definição do termo - fpciclismo.pt · à interação com outros nutrientes ou com medicamentos),...

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Os avanços no conhecimento da fisiologia humana e no metabolismo do exercício acontecidos nas últimas décadas, tem esclarecido a importância de seguir uma dieta adequada para assegurar o necessário equilíbrio neuro-imuno-endócrino que permite manter a saúde, bem assegurar o necessário equilíbrio neuro-imuno-endócrino que permite manter a saúde, bem como a influência positiva que pode ter no desempenho desportivo a manipulação da ingestão de nutrientes. Esto resultou numa verdadeira explosão de produtos com aplicações específicas, destinadas a atletas, englobadas dentro da denominação de "suplementos desportivos", cujo número continua a crescer como imparável, representando um verdadeiro desafio para os profissionais e para os atletas a manter-se atualizados a este respeito. Sua fácil acessibilidade, reforçada pela versatilidade das novas tecnologias da informação e comunicação, juntamente com o efeito das estratégias agressivas de mercadologia, favoreceram que atualmente o uso de suplementos seja uma prática que é generalizada e aceite entre atletas competitivos em todos os níveis. Assim, por exemplo, estima-se que entre 60% e 75% dos ciclistas toma geralmente suplementos vitamínico-minerais e a prática totalidade deles recorrem a manipulações nutricionais ou empregam alimentos especiais, com a esperança de melhorar o seu rendimento. As razões fundamentais que justificam este uso são variadas: poder suportar o treinamento intenso, compensar uma alimentação deficiente ou uns estilos de vida inadequados, recuperar-se da fadiga ou bem porque sentem que assim melhoram o desempenho, por recomendação dos seus treinadores ou por razões econômicas (pagos por uma marca específica). uma marca específica). Com frequência, estes suplementos são utilizados sem um conhecimento adequado ou sem consideração dos potenciais benefícios ou riscos conhecidos de uso e sem consultar um profissional qualificado, o que gradualmente se tornou motivo de crescente preocupação para as autoridades e para os profissionais do âmbito desportivo. A decisão de usar um suplemento é uma escolha pessoal dos atletas, muitas vezes de acordo com seus treinadores ou com seus pais, que não deveria ser tomada sem antes ponderar o equilíbrio entre os potenciais benefícios e custos ou riscos de resultados negativos, tanto a curto como a longo prazo. Isso significa poder dispor de informação qualificada e imparcial a esse respeito, assim como conhecer as formas específicas em que o alimento ou suplemento pode ser usado para atingir os objetivos pretendidos, o que torna necessário solicitar o conselho de médicos ou de nutricionistas, embora o papel do treinador, como profissional mais estreitamente vinculado ao atleta, é também essencial, tendo o dever de intervir preventivamente para evitar o uso inadequado, oferecendo conselho veraz e responsável já a partir das categorias competitivas mais baixas. 1

