art. 55, é taxativa ao declarar que "é vedado o exercí­cio das funções do Ministério Público a pessoas a ele es­tranhas".

Tudo isto, Srs. Deputados, leva-nos a uma triste con­clusão: no Maranhão, hoje como ontem, não existe res­peito à iei. O art. 3. da lei complementar federal destacaque é função institucional do Ministério Público velarpela observância da Constituição c das leis, e promover­lhes a execução. Quando os Promotores e Procuradoresassim agem, dentro de estrito cumprimento do dever le­gal, são punidos.

Deixo, Sr. Presidente, desta elevada tribuna do Parla­mento brasileiro o meu mais veemente protesto contraessa odiosa e mesquinha perseguição promovida contraos membros do Ministério Público maranhense. O Go­vernador do Estado, ao invés de adotar atitudes quemais ainda o apequenam, deveria, isto sim, tratar de en­viar à Assembléia Legislativa o projeto que a lei federaldetermina.

Do episódio, contudo, resta uma lição nobre: a de queO Ministério Público do Maranhão, pelos seus valorososmembros, não se intimidou no cumprimento do dever.

Era o que tinha a dizer.

o SR, RENATO CORDEIRO (PDS - SP, Pronun­cia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputa­dos, comemorou-se, no início do mês, o Dia Mundial doMeio Ambiente, com manifestações públicas, em todos

DIÃRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

os quadrantes do mundo, de protestos ao continuadoprocesso de autodestruição que, infelizmente, o homemvem promovendo nas últimas décadas.

A forma com que se realizam as transformações na so­ciedade moderna, em espantosa rapidez e sem a devidacautela quanto à preservação das riquczas naturais maisimportantes para a vida humana, está determinando adeterioração da qualidade de vida ao homem, o desapa­rccimcnto de flora e fauna, enfim, o desequilíbrio dosecossisternns.

A situação brasilcira, antes de mostrar um quadro di­ferente, apresenta um dos mais graves, se considerarmosque nossas imensas reservas naturais, as florestas e osrios navegáveis, principalmente, estão sendo destruídaspor política industrial inconseqüente e exploração imo­biliária, sob o completo descaso de nossas autoridades,

A devastação da floresta amazônica, a maior reservabiológica do mundo, constitui prova do lamentável des­respeito ao meio ambiente no brasi!. A poluição de pe·quenos, médios c grandes rios, lagos e lagoas, com a eli­minação de todas as características de vida - os peixes,a vegetação - deveria sensibilizar os poderes públicosdo País, para urgent.es medidas punitivas aos responsá­veis pelo bárbaro atentado que se comete contra as ge­rações presentes e futuras de brasileiros.

Na verdade, Sr. Presidente, trata-se de verdadeiraquestào de segurança nacional, lamentavelmente assimnão compreendida pelos Governos brasileiros das duasúltimas décadas, que preferiram incentivar o capitalismoselvagem e suas desastrosas conseqüências sociais, per­mitindo práticas industriais absurdas, poluidoras, nãocondizentes com os reais interesses da Nação.

Durante a Semana do Meio Ambient.e, neste ano,instalou-se o CONAMA - Conselho Nacional do MeioAmbiente - presidido pelo Ministro Mário Andreazza,e com a participação de representantes do Governo Fe­deral, governos estaduais, instituições e entidades priva­das que lutam pela defesa da ecologia em nosso País.

Faço votos, Sr. Presidente, que o CONAMA tenhaefetiva participação c força para aplicar c melhorar as jáexistentes normas que punem, com rigor, a prática deações poluidoras, no Brasi!.

Já existe legislação a respeito, desde 1981, quando oCongresso Nacional aprovou as Leis n' 6.938 c 6.902,dispondo, respectivamcnte, sobre uma Política Nacionaldo Meio Ambiente c a criação de estações ecológicas,ambas regulamentadas por decreto do Presidente da Re­pública, em 1983.

Portanto, é preciso que o Governo considere a preser­vação do meio ambiente como uma de suas metas per­manentes para o que será necessário alterar a política in­dustrial vigente, pois de nada adianta criar-se mais umórgão normativo e de defesa da ecologia, a menos quesua instituição tenha apenas o significado de comemoraro Dia do Meio Ambiente com algo mais que as simplespalavras de protesto.

O SR, JOslt MENDONÇA BEZERRA (PDS - PE.Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs.Deputados, venho a esta tribuna, na qualidade de Vice­Presidente do recém-criado Grupo InterparlamentarBrasil-Austrália, para reiterar manifestações de colegasque me precederam, os nobres Deputados Hélio Duque ePedro Corréa, respectivamente Presidente e Secretário­Geral da mencionada associação.

Sinto-me profundamente honrado em poder tomarparte nessa nova missão do Congresso Nacional, que,dessa forma, faculta o desempenho de mais um de seusimportantes papéis na esfera exterior, qual seja, o dapromoção de contactos destas duas Câmaras com o Par­lamento australiano, aquela grandiosa Nação e seu po­vo.

Fruto de levantamento breve e sumarizado, verifiqueique nem o t.empo nem o espaço jamais interferiram emnossa aproximação com a Austrália, país de dimensõescontinentais, como o Brasil. Impressionante, aliás, a ora

Junho de 1984

em que escritor brasileiro do início deste século, AntônioJosé de Sampaio, ao estudar os recursos naturais, clima evegetação do nordeste piauiense, tece consideraçõessobre as similitudes encontradas entre esse Estado e cer­tas regiões australianas, em especial no que se relaciona­va a criação de gado, salubridade de solo e ceossistema,

Em 1963, ou seja, cerca de uma década depois, tornar­se-ia pública a ratificação e adesão do Brasil e da Aus­trália à Convenção Internacional para Proteção da Vege­tação, assinada em Roma, e~ 6 de dezembro de 1951.

Após 1964, em face da necessidade de cooperação mú­tua entre os países sufocados pelas crises económicas,políticas e institucionais que começavam a atingir todo omundo, os acordos passaram a ser processados de ma­neira mais rápida e agilizada. Em 1966, por exemplo,consolidou-se nossa prioridade no estreitamento das re­lações diplomáticas, com a criação, em Sidncy, de umConsulado de Carreira. Análises às obras de José A.Gentil Sousa sobre a cultura da cana-de-açúcar na Aus­trália, c de Carlos Eugénio Thibau sobre energia fotos­sintética naquele país e no Brasil serviram de preciosafonte referencial para estudos de alternativas energéticase conduziram o Brasil a se tornar expert. na tecnologia do"lcoól combustível (derivado da cana-de-açúcar). DissoresuIlou que O Brasil passaria a mostrar a outras nações,entre elas a Austrália, como bem acentuou W.E. Scott.como utilizar fontes não convencionais de energia.

Mais tarde, como que numa retribuição ou colabo­ração reciproca, o Departamento de Promoção Comer­ciai do Ministério das Relações Exteriores manifestava­se interessado no que poderíamos aprender com a Aus­trálía, em particular na área da exportação.

Em 1974 foi promulgada Convenção Internacional re­gulamentando a pesea da baleia, problema que afligia aambas as Nações, preocupadas, então, com a defesa deseus mares e plataformas continentais. O assunto torna àpauta quando o Senado, em 1977, faz constar de seusAnais matéria publicada na Imprensa, de autoria do na­turalísta brasileiro, Luiz Fernando de Brito Chaves, con­tcndo análise da posição de nosso País na reunião da Co­missão Internacional de Pesca da Balcia, realizada emCamberra.

Antes, porém, eumprc assinalar que, há quase uma dé­cada, o Seminário Latino-Amcricano de Comunicaçãode Dados, ocorrido em São Paulo, já' revelara trabalhos.hoje atualíssimos, sobre teleprocessamento na Universi­dade do Rio Grande do Sul e preocupação similar reve·lada pelo estudo do Prof. Alan W. Coulter, proeedenteda Austrália.

Voltando a 1977, nesse ano foi proclamada a necessi­dade de maior apoio governamental a Simpósio sobre aAbelha A fricana. Simultaneamente, surgiram apelos,tanto no Senado Federal eomo na Câmara dos Deputa­dos, dirigidos ao Ministério da Agricultura c Governo,no sentido de se incentivar e autorizar a participação doBrasil em Congresso Mundial, em Adelaide, na Aus~

trália, cujo tema central versava sobre apicultura. Curio­so, ou nào, o certo é que o Brasil sempre se apercebeu dapremência em relacionar-se com países do denominadoTerceiro Mundo, principalmente da Austrália e seus vizi­nhos, na África.

Dando prosseguimento às iniciativas de cientistas epolíticos brasileiros e australianos, em 1978 é aprovadotexto de Acordo Comercial celebrado, em Canberra, a 23de fevereiro desse ano. A seguir, seria autorizado a imoportação de sementes básicas de sorgo, procedentes daAustrálía e dos Estados Unidos, para utilização por firomas brasileiras. Mediante convênio assinado pelas partcsinteressadas, foram estipuladas medidas de fiscalização,inclusive quanto à cxigéncia de certificado fitossanitário.

Em t 980 surgiram novos projetos sobre exploração deminas de ouro e urânio, a céu aberto, na Austrálía, e defosfato, também a céu aberto, no Brasil. A pesquisa des­ses novos métodos de mineração muito tem colaboradopara a aproximação de especialistas e estudiosos de nos­sos países.

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Junho de 1984

Não tão bem sucedida, infelizmente, foi a tentativa,em 1982, de inclusão de um representante do CongressoNacional na Comissão Nacional para Assuntos Antárti­cos - CONANTAR, que daria origem a acordo entre oBrasil e a Austrália, datado de 14 de fevereiro de 1983, deque foram signatários, pela Austrália, os Drs. DougLowe e Richard Lowe, respectivamente Reitor e profes­sor da U niversidadc Fcderal de Sidney e, pelo Brasil, oEmbaixador Marcos Henrique Camillo Cortes.

Finalmente, no ano passado, vários foram os pronun­ciamentos, em nosso Parlamento, em que se analisava ecriticava a redução da produção mundial de alimentosvis-à-vis do crescimento industrial de nossa Nação.Comentou-se, na oportunidadc, que países como a Aus­trália e o Canadá, a despeito da crise econâmico­financeira mundial, registravam um crescente empenhoem tornar prioritário o atendimento incrementaI ao setoragrícola.

Vários c diversificados, portanto, os pontos comunsaos nossos países. Tendo em vista as recentes modifi­cações nas diretrizes governamentais, pode o Ministériodas Relações Exteriores do Brasil rcassumir sua funçãoprimordial de partícipc nas negociaçõcs de nossa dívidaexterna. Talvez, assim, se consiga viabilizar melhoresfórmulas de atendimentos, de modo a permitir a concre­tização de compromissos assumidos não somente antenossos credores, como junto àqucles quc, como nós, so­frem o constrangimento de juros exorbitantes sobre dívi­da gravosa e opressiva. Creio, outrossim, caber ao Legis­lativo papel do maior relevo nesse processo, por ser, in­dubitavelmente, o mais capacitado e legítimo para oexercício de sua faculdade representativa, uma vez queseus membros, porquc eleitos pelo povo, têm condiçõesde veicular as demandas de seu eleitorado e reivindicarbenefícios para suas regiões.

Por reconhecer a existéncia, nos Parlamcntos, dc terrc­no propício à troca de idéias, ao intcrcâmbio de expe­riências, ao debate de metas e à procura de desfechos ca­talisadores para as questões que afetem a todos, conside­ro do maior relevo a criação desse Grupo Interparlamen­tar que, assim espero, virá integrar, em seu microcosmopolítico, legisladorcs brasileiros c australiano's, com oobjetivo precípuo de integralizar o universo de que sãoparte e cujo destino lhe diz respeito.

Era O que tinha a dizer.

v - O SR. PRESIDENTE (Flávio Marcílio) ­Passa-se ao Grande Expediente.

Tem a palavra o Sr. Wildy Vianna.

O SR. WILDY VIANNA (PDS - AC. Pronuncia oseguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, asituação peculiar de erisc da economia brasileira tem tra­zido sofrimentos imensos às classes trabalhadoras, pres­sionadas que sào, de um .lado, pela contenção salarial re­sultante dos acordos eom o Fundo Monetário Interna­cional e, dc outro, pela incrível elcvaçào dos custos daalimentação, item que tem mostrado os mais altos índi­ces de variação de preços entre os componentes das es­tatísticas de inflação e custo de vida.

Àrgumenta-se, em defesa da contenção salarial, que acrise exige sacrifícios dc toda a população, sem o que nãoconseguirá o Brasil superar as dificuldades por que pas­sa; entretanto, olvida-se propositalmente o fato de que arecessão já persiste por trés an6s, sem que a economiademonstre sinais de recuperação. Se assim é, então a re­ceita monetarista de contenção salarial e creditícia nãoapresentou adequação às características próprias da eco­nomia brasilcira; seus efeitos sociais têm sido veemente­mente contestados pelos mais diversos expoentes da vidanacional.

Com efcito. uma reccita rígida como a do FMI podesurtir efeito sem penalizar injustamente a sociedade, masem países mais desenvolvidos, onde o amparo social pro­movido pelo Governo seja mais eficaz; como no casobrasileiro esse amparo se restringe praticamente aosbe-

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

nefícios prestados por uma Previdéncia Social quase fali­da, incapaz de tornar efetivo o amparo desejado, a socie­dade sofre injustamente na administração de métodos decombate à inflaçào que, como disse, não estão surtindoefeito.

A classe média brasileira sofreu um achatamento sala­rial desmesurado, o que se refletiu perversamente na suapossibilidade de consumo, vital para a manutenção daprodução e, conseqüentemente, do nível de emprego in­dnstrial. O grupo social representado pelo funcionalismopúblico, que, por sua vez, há vários anos, vem recebendocorreções salariais sistematieamente inferiores aos índi­ces inflacionários, com a agravante de não ter sido bene­ficiado pela semestralidade dos reajustes, sofre aindamais que os assalariados regidos pela legislação traba­lhista nas empresas privadas ou estatais. Agora mesmoanuncia-se que a Secretaria de Planejamento da Presi­dência da República está estudando para julho próximo,Índices de reajustamento que ficarão situados abaixo doINPC de junho, da ordem de 66%. A concretizar-se maisessa injustiça, terão os funcionários justas razões paraadotar atitudcs fírmes. que consistirão a única maneirade sensibilizar as autoridades federais.

Pois bem, diante de uma situação salarial adversa, se­ria necessário que o setor primário da economia fosseamparado de forma a possibilitar a contenção da escala­da de preços dos géneros de alimentação destinados aoconsumo interno, para que a fome conereta não trouxes­se ainda maiores sofrimentos à população.

Entretanto, o que se vê é a manutenção das normas docrédito rural vigentes em épocas de bonança econômica,que inviabilizam a elevação desejada da produção c daprodutividade agrícolas. Alardeia-se que a pesquisaagropecnária tem surtido efeitos magníficos, e que nunease produziu tanto no Brasil como hoje; mas o reflexo de­sejado dcsse incremento, que é a redução dos preços dosalimentos, não se concretiza c, pela contrário, continuamostrando renitência. É certo que parte desse descalabrose deve à atuação dos atravessadores, como no caso damanipulação, por cerealistas desonestos. dos preços dofeijão lançado no mercado pela Comissão de Financia­mento da Produção; esse escândalo, que elevou o preçodo produto até o insuportável nível de três mil cruzeiros,representa apenas um caso isolado, que mereceu, fartadivulgação pela imprensa, enquanto centenas de outrasmanobras permanecem impunes e não conhecidas.

Ouço, com prazer, o nobre Deputado Assis Canuto.

O Sr. Assis Canuto - Nobre Deputado Wildy Vianna,pelo início de seu discurso, queremos entender que V.Ex' está fazendo uma análise muito profunda da si­tuação política e social do País, principalmente naquelesaspectos que mais dc pcrto tocam o nosso povo, que sãoos problemas do custo de produção e do custo de vida.Gostaríamos de aproveitar a oportunidade que V. Ex'nos concede para trazer ao seu pronunciamento umacontribuição qnejulgamos muito atual, tanto para o Es­tado de Rondônia como para o Estado do Acre. A des­peito das difiéuldades inerentes a toda a Nação brasilei­ra, aquelas duas Unidades da Federação, incrustadas empleno coração da Amazônia, vém passando por sérias di­ficuldadcs. Um dos aspectos que mais dificultam a vida.do nosso povo, com relação ao processo produtivo da­quela unidade, indubitavelmente, é o problema dos jurosagrícolas. Estamos assistindo, hoje, como representanteda bancada da Amazônia nesta Casa, a uma concessãodo Governo Federal, ao privilegiar o Nordestc com bai­xas taxas de juros. Tcmos reivindicado desta tribuna - eV. Ex' também - que o mesmo tratamento dispensadopara a agricultura do Nordeste o seja para a agriculturada Amazônia como um todo, porque no Nordeste, mes­mo em luta com suas dificuldades tricentenárias, existeuma agricultura implantada, quc naturalmente dependeapenas da chuva, para que possa produzir ou não. Já naAmazônia as dificuldades são muito mais complexas,

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porque não temos infra-estrutura alguma. Nossa agricul­tura é recém-iniciada. e não recebemos amparo do Go­verno em termos maís efetivos, para fazcr com que nos­sos agricultores possam produzir e obter lucros em suasatividades agrícolas. Estamos no limiar da realização denossas exposições agropecuárias nos Municípios de Por­to Velho, Ji-Paraná, Pimenta Bueno e Vilhena, em Ron­dônia, e Rio Branco, no Acre, as quais se realizam quaseque concomitantemcnte. E temos apelado ao Ministrodo Planejamento, ao Ministro da Agricultura c ao Prcsi­dente do Banco Central, para que, pelo menos para essescinco eventos, reduza as taxas de juros a níveis de 35%,para que nossos agricultores, nossos pecuaristas possamser beneficiados, adquirindo matrizes rcprodutoras a es­sas taxas de juros, a fim de incrementar a produção e me­lhorar o nível da atividade pecuária dos nossos Estados.Queríamos agradecer a V. Ex' e deixar mais uma vez re- .gistrado desta tribuna o nosso apelo às autoridades mo­netárias do País para que, pelo mcnos no que concerne aesses eventos, ouça a bancada da Amazônia como umtodo e reduza as taxas de juros, permitindo-nos obter su­cesso nesse empreendimento, quc, de resto, ínteressamnito mais ao Governo do quc a nós.

O SR. WILDY VIANNA - Agradeço a V. Ex' oaparte em que apresenta, eom muita segurança, reivindi·cação em favor da agricultura e da pecuária da Amazô­nia, fazendo rcferéncia ao problema da taxa de juros di­ferenciada oferecida pelo Governo aos nordestinos.Acredito ser de justiça para com os nordestinos a medidado Governo Federal, porque eles estão saindo de umacrise; estão, vamos dizer assim, exterminados por 5 anos,consecutivos de seca. Agora, gostaríamos que fosse dadotratamento scmelhantc à agricultnra da Amazônia, ondese verifica, para infelicidade da nossa principal econo­mia, que só agora o sistema financeiro nacional está a li­berar 9 bilhões de cruzeiros para custeio da safra da bor­racha. Parece-nos, Deputado Assis Canuto, que temosrazão quando dizemos da tribuna que, para governareste País, é preciso antes conhecê-lo, por scr tão difercn­ciado e por possuir tantas rcgiõcs completamente diver­sas. Liberar recursos para custeio da produção de borra­cha no Acre e na Amazônia, em pleno final de junho,equivale a dizer que não teremos borracha na próximasafra. Ê sabido, é público e notório, que o custeio de bor­racha deve ser liberado nos primeiros dias de dezembro,quando se podcm adquirir mercadorias nos ccntros elevá-las aos seringais e altos rios através de um transpor­te mais barato, mais humano e mais regional. Lamenta­velmente, os 9 bilhões de eruzeiros que nos estão a libe­rar pouco ou quase nada representam, sendo·lhes acres­centado do grande ônus que representa transporte em 3ou 4 tipos de embarcações. Agradeço c incorporo o apar­te de V. Ex' ao meu pronunciamento.

Concedo o aparte ao nobre Deputado Nasser Almei­da, com prazer.

O Sr. Nosser Almeida - Deputado Wildy Vianna,quero parabenizá-lo pelo brilhante discurso que faz nes­ta manhã, e no qual aborda o problema difícil que en·frentamos no Brasil, nesse momento econômico, com re­ferência à agricultura. E V. Ex' colocou muito bem queesses recursos dados para custeio da produção de borra­cha na Amazônia, nesta época, praticamente nada repre­sentam. Não resta dúvida, é um paliativo, mas o Acre te­ria direito a 9 bilhões de cruzeiros - só o Acre. Recebe­mos de uma vez 3 bilhões c agora 2.5 bilhões, num perío­do em que os rios estão quase sccos e praticamente nãohaverá produção de borracha em nossa região. Mas nãodeixamos de agradecer àqnelas autoridades que assina­ram esses convénios, porque, de qualquer forma, são re­cursos que vão para a região l para os nossos seringalistasc seringueiros. Mas nossa agricultura, nobre Deputado,precisa de recursos. O Acre não dispõe de vcrbas para aagricultura; os parcos recusas que temos vém com juros.

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e correção monetária absurda, o que impede o colono dechegar até às portas do banco. Agora mesmo, está aquipresente uma comissão da CONTAG, do Sindicato Ru­ral de Rio Branco, pedindo socorro ao Governo, por nãoter tido sucesso em obtcr transporte para produtos desuas glebas - asscntamento do INCRA - por ser épocadc invcrno. Esses colonos perderam sua produção e nãotêm com que pagar o banco. Estão pedindo às autorida­des federais que lhes dêem o direito da inadimplência, afim de que possam prosseguir em seu trabalho e contri­buir para o desenvolvimento do Estado do Acre. V. Ex'tcm razão cm unir-sc a nós na luta cm bencfício daquelesquc aqui vicram procurar socorro junto às autoridadesfederais. Tenho certeza de que V. Ex' e eujá procuramosas autoridades que eles procuraram, e que hão de ouvir avoz de apelo, o pedido de SOcorrO dos agricultores doSindicato Rural de Rio Branco - da CONTAG - queestão lá em Padre Peixoto. Ejusta reivindicação, e tenhocerteza que o Governo Federal a atenderá.

o SR. WILDY VIANNA - Agradeço, nobre Deputa­do, a V. Ex', que faz justiça quando reclama a má assis­tência dada aos agricultores assentados nos diversos pa­gos do Estado do Acre. Tivemos a oportunidade, destatribuna, de protestar contra as autoridades responsáveispor esse assentamento, tendo em vista que mais uma vezprovam seu total desconhecimento da realidade brasilei­ra. Assentar agricultor no Acre, em dezemhro, é afir­mação desse desconhecimento. Lá está o desastre: maisde 6 mil agricultores inadimplentes, sem a menor pers­pectiva de saldar seus débitos no Banco do Brasil.

o Sr. Nosser Almeida - Para completar, Sr. Deputa­do, 6 mil agricultores, somados a 5 pessoas por família,são 30 mil pessoas. o que representa 10% da populaçãoacreana.

o SR. WILDY VIANNA - Agradeço a contribuição,mas fizemos referência mais acentuadamente aos finan­ciamentos do Banco do Brasil. Não estamos incluindo aíos financiamentos do Banco da Amazônia e do Banco doEstado do Acre, quc tcve com o seu balanço há bem pou­co, às portas do vermelho, como se diz na gíria bancária.

Ouço com prazer o nobre Deputado Jorge Arbage.

o Sr. Jorge Arbage - Permita V. Ex' um aparte.

o SR. WILDY VIANNA - Concedo, com muito pra­zer, o aparte ao nobre Deputado Jorge Arbage.

o Sr. Jorge Arbage - Nobre Deputado Wildy Vian­na, a despeito de representar o Estado do Pará, não metcnho descurado de aliar-me ao combativo e imbatívelgrupo da representação política do Acre na sua luta embenefício do Estado c da Região. Tenho acompanhadomuito de perto o drama que o Estado de V. Ex' enfrentana atual conjuntura econômica. Participei de uma reu­nião com a rcpresentação do Acre junto ao MinistroDelfim Netto, quando conseguimos liberação inicial derecursos da ordem dc 3 bilhões dc cruzeiros para atendero financiamento da borracha. Agora, o Ministro CamiloPenna, num convênio com os banco estaduais, distribuiumais 9 bilhões de cruzeiros para quatro Estados da re­gião. Eu diria a V. Ex' que toda essa gama de recursosnão atcndc ao mínimo desejável, até mesmo unilateral­mente para o Estado de V. Ex' Quero concluir dando aV. Ex' uma sugestão para a problemática daqueles queestào inadimplentes com seus financiamentos nas entida­des bancárias, V. Ex's deveria encaminhar um expedien­te ao Ministro do Interior, solicitando a inclusão da Ca­pital e dos municípios do Estado do Acre nos benefíciosda Resolução n" 876 do Banco Central. Essa Resoluçãobeneficia O Nordeste e o Vale do Jequetinhonha, isto é, aregião atingida pelos fenômenos climáticos, permite aconsolidação dos débitos para o pequeno produtor comtrês anos de carência, e mais, com o pagamento do débi­to, cujos juros para a agricultura e pecuária, são da ar-

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dem de 35%. Esta, a sugestão que dou, colaborando como pronunciamento de V. Ex', porque sei do seu esforço,da sua .preocupação, da sua angústia e da sua luta paraencontrar, junto com a bancada acrcana, aquelas fórmu­las mais suaves de resolver os graves problemas queaI1ingem um dos grandes Estados da Federação, o Acre,

o SR. WILDY VIANNA - Agradeccmos, nobre De­putado, a valiosíssima contribuição de V. Ex' Sabíamosque esta não faltaria num momento como este. V. Ex' éum amazônida dos mais abalizados, defensor intransi­gente dos problemas da nossa região, e dá, nesta manhã,uma contribuição maravilhosa aos nosso esforços embusca de soluções para os problemas dos agricultoresacreanos. Espero que nossa voz tenha eco e que os ór­gãos responsáveis pelo sistema financeiro nacional fi­quem sensibilizados com os justos reclamos dos agricul­tores e da representação política da Amazônia.

à primeira vista, culpa-se o agricultor, imputando-lhetoda a responsabilidadc pelos altos preços verificados;mas, se analisarmos melhor o processo produtivo daagricultura brasileira, veremos que a falta de estímulo cde justiça na condução dos negócios da terra é que acar­reta a situação hoje verificada.

Com efeito, quando o produtor consegue grandes sa­fras, ê enaltecido e louvado pelo Governo e pela socieda­de. mcrccendo extensas reportagens na imprensa e a ad­miração popular; por outro lado, quando sofre umaquebra de safra, seja por condiçôes climáticas ou por ou­tros fatores, é execrado publicamente, abandonado tantopelo Governo quanto pela população; se investiu recur­sos próprios, deverá arcar sozinho com os prejuízos, e, seplantou empregando financiamento oficial. deverá arcarnão só com os prejuízos diretos decorrentes da perda dereceitas previstas, mas também com os elevados custosdecorrentes do contrato de crédito rural, que deveráhonrar, quaisquer que sejam as conseqiiéncias.

Isso ocorre, caros colegas, em um setor fundamentalpara a recupcração econômica, c que deveria ser orienta­do preferencialmente para o mercado intcrno, de formaa que possa mitigar a fome de expressivas parcelas da po­pulação, reduzir o nível de tensão social a que chegamos,levar à sociedade, ao menos, a certeza de que, mesmocom os salários comprimidos, poderá satisfazcr às neces­sidades básicas de alimentação reconhecidas pelo pró­prio Governo no diploma legal que estabelece a compo­sição da raçào mínima necessúria à manutençào da vidasadia.

A administração econômica brasileira cstá acima detodos os demais valores que nossa sociedade preza; estáacima da política, está acima da visão social e humanada população, não contemplando nada que faça conces­sões ao homem em detrimento da macroeconomia.

A pujança da administração econômica sobrc os de­mais setores da administração pública nacional é notóriae vem sendo denunciada há vários anos, embora seusefeitos se mostrem mais danosos na presente crise. As re­centes declarações do ex-Presidente Médici, embora la­mentáveis em seus aspectos políticos, trazem a reafir­mação de que, embora a crise econômica seja cm grandeparte resultado das dificuldades vividas pela economiainternacional, diversos países estão ultrapassando operíodo agudo de dificuldades, enquanto o Brasil pareceafundar cada vez mais em um processo recessivo que ten­de a tornar-se insuportável.

Nossa discordância da política econômica do Gover­no já vem de longa data; cmbora pertcncendo ao Partidosituacionista, nem por isso podemos calar acerca de quevemos de errado na admínistração federal; e, mesmo nãodominando a complexa teoria econômica, estamos assis­tindo aos efeitos da política implantada, principalmentejunto aos pequenos e médios agricultores e aos estratosmais inferiores da sociedade brasileira, percebendo quemuita coisa deverá ser reformulada para que se possa

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atender ao anseio social de segurança com relação à ali­mentaçào.

Assim, os obstáculos mais diretos ao incremento daprodução primária, representados pelos cortes dos subsí­dios, pelas elevaçôes dos custos dos combustíveis e de­mais insumos agrícolas, a incidência do confisco cam­bial, a falta de manutenção das rodovias por onde deveráser escoada a produção, esses obstáculos não são com­pensados pela implantação de novos estímulos que nãoproduzem efeitos inflacionários.

Diante disso, o produtor rural finda por abandonarseu ganha-pão, deixando a terra improdutiva e migrandopara as cidadcs, onde espera encontrar alguma oportuni­dade de emprego. Ocorre, infelízmente, que, ao chegar àscidades, se encontrará deslocado de seu ambiente natu­ral, e enfrentará a competição de milhares e milhares detrabalhadores urbanos penalizados pelo desemprego.

Milhões de brasileiros encontram-se desempregadosou subempregados, em quantidade nunca antes atingidae que nos envergonha a todos.

A retomada do crescimento agrícola coordenado,apoiado por estímulos governamentais condizentes comas reais necessidades do campo, poderá acarretar magní­ficos resultados, como comprova a elevada capacidadede resposta do setor aos incentivos a ele conferidos. Se oramo primário da economia é capaz de contribuir commais de 50% das receitas de exportação conseguidas peloBrasil, mesmo sem o apoio necessário, cntão depreendc­se que, incentivado, poderá contribuir de forma aindamais expressiva, o que significará inestimável elementode superação das dificuldades econômicas.

Podemos exportar mais; podemos produzir ainda maispara o mercado interno, c a recuperação dcssc mercado éhoje esscncial para que se concretize a elevação dosníveis de emprego. Sem que as fábricas possam venderpara a própria sociedade brasileira, não será possível quereativem sua capacidade produtiva, hoje em grande par­te ociosa; c o mercado externo, conforme todos sabemos,interpõe barreiras comerciais crescentemente maiores,como forma de proteger seus sistemas produtivos.

Nossa economia ainda é eminentemente agrícola, aocontrário do que fazem supor os pujantes parques indus­triais do Centro-Sul do País. Nesse contexto, de poucoadianta produzirmos bens industriais de alta tecnologiase não conseguirmos suprir as necessidades intcrnas deprodutos básicos de consumo popular, se não tivermoscondição de produzir alimentos em quantidade suficien­te para alimentar os brasileiros.

Lembro-me bem de que o Presidente Figueiredo, ain­da em 1978, já indicado candidato à Presidência da Re­pública, em discurso proferido no Acre, enalteceu a co­ragem da gente de meu Estado, prometendo esforços nosentido dc que a potencialidade agrícola local fosse ex­plorada ao máximo, pela melhoria do sistema viário,com a ligaçào entre Boca do Acre e Rio Branco, e entreRio Branco e Cruzeiro do Sul, pela extensão e aprimora­mento. dos estímulos à atividade produtiva, pela atuali­zação da política fundiária exercida pelo INCRA, peladesburocratização das exigências de acesso ao crédito;suas palavras trouxeram ainda maior alento à populaçãoacreana quando afirmou que promoveria condições ne­cessárias para que o solo fêrtil do Acre tivesse condiçõesde suprir a demanda interna de alimentos, libertando-seo Estado da necessidade de importar alimentos de outrosEstados.

Passados quase seis anos da data cm quc tais promes­sas foram levadas a efeito, percebcmos que o Acre pcr­manece sem condições de alimentar a si próprio; conti­nuamos importando do Sul atê mesmo leguminosas e ce­rcais, já que não só as estruturas de financiamento ruralnão se alteraram, como também o sistema viário existen­te não permite o recebimento de insumos e o escoamentodas produções.

Ouço o nobrc Deputado Ivo Vanderlinde,

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o Sr. Ivo Vanderlinde - Nobre Deputado WildyVianna, V. Ex' faz nesta manhã oportuno discurso. inaisuma vez levantando nesta Casa a grave problemática daagricultura brasileira. Quero cumprimentá.lo por cstcpronunciamento, pois V. Ex', tanto nestc plenário quan­to na Com issão de Agricultura, é um dos parlamentaresque batem diutumamente nessa tecla. Espero que as au­toridades deste Govcmo tcnham ouvidos para ouvir nos­sos reclamos, enquanto é tempo, e que seu pronuncia·mento não fique apenas nos Anais desta Casa, mas possaservir para reflexào e tomada de decisão das autoridadesque têm responsabilidade pelo futuro deste País, porquenão vemos perspectiva alguma de que este quadro possaser alterado. Acho que, se o Governo não tomar medidasurgentes com relação à política agrícola em vigor, vamoster problcmas ainda mais sérios para o abastecimento dapopulaçào. Por isso, cumprimento V. Ex' e espero querealmente este seu pronunciamento encontre eco junto àsautoridades govemamentais.

o SR. WILDY VIANNA - Agradeço a V. Ex' oaparte, que vem fortalecer nossa luta. Na qualidade dePresidente da Comissão de Agricultura, V. Ex' é incan­sável na luta pela agricultura brasileira.

Ouço o nobre Deputado Lélio Souza.

o Sr. Lélio Souza - Nobre Deputado, tampouco pos­so desperdiçar a oportunidade de me congratular com V.Ex' Desejo agregar ao seu elucidativo pronunciamentouma obscrvação que trago do meu Estado, decorrentetam bém das distorções dcssa política agrícola levada aferros pejo Governo, a despeito dos protestos generaliza­dos dos produtores primários. Refiro-me ao caso da ori­zicultura do Rio Grande do Sul, responsável pela pro­dução dc 60% do arroz, lavoura necessária ao abasteci·menta do povo brasileiro e que agora está enfrentandoinsuperáveis dificuldades, em virtudc do descumprimen­to por parte do Govemo Federal desta aplicação formale expressamente assumida nos termos da Carta ao Agri­cultor. V. Ex' há de lembrar que, quando o Govemo ten­tou explicar as razões - até hoje não compreendidas ­da derrubada do subsidio para o crédito agrícola,comprometeu-se a adotar medidas que compensariam osprodutores dessa perda. Dentre as medidas anunciadas,uma seria a correção do preço mínimo do produto agrí­cola, do plantio até a colheita. Não obstante o compro­misso assumido nos termos da Carta ao Agricultor, edi­tada no dia 14 de junho do ano passado, até hoje o Go­verno joga os produtores nas mãos dos agentes financei·ros da produção agrícola, seja oficial, seja da rede priva.da, o que está levando a lavoura a uma situação insus­teatável. Cumprimento V. Ex' quando alerta para essasdeformações c encarece a necessidade de se mudar a polí·tica agrícola. Tomara que pronunciamentos como estetenham o dom de sensibilizar o Governo para a urgentemudança que se faz necessária nessa área, a fim de que oPaís volte a ser grande produtor de alimentos, especial·mente para a satisfação de suas necessidades internas.

o SR. WILDY VIANNA - Agradeço a V. Ex' oaparte, nobre Deputado Lélio Souza, e afirmo que suacontribuição é das melhores. Nossa preocupação com aagricultura brasileira, tenho certeza absoluta, é a mesmade V. Ex'; sei porque acompanho seus trabalhos nestaCasa. Nobre colega, a contribuição de V. Ex' para a so­lução dos problemas dos seus coestaduanos do Acre éextraordinária.

Concluo, Sr. Presidente.Não podemos debitar unicamente ao Presidente da

República a responsabilidade pelo abandono do Acre,tolhido em seus planos pela insurgéncia de uma criseeconômica sem precedentes, que deitou por terra as espe.rança~ de um Governo profícuo; entretanto, é nosso de­ver conclamar as autorídades federais a que, corajosa­mente, revolucionem os mecanismos de apoio ã agricul­tura, atitude veementemente exigida pelo momento eco-

DIÂRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

nômico. Se a situação por que passamos é atípica, entãoatípicos deverão ser os mecanismos destinados a salva­guardar a produção rural, ainda que, no futuro, retor­nem aos caminhos da normalidade, quando a situaçãoda economia assim o permitir.

Nosso meio rural não chegou a se desenvolver pujan·temente, a ponto de dispensar qualquer politica paterna­lista e cam inhar por suas próprias pernas; o campo estádesamparado, desassistido, necessitando de urgentesprovidéncias para que não sucumba diante das dificulda­des que enfrenta.

Essa necessidade não adquire somente caráter setorial,de vez que, atendida, acarretará benefícios generaliza­dos, tanto aos produtores rurais como à população c àeconomia. Somente o revigoramento da produção pri­mária terá o dom de saciar a fome brasileira, fome física,fome de recursos, fome de divisas, fome de crescimeuto.(Muito bem!)

o SR. OCTACIUO ALMEIDA (PMDB - SP. Pro·nuncia o seguintediseurso.)-Sr. Presidente, Srs. Depu.tados, a eleição em Santos para o cargo de Prefeito Mu­nicipal deixou muita gente embasbacada, de língua en­grolada na garganta. Segundo esses experts o PMDB es­tava em decadéncia, contribuindo para isso o péssimoGoverno de Franco MontoTO no Estado de São Paulo.

Das urnas emergiu o PMDB com 64% da votação,141.803 votos, em um total de 202.079 votantes. O restodos votos - 36% - coube aos demais partidos, totali­zando oito candidatos.

Desta expressiva votaçào do PMDB destacaram-setrés conclusões importantes:

a) o PDS, que dominou Santos bionicamente durantemais de uma década, sumiu no Estado de São Paulo, se­gundo colunista político de O Estado de S. Paulo, no dia5 do corrente;

b) o PMDB continua gozando da simpatia do eleito­rado, sendo calúnia qualquer crítica em contrário;

c) ganhou o candidato moderado do partido, e porlonga margem de votos, comprovando uma vez mais queo povo paulista não gosta de radicalismo.

Falou-se muito durante ano e meio do Governo Fran­co Montoro, de implosão do PMDB, vitimado por im­perícia administrativa e política do Governador.Falaram-se verdades e mentiras a mancheia, mais menti­ras que verdades, mas ninguém se sensibilizou pelos próse contras do Governo, para saber se houve mais débitodo que saldo, ou viee·versa.

