diagnóstico e plano estratégico 2015-2019 ordem dos ... · metodologia a elaboração do plano...
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Diagnóstico e Plano Estratégico 2015-2019
ORDEM DOS ADVOGADOS DE MOÇAMBIQUE
10 de Setembro de 20158 de Setembro de 20158 de Setembro de 20158 de setembro de
2015
Plano Estratégico
Tabela de Conteúdos
1. Sumário Executivo ...................................................................................................................... 3
2. Introdução .................................................................................................................................... 7
3. Metodologia de Trabalho ............................................................................................................ 9 3.1 Objectivos da avaliação ................................................................................................................................................. 9 3.2 Métodos e técnicas de recolha de dados ....................................................................................................................10
4. Diagnóstico da Ordem dos Advogados de Moçambique ...................................................... 11 4.1 Análise externa da Ordem dos Advogados de Moçambique .....................................................................................11 4.2 Análise interna da Ordem dos Advogados de Moçambique.......................................................................................34 4.3 Análise da execução do Plano Estratégico 2009-2014 ..............................................................................................59 4.4 Análise SWOT da Ordem dos Advogados de Moçambique .......................................................................................70
5. Plano Estratégico da Ordem dos Advogados de Moçambique (2015-2019) ....................... 72 5.1 Missão, Visão e Valores ...............................................................................................................................................72 5.2 Objectivos e estratégia .................................................................................................................................................73 5.3 Mapa da estratégia (Strategy map) .............................................................................................................................76 5.4 Matriz da estratégia (Balanced scorecard) ..................................................................................................................77 5.5 Projecções financeiras .................................................................................................................................................82 5.6 Pressupostos ................................................................................................................................................................82 5.7 Demonstrações de resultados projectados .................................................................................................................85 5.8 Balanços projectados ...................................................................................................................................................86 5.9 Mapa de fluxos de caixa projectados ..........................................................................................................................87
Índice de Tabelas
Tabela 1: Indicadores Macroeconómicos ........................................................................................................................................18 Tabela 2 - Relação de estudantes de direito com outros estudantes ............................................................................................27 Tabela 3 - Estudantes de Direito no ensino superior ......................................................................................................................28 Tabela 4 - Demonstrações de resultados da Ordem dos Advogados de Moçambique ................................................................51 Tabela 5 - Receitas da Ordem dos Advogados de Moçambique ...................................................................................................52 Tabela 6 - Custos operacionais da Ordem dos Advogados de Moçambique ................................................................................53 Tabela 7 - Balanços da Ordem dos Advogados de Moçambique ..................................................................................................54 Tabela 8 - Mapas de fluxos de caixa da Ordem dos Advogados de Moçambique ........................................................................56 Tabela 9 - Análise de rácios financeiros da Ordem dos Advogados de Moçambique ...................................................................57 Tabela 10 - Análise plano versus execução do plano .....................................................................................................................58 Tabela 11: Objectivos Estratégicos do Plano Estratégico da Ordem dos Advogados de Moçambique 2009-2014 ....................59
Tabela 12: Grau de Implementação de Objectivos Estratégicos definidos no Plano Estratégico 2009-2014 ..............................68 Tabela 13 - Análise SWOT da Ordem dos Advogados de Moçambique........................................................................................70 Tabela 14 - Declarações de missão da Ordem dos Advogados de Moçambique .........................................................................72 Tabela 15 - Declaração da visão da Ordem dos Advogados de Moçambique ..............................................................................73 Tabela 16 - Declaração de valores da Ordem dos Advogados de Moçambique ...........................................................................73 Tabela 17 - Objectivos e estratégia da Ordem dos Advogados de Moçambique ..........................................................................75 Tabela 18 – Matriz da estratégia da Ordem dos Advogados de Moçambique .............................................................................77 Tabela 19 - Pressupostos de Investimentos ...................................................................................................................................83 Tabela 20 - Pressupostos da receita ...............................................................................................................................................83 Tabela 21 - Pressupostos de custos desembolsáveis ....................................................................................................................84 Tabela 22 - Pressupostos de custos com amortizações ................................................................................................................84 Tabela 23 - Taxas de amortização ...................................................................................................................................................84 Tabela 24 - Demonstração de resultados projectados ...................................................................................................................85 Tabela 25 - Balanços projectados da Ordem dos Advogados de Moçambique ............................................................................86 Tabela 26 - Mapas de fluxos de caixa da Ordem dos Advogados de Moçambique ......................................................................87
Plano Estratégico
Índice de Figuras
Figura 1 - Resumo da análise externa da Ordem dos Advogados de Moçambique ................................................................ 1213 Figura 2 - Resumo do ambiente político da Ordem dos Advogados de Moçambique ............................................................. 1516 Figura 3: Volume do Produto Interno Bruto, 2011-2019 (em Biliões de MZN) ......................................................................... 1819 Figura 4: Inflação Média de Maputo (%) & Taxa de Juro Prime Média do Mercado (%), 2011-2019 ................................... 1920 Figura 5: Visão de Nelson Mandela sobre o combate à pobreza ............................................................................................. 2223 Figura 6 - População moçambicana ........................................................................................................................................... 2324 Figura 7 - Movimento processual ............................................................................................................................................... 2425 Figura 8 - Crimes reportados pela Polícia da República de Moçambique ................................................................................ 2425 Figura 9 - Crimes reportados, por província .............................................................................................................................. 2526 Figura 10 - Movimento de divórcios ........................................................................................................................................... 2526 Figura 11 - Movimento de reclusos ............................................................................................................................................ 2627 Figura 12 - Estudantes no ensino superior em Moçambique .................................................................................................... 2728 Figura 13 - Estudantes do ensino superior em 2010 ................................................................................................................. 2728 Figura 14 - Dimensão do território moçambicano ...................................................................................................................... 3233 Figura 15 - Resumo da análise interna não financeira da Ordem dos Advogados de Moçambique ....................................... 3536 Figura 16 - Estrutura Organizacional da Ordem dos Advogados de Moçambique .................................................................. 3839 Figura 17 - Strategy map da Ordem dos Advogados de Moçambique ..................................................................................... 7677
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1. Sumário Executivo
Introdução O presente documento apresenta o Plano Estratégico 2015-2019 da Ordem dos Advogados de Moçambique. Um dos objectivos da Ordem dos Advogados de Moçambique é de assegurar que o seu Plano Estratégico seja um reflexo verdadeiro da (i) realidade em que a Ordem está inserida; (ii) suas reais competências, habilidades e capacidade; e (iii) seu desenvolvimento e desempenho históricos.
Metodologia A elaboração do Plano Estratégico 2015-2019 da Ordem dos Advogados de Moçambique foi efectuada em duas fases distintas, o Diagnóstico e a Elaboração do novo Plano Estratégico. O diagnóstico identificou oportunidades, ameaças, pontos fortes e pontos fracos e o novo plano (o Plano Estratégico 2015-2019) mostrou como ultrapassar as ameaças e fraquezas e como capitalizar oportunidades e pontos fortes.
Análise externa A análise externa indica que:
Os factores políticos apresentam grandes desafios devido a persistência da instabilidade política e elevada corrupção;
Os factores económicos são favoráveis ao bom desempenho do sector da Justiça, fornecendo a possibilidade de movimentar mais recursos para capacitar a Ordem, ao mesmo tempo que, dada a desigualdade na distribuição da renda, abre caminhos para novas áreas de intervenção social, a qual deve ser orientada para o combate às desigualdades de acesso à oportunidades económicas e ao seu potencial de gerar conflitos sociais;
O ambiental social é caracterizado pelo aumento do movimento processual, aumento de casos de criminalidade e de toda a série de questões sociais que aumentam a necessidade de serviços da Ordem dos Advogados de Moçambique e dos Advogados num clima em que a oferta de Advogados é exígua e a demanda efectiva de Advogados é limitada pela pobreza que cerca a maior parte da população. Ademais há diferenças significativas em termos da concentração geográfica de Advogados, pois eles se concentram mais na Cidade de Maputo e Província de Maputo;
O ambiente tecnológico é favorável à transformação das actividades e processos da Ordem;
O ambiente legal é favorável ao desenvolvimento das actividades da Ordem e dos Advogados;
O ambiente natural representa um desafio no sentido de levar as actividades da Ordem para a vastidão do território nacional.
Análise interna não financeira
A análise interna não financeira indica que a Ordem dos Advogados de Moçambique:
Deve prestar atenção particular à sua estratégia, porque apresenta mais pontos fracos que pontos fortes e é um instrumento pouco amigável aos esforços de orçamentação anual;
Deve dar atenção especial aos sistemas de gestão, aos valores compartilhados, às habilidades organizacionais e ao pessoal, administrativo e advogados, porque apresentam igual peso de fraquezas e pontos fortes;
A estrutura organizacional e o estilo de liderança apresentam mais pontos fortes que pontos fracos e, por isso, podem ser mantidos no próximo quinquénio.
Análise financeira
Os resultados da análise financeira da Ordem dos Advogados de Moçambique indicam que:
A Ordem dos Advogados de Moçambique apresenta resultados líquidos positivos em 2013 e 2009, mas negativos noutros anos;
A Ordem é dependente de financiamentos, doações e patrocínios para financiar os seus
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activos e para financiar os seus deficits operacionais, sobretudo, mas também, as suas necessidades de investimentos. Esta situação irá prevalecer no futuro, o que obrigará a Ordem a privilegiar relações com potenciais doadores e a procurar financiamentos junto do Estado;
A Ordem dos Advogados de Moçambique não apresenta nenhuma dívida operacional (de curto prazo) em 2009, 2010 e 2012. Em 2011, a Ordem dos Advogados de Moçambique era capaz de pagar 181 vezes a sua dívida operacional, em 2013, 968 vezes e em 2014, 208 vezes com recurso aos seus activos mais líquidos.
A dívida operacional da Ordem dos Advogados de Moçambique financia menos de 0,20% dos activos totais. Esta é uma excelente posição na medida que não coloca a instituição em risco imediato de insolvência;
A Ordem dos Advogados de Moçambique exagera nas suas estimativas de receitas totais e de despesas no seu processo de orçamentação. O exagero é mais acentuado em relação às despesas operacionais do que em relação às receitas. Consequentemente, a Ordem acaba subestimando os saldos orçamentais, resultando em valores realizados menores que os valores planificados.
Avaliação da execução do Plano Estratégico 2009-2014
A avaliação do Plano indica que:
Com base nos objectivos preconizados pelo P.E. 2009-2014, as estratégias definidas para materialização do mesmo foram limitadas pela necessidade de reestruturação da Ordem dos Advogados de Moçambique, período durante o qual foi necessário ocupar a maior parte do tempo à procura de financiamento junto de parceiros para implementação do P.E.;
Algumas actividades foram materializadas acima das expectativas, outras simplesmente não foram, conforme mostra a Tabela 12Tabela 12;
Houve um grande esforço para materialização deste plano, para algumas componentes, e segundo os membros da OAM, o actual (2009-2014) P.E. não se adequa à realidade;
Estes factores são explicados, em grande medida, pelas baixas receitas relativamente às despesas operacionais que a Ordem dos Advogados de Moçambique apresenta.
Análise SWOT
Missão A actual missão:
A missão da Ordem dos Advogados de Moçambique é contribuir para a consolidação do Estado de Direito Democrático, através da defesa da Constituição, dos direitos fundamentais dos cidadãos, da dignidade e prestígio da profissão de advogados, assim como promover o respeito pelos respectivos princípios deontológicos profissionais pelos seus membros.
A nova missão:
A Ordem dos Advogados de Moçambique tem como missão:
Contribuir de uma forma mais eficiente e eficaz para a consolidação do Estado de
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Direito Democrático;
Ser mais actuante em tornar a Justiça mais acessível para o cidadão.
Na sua actuação, a Ordem dos Advogados de Moçambique compromete-se a defender a Constituição, os direitos fundamentais dos cidadãos e a dignidade e prestígio da profissão de advogados através do respeito, promoção e defesa dos seus princípios deontológicos.
Visão A actual visão:
Uma Ordem dos Advogados de Moçambique independente, credível, acessível, actuante, eficiente e eficaz na defesa da ordem jurídica nacional, das instituições democráticas, dos direitos dos cidadãos, dos seus membros e dos princípios de justiça social.
A nova visão:
A Ordem dos Advogados de Moçambique pretende ser reconhecida como um parceiro estratégico do Estado, indispensável na defesa da ordem jurídica nacional, na defesa das instituições democráticas, na defesa dos direitos dos cidadãos e na promoção dos princípios de justiça social.
Valores Actuais valores:
Compromisso social
Eficiência Eficácia Ética Imparcialidade Impessoalidade Independência Transparência
Novos valores:
Compromisso social:
Aprimoramento permanente:
Foco no processo e resultados:
Eficiência Eficácia Efectividade
Ética profissional:
Imparcialidade Impessoalidade Independência Transparência
Objectivos e estratégias
Contribuir para a consolidação do Estado de Direito em Moçambique:
Defender a legalidade: Intervir publicamente, emitindo pareceres, para advogar a favor do cumprimento da legalidade em todos os actos públicos - político, económico ou social;
Defender direitos humanos: Intervir publicamente, emitindo pareceres, para advogar a favor dos direitos humanos (políticos, civis, económicos, sociais e culturais);
Advogar e promover a justiça social: Acompanhar desenvolvimentos políticos, económicos e sociais e, pontualmente, intervir, quer para prevenir ou para corrigir potenciais problemas, de carácter social, daí resultantes, junto das instituições de direito responsáveis, através de pareceres públicos.
Reforçar a capacidade institucional da Ordem dos Advogados de Moçambique:
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Garantir a sua sustentabilidade financeira: A Ordem deve sistematicamente operar com um orçamento equilibrado entre entrada e saída de dinheiro. Uma vez que as receitas operacionais são exíguas, a Ordem deve identificar e estabelecer relações duradouras com parceiros de financiamento (Estado e Doadores);
Garantir satisfação dos parceiros de cooperação e Advogados: A Ordem deve avaliar constantemente a satisfação de seus parceiros e Advogados e proceder, com base nessas avaliações, à medidas correctivas;
Tornar fácil o relacionamento da Ordem com os parceiros de cooperação e com os Advogados: A Ordem deve tornar fluidas as relações com Advogados e Parceiros, de forma a eliminar barreiras e desperdícios de tempo e energia por parte destes na sua interacção com a Ordem;
Garantir a excelência operacional da Ordem: A Ordem deve ser efectiva, eficiente e eficaz em todas as actividades produtivas;
Desenvolver: A Ordem deve desenvolver e reter quadros com as melhores competências técnicas e humanas, desenvolver e manter uma adequada base tecnológica, adquirir e sustentar activos produtivos adequados e melhorar continuamente o seu clima organizacional para aumentar a eficiência, eficácia e efectividade das suas operações.
Apoiar e capacitar profissionalmente o Advogado:
Treinar advogados para lidar com novas exigências profissionais e sociais: Implementar programa de treinamento contínuo sobre desafios correntes e sobre a sustentabilidade profissional do Advogado.
Desenvolver um processo de Estágio que permita formar, com altos padrões éticos e deontológicos, profissionais capazes de oferecer as melhores soluções ao cidadão.
Projecções financeiras
A Ordem dos Advogados de Moçambique irá sustentar resultados líquidos negativos de 2015 a 2019. Estes resultados são fundamentalmente influenciados pelo incremento de custos operacionais, em geral, que se esperam venham agravar-se, em 8%, todos os anos, reflectindo o incremento de custos derivados da inflação, acima do incremento de 10% que se verifica em 2015, relacionada com incremento do volume de actividades.
As actividades operacionais da Ordem dos Advogados de Moçambique não são suficientes para cobrir as suas necessidades operacionais e de investimento, consequentemente, a Ordem enfrenta deficits financeiros globais, as quais devem ser financiadas com recurso à financiamentos e patrocínios. Desta forma, a Ordem dos Advogados de Moçambique deverá procurar financiamento junto do Estado e Parceiros de Cooperação, uma vez que a capacidade de geração de receitas por via de fontes estatutárias é limitada.
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2. Introdução
O presente documento apresenta o Plano Estratégico 2015-2019 da Ordem dos
Advogados de Moçambique.
Um dos objectivos da Ordem dos Advogados de Moçambique é de assegurar que o seu
Plano Estratégico 2015-2019 seja um reflexo verdadeiro da (i) realidade em que a Ordem
está inserida, ou seja, do seu ambiente envolvente externo; das (ii) suas reais
competências, habilidades e capacidade, ou seja, o seu ambiente interno; e do (iii) seu
desenvolvimento e desempenho históricos. Para assegurar a materialização destes
objectivos foi necessário proceder ao:
Diagnóstico externo da Ordem dos Advogados de Moçambique, o que implicou
analisar todas as variáveis políticas, económicas, sociais, tecnológicas, legais e
naturais que condicionam e demandam a sua actuação;
Diagnóstico interno da Ordem dos Advogados de Moçambique, o que implicou
analisar aspectos financeiros contidos nos seus Planos e Orçamento de Actividades
e nos Relatórios e Contas anuais e nos aspectos não financeiros tais como valores
compartilhados, estrutura organizacional, estratégia de actuação, sistemas de
gestão, estilo de liderança e de gestão, pessoal, habilidades organizacionais;
Análise da execução do Plano Estratégico 2009-2014, o que implicou identificar
principais actividades previstas no plano e as actividades realizadas, de forma a
determinar o grau de realização dessas actividades bem como identificar desvios;
Apresentar oportunidades, Ameaças, Pontos fortes e Pontos fracos da Ordem dos
Advogados de Moçambique.
O objectivo central da Ordem dos Advogados de Moçambique é de elaborar um
instrumento de trabalho que guie o funcionamento da organização nos próximos cinco
anos. Todo o esforço anterior teve como ponto central a materialização deste objectivo.
Para assegurar que este objectivo fosse alcançado, foi necessário usar a informação
produzida na fase de diagnóstico estratégico para:
Elaborar objectivos estratégicos;
Avançar uma estratégia para cada objectivo estratégico traçado;
Definir medidas de desempenho;
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Estabelecer metas de desempenho;
Apresentar plano de investimentos;
Apresentar demonstrações de resultados financeiros previsionais;
Apresentar mapas de fluxos de caixa previsionais; e
Apresentar balanços previsionais.
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3. Metodologia de Trabalho
A elaboração do Plano Estratégico 2015-2019 da Ordem dos Advogados de Moçambique
foi efectuada em duas fases distintas, o Diagnóstico Estratégico e a Elaboração do novo
Plano Estratégico.
O diagnóstico estratégico corresponde à primeira fase do processo de planeamento
estratégico. O diagnóstico estratégico é uma actividade de vital importância e que procura
responder a questão “qual a real situação da Ordem dos Advogados de Moçambique
quanto aos seus aspectos internos e externos?” É nesta fase onde se verifica “como é que
a Ordem está” antes de decidir “onde é que a Ordem quer chegar”.
Para se alcançar este objectivo foi efectuada uma revisão da literatura de diversos
documentos internos e externos da Ordem dos Advogados de Moçambique e uma recolha
de opinião dos diversos "stakeholders" da Ordem.
Com base nestes dados, uma interpretação baseada em modelos de análise e de
planeamento estratégicos consagrados em diversas consultorias e na literatura de Gestão,
foi efectuada. Os resultados desta interpretação orientaram a elaboração do Plano
Estratégico 2015-2019 da Ordem dos Advogados de Moçambique.
3.1 Objectivos da avaliação
Os objectivos da avaliação são:
Elaborar o diagnóstico situacional da Ordem dos Advogados de Moçambique de
modo a identificar as suas oportunidades, ameaças, pontos fortes e pontos fracos;
Determinar o grau e curso de cumprimento dos objectivos estabelecidos no Plano
Estratégico 2009-2014 e identificar possíveis desvios entre o planificado e o
realizado;
Fornecer as bases para a elaboração e um possível alinhamento do Plano
Estratégico 2015-2020.
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3.2 Métodos e técnicas de recolha de dados
Na elaboração deste diagnóstico foram usados os seguintes métodos e técnicas:
Consulta documental – onde foram consultados documentos relevantes,
providenciados pela Ordem dos Advogados de Moçambique, publicados por
instituições públicas e privadas; e
Entrevistas – em que foram entrevistados os órgãos da Ordem dos Advogados de
Moçambique, o pessoal administrativo da Ordem dos Advogados de Moçambique e
outros stakeholders.
Foram realizados seminários na Beira e Nampula onde foram recolhidas muitas
observações sobre a situação da Ordem dos Advogados de Moçambique.
Foram ouvidas entidades públicas e privadas com as quais a Ordem dos
Advogados de Moçambique mantém ligação e interesse institucional.
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4. Diagnóstico da Ordem dos Advogados de Moçambique
Esta secção apresenta o diagnóstico externo da Ordem dos Advogados de Moçambique.
Estes resultados estão subdivididos em:
Análise externa;
Análise interna;
Avaliação da execução do Plano Estratégico 2009-2014; e
Análise SWOT.
4.1 Análise externa da Ordem dos Advogados de Moçambique
A análise externa da Ordem dos Advogados de Moçambicana inclui a análise ao ambiente
político, ambiente económico, ambiente social, ambiente tecnológico e ambiente natural:
O ambiente político procura identificar aspectos históricos e correntes que podem
afectar as actividades da Ordem dos Advogados de Moçambique, no presente e no
futuro próximo;
O ambiente económico mostra os factores económicos que podem afectar as
actividades da Ordem, quer de uma forma directa ou de uma forma indirecta;
O ambiente social mostra a complexidade de factores sociais que influenciam a
actuação da Ordem dos Advogados;
O ambiente tecnológico mostra as potencialidades existentes para aumentar a
eficiência, eficácia e efectividade da Ordem dos Advogados de Moçambique na sua
forma de organização interna e nas ligações com grupos de interesse;
O ambiente legal mostra a justificação jurídico-legal da existência e actuação da
Ordem dos Advogados de Moçambique; e
O ambiente natural mostra as dificuldades impostas pela natureza e que afectam as
actividades da Ordem dos Advogados de Moçambique.
Os resultados da análise são apresentadas na Figura 1Figura 1.
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Figura 1 - Resumo da análise externa da Ordem dos Advogados de Moçambique
Ambiente tecnológico
CIT
Ambiente político
Ambiente social
Ambiente económico
Ambiente legal
Ambiente natural
Elevada corrupção; Permanentes instabilidade política e ameaça de guerra.
Rápido crescimento económico; Taxa de inflação controlada; Taxas de juro estáveis; Desenvolvimentos favoráveis na indústria extractiva; Receitas fiscais a crescer; Desigualdades na distribuição da riqueza.
