currículo referência língua estragenria moderna 6º ao 9º ano

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1 CURRÍCULO REFERÊNCIA DE LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA - INGLÊS Ensino Fundamental 6º ao 9º Ano

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CURRÍCULO REFERÊNCIA

DE

LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA -INGLÊS

Ensino Fundamental 6º ao 9º Ano

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APRESENTAÇÃO

O Currículo Referência de Língua Estrangeira Moderna - Inglês é fruto do

trabalho junto aos professores da Rede Municipal de Ensino de Açailândia-MA ao

longo dos anos 2010 a 2016. O enfoque deste documento é contribuir para a

superação de incertezas, intermediar o caminho entre o pensar e o fazer, entre a

teoria, o sonho e a prática, sanando o vácuo existente no processo de aprendizagem

dessa segunda língua. Construída a partir da realidade das nossas escolas, ela

contempla pensamentos, aspirações, saberes e desejos dos educadores que

compõem o Sistema Municipal de Ensino de Açailândia.

A aprendizagem da Língua Estrangeira Moderna contribui para a valorização

da pluralidade e diversidade sociocultural e linguística, o que estimula o respeito às

diferenças. A presente proposta é baseada nos Parâmetros Curriculares Nacionais –

PCN, nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica, na Base

Nacional Comum Curricular que apresenta uma abordagem voltada para a

comunicação em que o texto, seus usos e sentidos são priorizados. Nesse sentido,

valoriza-se mais a vivência do que a aprendizagem de estruturas e conceitos teóricos.

Contudo, para que esses objetivos sejam alcançados, não se pode negligenciar

conceitos básicos que sustentam uma efetiva comunicação, cujo bom

desenvolvimento depende de uma base estruturada.

O componente curricular Língua Estrangeira Moderna deve garantir aos/às

estudantes o direito à aprendizagem de conhecimentos para o uso. Assim, não se

trata de compreender um conjunto de conceitos teóricos e categorias linguísticas, para

aplicação posterior, mas, sim, de aprender, pelo uso e para o uso, práticas linguísticas

que se adicionem a outras que o/a estudante já possua em seu repertório (em língua

portuguesa, línguas indígenas, línguas de herança, línguas de sinais e outras).

O compromisso do componente consiste em oferecer aos/às estudantes

condições e conhecimentos necessários para vivenciarem situações que envolvam

textos na(s) língua(s) em estudo relevantes às suas vidas e à interação com pessoas

de outras formações socioculturais e nacionalidades, tendo em vista a participação

em um mundo ampliado pelos diversos fluxos e tecnologias contemporâneos. A

atuação em espaços (presenciais e virtuais) que acontece nessa(s) língua(s) cria

oportunidades para que o/a estudante possa perceber-se parte integrante e ativa de

um mundo plurilíngue, em que realidades se constroem pelo uso de múltiplas

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linguagens e por fronteiras difusas, considerando o acesso ampliado, pelos meios

digitais, a cenários que se dão em várias línguas.

Esse desenho de espaços compartilhados redimensiona as relações entre

identidade, língua e cultura, ora tornando-as relevantes para marcar diferenças, ora

universalizando o que antes era visto como local. Busca-se criar oportunidades para

que os/as estudantes se encontrem com novas formas de expressão, com visões de

mundo distintas das suas, podendo, assim, redimensionar e reconfigurar seu próprio

mundo na interlocução com o mundo que se faz nessa(s) outra(s) língua(s). Nesse

movimento de lidar com outros modos de dizer, de significar e de fazer, o/a estudante

pode refletir sobre o que é compartilhado e o que é singular, ampliando, dessa

maneira, o seu próprio espaço de atuação. Também é no encontro com a diversidade

que ele/a pode aprender a lidar com o novo e o diferente, uma capacidade valorizada

no mundo contemporâneo, nas relações de convivência pessoal e de trabalho

colaborativo.

Para ocupar o seu lugar, junto aos demais componentes curriculares, na

formação para a cidadania, o componente terá de enfrentar alguns desafios. O

primeiro deles é a superação de uma visão tecnicista de língua, limitada a explicações

gramaticais ou a repetição de frases descontextualizadas, para priorizar uma

perspectiva discursiva, que coloca a ênfase na produção de sentidos por parte dos/as

estudantes, independentemente de seu nível de conhecimento da língua em dado

momento. Essa perspectiva implica também uma expansão do trabalho com

compreensão e produção oral, leitura e produção de textos, de modo a propiciar

vivências com gêneros discursivos orais, escritos, visuais, híbridos, relevantes para a

atuação do/a estudante em espaços plurilíngues.

Há, ainda, desafios ligados às condições de trabalho, bastante heterogêneas

nas escolas do país, que oferecem carga horária distinta, turmas que reúnem

estudantes com níveis de conhecimento diferentes e que podem ser bastante

numerosas. Partindo da perspectiva de engajamento discursivo, a heterogeneidade é

positiva, podendo potencializar situações de troca de conhecimentos e aprendizagens

necessárias para a produção de sentidos e a participação ativa em eventos que

ocorrem em outras línguas. A análise das especificidades de cada situação de ensino

e a definição de atividades que possibilitem o envolvimento dos/as estudantes em

práticas de linguagem significativas e relevantes podem ser o ponto de partida para

superar os desafios. A articulação da Língua Estrangeira com os outros componentes,

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na medida em que todos buscam aportar conhecimentos para a participação confiante

dos/as estudantes na sociedade, pode tornar mais clara a necessidade e a motivação

para aprenderem e usarem a(s) outra(s) língua(s) nos diferentes espaços em que

atuam ou desejam atuar.

Na sua dimensão educativa, o componente Língua Estrangeira Moderna

contribui para a valorização da pluralidade sociocultural e linguística brasileira, de

modo a estimular o respeito às diferenças culturais, sociais, de crenças, de gênero e

de etnia. Lidar com textos (orais, escritos, espaço-visuais e híbridos) em línguas ainda

pouco conhecidas coloca o/a estudante frente à diversidade. É no encontro com textos

em outras línguas que ele/a pode ampliar e aprofundar o acesso a conhecimentos de

outras áreas e conhecer outras possibilidades de inserção social.

Para tanto, no Ensino Fundamental, busca-se promover a vivência com outras

formas de organizar, dizer e valorizar o mundo, visando ao rompimento de

estereótipos. Ainda nessa etapa, valorizam-se a criatividade, o lúdico e os afetos na

construção do conhecimento, bem como o entendimento de diferentes línguas não

apenas como meio para buscar informações, mas, sobretudo, como desencadeadoras

de sentimentos, valores e possibilidades de se relacionar com o outro, resultando,

ainda, em autoconhecimento.

Eline da Silva Nascimento Técnica em Assuntos Educacionais - Língua Inglesa

Josilene Pereira de Santana Suziany da Silva Leite

Tathiane Rosa Nascimento Professoras Colaboradoras

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1 INTRODUÇÃO

Retomando momentos históricos significativos quando se analisa a trajetória

do ensino de Língua Inglesa no Brasil, percebe-se que a escola pública foi marcada

pela seletividade, tendências e interesses. Então, diante da realidade brasileira, o

acesso a uma língua estrangeira consolidou-se historicamente como privilégio de

poucos. Atualmente, o interesse da escola pública vem demonstrando mudanças e

propostas para que o ensino de Língua Inglesa possa ter um papel democratizante

das oportunidades e um instrumento de educação que auxilie o aluno como sujeito e

construa seu processo de aprendizagem. Ao contrário de épocas passadas, o ensino

de Língua Inglesa se alicerça em dar suporte aos educandos sobre língua e cultura

da disciplina afim. A Língua Inglesa norteia-se no princípio de que o desenvolvimento

do educando deve incorrer por meio da leitura, audição, oralidade e da escrita. O que

se busca hoje é o ensino direcionado à construção do conhecimento e à formação

cidadã e, que a língua aprendida seja caminho para o reconhecimento e compreensão

das diversidades linguísticas e culturais já existentes e crie novas maneiras de

construir sentidos do e no mundo. Então, a leitura, a audição, a oralidade e a escrita

se configuram em discurso como prática social e, portanto, instrumento de

comunicação.

Ao conhecer outras culturas e outras formas de encarar a realidade, o aluno

passa a refletir mais sobre a sua própria cultura e amplia sua capacidade de analisar

o seu entorno social com maior profundidade e melhores condições de estabelecer

vínculos, semelhanças e contrastes entre sua forma de ser, agir, pensar e sentir outra

cultura, fatores que ajudarão no enriquecimento de sua formação.

O caráter prático do ensino de Língua Inglesa permite a produção de

informação e o acesso a ela, o fazer e o buscar autônomo, a comunicação e a partilha

com semelhantes e diferentes. Possibilita análise de paradigmas já existentes e cria

novas maneiras de construir sentidos do mundo, construir significados para entender

e estabelecer uma nova realidade e compreender as diversidades linguísticas e

culturais que influenciarão de forma positiva no aprendizado da língua como discurso

para que o aluno se constitua socialmente.

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2 PRESSUPOSTOS TEÓRICOS

2.1 O Ensino de Língua Estrangeira: sua caminhada na história

O inglês é a língua mais propagada no mundo, proveniente do grupo

germânico tal qual o alemão e o holandês. Conquanto, seu vocabulário possui várias

palavras derivadas do latim e correlacionados com o francês e o italiano.

Em virtude do desenvolvimento econômico e tecnológico, a língua inglesa se

tornou o principal meio de comunicação entre os intercâmbios internacionais.

No Brasil Colônia o ensino era persuadido pela cultura europeia,

nomeadamente a francesa. Com a Proclamação da República em 1889 cresce o

interesse pelo inglês, mas não o suficiente para a escola popularizar. Após a Segunda

Guerra Mundial (1939 a 1945) o desejo de falar inglês se intensificou devido à

dependência econômica e cultural em relação aos Estados Unidos. Em 1942, a

Reforma Capanema (nome dado às transformações projetadas no sistema

educacional brasileiro durante a Era Vargas, liderada pelo então Ministro da Educação

e Saúde, Gustavo Capanema) enfatizou o ensino de línguas, principalmente o inglês

e o francês, destinando um total de trinta e cinco horas semanais ao ensino de

idiomas. A Reforma no Ensino Secundário foi remanejada da seguinte forma:

Ao Ginásio incluíram-se como disciplinas obrigatórias, o Latim, o

Francês e o Inglês;

No Colegial, o Francês, o Inglês e o Espanhol;

No Curso Clássico, o Latim e o Grego.

