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Solange vai à escola...

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Solange vai a escola!

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Solange vai à escola...

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Em uma classe inclusiva do 1º ano de escolaridade. A aluna Solange, 7 anos, com surdez profunda, não oraliza e não conhece a Língua Portuguesa, porém tem domínio de Libras. Cursou a Educação Infantil em uma pequena escola perto de casa, que oferecia atendimento especializado, com a presença constante de intérpretes e professores de Libras.

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Por opção familiar e ciente dos direitos especiais de Solange, a família matriculou a menina em uma escola regular por entender que essa é a melhor opção, tanto para os ditos normais, quanto para os especiais, pois é essa regularidade que prepara cidadãos para a vida em sociedade.

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A professora Lucia tem algum conhecimento em Libras os quais foram adquiridos em sua recém concluída licenciatura em Pedagogia (segundo o Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005, que institui em seu artigo 3ª parágrafo 1º que a Libras deve ser componente curricular obrigatório em todos os cursos de Licenciatura e Formação de Professores, tanto em nível médio quanto em nível superior).

 A professora Lucia teve acesso ao laudo médico de Solange pela Direção do colégio, sendo também informada que a menina é uma criança alegre e curiosa, mas retrai-se um pouco na interação com os colegas quando percebe que não é compreendida.

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Um dos objetivos do 1º ano de escolaridade é a preparação para a leitura e escrita em Língua Portuguesa, levando em conta a perspectiva do letramento, o que, segundo Soares (1998, p. 36-37), “é o estado daquele que não só sabe ler e escrever, mas que também faz uso competente e freqüente da leitura e da escrita, e que, ao tornar-se letrado, muda seu lugar social, seu modo de viver na sociedade, sua inserção na cultura”.

Ser letrado, a partir desse ponto de vista, não significa apenas ter a capacidade de decifração desenvolvida; para além dessa competência, ser letrado é ter condições de participar do mundo da leitura e escrita como ser social, fazendo uso destas como ferramentas de ser e estar no mundo, operando e interagindo nas relações sociais.

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A partir daí, Lucia tem que, juntamente com coordenação, buscar estratégias de acessibilidade ao currículo para atender aos direitos especiais de Solange, visto que é também seu direito como cidadã e aluna ter acesso à Língua Portuguesa como um dos possíveis instrumentos de sua inserção social.  

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Partindo desse quadro, ficou melhor o entendimento do que Lucia precisava para construir para atender as necessidades de Solange. A professora também foi buscar na literatura alguns caminhos que pudessem orientá-la no que pretendia trabalhar.

Damázio (2009, p. 27) aponta que o trabalho com o surdo em escolas regulares deve ser desenvolvido de forma bilíngue, com a concomitância da Língua Portuguesa e Libras. A autora aponta que “o planejamento do Atendimento Educacional Especializado em Libras é feito pelo professor especializado, juntamente com os professores de turma comum e os professores de Língua Portuguesa, pois o conteúdo deste trabalho é semelhante ao desenvolvido na sala de aula comum”.

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Além desse ponto, Solange também encontrou que “nesse atendimento há explicações das ideias essenciais dos conteúdos estudados em sala de aula comum. Os professores utilizam imagens visuais e quando o conceito é muito abstrato recorrem a outros recursos, como o teatro, por exemplo”.(idem, p. 29).

Daí a importância de uma sala de aula com várias ilustrações, trazendo ao surdo, tanto quanto ao ouvinte, a leitura do texto visual como uma importante estratégia pedagógica no ensino da leitura e escrita da Língua Portuguesa.

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Lucia também leu que “considerando o ensino da Língua Portuguesa escrita para crianças surdas, há dois recursos muito importantes a serem usados em sala de aula: o relato de estórias [sic] e a produção de literatura infantil em sinais. O relato de estórias inclui a produção espontânea das crianças e a do professor, bem como, a produção de estórias existentes; portanto, de literatura infantil” (Quadros e Schmiedt, 2009, p. 25).

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Nesse bojo aparecerem como recursos imprescindíveis às práticas pedagógicas cotidianas, as Ajudas Técnicas, também conhecidas como Tecnologias Assistivas, para que sejam adaptadas visando sua melhor utilização devem seguir um roteiro tal qual o apontado a seguir:

Fonte: Portal de Ajudas Técnicas. Recursos para comunicação alternativa. Disponível em http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/ajudas_tec.pdf>. Acesso 21 nov 2009; p. 14)

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Lucia é uma profissional que preocupa-se em garantir que a inclusão seja de fato realizada. Tem a clara compreensão que capacitação docente, planejamento didático, adequação e seleção dos recursos pode fazer toda diferença na acolhida de Solange em uma sala regular do 1º ano.

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Utilizou muitos filmes, destes que a gente vê no cinema, a gente que trazem ótimas mensagens de solidariedade, amizade e aceitação das diferenças.

Uma das atitudes que Lucia incorporou a sua rotina foi trabalhar com a turma,durante todo o ano letivo, temas que abordem valores morais, éticos e sociais, a fim de desenvolver melhor a integração com a turma e com os alunos deficientes que vier a receber em sua sala.

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Solange é uma menina feliz, está se adaptando a nova escola e a nova língua que aprende, aos poucos, a dominar.

Lucia é a professora do mundo ideal, talvez ainda existam poucas como ela em nossas escolas.

Talvez pelo desconhecimento a inclusão de DA em escolas regulares ainda causa medo, estranhamento. Contudo é sim um caminho possível mas requer, sem dúvida, planejamento e formação por parte dos professores e da comunidade escolar.

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Aprendamos a ver com bons olhosAs crianças que não são tão perfeitas quanto as nossas... Aprendamos a ouvir com bons ouvidos as crianças que não ouvem quando chamamos...O que elas ouvem, tem som de amizade, seus movimentos chamam-se vida...E os nossos sentimentos, são pedaços de luz e carinho que irão iluminar seus passos...Porque é com os olhos e com o tato que elas ouvirão .

UM CONVITE...