Aumento do movimento processual; Elevada criminalidade; Aumento de processos cíveis; Aumento de movimento penitenciário; Limitada oferta de Advogados; Concentração de Advogados na Cidade de Maputo e Província de Maputo.
Oportunidades: Ameacas:
País extenso, cuja abrangência total implica custos adicionais significativos
Legenda: Tecnologia com aplicação corporativa disponível localmente a preços competitivos.
Baixa renda per capita, altos níveis de analfabetismo, baixa taxa de escolaridade e baixas taxas de matrícula nos níveis primário, secundário e terciário
Estado de direito democrático e economia de mercado.
Ambiente legal favorável
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A Figura 1Figura 1 indica que:
Os factores políticos apresentam grandes desafios devido a persistência da
instabilidade política apesar de uma maior democratização da sociedade,
caracterizada pela instituição do Estado de Direito. A corrupção apresenta-se como
um desafio para todos os intervenientes, na medida que nem sempre há garantia de
que a melhor causa sairá vencedora em sede da Justiça;
Os factores económicos são favoráveis ao bom desempenho do sector da Justiça,
fornecendo a possibilidade de movimentar mais recursos para capacitar a Ordem, ao
mesmo tempo que, dada a desigualdade na distribuição da renda, abre caminhos
para novas áreas de intervenção social, a qual deve ser orientada para o combate às
desigualdades de acesso à oportunidades económicas e ao seu potencial de gerar
conflitos sociais;
O ambiente social é caracterizado pelo aumento do movimento processual, aumento
de casos de criminalidade e de toda a série de questões sociais que aumentam a
necessidade de serviços da Ordem dos Advogados de Moçambique e dos
Advogados num clima em que a oferta de Advogados é exígua e a demanda efectiva
de Advogados é limitada pela pobreza que cerca a maior parte da população.
Ademais, há diferenças significativas em termos da concentração geográfica de
Advogados, pois eles se concentram mais na Cidade de Maputo e Província de
Maputo. Coincidência ou não, é também na Cidade de Maputo e na Província de
Maputo onde ocorre a maior parte dos crimes reportados. O elevado número de
crimes reportados na Cidade de Maputo e na província de Maputo pode ser explicado
pela maior presença policial que se verifica e não pela mera apetência pelo crime.
Neste caso, pode se dizer que a presença policial, e de outras instituições de Justiça,
num determinado lugar torna esse lugar mais atraente para o Advogado pelos efeitos
secundários supervenientes. A pobreza actua de modo contrário à presença de
instituições de administração da Justiça, diminuindo a atracção do lugar onde ocorre
e afastando os Advogados dessas áreas, contudo, a pobreza oferece uma excelente
oportunidade de desenvolvimento de acções de responsabilidade social;
O ambiente tecnológico é favorável à transformação das actividades e processos da
Ordem;
O ambiente legal é favorável ao desenvolvimento das actividades da Ordem e dos
Advogados;
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O ambiente natural representa um desafio no sentido de levar as actividades da
Ordem para a vastidão do território nacional.
Detalhes sobre a análise interna não financeira são apresentados de seguida.
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4.1.1 Ambiente político
O ambiente político da Ordem dos Advogados de Moçambique é resumido na Figura 2Figura 2:
Figura 2 - Resumo do ambiente político da Ordem dos Advogados de Moçambique
Eventos:
Impacto:
Anos: 1975 - 1990 1990 - 2004 2004 – em diante
Primeira Constituição de Moçambique independente;
Alterações pontuais em 1976, 1977, 1978, 1982, 1984 e 1986;
Guerra civil.
Processo de paz;
Acordos gerais de paz;
Paz efectiva mas com recorrentes episódios de tensão político-
militar que ameaça com o retorno à guerra entre Governo e
Renamo, geralmente em períodos imediatamente anteriores e
seguintes à eleições.
Segunda Constituição de Moçambique independente
Monopartidarismo com Presidente da República a ser, impreterivelmente, o
Presidente do Partido Frelimo;
Sem separação de poderes; com o Conselho de Ministro a reter o poder
legislativo até 1978;
Estado partidarizado com o Partido Frelimo a deter o poder de mudar a
Constituição até 1978;
Atribuição exclusiva de legislar sobre leis comuns e de alterar a Constituição,
a partir de 1978, à favor da nova Assembleia da República;
Reserva da função judicial para os tribunais e subordinação dos tribunais ao
poder político;
Implantação de um sistema de Justiça Popular onde intervindo nos tribunais
juízes leigos ao lado dos juízes profissionais, mas sem a participação das
autoridades tradicionais que eram conotadas com o poder colonial que o
sistema visava combater;
Direcção do sistema judicial atribuída ao Ministério da Justiça, o que inclui a
nomeação e exoneração de magistrados judiciais e do Ministério Público;
Advogados vistos com desconfiança pelo poder político: O Decreto-Lei n.º
4/75, de 16 de Agosto, proibiu o exercício da advocacia e das funções de
consultoria jurídica, solicitadoria, procuradoria judicial ou extrajudicial, a título
privado;
Encerramento de cerca de quatro anos da única faculdade de Direito em
Moçambique;
Ambiente não propício para a materialização de Estado de Direito e,
consequentemente, para a criação e desenvolvimento de uma Ordem dos
Advogados actuante e independente.
Consolidação do Estado de direito;
Harmonização da Constituição com a
Declaração Universal dos direitos Humanos e
a Carta Africana dos Direitos Humanos;
Levantamento da proibição da Autoridades
Tradicionais na resolução dos conflitos
sempre que essas são reconhecidas e aceites
pelas partes em litigio;
Papel da Ordem dos Advogados de
Moçambique ganha mais relevância;
Bastonário dos Advogados, apesar de ter
estatuto protocolar equivalente ao do
Procurador-geral da República, em
cerimónias públicas, o Estado não em
cumprido com exacta disposição;
Maior intervenção da Ordem dos advogados
de Moçambique em questões tendentes a
reforçar o estado de Direito em Moçambique.
Reformas políticas e económicas com alargamento dos
direitos e liberdades fundamentais individuais e colectivos,
a passagem de um regime monopartidário e de orientação
socialista para o regime multipartidário e de economia de
mercado;
Organização judiciária: Os tribunais passaram a ser
considerados instrumentos fundamentais para a
manutenção da paz social e para o fortalecimento da
democracia;
Liberalização das profissões jurídicas, deixando de ser
proibido o exercício privado da advocacia.
Em 1994 foram publicados dois diplomas que regulam os
serviços jurídicos e o sistema de assistência judiciária: a Lei
n.º 7/94, de 14 de Setembro, que cria a Ordem dos
Advogados de Moçambique aprova o respectivo Estatuto
Orgânico, consagrando a advocacia como um dos três
pilares da administração da justiça; e a Lei n.º 6/94, de 13
de Setembro, que cria o Instituto de Patrocínio e
Assistência Jurídica (IPAJ), como corolário do princípio
constitucional do livre acesso dos cidadãos aos tribunais,
do direito de defesa e do direito de assistência e patrocínio
judiciário.
Terceira Constituição de Moçambique independente
Instabilidade política, hostilidades militares entre
Governo e Oposição, crises eleitorais recorrentes,
retoma do diálogo político depois das 5ª eleições
multipartidárias e, que se seguiram depois de dois anos
de confrontos armados entre Governo e Renamo que
tiveram como epicentro a região centro do país;
Expectativas de grandes mudanças do sistema de
governação com possível criação de regiões autónomas,
como parte das negociações entre Governo e Renamo
para solucionar crise eleitoral.
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Moçambique adoptou um sistema de separação de poderes, onde os mesmos auxiliam-se
e fiscalizam-se reciprocamente, são os casos do poder executivo, poder judicial e poder
legislativo. Dentro do poder judicial, que se denomina de administração da justiça,
encontramos três pilares que o asseguram efectivamente, saber, o juiz, o procurador e o
advogado, ou seja, dentro do ambiente político moçambicano, o advogado encontra-se
dentro do poder judicial e neste representa um dos três pilares que o assegura. De modo
que o ambiente político oferece a oportunidade de contribuir para a consolidação do Estado
de Direito, para uma melhor protecção dos direitos humanos e para uma melhor
preparação do Advogado para enfrentar os desafios políticos do país, embora num
ambiente de permanente instabilidade política e risco de guerra civil, promovida,
essencialmente pela intolerância política. Outra questão que afecta o funcionamento pleno
e eficaz da Justiça em Moçambique é a corrupção.
Em relação a corrupção, entre 1997 e 2003, as decisões dos tribunais estavam disponíveis
a quem paga mais (CIP1, 2007: 1). Em Moçambique existe uma tendência para que a
ilegalidade ganhe supremacia sobre a legalidade e o desonesto sobre o honesto o que
torna a cultura da ilegalidade um sonho (Halon2, 2004: 747-743). A corrupção se manifesta
de diversas formas, incluindo a corrupção política, pequena e grande corrupção e desvio
de fundos públicos; ao mesmo; os mecanismos de verificação e controlo são fracos na
medida que o executivo exerce uma forte influencia sobre o legislativo, o judiciário, a
polícia, a Administração Pública e sobre a administração de finanças públicas (Martini3,
2012:1). Ainda de acordo com Martini (2012:1), a estrutura legal e institucional anti-
corrupção permanece inadequada em Mocambique. Esta inadequada estrutura sugere que
as práticas identificadas em estudos realizados em décadas anteriores e aqui citados, em
maior ou em menor medida, continuam e não se esperam alteracoes significativas no
futuro próximo, ou seja, nos próximos cinco anos.
1 CIP (2007) Integrity in Reconstruction - Mozambique Executive Summary [online]. London: Tiri. Available from: http://www.integrityaction.org/sites/www.integrityaction.org/files/documents/files/Mozambique%20Summary.pdf[Accessed 05
th
January 2015] 2 Halon, J. (2004) Do donors promote corruption?:the case of Mozambique, Third World Quarterly. 25(4), 747-763.
3 Martini, M. (2012) Overview of corruption and anti-corruption in Mozambique [online] Mozambique: Transparency International Available from: http://www.transparency.org/files/content/corruptionqas/322_Overview_of_corruption_and_anti-corruption_in_Mozambique.pdf [Accessed 01/12/2014]
Plano Estratégico
Página 17
A corrupção no ambiente judiciário significa que nem sempre os melhores advogados nem
as causas que defendem sairão sempre vitoriosas em sede própria, o que distorce, não só
a competicao profissional entre os advogados como também distorce o sentido de Justiça.
Um sentido de Justiça distorcido pode favorecer crimes do tipo “Justiça pelas próprias
mãos” ou mais graves que podem ameaçar a ordem e tranquilidades públicas ou mesmo a
própria paz.
4.1.2 Ambiente económico
Segundo dados analisados pelo FMI (2015)4, o desempenho macroeconómico de
Moçambique é robusto, com um forte crescimento e uma inflação baixa. Apesar dos riscos
acrescidos de uma perspectiva global de incertezas, espera-se que o crescimento venha a
ser alargado a médio prazo e impulsionado pelo boom dos recursos naturais e
investimentos em infra-estrutura. De acordo com o Standard Bank Moçambique (Dez-
2014)5, dados do PIB relativos ao 1º e 2º trimestres de 2014 indicam um crescimento
robusto da economia, em todos sectores, em linha com a média de 7,4% da última década
(Tabela 1Tabela 1), o quer dizer que o crescimento económico continua forte enquanto a
inflação permanece baixa.
As contas nacionais revistas e publicadas em Julho de 2014, resultaram no aumento em
11% do nível do PIB de 2009, mas em apenas ligeiras alterações na composição sectorial.
O PIB real cresceu 7,2% no primeiro Semestre de 2014, liderado pelas indústrias
extractivas, construções, manufactura, serviços públicos e serviços financeiros. Isto é
também corroborado pela Economist Intelligence Unit, que prevê que o crescimento
económico do país acelere para 7,8% em 2015, impulsionado pela indústria de carvão e
pelo investimento em infra-estruturas, como também pelo forte crescimento das
telecomunicações indústria e serviços financeiros. A inflação de preços ao consumidor
(12 meses) caiu para 1,3% em Outubro 2014, tendo contribuído para tal os preços
favoráveis das importações, bem como a valorização do Metical em relação ao Rand Sul-
Africano, a boa colheita que pressionou os preços dos alimentos, a estabilidade dos preços
administrados (combustíveis, transportes públicos e serviços públicos). A taxa de câmbio
real efectiva tem sido estável ao nível global desde 2012. Contudo, em Junho de 2015, o
4 IMF – International Monetary Fund - IMF Country Report No. 15/12 – Republic of Mozambique, “Third Review under the
Policy Support Instrument – Staff Report and Press Release”. 5 Boletim Económico Mensal do Standard Bank Moçambique – Dezembro de 2014.
Plano Estratégico
Página 18
Metical sofreu uma forte depreciacao em relacao ao dólar americano que retirou o Metical
do anteriror equilíbrio de MT 30 por dólar para cerca de MT 40 por dólar com possibilidade
de atingir MT 45 por dólar.
Tabela 1: Indicadores Macroeconómicos
Indicadores Unidade Escala 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019
PIB Nominal MZN 10^9 385,0 424,3 470,5 528,0 603,0 689,0 784,0 894,0 1 017,0
PIB Real MZN 10^9 339,7 363,7 390,8 423,3 458,0 495,5 534,7 577,4 621,9
População Habitantes 10^6 22,3 23,8 24,4 25,0 25,7 26,4 27,1 27,9 28,6
Inflação Média (Maputo) % # 10,4 2,1 4,2 2,4 5,0 7,2 6,7 6,3 5,9
Taxa de Juro Prime Média do Mercado % # 15,0 9,5 8,3 7,5 7,5 7,5 7,5 7,5 7,5
Crédito à Economia % # 4,6 18,3 28,7 20,7 16,4 16,3 16,5 16,4 16,4
Receita Fiscal MZN 10^9 79,0 96,0 120,0 156,0
Despesa Total MZN 10^9 142,0 163,0 196,0 249,0
Deficit Global MZN 10^9 -63,0 -67,0 -76,0 -94,0
Receita Fiscal % do PIB % 20,6 22,5 25,6 29,5
Despesa Total % do PIB % 36,8 38,4 41,7 47,2
Deficit Global % do PIB % -16,3 -15,9 -16,1 -17,7 Fonte: Boletim Económico Mensal do Standard Bank Moçambique – Dezembro de 2014. Os dados a cinzento indicam previsão/ estimativa.
As perspectivas económicas de Moçambique continuam favoráveis. A médio prazo, o
crescimento deverá ser de base ampla e permanecer entre 7,5% e 8%. Apesar de se
esperar que a produção de carvão se mantenha linear em 2015, projecta-se que o
crescimento seja liderado por construções de mega-projectos e investimentos em infra-
estruturas, transportes e comunicações, agricultura de larga escala, e serviços financeiros
(Figura 3Figura 3).
Figura 3: Volume do Produto Interno Bruto, 2011-2019 (em Biliões de MZN)
338,0
370,0
402,0
434,0
466,0
498,0
530,0
562,0
594,0
626,0
320,0
460,0
600,0
740,0
880,0
1 020,0
2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019
PIB Nominal PIB Real
Fonte: Boletim Económico Mensal do Standard Bank Moçambique – Dezembro de 2014.
A inflação deverá manter-se dentro do intervalo da meta do BM de 5-6 % (Figura 4Figura
4). Os grandes investimentos em projectos de recursos naturais financiados pelo
investimento directo estrangeiro (IDE) e financiamento privado continuarão a dominar a
Plano Estratégico
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balança de pagamentos, ampliando ainda mais o défice da balança corrente em 50% do
PIB nos próximos 4-5 anos, com a construção das unidades de liquefacção de gás.
Figura 4: Inflação Média de Maputo (%) & Taxa de Juro Prime Média do Mercado (%), 2011-2019
6,0
8,0
10,0
12,0
14,0
16,0
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0
7,0
8,0
9,0
10,0
11,0
12,0
2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019
Inflação Média (Maputo)
Taxa de Juro Prime Média do Mercado
Fonte: Boletim Económico Mensal do Standard Bank Moçambique – Dezembro de 2014.
De acordo com o Standard Bank Moçambique (Dez-2014), a actividade económica indica
que o forte investimento nos recursos naturais tem o potencial de torná-la cada vez mais
vulnerável às oscilações de preços das commodities no mercado internacional, apesar de
se manter ainda diversificada.
O carvão – a combinação de preços baixos no mercado mundial e o fraco desenvolvimento
de infra-estruturas de escoamento têm se traduzido num fraco ambiente de negócios, com
os operadores a registarem prejuízos, tendo a Rio Tinto saído do país, e a Vale a anunciar
ter chegado a um acordo para a venda de 15% da sua participação na mina de Moatize e
metade dos 70% da sua participação no corredor logístico de Nacala que está prestes a
entrar em funcionamento.
O gás natural – esperados avanços nos projectos do Rovuma com investimentos iniciais
estimados em USD 23 biliões para breve.
O crude – o preço mundial abaixo dos USD 70/barril e as perspectivas de entrada dos EUA
no mercado mundial de produção do LNG (gás natural liquefeito) constituem uma ameaça
para o projecto, atenuada pela sua natureza de longo prazo relativamente ao break-even e
por considerações geopolíticas que colocam Moçambique numa posição privilegiada para
fornecer o LNG ao mercado mundial.
Plano Estratégico
Página 20
Em termos gerais, com estas perspectivas, e com a demonstração feita em estudos
conduzidos por economistas como Ossemane (2011) e Castel-Branco & Mandlate (2012), a
mobilização de reservas fiscais ociosas ligadas aos incentivos redundantes para o
Investimento directo estrangeiro de grande escala, às baixas tarifas sobre exploração
comercial de terra em grande escala, e à fuga ilícita de capitais, que no seu conjunto
representam entre 7% e 9% do PIB de Moçambique pode, em parte, garantir justiça social
no esforço fiscal e na distribuição do rendimento nos próximos anos. Isto propicia uma
Ordem dos Advogados de Moçambique mais vigorosa nas suas diligências de advogar
para tornar a Ordem uma organização credível, acessível e conhecida pela sociedade, e
actuante na defesa dos direitos dos cidadãos, visando estrategicamente: contribuir para a
consolidação do Estado de Direito Democrático no País, através da garantia do acesso ao
direito e à justiça pelos cidadãos; e contribuir para a efectivação de uma visão integrada do
sector da Justiça, conforme igualmente previsto na agenda 2025.
Porém, apesar da forte expansão do PIB dos últimos anos que se assinala, dados sobre a
pobreza e o desenvolvimento humano indicam que não se registaram melhorias
significativas, o que constitui uma ameaça à estabilidade social, daí o espaço para
intervenção da Ordem dos Advogados de Moçambique neste desiderato numa chamada
incumbente à instituições como o INEFP (do actual Ministério do Trabalho, Emprego e
Formação Profissional) CTA (representante dos sector privado), a Liga dos Direitos
Humanos (LDH), para advogar em prol da justiça social, pelo menos no sentido de criarem
dinâmicas de empregabilidade inclusiva e de maior abrangência de moçambicanos
carentes.
Segundo um relatório publicado pela AfriMAP e pela Open Society Initiative for Southern
Africa (2009)6 a maioria dos benefícios gerados pelo crescimento económico tem sido
capturados por poucos, o que tem conduzido ao aumento na desigualdade de renda e
riqueza entre os moçambicanos. Também, a manutenção de diferenças económicas entre
as várias regiões do país e a falta de ligações entre os diversos sectores da economia são
alguns dos problemas estruturais que, na opinião de vários analistas, continuam a afectar a
economia moçambicana. Estas desigualdades e desequilíbrios proporcionam situações
injustas, com vantagens a certas pessoas em virtude de sua classe social ou região de
6 Moçambique – Democracia e Participação Política. AfriMAP & Open Society Initiative for Southern Africa. 2009.
Plano Estratégico
Página 21
nascimento, podendo ainda fomentar preconceitos e, inclusive, práticas discriminatórias
contra moçambicanos de certas regiões e classes sociais.
O mesmo relatório (citando Castel-Branco, 2003) corrobora que estruturalmente, as
reformas económicas implementadas no país desde os anos 90 têm produzido resultados
ambíguos. A economia do país continua pouco dinâmica, estruturando-se em torno da
agricultura e serviços (finanças, transportes e comércio), com limitado impacto dos
sectores industriais. Os vários mega-projectos introduzidos nos últimos anos no país têm
tido poucos efeitos em termos de geração de empregos e ligações com o resto das
actividades económicas, e, para além destes, a actividade industrial do país é marginal,
com concentração em alguns produtos e baixa diversificação. Isto coloca o país entre os
países menos desenvolvidos do mundo, continuando a pobreza sendo um dos problemas
sociais mais sérios do país, apesar da sua redução constituir um dos principais e mais
divulgados objectivos do governo.
A qualidade de vida dos moçambicanos não deve apenas depender das batalhas travadas
pelo acúmulo de riquezas que se faz nas mãos de apenas alguns indivíduos, sob o olhar
impávido das instituições da administração da justiça nos indivíduos desprovidos de
“armas” adequadas e à altura de travar tais batalhas. Se os gurus da ciência económica e
do desenvolvimento sustentável advogam que o desenvolvimento se preocupa com a
geração de riqueza, colocam também aos decisores de política o desafio de distribuí-la de
forma equitativa. Cabe, todavia, às instituições de administração de justiça monitorar/
fiscalizar em superintendência este panorama por forma a que se vislumbre uma cada vez
melhor qualidade de vida de todos os moçambicanos rumo à equidade e justiça social.
Os projectos, as obras, e os recursos naturais, quando promovidos, explorados e
administrados para usos frutíferos, podem diminuir o sofrimento desumano que ainda é
impingido à maioria dos moçambicanos. Se os objectivos de crescimento económico
planeado se concentram apenas no aumento anual médio do PIB, e não nos objectivos
sociais de equidade (tais como: a geração de oportunidades de emprego para todos, a
elevação dos padrões mínimos de vida, a diminuição das disparidades de renda na
sociedade moçambicana, e as transferências de ricos para pobres através de subsídios ou
doações), então a justiça social não estará integrada de forma transversal nas políticas de
desenvolvimento, muito menos se fará cumprir nas vidas da população moçambicana.
