descritores de lÍngua portuguesa para o 9º ano

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DESCRITORES DE LINGUA PORTUGUESA PARA O 9 ANO Procedimentos de Leitura D1 Localizar inIormaes explicitas em um texto D3 InIerir o sentido de uma palavra ou expresso D4 IdentiIicar o tema de um texto D14 Distinguir um Iato da opinio relativa a esse Iato Implicaes do suporte, do gnero e/ou do enunciador na compreenso do texto D5 Interpretar texto com o auxilio de material graIico diverso (propagandas, quadrinhos, Ioto etc.) D12 IdentiIicar a Iinalidade de textos de diIerentes gneros Relao entre textos D20 Reconhecer diIerentes Iormas de tratar uma inIormao na comparao de textos que tratam do mesmo tema em Iuno das condies em que ele Ioi produzido e daquelas em que sera recebido. D21 Reconhecer posies distintas entre duas ou mais opinies relativas ao mesmo Iato ou ao mesmo tema. Coerncia e coeso no processamento do texto D2 Estabelecer relaes entre partes de um texto, identiIicando repeties ou substituies que contribuem para a continuidade de um texto D7 IdentiIicar a tese de um texto D8 Estabelecer relao entre a tese e os argumentos oIerecidos para sustenta-la D9 DiIerenciar as partes principais das secundarias em um texto D10 IdentiIicar o conIlito gerador do enredo e os elementos que constroem a narrativa D11 Estabelecer relao causa/consequncia entre partes e elementos do texto D15 Estabelecer relaes logico-discursivas presentes no texto, marcadas por conjunes, adverbios etc. Relaes entre recursos expressivos e efeitos de sentido D16 IdentiIicar eIeitos de ironia ou humor em textos variados D17 Reconhecer o eIeito de sentido decorrente do uso da pontuao e de outras notaes D18 Reconhecer o eIeito de sentido decorrente da escolha de uma determinada palavra ou expresso D19 Reconhecer o eIeito de sentido decorrente da explorao de recursos ortograIicos e/ou morIossintaticos Variao lingustica D13 IdentiIicar as marcas linguisticas que evidenciam o locutor e o interlocutor de um texto hLLp//revlsLaescolaabrllcombr/pollLlcaspubllcas/avallacao/ouLubronovaavallacao310861shLml?page4 Localizar inIormaes em um texto Descritor 1) COCCO, Maria Fernandes; HAILER, Marco Antnio. Alp Alfabeti:ao. Analise, Linguagem e Pensamento. So Paulo: FTD, 1995, p. 149. A bicicleta pode ser paga em A) trs vezes.(B) seis vezes.(C) dezoito vezes.(D) vinte e seis vezes. AnliseA resposta exige articular inIormaes apresentadas no anuncio. Para saber que a bicicleta pode ser paga em trs vezes - implicito na expresso "3X R$ 62,90 sem juros" -, e preciso conhecer a Iinalidade dos textos do gnero. O aluno tem de identiIicar o "X" como correspondente ao item lexical "vezes", apresentado na pergunta. OrientaesRealize em sala leituras regulares de textos organizados nesse gnero, trabalhando a capacidade de articular as inIormaes apresentadas. Prossiga o trabalho com outros gneros e diversos graus de complexidade. Exercite a capacidade de identiIicar as Iinalidades do texto e as consequncias disso em sua organizao, as inIormaes necessarias para que ele cumpra sua Iuno, os blocos de inIormaes apresentadas, como se relacionam a Iinalidade etc. Descobrir sentido da expresso Descritor 3) A boneca Guilhermina Esta e a minha boneca, a Guilhermina. Ela e uma boneca muito bonita, que Iaz xixi e coc. Ela e muito boazinha tambem. Faz tudo o que eu mando. Na hora de dormir, reclama um pouco. Mas depois que pega no sono, dorme a noite inteira! As vezes ela acorda no meio da noite e diz que esta com sede. Dai eu dou agua para ela. Dai ela Iaz xixi e eu troco a Iralda dela. Ento eu ponho a Guilhermina dentro do armario, de castigo. Mas quando ela chora, eu no aguento. Eu vou ate la e pego a minha boneca no colo. A Guilhermina e a boneca mais bonita da rua. MUILAERT, A. A Boneca Guilhermina. In. As Reportagens de Penelope.So Paulo: Companhia das Letrinhas, 1997, p. 17.Coleo Castelo Ra-Tim-Bum - Vol. 8. No trecho "Mas quando ela chora, eu no aguento" (l. 7), a expresso sublinhada signiIica, em relao a dona da boneca, sentimento de(A) pacincia.) pena.(C) raiva.(D) solido. AnliseReler o texto avaliando o contexto e as pistas linguisticas e articulando as inIormaes de diIerentes trechos e o meio de cumprir a tareIa. Em seguida, a criana deve relacionar as possibilidades que levantou com as alternativas apresentadas na questo e selecionar a que considerar mais adequada. OrientaesPara desenvolver essa habilidade com seus alunos, e importante ler e discutir com eles os diIerentes sentidos que as palavras ou expresses podem adquirir em contextos diIerentes. Em um momento posterior, sugira a leitura compartilhada, realizada de maneira coletiva ou em duplas. Ela e um otimo recurso para exercitar a interpretao de um texto e a habilidade de inIerir os signiIicados que as palavras e expresses assumem. Distinguir um Iato Descritor 11) O trecho "A Guilhermina e a boneca mais bonita da rua" (l. 8) expressa A) uma opinio da dona sobre a sua boneca.(B) um comentario das amigas da dona da boneca.(C) um desejo da dona de Guilhermina.(D) um Iato acontecido com a boneca e a sua dona. AnliseComo a questo esta baseada em um texto narrativo com linguagem Iacil e com um tema muito proximo a realidade dos alunos, eles no tm diIiculdade para encontrar a resposta correta. OrientaesLeve a garotada a distinguir um Iato da opinio sobre ele por meio do trabalho com gneros variados em um mesmo ano de escolaridade. Em situaes de leitura e escrita, aborde trechos em que apaream opinies sobre um aspecto, pontuando escolhas lexicais (adjetivao do Iato ou das atitudes, uso de adverbios etc.), dos articuladores usados para introduzir opinies e contraopinies (no entanto, apesar disso etc.) e recursos de modalizao (adverbios, verbo auxiliar modal etc.). Faa a turma relacionar as marcas linguisticas e a possibilidade de maniIestar opinio. Descobrir uma inIormao no texto Descritor 4) A terceira moa Ioi a escolhida pelo rapaz porque ela A) demonstrou que era cuidadosa e paciente.