Esta é a verdade inconteste.O Governador Franco Montoro lançou diretrizes para

uma fórmula nova de Governo. Combateu a estatizaçãodo Governo da Revolução. Combateu a ausência de par­ticipação do povo nas decisões do Governo. E combateuveementemente a corrupção no País, via do acoplamentode tecnocratas c militares na criação de mordomias c fa­vorecimentos a inúmeros desfalques, até em áreas à mar­gem da administração direta, especialmente em empresasde capital misto.

A implantação do Governo democrático de FrancoMontoro enfrentou percalços. Para mim não houve no­vidade. Eu já esperava por um período de desinteligénciana iniciação, por alguns motivos:

a) o PMDB nasceu e viveu à margem do Governo.Não teve, portanto, oportunidade de formar e treinaruma equipe eclética para os vários escalões da adminis­tração públíca do Estado;

b) sempre se disse que o PMDB não é um partido esim uma frente. No interregno de iniciação do Governo,ele se apresentou, realmente, como uma frente. Cadagrupo dispunha-se à vontade em busca de posições;

c) a condescendência do Governador, mantendo noscargos do 2' e 3' escalões pedessistas militantes, em detri­mento do PMDB, magoou o partido;

d) o não alinhamento do Secretariado e os políticos,especialmente parlamentares, impressionava pela varian·te de línguas. Montou-se a Babel da iniciação.

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Em verdade, Srs. Deputados, estes quatro itens pesa­ram muito mais para O Governo Montoro do que outrascausas que poventura venham a ser alinhavadas no estu­do do processo histórico.

Dois anos antes da eleição, Montoro criou grupos detécn icos universitários para estudos de um programa deGoverno. Esses grupos sediaram-se à Rua Madre Teo­doro, na Capital, sendo batizados de "Sorbonne" deMontoro. Desconheço a causa do batismo. Se veio poranalogia ao grupo militar que se apoderou da Revoluçãodc 1964, sem dela tcr participado ativamente, ou se foipor autobatismo, por vaidadc, parq se distinguir comoforça intclectual do futuro Governo.

A verdade criou contrastes, Srs. Deputados, pois, en­quanto os políticos percorriam o Estado, lutando sob sole chuva, individando·se, pelo alto custo da campanha, oGrupo da Sorbonne plantava-se ao pé da família Monta­ra estudando problemas e, ao mesmo tempo,candidatando·se às posições importantes do futuro Go­verno.

Eleito Montara, quando os poJiticos dele se aproxima­ram, o quadro administrativo já estava quase completo.

Nasceu a luta: SOBORNNE versus políticos, hoje jáum tanto amenizada, mas ainda com resquícios latentes.

O recente encontro do Governador Franco Montorocom a Bancada Federal, em Brasília, trouxe no bojo daspalavras o fel desta derrota que os poJitieos sofreram an­teriormente.

Descrito, Srs. Deputados, em rápidas pinceladas, osescolhos antepostos à implantação do Governo demo­crático no Estado de São Paulo, entro no mérito de seuprograma de ação administrativa.

"Proposta Montoro-I982

O Princípio fundamental que vem norteando o Gover­no do Estado de São Paulo está apoiado no tripé partici·pação. descentralização e geração de empregos, na buscade formas alternativas ao modelo que tem sido impostoaos brasileiros, nos planos da convivêncía poJitica, docrescímento econômico e do desenvolvimento social.

Consciente de suas responsabilidades e dentro dos li­mites de suas atribuições, o Governo do Estado de SãoPaulo vem mantendo, decididamente, a defesa dos pres­supostos de um regime democrático que não seja apenasrepresentativo e formal, que inclua as dimensões essen­ciais da democracia moderna: pluralista, participativa,aberta, não sô no plano político, mas também nos planossocial 1 econômico e cultural.

A democracia que São Paulo apresenta como propos­ta pressupõe eleições livres e participativas; autonomiados Poderes Legislativo e Judiciário; liberdade de expres­são; líberdade sindical; garantia de direito ao trabalho ejustiça na repartição de renda; proscrição, juridica e defato, a qualquer manifestação de discriminação; garantiados direitos e prerrogativas do cidadão; descentralizaçãodo poder e participação de todos os setores da comuni­dade nas decisões de interesse comum, reconhecendo-sea autonomia e competência específica dos órgãos de re­presen tação da sociedade e dos diferentes movimentossociais; c estímulo permanente à iniciativa da populaçãoe confiança no seu discernimento como fonte de soluçõespara os problemas que lhe dizem respeito."

Este programa de ação democrática ultrapassava os li­mites da compreensão de um povo subjugado durantevinte anos por um regime ditatoria!. Uns julgavam-nocompletamente de esquerda. Outros tinham-no como fa­lácia. Poucos acreditavam na viabilidade, especialmentena capacidade de resistência do Governo para enfrentarebulições sociais em períodos de transição.

Era preciso ver: a crença de São Tomé, do "ver paracrer". entrou em função nos movimentos de greve, deprotestos, de desemprego, de reivindicações pela casaprópria, de terra para plantar, de lotes para construir1:larracos, de majoração salarial. Enfim, por vários ca-

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nais, a eclosão social se fez presente testando o Governodemocrático.

Foi então, Srs. Deputados, o que se viu em São Paulodurante os primeiros meses do Governo Franco Monto­ro.

A precipitação de alguns políticos da Oposição colo­cou operários desempregados nas ruas pleiteando me­lhores condições de vida. Esqueceram-se de que o Go­verno estava nos albores e que, ante a crise do momento,seria impossível a geração imediata de empregos.Esqueceram-se de que resíduos negativos do PDS aindaestavam pelas ruas e que, por certo, se engajariam aomovimento com o intuito de baderná-Io e, se possível, dedesestabilizá-Io. Vieram também outros segmentos dasociedade aliados à Igreja progressista, antepondo-se aosprimeiros movimentos do Governo.

Houve depredações, houve invasão do pátio do Palá­cio dos Bandeirantes, houve ocupação dirigida do Par­que Ibirapuera e houve, ao lado de tudo, violenta tentati­va de saque, sobressaltando o povo paulista.

Errônea, Srs. Deputados, a interpretação que se atri­buía ao conceito de liberdade: se o Governo era demo­crático, suspenderia, por certo, a coação do Estado, esuspendendo a coação do Estado, encarnada diretamen­te na repressão policial, poder-se-ia fazer o que quisesse,ainda que se desrespeitasse o direito alheio!

Naquele instante difícil, o Governo enfrentava até adoutrina da "fé qualificada" da Igreja progressista, quepara mim é tão insubsistente quanto a honestidade depropósitos da "amizade colorida", por eufemismo e porengodo aos desavisados! A "fé qualificada" da teologiada Igreja Progressista fundamenta-se no descontenta­men to das classes menos favorecidas, prô-revolução doproletariado, sob o talhe dos princípios e dos objetivosdo marxismo. Não é, portanto, um movimento reivindi­catório pacífico. Tudo nele transcende à tradição e à pa­lavra de Cristo para substanciar-se em outra realidade,que não discuto por fugir à minha ideologia política.

Convenço-me, Srs. Deputados, a cada dia que passa,da eclética capacidade do regime democrático de aninharsob suas asas, pacificamente, correntes ideológiCas deoutros matizes, até mesmo as cores do arco-íris, pelo sen­timento de igualdade, de liberdade e de paz.

Durante o transe de agitações, Srs. Deputados, o Go­verno democrático de São Paulo teve a mesma conduta:procurou o diálogo, encarnando na força do verbo a ca­pacidade humana de resolver problemas.

As Primeiras Realizações

Cheguemos, Srs. Deputados, às realizações físicasmuito controvertidas em São Paulo.

Não foram muitas. Mas todas são altamente impor­tantes. Talvez o suficiente para convencerem a opiniãopública de que o Governo democrático segue à risca osseus objetivos.

Veja-se:a) A dívida externa de São Paulo, quando Montara

assumiu o Governo, estava em 2 bilhões de dólares. Estae a divida interna sacrificavam o orçamento do Estadoem 60% do montante. Quanto à dívida externa, tudo forafeito para cobri-la no exato momento de vencimentosdos compromissos. Quanto à dívida interna, houve rela­tivo atraso nos primeiros pagamentos, estando hoje jáquase totalmente em dia.

O equilíbrio do orçamento estava, em parte, na dis­pensa do excesso de funcionários públicos. Optou-se en­tão pelo meio termo. Dispensar-se aqueles que se encon­travam sem função, decorativos, no quadro das Secreta­rias, contratados que foram, anteriormente, para mis­sões tipicamente políticas.

A divida externa era tabu. O Governo Federal desau­torizava qualquer movimento de renegociá-Ia com oscredores. Em maio deste ano houve a concessão. O Go­verno do Estado espera rolá-Ia a um prazo mais dilata­do, abrindo, então, certa folgança no orçamento.

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b) O funcionalismo público estava desesperado.Diante da inflação mensal, o reajuste de vencimentos deano em ano levava à defasagem do padrão de vida e dosalário. Tomou o Governo democrático duas medidasexponenciais: autorizou os reajustes semestrais e dobrouo salário mÍn imo dos funcionários menores, sendo que,hoje, no Estado de São Paulo, o menor salário corres­ponde a dois salários mínimos. Considerando que o sa­lário mínimo atual é de Cr$ 97.120,00, nenhum funcio­nário recebe menos de Cr$ 194.540,00 pelo trabalhomensal. Pelo aumento do segundo semestre, calculadoem 68,5%, estes funcionários terão um salário correspon­dente a Cr$ 327.216,00.

e) O magistério paulista há muitos anos perde o seupoder aquisitivo, desprestigiando-se. Muito se exigia domagistério, mas nada se lhe dava em retribuição. Monta­ra, durante a campanha eleitoral, prometera redimir omagistério da angustiante situação. Não pudera logo depronto. Mas neste ano concedera ao magistéim substan­cial aumento de vencimentos. Ao professorado de nívelsuperior concedera 92% em janeim deste ano, e mais68,5% em julho, somando apenas no ano de 1984 a majo­ração de 160,5%. Ao professorado de2. e 3. graus conce­dera 50% em janeiro, 27% em abril e mais 68,2% em ju­lho. somando 145,2% de aumento neste ano.

Eu sou professor. Minha carrcira fora difícil. Sempremilitando nos pontos cardeais do Estado, sempre mili­tando nas pontas de linha das estradas de ferro, cons­truindo ou lecionando. Fui pioneiro no magistério doEstado. Não fui bandeirante porque outros colegas, an­tes de mim, abriram as picadas no sertão paulista. Masdurante o tempo de lutas convivi com um magistério ale­gre, sensato, responsável e, sobretudo, compenetrado desua missão educacional. E era o magistério, a par disto,bem remunerado, tanto que, sendo eu e minha esposaprofessores, educamos os trés filhos em escolas à distân­cia de onde morávamos, unicamente com os salários.

Naquele tempo, o magistério crescia naturalmente,por concurso. Promovia-se, por concurso. Removia-se,por concurso, para qualquer parte do Estado, às suas ex­pensas, graças ao salário. Hoje o professor é praticamen­te um funcionário regional, mas viveu, até agora, comum subsalário. Daí a razão da recente greve.

Pareceu ante os olhos do Brasil, Srs. Deputados, ser agreve contra o Governo democrático do Estado. Nãofoi. A greve fomentou-se no substrato dó desespero acu­mulado durante o período ditatorial, quando o professorperdera o seu potencial cconómico, chegando, quanto aosalário, ao rés-do-chão ...

Montoro deu a liberdade que o professor esperavapara explodir. Outrora não seria possível; teríamos cava­laria, corpo de bombeiros e tropas de choque pela frente,c, após a greve, as conhecidas perseguições no trabalho.

Espero que o magistério conheça a página do Gargân­tua e Pantagrucl, de Rabelais, para imitar Ponocratoque, sob a visão do passado, quando encarregado daeducação do jovem Gargântua, imediatamente lhe deude beber a água do eléboro, para que se esquecesse detudo quanto havia aprendido com os seus antigos pre­ceptores.

Problemas da Terra

O problema da terra é dos mais importantes no Brasil.Pena que não tenha ainda uma diretriz firme por partedo Governo Federal. E a falha está em quatro aspectosfundamentais:

a) em não se saber, por uma triagem correta, quaissão, em verdade, os lavradores que precisam de terra;

b) quais o canais competentes à triagem, se órgãosdo Governo, se órgãos civis, se órgàos da Igreja, ou se ostrés juntos! Enquanto perdurar a balbúrdia continuarãoas invasões de terras, as discriminações de lavradores e arepressão por parte de civis e do poder oficial;

c) qual a atitude do Governo na seleção da terra equais as regiões que serão aproveitadas;

Junho de 1984

d) qual O plano assistencial, efetivo, que o Governodará ao lavrador depois da terra distribuída. Este aspec­to é muito importante. Lembremos das agrovilas daTransamazônica, abandonadas ;1 própria sorte e que ser­vem de cemitério a milhares de trabalhadores brasileiros.

Em São Paulo ele também existe.O Governo democrático resolveu enfrentá-lo. Primei­

ramente destrinçou a antiga demanda de Presidente Epi­tácio, confirmando a posse da terra aos posseiros. Em se­guida, desapropriou t5 mil hectares no Pontal do Para­napanema, às margens da rodovia Teodoro Sampaio ­Rosana, e os entregará, depois de demarcados, a cerca de500 famílias, mediante contrato de arrendamento para aprodução de alimentos específicos à regiào, sob supervi­são técnica da Secretaria da Agricultura.

Outro decreto assinado pelo Governador Montoro de­sapropria. por interesse social, úren aproximadamente de5 mil hectares, compreendidos pela gleba Santa Rita ­Ribeirão Bonito, onde residiam cerca de 350 famílias deposseiros, há quinze anos. Grandes proprietários vêmtentando desalojá-los, através da justiça ou de jagunços,e foi para garantir a permanência dos posseiros, até quea situação seja definida pela Justiça, que o decreto foraassinado.

A meu ver, Srs. Deputados, São Paulo será o precur­sor, com um plano racional, na solução do problema daterra. Há terra suficiente para todos que queiram traba­lhar. Basta que se compreenda que São Paulo com a ma­lha rodoviária de estradas asfaltadas que tem, armazénse silos de grande capacidade, interiorizados, meios fáceisde transporte, lavradores auto-suficientes em infra­estrutura de plantação, de colheita, de secagem e de ar­mazenamento e informações diárias e precisas do valorda mercadoria, São Paulo, como disse, Srs. Deputados,tem que se libertar da ocupação de grandes áreas paraengorda de boi de corte.

Minha região mesmo, nas paralelas do rio Grande edo rio Tietê, sente-se carente de melhor aproveitamento.Se as margens do rio Grande fossem submetidas a umplano qüinqüenal de desenvolvimento agrícola, planocompleto, envolvendo tudo que se refere à produção, acomeçar pela análise da terra, financiamento,completando-se pela garantia de preço do produto, afir­mo sem medo de erro que a região abasteceria todo o Es­tado de São Paulo e que a produção de outras regiõespoderia canalizar-se ao mercado exterior. Por outro la­do, as margens do rio Tietê poderão transformar-se, pe­las características geológicas e pelas pastagens naturais,na maior bacia leiteira do País.

Tenho chamado a atenção do Governo para este apro­veitamento, esperando que o mesmo seja visto com bonsolhos. Precisamos de planos básicos na agricultura, semo que correremos o risco da fome no País mais rico domundo!

Início da Descentralização

Quando se fala em descentralização econômica aosMunicípios parece fácil. Pelo sistema imposto à Naçãopelo regime de 1964, vê-se que não será tão fácil como sepensa. Tudo neste País depende de Brasília. E Brasílianada cede aos Estados e Municípios, se não for pelos ca­nais da redistribuição. Os Estados e Municípios têm quepermanecer subjugados à vontade do superpoderoso Mi­nistério do Planejamento.

O Governo democrático do Estado de São Paulo to­mou uma iniciativa singela que está mostrando os seusprimeiros frutos. Criou, através da Caixa Econômica doEstado, a poupança da "Nossa Caixa".

Ela é tipicamente municipal. Todo o dinheiro deposi­tado pelos Municípios é empregado no próprio Municí­pio, preferencialmente a pequenas e médias empresas.

Em São José do Rio Preto, onde "Nossa Caixa" fun­ciona jtl com agradável montante de recursos, a apli­cação do dinheiro favorece boa quantidade de comer­ciantes, industriais e lavradores.

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Junho de 1984

Longe está de ser uma solução completa ao problemade recursos aos Municfpios, todavia "quebra o galho",segundo a gíria, e funciona. Isto é que é O principal.

Pontes Metálicas

A COSIPA devia para o Governo do Estado boaquantia em impostos. Propôs-se uma transação: A CO­SIPA pagaria os seus débitos em lâminas de aço, pró.prias à construção de pontes.

Cada ponle tem o custo médio de 4,5 milhões, poden­do ser construída com comprimento variável de 16 e 12metros e largura opcional de 3,40 m ou 4,50 m.

As pontes estão sendo levadas, de preferência, ao inte·rior, com a finalidade de melhorarem as estradas vicinaisde tráfego municipal. O valor da primeira fase desse pro­grama é de Cr$ 253 milhões, com prazo de 120 dias deexecucão

Neste ano serão entregues mil pontes.Para a concessão das pontes, em média de duas por

Município, foi criado um convênio-padrão entre Estadoe Município, sendo livre a adesão ao plano.

Poderia falar sobre obras do Governo democráticodurante todo o expediente desta sessão da Câmara. Masnão há tempo. Paro hoje por aqui, relembrando aos Srs.Deputados que me ouvem que não são obras portento­sas; pelo contrário, são obras simples, quase todas gera·das mais pelo "engenho c arte" que propriamente pOllances faraônicos de verbas especiais.

Participação Política

São Paulo participou, através do seu Governo, dosprimeiros entendimentos para o lançamento da campa­nha pelas eleições diretas-já. Não só participou dos en­tendimentos quanto deu a sua colaboração, marcando odia 25 de janeiro transato para o lançamento dos comÍ­cios.

E todos os Srs. Deputados se lembram da magníficapresença do povo paulista na Praça da si:, ultrapassandoquatrocentos mil pesssoas de bandeirolas nas mãos, de­monstrando ao Brasil, pela primeira vez depois de 1964,a insatisfação contra a continuidade perene do regimemilitar à frente do Governo nacional.

Este exemplo de São Paulo alastrou-se pelo Brasil afo­ra apresentando outras e outras demonstrações, algumasmais reconchudas de gente, atingindo a um milhão emais de pessoas que compareceram às praças públicas,confirmando, em uníssomo, o movimento pela reinte­gração da democracia no País.

Está agora o Governo de São Paulo empenhado nodiálogo da candidatura oposicionista pelas diretas-já,sem medir esforços. Fora ou no Estado, na Capital ou nointerior, no Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba ouCampinas, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, ondequer que se faça necessário, lá está, dia ou noite, o Go­vernador Franco Montara presente, respondendo aochamamento da causa comum.

Estou convencido, Srs. Deputados, da solidariedadeda Bancada Federal de São Paulo, participe desta Legis­latura, à movimentação do Governo do Estado noapoiamento às eleições diretas-já. Sei que não haverá de­fecção, a Bancada se portará no lance final, quando che­gar o momento decisório, ciente e consciente de sua res­ponsabilidade pelo lema "Non ducor duco", não souconduzido, conduzo.

Tenho dito. (Palmas.)

O SR, NAVARRO VIEIRA FILHO (PDS - MG.,Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputa-.dos, a imprensa hoje notícia que a partir do dia I· de ju-.lho, haverá reajuste do preço do leite, que, a nível deconsumidor, vai custar em torno de 25% a mais. Êjusto,nessa inflação que apavora toda a vida nacional, que sereajuste o preço de todos os produtos para que se possamanter o estímulo à produção.

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O caso do leite deve ser tratado de forma toda espe­cial, dado que é alimento básico de nossa população e es­sencial para as crianças das famílias pobres. As famíliasde renda mais alta dispõe de outros produtos mais sofis­ticados; as famílias pobres só podem contar com o leitepara a alimentação de seus filhos.

O que me traz à tribuna é a questão do ICM sobre oleite. No Distrito Federal e nos Estados governados pe­las oposições, como Minas Gerais, Goiás, Rio de Janeiroe Espírito Santo, cobra-se o ICM sobre todos os tipos deleite, e sobre o leite tipo C, alimento básico de nossa po­pulação - repito - a alíquota é de 8,5%. O consumidor,nesses Estados, vai pagar 465 cruzeiros por litro de leite,e os demais Estados, que isentaram o leite in natura dacobrança do ICM, terão o preço de 425 cruzeiros.

Sr. Presidente, Srs. Deputados:

"Vem repercutindo negativamente na imprensa ejunto às organizações cooperativas que lidam com adistribuição do leite in natura a tributação que al­guns Estados, inclusive o meu, estão impondo a co­mercialização de leite, fato que, a rigor, implica pre­juizos manifestos para produtores e consumidores.

Cremos desnecessário, pelo óbvio mesmo da si­tuação, arrolar subsídios demonstradores do truís­mo de que o leite constitui alimento básico dos bra­sileiros, sobretudo das faixas etárias mais baixas.Desta sarte é estranho que se estabeleça tributaçãosobre a produção e comercialização do leite in natu­ra destinado ao consumo público, quando se sabeque essa tributação seria inteiramente destituída dequalquer finalidade social, pois, sem elevar sintoma­ticamente a renda tributária, só serviria para agra­var a penúria das classes menos favorecidas de nos­sa sociedade."

Essas afirmações, que transcrevo textualmente, são doilustre Senador Itamar Franco, em discurso proferido nodia 14 de maio de último no Senado Federal, e serviramde justificação ao seu Projeto de Lei Complementar n.36, de 1984, isentando do Imposto de Circulação deMercadorias-ICM, as operações de comercialização doleite in natura para consumo público em todo País.

Ao condenar qualquer forma de asfixia fiscal, quero,desta tribuna, manifestar meu irrestrito apoio à oportu­na iniciativa do representante mineiro no Senado da Re­pública.

E, ao fazé-Io, concito os nobres pares, principalmentea valorosa bancada de Minas nesta Casa, a que façam omesmo, porque através do caminho legal indicado peloSenador poderemos minorar, ao menos um pouco, a car­ga fiscal que se abate sobre o já tão sofrido contribuinte.

Ê estranho, Sr. Presidente e Srs. Deputados, que osEstados governados pelo PDS tenham desistido dessacobrança socialmente injusta, economicamente desastro­sa, enquanto outros, administrados pelos chamados "go­verno de oposição", insistem em sua manutenção, mes­mo que a custo de um ônus odioso sobre a população esobre a capacidade contributiva de um importante seg­mento da economia nacional. Louve-se, a propósito, arecente decisão do Governo do Estado de São Paulo,que, premido pela voz da opinião pública, acabou porceder à evidência dos fatos e determinou, por decreto, aisenção do ICM sobre o leite "B".

Sabe-se que em quase todo o mundo o leite, pelo querepresenta como alimento básico e como atividade pro­dutiva essencial às economias nacionais, é não só isentode tributos, como também grandemente subsidiado. En­tre nós, a quase totalidade dos Estados, na impossibili­dade da concessão de subsídios ao consumo ou a pro·dução do leite, decretou, quando nada, a isenção tribu­tária. Mas Minas distoa, juntamente com o Rio de Leo­nel Brizola, desse procedimento justo, oportuno e, nomínimo, inteligente, quando evita matar a galinha dos

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ovos de ouro. Em minas, cobra-se tudo. Cobra-se o TCMsobre todos os tipos de leite: são 17,5 por cento de ICMsobre o leite "B" e 8,5 por cento para o tipo "C". Quantainverdade na afirmação gratuita e folclórica de que o mi­neiro não paga imposto. Pelo contrário, paga, e muito.

Não pode a axacerbação do fisco sobrepor-se a pró­pria ordem econômica, eliminando a produção e impe­dindo o consumo. O caso do leite é exemplar.

"Na ânsia de arrecadar mais dinheiro às custasdo lei "B", o Governo perceberá, no futuro, queconspirou contra seus próprios interesses. A evasãode rendas surgirá na ponta do lápis. Quando des­cobrir o manto na verdade, será tarde demais, por­que a fonte já terá secado há muito tempo."

Esta é a verdade límpida que se teima em não quererver, conforme denuncia pública feita pela Associaçãodos Produtores de Leite "B", em recente "Carta Abertaà População". E diz mais aquela associação:

"Até agora, os produtores de leite "B" estavamagUentando o prejuízo, apostando na recuperaçãodo mercado. Mas este otimismo acabou. Convictosde que o ICM inibirá ainda mais o consumo, eles se­rão obrigados a mudar de atividade, para evitar oacúmulo insuportavel de dívidas. Assim, o maisevol~ído segmento da pecuária nacional sucumbirápor completo".

A cobrança do ICM sobre o leite demonstra a efeti­vação de um ato altamente condenável em termos depolitica econômica e social. Mas há os que preferem in­sistir na defesa de uma suposta validade para suas po­sições, quando é notório o conjunto crescente de opi­niões contrárias, tanto por parte dos produtores de leite,como por parte do mercado consumidor. Ademais, aprópria postura técnica assumida endica uma incrívelfalta de sensibilidade em face dos reclamos da sociedadee da economia.

O fato é que a tecnocracia continua insensível e de­monstra, uma vez mais, que não tem partido político. Nahora de aumentar impostos, estão todos unidos e sãosempre os mesmos. O caso mineiro é revelador: no mo­mento de formar o governo, ainda antes de empossado,o então Senador Trancredo Neves foi buscar para com­por seus quadros de primeiro escalão dois eminentes tec­noburocratas, os Sr. Ronaldo Costa Couto e Luiz Ro­gério Mitraud, ambos leais e didicados servidores e ex­secretários de governo da antiga ARENA no Rio em Mi­nas Gerais.

E não foi outro senão o mesmo Sr. Mitraud, agora Se­cretário da Fazenda do Governador Trancredo Neves,que liderou no CONFAZ - Conselho de Política Fazen­dária, em fins do ano passado, a elevação das alíquotasdo ICM do leite. Não lhe foi suficiente a majoração geraldo lCM, de 16 para 18 por cento, embutida no bojo doDecreto-lei n9 2.065. Não lhe bastaram os aumentos tri­butários que a bancada majoritária do PMDB fez apro­var na Assembléia Legislativa do Estado.

O Sr, Virgildásio de Senna - Permite-me V.Ex' urraparte?

O SR. NAVARRO VIEffiA FILHO - Ê um praze:ouvir V. Ex'

U Sr. Virgildásio de Senna - Nobre Deputado, V. Ex'está tratando de assunto da maior importância para avida deste País, que é o relativo ao leite. O leite é de abso­luta imprescindibilidade na dieta das crianças, na-medi­da em que o seu consumo é a forma mais simples paraabsorção de cálcio e de proteínas. O leite é altamente ne­cessário à boa formação do ente humano. A dieta míni­ma recomendada pela UNESCO e pela FAO é de 400 mldiários por pessoa. Todos nós estamos convencidos dasua absoluta necessidade na composição da dieta huma­na.

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Todavia, responsabiliza o Governo de Minas, comopretende V.Ex', por uma insebilidade na taxação tribu­tária do leite é avançar muito. Temos ustentado que oleite pode ter tratamento diferenciado. Há um sistema devasos comunicantes em toda a economia. O que nos cabeé protestar contra toda a polítiea fiscal tributária hoje vi­gente no País. A União, ao abarcar a quase totalidadedos tributos, e deixar desertas as economias dos Estadose dos Municípios, obriga os governos estaduais e municí­pais responsáveis, como é o caso do de Minas a ter queaplicar tributação desta ordem, no sentido de podercumprir os comprissos assumidos pela irresponsbilida­de de governos anteriores.

Queremos todos que a produção de leite seja isenta dequalquer tributação. Ê necessário também que as raçõesfornecidas aos animais produtores de leite sejam tambémisentas de tal ônus. Só assim podemos popularizar o con­sumo deste tipo de alimento. Mas, evidentemente, nobreDeputado, não se pode privilegiar isoladamente um se­tor da produção transferindo ao Estado um ônus que de­veria ser exclusivo da União. Esta não onera o leite in­dustrializado pelas empresas multinacionais, que é leva­do ao mercado e que serve à alimentação das crianças.Peço a V.Ex' que, ao reclamar, como o faz com toda ajusteza, coloque este assunto como se fosse de segurançanacional. Culpe os responsáveis pelo atual estado de coi­sas, mas não O Governo de Minas, legitimamente eleitopelo povo mineiro. Tal responsabilidade não lhe cabe.

O SR. NAVARRO VIEIR';' FILHO - Agradeço-lheo aparte, que vem enriquecer o meu discurso, principal­mente quando concorda com pontos de vistas que aquitive oportunidade de expressar. Entretanto há de consi­derar V.Ex' que todos nós estamos de acordo em quecabe uma responsabilidade muito grande à União, emtermos de excesso de concentração da receita, a nívcl Fe­deral há necessidade de uma ampla reformulação naquestão tributária do Brasil. Apresento, como forma dedenúncia ao Governador do Meu Estado, dados compa­rativos de Estados que vivem em situações muito maisdifíceis do que O Estado de Minas Gerais, como porexemplo o de Santa Catarina, que citarei oportunamen­te, no decorrer do meu discurso. Este foi um Estado pio­neiro, o primeiro que isentou do leite o rCM, por consi­derar de extrema necessidade que sé baixasse o preçopara o consumo deste produto tão necessário às famíliasde baixa renda, neste País que vive um processo de aeha­tamento salarial, que inviabiliza a alimentação neces­sária às nossas crianças. Há que se considerar que opreço do lcite, com este novo aumento, irá para 0,5% deum salário mínimo. É um preço tremendamente gritante,quando o salário é tão baixo; é um preço extremamentebaixo, quando os insumos são tão caros. Tudo isso háque ser corrigido. Mas o importante é ressaltar que todosos Governos do PDS - à exceção do Governo do Distri­to Federal. que não é um Governo do PDS, mas sim daPresidência da República; não é um Governador eleito, esim nomeado; é o único que ainda cobra ICM - todosos demais Governadores dos Estados mais pobres doNordeste, de Sanata Catarina, do Rio Grande do sul, to­dos eles, entendendo a justiça social da questão do leite,isentaram de rCM esse produto.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, não se contentou a cú­pula da administração pública de Minas com as refor­mas da legislação discal, aí incluídas a escandalosacobrança de ICM por estimativa, o que quase leva à fa­lência os pequenos comerciantes. Não. Tudo isso foipouco. Como é fácil criar impostos - o que prescinde deímaginação e criatividade - instituíram uma nova tribu­tação, que caracterizou um ato de violência inconcebívelcontra toda a sociedade, dificultando a produção e oconsumo do leite.

Ainda há poucos dias, tive a satisfação de examinar ascondições de produção, tributação, comercialização econsumo de leite em Santa Catarina, com o Governador

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

Esperidião Amim, sem dúvida alguma, uma das maisgratas revelações nacionais que as eleições diretas de1982 proporcionaram ao País, juntamente com RobertoMagalhães, de Pernambuco, e Luiz Gonzaga Motta, doCeará, Com o Governador Esperidião Amim, vi as van­tagens já advindas e as alentadoras perspectivas futuraspara Santa Catarina, como conseqüência do Decreto Es­tadual n' 20.672, que decidiu por deixar o leite isento doICM, beneficiando especialmente a população de baixarenda e investindo na dinamização da produção e na am­pliação da oferta de trabalho para o catarinense. O des­taque que o Governo de Santa Catarina está dando aosetor, mediante isenção tributária e incentivos à for­mação de plantéis, traz para o Estado o retorno que a pe­cuária de leite proporciona em ICM sobre os derivadosdo produto. Alí, como também no Rio Grande do Sul,sob a administração eficiente de Jair Joares, o leite in na­tura não paga impostos, mas seus derivados, sim. Comesta medida consegue-se,.a um só tempo, o favorecimen­to ao consumo de um bem essencial, a dinamização deum setor vital à economia do Estado, a elevação do nívelda atividade econômica, o aumento da oferta de traba­lho, a melhoria de plantéis, o reaquecimento da indústriade laticínios, a formação de novas bacias leiteiras - coma conseqüente ocupação de novos espaços econômicosna geografia estadual - e a fixação do homem no cam­po. em condições satisfatórias de vida.

O que deseja o homem do campo, o pequeno e o mé­dio produtor de leite, é tão-só ter condições mínimas decontinuar produzindo, para não se ver forçado a abatersuns matrizes, vender suas vacas, mudar-se para a cidadee viver de aplicações no open rnarket. E sem se falar quequalquer aplicação em caderneta de poupança rendemais que o leite produzido. Principalmente em Minas,onde grandes hacias leiteiras sobrevivem graças à persis­tência, à vocação nata e à tradição de regiões como a quetenho a honra de representar, o Sul de Minas.

Somente no último mês de abril, a região Sul mineiramandou para a Cooperativa de Laticínios de São Paulo,segundo informações que recebi do Presidente da Coo­perativa Agropecuária de Serrania, Sr. Bruno RégisCouto, cinco milhões de litros de leite "B" e quatorzemilhões de litros de leite "C". Acredita-se que essa cotapoderá aumentar, já que com a isenção do ICM para oleite "B", decretada pelo Governador Franeo Montoro,o preço para o consumidor diminuiu de Cr$ 600,00 paraCr$ 498,00 o litro, acasionando maior procura e propi­ciando perspectivas menos drásticas para os seis mil pro­dutores, de quinze cooperativas, de cinqüenta municí­pios do sul de Minas que mandam leite para a capitalpaulista. O que querem os produtores não é aumentos delucros, via elevação de preços, mas sim o aumento doconsumo e da produção, através da diminui'ião dopreço, pela isenção do ICM.

Minas, que é hoje responsável por 40 por cento daprodução brasileira do leite "B", estava sofrendo umaredução de 30 por cento no consumo desde o último au­mento, há cerca de pouco mais que dois meses. Em con­seqüência, os produtores mineiros que fornecem ao Esta­do de São Paulo estavam conseguindo colocar apenas 68por cento do total de sUa cota de leite "B", uma vez quea cooperativa paulista não conseguia vender ao consumi­dor a totalidade da cota definida na entressafra. Com aisenção decretada pelo Sr. Franco Montoro. aguarda-seuma retomada parcial do consumo paulista, enquanto ojá pequeno consumo mineiro continuará decrescente. Oque quer dizer que os benefícios para os produtores cconsumidores do leite mineiro podem vir até de São Pau­lo, mas não de Minas, enquanto não forem revistos oscritérios mineiros de tributação.

Diante dessa calamitosa situação, cumpre.me alertar odigno Governador Tancrcdo Neves para uma série de

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prejuízos aos interesses mineiros. que sua medida acarre­ta. Senão, vejamos:

I') O primeiro é contra a economia popular, e contraa sociedade, na medida em que, pela elevação do preço,impede-se o consumo. Mesmo não querendo repetir ar­gumentos sobre a necessidade do leite para a alimen­tação de todos, e principalmente da criança pobre, en­tendo que não se pode ignorar que já é excessivamentebaixo o consumo de leite no Brasil, com apenas 65 litrospor ano, per capita, enquanto o mínimo recomendávelpelo INAM - Instituto Nacional de Alimentação - epela OMS - Organização Mundial de Saúde, é de 150 li­tros anuais per capita.

2) O segundo é contra a economia do Estado, na me­dida em que a incidência tributária induz a inviabili­zação da atividade produtora, quando o próprio Estadoreeusa-se ou tarda em tomar medidas inteligentes e opor­tunas, já implementadas em outras unidades da Fede­ração que se encontram em não menos difícil situação fi­nanceira.

3) O terceiro prejuízo tem a ver com a provável exa­cerbação do clima de tensão social, especialmente nas re­giões produtoras de leite, como conseqüência da quedado nívcl de emprego c de trabalho, em função do aban­dono da exploração pelo produtor, o que fará engrossarnos campos e nas cidades os tristes contingentes de"bóias-frias" e de favelados.

4) Outro diz respeito à perda do patrimônio genéticodos plantéis que se formaram pouco a pouco, fruto dotrabalho exaustivo e estóico dos pecuaristas e dos técni­c()s. Exauridos no seu trabalho progressista, de nada teráadiantado aos produtores formarem plantéis, com vacasde elevado padrão genético, construírem modernos está­bulos e higiênicas salas de ordenha mecânica e propicia­rem a seus empregados eondições dignas de vida. Ironi­camente, serão castigados pela sua eficiência.

5) E prejuízo contra a própria economia nacional,porque a queda da produção interna nos obrigará a de­pender de importações progressivamente maciças, compulverização de nossas divisas. Ressalte-se que tal depen­dência serâ um subsídio brasileiro ao produtor estrangei­ro, este, sim, já grandemente subsidiado em seu País deorigem. Até o final de 1983, em função de uma políticade subsídios utilizada pela maioria das nações, o estoquemundial de leite era de aproximadamente dois milhõesde toneladas. O Brasil, entretanto, não teve nenhumaparticipação neste estoque, pois, ao contrário, somenteno ano passado importamos 14 mil toneladas de leite,para suprimento interno, principalmente no período daentressafra.

6) Citaria ainda outra conseqüência desastrosa, que éo desordenado crescimento da expansão inflacionária,pela expressiva incidência do leite nos cáleulos dos índioces do custo de vida.

7) Finalmente, sem pretender dar um caráter conclu­sivo para esta relação de prejuízos irrecuperáveis, há quese considerar também a enorme injustiça fiscal intrínsecaà medida vigente em Minas Gerais, porque o ICM, en­quanto imposto indireto, atinge mais signifcativamenteas camadas de baixa renda, em favQrecimento ilícito dasclasses de maior poder aquisitivo. Pode-se até mesmomedir o nível de desenvolvimento social e político de umpovo pelo exame de sua estrutura tributária. Até que seinverta uma estrutura fiscal injusta, recomenda o bomsenso que não se aprofunde a prevalência do imposto in­direto, como se Iez no caso do rCM do leite em MinasGerais, principalmente quando se sabe do ônus socialque tal distorsão acarreta para os mais pobres.

Sr. Presidente e Srs. Deputados, e por estas razões for­mulo aqui dois apelos: um, à sensibilidade política doGoverno de Minas Gerais, no sentido de que seja deere",ada a imediata isenção do rCM sobre o leite in natura;outro, aos ilustres membros do Congresso Nacional,pois cabe a todos nós a obrigação de lutar pela apro-

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vação do Projeto de Lei Complementar do Senado, nO36, de 1984, por sabermos que, como afirmou o ilustreSenador Itamar Franco, na justificação de sua proposta,a "Constituição Federal atribui à União o poder de regu­lar os excessos que se verifiquem no estabelecimento dacarga tributária imposta pelos Estados, facultando-lheso estabelecimento de insenções mediante lei complemen­tar, desde que sejam para atender a relevante interessesocial ou econômico nacional. No caso do consumo doleite in natura constata-se esse relevante interesse social eeconômico a justificar a edição de lei complementar, es­tabelecendo a isenção do ICM, em caráter nacional".