Plano Estratégico
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De acordo com Nelson Mandela (2005), vencer a pobreza não é um gesto de caridade, é
um acto de Justiça, é a protecção de um direito humano fundamental, o direito à dignidade
e à uma vida decente (Figura 5Figura 5):
Figura 5: Visão de Nelson Mandela sobre o combate à pobreza
Fonte: Nelson Mandela (20057)
A natureza deontológica da Ordem dos Advogados de Moçambique afigura-se oportuna
para a garantia do bem-estar social aos moçambicanos, através da fiscalização das
instituições da administração da justiça nas suas actividades de prossecução de justiça
social e equidade, e pode:
Contribuir para a boa governação através da consolidação da implementação das
leis que regulam o acesso, o aproveitamento e o uso dos recursos naturais através
da fiscalização da actuação das instituições de administração da justiça;
Promover a equidade e o desenvolvimento sustentável via advocacia, contribuindo
assim para a descentralização do alívio da pobreza;
Promover o combate mais activo a males como a corrupção, e promover a reformas
estruturais coordenadas e coerentes entre as mais diversas instituições do Estado
para melhorar a distribuição de recursos e criação de novas capacidades;
Promover a redução das desigualdades económicas, sociais, culturais, e regionais;
e
7 Nelson Mandela durante o "the Live 8 concert" em Mary Fitzgerald Square, Johannesburg,
África do Sul aos 2 de Julho de 2005
Plano Estratégico
Página 23
Evitar manifestações populares violentas, como algumas que aconteceram nos
últimos dez anos, reclamando sobre o elevado custo de vida.
4.1.3 Ambiente social
A análise ao ambiente social da Ordem dos Advogados de Moçambique inclui dois
aspectos que influenciam a necessidade por Advogados e aspectos que influencia a oferta
de advogados.
4.1.3.1 Aspectos que influenciam a necessidade de Advogados
Os aspectos que influenciam a necessidade de Advogados incluem todas os fenómenos do
quotidiano do cidadão, desde aspectos criminais e cíveis. O ponto de partida da demanda
por advogados é mesmo a população. São os resultados da interacção social entre as
pessoas que compões a população que determinam à necessidade por Advogados.
Figura 6 - População moçambicana
Fonte: Instituto Nacional de Estatísticas
Moçambique tem uma população estimada em cerca de 24 366 112 milhões de habitantes
distribuídos por todo território nacional que demandam os serviços de Advogados em
várias situações da vida quotidiana, que podem ser medidas pelo movimento processual,
ocorrência de crimes, ocorrência de divórcios entre outras situações cíveis e criminais.
O movimento processual ocorrido no país (Figura 7Figura 7) é um forte indicativo da
necessidade de Advogados:
Plano Estratégico
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Figura 7 - Movimento processual
Fonte: Instituto Nacional de Estatísticas
O crescimento médio do movimento processual, de 2009 à 2013, foi de 24% por ano. Este
crescimento do movimento processual indicia que a sociedade demanda cada vez mais os
serviços do Advogado. Particularmente se assumir-se que o nível de criminalidade
mantém-se elevado:
Figura 8 - Crimes reportados pela Polícia da República de Moçambique
Fonte: Instituto Nacional de Estatísticas
A Cidade de Maputo e a província de Maputo apresenta o nível elevado de criminalidade ,
mais de 60% dos casos criminais.
Plano Estratégico
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Figura 9 - Crimes reportados, por província
Fonte: Instituto Nacional de Estatísticas
Contudo, este desequilíbrio pode ser apenas resultado de um maior trabalho de polícia
nestas duas regiões do que oi resto do país.
Do lado cível, considerando apenas os divórcios, nota-se igualmente, uma maior
concentração de ocorrências na Cidade de Maputo e na Província de Maputo (Figura
10Figura 10).
Figura 10 - Movimento de divórcios
Outro aspecto que pode influenciar a demanda por advogados é a presença de instituições
de Administração de Justiça, tais como cadeias, tribunais e outra. O movimento de saídas e
entradas de reclusos em cadeias moçambicanas é apresentado na Figura 11Figura 11:
Plano Estratégico
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Figura 11 - Movimento de reclusos
Um dos papéis da Ordem dos Advogados de Moçambique é verificar o respeito pelos
direitos humanos da pessoa detida, pelo que esta amostra de cadeias deveria ser o seu
foco, nomeadamente, através da Comissão dos Direitos Humanos.
4.1.3.2 Aspectos que influenciam a oferta de Advogados
Os aspectos que influenciam a oferta de Advogados incluem estudantes matriculados,
graduados e novos ingressos no ensino superior de direito e sua preferência profissional
pela profissão de Advogado. O número de estudantes no ensino superior em Moçambique
é apresentado na Figura 12Figura 12:
Plano Estratégico
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Figura 12 - Estudantes no ensino superior em Moçambique
Fonte: Instituto Nacional de Estatísticas
Este quadro apresenta estatísticas agregadas de estudantes de direito, de gestão e de
ciências sociais. Para deduzir o número de estudantes de Direito dos demais, multiplicou-
se a percentagem dos estudantes de direito de 2010 (Tabela 2Tabela 2) pelos
correspondentes valores de 2013.
Figura 13 - Estudantes do ensino superior em 2010
Ministério da Educação
A relação percentual entre estudantes de direito e os demais estudantes é apresentada na
Tabela 2Tabela 2:
Tabela 2 - Relação de estudantes de direito com outros estudantes
Descrição Estudantes
Matriculados Novos ingressos Graduados
Todos estudantes 44 894 14 082 5 636
Estudantes de Direito 8 277 2 027 434
% 18% 14% 8%
Plano Estratégico
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Desta forma, as estimativas de estudantes de Direito matriculados no ensino superior são
resumidas na Tabela 3Tabela 3:
Tabela 3 - Estudantes de Direito no ensino superior
Estudantes de Direito no ano de
Estudantes
Estudantes Novos ingressos Graduados
2012 7 416 2 534 390
2013 10 873 2 618 387
Desta forma, pode-se estimar que a oferta máxima de candidatos à profissão de advogado,
por ano, seja de 400 candidatos. Atendendo que parte destes graduados do ensino
superior não seguem a carreira de Advogado, somente um número limitado tornar-se-á
Advogado no futuro, o que efectivamente afecta a oferta de candidatos à sociedade.
4.1.3.3 Situação da procura e oferta de Advogados
Perante uma população de mais de 24 milhões de habitantes e uma oferta máxima de
1000 Advogados activos, por ano, em Moçambique há um Advogado para cada 24 mil
cidadãos.
Atendendo que a maior parte dos Advogados estão concentrados em Maputo,
provavelmente devido à forte presença de grandes empresas e de instituições de
administração de Justiça, há regiões do país bastante mais carenciadas, ou seja, com uma
oferta média de Advogados abaixo da oferta média nacional.
Do ponto de vista económico, a procura de qualquer bem reúne duas características, a
necessidade e a capacidade de pagar. a necessidade por serviços de Advogada é alta,
conforme previamente indicado, então, como estará a capacidade económica dos
moçambicanos?
Segundo o Relatório Nacional do Desenvolvimento Humano 2014 do PNUD8, em 2013, a
esperança de vida à nascença em Moçambique era de pouco mais de 50 anos, situação
que, combinada com a baixa renda per capita, altos níveis nível de analfabetismo, baixa
taxa de escolaridade e baixas taxas de matrícula nos níveis primário, secundário e
terciário, colocaram Moçambique num dos mais baixos Índices de Desenvolvimento
8 Human Development Report 2014 – Sustaining Human Progress, Reducing Vulnerabilities and Building Resilience.
Plano Estratégico
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Humano (IDH) do mundo, 0.393 (valores entre 0 e 1). Como corolário, há sempre
necessidade de se prestar atenção à existência de diferenças regionais de vulto em termos
de qualidade de vida, pois há regiões cujo IDH é ainda mais baixo que a média. Assim,
consideradas estas diferenças, o IDH varia substancialmente, melhorando à medida que
nos movemos do norte para o sul do país.
Moçambique é, efectivamente, um país pobre, de acordo com o Standard Bank (2014:8), o
produto interno bruto per capita de Moçambique é estimado em USD 756 em 2014,
dividindo este valor por 365 dias, constata-se que, se a distribuição de rendimento fosse
equitativa, cada Moçambicano teria, pouco mais de USD 2 por dia. Adicionalmente,
atendendo que 81% da população sofre de pobreza de consumo, isto é, vive abaixo de
USD 1,25 por dia (Francisco, Sugahara e Fisker, 2013:6)9, pode-se concluir que a maioria
dos moçambicanos não está em condições de contratar um Advogado quando necessita.
Esta é uma oportunidade para a Ordem dos Advogados de Moçambique actuar através dos
seus serviços de responsabilidade social, nomeadamente através do Instituto de Acesso à
Justiça.
4.1.4 Ambiente tecnológico
O processo de gestão requer uma grande quantidade de dados e informações para a
execução de planos e actividades. Em cada etapa da gestão, uma variedade de decisões
devem ser tomadas, quer na execução de novas tarefas ou para corrigir desvios em tarefas
já realizadas. As decisões ou acções correctivas são despoletadas pelo retorno (feedback)
dado pelo sistema de controlo incorporado no sistema de gestão da organização.
Para que um sistema de gestão seja eficaz, este deve se apoiar em informação relevante
sobre as actividades e negócios organizacionais. O desempenho da gestão poderá
melhorar quando e se o risco do negócio e as incertezas são tratadas eficazmente. Se a
informação fornecida é adequada, pode-se lidar com esses factores com maior
propriedade, pois o apoio em informação reduz a falta de conhecimento, enriquece a
experiência e melhora as habilidades analíticas levando a melhor juízo sobre as
actividades organizacionais.
9 Francisco, Sugahara e Fisker (2013) Dinâmicas de Bem-estar e Pobreza da População Idosa Moçambicana- Sumário de resultados preliminares [Disponível em www.iese.ac.mz/age/age.html][Acedido 12/02/2015]
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Um bom Sistema Informático de Gestão fornece informações aos gestores para expandir a
sua base de conhecimento. Os Sistemas Informáticos de Gestão devem fornecer o apoio
que os gestores e colaboradores precisam para agir decisivamente sobre questões
operacionais dos negócios institucionais. O Sistema deve apoiar a gestão em termos de
informações básicas de negócios no nível corporativo e atender as necessidades
específicas dos gestores e colaboradores. Deve destacar factores críticos de sucesso e
apoiar áreas-chave de Gestão.
A Gestão empresarial moderna requer a mudança de controles tradicionais para uma
gestão digital, pois, as organizações modernas são orientadas e alinhadas pelas
tendências tecnológicas. As novas tecnologias emergentes representam grandes
oportunidades de aumentar a eficiência, eficácia e efectividade das empresas na execução
das suas actividades.
As tecnologias baseadas na Internet com aplicações corporativos têm vindo a desenvolver
à escala global e Moçambique não é excepção. Com efeito, em Moçambique há diversas
empresas locais que desenvolvem aplicativos de gestão que podem ser obtidos a preços
competitivos.
Qualquer decisão de emigração tecnológica pode encontrar soluções locais sem grandes
dificuldades à um custo razoável. A existência de soluções tecnológicas locais é uma
oportunidade forte de potenciar a Ordem dos Advogados de Moçambique com sistemas
Informáticos de Gestão capazes de catapultar a organização para outros, melhores, níveis
de empenho e desempenho.
4.1.5 Ambiente legal
A Constituição da República de Moçambique, no seu artigo 62 n° 1 e 2 assegura ao
cidadão o acesso aos tribunais e o direito a defesa. É nesta ordem de ideias que se
assenta a Ordem dos Advogados de Moçambique, a qual foi criada pelo Lei n.º 7/794, de
14 de Setembro, que aprovou também o Estatuto da organização. Seguiu-se a nomeação
de uma Comissão Instaladora em 1995, por despacho do Ministro da Justiça, que tinha
como função a criação de condições para a realização das primeiras eleições dos titulares
dos órgãos sociais da Ordem.
Plano Estratégico
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Em Fevereiro de 1996, foram eleitos, por cinco anos, os primeiros titulares dos órgãos
sociais da Ordem dos Advogados de Moçambique, tendo à sua frente o Bastonário Carlos
Alberto Cauio, que tomaram posse a 26 de Março de 1996.
As eleições para o segundo mandato (2002/2006) tiveram lugar a 15 de Dezembro de
2001, culminando com a reeleição do Bastonário Carlos Alberto Cauio.
As eleições para o terceiro mandato (2008/2013) tiveram lugar a 25 de Março de 2008,
culminaram com a eleição do Bastonário Gilberto Caldeira Correia, que terminou o
mandato no dia 2 de Maio de 2013, data em que, para um mandato de 3 (três) anos,
tomaram posse os actuais órgãos sociais, liderados pelo Bastonário Tomás Timbane .
A Ordem dos Advogados de Moçambique é uma pessoa de Direito Público, representativa
dos licenciados em Direito que, em conformidade com os preceitos do respectivo Estatuto
e demais disposições legais aplicáveis, exercem a advocacia.
O art.º 62 da Constituição da República de Moçambique estabelece que os arguidos têm
direito à defesa e à assistência jurídica e patrocínio judiciário. Certos actos processuais,
como o interrogatório ao arguido, não podem ter lugar sem a presença de um advogado,
sob pena de serem nulos. Se o arguido não puder pagar um advogado, o Estado deverá
nomear um representante da Ordem dos Advogados de Moçambique. Os estatutos da
Ordem dos Advogados de Moçambique estabelecem que os seus membros devem aceitar
a nomeação para este tipo de trabalho como cada uma das suas funções e representar os
seus clientes gratuitamente até o fim do processo.
A Ordem é independente dos órgãos do Estado, regendo-se por regras próprias. À Ordem
dos Advogados de Moçambique compete defender o Estado de Direito e os direitos e
liberdades e garantias do cidadão. Conforme previsto no artigo 4º do Estatuto da Ordem
dos Advogados de Moçambique, são atribuições da Ordem:
Defender o Estado de direito, os direitos, liberdades e garantias individuais e
colaborar na boa administração da justiça;
Contribuir para o desenvolvimento da cultura jurídica e aperfeiçoamento do direito,
devendo pronunciar-se sobre os projectos de diplomas legislativos que interessam
ao exercício da advocacia;
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Participar no estudo e divulgação das leis e promover o respeito pela legalidade;
Zelar pela função social, dignidade e prestígio da profissão de advogado e
promover o respeito pelos respectivos princípios deontológicos;
Defender os interesses, direitos, prerrogativas e imunidade dos seus membros;
Atribuir o título profissional de advogado e de advogado estagiário e regulamentar o
exercício da respectiva profissão;
Exercer jurisdição disciplinar exclusiva sobre os membros;
Promover o estreitamento de relações com organismos congéneres estrangeiros;
Emitir, obrigatoriamente, parecer sobre propostas legislativas inerentes ao exercício
da advocacia. A emissão do parecer não condiciona a iniciativa dos órgãos
competentes nem obriga ao órgão que o recebe;
Exercer as demais funções que resultam das disposições deste estatuto e de outros
preceitos legais.
Com o surgimento da Ordem dos Advogados de Moçambique e as suas competências
reguladoras passa a haver restrições ao exercício da advocacia por profissionais nela não
inscritos, exceptuando-se nas províncias em que não existem advogados ou não sejam
suficientes. Estas novas limitações, tendo em conta a vastidão do País e os problemas de
cobertura da rede de judiciária e dos seus profissionais, tem sido alvo de intensos debates,
sendo muitas vezes apontada como um empecilho ao acesso à justiça, devido à
concentração dos advogados na cidade de Maputo.
4.1.6 Ambiente natural
O território nacional de Moçambique é vasto conforme a Figura 14Figura 14 ilustra:
Figura 14 - Dimensão do território moçambicano
Fonte: Instituto Nacional de Estatísticas
Plano Estratégico
Página 33
A população moçambicana habita este vasto território de forma dispersa, o que representa
um grande desafio de trazer a Justiça e o Direito em toda a sua extensão. Isto quer dizer
que a Ordem dos Advogados de Moçambique deverá, nos seus esforços de planeamento
estratégico, dar prioridade a algumas áreas geográficas, mantendo uma presença
permanente ou, pelo menos frequente, e em outras áreas, procurar intervir com recurso à
uma maior mobilidade.
O investimento numa maior mobilidade pode incluir a constituição de uma dotação
orçamental para deslocações e/ou a aquisição de meios de locomoção adequados, casos
de viaturas "todo-o-terreno", atendendo às precárias condições de estradas e infra-
estruturas relacionadas, na maior parte do território nacional.
Adicionalmente, Moçambique é afectado por cheias cíclicas, ciclones e outros fenómenos
naturais adversos que podem condicionar ainda mais a actuação da Ordem dos
Advogados de Moçambique, Com efeito, nem sempre a Ordem estará em condições de
cobrir a totalidade do território nacional e, certamente, não estará em condições de actuar
em todos os lugares onde há necessidade de intervenção.
Plano Estratégico
Página 34
4.2 Análise interna da Ordem dos Advogados de Moçambique
A análise interna da Ordem dos Advogados de Moçambique abrange os seguintes elementos:
Análise interna não financeira; e
Análise interna financeira.
4.2.1 Análise interna não financeira
A análise não financeira abrange sete aspectos, os valores compartilhados, a estrutura
organizacional, a estratégia organizacional, os sistemas de gestão, o estilo de liderança, as
habilidades organizacionais e o pessoal.
Os valores compartilhados representam a visão, onde a organização quer chegar ou em que
quer se transformar, a missão, a razão da existência da organização, e os princípios
orientadores, os valores, que a organização defende e que sustentam a sua forma de
actuação.
A estrutura organizacional representa o arranjo tipicamente hierárquico de linhas de
autoridade, comunicação e de direitos e deveres de uma organização. A estrutura
organizacional determina como os papéis, poder e responsabilidades são atribuídos,
controlados e coordenados bem como o modo como os fluxos de informação entre os
diferentes níveis de gestão ocorrem.
A estratégia organizacional mostra o que a organização irá fazer para materializar a sua
missão e alcançar a sua visão. A estratégia inclui objectivos e respetivos cursos de acção
e/ou meios necessários para alcançar esses objectivos.
Sistemas de gestão representam o modo como a organização organiza os seus processos de
trabalho e actividades para a persecução do seu escopo de trabalho. O estilo de liderança
mostra como superiores se comportam e o modo como os subordinados reagem a esse
comportamento. As habilidades organizacionais mostram o modo como a organização está
preparada para satisfazer as necessidades sociais a que se propôs realizar. O pessoal
organizacional representa o lado humano da organização, os recursos humanos devem estar
representados em número e qualidade suficiente para implementar a estratégia
organizacional com sucesso.
Os resultados da análise interna não financeira são resumidas na Figura 15Figura 15.
Plano Estratégico
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Figura 15 - Resumo da análise interna não financeira da Ordem dos Advogados de Moçambique
Todo pessoal localizado na sede. Pessoal suficiente para
actividades rotineiras, mas insuficiente em períodos de
férias e de trabalhos não rotineiros. Maior concentração de
advogados em Maputo. Valor de quota (+3) questionado.
A Ordem possui habilidades suficientes
para a realização do seu objecto de
trabalho, contudo essas habilidades seriam
ainda melhor aproveitadas se fossem
apoiados por Sistemas Informáticos quepermitissem uma melhor coordenação de
actividades à escala nacional.
A Ordem apresenta um estilo de liderança democrático, o qual pode ser
mantido em todos os processos de trabalho estratégicos, embora, em
aspectos operacionais e tácticos, estilos menos democráticos possam ser
abraçados.
Os sistemas de gestão da Ordem são suficientes para levar a cabo todas
as actividades quotidianas básicas, contudo, há necessidade de uma maior
digitalização e automatização para garantir que os mesmos sejam elásticos
em relação ao crescimento do volume de actividade, eventual crescimento
do número de trabalhadores e que permita uma maior descentralização,coordenação e monitoria e controlo de actividades à escala nacional.
A Ordem em necessidade de reformular os seus objectivos estratégicos para que sejam
mais amigáveis com o processo anual de orçamentação. De um modo simples os
objectivos estratégicos da Ordem dever ser SMART, isto é, específicos, mesuráveis,
realizáveis, realísticos e específicos em relação ao tempo de execução.
Estratégia
Estrutura
organiza-
cional
Sistemas
Habilidades
Pessoal
Estilo de
Liderança
Valores
compartilhados
A Ordem apresenta uma estrutura que garante
implementação das actividades da liga em todo o
território nacional. Esta estrutura está
particularmente desenhada para ser elástica em
relação ao aumento de advogados em qualquerponto do país.
A Ordem precisa rever a sua visão, reforçar a sua missão e rever e definir cada um
dos seus valores.
Pontos fortes = Pontos fracos
Legenda:
Pontos fortes > Pontos fracos Pontos fortes< Ponto fracos
A Figura 15Figura 15 indica que a Ordem dos Advogados de Moçambique:
Deve prestar atenção particular à sua estratégia, porque apresenta mais pontos fracos que pontos fortes e é um instrumento pouco
amigável aos esforços de orçamentação anual;
Dar atenção especial aos sistemas de gestão, ao valores compartilhados, às habilidades organizacionais e ao pessoal, administrativo e
advogados, porque apresentam igual peso de fraquezas e pontos fortes;
A estrutura organizacional e o estilo de liderança apresentam mais pontos fortes que pontos fracos e, por isso, podem ser mantidos.
Detalhes sobre a análise interna não financeira são apresentados de seguida.
Plano Estratégico
Página 36
4.2.1.1 Valores compartilhados
Os valores compartilhados representam a visão e conceitos orientadores subjacentes ao
caminho a trilhar e ao destino que a Ordem dos Advogados de Moçambique deseja alcançar.
Os valores compartilhados incluem a visão estratégica, a missão organizacional e os valores
organizacionais. Cada um dos principais elementos que constitui o grupo de valores
compartilhados da Ordem dos Advogados de Moçambique é analisado de seguida.
3.1.1.2.1 Visão
A declaração de visão leva em conta o estado actual da instituição, e serve para apontar a
direcção que a organização deseja seguir. Como um meio de estabelecer um objectivo
supremo que a instituição aspira alcançar, a declaração de visão ajuda a fornecer um foco
para a missão da instituição. A declaração de visão não é sobre o que a instituição faz hoje,
mas o que a instituição espera fazer ou alcançar num futuro que vai de três ou cinco anos à
dez ou mais anos, isto é, a visão representa o que uma organização deseja se tornar ou
deseja alcançar. A visão da Ordem dos Advogados de Moçambique é a seguinte:
“Uma Ordem dos Advogados de Moçambique independente, credível, acessível,
actuante, eficiente e eficaz na defesa da ordem jurídica nacional, das instituições
democráticas, dos direitos dos cidadãos, dos seus membros e dos princípios de
justiça social”
Olhando para esta visão, as seguintes questões se levantam:
Em que contexto foi elaborada esta declaração da visão?