Conjuntamente, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) de 1961

retraía a obrigatoriedade do ensino da Língua Estrangeira no Ensino Médio e

Secundário. Desta maneira, o Estado decidiria se iria incluir ou não nos currículos.

Com isso, ocorreu um atrofiamento no desenvolvimento escolar brasileiro. Em 1971 a

LDB de 1º e 2º graus contemplou a Língua Estrangeira Moderna apenas como

recomendação e não a título. Conforme a resolução 58/76, artigo 1º, “o estatuto de

Língua Estrangeira Moderna passa a fazer parte do 2º grau”. Em 1996, a LDB nº 9394

determina que o ensino de LEM seja obrigatório a partir da 5ª série do Ensino

Fundamental.

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Além deste rápido histórico da LEM no contexto educacional brasileiro, é

importante ressaltar três linhas didáticas.

Taylorismo – caracteriza-se pela organização do tempo gasto pelo

professor.

Comportamentalismo – caracteriza-se pela motivação inicial e

permanente e a adequação do ensino às técnicas.

Pragmatismo – caracteriza-se por ter objetivos bem definidos e realistas.

2.2 Os Métodos de Ensino e suas Bases Teóricas

O ensino da língua inglesa no Brasil, primordialmente nas redes de escolas

foi pautado no chamado método clássico ou da gramática e tradução, trazido pelos

jesuítas aproximadamente em 1920. Partindo do pressuposto de como eram

ensinados o grego e o latim, a língua inglesa era abordada na sua estrutura gramatical,

na memorização de vocabulários e traduções de textos. Não se considerava o

desenvolvimento das habilidades, tão pouco era necessário que o docente dominasse

a língua alvo.

É importante salientar que alguns autores usam o termo método e outros,

abordagem, sendo para eles (LEFFA, 1988); (CESTARO, 1999) e (TOTIS, 1991) sem

alterações significativas nos nomes. Embora a palavra ‘Abordagem’ é considerada o

termo mais abrangente acerca da língua e aprendizagem (LEFFA, 1988). Contudo, o

que importa é como o professor irá trabalhar em sala de aula os pressupostos teóricos

(abordagens) e quais metodologias (métodos) serão usados para a prática da língua

em questão. Assim, o professor tem autonomia para planejar as aulas, mas de acordo

com os princípios de ensino.

Depois de sofrer críticas, o método gramática-tradução cedeu lugar ao método

direto em 1932. Pretendendo-se com este que o aluno aprendesse a língua inglesa

sem intermédio da língua materna, e para isso exigia-se que o professor fosse nativo

ou fluente. Recursos como gravuras, objetos e movimentos corporais eram

incorporados ao processo ensino-aprendizagem. Na mesma década, o método de

leitura, adotado pelos americanos também criticou o anterior. Tal método enfatizava a

compreensão da leitura, conhecimento histórico do país que tinha como língua mãe a

língua inglesa e a gramática se subordinava à leitura, retornando ao processo de

tradução.

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O método audiolingual – (ALM), antigamente denominado como Método do

exército foi implantado durante a segunda guerra mundial com intuito de ensinar os

soldados e cidadãos. Diante disso, os Estados Unidos investiram dinheiro na Lei

Nacional de Defesa da Educação (National Defense Education Act) afim de que não

fosse deixado de fora dos avanços científicos e tecnológicos com relação à Rússia. O

programa de ensino de língua estrangeira direcionado para militares ASTP (Army

Specialized Training Program) foi implementado em 1942 e contribuiu para a formação

do método. Especialistas de ensino de idiomas combinaram a Linguística

Estruturalista e os princípios da Abordagem Behaviorista do psicólogo de Harvard B.

F. Skinner para então surgir o método audiolingualismo. Charles Fries, estruturalista

e também diretor do primeiro instituto de inglês desenvolveu para a época em questão

treinamentos intensivos com frases padrões, vocabulários e diálogos que deveriam

ser repetidos e memorizados, os chamados drills. Nesse método, o professor fala

somente na língua-alvo, foca na gramática, mas não a explicita. O modelo era o

esquema S-R-R (Estímulo, Resposta e Reforço). Para tal deu-se importância

considerável aos laboratórios de línguas. Posteriormente surgiu o método audiovisual

com características semelhantes ao audiolingual, diferenciando no uso de cartões

ilustrativos, vídeos e objetos reais, perguntas e repetição de frases através das

imagens e apresentação gradual de estruturas por meio de exercícios típicos e

vocabulários delimitados.

Do mesmo modo que o método audiolingual baseia-se no estruturalismo

enquanto forma/estrutura e no behaviorismo enquanto comportamento por meio do

padrão estímulo-resposta, o método estrutural situacional desponta em 1960 com a

aquisição da língua-alvo por meio de diálogos situacionais com contextos mais

significativos, gramática de forma gradativa e indutiva, exercícios de repetição e

formação de hábitos corretos. A aprendizagem não ocorria de forma mecânica, o foco

das aulas era na oralidade dos alunos e nos materiais didáticos, inclusive textos com

diálogos, sendo as outras habilidades trabalhadas em segundo plano, e o professor

não precisava ser nativo, bem como também não era mais considerado o centro do

processo. Apesar de tais características, o método estrutural situacional não promovia

espontaneidade na comunicação. Desta forma, a teoria sobre a aquisição da

linguagem, deu importância à mente, ao processo cognitivo e criativo, contribuindo

para o término do método citado.

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No início dos anos 70 houve uma mudança na metodologia de ensino de

línguas estrangeiras no Brasil advinda da Europa, que trazia concepções contrárias

de língua/linguagem e de aprender/ensinar da estrutura Audiolingual. Nesse período

o conceito de língua manifestou-se de forma comunicativa, caracterizando a

linguagem como ação social e como produzir vivências relevantes na língua-alvo. A

esse método deu-se o nome de nocional-funcional ou semântico-funcional que propõe

aos estudantes dados linguísticos para que realizem funções da língua, tendo como

referência os questionamentos (quando, onde, como, por que e para que), baseando

em necessidades do indivíduo. Nesse ponto, questiona-se o ensino centrado nas

necessidades individuais ou profissionais, escolares e etc. Funcional e comunicativo

tornam-se o centro da demanda e têm sua origem em várias áreas disciplinares tais

como a filosofia da linguagem, a pragmática, a análise do discurso, a sociolinguística

e outros. O britânico Wilkins em 1972 contribui para o desenvolvimento do método

propondo significados para as categorias nocionais com conceitos de tempo,

sequência, quantidade, lugar e frequência e para as categorias de funções

comunicativas com pedidos, informações e oferecimentos.

Ainda em meados de 1972, o método silencioso, ‘Silent Way’, criado por Caleb

Gattegno, surge com a ideia de que o aluno é o centro da aula e o professor é visto

de maneira indireta no processo de aprendizagem. O professor deve ser passivo e

manter-se em silêncio na maior parte da aula para que o aluno consiga construir seus

próprios pensamentos acerca da linguagem e perceba o erro de forma natural. Por

intermédio do raciocínio formula-se regras sobre a língua, entretanto para que isso

ocorra o estudante deverá otimizar sua autoconfiança, autonomia, responsabilidade e

independência. Porém, assim como outros métodos, o silent way também sofreu com

críticas, sendo a principal, quanto a falta de comunicação em um longo intervalo entre

professor e aluno.

2.3 A Abordagem Comunicativa e sua Relevância para a Aprendizagem de

Língua Estrangeira Moderna

A abordagem comunicativa, doravante AC, se fortaleceu nas duas últimas

décadas do século XX no país britânico e teve contribuições da linguística aplicada e

de vários teóricos estudiosos. A AC surgiu em oposição ao estruturalismo e ao

behaviorismo e do descontentamento de alguns linguistas com relação aos métodos

de tradução e gramática e do audiolingual, defendendo o ato comunicativo real e

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significativo com situações do dia a dia, ao invés, de formas gramaticais e

memorizações.

Almeida Filho (2005) faz ponderações valorosas no que tange ao seu

surgimento e significado. Conforme ele,

[...] a década de 80 convida-nos a reconsiderar a língua não estritamente como objetivo exterior ao aluno, mas sim como um processo construtivo e emergente de significações e identidade. Aprender a língua não é mais somente aprender outro sistema, nem só passar informações a um interlocutor, mas sim construir no discurso (a partir de contextos e experiências prévias) ações sociais (e culturais) apropriadas. [...] Sempre que a compreensão e a produção desse discurso são obtidas através das bases sucintamente apresentadas acima, a linguagem resultante é comunicativa. No ensino de línguas estrangeiras, este termo (comunicativo) surgiu como uma reação à abordagem anterior de fornecimento gradual e rotinizante de estruturas formais ao nível da frase. [...] O conceito de comunicação e a nova taxonomia que nos acompanham abriram, no fim da década de 70, novas possibilidades de compreensão dos processos de aprender/ ensinar línguas. Dentro dessa nova tradição, surgiram os planejamentos de cursos de base instrumental e, finalmente, a abordagem comunicativa da grande operação (global) do ensino de línguas (ALMEIDA FILHO, 2005, p. 81).

Logo, tal abordagem proporcionaria mais sentido no uso da língua através de

situações do cotidiano do aluno levando em conta aspectos culturais,

sociolinguísticos, psicolinguísticos e discursivos.

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3 A LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA NO ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS

FINAIS

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN,

9394/96) determina a inclusão de Língua Estrangeira Moderna entre os componentes

obrigatórios da parte diversificada curricular, a partir do 6º ano do ensino fundamental

(Art. 26, § 5º) até o 3º ano do Ensino Médio (Art. 36, inciso III). Propõe também que

uma segunda língua estrangeira seja oferecida, em caráter optativo, e estipula que a

escolha das línguas é de responsabilidade da comunidade escolar, de acordo com as

possibilidades de cada instituição. Tendo como marco legal a LDBEN, 9394/96, os

Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) para Língua Estrangeira Moderna (PCN-LE

- terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental, 1998; PCN, 2002) que se

constituíram, ao longo do tempo, em referências para diretrizes curriculares de

estados e municípios da federação, gerando mudanças significativas na educação em

âmbito nacional.