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Os avanços no conhecimento da fisiologia humana e no metabolismo do exercício acontecidosnas últimas décadas, tem esclarecido a importância de seguir uma dieta adequada paraassegurar o necessário equilíbrio neuro-imuno-endócrino que permite manter a saúde, bemassegurar o necessário equilíbrio neuro-imuno-endócrino que permite manter a saúde, bemcomo a influência positiva que pode ter no desempenho desportivo a manipulação da ingestãode nutrientes.Esto resultou numa verdadeira explosão de produtos com aplicações específicas, destinadas aatletas, englobadas dentro da denominação de "suplementos desportivos", cujo númerocontinua a crescer como imparável, representando um verdadeiro desafio para os profissionais epara os atletas a manter-se atualizados a este respeito.Sua fácil acessibilidade, reforçada pela versatilidade das novas tecnologias da informação ecomunicação, juntamente com o efeito das estratégias agressivas de mercadologia, favoreceramque atualmente o uso de suplementos seja uma prática que é generalizada e aceite entre atletascomunicação, juntamente com o efeito das estratégias agressivas de mercadologia, favoreceramque atualmente o uso de suplementos seja uma prática que é generalizada e aceite entre atletascompetitivos em todos os níveis. Assim, por exemplo, estima-se que entre 60% e 75% dosciclistas toma geralmente suplementos vitamínico-minerais e a prática totalidade deles recorrema manipulações nutricionais ou empregam alimentos especiais, com a esperança de melhorar oseu rendimento. As razões fundamentais que justificam este uso são variadas: poder suportar otreinamento intenso, compensar uma alimentação deficiente ou uns estilos de vidainadequados, recuperar-se da fadiga ou bem porque sentem que assim melhoram odesempenho, por recomendação dos seus treinadores ou por razões econômicas (pagos poruma marca específica).uma marca específica).Com frequência, estes suplementos são utilizados sem um conhecimento adequado ou semconsideração dos potenciais benefícios ou riscos conhecidos de uso e sem consultar umprofissional qualificado, o que gradualmente se tornou motivo de crescente preocupação paraas autoridades e para os profissionais do âmbito desportivo.A decisão de usar um suplemento é uma escolha pessoal dos atletas, muitas vezes de acordocom seus treinadores ou com seus pais, que não deveria ser tomada sem antes ponderar oequilíbrio entre os potenciais benefícios e custos ou riscos de resultados negativos, tanto a curtocomo a longo prazo. Isso significa poder dispor de informação qualificada e imparcial a esserespeito, assim como conhecer as formas específicas em que o alimento ou suplemento podecomo a longo prazo. Isso significa poder dispor de informação qualificada e imparcial a esserespeito, assim como conhecer as formas específicas em que o alimento ou suplemento podeser usado para atingir os objetivos pretendidos, o que torna necessário solicitar o conselho demédicos ou de nutricionistas, embora o papel do treinador, como profissional maisestreitamente vinculado ao atleta, é também essencial, tendo o dever de intervirpreventivamente para evitar o uso inadequado, oferecendo conselho veraz e responsável já apartir das categorias competitivas mais baixas.

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Estamos defronte a uma questão de notável complexidade contextual, centrada em quatro pilaresbásicos: Duma parte, a própria definição do termo, que se refere a uma categoria de produtos delimites incertos: alimentos, bebidas e suplementos específicos (vitaminas, minerais, proteínas,preparações homeopáticas, preparações da medicina tradicional, extratos ervais, etc.) que, estandopreparações homeopáticas, preparações da medicina tradicional, extratos ervais, etc.) que, estandogeralmente sujeitos à regulamentação alimentar (mais permissiva) e não à farmacêutica (apesar depublicitar-se geralmente quase como medicamentos), apresentam uma variação considerável dasconcentrações, terminologia e combinação de componentes e sobre cuja eficácia potencial, na maioriados casos, não existem evidências inequívocas, pois só precisam provar que não são tóxicos para sercomercializados (critérios de saúde pública, não de efetividade farmacológica).Por outro lado, o setor produtor e comercializador, cujo negócio movimenta bilhões de eurosanualmente e que, amparados na citada permissividade administrativa, frequentemente desenvolvemestratégias de mercadologia extremamente agressivas, muitas vezes baseadas em publicidadeenganosa. Dado que não têm que cumprir com os rigorosos critérios metodológicos que, ao contrário,sim obrigam aos produtos farmacêuticos, em muitos casos os efeitos pretendidos contam com poucoenganosa. Dado que não têm que cumprir com os rigorosos critérios metodológicos que, ao contrário,sim obrigam aos produtos farmacêuticos, em muitos casos os efeitos pretendidos contam com poucoou nenhum apoio científico: a maioria dos produtos está à disposição dos atletas mesmo sem ter sidotestados ou depois somente de alguns estudos preliminares simples, normalmente feitos nolaboratório ou em animais, e suportados apenas em evidências anedóticas ou testemunhais. Alémdisso, a habitual falta de fiscalização rigorosa pelos governos de muitos países faz que, na prática, averacidade da composição e os controlos de qualidade ficam confiados à boa-fé dos própriosfabricantes.Assi mesmo, os atletas e seu entorno, cujo conhecimento nutricional fica muitas vezes longe do ideal(condicionando erros mantidos na escolha de alimentos ou de planos de refeições) e que, pressionadospela publicidade e pela alta competitividade as quais estão submetidos (os resultados são o maispela publicidade e pela alta competitividade as quais estão submetidos (os resultados são o maisimportante) e pelo consequente medo de que seus adversários tinham alguma "arma secreta" quelhes dê vantagem, vêem no recurso à suplementação uma alternativa muito atrativa e rápida, que,além disso, é facilmente acessível.E, tudo isso, num ambiente social extremamente medicalizado, como resultado de uma apropriaçãodo conceito de saúde por parte da cultura do consumo, que é responsável de que cada vez mais essanoção de saúde se identifique com o conceito de qualidade de vida e que muitos acontecimentosnormais da existência humana (nascimento, envelhecimento, menstruação, etc.) estejam sindoconvertidos em problemas médicos ("uma pessoa saudável é um doente que ainda ignora essasituação"). Também acontece uma alteração da relação individuo-medicamento, de forma que osmedicamentos deixam de ser instrumentos curativos para se tornarem mercadorias promotoras desituação"). Também acontece uma alteração da relação individuo-medicamento, de forma que osmedicamentos deixam de ser instrumentos curativos para se tornarem mercadorias promotoras debem-estar individual, perante estados fisiológicos limite ou mal-estares passageiros e com um grandecomponente subjetivo (fadiga, sono, dor, ansiedade, frustração, etc.), na falsa premissa de quequalquer problema pode ser resolvido com um fármaco ("mito da saúde em pilulas"). A confiançadepositada nos medicamentos para resolver qualquer problema gera uma necessidade que, por suavez, faz que a pessoa seja muito propensa a tomar tudo quanto poda dar-lhe maiores vantagens oufaça que estas apareçam mais rapidamente, condicionando uma banalização do consumo e, emconsequência, uma crescente dependência farmacêutica.

