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1 DEFICIÊNCIA AUDITIVA, PATOLOGIAS DO OUVIDO E NOÇÃO DE DIAGNOSE

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DEFICIÊNCIA AUDITIVA, PATOLOGIAS DO OUVIDO E

NOÇÃO DE DIAGNOSE

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Sumário

NOSSA HISTÓRIA ...................................................................................................... 3

Deficiência auditiva(s) o que é deficiência auditiva .................................................. 4

Diferença de surdez e deficiência auditiva ............................................................... 4

Tipos de deficiências auditivas ................................................................................ 5

Classificação por forma de comunicação ................................................................ 6

As causas da surdez podem ser divididas em: pré-natais, perí-natais e pós-natais 7

Inclusão educacional e deficiência auditiva ............................................................. 8

Como lidar com a deficiência auditiva na escola? ................................................... 9

Inclusão da criança com deficiência audtiva em salas comuns de ensino ............. 10

Aspectos gerais sobre a surdez e deficiência auditiva ........................................... 12

Patologias do ouvido .............................................................................................. 13

A disfunção temporomandibular ............................................................................ 14

Causas da surdez .................................................................................................. 15

Causas Pré-natais .............................................................................................. 16

Causas Peri-natais: ............................................................................................ 16

Causas Pós-natais ............................................................................................. 16

Mensuração da perda auditiva ............................................................................... 16

Grau de perda auditiva .......................................................................................... 17

Consequências da surdez ..................................................................................... 18

Surdez Pré-verbal .............................................................................................. 18

Surdez pós-verbal .............................................................................................. 19

Deficiência auditiva e suas formas de tratamento.................................................. 19

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Problemas auditivos na criança ............................................................................. 21

Há diferentes definições para o termo surdo e deficiente auditivo. .................... 21

Quanto à época .................................................................................................. 21

Quanto às causas: ............................................................................................. 22

Congênitas: ........................................................................................................ 22

Adquiridas: ......................................................................................................... 23

Sinais de Deficiência Auditiva ............................................................................ 23

Prevenção de problemas auditivos ........................................................................ 23

O papel do professor frente aos problemas auditivos ............................................ 24

Sistemas de Comunicação Gestual: ...................................................................... 26

Leitura Oro-Facial (LOF): ................................................................................... 26

Língua de Sinais: ................................................................................................ 26

Linguagens Sinalizadas: .................................................................................... 27

Alfabeto Datilológico ou manual: ........................................................................ 27

Procedimento Aural-Oral: ...................................................................................... 27

Comunicação Total e Bilinguismo: ..................................................................... 27

Voz e Articulação ................................................................................................... 29

Expressões: ........................................................................................................... 30

Comunicação ......................................................................................................... 31

Recursos para professores que não possuem domínio de Libras ......................... 34

Mímica/Dramatização: ........................................................................................ 34

Desenho/Ilustrações/Fotografias/Figuras: .......................................................... 34

Referências Bibliográficas ..................................................................................... 35

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NOSSA HISTÓRIA

A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários,

em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-

Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo

serviços educacionais em nível superior.

A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de

conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação

no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua.

Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que

constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de

publicação ou outras normas de comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma

confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base

profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições

modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica,

excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.

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Deficiência auditiva(s) o que é deficiência auditiva

É a perda parcial ou total da audição, causada por má-formação (causa

genética), lesão na orelha ou nas estruturas que compõem o aparelho auditivo.

A deficiência auditiva moderada é a incapacidade de ouvir sons com

intensidade menor que 50 decibéis e costuma ser compensada com a ajuda de

aparelhos e acompanhamento terapêutico. Em graus mais avançados, como na perda

auditiva severa (quando a pessoa não consegue ouvir sons abaixo dos 80 decibéis,

em média) e profunda (quando não escuta sons emitidos com intensidade menor que

91 decibéis), aparelhos e órteses ajudam parcialmente, mas o aprendizado de Libras

e da leitura orofacial, sempre que possível, é recomendado.

Perdas auditivas acima desses níveis são consideradas casos de surdez total.

Quanto mais agudo o grau de deficiência auditiva, maior a dificuldade de aquisição da

língua oral. É importante lembrar que a perda da audição deve ser diagnosticada por

um médico especialista ou por um fonoaudiólogo.

Diferença de surdez e deficiência auditiva

Por vezes, as pessoas confundem surdez com deficiência auditiva.

Porém, estas duas noções não devem ser encaradas como sinónimos.

A surdez, sendo de origem congénita, é quando se nasce surdo, isto é, não se

tem a capacidade de ouvir nenhum som. Por consequência, surge uma série de

dificuldades na aquisição da linguagem, bem como no desenvolvimento da

comunicação.

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Por sua vez, a deficiência auditiva é um défice adquirido, ou seja, é quando se

nasce com uma audição perfeita e que, devido a lesões ou doenças, a perde. Nestas

situações, na maior parte dos casos, a pessoa já aprendeu a se comunicar oralmente.

Porém, ao adquirir esta deficiência, vai ter de aprender a comunicar de outra

forma. Em certos casos, pode-se recorrer ao uso de aparelhos auditivos ou a

intervenções cirúrgicas (dependendo do grau da deficiência auditiva) a fim de

minimizar ou corrigir o problema.

Tipos de deficiências auditivas

Condutiva : Quando ocorre qualquer interferência na transmissão do

som desde o conduto auditivo externo até a orelha interna. A grande maioria das

deficiências auditivas condutivas pode ser corrigida através de tratamento clínico ou

cirúrgico. Esta deficiência pode ter várias causa, entre elas pode-se citar: Corpos

estranhos no conduto auditivo externo, tampões de cera, otite externa e média, mal

formação congênita do conduto auditivo, inflamação da membrana timpânica,

perfuração do tímpano, obstrução da tuba auditiva, etc.

Sensório-Neural : Quando há uma impossibilidade de recepção do som por

lesão das células ciliadas da orelha interna ou do nervo auditivo. Este tipo de

deficiência auditiva é irreversível. A deficiência auditiva sensório-neural pode ser de

origem hereditária como problemas da mãe no pré-natal tais como a rubéola, sífilis,

herpes, toxoplasmose, alcoolismo, toxemia, diabetes etc. Também podem ser

causadas por traumas físicos, prematuridade, baixo peso ao nascimento, trauma de

parto, meningite, encefalite, caxumba, sarampo etc.

