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ISSN 1982-7644 Sistema Permanente de Avaliação da Educação Básica do Ceará SEÇÃO 1 Avaliação: o ensino-aprendizagem como desafio SEÇÃO 2 Interpretação de resultados e análises pedagógicas SEÇÃO 3 Os resultados desta escola SEÇÃO 4 Desenvolvimento de habilidades EXPERIÊNCIA EM FOCO Boletim Pedagógico 9º ano do Ensino Fundamental Língua Portuguesa SPAECE 2012

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ISSN 1982-7644

Sistema Permanente de Avaliação

da Educação Básica do Ceará

SEÇÃO 1

Avaliação:o ensino-aprendizagem como desafio

SEÇÃO 2

Interpretação de resultados e análisespedagógicas

SEÇÃO 3

Os resultados desta escola

SEÇÃO 4

Desenvolvimento de habilidades

EXPERIÊNCIA EM FOCO

Boletim Pedagógico

9º ano do Ensino FundamentalLíngua Portuguesa

SPAECE2012

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SPAECE

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ISSN 1982-7644

Sistema Permanente de Avaliação da Educação Básica do Ceará

Boletim PedagógicoLíngua Portuguesa

9º ano do Ensino Fundamental

SPAECE

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REVISORES DO BOLETIM DE LÍNGUA PORTUGUESA (5EF, 9EF E EM)CESAR NILTON MAIA CHAVESRAQUEL ALMEIDA DE CARVALHO

PS CE E

GOVERNADORCID FERREIRA GOMES

VICE-GOVERNADOR DOMINGOS GOMES DE AGUIAR FILHO

SECRETARIA DA EDUCAÇÃO

SECRETÁRIA DA EDUCAÇÃOMARIA IZOLDA CELA DE ARRUDA COELHO

SECRETÁRIO ADJUNTO DA EDUCAÇÃOMAURÍCIO HOLANDA MAIA

SECRETÁRIO EXECUTIVOANTÔNIO IDILVAN DE LIMA ALENCAR

COORDENADORA DO GABINETECRISTIANE CARVALHO HOLANDA

COORDENADORA DE AVALIAÇÃO E ACOMPANHAMENTO DA EDUCAÇÃOBETÂNIA MARIA GOMES RAQUEL

CÉLULA DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO ACADÊMICO DA SECRETARIA DA EDUCAÇÃO

ORIENTADORA CARMILVA SOUZA FLÔRES

ASSESSORA TÉCNICAMARIA IACI CAVALCANTE PEQUENO

ASSISTENTES TÉCNICASFRANCISCA ELIANE DIAS DE CARVALHOROSÂNGELA TEIXEIRA DE SOUSA

EQUIPE TÉCNICAELIZABETH DOS SANTOS CARNEIROESTEFÂNIA MARIA ALMEIDA MARTINSGEANNY DE HOLANDA OLIVEIRALUZIA DE QUEIROZ HIPPOLYTOMARIA ASSUNÇÃO OLIVEIRA MONTEIROMIRNA GURGEL CARLOS DA SILVATERESA MÁRCIA ALMEIDA DA SILVEIRA

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AOS EDUCADORES CEARENSES

A Secretaria da Educação realizou em 2012 o décimo sexto ciclo do Sistema Permanente de Avaliação

da Educação Básica do Ceará - SPAECE. O referido ciclo, que assinala 20 anos de implementação do

SPAECE, introduziu importantes inovações na sua sistemática de avaliação. Dentre essas, destacam-se:

a identifi cação dos Cadernos de Testes e Cartões de Respostas; os testes em versão ampliada para

defi cientes visuais e, no caso da 3ª série do Ensino Médio, os testes de Língua Portuguesa e Matemática,

em convergência com a proposta da Matriz de Referência para o Exame Nacional do Ensino Médio

(ENEM) do Ministério da Educação (MEC), incluindo ainda prova de Redação, bem como testes para as

áreas de Ciências da Natureza (Física, Química e Biologia) e de Ciências Humanas (História, Geografi a,

Filosofi a e Sociologia).

A operacionalização de uma avaliação dessa dimensão é uma conquista para nosso Estado. Os

resultados são disponibilizados aos educadores e agregam elementos importantes que subsidiam e

fundamentam as modifi cações que se fi zerem necessárias nas práticas pedagógicas e de gestão.

Além dos resultados presentes nos Boletins Pedagógicos (Alfa, 5º e 9º anos/Ensino Fundamental e

Ensino Médio), a Coleção SPAECE 2012 traz ainda o Sumário Executivo, a Revista Contextual e os Boletins

do Sistema de Avaliação e de Gestão Escolar.

No que se refere aos Boletins Pedagógicos do Ensino Médio, é importante destacar que estes, além de

auxiliar a comunidade escolar a entender e se apropriar dos resultados dos alunos em Língua Portuguesa

e Matemática, avançam para outras áreas ainda pouco trabalhadas nas avaliações brasileiras, em

especial: Ciências da Natureza, Ciências Humanas e Produção de Texto.

Nesta coleção, os resultados estão acompanhados de uma interpretação pedagógica cuidadosa,

elencando aspectos importantes a respeito do desempenho dos estudantes e das escolas públicas

cearenses. Trazem ainda textos extraídos de estudos realizados sobre as avaliações, depoimentos de

pessoas envolvidas com a avaliação educacional e/ou que utilizam seus resultados para desenvolver

ações voltadas para a qualidade da educação pública do nosso Estado.

Continuamos acreditando que a reorganização do sistema escolar, na busca da educação de qualidade,

requer o monitoramento e o acompanhamento permanente das atividades pedagógicas que se realizam

no dia a dia da escola. Dessa forma, as avaliações em larga escala realimentam e qualifi cam esse

processo de contínua melhoria.

Esperamos que o conjunto de informações apresentadas nas diferentes publicações possa contribuir

efetivamente para o trabalho de gestores e professores, no planejamento e desenvolvimento de ações

mais efi cazes e capazes de garantir a todos os estudantes cearenses o direito de aprender.

Maria Izolda Cela de Arruda Coelho, Secretária de Educação

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AOS EDUCADORES CEARENSES

A Secretaria da Educação realizou em 2012 o décimo sexto ciclo do Sistema Permanente de Avaliação

da Educação Básica do Ceará - SPAECE. O referido ciclo, que assinala 20 anos de implementação do

SPAECE, introduziu importantes inovações na sua sistemática de avaliação. Dentre essas, destacam-se:

a identifi cação dos Cadernos de Testes e Cartões de Respostas; os testes em versão ampliada para

defi cientes visuais e, no caso da 3ª série do Ensino Médio, os testes de Língua Portuguesa e Matemática,

em convergência com a proposta da Matriz de Referência para o Exame Nacional do Ensino Médio

(ENEM) do Ministério da Educação (MEC), incluindo ainda prova de Redação, bem como testes para as

áreas de Ciências da Natureza (Física, Química e Biologia) e de Ciências Humanas (História, Geografi a,

Filosofi a e Sociologia).

A operacionalização de uma avaliação dessa dimensão é uma conquista para nosso Estado. Os

resultados são disponibilizados aos educadores e agregam elementos importantes que subsidiam e

fundamentam as modifi cações que se fi zerem necessárias nas práticas pedagógicas e de gestão.

Além dos resultados presentes nos Boletins Pedagógicos (Alfa, 5º e 9º anos/Ensino Fundamental e

Ensino Médio), a Coleção SPAECE 2012 traz ainda o Sumário Executivo, a Revista Contextual e os Boletins

do Sistema de Avaliação e de Gestão Escolar.

No que se refere aos Boletins Pedagógicos do Ensino Médio, é importante destacar que estes, além de

auxiliar a comunidade escolar a entender e se apropriar dos resultados dos alunos em Língua Portuguesa

e Matemática, avançam para outras áreas ainda pouco trabalhadas nas avaliações brasileiras, em

especial: Ciências da Natureza, Ciências Humanas e Produção de Texto.

Nesta coleção, os resultados estão acompanhados de uma interpretação pedagógica cuidadosa,

elencando aspectos importantes a respeito do desempenho dos estudantes e das escolas públicas

cearenses. Trazem ainda textos extraídos de estudos realizados sobre as avaliações, depoimentos de

pessoas envolvidas com a avaliação educacional e/ou que utilizam seus resultados para desenvolver

ações voltadas para a qualidade da educação pública do nosso Estado.

Continuamos acreditando que a reorganização do sistema escolar, na busca da educação de qualidade,

requer o monitoramento e o acompanhamento permanente das atividades pedagógicas que se realizam

no dia a dia da escola. Dessa forma, as avaliações em larga escala realimentam e qualifi cam esse

processo de contínua melhoria.

Esperamos que o conjunto de informações apresentadas nas diferentes publicações possa contribuir

efetivamente para o trabalho de gestores e professores, no planejamento e desenvolvimento de ações

mais efi cazes e capazes de garantir a todos os estudantes cearenses o direito de aprender.

Maria Izolda Cela de Arruda Coelho, Secretária de Educação

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SUMÁRIO

2. INTERPRETAÇÃO DE RESULTADOS E

ANÁLISES PEDAGÓGICAS PÁGINA 14

1. AVALIAÇÃO: O ENSINO-APRENDIZAGEM COMO DESAFIO PÁGINA 08

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EXPERIÊNCIA EM FOCO

PÁGINA 60

4. DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES PÁGINA 49

3. OS RESULTADOS DESTA ESCOLA PÁGINA 47

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08 SPAECE 2012

Um importante movimento em busca da qualidade da educação vem

ganhando sustentação em paralelo às avaliações tradicionais: as

avaliações externas, que são geralmente em larga escala e possuem

objetivos e procedimentos diferenciados daquelas realizadas pelos

professores nas salas de aula. Essas avaliações são, em geral,

organizadas a partir de um sistema de avaliação cognitiva dos alunos

e aplicadas, de forma padronizada, a um grande número de pessoas.

Os resultados aferidos pela aplicação de testes padronizados têm

como objetivo subsidiar medidas que visem ao progresso do sistema

de ensino e atendam a dois propósitos principais: prestar contas à

sociedade sobre a eficácia dos serviços educacionais oferecidos

à população e implementar ações que promovam a equidade e a

qualidade da educação.

A avaliação em larga escala deve ser concebida como instrumento

capaz de oferecer condições para o desenvolvimento dos alunos

e só tem sentido quando é utilizada, na sala de aula, como uma

ferramenta do professor para fazer com que os alunos avancem.

O uso dessa avaliação de acordo com esse princípio demanda o

1

Caro(a) Educador(a), o Boletim Pedagógico apresenta os fundamentos, a metodologia e os resultados da avaliação,

com o objetivo de suscitar discussões para que as informações disponibilizadas possam ser debatidas e utilizadas

no trabalho pedagógico.

AVALIAÇÃO: O ENSINO-APRENDIZAGEM COMO DESAFIO

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Boletim Pedagógico 09

seguinte raciocínio: por meio dos dados levantados, é possível que

o professor obtenha uma medida da aprendizagem de seus alunos,

contrapondo tais resultados àqueles alcançados no estado e até

mesmo à sua própria avaliação em sala de aula. Verificar essas

informações e compará-las amplia a visão do professor quanto ao

seu aluno, identificando aspectos que, no dia a dia, possam ter

passado despercebidos. Desta forma, os resultados da avaliação

devem ser interpretados em um contexto específico, servindo para a

reorientação do processo de ensino, confirmando quais as práticas

bem-sucedidas em sala de aula e fazendo com que os docentes

repensem suas ações e estratégias para enfrentar as dificuldades

de aprendizagem detectadas.

A articulação dessas informações possibilita consolidar a ideia

de que os resultados de desempenho dos alunos, mesmo quando

abaixo do esperado, sempre constituem uma oportunidade

para o aprimoramento do trabalho docente, representando um

desafio a ser superado em prol da qualidade e da equidade

na educação.

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s

TRAJETÓRIA

O SISTEMA DE AVALIAÇÃODO CEARÁ

O Sistema Permanente de Avaliação da Educação Básica do Ceará - SPAECE - foi

criado em 1992 e tem seguido o propósito de fomentar mudanças em busca de uma

educação de qualidade. Em 2012, os alunos das escolas municipais e estaduais do

Ceará foram avaliados no 2º ano do Ensino Fundamental em Leitura, no 5º e 9º anos

e 2º segmento da EJA Ensino Fundamental e 1ª, 2ª e 3ª series e 1º e 2º períodos da

EJA Ensino Médio, cujos alunos foram avaliados nas disciplinas de Língua Portuguesa

e Matemática. O SPAECE avaliou, também, na 3ª série do Ensino Médio, as áreas do

conhecimento de Ciências da Natureza e Ciências Humanas. Na linha do tempo

a seguir, pode-se verifi car a trajetória do SPAECE e, ainda, perceber como tem se

consolidado diante das informações que apresenta sobre o desempenho dos alunos.

2008

614.566

SÉries AVALiADAs: 2º, 5º e 9º anos do Ensino Fundamental e 1ª, 2ª e 3ª séries do Ensino Médio.

DiscipLiNAs eNVoLViDAs: Língua Portuguesa e Matemática

REDES: ESTADUAL/MUNICIPAIS

2009

546.951

SÉries AVALiADAs: 2º, 5º e 9º anos do Ensino Fundamental e 1ª, 2ª e 3ª séries do Ensino Médio.

DiscipLiNAs eNVoLViDAs: Língua Portuguesa e Matemática

REDES: ESTADUAL/MUNICIPAIS

s

2010

667.196

SÉries AVALiADAs:2º, 5º e 9º anos e 2º segmento da EJA do Ensino Fundamental, 1ª, 2ª e 3ª séries e 1º e 2º períodos da EJA EM.

DiscipLiNAs eNVoLViDAs: Língua Portuguesa e Matemática

REDES: ESTADUAL/MUNICIPAIS

2012

647.693

SÉries AVALiADAs: 2º, 5º e 9º anos e 2º segmento da EJA do Ensino Fundamental, 1ª, 2ª e 3ª séries e 1º e 2º períodos da EJA EM.

DiscipLiNAs/ÁreAs eNVoLViDAs:

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, Redação, Matemática e suas Tecnologias, Ciências da Natureza e suas Tecnologias, Ciências Humanas e suas Tecnologias.

