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DVB ou ISDB? O dilema da Digitalização do sinal de Televisão em Moçambique. Por Dino Foi Com a decisão da União Internacional das Telecomunicações em Junho de 2006, de terminar em 2015 o sinal analógico no mundo, estavam lançadas as cartas para uma viragem na área de Radiodifusão e Televisão. Embora um processo moroso e que necessita de uma planificação e investigação adequada, parece que cá em casa levamos ao de leve, porque para mim, este assunto não tem mais que um ano e, pelo que percebemos, localmente nem se quer ainda é um debate aberto entre os grupos de interesse, pesquisadores, universidades, estações televisivas, etc. Enquanto que em países como África do Sul, Burundi, Gana, Maurícias, Namíbia, Nigéria , Quénia, Ruanda, Uganda, etc., o processo está extremamente avançado, no nosso país ainda nem se quer temos legislação para digitalização do sinal, e “se não acertarmos o passo”, poderemos estar numa situação melindrosa chegue 2015. Independentemente do facto dos milhares de juristas que temos neste país terem reunido ou não, para se criar um quadro legal para a digitalização do sinal, a verdade é que em termos práticos e simples, no dia em que o botão analógico for desligado e no seu lugar se ligar o digital, mais de 70% de televisores (actualmente existentes) não poderão nem se quer apanhar o sinal da televisão pública, pois estes televisores não estão preparados para o sinal digital. A necessidade do envolvimento dos grupos de interesse neste processo, é que tem de se encontrar uma fórmula em que ou se subsidiam os conversores para que os televisores analógicos possam receber o sinal digital e a larga maioria da população poder ver televisão, ou o governo terá de começar a etiquetar todos os televisores que entrarem no país para que a população saiba que este e aquele televisor não sintoniza o sinal digital, ou então mais propostas para a facilitação do processo de digitalização devem ser avançadas para o leque de medidas. Televisão digital: começo contornos e padrões As pesquisas pioneiras na aérea da televisão digital foram iniciadas nos princípios da década de 60, quando o governo japonês coordenou e subsidiou o desenvolvimento de várias tecnologias para que fosse viável a televisão de alta definição. Em 1979, a empresa de radiodifusão estatal japonesa a Nippon Hoso Kyokai (NHK), transmitiu os primeiros programas em alta definição para televisão (Figueiredo, 2009). Na altura, o sistema era híbrido, ou seja, digital-analógico e foi denominado por Multiple Sub- Nyquist Sampling Encoding (MUSE) e combinava técnicas de processamento digital e analógico (Shapiro e Varian, 1999). A televisão digital é baseada numa transmissão digitalizada do sinal e é uma tecnologia recente para receber e enviar sinal de televisão digital, diferentemente do tradicional sinal analógico de televisão (Pagani. 2003). Estes sinais são enviados digitalmente via compressão do sinal, reduzindo o uso do espectro electromagnético (Lin, Lin & Kuo, 2008). A redução do uso do espectro tem uma série de vantagens que entre elas liberta o mesmo espectro para outras necessidades, tais como internet de banda larga, serviços de comunicações do Estado, polícia, bombeiros, mas também

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DVB ou ISDB? O dilema da Digitalização do sinal de Televisão em Moçambique. Por Dino Foi Com a decisão da União Internacional das Telecomunicações em Junho de 2006, de terminar em 2015 o sinal analógico no mundo, estavam lançadas as cartas para uma viragem na área de Radiodifusão e Televisão. Embora um processo moroso e que necessita de uma planificação e investigação adequada, parece que cá em casa levamos ao de leve, porque para mim, este assunto não tem mais que um ano e, pelo que percebemos, localmente nem se quer ainda é um debate aberto entre os grupos de interesse, pesquisadores, universidades, estações televisivas, etc. Enquanto que em países como África do Sul, Burundi, Gana, Maurícias, Namíbia, Nigéria , Quénia, Ruanda, Uganda, etc., o processo está extremamente avançado, no nosso país ainda nem se quer temos legislação para digitalização do sinal, e “se não acertarmos o passo”, poderemos estar numa situação melindrosa chegue 2015. Independentemente do facto dos milhares de juristas que temos neste país terem reunido ou não, para se criar um quadro legal para a digitalização do sinal, a verdade é que em termos práticos e simples, no dia em que o botão analógico for desligado e no seu lugar se ligar o digital, mais de 70% de televisores (actualmente existentes) não poderão nem se quer apanhar o sinal da televisão pública, pois estes televisores não estão preparados para o sinal digital. A necessidade do envolvimento dos grupos de interesse neste processo, é que tem de se encontrar uma fórmula em que ou se subsidiam os conversores para que os televisores analógicos possam receber o sinal digital e a larga maioria da população poder ver televisão, ou o governo terá de começar a etiquetar todos os televisores que entrarem no país para que a população saiba que este e aquele televisor não sintoniza o sinal digital, ou então mais propostas para a facilitação do processo de digitalização devem ser avançadas para o leque de medidas. Televisão digital: começo contornos e padrões As pesquisas pioneiras na aérea da televisão digital foram iniciadas nos princípios da década de 60, quando o governo japonês coordenou e subsidiou o desenvolvimento de várias tecnologias para que fosse viável a televisão de alta definição. Em 1979, a empresa de radiodifusão estatal japonesa a Nippon Hoso Kyokai (NHK), transmitiu os primeiros programas em alta definição para televisão (Figueiredo, 2009). Na altura, o sistema era híbrido, ou seja, digital-analógico e foi denominado por Multiple Sub-Nyquist Sampling Encoding (MUSE) e combinava técnicas de processamento digital e analógico (Shapiro e Varian, 1999). A televisão digital é baseada numa transmissão digitalizada do sinal e é uma tecnologia recente para receber e enviar sinal de televisão digital, diferentemente do tradicional sinal analógico de televisão (Pagani. 2003). Estes sinais são enviados digitalmente via compressão do sinal, reduzindo o uso do espectro electromagnético (Lin, Lin & Kuo, 2008). A redução do uso do espectro tem uma série de vantagens que entre elas liberta o mesmo espectro para outras necessidades, tais como internet de banda larga, serviços de comunicações do Estado, polícia, bombeiros, mas também