De uma perspectiva que centrava o ensino no conhecimento sistêmico da

língua, esse conjunto de documentos passou a conferir centralidade ao texto em

língua estrangeira e ao desenvolvimento da leitura, da escuta, da oralidade e da

escrita a partir de uma perspectiva discursiva, compreendendo os textos como

manifestações culturais resultantes de um trabalho conjunto de construção de

sentidos. Textos são unidades complexas, plurissemióticas, não se restringindo,

portanto, exclusivamente à modalidade escrita ou oral. Ao interagirem por meio de

textos, em linguagens variadas, os sujeitos, ao mesmo tempo em que constroem

sentidos, significam a si próprios e ao mundo que os rodeia, construindo

subjetividades e relações com o outro.

Na sua dimensão educativa, o componente Língua Estrangeira Moderna

contribui para a valorização da pluralidade sociocultural e linguística brasileira, de

modo a estimular o respeito às diferenças. Lidar com textos em outra(s) língua(s)

coloca o/a estudante frente à diversidade. É no encontro com textos em outras línguas

que ele/a pode ampliar e aprofundar o acesso a conhecimentos de outras áreas e

conhecer outras possibilidades de inserção social. Não se trata, portanto, de

compreender um conjunto apenas de conceitos teóricos e categorias linguísticas, para

aplicação posterior, mas, sim, de aprender, no uso e para o uso, práticas linguístico-

discursivas e culturais que se adicionem a outras que o/a estudante já possua em seu

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repertório, em língua portuguesa, línguas indígenas, línguas de herança, línguas de

sinais e outras. O compromisso do componente consiste em oferecer aos/às

estudantes condições e conhecimentos necessários para vivenciarem situações que

envolvam textos na(s) língua(s) estrangeira(s) relevantes às suas vidas e à interação

com pessoas de outras formações socioculturais e nacionalidades, tendo em vista a

participação em um mundo ampliado pelos diversos fluxos e tecnologias

contemporâneas. A atuação em espaços presenciais e virtuais, que acontecem

nessa(s) língua(s), cria oportunidades para que o/a estudante perceba-se parte

integrante e ativa de um mundo plurilíngue e multicultural, no qual realidades se

constroem pelo uso de múltiplas linguagens e por fronteiras difusas, considerando o

acesso, pelos meios digitais, a cenários que se dão em várias línguas. Esse desenho

de espaços compartilhados redimensiona as relações entre identidade, língua e

cultura, ora tornando-as relevantes para marcar diferenças, ora universalizando o que

poderia ser visto como local. A vivência da diversidade cultural é natural, espontânea

e valiosa. Por outro lado, os modos de viver, pensar e dizer que diferentes grupos

criam e perpetuam são, muitas vezes, tomados por eles como verdades universais ou

naturais, podendo gerar desrespeito com o outro, discriminação e conflitos, não raro,

insuperáveis. Entendendo culturas como criações sócio históricas que dizem respeito

a aspectos da vida humana, tais como repertórios de crenças, comportamentos,

valores, vivências sociais e estéticas, relações de hierarquia, de espaço e de tempo,

conceitos e atitudes sobre a vida, a natureza e as atividades humanas, é importante

que sejam criadas oportunidades para a reflexão conjunta sobre como os sujeitos se

relacionam e constroem identidades compartilhadas e parâmetros comuns a fim de

atribuírem sentidos ao mundo.

Ao promover o encontro com a diversidade linguística e cultural, o

componente Língua Estrangeira Moderna cria oportunidades para que os/as

estudantes conheçam, desnaturalizem e compreendam suas próprias culturas e se

tornem cidadãos flexíveis e abertos a visões de mundo diversas, apropriando-se,

assim, de um repertório importante para agirem como mediadores interculturais,

buscando a construção do diálogo, compreensão e resolução de conflitos da vida

cotidiana. Também é no encontro com a diversidade que ele/a aprende a lidar com o

novo, o diferente e o inusitado, uma capacidade valorizada no mundo contemporâneo,

nas relações de convivência pessoal e de trabalho colaborativo. A presente proposta

apresenta objetivos de aprendizagem que privilegiam os usos de língua estrangeira,

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em uma progressão organizada a partir de práticas sociais e de interação com textos

e temas que podem constituir essas práticas. As temáticas a serem tratadas em língua

estrangeira se relacionam aos eixos de formação e temas integradores da BNCC, as

práticas sociais se articulam com as do componente Língua Portuguesa, a partir da

perspectiva comum de uso da língua em práticas sociais e da opção pelo texto e pelos

modos de interação com ele (escuta, leitura, oralidade e escrita) como centrais para a

construção dos objetivos de aprendizagem. Ao apresentar uma perspectiva comum

de participação social por meio de gêneros do discurso e de oportunidades de uso-

reflexão-uso para interagir por meio de textos, busca-se salientar a importância de

iniciativas conjuntas para aprofundar e valorizar o trabalho que já é feito na escola em

diferentes línguas.

Cabe lembrar que a presença de línguas diversas nas práticas sociais é uma

das características das sociedades complexas contemporâneas e, a sala de aula não

é diferente. Mesmo que esteja sendo priorizada a aprendizagem de uma língua

estrangeira específica, a perspectiva de educação linguística, de letramentos e de

interculturalidade implica que a interação por meio de textos nessa língua promova

oportunidades de (res) significar a si e ao seu entorno, de refletir sobre modos de

atribuir sentidos nas diversas práticas sociais e de desenvolver a percepção e a

compreensão sobre a construção de sistemas linguísticos, de discursos e de valores

atribuídos aos modos de ser e de dizer.

3.1 Propósitos Gerais do Componente Curricular Língua Estrangeira Moderna

no Ensino Fundamental

Em relação aos objetivos, é necessário, por fim, refletir sobre as condições

encontradas na enorme maioria das escolas. Sabe-se que, na aprendizagem de uma

língua estrangeira, fatores como quantidade, intensidade e continuidade de exposição

à língua são determinantes no nível de competência desenvolvido e na rapidez com

que as metas podem ser atingidas. A administração e a organização do ensino de

Língua Inglesa, no entanto, são inadequadas em relação àqueles aspectos. O número

de horas dedicadas à Língua Estrangeira é reduzido, raramente ultrapassando duas

horas semanais; a carga horária total, por sua vez, também é reduzida; a alocação do

componente curricular muitas vezes está em horários menos privilegiados, etc. É

importante que sejam tomadas medidas eficazes para saná-las. No entanto, ao se

estabelecerem os objetivos, as limitações não podem deixar de ser levadas em conta

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para se determinar o que é possível fazer para se garantir condições mínimas de êxito,

que devem resultar em algo palpável e útil para o aluno. Mínimo não deve significar o

menos possível, mas sim metas realistas, claramente definidas e explicitadas aos

alunos.

Por outro lado, na formulação dos objetivos, além das capacidades cognitivas,

éticas, estéticas, motoras e de inserção e atuação social devem também ser levadas

em conta as afetivas. É preciso lembrar que a aprendizagem de uma língua

estrangeira é uma atividade emocional e não apenas intelectual. O aluno é um ser

cognitivo, afetivo, emotivo e criativo.

De acordo com uma visão de língua e de conhecimento como constituídos no

uso e na interação entre os sujeitos, o componente Língua Estrangeira Moderna

organiza os objetivos de aprendizagem, partindo de seis campos de atuação humana,

que delineiam possíveis horizontes para a realização das práticas de linguagem. É

importante ter em vista que esses campos estão inter-relacionados e que não excluem

outros possíveis. Com a finalidade de indicar prioridades na abordagem de temas,

pautar a escolha de textos e atividades e direcionar o desenvolvimento de projetos

interdisciplinares, os campos de atuação são os seguintes:

Práticas da vida cotidiana, que se referem à participação dos/as estudantes

em atividades do dia a dia nos variados espaços em que atuam. São priorizadas

situações de leitura/escuta, produção oral/escrita em língua estrangeira que dizem

respeito à reflexão sobre si, sua relação com o outro e com o entorno, mudanças e

desafios pessoais;

Práticas interculturais, que se referem à participação dos/as estudantes em

espaços de diversidade linguística, social e cultural. São priorizadas situações de

leitura/escuta, produção oral/escrita em língua estrangeira que dizem respeito à

reflexão sobre valores, modos de vida e vivências sociais e estéticas e, com a

finalidade de, a partir da possibilidade de conhecer e compreender outras visões de

mundo, estimular que esses sujeitos se constituam como mediadores interculturais,

contribuindo para a construção do diálogo e da resolução de conflitos na perspectiva

dos participantes;

Práticas político-cidadãs, que se referem à participação dos/as estudantes

na construção e no exercício da cidadania. São priorizadas situações de

leitura/escuta, produção oral/escrita em língua estrangeira que dizem respeito a regras

de convivência em espaços de diversidade, a direitos e deveres do cidadão e a

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questões sociais e políticas que tenham impacto na vida dos sujeitos nas

comunidades em que atuam;

Práticas investigativas, que se referem à participação dos/as estudantes em

atividades relacionadas à valoração, à construção e à divulgação de saberes e

conhecimentos. São priorizadas situações de leitura/escuta, produção oral/escrita em

língua estrangeira que tratam de relações que os sujeitos estabelecem com o uso e a

aprendizagem de línguas e com modos de usar a linguagem para identificar, definir,

compreender e resolver problemas em diferentes áreas do conhecimento;

Práticas mediadas pelas tecnologias de informação e comunicação, que

se referem à participação dos/as estudantes em atividades que demandam

experimentar e criar novas linguagens e modos de interação social com o uso das

tecnologias contemporâneas. São priorizadas situações de leitura/escuta, produção

oral/escrita em língua estrangeira que tratam de relações que os sujeitos estabelecem

com o uso de recursos tecnológicos na sua vida para buscar, produzir, compartilhar,

divulgar e conservar conhecimentos e participar de comunidades de interesse de

modo ético e responsável;

Práticas do trabalho, que se referem à participação dos/as estudantes em

atividades relacionadas a diferentes dimensões e formas de trabalho. São priorizadas

situações de leitura/escuta, produção oral/escrita em língua estrangeira que tratam de

características e modos de organização do trabalho, formação e atuação profissional,

direitos, deveres e possibilidades de trabalho na contemporaneidade.