Só assim conseguiremos pôr fim aos excessos fiscais.Era o que tinha a dizer. (Palmas.)

o SR. IVO VANDERLINDE (PMDB - SC. Pronun­cia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputa­dos, os recentes embates entre a Igreja e o INCRA; asdeclarações diárias de 15 trilhões de cruzeiros no Open,em detrimento das atividades produtivas; as manifes­tações das lideranças rurais; os estudos acadêmicos dostêcnicos ligados ao setor agrícola c os pronunciamentosda classe política são fatos convergentes que nos obri­gam a repensar a situação da agricultura brasileira, nes­tes tempos de crise.

Sabemos que Brasil ocupa uma posição invejável emtermos de recursos naturais c potencialidades para o de­senvolvimento pleno de sua agricultura. Nosso País étido como um dos mais privilegiados em termos de legis.lação anvançada para a efetivação de uma reformaagrária, de há muito preconizada, não só por aqueles mi­lhões de brasileiros sem terra ou com precário acesso àmesma, mas, inclusive, pela própria sociedade como umtodo.

Os fatos ocorridos em Guariba, Bebedouro e outraslocalidades do Estado de São Paulo, que empolgaram aNação reeetemente, tiveram um desfecho que serviu paramostrar que é possível estabilizar-se as relações sociaisno meio rural, em proveito tanto do trabalhador quantodo empregador.

Pois bem, a despeito dos aspectos favoráveis para odeseneadeamento de medidas tendentes a resolver osproblemas de posse e uso da terra no Brasil c da pro­dução agrícola, o que temos assistido, ao longo dos anos,foi ao agravamento da concentração fundiária no País .conforme átestam os últimos levantamentos censitários ~amostrais. Isto aconteceu a despeito de vivenciarmos umregime de força que ensaiou, no plano legal, medidas asmais drásticas para a superação deste angustiantes im­passe.

No Brasil, onde os minifúndios representam mais de70% do número de imóveis e possuem pouco mais de10% da área total, enquanto os latifúndios, que perfazemmenos de 25% desses imôveis, se apropriam de quase80% da área cadastrada, não é difícil perceber que o ca­ráter da produção agríeo la é Um reflexo de tal estruturafundiária. Sem contar o fato de que esta extremada con­centração da propriedade da terra leva à sua utilização eà proliferação de formas de dependência fundiária.

As conseqüências sociais e econômicas desta dura rea­lidade são inegáveis. De um lado, assistimos ao recrudes­cimento dos conflitos sociais pela posse da terra, os quaisjá ceifaram inúmeras vidas.

Um documento que acabamos de receber da Confede­ração Nacional dos Trabalhadores na Agricultura ­CONTAG, faz denítncias sobre a escalada da violênciacontra os trabalhadores rurais. Segundo levantamentosdaquela Confederação, as tentativas de despejo, a des­truição de lavouras, a queima de casas, a apreensão deprodutos do trabalho dos camponeses, as ofensas mo­rais, as ameaças à vida, os espancamentos, as torturas, asprisões, os assassinatos de trabalhadores rurais cresce­ram geometricamente, além de assumirem característicasnovas.

As estatísticas macabras dão conta de que os assassi­natos de dirigentes sindicais, assessores c trabalhadores

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

em luta por seus direitos passaram de 10, em 1980, para15, em 1981, 16 em 1982 e 45 em 1983, dos quais 17 só noEstado da Bahia. Apenas nos três primeiros meses desteano ocorreram mais assassinatos do que durante os anosde 1980, 81 e 82 juntos.

Concedo o aparte ao Deputado Cardoso Alves.

o Sr. CardoSQ Alves - ·Nobre Deputado, ouço commuita atenção o discurso que V. Ex' faz com a responsa­bilidade do cargo de Presidente da Comissão de Agricul­tura e Política Rural. Tem V. Ex' razão. O minifúndioocupa uma área da propriedade privada neste País, e olatifúndio, a sua grande área, muito embora os minifún­dios abranjam o grande número de proprietários rurais,e os latifúndios, o pequeno número. Não fosse assim,não seriam nem minidúndio, nem latifúndio. Mas omaior latifundiário ainda é representado pela União Fe­deral c pelos Estados. Esses ainda têm o maior númerode hectares de terras em nosso País. Por incrível que pa­recer, basta V. Ex' tomar um automóvel aqui, agora, emfrente à Câmara dos Deputados, e andar não mais quecinco minutos, c verá perdida uma imensidação de terrasimprodutivas, obviamente de propriedade da União Fe­deral. Acho que o problema não é bem esse. A legislaçãoagrária, ou seja, o relacionamento trabalhador rura]­proprietário mudou muito no País - c mudou para de­sumanizar aquelas relações. Mas, infelizmente, as con­quistas agrárias são e devem ser mesmo irreversíveis, Oque vem criando uma série de problemas. Hoje, o fazen­deiro recebe aquele que quer trabalhar em sua fazenda ediz: por favor, não passe da porteira. Por qué? Porqueisso gera uma relação de emprego c ele já vai ter o riscode indenizar um mundo de coisas a um sujeito que nuncaviu antes em sua vida. A agricultura no País evoluiu. An­tes, c1a começava no machado e na enxada, começava noboi c no arado. Hoje, não. Ela hoje começa na cidade, namáquina. Ela depende do trator, da motossera, da má­quina pesada, do óleo diesel, de uma série de coisas. Elatem um novo berço c tem gerado uma nova relação. Enós, brasileiros, devemos também gerar um novo enten­dimento acerca da agricultura e ver o homem do campo,o pequeno, o médio e o grande produtor, porque o mé­dio já foi pequeno e o grande já foi médico, como aque­les que são responsáveis pela fartura da mesa, pela rique­za do investimento, pela beleza da casa, pelo conforto,pela escola. O homem do campo, enftm, deve ser vistocomo aquele que produz para o País, como aquele quecontinua pagando, como pagou, através do café, O de­senvolvimento anterior da Nação brasileira. É precisoque procuremos gerar, na sociedade, a mentalidade deamor, de admiração c de agradecimento ap homem docampo que produz, e não apontá~lo como vilão. como

dO,no de latifúndio, como altamente privilegiado, comohomem que esmaga direitos, o que não ocorre. É funda­mentaI, nobre Deputado, a sociedade estar solidária como produtor, que é o responsável pela fartura da mesa epelo pagamento da conta nacional. Concito V. Ex', Pre­sidente da Comissão de Agricultura c Política Rural daCâmara dos Deputados, a meditar sobre isso. Acho queê muito nocivo para a paz social, para o enriquecimentoe o desenvolvimento da Nação e para a produção nacio­nal cercarmos de inveja e malquerença, de condenação ohOlJJem do campo, que é quem produz em pequena, mé­dia c grande escala.

o SR. IVO VAND.ERLINDE - Agradeço a V. Ex' oaparte, que vem enriquecer meu pronunciamento. Parti­cularmente, não condeno a grande propriedade. Masprecisamos de dar àqueles que querem produzir con­dições para trabalhar. Este País, pela sua área continen­tal, tem condições de fazer com que convivam em har­monia a grande, a média c a pequena propriedade. O quecondenamos é a terra ociosa, o latifúndio improdutivo.A terra precisa ser melhor distribuída, para que maisbrasileiros possam produzir neste País.

Prossigo, Sr. Presidente.

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Em 1983 houve um caso de violência a cada três dias equatro assassinatos por mês; em 1984, um caso de vio­lência a cada três dias e cinco assassinatos por mês.

E nos pergunta estarrecida a CONTAG: "É possívelsuportar tamanha violência? O que aconteceria nestePaís se, a cada três dias, um grande fazendeiro sofresseum atentado, ou se cinco industriais fossem assassinadospor mês?"

É inegável que a estrutura monopolística de posse euso da terra no Brasil cria c recria as condições de confli­to c violência no campo. Mas há um outro fator que,aliado a este último, determinou transformações impor­tantes no comportamento produtivo da agricultura bra­sileira e, por via de eonseqi1ência, nas relações sociais nocampo c no meio urbano. Refiro-me ao recente processode modernização da agricultura.

Para que se tenha uma ligeira idéia da magnítude destefenômeno novo, basta dizer-se que o fluxo migratóriorural-urbano deverá aproximar-se de um milhão de pes­soas/ano durante esta década de 80. As suas implicaçõeseconômicas e sociais são bastante evidentes. No passadorecen te, este fenômeno foi responsável pela criação de le­giões do chamados "bóias.frias", cujo número passou de3 milhões c 900 mil em 1967 para 6 milhões e 800 mil, em1972, segundo dados do INCRA.

O aumento do desemprego e o alastramento da margi­nalidade e da violência nos grandes centros urbanos nãosão, como podemos perceber, acontecimentos gratuitosna sociedade brasileira. Na verdade, eles são o produtode um modelo econômico que vem operando há muitosanos, mas que, ao estabelecer conscientemente um pa­drão de desenvolvimento agrícola, não levou em conta ofato de que a agricultura não é um sistema fechado, umavez que os modos de produção e os padrões de vida nomeio rural interagem com o resto do sistema econômicoe com a sociedade.

Cabe aqui a lembrança das ·palavras do sacerdote eProf. Fernando Bastos de Ávila:

"A idéia de que o desenvolvimento social de umpaís acontece no mesmo ritmo em que se desenvolveeconomicamente não é real. O desenvolvimento so·cial depende não só do desenvolvimento econômico,.Illjs de um projeto específico socialmente destina­do."

Ouço o nobre Deputado Osvaldo Nascimento.

O Sr. Osvaldo Nascimento - Nobre Deputado IvoVanderlinde, agradeço a V. Ex' a oportunidade. Ilustre ebrilhante Presidente da Comissão de Agricultura, de quetenho a honra de fazer parte, V. Ex' nos enseja profun­dos estudos na área da agricultura, através daqueie ór­gão técnico. Parabenizo V. Ex' pelo trabalho que desen­volve nesta Casa como Deputado Federal, especifica­mente pelo brilhante discurso que profere nesta manhãde sexta-feira. Lamentamos que o plenário esteja prati­camente vazio, porque tema com esse conteúdo merece­ria que a Ôimara dos Deputados estivesse superlotada eo Brasil inteiro pudesse tomar conhecimento da matéria.A propósito do que trata V. Ex', questão primária danossa economia, a título de colaboração, queremos dizerque, enquanto se está levando a questão econômica parao lado da busca, da prospecção de petróleo, de novas ja­zidas em altas profundidades oceânicas, deveríamos bus­car o petróleo a um palmo da flor da terra, também nahorizontal - o feijão, o arroz, a batata, o leite, a carne-, enfim, esta alimentação primária de que o povo estánecessitando urgentemente, porque o problema do mun­do é a fome - sabemos todos nós - e a tendência éagravar-se esse grande mal. Os intelectuais, os pesquisa­dores têm obrigação de buscar alternativas, que são essasque V. Ex' está apontando no seu brilhante discurso, degrande atualidade nos dias que correm. Parabenizo V.Ex', em nome da Liderança do PDT.

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o SR. IVO VANDERLINDE - Agradeço a V. Ex' oaparte e as palavras generosas a mim dirigidas e commuito prazer incorporo essas colocações ao meu pronun­ciamento.

Prossigo, Sr. Presidente.Mesmo no apogeu do chamado milagre brasileiro, o

então Presidente Médici constatava que a economia iabem, mas o povo ia mal. Hoje, só podemos dizer que aeconomia vai mal, e o povo, pior ainda.

Estamos convencidos, Sr. Presidente, Srs. Deputados,de que os descquíbrios detectados na agricultura brasilei­ra!ncstcs últimos anos, não são de natureza espontânea.Ao contrário, são conseqUência de desvios verificadosnas relações de produção de propriedade e de trabalhovigentes no campo; do mau equacionamento e conduçãodas políticas públicas agrícolas e, ainda, dos efeitos sobrea economia agrícola de certas políticas econômicas glo­bais.

A descapitalização crescente da agricultura, por exem­plo, resultante de graves distorções impostas sobre a es­trutura de preços dos produtos agrícolas, é inegável. Apenalização do setor, através de mecanismos os mais di­versos (confiscos cambiais, impostos de exportação, con­tigenciamento das exportações, ICM, políticas de câm·bio etc.), explica, em grande parte, a estagnação da pro­dução agrícola.

Com prazer, concedo o aparte ao nobre DeputadoVirgildásio de Senna.

O Sr. VirgUdãsio de Senna - Nobre Deputado, trazV. Ex' a esta Casa, com a competência que todos lhe re­conhecemos e com o brilho com que dirige a Comissãode Agricultura da Câmara dos Deputados, discurso damaior importância. V. Ex' abordou preliminarmente oproblema da posse e do uso da terra, o problema fun­diário brasileiro como sendo aquele que baliza todo otrabalho da agricultura. E V. Ex' colocou com muita cla­reza o que há por trás dessa palavra, de crime, de perse­guição e de luta daqueles que querem trabalhar a terracomo seus donos. Estamos falando de reforma agrária, enão de revolução agrária. Estamos falando de um pro­cesso que se realizará, balizado no mesmo módulo deprodução. Não se trata de sociabilizar o solo, de revo­lução socialista, mas de fazer uma reforma agrária embenefício do próprio desenvolvimento capitalista destePaís. Trata-se de fazer uma reforma agrária em benefí­cio, inclusive, do setor industrial deste País, para que oproduto industrial encontre o mercado prôprio, a fim deque seja absorvido. Veja V. Ex' que, quando um assuntocomo este é tratado, imediatamente são levantadosproblemas. Todos temos a maior admiração e o maiorrespeito pelo homem do campo, aquele que, no dizer dopoeta, "faz o sinal da cruz, olha de frente a terra e vai ca­var o solo". Pois bem, este País não vai encontrar - e V.Ex' está assinalando isto - o caminho para a soluçãodesses problemas, sem que esta Casa, o Congresso Na­cional e os representantes do povo encarem com a maiorseriedade possível o problema da posse e do uso da terra.Agricultor e agricultura não são meios de vida, são mo­dos de viver. Uma parcela enormíssima da nossa popu­lação não se quer transformar em "bóia-fria", mas quercontinuar a ser agricultor, como foram seus antepassa­dos. Não haveremos de permitir, de modo algum, que,cada vez mais, se expanda o latifúndio e, cada vez mais,se transformem os agricultores em "bóias-frias", para in­chamento da periferia das cidades brasileiras. Quero, emmeu nome pessoal e em nome do meu partido, parabeni.zar V. Ex' pelo extraordinário pronunciamento que faz,hoje, nesta Casa.

O SR. IVO VANDERLINDE - Agradeço, muitohonrado, ao nobre Deputado, incorporando o seu aparteao meu pronunciamento.

Sr. Presidente, sabemos que a agricultura não vemproduzindo alimentos em quanti~ade suficiente para o

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abastecimento de nossa população, a despeito desta mes­ma agricultura ter sido responsabilizada pelas altas taxasde inflação. Ora, se são os preços dos alimentos que pu­xam a inflação para cima, como querem os tecnocratas,por que o setor não responde a esse incentivo de preços?

A produção brasileira, apesar das propaladas supersa­fras e das estatísticas suspeitas, manuseadas ao sabor dosinteresses políticos, se tem mantido praticamente a mes­ma nos últimos seis ou sete anos. A propósito, é interes­sante mencionar as considerações do economista Titt:!Ruff, da Fundação Getúlio Vargas, em recente entrevis­ta ao jornal O Indicador Rural:

"Tito Ruff desmistifica os dados exibidos duran­te a administração do ex-Ministro da Agricultura,Amaury Stábile, de uma produção recorde de 54 mi­lhões de toneladas de grãos. Segundo ele, a pro­dução de grãos jamais atingiu 51 milhões de tonela­das, quanto mais os 54 milhões. Citando uma sériehistórica do IBGE, desde 1974, o economista revelaque o nível mais elevado da safra brasileria foi regis­trado em 1980, com um total de 50 milhões de tone­ladas."

E frisa, ainda, o profissional da FGV: "A estagnaçãoda produção agrícola deveria ter repercussões políticas,mas parece que este fato não é considerado".

Não é de se estranhar, Sr. Presidente, Srs. Deputados,a constatação de que o consumo per capita de diversosprodutos venha caindo ano a ano, desde a carne até o fei­jão. Por incrível que pareça, este último, um produtocujo hábito de consumo constituía uma das característi­cas marcantes do brasileiro comum.

A falta de alimentos só não é mais evidente no Brasilde hoje porque a demanda está claramente reprimidapelo baixo poder de compra da massa de assalariados,como resultado de uma política de arrocho salarial queperdura há 20 anos, muito embora tal política venha sen­do contestada até mesmo pelo empresariado, conformese depreende dos últimos acordos salariais em São Pau­lo.

O grande público, que não vivencia os problemas daagricultura, estranha que se fale na descapitalização doagricultor, apesar do montante de crédito rural subsidia­do que foi injetado no setor nos últimos anos. Para ondeforam esses recursos?

Para responaermos a esta questão, precisamos partirda premissa de que a situação atual, apresentada pelaagricultura brasileira, é resultado das medidas tomadasno passado. Por isso mesmo, o conhecimento das carac­terísticas mais marcantes do recente desenvolvimento daagricultura brasileira nos parece fundamental para o cor­reto equacionamento do problema e a conseqüente for­mulação de propostas de mudanças e de necessáriosajustes. Por esta razão, prosseguiremos analisando aper­Jormance do setor, para fazermos. ao final, algumas pro­postas de política agrícola que entendemos necessárias àretomada do crescimento da economia agrícola e, assim,o desempenho de suas funções precípuas, em busca dasuperação da atual crise econômica e social do País.

Até meados da década de 60, o desenvolvimento daagricultura se fazia de forma mais ou menos tradicional,ou seja, de forma extensiva, pela incorporação de terrasdas fronteiras agrícolas e apoiada numa base tecnológicarudimentar, isto é, sem alterações tecnológicas significa­tivas.

A partir de então, no bojo das transformações por queviria a passar a sociedade brasileira, surgiu uma novatendéncia de expansão da atividade produtiva agrícola.Deste novo modelo, por assim dizer, surpreendentemen­te pouco conhecido e por isso mesmo pouco debatido,conhecemos mais os efeitos do que as causas. Trata-se dofenômeno da modernização da agricultura brasileira.

Para a análise que faremos, resumidamente, deste pro­cesso, o qual consideramos basilar para o entendimento

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dos impasses e desequilíbrios atuais de nossa agricultura,vamos nos valer de um estudo levado a efeito em convê­nio entre o Ministério da Agricultura e a Fundação Ge·túlio Vargas e, ainda, das apreciações feitas pelo Prof.Ricardo Abramovay, do Departamento de EconomiaAgrícola, da Pontifíca Universidade Católica de SãoPaulo.

A modernização da agricultura se deu não em funçãodas necessidades do setor, das suas disponibilidades ecusto dos fatores de produção. Ao contrário, foram asnecesssidades do grande capital industrial, localizadonas extremidades da agricultura, que desencadearam oprocesso. "Assim, a agricultura foi encarada, basicamen­te, como mercado para a expansão dos setores responsá­veis pela produção de máquinas, implementos e insumosagrícolas, e como fornecedor dos setores industriais pro­cessadores de alimentos e matérias-primas agrícolas, ouseja, o chamado complexo agroindustrial".

Na verdade, o setor agrícola passou a ser considerado,do ponto de vista da indústria, como consumidor de in­sumos modernos e máquinas, a montante, ou como for­necedor de alimentos c matérias-prima, a jusante.

Tem o aparte o nobre Deputado Casildo Maldaner.

O Sr. Casildo Maldaner - Nobre Deputado, é penaque o tempo de V. Ex' esteja praticamente no fim, quan­do tem ainda várias laudas para serem lidas e submetidasà consideração deste plenário e. portanto, do Brasil. Masnão podia cu deixar de dizer que não é por nada que V.Ex' tem sido conduzido à Presidéncia da Comissão deAgricultura e Política Rural desta Casa. Há razões paratal, e por isso V. Ex' preside essa Comissão. Está aí, nopronunciamento de V. Ex', Deputado Ivo Vanderlinde,uma das razões: V. Ex' se dedica profundamente ao as­sunto que salva este País, e poderá salvá-lo, sem dúvidaalguma. Por isso, gostaria de cumprimentá-lo, neste dia,quando ocupa novamente o Grande Expediente do nos­so partido, nesta Casa do Congresso Nacional. Meuscumprimentos.

O SR. IVO VANDERLINDE - Agradeço, honrado,a V. Ex', as palavras bondosas que nos dirige. Lamentonão poder discorrer sobre todo o meu pronunciamento,pois que outros enfoques gostaria aqui de destacar.

Prossigo, Sr. Presidente.No entanto, a intensificação das relações agricultura­

indústria, ou mesmo a subordinação da primeira à se­gunda, é um processo que ocorre normalmente ao longodo processo de desenvolvimento capitalista, como bem oexemplificam os países industrializados. Mas, nestes ca­sos, o processo sempre foi precedido de uma reformaagrária drástica.

No caso brasileiro, a modernização se dá sem queocorrram alterações significativas na estrutura da pro·priedade. Trata-se, portanto, de modernização conserva­dora que pretendeu, em última análise, transformar o la­tifúndio improdutivo numa grande empresa capitalistamoderna, mas que acabou por descapitalizar o setor,além de agravar as relações sociais no campo, e a própriaestrutura fundiária, conforme demonstramos no iníciodeste pronunciamento.

Ora, o fato mais marcante da modernização tecnológi­ca introduzida na agricultura brasileira é aquele queobrIga o agricultor a buscar, fora da sua propriedade, ascondições básicas para a produção (adubos, defensivos,maquinaria) c melhores condições para o escoamento desuas safras.

Não podemos esquecer, no entanto, que a agricultura,por suas características próprias (milhares de proprieda­des dispersas), é um setor concorrencial, ou seja, depen­dente das leis de mercado, a qual se vê cercada por umaestrutura monopolista (capaz de impor preços) do com­plexo agroindustrial. A debilidade intrínseca da agricul­tura em face da indústria resulta deste fato. Sabemos quea maioria destas indústrias são empresas multinacionaisou de capital predominantemente estrangeiro.

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Junho de 1984

A rapidez e a intensidade do processo de moderni­zaçào da agricultura brasileira, que levaria ao abuso noemprego dos chamados insumes modernos (adubos, de­fensivos, etc.) c à concentração do crédito rural, geraramaspectos contraditórios e até curiosos. Destes, citamosapenas alguns, com o propósito de mostrar, de um lado,o comprometimento do Governo, enquanto agente for­mulador e executor de política!; econômicas, e, de outrolado, os interesses do complexo agroindustrial e do siste­ma financeiro.

A indústria e os bancos constituem os setores que lide­raram o processo de acumula'vão de capital em nossaeconomia, em nome de cujos interesses se vêm exercendoo comando político-econômico no Brasil, desde muitosanos.

Então, para que se tenha um idéia das transformaçõespor que passaria a agricultura, o Brasil chegou a ser umdos maiores consumidores mundiais de fertilizantes e de­fensivos, produtos que, como é sabido, são importadosna sua maior parte. A este respeito, um estudo oriundodo próprio meio governamental, o IPEA, mostra que, de1965 até 1980, a relação exportação/importação do setoragropecuário caiu de 8: I para 2: I. Ou seja, em 1965, paracada dólar despendido pela agricultura correspondiauma exportação de 8 dólares de produtos agropecuários.Em 1980, há a exportação de apenas 2 dólares para cadaum de importação.

No período de 1974 a 1979, 75% das vendas da indús­tria de defensivos e 90% das vendas de fertilizantes foramrealizadas através do financiamento do crédito rural.Nesse período, a venda de máquinas e tratores recebeu40% de todo o crédito de investimento disponível.

São dados que mostram a dependéncia da indústria aocrédito e a transferência de recursos para aquele setor,do qual passou a depender, em escala crescente, o produ­tor rural.

Criou-se, assim, um verdadeiro círculo vicioso: o pro­dutor precisa que a indústria Iheforn.eça os insumos paraproduzir, c esta depende do crédito rural para a garantiade suas vendas. Chega um momento em que as pressõessobre o Governo para ampliação dos recursos destina­dos ao financiamento da agricultura foram mais fortespor parte da indústria que por parte dos próprios produ­tores rurais, mesmo porque a primeira sempre foi maisorganizada para este fim, além de apresentar "argumen­tos" muito mais poderosos.

A Associação Nacional para Difusão da MecanizaçãoAgrícola - ANAGRI, empolgada pela expansão do se­tor, na época, chegou a afirmar: "A dinamização daagricultura pela utilização de equipamentos dependemais da disponibilidade de financiamento para a sua aqui­sição do que pela redução de seu preço real.

Aquilo que os engenheiros agrônomos passaram achamar de "sobreinsumizaçào" passou a ser preocu­pação até do Banco do Brasil, que atravês de sua consul­toria técnica afirmou o seguinte:

"O acesso fácil ao dinheiro barato contribui paraexacerbar a demanda de fatores relativamente escas­sos e, em conseqilência, elevar os custos de pro­dução; a falta de análise do solo e de um mínimo deorientação técnica para o uso adequado de adubos,corretivos e defensivos; a pressão da política de"marketing" da indústria diretamente beneficiadacom a venda de máquinas e implementas agrícolas einsumos modernos, em quantidades e característicasnem sempre convenientes aos produtores, e a inade­quação da relação capital/trabalho às disponibili­dades regionais de mão-de-obra, têm onerado exces­sivamente o custo privado e social da produção."

Lembramo-nos de que houve cooperativas de produ­tores cujo faturamento foi maior no setor de venda de in­sumos do que no setor de comercialização da produçãode seus associados. Isto demonstra que o próprio sistemacooperativo foi induzido a emprestar sua colaboração na

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

direção daquele formidável conjunto de mudanças tec­nológ,icas.

Mas, para o sucesso da modernização da agriculturabrasileira, no entanto, foi necessário que o Estado de­sempenhasse um papel "fundamental e indispensávelcomo viabilizador daquele processo, até mesmo porqueo mesmo fora desencadeado mediante pressão externavinda do setor industrial. Para aquele desiderato, a açãodo Estado nas áreas de investimentos em infra-estrutura,política de crédito, subsídio, incentivos fiscais e assistên­cia técnica, dentre outras, teve enorme destaque".

Sabemos o que aconteceu com o crédito rural. Menosde um quinto dos produtores tiveram acesso a ele, en­quanto I% dos mutuários levaram nada menos do que40% do montante de recursos alocados.

O estudo do Dr. Luiz Carlos Guedes Pinto, agrônomoda EMBRAPA, mostra claramente, no perfil do créditorural no Brasil, a concentração evidente dos recursos: en­tre os produtores, beneficiam-se os grandes em detrimen­to dos pequenos e médios; entre os produtos, são favore­cidos os mais modernos e dinámicos (de exportação epara a indústria), em prejuízo dos tradicionais (para oabastecimento interno). Entre as regiões, são privilegia­das as mais desenvolvidas, em prejuízo das mais atrasa­das.

Resumindo: os financiamentos foram dirigidos pre­ponderantemente para aqueles produtores, produtos eregiões que utilizaram intensamente os insumos e equi­pamentos modernos.

Daí constituir-se o crédito rural no carro-chefe do pro­cesso de modernização agrícola que beneficiou, princi­palmente, as indústrias produtoras daqueles bens.

A revista "Senhor", de 6-6-84, em artigo de AntônioAidar, traz o diagnôstico com base no qual o estudiosoJoão Sayad avalia as reformas feitas no crédito rural:

"O Programa de Crédito foi de baixa eficáciaporque não contribuiu para o aumento dos investi­mentos líquidos no setor. E a razão para isto é sim­ples: os bancos preferem trabalhar com clientes queoferecem garantias maiores c, conseqüentemente,menores riscos. Além disto, o custo operacional demanejar um reduzido número de grandes contratosé muito menor do que o custo de operar um grandenúmero de pequenos contratos. Ora, os grandeselientes são aqueles que têm maiores facilidades deconseguir aplicações alternativas para o seu dinhei­ro e obter uma rentabilidade maior do que aquelaoferecida pelo setor agropecuário. Desta forma, odinheiro do Crédito Rural substitui o capital pró­prio, que passa a ser desviado para outras apli­cações. O investimento não aumenta na agrope­cuária, havendo apenas uma substituição de recur­sos."

"Os juros extremamente baixos praticados pelo Pro­grama acentuam o problema acima mencionado, aumen­tando ainda mais a demanda por crédito rural e e;timu­lando os desvios do capital próprio para aplicações maisrentáveis,"

"A baixa eficácia caminha junto com a má distri­buição do crédito, que acaba ficando muito concentradoem poucas mãos e, assim, favorece uma distribUição de­sigual 'de riqueza. Mesmo os bancos oficiais não conse­quem alterar este quadro, por que acabam raciocinandocomo bancos, em termos de riscos e retorno."

"A elevação da inflação exacerba os problemas men­cionados, porque os juros nominais do Programa conti­nuam fixos, e, dessa forma, os subsídios aumentamquando a inflação é maior. Neste caso, a concentraçãoaumenta e a eficácia se reduz porque aumentam os des­vios de capital próprio; dados da segunda metade da dé­cada de 70 mostram grande concentração de crédito paraas culturas normalmente de produtores maiores: soja, la­ranja, café, cana e algodão. Também naquclc período éclara a influência direta dos subsídios no preço da terra.

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Este fato aumenta a concentração fundiária, pois, de umlado, a terra sofre valorização artificial e, de outro, aposse deste terra garante acesso a um volume maior desubsídios."

Este último aspecto viria dar origem ao ciclo terra­crêdito-mais terra-mais crédito e assim por diante.

As distorções que caracterizaram o Crédito Ruralle­varam a uma afirmação até curiosa (Folha de S. Paulo,jan. 78):

"O produtor rural brasileiro, em face das taxasde juros negativas, objetiva a maximização de seupatrimônio líquido e não a maximização de sua ren­da líquida."

Queremos abrir um parentcses para esclarecer que nãosomos contra a modernização da agricultura. As trans­formações tecnológicas que ocorreram na agriculturabrasileira, mais propriamente em alguns subsetorcs daagricultura, e que induziram o produtor a buscar fora dasua propriedade as condições para produzir. não são, emsi mesmas, um fenômeno indesejável. O que se verificou,no caso brasileiro, é que aquele processo foi imposto decima para baixo, de fora para dentro do setor, sem se le­var em conta as condições do País e os impactos que taismedidas causariam.

Cremos que muitos dos problemas que hoje enfrenta­mos, nas relações campo-cidade e na performance produ­tiva da agricultura (particularmente no que se refere àprodução voltada para o mercado interno) têm comocausa a forma como se deu o processo de modernização.Tal modernização foi responsável, em larga medida, pelaexpulsão do homem do campo e pela desestabilização daprodução de baixa renda, ao marginalizar do processo amassa de pequenos produtores.

A propósito da adoção de inovações na agricultura eda questão da tecnologia, os professores Johnston e Kil­by, analisando a situação dos países menos desenvolvi­dos, em sua obra "Agricultura e Transformação Estrutu­rar', assim se expressaram:

" ...a principal conseqüência de estarem atrasadosé a existência de uma enorme base tecnológiajá acu­mulada, à qual o país pode recorrer. Livre da neces­sidade de investir o tempo e os recursos necessáriospara produzir conhecimentos úteis, o crescimentoeconômico acelerado transforma-se em possibilida­de. A tecnologia, no entanto, é uma faca de dois gu­mes. O grande número de alternativas existentespara a elevação da produtividade na agricultura cindústria constitui uma bênção duvidosa, devido àforte possibilidade de que a tecnologia tomada deempréstimo se mostre imprópria para a dotação derecursos de países de baixa renda. A probabilidadede que ocorra transferência imprópria é agravada,por uma lado, pela foram intensiva em capital emque as novas técnicas são incorporadas no países ex­portadores, e, por outro, por indicadores distorci­dos de preços, que orientam os que decidem nos paí­ses solicitantes."

"Tirar vantagem máxima da tecnologia acumula­da, ao mesmo tempo evitando-lhes os perigos, cons­titui uma das tarefas mais difíceis que uma bem su­cedida estratégia de desenvolvimento precisa cum­prir."

Mais adiante, ao mostrar a importância da estruturafundiária em relação ao processo de modernizaçào agrí­cola, aqueles autores afirmam:

"Embora a unidade rural típica na economiasubdesenvolvida seja ineviatavelmente pequena, hágrande variação na dispersão do tamanho delas emtorno da média. Quanto mais desigual a distri­buição por classe de área, mais concentradas as ven­das de produtos agrícolas em um subsetor de estabe-

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lecimentos tipicamente grandes e intensivos em ca­pital."

"Modelando o padrão da modernização agrícolae da distribuição da renda no campo, a distribuiçãopor classe de área é o principal determinante dacomposição dos fluxos intersetoriais de bens."

Pode-se perceber, portanto, porque no Brasil o pro­cesso de modernizão foi tão desigual e excludente.

Do processo que analisamos até aqui, vamos destacarquatro conseqiJéncias importantes:

19) a agricultura alterou o seu sistema de produção;29) os custos de produção aumentaram, bem como se

modificou a estrutura destes cu:tos;39) a agricultura descapitalizou-se;49) houve a separação qualitativa de três tipos distin­

tos de agricultura: de exportação e transformação indus­trial; de abastecimento interno e de suprimento energéti­co.

Para corroborar a primeira afirmação acima, basta ve­rificarmos que do predomínio de animais de tração comforça de trabalho humana o meio rural brasileiro passa,de 1960 a 1970, para o predomínio de uma comhinaçãona qual ganha destaque a força mecânica e a forçaanimal-mecânica.

Assim, o número de tratores cresceu 170 vezes c o nú­mero de arados 92 vezes, entre 1960 e 1970. Entre osanos de 1960/62 e 1970/75, a produção anual de tratoresde quatro rodas aumentou 476 vezes (47.600%). Em 1950havia um trator para cada 245 estabelecimentos; em 1960essa relação cai para 54 e, em 1970, passa para 29. Já onúmero de hectares de lavouras trabalhadas por tratorevoluiu assim: 2.280 ha em 1950, 468 em 1960 e 234 em1970.

Paralelamente à mecanização observa-se uma intensi·ficação no uso de fertilizantes e defensivos na agriculturabrasileira. O consumo de NPK (nitrogênio, fósforo e po­tássio) aumentou mais de 600 vezes, entre 1970 e 1975.

É preciso não esquecer, entretanto, que a mudança debase técnica experimentada pela agricultura é um proces­so desigual, conforme já afirmamos anteriormente. Seuperfil de concentração é idêntico àquele do crédito rural,o que explica a importância deste último.

Com relação ao aumento e às modificações na estrutu­ra de custos da produção, sabe-se que houve uma quedana participação das despesas com salários, em relação aototal das despesas, enquanto aumentou a participaçãorelativa das despesas com insumos industriais. As pri­meiras (despesas com salários) passam de 41,1%, em1960, para 25,9%, em 1970, ao passo que as despesas cominsumos passam de 26,1%, em 1960, para 36,9%, em1970.

Desta forma, podemos perceber qua a tecnologia ado­tada foi impiedosa com relação aos aspectos sociais; osistema de prcços c custos "não prestigiou a absorção demão-de.obra, pois, enquanto os chamados insumos mo­dernos eram introduzidos com fortes subsídios, o empre­go do fator trabalho continuou onerado por gravames fi­nanceiros e institucionais, que acabaram por levar o tra­balhador rural à condição de "bóia-fria".

A descapitalização da agricultura se deu, em parte,como conseqiJéncia dos aspectos anteriormente mencio­nados.

Considerando-se a debilidade intrínscca do setor, já ci­tada, é inevitável que a agricultura transfira para a in­dústria parte substancial óe sua i~iida. Uma consulta aosíndices de paridade de preços, fornecidos pela FGV, Ins­tituto de Economia Agrícola de São P"ulo e algumas Se­cretarias Estaduais de Agricultura, irá revelar a perda dosetor, na sua relação de trocas.

Outro scgmcnto que se apropria de parte considerávelda renda agrícola é o sistema de comercialização. Trata­se, como é sabido. de um sistema oligopolizado, ondepoucas indústrias, empresas ou atacadistas controlam ogrosso do comércio. A experiência obtida por algumas

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cooperativas de produtores, neste campo, é de grandevalia prática.

Além do que o sistema de comercialização, mesmo na­quelas regiões mais desenvolvidas do País, ainda se res­sente de uma boa estrutura de armazenagem, transportee financiamento oportuno e adequado.

Por último, mas não o último, aparece o Governopara reivindicar a sua fatia da renda do produtor, atra­vés de uma parafernália de instrumentos de confiscos,impostos, contas, câmbio, etc. etc.

A separação qualitativa entre os subsetores agrícolasvoltados para a produção de exportação e transfor·mação industrial; de nbastecimento interno e de supri­mento energético decorre daquelas distorções tecnológi­cas e de mercado, agravadas pela má condução da políti­ca agrícola c econômica do País.

O subsetor da produção de exportação e transfor­mação industrial foi exatamente aquele que se beneficioudas modernas tecnologias e do crédito subsidiado e cujaresposta agrícola fo{ imediata. Este subsetor cresceu, emmédia, 8,8% ao ano, nos primciros anos da década de 70.

Pode-se afirmar que este subsetor se modernizou e secapitalizou, pelo menos enquanto não ocorreram quedassignificativas nas cotações internacionais daqueles pro­dutos e se mantinha certa estabilidade cambial.

O subsetor da produção para o abastecimento internofoi certamente aquele que mais se ressintiu dos desacer­tos da política agrícola.

A precariedade do acesso à terra do produtor de baixarenda, as dificuldades que lhes são inerentes, e a sua mar­ginalização do processo de modernização tecnológicasão fatores que explicam a instabilidade de sua produçãoe o fato de permanecer estagnada a sua produtividade.

Aqueles que, mesmo sendo proprietários de pequenasáreas, tentaram a modernização de seu processo produti.VO, mas não se captalizaram, viram-se, entãq, compeli­dos ao abandono da sua atividade. Por outro' lado, é re­conhecido à fato de que a euforia da elevação artificialdos preços da terra incentivou essa tendéncia, que aca­bou por levar um grande número de produtores autôno­mos a migrar para fora do setor. As pesquisas sobre esteparticular são escassas. Mas um estudo realizado pelaSecretaria de Agricultura do Paraná mostra que deixa­ram de existir 150.000 propriedades, num lapso de tempobatante curto.

