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Debate temático sobre a Colina de Santana

Relatório final da Assembleia Municipal – volume II - Anexos

Anexo 1

Acta da 1ª sessão do Debate Temático (10 de dezembro de 2013)

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Anexo 1 - Acta da 1ª sessão (10 de dezembro de 2013)

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----------------------- ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE LISBOA ------------------------- -------------------------------------- Mandato 2013-2017 ---------------------------------------- -------------------------------------ATA NÚMERO TRÊS -------------------------------------- ----- No dia dez de dezembro de dois mil e treze, pelas dezoito horas, reuniu em Sessão Extraordinária na sua Sede, sita no Fórum Lisboa, na Avenida de Roma, a Assembleia Municipal de Lisboa, para a realização de um Debate Temático subordinado ao tema “Colina de Santana (S. José, Miguel Bombarda, Capuchos, Desterro, Santa Marta e Santa Joana).” ----------------------------------------------------------------------------------- ----- Assinaram a “Lista de Presenças”, os seguintes Deputados Municipais: ------------ ----- Ana Maria Gaspar Marques, Ana Maria Lopes Figueiredo Páscoa Baptista, Ana Sofia Soares Ribeiro de Oliveira Dias, André Moz Caldas, André Nunes de Almeida Couto, António Manuel de Freitas Arruda, António Modesto Fernandes Navarro, Artur Miguel Claro da Fonseca Mora Coelho, Augusto Miguel Gama Antunes Albuquerque, Belarmino Ferreira Fernandes da Silva, Carla Cristina Ferreira Madeira, Carlos José Pereira da Silva Santos, Cláudia Alexandra de Sousa e Catarino Madeira, Cristina Maria da Fonseca Santos Bacelar Bergonha, Daniel da Conceição Gonçalves da Silva, Diogo Feijó Leão Campos Rodrigues, Fernando José Silva e Nunes da Silva, Fernando Manuel Moreno D’Eça Braamcamp, Fernando Manuel Pacheco Ribeiro Rosa, Floresbela Mendes Pinto, Hugo Alberto Cordeiro Lobo, Hugo Filipe Xambre Bento Pereira, Inês de Drummond Ludovice Mendes Gomes, João Alexandre Henriques Robalo Pinheiro, João Luís Valente Pires, João Manuel Costa de Magalhães Pereira, José Alberto Ferreira Franco, José António Cardoso Alves, José António Nunes do Deserto Videira, José Luís Sobreda Antunes, José Manuel Rodrigues Moreno, José Maximiano de Albuquerque Almeida leitão, José Roque Alexandre, Luís Pedro Alves Caetano Newton Parreira, Mafalda Ascensão Cambeta, Manuel Malheiro Portugal de Nascimento Lage, Margarida Carmen Nazaré Martins, Margarida Maria de Moura A. da Silva de Almeida Saavedra, Maria Elisa Madureira Carvalho, Maria Helena do Rego da Costa Salema Roseta, Maria Irene dos Santos Lopes, Maria Luísa de Aguiar Aldim, Maria Simoneta Bianchi Aires de Carvalho Luz Afonso, Maria Sofia Mourão de Carvalho Cordeiro, Miguel Alexandre Cardoso Oliveira Teixeira, Miguel Farinha dos Santos da Silva Graça, Miguel Nuno Ferreira da Costa Santos, Miguel Tiago Crispim Rosado, Natalina Nunes Esteves Pires Tavares de Moura, Patrocínia Conceição Alves Rodrigues Vale César, Pedro Filipe Mota Delgado Simões Alves, Pedro Miguel de Sousa Barrocas Martinho Cegonho, Ricardo Amaral Robles, Ricardo Manuel Azevedo Saldanha, Rita Susana da Silva Guimarães Neves, Rodrigo Nuno Elias Gonçalves da Silva, Rosa Maria Carvalho da Silva, Rui Paulo da Silva Soeiro Figueiredo, Rute Sofia Florêncio Lima de Jesus, Sérgio Sousa Lopes Freire de Azevedo, Tiago Miguel de Albuquerque Nunes Teixeira, Victor Manuel Dias Pereira Gonçalves. ------------------------------------------------------------------ ----- Faltaram à reunião os seguintes Deputados Municipais: -------------------------------- ----- Álvaro da Silva Amorim de Sousa Carneiro, Ana Isabel Drago Lobato, Carlos de Alpoim Vieira Barbosa, Davide Miguel Santos Amado, Deolinda Carvalho Machado, Fábio Martins de Sousa, Joaquim Maria Fernandes Marques, José Manuel Marques Casimiro, Maria da Graça Resende Pinto Ferreira, Mariana Rodrigues Mortágua, Miguel Tiago Crispim Rosado, Sandra da Graça Lourenço Paulo, Telmo Augusto Gomes de Noronha Correia, Vasco André Lopes Alves Veiga Morgado. ------------------ ----------------------------- ABERTURA DOS TRABALHOS ------------------------------ ------------------------------------------1ª SESSÃO ------------------------------------------------ --------------------------- “O Ponto em que nos Encontramos” ------------------------------

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Anexo 1 - Acta da 1ª sessão (10 de dezembro de 2013)

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----- O Painel foi moderado pela Senhora Presidente da Assembleia Municipal de Lisboa, Helena Roseta; --------------------------------------------------------------------------- ----- Participaram do debate, na qualidade de orador convidado, o Senhor Vereador Manuel Salgado, do pelouro do Urbanismo da Câmara Municipal de Lisboa; o Senhor Presidente do Conselho de Administração da ESTAMO, Dr. Francisco Cal; a Senhora Arquiteta Inês Lobo, responsável pela equipa que elaborou o Estudo Urbano da Colina de Santana e o Senhor Presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, Dr. Luís Cunha Ribeiro. --------------------------------------------------------------- -----Foram nomeados para relatores da primeira sessão os seguintes Deputados Municipais: ------------------------------------------------------------------------------------------- -----A Senhora Dr.ª Rosa Carvalho (PSD) e o Senhor Eng.º Miguel Santos (PAN).------ ----- A Senhora Presidente explicou, que aquele Debate, promovido pela Assembleia Municipal de Lisboa, era público, subordinado ao tema “Colina de Santana” e que se iria dividir em cinco sessões. ---------------------------------------------------------------------- ----- Seguidamente deu a palavra ao Senhor Dr. Luís Cunha Ribeiro. ---------------------- ----- Dr. Luís Cunha Ribeiro, Presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, disse que se tratava de repor aquilo que tinha sido destruído pelo terramoto. Lembrou que Lisboa tinha tido um hospital, o conhecido Hospital de Todos os Santos. Todos sabiam o que tinha acontecido àquele Hospital e que ao longo de mais de duzentos anos o problema tinha sido resolvido da melhor maneira possível, com o que havia, mas que tinha levado à desagregação de um conjunto de unidades hospitalares que, atualmente, se encontravam a ladear a Colina de Santana. -------------- ----- Referiu a época em que era Ministro da Saúde o Professor Correia de Campos, em 2002-2003, em que tinha sido pedido o primeiro estudo estratégico da área da grande Lisboa para a construção do novo Hospital. Processos que demoraram mas que atualmente tinham um plano funcional, sabiam o que queriam e para onde iam. --------- ----- Disse que tinha havido negociações com a Câmara Municipal de Lisboa quanto à localização do novo hospital, tendo naquela altura sido adquirido um terreno, foi elaborado um plano funcional, um plano de arquitetura, um plano de negócio e um plano de financiamento, passando por encerrar um conjunto de hospitais, sendo que alguns já se encontravam encerrados por falta de condições. -------------------------------- ----- Sublinhou, e para finalizar, que a Cidade de Lisboa estava, sob ponto da saúde, dividida em três grandes áreas hospitalares; a chamada zona de influência do Hospital de Santa Maria, o Centro Hospitalar Zona Norte, que tinha o Hospital de Santa Maria e o Hospital Polido Valente, o Centro Hospitalar Lisboa Ocidental com epicentro nos Hospitais São Francisco Xavier, Egas Moniz e Santa Cruz, e o Centro Hospitalar de Lisboa Central e que dava resposta à Zona Oriental de Lisboa, uma zona envelhecida, com uma população envelhecida e que davam resposta a cerca de 1.2 milhões de pessoas, sendo até referenciados por outros hospitais. ---------------------------------------- ----- Esperava ter o mais rapidamente possível disponível o novo hospital da Zona Oriental de Lisboa, que era essencial para a Cidade de Lisboa, para os utentes e para os munícipes, o Hospital de todos os santos, sendo que iriam ser desativados um conjunto de hospitais, sendo que o Estado tinha decidido vender à ESTAMO o conjunto de edifícios que faziam parte do Centro Hospitalar Lisboa Central, Hospital de São José, Hospital de Santa Marta, Hospital dos Capuchos e Hospital Miguel Bombarda. Daí, a urgente necessidade do novo hospital. ----------------------------------------------------------- ----- Salientou que do ponto de vista económico a construção do novo hospital era muito vantajosa porque tinha um período o retorno do investimento extremamente curto, ou seja, face ao que se pagava, ou ao que se devia pagar, e á manutenção dos antigos

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Anexo 1 - Acta da 1ª sessão (10 de dezembro de 2013)

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hospitais, já referidos, era rapidamente pago o investimento no novo hospital. Assim, considerava ser um crime económico não se construir o novo hospital, o Hospital Oriental de Lisboa. ---------------------------------------------------------------------------------- ----- O Senhor Dr. Francisco Cal, Presidente do Conselho de Administração da ESTAMO, disse que a ESTAMO era uma empresa de capitais públicos que estava vocacionada para tratar do imobiliário excedentário do Estado. Não era a ESTAMO que definia qual era o imobiliário excedentário, essa definição cabia ao Estado, tal como tinha anteriormente, referido o representante do Ministério da Saúde ao confirmar a desativação de vários hospitais por parte do Ministério da Saúde. -------------------------- ----- A ESTAMO ao adquirir os referidos hospitais fê-lo com base em vários cenários de avaliação feitos em conjunto pela Direção Geral do Tesouro e Finanças e pelo Ministério da Saúde, dos usos alternativos que era possível dar àqueles hospitais, sendo aquela uma situação do conhecimento público, inclusive o valor pago pela ESTAMO, confirmando que uma parte significativa do pagamento fazia parte do plano de financiamento do Novo hospital de Todos os Santos, tal como tinham tido conhecimento numa reunião com a Câmara Municipal de Lisboa, com o Ministério da Saúde e com elementos do Banco Europeu de Investimento os quais facilitaram uma linha de crédito que iria financiar o novo hospital.--------------------------------------------- ----- Sublinhou que a preocupação da ESTAMO, desde o início, foi contratar para cada um dos referidos hospitais os arquitetos que considerou com capacidade suficiente para fazerem projetos inovadores no sentido de valorizar e recuperar o investimento feito naqueles hospitais. E em estreita colaboração com a Câmara e com o IGESPAR, foram conhecendo o que se estava a desenhar para futuro daqueles hospitais. -------------------- ----- Referiu que numa primeira fase pensou-se avançar com planos de pormenor mas como estava em curso a revisão do PDM, sendo que aqueles hospitais estavam referidos no PDM como “equipamento público”, a primeira coisa a fazer era mudar o seu uso. Por isso, e em concertação com a Câmara, decidiram não realizar os planos de pormenor, e aproveitaram a revisão do PDM para designarem os novos usos que aquelas zonas iriam ter. As alterações foram feitas e o PDM foi aprovado e estava em execução sendo que era claro para todos o que se podia fazer naqueles hospitais. --------------------------------- ----- Sobre os projetos em si, disse que a Arquiteta Inês Lobo era mais qualificada para falar sobre os mesmos. ----------------------------------------------------------------------------- ----- Arquiteto Manuel Salgado, disse que, sobre a Colina de Santana, a mesmo tinha um lugar circular no centro de Lisboa, e que pela história da sua ocupação ao longo dos séculos, pela estrutura fundiária resistente à transformação, pela topografia, tratava-se de um istmo sobre o Vale Verde, a Avenida da Liberdade, e o Vale de Arroios, a Rua de Arroios e a Almirante Reis, e pela sua resistência aos sismos. ------------------------------- ----- Referiu que a Colina de Santana tinha resistido á reforma urbana do Marquês de Pombal, a malha pombalina tinha esbarrado contra a colina nas traseiras do antigo Hospital de Todos os Santos, e ao traçado reformador Ressano Garcia que não conseguiu ultrapassar as cercas dos antigos conventos. --------------------------------------- ----- Não obstante, disse que a grande resiliência que tinha permitido um mundo à parte a dois passos do centro, ao longo dos séculos, a Colina foi mudando o uso dominante, passando de um arrabalde agrícola ao domínio dos conventos e palácios, depois do terramoto, à reconversão dos conventos e, já no final do século XIX, à instalação dos hospitais e, mais tarde ainda, no início do século XX, ao despontar das atividades do conhecimento com a instalação da Faculdade de Ciências Médicas e dos centros de investigação no domínio da saúde. ---------------------------------------------------------------

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----- Há mais de uma década, e para que fosse possível substituir o conjunto dos hospitais instalados na Colina de Santana, o Ministério da Saúde tinha decidido construir um novo hospital, o Hospital de Todos os Santos. Aquela decisão tinha sido confirmada pelas sucessivas administrações da saúde, e o terreno que tinha foi adquirido ao Município com aprovação daquela Assembleia Municipal que, em 2007, decidiu alienar o terreno para a construção do referido hospital. -------------------------------------- ----- O local escolhido, Marvila, estava localizado no centro da zona mais povoada da Cidade de Lisboa e iria servir mais de duzentos e sessenta e sete mil e seiscentos lisboetas. E tinha uma excelente acessibilidade. ------------------------------------------------ ----- Referiu que a construção do novo hospital tinha implícita a desativação das unidades hospitalares instaladas na Colina de Santana, já tendo sido dado início ao processo de desativação dos mesmos, sendo concluído com a entrada em funcionamento do Hospital de Todos os Santos. ----------------------------------------------------------------- ----- Sublinhou que o Convento Santa Joana Princesa que há mais de cinquenta anos acolhia a Brigada de Trânsito da PSP, estava praticamente desocupada, já tendo ium pedido de informação prévia, aprovado pela Câmara, sobre o que se poderia fazer naquele terreno.-------------------------------------------------------------------------------------- ----- Disse que, felizmente, no conjunto dos antigos conventos, tinham sido adquiridos por uma entidade do Estado, a ESTAMO, o que dispensava tratar com diferentes proprietários, o que tornava mais fácil encontrar as soluções de conjunto que mais interessavam à cidade. ------------------------------------------------------------------------------ ----- Afirmou que não pretendiam que fosse repetida a história triste do antigo Hospital de Arroios, vendido pelo Estado a um particular, e que estava ao abandono e em ruínas num processo litigioso que se arrastava há anos. ----------------------------------------------- ----- Não queriam que o Hospital Miguel Bombarda seguisse o mesmo caminho, sendo que estava desativado e a degradar-se. ----------------------------------------------------------- ----- Consideravam que a decisão tomada em relação ao Hospital do Desterro era uma decisão acertada, recuperar gradualmente o edifício com um pequeno investimento para instalar atividades que criavam emprego jovem. ----------------------------------------------- ----- Disse que não queriam que a transformação de cada hospital fosse abordada isoladamente, perdendo-se as vantagens de uma visão de conjunto. Sabiam que fazer-se uma intervenção conjunta para os seis antigos conventos era uma grande oportunidade para reabilitar o centro da cidade. Com uma abordagem de conjunto disse ser possível valorizar os pontos fortes, suprir os pontos fracos, acautelar as ameaças e, percebendo as tendências de evolução, encontrar um novo desígnio para a Colina de Santana. ---------- ----- A estratégia de regeneração urbana para a Cidade de Lisboa tinha ficado definida com a revisão do PDM, de 2012, baseando-se num novo paradigma de planeamento e gestão urbanística da cidade. Entre 1994 e 2010, tinham-se urbanizado dois mil hectares no Município de Lisboa. Tinha sido a fase de expansão, a fase da Expo, da Alta de Lisboa, de toda a zona que ia desde São Domingos de Benfica e Benfica, e Lumiar, e por isso foi designada pela fase de expansão, tendo a cidade ficado, praticamente, esgotada. A prioridade, atualmente, era a regeneração da cidade consolidada através de uma estratégia que fixasse mais famílias, mais empresas e emprego, de reabilitação do edificado, do espaço público, dos equipamentos, potenciando e valorizando o que existia, do reforço da coesão social em cada bairro e na cidade em geral, da valorização do património histórico e arquitetónico identitário de Lisboa, colocando á vista o que estava a ser desprezado, a procura da sustentabilidade ambiental e do aumento da eficiência energética, tanto na mobilidade, como nos edifícios, privilegiando os meios suaves de mobilidade e o transporte público. ---------------------------------------------------

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----- As cercas dos conventos que ao longo dos séculos acolhiam diferentes usos, eram reservas de espaços de enorme capacidade. Era possível colocar em destaque o património, libertando os elementos espúrios construídos nas últimas décadas, sendo possível romper com os muros das cercas, abrindo novos territórios à cidade, novos espaços públicos, novos percursos que aproximassem as pessoas, os lugares e as coisas, tornando a Colina de Santana mais acessível e ligada ao centro sem destruir o seu carácter, demolindo construções sem valor, ganhando espaços abertos e oferecendo jardins e novos moradores à cidade. Era possível, também, disponibilizar novos espaços para atividades económicas para fixar famílias e localizar novos equipamentos coletivos de nível metropolitano, municipal e de proximidade. Era possível aumentar a dotação de estacionamento para residentes das áreas envolventes dos antigos conventos e instalar meios mecânicos em percursos pedonais suaves que ligassem a Colina de Santana aos vales envolventes e com o sistema de transportes públicos que os percorriam, tal como, recentemente, tinham feito na Baixa de Lisboa. ------------------------------------------------ ----- Afirmou que tinham solicitado ao promotor da ESTAMO um estudo para toda a Colina de Santana que desse sentido e coerência a todas as intervenções per si, aprofundasse o conhecimento e a caraterização do riquíssimo património arquitetónico, valorizasse o espaço público e as ligações pedonais com a matriz que articulava todo o território e aprofundasse os estudos sobre as medidas a tomar para a sustentabilidade ambiental da Colina de Santana. ------------------------------------------------------------------ ----- Disse que, simultaneamente, os serviços municipais de planeamento e reabilitação urbana tinham coordenado um trabalho com os restantes departamentos municipais, de caraterização da Colina do ponto de vista social, económico, estrutura edificada, paisagem e património, para construir um programa de recuperação que ia para além das intervenções para cada um dos diferentes conventos. ----------------------------------------- ----- Afirmou que tinham uma estratégia para toda a Colina de Santana que acautelava a desativação dos três hospitais que restavam. ---------------------------------------------------- ----- Sabiam o que devia de ser feito para que fossem integradas as propostas do promotor, sabiam que os hospitais empregavam cerca de cinco mil profissionais e acolhiam, por ano, cerca de seiscentos mil visitantes, uma presença humana que se perderia com a saída dos hospitais. Mas também sabiam que as universidades, a Escola Médica, a Universidade Autónoma e a Academia Militar, o novo centro de investigação e as escolas de enfermagem e de joalharia, e outras, vinham a reforçar a investigação do conhecimento, investigação e criatividade no território. -------------------------------------- ----- Disse que também sabiam que na Colina de Santana a população era mais idosa do que a média da cidade, que a dimensão média da família era menor que no resto da cidade, e a densidade habitacional mais alta. --------------------------------------------------- ----- Sublinhou que foram localizadas bolsas de pobreza e fogos sem retrete e sem casa de banho e que a média dos fogos devolutos, bem como os edifícios em mau estado, era superior à média da cidade. Por outro lado, faltavam equipamentos para jovens e idosos, e que necessitavam de aumentar as áreas permeáveis, demolindo anexos que destruíram solo vivo e aumentar a presença do espaço verde e que ajudariam a valorizar o património arquitetónico. -------------------------------------------------------------------------- ----- Afirmou que em resultado dos planos e dos estudos que fizeram, propunham que a estratégia de regeneração da Colina de Santana assentasse em três desígnios; identificação do território como Colina do Conhecimento com reforço dos componentes de investigação ligado á saúde, criatividade e inovação, elegendo a universidade e outros atores locais como alavancas daquele potencial, reforçar o turismo com inclusão da área nas rotas do turismo cultural, quer pela descoberta dos valores patrimoniais

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escondidos nos hospitais, quer pela ambiência urbana pelo reforço da ligação aos vales centrais e às colinas fronteiras, o reforço da componente residencial potenciado pela ideia de zona recatada e aprazível onde se conseguia, igualmente, um relativo isolamento e uma surpreendente proximidade ao centro e aos eixos centrais da cidade, tirando partido do carater histórico e identitário de cada uma das malhas que compõe o mosaico urbano da Colina de Santana coadjuvado pelo potencial desenvolvimento das redes locais de equipamentos, pela requalificação do espaço público e novas ligações aos vales. E como terceiro desígnio a afirmação da Colina de Santana como eco bairro histórico através na aposta na reabilitação urbana. --------------------------------------------- ----- E para finalizar, disse que o PDM era um plano que tinha um ano, e o Plano da Avenida da Liberdade tinha três anos e abordava parte daquele território. Assim, não precisavam de mais planos, apenas precisavam de ter um programa concreto a ter em conta no desenvolvimento das referidas intervenções. ---------------------------------------- ----- Arquiteta Inês Lobo, responsável pelo estudo urbano solicitado pela ESTAMO, disse que a razão de elaborar tal estudo deveu-se às muitas questões que tinham sido levantadas, pois o património naquela zona da cidade era imenso o que implicou que o estudo fosse alargado à Colina de Santana como um todo. ----------------------------------- ----- Na sequência daquele trabalho, foi feito um arquivo fotográfico pelo fotógrafo e, também, arquiteto Duarte Belo, onde constam milhares de fotografias da Colina de Santana, representando, por isso, um documento importantíssimo, um novo inventário do património que reunia tudo aquilo que estava inventariado até à data, e alargava o estudo de unidades elegidas pelo historiador principal que convidaram, o Dr. Sarmento Matos, responsável por dirigir tal trabalho. Também um conjunto de arquitetos e o Engenheiro Carrilho da Graça que fez um estudo sobre a possibilidade daquele bairro se tornar um eco bairro, abordando a questão da sustentabilidade urbana. ------------------- ----- Disse que tal trabalho só fazia sentido a partir do momento em que tiveram a certeza de que os hospitais seriam encerrados e que aquele pedaço de cidade corria um perigo de esvaziamento. ---------------------------------------------------------------------------- ----- Sublinhou que as unidades urbanas que permaneciam eram património, eram um desenho urbano que devia de ser mantido. ------------------------------------------------------ ----- Disse que quando se falava de bairros falava de conjuntos homogéneos que tinham a ver com um tempo específico de desenho da cidade, onde se instalaram as grandes áreas de habitação. Também quando falavam de conjuntos falavam de Torel a tal área que era a ação de requalificação do espaço público, e quando falavam de áreas falavam dos espaços entre tudo aquilo. --------------------------------------------------------------------- ----- Sublinhou que as premissas eram, São José, Miguel Bombarda, Capuchos, Desterro, Santa Marta, Santa Joana. As restantes, Academia Militar, Estefânia, todas a áreas e edifícios devolutos. E unia tudo aquilo a questão do património, que era transversal a todas as questões, a redefinição e o entendimento daquilo que era agora o espaço público da Colina de Santana e que que aquela operação de transformação podia torná-la no futuro. ----------------------------------------------------------------------------------- ----- Disse que em relação à questão do património, começaram por inventariar, tentando encontrar novas estratégias para a classificação daquilo que achavam que devia de ser o património urbano, conjuntos (bairros), do edificado e, também, de infraestruturas. E relativamente à infraestrutura que era o aqueduto que deixava marcas e ajudava a desenhar os espaços públicos que ali encontraram. ------------------------------ ----- Quanto aos objetivos, salientou a necessidade de reutilizar o património existente, retirando-lhe a carga de programas inadequados às suas tipologias e lógicas construtivas, requalificar os bairros históricos, tentando encontrar formas de redesenhar

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novas tipologias que conseguissem albergar famílias de maior dimensão, reforçar o usufruto público dos edifícios patrimoniais, e ligar em rede património, espaço público e programas, e quando falava de programas, falava de memórias e de património imaterial.---------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Disse que as imagens, passadas em PowerPoint, viam-se mal mas eram aquelas que faziam parte do tal arquivo fotográfico. --------------------------------------------------------- ----- Quanto à questão do espaço público, referiu aquela zona da cidade apesar de central, era um espaço tranquilo, onde o trânsito não cruzava permanentemente, mas, por outro lado, era um local onde as pessoas acediam, também, com dificuldade a partir do sítio mais central e que era a Avenida da Liberdade e a Baixa de Lisboa. Era necessário começar a aceder àquele território de forma fácil ao nível pedonal. ----------- ----- Sublinhou que quando falavam de espaço público referente àquela zona, falavam igualmente, de espaços abertos, qualificados e não ligados entre si porque eram também pouco acessíveis. Disse que podiam percorrer a Colina de Santana e não descobrir os espaços públicos que a mesma tinha disponíveis, e um exemplo disso era o Jardim do Torel, todos sabiam que existia mas raramente o cruzavam se tivessem que se deslocar ao local. Construir uma rede que ligasse aqueles espaços era, por isso, extremamente importante, ampliando aquela possibilidade de espaço público era fundamental. --------- ----- Uma outra questão era repensar o programa público da Colina de Santana, já que quando pensavam na colina associavam aos conventos, aos hospitais, havia sempre a necessidade de associá-la a qualquer coisa. ----------------------------------------------------- ----- Os objetivos eram ampliar e requalificar o espaço público, sendo que as seis unidades e as outras duas, a Academia Militar que tinha um espaço não público, ou melhor, com acesso restrito, de grande qualidade, era muito importante ampliar aquele espaço público, ampliar, também, as áreas permeáveis, construir uma rede de novos programas de espaços públicos introduzindo programas que estabelecessem relações com a Cidade de Lisboa nos edifícios patrimoniais mais significativos, introduzindo programas de proximidade entre áreas muito devolutas e onde se percebia claramente que facilmente se conseguia instalar todos os programas de proximidade que a colina necessitava, ampliações de escolas, pequenos centros de saúde, etc., e era também interessante verificar que muitas daquelas necessidades de programa, muitos daqueles programas que já existiam, estavam localizados ali. Também, introduzir meios de elevação mecânica que promovessem as ligações entre o vale da Avenida da Liberdade e a Colina de Santana. ------------------------------------------------------------------------------ ----- Por último, classificar o sistema viário e introduzir estacionamento para atuais e novos residentes, sendo que a colina era muito bem servida de transportes. --------------- ----- Quanto à degradação dos bairros históricos, os objetivos passavam por encontrar estratégias de requalificação daqueles bairros, Bairro da Luz e Bairro de Santana, requalificação, também, de vilas e pátios através de uma análise cuidada tentando perceber quais deverão ser os desígnios daqueles espaços, requalificar as ligações entre espaço privado e espaço público de proximidade. --------------------------------------------- ----- Alertou que iriam passar uma série de fotografias de vários sítios que revelavam a qualidade do construído sobre o território que ali se falava. ---------------------------------- ----- Pensava que a questão fundamental que a todos preocupava tinha a ver com três coisas, o tempo, e que tinha a ver com o tempo que iriam demorar para resolver aquele problema, o tempo de crise e a escolha, o facto de se encontrar em conjunto programas que pudessem ocupar aqueles lugares sem lhes retirar aquilo que cada um tinha de mais importante. -------------------------------------------------------------------------------------------

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----- Sublinhou que a grande transformação passava pela capacidade da cidade em encontrar um modo de voltar a habitar as unidades, as grandes unidades, através de programas capazes de reinventar a relação da cidade através daqueles lugares. ----------- ----- Referiu que se os tempos não fossem de crise, aquele lugar facilmente encontraria programas associados às universidades, ao conhecimento, à medicina, à história da cidade, etc.. Como é que iriam, num curto espaço de tempo, evitar que aqueles edifícios ficassem ao abandono, e num tempo longo como é que iriam conseguir que a Colina de Santana voltasse a ser um programa, um tema, de referência na Cidade de Lisboa eram as questões mais perturbantes. -------------------------------------------------------------------- ----- A Senhora Presidente disse que haviam dezoito inscrições. Perguntou se mais alguém pretendia inscrever-se uma vez que o limite para as inscrições eram vinte. Fechou o período das inscrições e deu a palavra às pessoas que se inscreveram, alertando que cada um dos inscritos tinha três minutos para intervir. Pedia, igualmente, que falassem de pé e que se apresentassem antes de iniciar a sua intervenção. ------------ ------------------------------------------ DEBATE ------------------------------------------------- ----- Intervieram no debate, por parte do público presente, os seguintes cidadãos: ------- ----- A Senhora Maria Isabel Soares (abdicou da sua intervenção). ---------------------- ----- O Senhor Deputado João Magalhães Pereira disse que gostaria de dirigir umas perguntas ao Dr. Francisco Cal, relativamente à ESTAMO. Disse que ouvia falar da ESTAMO e da SOGESTAMO e perguntou se havia diferença e se a mesma era relevante. Pediu, igualmente, que as verbas pagas pela ESTAMO, e que segundo o Dr. Francisco Cal tinham sido publicadas, pedia que as mesmas fossem ali partilhadas para conhecimento de todos. E também, qual era o serviço da dívida relativamente àquela verba. E, finalmente, uma questão relativa ao PDM, tendo ali sido abordado que o PDM tinha sido feito de forma a permitir a mudança de uso, por isso gostaria de saber se tinha havido compromissos específicos entre a ESTAMO e a Câmara Municipal antes, ou depois, daquele mesmo PDM, tal como podia concluir-se pelas palavras do Dr. Francisco Cal.---------------------------------------------------------------------------------------- ----- O Senhor Vítor Albuquerque Freire disse que antes daquele debate tinha decorrido uma espécie de consulta pública no passado mês de Julho, a qual tinha sido anunciada no jornal Correio da Manhã, e convidadas as pessoas pela Direção de Urbanismo da Câmara Municipal de Lisboa a pronunciarem-se sobre quatro projetos de loteamentos, e ouve bastantes pessoas que o fizeram, nomeadamente pela reprovação daqueles projetos cerca de três mil assinaturas e outras milhares de assinaturas de alguns grupos de pessoas, de moradores, deram entrada através dos formulários da Câmara, indicaram o seu nome, assinaram, indicaram a morada e o BI, tal como exigido, e os serviços municipalizados da Câmara recusavam-se a divulgar os resultados porque a maioria daquelas pessoas eram contra aqueles loteamentos. --------------------------------- ----- Assim, apelava ali, à Assembleia Municipal de Lisboa que solicitasse aos serviços de urbanização da Câmara que aqueles resultados fossem divulgados, urgentemente. --- ----- Referiu que tal atitude por parte daqueles serviços da Câmara denunciava uma falta de respeito para com os cidadãos. ---------------------------------------------------------------- ----- Sublinhou que foram mais de três mil assinaturas que reprovavam aqueles loteamentos. Mas que os resultados tinham de ser divulgados. ------------------------------ ----- Disse que os projetos de loteamento constituíam um grave atentado ao património histórico, arquitetónico e cultural, não só do país como da Europa. Era uma situação bastante grave. A memória justificativa era deficiente, nomeadamente quanto a dois aspetos principais, a demolição de dezenas de edifícios construídos de raiz para

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hospitais, não tendo sido feito qualquer estudo de avaliação sobre aqueles edifícios a demolir o que era gravíssimo. --------------------------------------------------------------------- ----- Para concluir disse que em relação ao estudo histórico sobre a religiosidade, sobre a saúde naqueles hospitais, também não tinha sido feito, ou então tinha sido feito muito pela rama. -------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Finalizou, dizendo que havia ali uma opção errada desde o início. Aquela era uma zona desertificada de Lisboa, pelo que interessava revitalizá-la e não era com habitação para as classes abastadas que iria combater-se a desertificação, pelo contrário, ia sim aumentar a desertificação naqueles locais, pelo que interessava revitalizar a zona, sendo que toda aquela opção de base estava errada. --------------------------------------------------- ----- A Senhora Elsa Soares disse que era médica e que tinha trabalhado em vários hospitais que estavam ameaçados de encerramento, como o Hospital de S. José e o Hospital de Santa Marta, os quais estavam localizados na Colina de Santana. ------------ ----- Referiu que estava a trabalhar no Hospital Pulido Valente que era um dos oito hospitais que na Cidade de Lisboa se encontravam fortemente, ameaçados de encerramento, sendo que os motivos para o encerramento do hospital eram os mesmos, mas o discurso oficial era diferente. -------------------------------------------------------------- ----- Sublinhou que o objetivo da sua intervenção era deixar ali uma rápida perspetiva, como médica, da eventual necessidade de destruir, encerrando oito hospitais da Cidade de Lisboa e, no caso de seis deles, para viabilizar a construção do novo Hospital que os iria substituir. Aqueles seis hospitais eram todos aqueles que constituíam o Centro Hospitalar de Lisboa Central, S. José, Santa Marta, Capuchos, D. Estefânia, Curry Cabral e Maternidade Alfredo da Costa, três deles já com projetos na Câmara para as áreas ocupadas após a destruição dos hospitais. Além daqueles seis hospitais, os outros dois eram o Instituto Gama Pinto, o qual realizava mais de trezentas consultas por dia, e o Pulido Valente com o encerramento programada para final de 2014. -------------------- ----- Afirmou que naqueles hospitais existiam algumas das melhores unidades especializadas no país, com equipas de profissionais altamente qualificados e equipamentos de ponta, em muitas áreas da medicina, tais como, unidade de queimados do Hospital de S. José, unidade de transplante pulmonar no Hospital de Santa Marta, única no país. Naquelas e em outras unidades fizeram-se elevados investimentos em instalações e equipamentos e que poderiam vir a ser desperdiçados. ----------------------- ----- Sublinhou que a intenção de fecharem hospitais modernizados, renovados, nos quais se praticavam medicina de excelência, só podia ser para abrir espaço para o negócio hospitalar privado e para o negócio imobiliário. ------------------------------------- ----- Para concluir, disse que o encerramento dos hospitais e a consequente destruição do património histórico e arquitetónico não tinha qualquer justificação. ------------------- ----- Era difícil olhar o país com enormes dificuldades financeiras embarcar facilmente no novo projeto de construção do novo hospital para a Cidade de Lisboa, sabendo que em países da Europa, mais ricos e mais desenvolvidos, tal procedimento não era seguido. ----------------------------------------------------------------------------------------------- ----- O Senhor Arquiteto Augusto Vasco Costa disse que a seu ver o PDM era excelente o qual, internacionalmente, tinha sido permeado, sendo os seus objetivos bem claros, preservar a silhueta da cidade, intervir de forma integrada, projetar malhas urbanas compactas, combatendo a sua fragmentação. ----------------------------------------- ----- Referiu que os quatro projetos apresentados não respeitavam o PDM nos claros objetivos que o mesmo apresentava. No entanto, a sua densidade, que julgava andar por volta dos 0.90 e 1.2, não era excessivo, o que era um ponto positivo. ---------------------

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----- Tendo consciência que a Colina de Santana era uma zona extremamente envelhecida e decadente, precisava de ser, urgentemente, revitalizada. Por isso, pedia que tivessem imaginação e projetassem com inovação, utilizando novos materiais e novas tecnologias, mas que respeitassem a cidade e os claros objetivos do PDM. -------- ----- O Senhor Deputado Carlos Silva Santos disse que a Câmara Municipal de Lisboa vivia dificuldades de algumas contingências, de decisões que implicavam compromissos que no futuro todos iriam pagar por opções tomadas indevidamente. ---- ----- Sublinhou que não existia nenhum documento que comprovasse a vantagem para a nova construção. Apenas se baseava no processo do “novo-riquismo”, em que o entendimento era que o novo é que era muito melhor. ---------------------------------------- ----- Disse que a questão essencial era que a cidade no seu todo ficava sem serviços de saúde, ao perder os serviços centrais, os hospitais centrais, sendo que julgava que ainda estavam a tempo de parar pois a saúde não tinha de ser “corrida” do centro da cidade e os bons serviços hospitalares não tinham de ser encerrados. --------------------------------- ----- O Senhor Dr. Gentil Martins disse que se congratulava com aquela discussão, já que, ao princípio lhe parecia um facto consumado, e tinha esperança que tudo o que ali tinha ouvido não fosse um facto consumado. --------------------------------------------------- ----- Referiu que considerava ser extremamente importante a existência de um hospital para crianças no país, daí ser fundamental a existência do Hospital D. Estefânia na cidade de Lisboa. ----------------------------------------------------------------------------------- ----- Referiu que o projeto tal qual para o novo hospital e segundo o que tinha ouvido falar, era o mesmo que estava estabelecido, ou seja, uma enfermaria de crianças, um serviço de crianças num hospital para adultos, o que discordava frontalmente, e que ficasse muito claro que tal projeto teria de ser alterado. --------------------------------------- ----- Era essencial que aquele assunto fosse amplamente discutido, não só em gabinetes, mas a nível geral onde todos pudessem ouvir e marcar a sua posição. ---------------------- ----- O Senhor Fernando Gonçalves disse que aquele projeto da Colina de Santana precisava de ser reformulado de raiz. E já que o Arquiteto Manuel salgado tinha falado da viabilidade da cidade em relação ao futuro, tinham ali uma oportunidade extraordinária de, na vertente fundamental da cidade que era o turismo, de criarem valências turísticas que não se construíam, destruindo património. ------------------------- ----- Referiu que se olhassem com atenção para a oferta turística que Lisboa tinha veriam que a mesma estava à beira e se esgotar, bastava passar pelos monumentos mais marcantes da cidade e repararem que os turistas demoravam cerca de uma hora para conseguirem entrar, Jerónimos, Castelo e tantos outros, sendo que daquela forma não era possível desenvolver o turismo. E com o património riquíssimo que a Cidade de Lisboa tinha, que a Colina de Santana tinha, era um crime para a cidade que comprometia o seu futuro ao não ser aproveitado tal património. --------------------------- ----- A Senhora Deputada Simoneta Luz Afonso, também Presidente da Comissão Permanente de Cultura, Educação, Juventude e Desporto, disse que iria ali abordar um assunto que lhe parecia particularmente importante, que era a salvaguarda do património imaterial e do património móvel, a extinção o encerramento daqueles doze edifícios históricos. Toda aquela longa história de medicina em Portugal que encerrava tais edifícios, tinha de ser partilhada com o grande público e aquele era certamente o melhor lugar, através das vastas coleções de instrumentos e equipamentos científicos, arquivos, fotografias, pintura, escultura, cenas anatómicas, arte outsider, bibliotecas científicas de todos aqueles séculos que documentavam o progresso na área da saúde em Portugal. --- ----- Assim, era necessário ter em conta aquele património móvel e imaterial, que os referidos doze edifícios guardavam e que estavam a ser encerrados, pelo que gostariam

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de saber o que estava a ser feito a todo aquele património e que eram documentos incontornáveis da história da cidade e do país, cruzando ciência, sociologia, história, história das mentalidades e história de arte. ----------------------------------------------------- ----- Sublinhou que aquele era o momento para repensar o espaço que era dedicado àquela história, e à preservação e partilha daquele património que seria uma âncora incontornável para aquele que já chamavam a “Colina da Saúde”. -------------------------- ----- Não podia deixar de referir, e só a título de exemplo, a força que encerrava a coleção outsider do Hospital Miguel Bombarda, ou a ceras anatómicas destinadas a identificar os efeitos exteriores das doenças venéreas, designadamente a sífilis, bem como o arquivo indissociável dos doentes, era como que um mapa da “má vida” em Lisboa, nos séculos XIX e XX, pertencente ao Hospital dos Capuchos e que tinha uma enorme importância para a Cidade de Lisboa. -------------------------------------------------- ----- A Comissão de Cultura da Assembleia Municipal de Lisboa, iria seguir de perto aquele assunto, e ouviria os vários intervenientes pois sentiam que havia pouca informação quanto á preservação e divulgação daquele património móvel, cuja dimensão devia de ter correspondência na dimensão do espaço dedicado à sua exposição/musealização/reserva. E que não pensassem que estava ali a defender que a Colina de Santana devia de ser um museu, pois o que na verdade defendia era que a Colina de Santana devia de preservar para a memória da cidade aquele património que reforçaria o novo desígnio que todos queriam para a Colina de Santana, e como objeto de atração da população turística, sendo que o seu valor era essencial e que se não fosse tido em conta, poderia perder-se. ----------------------------------------------------------------- ----- O Senhor Carlos Alberto da Silva Fonseca disse que não tinha compreendido se o Hospital D. Estefânia iria ser desativado, ou não. ------------------------------------------- ----- Perguntou se a Faculdade de Ciências Médicas que tinha umas instalações interiores históricas lindíssimas, sobretudo ao nível da aula magna, se a mesma se mantinha como centro de ensino médico. ------------------------------------------------------- ----- Referiu que subscrevia inteiramente o que a Dr.ª Elsa Soares tinha referido. -------- ----- Sublinhou que os arquitetos eram quem estariam em condições de avaliar a estrutura urbana e a integração dos edifícios na cidade, sendo que, a verdade, era que a saúde não saía beneficiada com o encerramento de tantos hospitais sendo substituídos por um único hospital. ------------------------------------------------------------------------------ ----- O Senhor Vereador Carlos Moura disse que não compreendia como é que existindo pedidos de informação prévia junto da Câmara Municipal de Lisboa e que a mesma terá colocado em consulta pública, durante uns discretos doze dias, que depois passaram a trinta dias, e que tiveram seguramente participação do público, não fosse, depois, produzido um relatório daquela participação. E, ao invés daquilo, tinham chegado àquele debate, que era uma mescla de trabalhos da Assembleia Municipal e de participação do público com o prejuízo que era o público ter apenas dois minutos para se prenunciar, três minutos, corrigiu. Era uma situação que não era aceitável. ------------ ----- Referiu que o Senhor Arquiteto Manuel Salgado disse que não era necessário ter outros planos. A verdade era que se tivessem outros planos era necessário terem um período de participação pública em que o público de facto, participasse porque a lei assim o obrigava, em que tivessem uma prenuncia por parte da Assembleia Municipal porque, de facto, a lei assim determinava, e não teriam aquela situação em que se procurava disfarçar com debates aquilo que deveria ter uma participação e um escrutínio do público. ------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Sublinhou que se comentava que aquela colina depois de desativados os hospitais, poderia servir como um polo de ensino, educação, ciência e investigação médica.

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Assim, perguntava ao Senhor Vereador Manuel Salgado que espécie de investigação médica poderia ser feita sem um hospital. Parecia-lhe algo extremamente contraditório. --------------------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Referiu que os pedidos de informação prévia, que tinham estado em consulta pública, aquilo que podiam notar era que todos eles obedeciam apenas à ideia de rentabilização do espaço existente para a ESTAMO, assim, fazer lucros, tal como estava mandatada. ------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Do estudo que ali tinham, verificavam que apesar de tudo aquilo que envolvia, o objetivo último era precisamente o mesmo, sendo que não estavam ali perante uma alteração realmente, profunda do que se pretendia fazer, a desativação dos hospitais, de equipamentos tão necessários agora como no futuro, especialmente se a pretensão for realmente a de manter aquela colina como polo de investigação médica. ------------------ ----- Concluiu que aquele não era o modelo de debate daquelas questões. O modelo de debate daquelas questões para que fosse sério, eficaz e cumprisse os objetivos de verificar as necessidades e os anseios das populações, teria que escutar primeiro aquelas mesmas populações e depois, então, promover-se um debate profundo sobre aqueles temas para que posteriormente, a Câmara pudesse, também, pronunciar-se. -------------- ----- Assim, aquele modelo não era o correto. -------------------------------------------------- ----- O Senhor André Alves disse que se bem tinha entendido, a empresa ESTAMO era constituída a 100% por capitais públicos. Gostaria então de saber se tinha havido um concurso para a entrega do projeto da Colina de Santana à arquiteta Inês Lobo e àqueles que supostamente terão trabalhado com a arquiteta, ou seja, se tinha havido um concurso ao qual tivessem concorrido vários projetos e que depois se tenha selecionado o melhor. --------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Sublinhou uma outra questão, em que não percebia como é que podia haver ali perguntas em que, depois, os oradores apenas tinham vinte minutos para responder. Julga que fazia sentido guardar as perguntas para outro dia em que houvesse um período mais alargado para respostas.---------------------------------------------------------------------- ----- O Senhor Augusto Martins disse que ia ali para ser esclarecido sobre o Hospital de S. Lázaro, onde trabalhava há mais de vinte anos. ----------------------------------------- ----- Referiu que o Estado criava uma empresa do Estado a qual comprava ao Estado os seus edifícios. Como o Estado não tinha largado os edifícios para o Estado, o Estado tinha de pagar rendas à empresa do Estado que por seu lado, pagou, ou não pagou, ao Estado, aquilo que já era do Estado. -------------------------------------------------------------- ----- Referiu também, que com tudo aquilo havia muita gente que no meio do Estado, se tornou empregado do Estado, ia receber comissões de lucros do Estado. Era o que entendia. ---------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Sublinhou que o Hospital de S. Lázaro era o hospital mais antigo de Portugal e, provavelmente, o mais antigo da Europa. Tinha resistido à monarquia, à república, ao vinte e cinco de Abril, à criação dos melhores blocos operatórios do centro hospitalar, mas não resistia àquele atentado pela justificação que estaria degradado, sem intenção de fazer qualquer melhoria na sua estrutura. ---------------------------------------------------- ----- A Senhora Adélia Maria Caldas disse que que era historiadora de arte, historiadora de urbanismo de Lisboa, tinha estudado o Hospital de S. José e, agora, como habitante da Cidade de Lisboa, não compreendia a necessidade de construção de um mega hospital em Marvila o qual iria substituir todos aqueles hospitais já ali referidos. Toda a população de Lisboa estava a envelhecer, não era só a população da Colina de Santana, sendo que não era coerente que à medida que a população

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envelhecia, fechavam-se hospitais, obrigando aqueles que menos podiam a deslocações desnecessárias, o que não compreendia. --------------------------------------------------------- ----- Referiu que Londres, ou Paris, eram exemplos de como hospitais antigos, alguns até mais antigos que o Hospital de S. José, funcionavam no centro da cidade e que se mantinham até hoje. -------------------------------------------------------------------------------- ----- A Senhora Fátima Ferreira de Matos disse que aquele projeto não tinha discussão pois era um verdadeiro atentado ao património nacional. ------------------------ ----- O dinheiro não podia comprar tudo. -------------------------------------------------------- ----- Sublinhou que o que estava em causa era um conjunto de imóveis que faziam parte da história da medicina, em geral, e da psiquiatria, em particular, em Portugal. ---------- ----- O hospital Miguel Bombarda possuía um riquíssimo património, único em Portugal e na Europa, e que não podia ser alvo de desmembramento e de interesses económicos, pois nele estavam contidos os primórdios da história da saúde mental em Portugal, sendo o seu impulsionador Miguel Bombarda um dos responsáveis da implantação da república em Portugal. Um país fazia-se da memória histórica e aquele projeto era um verdadeiro atentado àquela memória. A pátria também se fazia através da história, e um homem sem pátria não tinha história, e só num apátrida é que podia estar de acordo com aquele projeto. --------------------------------------------------------------------------------------- ----- Referiu que os cidadãos portugueses não queriam aquele projeto e a prova eram os milhares de assinaturas que tinham sido entregues na Câmara Municipal de Lisboa. ---- ----- Esperava que os responsáveis recusassem aquele projeto de forma a devolver a dignidade à referida instituição. ------------------------------------------------------------------- ----- O Senhor Engenheiro António Brotas disse que não via em outras cidades europeias aquela ânsia de acabar com edifícios antigos, hospitais antigos, para construir um grande e novo hospital. ------------------------------------------------------------------------ ----- Referiu que a sua inquietação era ao nível financeiro porque ver um país confrontado com questões financeiras como era a situação de Portugal, a fazer um projeto que lhe parecia o mais desadaptado da circunstância. ------------------------------- ----- Salientou que preferia morrer num hospital que fosse velho, como era o Hospital de Arroios, e não num grande hospital com um número infindável de pessoas. -------------- ----- Disse que estava ali como repórter do Jornal República, um jornal feito por pessoas com oitenta anos. O último número daquele jornal, tinha na capa uma fotografia do Hospital de Arroios completamente degradado, sendo que para evitar aquela situação, bastaria manter os hospitais no funcionamento normal. --------------------------------------- ----- A Senhora Maria Augusta Sousa disse que era enfermeira e que tinha trabalhado no Hospital de S. José e no Hospital dos Capuchos, estava, agora, aposentada.----------- ----- Referiu que era necessário perceber-se que tipo de serviços de prestação de saúde é que se pretendia para a Cidade de Lisboa. ------------------------------------------------------- ----- Disse que tinha trabalhado em condições que, felizmente, já não existiam. Eventualmente, existiam lacunas que era preciso sanar, mas a recuperação que tinha sido feita, as condições que hoje eram oferecidas, quer aos doentes, quer aos profissionais que estavam ao serviço não tinham comparação com a degradação existente numa fase anterior. Era capital investido, era erário público investido, sendo que era importante não desintegrar a Colina de Santana naquilo que era a rede de ofertas de cuidados de saúde na Cidade de Lisboa. ----------------------------------------------------- ----- O Senhor Deputado Municipal Ricardo Robles disse que pelo número de assinaturas recolhidas junto dos cidadãos era possível perceber o interesse que todos tinham em debater aquele tema, ali em discussão. ---------------------------------------------

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----- Sublinhou que quase se tinha deixado convencer pelas boas intenções daquele projeto. Mas, depois de ouvir o público, tinha voltado a ficar com dúvidas. Por isso, entendia que o debate se devia centrar naquilo que queriam para transformar a Cidade de Lisboa, sendo que o BE era favorável à transformação da cidade, que aquele território merecia mais do que aquilo que tinha até à data, pois era um território abandonado e degradado, devendo ser objeto de intervenção, mas uma intervenção diferente daquela que tinha sido feita nos últimos anos. A expulsão dos mais jovens, e dos menos jovens, do centro da cidade tinha que terminar. Os melhores territórios, as melhores zonas da cidade tinham de deixar de ser entregues para torres de oito andares e loftes a cinco mil euros o metro quadrado. Entendia que aquilo não era transformar a cidade pois não era a resposta à realidade existente, à crise social e económica para a qual o Município de Lisboa teria de responder. ------------------------------------------------ ----- Referiu que alguns serviços de saúde de proximidade estariam eventualmente em risco, sendo que era importante pensar que tipo de cidade se pretendia para aquela zona. --------------------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Sublinhou que o tempo dos espaços que só podiam ser fruídos por apenas uma parte da população lisboeta tinha de terminar. Existiam outras alternativas, o BE já tinha apresentado algumas delas, mas continuavam interessados em debater o assunto. ------- ----- O Senhor Deputado Municipal Fernando Nunes da Silva disse que havia duas questões interdependentes entre si, a primeira era o modelo de saúde e o modelo hospitalar para a Cidade de Lisboa, e disse que aqui tinha sérias dúvidas que a melhor solução fosse construir um novo Hospital de Santa Maria e fechar todos os outros hospitais, sendo que aquela era uma questão que deveria ser abordada. Depois, era o processo urbanístico e que era aquele que os levava ali, sendo que aquele processo foi politicamente mal conduzido e por estar completamente invertido em relação áquilo que devia ser feito, podia colocar em risco uma intervenção que era necessária na Colina de Santana em termos de requalificação urbanística, em termos de recuperação de todo aquele espaço, independentemente do modelo de saúde que viesse a ser adotado. ------- ----- Disse que aquela discussão só tinha sido possível ter ali porque numa das últimas reuniões de Câmara do último mandato, um conjunto de vereadores, inclusivamente, dentro do executivo que maioritariamente governava a Câmara, tinham-se oposto à aprovação dos pedidos de informação prévia o que tinha feito parar o processo, temporariamente. O que acontecia é que primeiro faziam os loteamentos, peça a peça, para cada hospital e só agora se começava a falar do debate público devido àquela situação. ---------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Referiu que a recente lei aprovada na Assembleia da República, e que era a nova Lei de Bases do Ordenamento do Território e da Política de Solos, previa, embora estivesse só na generalidade, que cada vez que o município requalificasse o solo ou interviesse relativamente a expetativas que tinham sido criadas nomeadamente através de um pedido de informação prévia aprovado, tinha de dar uma justa indeminização para rever a sua posição, sendo que aquela justa indeminização era calculada através do código das expropriações que dizia que a indeminização era paga em função do valor médio do aproveitamento urbanístico que se poderia fazer á volta, pelo que estava tudo dito sobre aquele assunto. -------------------------------------------------------------------------- ----- Um segundo ponto era que estavam a definir projetos com o nível detalhe arquitetónico brutal e só agora discutiam o problema estratégico para a Colina de Santana. A importância daquela colina era essencial. Estavam a discutir dezasseis hectares de terreno que poderiam ser reaproveitados e reutilizados. Não havia muitos outros sítios na Cidade de Lisboa com aquela concentração de espaço onde fosse

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possível intervir. E era espantoso, disse, que aquilo que era no coração da cidade o principal espaço de manobra, tivesse que partir, da Assembleia Municipal, a sua discussão pública, o seu começo que esperava não ficar por ali. ---------------------------- ----- Existiam problemas de ligação aos vales e entre os vales que nunca tinham sido referidos. Um dos problemas que não se tinha conseguido resolver e dificilmente se resolveria sem outro tipo de alternativa, quanto á pressão do tráfego que ainda existia na Baixa, passava, exatamente, por resolver o atravessamento da Colina de Santana, e as alternativas que existiam não eram, propriamente, as mais adequadas. Por isso, aquele assunto devia ser pensado. ------------------------------------------------------------------------- ----- Mas também tinha a ver com política de habitação e de reabilitação, tinha a ver com política de ensino, tinha a ver com a cidade Erasmo, com a investigação, etc. ----- ----- Referiu que quem definia objetivos, programas e metas devia de ser a Câmara Municipal, não eram os projetistas. Pelo que lamentava que aquilo que ali tinha sido apresentado não ter passado, primeiro, por uma discussão interna na Câmara e na Assembleia Municipal. Assim, fazia dois apelos o primeiro era que a Câmara adotasse em relação àquele processo um enquadramento administrativo legal diferente que permitisse a discussão pública através dos mecanismos previstos na lei e a sua apreciação pela Assembleia Municipal, o que infelizmente, não acontecia. E a segunda questão era que, de facto, tivessem em conta que aquele assunto merecia um debate, mas sobretudo, merecia uma visão, e não era, nem o PDM, nem os loteamentos, nem as unidades de execução, que eram os instrumentos adequados para trabalhar-se àquela escala na Cidade de Lisboa. ----------------------------------------------------------------------- ----- A Senhora Presidente no uso da palavra, agradeceu a todos os intervenientes e pediu desculpa pelo seu papel antipático mas foi a forma de aproveitarem o melhor possível, o tempo disponível. ---------------------------------------------------------------------- ----- E deu a palavra à Mesa para as respetivas respostas. ------------------------------------ ----- Terminadas as intervenções do público, os oradores convidados usaram novamente da palavra para responder às questões que foram colocadas ao longo do debate. -------- ----- O Senhor Dr. Francisco Cal, Presidente do Conselho de Administração da ESTAMO, respondeu que, naquele dia, tinha saído no Diário de Notícias o valor que a ESTAMO tinha pago por aquele conjunto, cento e vinte e cinco milhões de euros, uma informação que era pública e estava, igualmente, disponível no site da Direção Geral do Tesouro e Finanças já que tinham sido aqueles que tinham vendido à ESTAMO, pelo que eram obrigados a publicitar o valor de todos os imóveis que vendiam. ---------------- ----- Referiu que a ESTAMO era uma empresa de capitais públicos, mas era uma empresa especial porque tinha um capital social de oitocentos e cinquenta milhões de euros. Portanto, tinha muito património, património que precisava de mudar os usos para conseguir ser rentabilizado, ou seja, para fazer-se a promoção imobiliária e que era o caso daqueles imóveis, tal como também tinham imóveis arrendados, e desocupados que ou eram vendidos tal como estavam, ou era promovida a sua recuperação antes de serem vendidos. ------------------------------------------------------------------------------------- ----- Disse que não tinha havido nenhum compromisso específico da Câmara com a ESTAMO no que dizia respeito à revisão do PDM. A única questão colocada era que todos aqueles terrenos abandonados pelo Estado, ou seja, que tinha vendido à ESTAMO e que estavam classificados no anterior PDM como “equipamentos”, ou “quarteis”, ou como “prisões”, e uma vez que o Estado já tinha manifestado a sua intenção de abandonar aqueles locais, a Câmara, e bem, numa possibilidade que lhe era dada pela legislação, em termos de PDM, planeou o que seria o futuro da cidade, e não fez mais à ESTAMO do que o que fizera a todos os outros promotores que existiam na Cidade de

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Lisboa, portanto, definiu os usos que cada uma das partes de Lisboa tinha, nada a mais do que aquilo. --------------------------------------------------------------------------------------- ----- Sublinhou que não tinham feito nenhum concurso, pois não eram obrigados a tal. Fizeram, sim, convites atendendo ao curriculum das pessoas e áquilo que consideraram adequado para aquele tipo de intervenção. ------------------------------------------------------ ----- O Senhor Dr. Luís Cunha Ribeiro disse que as perguntas que tinham sido ali colocadas eram múltiplas. Era evidente que todas as decisões que estavam a ser tomadas já tinham sido tomadas há mais de dez anos, por pessoas sérias, capazes e, por isso, não eram necessárias serem defendidas já que o seu percurso e a sua história falavam por si. --------------------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Declarou que, quanto ao que ali foi dito relativamente à questão do que poderia estar por detrás daquele projeto, negócios de saúde privada e negócios imobiliários, quanto ao segundo, negócios imobiliários, nada sabia. Quanto aos negócios de saúde privada, referiu que tinha um conflito e que era durante toda a sua vida tinha trabalhado exclusivamente, no setor público e dedicou-se ao serviço nacional de saúde porque entendia que era o basilar para os portugueses, era aquele o seu conflito de interesses. Portanto, não poderia estar em qualquer processo que não defendesse, em primeiro lugar, os interesses dos utentes pois entendia que era para isso que eram médicos. ------ ----- Sublinhou que uma coisa era defender azulejos que faziam parte do nosso património cultural, e outra coisa era colocar doentes em enfermarias com dezasseis camas, com oito metros e meio de altura, com uma canalização péssima, com fendas na parede e infiltrações de água. Aquela situação achava inadmissível e tinha a certeza que nenhum doente gostaria de ir para sítios daqueles. --------------------------------------------- ----- E quanto à questão económica, disse que manter os hospitais, tal como estavam, implicaria um orçamento muito elevado, pagar as rendas, a manutenção, não poderiam continuar a permitir que chovesse no interior daqueles hospitais, etc. e tinham de pagar os medicamentos aos doentes, precisavam de pagar os meios complementares de diagnóstico, e precisavam de pagar às pessoas, sendo que ninguém iria destruir equipas, nem nada se iria perder, pelo contrário. Iriam ser construídas novas instalações para as equipas que iam para o novo edifício, e que não era um mega hospital pois era um hospital com oitocentas camas, portanto, tratava-se de um médio hospital em qualquer parte da Europa, era o que se fazia de melhor em qualidade ao nível internacional. ------ ----- Referiu que quanto ao Hospital Gama Pinto o mesmo tinha em média 6,4 consultas por médico/dia, enquanto o Hospital de Setúbal tinha 17,6, por exemplo, era daquela forma que tinham de ser medidas as situações pois os números estavam disponíveis para conhecimento de todos, nos respetivos sites. --------------------------------------------------- ----- Acrescentou ainda, que reparassem nos índices de satisfação dos habitantes de Vila Franca de Xira face ao novo hospital, 92%, tal como Loures e Cascais, Lamego, Braga. Sugeria que fossem ver os níveis de satisfação das populações porque era para isso que se trabalhava. Afinal, qualquer estrutura hospitalar, fosse onde fosse, era paga pelo contribuinte. ------------------------------------------------------------------------------------------ ----- Resumindo, disse que aquele hospital que se pretendia construir era a melhor opção, sendo que ali não viu argumentos substantivos que lhe demonstrassem o contrário. --------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Quanto à psiquiatria, referiu que a tendência era que os doentes fossem tratados na comunidade, abandonando, completamente, a ideia dos asilos. O doente passou a ser envolvido na comunidade no apoio ativo àqueles doentes e, por isso, o paradigma tinha mudado.-----------------------------------------------------------------------------------------------

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----- Sublinhou que o envelhecimento em Portugal era uma tragédia, conjuntamente com a baixa de nascimentos que se verificava no país, era um dos problemas mais graves que todos enfrentavam, quer na saúde, quer na segurança social, no geral. A solução era abrir unidades de cuidados continuados que já estava a acontecer a alguns anos, era abrir unidades de cuidados paliativos, era abrir unidades de convalescenças, porque não era nos hospitais que se tratavam aqueles doentes, nos hospitais o que tinha de ser diminuído era o tempo de espera. ----------------------------------------------------------------- ----- Referiu que a taxa de infeção e de morte em Portugal por infeção hospitalar era das mais altas da Europa. E não era por causa daquela história dos médicos e dos enfermeiros que não levavam as mãos, era precisamente pelas más condições que os hospitais apresentavam, com fendas e fungos na parede, por exemplo. -------------------- ----- Tinha todo o gosto, no futuro, em ajudar a esclarecer aquela temática. --------------- ----- O Senhor Arquiteto Manuel Salgado disse que não tinha havido qualquer compromisso entre a ESTAMO e a Câmara Municipal de Lisboa relativamente àquilo que tinha sido contemplado no PDM. O regime jurídico dos instrumentos de gestão territorial, que era a legislação que enquadrava a elaboração dos planos, determinava que os municípios, quando executavam um plano, eram obrigados a contemplar os programas e os planos da administração central, sendo que lhes foram sempre transmitidos que os hospitais na Colina de Santana eram para desativar e por isso deviam de ser contemplados no PDM aquela desativação. E o que ficou estabelecido foram os índices que estavam definidos iguais para as áreas com o mesmo tipo de características. Não tinha havido, nem índice a mais, nem índice a menos, sendo definido o mesmo. ---------------------------------------------------------------------------------- ----- Referiu que o próprio PDM, no seu relatório, quando falava nas unidades operativa de planeamento e gestão, em que tinha o conteúdo estratégico que devia de ser seguido em cada uma daquelas unidades, abordava especificamente, a Colina de Santana. E aquilo que ali tinha dito, não era mais do que aquilo que estava expresso naquele instrumento. ------------------------------------------------------------------------------------------ ----- O PDM tinha tido um longo período de discussão e de apreciação naquela Assembleia Municipal, tendo sido aprovado com uma maioria alargada, e justiça fosse feita que os dois únicos partidos que se tinham manifestado contra o PDM e, nomeadamente, contra os seus instrumentos de execução, foram o PCP e o BE. Quanto aos restantes, aquele problema não tinha sido levantado. ------------------------------------- ----- Disse que quando a administração central pretendia desativar um equipamento, incluía no orçamento geral do Estado uma norma em que obrigava os municípios a fazerem aquelas alterações. Ainda, recentemente, tinha havido alterações introduzidas por decisão do Conselho de Ministros, nomeadamente de equipamentos de uso militar, e estava uma proposta na Assembleia Municipal para ser apreciada que respondia a uma exigência da administração central de desativação de alguns espaços na Cidade de Lisboa. ------------------------------------------------------------------------------------------------ ----- Quanto à questão da consulta pública, esclareceu que primeiro tinha sido afixado um período sendo que, depois, aquele período foi acrescido, e em determinada altura como o período da consulta pública se prolongava, praticamente, para o período eleitoral, foi decidido pelo Senhor Presidente da Câmara, e ratificado na Câmara Municipal de Lisboa, que se suspendia a consulta pública e que a mesma seria retomada no atual mandato, decorridas as eleições, para evitar que o clima eleitoral pudesse, de algum modo, contaminar a discussão. Iriam prosseguir com aqueles debates na Assembleia Municipal e, concluídos aqueles debates, e em função do relatório que for feito, os pedidos de informação prévia seriam reavaliados e, nessa altura, seria reaberta

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Anexo 1 - Acta da 1ª sessão (10 de dezembro de 2013)

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nova consulta pública e feita a resposta a todas as pessoas de todas as questões que fossem levantadas. ---------------------------------------------------------------------------------- ----- Referiu que tinha sido expresso que uma das valências que deveria ser explorada para a Colina de Santana era, exatamente, o turismo ligado à descoberta de um património que muito poucas pessoas conheciam. Disse que quando abordou no documento os três desígnios que no seu entender deveriam presidir ao programa a desenvolver para a Colina de Santana, falou na Colina do Conhecimento, investigação, criatividade e inovação, referindo, também, o turismo ligado à descoberta do património móvel e imóvel da Colina de Santana. ----------------------------------------------------------- ----- Também, falou da componente residencial e na necessidade em apostar naquela componente, tendo em conta as necessidades e os problemas que existiam e que estavam caraterizadas bolsas de pobreza existentes na Colina de Santana, habitação em muito mau estado de conservação, percentagem de fogos devolutos superiores à média da cidade, sendo muito importante aquela componente. -------------------------------------- ----- Quanto ao Eco Bairro, tendo de se ter em conta a suficiência energética, a resistência aos sismos, e todas as preocupações que deveriam ter naquela matéria. ------ ----- Esclareceu que não estavam previstos, nem centros comerciais, nem condomínios de luxo. O que estava previsto era que as cercas fossem destruídas e que todos aqueles espaços fossem espaços públicos, contínuos e abertos, o que estava claramente dito na memória descritiva e nas orientações que foram definidas no PDM. ----------------------- ----- Sublinhou que iria haver uma outra sessão só sobre a questão do património, porque o cuidado que tinha havida na avaliação do património, no alargar o património classificado, para além daquele que já estava nos instrumentos municipais, na pesquisa que tinha sido feita naquela matéria, no cuidado que se tinha tido em utilizar o património da Colina de Santana como um fator de valorização da Colina de Santana, não percebia como é que diziam que se estava a cometer um crime, destruindo património, já que a preocupação tinha sido, rigorosamente, a oposta. --------------------- ----- Quanto á questão do Hospital da Estefânia, disse que o mesmo não fazia parte dos hospitais a desativar, nem nunca aquela questão tinha sido colocada, nem tão pouco a Faculdade de Ciências Médicas, antes pelo contrário, já que se tratavam de alavancas do desenvolvimento do projeto futuro da Colina de Santana como a Colina do Conhecimento. --------------------------------------------------------------------------------------- ----- Os edifícios de grande valor patrimonial estavam identificados e eram previstos serem transferidos, ou na totalidade, ou em grande parte, para o município para instalar equipamentos, para instalar áreas ou outras unidades de criação, ou outras estruturas para a dinamização económica e a criação de emprego e localização de equipamentos de proximidade na Colina de Santana.--------------------------------------------------------------- ----- Afirmou que teriam de ter cuidado com os programas habitacionais, e por isso aquilo que era apontado era soluções que não passavam por condomínios fechados, não estando previsto um único, antes programas de habitação que fossem, efetivamente, acessível. --------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Não tinha a pretensão de achar que tudo tinha sido bem resolvido do ponto de vista do processo urbanístico e da apresentação política de que teria sido mal conduzido todo aquele processo. Disse que na verdade, aquele processo tinha sido apresentado aos vários vereadores, vinha na sequência de um PDM que tinha tido uma participação muito alargada do executivo municipal, vinha na sequência de um conteúdo programático que estava no PDM e que referia, especificamente, a Colina de Santana e o que era proposto para aquele local. E por fim, disse que os “PIP’s” tinham a validade de um ano, sendo que ao fim de um ano perdia totalmente o seu valor o que implicava

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Anexo 1 - Acta da 1ª sessão (10 de dezembro de 2013)

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não haver qualquer hipótese de invocar, decorrido um ano, que houvesse valores a indemnizar. ------------------------------------------------------------------------------------------- --------------------------------------- ENCERRAMENTO -------------------------------------- ----- A Senhora Presidente no uso da palavra, disse que o Senhor Vereador Manuel Salgado tinha, ali, dito que a Câmara Municipal de Lisboa tinha suspendido a discussão daquela matéria e que iria aguardar pelas conclusões do debate na Assembleia Municipal. Tinham, até Fevereiro, mais quatro sessões e no fim daquelas cinco sessões iria haver um relatório que seria apreciado pela Assembleia Municipal numa sessão normal da Assembleia Municipal, com votação. Portanto, era muito importante o que a Assembleia Municipal de Lisboa estava ali a fazer, e a verdade era que naquele momento ainda tinham a possibilidade de interferir naquilo que a Assembleia Municipal entendesse, pois tinha competências na lei para se pronunciar sobre todos os assuntos de interesse para o município, e pensava que quanto àquilo todos estavam de acordo, aquele era um assunto de interesse do município apesar das divergências de opiniões que foi patente, e das diferentes argumentações que foram apresentadas, a Assembleia Municipal não deixaria de olhar para aquele assunto como um assunto de interesse para o município e de procurar, com o contributo de todas as forças políticas, aquilo que fossem as melhores recomendações que pudessem ser feitas naquela altura, fossem elas quais fossem. Portanto, o debate estava em aberto pelo que convidava a todos a participarem. ----------------------------------------------------------------------------------------- ----- Agradeceu a todos os que ali estiveram presentes. --------------------------------------- ----------------------------- A Presidente da Assembleia Municipal ----------------------------

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Debate temático sobre a Colina de Santana

Relatório final da Assembleia Municipal – volume II - Anexos

Anexo 2

Acta da 2ª sessão do Debate Temático (28 de janeiro de 2014)

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Anexo 2 – Acta da 2ª sessão (28 de janeiro de 2014)

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----------------------- ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE LISBOA ------------------------- -------------------------------------- Mandato 2013-2017 ---------------------------------------- -------------------------------------ATA NÚMERO DEZ ---------------------------------------- ----- No dia vinte e oito de janeiro de dois mil e catorze, pelas dezoito horas, reuniu em Sessão Extraordinária na sua Sede, sita no Fórum Lisboa, na Avenida de Roma, a Assembleia Municipal de Lisboa, para a realização da 2.ª sessão do Debate Temático subordinado ao tema “Colina de Santana (S. José, Miguel Bombarda, Capuchos, Desterro, Santa Marta e Santa Joana).” ----------------------------------------------------- ----- Assinaram a “Lista de Presenças”, os seguintes Deputados Municipais: ------------ ----- Álvaro da Silva Amorim de Sousa Carneiro, Ana Maria Gaspar Marques, Ana Maria Lopes Figueiredo Páscoa Baptista, Ana Sofia Soares Ribeiro de Oliveira Dias, André Moz Caldas, André Nunes de Almeida Couto, António Manuel de Freitas Arruda, António Modesto Fernandes Navarro, Artur Miguel Claro da Fonseca Mora Coelho, Augusto Miguel Gama Antunes Albuquerque, Belarmino Ferreira Fernandes da Silva, Carla Cristina Ferreira Madeira, Cláudia Alexandra de Sousa e Catarino Madeira, Cristina Maria da Fonseca Santos Bacelar Bergonha, Daniel da Conceição Gonçalves da Silva, Deolinda Carvalho Machado, Diogo Feijó Leão Campos Rodrigues, Fábio Martins de Sousa, Fernando José Silva e Nunes da Silva, Fernando Manuel Moreno D’Eça Braamcamp, Fernando Manuel Pacheco Ribeiro Rosa, Floresbela Mendes Pinto, Hugo Alberto Cordeiro Lobo, Hugo Filipe Xambre Bento Pereira, Inês de Drummond Ludovice Mendes Gomes, João Alexandre Henriques Robalo Pinheiro, João Luís Valente Pires, João Manuel Costa de Magalhães Pereira, Joaquim Maria Fernandes Marques, José Alberto Ferreira Franco, José António Cardoso Alves, José António Nunes do Deserto Videira, José Luís Sobreda Antunes, José Manuel Rodrigues Moreno, José Maximiano de Albuquerque Almeida leitão, José Roque Alexandre, Luís Pedro Alves Caetano Newton Parreira, Mafalda Ascensão Cambeta, Manuel Malheiro Portugal de Nascimento Lage, Margarida Carmen Nazaré Martins, Maria Elisa Madureira Carvalho, Maria Helena do Rego da Costa Salema Roseta, Maria Irene dos Santos Lopes, Maria Luísa de Aguiar Aldim, Maria Simoneta Bianchi Aires de Carvalho Luz Afonso, Maria Sofia Mourão de Carvalho Cordeiro, Miguel Alexandre Cardoso Oliveira Teixeira, Miguel Farinha dos Santos da Silva Graça, Miguel Nuno Ferreira da Costa Santos, Natalina Nunes Esteves Pires Tavares de Moura, Patrocínia Conceição Alves Rodrigues Vale César, Pedro Filipe Mota Delgado Simões Alves, Pedro Miguel de Sousa Barrocas Martinho Cegonho, Ricardo Amaral Robles, Ricardo Manuel Azevedo Saldanha, Rita Susana da Silva Guimarães Neves, Rodrigo Nuno Elias Gonçalves da Silva, Rosa Maria Carvalho da Silva, Rui Paulo da Silva Soeiro Figueiredo, Rute Sofia Florêncio Lima de Jesus, Sandra da Graça Lourenço Paulo, Sérgio Sousa Lopes Freire de Azevedo, Tiago Miguel de Albuquerque Nunes Teixeira, Vasco André Lopes Alves Veiga Morgado, Patrícia Caetano Barata, Nelson Pinto Antunes, Sofia Margarida Vala Rocha, Lúcia Alexandra Pereira de Sousa Gomes, Nuno Ricardo Dinis de Abreu, Rosa Melo Félix, Isabel Cristina Rua Pires, João Diogo Santos Moura. ------------------------------------------------------------------------------------------------ ----- Faltaram à reunião os seguintes Deputados Municipais: -------------------------------- ----- Maria da Graça Resende Pinto Ferreira, Mariana Rodrigues Mortágua, Margarida de Morais. -------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Pediram suspensão do mandato, que foi apreciada e aceite pelo Plenário da Assembleia Municipal nos termos do artigo 77º da Lei 169/99, de 18 de Setembro, com a redação dada pela Lei 5-A/2002, de 11 de Janeiro, o qual, a contrario, se mantém em

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Anexo 2 – Acta da 2ª sessão (28 de janeiro de 2014)

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vigor por força do disposto na alínea d) do n.º1 do artigo 3º da Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro, os seguintes Deputados Municipais: ------------------------------------------------- ----- Victor Gonçalves (PSD), por um dia, tendo sido substituído pela Deputada Municipal Patrícia Caetano Barata. -------------------------------------------------------------- ----- Carlos Barbosa (PSD), por um dia, tendo sido substituído pelo Deputado Municipal Nelson Pinto Antunes. ------------------------------------------------------------------------------ ----- Margarida Saavedra (PSD), por um dia, tendo sido substituído pela Deputada Municipal Sofia Margarida Vala Rocha. -------------------------------------------------------- ----- Carlos Silva Santos (PCP), por um dia, tendo sido substituído pela Deputada Municipal Lúcia Gomes. --------------------------------------------------------------------------- ----- Miguel Tiago (PCP), por um dia, tendo sido substituído pelo Deputado Municipal Nuno Dinis de Abreu. ------------------------------------------------------------------------------ ----- Ana Drago (BE), de 23 de janeiro a 23 de abril, sendo substituída pela Deputada Municipal Rosa Félix. ------------------------------------------------------------------------------ ----- José Casimiro (BE), por dois dias, tendo sido substituído pela Deputada Municipal Isabel Pires. ------------------------------------------------------------------------------------------ ----- Telmo Correia (CDS-PP), de 23 a 31 de janeiro, tendo sido substituído pelo Deputado Municipal João Diogo Moura. -------------------------------------------------------- ----- Foram justificadas as faltas e admitidas as substituições dos seguintes Deputados Municipais, Presidentes de Junta de Freguesia: ------------------------------------------------ ----- Davide Amado (PS), Presidente da Junta de Freguesia de Alcântara, pela Deputada Municipal Margarida de Morais; ----------------------------------------------------------------- ----- Justificaram faltas os seguintes Deputados Municipais: --------------------------------- ----- Rodrigo Gonçalves (PSD), Tiago Albuquerque Teixeira (PSD) e Carlos Barbosa (PSD). ------------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Estiveram ainda presentes os Senhores Vereadores da oposição: Fernando Seara, João Gonçalves, Carlos Moura e João Bernardino. -------------------------------------------- ----------------------------- ABERTURA DOS TRABALHOS ------------------------------ ------------------------------------------2ª SESSÃO ------------------------------------------------ ---- “Impacto Das Propostas No Acesso Da População A Cuidados De Saúde” ----- ----- O Painel foi moderado pelo Senhor Presidente da Comissão Permanente de Direitos Sociais e Cidadania da AML, Deputado Municipal João Magalhães Pereira. --- ----- Participaram do debate, na qualidade de orador convidado, o Dr. Jorge Penedo, Coordenador do Grupo de Técnico para a Reforma Hospitalar, indicado pelo Senhor Ministro da Saúde; o Professor Dr. Jaime Branco, Diretor da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa, sita no Campo de Santana; a Dr.ª Pilar Vicente, Médica no Hospital de S. José e Dirigente da FNAM – Federação Nacional dos Médicos; o Professor Dr. Constantino Sakellarides, perito em saúde pública e Ex-Diretor da Escola Nacional de Saúde Pública, e o Dr. Jaime Mendes, Presidente da Secção Regional do Sul da Ordem dos Médicos. ---------------------------------------------- -----Foram nomeados para relatores da primeira sessão os seguintes Deputados Municipais: ------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Cláudia Alexandra Madeira (PEV) e Ricardo Robles (BE). ---------------------------- ----- O Deputado Municipal João Magalhães Pereira (PSD), na qualidade de Presidente da Comissão Permanente de Direitos Sociais e Cidadania, e de moderador do presente debate, explicou, que aquele Debate, promovido pela Assembleia Municipal de Lisboa, era público, subordinado ao tema “Colina de Santana” e que se iria dividir em cinco sessões, estando disponíveis, na entrada, os documentos já distribuídos. -----------

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Anexo 2 – Acta da 2ª sessão (28 de janeiro de 2014)

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----- Referiu que iria ser debatido o impacto das propostas de encerramento das diversas instituições de prestação de saúde cujas instalações se situavam na Colina de Santana, em resultado da prevista construção de um novo hospital na zona oriental norte, impacto aquele no acesso da população local, e geral, aos cuidados de saúde. ---------------------- ----- Uma nota, e apenas para lembrar, a Colina de santana situava-se entre os dois vales que agora constituíam a Avenida da Liberdade e a Avenida Almirante Reis, a Avenida da Liberdade juntamente com a Rua S. José, desde a encosta sobranceira ao Martim Moniz até às instalações das Forças Armadas, a norte do Campo de Santana, prolongando-se até à Rua D. Estefânia. Naquela área encontravam-se, pelo menos, os Hospitais de S. José, Miguel Bombarda, Capuchos, Desterro, Santa Marta e Santa Joana. ------------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Relativamente à grelha de tempos, disse que existia a disponibilidade de dez minutos para cada membro do painel, o que totalizava cerca de cinquenta minutos. ---- ----- Afirmou que tinham dezoito inscrições, do total de vinte inscrições, por parte da assistência, pelo que, ainda, tinham disponíveis duas inscrições caso alguém tivesse interesse em intervir. Cada intervenção tinha o tempo de três minutos, tendo chegado á Mesa mais uma inscrição por parte do público, sendo que ainda tinham mais uma inscrição disponível. Tendo um tempo total de sessenta minutos, sendo que o restante tempo seria direcionado para as respostas do painel. ------------------------------------------ ----- Seguidamente deu a palavra ao Senhor Dr. Jorge Penedo. ------------------------------ ----- Dr. Jorge Penedo, Coordenador do Grupo de Técnico para a Reforma Hospitalar, indicado pelo Senhor Ministro da Saúde, disse que aquela iniciativa era muito importante para Lisboa. ---------------------------------------------------------------------------- ----- Salientou que a sua apresentação seria mais uma síntese de coisas que tinham acontecido. Uma história que tinha começado no Hospital Real de Todos os Santos, século XVI, e lembrou que tinha sido aquele hospital que tinha juntado tudo o quanto era unidades de saúde, existentes em Lisboa, numa única instituição de saúde. ----------- ----- Algum tempo depois, passaram para a chamada Colina da Saúde, Colina do Conhecimento, e que incluía o Instituto Câmara Pestana, o Instituto gama Pinto, a Morgue, a Faculdade de Ciências Médicas, portanto, havia um conjunto de instituições que, ao longo dos séculos, se centralizaram numa zona e que era a maior zona de cuidados de saúde, em Lisboa. E a Colina de Santana correspondia àquela parametrização em termos de área e de divisão, em que tinha vários hospitais, todos eles instituições com peso histórico, cultural e patrimonial muito significativo. --------------- ----- Disse que o valor de obras e manutenção, em dois mil e doze, dois mil e treze, quase quatro milhões de euros para todos os referidos hospitais, tendo já, os mesmos, sido vendidos, e portanto, já não faziam parte daquilo que era o património do Ministério da Saúde, pertenciam à ESTAMO, e do qual pagavam uma renda anual de quase seis milhões de euros, era um negócio que já tinha alguns anos, o que significava que só em rendas e manutenção, tinham dez milhões de euros gastos por ano e que não se materializavam em cuidados de saúde. ------------------------------------------------------- ----- Sublinhou que a população residente, segundo os censos 2011, rondava as treze mil pessoas. E tinha tido um decréscimo, de quinze para treze mil, e que estavam a falar de uma população, da Colina de Santana, que correspondia 2,5% da população de Lisboa. Aquilo para dizer, e segundo dados, que as urgências do Hospital de S. José e do Centro Hospitalar de Lisboa, atendiam maioritariamente doentes que não eram daquela zona. E o mesmo se passava para as consultas externas, em que só 8% do total das consultas é que eram originárias da zona da Colina de Santana, o que significava que cerca de 92% dos doentes que eram atendidos eram originários de outras áreas que não a Colina de