REDES: ESTADUAL/MUNICIPAIS

2011

658.654

SÉries AVALiADAs: 2º, 5º e 9º anos e 2º segmento da EJA do Ensino Fundamental, 1ª, 2ª e 3ª séries e 1º e 2º períodos da EJA EM.

DiscipLiNAs eNVoLViDAs: Língua Portuguesa e Matemática

REDES: ESTADUAL/MUNICIPAIS

N° De ALUNos pArticipANtes

10 SPAECE 2012

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s

TRAJETÓRIA

O SISTEMA DE AVALIAÇÃODO CEARÁ

O Sistema Permanente de Avaliação da Educação Básica do Ceará - SPAECE - foi

criado em 1992 e tem seguido o propósito de fomentar mudanças em busca de uma

educação de qualidade. Em 2012, os alunos das escolas municipais e estaduais do

Ceará foram avaliados no 2º ano do Ensino Fundamental em Leitura, no 5º e 9º anos

e 2º segmento da EJA Ensino Fundamental e 1ª, 2ª e 3ª series e 1º e 2º períodos da

EJA Ensino Médio, cujos alunos foram avaliados nas disciplinas de Língua Portuguesa

e Matemática. O SPAECE avaliou, também, na 3ª série do Ensino Médio, as áreas do

conhecimento de Ciências da Natureza e Ciências Humanas. Na linha do tempo

a seguir, pode-se verifi car a trajetória do SPAECE e, ainda, perceber como tem se

consolidado diante das informações que apresenta sobre o desempenho dos alunos.

2008

614.566

SÉries AVALiADAs: 2º, 5º e 9º anos do Ensino Fundamental e 1ª, 2ª e 3ª séries do Ensino Médio.

DiscipLiNAs eNVoLViDAs: Língua Portuguesa e Matemática

REDES: ESTADUAL/MUNICIPAIS

2009

546.951

SÉries AVALiADAs: 2º, 5º e 9º anos do Ensino Fundamental e 1ª, 2ª e 3ª séries do Ensino Médio.

DiscipLiNAs eNVoLViDAs: Língua Portuguesa e Matemática

REDES: ESTADUAL/MUNICIPAIS

s

2010

667.196

SÉries AVALiADAs:2º, 5º e 9º anos e 2º segmento da EJA do Ensino Fundamental, 1ª, 2ª e 3ª séries e 1º e 2º períodos da EJA EM.

DiscipLiNAs eNVoLViDAs: Língua Portuguesa e Matemática

REDES: ESTADUAL/MUNICIPAIS

2012

647.693

SÉries AVALiADAs: 2º, 5º e 9º anos e 2º segmento da EJA do Ensino Fundamental, 1ª, 2ª e 3ª séries e 1º e 2º períodos da EJA EM.

DiscipLiNAs/ÁreAs eNVoLViDAs:

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, Redação, Matemática e suas Tecnologias, Ciências da Natureza e suas Tecnologias, Ciências Humanas e suas Tecnologias.

REDES: ESTADUAL/MUNICIPAIS

2011

658.654

SÉries AVALiADAs: 2º, 5º e 9º anos e 2º segmento da EJA do Ensino Fundamental, 1ª, 2ª e 3ª séries e 1º e 2º períodos da EJA EM.

DiscipLiNAs eNVoLViDAs: Língua Portuguesa e Matemática

REDES: ESTADUAL/MUNICIPAIS

N° De ALUNos pArticipANtes

Boletim Pedagógico 11

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12 SPAECE 2012

O diagrama a seguir apresenta, passo a passo, a lógica do sistema de avaliação de forma sintética,

indicando as páginas onde podem ser buscados maiores detalhes sobre os conceitos apresentados.

Para ter acesso a toda a coleção e a outras informações sobre a avaliação e seus resultados, acesse o site www.spaece.caedufjf.net.

(Matriz de Referência) Página 16

Esse recorte se traduz em habilidades consideradas essenciais que formam a Matriz de Referência para avaliação.

Para realizar a avaliação, é necessário definir o conteúdo a ser avaliado. Isso é feito por especialistas, com base em um recorte do currículo e nas especialidades educacionais.

A avaliação em larga escala surge como um importante instrumento para reflexão sobre como melhorar o ensino.

A educação apresenta um grande desafio: ensinar com qualidade e de forma equânime, respeitando a individualidade e a diversidade.

A AVALIAÇÃO EDUCACIONAL EM LARGA ESCALA

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Boletim Pedagógico 13

Os resultados da avaliação oferecem um diagnóstico do ensino e servem de subsídio para a melhoria da qualidade da educação.

As informações disponíveis neste Boletim devem ser interpretadas e usadas como instrumento pedagógico.

A análise dos itens que compõem os testes elucida as habilidades desenvolvidas pelos alunos que estão em determinado Padrão de Desempenho.

Com base nos objetivos e nas metas de aprendizagem estabelecidas, são definidos os Padrões de Desempenho.

As habilidades avaliadas são ordenadas de acordo com a complexidade em uma escala nacional, a qual permite verificar o desenvolvimento dos alunos.

(Escala de Proficiência) Página 21

(Composição dos cadernos) Página 19

Através de uma metodologia especializada, é possível obter resultados precisos, não sendo necessário que os alunos realizem testes extensos.

(Os resultados desta Escola) Página 47

(Itens) Página 38

(Padrões de Desempenho) Página 36

(Experiência em foco) Página 60

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14 SPAECE 2012

2

MATRIZ DE REFERÊNCIA

Para realizar uma avaliação, é necessário definir o

conteúdo que se deseja avaliar. Em uma avaliação

em larga escala, essa definição é dada pela

construção de uma MATRIZ DE REFERÊNCIA,

que é um recorte do currículo e apresenta as

habilidades definidas para serem avaliadas. No

Brasil, os Parâmetros Curriculares Nacionais

(PCN) para o Ensino Fundamental e para o Ensino

Médio, publicados, respectivamente, em 1997 e

em 2000, visam à garantia de que todos tenham,

mesmo em lugares e condições diferentes, acesso

a conhecimentos considerados essenciais para o

exercício da cidadania. Cada estado, município e

escola têm autonomia para elaborar seu próprio

currículo, desde que atenda a essa premissa.

Diante da autonomia garantida legalmente em

nosso país, as orientações curriculares do Ceará

apresentam conteúdos com características

próprias, como concepções e objetivos

educacionais compartilhados. Desta forma, o

estado visa a desenvolver o processo de ensino-

aprendizagem em seu sistema educacional com

qualidade, atendendo às particularidades de seus

alunos. Pensando nisso, foi criada uma Matriz

de Referência específica para a realização da

avaliação em larga escala do SPAECE.

A Matriz de Referência tem, entre seus fundamentos,

os conceitos de competência e habilidade. A

COMPETÊNCIA corresponde a um grupo de

Esta seção traz os fundamentos da metodologia de avaliação externa do SPAECE, a Matriz de Referência, a Teoria de

Resposta ao Item (TRI) e a Escala de Proficiência.

INTERPRETAÇÃO DE RESULTADOS E ANÁLISES PEDAGÓGICAS

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AUTO ESCOLA

CARTEIRA DE HABILITAÇÃO

Boletim Pedagógico 15

habilidades que operam em conjunto para a obtenção

de um resultado, sendo cada HABILIDADE entendida

como um “saber fazer”.

Por exemplo, para adquirir a carteira de motorista

que habilita o condutor a dirigir automóveis,

é preciso demonstrar competência na prova

escrita e competência na prova prática específica,

sendo que cada uma delas requer uma série

de habilidades.

A competência na prova escrita demanda

algumas habilidades, como: interpretação de

texto, reconhecimento de sinais de trânsito,

memorização, raciocínio lógico para perceber

quais regras de trânsito se aplicam a uma

determinada situação etc.

A competência na prova prática específica, por

sua vez, requer outras habilidades: visão espacial,

leitura dos sinais de trânsito na rua, compreensão

do funcionamento de comandos de interação

com o veículo, tais como os pedais de freio e de

acelerador etc.

É importante ressaltar que a Matriz de Referência

não abarca todo o currículo; portanto, não deve ser

confundida com ele nem utilizada como ferramenta

para a definição do conteúdo a ser ensinado em

sala de aula. As habilidades selecionadas para

a composição dos testes são escolhidas por

serem consideradas essenciais para o período

de escolaridade avaliado e por serem passíveis

de medição por meio de testes padronizados

de desempenho, compostos, na maioria das

vezes, apenas por itens de múltipla escolha. Há,

também, outras habilidades necessárias ao pleno

desenvolvimento do aluno que não se encontram na

Matriz de Referência por não serem compatíveis com

o modelo de teste adotado. No exemplo acima, pode-

se perceber que a competência na prova escrita

para habilitação de motorista inclui mais habilidades

que podem ser medidas em testes padronizados do

que aquelas da prova prática.

A avaliação em larga escala pretende obter

informações gerais, importantes para se pensar a

qualidade da educação, porém, ela só será uma

ferramenta para esse fim se utilizada de maneira

coerente, agregando novas informações às já obtidas

por professores e gestores nas devidas instâncias

educacionais, em consonância com a realidade local.

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MATRIZ DE REFERÊNCIA DE LÍNGUA PORTUGUESA – SPAECE9º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

TÓPICO DESCRITOR

1. Quanto à informação do texto verbal e/ou não verbal.

D1 – Localizar informação explícita.

D2 – Inferir informação em texto verbal.

D3 – Inferir o sentido de palavra ou expressão.

D4 – Interpretar textos não verbais e textos que articulam elementos verbais e não verbais.

D5 – Identificar o tema ou assunto de um texto.

D6 – Distinguir fato de opinião relativa ao fato.

D7 – Diferenciar a informação principal das secundárias em um texto.

D8 – Formular hipóteses sobre o conteúdo do texto.

Tópico

O Tópico agrupa por afinidade um conjunto

de habilidades indicadas pelos

descritores.

Leia o texto abaixo.

AI! CREDO, MUTUM, MEU FILHO!COMO PODE SER TÃO DISTRAÍDO

E NÃO VER O QUE ESTÁ BEMÀ FRENTE DO SEU NARIZ?

NÃO SEI A QUEMVOCÊ PUXOU, VIU?

Disponível em: <http://universomutum.blogspot.com/html>. Acesso em: 20 jun. 2009. (P050409A9_SUP)

(P050409A9) A expressão do menino, no último quadrinho, indica que ele estáA) assustado, porque o pai ia cair no precipício. B) chateado, porque o pai chamou a sua atenção. C) preocupado com o que o pai lhe disse. D) sentindo dor por causa da batida forte.

item

O item é uma questão utilizada nos testes de uma

avaliação em larga escala e se caracteriza por avaliar uma

única habilidade indicada por um descritor da Matriz

de Referência.

16 SPAECE 2012

MATRIZ DE REFERÊNCIA DE LÍNGUA PORTUGUESA9º ano do Ensino Fundamental

Elementos que compõem a Matriz

Descritores

Os descritores associam o conteúdo curricular a operações cognitivas,

indicando as habilidades que serão avaliadas por

meio de um item.

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MATRIZ DE REFERÊNCIA DE LÍNGUA PORTUGUESA – SPAECE9º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

TÓPICO DESCRITOR

1. Quanto à informação do texto verbal e/ou não verbal.

D1 – Localizar informação explícita.

D2 – Inferir informação em texto verbal.

D3 – Inferir o sentido de palavra ou expressão.

D4 – Interpretar textos não verbais e textos que articulam elementos verbais e não verbais.

D5 – Identificar o tema ou assunto de um texto.

D6 – Distinguir fato de opinião relativa ao fato.

D7 – Diferenciar a informação principal das secundárias em um texto.

D8 – Formular hipóteses sobre o conteúdo do texto.

2. Quanto aos gêneros associados às sequências discursivas básicas.

D9 – Reconhecer gênero discursivo.

D10 – Identificar o propósito comunicativo em diferentes gêneros.

D11 – Reconhecer os elementos que compõem uma narrativa e o conflito gerador.

3. Quanto às relações entre textos.

D12 – Identificar semelhanças e/ou diferenças de ideias e opiniões na comparação entre textos.

D13 – Reconhecer diferentes formas de tratar uma informação na comparação de textos de um mesmo tema.

4. Quanto às relações de coesão e coerência.

D14 – Reconhecer as relações entre partes de um texto, identificando os recursos coesivos que contribuem para sua continuidade.

D15 – Identificar a tese de um texto.

D16 – Estabelecer relação entre tese e os argumentos oferecidos para sustentá-la.

D17 – Reconhecer o sentido das relações lógico-discursivas marcadas por conjunções, advérbios etc.

D18 – Reconhecer o sentido do texto e suas partes sem a presença de marcas coesivas.

5. Quanto aos recursos expressivos utilizados no texto.

D19 – Reconhecer o efeito de sentido decorrente da escolha de palavras, frases ou expressões.

D20 – Identificar o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação e de outras notações.

D21 – Reconhecer o efeito decorrente do emprego de recursos estilísticos e morfossintáticos.

D22 – Reconhecer efeitos de humor e ironia.

6. Quanto aos aspectos sociais da linguagem.

D23 – Identificar os níveis de linguagem e/ou as marcas linguísticas que evidenciam locutor e/ou interlocutor.

Boletim Pedagógico 17

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18 SPAECE 2012

TEORIA DE RESPOSTA AO ITEM (TRI)

A Teoria de Resposta ao Item (TRI) é, em termos gerais, uma forma de analisar e avaliar

os resultados obtidos pelos alunos nos testes, levando em consideração as habilidades

demonstradas e os graus de dificuldade dos itens, permitindo a comparação entre testes

realizados em diferentes anos.

Ao realizarem os testes, os alunos obtêm um determinado nível de desempenho nas

habilidades testadas. Esse nível de desempenho denomina-se PROFICIÊNCIA.

A TRI é uma forma de calcular a proficiência alcançada, com base em um modelo estatístico

capaz de determinar um valor diferenciado para cada item que o aluno respondeu em um

teste padronizado de múltipla escolha. Essa teoria leva em conta três parâmetros:

• Parâmetro "A"

A capacidade de um item de discriminar, entre os alunos avaliados, aqueles que

desenvolveram as habilidades avaliadas daqueles que não as desenvolveram.

• Parâmetro "B"

O grau de dificuldade dos itens: fáceis, médios ou difíceis. Os itens estão distribuídos

de forma equânime entre os diferentes cadernos de testes, possibilitando a criação de

diversos cadernos com o mesmo grau de dificuldade.

