decomposiÇÃo do metano em catalisadores co/sio2

70
Ana Carolina Prieto Fernandes Guarino DECOMPOSIÇÃO DO METANO EM CATALISADORES Co/SiO 2 , Co/Al 2 O 3 e Co/Nb 2 O 5 Orientador: Prof. Dr. Fabio Barboza Passos Co-Orientadora: Prof. Dra. Rosenir Rita de Cássia Moreira da Silva NITERÓI 2005 Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Química da Universidade Federal Fluminense como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre. Área de Concentração: Físico-Química Avançada

Upload: lamhuong

Post on 10-Jan-2017

217 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: DECOMPOSIÇÃO DO METANO EM CATALISADORES Co/SiO2

Ana Carolina Prieto Fernandes Guarino

DECOMPOSIÇÃO DO METANO EM CATALISADORES

Co/SiO2 , Co/Al2O3 e Co/Nb2O5

Orientador: Prof. Dr. Fabio Barboza Passos

Co-Orientadora: Prof. Dra. Rosenir Rita de Cássia Moreira da Silva

NITERÓI

2005

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Química da Universidade Federal Fluminense como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre. Área de Concentração: Físico-Química Avançada

Page 2: DECOMPOSIÇÃO DO METANO EM CATALISADORES Co/SiO2

-iii-

ANA CAROLINA PRIETO FERNANDES GUARINO

Dissertação apresentada ao Programa de

Pós-Graduação em Química da

Universidade Federal Fluminense, como

requisito parcial para obtenção do Título

de Mestre em Química Orgânica.

MARÇO / 2005

BANCA EXAMINADORA

_________________________________

Prof. Dr. Fabio Barboza Passos

Departamento de Engenharia Química – UFF

__________________________________

Profa. Dra. Rosenir Rita de Cássia Moreira da Silva

Departamento de Engenharia Química - UFF

________________________________

Prof. Dr. Eduardo Hollauer

Departamento de Físico-Química - UFF

_________________________________

Prof. Dr. Annibal Duarte Pereira Netto

Departamento de Química Analítica – UFF

“DECOMPOSIÇÃO DO METANO EM CATALISADORES Co/SiO2, Co/Al2O3 e Co/Nb2O5”

Page 3: DECOMPOSIÇÃO DO METANO EM CATALISADORES Co/SiO2

-iv-

A DEUS, ao Alexandre e ao Mikhael

Page 4: DECOMPOSIÇÃO DO METANO EM CATALISADORES Co/SiO2

-v-

AGRADECIMENTOS

A Deus, presente em todos os minutos da minha vida.

Ao Alexandre por todo amor, apoio, ajuda e compreensão.

Ao Mikhael, por me proporcionar a realização como mãe e por cada sorriso.

Aos meus pais e ao meu irmão que sempre estiveram ao meu lado torcendo por mim.

Aos professores Fabio Passos e Rosenir pela orientação e paciência.

Ao professor Eduardo e ao Programa de Pós-Graduação pela oportunidade.

À Bárbara pela grande ajuda nos testes catalíticos.

Aos colegas do Laboratório de Reatores, Cinética e Catálise pelas dicas e pelo

ambiente de trabalho.

À COPPE/NUCAT pela autorização para a realização das medidas de DRX.

À CAPES pela concessão da bolsa de estudo.

Page 5: DECOMPOSIÇÃO DO METANO EM CATALISADORES Co/SiO2

-vi-

RESUMO

Catalisadores de cobalto foram testados na reação de decomposição do metano a

450 ºC para avaliar as suas propriedades catalíticas. A reação ocorre em dois estágios

onde, primeiramente, o metano se decompõe formando hidrogênio e carbono filamentar e,

posteriormente, realiza-se a hidrogenação deste carbono para verificar sua reatividade. A

natureza do suporte influencia bastante esse processo. Estudos de difração de raios X

(DRX), redução à temperatura programada (TPR), área específica (método BET), volume

de poros e quimissorção de hidrogênio foram utili zados para caracterizar os catalisadores

de cobalto suportados em sílica, alumina e niobia. Testes catalíticos indicam que na

primeira etapa ocorre a decomposição do metano gerando hidrogênio e monóxido de

carbono formado pela reação das espécies CHx adsorvidas com os grupos OH da superfície

do suporte. Os resultados de hidrogenação a temperatura programada (TPH) permiti ram

identificar diferenças nas reatividades dos depósitos carboníferos, apresentando picos de

consumo de hidrogênio e de produção de metano semelhantes para os catalisadores de

Co/SiO2 e Co/Al2O3, independentemente da temperatura de redução, e de produção de

monóxido de carbono que, no caso de catalisador Co/SiO2 reduzido a 300oC, foi

diferenciado e crescente. O catalisador de Co/Nb2O5 reduzido a 500oC exibiu o efeito

SMSI diminuindo sua reatividade perante a reação.

Page 6: DECOMPOSIÇÃO DO METANO EM CATALISADORES Co/SiO2

-vii -

ABSTRACT

Cobalt catalysts were tested in methane decomposition reaction at 450 ºC to

evaluate their catalytic properties. The reaction occurs in two stages where, primarily, the

methane decomposes by forming hydrogen and carbon deposits and, secondly, the

hydrogenation of these carbon species is performed to verify their reactivity. Sili ca,

alumina and niobia supported cobalt catalysts were characterized by X-ray diff raction

(XRD), temperature-programmed reduction (TPR), BET surface area measurements and

hydrogen chemisorptions. The nature of a support strongly influenced this process. The

results of the CH4 reaction indicated the release of hydrogen and CO, generated by the

reaction of carbonaceous adspecies originated by dissociative chemisorption of methane

with surface OH groups. Temperature-programmed hydrogenation (TPH) results allowed

differentiating the reactivities of the carbonaceous deposits, by presenting similar hydrogen

consumption and methane production for Co/SiO2 and Co/Al2O3 catalysts, independing of

reduction temperature, and carbon monoxide production which, in the case of Co/SiO2

reduced at 300oC, were different and increasing. The Co/Nb2O5 catalyst reduced at 500oC

exhibited the SMSI effect, which diminished the reaction reactivity.

Page 7: DECOMPOSIÇÃO DO METANO EM CATALISADORES Co/SiO2

-viii -

SUMÁRIO

RESUMO_________________________________________________________vi

ABSTRACT______________________________________________________ vii

CAPÍTULO I _____________________________________________________ 14

INTRODUÇÃO_____________________________________________________________ 14

CAPÍTULO I I ____________________________________________________ 17

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA_________________________________________________ 17 II .1 – Decomposição do Metano _____________________________________________________ 17 II .2 – Efeito do metal ______________________________________________________________ 19 II .3 – Efeito do Supor te____________________________________________________________ 21 II .4 – Mecanismo e Cinética da Decomposição do Metano _______________________________ 23 II .5 – O efeito da temperatura, da dispersão metálica e da carga de alimentação_____________ 25 II .6 – Depósitos carboníferos _______________________________________________________ 26

CAPÍTULO I I I ___________________________________________________ 28

MATERIAIS E MÉTODOS __________________________________________________ 28 III .1 - Preparação dos catalisadores__________________________________________________ 28

III .1.1 – Suporte ________________________________________________________________ 28 III .1.2- Fase Ativa e Impregnação do Suporte ________________________________________ 28 III .1.3 - A Secagem______________________________________________________________ 29 III .1.4 - A Calcinação____________________________________________________________ 29

III .2 - Caracterização dos Catalisadores ______________________________________________ 29 III .2.1.Difração de Raios - X ______________________________________________________ 29 III .2.2. Área Específica (BET) e Volume de Poros_____________________________________ 30 III .2.3. Quimissorção de H2 _______________________________________________________ 30

III .2.3.1. Cálculo da área metálica e da dispersão___________________________________ 32 III .2.4. Redução a Temperatura Programada ________________________________________ 34

III .3.Teste Catalítico ______________________________________________________________ 35 III .3.1 Reação Isotérmica com CH4 a 450 ºC__________________________________________ 35 III .3.2 - Hidrogenação dos Depósitos Carboníferos ____________________________________ 36

CAPÍTULO IV ___________________________________________________ 37

RESULTADOS E DISCUSSÃO _______________________________________________ 37 IV.1. Difração de Raios-x __________________________________________________________ 37 IV.2. Área Específica (BET) e Volume de Poros________________________________________ 38 IV.3. Quimissorção de H2 __________________________________________________________ 39 IV.4. Redução a Temperatura Programada __________________________________________ 47 IV.5.Teste Catalítico ______________________________________________________________ 48

IV.5.1 Reação Isotérmica com CH4 a 450 ºC_________________________________________ 48 IV.5.2 Hidrogenação dos Depósitos Carboníferos______________________________________ 52

CAPÍTULO V ____________________________________________________ 58

CONCLUSÕES E SUGESTÕES_______________________________________________ 58 V.1. Conclusões __________________________________________________________________ 58 V.2. Sugestões____________________________________________________________________ 60

Apêndice 1 _______________________________________________________ 62

Apêndice 2 _______________________________________________________ 63

Page 8: DECOMPOSIÇÃO DO METANO EM CATALISADORES Co/SiO2

-ix-

CAPÍTULO VI ___________________________________________________ 66

BIBLIOGRAFIA____________________________________________________________ 66

Page 9: DECOMPOSIÇÃO DO METANO EM CATALISADORES Co/SiO2

-x-

LISTA DE FIGURAS

Figura IV.1 – Espectros de DRX obtidos para os suportes, catalisadores 5%

Co/SiO2, 10% Co/SiO2, 20% Co/SiO2, 10% Co/ γ-Al2O3 e 10% Co/ Nb2O5 e para o

Co3O4 mássico 37

Figura IV.2 – Quimissorção de H2 para o catalisador 10% Co/ γ-Al2O3 reduzido a

300oC e a 500oC 42

Figura IV.3 – Quimissorção de H2 para o catalisador 5% Co/SiO2 reduzido a

300oC e a 500oC 43

Figura IV.4 – Quimissorção de H2 para o catalisador 10% Co/SiO2 reduzido a

300oC e a 500oC 44

Figura IV.5 – Quimissorção de H2 para o catalisador 20% Co/SiO2 reduzido a

300oC e a 500oC 45

Figura IV.6 – Quimissorção de H2 para o catalisador 10% Co/ Nb2O5 reduzido a

300oC e a 500oC 46

Figura IV.7 – Perfis de TPR para os catalisadores catalisadores 5% Co/SiO2, 10%

Co/SiO2, 20% Co/SiO2, 10% Co/ γ-Al2O3 e 10% Co/ Nb2O5 47

Page 10: DECOMPOSIÇÃO DO METANO EM CATALISADORES Co/SiO2

-xi-

Figura IV.8 – Perfis de TPH ( Produção de CH4 e CO) para os catalisadores 10%

Co/ Nb2O5 reduzidos a 300ºC e 500ºC __________________________________50

Figura IV.9 – Produção de H2 durante a Reação Isotérmica para os catalisadores

10% Co/SiO2, 10% Co/ γ-Al2O3 e 10% Co/Nb2O5 reduzidos a 300ºC e 500ºC 51

Figura IV.10 - Consumo de H2 durante o TPH para os catalisadores 10% Co/SiO2,

10% Co/Al2O3 e 10% Co/Nb2O5 reduzidos a 300ºC e 500ºC 54

Figura IV.11 – Perfis de TPH ( Produção de CH4 e CO) para os catalisadores 10%

Co/SiO2, 10% Co/ γ-Al2O3 reduzidos a 300ºC e 500ºC 56

Figura IV.12 – Perfis de TPH ( Produção de CH4 e CO) para os catalisadores 10%

Co/ Nb2O5 reduzidos a 300ºC e 500ºC 57

Page 11: DECOMPOSIÇÃO DO METANO EM CATALISADORES Co/SiO2

-xii -

LISTA DE TABELAS

Tabela IV.1 – Sistemas Cristalinos dos suportes SiO2, γ-Al2O3 e Nb2O5 e para o

Co3O4 mássico 38

Tabela IV.2 – Área BET e Volume de Poros dos suportes e catalisadores 5%

Co/SiO2, 10% Co/SiO2, 20% Co/SiO2, 10% Co/ γ-Al2O3 e 10% Co/ Nb2O5 39

Tabela IV.3 – Quimissorção dos catalisadores de Co/SiO2, Co/Al2O3 e Co/Nb2O5

reduzidos a 300oC e a 500oC 40

Tabela IV.4 – Valores calculados para Dispersão, diâmetro da partícula metálica e

área metálica dos catalisadores 41

Page 12: DECOMPOSIÇÃO DO METANO EM CATALISADORES Co/SiO2

-xiii -

LISTA DE ABREVIATURAS

BET – Isoterma de Brunauer, Emmet e Teller

DRX – Difração de Raios-X

SMSI – Strong Metal-Support Interaction

TOF – Atividade por sítio

TPD – Dessorção à temperatura programada

TPR – Temperature Programmed Reduction

TPSR – Temperature Programmed Surface Reaction

Page 13: DECOMPOSIÇÃO DO METANO EM CATALISADORES Co/SiO2

14

CAPÍTULO I

INTRODUÇÃO

O metano é o principal componente das reservas mundiais de gás natural e tem

sido usado na combustão visando o aquecimento residencial e industrial e na geração de

energia elétrica, sendo apenas uma pequena fração deste utilizada na indústria

química [1,13].