(B) era mais rapida que as outras.(C) provou que os ultimos sero os primeiros.(D) agradou a senhora da historia. AnliseO caminho aqui e compreender o texto como um todo e buscar o sentido que motivou a proposta da velha senhora. Apesar de as aes estarem descritas em uma linguagem simples, os valores que levaram a mulher a propor a prova (economia, no desperdiar, ser paciente) podem no ser entendidos. OrientaesSugira a leitura coletiva de um texto semelhante e pea que os alunos levantem diIerentes sentidos para as expresses destacadas e depois conIronte-as com as pistas do texto. Analise com eles os caminhos Ieitos pelos colegas para encontrar a resposta. A seguir, apresente outro texto e proponha a mesma tareIa em dupla. Organize a socializao das concluses enIatizando a necessidade de recuperar as pistas do texto que permitem sustentar as respostas e comente as posies diIerentes que circulam na sala. Descobrir uma inIormao no texto Descritor 4) O menino que mentia Um pastor costumava levar seu rebanho para Iora da aldeia. Um dia resolveu pregar uma pea nos vizinhos.- Um lobo! Um lobo! Socorro! Ele vai comer minhas ovelhas! Os vizinhos largaram o trabalho e sairam correndo para o campo para socorrer o menino. Mas encontraram-no as gargalhadas. No havia lobo nenhum.Ainda outra vez ele Iez a mesma brincadeira e todos vieram ajudar; e ele caoou de todos.Mas um dia o lobo apareceu de Iato e comeou a atacar as ovelhas. Morrendo de medo, o menino saiu correndo.- Um lobo! Um lobo! Socorro!Os vizinhos ouviram, mas acharam que era caoada. Ninguem socorreu e o pastor perdeu todo o rebanho.Ninguem acredita quando o mentiroso Iala a verdade. BENNETT, William J.Livro das Jirtudes para Crianas. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997. No Iinal da historia, pode-se entender que (A) as ovelhas Iugiram do pastor.(B) os vizinhos assustaram o rebanho.C) o lobo comeu todo o rebanho.(D) o jovem pastor pediu socorro. AnliseA questo busca apenas a compreenso do sentido da expresso "perdeu todo o rebanho". Para acerta-la, e necessario saber que o lobo e predador de ovelhas e relacionar as expresses "atacar as ovelhas" e "perdeu todo o rebanho" com a possibilidade de o lobo Ierir os animais. OrientaesE importante que as crianas leiam Iabulas para conhecer o gnero e as pistas que ajudam na atribuio de sentido. Desenvolva uma atividade de leitura de Iabulas, Iocando as diIerentes Iormas de apresentao das caracteristicas recorrentes desse gnero (conteudo tematico, organizao do texto e recursos de estilo) e os diIerentes sentidos que so construidos em cada uma das verses estudadas. IdentiIicar tema do texto Descritor 6) Sobrenome Como vocs sabemFrankenstein Ioi Ieitocom pedaos de pessoas diIerentes:a perna era de uma, o brao de outra, 05 a cabea de uma terceirae assim por diante.Alem de o resultadoter sido um desastrehouve um grave problema 10na hora em que FrankensteinIoi tirar carteira de identidade.Como dar identidadea quem era uma misturade varias pessoas? 15A coisa so se resolveuquando alguem lembrouque num condominiocada apartamentoe de um dono diIerente. 20Foi assim que Frankenstein Condominioganhou nome e sobrenomecomo toda gente. PAES, Jose Paulo. Le com Cre. So Paulo: Atica, 1996.1. O assunto do texto e como (A) as pessoas resolvem seus problemas.(B) as pessoas tiram carteira de identidade.(C) o condominio de um predio e Iormado.D) o Frankenstein ganhou um sobrenome. "ualquer vida muita dentro da floresta Se a gente olha de cima, parece tudo parado.Mas por dentro e diIerente.A Iloresta esta sempre em movimento.Ha uma vida dentro dela que se transIorma 05sem parar.Vem o vento.Vem a chuva.Caem as Iolhas.E nascem novas Iolhas. 10Das Ilores saem os Irutos.E os Irutos so alimento.Os passaros deixam cair as sementes.Das sementes nascem novas arvores.As luzes dos vaga-lumes so estrelas na 15terra.E com o sol vem o dia.Esquenta a mata.Ilumina as Iolhas.Tudo tem cor e movimento. INDIOS TICUNA. "ualquer Jida E Muita Dentro da Floresta. In:Livro das Arvores.2. ed. Organizao Geral dos ProIessores Ticuna Bilingues, 1998, p. 48 2. A ideia central do texto e (A) a chuva na Iloresta.(B) a importncia do Sol.C) a vida na floresta.(D) o movimento das aguas.AnliseA construo de um entendimento global requer relacionar todas as inIormaes oIerecidas no texto. O poema $obrenome tem uma leitura Iacil porque recuperar Iatos narrados temporalmente e uma habilidade ja construida nessa Iaixa etaria. Alem disso, ele apresenta um conjunto de palavras simples, com alguma rima, uma tematica ludica e uma linguagem muito proxima do universo inIantil. Embora "ualquer Jida E Muita Dentro da Floresta tambem tenha uma linguagem de Iacil compreenso para as crianas e metaIoras simples, como "ilumina as Iolhas" ou "as luzes dos vaga-lumes so estrelas na terra", o texto apresenta recursos Iigurativos e poeticos, o que pode trazer maior diIiculdade na reconstruo dos sentidos globais. OrientaesUma boa atividade e pedir que todos leiam um texto individualmente antes da discusso coletiva. Oriente-os a, durante a leitura, ir agrupando blocos de inIormaes e apontando as relaes estabelecidas entre eles. Com o estudo do texto, e possivel chegar ao conteudo global e principal dele. OIerea tambem aos estudantes oportunidades em que possam relacionar inIormaes implicitas e explicitas e realizar inIerncias para construir o sentido global do texto. Para ajuda-los nessa tareIa, oriente-os a anotar ao lado de cada paragraIo do texto que esto lendo o que acham ser a ideia mais relevante abordada ali. Interpretar graIico Descritor 5) Considerando-se os dados relativos as verbas recebidas e ao desempenho em matematica, nos estados, conclui-se que (A) ha uma relao direta entre quantidade de verbas por aluno e desempenho medio dos alunos.