Face às mudanças ocorridas desde a sua elaboração, será que esta visão continua
válida, inspiradora, desafiadora e motivadora para a Ordem dos Advogados de
Moçambique e seus stakeholders?
A Ordem dos Advogados de Moçambique parece aspirar vir a ser uma instituição
independente, credível, acessível, actuante, eficiente e eficaz em toda a sua linha de
actuação. Se alguns destes elementos tais como a necessidade de construir uma
Ordem dos Advogados de Moçambique mais actuante, eficiente e eficaz; pode se
questionar até que ponto a Ordem ainda considera a independência, a credibilidade e
acessibilidade seus objectivos de longo prazo. Que problemas impediram a Ordem
dos Advogados de Moçambique, nos últimos cinco anos, de ser independente,
credível e acessível?
Que sugestões teria para dar no sentido de reforçar esta visão?
Esta visão foi desenvolvida há mais de seis anos, quando a primeira experiência era de um
bastonário ligado ao governo e, no mínimo, aparentava não ser independente na sua
Plano Estratégico
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actuação. Como tal houve uma necessidade visionar um futuro em que a necessidade de
independência fosse vincada. Neste momento a Ordem dos Advogados de Moçambique é
uma organização independente, pelo que não há necessidade de continuar a perseguir um
objectivo já concretizado. Outros elementos contidos na visão, tais como a necessidade de
uma Ordem "credível, acessível, actuante, eficiente e eficaz" também merecem uma revisão
sobre a pertinência de os manter na visão. Uma solução alternativa seria transferir e vincar
estes elementos na declaração da visão.
3.1.1.2.2 Missão
A declaração de missão é uma declaração formal que explica a razão da existência de uma
organização. A declaração de missão deve orientar as acções da Ordem dos Advogados de
Moçambique, explicar o seu propósito, proporcionar um senso de direcção e orientar a
tomada de decisão.
A declaração da missão da Ordem dos Advogados de Moçambique é a seguinte:
“A missão da Ordem dos Advogados de Moçambique é contribuir para a consolidação
do Estado de Direito Democrático, através da defesa da Constituição, dos direitos
fundamentais dos cidadãos, da dignidade e prestígio da profissão de advogados,
assim como promover o respeito pelos respectivos princípios deontológicos
profissionais pelos seus membros”
A missão da Ordem dos Advogados de Moçambique parece clara no seu propósito e nos
seus princípios orientadores e parece ser suficientemente conciso como instrumento de
orientação das actividades diárias da Ordem dos Advogados de Moçambique. Contido, há a
necessidade de ajustá-la para acomodar os elementos orientadores já materializados
contidos na declaração da visão.
3.1.1.2.3 Valores
Valores organizacionais são crenças e atitudes que conferem uma personalidade à uma
instituição. Os valores organizacionais definem aspectos éticos de uma instituição, ou seja, o
que é certo e errado no seu modo de actuação.
Os valores defendidos pela Ordem dos Advogados de Moçambique são:
"Compromisso social; eficiência, eficácia; ética; imparcialidade; impessoalidade;
independência; e transparência".
Plano Estratégico
Página 38
Bem os valores da Ordem dos Advogados de Moçambique indicam apenas o que é
considerado "certo" fazer e não o que é considerado "errado". Igualmente, há uma
necessidade de definir o que significa cada um dos seus componentes, de forma a reforça-los
como instrumento de formação e consolidação de comportamento colectivo. Uma forma de
reforçar esses valores seria a sua integração em três dimensões das actividades da Ordem,
nomeadamente:
A dimensão do relacionamento entre Ordem dos Advogados de Moçambique e
Advogados;
A dimensão do relacionamento entre Ordem dos Advogados de Moçambique e
funcionários; e
A dimensão do relacionamento entre Ordem dos Advogados de Moçambique e
terceiros. Terceiros inclui outras instituições com que a Ordem dos Advogados de
Moçambique interage nas suas actividades rotineiras.
4.2.1.2 Estrutura organizacional
A estrutura organizacional mostra o modo como a Ordem dos Advogados de Moçambique
está organizada para executar a sua estratégia e para perseguir a sua visão. A estrutura
organizacional da Ordem dos Advogados de Moçambique é apresentada na Figura 16Figura
16:
Plano Estratégico
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Figura 16 - Estrutura Organizacional da Ordem dos Advogados de Moçambique
Uma descrição geral do papel desempenhado por cada função e departamento está resumida
nos Estatutos e Regulamentos da Ordem dos Advogados de Moçambique.
De uma forma geral, a Ordem dos Advogados de Moçambique possui uma estrutura
organizacional que garante que as actividades da liga podem ser implementadas na
generalidade do território nacional. Essa abrangência, somente é limitada pela desigual
distribuição de Advogados no território nacional que apresenta regiões com nítida escassez
como a província de Niassa e regiões de elevada concentração, como a Cidade de Maputo. A
estrutura organizacional da Ordem dos Advogados de Moçambique está particularmente
desenhada para ser elástica em relação ao aumento de advogados em qualquer ponto do
país. De modo que a mesma estrutura pode ser mantida nos próximos cinco anos, sem
prejuízo de qualquer revisão ou ajuste pontual.
4.2.1.3 Estratégia organizacional
A estratégia organizacional é composta por objectivos e estratégias para alcançar esses
objectivos. Os objectivos organizacionais representam os resultados que a instituição deve
Plano Estratégico
Página 40
alcançar no cumprimento da sua missão, na perseguição da sua visão e no respeito dos seus
valores. Os objectivos organizacionais partem do geral ao específico.
Os objectivos gerais que a Ordem dos Advogados de Moçambique definiu alcançar até 2014
são:
Tornar-se:
uma organização credível, acessível e conhecida pela sociedade e pelos seus
membros;
actuante na defesa dos direitos dos cidadãos e dos seus membros;
uma organização com altos padrões de gestão e governação interna;
uma organização que promove, de forma efectiva, o profissionalismo e o
cumprimento das normas éticas e deontológicas entre os advogados;
uma organização efectivamente integrada no sistema de administração de
justiça, interagindo de forma harmoniosa com os outros actores que fazem
parte deste último;
uma instituição com capacidade para a resposta aos desafios que se colocam
no contexto interno e externo, este último com particular destaque para a
região.
Os objectivos específicos que a Ordem dos Advogados de Moçambique definiu alcançar até
2014 são divididos em três componentes:
Componente 1: Acesso à Justiça e ao Direito:
Objectivo Estratégico 1: Contribuir para a consolidação do Estado de Direito
Democrático no País, através da garantia do acesso ao direito e à justiça pelos
cidadãos;
Objectivo Estratégico 2: Contribuir para a efectivação de uma visão integrada
do sector da Justiça.
Componente 2: Capacitação institucional da Ordem dos Advogados de Moçambique:
Objectivo Estratégico 3: Promover o espírito de associativismo no seio da
Ordem dos Advogados de Moçambique;
Objectivo Estratégico 4: Capacitar a Ordem dos Advogados de Moçambique
para que possa cumprir efectivamente o seu mandato.
Componente 3: Capacitação profissional do Advogado:
Objectivo Estratégico 5: Elevar a capacidade técnica e profissional dos
Advogados para que possam responder aos desafios internos e da integração
regional;
Plano Estratégico
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Objectivo Estratégico 6: Contribuir para a Defesa e Promoção dos Direito
Humanos em Moçambique.
Os três componentes do plano estratégico parecem cobrir as principais vertentes da actuação
da Ordem dos Advogados de Moçambique, contudo:
No que diz respeito ao Componente 1:
O Objectivo Estratégico 6 parece melhor integrar-se na Componente 1, na medida
que é a garantia de um maior acesso à Justiça e ao Direito que pode contribuir
para uma melhor defesa e promoção dos direitos humanos.
O Objectivo Estratégico 1 parece ser mais abrangente que o próprio componente
de que faz parte, na medida em que a consolidação do Estado de Direito
democrático parece ter primazia e maior abrangência do que garantir um maior
acesso à Justiça e ao Direito conforme actualmente preconizado pelo
Componente 1 de objectivos estratégicos.
Quanto ao Componente 2, que abrange a necessidade de capacitar a Ordem dos
Advogados de Moçambique, há a considerar que:
O Objectivo Estratégico 3 parece repetição do papel inerente ao próprio
Componente 2; e
O Objectivo Estratégico 2 parece não ter algum enquadramento lógico, no seu
conteúdo, como um dos objectivo da capacitação institucional da Ordem dos
Advogados de Moçambique.
Quanto ao Componente 3, que preconiza a capacitação profissional do Advogado, há
a considerar que:
O Objectivo Estratégico 5 parece uma repetição do papel inerente ao próprio
Componente 3; e
O Objectivo Estratégico 6 parece não ter algum enquadramento lógico, no seu
conteúdo, como um dos objectivo da capacitação do Advogado, mas sim como
um dos objectivos do reforço do Estado de Direito em Moçambique.
Desta forma, seria preferível:
Considerar como Componente 1, a responsabilidade de "Contribuir para a
consolidação do Estado de Direito em Moçambique" em vez do actual "Acesso à
Justiça e ao Direito" e, dentro do Componente 1, ter-se-ia como:
Objectivo Estratégico 1: lutar pelo reforço e respeito da ordem constitucional e
pela independência das instituições democráticas do país na sua actuação;
Objectivo Estratégico 2: Garantir maior acesso à Justiça e ao Direito; e
Plano Estratégico
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Objectivo Estratégico 3: Garantir uma melhor protecção, respeito e realização
dos Direito Humanos por parte do Estado Moçambicano.
Considerar como Componente 2, a necessidade de "Capacitar institucionalmente a
Ordem dos Advogados de Moçambique" conforme correntemente definido e, dentro do
Componente 2, definir objectivos estratégicos em função dos resultados do
diagnóstico estratégico, interno e externo, sendo que o número de objectivos seria
dependente dos resultados desse mesmo diagnóstico.
Considerar como Componente 3, a necessidade de "Capacitar profissionalmente o
Advogado" conforme correntemente definido e, dentro do Componente 3, definir
objectivos estratégicos em função dos resultados do diagnóstico estratégico, interno e
externo, sendo que o número de objectivos seria dependente dos resultados desse
mesmo diagnóstico.
4.2.1.4 Sistemas de gestão
Sistemas de gestão são o conjunto de processos e procedimentos que uma organização usa
para realizar as suas actividades rotineiras. Na realização das suas actividades rotineiras a
Ordem dos Advogados de Moçambique usa os seguintes sistemas de gestão:
Sistema de gestão de expediente. O sistema de gestão de expediente faz parte do
Departamento Administrativo, o que inclui serviços de recepção, arquivo e de estafeta.
A gestão do arquivo inclui fluxos de entrada, saída e distribuição de informação. inclui,
igualmente, o armazenamento de informação. O armazenamento e recuperação de
informação é efectuado com recurso à diferentes bases de dados electrónicas, no
formato MS Excel, para cada assunto particular:
O expediente externo entra na Ordem pela recepção ou através do email
institucional. O expediente que entra pela recepção, passa para o arquivo, após
registo físico, para registo electrónico feito pelo/a arquivista com conhecimento
do/a director/a, antes de ser encaminhado para o destino final. O expediente
enviado através do email institucional vai directamente para o/a arquivista. O/a
arquivista regista física e electronicamente a entrada, com conhecimento do/a
director/a executiva, antes de ser encaminhado para o destino final.
O expediente interno provém dos diferentes Departamentos funcionais da
Ordem (exemplo, comunicados, cartas e deliberações) seguindo o caminho
contrário do expediente interno, isto é, com fluxos de informação de dentro para
fora da Ordem. Este expediente é registado e armazenado numa base de dados
física e electrónica pelo/a arquivista e depois é enviado ao destinatário, quer
através dos serviços da Recepcionista ou através dos serviços do estafeta ou
Plano Estratégico
Página 43
mesmo através dos meios electrónicos de entrega, tais como email e "website",
sempre com conhecimento do/a director/a executiva.
Sistema de licenciamento de advogados. O sistema de licenciamento de advogados
consiste em meios humanos (Comissão Nacional de Avaliação do Estágio
Profissional), electrónicos e materiais através dos quais pessoas formadas em direito,
tomam conhecimento dos requisitos necessários para o seu licenciamento bem como
todo o conjunto de orientações e testes que devem ser cumpridos e que culminam
com a obtenção de autorização para exercer a função de Advogado em Moçambique;
Sistema de licenciamento de Advogado estrangeiro. O licenciamento de advogados
estrangeiros é limitado pelas vagas existentes. As vagas são determinadas pelo
Regulamento de Inscrição e Exercício de Advogados Estrangeiros em Moçambique.
Essas vagas correspondem a valores que variam entre 1% e 2% do total dos
Advogados autorizados a exercer a sua actividades em Moçambique;
Sistema de monitoria da situação do Advogado e Advogado estagiário. O Sistema de
monitoria da situação do Advogado e Advogado estagiário é usado pela Ordem para
garantir o acompanhamento da situação legal e profissional de cada Advogado,
incluindo o acompanhamento da sua contribuição financeira para a sustentabilidade
da Ordem através de quotas, em qualquer momento. O sistema é suportado por uma
base de dados do aplicativo MS Excel, mas, neste momento, estuda-se a hipótese de
adquirir novo software (nova licença de PHC) para permitir a gestão de base de dados
integrando estagiários e advogados e sociedades de Advogados, acessível para
sector administrativo e financeiro. O sector administrativo e financeiro é o responsável
pela cobrança de quotas dos Advogados;
Sistemas de capacitação de advogados. O sistema de capacitação de advogados
vigente na Ordem é da responsabilidade directa do/a Director/a Executiva e destina-se
a (i) identificar necessidades de treinamento de Advogados em áreas específicas, (ii)
identificar especialistas de treinamento nessas áreas, (iii) publicar os cursos
identificados e condições de participação nesses cursos junto de Advogados;
Sistema de comunicação externa, em dois sentidos, de e para a Ordem, apoiada em
tecnologias de informação e de comunicação e incluem a utilização de website e
redes sociais como facebook, twitter, linkedIn, youtube, google e flickr. A comunicação
conta ainda com um boletim informativo mensal publicado no "web site".
Adicionalmente, os sistemas de comunicação incluem dispositivos como skype e isseu
para além de meios de comunicação convencionais como email e telefone
institucional. A Ordem recorre ainda à publicação de comunicados no jornal de maior
Plano Estratégico
Página 44
circulação. O recurso à publicação no jornal é oneroso pelo que somente em último
recurso é utilizado. As principais deliberações tomadas pela Ordem são publicadas no
Boletim da República;
Sistema de coordenação e articulação de actividades da Ordem a nível nacional, que
consiste em nomear e apoiar actividades da Ordem em todo o território nacional
através da acção de conselhos provinciais e delegados provinciais. Não há
representação em Niassa apenas por causa do número de advogados que não
justifica a sua criação. Os conselhos provinciais existentes são o Conselho Provincial
de Nampula e Conselho Provincial de Sofala, que, regra geral, não são compostos por
funcionários da Ordem, mas por Advogados voluntários. O Sistema de coordenação
de actividades da Ordem, a nível nacional, é dificultado pela ausência de uma
plataforma de gestão, do tipo Intranet, que coloque todos os sistemas administrativos
e operacionais à disposição, em tempo útil, dos colaboradores espalhados pelo vasto
território nacional.
Sistema de gestão de recursos humanos: O sistema de gestão de recursos humanos
está sob responsabilidade directa do/a director/a executivo/a. A informação de cada
trabalhador é registada e guardada em base de dados individual, física e electrónica,
e é processada manualmente. Não existe processos automáticos do controlo de
assiduidade. Um trabalhador é considerado ausente quando efectivamente não é visto
no seu posto de trabalho. A ausência é notada e registada no processo individual de
cada trabalhador. A ausência de sistema de controlo de assiduidade é justificada pela
natureza flexível de certas actividades, as quais podem decorrer fora do escritório ou
fora das horas normais de expediente e pelo tamanho reduzido do pessoal
administrativo da Ordem. O reduzido número de trabalhadores implica que todos se
conhecem e qualquer ausência é imediatamente notada, logo, rapidamente
identificada e registada. Contudo, a Ordem deveria automatizar estes processos no
sentido de preparar a instituição para um possível crescimento do número de
trabalhadores que possa limitar o controlo de pessoal por simples reconhecimento
visual.
Sistemas de gestão financeira. A Ordem usa o um pacote contabilístico e financeiro
baseado no programa PHC, mais concretamente, usa o aplicativo PHC 15. O PGC é
um reconhecido sistema de gestão financeira usado por milhares de empresas e
organizações internacionais, pelo que, com base no reconhecimento do mercado,
pode-se afirmar que é uma escolha adequada para as necessidades da Ordem:
Plano Estratégico
Página 45
Sistemas de Procurement. As actividades de Procurement da Ordem não são
centralizadas e são levadas a cabo pelos diferentes departamentos consoante
as suas necessidades operacionais emergentes. Quando se trata de decisões
estratégicas, que envolvem valores monetários elevados ou com efeitos sobre
toda a Ordem, os Conselhos da Ordem são chamados a deliberar e a tomar
decisões.
Movimento de cheques. No movimento de cheques, há quatro assinantes
autorizados, mas somente duas assinaturas são necessárias para emissão de
cheque. Quando os valores envolvidos são superiores a MT 100,000.00 (Cem
mil meticais) é obrigatória a assinatura do Bastonário.
Cobrança de receitas. A cobrança de receitas da Ordem é efectuada pelo
departamento financeiro, o qual regista e arquiva os comprovativos de
pagamento. A Ordem aceita todas as formas de pagamento.
Sistema de orçamentação. Os orçamentos da Ordem envolvem todos os
organismos da ordem e todos os departamentos funcionais. O processo de
orçamentação envolve os responsáveis pelos centros de custos e de receitas
da Ordem, os quais se reúnem em Maputo para apresentar, discutir e decidir
os seus programas de actividade. Uma vez alcançados consensos, os
orçamentos são submetidos à assembleia-geral para aprovação.
Sistema de prestação de contas. Quando há necessidade de suportar
despesas de deslocações, à nível nacional, a Ordem efectua pagamentos
directos para todas as despesas excepto os per diem, sobre os quais, a
pessoa beneficiária recebe valores directamente da Ordem. A nível
internacional, a pessoa beneficiária recebe fundos da Ordem e justifica os
valores gastos imediatamente após o seu regresso.
Sistemas de reporte financeiro. O Departamento financeiro da Ordem produz
demonstrações financeiras mensais e submete-as ao Conselho Nacional para
apreciação.
Sistemas Informático de Gestão: Um sistema de informação pode ser definido,
tecnicamente, como um conjunto de componentes inter-relacionados que recolhem ou
recuperam, processam, armazenam e distribuem informação para apoiar a tomada de
decisão, coordenação e controle dentro de uma organização. Além de apoiar a
tomada de decisão, coordenação e controle, os sistemas de informação também
podem ajudar os gestores e trabalhadores a analisar problemas, visualizar assuntos
complexos, e criar novos produtos ou serviços. Os sistemas informáticos de gestão
Plano Estratégico
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existentes na Ordem são do tipo "file server", "print server", “back up”, gestão do
usuário/ gestão do email do tipo "Google for work". Portanto os sistemas informáticos
de gestão da Ordem dos Advogados de Moçambique apenas executam funções
básicas e não desempenha o papel de instrumento de gestão operacional que conecta
colaboradores, clientes e gestores, sustenta diferentes processos e procedimentos de
trabalho, apoia a articulação de actividades entre diferentes departamentos funcionais
e entre a Organização e seus "stakeholders" e não optimiza o funcionamento da
Ordem à escala nacional.
Sistema de entrega de apoio jurídico aos carenciados. O Sistema de entrega de
serviços de apoio jurídico da Ordem dos Advogados de Moçambique são entregue
mediante à aproximação da pessoa necessitada à Ordem ou com a deslocação da
Ordem para a pessoa carenciada. É o contacto com a Ordem que desencadeia todo o
processo de abertura de processo, sua gestão e actualização e relatório final. O
processo é liderado pela Coordenadora do Instituto e inclui a utilização de Advogados
estagiários sob orientação de um Advogado Supervisor. Todo o conjunto de registos é
processado manualmente através do preenchimento manual dos diferentes impressos
necessários em cada fase do processo e inclui o acompanhamento de todo o
processo legal em tribunais.
Os sistemas de gestão colocados em funcionamento na Ordem dos Advogados de
Moçambique são suficientes para levar a cabo todas as actividades quotidianas, contudo,
existe a necessidade de informatiza-los e automatiza-los de forma a garantir que os mesmos
sejam elásticos em relação ao crescimento do volume de actividade e ao crescimento do
número de trabalhadores. A informatização e automatização de processos de gestão podem
contribuir para uma maior descentralização da actuação da Ordem ao mesmo tempo que um
controlo central de todas as actividades é assegurado. Um dos aspectos que deve ser
ponderado, é a autonomização do Director Executivo, dos sistemas de capacitação de
advogados, podendo criar-se uma área especifica responsável pela identificação das
necessidades de treinamento de Advogados em áreas específicas.
4.2.1.5 Estilo de liderança
Estilo de liderança reflecte a maneira como os gestores se comportam em relação aos seus
subordinados, superiores e pares e a maneira como os subordinados reagem à esse mesmo
estilo.
Plano Estratégico
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Em geral, o estilo de liderança prevalecente na Ordem dos Advogados de Moçambique é um
estilo democrático, na medida que há uma tendência de os líderes e gestores tomarem as
decisões mais importantes depois de consultarem os seus colaboradores.
Um estilo de liderança democrático é recomendável na tomada de decisões sobre questões
estratégicas e tácticas, mas pode ser um revés nos casos em que decisões pontuais devem
ser tomadas rapidamente.
Recomenda-se a manutenção do estilo democrático, em todas as questões estratégicas
embora estilos mais rígidos e autoritários sejam necessários para questões operacionais,
como no cumprimento de normas e procedimentos estabelecidos ou mesmo no cumprimento
de medidas operacionais tais como prazos de execução de tarefas de entre outras.
4.2.1.6 Habilidades organizacionais
Habilidades organizacionais significam o conjunto de aptidões que uma organização deve
possuir para resolver as necessidades sociais a que se propôs satisfazer. A Ordem dos
Advogados de Moçambique possui as seguintes habilidades:
Habilidade de licenciamento de Advogados e atendimento às necessidades dos
candidatos à profissão de Advogado;
Habilidade de acompanhamento da situação legal e profissional de cada Advogado,
incluindo o acompanhamento da sua contribuição financeira para a sustentabilidade
da Ordem através de quotas;
Habilidade de treinamento de Advogados em matérias especializadas;
Habilidade de comunicação externa apoiada por website e redes sociais como
facebook, twitter, linkedIn, youtube, google e flickr. A comunicação conta ainda com
uma publicação mensal fornecida em softcopy, via website, e hard copy.