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a transmissão do próprio sinal digital traz vantagens directas para o usuário, tais como a de se usar um canal para transmitir conteúdos diferentes, internet, televisão interactiva, o formato de tela ampla 16:9, a alta definição e, a mobilidade/portabilidade (Becker e Montez, 2004), algo não suportado pelo sinal analógico. O sinal digital pode ser transmitido via 3 métodos: (1)Cabo, (2)Satélite e, 3(Ar) e, para o efeito os televisores devem ser acoplados a descodificadores ou, devem ter o descodificador embutido, como acontece em televisores recentes. A seguir representação esquemática de um sistema de TV Digital

Fig 1: Representação esquemática de um sistema de TV Digital Fonte: CPqD, 2006 No mundo existem 4 padrões de televisão digital, com as suas ramificações, nomeadamente o Americano Advanced Television Systems Committee (ATSC), o Europeu Digital Video Broadcasting (DVB),o Japonês Integrated Services Digital Broadcasting (ISDB) o Chinês Digital Multimedia Broadcasting (DMB), pela sua importância, propomos tratar de cada um dos padrões na secção que se segue. 1. Advanced Television Systems Committee (ATSC) - Americano

Este sistema, comummente chamado ATSC-T, é usado na América do Norte, encontrado também no México e Coreia do Sul, foi desenhado para usar a maior compatibilidade entre os televisores analógicos existentes no Estados Unidos da América e os novos digitais.

2. Digital Video Broadcasting (DVB) - Europeu Originado em 1995, o DVB-T usa a multiplexização da frequência octognal, que usa mais de 8000 transmissores independentes, cada qual transmitindo dados a um rácio comparativamente mais baixo. Com uma capacidade de transmissão de

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dois subsistemas simétricos: um referente ao lado da transmissão ou difusão, e

outro, referente ao lado do usuário, onde há a recepção e o consumo da informação.

Conforme apresentado na figura 6, pode-se ver que ambos são constituídos por três

blocos funcionais e seis componentes distintos. Na figura 7, vêem-se as

possibilidades tecnológicas baseadas nos componentes tecnológicos adotados por

cada padrão existente. Os componentes da arquitetura do sistema da TV Digital

podem ser classificados como:

a) Transmissão e Recepção: este subsistema engloba os módulos Codificação de Canal, Modulação Transmissão, referente ao lado da Difusão e Acesso, e o módulo de Recepção, Demodulação e Decodificação de Canal, no Terminal de Acesso;

b) Codificação de Sinais Fontes: subsistema dividido em três outros subsistemas, definidos como Codificação de Áudio, Codificação de Vídeo e Codificação de Dados;

c) Camada de Transporte: engloba a Multiplexação e a Demultiplexação de sinais e dados;

d) Middleware: presente apenas no Terminal de Acesso, o Middleware representa a camada de software no lado do Terminal de Acesso;

e) Canal de Interatividade: compreende o Canal de Descida e o Canal de Retorno, abordando a tecnologia e a estrutura de rede a serem utilizadas;

f) Terminal de Acesso: devido à sua complexidade, por representar uma estrutura de hardware única, responsável pelo funcionamento do sistema no lado do usuário, o Terminal de Acesso é estudado como um subsistema. (CPqD,2006a, p.12).

Figura 6 - Representação esquemática de um sistema de TV Digital Fonte: CPqD, 2006b.