Muitas das reservas de gás natural encontram-se em regiões distantes dos centros

industriais e freqüentemente em regiões oceânicas, fazendo com que o uso de dutos ou a

liquefação deste, para o transporte em navios, elevem os custos da utili zação do gás

natural. Com isso, aproximadamente 11 % deste gás vem sendo reinjetado nos poços e

4 % vem sendo queimado, enquanto somente 8 % vem sendo utilizado na produção de

derivados [2].

Entretanto, através de reações catalíticas o gás natural pode ser convertido em

produtos mais valiosos [1-17]. Muitas maneiras foram sugeridas para a conversão do

metano. As rotas clássicas, utilizando, principalmente, catalisadores de níquel,

consistem na transformação do metano em gás de síntese (uma mistura de CO e H2)

[38], para posterior produção de hidrocarbonetos líquidos via reação de Fischer-Tropsch

[27,28] com catalisadores de cobalto. São elas: reforma à vapor, reforma com CO2,

oxidação parcial e reforma autotérmica [23,24,30,31]. Uma nova rota, o acoplamento

oxidativo [40], que consiste em transformar o metano em hidrocarbonetos líquidos em

uma única etapa, com catalisadores de metais de transição do grupo VIII, também tem

sido estudada.

Mais recentemente, o acoplamento não oxidativo, em dois estágios, utilizando

catalisadores de Co, Ni, e Pd passou a ser uma rota promissora [9,13]. No primeiro

estágio, ocorre a decomposição do metano formando hidrogênio e depósitos

Page 14: DECOMPOSIÇÃO DO METANO EM CATALISADORES Co/SiO2

15

carboníferos na superfície do catalisador. Portanto, neste contexto, é uma rota

interessante para geração de hidrogênio. No segundo estágio, realiza-se a hidrogenação

do carbono depositado, podendo formar hidrocarbonetos de pesos moleculares mais

elevados.

No entanto, diversos fatores, ainda não entendidos, afetam as reações

envolvidas. De qualquer forma, esta última rota tem vantagens quando comparada a

oxidação parcial ou acoplamento oxidativo do metano, pois as temperaturas das reações

são menores e os produtos da oxidação indesejada do metano são evitados, uma vez que

o oxigênio não está presente no sistema reacional.

Vários estudos [5,6] têm sido realizados observando a formação dos filamentos

de carbono em catalisadores de Ni, Co e Fe, no desproporcionamento do CO, na

reforma a vapor e na decomposição de hidrocarbonetos. Especificamente, para a

decomposição do metano em catalisadores de cobalto, os estudos revelam uma alta

atividade no estágio 1 e uma alta seletividade para hidrocarbonetos de pesos

moleculares mais elevados durante o estágio 2, de hidrogenação em baixas temperaturas

[7]. Estes estudos demonstraram também que apesar da menor acumulação de carbono

no estágio 1, os catalisadores de cobalto produzem outros tipos de filamentos de

carbono, quando comparados com os catalisadores de níquel, formando uma morfologia

do tipo núcleo ôco [4]. Assim, optando-se pelos catalisadores de cobalto, pode-se

produzir uma grande quantidade de H2 e acumulação de carbono, produzidos pela

decomposição do metano, no primeiro estágio, com várias morfologias e conseqüentes

propriedades tecnológicas do carbono [8].

O presente trabalho tem por objetivo investigar a decomposição do CH4, em

catalisadores de cobalto, suportados em SiO2, Al2O3 e Nb2O5, com produção de H2 e

formação de carbono filamentar, devido à migração de espécies de carbono da

Page 15: DECOMPOSIÇÃO DO METANO EM CATALISADORES Co/SiO2

16

superfície para o suporte. Pretende-se verificar a influência do suporte e da temperatura

de redução do catalisador nesta reação e a reatividade dos depósitos carboníferos

formados através de uma hidrogenação à temperatura programada. Uma vez que os

metais do grupo VIII suportados em Nb2O5 podem apresentar forte interação metal-

suporte, efeito SMSI (Strong Metal Support Interaction), quando reduzidos a altas

temperaturas [27], que se caracteriza por queda na quimissorção de H2 e na atividade

catalítica, pretende-se avaliar a reação na ausência e presença de tal efeito.

Para caracterizar os catalisadores, diversas técnicas são utili zadas, tais como:

determinação da área específica e volume de poros pelo método BET, difração de raio

X, redução à temperatura programada, TPR, para verificar a redutibilidade dos

catalisadores e dos suportes e a quimissorção de hidrogênio, para avaliação da

dispersão, área metálica e diâmetro médio da fase metálica. Este último teste também

visa avaliar a extensão do efeito SMSI nos catalisadores suportados em Nb2O5.

Page 16: DECOMPOSIÇÃO DO METANO EM CATALISADORES Co/SiO2

17

CAPÍTULO II

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

II .1 – Decomposição do Metano

A decomposição do metano refere-se à conversão, em dois estágios, do CH4 em

hidrogênio e hidrocarbonetos de pesos moleculares mais elevados util izando

catalisadores metálicos do grupo VIII . Muitos estudos têm sido realizados e sugerem

que esta rota é promissora tanto para a geração de hidrogênio quanto para a

transformação do gás natural em hidrocarbonetos líquidos, mais facilmente

transportados.

No primeiro estágio desta reação, o CH4 é decomposto a temperaturas acima de

350 ºC, formando carbono e H2. No segundo estágio, os depósitos carboníferos da

superfície resultantes são hidrogenados a baixas temperaturas (< 200 ºC) para produzir

hidrocarbonetos mais elevados [7,10]. Segundo Boskovic et al. [11], o interesse nesta

rota alternativa, origina-se do fato de que comparando com a oxidação parcial do

metano ou acoplamento oxidativo, as temperaturas da reação são mais baixas e os

produtos indesejáveis da oxidação do metano, CO e CO2, são evitados, pois o O2 não

está presente na reação.

Diversos estudos têm sido realizados para avaliar a influência do metal, do

suporte, da dispersão metálica, da temperatura de reação e da presença de H2 e de outro

composto na carga. A atividade da reação no estágio 1 e 2 tem sido avaliada e os tipos

de depósitos carboníferos, com diferentes morfologias e reatividades, tem merecido

destaque na literatura [1].

Van Santen et al. [12], por exemplo, estudando catalisadores metálicos de Co,

Rh e Ru identificaram três tipos de espécies carboníferas na superfície geradas pela

Page 17: DECOMPOSIÇÃO DO METANO EM CATALISADORES Co/SiO2

18

decomposição do metano no estágio 1: Cα que pode ser hidrogenado a temperaturas

abaixo de 100oC, Cβ ou carbono amorfo, hidrogenável entre 100oC e 300oC e Cγ ou

carbono grafítico, hidrogenável a temperaturas até 400oC. Esses autores sugerem que o

carbono Cα é provavelmente responsável pela formação de hidrocarbonetos de pesos

moleculares mais elevados sendo então desejável maximizar a sua presença durante a

decomposição do metano. Eles também observaram a importância do rápido

resfriamento para evitar-se o envelhecimento dos depósitos carboníferos que podem

levar às formas inativas Cβ e Cγ.

Outro aspecto importante que tem sido reportado é a formação de monóxido de

carbono durante o primeiro estágio da reação, de forma similar ao hidrogênio, mas

numa extensão menor, para diferentes catalisadores [13]. Esta formação de CO poderia

ser explicada por diferentes razões: (a) impurezas de oxigênio na mistura reacional; (b)

redução incompleta do metal; (c) reação de espécies de carbono adsorvidas (CHx)

originadas da quimissorção dissociativa do metano com grupos OH da superfície via um

mecanismo redox. Dentre essas, a primeira possibilidade tem sido a mais rejeitada

devido à pequena quantidade de CO formado. Certamente as outras duas possibilidades

dependem do tipo de suporte e das condições de redução do catalisador.

Em todos esses estudos, diversas técnicas têm sido empregadas. Dentre elas,

destacam-se a técnica de reação superficial à temperatura programada (TPSR) e a

microscopia eletrônica de transmissão e de varredura, principalmente em catalisadores

metálicos (Ni, Co, Fe, Pd, etc), para caracterizar os depósitos carboníferos [1,2,9,11].

A seguir são apresentados alguns tópicos que traduzem o estado da arte da

pesquisa na decomposição do metano.

Page 18: DECOMPOSIÇÃO DO METANO EM CATALISADORES Co/SiO2

19

II .2 – Efeito do metal

Ferreira-Aparício et al. [13] investigaram a reação de decomposição do metano

sobre catalisadores a base de Rh, Ru, Ir, Pt, Ni e Co suportados em Al2O3 e em SiO2. A

atividade de decomposição variou na seguinte ordem Rh>Pt>Ni>Ir=Ru>Co. Os autores

observaram que a decomposição do metano, com a formação de hidrogênio, só acontece

a partir de temperaturas mais altas, apesar de já haver adsorção do metano para

temperaturas mais baixas. Por exemplo, para catalisadores de Rh, para temperaturas

entre 100o C e 200oC foi observada uma liberação de hidrocarbonetos C2 e C3, com

quantidades negligenciáveis de hidrogênio sendo observada. Para temperaturas maiores,

apenas a decomposição do metano ocorria e não havia mais produção de

hidrocarbonetos. A distribuição do tipo de coque formado foi influenciada pela fase

ativa: catalisadores de Ni foram os que apresentaram maior desativação em

temperaturas maiores que 550oC, devido à formação de carbeto de níquel que é menos

ativo.

No mesmo trabalho, durante a etapa de hidrogenação dos depósitos de carbono

formados, metano foi o único hidrocarboneto observado. Este fato foi explicado pelo

favorecimento de reações de hidrogenólise em temperaturas mais altas. Com relação

aos tipos de carbono formados, espécies carbídicas (Cα) mais reativas foram formadas

apenas sobre Pt, Rh e Pd. Resultado similar foi observado por Solymosi et al. [6], que

também obtiveram espécies carbídicas apenas para os metais nobres Pt, Pd e Rh. Ni e

Co formaram principalmente carbono grafítico (Cγ) que é hidrogenável apenas para

temperaturas maiores que 350oC. Entretanto é importante notar que o tipo de carbono

formado na superfície é muito dependente das condições experimentais adotadas. A

Tabela II .1 apresenta a razão carbono sobre metal na superfície (C/M) para vários dos

catalisadores observados. Observa-se que os valores variam entre 0,4 e 2,2 para Ru, Ir,

Page 19: DECOMPOSIÇÃO DO METANO EM CATALISADORES Co/SiO2

20

Rh e Pt, com menores valores para Ru e Ir, enquanto que para Ni e Co valores muito

mais altos foram obtidos. Estes resultados foram explicados pela difusão de espécies

carboníferas da fase metálica ativa para o suporte.

Tabela II .1 – Razão carbono sobre metal na superfície (C/M)

para catalisadores metálicos [13].