Mista : Quando há uma alteração na condução do som até o órgão terminal

sensorial associada à lesão do órgão sensorial ou do nervo auditivo. O audiograma

mostra geralmente limiares de condução óssea abaixo dos níveis normais, embora

com comprometimento menos intenso do que nos limiares de condução aérea uma

lesão do aparelho de transmissão e de recepção, ou seja, quer a transmissão

mecânica das vibrações sonoras, quer a sua transformação em percepção estão

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afectadas/perturbadas. Surdez não é uma condição de "tudo ou nada". Embora

existam pessoas que são completamente surdas, há também pessoas com diversos

graus de perda auditiva funcional. Graus de perda auditiva muitas vezes são

classificados como leve, moderada, grave, profunda. Habitualmente, aqueles que se

dizem surdos têm a perda auditiva severa ou profunda. Aqueles com menor grau de

perda auditiva são comumente referidos como

Audição difícil.

Graus de perda auditiva

Perda Auditiva Leve: A incapacidade de ouvir sons abaixo de 30 decibéis.

Discursos podem ser de difícil Audição especialmente se estiverem presentes ruídos

de fundo.

Perda Auditiva Moderada: A incapacidade de ouvir sons abaixo de cerca de

50 decibéis. Aparelho ou prótese auditiva pode ser necessária.

Perda Auditiva Severa: A incapacidade de ouvir sons abaixo de cerca de

80decibéis. Próteses auditivas são úteis em alguns casos, mas são insuficientes em

outros. Alguns indivíduos com perda auditiva severa se comunicam principalmente

através de linguagem gestual, outros contam com uso das técnicas de leitura labial.

Perda Auditiva Profunda: a ausência da capacidade de ouvir, ou a

incapacidade de ouvir sons abaixo de cerca de 95 decibéis. Tal como aqueles com

perda auditiva severa, alguns indivíduos com perda auditiva profunda se comunicam

principalmente através de linguagem gestual, outros com uso das técnicas de leitura

labial.

Classificação por forma de comunicação

• Surdos oralizados: aqueles que se comunicam utilizando a língua oral

e/ou escrita.

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• Surdos sinalizados: aqueles que se comunicam utilizando alguma forma

de linguagem gestual.

• Surdos bilíngues: aqueles que utilizam ambas as formas de

comunicação.

As causas da surdez podem ser divididas em: pré-natais, perí-natais e

pós-natais

As causas pré-natais são:

•Hereditárias (A deficiência auditiva pode ser transmitida geneticamente de

geração em geração, particularmente quando existem casos de surdez na família);

Doenças adquiridas pela mãe durante a gravidez, tais como:

•Rubéola;

• Sífilis;Toxoplasmose; Citomegalovirus; Herpes; Intoxicações intra-

uterinas;

• Agentes Físicos (como, por exemplo, os raio-X);

• Alterações Endócrinas (Diabetes ou Tiróide);

• Carências Alimentares. As causas peri-natais podem ser:

• Traumatismos Obstétricos;

• Anóxia. As causas pós-natais podem ser:

• Doenças infecciosas;

• Bacterianas (ex.: meningites, otites, inflamações agudas ou crónicas das

fossas nasais e da naso-faringe);

• Virais;

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• Intoxicações;

Inclusão educacional e deficiência auditiva

A temática da inclusão social vem gerando polêmica e mau entendimento

entre as pessoas nos mais distintos seguimentos sociais, na própria vida doméstica,

nos centros de lazer, nas empresas e, onde não deveria, no lócus das diferenças – a

escola.

Embora decretado nas políticas educacionais do Governo Federal para a

educação especial, LDB 9.394/96 art. 60, que estabelece “como alternativa

preferencial, a ampliação do atendimento aos educandos com necessidades especiais

na própria rede pública regular de ensino”, ainda existe segregação, por medo do

desconhecido muitos pais acabam não levando seus filhos à escola regular,

concomitantemente, muitas escolas acabam ignorando a inserção deste aluno, talvez

por falta de preparo ou de verbas para atender às exigências impostas a essa

realidade.

A tarefa de projetar o educando para a vida em sociedade e,

consequentemente, para o trabalho é da escola, portanto, é através da escola que

toda e qualquer pessoa, criança ou adulto, deve escolarizar-se e conhecer as

diferentes formas de aprendizagem que a escola pode emplacar. Mas, fazer acontecer

a Inclusão Educacional de pessoas com deficiência auditiva e surdez na educação

básica é uma tarefa lenta e muito complexa.

É importante ter cuidado e atenção, pois, o tratamento de uma pessoa com

necessidades especiais deve ser igual ao de qualquer outra, todavia, com

peculiaridades diferenciadas, é necessário que ela se sinta bem e perceba que as

possibilidades do ensino são múltiplas para todos, ouvintes ou não. Dessa forma, os

próprios alunos com deficiência auditiva é que levantaram as demandas de um ensino

inclusivo.

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Mesmo sem preparo qualificado, muitas escolas já estão recebendo alunos

com deficiência auditiva, e além de aprender as especificidades da língua materna, ler

(mesmo sem pronunciar as palavras) e escrever, ainda aprendem a Língua Brasileira

de Sinais – LIBRAS, que permitirá tanto aos alunos com deficiência auditiva e surdez

quanto aos colegas ouvintes uma melhor interação na comunicação e na fala, ora com

expressão verbal ora com as mãos.

Muitos profissionais da educação devem se perguntar, “como abrir as portas

das escolas aos alunos com deficiência auditiva, se não estamos preparados e se

ainda faltam interpretes de LIBRAS? Como estabelecido no decreto federal de 2008,

deve-se (deveria) dobrar o valor do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da

Educação Básica e de Valorização dos Profissionais de Educação para alunos com

deficiência inclusos na rede regular, se atendidos pelo contra turno e estudando

regularmente com intérprete, como manda a lei.

Todavia, e enquanto isso não acontece na íntegra, fica aos professores a tarefa

de não permitir que esses alunos desistam de seus sonhos, haja vista que para esses

a escola é a única forma de conquistar a autonomia e seu espaço na sociedade.

Entende-se, por essas razões, que os olhares quanto às questões da língua,

identidade e cultura surda continua carente de atenção, conforme relatos de

educadores da AEE: “faz-se prioritária a (re) construção de um espaço educacional

formal transformador que direcione a educação dos surdos aos discursos e às práticas

educacionais dos sistemas com um todo, de forma consensual, integrada e crítica”.

Como lidar com a deficiência auditiva na escola?

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O professor pode suspeitar de casos de deficiência auditiva entre seus alunos quando

observar os seguintes sintomas: Excessiva distração; frequentes dores de ouvido ou

ouvido purgante; dificuldade de compreensão; intensidade da voz, inadequada para a

situação, muito alta ou baixa ou quando a pronúncia dos sons é incorreta.

Toda escola regular com alunos com deficiência auditiva tem o direito de

receber um intérprete de Libras e material de apoio para as salas de Atendimento

Educacional Especializado (AEE). Para isso, recomenda-se que a direção da escola

entre em contato com a Secretaria de Educação responsável.