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dados de 4 a 24Mbits/segundo, o sistema permite a recepção do sinal com uma antena interna e é a prova de temperatura. O que quer dizer que não é afectado nem com chuvas torrenciais e muito menos céu nublado. O DVB é o que se pode chamar de padrão da maioria. Liderando na Europa, ele pode ser encontrado em outras partes do mundo, incluindo África. Disponível em mais de 30 países e mais de 60 milhões de subscritores, o sistema transmite via satélite, cabo e ar e, pode ser captado em casa, televisores móveis, telemóveis, etc.

3. Integrated Services Digital Broadcasting (ISDB) - Japonês ISDB é muito similar ao DVB, a diferença está maioritariamente na modulação usada, pois este padrão requer diferentes frequências de banda. Inventado no Japão e adaptado ao Brasileiro, o ISDB-T tem sido chamado como Nipo-Brasileiro e é o padrão de quase toda América Latina e do Japão.

4. Digital Multimedia Broadcasting (DMB) – Chinês Embora apresentado em 2006, o desenvolvimento do sistema chinês iniciou-se em 1994 em resposta à solicitação do governo de aprimorar o uso do espectro, aumento de capacidade, qualidade de imagem, diminuição do consumo de energia e suporte à mobilidade para a televisão terrestre (Lau e Feng, 2004). Muito similar ao ATSC-T americano e com uma forte componente do DVB Europeu, este padrão é também usado em Macau e Hong Kong. A seguir apresentamos o mapa de distribuição de padrões de televisão digital no mundo.

Fig 2: Mapa da Adopção dos Sistemas de Padrão Digital no Mundo até 2010. Fonte: Autor, adaptado da UIT Legenda:   DVB  (azul)  ATSC (laranja) ISBD (verde) DMB (vermelho) Testes de padrões múltiplos (violeta) Indecisos (cinzento)

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O Caso Moçambicano A falta de uma legislação pertinente e uma preparação antepada sobre a digitalização em Moçambique pode-nos levar a fazer escolhas erradas. Os consórcios por trás dos padrões digitais são geridos por grandes grupos de influência que podem mover até um país inteiro. Não é segredo para ninguém que o consórcio ISDB-T está a fazer um lobby forte na vizinha África do Sul para que deixe de usar o sistema DVB-T actualmente em funcionamento e passar para ISDB-T (ITVWEB, 2010a) e desta forma influenciar toda a região Austral, sem descurar o facto de que os mesmos Brasileiros e Japoneses também estão a namorar Moçambique (RNW, 2010) para que aquele padrão seja aceite e implementado no país, muito embora que o sistema no próprio Brasil só tenha penetrado apenas a 2%, de um lado pelos descodificadores serem caros e a larga maioria dos Brasileiros não poderem comprar e, do outro a tecnologia aparentar não ser das mais recomendadas para um país como Brasil (ITVWEB, 2010b) Independentemente da pressão que estes grupos possam fazer e a possível tecnologia que pode ser trazida ao nosso país, é preciso frisar que a digitalização só será efectiva quando a larga maioria do povo Moçambicano poder aceder a televisão e, isto só será possível se houver uma economia de escala, portanto esta economia de escala só pode acontecer se o sistema a ser usado no país for o que a maioria dos países da região estiver a usar. Mais acima mostramos que aqueles países da região que fizeram ou estão a fazer a digitalização baseiam-se no padrão DVB, o que vai fazer com que os descodificadores e próprios televisores saiam baratos para o Moçambicano de baixa renda, que é a maioria neste país. Pela morosidade do processo no nosso país, prevemos que o sistema a ser usado em Moçambique só poderá ser decidido via um decreto Presidencial, como fez Inácio Lula em Brasil, de modo que em última estância gente que entende sobre a matéria e as repercussões de um possível erro de escolha possa trazer, seja chamada a dar opinião. Porque, e ao que tudo indica, ninguém quer dar cara sobre esta questão, apresentamos aquilo que poderá ser a proposta para Moçambique num sistema DVB-T, segundo argumentos acima descritos.