Catalisador Razão C/M

Ru/Al2O3 0,4

Ru/SiO2 1,9

Rh/Al2O3 2,2

Rh/SiO2 1,4

Ir/Al2O3 1,2

Ir/SiO2 1,9

Pt/Al2O3 0,5

Ni/Al2O3 3,5

Co/Al2O3 8,4

Otsuka et al. [33] estudaram a decomposição do metano sobre catalisadores a

base de Ni e encontraram que tanto a atividade quanto a estabilidade da decomposição

do metano dependeram fortemente do tamanho de partícula de níquel no catalisador. A

adição de pequenas quantidades de Pd a estes catalisadores se mostrou benéfica para a

atividade e estabilidade dos catalisadores.

Níquel tem se demonstrado um dos mais ativos metais para a decomposição do

metano. Entretanto, a decomposição do metano é fortemente influenciada pelo tamanho

da partícula. Para partículas de tamanho que 100-150 nm, as partículas são encapsuladas

pelo carbono formado, o que as isola do meio reacional, impedindo que haja reação

[34].

Catalisadores Ni/ZrO2 foram utilizados num método alternativo para geração de

hidrogênio [43]. A primeira etapa do processo é a decomposição do metano na

superfície do catalisador com a geração de hidrogênio e carbono na superfície. O

Page 20: DECOMPOSIÇÃO DO METANO EM CATALISADORES Co/SiO2

21

carbono gerado era gaseificado na segunda etapa por vapor d’água, com a produção de

hidrogênio, metano e CO2. Segundo os autores do trabalho, não foi observada a

formação de CO para este catalisador, o que seria uma importante vantagem para a

produção de H2 para a utilização de pilhas a combustível que são envenenadas com a

presença de CO mesmo em pequenas quantidades.

Adveeva et al. [2] compararam os catalisadores de Co/Al2O3 com os de Ni/Al2O3

e verificaram que o tamanho das partículas de níquel (30-50nm) sob determinadas

condições de reação é maior do que o tamanho das de cobalto (15-30 nm). Eles

verificaram que, em contraste com o níquel, os catalisadores de cobalto apresentam uma

morfologia do tipo de núcleo oco.

II .3 – Efeito do Suporte

A interação entre metal e suporte influencia a decomposição do metano.

Dependendo de sua natureza química, o suporte pode gerar uma barreira para a adsorção

dos hidrocarbonetos, reduzir a solubili dade do carbono no metal e influenciar na difusão

do metano [35]. Diferentes atividades de decomposição foram observadas para

catalisadores de Ni suportados em sílica, alumina, óxido de magnésio e titânia, com

melhor desempenho sendo observado para o catalisador suportado em sílica [36]. Um

aumento na interação entre metal e suporte decresce a habilidade do metal em acumular

carbono a partir da decomposição do metano. Para catalisadores Ni/SiO2 preparados

por diferentes métodos, a presença de silicatos no catalisador causou um decréscimo na

atividade de decomposição enquanto para catalisadores de ferro o efeito não foi bem

estabelecido, com a presença de sili cato podendo ter efeito positivo ou negativo

dependendo da proporção de silicato no catalisador [37].

Page 21: DECOMPOSIÇÃO DO METANO EM CATALISADORES Co/SiO2

22

Diversos trabalhos na literatura reportam a influência do suporte nesta reação.

Ferreira-Aparício et al. [13] verificaram ao estudar catalisadores formados por metais do

grupo VIII (Co, Ni, Pt, Ir, Rh e Ru) suportados em SiO2 e Al2O3, que o suporte afetava a

atividade de desidrogenação do CH4 e o tipo de espécies de carbono formado. Os

catalisadores suportados em Al2O3 produziram mais H2 no primeiro estágio do que os

suportados em SiO2.

Segundo Erdöhelyi et al. [30], a natureza do suporte induz diferenças notáveis

nos catalisadores. Em seu trabalho, usando catalisadores de Rh suportados verificaram

que o Al2O3 foi o suporte que conferiu ao metal a maior habilidade de desidrogenar o

CH4 e formar H2, no primeiro estágio, seguido pelo TiO2, SiO2 e finalmente MgO. Eles

observaram também que o suporte exerceu grande influência na reatividade do carbono

formado que foi maior para o catalisador Rh/Al2O3, seguido de Rh/TiO2 e menor para o

Rh/SiO2.

Ruckenstein et al. [31] avaliando a quantidade de carbono formado na superfície,

na decomposição do metano, verificaram que este foi muito menor em catalisadores de

Co/MgO do que em catalisadores Co/SiO2, Co/Al2O3 e Co/CaO [31].

Solymosi et al. [6,9] relataram que a quantidade de carbono depositado foi maior

do que a quantidade necessária para cobertura da monocamada dos catalisadores

metálicos expostos. Com paládio, as espécies carboníferas Cα, Cβ e Cγ foram

identificadas sobre o catalisador suportado em SiO2, enquanto que somente os depósitos

Cβ e Cγ estavam presentes com os suportes Al2O3, TiO2 e MgO. Além disso, a

quantidade de CH4 obtida durante uma subsequente hidrogenação (estágio 2) variou

com o suporte, em parte devido às diferentes quantidades de carbono depositado durante

a decomposição do CH4 (estágio 1)[13].

Page 22: DECOMPOSIÇÃO DO METANO EM CATALISADORES Co/SiO2

23

Segundo Boskovic et al. [7], a 450ºC, mais CH4 por superfície de Co é decomposto

com catalisadores de Co/Al2O3 do que com catalisadores de Co/SiO2. No estágio 2, da

hidrogenação a 100 ºC, menos de 10% do carbono depositado a partir do CH4 reagiu e a

seletividade do C2+ (hidrocarbonetos com número de carbonos ≥ 2) foi maior nos

catalisadores de Co/SiO2 do que nos catalisadores de Co/Al2O3. Essas diferenças são

explicadas em termos de migração do depósito carbonífero do metal reduzido para o

suporte, que ocorre mais prontamente nos catalisadores de Co/Al2O3 do que nos

catalisadores de Co/SiO2.

A formação de CO no primeiro estágio da reação também tem sido observada e

certamente depende do suporte, isto é, da quantidade de grupos OH disponíveis na

superfície. Ferreira-Aparício et al. [13] reportaram que o Al2O3 completamente

hidratado pode ter até 19 (grupos de OH)/nm2 enquanto o SiO2 hidratado teria uma

densidade de 5 OH/nm2. Segundo esses autores as diferentes concentrações de grupos

OH na superfície combinado com as diferenças nas dispersões metálicas poderiam

explicar a evolução de CO nos diversos catalisadores. Resultados semelhantes também

foram observados por Buyevskaya et al. [32]

II .4 – Mecanismo e Cinética da Decomposição do Metano

Alguns trabalhos tem sido reportados buscando entender o mecanismo reacional

e desenvolver um modelo cinético.

Mohammad et al.[15], mostraram que a alta taxa inicial de decomposição do

CH4 em catalisadores de Co suportados a 450 ºC e 101 kPa, diminui rapidamente mas

continua, apesar de uma cobertura nominal do Co da superfície por CHx ser > 1. O

modelo cinético desenvolvido para descrever esta observação assumiu a decomposição

da fase gasosa do CH4 num sítio de Co, seguida da migração das espécies resultantes da

Page 23: DECOMPOSIÇÃO DO METANO EM CATALISADORES Co/SiO2

24

superfície, CH3, do Co para o suporte. Consequentemente, os efeitos da temperatura da

reação, carga metálica de catalisador, suporte e promotor poderiam ser interpretados em

termos das mudanças das magnitudes das taxas de decomposição e migração de

superfície.

A migração de espécies de carbono do metal para o suporte tem sido proposta

em vários estudos anteriores [8, 9, 12]. Por exemplo, Ferreira-Aparicio [13] propuseram

a difusão de espécies de carbono de sítios ativos de metal para o suporte (sílica ou

alumina) durante a decomposição do metano sobre catalisadores de Co.

O mecanismo de formação de carbono filamentar tem sido bastante estudado

utilizando catalisadores de Ni [13,16,19]. Muitos estudos vem sendo realizados com

catalisadores de Co suportado [10,13,19], devido à menor atividade e menor capacidade

de deposição do carbono, quando comparamos Co com Ni [2]. No entanto, dados

recentemente apresentados por Avdeeva et al. [2] demonstraram que catalisadores

Co/Al2O3 contendo 60–75 % em peso de cobalto, co-precipitados, possuem uma grande

capacidade para a formação do carbono filamentar durante a decomposição do CH4 a

773 K. A formação do carbono filamentar é influenciada pela difusividade no metal,

que depende da temperatura e do tamanho da partícula do metal [18,19,20,21].

Bartholomew [22] informou que as taxas de formação e gaseificação do carbono

são influenciadas diferentemente devido à modificações na química da superfície

cristalina do metal, que são função do tamanho do catalisador. Também a formação de

coque e carbono filamentar envolve a formação de ligações C-C em sítios multi-

atômicos, e conseqüentemente, deve-se esperar que a formação de coque ou carbono

nos metais seja sensível à estrutura. A atividade de formação do carbono e a taxa de

desativação são fortemente dependentes do tamanho das partículas de metal durante a

reforma do CH4 com CO2 [23,24].

Page 24: DECOMPOSIÇÃO DO METANO EM CATALISADORES Co/SiO2

25

II .5 – O efeito da temperatura, da dispersão metálica e da carga de alimentação

Zhang e Smith [1] estudaram a influência da temperatura da reação e da

dispersão do metal e os efeitos da presença do CO ou H2 na taxa de desativação durante

a decomposição do CH4 utili zando catalisadores de Co/SiO2. A cinética de

decomposição foi descrita por um modelo de decaimento de primeira ordem. A energia

de ativação aparente para a taxa inicial de decomposição do CH4 foi de 66,3 kJ/mol e,

para a taxa de desativação, de 122,7 kJ/mol, utilizando catalisador 12 % em peso de

Co/SiO2. O aumento da taxa de desativação com a temperatura foi atribuído ao rápido

envelhecimento das espécies de carbono depositadas na superfície do catalisador em

função do aumento da temperatura da reação. A atividade inicial de decomposição

aumentou com a diminuição da dispersão do metal (na faixa de 5 a 13%) e a taxa de

desativação diminuiu com a diminuição da dispersão do metal.

A influência do H2 na atividade também é importante durante a decomposição

do metano. A evolução do H2 é diretamente proporcional à decomposição do CH4 e à

adsorção do H2 sobre o metal do catalisador pode promover a gaseificação de espécies

de carbono depositadas. A presença de H2 também pode afetar a morfologia do carbono

[25]. Similarmente, de acordo com Rodriguez et al. [26], o CO promoveu a adsorção e a

decomposição do etileno para o crescimento de filamentos de carbono, apontando para

uma grande influência das componentes de fase do gás na formação do carbono

filamentar.

A presença de H2 ou CO reduziu a taxa líquida de deposição de carbono e

aumentou a taxa líquida de remoção de carbono por difusão pelo Co.

Conseqüentemente, a atividade estável de decomposição de CH4 e a formação de

Page 25: DECOMPOSIÇÃO DO METANO EM CATALISADORES Co/SiO2

26

carbono filamentar foram observados em catalisadores de Co suportados com baixa

carga de metal na presença de H2 ou CO [27].

II .6 – Depósitos carboníferos

Atualmente, a síntese de nanofibras e nanotubos de carbono em superfícies de Ni,

Co e Fe tornou-se também uma nova linha de pesquisa na ciência dos materiais. Os

nanotubos de carbono são nanoestruturas que podem ser vistas como folhas de grafeno

enroladas, formando cilindros com diferentes helicidades e possuem propriedades

físicas e químicas, que lhes conferem [9]:

¾ Alta resistência mecânica, bem superior ao aço, por causa da geometria

hexagonal, que pode distribuir forças e deformações de forma ampla e em parte

por causa da resistência da ligação carbono-carbono.

¾ Propriedades capilares e incríveis propriedades mecânicas, pois dependendo da

sua geometria, os nanotubos podem se comportar como um metal ou semi-

condutor. Dispositivos eletrônicos que já são simples, como diodos,

interruptores e transistores têm sido obtidos com a utilização de nanotubos, que

são muito menores que seus equivalentes em silício, util izados nos chips de

computadores atuais.