Habilidade de coordenação nacional das actividades da Ordem, o que inclui
representação local por via de conselhos provinciais e delegados provinciais. Inclui
também o desdobramento nacional de todas as principais actividades da Ordem, mas
esta habilidade é limitada pela ausência de um Sistema Informático de Gestão
adequado à necessidade de coordenar actividades à escala nacional.
Habilidade de providenciar assistência social através dos seus associados à pessoas
carenciadas em matéria de acompanhamento jurídico. Uma importante limitação dos
serviços de apoio jurídico aos carenciados, providenciado pelo Instituto de Assistência
Jurídica, é a sua limitação geográfica confinada à Cidade de Maputo, havendo
necessidade de expandir estes serviços ao resto do país, quer fisicamente, quer
através de alguns dos seus produtos, designadamente as Caravanas Jurídicas.
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A Ordem dos Advogados de Moçambique possui habilidades suficientes para a realização do
seu objecto de trabalho, contudo essas habilidades seriam ainda melhor aproveitadas se
fossem apoiados por Sistemas Informáticos de Gestão que permitissem uma melhor
coordenação de actividades à escala nacional.
4.2.1.7 Pessoal
Uma organização precisa de uma força de trabalho capaz de implementar a sua estratégia
competitiva. Isto significa que um nível adequado de competências, habilidade e capacidade
precisa ser criado e mantido ao longo do tempo. Entende-se por competência a qualidade ou
estado de ser funcionalmente adequado ou ter suficiente conhecimento, força e habilidade.
Competência é uma outra maneira de se referir ao know how ou habilidade de um indivíduo.
Habilidade é um processo colaborativo através do qual as competências individuais são
aplicadas e exploradas. A capacidade é o poder de deter, receber e acomodar, isto é,
capacidade tem a ver com "quantidade" ou "volume".
As questões relevantes relacionadas com a capacidade são: (i) será que temos o suficiente?
e (ii) quanto é necessário?"
Quais são as competências individuais existentes na Ordem dos Advogados de
Moçambique?
Onde e como essas competências são aplicadas na Ordem dos Advogados de
Moçambique? Será que essas competências são suficientes para resolver os
problemas relacionadas com as actividades diárias da Ordem dos Advogados de
Moçambique?
Será que a Ordem dos Advogados de Moçambique tem capacidade suficiente para as
suas necessidades?
Importa salientar que a Ordem dos Advogados de Moçambique tem duas categorias de
pessoal a tomar em conta, o pessoal administrativo e os advogados, seus associados, pelo
que estes grupos de pessoas são analisadas de forma separada.
Pessoal administrativo
Em geral, o pessoal administrativo da Ordem dos Advogados de Moçambique localiza-se no
escritório-sede. Nas províncias, a Ordem não possui pessoal administrativo e é representada
por delegados e conselhos numa base voluntária, auxiliando a Ordem a efectuar algumas
transacções que requerem alguma interacção presencial. Apesar disso, o pessoal
administrativo da ordem é suficiente para as actividades rotineiras, embora manifesta
Plano Estratégico
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algumas dificuldades em lidar com a pressão de eventos extraordinários. Adicionalmente,
devido ao facto os departamentos funcionais contarem apenas com uma pessoa, excepto o
Departamento Financeiro, que conta com duas pessoas, há alguma pressão incremental em
períodos em que algum colaborador vai de férias ou está ausente por qualquer motivo,
justificável ou não. Uma das formas de aliviar esta pressão incremental consiste em encorajar
os colaboradores a familiarizarem-se com as funções dos seus companheiros. Apesar disso,
a maior responsabilidade colmatar e substituir colaboradores ausentes está nas mãos do/a
director/a executivo/a, que nestes casos é chamada a assumir a responsabilidade final pelo
curso normal das actividades.
Advogados e Advogados Estagiários
A Ordem dos Advogados de Moçambique conta com 1,317 Advogados inscritos até no dia 30
de Agosto de 2015, na sua maioria localizados em Maputo. Para além disso, até à mesma
data, estavam inscritos em diversos cursos de Estágio 408 Advogados Estagiários, cuja
previsão era de terminem o Estágio até Maio de 2016.
Alguma das preocupações dos advogados, sobretudo os advogados em prática isolada (que
são a maioria), estão relacionados com o valor da quota para contribuintes com mais de três
anos de filiação na Ordem, que a consideram elevada. Esta situacao contribui, em grande
medida, no aumento do número de advogados suspensos. Com efeito, o número de
Advogados suspensos, em Dezembro de 2014, por falta de pagamentos de quotas, foi de 73,
o que correspondia a 6% do total de Advogado.
Plano Estratégico
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4.2.2 Análise financeira
A análise financeira da Ordem dos Advogados de Moçambique apresenta-se em três
níveis:
Análise ao desempenho histórico;
Análise de rácios; e
Análise plano versus execução do plano.
4.2.3 Análise ao desempenho histórico
A análise ao desempenho histórico engloba uma análise vertical e horizontal das
demonstrações financeiras e uma análise de rácios.
4.2.3.1 Análise dos mapas de demonstração de resultados
Os mapas de demonstração de resultados da Ordem foram concebidos numa base
metodológica que satisfaz os requisitos legais da contabilidade, o que inclui a classificação
ou agrupamento das rubricas pela sua natureza. Uma vez que a análise financeira guia-se
por diferentes princípios e visa evidenciar o tipo de actividade que deu origem à essas
rubricas foi necessário reclassificar essas rubricas para realizar o diagnóstico financeiro da
forma mais adequada. O efeito dessa reclassificação produz resultados líquidos diferentes
nas demonstrações de resultados elaboradas para efeitos de análise relativamente às
demonstrações de resultados contabilísticos. Os mapas de demonstrações de resultados
sucessivos da Ordem dos Advogados de Moçambique, elaborados para efeitos de análise
financeira apenas, são apresentados na Tabela 4Tabela 4.
De acordo com a Tabela 4Tabela 4, a Ordem dos Advogados de Moçambique apresenta
resultados líquidos positivos em 2013 e 2009, mas negativos noutros anos. Ainda de
acordo com a Tabela 4Tabela 4 é possível verificar a evolução percentual e média de todas
as rubricas bem como o peso relativo de cada rubrica sobre as receitas. Essa evolução
indica que os custos operacionais representaram, em média, 108% das receitas e os
resultados líquidos, que foram em média negativos, representaram 12% das receitas.
Apesar desta média negativa, em 2013, os resultados líquidos mostraram uma tendência de
melhoria que não se confirmou em 2014, o que coloca a Ordem dos Advogados de
Moçambique dependente de doações, patrocínios e financiamentos para equilibrar as suas
contas, isto é, para garantir a sua sustentabilidade financeira, assumindo a manutenção dos
actuais níveis de actividades operacionais.
Plano Estratégico
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Tabela 4 - Demonstrações de resultados da Ordem dos Advogados de Moçambique
Descrição 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2009 2010 2011 2012 2013 2014 Média
Receitas 3 030 246 3 480 264 6 711 500 8 297 670 13 857 456 18 753 201 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100%
Custos 3 034 742 4 106 174 4 593 953 12 893 430 11 925 420 21 939 658 100% 118% 68% 155% 86% 117% 108%
Resultados operacionais -4 496 -625 910 2 117 547 -4 595 760 1 932 036 -3 186 457 0% -18% 32% -55% 14% -17% -8%
Resultados extraordinários 199 000 438 500 -2 621 628 74 930 8 450 0 7% 13% -39% 1% 0% 0% -3%
Resultados financeiros 0 -192 228 -25 652 21 762 13 485 0 0% -6% 0% 0% 0% 0% -1%
Resultados líquidos 194 504 -379 638 -529 734 -4 499 068 1 953 971 -3 186 457 6% -11% -8% -54% 14% -17% -12%
Crescimento de receitas 15% 93% 24% 67% 35% Crescimento de custos 35% 12% 181% -8% 84% Crescimento de resultados operacionais 13820% -438% -317% -142% -265% Crescimento de resultados extraordinários 120% -698% -103% -89% -100% Crescimento de resultados financeiros 100% -87% -185% -38% -100% Crescimento de resultados líquidos -295% -40% -749% 143% -263% Crescimento médio de receitas 47% Crescimento médio de custos 61% Crescimento médio de resultados operacionais 2532% Crescimento médio de resultados extraordinários -174% Crescimento médio de resultados financeiros -62% Crescimento médio de resultados líquidos -241%
Na requalificação das rubricas incluídas no mapa de demonstrações de resultados foram consideradas receitas todos os valores recebidos ou
a receber referentes a cada um dos anos incluídos na análise excepto doações, patrocínios e financiamentos, que foram tratados como fontes
de financiamentos e não ganhos operacionais.
Plano Estratégico
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Os elementos considerados como receitas são apresentados na Tabela 5Tabela 5.
Tabela 5 - Receitas da Ordem dos Advogados de Moçambique
Descrição 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2009 2010 2011 2012 2013 2014 Média
Receitas 3 030 246 3 480 264 6 711 500 8 297 670 13 857 456 18 753 201 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00%
Fundo de Maneio 250 000 0 0 0 0 0 8,25% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 1,38%
Quotas 2 113 670 2 854 100 6 014 700 6 868 200 8 218 435 12 745 495 69,75% 82,01% 89,62% 82,77% 59,31% 67,96% 75,24%
Vendas de impressos para inscrições 4 120 6 160 7 400 10 490 0 3 090 0,14% 0,18% 0,11% 0,13% 0,00% 0,02% 0,09%
Inscrições de Advogados 318 356 102 400 294 400 433 500 342 450 482 400 10,51% 2,94% 4,39% 5,22% 2,47% 2,57% 4,68%
Inscrição de sociedade de advogados 0 0 0 0 0 1 600 000 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 8,53% 1,42%
Inscrições de Adv. Estagiários 96 000 211 200 160 000 208 500 351 500 45 000 3,17% 6,07% 2,38% 2,51% 2,54% 0,24% 2,82%
Carteiras profissionais-Advogados 60 000 54 200 135 000 208 500 196 500 805 500 1,98% 1,56% 2,01% 2,51% 1,42% 4,30% 2,30%
Carteiras profissionais-Advogados Estag. 61 000 133 500 100 000 133 500 210 000 72 000 2,01% 3,84% 1,49% 1,61% 1,52% 0,38% 1,81%
Certidões e Declarações emitidas 1 100 1 100 0 250 348 891 0 0,04% 0,03% 0,00% 0,00% 2,52% 0,00% 0,43%
Outras Receitas (Vendas de convites) 126 000 117 604 0 0 4 231 080 0 4,16% 3,38% 0,00% 0,00% 30,53% 0,00% 6,35%
Publicações 0 0 0 23 500 0 2 000 0,00% 0,00% 0,00% 0,28% 0,00% 0,01% 0,05%
Convintes para eventos da OAM 0 0 0 300 000 0 0 0,00% 0,00% 0,00% 3,62% 0,00% 0,00% 0,60%
Brindes 0 0 0 250 0 0 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%
Taxa de Exame de Advogados 0 0 0 72 000 0 871 500 0,00% 0,00% 0,00% 0,87% 0,00% 4,65% 0,92%
Revisão e Repetição de Provas 0 0 0 80 0 0 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%
Receitas de estágio e cursos para Advogados 0 0 0 75 000 0 1 216 640 0,00% 0,00% 0,00% 0,90% 0,00% 6,49% 1,23%
Devolução de quotas 0 0 0 -36 100 -41 400 17 700 0,00% 0,00% 0,00% -0,44% -0,30% 0,09% -0,11%
Outras taxas de inscrição 0 0 0 0 0 78 000 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,42% 0,07%
Outros serviços e ganhos operacionais 0 0 0 0 0 813 876 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 4,34% 0,72%
De acordo com a Tabela 6Tabela 5, 75% das receitas são provenientes das quotas ou contribuições dos Advogados. As inscrições de
advogados, sociedades e advogados estagiários, cumulativamente, constituem cerca de 8% das receitas.
Plano Estratégico
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Os custos operacionais da Ordem dos Advogados de Moçambique são apresentados na Tabela 6Tabela 6:
Tabela 6 - Custos operacionais da Ordem dos Advogados de Moçambique
Descrição 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2009 2010 2011 2012 2013 2014 Média
Custos 3 034 742 4 106 174 4 593 953 12 893 430 11 925 420 21 648 409 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100%
Custos com pessoal 730 420 1 235 096 1 313 827 3 088 539 4 219 600 6 486 679 24% 30% 29% 24% 35% 30% 29%
Fornecimentos e Serviços de Terceiros 2 266 955 2 684 519 2 834 418 9 148 603 7 141 280 14 335 127 75% 65% 62% 71% 60% 66% 66%
Impostos e Taxas 0 8 726 1 360 0 0 0 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
Amortizações do exercício 37 367 81 417 359 404 150 010 462 697 693 066 1% 2% 8% 1% 4% 3% 3%
Outros custos e Perdas operacionais 0 96 417 84 945 506 278 101 843 133 537 0% 2% 2% 4% 1% 1% 2%
De acordo com a Tabela 6Tabela 6, com uma percentagem de 66% e 29%, os custos com fornecimentos e serviços de terceiros e custos com
pessoal, representam as duas maiores despesas operacionais da Ordem.
4.2.3.2 Análise de Balanços
Os balanços da Ordem dos Advogados de Moçambique, excepto o balanço de 2014, não foram elaborados de forma que evidenciem os valores
acumulados ao longo dos anos. Desta forma, foi necessário elaborar balanços financeiros com o intuito de evidenciar valores acumulados ao longo dos
últimos cinco anos. Uma série de arranjos foram elaborados para ajustar os valores contidos no balanço de 2014 com os valores do balanço de 2013.
Basicamente, os ajustamentos foram efectuados, de forma que os saldos de caixa e bancos sejam os mesmos, tanto em balanços financeiros
efectuados para fins desta análise ou em balanços contabilísticos, sejam iguais. A necessidade de ajustamentos decorre da diferença de princípios de
classificação de contas usados pela contabilidade da Ordem e pela equipa de consultores. Os balanços da Ordem dos Advogados de Moçambique
ajustados para efeito de análise financeira, apenas, são apresentados na Tabela 7Tabela 7:
Plano Estratégico
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Tabela 7 - Balanços da Ordem dos Advogados de Moçambique
Activo 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2009 2010 2011 2012 2013 2014 Média
Equivalentes de caixa 745 080 2 852 003 7 069 074 3 905 370 3 468 357 5 389 536 75% 84% 71% 20% 16% 26% 49%
Clientes 0 0 0 5 579 820 6 290 465 3 278 820 0% 0% 0% 28% 29% 16% 12%
Outros activos correntes 0 0 0 10 750 3 000 3 000 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
Devedores 0 42 278 1 990 125 0 0 0 0% 1% 20% 0% 0% 0% 4%
Activo circulante excepto disponibilidade 0 42 278 1 990 125 5 590 570 6 293 465 3 281 820 0% 1% 20% 28% 29% 16% 16%
Imobilizado corpóreo e incorpóreo 644 394 813 433 1 284 099 10 804 905 13 212 280 13 793 875 65% 24% 13% 55% 60% 66% 47%
Amortizações 393 565 328 656 359 404 509 414 972 111 1 665 177 40% 10% 4% 3% 4% 8% 11%
Activos líquidos 250 830 484 777 924 695 10 295 491 12 240 169 12 128 698 25% 14% 9% 52% 56% 58% 36%
Activo total 995 909 3 379 057 9 983 893 19 791 431 22 001 991 20 800 055 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100%
Passivo 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2009 2010 2011 2012 2013 2014 Média
Total do passivo corrente 0 0 47 484 0 10 080 41 625 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
Situação líquida 995 909 3 379 057 9 936 409 19 791 431 21 991 911 20 758 430 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100%
Doações, patrocínios e financiamentos 0 3 747 766 15 164 861 34 675 525 37 047 195 43 146 671 0% 111% 152% 175% 168% 207% 136%
Ajustamentos 0 -984 980 -5 314 989 -10 471 564 -12 596 725 -16 743 225 0% -29% -53% -53% -57% -80% -46%
Resultados do exercício 194 504 -379 638 -529 734 -4 499 068 1 953 971 -3 186 457 20% -11% -5% -23% 9% -15% -4%
Resultados acumulados no inicio 801 406 995 909 616 271 86 537 -4 412 530 -2 458 559 80% 29% 6% 0% -20% -12% 14%
Activo e fundos próprios 995 909 3 379 057 9 983 893 19 791 431 22 001 991 20 800 055 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100%
Crescimento de equivalentes de caixa 283% 148% -45% -11% 55%
Crescimento de activos líquidos - 4607% 181% 13% -48%
Crescimento da situação líquida 93% 91% 1013% 19% -1%
Crescimento do activo 239% 195% 98% 11% -5%
Crescimento de fundos próprios 239% 195% 98% 11% -5%
Crescimento médio de equivalentes de caixa 86%
Crescimento médio de activos líquidos 1188%
Crescimento médio da situação líquida 243%
Crescimento médio do activo 108%
Crescimento médio de fundos próprios 108%
Plano Estratégico
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Da análise aos balanços da Ordem dos Advogados de Moçambique importa salientar que:
Os equivalentes de caixa cresceram em média 86%, o que indica uma crescente
capacidade de gerar entradas de dinheiro na instituição, quer em forma de receitas,
em forma de financiamento ou em forma de desinvestimentos;
Os activos líquidos cresceram, em média, 1188%, o que quer dizer que a Ordem tem
vindo a apetrechar-se com meios imobilizados adequados à necessidade de
continuação das suas actividades;
A situação líquida tem vindo a crescer numa média de 243%, o que quer dizer que a
Ordem tem vindo a reforçar os seus capitais permanentes, quer com recurso às
doações, patrocínios ou mesmo financiamento;
O crescimento médio de activos é de 108%, fruto, essencialmente, dos esforços de
investimentos em meios imobilizados;
O financiamento dos activos é assegurado em 14% por resultados acumulados e
86% por doações, patrocínios e financiamentos. Em outras palavras, isto quer dizer
que os resultados líquidos contribuem em apenas 14% para o financiamento de
todos os activos acumulados da Ordem e que a Ordem é dependente de
financiamentos, doações e patrocínios para financiar os seus activos.
Plano Estratégico
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4.2.3.3 Análise de fluxos de caixa
A Ordem dos Advogados de Moçambique não elabora mapas de fluxos de caixa, pelo que
houve necessidade de proceder a sua elaboração com base na informação incluída nos
mapas de demonstração de resultados e balanços elaborados para efeitos de análise
financeira. Os mapas de fluxos de caixa da Ordem dos Advogados de Moçambique são
apresentados na Tabela 8Tabela 8:
Tabela 8 - Mapas de fluxos de caixa da Ordem dos Advogados de Moçambique
Descrição 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Actividades operacionais
Resultados líquidos 194 504 -379 638 -529 734 -4 499 068 1 953 971 -3 186 457
Alienações 60 402 0 0
Amortizações do exercício 37 367 81 417 359 404 150 010 462 697 693 066
Resultados financeiros 0 -192 228 -25 652 21 762 13 485 0
Variação de fundo de maneio 42 278 1 900 363 3 647 929 692 815 -3 043 190
Fluxos de caixa operacionais 231 870 -148 271 -2 045 040 -8 079 151 1 710 368 549 799
Actividades de investimentos
Imobilizado -288 196 -315 363 -799 322 -9 520 806 -2 407 375 -12 553 275
Outros investimentos
Alienações 0 0 0 60 402 0 0
Fluxos de caixa de investimentos -288 196 -315 363 -799 322 -9 460 404 -2 407 375 -9 890 179
Actividades de financiamento
Resultados financeiros 0 -192 228 -25 652 21 762 13 485 0
Doações, patrocínios e financiamentos 0 3 747 766 11 417 096 19 510 664 2 371 670 6 099 476
Doações e patrocínios 0 0 3 182 096 19 510 664 2 371 670 0
Financiamentos 0 0 8 235 000 0 0 6 099 476
Ajustamentos 0 10 920 0 0 0 0
Devolução de dívida 0 0 0 0 0 0
Fluxos de caixa de financiamento 0 3 566 458 11 391 443 19 532 426 2 385 155 6 099 476
Variação de fluxos de caixa -56 326 3 102 823 8 547 080 1 992 871 1 688 148 -3 240 904
Saldo inicial de fluxos de caixa 801 406 745 080 2 852 003 7 069 074 3 905 370 3 468 357
Ajustamentos -995 900 -4 330 010 -5 156 575 -2 125 161 5 162 083
Fluxos de caixa acumulados 745 080 2 852 003 7 069 074 3 905 370 3 468 357 5 389 536
A Ordem dos Advogados de Moçambique recorre aos fluxos de caixa de financiamento,
quer na forma de doações, patrocínios ou financiamentos, para cobrir os seus deficits
operacionais, sobretudo, mas também, os fluxos de caixa de investimentos. Esta situação
irá prevalecer no futuro, o que obrigará a Ordem a privilegiar relações com potenciais
doadores e a procurar financiamentos junto do Estado. Um maior recurso aos doadores e
ao Estado permitiria que a Ordem dos Advogados de Moçambique deixe de depender do
nível de receitas realizadas para a realização dos seus programas e passe a orientar-se por
objectivos de longo prazo e não de flutuações de curto prazo.
Plano Estratégico
Página 57
4.2.4 Análise de rácios
A análise de rácios financeiros é apresentada na Tabela 9Tabela 9:
Tabela 9 - Análise de rácios financeiros da Ordem dos Advogados de Moçambique
Rácios de liquidez 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Rácio de liquidez corrente - - 181 - 968 208
Rácios de endividamento 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Divida/activos totais 0,00% 0,00% 0,48% 0,00% 0,05% 0,20%
Rácios de actividade 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Rotação de activos 0,20 -0,11 -0,05 -0,23 0,09 -0,15
Período médio de cobrança em dias 0,00 4,43 108,23 245,92 165,77 63,88
Período médio de pagamento em dias 0,00 0,00 3,77 0,00 0,31 0,69
Rácios de desempenho 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Margem de lucro -0,15% -17,98% 31,55% -55,39% 13,94% -15,32%
Retorno sobre activos 6,42% -10,91% -7,89% -54,22% 14,10% -16,99%
Retorno sobre fundos próprios 19,53% -11,24% -5,33% -22,73% 8,88% -15,35%
Os rácios de liquidez medem a capacidade da instituição de fazer face à dívida operacional
quando vence recorrendo apenas aos seus activos circulantes. A Ordem dos Advogados de
Moçambique não apresenta nenhuma dívida de curto prazo em 2009, 2010 e 2012. Em
2011, a Ordem dos Advogados de Moçambique era capaz de pagar 181 vezes a sua dívida
vencida, em 2013, 968 vezes e em 2014, 208 vezes.