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O racional da proposta apresentada é que num sistema de Digital Terrestrial Television (DTT), há componentes de satélite bem como as dos próprios estúdios locais que produzem os seus respectivos conteúdos. Assim sendo, usa-se na mesma modulação os canais de outros países e, pegando os locais teríamos uma situação de canais Free-To-Air ou de borla, sem nenhum custo adicional para o usuário mas também canais de televisão por subscrição, vulgos pay per view, Vídeo on Demand (VOD), etc. Montar-se ia um centro digital de televisão e uma estação terrena para o satélite, mais pelo menos 11 torres de transmissão que em menos de 3 anos cobririam pelo menos 87% da população Moçambicana, fazendo de Moçambique um possível centro de televisão digital para os países de língua Portuguesa e, fazendo chegar o sinal Moçambicano não só a África mas também Portugal e Brasil. Enquanto o debate se vai desenvolvendo em torno do que sistema a usar, se DVB-T ou ISDB-T, o consórcio DVB já apareceu com DVB-T2, uma plataforma muito mais avançada do que o DVB-T. Pela natureza do homem, sempre que aparece uma tecnologia mais avançada, o normal é acompanhar. Mas no caso concreto do DVB-T2 talvez não seja altura de se adoptar no nosso país, mas sim o DVB-T numa primeira fase. O racional dito é que o DVB-T2 deve ser implementado na fase do Full Analogue Swicth Off (ASO), ou corte completo do sistema analógico, entretanto onde o DVB-T já esteja completamente estabelecido (DVB 2009), o que Moçambique não pode nem se quer experimentar pois ainda nem existe a coabitação do Analógico e Digital, pois estamos a “full” analógico, obviamente a porta de oportunidade existe. Importa frisar que embora que em países como Inglaterra, Austrália e França, o DVB-T2 seja um sucesso, é preciso olhar que nestes países a digitalização é uma realidade há já alguns anos.

Proposta Técnica para Moçambique

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Conclusão Moçambique ainda está tímido em relação a televisão digital, muito embora que a União Internacional de Telecomunicações espera que o sinal analógico esteja desligado em 2015 para libertar o espectro para outras funções. Mesmo com 3 importantes padrões mais o da China, Moçambique ainda não se posicionou em relação ao padrão a usar quando se legislar sobre a televisão digital, mesmo com a UIT ter reservado o DVB ( o maior e sistema usado em mais de 30 países no mundo) para a zona Austral, ainda não se sabe que sistema a usar e, nem se quer o debate da digitalização ainda começou com os grupos de interesse. A digitalização pode trazer problemas graves para o próprio Governo se não for levada a sério, pois a larga maioria dos televisores em Moçambique não está preparada para o sinal digital, se em algo momento o botão analógico for desligado e no seu lugar for implementado o digital, a larga maioria dos Moçambicanos nem se quer poderá ver a televisão pública. Num país como Moçambique, a digitalização do sinal vai consumir só em infra-estruturas algo como 100 milhões de dólares, para além de subsídios que devem ser canalizados para os conversores de modo a acomodar a população. Experiência mostra que mais importante do que a “simples” escolha do padrão a ser usado, é uma cuidadosa planificação do processo de implementação e, um pacote que seja atractivo aos telespectadores. Urge divulgar, debater e aprovar a legislação sobre a televisão digital em Moçambique e, o padrão a ser usado na digitalização do sinal de televisão, para que o sector privado possa complementar no processo. Referências 1- Becker, V. & Montez, C. (2004)TV digital interactiva, conceitos, desafios e perspectivas para o Brasil. Florianópolis: I2TV, 2004. 2- CPqD (2006). Centro de Desenvolvimento de Pesquisa em Telecomunicações (Brasil). Arquitetura de referência. Sistema Brasileiro de TV digital . Campinas, CPQD, 10 de Fev. de 2006 3- Figueiredo, R. R. S. D. (2009). Definição Do Padrão De TV Digital No Brasil: Um Estudo Sobre A Construção Social De Um Padrão Tecnológico. Escola De Administração De Empresas De São Paulo. São Paulo, Fundação Getulio Vargas. Dissertacao nao publicada para o grau de Mestre Em Administração De Empresas. 4- ITWeb (2010a). Digital TV conspiracy: Is govt lying?. Accessed on 10 June 2010 at http://www.itweb.co.za/index.php?option=com_content&view=article&id=33922:digital-tv-conspiracy-is-govt-lying&catid=69&Itemid=58 5- ITWeb (2010b). Tech costs slow Brazil's digital migration. Acessed 15 June 2010 at

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http://www.itweb.co.za/index.php?option=com_content&view=article&id=34037:tech-costs-slow-brazils-digital-migration&catid=118&Itemid=66 6- Lau, T.Y; Feng, Guangchao (2004). Digital Television in China: Opportunities and Challenges. 6th World Media Economics Conference. Centre d’Etudes sur les media and Journal of Media Economics. HEC Montréal. 7- Lin, Koong, Lin, Chad and Kuo, Wen-Liang (2008) The adoption and management of interactive digital TV commerce in Taiwan. International Journal of Management. 25 (2): pp. 287-299. 8- RNW (2010). Brazil aims to set South American digital TV standard. Accesssed on 10 June 2010, http://blogs.rnw.nl/medianetwork/brazil-aims-to-set-south-american-digital-tv-standard 9- Shapiro, C. & Varian, H.R. (1999) A economia da informação: como os princípios econômicos se aplicam à era da Internet. Rio de Janeiro : Campus