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Santana. E o mesmo se passava no que respeitava aos internamentos, cerca de manos 10%. --------------------------------------------------------------------------------------------------- ----- E portanto, aqueles hospitais decorrentes de terem sido criados há quatro, cinco, séculos, eram hospitais dispersos, tinham edifícios muito antigos e com todos os problemas que dali advinham, não tinham sido feitos para serem hospitais, eram conventos que foram, progressivamente, convertidos em hospitais, sendo as acessibilidades limitadas no que respeitava aos meios de evacuação e transporte. Por isso, havia uma clara desadequação à função de prestação de cuidado de saúde, custos elevados e desnecessários. ------------------------------------------------------------------------- ----- Salientou, segundo alguns estudos, nomeadamente, de um grupo de trabalho ao qual tinha pertencido, a importância estrutural da construção do novo hospital, Hospital de Todos os Santos, e o seu impacto na criação de uma rede hospitalar mais coerente. - ----- E no documento que era do conhecimento da Câmara Municipal de Lisboa era afirmado que a deslocalização de unidades hospitalares não esvaziava a Colina de Santana de funções, nela instaladas, mas sim criava novas oportunidades e novas dinâmicas para aquela zona de Lisboa. E, mais tarde, foi também afirmado pela equipa técnica responsável por tal reforma, que a grande prioridade seria trocar número e quantidade por qualidade e diferenciação, e era aquilo que se pretendia com a construção do novo hospital na zona oriental de Lisboa. ------------------------------------- ----- Portanto, a solução preconizada, há mais de trinta anos, através de diferentes estudos, era a construção de um novo hospital na zona oriental norte, como já tinha afirmado, anteriormente. --------------------------------------------------------------------------- ----- Sublinhou aquele perfil existencial, já de alguns anos, e que era de todos conhecido, nas várias áreas médicas cirúrgicas e diagnóstico, e que levava a que o hospital tivesse aqueles grandes tópicos; era um hospital de fim de linha, com todas as especialidades médicas hospitalares, era um hospital que iria ter uma competência total em transplantação, portanto, teria todas as áreas de transplantação existentes, teria uma urgência polivalente, juntamente com a Faculdade de Ciências Médicas, constituiriam uma grande centro académico e um polo de investigação biomédica. E era aquilo que estava definido naquilo que era o programa funcional do hospital, portanto, cerca de oitocentas camas, vinte e duas salas de blocos operatórios e quase noventa gabinetes para consulta. ---------------------------------------------------------------------------------------- ----- E o último passo tinha-se dado com uma publicação feita no dia anterior, com um despacho em que era designada a equipa para a construção do novo hospital. ------------ ----- Como sabiam, tinha existido um trabalho feito pelo anterior governo, tinha havido uns problemas de interpretação de alguns condicionantes que houve relativamente a algumas instituições internacionais, sendo aquele concurso suspenso e tendo sido lançado um novo concurso e aquela equipa era para aquilo que estavas mandatada, tendo sido no dia anterior, criada em despacho. ------------------------------------------------ ----- Afirmou que o hospital da zona oriental de Lisboa era essencial para a modernização de cuidados de saúde, e Lisboa sem aquele hospital daria um passo atrás naquilo que era a prestação de cuidados de saúde. --------------------------------------------- ----- O Senhor Professor Dr. Jaime Branco, Diretor da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa, disse que entendia que a Faculdades de Ciências médicas e o seu polo de investigação, recentemente inaugurados, constituíam um bem naquela Colina, e que se iria manter e que deviam de ser acompanhados por outras estruturas que podiam melhorar a capacidade de investigação da faculdade, por um lado, e por outro lado, podiam fomentar o desenvolvimento de pequenas empresas

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da área biomédica que podiam fazer a diferença para o conjunto da cidade e naquela zona da cidade, em concreto. ---------------------------------------------------------------------- ----- Desde o século XIV, que o atual Hospital de S. Lázaro era um hospital, e a forma como tinha iniciado as suas funções assistenciais, tinha sido como um albergue para leprosos. ---------------------------------------------------------------------------------------------- ----- O hospital de S. José substituía o Hospital de Todos os Santos que era situado mais ou menos onde, agora, era o Rossio, e que tinha sido significativamente destruído pelo terramoto. -------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Depois, disse que vários hospitais se foram afixando ao Hospital de S. José, sendo que o primeiro tinha sido o Hospital de S. Lázaro, em mil oitocentos e quarenta e quatro, e foram assim vários os hospitais que se foram anexando ao Hospital de S. José, e que hoje eram conhecidos no seu conjunto como Centro Hospitalar de Lisboa. -------- ----- A Faculdade de Ciências Médicas tinha inaugurado, em Junho do ano anterior, um moderníssimo polo de investigação nos antigos edifícios do Instituto Câmara Pestana. ----- Sublinhou que aquela era uma área muito vasta que constituía dezasseis hectares no seu total, e que incluía todas as estruturas que já conheciam. Quando aquelas estruturas saíssem para o novo hospital oriental de Lisboa, ia deixar atrás de si um património enorme, cultural, quer na saúde, quer em outras áreas, religiosa, física, com edifícios, arquitetura, mobiliário médico e outro, bibliográfico, de infraestruturas, de aparelhos médicos e de outro tipo de aparelhos. ------------------------------------------------------------ ----- Quanto à tradição, de facto aquela população tinha um sentimento de proximidade com aquelas estruturas, um sentimento até de segurança com aquelas estruturas que estão próximas de sua casa. ------------------------------------------------------------------------ ----- Referiu que a proposta que ali levava considerava todos os interesses em causa; os interesses sociais da população, os interesses económicos dos comerciantes daquela zona e, também, os interesses autárquicos, mas preservando os interesses culturais e patrimoniais. Por outro lado, a faculdade tinha feito um investimento patrimonial, científico, humano e financeiro, contribuindo para o desenvolvimento socioeconómico da área urbana em causa. --------------------------------------------------------------------------- ----- A proposta em concreto era que fosse formada naquela área se construísse um parque de ciência e tecnologia, com empresas de desenvolvimento biotecnológico, incubadores de empresas no início, sobretudo um espaço de saúde e medicina. Seriam empregos qualificados, e empresas com muitos visitantes nacionais e estrangeiros, investigadores, empresários, pessoas que desenvolviam aquele tipo de atividade, sendo que podiam ser os primeiros e principais clientes dos hotéis que poderiam vir a ser construídos. ------------------------------------------------------------------------------------------ ----- Mas não podiam esquecer aquele património imenso que constituía o conjunto de hospitais que iam deixar aqueles edifícios e, portanto, achava que devia de haver um museu que preservasse, estudasse e catalogasse, e mostrasse a realidade que iria ficar livre, e que, sobretudo, não dessem o exemplo do Hospital de Arroios que, aos anos, era um monstro que existia no centro da cidade.---------------------------------------------------- ----- Ao nível da saúde, com certeza que os cuidados primários e ambulatórios deviam de ser garantidos para a população e, também, os cuidados continuados, pois tratava-se de uma população envelhecida e que necessitava daquele tipo de cuidados pois não os tinha por perto. A estrutura dos cuidados continuados existia sobretudo, na periferia da cidade, pelo que se justificava num daqueles edifícios fazer uma unidade de cuidados continuados. ------------------------------------------------------------------------------------------ ----- Aquela proposta que apresentava só via nela vantagens, vantagens entre empresas e a academia, e que tinha tomado conhecimento no dia anterior que em Berlim se estava a

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fazer a mesma coisa, mas num sentido mais vasto, mas entremeando as partes velhas da cidade com estruturas modernizadas que albergava empresas e outro tipo de estruturas e equipamentos que contribuíam para o desenvolvimento da cidade. ------------------------- ----- Referiu que a Câmara, com certeza, defendia os seus munícipes e por isso, só havia vantagens em desenvolver um projeto naquele género. --------------------------------------- ----- A Senhora Dr.ª Pilar Vicente, Médica no Hospital de S. José e Dirigente da FNAM – Federação Nacional dos Médicos, disse que a região de Lisboa tinha uma população de dois milhões e oitocentos mil, eram dados confirmados, e a população de referência para os hospitais S. José e Santa Marta, Capuchos e Curry Cabral, que pertenciam aos hospitais civis, eram mais de seiscentos mil habitantes, o que correspondia a todo o centro da Cidade de Lisboa que, de facto, dependiam, em termos de cuidados, daqueles hospitais. Não falando da maternidade e da Estefânia que garantiam cuidados a uma população mais vasta e mais específica, até porque se tratavam de hospitais de referência. -------------------------------------------------------------- ----- A população da Cidade de Lisboa era uma população envelhecida, mais de 50% da sua população era idosa, portanto, havia uma grande dependência, tinham cento e onze idosos para cada cem jovens, com uma grande prevalência de doenças crónicas, com uma hipertensão marcada mais alta que o nível da média nacional, sendo que aqueles eram índices que vinham a agravar-se. Tratava-se, igualmente, de uma população empobrecida, com fraco poder de compra, com pequenas reformas e com problemas de habitabilidade, em especial aqueles que se encontravam a residir em zonas mais problemáticas. Era médica em hospitais civis há vinte e cinco anos e, por isso, constatava o tipo de população que ocorria aos hospitais, e que já tinham um consumo elevado em termos de despesa de saúde, mais de mil cento e oitenta e seis euros por agregado familiar, o que significava que os cidadãos suportavam, em grande parte, os seus custos de saúde. ------------------------------------------------------------------------------- ----- E tinham inúmeros estudos oficiais feitos sobre aquelas características e as características das necessidades a oferecer de acesso à saúde, estudos oficiais que não foram feitos por empresas privadas, não foi preciso contratar empresas privadas para o efeito, não tinha sido necessário para aquele tipo de estudos porque tinham funcionários do estado qualificados para fazer aqueles estudos, os quais esclareciam o tipo de necessidades que existiam e o que se devia oferecer, o relacionamento hospitalar, as características dos hospitais que para uma população de duzentos e cinquenta mil habitantes deviam de ter, pelo menos, um hospital, com quatrocentos e cinquenta a quinhentas camas, que os hospitais de fim de linha deviam de ter, eventualmente, mil camas para garantirem cuidados de referência mais diferenciados e mais específicos. -- ----- Referiu que os hospitais civis situavam-se, de facto, naquela colina, naquela área central de Lisboa, tal como são exemplos vários países da Europa, onde os hospitais também se situam na parte central da cidade, em estruturas com história, não se desprotegendo os centros históricos da cidade com cuidados de saúde. -------------------- ----- Os hospitais civis tinham a tradição do antigo Hospital Real de Todos os Santos, que foi reunião de vários hospitais que eram propriedade dos homens dos ofícios e que eram representados, era também a sede da Casa dos Vinte e Cinco, Hospital Real de Todos os Santos, e os representantes dos ofícios e a população de Lisboa tinham interferência na gestão do próprio hospital. Tinham, de facto, um espírito de serviço público, e todo o seu pessoal têm sido uma grande escola de formação, inovadora, sendo extraordinário desde o início, teve um grande desenvolvimento em todas as áreas, tinha, inclusivamente, em termos internacionais, reconhecimento nas diferentes áreas, trabalhavam em rede, portanto, complementavam-se, os doentes circulavam conforme

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as necessidades, uma grande disponibilidade, um espírito de corpo que se devia manter e que tinha sido, de facto, a qualidade dos cuidados prestados. ------------------------------ ----- Portanto, para aqueles mais de seiscentos mil habitantes dependentes daquelas instalações, tinham, apenas, mil e quatrocentas camas, e atualmente eram menos porque tinha fechado o Hospital de S. Lázaro, havia menos setenta e cinco camas, o que dava em média 2,1 cama por mil habitantes, o que era claramente abaixo da média europeia, inclusivamente na Alemanha que eram oito camas por mil habitantes. --------------------- ----- Sublinhou que quer as doenças mentais, quer a pediatria, eram cuidados que não estavam a ser acautelados com aqueles possíveis encerramentos. --------------------------- ----- Disse que tinham uma população que dependia daqueles cuidados conforme já tinha referido, e que também não tinham acesso a transportes que os conduzissem à zona oriental de Lisboa, não tinham dinheiro para táxis e não podiam recorrer, sistematicamente, a ambulâncias, não havia uma oferta adequada para os cuidados terciários, para os cuidados de retaguarda, tendo sido prometido a comissões de utentes e ao pessoal que entretanto saiu do Hospital do desterro, um hospital que tinha todas as condições para ser um serviço de retaguarda, mas que tinha sido vendido, deixando, mais uma vez, a população desprotegida. ------------------------------------------------------- ----- Afirmou que o novo Hospital de Todos os Santos não ia resolver os problemas, até porque Lisboa tinha uma população circulante de cerca de um milhão por dia, pessoas não residentes, e que recorriam àqueles serviços. Portanto, tinham que defender aqueles hospitais para que os mesmos se mantivessem na íntegra, garantir que os profissionais e os utentes participassem em todas aquelas remodelações que fossem ouvidos e que pudessem participar, e que o património material e imaterial fosse salvaguardado, melhorar e desenvolver cuidados domiciliários que já tinham iniciado e que até diminuíram o acesso às urgências mas que tinham sido cortados por falta de verbas, os doentes crónicos daquelas zonas centrais de Lisboa tinham cuidados domiciliários e os mesmos terminaram por falta de dinheiro, quando poupava-se muito dinheiro, eram menos internamentos e menos urgências. Mas não havia dinheiro para o imediato e continuava-se a fazer contas de mercearia. ------------------------------------------------------ ----- Entendia que não se podia cortar direitos àquela população, nem acessos, enquanto não fossem garantidas todas as suas necessidades, dizendo-lhes que não iam ser esquecidas ou desprezadas. ------------------------------------------------------------------------ ----- O Senhor Professor Dr. Constantino Sakellarides, perito em saúde pública e Ex-Diretor da Escola Nacional de Saúde Pública, disse que sobre a saúde em Lisboa já havia muito trabalho feito com muita qualidade, com bom espirito de cooperação entre as várias entidades o que significa que, no futuro, podiam continuar a contar com a boa vontade de todos e com as soluções que melhor servissem a população de Lisboa. ------ ----- Referiu que tinham preparado um retrato sobre a saúde em Lisboa, um excelente documento preparado pela equipe do Senhor Professor António Tavares, que dava a conhecer um retrato atualizado das várias dimensões da saúde na Cidade de Lisboa e que também ajudava a pensar o futuro. Constava naquele documento a grande limitação no que dizia respeito aos cuidados continuados, estando a cidade numa situação de grande necessidade no que respeitava àquele tipo de cuidados de saúde. ------------------ ----- Sublinhou que em matéria de cuidados continuados a Holanda tinha cerca de 4% do PIB dedicados a cuidados continuados, enquanto Portugal tinha menos de meio, e Espanha tinha um pouco mais do que Portugal. Portanto, era obvio que Portugal investia muito pouco em cuidados continuados e que eram cuidados necessários para aquele tipo de pessoas com dependências físicas ou mentais. ----------------------------------------------

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----- Mas que as boas notícias, apesar daquele facto, era que nos últimos seis anos, entre dois mil e cinco e dois mil e onze, Portugal, logo a seguir à Coreia, tinha sido o país que mais aumentou o seu investimento em cuidados continuados. ------------------------------- ----- Disse que nas últimas décadas, a esperança de vida tinham aumentado e muito, e que em Portugal, embora a esperança de vida fosse elevada, aos sessenta e cinco anos as portuguesas tinham uma esperança de vida de 21,8, enquanto as irlandesas e as gregas tinham 20,7, o que se traduzia numa distância interessante, mas que no que dizia respeito à qualidade de vida naqueles anos as notícias já não eram tão animadoras. Enquanto uma sueca aos sessenta e cinco anos tinha catorze anos de esperança de vida com saúde, as irlandesas tinham dez anos de esperança de vida, as espanholas oito, as gregas seis, e as portuguesas cinco anos de esperança de vida com saúde. E aqueles dados não significavam somente fraca qualidade de vida, também significava que o peso sobre os cuidados de saúde num país que não tinha arqueiro suficiente para fazer muito mais era enorme, era substancial. ----------------------------------------------------------------- ----- Existiam vários tipos de procura de cuidados continuados e tinham vários tipos de ofertas, públicas, privadas, sociais, institucionalizadas, ofertas, também, de pessoas mal preparadas, com cuidados a preços acessíveis, mas que não são qualificadas mas que a maioria recorria por não ter alternativa. --------------------------------------------------------- ----- Portanto, tinham que olhar no seu conjunto, aos problemas de acesso, a cada tipo de necessidades para cada tipo de oferta. E aquele conjunto de ofertas teria que persistir. --------------------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Referiu que o grande desafio que existia era que não bastava infraestruturas era necessário criar inteligência no sistema, era necessário criar informação e literacia necessária para reconhecer as necessidades que existiam, que tipo de ofertas, conjugar umas com as outras, orientar as pessoas e estimular para que aquelas ofertas menos qualificadas se qualificassem melhor, e que houvesse informação suficiente que regulasse aquele conjunto de cuidados continuados em conjunto com os cuidados hospitalares. ------------------------------------------------------------------------------------------ ----- Sublinhou que a Colina de Santana tinha de diversificar-se, tinham de atrair pessoas jovens, também, se queriam coesão social, solidariedade entre as gerações, tinham de evitar de segregar as idades, jovens para um lado, menos jovens para outro, devendo olhar, também, para o conjunto de políticas públicas, e para a colina no conjunto do seu ciclo vital, assegurando que as pessoas que tinham dependências, as tivessem num meio propício ao seu bem-estar. ------------------------------------------------- ----- E para terminar, disse que as árvores douradas da floresta não eram seres estranhos, faziam parte e pertenciam à floresta. ------------------------------------------------------------- ----- O Senhor Dr. Jaime Mendes, Presidente da Secção Regional do Sul da Ordem dos Médicos, disse que era necessária a humanização das unidades hospitalares que deviam ser não só vocacionadas para o internamento, mas também para cuidados do ambulatório de proximidade. Mas que os responsáveis ministeriais não mostravam interesse por aquele princípio, sendo o seu objetivo já a alguns anos, apontava somente para a diminuição da despesa numa visão estritamente economicista. ---------------------- ----- Disse que nunca teve conhecimento de nenhum estudo de impacto de acesso da população aos cuidados de saúde, nem das populações atingidas pela decisão da desafetação dos hospitais civis de Lisboa, nem mesmo àquelas que iriam receber o novo hospital, uma unidade de média dimensão, na zona de Chelas- Marvila. ------------------- ----- Tal como muitos, pensava que haveria inevitavelmente, uma mutação no quadro hospitalar que os médicos teriam dificuldade em adaptar-se. --------------------------------

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----- As grandes fortalezas do saber tinham os seus dias contados. A medicina iria abandonar aquelas estruturas responsáveis pelo ensino médico, e iria caminhar para os sistemas em rede, com centros de cuidados multidisciplinares, protocolos globais que tomassem aquilo a ser cargo e mobilizassem os diferentes atores da saúde com a tónica acentuada no ambulatório. ------------------------------------------------------------------------- ----- O futuro estava nas unidades de proximidade viradas para a comunidade, integrando cuidados curativos e preventivos segundo as necessidades da população abrangida. -------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Referiu que eram ali debatidas as consequências para as populações na área dos hospitais sitos na Colina de Santana. Com a sua desativação e transferência de serviços para um hospital na zona de Chelas. ------------------------------------------------------------- ----- A história dos hospitais civis de Lisboa era a história de uma casa de formou e treinou gerações de profissionais de saúde que prestigiaram a cidade e o país, e que sempre se habituaram a trabalhar em rede. Além de serem uma escola de formação, aqueles hospitais continuavam a dar resposta às necessidades das populações da sua área de abrangência, tendo sido feito melhoramentos com o objetivo de garantir uma maior humanização. -------------------------------------------------------------------------------- ----- A destruição daquele património riquíssimo, um património da medicina e da história, de estudo, arquitetónico, e fundamentalmente, da memória histórica do povo de Lisboa, não devia de passar pela cabeça de ninguém no seu perfeito juízo, segundo julgava. ----------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Aqueles temas de enorme importância iriam continuar a ser debatidos, ali, sendo que a Ordem dos Médicos teria muito gosto em continuar a participar com a intervenção de elementos do seu núcleo da história da medicina que, juntamente com outras entidades, tinha feito um trabalho meritoso sobre o levantamento daquele património ameaçado. -------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Disse que o novo hospital era de média dimensão para atender uma população de seiscentos mil habitantes, e com uma diminuição do número de camas, quando Portugal era dos países europeus com 4,1 camas por mil habitantes, enquanto a média na União Europeia era de 7,3 camas. ------------------------------------------------------------------------ ----- Sublinhou o que aconteceria às populações das freguesias da enorme área de influência de S. José, que ia desde o Beato até à Sé, passando pela Freguesia da Graça e de Arroios, ou seja, a população do centro de Lisboa, uma população envelhecida, em muitos casos dependente, com baixo poder económico, portadores de doenças crónicas e que na maioria dos casos necessitava de cuidados continuados, domiciliários e terciários, e sem oferta de cuidados de retaguarda. Por outro lado, a falta de transportes pela inexistência de uma rede de transportes para Chelas, obrigava um habitante da Colina de Santana a uma aventura, com várias mudanças de metropolitana e ainda uma boa caminhada pedestre. --------------------------------------------------------------------------- ----- Referiu que com a destruição daqueles hospitais o centro da cidade ficaria sem hospitais. O exemplo de Paris com os velhos hospitais a funcionar no centro da cidade, era um claro exemplo de como funcionava bem as unidades hospitalares no centro da cidade, bem como Londres. ----------------------------------------------------------------------- ----- A Ordem dos Médicos tinha de ser a parceira do Ministério da Saúde e das suas estruturas, Direção Geral de Saúde e Administrações Regionais de Saúde na definição da política de saúde. A Ordem dos Médicos, no seu artigo 6º, apontava como finalidades essenciais a definição da política de saúde, da organização de serviços, urgências, cuidados hospitalares e cuidados primários, a defesa do Serviço Nacional de Saúde. Infelizmente, não eram chamados para a reorganização de serviços de saúde, nem eram

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ouvidos quando se tratava de encerramentos de serviços e hospitais, e a construção de novos como era o caso do novo hospital de Chelas/Marvila. A Ordem dos Médicos queria e devia, ser chamada para a organização de serviços de saúde, pois a Ordem dos Médicos valorizava as pessoas, o seu compromisso era com os médicos mas, também, com aqueles que utilizavam os serviços de saúde. --------------------------------------------- ----- Para finalizar, disse que os hospitais da Colina de Santana deviam de ficar destinados ao ensino médico e de cuidados de saúde de proximidade, integrados no Serviço Nacional de Saúde e numa rede de cuidados primários, consoante as necessidades da população que iria servir. ------------------------------------------------------ ----- O Senhor Deputado João Magalhães Pereira avisou que iria iniciar-se o período de debate, onde iria intervir o público inscrito. Pediu a atenção que cada um teria o tempo de três minutos para a sua intervenção. -------------------------------------------------- ------------------------------------------ DEBATE ------------------------------------------------- ----- Intervieram no debate, por parte do público presente, os seguintes cidadãos: ------- ----- O Senhor Engenheiro Miguel Santos disse que congratulava-se com aquilo a que tinha assistido por parte das declarações da Mesa, as quais faziam-no, ainda, acreditar que havia muitas pessoas com humanidade, capazes de se abstrair das lógicas economicistas. --------------------------------------------------------------------------------------- ----- Referiu que aquilo que a Organização Mundial de Saúde definia como saúde, no preâmbulo da sua constituição, era que a saúde era um estado completo de bem-estar físico, mental e social, e não, apenas, a ausência de doenças. Assim sendo, como é que era possível sugerir-se que fechar os hospitais já referenciados da Colina de Santana era feito como forma de melhorar os cuidados de saúde das populações. ---------------------- ----- Disse que compreendia a necessidade de reduzir custos e recursos num sistema que possuía recursos monetários finitos. A seu tempo verificar-se-ia que os recursos que os seres humanos dispunham eram na realidade quase infinitos desde que renunciassem ao espartilho monetário a quem prestavam vassalagem. ------------------------------------------ ----- Assim, e reconhecendo que estávamos muito longe do desidrato ideal, propunha que todos os recursos financeiros que viessem a ser libertados pela alienação, ou arrendamento, que devia de ser, apenas parcial, do património, hoje propriedade de todos nós, e que estava confiado à ESTAMO, só pudesse ser revertido para o buraco negro das contas públicas após a satisfação das necessidades de bem-estar físico, mental e social das populações que até à data eram servidas por aqueles equipamentos sociais. ----- Pela sua parte, disse que iria contactar os diferentes Grupos Municipais no sentido de que tudo aquilo pudesse vir a ser subscrito por todos e que pudesse ser realizada uma ação junto da Assembleia Municipal no sentido de sensibilizar o Executivo e a Assembleia da Republica. ------------------------------------------------------------------------- ----- Sublinhou que tendo em consideração a idade média da população daquela colina, no estado de depressão económica em que se encontrava aquela faixa etária, após de sucessivos cortes e da necessidade de apoio económico a filhos e netos, tornava-se claro que o recurso a táxis e à CARRIS, numa colina onde não existia acesso do metropolitano, e considerando os preços dos transportes, era um crime social obrigar aqueles cidadãos a deslocarem-se, naquelas condições, para Santa Maria ou Todos os Santos. ------------------------------------------------------------------------------------------------ ----- Devia de ser ponderada a manutenção de um hospital que mantivesse uma urgência de referência completa para toda a população da Colina de Santana, e de Lisboa em geral, e que fizesse jus ao designativo de Colina do Conhecimento, e promovesse o estudo de eficiência terapêutica nas terapias não convencionais e respetivos custos, tendo em vista um prazo de cinco anos de integração no Serviço Nacional de Saúde das

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que provassem ter eficácia e custos compatíveis com uma nova abordagem conjunta, identificando em documentos de indicação terapêutica quais as que possuíam vantagens comparativas e em que situações. ----------------------------------------------------------------- ----- A passagem de serviços de consulta externa dos fregueses da colina, para os centros de saúde, já existentes, poderia integrá-los após a sua renovação. ----------------- ----- Aproveitamento parcial das antigas enfermarias dos hospitais, ou do hospital que ficasse para remodelar, para integrarem a deficitária rede de cuidados continuados da Cidade de Lisboa. ----------------------------------------------------------------------------------- ----- Também a criação de uma comissão de avaliação conjunta que promovesse a avaliação atrás referida, bem como o encaminhamento dos doentes atendidos na urgência para cuidados externos, consultas externas da junta ou para as terapêuticas não convencional. Aquele processo devia de garantir a escolha livre e o consentimento dos doentes. ----------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Com aqueles passos, estava confiante que poderíamos entrar numa nova era em que as escolhas dos cidadãos eram respeitadas, bem como a lógica do bem comum, mesmo que em detrimento de alguns interesses particulares. ------------------------------------------ ----- A Senhora Maria Regina Salvador disse que o novo hospital tinha sido planeado para servir um conjunto de freguesias de Lisboa, com o custo de oitocentos milhões, e certamente, ultrapassaria os mil milhões, para servir trezentas mil pessoas que, com base naquele pressuposto, já não necessitariam dos antigos hospitais, incluindo os da Colina de Santana, cujos espaços seriam objeto de loteamento, venda e demolições a 80%. --- ----- Mas, todos sabiam que o conjunto de freguesias, que era a área de influência do novo hospital, vinha a perder moradores e somente 50% das suas casas estavam habitadas. Era uma Lisboa desertificada. Mas quando a maioria daquelas casas estivessem habitadas, e a população se elevasse para mais de quinhentas mil pessoas, onde é que estaria um hospital para as servir, perguntou. Estaria destruído e transformado num prédio sem alma, tipo Expo 98, perguntou novamente. Talvez comprado por estrangeiros endinheirados seria, então construído um novo hospital, e onde, tornou a perguntar. Mais um financiamento, mais uma PPP de gestão lucrativa. -- ----- Disse que se queríamos revitalizar e povoar a atual Lisboa, não podiam destruir todos os hospitais. Para além de constituir um verdadeiro atentado ao património, a identidade da cidade, os projetos de loteamento, vendas dos hospitais da Colina de Santana deviam de ser reprovados, ou cancelados. -------------------------------------------- ----- O Senhor Vítor Albuquerque Freire disse que saudava aquela iniciativa da Assembleia Municipal de Lisboa. ---------------------------------------------------------------- ----- Duas pequenas notas sobre as duas primeiras intervenções. Em primeiro lugar referiu que dos quatro hospitais, objetos de loteamento e venda, cerca de metade das suas instalações, do seu edificado, foram erguidos de raiz para hospital, ao contrário do que tinha sido dito. Por exemplo, no Hospital de Santa Marta, o bloco operatório de cirurgia cardio-toráxica, o único do país onde se realizavam transplantes de pulmão, tinha sido erguido de raiz para hospital. No Hospital Miguel Bombarda a maior dos edifícios existentes foram construídos de raiz para psiquiátricos de agudos. Alguns daqueles edifícios eram únicos no mundo e os primeiros a serem construídos com aquelas tipologias. Também no Hospital dos Capuchos se verificava a mesma situação. --------------------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Por outro lado, e em relação à ESTAMO, aquela era uma empresa de capitais inteiramente públicos e estava na dependência do Ministério das Finanças. Portanto, e na realidade, os hospitais não tinham sido vendidos à ESTAMO. Em qualquer momento, o Estado era o proprietário daqueles hospitais e podia fazer uso deles como

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bem entendesse. Tratou-se de uma operação financeira para camuflar o défice, aquele, por acaso, ainda no Governo anterior, tal como todos sabiam. ------------------------------- ----- Sublinhou que em relação ao que ia dizer, fazia dele as palavras de centenas de funcionários do centro hospitalar de Lisboa central, em que muitos deles tinham receio de falar, estavam desmotivados e por isso, não iam ali àquela Assembleia. A promessa objetivo do novo hospital tinha sido, novamente, adiada. Outro concurso de construção da PPP ia ser lançado neste ano, seria verdade, perguntou. Ainda, naquele dia, tinha sido nomeada uma nova comissão que iria reformular o projeto, quer nos seus aspetos financeiros, como no que dia respeito à prestação de cuidados médicos, nomeada pelo Senhor Primeiro Ministro e, sem prazo. O tempo passava e, quando muito, lá para dois mil e dezoito, estaria construído o novo hospital. ---------------------------------------------- ----- Perguntou se a nova PPP incluiria a gestão privada do hospital, pois não se sabia. - ----- Referiu que, para aumentar a confusão, surgiram aqueles projetos de loteamento venda de hospitais, o que era bizarro, pois vendia-se antecipadamente o que iria funcionar durante vários anos. Seria para forçar o seu prematuro encerramento e o desvio dos doentes para o setor destinado a dar lucro, perguntou. Parecia que a prioridade não era a saúde ou a identidade de Lisboa, mas somente o setor imobiliário. ----- O adiamento do novo hospital, a incerteza do seu modelo e a venda dos lotes sem atender ao património, aumentou a instabilidade dos médicos, enfermeiros e outros funcionários do centro hospitalar de Lisboa central. Constituía mesmo uma humilhação para aqueles que, toda a sua vida profissional, dedicaram o seu esforço ao hospital com uma cultura própria de sentimentos e comportamentos. -------------------------------------- ----- A Senhora Isabel Castro Tavares disse que como utente do Serviço Nacional de Saúde, com naturalidade e residência em Lisboa, como amante de Lisboa, como reformada, tinha trabalhado muitos anos em saúde mental no, já falecido, Hospital Miguel Bombarda. ---------------------------------------------------------------------------------- ----- Referiu que se revoltava com aquele projeto de destruição e de encerramento das diferentes unidades de saúde que constituíam o Centro Hospitalar de Lisboa Central, que servia uma população de cerca de trezentos mil habitantes, que viviam numa área considerável de Lisboa, em freguesias que iam desde a Lapa a Marvila. ------------------- ----- Sublinhou a sua indignação a defesa da troca das diferentes unidades com especialidades médicas próprias e serviços altamente especializados por um único hospital feita em nome de diferentes estudos, em nome dos utentes, da melhoria dos cuidados, de uma melhor e mais moderna assistência, de melhores e mais modernas instalações, etc.. Um novo hospital, distante do centro da cidade e da área residencial da maioria dos utentes de uma população maioritariamente idosa. Mas o que mais a revoltava era os ecos que lhe chegavam da assistência do acompanhamento que estava a ser prestado aos ex-utentes do Hospital Miguel Bombarda, quer doentes da consulta, quer doentes do internamento. Onde, como e em que condições estariam agora todos aqueles que estiveram internados, viviam naquele hospital aquando do seu encerramento, perguntou. Seria certamente, um estudo, uma investigação da maior relevância, e com resultados, provavelmente, inquietantes. ---------------------------------- ----- Para a venda do espaço ocupado pelo Hospital Miguel Bombarda, o seu encerramento foi sempre justificado e mediatizado com todas as razões, teorias com práticas de saúde mental adaptadas aos dias de hoje. Denegrindo-se, sempre que possível, a assistência que era prestada no Hospital Miguel Bombarda. E que não se iludissem, foram somente razões político-económicas que ditaram o encerramento daquele hospital, e eram aquelas mesmas razões que estavam, agora, na raiz do futuro, arrasar as diferentes unidades do Centro Hospitalar de Lisboa Central. Todas as

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argumentações, discussões, debates, justificações, cientificas, eram arrasadas quando prevalecia os valores, os interesses económicos e políticos. Era da venda daquele espaço que se tratava e que não se enganassem os utentes do Serviço Nacional de Saúde, nem os do Centro Hospitalar de Lisboa Central, não se enganassem os cidadãos de Lisboa porque não se estava a falar de saúde, mas de negócios. E daquela forma, perdiam os utentes, o Serviço Nacional de Saúde, perdiam todos aqueles que naquelas unidades e ao longo de anos, honraram o Serviço Nacional de Saúde com o seu trabalho, dedicação, saber, vida profissional. Perdia a formação, o ensino de múltiplos técnicos de saúde, perdia a cidade, o património, perdia a história da ciência e da medicina, perdiam todos. Mas quem iria ganhar com aquele negócio, perguntou. --------------------------------------- ----- A Senhora Dr.ª Elsa Soares Jara disse que os hospitais que se pretendia destruir na Cidade de Lisboa serviam, não apenas os habitantes da cidade, mas também todo o país, por serem hospitais de referência em muitas especialidades. -------------------------- ----- No dia seguinte à primeira sessão sobre o tema e naquela Assembleia Municipal, soube-se pela comunicação social do êxito de um transplante de coração, no Hospital de Santa Marta, exatamente um dos hospitais na Colina de Santana que se pretendia destruir, de uma menina transferida do Hospital Universitário de S. João, no Porto. ----- ----- Referiu que ao ler atentamente os relatórios que pretensamente fundamentavam a necessidade de construir um novo hospital em Lisboa, ficou com a profunda convicção de que o diagnóstico, destruição dos hospitais, tinha sido feito para justificar a terapêutica que já tinham decidido instituir, construção de um novo hospital. ------------ ----- Os hospitais que pretendiam destruir eram instrumentos valiosos, não só para a formação médica pós- graduada de elevado nível, mas também para a prestação de cuidados médicos diferenciados à população portuguesa que carecia dos mesmos, e não apenas como já tinham referido, a prestação de cuidados à população da Cidade de Lisboa, na pura lógica de mais um hospital regional, tal como o novo hospital que pretendiam construir. ------------------------------------------------------------------------------- ----- Disse que em relação á Maternidade Alfredo da Costa, tinha sido noticiado que a entidade reguladora da saúde, no seu relatório, referia que para instalar rampas de oxigénio, que não eram mais do que tubos de diâmetro reduzido, colocados externamente ao longo das paredes, para canalizar o oxigénio, dada a dificuldade em ultrapassar barreiras arquitetónicas do edifício, seria necessário investir centenas de milhares de euros. Ora, a necessidade de administração de oxigénio nas enfermarias da Maternidade é uma exceção, mas se houvesse necessidade, bastava existir em cada enfermaria um cilindro de oxigénio para que todas as situações de administração do mesmo, ficassem asseguradas. -------------------------------------------------------------------- ----- No Hospital Pulido valente, onde trabalhava, e também planeado para encerrar, depois de gastos milhões de euros em edifícios e equipamentos novos, onde estava incluído um novo bloco operatório, com várias salas prontas a serem utilizadas, encerrava-se o serviço de cirurgia e transferiam-se os médicos-cirurgiões para o Hospital de Santa Maria, onde não iam poder operar com regularidade. Mas continuava-se a planear a construção de um novo hospital na Cidade de Lisboa. ----------------------- ----- A verdade, era que os hospitais que pretendiam destruir tinham boas condições para garantir qualidade assistencial e conforto aos doentes, e o investimento necessário para melhorias de casos pontuais não podia justificar nunca a sua destruição. ------------ ----- Parecia-lhe claro que o que se pretendia, verdadeiramente, era servir outros interesses, nomeadamente, a abertura de espaço para o negócio privado da saúde, desarticulando o Serviço Nacional de Saúde, e favorecer o negócio das grandes empresas de construção e a especulação imobiliária. ------------------------------------------

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----- Assim, apelava aos deputados daquela Assembleia para que travassem aquele processo, permitindo que aquele assunto pudesse vir a ser seriamente reavaliado. ------- ----- A Senhora Fátima Ferreira de Matos disse que estavam ali todos para debater, essencialmente, a promoção da saúde dos cidadãos. E referia-se ao Hospital Miguel Bombarda ter sido fechado com a justificação que o modelo de assistência aos doentes residentes era inadequado, embora muitos doentes frequentassem ateliers e atividades variadas. Aquele hospital prestava cuidados a doentes em tratamento ambulatório, tendo serviços diferenciados e com várias valências. ------------------------------------------------- ----- Mas, disse, o hospital foi encerrado e passado todo aquele tempo questionava-se se, até à data, tinha sido feito o balanço do seu encerramento. E qual o impacto que o seu encerramento tinha tido nos doentes e nos cidadãos que procuravam os seus serviços diferenciados. Que condições viveriam os doentes residentes, atualmente, e que cuidados de saúde eram-lhes prestados, perguntou. Que benefícios houve para aqueles doentes, tornou a perguntar. ----------------------------------------------------------------------- ----- No atual contexto socioeconómico e político, reestruturar as suas instalações e adaptá-las às necessidades dos cidadãos, ou seja, se o Estado e os cidadãos e a Cidade de Lisboa ficariam convenientemente beneficiados com a criação de, unidades de saúde continuadas, unidade de apoio a idosos, residência, unidade de reinserção social para pessoas em situação de sem-abrigo, hospital DIA, comunidade, unidade para toxicodependentes e outros, para além da promoção do atual museu alargado para Museu de Psiquiatria e das Neuro Ciências com todo o acervo do Hospital Miguel Bombarda, e também da promoção da existência de um polo cultural. --------------------- ----- E terminou, dizendo: “Nenhum problema pode ser resolvido pelo mesmo estado de consciência que o criou”. -------------------------------------------------------------------------- ----- O Senhor Dr. Carlos Ventura disse que nos últimos anos era elemento da Comissão Técnica Consultiva que laborava na Direção Geral da Saúde para a regulação das terapêuticas não convencionais e que, desde aquele dia, porque tinha sido anunciado naquele dia pelo Ministério da Saúde, era membro do Conselho que constava da lei, aprovada no ano anterior, para a regulamentação da lei para as terapêuticas não convencionais. --------------------------------------------------------------------------------------- ----- Referiu que a desertificação do centro de Lisboa era uma realidade e era, pessoalmente, uma grande dor. ------------------------------------------------------------------- ----- Disse que num momento em que o Estado Central tinha menos meios para a saúde, para a população e para o Sistema Nacional de Saúde, compreendia-se que fossem as autarquias a tomar medidas complementares que conseguissem prover aqueles meios. Aliás, era uma situação que já estava a acontecer há anos, pelo país, em que, no caso especifico das terapêuticas não convencionais, eram as autarquias que disponibilizavam aqueles serviços, quer ao nível das Câmaras Municipais, quer ao nível das Juntas de Freguesia. -------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Sublinhou que aquela seria uma boa maneira de aqueles serviços serem continuados e aprofundados, até por estava, exatamente, a fazer um caminho paralelo com o que estava a acontecer na Assembleia da Republica que, no ano anterior, tinha aprovado aquela lei, com os Ministérios da Saúde, da Educação, do Trabalho, com Secretarias de Estado, portanto, estava a acontecer um processo de regulamentação e de aplicação, aliás a lei entrava em plena aplicação dali a um mês e pouco, pelo que aquela proposta fazia todo o sentido e com certeza a população iria agradecer. ------------------- ----- O Senhor Dr. José Faro disse que fazia dele algumas palavras proferidas pelo Dr. Carlos Ventura, aliás, tal como ele, pertencia à comissão que assegurava o Ministério da Saúde em matéria de regulamentação das medicinas não convencionais. Estava ligado a

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uma escola que em meados dos anos noventa dava formação de cinco anos, em tempo integral, com quatro anos de estágio, em medicina chinesa, mais, ou menos, dentro do bom padrão internacional. ------------------------------------------------------------------------- ----- Referiu que se de facto iriam ficar espaços disponíveis dentro daquele contexto, e se de facto a população envelhecida e carente daquela zona precisava de apoio, o próprio conjuntamente com a escola de medicina tradicional chinesa, vinham a reunir ao longo dos últimos anos com autarquias, com misericórdias, e até com empresas no âmbito de apoio às populações envelhecidas e carentes com meios que não tinham qualquer tipo de custos. ---------------------------------------------------------------------------- ----- Portanto, se por acaso fosse útil considerava que tinham experiência para rapidamente e com eficácia, poderiam integrar serviços de cuidados de saúde, eventualmente, preventivos, mas também, curativos. ----------------------------------------- ----- Estavam disponíveis para isso e gostaria que fosse agenda pela Assembleia Municipal de Lisboa a discussão daquela matéria para a qual estavam inteiramente disponíveis, através de documentação e toda a informação que julgassem ser necessária. --------------------------------------------------------------------------------------------------------- ----- A Senhora Deputada Municipal Sofia Oliveira Dias disse que no dia seguinte ao despacho que designou a equipa projeto incumbida do aprofundamento e atualização dos pressupostos em que até agora se tinha baseado o denominado hospital oriental, tendo em vista o relançamento do projeto da respetiva construção, era apropriado elencar as razões que estavam na sua origem. -------------------------------------------------- ----- De uma parte verificava-se, relativamente ao Centro Hospitalar de Lisboa Central, uma desadaptação estrutural, custos elevados de manutenção e dificuldade de acesso que exigia obras sucessivas em conventos medievais localizados no centro histórico, na proximidade do Hospital de Todos os santos e que o substituíam, em regime de urgência, aquando da sua destruição pelo terramoto, em mil setecentos e cinquenta e cinco. -------------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Por outro lado, existe a necessidade de racionalizar a oferta de camas de cuidados hospitalares diferenciados, na área sul do país tornada excedentária com a conclusão da primeira fase do Plano de Reorganização da Rede Hospitalar, e que era consequência da entrada em funcionamento dos novos hospitais de Cascais, Vila Franca de Xira, Loures e do futuro Hospital de Lisboa Oriental. --------------------------------------------------------- ----- Disse que com efeito, os estudos efetuados contavam para os benefícios assistenciais, económicos e financeiros da construção do novo hospital visto que Lisboa era a cidade do país com os hospitais mais antigos e degradados. --------------------------- ----- Por outro lado, o ensino universitário iria continuar a ser assegurado pelo Hospital Lisboa Oriental ao abrigo de uma colaboração estreita entre o Ministério da Saúde e a Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Nova de Lisboa, que criará o novo Hospital Universitário da cidade, dotado de um centro de ensino e um centro de investigação, um auditório e salas de aula. ------------------------------------------------------ ----- Sublinhou que não deveria ser ignorado o facto de cem mil habitantes das freguesias da zona oriental do Concelho de Loures serem atendidos, até à construção do Hospital de Lisboa Oriental, no Hospital de S. José, um facto que raramente era referido. Já que de acordo com o previsto no mapa de reorganização das novas unidades de saúde da Área Metropolitana de Lisboa, o Hospital Beatriz Ângelo, o novo Hospital de Loures, já tinha esgotado a sua capacidade. ------------------------------------------------- ----- Referiu que era escandaloso o encerramento de salas do bloco operatório dos hospitais de S. José e dos Capuchos, estando prevista a construção para breve de um

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novo Hospital Oriental de Lisboa, destinado a substituir em grande parte, aquelas velhas instalações. Porque não esperar até haver melhores condições, perguntou. ---------------- ----- Paralelamente, tendo o Serviço Nacional de Saúde atingido, amplamente, e excedido os objetivos que precediam à sua criação, como marco fundamental do Estado de Direito Democrático, não devia de ser ignorado o legítimo anseio dos seus doentes de à qualidade exemplar da prestação de cuidados de saúde, juntar, também, o mesmo grau de exigência e de condições ao nível das amenidades e das instalações logísticas. Disse que ignorar sistematicamente, aquela variável e por vezes parecia uma ideia que perpassava na dicotomia Centro Hospitalar Lisboa Central/Hospital Lisboa Oriental era escancarar à escolha dos hospitais privados pois, havendo escolha, os doentes já não aceitavam hospitais sem conforto. ---------------------------------------------------------------- ----- Por fim, disse que gostaria de saber, e colocava a questão ao Senhor Dr. Jorge Penedo, no que dizia respeito à área de influência, perfil assistencial, projeção de atividade assistencial, requisitos dimensionamento, fundamentação económica e viabilidade financeira do projeto de construção do Hospital de Lisboa Oriental, se antecipavam-se alterações substanciais face aos estudos que ao longo dos anos já tinham sido levados a cabo e que em dois mil e oito tinham conduzido à decisão de optar pela construção do novo hospital. ---------------------------------------------------------------------- ---- A Senhora Ana Ribeiro disse que falava-se muito do fecho daqueles hospitais mas muito pouco, ou nada, de falava da abertura do novo hospital, O Hospital de Todos os Santos, o que era preocupante. Parecia obvio que o fecho dos hospitais estaria dependente da abertura do novo hospital, mas não via isso devidamente assumido por parte do Governo. ----------------------------------------------------------------------------------- ----- Assim, perguntou ao Dr. Jorge Penedo qual seria a data prevista para a abertura do novo hospital, e qual era a garantia dada, por parte do Governo, de que os atuais hospitais não iriam fechar enquanto o novo não estivesse em funcionamento, não colocando, assim, em risco o acesso da população a serviços de saúde públicos. --------- ----- Perguntava, igualmente, quantas camas iriam ser encerradas. Pois, tinha ouvido falar em mil e quatrocentas camas, pelo que gostaria de saber o número exato. E quantas camas estariam disponíveis no novo hospital. -------------------------------------------------- ----- Gostaria, também, de saber se existia algum plano de mobilidade que permitisse o acesso da população carenciada, ou com mobilidade reduzida, ao Hospital de Todos os Santos, nomeadamente, para toda a população que atualmente utilizava os hospitais da Colina de Santana. ---------------------------------------------------------------------------------- ~ ----- E, por último, perguntou se os cuidados de saúde primários seriam reforçados naquela zona da cidade. ---------------------------------------------------------------------------- ---- O Senhor Nuno Franco na qualidade de mediador comunitário do Bairro da Mouraria, disse que toda a população do Bairro da Mouraria sempre que necessitava de cuidados médicos, se deslocava ao hospital de S. José. Mas que o Hospital dos Capuchos também era frequentado no que dizia respeito às consulta de oftalmologia. -- ----- Era normal frequentarem os hospitais pois, e principalmente aos fins de semana, não existia um Centro de Saúde aberto, quando muito o Centro de Saúde da Lapa, o qual ficava bastante longe. Pelo que era mais fácil deslocarem-se ao Hospital de S. José. --------------------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Nem sempre conseguiam consulta para o médico de família, apesar de se deslocarem pelas sete da manhã, quer ao Centro de Saúde de S. Nicolau, quer ao Centro de Saúde da Graça. ---------------------------------------------------------------------------------- ----- Referiu que o Bairro da Mouraria tinha sido objeto de grandes transformações nos últimos anos, e preocupavam-se com o facto de aqueles hospitais encerrarem. -----------

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----- Trabalhava com muitas associações, eram cerca de catorze as que estavam a fazer desenvolvimento comunitário, associações que trabalhavam com grupos de risco, com a população em geral, e em diversos níveis, e preocupava-os o fecho daqueles hospitais, onde as pessoas recorriam não só para consultas de urgência, também recorriam para realizar as consultas correntes. -------------------------------------------------------------------- ----- Sublinhou a importância daquelas consultas públicas, dos debates, mas que devia de haver uma maior preocupação realizando mais reuniões descentralizadas e estar mais próximos das pessoas, percebendo as suas preocupações e necessidades, escutando-as, sobretudo. -------------------------------------------------------------------------------------------- ----- O Senhor Deputado Municipal Rui Paulo Figueiredo no uso da palavra, disse que contrariamente à maioria das intervenções, tinha mais dúvidas do que certezas em relação àquele processo. Entendi que tinha-se que racionalizar os custos despendidos nos atuais edifícios que tinham a sua utilização hospitalar, confessava, por outro lado, que não estava totalmente convencido quanto á necessidade de os desativar totalmente, e se não havia nenhuma possibilidade de manutenção e de coabitação com o novo Hospital de Todos os Santos. ---------------------------------------------------------------------- ----- Pareceu-lhe, com uma ou outra exceção, que a construção de um novo hospital na zona oriental fosse desativando os antigos hospitais. Por outro lado, confirmou que há já vinte anos que já estava consagrado no PDM da Cidade de Lisboa, e que já tinha sido ali referido que desde mil novecentos e oitenta e três, oitenta e quatro, já se falava daquele assunto. ----------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Referiu uma outra dúvida que se lhe colocava e que tinha a ver com o acesso a Marvila se aquele tinha boas redes viárias, e que de facto tinha grandes problemas ao nível dos transportes, talvez por aquela razão o próximo debate que iam fazer era por causa dos transportes na Cidade de Lisboa o que era algo preocupante e que tinha de ser referido. ----------------------------------------------------------------------------------------------- ------ O que gostaria de perguntar e até para concluir, era relativamente às datas da desativação daqueles hospitais e a relação com o novo hospital e achava que aquela matéria era absolutamente relevante. Porque falava-se na manutenção de Santa Marta e de S. José, mas existia uma omissão em relação a outro tipo de equipamentos. E o que assistiam era à progressiva desativação, a venda e o desmantelamento. E como há vinte anos tinham os estudos, tinham o PDM, mas que se vinha a atrasar ao longo dos anos, e só gostava de ter a garantia que nenhum dos equipamentos que estava em funcionamento seria desativado enquanto não tivéssemos o novo hospital. E que se calhar a ponderação daquela desativação devia de ser depois da construção do novo hospital. ----------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Com aquele debate achava ser necessário mudarem a forma como os projetos davam entrada na Câmara. E o segundo aspeto era que tinham muito boas ideias para alternativas de funcionamento que achava que deviam aprofundar para futuros debates para que não ficassem presos à lógica que estava proposta de comércio, habitação de luxo, porque achava que havia ali boas ideias de medicinas alternativas, cuidados continuados eram temas que deviam de explorar a bem da Cidade de Lisboa. ------------ ----- O Senhor Vereador João Carlos Afonso no uso da palavra disse que iria falar ali de duas notas, um era o pedido de informação prévia apresentado pela ESTAMO, e que tinha originado aquele debate, e que era a atual proprietária daqueles hospitais, apresentados à Câmara e que não tinham sido, ainda votados e aprovados mas que eram pedidos de informação prévia para operações urbanísticas naqueles territórios da Cidade de Lisboa. E por isso colocava a questão de qual seria a figura que se colocaria perante

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uma operação daquela dimensão, numa dimensão tão grande de território e com tanto património. ------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Não colocava em causa a necessidade de um novo hospital em Lisboa, não tinha conhecimento para avaliar, mas acredita que fosse necessário, nomeadamente na zona oriental de Lisboa. Com certeza que a população da zona histórica de Lisboa, com certeza que necessitava de um novo hospital, mas também a população da zona oriental necessitava de um. ---------------------------------------------------------------------------------- ----- Aqueles pressupostos não inibiam de colocar em causa a solução que foi colocada e que não tinham discutido oportunamente e que era qual era o modelo que era ali colocado, fechavam todos os hospitais na zona central e abriam um na zona oriental, sendo que o financiamento do novo hospital era conseguido pelo fecho e pela alienação dos terrenos dos antigos hospitais. Que valor é que seria conseguido com a venda daqueles terrenos e qual era a percentagem que se esperava conseguir com aquela operação, perguntou. Talvez não valesse a pena vender tudo. Seria bom ver caso a caso sobre vantagens e desvantagens da venda e da vantagem da venda e da manutenção, ou seja, relação custo/benefício. ---------------------------------------------------------------------- ----- A Câmara de Lisboa colaborava com a ARSL há já vários anos, tinha feito uma carta de equipamentos, aprovada em junho de dois mil e nove, e naquela carta de equipamentos obviamente partia do pressuposto do Hospital Oriental de Lisboa, mas também tinha outros pressupostos, um deles era os Centros de Saúde em diversos territórios da cidade, obviamente que naquela carta esta também contemplado a unidade de saúde que esperava que abrisse em breve no Martim Moniz, e também contemplava a necessidade de cuidados continuados, já referida. Sendo que as necessidades de cuidados continuados na Cidade de Lisboa não eram dramáticas, mas havia uma carência estimada de mil e duzentas camas de cuidados continuados em Lisboa. -------- ----- Para encerrar, deixava ali uma recomendação era que a Colina de Santana também fosse uma oportunidade para a instalação de contrapartidas de equipamentos públicos e que os dois mil metros quadrados fossem ampliados e que tivessem como objetivo os cuidados continuados integrados, e que aquela fosse uma preocupação da ARSL e do Ministério da Saúde. -------------------------------------------------------------------------------- ----- O Senhor Pedro Paulo Mendes disse que, na qualidade de representante dos cidadãos de Lisboa, julgava do senso comum que não poderia existir uma reforma hospitalar sem a existência prévia de uma carta hospitalar que servisse de guia. --------- ----- A maioria dos Senhores Deputados ali presentes, desconheciam que naqueles debates estavam a discutir as consequências de uma reforma hospitalar que estava a ser implementada sem a existência de uma carta hospitalar aprovada. Não existia nenhum documento fundamentado resultante de um consenso alargado entre instituições profissionais e entidades interessadas um contributo indispensável para a organização de uma carta hospitalar. Estavam apenas publicadas estratégias, pareceres e contributos, projetos e propostas mas sem consenso para um documento único e coerente. ----------- ----- Apesar da existência de um projeto oficialmente, aprovado, formulou-se a partir de mil novecentos e noventa e três uma reforma que estava a ser metodicamente implementada. --------------------------------------------------------------------------------------- ----- As alterações estruturais em curso caraterizavam-se por uma mudança de paradigma do Serviço Nacional de Saúde em que deixava de ser um projeto social da comunidade para se transformar em mercadorias, um negócio em que as parcerias público-privadas se assumiam como intermediários privilegiados com proveitos garantidos e contratos protegidos. ----------------------------------------------------------------

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----- Sublinhou que apesar de ser apresentado como uma reforma apenas traduzia um projeto redutor com o objetivo assumido de redistribuição das camas dos antigos hospitais para os novos hospitais em regimes de PPP. Um projeto idealizado por gestores financeiros, desconhecedores da medicina nem preocupados com os efeitos colaterais resultantes da destruição de serviços de cuidados saúde, desprestigiando, igualmente, o Serviço Nacional de Saúde. ------------------------------------------------------ ----- Assim propunham que os Senhores Deputados interviessem junto do Ministério da Saúde para que fosse suspensa a implementação da reforma em curso que se concretizava sem projeto aprovado, e que se aprovasse um PDM para reformulação da rede hospitalar de Lisboa e que resultasse de um consenso alargado. --------------------- ----- A Senhora Maria Augusta Sousa disse que era enfermeira e que tinha trabalhado nos hospitais civis de Lisboa, estava aposentada. ---------------------------------------------- ----- Pediu informação sobre a carta hospitalar porque sem a mesma dificilmente poderiam trabalhar, as implicações para os cidadãos daquela colina, e que perspetivas para o Centro Hospitalar Oriental de Lisboa. --------------------------------------------------- ----- Disse que uma das questões que gostaria de colocar ao Dr. Jorge Penedo era perceber para as pessoas daquela colina qual era a percentagem, dentro dos 14% que ocorriam ao Hospital de S. José, que ocorriam a S. José. Porque na proposta que tinha tido a oportunidade de ler no que dizia respeito à Colina de Santana, documento estratégico, não havia qualquer referência a nenhuma possibilidade, nem sequer de uma urgência básica. O que significava que as situações agudas que não necessitariam de chegar a uma urgência polivalentes não iriam ter uma resposta de proximidade. --------- ----- Referiu que a segunda nota que gostaria de levantar era relativamente à necessidade de uma discussão clara sobre como podiam ser aproveitadas muitas das estruturas existentes hoje, no qual se investiam o erário público no que dizia respeito aos cuidados continuados integrados e à melhoria dos cuidados de saúde primário. Havia estruturas que podiam, claramente, ser aproveitadas. ----------------------------------------------------- ----- Por último, e como o Professor Jaime Branco tinha colocado como proposta o Museu dos Hospitais Civis de Lisboa, gostaria de sugerir, ou que fosse aquele nome, ou que fosse Museu dos Cuidados Hospitalares, mas que não fosse o Museu da Medicina porque a história daquele complexo que todos ali falavam era uma história que envolvia um património de crescimento de saber e de conhecimento não só da medicina, mas de um conjunto de profissionais que foram tendo a possibilidade de desenvolver em torno daquilo que era os cuidados de saúde aos cidadãos, nomeadamente cuidados hospitalares, onde se englobava o primeiro centro de formação profissional para enfermeiros que tinha sido em S. José. ---------------------------------------------------------- ----- O Senhor Durão Carvalho disse que estavam habituados a que o Ministério da Saúde fechasse instituições, e que naquele processo ali em discussão havia também o negócio imobiliário e que a crise atual justificava tudo e mais alguma coisa. ------------- ----- Referiu que o Plano Diretor Regional, e perguntava se a Câmara Municipal de Lisboa conhecia aquele plano, que por acaso tinha sido elaborado quando o Partido Socialista estava no Governo. E se sabia quais eram os hospitais que aquele plano indicava como substituídos. ----------------------------------------------------------------------- ----- O Plano Diretor Regional era o documento único, atualmente existente, coerente e global sobre a rede hospitalar da região de Lisboa e Vale do Tejo. Perguntava porque era que aquele plano não era conhecido. Tinha sido elaborado um documento para discussão pública não chegando à discussão pública porque o Governo na altura tinha saído de funções, o plano tinha sido elaborado quando a Dr.ª Ana Jorge era Presidente da ARSL e tinha havido uma equipe técnica que o acompanhou durante cerca de um

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ano. Não era, propriamente um documento elaborado por alguns curiosos e nem sequer era um documento para responder, como o Ministério da Saúde já o tinha feito, a necessidades e projetos imediatos. Pelo que considerava um documento sério, com pressupostos sérios e que dificilmente alguém discordava. ----------------------------------- ----- Sublinhou que aquele plano previa a construção de hospitais na periferia de Lisboa e manter as referências na Cidade de Lisboa, devendo ficar em Lisboa três grandes hospitais, sendo que se o Hospital de S. José fosse fechado seria cometido um erro grave. -------------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Disse que aquele Plano Diretor Regional já tinha sido concretizado em alguns aspetos, foi construído o Hospital de Loures e de Cascais, mas, por exemplo, o Hospital de Sintra não foi construído, o Hospital Pulido Valente não devia ser desativado e tudo aquilo estava acontecer. ---------------------------------------------------------------------------- ----- Para terminar, disse que a reestruturação da rede hospitalar não se podia fazer com base em opiniões mas sim sobre estudos tecnicamente suportados. Podiam ter opiniões mas certamente que as mesmas seriam opiniões ideológicas que reduziam a capacidade do Serviço Nacional de Saúde dando lugar a serviços privados. ----------------------------- ----- A Senhora Teresa Saimel disse que era apenas uma pergunta ao Senhor Dr. Jorge Penedo, disse que o mesmo tinha sido nomeado pelo atual Ministro da Saúde, em agosto de dois mil e onze, para uma comissão de reforma hospitalar com objetivo da reorganização da rede hospitalar com uma concentração de serviços e redução de custos e como no seu discurso não tinha referido nenhum montante financeiro, e os objetivos eram claros no despacho da sua nomeação, conjuntamente com mais dez elementos, perguntou quais eram os orçamentos atuais dos hospitais que se pretendiam encerrar, e quais eram as previsões de redução de custos. Seria bom que os números existissem para que as coisas fossem mais claras. ----------------------------------------------------------- ----- O Senhor Deputado Municipal Fernando Nunes da Silva disse que independentemente da política de saúde ser definida na Assembleia da Republica, a Câmara Municipal de lisboa não podia estar alheia de uma questão tão importante quanto aquela que ali se discutia e não podia colocar o problema que lhe tinha sido colocado pela ESTAMO como se tratasse de um promotor imobiliário sobre o qual se aplicava cegamente os índices do PDM. --------------------------------------------------------- ----- Em segundo lugar, disse que independentemente da discussão politica que aquele assunto viesse a ter, quer na Câmara, quer na Assembleia Municipal, havia duas coisas essenciais, que não houvesse alienação dos terrenos dos hospitais que estavam em funcionamento enquanto o novo hospital não estivesse a funcionar, porque a partir do momento em que os terrenos fossem alienados era muito difícil fazer qualquer reversão daquelas opções, e que el qualquer dos casos fosse garantida a existência de serviços de saúde de proximidade naquela zona, porque não era alternativa nenhuma a existência do hospital na zona oriental e que as pessoas poderiam deslocar-se àquele. ------------------- ----- Em terceiro lugar, era avaliar as necessidades de camas para cuidados continuados e a possibilidade de afetar alguns daqueles equipamentos àquele tipo de serviço bem como ver com as Faculdades de Medicina de Lisboa de que forma podiam aproveitar ao nível da investigação e de desenvolvimento porque havia muito equipamento que não ia ser utilizado no novo hospital e que podia ter outro tipo de utilidade. ---------------------- ----- Por último, disse que a localização para o novo hospital tinha problemas de acessibilidade, pelo menos tinha, até à três meses atrás, quer em transporte individual, quer em transporte coletivo, e que iam constituir um problema extremamente, grave para aquela zona da cidade, e há três meses atrás não havia uma solução decente que resolvesse aquele problema. -----------------------------------------------------------------------

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----- O Senhor Deputado Municipal Magalhães Pereira no uso da palavra, agradeceu a todos os intervenientes e afirmou que estavam vinte minutos atrasados, pelo que dava rapidamente a palavra à Mesa para as respetivas respostas. ---------------------------------- ----- Terminadas as intervenções do público, os oradores convidados usaram novamente da palavra para responder às questões que foram colocadas ao longo do debate. -------- ----- O Senhor Dr. Jaime Mendes, respondeu que a reforma hospitalar não podia estar separada da reforma da saúde, era importante estar ligada aos centros de saúde, e pensar seriamente se eram aqueles hospitais que iriam ficar para o século XXI, era aquele tipo de hospitais que todos queriam, perguntou. ----------------------------------------------------- ----- Depois todas aquelas propostas apareciam já feitas, tudo decidido, pelo que era difícil em qualquer tipo de intervenção. Não havia interesse em cuidados continuados em Lisboa, e pessoalmente achava que não havia cuidados continuados no país, até porque os ministérios eram adversos aos hospitais de retaguarda, e não sabia a razão. -- ----- Antes de iniciarem a construção do novo hospital sugeriu que falassem com as populações, que vissem se os acessos estavam assegurados, se o Rock in Rio iria continuar naquela zona, pois seria uma alegria para os doentes, que pensassem em tudo antes de iniciarem a construção. ------------------------------------------------------------------ ----- O Senhor Professor Dr. Constantino Sakellarides, respondeu que havia duas questões e que a primeira tinha a ver com o novo hospital e a sua inserção na rede regional e nacional dos hospitais, uma questão complexa, interessante e que interessava aos lisboetas, a outra questão era como tirar partido daquela oportunidade para beneficiar os cidadãos de cuidados de proximidade, de melhor qualidade e de melhor quantidade. E em relação á segunda questão havia uma coisa em falta, e que era uma estratégia de saúde para a Cidade de Lisboa. Porque não se podia partir de planeamento de edifícios para a saúde, pelo contrário, tinham de inserir o plano dos edifícios naquilo que era a perceção do que a cidade precisaria em termos de cuidados de saúde. ---------- ----- E o que faltava naquela discussão era o plano estratégico para Lisboa e especificamente para a zona intervencionada, e era importante porque havia já trabalho feito que permitia a curto prazo terminar aquele esforço para que os habitantes de Lisboa se reconhecessem naquelas propostas, naqueles objetivos e então sim sobre isso decidir como utilizar melhor as infraestruturas existentes. ----------------------------------- ----- A Senhora Dr.ª Pilar Vicente, respondeu que a construção de o novo hospital era feita com uma ameaça surda aos profissionais dos hospitais civis de que só um terço caberia no futuro hospital e que os restantes iam para a rua, ficariam desempregados, para além do que se iam reformar. Era uma situação que em termos sindicais não podia deixar de referir porque havia o encerramento de vários setores e com o desemprego existente iria causar um problema dramático, para além daquilo que se tinha apercebido da necessidade que aquela população tinha de Lisboa, porque era o centro de Lisboa todo, não era somente a Colina de Santana, era uma população com dificuldades económicas mas também com dificuldades de mobilidade. ---------------------------------- ----- Entendia que a população de Lisboa merecia que se tratasse dela e com algum cuidado, pelo que aquilo não podia ser feito “em cima do joelho”. ------------------------- ----- Afirmou que já tinha sido feita três inaugurações do novo hospital, já se tinham lançado três pedras, já lá tinha ido o Coro do Hospital de S. José cantar por duas, ou três vezes, comidas e bebidas, gastando-se algum dinheiro naquilo. E continuava-se com empresas privadas a fazer estudos e a dar passeios à Holanda para estudar como é que eram feitos lá os hospitais, ao invés de se estudar a realidade portuguesa e aquilo que era necessário. --------------------------------------------------------------------------------------------

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----- O Senhor Dr. Jaime Branco respondeu que quanto ao comentário que lhe tinha sido dirigido disse que não tinha proposto nenhum Museu da Medicina, tinha proposto apenas um museu que preservasse, estudasse, arquivasse e mostrasse a realidade e o património do Centro Hospitalar de Lisboa Central, ex-hospitais civis de Lisboa, ex-hospitais anexos ao Hospital de S. José. E estava de acordo com os comentários feitos pela Senhora Enfermeira Maria Augusta Sousa. ----------------------------------------------- ----- Para finalizar, disse que desde junho em que foi inaugurado o polo de investigação da Faculdade de Ciências Médicas foram abordados por várias empresas de desenvolvimento e de biomedicina e biotecnologia que procuravam alojar-se, ou nas instalações, ou junto das instalações, devido à sinergia que a investigação podia oferecer àquelas empresas, e vice-versa. Uma delas já estava instalada numa parte das instalações porque procurava desenvolver métodos de diagnóstico rápido à cabeceira do doente. Uma outra empresa, que não era bem uma empresa, era uma organização não-governamental, sem fins lucrativos, que fazia investigação ao nível da utilidade que tinha, por exemplo, por telemóveis, e outros meios de comunicação, na vigilância de idosos, avisava quando aqueles caiam e quando tinham outro tipo de problemas. -------- ----- Aquelas empresas junto da universidade podiam desenvolver-se muito melhor, e a universidade também se podia desenvolver muito melhor se tivesse aquelas empresas junto delas. ------------------------------------------------------------------------------------------- ----- O Senhor Dr. Jorge Penedo respondeu que era cirurgião formado e a trabalhar no Hospital dos Capuchos e a fazer serviço de urgência no Hospital de S. José. Portanto, aquela era uma realidade que não conhecia de papéis, conhecia do dia-a-dia e da sua vivência de mais de vinte anos naqueles hospitais. -------------------------------------------- ----- Provavelmente o Hospital Oriental de Lisboa e a temática que ali estavam a falar, correspondia ao hospital mais debatido em Portugal e há mais tempo. Aliás agradecia à Senhora Enfermeira Bastonária a sua informação que era até mais tempo do que aquilo que se dizia, portanto, já vinha dos anos sessenta. --------------------------------------------- ----- E desafiou os presentes a encontrarem um relatório que falasse da não necessidade daquele hospital, ou seja, todos os documentos oficiais públicos, feitos ao longo dos anos, eram no sentido da questão do Hospital Oriental de Lisboa. -------------------------- ----- Referiu que felizmente que aquele debate era feito na Assembleia Municipal e pensava ser do interesse da própria Assembleia Municipal perceber o que ali se estava a debater, porque se havia tanto interesse nas populações da Colina de Santana, e acreditava que assim fosse, mas poderia perguntar se em sede de Assembleia Municipal as freguesias de Marvila, ou dos Olivais, ou do Areeiro, o que é que preferiam, perguntava. Preferiam na zona de proximidade, ou preferiam continuar a ir aos antigos hospitais, perguntou. Porque aquele era um debate de Lisboa, não era só um debate de uma ou duas freguesias. ---------------------------------------------------------------------------- ----- Quanto á qualidade dos serviços, disse que por vezes era necessário transferir doentes e que os mesmos eram transportados numa ambulância que percorria cinquenta metros, achavam que aquilo era qualidade, perguntou. Por vezes os maqueiros ao transferir doentes tinham de ir com chapéu-de-chuva, achavam que era qualidade, tornou a perguntar. E aquela era a realidade dos hospitais civis, portanto era necessário entender do que se estava ali a falar. ------------------------------------------------------------- ----- Relativamente aos cuidados continuados, recordou aos presentes, que aqueles cuidados não eram iniciativa do Estado. O Estado não construía cuidados continuados, o Estado apoiava cuidados continuados. No último projeto para a construção de várias unidades elas foram apoiadas. E o que estava acontecer era a abertura paulatina daquelas unidades. O curioso era que não existia procura para cuidados continuados na

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zona de Lisboa, na Colina de Santana, quantas propostas é que havia em cima da mesa para cuidados continuados, perguntou. Era casas velhas, a necessitar de intervenção, e os poucos que podiam fazer propostas não as faziam. ---------------------------------------- ----- Sublinhou que não deviam de confundir a qualidade de prestação de cuidados com o local onde o mesmo era exercido. O que tinham de ter era unidades de cuidados modernas destinadas a cuidados de saúde e manter o património daqueles edifícios, isso é que era importante, não tinha era de ser com o mesmo usufruto que tinham nos últimos anos. ----------------------------------------------------------------------------------------- ----- E esclareceu o Dr. Jaime Mendes que quando colocou a bicicleta, a mesma estava no slide que dizia que era preciso preservar cuidados de proximidade, e não estava nos outros sítios. ------------------------------------------------------------------------------------------ --------------------------------------- ENCERRAMENTO -------------------------------------- ----- O Senhor Deputado Municipal João Magalhães Pereira deu por encerrado o debate, agradeceu a todos os que ali estiveram presentes e, sobretudo, ao painel de grande qualidade que tiveram o prazer de ouvir. ----------------------------------------------- --------------------------------------O Moderador--------------------------------------------------

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Debate temático sobre a Colina de Santana

Relatório final da Assembleia Municipal – volume II - Anexos

Anexo 3

Acta da 3ª sessão do Debate Temático (4 de fevereiro de 2014)

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Anexo 3 – Acta da 3ª sessão (4 de fevereiro de 2014)

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----------------------- ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE LISBOA ------------------------- ------------------------------------- Mandato 2013-2017 ----------------------------------------- ------------------------------------ATA NÚMERO ONZE -------------------------------------- ----- No dia quatro de fevereiro de dois mil e catorze, pelas dezoito horas e quinze minutos, reuniu em Sessão Extraordinária na sua Sede, sita no Fórum Lisboa, na Avenida de Roma, a Assembleia Municipal de Lisboa, para a realização da 3.ª sessão do Debate Temático subordinado ao tema “Colina de Santana (S. José, Miguel Bombarda, Capuchos, Desterro, Santa Marta e Santa Joana).” ----------------------- ----- Assinaram a “Lista de Presenças”, os seguintes Deputados Municipais: ------------ ----- Álvaro da Silva Amorim de Sousa Carneiro, Ana Maria Gaspar Marques, Ana Maria Lopes Figueiredo Páscoa Baptista, Ana Sofia Soares Ribeiro de Oliveira Dias, André Moz Caldas, André Nunes de Almeida Couto, António Manuel de Freitas Arruda, António Modesto Fernandes Navarro, Augusto Miguel Gama Antunes Albuquerque, Belarmino Ferreira Fernandes da Silva, Carla Cristina Ferreira Madeira, Carlos José Pereira da Silva Santos, Cláudia Alexandra de Sousa e Catarino Madeira, Cristina Maria da Fonseca Santos Bacelar Bergonha, Daniel da Conceição Gonçalves da Silva, Diogo Feijó Leão Campos Rodrigues, Fábio Martins de Sousa, Fernando José Silva e Nunes da Silva, Fernando Manuel Pacheco Ribeiro Rosa, Floresbela Mendes Pinto, Hugo Alberto Cordeiro Lobo, Hugo Filipe Xambre Bento Pereira, Inês de Drummond Ludovice Mendes Gomes, João Alexandre Henriques Robalo Pinheiro, João Luís Valente Pires, João Manuel Costa de Magalhães Pereira, José Alberto Ferreira Franco, José António Nunes do Deserto Videira, José Luís Sobreda Antunes, José Manuel Marques Casimiro, José Manuel Rodrigues Moreno, José Maximiano de Albuquerque Almeida Leitão, José Roque Alexandre, Luís Pedro Alves Caetano Newton Parreira, Mafalda Ascensão Cambeta, Manuel Malheiro Portugal de Nascimento Lage, Margarida Carmen Nazaré Martins, Margarida Maria Moura Alves da Silva de Almeida Saavedra, Maria Elisa Madureira Carvalho, Maria Helena do Rego da Costa Salema Roseta, Maria Irene dos Santos Lopes, Maria Luísa de Aguiar Aldim, Maria Simoneta Bianchi Aires de Carvalho Luz Afonso, Maria Sofia Mourão de Carvalho Cordeiro, Mariana Rodrigues Mortágua, Miguel Alexandre Cardoso Oliveira Teixeira, Miguel Farinha dos Santos da Silva Graça, Miguel Nuno Ferreira da Costa Santos, Natalina Nunes Esteves Pires Tavares de Moura, Patrocínia Conceição Alves Rodrigues Vale César, Pedro Filipe Mota Delgado Simões Alves, Pedro Miguel de Sousa Barrocas Martinho Cegonho, Ricardo Manuel Azevedo Saldanha, Rita Susana da Silva Guimarães Neves, Rodrigo Nuno Elias Gonçalves da Silva, Rosa Maria Carvalho da Silva, Rui Paulo da Silva Soeiro Figueiredo, Rute Sofia Florêncio Lima de Jesus, Sandra da Graça Lourenço Paulo, Sérgio Sousa Lopes Freire de Azevedo, Vasco André Lopes Alves Veiga Morgado, Victor Manuel Dias Pereira Gonçalves, Idálias Aparício, Paulo Manuel Valente da Silva, Nelson Pinto Antunes, Patrícia Caetano Barata, Lúcia Alexandra Pereira de Sousa Gomes, Rosa Melo Félix, Isabel Cristina Ruas Pires e João Diogo Santos Moura. -------------------------------------- ----- Faltaram à reunião os seguintes Deputados Municipais: -------------------------------- ----- Davide Miguel Santos Amado, Deolinda Carvalho Machado, Fernando Manuel Moreno D´Eça Braamcamp, Joaquim Maria Fernandes Marques e Maria da Graça Resende Pinto Ferreira.----------------------------------------------------------------------------- ----- Pediram suspensão do mandato, que foi apreciada e aceite pelo Plenário da Assembleia Municipal nos termos do artigo 77º da Lei 169/99, de 18 de Setembro, com a redação dada pela Lei 5-A/2002, de 11 de Janeiro, o qual, a contrario, se mantém em vigor por força do disposto na alínea d) do n.º1 do artigo 3º da Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro, os seguintes Deputados Municipais: -------------------------------------------------

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----- Carlos Barbosa (PSD), por um dia, tendo sido substituído pela Deputada Municipal Patrícia Barata. -------------------------------------------------------------------------------------- ----- Tiago Albuquerque (PSD), por um dia, tendo sido substituído pelo Deputado Municipal Nelson Antunes. ------------------------------------------------------------------------ ----- Miguel Tiago (PCP), por um dia, tendo sido substituído pela Deputada Municipal Lúcia Gomes. ---------------------------------------------------------------------------------------- ----- João de Matos Bernardino (PCP), por um dia. -------------------------------------------- ----- Ana Carolina Ambrósio (PCP), por um dia.----------------------------------------------- ----- Romão Lavadinho (PCP), por um dia. ----------------------------------------------------- ----- Ana Drago (BE), no período compreendido entre 23 de janeiro de 2014 e 23 de abril de 2014, tendo sido substituída pela Deputada Municipal Rosa Félix. --------------- ----- Ricardo Robles (BE), por um dia, tendo sido substituído pela Deputada Municipal Isabel Pires. ------------------------------------------------------------------------------------------ ----- Telmo Correia, (CDS-PP), no período compreendido entre 23 de janeiro de 2014 e 5 de fevereiro de 2014, tendo sido substituído pelo Deputado Municipal João Diogo Moura. ------------------------------------------------------------------------------------------------ -----Foram justificadas as faltas e admitidas as substituições dos seguintes Deputados Municipais, Presidentes de Junta de Freguesia: ------------------------------------------------ ----- Miguel Coelho (PS), Presidente da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, por Idália Aparício. -------------------------------------------------------------------------------------- ----- António Cardoso (PS), Presidente da Junta de Freguesia do Castelo, por Paulo Valente da Silva. ------------------------------------------------------------------------------------ -----------------------------------TERCEIRA SESSÃO ----------------------------------------- ------------ “Impacto urbanístico, social e habitacional das propostas” ----------------- ----- O Painel foi moderado pelo Senhor Deputado Municipal Victor Gonçalves, Presidente da Comissão Permanente de Ordenamento do Território, Urbanismo, Reabilitação Urbana, Habitação e Desenvolvimento Local da Assembleia Municipal de Lisboa. ------------------------------------------------------------------------------------------------ ----- Relatores da terceira sessão: Deputado Municipal José Moreno e Deputada Municipal Floresbela Pinto ---------------------------------------------------------------------- ----- Participaram do debate, na qualidade de orador convidado: Arquiteto Mário Moreira, com experiência de planeamento urbanístico na Câmara Municipal de Loures; Doutora Cristiana Bastos, Antropóloga, Investigadora do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa; Arquiteto João Cabral, Professor Associado da Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa; Doutora Teresa Barata Salgueiro, Geógrafa, Professora Catedrática no Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa. ------------------------------------------------------------------------ ----- O Moderador, Senhor Deputado Municipal Victor Gonçalves deu início à sessão, eram 18 horas e 15 minutos. ------------------------------------------------------------- ----- Agradeceu a presença da Senhora Presidente da Assembleia Municipal, do Senhor Vereador Manuel Salgado, dos Senhores Deputados Municipais e do público presente. ----- O Senhor Arquiteto Mário Moreira começou por dizer que a sua intervenção era apenas uma apreciação feita em relação à questão que os trazia ali, a Colina de Santana e as promitentes operações que incidiam sobre os hospitais civis desativados. Eram achegas, sem pretensão de tese. ------------------------------------------------------------------- ----- Iria abordar cinco aspetos que, do seu ponto de vista e do ponto de vista das operações urbanísticas em questão, era importante reter: -------------------------------------

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----- Uma primeira era o significado inicial dessa transformação, que decorria da privatização de recursos públicos, no fundo correspondentes aos terrenos onde os respetivos hospitais se implantavam;------------------------------------------------------------- ----- A segunda era relativamente à oportunidade ou inoportunidade da definição concreta dessas operações urbanísticas prefiguradas relativamente aos tempos atuais; -- ----- A situação da revisão do PDM e como depois os modelos de transformação se enquadravam nessa lógica; ------------------------------------------------------------------------ ----- Um quarto ponto era sobre como o prefigurado servia ou não a cidade no seu conjunto e depois um aspeto que nesses terrenos em questão parecia relevante, se estava garantida ou não a salvaguarda do património residente nesses terrenos. ------------------ ----- Quanto à privatização dos recursos públicos, grande parte dos aspetos definitórios do que se pretendia desenvolver nos terrenos desses hospitais era um trabalho independente de investigação, mas era um trabalho promovido pela ESTAMO, com os técnicos e com o programa que lhes era colocado para sustentarem objetivos. ----------- ----- O objetivo da ESTAMO nesse caso, e não era nenhuma crítica à ESTAMO, tinha a ver com a sua própria natureza, era valorizar do ponto de vista da rentabilidade financeira aquele património do Estado que lhe estava confiado. Daí que num estudo desses, por muito aprofundamento que tivesse e muito profissionalismo que tivesse envolvido, havia um conhecimento da cidade e a própria experiência da gestão da cidade que não estava vertida em toda a plenitude. -------------------------------------------- ----- O segundo aspeto parecia-lhe um pouco imediato, que era saber como da parte da população da cidade podia ser entendido o cenário da extinção de hospitais civis, como o Hospital dos Capuchos ou o Hospital de São José, que ainda atualmente, sem alternativa, cumpriam funções essenciais nos cuidados de saúde ao mais alto nível de equipamento. No fundo era escolher o momento de discussão de um problema que do ponto de vista dos equipamentos de saúde estava substancialmente desequilibrado, por nem sequer se prefigurar quais as características e potencialidades da alternativa projetada: o Hospital de Todos os Santos, a centralização de equipamentos de saúde e respetiva rede associada. --------------------------------------------------------------------------- ----- Depois havia a questão lógica do PDM. Já nem valia a pena falarem de revisão, porque não era da revisão que se tratava, era do PDM de Lisboa em vigor. Com o fundamento de aligeirar os seus procedimentos, de lhe conferir maior eficácia, de alguma maneira tinha no seu conteúdo uma determinante de fuga aos instrumentos de planeamento, de plano de pormenor e plano de urbanização, que no quadro legal existente eram os instrumentos que tinham condições de ser participados e de haver pelo menos direito à informação. ----------------------------------------------------------------------- ----- Não estava a dizer que todos os planos de pormenor ou de urbanização eram altamente participados e infelizmente não tinham o nível de participação que lhes era exigível. Também era verdade que tinham um “calvário” relativamente acentuado para chegarem a bom termo, pela complexidade burocrática que lhes tinha sido associada, nomeadamente pela forma como a Administração Central tinha reservado direitos de tutela relativamente à elaboração dos planos. --------------------------------------------------- ----- A realidade era que se tratava de instrumentos participados, ou que tinham a possibilidade de o ser. ------------------------------------------------------------------------------ ----- Depois havia outra lógica e que era relativamente ao domínio da intervenção e da decisão municipal, onde ela se localizava. Muitas das opções com essa envergadura, estando à margem desses instrumentos de planeamento, naturalmente que caíam nas competências da Câmara e era nesse âmbito que ocorriam, independentemente de poder