(B) Minas Gerais teve menos recursos por aluno e apresentou baixo desempenho medio dos alunos.C) o maior beneficiado com recursos financeiros por aluno foi Roraima.(D) So Paulo recebeu maiores verbas por aluno por ser o maior estado. AnliseEsta em jogo aqui saber lanar mo de elementos graIicos e no verbais (desenhos, Iotos, graIicos etc.) para ajudar a construir sentidos. Nesse caso, exige-se saber ler uma tabela. A analise da coluna de valores permite comparar com Iacilidade os numeros e veriIicar que os maiores recursos vo para Roraima. Algumas alternativas exigem no so localizar e recuperar uma inIormao, mas comparar e estabelecer relaes entre os dados da tabela. OrientaesHabitue a classe a ler palavras destacadas em textos e a interpretar imagens e tabelas para conIrontar hipoteses Iormuladas antes da leitura. E possivel tambem exercitar a leitura de imagens para antecipar o tema do texto e construir graIicos com base em tabelas. IdentiIicar Iinalidade do texto Descritor 12) Ha muitos seculos, o homem vem construindo aparelhos para medir o tempo e no lhe deixar perder a hora. Um dos mais antigos Ioi inventado pelos chineses e consistia em uma corda cheia de nos a intervalos regulares. Colocava-se Iogo ao arteIato e a durao de algum evento era medida pelo tempo que a corda levava para queimar entre um no e outro. No ha registros, mas com certeza diziam-se coisas como: "Muito bonito, no? Voc esta atrasado ha mais de trs nos!"JornalEstado de $.Paulo, 28/05/1992. A Iinalidade do texto e (A) argumentar.(B) descrever.C) informar.(D) narrar. AnliseCom base no gnero do texto, o estudante tem de identiIicar o seu objetivo: inIormar, convencer, advertir, instruir, explicar, comentar, divertir, solicitar, recomendar etc. Ele deve perceber que para cada Iinalidade predominante ha certas caracteristicas linguisticas mais comuns. O texto do jornalEstado de $.Paulo inIorma sobre como, no passado, o homem usou sua engenhosidade para medir o tempo. Apesar de em alguns trechos ele narrar e descrever, o que predomina e o inIormar. Para encontrar a resposta, e importante relacionar o gnero ao contexto de produo e ao suporte de circulao. OrientaesEssa competncia e desenvolvida com a leitura e a escrita de textos de gneros diIerentes (noticias, Iabulas, avisos, anuncios, cartas, convites etc.). Leve a moada a observar o contexto de produo (interlocutores, Iinalidade, lugar e momento em que se da a interao). Relacionar partes do texto Descritor 2) Assaltos inslitos Assalto no tem graa nenhuma, mas alguns, contados depois,ate que so engraados. E igual a certos incidentes de viagem, que,quando acontecem, deixam a gente aborrecidissimo, mas depois,narrados aos amigos num jantar, passam a ter sabor de anedota. 05 Uma vez me contaram de um cidado que Ioi assaltado em suacasa. Ate ai, nada demais. Tem gente que e assaltada na rua, nonibus, no escritorio, ate dentro de igrejas e hospitais, mas muitoso so na propria casa. O que no diminui o desconIorto da situao.Pois la estava o dito-cujo em sua casa, mas vestido em roupa de 10trabalho, pois resolvera dar uma pintura na garagem e na cozinha.As crianas haviam saido com a mulher para Iazer compras e omarido se entregava a essa teraputica atividade, quando, dagaragem, v adentrar pelo jardim dois individuos suspeitos.Mal teve tempo de tomar uma atitude e ja ouvia: 15 E um assalto, Iica quieto seno leva chumbo. Ele ja se preparava para toda sorte de tragedias quando um dosladres pergunta: Cad o patro?Num rasgo de criatividade, respondeu: 20 Saiu, Ioi com a Iamilia ao mercado, mas ja volta. Ento vamos la dentro, mostre tudo.Fingindo-se, ento, de empregado de si mesmo, e ao mesmo tempo para livrar sua cara, comeou a dizer: Se quiserem levar, podem levar tudo, estou me lixando, no gosto desse patro. 25Paga mal, e um po-duro. Por que no levam aquele radio ali?Olha, se eu Iosse vocs levava aquele som tambem. Na cozinha temuma batedeira otima da patroa. No querem uns discos? Dinheirono tem, pois ouvi dizerem que botam tudo no banco, mas ali dentrodo armario tem uma poro de caixas de bombons, que o patro e30tarado por bombom.Os ladres recolheram tudo o que o Ialso empregado indicou esairam apressados.Dai a pouco chegavam a mulher e os Iilhos.Sentado na sala, o marido ria, ria, tanto nervoso quanto aliviado do35proprio assalto que ajudara a Iazer contra si mesmo. SANTANNA, AIIonso Romano. Porta de Colegio e utras Cronicas.So Paulo: Atica 1995. (Coleo Para Gostar de Ler). No trecho "e o marido se entregava a essa teraputica atividade" (l. 18-19), a expresso destacada substitui(A) Iazer compras.(B) ir ao mercado.(C) narrar anedotas.D) pintar a casa. AnliseA resposta a este item exige o reconhecimento dos elementos que do coeso ao texto. Dessa Iorma, identiIicam-se quais palavras esto sendo substituidas, principalmente para evitar repeties e Iacilitar a continuidade dele. O autor lanou mo da expresso "essa teraputica atividade" para substituir outra e retomar uma ideia ja citada: "uma pintura na garagem e na cozinha". OrientaesHa uma estreita ligao entre o principio da coeso e a compreenso do texto. Muitas vezes, o aluno no compreende o que l por no operar bem com as relaes de coeso. Por isso, e muito importante propor atividades em que ele tenha que localizar os processos de coeso: pronomes demonstrativos e relativos, adverbios e expresses adverbiais e sinnimos que aparecem para substituir algumas expresses do texto, entre outros. Relacionar partes do texto Descritor 13) O dono da casa livra-se de toda sorte de tragedias, principalmente, porque (A) aconselha a levar o som.