No dia a dia, posturas simples do professor em sala facilitam o aprendizado do

aluno surdo. Traga- o para as primeiras carteiras e fale com clareza, evitando cobrir a

boca ou virar de costas para a turma, para permitir a leitura orofacial no caso dos

alunos que sabem fazê-lo. Dê preferência ao uso de recursos visuais nas aulas, como

projeções e registros no quadro negro.

Para os alunos com perda auditiva severa ou surdez, a aquisição da Língua

Brasileira de Sinais é fundamental para a comunicação com os demais e para o

processo de alfabetização inicial. O aprendizado de libras ocorre no contraturno, nas

salas de AEE.

É importante que professores da escola solicitem treinamento para aprender

libras ou peçam o acompanhamento de um intérprete em sala. Isso garante a inclusão

mais efetiva dos alunos.

Inclusão da criança com deficiência audtiva em salas comuns de ensino

Várias são as polêmicas existentes acerca da inclusão da pessoa com

deficiência na classe comum de ensino, sobretudo quando falamos da deficiência

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auditiva. Essa dificuldade ou impossibilidade de perceber através da via auditiva os

sons da fala provocou e ainda provoca inúmeras discussões no campo educacional.

Alguns importantes documentos que versam sobre o direito de inclusão da

pessoa com deficiência em salas comuns de ensino, como a Lei de Diretrizes e Bases

de 1996 e a Declaração de Salamanca de 1994, consideram o aluno com deficiência

auditiva uma exceção possível no processo de inclusão nas classes comuns das redes

de ensino, uma vez que tais alunos necessitam de adaptações comunicativas, como

a Língua Brasileira de Sinais, para que eles possam acompanhar o que é dito em sala

de aula.

Muitos questionamentos acerca da inclusão nos remetem a idade em que a

inclusão educacional deve ocorrer. Particularmente a inclusão desde o ensino infantil

até o ensino superior. O contato precoce com as diferenças certamente terá como

resultado final adultos tolerantes e abertos a aceitação do outro. Além disso, a inclusão

precoce estimula o uso dos recursos que os alunos com deficiência auditiva

necessitam para ultrapassar as barreiras impostas pelo processo educacional e com

isso poderão fazer uso consciente de seus direitos escolares e exercerão sua

cidadania.

Outro fator que merece atenção são as salas de Atendimento Educacional

Especializado, as salas de Recurso. Nesse ambiente as crianças serão assistidas

individualmente ou em grupo em período contrário ao da escola, e serão estimuladas

com materiais pedagógicos diferenciados visando a superação das dificuldades de

aprendizagem. Tais salas são de fundamental importância e garantirão a

aprendizagem dos alunos com deficiência auditiva.

Portanto, quanto ao questionamento “é possível a inclusão de pessoas com

deficiência auditiva na escola comum de ensino” a minha resposta é “claro, mas é uma

questão muito maior que colocar crianças com diferentes características em um

mesmo ambiente, precisamos mudar políticas públicas, precisamos quebrar

paradigmas educacionais e, mais que tudo, precisamos exercer e ensinar a todas as

crianças a exercerem sua cidadania”.

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Aspectos gerais sobre a surdez e deficiência auditiva

Denomina-se deficiência auditiva a diminuição da capacidade de percepção

normal dos sons, sendo considerado surdo o indivíduo cuja audição não é funcional

na vida comum, parcialmente surdo, aquele cuja audição, ainda que deficiente, é

funcional com ou sem prótese auditiva.

A intensidade produzida por um som é medida em decibéis (dB). O som mais

delicado que uma pessoa pode ouvir é definido por 0 dB de nível de audição, o som

de uma pessoa murmurando registrará 30 dB. O nível normal de conversa mede de

45-50 dB de nível de audição, e um concerto de rock pode medir cerca de 100 dB,

que podem até causar surdez temporária (Perret e Batshaw,1990).

Existem dois tipos de problemas auditivos, o primeiro afeta o ouvido externo ou

médio e provoca dificuldades auditivas condutivas, normalmente tratáveis e curáveis.

O outro tipo envolve o ouvido interno ou o nervo auditivo e chama-se surdez

neurossensorial. A surdez neurossensorial pode se manifestar em qualquer idade,

desde o pré-natal até a idade avançada. A cóclea é um órgão muito sensível e

vulnerável aos fatores genéticos, às doenças infantis, aos sons muito altos e a alguns

medicamentos. Um parto difícil ou prematuro, sobretudo quando o bebê não recebe

oxigênio suficiente, pode causar surdez neurossensorial. Ao nascer a criança está

sujeita a icterícia, prejudicial ao nervo auditivo, podendo levar a perda de audição.

(Secretaria de Educação Especial, 1997).

Autores como Myklebust (1971), Perelló e Tortosa (1972) e Reynolds e Birch

(1976) citados por costa, (1994), afirmam que a localização de lesão no ouvido,

permite a distinguir a surdez: a) de transmissão ou condução; b) de recepção ou

percepção; c) mista. A surdez de transmissão decorre de algum tipo de problema no

ouvido médio, a lesão existe apenas no aparelho de transmissão: há um impedimento

na passagem das vibrações até o ouvido interno. Na surdez de percepção há uma

lesão no aparelho de recepção: no órgão de Corti ou nas fibras nervosas condutoras

do impulso provocado pelas vibrações sonoras. Está é uma surdez mais complexa

porque é o próprio órgão sensorial que pode favorecer as distorções de sensação

sonora. No caso da surdez mista tanto o ouvido médio como interno são afetados, e

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ocorre quando a perda de audição tem componentes condutivos e neurossensorial

(Costa, 1994)

Patologias do ouvido

O profissional ao iniciar o exercício de sua atividade, assume responsabilidades

irreversíveis perante os pacientes, colegas de profissão, enfim, diante da sociedade

como um todo. No entanto, a eficácia dos tratamentos, coma constante evolução e

velocidade e diversidade de conhecimentos, depende, muitas vezes, do trabalho em

equipe. Há muitos anos fala-se da importância da interdisciplinaridade e da

necessidade de se trabalhar em conjunto. Acredita-se que essa ideia é decorrente da

conscientização dos profissionais em relação às possibilidades e limitações de suas

especialidades.

Com essa consciência, buscam ajuda de outras especialidades para a eficácia

do tratamento do seu paciente.

O significado da palavra parceria é reunião de pessoas para um fim comum

(MARCHESAN, 2005). Acompanhando este pensamento, este trabalho teórico-prático

visa evidenciar a importância da interdisciplinaridade para melhor diagnóstico e

tratamento da Disfunção Temporomandibular (DTM), que é o conjunto de doenças

que acometem a articulação temporomandibular, os músculos mastigatórios e

estruturas adjacentes.