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haver maior boa vontade ou não, maior disposição dos executivos em promover a abordagem pública. -------------------------------------------------------------------------------- ----- Na presente questão tinha havido a iniciativa de facultar um conhecimento aos termos em que as propostas da ESTAMO eram formuladas ao Município, mas independentemente disso a lógica era diferente, era uma lógica instrumental e não estava associada a uma lógica de definição de grandes linhas de intervenção da cidade em matéria de urbanismo. Em matéria de urbanismo a própria Assembleia Municipal, também institucionalmente, acabava por estar subtraída à decisão e à orientação sobre o processo. Estaria à partida, independentemente do que se visse internamente no Município de Lisboa em relação ao maior ou menor envolvimento. Legalmente essa era a situação. -------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Relativamente às características das intervenções, não estando a falar de todas as situações em apreço, com o Desterro e Santa Joana ultrapassaria esse valor, mas catorze hectares eram uma área substancial do território da cidade e ainda por cima inserida no meio da cidade, com particulares carências do ponto de vista do ambiente urbano. Se imaginassem a envolvente do Hospital de São José, a envolvente do Hospital de Santa Marta com a encosta, mesmo o Hospital dos Capuchos, tinham situações, e ninguém negaria essa evidência, extremamente carenciadas do ponto de vista da vivência urbana, do ponto de vista dos equipamentos disponíveis, do ponto de vista da acessibilidade e dos transportes. -------------------------------------------------------------------------------------- ----- Eram situações altamente carenciadas e que mereceriam, havendo a intenção do Estado de desativar essas áreas nodais dentro da cidade, uma outra diretriz estratégica e vinculativa desse tipo de intervenções, que moderassem a intensidade da edificação. Não queria dizer que no âmbito da cidade fossem valores altíssimos, que poderiam moderar a intensidade da ocupação da envolvente mas todos tinham uma edificabilidade superior a um. Das propostas apresentadas, todos estavam num valor superior a um. Não sabia se seria o índice mais recomendável para que essas intervenções pudessem promover uma qualificação da envolvente. ----------------------------------------------------- ----- O que estava associado à defesa desse tipo de intervenções era que a reabilitação intervinha pela forma como as intervenções em si ficavam qualificadas. As bolsas de qualificação por si, não lhe querendo chamar condomínios porque não era certo que se configurassem condomínios, mas acabavam quase que pela força da sua envolvente por estar transformados em condomínios de facto em situações de algum modo divorciadas da sua envolvente imediata. ----------------------------------------------------------------------- ----- Intervinham nessa qualidade, que se esperava que viessem a induzir exemplos de transformação na envolvente, mas não intervinham na qualidade de fator físico e determinante de transformação da envolvente, em termos da sua qualificação e rejuvenescimento das próprias condições de habitabilidade dessa envolvente, que, como todos sabia, com condições de degradação acentuada. ---------------------------------------- ----- Do seu ponto de vista, como já tinha expresso noutras situações, reconhecia que havia situações pontuais de melhoria de acessibilidades através de elevadores, que importava ver quem os geria e como tinham capacidade de utilização e de ligação em rede, em termos da mobilidade que traduziam para a envolvente, mas mereceria o reequacionar muito mais as infraestruturas, os equipamentos, ter no fundo algum aprofundamento das carências da própria envolvente e permitir que essas áreas servissem como algo quem ligasse à envolvente. ---------------------------------------------- ----- Havia um traço que lhe tinha chamado a atenção e que lhe parecia um pouco falacioso, que eram os argumentos de património cultural que por vezes eram muito úteis. Nesse caso, a preexistência de conventos e a identificação das cercas respetivas

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serem eleitos, pelo menos no estudo avançado, como instrumentos de preservação da essência do valor arquitetónico daqueles espaços e sendo nesse sentido a preservar, preservando-se a fronteira cavada com a envolvente e continuando a comprimir-se aquelas áreas. ---------------------------------------------------------------------------------------- ----- As áreas tinham sido comprimidas numa primeira fase pela existência dos conventos e a atração, numa segunda fase comprimidas pela atividade hospitalar e pelas necessidades de saúde pública, entendíveis, e agora materializava-se a defesa daquelas realidades condominiais, no fundo pela preservação dos seus muros, o que lhe parecia também uma situação pelo menos de duvidosa legitimidade evocar. ----------------------- ----- Por fim a questão do património cultural, entendido não só como os testemunhos da edificação conventual e do que a ela estava associada, o património físico edificado, mas também o património que resultava da sua história hospitalar ao longo dos tempos e que nessa dimensão, atendendo ao estudo, pelo menos naquilo que tinha entendido pela consulta que fizera, as partes que requeriam alguma capacidade de investimento eram no fundo traduzidas em cedências ao Município. Não estava assegurado que esse património estivesse salvaguardado, com a capacidade do Município em assumir a gestão de um património dessa envergadura. --------------------------------------------------- ----- A ESTAMO já o tinha feito relativamente à situação da Penitenciária. A entrega desses bens patrimoniais e classificados ao Município era um presente envenenado que não garantia à cidade a sua preservação. Exigiria que isso passasse prematuramente por uma negociação e por uma intervenção do Estado, para que o Estado também assumisse as suas responsabilidades com o Município na reabilitação. --------------------------------- ----- A Senhora Doutora Cristiana Bastos começou por cumprimentar a Senhora Presidente da Assembleia Municipal e todos os que participavam naquele processo, os colegas de Mesa, os Senhores Deputados Municipais, Relatores, Vereadores e demais cidadãos envolvidos na clarificação do estado da questão e decisões a tomar sobre a Colina de Santana. ---------------------------------------------------------------------------------- ----- Era um momento raro, o de poderem debater um conjunto de decisões que iria afetar profundamente uma área vital do centro de Lisboa. ------------------------------------ ----- A saudação era tripartida. Primeiro porque estava em causa o contrariar a entropia urbana que no limite tudo reduzia a pó. ---------------------------------------------------------- ----- Apresentando uma fotografia, disse que a mesma tinha sido tirada no dia anterior na Colina de Santana, na Rua do Saco. Quem passasse lá poderia ver que coisas dessas podiam acontecer e era da responsabilidade travá-las e dar uma alternativa a esse movimento entrópico da destruição. ------------------------------------------------------------- ----- Estando em causa uma zona histórica, em que o processo de envelhecimento dos edificados e das pessoas se fazia sentir, não era inédito que alguns edifícios simplesmente desmoronassem, deixando-os entre as opções de intervir antes ou depois, intervir caso a caso ou sistemicamente. ---------------------------------------------------------- ----- Também no dia anterior estava a Calçada de Santa cortada por haver um prédio em risco de ruína. ---------------------------------------------------------------------------------------- ----- Passava ao segundo vértice a que se dirigia a saudação, que era o de estarem a discutir uma intervenção que se queria preventiva e sistémica, pensando a Colina como um todo e não como um somatório de intervenções pontuais que poderiam acentuar dissonâncias e complicar os problemas urbanísticos, ou pelo menos assim parecia. Tinham recebido um documento que, na sua apreciação, era uma excelente fonte de dados e matérias para pensar a complexidade integrada da situação. -----------------------

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----- A última saudação dirigia-se ao facto de todos, peritos e leigos, poderem entrar na discussão, que dessa saíssem ideias claras que revertessem em decisões informadas, sábias e apropriadas à Cidade de Lisboa. -------------------------------------------------------- ----- Sublinhou a excecionalidade desse processo, já que estavam mais habituados a não ser consultados e a ver como as escolhas de grande impacto na vida das comunidades eram feitas à revelia das mesmas em nome das mais variadas bandeiras, fosse o progresso, a racionalização, a modernização, mercados, padronização, futuro, etc., deixando um legado de procedimentos e regulamentos onde antes tinham as suas vidas. ----- Em momentos como esse podia-se resistir a que a vida da cidade se transformasse em lugares de produção de indicadores e de coleta de resultados para estatísticas e quadros a apresentar em fóruns internacionais. Podiam aspirar a ter as suas vidas na cidade com a dignidade que mereciam, com os espaços a que tinham direito e com os serviços apropriados. ------------------------------------------------------------------------------- ----- Podiam decidir não deixar acontecer em Lisboa, nessa parte tão vital da cidade que era a colina do centro, aquilo que já acontecia em grande parte do País e da Península Ibérica, onde as intervenções se atrelaram a modelos de desenvolvimento assentes em certezas parciais e arrogantes, onde tinham um interior esvaziado e uma costa em rápida erosão, a paisagem pontuada por grandes ruínas, fossem elas mega estádios de futebol em barroco pós-moderno, autoestradas silenciosas ou mudas, megaempreendimentos feitos para vidas imaginadas e que nunca aconteceram, no conjunto produzindo o processo que alguns na sociologia chamavam “por arruinação”. ---------------------------- ----- Apresentando umas fotografias, disse que as mesmas tinham sido tiradas em Espanha, onde tinham acontecido em maior escala esses processos de arruinação por construção. ------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Disse que não queriam isso para a Cidade de Lisboa. Não queriam ruínas e arruinações, escombros de projetos fantásticos tornados em casas fantasmas. ------------ ----- Outra foto era em Lisboa, na Praça do Chile, o Hospital de Arroios, onde o escombro de um cartaz anunciava “habitação de qualidade”. -------------------------------- ----- Permitiam-se também exprimir dúvidas relativamente ao interesse para a cidade e os seus cidadãos de alguns projetos bem desenhados que, todavia, enclausuravam sobre si mesmos momentos históricos restaurados à perfeição, mas retirados simbolicamente ao bairro e à comunidade, cortados os acessos, mantidas as fachadas, a traça, realçada a beleza, evocado o valor patrimonial e, porém, esvaziada a vida que lhe dava o uso coletivo.----------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Apresentando outra fotografia, disse que era no Bairro Alto, um convento magnífico que estava fechado ao uso coletivo e se o Hospital de Arroios parecia um fantasma porque saiam de lá grafitis, etc., esse parecia também fantasmagórico porque nada acontecia à volta e a população do bairro não apreciava muito essa clausura que ali existia. ------------------------------------------------------------------------------------------------ ----- Era de saudar o momento e a possibilidade de examinarem e debaterem o que envolvia a intervenção conjugada na Colina de Santana e não queria deixar de usar o momento para saudar também as equipas que elaboraram os documentos, que davam a conhecer melhor as colinas e os projetos de intervenção, tanto a equipa da CML que produzira uma memória descritiva de elevadíssima qualidade, como a equipa dos arquitetos que trabalhara de forma articulada e programática e nalguns casos produzira belíssimas propostas de reinvenção dos espaços. ---------------------------------------------- ----- Se a discussão que os estava a envolver punha em causa aspetos desses projetos, não punha em causa a sua qualidade intrínseca, mas alguns pressupostos nos quais se baseavam e, por conseguinte, também as implicações que deles advinham. ---------------

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----- Recapitulando, tinham quatro grandes áreas, havia mais mas estava a centrar-se só nos quatro hospitais, os três que estavam em funcionamento, São José, Santa Marta e Capuchos, e um que já estava recentemente desativado, o Miguel Bombarda. Tinham passado do Ministério da Saúde para uma empresa, que sendo pública, tinha outras missões que não a de promover a saúde. A empresa propunha-se requalificar a zona através de intervenções nos espaços dos antigos hospitais, destinados não já a equipamentos de saúde de utilidade pública, mas a outras valências com ênfase na habitação de qualidade e hotéis encarregados de dar nova vida a edifícios históricos, geralmente antigos conventos que nos séculos XVIII e XIX acolheram os hospitais. ---- ----- A proposta era sem dúvida interessante e ia além da simples reocupação dos espaços, propondo-se dignificar antigos conventos e nobilitar áreas, reabilitando os terrenos e atraindo ao centro consumidores de alto padrão, ou pelo menos assim parecia. --------------------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Havia, porém, como já vinha a ser apontado, muitos problemas com essa proposta, da escolha de dignificar os conventos e ignorar os edifícios entretanto construídos de raiz para cuidados de saúde e que eram vários. Alguns deles eram de grande valor histórico e isso seria falado na próxima sessão, mas limitava-se apenas a notar que a memória dessa colina enquanto lugar de cuidados de saúde deveria ser contemplada. Era um património de todos, da Cidade de Lisboa, do País e nalguns casos património internacional. ---------------------------------------------------------------------------------------- ----- Disse que tinha levado a uma figura de referência na psiquiatria cultural de Harvard panótico do Miguel Bombarda e ele ficara de olhos arregalados, dizendo que estava habituado os panóticos de “Foucault” eram propostas mas nunca tinha visto uma construção assim. Portanto, era de uma enorme importância, como vinha sendo sublinhado pelo diretor do Miguel Bombarda, etc. -------------------------------------------- ----- Mostrando outra foto, disse que o que estava na imagem era uma estrutura pela qual tinha mais afeto, que era o balneário onde era ministrada a hidroterapia, não só aos doentes do Miguel Bombarda, mas a uma grande parte da população de Lisboa. A hidroterapia era usada para as doenças de nervosas e outras e esse equipamento era belíssimo. --------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Essa memória tinha que ser negociada também e havia que contemplar no plano de intervenção espaços para materializar essa memória, os núcleos museológicos, espaços de aprendizagem, de memória, cultura, lazer, etc.. --------------------------------------------- ----- Das implicações do projeto para a qualidade dos cuidados de saúde prestados à população falara-se já na sessão anterior, em que se tinha sublinhado a necessidade de providenciar espaços de cuidados primários continuados no centro da cidade e dar atenção às necessidades particulares da população empobrecida e envelhecida que atualmente contavam com os hospitais. --------------------------------------------------------- ----- Na presente sessão estavam mais centrados no impacto social e urbanístico. Podiam fazer alguns estudos prospetivos e comparar com situações análogas noutros lugares e podiam desenhar alguns cenários possíveis. Sublinharia apenas dois aspetos do impacto social dessa intervenção e sugeria que se tomassem as maiores precauções para minimizar os danos dessa intervenção junto da população.----------------------------------- ----- Um que já tinha sido falado mas nunca era demais, o acesso da população do centro a cuidados de saúde; ------------------------------------------------------------------------------- ----- A vida económica e social em torno doa atuais equipamentos, que atraiam diariamente centenas de utentes, profissionais, fornecedores e visitas que alimentavam o comércio local, restauração, floristas, artigos religiosos, quiosques, etc. Quando se

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contava a população da colina, era erradíssimo contar apenas os residentes registados, porque a colina atraía diariamente várias vezes a sua população. --------------------------- ----- O pior cenário possível que se podia antever era o desmantelamento dos atuais hospitais sem que qualquer equipamento alternativo fosse oferecido para substituição. Nesse cenário, as populações perderiam os cuidados de assistência na proximidade e teriam que engrossar as filas de utentes de outros centros e hospitais, em teoria Todos os Santos em Chelas, mas isso era longe, havia muito tempo que a construção estava prometida e ainda não tinha acontecido praticamente nada. ---------------------------------- ----- Nesse cenário ainda, os serviços que viviam do movimento dos hospitais definhariam até ao colapso de muitos deles. Poderiam ou não sobreviver alguns para assistir aos empreendimentos que se iriam construir no lugar dos hospitais, atrás de muros grossos ou sem eles, em densidades de ocupação que podiam bem ultrapassar os planos sustentáveis apresentados. Os loteamentos poderiam ou não ser ocupados pelos lisboetas, que poderiam ou não ter meios para os ocupar. ------------------------------------ ----- Se mais uma vez andassem a reboque do imobiliário e deixar que a mecânica dos negócios determinasse o modelo de ocupar a cidade, bem podiam contar com um cenário que se aproximava mais desse. ---------------------------------------------------------- ----- Num outro, mais moderado a rotura acima descrita podia ser evitada. Havia que negociar os termos da reocupação dos espaços dos hospitais e fazê-lo em várias frentes. Havia que planear a substituição dos serviços existentes por outros serviços que melhorassem e diversificassem a assistência à população que se sabia ser diversa, com residentes de longo prazo, residentes de curto prazo e muitas populações móveis, de imigrantes a passantes, etc. ------------------------------------------------------------------------ ----- Nesse cenário a economia local ajustar-se-ia às novas modalidades de prestação de cuidados, acomodando também as valências que viessem a ser encontradas para os espaços dos hospitais atuais. Esses deveriam devolver ao público a longa história de inovação e de assistência que estava sedimentada na colina. --------------------------------- ----- Em suma, uma intervenção que tomasse em contas as necessidades da população deveria pôr limites a um motor imobiliário em mercado livre e negociar a obtenção de espaços que garantissem a prestação de cuidados dignificados e pudessem combinar as vidas já sedimentadas na colina com a atração de novos públicos, serviços e atividades, fossem elas de índole científico e tecnológico, como muito bem estava previsto, de turismo cultural e diferenciado, de novas modalidades de habitação e criatividade e produção artística. ----------------------------------------------------------------------------------- ----- Deixava apenas um apelo a um dos patronos da colina, para que ajudasse a guiar bem esse processo. ---------------------------------------------------------------------------------- ----- A Senhora Doutora Teresa Barata Salgueiro começou por cumprimentar a Senhora Presidente da Assembleia Municipal de Lisboa, os Senhores Deputados Municipais, os Senhores Vereadores e outros munícipes presentes. Agradeceu o convite para participar no debate e felicitou a Assembleia pela iniciativa de ter organizado uma série de debates para pensar e discutir a cidade. ------------------------------------------------ ----- Disse que pessoalmente tinha dificuldade em falar dos documentos, que eram vastos e profundos, que envolveram o esforço de muitas pessoas durante muito tempo e que não tinha estudado em pormenor, porque não tivera o tempo para o fazer. ----------- ----- A sua ideia era partilhar algumas reflexões sobre a Cidade de Lisboa e o desafio que a possibilidade de intervenção na Colina de Santana colocava. Basicamente iria estruturar a intervenção em três pontos: as condições de localização; a diversidade da colina; as oportunidades e os desafios que uma intervenção dessa monta colocava. -----

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----- Apresentando um slide, disse que tinha situado a área de intervenção numa parte da Cidade de Lisboa, porque permitia ver a posição que essa área ocupava no tecido urbano e também para destacar dois pontos, porque era uma área particular no conjunto da cidade, uma área alcandorada com fortes declives, mas que ficava relativamente afastada do rio. A cidade original ficava a sul, junto do rio, mas essa viela ficava separada pelos dois vales que iam desaguar à zona da Rua da Palma/Rossio, em direção ao Tejo. Ela era marginal da cidade primitiva, era uma área periférica. -------------------- ----- Depois o povoamento seguira pelos vales atuais da Almirante Reis e da Avenida da Liberdade e ela tinha ficado um pouco à margem do avanço do povoamento, o que lhe permitira receber ocupações de tipo da periferia, primeiro as gafarias e depois os conventos, palácios, etc. Eram de forma geral usos que ocupavam muito espaço e que foram convertidos no século XIX para edifícios públicos que se mantinham bastante afastados dos olhos da maior parte da população. ---------------------------------------------- ----- Costumava dizer que a Colina de Santana era uma centralidade periférica em termos de localização. As condições centrais da sua localização tinham-lhe permitido por um lado uma preservação ao longo do tempo, em que a maior parte dos elementos tinham sido preservados, e por ser um tempo relativamente longo pudera integrar elementos novos sem conflito. Era uma área onde se encontrava património muito antigo, mas também havia elementos novos, de várias épocas, e que não tinham criado choques. ---------------------------------------------------------------------------------------------- ----- A esse propósito, estava a trabalhar num livro sobre os ritmos da cidade e saltara-lhe aos olhos um capítulo sobre a Calçada de Santana feito por dois finlandeses. Tinha achado piada porque eles achavam que era um espaço diferente, que fora capaz de se aguentar e manter uma certa coerência, identidade e distintividade, em que a rua tinha sido capaz de se adaptar, de mudar, incorporar novas pessoas, novos hábitos e novos programas. “Esta dialética de continuidade e mudança, do igual e da diferença, ou da repetição e da modelação, desdobra-se constantemente nos acontecimentos do dia-a-dia e nos pequenos detalhes das práticas espaciais”. Isso tinha sido escrito pouco tempo antes, o livro saíra em 2013, por uns finlandeses antropólogos que estudaram a Calçada de Santana. Traduzia bem a ideia de qualquer coisa que se mantinha mas se transformava, que não ficava imutável, porque nada na cidade era imutável. A cidade, como as sociedades humanas e como produto social, estava em constante mudança e tinha-o feito com uma certa lentidão. ------------------------------------------------------------ ----- Outra questão que resultava da localização era uma certa invisibilidade, porque havia muito na Calçada de Santana que não se conhecia. Embora fosse uma área de enorme frequentação, até por causa do hospital, havia muita coisa que estava fora dos olhares do público. ---------------------------------------------------------------------------------- ----- Tinha gostado muito de ver as fotografias que compunham o estudo da Arquiteta Isabel Lobo e ficara cheia de vontade de fazer umas visitas guiadas àqueles elementos patrimoniais que, sendo uma lisboeta ferranha, não conhecia. ------------------------------- ----- Disse que o segundo ponto tinha a ver com a questão da diversidade, porque no fundo a colina era um mosaico de aspetos diferentes, não havia uma Colina de Santana. Qualquer que fosse o ângulo em que se olhasse para a Colina de Santana encontrava-se diversidade. Em termos de tecido, ou de malha urbana, havia desde aqueles tecidos intersticiais ligados aos conventos, da população que vivia dependente dos conventos e que eram quase tecidos medievais, irregulares, intersticiais, até mais tarde e com maior regularidade os tecidos que dominavam o vale da Avenida da Liberdade, o Andaluz, que já era um octogonal ainda não muito regular, até ao Bairro Camões, ligado no final do século XIX à abertura da Avenida de Ceuta.----------------------------------------------------

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----- Em termos de edifícios também havia prédios muito antigos e com péssimas condições de habitabilidade, como os dados dos levantamentos mostravam, até palácios e conventos, edifícios de várias épocas, século XIX e século XX, com condições muito diversificadas. --------------------------------------------------------------------------------------- ----- Em termos sociais, era também uma área onde se encontravam diferentes grupos sociais. Tinha uma taxa elevada de pessoas com ensino superior, pelo que vira do estudo produzido pelo Departamento de Reabilitação Urbana da Câmara, mas por outro lado era capaz de ter ainda alguma população analfabeta. Era uma área que estava na fronteira das zonas de imigração, daqueles imigrantes que iam para o centro ou para áreas pericentrais, que ocupavam a zona do Martim Moniz e subiam pela Almirante Reis até aos Anjos e Arroios, acabavam também por subir a encosta em direção a Santana. ----------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Do ponto de vista funcional, encontrava-se uma combinação entre atividades de serviço completamente local e de proximidade até atividades a nível empresarial, a hotelaria e o turismo, os hospitais, com um raio de atração enorme mesmo em termos nacionais, se pensassem em serviços de saúde mais sofisticados, as próprias universidades com um raio de atração que ultrapassava a região metropolitana, e mesmo a nível internacional, pela investigação e pelo turismo. --------------------------------------- ----- Por outro lado, em termos de acessibilidades, também lhe parecia ser uma área diferenciada. Tinha muito boas acessibilidades das áreas da cota baixa parta o cimo dos eixos estruturantes, tinha muito má acessibilidade em transportes públicos o topo da colina. ------------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Finalmente, em zonas livres e potencialmente zonas verdes, era uma área cheia de potencial, onde o livre era muito a cidade portuguesa tradicional, as pequenas praças e os pequenos largos, alguns pouco qualificados, num tecido que de facto existia. --------- ----- Queria dizer com isso que não havia apenas uma Colina de Santana, havia várias e que representavam aspetos diferentes para diferentes pessoas. ------------------------------ ----- Passando ao terceiro ponto, que era o das oportunidades e desafios, entendia que uma intervenção urbana, onde quer que ela fosse e qualquer que fosse a escala, precisava de ideias orientadoras, estratégias, e de ações que tinham que ser programadas no tempo e faseadas. -------------------------------------------------------------------------------- ----- Havia no momento em Lisboa, felizmente, uma série muito grande de documentos: o PDM, a Carta Estratégica, a Estratégia de Reabilitação, o documento de intervenção estratégia para essa área e que já fora referido. Todos esses documentos tinham informação muito importante, que podia e devia orientar, e provavelmente tinha orientado, a intervenção que estavam a debater. ----------------------------------------------- ----- Apresentando uma figura, disse que procurara assinalar as áreas hospitalares que seriam deslocalizadas, em que algumas já estavam fechadas. Se as ligassem umas às outras, e não tinha tido tempo para fazer esse exercício, mais de metade da área de intervenção era área hospitalar que ficaria desafetada, o que significava uma oportunidade enorme de uma área muito grande onde se podia intervir. ------------------- ----- Por outro lado, era vantajoso que os hospitais apresentassem alguma dispersão, estando inseridos em malhas com características diferentes da colina. Assim como entendia não hacer uma Colina de Santana, achava importante que as unidades hospitalares, como estavam separadas, podiam responder a necessidades diversas e isso tinha que ser programado. ------------------------------------------------------------------------- ----- Um dos desafios que havia era efetivamente de quase ensaiar a resposta aos princípios fundamentais da Carta Estratégica de Lisboa, porque se uma área do pericentro com essas características se inseria naturalmente nas políticas dos vários “R”,

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que toda a gente já ouvira falar, um desafio curioso era exatamente tentar ver como recuperar, rejuvenescer e equilibrar socialmente, tornar lisboa uma cidade amigável, segura e inclusiva, uma cidade ambientalmente sustentável, inovadora, competitiva, criando riqueza e emprego, afirmar a identidade e um modelo que fosse financeiramente sustentado. ------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Isso levava para alguns desafios que se iriam colocar. Por um lado tinham que esperar uma ocupação funcionalmente diversificada, quer em termos sociais, quer em termos funcionais. Na orientação estratégica definida pelo Município aumentava-se o reforço do espaço residencial. Iria produzir-se habitação nova e havia muitas casas vagas que com a reabilitação podiam receber mais pessoas. --------------------------------- ----- Nunca tinha visto isso tratado, mas suspeitava que a Lei das Rendas e a sua aplicação iria também libertar mais fogos e, portanto, era muito provável que o número de fogos vagos aumentasse na zona, o que podia trazer mais residentes. ------------------- ----- Era inevitável que o modelo aplicado traria “gentrification”, pessoas de altos recursos, que algumas já lá viviam, mas iria reforçar esse grupo social e isso era necessário, até por causa do modelo de financiamento. --------------------------------------- ----- Disse que não era daquelas pessoas que achavam a “gentrification” uma coisa por natureza errada. O que se precisava era garantir que também se fizesse a reabilitação dos BIP/ZIP, as zonas de intervenção prioritária, e que se pudesse manter a população mais idosa e a população com menos possibilidades. ------------------------------------------------ ----- Outra questão que achava importante era a da saúde e dos impactos da saída dos hospitais. A situação dos hospitais era importante, não só pelo serviço que prestavam, mas pelo emprego que davam. Havia muita gente empregada, de vários grupos profissionais e de qualificação, havia toda a gente que frequentava os hospitais e isso ultrapassava muito as carências de saúde “tout-court”. Isso tinha que ser equacionado. - ----- Via que a saída dos hospitais tinha duas consequências, uma era a garantia de responder a carências de saúde e sociais daquela população extremamente envelhecida e até débil do centro da cidade, por outro lado era pensar numa estratégia de emprego, que o documento da Câmara apontava um pouco para a questão da economia do conhecimento, mas que merecia maior preocupação e maior estudo. Depois a valorização da memória e da qualidade urbana. ------------------------------------------------ ----- Sendo uma área com muitos anos, mesmo séculos, ligada às questões da saúde, parecia-lhe muito adequado que se fizesse ali um museu da medicina. --------------------- ----- Pessoalmente seria contra a instalação do arquivo municipal, porque tinham que se conservar documentos antigos e ficava melhor num edifício novo, feito de raiz, e porque não atraía quase ninguém, pelo que poderia estar numa periferia da cidade e não justificava minimamente estar no centro. -------------------------------------------------------- ----- O último ponto era a questão do tempo. Tinha uma preocupação, que também já fora manifestada, que era o perigo de levarem muito tempo a fazerem qualquer coisa. Pensava-se muito, faziam-se muitos estudos, havia muita documentação e muita dificuldade em passar. Assustava-lhe o exemplo do Hospital de Arroios, assim como assustava que viessem a ter o Hospital do Desterro e o Miguel Bombarda na mesma. --- ----- Era fundamental encontrar uma maneira de funcionar que definisse os grandes objetivos e faseasse o que se iria fazer na colina, de tal forma que a curto prazo se começasse efetivamente a intervir, não deixando degradar os edifícios existentes e o património, porque quando lá chegassem já os azulejos teriam saído roubados. ---------- ----- O Senhor Arquiteto João Cabral começou por agradecer à Assembleia Municipal de Lisboa a iniciativa e à Arquiteta Helena Roseta o convite para estar presente. --------

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----- Disse que se iria basear muito no documento estratégico que tinha sido preparado pela Câmara Municipal e nos seus antecedentes, discutindo um pouco a forma como poderiam pensar o processo e o modelo de plano mais adequado para a fase seguinte. Nesse sentido, sendo tema da sessão o “Impacto Urbanístico, Social e Habitacional das Propostas”, a pergunta que fazia era da razão desse impacto. -------------------------------- ----- As propostas tinham sido feitas sem estarem enquadradas pelo impacto, apesar de que havia regras já claras sobre a ocupação. ---------------------------------------------------- ----- Em 2013 tinham dado entrada na Câmara quatro pedidos de informação prévia para a realização de quatro operações de loteamento. Era um processo já fechado de loteamento, de organização do espaço dentro de determinadas regras que, ficara-se a saber, também estava prevista pela Câmara Municipal de Lisboa. -------------------------- ----- Em resultado da polémica na viabilização de quatro loteamentos em áreas estratégicas e relativamente grandes, estavam a falar de cerca de catorze hectares, a Câmara Municipal decidira divulgar e publicitar o interesse excecional desses projetos e as mais-valias que poderiam ser na cidade, isso durante o mês de julho. ------------------- ----- Em dezembro a Câmara Municipal tinha produzido um documento, que provavelmente já deveria ser um documento inicial e anterior, já com um programa para esses projetos, dando indicações às equipas e definindo muito bem as implicações dos seus trabalhos, que se chamava o documento estratégico de intervenção. ------------------ ----- De certa maneira estavam a trabalhar do fim para o princípio, mas todos os processos eram diferentes e provavelmente esse processo poderia acontecer nesse sentido.------------------------------------------------------------------------------------------------ ----- Apresentando uma imagem, disse que ela dava uma ideia da ocupação, com a ocupação nova que estava prevista para os espaços dos quatro hospitais. Eram cerca de setecentos fogos numa área de seiscentos hectares, noventa mil metros quadrados. Pretendia-se uma nova população e uma nova habitação. ------------------------------------ ----- Isso tinha uma história e por isso a Câmara Municipal tinha enquadrado as propostas da ESTAMO em 2009. Baseada em legislação do anterior Governo, de 2007, que aligeirara a possibilidade dos particulares comprarem propriedade do Estado, a ESTAMO, apesar de ser uma empresa pública, tinha adquirido vários hospitais ao Estado no equivalente a dezasseis hectares. ----------------------------------------------------- ----- A Lei de 2007 tinha permitido e não havia muitos países onde isso fosse possível. Por exemplo nos Estados Unidos, a compra de qualquer propriedade do Estado só era possível com um desenho muito detalhado do que se iria fazer, de acordo com um plano discutido e aprovado. ------------------------------------------------------------------------------- ----- A revisão do PDM de Lisboa tinha sido produzida, e estava a citar a memória descritiva do documento estratégico da intervenção, considerando já a intenção do estudo desativar o conjunto dos hospitais. Já estava previsto esse princípio e o PDM ia singularizar áreas como espaços a consolidar, que eram malhas urbanas a reconverter urbanística e funcionalmente, bem como os espaços intersticiais onde se pretendia estruturar uma ocupação urbana edificada ou destinada a estrutura ecológica, o que para o caso não contava, e no espaço a consolidar a execução do plano realizava-se no âmbito de unidades de execução. ----------------------------------------------------------------- ----- Esclareceu que as unidades de execução eram estruturas onde se podia aligeirar o processo de implementação e daí que os processos de loteamento e os estudos de viabilidade tinham acontecido. -------------------------------------------------------------------- ----- Eram disciplinadas ou não por planos de urbanização ou de pormenor e utilizando os sistemas de execução que a Lei previa. Já previa essa possibilidade e o PDM, para

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todos os efeitos, tinha sido aprovado pela Câmara Municipal e pela Assembleia Municipal. -------------------------------------------------------------------------------------------- ----- O documento que agora chegava às mãos era a evidência dessas ocupações. As equipas de arquitetos tinham trabalhado com o cliente ESTAMO e admitia que tivesse sido articulado com a Câmara Municipal, o programa dado pela ESTAMO aos diferentes ateliers, provavelmente repartindo os diferentes usos numa lógica de viabilidade financeira, porque estavam a falar na possibilidade depois de financiar o Hospital de Todos os Santos. ---------------------------------------------------------------------- ----- À partida havia uma atenção a cada um desses espaços e, independentemente dos estudos temáticos dos diferentes dossiers olharem para os conjuntos, eles tinham sido feitos de forma individual. Depois tinha sido feita uma tentativa de integrar os outros estudos e na memória descritiva do grupo que tinha feito o estudo do Hospital Miguel Bombarda estava referido que “ainda que desenvolvido posteriormente, o projeto urbano Colina de Santana… Portanto, um documento conjunto integrara, interagira e fizera convergir cada um desses projetos na ideia estratégica do Município. O documento de conjunto aparecia depois dos documentos todos individuais. -------------- ----- Era importante falar-se do processo porque poderia entrar numa fase mais de enquadramento e de definição de prioridades, de uma visão mais estratégica que podia dar uma nova qualidade às propostas dos diferentes arquitetos. ----------------------------- ----- Baseando-se novamente no documento estratégico de intervenção, que tinha muita informação, ele tinha sido feito no final de tudo e olhando por um lado para as existências e, por outro, de uma forma muito indicativa para aquilo que estava prevista. Tinha evidências muito boas, mas também mostrava grandes contradições. -------------- ----- Apresentando uma imagem, disse que o slide mostrava uma análise das oportunidades, das ameaças, dos pontos fortes e fracos, que mostrava as vantagens e problemas daquela zona mas mostrava também uma série de oportunidades e de problemas que não tinham só a ver, obviamente, com aqueles espaços onde se estavam a prever os loteamentos e sim com todo um conjunto que devia ter essa lógica e que o documento estratégico procurava enquadrar. --------------------------------------------------- ----- A deslocação dos hospitais podia dar oportunidade à promoção de emprego. Os projetos de loteamento já previam o fim da utilização hospitalar daquelas áreas e o documento falava da “deslocalização pode dar lugar…” O processo devia ser inverso, devia-se falar em “vamos deslocalizar”. Podia haver lógicas e benefícios nesse sentido e também oportunidades, mas a questão era o que se iria substituir e de que forma. ------- ----- A integração da colina na área de reabilitação urbana delimitada pela autarquia era uma oportunidade e tinha que ser tudo visto em conjunto. A área de reabilitação urbana era um conceito existente na Lei, numa área alargada e não num conjunto de espaços individuais. ------------------------------------------------------------------------------------------- ----- A reconversão de grandes unidades cadastrais permitia programar uma rede de equipamentos, mas a questão era quais esses equipamentos e como. ----------------------- ----- O estudo conjunto que o documento sugeria tinha implícito algumas das propostas feitas pelos diferentes gabinetes e que assumia ter sido coordenado com a Câmara, mas todo o processo tinha uma visibilidade pouco clara na forma como foram definidos os objetivos e avaliado o impacto. ------------------------------------------------------------------- ----- Nas ameaças, só para referir dois pontos, havia o esvaziamento urbano no caso do encerramento do parque hospitalar não ser progressivo e o desaparecimento de um importante polo empregador. A questão era de que forma os projetos estavam a responder ou não a essas ameaças e riscos. -----------------------------------------------------

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----- Era importante a Câmara Municipal reconhecer que havia uma ameaça à não articulação das ações urbanísticas, quando afinal era a própria Câmara que fazia essa articulação. Era importante o modelo e a forma como ela ia ser desenvolvida. ----------- ----- Apresentando um slide do Professor João Ferrão, disse que numa área como a Colina de Santana ou como outra teriam que ter sempre presente que eram espaços de lugares, mas também eram espaços diversificados. Esses valores estavam presentes nas intenções da Câmara, mas a sua concretização não podia passar por intervenções muito setoriais. ---------------------------------------------------------------------------------------------- ----- No final do documento estratégico, a programação tinha duas partes muito interessantes sobre as possibilidades, qual era a forma de se enquadrar as viabilidades urbanísticas, esses loteamentos, e ter um estudo de conjunto que não se resumisse só a unidades de execução. Era por isso que estava a ser promovido o debate. ----------------- ----- O documento era muito exaustivo. Descontando o facto de estar a trabalhar com dados prospetivos e que não eram ainda definitivos, sem olhar para objetivos mais claros, da análise não ressaltava a necessidade de adequação de normas regulamentares ou sequer de ajustar as propostas de ordenamento dos instrumentos de gestão territorial em vigor que justificassem a elaboração de um plano. Já se tinha referido as demoras que alguns planos podiam ter, mas não era isso que estava em causa. Qualquer instrumento de gestão territorial dependia da forma de como ele era gerido. -------------- ----- Os planos de urbanização e planos de pormenor conformavam sempre a necessidade de haver inquéritos, mas não queria dizer que um programa de ação territorial, ou uma área de reabilitação urbana, ou outro instrumento juntasse as peças todas e não fosse adequado à integração de todo esse processo. No documento era referido isso. Haveria que perspetivar as ações de reconversão dos equipamentos em consonância com processos de regeneração urbana da colina. A reconversão urbana da colina passava pela integração de todas essas componentes. --------------------------------- ----- A complexidade daquela zona, as dinâmicas, os cenários de incerteza e as dificuldades financeiras atuais que o documento referia para promover determinado tipo de operações, a instabilidade do mercado. O documento mostrava que aquela área tinha um grande número de fogos vagos e devia-se pensar de que forma eles iriam complementar com os fogos novos e qual a procura que iria preencher aquele tipo de oferta. ------------------------------------------------------------------------------------------------- ----- A complexidade, as dinâmicas e os cenários exigiam acima de tudo uma programação sempre de base territorial muito integrada e participada. Pensava numa estratégia mais integrada e que permitisse articular todas essas valências. Para adequar esses projetos havia vários instrumentos e faria sentido fazer uma avaliação ambiental estratégica a essas obras. Provavelmente seria interessante. ---------------------------------- ----- A Câmara tinha um sistema de incentivos urbanísticos muito interessantes e não havia razão nenhuma para que alguns dos incentivos das cotas urbanísticas não fossem adaptados à reabilitação daquela zona para se poder trabalhar melhor. --------------------- ----- O Senhor Professor Jorge Malheiros, Professor da Universidade de Lisboa e especialista em migrações, disse que partilhava com o Arquiteto João Cabral alguma preocupação com a forma como o processo tinha acontecido. Também entendia que o documento feito no fim devia ter sido feito antes e não se ter começado pelas tais intenções de loteamento dos quatro hospitais, mas queria felicitar a Assembleia Municipal pela hipótese de começo de um processo mais participado. --------------------- ----- Tinha três questões e pedia desculpa se eventualmente alguma delas tivesse sido abordada nas primeiras intervenções. ------------------------------------------------------------

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----- A primeira era se numa iniciativa desse tipo, que envolvia uma componente pública tão forte, catorze hectares que mesmo sendo atualmente da ESTAMO eram de uma empresa pública, que partiam de um conjunto de hospitais públicos, se não havia hipótese de uma intervenção desse tipo conseguir fazer uma coisa experimental mais participada. Ainda por cima porque apesar de se prever um loteamento relativamente extenso, com habitação e outras funções, valorizar-se a economia do conhecimento e da inovação. --------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Achava estranho que houvesse lugar para tanto conhecimento e inovação num contexto de desemprego tão forte. Podia ser que houvesse, mas tinha algumas dúvidas. ----- De qualquer maneira, deixando isso de lado, perguntou se não se podia ter uma ação experimental com um carácter participado mais forte, sobretudo porque estando num momento de baixa do mercado todos esses processos seriam, como de alguma forma tinha sido abordado, provavelmente mais lentos. Gostava de ouvir a opinião de quem estava na Mesa sobre essa possibilidade de participação. ----------------------------- ----- O segundo aspeto tinha a ver com a questão habitacional. Havendo uma percentagem muito significativa de fogos devolutos, uma percentagem significativa de edifícios que estavam com más condições, havendo escassez de meios para fazer investimento, como se poderia compaginar um investimento num conjunto de edifícios novos sabendo que havia exemplos de edifícios novos, como no Martim Moniz, como se poderia conjugar um investimento num conjunto de coisas novas ao mesmo tempo que havia uma grande disponibilidade de fogos. ----------------------------------------------- ----- Depois, e já tinha visto essa preocupação, que tipo de população e que mecanismos de acesso a esses alojamentos poderiam ser colocados em ação evitando a transformação da colina num espaço residencial de um grupo social com mais posses, que em princípio seria aquele que tinha mais acesso aos fogos novos colocados no mercado. ---------------------------------------------------------------------------------------------- ----- O Senhor Deputado Municipal António Modesto Navarro (PCP) disse que o Hospital de Todos-os-Santos não devia ser a ponta de lança para destruir hospitais como o São José, Capuchos, Santa Marta, Miguel Bombarda, Curry Cabral e Estefânia. ------- ----- A chamada Colina de Santana era objeto de ataque para a especulação urbanística. O Estado vendera ao Estado (a ESTAMO) esses hospitais; o Estado pagava rendas de milhões à ESTAMO, que era uma empresa do Estado – Ministério das Finanças. A tramoia fora criada para baixar o deficit, com a entrada fantasma dos milhões de euros que o Estado (ESTAMO) pagara, entre aspas, ao governo PSD/CDS-PP, ou seja ao Estado, pelo património. Não havia milhões, mas havia invenções para ajudar o Governo a mentir a quem já sabia o que se ia passar, a troika e outros interessados. ----- ----- A ESTAMO e a Câmara Municipal de Lisboa avançaram com um anteprojeto que era propagandeado, para ajudar o Governo a encerrar hospitais de referência, onde o Estado investira muito dinheiro e que estavam em condições de servir a população de Lisboa, da região e para além da região, como acontecia. ------------------------------------ ----- A população da chamada Colina de Santana vivia em más condições, como vivia a grande maioria da população de Lisboa e da Área Metropolitana. -------------------------- ----- Perguntou se o Governo e a Câmara lutavam contra isso. Se a Câmara promovia iniciativas para defender os interesses de quem habitava nos bairros e nas freguesias, ou se promovia e ajudava projetos contra Lisboa, a sua identidade e património. ----------- ----- Colocou algumas questões e propostas: ---------------------------------------------------- ----- O Governo devia prestar serviço público na saúde em hospitais que foram renovados e eram essenciais para Lisboa e para a região; ------------------------------------

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----- Devia impedir a degradação dos edifícios e mantê-los no seu funcionamento normal; ------------------------------------------------------------------------------------------------ ----- Devia preservar o património edificado e imaterial ligado à história da saúde e da medicina; --------------------------------------------------------------------------------------------- ----- A Câmara Municipal devia trabalhar na defesa da população de Lisboa, na reabilitação urbana e não na expulsão dos atuais moradores; combater a lei das rendas; qualificar o espaço público e popular, com equipamentos necessários à população residente; --------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Disse que o projeto da chamada Colina de Santana interessava ao Governo PSD/CDS-PP, à ESTAMO, aos grandes grupos imobiliários e financeiros, com a construção de condomínios de luxo, hotéis de charme e silos-auto. Perguntou se era esse o projeto que a Câmara apoiava. ------------------------------------------------------------------ ----- Perguntou onde estava a construção de habitação a preços acessíveis, em terrenos municipais e porquê a extinção da EPUL – um dos poucos travões à especulação imobiliária, que era promotora e construtora de habitação sobretudo para jovens. ------- ----- O PCP combatia o ataque do Governo ao direito à saúde, com a desativação dos hospitais. Bastava de ameaças e desemprego para os profissionais da saúde e cortes para a população de Lisboa. ----------------------------------------------------------------------------- ----- Perguntou quem queria destruir o que restava de serviço público na cidade e quem prejudicava o emprego, as pequenas e médias empresas, querendo ver Lisboa nas mãos dos agiotas e elites, dos que tinham muito dinheiro para comprar casas em zonas que eram identitárias e davam razão de ser a Lisboa. ----------------------------------------------- ----- Perguntou que modelo e caminhos estavam a ser seguidos entre o Governo PSD/CDS-PP e a Câmara Municipal PS e de António Costa. A Assembleia Municipal e a Câmara Municipal deviam defender Lisboa e os lisboetas em primeiro lugar e sempre. ----- A Senhora Doutora Maria Ramalho, do ICOMOS Portugal, disse que importava realçar a participação do ICOMOS, de forma consistente, na primeira fase desse debate, não tendo obtido, até ao momento, qualquer resposta por parte da Câmara. --------------- ----- Queria, em primeiro lugar, expor a discordância relativamente a decisão de desativar as Unidades Hospitalares da Colina de Santana, sem que tivesse havido uma reflexão prévia sobre todos os seus impactes. O novo Hospital de Todos os Santos era, em sua opinião, um falso projeto com todas as probabilidades de nunca vir a concretizar-se, mas que obrigava já, como se fosse inevitável, ao fecho e abandono irresponsável de uma série de estruturas de grande valor social e patrimonial, empurrando os doentes para outras unidades já superlotadas, ou para serviços de saúde privados, como parecia ser realmente o grande objetivo. ------------------------------------- --------------------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Entretanto, como se fosse a única solução, avançava-se a grande velocidade com projetos de loteamento sem ligação real entre si, aos quais se acrescentava agora o embrulho do Plano Estratégico que realmente apenas surgira por pressão dos cidadãos. ----- Segundo o que dizia o próprio documento: “a incerteza relativa à transferência das unidades hospitalares para o futuro Hospital (…), a par do arrefecimento do mercado imobiliário torna impossível desenhar programas ou áreas de reabilitação, bem como contabilizara à priori os meios financeiros públicos e privados a alocar à operação”. Queria isso dizer, na prática, que se pretendia avançar com projetos que, à partida, não apresentavam uma garantia mínima de sustentabilidade. ------------------------------------- Como todos sabiam, essa área possuía uma notável densidade de património classificado e inventariado, jardins históricos e eixos arborizados que constituíam um importante valor cénico e de identidade que deveria ser respeitado. ------------------------

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----- A seu ver, quer o Documento Estratégico, como o Projeto Urbano, partiam de um não entendimento do que era essa zona de Lisboa ao se considerar necessário contrariar a génese das Unidades Cadastrais, por essas se apresentarem cercadas. Ora era exatamente essa característica que tinha relação direta com a origem conventual de cada um desses espaços e que deveria ser respeitada. Perguntou como era possível considerar isso negativo numa cidade onde se autorizavam todos os dias condomínios fechados. -- ----- Por outro lado, verificava-se que o programa apostava na vertente habitacional, o que, numa altura em que existia saturação do mercado, parecia absurdo. ------------------ ----- Ao contrário do que defendia o Documento Estratégico, considerava-se que o efeito de contaminação das grandes operações seria nefasto e arrastaria esse frágil e rico contexto urbano para um nunca acabar de obras e planos incompletos e desconexos. --- ----- Discordava-se ainda profundamente da ideia de que esses conjuntos patrimoniais foram altamente penalizados com a função hospitalar e que a saída dos hospitais era uma oportunidade para a sua valorização. Pelo contrário, considerava que essa função conseguira adaptar-se aos antigos conjuntos conventuais e suas cercas, exatamente o oposto do que atualmente se propunha, invertendo-se a sua lógica urbana e promovendo a demolição massiva de edifícios. Considerava-se ainda pura demagogia dizer-se que se pretendia finalmente promover a sua utilização e fruição, sabendo como esses espaços foram intensamente utilizados pelos lisboetas, valendo-lhes sempre nos momentos de maior aflição. Era com a privatização dessas unidades que se negaria o apoio médico de proximidade, aumentando o custo da habitação e criando condições para a gentrificação. --------------------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Demagogia ainda com laivos de ridículo era embrulhar esse Programa de base especulativa em conceitos como “Colina do Conhecimento” ou “Eco-Bairro Histórico!” Perguntava-se o que ofereciam estas operações que pudessem substituir o que já existia de notável ao nível do Património da Ciência, ou como encarar esse Plano como Ecológico quando se apostava na densificação da construção, impermeabilização de espaços e concentração de pessoas e viaturas. -------------------------------------------------- ----- Para terminar, queria afirmar que o que a Colina necessitava era que se mantivesse e reforçasse a sua vocação de espaço ligado à saúde, e ai estariam de acordo com as propostas do Plano de criar novas unidades médicas, mas também que se criasse a hipótese de, sem demolições extensivas, se disponibilizar espaços à iniciativa privada, nomeadamente clínicas e laboratórios. ----------------------------------------------------------- ----- Manter o caráter desse notável conjunto passaria pela reabilitação das antigas estruturas, tal como se fazia havia muitos anos nas principais capitais europeias onde, em zonas históricas, continuavam a existir hospitais centenários onde ainda nasciam reis e princesas. ------------------------------------------------------------------------------------------- ----- O Senhor Arquiteto Augusto Vasco Costa disse que não podia deixar de louvar essa iniciativa da Presidente da Assembleia Municipal, a colega Arquiteta Helena Roseta, fazendo votos que esses debates se estendessem a outros discutíveis planos que estavam previstos para Lisboa, designadamente para a zona ribeirinha do Aterro da Boavista e para o Vale de Santo António. ------------------------------------------------------- ----- Quanto aos Planos apresentados para a Colina de Santana, perguntou porque não fora respeitado o Plano Diretor Municipal.------------------------------------------------------ ----- Perguntou se seria com projetos como o proposto para o Miguel Bombarda que se defendia e reforçava a “Imagem da Cidade”, se seria como o proposto para Santa Marta, que se promoviam os bairros como “unidades estruturantes “, “adaptando a sua escala”, se seria propondo coberturas em terraço, como para São José, que se enquadravam nas “características arquitetónicas envolventes. -----------------------------------------------------

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----- Perguntou ainda se a solução que integrava o mosteiro dos Capuchos, reforçava a desejada “visibilidade” do património histórico, ou onde se via a “Visão de Conjunto” que o texto introdutório do Doutor Sarmento de Matos para esse Plano indiciava. Concluindo, a pergunta era porque propunham soluções de rutura, quando se pedia o contrário. Se não sabiam que as ruturas urbanas tinham repercussões sociais que levavam ao desencanto, vandalismo e mesmo a revolta, se os acontecimentos recentes e crescentes por esse mundo fora não diziam nada. ---------------------------------------------- ----- Se todos pretendiam integração e harmonia, que se refletiria naturalmente numa melhor qualidade de vida, porque propunham o contrário. Se não seria mais simples, uma solução integrada, à escala das ruas, praças e quarteirões da sua envolvente histórica onde, como em todas as regras havia exceções, mas não como ali, as exceções serem a regra. ---------------------------------------------------------------------------------------- ----- Que ficasse bem claro, que não pretendia que se imitasse o antigo. O desafio que lançava era projetar atual, tirando o máximo partido das novas tecnologias e materiais, mas ao mesmo tempo respeitando a escala humana e harmonia da Cidade histórica. ---- ----- Por fim gostaria de perguntar como iriam reabilitar a Colina de Santana, restaurar o seu casco envelhecido e o seu património secular. Esperava que não fosse com mais subsídios que nunca mais chegavam ou com mais taxas e impostos. ----------------------- ----- Assim, se não queriam que esse rico património continuasse a degradar-se, por mais dez, vinte, ou mesmo mais anos, como em outras zonas da Cidade, porque o “vil metal” nunca mais aparecia, havia que aproveitar essa oportunidade. ---------------------- ----- Não via o Município e a ESTAMO como inimigos mas como parceiros importantes para conseguir concretizar, finalmente, a reabilitação dessa zona. -------------------------- ----- Pelo exposto, propunha o seguinte: --------------------------------------------------------- ----- A realização de um Plano Integrado para toda a Colina de Santana; ------------------ ----- Que os planos agora apresentados fossem revistos, no sentido de se integrarem na prometida “Visão de Conjunto”; ------------------------------------------------------------------ ---- Se assim fosse, à ESTAMO seria salvaguardado o seu índice de construção: 0,98; - ----- Dado o índice geral de construção que previam, 1,12, não ser elevado, as cidades queriam-se densas e vivas (vide, Lapa (1,35), Baixa (2,74) ou Campo de Ourique (1,79)), que fossem aprovados mais 10 a 15% de construção, cuja receita reverteria para uma entidade que teria a responsabilidade de gerir e de manter devidamente os equipamentos e espaços públicos que fossem ali implementados. --------------------------- ----- Parecia-lhe que todos seriam beneficiados. O Promotor, ESTAMO, que conseguia os metros quadrados de construção que pretendia e finalmente aprovados. Os seus atuais moradores, que viam a sua velha e degradada colina finalmente rejuvenescida. O Município, pelas taxas que recebia, aprovando esses projetos e a economia que teria por deixar de ter mais despesas e preocupações com a sua manutenção. Os lisboetas, orgulhosos por terem conseguido que a Colina de Santana passasse a ser um lugar onde dava gosto viver, trabalhar e investir”. ----------------------------------------------------------- ----- O Senhor Engenheiro Pompeu dos Santos começou por dizer que era Presidente da Secção de Ordenamento do Território da Sociedade de Geografia de Lisboa, mas estava a intervir a nível pessoal. ------------------------------------------------------------------ ----- Ao abordar esse assunto eram confrontados com várias perplexidades: -------------- ----- Em 2008-2010 o Governo de então, a pretexto de arranjar receitas para reduzir o défice, vendera os hospitais à ESTAMO, urna empresa do próprio Estado, por 125 milhões de euros, com a ideia de construir posteriormente um novo hospital, invocando que os edifícios tinham grandes despesas de manutenção. Ora, depois de vendidos os encargos passaram a ser ainda bem superiores, pois o Estado passou a pagar uma renda

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anual de seis milhões de euros. Assim, como um novo hospital nunca estaria disponível antes de 2018-2020, ate lá o Estado pagaria em rendas à ESTAMO mais de metade do que recebera. ----------------------------------------------------------------------------------------- ----- Entretanto, fora sendo preparada a construção do novo hospital, com um custo total previsto de 600 milhões de euros, através de uma “PPP”, a qual acarretava para o Estado uma renda anual de 20 ou 30 milhões de euros. Portanto, o Estado desfazia-se dos hospitais atuais porque tinham muita despesa e avançava para a construção de um novo hospital em que o encargo seria muito superior. Mas o Governo atual tinha dúvidas; anulou a “PPP” e mandou estudar soluções alternativas. Aliás, nunca foram apresentados, pelo menos que conhecesse, estudos credíveis que demonstrassem que a opção de substituir os hospitais existentes pelo novo hospital era a melhor. --------------- ----- Por outro lado, e muito antes de saber se o Estado ia avançar para a construção do novo hospital, a ESTAMO mandara fazer estudos urbanísticos com vista à promoção imobiliária nos locais dos hospitais e entregara os pedidos de licenciamento na Câmara. Isso era criar um facto consumado, uma pressão, para não dizer chantagem, inadmissível sobre o próprio Estado. ------------------------------------------------------------- ----- Aliás, o argumento de que os hospitais estavam velhos, que não tinham condições, que estavam a cair de podres, para justificar a construção de um hospital novo, era falacioso. De facto, os hospitais saiam dali, faziam-se obras, incluindo novas construções, e apareciam lá hotéis e condomínios de luxo, tudo num “brinquinho”. Perguntou por que razão não se faziam nos hospitais existentes as obras necessárias para os pôr como novos. --------------------------------------------------------------------------------- ----- Além disso, havia as dezenas, senão centenas de milhões de euros em equipamentos nos hospitais existentes, que eram deitados à rua. ---------------------------- ----- Isso ia contra o interesse público e por isso fazia a seguinte Proposta de Recomendação, que depois entregaria na Mesa: ----------------------------------------------- ----- 1- Suspensão imediata dos processos de licenciamento em curso na Câmara. ------- ----- 2- Reversão para o Estado dos hospitais vendidos à ESTAMO, com o pagamento à ESTAMO dos valores de aquisição (obviamente, as rendas já pagas cobriam os juros do capital investido). ----------------------------------------------------------------------------------- ----- 3- Anulação do processo de construção do novo hospital. ------------------------------ ----- 4- Realização de um levantamento detalhado das necessidades dos hospitais existentes, em termos de melhoria de equipamentos e de instalações, bem como de outros serviços que pudessem ser instalados nos hospitais já devolutos. ------------------- ----- 5- Realização de um inquérito com vista à identificação de eventuais irregularidades nos processos de decisão relativos à construção do novo hospital e ao encerramento dos existentes. ---------------------------------------------------------------------- ----- A Senhora Arquiteta Helena Carqueijeiro começou por dizer que habitava na Colina de Santana, porque tinha lá o seu escritório, e era militante do PAN. -------------- ----- Disse que embora muito pudesse ser dito sobre as propostas para a Colina de Santana, ia centrar a sua intervenção apenas em três pontos que considerava fundamentais. ---------------------------------------------------------------------------------------- ----- Em primeiro lugar a discordância entre os objetivos definidos no PDM e a opção de desativar todas as estruturas dos hospitais. O artigo 20 do PDM preconizava “a minimização das deslocações urbanas, através do equilíbrio funcional dos diversos sectores urbanos”. Ora, desativar todos os hospitais e obrigar as pessoas a deslocar-se para Marvila não era, seguramente, uma forma de conseguir esse objetivo. --------------- ----- Para além disso as soluções apresentadas na proposta também entravam em contradição com o PDM, designadamente no que se referia às vistas (artigo l7); à

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qualificação do espaço público; à compactação e colmatação da malha urbana consolidada (artigo 41). ---------------------------------------------------------------------------- ----- Em relação ao estudo para a Colina de Santana apresentado na primeira dessas sessões, o que era problemático era a questão das propostas, porque não havia uma proposta de conjunto; nenhuma referência a intervenções ou estratégias para o todo, que tivesse como objetivo corrigir ou minimizar os problemas identificados nesse mesmo estudo, como por exemplo a grande diversidade do edificado, o caráter da estrutura fundiária ou o isolamento da colina relativamente à cidade. --------------------------------- ----- Consequentemente, não eram apresentadas propostas concretas que viessem a melhorar a vida das pessoas. Teria sido tão fácil propor uma estação de metropolitano para o Campo de Santana, ou pelo menos uma ligação à rede de metro existente, como acontecia no caso da Baixa-Chiado. -------------------------------------------------------------- ----- Pelo contrário, tratava-se de propostas desarticuladas, centradas em cada uma das unidades, correspondentes aos hospitais desativados ou a desativar sem qualquer fio condutor, sem qualquer referência ao espaço público. ---------------------------------------- ----- Aí chamava a atenção precisamente para um ponto muito importante. Na apresentação do projeto a Arquiteta Inês Lobo referira-se “ao espaço público da Academia Militar’. A expressão deixara-a alerta, porque na verdade a Academia Militar não tinha espaços públicos. Pelo menos na sua aceção de espaço público não incluía um jardim com uma cancela e dois guardas à porta (muito possivelmente armados, porque eram militares) a fazerem-lhe a continência cada vez que se acercava do portão. -------- ----- Por essa razão tinha olhado com especial cuidado para as referências ao espaço público contidas na proposta e o que encontrara era uma expressão próxima, “espaço de fruição pública”. Só que isso era ambíguo e tanto se podia aplicar ao espaço público, o espaço de todos, como também ao espaço só de alguns, espaços comuns de condomínios privados. ----------------------------------------------------------------------------- ----- Olhando para cada uma das unidades, uma das mais evidentes era a do Hospital Miguel Bombarda, era exatamente isso que se configurava: --------------------------------- ----- A manutenção das cercas e da respetiva estrutura fundiária dada como uma das causas do desequilíbrio e descontinuidade da colina; ------------------------------------------ ---- O desenho de espaços verdes comuns de fruição encerrados; --------------------------- ----- A disposição do edificado sem preocupações de manter a frente de rua; ------------- ----- Estavam perante uma situação de substituição do público pelo privado, sem nenhuma mais-valia para a cidade e para a melhoria da vida das pessoas que nela habitavam. -------------------------------------------------------------------------------------------- ----- O Senhor Deputado Municipal Fernando Nunes da Silva (PS) disse que queria apenas confirmar aquilo que tinha referido o Arquiteto João Cabral, embora que como convidado tivesse que ser mais simpático. ------------------------------------------------------ ----- Era a inversão completa do processo de planeamento e bastava ver as datas das diferentes coisas. Começava-se com projetos de arquitetura, depois passava-se a loteamento, passava-se a plano de conjunto chamado projeto urbano e no final vinha o projeto estratégico., sendo que a diferença entre uma coisa e outra eram dois anos. Era completamente impressionante como isso se fazia. -------------------------------------------- ----- Não queria deixar, no entanto, de elogiar o trabalho do documento estratégico de intervenção no que se referia ao levantamento que fazia, ao diagnóstico que fazia e muito em particular no que se referia à parte patrimonial. Só tinha pena que ele aparecesse dois anos depois dos projetos de arquitetura. --------------------------------------

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----- Não estava em causa a qualidade dos projetos de arquitetura, quer os profissionais que os fizeram, quer aquilo que já mostraram. Eram projetos de grande qualidade que não só mantinham o património, como ainda por cima o valorizava. ----------------------- ----- O que estava em cima da mesa era ter-se avançado até ali com base apenas num problema de negócio financeiro para resolver problemas do Orçamento de Estado e depois resolver problemas de financiamento do novo hospital, numa área chave da Cidade de Lisboa. Era uma área de oportunidade para corrigir e resolver muitos problemas que a zona central da cidade fora acumulando ao longo do tempo e desperdiçava-se essa oportunidade em nome de um problema de contabilidade financeira entre várias entidades do Estado, porque a Câmara também era Estado e era bom não se esquecerem disso. -------------------------------------------------------------------- ----- Havia algumas questões de fundo que lhe pareciam absolutamente essenciais e que continuavam por definir, que deviam ser objeto de discussão política quer ao nível da Câmara, quer ao nível da Assembleia Municipal como órgão deliberativo eleito pela cidade. ------------------------------------------------------------------------------------------------ ----- O primeiro era definir o modelo urbano, qual a morfologia urbana que se ia adotar para aquela zona da cidade, qual a diversidade funcional e social que se queria para aquela zona. ------------------------------------------------------------------------------------------ ----- Outro aspeto importante era a diversidade de usos já a um nível mais concreto, do ponto de vista da própria complementaridade que pudesse existir com instalações já existentes, em particular a Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa e o novo Centro de Investigação Médica que lhe estava associado. ---------------- ----- Era um pouco estranho falar-se em “colina do conhecimento” e depois destruir-se não só o conhecimento que já lá estava acumulado ao longo de décadas, como por outro lado criar as condições objetivas e físicas que impedissem a divulgação desse mesmo conhecimento. --------------------------------------------------------------------------------------- ----- Outra questão que lhe parecia importante era a necessidade de definir uma rede, quer de espaços públicos, quer de articulação e de resolver o problema das acessibilidades, em relação ao qual o projeto era extremamente pobre. -------------------- ----- Disse que era forçoso separar a questão do financiamento do novo hospital, que era um hospital necessário para aquela zona da cidade mas isso não significava ter que eliminar os existentes, e explorar a fundo uma coisa que o próprio Plano Diretor Municipal tinha criado e que era a transferência de créditos de construção. Portanto, que não ficassem amarrados à valorização do terreno e aos metros quadrados que ali tinham que ser construídos para suprir dificuldades financeiras do Estado, porque havia possibilidade de transferência de créditos de construção e isso era uma questão a explorar. ---------------------------------------------------------------------------------------------- ----- A Senhora Doutora Elsa Jara disse que, como médica hospitalar, gostaria de dar alguns esclarecimentos referentes à organização dos serviços de saúde, para melhor se compreender os riscos do encerramento e destruição dos Hospitais da Colina de Santana. ----------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Como na anterior sessão tinha havido uma intervenção do Professor Constantino Sakellerides sobre Cuidados Continuados, poderia ter ficado menos claro o seguinte: Os Cuidados Continuados eram da responsabilidade dos Centros de Saúde e não dos Hospitais. Nesses existiam apenas comissões de avaliação das altas médicas, para informação aos Centros de Saúde das respetivas áreas, sobre doentes com dificuldades socio económicas, que precisavam de cuidados médicos continuados. --------------------- ----- Fora pena que na sessão anterior não tivesse havido oportunidade para transmitir uma visão da estrutura hospitalar, pois o que se queria destruir eram Hospitais e os

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Cuidados Continuados pouco tinham a ver com a Assistência Hospitalar, pois estavam em polos opostos na estrutura de assistência médica. A única ligação seria que quanto melhor fosse a rede de Cuidados Continuados, menos internamentos de doentes crónicos haveria. ------------------------------------------------------------------------------------ ----- Os Hospitais da Colina de Santana tinham a classificação de Hospitais de Referência, por prestarem cuidados médicos muito diferenciados, o oposto dos Cuidados Continuados. ----------------------------------------------------------------------------- ----- O plano do novo Hospital Oriental de Lisboa, podia vir dos anos 60, e nessa altura até se podia justificar, mas não atualmente. ----------------------------------------------------- ----- Desde os anos 80 até ao presente tinha havido grandes Investimentos em construção e equipamentos dos seis Hospitais que constituíam o Centro Hospitalar Lisboa Central (São José, Santa Marta, Capuchos, Dona Estefânia, Curry Cabral e Maternidade Alfredo da Costa), todos Hospitais de Referência. Era usada essa classificação para Hospitais que constituíam a última linha de cuidados de saúde em especialidades médicas ou cirúrgicas, abrangendo uma população muito mais vasta que a da sua respetiva área geográfica. --------------------------------------------------------------- ----- Nos últimos anos tinham sido construídos muitos hospitais na coroa Metropolitana de Lisboa e, portanto, esse plano de mais um hospital dentro da cidade devia ser reavaliado à luz da nova realidade e não parecia aceitável a decisão de acabar com todos os seis Hospitais do Centro de Lisboa. ----------------------------------------------------------- ----- A única forma que os responsáveis encontraram para justificar a construção de um novo hospital fora acabar com todos os seis hospitais do Centro de Lisboa, que estavam remodelados e com equipamentos de ponta para cuidados de última linha, portanto os mais diferenciados, com o argumento de que estavam degradados e de que era muito cara a sua manutenção. ----------------------------------------------------------------------------- ----- Perguntou como se justificava o encerramento de mais dois Hospitais de Lisboa, o Instituto Oftalmológico Gama Pinto também na Colina de Santana e o Hospital Pulido Valente, não falando nos que já tinham sido encerrados nos últimos anos. ---------------- ----- A história de hospitais degradados também era difícil de aceitar, depois de ver o estado de degradação de um hospital muito recente, o Hospital Amadora – Sintra. ------ ----- O argumento usado por um alto responsável da Saúde na última sessão, de que no Hospital de São José, para os doentes e funcionários passarem de um Serviço para outro tinham de sair dos edifícios, isso também acontecia em hospitais de construção recente, como o Hospital Garcia de Orta, em Almada. -------------------------------------------------- ----- Parecia difícil arranjar justificações racionais para o encerramento de tantos hospitais, em que muito se tinha investido, tanto em construção, como em equipamentos. --------------------------------------------------------------------------------------- ----- Nos números sobre as pesadas despesas de manutenção com os hospitais da Colina de Santana (mais um argumento para o encerramento) revelados na última sessão, incluíam os seis milhões de rendas que o Ministério da Saúde pagava à ESTAMO (empresa com 100% de capitais públicos, pertencente ao Ministério das Finanças). Ou seja: era tirar de um bolso do Estado para meter no outro.------------------------------------ ----- Se os critérios para o encerramento (a que se somava a destruição e venda dos terrenos, com projetos aprovados) dos hospitais da Colina de Santana fossem aplicados a nível nacional ou internacional, muito poucos hospitais ficariam de pé. ----------------- ----- Tudo isso parecia irreal, um País em grave crise económica desperdiçar milhões de euros, a que se somava a destruição de patrim6nio material e imaterial. ------------------- ----- Disse que os Hospitais da Colina de Santana eram Hospitais de que se deviam orgulhar. ----------------------------------------------------------------------------------------------

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----- O Senhor Doutor Vitor Freire começou por sublinhar a cronologia evidenciada pelo Senhor Arquiteto João Cabral, que evidenciava o modo como tudo isso tinha surgido. O processo estava invertido e talvez o presente debate fosse a primeira tentativa para pôr o “comboio nos carris”, porque havia anos que o processo estava invertido. --- ----- Dentro da cronologia salientava que os projetos da ESTAMO tinham sido entregues na Câmara Municipal apenas uns dias antes de serem publicitados no Correio da Manhã. Esse aspeto era significativo. -------------------------------------------------------- ----- Queria também recordar um aspeto que nunca tinha sido referido nesses debates e a que a comunicação social era a ele avessa. Em vinte e dois de março de dois mil e treze tinha entrado na Secretaria de Estado da Cultura uma proposta de classificação de vários edifícios do Hospital Miguel Bombarda, assente num estudo em três volumes que demorara cerca de três anos a efetuar e que era subscrito pela Sociedade Portuguesa de Psiquiatria, de Neurologia, de Arterapia, de Arte Outsider, pelo Museu de L`Art Brut de Lausanne, etc., e por historiadores de topo portugueses. Nada era dito sobre esse estudo, nem sobre essa proposta de classificação, o que era muito estranho. ----------------------- ----- Inclusivamente, no último documento da Câmara publicado em dezembro, continuavam-se a cometer os mesmos erros em relação ao Hospital Miguel Bombarda. Nem o nome da Ordem que erguera o edifício principal, porque na maioria os edifícios tinha sido construídos de raiz para o hospital. Continuava a ser a de São Francisco de Paula, quando era a Congregação da Missão de São Vicente de Paulo. -------------------- ----- Por outro lado esse próprio documento, que tinha sido elogiado e que lhe parecia um pouco melhor que os projetos de loteamento, continuava a cometer erros históricos grosseiros, afirmando nomeadamente que o Hospital Real de Todos os Santos no Rossio, aquando do terramoto, ficara completamente destruído. Isso não era verdade. -- ----- O Hospital de São José só se tinha tornado posse do Estado em 1759, após a expulsão dos jesuítas, e tinha sofrido obras de alteração para ser hospital. Só em 1775, vinte anos depois, o Hospital Real de Todos os Santos era transferido para São José. Ora, um hospital que ficasse completamente destruído não ficava a funcionar vinte anos. Isso era um absurdo e estava no documento da Câmara. Era de tal modo ridículo que não se admitia. --------------------------------------------------------------------------------------- ----- Gostaria de referir dois aspetos em concreto sobre o impacto urbanístico, social e populacional, porque a discussão tinha sido boa mas era teórica. --------------------------- ----- O impacto urbanístico dos projetos de loteamento/venda para os Hospitais da Colina de Santana seria desastroso para a Cidade de Lisboa e mais um atentado ao património da sua inigualável paisagem histórica urbana e grande atração turística. Por exemplo, no Hospital de São José, todo o seu recinto, atualmente com alguns espaços livres, ficaria atafulhado de nova construção, mantendo os atuais acessos de pessoas e viaturas, o que resultaria num agravamento dos problemas de trânsito ou na criação de um enorme condomínio. --------------------------------------------------------------------------- ----- Também em São José, previa-se a construção de prédios do lado poente do edifício classificado, com três ou mais pisos acima desse, e ocultando boa parte do maior e mais bem conservado Torreão da M F de 1383. O sistema de vistas desde o Castelo, Senhora do Monte, etc, ficaria irremediavelmente adulterado com esses novos prédios, dividindo a meio o casario antigo da Colina. ---------------------------------------------------------------- ----- No Hospital Miguel Bombarda, ponto mais elevado da Colina, além da demolição de edifícios únicos ou raros em termos europeus, para os quais fora apresentada em março proposta de classificação, o loteamento/venda preconizava a construção de seis torres de 10/12 pisos, que iriam destruir o sistema de vistas da zona histórica, nomeadamente desde o Castelo, São Pedro de Alcântara, Bairro Alto, etc. ---------------

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----- Também no Hospital Miguel Bombarda esse loteamento previa a abertura de uma rua em semi-túnel entre o Conde Redondo e a Gomes Freire, em zigue-zague, com curvas, duas delas em cotovelo, um verdadeiro perigo para a circulação, segurança, e estabilidade dos prédios contíguos, dada a diferença de cota que atingia dez metros. ---- ----- Também o impacto social/habitacional de todos os loteamentos seria desastroso para a Colina. Numa zona desertificada e deprimida onde 50 a 60% das casas e lojas estavam desocupadas (os dados oficiais pecavam por defeito), iriam ser construídas algumas centenas de habitações, para classes abastadas ou estrangeiros, certamente a maioria para habitação ocasional. ---------------------------------------------------------------- --------------------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Sem qualquer dúvida, e com o encerramento dos hospitais, toda essa zona se tornaria mais desertificada e economicamente deprimida. ----------------------------------- ----- Propunha à CML e à AM, em contrapartida a esses loteamentos, a elaboração e execução urgente de um Plano de Repovoamento dessa zona, identificando rigorosamente a situação dos fogos e prédios, sendo que a CML deveria dar o exemplo, restaurando edifícios e colocando os andares no mercado de arrendamento, contribuindo para a descida das rendas. -------------------------------------------------------------------------- ----- Em conclusão, todos esses loteamentos da Colina deviam ser reprovados e reformulados, sendo que a venda só devia ser efetuada após o Hospital Oriental ter sido inaugurado, evitando-se a desmotivação dos funcionários e o mau estar criado junto dos doentes e moradores, devido aos permanentes adiamentos e alterações de perfil de gestão do novo hospital. ---------------------------------------------------------------------------- ----- A Senhora Presidente da Assembleia Municipal de Lisboa, Arquiteta Helena Roseta, disse que ainda haveria uma sessão na semana seguinte e outra que ainda não estava marcada para discutir o que a Assembleia deveria aprovar sobre essa matéria. O que sugeria era que as pessoas, nas intervenções que estavam a fazer, procurassem fazer propostas ou recomendações à Assembleia, porque de tudo isso teria que resultar um documento para a Assembleia aprovar e que devia ser um documento para mandar à Câmara Municipal. ---------------------------------------------------------------------------------- ----- Podiam ter as diversas opiniões, as divergências ou as convergências, mas o importante era que no fim resultasse, depois de tantas intervenções, alguma coisa de concreto que a Assembleia Municipal pudesse aprovar e pudesse amarrar a Câmara Municipal àquilo que era o sentir da população e que os Senhores Deputados Municipais representavam. --------------------------------------------------------------------------------------- ----- Pela sua parte queria apenas sublinhar que também lhe parecera desde o princípio ser um processo feito ao contrário, de trás para a frente, mal conduzido do ponto de vista das etapas, não só na parte urbanística, mas também na parte de saúde. ------------------- ----- Tinha procurado a decisão do Governo, do Ministro ou Secretário de Estado, fosse quem fosse, que decidira a reorganização dos hospitais da Cidade de Lisboa e não encontrava. Isso tinha que ser dito e tinha que ser descoberto. ------------------------------- ----- Quando tinha sido posta a providência cautelar pelo Movimento de Cidadãos por causa do encerramento da Maternidade Alfredo da Costa, o Movimento de Cidadãos não conseguira encontrar nenhum despacho, nenhuma decisão, nenhum documento a dizer que a Maternidade tinha que encerrar. Isso tinha que acabar. As coisas tinham que ser decididas de forma transparente. ------------------------------------------------------------------ ----- Havia resoluções do Conselho de Ministros, Decretos-Lei, comunicados, despachos, o que quisessem, mas que fosse divulgada com transparência a decisão concreta sobre a reorganização dos hospitais da Cidade de Lisboa. -------------------------

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----- O Senhor Deputado Municipal Ricardo Saldanha (PS) disse que o debate sobre a Colina de Santana era muito profícuo. Revelava muitas ideias sobre a mesma, sendo certo que todos já tinham lido o documento estratégico de intervenção da Câmara Municipal de Lisboa e tal documento assentava em três ideias: seria uma colina do conhecimento, a economia do conhecimento e o turismo cultural, reforçava a componente residencial e o eco bairro histórico, apostando na reabilitação urbana e na melhoria do ambiente. ------------------------------------------------------------------------------ ----- Perante todo o plano estratégico e perante tudo o que tinha sido dito, já se sabia que não poderiam ser desativados aqueles hospitais, era unânime na sociedade lisboeta, enquanto não fosse criado outro. Isso tinha um impacto social gravíssimo, além de outros de outra índole. ------------------------------------------------------------------------------ ----- Contudo, queria levantar uma questão para reflexão de todos. Perguntou, se não existisse qualquer intervenção urbanística naquela colina, qual seria o seu futuro. Tinham que inverter um pouco também os termos. Qual seria o impacto social, urbano e habitacional se não houvesse intervenção. Perguntou se alguém já teria refletido um pouco sobre isso. Todos estavam sempre a refletir se devia ser de uma forma, se seria habitação, etc., mas havia o contrário e essa reflexão era importante. ---------------------- -----Perguntou se a não intervenção levaria mais ou menos gente para o centro da cidade, se criaria mais emprego ou não, se seria mais útil para a economia ou não, se levaria mais turismo para aquela colina histórica ou não, se criaria melhores condições de vida para os residentes e outros que poderiam ir para lá ou não, se criaria mais equipamentos sociais ou não. Essas questões tinham que ser muito ponderadas ed tinham que ser refletidas por todos. --------------------------------------------------------------------------------- ----- Era seu entendimento que desde que se preservasse a identidade cultural, social e urbanística, na medida do possível, com a melhoria que o plano estratégico bem definia e orientava nesse sentido, era útil aquela intervenção para manter a sua identidade histórica como uma das sete colinas de Lisboa, mas o instrumento de gestão territorial utilizado não tinha sido o mais adequado e aí também residia o problema. ---------------- ----- Tinham que ponderar se efetivamente seria necessário recomeçar com um instrumento de festão territorial adequado para esse projeto de grande envergadura, com essas questões que colocara. Ainda não tinha visto abordada a questão da não intervenção e o impacto que teria e isso seria importante para ter uma clarificação. ----- ----- Uma discussão pública implicava uma maior envolvência de toda a população, mas o certo era que, de todos os intervenientes na sessão, ninguém desejava a não intervenção naquela colina. Teriam todos que pensar como intervir e como melhor seria aquela intervenção do ponto de vista do seu impacto social, urbanístico e habitacional para Lisboa e para os lisbonenses. ---------------------------------------------------------------- ----- O Senhor Arquiteto Paulo Pais começou por saudar a Assembleia Municipal pela iniciativa do debate, que marcava de alguma forma uma viragem na postura da Assembleia Municipal, na perspetiva de ser proactiva no debate e na tomada de decisão em Lisboa. -------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Disse que a última intervenção tinha levantado um problema sério. Era Arquiteto e normalmente os arquitetos estavam formados para resolver um problema, mas aparentemente, de algumas intervenções ocorridas nos últimos dias, o problema residia apenas em que seriam desativados os hospitais e iriam para Marvila. Parecia residir aí a totalidade do problema, mas se fosse só esse o problema era fácil a solução, os hospitais não sairiam dali. No entanto, não era bem assim. ---------------------------------------------- ----- Tinha-se feito o documento estratégico e uma caracterização da colina, tendo chegado à conclusão de que, ao contrário do que era a tendência no centro da Cidade de

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Lisboa, a colina continuava a perder residentes e famílias, ao contrário do resto do centro histórico. ------------------------------------------------------------------------------------- ----- A reocupação de fogos na Colina de Santana, que eram quase vinte e quatro por cento os fogos vagos na Colina de Santana, representava quatro vezes mais de população do que aquela que podia ir a residir para as áreas dos hospitais. Perguntou como seria possível pensar na reabilitação daquela colina e ter lá mais quatro mil e trezentos habitantes sem a possibilidade de ter equipamentos de proximidade, de resposta a esses novos habitantes, sem ter a possibilidade de fazer as ligações da colina aos vales, onde estavam os transportes públicos pesados, porque a colina estava muito mal servida de transportes públicos. Perguntou ainda como seria possível dar coerência ao espaço público da Colina de Santana sem uma intervenção naquele cadastro dos hospitais. ----- ----- Quando se falava tanto em património, e era utilizador do Hospital de São José pela área de residência, a pergunta que fazia aos utilizadores do Hospital de São José, que com certeza conheciam as urgências, as consultas externas, etc., se conheciam o valiosíssimo património cultural existente no Hospital de São José. Provavelmente responderiam que não.------------------------------------------------------------------------------ ----- Havia uma oportunidade também de redescoberta de património, de o tornar aberto à população e criando novas oportunidades de reabilitação daquele espaço. -------------- ----- Por outro lado dizia-se que estavam lá cinco mil postos de trabalho, deslocava-se para lá por ano quase um milhão de pessoas e que poderia ser uma tragédia, mas o levantamento das atividades económicas naquela área dizia que elas estavam rarefeitas no centro da colina e estavam todas ancoradas nas zonas de vales. ------------------------- ----- A cadeia de valor dos hospitais não estava na Colina de Santana. Se pensassem bem, se calhar nem um quiosque de jornais fechava se fechassem os hospitais, porque os quiosques de jornais estavam à boca do metro e situados nos vales. ------------------------ ----- O que era preciso era inverter uma lógica de degradação e de declínio que aquela colina fora dotada ao longo das várias décadas e havia um debate que valia a pena fazer, que era como dar coerência e quais os instrumentos adequados para dar coerência a uma intervenção global da Colina de Santana, que tirasse partido dessa oportunidade de repensar espaço público, repensar ligações e repensar redes de equipamentos. Se seriam unidades de execução, se seria um programa de ação territorial ou uma área de reabilitação sistemática, valia a pena debater os prós e os contras, muito mais do que estar a tentar inventar novos instrumentos de gestão territorial, em que se diria sempre que ficava aquém das expetativas. ---------------------------------------------------------------- ----- Senhor Nuno Vieira começou por dar os parabéns aos intervenientes que o precederam, com particular destaque para Cristiana Bastos, cuja intervenção lhe parecera particularmente acertada. -------------------------------------------------------------------------- ----- Colocou o seguinte conjunto de perguntas: ----------------------------------------------- ----- Porque não haver um museu da medicina nas atuais instalações do Hospital de São José; --------------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Se ganharia a cidade e os seus cidadãos em geral, alguma mais-valia com os projetos previstos. Se não faria mais sentido equipamentos de âmbito cultural abertos à população; -------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Se fazia sentido a volumetria construtiva dos projetos e se não deformava ainda mais a silhueta maltratada de Lisboa; ------------------------------------------------------------ ----- Se o desrespeito pelo património edificado (demolições integrais, projetos de remodelação de interiores com a destruição total dos tetos, aumento de vários pisos, geralmente com revestimento em vidro...) evidenciado de forma paradigmática na