3.2 Objetivos de Aprendizagem de Língua Estrangeira Moderna

Os objetivos de aprendizagem estão organizados, a partir de campos de

atuação e de perguntas norteadoras que sugerem temáticas amplas, que deverão ser

adaptadas a cada grupo de estudantes, tornando-as específicas aos seus contextos

para que se tornem significativas para eles. Parte-se de uma perspectiva de ciclos de

dois anos no Ensino Fundamental e de três anos no Ensino Médio, entendendo-se

que, em cada um desses ciclos, os/as estudantes terão vivências com textos orais e

escritos nos seis campos de atuação. Desse modo, espera-se que, a cada dois anos,

os campos de atuação sejam retomados por meio de leitura/escuta, produção

oral/escrita de textos relevantes para aquela etapa, possibilitando que os/as

estudantes revejam e deem novos contornos e aprofundamentos às temáticas e que

atuem com confiança em diferentes interações mediadas pela língua em estudo. Para

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isso, a abordagem dos recursos linguístico-discursivos deve vir a serviço da

compreensão e da produção de textos e priorizar o que for relevante para a

participação nas práticas sociais focalizadas, levando-se em conta os interlocutores e

os propósitos em cada situação. Cabe ao/à professor/a, tendo conhecimento dos

repertórios, das atuações e dos projetos pedagógicos em pauta, a articulação entre

os seis campos de atuação, a seleção dos recursos linguístico-discursivos a serem

estudados e a adaptação dos objetivos e dos procedimentos didáticos a cada grupo

de estudantes.

Durante todo o percurso escolar, os objetivos de aprendizagem envolvem

interações significativas com textos na(s) língua(s) estrangeira(s) e o desenvolvimento

da compreensão e da produção oral, da leitura e da produção escrita. Essas vivências

em língua estrangeira exigirão diferentes abordagens e graus de complexidade nas

distintas etapas de escolarização, de acordo com os conhecimentos prévios dos/as

estudantes e as especificidades e demandas de seu contexto sociocultural, com vistas

a propiciar oportunidades para:

Compreender e produzir textos orais e escritos na língua estrangeira,

entendendo que a interação com o texto é uma prática social, isto é, na escuta, na

fala, na leitura e na escrita, os participantes levam em conta as condições de produção

do texto (quem fala/escreve, para quem, com quais propósitos, em que espaço e

tempo), reconhecem as vozes presentes no texto e se posicionam frente a elas de

modo crítico e criativo;

Fruir textos na língua estrangeira, entrando em contato com diversos

gêneros orais, escritos e híbridos, inclusive textos da tradição oral e da literatura

universal, canções, jogos e brincadeiras, compreendendo o texto como manifestação

cultural e como expressão e construção de autoria e identidade;

Resolver desafios de compreensão e produção de textos orais e

escritos, entendendo que a aprendizagem de uma língua adicional envolve: trabalhar

colaborativamente; valer-se de estratégias para compreender textos (antecipar

sentidos, ativar conhecimentos prévios, localizar informações explícitas, elaborar

inferências, apreender sentidos globais do texto, estabelecer relações de

intertextualidade, dentre outras); produzir textos (planejar a produção oral e a escrita,

selecionar informações e recursos linguísticos apropriados para a interlocução e o

propósito do texto, revisar e reescrever o texto); avaliar e editar textos (próprios e de

17

outros autores), considerando as situações sociais em que são produzidos; lançar

mão de recursos tais como dicionários, tradutores online e gramáticas;

Compreender e refletir sobre características de gêneros orais e escritos

na língua estrangeira, relacionando-os aos campos de atuação onde ocorrem e

analisando os efeitos de sentido dos elementos verbais, não verbais e multimodais

que compõem os textos, considerando suas condições de produção e recepção;

Apropriar-se de recursos linguístico-discursivos para compreender e

produzir textos orais e escritos na língua adicional, articulando a relação entre

elementos verbais, não verbais e multimodais na construção de sentidos, tendo em

vista a interlocução e o propósito do texto;

Compreender e valorizar o plurilinguismo e a variação linguística,

entendendo a relação entre linguagem, identidade e pertencimento, compreendendo

e valorizando a diversidade linguística;

Refletir sobre a própria aprendizagem, sistematizando os conhecimentos

aprendidos e relacionando-os com outros saberes e conhecimentos em outras línguas

e outras áreas de conhecimento.

18

4 PANORAMA GERAL DO COMPONENTE CURRICULAR LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA - INGLÊS Quadro 1: Panorama geral do componente curricular Língua Estrangeira Moderna - Inglês - 6º ano

CAMPO DE ATUAÇÃO SOCIAL OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM – 6º ANO

PRÁTICAS DA VIDA COTIDIANA - Ser jovem/ pré-adolescente: o que é isso? - Que conflitos nós enfrentamos? - Que desafios nos movem?

Referem-se à participação dos/as estudantes nas variadas atividades em que atuam e desejam atuar, em espaços e grupos sociais onde circulam. São priorizadas situações de interação por meio de textos em língua estrangeira em variados gêneros do discurso que digam respeito à reflexão sobre si e os grupos de pertencimento, a relação com o outro e com o entorno, mudanças, conflitos e desafios pessoais e coletivos.

TEMÁTICAS: Recepção e compreensão de textos de gêneros textuais diversificados;

Diálogos, usando os greetings (cumprimentos e despedidas em inglês);

Descrição e identificação pessoal: nome, endereço, celular, idade;

Palavras estrangeiras dos variados campos semânticos presentes no cotidiano;

Calendário;

Pôsteres de divulgação;

Convites;

Cartões (postais ou não);

Folders;

Panfletos Turísticos;

1. Participar de interações orais em língua estrangeira sobre atividades do dia a dia em aula, tais como saudações, cumprimentos, despedidas, rotinas, solicitação de esclarecimento, pedidos, dentre outras; 2. Compreender comandos simples, tanto fisicamente quanto verbalmente; responder Yes/No questions; empregar vocabulário e expressões em inglês em situações contextualizadas de uso da língua em sala de aula; 3. Participar de interações orais em língua estrangeira sobre questões de identidade, apropriando-se de recursos linguístico-discursivos para descrever a si e aos outros, suas relações familiares e de amigos; 4. Desenvolver a pronúncia, entonação, ritmo e fluência; 5. Participar de interações orais em língua estrangeira sobre convivência na família e na comunidade, grupos de pertencimento e ideias com que se identifica, apropriando-se de recursos linguístico-discursivos para expressar gostos, preferências, atividades cotidianas e ações no presente; 6. Participar de interações orais em língua estrangeira sobre o lugar onde se vive, apropriando-se de recursos linguístico-discursivos para se referir a espaços onde se circula, descrevendo-os; 7. Compreender e recontar histórias curtas e músicas com auxílio de imagens, sons e movimentos físicos; 8. Ler e escrever em língua estrangeira notas (auto) biográficas e perfis, identificando e expressando informações pessoais e relacionando as descrições com modos de constituir as identidades; 9. Produzir fichas de cadastros e formulários (identificação de dados); 10. Ler e escrever em língua estrangeira textos que organizam o cotidiano (agendas, calendários, convites, receitas, regras de brincadeiras ou jogos), apropriando-se de recursos linguístico-discursivos para expressar convites e instruções dirigidos a diferentes interlocutores; 11. Ler e escrever em língua estrangeira textos que apresentam aspectos geográficos, históricos e culturais (panfletos turísticos, mapas, dentre outros), apropriando-se de recursos linguístico-discursivos para descrever diferentes localidades e eventos;

19

Tirinhas;

Gibis;

Agenda pessoal;

Cognatos e falsos cognatos;

Uso do dicionário.

12. Participar de experiências socioculturais em sala de aula, interagindo com outras crianças e com o professor, em um contexto seguro e de confiança; 13. Estabelecer a relação entre conhecimento prévio e informações do texto; 14. Utilizar os recursos verbais, não verbais e palavras cognatas para auxiliarem na leitura e compreensão textual; 15. Inferir o significado de palavras desconhecidas com base nos recursos linguísticos e não linguísticos; 16. Selecionar a acepção mais adequada de palavras e expressões em verbete de dicionário ou de enciclopédia.

PRÁTICAS INVESTIGATIVAS - Como construímos conhecimentos em diferentes áreas? - Como construímos mitos e verdades através da linguagem?

Referem-se à participação dos/as estudantes em atividades relacionadas à valoração, à construção e à divulgação de saberes e conhecimentos. São priorizadas situações de interação por meio de textos em língua estrangeira em gêneros do discurso do âmbito da divulgação científica.

TEMÁTICAS: Diálogos, Relatos de experimentos e Entrevistas;

Gráficos;

Países que usam a língua inglesa como língua materna;

Palavras estrangeiras dos variados campos semânticos, presentes no cotidiano (months of the year, seasons of the year, days of the week, parts of the house, colors, animals, countries and nationalities, numbers, hours, school subject, family members).

17. Verificar e reconhecer a presença de marcas de diferentes línguas na comunidade em que se vive, identificando e registrando palavras e expressões de outras línguas nas interações orais e em textos escritos (nomes e sobrenomes, placas de ruas, praças, estabelecimentos comerciais, ritmos musicais, culinária, moda, esportes, publicidade etc.); 18. Reconhecer a existência de várias línguas no mundo, identificando-as a partir da escuta e da leitura de textos variados (canções, depoimentos, meses, filmes etc.); 19. Produzir mapeamento dos países que usam a língua inglesa como língua materna; 20. Reconhecer a ocorrência de diferentes sotaques do português e de outras línguas na fala de pessoas da comunidade de diferentes origens, idades etc., conscientizando-se das relações entre variedades linguísticas, identidades e pertencimento; 21. Ampliar seu conhecimento sobre algumas manifestações culturais, assim como entender a formas de organização da sua cultura, a fim de respeitar as diferenças culturais; 22. Participar de interações, por meio de perguntas e respostas em Língua Estrangeira, que permitam identificar usos e sentidos das palavras e expressões registradas; 23. Organizar (em listas, quadros, tabelas, pôsteres, legendas em figuras e fotos) palavras e expressões em outras línguas usadas em textos orais e escritos, relacionando-as aos seus significados e aos campos de atuação em que ocorrem; 24. Ler folhetos sobre programas de intercâmbio em países de língua inglesa (localização de informações explícitas e reconhecimento do tema); 25. Produzir pequenos textos em inglês / português + inglês = portunglês.