¾ Os nanotubos também são capazes de conter hidrogênio dentro de si e, por isso,

podem ser um meio de guardar essa substância de uma forma segura, para o caso

de se usá-la como combustível (o hidrogênio é altamente inflamável e, em

depósitos tradicionais, pode explodir). Além disso, é um material condutor. E

Page 26: DECOMPOSIÇÃO DO METANO EM CATALISADORES Co/SiO2

27

assim podem dar condutividade elétrica a materiais isolantes, quando são

inseridos e espalhados no seu interior.

Dentre as várias técnicas para a produção de nanotubos, como a eletrólise

utilizando eletrodos de grafite, a pirólise catalisada de hidrocarbonetos, a vaporização

de grafite com laser e os métodos catalíticos parecem ser os mais promissores para a

produção de nanotubos de carbono em grande escala [9].

Pinheiro et al. [44], trabalhando com catalisadores de Co/Al2O3 na reação de

desproporcionamento do CO conseguiram obter dois tipos de formação de carbono com

duas morfologias diferentes: nanotubos de carbono (com camadas de carbono na forma

cilíndrica paralelas ao longo do eixo axial do tubo) e filamentos de carbono (constituído

de camadas de carbono em forma de cones truncados). Através da difração de raio X

esses autores identificaram essas estruturas.

Em outro estudo, Kitiyanan et al. [45] conseguiram produzir, de forma

controlada, nanotubos de carbono por meio da decomposição catalítica do CO em

catalisadores bimetálicos de Co-Mo.

Neste aspecto, a decomposição de metano em catalisadores de cobalto é uma

rota a ser investigada.

Page 27: DECOMPOSIÇÃO DO METANO EM CATALISADORES Co/SiO2

28

CAPÍTULO II I

MATERIAIS E MÉTODOS

II I .1 - Preparação dos catalisadores

II I .1.1 – Suporte

Os catalisadores suportados são os de maior utilização industrial, sendo

constituídos por um suporte sobre o qual se dispersa a fase ativa. O suporte confere ao

catalisador porosidade e resistência mecânica, podendo ser também ativo no ponto de

vista catalítico.

Os materiais de partida util izados para a obtenção dos suportes SiO2, γ-Al2O3 e

Nb2O5 foram a SiO2 (Davicat SP 550-10022), a bohemita (Catapal) e o ácido nióbico

(HY 340 CBMM), respectivamente.

Os suportes foram pré-calcinados a 550ºC a uma taxa de 10 ºC/min por 2h em

mufla. Posteriormente procedeu-se a etapa de impregnação do metal.

II I .1.2- Fase Ativa e Impregnação do Suporte

Os catalisadores foram preparados por impregnação seca. Foi util izado como

precursor metálico o nitrato cobaltoso (Co(NO3)2.6H2O) da Merck. Foram preparados

os catalisadores contendo teores de 5%, 10% e 20% de cobalto, para os suportados em

SiO2, e de 10% de cobalto para os catalisadores suportados em γ-Al2O3 e Nb2O5.

O precursor do cobalto foi solubil izado em uma quantidade de H2O

correspondente ao volume de poros do suporte. A solução aquosa obtida foi adicionada

aos poucos ao suporte, misturando-se com auxílio de um pistilo.

Page 28: DECOMPOSIÇÃO DO METANO EM CATALISADORES Co/SiO2

29

No Apêndice 1 é mostrado, como exemplo, o cálculo da quantidade de reagentes

necessária para a preparação do catalisador 10 % Co/SiO2.

II I .1.3 - A Secagem

Após a etapa de impregnação, a mistura reacional é submetida a uma etapa de

secagem visando a eliminação do solvente. Essa secagem foi feita em estufa a 120ºC

por 24h.

II I .1.4 - A Calcinação

A etapa de calcinação foi realizada em mufla, quase sempre ao ar, a uma

temperatura superior à da reação catalítica e à da possível posterior regeneração. Tal

procedimento evita que o catalisador sofra alterações inesperadas durante a sua

utilização. Assim sendo, os catalisadores de cobalto suportados foram calcinados a

400ºC, a uma taxa de 5ºC/min, durante 2h.

II I .2 - Caracter ização dos Catalisadores

II I .2.1.Difração de Raios - X

Essa técnica foi usada, principalmente, para identificar as fases cristalinas dos

suportes. As análises foram feitas util izando um equipamento RIGAKU modelo

Miniflex, utilizando radiação CuKα (1,540 Å). Os difratogramas foram obtidos entre 2θ

= 2° e 90°, usando um passo de 0,05° e um tempo de contagem de 1 segundo por passo.

Page 29: DECOMPOSIÇÃO DO METANO EM CATALISADORES Co/SiO2

30

Para fins de comparação foi analisada uma amostra de Co3O4 mássico, nas

mesmas condições utilizadas para os catalisadores.

II I .2.2. Área Específica (BET) e Volume de Poros

O cálculo da área específica BET foi feito através da medida da adsorção de um

gás inerte, no caso o N2, na superfície do catalisador.

As análises foram realizadas no aparelho automático ASAP 2010 da

Micromeritics. O procedimento experimental incluiu secar a amostra previamente em

estufa em estufa a 100ºC por 24 horas. Em seguida pesar a amostra e colocá-la no

reator da unidade do ASAP. Foi realizada então a etapa de pré-tratamento a 150ºC por

2 horas, sob vácuo, para retirar toda umidade que poderia ainda existir na amostra.

Após a etapa de pré-tratamento, o reator foi transferido para a seção de análise do

equipamento, onde se realiza a medida da área BET. O teste foi conduzido a uma

temperatura criogênica, usando o nitrogênio líquido que tem ponto de ebulição -195,8ºC

a 1 atm de pressão.

II I .2.3. Quimissorção de H2

A quimissorção de H2 pelo método estático consistiu em injetar pressões

conhecidas de H2 na amostra e medir o volume adsorvido. O volume adsorvido é

calculado pela diferença entre o volume de H2 que foi colocado em contato com a

amostra dentro do sistema e o volume de H2 que saiu do sistema através de vácuo. Este

Page 30: DECOMPOSIÇÃO DO METANO EM CATALISADORES Co/SiO2

31

procedimento de injetar H2 na amostra é feito até a saturação, neste ponto é possível

calcular o número de moles adsorvido através do volume adsorvido.

Para realizar as medidas de quimissorção de H2 foi util izado o equipamento ASAP

2010 da Micromeritics.

Uma massa da amostra de catalisador previamente calcinado foi colocada no

reator da unidade. Essa massa variou de aproximadamente 1g para os catalisadores de

20% de Co a 2,5 g, dependendo do teor metálico e do tipo de suporte. Em seguida,

procedeu-se à limpeza da amostra em vácuo para então se realizar a ativação “ in situ”

com H2 puro, nas temperaturas de 300oC, por 3h, e de 500oC, por 2h, para todos os

catalisadores. Após essas etapas foram determinadas as isotermas de quimissorção de

H2.

A seqüência empregada para o pré-tratamento da amostra, redução e análise

consistiu em:

i. Aquecer a amostra a uma taxa de 10oC/min até 120oC, com fluxo de H2, e manter

por 30 min;

ii. Fazer vácuo na amostra por 60 min, a 120oC, até vácuo de 10-5 Torr;

iii. Realizar teste de vazamento nesta temperatura;

iv. Proceder a redução com H2 a 300oC ou 500oC (com taxa de 10oC/min), por 3 ou 2h,

respectivamente:

v. Fazer vácuo por 1h na temperatura de redução;

vi. Proceder à análise a 150oC traçando a curva de isoterma de adsorção total de H2 até

pressões de 300mmHg. Buscou-se ajustar os tempos de equil íbrio e as tolerâncias

relativas para todas as amostras.

vii. Fazer vácuo por 1h na temperatura da análise da primeira isoterma, 150oC;

Page 31: DECOMPOSIÇÃO DO METANO EM CATALISADORES Co/SiO2

32

viii. Proceder a análise a 150oC traçando a curva de isoterma de adsorção reversível de

H2 até pressões 300mmHg.

Através da técnica de quimissorção de H2 pôde-se calcular a quantidade de H2

quimissorvido pelo catalisador, a área metálica e a dispersão do metal na superfície do

catalisador.

I I I .2.3.1. Cálculo da área metálica e da dispersão

A partir dos resultados de quimissorção de H2 foram calculadas as áreas metálicas,

a % Dispersão e o tamanho médio das partículas metálicas, conforme descrito por Silva

et al. [28] e por Bartolomew et al.[30].

A área metálica por massa de catalisador (m2/gcat) pode ser calculada a partir da

seguinte expressão:

(1)

onde:

nads é a quantidade de H2 adsorvido em µmols e pode ser calculado pela

equação: 61022400

xV

n adsads = (2)

Nads é o número de Avogadro (6,02x1023 átomos por mol);

nE é o fator de estequiometria de adsorção, no presente caso igual a 2;

νν é a densidade de sítios metálicos, para o Co igual a 1,51x1019 átomos/m2

mcat é a massa de catalisador

A Dispersão metálica (%D) pode ser calculada a partir da seguinte expressão:

(3)

onde:

MCo é a massa molecular do Co

cat

EAvadsHM m

nNnS

νν2' ==

CatdCo

CoEads

mfX

MnnD

Re

100% ==

Page 32: DECOMPOSIÇÃO DO METANO EM CATALISADORES Co/SiO2

33

fred é o grau de redução;

XCo é o teor metálico

Substituindo os valores conhecidos no caso específico de catalisadores de cobalto,

obtém-se:

(4)

O diâmetro médio das partículas metálicas de cobalto pode ser calculado

assumindo-se partículas esféricas de acordo com a seguinte expressão:

(5)

sendo:

Vsp o volume específico do metal (cm3/gmetal) obtido como o inverso da massa

específica do metal que no caso do Co é de 8,9 g/cm3;

f é o fator de forma, igual a 6 para partículas esféricas.

Colocando-se a expressão em função da %D obtém-se:

(6)

onde CoPd é o diâmetro médio estimado da partícula metálica obtida em nm.

catdCo

ads

mfXn

DRe

178,1% ==

MSf Co

Co

spp

Vd ==

Dxd

Cop %10598,6 18 νν−−==

Page 33: DECOMPOSIÇÃO DO METANO EM CATALISADORES Co/SiO2

34

II I .2.4. Redução a Temperatura Programada

A redução à temperatura programada permitiu identificar a espécie precursora da

fase ativa e calcular o grau de redução do suporte.

Para a realização das análises de TPR, utilizou-se uma unidade multipropósito

acoplada a um espectrômetro de massas (Balzers Omnistar) como mostra a figura III .1.

Figura II I .1 – Esquema da unidade multipropósito acoplada ao espectrômetro de massas para teste de TPR e Teste Catalítico

A massa de catalisador usada no TPR correspondeu a 10 mg de fase ativa

A corrente gasosa passa por um controlador de fluxo mássico Aalborg, onde

sofre ajustes de fluxo, e entra no reator. Em seguida, a corrente gasosa efluente do reator

chega ao espectrômetro de massas onde é analisada.

Page 34: DECOMPOSIÇÃO DO METANO EM CATALISADORES Co/SiO2

35

O reator de quartzo é aquecido por um forno cerâmico de resistência exposta que

é controlado por um programador linear de temperatura Therma TH 2231P. A taxa de

aquecimento é monitorada por um termopar tipo K situado na parede do forno enquanto

que a temperatura do reator é medida por outro termopar tipo K situado no reator. Toda

linha por onde a corrente gasosa passa é aquecida a 100 °C.

A amostra sofria um pré-tratamento que consistia em passar uma corrente gasosa

de hélio a 150 °C por 30 min que tem como finalidade eliminar a umidade.

Após a secagem, a válvula de seleção era posicionada em “by-pass” e abria-se o

canal do controlador de fluxo mássico onde escoava 5 % H2/Ar. Então, a válvula de

seleção voltava para a posição “ reator” e iniciava-se a redução a temperatura

programada com o aquecimento do reator até 800 °C (10 °C/min), por 2h.