• Parâmetro "C"

A análise das respostas do aluno para verificar aleatoriedade nas respostas: se for

constatado que ele errou muitos itens de baixo grau de dificuldade e acertou outros de

grau elevado – o que é estatisticamente improvável - o modelo deduz que ele respondeu

aleatoriamente às questões.

O SPAECE utiliza a TRI para o cálculo de acerto do aluno. No final, a proficiência não

depende apenas do valor absoluto de acertos, depende também da dificuldade e da

capacidade de discriminação das questões que o aluno acertou e/ou errou. O valor absoluto

de acertos permitiria, em tese, a atribuição do mesmo resultado de desempenho de um

aluno, cujas respostas foram baseadas em suas próprias habilidades, a outro aluno, que

tenha respondido aleatoriamente aos itens do teste. O modelo da TRI evita essa situação

e gera um balanceamento de graus de dificuldade entre as questões que compõem os

diferentes cadernos e as habilidades avaliadas em relação ao contexto escolar. Esse

balanceamento permite a comparação dos resultados dos alunos ao longo do tempo e

entre diferentes escolas.

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COMPOSIÇÃO DOS CADERNOS PARA A AVALIAÇÃO

CADERNO

No 9º ano do Ensino Fundamental, em Língua Portuguesa e Matemática, foram 91 itens/disciplina, divididos em 7 blocos/disciplina, com 13 itens cada.

4 blocos formaram um caderno, totalizando 52 itens, sendo 26 itens de Língua Portuguesa e 26 itens de Matemática.

Ao todo, foram 21 modelos diferentes de cadernos.

= 1 item

i i i i i i ii i i i i i ii i i i i i ii i i i i i ii i i i i i ii i i i i i ii i i i i i ii i i i i i ii i i i i i ii i i i i i ii i i i i i ii i i i i i ii i i i i i i

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Língua Portuguesa

Matemática

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Boletim Pedagógico 19

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ES

CA

LA D

E P

RO

FIC

IÊN

CIA

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LÍN

GU

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OR

TU

GU

ES

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ano

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o

0 25

50

75

10

012

5 15

0 17

5 20

0 22

5 25

0 27

5 30

0 32

5 35

0 37

5 40

0 42

5 47

5 50

045

0

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ESCALA DE PROFICIÊNCIA

* As habilidades relativas a essas competências são avaliadas nas séries iniciais do Ensino Fundamental.

Boletim Pedagógico 21

A ESCALA DE PROFICIÊNCIA foi

desenvolvida com o objetivo de

traduzir medidas em diagnósticos

qualitativos do desempenho

escolar. Ela orienta, por exemplo, o

trabalho do professor com relação

às competências que seus alunos

desenvolveram, apresentando os

resultados em uma espécie de

régua na qual os valores obtidos

são ordenados e categorizados

em intervalos ou faixas que indicam

o grau de desenvolvimento das

habilidades para os alunos que

alcançaram determinado nível

de desempenho.

Em geral, para as avaliações

em larga escala da Educação

Básica realizadas no Brasil,

os resultados dos alunos

em Língua Portuguesa são

colocados em uma mesma

Escala de Proficiência definida

pelo Sistema Nacional de

Avaliação da Educação Básica

(Saeb). Por permitirem ordenar

os resultados de desempenho,

as escalas são importantes

ferramentas para a interpretação

dos resultados da avaliação.

A partir da interpretação

dos intervalos da escala, os

professores, em parceria com

a equipe pedagógica, podem

diagnosticar as habilidades já

desenvolvidas pelos alunos,

bem como aquelas que ainda

precisam ser trabalhadas em

sala de aula, em cada etapa de

escolaridade avaliada. Com isso,

os educadores podem atuar

com maior precisão na detecção

das dificuldades dos alunos,

possibilitando o planejamento

e a execução de novas ações

para o processo de ensino-

aprendizagem.

A seguir é apresentada

a estrutura da Escala

de Proficiência.

QUADRO ESCALA-MATRIZ

DOMÍNIO COMPETÊNCIAS DESCRITORES 9° ANO

APROPRIAÇÃO DO SISTEMA DA ESCRITA

Identifica letras. *

Reconhece convenções gráficas. *

Manifesta consciência fonológica. *

Lê palavras. *

ESTRATÉGIAS DE LEITURA

Localiza informação. D1

Identifica tema. D5

Realiza inferência.D2, D3, D4, D8, D19, D20, D21 e D22

Identifica gênero, função, e destinatário de um texto. D9 e D10

PROCESSAMENTO DO TEXTO

Estabelece relações lógico-discursivas. D7, D14 e D17

Identifica elementos de um texto narrativo. D11

Estabelece relações entre textos. D13

Distingue posicionamentos. D6 e D12

Identifica marcas linguísticas. D23

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22 SPAECE 2012

A ESTRUTURA DA ESCALA DE PROFICIÊNCIA

Na primeira coluna da escala, são apresentados

os grandes Domínios do conhecimento em

Língua Portuguesa para toda a Educação

Básica. Esses domínios são agrupamentos de

competências que, por sua vez, agregam as

habilidades presentes na Matriz de Referência.

Nas colunas seguintes são apresentadas,

respectivamente, as competências presentes na

Escala de Proficiência e os descritores da Matriz

de Referência a elas relacionados.

As competências estão dispostas nas várias linhas

da escala. Para cada competência, há diferentes

graus de complexidade representados por uma

gradação de cores, que vai do amarelo-claro ao

vermelho. Assim, a cor amarelo-claro indica o

primeiro nível de complexidade da competência,

passando pelo amarelo-escuro, laranja-claro,

laranja-escuro e chegando ao nível mais complexo,

representado pela cor vermelha.

Na primeira linha da Escala de Proficiência,

podem ser observados, numa escala numérica,

intervalos divididos em faixas de 25 pontos,

que estão representados de zero a 500. Cada

intervalo corresponde a um nível e um conjunto

de níveis forma um PADRÃO DE DESEMPENHO.

Esses padrões são definidos pela Secretaria da

Educação (Seduc) do Ceará e representados em

diferentes cores. Eles trazem, de forma sucinta,

um quadro geral das tarefas que os alunos

são capazes de fazer, a partir do conjunto de

habilidades que desenvolveram.

Para compreender as informações presentes na

Escala de Proficiência, pode-se interpretá-la de

três maneiras:

• Primeira

Perceber, a partir de um determinado domínio, o

grau de complexidade das competências a ele

associadas, através da gradação de cores ao

longo da escala. Desse modo, é possível analisar

como os alunos desenvolvem as habilidades

relacionadas a cada competência e realizar uma

interpretação que contribua para o planejamento

do professor, bem como para as intervenções

pedagógicas em sala de aula.

• Segunda

Ler a escala por meio dos Padrões de

Desempenho, que apresentam um panorama do

desenvolvimento dos alunos em um determinado

intervalo. Dessa forma, é possível relacionar as

habilidades desenvolvidas com o percentual de

alunos situado em cada padrão.

• Terceira

Interpretar a Escala de Proficiência a partir da

abrangência da proficiência de cada instância

avaliada: estado, CREDE/município e escola.

Dessa forma, é possível verificar o intervalo

em que a escola se encontra em relação às

demais instâncias.

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Boletim Pedagógico 23

competências descritas para este domínio

OS DOMÍNIOS E COMPETÊNCIAS DA ESCALA DE PROFICIÊNCIA

Apropriação do sistema da escrita

Professor, a apropriação do sistema de escrita é condição para que o

aluno leia com compreensão e de forma autônoma. Essa apropriação

é o foco do trabalho nos anos iniciais do Ensino Fundamental, ao

longo dos quais se espera que o aluno avance em suas hipóteses

sobre a língua escrita. Neste domínio, encontram-se reunidas

quatro competências que envolvem percepções acerca dos sinais

gráficos que utilizamos na escrita – as letras – e sua organização

na página e aquelas referentes a correspondências entre som e

grafia. O conjunto dessas competências permite ao alfabetizando ler

com compreensão.

Identifica letras.

Reconhece convenções gráficas.

Manifesta consciência fonológica.

Lê palavras.

Para auxiliar na tarefa de acompanhar o desempenho dos alunos, na seção Desenvolvimento de habilidades, há uma

análise representativa por meio das habilidades relativas à coerência e coesão no processamento do texto, abordando a

perspectiva do seu ensino para esta etapa e sugestões de atividades e recursos pedagógicos que podem ser utilizados

pelo professor. A escolha desse exemplo foi baseada em um diagnóstico que identificou algumas habilidades desta

competência que apresentaram baixo índice de acerto no 9º ano do Ensino Fundamental nas avaliações educacionais

realizadas em anos anteriores.

DOMÍNIOS E COMPETÊNCIAS

Ao relacionar os resultados a cada um dos Tópicos

da Escala de Proficiência e aos respectivos

intervalos de gradação de complexidade de

cada competência, é possível observar o nível de

desenvolvimento das habilidades aferido pelo

teste e o desempenho esperado dos alunos nas

etapas de escolaridade em que se encontram.

Esta seção apresenta o detalhamento dos níveis

de complexidade das competências (com suas

respectivas habilidades), nos diferentes intervalos

da Escala de Proficiência. Essa descrição focaliza

o desenvolvimento cognitivo do aluno ao longo

do processo de escolarização e o agrupamento

das competências básicas ao aprendizado da

Língua Portuguesa para toda a Educação Básica.

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24 SPAECE 2012

IDENTIFICA LETRAS

0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

Uma das primeiras hipóteses que a criança formula em relação à língua escrita é a de que escrita e desenho

são uma mesma coisa. Sendo assim, quando solicitada a escrever, por exemplo, “casa”, a criança pode

simplesmente desenhar uma casa. Quando começa a ter contato mais sistemático com textos escritos,

a criança observa o uso feito por outras pessoas e começa a perceber que escrita e desenho são coisas

diferentes, reconhecendo as letras como os sinais que se devem utilizar para escrever. Para chegar a

essa percepção, a criança deverá, inicialmente, diferenciar as letras de outros símbolos gráficos, como os

números, por exemplo. Uma vez percebendo essa diferenciação, um próximo passo será o de identificar as

letras do alfabeto, nomeando-as e sabendo identificá-las mesmo quando escritas em diferentes padrões.

branco 0 a 75 pontos

Os alunos cuja proficiência se encontra na faixa branco, de 0 a 75 pontos, ainda não desenvolveram as

habilidades relacionadas a esta competência.

amarelo-claro 75 a 100 pontos

Alunos que se encontram em níveis de proficiência entre 75 e 100 pontos são capazes de diferenciar

letras de outros rabiscos, desenhos e/ou outros sinais gráficos também utilizados na escrita. Esse é um

nível básico de desenvolvimento desta competência, representado na escala pelo amarelo-claro.

amarelo-escuro 100 a 125 pontos

Alunos com proficiência entre 100 e 125 pontos são capazes de identificar as letras do alfabeto. Este

novo nível de complexidade desta competência é indicado, na escala, pelo amarelo-escuro.

vermelho acima de 125 pontos

Alunos com nível de proficiência acima de 125 pontos diferenciam as letras de outros sinais gráficos e

identificam as letras do alfabeto, mesmo quando escritas em diferentes padrões gráficos. Esse dado está

indicado na Escala de Proficiência pela cor vermelha.

RECONHECE CONVENÇÕES GRÁFICAS0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

Mesmo quando ainda bem pequenas, muitas crianças que têm contatos frequentes com situações de

leitura imitam gestos leitores dos adultos. Fazem de conta, por exemplo, que leem um livro, folheando-o

e olhando suas páginas. Esse é um primeiro indício de reconhecimento das convenções gráficas. Essas

convenções incluem saber que a leitura se faz da esquerda para a direita e de cima para baixo ou, ainda, que,

diferentemente da fala, se apresenta num fluxo contínuo e que, na escrita, é necessário deixar espaços entre

as palavras.

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Boletim Pedagógico 25

branco 0 a 75 pontos

Os alunos cuja proficiência se encontra na faixa branco, de 0 a 75 pontos, ainda não desenvolveram as

habilidades relacionadas a esta competência.

amarelo-claro 75 a 100 pontos

Alunos que se encontram em níveis de proficiência de 75 a 100 pontos reconhecem que o texto é

organizado na página escrita da esquerda para a direita e de cima para baixo. Esse nível é representado

na escala pelo amarelo-claro.

vermelho acima de 100 pontos

Alunos com proficiência acima de 100 pontos, além de reconhecerem as direções da esquerda para a

direita e de cima para baixo na organização da página escrita, também identificam os espaçamentos

adequados entre palavras na construção do texto. Na escala, este novo nível de complexidade da

competência está representado pela cor vermelha.

MANIFESTA CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

A consciência fonológica se desenvolve quando o sujeito percebe que a palavra é composta de

unidades menores que ela própria. Essas unidades podem ser a sílaba ou o fonema. As habilidades

relacionadas a essa competência são importantes para que o aluno seja capaz de compreender que

existe correspondência entre o que se fala e o que se escreve.

branco 0 a 75 pontos

Os alunos cuja proficiência se encontra na faixa branco, de 0 a 75 pontos, ainda não desenvolveram as

habilidades relacionadas a esta competência.

amarelo-claro 75 a 100 pontos

Os alunos que se encontram em níveis de proficiência entre 75 e 100 pontos identificam rimas e sílabas que

se repetem em início ou fim de palavra. Ouvir e recitar poesias, além de participar de jogos e brincadeiras

que explorem a sonoridade das palavras, contribuem para o desenvolvimento dessas habilidades.

amarelo-escuro 100 a 125 pontos

Alunos com proficiência entre 100 e 125 pontos contam sílabas de uma palavra lida ou ditada. Este novo

nível de complexidade da competência está representado na escala pelo amarelo-escuro.

vermelho acima de 125 pontos

Alunos com proficiência acima de 125 pontos já desenvolveram essa competência e esse fato está

representado na Escala de Proficiência pela cor vermelha.

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26 SPAECE 2012

competências descritas para este domínio

Estratégias de leitura

A concepção de linguagem que fundamenta o trabalho com a língua

materna no Ensino Fundamental é a de que a linguagem é uma

forma de interação entre os falantes. Consequentemente, o texto

deve ser o foco do ensino da língua, uma vez que as interações entre

os sujeitos, mediadas pela linguagem, se materializam na forma de

textos de diferentes gêneros. O domínio “Estratégias de Leitura”

reúne as competências que possibilitam ao leitor utilizar recursos

variados para ler com compreensão textos de diferentes gêneros.