(B) conta os deIeitos do patro.C) mente para os assaltantes.(D) mostra os objetos da casa. AnlisePara identiIicar o motivo pelo qual "o dono da casa livra-se de toda sorte de tragedias", a tareIa e estabelecer uma relao de causa e consequncia entre partes e elementos do texto, percebendo que "o rasgo de criatividade" - expresso citada pelo autor - e a ideia de Iarsa (mentira) que o dono da casa sustenta para os assaltantes. OrientaesUm meio de aprimorar essa habilidade e propor atividades de produo de argumentos de causa e eIeito dentro de temas diversos. Os jovens podem proceder da seguinte Iorma: para encontrar as razes de determinado Iato citado por voc, eles expressam os porqus. Ja para encontrar as consequncias, baseiam-se na pergunta "O que acontece em Iuno disso?". IdentiIicar a tese do texto Descritor 7) Vnculos, As Equaes da Matemtica da Vida 5 Quando voc Iorma um vinculo com alguem, Iormauma aliana. No e a toa que o uso de alianas e um dossimbolos mais antigos e universais do casamento. O circuloda a noo de ligao, de Iluxo, de continuidade.Quando se Iorma um vinculo, a energia Ilui. E o vinculo so se 10 mantem vivo se essa energia continuar Iluindo. Essa e aideia de mutualidade, de troca.Nessa caminhada da vida, ora andamos de mos dadas,em sintonia, deixando a energia Iluir, ora nos distanciamos.Desvios sempre existem. Podemos nos perder em 15 um deles e nos reencontrar logo adiante. A busca e permanente.O que no se pode e Iicar constantemente Iorade sintonia.Antigamente, dizia-se que as pessoas procuravam secompletar atraves do outro, buscando sua metade no 20 mundo. A equao era: 1/2 1/2 1."Para eu ser Ieliz para sempre na vida, tenho que ser ametade do outro." Naquela loteria do casamento, tirar asorte grande era achar a sua cara-metade.Com o passar do tempo, as pessoas Ioram desenvolvendo 25 um sentido de individualizao maior e a equaomudou. Ficou: 1 1 1."Eu tenho que ser eu, uma pessoa inteira, com todas asminhas qualidades, meus deIeitos, minhas limitaes. VouIormar uma unidade com meu companheiro, que tambem 30 e um ser inteiro." Mas depois que esses dois seres inteirosse encontravam, era comum Iundirem-se, Iicarem grudadosnum casamento Iechado, tradicional. Anulavam-semutuamente.Com a revoluo sexual e os movimentos de libertao 35 Ieminina, o processo de individuao que vinha aconte-cendo se radicalizou. E a equao mudou de novo: 1 1 1 1.Era o "cada um na sua". "Eu tenho que resolver os meusproblemas, cuidar da minha propria vida. Voc deve Iazer 40 o mesmo. Na minha independncia total e autossuIicinciaabsoluta, caso com voc, que tambem e assim." Emnome dessa independncia, no entanto, Ialtou sintonia,cumplicidade e compromisso aIetivo. E a segunda crise docasamento que acompanhamos nas decadas de 70 e 80. 45 Atualmente, apos todas essas experincias, eu sinto aspessoas procurando outro tipo de equao: 1 1 3.Para a aritmetica ela pode no ter logica, mas Iaz sentidodo ponto de vista emocional e existencial. Existemvoc, eu e a nossa relao. O vinculo entre nos e algo diIerente 50 de uma simples somatoria de nos dois. Nessa propostade casamento, o que e meu e meu, o que e seu e seue o que e nosso e nosso.Talvez ai esteja a grande magica que hoje buscamos,a de preservar a individualidade sem destruir o vinculo 55 aIetivo. Tenho que preservar o meu eu, meu processo dedescoberta, realizao e crescimento, sem destruir a relao.Por outro lado, tenho que preservar o vinculo semdestruir a individualidade, sem me anular.Acho que assim talvez possamos chegar ao ano 2000 60 um pouco menos divididos entre a sede de expresso individuale a Iome de amor e de partilhar a vida. Um poucomais inteiros e Ielizes.Para isso, temos que compartilhar com nossos companheirosde uma verdadeira intimidade. Ser intimo e ser proximo, e estar estreitamente ligado por laos de aIeioe conIiana. MATARAZZO, Maria Helena. Amar E Preciso. 22.ed. So Paulo: Editora Gente, 1992, p. 19-21No texto, no casamento, atualmente, deIende-se a ideia de que (A) a Ielicidade esta na somatoria do casal.(B) a unidade e igual a soma das partes.C) o ideal preservar o "eu" e o vnculo afetivo.(D) o melhor e cada um cuidar de sua propria vida. AnliseA tese e um ponto de vista assumido, apoiado por argumentos de causa e eIeito - por exemplo, por dados e inIormaes. Essa questo avalia a habilidade de reconhecer a ideia central deIendida pelo autor. Para respond-la, e necessario primeiro considerar o "atualmente" que aparece no enunciado, ja que o texto trata do casamento desde a Antiguidade. Dessa Iorma, o leitor tem de perceber que "preservar o eu e o vinculo aIetivo" e a tematica desenvolvida pelo autor quando se reIere ao casamento nos dias de hoje. OrientaesAbuse dos textos curtos de opinio para desenvolver essa habilidade. Apos l-los e discuti-los, o grupo pode identiIicar o tema, a tese e os argumentos propostos. Outra possibilidade e propor atividades de escrita em que so elaborados pontos de vista diIerentes sobre um tema. Estabelecer relaes entre a tese e o argumento Descritor 8) A dor de crescer Periodo de passagem, tempo de agitao e turbulncias. UmIenmeno psicologico e social, que tera diIerentes particularidadesde acordo com o ambiente social e cultural. Do latim ad, que querdizer para, e olescer, que signiIica crescer, mas tambem adoecer,05 enIermar. Todas essas deIinies, por mais verdadeiras que sejam,Ioram Iormuladas por adultos."Adolescer doi" - dizem as psicanalistas (Margarete, Ana Maria eYeda) - "porque e um periodo de grandes transIormaes. 