PRÁTICAS MEDIADAS PELAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

26. Apropriar-se de elementos das linguagens das tecnologias de informação e comunicação em língua estrangeira para fazer uso de ferramentas como dicionários, tradutores, GPS, mapas virtuais, tutoriais, jogos e sites, identificando novas possibilidades de aprendizagem e usando-as para a prática de vocabulário, pronúncia, etc;

20

- Como se faz para participar de comunidades virtuais com as quais nos identificamos? - Como se faz para participar de movimentos sociais por meio da Internet? - Como compartilhar produções na Internet? - Quais os cuidados que devemos ter com a internet?

Referem-se à participação dos/as estudantes em atividades que demandam experimentar e criar novas linguagens e novos modos de interação social com o uso das tecnologias contemporâneas. São priorizadas situações de interação por meio de textos em língua estrangeira em gêneros do discurso que tratem de relações que os sujeitos estabelecem com o uso de recursos tecnológicos na sua vida para buscar, produzir, compartilhar, divulgar e conservar conhecimentos e participar de comunidades de interesse de modo ético e responsável.

TEMÁTICAS: Songs, Post Cards, Games, Dictionary, Poster, Letter or e-mail, recipe, commands.

27. Reconhecer palavras estrangeiras em nomes de lugares, marcas de produtos, equipamentos, jogos, internet etc; 28. Analisar palavras estrangeiras presentes no cotidiano, sua origem e adaptação em língua materna; 29. Ler e compreender textos impressos que tenham palavras estrangeiras (camisetas, embalagens, manuais, cartões de jogos); 30. Produzir pôsteres sobre a presença da língua inglesa no cotidiano; 31. Expressar-se oralmente ou por escrito na língua estrangeira para acessar e usar os diferentes recursos das tecnologias de informação e comunicação, tais como falar ou escrever uma palavra para ser traduzida, escrever um endereço para localizá-lo no mapa etc.

Eixo: ANÁLISE LINGUÍSTICA 32. Conhecer e usar corretamente o caso genitivo; 33. Reconhecer e/ou produzir a forma escrita de valores, numerais cardinais, ordinais, datas e números de telefone; 34.Conhecer os sons do alfabeto em inglês e associá-los às letras do alfabeto; 35. Conhecer o uso dos pronomes para referir-se a homem(s), mulher(s) ou animal(s) corretamente; 36. Reconhecer palavras que indicam posse, associando-as com os pronomes pessoais; 37. Conhecer, identificar e usar adequadamente o to be; 38. Desenvolver a habilidade oral e escrita utilizando o verbo to be de modo a propiciar a comunicação adequada em situações cotidianas contextualizadas; 39. Conhecer e usar as palavras interrogativas com WH / How; 40. Conhecer, utilizar corretamente os pronomes demonstrativos no singular e plural; 41. Identificar os artigos indefinidos the, a / an e utilizá-los corretamente; 42. Fazer pedidos, dar ordens, instruções corretamente, usando o modo imperativo; 43. Usar o verbo can para expressar habilidade ou permissão; 44. Identificar o plural simples dos substantivos (acréscimo de s);

TODOS OS CAMPOS DE ATUAÇÃO TEMÁTICAS: Genitive case;

Números Cardinais;

Alphabet;

Pronomes pessis a adjetivos possessivos;

Verb To be (affirmative, negative, interrogative forms);

Palavras interrogativas (when, what, where, who, How);

Pronomes demonstrativos (this,that, these, those);

Artigos definido e Indefinidos;

O uso do Imperativo em textos de diferentes gêneros.

Modal verbs (can ability or permission);

Plural;

Prepositions of place;

21

There to be. 45. Conhecer as preposições de lugar, identificá-las no contexto e usá-las de forma correta para descrever a disposição dos objetos em um ambiente; 46. Conhecer e empregar o There to be para indicar a existência de pessoas, lugares e objetos em geral;

Fonte: Produção Equipe Pedagógica SME da Área de Linguagens, baseada na Meta 2 do Plano Municipal de Educação (PME 2014-2024).

22

Quadro 2: Panorama geral do componente curricular Língua Estrangeira Moderna - Inglês - 7º ano

PRÁTICAS DE ATUAÇÃO SOCIAL OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM – 7º ANO

PRÁTICAS INTERCULTURAIS - Que olhares nos constituem? - Como nos inserimos neste mundo plural? - Que outros mundos são possíveis?

Referem-se à participação dos/as estudantes em

atividades que envolvam a fruição estética, a criatividade

imaginativa e a reflexão sobre si e os grupos de

pertencimento, a relação com o outro e com o entorno,

mudanças, conflitos e desafios pessoais e coletivos a partir de

textos artístico-literários. Os gêneros do discurso focalizados

nessas práticas incluem textos artístico-literários em língua

estrangeira, em sua versão original ou em recriações (versões

para neoleitores, adaptações para filmes, canções, pinturas,

quadrinhos, fanfiction etc.), de culturas estrangeiras ou locais.

TEMÁTICAS: Recepção, compreensão e produção de textos de Gêneros textuais diversificados;

Músicas;

Poemas;

Textos Folclóricos (trava-línguas, canções, parlendas);

Rótulos (embalagens e pequenos manuais – evidenciando os estrangeirismos);

Diálogos;

História em Quadrinhos;

Descrição;

Entrevistas;

Planta baixa, Projetos Arquitetônicos;

Organogramas;

1. Estabelecer a relação entre conhecimento prévio e informações do texto; 2. Escutar e dizer textos da tradição oral na língua estrangeira (canções, poemas, trava-línguas, adivinhas, parlendas, dentre outros), apreciando valores estéticos, compreendendo ideias centrais e apropriando-se de elementos de pronúncia, entonação e ritmo; 3. Ler textos literários em língua estrangeira (lendas, mitos, histórias em quadrinho, dentre outros), apreciando valores estéticos e identificando elementos culturais que se aproximam e que se distinguem; 4. Utilizar os recursos verbais e não verbais palavras cognatas para auxiliar na leitura e compreensão textual; 5. Escrever e dizer textos em língua estrangeira (adivinhas, parlendas, poemas, canções), apropriando-se de recursos linguístico-discursivos apropriados ao texto produzido; 6. Ler, compreender, analisar e interpretar os textos, inferindo seus traços característicos, suas finalidades e usos sociais; 7. Denominar os espaços da escola (sala dos professores, sala de aula, biblioteca) e os profissionais que nela atuam (coordenador, secretária, diretor, professor); 8. Descrever os espaços escolares, de organograma de escola, de plantas de fachadas ou outros espaços da escola.

23

Perfis online;

Receitas. PRÁTICAS POLÍTICO-CIDADÃS - Como convivemos com a diversidade? - Como exercitamos a cidadania?

Referem-se à participação dos/as estudantes em

atividades relacionadas à construção e ao exercício da

cidadania. São priorizadas situações de interação, por meio

de textos em língua estrangeira em gêneros do discurso que

digam respeito a regras de convivência em espaços de

diversidade, a responsabilidades individuais e coletivas, a

direitos e deveres do cidadão, a posicionamentos, conflitos,

manifestações, reivindicações e modos de intervenção

relacionados a questões sociais e políticas que tenham

relevância para a vida dos sujeitos nas comunidades em que

atuam.

TEMÁTICAS: Espaços sociais, comunitários;

Atividades de lazer.

9. Participar de interações orais em língua estrangeira relacionadas a regras e a códigos de ética do cotidiano (respeito ao outro, modos de agir, de se vestir, de falar etc.) e a resolução de situações-problema, apropriando-se de recursos linguístico-discursivos para apontar problemas e formular regras e sugestões; 10. Ler e compreender os “commands and rules” a serem utilizados no ambiente escolar; 11. Ler e produzir textos escritos em língua estrangeira relativos a regras e códigos de conduta do cotidiano nos diferentes espaços em que atua (contratos pedagógicos, regulamentos escolares, orientações para uma vida saudável, instruções para uma vida sustentável, dentre outros), usando recursos linguístico-discursivos para expressar instruções e regras de participação.

PRÁTICAS DO TRABALHO

- Quais são minhas responsabilidades (em casa, na escola,

na comunidade)?

Referem-se à participação dos/as estudantes em

atividades que possibilitem a reflexão sobre diferentes

dimensões sociais e éticas no mundo do trabalho. São

priorizadas situações de interação por meio de textos em

língua estrangeira em gêneros do discurso que tratem da

12. Participar de interações orais em língua estrangeira (breves relatos, depoimentos, entrevistas) sobre suas responsabilidades nos diferentes espaços em que atua e suas contribuições para o trabalho coletivo, apropriando-se de recursos linguístico-discursivos para expressar o que se faz, sabe fazer e deseja fazer; 13. Denominar em língua inglesa os espaços comerciais e comunitários que estão nos arredores da escola (banco, padaria, supermercado, farmácia); 14. Relacionar entre os espaços comerciais sua função, ações e responsabilidades que nesses estabelecimentos ocorrem tipicamente; 15. Descrever diferentes espaços comerciais e comunitários do bairro, sua função e as ações que neles ocorrem em folhetos, guias do bairro com apontamentos de intervenções para a melhoria da qualidade de vida; 16. Ler textos em língua estrangeira (perfis de profissionais de diferentes contextos), identificando funções e contribuições das diferentes atividades;

24

valorização de diferentes atividades profissionais, de

atribuições, características, modos de organização e relações

de trabalho em diferentes culturas e épocas, da formação e

atuação profissional, de condições de exploração e

discriminação, de direitos, deveres e possibilidades de

trabalho na contemporaneidade.

TEMÁTICAS: Espaços sociais, comunitários e atividades de lazer.

17. Identificar as diferentes atividades de lazer (cinema, leitura, música etc.), praticadas e apreciadas; 18. Entrevistar perfis de pessoas que buscam amizades e participam de comunidades virtuais; 19. Identificar informações específicas sobre os espaços de lazer, como horários de funcionamento, localização, tarifas e as atividades que neles se pode praticar (o que fazer e onde); 20. Produzir textos escritos em língua estrangeira (perfis e legendas para fotos), descrevendo funções e contribuições de profissionais, considerando o seu entorno, e usando recursos linguístico-discursivos para apresentar e descrever profissões.