Localiza informação.

Identifica tema.

Realiza inferência.

Identifica gênero, função e destinatário de um texto.

LÊ PALAVRAS0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

Para ler palavras com compreensão, o alfabetizando precisa desenvolver algumas habilidades. Uma delas,

bastante elementar, é a de identificar as direções da escrita: de cima para baixo e da esquerda para direita. Em

geral, ao iniciar o processo de alfabetização, o alfabetizando lê com maior facilidade as palavras formadas por

sílabas no padrão consoante/vogal, isso porque, quando estão se apropriando da base alfabética, as crianças

constroem uma hipótese inicial de que todas as sílabas são formadas por esse padrão. Posteriormente, em

função de sua exposição a um vocabulário mais amplo e a atividades nas quais são solicitadas a refletir sobre

a língua escrita, tornam-se hábeis na leitura de palavras compostas por outros padrões silábicos.

branco 0 a 75 pontos

Os alunos cuja proficiência se encontra na faixa branco, de 0 a 75 pontos, ainda não desenvolveram as

habilidades relacionadas a esta competência.

amarelo-claro 75 a 100 pontos

Na Escala de Proficiência, o amarelo-claro indica que os alunos, que apresentam níveis de proficiência

entre 75 e 100 pontos, são capazes de ler palavras formadas por sílabas no padrão consoante/vogal, o

mais simples, e que, geralmente, é objeto de ensino nas etapas iniciais da alfabetização.

amarelo-escuro 100 a 125 pontos

O amarelo-escuro indica, na escala, que alunos com proficiência entre 100 e 125 pontos alcançaram um

novo nível de complexidade da competência de ler palavras: a leitura de palavra formada por sílabas

com padrão diferente do padrão consoante/vogal.

vermelho acima de 125 pontos

A cor vermelha indica que alunos com proficiência acima de 125 pontos já desenvolveram as habilidades

que concorrem para a construção da competência de ler palavras.

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Boletim Pedagógico 27

LOCALIZA INFORMAÇÃO0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

A competência de localizar informação explícita em textos pode ser considerada uma das mais

elementares. Com o seu desenvolvimento, o leitor pode recorrer a textos de diversos gêneros, buscando

neles informações de que possa necessitar. Essa competência pode apresentar diferentes níveis de

complexidade - desde localizar informações em frases, por exemplo, até fazer essa localização em textos

mais extensos - e se consolida a partir do desenvolvimento de um conjunto de habilidades que devem

ser objeto de trabalho do professor em cada período de escolarização. Isso está indicado, na Escala de

Proficiência, pela gradação de cores.

branco 0 a 100 pontos

Os alunos cuja proficiência se encontra na faixa branco, de 0 a 100 pontos, ainda não desenvolveram as

habilidades relacionadas a esta competência.

amarelo-claro 100 a 125 pontos

Alunos que se encontram em um nível de proficiência entre 100 e 125 pontos localizam informações em

frases, pequenos avisos, bilhetes curtos, em verso. Esta é uma habilidade importante porque mostra que

o leitor consegue estabelecer nexos entre as palavras que compõem uma sentença, produzindo sentido

para o todo e não apenas para as palavras isoladamente. Na Escala de Proficiência, o desenvolvimento

desta habilidade está indicado pelo amarelo-claro.

amarelo-escuro 125 a 175 pontos

Os alunos que apresentam proficiência entre 125 e 175 pontos localizam informações em textos curtos, de

gênero familiar e com poucas informações. Esses leitores conseguem, por exemplo, a partir da leitura de

um convite, localizar o lugar onde a festa acontecerá ou ainda, a partir da leitura de uma fábula, localizar

uma informação relativa à caracterização de um dos personagens. Essa habilidade está indicada, na

escala, pelo amarelo-escuro.

laranja-claro 175 a 225 pontos

Os alunos com proficiência entre 175 e 225 pontos localizam informações em textos mais extensos,

desde que o texto se apresente em gênero que lhes seja familiar. Esses leitores selecionam, dentre as

várias informações apresentadas pelo texto, aquela(s) que lhes interessa(m). Na Escala de Proficiência, o

laranja-claro indica o desenvolvimento dessa habilidade.

laranja-escuro 225 a 250 pontos

Os alunos com proficiência entre 225 e 250 pontos, além de localizar informações em textos mais

extensos, conseguem localizá-las, mesmo quando o gênero e o tipo textual lhe são menos familiares.

Isso está indicado, na Escala de Proficiência, pelo laranja-escuro.

vermelho acima de 250 pontos

A partir de 250 pontos, encontram-se os alunos que localizam informações explícitas, mesmo quando

essas se encontram sob a forma de paráfrases. Esses alunos já desenvolveram a habilidade de localizar

informações explícitas, o que está indicado, na Escala de Proficiência, pela cor vermelha.

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28 SPAECE 2012

IDENTIFICA TEMA0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

A competência de identificar tema se constrói pelo desenvolvimento de um conjunto de habilidades que

permitem ao leitor perceber o texto como um todo significativo pela articulação entre suas partes.

branco 0 a 125 pontos

Os alunos cuja proficiência se encontra na faixa branco, de 0 a 125 pontos, ainda não desenvolveram as

habilidades relacionadas a esta competência.

amarelo-claro 125 a 175 pontos

Alunos que apresentam um nível de proficiência entre 125 e 175 pontos identificam o tema de um texto

desde que esse venha indicado no título, como no caso de textos informativos curtos, notícias de jornal

ou revista e textos instrucionais. Esses alunos começam a desenvolver a competência de identificar tema

de um texto, fato indicado, na Escala de Proficiência, pelo amarelo-claro.

amarelo-escuro 175 a 225 pontos

Alunos com proficiência entre 175 e 225 pontos fazem a identificação do tema de um texto, valendo-

se de pistas textuais. Na Escala de Proficiência, o amarelo-escuro indica este nível mais complexo de

desenvolvimento da competência de identificar tema de um texto.

laranja-claro 225 a 275 pontos

Alunos com proficiência entre 225 e 275 pontos identificam o tema de um texto mesmo quando esse tema

não está marcado apenas por pistas textuais, mas é inferido a partir da conjugação dessas pistas com a

experiência de mundo do leitor. Justamente por mobilizar intensamente a experiência de mundo, alunos

com este nível de proficiência conseguem identificar o tema em textos que exijam inferências, desde

que os mesmos sejam de gênero e tipo familiares. O laranja-claro indica este nível de complexidade mais

elevado da competência.

vermelho acima de 275 pontos

Já os alunos com nível de proficiência a partir de 275 pontos identificam o tema em textos de tipo

e gênero menos familiares que exijam a realização de inferências nesse processo. Esses alunos já

desenvolveram a competência de identificar tema em textos, o que está indicado na Escala de Proficiência

pela cor vermelha.

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Boletim Pedagógico 29

REALIZA INFERÊNCIA0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

Fazer inferências é uma competência bastante ampla e que caracteriza leitores mais experientes, que

conseguem ir além daquelas informações que se encontram na superfície textual, atingindo camadas

mais profundas de significação. Para realizar inferências, o leitor deve conjugar, no processo de

produção de sentidos para o que lê, as pistas oferecidas pelo texto aos seus conhecimentos prévios,

à sua experiência de mundo. Estão envolvidas na construção da competência de fazer inferências as

habilidades de: inferir o sentido de uma palavra ou expressão a partir do contexto no qual ela aparece;

inferir o sentido de sinais de pontuação ou outros recursos morfossintáticos; inferir uma informação a

partir de outras que o texto apresenta ou, ainda, o efeito de humor ou ironia em um texto.

branco 0 a 125 pontos

Os alunos cuja proficiência se encontra na faixa branco, de 0 a 125 pontos, ainda não desenvolveram as

habilidades relacionadas a esta competência.

amarelo-claro 125 a 175 pontos

O nível de complexidade desta competência também pode variar em função de alguns fatores: se o texto

apresenta linguagem não verbal, verbal ou mista; se o vocabulário é mais ou menos complexo; se o gênero

textual e a temática abordada são mais ou menos familiares ao leitor, dentre outros. Alunos com proficiência

entre 125 e 175 pontos apresentam um nível básico de construção desta competência, podendo realizar

inferências em textos não verbais como, por exemplo, tirinhas ou histórias sem texto verbal, e, ainda, inferir o

sentido de palavras ou expressões a partir do contexto em que elas se apresentam. Na Escala de Proficiência,

o amarelo-claro indica essa etapa inicial de desenvolvimento da competência de realizar inferências.

amarelo-escuro 175 a 225 pontos

Alunos que apresentam proficiência entre 175 e 225 pontos inferem informações em textos não verbais

e de linguagem mista, desde que a temática desenvolvida e o vocabulário empregado sejam familiares.

Esses alunos conseguem, ainda, inferir o efeito de sentido produzido por alguns sinais de pontuação

e o efeito de humor em textos como, por exemplo, piadas e tirinhas. Na Escala de Proficiência, o

desenvolvimento dessas habilidades pelos alunos está indicado pelo amarelo-escuro.

laranja-claro 225 a 275 pontos

Alunos com proficiência entre 225 e 275 pontos realizam tarefas mais sofisticadas como inferir o sentido de

uma expressão metafórica ou efeito de sentido de uma onomatopeia; inferir o efeito de sentido produzido

pelo uso de uma palavra em sentido conotativo e pelo uso de notações gráficas e, ainda, o efeito de sentido

produzido pelo uso de determinadas expressões em textos pouco familiares e/ou com vocabulário mais

complexo. Na Escala de Proficiência, o desenvolvimento dessas habilidades está indicado pelo laranja-claro.

vermelho acima de 275 pontos

Alunos com proficiência a partir de 275 pontos já desenvolveram a habilidade de realizar inferências, pois,

além das habilidades relacionadas aos níveis anteriores da escala, inferem informações em textos de

vocabulário mais complexo e temática pouco familiar, valendo-se das pistas textuais, de sua experiência

de mundo e de leitor e, ainda, de inferir o efeito de ironia em textos diversos, além de reconhecer o efeito

do uso de recursos estilísticos. O desenvolvimento das habilidades relacionadas a esta competência

está indicado na Escala de Proficiência pela cor vermelha.

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30 SPAECE 2012

IDENTIFICA GÊNERO, FUNÇÃO E DESTINATÁRIO DE UM TEXTO0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

A competência de identificar gênero, função ou destinatário de um texto envolve habilidades cujo

desenvolvimento permite ao leitor uma participação mais ativa em situações sociais diversas, nas quais

o texto escrito é utilizado com funções comunicativas reais. Essas habilidades vão desde a identificação

da finalidade com que um texto foi produzido até a percepção de a quem ele se dirige. O nível de

complexidade que esta competência pode apresentar dependerá da familiaridade do leitor com o gênero

textual, portanto, quanto mais amplo for o repertório de gêneros de que o aluno dispuser, maiores suas

possibilidades de perceber a finalidade dos textos que lê. É importante destacar que o repertório de

gêneros textuais se amplia à medida que os alunos têm possibilidades de participar de situações variadas,

nas quais a leitura e a escrita tenham funções reais e atendam a propósitos comunicativos concretos.

branco 0 a 100 pontos

Os alunos cuja proficiência se encontra na faixa branco, de 0 a 100 pontos, ainda não desenvolveram as

habilidades relacionadas a esta competência.

amarelo-claro 100 a 175 pontos

Alunos que apresentam um nível de proficiência de 100 a 175 pontos identificam a finalidade de textos de

gênero familiar como receitas culinárias, bilhetes, poesias. Essa identificação pode ser feita em função

da forma do texto, quando ele se apresenta na forma estável em que o gênero geralmente se encontra

em situações da vida cotidiana. Por exemplo, no caso da receita culinária, quando ela traz inicialmente os

ingredientes, seguidos do modo de preparo dos mesmos. Além de identificarem uma notícia. Na Escala

de Proficiência, esse início de desenvolvimento da competência está indicado pelo amarelo-claro.

amarelo-escuro 175 a 250 pontos

Aqueles alunos com proficiência de 175 a 250 pontos identificam o gênero e o destinatário de textos de

ampla circulação na sociedade, menos comuns no ambiente escolar, valendo-se das pistas oferecidas

pelo texto, tais como: o tipo de linguagem e o apelo que faz a seus leitores em potencial. Na Escala de

Proficiência, o grau de complexidade desta competência está indicado pelo amarelo-escuro.

vermelho acima de 250 pontos

Os alunos que apresentam proficiência a partir de 250 pontos já desenvolveram a competência de

identificar gênero, função e destinatário de textos, ainda que estes se apresentem em gênero pouco

familiar e com vocabulário mais complexo. Esse fato está representado na Escala de Proficiência pela

cor vermelha.

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Boletim Pedagógico 31

ESTABELECE RELAÇÕES LÓGICO-DISCURSIVAS0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

A competência de estabelecer relações lógico-discursivas envolve habilidades necessárias para que

o leitor estabeleça relações que contribuem para a continuidade, progressão do texto, garantindo sua

coesão e coerência. Essas habilidades relacionam-se, por exemplo, ao reconhecimento de relações

semânticas indicadas por conjunções, preposições, advérbios ou verbos. Ainda podemos indicar a

capacidade de o aluno reconhecer as relações anafóricas marcadas pelos diversos tipos de pronome.

O grau de complexidade das habilidades associadas a essa competência está diretamente associado

a dois fatores: a presença dos elementos linguísticos que estabelecem a relação e o posicionamento

desses elementos dentro do texto, por exemplo, se um pronome está mais próximo ou mais distante do

termo a que ele se refere.

branco 0 a 150 pontos

Os alunos cuja proficiência se encontra na faixa branco, de 0 a 150 pontos, ainda não desenvolveram as

habilidades relacionadas a esta competência.

amarelo-claro 150 a 200 pontos

Os alunos que se encontram no intervalo amarelo-claro, de 150 a 200, começam a desenvolver a

habilidade de perceber relações de causa e consequência em texto não verbal e em texto com linguagem

competências descritas para este domínio

Processamento do texto

Neste domínio, estão agrupadas competências cujo

desenvolvimento tem início nas séries iniciais do Ensino

Fundamental, progredindo em grau de complexidade até o final do

Ensino Médio. Para melhor compreendermos o desenvolvimento

destas competências, precisamos lembrar que a avaliação tem

como foco a leitura, não se fixando em nenhum conteúdo específico.