10Ha um soIrimento emocional com as mudanas biologicas e mentaisque ocorrem nessa Iase. E a morte da criana para o nascimento doadulto. Portanto, trata-se de uma passagem de perdas e ganhos eisso nem sempre e entendido pelos adultos."Margarete, Ana Maria e Yeda decidiram criar o "Ponto de 15ReIerncia" exatamente para isso. Para Iacilitar a vida tanto dosadolescentes quanto das pessoas que os rodeiam, como pais eproIessores. "Estamos tentando resgatar o sentido da palavradialogo" - enIatiza Yeda - "quando os dois Ialam, os dois ouvemsempre concordando um com o outro, nem sempre acatando. Nosso 20objetivo maior talvez seja o resgate da interlocuo, com direito,inclusive, a interrupes."Frutos de uma educao autoritaria, os pais de hoje se queixam deestar vivendo a to alardeada ditadura dos Iilhos. Contrapondo oautoritarismo, muitos enveredaram pelo caminho da liberdade 25generalizada e essa tem sido a grande duvida dos pais queprocuram o "Ponto de ReIerncia": proibir ou permitir? "O quepropomos aqui" - aIirma Margarete - "e a conscincia da liberdade.Nem o vale-tudo e nem a proibio total. Tivemos acesso a centrossemelhantes ao nosso na Espanha e em Portugal, onde o setor30publico Iunciona bem e da muito apoio a esse tipo de trabalhoporque ja descobriram a importncia de uma adolescncia vividacom um minimo de equilibrio. Ja que o processo de passagem einevitavel, que ele seja Ieito com menos dor para todos osenvolvidos." MIRTES, Helena. In: Estado de Minas, 16 junho de 1996. No texto, o argumento que comprova a ideia de ser a adolescncia um periodo de passagem e A) adolescentes sofrem mudanas biolgicas e mentais.(B) Iilhos devem ter conscincia do signiIicado de liberdade.(C) pais reclamam da ditadura de seus Iilhos.(D) psicologos tentam recuperar o valor do dialogo. AnliseA resposta requer o conhecimento de tipos de argumentao (causa e eIeito, exempliIicao, notorio saber, dados etc.). E importante saber identiIicar as estrategicas linguisticas utilizadas pelo autor para deIender uma tese. Nesse caso, depara-se com um argumento de causa. A adolescncia e um periodo de passagem porque adolescentes soIrem mudanas biologicas e mentais. Ha uma relao causal entre o ponto de vista do autor e o argumento usado para sustenta-lo. OrientaesLeia com a sala textos de opinio, identiIicando os tipos de argumento que aparecem. Faa todos observarem que expresses como "evidentemente", "e certo que", "obviamente" e "talvez" revelam como o autor se compromete com o que diz. Destaque ainda que "e indispensavel" e "e necessario", por exemplo, indicam o carater mais ou menos imperativo que envolve as proposies. IdentiIicar ideia principal do texto Descritor 9) Revista Jefa, 28/07/1999. A ideia principal do texto e (A) o crescimento da area cultivada no Brasil.(B) o crescimento populacional.(C) o cultivo de gros.D) o sucesso da agricultura moderna. AnlisePara conseguir discernir sobre o que e principal e o que e secundario, o caminho e reIletir sobre a estrutura e a organizao do texto. E necessario perceber que todas as ideias apresentadas ali so decorrentes da principal: "o sucesso da agricultura moderna". O crescimento populacional e o aumento da area cultivada so consequncias dela. OrientaesElabore com a turma esquemas, graIicos ou tabelas com o objetivo de ajudar na compreenso do que e ou no principal em um texto. Oriente-os a reconhecer os exemplos e as repeties usados pelos autores com o intuito apenas de reaIirmar ideias importantes que ja apareceram no texto. IdentiIicar o conIlito gerador do enredo no texto Descritor 10) O boto e a aa da Guanabara Piraiaguara sentiu um grande orgulho de ser carioca. Se o AtobaMaroto tinha dado nome para as ilhas, ele e todos os outros botoseram muito mais importantes. Eles eram o simbolo daquele lugarprivilegiado: a cidade do Rio de Janeiro. 05 - A "mui leal e heroica cidade de So Sebastio do Rio de Janeiro".Piraiaguara Iazia questo de lembrar do titulo, e tambem de toda ahistoria da cidade e da Baia de Guanabara.Os outros botos zombavam dele:- Leal? Uma cidade que quase acabou conosco, que poluiu a baia? 10Heroica? Uma cidade que expulsou as baleias, destruiu os manguese quase no nos deixou sardinhas para comer? Olha ai para o Iundoe v quanto cano e lixo essa cidade jogou aqui dentro!- Acorda do encantamento, Piraiaguara! O Rio de Janeiro e a Baiade Guanabara Ioram bonitos sim, mas isso Ioi ha muito tempo. No15adianta Iicar suspirando pela beleza do Morro do Castelo, ou pelaspraias e pela mata que desapareceram. Olha que, se continuarsonhando acordado, voc vai acabar sendo atropelado por um navio!O medo e a tristeza passavam por ele como um arrepio de dor. Talvez nenhum outro boto sentisse tanto a violncia da destruio da 20Guanabara. Mas, certamente, ninguem conseguia enxergar to bemas belezas daquele lugar.Num instante, o arrepio passava, e a alegria brotava de novo em seu corao. HETZEL, B. Piraiaguara. So Paulo: Atica, 2000, p. 16-20. O Iato que provoca a discusso entre as personagens e (A) a escolha de nomes de botos para as ilhas.(B) a historia da cidade do Rio de Janeiro.C) o orgulho do boto pela cidade do Rio de 1aneiro.(D) os perigos do Rio de Janeiro para os botos. AnliseUma sequncia de eventos contados por alguem e envolvendo personagens, em um determinado lugar e num determinado tempo, e o que Iorma a materia literaria das prosas narrativas. Nesse item, o objetivo e identiIicar o conIlito gerador do enredo e os acontecimentos desencadeadores dos Iatos da narrativa. No texto em questo, toda a discusso entre os botos ocorre porque eles no compreendem o orgulho de Piraiaguara pelo Rio de Janeiro. Esse e o conIlito gerador do enredo. As aes dos personagens evoluem ou porque ha causas que as determinam, ou porque elas vo se sucedendo no tempo. OrientaesNa leitura de narrativas, recupere o enredo com a turma. E importante mostrar trs momentos dos textos desse tipo: a apresentao do problema, o enIrentamento dele pelo personagem e a superao ou no dessa situao por ele. IdentiIicar causas/consequncias no texto Descritor 11) Os outros botos zombavam de Piraiaguara porque ele (A) conhecia muito bem a historia do Rio de Janeiro.) enxergava apenas o lado bonito do Rio de 1aneiro.