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Avenida da Liberdade e Avenida da República e replicado amiúde por toda a cidade, não deveria ter já despertado consciências.----------------------------------------------------------- ----- Numa altura em que Lisboa ganhava protagonismo internacional e continuado crescimento turístico precisamente pela sua (ainda) autenticidade, se faria sentido esse tipo de intervenção; --------------------------------------------------------------------------------- ----- Se não era ilógico, imoral, criminoso, as demolições dos corpos que estavam previstas, a reboque do falacioso argumento de que não se encontravam originalmente no local;----------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Se não seria um problema que as novas construções previstas, pelas suas características e densidade, fossem aumentar de forma exponencial; ----------------------- ----- Se podia Lisboa continuar a delapidar de forma sistemática e irresponsável o seu parco património edificado, quando tinha de competir com cidades muito mais monumentais, como Paris ou Roma. ------------------------------------------------------------- ----- Disse que não estava convencido de que nos moldes que já fora abordado esse tema, que nos moldes em que estavam previstas as intervenções, constituísse uma mais-valia a captação de um segmento de população privilegiada economicamente. Estavam previstos condomínios privados e esses não se inseriam no local, como era exemplo o Convento dos Inglesinhos, não levando qualquer mais-valia para a zona. ----------------- ----- O Senhor Deputado Municipal Manuel Lage (PS) disse que tinha assistido com toda a atenção aos debates da Colina de Santana. O seu pai nascera no Largo do Mastro, onde tinha andado na escola, assim como o seu avô e o seu irmão e, portanto, era um tema muito querido para si. ------------------------------------------------------------------------ ----- Tinha ouvido falar de uma parte da cidade que representava vinte e cinco por cento da Cidade de Lisboa como sendo uma menoridade, ou como sendo lá para aqueles lados de Marvila. ------------------------------------------------------------------------------------------- ----- O seu avô dizia quando ia a Benfica, ver o Benfica, que ia para fora de Lisboa. Por vezes ouviam-se intervenções em que parecia que o novo hospital ia para fora de Lisboa, mas estavam a falar de uma área da cidade que representava vinte e cinco por cento da população e que era uma nova centralidade, aliás atravessada por muitos daqueles que ali falavam quando iam dar consultas para a CUF Descobertas. ----------------------------- ----- Relativamente à Colina de Santana, parecia-lhe importante que se conseguisse garantir o não encerramento dos hospitais sem que fosse construído o novo hospital, mas era também importante haver uma melhoria das condições de vida para as pessoas que ali moravam, que houvesse mais espaços verdes, que houvesse condições nas habitações, que pudesse efetivamente existir uma verdadeira reabilitação urbana, mas que se mantivessem lá também unidades de saúde porque eram importantes para a população daquela zona da cidade. --------------------------------------------------------------- ----- Tinha que se aumentar a população da Cidade de Lisboa e isso também era começar por dentro e pelo centro da cidade. --------------------------------------------------------------- ----- O que vinha a ficar claro ao longo dos debates era o instrumento de planeamento que se escolhera, se era efetivamente o plano de pormenor, se era como área de reabilitação urbana ou o programa de ação territorial. ----------------------------------------- ----- O programa de ação territorial criado em 1998, que visava coordenar a ação entre o Estado e os municípios que o aplicavam, em termos do investimento dava garantias de transparência e de segurança dos mesmos e credibilizava as políticas municipais, porquanto permitia uma melhor participação de todos. --------------------------------------- ----- Essa era a questão que gostava de deixar ao painel, se o instrumento que tinham atualmente e que estava em causa no estudo era o mais adequado ou se deveriam partir para outra solução, como aliás vinha a acontecer noutros municípios. ---------------------

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----- O Senhor Deputado Municipal Miguel Gama (PS) disse que a Colina de Santana configurava uma oportunidade de requalificar a cidade. Sobre isso todos tinham a certeza. ------------------------------------------------------------------------------------------------ ----- Vários problemas estavam identificados nesse tecido urbano, as acessibilidades, a degradação do parque edificado, os elevados custos de manutenção dos hospitais, o envelhecimento da população. Certamente que outros poderiam ser identificados e sobre eles podiam falar. ----------------------------------------------------------------------------------- ----- Alguns desses problemas eram partilhados com o resto da cidade, que era extensa e claramente a necessitar de uma requalificação urbana. ---------------------------------------- ----- Após as várias intervenções dos vários oradores presentes e do público, era possível ver que cada um tinha as suas ideias e as suas propostas, cada um em função dos seus interesses, da sua formação, daquilo que achava mais interessante, das suas vivências, cada um tinha uma ideia sobre o que deveria ser o futuro da colina. ------------------------ ----- Podiam pensar em remodelar edifícios, demolir edifícios, parques tecnológicos, cidade para estudantes e muitas outras opções. Contudo, uma certeza existia de que após construir o novo hospital e fechar os atuais era urgente pensar no futuro desse território. --------------------------------------------------------------------------------------------------------- ----- A Câmara Municipal de Lisboa, na sua função e competência, efetuara uma profunda análise à Colina de Santana e elaborara um documento estratégico sobre o qual já várias pessoas tiveram oportunidade de falar. Contudo, pelo profundo impacto que essas alterações iriam produzir no território, perguntou se não deveria também o Governo ser envolvido na solução, uma vez que claramente tinha sido um dos elementos que levara a esse acontecimento. ----------------------------------------------------------------- ----- Pegando nas palavras do Senhor Deputado Municipal Manuel Lage, perguntou qual a opinião da Mesa sobre a utilização do programa de ação territorial. Ele estava previsto no quadro legal de ordenamento do território e do urbanismo, permitindo coordenar as atuações entre o Estado e as autarquias em matérias de desenvolvimento territorial e criando condições mais favoráveis e desejáveis às convergências das atuações públicas. --------------------------------------------------------------------------------------------------------- ----- A Senhora Deputada Municipal Margarida Saavedra (PSD), Segunda Secretária da Mesa da Assembleia Municipal, começou por cumprimentar a Senhora Presidente da Assembleia Municipal de Lisboa, os Senhores Deputados Municipais presentes, a Mesa, e todos os que fizeram questão de estar nesse debate. Queria ainda dar os parabéns à Senhora Presidente da Assembleia Municipal por essa iniciativa, que dava novo fôlego à discussão das propostas para a Colina de Santana. --------------------- ----- Lembrou que esse tema tinha dois momentos bem definidos. O primeiro, quando o Governo presidido pelo Engenheiro José Sócrates determinara a desativação dos hospitais, com duas consequências imediatas: a aquisição pela ESTAMO do património ao Ministério da Saúde e a imposição legal de revisão do Plano Diretor. ------------------ ----- O segundo momento iniciava-se com a revisão do PDM e era da exclusiva responsabilidade do Município, começando desde logo pela subversão que sofrera esse processo, que já tinha sido sublinhada por anteriores intervenções e que não iria repetir. --------------------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Não obstante, estavam em discussão pública e importava sublinhar que um projeto em discussão pública tinha de ser explícito, coerente e seguro. Explícito, porque não podia deixar dúvidas no que respeitava ao que se propunha conservar e implementar. -- ----- As consequências da implementação não eram devidamente explicitadas, de forma a habilitar qualquer pessoa a entendê-las. Os próprios serviços da CML o reconheciam

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quando frisavam a falta de “elementos representativos dos edifícios com a sua envolvente, ilustrativos da sua adequada integração”. ----------------------------------------- ----- O projeto tinha também de ser, coerente, tendo em vista um objetivo bem definido. Assumindo a CML que se tratava de um projeto que valorizava a Colina de Santana, eram os próprios serviços da CML os primeiros a levantar reservas quanto ao seu enquadramento. A título de exemplo: ------------------------------------------------------------ ----- Salientava-se o “incumprimento do PUALZE, a desintegração formal e funcional e ainda o incumprimento do RGEU”. Além de que em alguns índices de edificabilidade “os quadros apresentados identificam valores diferentes entre si e cálculos incorretos”. ----- O próprio IGESPAR, em parecer de agosto de 2013 assumia que “os estudos das diversas unidades de intervenção na Colina de Santana não se encontram aqui integrados como conjunto, mas, pelo contrário, surgem como o somatório de propostas individuais unidas no território através de um programa de conteúdos funcionais que se percebe que foi realizado a posterior e não o contrário”. ----------------------------------------------------- ----- Perguntou onde estava a coerência entre o que se dizia pretender e o que efetivamente se propunha. ------------------------------------------------------------------------- ----- Um projeto tinha ainda de ser seguro. Na Colina de Santana o Plano Diretor identificava “suscetibilidades de ocorrência de movimentos de massa em vertentes”, definindo regras bastante restritivas relativamente a operações urbanísticas e de edificação, tendo em vista a estabilidade dos sistemas biofísicos e total segurança de pessoas e bens. --------------------------------------------------------------------------------------- ----- O artigo 23° exigia a apresentação de um estudo prévio integrado que demonstrasse a aptidão para a construção em condições de total segurança. Não tinha visto esse estudo em nenhum dos elementos que consultara. Admitia que houvesse, porque tinha que haver, mas não tinha visto. ------------------------------------------------------------------------- ----- Num passeio começando na igreja de São Domingos até à porta do Hospital de São José e depois por toda a Calçada de Santana e envolvente, podiam ver as seguintes patologias: Fendas verticais em muitos edifícios, deformações em elementos de fachada, fraturas nas cantarias, fraturas nas soleiras, colmatação de frestas com cimentos de várias espécies. -------------------------------------------------------------------------------------- ----- Essas anomalias encontravam-se tanto em prédios com obras recentes como em prédios em mau estado de conservação. Esses sinais apontavam, infelizmente, para o afundamento ou assentamento de fundações, que por ser comum a toda a zona indicava tratar-se de um problema da colina em si e não de um prédio em particular. Significava que existiam efetivamente indícios das terras estarem em movimento deslizante. -------- ----- Era fundamental que entidades devidamente qualificadas elaborassem um plano de salvaguarda para essa zona cuja implementação era urgente, de forma a suster enquanto era tempo a tendência que se verificava no deslizamento de terras. ------------------------- ----- Por outro lado, era fundamental que a CML acautelasse a priori o impacto que as novas construções, cerca de noventa e sete mil metros quadrados, iriam causar na zona antes de se assumir compromissos e conferir direitos. ---------------------------------------- ----- Estavam a debater o futuro de Lisboa, da Colina de Santana, mas, sem estarem na posse todos os dados necessários não era possível tomar uma decisão consciente. ------- ----- O Senhor Vereador Manuel Salgado começou por dizer que estava em total desacordo que a metodologia tivesse sido errada, mas não tinha tempo para explicar isso. --------------------------------------------------------------------------------------------------------- ----- A segunda nota prévia era que muitas pessoas punham em dúvida a construção de um novo hospital, mas recordava que a Câmara Municipal de Lisboa, por unanimidade,

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tinha vendido o terreno ao Ministério da Saúde para construir o Hospital de Todos os Santos. ------------------------------------------------------------------------------------------------ ----- Disse que queria destacar uma intervenção que não tinha sido feita ali, que estava nos jornais, do Senhor Deputado Municipal Victor Gonçalves, que equacionara de uma maneira muito correta a forma de abordar a questão da Colina de Santana, defendendo que devia ser feito um programa de salvaguarda da Colina de Santana. Teria em conta as debilidades da colina e as potencialidades. Era um programa concertado entre o Município, a Universidade e a ESTAMO, definindo a partir daí um conjunto de unidades de execução, um gabinete à imagem dos GABIP já existentes e suspender a apreciação dos PIP. ----------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Os PIP estavam suspensos, essa questão não se colocava, nem haveria nenhuma decisão antes de terem um documento desse tipo aprovado, e aquilo que o Senhor Deputado Municipal propunha não era mais do que o plano de ação territorial previsto no artigo 121do RGIT. Por si estava totalmente de acordo. ---------------------------------- ----- Havia uma coisa para a qual queria alertar, que era o tempo e uma certa urgência em andar com esse processo para a frente. ------------------------------------------------------ ----- Já tinha sido dado o exemplo do Convento de Arroios, que fora vendido em 2004 ou até talvez um pouco antes, estando no estado em que estava. Tinha sido vendido pela mesma ESTAMO. ---------------------------------------------------------------------------------- ----- O Convento do Desterro tinha sido vendido, só que depois o negócio não se concretizara. ----------------------------------------------------------------------------------------- ----- Era uma oportunidade para o Município poder negociar com uma entidade que era detentora de todo esse conjunto de parcelas e, com elas e com a Universidade, poder definir um programa para a Colina de Santana. Para além de todas as outras oportunidades, essa não deveria ser perdida. ---------------------------------------------------- ----- O Senhor Deputado Municipal Miguel Santos (PAN) disse que, tratando-se de uma área muito grande a analisar decidira olhar com mais atenção um exemplo e para isso selecionara o “Lote do Hospital Miguel Bombarda”. Tratava-se de uma área classificada na Planta de Qualificação do Espaço Urbano como espaço central e residencial a consolidar. Analisar, discutir projetos a essa escala era sempre ingrato e pelo menos deveriam ter sido fornecidos os PIPs. Nem o desenho apresentado, devido à escala do mesmo, nem o texto permitiam aferir se a solução proposta assegurava a correta articulação formal e funcional com o espaço consolidado preexistente na extensão necessária, de forma a permanecer um “espaço da cidade’ ------------------------ ----- A decisão que parecia à partida mais contestável era a da manutenção das cercas. As cercas não tinham mais direitos de proteção que os milhares de metros quadrados que seriam demolidos em toda a colina. Essas só teriam justificação se se constituíssem em nova proteção de um condomínio fechado, hipótese que os projetistas desmentiram na primeira sessão. Se esse não era o caso, perguntou qual a necessidade de manter esse conjunto de opacidades visuais na colina, quando o cuidado dos projetistas deveria estar centrado em construir cidade nova, em tecitura congruente com o existente. Embora fosse esse o objetivo requerido pelo PDM, parecia que as soluções encontradas para os vários lotes se encontravam muito longe desse desígnio. ------------------------------------- ----- Perguntou o que haveria a dizer também do esforço para construir uma cidade rejuvenescida sem cercas que por arrasto inspirasse a envolvente à requalificação. Parecia que urgia destruir todas as cercas não classificadas que perdessem a sua justificação funcional e pudesse assim ser dada à colina uma nova luz e novas vistas, devolvendo à cidade um sistema de vistas mais naturais que ajudaria, em muito, à requalificação urbana da colina. ------------------------------------------------------------------

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----- Quanto às questões da mobilidade, parecia impensável nos dias que corriam criar uma nova centralidade ou reabilitá-la sem a dotar de uma estação de metropolitano. Sem querer entrar em soluções sem solução orçamental, parecia que devia ser criada no topo norte do jardim do Campo de Santana uma entrada para a Linha Verde que se designaria Estação de Intendente-Santana. Essa infraestrutura, que tinha vários exemplos equivalentes por esse mundo fora, constaria de um túnel que ligaria desde a Almirante Reis, do átrio Poente da entrada da estação do Intendente, à vertical dum ponto próximo do terminus do 767 da Carris. Seriam seguidamente pessoas e bicicletas conduzidas num átrio de elevadores até ao topo norte do jardim do Campo de Santana. --------------------- ----- A Senhora Doutora Ana Leitão disse que o choque produzido pelos projetos de loteamento dos hospitais de São José, Santo António dos Capuchos, Miguel Bombarda e Santa Marta, nada mais era do que a consequência natural de uma leitura do coração da Capital com que os lisboetas e portugueses em geral não se identificavam. --------------- ----- Não se podiam dissociar esses espaços da memória da sua vertente assistencial ao longo dos vários séculos, quase meio milénio, da sua existência passando por várias vertentes, como fosse a espiritualidade, a educação, e sendo que a medicina aparecia muito posterior. -------------------------------------------------------------------------------------- ----- O documento estratégico de intervenção na Colina de Santana, de dezembro de 2013, que todos conheciam e que discutiam em alguns pontos, muito embora equacionasse sugestões que eram trazidas a lume desde a primeira sessão de debate público, que inicialmente estaria previsto durar de um a dez de julho e só mais tarde, sob forte reclamação, fora alargado para trinta e um de julho, continuava-se sem saber quantas assinaturas e abaixo-assinados, quantas propostas foram entregues no Departamento de Licenciamento e Urbanismo da CML. ------------------------------------- ----- Ainda atualmente continuavam a pedir que se fizesse por escrito mais propostas. A sua estava lá. Tinha sido entregue e ainda estava à espera que alguém se dignasse dizer se sim ou não, ou que alguns outros contributos com certeza mais válidos que o seu fossem chamados à discussão. -------------------------------------------------------------------- ----- Se no documento estratégico de intervenção se assinalava, por exemplo, a construção ex-novo do Instituto de Medicina Legal, vissem a página 10, à qual não se negava um papel de relevo no processo de transformação do território, que surgia mais adiante, na página 159, não era líquido que se suspendesse a opção de destruir as suas fachadas. Chegava a ser descrito como construção cuja manutenção revelava algum interesse para o entendimento da evolução arquitetónica e urbanística do Hospital de São José, além de que a sua arquitetura e tipologia definiam de forma marcante e diferenciada a imagem perfeitamente estabilizada do sítio. Contra senso puro. ----------- ----- O fenómeno era visível noutros casos, como ainda no espaço São José. O conjunto de edificações construídas nos finais de oitocentos e início de novecentos. --------------- ----- Continuavam sem perceber em que ficavam, se assumiam que era para se manter, era para se reconverter, ou simplesmente se deitava abaixo como estava preconizado no respetivo projeto. ------------------------------------------------------------------------------------ ----- Certo era que essas assunções não tiveram eco, nomeadamente na intervenção do Senhor Vereador Manuel Salgado que decorrera na primeira sessão, o que levava a supor não ser uma decisão consensual, dado que estavam a falar de um documento também feito pela CML, ou pelo menos por algum seu organismo, ou se calhar, no pior dos cenários, isso não passava de meras intenções. -------------------------------------------- ----- Partissem de uma questão fundamental, o que interessava a reabilitação urbana numa vasta área do centro histórico de uma capital europeia, cujo património singular era já notado internacionalmente. Em face dessa consideração impunha-se uma revisão

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madura dos projetos levada à discussão, que alinhasse com os princípios enunciados pelo próprio Senhor Presidente da Câmara Municipal de Lisboa no programa “Prós e Contras” de 27 de janeiro último, transmitido pela RTP1. Nessa emissão, precisamente intitulada “Olhar Lisboa”, avançava o Senhor Presidente: “Temos no mundo grandes cidades que já estão muito vistas” e “Temos muitas cidades que cada vez se tornam mais iguais umas às outras, porque a arquitetura contemporânea tem-se globalizado nos seus traços, nas formas da deslocação, nas avenidas, tornam muito uniformes as cidades. Nós teremos sempre a ganhar enquanto não nos uniformizarmos. -------------------------------- ----- Se estavam a pensar do mesmo modo, então as práticas tinham inevitavelmente de traduzir esse pensar. -------------------------------------------------------------------------------- ----- O Senhor Doutor Pedro Paulo Mendes disse que tendo em consideração que na Carta de Vulnerabilidade Sísmica dos Solos, que acompanhava o novo PDM de Lisboa, a área do Vale de Chelas era classificada como de risco sísmico médio-alto; ------------- ----- Que os Senhores João Wemans e Pedro Dias Alves, engenheiros gestores, responsáveis pelas parcerias privadas na escolha do plano funcional do futuro Hospital Oriental de Lisboa reconheceram publicamente, como transcrito no site da AECOPS, que “o futuro Hospital de Todos os Santos vai ser construído numa zona de malha urbana não consolidada e classificada como de risco sísmico médio-alto”; ---------------- ----- Que estavam a avaliar a implantação de um equipamento hospitalar estratégico e que em caso de catástrofe era obrigado a permanecer em funcionamento; ----------------- ----- Que as consequências dos sismos e incêndios eram maiores nos edifícios construídos em altura. Esse modelo era justamente o que estava implementado no atual Piano Funcional, facto aliás confirmado pelo Doutor Jorge Penedo no último debate do dia 28 de janeiro; ------------------------------------------------------------------------------------ ----- Que com o encerramento do Hospital Dona Estefânia e de acordo com o plano funcional conhecido, Lisboa ficaria sem hospital pediátrico. Apesar de menos prevalentes, as doenças infantis tinham alto e crescente impacto. Nas grandes cidades do mundo assumia-se a especificidade materno infantil em alternativa aos mega-hospitais generalistas e criavam-se centros hospitalares em que cooperavam estreitamente, ainda que física e administrativamente separados, o hospital de adultos e o centro materno infantil diferenciado. Essa fora a opção de Coimbra e do Porto;----------------------------- ----- Que por exemplo na Irlanda, em pleno processo de resgate, fora anunciada com pompa e circunstância a substituição do antigo hosplta1pediátrlco por um novo hospital pediátrico em Dublin. Projeto e planos funcionais publicados e de acesso livre, exatamente ao contrário do que se tinha passado relativamente ao futuro HLO/Chelas, em que tudo era opaco e ilegal como se provara com a anulação do último concurso. --- ----- Agradeceria assim que os Senhores Deputados Municipais solicitassem ao Ministério da Saúde: ------------------------------------------------------------------------------- ----- Os pareceres da Proteção Civil e Laboratório de Engenharia Civil sobre a escolha do local e tipo de construção a que deveria obedecer o novo Hospital de Chelas; -------- ----- Se teriam tido em conta as recomendações da Organização Mundial de Saúde que desaconselhavam a construção de hospitais em áreas de risco sísmico; -------------------- ----- Se valorizaram os estudos geológicos sobre a composição do subsolo subjacente e “os efeitos de sítio” que na área em causa estavam potenciados pela possibilidade de liquefação, de acordo com o documento de autoria da Senhora Doutora Isabel Maria Figueiredo Lopes; ----------------------------------------------------------------------------------- ----- Se não tinham considerado uma construção modular que preservasse a especificidade materno infantil e especificidade materno infantil/pediátrica, que estava

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completamente asfixiada no edifício monobloco previsto e no plano funcional conhecido; -------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Que todas as decisões tomadas deviam ser fundamentadas, publicadas e de acesso livre; --------------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Que a Câmara Municipal informasse o Banco de Investimento Europeu caso as dúvidas referentes a esse projeto, nomeadamente sobre a segurança sísmica, não fossem devidamente esclarecidas. ------------------------------------------------------------------------- ----- O Senhor Arquiteto João Cabral, dirigindo-se ao Senhor Vereador Manuel Salgado sobre a metodologia ter sido correta, disse que havia uma lógica racional na criação das unidades de execução, mas se a metodologia estava correta não teria havido um retrocesso e nomeadamente a suspensão dos pedidos de informação prévia. Talvez houvesse aí algum equívoco. ---------------------------------------------------------------------- ----- De qualquer maneira, os problemas da colina eram paradigmáticos de muitos problemas de reabilitação, envelhecimento, gentrificação, que aconteciam em muitas áreas da Cidade de Lisboa. ------------------------------------------------------------------------ ----- A Cidade de Lisboa precisava cada vez mais, e a iniciativa da Assembleia Municipal estava dentro desse quadro, precisava de ir construindo visões através da transparência, ideias construídas através de uma visão de conjunto, de se olhar para o futuro. Elas não eram resolvidas pelo uso do solo e pela gestão urbanística, eram resolvidas em várias vertentes e a vários níveis e muitas daquelas que eram as palavras da moda, “colina do conhecimento” e outras que se iam soltando, também serviam para ajudar a construir projetos. ------------------------------------------------------------------------- ----- Toda a atividade que fazia cidade, o tal cosmopolitismo que se falava e as redes que era preciso criar, apareciam como resultado da resolução de problemas em que a Colina de Santana era paradigmática. As ideias depois consubstanciavam-se no espaço, em instrumentos de gestão territorial, fossem eles unidades de execução, planos de pormenor, planos de urbanização. Eles serviam para articular os interesses públicos e privados e dar um espaço para negociação e chegar a entendimentos, mas não eram receitas à partida. Ter-se uma visão não legalista e administrativa, mas uma visão aberta e transparente permitia ir construindo essas visões, ou fazer experiências, como referia o Arquiteto Jorge Malheiros. ------------------------------------------------------------------------ ----- Tinha sido um tema recorrente a utilização de um programa de ação territorial. Esses programas eram extremamente interessantes como instrumentos, como podiam ser outros, se houvesse acordos, transparência e se as entidades públicas, em especial o Governo, se comprometessem em prazos, em disponibilidade de financiamento, de várias maneiras. Sem esse compromisso os programas de ação territorial não valiam a pena. --------------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Disse que tinha feito um estudo grande sobre os programas de ação territorial e não havia nenhum que funcionasse bem em Portugal, apesar de ter havido várias tentativas em várias formas. Era uma estrutura que podia ser adequada, mas para ser bem feito exigia todo um processo de planeamento, exigia um diagnóstico e formulação de um quadro de referência em que havia contribuições de todos e compromissos de todos. Depois tinha que se garantir os contratos, todas as propostas e os projetos. O programa de ação territorial consubstanciava-se numa série de projetos, mas antes disso havia uma visão de conjunto, havia inputs, havia aquilo que permitia eventualmente garantir que a tal morfologia urbana, que as redes eram resultado desses projetos parcelares, que tinham que ter os compromissos muito claros de entidades públicas e privadas. Sem isso não valia a pena ter programação e para tal era preciso também haver incentivos e uma

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grande articulação entre o Governo, os municípios e todas as outras estruturas públicas. --------------------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Os PATs que conhecia mais avançados não tinham funcionado precisamente pela quebra de confiança e pela quebra de compromisso de estruturas públicas e não privadas. ---------------------------------------------------------------------------------------------- ----- A Senhora Doutora Teresa Barata Salgueiro disse que na sessão tinha havido muitos contributos importantes, muitas ideias. Como alguém dizia, no fundo o planeamento fazia-se para programar o futuro, para resolver problemas e a pontar uma via de futuro. As ideias eram muito diversas e nesse caso concreto tinham era que preparar a colina, aproveitar o facto de haver uma deslocalização dos hospitais. --------- ----- Mesmo que levasse mais tempo do que estava previsto a construção do Hospital de Todos os Santos e o encerramento do Hospital de São José, a verdade era que já estavam dois ou três fechados e que não iriam reabrir. Havia efetivamente a possibilidade de pelo menos começar por aí. ------------------------------------------------------------------------------ ----- O que se tinha dito de Arroios era um facto. Não se podia, porque isso era a degradação da colina, deixar ficar aqueles edifícios ao abandono e numa degradação progressiva. Toda a gente devia estar mais ou menos de acordo, que se podia transformar numa oportunidade de reabilitação esse facto, resolver os problemas que já existiam e não só na colina, mas até na envolvente, nos bairros históricos. ---------------- ----- Tinha falado uma médica na questão dos cuidados continuados, que não era uma questão de hospital. De facto não era, mas numa população já muito envelhecida e cujo envelhecimento iria continuar, era óbvio que as unidades de cuidados continuados faziam falta. Existiam pouquíssimos e, portanto, era diferente mas faziam falta. Com o envelhecimento da população do centro da cidade, provavelmente seria ali uma possibilidade, como o estudo apontava. --------------------------------------------------------- ----- Tiveram conhecimento através do Senhor Vereador Manuel Salgado, mas que teria sido uma proposta do Senhor Deputado Municipal Victor Gonçalves, da procura de um consenso. Efetivamente tinham-se posto problemas em termos de como as coisas tinham sido operacionalizadas e como deviam ser operacionalizadas e a necessidade de fazer uma contratualização, de encontrar uma plataforma que amarrasse os atores para um faseamento e quais as ações que competiam a cada um. -------------------------------------- ----- Parecia-lhe que havendo propriedades tão grandes, estando na mão de um proprietário que era a ESTAMO, era bom porque muitas vezes essas negociações falhavam por haver uma brutalidade de proprietários, em que o imobiliário estava muito dividido. Também isso era uma oportunidade importante para que fosse possível fazer um faseamento. -------------------------------------------------------------------------------------- ----- Pelo que tinha percebido, as coisas estavam no sentido de se procurar uma solução que definisse um caminho mais a contento. Teria havido umas inversões, mas também havia orientações e era capaz de ser possível, por um esquema de programa de ação territorial, avançar efetivamente para uma contratualização. --------------------------------- ----- Quanto á questão da habitação e das “gentrification”, efetivamente a colina tinha diversidade de habitação. A reabilitação podia perfeitamente lançar no mercado uma série de fogos devolutos. Não lhe parecia que o mercado estivesse saturado, pelo menos no interior da cidade. ------------------------------------------------------------------------------- ----- Eventualmente haveria uma saturação do mercado ao nível metropolitano, até por causa da crise, mas a tendência seria para que houvesse mais concentração e mais procura de habitação na área interior da cidade. ------------------------------------------------ ----- A Senhora Doutora Cristiana Bastos disse que tinha havido muitos comentários e muito úteis, que ficariam registados. -------------------------------------------------------------

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----- O Senhor Professor Jorge Malheiros tinha falado na ideia de unidade experimental. Talvez fosse estar em prática no Hospital de Desterro, que era o que não estava incluído e que iria ser palco para novos cenários. Podiam aprender com ele. ------------------------ ----- Também se tinha falado muito na intervenção, degradação e tempo. Escolhera o exemplo do Hospital de Arroios, mas tinha pensado trazer a operação de renovação, a meio do século XX, da área que era atualmente o Martim Moniz. Durante décadas tinha havido o arrasar de uma área e não criando nada no seu lugar. Isso era outro fantasma que ficava quando tinham uma perspetiva de mais longo tempo sobre as intervenções. Tinham-se destruído muitos lugares de habitação e não se sabia muito bem em nome de quê, mas até talvez estivesse mais em causa o acabar com aquilo do que propriamente fazer alguma coisa em seu lugar. ----------------------------------------------------------------- ----- Disse que era moradora na colina e todos os dias via prédios a desfazer, a cair, a rachar. Se não houvesse intervenção nenhuma, fosse qual fosse, remodelação completa, parcial, intervenção caso a caso, e estavam a existir, era isso que acontecia, era a entropia a funcionar. -------------------------------------------------------------------------------- ----- A regeneração e salvaguarda da colina, da Câmara em articulação com outras forças. De facto havia um plano, mas parecia-lhe que tinha ficado claro, pela diversidade de participações, que havia que tomar em consideração mais atores, mais interesses, mais diversidade de vidas afetadas pela intervenção do que aquelas que estavam a ser pensadas no bonito plano de polarizar a mudança com a biotecnologia, o parque tecnológico, etc. Era bem pensado, mas não resolvia todos os problemas e sobretudo não estava centrado na população e nas comunidades cuja vida dependia da colina. ---------- ----- O Senhor Arquiteto Mário Moreira disse que se estava a discutir a situação da Colina de Santana e a questão dos hospitais. O processo podia ser inverso, mas podia no quadro do PDM, da legitimação que o Município tinha, podia acontecer relativamente a muitas outras situações se não tivessem a mesma mediação que esse tivera. Era bom que tivessem em conta a solidez dos instrumentos em causa. ------------------------------------- ----- Quanto à contrição de que se não fizessem nada as coisas degradavam, a verdade era que muita gente tinha reclamado a necessidade de participar. Havia questões que deviam ser atendidas. Muitas tinham óticas muito diversas, que teriam que ser confrontadas e calibradas, mas aí estava o segredo. Os instrumentos que iriam reger os destinos do Município deviam ter uma dose equilibrada, e era bom que assim acontecesse, da componente de participação e da componente de operatividade. --------- ----- Não defendia, como em muitos processos no Município, que se eternizasse uma abordagem e um adiar de decisões que se tinham que tomar a uma determinada altura. Infelizmente os planos tinham a faculdade de adiar ad eternum, quando deviam ter a faculdade de precisar os tempos desejáveis para intervenção. ------------------------------- ----- Quanto à forma de intervenção, podia estar a ser um pouco caduco. Podia haver as ARU, as PAT, que eram instrumentos importantíssimos e o PAT podia ser um instrumento complementar dos outros instrumentos de gestão territorial para também operacionalizar, mas era bom que operacionalizasse de facto e que tivesse os parceiros efetivamente empenhados na transformação que estava prefigurada e que essa estivesse bem assente. Era isso que não lhe parecia estar claro relativamente à Colina de Santana. --------------------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Se o programa de ação territorial pressupunha que relativamente aos equipamentos de âmbito local e de âmbito central, e tinham aparecido óticas de equipamentos mais de âmbito local, se essa situação estava perfeitamente estruturada e era clara, então era possível animar parceiros e era possível operacionalizar uma intervenção a curto prazo. Se não estava, isso era lançado por terra e a inversão já ia para um ano de abordagem. -

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----- Outro aspeto importante, que tinha a ver com as pessoas ali residentes, era relativamente aos meios de acessibilidade e mobilidade. Se estava clarificada a rede de acréscimo de mobilidade e acessibilidade à zona da Colina de Santana e isso não incluía só as áreas dos hospitais, incluía a relação entre elas e com os outros eixos de transporte e de mobilidade, se isso estava clarificado, se havia diretivas definidas, havia condições para falar com parceiros e ver onde era que se firmavam responsabilidades. Se não havia, o programa de ação territorial podia estar condenado ao fracasso. ------------------ ----- Quanto à área de reabilitação urbana sistemática, se estivesse definida a componente municipal, se estava definido em termos de financiamento o que se podia injetar naquele espaço, se assim fosse estava muito bem. Era isso que devia merecer alguma reflexão, mas também estava de acordo que não se deviam adiar as coisas eternamente. Situações como o Hospital de Arroios e outras enfermaram do mesmo quadro de patologias de tramitação administrativa. -------------------------------------------- ----- Tinha ouvido o Senhor Arquiteto Manuel Salgado e, relativamente a quem participava para o conceito de transformação da colina, disse que fazia ali falta alguém que não sabia se já tinha sido envolvido, mas que não tinha ido à Assembleia Municipal. Interessava que a população da Pena, que se confrontava com os muros dos hospitais, mais a população da encosta que se confrontava com os Capuchos, que essa população também fosse ouvida sobre as necessidades, quais os equipamentos que precisava, se era um hospital de retaguarda, se era de cuidados continuados. Se calhar eram contributos úteis, que podiam ser apropriados, uma incorporação muito útil e que iria dar solidez ao instrumento que entendessem para essa transformação. --------------------------------------- --------------------------------------- ENCERRAMENTO -------------------------------------- ----- O Senhor Deputado Municipal Victor Gonçalves, moderador da sessão, agradeceu as intervenções dos oradores, que tinham sido muito úteis. --------------------- ----- Disse que o que tinha escrito no Expresso, num artigo de opinião, era exatamente aquilo que referira numa das últimas sessões da Assembleia Municipal como sendo a perspetiva de uma solução, mas não era um caminho acabado e essa perspetiva de solução tinha sido feita graças ao estímulo que originara esse conjunto de debates. Se não houvesse esse estímulo, naturalmente que também a si lhe passaria ao lado o problema e isso tinha que reconhecer. ----------------------------------------------------------- ----- Não era a solução acabada e por isso era necessário continuar a debater, era necessário que houvesse mais ideias e convidava todos a participarem no dia onze de fevereiro na quarta sessão desses debates e eventualmente no dia onze de março, não estava ainda certa a data, a participarem nas conclusões e propostas a submeter à Assembleia Municipal. Tudo dependeria das conclusões que entretanto a Assembleia ou as comissões permanentes ligadas a essa problemática pudessem produzir. --------------- ----- Como fora dito, era urgente intervir, independentemente dos hospitais ou não. Havia uma população carenciada, havia um edificado em ruínas, havia pessoas que não tinham condições de vida suficientes e quanto mais depressa interviessem melhor. ----- ----- Seguidamente, deu por encerrada a sessão, eram 21 horas e 15 minutos. ------------ ------------------------------------- O MODERADOR --------------------------------------------

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Debate temático sobre a Colina de Santana

Relatório final da Assembleia Municipal – volume II - Anexos

Anexo 4

Acta da 4ª sessão do Debate Temático (11 de fevereiro de 2014)

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Anexo 4 – Acta da 3ª sessão (11 de fevereiro de 2014)

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----------------------- ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE LISBOA ------------------------- -------------------------------------- Mandato 2013-2017 ---------------------------------------- -------------------------------------ATA NÚMERO DOZE ------------------------------------- ----- No dia onze de fevereiro de dois mil e catorze, pelas dezoito horas, reuniu em Sessão Extraordinária na sua Sede, sita no Fórum Lisboa, na Avenida de Roma, a Assembleia Municipal de Lisboa, para a realização da 4ª sessão do Debate Temático subordinado ao tema “Colina de Santana (S. José, Miguel Bombarda, Capuchos, Desterro, Santa Marta e Santa Joana) - Impacto das propostas na memória e identidade histórica da Colina de Santana.” ------------------------------------------------ ----- Assinaram a “Lista de Presenças”, os seguintes Deputados Municipais: ------------ -----Ana Maria Gaspar Marques, Ana Maria Lopes Figueiredo Páscoa Baptista, Ana Sofia Soares Ribeiro de Oliveira Dias, André Moz Caldas, André Nunes de Almeida Couto, António Manuel de Freitas Arruda, António Modesto Fernandes Navarro, Augusto Miguel Gama Antunes Albuquerque, Belarmino Ferreira Fernandes da Silva, Carla Cristina Ferreira Madeira, Carlos José Pereira da Silva Santos, Cláudia Alexandra de Sousa e Catarino Madeira, Cristina Maria da Fonseca Santos Bacelar Bergonha, Diogo Feijó Leão Campos Rodrigues, Fernando José Silva e Nunes da Silva, Fernando Manuel Moreno D’Eça Braamcamp, Fernando Manuel Pacheco Ribeiro Rosa, Floresbela Mendes Pinto, Hugo Alberto Cordeiro Lobo, Hugo Filipe Xambre Bento Pereira, João Alexandre Henriques Robalo Pinheiro, João Luís Valente Pires, João Manuel Costa de Magalhães Pereira, Joaquim Maria Fernandes Marques, José Alberto Ferreira Franco, José António Nunes do Deserto Videira, José Luís Sobreda Antunes, José Manuel Marques Casimiro, José Manuel Rodrigues Moreno, José Maximiano de Albuquerque Almeida Leitão, José Roque Alexandre, Luís Pedro Alves Caetano Newton Parreira, Mafalda Ascensão Cambeta, Manuel Malheiro Portugal de Nascimento Lage, Margarida Carmen Nazaré Martins, Margarida Maria de Moura A. da Silva de Almeida Saavedra, Maria da Graça Resende Pinto Ferreira, Maria Elisa Madureira Carvalho, Maria Helena do Rego da Costa Salema Roseta, Maria Irene dos Santos Lopes, Maria Luísa de Aguiar Aldim, Maria Simoneta Bianchi Aires de Carvalho Luz Afonso, Maria Sofia Mourão de Carvalho Cordeiro, Mariana Rodrigues Mortágua, Miguel Farinha dos Santos da Silva Graça, Miguel Nuno Ferreira da Costa Santos, Miguel Tiago Crispim Rosado, Natalina Nunes Esteves Pires Tavares de Moura, Patrocínia Conceição Alves Rodrigues Vale César, Pedro Filipe Mota Delgado Simões Alves, Pedro Miguel de Sousa Barrocas Martinho Cegonho, Ricardo Amaral Robles, Ricardo Manuel Azevedo Saldanha, Rita Susana da Silva Guimarães Neves, Rosa Maria Carvalho da Silva, Rui Paulo da Silva Soeiro Figueiredo, Rute Sofia Florêncio Lima de Jesus, Sérgio Sousa Lopes Freire de Azevedo, Victor Manuel Dias Pereira Gonçalves, Maria Cândida Rio de Freitas Cavaleiro Madeira, Maria Margarida Matos Mota, Margarida de Morais Carla Rothes, Patrícia Caetano Barata, Paulo Manuel Bernardes Moreia, Nelson Pinto Antunes, Lúcia Alexandra Pereira de Sousa Gomes, Isabel Cristina Rua Pires, João Diogo Santos Moura e Paulo Manuel Valente da Silva. --------- ----- Faltaram à reunião os seguintes Deputados Municipais: -------------------------------- ----- Álvaro da Silva Amorim de Sousa Carneiro, Artur Miguel Claro da Fonseca Mora Coelho, Daniel da Conceição Gonçalves da Silva, Fábio Martins de Sousa e Tiago Miguel de Albuquerque Nunes Teixeira. -------------------------------------------------------- ----- Foram justificadas as faltas e admitidas as substituições dos seguintes Deputados Municipais: -------------------------------------------------------------------------------------------

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----- Miguel Teixeira (PS) tendo sido substituído pela Senhora Deputada Municipal Maria Cândida Cavaleiro Madeira; --------------------------------------------------------------- ----- Sandra da Graça Paulo (PS) tendo sido substituída pela Senhora Deputada Municipal Margarida Mota; ----------------------------------------------------------------------- ----- Deolinda Carvalho Machado (PCP), tendo sido substituída pela Senhora Deputada Municipal Lúcia Alexandra Pereira de Sousa Gomes; ---------------------------------------- ----- João de Matos Bernardino (PCP), não tendo sido substituído; ------------------------- ----- Ana Carolina Ambrósio (PCP), não tendo sido substituída; ---------------------------- ----- Romão Lavadinho (PCP), não tendo sido substituído;----------------------------------- ----- Rosa Melo Félix (BE), não tendo sido substituída; -------------------------------------- ----- Miguel Reis (BE), não tendo sido substituída; -------------------------------------------- ----- Telmo Correia (CDS/PP), tendo sido substituído pelo senhor Deputado Municipal João Diogo Santos Moura. ------------------------------------------------------------------------- ----- Foram justificadas as faltas e admitidas as substituições dos seguintes Deputados Municipais, Presidentes de Junta de Freguesia: ------------------------------------------------ ------ António Cardoso (PS), Presidente da Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica, pelo Deputado Municipal Paulo Manuel Valente da Silva; ------------------------ ----- Inês Drummond (PS), Presidente da Junta de Freguesia de Benfica, pela Senhora Deputada Municipal Carla Rothes; --------------------------------------------------------------- ----- Davide Amado (PS), Presidente da Junta de Freguesia de Alcântara, pela Senhora Deputada Municipal Margarida de Morais; ----------------------------------------------------- ----- Vasco Morgado (PSD), Presidente da Junta de Freguesia de Santo António, pelo Senhor Deputado Municipal Paulo Manuel Bernardes Moreira. ----------------------------- ------ Pediram suspensão do mandato, que foi apreciada e aceite pelo Plenário da Assembleia Municipal nos termos da Lei 169/99, de 18 de Setembro, com a redação dada pela Lei 5-A/2002, de 11 de Janeiro, os seguintes Deputados Municipais: ---------- ----- Ana Drago (BE), por sessenta dias, tendo sido substituída pela Deputada Municipal Isabel Cristina Rua Pires; -------------------------------------------------------------------------- -----Justificaram a falta dada à reunião do dia quatro de fevereiro os seguintes deputados Municipais: ------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Joaquim Fernandes Marques (PSD), Fernando Manuel Moreno d’Eça Braamcamp (PSD), Deolinda Carvalho Machado (PCP) e Davide Amado (Presidente da Junta de Freguesia de Alcântara pelo PS). ----------------------------------------------------------------- ----- Justificaram a falta dada à reunião do dia onze de fevereiro os seguintes deputados Municipais: ------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Daniel Silva (PSD), Presidente da Junta de Freguesia das Avenidas; Artur Miguel Coelho (PS), Presidente da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior; Álvaro da Silva Amorim de Sousa Carneiro (PSD); Tiago Albuquerque Teixeira (PSD) e Fábio Sousa (PCP), Presidente da Junta de Freguesia de Carnide. ------------------------------------------ ----- Foram justificadas, e aceites pela mesa a título excecional, as faltas dadas pelo Senhor Deputado Municipal Vasco Morgado (PSD), Presidente da Junta de Freguesia de Santo António, às sessões realizadas nos dias dez e dezasseis de dezembro de dois mil e treze; ------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Foram justificadas, e aceites pela mesa a título excecional, as faltas dadas pelo Senhor Deputado Municipal Álvaro da Silva Amorim de Sousa Carneiro (PSD), às sessões realizadas nos dias dez e dezassete de dezembro de dois mil e treze; ------------- ----- Foram justificadas, e aceites pela mesa a título excecional, as faltas dadas pelo Senhor Deputado Municipal Carlos Barbosa (PSD), às sessões realizadas nos dias dez e dezasseis de dezembro de dois mil e treze e dezasseis de janeiro de dois mil e catorze;

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----- Foi justificada, e aceite pela mesa a título excecional, a falta dada pelo Senhor Deputado Municipal Joaquim Maria Fernandes Marques à sessão realizada no dia dez de dezembro de dois mil e treze. ------------------------------------------------------------------ ------ A Câmara esteve representada pelo Senhor Vereador Manuel Salgado. ------------ ------ Estiveram ainda presentes os Senhores Vereadores da oposição João Pedro Gonçalves Pereira, Carlos Artur Ferreira de Moura e João de Matos Bernardino. -------- ----------------------------- ABERTURA DOS TRABALHOS ------------------------------ ------------------------------------------4ª SESSÃO ------------------------------------------------ -----“Impacto das propostas na memória e identidade histórica da Colina de Santana” -------------------------------------------------------------------------------------------- ----- O Painel foi moderado pela Senhora Presidente da Comissão Permanente de Cultura, Educação, Juventude e Desporto, Simonetta Luz Afonso; ----------------------- ----- Participou do debate, na qualidade de orador convidado, o Senhor António Rendas, Reitor da Universidade Nova de Lisboa e Presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas a Senhora Raquel Henriques da Silva, Historiadora e Professora associada da Universidade Nova de Lisboa; o Senhor José Sarmento de Matos, Olisipógrafo e Mestre em História de Arte; o Senhor José Aguiar, Arquiteto, Professor associado da Faculdade de Arquitetura de Lisboa e membro da Comissão Nacional Portuguesa do ICOMOS – Conselho Internacional de Monumentos e Sítios e o Senhor Vítor Freire, Historiador, Economista e Presidente da Associação Portuguesa de Arte Outsider. ------------------------------------------------------------------------------------ -----Foram nomeados para relatores da quarta sessão a Senhora Deputada Municipal Cristina Maria Begonha do PS e a Senhora Deputada Municipal Lúcia Gomes do PCP. ----- A Senhora Deputada Municipal Simonetta Luz Afonso informou que aquela era a quarta sessão dedicada à Colina de Santana e que aquele debate temático iria incidir sobre o “Impacto das propostas na memória e identidade histórica da Colina de Santana”. Lembrou que aquela sessão tinha sido antecedida por outras três, subordinadas aos temas “O ponto em que nos encontramos”, “O impacto das propostas no acesso da população aos cuidados de saúde” e, a terceira, “o impacto urbanístico, social e habitacional das propostas”. ------------------------------------------------------------- ----- Adiantou que se encontrava prevista uma quinta sessão que iria ser dedicada às conclusões e propostas a serem submetidas àquela Assembleia Municipal. --------------- ----- Transmitiu que as regras daquela sessão seriam iguais para todos e especificou que cada um dos intervenientes daquele painel iria dispor de dez minutos. Mencionou que iria ser muito rigorosa de forma a garantir tempo para o público e para uma segunda ronda. ------------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Disse que iriam ter perto de vinte intervenientes do público, com três minutos cada, e que os oradores iriam dispor, no fim, de mais trinta minutos para responder às questões que viessem a ser suscitadas pelo público. ------------------------------------------- ----- Introduziu que com a desativação, concluída ou em curso, decidida pelo Governo, dos Hospitais Miguel Bombarda, Capuchos, Desterro, Santa Marta e São José e com o esvaziamento da sua função última, tinham ficado reduzidos a um território de dezasseis hectares, entre a Avenida da Liberdade e a Almirante Reis, com amplas zonas verdes, que eram memórias das cercas dos antigos conventos; um conjunto de edifícios, especificando que alguns tinham sido construídos de raiz, entre os séculos dezanove e vinte, para hospitais ou serviços hospitalares e que outros tinham sido adaptados de antigos conventos, designadamente, o Hospital de São Lázaro, desde o século catorze; o Hospital de São José, que tinha substituído, em mil setecentos e cinquenta em nove, o Hospital de todos os Santos; Rilhafoles, Miguel Bombarda em mil oitocentos e quarenta

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e oito; Desterro, em mil oitocentos e cinquenta e sete; Estefânia, em mil oitocentos e setenta e sete; Santa Marta em mil novecentos e três e Capuchos em mil novecentos e vinte e oito. ------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Continuou, referindo ainda a existência de dois edifícios classificados, que tinham pertencido ao Miguel Bombarda, nomeadamente, o Panótico e os banhos e ainda um conjunto de instituições ligadas à investigação científica na área da saúde e ainda ativas, designadamente o Instituto de Medicina Legal, de mil oitocentos e setenta e nove; o Instituto Gama Pinto, de mil oitocentos e oitenta e nove; o Instituto Câmara Pestana, de mil oitocentos e noventa e dois; a Escola de Medicina do Campo Santana, de mil novecentos e onze, que era, naquela altura, Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa. -------------------------------------------------------------------- ----- Referiu, também, as velhas zonas residenciais, nomeadamente, o Bairro de Santana, Tourel, Andaluz, São Bernardino, Santa Bárbara, Bemposta, São Lázaro que necessitavam, urgentemente, de intervenção social, patrimonial e cultural. --------------- ----- Salientou que aquele precioso território, situado no centro da Cidade, entre o Vale Verde e o Vale de Arroios tinha resistido à malha pombalina e ao traçado oitocentista de Ressano Garcia, quer devido às suas caraterísticas topográficas quer devido à sua estrutura patrimonial e fundiária de antigos conventos, conferindo-lhe, aquele isolamento, um ambiente e uma vivência muito especiais cuja memória era preciso saber preservar. -------------------------------------------------------------------------------------- ----- Reparou que, se pensassem na primeira instituição do século catorze dedicada à saúde, o lazareto, tinham inscritos sete séculos de história da saúde da Cidade e do País, com o seu património imaterial e material, nomeadamente os edifícios hospitalares e religiosos, o património azulejar, os arquivos, o mobiliário, os equipamentos médicos, os instrumentos cirúrgicos, os modelos com fins pedagógicos, e lembrou, naquele ponto, os moldes em cera dos efeitos exteriores das doenças venéreas e respetivo arquivo de doentes, a coleção de arte Outsider, composta pelos trabalhos dos doentes do Hospital Miguel Bombarda, o Arquivo Fotográfico dos doentes, salientando que, no seu conjunto, permitiam traçar a evolução da ciência médica e das tecnologias aplicadas, a evolução da saúde do cidadão, das epidemias, da proveniência dos doentes, da sua localização na Cidade, das mezinhas, dos medicamentos, da esperança de vida, dos usos e costumes, da evolução da família, da natalidade e mortalidade, dos cuidados assistenciais, dos rituais da vida e da morte, da religiosidade, enfim, de um sem número de memórias encerradas naquele território, memórias que urgia catalogar, identificar, estudar e divulgar. ----------------------------------------------------------------------------------- ----- Disse que naquele dia iriam dar o seu contributo para salvaguardar a memória daquele lugar. ---------------------------------------------------------------------------------------- ----- Seguidamente deu a palavra ao Senhor Professor Doutor António Rendas.---------- ----- O Senhor Professor Doutor António Rendas agradeceu o convite que lhe fora endereçado e disse que era um privilégio estar naquela sala junto de pessoas que admirava particularmente. ------------------------------------------------------------------------- ----- Introduziu que a sua intervenção iria ser orientada por algumas declarações de interesse especificando que tinha, em primeiro lugar, um interesse pessoal naquele processo. Disse que a primeira casa em que tinha vivido se situava na Rua Gomes Freire e que recebera, com poucos meses de idade, a vacina da BCG, nas antigas instalações do Instituto Câmara Pestana, um gesto que, naquela altura, em mil novecentos e quarenta e nove, fora considerado um ato heroico. -------------------------------------------- ----- Contou que tinha frequentado, durante sete anos, o Liceu de Camões e que tinha morado sempre muito próximo. -------------------------------------------------------------------

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----- Partilhou que entre sessenta e seis e setenta e dois, enquanto estudante de Medicina, tinha tido aulas de microbiologia no Instituto Câmara Pestana e no Instituto de Medicina Legal, tendo-se fixado, em mil novecentos e setenta e nove, na Faculdade de Ciências Médicas tendo sido, entre noventa e nove e dois mil e seis, Diretor da Faculdade. Frisou que, num contexto afetivo, a Colina de Santana era um pouco sua. -- ----- Referiu que existia também uma declaração de interesse institucional e explicou que o projeto de ampliação da Faculdade de Ciências Médicas tinha sido responsabilidade sua. Disse que enquanto diretor da Faculdade e inserido num contrato de desenvolvimento, assinado pelo Governo da altura e pelas cinco Faculdades de Medicina, tinham conseguido ampliar as instituições todas e, deu como exemplo a construção do edifício de Medicina Molecular da Faculdade de Medicina de Lisboa. Enalteceu que aquele contrato de desenvolvimento tinha sido muito importante para o País e para a medicina. Especificou que a expansão da faculdade de Ciências Médicas tinha levado mais tempo, uma vez que havia sido realizada a partir de edifícios degradados e abandonados do Instituto Câmara Pestana, tendo terminado apenas em dois mil e treze. ------------------------------------------------------------------------------------- ----- Descreveu que sentira naquela altura, enquanto Diretor da Faculdade, o peso da memória e da identidade e partilhou que sempre acreditara que aquilo que contava eram as pessoas, independentemente do património, e que tinha tido sempre, daquelas pessoas, nomeadamente os alunos, os docentes e os investigadores, o maior sucesso e que tinha sido aquele o segredo do seu contributo. -------------------------------------------- ----- Mencionou que o projeto tinha tido uma enorme vantagem, disse que não tinha custado um tostão à Câmara Municipal de Lisboa, sendo aquele o contributo da Universidade Nova de Lisboa para a Cidade. --------------------------------------------------- ----- Particularizou que enquanto Reitor tinha acompanhado o processo de execução de toda aquela iniciativa e que, num período de crise, com empresas de construção à beira da falência, tinha sido quase um milagre ter terminado a obra em dois mil e treze. ------ ----- Salientou que o contributo da Faculdade não se tinha cingido apenas ao ponto de vista da ciência ou à construção do edifício e realçou dois aspetos pouco conhecidos. Contou que em mil novecentos e noventa e cinco a Faculdade organizara uma exposição subordinada ao tema “Campo Santana, uma das sete colinas de Lisboa” cujo livro, editado em parceria com a Câmara Municipal de Lisboa, deveria, pelo seu conteúdo, e na sua opinião, ser reeditado. ---------------------------------------------------------------------- ----- Partilhou que tinham organizado, com a colaboração do Museu do Chiado, em noventa e nove, com a Professora Raquel Silva e com a Dra. Simonetta Luz Afonso, uma exposição intitulada “Veloso Salgado”. --------------------------------------------------- ----- Revelou que se tinha, no momento em que analisara o documento estratégico de intervenção, sentido um pouco dececionado e explicou que apesar do esforço o plano estratégico não se encontrava mencionado. Apontou que apenas nas conclusões, e a propósito da análise SWAT, se mencionava a existência de atores da Cidade na área do conhecimento e da inovação. ---------------------------------------------------------------------- ----- Comunicou que pretendiam, a partir daquela data, partilhar, com todos, as aspirações das Faculdade e contribuir para que a “Colina de Santana” se transformasse na Colina do Conhecimento. ---------------------------------------------------------------------- ----- Declarou que a Universidade Nova de Lisboa assumia, através da sua pessoa, aquele compromisso. ------------------------------------------------------------------------------- -----Salientou que as pessoas deviam ser avaliadas, cada vez mais, por aquilo que faziam e não por aquilo que prometiam fazer e desejou que, aquele debate, independentemente da polémica gerada, não se transformasse numa questão de prós e contras. Garantiu que

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assim não era possível avaliar aquilo que as pessoas pretendiam, pois as pessoas passavam metade do tempo a apontar os prós e os contras. ---------------------------------- ----- Transmitiu que era preciso, em primeiro lugar, dar voz aos técnicos e à sociedade e que os técnicos, quer fossem do património quer fossem dos recursos humanos, deveriam apresentar soluções viáveis. ----------------------------------------------------------- ----- Enalteceu a importância daqueles projetos e disse que tinham um contributo muito importante, que eram centenas de estudantes, dezenas de investigadores e que se encontravam virados para aquilo que iria acontecer no futuro em relação ao espaço do Hospital de São José e aos hospitais circundantes, e que era importante que as pessoas não falassem apenas daquilo que iriam fazer, mas que referissem, também, o valor. ---- ----- Especificou que depois de se ouvirem os técnicos era necessário ouvir os responsáveis hospitalares, salientando que a Medicina praticada nos hospitais civis de Lisboa era uma medicina de enorme qualidade; salientando que era necessário perceber como é que iria decorrer aquela transição e responsabilizar o Governo. ------------------- ----- Concluiu que os anos seguintes, à semelhança do que tinha acontecido no século dezanove e início do século vinte aquando a instalação dos hospitais naquela zona da Cidade, iriam ser excitantes para a Colina de Santana. Notou que a diferença era que não iriam transformar conventos em hospitais. ------------------------------------------------ ----- Terminou, dizendo que naquela tinham era de olhar para aquilo como se de um projeto em rede se tratasse, um projeto que envolvesse a saúde, a inovação e a cultura. - ----- A Senhora Professora Raquel Henriques da Silva agradeceu o convite que lhe fora dirigido pela Senhora Arquiteta Helena Roseta e pela sua querida amiga Simonetta Luz Afonso. ------------------------------------------------------------------------------------------ ----- Disse que lhe tinha sido pedido que tratasse, por motivos profissionais, da questão relacionada com os museus e que tinha atribuído àquela sua apresentação o título de “Museu da Saúde” e, como subtítulo, “as coleções e edifícios históricos na Colina de Santana; resgatar as coleções, salvaguardar e marcar os lugares”. -------------------------- ----- Introduziu que as histórias dos museus eram sempre muito complexas pois eram espaços onde se cruzavam diversas realidades. ------------------------------------------------ ----- Lembrou que os hospitais se encontravam instalados em antigos conventos. Disse, a título de exemplo, que são José se encontrava instalado num edifício classificado, uma peça fundamental da Arquitetura Maneirista Portuguesa. ------------------------------------ ----- Leu o que se encontrava inscrito na placa colocada na porta de entrada da biblioteca do Hospital “A escola régia de cirurgia deste hospital, fundada por alvará de vinte e cinco de junho de mil oitocentos e vinte e cinco, sendo enfermeiro-mor Luís de

Vasconcelos e Sousa, e a memória gloriosa do ensino da cirurgia do Hospital de Todos

os Santos, cujas tradições herdou, se dedica e se consagra esta lápide de vinte e cinco

de outubro de mil novecentos e vinte e cinco”. Referiu que aquela placa, encostada a um magnífico painel de azulejos, celebrava mil oitocentos e vinte e cinco e a criação da escola régia de cirurgia e a remetia para o Hospital de Todos os Santos. ------------------- ----- Mencionou que o espólio e as riquezas dos hospitais civis de Lisboa, instalados naquela Colina desde meados do século dezoito, tinham uma qualidade muito significativa, desejos e concretizações daqueles desejos através da figura de museu. ---- ----- Partilhou que aquela placa, que ainda se encontrava no Hospital de Santa Marta, marcava a entrada e a concretização de um projeto acarinhado por muitos, que era o Museu dos Hospitais Civis de Lisboa. Recordou que o Museu havia funcionado em Santa Marta entre cinquenta e sete e setenta e quatro. -----------------------------------------

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----- Exibiu duas fotos de época, o espaço da igreja com uma coleção fantástica de azulejos, e explicou que tinham sido instaladas naquele sítio as coleções, uma museografia “pouco evoluída” que correspondia ao acarinhamento daquelas coleções. - -----Referiu um outro núcleo museológico, criado mais tarde, denominado Núcleo Museológico do Hospital Santo António dos Capuchos, inaugurado em setenta e sete pelo então presidente do Conselho de Administração, Dr. Armando Catarino. Sublinhou que era um museu modesto, do ponto de vista da museografia, mas não do ponto de vista da relevância das coleções e dos objetos que as concretizavam. ---------------------- ----- Falou do Museu de Dermatologia Portuguesa do Hospital do Desterro, que tinha funcionado entre cinquenta e cinco e dois mil e sete, cuja parte mais importante, o conjunto de figuras de cera destinadas ao estudo de doenças venéreas, se encontrava instalada, desde dois mil e sete, no Hospital dos Capuchos. ---------------------------------- ----- Referiu o pavilhão de segurança, enfermaria e Museu do Miguel Bombarda, o Panótico e a coleção de arte Outsider. ----------------------------------------------------------- -----Revelou que pretendera transmitir a preocupação, gosto e a concretização de zonas fundamentais daquelas coleções. ----------------------------------------------------------------- ----- Regressou à biblioteca do Hospital de São José. Mencionou a existência de um núcleo notável da coleção Costa Sacadura e salientou que todos os hospitais possuíam fundos arquivísticos de enorme relevância. ----------------------------------------------------- ----- Falou do Museu “McBride”, no Hospital de Santa Marta. Mostrou uma fotografia do Museu quando ainda estava a funcionar e uma outra tirada após o seu encerramento, revelando o estado de abandono em que aquele espaço, com o seu painel de azulejos, se encontrava. ------------------------------------------------------------------------------------------ ----- Considerou, no entanto, que o caso do Núcleo Museológico do Hospital dos Capuchos era bem mais dramático. Apresentou também uma foto do antes e do depois, revelando, a primeira, um espaço limpo e organizado e, a segunda revelava o estado, de arrecadação mal cuidada, em que aquele espaço se encontrava. ---------------------------- ----- Evocou a existência, na dependência orgânica do Instituto Ricardo Jorge, de um Museu da Saúde, especificando que se tratava de um espaço que ainda estava a reunir coleções. ---------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Declarou que, tal como o Senhor Reitor da Universidade Nova, gostava de coisas concretas e expôs que as suas propostas eram muito claras. Asseverou que era impensável que, na Colina de santana, a memória daqueles hospitais não fosse perpetuada e que aquelas coleções não fossem resgatadas, estudas e integradas. Lamentou que o Museu da Saúde vivesse com um projeto à parte e partilhou que, na sua opinião, aquela era a vocação principal do Hospital de São José, independentemente de ficar com valências hospitalares ou não. Afirmou que era naquele espaço que o núcleo museológico deveria de ser instalado, resgatando aquelas coleções e defendeu, no caso do Hospital do Miguel Bombarda, que aquele espaço se mantivesse como núcleo íntegro, considerando a sua importância, assegurando que não eram museus a mais. ---- ----- Recordou que a saúde e a medicina, em Portugal, tinham uma história bastante prestigiada e que tinham na Colina de Santana um polo fundamental de identificação. - ----- Frisou que as pessoas e o património viveriam melhor se vivessem juntos e com objetivos comuns e, sustentou que o projeto daquele hospital, integrado no Museu da Saúde, era um projeto aliciante sobre o qual se deveria trabalhar. --------------------------- ----- O Senhor Mestre José Sarmento de Matos disse que era uma prazer, enquanto Olisipógrafo, estar naquela casa de Lisboa. -----------------------------------------------------

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----- Partilhou que iria falar do trabalho que se encontrava a ser desenvolvido dentro do grupo de trabalho coordenado pela Senhora Arquiteta Inês Lobo, relacionado com o levantamento do património imóvel da Colina de Santana. ---------------------------------- ----- Salientou que a Colina de Santana era uma das zonas mais ricas, do ponto de vista patrimonial da cidade de Lisboa e expôs que se encontrava, em conjunto com o Dr. Jorge Ferreira Paulo, a fazer um levantamento daquele património. Adiantou que já tinham feito o levantamento de alguns edifícios e apresentado um trabalho, com cerca de cem páginas, sobre quinze daqueles edifícios. ---------------------------------------------- ----- Disse que iria centrar a sua intervenção apenas em dois ou três daqueles edifícios. Começou por focar um edifício na Calçada de Santana, uma casa nobre, apalaçada, datada de mil setecentos e sessenta e quatro, construída por um senhor denominado Tomé de Sequeira. Disse que se tratava, do ponto de vista arquitetónico, de um edifico extremamente importante. ------------------------------------------------------------------------- ----- Descreveu que um dos aspetos mais interessantes da Colina de Santana era o aparecimento, no pós-terramoto, de modelos alternativos em relação à construção oficial da Baixa Pombalina. -------------------------------------------------------------------------------- ----- Apresentou alguns dispositivos, um com o Palácio Freire de Andrade, um Palácio do início do século dezoito, um edifício de grande interesse que havia sofrido, no pós-terramoto, obras profundas; outro com um prédio da Calçada de Santana, datado entre mil setecentos e cinquenta e nove e mil setecentos e sessenta e dois, um prédio que apresentava características muito diferentes das oficiais, muito diferentes daquelas que estavam, na altura, a ser definidas pelos Arquitetos da Baixa, da Casa da Sala do Rio. -- ----- Mostrou um dos mais importantes edifícios do Campo de Santana, o Palácio Miranda Henriques, revelando que também fora de Visconde Valmor, um edifício com duas partes autónomas. Disse que a fundação do Morgadio daquele edifício datava do início do século dezassete e que, em mil setecentos e quarenta e oito, um dos membros da família Miranda Henriques mandara construir uma outra parte, tendo-se mantido fiel ao desenho anterior. Historiou que o edifício tinha sido adquirido por Visconde Valmor no século dezanove. -------------------------------------------------------------------------------- ----- Mencionou que ao lado existia outro Palácio, de imenso interesse, que havia sido construído, em mil setecentos e quarenta e oito, pela família Sanches de Brito. Revelou-se certo de que aquele Palácio tinha estado sobre a influência do Arquiteto Mateus Vicente de Oliveira. -------------------------------------------------------------------------------- ----- Referiu a existência, no interior do Palácio, de uma placa que falava de Ludovice e da década de mil setecentos e trinta e mencionou que o livro de Cordiamentos da Câmara Municipal de Lisboa tinha o documento referente à vistoria municipal de autorização de construção daquela fachada datado de mil setecentos e quarenta e oito. - ----- Referenciou dois prédios/ palácios situados na Rua de Santo António dos Capuchos, nas traseiras do Palácio Miranda Henriques, construídos a partir de mil setecentos e cinquenta e seis, salientado que aquele que fora restaurado apresentava um modelo predial radicalmente diferente daquele que era utilizado em outras zonas da cidade de Lisboa. Frisou que os desenhos da fachada nada tinham a ver com o designado prédio pombalino e salientou que aquele prédio era anterior à definição do modelo do prédio pombalino que era de cinquenta e nove/ sessenta. ----------------------- ----- Sublinhou que aqueles dois prédios, geminados, eram peças de relevante importância para a compreensão da arquitetura daquele período. --------------------------- ----- Chamou a atenção para o bairro delimitava o núcleo do Hospital dos Capuchos, o Bairro do Andaluz, um bairro retilíneo, datado do século dezasseis, contemporâneo do

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Bairro Alto, um bairro que, prosseguiu, obedecia aos mesmos padrões e que tinha, no seu início, a Ermida e São José dos Carpinteiros. ---------------------------------------------- ----- Lembrou que se tinha levantado, numa outra sessão, o problema da ligação da Muralha a São José e garantiu que a Muralha se encontrava muito longe do Hospital de São José. Mostrou que a cerca Fernandina se encontrava perto da Ermida. ---------------- ----- Revelou que naquele momento se encontrava a trabalhar na intervenção que fora feita no Hospital do Desterro, juntamente com o Dr. Ricardo Lucas Branco, que estava a fazer uma tese de doutoramento sobre o Baltazar Álvares, o autor daquela notável intervenção. Apresentou vários dispositivos que mostravam, através de plantas, o estado em que o edifício se encontrava no momento em que fora desativado e um último que mostrava como é que o edifício iria ficar depois de limpo. ----------------------------------- ----- Salientou que era uma estrutura, intacta, de três pisos, iguais e sobrepostos, todos em open space e que tinham um elemento estrutural raríssimo, uma dupla mísula, que era, especificou, um pormenor extremamente erudito. --------------------------------------- ----- Focou também o claustro grande, dizendo que, contrariamente ao claustro pequeno, iria ser todo aberto. --------------------------------------------------------------------------------- ----- Resumiu que eram obras que tinha acompanhado e que tinha sentido imenso prazer em ter partilhado o seu trabalho com aquela assistência.. ------------------------------------- ----- O Senhor Doutor Vitor Freire agradeceu o convite que lhe tinha sido dirigido pela Assembleia Municipal de Lisboa. Acrescentou que era, profissionalmente, Administrador Hospitalar, e que os seus trinta e poucos anos de carreira tinham sido desenvolvidos naqueles quatro hospitais em discussão. Sublinhou que aquele assunto era, do ponto de vista pessoal, muito caro. ------------------------------------------------------ ----- Contou que todos aqueles projetos previam a demolição da quase totalidade dos edifícios não classificados sem que se tivessem efetuado estudos a qualquer um deles, nomeadamente, datação, finalidade, autor, valor arquitetónico e histórico. ---------------- ----- Expôs que, contrariamente àquilo que muitos afirmavam, cerca de metade das construções dos Hospitais da Colina de Santana, não era conventual, e explicou que tinham sido erguidos, de raiz, com finalidade hospitalar e assistencial. -------------------- ----- Desenvolveu que a maioria daqueles novos edifícios hospitalares, em especial os Capuchos e Santa Marta, do final do século dezanove e princípio do século vinte haviam seguido uma feição neoclássica, integrada sabiamente na envolvente conventual e na paisagem urbana. ------------------------------------------------------------------------------------ ----- Destacou que nenhuma Zona Especial de Proteção dos edifícios classificados, geralmente cinquenta metros, do Hospital Miguel Bombarda era respeitada, nem sequer referida ou indicada nos projetos e nas plantas, uma omissão que considerou grave. ---- ----- Apontou, relativamente à reutilização de edifícios classificados, que ou nada era previsto ou então que se previa a instalação de hotéis, como era o de Santa Marta e do Miguel Bombarda, uma finalidade que considerou indigna e que impediria a fruição e visita contextualizada, livre de impedimentos e valores, de espaços de forte atracão turística/cultural. ----------------------------------------------------------------------------------- ----- Em conclusão daquele ponto e do tema base daquele debate, tinha a dizer que devido ao elevado índice de construção nova e em altura e às reutilizações previstas ou não, o impacto das propostas sobre a memória e identidade histórica da Colina de Santana seria desastroso, constituindo mesmo um atentado à cultura portuguesa e europeia, pela importância do local e do excepcional valor do património alí conservado. ----------------------------------------------------------------------------------------- ----- Por tudo aquilo deviam ser reprovados aqueles projetos de loteamento e não somente suspensos, e só após a inauguração do hospital oriental deviam ser vendidos, se

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um estudo integrado o indicasse. O recente documento estratégico já recuava um pouco e já falava em turismo cultural. A Colina tinha de ser repovoada e revitalizada e aqueles objetivos só se alcançariam se o seu excecional património e atividades de turismo cultural fossem acrescentadas à oferta turística da Cidade. --------------------------------- ----- Com o eventual encerramento dos hospitais, a oportunidade não era para mais betão, a oportunidade era para a cultura e arte naqueles espaços e para os moradores, revitalizando a zona. ------------------------------------------------------------------------------ ----- Recentemente haviam proposto à Câmara a criação, a curto prazo, da alternativa ideal para a reutilização dos extraordinários espaços do Hospital Miguel Bombarda, a criação de um pólo cultural constituído por um museu de sítio, de arte de doentes e outsider, psiquiatria e neurociências, com centro de investigação, segundo a tendência internacional em parceria Câmara e Ministério da Saúde, a partir do alargamento do museu existente, criado em dois mil e quatro, pouco divulgado mas visitado por cerca de vinte e cinco mil pessoas, a maioria estrangeiros. ---------------------------------------- ----- As suas principais componentes, que atingiam públicos diferentes, seriam alguns surpreendentes edifícios, só por si motivo de atracão, como o pavilhão de segurança ou o balneário, exposições permanentes e temporárias da surpreendente arte outsider, da coleção existente e dos mais de sessenta ateliers existentes no pais, e com intercâmbio internacional, por exemplo, como o Museu Art de Route de Lausanne, exposições de temática histórica/científica relativos à psiquiatria e neurologia, galeria permanente para venda de obras, etc. ------------------------------------------------------------------------------- ----- Um ou mais dos edifícios seriam ocupados pela Câmara Municipal de Lisboa para exposições de artes plásticas, que o setor de galerias da Câmara tanto carecia. Um pólo cultural dinâmico financeiramente auto-sustentável, criado a curto prazo, mantendo a identidade dos espaços interiores, de turismo cultural e revitalizador da zona, com acesso por eléctrico a repor desde o Martim Moniz. ----------------------------------------- ----- Passavam a ver algumas imagens e continuou a descrever a imagem. Tinham ali a imagem do Hospital Real de Todos os Santos, fundado em mil quatrocentos e noventa e dois, um dos primeiros hospitais renascentistas fora da Itália, do qual o Hospital Real de São José e os seus anexos foram e eram os continuadores. A imagem não estava a passar segundo a ordem devida. -------------------------------------------------------------------------- ----- Continuou, dizendo que a imagem era da magnífica Sacristia de São José. Podiam ver ali a vista atual a partir do Miradouro da Graça, tirada num sábado e com dezenas de turistas. O índice de construção previsto para o Hospital de São José era realmente enorme, onde estava a passar o rato, seria uma zona de novos edifícios com cerca de cinco andares, e que estabeleceriam uma divisão na própria Colina de construção moderna, ultrapassando até em horizontalidade toda a largura daquela fotografia. ----- ----- Acrescentava-se ali um torreão da muralha fernandina, um dos maiores torreões, o Torreão de Santana, que ficaria com cerca de cinco andares de altura e que seria ocultado por aquela construção. Aquele torreão ficava junto ao Hospital de São José. A fotografia mostrava o dito torreão visto de dentro do Hospital de São José. -------------- ----- A fotografia seguinte mostrava o átrio de entrada do Hospital de Santa Marta, com notável azulejaria barroca, o magnífico claustro de Santa Marta, talvez o segundo mais belo de Lisboa, a seguir aos Jerónimos, para hotel. ------------------------------------------ ----- Passava à frente para expor alguma coisa sobre o Hospital Miguel Bombarda. ---- . ----- Naquela fotografia podia-se reparar que algo de diferente acontecera no Hospital Miguel Bombarda, devido ao espírito de abertura do seu director, o Prof. Miguel Bombarda, entre mil oitocentos e noventa e dois e mil novecentos e dez, data do seu assassinato aquando da revolução republicana, a sua interação com os arquitetos fora

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excelente e, por aquele motivo viam naquela fotografia aérea aquele geometrismo absolutamente singular, existente na paisagem aérea de Lisboa e nas vistas aéreas de Lisboa. ---------------------------------------------------------------------------------------------- ----- No primeiro plano, o Convento da Congregação da Missão, erigido a partir de mil setecentos e vinte, na Quinta de Rigafoles. A memória ali começava na Quinta, memória de Quinta/Convento/Hospital, e depois tinham já a partir da fundação do hospital outros edifícios, nomeadamente o balneário e outros edifícios bem conhecidos, como o pavilhão de segurança, circular, outros recentemente descobertos, como aquele edifício em forma de poste telefónico, com três enfermarias paralelas, atravessada por um corpo de circulações para pessoas e materiais, altamente racionalista, mas que conjugara também com o modelo do hospital psiquiátrico ideal de Esquiró. ------------ ----- Só queria dar um breve nota sobre o museu do Hospital Miguel Bombarda, que não podia apresentar ali imagens, que estava aberto todos os sábados à tarde e quartas feiras de manhã. Aquele museu incluía arte de doentes e arte de outsider e algumas daquelas imagens poderiam ser vistas no site da sua Associação que era aparteoutsider.org, ou marcando no Google “Arte Outsider”. ---------------------------------------------------------- ----- O Senhor Professor Arquiteto José Aguiar, no uso da palavra, começou por referir que só tinha setenta slides para mostrar, portanto seria rápido. Tinham medo de perder a memória e medo de perder o futuro e o centro dos nossos problemas parecia uma amplitude excessiva na mudança, e o medo nascera no séc. XX. Aquilo era um desenho de Le Corbusier (todos os dias rezavam a Le Corbusier na sua escola), que dizia como lidar com os centros históricos, podiam fazer muitas coisas mas o melhor era deitá-los abaixo e fazer torres, e os bombardeiros da segunda guerra mundial haviam-no feito, mas Lisboa sobrevivera às torres que tinham feito depois dos bombardeiros, e o património tornara-se um problema em vez de uma oportunidade. ------------------------ ----- Na segunda metade do Séc. XX haviam começado a descobri-lo e haviam começado a descobrir a injustiça; getrificação, segregação dos mais pobres daqueles sítios tão ricos. Mas os problemas eram maiores ainda; havia fachadismo, fetichização do património, explosão de parques temáticos, o centro histórico em vez de ser vivido passava a ser zoológico, - o histérico; que se fizesse património atual, os super monumentos hiper icónicos, o fachadismo na ordem, oportunista, que muito político descobrira então, só se falava em reabilitação (apetecia-lhe pegar no revólver), os centros históricos que eram esvaziados dos seus moradores para serem entregues aos turistas, “tourist go para a Disneylândia”, que era o que deviam fazer, e a perda desta autenticidade condizia a que quem vinha para cá já construia centros históricos na origem, ou seja, a China estava a fazer Monsaraz e Bairros Altos na China. Aquilo era uma vila, enfim, georgiana, provavelmente, a célebre China-Xangai city. --------------- ----- Portanto, os problemas de reabilitação urbana ayualmente tinham muito a ver com o impacto do confronto de projetos autónomos e altamente icónicos, que esqueciam algo fundamental actualmente, que era a questão da paisagem urbana histórica. Pedira aos seus alunos que lhe mostrassem bons exemplos de reabilitação e tinham-lhe mostrado aquilo, ou por exemplo uma torre de duzentos metros, muito mais alta que a Giralda em Sevilha, ou os gringos que lhes entravam pelos terraços também em Sevilha, e ali é que a porca torcia o rabo, propor para o Bombarda morfologias de blocos e torres, estilo San Gemiano, enfim, era bastante irónico, mas em San Gemiano os vizinhos construíam alto para demonstrar que eram mais ricos e muito mais poderosos que os outros, assim já não era tão bonito, ou para São José lá nas bandas contínuas afetavam a fundamental perceção de toda a Cidade, ao perder-se a unicidade da leitura do próprio convento mostrava que a comparação com cidades do Brasil, que os portugueses tanto haviam

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influenciado, onde aquela cidade das colinas, marcada pelo convento, era estrutural para perceber a ordem simbólica do urbanismo português. --------------------------------------- ----- Depois, os urbanistas, que tinham feito uma carta onde diziam “deita tudo abaixo e faz torres”tinham-se voltado a reunir e haviam dito “não, agora vamos salvar tudo” e a Cidade amanhã já existia então, a requalificação seria a cidade do futuro e, portanto, tinham-lhes proposto habitar, recriar-se e trabalhar numa mesma cidade porque ia faltar o petróleo. ------------------------------------------------------------------------------------------ ----- Ora bem, surgira dali algo que era extremamente importante, que era um princípio fundamental, que era o princípio da intervenção mínima, em vez da intervenção máxima. “Se puderes fazer menos não faças mais”, e estava-se constantemente a fazer mais em vez de se fazer menos. E quando olhavam os melhores exemplos portugueses ou da Península Ibérica, por exemplo, Guimarães ou por exemplo Santiago de Compostela, viam que aquela rede de espaços públicos, de casa, é o que se reabilitava. Não havia ali vazios, não havia ali buracos. --------------------------------------------------- ----- A colina que estavam a discutir era estrutural no centro de Lisboa e ele não gostava nada de ver aqueles buracos na estrutura morfológica da Colina. O estudo posterior que aparecera parecia-lhe muito interessante, em linhas muito acertadas, mas tinha algumas dúvidas sobre o reforço de acompanhamento residencial proposto num bairro cheio de habitações, com muita habitação a precisar ser reabilitada. --------------------------------- ----- Era como se houvesse uma dupla moralidade. Obrigava-se a reabilitar as mais pobres e as edificações correntes, mas que andavam ao bife, do lombo, das cercas dos conventos/hospitais, permitia-se alterabilidade que, quanto muito eram densificação, portanto, renovação – que chamassem os bois pelos nomes, na sua terra se não os chamassem pelos nomes eles não vinham - que seriam absolutamente inadmissíveis para o contínuo urbano. -------------------------------------------------------------------------------- ----- Perguntava se não deveriam considerar alternativas. Bem, tinham posto o Prof. Pedro Pacheco e a Escola de Arquitetura de Lisboa, durante quatro anos, e os seus alunos a tentar encontrar alternativas, nem que fosse para fazer outro tipo de abordagens., nomeadamente, discutir se as cercas deviam ser tão abertas assim e se os conventos/hospitais não teriam outras possibilidades. --------------------------------------- ----- Tinham feito um livro digital, tinham todo o prazer em oferecer à Assembleia Municipal ou a quem o quisesse ler, tinham feito uma exposição, inaugurada in cito, no próprio hospital, com doentes e enfermeiros, que tinham sido muito bem recebidos. Não havia coisa mais cruel do que um professor não poder mostrar os trabalhos dos alunos, mas, muito rapidamente, eles ficariam, para seu consolo na NET, e dizia que fora extremamente estimulante pensar de forma alternativa. ------------------------------------- ----- Em vez de ficar nas cercas, tentar perceber se os jardins do paraíso, os hortos conclusos, aquele outro tempo e outro espaço das cercas, não poderiam permitir um outro tipo de apropriações, e os seus alunos tinham começado a estudar como e com que dispositivos se poderia requalificar e reutilizar grande parte deste edificado, mesmo aquele que não era super património, e propor soluções para reutilizações. O Muro como Intervalo Habitado” da Ana Bruto da Costa, “O Ensino na Cerca”, está tão presente na colina que valia a pena considerá-lo, do Guilherme, “No sentido dum lugar” da Joana Oliveira, “O Museu da Saúde” que já aqui fora falado e também podia ser reinstalado aqui, “O Edifício Cidade” e “Projectar um Jardim no Convento de Santa Marta”, “Habitar o Muro ou o Muro como território intermédio”. ------------------------ ----- Perguntava se seria possível habitar, trabalhar e recriar-se naquele mesmo território, naqueles mesmos bairros, naqueles mesmos hospitais? A resposta era sim. -