Os rácios de endividamento mostram a estrutura de financiamento da Ordem e
consequentemente o seu estado de solvência financeira. A Ordem financia os seus activos
recorrendo, essencialmente, aos capitais permanentes, quer na forma de financiamentos,
doações, patrocínios ou resultados acumulados. Desta forma, a dívida de curto prazo
(dívida operacional) apenas financia menos de 0,20% dos activos totais, em 2014. Esta é
uma excelente posição na medida que não coloca a instituição em risco imediato de
insolvência.
Os rácios de actividade medem a eficiência com que a Ordem aplica e utiliza os seus
recursos financeiros. A rotação de activos da Ordem dos Advogados de Moçambique,
medida pela cobertura das receitas em relação aos activos, é muito baixa, o que indica que
as receitas da Ordem dos Advogados de Moçambique apenas cobrem uma parte
insignificativa dos seus activos, todos os anos. O período médio de cobranças da Ordem
dos Advogados de Moçambique está a aumentar, o que indica dificuldades acrescidas de
cobrança de quotas. O período médio de pagamentos é praticamente nulo, o que sugere
que a Ordem dos Advogados de Moçambique tende a efectuar o pagamento da totalidade
Plano Estratégico
Página 58
das suas dívidas no mesmo período em que as incorre, ou seja, que a Ordem dos
Advogados de Moçambique tende a efectuar as suas compras a pronto pagamento.
4.2.1 Análise plano versus execução do plano
Na análise plano versus execução orçamental não foram incluídos os resultados de 2009,
2010 e 2011 por não terem sido providenciados pela Ordem dos Advogados de
Moçambique. A análise correspondente aos anos de 2012 e 2013 é apresentada na Tabela
10Tabela 10:
Tabela 10 - Análise plano versus execução do plano
Descrição Planificado Realizado Desvio
2012 2013 2012 2013 2012 2013
Receitas totais 20 127 198 22 263 027 19 562 577 16 719 545 564 620 5 543 481
Despesas totais 20 033 318 20 131 107 12 845 924 13 221 713 7 187 394 6 909 394
Saldo orçamental 93 880 2 131 920 6 716 653 3 497 832 -6 622 773 -1 365 912
A Ordem dos Advogados de Moçambique exagera nas suas estimativas de receitas totais e
de despesas. O exagero é mais acentuado em relação às despesas operacionais do que
em relação às receitas, consequentemente, a Ordem acaba subestimando os saldos
orçamentais, resultando em valores realizados menores que os valores planificados.
4.2.2 Resumo da análise financeira
A Ordem dos Advogados de Moçambique apresenta resultados líquidos positivos em 2013
e 2009, mas negativos noutros anos.
A Ordem é dependente de financiamentos, doações e patrocínios para financiar os seus
activos e para financiar os seus deficits operacionais, sobretudo, mas também, as suas
necessidades de investimentos. Esta situação irá prevalecer no futuro, o que obrigará a
Ordem a privilegiar relações com potenciais doadores e eventualmente a procurar
financiamentos junto do Estado.
A Ordem dos Advogados de Moçambique não apresenta dívida de curto prazo, todos os
anos excepto, em 2011, 2013 e 2014. A dívida de curto prazo apenas financia menos de
0,20% dos activos totais. Esta é uma excelente posição na medida que não coloca a
instituição em risco imediato de insolvência.
Formatted: Font: 11 pt
Plano Estratégico
Página 59
4.3 Análise da execução do Plano Estratégico 2009-2014
Neste capítulo, avalia-se a implementação do Plano Estratégico 2009-2014 da Ordem dos
Advogados de Moçambique em todas as esferas, com particular enfoque para o grau de
realização dos objectivos estratégicos, alcance dos resultados e impactos das actividades,
mudanças e efeitos produzidos, e as estratégias levadas a cabo ao longo da sua
implementação. Os objectivos definidos pelo Plano Estratégico em avaliação são
apresentados na Tabela 11Tabela 11:
Tabela 11: Objectivos Estratégicos do Plano Estratégico da Ordem dos Advogados de Moçambique 2009-2014
Fonte: Plano Estratégico da Ordem dos Advogados de Moçambique 2009-2014.
Estes oito objectivos deviam ser materializados através de estratégias atinentes a um
melhor conhecimento da Ordem e dos seus serviços, à consolidação Ordem dos Advogados
de Moçambique como actor preponderante na Administração da Justiça no país, ter
membros participantes e pagando quotas, uma ordem auto-suficiente para gerir e prestar
contas de forma eficiente e transparente, ter membros capacitados para responderem aos
desafios internos e da integração regional, uma ordem mais fortalecida e interventiva na
área de direitos humanos.
O esforço financeiro para sua materialização, entre 2010-2014, foi estimado em cerca de
USD 3.308.066,0 na opção de investimento principal (considerando a construção de raiz do
Edifício Sede da Ordem dos Advogados de Moçambique), e em cerca de USD 3.985.244,0
Componente Objectivo Estratégico
1. Contribuir para a consolidação do Estado de
Direito Democrático no País, através da garantia
do acesso ao direito e à justiça pelos cidadãos;
2. Contribuir para a efectivação de uma visão
integrada do sector da Justiça;
3. Promover o espírito de associativismo no seio
da Ordem dos Avogados de Moçambique;
4. Capacitar a Ordem dos Advogados de
Moçambique para que possa cumprir
efectivamente o seu mandato;
5. Elevar a capacidade técnica e profissional dos
Advogados para que possam responder aos
desafios internos e da integração regional;
6. Contribuir para a Defesa e Promoção dos Direito
Humanos em Moçambique;
4. Construção e apetrechamento do
Edifício da Sede7. Melhorar as condições de trabalho da OAM;
5. Gestão da OAM 8. Melhorar a gestão da OAM.
3. Capacitação profissional do Advogado
2. Capacitação institucional da Ordem
dos Advogados de Moçambique
1. Acesso à Justiça e ao Direito
Plano Estratégico
Página 60
na opção de investimento alternativo (considerando a reabilitação da ex-casa Algarve). De
seguida analisa-se cada um desses objectivos:
4.3.1 Objectivos da componente 1: Acesso ao Direito e à Justiça
4.3.1.1 Contribuir para a consolidação do Estado de Direito Democrático no País, através da
garantia do acesso ao direito e à justiça pelos cidadãos
Qualquer Estado determinado a garantir o respeito pelas liberdades civis, ou seja, o respeito
pelos direitos humanos e pelas garantias fundamentais, através do estabelecimento de uma
protecção jurídica, é designado Estado de Direito Democrático; um conceito que consagra
que as próprias autoridades políticas estão sujeitas a respeitar as regras de direito.
Também é fundamental que a Lei seja a expressão da vontade popular, exercida por meio
dos seus representantes eleitos ou de forma directa. Portanto, duas noções importantes
também estão vinculadas neste conceito: a democracia e a representação política, ditames
plasmados na Constituição da República de Moçambique, nos seus artigos 1º, e 2º, que: “A
República de Moçambique é um Estado independente, soberano, democrático e de justiça
social.”; e “A soberania reside no povo.”, e “O povo moçambicano exerce a soberania
segundo as formas fixadas na Constituição.” Mais especificamente, no seu artigo 3º, a
Constituição estabelece que “A República de Moçambique é um Estado de Direito, baseado
no pluralismo de expressão, na organização política democrática, no respeito e garantia dos
direitos e liberdades fundamentais do Homem.”
A Ordem dos Advogados de Moçambique fixou este objectivo inspirando-se numa meta há
muito almejada pelo Estado Moçambicano desde a Constituição de 1990, lançando-se os
parâmetros estruturais da modernização. Das actividades do plano estratégico realizadas
pela Ordem dos Advogados de Moçambique, destacam-se:
Elaboração de uma Estratégia de Comunicação para divulgação dos serviços
prestados pela Ordem aos cidadãos: Optou-se por se contratar um Assessor de
Imprensa para organizar a Estratégia em forma de um documento que facilitasse a
divulgação.
Contratação de um oficial de comunicação para Ordem: Foi contratado um Oficial de
Comunicação e um Assessor de Imprensa para elaborar um plano de comunicação
para a Ordem e para o Advogado.
Organização de Palestras e eventos académico-científicos: Em coordenação com
Universidades, e não com o público. Direccionados para os profissionais de direito,
estudantes e alunos das escolas. Palestras em escolas e em cadeias. 2011, 2012,
Plano Estratégico
Página 61
2013 em quase todas universidades em Maputo, Nampula e Sofala. Em algumas
Cadeias com a permissão do Ministério da Justiça e da Direcção das Prisões.
Criação de um fórum de debates públicos: Debates virados inicialmente para dentro
da Ordem, mas de 2012 em diante os debates são mais virados para fora da Ordem
(televisivos, palestras, seminários etc.).
Criação e apetrechamento de Assembleias Provinciais da Ordem dos Advogados de
Moçambique, Conselhos Provinciais e delegações da Ordem em todo o País: Já
houve um esforço; e já inclusive existem Conselhos, Delegados que têm clara
relação com a questão orçamental. Se prevê que se gaste só para 8 Províncias
cerca de 3 milhões de Meticais. Criaram-se Assembleias em todas as Províncias
(100%), porém nem todas foram apetrechadas (40%).
Estabelecimento de mecanismos de articulação com os principais centros de tomada
de decisão no País: Mecanismos já criados. Já não é difícil ter contactos directos,
por exemplo, com a AR (comentários sobre leis solicitadas junto à Ordem). Tribunal
Supremo, CC, PGR. Mas sente-se mais aproximação com a AR devido as várias
solicitações que este órgão faz à Ordem para comentários às leis.
Estabelecimento de parcerias com entidades da sociedade civil e instituições de
ensino superior: Parceria com Instituições que lidam com/ ou assistem aos Direitos
Humanos; Parceria com a IBIS; entre o IPAJ e a base (comunidades, etc.).
Melhoria do acesso à informação sobre os advogados aos Tribunais para efeitos de
nomeação de defensores oficiosos: O tribunal continua a nomear advogados a título
oficioso. Os tribunais, pelo menos em Maputo, ainda não recebem as opiniões da
Ordem com entusiasmo com relação à lista de advogados oficiosos que a Ordem
propõe.
A realização de viagens nacionais e internacionais pela direcção da Ordem, para
participar de diferentes eventos, incluindo a realização de actividades de divulgação
durante a semana do advogado, visando a divulgação dos serviços da Ordem. Nesta
componente, a Ordem dos Advogados de Moçambique conduziu palestras,
seminários e debates ao nível das faculdades (tema dominante: Ética e Deontologia
Profissional); prisões (tema dominante: Direitos Humanos dos Prisioneiros e sua
Reinserção Social após o cumprimento da pena); palestras públicas (temas: União
de Pessoas do mesmo Sexo e Direitos Fundamentais; Incitamento ao Crime e
Direito à Segurança; Acesso ao Financiamento: O Papel das Microfinanceiras na
Inclusão Financeira; Reassentamentos; Procuradoria Ilícita e Branqueamento de
Capitais); televisivos (temas: Reassentamento e Incitamento ao Crime e Direito à
Segurança).
Plano Estratégico
Página 62
A criação do Instituto de Acesso à Justiça (IAJ)10, através do qual cidadãos
moçambicanos de baixa renda ou desprovidos de meios financeiros para pagar
serviços de um advogado, recebem aconselhamento jurídico, serviços de
informação, consulta e assistência jurídica de forma gratuita, em parte prossegue a
consecução deste objectivo, em cumprimento do papel social e da missão da Ordem
dos Advogados de Moçambique, apesar da conotação que recebe do aparente
propósito competitivo com o IPAJ11, que também persegue objectivos similares.
4.3.1.2 Contribuir para a efectivação de uma visão integrada do sector da Justiça
Uma justiça integrada e esforços conjuntos para uma maior colaboração entre as
instituições envolvidas no sistema judiciário exigem três pré-requisitos: uma forte liderança ,
consideráveis esforços na criação de instrumentos legais, e a coragem de desafiar os
métodos tradicionais. Isto ajuda a combater a rápida propagação da onda de crimes como
falsificação de identidade, o tráfico de pessoas e armas, lavagem de dinheiro,
estupefacientes, e o atentado à segurança de computadores ou redes empresariais. As
principais áreas de foco no desenvolvimento de uma visão integrada no sector da justiça, a
nível nacional são:
Melhoria na comunicação entre os tribunais, cidadãos e organizações.
Padronização do formato usado para a difusão de dados no sistema judiciário;
Modernização dos processos de negócio.
Integração de sistemas de informação.
Responder ao desafio de diminuir os orçamentos e dispêndios responsáveis e
eficazes e uma boa aplicação do dinheiro dos contribuintes.
Em Moçambique, a falta de capacidade de integração nas diversas jurisdições, instituições
e organizações impedem o alcance da justiça social – isso também significa que, muitas
vezes, os órgãos de justiça deixam de fornecer os serviços adequados às pessoas certas.
Em várias jurisdições, os criminosos podem escapar à detecção por simplesmente
atravessar linhas imaginárias. Muitos suspeitos passam de uma jurisdição para outra,
podendo se tornar invisíveis para a polícia, tribunais ou outros órgãos jurisdicionais, caso as
instituições não partilhem informações vitais.
10 O IAJ, criado foi lançado oficialmente no dia 08 de Maio de 2014.
11 O IPAJ – o Instituto de Patrocínio e Assistência Jurídica, é uma instituição do Estado, tutelada pelo Ministerio da Justica,
Assuntos Constitucionais e Religiosos, com competências de garantir o direito de defesa do cidadão economicamente carente.
Plano Estratégico
Página 63
Nesta componente, a Ordem dos Advogados de Moçambique já conseguiu feitos
significativos, mercê do esforço na formação das várias comissões de trabalho na Ordem,
se não vejamos:
Criação de mecanismos de diálogo com outras instituições da Justiça (pode ser
através da participação nas comissões de legalidade): A Ordem conseguiu manter
diálogo com várias instituições da justiça. Porém, em conversas com os membros da
Ordem, foi possível apurar que não existem comissões de legalidade!
Estabelecimento de formas de articulação e coordenação com o IPAJ no âmbito da
assistência legal aos carenciados: Os advogados devem realizar parte do seu
estágio no IPAJ. E se realizou uma actividade extra – a organização de dois
Congressos da Justiça (2012 e 2014), criados para propiciar a participação de todos
os órgãos de justiça, magistrados judiciais e do ministério público, advogados, e
publico, para falar sobre a credibilidade da justiça, a corrupção, uma iniciativa da
própria ordem onde também participa a sociedade civil.
4.3.2 Objectivos da componente 2: Capacitação Institucional da Ordem dos
Advogados de Moçambique
4.3.2.1 Promover o espírito de associativismo no seio da Ordem dos Advogados de
Moçambique
A Ordem dos Advogados de Moçambique pode promover o associativismo colaborando com
as instituições de administração da justiça, promovendo e divulgando as redes de contacto
entre os advogados, a Ordem dos Advogados de Moçambique, os magistrados e entre
estes e o Ministério da Justiça, estimulando o espírito associativo tanto de advogados
estagiários como dos inscritos na Ordem e nos respectivos escritórios representativos,
reconhecendo as suas competências e qualificações adquiridas no âmbito da formação não
académica.
Nesta componente, a Ordem dos Advogados de Moçambique materializou o seguinte:
Divulgação dos Estatutos e das Actividades da Ordem Junto aos Advogados e aos
estudantes do direito: a Ordem tem organizado muitas palestras relacionadas com a
ética, deontologia, e sigilo profissional.
Campanhas de consciencialização dos advogados sobre os seus deveres e direitos:
Cumpriu-se em 100%, apesar de se ter constatado que é há necessidade de se
incutir nos advogados a consciência sobre as atribuições da Ordem.
Plano Estratégico
Página 64
Estimular a participação dos advogados nas actividades da Ordem dos Advogados
de Moçambique: Houve aumento de participação, um esforço avaliado em 100% de
realização pelos advogados.
Racionalizar os procedimentos para o pagamento de quotas: Depois de muito
trabalho e fastidioso, o cumprimento foi acima da média. Apesar do rombo financeiro
que houve na altura na Ordem, conseguiu-se que os funcionários deixassem de
receber seus honorários em numerário.
Aumentar a celeridade na emissão das carteiras profissionais: Cumpriu-se apenas
em cerca de 50%. Porém, é um calcanhar de Aquiles neste momento. Pois há
obrigatoriedade de emitir carteiras novas em substituição das antigas.
4.3.2.2 Capacitar a Ordem dos Advogados de Moçambique para que possa cumprir
efectivamente o seu mandato
Nesta componente, foi possível realizar o seguinte:
Análise Funcional e Reestruturação Organizacional da Ordem dos Advogados de
Moçambique: Os membros, na sua maioria, acreditam que a materialização foi
acima da média. Foi sendo adaptada ao crescimento da ordem. As actividades
foram sendo segregadas. Foram sendo feitas reestruturações.
Elaboração e adopção dos manuais financeiros e administrativos (como parte da
RO): a materialização foi na íntegra. Já se adoptou dois manuais desde o início da
implementação do Plano.
Levantamento de necessidades de formação e Elaboração de plano de formação do
pessoal da Ordem (como parte da Reestruturação Organizacional): Tem havido
levantamento de necessidades, mas nem sempre se consegue elaborar planos de
formação.
Capacitação do pessoal da Ordem a tempo inteiro em matérias de gestão
administrativa e financeira (como parte da Reestruturação Organizacional):
Seguindo-se os planos de formação elaborados, nunca se consegue atingir as
metas estabelecidas em termos de número de funcionários a capacitar.
Melhoria do sistema de base de dados existente na Ordem: Cumprimento acima da
média, dado que já existe uma base de dados elaborada pela Ordem dos
Advogados de Moçambique.
Criação de capacidade interna para a angariação de fundos (como parte da
Reestruturação Organizacional): Todos os financiamentos que a Ordem dos
Advogados de Moçambique tem são gerados e conseguidos pela própria Ordem.
Plano Estratégico
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4.3.3 Objectivos da componente 3: Capacitação Profissional do Advogado
4.3.3.1 Elevar a capacidade técnica e profissional dos Advogados para que possam
responder aos desafios internos e da integração regional
Nesta componente, a Ordem dos Advogados de Moçambique conseguiu materializar:
Levantamento de necessidades de formação dos membros da Ordem dos
Advogados de Moçambique para uma melhor resposta às demandas do mercado
interno: Apesar de se ter materializado acima da média, está-se a pensar numa nova
estratégia.
Desenho de uma estratégia e plano de formação para os advogados: Já existe
aprovada uma estratégia de formação. Um plano de formação apenas de advogados
estagiários.
Elaboração de uma estratégia de género e de HIV/SIDA da Ordem dos Advogados
de Moçambique: A materialização é avaliada em cerca de 50%.
Aumento da quota de participação de mulheres advogadas nos quadros directivos
da Ordem dos Advogados de Moçambique: A materialização é avaliada em cerca de
80%.
Visitas de estudo e trocas de experiência com Associações profissionais de
advogados de países da SADC: Foi materializado em cerca de 50%. Isto inclui a
participação em Fóruns Regionais sobre advogados da região, onde há até
oportunidades de parceria.
Estabelecimento de acordos de parceria com organizações de advogados da região
para efeitos de certificação: Foi materializado em 70%.
As restantes actividades planificadas não foram materializadas, porém, os membros fazem
as seguintes sugestões:
Na opinião dos membros, a Ordem devia ter campanhas de consciencialização para
os próprios advogados no sentido de se motivar as mulheres a criar escritórios de
advogados.
A revisão dos estatutos já foi feita, mas não está ainda aprovada. A fixação de
quotas não está prevista no estatuto. Há apenas um acordo que prevê a inclusão da
mulher em todos órgãos sociais da Ordem.
4.3.3.2 Contribuir para a Defesa e Promoção dos Direito Humanos em Moçambique
Direitos humanos são os direitos básicos de todos os seres humanos, todos os enunciados
e reconhecidos pela Declaração Universal dos Direitos do Homem, e que se podem resumir
Plano Estratégico
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no seu 1º Artigo seguinte: “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e
em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em
espírito de fraternidade.” São normas jurídicas adoptadas pelos Estados no âmbito das
organizações internacionais como as Nações Unidas, a União Europeia, a União Africana e
a Organização de Estados Americanos.
Nesta componente, a Ordem dos Advogados de Moçambique materializou:
Identificação de áreas críticas dos Direitos Humanos em Moçambique e preparação
de uma estratégia de intervenção: Foi cumprido na íntegra, com a criação da
Comissão de Direitos Humanos (CDH), através do qual cidadãos moçambicanos de
baixa renda ou desprovidos de meios financeiros para pagar serviços de um
advogado, recebem aconselhamento jurídico, serviços de informação, consulta e
assistência jurídica de forma gratuita, em parte prossegue a consecução deste
objectivo, em cumprimento do papel social e da missão da Ordem dos Advogados
de Moçambique..
Revitalização da Comissão de Direitos Humanos através do desenho e
implementação de projectos voltados aos direitos humanos em Moçambique:
Cumprido em 100%. Já há alguma robustez financeira para a Comissão de Direitos
Humanos.
Formação de advogados nas áreas de direitos humanos em todo o País: Cumprido
na íntegra com Programas de formação Geral e Específica.
Promoção de seminários, intercâmbios e parcerias com outras organizações da
sociedade civil que trabalham nas áreas de direitos humanos: Materializado em
100%.
4.3.4 Objectivo da componente 4: Construção e Apetrechamento do Edifício
da Sede
4.3.4.1 Melhorar as condições de trabalho da Ordem dos Advogados de Moçambique
Optar entre a construção de raiz dum edifício novo, e as obras de reabilitação das
instalações da ex-casa Algarve que foram atribuídas pelo Estado por um tempo
determinado e cujos custos de reabilitação mostram-se elevados dada a
necessidade de preservação arquitectónica do edifício: Cumprido em 100%. É onde
funciona neste momento a Sede da Ordem dos Advogados de Moçambique.
Plano Estratégico
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4.3.5 Objectivo da componente 5: Gestão da Ordem dos Advogados de
Moçambique
4.3.5.1 Melhorar a gestão da Ordem dos Advogados de Moçambique
Analisar e operacionalizar os custos estimados para o funcionamento da Ordem dos
Advogados de Moçambique: salários, despesas de deslocação, seminários,
reuniões, eventos, mobiliário, água, luz, rendas, auditorias, etc.: Materializado em
100%. Tem sido o dia a dia da Ordem.