II I .3.Teste Catalítico II I .3.1 Reação Isotérmica com CH4 a 450 ºC

Os experimentos foram realizados na unidade multipropósito utilizada na técnica

de TPR. O pré-tratamento das amostras (100mg) consistiu na secagem a 150°C, por 30

min, sob fluxo de He (30ml/min), seguida de redução sob fluxo de H2 a diferentes

temperaturas, 500°C por 2h para todos os catalisadores e 300°C por 3h para 10%

Co/SiO2 e 10% Co/Nb2O5. A superfície foi l impa mantendo-a sob fluxo de He

(30ml/min) por 1 hora na temperatura final de redução. A seguir, as amostras foram

resfriadas ou aquecidas, dependendo da temperatura de redução, até 450 ºC sob fluxo de

He, para então, sofrer tratamento sob fluxo de 20% CH4/He por 30 min, em seguida, 1h

sob fluxo de He para limpar a superfície.

Page 35: DECOMPOSIÇÃO DO METANO EM CATALISADORES Co/SiO2

36

II I .3.2 - Hidrogenação dos Depósitos Carboníferos

Posteriormente, as amostras eram submetidas a uma Hidrogenação á Temperatura

Programada (TPH), a fim de avaliar a reatividade dos filamentos de carbono. Essa etapa

consistia no resfriamento das amostras até a temperatura ambiente, seguida de aumento

da temperatura sob fluxo de 5% H2/Ar a uma taxa de 10°C/min até 1000°C.

Page 36: DECOMPOSIÇÃO DO METANO EM CATALISADORES Co/SiO2

37

CAPÍTULO IV

RESULT ADOS E DISCUSSÃO

IV.1. Difração de Raios-x

Os espectros de DRX obtidos para os suportes, catalisadores e Co3O4 mássico

estão apresentados na Figura IV.1 a seguir.

Os difratogramas dos suportes permitiram identificar suas diferentes estruturas

cristalinas como pode ser visto pela Tabela IV.1. Estes resultados confirmam a

estrutura da γ-Al2O3 e a fase TT do Nb2O5.

O DRX confirmou que o cobalto estava presente como Co3O4 nos catalisadores

calcinados a 400 ºC e nenhuma outra fase contendo cobalto foi detectada.

Figura IV.1 – Difração de raio X dos suportes e catali sadores 5% Co/SiO2 , 10% Co/SiO2 , 20% Co/SiO2 , 10% Co/ γ-Al2O3 e 10% Co/ Nb2O5 e para o Co3O4 mássico.

0 20 40 60 80 100

2θθ

Al2O

3

10% Co/Al2O

3

20% Co/SiO2

5% Co/SiO2

Co3O4

SiO2

10% Co/SiO2

Nb2O

5

10% Co/Nb2O

5

Inte

nsi

dad

e

Page 37: DECOMPOSIÇÃO DO METANO EM CATALISADORES Co/SiO2

38

Comparando os difratogramas dos catalisadores 5%,10% e 20% Co/SiO2 com o do

Co3O4 é possível detectar claramente os picos do óxido de cobalto cristalino, sendo o

pico de maior intensidade em 2θ igual a 36,8º (100%).

É observado o mesmo comportamento para o catalisador 10% Co/Al2O3.

Por comparação do difratograma do 10%Co/Nb2O5 com o do Co3O4, não foi

possível detectar os picos do óxido de cobalto cristalino, visto que o pico de maior

intensidade do mesmo localiza-se em 2θ igual a 36,8º (100%), coincidindo com o

terceiro pico da niobia, em 2θ igual a 35,8º (53%), o que dificulta a detecção.

IV.2. Área Específica (BET) e Volume de Poros

Por meio da tabela IV.2, pode-se observar que a sílica e a alumina apresentam

uma grande área específica, enquanto a nióbia apresenta uma pequena área. Na

distribuição de volume de poros da sílica e da alumina detectamos uma estrutura mais

microporosa, enquanto a nióbia apresenta uma estrutura mais macroporosa. Após a

impregnação do metal nos suportes houve uma pequena diminuição nas áreas

específicas dos catalisadores devido aos altos teores de cobalto incorporados.

Tabela IV.1 - Sistemas Cristalinos dos suportes SiO2, γ-Al2O3 e Nb2O5 e para o Co3O4 mássico.

Lambda Sistema a c

SiO2 1,5418 Hexagonal 9.92 81.5Al2O3 1,5418 Cúbico 7.924 _Nb2O5 1,5418 Hexagonal 3.607 3.925Co3O4 1,5406 Cúbico 80.837 _

Difraçao de Raio X - DRX

Page 38: DECOMPOSIÇÃO DO METANO EM CATALISADORES Co/SiO2

39

Supor tes e Catalisadores

Area BET (m2/g)

Volume de Poros (cm3/g)

SiO2 calc. a 550 ºC 417,0 1,518

γ - Al2O3 calc. a 550 ºC 271,0 0,606

Nb2O5 calc. a 550 ºC 32,5 0,186

5% Co/SiO2 calc. a 550 ºC 382,3 1,402

10% Co/SiO2 calc. a 550 ºC 351,3 1,258

20% Co/SiO2 calc. a 550 ºC 291,5 1,038

10% Co/Al2O3 calc. a 550 ºC 226,6 0,477

10% Co/Nb2O5 calc. a 550 ºC 27,4 0,137

IV.3. Quimissorção de H2

Os resultados de quimissorção de H2 estão apresentados na Tabela IV.3, que

apresenta a quantidade de H2 adsorvido considerando as isotermas total, reversível e

irreversível. As figuras IV.2, IV.3, IV.4, IV.5 e IV.6 apresentam os gráficos contendo

as isotermas de todos os catalisadores estudados.

Para o catalisador 10%Co/Al2O3 observa-se que a quantidade de H2 adsorvido a

500oC é maior do que a 300OC, considerando-se as isotermas totais e reversíveis. Isto

indica que este catalisador não está totalmente reduzido a 300OC.

Para os catalisadores Co/SiO2, verifica-se o oposto, as quantidades de H2

adsorvidas são sempre maiores após redução a 300oC do que a 500oC. Verificou-se

Tabela IV.2 - Área BET e Volume de Poros dos suportes e catalisadores 5%Co/SiO2, 10%Co/SiO2, 20%Co/SiO2, 10% Co/ γ-Al2O3 e 10% Co/ Nb2O5.

Page 39: DECOMPOSIÇÃO DO METANO EM CATALISADORES Co/SiO2

40

também que o aumento no teor metálico provoca um aumento na quimissorção do H2,

provavelmente devido a uma menor interação das partículas metálicas com o suporte.

Isto pode ser verificado pelas Figuras IV.3, IV.4 e IV.5 e Tabela IV.3.

Quantidade de H2 adsorvido (µµmols/gcat)

Catalisadores

Tred (ºC) Total Rev. I r rev.

300 14,7 10,7 3,6 10% Co/Al2O3

500 28,4 13,9 14,5

300 28,5 19,1 9,4 5% Co/SiO2

500 4,6 4,5 0,1

300 35,7 17,0 18,7 10% Co/SiO2

500 21,9 17,9 4,0

300 89,7 51,7 38,0 20% Co/SiO2

500 46,7 32,9 13,8

300 17,9 13,4 4,5 10% Co/Nb2O5

500 * * *

Buscou-se também avaliar a dispersão, a área metálica e o diâmetro médio das

partículas metálicas, apesar de não se ter determinado experimentalmente os graus de

redução de todos os catalisadores após as diferentes reduções. Entretanto, é possível

verificar para o catalisador 5% Co/SiO2 reduzido a 300oC que à medida que o teor

metálico aumenta a dispersão diminui. Tais resultados estão apresentados na Tabela

IV.4. É importante ressaltar que os cálculos supuseram que o grau de redução dos

catalisadores 5% e 20% Co/SiO2 reduzidos a 300oC fosse o mesmo do de 10%, igual a

65%, determinado experimentalmente, embora para o de 5% possa ser um pouco menor

Tabela IV.3.. Quimissorção dos catalisadores de Co/SiO2, Co/Al2O3 e Co/Nb2O5 reduzidos a 300oC e a 500oC.

* menor que o limite de detecção

Page 40: DECOMPOSIÇÃO DO METANO EM CATALISADORES Co/SiO2

41

e para o de 20% um pouco maior. No entanto, espera-se que os resultados não

modifiquem a tendência ora observada. Para os reduzidos a 500oC supôs-se um grau de

redução de 100%.

Em relação ao catalisador 10%Co/Nb2O5, verifica-se pela Tabela IV.3 e Figura

IV.6 que após redução a 500oC este não apresentou quimissorção de H2 mensurável.

Isto pode ser explicado devido ao efeito SMSI, que ocorre nos catalisadores suportados

em Nb2O5, após redução à alta temperatura, onde espécies reduzidas do suporte podem

migrar para a superfície do metal, recobrindo-o, e impedindo-o de quimissorver

hidrogênio. Esses resultados estão de acordo com os observados por Silva [27,28]. Já

após redução a 300oC os resultados são comparáveis aos outros catalisadores.

Tabela IV.4 – Valores calculados para Dispersão, diâmetro da partícula metálica e área metálica dos catalisadores.

%D CoPd (nm) MS′ (m2/gcat) Catalisador T (oC)

Total I r rev. Total I r rev. Total I r rev.

10%Co/Al2O3 500c 3,3 1,7 29,8 170,4 2,3 1,2

300a 2,1 0,5 47,4 188,0 1,4 0,4 10%Co/Nb2O5

500 _ _ _ _ _ _

5%Co/SiO2 300d 10,3 3,4 9,7 29,3 2,3 0,7

300b 6,5 3,4 15,4 29,4 2,8 1,5 10%Co/SiO2

500c 2,6 0,5 38,9 212,0 1,7 0,3

300d 5,3 2,2 18,9 44,5 7,2 3,0 20%Co/SiO2

500c 2,8 0,8 36,2 123,0 3,7 1,1 a fred = 0,65 (valor calculado) b fred = 0,66 (valor calculado) c Supôs-se que f red = 1,0 para os catalisadores reduzidos a 500oC. d Supôs-se que f red = 0,65 para fins de comparação.

Page 41: DECOMPOSIÇÃO DO METANO EM CATALISADORES Co/SiO2

42

Figura IV.2 – Quimissorção de H2 para o catalisador 10% Co/Al2O3 reduzido a 300oC e a 500oC

50 100 150 200 250 3000,0

0,4

0,8

1,2

1,6

2,0

2,4

10%Co/Al2O

3 red 300

oC

10%Co/Al2O

3 red 500

oC Total

Reversível Total Reversível

Vol

ume

Ads

orvi

do (

cm3 /g

cat)

Pressão (mmHg)

Figura IV.2 – Quimissorção de H2 para o catalisador 10% Co/Al2O3 reduzido a 300oC e a 500oC

Figura IV.2 – Quimissorção de H2 para o catalisador 10% Co/Al2O3 reduzido a 300oC e a 500oC

Page 42: DECOMPOSIÇÃO DO METANO EM CATALISADORES Co/SiO2

43

50 100 150 200 250 3000,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

5% Co/SiO2 red 500oC

5% Co/SiO2 red 300

oC Total

Reversível Total Reversível

Vol

ume

Ad

sorv

ido

(cm

3 /gca

t)

Pressão (mmHg)

Figura IV.3 – Quimissorção de H2 para o catalisador 5% Co/SiO2 reduzido a 300oC e a 500oC

Page 43: DECOMPOSIÇÃO DO METANO EM CATALISADORES Co/SiO2

44

50 100 150 200 250 3000,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

10%Co/SiO2 red 500oC

10% Co/SiO2 red 300

oC

Total Reversível Total Reversível

Vol

ume

Ads

orvi

do (

cm3 /g

cat)

Pressão (mmHg)

Figura IV.4– Quimissorção de H2 para o catalisador 10% Co/SiO2 reduzido a 300oC e a 500oC

Page 44: DECOMPOSIÇÃO DO METANO EM CATALISADORES Co/SiO2

45

Figura IV.5 – Quimissorção de H2 para o catalisador 20% Co/SiO2 reduzido a 300oC e a 500oC.