Na verdade, diversos conteúdos trabalhados no decorrer de todo o

período de escolarização contribuem para o desenvolvimento das

competências e habilidades associadas a este domínio. Chamamos

de processamento do texto as estratégias utilizadas na sua

constituição e sua utilização na e para a construção dos sentidos do

texto. Neste domínio, encontramos cinco competências, as quais

serão detalhadas a seguir, considerando que as cores apresentadas

na escala indicam o início do desenvolvimento da habilidade, as

gradações de dificuldade e sua consequente consolidação.

Estabelece relações lógico-discursivas.

Identifica elementos de um texto narrativo.

Estabelece relações entre textos.

Distingue posicionamentos.

Identifica marcas linguísticas.

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32 SPAECE 2012

mista, além de perceberem aquelas relações expressas por meio de advérbios ou locuções adverbiais

como, por exemplo, de tempo, lugar e modo.

amarelo-escuro 200 a 250 pontos

No intervalo de 200 a 250, indicado pelo amarelo-escuro, os alunos já conseguem realizar tarefas mais

complexas como estabelecer relações anafóricas por meio do uso de pronomes pessoais retos e por

meio de substituições lexicais. Acrescente-se que já começam a estabelecer relações semânticas pelo

uso de conjunções, como as comparativas.

laranja-claro 250 a 300 pontos

No laranja-claro, intervalo de 250 a 300 pontos na escala, os alunos atingem um nível maior de

abstração na construção dos elos que dão continuidade ao texto, pois reconhecem relações de causa e

consequência sem que haja marcas textuais explícitas indicando essa relação semântica. Esses alunos

também reconhecem, na estrutura textual, os termos retomados por pronomes pessoais oblíquos, por

pronomes demonstrativos e possessivos.

vermelho acima de 300 pontos

Os alunos com proficiência acima de 300 pontos na escala estabelecem relações lógico-semânticas

mais complexas, pelo uso de conectivos menos comuns ou mesmo pela ausência de conectores. A

cor vermelha indica o desenvolvimento das habilidades associadas a essa competência. É importante

ressaltar que o trabalho com elementos de coesão e coerência do texto deve ser algo que promova

a compreensão de que os elementos linguísticos que constroem uma estrutura sintática estabelecem

entre si uma rede de sentido, a qual deve ser construída pelo leitor.

IDENTIFICA ELEMENTOS DE UM TEXTO NARRATIVO0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

Os textos com sequências narrativas são os primeiros com os quais todos nós entramos em contato

tanto na oralidade quanto na escrita. Daí, observarmos o desenvolvimento das habilidades associadas

a essa competência em níveis mais baixos da Escala de Proficiência, ao contrário do que foi visto na

competência anterior. Identificar os elementos estruturadores de uma narrativa significa conseguir dizer

"onde", "quando" e "com quem" os fatos ocorrem, bem como sob que ponto de vista a história é narrada.

Essa competência envolve, ainda, a habilidade de reconhecer o fato que deu origem à história (conflito

ou fato gerador), o clímax e o desfecho da narrativa. Esses elementos dizem respeito tanto às narrativas

literárias (contos, fábulas, crônicas, romances...) como às narrativas de caráter não literário, uma notícia,

por exemplo.

branco 0 a 150 pontos

Os alunos cuja proficiência se encontra na faixa branco, de 0 a 150 pontos, ainda não desenvolveram as

habilidades relacionadas a esta competência.

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Boletim Pedagógico 33

amarelo-claro 150 a 175 pontos

Os alunos cuja proficiência se encontra entre 150 e 175 pontos na escala, nível marcado pelo amarelo-

claro, estão começando a desenvolver essa competência. Esses alunos identificam o fato gerador de

uma narrativa curta e simples, bem como reconhecem o espaço em que transcorrem os fatos narrados.

amarelo-escuro 175 a 200 pontos

Entre 175 e 200 pontos na escala, há um segundo nível de complexidade, marcado pelo amarelo-escuro.

Nesse nível, os alunos reconhecem, por exemplo, a ordem em que os fatos são narrados.

vermelho acima de 200 pontos

A partir de 200 pontos, os alunos agregam a essa competência mais duas habilidades: o reconhecimento

da solução de conflitos e do tempo em que os fatos ocorrem. Nessa última habilidade, isso pode ocorrer

sem que haja marcas explícitas, ou seja, pode ser necessário fazer uma inferência. A faixa vermelha

indica o desenvolvimento das habilidades envolvidas nesta competência.

ESTABELECE RELAÇÕES ENTRE TEXTOS0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

Esta competência diz respeito ao estabelecimento de relações intertextuais, as quais podem ocorrer

dentro de um texto ou entre textos diferentes. É importante lembrar, também, que a intertextualidade é

um fator importante para o estabelecimento dos tipos e dos gêneros, na medida em que os relaciona

e os distingue. As habilidades envolvidas nessa competência começam a ser desenvolvidas em níveis

mais altos da escala de Proficiência, revelando, portanto, tratar-se de habilidades mais complexas, que

exigem do leitor uma maior experiência de leitura.

branco 0 a 225 pontos

Os alunos cuja proficiência se encontra na faixa branco, de 0 a 225 pontos, ainda não desenvolveram as

habilidades relacionadas a esta competência.

amarelo-claro 225 a 275 pontos

Os alunos que se encontram entre 225 e 275 pontos na escala, marcado pelo amarelo-claro, começam a

desenvolver as habilidades desta competência. Esses alunos reconhecem diferenças e semelhanças no

tratamento dado ao mesmo tema em textos distintos, além de identificar um tema comum na comparação

entre diferentes textos informativos.

amarelo-escuro 275 a 325 pontos

O amarelo-escuro, 275 a 325 pontos, indica que os alunos, com uma proficiência que se encontra neste

intervalo, já conseguem realizar tarefas mais complexas ao comparar textos, como, reconhecer, na

comparação entre textos, posições contrárias acerca de um determinado assunto.

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34 SPAECE 2012

vermelho acima de 325 pontos

A partir de 325 pontos, temos o vermelho que indica o desenvolvimento das habilidades relacionadas

a esta competência. Os alunos que ultrapassam esse nível na Escala de Proficiência são considerados

leitores proficientes.

DISTINGUE POSICIONAMENTOS0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

Distinguir posicionamentos está diretamente associado a uma relação mais dinâmica entre o leitor e

o texto.

branco 0 a 200 pontos

Os alunos cuja proficiência se encontra na faixa branco, de 0 a 200 pontos, ainda não desenvolveram as

habilidades relacionadas a esta competência.

amarelo-claro 200 a 225 pontos

Esta competência começa a se desenvolver entre 200 e 225 pontos na Escala de Proficiência. Os alunos

que se encontram no nível indicado pelo amarelo-claro distinguem, por exemplo, fato de opinião em um

texto narrativo.

amarelo-escuro 225 a 275 pontos

No amarelo-escuro, de 225 a 275 pontos, encontram-se os alunos que já se relacionam com o texto de

modo mais avançado. Neste nível de proficiência, encontram-se as habilidades de identificar trechos de

textos em que está expressa uma opinião e a tese de um texto.

laranja-claro 275 a 325 pontos

O laranja-claro, 275 a 325 pontos, indica uma nova gradação de complexidade das habilidades

associadas a esta competência. Os alunos cujo desempenho se localiza neste intervalo da Escala de

Proficiência conseguem reconhecer, na comparação entre textos, posições contrárias acerca de um

determinado assunto.

vermelho acima de 325 pontos

O vermelho, acima do nível 325, indica o desenvolvimento das habilidades envolvidas nesta competência.

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Boletim Pedagógico 35

IDENTIFICA MARCAS LINGUÍSTICAS0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

Esta competência relaciona-se ao reconhecimento de que a língua não é imutável e faz parte do

patrimônio social e cultural de uma sociedade. Assim, identificar marcas linguísticas significa reconhecer

as variações que uma língua apresenta, de acordo com as condições sociais, culturais, regionais e

históricas em que é utilizada. Esta competência envolve as habilidades de reconhecer, por exemplo,

marcas de coloquialidade ou formalidade de uma forma linguística e identificar o locutor ou interlocutor

por meio de marcas linguísticas.

branco 0 a 125 pontos

Os alunos cuja proficiência se encontra na faixa branco, de 0 a 125 pontos, ainda não desenvolveram as

habilidades relacionadas a esta competência.

amarelo-claro 125 a 175 pontos

Os alunos que se encontram no intervalo amarelo-claro, de 125 a 175 pontos na escala, começam a

desenvolver esta competência ao reconhecer expressões próprias da oralidade.

amarelo-escuro 175 a 225 pontos

No intervalo de 175 a 225, amarelo-escuro, os alunos já conseguem identificar marcas linguísticas que

diferenciam o estilo de linguagem em textos de gêneros distintos.

laranja-claro 225 a 275 pontos

No intervalo de 225 a 275, laranja-claro, os alunos apresentam a habilidade de reconhecer marcas de

formalidade ou de regionalismos e aquelas que evidenciam o locutor de um texto expositivo.

laranja-escuro 275 a 325 pontos

Os alunos que apresentam uma proficiência de 275 a 325 pontos, laranja-escuro, identificam marcas de

coloquialidade que evidenciam o locutor e o interlocutor, as quais são indicadas por expressões idiomáticas.

vermelho acima de 325 pontos

A faixa vermelha, a partir do nível 325 da Escala de Proficiência, indica o desenvolvimento das habilidades

associadas a essa competência. O desenvolvimento dessas habilidades é muito importante, pois implica

a capacidade de realizar uma reflexão metalinguística.

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36 SPAECE 2012

Além disso, as competências e habilidades agrupadas nos padrões não esgotam tudo aquilo que os alunos

desenvolveram e são capazes de fazer, uma vez que as habilidades avaliadas são aquelas consideradas essenciais

em cada etapa de escolarização e possíveis de serem avaliadas num teste de múltipla escolha. Cabe aos

docentes, através de instrumentos de observação e registro utilizados em sua prática cotidiana, identificarem outras

características apresentadas por seus alunos que não são contempladas pelos padrões. Isso porque, a despeito dos

traços comuns a alunos que se encontram em um mesmo intervalo de proficiência, existem diferenças individuais

que precisam ser consideradas para a reorientação da prática pedagógica.

*O percentual de respostas em branco e nulas não foi contemplado na análise.

AdequadoIntermediárioCríticoMuito crítico

PADRÕES DE DESEMPENHO ESTUDANTIL

Os Padrões de Desempenho são categorias

definidas a partir de cortes numéricos que agrupam

os níveis da Escala de Proficiência, com base nas

metas educacionais estabelecidas pelo SPAECE.

Esses cortes dão origem a quatro Padrões de

Desempenho – Muito crítico, Crítico, Intermediário

e Adequado –, os quais apresentam o perfil de

desempenho dos alunos.

Desta forma, alunos que se encontram em um

Padrão de Desempenho abaixo do esperado para

sua etapa de escolaridade precisam ser foco de

ações pedagógicas mais especializadas, de modo

a garantir o desenvolvimento das habilidades

necessárias ao sucesso escolar, evitando, assim, a

repetência e a evasão.

Por outro lado, estar no padrão mais elevado

indica o caminho para o êxito e a qualidade da

aprendizagem dos alunos. Contudo, é preciso

salientar que mesmo os alunos posicionados no

padrão mais elevado precisam de atenção, pois é

necessário estimulá-los para que progridam cada

vez mais.

São apresentados, a seguir, exemplos de itens*

característicos de cada padrão.

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0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

Boletim Pedagógico 37

até 200 pontos

MUITO CRÍTICO

Neste Padrão de Desempenho, os alunos se limitam a realizar operações básicas de leitura, interagindo

apenas com textos do cotidiano, de estrutura simples e de temáticas que lhes são familiares.

Eles localizam informações explícitas. Além disso, realizam inferências de informações, de efeito de

sentido de palavra ou expressão, de efeito do emprego de pontuação e de efeitos de humor. Identificam,

também, a finalidade desses textos.

Quanto aos textos de estrutura narrativa, identificam personagem, cenário e tempo.

Na apropriação de elementos que estruturam o texto, manifestam-se operações de retomada de

informações, por meio de pronomes pessoais retos, por substituição lexical e por reconhecimento de

relações lógico-discursivas no texto, marcadas por advérbios e locuções adverbiais e por marcadores

de causa e consequência.

No campo da variação linguística, eles reconhecem expressões representativas da linguagem coloquial.

Considerando as habilidades descritas, constata-se que esses alunos, após nove anos de escolaridade,

apresentam lacunas no processo de desenvolvimento da competência leitora.

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Esse item avalia a habilidade de interpretar

texto que utiliza linguagem mista, ou seja, que

utiliza linguagem verbal e linguagem não verbal.

O desenvolvimento dessa habilidade é muito

importante, principalmente, em uma época em

que os recursos multissemióticos têm sido tão

explorados pelas TICs (Tecnologias da Informação e

Comunicação). A realização dessa tarefa pressupõe

a capacidade de ler textos não lineares e a

conjugação dos elementos verbais e não verbais.

Para avaliar essa habilidade, foi utilizada uma

tirinha, gênero textual recorrente nos diversos

livros didáticos, podendo, portanto, ser

considerado familiar aos alunos que se encontram

no final dessa etapa de escolarização.

Os alunos que escolheram a alternativa A, o

gabarito, revelaram já ter desenvolvido a habilidade

avaliada pelo item, pois conseguiram perceber,

pela expressão facial e corporal do menino, que

ele estava assustado com a possibilidade de o pai

cair no abismo

Os alunos que marcaram as alternativas B, C e D

ainda não desenvolveram a habilidade avaliada

pelo item, o que não seria esperado por alunos ao

final do Ensino Fundamental.

Aqueles alunos que optaram pelas alternativas

B e C podem ter se focado no fato do menino

ter levado uma “bronca", chegando, contudo, a

conclusões diferentes.

Já os alunos que assinalaram a alternativa D,

possivelmente, se detiveram na cena apresentada

no primeiro quadrinho.

38 SPAECE 2012

Leia o texto abaixo.

AI! CREDO, MUTUM, MEU FILHO!COMO PODE SER TÃO DISTRAÍDO

E NÃO VER O QUE ESTÁ BEMÀ FRENTE DO SEU NARIZ?