(C) julgava os botos mais importantes do que os outros animais.(D) sentia tristeza pela destruio da Baia da Guanabara. AnliseNesta pergunta, e preciso entender o motivo pelo qual "os outros botos zombavam de Piraiguara". Isso Iica evidenciado pela conjuno causal "porque" - o conectivo mais comum para indicar as causas de algo proposto. OrientaesTrabalhe com textos de opinio, elaborando com os estudantes esquemas, graIicos e tabelas para ajuda-los a compreender as relaes entre as proposies do texto: causa e eIeito, problema e soluo etc. Estabelecer relao logico-discursiva no texto Descritor 15) Em "se continuar sonhando acordado, voc vai acabar sendo atropelado por um navio!" (l. 16-17), o termo sublinhado estabelece, nesse trecho, relao de (A) causa(B) concessoC) condio(D) tempo AnliseHa palavras que marcam a relao entre duas ideias proximas, que do coerncia ao texto, sinalizando a progresso do conteudo. O leitor precisa perceber essa relao logico-discursiva, enIatizada por expresses que indicam tempo, lugar, comparao, causa, consequncia etc. A conjuno se, no texto, indica circunstncia de condio para que determinado Iato se realize. O boto so vai ser atropelado caso continue sonhando. OrientaesUm jeito de melhorar a competncia ligada a esse descritor e propor exercicios de articulao das oraes no periodo. Nessa situao, muitas vezes, e possivel estabelecer relaes logico-discursivas unindo as mesmas oraes com conjunes de diIerentes signiIicados. Assim, ha a reIlexo sobrea relao entre as oraes e os sentidos que podem ser construidos com cada conectivo. Relacionar partes do texto Descritor 13) Assaltos inslitos Assalto no tem graa nenhuma, mas alguns, contados depois,ate que so engraados. E igual a certos incidentes de viagem, que,quando acontecem, deixam a gente aborrecidissimo, mas depois,narrados aos amigos num jantar, passam a ter sabor de anedota. 05 Uma vez me contaram de um cidado que Ioi assaltado em suacasa. Ate ai, nada demais. Tem gente que e assaltada na rua, nonibus, no escritorio, ate dentro de igrejas e hospitais, mas muitoso so na propria casa. O que no diminui o desconIorto da situao.Pois la estava o dito-cujo em sua casa, mas vestido em roupa de 10trabalho, pois resolvera dar uma pintura na garagem e na cozinha.As crianas haviam saido com a mulher para Iazer compras e omarido se entregava a essa teraputica atividade, quando, dagaragem, v adentrar pelo jardim dois individuos suspeitos.Mal teve tempo de tomar uma atitude e ja ouvia: 15 E um assalto, Iica quieto seno leva chumbo. Ele ja se preparava para toda sorte de tragedias quando um dosladres pergunta: Cad o patro?Num rasgo de criatividade, respondeu: 20 Saiu, Ioi com a Iamilia ao mercado, mas ja volta. Ento vamos la dentro, mostre tudo.Fingindo-se, ento, de empregado de si mesmo, e ao mesmo tempo para livrar sua cara, comeou a dizer: Se quiserem levar, podem levar tudo, estou me lixando, no gosto desse patro. 25Paga mal, e um po-duro. Por que no levam aquele radio ali?Olha, se eu Iosse vocs levava aquele som tambem. Na cozinha temuma batedeira otima da patroa. No querem uns discos? Dinheirono tem, pois ouvi dizerem que botam tudo no banco, mas ali dentrodo armario tem uma poro de caixas de bombons, que o patro e30tarado por bombom.Os ladres recolheram tudo o que o Ialso empregado indicou esairam apressados.Dai a pouco chegavam a mulher e os Iilhos.Sentado na sala, o marido ria, ria, tanto nervoso quanto aliviado do35proprio assalto que ajudara a Iazer contra si mesmo. SANTANNA, AIIonso Romano. Porta de Colegio e utras Cronicas.So Paulo: Atica 1995. (Coleo Para Gostar de Ler).E exemplo de linguagem Iormal, no texto, (A) "dito-cujo". (l. 9)) "adentrar". l. 12)(C) "po-duro". (l. 25)(D) "botam". (l. 28) AnliseAqui, e preciso identiIicar o locutor e o interlocutor do texto nos diversos dominios sociais e perceber as variaes da Iala. Em Assaltos Insolitos, "adentrar" e a unica palavra das alternativas propostas raramente ouvida e que, portanto, caracteriza uso de linguagem Iormal. OrientaesProponha atividades que levem a garotada a perceber diIerenas entre a Iala e a escrita. Pea que todos transIormem um texto oral em escrito e vice-versa. E bom observar que mudar no e corrigir o texto Ialado, mas transitar de uma modalidade para outra. Em textos de diIerentes gneros, ajude-os a identiIicar o leitor virtual com base em pistas linguisticas. Localizar relaes entre recursos expressivos e eIeitos de sentido Descritor 16) Na tirinha, ha trao de humor em(A) "Que olhar e esse, Dalila?"(B) "Olhar de tristeza, magoa, desiluso..."(C) "Olhar de apatia, tedio, solido..."D) "Sorte! Pensei que fosse conjuntivite!" AnliseNa tirinha que embasa esta questo, o sentido de humor aparece na ultima Iala. Vale lembrar que o cmico e decorrncia de uma distoro. No primeiro balo, Romeu da a impresso de querer saber o que esta oculto por tras do olhar de Dalila. Quando, em seguida, ela revela a tristeza que sente, ele considera sorte, por no se tratar de conjuntivite. Ou seja, rimos porque o ultimo quadrinho distorce o aparente interesse de Romeu pelo olhar da Dalila. Orientaes Trabalhe o gnero textual piada. Em geral, ela tem textos curtos, que apresentam dialogos e exploram jogos de linguagem capazes de aproIundar a leitura e aguar o espirito critico e a percepo das estrategias linguisticas para a produo de sentidos. Faa uma boa seleo, apresente a todos, pea que leiam e expliquem o que nelas e engraado. IdentiIicar o eIeito de sentido decorrente da pontuao e outras notaes Descritor 17) O Encontro fragmentos) 5Em