50 100 150 200 250 3000

1

2

3

4

5

20% Co/SiO2 red 500oC

20% Co/SiO2 red 300oC Total

Reversível Total Reversível

Vol

ume

Ads

orvi

do (

cm3 /g

cat)

Pressão (mmHg)

Page 45: DECOMPOSIÇÃO DO METANO EM CATALISADORES Co/SiO2

46

50 100 150 200 250 3000,0

0,4

0,8

1,2

1,6

2,0

10% Co/Nb2O5 red 500oC

10% Co/Nb2O5 red 300oC

Total Reversível Total Reversível

Vol

ume

Ads

orvi

do (

cm3 /g

cat)

Pressão (mmHg)

Figura IV.6– Quimissorção de H2 para o catalisador 10% Co/Nb2O5 reduzido a 300oC e a 500oC

Page 46: DECOMPOSIÇÃO DO METANO EM CATALISADORES Co/SiO2

47

IV.4. Redução a Temperatura Programada

Os perfis de TPR obtidos para suportes não apresentaram picos de redução na

faixa de temperatura investigada, enquanto para os catalisadores Co/SiO2, Co/Al2O3 e

Co/Nb2O5, calcinados a 400 ºC, apresentam dois picos devido a redução Co3O4 para

CoO e deste para Co [14]. Tais perfis estão apresentados na Figura IV.7.

A redutibilidade dos catalisadores foi calculada a partir do consumo de H2 medido

durante o TPR e da redução estequiométrica Co3O4 + 4H2 → 3Co + 4H2.

Após o TPR, os resultados apresentados para os catalisadores 5% Co/SiO2, 10%

Co/SiO2, 20% Co/SiO2 e 10% Co/Al2O3 indicam a redução completa e estão de acordo

-100 0 100 200 300 400 500 600 700 800 900

326

405335

428361

421

686408

525396

Sin

al d

o E

.M.(

U.A

.)

10% Co/Al2O

3

10% Co/Nb2O

5

5% Co/SiO2

20% Co/SiO2

10% Co/SiO2

Temperatura (ºC)

Figura IV.7– de TPR Para os catalisadores de Co/Al2O3, Co/SiO2 e Co/Nb2O5.

Page 47: DECOMPOSIÇÃO DO METANO EM CATALISADORES Co/SiO2

48

com Lapidus et alii [46]. O perfil de TPR do catalisador 10% Co/Nb2O5, com pico a

525ºC, é semelhante ao apresentado por Silva et al. [27].

IV.5.Teste Catalítico IV.5.1 Reação Isotérmica com CH4 a 450 ºC

Os testes catalíticos foram realizados usando-se os catalisadores contendo 10% de

cobalto. As figuras IV.8 e IV.9 apresentam a produção de CO e de H2 durante a reação

isotérmica a 450 ºC sob fluxo de 20% CH4/He com objetivo de formar o carbono. Pela

figura IV.8, observa-se que os resultados são semelhantes para os catalisadores de

cobalto suportados em sílica e alumina. Os mesmos apresentam picos de produção de

CO, nos minutos iniciais da reação isotérmica, sendo que posteriormente, a produção

decresce, permanecendo estável durante os 30 min de reação. Estes resultados estão de

acordo como os apresentados por Ferreira-Aparicio et al.[13] e por Zhang [1] que,

também, observaram a produção de CO e creditaram o decréscimo a um período inicial

de desativação catalítica.

De acordo com esses autores, a evolução de CO está associada à presença de

grupos OH na superfície do suporte, que reagiriam com espécies adsorvidas, contendo

carbono, geradas do metano. A maior concentração de grupos OH na Al2O3, em

comparação com a SiO2, poderia explicar as diferenças induzidas pelos suportes, para os

catalisadores Co/Al2O3 e Co/SiO2 após redução a 500ºC.

Em relação ao catalisador Co/Nb2O5, comportamentos distintos foram observados.

Para o catalisador reduzido a 500 ºC, não se observou o pico de CO, apenas um leve

deslocamento da linha de base indicando uma ligeira produção de CO que permaneceu

Page 48: DECOMPOSIÇÃO DO METANO EM CATALISADORES Co/SiO2

49

estável por todo o tempo. Este resultado pode estar associado a duas possibilidades.

Primeiramente, devido ao efeito SMSI que ocorre em catalisadores suportados em

Nb2O5, após redução a alta temperatura, onde espécies reduzidas do suporte podem

migrar para a superfície do metal, recobrindo-o, e impedindo-o de participar da

decomposição do metano com vista à formação dos depósitos carboníferos. A outra

possibil idade que pode ocorrer conjuntamente com a primeira seria a ausência de grupos

OH na superfície do suporte, já parcialmente reduzido devido ao efeito SMSI.

Por outro lado, para o catalisador Co/Nb2O5 reduzido a 300 ºC, houve um período

de indução inicial, onde houve um aumento gradativo da produção de CO, que atingiu

um máximo após 4 min de reação, com posterior queda, permanecendo então constante,

que será discutido adiante.

Observando-se a produção de H2, pela figura IV.9, verifica-se um comportamento

semelhante para os catalisadores Co/Al2O3 e Co/SiO2 reduzidos a 500 ºC, com

diferenças nas intensidades, apresentando um pico inicial e posterior queda, e seguida

estabil ização, indicativo de desativação. No entanto, o catalisador Co/SiO2, reduzido a

300 ºC, não apresentou pico e sim uma evolução crescente e gradativa de H2. Este

resultado pode estar relacionado ao fato de que este catalisador não estava totalmente

reduzido nas condições de ativação. Realmente, testes para se verificar a redutibilidade

do catalisador de Co/SiO2 reduzido a 300oC, seguido de TPR, indicaram 65% de

redução. Provavelmente, a formação inicial de CO seria devido a redução do Co3O4,

indicando a existência de dois mecanismos reacionais simultâneos. O CH4 estaria numa

primeira etapa sendo adsorvido no Co metálico produzindo H2 e CO com a participação

dos grupos hidroxilas do suporte, uma vez que esta reação ocorre à maior temperatura,

de 450oC. O H2 gerado por sua vez estaria sendo consumido para reduzir o óxido de

Page 49: DECOMPOSIÇÃO DO METANO EM CATALISADORES Co/SiO2

50

cobalto presente. Isto explicaria o aumento gradativo da produção de H2 à medida que o

catalisador não estivesse mais sendo reduzido.

Figura IV.8 - Produção de CO durante a Reação Isotérmica para os catalisadores 10% Co/SiO2, 10% Co/ γ-Al2O3 e 10% Co/Nb2O5 reduzidos a 300ºC e 500ºC

0 5 10 15 20 25 30

10% Co/Nb2O

5 (red. a 500 ºC)

10% Co/Al2O

3 (red. a 500 ºC)

10% Co/SiO2 (red. a 500 ºC)

10% Co/Nb2O

5 (red. a 300 ºC)

10% Co/SiO2 (red. a 300 ºC)

CO

Sin

al d

o E

.M.(U

.A.)

Tempo (min)

Page 50: DECOMPOSIÇÃO DO METANO EM CATALISADORES Co/SiO2

51

Figura IV.9 - Produção de H2 durante a Reação Isotérmica para os catalisadores 10% Co/SiO2, 10% Co/ γ-Al2O3 e 10% Co/Nb2O5 reduzidos a 300ºC e 500ºC

0 5 10 15 20 25 30

H2

10% Co/Nb2O5 (red. a 500 ºC)

10% Co/Al2O3 (red. a 500 ºC)

10% Co/SiO2 (red. a 500 ºC)

10% Co/Nb2O5 (red. a 300 ºC)

10% Co/SiO2 (red. a 300 ºC)

Sina

l do

E.M

.(U.A

.)

Tempo (min)

Page 51: DECOMPOSIÇÃO DO METANO EM CATALISADORES Co/SiO2

52

Em relação ao catalisador Co/Nb2O5, a evolução de H2 se apresentou de forma

semelhante ao observado para a produção de CO, nas respectivas temperaturas de

redução. Uma observação se faz importante em relação a este catalisador reduzido a

300oC, uma vez que, igualmente ao catalisador Co/SiO2, também não estava totalmente

reduzido nesta temperatura. Testes de redutibilidade indicaram 66% de redução.

Portanto, também é possível a coexistência de sítios metálicos e de sítios de óxido de

cobalto. Portanto, os mecanismos indicados anteriormente poderiam estar ocorrendo

neste catalisador, sendo que uma diferença pode ser observada, a de que o H2 formado

poderia também estar reduzindo o suporte. Isto explicaria a queda de sua produção após

o período de indução e a sua permanência num grau de atividade menor.

IV.5.2 Hidrogenação dos Depósitos Carboníferos

As figuras IV.10, IV.11 e IV.12 apresentam o consumo de H2 e a produção de

CH4 e CO durante o TPH.

Para os catalisadores Co/Al2O3 e Co/SiO2, observa-se que os resultados para

produção de H2 e de CH4 são semelhantes, apresentando picos de consumo de H2, com

máximos na faixa de 521oC a 565oC, e picos de produção de CH4, com máximos nas

faixas de temperaturas próximas às anteriores, de 535oC a 586oC. A única diferença

ocorre com o catalisador Co/SiO2 reduzido a 300oC, que apresenta um pequeno pico a

140oC, ainda não totalmente entendido, mas que certamente está relacionado a

temperatura de redução. Estes resultados poderiam sugerir uma certa semelhança entre

os depósitos carboníferos formados nos catalisadores de Co/Al2O3 e Co/SiO2. No

entanto, em relação a evolução de CO, observa-se que esta foi muito maior para o

catalisador Co/SiO2 reduzido a 300oC, não retornando a linha de base mesmo a

Page 52: DECOMPOSIÇÃO DO METANO EM CATALISADORES Co/SiO2

53

temperatura alta. Futuros testes de microscopia eletrônica poderão identificar os

depósitos carboníferos formados.

Por outro lado, para o catalisador Co/Nb2O5, a temperatura de redução exerce

uma maior influência. Para o catalisador reduzido a 300oC, observa-se pela figura

IV.10 um grande consumo de H2 a 212oC e, posteriormente, um contínuo e progressivo

consumo com o aumento da temperatura. Quanto à produção de metano, pela figura

IV.12, não se observa nenhum pico na temperatura correspondente a 212oC, apenas um

pequeno pico na temperatura de 492oC, que tem seu correspondente no gráfico de

consumo de H2, observado na figura IV.10.

Todavia, para o Co/Nb2O5, reduzido a 500oC, houve uma diminuição drástica no

consumo de H2, somente passando a ocorrer a temperaturas superiores a 750oC e que,

tal como no catalisador reduzido a 300oC, pode significar a redução do suporte. Quanto

à produção de CH4, esta foi praticamente nula. Isto pode ser explicado devido ao efeito

SMSI, que ocorre nos catalisadores suportados em Nb2O5, após redução à alta

temperatura.

O efeito SMSI provoca também fortes alterações na produção de CO, como se

pode observar na figura IV.12. O catalisador reduzido a 300oC formou um enorme pico

de CO com máximo em 692oC enquanto o reduzido a 500oC não apresenta nenhum

consumo nesta faixa de temperatura, apenas uma leve evolução acima de 700oC.

Pode-se especular que dependendo da extensão desta interação, é possível

ocorrer um maior ou menor contato das espécies adsorvidas contendo carbono nas

partículas metálicas ainda acessíveis com os grupos OH da superfície do suporte, o que

poderia justificar a evolução do CO. Após redução a 500oC praticamente não há

partículas de cobalto acessíveis estando as mesmas encobertas pelas espécies de NbOx.

Page 53: DECOMPOSIÇÃO DO METANO EM CATALISADORES Co/SiO2

54

Figura IV.10 - Consumo de H2 durante o TPH para os catalisadores 10%Co/SiO2, 10%Co/Al2O3 e 10%Co/Nb2O5 reduzidos a 300ºC e 500ºC.