Eixo: ANÁLISE LINGUÍSTICA 21. Reconhecer e usar adequadamente o to be; 22. Empregar o There to be para indicar a existência de pessoas, lugares e objetos em geral; 23. Descrever hábitos cotidianos; 24. Solicitar e receber informações sobre rotina; 25. Demonstrar a frequência em que ocorrem determinadas ações; 26. Fazer pedidos, dar ordens, instruções corretamente, usando o modo imperativo; 27. Usar o presente continuous tense para descrever ações simultâneas à fala; 28. Diferenciar o uso do presente em ações cotidianas das ações que estão acontecendo no momento da fala; 29. Descrever ações ocorridas no passado; 30. Identificar as preposições de lugar, utilizá-las de forma contextualizada; 31. Conhecer e utilizar os termos How much e How many de forma correta; 32. Perceber a existência de substantivos contáveis e incontáveis e quantificá-los corretamente; 33. Conhecer as expressões de quantidade, utilizá-las contextualizadamente; 34. Identificar o uso de alguns adjetivos, percebendo que não mudam de forma no plural; 35. Conhecer e aprender a utilizar os Object pronouns.

TODOS OS CAMPOS DE ATUAÇÃO TEMÁTICAS: Verb To be;

Verb There be;

Simple Present tense;

Adverbs of frequency;

Imperative;

Present Continuous Tense;

Simple past tense;

Prepositions of place;

How much e How many;

Countable and uncountable nouns;

Expressions of quantify;

Adjectives;

Object Pronouns (me, you, him, her, it us, you them).

. Fonte: Produção Equipe Pedagógica SME da Área de Linguagens, baseada na Meta 2 do Plano Municipal de Educação (PME 2014-2024).

25

Quadro 3: Panorama geral do componente curricular Língua Estrangeira Moderna - Inglês - 8º ano

PRÁTICAS DE ATUAÇÃO SOCIAL OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM – 8º ANO

PRÁTICAS DA VIDA COTIDIANA

- Ser jovem: o que é isso?

- Que conflitos nós enfrentamos?

- Que desafios nos movem?

Referem-se à participação dos/as estudantes nas

variadas atividades em que atuam e desejam atuar, em

espaços e grupos sociais onde circulam. São priorizadas

situações de interação por meio de textos em língua

estrangeira em variados gêneros do discurso que digam

respeito à reflexão sobre si e os grupos de pertencimento, a

relação com o outro e com o entorno, mudanças, conflitos e

desafios pessoais e coletivos.

TEMÁTICAS:

Recepção, compreensão e produção de textos de Gêneros textuais diversificados;

Textos descritivos (cardápios, tabelas de nutrientes, receitas, rótulos);

Textos informativos;

Textos poéticos;

Injunções;

Biografia;

Artigos;

Entrevistas;

1. Participar de interações orais em língua inglesa sobre questões relacionadas a mudanças na sua vida e na vida de outras pessoas, apropriando-se de recursos- discursivos para expressar e comparar o que fez ou fazia quando criança com modos de ser e de agir agora; 2. Utilizar recursos para auxiliar na leitura: palavras cognatas, textos verbais e não verbais (fotos, flashcards, gráficos, mapas); 3. Determinar relações entre conhecimento de mundo e informações para fazer inferências sobre o texto (intertextualidade); 4. Identificar mudanças nos hábitos das pessoas durante determinados períodos da vida: infância, namoro, estudo, alimentação, atividades de lazer etc; 5. Organizar eventos em uma linha do tempo; 6. Produzir entrevistas com pessoas mais velhas sobre como foi sua adolescência; e com os mais jovens sobre as perspectivas de futuro; 7. Produzir relato autobiográfico organizado em três partes: apresentação pessoal, fatos marcantes e expectativas para o futuro; 8. Ler textos em língua inglesa (entrevistas, relatórios de pesquisas de opinião e enquetes, memórias, dentre outros) que relatem mudanças de comportamentos geracionais, de eventos acontecidos no passado e de comparações com comportamentos ou costumes atuais, identificando ações e comparações; 9. Produzir textos escritos em língua inglesa (depoimentos, notas biográficas e autobiográficas, legendas para fotos) que relatem ou comparem características pessoais, eventos ou costumes no passado e no presente; 10. Produzir textos observando a coerência e coesão da produção escrita e se há continuidade temática; 11. Participar de interações orais, ler e escrever textos em língua inglesa relacionados a sonhos, desejos e planos, usando recursos linguístico-discursivos para expressar o que antevê e planeja para sua vida no futuro.

26

Linha do tempo;

Relato autobiográfico. PRÁTICAS INVESTIGATIVAS

- Como construímos conhecimentos em diferentes áreas?

- Como construímos mitos e verdades através da linguagem?

Referem-se à participação dos/as estudantes em

atividades relacionadas à valoração, à construção e à

divulgação de saberes e conhecimentos. São priorizadas

situações de interação por meio de textos em língua

estrangeira em gêneros do discurso do âmbito da divulgação

científica.

TEMÁTICAS:

Recepção, compreensão e produção de textos de Gêneros textuais diversificados;

Pronúncia e entonação;

Produção de textos orais de vários gêneros (diálogos, cumprimentos, apresentações, solicitação de informações);

Filmes;

Músicas;

Uso de diferentes tempos verbais.

12. Compreender modos e estratégias de aprendizagem de línguas por meio da escuta, da visualização e da leitura de textos em língua inglesa (depoimentos, entrevistas, documentários, filmes de ficção, dentre outros) que tratem de experiências de aprendizagem de línguas; 13. Identificar quando e onde as pessoas nasceram e estudaram, que língua falam, de que gostavam quando eram pequenas; 14. Reconhecer diferentes variedades da língua inglesa por meio de textos orais variados (canções, filmes, seriados, etc), ampliando o conhecimento sobre as relações entre variedades linguísticas, identidades e pertencimentos; 15. Estimular a audição através de aulas de listening, leitura de poemas, diálogos, aulas com músicas e etc; 16. Compreender os comandos e expressões mais utilizadas do idioma durante as aulas; 17. Observar os elementos extralinguísticos como: entonação, pausas, gestos, pontuação, etc.; 18. Registrar e comparar (em listas, quadros, tabelas, pôsteres, gravações em áudio ou vídeo) modos e estratégias de aprendizagem de línguas.

PRÁTICAS MEDIADAS PELAS TECNOLOGIAS

DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

19. Fazer buscas na internet em língua inglesa, identificando recursos de pesquisa; 20. Conhecer vocabulários e expressões típicas da tecnologia, informática e internet em inglês; 21. Ler tutoriais, termos de segurança e privacidade, apresentações de sites e portais etc., em língua inglesa, identificando questões de uso responsável das tecnologias de informação e comunicação;

27

- Como se faz para participar de comunidades virtuais com as

quais nos identificamos?

- Como se faz para participar de movimentos sociais por meio

da Internet?

- Como compartilhar produções na Internet?

- Quais os cuidados que devemos ter com o mundo da

internet?

Referem-se à participação dos/as estudantes em

atividades que demandam experimentar e criar novas

linguagens e novos modos de interação social com o uso das

tecnologias contemporâneas. São priorizadas situações de

interação por meio de textos em língua estrangeira em

gêneros do discurso que tratem de relações que os sujeitos

estabelecem com o uso de recursos tecnológicos na sua vida para buscar, produzir, compartilhar, divulgar e conservar

conhecimentos e participar de comunidades de interesse de

modo ético e responsável.

TEMÁTICAS:

Linguagem computacional;

Tecnologia;

Informação e comunicação.

22. Buscar e explorar sites e redes sociais de grupos de interesse na língua inglesa, compreendendo modos de navegação e participação, apropriando-se da terminologia utilizada; 23. Produzir textos orais ou escritos em língua inglesa (legendas para fotos, verbetes, gravações em áudio ou vídeo) em plataformas abertas ou redes sociais, usando recursos linguístico-discursivos apropriados ao texto produzido.

Eixo: ANÁLISE LINGUÍSTICA 24. Reconhecer e diferenciar os tipos de passado nos variados gêneros textuais; 25. Perceber a existência dos Modal verbs, seus variados sentidos e utilizá-los de forma contextualizada; 26. Fazer comparações de forma contextualizada; 27. Pronunciar e escrever os números ordinais de forma correta; 28. Conhecer e utilizar o futuro imediato adequadamente;

TODOS OS CAMPOS DE ATUAÇÃO

28

TEMÁTICAS:

Simple past, past continuous, past perfect tense em textos de diferentes generous;

Modal verbs;

Prepositions;

Adjectives Degree: Comparatives;

Ordinal numbers;

Immediate future (be going to);

Adverbs of time, frequency, place, mode;

Adjectives Degree: Superlative.

29. Perceber a presença e importância do uso dos conectivos para dar coerência e coesão aos textos; 30. Reconhecer os diferentes tipos de advérbios e identificar suas funções no contexto; 31. Conhecer e usar o grau superlativo corretamente.

Fonte: Produção Equipe Pedagógica SME da Área de Linguagens, baseada na Meta 2 do Plano Municipal de Educação (PME 2014-2024).

29

Quadro 4: Panorama geral do componente curricular Língua Estrangeira Moderna - Inglês - 9º ano

PRÁTICAS DE ATUAÇÃO SOCIAL OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM – 9º ANO

PRÁTICAS INTERCULTURAIS

- Que olhares nos constituem?

- Como nos inserimos neste mundo plural?

- Que outros mundos são possíveis?

Referem-se à participação dos/as estudantes em

atividades que envolvam a fruição estética, a criatividade

imaginativa e a reflexão sobre si e os grupos de

pertencimento, a relação com o outro e com o entorno,

mudanças, conflitos e desafios pessoais e coletivos a partir

de textos artístico-literários. Os gêneros do discurso

focalizados nessas práticas incluem textos artístico-literários

em língua estrangeira, em sua versão original ou em

recriações (versões para neoleitores, adaptações para filmes,

canções, pinturas, quadrinhos, fanfiction etc.), de culturas

estrangeiras ou locais.

TEMÁTICAS:

Recepção, compreensão e produção de textos (descrição, diálogos, bilhetes, cartas, cartões postais, convites, mensagens, listas telefônicas, anúncios, resenhas de filmes, e-mails e minicontos);

Textos dissertativos, descritivos, narrativos;

Recursos linguísticos e não linguísticos no texto Coerência e coesão.