Plano Estratégico
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Tabela 12: Grau de Implementação de Objectivos Estratégicos definidos no Plano Estratégico 2009-2014
Objectivo
EstratégicoResultados Esperados Actividades Realizadas
Grau de
Realização
a) Elaboração de uma Estratégia de comunicação para divulgação dos
serviços prestados pela Ordem aos cidadãos;75%
b) Contratação de um oficial de comunicação para Ordem; 97
c) Organização de Palestras e eventos académico-científicos; 97%
d) Realização de um Estudo sobre as principais áreas de litigância no País; 0%
e) Criação de um fórum de debates públicos; 97%
f) Criação e apetrechamento de Assembleias Provinciais da OAM, Conselhos
Provinciais e
delegações da Ordem em todo o País;
65%
g) Estabelecimento de mecanismos de articulação com os principais centros
de tomada de decisão no País;75%
h) Estabelecimento de parcerias com entidades da sociedade civil e
instituições de ensino superior;75%
i) Melhoria do acesso à informação sobre os advogados aos Tribunais para
efeitos de nomeação de defensores oficiosos.50%
a) Criação de mecanismos de diálogo com outras instituições da Justiça
(pode ser através da participação nas comissões de legalidade);75%
b) Estabelecimento de formas de articulação e coordenação com o IPAJ no
âmbito da assistência legal aos carenciados.145%
a) Divulgação dos Estatutos e das Actividades da Ordem Junto aos
Advogados e aos estudantes do direito;97%
b) Campanhas de consciencialização dos advogados sobre os seus deveres
e direitos;97%
c) Estimular a participação dos advogados nas actividades da Ordem; 97%
d) Criação de uma revista do Advogado; 0%
e) Racionalizar os procedimentos para pagamento de quotas; 97%
f) Aumentar a celeridade na emissão das carteiras profissionais. 50%
a) Análise Funcional e Reestruturação Organizacional (RO) da OAM; 82%
b) Elaboração e adopção dos manuais financeiros e administrativos (como
parte da RO);97%
c) Levantamento de necessidades de formação e Elaboração de plano de
formação do pessoal da Ordem (como parte da RO);65%
d) Capacitação do pessoal da Ordem a tempo inteiro em matérias de gestão
administrativa e
financeira (como parte da RO);
65%
e) Melhoria do sistema de base de dados existente na Ordem; 82%
f) Criação de capacidade interna para a angariação de fundos (como parte da
RO).82%
a) Levantamento de necessidades de formação dos membros da OAM para
uma melhor resposta às demandas do mercado interno;55%
b) Desenho de uma estratégia e plano de formação para os advogados; 65
c) Capacitação em matérias legais ligadas ao género e HIV/SIDA; 0%
d) Elaboração de uma estratégia de género e de HIV/SIDA da OAM; 50%
e) Campanhas de consciencialização junto aos estudantes de direito para
estimular o ingresso de mulheres na carreira de advogado;0%
f) Revisão do Estatuto fixando quota para mulheres nos corpos directivos da
Ordem;0%
g) Aumento da quota de participação de mulheres advogadas nos quadros
directivos da OAM;75%
h) Formação em matérias de direito comparado a nível regional (SADC); 0%
i) Visitas de estudo e trocas de experiência com Associações profissionais
de advogados de países da SADC;50%
j) Estabelecimento de acordos de parceria com organizações de advogados
da região para efeitos de certificação;65%
k) Criação de um grupo de trabalho de estudo sobre questões de integração
regional;0%
l) Estudo sobre as implicações da integração regional para o mercado de
trabalho dos advogados moçambicanos no País e na região;0%
m) Elaboração de uma Estratégia de Integração Regional da OAM. 0%
a) Identificação de áreas críticas dos Direitos Humanos em Moçambique e
preparação de uma estratégia de intervenção;97%
b) Revitalização da Comissão de Direitos Humanos através do desenho e
implementação de projectos voltados aos direitos humanos em Moçambique;97%
c) Formação de advogados nas áreas de direitos humanos em todo o País; 97%
d) Promoção de seminários, intercâmbios e parcerias com outras
organizações da sociedade civil que trabalham nas áreas de direitos
humanos;
97%
e) Elaboração e divulgação de um boletim informativo sobre direito humanos. 0%
7.M
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a) Optar entre a construção de raíz dum edifício novo, e as obras de
reabilitação das instalações da ex-casa Algarve que foram atribuídas pelo
Estado por um tempo determinado e cujos custos de reabilitação mostram-se
elevados dada a necessidade de preservação arquitectónica do edifício.
97%
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a) Analisar e operacionalizar os custos estimados para o funcionamento da
OAM: salários, despesas de deslocação, seminários, reuniões, eventos,
mobiliário, água, luz, rendas, auditorias, etc.
97%
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Plano Estratégico
Página 69
Pela Tabela 12Tabela 12, pode-se concluir que a implementação do Plano Estratégico não
alcançou as metas estabelecidas em 2009 na sua plenitude, isto se deve em parte aos
factores acima mencionados. Porém, volvidos cinco anos denota-se que o esforço
desenvolvido mostrou se suficiente para materializar a maioria das actividades programadas
com vista a cumprir com o previsto no Plano Estratégico 2009-2014.
Em nossa análise, a subtileza de esforços para materialização deste plano, prendeu-se em
parte, para algumas componentes, e segundo os membros da OAM, com o facto do P.E. ora
em análise não se adequar à realidade da Ordem. Daí ser igualmente nossa
recomendação, rever os objectivos estratégicos da Ordem, bem como as estratégias para
sua prossecução. De igual forma, e como consequência disso, as estratégias adoptadas
não foram adequadamente funcionais. A indicação de uma equipa para zelar pela
divulgação do plano no seio dos advogados, e pela implementação do Plano podem
melhorar este cenário.
Por outro lado, o grau de cumprimento do P.E. foi limitado devido à baixa arrecadação de
receitas, por exemplo nos primeiros anos do quinquénio, quando a actual direcção tomou
posse, tendo havido a necessidade de se estabelecer prioridades, tendo sido encontrada
uma instituição com frágil capacidade económica, financeira, administrativa e patrimonial.
Foi um período durante o qual foi necessário ocupar a maior parte do tempo à procura de
financiamento junto de parceiros para implementação do P.E., e de reestruturação da
própria Ordem.
Plano Estratégico
Página 70
4.4 Análise SWOT da Ordem dos Advogados de Moçambique
A análise SWOT da Ordem dos Advogados de Moçambique é apresentada na Tabela
13Tabela 13:
Tabela 13 - Análise SWOT da Ordem dos Advogados de Moçambique
Oportunidades Desafio Recomendação Institucionalização do Estado de Direito Democrático
Intervir no sentido de reforçar o Estado de Direito Democrático
Emitir pareceres públicos sobre matérias relevantes à constituição do Estado de direito.
Crescimento económico favorável ao bom desempenho do sector da Justiça, fornecendo a possibilidade de movimentar mais recursos para capacitar a Ordem
Procurar formas de capturar o benefício do crescimento económico para reforçar as actividades da Ordem
Intervir junto do Estado no sentido de garantir parte do bolo orçamental dedicado ao Sector da Justiça
Prevalência de desigualdade na distribuição da renda, o que abre caminhos para novas áreas de intervenção social
Advogar a favor de uma distribuição equitativa da renda e a um maior respeito pelos direitos económicos (uma das categorias de direitos humanos)
Emitir pareceres públicos sobre matérias relevantes aos direitos económicos
Aumento do movimento processual, o
que na prática ajuda a incrementar a demanda pelos serviços prestados pelos Advogados à sociedade
Incrementar actividades gerais da Ordem
Usar esta tendência do movimento processual para influenciar juristas a seguir carreira como Advogados
Limitada capacidade da população de contratar serviços de Advogados ao preço do mercado
Incrementar actividades de responsabilidade social
Angariar apoios públicos, privados e de ONGs para financiar activismo da Ordem em trazer Justiça às populações carenciadas
Aumento de casos de criminalidade e de toda a série de questões sociais que aumentam a necessidade de serviços da Ordem dos Advogados de Moçambique e dos Advogados
Incrementar actividades de responsabilidade social
Angariar apoios públicos, privados e de ONGs para financiar activismo da Ordem em trazer Justiça às populações carenciadas
Limitada oferta de Advogados Aumentar número de Advogados existentes no mercado
Promover a profissão de Advogado junto de juristas recém-formados
Ambiente tecnológico favorável Aplicar novas tecnologias para reduzir esforços financeiros de coordenação de actividades da Ordem à escala nacional
Instalar uma Intranet acessível em todas as delegações provinciais
Ambiente legal favorável Capitalizar o ambiente legal para reforçar o quadro institucional da Ordem
Exigir cumprimento da legalidade nas relações entre a Ordem e outros parceiros de Justiça
Ameaças Desafio Recomendação Permanente instabilidade política e ameaça permanente de guerra civil
Ajudar a melhorar o ambiente político nacional apoiando todas as iniciativas de diálogo entre o Governo e a oposição
Tomar posições públicas reconciliatórias e equidistantes entre as forças políticas que moldam o ambiente em questão
Corrupção Ajudar a combater a corrupção Tomar posições públicas contra a corrupção Limitada capacidade da população de contratar serviços de Advogados ao preço do mercado
Incrementar actividades de responsabilidade social
Angariar apoios públicos, privados e de ONGs para financiar activismo da Ordem em trazer Justiça às populações carenciadas
Ambiente natural representa um desafio no sentido de levar as actividades da Ordem para a vastidão do território nacional
Incrementar actividades da Ordem; sobretudo de responsabilidade social, incremento do Estado de Direito e
Angariar apoios públicos, privados e de ONGs para financiar activismo da Ordem em trazer Justiça às populações carenciadas em todo o território nacional
Plano Estratégico
Página 71
protecção de direitos humanos; em todo o território nacional
Pontos fortes Desafio Recomendação Excelente estrutura organizacional Organizar a Ordem para tirar
máximo proveito desta estrutura Manter esta estrutura
Estilo de liderança democrático Estilo de liderança adequado para os desafios que a Ordem enfrenta
Manter este estilo
Capacidade de levar avante as actividades institucionais
Explorar esta capacidade para melhorar o desempenho da Ordem
Aumentar a utilização da tecnologias de informação para alavancar a capacidade da Ordem de levar a cabo as actividades institucionais
Pessoal qualificado para os desafios profissionais
Explorar esta capacidade humana para melhorar o desempenho da Ordem
Aumentar a utilização da tecnologias de informação para aumentar eficiência do pessoal na realização das suas actividades profissionais
Sistemas de gestão adequados para as actividades da Ordem
Explorar estes sistemas para melhorar o desempenho da Ordem
Aumentar a utilização da tecnologias de informação para alavancar a eficiência e efectividade da Ordem de levar a cabo as actividades institucionais
Valores compartilhados entendidos pelas pessoas de contacto com o exterior
Estender o conhecimento dos valores da Ordem para todos os colaboradores
Tornar mais visíveis os valores compartilhados da Ordem nos seus escritórios e organizar sessões de motivação de pessoal com recurso à estes valores
Capacidade de financiar actividades operacionais com receitas operacionais
Manter esta capacidade Aumentar eficiência de gestão e apenas recorrer aos financiamentos, doações e patrocínios para actividades de investimento e actividades extraordinárias
Pontos fracos Desafio Recomendação Fraca capacidade de coordenar actividades à escala nacional
Reforçar capacidade de coordenar actividades à escala nacional
Recorrer à soluções tecnológicas para reforçar essa capacidade
Pessoal algumas vezes insuficiente para o volume de trabalho
Eliminar essa insuficiência Treinar pessoal para agir como generalistas em "part time" em todas as funções que não são da sua área de especialidade
Maior concentração de advogados em Maputo, Cidade e Província.
Despertar o seu interesse pelas restantes províncias do país
Identificar e divulgar oportunidades e potencialidades profissionais existentes nas províncias e providenciar meios de locomoção nas províncias para Advogados evolvidos em actividades de responsabilidade social
Pessoal administrativo concentrado em Maputo
Aumentar a sua capacidade de exposta à escala nacional, a partir de Maputo
Recorrer às soluções tecnológicas para aumentar a sua capacidade de resposta aos desafios nacionais à partir de Maputo
Estratégia e objectivos pouco amigáveis ao esforço de planeamento anual
Reformular objectivos e estratégia Endereçar este problema na elaboração do Plano Estratégico 2015-2019
Necessidade de digitalização de sistemas de gestão e de sua escalabilidade
Adoptar uma Intranet na Ordem Instalar Intranet na Ordem
Necessidade de reformular valores
compartilhados da Ordem para fortificá-los e serem mais vividos internamente
Rever valores (Missão, visão e valores) da Ordem
Endereçar este problema na elaboração do Plano Estratégico 2015-2019
Necessidade de financiar suas actividades de investimentos com capital
alheio (financiamentos, doações e patrocínios)
Identificar necessidades de investimentos e possíveis fontes de financiamento
Endereçar este problema na elaboração do Plano Estratégico 2015-2019
Dificuldade de cumprir com o Plano Estratégico 2009-2014 na sua totalidade
Melhorar pressupostos do plano estratégico
Endereçar este problema na elaboração do Plano Estratégico 2015-2019
Plano Estratégico
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devido ao fraco realismo dos seus pressupostos
Plano Estratégico
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5. Plano Estratégico da Ordem dos Advogados de Moçambique (2015-2019)
Esta secção apresenta o Plano Estratégico da Ordem dos Advogados de Moçambique para o
período que vai de 2015 à 2019. O mesmo contém:
Missão, Visão e Valores;
Objectivos e estratégias de actuação;
Mapa da estratégia (Strategy map);
Matriz da estratégia (Balanced scorecard);
Projecções financeiras.
5.1 Missão, Visão e Valores
A nova declarações de missão da Ordem dos Advogados de Moçambique é apresentada na
Tabela 14Tabela 14. A Tabela 14Tabela 14 apresenta, igualmente, a anterior declaração.
Tabela 14 - Declarações de missão da Ordem dos Advogados de Moçambique
Elemento Actual Nova
Missão A missão da Ordem dos Advogados de Moçambique é contribuir para a consolidação do Estado de Direito Democrático, através da defesa da Constituição, dos direitos fundamentais dos cidadãos, da dignidade e prestígio da profissão de advogados, assim como promover o respeito pelos respectivos princípios deontológicos profissionais pelos seus membros.
A Ordem dos Advogados de Moçambique tem como missão:
Contribuir de uma forma mais eficiente e eficaz para a consolidação do Estado de Direito Democrático;
Ser mais actuante em tornar a Justiça mais acessível para o cidadão.
Na sua actuação, a Ordem dos Advogados de Moçambique compromete-se a defender a Constituição, os direitos fundamentais dos cidadãos e a dignidade e prestígio da profissão de advogados através do respeito, promoção e defesa dos seus princípios deontológicos..
A nova declarações de visão da Ordem dos Advogados de Moçambique é apresentada na
Tabela 15Tabela 15. A Tabela 15Tabela 15 apresenta, igualmente, a anterior declaração.
Plano Estratégico
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Tabela 15 - Declaração da visão da Ordem dos Advogados de Moçambique
Elemento Actual Nova
Visão Uma Ordem dos Advogados de Moçambique independente, credível, acessível, actuante, eficiente e eficaz na defesa da ordem jurídica nacional, das instituições democráticas, dos direitos dos cidadãos, dos seus membros e dos princípios de justiça social.
A Ordem dos Advogados de Moçambique pretende ser reconhecida como um parceiro estratégico do Estado, indispensável na defesa da ordem jurídica nacional, na defesa das instituições democráticas, na defesa dos direitos dos cidadãos e na promoção dos princípios de justiça social.
Os novos valores da Ordem dos Advogados de Moçambique são apresentados na Tabela
16Tabela 16. A Tabela 16Tabela 16 apresenta, igualmente, os anteriores valores.
Tabela 16 - Declaração de valores da Ordem dos Advogados de Moçambique
Elemento
Actual Nova
Valores
Compromisso social Eficiência Eficácia Ética Imparcialidade Impessoalidade Independência Transparência
Compromisso social: abraçar a causa social; Aprimoramento permanente: buscar
incessantemente a perfeição; Foco no processo e resultados: Eficiência: alcançar objectivos da Ordem com
menor custo possível; Eficácia: alcançar sempre objectivos da Ordem; Efectividade: estar sempre comprometido com
os objectivos da Ordem Ética profissional: Imparcialidade: actuar sem favorecer ou
desfavorecer ninguém; Impessoalidade: Agir da mesma forma
independentemente das pessoas com que a Ordem interage;
Independência: Ser e parecer ser independente, em todos os actos;
Transparência: permitir verificação independente das motivações que levaram à tomada de decisão ou de posicionamento.
5.2 Objectivos e estratégia
Os objectivos e estratégia da Ordem dos Advogados de Moçambique são apresentados na
Tabela 17Tabela 17.
Estes objectivos são depois mapeados para ilustrar interligações entre eles, partindo do
pressuposto de que estes objectivos não são isolados e servem um propósito comum. Essas
interligações são apresentadas na Figura 17Figura 17, na Subsecção 5.3.
Plano Estratégico
Página 75
As mesmas interligações começam na perspectiva de aprendizagem e crescimento, avançam
para a perspectiva interna, passam pela perspectiva do cliente (Advogados e Parceiros de
cooperação) e terminam na perspectiva financeira:
A perspectiva financeira visa responder a seguinte questão: "Para alcançar sucesso
financeiro como devemo-nos comportar?"
A perspectiva do cliente visa responder a seguinte questão: "Como devemos ser
percebidos pelos nossos clientes?"
A perspectiva interna visa responder a seguinte questão: "Em que devemo-nos focalizar
para providenciar serviço de qualidade de uma forma efectiva, eficiente e eficaz?"
A perspectiva de aprendizagem e crescimento visa responder à seguinte questão: "Como
iremos garantir a capacidade de adaptação da organização, ao longo do tempo?
Uma vez estabelecidas as interligações, as mesmas são estruturadas em forma de Balanced
Scorecard, Tabela 18Tabela 18, na Subsecção 5.4.
Plano Estratégico
Página 76
Tabela 17 - Objectivos e estratégia da Ordem dos Advogados de Moçambique
Objectivos gerais Objectivos específicos Estratégia Factores de sucesso
Contribuir para a
consolidação do Estado
de Direito em
Moçambique
Defender a legalidade Intervir publicamente, emitindo pareceres, advogando a favor do cumprimento da legalidade
em todos os actos públicos - político, económico ou social.
Defender a legalidade, os direitos humanos e a justiça social irão trazer mais visibilidade e
prestígio à Ordem. Essas visibilidade e prestígio serão cruciais na mobilização de recursos
financeiros, materiais e humanos de organizações, nacionais e internacionais, públicas e
privadas, que defendem essas causas, isto é, ajudarão à Ordem a identificar e estabelecer
relacionamentos frutíferos com benefícios mútuos.
Defender direitos humanos Intervir publicamente, emitindo pareceres, advogando a favor dos direitos humanos (políticos,
civis, económicos, sociais e culturais).
Acompanhar sistematicamente, emitindo pareceres públicos, o cumprimento, a promoção e a
realização dos direitos humanos (políticos, civis, económicos, sociais e culturais) por parte do
Estado.
Advogar e promover a justiça social Acompanhar desenvolvimentos políticos, económicos e sociais e, pontualmente, intervir, quer
para prevenir ou para corrigir potenciais problemas, de carácter social, daí resultantes, junto
das instituições de direito responsáveis, através de pareceres públicos.
Reforçar a capacidade
institucional da Ordem
dos Advogados de
Moçambique
Garantir sustentabilidade financeira da Ordem
(garantir orçamento equilibrado)
A ordem deve sistematicamente operar com um orçamento equilibrado entre entrada e saída
de dinheiro. Uma vez que as receitas operacionais são exíguas a Ordem deve identificar e
estabelecer relações duradouras com parceiros de cooperação, nomeadamente doadores e
Estado para além de aumentar os seus esforsos de materializacao das suas previsões
orçamentais.
No engajamento com o Estado, a Ordem deve exigir os seus direitos de acordo com a lei;
No engajamento com doadores, a Ordem deve desenvolver "business cases" para despertar
interesse e garantias de apoio dos parceiros. "Business cases" podem estar relacionados
com protecção dos direitos humanos (civis e políticos, económicos, sociais e culturais),
protecção do meio ambiente, etc.
A Ordem deve ser proactiva e flexível na cobrança das receitas estatutárias.
Tornar fácil o relacionamento da Ordem com o
Estado
A Ordem deve organizar-se de modo a enquadrar-se com os ciclos de planeamento do Estado
de forma a poder cooperar na materialização dos objectivos de desenvolvimento do Estado de
Direito, por parte do Governo e Estado.
O não enquadramento com os ciclos de planificação e o não alinhamento com os objectivos do
Estado em relação ao desenvolvimento do Estado de Direito podem dificultar a obtenção de
financiamento do Estado.
Garantir satisfação dos parceiros de
cooperação e Advogados
A Ordem deve avaliar constantemente a satisfação de seus parceiros e Advogados e proceder,
com base nessas avaliações, à medidas correctivas.
Na sua actuação, a Ordem deve dar prioridade a satisfação dos parceiros de cooperação (fontes
de financiamento) e Advogados.
Tornar fácil o relacionamento da Ordem com
os parceiros de cooperação e com os
Advogados
A Ordem deve tornar fluidas as relações com Advogados e Parceiros, de forma a eliminar
barreiras e desperdícios de tempo e energia por parte destes na sua interacção com a Ordem.
Dificuldades de relacionamento limitam a possibilidade de continuidade de relacionamento.
Garantir a excelência operacional da Ordem A Ordem deve ser efectiva, eficiente e eficaz em todas as actividades produtivas. A Ordem deve sempre lembrar que eliminar desperdícios é mais fácil do que aumentar receitas
no equilíbrio orçamental.
Desenvolver:
Competências estratégicas
Tecnologias estratégicas
Activos estratégicos
Clima organizacional
A Ordem deve desenvolver e reter quadros com as melhores competências técnicas e
humanas, desenvolver e manter uma adequada base tecnológica, adquirir e sustentar activos
produtivos adequados e melhorar continuamente o seu clima organizacional para aumentar a
eficiência, eficácia e efectividade das suas operações.
As competências, as tecnologias, os activos e o clima organizacional adequados são elementos
chaves para a sustentabilidade de qualquer organização na medida que facilitam a sua
capacidade de adaptação (aprendizagem e crescimento) e, por isso, devem merecer a atenção
da Ordem.