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----- Haviam pegado no exemplo do Arq. Lima e haviam pedido aos seus alunos se conseguiriam fazer uma alternativa em que se salvasse os edifícios todos, com o mesmo número de metros quadrados e com competitividades que fossem muito interessantes para a economia, e eles disseram que sim, conseguiam. E conseguia-se praticamente a mesma edificabilidade proposta, mantendo grande parte dos edifícios existentes. ------ ----- O Miguel Bombarda, enfim, podíam falar de todos porque haviam feito projetos para todos, mas era um caso absolutamente excecional de arquitetura. Aqueles eram os casos qualificados mas aquele era o que não estava qualificado, por exemplo, aquele edifício, o poste telefónico, era absolutamente brilhante, era uma peça extraordinária da medicina, tinha detalhes arquitetónicos absolutamente incríveis e podia ser adaptado para uma série de outras utilizações, como os seus alunos ali mostravam. --------------- ----- Habitar e trabalhar no mesmo edifício, reconverter alguns daqueles edifícios para hostels, fazer museus que eram habitados. Museu lá em baixo e habitações em cima, porque não? Era preciso pensar diferente. Ir aos banhos, num SPA no Bombarda, porque não? E até a cozinha, tão industrial, podia ser reconvertida num belíssimo restaurante, com soluções reversíveis. --------------------------------------------------------- ------ Para não ficarem com ruínas, importava também prever, desde logo, usos para os espaços desativados. E então alguns alunos, destacara-se sobretudo a Diana Cubali, estudando o Mapa Averu em Madrid, haviam provado que os espaços desativados do Bombarda e de muitos hospitais deviam ser imediatamente apropriados, já naquele momento, pela Cidade, com imensas possibilidades e com enorme interesse urbano. -- ----- E o eco bairro histórico também lhe parecia uma excelente ideia, lembraria no entanto ali, o trabalho que Santiago de Compostela fizera num programa internacional, financiado pela Comunidade Europeia, o Energy and Efficiency for European Historic District, onde se conseguira provar que salvando grande parte dos edifícios históricos, se conseguiam melhorias de rendimento energético e assegurar os objetivos de uma nova ecologia, sem partir tudo. ------------------------------------------------------------------ ----- Ali gostava de lembrar que, em Santiago de Compostela, que era um dos melhores exemplos da Europa, já se falava pouco em reabilitação e falava-se cada vez mais em manutenção, e os serviços municipais de Santiago de Compostela mostrava-lhes como ali os serviços de manutenção dos pavimentos era um terror vê-las. ---------------------- ----- Para concluir, a Colina estrutural para a salvaguarda do património urbano e paisagem urbana histórica de Lisboa, sobretudo, se quisessem ser ambiciosos e candidatar o centro histórico de Lisboa a uma inscrição nessa categoria da nova lista de património mundial da UNESCO. Lisboa devia ter essa ambição. ----- Se para a crise ecológica que se vivia era um desastre continuar num urbanismo moderno feito segregação funcional, habitar ali, trabalhar acolá, era igualmente preocupante propor uma colina com o novo mono-funcionalismo residencial. ---------- ----- A medicina, a sua economia e o seu conhecimento não eram um problema, eram uma enorme oportunidade. Os antigos conventos/hospitais tinham uma incrível capacidade de resiliência, uma enorme capacidade de adaptação a novos usos. As cercas não eram um problema, mas eram uma enorme oportunidade urbana, ofereciam acesso a outro tempo e outro espaço na acalmia do frenético urbano, enriquecendo o sistema de espaços públicos. Mais do que habitações para ricos, existiam funções produtivas compatíveis com as pré-existências arquitetónicas, que podiam oferecer alternativas económicas interessantes. ------------------------------------------------------------------------ ----- Já tinham provado que era possível conseguir os mesmos níveis de edificação, reutilizando más arquiteturas pré-existentes, mas não para ficar com ruínas nas mãos, importava, portanto, propor desde logo usos para os espaços desativados. Era fulcral em

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património conhecer o estudo da arte, definir objetivos e estratégias, procurando objetivos que não destruíssem, e só depois promover a participação para depois projetar, e não como se fizera, primeiro projetar e depois produzir um estudo estratégico que muitas vezes dizia coisas que os projetos não cumpriam. ------------------------------------ ----- Tinham algumas dúvidas sobre a legalidade urbanística de algumas opções, mas havia ali especialistas, como o Fernando Gonçalo, o João e tantos outros, que poderiam falar melhor que ele próprio. --------------------------------------------------------------------- ----- Para concluir, os antigos conventos/hospitais haviam sido e eram espaços de alegria e esperança em profundo sofrimento e desespero. Os estranhos que não sabiam poderiam torná-los um espaço do edonismo livre sem consequências, mas o povo de Portugal, que também sofrera ali, e o de Lisboa, não esquecia. Os investidores goldavam a mão e não queriam saber daquilo, mas a memória das cidades era longa e até podiam surgir buracos financeiros por causa daquilo. ------------------------------------------------- ----- O que ia suceder naquela colina era decisivo para o futuro do património urbano de Lisboa e, atraso seu, continuavam a discutir ali demolições e o renovar em património urbano, quando em outros países já quase não se falava em reabilitação, havia muito concluída, mas sim em manutenção. A sua colega do Leq, quando era lá investigador, e quando, desesperado, não sabia muito bem o que era reabilitar, dizia-lhe “reabilitar é fácil, reabilitar é restituir a Cidade à estima pública”. --------------------------------------- ----- O Sr. Dr. Luís Raposo, Presidente do ICOM, Conselho Internacional dos Museus, Secção Portuguesa, no uso da palavra, disse que queria começar por felicitar a organização daquele debate e dizer que a Comissão Nacional Portuguesa do Conselho Internacional dos Museus vinha a acompanhar aquela problemática da Colina de Santana desde janeiro de dois mil e onze, quando haviam tomado uma primeira iniciativa que fora a de subscrever e carregar para pedido de audiência um apelo, dirigido por um conjunto de cidadãos, entre os quais eles próprios, para continuar o desenvolvimentos do Museu da Pintura do Doentes e das Neurociências no Hospital Miguel Bombarda. -------------------------------------------------------------------------------- ----- Depois, e na mesma altura, haviam tomado a sua primeira posição pública sobre a matéria, de forma mais englobante, num comunicado que haviam chamado “Preservação e Valorização do Património da Saúde na Colina de Santana em Lisboa”, nas mesmas datas, portanto, em início de janeiro de dois mil e onze, haviam pedido audiências sucessivamente ao Sr. Vereador e Vice-presidente da CML, Arqtº Manuel Salgado, que lhas concedera, em um de março de dois mil e onze, à Ministra da Saúde, que nunca chegara a conceder, e que aparentemente, segundo os haviam informado, por não ter recebido as informações dos serviços técnicos que a habilitassem a recebe-los, e ainda, aos próprios administradores das diferentes unidades hospitalares da zona. ----- ----- Desde aí para cá, a direção do ICOM-Portugal tinha participado em sucessivos debates e intervenções públicas, artigos de imprensa, etc., e tinham acabado por participar, já mais recentemente, particularmente em dois momentos que lhe importaria salientar: Em primeiro lugar, a tomada de posição conjunta que tinham feito, em julho do ano anterior, com a comissão do ICOMOS, que também estava ali representada, sobre aquela matéria, juntando o seu domínio específico que era o das coleções móveis, com o do património arquitetónico e arqueológico. ------------------------------------------ ----- Depois, a intervenção que também tinham tido no debate, promovido ainda antes das últimas eleições, ma Ordem dos Arquitetos, em que haviam reclamado como muitos outros intervenientes a existência de um estudo estratégico que finalmente acabara por ser apresentado, como sabiam, muito recentemente, e que lhess parecia conter importantes desenvolvimentos, e saudavam por aquilo o estudo estratégico que fora

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apresentado, lamentavam apenas que o tivesse sido quase que no fim, ou numa fase muito avançada do processo. -------------------------------------------------------------------- ----- Em resumo, naquele momento, entendiam que as suas tomadas de posição, no fundo, resumiam-se àquele tipo de considerandos: A Colina de Santana constituia um dos principais núcleos patrimoniais da cidade de Lisboa, porventura de raízes mais antigas que o morro do Castelo, e tendo em conta tudo o que estava em causa, as suas propostas dos últimos anos, que continuavam a ser atuais, era a da continuação do inventário sistemático das coleções, em primeiro lugar, que ainda não estava concluído, e haviam sido, aliás, iniciados mais por iniciativa dos próprios do que por orientações, como deveria ser, em termos de planeamento estratégico, que estava em vista fazer, o aprofundamento do plano estratégico, como já dissera, e criação de unidades museológicas onde - não pretendiam de modo nenhum que a Colina de Santana fosse uma espécie de museu, achavam que o que se fizesse nela devia ser feito em primeiro lugar para os moradores da zona, para proporcionar, aprofundar e potenciar a qualidade de vida, não só dos moradores, como depois pelo património que estava em causa, pelo todo nacional e até em alguns aspetos, internacional. ---------------------------------------- ----- Mas consideravam que sim, que havia um lugar, e havia mesmo a necessidade de considerar desde logo em São José, no antigo Colégio de Santo Antão novo, um núcleo museológico central que se podia designar como Museu de Saúde, que já existia criado na lei como fora dito pela Profª Raquel da Silva, um museu que devia ser um museu concebido no sentido polinucleado, no plano nacional, com núcleos espalhados por todo o país e também na própria colina, aquilo sem obstar a que na própria colina, para além de núcleos do Museu de Saúde que devia ter a retaguarda de conservação e restauro, de arquivo, etc., devia haver outros museus como o Museu de Arte Brut ou Arte Outsider, onde quer que o espírito do lugar o justificasse e portanto essas unidades museológicas deviam continuar a existir. ----------------------------------------------------------------------- ----- O Sr. Dr. Luís Damas Mora, no uso da palavra, começou por dizer que fora cirurgião durante quarenta e dois anos, preocupado com a saúde e o bem estar dos doentes e decisão comum, Comissão do Património Cultural do Centro Hospitalar de Lisboa Central, preocupado com o património cultural da Colina de Santana. ---------- ----- Os problemas que tinham andado a discutir .naquela Assembleia Municipal tinham quanto a si quatro vertentes: A Tecnico-sanitária, a Humanitária, a Imobiliária e suas consequências no Património Cultural, e a Cultural, e a Cultural, propriamente dita. -- ----- Sobre as duas primeiras falava como cidadão comum e como médico, e quanto às duas últimas, como porta voz da comissão do património cultural. ----------------------- ----- Em termos de física a solução teria que ser resultante daquelas forças, muitas vezes divergentes. Havia que jogar com aqueles quatro pólos e estabelecer as fronteiras que a cada uma delas pertenciam e os espaços que lhes eram comuns. -------------------------- ----- Mas isso tinha que ser feito com inteligência e sensibilidade, inteligência para permitir os lucros que o seu autor financeiro esperava obter, que se presumiam legítimos, e para que a essência dos ventos nelhorasse, e sensibilidade para respeitar o passado e não ofender o futuro. ----------------------------------------------------------------- ----- Desde o princípio que se percebera que se estava perante um confronto entre o ter e o ser, a civilização e a cultura, e ali havia que estabelecer a primeira fronteira; até onde deviam deixar ir o primeiro, o ter, sem atingir a dignidade das pessoas e da Cidade, ou o segundo, o ser, sem cair no saudosismo patológico, serôdio. ------------------------------- ----- Algumas palavras sobre cada uma daquelas vertentes. As duas primeiras vertentes a Técnico-sanitária e a Humanitária já haviam sido discutidas em sessões anteriores, ele limitava-se a dar a sua opinião como médico. Defendia a construção de um novo

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hospital e a manutenção de um pólo de saúde, hospital, SAP, centro de saúde, o que quisessem, que prestasse assistência durante vinte e quatro horas por dia à população do centro da Cidade. ----- No que dizia respeito ao terceiro fator, defendiam a urbanização nos espaços dos atuais hospitais mas, pensavam que deveria ser esteticamente integrada e de forma a conservar algumas estruturas atualmente não contempladas. Era evidente o interesse imobiliário e inevitável a colisão com valor cultural, daí a sua preocupação. ------------ ----- Por fim, sem que houvesse ali qualquer hierarquia de valores, a cultura, a sociedade civil lisboeta sentira-se ameaçada e erguera-se para a defender. Falava de nomes como Vítor Serrão, Raquel da Silva, Henrique Leitão, Marta Lourenço, Ana Paula Amendoeira, Luís Raposo, José Aguiar, José Meco Barros Veloso, Leonor Sá, Ana Rita Leitão, Vítor Frei, Célia Pilão, Gentil Martins e muitos outros. ---------------------------- ----- Terminava com uma proposta concreta. Sem prejuízo da manutenção do Museu do Hospital Miguel Bombarda, propunham a criação de um museu da medicina da saúde, no Hospital de São José, que era de todos o que tinha mais força simbólica para a Medicina. Que era muito caro, diziam alguns, no entanto, porque em cada um havia um fundo de hipocondria, aqueles museus eram dos mais visitados em todo o mundo. ---- ----- Recordava ali uma frase de um antigo ministro da cultura, Pinto Ribeiro, “dizem que a Cultura é cara. Experimentem a ignorância”. ------------------------------------------ ----- Em resumo, propunham e apoiavam, em nome pessoal, a construção de um novo hospital, e a criação de um pólo de saúde na Colina de Santana. Em nome da Comissão do Património, o reajustamento do Plano de Urbanização e a criação do Museu da Medicina da Saúde no Hospital de São José. -------------------------------------------------- ----- A Sr.ª Isabel Viçoso, no uso da palavra, começou por agradecer a possibilidade de estarem ali naquela troca de experiências e de ideias. Como enfermeira da Maternidade Alfredo da Costa e daquilo tudo que se tinha passado acerca daquela mesma maternidade, ela queria frisar ali alguns pontos que acreditava serem importantes, a nível da sua formação e a nível da salvaguarda de todo um bem cultural de experiência e tudo mais. ------------------------------------------------------------------------------------------- -----Fora ali dito noutra sessão que cerca de catorze por cento apenas da população da Colina de Santana recorria aos hospitais civis, e ela perguntava o que é que se passa então com os oitenta e seis que sobravam. Os oitenta e seis que sobravam, da experiência que tinha, era que recorriam aos hospitais civis porque existia uma experiência de base, na qual havia confiança, e em que a população, não só da Colina de Santana mas todos os cidadãos, tinham a possibilidade de recorrer a um serviço no qual eles confiavam. Dali que viessem pessoas do Hospital Amadora-Sintra, da área de residência de Sintra, do Estoril, para se tratarem e serem socorridos, em situações de urgência, aos hospitais de Lisboa. -------------------------------------------------------------- ----- Queria também frisar em relação à situação da habitação que vinte e quatro por cento dos fogos da área da Colina de Santana, se fossem reabilitados iam dar muito mais vivacidade e dinamismo àquela colina, do que propriamente fazer habitações de luxo nos atuais hospitais civis. ------------------------------------------------------------------------ ----- Queria também ainda frisar que muita gente saira daqueles hospitais civis com grandes responsabilidades, falava como “Ravarinha”, antiga aluna da Escola Superior de Enfermagem Artur Ravara, que fora das primeiras a surgir a nível da Europa, antes da própria Cruz Vermelha na Suiça, e da qual tinham saído uma série de profissionais reconhecidos nacional e internacionalmente. ------------------------------------------------- ----- Concluía com uma situação que era a centralidade. A centralidade da prestação de cuidados de excelência que aqueles hospitais até à atualidade haviam dado, tinha feito

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com que a sabedoria, o conhecimento e a experiência se consolidasse e também ia polinizar outros hospitais com o saber de excelência que fora adquirido e uma cultura que devia prevalecer. ----- A Sr.ª Engª Helena Ferreira, no uso da palavra, disse que estavam ali reunidos porque fora feito um pedido de licenciamento de intervenções urbanísticas por parte da ESTAMO, uma entidade do próprio Estado, para fazer intervenção imobiliária na Colina de Santana, nos locais onde funcionavam hospitais públicos, os hospitais civis de Lisboa, transformando esses hospitais em hotéis e habitação de luxo. -------------------- ----- Ora a Colina de Santana albergava o maior e mais importante conjunto de património da medicina e saúde em Portugal, funcionando ali desde meados do Séc. XVIII, praticamente desde o terramoto. Estavam quase todos instalados em antigos conventos, estando a maioria classificados. Ao todo eram cerca de uma dúzia de unidades patrimoniais; São José, Santa Marta, Capuchos. Alguns deles exemplares magníficos, quer pelos edifícios em si, quer pelo acervo que continham. ---------------- ----- Ao que se dizia, os hospitais iam ter de encerrar porque ia ser construído um novo hospital que os ia substituir. Esse hospital era para ser construído em Chelas, junto a Cabo Ruivo, a mais de cinco quilómetros de distância, portanto, os utentes dos hospitais, que eram os moradores ali à volta e da zona baixa da Cidade, iam ter de se deslocar cinco a seis quilómetros, sem ter transportes capazes, para ter acesso a cuidados de saúde. --------------------------------------------------------------------------------- ----- Diziam-lhes que os hospitais deviam encerrar porque davam muita despesa. Dez milhões de euros por ano, embora seis milhões fossem em rendas, porque já haviam sido vendidos ao ESTAME. Mas um hospital novo, que custaria mais seiscentos milhões de euros, ia ter um encargo de mais de trinta milhões de euros por ano. Perguntava se não saberiam fazer contas, e onde é que estaria o estudo ou os estudos que mostravam que aquilo era uma opção acertada. ----------------------------------------- ----- De facto, o que se devia estar a discutir não era a aprovação de urbanizações nos locais onde estavam os hospitais, mas se os hospitais deviam ou não fechar portas. Um dos argumentos utilizados pelo promotor era de que a maior parte dos edifícios seriam mantidos para as alterações serem diminutas, não sendo assim posto em causa o seu valor cultural. -------------------------------------------------------------------------------------- ----- Havia muitas razões para duvidar. Os edifícios tinham uma modulação própria, pelo que seria praticamente impossível a sua compatibilidade com as funções, quer de hotéis, mas, particularmente, de habitações. O mais provável era que à mais pequena anomalia, uma fenda nem que fosse num estuque de paredes, fosse invocada a falta de condições de segurança, para com isso se justificar a destruição de interiores e a manutenção, quanto muito, das fachadas. ----------------------------------------------------- ----- Aliás, já se ouvia dizer que os terrenos ali eram instáveis, e que os edifícios corriam risco de segurança. Hoje em dia falava-se muito em reabilitação do edificado, mas perguntava porque é que havia de ser sempre para habitação ou hotéis, porque é que não se instalavam nos edifícios antigos outros usos. ---------------------------------------------- ----- Que se deixassem de novo-riquismo e de deslumbramento pelas modernices. Num país pobre o património cultural era a sua maior riqueza. Que os habitantes de Lisboa fossem chamados a pronunciar-se em referendo local. -------------------------------------- ----- A Dr.ª Maria Ramalho, no uso da palavra, começou por fazer um breve apontamento sobre as questões da arqueologia. A componente patrimonial da Colina era transversal a todos os fatores, e representava uma marca indelével composta por vinte e nove edifícios classificados, cinquenta e nove conjuntos arquitetónicos, e cento e dezanove imóveis singulares, incluídos na Carta Municipal do Património. -------------

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----- Estava em crer que, olhando para o documento estratégico e para os PIPS, retirados à discussão de forma inexplicável, todos aqueles elementos, sobretudo, os que haviam sido classificados pelo Município, eram então olhados, mais como empecilhos. Era naquelas questões que tinha que haver seriedade. Não se podia um dia classificar e definir graus de importância, e no outro dia dizer, como no estudo, que apesar de parciais as demolições que se pretendiam realizar nas grandes unidades incidiam por vezes sobre património listado na Carta Municipal. ----------------------------------------- ----- Os estudos e análises sobre o território e sobre aqueles valores tinham que servir sempre para uma reflexão e para a definição de estratégias e não se podiam resumir a meros apêndices de planos ou projetos onde, efetivamente não eram tidos em conta. Por exemplo, as demolições propostas para os edifícios classificados ou inventariados, para além de não se enquadrarem no previsto no PDM, careciam de justificação técnica séria. O que se via eram argumentações generalistas e perigosas, argumentando que se tratava de elementos espúrios, termo utilizado pela DGEM, nos anos trinta, quando se limpavam os monumentos das marcas do passado numa lógica patrimonialista típica do Estado Novo. --------------------------------------------------------------------------------------- ----- Atualmente, no séc. XXI, eram necessários estudos científicos sobre as pré existências, também na prespetiva da arqueologia da arquitetura, cruzando depois aqueles dados com a documentação disponível. Lembrava que nas equipas que tinham colaborado naqueles levantamentos, nenhuma incluía arqueólogo e não transparecia no trabalho efetuado qualquer ligação com os serviços da Câmara responsáveis por aquele setor. ------------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Quando se começava a analisar com maior profundidade edifícios daquele tipo, surgiam, de onde menos se esperava, vestígios da maior importância. Bastava, por exemplo, olhar para os espaços maltratados do antigo Convento de Santa Joana para se ver que estva lá quase tudo. Ali não podia haver ligeireza na análise pois estava em causa um património desconhecido e riquíssimo. -------------------------------------------- ----- Era necessário pois que se promovesse um verdadeiro programa de reabilitação e não de reconversão, numa área que, concordavam, necessitava de urgente intervenção. Era aquilo que tinha de admirável aquela zona da Cidade, soubera resistir a todas as alterações e cataclismos, como bem tinham referido os Arquitetos Manuel Salgado e Inês Lobo. Pena era que aquele aspeto não fosse verdadeiramente compreendido. Àquele propósito, devia dizer-se que transparecia dos documentos um certo mau estar sobre a questão patrimonial. Por um lado, reconhecia-se o seu valor e a marca que deixara, mas por outro, pretendia-se romper com aquela lógica. --------------------------- ----- Relativamente à arqueologia da cota negativa, o potencial era também enorme. Consultando os registos era possível afirmar que os níveis definidos no PDM eram genéricos. Era então necessário olhar para cada uma das unidades individualmente. Por exemplo, bastara o acompanhamento arqueológico de umas valas em redor do Hospital de São José para surgirem esqueletos, pois como se sabia, até mil oitocentos e trinta e cinco os cemitérios situavam-se em redor das igrejas conventuais e dentro das suas cercas. ------------------------------------------------------------------------------------------------ ----- Para terminar, concordavam que era necessário reabilitar a colina e dar urgentemente visibilidade a todo aquele património, integrando-o, por exemplo, em rotas turísticas e daí retirando meios financeiros para o ajudar a manter. Havia espaço que sobrava para novos projetos, novas habitações, novos equipamentos, mas com outra escala e com outra visão. ------------------------------------------------------------------------- ------ A Arqtª.ª Ana Maria Salta, no uso da palavra, referiu que era arquiteta, que pedira para ser disponibilizada online, portanto, o seu interesse ali na Colina de Santana

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era o núcleo urbano inicial da colina, que forao tema da dissertação do seu destorado, intitulado” Factores Estruturantes da Colina de Santana, Séculos XIV a XVII”, que tivera a oportunidade de oferecer àquela Assembleia havia doze anos, recomendando realmente que o que lá vinha estudado fosse considerado quando houvesse lugar a intervenções políticas e técnicas. ---------------------------------------------------------------- ----- Era da Colina do Povo e do Senado de Lisboa que lhes ia falar, do sítio de São Lázaro, do séc. XIV, XV e da malha pré-Manuelina do Bairro do Curral. Ia-lhes falar do Adro de São Lázaro que era uma plataforma que tinha indícios suficientes para se poder pensar que era ali o adro, portanto, existia uma plataforma que então foi arrasada e onde fora instalado um parque de estacionamento. Tinha um muro de suporte com cantarias que algumas ainda lá estavam abandonadas. -------------------------------------------------- ----- Adjacente estava um edifício com uma cota de soleira muito elevada, cerca de um metro e meio em relação à rua, e aquele edifício que julgava que seria a antiga casa dos preços, antiga casa do Provedor de São Lázaro, que primeiro era fora da cerca de São Lázaro, e com os acessos feitos nas fachadas perpendiculares à Rua de São Lázaro. --- ----- Não sabia se fora feita ali pesquisa arqueológica quando fora feita a demolição, julgava que realmente importava ver o que ali se passava, se era realmente o Adro de São Lázaro, mas deveriam ter encontrado esqueletos, com certeza, porque os internamentos eram feitos ali, e era ali que estava o Cruzeiro de São Lázaro. ----------- ----- Falar-lhes-ia então da malha pré-manuelina no Bairro do Curral. Realmente nos lotes que ali identificara, a malha era de trezentos e vinte por trezentos e vinte palmos. Os lotes eram semelhantes aos de Angra do Heroísmo, portanto, acoplados costas com costas e as áreas são muito semelhantes às de Angra do Heroísmo, portanto, julgo que isto é uma malha pré-manuelina que eu acho que convinha estudar e os edifícios deviam ser apoiados na sua reabilitação. ---------------------------------------------------------------- ----- A Sr.ª Ana Paula Amendoeira, no uso da palavra, disse que queria, em primeiro lugar, agradecer esta possibilidade que a CML dava aos cidadãos para se pronunciarem sobre aquela problemática. Se vissem um bocadinho o historial do que acontecera, talvez devessem ter começado por ali, porque houvera um pedido de informação prévia sobre projetos que terminara em julho, depois a seguir a elaboração de um documento estratégico e então, finalmente, e graças à Assembleia Municipal estavam a poder discutir alguma coisa. ----------------------------------------------------------------------------- ----- O ICOMOS-Portugal, desde dois mil e dez, que se preocupava de uma forma mais ativa com aquela questão da Colina de Santana, mesmo ainda antes dela se ter tornado mais mediática. Portanto, queria aproveitar aqueles três minutos, porque o tempo era muito curto e não dava para desenvolver grandes questões, queria aproveitar aquela exposição pública ali para pedir que fosse tido em conta, com um bocadinho menos de displicência, a contribuição e o trabalho sério que instituições como o ICOMOS e outras tinham dado, desde anos a essa parte, para a discussão dessa problemática. Tinha-se construído e desenvolvido um trabalho que era voluntário, ninguém os contratara e ninguém recebera um cêntimo por fazer aquilo que faziam. -------------------------------- ----- Até ao presente não tinham tido uma única resposta aos vários documentos enviados com aviso de receção, para colaborar de uma forma bem intencionada e construtiva nessa problemática. Nunca ninguém tinha dito nada, apesar de se oferecerem sempre para colaborar nesse processo de discussão que estavam a ter. Continuavam a oferecer e por isso queria aproveitar para pedir em primeiro lugar isso, que tivessem em conta o trabalho, a disponibilidade e a generosidade das instituições e das organizações que se interessavam, também elas, legitimamente, pelo futuro da Cidade de Lisboa e das áreas históricas da Cidade de Lisboa. ------------------------------------------------------------

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----- Estavam em 2014, a cem anos da Primeira Guerra Mundial. Lisboa tinha sobrevivido a esse tipo de cataclismos. ---------------------------------------------------------- ----- Queria fazer um apelo às questões da ética e até da moral nessas questões da conservação e da gestão das cidades e pedir que os interesses públicos se sobrepusessem aos privados e os privados aos pessoais. Gostava que alguém lhe desse mais alguma informação sobre a realidade dos interesses especulativos que estavam por trás de toda essa problemática. ----------------------------------------------------------------------------------- ----- Agradeceu a oportunidade que lhe tinha sido dada. -------------------------------------- ----- A Senhora Doutora Elsa Soares Jara disse que era médica hospitalar e gostaria de falar sobre esse assunto em relação ao Hospital de Santa Marta. ------------------------ ----- O que estava em debate era a construção de novos edifícios nos terrenos atualmente ocupados pelos hospitais da Colina de Santana após a sua destruição. Os projetos desses edifícios, e só desses, tinham sido apresentados numa sessão pública na Ordem dos Arquitetos em julho de 2013, durante mais de quatro horas. Eram quatro os projetos apresentados e cada Arquiteto responsável apresentara o seu hospital. Nada mais tinha sido apresentado em relação à reabilitação da Colina de Santana. --------------------------- ----- Se esses edifícios, em vez de serem construídos nos terrenos dos hospitais após a sua destruição, fossem construídos noutros locais degradados da Colina de Santana, certamente que não estariam na presente sessão. ----------------------------------------------- ----- As intervenções nas sessões anteriores sobre transportes, acessibilidades, reabilitação de edifícios degradados, cuidados médicos continuados, tinham sido muito importantes mas não deviam perder de vista o tema em discussão. ------------------------- ----- Estava planeada a destruição de hospitais da Colina de Santana, três deles hospitais de referência e em funcionamento pleno. Já existiam projetos par os terrenos ocupados com esses hospitais, mas para a Colina de Santana nada mais existia de concreto. O que se constatava era que nenhuma proposta existia para as centenas de prédios degradados e que a única intervenção planeada era a destruição de edifícios de hospitais de referência em pleno funcionamento. -------------------------------------------------------------------------- ----- Fizessem uma comparação entre o Hospital de St. Mary e Hospital de Santa Marta em Lisboa. Os dois eram hospitais que ocupavam edifícios centenários, os dois estavam situados no centro da respetiva capital, ambos tinham sido faculdades de medicina, ambos integravam o Serviço Nacional de Saúde dos respetivos países. O primeiro era o hospital onde trabalhara Alexander Flemming, que descobrira a penicilina. O segundo onde tinha trabalhado Egas Moniz, o único Prémio Nobel da Medicina em Portugal. O hospital de St. Mary continuava florescente e a ser local escolhido para nascimento de príncipes, o último dos quais recente. O Hospital de Santa Marta, o único no País onde se faziam transplantes do pulmão, só porque estava situado em Portugal, ameaçava a destruição juntamente com outros hospitais de igual qualidade, grandeza e tradição. ---- ----- Como dizia recentemente a propósito dessa situação o ilustre cirurgião do Hospital de Santa Marta, Professor José Fragata, “quem não honra o passado não terá nunca futuro”.------------------------------------------------------------------------------------------------ ----- A Senhora Doutora Leonor Sá começou por esclarecer que ia ali falar como responsável do Museu da Polícia Judiciária e como coordenadora do projeto “SOS Azulejo”. --------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Disse que os edifícios dos hospitais civis de Lisboa alienados à ESTAMO Parpública possuíam um património azulejar de enorme riqueza e relevância que iria entrar em risco na fase de transição que se aproximava. Com efeito, a experiência dizia que o período em que os edifícios ficavam devolutos e entregues a si próprios, na fase de mudança de funções, de obras, ou simples inatividade ou abandono, era precisamente o

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período em que ocorria uma percentagem elevadíssima de furtos de azulejos históricos e artísticos nesse tipo de edifícios. ------------------------------------------------------------------ ----- Uma vez diagnosticadas as causas desse risco eminente, havia que agir, identificando e tomando as medidas preventivas necessárias para impedir o furto que, sem medidas preventivas adequadas, era quase certo. Era o que o projeto “SOS Azulejo” tinha feito e tencionava continuar a fazer, devidamente enquadrado tanto no edifício já devoluto ex Hospital Miguel Bombarda, como nos restantes edifícios hospitalares prestes a ficar devolutos os casos de São José, Santa Marta e Capuchos. ------------------ ----- Importava nesse ponto referir que o projeto “SOS Azulejo” tinha sido criado e era coordenado pelo Museu da Polícia Judiciária, contando com seis importantes parcerias e nas quais estava por exemplo a Direção Geral do Património Cultural e outras que referiria mais adiante.------------------------------------------------------------------------------- ----- Importava também referir que as importantes medidas preventivas tomadas e a tomar pela “SOS Azulejo”, a última das quais com a colaboração da ESTAMO Parpública, não eram mencionadas no documento intitulado “Colina de Santana – Documento Estratégico de Intervenção”, de dezembro de 2013, mas deveriam sê-lo, pois delas dependeria o futuro do património azulejar dos edifícios em causa, devendo esse processo continuar a contar com a colaboração da ESTAMO e à qual se deveria juntar a Câmara Municipal de Lisboa. --------------------------------------------------------------------- ----- Para se compreender esse processo referia resumidamente as medidas já tomadas e a tomar pelo projeto “SOS Azulejo” em defesa desse importante património azulejar em risco, em três fases, duas das quais já concretizadas e uma por concretizar. --------------- ----- A primeira fase, de objetivo já concretizado, era a sensibilização pública e dos responsáveis pela administração hospitalar, através de um abaixo-assinado e organização de visitas guiadas “SOS Azulejo” no final de 2009 e princípio de 2010 aos hospitais referidos.---------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Na segunda fase o objetivo também estava concretizado, o inventário feito pelo Instituto da História da Arte da Faculdade de Letras de Lisboa, parceiro do projeto “SOS Azulejo”. Isso em conjugação com o site “SOS Azulejo”. Com efeito, qualquer eventual furto desses azulejos seria imediatamente seguido de publicação online no site das respetivas imagens e inviabilizando a sua circulação no mercado ilícito. ------------------ ----- O Museu tinha solicitado e realizado reuniões com a ESTAMO Parpública no sentido de planear e implementar medidas de segurança preventivas efetivas para o edifício hospitalar já devoluto, o Miguel Bombarda, criando um modelo de procedimentos a aplicar futuramente nos restantes edifícios quando esses deixassem também de exercer funções hospitalares. -------------------------------------------------------- ----- Instada pelo Museu da Polícia Judiciária, a ESTAMO tinha encomendado um plano de segurança para o recinto do Miguel Bombarda, plano esse que depois de apreciado por dois parceiros fora implementado no terreno e mantendo-se até à atualidade. Antes da implementação desse plano de segurança o parceiro PSP encarregara-se de exercer a vigilância necessária no recinto em causa. ------------------------------------------------------ ----- A terceira fase, um objetivo a concretizar, era completar medidas preventivas nos restantes hospitais. O “SOS Azulejo” pretendia completar esse conjunto de procedimentos nos restantes edifícios em causa, mediante replicação da componente plano de segurança, quando esses edifícios deixassem as presentes funções e ficassem devolutos. -------------------------------------------------------------------------------------------- ----- O Senhor Deputado Municipal Miguel Tiago (PCP) começou por dizer que quando o PCP tinha apresentado na Assembleia da República um projeto de resolução para salvaguardar esse património, denunciando inclusivamente na altura os interesses

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que podiam predar, o PS, o PSD e o CDS tentaram fazer crer que não havia ali outros interesses. Aliás, tinha-se aprovado por unanimidade uma resolução na Assembleia da República que determinava a preservação do património cultural e arquitetónico da colina. ------------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Disse que tal como vinha afirmando a CDU, as manobras da maioria PS em torno da Colina de Sant’Ana, nomeadamente as de empurrar para a frente no tempo a discussão sobre os projetos, tinham a intenção de possibilitar um debate legitimador e o menos crítico e democrático possível sobre esses projetos e, ao mesmo tempo, impedir que potenciais efeitos negativos dessa opção pudessem recair sobre António Costa antes das eleições autárquicas. Enquanto eleito da CDU, pertencera sempre ao grupo daqueles que tudo fizeram para denunciar essas manobras e para salvaguardar e valorizar os serviços públicos, nomeadamente os serviços de saúde, bem como para preservar e valorizar o património histórico da cidade e dos seus conjuntos arquitetónicos. --------- ----- Na Colina de Sant’Ana estavam perante uma conjugação dessas duas dimensões importantíssimas da vivência coletiva da cidade: a saúde e o património que ali se interpenetravam. O encerramento dos hospitais, com o aval positivo da maioria do Partido Socialista, tinha custos profundos para a população de Lisboa, particularmente para aqueles que, tendo em conta as suas características sociais e etárias, encontravam naqueles hospitais a resposta mais ajustada às suas necessidades. Ao mesmo tempo, o efeito do encerramento dos hospitais era destrutivo no tecido urbano e no tecido económico e social da cidade, na medida em que destruía emprego, incluindo o emprego qualificado associado ao funcionamento de unidades de saúde. Sobre isso mesmo, o parecer do ICOM e do ICOMOS referia: “Acresce a repetição, (…), de um erro urbanístico recorrente: o de se retirar emprego e serviços de zonas carenciadas, para oferecer ainda mais habitações de luxo em bairros onde abundam excecionais edifícios habitacionais antigos e degradados à espera de reabilitação. O serviço eminentemente público destes lugares excecionais e destas instituições torna-se agora pretexto para um processo de privatização das antigas cercas conventuais, que os hospitais, apesar de todas as suas transformações, ainda preservaram.” -------------------------------------------- ----- Disse que a própria forma que tomara o processo, com a apresentação de quatro loteamentos que atalhavam à apreciação, discussão e aprovação de instrumentos de ordenamento de território como os Planos de Pormenor e Planos de Urbanização, além de representar um passo atrás na gestão do espaço urbano, representava uma tremenda machada na democraticidade dessa gestão, o que só era possível com o PDM aprovado pelo PS e pelo PSD. --------------------------------------------------------------------------------- ----- Do ponto de vista patrimonial, e apesar do verniz democrático da maioria PS, todo o conjunto, quer médico, quer arquitetónico, era sacrificado para benefício da instalação de uma média e alta burguesia que aspirava disputar o espaço urbano com as populações atualmente ali residentes. Enquanto essa disputa ocorria, as elites que ocupavam os espaços retirados ao coletivo, assimilavam apenas as componentes culturais e patrimoniais que valorizavam, do seu ponto de vista, os seus investimentos, prejudicando a preservação, valorização e o próprio conhecimento sobre o património e seus significados. ----------------------------------------------------------------------------------- ----- A esse entendimento que antagonizava o desenvolvimento urbanístico à salvaguarda do património cultural, científico e arquitetónico da cidade, a CDU opunha uma visão integrada e integradora que valorizasse o património existente e que através dessa valorização, potenciasse a regeneração e a revitalização do tecido urbano e das atividades económicas. Uma solução que atualizasse os usos do conjunto pré-existente

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ao invés de o destruir para impor um novo, ao serviço apenas de alguns, para prejuízo de muitos. ------------------------------------------------------------------------------------------------ ----- O Senhor Vereador Carlos Moura disse que quando se falava de património falava-se de legados. A transformação da colina, de um espaço de prevalência de conventos a uma utilização de cuidados de saúde, tinha sido realizado, em grosso modo, em cerca de duzentos anos. ------------------------------------------------------------------------ ----- À parte a leprosaria, da consagração da Igreja do Convento de Santana como igreja paroquial, ao tempo do governo do Cardeal Dom Henrique, por divisão da Freguesia de Santa Justa, considerada curiosamente demasiado grande e populosa, até à doação do Desterro para cuidados de saúde pela rainha viúva de Inglaterra, Dona Catarina de Bragança, distavam cerca de cem anos. --------------------------------------------------------- ----- Outros cinquenta volvidos e tinham a instalação do Hospital de São José no Colégio de Santo Antão Novo. Mais cem anos transcorridos e instalavam-se novas unidades de saúde na colina. Não era por acaso, mas porque essa significava a fiabilidade da construção e a proximidade à população, especialmente em situações de emergência. -- ----- A adaptação de conventos a novos hospitais era um argumento totalmente falso. Nesses existiam novas construções, muitas delas de vanguarda e profundamente revolucionárias nos cuidados de saúde e bastava ver o que representavam Santa Marta ou o Miguel Bombarda nessas questões. -------------------------------------------------------- ----- Não estavam a falar de hospitais que custassem muito dinheiro em termos de manutenção, isso era falso de novo. Estavam a falar de construções que davam resposta às necessidades dos utentes e dos cidadãos de Lisboa. --------------------------------------- ----- Mais uma vez falar dos custos de adaptação era uma total falsidade e bastava ver o Hospital de Salpêtrière em Paris, construído, pasmassem, para uma fábrica de pólvora. Esses tinham sido construídos para utilização humana e assim continuavam a estar. ---- ----- O Senhor Deputado Municipal Carlos Silva Santos (PCP) disse que queria colocar quatro pontos importantíssimos: -------------------------------------------------------- ----- Primeiro, não tinha sido a saúde nem a necessidade em saúde que determinara esse negócio de fechar os hospitais civis de Lisboa. Portanto, não devia ser atribuída essa responsabilidade à saúde; -------------------------------------------------------------------------- ----- Segundo, não estava provada a necessidade de encerrar esses hospitais com a criação do Hospital de Todos os Santos. Todos tinham ouvido na primeira sessão a informação do responsável pela ARS, de que o Hospital de Todos os Santos seria um hospital de média dimensão, dirigido aos mais de duzentos mil habitantes da área e que já não tinha atualmente em projeto mais de seiscentas câmaras, enquanto os hospitais civis tinham cerca de mil e oitocentas camas. Não havia inter-substituição, era encerramento; ---------------------------------------------------------------------------------------- ----- Terceiro, a memória histórica dos serviços de saúde e da medicina estava ali. Não podia manter por razões históricas o Hospital de Todos os Santos, podiam e deviam manter a história desses hospitais. A melhor forma de a manter era mantendo em funcionamento; -------------------------------------------------------------------------------------- ----- Quarto e último, os hospitais tinham um património de investimento tecnológico/médico valiosíssimo e estavam colocados, por esses agiotas do novo tempo, numa situação de risco, de que enquanto não se decidia, não se faziam novos investimentos. Um dia desses diriam que estavam degradados e, então, teriam mesmo que sair. Era o que se chamava “fazer o mal e a caramunha”. ------------------------------- ----- Disse que esses hospitais tinham perspetivas de futuro. Não ficassem tristes os senhores da arquitetura e do urbanismo, que outras oportunidades teriam na Colina de Santana, mas que tirassem as mãos dos hospitais. ---------------------------------------------

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----- O Senhor Arquiteto Augusto Vasco Costa disse que já todos estariam de acordo sobre a necessidade de uma visão de conjunto para a Colina de Santana e de preservar os seus conventos, pelo que, se estavam num debate, gostaria de ter ouvido os arquitetos autores desses projetos a falarem das suas razões e perceber porque ainda nada tinham dito. ---------------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Gostaria de sublinhar o que poderia ser bom para Lisboa, de todos responderem ao apelo feito na última sessão pela Presidente da Assembleia Municipal, Arquiteta Helena Roseta. Para além de compreensivelmente terem estado quatro sessões a transmitir o desencanto, eras importante apresentarem sugestões alternativas para juntar às que já tinham sido entregues. ------------------------------------------------------------------------------ ----- Se considerassem que não valia a pena, ou que não trabalhavam de graça, estavam a ser com o silêncio coniventes com o status quo vigente até aí. Mesmo que não conseguissem chegar a uma solução conjunta minimamente credível, poderiam estar a pôr em causa a necessidade futura desses debates e de quem tivera a coragem de os promover. -------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Parecia-lhe que todos estariam cansados das crónicas desculpas de que a solução apresentada era a possível, porque havia muitos interesses em jogo e que ninguém se entendia, concluindo com a cara mais triste do mundo que já tinham chegado atrasados, para depois se continuar a assistir durante meses ou mesmo anos a fio a tudo continuar na mesma, mais degradado, pior. Passassem pelo Vale de Santo António, pelo tão degradado Conde Barão ou pela zona ribeirinha do Aterro da Boavista e compreenderiam os seus receios. ----------------------------------------------------------------- ----- Assim, propor o debate na Assembleia Municipal os estudos que estavam para ser aprovados poderia marcar uma viragem histórica na forma como os projetos poderiam passar a ser aprovados na Câmara. No entanto, para que essa colaboração fosse eficaz não poderiam cair na eterna discussão maniqueísta entre os bons e os maus. Se estavam no debate era porque estavam preocupados com Lisboa e se não queriam pôr em cheque o futuro da colina, havia que apresentar ideias, sugestões e desenhos motivadores de um diálogo sereno e construtivo. Essa colaboração deveria ser entendida como um serviço cívico que tinham a obrigação de prestar para com a sociedade onde se integravam. Era a qualidade de vida de todos que estava em causa e dos sucessores. ------------------------ ----- Como explanavam as sugestões que na última sessão entregara, pensava ser simples e rápido conseguir a desejada visão de conjunto. Bastava apenas seguir os objetivos do Plano Diretor Municipal. --------------------------------------------------------------------------- ----- Que não perdessem essa oportunidade de que a “colina da discórdia”, como referira o semanário Expresso, passasse a ser conhecida como a colina da concórdia e exemplo a seguir. ------------------------------------------------------------------------------------------------- ----- O Senhor Deputado Municipal João Pinheiro (PS) disse que tinha sido frutífero o debate na Assembleia Municipal sobre a Colina de Santana e o que era certa era que estavam a discutir o futuro, porque, tanto quanto se percebesse, nas quatro sessões do debate ainda não se tinha percebido a existência de um único licenciamento para aquele espaço, para aquele perímetro urbano. ----------------------------------------------------------- ----- Discutindo o futuro compreendia-se a preocupação com a preservação da identidade e da memória histórica daquele espaço. Contudo, como bem demonstrara a apresentação do Arquiteto José Aguiar, uma medida de deslocalização de serviços de saúde associada à construção de um novo hospital com outras valências não tinha que significar uma rotura com a história, nem uma rotura com a memória longínqua ou recente da Cidade de Lisboa e daquele local. -------------------------------------------------------------------------

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----- Passando imediatamente à memória recente, à memória das pessoas que viviam nas imediações daqueles espaços, fazia notar, porque os percorria e porque os conhecia, que com exceção das ocorrências que levavam as pessoas a aceder a cuidados de saúde, o acesso ao interior das cercas dos hospitais não fazia parte dos seus quotidianos. Quando as pessoas levavam os filhos pela mão para as suas casas, os avós e os pais, não elegiam como destinos preferenciais o interior das cercas dos hospitais, porque eram cercas, eram espaços delimitados, espaços funcionais por natureza, estavam vedados à vivência quotidiana urbana da cidade. ---------------------------------------------------------------------- ----- Era isso que a oportunidade de regeneração podia proporcionar, integrar de outra forma aqueles espaços, preservar a sua história, respeitá-la, mas permitir uma maior vivência dessa história e divulgá-la. Muitas dessas pessoas ouviam falar da existência de um espólio histórico assinalável nos hospitais, até tinham orgulho e consideração pela vizinhança de instituições com competências reconhecidas, mas não as conheciam a fundo. ------------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Olhando para as oportunidades que surgiam associadas a um projeto de regeneração urbana, olhando para o documento estratégico de intervenção da Colina de Santana, várias hipóteses se confrontavam. ---------------------------------------------------------------- ----- Estando na sessão para debater especialmente a integração cultural daqueles espaços e socorrendo-se da intervenção da Doutora Raquel Henriques da Silva, a questão que colocava era se poderia um equipamento cultural descentralizado, disseminado por vários daqueles espólios e polos hospitalares, desejavelmente no futuro também polos culturais, servir a Cidade de Lisboa.-------------------------------------------- ----- Londres tinha o seu museu de medicina e saúde, a Catalunha tinha o seu museu. Lisboa tinha várias realidades museológicas dispersas, não tinha uma realidade única que pudesse servir de referência à cidade, que pudesse estar ao nível do que a cidade era atualmente no mundo, um destino de eleição de procura turística. -------------------------- ----- Havia que notar, associado a essa oportunidade, que em Lisboa existiam duas faculdades de medicina, existiam inúmeros hospitais, existiam centros de valências especializadas em investigação médica e se a convergência dos contributos de todas essas entidades não estariam à altura de criar um espaço de divulgação de ciência e cultura, museológico, que teria na Colina de Santana um palco privilegiado. ------------- ----- Disse que a Colina de Santana, como já fora anteriormente referenciado noutras sessões, tinha características únicas em termos ambientais, arquitetónicos, históricos, e que complementavam outros espaços de referência na cidade, como a Baixa Pombalina, a Avenida da Liberdade, o cada vez mais dinâmico eixo Almirante Reis/Martim Moniz. --------------------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Era toda essa oportunidade que se podia debater e terminava como tinha começado, perguntando se podia ou não um espaço cultural, heterogéneo e agregador de todas essas valências dos hospitais que no futuro passariam a estar localizados noutros sítios, servir de elemento conciliador entre a memória e a oportunidade de regeneração. --------------- ----- O Senhor Deputado Municipal André Caldas o que tinham ali em causa, no conjunto de sessões sobre a Colina de Santana, era a ideia de tentar compatibilizar a reabilitação daquela colina, o que lhe parecia necessária até para combater a degradação do edificado que ia avançando, com a manutenção das valências, quer que a manutenção das valências fosse feita no local, ou desviando-a para outros locais da cidade. E a resposta podia não ser a mesma, consoante a valência para a qual estavam a olhar em cada momento.--------------------------------------------------------------------------------------- ----- Afirmou que por um lado tinham de ter a ideia de que eram necessários hospitais adequados do ponto de vista infraestrutural às exigências da medicina contemporânea,

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mas tinha, obviamente de ser feito com a preservação das equipas que, de uma forma consolidada, garantiam medicina de qualidade nos hospitais que ali estavam a ser objeto de discussão. E, acima de tudo, assegurar cuidados de proximidade para aquela população que ficaria mais distante dos novos serviços que viessem a ser implementados. -------------------------------------------------------------------------------------- ----- E, mais interessante do que discutir uma reabilitação urbana que estava limitada por cercas de perímetros hospitalares, o que poderia vir a ter interesse era discutir como se alagar aquele perímetro de discussão naquela Assembleia, uma reabilitação integrada de todo o espaço da colina quer fosse o espaço hospitalar, quer a questão arquitetónica de outros edifícios que faziam parte do conjunto e que mereciam a atenção do ponto de vista da reabilitação urbana, igualmente. -------------------------------------------------------- ----- Sublinhou que o cronograma, naquele processo, não era indiferente. Não era indiferente começar a discutir primeiro uma coisas e deixar para depois, outras. Tal como não era indiferente fechar, primeiro, os hospitais e abrir o que iria albergar aqueles que tinham sido fechados antes. E aquela era uma preocupação que partilhava, também.----------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Em relação às questões de património e cultura, disse que aquelas coleções dispersas, no seu conjunto poderiam constituir um acervo patrimonial de enorme relevância do ponto de vista da história da medicina. Disse que para além da preservação daquele património, tinha de haver alguma atenção para com o património azulejado, ao património imobiliário que estava contido naqueles edifícios, mas havia uma dimensão do panótico que tinha ficado desviada do contexto daquelas discussões, não era só a sua relevância arquitetónica que estava em causa, o panótico era um dos raros elementos que tinha em si, e de forma edificada, um certo elemento da história do pensamento ocidental, da perspetiva da história do direito, a história das prisões, e que era absolutamente fundamental preservar para que aquela história pudesse, para além de ser contada, vivida. --------------------------------------------------------------------------------- ----- O Senhor Dr. Vitor Freire disse que aproveitava para explicar que em relação ao que se chamava “panótico”, era o pavilhão de segurança, e começando pelo fim, já que a Mesa tinha começado, gostaria de esclarecer que a importância arquitetónica e histórica do edifício era talvez mais importante do ponto de vista do seu vanguardismo arquitetónico. Portanto, o arredondamento generalizado de arestas que existia no pavilhão de segurança antecipava em trinta anos o design modernista dos anos vinte e dos anos trinta, nomeadamente, o que conheciam dos eletrodomésticos, por exemplo, nas torradeiras, nos fogões, etc., aqueles arredondamentos simétricos existiam no pavilhão de segurança, e pela primeira vez. Era um edifício que ao nível mundial, e pela primeira vez, antecipava aquele design, sendo que aqueles arredondamentos eram destinados a evitar ferimentos nos doentes agitados, a proporcionar uma maior resistência dos materiais ao choque, e a facilitar a limpeza. Eram aquelas as três funcionalidades, os três objetivos, que eram encontradas, por exemplo, nas cozinhas, com os eletrodomésticos. A arquitetura do Hospital Miguel Bombarda era uma arquitetura funcional, era forma mas, também, função, sendo que aquelas duas vertentes que que ser conjugadas. ---------------------------------------------------------------------------- ----- Em relação à chamada arte outsider, que preferiam chamar assim do que “arte bruta”, era produzida por doentes, ou por pessoas com alguma perturbação psíquica. Era pouco ou não influenciável pela arte erudita, produzida, geralmente, por pessoas sem formação, e uma arte espontânea. Por estranho que parecesse, aquela arte, assim definida, era identificável por oposição à arte erudita. ----------------------------------------

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----- A Senhora Professora Raquel Henriques da Silva disse que gostou muito de ali estar. Era uma otimista militante pelo que achava que tinham de conseguir dar volta àquela questão e estava-se a centrar, apenas na questão patrimonial da Colina de Santana, e era evidente que a questão patrimonial tinha que cruzar obviamente, tudo. -- ----- Referiu que gostaria de deixar uma sugestão a de criarem algo como “A Colina de Santa à mostra”, colocando-se a questão do património na ordem do dia, ou seja, tudo o quanto viesse a ser feito, a questão patrimonial tinha de estar presente. -------------------- ----- Sublinhou que, por outro lado, era absolutamente consensual a ideia de que ficassem os hospitais, com a sua atividade, embora convertida a outras necessidades, ou não ficassem, o que consideraria uma má ideia, a questão do Museu da Medicina, que atravessava a cultura científica portuguesa, desde há dois seculos, era uma questão consensual. De tal forma, que o Hospital de S. José, continuando a funcionar, ou não, como hospital, devia ser o centro irradiador do estudo, da valorização das coleções existentes, e da articulação com o museu da saúde. -------------------------------------------- ----- Afirmou que não se faziam as coisas sem pessoas, pois as pessoas eram fundamentais. E as pessoas certas a fazerem o trabalho certo, muitas vezes faziam milagres. Assim, propunha que a sénior da Museologia Portuguesa que era a Simoneta Luz Afonso, pudesse ser encarregada de estruturar um plano com o ICOMOS, com o ICOM, com os serviços da Câmara Municipal de Lisboa, com o Museu da Saúde, com a universidade, podiam preparar projetos de investigação naquele campo, e para serem apresentados internamente e ao nível europeu. Acreditava completamente, naquilo. E estava completamente mobilizada. E gostava muito que, se tivessem a pessoa certa a pegar naquele assunto, achava que o mesmo seria um sucesso. ------------------------------ ----- O Senhor Professor Doutor António Rendas voltou a agradecer o convite e que não tinha falado na Arquiteta Helena Roseta, por quem tinha muita admiração, mas que três segundos para aquela eram mais do que merecidos. -------------------------------------- ----- Afirmou que apoiava inteiramente a proposta da Professora Raquel Henriques da Silva, achava que deviam de arranjar uma forma de se manter a continuidade. ----------- ----- Sublinhou que quem tinha convencido a Rainha D. Amélia a autorizar a construção o Instituto Câmara Pestana tinha sido o Sousa Martins. E o Sousa Martins sabia que havia ali um convento, completamente arruinado. E quando tinham começado as escavações acharam muito interessante porque do lado da calçada havia um sítio onde não havia fundações porque estavam ali as campas. E a Universidade Nova de Lisboa, através da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, fez um estudo arqueológico profundo, relacionado com aquilo e aquele acevo estava lá para ser exposto porque era sagrado respeitar o património. Mas se o Sousa Martins não tivesse convencido a Rainha D. Amélia a construir o Câmara Pestana, nos cinquenta anos seguintes a medicina portuguesa tinha ficado totalmente destruída porque o Câmara Pestana tinha sido o laboratório dos hospitais civis de Lisboa, e todas as pessoas sabiam disso. -------- ----- Portanto, havia que correr riscos mas com imensa cautela e, portanto, o património era sagrado mas não era intocável. Eram duas coisas muito diferentes mas que tinham de ser enquadradas, sendo que havia projetos que tinham de ser feitos com muito cuidado. ----------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Contou que quando tinham feito a exposição do Veloso Salgado, foram à Faculdade de Geografia, à Assembleia da Republica, e só não conseguiram uma coisa, nunca conseguiram juntar a D. Amélia com o D. Carlos porque dentro do Instituto Câmara Pestana estava um retrato, pintado por Velosos Salgado, da Rainha D. Amélia que não lhes tinha sido emprestado. E acabava assim. ----------------------------------------

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----- O Senhor Professor José Aguiar disse que com pressa tinha dito muitas asneiras, mas que sem pressa também as dizia. ----------------------------------------------------------- ----- Afirmou que a Colina de Santana devia de manter uma, ou mais, unidades de saúde polivalentes, um lugar com uma cultura ligada à saúde. No entanto, a medicina e a sua fortíssima economia não eram um problema, eram, antes, uma solução. Para além do público, podia haver imensas unidades privadas e que poderiam reutilizar muitos daqueles espaços. ----------------------------------------------------------------------------------- ----- Os núcleos urbanos antigos de Lisboa tinham sobrevivido ao século XX, em mau estado, mas que tinham sobrevivido, inclusive aos planos higienistas da qual resultou uma qualidade diferenciadora, algo único que não existia no contexto europeu internacional. Aquela especial qualidade de Lisboa reunia valores materiais, património, ambiente, urbanismo, o carater distintivo dos conjuntos e, obviamente, imateriais. ------ ----- Sublinhou que as sucessivas alterações de remodelação, reabilitação, podiam colocar em causa a valorização de uma cidade que devia de culminar na sua inclusão na lista de património mundial, na categoria de paisagens urbanas históricas, criada pela UNESCO. Assim, disse que íamos mais longe. Aquela candidatura de Lisboa à lista de património mundial nas categorias de paisagens urbanas permitiria integrar, para além da Baixa de Lisboa, o Bairro Alto, o Castelo, Alfama, a Colina de Santana e, por não, o Aqueduto. Seria construído, assim, um modelo de salvaguarda mais contemporâneo numa perspetiva de verdadeira reabilitação urbana, seria assim uma visão bem mais lúcida e ambiciosa. --------------------------------------------------------------------------------- ----- Referiu que muitos lisboetas, muitos portugueses, estariam, certamente, mobilizados para aquele projeto de futuro. ------------------------------------------------------ --------------------------------------- ENCERRAMENTO -------------------------------------- ----- A Presidente da Comissão Permanente de Cultura, Educação, Juventude e Desporto, Deputada Municipal Simonetta Luz Afonso deu por encerrado o debate, agradeceu a todos os que ali estiveram presentes e, sobretudo, ao painel de grande qualidade que tiveram o prazer de ouvir. -------------------------------------------------------- ----- Pensava que todos sairiam dali mais ricos e com a certeza que queriam preservar a memória da Colina de Santana. O como, iriam trabalhá-lo. ---------------------------------- ----- Agradeceu a todos, mais uma vez, e desejou uma boa noite. --------------------------- --------------------------------------- A Moderadora -----------------------------------------------

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Debate temático sobre a Colina de Santana

Relatório final da Assembleia Municipal – volume II - Anexos

Anexo 5

Acta da 5ª sessão do Debate Temático (11 de março de 2014)

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Anexo 5 – acta da 5ª sessão (11 de março de 2014)

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----------------------- ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE LISBOA ------------------------- ------------------------------------- Mandato 2013-2017 ----------------------------------------- -------------------------------ATA NÚMERO DEZASSETE ---------------------------------- ----- No dia onze de março de dois mil e catorze, pelas dezoito horas e quarenta minutos, reuniu em Sessão Extraordinária na sua Sede, sita no Fórum Lisboa, na Avenida de Roma, a Assembleia Municipal de Lisboa, para a realização da 5ª sessão do Debate Temático subordinado ao tema “Colina de Santana (S. José, Miguel Bombarda, Capuchos, Desterro, Santa Marta e Santa Joana) – Conclusões e propostas a submeter à Assembleia Municipal.” ------------------------------------------- ----- Assinaram a “Lista de Presenças”, os seguintes Deputados Municipais: ------------ ----- Álvaro da Silva Amorim de Sousa Carneiro, Ana Maria Gaspar Marques, Ana Maria Lopes Figueiredo Páscoa Baptista, Ana Sofia Soares Ribeiro de Oliveira Dias, André Moz Caldas, António Manuel de Freitas Arruda, António Modesto Fernandes Navarro, Belarmino Ferreira Fernandes da Silva, Carla Cristina Ferreira Madeira, Carlos José Pereira da Silva Santos, Cláudia Alexandra de Sousa e Catarino Madeira, Cristina Maria da Fonseca Santos Bacelar Begonha, Daniel da Conceição Gonçalves da Silva, Davide Miguel Santos Amado, Deolinda Carvalho Machado, Diogo Feijó Leão Campos Rodrigues, Fábio Martins de Sousa, Fernando José Silva e Nunes da Silva, Fernando Manuel Pacheco Ribeiro Rosa, Floresbela Mendes Pinto, Hugo Alberto Cordeiro Lobo, Hugo Filipe Xambre Bento Pereira, Inês de Drummond Ludovice Mendes Gomes, João Alexandre Henriques Robalo Pinheiro, João Luís Valente Pires, João Manuel Costa de Magalhães Pereira, Joaquim Maria Fernandes Marques, José Alberto Ferreira Franco, José António Cardoso Alves, José António Nunes do Deserto Videira, José Luís Sobreda Antunes, José Manuel Marques Casimiro, José Manuel Rodrigues Moreno, José Maximiano de Albuquerque Almeida Leitão, José Roque Alexandre, Luís Pedro Alves Caetano Newton Parreira, Mafalda Ascensão Cambeta, Manuel Malheiro Portugal de Nascimento Lage, Margarida Carmen Nazaré Martins, Maria da Graça Resende Pinto Ferreira, Maria Elisa Madureira Carvalho, Maria Helena do Rego da Costa Salema Roseta, Maria Irene dos Santos Lopes, Maria Luísa de Aguiar Aldim, Maria Simoneta Bianchi Aires de Carvalho Luz Afonso, Maria Sofia Mourão de Carvalho Cordeiro, Miguel Alexandre Cardoso Oliveira Teixeira, Miguel Nuno Ferreira da Costa Santos, Natalina Nunes Esteves Pires Tavares de Moura, Patrocínia Conceição Alves Rodrigues Vale César, Pedro Filipe Mota Delgado Simões Alves, Pedro Miguel de Sousa Barrocas Martinho Cegonho, Ricardo Amaral Robles, Ricardo Manuel Azevedo Saldanha, Rita Susana da Silva Guimarães Neves Sá, Rosa Maria Carvalho da Silva, Rui Paulo da Silva Soeiro Figueiredo, Rute Sofia Florêncio Lima de Jesus, Sandra da Graça Lourenço Paulo, Sérgio Sousa Lopes Freire de Azevedo, Vasco André Lopes Alves Veiga Morgado, Victor Manuel Dias Pereira Gonçalves, Isabel Cristina Rua Pires, João Diogo Santos Moura, João Ricardo Ponte Sousa Vasconcelos, Lúcia Alexandra Pereira de Sousa Gomes, Maria Cândida Cavaleiro Madeira, Nelson Pinto Antunes, Patrícia de Oliveira Caetano Barata e Rui Manuel Moreira Vidal Simões. ------------------------------ ----- Faltaram à reunião os seguintes Deputados Municipais: -------------------------------- ----- André Nunes de Almeida Couto, Artur Miguel Claro da Fonseca Mora Coelho, Fernando Manuel Moreno D´Eça Braamcamp, Margarida Maria Moura Alves da Silva de Almeida Saavedra e Rodrigo Nuno Elias Gonçalves da Silva. --------------------------- ----- Pediram suspensão do mandato, que foi apreciada e aceite pelo Plenário da Assembleia Municipal nos termos do artigo 77º da Lei 169/99, de 18 de Setembro, com a redação dada pela Lei 5-A/2002, de 11 de Janeiro, o qual, a contrario, se mantém em

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vigor por força do disposto na alínea d) do n.º1 do artigo 3º da Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro, os seguintes Deputados Municipais: ------------------------------------------------- ----- Augusto Miguel Gama (PS), por um dia, tendo sido substituído pela Deputada Municipal Cândida Cavaleiro Madeira. ---------------------------------------------------------- ----- Carlos Barbosa (PSD), por um dia, tendo sido substituído pelo Deputado Municipal Nelson Antunes. ------------------------------------------------------------------------------------- ----- Tiago Albuquerque (PSD), por um dia, tendo sido substituído pela Deputada Municipal Patrícia Barata. ------------------------------------------------------------------------- ----- Miguel Tiago (PCP), por um dia, tendo sido substituído pela Deputada Municipal Lúcia Gomes. ---------------------------------------------------------------------------------------- ----- Ana Drago (BE), no período compreendido entre 23 de janeiro de 2014 e 23 de abril de 2014, tendo sido substituída pela Deputada Municipal Isabel Pires. -------------- ----- Mariana Mortágua (BE), por um dia, tendo sido substituído pelo Deputado Municipal João Vasconcelos. --------------------------------------------------------------------- ----- Telmo Correia, (CDS-PP), no período compreendido entre 10 de março de 2014 e 14 de março de 2014,tendo sido substituído pelo Deputado Municipal João Diogo Moura. ------------------------------------------------------------------------------------------------ ----- Miguel da Silva Graça (IND), por um dia, tendo sido substituído pelo Deputado Municipal Rui Vidal Simões.---------------------------------------------------------------------- ----- A Câmara esteve representada pelo Senhor Vereador Duarte Cordeiro. -------------- ----- Estiveram ainda presentes os Senhores Vereadores da oposição: Carlos Moura, João Gonçalves e Rui Franco. --------------------------------------------------------------------- ------------------------------------- QUINTA SESSÃO ------------------------------------------ ------------- Conclusões e propostas a submeter à Assembleia Municipal -------------- ----- O Painel foi moderado pelo Senhor Deputado Municipal Rui Paulo Figueiredo. --------------------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Relatores da quinta sessão: Deputada Municipal Maria Luísa Aldim e Deputado Municipal António Arruda. --------------------------------------------------------------------- ----- O Moderador, Senhor Deputado Municipal Rui Paulo Figueiredo deu início à sessão, eram 18 horas e 40 minutos. ------------------------------------------------------------- ----- Disse que o formato seria aquele já divulgado por todos os moderadores, pelos diferentes sites, pelo Diário de Notícias e outra comunicação social, Diário de Notícias que se associara à iniciativa. ----------------------------------------------------------------------- ----- Em primeiro lugar haveria intervenções dos oito relatores, dois por cada painel temático, que apresentariam uma súmula de ideias, conclusões e propostas que foram sendo apresentadas em cada uma das sessões do debate. Cada relator teria direito a cinco minutos. --------------------------------------------------------------------------------------- ----- Depois haveria as intervenções dos partidos políticos representados na Assembleia Municipal, com direito a três minutos. ----------------------------------------------------------- ----- A seguir seriam intervenções do público que se tinha inscrito, havia doze inscrições, com direito a três minutos. ----------------------------------------------------------- ----- A sessão seria encerrada por quem abrira as sessões temáticas, a Senhora Presidente da Assembleia Municipal, Arquiteta Helena Roseta. ----------------------------- ------ O que se propunha era que houvesse uma súmula e um período de debate que refletisse as diferentes posições políticas em relação às sessões. Depois a Mesa iria propor um draft de conclusões e o que estava pensado, para os que acompanhavam o debate tivessem presente, era que no dia 25, na sessão da Assembleia Municipal, houvesse um ponto específico sobre a Colina de Santana, em que a Assembleia Municipal deliberaria sobre as conclusões desse debate, que vinha sendo muito vivo e

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participado, refletindo verdadeiramente aquilo que era o papel da Assembleia Municipal de Lisboa como verdadeiro parlamento da Cidade de Lisboa. ------------------------------- ------------------------------------ PRIMEIRA SESSÃO ----------------------------------------- ----------------------------“O ponto em que nos encontramos” --------------------------------- ----- A Senhora Deputada Municipal Rosa Carvalho da Silva (PSD) começou por apresentar os seus cumprimentos a todos os presentes, com um especial agradecimento à Senhora Presidente da Assembleia Municipal pela oportunidade que dera à Assembleia de ouvir as preocupações dos munícipes e não só sobre a desativação dos hospitais e sobre a temática que envolvia a Colina de Santana. ------------------------------------------- ----- Posto isso, cumpria-lhe fazer uma breve análise da primeira sessão do debate, que tivera como painel temático “O ponto em que nos encontramos”. A dita sessão tinha sido participada. Contudo, da transversalidade de opiniões que se verificara entre o público e os oradores não se tinham encontrado soluções, apenas sendo levantadas questões com predominância sobre a saúde, na parte que concernia à desativação dos hospitais que faziam parte da Colina de Santana, do património arquitetónico e histórico que se encontrava nos hospitais e no edificado circundante, ficando as soluções em aberto para os debates que se seguiram. --------------------------------------------------------- ----- Quanto ao encerramento dos hospitais, o estudo elaborado por indicação do Doutor Correia de Campos, ex-Ministro da Saúde, acolhera a ideia de que o Hospital de Todos os Santos, a edificar na zona oriental da Cidade de Lisboa, Freguesia de Marvila, seria aquele que melhor serviria a população de Lisboa. -------------------------------------------- ----- Por outro lado, no que concernia à desativação dos hospitais que faziam parte da Colina de Santana, o encerramento dos referidos hospitais devia ficar condicionado à existência de alternativa que acolhesse as múltiplas valências existentes no Hospital de São José, Hospital de Santa Marta e Hospital dos Capuchos. -------------------------------- ----- Devia ficar garantido que as unidades a construir fossem uma resposta global na área da saúde, que dessem resposta não só à população do Concelho de Lisboa, mas também à população da zona sul, sem esquecer as unidades de cuidados de saúde continuados e de proximidade. -------------------------------------------------------------------- ----- Por fim, a regeneração da Colina de Santana e de todo o seu património arquitetónico, cultural e científico, devia ser salvaguardado, pelo que se aconselhava um plano de ação territorial, um PAT, coordenado pela CML no uso da competência que decorria do artigo 33º da Lei 75/2013, de 12 de setembro, que lhe permitia constituir parcerias com entidades de objetivos diversificados. ------------------------------------------ ----- No que ao caso concernia, recomendava-se que as parcerias fossem efetuadas com entidades públicas e ou privadas, nomeadamente o Ministério da Saúde, a ARS, ESTAMO, IGESPAR, LNEC, sem esquecer a população residente e associações culturais, entre outras que a CML considerasse pertinentes. Caberia assim às diferentes entidades encontrar e agilizar soluções que acolhessem a monitorização das acessibilidades, das zonas sísmicas e aluimento de terras, reabilitação do edificado e recuperação versus conservação do património arquitetónico, histórico, cultural e científico da Colina. -------------------------------------------------------------------------------- ----- Importava ainda verificar se a requalificação urbanística no pedido de informação prévia, PIP, se enquadrava no previsto no PDM. Mais se aconselhava que fosse assumido o compromisso entre todas as entidades de que o edificado arquitetónico e histórico da Colina de Santana ficava preservado para as gerações futuras. --------------- ----- Essa era a conclusão numa súmula, enquanto Relatora, que retirara das intervenções, todas elas pertinentes. A Assembleia Municipal teria na altura própria de

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retirar, para além das conclusões sobre os relatórios, de todas as participações ocorridas no debate. --------------------------------------------------------------------------------------------- ----- O Senhor Deputado Municipal Miguel Santos (PAN) começou por cumprimentar todos os presentes. ---------------------------------------------------------------- ----- Disse que a primeira sessão tinha sido genérica sobre todas as problemáticas, onde se fizera a apresentação do problema, manifestando-se desde logo os primeiros temas polémicos que se iriam repetir ao longo das várias sessões. ---------------------------------- ----- Numa altura em que ficavam a saber que Portugal só tinha metade das camas de cuidados intensivos da Europa, preparavam-se para destruir mais camas de cuidados intensivos em São José, as únicas que ainda permaneciam na zona que se pretendia repovoar, a zona central de Lisboa.--------------------------------------------------------------- ----- Perguntou se as contas hospitalares feitas dez ou vinte anos antes aina se deviam manter nessas circunstâncias, continuando a ser dadas como fidedignas e justificando as decisões anteriormente tomadas. ------------------------------------------------------------------ ----- Outro aspeto muito relevante era o tema dos custos em edifícios antigos, usado extensivamente pelos principais promotores desse projeto para justificar o fecho. A sua pergunta era se no Colégio de Santo Antão-o-Novo, onde estava São José, se deixariam de fazer despesas de manutenção ou se era para demolir. Parecia completamente absurdo que fosse dada uma valorização de custos com o hospital em coisas que não tinham nada a ver com o hospital e que teriam de continuar a ser feitas de qualquer forma. Esse aspeto era muito importante e seria depois focado também pela proposta. -- ----- Perguntou se os hospitais portugueses antigos não tinham que ter aproximadamente os mesmos custos que os hospitais europeus das capitais europeias. Era um problema que também tinha sido levantado. ---------------------------------------------------------------- ----- Disse que havia premissas base das razões apresentadas para o fecho dos hospitais que pareciam completamente desajustadas. ----------------------------------------------------- ----- Voltando aos cuidados intensivos, referiu que havia 4,9 camas por cada cem mil habitantes, quando na Europa existiam mais de 11. Perguntou se não seria de estranhar que andasse um helicóptero com um doente à volta do País e não se encontrasse uma cama de cuidados intensivos, indo-se abrir um inquérito. Parecia-lhe absurdo abrir um inquérito para uma coisa dessas e nessas circunstâncias. ------------------------------------- ----- A sua questão era se estavam ou não perante um facto consumado, se poderiam ou não revisitar opções e mudar a agulha em direção a um caminho mais sensato. Alguns intervenientes estavam absolutamente convencidos desse facto consumado. Esperava que ainda se pudesse demonstrar o contrário. --------------------------------------------------- ------------------------------------ SEGUNDA SESSÃO ----------------------------------------- ---------“Impacto das Propostas no acesso da população a cuidados de saúde” ------------ ----- O Senhor Deputado Municipal Ricardo Robles (BE) começou por cumprimentar todos os presentes e saudar a grande participação no debate. Era uma marca fundamental desse ciclo promovido pela Assembleia Municipal, em que os cidadãos tinham ido á casa que representava a democracia na cidade para se pronunciarem sobre assuntos da cidade. ---------------------------------------------------------------------------------- ----- Disse que, voltando ao início do processo, subitamente no verão anterior os lisboetas eram confrontados da decisão por parte do Executivo Municipal em aprovar pedidos de informação prévia da ESTAMO, empresa que geria e vendia os ativos imobiliários do Estado, para loteamentos na Colina de Santana, em zonas onde existiam hospitais e um convento. --------------------------------------------------------------------------- ----- A indignação surgida nesse verão refletia o interesse, uma demonstração do envolvimento dos lisboetas nesse processo. Muitos dos cidadãos daquela zona,

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moradores, comerciantes, amigos do património, reuniram-se e deram visibilidade mediática ao assunto, juntando-se em petições e recolhas de assinaturas. A Câmara Municipal de Lisboa percebera que não podia avançar, que havia uma oposição popular a esse projeto, a pedidos de informação prévia para esses loteamentos, decidindo, no seu entender bem, suspender e não avançar imediatamente com o processo. Uma das razões fundamentais era porque em setembro realizavam-se eleições autárquicas e isso teria um custo político grande a quem se pretendia recandidatar. -------------------------------------- ----- Era assim a democracia e ainda bem que era assim, era um sinal da sua vida e da sua dinâmica. Passadas as eleições o processo tinha sido retomado. A Assembleia Municipal decidira que devia haver uma discussão participada com os cidadãos de Lisboa sobre isso, decidindo e muito bem fazer esse ciclo de debates. -------------------- ----- Uma marca que atravessava todos os debates era a participação de muita gente, mas sobretudo a posição generalizada de quem tomara a palavra contra esses loteamentos. Essa também tinha que ser uma conclusão desse processo e com certeza que a Assembleia Municipal, quando realizasse o seu relatório final, teria em consideração essas vozes que se levantaram contra essa processo. ------------------------------------------ ----- A democracia na cidade tinha ganho muito com a iniciativa. As vozes que se ouviram contra o processo tinham-se centrado em vários âmbitos, desde o urbanismo aos serviços de saúde, às questões relacionadas com o património, com a cultura, com a habitação, com a sustentabilidade. Tinha sido um debate muito transversal e muito rico desse ponto de vista. -------------------------------------------------------------------------------- ----- Centrando mais no painel sobre os serviços de saúde, tinha estado presente um representante do Governo a seguir a lógica do representante da ESTAMO no primeiro debate, ou se aprovava o loteamento ou não havia novo hospital em Lisboa. Era uma lógica de chantagem, em que não seria possível fazer outro hospital se não aprovassem essa operação de especulação imobiliária, que era isso que realmente representava. ----- ----- Parecia-lhe que a pior forma de fazer democracia e decisão numa cidade era sob chantagem e sob ameaça. -------------------------------------------------------------------------- ----- Várias vozes se tinham levantado pela necessidade de manter cuidados de saúde e havia opiniões muito diversas nesse âmbito. Algumas pessoas achavam que os hospitais se deviam manter tal como estavam, outras entendiam que devia haver uma reconfiguração, havendo um novo hospital, dos serviços de saúde ali prestados, mas havia um grande consenso de que aquela zona do centro da Cidade de Lisboa não podia ficar sem serviços de saúde. Era uma zona muito envelhecida, com grandes dificuldades de mobilidade por parte da população ali residente e, portanto, limitar o acesso à saúde daquela população era um atentado contra a democracia. ------------------------------------ ----- O representante do Governo tinha feito uma menção muito curiosa, dizendo que não havia procura para cuidados continuados e cuidados primários naquela zona da cidade, mas o que realmente queria referir era que não havia procura de prestadores de serviços, porque alegara que o Estado não prestava cuidados de saúde continuados e, portanto, concessionava às misericórdias e a privados. Essa era um pouco a lógica como o Governo olhava para a saúde no País e na Cidade de Lisboa. Se não havia quem quisesse vender os serviços de saúde, então eles não existiriam. Era a lógica que queria aplicar no novo Hospital Oriental de Lisboa, possivelmente numa parceria público-privada. ----------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Concluiu dizendo que o debate sobre as questões de saúde tinha sido muito enriquecedor, mas sobretudo demonstrara a ameaça que pairava sobre o Serviço Nacional de Saúde e em particular sobre os equipamentos de saúde na Cidade de Lisboa. ------------------------------------------------------------------------------------------------

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----- A Senhora Deputada Municipal Cláudia Madeira (PEV) começou por cumprimentar todos os presentes. ---------------------------------------------------------------- ----- Disse que a segunda sessão do debate temático sobre a Colina de Santana, ocorrido a 28 de Janeiro, incidira no impacto das propostas apresentadas pela ESTAMO sobre o acesso da população aos cuidados de saúde. ---------------------------------------------------- ----- Assim, o relatório dessa sessão fazia um levantamento, com base no debate e nas informações disponibilizadas sobre essa matéria, das consequências do encerramento previsto dos Hospitais de São José, Santa Marta e Santo António dos Capuchos com a deslocalização das respetivas funcionalidades para o Hospital Oriental de Lisboa, a construir em Chelas, na Freguesia de Marvila. ------------------------------------------------- ----- Nesse debate participaram quase 300 pessoas e fora bem evidente a preocupação e indignação com as consequências da possível desativação desses três hospitais, sendo esse o sentimento generalizado e, portanto, o que estava refletido no relatório, além de outras opiniões, críticas e propostas que foram surgindo ao longo da discussão. --------- ----- A questão da preservação do vasto património existente na Colina de Santana fora um ponto consensual entre as diversas intervenções proferidas. ---------------------------- ----- Por parte dos oradores apenas o coordenador do Grupo Técnico para a reforma hospitalar, indicado pelo senhor Ministro da Saúde, emitira uma opinião no sentido de defender o encerramento desses hospitais por apresentarem problemas estruturais, falta de acessibilidades, uma desadequação às suas funções e elevados custos. ----------------- ----- Indo ao encontro dessa opinião tiveram, das quinze intervenções do público, apenas uma que também defendera a desadaptação estrutural, os custos elevados de manutenção e a necessidade de se racionalizar a oferta de camas de cuidados hospitalares. ------------------------------------------------------------------------------------------ ----- De resto, todas as opiniões manifestadas foram no sentido da clara contestação desse projeto, por considerarem que a Cidade de Lisboa e a população da Colina de Santana ficariam a perder com o encerramento de equipamentos naquela área. ----------- ----- Podia-se dizer que era transversal a necessidade e a importância de se debater essa temática e que havia preocupações e críticas manifestadas pela esmagadora maioria dos intervenientes, quer se tratasse de utentes, profissionais de saúde ou Deputados Municipais. ------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Fazendo um levantamento dessas críticas podia-se dizer que se centraram essencialmente no facto de o Hospital Oriental de Lisboa não resolver os problemas da população da Colina de Santana, apresentar problemas a nível de acessibilidades e, caso os outros hospitais viessem a encerrar, isso apenas agravaria os problemas já existentes. ----- Todos reconheceram que a população da Colina de Santana estava envelhecida, empobrecida e com prevalência de doenças crónicas, havendo uma grande necessidade de cuidados primários e continuados. Mas, apesar disso, as propostas apresentadas não consideravam essas características e necessidades. -------------------------------------------- ----- Tinha havido outras críticas centradas na falta de diálogo e de auscultação das várias partes afetadas, no facto de não haver um documento único e coerente, nas decisões unilaterais dos governantes que tinham como base critérios economicistas e que não salvaguardavam as necessidades da população, representando prejuízos para os utentes e para os profissionais de saúde. --------------------------------------------------------- ----- Criticara-se o encerramento de hospitais sem se saber o que tinha acontecido aos utentes de equipamentos já encerrados, como estavam a ser acompanhados e se estavam ou não a ser acauteladas as suas necessidades. ------------------------------------------------- ----- Tinham-se levantado muitas dúvidas sobre o processo de venda dos hospitais, sobre a data de construção e entrada em funcionamento do novo hospital, que tipo de

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gestão teria, quantas camas se perderiam e sobre um eventual reforço dos cuidados de saúde primários. ------------------------------------------------------------------------------------- ----- Por várias vezes fora dado o exemplo de outras capitais europeias onde a política era manter os hospitais antigos a funcionar nos centros históricos, não se percebendo por que razão em Lisboa a orientação não seria essa. ----------------------------------------- ----- Era de salientar que algumas questões colocadas ao representante do Ministério da Saúde ficaram por responder, designadamente a questão sobre os custos do novo hospital e a previsão de redução de custos com o encerramento dos hospitais da Colina de Santana. ------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Algumas das propostas apresentadas ao longo do debate foram a criação de um Museu dos Hospitais Civis de Lisboa, a construção de um parque de ciência e tecnologia, um reforço de unidades de cuidados primários e continuados (esse fora aliás um dos aspetos mais focados ao longo do debate), um espaço dedicado às medicinas não convencionais e a preservação do vasto património existente na Colina de Santana. ----- ----- A CML tinha informado que a ESTAMO havia solicitado pedidos de informação prévia, que não tinham ainda sido votados e aprovados. Contudo, era preciso dizer que em julho de 2013, quando foram apresentados esses projetos pela ESTAMO para a Colina de Santana, se não fosse a forte pressão e contestação por parte da população, esses pedidos já estariam aprovados. Aliás, fora também com base nessa contestação que surgia o debate público ocorrido na Assembleia Municipal. ---------------------------- ----- Fora defendido, por diversas vezes, que os projetos em causa deveriam ser suspensos, por deixarem de garantir o acesso aos cuidados de saúde da população da Colina de Santana e por trazerem prejuízos para os profissionais de saúde, pois o novo hospital não teria condições para os manter a todos.------------------------------------------- ----- Em conclusão, poderia dizer que nesse debate, além de ter ficado patente a clara contestação a esse projeto, fora também evidente que a CML devia defender os cuidados de saúde da cidade, não permitindo mais ataques a serviços públicos essenciais à população e que a Assembleia Municipal deveria dar especial atenção a essa matéria, fundamental para a Cidade de Lisboa, com a manutenção de equipamentos de saúde na Colina de Santana. --------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------------ TERCEIRA SESSÃO ---------------------------------------- ---------------“Impacto urbanístico, social e habitacional das propostas” -------------------- ----- O Senhor Deputado Municipal José Moreno (PNPN), Presidente da Junta de Freguesia do Parque das Nações, começou por cumprimentar todos os presentes. ------- ----- Disse que tinha sido um dos relatores da quarta sessão, que tivera como tema o “Impacto urbanístico, social e habitacional das propostas”. Tal como sucedera nos anteriores, não tinha havido unanimidade, nem era expetável que isso ocorresse, relativamente a esse vasto tema que estava em debate. --------------------------------------- ----- Havia pessoas defensoras daquilo que e previa poderem ser as propostas a implementar na Colina de Santana e havia quem estivesse diametralmente oposto, assim como havia pessoas com uma posição mais moderada. --------------------------------------- ----- Não querer estar a repetir o que no essencial já tinham dito alguns dos Senhores Deputados Municipais, até porque tinha ocorrido mais ou menos o mesmo figurino em todas as sessões, com diversas opiniões sobre esse tema. ------------------------------------- ----- Tinha tirado as suas conclusões depois de ouvir os debates e no momento era sua convicção que o debate não estava ainda encerrado. Estando longe de encerrar o debate sobre esse tema, não se atrevia a apresentar uma opinião definitiva sobre o mesmo. De resto, ela não resultava do debate ocorrido nesse dia. -----------------------------------------