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Neste ponto, é preciso salientar que, como tal, o atleta tem direito a receber o melhoracompanhamento técnico possível, duma maneira individualizada e seja qual seja o seu nívelcompetitivo. Isso inclui um treinamento teórico e prático suficiente e, dentro dele, umacompetitivo. Isso inclui um treinamento teórico e prático suficiente e, dentro dele, umaeducação nutricional adequada, assim como receber informações com rigor científico sobre asopções reais da suplementação, permitindo-lhe realizar adequadamente as eleições que eleconsiderar mais apropriadas. Por seu turno, é o dever dos técnicos, sempre que possível,respeitar a vontade do atleta e, acima de tudo, contribuir para o desenvolvimento de suacapacidade de decisão informada, bem como assegurar a igualdade de tratamento, garantir amesma acessibilidade para as oportunidades, e proceder com ele de modo que se extremem osbenefícios e se limitem ao mínimo os riscos, velando em todo momento para evitar os danosfísicos e psíquicos no curto e no longo prazo.

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Tais obrigações se correspondem estreitamente com cada um dos quatro princípios básicos dabioética, disciplina baseada na reflexão crítica sobre os valores e princípios que guia nossasdecisões e comportamentos, e cujo critério básico é a salvaguarda do respeito pelos direitosdecisões e comportamentos, e cujo critério básico é a salvaguarda do respeito pelos direitosfundamentais e a dignidade das pessoas perante o desenvolvimento tecnológico, não somenteno campo da medicina, mas também em todo o relacionado com os temas biológicos.Estes princípios são:Justiça: Relativo à distribuição equitativa das cargas e benefícios no âmbito do bem-estar vital.Não maleficência: Ou seja, evitar o mal, respeitando a integridade física e psicológica da vidahumana.(que, conjuntamente constituem a "Bioética de mínimos").Autonomia (liberdade de escolha): Obrigação de respeitar os valores e as escolhas pessoais doindivíduo nessas decisões básicas que afetam-lhes vitalmente.Beneficência: Obrigação de fazer o bem.indivíduo nessas decisões básicas que afetam-lhes vitalmente.Beneficência: Obrigação de fazer o bem.(que, em conjunto, originam a chamada "Bioética de máximos")