0 200 400 600 800 1000

565

212

521140

54010% Co/SiO2 (red. a 300 ºC)

10% Co/SiO2 (red. a 500 ºC)

10% Co/Nb2O

5 (red. a 500 ºC)

10% Co/Al2O

3 (red. a 500 ºC)

10% Co/Nb2O

5 (red. a 300 ºC)

H2

Sin

al d

o E

.M.(

U.A

.)

Temperatura do Reator (ºC)

Page 54: DECOMPOSIÇÃO DO METANO EM CATALISADORES Co/SiO2

55

De qualquer forma, de acordo com o trabalho apresentado por Ferreira-Aparicio

[13], o único hidrocarboneto detectado da hidrogenação dos depósitos carboníferos

durante o TPH, em diversos catalisadores formados por metais do VIII grupo,

suportados em SiO2 e Al2O3, foi o metano. Segundo esses autores, devido ao aumento

crescente na temperatura, a reação de hidrogenólise está continuamente sendo

favorecida, impossibilit ando a formação de hidrocarbonetos de cadeias moleculares

maiores.

Além disso, comparando-se os resultados, verifica-se, pela faixa de temperatura,

que os depósitos carboníferos obtidos no presente trabalho para os catalisadores

suportados em SiO2 e Al2O3 são característicos de espécies de Cγ, somente

hidrogenáveis a temperaturas superiores a 500oC. Apesar desses depósitos serem mais

dificilmente hidrogenáveis do que os formados com outros metais do VIII grupo, de

acordo com Ferreira-Aparício et al. [13], em catalisadores de Co e Ni, há formação de

elevadas quantidades de carbono, que poderiam ser justificadas pela difusão dos átomos

de carbono da superfície do metal para o suporte. Neste contexto, o suporte exerce um

papel fundamental.

Page 55: DECOMPOSIÇÃO DO METANO EM CATALISADORES Co/SiO2

56

0 200 400 600 800 1000

706

647

586

535

564

10% Co/Al2O3 (red. a 500 ºC)

10% Co/Al2O

3 (red.a 500 ºC)

10% Co/SiO2 (red. a 500 ºC)

10% Co/SiO2 (red. a 500 ºC)

10% Co/SiO2 (red. a 300 ºC)

10% Co/SiO2 (red. a 300 ºC)

CO CH

4

Sin

al d

o E

.M.(

U.A

.)

Temperatura do Reator (ºC)

Figura IV.11 – Perfis de TPH ( Produção de CH4 e CO) para os catalisadores 10% Co/SiO2, 10% Co/ γ-Al2O3 reduzidos a 300ºC e 500ºC

Page 56: DECOMPOSIÇÃO DO METANO EM CATALISADORES Co/SiO2

57

0 200 400 600 800 1000

492

692

10% Co/Nb2O5 (red. a 500 ºC)

10% Co/Nb2O5 (red. a 300 ºC)

10% Co/Nb2O

5 (red. a 500 ºC)

10% Co/Nb2O

5 (red. a 300 ºC)

CO CH

4

Sin

al d

o E

.M.(

U.A

.)

Temperatura do Reator (ºC)

Figura IV.12 – Perfis de TPH ( Produção de CH4 e CO) para os catalisadores 10% Co/ Nb2O5 reduzidos a 300ºC e 500ºC

Page 57: DECOMPOSIÇÃO DO METANO EM CATALISADORES Co/SiO2

58

CAPÍTULO V

CONCLUSÕES E SUGESTÕES

V.1. Conclusões

Os resultados de DRX confirmaram que o cobalto estava presente como Co3O4

nos catalisadores calcinados a 400 ºC e nenhuma outra fase contendo cobalto foi

detectada. Eles também confirmam a estrutura da γ-Al2O3 e a fase TT do Nb2O5.

Pôde-se observar que a sílica e a alumina apresentaram uma grande área

específica, ao contrário da nióbia que apresentou uma pequena área específica. Na

distribuição de volume de poros da sílica e da alumina foi detectada uma estrutura mais

microporosa, enquanto a nióbia apresentou uma estrutura mais macroporosa. Após a

impregnação do metal nos suportes, houve uma pequena diminuição nas áreas

específicas dos catalisadores.

Os resultados de quimissorção de H2 mostraram que para o catalisador

10%Co/Al2O3 a quantidade de H2 adsorvido a 500oC é maior do que a 300OC,

considerando-se as isotermas totais e reversíveis, indicando que este catalisador não

estava totalmente reduzido a 300OC. Para os catalisadores Co/SiO2, verificou-se o

oposto, as quantidades de H2 adsorvidas são sempre maiores após redução a 300oC do

que a 500oC. Verificou-se também que o aumento no teor metálico provoca um

aumento na quimissorção do H2, provavelmente devido a uma menor interação das

partículas metálicas com o suporte.

Buscou-se também avaliar a dispersão, a área metálica e o diâmetro médio das

partículas metálicas, apesar de não se ter determinado experimentalmente os graus de

redução de todos os catalisadores após as diferentes reduções. Entretanto foi possível

Page 58: DECOMPOSIÇÃO DO METANO EM CATALISADORES Co/SiO2

59

verificar para o catalisador 5% Co/SiO2 reduzido a 300oC que à medida que o teor

metálico aumenta, a dispersão diminui.

Em relação ao catalisador 10%Co/Nb2O5, verificou-se que após redução a 500oC

este não apresentou quimissorção de H2 mensurável. Isto pode ser explicado devido ao

efeito SMSI, que ocorre nos catalisadores suportados em Nb2O5, após redução à alta

temperatura, onde espécies reduzidas do suporte podem migrar para a superfície do

metal, recobrindo-o, e impedindo-o de quimissorver hidrogênio. Já após redução a

300oC os resultados são comparáveis aos outros catalisadores.

Os perfis de TPR obtidos para suportes não apresentaram picos de redução,

enquanto para os catalisadores Co/SiO2, Co/Al2O3 e Co/Nb2O5, calcinados a 400 ºC,

apresentam dois picos devido a redução Co3O4 para CoO e deste para Co.

Os resultados da reação isotérmica com CH4 (estágio 1)indicaram evolução de

H2 e de CO, sendo este último gerado por reação das espécies adsorvidas contendo

carbono, da decomposição do metano, com grupos OH da superfície do suporte. Uma

queda na atividade nos primeiros minutos de reação foi atribuída a uma desativação

inicial.

Para os catalisadores Co/Al2O3 e Co/SiO2 os picos de evolução de CO são

semelhantes. Em relação a produção de H2, uma diferença ocorre com o catalisador

Co/SiO2 reduzido a 300oC, que apresenta uma evolução crescente, não apresentando

desativação. Isto indica que o H2 produzido pela decomposição do metano em sítios

metálicos de cobalto (Coo) poderia estar inicialmente sendo consumido para reduzir as

partículas de óxido de cobalto presentes (CoO), e à medida que esta redução fosse

terminando o perfil de produção de H2 aumentaria gradativamente. Realmente, medidas

realizadas atestaram que o grau de redução deste catalisador após redução a 300oC é de

65%.

Page 59: DECOMPOSIÇÃO DO METANO EM CATALISADORES Co/SiO2

60

Os resultados do TPH, teste usado para avaliar a reatividade dos depósitos

carboníferos, indicaram picos de consumo de H2 e de produção de CH4 semelhantes,

para os catalisadores Co/SiO2 e Co/Al2O3, independentemente da temperatura de

redução. Observou-se também produção de CO que no caso do catalisador Co/SiO2

reduzido a 300oC apresentou um perfil diferenciado e crescente.

Para os catalisadores de Co/Nb2O5, os resultados são distintos. Para o

catalisador reduzido a 500oC, os resultados de TPH não apresentaram formação de CH4

e o consumo de H2 só ocorreu acima de 750oC. Tais resultados foram atribuídos ao

efeito SMSI que ocorre em catalisadores suportados em Nb2O5 reduzidos a altas

temperaturas. Para o catalisador reduzido a 300oC observou-se uma leve produção de

metano e grande evolução de CO com máximo em 692oC.

V.2. Sugestões

Deste trabalho muitas conclusões interessantes puderam ser feitas e, por se tratar

de um primeiro estudo experimental, muitas questões devem ser avaliadas no futuro.

Inúmeras podem ser as sugestões, entretanto algumas, as mais urgentes, serão

relacionadas abaixo para serem investigadas a seguir.

• A primeira sugestão seria efetuar a reação com catalisadores de diferentes

teores metálicos, 5, 10 e 20%, a fim de se avaliar o efeito na formação dos

depósitos carboníferos e sua reatividade. Certamente o tamanho das

partículas metálicas afetam a formação dessas estruturas;

• Medir quantitativamente a atividade catalítica frente a essas reações;

Page 60: DECOMPOSIÇÃO DO METANO EM CATALISADORES Co/SiO2

61

• Fazer medidas de microscopia eletrônica nos catalisadores passivados, após

os testes catalíticos, para verificar a morfologia dos depósitos de carbono;

• Fazer testes de oxidação a temperatura programada (TPO) nos catalisadores

após reação a fim de se verificar a reatividade dos depósitos carboníferos e

comparar com os testes de TPH, para avaliar as possíveis diferenças nas

espécies presentes;

• Medir o grau de redução de todos os catalisadores reduzidos nas diferentes

temperaturas.

Page 61: DECOMPOSIÇÃO DO METANO EM CATALISADORES Co/SiO2

62

Apêndice 1

Cálculos para preparação dos catalisadores:

Por exemplo: Preparar 10 g do catalisador 10% Co/Al2O3 a partir do precursor

Co(NO3)2.6H2O

Dados:

m catalisador = 10 g

PM (Co(NO3)2.6H2O) = 291,04 g/gmol

PM (Co) = 58,9 g/gmol

Então:

Para um teor de 10% de Co em Al2O3 tem-se:

1,0 g de Co, que corresponde a 4,491g de Co(NO3)2.6H2O em 9,0 g de Al2O3.

A massa de catalisador a ser preparada é de 10 g, como o volume de poros do

suporte Al2O3 é 1,1082 ml/gcat e a densidade da água a 25ºC é de 1g/ml, tem-se

9,974 ml de água deionizada para solubilizar o precursor Co(NO3)2.6H2O e

impregnar o suporte Al2O3.

Massa do Suporte Al2O3 = 9,0 g

Massa do Precursor Co(NO3)2.6H2O = 4,491 g

Volume de H2O deionizada = 9,974 ml

Page 62: DECOMPOSIÇÃO DO METANO EM CATALISADORES Co/SiO2

63

Apêndice 2

Metodologia para cálculos de Redução a temperatura ambiente e de TPR

O reator de TPR pode ser descrito como um reator tubular.

Figura A.2-1 – Reator tubular

Onde:

Fe – vazão molar total da corrente de entrada

Fs – vazão molar da corrente de saída

Xe – fração molar de H2 na mistura H2/Ar na corrente de entrada

Xs – fração molar de H2 na mistura H2/Ar na corrente de saída

Como a fração molar de H2 nas correntes é muito baixa (0 a 5%), temos que: Fe ≈ Fs =

F.

Assim, pelo balanço de massa para o H2 no reator, pode-se escrever:

( )seH

x- x F dt

dN2 =

onde 2HN é o nº de moles consumidos de H2.

Integrando, temos:

[ ]∫= dtx - t x F N seH2 (equação A.2-1)

xe xs

Fe Fs

Page 63: DECOMPOSIÇÃO DO METANO EM CATALISADORES Co/SiO2

64

São dados diretos das análises realizadas:

A vazão volumétrica da corrente gasosa (v0), que se relaciona com F, através da

equação dos gases ideais.

RT

v*P F 0= , onde P = 1atm e T = 298K (A.2-2)

A área do pico registrado (A).

As considerações seguintes referem-se a figura A.2-2

3000 4000 5000 6000

I0

i (

A)

0

tempo (s)

Figura A.2-2 – Perfil de uma análise de TPR.

Seja i a intensidade iônica da m/z=2. Pode-se relacionar a coordenada i com a

composição molar do gás na saída do reator sabendo-se que a intensidade iônica é

proporcional à concentração.