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----- Disse que o debate promovido pela Assembleia Municipal de Lisboa se tinha traduzido na abertura de uma autêntica “caixa de pandora”, que levara desde logo a Câmara Municipal de Lisboa a suspender os processos de pedido de informação prévia que estavam em curso. Era uma decisão que considerava oportuna e sensata e isso já tinha sido manifestado posteriormente, até na parte final do quarto debate. Era uma posição sensata perante as críticas e sobretudo as ideias que vinham sendo apresentadas por uma intervenção que se atrevia a classificar como o maior projeto de intervenção de reconversão urbana na Cidade de Lisboa após a construção da cidade imaginada e construída na zona oriental para acolher a Expo 98, que dera origem à Freguesia a que presidia, a Freguesia do Parque das Nações. ---------------------------------------------------- ----- De qualquer modo, na atual fase do debate podia-se já concluir que a generalidade dos intervenientes reconhecera a necessidade de uma intervenção de enorme envergadura e que devolvesse à cidade uma zona cada dia mais degradada e desapropriada pelos munícipes e visitantes, apesar de fazer parte do seu centro histórico. --------------------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Tinham sido apresentadas ideias de elevada valia, cuja ponderação os autarcas da cidade e os responsáveis da ESTAMO, empresa de capitais exclusivamente públicos, logo Estado, proprietária dos edifícios, deveriam ser sensíveis. Era também uma conclusão que tinha retirado do debate. ---------------------------------------------------------- ----- Embora reconhecendo o elevado mérito, ou o trabalho de sustento à proposta da ESTAMO, entendia-se que no interesse da cidade, e o mesmo era dizer no interesse público, essa ponderação deveria ser efetuada, não podendo deixar de o ser. ------------- ----- Em síntese, além de se abrirem novas soluções arquitetónicas e sem perder de vista a necessidade e urgência de construir o Hospital de Todos os Santos, de que a cidade era de facto carente e nomeadamente na zona oriental de Lisboa, onde se pretendia que fosse implantado e que era a zona atualmente mais habitada da Cidade de Lisboa, os responsáveis por esses projetos deviam ser permeáveis a conciliar a construção de um espaço museológico, preferencialmente no Hospital Miguel Bombarda, bem como a permanência de uma unidade hospitalar, para além de se avançar com projetos na área da hotelaria, revolucionando ao mesmo tempo as acessibilidades, por forma a tornar a Colina de Santana apropriável pelos lisboetas e por todos os que visitavam a cidade. --- ----- A Senhora Deputada Municipal Floresbela Pinto (IND) começou por cumprimentar todos os presentes, dizendo que para todos era inegável a importância histórico-urbanística da Colina de Santana para a cidade. ------------------------------------ ----- O debate na Assembleia Municipal comprovava-o e demonstrava que havia muito a fazer na promoção de uma gestão urbanística mais próxima e participada pelos cidadãos e moradores nessas zonas de estudo, evitando uma visão desarticulada desse conjunto urbanístico. Era por isso de louvar a iniciativa da Assembleia Municipal de Lisboa, que através desse debate temático permitira discutir de uma forma alargada as problemáticas associadas ao futuro da Colina de Santana, apresentando sugestões concretas e valorizando a diversidade de opiniões e experiências dos cidadãos que participaram nesse debate. ----------------------------------------------------------------------------------------- ----- Comprovava-se assim, nesse caso, que não tinha sido tarde para mudar o rumo na gestão do processo, participando e exercendo uma cidadania ativa. A codecisão dos lisboetas no planeamento estratégico da cidade era um desafio que implicaria, sem dúvida, mais esforço por parte das equipas técnicas e decisores políticos na análise das preocupações à escala local, na integração dos diferentes contributos, na gestão de expetativas, tudo isso face à flexibilidade ou não dos instrumentos de gestão territorial

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disponíveis e à visão de uma cidade para todos, reabilitada, acessível, inovadora e economicamente competitiva. --------------------------------------------------------------------- ----- Face às especificidades na Colina, no que tocava aos índices de degradação do património construído, as más condições de habitabilidade existentes, conjugadas e agravadas com a Lei das Rendas em vigor, seria necessário acautelar que a necessidade de valorização patrimonial e reabilitação criada com esse projeto não promovesse o esvaziamento da população aí residente, em grande parte idosa, em detrimento de nova construção a preços proibitivos. Essa preocupação tinha sido amplamente referida ao longo desse debate, demonstrando ser de facto um risco a ter em conta. ------------------- ----- O grande potencial de desenvolvimento urbanístico e comercial dessa zona de cerca de catorze hectares, alicerçado em grande parte em propriedade estatal, não podia significar a gentrificação desse território, podendo a Câmara Municipal fazer uso da legislação para reserva de até vinte por cento da nova construção para habitação a custos controlados, prevendo numa altura de grande restrição financeira uma percentagem dessa nova habitação para constituição de uma bolsa de fogos com valores abaixo do mercado. --------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Isso permitia ao Município atuar como agente regulador do valor dos imóveis e ao mesmo tempo responder à crescente procura de alojamento a custos acessíveis. Era prova disso o grande número de candidaturas apresentadas ao abrigo dos programas habitacionais municipais, como fossem o regime de acesso à habitação municipal e o programa de renda convencionada, cuja procura excedia em muito a oferta disponível. ----- Clara estava, e bem, a intenção de manter a memória histórica da Colina na sua ligação à área da saúde e desenvolvimento de um polo científico de excelência que se esperava continuar a gerar contributos inovadores numa efetiva sinergia com os polos universitários. ---------------------------------------------------------------------------------------- ----- Não obstante a centralização de serviços de saúde e a construção de um novo Hospital de Todos os Santos, era necessário avaliar e melhorar a rede de cuidados de saúde de proximidade e geriátricos, aproveitando a oportunidade de reabilitação também para pôr em prática as recomendações do plano de acessibilidade pedonal, por forma a promover mais e melhor acessibilidade e minimizando os obstáculos fruto das características biofísicas existentes na Colina. -------------------------------------------------- ----- Para finalizar, queria saudar mais uma vez a iniciativa lançada pela Senhora Presidente Helena Roseta, que permitira à Assembleia Municipal refletir e debater um problema de grande importância para Lisboa e abrindo espaço para os munícipes exercerem o seu direito de cidadania e participarem na discussão sobre o futuro que almejavam para a cidade. -------------------------------------------------------------------------- -------------------------------------- QUARTA SESSÃO ----------------------------------------- ----“Impacto das propostas na memória e identidade histórica da Colina de Santana” --- ----- A Senhora Deputada Municipal Maria Begonha (PS) cumprimentou todos os presentes. --------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Disse que começava, e não podia deixar de o fazer, com o reconhecimento do exercício democrático e transparente que presidira às várias sessões do debate público sobre o futuro da Colina de Santana, contribuindo para fazer da Assembleia Municipal de Lisboa uma verdadeira casa da cidadania, como era também o seu desígnio. ---------- ----- Era também imperativo o reconhecimento do envolvimento dos cidadãos e associações de cidadãos, que fizeram dos debates, e em particular dessa sessão, uma auscultação abrangente de opiniões, propostas, críticas, reflexão e sobretudo a preocupação com o futuro de uma importante zona e parte do património cultural da cidade. ------------------------------------------------------------------------------------------------

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----- A sessão sobre o impacto das propostas na memória, identidade histórica da cidade, tinha sido marcada por propostas diferentes e muito debate. Tinha sido pela primeira vez dado a conhecer de forma tão relevante aquele que era o património da Colina de Santana, mas fora também marcada por importantes consensos e talvez o mais importante consenso tivesse sido a importância e a urgência de salvaguardar, reabilitar e preservar o património cultural, tanto móvel como imóvel, da Colina de Santana. ------- ----- No decurso do debate tinham ficado bem claras as responsabilidades governativas em salvaguardar a riqueza dos espólios, coleções e arquivos espalhados e dispersos por diversos núcleos museológicos dos hospitais civis. Propunha, assim como tinha sido proposto no debate por várias intervenções, a integração e resgate de todas essas coleções sob a forma de um ou mais museus a alojar no espaço das antigas cercas dos hospitais. --------------------------------------------------------------------------------------------- ----- A preservação da memória histórica da cidade, sob a forma de museu, devia ser responsabilidade conjunta das áreas governativas da saúde e cultura e não apenas uma homenagem à preservação do património da Colina, mas também um projeto que integrasse os polos universitários e de investigação, que fosse um polo multicultural e um projeto central também à transformação da Colina na “colina do conhecimento”. --- ----- Disse que também era importante aprofundar a caracterização enquanto “colina do conhecimento” e se o debate tinha revelado alguma pista sobre o futuro, era sem dúvida uma das mais importantes a dar à cultura e ao conhecimento um papel primordial nos futuros desígnios da Colina enquanto espaço onde a produção científica e de investigação na área da saúde existiam já de forma tão privilegiada e com uma tão grande tradição no passado. Era preciso trabalhar em conjunto com as universidades, era preciso incentivar mais unidades de investigação para além da atividade da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova nesses espaços. --------------------------------- ----- Sobre a preservação do património imóvel, património e memória dos edifícios e equipamentos hospitalares, as propostas tinham sido muito diversas mas também um consenso importante, a salvaguarda e reabilitação do futuro urbanístico da Colina e a defesa do património cultural imóvel. No entanto, queria deixar patente que essa salvaguarda do património não podia significar o bloqueio a projetos de reconversão desses edifícios, alguns deles eram unidades hospitalares já desativadas e com dificuldade em se adaptarem novas exigências técnicas requeridas para prestar os melhores cuidados de saúde que o progresso disponibilizava. ------------------------------- ----- Deviam ser firmes em garantir que a desativação e fecho de mais unidades hospitalares não sucedesse sem estar a funcionar o Hospital de Todos os Santos e que a defesa intransigente desses equipamentos, dos quais constavam até edifícios classificados, que não ficassem sujeitos a uma maior degradação e ao esquecimento que poria em casa a salvaguarda do seu património cultural. -------------------------------------- ----- As opiniões e recomendações que expressava e que pretendiam também revelar a natureza do debate, marcado pela opinião de organizações cívicas preocupadas com a cultura e com a cidade, procuravam expressar também que a reabilitação da Colina de Santana se devia fazer através do combate à desertificação, criando novos espaços urbanos e habitacionais e aliando esses objetivos à defesa intransigente do património cultural e dos espaços que integravam a memória coletiva da cidade. Para fazê-lo era necessária uma visão integrada e adaptada às novas necessidades da cidade, quer em matéria de saúde, como em termos urbanísticos. ----------------------------------------------- ----- Como tinha sido referido no debate, em várias intervenções, o património cultural era sagrado mas deveria ser integrado nos novos projetos e necessidades da cidade e

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com capacidade de se adaptar a novas realidades do futuro e de uma cidade desenvolvida, progressista e em constante movimento. --------------------------------------- ----- A Senhora Deputada Municipal Lúcia Gomes (PCP) começou por cumprimentar todos os que estavam presentes para assistir à última sessão e à apresentação dos relatórios ou opiniões sobre as várias sessões do tema da Colina de Santana. ----------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Antes de mais queria sublinhar que todo o debate se sustentara com base num equívoco que tinha de ser clarificado. O que estava em causa na Colina de Santana não era uma opção entre os hospitais civis e o Hospital de Todos os Santos, o que estava em causa na Colina de Santana eram os hospitais civis ali. O encerramento ou não desses hospitais nada tinha a ver com o Hospital de Todos os Santos. Esse equívoco tinha que ser desfeito e era sobre isso que devia manter-se qualquer decisão ou alterar-se qualquer decisão. ----------------------------------------------------------------------------------------------- ----- O segundo aspeto que queria sublinhar tinha a ver com o facto de estarem a discutir a Colina de Santana e as decisões estarem a ser tomadas nas costas e à revelia da população, mas havia um trabalho que devia ser agradecido a toda a Assembleia Municipal e aos trabalhadores da Assembleia Municipal que disponibilizaram na internet toda a informação, todos os vídeos dos próprios debates, sendo disponibilizadas as atas para que qualquer pessoa pudesse participar, ainda que não o pudesse fazer do ponto de vista físico, mas que o fizesse a partir de suas casas e fizesse chegar a opinião. ----- Referiu que se encontrava disponibilizado no site um conjunto de notícias e se analisassem as notícias daquela última semana poderiam verificar que António Costa, Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, mencionava debates e iniciativas públicas dando o encerramento como um dado adquirido. ---------------------------------------------- ----- Declarou que enquanto relatora não poderia, de forma alguma, aceitar que aquela fosse uma decisão tomada à revelia da população e daquela Assembleia Municipal. ---- ----- Sublinhou que não estavam a falar de direitos constitucionais mas sim do direito à saúde; que não podia passar pela cabeça de ninguém que ao se falar do acesso à saúde, do acesso a cuidados de saúde, se falasse de economia, de resultados, racionalização, quando aquilo que estava em causa era o encerramento de cinco hospitais, o que colocava em causa o acesso, por parte da população, aos cuidados mais básicos de saúde. Reforçou que não podia passar pela cabeça de nenhum dos presentes que um direito constitucional fosse sujeito a uma visão economicista de qualquer planificação urbana. ------------------------------------------------------------------------------------------------ ----- Acentuou que o planeamento urbanístico na cidade de Lisboa tinha feito surgir cerca de sessenta unidades hoteleiras na zona do Rossio e arredores e que existia, naquele momento, uma política de “gentrificação” da Cidade, que as pessoas estavam a ser afastadas dos centros históricos. Realçou que se insistissem naquele caminho estariam a excluir, a impedirem uma série de pessoas de viverem onde sempre tinham vivido e terem acesso ao direito constitucional que se encontrava garantido e que era o direito à saúde. -------------------------------------------------------------------------------------- ----- Frisou que apenas uma total política de insensibilidade social poderia compactuar com uma proposta que defendesse o encerramento daqueles hospitais. -------------------- ----- Mencionou que a sessão em que tinha sido relatora fora uma sessão particular e lamentou que as Senhoras que tinham elevado a sua voz naquela sessão não o tivessem feito, também, nos debates anteriores. Registou, no entanto, a atenção com que seguiam a sua intervenção. ---------------------------------------------------------------------------------- ----- Lembrou que na sessão em que fora relatora se tinha abordado o património cultural e aproveitou para acentuar que a Senhora Presidente da Comissão tinha

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decidido, sozinha, quais iriam ser os intervenientes da mesa, ao contrário daquilo que tinha acontecido nas sessões anteriores, nas quais os intervenientes tinham sido escolhidos por todas as forças políticas presentes. -------------------------------------------- ----- Realçou que naquela sessão se tinha chegado à conclusão que era preciso preservar o património histórico, o património museológico, devolvendo, aos habitantes de Lisboa, o direito à cultura. ------------------------------------------------------------------------- ----- O Moderador, Senhor Deputado Municipal Rui Paulo Figueiredo agradeceu, em nome da Senhora Presidente da Assembleia Municipal e dos restantes Deputados Municipais, àqueles oito relatores a sua participação, e agradeceu também aos Senhores Deputados Municipais João Magalhães Pereira, Vítor Gonçalves e Simonetta Luz Afonso por terem sido moderadores de três daquelas sessões, acrescentando que a primeira havia sido moderada pela Senhora Presidente da Assembleia, Helena Roseta. - ----- Comunicou que iriam ter, no segundo módulo daquela sessão, as intervenções das forças políticas representadas naquela Assembleia e que o terceiro módulo eram as intervenções do público. --------------------------------------------------------------------------- ----- Disse que no segundo módulo iriam ser um pouco mais rígidos com o tempo. Informou que iriam avisar aos dois minutos e trinta segundos e depois aos três minutos, para ver se conseguiam cumprir com o tempo. ------------------------------------------------- ----- Referiu que tinham as inscrições de todos os partidos políticos e comunicou que o Senhor Presidente de Junta do Parque das Nações, José Moreno, tinha prescindido da sua intervenção. Expôs que iriam seguir a ordem de representatividade dos partidos políticos e que os Deputados Municipais Independentes ficavam, por isso, para o fim. - ----- A Senhora Deputada Municipal Rita Neves (PS) salientou que das conclusões daqueles debates existia uma, transversal a todos, a de que os lisboetas não pretendiam ser espectadores da construção da sua Cidade. ------------------------------------------------- ----- Lembrou que os munícipes tinham pedido que, e citou, “salvaguardem o nosso

passado, dignifiquem o nosso presente e qualifiquem o nosso futuro”. Reforçou que pretendiam, naquele dia e naquela Assembleia, fazer eco àqueles apelos. ----------------- ----- Focou-se no presente. Disse que se a desativação dos hospitais Miguel Bombarda e do Desterro eram uma realidade, o encerramento dos hospitais de Santa Marta, São José e dos Capuchos pareciam uma inevitabilidade. Acrescentou que se por um lado a vacatura daqueles imóveis pudesse vir a representar uma oportunidade de reabilitação e, por sua via, para a regeneração urbana daquela Colina, tal não poderia, por outro lado, significar que os serviços prestados por aqueles equipamentos fossem, pura e simplesmente, suprimidos. ------------------------------------------------------------------------ ----- Afirmou que importava, por isso, começar por exigir ao Governo que clarificasse as suas pretensões. Recordou, àquele propósito, que o representante do Ministério da Saúde, frontalmente questionado naquela Assembleia relativamente à calendarização das desativações dos hospitais ainda em funcionamento, face à previsão de conclusão do novo hospital de Lisboa, tinha optado por um silêncio constrangedor. --------------------- ----- Declarou que a qualidade dos cuidados de saúde bem como a extensão da sua prestação deveriam de estar garantidas, pois só assim teriam a tranquilidade necessária à construção do futuro. Mencionou que o futuro da Colina de Santana não poderia passar, exclusivamente, pelas intervenções programadas nos pedidos de informação prévia que tinham dado origem àquele debate. -------------------------------------------------------------- ----- Referiu que os PIP eram uma parte, uma parte significativa, mas apenas uma parte, da solução reclamada pela Colina e pela Cidade. Realçou que a salvaguarda do património e dos bens culturais, incluindo aqueles que, até àquela data, não se encontravam classificados, nomeadamente a reabilitação urbana e das construções

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abarracadas, a qualificação ambiental do espaço público, do sistema de transportes e dos equipamentos coletivos, a regeneração do tecido económico e social e o fomento da inovação, que tudo aquilo se encontrava além das intervenções programadas nos PIP. -- ----- Considerou, por isso, fundamental que se desenvolvesse um plano estruturado que acomodasse todas aquelas dimensões numa solução sustentável que abraçasse a oportunidade de inovar. Sublinhou que era assim que se fazia uma Cidade, considerando tudo e envolvendo todos, razão pela qual, um plano de ação territorial seria, na sua opinião, a solução mais eficiente para o desafio que a Colina constituía; um plano de ação territorial seria como uma plataforma de convergência entre os diversos atores, nomeadamente a Câmara, Ministério da Saúde, ESTAMO, Universidade e IGESPAR, podendo planificar e calendarizar coordenadamente as ações que, em concreto, que cada um se propusesse realizar. Acentuou que, acima de tudo, seria a tradução de um compromisso para o futuro daquela Colina, transparente e escrutinável. ------------------- ----- Lembrou que o futuro da Colina de Santana passava também por atrair novos habitantes e captar mais empresas e mais empregos, criando espaços para a cultura, o turismo e a inovação; passava por garantir o acesso, por parte da população, a serviços, a comércio e a equipamentos coletivos. Terminou dizendo que o preconceito não tinha lugar na Colina de Santana. ------------------------------------------------------------------------ ----- O Senhor Deputado Municipal Vítor Gonçalves (PSD) começou por dizer que a Assembleia Municipal tinha decidido em boa hora, por proposta da sua Presidente, lançar aquele debate público subordinado ao tema ”Colina de Santana”, uma parcela enorme da Cidade da qual muito poucos falavam, até terem surgido as propostas de loteamentos para os espaços que tinham estado, e que em alguns casos ainda estavam, ocupados por unidades hospitalares. ------------------------------------------------------------- ----- Disse que já eram muitos os que, naquela altura, conseguiam situar aquela importante Colina e identificar os seus problemas, para além daqueles que se prendiam com as unidades hospitalares, eram identificados por muitos. ------------------------------- ----- Sublinhou que a Colina de Santana era um importante território de Lisboa que carecia de intervenção urgente em termos urbanísticos, habitacionais, sociais e culturais, de segurança e mobilidade. ------------------------------------------------------------------------ ----- Realçou que tinham naquela altura, depois de um largo e intenso debate, a possibilidade de propor possíveis soluções para aquele problema, contribuindo assim para dar mais cidade à Cidade. -------------------------------------------------------------------- ----- Salientou que a oportunidade surgida com a transformação dos antigos conventos em novos empreendimentos permitia olhar para toda a Colina de Santana, nomeadamente do Rossio à Praça Dona Estefânia, da Avenida da Liberdade à Avenida Almirante Reis, encarando os novos loteamentos em simultâneo com todos os problemas estruturais da Colina, não dissociando uns dos outros, mas antes criando soluções complementares, valorizando assim a qualidade de vida dos habituais e dos futuros habitantes. Acentuou a importância de se criar um compromisso sério entre todos os habituais e potenciais parceiros liderado pelo município garantindo o seu empenho e contribuição. --------------------------------------------------------------------------- ----- Partilhou que o Partido Social Democrata defendia e propunha, relativamente àquela matéria, o estabelecimento de um programa de ação territorial, abreviadamente designado por “PAT”. ----------------------------------------------------------------------------- ----- Introduziu que os “PAT” eram formas flexíveis de planeamento e desenvolvimento urbano caraterizados pelo compromisso, contratualizado, entre as partes envolvidas e interessadas na sua concretização, que não excluíam a possibilidade de as integrar em planos de urbanização, planos de pormenor ou em unidades de execução. ----------------

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----- Desenvolveu que os “PAT” tinham por base um diagnóstico às tendências de transformação das áreas a que se referiam, definiam os objetivos a atingir no período da sua vigência e especificavam as ações a realizar, determinavam a calendarização dos investimentos e programavam as necessárias operações de reabilitação, reconversão, consolidação e extensão urbana. ------------------------------------------------------------------ ----- Resumiu que os Programas de Ação Territorial eram instrumentos contratuais, programáticos de coordenação da atuação de entidades públicas e privadas. Realçou que os “PAT” não eram um instrumento de gestão territorial mas antes ferramentas para a execução dos instrumentos de gestão territorial, ou da programação de ações para a sua execução e que por isso não careciam de aprovação obrigatória por parte daquela Assembleia, no entanto não só era recomendável que assim fosse como iriam propor que a Assembleia acompanhasse aquele processo. --------------------------------------------- ----- Referiu que, e de forma a garantir o êxito daquele Debate, era necessário adotar algumas soluções estratégicas, nomeadamente, a promoção de uma solução adequada ao encerramento das unidades hospitalares e das suas alternativas, para que se realizassem com benefício para o sistema global de saúde e sem prejuízo, em termos de cuidados de saúde, para a população residente na Colina; desenvolver projetos de loteamento dos hospitais desafetados de uso hospitalar com respeito ao património arquitetónico, cultural e científico existente nos mesmos; priorizar a segurança sísmica de toda a Colina, especialmente as suas vertentes mais instáveis; proceder ao levantamento das necessidades relativas ao edificado e, entre outros, espaço público; definir quais os protocolos e contratos a serem estabelecidos com as entidades públicas e privadas e procurar apoios comunitários à resolução de, nomeadamente, problemas sísmicos; estabelecer as unidades de execução e programar a calendarização do programa; suspender todos os PIP que tivessem dado entrada na Autarquia até ao estabelecimento dos “PAT”; constituir, ao nível da Câmara, um Gabinete ou estrutura semelhante e iniciar os contactos com as diversas entidades de forma a iniciar um compromisso de envolvimento; levantamento, através dos serviços municipais, de todo o edificado e da situação habitacional e social de toda a população residente e, a criação, naquela Assembleia, de uma Comissão eventual de acompanhamento do programa de Ação Territorial da Colina de Santana. ----------------------------------------------------------------- ----- O Senhor Deputado Municipal Carlos Silva Santos (PCP) começou por questionar se precisavam ou não dos Hospitais Civis de Lisboa, se queriam ou não os Hospitais Civis de Lisboa e respondeu que a generalidade defendia os serviços hospitalares. ------------------------------------------------------------------------------------------ ----- Expôs que nos Hospitais Civis de Lisboa residia um património muito valioso, o património médico científico que, com os novos hospitais, iria ser, inevitavelmente, destruído. Salientou que era naqueles hospitais que se encontravam serviços de excelência nacionais e regionais; que constituíam uma das centralidades sociais e económicas mais importantes da Cidade; que o seu funcionamento tinha sido fiel e uma garantia da defesa do património. ----------------------------------------------------------------- ----- Destacou que tinha ficado fielmente demonstrado o porquê de terem participado naquela discussão, importantíssima, mas armadilhada. Lembrou que alguns não se tinham deslocado àquela sala para discutirem os serviços de saúde mas para discutir o que fazer após a sua extinção. Questionou, na ausência dos serviços de saúde, o que diziam os arquitetos, os urbanistas, os defensores do património. --------------------------- ----- Disse que era necessário “voltar à terra”. Indagou o que é que, do ponto de vista estratégico, precisavam os hospitais. -------------------------------------------------------------

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----- Assumiu que todos estariam de acordo em recomendar àquela Assembleia a suspensão do licenciamento urbanístico, recomendar a reversão para o Estado dos hospitais vendidos artificialmente à ESTAMO e, finalmente, que aquela Assembleia, na sua dinâmica e representada pela sua Presidente, iria introduzir o debate, indagando quais os serviços de saúde pretendidos para a Cidade. ---------------------------------------- ~ ----- Revelou que ninguém pretendia a morte daquela, quase, dezena de hospitais. ------ ----- Realçou que Marvila merecia o seu hospital, mas de média dimensão. --------------- ----- Observou que tinham mil e quatrocentas camas nos hospitais civis, que já tinham tido mil e oitocentas e que, naquele momento, se propunham quinhentas camas. Questionou que milagre era aquele. -------------------------------------------------------------- ----- Frisou que eram todos responsáveis por aquele tema. ----------------------------------- ----- A Senhora Deputada Municipal Isabel Pires (BE) disse que era importante ressalvar o processo que se tinha gerado em torno das variantes da Colina de Santana. - ----- Mencionou que era importante ouvir as pessoas em processos como aquele, um processo com alterações radicais. ----------------------------------------------------------------- ----- Salientou que tinha ficado latente, nos vários debates tidos sobre os vários temas em torno daquele loteamento, que a população, especialistas de saúde, urbanização e reabilitação tinham marcado o tom da crítica ao processo iniciado pela Autarquia, que, tinha, por sua vez, procurado levar aquele processo para a frente, de mansinho, para ver se ninguém reparava. ------------------------------------------------------------------------------- ----- Saudou o facto de aquela maioria, desfavorável ao processo de loteamento, ter tido oportunidade de se expressar naquele espaço. -------------------------------------------------- ----- Lembrou que o Bloco de Esquerda tinha, no ano anterior, antes e depois da campanha autárquica, levantado questões e apresentado propostas para a Colina, por considerarem que não se poderia ignorar um processo que só iria prejudicar a população. -------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Referiu que aquele Executivo, intuindo que a opinião pública iria ser desfavorável, procurara acelerar o processo daquele loteamento. Recordou que tinha sido o Bloco a propor, através de uma Moção, um debate aberto a todos os cidadãos e a todos os que nele quisessem participar. -------------------------------------------------------------------------- ----- Comentou que muito fora dito ao longo daqueles debates, que muitos refutavam aquele loteamento, refutavam a forma como a Câmara o tinha pensado e apresentado e apontavam caminhos interessantes para a forma de repensar aquela área essencial da cidade de Lisboa, quer fosse ao nível dos cuidados de saúde, quer fosse a nível arquitetónico, cultural, social ou patrimonial. -------------------------------------------------- ----- Apontou que muitas das propostas apresentadas pela população iam ao encontro de algumas das propostas que o Bloco tinha apresentado, nomeadamente, a criação de um Museu Nacional da História da Medicina, a instalação de unidades de saúde que privilegiassem os cuidados continuados e reabilitação, uma reabilitação que não destruísse o património existente mas que antes o recuperasse e com ele jogasse de forma a rejuvenescer uma cidade sem a descaracterizar. -------------------------------------- ----- Salientou que não se podia continuar a valorizar fundos imobiliários a hospitais que ainda não existiam, mas antes valorizar as pessoas que trabalhavam na Colina, valorizar as suas ideias e a sua história, valorizar as valências existentes ao nível da saúde e impulsionar outras, valorizar o património cultural, histórico, arquitetónico e habitacional, sempre em prol da população. ---------------------------------------------------- ----- Resumiu que o culminar daquele debate na Cidade, sobre a Cidade, no local certo para debater as questões que afetavam os cidadãos, consolidara a ideia de que aquele era um meio, que deveria de ser aproveitado, para dar mais voz às pessoas. -------------------

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----- Expôs que reforçara, também, algo que já era óbvio, designadamente, o facto de aquele processo de loteamento da Colina de Santana, proposto pela Câmara, estar errado desde o início. --------------------------------------------------------------------------------------- ----- Aconselhou aquele Executivo a refletir sobre qual é que era, afinal, a sua prioridade para Lisboa. ------------------------------------------------------------------------------------------ ----- Esperou que aquele debate se concluísse com o funeral daquele projeto de loteamento e que nascesse um planeamento democrático, participado e que preservasse os serviços públicos essenciais aos cidadãos e o direito a viver em Lisboa. --------------- ----- A Senhora Deputada Municipal Maria Luísa Aldim (CDS/PP) disse que para o CDS era óbvia a necessidade de intervenção e reabilitação na Colina de Santana e que era impossível ignorar que a Colina era uma zona de Lisboa habitada, na sua maioria, por uma população envelhecida, carenciada, rodeada de habitações degradadas, abandonadas e com fracas acessibilidades na sua envolvência. ------------------------------ ----- Sublinhou que também era óbvio que os hospitais daquela Colina não podiam continuar sem a garantia da prestação dos serviços aos seus habitantes, os da Colina e também os de Lisboa, os usufrutuários do serviço prestado pelos hospitais de São José, Santa Marta e Santo António dos Capuchos, três, dos cinco, hospitais que compunham o acesso à saúde disponível naquela Colina. ------------------------------------------------------ ----- Asseverou que uma alteração daquela envergadura só deveria acontecer quando os serviços se encontrassem totalmente assegurados, não apenas pela abertura prevista do Hospital de Todos os Santos, mas também com soluções locais adequadas às necessidades dos residentes. ----------------------------------------------------------------------- ----- Focou que aquele projeto incluía a criação de duas novas unidades de cuidados primários, uma de cuidados continuados, uma unidade residencial para idosos e dois centros de dia. Considerou que era bastante redutor, pois se somassem aos habitantes existentes naquela altura àqueles que se previam com os seiscentos e sessenta e três fogos projetados. ------------------------------------------------------------------------------------ ----- Defendeu, o CDS, que a solução passava não apenas por reforçar as unidades propostas como também pela realização de um estudo que permitisse calcular as necessidades reais, para que a construção se realizasse em proporção adequada e descentralizada garantindo o acesso à saúde de todos os habitantes daquelas zonas. ----- ----- Afirmou que aquele projeto poderia representar uma verdadeira oportunidade de reabilitação para Lisboa mas, recomendou que se planeasse, que se fizesse daquele plano o projeto integrado de reabilitação urbana pensado a médio longo prazo. ---------- ----- Lembrou que era necessário atrair mais famílias, mais jovens, mais habitantes, mais comércio e mais turismo; que era necessário deixar de olhar para a Colina como Lisboa envelhecida e esquecida, e passar a olhar para uma Colina cheia de vida, para a Colina que servia os lisboetas. ----------------------------------------------------------------------------- ----- Reafirmou a importância daqueles debates, que tinham permitido conhecer a opinião dos residentes, bem como de especialistas e intervenientes em todo aquele projeto. Desejou que aquelas vozes fossem recordadas. -------------------------------------- ----- O Senhor Deputado Municipal Sobreda Antunes (PEV) introduziu que as unidades hospitalares de Lisboa central, localizadas na Colina de Santana, uma das facetas do extenso mais património do Estado, tinham vindo a ser, ao longo dos tempos, objeto de especulação. ------------------------------------------------------------------------------ ----- Recordou que durante anos, sucessivas Leis de Orçamentos de Estado tinham definido critérios para a alienação de imóveis, tendo envolvido como intermediária, pelo menos até dois mil e oito, a Sagestamo. Acrescentou que aquela alienação de bens estava a ser efetuada à sua subsidiária, a ESTAMO. ------------------------------------------

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----- Disse que tinha sido com base no Decreto-lei número duzentos e oitenta de dois mil e sete, e na subdelegação de competências dos Ministros das Finanças e da Saúde nos seus Secretários de Estado, que com o Despacho número vinte e dois mil quatrocentos e cinquenta e três de dois mil e nove que o Estado acabaria por confirmar a autorização da celebração de contratos de gestão imobiliária e respetiva afetação do produto da alienação dos prédios dos 4 hospitais da Colina de Santana. --------------------------------- ----- Desenvolveu que a lista de alienação de imóveis do Estado em dois mil e nove identificava vários imóveis para alienação, incluindo, nomeadamente, os prédios urbanos dos Hospitais dos Capuchos, São José, Miguel Bombarda e de Santa Marta. Prosseguiu, dizendo que o objetivo imediato consistia em a ESTAMO pagar ao Estado o valor dos edifícios arrecadando o Estado uma receita superior a onze milhões e quatrocentos mil euros, pura engenharia financeira, em que o Estado vendia ao próprio Estado, para ficcionar a redução do défice. ----------------------------------------------------- ----- Salientou que no entanto o Ministério da Saúde ainda devia cerca de quinze milhões de euros à ESTAMO de indemnizações pela ocupação dos imóveis dos hospitais de Santa Marta, São José, Capuchos e do ex-sanatório da Ajuda, estando o seu pagamento ainda a ser negociado. ---------------------------------------------------------------- ----- Considerou que era caso para se dizer que se tinham ido embora os anéis, ou seja, os hospitais, e também os dedos, ou seja, os juros de indemnização com eles. ------------ ----- Questionou qual o papel da Câmara em todo aquele processo. Expôs que numa primeira fase, interessadíssima, mas que naquela altura se encontrava na expectativa pois tinha sido pressionada pelo debate público e pelo reiterado protesto de cidadãos e profissionais da saúde.------------------------------------------------------------------------------ ----- Sublinhou que não se podiam esquecer que tinha sido a própria vereação que em abril de dois mil tinha ido às Comissões daquela Assembleia divulgar os projetos da Sagestamo, datados de dois mil e sete, para os terrenos, hospitais e instalações militares com desafetação prevista em Lisboa. ------------------------------------------------------------ ----- Referiu que os citados Orçamentos de Estado até atribuíam aos Municípios o direito de preferência nas alienações realizadas através de hasta pública, mas que a Câmara, antevendo novas receitas e futuras taxas de IMI, promovera os loteamentos para a Colina de Santana. -------------------------------------------------------------------------- ----- Mencionou que o projeto urbano previa a conversão daqueles quatro hospitais em espaços com valências hoteleiras, habitação, comércio, estacionamento e lazer, e que o valor estimado à realização daquele projeto, com novas construções, reabilitações e arranjos exteriores era de, no mínimo, duzentos e cinquenta milhões de euros. ----------- ----- Realçou que aquele projeto deixava a saúde do centro de Lisboa sujeita a um genuíno processo de despejo e que a alternativa oferecida pelo Governo era a transferência daquelas unidades, com a perda de mais de novecentas camas, para um novo hospital em Chelas. -------------------------------------------------------------------------- ----- Salientou que o Senhor Vereador Manuel Salgado tinha comunicado, apenas naquela altura, que os PIP’s se encontravam suspensos até à aprovação de um programa de salvaguarda e regeneração urbana envolvendo a Câmara, a ESTAMO e a Universidade de Lisboa. Acrescentou que o Senhor Presidente da Câmara tinha vindo a afirmar que o fecho de hospitais na Colina de Santana era uma oportunidade de regeneração e indagou de que lado estava a Câmara. ------------------------------------------ ----- Asseverou que era urgente que o Município e o Governo reconsiderassem e revissem os projetos, em prol do respeito pelas valências que ameaçavam destruir. ----- ---- Disse que o Grupo Municipal de “Os Verdes” via naqueles projetos urbanos oportunidades de negócios financeiros para o Governo e os privados. Afirmou que era

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inevitável a sua salvaguarda, o respeito pelas unidades histórico artísticas e a componente de saúde, que deveriam de prevalecer acima dos efeitos especulativos, de ações de pertença e modernização urbanística. ------------------------------------------------ ----- Concluiu que, ao longo daquele processo, os números eram um fim para o Governo, o que significava, para os cidadãos, o fim da linha no direito do acesso à saúde consignado na Constituição da República Portuguesa. ---------------------------------------- ----- (Entregou à mesa uma versão mais pormenorizada da sua intervenção, a qual se anexa à presente ata como anexo nº1 e dela faz parte integrante.) --------------------------- ----- O Senhor Deputado Municipal António Arruda (MPT) declarou que o Partido da Terra era contra o encerramento dos hospitais. --------------------------------------------- ----- Realçou que um pouco por toda a Europa os hospitais em edifícios do século dezanove continuavam a funcionar. -------------------------------------------------------------- ----- Referiu que os habitantes abrangidos por aqueles hospitais iriam, ao terem de se deslocar ao novo hospital, duplicar ou triplicar o tempo de viagem e um minuto podia salvar uma vida. ------------------------------------------------------------------------------------ ----- Expôs que o Partido da Terra só compreendia o fecho dos hospitais devido à especulação imobiliária. Observou que Lisboa tinha, naquele momento, muitos prédios vazios e que urgia recuperar aquele património. ----------------------------------------------- ----- Assinalou que não se iria conseguir preservar, na totalidade, o histórico existente naqueles hospitais. Afirmou que muitos daqueles edifícios iriam ser demolidos pela especulação. ------------------------------------------------------------------------------------------ ----- O Senhor Deputado Municipal Miguel Santos (PAN) salientou a importância histórica e científica da Colina de Santana. Disse que a situação que se tinha criado na Colina de Santana, através da proposta que se encontrava em debate, constituía vários desafios ao nível das políticas sociais e do acesso universal a cuidados de saúde, da salvaguarda patrimonial daquele conjunto e das novas valências de fruição daquele espaço com todas as implicações técnicas existentes. ----------------------------------------- ----- Entendia o PAN que aquele processo só poderia ter seguimento se se salvaguardassem alguns aspetos, nomeadamente a manutenção, num dos hospitais da Colina, de um serviço de urgências de primeira linha, tendo sugerido, em primeiro lugar, o Hospital de São José, a par com o de Santa Maria e o futuro Hospital de Todos os Santos; promover, com parte dos fundos associados ao empreendimento imobiliário, a renovação dos centros de saúde da zona, incluindo consultas externas para os moradores da Colina; que fossem contempladas novas alternativas de acessibilidade à Colina, que fossem previstos interfaces com o Metropolitano; que numa das unidades hospitalares existentes, e após as adaptações necessárias, fossem acrescentados serviços de cuidados continuados, bem como de cuidados paliativos, com um número de camas em harmonia com as necessidades existentes e com aquela que era a média da União Europeia; que fossem acrescentados, àquela unidade hospitalar, os serviços de terapias não convencionais; que fossem preservados, na intervenção urbana, todos os elementos patrimoniais relevantes e, por fim, a criação de um espaço museológico de todo o espólio hospitalar móvel científico. -------------------------------------------------------------- ----- Apontou que aquele ciclo de debates sobre a Colina de Santana tinha chegado ao fim. ---------------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Destacou, pelas suas características próprias, médica ou patrimoniais, dois edifícios, designadamente o Hospital de São José e o Hospital Miguel Bombarda. ------ ----- Sugeriu, o PAN, que as urgências que se encontravam nos outros hospitais transitassem, após as obras de requalificação, para São José. --------------------------------

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----- (Entregou à mesa uma versão mais pormenorizada da sua intervenção, a qual se anexa à presente ata como anexo nº 2 e dela faz parte integrante.) -------------------------- ----- O Senhor Deputado Municipal Fernando Nunes da Silva (IND) disse que iria ser muito breve, que iria realçar aquilo que, politicamente, importava realçar. ----------- ----- Focou que aquela iniciativa permitira colocar o projeto “Renovação Urbana da Colina de Santana” no lugar onde deveria de ter começado. -------------------------------- ----- Resumiu que tinham começado pela audição dos diferentes interessados e interesses. Defendeu uma visão global e estratégia para toda a Colina de Santana, ao invés de se deixarem enredar na discussão do projeto arquitetónico A ou B, da manutenção do painel de azulejos C ou D, da classificação do edifício E ou F ou de qualquer outro aspeto dos projetos em causa. Salientou que eram, sem dúvida, aspetos importantes a considerar numa operação urbana, mas que ocupavam claramente uma posição secundária face às questões estratégicas e estruturais que deveriam, primeiro, ser objeto de decisão pública, após o necessário debate público. ---------------------------- ----- Acentuou que aquele debate tinha demonstrado outras coisas, designadamente que aquela Assembleia não se encontrava disponível para ser remetida para um papel secundário, quando o assunto em causa era a intervenção num espaço urbano com aquela centralidade, dimensão e riqueza de património. Salientou que aquela Assembleia não aceitara que aquele processo, desenvolvido à porta fechada, fosse simplesmente aprovado colocando em funcionamento a maioria de ocasião. ------------- ----- Declarou que aquela Assembleia também não se encontrava disponível para aceitar, passivamente, uma política governamental de saúde cujos efeitos eram dramáticos para a Cidade. -------------------------------------------------------------------------- ----- Destacou que aquela Assembleia tinha aprovado, naquele dia, uma proposta que abria caminho à resolução de um problema que tinha começado pela aplicação cega do Plano Diretor Municipal. --------------------------------------------------------------------------- ----- Recordou que aqueles índices eram apenas o limite máximo à edificabilidade e não um direito à partida, e que aquela potencialidade de edificação tinha de ser confrontada com aquelas que eram as condições, as características e os desejos da população da cidade de Lisboa e aquilo que era desejado para o futuro da Cidade. ----------------------- ----- Explicou que era por aquilo que o planeamento urbanístico era uma função pública, que era por aquilo que os planos e os instrumentos de gestão territorial eram aprovados naquela Assembleia. -------------------------------------------------------------------------------- ----- Referiu que aquele debate tinha permitido um vasto conjunto de ideias e propostas exequíveis, conforme demonstrado por outros estudos realizados, nomeadamente o sucesso alcançado pela área de desenvolvimento e investigação da Faculdade de Ciências de Lisboa. --------------------------------------------------------------------------------- ----- Acentuou que não se tinham ilustrado, apenas, opções alternativas válidas e referiu o enorme contributo para que a Colina de Santana não se viesse a transformar em mais um Chiado, em habitação de luxo ou em mais uma área de hotelaria. ---------------------- ----- O Moderador, Senhor Deputado Municipal Rui Paulo Figueiredo informou que tinham terminado o segundo módulo e que iriam dar início ao período destinado à intervenção do público. Comunicou que tinham duas Senhoras Deputadas Municipais inscritas naquele período. ------------------------------------------------------------------------- ----- A Senhora Deputada Municipal Simonetta Luz Afonso (PS) disse que a sua intervenção visava clarificar uma afirmação feita pela Senhora Deputada Municipal Lúcia Gomes, do PCP. Lembrou que a Senhora Deputada a acusara de ter escolhido, em exclusividade, todo o painel da quarta sessão daquele Debate, dedicado à “Memoria da Colina de Santana”. Referiu que a Senhora registara a sua afirmação pelas duas vias, a

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oral, utilizada naquela sessão, e a escrita, no documento destinado à opinião das relatoras. ---------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Clarificou que, conforme o que lhe havia sido solicitado, apenas tinha indicado dois, dos cinco intervenientes do referido painel, especificando que escolhera a professora doutora Raquel Henriques da Silva e o olisipógrafo José Sarmento de Matos. --------------------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Salientou que aquela afirmação era apresentada como introdução à opinião das relatoras, num tom acintoso e desagradável. Solicitou que, por não ser verdade, se retificasse aquela afirmação por escrito. Aliás, a Senhora Presidente da Assembleia Municipal sabia muito bem, porque isso tinha ido à Conferência de Representantes. ---- ----- O Senhor Doutor Vítor Machado Borges disse que se encontrava naquela sala em representação da Sociedade de Geografia de Lisboa e, de alguma forma, também em representação da Ordem dos Médicos do Núcleo da História de Medicina, que iria ser representado, em concreto, pela Dra. Cristina Moisão. ---------------------------------------- ----- Introduziu que o património existencial, cultural, histórico e urbano da Colina de Santana, a importância técnico-científica e simbólica da Escola Médico Cirúrgica dos Hospitais Civis de Lisboa, e a preservação e utilização educativa e turística do seu património, bem como o rejuvenescimento integrado de uma zona tao central e característica da Cidade, era necessário um envolvimento e progresso urbanístico que por um lado não restringisse a fruição do património público e que por outro não destruísse a identidade própria daquela zona, evitando a criação de guetos sociais e condomínios privados, com ou sem luxo. ------------------------------------------------------- ----- Expôs que a Sociedade de Geografia de Lisboa tinha feito, através do seu Presidente, chegar àquela Assembleia um parecer sobre a Colina de Santana, bem como a Ordem dos Médicos, através dos seus órgãos próprios da História da Medicina, e da presença do Dr. Jaime Mendes, Presidente da Seção Regional do Sul e representante do Senhor Bastonário numa das mesas. ------------------------------------------------------------- ----- Salientou que a necessidade de se manter no centro da Cidade instituições de saúde de proximidade, implicava um novo desenho assistencial com unidades modernas, de pequena ou média dimensão, com cuidados médico-cirúrgicos adaptados às novas realidades técnicas e humanísticas da Medicina, intimamente articulados com cuidados primários e cuidados continuados, num conceito de integração e flexibilidade. ---------- ----- Considerou que era impensável imaginar o total desaparecimento dos Hospitais Civis de Lisboa, mesmo que o no novo Hospital Oriental estivesse construído, salvaguardando que não iria substituir integralmente os Hospitais existentes, nem em número de Câmaras nem em proximidade à população. -------------------------------------- ----- Afirmou que a sua reabilitação e reformulação eram viáveis e menos onerosa do que a sua construção de raiz. Expôs que Santana tinha sido a primeira Cidade universitária da Capital e que não merecia a voragem de um urbanismo feroz, que não cuidava de acessos e que não resistia a modas a modas de uma ou duas gerações. Afirmou que a Colina merecia que a cultura e a ciência nela permanecessem, preservando-se assim o espólio museológico da medicina portuguesa que era, em vários aspetos, único no mundo e o Museu da Saúde, o Museu do Ministério da Saúde que, apesar dos seus fracos recursos, se encontrava, legalmente, em funcionamento.---------- ----- Assegurou que apenas uma ampla discussão pública daquele tema poderia garantir uma auscultação legítima da população e das instituições. ----------------------------------- ----- Louvou a atitude democrática daquela Assembleia ao contrariar as decisões tomadas à revelia da população, tomadas para destruir aquilo que existia e alienar o património do Estado, por questões de engenharia financeira ou de interesses

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economicistas, numa visão urbanística que já tinha demonstrado a sua falência na crise que se vivia naquela altura. ------------------------------------------------------------------------ ----- Questionou o que é que a Câmara iria decidir, alertando que as consequências de uma decisão errada se poderiam revelar irremediáveis, responsabilizando os seus autores.------------------------------------------------------------------------------------------------ ----- A Senhora Doutora Cristina Moisão disse que se encontrava em representação do Núcleo de História da Medicina da Ordem dos Médicos. --------------------------------- ----- Salientou que se verificava, por um lado, a existência de um elevado valor patrimonial dos imóveis, classificados ou não, sitos na Colina de Santana e por um outro, um não menos desprezível valor de bens móveis relacionados com a saúde. ------ ----- Considerou, por isso, essencial a preservação, estudo e disponibilização, para uso público, daquele património. Considerou, também, indispensável preservar a herança assistencial, técnico-científica e simbólica da Escola dos Hospitais Civis de Lisboa, herdeira e representante da História da Medicina Portuguesa desde os seus primórdios. ----- Disse que o património histórico móvel da saúde se encontrava disperso por várias instituições, em instalações deterioradas e diminutas, com escasso apoio técnico para proceder a inventariação e salvaguarda, com deficiente exposição pública e uma quase nula exploração turística. Na realidade, o acervo patrimonial encontrava-se disponível ao público apenas em pequenas mostras temáticas e temporárias e algumas visitas guiadas ocasionais, impedindo o acesso público generalizado a nacionais e estrangeiros e carecendo de uma divulgação turística adequada.-------------------------------------------- ----- Entendia o Núcleo de História da Medicina da Ordem dos Médicos que, no momento em que se discutia o destino futuro da Colina de Santana, se deveria reformular uma proposta de preservação desse património, com o objetivo de tornar patente e de constituir uma mais-valia turística para a Cidade de Lisboa. ------------------ ----- A existência atual de museus do Ministério da Saúde, no Hospital Miguel Bombarda, de Sá Penela, Mac Bride e de acervo variado distribuído por vários hospitais da Grande Lisboa não ia de encontro à exposição pública que o riquíssimo espólio merecia. Esse património, que se encontrava na totalidade sob a tutela do Ministério da Saúde, era público e assim devia permanecer. -------------------------------------------------- ----- Assim sendo, seria desejável a instalação num dos edifícios da Colina de Santana, aproveitando o riquíssimo património imobiliário existente, de um verdadeiro Museu de Saúde com instalações suficientemente amplas e recursos humanos capacitados, que permitissem a inventariação, catalogação, restauro e permanente exposição pública do património móvel, assim como o apoio a atividades de investigação histórica. ----------- ----- A existência de um verdadeiro Museu de História da Saúde iria de encontro à oferta pública de um bem público, podendo tornar-se em mais um dos motores de desenvolvimento educacional e científico e certamente crescimento da oferta turística da cidade, onde a história da medicina e da saúde em Portugal estivessem condignamente representadas. ---------------------------------------------------------------------------------------- ----- O Senhor Vítor Albuquerque Freire disse que saudava aquela iniciativa da Assembleia Municipal de Lisboa e que, em primeiro lugar, salientava que a Associação Portuguesa de Arte Outsider, e que dizia respeito a arte de doentes mentais, tinha sido das primeiras a exigir, através de um abaixo-assinado com mais de três mil assinaturas, a reprovação daqueles projetos. Disse que, afinal, pareciam ter razão apesar de, na altura, terem sido denominados de radicais. O radicalismo estava nos projetos e não nas pessoas que se opunham àqueles. --------------------------------------------------------------------------- ----- Referiu que, em relação ao Hospital Miguel Bombarda, aquele hospital era diferente dos outros, parte dos seus edifícios de enorme valor histórico e arquitetónico

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estavam por classificar com proposta pendente na Direção Geral de Património Cultural. Aquele era um facto que tinha de ser atendido na decisão a tomar por aquela Assembleia. ------------------------------------------------------------------------------------------ ----- Por outro lado, chamava a atenção para o facto que em relação aos museus, ou o museu a existir na Colina de Santana, não tinha havido qualquer discussão e as pessoas que iam tomar decisões, ou aquelas que tinham falado ali, naquela Assembleia, nem sequer tinham visitado o Hospital Miguel Bombarda, nem o Museu do Hospital Miguel Bombarda, o que era lamentável estarem a ser tomadas decisões com base naquela situação. ---------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Leu as recomendações internacionais face aos museus de psiquiatria. E afirmou que internacionalmente, em termos de museologia, a orientação era para a separação, pelo que não fazia sentido deixar-se ao abandono o Museu do Hospital Miguel Bombarda, devendo antes ser alargado de acordo com a proposta que ali foi apresentada e que não tinha sido apresentada nas conclusões. A proposta da criação de um polo cultural e de haver uma permuta de terrenos entre a Câmara e a ESTAMO, e de a própria Câmara poder colaborar e integrar parte dos edifícios com exposições entregues às galerias municipais e à EGEAC, e com o Museu da Psiquiatria no seu local devido, onde ergueu os edifícios. ---------------------------------------------------------------------------------------- ----- A Senhora Deputada Municipal Deolinda Machado (PCP) começou por dizer que os valiosos espaços dos hospitais da Colina de Santana eram objeto de viva discussão naquela Assembleia, e que o argumento de que aqueles edifícios estavam velhos e que tinham uma manutenção de alto custo, estava demonstrado que não era bem assim. ------------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Salientou que tratava-se sim de um projeto de negócio imobiliário de luxo que tinha levado à venda daqueles valiosos espaços, à ESTAMO. ------------------------------------- ----- Era inaceitável para a população de Lisboa a sua liquidação, e lembrou que o conjunto dos hospitais civis constituía uma referência médica de qualidade que tinha uma cultura de proximidade com os lisboetas, garantindo um atendimento de qualidade à população, independentemente da disponibilidade económica e financeira de cada um. ----- Sublinhou que a austeridade imposta à sociedade portuguesa que visava a contínua exploração de quem trabalhava e o empobrecimento generalizado, juntava-se também aquelas opções políticas que acrescentavam insegurança às populações, retirando proximidade e qualidade dado que se tratava de uma população cada vez mais envelhecida, dependente, sem transportes e com poucos rendimentos e que se via afastada do centro da cidade e com dificuldades de mobilidade. ---------------------------- ----- Referiu que, também, os comerciantes da Colina de Santana se sentiam afastados e que aquela era uma situação que os prejudicava fortemente pois, a maioria dos clientes eram os funcionários dos hospitais e muitos dos utentes que ali se deslocavam diariamente. ------------------------------------------------------------------------------------------ ----- Aquele era uma situação que implicava negócios de imobiliário que iam descaracterizar o tecido social da Cidade de Lisboa se tal não fosse travado. ------------- ----- Confirmou que não era por razões de política de saúde que se pretendia acabar com a generalidade dos hospitais da Cidade de Lisboa. Faltavam mil e duzentas camas para cuidados continuados. ------------------------------------------------------------------------------ ----- A estratégia tinha de ser a de servir a população de Lisboa, e não o contrário. ------ ----- A Senhora Ana Amaral disse que a ofensiva lançada pelo Governo PSD/CDS-PP, que dava continuidade às políticas do PS, consubstanciada em encerramento de Hospitais, Centros de Saúde e serviços, como era o caso dos Hospitais do Desterro,

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Miguel Bombarda, S. Lázaro, fez com que a capacidade dos Hospitais da Região de Lisboa, fosse reduzida em cerca de 800 camas. ------------------------------------------------ ----- Para além disso, era ainda incerto o futuro dos Hospitais Curry Cabral Maternidade Alfredo da Costa, Dona Estefânia, Capuchos, Santa Marta, S. José, Pulido Valente e Instituto de Oftalmologia Dr. Gama Pinto, sendo que alguns daqueles seriam extintos para dar origem ao projeto imobiliário da Colina de Santana, com justificação que estavam velhos e degradados, que eram de difícil acesso e com custos de manutenção elevados. ---------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Contudo, ao invés daqueles argumentos falaciosos o que verificavam era que os Hospitais que queriam encenar, para além de terem sido alvo de investimento em instalações e equipamentos, eram altamente diferenciados, prestando cuidados de saúde especializados que tinham uma área de abrangência muito mais vasta que a da sua respetiva área geográfica, e que funcionavam como importantes centros de formação, nomeadamente, na formação médica pós-graduada. ------------------------------------------- ----- Fruto da sintonia entre os governos e os grandes grupos financeiros, que viam na saúde uma importante área de negócios de onde poderiam extrair lucros chorudos, insistia-se no erro de continuar a construir as novas unidades de saúde como parcerias público-privado que serviam apenas os objetivos de quem queria lucrar à custa da saúde dos Portugueses e dos dinheiros públicos. ------------------------------------------------------- ----- Para alem daquilo, surgiam hospitais privados, como era o caso do hospital da Luz, Lusíadas e Descobertas, que através de acordos e convenções, se financiavam quase exclusivamente a ponta das transferências de verbas da ADSE e outros subsistemas de saúde, não sendo aproveitada toda a capacidade instalada existente nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde, o que se revelava num delapidar do erário público. --------- ----- O Senhor Sebastião Santana disse que sendo aquele o último de uma série de debates que visaram discutir o futuro dos hospitais que ocupavam a Colina de Santana e, como aquele não era dissociável do futuro dos cuidados nele prestados, cabia a si, como utente e profissional do Centro Hospitalar de Lisboa Central, o dever cívico de deixar algumas considerações pessoais. ------------------------------------------------------------------ ----- Referiu que a questão dos cuidados de saúde prestados na Colina de Santana, não podia ser vista como respeitante apenas, e só, à população que residia naquela colina, facto aquele que merecia a melhor atenção por parte de quem tinha responsabilidade política na decisão, uma vez que ali foram referidos, em sessões anteriores, argumentos de veracidade duvidosa, na análise, que visavam, de forma irresponsável e inconsequente, centrar o problema do encerramento daqueles hospitais no acesso daquela população aos cuidados de saúde. ------------------------------------------------------ ----- O encerramento daquelas instalações não só não era um problema de saúde “microlocal”, como era uma questão de saúde muitíssimo abrangente, que punha diretamente em causa o acesso e referenciação de, provavelmente, milhões de Portugueses, a especialidades médicas e cirúrgicas, correndo-se o risco de deixar ao abandono e à sorte própria quem só podia depender do Serviço Nacional de Saúde, serviço aquele, aliás, garantido pela Constituição da Republica Portuguesa e basilar na nossa Democracia. ---------------------------------------------------------------------------------- ----- Disse que colocar em causa o acesso àqueles Serviços de Saúde, em nome da especulação imobiliária e dos interesses de grupos privados de saúde, era, no mínimo, um atentado à Democracia e aos mais básicos direitos dos cidadãos. ----------------------- ----- Afirmou que era preciso, ainda, não esquecer o argumento, ali, também, esgrimido, de que o novo Hospital de Todos os Santos, serviria de remédio às necessidades criadas pelo encerramento dos Hospitais da Colina de Santana, o que não lhe parecia, em boa

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verdade, que em pleno ano dois mil e catorze, se devesse acreditar piamente em promessas vagas, sem dados concretos e compromissos assumidos, ainda mais, quando aquele novo, hipotético, sonhado e apenas possivelmente futuro Hospital de Todos os Santos, era projetado com um numero de camas, condições e até sistema de administração, mantido em segredo desonesto, por parte de quem já sabia bem o que queria para a saúde dos Portugueses. ------------------------------------------------------------- ----- Salientou que a par com as preocupações que já referiu, restava-lhe uma outra: o novo, hipotético, sonhado e apenas possivelmente futuro Hospital de Todos os Santos, substituir os Hospitais da Colina de Santana, no que dizia respeito à formação de profissionais de saúde, perguntou. Teria sido aquela questão sequer equacionada, perguntou. -------------------------------------------------------------------------------------------- ----- O Senhor Vítor Serra disse que era médico psiquiatra e que pelo que conhecia da cidade em que a maior parte dos doentes psiquiátricos foram postos na rua, tinha ali sido falado em hotéis em condomínios privados e bastava-lhe andar a pé pela cidade para ver qual era o hotel de cinco estrelas que estava espalhado pelas ruas da cidade. ------------- ----- Aqueles doentes eram pessoas, não eram coisas, que deviam de merecer a melhor atenção pela parte da cidade. E bastava lembrar que um povo que não olhava pelos desprotegidos e para quele que era o parente pobre da medicina, a psiquiatria, não era uma sociedade civilizada nem as pessoas eram dignas daquele nome. --------------------- ----- Disse que preferia manter a psiquiatria no “condomínio público”. E lembrou, também, que ao nível dos museus, a obra-prima, aquilo que era a melhor obra de arte era o homem, e se desprezávamos aquilo que era considerado a coroa da natureza, a sua jóia por excelência, estávamos a regredir naquilo que era a evolução do ser humano. -------- ----- Apelou à consciência de todos os Deputados Municipais para que o sonho, desencadeado por aquela iniciativa, pudesse continuar e não o transformassem em pesadelo. ---------------------------------------------------------------------------------------------- ----- A Senhora Isabel Barbosa disse que a constituição do mega Centro Hospitalar Lisboa Central que passou a integrar 6 hospitais, facilitava a intenção de encerramentos, dado que o próprio Ministério da Saúde e Governo, primeiros responsáveis pelo Serviço Nacional de Saúde, remeteram a decisão para o Conselho de Administração ao mesmo tempo que estrangulavam financeiramente os hospitais e as EPE em particular. --------- ----- A realidade do Centro Hospitalar Lisboa Central era um bom exemplo da chamada Reforma do Estado, que não estando ainda oficializada, avançava a passos preocupantes. De dois mil e três a dois mil e treze, fecharam setecentas e noventa e duas camas. Não contando com as camas do Hospital do Desterro que encerrou com o anterior Governo. ----- Referiu que passo a passo destruíam-se os serviços públicos essenciais, a prestação de cuidados de saúde de qualidade, não sendo por acaso que surgiram notícias de falta de resposta no Serviço Nacional de Saúde que envergonhavam o país. -------------------- ----- À degradação dos hospitais somavam-se, ainda, o encerramento de unidades funcionais dos cuidados de saúde primários no centro e na periferia de Lisboa. ---------- ----- À degradação dos cuidados de saúde primários e hospitalares, somavam a ausência de estruturas dos cuidados continuados públicos. --------------------------------------------- ----- A linha política do atual Governo seguia e aprofundava a destruição das Funções Sociais do Estado, como era o caso da saúde. -------------------------------------------------- ----- Sublinhou que o guião da Reforma do Estado previa a privatização daquelas Funções essenciais. A saúde era considerada uma mercadoria e não um direito. E aquele documento seguia uma linha politica já desenvolvida pelo atual e anteriores Governos, designadamente após a assinatura do Memorando da Troika, mas constituíam um novo patamar de intensificada destruição. -------------------------------------------------------------

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----- Salientou que a intenção de encerramentos dos hospitais situados na Colina de Santana, sem contar com os hospitais do Desterro, Arroios e Miguel Bombarda, já encerrados, era justificada com os argumentos do excesso de oferta em saúde situada em Lisboa, degradação e localização dos edifícios. Era preciso referir, que aquelas unidades hospitalares eram de referência, constituíam, por isso, importantes centros de formação clinica, servindo toda a população do país.------------------------------------------------------ ----- Além disso, era o próprio relatório final realizado pelo Grupo Técnico para a Reforma Hospitalar, em dois mil e onze, encomendado pelo Governo, que admitia que Lisboa/Sul era a região que menos oferta em cuidados hospitalares tinha, tendo em conta a população que abarcava. ------------------------------------------------------------------------- ----- O argumento de edifícios centenários não servia, visto que havia bons exemplos na Europa com a mesma situação. Também ali não foram referidos os grandes investimentos feitos em reconstrução e equipamentos. ---------------------------------------- ----- O encerramento daqueles hospitais provocaria a desarticulação de equipas que faziam parte do património humano que queriam salvaguardar e, também, era uma preocupação o futuro de milhares de trabalhadores. ------------------------------------------- ----- Disse que se os argumentos técnicos não serviam, só existiam duas justificações para a intenção de encerramento de hospitais de referência: o de alimentar o negócio privado de saúde e o negócio imobiliário. E, ali, condenavam o papel da Câmara Municipal de Lisboa conivente com aquela situação, e apelavam aos profissionais de saúde, e população de Lisboa, que lutassem contra a destruição do Serviço Nacional de Saúde. ------------------------------------------------------------------------------------------------- ----- A Senhora Teresa Sá Melo disse que o governo PS tinha vendido, em dois mil e cinco, os terrenos e os edifícios hospitalares da Colina de Santana a uma empresa imobiliária. E a atual autarquia do Partido Socialista faria o loteamento daqueles terrenos, ou seja, o que tinha sido comprado por “dez”, iria ser vendido por “dez mil”. - ----- Referiu que o golpe de misericórdia para o fecho dos hospitais civis seria dado pela atual autarquia. Havia ali duas questões; uma, por parte do governo, para obter dinheiro, vendendo o património do Estado, a outra, por parte da Câmara Municipal de Lisboa, para urbanizar o novo espaço de dezasseis hectares no centro da cidade. Mas para os cidadãos, a questão era global. Tratava-se de qualidade de vida de todos e da política que vinha a ser delineada, desde dois mil e cinco, para a saúde pública. E era por isso que para a Câmara Municipal de Lisboa a questão da Colina de Santana não podia ser apenas uma questão de urbanismo. ------------------------------------------------------------------------ ----- Disse que o Dr. António Costa tinha afirmado na reunião da FAUL, a vinte e seis de fevereiro do ano anterior, que o Hospital Pediátrico D. Estefânia seria independente mas construído junto ao novo hospital de Marvila. Assim, perguntou se a Câmara Municipal de Lisboa conseguia juntar o espaço do Hospital D. Estefânia ao da Academia Militar, de repente o Dr. António Costa tinha encontrado um poço de petróleo no jardim. O atual Presidente da Câmara, que merecia toda a consideração, e por quem votou como eleitora em Lisboa, devia de considerar, como pessoa inteligente que era, que as suas futuras decisões para o loteamento e urbanização da colina seriam o golpe de misericórdia do fecho definitivo dos hospitais. E que aquilo teria forçosamente consequências políticas, não só a nível local, como a nível nacional. ----------------------------------------------------- ----- A Senhora Elsa Soares Jara disse que considerando que os Hospitais S. José e Santa Marta e Capuchos, em pleno funcionamento, e já programada a sua destruição sendo que eram verdadeiros exemplos de bom funcionamento de hospitais de referência, as estruturas mais complexas do Serviço Nacional de Saúde que em declarações públicas, ou textos escritos, os responsáveis do ministério da Saúde nunca afirmaram o

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contrário, os textos publicados no site do Centro Hospitalar Lisboa Central eram elucidativos daquela realidade, que ao contrário daquilo que era dito para justificar a sua destruição, aqueles três hospitais estavam instalados, quer em edifícios de construção recente, como em antigos edifícios profundamente remodelados, tinham estruturas e equipamentos de ponta que permitiam manter em pleno funcionamento serviços únicos nos país, como a unidade de queimados do Hospital de S. José, e de transplantes do Hospital de Santa Marta, e que por isso pertenciam a um restrito grupo de hospitais dos mais diferenciados do país, e que a justificação dada pelos responsáveis eram os elevados custos de manutenção em que se incluíam as elevadas rendas pagas à empresa pública do Ministério das Finanças, a ESTAMO, que a sua destruição era usada como justificação para possibilitar a construção de um novo hospital, fazendo acreditar que dali resultaria uma poupança de milhões de euros, ficando o centro da cidade sem um único hospital, propunha a suspensão de todos os planos de destruição de todos os hospitais ainda em funcionamento na Colina de Santana e não se avançasse com qualquer decisão relativamente à construção do novo hospital em lisboa, até que fossem conhecidos a atual necessidade de camas hospitalares na cidade de Lisboa atendendo á sua população atual, também os custos de manutenção dos hospitais da Colina de Santana a manter em funcionamento tendo em conta o número de camas calculado, os custos atualizados, a construção e o respetivo número de camas do novo hospital. ------ ----- O Senhor José Gomes disse que era completamente inacreditável o que se pretendia fazer. ------------------------------------------------------------------------------------- ----- Era morador na zona do Hospital de Santa Marta e que iria precisar de cuidados médicos em breve, e onde é que iria ser atendido, perguntou. O Hospital de Santa Marta era um hospital de referência, era dos melhores hospitais em Portugal. Também o Hospital de S. José era um excelente hospital, como é que era possível pensar-se em destruir aqueles hospitais, perguntou, a troco de vagas promessas de especulação imobiliária. ------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Referiu que um país já com tantas necessidades como Portugal não podia ficar também defraudado no que respeitava a cuidados de saúde. Quereria a Câmara Municipal de Lisboa ficar com tal “mancha” no seu curriculum, perguntou, com a destruição do conjunto dos hospitais que servia não só a cidade de Lisboa, como o país inteiro. ------------------------------------------------------------------------------------------------ ----- Referiu que todas as pessoas que viviam à volta do Hospital Miguel Bombarda, se intentassem fazer o condomínio, iam pegar fogo áquilo tudo. Se intentassem fazer o condomínio e o emparedassem ao próprio, e a todas as pessoas da Luciano Cordeiro e das ruas à volta, podiam ter a certeza que iria haver uma revolta, e que as pessoas iriam mobilizar-se contra tal intenção, porque o que se estava a passar não podia acontecer, era a sua saúde e a qualidade de vida das pessoas que estava em causa. ------------------------ --------------------------------------- ENCERRAMENTO -------------------------------------- ----- A Senhora Presidente da Assembleia Municipal de Lisboa agradeceu a salva de palmas, mas devolvias a todas as pessoas que tinham tornado aquele debate possível, os Senhores Deputados Municipais, os cidadãos, o público e a comunicação social, sem aqueles não havia debate, mesmo com muitas ideias, se não se tivessem conjugado muitas vontades o debate não tinha existido. --------------------------------------------------- ----- Agradeceu, assim, a todos os participantes, que tinham dado corpo àquele debate e o tinham tornado possível. ------------------------------------------------------------------------- ----- Sublinhou que quando lançaram aquela iniciativa, outras vozes lhe disseram que era inútil fazer qualquer espécie de debate porque aquele era um assunto que estava

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resolvido, o governo já tinha decidido encerrar os hospitais e a Câmara já tinha os loteamentos todos em vias de serem aprovados. ----------------------------------------------- ----- No entanto, não acreditava que em democracia houvesse uma política de factos consumados sistematicamente, não podia ser assim. Ou então não havia democracia. E, portanto, assumiu que a Assembleia Municipal de Lisboa devia de assumir as suas funções, sendo que as suas duas funções mais importantes, uma delas tomar posição perante os poderes públicos e entidades externas sobre assuntos de interesse da cidade, era o que tinham estado a fazer. E a segunda era fiscalizar a ação da Câmara Municipal, o que também estava a ser feito. ----------------------------------------------------------------- ----- Assim, referiu que foi possível, através daqueles debates, levantar problemas, suscitar questões, apresentar propostas, restando a parte mais trabalhosa, e que era com toda aquela matéria tentar construir uma decisão onde a Assembleia, conjuntamente com os cidadãos, se revissem. Não ia ser fácil, até porque havia posições contrastadas, mas havia ali questões em que a Assembleia Municipal tinha o dever de tomar uma posição. E, portanto, o seu apelo era, basicamente, que todos os Deputados que eram chamados a refletir, através dos seus grupos municipais, e em colaboração com a Mesa, sobre o que iriam decidir no fim daquele debate, pusessem bem a “mão na consciência”, e pensassem no que haviam de decidir no final daquele debate, o que era que a Cidade de Lisboa merecia que aquela Assembleia Municipal fosse capaz de decidir. ---------------- ~ ----- Salientou que, como era evidente, não tinha ilusões, as decisões da Assembleia Municipal não iriam resolver os problemas todos, mas poderiam definir uma linha, um caminho, uma orientação. Depois, cidadãos, partidos políticos, forças, movimentos, etc., teriam de estar atentos para que as coisas fossem cumpridas, não havia milagres, não era uma deliberação da Assembleia Municipal, não resolviam as coisas por decreto, não era assim que as coisas aconteciam, mas tinham o poder de dizer não a umas coisas, e o poder de dizer sim a outras coisas, e era aquilo que estava em causa, e era aquilo que pesava sobre todos, e era aquilo que como Presidente da assembleia Municipal de Lisboa iria tentar fazer, e era para isso que convidava para o próximo dia vinte e cinco, os que pretendiam assistir, ou diretamente, ou através da internet, á sessão, sendo que antes da sessão iriam reunir, iriam trabalhar, iriam procurar o bem da cidade através das diferentes opiniões, mas, sobretudo, iriam honrar a história e a memória da Cidade de Lisboa, o povo de Lisboa, porque muitas vezes, ao longo da história de Portugal, tinha sido o povo a estar na primeira linha para que a história do país não tivesse um fim não desejado, um fim que teria levado a outro caminho a nação. E por isso, como representantes do povo de Lisboa, era sobre eles que recaía a responsabilidade, assumia a sua quota-parte, e convidava a todos assumirem a sua, e ali estariam no dia vinte e cinco, a prestarem contas a todos daquilo que eram capazes de fazer. ---------------------- ----- Agradeceu a todos, mais uma vez. ---------------------------------------------------------- --------------------------------------- O Moderador-------------------------------------------------

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Documentos anexos à acta Documento 1 – Intervenção Sobreda Antunes PEV “Projetos urbano e financeiro da Colina de Santana” Documento 2 – Proposta do Deputado Miguel Santos (PAN) para a Colina Santana

Documento 1 - Intervenção do Deputado municipal Sobreda Antunes (PEV) sobre os “Projetos urbano e financeiro da Colina de Santana”

“Projectos urbano e financeiro da Colina de Santana”

Em 1918, o Decreto nº 4563, de 12 de Julho, procedeu a uma reorganização dos Hospitais Civis de Lisboa, reconhecendo expressamente a sua natureza jurídica. Desde essa data, e ao longo de várias décadas, os Hospitais Civis de Lisboa, designados e configurados como um grupo hospitalar, foram objecto de diversas alterações organizativas e regulamentares.

Estes estabelecimentos hospitalares, que ao longo dos anos se consideraram fazerem parte da pessoa colectiva Hospitais Civis de Lisboa, passariam a integrar o Centro Hospitalar de Lisboa Central, E.P.E., nos termos do D-Lei nº 50-A/2007, de 28 de Fevereiro e do D-Lei nº 44/2012, de 23 de Fevereiro.

Localizadas na vilipendiada Colina de Santana, estas unidades apenas têm sido mais uma das facetas do extenso património do Estado, na cidade de Lisboa, que tem sido objecto de especulação, através da empresa Estamo, criada em 1993, quando Cavaco Silva chefiava o Governo. Com que objectivos? Primeiro para extinguir equipamentos do Estado e lançar os respectivos terrenos e construções nos meandros da especulação imobiliária, depois, e principalmente, para promover ficcionalmente a redução do défice.

Com efeito, pelo D-Lei nº 185/2002, já o Governo de Durão Barroso / Manuela Ferreira Leite, definira os princípios e os instrumentos para o estabelecimento de parcerias em saúde, em regime de gestão e financiamento privados, estipulando, no seu art. 7º, que os activos patrimoniais hospitalares poderiam envolver «a alienação de património do Estado ou de outras entidades públicas».

Apesar de todas as transformações que ao longo dos anos se têm vindo a verificar no âmbito da gestão e organização hospitalar, constata-se que nunca se operou legalmente a extinção da pessoa colectiva Hospitais Civis de Lisboa, subsistindo, ainda, na sua esfera jurídica, património cuja gestão corrente vinha sendo assegurada pelo Centro Hospitalar de Lisboa Central. Daí que o actual Governo tenha dotado esta entidade de um título habilitador para a prática de determinados actos de administração.

Com efeito, o Governo esqueceu-se do enquadramento jurídico do Centro Hospitalar de Lisboa Central, tendo sido necessário aguardar por 2013.

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Ou seja, foi preciso aguardar pelo D-Lei nº 27/2013 para se proceder à extinção dos Hospitais Civis de Lisboa, e clarificar no seu art. 2º, que «o Centro Hospitalar de Lisboa Central sucede em todos os direitos e obrigações dos Hospitais Civis de Lisboa, assume todas as posições jurídicas destes hospitais, independentemente de quaisquer formalidades». Quanto ao património que subsista na titularidade dos Hospitais Civis de Lisboa, este foi transferido para o Centro Hospitalar de Lisboa Central, constituindo este diploma título bastante, para todos os efeitos legais, designadamente os de registo patrimonial.

Ora, durante anos, sucessivas Leis do Orçamento de Estado foram definindo critérios e consignando especificações para a alienação e oneração de imóveis envolvendo como intermediária, pelo menos até 2008, a empresa Sagestamo - Sociedade Gestora de Participações Sociais Imobiliárias, S. A., criada pelo Decreto-Lei nº 209/2000, de 2 de Setembro.

Todos estes Orçamento de Estado estipulavam que «a alienação e oneração de imóveis pertencentes ao Estado ou aos organismos públicos (…) depende de autorização do ministro responsável pela área das finanças, que fixa, mediante despacho, a afectação do produto da alienação ou da oneração». Estas «alienações e onerações de imóveis são sempre onerosas, tendo como referência o valor apurado em avaliação promovida pelo Ministério das Finanças».

E esta «alienação de bens imóveis do Estado e dos organismos públicos (era efectuada) às empresas (…) subsidiárias da Sagestamo», processando-se por ajuste directo. Enquanto à Sagestamo, do grupo Parpública, lhe compete gerir a carteira de imóveis, a sua subsidiária Estamo é quem tem competência para a sua venda. Por sua vez a Estamo ganhou maior fôlego, em 2007, pela fusão com a empresa Locagest, durante a vigência do primeiro Governo de José Sócrates.

Foi também em 2007, com o Decreto-Lei nº 280/2007, que se estabeleceram “as disposições gerais e comuns sobre a gestão dos bens imóveis dos domínios públicos do Estado, das Regiões Autónomas e das autarquias locais”. O seu artigo 115º estipula que, no início de cada ano civil, o Governo deve apresentar à Assembleia da República um “relatório sobre a aquisição, oneração e alienação de bens imóveis do domínio privado do Estado e dos institutos públicos”.

Com base neste diploma e na subdelegação de competências dos Ministros das Finanças e da Saúde nos seus Secretários de Estado, seria pelo Despacho nº 22453/2009 que estes Secretários de Estado acabariam por confirmar a autorização da celebração de contratos de gestão imobiliária e respectiva afectação do produto da alienação dos prédios dos 4 hospitais da Colina de Santana.

Esta determinação aparece consubstanciada na “Lista de alienação de imóveis do Estado em 2009”, onde se identifica cada processo patrimonial com a designação de vários imóveis a alienar, incluindo, nomeadamente, os prédios urbanos dos Hospitais dos Capuchos, São José, Miguel Bombarda e de Santa Marta.

À custa do anunciado encerramento de serviços públicos essenciais o Estado encaixava um total de 11.440.250,00 €. Como? Com a Estamo, empresa do Ministério

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das Finanças, a ‘adquirir’ aqueles Hospitais ao Ministério da Saúde e encomendando discretamente, sem concurso público, os projectos para os terrenos libertados pela destruição dos referidos Hospitais.

O objectivo imediato residiu em a Estamo pagar ao Estado o valor dos edifícios a alienar e o Estado arrecadar receita para ficcionar a redução do défice. Pura engenharia financeira em que o Estado vendeu ao próprio Estado, dissimulando, assim, as contas públicas. Os hospitais, incluindo os da Colina de Santana, constituíram, como se comprova, um óptimo balão de ensaio para esta camuflagem.

E para que não restassem dúvidas, a proposta contida no “Relatório final do Grupo Técnico para a Reforma Hospitalar”, datado de Novembro de 2011, esclarecia que se tinha em vista «uma redução no financiamento das unidades hospitalares (só para 2012) de cerca de 358 milhões de euros, em linha com a redução do orçamento da saúde para os Hospitais», e, paralelamente, «uma redução potencial da estrutura de custos das unidades hospitalares estimada em cerca de (mais) 476 milhões de euros», num total de 834 milhões. Estes «objectivos têm como corolário atingir uma redução da despesa pública (… e) dos custos operacionais dos hospitais» em pelo menos 15%.

Apesar de tudo, a dívida do Estado à Estamo continua por saldar. Até ao início de 2014, o Ministério da Saúde deve à Estamo cerca de 15 milhões de euros de indemnizações pela ocupação dos imóveis dos hospitais de Santa Marta, São José, Capuchos e do ex-sanatório da Ajuda», estando o seu pagamento ainda a ser negociado.

É caso para dizer: foram-se os anéis (os hospitais) e os dedos (os juros de indemnização) com eles.

De facto, os contratos-promessa de compra e venda previam a ocupação dos edifícios, sem o pagamento de qualquer compensação, mas só até 31 de Dezembro de 2010. Pelo que, a partir daquela data, se os edifícios continuassem ocupados sem ter sido celebrado contrato de arrendamento, o Estado obrigava-se a pagar à Estamo uma indemnização mensal correspondente a 6,5%, sobre 12 meses, calculada sobre o preço do imóvel, actualizado anualmente, de acordo com o índice de preços no consumidor estabelecido pelo INE, até à sua entrega, livre e devoluta.

E qual tem sido o papel da CML em todo este processo? Primeiro deveras interessadíssima e hoje mais na expectativa, pois apenas agora, pressionada pelo debate público e o reiterado protesto de cidadãos e profissionais da saúde, parece despertar da sua letargia.

Recordemos que os citados Orçamentos de Estado até atribuíam «aos municípios da localização dos imóveis, por razões de interesse público, o direito de preferência nas alienações realizadas através de hasta pública», enquanto «o remanescente da afectação (ministerial) do produto da alienação e oneração de imóveis constitui(ria) receita (directa) do Estado».

No entanto, não nos podemos esquecer que foi a própria vereação quem, logo em Abril de 2009, veio às Comissões desta AML divulgar os projectos da Sagestamo,

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datados de Novembro de 2007, para os “Terrenos, Hospitais e Instalações Militares com desafectação prevista em Lisboa”.