O fonoaudiólogo e o odontologista, por meio do diagnóstico por imagem vão

avaliar os fatores predisponentes e iniciadores da DTM e intervir, cada qual em sua

área de atuação para promover o tratamento e a recuperação do paciente portador

dessa patologia. Além do levantamento teórico para um melhor conhecimento sobre

a Articulação Temporomandibular, Disfunção Temporomandibular (causas e

tratamento), o papel do fonoaudiólogo, do odontologista e do diagnóstico por imagem,

no diagnóstico e tratamento da DTM, foram realizadas palestras para pacientes e

funcionários da Clínica de Odontologia da Pontifícia Universidade Católica de Minas

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Gerais para divulgar a importância do tratamento em conjunto com vários profissionais

para a intervenção nas desordens da Articulação Temporomandibular, ressaltando a

grande relevância da Fonoaudiologia e os benefícios que ela traz ao paciente.

A disfunção temporomandibular

A ATM (articulação temporomandibular) é uma das articulações mais

complexas do corpo humano, responsável por mover a mandíbula para frente, para

trás e para os lados e pode ser avaliada por meio de exame de diagnóstico por

imagem.

A disfunção temporomandibular (DTM) é um termo que constitui um conjunto

de doenças que acometem a ATM, os músculos mastigatórios e estruturas adjacentes,

normalmente apresenta sinais e sintomas como, presença de estalos, creptações e

inflamações na região da articulação temporomandibular. Geralmente, a DTM dá a

sensação ao indivíduo acometido de que sua mandíbula está saltando para fora,

fazendo um estalo e até travando por um instante. A causa exata desta disfunção, em

geral, é impossível de ser identificada.

É difícil para o paciente suspeitar de DTM, porque um destes sintomas ou todos

eles podem também estar presentes em outras patologias. O odontologista é o

profissional responsável em fazer um diagnóstico preciso, por meio de uma história

médica e dentária completa, um exame clínico e de radiografias adequadas.

Muitas pessoas sofrem desses sintomas, às vezes, durantes anos, sem saber

a origem de seus problemas; outras, já passaram por vários tipos de tratamentos e

por diversos exames e uso de medicamentos, sem encontrar a causa dos mesmos.

O sintoma mais comum é a sensação dolorosa nos músculos da mastigação e

na ATM, sendo que as mulheres são mais afetadas que os homens, podem ocorrer

também em crianças, geralmente por causa da história de otite média e disfunção

tubária.

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Os sintomas auditivos com DTM são, dores de ouvido (otalgia), zumbido,

tonturas, vertigens, sensação de plenitude auricular, sensação de diminuição da

acuidade auditiva, outros sintomas da DTM são, limitação dos movimentos da

mandíbula, oclusão, ruídos articulares (crepitação) que nem sempre vem

acompanhada por dores e o estalido duplo, na abertura e fechamento da mandíbula,

o que chama atenção para deslocamento anterior do disco articular podendo causar

estiramento ou rompimento. Esta crepitação pode indicar uma artrose e cuidados

devem ser tomados.

ADTM possui uma etiologia multifatorial e está relacionada a fatores como,

stress, alterações psicológicas e hábitos posturais e deletéricos como movimentos

repetitivos, fatores estruturais, neuromusculares, oclusais (próteses mal adaptadas,

perdas dentárias,cáries, desgaste dental, restaurações inadequadas), hábito

parafuncionais (bruxismo, onicofagia, apoio de mão na mandíbula ao dormir ou

sentado, sucção digital ou chupeta), traumas de origem mecânica ou emocional e

lesões degenerativas da ATM. As DTMs podem ser de origem articular em que os

sintomas estão relacionados à ATM e também as de origem musculares, nas quais o

sintomas se referem a musculatura estomatognática, sendo que esta última

representa cerca de 60% dos casos, enquanto que as articulares, representam 40%

dos casos.

Uma grande parte da população apresenta sinais e sintomas da DTM,

influenciando negativamente na qualidade de vida destas pessoas, prejudica o apetite,

alimentação e deglutição, o sono, as atividades do trabalho e da escola, as relações

sociais e interpessoais. Faz- se necessário o trabalho multidisciplinar no diagnóstico

e tratamento das DTMs, visto que trata se de um caso complexo e sem evidências

significativas de causa e efeito entre os sinais e sintomas e os fatores etiológicos da

DTM.

Causas da surdez

Para Maspetiol (in Costa, 1994) as causas da deficiência auditiva podem ser

hereditárias, adquiridas no pré-natal, e adquirida pós-natal. Dentre os fatores

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ambientais que acarretam a deficiência auditiva destacam-se as infecções, drogas e

traumatismos cranianos.

Causas Pré-natais

Desordens genéticas ou hereditárias; relativas à consanguinidade; relativas ao

Rh; relativas a doenças infecto-contagiosas, como rubéola; sífilis, citomegalovirus,

toxicoplasmose, herpes; remédios ototóxicos, drogas, alcoolismo materno;

desnutrição, carências alimentares, pressão alta, diabetes; exposição à radiação.

Causas Peri-natais:

Pré-maturidade, pós-maturidade, anóxia, fórceps; infecção hospitalar.

Causas Pós-natais

Meningite, remédios ototóxicos, em excesso, com ou sem orientação medicas;

sífilis adquirida; sarampo, caxumba; exposição continua a ruídos ou sons muitos altos;

traumatismos cranianos (Secretaria de Educação Especial, 1997).

Mensuração da perda auditiva

A perda auditiva é mensurável, e para tanto é utilizado um audiômetro, que é

um instrumento eletrônico que mede os níveis de audição em um espectro de

frequências. A unidade de medida sonora é o decibel (dB), e a classificação do grau

de perda é feita com base nesta medida (Costa, 1994).

A perda auditiva pode ser leve, moderada ou severa, como veremos no quadro

a seguir:

Limiares normais De 0 a 20dB

Perda Leve De 20 a 40dB

Perda Moderada De 40 a 55dB

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Perda Moderadamente

Severa

De 55 a 70dB

Perda Severa De 70 a 90dB

Perda Profunda Acima 90dB

Grau de perda auditiva

O grau e o tipo de perda de audição assim como a idade em que esta ocorreu,

vão determinar o tipo de atendimento que o aluno receberá. Do ponto de vista

educacional e com base na classificação do Bureau Internacional d’Audiophonologie

– BIAP, e na Portaria Interministerial n° 186 de 10/03/78, considera-se parcialmente

surdo, o portador de surdez leve e portador de surdez moderada. Enquanto que surdo,

é considerado o portador de surdez severa e o portador de surdez profunda, que serão

descritos a seguir (Secretaria de Educação Especial, 1997):

Portador de Surdez Leve apresenta perda auditiva de até quarenta decibéis.