redor, o vasto campo. Mergulhado em nevoa branda, o verde erapalido e opaco. Contra o ceu, erguiam-se os negros penhascos to retosque pareciam recortados a Iaca. Espetado na ponta da pedra mais alta, osol espiava atras de uma nuvem."Onde, meu Deus?! - perguntava a mim mesma - Onde vi esta mesma 10 paisagem, numa tarde assim igual?Era a primeira vez que eu pisava naquele lugar. Nas minhas andanaspelas redondezas, jamais Iora alem do vale. Mas nesse dia, sem nenhumcansao, transpus a colina e cheguei ao campo. Que calma! E que deso-lao. Tudo aquilo - disso estava bem certa - era completamente inedito 15 pra mim. Mas por que ento o quadro se identiIicava, em todas as minucias,a uma imagem semelhante la nas proIundezas da minha memoria?Voltei-me para o bosque que se estendia a minha direita. Esse bosqueeu tambem ja conhecera com sua Iolhagem cor de brasa dentro de umanevoa dourada. "Ja vi tudo isto, ja vi... Mas onde? E quando?" 20 Fui andando em direo aos penhascos. Atravessei o campo. E chegueia boca do abismo cavado entre as pedras. Um vapor denso subia comoum halito daquela garganta de cujo Iundo insondavel vinha um remotissimosom de agua corrente. Aquele som eu tambem conhecia. Fecheios olhos. "Mas se nunca estive aqui! Sonhei, Ioi isso? Percorri em sonho 25 estes lugares e agora os encontro palpaveis, reais? Por uma dessas extraordinariascoincidncias teria eu antecipado aquele passeio enquantodormia?"Sacudi a cabea, no, a lembrana - to antiga quanto viva - escapavada inconscincia de um simples sonho.(...) TELLES, Lygia Fagundes. ito Contos de Amor. So Paulo: Atica.Na Irase "Ja vi tudo isso, ja vi... Mas onde?" (l. 15), o uso das reticncias sugere(A) impacincia.(B) impossibilidade.C) incerteza.(D) irritao. AnliseOs recursos de pontuao (travesso, aspas, reticncias, interrogao, exclamao etc.) so expressivos e ultrapassam os aspectos puramente gramaticais. No trecho do texto destacado no item, as reticncias sugerem incerteza. Vale lembrar que elas indicam um prolongamento do pensamento. Algo Iica no ar, subentendido, para ser descoberto pelo leitor. E preciso reconhecer o sentido do sinal de pontuao e no a regra. OrientaoA piada tambem pode Iuncionar muito bem como material para desenvolver a habilidade reIerente a esse descritor. A pontuao, nesse caso, e Iundamental tanto para a compreenso do texto como para orientar a sua oralizao. Durante a leitura, deve-se procurar a entonao adequada para produzir o eIeito de humor desejado e a entonao pode variar de acordo com a pontuao.Reconhecer o eIeito de sentido decorrente da escolha de determinada palavra ou expresso Descritor 18) As Amaznias5 Esse tapete de Ilorestas com rios azuis que os astronautas viram e aAmaznia. Ela cobre mais da metade do territorio brasileiro. Quem viajapela regio no cansa de admirar as belezas da maior Iloresta tropical domundo. No inicio era assim: agua e ceu. E mata que no tem mais Iim. Mata continua, com arvores muito altas, cortada pelo Amazonas, o maior rio do planeta. So mais de mil riosdesaguando no Amazonas. E agua que no acaba mais. SALDANHA, P. As Ama:onias. Rio de Janeiro: Ediouro, 1995No texto, o uso da expresso "agua que no acaba mais" (l. 7) revelaA) admirao pelo tamanho do rio.(B) ambio pela riqueza da regio.(C) medo da violncia das aguas.(D) surpresa pela localizao do rio. AnliseToda escolha de termos implica uma interpretao e e essencial reconhecer os diIerentes sentidos deles em Iuno da inteno do autor. Nesta questo, em que se pede o signiIicado de "agua que no acaba mais", deve-se compreender a linguagem Iigurada. A autora admira o tamanho do Amazonas e usa uma expresso hiperbolica para enIatizar o volume de suas aguas. OrientaesA leitura de textos jornalisticos e uma atividade excelente para trabalhar a habilidade. Explique que muitos veiculos aIirmam buscar a objetividade, a imparcialidade e a neutralidade na transmisso das noticias, o que e impossivel porque a linguagem e carregada de pontos de vista e crenas de quem produz o texto. Pea que a turma rastreie nas reportagens inIormaes que podem ser consideradas exatas e outras pessoais. Reconhecer o eIeito de sentido decorrente dos recursos ortograIicos e/ou morIossintaticos Descritor 19) Magia das rvores 5 Eu ja lhe disse que as arvores Iazem Irutos do nada e isso e a maispura magia. Pense agora como as arvores so grandes e Iortes, velhas egenerosas e so pedem em troca um pouquinho de luz, agua, ar e terra.E tanto por to pouco! Quase toda a magia da arvore vem da raiz. Soba terra, todas as arvores se unem. E como se estivessem de mos dadas.10 Voc pode aprender muito sobre pacincia estudando as raizes. Elas vopenetrando no solo devagarinho, vencendo a resistncia mesmo dos solosmais duros. Aos poucos vo crescendo ate acharem agua. No erramnunca a direo. Pedi uma vez a um velho pinheiro que me explicassepor que as raizes nunca se enganam quando procuram agua e ele me 15 disse que as outras arvores que ja acharam agua ajudam as que aindaesto procurando. E se a arvore estiver plantada sozinha num prado? As arvores se comunicam entre si, no importa a distncia. Na verdade,nenhuma arvore esta sozinha. Ninguem esta sozinho. Jamais. Lembre-sedisso.Maqui. Magia das Arvores. So Paulo: FTD, 1992. No trecho "Ninguem esta sozinho. Jamais. Lembre-se disso" (l. 15-16), as Irases curtas produzem o eIeito de(A) continuidade.(B) duvida.C) nfase.