Um outro estudo, da Cerpa de Santa Catarina, explo­ra este assunto. A partir da constatação de uma taxa mé­dia negativa de menos 1,073% ao ano, na população ru­ral, combinada com uma taxa positiva de mais de 5,856%ao ano, na população urbana, a Cepa constata que, comexceção de duas, as demais microrregiões do estado cata­rinense não tem sido capazes de segurar mão-de-obra ru­ral.

Os reflexos destes fatos sobre a produção para o abas­tecimento interno Silo evidentes, uma vez que a questãoda produção de alimentos se vem agravando ano a ano.

O subsetor da produção energética tem o suporte deum programa específico, o PROÁLCOOL. Consideran­do o peso que as importações de petróleo representam,no controle do balanço de pagamentos, aquele programaterá a garantia dos recursos necessários.

Sobre este programa de produção de álcool existemsérias críticas, devido ao fato de o mesmo praticamenteexcluir os pequenos e médios empreendimentos (micro eminiusinas de álcool). Além disto, pesam-lhe graves acu­sações, no sentido de o programa estar deslocando a pro­dução para o mercado intcrno, justamente nas áreasmais próximas aos grandes centros consumidores. Con­seqüentemente, forçando a produção de alimentos emregiões mais distantes, cuja produção scrá, inevitavel­mente, mais onerosa.

A conclusão a que chegamos, Sr. Presidente, Srs. De­putados. é a de que impõe-se a correção, urgente, dos ru­mos de nossa agricultura, sob pena de vermos agravado

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o atual impasse do setor e, até meRmo, (] recrudescimen­to da crise econômica e social que tanto nos aflige.

É necessário que se form ulem medidas de política agrí­cola direcionadas no sentido de neutralizar aquelas dis­torções qne enumeramos ao longo deste pronunciamen­to. Mas é também necessário que tal elenco de medidasseja discutido com os produtores e seus organismos derepresentação, além daqueles setores cujos interesses seviabilizam através da produção agrícola.

Porque se não houver uma participação efetiva e cons­ciente da classe rural do País, no sentido da definiçãoelara de seus objetivos não se resgatará a credibilidadedo produtor nos programas de Governo. Do contrário,permanecerá o quadro vigente de gene;alizado descrédi­to, para o qual, a semelhança entre o que dizem os tecno­cratas do Governo e a realidade, é mera coincidência.

Durante o discurso do Sr. Ivo Vanderlinde. o Sr. FlávioMarcílio, Presidente, deixa a cadeira da presidência, que éocupada pelo Sr. A ry KjJuri, 2v-Secretário.

o SR. PRESIDENTE (Ary Kffuri) - Com a palavrao Sr. Floriceno Paixão.

o SR. FLORICENO PAIXÃO (PDT - RS. Sem re­visão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, maisuma vez venho à tribuna, depois de tantos pronuncia­mentos que já fizemos, falar a respeito da sitnação dofuncionalismo público federal e autárquico. Na verdade,csta é uma das classes dc assalariados, senão a única, cu­jos problemas está a merecer uma atenção definitiva. Éuma classe de assalariados que não tem direito ao 139 sa­lário, ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, aoreajuste semestral em seus vencimentos, à sindicalização,à greve e a postular na Justiça do Trabalho. Daí, Sr. Pre­sidente, urge que este Governo, que se tem mostrado in­sensível há 20 anos, resolva, de vez, a situação aflitivapor que passa o funcionalismo público federal.

Isto já não ocorre, Sr. Presidente, em relação aos mili­tares. Fui eu, aquele que denunciou, desta tribuna, quetoda vez que se está por reajustar o vencimento do fun­cionalismo público civil sai, um pouco antes, umdecreto-lei quase secreto estabelecendo um reajuste nosoldo do Almirante-de-Esquadra, do Gcneral-do­Exército e do Brigadeiro-do-Ar e, com isto, de todos osdemais militares, da mais alta patente até o Cabo.

Mas tudo bem, Sr. Presidente. Ninguém aqui é contrao militar. O que o Governo está fazendo em relação a eleé o certo, é o justo, é aquilo que deve ser feito mesmo.Mas privilégios, Sr. Presidente, é que não podemos com­p/eender, concebere tolerar, e é o que tem feito este Go·verno, tal a insensibilidade e o desprezo que tem paracom o funcionário público.

O Servidor público, Sr. Presidente, está por receber,por desajnste em seus vencimentos, cerca dc 105% em re­lação a dezembro do ano passado ou 64,5% em relação ajaneiro deste ano. E seus movimentos grevistas se dãoprecisamente em função desse privilégio odioso que oGoverno estabelece.

Então, Sr. Presidente, o que desejam os funcionáriospúblicos federais? Primeiramente, que se estabeleça, ago­ra e já, um reajuste da ordem de 105% sobre os seus ven­cimen tos de dezembro, para reposição daquilo que lhesfoi conbiscado ao longo do tempo e mais, Sr. Presidente,100% do INPC, a partir de julho deste ano. Desejamtambém que se fixe em lei o princípio da semestralidade eainda que se lhes dê a oportunidade de entrarem em gre­ves pacíficas, o que já é um direito dos assnlariados sujei­tos ao regime da CLT. Desejam também que este Con­gresso Nacional aprove proposta de emenda que cstabc­leça o 13' salário, ou a gratificação natalina. Lembro­me, Sr. Presidente, Srs. Deputados. de que fiz concursopúblico para o ex-JAPI - Instituto dos Industriários-,ainda pelo DASP, e também para o Banco do Brasil. Na­quela época, o funcionário público recebia a gratificaçãonatalina e não havia o 139 salário para o bancário. Ore-

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gime de trabalho do funcionário público era de 6 horasdiárias pelo menos naquela instituição previdenciária, eo vencimento era relativamente maior do que o da car­reira do Banco do Brasil, Então, Sr, Presidente, Srs. De­putados, optei pelo IAPI, que me concedia uma remune­ração maior do que o Banco do Brasil e, exigia uma car­ga horária de apenas 6 horas. Assim, eu podia destinar oresto do meu tempo a estudos. E o IAPI ainda me davauma gratificação natalina ao final de cada ano. No Go­verno Eurico Gaspar Dutra, no Governo Getúlio Vargase nos demais governos que se sucederam, até o do Sr.João Goulart, o funcionário público tinha direito à grati­ficação natalina, não por lei, mas porque a praxe autori­zava a sua concessão. E isso era submetido ao CongressoNacionaI, que aprovava esse benefício.

Então, Sr. Presidente, digo que me arrependo daopção que fiz naquela oportunidade, porque hoje a jus­tiça se faz em relação aos funcionários do Banco do Bra­sil e a grande injustiça se comete em relação ao funciona­lismo público, que não tem uma série de direitos de quehoje desfruta o trabalhador sujeito à CLT. Daí, Sr. Presi­dente, estas manifestações, estas paralisações que se veri­ficam hoje no seio do funcionalismo, com as quais, aliás,eu me solidarizo integralmente, porque a classe mais sa­crificada desta República é precisamente a do funciona­lismo público civL E quem é o patrão do funcionário? Éo Governo, esse Governo insensível, perverso e cruel quenós temos, que não é insensível apenas em relação aofuncionalismo, mas também a muitos dos segmentos dasociedade brasileira.

Concedo o aparte ao Deputado Virgildásio Senna.

o Sr. Virgildásio de Senna - Deputado Floriceno Pai­xão, o problema do funcionalismo e de sua remuneraçãoé da maior atualidade. Estamos todos acordes quanto àforma discriminatória e perversa com que o Governo Fe­deral c a maioria dos governos estaduais remuneram oseu pe'5oaL Se, de um lado, obriga as empresas privadasao pagamento do 139 salário, por outro exonera a si pró­prio de pagar aos servidores públicos. Mas, se assim é emrelação a toda a classe, nobre Deputado, no que diz res­peito aos professores a injustiça é de tal forma gritante,que, mesmo proibida por lei, essa classe de funcionáriosfoi obrigada a recorrer ao remédio heróico da greve. Auniversidade brasileira, pelo seu corpo docente, está todaela em greve de protesto contra uma remuneração abso­lutamente injusta e contra o descaso, o desleixo e os des­caminhos a que esta falta de governo conduziu o ensinono Brasil, No dia 25 do mês passado, nobre Deputado,cu trouxe ao conhecimento desta Casa que o HospitalEdgar Santos, da Universidade Federal da Bahia, a maisantiga escoia de Medicina do País, teve o seu hospital·escola fechado porque faltavam verbas para a manu­tenção e o pagamento ao pessoal de serviço, e os profes­sores não tinham mais como continuar a ensinar e traba­lhar com salários tão miseráveis. Presente à Casa o nobreLíder do partido do Governo, prometeu S. Ex' trazer aonosso e ao conhecimento da Cámara dos Deputados asrazões que levavam ao fechamento daquela casa, daque­le hospital, daquela escola. Decorridos vários dias, dodia 25 do mês passado até hoje, o que me cabe, para re­forçar as palavras de V. Ex', é comunicar que a Materni­dade Climério de Oliveira, talvez o único hospital obsté­trico daquela Capital, pertencente à Universidade Fede­ral da Bahia, está sendo fechado. Esta, nobre Deputado,é uma medida que se insere neste processo geral de des­truir a Naçào, destruir o ensino superior, o médio e oprimário. No ensino superior, a medida está sendo enor­memente acelerada, e já se esgota a paciência do povobrasileiro de suportar isso que aí está. Eles querem, antesde terminar o Governo, destruir a universidade brasilei­ra, cumprir o acordo MEC pela destruição da universi­dade brasileira, e um dos cmainhos é este: não remuneraro professor, o funcionário, pagar-lhe com níqueis, de talmodo que suas necessidades de viver, o seu padrão de vi­da, os obrigue - como já obrigou a muitos funeionários

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públicos - a abandonar a sua função e procurar outrotrabalho. V. Ex' está de parabéns por abordar este as­sunto,.

o SR,. FLORICENO PAIXÃO - Agradeço ao ilustrecolega o aparte, qu~ vem incorporar no meu discurso es­ses valiosos subsídios. Isto dá muito bem a idéia do queocorre no setor.

Ouço o nobre Deputado Osvaldo Nascimento.

o Sr. Osvaldo Nascimento - Excelência, estamos soli­citando o aparte pnrque a Mesa nos informa que V. Ex'dispõe ainda de 15 minutos para concluir o seu discurso,profundo, importante, prático, como sói acontecer. An­tes de entrar no mérito da nossa contribuição, gostaría­mos de dizer que esta Casa e o Legislativo brasileiro, ostrabalhadores brasileiros, os funcionários públicos brasi­leiros devem muito a Floriceno Paixão, bravo Deputadoque faz parte da história construtiva deste Parlamentopelo seu trabalho incansável, pelo seu desejo dc buscarcom profundidade as causas dos problemas e viabilizarsua solução em projetos. Cumprimento-o pelo seu traba­lho. V. Ex' é um bravo parlamentar que brilha no Con­gresso Nacional. Mas, ilustre Deputado Floriceno Pai­xão, a título de colaboração com o tema que está levan­tando, pois acompanha eonosco esta luta dos professo­res, dos médicos residentes e dos funcionários públicosfederais autárquicos e não-autárquicos, temos notícia deque, desde' 1979, a defasagem nos vencimentos do fun­cionário públieo federal já atingiu a faixa de 265%. En­tão, a reposição salarial deveria ser feita à base de 265%,porque esta é a percentagem que o funcionário públicoestá perdendo de lá até aqui. De maneira que o aumentopostulado não chega a ser nem a realidade do que ele jáperdeu. Ademais, os funcionários públicos federais são obaluarte da administração pública, são as peças motorasdesta máquina; são eles que fazem girar a administraçãopública no País. Se não fosse o funcionário público, te­mos certeza de que este País já teria parado há muitotempo, porque via de regra o Governo está viajando:para a China, para o Japão, para a África, para Angola,para toda parte do mundo, e quem fica sustentando estePaís é o funcionário público, que, embora mal pago, comespírito de renúncia, de sacrifício, está "segurando aspontas" desta Nação que espera por um presidente daRepública, por um governo que possa nortear a vidaeconômica, social e política deste País. Cumprimento V.Ex' pelo brilhantismo da colocação, da defesa da teseque vem fazendo, não somente hoje, mas desde quandoconhecemos V. EX' de quem, inclusive, fomos cabo elei­toral quando criou o 13'-salário para o trabalhador bra­sileiro. V. Ex', portanto, tcm o nosso respeito maior e odo nosso PDT, do qual V. Ex' faz parte brilhantemente.

O SR.. FLORICENO PAIXÃO - Agradeço a V. Ex'o aparte. Obrigado tam bém pelas referências, que nãomereço, que V. Ex' fez a meu respeito, sobre minhaatuação.

V. Ex' falou acerca da defasagem, do confisco salarialque sofreu ao longo do tempo o servidor público.

Acabo de receber da Presidência da Federação Gaú­cha dos Servidores Públicos documento que espelha exa­tamente a realidade da grave situação por que atravessao funcionalismo. Trata-se de um ofício circular, subscri­to por Joel Sarruá Rodrigues, Presidente da entidade, epela funcionária Antonieta Berta Lemos, do Comandode Paralisação da Previdência Social. O documento diz:

"Conforme estudo comparativo da evolução dosalário-mínimo, do índice de preços ao consumidorde Porto Alegre e do aumento do FuncionalismoPúblico Federal, elaborado por Professor de Econo­mia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul,tomando como base a data de 19 de março de 1975,o aumento a ser concedído aos servidores federais,em novembro de 1983, para que seu poder de eom-

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pra fosse reposto, deveria ser de 347% em relação aosalário mínimo ou de 258% em relação ao índice depreços ao consumidor. Entretanto, o aumento con­cedido pelo Governo Federal, a partir de 19 de janei­ro de 1984, foi de apenas 65%.

Como se verifica, os salários dos Servidores Fe­derais vém sofrendo, há anos, uma grande defasa­gem em relação ao poder aquisitivo, chegando,atualmente, a níveis insuportáveis. Como exemplos,pode.se citar o caso de Técnicos de Administração(nível superior) em início de carreira, cujo venci­mento equivalia, em 1975, a 7,80 salários mínimos- praticamente 8 salários mínimos, atualmentequase Cr$ 800.000,00 - e hoje equivale a 2,17 sa­lários mínimos", ou seja, 200 e poucos mil cruzei­ros."

O Sr. Osvaldo Nascimento - Isto .em decorrência daatuação do Fundo Monetário Internacional, que está de­terminando as coordenadas do nosso crescimento. Querdizer, cresce a nossa dívida externa e diminui, dia a dia, osalário do trabalhador.

O SR, FLORICENO PAIXÃO - Mas para outrasclasses isso não acontece. E acreseenta: " ... e em final decarreira, cujo vencimento equivalia, em 1975, a 14,8 sa­lários mínimos" - que seriam cerca de I milhão e 300mil cruzeiros atualmente -"... e hoje equivale a 5,47 sa­lários mínimos." Quer dizer, de 14 baixou para 5 saláriosmínimos. Isto em relação ao Técnico de Administração,nível superior. "E de Agentes Administrativos (nível mé­dia) em início de carreira, cujo vencimento equivalia, em1975, a 2,8 salários mínimos" .-:... é a classe que mais sofree que hoje está achatada, percebendo até menos de umsalário mínimo, conforme a categoria - ..... e hoje equi­vale a 1,18 salários mínimos..." - a redução tendo sidode 50% " ... e em final de carreira, cujo vencimento equi­valia, em I975, a 6,11 salários mínimos e hoje equivale a2,45 salários mínimos. É o confisco salarial.

O Sr. Renato Vianna - Quero cumprimentá-lo, De­putado Floriceno Paixão, pelo oportuno pronunciamen­to que faz em defesa da laboriosa classe do servidorpúblico. Quero dizer que não só a conquista do 13' sa­lário, mas, de imediato, talvez o direito à sindicalizaçãoseja o instrumento que o servidor público teria para en·frentar a pressão das autoridades constituídas contra omovimento legítimo em prol de um reajuste salarial con­digno. "lornal do Brasil", do dia 21 de junho de 1984,

diz, textualmente:Anmento de servidores da

União será divulgadologo e deverá ser de 65%

Brasília - O reajuste salarial dos servidorespúblicos - civis e militares - só deverá ser divulg­do na segunda-feira e seu valor é de 65%. Esta infor­mação foi dada ontem por um ministro e confirma­da por pessoas com trânsito no Conselho de Segu­rança Nacional.

A decisão foi adotada pelo Presidente da Re­pública, com base em argumentação do MinistroDelfim Netto, segundo as quais um reajuste supe­rior não estaria de acordo com as finanças do país.O índice de 65%, proposto e adotado pela SEPLAN,é inferior a todos os outros reajustes encaminhadosao Governo.

O estudo do D-ASP, visando ao reajuste salarialdo servidor civil, preconizava um índice de 67%, le­vando em consideração ter sido o INPC do semestreaté junho de 1984 de 66,2%. Ao mesmo tempo, oDASP, antecipadamente, tentava desfazer a idéia deque a despesa com o pessoal afetava substancial­mente os cofres públicos, argumentando que em1983, em relação à despesa global do orçamento.ge­raI da União, a administração direta consumiu10,1 % (contra 11,3% em 1982).

É um verdadeiro absurdo. Dai a coerência do pronun­ciamento de V. Ex'. A eada ano que passa, o servidor

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pú blico recebe um salário mais miserável. o que demons­tra a insensibilidade das autoridades constituidas paracom o servidor público. Basta dizer que os vencimentosde 12 categorias de nível médio foram achatados, nivela­dos de baixo para cima. com a vigência do último saláriomínimo. Agora, Deputado Floriceno Paixão, se não tor­narmos por praxe a semestralidade tambêm para o sa­lário do servidor público, em novembro este achatamen­to será maior; não mais somente 12, mas 18 categoriasserão niveladas de baixo para cima. Significa hoje - edigo isto com base em dados estatísticos e como Prcsi­dente da Comissão de Serviço Público - que 40% dosservidores públicos ganham o salário mínimo regional, e75% dos servidores públicos estão enquadrados numafaixa salarial de 100 a 300 mil cruzeiros mensais, o que

demonstra que eles não têm condições de viver, ou desobreviver com dignidade.

o SR, FLORICENO PAIXÃO - Muito obrigado,Deputado Renato Vianna. pelo alto grau de sensibilida­de que V. Ex', como outros que me apartearam, demons­tra em relação ao meu discurso.

Há muitas críticas, por parte: de certos setores, em re­lação ao procedimento do funcionário público que entraem greve e deixa de atender ao público que ocorre aosbalcões das repartições par" ser atendido. Então, Sr. Pre­sidente, é de lamentar, claro, que o aposentado, o traba­lhador, o próprio funcionário, enfim, o público em geraldeixe de ser atendido com a presteza habitual em verda­de, quem carrega a máquina administrativa deste País,do Governo, é o próprio funcionário público. Ele cum­pre com seu dever.

A título de curiosidade eu gostaria de ler aqui um fo­lheto, para que se veja a que ponto chegou a situação, fo­lheto esse que os funcionários públicos entregam àquelesque vão aos guichês, aos balcões das reparticões. Diz as­sim:

"Antes de nos criticar, o senhoria senhora analiseos dados abaixo;

1. 41 % dos funcionários públicos recebem com­plementação para atingir o salário-mínimo atual:Cr$ 97.176,00.

2. O funcionário que o atende no guichê. quc oencaminha ao médico ou prepara seu processo deaposentadoria ou auxilio-doença, passa pela seguin­te situação:

2 litros de leite p/dia: Cr$ 680,00112 kg. pão PI dia: Cr$ 510,00112 kg. carne p/dia: Cr$ l.OOO,OO300 gr. arroz: Cr$ 250.004 passagens ônibus pI dia: CrJ 800,00

TOTAL POR DIA: Cr$ 3.240,00TOTAL POR MEs: CrS97.200,OO

Onde fica o aluguel (ou BNH)? O vestuário? Ocolégio dos filhos? A água? A Iuz? Os impostos?

Não pcdimos a sua consideração. Pedimos suacompreensão e apoio, pois, se temos que comprccn­der o seu problema, o senhor ou a senhora já paroupara pensar no nosso?

Agradecemos seu apoio."

Veja a que ponto chegou a situação, Sr. Presidente.Quero concluir dizendo estão integralmente solidáriocom os grevistas de todo o País. notadamente os do RioGrande do Sul, que praticamente paralisaram toda aPrevidéncia Social e, tam bém, a Universidade Federaldo Rio Grande do Sul. Quero ainda declarar. alto e bomsom, que o pior patrão desta República se chama Gover­no Federal. Muito obrigado. (Palmas.)

O SR. ADAIL VETTORAZZO (PDS - SP. Sem re­visão do orador.) - Sr. Presidente. Srs. Deputados, os

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

jornais de todo o Brasil deram dcstaquc a uma reuniãorealizada em São Paulo, da qual participaram nove Go­vernadores do PMDB e o Governador do Rio de Janei­ro, do PDT.

Reuniõcs são naturais. Reuniõcs, cvidcntemente, fa­zem parte dos debates políticos, mas é preciso que não seiluda mais a opinião pública. Não podemos continuarengana~do o trabalhador brasileiro. Não podemos con­tinuar mentindo aos eleitores brasileiros. E vejam, Sr.Presidente e ilustres Parlamentares, o que foi o docu­mento apresentado pelos Governadores da Oposição e oque foi a decisão desses mesmos. Ê uma obra-prima dcdesfaçatez esse documento; é uma obra-prima de engo­do, é uma obra-prima de mistificação por parte dos Go­vernadores Oposicionistas. E por que eu digo, isso, Sr.Presidente, ilustres Deputados? Essas afirmações quefaço são graves? Não o são. Estou apenas comcntando oque aconteceu. Nesta famosa reunião. os Governadoresda Oposição, examinando o conjunto da situação nacio­nal. deliberaram:

I' - Reafirmar a importância histórica das eleiçõesdiretas para a Presidência da República;

2' - Para essa aprovação considero de importánciadecisiva a apresentação de um candidato único dasforças democráticas;

3' - Propor à sociedade civil, aos partidos de Opo­sição e ás demais correntes democráticas do País quepromovam já o lançamento de seu candidato único àseleições dirctas para a Presidência da Repllblica, com­prometido com o programa básico;

4' - Sugerir os seguintes pontos para programa bási­co:

- Eleições diretas - já."Dcpois vem uma série de outros pontos relativos ã

economia do País, ao problema da questão trabalhista ereforma tributária.

Então, vou dar alguns destaques ao manifesto dos Go­vernadores da Oposíção: "Propor à sociedade civil, aospartidos de oposição c às demais correntes democráticasdo País que promovam já o lançamcnto do seu candida­to único ás eleições diretas para a Presidência da Re­pública". Outro item é eleições diretas-já.

Pois bem. aparentcmente. trata-se de um documentocoerente: a Oposição defende o lançamento de um candi­dato único para as eleições diretas-já. Como admiradorda coerêncià dos homcns públicos, eu poderia até aplau­dir esse documento, porque a coerência deve ser respeita­da por todos nós Parlamentares. Mas o documento não écoerente porque, no mesmo instante, na mesma hora emque divulga esse documento, lança-se também como can­didato único dos Governadores oposicionistas o SI. Tan­credo Neves. En tão é uma farsa, uma mentira, porquetodos sabem que se as diretas passarem o Sr. TancredoNeves não poderá ser candidato. Ele está incompatibili­zado porque não se afastou do exercício das suas funçõesde Governador a 15 de maio do corrente. Qual é a coe­rência desses Governadores? Como podemos subir auma tribuna e defendê-los? Isto, Sr. Presidentc, realmen­te nos preocupa muito, porque há uma falta de sincerida­de de propósitos. A Oposição defendeu em praças públi­cas as diretas-já. Ê uma tese com a qual a opinião públi­ca concordou c aplaudiu em praça pública. Mas, na vcr­dade, estes documentos e estas últimas decisões dos Go­vernadores oposicionistas comprovam que O movimentopelas diretas-já até agora, pelo mcnos, foi uma farsa quese levantou para a opinião pública.

Ouço o Dcputado Virgildâsio de Senna.

O Sr. Virgildásio de Senna - PrImeiro, nobre Deputa­do, gostaria de fazer uma retificação. V. Ex' deve estartratando dos Governadores eleitos pelo povo, sob a le­gcnda da Oposição, que se reuniram em São Paulo cmdeterminado dia, para democraticamente tomar deci­sões. São Governadores eleitos pelo povo, Governadoresde Estado legitimos e eleitos pela legenda da Oposição.

Junho de 1984

Em segundo lugar. parace-me ou que V. Ex' não acom­panha os trabalhos desta Casa ou não tem conhecimentodas emendas constitucionais apresentadas. Uma das pri­meiras que esta Casa recebeu foi mudando os prazos dedesincompatibilização. Só assim, alterando esses prazos,os Governadores de Estado, necessariamente candidatosnatos à Presidência da República - desde que escolhi­dos pelos seus partidos, mas de qualquer maneira candi­datos preferenciais - poderiam ser candidatos. Eviden­temente que está no bojo desta reforma constitucional aeleição direta. E se tivermos força - e esperamos tê-la,inclusive com o voto de V. Ex', que declara ser favorávelàs eleições diretas - não sei por que procrastiná-la. SeV. Ex' concorda com elas, há de concordar em ue que ve­nham o mais brcvc possívcl. Esc cssas forças democráti­cas têm suficiente respaldo para alterar a Constituição eacabar com a farsa, restaurar o voto popular na sua ple­nitude c dignidade, terá, por conseqüência, condições dealterar o prazo dc dcsincompatibilização. Não há ncnhu­ma incongruência. Há perfeita concordüncia, perfeitaidentidade nas duas proposições. Era o que eu queria,inicialmente, declarar a V. Ex': há total coerência,.ne­nhuma incoerência.

O SR. ADAIL VETTORAZZO - Agradeço o aparteao il ustre Deputado Virgildásio de Senna, nesta manhã,Lídcr do PMDB na Casa. Eu poderia rcspondcr a V. Ex'com minhas palavras, mas preferia fazê-lo, para darmaior autenticidade ao meu pronunciamento, usando asexpressões de um grande líder, ontem apenas um lídertrabalhista c hoje um grande líder político nacional ­Lula, Presidente nacional do PT. O que diz Luís Inácioda Silva, o Lula, comentando o manifesto dos 10 Gover­nadores da Oposição? Diz o seguinte:

""O lançamento da candidatura do GovernadorTancredo Neves à Presidência da República, articu­lada pclos dcmais Governadores de Oposição, foiconsiderada ontem - estou lendo um jornal do dia21, portanto. declaração do dia 20 -: "pelo Presi­dente Nacional do PT, Luiz Inácio da Silva, umacortina de fumaça para levar o nome do Governa­dor mineiro ao Colégio Eleitoral, à eleição indire­ta".

Diz mais Luís Inácio da Silva:

"Discurtir a candidatura Tancredo, objetivandoas eleições diretas: é não ter coragem de dizer que O

verdadeiro scntido dessa tcntativa é o de lancar onome no Colégio Eleitoral".

E prossegue ainda o Presidente do PT:

"O Presidente do PT lcmbrou, como já o fizcra oSenador Afonso Camargo.....

o Sr. Virgildásio de Senna - Parece que o Presidentedo PT é o autor, seguido de V. Ex'

o SR. ADAIL VETTORAZZO - O que disse V.Ex'?

O Sr. VirglIdáslo de Senna - O Presidente do PT pas­sou a ser o autor, seguido de V. Ex~, o seu arrimo, o seuguru?

O SR. ADAIL VETTORAZZO - De fato. nobre De­putado Virgildásio de Senna, embora eu não concordecom as idéias de Luís Inácio da Silva, tenho por ele pro­funda admiração, por ser um trabalhista autêntico e umhomem que quer inovar dentro da política nacional.

Mas prossigo, Sr. Presidente, com as declarações deLula:

..... Iembrou. como já o fizera o Senador AfonsoCamargo Neto (PMDB - PR), que a aprovação dasubemenda das diretas-já no bojo da Emenda cons­titucional Leitão de Abreu, antecipando as diretas

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Junho de 1984

para 1984, da data de 15 de novembro, implicará naeliminação dos atuais governadores do rol de presi­denciáveis, por não se terem desincompatibilizadoaté este momento, o que significa uma contradiçãona proposta feita há tcmpos pelo Governador Fran­co Montaro."

Em tom surpreso e irritado, Lula afirmou:

"Vamos mentir à opinião pública? As eleições em15 de novembro implicam a inclcgibilidadc de todosos atuais governadores. Ora, o lançamento de umacandidatura de governador agora só pode ser pelavia do Colégio Eleitoral."

E paro por aqui: depois continuaremos a citar o ilustreprcsidcnte do Partido Trabalhista. Concedo o aparte aoDeputado Mansucto de Lavor.

o Sr. Mansueto de Lavor - Nobre Deputado, alémdas retificações feitas pelo Deputado Virgildásio de Sen­na, que colocou os pontos nos ii acerca das conside­rações de V. Ex', cu gostaria de acrescentar que não hou­ve lançamento do Governador Tancredo Neves. V. Ex'afirma que houve um lançamento. Mas não houve, opartido não o lançou. O que há é o reconhecimento deque Tancredo Neves ê, a esta altura dos acontecimentos,o candidato natural das oposições, inclusive havendouma ou outra resistência de grupos, que ele mesmo reco­nhece, mas que depois serão absorvidas. Agora, V. Ex'cobra a coerência dos governadores da Oposição, mas seesquece de que essa coerência é comum a todos e que oque há é um presidenciável que já se diz Presidente daRepública e que não quer ter a coerência de consultar se­quer as bases do seu partido. Isto que é falta de coerên­cia. E ainda mais: os Ministros da área econômica doGoverno de V. Ex', inclusive o Sr. Galvêas, andam cha­mando a inflação de 280 a 300% de imoral, de indecente.E ontem, pelos jornais, o Ministro Galvéas, antes de em­barcar para Cartagena, dizia que não sabia mais a queatribuir a causa da inflação brasileira. Ora, se o partidode V. Ex' dá suporte a um sistema econômico, a umaeconomia dessas, com homens tão incapazes que nãotêm mais termos adequados para a economia e a in­flação, chamando esta última de inflação sem-vergonha,de inflação imoral, que coerência tem ele ao manter essescondutores da economia do País, que infelicitam todo opovo e não têm sequer mais adjetivação para a triste eco­nomia brasileira? Eu gostaria, pois, que V. Ex' cobrassea coerência primeiramente da sua própria casa, para de­pois exigi-la dos outros.

o SR. ADAIL VETTORAZZO - Agradeço a V. Ex'o aparte. Respondendo ao problema da coerência levan­tado pelo ilustre Deputado oposicionista...

o Sr. Mansueto de Lavor - V. Ex' o levantou primei­ramente.

o SR. ADAIL VETTORAZZO - Pois não. Então,fixado o problema da cocrência pelo ilustre Deputadooposicionista, quero dizer que S. Ex' evidentcmentc pro­curou sair do assunto e entrar no âmbito da política eco­nômica. E eu diria a S. Ex' que nem eu reconheço nem amaioria do PDS se reconhcce como partido no Governo.Ninguém. Não somos o partido que está no Governo.

Pois bem, em termos de coerência existe um homem,sim, que V. Ex' citou, que já seria o futuro Presidente daRcpública. Este homem ê um dos mais coerentes destePaís. V. Ex' pode discordar de Colégio Elcitoral ou deeleições diretas: é um direito que assiste a V. Ex' Mas V.Ex' não pode discordar da coerência que existe em todosos atos até hoje praticados pelo Sr. Paulo Maluf, quesimplesmente acreditou no que estava escrito na nossaConstituição, que desenvolveu e vem desenvolvendo to-

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

dos seus esforços no sentido dc chegar à Presidência daRel'ública através do que preceitua o tcxto constitucio­nal.

Mas sobre lançamento ou não das candidaturas euainda me serviria - agora não mais de Lula - do jornalO Globo, de quarta-feira, dia 20 de junho de 1984, quan­do noticia o lançamento da candidatura de TancredoNeves como candidato único das oposições ã Presidénciada Rcpública, ontcm unanimemcnte apoiada pelos Go­vernadores eleitos pelo PMDB e PDT, em São Paulo.

O que se nota é que não existe, por parte da Oposição,nenhum outro propósito a não ser chegar ao Govcrno dequalquer maneira, custe o que custar.

Concordo em que um partido político deve ter comometa alcançar a Presidência da República. Isso é absolu­tamente lógico. Com o que cu não concordo - cpermitam-me V. Ex's. que cu diseordc rcalmente - êque se procure enganar a opinião pública. O PMDB vaidisputar o Colégio Eleitoral e vai legitimar o ColégioEleitoral. Não enganem mais o povo, senhores represen­tantes da Oposição.

Ouço o nobre Deputado Osvaldo Nascimento.

O Sr. Osvaldo Nascimento - Ilustre Deputado AdailVettorazzo, queremos dizer a V. E;<' que o Jornal deBrasilia traz nas suas folhas mais expressivas a infor­mação do próprio Presidente da República de que Tan­credo Neves ganhará a eleição e que ele passará a faixapresidcncial a Taneredo Neves. Quer dizer, não são sim­plesmente os dez Governadores 1 são cento e vinte rni~

lhões de brasileiros que disseram na praça pública quequerem um candidato vertical, de pé, limpo c enxuto, ca­paz, competente...

O SR. ADAIL VETTORAZZO - Coerente.

O Sr. Osvaldo Nascimento - ...um bom administra­dor para a Nação. A grande proposta da Nação, hoje,não é propriamente um nome a mais de candidato a Pre­sidente da República; a grande proposta, hoje, do povosão as transformações sociais com mudanças para me­lhor. O povo não quer guerra, não quer brigar com nin­guém, não quer aprofundar a crise econômica, não queraprofundar a críse social: o povo está querendo a trans·formação desse modelo econômico que está desgraçandoo País. Pelo amor de Deus, Deputado, quando a gasolinasobe apenas 35% na calada da noite, sem a mínima expli·cação ã Nação, quando o próprio Ministro das Minas cEnergia César Cals vem dizendo que a cada seis mesesdescobre-se um poço de petróleo e que a nossa produçãosubiu mais de quinhentos mil barris por dia, a gasolinasubindo de preço não tem explicação. O que o povo bra­sileiro quer é a transformação do modelo econômico quese implantou no País contra ele. Então, os dez Governa­dores da Oposição, a classe política, como a N ação bra­sileira, quer transformações, e o nome vertical, respeitá­vel, de alto valor, de consenso nacional, sabe-se que éTancredo Neves. Não é do meu partido, mas tem todonosso respeito c o nosso respaldo político.

O SR. ADAIL VETTORAZZO - Agradeço a V. Ex'o aparte, que vem mais uma vez confirmar que a Opo­sição até hoje enganou o povo brasileiro, só pensou emenganar, porque desde o início poderia ter dito: vamostentar ganhar a Presidência da República com ou semeleições diretas. O que a Oposição pregou nas praçaspúblicas - e todos nós somos testemunhas porque osveículos de comunicação nos informaram - é que o úni­co remédio soberano para todos os males e problemasbrasileiros seria a eleição direta já. Então, quando asoposições estavam na praça pública defendendo diretasjá como solução, não havia o que se criticar. O que criti­camos é que se enganou o povo, que se mentiu ao povoem praça pública. Por que não continuam defendendo as

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eleições diretas já? Criou-se a figura do candidato ambi­valente, que é o Sr. Taneredo Neves, o homem que tantodança com a música das diretas já como das indiretasagora.

De modo que, Sr. Presidente, há uma incoerência bru­tal, vergonhosa. O que estamos fazendo com este pro­nunciamento ê ama tentativa a mais de mostrar aos·olhos da Nação o comportamento da Oposição brasilei­ra. E, evidentemente, a Nação e o povo vão saber julgar,mais cedo ou mais tarde. os homens que são coerentes ouaqueles que apenas se servem ou que se serviram das di­retas já como trampolim de arregimentação popular, queé uma cortina de fumaça, como disse o próprio Lula,para enganar a opinião pública, para desviar a atençãoda opinião pública dos desgovernos estaduais da Opo­sição que aí estão com os Franco Montoro, de São Pau­lo, com 44 pontos negativos, e Leonel Brizola, do Rio deJaneiro, que não se elegeria sequer para vereador, comotantos outros Governadores oposicionistas, que prome­teram o que não poderiam cumprir e que agora não sa­bem como resolver os problemas da Nação brasileira nosseus especifieos Estados.

O Sr. Fernando Santana - Permite-me um aparte, De­putado?

O SR. ADAIL VETTORAZZO - Eu só leria maisduas linhas das declarações de Luíz Ignácio da Silva,para depois conceder õ aparte a V. Ex'

"Qucr-se criar a política do fato consumado, atépara evitar uma disputa interna no PMDB, que é oresponsável pela iniciativa. Acho que devemos" ­diz Lula - "exigir mais honestidade dos políticoscom a opinião pública."

Tem V. Ex' o aparte.