Essa perda impede que o aluno perceba igualmente todos os fonemas da palavra.

Além disso, a voz fraca ou distante não é ouvida. Em geral, esse aluno é considerado

desatento, solicitando, frequentemente, a repetição daquilo que lhe falam. Essa perda

auditiva não impede a aquisição normal de linguagem, mas poderá ser causa de

algum problema articulatório ou dificuldade na leitura e/ou escrita.

Porta dor de Surdez Moderada apresenta perda auditiva entre quarenta e

setenta decibéis. Esses limites encontram-se no nível da percepção da palavra, sendo

necessário uma voz de certa intensidade para que seja convenientemente percebida.

São frequentes o atraso de linguagem e as alterações articulatórias, havendo em

alguns casos, problemas linguísticos mais graves. Esse aluno tem maior dificuldade

em discriminação auditiva em lugares ruidosos. Identifica palavras mais significativas,

tendo dificuldade em compreender certos termos de relação e/ou frases gramaticais

complexas. Sua compreensão verbal está intimamente ligada à sua aptidão para a

percepção visual.

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Portador de Surdez Severa apresenta perda auditiva entre setenta e noventa

decibéis. Este tipo de perda permite que ele identifique alguns ruídos familiares e

poderá perceber apenas a voz forte, podendo chegar até quatro ou cinco anos sem

aprender a falar. A compreensão verbal vai depender, em grande parte, de aptidão

para utilizar a percepção visual e para observar o contexto das situações.

Portador de Surdez Profunda apresenta perda auditiva superior a noventa

decibéis.A gravidade dessa perda é tal, que o priva das informações auditivas

necessárias para perceber e identificar a voz humana, impedindo-o de adquirir

naturalmente a linguagem oral.

A construção da linguagem oral é uma tarefa longa e bastante complexa,

envolvendo aquisições como: tomar conhecimento sonoro, aprender a utilizar todas

as vias perceptivas que pode complementar a audição, perceber e conservar a

necessidade de comunicação e de expressão, compreender a linguagem e aprender

a expressar-se.

Consequências da surdez

As consequências da surdez no desenvolvimento da linguagem variam em

função da importância da perda e da idade do surgimento da mesma, segundo Juarez

A. in Pena, (1992):

Surdez Pré-verbal

Em caso de perda leve, não aparecem problemas importantes. Podem

aparecer algumas dislalias por insuficiente discriminação de certos traços fonéticos,

problemas de atenção em classe e dificuldade para perceber baixa intensidade de

voz. Muitas vezes estes passam despercebidos pela família. Nas perdas médias, há

o aparecimento natural da linguagem, mas com atrasos e serias dificuldades, mas

com prótese adequada e uma capacitação fonoaudialógica durante a infância, podem

desenvolver uma linguagem normal e frequentar uma escola comum. Apresentarão

dificuldade de compreensão em ambientes ruidosos. Acima de 70 dB de perda, é o

grupo que era chamado de “surdo-mudo”.

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19

Não se observa desenvolvimento espontâneo da linguagem, a audição residual

não é funcional (ainda que esteja amplificada), e a aprendizagem oral é difícil, lenta e

as vezes, muito limitada. Na surdez severa, um trabalho intenso e precoce pode

permitir que a criança consiga uma voz articulação bastante inteligível, e o

aproveitamento de seus resíduos auditivos, unidos a leitura labial, costumam

proporcionar uma compreensão satisfatória. Na surdez profunda, toda a compreensão

verbal da criança depende da leitura labial. Salvo exceções, a voz e a pronúncia são

muito alteradas e a aquisição da linguagem oral é difícil.

Surdez pós-verbal

A surdez adquirida depois de um primeiro processo de aprendizagem da

linguagem oral tem evidentemente menos repercussões sobre o desenvolvimento dos

aspectos fonéticos, léxicos e morfossintáticos. Porém as consequências na

compreensão são idênticas e proporcionais a importância da perda, apesar de terem

uma melhor leitura labial devido ao conhecimento da linguagem.

Produzem também consequências afetivas e sociais (isolamento, regressões,

etc.) podendo afetar o desenvolvimento pessoal e a integração social. Se a surdez

surgir durante os anos de aprendizagem básica da linguagem entre 3 e 6 anos,

precisará de capitação fonoaudiológica para conseguir níveis de aquisição normais.

Se ocorrer mais tarde, a capacitação mudará o foco para aprendizagem da leitura

labial e manutenção das qualidades vocais e articulatórias da criança, que poderão

piorar gravemente por falta de retorno auditivo permanentemente.

Deficiência auditiva e suas formas de tratamento

Como todos os órgãos do sentido, o ouvido relaciona o SNC com o mundo

exterior, e como tal é responsável pelo equilíbrio e pela audição.

Para a fonoaldióloga Maria Helena Piza, a grande importância da audição no

desenvolvimento intelectual e na integração social do indivíduo é que tanto audição

como a linguagem, são funções essenciais à comunicação oral entre os homens. É

pela audição que se originam os processos e mecanismos da formação e

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desenvolvimento da linguagem. Como esta é necessária à integração social e à

aprendizagem acadêmica, torna-se evidente que o dano causado por um distúrbio

auditivo representa muito mais do que uma simples redução da capacidade de ouvir.

Daí grande valor que deve ser dado à capacidade auditiva na educação, tendo

em vista não só a criança surda, que não adquiri espontaneamente, que necessita de

técnicas psicopedagógicas, professores, e aparelhos especiais, mas também a

criança hipoacúsica, com perdas moderadas e leves de audição, que lhe podem

acarretar desajustamentos, distúrbios de linguagem e escrita, mau aproveitamento

escolar e ainda, sem razão, o qualificativo de “retardada”.

Adquirir a linguagem é ser bombardeado constantemente pelos sons da língua,

é aprender que os desejos e pessoas têm nomes, que são constituídos de sons

específicos que se seguem em sequência. A criança que escuta, inconscientemente,

adquire a estrutura da gramática de sua língua e pode combinar e recombinar os

elementos linguísticos indefinidamente, sem ter tido nem um treino anterior. Ela vai

entrar na escola aos 5 anos madura e apta para aprendizados mais complexos.

A criança surda profunda não pode aprender a linguagem naturalmente e se

não for exposta a treino intenso pode até ficar sem saber que as palavras existem e

que as coisas têm um significado que pode se exteriorizado.