1. Escutar, ler ou assistir a textos em língua inglesa (contos, crônicas, documentários, enquetes e peças teatrais, filmes de ficção, seriados, canções, dentre outros) que abordem questões culturais passadas e presentes de diferentes comunidades, apreciando valores estéticos, compreendendo ideias centrais e identificando semelhanças e diferenças em relação à própria cultura; 2. Participar de interações orais em língua inglesa sobre modos de viver e perceber o mundo, usando recursos linguístico-discursivos para descrever e opinar sobre comportamentos, valores, etc; 3. Utilizar conhecimento prévio do assunto, formular hipóteses e distinguir informação de opinião; 4. Desenvolver a habilidade de leitura sem a necessidade de compreender todos os vocábulos; 5. Identificar expressões referentes ao personagem, ao cenário, ao tempo da narrativa e sua função; 6. Produzir textos escritos ou orais em língua inglesa (crônicas, contos, videoclipes, curta metragens, dentre outros) que apresentem ou estabeleçam relações entre aspectos da sua cultura e de outras, usando recursos linguístico-discursivos para descrever ou narrar situações e comportamentos do mundo em que se vive.

30

PRÁTICAS POLÍTICO-CIDADÃS

- Como convivemos com a diversidade?

- Como exercitamos a cidadania?

Referem-se à participação dos/as estudantes em

atividades relacionadas à construção e ao exercício da

cidadania. São priorizadas situações de interação, por meio

de textos em língua estrangeira em gêneros do discurso que

digam respeito a regras de convivência em espaços de

diversidade, a responsabilidades individuais e coletivas, a

direitos e deveres do cidadão, a posicionamentos, conflitos,

manifestações, reivindicações e modos de intervenção

relacionados a questões sociais e políticas que tenham

relevância para a vida dos sujeitos nas comunidades em que

atuam.

TEMÁTICAS:

Recepção, compreensão e produção de textos escritos de Gêneros textuais diversificados;

Textos jornalísticos e publicitários;

Propagandas;

Escrita dos vocabularies;

Cognatos e falsos cognates;

Expressões idiomáticas, Festividades e datas comemorativas.

7. Escutar, ler ou assistir a textos em língua inglesa (reportagens, notícias, documentários, peças publicitárias, dentre outros) relacionados à sociedade de consumo e ao desenvolvimento, compreendendo estratégias argumentativas e recursos persuasivos; 8. Ler textos em língua inglesa (campanhas publicitárias, leis e códigos do consumidor, direitos autorais, dentre outros) que tratem de padrões de consumo, ética na publicidade e desenvolvimento social em diferentes culturas, compreendendo as ideias centrais e relacionando-as a valores e modos de vida; 9. Participar de interações orais em língua inglesa para expressar opinião sobre o desenvolvimento responsável, apropriando-se de recursos linguístico-discursivos para expor opinião, argumentar e contrapor argumentos; 10. Produzir e encenar textos orais em língua inglesa (peças publicitárias, debates, entre outros), planejando e usando recurso linguístico-discursivos de persuasão e apropriando-se de elementos de pronúncia, entonação e ritmo; 11. Ler e produzir textos e revisar os argumentos das ideias e dos elementos que compõem o gênero; 12. Relacionar os feriados e datas comemorativas do Brasil com países que possuem a Língua Inglesa como língua-mãe;

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PRÁTICAS DO TRABALHO

- Quais são minhas responsabilidades (em casa, na escola,

na comunidade)?

Referem-se à participação dos/as estudantes em

atividades que possibilitem a reflexão sobre diferentes

dimensões sociais e éticas no mundo do trabalho. São

priorizadas situações de interação por meio de textos em

língua estrangeira em gêneros do discurso que tratem da

valorização de diferentes atividades profissionais, de

atribuições, características, modos de organização e relações

de trabalho em diferentes culturas e épocas, da formação e

atuação profissional, de condições de exploração e

discriminação, de direitos, deveres e possibilidades de

trabalho na contemporaneidade.

TEMÁTICAS:

Recepção, compreensão e produção de textos de Gêneros textuais diversificados: Cumprimentos, Apresentações, Informações, Comandos, Músicas, Filmes, Entrevistas, Documentários.

13. Participar de interações orais em língua inglesa (relatos, depoimentos, entrevistas, dentre outras) sobre as responsabilidades do estudante e de diferentes profissões, usando recursos linguístico-discursivos para descrever atribuições; 14. Escutar, ler ou assistir a textos em língua inglesa (relatos, depoimentos, entrevistas, documentários, peças de campanhas, filmes, de ficção, dentre outros) sobre atividades profissionais, voluntárias e escolares em diferentes sociedades e épocas, identificando diferenças e semelhanças e relacionando-as a valores e modos de vida; 15. Produzir textos orais e escritos em língua inglesa (peças de campanha, documentários, enquetes, entrevistas, dentre outros) relacionados a diferentes formas de trabalho, usando recursos linguístico-discursivos para descrever, opinar, persuadir (de acordo com o texto a ser produzido); 16. Usar comandos (raise your hand, drink water, go to the bathroom) cumprimentos do dia a dia, apresentações formais e informais (gírias, expressões idiomáticas); 17. Usar a entonação adequada às situações propostas.

Eixo: ANÁLISE LINGUÍSTICA 18. Reconhecer o uso do simple present nas variadas formas; 19. Reconhecer e saber utilizar o verbo modal will para fazer previsões para o futuro; 20. Conhecer e usar corretamente as Conditional Sentences; 21. Reconhecer o present continuous nos textos, utilizá-lo corretamente; 22. Conhecer e utilizar a voz passiva; 23. Conhecer e utilizar o Present Perfect tense; 24. Identificar e usar corretamente os pronomes reflexivos; 25. Identificar e usar corretamente os pronomes relativos;

TODOS OS CAMPOS DE ATUAÇÃO

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TEMÁTICAS:

Simple present tense em textos de diferentes generous;

Future tense (Will);

Conditional Sentences (first conditional and second conditional);

Present Continuous tense em textos de diferentes generous;

Passive Voice;

Present perfect;

Reflexive pronouns;

Relative pronouns; Fonte: Produção Equipe Pedagógica SME da Área de Linguagens, baseada na Meta 2 do Plano Municipal de Educação (PME 2014-2024).

33

5 ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS

Ensinar Língua Estrangeira de maneira direta e ativa é uma experiência

de comunicação humana que o educando vivencia como prática de vida. Na fase

atual da abordagem comunicativa, lida-se com concepções que incluem a

gramática ensinada comunicativamente, o desenvolvimento de estratégias de

aprendizagem e uma série de objetivos educacionais. Discute-se o porquê de

ensinar Língua Estrangeira, além de o quê ensinar. Não se limita somente a

técnicas e procedimentos, mas reflete-se sobre a natureza da aprendizagem e a

importância de conteúdos significativos. Isto é, a intenção é que esses conteúdos

tenham relação com a vida do educando e façam sentido para ele. Pretende-se

que os alunos, dentro do processo de aprendizagem estejam em contato com

assuntos que dizem respeito a eles próprios e ao mundo em que vivem,

refletindo, desenvolvendo opiniões e o senso crítico.

As Diretrizes Curriculares do Estado do Maranhão, p. 23-28 orientam

acerca do método didático na perspectiva dialética, o qual é composto pelas

seguintes etapas: problematização, instrumentalização, catarse e síntese,

conforme imagem a seguir:

34

1ª Etapa: Problematização

O professor deve motivar o aluno, através de inferências ou estratégias

que despertem seu conhecimento de mundo, nessa etapa há o estreitamento

entre os conhecimentos da prática social e currículo.

2ª Etapa: Instrumentalização

Professor e aluno devem se apropriar dos conteúdos das disciplinas para

responderem às questões provenientes da fase anterior. Aqui o professor media

a construção do conhecimento, através da organização dos conteúdos da

disciplina e dos conteúdos dos temas sociais. O aluno constrói o conhecimento

apoiado pelo mestre, contando com a parceria dos demais alunos que tenham

mais experiência, visto que as salas de aula são heterogêneas e, essa qualidade

deve ser relevante nesse momento, ou seja, os alunos atuam cooperativamente

na construção do conhecimento.

3ª Etapa: Catarse

O aluno se conscientiza e se redireciona a um significado a partir dos

conceitos que formula, expressa o que aprendeu sobre o conteúdo, isso em um

nível mais elevado, mais consciente e estruturado, expressa pensamentos e

ideias, decorrentes das etapas anteriores, ele faz uma síntese mental entre os

conteúdos e a prática social. Caso a catarse se concretize, segue-se à etapa

posterior, caso contrário, após essa verificação, feita pelo professor, será

necessário rever as etapas anteriores.

4ª Etapa: Síntese

O aluno demonstra que o conteúdo trabalhado pelo professor pode ser

usado no seu cotidiano, na transformação da sua existência, em resposta aos

seus questionamentos.

A presente Proposta, através da perspectiva dialética e da organização

curricular baseada na Base Nacional Comum Curricula, e nas Diretrizes

Curriculares do Estado do Maranhão, propõe a superação de um trabalho com

conhecimentos fragmentados e orienta a organização e integração dos diversos

conteúdos.

35

A relação da sala de aula com o mundo adquire, portanto, uma nova

dimensão, antes desconhecida. É imperativa, dentro dessa perspectiva, uma

redefinição dos papéis de educadores e educandos, dos objetivos, dos

conteúdos e dos tipos de atividades propostas. Para que a sala de aula consiga

cumprir sua nova função de interação com o mundo, é preciso iluminá-la com

descobertas geradas dentro dela. É necessário dar aos alunos e professores

oportunidades para levantar hipóteses, experimentá-las e torná-las úteis. É

preciso construir conhecimento em grupo, através da interação entre os

envolvidos no processo e todos os outros recursos instrucionais.

No processo de aprendizagem de língua estrangeira, alguns

procedimentos se fazem necessários para o engajamento ativo do estudante na

construção do conhecimento. Esses procedimentos podem ser entendidos como

modalidades organizativas que coexistem e se articulam ao longo do ano

escolar.

Para o trabalho específico com língua estrangeira, algumas modalidades

parecem ser mais relevantes: projetos, atividades habituais, sequências de

situações e atividades independentes.

Os projetos em Língua e Estrangeira podem ser desenvolvidos levando-

se em conta a atividade social e a questão transversal que o grupo escolher

como focal para o período. Também podem ser fruto de uma discussão

interdisciplinar que vise à integração dos gêneros da língua estrangeira, servindo

como instrumento para a compreensão, desenvolvimento, desdobramento de

atividades nas demais áreas do conhecimento.