NÃO SEI A QUEMVOCÊ PUXOU, VIU?

Disponível em: <http://universomutum.blogspot.com/html>. Acesso em: 20 jun. 2009. (P050409A9_SUP)

(P050409A9) A expressão do menino, no último quadrinho, indica que ele estáA) assustado, porque o pai ia cair no precipício. B) chateado, porque o pai chamou a sua atenção. C) preocupado com o que o pai lhe disse. D) sentindo dor por causa da batida forte.

86+14percentual de acerto

85,9%

A B C D

85,9% 4,5% 4,7% 4,5%

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0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

Boletim Pedagógico 39

de 200 a 250 pontos

CRÍTICO

Os alunos cujas médias de proficiência estão situadas neste Padrão de Desempenho ampliam suas

habilidades de leitura, sendo capazes de interagir com textos de temática menos familiar e de estrutura

um pouco mais complexa.

No que diz respeito à percepção de posicionamentos no texto, esses alunos conseguem distinguir fato

de opinião e identificar a tese e os argumentos que a defendem.

Na apropriação de elementos que estruturam o texto, manifestam-se operações de retomada de

informações por meio de pronomes pessoais e, também, de indefinidos, por substituição lexical e por

reconhecimento de relações lógico-discursivas no texto, marcadas por advérbios e locuções adverbiais

e por marcadores de causa e consequência.

No que diz respeito ao tratamento das informações globais, esses alunos inferem o assunto de textos

de temática do cotidiano.

Revelam a capacidade de selecionar informações do texto, distinguindo a principal das secundárias.

No campo da variação linguística, identificam interlocutores por meio das marcas linguísticas.

Com relação às operações inferenciais, eles depreendem informações implícitas, o sentido de palavras

ou expressões, o efeito do uso pontuação e de situações de humor. Além disso, reconhecem o efeito de

sentido de notações em um texto de linguagem mista.

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Leia o texto abaixo.

5

10

15

20

Caso de recenseamento

O agente do recenseamento vai bater na casa de subúrbio longínquo, aonde nunca chegam as notícias.

– Não quero comprar nada.– Eu não vim vender, minha senhora. Estou fazendo o censo da população e lhe peço o

favor de me ajudar.– Ah moço, não estou em condições de ajudar ninguém. Tomara eu que Deus me ajude.

Com licença, sim?E fecha-lhe a porta.Ele bate de novo.– O senhor, outra vez?! Não lhe disse que não adianta pedir auxílio?– A senhora não me entendeu bem, desculpe. Desejo que me auxilie mas é a encher esse

papel. Não vai pagar nada, não vou tomar nada. Basta responder a umas perguntinhas.– Não vou responder a perguntinha nenhuma, estou muito ocupada, até logo!A porta é fechada de novo, de novo o agente obstinado tenta restabelecer o diálogo.– Sabe de uma coisa? Dê o fora depressa antes que eu chame meu marido!– Chame sim, minha senhora, eu me explico com ele.(Só Deus sabe o que irá acontecer. Mas o rapaz tem uma ideia na cabeça: é preciso preencher

o questionário, é preciso preencher o questionário, é preciso preencher o questionário).– Que é que há? – resmunga o marido, sonolento, descalço e sem camisa, puxado pela mulher.– É esse camelô aí que não quer deixar a gente sossegada!– Não sou camelô, meu amigo, sou agente do censo...– Agente coisa nenhuma, eles inventam uma besteira qualquer, depois empurram a

mercadoria! A gente não pode comprar mais nada este mês, Ediraldo! [...]ANDRADE, Carlos Drummond. Caso de recenseamento. In: Para gostar de ler. v. 2. Crônicas. São Paulo: Ática, 1995. p. 30-31. (P090022B1_SUP)

(P090023B1) Ao final desse texto, percebe-se que a dona da casaA) desconhecia o que era censo.B) detestava ver estranhos à porta.C) evitava receber visitar conhecidas.D) tinha muito medo do marido.

40 SPAECE 2012

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Esse item avalia a habilidade de inferir uma

informação. Avalia-se, assim, se os alunos

conseguem partir da articulação das proposições

explícitas e do conhecimento de mundo para

chegar a outra informação. Essa habilidade

associa-se aos procedimentos cognitivos de

alto nível.

Para avaliar essa habilidade, foi utilizada uma

crônica, do autor modernista Carlos Drummond de

Andrade, na qual é relatada a dificuldade de um

recenseador em preencher o questionário sobre o

censo da população. A dona de casa que recebe

o agente acredita tratar-se de um vendedor que,

ao final do questionário, irá lhe empurrar alguma

mercadoria e, em função disso, recusa-se a ouvi-lo.

Na verdade, naquele lugar, um subúrbio longínquo,

as notícias não chegavam e a mulher nem sabia o

significado de recenseamento.

Os alunos que optaram pela alternativa A

(gabarito) já desenvolveram a habilidade avaliada,

pois conseguiram seguir pistas como o fato de

o narrador caracterizar o bairro onde a mulher

morava como sendo tão distante “aonde nunca

chegam notícias”, as atitudes da mulher ao longo

do texto e sua fala final.

Os alunos que marcaram as alternativas B e C

parecem ter considerado a atitude da mulher de

se recusar a atender o homem, batendo a porta

diante da insistência, chegando, no entanto, a

conclusões distintas.

Os alunos que assinalaram a alternativa D,

possivelmente, se apoiaram no fato de a mulher

chamar o marido para atender o homem. No

entanto, essa é uma inferência equivocada.

68+32percentual de acerto

68,2%

A B C D

68,2% 14,6% 7,15 9,7%

Boletim Pedagógico 41

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0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

42 SPAECE 2012

de 250 a 300 pontos

INTERMEDIÁRIO

As habilidades características deste Padrão de Desempenho revelam um avanço no desenvolvimento

da competência leitora, pois os alunos demonstram ser capazes de realizar inferência de sentido de

palavras/expressões em textos literários em prosa e verso, interpretar textos de linguagem mista,

reconhecer o efeito de sentido do uso de recursos estilísticos e de ironia e identificar o valor semântico

de expressões adverbiais pouco usuais.

No campo da variação linguística, reconhecem expressões de linguagem informal e marcas de

regionalismo, além de reconhecerem a gíria como traço de informalidade.

Quanto ao tratamento das informações globais do texto, distinguem a informação principal das

secundárias e identificam gêneros textuais diversos.

No que concerne à estrutura textual, reconhecem relações lógico-discursivas expressas por advérbios,

locuções adverbiais e conjunções. Na realização de atividades de retomada por meio do uso de

pronomes, esses alunos conseguem recuperar informações por meio do uso de pronomes relativos.

Eles demonstram, ainda, a capacidade de localizar informações em textos expositivos e argumentativos,

além de identificar a tese de um artigo de opinião e reconhecer a adequação vocabular como

estratégia argumentativa.

Neste padrão, os alunos demonstram, portanto, uma maior familiaridade com textos de diferentes

gêneros e tipologias.

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Leia o texto abaixo.

5

10

Cegonha “míope” vê cara-metade e choca-se com painel publicitário

Da AFPEm Varsóvia (Polônia)Uma cegonha “míope”, que parecia estar desesperadamente à procura de um

companheiro, chocou-se em pleno voo com um grande painel publicitário onde figurava outra cegonha, ferindo levemente uma das asas, informou nesta quinta-feira o jornal polonês Zycie.

A ave voava majestosamente pelo céu da periferia de Varsóvia, quando acreditou avistar sua “cara-metade” pousada no painel. Mas a realidade era outra...

Um pouco tonta devido ao golpe, a cegonha levantou-se, começou a andar e acabou entrando em uma loja de roupas.

Os funcionários, impressionados, chamaram a guarda municipal, que levou a solitária e romântica ave para o jardim zoológico da capital polonesa.

Disponível em: <http://www.uol.com.br/bichos/notícias/atp>. Acesso em: 1 jan. 2011. (P050341ES_SUP)

(P050344ES) Qual é o assunto desse texto? A) O voo majestoso de uma ave.B) O acidente com uma cegonha. C) A publicidade nas grandes cidades.D) A procura de um amor.

Boletim Pedagógico 43

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Esse item avalia a habilidade de identificar o tema

de um texto. Isso pressupõe a capacidade de

articular as informações apresentadas e realizar

uma síntese do assunto abordado.

A identificação do tema/assunto de um texto pode

apresentar vários níveis de complexidade os quais

se relacionam, por exemplo, com a familiaridade

com o tema e a linguagem utilizada no texto, além

da complexidade das estruturas que o compõem,

isto é, se as frases são curtas ou não, se há o

predomínio de coordenação ou subordinação.

Nesse caso, o texto utilizado como suporte para

aferição dessa habilidade é uma notícia, com

temática e linguagem que podem ser consideradas

simples para os alunos que foram avaliados.

Os alunos que marcaram a alternativa A se detiveram

na informação que inicia o segundo parágrafo,

contribuindo para o desenvolvimento do texto, mas

que não pode ser tomada como sendo o seu tema.

Os alunos que optaram pela alternativa B, o

gabarito, conseguiram articular as partes do texto

e chegar ao tema, “O acidente com uma cegonha”,

o qual já é anunciado no título da notícia.

Aqueles alunos que escolheram a alternativa

C parecem ter se detido no trecho “painel

publicitário”. Essa escolha sugere leitores ainda

pouco maduros, pois essa é a informação relativa

ao local em que a cegonha se chocou.

Já os alunos que assinalaram a alternativa D,

possivelmente, focaram sua leitura na informação

relativa ao fato de a cegonha ter visto sua “cara-

metade”, realizando uma inferência equivocada e

que não se constitui como o assunto da notícia.

35+65percentual de acerto

34,9%

A B C D

12,4% 34,9% 9,2% 43,1%

44 SPAECE 2012

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0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

Boletim Pedagógico 45

acima de 300 pontos

ADEQUADO

A análise das habilidades encontradas neste padrão permite afirmar que os alunos que nele se encontram

são capazes de interagir com textos de tema e vocabulário complexos e não familiares.

Os alunos reconhecem os efeitos de sentido do uso de recursos morfossintáticos diversos, de notações,

de repetições, de escolha lexical, em gêneros de várias naturezas e temáticas, ou seja, demonstram

maior conhecimento linguístico associado aos aspectos discursivos dos textos.

Eles realizam, ainda, operações de retomadas com alta complexidade (usando pronomes demonstrativos

e indefinidos, retos, incluindo também elipses).

São capazes de analisar, com profundidade, uma maior gama de textos argumentativos, narrativos,

expositivos, instrucionais e de relato, observando diversas categorias ainda não atingidas anteriormente,

tanto no interior do texto quanto na comparação entre eles. Na comparação, inferem diferentes

posicionamentos em relação ao mesmo assunto em textos de tipologias diferentes.

No tocante à análise de textos que conjugam diversas tipologias, são capazes de identificá-las e analisá-

las, reconhecendo seus objetivos separada ou conjuntamente. Analisam gêneros textuais híbridos,

considerando as condições de produção e os efeitos de sentido pretendidos.

Em textos literários complexos, inferem o significado da metáfora e o efeito de sentido pretendido com

seu uso.

Assim, os alunos que se posicionam acima de 300 pontos na Escala de Proficiência podem ser

considerados leitores proficientes, ou seja, são leitores que conseguem selecionar informações, levantar

hipóteses, realizar inferências, autorregular sua leitura, corrigindo sua trajetória de leitura quando suas

hipóteses não são confirmadas pelo texto.

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Leia o texto abaixo.

Vulcões

Quando um vulcão entra em erupção, dele sai um material derretido de cor avermelhada. Mas como é que pinta a lava?

A lava vem do magma, que por sua vez vem daquela camada da Terra chamada manto. [...]No manto, o magma encontra-se em altíssimas temperaturas... O magma contém muitos

gases e tem pouca mobilidade. A consistência dele é igual a de um brigadeiro. Quando o magma atinge a superfície, já está mais fluido, que nem um doce de leite que acaba de sair do fogo. Na superfície, os gases do magma escapam para a atmosfera. Podemos dizer então que a lava é o magma sem os gases e sob a pressão do ar atmosférico.

C.H.C. n. 23, SBPC, ago./set. 1991. Fragmento. (P060055B1_SUP)

(P060056B1) No trecho “... como é que pinta a lava?”, a palavra destacada significa A) aparece.B) colore.C) derrete. D) pressiona.

Este item avalia a habilidade dos alunos em

perceber o sentido de uma palavra ou expressão

no contexto em que foi empregada. Realizar

inferências pressupõe um leitor mais hábil, que

consegue perceber outras informações que não

apenas as que se encontram na superfície textual e

decodificá-las. Para desenvolver bem essa tarefa,

eles devem relacionar as estruturas textuais aos

seus conhecimentos adquiridos.

No texto deste item, “Vulcões”, fragmento de uma

reportagem publicada na revista Ciência Hoje das

Crianças, analisa-se o que vem a ser a lava: sua

origem, composição e aparência. Essa análise se

inicia com a informação de que a lava sai do vulcão

quando ele entra em erupção.

Os alunos que optaram pela alternativa A

(gabarito) já desenvolveram a habilidade avaliada,

pois reconheceram que o termo pintar tem o

mesmo sentido de aparecer, surgir, sair, facilmente

depreendido pela oração “dele (vulcão) sai um

material derretido de cor avermelhada”.

Os alunos que marcaram a alternativa B tomaram

a palavra em seu sentido mais literal, revelando a

desconsideração do contexto da palavra colocada

em destaque no comando.

Os alunos que escolheram a alternativa C podem

ter se apoiado no trecho “dele sai um material

derretido”. Essa escolha, no entanto, indica

que esses alunos ainda não desenvolveram a

habilidade avaliada.

Aqueles alunos que assinalaram a alternativa D,

possivelmente, consideraram a última oração do

texto, “a lava é o magma sem os gases e sob a

pressão atmosférica”.

36+64percentual de acerto

35,8%

A B C D

35,8% 40,1% 18,5% 5,3%

46 SPAECE 2012

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Boletim Pedagógico 47

Os resultados desta escola no SPAECE 2012 são apresentados sob seis aspectos, sendo que quatro deles estão

impressos neste boletim. Os outros dois, que se referem aos resultados do percentual de acerto no teste, estão

disponíveis no Portal da Avaliação, pelo endereço eletrônico www.spaece.caedufjf.net. O acesso aos resultados no

Portal da Avaliação é realizado mediante senha enviada ao gestor da escola.