(D) hesitao. Anlise A tareIa aqui exige identiIicar mudanas de sentido decorrentes das variaesnos padres gramaticais da lingua. No trecho destacado, as Irases curtas aumentam o numero de pausas, proporcionando um eIeito de nIase,Iazendo com que o leitor tenha tempo para incorporar a ideia de que no existe solido, nem entre as arvores nem entre as pessoas. O recurso ja veio explicitado na questo. O que Ialta e atribuir um sentido a ele. Orientaes Uma boa estrategia e ler com a moada textos literarios. Nessas leituras, proponha a observao do que o autor "diz" (o conteudo do texto) e do "como ele diz" (a maneira como o texto esta escrito e os recursos da linguagem aplicados). E o uso especial das palavras pelo autor que torna o texto literario artistico.Reconhecer diIerentes Iormas de tratar uma inIormao Descritor 20) Texto I Cinquenta camundongos, alguns dos quais clones de clones, derrubaram os obstaculos tecnicos a clonagem. Eles Ioram produzidos por dois cientistas da Universidade do Havai num estudo considerado revolucionario pela revista britnica "Nature", uma das mais importantes do mundo. (...)A noticia de que cientistas da Universidade do Havai desenvolveram uma tecnica eIiciente de clonagem Iez muitos pesquisadores temerem o uso do metodo para clonar seres humanos. Globo. Caderno Cincias e Vida. 23 jul. 1998, p. 36. Texto II Cientistas dos EUA anunciaram a clonagem de 50 ratos a partir de celulas de animais adultos, inclusive de alguns ja clonados. Seriam os primeiros clones de clones, segundo estudos publicados na edio de hoje da revista "Nature".A tecnica empregada na pesquisa teria um aproveitamento de embriesda Iertilizao ao nascimentotrs vezes maior que a tecnica utilizada por pesquisadores britnicos para gerar a ovelha Dolly.Folha de $.Paulo. 1 caderno - Mundo. 03 jul. 1998, p. 16. Os dois textos tratam de clonagem. Qual aspecto dessa questo e tratado apenas no texto I?(A) A divulgao da clonagem de 50 ratos.(B) A reIerncia a eIicacia da nova tecnica de clonagem.C) O temor de que seres humanos sejam clonados.(D) A inIormao acerca dos pesquisadores envolvidos no experimento. AnliseNesta questo, comparando as inIormaes veiculadas pelos dois artigos de opinio, o aluno tem de perceber que o temor de que os seres humanos sejam clonados aparece apenas no texto I. A diIiculdade diante de um texto variade acordo com o repertorio trabalhado pelo proIessor. OrientaesPara ajudar a classe em tareIas como essa, selecione textos de diIerentes gneros e que abordem um mesmo assunto. Para o tema "liberdade", por exemplo, proponha ler o verbete numa enciclopedia e um poema. Outra opo e trabalhar com textos do mesmo gnero produzidos em diIerentes epocas.Reconhecer opinies distintas reIerentes ao mesmo Iato Descritor 21) Texto IA criao segundo os ndios Macuxis No inicio era assim: agua e ceu.Um dia, um Menino caiu na agua. O sol quente soltou a pele do Menino. A pele escorregou e Iormou a terra. Ento, a agua dividiu o lugar com a terra.E o Menino recebeu uma nova pele cor de Iogo.No dia seguinte, o Menino subiu numa arvore. Provou de todos os Irutos. E jogou todas as sementes ao vento. Muitas sementes cairam no cho. E viraram bichos. Muitas sementes cairam na agua. E viraram peixes. Muitas sementes continuaram boiando no vento. E viraram passaros.No outro dia, o Menino Ioi nadar. Mergulhou Iundo. E encontrou um peixe Ierido. O peixe explodiu. E da exploso surgiu uma Menina.O Menino deu a mo para a Menina. E Ioram andando. E o Menino e a Menina Ioram conhecer os quatro cantos da Terra. Texto IIA criao segundo os negros Nags Olorum. So existia Olorum. No inicio, so existia Olorum.Tudo o mais surgiu depois.Olorum e o Senhor de todos os seres.Certa vez, conversando com Oxala, Olorum pediu:- Va preparar o mundo!E ele Ioi. Mas Oxala vivia sozinho e resolveu casar com Odudua. Deste casamento, nasceram Aganju, a Terra Firme, e Iemanja, Dona das Aguas. De Iemanja, muito tempo depois, nasceram os Orixas.Os Orixas so os protetores do mundo. BORGES, G. et al. Criao. Belo Horizonte: Terra, 1999. Comparando-se essas duas verses da criao do mundo, constata-se queA) a diferena entre elas consiste na relao entre o criador e a criao. (B) a origem do principio religioso da criao do mundo e a mesma nas duas verses.(C) as divindades, em cada uma delas, tm diIerentes graus de importncia.(D) as diIerenas so apenas de nomes em decorrncia da diversidade das linguas originarias. AnlisePara chegar a resposta correta, o leitor tem de analisar criticamente os textos e perceber que na verso dos indios macuxis, tudo nasce de elementos da natureza. Ja para os negros nags isso ocorre pela vontade de Olorum. Dessa Iorma, ele constata a diIerena que cada verso apresenta sobre a relao entre o criador e a criao. OrientaesAposte nos textos de opinio que abordem temas para os quais no ha uma resposta unica. Voc pode selecionar alguns trechos e pedir que o grupo destaque as questes controversas. Outra opo e escolher artigos publicados em jornais que apresentam posicionamentos distintos em relao a um tema comum. As tareIas sero, entre outras, veriIicar as contradies e os argumentos mais convincentes. QUESTES RETIRADAS DO MANUAL DO MEC: EXEMPL0 1 -0escrltor 1 ~ Locallzar lnformaes explcltas em um texto como opera a mfla que transformou o Brasll num dos campees da fraude de medlcamentosumdospIorescrImesquesepodemcometer.AsvitImassohomens,mulherese crIanasdoentes-presasfceIs,capturadasnaesperanaderecuperarasaude perdIda.AmfIadosmedIcamentosfalsosmaIscrueldoqueasquadrIlhasde narcotrafIcantes. Quando algum decIde cheIrar cocaina, tem absoluta conscIncIa do quecolocanocorpoadentro.AsvitImasdosquefalsIfIcamremdIosnodada oportunIdade de escolha. Para o doente, o remdIo compulsorIo. Du ele toma o que o mdIco lhe receItou ou passar a correr rIsco de pIorar ou at morrer. Nunca como hoje os brasIleIros entraram numa farmcIa com tanta reserva. PASTDFE, KarIna. D Paraiso dos FemdIos FalsIfIcados.7eja, n 27. So Paulo: AbrIl, 8 jul. 1998, p. 4041. Segundo a autora, "um dos pIores crImes que se podem cometer" (A) a venda de narcotIcos. () a faIsIfIcao dos remdIos. (C) a receIta de remdIos falsos. (0) a venda abusIva de remdIos.