E seria também a própria CML, antevendo futuras receitas, fruto dos projectos imobiliários e de novas taxas de IMI, quem acabaria por promover vários loteamentos para a Colina de Santana. A CML via ali «o interesse excepcional destes projectos e as mais-valias que poderão trazer para a cidade», pelo que procedeu à publicitação dos Pedidos de Informação Prévia (PIPs) e sua discussão em Julho de 2013.

De imediato surgiram, em Julho de 2013, projectos e maquetas pagos, quando a Estamo, em conjunto com o representante da CML e os arquitectos responsáveis dos vários projectos apresentaram, em sessão pública na Ordem dos Arquitectos, os referidos projectos de arquitectura correspondentes aos 4 PIPs, para aferir a viabilidade da realização das operações de loteamento.

O projecto urbano prevê a conversão dos 4 hospitais em espaços com valências hoteleiras, de habitação, comércio, estacionamento e lazer. O valor estimado do investimento para realizar o projecto com novas construções, reabilitação e arranjos exteriores está avaliado, no mínimo, em 250 milhões de euros.

O projecto deixa a Saúde do centro de Lisboa sujeita a um genuíno processo de despejo. A alternativa oferecida pelo Governo é a transferência destas unidades, com a perda de mais de 900 camas, para um novo hospital em Chelas, caso venha a ser construído.

E eis senão quando esta Casa da Cidadania estimulou o debate público. Só então o sr. vereador Manuel Salgado anunciou que os PIPs “estão suspensos” até que seja aprovado um Programa de Salvaguarda e Regeneração Urbana, envolvendo a CML, a Estamo e a Universidade de Lisboa. E o sr. presidente da CML bem tem vindo a afirmar que o fecho de hospitais na Colina de Santana é uma “oportunidade de regeneração”. Afinal, de que lado está a CML? É urgente que o município e o Governo reconsiderem e revejam os projectos no respeito pelas valências que hoje ameaçam destruir.

O GM de “Os Verdes” vê principalmente nestes projectos urbanos uma oportunidade de negócio financeiro para o Governo e os privados. Como alertam outros analistas, é inevitável a sua salvaguarda e o respeito pelas unidades histórico-artísticas e a componente de saúde que devem prevalecer acima dos interesses especulativos e de acções de pretensa modernização urbanística.

Ao longo de todo este processo, constata-se que para o Governo os números tem sido apenas um ‘fim’. Para os cidadãos significaria o ‘fim da linha’ no direito pelo acesso à Saúde consignada na Constituição da República Portuguesa.

J. L. Sobreda Antunes

Grupo Municipal de “Os Verdes”

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Documento 2 – Proposta do PAN para a Colina de Santana

DESACTIVAÇÃO DOS HOSPITAIS NA COLINA DE SANTANA

Introdução A importância histórica e científica da Colina de Santana é conhecida e incontestável. A situação criada na Colina de Santana pela intervenção proposta e que se encontra em debate constitui desafios vários ao nível das polít icas sociais e do acesso universal a cuidados de saúde, da salvaguarda patrimonial do co njunto e das novas valências de fruição do espaço com todas as implicações técnicas inerentes. O PAN entende que este processo só pode ter seguimento quando alguns aspectos do futuro projecto estiverem salvaguardados: 1. Manter num dos hospitais da Colina um serviço de urgências de de referência (São José) a par com Santa Maria e o futuro Hospital de Todos os Santos.

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2. Com parte dos fundos associados ao empreendimento imobiliário, promover a renovação dos centros de saúde da zona, onde sejam incluídas Consultas Externas para os moradores da Colina. 3. Que do Caderno de Encargos associado ao projecto de execução, constem alternativas de acessibilidade à Colina que prevejam interfaces com o metropolitano, nomeadamente um elevador e/ou meio de superfície que transporte os cidadãos desde a zona do metro do Intendente até ao Campo dos Mártires da Pátria. 4. Que numa das unidades hospitalares existentes, e após adaptações necessárias, sejam acrescentados os serviços de cuidados continuados, bem como de cuidados paliativos, com um número de camas em harmonia com as necessidades e com aquilo que é a média da União Europeia. 5. Que nessa mesma unidade hospitalar, se preveja acrescentar os serviços de Terapias não Convencionais (TNC), com o objectivo de proporc ionar à população este serviço já previsto na lei. 6. Que na intervenção urbana resultante sejam preservados todos os elementos patrimoniais relevantes, para além do contemplado nas propostas, e sejam criados novos "layouts" de edificado em coerência e respeito pelas pré-existências. 7. Que não se branqueie completamente a história hospitalar e da saúde da cidade e mesmo do país, prevendo-se um espaço de musealização de todo o espólio hospitalar móvel cientifico (Miguel Bombarda).

Geral Chega agora ao fim o ciclo de debates sobre a Colina de Santana. Dois edifícios pelas suas características próprias, médicas e/ou patrimoniais surgiram como ícones neste debate no que respeita à sua preservação enquanto património público e que vão muito para além da simples preservação de património classificado. Falamos concretamente do Hospital de S. José e do Hospital Miguel Bombarda. Não existiu de forma generalizada no debate, exigência de preservação no domínio público para os restantes hospitais. Assim, no que respeita a estes outros hospitais, o importante é garantir a defesa daquilo que foram preocupações que abrangem todos os lotes a saber:

1. Habitação para quem queira viver em Lisboa, com vista à aquisição por diversos estratos socioeconómicos da população

2. Futuro do Património dos edifícios encerrados 3. A Colina não pode degradar-se mais e deve ser revitalizada, impondo-se

reabilitação do edificado existente 4. Salvaguarda da memória e património móvel hospitalar num Museu da Saúde 5. Melhoria dos acessos pedonais à Colina em geral

Numa altura em que ficámos a saber que Portugal só tem metade da média das

camas de cuidados intensivos da Europa, preparamo-nos para destruir mais camas de cuidados intensivos (S. José), as únicas que ainda permaneciam na zona central de Lisboa. Sem acautelar o tão falado crescimento com novos habitantes jovens com que se pretende repovoar a zona central de Lisboa, as contas de oferta Hospitalar que foram

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feitas há 10 ou 20 anos continuam a dá-la como virtualmente morta para a habitação. Será que as projecções que foram feitas há uma década atrás devem nestas circunstâncias continuar a ser dadas como fidedignas justificando as decisões anteriormente tomadas? O outro aspecto muito relevante e que abordaremos mais à frente, é o tema dos custos em edifícios antigos (usado extensivamente pelos principais promotores deste projecto para justificar o fecho de todos os hospit ais) que entra em choque com as opções tomadas por outros decisores europeus. O que é que permite que se mantenham Hospitais em boas condições de funcioname nto nas principais capitais europeias e não em Portugal? Deveria ser feito um estudo detalhado do porquê Lisboa/Portugal terem valores aparentemente absurdos e que sejam a causa destas distorções, e em consequência remover as causas das distorções em vez de remover os Hospitais. Por esta razão, e como corolário, de tudo o que foi visto (em visita a S. José) e escutado nas várias sessões do debate trabalhámos na hipótese que melhor sintetiza na nossa opinião a melhor solução para esta questão:

• O reforço de uma unidade Hospitalar de Urgência e Cuidados múltiplos no Hospital de S. José

• A Criação do Museu da Saúde no Hospital Miguel Bombarda

Porquê uma unidade Hospitalar de Urgência e Cuidados

Múltiplos em S. José

Esta Unidade passará a ser a única unidade de Urgência no centro de Lisboa.

Percebemos a necessidade de racionalizar custos e recursos cada vez mais escassos,

mas retirar todo o apoio de urgência aos habitantes do centro de Lisboa, parece-nos

puro economicismo sem qualquer base de racionalidade ou sensatez.

Esta unidade contará não só com as actuais especial idades da urgência, mas ainda com

as especialidades de urgência em falta, vindas dos Hospitais que serão encerradas. As

actuais unidades de internamento dos vários serviços serão passadas para o futuro

hospital de Marvila.

Para além desta unidade completa de urgência serão ainda incluídas nesta

remodelação:

• Unidade de Cuidados Continuados

• Unidade de Cuidados Paliativos

• Unidade de Terapias não Convencionais (TNC)

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Porquê o novo Museu da Saúde no Hospital Miguel Bombarda

Esta Unidade, a única de raiz maioritariamente construída pensando em cuidados de

saúde (mental) representou no seu tempo em toda a Europa um avanço importante

para a Medicina. Embora estes avanços se encontrem ultrapassados pela nova visão

sobre as melhores técnicas terapêuticas de saúde mental, é porém ao nível do

património fixo da medicina um exemplo de referência. A adicionar a isto, é também

devido à linearidade e versatilidade da sua arquitectura, o edifício mais adequado à

musealização de todo o património fixo e móvel que se encontra disperso por vários

hospitais que irão ser fechados. No caso de se provar que esta proposta não é viável

então este Museu deverá ser incluído em S. José.

Unidade Hospitalar de Urgência e Cuidados múltiplos no Hospital de S. José Visita ao serviço de Urgência do Hospital de S. José - Considerações sobre várias opiniões recolhidas na visita Duma forma geral, as várias opiniões obtidas junto do Conselho de Administração e de alguns médicos no sentido do fecho do Hospital, par ece-nos decorrente de uma visão superficial sobre as razões das situações reportadas que justificariam essa acção. Isto não pretende ser uma crítica mas tão só a constatação de que muitas dessas situações já poderiam ter sido corrigidas há vários anos, e não cabe aos médicos serem conhecedores das várias matérias. A circulação no Hospital Com tudo o que circula no hospital hoje em dia é na tural que os espaços comecem a tornar-se exíguos e a circulação se ressinta disso e comece a tornar-se problemática. O mesmo não se poderá afirmar se o hospital for redimensionado para tornar-se apenas uma urgência de referência, donde desapareçam internamentos e consultas externas. Custos de Manutenção proibitivos Se os valores referidos forem reais, faria mais sentido fazer uma denúncia ao ministério público do que fazer um hospital novo. S e nos custos estiverem erradamente a ser incluídos os custos de manutenção do “Colégio de Santo Antão-o-Novo”, e presumirmos que este vai continuar a ser mantido e não demolido, então claramente este custo deverá deixar de ser imputado à manutenção do hospital, mas sim, ou ao IGESPAR, ou à secretaria da cultura.

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Anexo 5 – acta da 5ª sessão (11 de março de 2014)

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Empreitadas e obras pontuais com valores muito elevadas Foi também referido que as obras que vêm sendo realizadas são muito mais caras, pois os empreiteiros concorrentes não sabem onde passam os serviços (tubos, cabos e condutas) que se pretendem remodelar. Este é um problema real de qualquer instalação onde não existe em “tela final” com a representação de todas as instalações. A solução para este problema é criar ficheiros informatizados com a representação gráfica de todas as instalações. É mais barato actualizar com levantamentos vários as “telas finais” do hospital do que mandar fazer um hospital novo… Queda do pórtico da entrada automóvel virada para o Martim Moniz em caso de terramoto Esta (um terramoto), é também uma das razões principais para a manutenção de uma unidade de urgência de referência no centro de Lisboa local onde se concentra grande parte das construções sem cálculo sísmico. Em termos comparativos, a gravidade da queda desse pórtico é insignificante comparada com o apoio que essa unidade pode prestar a toda a zona central de Lisboa no caso duma ocorrência desse tipo. Impossibilidade de abrir vãos em paredes resistentes para melhor acomodar os serviços de urgência Nos dias de hoje a possibilidade de abrir vãos em paredes resistentes e a possibilidade de fazer o devido cálculo e reforço estruturais para que isso seja feito em segurança, são possibilidades não transcendentais da engenharia actual. A abertura de vãos, independentemente da sua dimensão ou tipologia de p arede, é uma realidade banalizada em qualquer obra corrente de construção civil. Urgência Incompleta A transição dos serviços de urgência ainda espalhados por outros hospitais que vão fechar para o Hospital de S. José poderá ser uma realidade após a saída dos internamentos e Consultas externas. Quanto ao argumento da impossibilidade de se manter uma urgência em S. José e os internamentos em Marvila por constituir custos potencialmente elevados no transporte em ambulância, diríamos que este custo (que não será tão elevado) poderá ser largamente compensado pelo número de vidas salvas noutras circunstâncias. Porquê a Inclusão das TNC em S. José

Desde sempre as Terapias Não Convencionais, também conhecidas por Medicinas Tradicionais foram e são, a escolha de muitos cidadãos para tratarem da sua saúde. A legislação que regula a actividade destes profissionais de Saúde está aprovada pela Assembleia da República e mais de 40% da população utiliza os seus serviços. É altura de se fazer uma investigação independente que possa fazer uma avaliação da capacidade terapêutica e dos respectivos custos associados. Quando se pretende transformar esta colina na Colina do Conhecimento, é altura de abandonar atavismos e

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Anexo 5 – acta da 5ª sessão (11 de março de 2014)

37

preconceitos e tentar perceber se estas TNC não poderão inclusivamente (por redução de custos), ajudar a resolver alguns dos problemas de financiamento do sector da Saúde. A inclusão das TNC’s na unidade hospitalar p revista é também o garante do acesso e da livre escolha dos cidadãos às terapêuticas a que pretendem submeter-se. Pelo bem de tudo e de todos, O Grupo Municipal do Partido Pelos Animais e Pela Natureza Lisboa, 11 de Março de 2014

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Debate temático sobre a Colina de Santana

Relatório final da Assembleia Municipal – volume II - Anexos

Anexo 6

Proposta inicial da mesa (10.3.2014)

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Anexo 6 - Proposta inicial da Mesa de 10.3.2014

1

Proposta inicial de apresentada pela mesa e distribuída na Conferência de Representantes

em 10.3.2014

Este texto inicial foi um draft distribuído pela me sa aos Representantes dos Grupos Municipais

em reunião da respectiva conferência em 10.3.2014, para recolha de alterações e contributos,

a fim de ser depois preparada uma versão final.

Terminado o Debate Temático sobre a Colina de Santana promovido pela Assembleia

Municipal de Lisboa entre 10 de dezembro de 2013 e 11 de Março de março de 2014, tendo

em consideração as diferentes vertentes suscitadas ao logo do debate, bem como as propostas

apresentadas por cidadãos, organizações e deputados municipais e ao abrigo das alíneas a), j)

e k) do nº2 do artigo 25º do Regime Jurídico das Autarquias Locais (anexo I da lei nº 75/2013,

de 12 de Setembro), a Mesa da Assembleia propõe:

1. Que a Assembleia delibere recomendar à Câmara:

1.1 O lançamento de um Programa de Acção Territorial (PAT), instrumento

estratégico e calendarizado previsto no artigo 121º do Regime Jurídico dos

Instrumentos de Gestão Territorial (alterado e republicado em anexo ao Decreto-lei

46/2009, de 20 de Fevereiro), que será dirigido pela Câmara, com envolvimento das

principais entidades externas relevantes no território da Colina de Santana,

designadamente Ministério da Saúde, Secretaria de Estado da Cultura, Universidades e

Estamo.

1.2 O encerramento com parecer desfavorável dos 4 pedidos de informação prévia

(PIP) pendentes relativos aos Hospitais de S. José, Miguel Bombarda, Capuchos e Santa

Marta, apresentados pela Estamo, atendendo à necessidade de recorrer a outras

figuras de planeamento territorial e estratégico mais apropriadas para o território

abrangido pela Colina de Santana, e a sua reformulação e nova apreciação em função

do futuro PAT.

1.3 A criação de um Gabinete para a Colina de Santana, com o figurino de um GABIP

(gabinete transversal de articulação dos diversos serviços municipais com intervenção

no território e participação obrigatória das freguesias abrangidas: Arroios, Santo

António e Santa Maria Maior, através das respectivas juntas de freguesia).

1.4 A preparação, para o território da Colina de Santana, de uma ou mais Operações

de Reabilitação Urbana Sistemática (ORUS), nos termos da Secção II do Capitulo III do

Regime Jurídico da Reabilitação Urbana (alterado e republicado em anexo à Lei nº

32/2012, de 14 de Agosto), cuja aprovação final caberá à Assembleia Municipal.

1.5 O lançamento de um Plano de Desenvolvimento Comunitário da Colina de

Santana, a preparar e gerir pelo futuro GABIP.

1.6 O incentivo ao surgimento de uma percentagem adequada de habitação acessível

nas áreas a construir ou reabilitar na Colina, ao abrigo do Regulamento Municipal que

aprova o Sistema de Incentivos a Operações Urbanísticas com Interesse Municipal e

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Anexo 6 - Proposta inicial da Mesa de 10.3.2014

2

com base no quadro estratégico subjacente ao Programa de Acção Territorial e às

Operações de Reabilitação Sistemáticas acima referidos.

2. Em relação à vertente da Saúde, que os órgãos municipais diligenciem junto do Ministério

da Saúde por forma a:

2.1 Garantir que mais nenhum hospital da Colina de Santana fecha sem estar

construído e a funcionar o prometido novo Hospital de Todos os Santos, em Marvila.

2.2 Publicitar e divulgar o plano aprovado pelo Min istério da Saúde para a

reorganização da rede hospitalar da cidade de Lisboa. O último documento que se

conhece nesta matéria é de 2006 e está desactualizado.

2.3 Garantir a rápida concretização da Unidade de Saúde Familiar do Martim Moniz,

contratualizada com a Câmara de Lisboa no quadro da Carta de Equipamentos de

Saúde de Lisboa (código 7Q), bem como a localização de mais uma Unidade, prevista

também na Carta dos Equipamentos de Saúde (código 13Q).

2.4 Salvaguardar a existência de pelo menos uma Unidade de Cuidados Continuados na

área, em linha com o Plano Nacional de Saúde 2012-2016, que aponta para a

necessidade de “priorizar o acesso e a qualidade da resposta dos Cuidados de Saúde

Primários, Cuidados Continuados Integrados, Cuidado s Comunitários e de Saúde

Pública”, devendo ser que o Ministério da Saúde reservar um dos equipamentos a

desativar para instalação dessa Unidade.

2.5 Admitir a integração, na área de proximidade da Colina, de cuidados de saúde

prestados por respostas de medicinas alternativas, validando os respectivos métodos,

qualidade e fiabilidade, em concertação com as organizações de profissionais

habilitados nessas áreas;

2.5 Criar condições, com todos os parceiros intervenientes nesta área, para a criação

de um “cluster” da saúde na Colina de Santana, inte grando ainda uma unidade

especializada em Geriatria.

3. Em relação à vertente cultural, patrimonial e científica, que os órgãos municipais diligenciem

junto do Governo, da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo e das

Universidades ou outras entidades interessadas no sentido de:

3.1 Garantir a salvaguarda de todo o espólio e património cultural móvel inerente à

história hospitalar da Colina de Santana, através da criação de um museu ou centro de

interpretação ou núcleo museológico a alojar num dos espaços das antigas cercas dos

hospitais, sob responsabilidade conjunta das áreas governamentais da Saúde e da

Cultura e em colaboração com os polos universitários e de investigação presentes ou

previstos para a Colina;

3.2 Estudar a possibilidade de criação e instalação de um museu de Arte Outsider no

Hospital Miguel Bombarda;

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Anexo 6 - Proposta inicial da Mesa de 10.3.2014

3

3.3 Aprofundar a caracterização do Colina como “Colina do conhecimento “,

valorizando os laboratórios e centros de investigação aí existentes e o seu

desenvolvimento, em consonância com a estratégia Lisboa 2020 e a candidatura em

preparação para a localização em Lisboa de um polo do European Institute of

Technology centrado nas ciências da saúde e do envelhecimento ativo.

3.4 Incentivar a instalação de mais actividades de investigação e desenvolvimento, em

sinergia com a actividade do Centro de Investigação da Faculdade de Ciências Médicas

da Universidade Nova de Lisboa ou outras entidades interessadas.

4. Em matéria de segurança, que a Assembleia delibere:

4.1 Recomendar à Câmara que aprofunde, para o território da Colina, a avaliação e

monitorização dos riscos naturais e antrópicos identificados na subsecção III do Plano

Director Municipal de Lisboa, recorrendo à consultoria de entidades especializadas,

nomeadamente o Laboratório Nacional de Engenharia Civil e o Instituto Superior

Técnico, devendo as conclusões resultantes dessa análise vir a integrar as medidas a

incluir no PAT.

4.2 Integrar a obrigatoriedade de verificação da resiliência sísmica nas obras de

reabilitação urbana a levar a cabo na Colina.

5. Em matéria de equipamentos, acessibilidades e espaço público, a Assembleia delibera que a

aprovação dos Programas e Operações urbanísticas a promover na área devem obedecer aos

seguintes orientações:

5.1 Para todos os equipamentos de proximidade previstos e necessários para a zona,

nomeadamente os incluídos nas Cartas de Equipamentos aprovadas pelo município,

deverá ser previsto espaço disponível e deverão ser criadas condições de instalação e

funcionamento.

5.2 As Cartas de Equipamentos aprovadas deverão ser revistas e actualizadas, tendo

em conta as novas necessidades decorrentes das propostas de ocupação para a Colina.

5.3 Para instalação de iniciativas de empreendedorismo e de iniciativas sociais devem

ser disponibilizados espaços e condições favoráveis à sua implantação;

5.4 Os ganhos de mobilidade a garantir por meios mecânicos (elevadores) serão

exigíveis aos principais promotores imobiliários na área;

5.5 Parte do espaço das antigas cercas dos hospitais deverá serincorporado em espaço

público municipal.

6. Finalmente, para que todo este complexo processo de transformação da Colina de Santana

possa ser devidamente fiscalizado e acompanhado, a Assembleia Municipal delibera criar uma

Comissão de Acompanhamento, envolvendo todos os grupos municipais e o conjunt o dos

deputados independentes, com estatuto e composição a definir, ouvida a Conferência de

Representantes. Esta Comissão deverá zelar para que toda a informação relevante sobre a

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Anexo 6 - Proposta inicial da Mesa de 10.3.2014

4

Colina de Santana seja publicamente divulgada e apo iar iniciativas de esclarecimento e

participação dos cidadãos, na continuação do Debate Temático sobre a Colina de Santana.

Lisboa, 10 de março de 2014

Pela Mesa, a Presidente

Helena Roseta

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Debate temático sobre a Colina de Santana

Relatório final da Assembleia Municipal – volume II - Anexos

Anexo 7

Contributos e propostas iniciais de alteração dos grupos municipais

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Anexo 7 - Contributos e propostas de alteração dos grupos municipais

Tendo em consideração as posições defendidas pelos dif erentes grupos municipais e

deputados independentes na última sessão do debate temát ico, em 11 de março de

2014 (anexo 5), bem como a proposta inicial distribuíd a pela Mesa em 10 de março de

2014 (anexo 6), foram apresentados contributos e propostas de alteração ao inicial da

mesa.

Assim, reúnem-se neste anexo os contributos apresentados pelos grupos municipais

do PS e do PCP, bem como as propostas de alteração apresentadas pelos grupos

municipais do PSD, do BE, do PAN e do PNPN.

Além deste contributos, há que registar os contributos do PEV e do PAN que constam

como anexos à acta da sessão de 11 de março (anexo 5).

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1

O Futuro Próximo da Colina de Santana

Sobre o futuro da Colina de Santana muito haverá ainda para debater,

o que poderá e deverá ser feito, com a participação dos interessados e

das populações.

Já existem contributos importantes que permitem traçar algumas

linhas do caminho a seguir, sem prejuízo dos ajustamentos que

sempre serão necessários.

Para o Grupo Municipal do Partido Socialista quase tudo o que

frutificou do debate temático que a Assembleia Municipal de Lisboa

tem vindo a realizar cabe no plano a desenvolver. Como dissemos na

intervenção do dia 11 de Março.

Daí que este texto seja a densificação escrita da intervenção que

produzimos nessa sessão do debate temático. Em linha com o que

afirmámos nos vários momentos do debate e com a ideia de deixar

expressas, na documentação deste debate temático, as nossas ideias

bem como de que elas possam ser incorporadas, pela Mesa da

Assembleia Municipal de Lisboa, no projeto de deliberação a votar no

dia 25 de Março de 2014 pela Assembleia Municipal de Lisboa.

A saber :

1. Equipamentos de Saúde

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2

Existe aqui todo um passado de ligação a equipamentos de saúde que

foram desenvolvidos após a destruição do Hospital de Todos-os-

Santos, situado no Rossio, pelo Terramoto de 1755 e que obrigou à

deslocação daquele centro de cuidados de saúde para a colina mais

próxima e mais segura, onde se situavam conventos que tinham

resistido ao cataclismo. Foi assim ocupado o Colégio de Santo Antão-o-

Novo pertencente à Companhia de Jesus, que passou a designar-se

Hospital Real de S. José.

Este centro hospitalar, pela sua importância e influência, determinou

decisivamente a abertura de outras unidades congéneres para acudir a

valências de saúde específicas, transformando esta zona da cidade

num centro único de investigação e cuidados de saúde cuja memória e

património todos entendem ser necessário preservar.

Mas essa preservação não significa a manutenção do status quo, tanto

mais que algumas unidades hospitalares já se encontram obsoletas e

sem possibilidades de adaptação às novas exigências técnicas

requeridas para este tipo de edifícios, razão pela qual foram já

desactivadas.

Por outro lado, em 2006, o Ministério da Saúde anunciou a construção

do Hospital de Todos-os-Santos, tendo o Município de Lisboa vendido,

com a autorização da AML, um terreno em Marvila para esse efeito. A

construção deste novo hospital implicará, até ver, a desativação de

unidades hospitalares que ainda se encontram aqui instaladas e em

funcionamento, e que serão transferidas para o novo equipamento.

É imperativo começar já a programar esta transformação, que

ocorrerá nos próximos anos, ainda que essa realidade apareça como

distante. Ou possa não se verificar.

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3

Antes de mais, é urgente exigir ao Ministério da Saúde a divulgação do

Plano de Reorganização da Rede Hospitalar da cidade de Lisboa, visto

que as informações existentes são insuficientes e desactualizadas. Os

lisboetas e a CML têm de conhecer atempadamente os objectivos a

atingir, as propostas e os seus fundamentos e os critérios de decisão,

de forma a poderem participar na construção do novo modelo.

Só assim será possível planear atempadamente este projecto.

No imediato, há que garantir a rápida concretização da Unidade de

Saúde do Martim Moniz, contratualizada com a CML no quadro da

Carta de Equipamentos de Saúde de Lisboa. Adicionalmente é

necessário definir o tipo, o número e a localização de outros centros de

saúde e de unidades de cuidados continuados.

Essa definição, ou melhor, o estabelecimento de um Programa de

Cuidados de Saúde de Proximidade, terá de ser articulada com o

Ministério da Saúde, à medida que este for desactivando os hospitais

que se encontram ainda a funcionar. Adicionalmente, a Santa Casa da

Misericórdia de Lisboa poderá ser, também, um parceiro a envolver.

No campo da saúde e no campo social.

O levantamento do todo o espólio e património cultural móvel inerente

à história hospitalar da Colina de Santana é sem dúvida outra das

prioridades. O objectivo será a criação de um espaço museológico a

alojar num dos espaços das antigas cercas dos hospitais, sob

responsabilidade conjunta das áreas governamentais da saúde e da

cultura, e em colaboração com os polos universitários e de

investigação presentes ou previstos para a colina. Só assim será

preservada a memória histórica da Colina de Santana associada às

funções hospitalares e, simultaneamente, resgatadas as valiosas

colecções de cada instituição.

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4

Por último, há que desenvolver, em estreita ligação com os polos

universitários existentes nesta zona, projectos em rede, tendo como

objectivo fomentar a cultura, a inovação e a investigação na área da

saúde.

2. Área de Reabilitação Urbana (ARU)

A Colina de Santana integra-se em Área de Reabilitação Urbana e, no

seu âmbito, podem ser desenvolvidas operações sistemáticas

enquadradas por um programa estratégico de reabilitação urbana. Este

programa poderá ser desenvolvido a partir da conjugação dos

documentos já elaborados, designadamente o Documento Estratégico

de Intervenção para a Colina de Santana, produzido pelos serviços

camarários.

Os projetos desenvolvidos para os terrenos dos hospitais da Colina de

Santana, e submetidos à apreciação da Câmara Municipal através de

quatro pedidos de informação prévia, devem manter-se suspensos,

evitando a constituição de situações irreversíveis, que ponham em

causa a estratégia que vier a ser definida para a Colina de Santana.

Enquadrando-se e adequando-se, posteriormente, a esses objetivos

estratégicos.

A utilização destes instrumentos urbanísticos deverá ter em vista a

regeneração do tecido urbano que não se reduz unicamente à

reabilitação do edificado e à requalificação dos espaços públicos. Há

que preservar a ambiência urbana característica de cada Bairro,

assente na sua estrutura da malha urbana que foi sendo construída ao

longo dos tempos e que deu lugar à intersecção de malhas de cariz

orgânica, pré-pombalina (Bairro do Andaluz), com outras ortogonais

mais recentes, já assentes na tipologia do quarteirão (Bairro Camões).

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5

A existência de cercas conventuais - que deram lugar a hospitais com

a extinção das ordens religiosas - constitui um elemento identitário da

malha urbana que tem de ser salvaguardado. Trata-se de conseguir

estabelecer ligações entre os diversos espaços, abrindo os que estão

delimitados pelas cercas conventuais, libertando-os das construções

espúrias, de origem clandestina. Assim será possível a abertura de

pequenas praças e jardins que valorizem os percursos pedonais

existentes ou a criar. Essa mesma abertura permitirá ainda usufruir de

novos pontos de vista sobre a cidade, até agora escondidos. Basta

referir, a título de exemplo, a vista sobre a Colina de S. Roque que se

obtém a partir do Hospital dos Capuchos, ou a vista sobre a Colina do

Castelo a partir do Hospital de S. José.

Há que ter em conta que a preservação do sistema de vistas � que é

uma das condicionantes do PDM e o principal património ambiental da

cidade � tem de ser assegurada tanto de dentro para fora, como de

fora para dentro. Ou seja, não basta estar no terraço de um edifício e

desfrutar da vista do Tejo, é sobretudo importante que esse edifício

não estrague a vista a quem está do outro lado da colina a olhar em

frente.

3. Plano de Desenvolvimento Comunitário da Colina de Santana

Qualquer intervenção terá de ter em consideração que esta zona

possui uma forte componente residencial, sendo certo que a população

se encontra enfraquecida pela idade e pelas condições económicas. A

essas pessoas que aqui residem deve ser assegurado o mínimo de

estabilidade, quer por razões sociais, quer por razões de ambiência

urbana, pois são elas que caracterizam a vida do bairro, mantendo as

tradições e conferindo identidade ao sítio.

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6

Julga-se, por isso, que a solução do problema tem de passar tanto

pela utilização dos programas já existentes de reabilitação com fundos

municipais, estaduais ou comunitários, como por contratos-programa

celebrados com os proprietários para que estes se vinculem à prática

de rendas que sejam acessíveis aos seus arrendatários e por um prazo

razoável que lhes assegure a permanência nas casas, sobretudo se

forem de idade avançada. Não podemos esquecer que está em vigor

uma lei das rendas que conduzirá, no prazo de cinco anos, à

desocupação de grande parte das casas situada em zonas centrais

apetecíveis.

Se a revitalização das zonas históricas passa pela sua ocupação por

novas gerações, então deverá ser preocupação de todos que essa

alteração do tecido social se faça de forma gradual e sem sobressaltos

que causem graves problemas pessoais a quem já não consegue

resolvê-los. Assim, uma das medidas a adoptar pode passar pela

exigência de que a produção de habitação nova ou reabilitada na zona

cumpra um ratio destinado a habitação acessível, ou seja, com preços

e rendas controladas, nos termos a definir em deliberação municipal.

É igualmente importante prever o lançamento de um Plano de

Desenvolvimento Comunitário da Colina de Santana que deverá ser

gerido por um futuro Gabinete (inspirado no GABIP) e no qual as

freguesias da zona (Arroios e Santo António) deverão ter um papel

preponderante.

4. Espaços Públicos e Espaços Verdes

A situação privilegiada desta colina, a sua morfologia e posição

geográfica, bem como a diversidade da malha urbana, matizada de

pequenos quintais junto aos edifícios da cidade antiga, de logradouros

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7

situados no interior de pequenos quarteirões, constituem um

património ambiental único que não pode ser destruído.

Estes pequenos recantos-surpresa encontram-se dispersos e aparecem

um pouco por todo o lado. Só não damos por eles porque se

encontram obstruídos por material espúrio e barracaria, denotando

uma completa falta de sensibilidade para as questões da paisagem

urbana. Dado que são quase todos privados, a intervenção camarária

não poderá ser limitada apenas aos aspectos técnicos e de projecto,

mas terá de encontrar meios de envolver a população residente,

sensibilizando-a para a necessidade de preservar o património

ambiental que têm à sua guarda e de que podem beneficiar.

Por outro lado, nesta Colina situam-se dois jardins históricos, o Jardim

do Torel - recentemente intervencionado - e o Jardim Braamcamp

Freire, mais conhecido por Jardim Campo Mártires da Pátria, que

mantêm o seu carácter romântico. Mas o que ressalta como

incompreensível para o comum dos lisboetas é a quantidade de

espaços verdes/jardins que, por estarem na dependência de edifícios

pertencentes a instituições públicas, se encontram encerrados ao

público em geral e também pouco aproveitados pela gestão dessas

instituições.

Podemos citar alguns exemplos bem ilustrativos do desaproveitamento

de um património cultural e paisagístico importante. No Paço de

Rainha, situa-se a Academia Militar, com uma área exterior de grande

potencial que, sem prejuízo das actividades da própria Academia,

poderá ser aberta ao público diariamente em condições a definir em

protocolo, o que, por outro lado, permitiria ainda uma maior ligação

daquela instituição à população.

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É também incompreensível que não se possa descer a colina pelo

Jardim do Torel, através dos jardins do Palácio dos CTT, situado na

Rua de S. José. Trata-se de um enorme jardim em socalcos

complemente desaproveitado que não é usufruído por ninguém. Ainda

que se trate de propriedade de uma empresa recentemente privatizada

� ou talvez, por isso mesmo � nada impede que o espaço seja objecto

de contratualização com vista a uma utilização mais consentânea com

o interesse da cidade e da própria empresa.

Para além disso, os jardins do Ateneu Comercial continuam

subaproveitados, dado que ainda não se definiu um programa coerente

para aquele local.

Por último, e dado que a desafectação dos hospitais abre novas

possibilidades de utilização das antigas cercas conventuais, é

necessário aproveitar essa oportunidade para as incorporar em espaço

público municipal, definindo percursos que realcem as vistas,

permitindo a sua fruição pela população residente e transeuntes.

5. Operações Urbanísticas Prioritárias

É aconselhável que se avance rapidamente com projectos prioritários

para aqueles conjuntos edificados que foram já desafectados dos fins a

que estavam adstritos. Uma aposta segura e forte na requalificação

desses conjuntos tem a virtualidade de incentivar novas ideias e

projectos, a concretizar por agentes económicos privados, produzindo

um efeito multiplicador por vezes de difícil percepção à partida.

Estamos a pensar em conjuntos como os antigos hospitais Miguel

Bombarda e do Desterro, ambos com características arquitectónicas

que os transformam em edifícios com uma forte identidade, que

deverá ser preservada. É, por isso, difícil aceitar para qualquer um

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desses edifícios projectos que não sejam amplamente participados

atenta a carga emocional, de ligação à população, que os mesmos

ainda comportam.

Não seria de todo desajustado que fossem lançados concursos de

ideias, que permitissem equacionar várias soluções. Esse foi o modelo

adoptado pela CML noutros locais da cidade e que deu bons

resultados, tendo obtido soluções consensuais.

O desenvolvimento destes projectos obriga à definição de um PAT

(Programa de Acção Territorial) por se mostrar necessário fomentar

uma parceria pública-pública (Estado e Autarquia), atendendo à

existência de equipamentos públicos (hospitais) que se prevê que

venham a ser transferidos, num futuro próximo, com a construção do

Hospital de Todos-os-Santos. Trata-se de um projecto, cuja

concretização não será possível antes de um prazo de, pelo menos,

sete anos, pelo que importa vincular desde já as entidades públicas

envolvidas a objectivos e obrigações bem definidos. Há assim que

definir um calendário de acções a desenvolver, bem como estabelecer

o respectivo programa de investimento, em que fiquem claras as

obrigações e direitos das partes envolvidas.

A Assembleia Municipal de Lisboa deve continuar envolvida em todo

este projeto.

6. Colina de Santana como Colina do Conhecimento

Com a saída dos funcionários e dos utilizadores dos hospitais, é preciso

garantir que esta zona da cidade não fique desprovida das actividades

que sustentam a economia local, sendo necessário propiciar desde já o

desenvolvimento de novos projectos, nomeadamente na área da saúde

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10

e da biotecnologia, tendo como motor as universidades que aqui

permanecem.

Trata-se da identificação do território como Colina do Conhecimento,

densificando-a com actividades ligadas à economia do conhecimento,

através do apoio dado a start-ups que aqui se pretendam instalar e de

uma forte ligação aos polos universitários já existentes ou a

desenvolver.

Lisboa, 21 de Março de 2014.

Grupo Municipal do Partido Socialista-

Rui Paulo Figueiredo

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Grupo Municipal do PCP

__________________________________________________ _______________________________ Av. de Roma, 14 � P � 3º Andar � CP 1000 - 265 LISBOA

Telef.: 218 170 424 Fax: 218 170 425 E-mail: [email protected] http://pcp.am-lisboa.pt/

� -

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Grupo Municipal do PCP

__________________________________________________ _______________________________ Av. de Roma, 14 � P � 3º Andar � CP 1000 - 265 LISBOA

Telef.: 218 170 424 Fax: 218 170 425 E-mail: [email protected] http://pcp.am-lisboa.pt/

-

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-

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Grupo Municipal do PCP

__________________________________________________ _______________________________ Av. de Roma, 14 � P � 3º Andar � CP 1000 - 265 LISBOA

Telef.: 218 170 424 Fax: 218 170 425 E-mail: [email protected] http://pcp.am-lisboa.pt/

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Grupo Municipal do PCP

__________________________________________________ _______________________________ Av. de Roma, 14 � P � 3º Andar � CP 1000 - 265 LISBOA

Telef.: 218 170 424 Fax: 218 170 425 E-mail: [email protected] http://pcp.am-lisboa.pt/

-

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1

Contributo do PSD sobre o

Projecto de deliberação sobre a Colina de Santana (draft)

Proposto pela Mesa da Assembleia Municipal

Terminado o Debate Temático sobre a Colina de Santana promovido pela Assembleia

Municipal de Lisboa entre 10 de dezembro de 2013 e 11 de Março de março de 2014, tendo

em consideração as diferentes vertentes suscitadas ao logo do debate, bem como as propostas

apresentadas por cidadãos, organizações e deputados municipais e ao abrigo das alíneas a), j)

e k) do nº2 do artigo 25º do Regime Jurídico das Autarquias Locais (anexo I da lei nº 75/2013,

de 12 de Setembro), a Mesa da Assembleia propõe:

1. Que a Assembleia delibere recomendar à Câmara:

1.1 O lançamento de um Programa de Acção Territorial (PAT), instrumento

estratégico e calendarizado previsto no artigo 121º do Regime Jurídico dos

Instrumentos de Gestão Territorial (alterado e republicado em anexo ao Decreto-lei

46/2009, de 20 de Fevereiro), que será dirigido pela Câmara, com (�) das principais

entidades externas relevantes no território da Colina de Santana, designadamente

Ministério da Saúde, Secretaria de Estado da Cultura, Universidades e Estamo (�)

1.2 O encerramento com parecer desfavorável dos 4 pedidos de informação prévia

(PIP) pendentes relativos aos Hospitais de S. José, Miguel Bombarda, Capuchos e Santa

Marta, apresentados pela Estamo, atendendo à necessidade de recorrer a outras

figuras de planeamento territorial e estratégico mais apropriadas para o território

abrangido pela Colina de Santana, e a sua reformulação e nova apreciação em função

do futuro PAT.

1.3 A criação de um Gabinete para a Colina de Santana, com o figurino de um GABIP

(gabinete transversal de articulação dos diversos serviços municipais com intervenção

no território e participação obrigatória das freguesias abrangidas: Arroios, Santo

António e Santa Maria Maior, através das respectivas juntas de freguesia).

1.4 A preparação, para o território da Colina de Santana, de uma ou mais Operações

de Reabilitação Urbana Sistemática (ORUS), nos termos da Secção II do Capitulo III do

Regime Jurídico da Reabilitação Urbana (alterado e republicado em anexo à Lei nº

32/2012, de 14 de Agosto), cuja aprovação final caberá à Assembleia Municipal.

1.5 O lançamento de um Plano de Desenvolvimento Comunitário da Colina de

Santana, a preparar e gerir pelo futuro GABIP.

1.6 O incentivo ao surgimento de uma percentagem adequada de habitação acessível

nas áreas a construir ou reabilitar na Colina, ao abrigo do Regulamento Municipal que

aprova o Sistema de Incentivos a Operações Urbanísticas com Interesse Municipal e

com base no quadro estratégico subjacente ao Programa de Acção Territorial e às

Operações de Reabilitação Sistemáticas acima referidos.

Comentário [s1]: O envolvimento da

Assembleia Municipal de Lisboa e (�)

Comentário [s2]: Obedecendo aos

seguintes objetivos estratégicos:

1.Promover a solução adequada para

que o encerramento das unidades

hospitalares e as suas alternativas se

realizem tendo em consideração o

sistema global de saúde do município de

Lisboa e de toda a região servida por

esses hospitais e sem prejuízo da

prestação de cuidados de saúde de

proximidade à população residente na

Colina de Santana;

2.Desenvolver projetos de loteamento

nos hospitais desafetados do uso

hospitalar com integral respeito pelo

património arquitetónico e cultural dos

edifícios;

3.Dar prioridade à garantia de segurança

sísmica e antrópica de toda a Colina de

Santana;

4.Proceder ao levantamento das

necessidades relativas ao edificado,

espaço público, espaços verdes,

condições de mobilidade e

equipamentos de apoio social, cultural e

desportivo de toda a Colina de Santana;

5.Programar o desenvolvimento e

planeamento das ações necessárias à

reabilitação do edificado existente;

6.Definir as ações a desenvolver com as

entidades públicas e privadas para a

obtenção de apoios financeiros, locais,

estatais, privados ou comunitários para

a prevenção das vulnerabilidades

sísmicas e antrópicas da Colina de

Santana;

7.Estabelecer, se for caso disso,

Unidades de Execução para o

cumprimento do Programa;

8.Calendarizar todo o PAT nos seus

aspectos de estudo, desenvolvimento,

financiamento e execução.

Comentário [s3]: Reformular e

reapreciar os projetos de loteamento

desenvolvidos para os terrenos dos

hospitais da Colina de Santana, e

submetidos à apreciação da Câmara

Municipal através de quatro pedidos de

informação prévia, de acordo com as

disposições legais em vigor e enquadrado

com os objetivos do Programa de Ação

Territorial a implementar.

Comentário [s4]: Pensamos que Já está

previsto no Regulamento Municipal que

aprova o Sistema de Incentivos a

Operações Urbanisticas com Interesse

Municipal

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2

2. Em relação à vertente da Saúde, que os órgãos municipais diligenciem junto do Ministério

da Saúde por forma a:

2.1 Garantir que mais nenhum hospital da Colina de Santana fecha sem estar

construído e a funcionar o prometido novo Hospital de Todos os Santos, em Marvila.

2.2 Publicitar e divulgar o plano aprovado pelo Minist ério da Saúde para a

reorganização da rede hospitalar da cidade de Lisboa. O último documento que se

conhece nesta matéria é de 2006 e está desactualizado.

2.3 Garantir a rápida concretização da Unidade de Saúde Familiar do Martim Moniz,

contratualizada com a Câmara de Lisboa no quadro da Carta de Equipamentos de

Saúde de Lisboa (código 7Q), bem como a localização de m ais uma Unidade, prevista

também na Carta dos Equipamentos de Saúde (código 13Q).

2.4 Salvaguardar a existência de pelo menos uma Unidade de Cuidados Continuados na

área, em linha com o Plano Nacional de Saúde 2012-2016, que aponta para a

necessidade de �priorizar o acesso e a qualidade da resposta dos Cuidados de Saúde

Primários, Cuidados Continuados Integrados, Cuidados Comunitários e de Saúde

Pública�, devendo ser que o Ministério da Saúde reservar um dos equipamentos a

desativar para instalação dessa Unidade.

2.5 Admitir a integração, na área de proximidade da Colina, de cuidados de saúde

prestados por respostas de medicinas alternativas, validando os respectivos métodos,

qualidade e fiabilidade, em concertação com as organizações de profissionais

habilitados nessas áreas;

2.5 Criar condições, com todos os parceiros intervenientes nesta área, para a criação

de um �cluster� da saúde na Colina de Santana, integrando ainda uma unidade

especializada em Geriatria.

3. Em relação à vertente cultural, patrimonial e científica, que os órgãos municipais diligenciem

junto do Governo, da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo e das

Universidades ou outras entidades interessadas no sentido de:

3.1 Garantir a salvaguarda de todo o espólio e património cultural móvel inerente à

história hospitalar da Colina de Santana, através da criação d e um museu ou centro de

interpretação ou núcleo museológico a alojar num dos espaços das antigas cercas dos

hospitais, sob responsabilidade conjunta das áreas go vernamentais da Saúde e da

Cultura e em colaboração com os polos universitários e de investigação presentes ou

previstos para a Colina;

3.2 Estudar a possibilidade de criação e instalação de um museu de Arte Outsider no

Hospital Miguel Bombarda;

3.3 Aprofundar a caracterização do Colina como �Colina d o conhecimento �,

valorizando os laboratórios e centros de investigação aí existentes e o seu

desenvolvimento, em consonância com a estratégia Lisboa 2020 e a candidatura em

Comentário [s5]: Substituir por:

Garantir o desenvolvimento de serviços de

saúde de proximidade, nomeadamente

através da instalação de Unidades de

Saúde na Colina de Santana, em sintonia

com a estratégia preconizada no Plano

Nacional de Saúde 2012-2016 que

identifica a necessidade de �priorizar o

acesso e a qualidade da resposta dos

Cuidados de Saúde Primários, Cuidados

Continuados Integrados, Cuidados

Comunitários e de Saúde Pública�

contribuindo para um cluster de saúde na

Colina de Santana.

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3

preparação para a localização em Lisboa de um polo do Eur opean Institute of

Technology centrado nas ciências da saúde e do envelhecimento ativo.

3.4 Incentivar a instalação de mais actividades de investigação e desenvolvimento, em

sinergia com a actividade do Centro de Investigação da Faculdade de Ciências Médicas

da Universidade Nova de Lisboa ou outras entidades interessadas.

4. Em matéria de segurança, que a Assembleia delibere:

4.1 Recomendar à Câmara que aprofunde, para o território da Colina, a avaliação e

monitorização dos riscos naturais e antrópicos identif icados na subsecção III do Plano

Director Municipal de Lisboa, recorrendo à consultoria de entidades especializadas,

nomeadamente o Laboratório Nacional de Engenharia Civil e o Instituto Superior

Técnico, devendo as conclusões resultantes dessa análise vir a integrar as medidas a

incluir no PAT.

4.2 Integrar a obrigatoriedade de verificação da resiliência sísmica nas obras de

reabilitação urbana a levar a cabo na Colina.

5. Em matéria de equipamentos, acessibilidades e espaço público, a Assembleia delibera que a

aprovação dos Programas e Operações urbanísticas a promover na área devem obedecer aos

seguintes orientações:

5.1 Para todos os equipamentos de proximidade previstos e necessários para a zona,

nomeadamente os incluídos nas Cartas de Equipamentos ap rovadas pelo município,

deverá ser previsto espaço disponível e deverão ser criadas condições de instalação e

funcionamento.

5.2 As Cartas de Equipamentos aprovadas deverão ser revistas e actualizadas, tendo

em conta as novas necessidades decorrentes das propostas de ocupação para a Colina.

5.3 Para instalação de iniciativas de empreendedorismo e de iniciativas sociais devem

ser disponibilizados espaços e condições favoráveis à sua implantação;

5.4 Os ganhos de mobilidade a garantir por meios mecânicos (elevadores) serão

exigíveis aos principais promotores imobiliários na área;

5.5 Parte do espaço das antigas cercas dos hospitais deverá ser incorporado em espaço

público municipal.

6. Finalmente, para que todo este complexo processo de transformação da Colina de Santana

possa ser devidamente fiscalizado e acompanhado, a Assembleia Municipal delibera criar uma

Comissão de Acompanhamento, envolvendo todos os grupos municipais e o conjunto dos

deputados independentes, com estatuto e composição a definir, ouvida a Conferência de

Representantes. Esta Comissão deverá zelar para que toda a informação relevante sobre a

Colina de Santana seja publicamente divulgada e apoiar iniciativas de esclarecimento e

participação dos cidadãos, na continuação do Debate Temáti co sobre a Colina de Santana.

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1

Propostas de alteração do BE (assinaladas a vermelho)

Projecto de deliberação sobre a Colina de Santana (draft) Proposta da Mesa da Assembleia Municipal

Terminado o Debate Temático sobre a Colina de Santana promovido pela Assembleia

Municipal de Lisboa entre 10 de dezembro de 2013 e 11 de Março de março de 2014,

tendo em consideração as diferentes vertentes suscitadas ao logo do debate, bem como

as propostas apresentadas por cidadãos, organizações e deputados municipais e ao

abrigo das alíneas a), j) e k) do nº2 do artigo 25º do Regime Jurídico das Autarquias

Locais (anexo I da lei nº 75/2013, de 12 de Setembro), a Mesa da Assembleia propõe:

1. Que a Assembleia delibere recomendar à Câmara:

(PONTO 1.2 PASSA PARA PRIMEIRO � justificação: o ciclo de debates promovido

pela AML teve como mote e discussão central os PIPs para os loteamentos na colina de

Santana, pelo que o primeiro ponto da recomendação deve ser sobre o fundamental do

ciclo e só depois devem vir as propostas)

1.2 O encerramento com parecer desfavorável dos 4 pedidos de informação prévia (PIP) pendentes relativos aos Hospitais de S. José, Miguel Bombarda,

Capuchos e Santa Marta, apresentados pela Estamo, atendendo à necessidade de

recorrer a outras figuras de planeamento territorial e estratégico mais

apropriadas para o território abrangido pela Colina de Santana, e a sua

reformulação e nova apreciação em função do futuro PAT.

1.3 O lançamento de Concurso de Ideias que permita recolher contributos para

elaboração de Plano de Urbanização da Colina de Santana e Planos de

Pormenor para as áreas correspondentes aos PIP agora reprovados;

1.1 O lançamento de um Programa de Acção Territorial (PAT), instrumento

estratégico e calendarizado previsto no artigo 121º do Regime Jurídico dos

Instrumentos de Gestão Territorial (alterado e republicado em anexo ao Decreto-

lei 46/2009, de 20 de Fevereiro), que será dirigido pela Câmara, com

envolvimento das principais entidades externas relevantes no território da Colina

de Santana, designadamente Ministério da Saúde, Secretaria de Estado da

Cultura, Universidades e Estamo e que concretize e programe as intervenções

definidas em PU e PP.

1.3 A criação de um Gabinete para a Colina de Santana, com o figurino de um

GABIP (gabinete transversal de articulação dos diversos serviços municipais

com intervenção no território e participação obrigatória das freguesias

abrangidas: Arroios, Santo António e Santa Maria Maior, através das respectivas

juntas de freguesia).

1.4 A preparação, para o território da Colina de Santana, de uma ou mais

Operações de Reabilitação Urbana Sistemática (ORUS), nos termos da

Secção II do Capitulo III do Regime Jurídico da Reabilitação Urbana (alterado e

republicado em anexo à Lei nº 32/2012, de 14 de Agosto), cuja aprovação final

caberá à Assembleia Municipal.

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2

1.5 O lançamento de um Plano de Desenvolvimento Comunitário da Colina de Santana, a preparar e gerir pelo futuro GABIP.

1.6 O incentivo ao surgimento de uma percentagem de 25% de habitação acessível nas áreas a construir ou reabilitar na Colina, ao abrigo do

Regulamento Municipal que aprova o Sistema de Incentivos a Operações

Urbanísticas com Interesse Municipal e com base no quadro estratégico

subjacente ao Programa de Acção Territorial e às Operações de Reabilitação

Sistemáticas acima referidos.

2. Em relação à vertente da Saúde, que os órgãos municipais diligenciem junto do

Ministério da Saúde por forma a:

2.1 Garantir que mais nenhum hospital da Colina de Santana fecha sem estar

construído e a funcionar o prometido novo Hospital de Todos os Santos, em Marvi la,

assegurando-se simultaneamente a instalação, em alguns dos edifícios, de unidades de

saúde ao serviço da população daquelas freguesias, de acordo com as necessidades

identificadas pelo MS/ARS Lisboa, nomeadamente na área dos cuidados primários e

continuados.

2.2 Publicitar e divulgar o plano aprovado pelo Ministério da Saúde para a

reorganização da rede hospitalar da cidade de Lisboa. O último documento que

se conhece nesta matéria é de 2006 e está desactualizado.

2.3 Garantir a rápida concretização da Unidade de Saúde Familiar do Martim

Moniz, contratualizada com a Câmara de Lisboa no quadro da Carta de

Equipamentos de Saúde de Lisboa (código 7Q), bem como a localização de mais

uma Unidade, prevista também na Carta dos Equipamentos de Saúde (código

13Q).

2.4 Salvaguardar a existência de pelo menos uma Unidade de Cuidados

Continuados na área, em linha com o Plano Nacional de Saúde 2012-2016, que

aponta para a necessidade de �priorizar o acesso e a qualidade da resposta dos

Cuidados de Saúde Primários, Cuidados Continuados Integrados, Cuidados

Comunitários e de Saúde Pública�, devendo ser que o Ministério da Saúde

reservar um dos equipamentos a desativar para instalação dessa Unidade.

2.5 Admitir a integração, na área de proximidade da Colina, de cuidados de

saúde prestados por respostas de medicinas alternativas, validando os

respectivos métodos, qualidade e fiabilidade, em concertação com as

organizações de profissionais habilitados nessas áreas;

2.5 Criar condições, com todos os parceiros intervenientes nesta área, para a

criação de um �cluster� da saúde na Colina de Santana, integrando ainda uma

unidade especializada em Geriatria.

3. Em relação à vertente cultural, patrimonial e científica, que os órgãos municipais

diligenciem junto do Governo, da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do

Tejo e das Universidades ou outras entidades interessadas no sentido de:

3.1 Garantir a salvaguarda de todo o espólio e património cultural móvel

inerente à história hospitalar da Colina de Santana, através da criação de um

museu ou centro de interpretação ou núcleo museológico a alojar num dos

espaços das antigas cercas dos hospitais, sob responsabilidade conjunta das áreas

governamentais da Saúde e da Cultura e em colaboração com os polos

universitários e de investigação presentes ou previstos para a Colina. A criação de

um Museu Nacional da História da Medicina, através de uma parceria que agregue as

pequenas unidades museológicas espalhadas por Lisboa e pelo país. A criação deste

novo museu, de grande potencial turístico, enriqueceria a rede nacional de museus, e

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3

contribuiria para a preservação de um património fundamental para o conhecimento e

divulgação da história e da sociedade portuguesa

3.2 Estudar a possibilidade de criação e instalação de um museu dedicado à

Psiquiatria, e arte de doentes e outsider, justificado pela diferenciação de componentes

patrimoniais e pela necessidade de combater o estigma da doença mental junto do

grande público, segundo a tendência museológica internacional, a ser instalado no

Hospital Miguel Bombarda, com o actual núcleo museológico a ser desenvolvido e

alargado no edifício principal, balneário e pavilhão de segurança;

3.3 Aprofundar a caracterização da Colina como �Colina do conhecimento �,

valorizando os laboratórios e centros de investigação aí existentes e o seu

desenvolvimento, em consonância com a estratégia Lisboa 2020 e a candidatura

em preparação para a localização em Lisboa de um polo do European Institute of

Technology centrado nas ciências da saúde e do envelhecimento ativo.

3.4 Incentivar a instalação de mais actividades de investigação e

desenvolvimento, em sinergia com a actividade do Centro de Investigação da

Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa ou outras

entidades interessadas.

4. Em matéria de segurança, que a Assembleia delibere:

4.1 Recomendar à Câmara que aprofunde, para o território da Colina, a avaliação

e monitorização dos riscos naturais e antrópicos identificados na subsecção III

do Plano Director Municipal de Lisboa, recorrendo à consultoria de entidades

especializadas, nomeadamente o Laboratório Nacional de Engenharia Civil e o

Instituto Superior Técnico, devendo as conclusões resultantes dessa análise vir a

integrar as medidas a incluir no PAT.

4.2 Integrar a obrigatoriedade de verificação da resiliência sísmica nas obras de

reabilitação urbana a levar a cabo na Colina.

5. Em matéria de equipamentos, acessibilidades e espaço público, a Assembleia delibera

que a aprovação dos Programas e Operações urbanísticas a promover na área devem

obedecer aos seguintes orientações:

5.1 Para todos os equipamentos de proximidade previstos e necessários para a

zona, nomeadamente os incluídos nas Cartas de Equipamentos aprovadas pelo

município, deverá ser previsto espaço disponível e deverão ser criadas

condições de instalação e funcionamento.

5.2 As Cartas de Equipamentos aprovadas deverão ser revistas e actualizadas,

tendo em conta as novas necessidades decorrentes das propostas de ocupação

para a Colina.

5.3 Para instalação de iniciativas de empreendedorismo e de iniciativas sociais

devem ser disponibilizados espaços e condições favoráveis à sua implantação;

5.4 Os ganhos de mobilidade a garantir por meios mecânicos (elevadores) serão

exigíveis aos principais promotores imobiliários na área;

5.5 Parte do espaço das antigas cercas dos hospitais deverá ser incorporado em

espaço público municipal, salvaguardando-as, assim como o seu sistema de

vistas.

6. Para que todo este complexo processo de transformação da Colina de Santana

possa ser devidamente fiscalizado e acompanhado, a Assembleia Municipal

delibera criar uma Comissão de Acompanhamento, envolvendo todos os

grupos municipais e o conjunto dos deputados independentes, com estatuto e

composição a definir, ouvida a Conferência de Representantes. Esta Comissão

deverá zelar para que toda a informação relevante sobre a Colina de Santana

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4

seja publicamente divulgada e apoiar iniciativas de esclarecimento e

participação dos cidadãos, na continuação do Debate Temático sobre a Colina de

Santana.

7. O ciclo de debates promovido pela AML demonstrou uma elevada participação e

interesse dos cidadãos no planeamento da cidade. A Assembleia Municipal

recomenda igualmente à Câmara que desenvolva e implemente um

Planeamento Participativo para a Colina de Santana que garanta o

envolvimento dos moradores, comerciantes, trabalhadores e todos os

interessados no futuro deste território do centro de Lisboa. Este Planeamento

Participativo deve seguir a lógica do Orçamento Participativo, promovendo

discussões em assembleia e contributos pela internet. Do processo de discussão

deverão resultar propostas que serão avaliadas tecnicamente e posteriormente

submetidas a votação.

8. Com vista a suportar a participação dos cidadãos, ao mesmo tempo que é

consolidada a transparência dos processos de planeamento, a Assembleia

Municipal recomenda à Câmara que implemente uma plataforma online

denominada �Lisboa Transparente�. Em devida articulação com o portal �Lisboa

Participa�, ou assumindo-se como um desenvolvimento deste último, esta nova

plataforma deverá disponibilizar todo o tipo de ferramentas que suportem a

transparência de processos estruturantes como o da Colina de Santana (e.g.

instrumentos de acompanhamento e monitorização, centro de documentação

com toda a informação que suporta a gestão do processo pela Câmara, entre

outras funcionalidades).

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Grupo Municipal

Grupo Municipal do Partido Pelos Animais e Pela Natureza

Assembleia Municipal de Lisboa, Av. De Roma n.º 14P, 3º, 1000-265 Lisboa

Tel: 218 171 789 Fax: 218 171 383 E-mail: [email protected]

Site AML: www.am-lisboa.pt/partidos-politicos/pan.html

1

Projeto de deliberação sobre a Colina de Santana (draft) Proposta da Mesa da Assembleia Municipal

Data: Março de 2014

Hora: -------

Local: AML

Tipo de documento:

----------

Projeto de deliberação sobre a Colina de Santana (draft)

Proposta da Mesa da Assembleia Municipal

Com alterações propostas pelo PAN

Terminado o Debate Temático sobre a Colina de Santana promovido pela Assembleia Municipal de

Lisboa entre 10 de dezembro de 2013 e 11 de Março de março de 2014, tendo em consideração as

diferentes vertentes suscitadas ao logo do debate, bem como as propostas apresentadas por

cidadãos, organizações e deputados municipais e ao abrigo das alíneas a), j) e k) do nº2 do artigo

25º do Regime Jurídico das Autarquias Locais (anexo I da lei nº 75/2013, de 12 de Setembro), a

Mesa da Assembleia propõe:

1. Que a Assembleia delibere recomendar à Câmara:

Novo ponto: 1.1.A. Reverter para propriedade do Estado a área do Hospital de S. José e do

Hospital Miguel Bombarda. - PAN

1.1 O lançamento de um Programa de Acção Territorial (PAT), instrumento estratégico e

calendarizado previsto no artigo 121º do Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial

(alterado e republicado em anexo ao Decreto-lei n.º 46/2009, de 20 de Fevereiro), que será

dirigido pela Câmara, com envolvimento das principais entidades externas relevantes no território

da Colina de Santana, designadamente Ministério da Saúde, Secretaria de Estado da Cultura,

Universidades e Estamo. Tendo em conta a dimensão da área a abranger pelo PAT, bem com a

sua centralidade na cidade, fica desde já aceite pela CML que o PAT é um documento estratégico

da CML, motivo qual têm os seus termos de ser aprovados pela AML. Fica igualmente garantido

que a AML fica incluída no PAT sendo parte da contratualização.. - PAN

Novo ponto:

1.1AA. Estabelecer um acordo com a Estamo, no sentido de:

1. Serem parceiros do PAT;

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Grupo Municipal do Partido Pelos Animais e Pela Natureza 2

Assembleia Municipal de Lisboa, Av. De Roma n.º 14P, 3º, 1000-265 Lisboa

Tel: 218 171 789 Fax: 218 171 383 E-mail: [email protected]

Site AML: www.am-lisboa.pt/partidos-politicos/pan.html Site PAN Lisboa: EM FALTA

PN

2. Aguardarem as definições alcançadas no PAT para avançarem com os projetos para as áreas

que não revertam para o Estado. - PAN

1.2 O encerramento com parecer desfavorável dos 4 pedidos de informação prévia (PIP)

pendentes relativos aos Hospitais de S. José, Miguel Bombarda, Capuchos e Santa Marta,

apresentados pela Estamo, atendendo à necessidade de recorrer a outras figuras de planeamento

territorial e estratégico mais apropriadas para o território abrangido pela Colina de Santana, e a sua

reformulação e nova apreciação em função do futuro PAT.

1.3 A criação de um Gabinete para a Colina de Santana, com o figurino de um GABIP (gabinete

transversal de articulação dos diversos serviços municipais com intervenção no território e

participação obrigatória das freguesias abrangidas: Arroios, Santo António e Santa Maria Maior,

através das respetivas juntas de freguesia).

1.4 A preparação, para o território da Colina de Santana, de uma ou mais Operações de

Reabilitação Urbana Sistemática (ORUS), nos termos da Secção II do Capitulo III do Regime

Jurídico da Reabilitação Urbana (alterado e republicado em anexo à Lei nº 32/2012, de 14 de

Agosto), cuja aprovação final caberá à Assembleia Municipal.

1.5 O lançamento de um Plano de Desenvolvimento Comunitário da Colina de Santana, a

preparar e gerir pelo futuro GABIP.

1.6 O incentivo ao surgimento de uma percentagem adequada de habitação acessível nas áreas

a construir ou reabilitar na Colina, ao abrigo do Regulamento Municipal que aprova o Sistema de

Incentivos a Operações Urbanísticas com Interesse Municipal e com base no quadro estratégico

subjacente ao Programa de Acção Territorial e às Operações de Reabilitação Sistemáticas acima

referidos.

2. Em relação à vertente da Saúde, que os órgãos municipais diligenciem junto do Ministério da

Saúde por forma a:

Novo ponto: 2.1A. Manter num dos hospitais da Colina um serviço de urgências de 1ª linha em S.

José, a par com Santa Maria e o futuro Hospital de Todos os Santos. A esta urgência deverão

juntar-se as especialidades dos serviços de urgência vindos das outras unidades de Lisboa Central,

nomeadamente Santa Marta, Capuchos e Curry Cabral. Para que isto e outros aspectos adiante

referidos sejam possíveis deverão ser feitas obras de adequação com o pressuposto base de que

as actuais unidades de internamento de S. José passarão para Marvila, deixando espaço para um

novo programa de Arquitectura. - PAN

2.1 Garantir que mais nenhum hospital da Colina de Santana fecha sem estar construído e a

funcionar o prometido novo Hospital de Todos os Santos, em Marvila.

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Grupo Municipal do Partido Pelos Animais e Pela Natureza 3

Assembleia Municipal de Lisboa, Av. De Roma n.º 14P, 3º, 1000-265 Lisboa

Tel: 218 171 789 Fax: 218 171 383 E-mail: [email protected]

Site AML: www.am-lisboa.pt/partidos-politicos/pan.html Site PAN Lisboa: EM FALTA

PN

2.2 Publicitar e divulgar o plano aprovado pelo Ministério da Saúde para a reorganização da rede

hospitalar da cidade de Lisboa. O último documento que se conhece nesta matéria é de 2006 e

está desactualizado.

2.3 Garantir a rápida concretização da Unidade de Saúde Familiar do Martim Moniz,

contratualizada com a Câmara de Lisboa no quadro da Carta de Equipamentos de Saúde de Lisboa

(código 7Q), bem como a localização de mais uma Unidade, prevista também na Carta dos

Equipamentos de Saúde (código 13Q).

Novo ponto: 2.3A Para além disso, como parte dos fundos associados ao empreendimento

imobiliário, promover a remodelação dos centros de saúde existentes na Colina de Santana,

passando a incluir Consultas Externas das várias especialidades até agora existentes no Hospital

de S. José, para os residentes na zona central de Lisboa. - PAN

2.4 Salvaguardar a existência de pelo menos uma Unidade de Cuidados Continuados na área, em

linha com o Plano Nacional de Saúde 2012-2016, que aponta para a necessidade de �priorizar o

acesso e a qualidade da resposta dos Cuidados de Saúde Primários, Cuidados Continuados

Integrados, Cuidados Comunitários e de Saúde Pública�, devendo ser que o Ministério da Saúde

reservar um dos equipamentos a desativar para instalação dessa Unidade, (acrescentar texto) bem

como de cuidados paliativos, com um número de camas em harmonia com as necessidades e com

aquilo que é a média da União Europeia. - PAN

2.5 Admitir a integração, na área de proximidade da Colina, de cuidados de saúde prestados por

respostas de medicinas alternativas, validando os respectivos métodos, qualidade e fiabilidade, em

concertação com as organizações de profissionais habilitados nessas áreas;

Nova redação: 2.5A. Prever a integração dos serviços de Terapias não Convencionais (TNC) na

unidade hospitalar remanescente - S. José - com o objetivo de proporcionar à população este

serviço já previsto na lei validando os respectivos métodos, qualidade e fiabilidade, em concertação

com as organizações de profissionais habilitados nessas áreas. - PAN

2.6 Criar condições, com todos os parceiros intervenientes nesta área, para a criação de um

�cluster� da saúde na Colina de Santana, integrando ainda uma unidade especializada em Geriatria.

3. Em relação à vertente cultural, patrimonial e científica, que os órgãos municipais diligenciem

junto do Governo, da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo e das

Universidades ou outras entidades interessadas no sentido de:

3.1 Garantir a salvaguarda de todo o espólio e património cultural móvel inerente à história

hospitalar da Colina de Santana, através da criação de um museu ou centro de interpretação ou

núcleo museológico a alojar num dos espaços das antigas cercas dos hospitais, sob

responsabilidade conjunta das áreas governamentais da Saúde e da Cultura e em colaboração com

os polos universitários e de investigação presentes ou previstos para a Colina;~

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Grupo Municipal do Partido Pelos Animais e Pela Natureza 4

Assembleia Municipal de Lisboa, Av. De Roma n.º 14P, 3º, 1000-265 Lisboa

Tel: 218 171 789 Fax: 218 171 383 E-mail: [email protected]

Site AML: www.am-lisboa.pt/partidos-politicos/pan.html Site PAN Lisboa: EM FALTA

PN

Nova redação: 3.1 Garantir a salvaguarda de todo o espólio e património cultural móvel inerente à

história hospitalar da Colina de Santana, através da criação um Museu da Saúde de Lisboa a situar

no antigo Hospital Miguel Bombarda que poderá funcionar em rede constituída por diversos núcleos

e onde se inclui o Museu de Arte Outsider, compreendendo ainda a criação de percursos pelos

vários edifícios a desafetar, de forma a garantir que no futuro se entende a Colina e os

equipamentos que irão desaparecer, sob responsabilidade conjunta das áreas governamentais da

Saúde e da Cultura e em colaboração com os polos universitários e de investigação presentes ou

previstos para a Colina. Se for escolhida outra unidade que não S. José para garantir um serviço de

urgência de 1ªa linha como atrás descrito, este Museu deverá ser instalado em S. José. � PAN

Novo ponto:

3.1A. Criar, com caráter de urgência, uma Comissão que envolva as várias entidades (CML,

ministérios da Saúde e da Cultura, Universidades, e outros) para elaboração de um levantamento

completo de todo o património cultural imóvel, nomeadamente o património classificado e o de

reconhecido valor histórico-cultural já identificado, prevenindo o seu desaparecimento ou erros de

conservação, nesta fase especialmente complexa que inclui encerramentos, obras, etc. - PAN

3.2 Estudar a possibilidade de criação e instalação de um museu de Arte Outsider no Hospital

Miguel Bombarda;

Desaparece o ponto anterior, por estar incluído no 3.1.

3.3 Aprofundar a caracterização do Colina como �Colina do conhecimento �, valorizando os

laboratórios e centros de investigação aí existentes e o seu desenvolvimento, em consonância com

a estratégia Lisboa 2020 e a candidatura em preparação para a localização em Lisboa de um polo

do European Institute of Technology, centrado nas ciências da saúde e do envelhecimento ativo.

3.4 Incentivar a instalação de mais actividades de investigação e desenvolvimento, em sinergia

com a actividade do Centro de Investigação da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade

Nova de Lisboa ou outras entidades interessadas.

4. Em matéria de segurança, que a Assembleia delibere:

4.1 Recomendar à Câmara que aprofunde, para o território da Colina, a avaliação e monitorização

dos riscos naturais e antrópicos identificados na subsecção III do Plano Director Municipal de

Lisboa, recorrendo à consultoria de entidades especializadas, nomeadamente o Laboratório

Nacional de Engenharia Civil e o Instituto Superior Técnico, devendo as conclusões resultantes

dessa análise vir a integrar as medidas a incluir no PAT.

4.2 Integrar a obrigatoriedade de verificação da resiliência sísmica nas obras de reabilitação urbana

a levar a cabo na Colina.

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Grupo Municipal do Partido Pelos Animais e Pela Natureza 5

Assembleia Municipal de Lisboa, Av. De Roma n.º 14P, 3º, 1000-265 Lisboa

Tel: 218 171 789 Fax: 218 171 383 E-mail: [email protected]

Site AML: www.am-lisboa.pt/partidos-politicos/pan.html Site PAN Lisboa: EM FALTA

PN

5. Em matéria de equipamentos, acessibilidades e espaço público, a Assembleia delibera que a

aprovação dos Programas e Operações urbanísticas a promover na área devem obedecer aos

seguintes orientações:

5.1 Para todos os equipamentos de proximidade previstos e necessários para a zona,

nomeadamente os incluídos nas Cartas de Equipamentos aprovadas pelo município, deverá ser

previsto espaço disponível e deverão ser criadas condições de instalação e funcionamento.

5.2 As Cartas de Equipamentos aprovadas deverão ser revistas e actualizadas, tendo em conta as

novas necessidades decorrentes das propostas de ocupação para a Colina.

5.3 Para instalação de iniciativas de empreendedorismo e de iniciativas sociais devem ser

disponibilizados espaços e condições favoráveis à sua implantação;

5.4 Os ganhos de mobilidade a garantir por meios mecânicos (elevadores) serão exigíveis aos

principais promotores imobiliários na área;

5.4A. Os ganhos de mobilidade a garantir por meios mecânicos (elevadores) serão exigíveis aos

principais promotores imobiliários na área, sendo essencial que fique contemplada a criação de

interfaces com o metropolitano, nomeadamente um elevador e/ou meio de superfície que transporte

os cidadãos desde a zona do metro do Intendente até ao Campo dos Mártires da Pátria. � PAN.

5.5 Parte do espaço das antigas cercas dos hospitais deverá ser incorporada em espaço público

municipal.

6. Finalmente, para que todo este complexo processo de transformação da Colina de Santana

possa ser devidamente fiscalizado e acompanhado, a Assembleia Municipal delibera criar uma

Comissão de Acompanhamento, envolvendo todos os grupos municipais e o conjunto dos

deputados independentes, com estatuto e composição a definir, ouvida a Conferência de

Representantes. Esta Comissão deverá zelar para que toda a informação relevante sobre a Colina

de Santana seja publicamente divulgada e apoiar iniciativas de esclarecimento e participação dos

cidadãos, na continuação do Debate Temático sobre a Colina de Santana.

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Debate temático sobre a Colina de Santana

Relatório final da Assembleia Municipal – volume II - Anexos

Anexo 8

Análise comparativa dos diferentes contributos e propostas iniciais

(24.3.2014)

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Debate temático sobre a Colina de Santana

Relatório final da Assembleia Municipal – volume II - Anexos

Anexo 9

Proposta 4/AM/2014 sobre a Colina de Santana, apresentada pela mesa

em 24.3.2014

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Anexo 9 – Proposta 4/AM/2014 sobre a Colina de Santana apresentada pela Mesa

em 24.3.2014

1

Proposta 4/AM/2014, apresentada pela Mesa em 24.3.2014

Esta proposta resulta dos contributos dos vários grupos municipais e da análise comparativa

realizada em sede de Conferência de Representantes em 24 de março de 2014 (ver anexo 8). A

proposta não recolheu o consenso de todas as forças políticas em todos os seus pontos.

No texto da proposta 4/AM/2014 que adiante se inclui estão assinaladas a azul sublinhado as

alterações introduzidas pela mesa no draft inicial (anexo 6) de 10.3.2014; estas alterações

resultam do debate realizado em 17 de março em sede da Conferência de Representantes e

dos contributos escritos recebidos do PS, PSD, PCP, BE, PAN e PNPN até dia 21 de março; a

verde itálico negrito sublinhado estão assinaladas as alterações resultantes da reunião da

Conferência de Representantes de 24 de março de 2014.

Proposta 4/AM/2014 - Projecto de deliberação sobre a Colina de Santana

Terminado o Debate Temático sobre a Colina de Santana promovido pela Assembleia

Municipal de Lisboa entre 10 de dezembro de 2013 e 11 de Março de março de 2014, tendo

em consideração as diferentes vertentes suscitadas ao logo do debate, bem como as propostas

apresentadas por cidadãos, organizações e deputados municipais e ao abrigo das alíneas a), j)

e k) do nº2 do artigo 25º do Regime Jurídico das Autarquias Locais (anexo I da lei nº 75/2013,

de 12 de Setembro), a Mesa da Assembleia propõe:

Urbanismo, Reabilitação Urbana e Desenvolvimento Local

1. Urbanismo, Reabilitação Urbana e Desenvolvimento Local - Que a Assembleia delibere

recomendar à Câmara:

1.1 O lançamento de um Programa de Acção Territorial (PAT), instrumento estratégico

e calendarizado previsto no artigo 121º do Regime Jurídico dos Instrumentos de

Gestão Territorial (alterado e republicado em anexo ao Decreto-lei 46/2009, de 20 de

Fevereiro), que será dirigido pela Câmara, com acompanhamento da Assembleia

Municipal de Lisboa e envolvimento das principais entidades externas relevantes no

território da Colina de Santana, designadamente Ministério da Saúde, Secretaria de

Estado da Cultura, Universidades, Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e Estamo.

1.2 Que os objectivos do PAT a propor pela Câmara sejam submetidos à apreciação da

Assembleia Municipal.

1.3 Que todos os pedidos de informação prévia ou de controle prévio de operações

urbanísticas no território da Colina de Santana que, de acordo com as disposições

legais em vigor, venham a ser apresentados ou cuja apreciação esteja pendente

tenham de se conformar com os objectivos do PAT que forem aprovados.

1.4 A criação de um Gabinete da Colina de Santana, com um figurino participativo

semelhante ao de um GABIP (gabinete transversal de articulação dos diversos serviços

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Anexo 9 – Proposta 4/AM/2014 sobre a Colina de Santana apresentada pela Mesa

em 24.3.2014

2

municipais com intervenção no território e participação obrigatória das freguesias

abrangidas: Arroios e Santo António, através das respectivas juntas de freguesia).

1.5 A preparação, para o território da Colina de Santana, de uma ou mais Operações

de Reabilitação Urbana Sistemática (ORUS), nos termos da Secção II do Capitulo III do

Regime Jurídico da Reabilitação Urbana (alterado e republicado em anexo à Lei nº

32/2012, de 14 de Agosto), cuja aprovação final caberá à Assembleia Municipal.

1.6 O lançamento de um Plano de Desenvolvimento Local de base comunitária para a

Colina de Santana, a preparar e gerir pelo futuro Gabinete da Colina de Santana.

1.7 O incentivo ao surgimento de uma percentagem adequada (25%) de habitação

acessível e social nas áreas a construir ou reabilitar na Colina, através de contratos

programa com os proprietários ou ao abrigo do Regulamento Municipal que aprova o

Sistema de Incentivos a Operações Urbanísticas com Interesse Municipal e com base

nos objectivos estratégicos do Programa de Acção Territorial e das Operações de

Reabilitação Sistemáticas acima referidos.

2. Cuidados de Saúde - Que os órgãos municipais diligenciem junto do Ministério da Saúde por

forma a:

2.1 Garantir que mais nenhum hospital da Colina de Santana fecha sem estar

construído e a funcionar o prometido novo Hospital de Todos os Santos, em Marvila,

que deve ser edificado com a maior urgência, assegurando-se simultaneamente a

instalação, em alguns dos edifícios, de unidades de saúde ao serviço da população

daquelas freguesias, de acordo com as necessidades identificadas pelo Ministério da

Saúde/Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, nomeadamente

na área dos cuidados primários e continuados.

2.2 Exigir a divulgação do plano do Ministério da Saúde para a reorganização da rede

hospitalar da cidade de Lisboa, o qual deverá ter em consideração o sistema global de

saúde do município de Lisboa e de toda a região servida pelos actuais hospitais de

referência.

2.3 Assegurar que a reorganização da rede hospitalar da cidade de Lisboa seja feita

em articulação com o Plano de Emergência municipal.

2.4 Garantir o desenvolvimento de serviços de saúde de proximidade, nomeadamente

a rápida concretização da Unidade de Saúde Familiar do Martim Moniz,

contratualizada com a Câmara de Lisboa no quadro da Carta de Equipamentos de

Saúde de Lisboa (código 7Q), bem como a localização de mais uma Unidade, prevista

também na Carta dos Equipamentos de Saúde (código 13Q).

2.5 Salvaguardar a existência de pelo menos uma Unidade de Cuidados Continuados

na área, em linha com o Plano Nacional de Saúde 2012-2016, que aponta para a

necessidade de “priorizar o acesso e a qualidade da resposta dos Cuidados de Saúde

Primários, Cuidados Continuados Integrados, Cuidados Comunitários e de Saúde

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Anexo 9 – Proposta 4/AM/2014 sobre a Colina de Santana apresentada pela Mesa

em 24.3.2014

3

Pública”, devendo ser reservado um dos equipamentos a desativar para instalação

dessa Unidade, bem como de cuidados paliativos, com um número de camas em

harmo ia com as necessidades e com aquilo que é a média europeia.

2.6 Admitir a integração, na área de proximidade da Colina, de cuidados de saúde

prestados por respostas de medicinas alternativas, validando os respectivos métodos,

qualidade e fiabilidade, em concertação com as organizações de profissionais

habilitados nessas áreas;

2.7 Criar condições, com todos os parceiros intervenientes nesta área, para a criação

de um “cluster” da saúde na Colina de Santana, integrando ainda uma unidade

especializada em Geriatria.

3. Património, Cultura e Ciência - Que os órgãos municipais diligenciem junto do Governo, da

Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo e das Universidades ou outras

entidades interessadas no sentido de:

3.1 Garantir a salvaguarda de todo o espólio e património cultural móvel inerente à

história hospitalar da Colina de Santana, através da criação de um ou mais museus,

núcleos museológicos ou centros de interpretação, a alojar nos espaços das antigas

cercas dos hospitais, sob responsabilidade conjunta das áreas governamentais da

Saúde e da Cultura e em colaboração com os polos universitários e de investigação

presentes ou previstos para a Colina.

3.2 Garantir a manutenção e desenvolvimento adequado do museu de Arte Outsider

no Hospital Miguel Bombarda, salvaguardando a sua especificidade e contribuindo

para a necessidade de combater o estigma da doença mental junto do grande público

e de elevar a auto-estima dos doentes.

3.3 Criar um Grupo de Trabalho com todos os parceiros interessados, incluindo

associações e entidades académicas, com vista a identificar com celeridade as medidas

necessárias para dar cumprimento aos pontos anteriores.

3.4 Garantir a salvaguarda do património imóvel classificado e do património azulejar

existente na Colina de Santana, bem como, de forma geral, de todos os componentes

da paisagem urbana histórica que nela se contêm, nomeadamente os bairros de malha

pré-pombalina, como o Bairro Andaluz, ou mais recente, já assente na tipologia de

quarteirão, como o Bairro Camões.

3.5 Integrar a Colina de Santana na futura proposta de candidatura dos bairros

históricos de Lisboa à nova tipologia de “paisagem urbana histórica”.

3.6 Aprofundar a caracterização do Colina como “Colina do conhecimento “,

valorizando os laboratórios e centros de investigação aí existentes e o seu

desenvolvimento, em consonância com a estratégia Lisboa 2020 e a candidatura em

preparação para a localização em Lisboa de um polo do European Institute of

Technology centrado nas ciências da saúde e do envelhecimento ativo.

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Anexo 9 – Proposta 4/AM/2014 sobre a Colina de Santana apresentada pela Mesa

em 24.3.2014

4

3.7 Incentivar a instalação de mais actividades de investigação, inovação e

desenvolvimento, através de projectos em rede, em sinergia com a actividade do

Centro de Investigação da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de

Lisboa ou outras entidades interessadas.