Com os projetos, os estudantes podem vivenciar uma responsabilidade

real sobre o desenvolvimento de um determinado tema ou ação social a partir de

seu trabalho com determinado aspecto do conteúdo de Língua Estrangeira.

As atividades habituais podem ser pensadas como aquelas que serão

periodicamente retomadas para que o estudante possa ter a oportunidade de um

contato mais intenso com certos aspectos do processo de aprendizagem em

Língua Estrangeira. Como parte das atividades habituais pode constar uma

discussão de como temas brasileiros são abordados por uma perspectiva

estrangeira. Outra questão fundamental para ser retomada com frequência é a

discussão do uso de palavras da língua estrangeira em esferas diversas na

língua portuguesa. Além disso, poderá ser objeto de constante debate em sala

36

de aula a abordagem do universo da língua estrangeira, das questões culturais

dos países em que essa língua é utilizada, e dos meios de acesso a diferentes

culturas por meio dessa língua, levando em conta as questões de imperialismo

cultural, globalização, inserção cultural de forma crítica.

As sequências de atividades didáticas são fundamentais na organização

da dinâmica de ensino de Língua Estrangeira. É a partir das sequências

propostas para o ensino dos gêneros no quadro das diferentes atividades sociais

a que pertencem que os estudantes poderão ter um acesso gradual à língua

estrangeira.

As atividades ocasionais têm como foco criar oportunidades para que

diferentes tópicos, gêneros, materiais, recursos possam ser trazidos para que a

vivência do estudante com a língua estrangeira seja intensificada. Assim, são

importantes: a oferta de livros na língua estrangeira, a apresentação de filmes

sem legendas ou com legendas, a participação em situações em que o inglês

esteja, de fato, sendo utilizado para comunicação real, o uso de canções em sala

de aula, o uso de computadores, iphones, notebooks, tabletes, conectados à

Internet para a visita real a sites na língua estrangeira. A criação de contexto em

que a língua estrangeira seja usada de forma o mais real possível é uma forma

de trabalhar a inserção do estudante na recriação do mundo diferente do seu.

Essas atividades, embora ocasionais, são fundamentais para que o estudante

possa perceber sua relação com a cultura em língua estrangeira.

As situações de sistematização têm como característica central

organizar, de forma mais sistemática, os conhecimentos desenvolvidos sobre

determinado gênero, aspecto linguístico, ou discursivo. Servem para que o

estudante possa realizar uma síntese dos aspectos gerais que compõem aquele

conteúdo estudado.

5.1 Avaliação

A avaliação é parte integrante e fundamental do processo de

aprendizagem e deve contemplar as concepções de homem, de educação e de

sociedade, o que implica em uma reflexão crítica e contínua da prática

pedagógica da escola e sua função social. Para tanto, há necessidade de

referenciais claros no processo avaliativo, não podendo limitar-se à verificação

da aprendizagem de conteúdos ou atividades, fazendo uso tão somente dos

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instrumentos de provas e notas, embora façam parte do processo. Por isso, a

avaliação deve contemplar uma concepção mais ampla, uma vez que envolve

formação de juízos e apreciação de aspectos qualitativos. Esta deve ser

compreendida como uma ação reflexiva do processo da aprendizagem, pois é

um instrumento essencial no desenvolvimento sócio- afetivo e cognitivo. Na

educação, a avaliação deve acontecer de forma organizada e planejada de

acordo com as normas que regem o Sistema de Ensino.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB Nº 9394/96, em

seu artigo 9º, Inciso VI, a União incumbir-se-á de assegurar processo nacional

de avaliação do rendimento escolar no Ensino Fundamental, Médio e Superior,

em colaboração com os sistemas de ensino, objetivando a definição de

propriedades e a melhoria da qualidade do ensino. O artigo 24, inciso V, alínea

a, ressalta que a avaliação deve ser contínua e cumulativa do desempenho do

aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos

resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais.

As Diretrizes Curriculares do Estado do Maranhão e o Regimento

Escolar dos Estabelecimentos do Sistema Municipal de Ensino de Açailândia -

MA, regidos pela LDB Nº 9394/96 e Diretrizes Curriculares Nacionais da

Educação Básica, orientam que a avaliação da aprendizagem levará em conta

os objetivos propostos no planejamento do professor e será feita continuamente

através de trabalhos individuais e em grupos, provas subjetivas ou objetivas ou

outros procedimentos pedagógicos, com prevalência dos aspectos qualitativos

sobre os quantitativos.

Essas normas legais do processo avaliativo orientam toda a prática

pedagógica, numa concepção democrática, nas quais a escola deve se valer

tanto do processo de avaliação quanto do compromisso de todos os envolvidos,

dando ao educando oportunidade que deve ser exercida através do direito de

avaliar e ser avaliado, participar do processo e ser ouvido. Isso significa

reconhecê-lo como sujeito do seu contexto histórico, o que o torna um ser

particular. Para o aluno, a avaliação é um instrumento de tomada de consciência

de suas conquistas e dificuldades, já para o professor a avaliação favorece

reflexão contínua de sua prática pedagógica, contribuindo com a construção de

um planejamento que atenda às reais necessidades dos alunos.

38

Assim, pode-se dizer que levar em conta os diferentes aspectos do

desenvolvimento dos alunos não significa atribuir notas e conceitos a tudo que

se realize nas atividades escolares. Atitudes e valores devem ser

acompanhados, pois eles fazem parte do processo educativo, não podendo ser

objeto de avaliação quantitativa, incapaz de mensurar o progresso nos aspectos

procedimentais e atitudinais dos educandos, não querendo com isto dizer que

se deva aprovar os alunos de forma aleatória, mas se ter o cuidado de garantir-

lhes uma aprendizagem que possibilite êxito no processo escolar.

Para Luckesi:

"A avaliação deverá ser assumida como um instrumento de compreensão do estágio da aprendizagem em que se encontra o aluno, tendo em vista tomar decisões suficientes e satisfatórias para que possa avançar no seu processo de aprendizagem. Se é importante aprender aquilo que se ensina na escola, a função da avaliação será possibilitar ao educador condições de compreensão do estágio em que o aluno se encontra, tendo em vista poder trabalhar com ele para que saia do estágio defasado em que se encontra e possa avançar em termos de conhecimentos necessários. Desse modo, a avaliação não seria tão-somente um instrumento para a aprovação ou reprovação dos alunos, mas sim um instrumento de diagnóstico de sua situação, tendo em vista a definição de encaminhamentos adequados para a sua aprendizagem. Se um aluno está defasado não há que, pura e simplesmente, reprová-lo e mantê-lo nesta situação."(LUCKESI,1999, p.81)

Conforme os PCNs (2002, p. 123 - 124), a avaliação como processo

amplo, complexo, refletido e planejado, envolve metas e ações educativas que

abrangem o entorno da escola, os quais devem antever o produto final desse

processo. Luckesi (2006, p. 18 - 20) aponta que “o objetivo da avaliação é intervir

para melhorar”. Para este autor, notas e conceitos são apenas instrumentos para

registrar resultados no acompanhamento do “processo de aprendizagem de

cada aluno e sua consequente reorientação” e, “não a própria avaliação”.

É importante salientar que as especificidades, tais como planejamento,

execução e avaliação do sistema de avaliação escolar são recursos na busca de

um desejo da ação pedagógica para a melhoria desse processo. A avaliação

escolar, portanto, deve ter como princípio auxiliar o desenvolvimento da prática

pedagógica que deve ter como destino a aprendizagem do aluno e não o seu

fracasso. Ainda segundo os PCNs (2002, p. 124), são muitos os entraves para

que a prática de avaliação, em LEM, seja efetuada com coerência e de forma

contínua, privilegiando o processo formativo do aluno.

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Além da heterogeneidade da competência linguística do aluno, as salas

são numerosas, os programas são extensos, sem contar com o Currículo

Referência, o horário da escola, a qualificação inadequada do docente, carência

de recursos, entre outras dificuldades. Cabe ao professor, administrar, organizar

e gerenciar tais obstáculos, estabelecendo estratégias didáticas e pedagógicas

de forma a vencer esses entraves. Perrenoud (apud PCN 2002, p. 148) diz que

o ensino da gramática normativa em LEM, de forma descontextualizada, cede

lugar a uma avaliação do desenvolvimento das competências, numa visão de

situações de aprendizagem “portadoras de sentido de regulação”, tendo em vista

o esforço do aluno “mais do que [...] notas e classificação”.

Diante desse novo enfoque, torna-se necessário refletir sobre qual

critério está sendo adotado para avaliar os alunos. Ele deve estar voltado para

os objetivos propostos, considerando as competências e as habilidades as quais

se quer que o aluno adquira, ainda que parcialmente. Vale salientar, que avaliar

pressupõe se auto avaliar, tanto usando exercícios que promovam autocorreção,

quanto utilizando atividades de correção em pares (pair work). Isto reforça,

segundo os PCNs (2002, p. 128), a autonomia do aluno, construindo e

reorganizando a aprendizagem. Nessa nova empreitada, o aluno não pode ficar

de fora, cabendo ao professor, apoiá-lo e ajudá-lo a aprender e a progredir “rumo

aos objetivos propostos”, a superar as dificuldades de aprendizagem, devendo,

portanto, ser aquele que acolhe, sinaliza e orienta. Com essa nova postura,

embora utilizando os mesmos instrumentos, o professor estará ajudando a

construir o desenvolvimento do ser humano na busca de autonomia e

independência.

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REFERÊNCIAS

AÇAILÂNDIA/MA. Secretaria Municipal de Educação de Açailândia. Plano Municipal de Educação – 2014-2024. Açailândia, 2014. ______. Regimento Escolar dos Estabelecimentos do Sistema Municipal de Ensino de Açailândia-MA, 2015. ALMEIDA FILHO, J.C.P. Linguística Aplicada: Ensino de Línguas e Comunicação. Campinas, SP: Pontes Editores e Arte Língua, 2005. BRASIL. Base Nacional Comum Curricular, 2ª versão. MEC, 2016. ______. Base Nacional Comum Curricular. MEC, 2015. ______. Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica. MEC, 2013. ______. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: língua estrangeira/ Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília: MEC/SEF, 1998. LUCKESI, C. C. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições. 9ª ed. São Paulo: Cortez, 1999. MARANHÃO. Diretrizes Curriculares/Secretaria de Estado da Educação do Maranhão, SEDUC, 3. ed. São Luís, 2014.