OS RESULTADOS DESTA ESCOLA

3

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48 SPAECE 2012

RESULTADOS DISPONÍVEIS NO PORTAL DA AVALIAÇÃO

• Percentual de acerto por descritor:

Apresenta o percentual de acerto no teste para cada uma das habilidades avaliadas.

Esses resultados são apresentados por CREDE/município, escola, turma e aluno.

• Resultados por aluno:

É possível ter acesso ao resultado de cada aluno na avaliação, sendo informado o Padrão

de Desempenho alcançado e quais habilidades ele possui desenvolvidas em Língua

Portuguesa para o 9º ano do Ensino Fundamental. Essas são informações importantes para

o acompanhamento de seu desempenho escolar.

RESULTADOS IMPRESSOS NESTE BOLETIM

• Proficiência média

Apresenta a proficiência média desta escola. É possível comparar a proficiência com as

médias da rede de ensino e CREDE/município. O objetivo é proporcionar uma visão das

proficiências médias e posicionar sua escola em relação a essas médias.

• Participação

Informa o número estimado de alunos para a realização do teste e quantos, efetivamente,

participaram da avaliação por rede de ensino, CREDE/município e escola.

• Percentual de alunos por Padrão de Desempenho

Permite acompanhar o percentual de alunos distribuídos por Padrões de Desempenho na

avaliação realizada.

• Percentual de alunos por nível de proficiência e Padrão de Desempenho

Apresenta a distribuição dos alunos ao longo dos intervalos de proficiência da rede de ensino,

CREDE/município e escola. Os gráficos permitem identificar o percentual de alunos para cada

nível de proficiência em cada um dos Padrões de Desempenho. Isso será fundamental para

planejar intervenções pedagógicas, voltadas à melhoria do processo de ensino e à promoção da

equidade escolar.

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Boletim Pedagógico 49

4

O artigo a seguir apresenta uma sugestão para o trabalho de uma habilidade em sala de aula. A proposta é que o

caminho percorrido nessa análise seja aplicado para outras habilidades. Com isso, é possível adaptar as estratégias

de intervenção pedagógica ao contexto escolar no qual atua para promover uma ação focada nas necessidades

dos alunos.

DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES

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50 SPAECE 2012

"podemos dizer que

um texto apresenta

problemas de

coerência e coesão

na medida em que

seus significados e

marcas formais não

estão colaborando

para construir um todo

integrado em torno de

uma ideia."

COERÊNCIA E COESÃO ASPECTOS ESSENCIAIS DO TEXTO

No universo da Linguística Textual, a coerência e a coesão, junto com

as outras cinco propriedades da textualidade – a intencionalidade,

a aceitabilidade, a situacionalidade, a informatividade e a

intertextualidade –, são consideradas princípios de interpretabilidade

dos textos. São fatores que, como afirmam os autores especializados

no assunto, fazem com que um texto não seja um mero conjunto de

frases, mas sim uma unidade semântica.

No que diz respeito especificamente à coerência e à coesão, essa

unidade semântica está diretamente relacionada à integração

entre, de um lado, as partes que formam um texto e, de outro,

o seu significado central. Assim, podemos dizer que um texto

apresenta problemas de coerência e coesão na medida em que

seus significados e marcas formais não estão colaborando para

construir um todo integrado em torno de uma ideia. Analogamente,

os problemas de leitura e de processamento de textos também

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Boletim Pedagógico 51

"pode-se concluir

que pensar a

estrutura da língua

é também pensar

o seu significado,

pois a estrutura é

um elemento que

auxilia na construção

das informações

desejadas."

podem estar relacionados à dificuldade do leitor em fazer essa

integração parte-todo, ou seja, de reconhecer se e como as

partes de determinado texto estão integrando-se e contribuindo

apropriadamente para os objetivos do texto.

Na discussão acerca do ensino da coerência e da coesão textual,

podemos enumerar algumas causas para os problemas de baixo

desempenho dos alunos nas atividades que requerem habilidades

e competências nesse campo. Esses problemas relacionam-se,

principalmente, ao entendimento dos conceitos de coesão e de

coerência dentro de uma reflexão mais ampla sobre a estrutura da

língua e também sobre o seu ensino.

Para começar, na didática do português como língua materna, os

fenômenos e aspectos textuais estão vinculados exclusivamente

à atividade de produção textual, e não se pensa nesses conceitos

em termos de ensino de leitura. Com isso, ignora-se, como foi dito

anteriormente, que a coerência e a coesão, como aspectos da

textualidade, são princípios de interpretabilidade textual, e que essa

propriedade as relaciona diretamente à qualidade do processamento

do texto.

Outra razão é que, muito embora o ensino dos aspectos da coesão

textual seja recomendado a partir do 7º ano do Ensino Fundamental,

o entendimento da coerência textual só vem a ser sistematicamente

discutido no Ensino Médio, mesmo assim sem relação direta com

a coesão. Esse fator não permite a observação da coesão textual

como um auxiliar da coerência, dificultando, com isso, que os alunos

possam compreender que a estrutura dos textos contribui para a

integração dos significados que eles veiculam.

Além disso, embora os estudos sobre coerência digam respeito

aos quatro fatores (denominados metarregras) relacionados à

organização textual – a continuidade, a progressão, a relação e a

não-contradição –, a quase totalidade das reflexões sobre coerência

nos materiais didáticos focaliza apenas a não-contradição, que se

relaciona não com a estrutura dos textos, mas com a fidelidade

do texto à realidade que ele pretende descrever. As relações de

manutenção e desenvolvimento de ideias dentro dos textos, que

são propriedades manifestadas pelos elementos coesivos, não

são exploradas.

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52 SPAECE 2012

Sabemos, ainda, que é possível associar os processos de articulação

textual a fenômenos estruturais que estão presentes em outros níveis

de análise linguística. Quanto ao léxico, não podemos combinar

quaisquer tipos de palavras sem observar os significados que elas

veiculam: por exemplo, embora se diga frequentemente que um cão

é fiel, não se diz que um cão é honesto, porque, embora a fidelidade

seja uma qualidade atribuível a certos animais, o mesmo não se pode

dizer da honestidade. E, quanto à sintaxe, mais especificamente no

período composto, as orações, assim como os textos, articulam-se

para constituir uma unidade de nível maior, e cada oração seleciona

os significados possíveis para as outras orações às quais ela pode se

articular. Contudo, essa associação de ideias presente no léxico, na

sintaxe e no texto, cujo ensino poderia facilitar o entendimento mais

amplo da coerência e da coesão textual, nem sempre é discutida

pela didática de língua materna.

Pelo que foi dito acima, pode-se concluir que pensar a estrutura

da língua é também pensar o seu significado, pois a estrutura é um

elemento que auxilia na construção das informações desejadas.

Entretanto, muitas vezes não há a preocupação em desenvolver

um ensino baseado na compreensão estrutural sobre a língua

e no fato de que, ao estruturarmos palavras, orações, textos,

estamos organizando significados que se integram com o auxílio de

marcas gramaticais.

Para reverter esse estado de coisas, é necessário desenvolver

atividades que ajudem os alunos a assimilar duas propriedades

importantes, relacionadas à competência linguística e às habilidades

no trato com a estrutura da língua e a compreensão dos textos: a

primeira, relacionada aos saberes sobre a língua, diz respeito aos

alunos habituarem-se a realizar reflexões estruturais sobre os fatores

importantes na compreensão dos textos e na produção de materiais

textuais de qualidade. A segunda, intimamente integrada à primeira, e

relacionada à prática com os usos da língua, diz respeito à autonomia

do aluno na confecção, bem como na leitura, de textos de diversas

naturezas. É importante termos em mente que, ao terem consciência

das suas ações linguísticas, seja no momento de realizarem atividades

escolares, seja no momento de eles mesmos construírem e lerem

textos, os alunos realizarão suas ações linguísticas com mais qualidade

e mais independência. Através do trabalho com a coerência e a coesão

textual, é possível ajudá-los a conquistarem essa independência.

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Boletim Pedagógico 53

O desenvolvimento de habilidades na sala de aula

Um dos aspectos importantes do ensino do texto diz respeito à forma

como as suas partes integram-se para constituir um todo. No caso

do texto dissertativo-argumentativo, essa afirmação relaciona-se a

como os argumentos ajustam-se entre si para construir, na mente

do leitor, uma visão geral da ideia que o texto deseja apresentar ou

defender. Mas a via contrária, a do todo para as partes, também deve

ser observada, porque, a partir da detecção da tese de um texto,

pode-se também investigar como o seu autor foi mais ou menos

bem-sucedido em levantar e articular os argumentos necessários

para conferir coerência e credibilidade às suas ideias. Porém,

devemos lembrar que não se pode falar em coerência e organização

de significados nos textos sem discutir coesão textual. Por isso, o

trabalho de leitura cuidadosa de um texto inclui verificar se os

elementos coesivos que auxiliam na sua continuidade e progressão

foram bem empregados e contribuem para a clareza das ideias

apresentadas pelo redator e para a configuração dos alicerces que

sustentam a tese do texto.

As questões postas acima dizem respeito a três importantes

habilidades relacionadas entre si, e também à construção da

coerência e da coesão textual, por isso elas estão incluídas entre

os descritores de avaliação do desempenho em processamento de

texto dos alunos do Ensino Fundamental. Esses descritores são os

seguintes: identificar a tese de um texto; estabelecer relação entre

a tese e os argumentos oferecidos para sustentá-la; estabelecer

relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por

conjunções, advérbios etc.

Identificar a tese de um texto é uma habilidade relacionada à leitura

de textos dissertativo-argumentativos, baseados em uma opinião

ou ideia definida e específica. Essa ideia deverá ser fundamentada

com argumentos suficientes para que, se não puder persuadir,

pelo menos produza no leitor a impressão de que o que está dito é

plausível. Observe-se que identificar uma tese é diferente de recortar

o tema do texto: tema é o campo de conhecimento ou informação

em que o texto se encaixa; tese é uma proposição específica, muitas

vezes pessoal, que tem o propósito de convencimento, por isso é

que necessita de argumentos para cumprir o seu objetivo.

"Um dos aspectos

importantes do ensino

do texto diz respeito

à forma como as suas

partes integram-se para

constituir um todo."

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54 SPAECE 2012

"estabelecer a relação

entre a tese e os

argumentos oferecidos

para sustentá-la

é uma habilidade

fundamental na leitura

bem-sucedida de

textos dissertativo-

argumentativos"

Portanto, pelo que foi dito, estabelecer a relação entre a tese

e os argumentos oferecidos para sustentá-la é uma habilidade

fundamental na leitura bem-sucedida de textos dissertativo-

argumentativos, já que os argumentos é que vão reforçar

o entendimento da ideia do autor e auxiliarão na maior

probabilidade de persuasão do que ele deseja comunicar com

o seu texto. Por esse motivo, durante a leitura, dois fatores são

importantes na formulação dessas relações: o reconhecimento da

articulação dos argumentos entre si, para se compreender, sem

contradições ou ambiguidades, qual é a opinião que o autor do

texto deseja comunicar; e o estabelecimento, na mente, de uma

relação pertinente entre os argumentos e a tese central, para que

os motivos da tese possam ser claramente identificados.

Note-se, então, como uma boa relação partes-todo e todo-partes

precisa ser observada durante toda a leitura do texto dissertativo-

argumentativo. Esse cuidado é bastante facilitado com o

desenvolvimento da última habilidade citada: estabelecer relações

lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por conjunções,

advérbios etc.

No que tange especificamente ao texto dissertativo-argumentativo

na modalidade escrita, relações lógico-discursivas como causa-

consequência, premissa-conclusão, contraste, meio-fim, afirmação-

justificativa, entre outras, podem e devem vir marcadas pelos

elementos gramaticais de que a língua dispõe, para que os

argumentos do texto, bem como a sua tese central, possam

ter qualidade e clareza, podendo, assim, ser inequivocamente

identificadas. O aprimoramento da capacidade de detectar essas

relações diz respeito à habilidade de recuperar congruentemente

os significados no texto com o apoio das formas gramaticais usadas

para explicitá-los.

No processo didático, o aprendizado e o desenvolvimento dessas

habilidades podem ser estimulados já no estudo dos períodos

compostos por subordinação e coordenação, cujo ensino pode

revelar aos aprendizes as relações lógicas que já devem existir

entre as orações que os formam, e que podem ser encontradas na

produção de porções textuais maiores, ao lado de outras relações,

como formulação geral/formulação específica, exemplificação,

enumeração etc.

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Boletim Pedagógico 55

Um método interessante que pode ser empregado na realização

desse trabalho se baseia na comparação entre estruturas bem

e mal formadas, tanto para períodos quanto para parágrafos, e

também para textos. A partir dessa comparação, os alunos poderão

desenvolver uma sensibilidade que lhes desperte a atenção, no

processo de leitura e também de produção textual, para a qualidade

das relações dispostas entre a tese do texto, os argumentos

escolhidos para fundamentá-la e o material gramatical que explicita

essa organização.

Observe-se o exemplo abaixo, que não é extenso, mas ajuda a

demonstrar a relação tese-argumentos:

Como vários estudos nos comprovam, o clima está sofrendo grande

agressão e a poluição cada vez mais notória, sabemos que a energia

nuclear contribui meritoriamente com esses aspectos, logo, uma fonte

que traz esses benefícios cairia muito bem nos dias de hoje.

O trecho acima apresenta problemas interessantes de conteúdo e

forma linguística. Enumeremos alguns deles:

1. Inadequação de palavra: “meritoriamente”, um advérbio de

significado positivo, elogioso, que está sendo usado para

descrever uma situação negativa, enfraquecendo com isso o

argumento do autor.

2. Apresentação deficiente da tese central – uma fonte que traz

esses benefícios cairia muito bem nos dias de hoje: em nenhuma

parte do trecho foi mostrado qualquer benefício que a energia

nuclear pudesse oferecer à sociedade, portanto podemos

apenas intuir qual é a ideia que o autor deseja defender;

3. Má escolha de argumentos, que acabam por evidenciar que a

energia nuclear prejudica o clima, em vez de apoiar a suposta

tese do autor.

4. Inadequação do conectivo logo, que prevê uma conclusão a

partir de uma premissa inexistente.

5. Uso de termo coloquial, inadequado num texto em norma

padrão: “cairia muito bem”.