O Sr. Fernando Santana - Inicialmente, gostaria decontestar V. Ex' a respeito do lançamento formal docandidato Tancredo Neves. V. Ex' lê artigo de O Globo,mas o importante não é O que diz esse jornal como noti­ciário próprio, mas o resultado da reunião que, segundodeclaração dos Govcrnadores, não há a indicação deTaneredo Neves. A preferência daqueles Governadorespor Taneredo é muito antiga; não foi resultado daquelareunião. V. Ex' fala também na incoerência da Opo­sição, quando fez uma campanha pró-dirctas e agora ad­mite a possibilidade de ir ao Colégio Eleitoral. Ora, nacampanha de 1982 contestamos qualquer eleição futuraque não fosse pelo processo direto, inclusive para a Pre­sidência da Rcpúbliea. Mas a grandc coerência da Opo­sição não está no que diz V. Ex' A nossa grande coerên­cia é tentar as mudanças. Nós estamos dispostos a travaruma batalha em qualquer terreno, contanto que se mudeo que aí está. Seria incoerência, sim, se tivéssemos possi­bilidade aritmêtica de vcneer no Colégio Eleitoral c nãonos submetêssemos a elc pelo simples fato de o conside­rarmos ilcgítimo e espúrio. Mais ilegítimo c mais espúrioque o Colégio Eleitoral é a Constituição outorgada portrês Ministros Militares, pela qual estamos todos fazen­do o jogo do sistema. Muito mais espúrio do que o Colé­gio Eleitoral ê a instituição brasileira através da suaConstituição. Estamos dentro dela, elegemo-nos assim,V. Ex' e eu. Quero chamar a atenção de V. Ex' para ofato dc que a Oposição só será coerente se atender ao cla­mor público pela mudança, ou pela direta, ou então noColégio Eleitoral, tivermos a certeza absoluta de que po­deremos derrotar ó sistema no seu próprio covil. Esta é acoerência; não incoeréncia. Quanto à questão dos gover­nadores, ê oresultado da situação geral do Pais. Ne­nhum Governador deste País dispõe de recursos. Os re­cursos estão todos acumulados no Poder Central e só amodificação do sistema tributário poderá permitir queesses governadores, que hoje estão abaixo de zero, pos-

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sam ganhar alguma coisa acima de zero. Como tambémestá o Poder Central, que dispõe de todos os recursos e éconsiderado pela opinião pública muitos e muitos núme­ros abaixo de zero.

o SR. ADAIL VETTORAZZO - Nem precisaria fa·lar mais nada, pois o ilustre parteante, exatamente. eon·firmou ...

o Sr. Fernando Santana - A nossa coerência.

o SR. ADAIL VETTORAZZO - ... a incoerência daOposição. Por que a Oposição, em praça pública. nãodisse ao povo que lutaria no Colégio? Por que a Opo­sição não chegou em São Paulo, Rio de Janeiro e Curiti­ba e não pregou que lutaria por mudanças, quer no Colê­gio Eleitoral, quer por meio de eleições diretas? Para en­ganar. mentiram ao povo. montaram uma farsa. e a opi­nião pública, cedo ou tarde, ficará plenamente esclareci­da de que a Oposição enganou a gente brasileira empraça pública. A Oposição jamais conseguirá apagaressa imagem negaliva da memória da genle brasileira...

o Sr. Hélio Manhães- V. Ex' me permite um aparte?

o SR. PRESIDENTE (Ary Kffuri) - Não há maistempo para aparles, Deputado. O tempo do orador esláesgotado.

o SR. ADAIL VETTORAZZO - ...a encenação quefez. a burla que lançou à opinião pública, a incoerênciaque cometeu e o seu desamor à causa pública. Esta a ver­dade, Sr. Presidenle.

o Sr. Virgildásio de Senna - A verdade foi relevada aV. Ex's. Em Santos, a Oposição deu a resposta a V. Ex's.

o SR. ADAIL VETTORAZZO - A Oposição men­tiu, a Oposição enganou, a Oposição deturpou. A Opa·sição serviu-se da bandeira das diretas já para apagar aimagem negativa dos seus Governadores, que se lorna­ram adminitradores. que prometeram tudo em 1982...

o Sr. Hélio Manhães - Mas não fizeram a crise ver­gonhosa em que o País se enconlra, Deputado.

o SR. ADAIL VETTORAZZO - Porlanto, só admi­ro na Oposição aqueles Deputados que assinaram o Ma­nifesto de Só Diretas. Os demais membros da Oposiçãonão merecem mais o nosso respeito. (Muito bem!)

o SR. PRESIDENTE (Ary Kffuri) - Nada mais ha­vendo a tratar. vou levantar a sessão.

DEIXAM DE COMPARECER OS SENHORES:

Pará

Dionísio Hage - PMDB; Gerson Peres - PDS.

Paraíba

Joacil Pereira - PDS.

Pernamhuco

Arnaldo Maciel - PMDB; Geraldo Melo - PDS.

Rio de Janeiro

Arildo Teles - PDT; JG de Araújo Jorge - PDT.

Minas Gerais

Luiz Leal - PMDB; Marcos Lima - PMDB.

São Paulo

Bele Mendes - PT; Estevam Galvão - PDS; Fran­cisco Dias - PMDB; Samir Achôa - PMDB.

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção 1)

Goiás

Joaquim Roriz - PMDB.

Mato Grosso

Márcio Lacerda - PMDB.

VI - Leranta-se a Sessão às /2 horas e 25 minutos.

SECRETARIA GERAL DA MESAResenha da Correspondência Expedida

Oficios n's

SGM-427, de 15-6·84 - Ao Gab. Civil da Preso da Re­públiea, solicitando retificação nos autógrafos do PL n'448/75, que "institui o Plano Nacional de Moradia ­PLAMO, destinado a atender as necessidades de mora­dia das pessoas de renda mensal regular atê 5 (cinco) sa­lários mínimos e dá outras providências".

SGM-428, de 15-6-84 - Ao SF, encaminhando autó­grafo do PL n' 448/75, que "institui o Plano nacional deMoradia - PLAMO, destinado a alender as necessida­des de moradia das pessoa de renda mensal regular até 5(cinco) salários mínimos c dá outras providências", san­cionado.

SGM-429 a 432, de 15-6-84 - Aos Srs. Manoel de Al­meida, Rubem Ferreira Dias, Nelson Furtado de Azeve·do e Hermano Cesar Jordão Freire, convidando-os parafalar na Com. de Defesá do Consumidor.

SGM-433, de 18-6-84 - Ao SF, encaminhando o PLn' 272/79, que "institui o tombamento do sítio culturaldenominado Cinelándia, na Cidade do Rio de Janeiro, cdá outras providências".

SGM-434, de 18-6-84 - Ao SF, encaminhando o PLn' 305/75. que "allera a redação do art. 4' e acrescentadispositivos ao art. 5' da Lei 3.373, de 12 de março de1958, que dispõe sobre o Plano de Assistência ao Funcio­nário esua Farnflia, e dá outras provídências".

SGM-435. de 18-6-84 - Ao SF. encaminhando o PLn' 496/79, que "dispõe sobre a aplicação obrigatória dajornada-padrão de trabalho (arts. 58 e 61 da Consoli­dação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-lein' 5.452, de I' de maio de 1943) aos vigilantes ou guardasde segurança em estabelecimentos de crédito~·.

SGM-436. de 18-6-84 - Ao SF. encaminhando o PLn' 2.742/76, que "introduz allerações na Lei n' 1.079, de10 de abril de 1950. que "defiue os crimes de responsabi­lidade e regula o respectivo processo de julgamento",para o fim de compatibilizá-Ia integralmente com aConstituição em vigor".

SGM-437, de 18-6-84 - Ao SF, encaminhando o PLn' 1.608/79, que "disciplina o transporle de madeira cmtoros, por via fluvial".

SGM-438, de 18-6-84 - Ao SF, encaminhando o PLn' 2.770/83, que "dispõe sobre a atualização monetáriadas importâncias devidas pela Fazenda Pública, em vir­tude de sentença judicial, simplifica trâmites processuaise dá outras providências".

SGM-439, de 18-6-84 - Ao SF, encaminhando o PLn' 2.951/76, que "Iorna obrigatória a criação, em todosos municípios brasileiros, de parques especificamentedestinados à preservação do meio-ambiente e dá outrasprovidências".

SGM-440, de 18-6-84 - Ao SF, encaminhando o PLn' 1.950/83. que "disPge sobre a criação e o funciona­mento do Juizado Especial de pequenas Causas".

SGM-44I, de 18-6-84 - Ao SF, encaminhando o PLn' 148/79. que "dispõe sobre a comercialização de defen­sivos destinados à agropecuária, institui a obrigalorieda­de de receituário agronômico c veterinário para a suaaquisição e dá oulras providências".

SGM-442, de 18-6-84 - Ao SF, encaminhando o PLn' 547/79, que "altera dispositivos da Consolidação dasLeis do Trabalho aprovada pelo Decreto-lei n' 5.452, deI' de maio de 1943, dispondo sobre o trabalho nolurno eo executado em condições de insalubridade".

Junho de 1984

SGM·443, de 18-6-84 - Ao SF, encaminhando o PLn' 1.593/79, que "mantém a denominação de Celso Sue­kow da Fonseca para o Cenlro Federal de EducaçãoTecnológica, 'com sede na cidade do Rio de Janeiro".

SGM-444, de 18-6-84 - Ao SF, encaminhando o PLn' 2.769/83, que "altera dispositivos do Decrelo-lei n'7.661, de 21 de junho de 1945, Lei de Falências".

SEÇÃO DE SINOPSE - CELArquivem-se, nos lermos do artigo 200 do Regimenlo

Interno, as seguinte proposições;Projetos de Lei

N' 378/71 (Alberto Lavinas) - Extingue em todo oterritório nacional o instituto da enfiteuse, aforamentoou emprazamenlo e dá oulras providências.

N' 942/72 (Senado Federal) - Aerescenla parágrafoao artigo 317 do Código Civil.

N' 6.021/82 (Osvaldo Melo) - Acrescenta dispositivoà Lei n' 6.969, de 10 de dezembro de 1981, que dispõesobre a aquisição, por usucapião especial, de imóveis ru­rais, allera a redação do § 2' do artigo 589 do Código Ci­vil e dá outras providências.

N' 6.166/82 (Alberto Goldman) - Introduz modifi­cações na Lei n' 3.071, de I' de janeiro de 1916 - (Códi­go Civil) e na Lei n' 6.533, de 24 de maio de 1978 e deler­mina outras providências.

N' 93/83 (Lúcia Viveiros) - Estabelece igualdade dedireitos entre o homem e a mulher, alterando lodos osdispositivos do Código Civil, que discriminam a mulher.

N' 558/83 (Francisco Amaral) - Altera disposilivodo Código Civil, excluindo certos bens públicos da pro­teção da inalienabilidade: para o fim, de melhor garantiro pagamenIo de crêdilos de nalureza Irabalhisla.

N' 1.509/83 (Fernando Collor) - Dispõe sobre a res­socialização do individuo recluso e a reintegração doegresso na sociedade.

N' 1.817/83 (Irineu Colato) - Acrescenta parágrafoao art. 5' da Lei n' 6.969, de 10 dezembro de 1981, que'"dispõe sobre a aquisição, por usucapião especial, deimóveis rurais, altera a redação do § 2' do art. 589 do Có­digo Civil c dá outras providências".

N' 2.073/83 (Carlos Vinagre) - Modifica o art. 1.150do Código Civil e o art. 35 da I,ei n' 3.365, de 21 de ju­nho de 1941, assegurando o expropriado ou a seus her­deiros necessários o direito de reivindicar o imóvel ex~

propriado, na hipótese que menciona.N' 2.156/83 (Jorge Carone) - Acrescenta inciso ao

art. 1.503 do Código Civil.N' 2.465/83 (João Batista Fagundes)- Modifiea a re­

dação dos arls. 9' e 10 da Lei n' 6.001, de 19 de dezembrode 1973 - dispõe sobre o Estatuto do Indio.

N' 2.470/83 (Henrique Eduardo Alves) - Altera dis­posilivo do Código Civil, de modo a possibilitar que pes­soas com vida em comum, há mais de cinco anos, tam­bém possam adotar filhos.

N' 2.512/83 (Henrique Eduardo Alves) - Altera odispositivo do Código Civil - Lei n' 3.071, de I' deja­neiro de 1916.

N' 2.614/83 (Lúcia Viveiros) - Acrescenta parágrafoao art. 160 do Código Civil, considerando ato ilícito opraticado dolosamente por desportista ou atlela que, du­rante a partida provocar lesão corporal contra seu adver­sário.

N' 2.687/83 (Antônio Pontes) - Altera a redação esuprime dispositivos do Código Civil Brasileiro, e dá ou­tras providências.

N' 2.962/83 (Siqucira Campos) - Modifica dispositi­vo do Código Civil, para mandar reverter ao proprie­tário O imóvel desapropriado, desde que não ulilizado nafinalidade declarada.

N' 3.190/84 (Cássio Gonçalves) - Modifica a re­dação do artigo 362, do Código Civil.

N' 3.191/84 (Cássio Gonçalves) - Altera disposiçãodo Código Civil e do Código de Processo Civil, para dis­pensar reconhecimento de firma em mandato judicial edá outras providências.

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Junho de 1984

N9 3.192/84 - (Cássio Gonçalves) - Modifica a re­dação do item I do § ]9 do artigo 99 do Código Civil.

No 3.495/84 (Paulo Lustosa) - Acrescenta parágrafoúnico ao artigo 1.103 do Código Civil Brasileiro - Lcin9 3.071, de 19 de janeiro de 1916.

Arquivem-se, nos termos do artigo 117 do RegimentoInterno, as seguintes proposições:

Projetos de LeiN9 854/83 (Léo Simões) - Proíbe aos Cursos de

Línguas Estrangeiras a adoção de livros impressos no ex­terior.

N9 858/83 (Moacir Franco) - Modifica a redação daalíne~ "a" do ar!. 35 da Lei n9 5.991, de 17 de dezembrode 1973, que dispõe sobre o controle sanitário do comér~

cio de drogas, medicamentos, insumos farmacéuticos ecorrelatos, e dá outras providências. (Anexo o PL n9

1.282/83 ).N" 1.067/83 (Horácio Ortiz) - Estabelece percentuais

de aplicação dos reeursos financeiros dos estabelecimen­tos particulares de ensino superior.

N9 1.282/83 (Denisar Arneiro) - Altera dispositivoda Lei n" 5.991, de 17 de dezembro de 1973, que dispõesobre o controle sanitário do comércio de drogas, medi­camentos, ínsumos farmacêuticos e correlatos. (Anexadoao PL n9 858/83).

N9 l.391/83 (Siqueira Campos) - Inclui a a práticada hipnose entre as atribuições de psicólogo.

N" 1.554/83 (Jorge Arbage) - Institui o Dia do Arte­são.

N9 1.702/83 (Joaquim Roriz) - Obriga os estabeleci­mcntos particulares dc ensino a indenizarem os alunospelas aulas não ministradas.

N" 2.010/83 (Sérgio Ferrara) - Equipara o Jogo dedamas a modalidade desportiva, para efeito de suaabrangência pcla legislação que disciplina os desportosno País.

N" 2.223/83 (Francisco Dias) - Altera a redação doart. 29 da Lei n9 1.060, de 05 de fevereiro de 1950, quetrata da assistência judiciária aos necessitados, e dá ou­tras providências.

N9 2.659/83 (Frimcisco Amaral) - Altera a redaçãode dispositivos da Lei n9 6.354, de 02 de setembro de1976, que dispõe sobre as relações de trabalho do atletaprofissional de futebol.

Projeto de ResoluçíioN9 65/83 (Siegfried Heuser) - Permite opção de fun­

~ionário requisitado, pelo cargo ou função de efetivoexercício.

ATAS DAS COMISSOES

COMISSÃO DE AGRICULTURAE POLfTlCA RURAL

19' Reunlíio Ordinária, realizadaem 6 de junho de 1984

(Comparecimento do Dr. Glauco Olinger, Presi­dente da EMBRATER e do Engenheiro AgrônomoFrancisco Franco de Abreu Pereira, Diretor de Irri­gação do DNOCS)

Às dez horas e cinco minutos do dia seis de junho dehum mil e novecentos e oitenta e quatro, reuniu-se, emsua sala, no Anexo" da Câmara dos Deputados, a Co­missão de Agricultura e Política Rural, sob a presidênciado Senhor Deputado Ivo Vanderlinde (Presidente). Esti­veram presentes os Senhores Dcputados Geraldo Flc­ming, Vice-Presidente, Iturival Nascimento, Alcides Li­ma, Osvaldo Nascimento, Marcondes Pereira, AntônioGomes, Wildy Vianna, Geovani Borges, Fernando Go­mes, Harry Amorim, Hélio Dantas, Saramago Pinheiro,

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

Santinho Furtado, Assis Canuto, AroldQ Moletta, JonasPinheiro, Antônio Câmara, Reinhold Stephanes, Cristi­na Cortes, Márcio Lacerda, Francisco Sales, Celso Car­valho, Sérgio Lomba, Agenor Maria, Humberto Souto,Juarez Batista e Oswaldo Trevisan. Havendo número re­gimental, o Senhor Presidente abriu os trabalhos, deter­minando a leitura da Ata da reunião anterior, que foidispensada e dada como lida e aprovada, a requerimentodo Senhor Deputado Alcides Lima. Ê determinada emseguida a leitura do seguinte expediente: I) Documentoda Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vege­tais - ABIOVE, alertando para a necessidade de ser as­segurada a liberdade ampla de mercado para o setor, ú­nica maneira de ser evitada iminente situação critica epedindo o apoio da Comissão; 2) Telex da CENTRAL­SUL encaminhando cópia da. "Carta de Carazinho", do­cumento que leva a assinatura de 68 Cooperativas, sobrea situação por que passa a CENTRALSUL a ela hipote­cando apoio e solidariedade; 3) Telex do Ministério daJustiça e Secretaria Especial do Meio Ambiente formu­lando convite para as solenidades comemorativas da Se­mana Nacional do Meio Ambiente; 4) Tclex do Presi­dente da COMBRACER, Dr. Haroldo Heredia, cumpri­mentando pela criação da Subcomissão da Pesca e augu­rando votos de pleno êxito; 5) Convite e programa parao 19 Seminário de Política Agrícola de Santa Catarina,promovido pela Sociedade Brasileira de Economia Rural- Núcleo de Santa Catarina, a ter lugar em Florianópo­lis, em 25 e 26 do corrente. Concluída a leitura do expe­diente, o Senhor Presidente deu início imediatamente aostrabalhos, convidando para tomarem lugar à mesa doDr. Glauco Olinger, Presidente da EMBRATER e o En­genheiro Agrônomo Francisco Franco de Abreu Pereira,Diretor de Irrigação do DNOCS e esclarecendo a finali­dade da reunião, que consistiria numa exposição pelosilustres convidados - ausente o representante da CO­DEVASF, que sequer se dignou dar uma resposta por es­crito sobre as razões de sua não participação -, sobre"A questão da irrigação (Dec. n989.496, de 39 de marçode 1984)", seguida de debates e interpelações dos Senho­res Deputados. Antes de conceder a palavra aos ilustrespalestrantes, o Senhor Presidente submeteu a apreciaçãoe votos os seguintes requerimentos, que foram, à unani­midade, aprovados: 1) da Presidência, propondo fosscconvidado o Dr. Raul Agostini, Presidente do BNCC(Banco Nacional de Crédito Cooperativo) para compa­recer à Comissão, na próxima quartafeira, dia 13 do cor­rente para falar e expor aos Senhorcs Deputados sobre"O Resultado das sindicâncias e auditorias sobre os ne­gócios do BNCC" e "As propostas da atual adminis­tração para o soerguimento do Banco"; 2) do SenhorDeputado Alcides Lima para que fosse enviado telex aosSenhores Ministros Delfim Netto e Nestor Jost, emnome da Comissão, pleiteando a liberação de maior vo­lume de recursos financeiros destinados à conservaçãodo solo, no orçamento de 1985, objetivando, assim, asse­gurar o cumprimento das metas estabelecidas no PRO­SOLO: 3) do Senhor Deputado Santinho Furtado, paraque fosse convidado o Embaixador Octávio Rainha,Presidente do IBC, a comparecer à comissão, no próxi­mo dia 20 -, adiando-se o compromisso já programadopara aquela data (Comparecimento do Dr. Mário Au­gusto Pinto da Cunha, Chefe do Centro Nacional de Pes­quisa de Mandioca e Fruticultura da EMBRAPA, naBahia) - para que aquela autoridade venha expor aosSenhores Deputados os seguintes tcmas; "Mudança noconfisco cambial do café e Critérios adotados para a dis­tribuição das Cotas de Exportação do cafê". É dada emseguida a palavra ao primeiro palestrante, Dr. GlaucoOlinger e. após, ao Engenheiro Francisco Franco deAbreu Coutinho, os quais, utilizando-se dc retroprojcto­res e projetores de .lIdes expuseram aos Senhores Depu­tados os vários aspectos dos trabalhos que desenvolveme as implicações do Decreto que disciplinou a irrigação

Sábado 23 6361

no Brasil. Encerradas as exposições, debateram o assun­to os Senhores Deputados Fernando Gomes (Autor dorequerimento de convite), Humberto Souto, rturivalNascimento. Alcides Lima, Harry Amorim, ReinholdStcphanes c novamente Harry Amorim. Os trabalhos fo­ram inteiramente gravados e uma vez traduzidos pelaTaquigrafia integrarão a presente Ata que, para constar,eu José Maria de Andrade Córdova, Secretário, lavrei,quando, as treze horas e cinco minutos, nada mais ha­vendo a tratar, o Senhor Presidente encerrou os traba­lhos. A Ata, uma vez lida c aprovada, será assinada peloSenhor Presidente e encaminhada à publicaçãb. Deputa­do Ivo Vanderlinde, Presidente,

20' Reunlio Ordinária, realizadaem 13 de junho de 1984.

Às dez horas e quarenta minutos do dia treze de junhode hum mil e novecentos e oitenta e quatro, em sua salano Anexo II da Câmara dos Deputados, reúne-se a Co­missão de Agricultura e Política Rural sob a Presidênciado Senhor José Mcndonça de Morais, Alcides Lima, /tu­rival Nascimento, Manoel Costa Júnior, Ayrton Sando­val, Jorge Vianna, Celso Carvalho, Adauto Pereira, Sa­ramago Pinheiro, Juarez Batista, Reinhold Stephanes,Carlos Vinagre, Oswaldo Nascimento, Wildy Vianna,Marcondes Pereira,' Mário Juruna, Juàrez Bernardes,Santinho Furtado, Aroldo Moletta, Melo Freire, Gerar­do Renault, Oswaldo Trevisan, Frnacisco Sales, SérgioLomba, Márcio Laccrda, Maçao Tadano, Jonas Pinhei­ro, Hélio Dantas, Emidio Perondi, Antônio Câmara,Lélio Souza, Balthazar de Bem e Canto e Assis Canuto.Havendo número regimental, o Senhor Presidente abriuos trcbalhos e determinou a leitura da Ata da reunião an­terior, que foi dispensada e dada como lida e aprovada.Em seguida, determinou o Senhor o Presidente a leiturado seguinte EXPEDIENTE: I) Ofício n9 1.244, do Se­nhor Prcsidente da Câmara, autorizando a reunião e co­municando que o Senhor Ministro Nestor .Iost, será con­vidado a comparecer à Comissão em data a ser definida,conforme solicitado pelo Or. n? 66, desta Presidência; 2)Ofício n9 1.248, do Senhor Presidente da Câmara, comu­nicando que, em atenção ao Of. n965, desta Comissão, oSenhor Governador dna Bahia, Dr. João Durval Carnei­ro, será convidado para, em data de sua escolha, compa­recer à Comissão; 3) Oficio n9 1.254, do Senhor Presiden­te da Câmara, autorizando o comparecimento e a parti­cipação do Sr. Raul Agostini, Presidente do BNCC, emreunião desta Comissão, em atenção a requerimentoaprovado me reunião anterior, no dia 13 de junho cor­rente; 4) Ofício n? 1.256, do Senhor Presidente da Câma­ra autorizando a realização de reunião com a partici­pação do Dr. Octávio Rainha, Pre,5idente do IBC, nareunião de 20 de junho próximo, 5) Ofícios n9s 219 e 221,do Senhor Líder do PDS, Deputado Nelson Marchezan,comunicando o dcsligamento desta Camissão, do ScnhorDeputado Carlos Eloy, e, igualmente, do Senhor Depu­tado Amilcar de Queiroz, substituído pelo Senhor Depu­tado Francisco Erse; 6) Telex da COOPAVEL, Coopera­tiva Agropecuária Cascavel, de Cascavel, no Paraná, cn­caminhando texto de documento enviado aos SenhoresMinistros da Fazenda, do Planejamento, da Agriculturae aos Presidente do Banco do Brasil e do Banco Central,em defesa de imediatas medidas <lestinadas ao sanea­mento e à retomada das atividades do BNCC; Expedien­te do Scnhor Secretário Especial para os assuntos doNordeste, do Ministério da Agricultura, encaminhandoexemplar do "Projeto Algaroba", 7) Documento enca­minhado pelo Senhor Deputado Carlos Vinagre, relati­vos ao desenvolvimcnto da tecnologia para extração deálcool da madeira, de interesse do Estado do Pará e soli­citando à Comissão que se dirija à Presidência daCOALBRA - Coque e Álcool da Madeira SIA, a fim

Page 28: República Federativa do Brasil DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONALimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD23JUN1984.pdf · S. Paulo contraa administração do Governador Leo nel Brizola,

6362 Sábado 23

de solicitar àquela Empresa o Relatório da avaliação tcc­nológica da Hidrólise Ácida, que vem sendo empregadapela COALBRA na usina de madeira, de Uberlândia,em Minas Gerais. Feita a leitura do EXPEDIENTE, oSenhor Presidente anunciou que a vinda do Scnhor Pre­sidente do BNCC, marcada para a presentc data, foraadiada sine die ! por motivo de força maior; comunicouainda o adiamento da vinda do Embaixador OctávioRainha, para o segundo semestre, em face de compro­missos já assumidos por aquela autoridade devendo emseu lugar comparecerem na data de 20 do correntc, osSenhores Dr. Hans Jorge Zippel, Diretor de Exportaçãoc Presidente em exercício do mc: Dr. Ivan Figueiredo eainda, Dr. José de Paula Motta Filho, Diretor de Pro­dução do \BC; Submeteu ainda à apreciação e votação,proposição do Senhor Deputado Oswaldo Nascimento,no sentido de que a Comissão se posicionasse, cobrandoas autoridades federais, providências, diante dos prejuí­zos que vêm sofrendo os produtores gaúchos em face dasenchentes que assolam o Rio Grande do Sul; a propo­sição foi aprovada, tcndo sido rejeitada proposta de con­vite aos Ministros Nestor Jost e Cloraldino Severo paracomparecimento à Comissão a fim de falarem sobre o as­sunto, naquilo que o problema tem a ver com as pastasque dirigem: manifcstaram-se contrária e energicamenteà segunda parte da proposta do Senhor Oswaldo Nasci­mento os Senhores Deputados Saramago Pinheiro e Rei­nhold Stephanes. Passando à apreciação da Pauta, o Se­nhor Presidente submeteu à apreciação e votos os sc­guintes Projetos de Lei: I) PL n' 1.768/83 (Mensagem n.293/83), do Poder Executivo, que "autoriza a permutados terrenos que menciona, situados no Município deFoz do Iguaçu, Estado do Parana". A Comissão opinoupela aprovação do Projeto, nos termos do Parecer, favo­rável, do Relator, Deputado Reinhold Stephanes, comvoto em separado, o Senhor Aroldo Moletta; o Projetovai à Comissão de Finanças; 2) PL n9 1.193/83, do Se­nhor Freitas Nobre, que "Dispõe sobre a organizaçãodas cooperativas de consumo em cmprcsas com mais de20Q (duzentos) empregados". A Comissão opinou pelaaprovação do Projeto, nos termos do Parecer favorável,com Substitutivo, do Relator, Deputado Ivo Vanderlin­de. O Projcto vai à Comissão dc Finanças; (durante adiscussão e votação do Projeto n9 1.193/83, assumiu aPresidência, em obediência ao Regimento, o Senhor De­putado Saramago Pinheiro, de conformidade com o dis­posto no art. 79 combinado com o art. 761n fine, do RI).Esgotada a pauta, tendo reassumido suas funções o Se­nhor Deputado Ivo Vanderlinde, foi franqueada a pala­vra e dela fez O uso O Senhor Alcides Lima, que solicitouà Presidência fosse enviado ofício ao Senhor Governa­dor dc Roraima, informando do adiamento da viagem à­quela unidade da Federação para os dias 16, 17, 18 e 19de agosto, tendo em vista motivos supervenientcs. Àsonze horas, pontualmente, nada mais havendo a tratar,após fazer os avisos e a convocação de praxe, o SenhorPresidente encerrou os trabalhos e, para constar, eu JoséMaria de Andrade Córdova, Secretário, lavrei a prcsenteAta, a qual, após lida e aprovada, será assinada pelo Se­nhor Presidente e encaminhada à publicação. DeputadoIvo Vanderlinde, Presidente.

21' Reunião Ordinária, realizadaem 14 de junho de 1984

Às onze horas do dia catoze dejunho de hum mil e no­vecentos e oitenta c quatro, em sua sala, no Anexo 11 daCâmara dos Deputados, reúne-se a Comissão de Agri­cultura e Política Rural, sob a presidência do Senhor De­putado Ivo Vanderlindc, Presidentc. Estiveram presentesos seguintes Senhores Deputados: Iturival Nascimento,António Gomes, Wildy Vianna, Alcides Lima, Marcon­des Pereira, Renato Cordeiro, Celso Carvalho, PedroCeolin, Reinhold Stephanes, Gerardo Renault, Oswaldo

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

Trevisan, Juarez Bernardes, Melo Freire, Saramago Pi­nheiro, Juarez Batista, Carlos Vinagre, Adauto Pereira,Márcio Lacerda, José Mendonça dc Morais, AyrlonSandoval, Santinho Furtado, Francisco Sales, MaçaoTadano, Sérgio Lomba, Oswaldo Nascimento, EmídioPerondi c Lélio Souza. Havendo númcro regimetnal, oSenhor Presidente abriu os trabalhos, determinando aleitura da Ata da reunião anterior, que foi dispensada,tendo sido dada como lida e aprovada. Não havendo ex­pediente, o Senhor Presidente passou imediatamente àapreciação da matéria constante da pauta e que era a se­guinte: I) PL n. 1.274/83, do Sr. Saulo Queiroz, que"cria o Fundo para investigação Agropecuários­FINAGRO". A Comissão opinou pela aprovação doProjeto, nos termos do parecer favorável do Relator, De­putado Francisco Sales. O Projeto vai à Comissão deEconomia, Indústria e Comércio; 2) PL n. 1.492/83, doSr. Aldo Pinto, que "autoriza o Poder Executivo a insti­tuir o Programa Nacional de Erva-mate, Pró-mate e dáoutras providências." Comissão opinou pela aprovação,ã unanimidade, do Projeto, nos termos do parecer favo­rável do Relator, Deputado Francisco Sales. O Projetovai à Comissão de Finanças; 3) PL n9 2.104/83, do Sr.Jorge Carone, que "cria Programa de Fomento à Pro­dução Agrícola para incentivar o plantio dc arroz, feijão,milho e trigo e dá outras providências". A Comissão opi­nou, à unanimidade, pela aprovação do Projeto, nos ter­mos do pareccr favorável, com Substitutivo, do Relator,Deputudo Pedro Ceolin; o Projeto vai à Comissão de Fi­nanças; 4) PL n" 2.119/83, do Sr. José Luiz Maia, que"altcra a redação dos artigos 29 e 39 da Lei n96.746, de 10de dezembro de 1979, que alterou dispositivos do Estatu­to da terra". A Comissão opinou, unanimementc, pelaaprovação do Projeto, nos termos do parecer favoráveldo Relator. Deputado Aroldo Moletta; o Projeto vai àComissão de Finanças. Esgotada a Pauta, às onze borase dez minutos, como ninguém quisesse fazer uso da pala­vra, nada mais havendo a tratar, o Senhor Presidente en­cerrou os trabalhos, após a convocação de praxe para apróxima quarta-feira, dia vinte, quando, em substituiçãoao Embaixador Octávio Rainha, Presidente do \BC, .es­tarão comparecendo os Senhores Dr, Hans Jorge Zippel,Diretor de Exportação; Ivan Figueiredo, Chefe do De­partamento de Comcrcializa·ção c José de Paula MottaFilho, Diretor dc Produção, todos do !BC, que falarãosobre "mudança no Confisco Cambial do Café" e "cri­térios adotados para a distribuição das Cotas de Expor­tação de Café", atendendo a requerimento de autoria doSenhor Deputado Saotinho Furtado. E, para constar, euJosé Maria de Andrade Córdova, Secretário, lavrei a pre­sente Ata que, após lida e aprovada, será assinada peloSenhor Presidente e encaminhada à publicação. Deputa­do Ivo Vanderlinde, Presidente.

COMISSÃO DE D~FESA AO CONSUMIDOR

Distribuição n9 12(84

Efetuada pelo Senhor Presidente Deputado FrançaTeixeiraEm 2Q-ó-84

Ao Senhor Deputado Samir Achoa:I. Projeto dc Lci n9 1.364/83 - "dispõe sobre a re­

marcação de preços de mercadoria com preço nacional".Autor: Dep. Salvador JulianelliBrasília, 20 de junho de 1984. - Maria Júlia RabeIlo

de Moura, Secretária.

COMISSÃO DE ECONOMIAINDÚSTRIA E COM);;RCIO

11< Reunião Ordinária realizadaem 12 de junho de 1984

Aos doze dias do mês de junho de mil novecentos e oi­tenta e quatro, às dez horas e trinta minutos, realizou-se,na sala própria de seus trabalhos, a décima primeira reu-

Junho de 1984

mao ordinária da Comissão de Economia, Indústria eComércio, presidida pelo seu Presidente, Deputado Ge­nebaldo Correia. Compareceram os Senhores Deputa­dos Siegfried Heuser, Vicc-Presidente; Pratini de Morais,Segundo-Vice-presidente; Herbert Levy, Israel PinheiroFilho. Oscar Corrêa, Antonio Osório, Antonio Farias,Celso Sabóia, Luiz Fayet, Saulo Queiroz, Osvaldo Trevi­san, José Ulisses, Alencar Furtado, Fernando Carvalho,Etelvir Dantas, Gustavo de Faria, José Thomaz Nonô,Celso Barros, José Jorge, Bocayuva Cunha, João Agripi­no, Alberto Goldman, José Moura e Irajá Rodrigues.Ata: Foi aprovada a ata da reunião anterior. A seguir,foram aprovadas as seguintcs proposiçõcs: I) Projeto deLei n9 2.239/83, que "estabelece a obrigatoriedade de osestabelecimentos bancários fornecerem aos clientes oselementos que especifica, e dá outras providências". Au­tor: Deputado Siqueira Campos. Relator: Deputado Os­waldo Trevisan. Voto do Relator: Favorável, nos termosdo Substitutivo que apresenta. Aprovado, contra o Votodo Scnhor Deputado Oscar Corrêa e abstenção do Se­nhor Deputado Herbert Levy, vai à Coordenação de Co­missões Permanentes. 2) Projeto de Lei n. 1.730/83, que"altera a rcdação da Lei n9 6.463, de 9 de novcmbro de1977, para tornar obrigatória a declaração da taxa efeti­va de juros anual nas vendas a prestação". Autor: Depu­tado Paulo Lustosa. Relator: Deputado Oswaldo Trevi­san. Voto do Relator: Favorávcl. O Senhor DeputadoHerbert Levy solicita vista da proposição, sendo atendi­do pelo Senhor Presidente. 3) Projeto de Lei n9 1.917/83,que "veda a formação de contrato de locação com valorestipulado em moeda cstrangeira". Autor: DeputadoFrancisco Amaral. Relutar: Deputado Alencar Furtado.Voto do Relator: Favorável. Aprovado por unanimida­de, vai à Coordenação de Comissões Permanentes. 4)

Projeto de Lci n9 615/83, que "dispensa a hipoteca debens reais em financiamentos aos pequenos e médiosprodutores". Autor: Deputado Jorge Arbage. Relator:Deputado Darcy Passos. Voto do Relator: Favorável,nos termos do Substitutivo apresentado. Aprovado, con­tra os votos dos Senhores Deputados Siegfried Heuser eHerbert Levy, vai à Coordenação de Comissões Perma­ncntes. 5) Projeto de Lei n9 1.283/83, que "estabeleceisenções para gratificação espontaneamente paga pelaempresa ao empregado demitido". Autor: DeputadoFrancisco Amaral. Relator: Dcputado Eduardo Mata­razzo Suplicy. Voto do Relator: Favorável. Foi concedi­da vista ao Senhor Deputado Siegfried Heuser que, apre­sentou uma emenda. Foi aprovado o Parecer do Relatorcom a emenda. A matéria següe à Comissão de Finanças.6) Projeto de Lei n. 2.335/83, que "altera a redação doArt. 3. da Lei n' 6.717, de 12 de novembro de 1979, queautoriza a rcalização da LOTO, tornando obrigatória aidentificação do apostador". Autor: Deputado BentoCordeiro. Relator: Deputado João Alberto. Voto do Re­lator: Favorável. Rejeitado. O Senhor Presidente designao Deputado Celso Sabóia para redigir o Parecer Vence­dor. 7) Projeto de Lei n9 1.149/83, que "dispõe sobre ocomércio de armas de fogo". Autor: Deputado JorgeLeite. Relator: Deputado Gustavo de Faria. Voto do Re­lator: Favorável. Rejeitado, O Senhor Presidente designao -Scnhor Deputado Siegfried Heuser para redigir o Pare­cer Vencedor. 8) Projeto de Lei n' 1.157/83, que "assegu­ra a clubes, sociedades ou centros comunitários de mora­dores de conjuntos habitacionais a manutenção de possede área destinada ao lazer da comunidade". Autor: De­putado Dionísio Hage. Relator: Deputado Odilon Sal·moria. Voto do Relator: Favorável. Aprovado 'por una­nimidade, vai à Coordenação de Comissões Permanen­tes. 9) Projeto de Lei n. 1.146/83, que "autoriza a reali­zação de acordos para pagamento de débitos atrasadosdas municipalidades à Previdência Social, nas condiçõesque especifica". Autor: Deputado Francisco Amaral.Relator do Parecer Vencedor: Deputado AntonioOsório. Voto do Relator: Pela rejeição. Aprovado, con­tra o Voto em Separado do Depudato Coutinho Jorgc,

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Junho de 1984

vai à Comissão de Finanças. 10) Projeto de Lei n'1.092/83, que "dispõe sobre a aplicação obrigatória e ex­clusiva da ·'tabela Price" aos contratos de financiamen~

tos realizados no Sistema Financeiro de Habitação".Autor: Deputado José Frejat. Relator do Parecer Vence·dor: Deputado Oscar Corrêa. Voto do Relator: Pela re­jeição. Aprovado, contra o Voto do Senhor DeputadoIsrael Pinheiro, vai à Coordenação de Comissões Perma­nentes. 11) Projeto de Lei n' 602/83, que "institui, comocrime de usura, a cobrança de juros e comissões superio·res à taxa de 12% a.a., acima da correção monetária e aexigência de saldos médios ou sujeição a contratos de ou­tra natureza, para concessão de empréstimos, modifican·do o art. 4', da Lei n' 1.521, de26 de dezembro de 1951".Autor: Deputado Gastone Righi. Relator do ParecerVencedor: Deputado Celso Sabóia. Voto do Relator:Pela rejeição. Aprovado, contra o Voto em Separado doDeputado Evandro Ayres de Moura, vai à Coordenaçãode Comissões Permanentes. 12) Projeto de Lei n'115/83,que "dispõe sobre a obrigat6ria indicação, nos extratosper6dicos das cadernetas de poupança, dos índices e basede cálculo que serviram aos lançamentos de juros e cor·reção monetária". Autor: Deputado Francisco Amaral.Relator do Parecer Vencedor: Deputado José Ulisses.Voto do Relator: Pela rejeição. Aprovado, contra o Votoem 'Separado do Deputado Gustavo de Faria, vai à Co­missão de Finanças. 13) Projeto de Lei n' 766/83, que"Concede isenção de impostos federais na importação deinstrumentos musicais, nas condições que menciona".Autor: Deputado José Frejat. Relator do Parecer Vence­dor: Deputado Alberto Goldman. Voto do Relator: PeJarejeição. Aprovado, contra o Voto em Separado do De­putado Antonio Osório, vai à Comissão de Fananças.14) Projcto de Lei n' 796/83, quc "proibc o abatc dc ma­trizes bovinas pelo prazo de 3 (três) anos e determina ou­tras providências". Autor: Deputado Lêo Simões. Rela­tor do Parecer Vencedor: Deputado Israel Pinheiro Fi­lho. Voto do Relator: Pela rejeição. Aprovado, contra oVoto em Separado do Deputado Rubem Medina. Vai àCoordenação de Comissões Permanentes. 15) Projeto deLei n' 425/83 que "isenta os avicultores da contribuiçãopara o FUNRURAL". Autor Deputado Borges da Sil­veira. Relator do parecer Vencedor: Deputado OswaldoTrevisan. Voto do Relator: Pela rejeição. Aprovado,contra o Voto em Separado do Deputado Odilon Sama­ria, vai à Coordenação de Comissões Permanentes.Nada mais havendo a tratar, às doie horas e vinte e cin­co min utos, o Senhor Presidente encerra a reunião e,para constar, eu, Delzuile Macedo de Avelar, Secretária,lavrei a presente Ata que, depois de lida e aprovada, seráassinada pelo Senhor Presidente e por mim e irá à publi­cação.