A linguagem será sempre um obstáculo à aprendizagem e essa terá que ser

feita com esforço e passo a passo e, infelizmente a maior parte das vezes, de maneira

imperfeita. Os sons sempre chegarão à criança filtrada e distorcida, mesmo que ela

tenha uma inteligência normal, seu desenvolvimento será bloqueado pelas limitações

da comunicação.

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Problemas auditivos na criança

Há diferentes definições para o termo surdo e deficiente auditivo.

O Surdo é o indivíduo cujo sentido da audição não é funcional para os objetivos

comuns da vida. Este grupo é constituído de duas classes baseadas no período em

que ocorre a surdez.

A surdez congênita – o indivíduo nasce surdo

A surdez adquirida – o indivíduo nasce com audição normal, mas a perdeu

devida uma doença ou acidente.

Deficientes auditivos ou hipoacúsicos são os indivíduos cuja audição, embora

deficiente, desde o nascimento ou adquirida, é funcional com ou sem ajuda de prótese

auditiva.

Os prejuízos causados a criança pela deficiência auditiva estão diretamente

ligados à época em que a deficiência se instalou, à causa que a determinou e à

extensão da perda auditiva.

Quanto à época

Quanto à época podemos separar a surdez adquirida antes da aquisição da

linguagem e adquirida após essa aquisição.

A criança inicia sua linguagem por imitação do som; depois do balbucio

aparecem as primeiras palavras, os substantivos concretos, os verbos, os

substantivos abstratos, a linguagem estruturada. Não pode haver desenvolvimento

intelectual completo sem a linguagem e não há desenvolvimento da linguagem sem a

audição.

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Antes da aquisição da linguagem a criança que nasce surda pode ter as

mesmas condições intelectuais e habilidades psicomotoras do

aparelho fonoarticulatório de uma criança normal, porém não poderá reproduzir

sons que não ouve. Nesse caso, a descoberta e o diagnóstico precoce são muito

importantes porque a educação especializada e adequada ao tipo de deficiência deve

iniciar-se o mais cedo possível.

Quando a surdez ocorre depois que a criança teve oportunidade de adquirir e

desenvolver a linguagem, ela pode esquecer tudo o que já havia aprendido, se não

for bem aproveitado seu resíduo auditivo através da estimulação por métodos

apropriados de aprendizagem e por uma prótese auditiva.

Assim, todos os meios devem ser empregados e qualquer resíduo auditivo deve

ser aproveitado, evitando-se a deformação da linguagem por falta de estimulo e pelo

esquecimento, com alterações da entonação e, dando-se à criança oportunidade de

aprendizado e de melhor adaptação social.

Quanto às causas:

A surdez da criança pode ter muitas origens, mas didaticamente pode-se

separa-las em causas congênitas e adquiridas.

Congênitas:

*Hereditariedade.

*Incompatibilidade sanguínea entre a mãe e o feto (RH - ) ou consanguinidade

dos pais.

*Má formações.

*Doenças infecciosas maternas.

*Intoxicações endógenas da mãe na gestação.

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*Intoxicações hexógenas da mãe.

*Traumatismos obstétricos

Adquiridas:

*Obstrução da trompa de Eustáquio

*Otites

*Infecções (tifo, caxumba, meningite, sarampo, etc.) *Inflamações, tumores,

traumas.

*Intoxicações (as mais frequentes são por medicamentos)

*Tóxicos

Sinais de Deficiência Auditiva

Certos tipos de sinais de deficiência auditiva entre as crianças podem ser

observados pelos professores, ou por pessoas que trabalham com elas:

*Defeitos de linguagem

*Expressão oral pobre

*Pedidos para que se repitam palavras e instruções

*Uso demasiado de (o que? Como?)

*Andar arrastando os pés

Prevenção de problemas auditivos

Orientar as crianças na higiene do ouvido, bem como em relação a

imprudências praticadas em brincadeiras que podem levar às perdas auditivas e até

mesmo à surdez. Tais Como:

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*O conceito errôneo de que cera é sujeira e precisa ser removida

*Combater o hábito de limpar o ouvido com a unha, grampos palitos ou outros

objetos pontiagudos.

*Ao limpar o ouvido evitar o uso de objetos que empurram a cera em direção à

membrana timpânica, pois pode ocorrer trauma no canal e até no tímpano

*Não introduzir objetos estranhos no ouvido

*Evitar o uso indiscriminado de gotas otológicas

*Não descuidar de gripes, rinofagites, amigdalites, vegetação adenóide, e

principalmente das dores e purgação no ouvido *Usar antibióticos somente com

prescrição médica

*Tomar cuidado com os tampões de algodão que não devem ser muito

pequenos nem afundados no conduto auditivo

O papel do professor frente aos problemas auditivos

Pelo fato das deficiências auditivas, muitas vezes, virem a ser detectadas

somente na escola o professor deve tomar determinados cuidados:

*Falar claramente em tom natural

*Sentar a criança mais perto de sua mesa

*Permanecer em posição tal que o aluno possa ver seu rosto com facilidade

*Oferecer-lhe oportunidades de participar de atividade de grupo

*Evitar falar enquanto escreve na lousa

*Utilizar material visual variado

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É importante que as crianças surdas convivam com as pessoas que ouvem,

que sejam estimuladas a falar, evitando que constituam um grupo à parte. A

orientação e os conselhos devem basear-se no que ela pode fazer bem, e não no que

ela não pode fazer.

Conversas com os pais também serão de grande auxilio, pois eles também

devem contribuir para o ajustamento do filho e fornecer informações importantes que

poderão ajudar no desenvolvimento global da criança.

Exercícios para desenvolver a audição:

Toda criança mesmo aquela que tem audição normal deve ser sempre

estimulada a desenvolver cada vez mais a sua acuidade auditiva. Há inúmeros

exercícios que podem ser feitos coletivamente e individualmente para atingir os mais

variados aspectos, tais como:

*Memória Auditiva: Sons de animais(imitação), instruções de jogos, atividades

diárias(relato oral), musicas favoritas, lembrar nomes de instrumentos, palavras

começadas por determinada letra ou silaba, repetição de historias, etc.

*Sequência Auditiva: Seguir instruções especificas (dar à criança três ou mais

ordens para que ela cumpra) repetir o alfabeto, sequências numéricas em ordem

crescente e decrescente, lembrar letras e números que vem antes ou de pois de

outros, sequência de símbolos mistos (u, 2, menino, 3), poesias, historias em

sequências.

*Conhecimento Geral dos Sons: Tocar instrumentos, identificar sons de

animais, da natureza, jogos de relaxamento relatando os sons que ouviu, jogos de

imitação, jogos de cochichar, historias gravadas, etc.