4. Segurança do edificado - que a Assembleia delibere:

4.1 Recomendar à Câmara que aprofunde, para o território da Colina, a avaliação e

monitorização dos riscos naturais e antrópicos identificados na subsecção III do Plano

Director Municipal de Lisboa, recorrendo à consultoria de entidades especializadas,

nomeadamente o Laboratório Nacional de Engenharia Civil e o Instituto Superior

Técnico, devendo as conclusões resultantes dessa análise vir a integrar as medidas a

incluir no PAT.

4.2 Recomendar à Câmara que defina as acções a desenvolver com as entidades

públicas e privadas para a obtenção de apoios financeiros, locais, estatais, privados ou

comunitários para a prevenção das vulnerabilidades sísmicas e antrópicas da Colina de

Santana

5. Equipamentos, acessibilidades e espaço público - que a aprovação dos Programas e

Operações urbanísticas a promover na área devam obedecer às seguintes orientações:

5.1 Deve ser feito o levantamento das necessidades relativas ao edificado, espaço

público, espaços verdes, condições de mobilidade e equipamentos de apoio social,

cultural e desportivo de toda a Colina de Santana.

5.2 Para todos os equipamentos de proximidade previstos e necessários para a zona,

nomeadamente os incluídos nas Cartas de Equipamentos aprovadas pelo município,

deverá ser previsto espaço disponível e deverão ser criadas condições de instalação e

funcionamento.

5.3 As Cartas de Equipamentos aprovadas deverão ser revistas e actualizadas, tendo

em conta as novas necessidades decorrentes das propostas de ocupação para a Colina.

5.4 Para instalação de iniciativas de empreendedorismo e de iniciativas sociais devem

ser disponibilizados espaços e condições favoráveis à sua implantação;

5.5 Que os ganhos de mobilidade a garantir por meios mecânicos (elevadores) sejam

exigíveis aos principais promotores na área, sendo essencial que fique contemplada a

criação de interfaces com o metropolitano.

5.6 – Sendo grande parte dos logradouros e quintais da Colina privados, a

intervenção camarária terá de encontrar meios de sensibilizar a população residente

para a necessidade de preservar o património ambiental que têm à sua guarda e de

que podem beneficiar.

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Anexo 9 – Proposta 4/AM/2014 sobre a Colina de Santana apresentada pela Mesa

em 24.3.2014

5

5.7 – Os espaços públicos e jardins que estão na dependência de edifícios

pertencentes a instituições públicas, como é o caso nomeadamente da Academia

Militar, devem poder ser abertos ao público.

5.8 – Particular atenção deve ser dada em termos de acesso público e ganhos de

mobilidade aos jardins do Palácio dos CTT, por forma a permitir descer a colina,

desde o Jardim do Torel até à Rua de S. José, bem como aos jardins do Ateneu

Comercial.

5.9 Parte do espaço das antigas cercas dos hospitais, que constituem um elemento

identitário da malha urbana a salvaguardar, deverá ser incorporado em espaço público

municipal, libertando-as das construções espúrias de origem clandestina e valorizando

os percursos pedonais existentes ou a criar.

5.10 O sistema de vistas, que é uma das condicionantes do PDM, terá de ser

preservado, tanto de dentro para fora, como de fora para dentro.

6. Acompanhamento

6.1 Para que todo este complexo processo de transformação da Colina de Santana

possa ser devidamente fiscalizado e acompanhado, a Assembleia Municipal delibera

criar, ao abrigo da alínea c) do nº 1 do artigo 26º do Regime Jurídico das Autarquias

Locais (anexo 1 da Lei 75/2013, de 12 de Setembro), uma Comissão de

Acompanhamento, constituída pela Mesa, 1 representante de cada Grupo Municipal e

1 Deputado independente. Esta Comissão deverá zelar para que toda a informação

relevante sobre a Colina de Santana seja publicamente divulgada e apoiar iniciativas de

esclarecimento e participação dos cidadãos, na continuação do Debate Temático sobre

a Colina de Santana.

6.2 A Assembleia delibera ainda incumbir a Comissão Permanente de Direitos Sociais

e Cidadania de promover a organização de debates na Colina de Santana

subordinados ao tema “Que cuidados de saúde precisamos?”

Lisboa, 24 de Março de 2014

Pela Mesa, ouvida a Conferência de Representantes

A Presidente

Helena Roseta

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Debate temático sobre a Colina de Santana

Relatório final da Assembleia Municipal – volume II - Anexos

Anexo 10

Propostas de alteração à proposta 4/AM/2014, apresentadas pelo PCP, BE

e PAN

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Anexo 10 に Propostas de alteração à proposta 4/AM/2014 apresentadas pelo PCP, BE

e PAN

1

Propostas de alteração à proposta 4/AM/2014, apresentadas pelo PCP, BE e PAN

As propostas de alteração à proposta 4/AM/2014 apresentadas pelo PCP e pelo BE

foram votadas na generalidade, por ordem de entrada na mesa e a seguir à votação na

generalidade da proposta 4/AM/2014; as propostas do PAN foram comsideradas pelo

proponente como aditamento à proposta 4/AM/2014, pelo que foram votadas na

especialidade.

Os resultados da votação constam do anexo 11 (acta em minuta da sessão de 25 de

março de 2014).

As intervenções e declarações de voto, incluindo a intervenção do Presidente da CML,

constam do anexo 12 (acta da sessão de 25 de março de 2014).

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Grupo Municipal do PCP

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Telef.: 218 170 424 Fax: 218 170 425 E-mail: [email protected] http://pcp.am-lisboa.pt/

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Grupo Municipal do PCP

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Telef.: 218 170 424 Fax: 218 170 425 E-mail: [email protected] http://pcp.am-lisboa.pt/

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Grupo Municipal do PCP

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Telef.: 218 170 424 Fax: 218 170 425 E-mail: [email protected] http://pcp.am-lisboa.pt/

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Grupo Municipal do PCP

_________________________________________________________________________________ Av. de Roma, 14 � P � 3º Andar � CP 1000 - 265 LISBOA

Telef.: 218 170 424 Fax: 218 170 425 E-mail: [email protected] http://pcp.am-lisboa.pt/

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1

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Terminado o Debate Temático sobre a Colina de Santana promovido pela Assembleia

�unicipal de �isboa entre 10 de dezembro de 2013 e 11 de �arço de março de 2014! tendo

em consideração as diferentes vertentes suscitadas ao logo do debate, bem como as propostas

apresentadas por cidadãos, organizações e deputados municipais e ao abrigo das alíneas a), ()

e )) do nº2 do artigo 2+* do ,e$ime -ur&dico das Autarquias �ocais (anexo 1 da lei nº 2532013!

de 12 de Setembro), a �esa da Assembleia propõe:

5rbanismo, ,eabilitação 5rbana e Desenvolvimento �ocal

��� ! "������#� $�"��������� ! "���� � %������������ &�'��� � 6ue a Assembleia delibere

recomendar 7 Câmara:�

����Reverter para propriedade do 9stado a área do :ospital de S. -os< e do :ospital

�iguel =ombarda.

1.1 > lançamento de um � �( �������'����) ��� ��� (?AT), instrumento estrat<$ico

e calendarizado previsto no artigo 121* do ,e$ime -ur&dico dos 1nstrumentos de

@estão Territorial (alterado e republicado em anexo ao DecretoAlei 4B3200C! de 20 de

Devereiro), .ue será dirigido pela Câmara, com acompanEamento da Assembleia

�unicipal de �isboa e envolvimento das principais entidades e0ternas relevantes no

territFrio da Colina de Santana, designadamente �inist<rio da SaGde, Secretaria de

9stado da Cultura, 5niversidades, Santa Casa da �isericFrdia de �isboa e 9stamo.

��� 6ue os objectivos do ?AT a propor pela Câmara se(am submetidos 7 apreciação da

Assembleia �unicipal.

��� 6ue todos os pedidos de informação pr<via ou de controle pr<vio de operações

urbanísticas no territFrio da Colina de Santana .ue! de acordo com as disposições

legais em vigor, venEam a ser apresentados ou cuja apreciação esteja pendente

tenEam de se conformar com os objectivos do ?AT .ue #orem aprovados.

��� A criação de um *�"���� ��� ������� �� ������! com um figurino participativo

semelEante ao de um *�+,� ($abinete transversal de articulação dos diversos serviços

municipais com intervenção no territFrio e participação obrigatFria das freguesias

abrangidas: Arroios e Santo AntFnio, atrav<s das respectivas (untas de freguesia).

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2

��� A preparação, para o territFrio da Colina de Santana, de uma ou mais -� ��.�

� $�"�������� ! "��� ����/��'� (>,5S), nos termos da Secção 11 do Capitulo 111 do

,e$ime -ur&dico da ,eabilitação 5rbana (alterado e republicado em anexo 7 �ei nº

3232012! de 14 de Agosto), cuja aprovação final caberá 7 Assembleia �unicipal.

�� > lançamento de um ����� � %����������� &�'�� � "�� c��0���/ �� �� � �

���������������! a preparar e $erir pelo futuro @abinete da Colina de Santana.

�� > incentivo ao surgimento de uma � '���(�� ��10���� ���� � �� �"�������

�'��2��� � ��'��� nas áreas a construir ou reabilitar na Colina, ����������� ����������

����������������������������� ou ao abrigo do ,e$ulamento �unicipal .ue aprova o

Sistema de 1ncentivos a >perações 5rbanísticas com 1nteresse �unicipal e com base

nos objectivos estrat<$icos do ?rograma de Acção Territorial e das >perações de

,eabilitação Sistemáticas acima re#eridos.

����0����������3� A 6ue os Frgãos municipais diligenciem (unto do �inist<rio da SaGde por

forma a:

������anter num dos Eospitais da Colina um serviço de urgHncias de 1I linEa em S.

-os<! a par com Santa �aria e o futuro :ospital de Todos os Santos. A esta urgHncia

deverão (untarAse as especialidades dos serviços de urgHncia vindos das outras

unidades de �isboa Central, nomeadamente Santa �arta, CapucEos e CurrJ Cabral.

.ue possa servir normalmente as populações de �isboa Central, e ser o $arante de

sobrevivência acrescida em caso de um sismo da magnitude de 1255; ?ara .ue isto e

outros aspectos adiante re#eridos se(am possíveis deverão ser #eitas obras de

adequação com o pressuposto base de .ue as actuais unidades de internamento de S.

-os< passarão para �arvila, deixando espaço para um novo programa de Arquitectura.�

����� Para al<m disso, como parte dos fundos associados ao empreendimento

imobiliário, promover a remodelação dos centros de saGde e0istentes na Colina de

Santana, passando a incluir Consultas 90ternas das várias especialidades at< agora

e0istentes no :ospital de S. -os<! para os residentes na �ona central de �isboa.

2.1 @arantir .ue mais nenEum Eospital da Colina de Santana fecEa sem estar

construído e a funcionar o prometido novo :ospital de Todos os Santos, em �arvila,

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2.2 34�����������$��%&���� plano do �inist<rio da SaGde para a reorganização da rede

Eospitalar da cidade de �isboa, o .ual deverá ter em consideração o sistema $lobal de

saGde do município de �isboa e de toda a região servida pelos actuais Eospitais de

re#erHncia.

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3

��� @arantir o desenvolvimento de serviços de saGde de proximidade, nomeadamente

a rápida concretização da 5nidade de SaGde Damiliar do �artim �oniz,

contratualizada com a Câmara de �isboa no .uadro da Carta de 9.uipamentos de

SaGde de �isboa (cFdigo 26)! bem como a localização de mais uma 5nidade, prevista

tamb<m na Carta dos 9.uipamentos de SaGde (cFdigo 136).

��� Salvaguardar a e0istência de pelo menos uma 5nidade de Cuidados Continuados

na área, em linEa com o ?lano Kacional de SaGde 2012A��1B! .ue aponta para a

necessidade de Lpriorizar o acesso e a .ualidade da resposta dos Cuidados de SaGde

?rimários, Cuidados Continuados 1ntegrados, Cuidados Comunitários e de SaGde

?GblicaM! �������� ���� ��������� um dos e.uipamentos a desativar para instalação

dessa 5nidade, /��� ����� ��� ��������� ��$�������"� ���� ��� �(����� ��� ������ ���

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�� Admitir a integração, na área de proximidade da Colina, de cuidados de saGde

prestados por respostas de medicinas alternativas, validando os respectivos m<todos,

.ualidade e fiabilidade, em concertação com as organizações de profissionais

Eabilitados nessas áreasN

�� Criar condições, com todos os parceiros intervenientes nesta área, para a criação

de um LclusterM da saGde na Colina de Santana, integrando ainda uma unidade

especializada em @eriatria.

4� ��� ��5���# �0��0 �����6�'�� A 6ue os Frgãos municipais diligenciem (unto do @overno, da

Administração ,e$ional de SaGde de �isboa e Oale do Tejo e das 5niversidades ou outras

entidades interessadas no sentido de:

3.1 @arantir a salvaguarda de todo o espFlio e patrimFnio cultural mFvel inerente 7

EistFria Eospitalar da Colina de Santana, atrav<s da criação de um ou mais museus,

nGcleos museolF$icos ou centros de interpretação, a alojar nos espaços das antigas

cercas dos Eospitais, sob responsabilidade conjunta das áreas $overnamentais da

SaGde e da Cultura e em colaboração com os polos universitários e de investigação

presentes ou previstos para a Colina.

���8 6ue se(a preservada na Colina de Santana o :ospital �iguel =ombarda para

constituir o novo �useu da SaGde e onde esteja inserido o �useu de Arte >utsider.

���9� Se for escolEida outra unidade .ue não S. -os< para $arantir um serviço de

urgHncia de 1Ia linEa como atrás descrito, este �useu deverá ser instalado em S. -os<.

3.2 @arantir a manutenção e desenvolvimento adequado do museu de Arte >utsider

no :ospital �iguel =ombarda, salvaguardando a sua especificidade e contribuindo

para a necessidade de combater o estigma da doença mental (unto do $rande pGblico

e de elevar a autoAestima dos doentes.

��� Criar um @rupo de TrabalEo com todos os parceiros interessados, incluindo

associações e entidades acad<micas, com vista a identificar com celeridade as medidas

necessárias para dar cumprimento aos pontos anteriores.

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4

��� @arantir a salvaguarda do patrimFnio imFvel classificado e do patrimFnio azulejar

e0istente na Colina de Santana, bem como, de forma $eral, de todos os componentes

da paisagem urbana EistFrica .ue nela se contêm, nomeadamente os bairros de malEa

pr<Apombalina, como o =airro Andaluz, ou mais recente, (á assente na tipologia de

.uarteirão, como o =airro Camões.

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�� Aprofundar a caracterização do Colina como LColina do conEecimento L!

valorizando os laboratFrios e centros de investigação aí e0istentes e o seu

desenvolvimento, em consonância com a estrat<$ia �isboa 2020 e a candidatura em

preparação para a localização em �isboa de um polo do 9uropean 1nstitute of

TecEnologJ centrado nas ciências da saGde e do envelEecimento ativo.

�� 1ncentivar a instalação de mais actividades de investigação, inovação e

desenvolvimento, atrav<s de projectos em rede, em sinergia com a actividade do

Centro de 1nvestigação da Daculdade de Ciências �<dicas da 5niversidade Kova de

�isboa ou outras entidades interessadas.

4� (0 ���� �� ��7�'��� A .ue a Assembleia delibere:

4.1 ,ecomendar 7 Câmara .ue aprofunde, para o territFrio da Colina, a avaliação e

monitorização dos riscos naturais e antrFpicos identificados na subsecção 111 do ?lano

Director �unicipal de �isboa, recorrendo 7 consultoria de entidades especializadas,

nomeadamente o �aboratFrio Kacional de 9ngenEaria Civil e o 1nstituto Superior

T<cnico, devendo as conclusões resultantes dessa análise vir a integrar as medidas a

incluir no ?AT.

��� ,ecomendar 7 Câmara .ue defina as acções a desenvolver com as entidades

pGblicas e privadas para a obtenção de apoios financeiros, locais, estatais, privados ou

comunitários para a prevenção das vulnerabilidades s&smicas e antrFpicas da Colina de

Santana

8� 910��������# �'���"������� ����� �3"��'� A .ue a aprovação dos ?rogramas e

>perações urbanísticas a promover na área devam obedecer 7s se$uintes orientações:

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��� ?ara todos os e.uipamentos de proximidade previstos e necessários para a �ona,

nomeadamente os incluídos nas Cartas de 9.uipamentos aprovadas pelo município,

deverá ser previsto espaço disponível e deverão ser criadas condições de instalação e

funcionamento.

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5

��� As Cartas de 9.uipamentos aprovadas deverão ser revistas e actualizadas, tendo

em conta as novas necessidades decorrentes das propostas de ocupação para a Colina.

��� ?ara instalação de iniciativas de empreendedorismo e de iniciativas sociais devem

ser disponibilizados espaços e condições favoráveis 7 sua implantaçãoN

��� 6ue os $anEos de mobilidade a $arantir por meios mecânicos (elevadores) se(am

e0igíveis aos principais promotores na área, ��������������$����� ������������$������

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��9 ?arte do espaço das antigas cercas dos Eospitais, .ue constituem um elemento

identitário da malEa urbana a salvaguardar, deverá ser incorporado em espaço pGblico

municipal, libertandoAas das construções espGrias de origem clandestina e valorizando

os percursos pedonais e0istentes ou a criar.

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�� ?ara .ue todo este complexo processo de transformação da Colina de Santana

possa ser devidamente fiscalizado e acompanEado, a Assembleia �unicipal delibera

criar, ao abrigo da alínea c) do nº 1 do artigo 2B* do ,e$ime -ur&dico das Autarquias

�ocais (anexo 1 da �ei 2532013! de 12 de Setembro), uma ��������� ��

�'����� �����! constituída ��$� �esa, 1 representante de cada @rupo �unicipal e

1 Deputado independente. 9sta Comissão deverá �elar para .ue toda a informação

relevante sobre a Colina de Santana se(a publicamente divulgada e apoiar iniciativas de

esclarecimento e participação dos cidadãos, na continuação do Debate Temático sobre

a Colina de Santana.

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Debate temático sobre a Colina de Santana

Relatório final da Assembleia Municipal – volume II - Anexos

Anexo 11

Acta em minuta da sessão de 25 de março de 2014

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Anexo 11 – Acta em minuta da sessão de 25 de março de 2014 da Assembleia Municipal

1

ATA EM MINUTA

Nos termos do disposto nos n.ºs 3 e 4 do artigo 57.º da Lei n.º 75/2013, de 12 de

setembro, do estipulado nos n.ºs 3 e 4 do artigo 27.º do Código do Procedimento

Administrativo e, ainda, do disposto nos n.ºs 3 e 4 do artigo 72.º do Regimento da

Assembleia, deliberou a Assembleia Municipal de Lisboa aprovar em minuta a ata e o

texto das deliberações tomadas na reunião de 25 de março de 2014, e a seguir

discriminadas, constituindo o presente documento, bem como os originais dos

documentos aprovados, a ata em minuta: ----------------------------------------------------

Proposta nº 4/AM/2014 Votação na Generalidade

(Subscrita pela Mesa da Assembleia Municipal) -

“Projecto de deliberação sobre a Colina de Santana”

(Aprovada por Maioria, com a seguinte votação: Favor – PS/ PSD/CDS-PP/

MPT/ PNPN/ 6 IND – Abstenções – BE - Contra– PCP/ PEV/ PAN)----------------

Proposta de Alteração à Proposta

nº 4/AM/2014

Votação na Generalidade

(Subscrita pelo Grupo Municipal do PCP)------

O Grupo Municipal do PCP apresentou Proposta de Alteração à Proposta nº

4/AM/2014 - Projecto de deliberação sobre a Colina de Santana

(REJEITADA com a seguinte votação: Contra-PS/PSD/CDS-PP/ PNPN/ 6 IND –

Abstenções - BE/ MPT/ PAN – Favor- PCP/ PEV)--------------------------------------

11ª Sessão Extraordinária realizada

em 25 de Março de 2014

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2

Reunião da Assembleia Nº 19 de 25 de março de 2014

Proposta de Alteração à Proposta

nº 4/AM/2014

Votação na Generalidade

(Subscrita pelo Grupo Municipal do BE) -----

O Grupo Municipal do BE apresentou Proposta de Alteração à Proposta nº 4/AM/2014

- Projecto de deliberação sobre a Colina de Santana

(REJEITADA com a seguinte votação: Contra-PS/ PSD/ PCP/ CDS-PP/ PEV/

MPT / PNPN / 6 IND –Abstenções- PAN – Favor- BE)-----------------------------

Proposta nº 4/AM/2014 - Votação na

Especialidade de todos os pontos da

proposta com a exceção dos seguintes

pontos:

1.1, 1.2, 1.3, 1.7, 2.1, 2.5, 4.1, 5.5, 5.9

(Subscrita pela Mesa da Assembleia

Municipal) -------------------------------------

Os pontos 1.4, 1.5, 1.6, 2.2, 2.3, 2.4, 2.6, 2.7, 3.1, 3.2, 3.3, 3.4, 3.5, 3.6, 3.7, 4.2, 5.1, 5.2,

5.3, 5.4, 5.6, 5.7, 5.8, 5.10, 6.1, 6.2 foram votados em bloco.--------------------------------------

(Aprovados por Maioria, com a seguinte votação: Favor – PS/ PSD/ PCP/

CDS-PP/ PEV/MPT/ PNPN/ 6 IND – Abstenções – BE/ PAN)--------------------------

Proposta nº 4/AM/2014

Votação na especialidade

do Ponto 1.1 (Subscrita pela Mesa da Assembleia Municipal) -------

(Aprovado por Maioria, com a seguinte votação: Favor – PS/ PSD/CDS-PP/

MPT/PAN/ PNPN/ 6 IND – Abstenções – BE – Contra- PCP/ PEV )----------------

Proposta nº 4/AM/2014

Votação na especialidade

do Ponto 1.2 (Subscrita pela Mesa da Assembleia Municipal) -------

(Aprovado por Maioria, com a seguinte votação: Favor – PS/ PSD/ BE/ CDS-PP/

MPT/PAN/ PNPN/ 6 IND – Contra- PCP/ PEV )------------------------------------

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3

Reunião da Assembleia Nº 19 de 25 de março de 2014

Proposta nº 4/AM/2014

Votação na especialidade

do Ponto 1.3 (Subscrita pela Mesa da Assembleia Municipal) --------

(Aprovado por Maioria, com a seguinte votação: Favor – PS/ PSD/CDS-PP/

MPT/PAN/ PNPN/ 6 IND – Abstenções- BE - Contra- PCP/ PEV )------------------

Proposta nº 4/AM/2014

Votação na especialidade

do Ponto 1.7 (Subscrita pela Mesa da Assembleia Municipal) ---------

(Aprovado por Maioria, com a seguinte votação: Favor – PS/ PSD/ BE/ CDS-PP/

MPT/PAN/ PNPN/ 6 IND – Contra- PCP/ PEV )------------------------------------

Proposta nº 4/AM/2014

Votação na especialidade

do Ponto 2.1 (Subscrita pela Mesa da Assembleia Municipal) ---------

(Aprovado por Maioria, com a seguinte votação: Favor – PS/ PSD/ BE/ CDS-PP/

PNPN/ 6 IND – Contra- PCP/ PEV/MPT/ PAN )------------------------------------

Proposta nº 4/AM/2014

Votação na especialidade

do Ponto 2.5 (Subscrita pela Mesa da Assembleia Municipal) ---------

(Aprovado por Maioria, com a seguinte votação: Favor – PS/ PSD/CDS-PP/

PAN/ PNPN/ 6 IND – Abstenções- BE/ MPT- Contra- PCP/ PEV )------------------

Proposta nº 4/AM/2014

Votação na especialidade

do Ponto 4.1 (Subscrita pela Mesa da Assembleia Municipal) ---------

(Aprovado por Maioria, com a seguinte votação: Favor – PS/ PSD/ PCP/ BE/

CDS-PP/ MPT/ PAN/ PNPN/ 6 IND – Contra- PEV )-------------------------------

Proposta nº 4/AM/2014

Votação na especialidade

do Ponto 5.5 (Subscrita pela Mesa da Assembleia Municipal) ---------

(Aprovado por Maioria, com a seguinte votação: Favor – PS/ PSD/ BE/ CDS-PP/

PEV/ MPT/ PNPN/ 6 IND – Abstenções – PAN - Contra- PCP )----------------------

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4

Reunião da Assembleia Nº 19 de 25 de março de 2014

Proposta nº 4/AM/2014

Votação na especialidade

do Ponto 5.9 (Subscrita pela Mesa da Assembleia Municipal) --------

(Aprovado por Maioria, com a seguinte votação: Favor– PS/ PSD/ CDS-PP/

PEV/ MPT/ PNPN/ 6 IND – Abstenções – BE/ PAN - Contra- PCP )---------------

Requerimento - Votação

Nominal (Subscrito pelo Grupo Municipal do PAN) ---------------

Requerimento de votação nominal das Propostas de Aditamento do PAN com os

seguintes pontos: 1.0, 2.00, 2.01, 3.18 e 3.19.

(REJEITADO, com a seguinte votação: Contra– PS/ PSD/ PCP/ CDS-PP/ PEV/

PNPN – Abstenções- MPT - Favor- BE/ PAN/ 6 IND)------------------------------

Propostas de Aditamento

à Proposta nº 4/AM/2014

– Ponto 1.0 (Subscrita pelo Grupo Municipal do PAN)---------------

(REJEITADO com a seguinte votação: Contra-PS/ PSD/ PCP/ CDS-PP/

PNPN/ 6 IND -Abstenções: BE/ PEV / MPT– Favor- PAN) ---------------------

Propostas de Aditamento

à Proposta nº 4/AM/2014

– Ponto 2.00

(Subscrita pelo Grupo Municipal do PAN)---------------

--

(REJEITADO com a seguinte votação: Contra-PS/ PSD/ PCP/ CDS-PP/ PEV/

MPT/ PNPN/ 6 IND -Abstenções: BE– Favor- PAN)------------------------------------

Propostaa de Aditamento

à Proposta nº 4/AM/2014

– Ponto 2.01

(Subscrita pelo Grupo Municipal do PAN)---------------

--

(REJEITADO com a seguinte votação: Contra-PS/ PSD/ PCP/ BE/ CDS-PP/

PEV / MPT/ PNPN/ 6 IND - Favor- PAN)--------------------------------------------------

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5

Reunião da Assembleia Nº 19 de 25 de março de 2014

Proposta de Aditamento

à Proposta nº 4/AM/2014

– Ponto 3.18 (Subscrita pelo Grupo Municipal do PAN)-----------------

(REJEITADO com a seguinte votação: Contra-PS/ PSD/ PNPN/ 6 IND –

Abstenções – BE / CDS- PP - Favor- PCP/ PEV/ MPT/ PAN)--------------------------

Proposta de Aditamento

à Proposta nº 4/AM/2014

– Ponto 3.19 (Subscrita pelo Grupo Municipal do PAN)-----------------

(REJEITADO com a seguinte votação: Contra-PS/ PSD/ PCP/ PEV / MPT/

PNPN/ 6 IND -Abstenções: BE/ CDS-PP– Favor- PAN) --------------------------------

Nos termos do n.º 3 do art.º 57.º da supra citada Lei n.º 75/2013 de 12 de setembro, e

da alínea b) do art.º 21.º do Regimento da Assembleia Municipal de Lisboa, eu

____________________________ , Chefe do Gabinete de Apoio à Assembleia

Municipal, a elaborei e subscrevi.--------------------------------------------------------

Nada mais havendo a acrescentar, deu-se por encerrada esta sessão às dezassete horas

e cinquenta minutos.------------------------------------------------------------------------------

Sala das reuniões da Assembleia Municipal de Lisboa, em vinte e cinco de março de

dois mil e catorze. ---------------------------------------------------------------------------------

------------------------------------ A Presidente -------------------------------------

-------------------------------------- Helena Roseta --------------------------------------

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Debate temático sobre a Colina de Santana

Relatório final da Assembleia Municipal – volume II - Anexos

Anexo 12

Acta da sessão de 25 de março de 2014 (por aprovar)

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Anexo 12 ����� ��������� ����� �������� ���������

1

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2

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3

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4

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5

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6

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Anexo 1������� ��������� ����� �������� ���������

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Anexo 1������� ��������� ����� �������� ���������

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Anexo 1������� ��������� ����� �������� ���������

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Anexo 1������� ��������� ����� �������� ���������

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Anexo 1������� ��������� ����� �������� ���������

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Anexo 1������� ��������� ����� �������� ���������

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Anexo 1������� ��������� ����� �������� ���������

37

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Anexo 1������� ��������� ����� �������� ���������

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Anexo 1������� ��������� ����� �������� ���������

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Anexo 1������� ��������� ����� �������� ���������

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Anexo 1������� ��������� ����� �������� ���������

41

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1

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Terminado o Debate Temático sobre a Colina de Santana promovido pela Assembleia

�unicipal de �isboa entre 10 de dezembro de 2013 e 11 de �arço de março de 2014! tendo

em consideração as diferentes vertentes suscitadas ao logo do debate, bem como as propostas

apresentadas por cidadãos, organizações e deputados municipais e ao abrigo das alíneas a), ()

e )) do nº2 do artigo 2+* do ,e$ime -ur&dico das Autarquias �ocais (anexo 1 da lei nº 2532013!

de 12 de Setembro), a �esa da Assembleia propõe:

5rbanismo, ,eabilitação 5rbana e Desenvolvimento �ocal

��� $�����%�&� '������ !�� $���� �� (����)��)�%����� *��� + 6ue a Assembleia delibere

recomendar 7 Câmara:�

1.1 : lançamento de um ���,�%����� !��-��������� (;AT), instrumento estrat<$ico

e calendarizado previsto no artigo 121* do ,e$ime -ur&dico dos 1nstrumentos de

=estão Territorial (alterado e republicado em anexo ao Decreto>lei 4?32009! de 20 de

Aevereiro), .ue será dirigido pela Câmara, com acompanBamento da Assembleia

�unicipal de �isboa e envolvimento das principais entidades e0ternas relevantes no

territCrio da Colina de Santana, designadamente �inist<rio da Saúde, Secretaria de

Estado da Cultura, 5niversidades, Santa Casa da �isericCrdia de �isboa e Estamo.

��� 6ue os objectivos do ;AT a propor pela Câmara se(am submetidos 7 apreciação da

Assembleia �unicipal.

��� 6ue todos os pedidos de informação pr<via ou de controle pr<vio de operações

urbanísticas no territCrio da Colina de Santana .ue! de acordo com as disposições

legais em vigor, venBam a ser apresentados ou cuja apreciação esteja pendente

tenBam de se conformar com os objectivos do ;AT .ue #orem aprovados.

��� A criação de um .������� �� "����� ��� #���! com um figurino participativo

semelBante ao de um .�/0� ($abinete transversal de articulação dos diversos serviços

municipais com intervenção no territCrio e participação obrigatCria das freguesias

abrangidas: Arroios e Santo AntCnio, atrav<s das respectivas (untas de freguesia).

��� A preparação, para o territCrio da Colina de Santana, de uma ou mais ���� 1���

���'������ !��$����#����%2�� (:,5S), nos termos da Secção 11 do Capitulo 111 do

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2

,e$ime -ur&dico da ,eabilitação 5rbana (alterado e republicado em anexo 7 �ei nº

3232012! de 14 de Agosto), cuja aprovação final caberá 7 Assembleia �unicipal.

��� : lançamento de um ��������(����)��)�%�����*�����������%3���2�������

"��������#���! a preparar e $erir pelo futuro =abinete da Colina de Santana.

��� : incentivo ao surgimento de uma ������,�%� ��43�� ���� ��� 5��� !��

���6)��� �� ���� nas áreas a construir ou reabilitar na Colina, � ��������� ��� �� ���

����������������������� ����� ou ao abrigo do ,e$ulamento �unicipal .ue aprova o

Sistema de 1ncentivos a :perações 5rbanísticas com 1nteresse �unicipal e com base

nos objectivos estrat<$icos do ;rograma de Acção Territorial e das :perações de

,eabilitação Sistemáticas acima re#eridos.

��"3���������#7�� > 6ue os Crgãos municipais diligenciem (unto do �inist<rio da Saúde por

forma a:

2.1 =arantir .ue mais nenBum Bospital da Colina de Santana fecBa sem estar

construído e a funcionar o prometido novo Fospital de Todos os Santos, em �arvila,

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2.2 23�����������#��$%���� plano do �inist<rio da Saúde para a reorganização da rede

Bospitalar da cidade de �isboa, o .ual deverá ter em consideração o sistema $lobal de

saúde do município de �isboa e de toda a região servida pelos actuais Bospitais de

re#erGncia.

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����� ���#�$%��������6#�������2���� �������������#��

��� =arantir o desenvolvimento de serviços de saúde de proximidade, nomeadamente

a rápida concretização da 5nidade de Saúde Aamiliar do �artim �oniz,

contratualizada com a Câmara de �isboa no .uadro da Carta de E.uipamentos de

Saúde de �isboa (cCdigo 26)! bem como a localização de mais uma 5nidade, prevista

tamb<m na Carta dos E.uipamentos de Saúde (cCdigo 136).

��� Salvaguardar a e0istGncia de pelo menos uma 5nidade de Cuidados Continuados

na área, em linBa com o ;lano Hacional de Saúde 2012>201?! .ue aponta para a

necessidade de Ipriorizar o acesso e a .ualidade da resposta dos Cuidados de Saúde

;rimários, Cuidados Continuados 1ntegrados, Cuidados Comunitários e de Saúde

;DblicaJ! �������� ���� ��������� um dos e.uipamentos a desativar para instalação

dessa 5nidade, .��� ����� ��� ��������� ��#�� ����!� ���� ��� �'����� ��� ������ ���

5��������������������������������������#��������������������������

��� Admitir a integração, na área de proximidade da Colina, de cuidados de saúde

prestados por respostas de medicinas alternativas, validando os respectivos m<todos,

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3

.ualidade e fiabilidade, em concertação com as organizações de profissionais

Babilitados nessas áreasK

��� Criar condições, com todos os parceiros intervenientes nesta área, para a criação

de um IclusterJ da saúde na Colina de Santana, integrando ainda uma unidade

especializada em =eriatria.

�������%8���&�"3��3����"�9�� > 6ue os Crgãos municipais diligenciem (unto do =overno, da

Administração ,e$ional de Saúde de �isboa e Lale do Tejo e das 5niversidades ou outras

entidades interessadas no sentido de:

3.1 =arantir a salvaguarda de todo o espClio e patrimCnio cultural mCvel inerente 7

BistCria Bospitalar da Colina de Santana, atrav<s da criação de um ou mais museus,

núcleos museolCgicos ou centros de interpretação, a alojar nos espaços das antigas

cercas dos Bospitais, sob responsabilidade conjunta das áreas $overnamentais da

Saúde e da Cultura e em colaboração com os polos universitários e de investigação

presentes ou previstos para a Colina.

3.2 =arantir a manutenção e desenvolvimento adequado do museu de Arte :utsider

no Fospital �iguel Mombarda, salvaguardando a sua especificidade e contribuindo

para a necessidade de combater o estigma da doença mental (unto do $rande público

e de elevar a auto>estima dos doentes.

��� Criar um =rupo de TrabalBo com todos os parceiros interessados, incluindo

associações e entidades acad<micas, com vista a identificar com celeridade as medidas

necessárias para dar cumprimento aos pontos anteriores.

��� =arantir a salvaguarda do patrimCnio imCvel classificado e do patrimCnio azulejar

e0istente na Colina de Santana, bem como, de forma $eral, de todos os componentes

da paisagem urbana BistCrica .ue nela se contGm, nomeadamente os bairros de malBa

pr<>pombalina, como o Mairro Andaluz, ou mais recente, (á assente na tipologia de

.uarteirão, como o Mairro Camões.

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5�� 9���������-��.���:������ ���#��������;�����������.����5�� 9����<��

��� Aprofundar a caracterização do Colina como IColina do conBecimento I!

valorizando os laboratCrios e centros de investigação aí e0istentes e o seu

desenvolvimento, em consonância com a estrat<$ia �isboa 2020 e a candidatura em

preparação para a localização em �isboa de um polo do European 1nstitute of

TecBnology centrado nas ciGncias da saúde e do envelBecimento ativo.

��� 1ncentivar a instalação de mais actividades de investigação, inovação e

desenvolvimento, atrav<s de projectos em rede, em sinergia com a actividade do

Centro de 1nvestigação da Aaculdade de CiGncias �<dicas da 5niversidade Hova de

�isboa ou outras entidades interessadas.

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4

���#�,3�� ������:����> .ue a Assembleia delibere:

4.1 ,ecomendar 7 Câmara .ue aprofunde, para o territCrio da Colina, a avaliação e

monitorização dos riscos naturais e antrCpicos identificados na subsecção 111 do ;lano

Director �unicipal de �isboa, recorrendo 7 consultoria de entidades especializadas,

nomeadamente o �aboratCrio Hacional de EngenBaria Civil e o 1nstituto Superior

T<cnico, devendo as conclusões resultantes dessa análise vir a integrar as medidas a

incluir no ;AT.

��� ,ecomendar 7 Câmara .ue defina as acções a desenvolver com as entidades

públicas e privadas para a obtenção de apoios financeiros, locais, estatais, privados ou

comunitários para a prevenção das vulnerabilidades s&smicas e antrCpicas da Colina de

Santana

��� �43��%�����&� ������������� �� ��� �� �7���� > .ue a aprovação dos ;rogramas e

:perações urbanísticas a promover na área devam obedecer 7s se$uintes orientações:

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��# ���#��������� ������� ������8�#�������)�� ����

��� ;ara todos os e.uipamentos de proximidade previstos e necessários para a �ona,

nomeadamente os incluídos nas Cartas de E.uipamentos aprovadas pelo município,

deverá ser previsto espaço disponível e deverão ser criadas condições de instalação e

funcionamento.

��� As Cartas de E.uipamentos aprovadas deverão ser revistas e actualizadas, tendo

em conta as novas necessidades decorrentes das propostas de ocupação para a Colina.

��� ;ara instalação de iniciativas de empreendedorismo e de iniciativas sociais devem

ser disponibilizados espaços e condições favoráveis 7 sua implantaçãoK

��� 6ue os $anBos de mobilidade a $arantir por meios mecânicos (elevadores) se(am

e0igíveis aos principais promotores na área, ��������������#�������������� ���#������

����$%������� ���������������� ����#� �����

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5

��C ;arte do espaço das antigas cercas dos Bospitais, .ue constituem um elemento

identitário da malBa urbana a salvaguardar, deverá ser incorporado em espaço público

municipal, libertando>as das construções espúrias de origem clandestina e valorizando

os percursos pedonais e0istentes ou a criar.

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���+������5���� �

��� ;ara .ue todo este complexo processo de transformação da Colina de Santana

possa ser devidamente fiscalizado e acompanBado, a Assembleia �unicipal delibera

criar, ao abrigo da alínea c) do nº 1 do artigo 2?* do ,e$ime -ur&dico das Autarquias

�ocais (anexo 1 da �ei 2532013! de 12 de Setembro), uma "�%���!�� ���

��%��5%����! constituída ��#� �esa, 1 representante de cada =rupo �unicipal e

1 Deputado independente. Esta Comissão deverá �elar para .ue toda a informação

relevante sobre a Colina de Santana se(a publicamente divulgada e apoiar iniciativas de

esclarecimento e participação dos cidadãos, na continuação do Debate Temático sobre

a Colina de Santana.

����+�+����.#������#�.���������������.�����8�����%��6������� �����=���� ���)�������

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��.������������� ����;E�����������������'�������������F<�

�isboa, 24 de �arço de 2014

;ela �esa, ouvida a ConferGncia de ,epresentantes

A ;residente

Felena ,oseta

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Grupo Municipal do PCP

_________________________________________________________________________________ Av. de Roma, 14 � P � 3º Andar � CP 1000 - 265 LISBOA

Telef.: 218 170 424 Fax: 218 170 425 E-mail: [email protected] http://pcp.am-lisboa.pt/

� -

ANEXO 2 da

Ata N.º 19 de

25.03.2014

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Grupo Municipal do PCP

_________________________________________________________________________________ Av. de Roma, 14 � P � 3º Andar � CP 1000 - 265 LISBOA

Telef.: 218 170 424 Fax: 218 170 425 E-mail: [email protected] http://pcp.am-lisboa.pt/

-

-

-

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Grupo Municipal do PCP

_________________________________________________________________________________ Av. de Roma, 14 � P � 3º Andar � CP 1000 - 265 LISBOA

Telef.: 218 170 424 Fax: 218 170 425 E-mail: [email protected] http://pcp.am-lisboa.pt/

-

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Grupo Municipal do PCP

_________________________________________________________________________________ Av. de Roma, 14 � P � 3º Andar � CP 1000 - 265 LISBOA

Telef.: 218 170 424 Fax: 218 170 425 E-mail: [email protected] http://pcp.am-lisboa.pt/

-

- -

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GRUPO MUNICIPAL DE LISBOA

PROPOSTA DE DELIBERAÇÃO SOBRE A COLINA DE SANTANA

Terminado o Debate Temático sobre a Colina de Santana promovido pela Assembleia

Municipal de Lisboa entre 10 de dezembro de 2013 e 11 de Março de março de 2014, tendo

em consideração as diferentes vertentes suscitadas ao logo do debate, bem como as

propostas apresentadas por cidadãos, organizações e deputados municipais e ao abrigo das

alíneas a), j) e k) do nº2 do artigo 25º do Regime Jurídico das Autarquias Locais (anexo I da lei

nº 75/2013, de 12 de Setembro), O Bloco de Esquerda propõe:

1. Que a Assembleia delibere recomendar à Câmara:

1.1 O encerramento com parecer desfavorável dos 4 pedidos de informação prévia

(PIP) pendentes relativos aos Hospitais de S. José, Miguel Bombarda, Capuchos e

Santa Marta, apresentados pela Estamo, atendendo à necessidade de recorrer a

outras figuras de planeamento territorial e estratégico mais apropriadas para o

território abrangido pela Colina de Santana, e a sua reformulação e nova

apreciação em função do futuro PAT.

1.2 O ciclo de debates promovido pela AML demonstrou uma elevada participação e

interesse dos cidadãos no planeamento da cidade. A Assembleia Municipal

recomenda igualmente à Câmara que desenvolva e implemente um Planeamento

Participativo para a Colina de Santana que garanta o envolvimento dos

moradores, comerciantes, trabalhadores e todos os interessados no futuro deste

território do centro de Lisboa. Este Planeamento Participativo deve seguir a lógica

do Orçamento Participativo, promovendo discussões em assembleia e contributos

pela internet. Do processo de discussão deverão resultar propostas que serão

avaliadas tecnicamente e posteriormente submetidas a votação.

1.3 Com vista a suportar a participação dos cidadãos, ao mesmo tempo que é

consolidada a transparência dos processos de planeamento, a Assembleia

Municipal recomenda à Câmara que implemente uma plataforma online

denominada �Lisboa Transparente�. Em devida articulação com o portal �Lisboa

Participa�, ou assumindo-se como um desenvolvimento deste último, esta nova

plataforma deverá disponibilizar todo o tipo de ferramentas que suportem a

transparência de processos estruturantes como o da Colina de Santana (e.g.

instrumentos de acompanhamento e monitorização, centro de documentação

com toda a informação que suporta a gestão do processo pela Câmara, entre

outras funcionalidades).

1.4 O lançamento de Concurso de Ideias que permita recolher contributos para

elaboração de Plano de Urbanização da Colina de Santana e Planos de Pormenor

para as áreas correspondentes aos PIP agora reprovados;

1.5 O lançamento de um Programa de Acção Territorial (PAT), instrumento estratégico

e calendarizado previsto no artigo 121º do Regime Jurídico dos Instrumentos de

Gestão Territorial (alterado e republicado em anexo ao Decreto-lei 46/2009, de 20

de Fevereiro), que será dirigido pela Câmara, com envolvimento das principais

entidades externas relevantes no território da Colina de Santana,

ANEXO 3 da

Ata N.º 19 de

25.03.2014

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designadamente Ministério da Saúde, Secretaria de Estado da Cultura,

Universidades e Estamo e que concretize e programe as intervenções definidas

em PU e PP;

1.6 A criação de um Gabinete para a Colina de Santana, com o figurino de um GABIP

(gabinete transversal de articulação dos diversos serviços municipais com

intervenção no território e participação obrigatória das freguesias abrangidas:

Arroios, Santo António e Santa Maria Maior, através das respectivas juntas de

freguesia);

1.7 A preparação, para o território da Colina de Santana, de uma ou mais Operações

de Reabilitação Urbana Sistemática (ORUS), nos termos da Secção II do Capitulo

III do Regime Jurídico da Reabilitação Urbana (alterado e republicado em anexo à

Lei nº 32/2012, de 14 de Agosto), cuja aprovação final caberá à Assembleia

Municipal;

1.8 O lançamento de um Plano de Desenvolvimento Comunitário da Colina de

Santana, a preparar e gerir pelo futuro GABIP;

1.9 O incentivo ao surgimento de uma percentagem de 25% de habitação acessível

nas áreas a construir ou reabilitar na Colina, ao abrigo do Regulamento Municipal

que aprova o Sistema de Incentivos a Operações Urbanísticas com Interesse

Municipal e com base no quadro estratégico subjacente ao Programa de Acção

Territorial e às Operações de Reabilitação Sistemáticas acima referidos.

2. Em relação à vertente da Saúde, que os órgãos municipais diligenciem junto do Ministério

da Saúde por forma a:

2.1 Garantir que mais nenhum hospital da Colina de Santana fecha sem estar

construído e a funcionar o prometido novo Hospital em Marvila, assegurando-se que em

conjunto com o hospital que necessariamente se manterá, assegurem todas as valências,

número de camas, emergências e urgências operacionais, indispensáveis a uma boa resposta

e funcionamento hospitalar e simultaneamente a instalação, em alguns dos edifícios, de

unidades de saúde ao serviço da população daquelas freguesias, de acordo com as

necessidades identificadas pelo MS/ARS Lisboa, nomeadamente na área dos cuidados

primários e continuados;

2.2 Publicitar e divulgar o plano aprovado pelo Ministério da Saúde para a

reorganização da rede hospitalar da cidade de Lisboa. O último documento que se

conhece nesta matéria é de 2006 e está desactualizado;

2.3 Garantir a rápida concretização da Unidade de Saúde Familiar do Martim Moniz,

contratualizada com a Câmara de Lisboa no quadro da Carta de Equipamentos de

Saúde de Lisboa (código 7Q), bem como a localização de mais uma Unidade, prevista

também na Carta dos Equipamentos de Saúde (código 13Q);

2.4 Salvaguardar a existência de pelo menos uma Unidade de Cuidados Continuados

na área, em linha com o Plano Nacional de Saúde 2012-2016, que aponta para a

necessidade de �priorizar o acesso e a qualidade da resposta dos Cuidados de Saúde

Primários, Cuidados Continuados Integrados, Cuidados Comunitários e de Saúde

Pública�, devendo ser que o Ministério da Saúde reservar um dos equipamentos a

desativar para instalação dessa Unidade;

2.5 Admitir a integração, na área de proximidade da Colina, de cuidados de saúde

prestados por respostas de medicinas alternativas, validando os respectivos métodos,

qualidade e fiabilidade, em concertação com as organizações de profissionais

habilitados nessas áreas;

2.5 Criar condições, com todos os parceiros intervenientes nesta área, para a criação

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de um �cluster� da saúde na Colina de Santana, integrando ainda uma unidade

especializada em Geriatria.

3. Em relação à vertente cultural, patrimonial e científica, que os órgãos municipais

diligenciem junto do Governo, da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo

e das Universidades ou outras entidades interessadas no sentido de:

3.1 Garantir a salvaguarda de todo o espólio e património cultural móvel inerente à

história hospitalar da Colina de Santana, através da criação de um museu ou centro

de interpretação ou núcleo museológico a alojar num dos espaços das antigas cercas

dos hospitais, sob responsabilidade conjunta das áreas governamentais da Saúde e da

Cultura e em colaboração com os polos universitários e de investigação presentes ou

previstos para a Colina. A criação de um Museu Nacional da História da Medicina, através de

uma parceria que agregue as pequenas unidades museológicas espalhadas por Lisboa e pelo

país. A criação deste novo museu, de grande potencial turístico, enriqueceria a rede nacional

de museus, e contribuiria para a preservação de um património fundamental para o

conhecimento e divulgação da história e da sociedade portuguesa;

3.2 Estudar a possibilidade de criação e instalação de um museu dedicado à Psiquiatria,

e arte de doentes e outsider, justificado pela diferenciação de componentes patrimoniais e

pela necessidade de combater o estigma da doença mental junto do grande público, segundo

a tendência museológica internacional, a ser instalado no Hospital Miguel Bombarda, com o

actual núcleo museológico a ser desenvolvido e alargado no edifício principal, balneário e

pavilhão de segurança;

3.3 Aprofundar a caracterização da Colina como �Colina do conhecimento �,

valorizando os laboratórios e centros de investigação aí existentes e o seu

desenvolvimento, em consonância com a estratégia Lisboa 2020 e a candidatura em

preparação para a localização em Lisboa de um polo do European Institute of

Technology centrado nas ciências da saúde e do envelhecimento ativo.

3.4 Incentivar a instalação de mais actividades de investigação e desenvolvimento, em

sinergia com a actividade do Centro de Investigação da Faculdade de Ciências

Médicas da Universidade Nova de Lisboa ou outras entidades interessadas.

4. Em matéria de segurança, que a Assembleia delibere:

4.1 Recomendar à Câmara que aprofunde, para o território da Colina, a avaliação e

monitorização dos riscos naturais e antrópicos identificados na subsecção III do Plano

Director Municipal de Lisboa, recorrendo à consultoria de entidades especializadas,

nomeadamente o Laboratório Nacional de Engenharia Civil e o Instituto Superior

Técnico, devendo as conclusões resultantes dessa análise vir a integrar as medidas a

incluir no PAT.

4.2 Integrar a obrigatoriedade de verificação da resiliência sísmica nas obras de

reabilitação urbana a levar a cabo na Colina.

5. Em matéria de equipamentos, acessibilidades e espaço público, a Assembleia delibera que

a aprovação dos Programas e Operações urbanísticas a promover na área devem obedecer

aos seguintes orientações:

5.1 Para todos os equipamentos de proximidade previstos e necessários para a zona,

nomeadamente os incluídos nas Cartas de Equipamentos aprovadas pelo município,

deverá ser previsto espaço disponível e deverão ser criadas condições de instalação e

funcionamento.

5.2 As Cartas de Equipamentos aprovadas deverão ser revistas e actualizadas, tendo

em conta as novas necessidades decorrentes das propostas de ocupação para a

Colina.

5.3 Para instalação de iniciativas de empreendedorismo e de iniciativas sociais devem

ser disponibilizados espaços e condições favoráveis à sua implantação;

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5.4 Os ganhos de mobilidade a garantir por meios mecânicos (elevadores) serão

exigíveis aos principais promotores imobiliários na área;

5.5 O espaço das antigas cercas dos hospitais deverá ser incorporado em espaço

público municipal, salvaguardando-as, assim como o seu sistema de vistas.

6. Para que todo este complexo processo de transformação da Colina de Santana possa

ser devidamente fiscalizado e acompanhado, a Assembleia Municipal delibera criar

uma Comissão de Acompanhamento, envolvendo todos os grupos municipais e o

conjunto dos deputados independentes, com estatuto e composição a definir, ouvida

a Conferência de Representantes. Esta Comissão deverá zelar para que toda a

informação relevante sobre a Colina de Santana seja publicamente divulgada e apoiar

iniciativas de esclarecimento e participação dos cidadãos, na continuação do Debate

Temático sobre a Colina de Santana.

Lisboa, 24 de Março de 2014

Pelo Grupo Municipal do Bloco de Esquerda

Ricardo Robles

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1

A�����4 ������� ���� �14

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��������������������������������������� ��!�"! �����

#����������$��%��&��#�

Terminado o Debate Temático sobre a Colina de Santana promovido pela Assembleia

Municipal de Lisboa entre 10 de dezembro de 2013 e 11 de �arço de março de 2014! tendo

em consideração as diferentes vertentes suscitadas ao logo do debate, bem como as propostas

apresentadas por cidadãos, organizações e deputados municipais e ao abrigo das alíneas a), ()

e )) do nº2 do artigo 2+* do ,e$ime -ur&dico das Autarquias �ocais (anexo 1 da lei nº 2532013!

de 12 de Setembro), a �esa da Assembleia propõe:

5rbanismo, ,eabilitação 5rbana e Desenvolvimento �ocal

��� '�(���%�)� *�(�������� '�(�� �� +����$��$�%����� ,��� # 6ue a Assembleia delibere

recomendar 7 Câmara:�

����,everter para propriedade do 9stado a área do :ospital de S. -os< e do :ospital

�iguel =ombarda.

1.1 > lançamento de um ���-�%���������.��������� (?AT), instrumento estrat<$ico

e calendarizado previsto no artigo 121* do ,e$ime -ur&dico dos 1nstrumentos de

@estão Territorial (alterado e republicado em anexo ao DecretoAlei 4B3200C! de 20 de

Devereiro), .ue será dirigido pela Câmara, com acompanEamento da Assembleia

�unicipal de �isboa e envolvimento das principais entidades e0ternas relevantes no

territFrio da Colina de Santana, designadamente �inist<rio da SaGde, Secretaria de

9stado da Cultura, 5niversidades, Santa Casa da �isericFrdia de �isboa e 9stamo.

��� 6ue os objectivos do ?AT a propor pela Câmara se(am submetidos 7 apreciação da

Assembleia �unicipal.

��� 6ue todos os pedidos de informação pr<via ou de controle pr<vio de operações

urbanísticas no territFrio da Colina de Santana .ue! de acordo com as disposições

legais em vigor, venEam a ser apresentados ou cuja apreciação esteja pendente

tenEam de se conformar com os objectivos do ?AT .ue #orem aprovados.

��� A criação de um /(������ �� ������ ��� ����! com um figurino participativo

semelEante ao de um /�01� ($abinete transversal de articulação dos diversos serviços

municipais com intervenção no territFrio e participação obrigatFria das freguesias

abrangidas: Arroios e Santo AntFnio, atrav<s das respectivas (untas de freguesia).

�������������������

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2

��� A preparação, para o territFrio da Colina de Santana, de uma ou mais ���r�2�s

���*�bi�������'�(�������%3�� (>,5S), nos termos da Secção 11 do Capitulo 111 do

,e$ime -ur&dico da ,eabilitação 5rbana (alterado e republicado em anexo 7 �ei nº

3232012! de 14 de Agosto), cuja aprovação final caberá 7 Assembleia �unicipal.

�� > lançamento de um ��������+����$��$�%�����,������(����%4���3�������

�������������! a preparar e $erir pelo futuro @abinete da Colina de Santana.

�� > incentivo ao surgimento de uma ������-�%� ��54�� ���� � ��� &(������

���6$��� �� ���� nas áreas a construir ou reabilitar na Colina, ����������� ����������

����������������������������� ou ao abrigo do ,e$ulamento �unicipal .ue aprova o

Sistema de 1ncentivos a >perações 5rbanísticas com 1nteresse �unicipal e com base

nos objectivos estrat<$icos do ?rograma de Acção Territorial e das >perações de

,eabilitação Sistemáticas acima re#eridos.

���4����������7�� A 6ue os Frgãos municipais diligenciem (unto do �inist<rio da SaGde por

forma a:

������anter num dos Eospitais da Colina um serviço de urgHncias de 1I linEa em S.

-os<! a par com Santa �aria e o futuro :ospital de Todos os Santos. A esta urgHncia

deverão (untarAse as especialidades dos serviços de urgHncia vindos das outras

unidades de �isboa Central, nomeadamente Santa �arta, CapucEos e CurrJ Cabral.

.ue possa servir normalmente as populações de �isboa Central, e ser o $arante de

sobrevivência acrescida em caso de um sismo da magnitude de 1255; ?ara .ue isto e

outros aspectos adiante re#eridos se(am possíveis deverão ser #eitas obras de

adequação com o pressuposto base de .ue as actuais unidades de internamento de S.

-os< passarão para �arvila, deixando espaço para um novo programa de Arquitectura.�

����� Para al<m disso, como parte dos fundos associados ao empreendimento

imobiliário, promover a remodelação dos centros de saGde e0istentes na Colina de

Santana, passando a incluir Consultas 90ternas das várias especialidades at< agora

e0istentes no :ospital de S. -os<! para os residentes na �ona central de �isboa.

2.1 @arantir .ue mais nenEum Eospital da Colina de Santana fecEa sem estar

construído e a funcionar o prometido novo :ospital de Todos os Santos, em �arvila,

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2.2 34�����������$��%&���� plano do �inist<rio da SaGde para a reorganização da rede

Eospitalar da cidade de �isboa, o .ual deverá ter em consideração o sistema $lobal de

saGde do município de �isboa e de toda a região servida pelos actuais Eospitais de

re#erHncia.

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3

��� @arantir o desenvolvimento de serviços de saGde de proximidade, nomeadamente

a rápida concretização da 5nidade de SaGde Damiliar do �artim �oniz,

contratualizada com a Câmara de �isboa no .uadro da Carta de 9.uipamentos de

SaGde de �isboa (cFdigo 26)! bem como a localização de mais uma 5nidade, prevista

tamb<m na Carta dos 9.uipamentos de SaGde (cFdigo 136).

��� Salvaguardar a e0istência de pelo menos uma 5nidade de Cuidados Continuados

na área, em linEa com o ?lano Kacional de SaGde 2012A��1B! .ue aponta para a

necessidade de Lpriorizar o acesso e a .ualidade da resposta dos Cuidados de SaGde

?rimários, Cuidados Continuados 1ntegrados, Cuidados Comunitários e de SaGde

?GblicaM! �������� ���� ��������� um dos e.uipamentos a desativar para instalação

dessa 5nidade, /��� ����� ��� ��������� ��$�������"� ���� ��� �(����� ��� ������ ���

6��������������������������������������$��������������������������

�� Admitir a integração, na área de proximidade da Colina, de cuidados de saGde

prestados por respostas de medicinas alternativas, validando os respectivos m<todos,

.ualidade e fiabilidade, em concertação com as organizações de profissionais

Eabilitados nessas áreasN

�� Criar condições, com todos os parceiros intervenientes nesta área, para a criação

de um LclusterM da saGde na Colina de Santana, integrando ainda uma unidade

especializada em @eriatria.

�����ri%8���)��4��4������9�� A 6ue os Frgãos municipais diligenciem (unto do @overno, da

Administração ,e$ional de SaGde de �isboa e Oale do Tejo e das 5niversidades ou outras

entidades interessadas no sentido de:

3.1 @arantir a salvaguarda de todo o espFlio e patrimFnio cultural mFvel inerente 7

EistFria Eospitalar da Colina de Santana, atrav<s da criação de um ou mais museus,

nGcleos museolF$icos ou centros de interpretação, a alojar nos espaços das antigas

cercas dos Eospitais, sob responsabilidade conjunta das áreas $overnamentais da

SaGde e da Cultura e em colaboração com os polos universitários e de investigação

presentes ou previstos para a Colina.

���8 6ue se(a preservada na Colina de Santana o :ospital �iguel =ombarda para

constituir o novo �useu da SaGde e onde esteja inserido o �useu de Arte >utsider.

���9� Se for escolEida outra unidade .ue não S. -os< para $arantir um serviço de

urgHncia de 1Ia linEa como atrás descrito, este �useu deverá ser instalado em S. -os<.

3.2 @arantir a manutenção e desenvolvimento adequado do museu de Arte >utsider

no :ospital �iguel =ombarda, salvaguardando a sua especificidade e contribuindo

para a necessidade de combater o estigma da doença mental (unto do $rande pGblico

e de elevar a autoAestima dos doentes.

��� Criar um @rupo de TrabalEo com todos os parceiros interessados, incluindo

associações e entidades acad<micas, com vista a identificar com celeridade as medidas

necessárias para dar cumprimento aos pontos anteriores.

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4

��� @arantir a salvaguarda do patrimFnio imFvel classificado e do patrimFnio azulejar

e0istente na Colina de Santana, bem como, de forma $eral, de todos os componentes

da paisagem urbana EistFrica .ue nela se contêm, nomeadamente os bairros de malEa

pr<Apombalina, como o =airro Andaluz, ou mais recente, (á assente na tipologia de

.uarteirão, como o =airro Camões.

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6���<���������.��/���=����������$��������>�����������/����6���<����?��

�� Aprofundar a caracterização do Colina como LColina do conEecimento L!

valorizando os laboratFrios e centros de investigação aí e0istentes e o seu

desenvolvimento, em consonância com a estrat<$ia �isboa 2020 e a candidatura em

preparação para a localização em �isboa de um polo do 9uropean 1nstitute of

TecEnologJ centrado nas ciências da saGde e do envelEecimento ativo.

�� 1ncentivar a instalação de mais actividades de investigação, inovação e

desenvolvimento, atrav<s de projectos em rede, em sinergia com a actividade do

Centro de 1nvestigação da Daculdade de Ciências �<dicas da 5niversidade Kova de

�isboa ou outras entidades interessadas.

4����-4r�� ������:����A .ue a Assembleia delibere:

4.1 ,ecomendar 7 Câmara .ue aprofunde, para o territFrio da Colina, a avaliação e

monitorização dos riscos naturais e antrFpicos identificados na subsecção 111 do ?lano

Director �unicipal de �isboa, recorrendo 7 consultoria de entidades especializadas,

nomeadamente o �aboratFrio Kacional de 9ngenEaria Civil e o 1nstituto Superior

T<cnico, devendo as conclusões resultantes dessa análise vir a integrar as medidas a

incluir no ?AT.

��� ,ecomendar 7 Câmara .ue defina as acções a desenvolver com as entidades

pGblicas e privadas para a obtenção de apoios financeiros, locais, estatais, privados ou

comunitários para a prevenção das vulnerabilidades s&smicas e antrFpicas da Colina de

Santana

��� �54��%�����)� ����(�������� �� ������ �7(��� A .ue a aprovação dos ?rogramas e

>perações urbanísticas a promover na área devam obedecer 7s se$uintes orientações:

��� @���� ���� ����� �� $���������������� ������������� ��$������� ��� ��� �����"� ����%��

�(/$���"� ����%��� ������"� �����%A��� �����/�$������ �� ������������� ��� ������ �����$"�

��$����$������������������������;�$�������*�������

��� ?ara todos os e.uipamentos de proximidade previstos e necessários para a �ona,

nomeadamente os incluídos nas Cartas de 9.uipamentos aprovadas pelo município,

deverá ser previsto espaço disponível e deverão ser criadas condições de instalação e

funcionamento.

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5

��� As Cartas de 9.uipamentos aprovadas deverão ser revistas e actualizadas, tendo

em conta as novas necessidades decorrentes das propostas de ocupação para a Colina.

��� ?ara instalação de iniciativas de empreendedorismo e de iniciativas sociais devem

ser disponibilizados espaços e condições favoráveis 7 sua implantaçãoN

��� 6ue os $anEos de mobilidade a $arantir por meios mecânicos (elevadores) se(am

e0igíveis aos principais promotores na área, ��������������$����� ������������$������

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��� B� *����� ������� ������ ���� $����������� �� ��������� ��� ;�$���� ��������"� ��

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��9 ?arte do espaço das antigas cercas dos Eospitais, .ue constituem um elemento

identitário da malEa urbana a salvaguardar, deverá ser incorporado em espaço pGblico

municipal, libertandoAas das construções espGrias de origem clandestina e valorizando

os percursos pedonais e0istentes ou a criar.

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�� ?ara .ue todo este complexo processo de transformação da Colina de Santana

possa ser devidamente fiscalizado e acompanEado, a Assembleia �unicipal delibera

criar, ao abrigo da alínea c) do nº 1 do artigo 2B* do ,e$ime -ur&dico das Autarquias

�ocais (anexo 1 da �ei 2532013! de 12 de Setembro), uma ��%������ ���

��%��&%����! constituída ��$� �esa, 1 representante de cada @rupo �unicipal e

1 Deputado independente. 9sta Comissão deverá �elar para .ue toda a informação

relevante sobre a Colina de Santana se(a publicamente divulgada e apoiar iniciativas de

esclarecimento e participação dos cidadãos, na continuação do Debate Temático sobre

a Colina de Santana.

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Debate temático sobre a Colina de Santana

Relatório final da Assembleia Municipal – volume II - Anexos

Anexo 13

Proposta 494/2007, sobre a alienação de terreno municipal para

construção do Hospital de Todos-os-Santos, aprovada pela Assembleia

Municipal em 18 de Dezembro de 2007

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Anexo 13 に Proposta 494/2007 sobre alienação de terreno municipal para construção do

Hospital de Todos-os-Santos, aprovada pela Assembleia Municipal em 18 de Dezembro de

2007

A proposta 494/2007, que se anexa, foi referida na intervenção do Presidente da Câmara na

reunião de 25 de março de 2014, em que foi aprovada uma deliberação da Assembleia

Municipal sobre a Colina de Santana.

A proposta 494/2007 foi aprovada por maioria na Câmara, em 28 de novembro de 2007, com a

abstenção do PSD e os votos contra dos vereadores do movimento Cidadãos por Lisboa, e veio

a ser aprovada por unanimidade na Assembleia Municipal, em 18 de dezembro de 2007.

Em 2010 foi aprovada uma nova proposta sobre o terreno para o Hospital de Todos-os-Santos,

a proposta 113/2010, aprovada pela Câmara Municipal em 24 de março e pela Assembleia

Municipal em 20 de Abril de 2010, mas esta proposta não tem qualquer implicação na Colina

de Santana, tratando-se apenas da desafectação do domínio público para o domínio privado

municipal de uma parcela de terreno para o futuro hospital de Todos-os-Santos, razão pela

qual não se trancreve a proposta 113/2010.

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Debate temático sobre a Colina de Santana

Relatório final da Assembleia Municipal – volume II - Anexos

Anexo 14

Publicação em Boletim Municipal da Deliberação 65/AM/2014 da

Assembleia Municipal sobre a Colina de Santana

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SEDE: CAMPO GRANDE, 25, 1.o-B1749-099 LISBOA

DIRETOR: ALBERTO LUÍS LAPLAINE GUIMARÃES

B O L E T I M

C Â M A R A M U N I C I P A L D E L I S B O A

MUNICIPAL

RESOLUÇÕES DOS ÓRGÃOS DO MUNICÍPIO

SUMÁRIO

ASSEMBLEIA MUNICIPAL

3 Q U I N T A - F E I R A

A B R I L 2 0 1 4

2.º SUPLEMENTO AO BOLETIM MUNICIPAL N.º 1050

ANO XXIN.o 1050

Convocatória [21.ª/2.ª Reunião da 11.ª Sessão Extraordinária da Assembleia Municipal - dia 8 de abril de 2014(3.ª feira), pelas 15 horas]pág. 580 (106)

Deliberação (11.ª Sessão Extraordinária realizada em 25 de março):

- Proposta n.º 4/AM/2014 (Deliberação n.º 65/AML/2014) - Subscrita pela Mesa da Assembleia - Projeto de deliberaçãosobre a Colina de Santanapág. 580 (106)

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C Â M A R A M U N I C I P A L D E L I S B O A

M U N I C I P A LB O L E T I M

580 (106) N.º 10503 QUINTA - F E I R A

ABRIL 2014

RESOLUÇÕES DOS ÓRGÃOS DO MUNICÍPIO

ASSEMBLEIA MUNICIPAL

Convocatória

21.ª/2.ª Reunião da 11.ª Sessão Extraordinária da AssembleiaMunicipal

Nos termos do disposto no artigo 28.º e na alínea b)

do artigo 30.º, ambos do Anexo I à Lei n.º 75/2013, de 12 desetembro, convoco a 2.ª Reunião, da 11.ª Sessão Extraordináriada Assembleia Municipal de Lisboa, iniciada no dia 25 demarço, a realizar-se no próximo dia 8 de abril de 2014 (3.ª feira),pelas 15 horas, na sua sede, sita na Avenida de Roma, 14-L- Lisboa, com a seguinte:

Ordem de Trabalhos

1 - Debate para declarações políticas (Grelha J - máximo 4 horase 40 minutos).

2 - Votações.

Assembleia Municipal de Lisboa, em 2014/04/02.

A Presidente,(a) Helena Roseta

ASSEMBLEIA MUNICIPAL

Deliberação

11.ª Sessão Extraordinária realizada em 25 de março

Deliberação n.º 65/AML/2014

Deliberação da Assembleia Municipal de Lisboa sobre a Colina de Santana

Esta Deliberação resulta da aprovação por maioria, na SessãoExtraordinária da Assembleia Municipal de 25 de marçode 2014, da Proposta n.º 4/AM/2014 apresentada pelaMesa, ouvida a Conferência de Representantes.

Terminado o Debate Temático sobre a Colina de Santana,promovido pela Assembleia Municipal de Lisboa entre 10 dedezembro de 2013 e 11 de março de 2014, tendo em consi-deração as diferentes vertentes suscitadas ao logo do debate,bem como as propostas apresentadas por cidadãos, organizaçõese deputados municipais e ao abrigo das alíneas a), j) e k)do n.º 2 do artigo 25.º do Regime Jurídico das AutarquiasLocais (Anexo I da Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro),a Mesa da Assembleia propõe:

1 - Urbanismo, Reabilitação Urbana e Desenvolvimento Local- Que a Assembleia delibere recomendar à Câmara:

1.1 - O lançamento de um Programa de Ação Territorial (PAT),instrumento estratégico e calendarizado previsto no artigo 121.ºdo Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial

(alterado e republicado em anexo ao Decreto-Lei n.º 46//2009, de 20 de fevereiro), que será dirigido pela Câmara,com acompanhamento da Assembleia Municipal de Lisboae envolvimento das principais entidades externas relevantesno território da Colina de Santana, designadamente Ministérioda Saúde, Secretaria de Estado da Cultura, Universidades,Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e Estamo;

1.2 - Que os objetivos do PAT, a propor pela Câmara, sejamsubmetidos à apreciação da Assembleia Municipal;

1.3 - Que todos os pedidos de informação prévia ou de controleprévio de operações urbanísticas no território da Colinade Santana que, de acordo com as disposições legais emvigor, venham a ser apresentados ou cuja apreciação estejapendente tenham de se conformar com os objetivos do PATque forem aprovados;

1.4 - A criação de um Gabinete da Colina de Santana, comum figurino participativo semelhante ao de um GABIP(Gabinete transversal de articulação dos diversos ServiçosMunicipais com intervenção no território e participaçãoobrigatória das freguesias abrangidas: Arroios e Santo António,através das respetivas juntas de freguesia);

1.5 - A preparação, para o território da Colina de Santana,de uma ou mais Operações de Reabilitação Urbana Sistemática(ORUS), nos termos da Secção II do Capítulo III do RegimeJurídico da Reabilitação Urbana (alterado e republicadoem anexo à Lei n.º 32/2012, de 14 de agosto), cuja aprovaçãofinal caberá à Assembleia Municipal;

1.6 - O lançamento de um Plano de Desenvolvimento Localde base comunitária para a Colina de Santana, a preparare gerir pelo futuro Gabinete da Colina de Santana;

1.7 - O incentivo ao surgimento de uma percentagem adequada(25 %) de habitação acessível e social nas áreas a construirou reabilitar na Colina, através de Contratos-programa comos proprietários ou ao abrigo do Regulamento Municipalque aprova o Sistema de Incentivos a Operações Urbanísticascom Interesse Municipal e com base nos objetivos estratégicosdo Programa de Ação Territorial e das Operações de ReabilitaçãoSistemáticas acima referidos.

2 - Cuidados de Saúde - Que os Órgãos Municipais diligenciemjunto do Ministério da Saúde por forma a:

2.1 - Garantir que mais nenhum hospital da Colina de Santanafecha sem estar construído e a funcionar o prometido novoHospital de Todos os Santos, em Marvila, que deve seredificado com a maior urgência, assegurando-se simulta-neamente a instalação, em alguns dos edifícios, de unidadesde saúde ao serviço da população daquelas freguesias, deacordo com as necessidades identificadas pelo Ministérioda Saúde/Administração Regional de Saúde de Lisboa eVale do Tejo, nomeadamente na área dos cuidados primáriose continuados;

2.2 - Exigir a divulgação do plano do Ministério da Saúdepara a reorganização da rede hospitalar da cidade de Lisboa,o qual deverá ter em consideração o sistema global de saúdedo Município de Lisboa e de toda a região servida pelosatuais hospitais de referência;

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C Â M A R A M U N I C I P A L D E L I S B O A

M U N I C I P A LB O L E T I M

580 (107)N.º 1050 3 QUINTA - F E I R A

ABRIL 2014

2.3 - Assegurar que a reorganização da rede hospitalar da cidadede Lisboa seja feita em articulação com o Plano de Emer-gência Municipal;

2.4 - Garantir o desenvolvimento de serviços de saúde de proxi-midade, nomeadamente a rápida concretização da Unidadede Saúde Familiar do Martim Moniz, contratualizada coma Câmara de Lisboa no quadro da Carta de Equipamentosde Saúde de Lisboa (código 7Q), bem como a localizaçãode mais uma Unidade, prevista também na Carta dos Equipa-mentos de Saúde (código 13Q);

2.5 - Salvaguardar a existência de pelo menos uma Unidadede Cuidados Continuados na área, em linha com o PlanoNacional de Saúde 2012-2016, que aponta para a necessidadede «priorizar o acesso e a qualidade da resposta dos Cuidadosde Saúde Primários, Cuidados Continuados Integrados,Cuidados Comunitários e de Saúde Pública», devendo serreservado um dos equipamentos a desativar para instalaçãodessa Unidade, bem como de cuidados paliativos, com umnúmero de camas em harmonia com as necessidades e comaquilo que é a média europeia;

2.6 - Admitir a integração, na área de proximidade da Colina,de cuidados de saúde prestados por respostas de medicinasalternativas, validando os respetivos métodos, qualidadee fiabilidade, em concertação com as organizações de profis-sionais habilitados nessas áreas;

2.7 - Criar condições, com todos os parceiros intervenientesnesta área, para a criação de um «cluster» da saúde naColina de Santana, integrando ainda uma unidade especializadaem Geriatria.

3 - Património, Cultura e Ciência - Que os Órgãos Municipaisdiligenciem junto do Governo, da Administração Regional deSaúde de Lisboa e Vale do Tejo e das Universidades ou outrasentidades interessadas no sentido de:

3.1 - Garantir a salvaguarda de todo o espólio e patrimóniocultural móvel inerente à história hospitalar da Colina deSantana, através da criação de um ou mais museus, núcleosmuseológicos ou centros de interpretação, a alojar nos espaçosdas antigas cercas dos hospitais, sob responsabilidadeconjunta das áreas governamentais da Saúde e da Culturae em colaboração com os polos universitários e de investigaçãopresentes ou previstos para a Colina;

3.2 - Garantir a manutenção e desenvolvimento adequado domuseu de Arte Outsider no Hospital Miguel Bombarda,salvaguardando a sua especificidade e contribuindo paraa necessidade de combater o estigma da doença mentaljunto do grande público e de elevar a autoestima dos doentes;

3.3 - Criar um Grupo de Trabalho com todos os parceirosinteressados, incluindo associações e entidades académicas,com vista a identificar com celeridade as medidas necessáriaspara dar cumprimento aos pontos anteriores;

3.4 - Garantir a salvaguarda do património imóvel classifi-cado e do património azulejar existente na Colina de Santana,bem como, de forma geral, de todos os componentes dapaisagem urbana histórica que nela se contêm, nomeada-mente os bairros de malha pré-pombalina, como o BairroAndaluz, ou mais recente, já assente na tipologia de quarteirão,como o Bairro Camões;

3.5 - Integrar a Colina de Santana na futura proposta decandidatura dos bairros históricos de Lisboa à nova tipologiade «paisagem urbana histórica»;

3.6 - Aprofundar a caracterização da Colina como «Colinado conhecimento», valorizando os laboratórios e centrosde investigação aí existentes e o seu desenvolvimento, emconsonância com a estratégia Lisboa 2020 e a candidaturaem preparação para a localização em Lisboa de um polodo European Institute of Technology centrado nas ciênciasda saúde e do envelhecimento ativo;

3.7 - Incentivar a instalação de mais atividades de investigação,inovação e desenvolvimento, através de projetos em rede,em sinergia com a atividade do Centro de Investigaçãoda Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Novade Lisboa ou outras entidades interessadas.

4 - Segurança do edificado - Que a Assembleia delibere:

4.1 - Recomendar à Câmara que aprofunde, para o territórioda Colina, a avaliação e monitorização dos riscos naturaise antrópicos identificados na Subsecção III do Plano DiretorMunicipal de Lisboa, recorrendo à consultoria de entidadesespecializadas, nomeadamente o Laboratório Nacional deEngenharia Civil e o Instituto Superior Técnico, devendoas conclusões resultantes dessa análise vir a integraras medidas a incluir no PAT;

4.2 - Recomendar à Câmara que defina as ações a desenvolvercom as entidades públicas e privadas para a obtençãode apoios financeiros, locais, estatais, privados ou comunitáriospara a prevenção das vulnerabilidades sísmicas e antrópicasda Colina de Santana.

5 - Equipamentos, acessibilidades e espaço público - Quea aprovação dos Programas e Operações Urbanísticas a promoverna área deva obedecer às seguintes orientações:

5.1 - Deve ser feito o levantamento das necessidades relativasao edificado, espaço público, espaços verdes, condições demobilidade e equipamentos de apoio social, cultural e desportivode toda a Colina de Santana;

5.2 - Para todos os equipamentos de proximidade previstose necessários para a zona, nomeadamente os incluídos nasCartas de Equipamentos aprovadas pelo Município, deveráser previsto espaço disponível e deverão ser criadas condiçõesde instalação e funcionamento;

5.3 - As Cartas de Equipamentos aprovadas deverão serrevistas e atualizadas, tendo em conta as novas neces-sidades decorrentes das propostas de ocupação para a Colina;

5.4 - Para instalação de iniciativas de empreendedorismoe de iniciativas sociais devem ser disponibilizados espaçose condições favoráveis à sua implantação;

5.5 - Que os ganhos de mobilidade a garantir por meiosmecânicos (elevadores) sejam exigíveis aos principais promotoresna área, sendo essencial que fique contemplada a criaçãode interfaces com o metropolitano;

5.6 - Sendo grande parte dos logradouros e quintais da Colinaprivados, a intervenção camarária terá de encontrar meiosde sensibilizar a população residente para a necessidadede preservar o património ambiental que têm à sua guardae de que podem beneficiar;

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C Â M A R A M U N I C I P A L D E L I S B O A

M U N I C I P A LB O L E T I M

580 (108) N.º 10503 QUINTA - F E I R A

ABRIL 2014

5.7 - Os espaços públicos e jardins que estão na dependênciade edifícios pertencentes a instituições públicas, como éo caso nomeadamente da Academia Militar, devem poderser abertos ao público;

5.8 - Particular atenção deve ser dada em termos de acessopúblico e ganhos de mobilidade aos jardins do Palácio dos CTT,por forma a permitir descer a Colina, desde o Jardim do Torelaté à Rua de S. José, bem como aos jardins do AteneuComercial;

5.9 - Parte do espaço das antigas cercas dos hospitais, queconstituem um elemento identitário da malha urbana asalvaguardar, deverá ser incorporado em espaço públicomunicipal, libertando-as das construções espúrias de origemclandestina e valorizando os percursos pedonais existentesou a criar;

5.10 - O sistema de vistas, que é uma das condicionantesdo PDM, terá de ser preservado, tanto de dentro para fora,como de fora para dentro.

Publica-se às 5.as-feirasISSN: 0873-0296 Depósito Legal n.o 76 213/94 Tiragem 11

O Boletim Municipal está disponível no sítio da Internet oficial da Câmara Municipal de Lisboa (http://www.cm-lisboa.pt/municipio/boletim-municipal).

O Boletim Municipal pode ser adquirido nos Serviços Municipais através de impressão/fotocópia e pago de acordo com o preço definido na Tabela

de Taxas, Preços e Outras Receitas Municipais

[Deliberação n.º 35/CM/2008 (Proposta n.º 35/2008) - Aprovada na Reunião de Câmara de 30 de janeiro de 2008]

Composto e Impresso na Imprensa MunicipalToda a correspondência relativa ao Boletim Municipal deve ser dirigida à CML - Imprensa Municipal

Estrada de Chelas, 101 – 1900-150 Lisboa Telef. 21 816 14 20 E-mail: [email protected]

6 - Acompanhamento:

6.1 - Para que todo este complexo processo de transformaçãoda Colina de Santana possa ser devidamente fiscalizadoe acompanhado, a Assembleia Municipal delibera criar, aoabrigo da alínea c) do n.º 1 do artigo 26.º do Regime Jurídicodas Autarquias Locais (Anexo 1 da Lei n.º 75/2013, de 12 desetembro), uma Comissão de Acompanhamento, constituídapela Mesa, 1 representante de cada Grupo Municipal e 1 Depu-tado Independente. Esta Comissão deverá zelar para quetoda a informação relevante sobre a Colina de Santana sejapublicamente divulgada e apoiar iniciativas de esclareci-mento e participação dos cidadãos, na continuação do DebateTemático sobre a Colina de Santana;

6.2 - A Assembleia delibera ainda incumbir a ComissãoPermanente de Direitos Sociais e Cidadania de promovera organização de debates na Colina de Santana subordinadosao tema «Que cuidados de saúde precisamos?».

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Debate Temático sobre a Colina de Santana

Relatório final da Assembleia Municipal – volume II - Anexos

Índice

Anexo 1 – Acta da 1ª sessão (10 de dezembro de 2013)

Anexo 2 – Acta da 2ª sessão (28 de janeiro de 2014)

Anexo 3 – Acta da 3ª sessão (4 de fevereiro de 2014)

Anexo 4 – Acta da 4ª sessão (11 de fevereiro de 2014)

Anexo 5 – Acta da 5ª sessão (11 de março de 2014)

Anexo 6 – Proposta inicial da mesa (10.3.2014)

Anexo 7 – Contributos e propostas iniciais de alteração dos grupos municipais

Anexo 8 – Análise comparativa dos diferentes contributos e propostas iniciais

(24.3.2014)

Anexo 9 – Proposta 4/AM/2014 sobre a Colina de Santana, apresentada pela mesa em

24.3.2014

Anexo 10 – Propostas de alteração à proposta 4/AM/2014, apresentadas pelo PCP, BE e PAN

Anexo 11 – Acta em minuta da sessão de 25 de março de 2014

Anexo 12 – Acta da sessão de 25 de março de 2014 (por aprovar)

Anexo 13 – Proposta 494/2007, sobre a alienação de terreno municipal para

construção do Hospital de Todos-os-Santos, aprovada pela Assembleia Municipal em

18 de Dezembro de 2007

Anexo 14 – Publicação em Boletim Municipal da Deliberação 65/AM/2014 da

Assembleia Municipal sobre a Colina de Santana