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56 SPAECE 2012

"O estudo da coerência

e da coesão como

fatores importantes

na interpretabilidade

textual precisa focalizar

os dois elementos

fundamentais para

o processo que

envolve os textos: o

material produzido e a

pessoa que o lê e/ou

o escreve"

6. Problemas de pontuação que emergem como efeito da má

seleção e organização das ideias e palavras.

O trabalho de detecção desses problemas pode partir da

comparação entre o trecho acima e outro semelhante, mas bem

formado: “Como vários estudos nos comprovam, o clima está

sofrendo grande agressão, e a poluição é cada vez maior. Sabemos

que a energia nuclear contribui para minimizar essa agressão; logo,

essa fonte de energia, que traz benefícios climáticos, seria muito

bem aceita nos dias de hoje”. Professor e alunos podem juntos

enumerar e comentar as diferenças que puderem ser identificadas,

sempre pondo em evidência as relações parte-todo entre as ideias

e as marcas gramaticais que as explicitam.

Propostas de atividades

O estudo da coerência e da coesão como fatores importantes

na interpretabilidade textual precisa focalizar os dois elementos

fundamentais para o processo que envolve os textos: o material

produzido e a pessoa que o lê e/ou o escreve . Da perspectiva do

material produzido, é preciso observar se as informações estão

organizadas de modo a constituir um todo integrado e significativo,

que possa revelar um projeto bem-sucedido de escrita. Da

perspectiva da pessoa que lê, é necessário verificar se o leitor está

conseguindo entrever, a partir das ideias dispostas nos textos, essa

organização de ideias e a informação central cuja substância elas,

em conjunto, estão ajudando a configurar.

Em termos de aprendizado, é preciso observar essas duas

perspectivas quando se pretende desenvolver, junto aos

alunos, a capacidade de avaliar seus próprios textos e os que

são produzidos pelas outras pessoas. Para atender a essa

necessidade, é possível elaborar atividades que enfocam tanto

uma quanto outra perspectiva.

Pode-se começar esse trabalho a partir do estudo do período

composto, em que são identificadas relações de articulação de

ideias que são bastante semelhantes às encontradas nos textos. O

encaminhamento de reflexão e raciocínio sobre as relações lógico-

semânticas na organização dos períodos e também dos textos é

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Boletim Pedagógico 57

uma estratégia didática bastante eficiente, porque aproveita os

conhecimentos prévios já adquiridos em aulas e séries anteriores e

permite ao professor construir, junto com os alunos, generalizações

acerca da estrutura da língua.

Levando em conta a necessidade de conhecimentos prévios sobre

o período composto para a realização de atividades que abordam

as relações de forma-significado e parte-todo dos textos, no 8º ano

já é possível iniciar o trabalho de reconhecimento dessas relações

e refletir sobre o seu funcionamento nos períodos compostos por

subordinação/coordenação e também nos textos.

São apresentadas, a seguir, duas propostas de atividade que

focalizam, cada qual, uma das perspectivas de observação textual

apresentadas acima. Note-se que ambas apontam para ajudar o

aluno a habituar-se à observação estrutural da língua.

• 1

Da perspectiva do material produzido: neste caso, as atividades

de comparação entre estruturas bem e mal-formadas podem

despertar no aluno um senso avaliativo das estruturas textuais, e

também a percepção de como as ideias se articulam nos textos.

Uma sugestão é a de que ele escolha, entre duas construções, qual

é a errada (a) e qual é a certa (b), justificando sua opção. Os termos

dessa justificativa devem incluir as ideias que o trecho apresenta,

se elas se articulam pertinentemente, e se os conectivos estão

bem empregados. Observe-se o exemplo abaixo, que aborda

essas questões, que podem somar-se à discussão sobre norma

linguística e escrita:

1.1) (a) No Brasil existem os famosos clássicos regionais, onde os

clássicos cariocas e os paulistas são os mais famosos.

(b) No Brasil, existem os famosos clássicos regionais. Dentre

eles, os clássicos cariocas e os paulistas são os mais famosos.

1.2) (a) A famosa selva de concreto e cimento em que vivemos é

responsável por essa não apreciação, e assim não-preservação da

Natureza. Aos poucos, o homem foi substituindo, grosseiramente, a

natureza por outras coisas criadas por ele.

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58 SPAECE 2012

(b) Aos poucos, o homem foi substituindo, grosseiramente, a

natureza por outras coisas criadas por ele. Essa não apreciação,

não preservação da Natureza produziu as famosas selvas de

concreto e cimento em que vivemos.

Outra proposta interessante é a de avaliar trechos de textos que

tenham sido mal estruturados, com uma relação não pertinente

entre as ideias apresentadas, ou com ausência de um dos termos

da relação. Esse material precisa ser observado com método: o

professor deve encaminhar os alunos a identificar as ideias, identificar

quais tipos de problemas de articulação os trechos apresentam, e

observar os seus elementos coesivos (se houver) mal-empregados e

demais aspectos linguísticos problemáticos.

a) Trecho com problemas de articulação não pertinente entre

as ideias e conectivo mal-empregado (entre outras falhas):

Adquirimos as palavras naturalmente desde criança, porém,

muitas vezes essa diversidade é aprendida isenta de normas

gramaticais como concordância e regência, pode-se então

concluir que a escola serve como um grande opressor, impondo a

seus alunos um ensino "capenga", rejeitando qualquer outra forma

de conhecimento do aluno e o único modelo linguístico perfeito

para ela é aquele ensinado desde cedo pelos professores, ou

seja, o normativo, com suas "decorebas".

b) Trecho com problemas de redundância – observe-se que uma

mesma ideia (a de que as línguas se transformam) é enunciada

várias vezes: A língua falada pelos brasileiros vem sofrendo

grandes transformações. Do português trazido e ensinado pelos

jesuítas ao português falado hoje aqui há uma enorme distância.

É claro que, com o passar do tempo as línguas transformam-

se. Mesmo o português europeu transformou-se, como outras

línguas também. Essas transformações são inevitáveis, pois o

mundo está em constante mudança, e, consequentemente, a

língua também evolui. Os portugueses quando aqui chegaram,

impuseram-nos seus costumes, sua religião e também sua

língua. E isso sempre acontece quando um povo é colonizado.

entretanto, nosso povo tinha os seus próprios costumes, e, ao

longo desses quinhentos e três anos foi adquirindo costumes

também de outros povos que aqui estiveram; foram surgindo

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Boletim Pedagógico 59

manifestações da linguagem e nossa língua foi enriquecendo-

se cada vez mais.

c) Trecho com ausência de um dos termos da relação: O que nos

levou a essa terrível catástrofe de que temos notícia hoje, e que,

provavelmente seja irreversível se ficarmos de braços atados diante

dessa situação.

• 2

Da perspectiva da pessoa que lê: os exercícios devem

empregar trechos de textos bem-formados, para que possam

ser discutidas quais ideias estão sendo veiculadas, de que

maneira a sua articulação produz relações lógico-discursivas,

e quais formas linguístico-coesivas foram empregadas pelos

autores para evidenciar essa relação. Pode-se usar, por exemplo,

dois parágrafos de um texto publicado em uma coletânea de

redações de vestibular: as relações de manutenção e progressão

de significado entre os parágrafos estão bem marcadas pelos

elementos coesivos referenciais e sequenciais.

Em 1904, no Rio de Janeiro, foi aprovada a lei que tornava

obrigatória a vacinação da população, após campanha liderada

pelo sanitarista Oswaldo Cruz. Rapidamente, o povo rebelou-se

contra o governo e as medidas sanitaristas, dando início àquela

que ficou conhecida como “Revolta da Vacina”. Hoje, mais de um

século após a revolta, a população ainda se rebela contra medidas

preventivas adotadas pelo governo na área da saúde pública,

porém, de outras e diversas maneiras.

As medidas preventivas em questão são válidas e aprovadas

por lei, como prevê a Constituição Federal no artigo 196, que

enfatiza as prioridades para as campanhas. No entanto, nem

todos concordam com as medidas preventivas ou a seguem, o que

dificulta que o objetivo das mesmas seja atingido. Como exemplo,

tomem-se as campanhas antitabagistas, antiaids e antiálcool,

promovidas pelo governo federal.

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60 SPAECE 2012

EXPERIÊNCIA EM FOCO

EM BUSCA DE CAMINHOS

Avaliações externas estimulam implantação de intervenções pedagógicas

“Gosto de construir e propagar conhecimento”. A

perspectiva de trabalho do professor de Língua

Portuguesa Filipe Fontenele Oliveira amplia os

horizontes da educação. Há quatro anos trilhando

os caminhos da escola, ele procura seguir as

direções do desenvolvimento do processo de

ensino-aprendizagem de seus alunos e acredita que

a avaliação externa contribui significativamente.

O professor tem licenciatura em Letras e pós-

graduação em Ensino de Língua Portuguesa e

Literatura Brasileira. Ao lado de uma equipe de 52

professores, ele atua na Rede Estadual de Ensino

conduzindo aproximadamente 1.000 alunos.

Nesse contexto, Filipe encontra inúmeros desafios

e destaca a “necessidade de incentivar o gosto do

aluno pelos estudos e a disciplina nas atividades

escolares”. Especificamente em sua área de

ensino, o professor avalia a necessidade de

implantação de projetos que incentivem a leitura

e estimulem este hábito no educando. “A falta de

interesse pela leitura muitas vezes decorre da

ausência de projetos eficazes nessa área, além da

desatenção dos pais com o desenvolvimento do

filho na escola”, comenta. Para ele, o baixo índice

de leitura por pessoa no Brasil decorre desse

quadro, que tem no ambiente escolar uma solução

possível. A valorização da carreira docente,

segundo Filipe, também é um ponto que merece

ser priorizado para alcançar melhores resultados

na educação.

Filipe vê na avaliação externa um momento

oportuno para levantar dados sobre a apreensão do

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Boletim Pedagógico 61

aluno. Mas ressalta a importância de os resultados

obtidos se transformarem em intervenções

pedagógicas objetivas e atuantes nas áreas

avaliadas. Ele defende, ainda, a ampliação do

processo avaliativo, tanto em relação às matérias

analisadas quanto ao envolvimento da equipe

de avaliação. “Acredito que o processo deveria

contemplar as demais áreas do conhecimento.

Percebo, também, a necessidade de maior

engajamento dos idealizadores das avaliações

externas no sentido de propor sugestões de

intervenção que visem à melhoria do processo de

ensino-aprendizagem”, completa.

• Minimizando os desafios

O processo de avaliação é como um espelho:

possibilita conhecer a realidade da escola e

incentiva a transformação das carências e o

desenvolvimento dos índices deficientes. “Mas

os resultados só terão realmente validade

se houver uma intervenção”, afirma Filipe. A

partir do diagnóstico, o professor considera

fundamental analisar, entender os resultados e

propor ações práticas para que a avaliação sirva

como um trampolim para um índice mais elevado.

Atividades de leitura que envolvam os diversos

gêneros textuais, orientação das Secretarias de

Educação sobre o fazer pedagógico no campo

de Linguagens e Códigos, com formações

periódicas e proximidade dos grupos técnicos

da Superintendência das Escolas Estaduais de

Fortaleza e das Coordenadorias Regionais de

Desenvolvimento da Educação junto à escola

são saídas que podem ser colocadas em prática.

“Qualquer trabalho voltado para fortificar as

habilidades medidas pelos descritores é uma

intervenção bastante proveitosa”, acredita.

Nas avaliações parciais e bimestrais, Filipe utiliza

os resultados da avaliação como base para

planejar as atividades. Para ele, os Padrões de

Desempenho determinados pelo Estado têm

utilidade pedagógica. Mas esses padrões devem

ser olhados com cautela, já que fatores sociais

influenciam e alteram a realidade de cada escola.

“O resultado geral das avaliações externas e o

rendimento cotidiano do aluno são bons caminhos

para o planejamento”, diz. E esse planejamento

deve buscar o envolvimento de todos. “Insistir

em parcerias com a comunidade escolar e outras

instituições que dialogam com a educação é

fundamental”, conclui.

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REITOR DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORAHENRIQUE DUQUE DE MIRANDA CHAVES FILHO

COORDENAÇÃO GERAL DO CAEdLINA KÁTIA MESQUITA DE OLIVEIRA

COORDENAÇÃO TÉCNICA DO PROJETOMANUEL FERNANDO PALÁCIOS DA CUNHA E MELO

COORDENAÇÃO DA UNIDADE DE PESQUISATUFI MACHADO SOARES

COORDENAÇÃO DE ANÁLISES E PUBLICAÇÕESWAGNER SILVEIRA REZENDE

COORDENAÇÃO DE INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃORENATO CARNAÚBA MACEDO

COORDENAÇÃO DE MEDIDAS EDUCACIONAISWELLINGTON SILVA

COORDENAÇÃO DE OPERAÇÕES DE AVALIAÇÃORAFAEL DE OLIVEIRA

COORDENAÇÃO DE PROCESSAMENTO DE DOCUMENTOSBENITO DELAGE

COORDENAÇÃO DE DESIGN DA COMUNICAÇÃOHENRIQUE DE ABREU OLIVEIRA BEDETTI

COORDENADORA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO EM DESIGNEDNA REZENDE S. DE ALCÂNTARA

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CEARÁ. Secretaria da Educação.

SPAECE – 2012/ Universidade Federal de Juiz de Fora, Faculdade de Educação, CAEd.

v. 1 ( jan/dez. 2012), Juiz de Fora, 2012 – Anual.

ARAÚJO, Carolina Pires; MELO, Manuel Fernando Palácios da Cunha e; OLIVEIRA, Lina Kátia Mesquita de; REZENDE, Wagner Silveira.

Conteúdo: Boletim Pedagógico - 9º ano do Ensino Fundamental Língua Portuguesa

ISSN 1982-7644

CDU 373.3+373.5:371.26(05)

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ISSN 1982-7644

Sistema Permanente de Avaliação

da Educação Básica do Ceará

SEÇÃO 1

Avaliação:o ensino-aprendizagem como desafio

SEÇÃO 2

Interpretação de resultados e análisespedagógicas

SEÇÃO 3

Os resultados desta escola

SEÇÃO 4

Desenvolvimento de habilidades

EXPERIÊNCIA EM FOCO

Boletim Pedagógico

9º ano do Ensino FundamentalLíngua Portuguesa

SPAECE2012