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Para poder aconselhar apropriadamente aos seus atletas, o treinador deve conhecer osprincipais benefícios e inconvenientes do uso de suplementos desportivos.Entre as ações a favor, podem citar-se:Entre as ações a favor, podem citar-se:Efeitos indiretos sobre o rendimento, por permitir cobrir determinadas necessidades jáconhecidas como imprescindíveis para otimizar o desempenho.(p. ex., uso de bebidasdesportivas, barras ou suplementos de carbohidratos em gel), por tratar deficiências nutricionaisconhecidas (p. ex. de minerais) ou por manter ou restaurar a saúde ou a função imunitária.Efeitos ergogénicos direitos, realmente apenas devidamente respaldados para poucassubstâncias (cafeína, alcalinizantes ou creatina), somente em alguns desportistas e quandoempregadas em determinadas circunstancias.Efeito placebo, um resultado positivo derivado da crença da pessoa de ter recebido umtratamento benéfico, o qual é considerado real e potencialmente valioso, embora ainda é poucoestudado.tratamento benéfico, o qual é considerado real e potencialmente valioso, embora ainda é poucoestudado.Relativamente às complicações, ainda mais do custo económico que implica (que, as vezes,pode chegar a igualar ou mesmo superar o orçamento alimentar do atleta), deve tomar-se emconsideração a possibilidade de efeitos não desejados, quer para a saúde (reações alérgicas,intolerância gastrintestinal, toxicidade devida à sobredosagem, à presencia de contaminantes ouà interação com outros nutrientes ou com medicamentos), quer sobre o rendimento (porfavorecer a substituição inadequada de refeições ou um fornecimento calórico excessivo, oubem por causar efeitos ergolíticos direitos (limitando a capacidade de adaptação ao treino, comoos antioxidantes) ou indiretos (pela falsa sensação de seguridade, que pode condicionar umdescuido da planificação). Mais ainda, a possível variabilidade na composição dos produtos,descuido da planificação). Mais ainda, a possível variabilidade na composição dos produtos,expõe ao risco de sofrer um resultado analítico adverso nos controlos antidopagem por causa dapresencia de substâncias proibidas não declaradas (não sempre de forma involuntária).Por último, outro efeito negativo, muito mais sutil, mas não por isso menos importante, e adependência, que implica um descuido das verdadeiras estratégias efetivas de melhora dorendimento (disciplina de treino e de recuperação, alimentação, estilo de vida, etc.) em favor douso do suplemento, deixando uma porta aberta para cair mais tarde na dopagem.

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Outro elemento fundamental a considerar é a importância relativa da nutrição no rendimento.O rendimento desportivo, e nomeadamente no ciclismo, é o resultado de uma complexa inter-Outro elemento fundamental a considerar é a importância relativa da nutrição no rendimento.O rendimento desportivo, e nomeadamente no ciclismo, é o resultado de uma complexa inter-relação de fatores, incluindo uma genética superior (provavelmente o mais importante), umtreino adequadamente programado e cumprido ao longo dos anos e um estado de saúdeapropriado, assim como a motivação e o grau de compromisso, entre outros.Embora sua influencia seja inferior comparativamente a estes fatores, sendo que uma boaeleição alimentar nunca pode compensar nem a ausência de talento nem um treino deficiente, anutrição adequada (em termos quantitativos, qualitativos e de distribuição temporal) éimprescindível para garantir o necessário equilibro neuro-imuno-endócrino, facilitar arecuperação do esforço e poder assim suportar um programa exigente de treino e competiçõese render no máximo das capacidades. sem cair em fadiga crónica, lesão ou doença.e render no máximo das capacidades. sem cair em fadiga crónica, lesão ou doença.De facto, a manipulação nutricional faz parte das estratégias de recuperação assistida, conjuntode medidas dirigidas a facilitar, acelerar e fomentar a ação dos mecanismos internos derecuperação, incluídas na preparação biológica, cujo objetivo é estabelecer uma relaçãoadequada entre a carga de esforço e a recuperação para garantir a eficácia do programa detreino.A este respeito, algumas manipulações nutricionais, ou o emprego de determinados alimentosespeciais podem ser de utilidade em momentos específicos, e também uns poucos suplementospodem ajudar a determinados atletas em circunstancias específicas, nomeadamente quando aingestão de alimentos o a sua eleição estão restritas.Embora isso, nenhum suplemento, por sim próprio, poderá chegar a compensar uma eleiçãoingestão de alimentos o a sua eleição estão restritas.Embora isso, nenhum suplemento, por sim próprio, poderá chegar a compensar uma eleiçãoalimentar errada, uma dieta inapropriada ou um estilo de vida desordenado, nem também nãoas carências nos outros fatores de rendimento e, portanto, as fontes alimentares devem sersempre consideradas como a primeira opção.