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Sistemas de Comunicação Gestual:

Leitura Oro-Facial (LOF):

A leitura oro-facial, é a técnica que auxilia a criança a realizar a leitura dos

movimentos labiais de seu interlocutor. Nos sistemas de auxílios à leitura labial, como

LIBRAS, língua de sinais, os gestos correspondem a conceitos próprios ou palavras

da língua oral. Nos sistemas de auxílio à leitura labial, os gestos não têm razão de

existir sem a fala. Eles têm por objetivo facilitar a leitura labial e estão inscritos dentro

de uma perspectiva oralista.

Língua de Sinais:

São sistemas de sinais independentes das línguas faladas. Contrariamente a

uma ideia preconcebida não existe uma língua de sinais utilizada e compreendida

universalmente.

As línguas de sinais praticadas nos diferentes países diferem umas das outras.

No Brasil temos a LIBRAS ( Língua Brasileira de Sinais); nos EUA utiliza-se a

ASL(American Sign Language) e na França a LSF (Langue de Signes Français).

Existem também como para as outras línguas orais, dialetos ou variabilidade

regional dos sinais.

A língua de sinais tem uma estrutura própria. Um sinal gestual remete a um

conceito, não existindo uma correspondência termo a termo como a língua oral. A

língua de sinais é uma língua de dimensão espacial e corporal.

No Brasil, a Libras foi oficializada pela lei federal 10.436/2002 e regulamentada

em dezembro de 2005, pelo Decreto Federal n 5.626. Este fato faz com que as

políticas educacionais passem a tratar os surdos como uma minoria linguística, bem

com torna obrigatório a língua de sinais no currículo dos cursos de formação de

professores, em nível médio e superior e de fonoaldiologia, assim os professores

podem tornar-se profissionais bilíngues.

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Linguagens Sinalizadas:

Utilizam um léxico gestual, emprestando a organização gramatical das

linguagens orais correspondentes. Um exemplo é o “português sinalizado”. Existe

também o SE (Signed English), o FS(Français Signé), etc. Esses sistemas criados

artificialmente exploram menos possibilidades que as línguas gestuais que se

desenvolvem com base nas dimensões espaciais e corporais.

Alfabeto Datilológico ou manual:

É um sistema em que cada letra do alfabeto escrito corresponde a uma

configuração particular da mão e dos dedos. Esse sistema utiliza, na realidade uma

escrita no espaço. Quando queremos “escrever” uma palavra, a mão realiza as

configurações que correspondem às letras das palavras, de forma sequenciada.

Procedimento Aural-Oral:

É um processo terapêutico que auxilia a criança a construir e a usar a

linguagem oral de forma eficiente, possibilitando sua interação com o meio social.

Porém, o desenvolvimento auditivo passível de ser detectado depende de fatores,

como: grau de perda auditiva, idade de detecção, atitudes e habilidade dos pais,

capacidade cognitiva e capacidade de construir a linguagem da criança, além disso,

é necessário a adaptação pela criança de uma AASI (Aparelho de Amplificação

Sonora Individual) ou um IC multicanal (Implante Coclear).

Comunicação Total e Bilinguismo:

Para certos autores, a comunicação total implica a utilização simultânea da

linguagem oral e gestual. Para outros seria o emprego de diversas formas de

comunicação disponíveis, sem a preocupação particular pela sua hierarquização.

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Desta forma, são utilizados: a fala, a leitura labial, a língua de sinais, o

português sinalizado, o alfabeto manual, a audição residual, a leitura e a escrita dentro

de diferente circunstâncias e contextos.

O uso simultâneo das línguas de sinais e das orais seria um “bimodalismo”, isto

é, o uso concomitante de duas línguas de modalidade diferente. A comunicação total,

por tanto, é uma filosofia bimodal.

Atualmente esta filosofia educacional vem sofrendo muitas críticas (Brito,

1993). A Abordagem bilíngue pretende que ambas as línguas, a gestual (LIBRAS) e a

oral (português) sejam mencionadas e usadas, sem que uma interfira e/ou prejudique

a outra. Por tanto, as duas línguas seriam utilizadas em situações diferentes.

Isto exige, que no processo de educação da criança surda existam,

obrigatoriamente um profissional ouvinte, que seria responsável pela língua da

comunidade ouvinte, e um profissional surdo responsável pela transmissão da cultura

dos surdos e da língua de sinais.

Orientações metodológicas:

Atuar com o deficiente auditivo requer que as pessoas que convivam com ele

tenham condutas que favoreçam e auxiliem seu desenvolvimento. Estas pessoas

devem sempre se ater às necessidades gerais da criança e não enfatizar a deficiência

auditiva, pois isso pode levar a distorções na relação com a criança.

É preciso estar sempre atento a tais condutas e usa-las constantemente na

interação diária. Em outras palavras, ter habilidade, sensibilidade, e competência

técnica em situações de vida diária e ter flexibilidade em adaptá-las às diferenças de

cada indivíduo é uma arte que deve ser aprimorada.

Pais, professores, terapeutas, devem todos procurar ter a mesma conduta

quando se relacionam com a criança a fim de ajudá-la. Se as condutas forem

diferentes, o resultado poderá criar confusão e dificuldade de aprendizagem.

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Voz e Articulação

*Fale com voz clara. Fale um pouco mais devagar que o normal, usando

articulação normal e não exagerada.

*Use a voz com intensidade normal. Falar alto faz com que a voz se torne

ininteligível e a articulação forçada. Não articule sem som e nem engula palavras.

*Use voz interessante e animada. Os padrões de entonação, ritmo, duração e

intensidade dos sons das palavras e das frases podem ser percebidos auditivamente

trazendo muitas informações de caráter emocional.

*Fale próximo à criança. À medida que nos afastamos do microfone do AASI, o

som fica menos intenso. Quando falamos próximo à criança com voz menos intensa,

ela tem mais informações de frequências agudas. Falando perto e baixo a voz está

acima do ruído ambiental. Use o sussurro, quando necessário.

*Fale preferencialmente sem ruído mascarante, ou seja, tente diminuir o ruído

ambiental. È muito difícil para criança ouvir na presença do ruído de fundo. Seria como

tentar ler uma página borrada.

Atenção:

*Segure e toque a criança adequadamente, evite tocá-la, puxá-la ou

agarrá-la para conseguir sua atenção.

*Use primeira voz para chamar atenção, é preciso dar-lhe a chance de usar

a audição.

*Use movimentos corporais, toques, gestos apropriados para chamar a

atenção da criança, sempre associados à fala.

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*Ao falar com a criança ou produzir qualquer ruído dê um tempo para que

a informação auditiva seja processada. É fundamental a espera.

*Desenvolva a atenção auditiva e a comunicação oral nas atividades do

dia-a-dia, use os sons para conseguir a atenção da criança. Não se limite a

chamá-la apenas pelo nome, mas chame a sua atenção quando à uma razão e

não apenas para testa-la. Os sons devem ter significados para a criança.