Da figura A.2-2 vê-se que:

quando i = 0 xs = xe

Page 64: DECOMPOSIÇÃO DO METANO EM CATALISADORES Co/SiO2

65

quando i = I0 x = 0

Dada a condição de proporcionalidade, relação entre xs e i é linear:

0ees I

i * x- x x = (equação A.2-2)

Substituindo a equação A.2-2 na equação A.2-1, temos:

= ∫ dt )

I

i x- x( - t x F N

0eeeH2

= ∫ dt i

I

x - t x- t x F N

0

eeeH2

Então:

0

eH I

A xF N

2= (equação A.2-3)

onde A é a área sob a curva do gráfico i versus t.

A equação A.2-3 foi util izada para calcular a quantidade de H2 consumido na

redução.

Page 65: DECOMPOSIÇÃO DO METANO EM CATALISADORES Co/SiO2

66

CAPÍTULO VI

BIBLIOGRAFIA

[1] ZHANG, Y.; SMITH, K.J. CH4 Decomposition on Co Catalysts: effect of

temperature, dispersion, and the presence of H2 or CO in the feed. Catalysis Today n.

77, p. 257-268, 2002

[2] AVDEEVA, L.B.; KOCHUBEY, D.I.; SHAIKHUTDINOV, S.K. Cobalt

catalysts of methane decomposition: accumulation of the filamentous carbon. Applied

Catalalysis A n. 177, p. 43-51, 1999.

[3] AVDEEVA, L.B.; KOCHUBEY, D.I.; SHAIKHUTDINOV, S.K.;

GONCHAROVA, O.V.; NOVGORODOV, B.N.; PLYASOVA, L.M. Coprecipitated Ni-

--Al and Ni---Cu---Al catalysts for methane decomposition and carbon deposition I.

Genesis of Calcined and reduced catalysts, Applied Catalalysis A n. 126, p. 125-139,

1995.

[4] AVDEEVA, L.B.; KOCHUBEY, D.I.; SHAIKHUTDINOV, S.K.;

GONCHAROVA, O.V.; NOVGORODOV, B.N.; PLYASOVA, L.M. Coprecipitated

Ni-alumina and Ni---Cu-alumina catalysts of methane decomposition and carbon

deposition. II. Evolution of the catalysts in reaction, Applied Catalalysis A n. 141, p.

117-129, 1996.

[5] KOERTS, T.; DEELEN, M.J.G.; SANTEN, R. V. Journal of Catalysis. n.

138, p. 101, 1992.

[6] SOLYMOSI, F.; ERDOHELYI, A.; CSERENYI, J. Catalysis Letters. n.16,

p. 399, 1992.

[7] BOSKOVIC, G.; SMITH, K.J. Methane homologation and reactivity of

carbon species on supported Co catalysts. Catalalysis Today. n.37, p. 25-32, 1997.

Page 66: DECOMPOSIÇÃO DO METANO EM CATALISADORES Co/SiO2

67

[8] WU, M.C.; GOODMAN, D.W. Journal Am. Chem. Soc. n.116, p. 1364,

1994.

[9] SOLYMOSI, F.; ERDOHELYI, A.; CSERÉNYI, J.; FELVÉGI, A.

Decomposition of CH4 over supported Pd catalysts. Journal of Catalysis. n.147, p. 272-

278, 1994.

[10] ZADEH, J.S.M.; SMITH, K.J. Kinetics of CH4 decomposition on

supported Co catalysts. Journal of Catalalysis. n. 176, p. 115-124, 1998.

[11] DRIESSEN, M. D.; GRASSIAN, V.H. Methyl Spillover on silica-supported

cooper catalysts from the Dissociative Adsorption of Methyl Halides. Journal of

Catalysis. n. 161, p. 810-818, 1996.

[12] RAYMOND, L.F.; JONH, L. F. The Role of Spil lover in Carbon Monoxide

Hydrogenation over Alumina-Supported Platinum. Journal of Catalysis. n. 139, p. 421-

434, 1993.

[13] APARICIO, P. F.; RAMOS, I.R.; RUIZ, A. G. Methane interaction with

silica and alumina supported metal catalysts. Applied Catalysis A. n. 148, p. 343-356,

1997.

[14] KOERTS, T.; SANTEN, R.A.V. The reaction path for recombination of

surface CHx species. Journal of Molecular Catalysis. n. 70, p. 119-127, 1991.

[15] ZADEH (A Cinética da Decomposição do CH4 em Catalisadores

de Cobalto Supor tados - J. Soltan Mohammad Zadeh e Kevin J. Smith)

[16] ERMAKOVA, M.A.; ERMAKOV, D.Y.; KUVSHINOV, G.G. Effective

catalysts for direct cracking of methane to produce hydrogen and filamentous carbon –

Part I. Nickel catalysts. Applied Catalysis A. n. 201, p. 61-70, 2000.

Page 67: DECOMPOSIÇÃO DO METANO EM CATALISADORES Co/SiO2

68

[17] MURADOV, N.Z., VEZIROGLU, T.N. From Hydrocarbon to Hydrogen-

carbon to hydrogen economy. International Journal of Hydrogen Energy, 30, p. 225-

237, 2005.

[18] NOLAN, P.E.; LYNCH, D.C.; CUTLER, A.H. Journal of Physical

Chem.B. n. 102, p. 4165, 1998.

[19] JABLOUSKIN, G.A.; GEURTS, F.W.; SACCO, A.J.R. Carbon deposition

over Fe, Ni and Co foils from CO-H2-CH4-CO2-H2O, CO-CO2, CH4-H2, and CO-H2-H2O

Gas Mixtures: I. Morphology. Carbon. n. 30, p. 87-98, 1992.

[20] NAKAMURA, J.; TANAKA, K.; TOYSHIMA, I. Journal of Catalysis. n.

108, p. 55, 1987.

[21] TANAKA, K.; YAEGASHI, I.; AOMURA, K. Journal of Chemical Soc.,

Chemical Commun. p. 938, 1982.

[22] BARTHOLOMEW, C.H. Mechanisms of catalyst deactivation. Applied

Catalysis A. n. 212, p. 17-21, 2001.

[23] BITTER, J.H.; SESHAN, K.; LERCHER, J.A. Deactivation and Coke

Accumulation during CO2/CH4 Reforming over Pt catalysts. Journal of Catalysis. n. 183,

p. 336-343, 1999.

[24] ZHANG, Z.L.; V.A. TSIPOURIARI, Z.L.; EFSTATHIOU, A.M.;

VERYKIOS, X.E. Reforming of Methane with Carbon Dioxide to Syntesis Gas over

Supported Rhodium catalysts. Journal of Catalysis. n. 158, p. 51-63, 1996.

[25] NOLAN, P.E.; LYNCH, D.C.; CUTLER, A.H. Catalitic Disproportionation

of CO in the absence of hydrogen: encapsulating shell carbon formation. Carbon. n.32, p.

477-483, 1994.

Page 68: DECOMPOSIÇÃO DO METANO EM CATALISADORES Co/SiO2

69

[26] RODRIGUEZ, N.M.; KIM, M.S.; BAKER, R.T.K. Promotional Effect of

Carbon Monoxide on the Decomposition of Ethylene over an Iron Catalyst. Journal of

Catalysts. n.144, p. 93-108, 1993.

[27] SILVA, R. R. C. M.; SCHMAL, M.; FRETY, R.; DALMON, J. A. Effect

of the Support on the Fischer-Tropsch Synthesis with Co/Nb2O5 Catalysts. Journal of

the Chemical Society Faraday Transactions, 89 (21), p. 3975-3980, 1993.

[28] SILVA, R. R. C. M. Estudo do efeito SMSI em Co/Nb2O5 na Síntese de

Fischer-Tropsch. Tese de doutorado, Programa de Engenharia Química da

COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro, maio 1992.

[29] GUARINO, A.C.P.F., THOMAZELLI, B.M.O., PASSOS, F.B., SILVA,

R.R.C.M. Decomposição do Metano e Formação do Carbono Filamentar em

Catalisadores Co/SiO2, Co/Al2O3 e Co/Nb2O5. Anais CD Rom XV Congresso Brasileiro

de Engenharia Química, 26-29 setembro, Curitiba, 2004.

[30] ERDÖHELYI, A., CSERENJYI, J., SOLYMOSI, F., Activation of CH4

and its reaction with CO2 over supported Rh catalysts. Journal of Catalysis, 141, p.

287-299, 1993.

[31] RUCKENSTEIN, E., WANG, H.Y. Carbon dioxide refrming of methane

to synthesis gas over supported Co catalysts. Applied Catalysis A: General, 204, p. 257-

263, 2000.

[32] BYUEVSKAYA, O.V., WOLF, D. AND BAERNS, M. Catalysis Letters,

29, p.261, 1994.

[33] OTSUKA, K. e TAKENAKA, S., Production of hydrogen from methane

by a CO2 emission suppressed process: methane decomposition and gasification of

carbon nanofibers. Catalysis Surveys from Asia, v. 8, n.2, p. 77-90, 2004.

[34]. KIM, M. S., RODRIGUEZ, N.M. e BAKER, R.T.K. Journal of Catalysis,

v. 187, p.77 (1991).

Page 69: DECOMPOSIÇÃO DO METANO EM CATALISADORES Co/SiO2

70

[35]. BAKER, R.T. K. e CHLUDZINSKI, J. J., Journal of Catalysis v. 64,p

464, 1980.

[36] ERMAKOVA, M. A. e ERMAKOV, D. Yu., Effect of interaction

between components in Nickel-Sili ca catalysts on the yield of carbon in methane

decomposition. Kinetics and Catalysis, v. 44, n. 2, p. 290-299, 2003.

[37] ERMAKOVA, M. A. e ERMAKOV, D. Yu., Ni/SiO2 and Fe/SiO2

catalysts for production of hydrogen and filamentous carbon via methane

decomposition. Catalysis Today, v. 77, p. 225-235,2002.

[38] PEÑA, M.A.; GÓMEZ, J.P.; FIERRO, J.L.G. New catalytic routes for

syngas and hydrogen production. Applied Catalysis A. n. 144, p. 7-57, 1996.

[39] FRENI, S.; CALOGERO, G.; CAVALLARO, S. Hydrogen production

from methane through catalytic partial oxidation reactions. Journal of Power Sources. n.

87, p. 28-38, 2000.

[40] LERCHER, J.A.; BITTER, J.H.; STEGHUIS, A.G.; VAN OMMEN, J.G.;

SESHAN, K. Methane utilization via synthesis gas generation – Catalytic chemistry and

technology. Environmental Catalysis. Catalytic science series. v.1, 1999.

[41] GUARINO, A.C.P.F., THOMAZELLI, B.M.O., PASSOS, F.B., SILVA,

R.R.C.M. O efeito do suporte em catalisadores de Co/SiO2, Co/Al2O3 e Co/Nb2O5 na

decomposição do metano. Artigo submetido ao 13o Congresso Brasileiro de Catálise e

3o Congresso de Catálise do Mercosul, Foz do Iguaçu, 2005.

[42] LI, J., LU, G., LI, K., WANG, W. Journal of Molecular Catalysis A:

General, 221, p. 105-112, 2004.

[43] CHOUDARY, T. V. e GOODMAN, D. W., Stepwise methane steam

reforming: a route CO-free hydrogen, Catalysis Today, v. 59 pp 93-94.

Page 70: DECOMPOSIÇÃO DO METANO EM CATALISADORES Co/SiO2

71

[44] PINHEIRO, J. P., SCHOULER, M. C., DOORYHEE, E. In situ X-

ray diffraction study of carbon nanotubes and filaments during their formation

over Co/Al2O3 catalysts. Solid State Communications. 123, p. 161-166, 2002.

[45] KITIYANAN, B., ALVAREZ, W.E., HARWELL, J.H., RESASCO,

D.E., Controlled production of single wall carbon nanotubes by catalytic

decomposition of CO on bimetallic Co-Mo catalysts. Chemical Physics Letters,

317, p. 497-503, 2000.

[46] LAPIDUS, A., KRYLOVA, A., KASANSKII, V., BOROVKOV, V.,

ZAITZEV, A. Hydrocarbon Synthesis from Carbon Monoxide ans Hydrogen on

Impregnated Cobalt Catalysts, Applied Catalysis, n. 73, p.65-82, 1991.