Apoiar e capacitar
profissionalmente o
Advogado
Treinar advogados para lidar com novas
exigências profissionais e sociais.
Implementar programa de treinamento contínuo sobre desafios correntes e sobre a
sustentabilidade profissional do Advogado.
Desenvolver um processo de Estágio que permita formar, com altos padrões éticos e deontológicos, profissionais capazes de oferecer as melhores soluções ao cidadão.
A Ordem deve ajudar os Advogados a fazer carreira na profissão da sua escolha, aliás, o
Advogado e o exercício da advocacia são um dos pilares do Estado de direito que a Ordem
defende e é uma das prioridades operacionais da Ordem.
Plano Estratégico
Página 77
5.3 Mapa da estratégia (Strategy map)
O mapeamento da estratégia da Ordem dos Advogados de Moçambique é apresentada na Figura 17Figura 17:
Figura 17 - Strategy map da Ordem dos Advogados de Moçambique
Gestão de relacionamentos
Gestão dainovação
Gestão orientada para a excelência operacional
Aumentar receitas operacionais
Desenvover competências estratégicas
Desenvolver tecnologias estratégicas
Desenvolver activos organizacionais
Tornar fácil trabalhar com a Ordem
Garantir crescimento dos membros da Ordem
Garantir crescimento de contribuiçõesde parceiros de cooperação
Optimizar planeamento de actividades
Treinar
Advogados para
enfrentar novos
desafios
profissionais
Identificar
parceiros de treinamento
Organizar treinamento
Entender
necessidades de
treinamento
Providenciar soluções pontuais
eficientes
Perspectivafinanceira
Perspeciva do cliente ou stakeholder
Perspectiva interna
Perspectiva de aprendizagem e crescimento
Reduzir crescimento de custos operacionais
Garantir orçamento equilibrado
Aumentar receitas financeiras
Garantir satisfaçãodos Advogados com serviços
prestados
Garantir satisfação de parceiros de cooperação com serviços
prestados
Desenvolver clima organizacional
Investir criteriosamente
Reter parceiros
de cooperacao
Identificar e abordar novos parceiros de cooperação
Reter Advogados
Identificar e incentivar juristas
a se tornarem advogados
Optimizar estrutura de
custos
Melhorar eficiência de
gestão em todos os aspectos
Optimizar utilização de
activos
Gestão da relação com o Estado
Contribuir para a consolidação do Estado de Direito em
Moçambique
Tornar fácil trabalhar com a
Ordem
Optimizar planeamento de
actividades
Garantir crescimento de contribuições do Estado
Plano Estratégico
Página 78
5.4 Matriz da estratégia (Balanced scorecard)
O Balanced scorecard da Ordem dos Advogados de Moçambique é apresentado na Tabela 18Tabela 18:
Tabela 18 – Matriz da estratégia da Ordem dos Advogados de Moçambique
Perspectiva Objectivos Medidas Metas
Responsabilidade 2015 2016 2017 2018 2019
Perspectiva financeira
Garantir orçamento equilibrado
Aumentar receitas operacionais Crescimento percentual médio 5% 5% 5% 5% 5% Bastonário
Aumentar receitas financeiras Crescimento percentual médio 10% 10% 10% 10% 10% Bastonário
Reduzir crescimento de custos operacionais Crescimento percentual médio 8% 8% 8% 8% 8% Bastonário
Investir criteriosamente
Facilitar cobertura e mobilidade territorial
Número de viaturas 4×4 adquiridas
2 2 2 2 2 Bastonário
Instalar VPN (Figura 1Figura 1) para facilitar coordenação das actividades a escala nacional
Ano de entrada em funcionamento da Intranet
2016 Bastonário
Investir em edifícios nas províncias Número de edifícios novos 1 1 Bastonário
Reabilitar edifícios Número de edifícios reabilitados
1 Bastonário
Renovar/adquirir mobiliário Valor monetário do mobiliário adquirido
262 500 275 625 289 406 303 877 Bastonário
Substituir equipamento informático Valor monetário do equipamento informático adquirido
250 000 262 500 275 625 289 406 303 877 Bastonário
Outros investimentos Valor monetário de diversos activos fixos, tangíveis e intangíveis adquiridos
800 000 864 000 933 120 1 007 770 1 088 391 Bastonário
Perspectiva do cliente
Garantir satisfação dos
Advogados com serviços
prestados
Identificar expectativas de Advogados para com os serviços da Ordem
Questionário aos advogados no inicio do ano
Bastonário
Incluir essas expectativas nos planos anuais
Orçamentos anuais explicitamente cobrindo questões associados aos Advogados
Bastonário
Medir satisfação do Advogado com serviços prestados
Questionário aos advogados no final do ano
Bastonário
Garantir satisfação de
parceiros de cooperação com
Identificar causas sociais que a Ordem pode advogar
Número de causas sociais discutidas na Ordem
4 12 12 12 12 Bastonário
Identificar parceiros de cooperação Número de parceiros 4 10 10 10 10 Bastonário
Formatted Table
Formatted: Font: Arial Narrow, 10 pt
Plano Estratégico
Página 79
serviços prestados disponíveis para apoiar essas causas identificados
Desenhar "business cases" das causas a defender
Número de "business cases" desenhados
4 8 8 8 8 Bastonário
Apresentar business cases aos parceiros de cooperação
Número de "business cases" apresentados aos parceiros
4 5 5 5 5 Bastonário
Implementar projectos seleccionados Número de "business cases" que se transformaram em novos projectos
4 4 4 4 4 Bastonário
Providenciar "feedback" do desempenho de cada projecto aos parceiros
Número de projectos com "feedback" enviado aos parceiros
4 4 4 4 4 Bastonário
Medir satisfação dos parceiros Questionário aos parceiros 4 4 4 4 4 Bastonário
Contribuir para a consolidação do Estado de Direito em Moçambique
Tornar fácil a relação com o Estado Desenvolver mecanismos de interacção com o Estado
2015 Bastonário
Optimizar planeamento de actividades Orçamentar actividades e programas a apresentar ao Estado
2015 Bastonário
Garantir crescimento do apoio do Estado
Avaliar a satisfação do Estado com os serviços da OAM no final de cada ano por meio de inquérito com as entidades estatais com que a OAM interage
Bastonário
Perspectiva interna
Melhor eficiência de gestão
Providenciar soluções pontuais eficientes
Padronizar os diferentes tipos de serviços que a Ordem providencia aos Advogados, parceiros e outros stakeholders;
Estabelecer prazos máximos para providenciar cada tipo de serviço
Período de realização 2016 Bastonário
Cumprir esses prazos Grau de cumprimento (%) 100% 100% 100% 100% Bastonário
Optimizar utilização de activos (Receitas + Financiamentos)/Activos totais
148% 214% 306% 345% 294% Bastonário
Optimizar estrutura de custos Custos/(Receitas + Financiamentos)
133% 124% 114% 105% 95% Bastonário
Treinar Advogados para enfrentar desafios profissionais
Entender necessidades de treinamento Questionário aos advogados no início de cada ano
Bastonário
Identificar necessidades de treinamento Questionário aos advogados no início de cada ano
Bastonário
Organizar treinamento Número de cursos ministrados 4 6 6 6 6 Bastonário
Plano Estratégico
Página 80
Tornar fácil trabalhar com a Ordem
Garantir crescimento dos membros da Ordem
Identificar e incentivar juristas a serem Advogados
Número de juristas contactados 100 150 200 250 300 Bastonário
Reter Advogados % de Advogados retidos 90% 90% 90% 90% 90% Bastonário
Garantir crescimento das contribuições dos parceiros de cooperação
Identificar e abordar novos parceiros de cooperação
Número de novos parceiros de cooperação abordados
6 8 10 12 14 Bastonário
Reter parceiros de cooperação Número de parceiros de cooperação retidos
100% 100% 100% 100% 100% Bastonário
Perspectiva
de
aprendizagem
e crescimento
Desenvolver competências
estratégicas
Desenvolver política de gestão de recursos humanos
Política de gestão de recursos humanos desenvolvida até:
2016 Bastonário
Indicar um "coach" e um "coachee" para cada colaborador
"Coach" e coachee" indicados no início de cada ano
Bastonário
Cada "coach" e "coachee": Identificar "gaps" de competências e necessidades de treinamento
"Gaps" de competências identificados no início de cada ano
Bastonário
Cada "coach" e "coachee": Desenhar metas semestrais de desempenho personalizadas
Metas anuais desenhadas no inicio de cada ano
Bastonário
Cada "coach" e "coachee": Providenciar treinamento personalizado para os "gaps" identificados
Questionário ao "coachee" e ao "coach" efectuado no final de cada ano
Bastonário
Cada "coach" e "coachee": Avaliar semestralmente o desempenho e relacioná-lo com as recompensas e promoção na carreira profissional.
Relatório de desempenho elaborado no final de cada ano
2016 Bastonário
Desenvolver tecnologias estratégicas
Identificar oportunidades de utilização de sistemas informáticos de gestão
Diagnóstico de oportunidades realizado até:
2016 Bastonário
Desenvolver política de gestão estratégica de sistemas informáticos de gestão
Política de gestão de sistemas informáticos desenvolvido até :
2016 Bastonário
Desenvolver Intranet da Ordem com base nas necessidades identificadas
VPN em funcionamento: Maputo, Beira e
Nampula
Restantes províncias
Bastonário
Identificar necessidades de treinamento para uso da Intranet
Necessidades de treinamento identificadas até:
2016 Bastonário
Desenhar programa de treinamento para utilização da Intranet
Programas de treinamento realizadas até:
2016 Bastonário
Treinar pessoal no uso da Intranet Pessoas treinadas no uso da 100% 100% 100% 100% Bastonário
Plano Estratégico
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Intranet
Desenvolver activos
organizacionais
Desenvolver política de gestão de activos
Política de gestão de activos desenvolvida até:
2016 Bastonário
Criar orçamento para o plano de gestão de activos
Orçamento de gestão de activos criado (até 2016) e revisto todos os anos
Bastonário
Adquirir software de gestão de activos Software adquirido até 2016 Bastonário
Registar todos os activos correntes, seu custo original, depreciação anual, custos de manutenção e custo esperado de abate
Activos registados até 2016 e actualizados permanentemente
Bastonário
Gerir activos de acordo com politica estabelecida
Verificar cumprimento da política de activos em cada transacção
Bastonário
Desenvolver clima
organizacional
Entender o clima organizational: A Ordem é um bom local para se
trabalhar? Quais são os factores de
motivação e desmotivação? Qual a percepção dos
colaboradores quanto às políticas de Gestão de Pessoas?
As lideranças delegam bem? Todos estão trabalhando em
função de um objectivo comum? As pessoas conhecem a missão,
objectivos e metas da empresa? Como está a motivação, os
relacionamentos e o espírito de equipe?
O que o pessoal realmente pensa da organização?
Questionário anual aos colaboradores
Bastonário
Desenvolver plano de gestão de clima organizacional
Plano de gestão de clima organizacional desenvolvido até 2016 e revisto anualmente
Bastonário
Gerir o clima organizacional de acordo com o plano estabelecidos
Cumprimento de programas, metas e prazos incluídos no plano todos os anos
Bastonário
Plano Estratégico
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Figura 18 - VPN (Virual Private Network)
Fonte: Wikipedia12 (2015)
A Ordem dos Advogados de Moçambique deve facilitar as ligações entre a sede (Head - Office) e
escritórios regionais (pode ser na Beira e em Nampula) e com outros representações das
associações provinciais ou Advogados isolados. Uma VPN facilita a coordenação de actividades
à escala nacional e é um factor de descentralização de tomada de decisão fundamental, na
medida que pessoas dispersas facilmente trabalham juntas na tomada de decisão em tempo útil.
12 Wikipedia (2015) Virtual Private Network [Disponível em https://en.wikipedia.org/wiki/Virtual_private_network][consultado aos 18 de
Agosto de 2015]
Plano Estratégico
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5.5 Projecções financeiras
As projecções financeiras da Ordem dos Advogados de Moçambique incluem:
Pressupostos;
Demonstrações de resultados projectados;
Balanços projectados; e
Mapa de fluxos de caixa projectados.
5.6 Pressupostos
Nas projecções financeiras da Ordem dos Advogados de Moçambique são considerados os
seguintes pressupostos:
Gerais;
De investimentos;
De receitas;
De custos.
5.6.1 Pressupostos gerais
Os pressupostos gerais tomados em consideração nas projecções financeiras da Ordem dos
Advogados de Moçambique são:
Período coberto pelo planeamento: 2015, 2016, 2017, 2018 e 2019;
Inflação de receitas: 10%;
Inflação de custos: 8%; e
Inflação de custos de investimentos: 8%.
Plano Estratégico
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5.6.2 Pressupostos de investimentos
Os pressupostos de investimentos da Ordem dos Advogados de Moçambique são apresentados
na Tabela 19Tabela 19:
Tabela 19 - Pressupostos de Investimentos
Descrição 2015 2016 2017 2018 2019
Edifícios novos 0 8 750 000 0 9 187 500 0
Reabilitação de edifícios 0 0 3 500 000 0 0
Edifícios 0 8 750 000 3 500 000 9 187 500 0
Mobiliário 250 000 262 500 275 625 289 406 303 877
Viaturas 4×4 2 400 000 2 592 000 2 799 360 3 023 309 3 265 174
Instalação de VPN 0 600 000 1 000 000
Equipamento informático 1 200 000 798 000 861 840 930 787 1 005 250
Softwares 600 000 150 000 162 000 174 960 188 957
Outros activos 600 000 648 000 699 840 755 827 816 293
Diversos activos fixos 1 500 000 1 620 000 1 749 600 1 889 568 2 040 733
Total de investimentos 5 350 000 14 622 500 10 186 425 15 320 570 6 615 034
5.6.3 Pressupostos de receitas
Os pressupostos de receitas são apresentados na Tabela 20:
Tabela 20 - Pressupostos da receita
Descrição 2015 2016 2017 2018 2019
Receitas estatutárias 27 143 900 33 526 658 41 318 048 50 820 710 62 401 519
Receitas estatutárias médias 20 211 22 233 24 456 26 901 29 591
Número de advogados 1 343 1 508 1 690 1 889 2 109
Aumento de advogados 150 165 182 200 220
Receitas de estágios 1 582 500 1 582 500 1 582 500 1 582 500 1 582 500
Receita média de estágios 10 550 9 591 8 719 7 926 7 206
Número de estagiários 150 165 182 200 220
Receitas de formação 9 000 000 9 900 000 10 890 000 11 979 000 13 176 900
Outras receitas 1 130 000 1 243 000 1 367 300 1 504 030 1 654 433
Receita operacional total 38 856 400 46 252 158 55 157 848 65 886 240 78 815 352
Plano Estratégico
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5.6.4 Pressupostos de custos
Os pressupostos de custos desembolsáveis são apresentados na Tabela 21Tabela 21:
Tabela 21 - Pressupostos de custos desembolsáveis
Descrição 2015 2016 2017 2018 2019
Custos 49 950 752 59 325 918 64 071 991 69 197 750 74 733 570
Custos com pessoal 5 974 812 7 098 077 7 665 923 8 279 197 8 941 532
Fornecimentos e Serviços de Terceiros 43 831 720 47 338 257 51 125 318 55 215 343 59 632 571
Outros custos e Perdas operacionais 144 220 155 758 168 219 181 676 196 210
Na projecção dos custos tomou-se em consideração o aumento de todas as categorias de
custos na ordem de 8%. Para além do aumento de 8%, os custos com pessoal e com
fornecedores e serviços de terceiros foram acrescidos em 10%, em 2016, para reflectir a
possibilidade de aumentar o número de trabalhadores e reflectir o agravamento de custos
operacionais relacionados com o incremento de volume de actividades a partir desse ano. Os
pressupostos de amortização são apresentados na Tabela 22Tabela 22:
Tabela 22 - Pressupostos de custos com amortizações
Descrição 2015 2016 2017 2018 2019
Anterior imobilizado fixo 568 800 568 800 331 300 236 857 236 857
Edifícios 0 175 000 245 000 428 750 428 750
Mobiliário e Equipamento Administrativo e Social 50 000 102 500 157 625 215 506 276 282
Viaturas 4×4 600 000 1 248 000 1 947 840 2 703 667 2 919 961
Intranet 0 120 000 320 000 320 000 320 000
Equipamento informático 300 000 499 500 714 960 947 657 898 969
Diversos activos fixos 300 000 624 000 973 920 1 351 834 1 759 980
Total de amortizações 1 818 800 3 337 800 4 690 645 6 204 271 6 840 799
As taxas de amortização aplicadas são apresentadas na Tabela 23Tabela 23:
Tabela 23 - Taxas de amortização
Descrição taxa
Construções 2%
Equipamento Básico 10%
Equipamento de transporte 25%
Ferramenta e Utensílios 10%
Equipamento de rede informática 33%
Activos Intangíveis 10%
Plano Estratégico
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5.7 Demonstrações de resultados projectados
Na elaboração da demonstração de resultados da Ordem dos Advogados de Moçambique foram
ignorados os resultados extraordinários e os resultados financeiros, de modo que os resultados
operacionais correspondem aos resultados operacionais. As receitas totais incluem somente os
pagamentos de quotas de advogados e cobranças similares. Financiamentos, patrocínios e
doações não são considerados receitas operacionais.
As demonstrações de resultados projectados da Ordem dos Advogados de Moçambique são
apresentados na Tabela 24Tabela 24:
Tabela 24 - Demonstração de resultados projectados
Descrição 2015 2016 2017 2018 2019
Receita total 38 856 400 46 252 158 55 157 848 65 886 240 78 815 352
Custos operacionais 51 769 552 62 663 717 68 762 636 75 402 021 81 574 369
Margem operacional -12 913 152 -16 411 560 -13 604 787 -9 515 781 -2 759 017
Resultados líquidos -12 913 152 -16 411 560 -13 604 787 -9 515 781 -2 759 017
A Ordem dos Advogados de Moçambique irá sustentar resultados líquidos negativos de 2015 a
2019. Estes resultados são fundamentalmente influenciados pelo incremento de custos
operacionais, em geral, que se esperam venham agravar-se, em 8%, todos os anos, reflectindo
o incremento de custos derivados da inflação, acima do incremento de 10% que se verifica em
2015, relacionada com incremento do volume de actividades.
Plano Estratégico
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5.8 Balanços projectados
Os balanços projectados da Ordem dos Advogados de Moçambique são apresentados na Tabela
25Tabela 25:
Tabela 25 - Balanços projectados da Ordem dos Advogados de Moçambique
Descrição 2015 2016 2017 2018 2019
Activos
Caixa e bancos -7 817 621 -35 513 880 -54 614 448 -73 246 528 -75 779 780
Activos circulantes -7 817 621 -35 513 880 -54 614 448 -73 246 528 -75 779 780
Activos fixos líquidos 13 459 349 24 744 049 30 239 830 39 356 129 39 130 364
Activos totais 5 641 729 -10 769 831 -24 374 618 -33 890 399 -36 649 416
Passivos
Passivo circulante 0 0 0 0 0
Passivo fixo 0 0 0 0 0
Capital
Capital social e equivalentes 0 0 0 0 0
Resultados retidos 21 317 958 5 641 729 -10 769 831 -24 374 618 -33 890 399
Ajustamento aos resultados retidos -2 763 077
Resultados do exercício -12 913 152 -16 411 560 -13 604 787 -9 515 781 -2 759 017
Fundos próprios 5 641 729 -10 769 831 -24 374 618 -33 890 399 -36 649 416
Passivo e Capital 5 641 729 -10 769 831 -24 374 618 -33 890 399 -36 649 416
Na elaboração dos balanços projectados da Ordem dos Advogados de Moçambique foram
saldadas todas as contas do activo corrente e do passivo corrente. Foi necessário ajustar o valor
dos resultados retidos para garantir equilíbrio do balanço de 2015. Esta necessidade resulta do
facto de não terem sido identificadas as contrapartidas do valor dos resultados transitados do
lado dos activos.
Plano Estratégico
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5.9 Mapa de fluxos de caixa projectados
O mapa de fluxos de caixa da Ordem dos Advogados de Moçambique são apresentados na
Tabela 26Tabela 26:
Tabela 26 - Mapas de fluxos de caixa da Ordem dos Advogados de Moçambique
Descrição 2015 2016 2017 2018 2019
Actividades operacionais
Resultados líquidos -12 913 152 -16 411 560 -13 604 787 -9 515 781 -2 759 017
Custos financeiros de financiamento 0 0 0 0 0
Amortizações 1 818 800 3 337 800 4 690 645 6 204 271 6 840 799
Variação do fundo de maneio -3 237 195 0 0 0 0
Cash llow líquido de actividades operacionais -7 857 157 -13 073 760 -8 914 143 -3 311 510 4 081 781
Actividades de investimentos
Aumento de activos 5 350 000 14 622 500 10 186 425 15 320 570 6 615 034
Cash flow líquido de investimentos -5 350 000 -14 622 500 -10 186 425 -15 320 570 -6 615 034
Actividades de financiamento
Aumento de capital social e equivalentes 0 0 0 0 0
Redução de capital social e equivalentes 0 0 0 0 0
Aumento de empréstimos 0 0 0 0 0
Redução de empréstimos 0 0 0 0 0
Pagamento de juros 0 0 0 0 0
Cash flow líquido de actividades de financiamento 0 0 0 0 0
Fluxos de caixa correntes -13 207 157 -27 696 260 -19 100 568 -18 632 080 -2 533 252
Saldo inicial 5 389 536 -7 817 621 -35 513 880 -54 614 448 -73 246 528
Fluxos de caixa acumulados -7 817 621 -35 513 880 -54 614 448 -73 246 528 -75 779 780
Os fluxos de caixa projectados incluem apenas os resultados operacionais e os investimentos de
capital de que a Ordem dos Advogados de Moçambique necessita para realizar as suas
actividades e não tomam em consideração as actividades de financiamento.
As actividades operacionais da Ordem dos Advogados de Moçambique não geram fluxos de
caixa suficiente para cobrir as suas necessidades operacionais, nem são suficientes para cobrir
as suas necessidades de investimentos. Para materializar as suas necessidades de investimento
e ainda cobrir os esperados deficits operacionais, a Ordem dos Advogados de Moçambique deve
recorrer aos fluxos de caixa de financiamento.
As actividades de financiamento indicam o conjunto de acções que a Ordem dos Advogados de
Moçambique deve implementar para financiar o seu déficit global. Conforme avançado na
sessão anterior, a Ordem dos Advogados de Moçambique deverá procurar financiamento junto
do Estado e Parceiros de Cooperação, uma vez que a capacidade de geração de receitas por
via de fontes estatutárias é limitada.