*É preciso sempre aproveitar a oportunidade para falar com a criança no

momento exato em que ela necessita ou em que solicita, não desperdice esse

momento. *Fale sobre o que a criança está interessada no momento e vá

ampliando os interesses gradativamente. Procure atividades, jogos e

brincadeiras que a estimulem e que sejam interessantes e adequadas à sua

idade.

*Envolva a criança nas atividades diárias tanto na escola como orientar

os pais nas atividades em casa como comer, vestir, brincar, tomar banho etc.

*Seja sensível à capacidade de atenção da criança pois a criança

consegue se manter mais atenta às produções de fala que tenham conexão com

a situação que está vivenciando.

Expressões:

*Deixe o deficiente auditivo ver seu rosto de frente.

*Tenha certeza de que seu rosto esteja sempre iluminado.

*Tenha certeza de que seu rosto está no mesmo nível visual, ou seja fique de

50 cm a 01 m da criança, pois ela precisa ver o rosto de seu interlocutor.

*Use expressões faciais e entonações ricas.

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*Use gestos naturais com as mãos, associados à linguagem oral, para facilitar

a comunicação e a compreensão da criança.

*Deixe os lábios descobertos, ou seja, pelo menos no início do trabalho

terapêutico o homem deve evitar o uso de barba e bigode, pois eles dificultam a

comunicação já que impedem a criança acompanhar os movimentos dos lábios.

Comunicação

*Destaque os aspectos não verbais da comunicação como o olhar, o sorriso e

o choro, pois muitas vezes nos comunicamos sem palavras. A criança, ao se dar conta

desse fato, logo aprende que a comunicação é um processo que envolve um falante

e ouvinte. *Comunique-se de maneira positiva, transmitindo a mensagem de forma

calorosa e positiva procurando estar próximo a criança. Porém não seja exagerado.

* Procure reconhecer as tentavas de comunicação da criança. Quanto mais os

adultos se tornarem habilidosos para entender o que a criança tem a dizer, mais ela

mostrará interesse em se comunicar.

*Fale sobre o aqui e agora, sobre as coisas que estão ocorrendo dentro de um

contexto significativo para a criança.

*Desenvolva uma atividade apropriada procurando facilitar e encorajar

brincadeiras com objetos, matérias e eventos que sejam estimulantes e apropriados.

*Respeite o ritmo e os interesses da criança, ficando atento à quantidade de

informação que ela pode absorver naquele determinado momento.

*Crie condições para que a criança comunique-se, por meio de palavras

corretas, aquilo que ela quer expressar. Exponha-lhe as palavras, que acompanham

as ações, traduzindo-as para a linguagem oral.

*Enfatize a imitação, incentivando a criança a reproduzir os sons produzidos

por carros, animais, tosse, espirro, e fala. O adulto também de emitir a produções

infantis mesmo sem significado, para estabelecer o jogo de imitação.

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*Responda à comunicação da criança encorajando e possibilitando outra

resposta da criança e incentivando um diálogo.

*Use sentenças pequenas e simples, porém não utilize vocábulos isolados,

introduza-os sempre dentro de uma estrutura frasal.

*Use repetições, pois uma criança surda necessita ouvir uma palavra várias

vezes para entendê-la.

*Procure expandir as produções semânticas e gramaticais à medida que a

criança vai se desenvolvendo

*Não use diminutivos ou fala infantilizada, isto pode confundir e dificultar a fala.

*A melhor maneira de a criança adquirir a linguagem é a de ouvi-la num

contexto situacional, onde fala-se de coisas que estão ocorrendo no momento.

*Use palavra-chave na mudança de assunto, se necessário, pode-se utilizar

pequenos gestos.

*Enfatize comunicação com pessoas diferentes e não apenas com amigos

próximos e o professor que estão habituadas a ouvi-la.

*Avalie o nível de resposta da criança para não causar frustrações e com isso

inibir uma produção oral.

*Procure não ser ansioso durante a comunicação com a criança, para que ela

não se frustre por ter falhado na resposta.

*Deixe-a tentar se comunicar e pedir o que quer.

*Caso não entenda o que a criança lhe falou, não se acanhe em transmitir-lhe

isso, para que ela tente melhorar sua produção de fala.

Orientações Verbais:

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*Fale a mensagem sempre que necessário, quando perceber que a criança não

ouviu.

*Simplifique a mensagem para melhor compreensão pela criança.

*Use sinônimos para facilitar a compreensão da mensagem.

*Reforce as palavras chaves.

*Repita palavras chaves que destaquem algum significado dentro da sentença

ou forneça mais informações para possibilitar a compreensão. *Limite as

possibilidades de respostas quando as perguntas forem feitas.

*Construa frases apresentando informações que possam sempre reconhecidas

baseadas em conhecimentos que a criança já tem. *Peça para a criança repetir ou

refrasear o que foi dito.

Comportamento:

*Procure entender as necessidades da criança sem esquecer o problema

auditivo.

*Apresente atitudes positivas diante de problemas e dificuldades apresentadas

pela criança.

*Preocupe-se em impor limites ao comportamento da

criança deficiente auditivo.

*Busque ajuda sempre que necessário, inclusive com os pais e os colegas de

trabalho que também possuem alunos com a mesma deficiência.

*Busque informações sempre que puder, para com isso auxiliar a criança.

*Envolva os familiares, mãe, pai, avós, etc.

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Recursos para professores que não possuem domínio de Libras

Mímica/Dramatização:

Estratégias visuais que podem acompanhar ou enriquecer os conteúdos

estudados podem ser utilizados para construir significados relacionados ao contexto

imediato.

Desenho/Ilustrações/Fotografias/Figuras:

Utilizados para o esclarecimento de temas apresentados na aula e com pistas

na leitura de textos. As pistas visuais enriquecem o conteúdo e são recursos que

contribuem para a memória visual dos alunos.

Recursos Tecnológicos (Tv/Vídeo, Retroprojetor, Computador, Slides, etc...)

São ótimos recursos para o trabalho dos conteúdos de ordem mais abstrata.

Para os vídeos, existe um variado acervo de temas para as diferentes disciplinas. É

importante observar a escolha de filmes legendados, pois facilitam a compreensão

das imagens pelos surdos.

E, finalmente o professor que atua com crianças deficientes auditivas deve

sempre estar atento aos mínimos detalhes que estas apresentam para se

comunicarem a fim de conseguir melhorar suas expressões orais, não esquecendo

que com elas o trabalho é praticado no concreto, sempre, pois possuem grande

dificuldade para abstrair o pensamento.

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