COMISSÃO DE EDUCAÇÃO E CULTURA

O Sr. Presidente da Comissão de Educação c Cultura,Deputado Rómulo Galvão, fez, nesta data, a seguintedistribuição:

Ao Sr. Deputado Alvaro Valle:I) Substitutivo oferecido em Plenário ao Projeto de

Lei n' 609-C/75, (2' Discussão), do Sr. Jorge Paulo, que"Torna obrigat6rio a impressão da letra das músicasgravadas em discos e similares".

2) Emenda oferecida em Plenário ao Projeto de Lein' 2.231-A/76, do Sr. Adhemar Ohisi, que "Acrescentadispositivo à Lei n' 5.988, de 14 de dezembro de 1973,que regula os direitos autorais'l.

3) Projeto de Lei n' 2.297/83, do Sr. José Jorge, que"Revoga as alíneas b efdo art. I' da Lei n' 6.503, de 13de dezembro de 1977, que "dispõe sobre a EducaçãoFísica em todos os graus e ramos do ensino".

4) Projeto de Lei n' 3.075/84, do Sr. Santinho Furta­do, que "Fixa normas em defesa do património culturalbrasileiro, e dá outras providências".

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

Ao Sr. Deputado Emílio Haddad:5) Projeto de Lei n' 1.150/83, do Sr. Ruben Figuei­

ró, que "Proíbe o uso de barbarismo na publicidade oralc escrita, assim como nas denominações de estabeleci­mentos comerciais",

6) Projeto de Lei n' 3.199/84, do Sr. José Eudes,"Torna facultativa, como disciplina e como prática edu­cativa, a Educação Morai e Cívica, nas escolas de todosos graus e modalidades, dos sistemas de ensino no País".

7) Projeto de Lei nº 3.219/84, do Sr. Francisco Ama­ral, que "Inclui o Direito Previdenciário Brasileiro comodisciplina autônoma, c obrigatória no currículo das Fa­culdades de Direito".

Ao Sr. Deputado Jônathas Nunes:8) Projeto de Lei n' 2.690/83, do Sr. Francisco Dias

que, "Proíbe a cobrança de taxa de matrícula nos estabe­lecimentos de ensino superior de todo o País".

9) Projeto de Lei n' 2.956/83, do Sr. Siqueira Cam­pos, que "Dispõe sobre a criação da Escola Agrícola Fe­deral de Miranorte, Estado de Goiás".

10) Projeto de Lei n" 2.959/83, do Sr. Siqueira Cam­pos, que "Dispõe sobre a criação da Escola Agrícola Fe­deral de Tocantinópolis, Estado de Goiás".

Ao Sr. Deputado Carlos Sant'Anna:I I) Emenda oferecida em Plenário ao Projeto de Lei

n' 267-B/75, que "Dispõe sobre registro provisório decurso superior, autorizado ou reconhecido por decretodo Governo Federal, para exercício de profissão, e dáoutras providências".

12) Projeto de Lei n' 3.091/84, do Sr. Alencar Furta­do, que "Autoriza o Poder Executivo a conceder incenti­vos fiscais às empresas que especifica".

Ao Sr. Deputado Celso Peçanha:13) Projeto de Lei n' 2.417/83, do Sr. Ivo Vanderlin­

de, que "Autoriza o Poder Executivo a criar a EscolaAgrotécnica de Tubarão, no Estado de Santa Catarina, edá outras providências".

14) Projeto de Lei n' 3.147/84, do Sr. Geovani Bor­ges, que "A utoriza o Poder Executivo a criar uma EscolaAgrícola de nível médio no Município de Mazagão, Ter­ritório Federal do Amapá.

Ao Sr. Deputado Francisco Dias:15) Projeto de Lei n' 1.133/83, do Sr. Múcio Athay­

de, que "Institui o "Dia Nacional de Combate ao Cán­cer'\ e determina outras providências".

16) Projeto de Lei n' 2.408/83, da Sr' Rita Furtado,que "Autoriza o Poder Executivo a instituir a Faculdadede Agronomia de Cacoal, no Estado de Rondônia, e dáoutras providências".

Ao Sr. Deputado Darcílio Ayres:17) Emenda oferecida em Plenário ao Projeto de Lei

n' 633-A/79, que "Disciplina propaganda comercial, norádio e na televisão, de brinquedos que lembrem armasde fogo".

À Sr' Deputada Irma Passoni:18) Projeto de Lei n' 2.331/83, do Sr. Adhemar Ohi­

si, que "Dispõe sobre a unificação das férias escolaresem todo o País".

Ao Sr. Deputado Márcio Braga:19) Projeto de Lei n' 2.452/83, do Sr. Celso Peçanha,

que "Dispõe sobre Auto Escolas".Ao Sr. Deputado Eraldo Tinoco:20) Projeto de Lei n' 2.507/83, do Sr. Francisco Sa­

les, que 'Torna obrigatória a inclusão da disciplina "Di­reito Agrário", nas faculdades de Direito de todo oPaís".

Ao Sr. Deputado Victor Faccioni:21) Projeto de Lei n' 2.521/83, do Sr. Hugo Mardini,

que "Autoriza o Governo Federal a instituir a FundaçãoUniversidade Federal do Planalto Médio, com sede noMunicípio de Cruz Alta-RS, e determina outras provi­dências".

Sábado 23 6363

Ao Sr. Deputado João Herculino: ,22) Projeto de Lei n" 2.525/83, do Sr. Siqueira Cam­

pos, que "Introduz modificações na Lei n' 5.889, de 8 dejunho de 1973, que estatui normas reguladoras do traba­lho rural".

Ao Sr. Deputado Hermes Zaneti:23) Projeto de Lei n' 2.562/83, do Sr. Francisco

Dias, que uFixa 08 critérios para o reajuste das anuida~

des escolares".Ao Sr. Deputado Oly Fachin:24) Projeto de Lei n' 2.572/83, do Sr. Ademir An­

drade, que "Repassa aos respectivos Governos, 50% darenda líquida apurada do total bruto arrecadado emcada Estado, Território e Distrito Federal, obtido com aexploração das Loterias Federais, em qualquer de suasmodalidades e Loteria Esportiva Federal".

Ao Sr. Deputado João Bastos:25) Projeto de Lei n' 2.631/83, do Sr. Francisco

Amaral, que "Erige em monumento nacional o túmulode Carlos Gomes, na cidade de Campinas, Estado de SãoPaulo".

Ao Sr. Deputado Arildo Teles:26) Projeto de Lei n' 2.906/83, do Sr. Floriceno Pai­

xào, que "Dispõe sobre a remuneração mínima dos pro­fissionais portadores de diploma de curso de grau supe­rior".

Ao Sr. Deputado Dionísio Hage:27) Projeto de Lei n' 2.908/83, do Sr. Ronaldo Cam­

pos, que "Dispõe sobre a criação da Escola AgrotécnicaFederal de Santarém, no Estado do Pará".

Ao Sr. Deputado Ferreira Martins:28) Projeto de Lei n' 3.028/84, do Sr. Léo Simões,

que "Acrescenta dispositivos à Lei n' 5.692, de li deagosto de 1971, que Fixa Diretrizes e Bases da educaçãode I' e 2' graus, visando determinar a adoção, a partir dadata que especifica, do sistema de eleição dos diretoresdos estabelecimentos de ensino".

Ao Sr. Deputado Stélio Dias:29) Projeto de Lei n' 3.089/84, do Sr. Francisco

Amaral, que "Acrescenta parágrafo ao art. 22, da Lei n"4.024, de 20 de dezembro de 1961, que fixa as diretrizes ebases da educação nacional".

Brasília, 15 de junho de 1984.

COMISSÃO DE ESPORTE E TURISMODistribuição de Projeto n' 07/84

O Senhor Presidente da Comissão de Esporte e Turis­mo, Deputado Oly Fachin, fez, na presente data, a se­guinte distribuição:

PL n' 2.839/83, do Sr. José Thomaz Nonô, que "Per­mite aos órgãos e entidades da administração federal di­reta e indireta a aquisição de passagens aéreas em agén­cias de turismo, na condição que menciona".

Relator: Deputado José MouraBrasília, 19 dejunho de 1984. - Maria Linda M. de

Magalhães, Secretária.

20' Reunião Ordinária, realizadano dia 7 de junho de 1984

Às dez horas e quarenta minutos do dia sete de junhode um mil, novecentos e oitenta e quatro, realizou-se avigésima reunião ordinária da Comissão de Esporte eTurismo, na sala da própria Comissão. Havendo núme­ro legal, o Senhor Deputado Milton Reis, Vice­Presidente no exercício da Presidência, abriu os traba·lhos, com a dispensa da leitura da ata da reunião ante­rior, considerando-se a mesma aprovada. Comparece­ram os Senhores Deputados: Márcio Braga, Aécio deBorba, Ro berto Ro Ilemberg, Aloysio Teixeira, HélioManhães. João Bastos, José Carlos Martinez, HenriqueEduardo Alves, Bete Mendes, Manoel Affonso, JoséMoura, Luiz Henrique, Ciro Nogueira e FernandoCollor. Não havendo comunicação a fazer. passou-se àOrdem do Dia, com as seguintes matérias: I) Projeto deLei n' 1.469/83, do Senhor Léo Simões, que "Institui o

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6364 Sábado 23

Dia do Guia de Turismo". Relator: Deputado FernandoCollor. Parecer: favorável, aprovado por unanimidade.O Projeto vai à Coordenação de Comissões Permanen­tes; 2) Projeto de lei n9 2.399/83, do Senhor AntonioPontes, que "Submete os árbitros profissionais ao julga­mento da Justiça Desportiva, e dá outras providências".Relator: Deputado Ciro Nogueira. Parecer: pela re­jeição, aprovado por unanimidade. O Projeto vai àCoordenação de Comissões Permanentes; 3) Projeto deLei n. 2.468/83, do Senhor Florieeno Paixão, que "Dis­põe sobre a autonomia administrativa e financeira doSuperior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), do Tri­bunal Especial (TE) e dos Tribunais de Justiça Desporti­va (TJD) c dá outras providências". Relator: DeputadoRoberto Rollemberg. Parecer: favorável, adiada a dis­cussão e a votação para reexame da matéria. 4) Projetode Lei n' 2.700/83, do Senhor França Tcixeira, que "Dánova redação ao disposto no ar!. 19 da Lei n. 6.25 I, de 8de outubro de 1975, incluindo o Presidente e o Vice­Presidente de associações desportivas nas restrições queespecifica". Relator: Deputado José Moura. Parecer: fa­vorável. A Comissão rejeitou o Parecer do Senhor Depu­tado José Moura, designando Relator do vencedor o Se­nhor Deputado Aécio de Borba, que se manifestou pelarejeição do Projeto. O Parecer do Senhor Deputado JoséMoura passa a constituir voto ,em separado. O Projetovai à Coordenação de Comissões Permanentes. Finda aOrdem do Dia, encerrou-se a reunião às onze horas equinze minutos, convocando-se outra para o dia quator­ze do corrente, à qual deverá comparecer, como convida­do, o Senhor Carlos Augusto Guimarães Filho, Presi­dente da Associação Brasilcira dos Transportadores Ex­clusivos de Turismo - ABRATT, para prestar depoi­mento sobre "O transporte rodoviário turístico". E, paraconstar, eu, Maria Linda Moraes de Magalhães Secre­tária, lavrei a presente Ata que, após aprovada, será assi­nada pelo Senhor Presidente em exercício, DeputadoMilton Reis.

COMISSÃO DE; FINANÇAS5' Reunião Ordinária, realizada

no dia treze de junho de 1984

Às dez horas do dia treze de junho de 1984, na Sala n'16 do Anexo II da Câmara dos Deputados, sob a Presi­dência do Deputado Luiz Leal, presentes os DeputadosAgnaldo Timóteo e Aécio de Borba, Vice-Presidentes;Irajá Rodrigues, Fernando Magalhães, Ibsen de Castro,Jayme Santana, Christovam Chiaradia, José Carlos Fa­gundes, Vicente Guabiroba, Mendonça Falcão, MoysésPimentel, Sérgio Cruz, Nyder Barbosa c Renato Johns­son, reuniu-se a Comissão de Finanças. A Ata da reu­nião anterior foi aprovado por unanimidade. Ordem doDia: I) Projeto de Lei Complementar n. 15/83 - do Sr.Inocêncio Oliveira - que "concede pensão às viúvas detrabalhadores rurais falecidos antes de 1. de janeiro de1972, e dá outras providências". Relator: Deputado LuizBaccarini. Parecer: Favorável, nos termos do substituti­vo da Comissão de Constituição e Justiça e da subemen­da da Comissão de Trabalho e Legislação Social. Em vo­tação, foi aprovado, por unanimidade, o parecer do rela­tor. Vai à Coordenação de Comissões Permanentes. 2)Projeto de Lei n9 62/83 - do Sr. Adhemar Ghisi - que"acrescenta dispositivo à Lei n' 5.107, de 13 de setembrode 1966, que institui o Fundo de Garantia de Tempo deServiço". Relator: Deputado Walmor de Luca. Parecer:Favorável, nos termos do substitutivo da Comissão deConstituição e Justiça. Em votação, foi aprovado, porunanimidade, o parecer do relator. Vai à Coordenaçãode Comissões Permanentes. 3) Projeto de Lei Comple­mentar n' JOI/83 - do Sr. Santinho Furtado - que "al­tera a redação do ~ 39 do art. 91, da Lei n' 5.172, de 25 deoutubro de 1966 - Código Tributário Nacional". Rela­tor: Deputado Walmor de Luca. Parecer: Favorável. Emvotação, foi aprovado, por unanimidade, o parecer dorelator. Vai à Coordenação de Comissões Permanentes.

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

4) Projeto de Lei n9 537/83 - do Sr. Freitas Nobre ­que "autoriza o Instituto Nacional do Livro a prepararedições, pelo métodO Braille, da Constituição Federal eCódigos vigentes no País". Relator: Deputado Luiz Bac­carini. Parecer: Favorável, com adoção da emenda daComissão de Constituição e Justiça. Em votação, foiaprovado o parecer do relator. Vai à Coordenação deComissões Permanentes. 5) Projeto de Lei n' 386/83 ­do Sr. Oscar Corrêa - que "determina a devolução aosmunicípios do montante das retenções efetuadas a titulode custeio do serviço de lançamento e arrecadação doImposto sobre a Propriedade Territorial Rural". Rela­tor: Deputado Irajá Rodrigues. Parecer: Favorável. Emvotação, foi aprovado por unanimidade o parecer do re­lator. Vai à Coordenaçào de Comissões Permanentes. 6)Projeto de Lei n' 1.18 I/83 (anexo o Projeto de Lei n92.792/83) - do Sr. FernandQ Gomes - que "concedeisenção do Imposto sobre Produtos Industrializadospara veículos automotores com motor a álcool, quandoadquiridos pelos pequenos e médios agricultores". Rela­tor: Deputado Sérgio Cruz. Parecer: Favorável. Em vo­tação, foi aprovado, por unanimidades, o parecer do re­lator. Vai à Coordenação de Comissões Permanentes. 7)Projeto de Lei n' 1.194/83 - do Sr. Freitas Nobre­que "dispõe sobre a exigéncia de receituário agronômi­co, para a finalidade que especifica". Relator: DeputadoWalmor de Luca. Parecer: Favorável, com substitutivo.Em votação, foi aprovado, por unanimidade, o parecerdo relator. Vai à Coordenação de Comissões Permanen­tes. 8) Projeto de Lei n. 1.462/83 - do Sr. Osvaldo Melo- que "dispõe sobre abatimento do Imposto sobre Pro­dutos Industrializados, no caso que menciona". Relator:Deputado Irajá Rodrigues. Parecer: Contrário. Em vo­tação, foi aprovado, por unanimidade o parecer do rela­tor. Vai à Coordenação de Comissões Permanentes. 9)Projeto de Lei n' 1.537/83 - do Sr. Rubens Ardenghi­que "dispõe sobre habitação rural". Relator: DeputadoRenato Johnsson. Parecer: Favorável. Em votação, foiaprovado, por unanimidade, o parecer do relator. Vai àCoordenação de Comissões Permanentes. 10) Projeto deLei n' 1.594/83 (anexo o Projeto de Lei n' 2.203/83)­do Sr. Oscar Alves - que "obriga a adição de 10%, nomínimo de farinha de milho na farinha de trigo e deter­mina outras providências". Relator: Deputado Ibsen deCastro. Parecer: Favorável. Em votação, foi aprovado,por unanimidade, o parecer do relator. Vai à Coorde­nação de Comissões Permanentes. 11) Projeto de Lei n'1.606/83 - do Sr. Francisco Amral - que "introduzmodificação no Decreto-lei n9 999, de 21 de outubro de1969, que institui a Taxa Rodoviária Única, para o fimde isentar do tributo os veículos elétricos". Relator: De­putado Walmor de Luca. Parecer: Contrário. Em vo­tação, foi aprovado, por unanimidade, o parecer do rela­tor. Vai à Coordenação de Comissões Permanentes. 12)Projeto de Lei n' 1.631/83 - do Sr. Seixas Dória - que"autoriza a criação do Banco Nacional do Livro Didáti­co na rede de ensino de I' c 29 graus do País e dá outrasprovidências". Relator: Deputado Renato Johnsson. Pa­recer: Contrário. Em votação, foi aprovado, por unani­midade, o parecer do relator. Vai à Coordenação de Co­missões Permanentes. 13) Projeto de Lei n. 2.045/83 ­do Sr. Francisco Dias - que "destina as importánciasnão pagas dos prêmios da Loteria Esportiva Federal eLoteria de Números (LOTO), aos municípios atingidospor desastres climáticos, econômicos ou ecológicos, e dáoutras providências". Relator: Deputado Ibsen de Cas­tro. Parecer: Contrário. Em votação, foi aprovado, porunanimidade o parecer do relator. Vai à Coordenação deComissões Permanentes. 14) Projeto de Lei n' 2.251/83- do Sr. Sérgio Murilo - que "dispõe sobre a correçãomonetária de obrigação pecuniária estabelecida em pen­são alimentícia". Relator: Deputado Luiz Baccarini. Pa­recer: Favorável, com adoção da emenda da Comissãode Constituição e Justiça. Em votação, foi aprovado, porunanimidade, o parecer do relator. Vai à Coordenaçãode Comissões Permanentes. 15) Projeto de Lei n'

Junho de 1984

3.004/76 - do Sr. Francisco Amaral- que "revoga o §2' do art. 457 da Consolidação das Leis do Trabalho".Relator: Deputado Floriccno Paixão. Parecer: Favorá­vel. Em votação, foi aprovado, por unanimidade, o pare­cer do relator. Vai à Coordenação de Comissões Perma­nentes. 16) Emenda Oferecida em Plenário ao Projeto deLei n' 3.013-A, de 1980, que "regulamenta o exercício daprofissão de desenhista e dá outras providéncias". Rela­tor: Deputado Floriceno Paixão. Parecer: Favorável. Emvotação, foi aprovado, por unanimidade, o parecer dorelator. Vai à Coordenação de Comissões Permanentes.17) Projeto de Lei n' 3.002/84 - do Poder Executivo(Mensagem n' 022/84) - que "altera vantagens dos car­gos que especifica". Relator: Deputado josé Carlos Fa­gundes. Parecer: Favorável. Em votação, foi aprovado,por unanimidade, o parecer do relator. Vai à Coorde­nação de Comissões Permanentes. 18) Projeto de Lei n'3.001/84 - do Poder Executivo (Mensagem n' 480/84)- que "autoriza a reversão ao Município de Ourinhos,Estado de São Paulo, do terreno que menciona". Rela­tor: Deputado Mendonça Falcão. Parecer: Favorá'íel.Em votação, foi aprovado, por unanimidade, o parecerdo relator. Vai à Coordenação de Comissões Permanen­tes. 19) Projeto de Lei n' 583/83 - do Sr. Leônidas Sam­paio - que "dispõe sobre a gratuidade de ingresso de ex­combatentes em casas, centros de diversões públicas e es­tádios esportivos instalados em próprios da União, dosEstados e dos Municípios, e dá outras providências".Relator: Deputado Mendonça Falcão. Parecer: Favorá­vel, com adoção da emenda da Comissão de Consti­tuição c Justiça. Em votação, foi aprovado, por unanimi­dade, o parecer do relator. Vai à Coordenação de Comis­sões Permanentes. 20) Projeto de Lei n' 1.633/83 - doSr. Sérgio Ferrara - que "institui concessão obrigatóriade bolsas de estudo para o ensino de I. grau, c dá outrasprovidências". Relator:' Deputado Luiz Baccarini. Pare­cer: Favorável. Em votação, foi aprovado, por unanimi­dade, o parecer do relator. Vai à Coordenação de Comis;sões Permanentes. 21) Projeto de Lei n' 795/83 - do Sr.José Frejat - que "determina que a instituição de pedá­gio nas rodovias, em todo o território nacional, depende­rá de lei federal". Relator: Deputado Ruy Côdo. Pare­cer: Favorável. O Deputado Irajá Rodrigues, que pediraVista do processo, em 16-5-84, devolveu-o sem se mani­festar. O parecer foi lido pelo Deputado José Carlos Fa­gundes. Em votação, foi aprovado, por unanimidade, oparecer do relator. Vai à Coordenação de ComissõesPermanentes. 22) Projeto de Lei n9 1.949/83 - do PoderExecutivo (Mensagem n9312/83) - que "altera a estru­tura e a denominaçào da categoria funcional de Técnicoem Reabilitação, do Grupo-Outras Atividades de nívelsuperior, e dá outras providências". Relator: DeputadoChristovam Chiaradia. Parecer: Favorável. Em votação,foi aprovado, por unanimidade, o parecer do relator. Vaià Coordenação de Comissões Permanentes. 23) EmendaOferecida em Plenário ao Projeto de Lei n' 3.055-A/80- que ~~autoriza o Poder Executivo a lotear e doar osterrenos dos aglomerados de palafitas, que integram a"região dos alagados", na cidade de Salvador, Estado daBahia". Relator: Deputado Fernando Magalhães. Pare­cer: Favorável. Em votação, foi aprovado, por unanimi­dade, o parecer do relator. Vai à Coordenação de Comis­sões Permanentes. 24) Proposição do Sr. Deputado LuizLeal. no sentido de promover-se uma primeira mesa­redonda, a realizar-se no dia 13-6-84, às 14:00 horas, noPlenário da Comissão, para debater, com vistas ao aper­feiçoamento, o Projeto de Lei n. 3.473/84 e o Projeto deLei Complementar n. 154/84 - que tratam do "Estatu­to da Microempresa" - os quais serão submetidos àapreciação da Comissão de Finanças. O Sr. DeputadoLuiz Leal, apresentou, a seguir, o seguinte temário e par­ticipantes para evento: a) Microempresa, base da Demo­cracia; b) Aperfeiçoamento dos projetos; c) Vigênciaimediata; d) Regime fiscal, tributos e isenções tribu­tárias; e) Vinculação da União; f) Apoio creditício; g)

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Junho de 1984

Prestação de serviços; Expositores: João Geraldo PiquetCarneiro, Coordenador e Secretário Executivo do Pro­grama Nacional de Desburocratização; João Sayad, Se­cretário de Fazenda do Estado de São Paulo; Luiz Ro­gério M. de Castro Leite, Sccretário de Fazenda do Esta­do de Minas Gerais; César Epitáeio Maia, Secretário deFazenda do Estado do Rio de Janeiro e Abram Szajman,Presidente da Federação de Comércio do Estado de SãoPaulo; Debatedores: Membros da Comissão de Finançasda Câmara dos Deputados; Membros da Comissão deFinanças do Senado Federal; Antônio Oliveira Soares,Presidente da Confederação Nacional do Comércio; Pre­sidente das Federações de Comércio estaduais e do Dis­trito Federal; e Rosinethe Monteiro Soares, ex­professora da UNB e professora titular de Economia daAEUDF. A seguir, o Deputado Luiz Leal, após justifi­car, submete a sua decisão, ad referendum do Plenário doÓrgão, de autorizar a realização do evento. O DeputadoAgnaldo Timóteo assume a Presidência, submentendo àdiscussão e votação a proposição do Deputado LuizLeal, que é aprovada, por unanimidade. Em seguida, oDeputado Luiz Leal reassume a Presidência. Encerra­mento: nada mais havendo a tratar. foi encerrada a reu­nião l às doze horas c vinte cinco minutos, e, eu, JarbasLeal Viana, Secretário, lavrei a presente Ata que, depoisde aprovada será assinada pelo Sr. Presidente.

Sala da Comissão, 13 de junho de 1984. - DeputadoLuiz Lea!, Presidente.

O Senhor Deputado Luiz Lcal, Presidente da Comis­são de Finanças, fez a seguinte distribuição

Em 18-6-84Ao Senhor Dcputado Irajá Rodrigues:Projeto de Lei n' 1.572/83 - do Sr. Júlio Costamilan

- quc "A utoriza o Poder Executivo a promover a cons­trução do Hospital Regional dos Trabalhadores em Ca­xias do Sul, Estado do Rio Grande do Sul, e dá outrasprovidências" .

Projeto de Lei n' 1.626-C/75 - Substitutivo do Sena­do ao projeto de Lei n' 1.626-B, de 1975, que "permite adedução do imposto de renda de gastos com assistênciamédica, inclnsive radiografias, exames de laboratório ecirurgias, no caso e condições que especifica".

Ao Senhor Deputado José Carlos Pagundes:Projeto de Lei n' 3.006/84 - (Mensagem n' 055/84)

do Poder Executivo - que "Concede pensão especial aoFrei José Maria Carneiro de Lima. OSM.

Projeto de Lei n' 3.007/84 - (Mensagem n' 056/84)do Poder Executivo - que "Concedc pcnsão espccial aoFrei Peregrino Maria Carneiro Lima. OSM.

Projeto de Lei n' 3.013/84 - (Mensagem n' 068/84)do Poder Executivo - que "Concede pensão especial aInaldo Raul de Araújo e dá ontras providências".

Ao Senhor Deputado Moisês Pimentel:Projeto de Lei n' 1.288/75 - do Sr. Francisco Amaral

- que Determina o reajustamento dos benefícios conce­didos pela Previdência Social, na forma que especifica, edá oulras providências".

Projeto de Lei n9 1.343/83 - da Sr' Cristina Tavares- que "Institui a contribuição previdenciária sobre a re­ceita bruta, para a pcssoajurídica de fins econômicos e afirma individual".

Ao Senhor Deputado Walmor de Luca:Projeto de Lei n9 422/83 - do Sr. Borges da Sílveira

- que "Disciplina o reflorestamento com a utilização deerva-mate'",

Projeto de Lei n92.931/83 - do Sr. Francisco Dias­que "Dá nova redação a dispositivo da Lei sobre desa­propriação por utilidade pública".

Avocados pelo Senhor Presidente:Projeto de Lei n9 345/83 - do Sr. Inocêncio Oliveira

- que Dispõe sobre os projetos de saneamento básicodos centros urbanos do País, desenvolvidos com assis­

_ tência técnica e financeira de órgãos federais".

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

Projeto de Lei n9686/83 - do Sr. Lúcio Alcântara­que "Confere direito real de uso sobre terra pública de­voluta urbana a quem não tendo propriedade imóvel al­guma, nela mantiver, por um ano, sua moradia, em bar­raco, favela ou outra construção".

Projeto de Lei n° 859/83 - do Sr. Jorge Carone ­que "Somente permite a elevação tarifária dos Transpor­tes coletivos quando efetivada concomitantemente como reajuste dos salários' l

,

Projeto de Lei n' 2.534183 - do Sr. Paulo Mincarone- que "Concede anistia fiscal do imposto sobre Trans­porte Rodoviário, às Cooperativas de Transportes Ro­doviários de Cargas".

Ao Senhor Deputado Ibsen de Castro:Projeto de Lei n9 1.721/83 - do Sr. Siqueira Campos

- que "inclui a rodovia que especifica no Sistema Rodo­viário Nacional, do Plano Nacional de Viação".

Projelo de Lei n' 2.137/83 - do Sr. Augusto Trein­quc "Obriga a adição de até 10% de farinha de trigomourisco ou sarraceno à farinha de trigo pura".

Sala da Comissão, 18 de junho de 1984. - Jarbas LealViana, Secretário.

COMISSÃO DO lNDIO16' Reunião, realizada a 7· de junho de 1984

Às dez horas do dia sete de junho de mil novecentos eoitenta e quatro, no Plenário da Comissão do Indio,Anexo 11 da Câmara dos Deputados, em Brasília,reuniu-se esta Comissão, sob a Presidência do SenhorDcputado Mário Juruna, Presidente. Presentes os Se­nhores Deputados Nosser Almeida, Márcio Santilli, Gil­son de Barros, Eduardo Matarazzo Suplicy, Luiz Gue­des Dante de Oliveira, membros efetivos e AlbinoCoimbra, Assis Canuto, Israel Dias-Novaes, França Tei­xeira, Abdias Nascimento e Domingos Leonelli, Suplen­tes. Presentes, eventnalmente, os Senhores DepntadosFernando Gomes, Fcliz Mcndonça e Francisco Dias.Verificada a existência de número regimental, iniciaram­se os trabalhos destinados a ouvir o depoimento do Dou­tor Jurandyr Marcos da Fonseca, Presidente da Fun­dação Nacional do Indio - FUNAI, sobre os conflitosenvolvendo os índios Pataxó, no sul da Bahia. O SenhorPresidente, Depntado Mário JUrllna declarou aberta asessão e passou a Presidência ao Senhor Deputado Nos­ser Almeida, membro efetivo da Comissão. Dispensadaa leitura da Ata, foi considerada aprovada, sem res­trições. Foi feita, pela Secretária a leitura do seguinte Ex­pediente: Of. n' 523/Pres. - da Presidência da Fun­dação Nacional do Indio - "Cumprimentando V. Ex',cncaminho cópia do Telex dirigido ao Exmo. Sr. Depu­tado Siqneira Campos em decorrência de rcferênciascontidas no pronunciamento feito pelo ilustre Deputadona Sessão de 22-5-84 da Câmara dos Depntados. Naoportunidade, renovo a V. Ex' protestos de elevada esti­ma c distinta consideraçào. Jurandyr Marcos da Fonseca- Presidente."; Telex n' 357/Pres. "A admiração, o res­peito e a amizade que tenho por V. Ex' me impedem deconsiderar as referências contidas no pronnnciamentofeito pelo ilustre Deputado na Sessão de 22-5-84 da Câ­mara dos Deputados. Entretanto, para tranqiiilidade denossas consciências, minha e de V. Ex~, repudio com amais absoluta veemência as afirmações que caracterizamverdadeiro ato a de insuflamento às comunidades nãoíndias a fazerem jnstiça com as próprias mãos. Pelo queconheço do passado honrado de V. Ex' torna-se paramim muito dificil a comprcensão dessa atitude. Receba oilustre Deputado o abraço do amigo. Jurandy Marcos daFonseca, Presidente da FUNAI"; Discnrso: "O SenhorSiqueira Campos (PDS - GO. Pronuncia o seguinte dis­curso.) - Senhor Presidente. Senhores Deputados, atéagora não tive conhecimento, por via direta ou indireta,de providência da FUNAI que assegurasse tranqiJilidadeàs popnlações de Tocantinópolis e Araguaiana, que es­tào sob constantes invasões de índios, comandados poragitadores que desejam levar o norte de Goiás e O País ao

Sábado 23 63~5

caos. O Senhor Jurandy Fonseca, desde que elevado àsfunções de Presidente da FUNAI, isolou-se dos repre­sentantes políticos das regiões que têm sérios problemasindígenas e das populações não-indígenas envolvidasnesses ·problemas. Será que Jurandy Fonsecatransformou-se em mais um desses muitos sujeitos bon­zinhos, demagogos e, quanto às justas soluções dosproblemas nacionais, omissos e inconseqüentes? Tenhopaciência para esperar um pouco mais, mas temo que opovo dc Tocantinópolis, Araguaiana e outras comunida­des já não a tcnha e procure fazer justiça com as própriasmãos. Era o que tinha a dizer". Convidado a fazer parteda Mesa, ao ser-lhe dada a palavra, o Senhor Presidenteda FUNAI indagou se poderia recorrer a sua Assessoriadurante as inquirições, tendo o Senhor Deputado NosserAlmeida respondido afirmativamente com base no art.63, § 29 do Regimento Interno. A seguir o Senhor Presi­dente da FUNAI discorreu sobre o assunto em pauta,em suscinta exposição, tecendo considerações sobre apolítica que adotará ã frente daquela Fundação. Finda aexposição. o Senhor Deputado Nosser Almeida esclare­ceu que seria concedido o prazo de três minutos a cadaParlamentar, para formulação das questões ao convida­do e, comunicou o recebimento de Memorial dos fazen­deiros da região em conflito na Bahia, submetendo aoPlcnário a conveniência de lê-lo on não, Em discussão aproposta da Mesa, usaram da palavra os Senhores De­putados Eduardo Matarazzo Suplicy, Fernando Gomes,Márcio Santilli e Gílson de Barros decidindo contraria­mente à leitura do documento, tendo o Senhor Deputa­do Fernando Gomes discordado do resultado. Em segui­da, o Senhor Prcsidente da FUNAI foi interpelado pelosSenhores Deputados Fernando Gomes, Israel Dias­Novaes, Mário Juruna, Albino Coimbra, Eduardo Ma­tarazzo Suplicy, Márcio Santilli, Gilson de Barros, FclixMendonça, Luis Guedes e França Teixeira. Ao respon­der as indagações, o convidado foi assessorado pela an­tropóloga Isa Maria Pacheco Rogedo e pelo advogadoGerardo Wilames Fonseca e Silva, da FUNA!. Às onzehoras e cinqüenta e cinco minutos, o Senhor DeputadoNosser Almeida passou a Presidéncia ao Senhor Depu­lado Assis Canuto. Usando da palavra. o Senhor Depu­tado Mário Juruna contestou a afirmação de que osíndios do snl da Bahia teriam abandonado suas terras di­zendo que, na verdade, os índios sempre foram expulsosde suas terras. O Senhor Deputado Márcio Santilli ape­lou às partes ao entendimento, à negociação, como foifeita no Xingu tendo o Senhor Presidente da FUNAIafirmado que, naquela oportunidade, não houve nego·ciação e sim, desapropriação. Esclareceu ainda, que a ne~

gociação foi feita tão-somente entre o Governo e a co­munidade indígena. O Senhor Deputado Gilson de Bar­ros assumiu a Presidência às treze horas e trinta minutos.O Senhor Deputado França Teixeira fez acusações à an­tropóloga Maria Hilda Paraíso, que prestou depoimentonesta Comissão no dia trinta e um de maio passado,apresentando como testemunha de suas acnsações umex-Prefeito de Haju do Colônia, sendo advertido pelo Se­·nhor Presidentc, Deputado Gilson de Barros quanto aoimpedimento rcgimental de chamar a depor pessoas nãoconvidadas. Insistiu o Senhor Deputado França Teixeirano encaminhamento do Memorial dos fazendeiros fazen­do indagações consideradas não pertinentes pela Mesaeis que. de cunho subjetivo, tendo o Senhor DeputadoGilson de Barros o advertido novamente. Esclareceu oSenhor Presidente ao convidado a não obrigatoriedadeem responder as referidas qucstões tendo em vista o quepreceitua o art. 64 do Regimento Interno. Tendo o Se­nhor Presidente da FUNAI concordado em responder,disse que eram torpes as acusações feitas à antropólogaMaria Hilda. uma vez que a mesma só tem prestado rele­vantes serviços à causa indígena. A Presidência alertonos Senhores Deputados não ser permitido apartear oconvidado. O Senhor Deputado Luiz Guedes, disse quea vinda da antropóloga Maria Hilda Paraíso à Comissãofoi sumamente importante, não sendo justo ser acusada

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6366 Sábado 23

quando ausente. O Senhor Deputado França Teixeira,numa questão de ordem, protestou pelo não recebimentodas acusações contra Maria Hilda Paraíso, solicitando àMesa o encaminhamento das mesmas. A Mesa conside­rou não pertinente a questão de ordem, resolvendo-aconclusivamente, tendo o Senhor Deputado França Tei­xeira reclamado da decisão. Alertado pelo Senhor Presi­dente e insistindo em comentar a decisào da Mesa, foi­lhe cassada a palavra pelo Senhor Presidente, DeputadoGilson de Barros de acordo com o art. 77, IX do Regi­mento Interno, tendo o Senhor Deputado França Teixei­ra retirado-se do recinto. O Senhor Deputado MárcioSantilli solicitou aos Parlamentares que se ativessem àPauta dos trabalhos ou assuntos relevantes, evitandoacusações a convidados para que os mesmos não setransformassem em réus, tendo o Senhor Presidente es­clarecido, mais uma vez, que o convidado não estavaobrigado a responder perguntas de ordem subjetiva. OSenhor Presidente da FUNAI foi interpelado, pela se­gunda vez, pelos Senhores Deputados Márcio Santilli,Fernando Gomes, Félix Mendonça e Luiz Guedes. O Se­nhor Deputado Márcio Santilli, com a aquiescência doconvidado indagou se o mesmo tinha conhecimento doProjeto n' 1.179/83 do Senhor Deputado Mozarildo Ca­valcanti ao que o Senhor Presidente da FUNAI respon­deu afirmativamente comprol!1.~tendo-se de enviar à Co­missão subsídios da Assessoria Jurídica da FUNAI refe­rentes ao Projeto. Ao final, o Senhor Presidente, Depu­tado Gilson de Barros teceu considerações sobre a reu­nião dizcndo ter se constrangido em cassar a palavra doSenhor Deputado França Teixeira, só o fazendo com ointuito de bem ordenar os trabalhos, no exercício dasatribuições conferidas ao Presidente pelo Regimento In­terno da Casa. Disse, ainda, o Senhor Deputado que aPresidência acolhia o requerimento com as acusações àantropóloga Maria Hilda Paraíso, dando-lhe o devidoencaminhamento. Encerrando a sua participação nostrabalhos, o Senhor Prcsidcnte da FUNAI agradeceu atodos, colocando-se à disposição da Comissão, inclusivea Assessoria Jurídica daquela Fundação. Nada mais ha­vendo a tratar, o Senhor Presidente ao encerrar a reu­nião às quatorze horas e cinqüenta minutos, agradeceu apresença do Senhor Presidente da FUNAI, Doutor Ju­randy Marcos da Fonseca c seus assessores, a antropólo­ga Isa Maria Pacheco Rogedo, Gerardo Wilames Fonse­ca e Silva - advogado da FUNAI e Gerson da Silva Al­ves, Titular da Diretoria de Assistência ao Indio, convo­cando nova reunião a realizar-se no próximo dia quator­ze às 9:30 horas para votação dos seguintes Projetos: ­Projeto de Lei n' 1.179/83 do Senhor Deputado Moza­rildo Cavalcanti - trata de mineração em terra indígena- Serra de Surueucus - RR; - Projeto de Lei n'3.277/84 do Senhor Deputado Mário Juruna - dispõesobre sanções a funcionários da FUNAI que permitiremarrendamento ou invasão das terras indígenas. Os deba­tes foram gravados. E, para constar, eu, Mariza da SilvaMata, Secretária, lavrei a presente Ata que lida e aprova­da, será assinada pelo Senhor Prcsidente. - Gilson deBarros, no exercício da Presidência.