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Com estas premissas na mente, no momento de considerar o planeamento de qualquersuplementação convém avaliar detidamente:As evidências disponíveis relativamente à sua eficácia e seguridade assim como à sua qualidadeAs evidências disponíveis relativamente à sua eficácia e seguridade assim como à sua qualidademetodológica (existência de estudos científicos adequados e específicos para a disciplina frentea simples evidencias anedóticas ou testemunhais) que, maioritariamente, são muito fracas ouausentes, com escassos estudos realizados em atletas de alto nível.A validade das proclamações publicitadas, relativamente aos conhecimentos científicos atuais,sem esquecer que apenas uns poucos produtos e em condições muito específicas, tem podidodemostrar efetividade em termos de proteção da saúde ou de melhora do rendimento.As possíveis consequências que o seu uso pode provocar, bem desde um ponto de vista legal,bem relativamente à saúde, devido à existência dum risco certo, e não depreciável, de efeitosadversos, incluindo resultados positivos nos controlos antidopagem. Também deve considerar-se o possível impacto do custo económico.adversos, incluindo resultados positivos nos controlos antidopagem. Também deve considerar-se o possível impacto do custo económico.

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Assim, uma vez considerado que o papel benéfico da substância na melhora da função celular(quer com objetivos de saúde, quer com o propósito de melhorar o rendimento) está sustentadopor investigações de qualidade realizadas em desportistas de características semelhantes aopor investigações de qualidade realizadas em desportistas de características semelhantes aodestinatário da ajuda, o passo a seguir é ponderar se o atual fornecimento da mesma éadequado. Se a resposta é negativa, seguidamente se deve avaliar a possibilidade de assegurar oseu abastecimento a partir da dieta normal.Somente no caso de não poder assegurar-se este último extremo, deveria considerar-se oemprego do suplemento, em cujo caso o atleta deveria ser convenientemente reencaminhadopara o profissional adequado.

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E já por último, e consoantemente com uma das principais pretensões deste Congresso, querosalientar a necessidade atual da figura do profissional prudente.Defronte a uma sabedoria científica-teórica, mais própria dos eruditos, do âmbito universitário eDefronte a uma sabedoria científica-teórica, mais própria dos eruditos, do âmbito universitário edo laboratório, e tradicionalmente enfrentada à sabedoria prática, nascida da “experiência decampo” dos “artesãos” do ciclismo, as exigências atuais e futuras do desporto no marco da“sociedade do conhecimento” impõem a necessária congregação de ambas num saber reflexivo-crítico, que é próprio do profissional prudente, e que supõe:

•A capacidade de questionar ativamente o conhecimento a partir da experiência.•A auto-observação, a reflexão sobre os próprios pensamentos e ações.•A presencia permanente duma responsabilidade ética.•O compromisso com a aprendizagem permanente.

Tomar uma decisão correta não é apenas fazer uma eleição razoável entre várias opções. Trata-se de tomar a melhor decisão ao nosso alcance e, portanto, uma decisão eticamenteTomar uma decisão correta não é apenas fazer uma eleição razoável entre várias opções. Trata-se de tomar a melhor decisão ao nosso alcance e, portanto, uma decisão eticamenteresponsável: aquela que poderíamos defender e justificar defronte a outras possíveisalternativas.Para tomar estas decisões prudentes, dispor do adequado conhecimento é imprescindível masnão é suficiente.

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