PROJETO DE LEI N' 3.277, DE 1984

Parecer da Comissão

A Comissão do Indio, em reunião ordinária realizadahoje, opinou, unanimemente, pela aprovação do Projetode Lei n' 3.277/84, nos termos do parecer do Relator ­Deputado Haroldo Lima.

Estiveram presentes os Senhores Deputados: MárioJuruna, Presidente; Alcides Lima; I'-Vice-Presidente;Ricardo Ribeiro, 2'-Vice-Presidente; Mozarildo Caval­canti, Domingos Leonelli, Octávio Cesário, Gilson deBarros, Aldo Arantes, Randolfo Bittencourt, IsraelDias-Novaes, Wildy Vianna, José Carlos Vasconcellos,Abdias Nascimento, Márcio Santilli, Dante de Oliveira,

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

Eduardo Matarazzo Suplicy, Albino Coimbra, OrestesMuniz, Nasser Almeida e Haroldo Lima.

Sala da Comissão, 14 de junho de 1984. - Aleides Li­ma, l'-Vice-Presidente - Haroldo Lima, Relator.

Termo de Reunião

Aos vintc dias do mês de junho de mil novecentes e oi­tenta e quatro a Comissão do Indio deixou de realizarreunião por falta de número regimental. Compareceramos Senhores Deputados: Mário Juruna, Presidente; Alci­des Lima, lo Vice-Presidente; Aldo Arantes, RandolfoBitlencourt, Dante de Oliveira, Gilson de Barros, LuizGuedes e Márcio Santilli, membros efetivos. Eu, Marizada Silva Mata, Secretária, lavrei o presente tcrmo, quevai a publicação.

COMISSÃO DE MINAS E ENERGIA

O Senhor Presidcnte da Comissão de Minas e Energia,Deputado Prisco Viana, fez, nesta data, a seguinte distri­buição:

Ao Senhor Deputado Manoel Costa:Projeto de Lei n' 3.177/84. que "Autoriza o Poder

Executivo a encampar bens e instalações vinculados aosscrviços públicos de energia elétrica explorados pelaCompanhia Força e Luz Cataguases Leopoldina, trans­ferindo sua administração à CEMIG".

Autor: Dep. Jorge Carone-PMDB/MGBrasília, 15 de junho de 1984. - Prisco Viana, Presi­

dente.

COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUltRITO

Destinada a examinar a utilização dos recursoshidricos no Brasil.

14' Reunião, realizada a 7 de junho de 1984

Às nove horas e quarenta e cinco minutos do dia setede junho de mil novecentos e oitenta e quatro, presentesos Senhores Deputados: Osvaldo Coelho, Presidente;Coutinho Jorge, Relator; Evandro Ayres dc Moura, An­tônio Florêncio, Etelvir Dantas, Fernando Santana,membros efctivos da Comissão; Antônio Gomes, Su­plente, e, ainda, Epitácio Bittencourt e Ãngelo Maga­lhães, presenças eventuais, reuniu-se no Plenário da Co­missão de Ciência e Tecnologia da Câmara dos Deputa­dos, em Brasília, a Comissão de Inquérito destinada aexaminar a utilizaÇ<.1.o dos recursos hídricos no Brasil,para a tomada de depoimento dos Senhores José Ubira­jara Coelho de Souza Timm, Superintendentc da SUDE­PE e Laurentino Fernandes Batista, Coordenador dosRecursos Naturais do CNPq. Ata: Dispensada a leitura,foi considerada aprovada a reunião anterior. O SenhorPresidente fez a apresentação dos Depoentcs que, haven­do prestado o compromisso na forma da lei, discorreramsobre o assunto em pauta. Finda a exposição, o SenhorPresidcntc passou a Presidência ao Senhor DeputadoAntônio Florêncio. Os Senhores depoentes foram inter­rogados pelos Senhores Deputados Coutinho Jorge, Re­lator; Antônio Florêncio que, de acordo com o Rcgi­mento, passou a Presidência ao Scnhor Deputado Fer­TJando Santana, reassumindo-a em seguida; Etelvir Dan­tas, Ãngelo Magalhães e Fernando Santana. Após res­ponderem às inquirições e não havendo mais inscritos,os Senhores Depoentes agradeceram a atenção a eles dis­pensad~. O depoimento c as inquirições foram gravadosc, após taquigrafados, decifrados e datilografados, serãoanexados am; autos do presente inquérito. Nada mais ha­vendo a tratar, o Senhor Presidente agradeceu a prcsençados Depoentes e dos demais, marcou a próxima reuniãopara quatorze de junho, encerrando esta, às treze horas.E, para ..constar, eu Nelma Cavalcanti Bonifácio, Secre­tária, lavrei a presente Ata, que depois de lida, se aprova­da. scrá assinada pelo Senhor Prcsidentc.

COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQultRITO

Destinada a investigar em toda a sua plenitude eeonseqüências as atividades do grupo CAPEMI.

29. Reunião, realizada em 13 de junho de 1984

Às dez horas c dez minutos do dia treze de junho demil novecentos e oitenta e quatro, no Plenário das Co­missões Parlamentares de Inquérito, Anexo 11 da Cáma­ra dos Deputados, em Brasília, presentes os DeputadosLéo Simões - Presidente; Matheus Schimidt - Relator;Farabulini Júnior, Israel Pinheiro, Israel Dias-Novaes,Tidei de Lima e Cid Carvalho, membros da Comissão; e,ainda, os Deputados Nilson Gibson e Eduardo Mataraz­zo Suplicy, reuniu-se esta Comissão Parlamentar de In­quérito destinada a investigar em toda a sua plenitude econseqüências as atividades do Grupo CAPEMI. Finali­dade da reunião: tomada de depoimento do Sr. AntônioChagas Meirelles, ex-Diretor do Banco Central do Bra­sil. Havendo número regimental foram iniciados os tra­balhos. Ata: lida, discutida e aprovada a da reunião an­terior. Expedientc: lido telex do Deputado Farabulini·Júnior, congratulando-se com a CPI pela aprovação daconvocação do General Newton de Oliveira e Cruz, eOfício do Sr. Carlos Langoni, justificando sua ausência àComissão. O Relator. usando da palavra, disse que aCPI tem o dever moral de tomar as medidas legais contrao Sr. Carlos Langoni uma vez que não há mais prazopara ouvi-lo na Comissão. Discutiram o assunto tam­bém os Deputados Tidei de Lima, Farabulini Júnior, Is­rael Pinheiro, Nilson Gibson c Israel Dias-Novaes, quelevantou uma Questão de Ordem no sentido de o Presi­dente da Comissão, através do Presidente da Câmara,oficiar a CEPAL, em Santiago para liberar o SI. CarlosLangoni para vir depor na CPI. Posta em votação a ma­téria foi aprovada. O Deputado Nilson Gibson pediu ve­rificação de votação, mas o Deputado Israel Dias­Novaes retirou sua proposta. O Depoente foi convidadoa tomar parte da Mesa, prestou o compromisso legal eapós a leitura do seu currículo. iniciou o seu depoimento,sendo inquirido pelos Deputados Matheus Schmidt ­Relator, Farabulini Júnior. Tidei de Lima, Cid Carva­lho, Eduardo Matarazzo Suplicy e Nilson Gibson. O De­putado Matheus Schmidt invocou sua condição de Rela­tor para tomar medidas judiciais junto à ProcuradoriaGeral da República junto ao Distrito Federal contra oSr. Carlos Langoni. O Deputado Tidei de Lima indagousobre a audiência da Comissão de Constituição e Justiça,que ainda não decidiu sobre o pedido do Deputado Si­queira Campos. Nada mais havendo a tratar o Presiden­te encerrou a reunião, às treze horas e quinze minutos,convocando outra secreta, para tomada de depoimentodo Sr. General Newton de Oliveira e Cruz, ex-Chefe daAgência Central do SNI. O depoimento foi gravado e de­pois de traduzido e datilografado será anexado ao pre­sente inquérito. E, para constar, cu Márcia de AndradePereira, Secretária, lavrei a presente Ata que depois delida, discutida e aprovada será assinada pelo Presidente.

GRUPO PARLAMENTAR BRASIL - AUSTRÁLIA

Reunião realizada em 10 de maio de 1984

Aos dez dias do mês de maio do ano hum mil novecen­tos e oitenta e quatro, presentes os Senhores Deputados:Flávio Mareílio, Josê Carlos Vasconcelos, Hélio Duque,José Mendonça, Pedro Corrêa, Sarney Filho, MarceloLinhares, João Carlos de Carli, Ricardo Fiuza, CclsoPeçanha, Jorge Leite, Bete Mendes e Nadyr Rossetti, àsdez horas, reuniram-se com o fim de apreciar a seguintepauta da Ordem do Dia: I. constituição do Grupo Parla­mentar Brasil-Austrália; 2. aprovação do Estatuto; 3.eleição da Comissão Diretora. Assumindo a Presidênciada reunião, o Deputado Hélio Duque convidou o Senhor

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Junho de 1984

Pedro Corrêa para secretariá-la. O Senhor Presidentesu bmeteu à consideração dos presentes a criação doGrupo Parlamentar Brasil-Austrália, o que foi aprovadopor aclamação. Atendido o item 1 da pauta, passou-seao item 2. O Senhor Presidente submeteu a votos o pro­jeto de Estatuto. Encaminhando a votação do projeto,falou o Senhor Deputado José Mendonça e, a seguir, oSenhor Presidente declarou o mesmo em votação.Verificando-se sua aprovação por unanimidade, o Esta­tuto ficou redigido da seguinte forma: Estatuto do Gru­po Parlamentar Brasil-Austrália - Sede, Funcionamen·to, e Objetivos - "Art. 19 - O Grupo ParlamentarBrasil-Austrália, reconhecido como serviço de coope­ração interparlamentar, tem sua sede em Brasília, Capi­tal Federal, funcionando no Edifício do Congresso Na­cional. Art. 2' - O Grupo tem por finalidade o inter­câmbio de experiências parlamentares; a conservação,desenvolvimento e preservação de fontes culturais co­muns; o aperfeiçoamento do uso da língua inglesa; c, oestudo de questões sócio-culturais de mútuo interesse.Parágrafo único - O Grupo não tem objetivo de ordempolítica. Composição - Arl. 39 - O Grupo é compostode parlamentares, membros do Congresso Nacional, quelhe derem sua adesão e a tiverem registrado em Ata. § l'- Ao filiar-se, o parlamentar se comprometerá a aceitaros termos do estipulado neste Estatuto para o Grupo. §2' - As Atas, bem como todos os atos e eventos oficiaisdo Grupo deverão ser publicados no "Diário do Con­gresso Nacional". Dos Órgãos - Arl. 49 - São órgãos:O Grupo e a Comissão Diretora. Art. 5' - No prazo dedois meses após o início de cada Legislatura, reunir-se­ão os membros efetivos do Grupo para eleger, em sessãoplenária, os integrantes da Comissão Diretora e um terçode suplentes para substituí-los em suas faltas ou impedi­mentos. Arl. 6' - A Comissão Diretora compõe-se deum Presidente de Honra, de Presidente, Vice-Presidente,Secretário-Geral Parlamentar e Tesoureiro. § l' - OPresidente de Honra será, sempre, escolhido entre o Pre­sidente da Cámara dos Deputados ou o Presidente doSenado Federal. § 2' - O mandato dos membros da Co­missão Diretora será de dois anos, permitida a reeleição,salvo quanto ao Presidente de Honra, cujo mandatocoincidirá com o que tiver na Mesa. § 3' - Em seuS im­pedimentos, o Presidente da Comissão Diretora serásubstituído pelo Vice-Presidente e, na falta deste, pelosdemais membros, desde que o assunto exija decisão decaráter urgente. § 4' - Se qualquer membro da Comis­são Diretora deixar de fazer parte ou renunciar à mesma,proceder-se-á à escolha de seu sucessor, salvo se faJtaremmenos de seis meses para o término do mandato da Co­missão. § 5' - Haverá um Secretário Administrativo deescolha da Comissão Diretora. Art. 7' - A convocaçãodo Grupo poderá ser feita, a qualquer tempo, pelo Presi­dente, por um terço dos membros da Comissão Diretora

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção [)

ou dois terços dos integrantes desse Grupo. Da Compe­tência - Art. 8' - Compete ao Grupo: a) eleger a Co­missão Diretora e escolher o Presidente de Honra; b) al­terar o Estatuto; e) traçar as diretrizes e definir os princí­pios que nortearão as atividades a serem desenvolvidaspela Comissão Diretora; d) apreciar o relatório de ativi­dad es e a prestação de contas das despesas realizadaspela Comissão Diretora, no ano anterior; e) aprovar areceita e a despesa constantes do orçamento anual. Art.9' - Compete à Comissão Diretora: a) propor a alte­ração do Estatuto; b) organizar o programa de ativida­des do Grupo; c) constituir delegações; d) promover oestudo e a apreciação de teses, pareceres e trabalhos a se­rem apresentados em confcrências internacionais; e) in­dicar, à admissão no Grupo, novos membros; Onomearobservadores parlamentares, sempre que necessário aobom desempenho e ação do Grupo; g) autorizar quais­qucr despcsas e aprovar créditos; h) aceitar, para o Gru­po e em seu nome, a concessão de qualquer espécie dedoação, ajuda de custo ou representação; i) fixar, quan­do houver, a contribuição dos membros do Grupo;j) co­municar, para cumprimento dos termos estatuídos nosrespectivos Regimentos, à Presidéncia de cada Casa doCongresso Nacional, os nomes dos integrantes de dele­gação ou do de observadores parlamentares, bcm assimo de assessores e do sccrctário, que devam acompanharas delegações e representações a outros países; delegar,ao Presidente, quaisquer de suas competências; m) resol­ver os casos omissos porventura existentes neste Estatu­to; n) escolher o Secretário Administrativo; o) determi·nar li competência do Secretário-Administrativo. Art. 10- A Comissão Diretora fixarâ, em reunião, a competên­cia de cada um de seus membros, prevalecendo a ante­riormente estabelecida, enquanto não modificada. Dis­posições Gerais e Transitórias - Art. II - São conside·rados países-membros, podendo assim constituir os res­pectivos Grupos Parlamentares, filiados ao Grupo Par­lamentar Brasil-Austrália, além destes dois, a Tasmâniae a Nova Zelândia. Parágrafo único - Núcleos sócio­culturais de língua inglesa, independentemente do paísem que se encontrem, poderão eleger e indicar delega­dos, fazendo-se representar nas atividades desenvolvidaspelo Grupo Parlamentar Brasil-Austrália. Art. 12 - Oatual mandato da Comissão Diretora, inclusive o do Pre­sidente de Honra, terminará em 31 de janeiro de 1985.Art. 13 - O ano financeiro será de l' de janeiro a 31 dedezembro de cada ano". Passando ao item 3 da pauta,que trata da eleição da Comissão Diretora, informou oSenhor Presidente que o escrutínio seria secreto e levan­tou a sessão pejo prazo de trinta minutos, para que fos­sem confeccionadas as necessárias chapas. Reabertos ostrabalhos, foram os presentes chamados pela ordem deassinatura da lista de presença, para depositarem seusvotos na urna. Após o voto do Senhor Presidente, foi de-

SECRETARIA-GERAL DA MESA

I !J 8 3

REQ~ERIMENTOS DE INFORNnÇÕES ENCAMINHADOS

S,ibado 23 6367

darada encerrada a votação. O Senhor Presidente convi·dou para servirem de escrutuladores os Senhores Depu­tados Marcelo Linhares e José Carlos Vasconcelos.Aberta a urna, foi constatada coincidirem o número devotos com o de votantes e, apurada a votação, eleita a se­guinte Comissão Diretora: Presidente de Honra, SenhorDeputado Flávio Marcílio; Presidente do Grupo Paria·men tar Brasil-Austrália, Deputado Hélio Duque; Vice­Presidente, Deputado José Mendonça; Secretário-GeralParlamentar, Deputado Pedro Corrêa; Tesoureiro, De­putado Sarney Filho. O Presidente eleito agradeceu, sen­sibilizado, a demonstração de confiança, de seus colegasparlamentares, depositada nele e em seus companheirosde chapa. Usou, igualmente, da palavr,a o Presidente deHonra, que augurou sucesso ao Grupo recém-criado,agradecendo, também, sua eleição. Aproveitando aoportunidade, em atendimento aos termos do estipuladono Estatuto, o Senhor Presidente designou, com apro­vação geral, a Senhora Flávia Isa Obino Boeckel, paraatuar junto ao Grupo, na qualidade de Secretária Admi­nistrativa. Nada mais havendo a tratar, foi levantada areunião, da qual foi lavrada a presente Ata que, depoisde lida e achada conforme vai por mim (Flávia Isa ObinoBoeckel), Secretária, assinada e pelo Presidente.

Lista de Presença

Bete Mendes - Celso Peçanha - Flávio Marcílio ­Hélio Duque - Israel Dias-Novaes - João Carlos deCarli - Jorge Leite - José Carlos Vasconcelos - JoséMendonça - Marcelo Linhares - Nadyr Rossetti ­Pedro Corrêa - Ricardo Fiuza - Sarney Filho.

Posteriormente à constituição do Grupo ParlamentarBrasil-Austrália, passaram a integrá-lo os seguintes con­gressistas:Senador Álvaro Dias (PMDB - PR)Telefone: 224 9903Senador Marcondes Gadelha (PDS - PB)Telefone: 224 2009Senador Roberto Saturnino (PDT - RJ)Telefone: 226 4693Deputado Amaury Müller (PDT - RS)Telefone: 225 2960

SEÇÃO DE SINOPSE - CELERRATA

(Arquivamento)

Exclua-se por ter sido publicado indevidamente noDCN 15-9-83, pág. 9159, col. 01, a seguinte proposição:

Projeto de Lei n' 1.907/79 - (Benjamim Farah) ­Discrimina a obrigatoriedade às empresas de apresenta­rem documentação comprobatória referente a segurançae medicina do trabalho, por ocasião de concorrerem a li­citações públicas, envolvendo obras de construção civil,reparos e serviços gerais.

119

2/83'

25/83

35/83

AUTOR

JoiIo HERCULINO

OSVALDO MELO

FERREIRA MARTINS

EMENTA

SoZiaita informações ã SEPLAN sobre oa aúmentoB

doe pre~oa doa derivado8 de petróleo.

SoZiaita informa~ãss ao MEC sobre 'as ob2'as do Pa­

trimônio Histórico de Belém do Papá.

SoZiaita -informações ao Sr. MINISTRO EXTRAORDINÁ­RIO PARA ASSUNTOS FUNDIÁRIOS 8ob~e a arrecadação

DATA DA Hi.'-E3S.:" AO GA;I::E::~ CIZ:! .J.';PRESID~!JCIA DA RE.?ê3!.IC.';'

ar. SGM-20. de 09 ••03.83

Of. SGM-395, de 24.06.83

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6368 Sábado 23

:J9 AUTOR

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção 1)

EMENTA

p~lo INCRA. nos s:spataios a. 1978 a 1982. do Im­posto Territoriat Rurat.

Junho de 1984

DATA DA RE!ESSA AO GAiw:E:;E' CII'IL r;,;PRESID~lCIA DA R::P03LIC.~

FARABULINI. JONIOR

59/83

83/83

70/83

80/83

8J/83

83/83

81/83

8S/83

89/83

JOO/83

101/83

102/83

10~/83

109/8iS

112/83

WALL FERRAZ Soliaita informa~ões ao MIBISTtRIO DA AGRICULTURA

sobre a implanta~ão do Parque Nacional da Capiva­ra, em são Raimundo Nonato, no Piaul.

FRANCISCO AMARAL Solicita informa~ões ao MINISTtRIO DA PREVID2NCIAE ASSISTENCIA SOCIAL sobre os dsbitos am atrasodas prsfeituras municipais e sobre aaordos parapagamanto' parCS lado.

,OtLIO DUQUE Soliaita informa~õss ã SECRETARIA DE PLANEJAMENTO

DA PRESIDENCIA DA REPUBLICA. sobrs smpresas bras~

tairas aom ssda própria ou alugada no e~terior.

EDUARDO MATARAZZOSUPLICY Soliaita informaçõss aO ~INISTtRIO DA FAZENDA e ã

SECRETARIA DE PLANEJAMENTO DA PRESID2NCIA DA'REP!BLICA, eobre facilidades de empristimos junto aoBanao d~ Brasi.l e a Caiza Eoonômica Federat. aoGpupo Coroa-Brastsl.

BRANDXO MONTEIRO Solioita informa~õe8 ao MINISTtRIO DAS MINAS E

ENERGIA. sobre a real situação do Garimpo deSerra Palada. no Estado do Pará.

FRANCISCO AMARAL Solioita informações ao MINISTtRIO DA PREVID2~

CIA E ASSISTENCIA SOCIAL. sobra dsbitos das pr~

feituras Munioipai,s;

EDUARDO MATARAZZOSUPLICY Solicita informações ao MINIST2RIO DA FAZENDA.

sobr8 os oontratos assinados palas autoriadadssmonetárias do Governo brasileiro com, os Banoosor.dopes dP Brasil. 8m J982 e 1983.

FRANCISCO ilMARAL SoUoita informações ao MINISTtRIO DA JUSTIÇA s~

brs astudos daquela Pasta a raepaito da oriaçãods noVas Juntas de Con~itiação e JuZgamento emtodo o Pats.

AIRTON SOARES Solioita in/armações à SECRE~ARIA DE PLANEJAME!TO DA PRESID2NCIA DA REPOBLICA. sobre o pessoaZ

das Entidades Estatais.EDUARDO MATARAZZOSUPLICY Solicita informa~õas ao MINISTtRIO DA FAZENDA.

sobre a tiquid6a do Grupo Coroa-Braetel.

'FRANCISCO AMARAL Solicita informações aO DASP'sobre dsmissõesooorridas. ae 1982 a 1983, nos órgãos do gove~

no Federal situadoe nos Estados. T8rritórios s

Distrito· Fl/dIJraL

Solioita informaçõl/e' ã SEPLAN sobre prejuieos dsEmpresas Estataie nos últimos 5 ano••

MILTON REIS SoZioita informações ao MINTEH sobre o fundo de

Compensa~ão Salarial do BNH.

AMILCAR DE QUEIROZ Solicita informações ao DASP sobre o total de se~

vidores civis, qua após a aplioação das medidaede deoorrentes da Lei n9 6.445/70. retornaram àatividade.

SALLES LEITE Solioita "informações ao MME 80bre os SO maiOl'es a,

50 menores salários pagos aos funoionários da El!trobráe. Petrobráa. Intarbrás. Cia. Vala do Rio

Dooe; Nuotebrás a Itaipu Binaoional.

Of. SGM-828. de 04.10.83

Of. SGM-828, de 04.JO.83

Of. SGM-835. d8 0~.10.83

Of. SGM-l048. de U;11.83

0f.SGM-1049. ds 17.1J.85

Of. SGM-l0Sl, ds 17.11.83

Of. SGM-1052. ae 17.11.83

Of. SGM-l053. de 17.11.85

Of. SGM-ioS7. da 17.11.8~

Of. SGM-113S, dd 29.1J.'~

Of. SGM-1138. de 29.1J.83

Of. SGM-1139. de ~9.11.83

Of; SGM-1144. de 29.22.83

Of. SGM-1147, de 29.11.83

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Junho de 1984 DIÂRIO DO CONGRESSO N ACTONAL (Seção I) Sábado 23 6369

:19 AUTOR

122/83 FRANCISCO AMARAL

126/85 SAMIR ACHtJA

228/83 SALLES LEITE

Dos 81'8. L-ídor682U/83 do' ENDB, PTB,

PD'l! .. ET.

lU/85 DJALNA FALClo

HO/83 AMAURY MULr;ER

139/85 EEDRO NOVAIS

EMENTA

Solicita info~ma~õ"8 ao MEAS 8ob~e ~ a~~ecadação

da ta.za de custéio de salário-famtUa..

Solioita informa~ões ao MINISTtRIO DA PAZENDA so­bre a fiscalisação do Banco Central junto a enti­

dades finanoeiras.

Solioita informações ao MINISTtRIO DA AERONAuTlCA sobrs infra-estrutura aeroportuária.

Solicita informações ao MINISTtRIO DA FAZENDA s~

bre cróditos obtidos ou uarantidos pelo Tesouro

Na(JionaZ.

Solioita info~mações' ao NRE sobre o dossiê deno­

minado "Rel.atópio Sat"a'iva".

Solioita informações ao MEAS sobre a sitação

real das contas da E~evidênoia.

Solicita informações ao MINTER sobre reou~SOS doFINOR, aplioados na auropeouária s na indústria,

nos últimos 6 anDe.

DATA DA RE!·!ESSA AO GABI!.'E~E CII':L '::;.4PRESID~!ICIA DA R"::P;;BLIC.4

Of. SGM-1157, de 29;11.83

Of. SGM-1161, de 29.11.83

Of. SGM',]183, de 29,.11.83

Of. SGM-0021, de 15.03.84

Of. SGM-0023, de 13.05.84

Of. SGM-002?, de 15.03.84

Of. SGM-0028, de 13.05.84

141/83

151/83

152/83

153/8$

15?/83

PREITAS NOBRE

OSWALDO LINA PILHO

EDUARDO MATARAZZOSUPLICY

FRANCISCO AMARAL

RAYMUNDO ASFORA

Solicita informações à SEELAN sobre os cortes nosinvestimentos do Sistema TelebráB.

Solicita inf~~mações ao MINIST2RIO DA MARINHA s~

b~e 08 oustos Qm cFuzsir08 6 em dólares da8 6~P!

dições brasilei~as à Antártida.

Solioita informa~ões ao MINIST2RIO DA FAZENDA e

a SEPLAN aoeroa do efeito ltquidb sob~e a reoei­

.ta tributária do Governo: em deoorrênoia das me

didas contidas no Deorsto-lei n9 2.086.

Solioita info~ma~ões ao MINIST2RIO DO PRABALHO

sob~ .. a regulamentação da profissão de sociólogo.

Solioita informações ao MME sob~e as jazidas qus

se enoont~am em prooesso de lavra no Estado daPazaalba.

Of. SOM-0028, de 13.03.84

Of. SGM-0038. de· 13.03.84

Of. SGM-0039, d.. 13.P3.84

Of. SGM-p040, de 13.05.84

.Of. SGM-0044/83, d.. 13.03.8

159/83

"169/84

CHAGAS VASCONCELOS Solioita'info~mações ao TRIBUNAr; DE CONTAS DA

UNIÃO sob~e o repasss pelo Pode~ Ezeoutivo daspa~o.. las do IR e IPI'aoo Estados e Muniotpios.

AMILCAR DE QUEIROZ. Solioita info~mal'õe8' ac> MME eobre a const2'ul'ãode gasoduto ligando o Alto Amazonas à oidade desão Pauto.

Of. GP-0-364, ae 13.01.84

Of. SGM.101, de 28.03.84

1?0/84 COUTINHO JORGE Solioita informações ao MINISTtRIO DOS TRANSPOR­

TES'o ã SEORETARIA DE PLANEJAMENTO DA PRESIDENCIA

DA REPt1BLICA, sob~e o projeto as "Enlusas de Tu­CUJlu{. Of. SGM-I12, de 28.05 ..84

172/84 THOMAZ Co"ELHO Solioita il'formações ao MINTER 80brQ projotos

ap~ovad08 pela SUDENE em 1983:

179/84 THOMAZ COELHO Solioita informações ao MINTER sobre a atul'ão do

DNOCS em 1983.

180/84 RAYMUNDO ASFORA SoUoita info~ma"ões ao MINISTtRIO DO TRABALHO

sob~e cón8t2'ução de p~édio para instalação de

Junta de Conoil~ação e Julgamento, em Campina

G~and...

1.81/84 CHAGAS VASCONCELOS 60 Zioita informações ao TCU 80bre transfe~sn-

Of. SGM-I03. de 28.03.84

Of. SGM-173, de 18.04.84

Of. SGM-l?4, de 18.04.84

Page 36: República Federativa do Brasil DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONALimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD23JUN1984.pdf · S. Paulo contraa administração do Governador Leo nel Brizola,

6370 Sâbado 23

ri9' AUTOR

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

EMENTA

Muni~ipios rsfsrsnt.s a s.u Estado, no mês ds

mal'go d. 1984.

Junho de 1984

DATA DA- RE:·:ESSA AO GA3I:!E'::E CIV;r, D.';PRES19~!lCIA DA REP::"SLIC.';

Of. GP~O-801, de 23.04.84(~

184/84 FRANCISCO VIAS Soli~ita informaçõs4sobre a s~istinoia dsps. no Mini8ti~io.

ao MINISTISRIO·DA MARINHA,quadro d. capelães milita-

Of. SGM-l??, ds 18.04.84

186/84 .TOS2 TAVARES Solioita ~nformações ao MINIST2RIO DAS COMUNICA­ÇaEB sobl'e oritirios adotados para partioipaçãodali (J'!no6tJs1.()nárt1.aIJ no' a_nominado "Pe%"centua't"

anloa sobre Tl'áfego Mútuo". Of. SGM-l?8. ds 18.04.8~

18S/84 FRANCISCO AMARAL

%89/84· .TOSIS CARLOS'1'~Tr1?IRA

190/84 AMAURY MULLER

191/84 AMAURY M(lLL8R

192/84 .TOS2 TAVARES

lU/84 HeLIO DUQUE

194/84 ISRAEL VIAS-NOVAES

Solioita informações aO NHE sobre reaJustss dastarifas de energia elitrioa.

Solicita informações ao MINrST2RIO DA PAZENDA so

bre dtvida em dólar das emPl'esas·privadas.

Solioita informações ao MME sobrs e~ploração dsriqussas minerai4 por smpresas multina~ionais.

Soli~ita informações ao MME sobr.·o balanço de19P3 da P8TROBRXS.

Soti~it~ infol'maçõss ao GABINETE CIVIL DA PRES!DENCIA DA REPaBLicA, sobre as viagens do Prssi­dsnt. da Rspública ao Narrosos e a ~hina.

SoZi~ita infol'maçõ.. ao GABINETE CI.YIL DA PRES!

DENCIA DA REPaBLICA, sobre a v~agem do Prsside~

ts João Figueirsdo ao Japão e a China;

Sotisit;a informaçõss ao MINIST2RIO DAS COMfJNICr:.Ç~ES sobrs oo~oessão de oanais de radiodifusão" teZQviaão.

0f. SGM-l?9. de 18.04.84

Df. SGM-328, ds 28.~S.84

Df. SGM-329. de 28.0S.84

0(. SGM-Z30, de 28.05.84

Of. SGM-331. de 28.0S.84

Of. SGM-332, ds 28.0S.84

0f. SGM-333, de 28.0S.84

19S/84

19?/84

201/84

TIVEI D8 LIMA

HISLIO DUQUE

JOSIS EUDES

Solioita informações à SEPLAN e ao MINISTtRIO DAPAZENDA, sobps gastos oom viagens ao e~terior eobjetivos do oada v~agBm~

Soliaita informações ao Ministirio da AgriauZturasobre a exeaução dll obras na CIBRAZEM

Soliaitando informações ao MINIST2RIO DAS RELAÇ08SEXTERIORES, sobre quais as providênoias a serem t~

madas pslo GoVerno em relação aoe brasileiros de8Spa~8aid08 na .Apgentina.

Of. SGM-.34, de 29.0S.84

Df. SGM-Z81, de 01.08.84

0f. SGM-3BO, de 08.0S.84

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MESA

Presidente:

Flá.vio Marcílio - PDS

1.°-Vice-Presidente:

Paulino Cícero de Vasconcellos - PDS

2.°_Vice-Presidente:

Walber Guimarães - PMDB

LO-Secretário:

Fernando Lyra - PMDB

2.o-Secretário:

Ary Kffuri - PDS

3.0 -Secretário:

Francisco Studart - PTB

4.o-Secretário:

Amaury Müller - PDT

SUPLENTES

Osmar Leitão - PDS

Carneiro Arnaud - PMDB

José Eudes - PT

Antônio Morais - PMDB

PDS

Lider:

Nelson MarchezanVice-Líderes:

Alcides FranciscatoAmaral NettoDjaJma BessaEdison LobiíDGi61a Júnior

J oaeil PereiraJorge ArbageRicardo Fiuza

Siqueira CamposCelso Barros

Nilson GibsonJosé Lourenço

Francisco BenjamimAugusto Franco

José Carlos FonsecaSaramago Pinheiro

Otavio CesarioAdhemar GhisiAugusto TrelnAmaral Netto

PMDB

Lider:

Freitas Nobre

Vice-Líderes:

Egidio Ferreira LimaSinval Guazzelli

Francisco AmaralVirgUdãslo de senna

Ronaldo CamposDjalma FalcãoAmadeu GearaHaroldo LimaHélio Duque

Hélio Manhães

LIDERANÇASJoão Divino

José Maria MagalhãesTidei de Lima

João B8lStOSJosé Carlos Vasconcelos

Lélio de SouzaNelson ·Wedek1n

Raymundo AstoraDenisar Arneiro

Jorge ViannaRoberto Freire

José Mendonça; de MoraisArthur Virgilio Neto

WaJmor de LucaWalmor Giavarlna

PDT

Lider:

Brandão Monteiro

Vice-Lideres

Nadyr RossettlJG de Araújo JorgeOsvaldo Nascimento

Clemir Ramos

PTB

Lider:

Celso Peçanha

Vice-Lideres:

Mendes BotelhoRoberto Jefferiõon

PT

Lider:

Airton Soares

Vice-Lideres

Inna PassoniBete Mendes

COMISSÕES PERMANENTES1) COMISSAO DE AGRICULTURA E

POLITICA RURALPresidente: Ivo Vanderllnde - PMDB

Vice-Presidente: Geraldo Fleming - PMDBVice-Presidente: João Paganella - PDS

Titulares

PDS

DEPARTAMENTO DE COMISSÕESDiretor: Luiz Carlos Baby

Local: Anexo li - Telefone 224-2848Ramal 6278

Coordenação de Comissões PermanentesDiretora: Silvia Barroso Martins

Local: Anexo II - Telefone: 224-5179Ramais: 6285 e 6289

PMDB

Cardoso AlvesCarlos Vinagre

Olavo PiresOswaldo TrevisanPaulo MarquesPimenta da VeigaRaul Ferraz2 vagas

PDT

Mário JurunaVago

PT

PTB

Pacheco Chaves

Suplentes

PDSJônathas NunesRubens Ardenghi

2) COMISSAO DE CII!NCIA ETECNOLOGIAPresidente: Jorge uequed - PMDB

Vice-Presidente: Fernando Cunha - PMDBVice-Presidente: Irlneu Colato - PDS

TituIaresPDS

Adall Vettorazzo Brasília CaladoAntônio Florênclo Vago

PMDBDirceu CarneiroJorge Vargas

Moacir Franco

João DivinoJorge VargasManoel AffonsoManoel Costa JúniorMansueto de LavorNelson Aguiar

Arlldo Teles

Eduardo MatarazzoSu,pllcy

Reuniões:Quartas e Quintas-feiras, às 10 horasLocal: Anexo II - SaIa 11 - R.: 6293 e 6294Secretário: José Maria de Andrade C6rdova

Evaldo AmaralJoão Rebelo

Estevam GalvãoHumberto SoutoIsrael PinheiroJosé Carlos FagundesOsvaldo CoelhoOtavio CesárloPedro GermanoPrisco VianaRubem MedinaSalles LeitesebiJ.stlão Curi6Vago

PT

Lélio SouzaMárcio LacerdaMarcondes PereiraMattos LeãoMelo FreireOswaldo Lima FilhoRaul Belém

.Santinho Furtado

PDT

Sérgio Lomba

PMDB

Del Bosco AmaralDoreto CampanariHélio DuqueIsrael Dlas-NovaesJoão Bastos

Airton Soares

Fernando GomesHarry AmorimIturlval NascimentoJorge ViannaJosé Mendonça de

MoraisJuarez BatistaJuarez Bernardes

Aldo PintoOsvaldo Nascimento

Suplentes

PDS

Afrlslo Vieira LimaAlceni Guerraantônio DiasAntônio FariasAntônio F1orêncioantônio Mazurek.AntÔnio UenoAssis CanutoCristlno CortesDarcy PozzaDiogo NomuraEnoc VieiraEpltãclo Bltteucourt

Alienar Mariaantônio CâmaraCarlos MosconiCasUdo MaldanerDante de Oliveira

Gerardo RenaultHélio DantasJoão Carlos de CarllJonas PinheiroLevy DiasMaçao TadanoPedro CeollmRelnhold StephanesRenato CordeiroSaramago PinheiroWlidy ViannaVago

Airton SandovalAntônio CâmaraAroldo Moletta

Adauto PereiraAlcides LimaAmilcar de QueirozBalthazar de Bem

e CantoBento PortoCarlos EloyCelso CarvalhoEmidio PerondiFabiano Braga CortesFrancisco SalesGeovani Borges

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3) COMISSÃO DE COMU~ICAÇÃO

4) COMISSÃO DE CONSTITUIÇAO EJUSTiÇA

PTB

PT

PMDBMiguel ArraeaMúcio AthaydeNelson WedekiJl.Oswaldo Lima FilhoSebastião Rodrigues

JúniorSérgio MoreiraVirgildásio de Sennavago

Suplentes

PDSGerardo RenaultGerson PeresJosé BurnettJosé CamargoJosé Carlos MartinezJosé Luiz MalaNagib HaickelNylton VellosoOrlando BezerraRenato JohnssonVictor Trovão

Aldo Pinto

Ricardo Ribeiro

Presidente: Genebaldo Correia - PMDBVice-Presidente: Siegfrled Heuser - PMDBVice-Presidente: Pratlni de Morais - PDS

TitularesPDS

José LourençoJosé MouraJosé Thomaz NonôLuiz Antonio FayetOscar CorrêaPratini de MoraesRicardo FiuzaRubem MedinaSaulo QueirozSérgio Philomeno

PMDBJoão AgripinoJosé missesManoel AffonsoOdilon SalmoriaOswaldo TrevisanRalph BiasiSérgio ForeiraSiegfried Heuser

Presidente: Rômulo GaIvão - PDSVice.Presidente: Victor Faccioni - PDSVice-Presidente: Dionísio Hage - PMDB

TitularesPDS

Jonathas NunesOly FachinRita FurtadoSalvador Julianellistéllo Dias2 vagas

Antônio CâmaraCarlos WilsonCid CarvalhoHenrique Eduardo

AlvesIrajá RodriguesIrapuan Costa JúniorJosé FogaçaMarcelo CordeiroMário Hato

Adauto PereiraAlcides FranciscatoBalthazar de Bem e

CantoCarlos VirgllioDjalma BessaEduardo GalilEvandro Ayres de

MouraFelix MendonçaGeraldo BulhõesGeraldo Melo

Alencar FurtadoAlberto GoldmanArthur Virgllio NetoCoutinho JorgeCristina TavaresDarcy PassosGustavo FariaHaroldo LimaHélio Duque

7) COMISSAO DE EDUCAÇÃO ECULTURA

PDT

José GenoinoReuniões:Quartas e Quintas-feiras, às 10:00 hora"Local: Anexo li - Sala 4 - R.: 6314Secretária: Delzuite Macedo de Aj1;uiar

Sebastião Nery

6) COMISSÃO DE ECONOMIA,INDOSTRIA E COM~RCIO

Fernando CarvalhoPTB

PTEduardo Matarazzo

Su,pUcy

PDT

Amaral NettoAntônio FariasAntônio OsórioCelso de BarrosEstevam GalvãoEtelvir DantasFernando CollorHerbert LevyJoão Alberto de SouzaJosé Jorge

Alvaro ValleDarcilio AyresEnúlioHaddadEraldo TinocoFlerreira MartinsJoão Faustino

Theodoro MendesValmor Giavarina

PDT

Paulo Lustosavago

PMDB

OUvir GabardoSamir Achôa

PTB

Mozarildo CavalcantiSérgio Philomeno2 vagas

PMDB

Renato BernardiRonaldo Camposvago

PMDB

Luiz HenriqueLuiz LealMárcio MacedoMilton ReisRoberto FreireWagner Lago7 vagas

PDT

Vago

PTB

PT

Reuniões

Titulares

PDS

Suplentes

PDS

Albino CoimbraFigueiredo Filho

Aurélio PeresJosé Carlos

VasconcellosMário Frota

Roberto Jefferson

Agenor MariaHélio Manhães

Aécio CunhaClãudio PhilomenoFigueiredo F'ilho

Nadir Rossetti

Amadeu GearaCardoso AlvesFrancisco AmaralIbsen PinheiroJorge LeiteJorge MedauarLélio Souza

Celso Peçanha

Airton Soares

Nilton Alves

Reuniões:Quartas e Quintas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo TI - Ramal: 63179Secretãria: Maria Júlio. Rabel10 de Moura

Gastone Righi

José Genoino

5) COMISSÃO DE DEFESA DOCONSUMIDOR

Celso Barros Lázaro CarvalhoDarcflio Ayres Magalhães PintoEdison Lobão Nelson MorroFrancisco Benjamim Ney FerreiraGomes da Silva Osmar LeitáoGonzaga Vasconcelos Pedro ColinHélio Correia Ricardo FiuzaJoão Paganella Ronaldo CanedoJosé Carlos Fonseca Sarney FilhoJosé Mendonça Bezerra Tarcfsio BuritlJosé Penedo Theodorico FerraçoJutahy Júnior

Suplentes

PDS

Terças, Quartas, Quintas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo li - Sala 17 - Ramal 6308Secretário: Ruy Ornar Prudêncio da Silva

Presidente: França Teixeira - PDSVice-Prellidente: Florlceno Paixão - PDTVice-Presidente: Del Bosco Amaral - PMDB

PT

PDT

Matheus Schmidt Vago

PTB

Raimundo LeiteRaymundo As1'óraSérgio Murilo

Magno BacelarSiqueira CamposVieira da Silva

PDSJosé BurnettJúlio MartinsMário AssadNatal GaleNilson GibsonOsvaldo MeloOctávio CesárioRondon Pacheco

PMDB

João CunhaJoão DiVinoJoão GilbertoJorge CaroneJosé MeloPimenta da VeigaPlínio Martins

PTB

Pedro CeolimRômulo GalvãoSaulo QueirozVlngt Rosado

PMDB

Samir AchôaSérgio MuriloVago

PDT

PTB

PMDB

Sinval GuazzeIli1 vaga

Carneiro ArnaudHeráclito FortesMárcio BragaPaulo Zarzur

Sebastião nery

Afrfsio Vieira LimaAntônio DiasArmando PinheiroBonifácio de AndradaDjalma BessaEduardo GalUEmani SatyroGerson PeresGuido MoeschHamilton XavierJairo MagalhãesJ oacil PereiraJorll'p. Arbage

Ademir AndradeAluizio CamposAmadeu GearaArnaldo MacielBrabo de CarvalhoDjalma FalcãoEgídio Ferreira Lima

Alair FerreiraFernando CollorFrança TeixeiraManoel Ribeiro

Moacir Franco

Reuniões:Quartas e Quintas-feiras, às 10 :00 horasLocal: Anexo II - Sala 6 - Ramais 6304 e 6300secretário: lole Lazzarini

Presidente: Anibal Teixeira - PMDBVice-Presidente: Nelson do Carmo - PTBVice-Presidente: BaIles Leite - PDS

Titulares

PDS

JG de Araújo JorgeSuplentes

PDS

Presidente: Leorne Belém - PDSVice-Presidente: Gorgônio Neto - PDSVice-Presidente: José Tavares - PMDB

Titulares

AntôniO Morais Ibsen PinheiroCarlos Wilson Marcelo MedeirosHenrique Eduardo Alves Thomaz Coelho

PDT

Carlos VirgílioGióia JúniorJaime CâmaraJosé Carlos Martinez

PMDB

1 vaga

1Uuniões:

Quartas e Quintas-feiras, às 10 horasLocal: Anexo II - Sala 3 - R.: 6295secretário: Luiz de Oliveira Pinto

Cristina TavaresHorácio OrtizManuel Viana

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PTB

PT

PT

Brandão Monteiro

Mãrcio SantllliOrestes MunizRandolfo BittencourtRonaldo CamposSérgio Cruz

IPI'

Irineu ColatoJosé Mendonça Bezerra.Josué de SouzaOtávio CesárioUbaldo BarémWildy Vianna

PMDB

João HerrmannJosé Carlos Vasconcelo&Manoel Costa Jr.3 vagas

Suplentes

PDS

Aldo ArantesDante de OliveiraGilson de BarrosIbsen PinheiroLuiz Guedes

Eduardo MatarazzoSuplicy

Adhemar GhisiAlbino CoimbraAntonio MazurekAssis CanutoBento PortoFrança Teixeira

PDT

Abdias do Nascimento

PTBMendes Botelho

PT

Coutinho JorgeDomingos LeonelllFreitas NobreHaroldo LimaIsrael Dias-Novaes

Roberto Jefferson

Eduardo Matarazzo Suplicy

P.eunióes:

'I1erças-feiras, às 9,ro horasQuintas-feiras, às 9,30 horasLocal: Plenário da Comissão de RedaçãoSecretária: Mariza da Silva Mota R.: 6391 e 6393

11) COMISSAO DO INDIOPresidente: Mário Juruna - PDT

Vice-Presidente: Alcides Lima - PDSVice-Presidente: Ricardo Ribeiro - PTB

Titulares

PDSJaime Câmara Nagib HaickelJoão Batista Fagundes Nosser AlmeidaJoão Paganella Paulo GuerraJosé Fernandes Rita FurtadoManoel Ribeiro Rubens ArdenghiMozarildo Cavalcante

PMDB

12) COMISSAO DO INTERiIORPresidente: Gilton Ga·rcia - PDS

Vice-Presidente: Assis Canuto - PDSVice-Presidente: :Raul Ferraz ---.: PMDB

TitularesPDS

Albérico Cordeiro Jutahy JúniorAngelo Magalhães Leur LomantoAntônio Mazurek Lúcia ViveirosAntônio Pontes Manoel GonçalvesAugusto Franco Manoel NovaesClarck Platon Milton BrandãoCristino Cortes Moza.rl1do CavalcanteEvandro Ayres de Nagib Haickel

Moura Nylton VellosoGeraldo Melo Orlando BezerraInocêncio Oliveira. Osvaldo CoelhoGilton Garcia Paulo GuerraJoão Rebelo Pedro CorrêaJosé Luiz Maia Victor TrovãoJosé Mendonça Bezerra Vingt RosadoJosué de Souza Wanderley Mariz

PMDB

Aluizio campos José CarlosAJ:lindo Porto VasconcelosCarlos Alberto de Carli José MaranhãoCiro Nogueira Manoel Costa Jr.Dante de Oliveira Mansueto de LavorDomingos Leonelli Mário FrotaElquisson Soares Olavo PiresEpitácio Cafeteira Orestes MunizJorge Medauar Virgildásio de Senna

Humberto soutoJoão Alvesvago

Manoel NovaesMarcelo LinharesUbaldo BarémWilson Falcão

Siegfried Hemer2 vagas

PDT

Ulysses GuimarãesWilson Vaz

PDT

PTB

PTB

PMDB

PMDB

PMDB

Múcio AthaydeSérgio CruzWalmor de Luca

PDT

PTB

PTB

PDT

Suplentes

PDS

Suplentes

PDS

J essé FreireRenato CordeiroThales RamalhoWanderley Mariz

PMDB

Nyder BarbosaRaul BelémWilson Vaz

Luiz BaccariniLuiz LealMoysés Pimentel

Mendonça Falcão

Mendonça Falcão

Délio dos Santos

Roberto JeffersonRoberto Rollemberg

Délio dos Santos

Ademir AndradeDomingos JuvenilLuiz Sed:airMarcos Lima

10) COMISSÃO DE FISCALIZAÇÃO FI­NANCEIRA E TOMADA DE CONTAS

Presidente: Geraldo Bulhões ~ PDSVice-Presidente: casrejon Branco - PDSVice-Presidente: João Herculino - PMDB

TituIares

PDS

Alvaro GaudêncioAugusto TreinFurtado LeiteHaroldo Sanford

Alencar FurtadoFrancisco Pinto

Nelson do Caxmo

Reuniões:

Quartas e Quintas-feiras, às 10 horasLocal: Anexo n - Sala 16 - R.: 6322 e 6323Secretário: Jarbas Leal Viana

Aécio de BorbaAlvaro GaudêncioAmilcar de QueirozJorge ArbageJosué de Souza

Floriceno Paixão

9) COMISSÃO DE FINANÇASPresidente: Luiz Leal- PMDB

Vice-Presidente: Agnaldo Timóteo ~ PDTVice-Presidente: Aécio de Borba - PDS

TitularesPDS

Aécio de Borba Jayme SantanaChristóvam Chiaradia RenatoJohnssonFernando Magalhães Vicente GuabirobaIbsen de Castro

José Colagrossi

AngelO MagalhãesCelso CarvalhoEtelvir DantasFerreira Martins

Ricardo Ribeiro

Reuniões:Quartas e Quintas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo n - Sala 15 - R.: 6325secretário: Geraldo da Silva

PDTBocayuva Cunha

PTB

PT

PMDBNelson AguiarRandolfo BittencourtRaymundo UrbanoTobias AlvesWall Ferraz

SuplentesPDB

NOl'ton MacedoOscar AlvesSimáo SessimVieira da Silva5 vagas

PMDBNyder Barbosa.Octacilio AlmeidaOlivir GabardoPaulo MarquesRaimundo AsforaVago

PDTAbdias do Nascimento·· Walter Casanova

PTB

Elquisson SoaresFelipe CheiddeHélio ManhãesHenrique Eduardo

Alves

Aldo ArantesCasildo MaldanerFrancisco DiasHermes ZanetiJoáo BastosMárcio Braga

SuplentesPDS

Aécio de Borba Léo SimõesAlbino Coimbra Marcelo LinharesArolde de Oliveira Simão SessimFrancisco Erse Siqueira CamposJoão Carlos de Carli Victor Faccioni

PMDBLeônidas SampaioLuiz HenriqueRaul FerrazRoberto Rollemberg

PDT

Albérico CordeiroBrasillo CaiadoCunha BuenoJairo MagalhãesLeur LomantoMagno Bacelar

Arildo Teles

Irma Passoni

Celso Peçanha

Aécio CunhaAlércio DiasFernando CollorFrança Teixeira

Mendonça Falcão

Bete MendesReuniões:

Quintas-feiras, às 10 horasLocal: Plenário da Comissão de Defesa do

Consumidorsecretária: Maria Linda Morais de MagalhãesRamais: 6386 - 6387 e 6385

PDT

Luis DulciReuniões:Quartas e Quintas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo n - Sala 21 - R.: 631&Secretária: Tasmânia Maria de Brito Guerra

8) COMISSÃO DE ESPORTE ETURISMO

Presidente: Oly Fanchin - PDSVice-iPresidente: 'Milton Reis - PMDBVice-Presidente: Heráclito Fortes - PMDB

Titular,l)8PDS

José Carlos MartinezJosé MouraManoel RibeiroPaulo Lustosa

P;MDBHeráclito FortesJosé Eudes (PT)Manoel AffonsoMilton Reis

Aloysio TeixeiraCiro NogueiraIbsen PinheiroJoão Bastos

Moacir Fra.nco

PTB

Agnaldo Timóteo

Ricardo Ribeiro

Carlos Sant'AnnaFrancisco AmaralGenebaldo CorreiaGenésio de BarrosJoão HerculinoMarcondes Pereira

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13) COMISSÃO DE MINAS E ENERGIA

Irm3J PassoniReuniões:Quartas e Quintas-feiras, às 10:00 horasLooal: Anexo II - Sala 28 - R.: 6333seoretário: Benicio Mendes Teixeira

Presidente: Prisco Viana - PDSVice-Presidente: Jeão Batista Fagundes - PDSVice-Presidente: Fernando Santana - PMDB

Titulares

PDS

Miguel ArraesMilton ReisNyder BarbOSaOctacllio AlmeidaPaulo MarqUesRenato Loures Bueno­Rosa FloresSebastião Rodrigues

Júnior

PT

JacqUes D'OrnellasSérgio Lomba

PTB

Luiz GuedesManoel AffonsoManoel Costa Jr.Odilon Salmoria.Orestes MunizPaes de AndradePedro SampaioRaymundo UrbanoRuy CôdoTheodoro MendesTobias AlvesUlysses GuimarãesVago

PDT

Joacll PereiraJoão AlvesJoão Batista FagundesJoão Carlos de CarliJosé Thom.áz NonOLúcia ViveirosNasser AlmeidaOscar CorrêaOSvaldo MeloPaulo GuerraPaulo LustosaRaul BernardoSalvador JulianelliSaramago PinheiroSiqueira Camposvago

PMDB

PDSLúcio AlcântaraLudgero RaulinoMauro Sampa.ioTapety Júniorli vagas

PMDBLeOnidas SampaioLuiz GuedesMax MauroOswaldo Trevisanvago

Irapuan Costa JúniorIsrael Dias-NovaesJarbas VasconcelosJoão HerrmannJosé FogaçaJúnia MariseLuíz SefairMárcio MacedoMárcio Santilli

Armando PinheiroAugusto FrancoBonifácio de AndradaCláudio PhilomenoErnani SatyroFernando BastosFernando MagalhãesFurtado LeiteGilton GarciaGorgõnio NetoHamilton XavierHélio DantasHomero Santosítalo ContiJaime CâmaraJayme Santana

Bocayuva CunhaJG de Araújo Jorge

Anibal TeixeiraArnaldo MacielArthur Virgilio NetoBorges da SilveiraCarlos Sant'AnnaDionisio HageDjalma FalcãoGustavo FariaJackscn BarretoJoão CunhaJoão GilbertoJorge CaroneJuarez Bernardes

Fernando Carvalho

Albino Coimbra.Alceni GuerraJosé Lins de albu­

querqueLeônldas RacIi1d

Ricardo Ribeiro

PDT

Abdias do Nascimento José FrejatClemír Ramos Nilton Alves

Presidente: Carlos Mosconi - PMDBVice-Presidente: Mário Hato - PMDBVice-Presidente: Oscar Alves - PDS

Titll1ues

PTJosé Eudes

16) COMISSÃO DE SAúDE

PTB

Suplentes

PDS

Bete Mendes

Reuniões:Quartas e Quintas-feiras, às 10:00 horasLocai: Anexo II - Sala 2 - R.: 6347 e 6343Secretária: Edna Medeiros Barreto

Vago

Anselmo PeraroBorges da Silveira.Carneiro ArnaudCarlos Sant'AnnaDoreto CampanariJosé Maria Magalhães

PDT

Oswaldo Lima FilhoRoberto FreireVirgildásio de sennaWalmor de Luca3 vagas

PT

P1'B

PDT

PMDBFlávio BierrenbachFreitas NobreFued DtoIram saraiva

SuplentesJosé LourençoJosé MachadoLevy DiasLuiz Antônio FayetManoel GonçalvesPratini de MoraesRondon Pacheco2 vagas

PMDB

Dilson FanchinPDT

Suplentes

PDS

Siqueira CamposVago

PMDB

José Carlos VasconcelosMário Hato

PDT

Alberto GoldmanArthur Virgílio NetoCoutinho JorgeJoão HerrmannJorge CaroneJosé Tavares

Matheus Schm1dt

Moacir Franco

Adhemar GhisiAécio CunhaBento PortoClark PlatonHaroldo SanfordIrineu ColatoJoão Alberto SouzaJosé Fernandes

Joacil PereiraPrisco Viana

Sérgio Lomba

Aloysio Teixeira

Epitácio CafeteiraFreitas Nobre

Aluízio BezerraChagas Vasc<mcelosDaso CoimbraFernando Santana

José Genoino

Reuniões:Quartas e Quintas-feiras, às 10 :00 horasLocal: Anexo II - sala 27 - R.: 6336 e 6339Secretária: AlUa Felicio Tobias

Bocayuva Cunha

Reuniões:Quartas e Quintas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo II - Saia 11 - R.: &341 e 6343Secretária:

15) COMISSÃO DE RELAÇOESEXTERIORES

Presidente: Pedro Colln - PDSVice-Presidente: Santos Filho - PDS •Vice-Presidente: José Carlos Teixeira - PMDB

Titll1ues

PD6

Adroaldo Campos Maluly NetoAntônio Ueno Marcelo LinharesDiogo Nomura Nelson MorroCunha Bueno Norton MacedoEdison Lobão Ossian AraripeEnoc Vieira Paulo MalU!Epitácio Bittencourt Rubens ArdenghiFrancisco Benjamin Sarney FilhoJessé Freire Tarcfsio BurltyJosé Camargo Thales RamalhoJosé Carlos Fonseca Theodorico FerraçoJosé Machado Ubaldo BarémJosé Penedo Wilson FalcãoJosé Ribamar Machado 2 vagasMagalhães Pinto

14) COMISSÃO DE REDAÇÃOPresidente: Daso Coimbra - PMDB

Vice-Presidente: Júnla Marise - PMDBVice-Presidente: Lúcia Viveiros - PDS

Titulares

PDSDjalma Bessa Rita FurtadoFrancisco Rollemberg

PMDB

Márcio LacerdaMilton FigueiredoPlinio MartinsRaimundo LeiteRandolfo BittencourtRenato ViannaRuben Figueiró5 vagas

Hugo MardiniLéo SimõesMauricio CamposNelson CostaPaulo MelroWOlney Siqueiravago

Sinval GuazzelJiWagner Lagovago

PT

PDT

José Frejat

PTB

Vago

PT

PDT

Nadyr Ros&etti

PTB

João FaustinoJonas PinheiroJosé JorgeJosé MouraJúlio MartinsLéo SimõesLeorne BelémLúcio AlcântaraLudgero RaulinoMauro SampaioOssian AraripeRuy BacelarTapety JúniorVivaldo FrotaWilmar PallisVago

PMDB

PDT

PTB

PT

PMDB

Manoel CostaMarcelo CordeiroMárcio LacerdaMarcos LimaPimenta da VeigaVicente Queiroz

Suplentes

PDS

Jorge Cury

Mário Juruna

Aloysio TeiXeiraAluízio BezerraAluízio CamposAnibal TeixeiraAroldo MolettaDenisar AmeiroFernando GomesHaroldo LimaHarry AmorimJoão HerrmannJoaquim RorizJosé MelloMarcelo Cordeiro

Adroaldo CamposAlcides LimaAlércio DiasAntônio AmaralAntOnio OsórioBayma JúniorCelso BarrosChristóvam ChiaradiaEurico RibeiroFabiano Braga CortesFrancisco ErseFrancisco SalesGeovani BorgesHerbert LevyHugo Mardinilbsen de Castro

DjaJma Bom

Délio dos Santos

Oswaldo MurtaPaulo BorgesRoberto FreireRonaldo Campos

Bayma JúniorCarlos EloyEmllio GalloEvaldo AmaralFelix MendonçaGonzaga VasconcelosHorácio Matos

Celso Amaral

Ademir Andradecelso SabóiaCid CarvalhoFernando santanaDjalma FalcãoGenésio de BarrosJoão Agripino

Nadyr Rossetti

José Eudes

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17} COMISSÃO DE SEGURANÇANACIONAL

Suplentes

1'00

Vago

Reuniões:

Quartas e Quintas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 19 - R.: 6350 e 6352Secretária: Iná Fernandes Costa

Castejon BrancoFrancisco RollembergInocêncio OliveiraJairo AziJosé Lins de

Albuquerque

Navarro Vieira FilhoPedro GermanoRaul BernardoRuy BacelarWilmar PallisVago

PMDB

PDT

Marcos LimaPaulo MinearoniPaulo ZarzurSérgio FerraraTidei de LimaVago

Suplentes

Hélio CorreiaHomero SantosJairo AziJosé FernandesLázaro CarvalhoManoel Ribeiro

Bete Mendes

Denisar ArneiroDi150n FanchinDomingos JuvenilFelipe CheiddeHorácio OrtizJoaquim RoriZ

José Colagrossi

Jorge UequedMoyses PimentelVago

OE>'mar LeitãoRonaldo CanedoVivaldo Frota4 vagas

Adhemar GhisiAlvaro GaudêncioAntônio AmaralFernando Bastos

Epitáclo CafeteiraFlreitas NobreGilson de Barros

Reuniões:

Quartas-feiras, às 10:00 horasLical: Anexo II - Sala. 15 - R.: 6360secretário: Oclair de Mattos Rezende

19) COMISSÃO DE TRABALHO ELEGISLAÇÃO SOCIAL

PMDB

Presidente: Luis Dulci - PTVice-Presidente: Cássio Gonçalves - PMDBVice-Presidente: Edme Tavares - PDS

Titula.res

PDS

Navarro Vieira FilhoPedro CorrêaRita FurtadoSalvador Julianelli2 vagas

PMDB

Renato Loures BuenoRosemburgo Romano6 vagas

PDT

Jorge ViannaLuiz GuedesMattos Leão

Suplentes

POOAntônio Pontes Milton BrandãoJosé Rlbamar Machado Vicente Guabiroba

Presidente: Francisco Rollemberg - PDSVice-Presidente: sebastião Curió - PDSVice-Presidente: Ruy Lino - PMDB

TituIa.res

PDS

1talo ContiNey Ferreira

Gilson de Barros

Jacques D'Ornellas

Farabulini Júnior

Flávio BierrenbachLuiz Baccarini

Sebastião Curió

PMDBRuben Figueiró

PDT

PTB

PMDB

José Tavares

Aurélio PeresFrancisco AmaralJúlio CostamilanLuiz Henrique

sebastião Ataide

Mendes Botelho

Antônio GomesErnilio Ga1l0Gióia JúniorMaluly NetoMário AssadNatal Gale

PMDB

Mário de OliveiraNelson WedekinSérgio Moreira2 vagas

PDT

PTB

Suplentes

1'00

Nelson C.ostaNilson GibsonPaulo MelroRelnhold Stephanes2 vagas

PMDB

AdaU VettorazzoAlcides FranciscatoAmaral NettoAugusto TrelnCarlos EloyEdme TavaresErnidio PerondiEraldo TinocoLeônidas Rachid

AirOOn SandovalDilson FanchinFrancisco DiasGeraldo FlemingJosé UlissesJuarez Batista

BocayUva Cunha

POO

Maçao TadanoMauricio CamposOsmar LeitãoPaulo MalufSantos FilhoStélio DiasVictor FaccioniWolney Siqueira

PMDB

Luiz LealOrestes MunizPaulo BorgesRosa Flores4 vagas

PDT

PTB

18) COMISSÃO DE SERVIÇOPOBLICO

Gastone Righi

Reuniões:Quartas e Quintas-feiras, às 10 :00 horasLocal: Anexo II - Sala 13 - R.: 6355 e 6353Secretário: Walter Flores Figueira

Presidente: Renato Vianna - PMDBVice-Presidente: Myrthes Bevilacqua - PMDBVice-Presidente: Nosser de Almeida - 1'08

Titulares

1'00

Osvaldo Nascimento

Vago

PT

Mendes Botelho

COORDENAÇÃO DE COMISSOESTEMPoRARIAS

Diretor: Walter Gouvêa Costa

Local: Anexo II - Tel: 226-2912Ramal: 6401

Seçáo de Oomissões Especiais

Chefe: Stella Prata da Silva Lopes

Local: Anexo II - Te!.: 223-3239Ramais: 6403 e 6409

Scção de Comissões Parlamentaresde Inquérito

Chefe: Luey Stumpf Alves de Souza

Local: Anexo II - Tel. 223-7280Ramal 6403

Reuniões:

Quartas e QUintas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo n - Sala 24 - R.:6372 e 1>373Secretário: Carlos Brasil de Araújo

Darcy PozzaEurico Ribeiro

PT

Mlrthes Bevilac~ua

OUvir GabardoPacheco Chaves2 vagas

PDT

PTB

Jorge Cury

Brabo l;ie CarvalhoDarcy PassosDomingos LeonelliFernando CunhaIvo Vanderllnde

Floriceno Paixão

Presidente: Simão sesslm. - PDSVice-Presidente: Celso Amaral - PTBVice-Presidente: Carlos peçanha - PMDB

Titulares

1'00

20) COMISSÃO DE TRANSPORTES

Djalma Bar..

Reuniões:

Quartas e Quintas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 9 - R.: 6367Secretário: Agassis Nylander Brito

Alair FerreiraAlcides Francisca.toAlércio Dias

PDT

PI'B

:I vagas

PMDB

Paes de Andradevago

Suplentes-

PDS

Oly FachinWildy Vianna

Guldo MoeschHorácio Matos

Francisco PintoJorge Leite

Gomes da SilvaNosser Almeida

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1) COMISSAO ESPECIAL DESTINADAA DAR PARECER AO PROJETO DELEI N9 634175, DO PODER EXE­CUTIVO, QUE INSTITUI O CóDIGOCIVIL

PMDB

João Herrmann Pimenta da VeigaIsrael Dias-Novaes Tidei de LimaLuiz Dulci

PDT

Aldo ArantesAlencar FurtadoAnibaI Teixeira

PMDB

Fernando SantanaHélio Duque

PDT

Afrísio Vieira Lima Francisco RollembergFrancisco Benjamim

PMDB

Vago

Reunião:

Anexo II - Sala 14 - Ramais: 6408 e 6409Secretário: Antonio Fernando Borges Manzan

2) COMISSAO PARLAMENTAR DE IN­QU~RITO DESTINADA A INVESTI­GAR EM TODA A SUA PLENITUDEE CONSEQüêNCIAS AS ATIVIDA­OES DO GRUPO CAPEMI

REQUERIMENTO N.o 9/83

Prazo: 18-5-83 a 18-6-84

Presidente: Deputado Léo SimõesVice-Presidente: Deputado Siqueira Campos

Relator: Deputado Matheus Schmidt

Titulares

Presidente: Pimenta da Veiga - PMDBVice-Presidente: Elquisson Soares - PMDBVice-Presidente: Gilton Garcia - PDS

Relator-Geral: Ernani Satyro - PDS

Relatores Parciais:Dep. Israel Dias-Novaes -- Parte Geral - Pes­soas, Bens e Fatos JurídicosDep. Francisco Rollemberg - Livro I - ParteEspecial - ObrigaçõesDep. Francisco Benjamim - Livro IT - ParteEspecial - Atividade NegociaiDep. Afrísio Vieira Lima --,- Livro ITI - ParteEspecial - CoisasDop. Brandão Monteiro - Livro IV - ParteEspecial - FamíliaDop. Roberto Freire - Livro V - Parte Especial- Sucessões e Livro Complementar

Titulares

PDS

Flávio BierrenbachJosé FogaçaJoão Cunha

Pratini de Mo-raesRicardo Fiuza

PDT

PTB

Francisco BenjamimLudgero RaulinoOsvaldo Coelho

Randolfo Blttencourl;Fernando SantanaVago

PDT

Marcelo LinharesMilton BrandãoVictor Trovão

PMDB

PMDB

PMDB

Cardoso AlvesVagoVago

PDT

Titulares

1'08

Suplente5

1'08

Suplentes

1'08

DjaIma FalcãoEduardo Matarazzo

Suplicy

Adroaldo CamposAntônio FlorêncioEtelvir !DantasEvandro Ayres de

Moura

Coutinho JorgeJorge VargasMarcelo Cordeiro

Aldo Pinto

sebastião Nery

Jacques D'Ornellas

Reuniões:

5) COMISSÃO PARLAMENTAR DE IN­QueRITO DESTINADA A EXAMINARA UTILlZAÇAO DOS RECURSOS Hf­DRICOS NO BRASIL

Osvaldo Nascimento

Antonio GomesJessé FreireJosias LeiteManoel Novaes

Mendes Botelho

Vago

REQUERIMENTO N.o 12/83

Prazo: 27-9-83 a 20-6-84

Presidente: Deputado Osvaldo CoelhoVice-Presidente: Deputado Mendes Botelho

Relator: Deputado Coutinho Jorge

PI'B

Antonio MazurekLuiz Antonio FayetLúcio Alcântara

Terças-feiras, às 9 :30 horasLocal: Plenário da Comissão de EconGmiaSecretária: Marci Ferreira BorgesRamal: 6406

Reuniões: Quintas-feiras, às 9:30 horas

Local: Plenário das CPIs - Anexo ITSecretária: Nelma Cavalcanti BonifácioAnexo IT - Tel.: 213-6410

Geraldo FlemingPaulo MarquesTidei de Lima.

Márcio BragaRuben Figueiró

Octávio CesárioPedro Colin

PDT

Gustavo FariaIrajá RodriguesIrma Passani (PT),

Adhemar GhisiJorge ArbageJosé Camargo

3) COMISSAO PARLAMENTAR DE IN­QU~RITO DESTINADA A INVESTI­GAR OS EPISóDIOS QUE ENVOL­VERAM O BANCO NACIONAL DAHABITAÇÃO E O GRUPO DELFIN EQUE CULMINARAM COM A INTER­VENÇÃO DO BANCO CENTRAL NOREFERIDO GRUPO

Suplentes

1'08

Jorge Arbage José FernandesRenato Johnsson Jairo MagalhãesJoão Batista Fagundes

PMDB

REQUERIMENTO N,o 08/83

Prazo: 16-8-83 a 10-9-84

Presidente: Alencar Furtado - PMDB/PRVice-Presidente: sebastião Nery - 1'DT/RJ

Relator: sebastião Nery - PDT/RJ

Titulares

PDS

4) COMISSÃO PARLAMENTAR DE IN­QU~RITO DESTINADA A APURARAS CAUSAS E CONSEQO!NCIAS DOELEVADO ENDIVIDAMENTO EXTER­NO BRASILEIRO, TENDO EM VISTAAS NEGOCIAÇOES COM"O FUNDOMONETARIO INTERNACIONAL

REQUERIMENTO N." 10/83

Prazo: 17-8-83 a 6-9-84

Presidente: Paulo MinearoneVice-Presidente: Bocayuva Cunha

Relator: Alberto Goldmam

Titulares

1'08

João Alves Augusto TreinAlcides Franciscato Nasser AImeidaJosé Carlos Fonseca

1'MDB

Arthur Virgflio Neto Sérgio FerraraNelson Wedekin

Reuniões:

Quintas-feiras, às 10:03 horas

Local: Plenário das Comissões Parlamentaresde Inquérito - Anexo IT

Secretária: Márcia de Andrade PereiraRamal 6407

Nilton Alves

Reuniões:

Quintas-feiras, às 9:00 horas

Local: Plenário das CPIs

Secretário: Sebastião Augusto MachadoRamal 6405

Sérgio Lomba

PDS

Sebastião Curió

Joacil PereiraMaçao Tadano

PDT

PMDB

Airton Soares (PI')Orestes Muniz

PDT

Rõberto Freire

PDT

Suplentes

1'08

Guido MoeschJorge ArbageVago

PMDB

Arnaldo MacielDjaIma Falcão

Suplentes

CPDS

Brabo de CarvalhoDarcy PassosJosé Melo

Cristina TavaresIsrael Dlas-Novaes

Brandão Monteiro

Celso BarrosGerson PeresGorgônio Neto

Ademir AndrllldeCid CarvalhoFarabulini Júnior

Israel Pinheu'oSarney Filho

Antônio AmaralBento P.artoEdison Lobão

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DIARID DO CONGRESSO NACIONAL

PREÇO DE ASSINATURA(Inclusa as despesas de correio)

Seção I (CAmara dos Deputados)

Via-Superfície.

SemestreAnoExemplar avulso

SemestreAnoExemplar avulso

... Cr$

... Cr$Cr$

Seção 11 (Senado Federal)

Via-Superfície

Cr$. Cr$

..... Cr$

3000.006000.00

50.00

3000.006000.00

50.00

Os pedidos devem ser acompanhados de Cheque Visado. pagáveis em Brasília ou

Ordem de Pagamento pela Caixa Econômica Federal - Agência PSCEGRAF Conta-Corrente n\l920001-2. a lavor do:

Centro Gráfico do Senado Federal

Praça dos Três Poderes - Caixa Postal 07/1.203 - Brasília - DFCEP 70.160"

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LEGISLAÇÃO ELEITORALE PARTIDÁRIA

(4~ edição - 1982)Leis e Instruções que regularão as eleições de 1982

Textos atualizados, consolidados, anotados e indexados:

- Código Eleitoral- Lei Orgânica dos Partidos Políticos- Lei das Inelegibilidades- Lei de Transporte e Alimentação- Lei das Sublegendas

Legislação alteradora e correlata.Instruções do Tribunal Superior Eleitoral.

À venda na Subsecretaria de Edições TécnicasSenado Federal (229 andar do Anexo I) ­

Brasília, DF - CEP 70160, ou mediante vale postalou cheque visado pagável em Brasília (a favor daSubsecretaria de Edições Técnicas do Senado Fede­ral). Atende-se, também, pelo reembolso postal.

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VOTO DISTRITAL

o nQ 78 da Revista de Informação Legislativa, com 464 páginas, é dedicado ao estudo do voto

distrital, contendo os seguintes artigos:

COLABORAÇÃO

Voto distrital ri poder econômico - Senador Tarso

Dutra

Inadequação e inoportunidade do voto distntal - Jo­

saphat Marinho

Ontem e hoje - o voto distrital no Brasil - Rosah Rus­

somano

O voto distrital e suas implicações Jurídico-políticas ­

A. Machado Pauperro

A representação política e o sistema distrrtal misto ­

Manoel Gonçalves Ferreira Filho

o voto distrrtal e a reabertura - Paulo Bonavrdes

Teoria e prática do voto distrital - José Alfredo de Oli­veira Baracho

Eleições e sistemas eleitorais - Nelson de Sousa Sam­

paIO

Sistemas eleitorais - i-fermann M. Górgen

Simulações de divisões dlstrrtals dos Estados brasilei­

ros para as eleições federaiS de 1978 - David V.

Fleischer e Sérgio de Orero Ribeiro.

DOCUMENTAÇÃOVoto distrital: depoimento - Manoel de Oliveira Franco

Sobrinho Voto distrital - Sara Ramos de Figuerrêdo

Preço do exemplar: Cr$ 1.000,00

Assinatura para 1983 - Cr$ 4.000,00 (n9s 77 a 80)

Encomendas mediante vale postal ou cheque visado la favorda Subsecretaria de Edições Técnicas do Senado Federal),

Atende-se. também. pelo reembolso postal.

Subsecretaria de Edições Técnicas

SENADO FEDERAL

Brasília, DF - CEP: 70160

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CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICAFEDERATIVA DO BRASIL

QUADRO COMPARATIVO

(41;1 edição)

Texto constitucional vigent~ (incluindo a EmendaConstitucional n9 22/82) comparado à Constituição promulga­da em 1967 e à Carta de 1946.

152 notas explicativas, contendo os textos dos AtosInstitucionais e das Emendas à Constituição de 1946.

lndice temático do texto constitucional vigente.

À venda na Subsecretaria de Edições Técnicas - Se­nado Federal (229 andar do Anexo I) - Brasília, DF - CEP:70160, ou mediante vale postal ou cheque visado pagável emBrasília (a favor da Subsecretaria de Edições Técnicas do Sena­do Federal). Atende-se, também, pelo reembolso postal.

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CÓDIGO PENAL

Parte GeralProjeto de Lei nl? 1.656, de 1983

Quadro Comparativo: - Projeto de Lei nl? 1.656/83- Anteprojeto de 1981- Código Penal vigente

Notas explicativas

Preço: Cr$ 800,00

À venda na Subsecretaria de Edições Técnicas - SenadoFederal (229 andar) - 70160 - Brasília - DF - ou mediantecheque yisado pagável em Brasília.

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EDIÇÃO DE HOJE: 48 PÁGINAS

Centro Gráfico do Senado FederalCaixa Postal 07/1203

BruOia - DF

IPREÇO DESTE EXEMPLAR: Cr$ 50,00 I