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BOLSA DE MERCADORIAS & FUTUROS

PROCEDIMENTOSOPERACIONAIS

DA CLEARING DEDERIVATIVOS BM&F

MAIO DE 2005

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ÍNDICE

1. Disposições Gerais .............................................................................................. 52. Participantes ....................................................................................................... 53. Participantes com Liquidação Direta (PLDs) ........................................................ 144. Sistemas Oficiais de Comunicação entre a Câmara e Seus Participantes ............. 155. Negociação ...................................................................................................... 176. Registro de Operações no Mercado de Balcão com e sem Garantia ................... 257. Custos Operacionais ......................................................................................... 268. Compensação e Liquidação .............................................................................. 279. Declaração da Condição de Inadimplemento do Membro de

Compensação e do Banco Liquidante ............................................................... 3410. Liquidação Física ............................................................................................... 3511. Outros Procedimentos ...................................................................................... 3812. Sistema de Custódia ......................................................................................... 4213. Estrutura de Administração de Risco ................................................................. 4814. Exigibilidades Iniciais ......................................................................................... 5215. Limite Intradiário de Risco do Membro de Compensação .................................. 5316. Gerenciamento do Risco de Liquidez ................................................................. 5817. Margem de Garantia ........................................................................................ 6018. Gerenciamento de Garantias ............................................................................ 8619. Limites de Concentração de Posições ................................................................ 9720. Limites de Oscilação Diária de Preços ................................................................ 9821. Estrutura dos Fundos e Salvaguardas ................................................................ 9822. Auditoria ........................................................................................................ 10223. Condições de Emergência ............................................................................... 103

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1. Disposições Gerais

Os termos usados nestes Procedimentos Operacionais têm o significado que lhes é dadono Capítulo I (“das definições”) do Regulamento da Câmara.

2. Participantes

2.1 Participantes da BM&FO Regulamento da Câmara de Registro, Compensação e Liquidação de Operaçõesde Derivativos BM&F estabelece duas categorias de participante. O primeiro grupo,denominado de participantes diretos, envolve aqueles que participam da cadeiade responsabilidades em relação à liquidação das operações realizadas na BM&F.O segundo grupo, denominado de participantes indiretos, engloba outras entidadesou instituições que prestam serviços de caráter instrumental em relação às atividadesrealizadas pela Câmara.Os participantes diretos e indiretos da BM&F estão listados na Tabela 1.

2.2 Admissão de ParticipantesIndependentemente da categoria de participante, o credenciamento e o posteriorcadastro junto à Câmara de Derivativos BM&F precedem o exercício de suasatividades.Os participantes da Câmara são admitidos e desligados nos termos dos EstatutosSociais e das demais normas aplicáveis da BM&F.

Participante Direto Indireto

Banco LiquidanteMembro de CompensaçãoCorretora de MercadoriasCorretora de Mercadorias AgrícolasParticipante com Liquidação Direta (PLD)Permissão de Acesso para Produtos Específicos (Pape)Operador EspecialOperador Especial de Mercadorias AgrícolasCorretora EspecialCorretor de AlgodãoArmazém GeralUsina e SiloBanco CustodianteFundidor e Fornecedor de OuroSupervisora de Qualidade de Produtos AgrícolasComitente +

= Participante da cadeia de liquidação financeira, nos termos do Regulamento da Câmara.= Intermediário financeiro.= Empresa prestadora de serviços.

+ = Pessoa física ou jurídica, hedger ou não, residente ou não-residente.

Tabela 1 – Participantes Diretos e Indiretos

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2.3 Participantes Diretos2.3.1 Membros de Compensação e Participantes com Liquidação Direta

(PLDs)Somente são admitidas como Membros de Compensação e Participantescom Liquidação Direta as instituições financeiras (bancos múltiplos, comerciaise de investimento, corretoras e distribuidoras de títulos e valores mobiliários)que adquiram o título patrimonial de Membro de Compensação da BM&Fe que, além dos quesitos de elegibilidade constantes dos Estatutos Sociaise demais normas aplicáveis da Bolsa, atendam às seguintes exigências:– possuam o capital mínimo integralizado estabelecido pelo Conselho

de Administração;– mantenham sede ou escritório na cidade de São Paulo;– indiquem um, dentre seus diretores, como responsável, perante a BM&F,

pelos atos praticados e/ou operações realizadas;– prestem as garantias exigidas para constituição do Fundo de Liquidação

de Operações.

2.3.2 Bancos LiquidantesSomente são admitidas como Bancos Liquidantes as instituições bancáriasque possuam acesso à conta “reservas bancárias” e que, além dos quesitosde elegibilidade constantes das normas aplicáveis da Bolsa, atendam àsseguintes exigências:– possuam o capital mínimo integralizado estabelecido pelo Conselho

de Administração;– mantenham sede ou escritório na cidade de São Paulo;– indiquem um, dentre seus diretores, como responsável, perante a BM&F,

pelos atos praticados e/ou operações realizadas;– apresentem o Termo de Adesão ao Regulamento e aos Procedimentos

Operacionais da Câmara, devidamente assinado por representanteslegalmente autorizados.

2.3.3 Corretoras de MercadoriasSomente são admitidas como Corretoras de Mercadorias ou Corretoras deMercadorias Agrícolas as sociedades comerciais que detenham o respectivotítulo e que, além dos quesitos de elegibilidade constantes dos EstatutosSociais e demais normas aplicáveis da Bolsa, atendam às seguintes exigências:– sejam Sócios Efetivos;– façam constar de seu contrato social ou estatuto, como objeto, a

operação, por conta própria e de terceiros, com mercadorias e ativosfinanceiros;

– possuam o capital mínimo integralizado estabelecido pelo Conselhode Administração;

– mantenham sede ou escritório na cidade de São Paulo;– indiquem um, dentre seus diretores, como responsável, perante a BM&F,

pelos atos praticados e/ou operações realizadas.

2.3.4 Operadores EspeciaisSomente são admitidas como Operadores Especiais ou como OperadoresEspeciais de Mercadorias Agrícolas as pessoas físicas ou firmas individuais

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que detanham o respectivo título e que, além dos quesitos de elegibilidadeconstantes dos Estatutos Sociais e demais normas aplicáveis da Bolsa,atendam às seguintes exigências:– Pessoa física:

a) tenham maioridade civil;b) tenham comprovada idoneidade moral e financeira;c) tenham sido aprovadas em exame de suficiência técnica, realizado

pela BM&F;d) tenham escritório ou residência na cidade de São Paulo;

– Firma individual:e) preencham os requisitos (a), (b) e (c) acima;f) comprovem a condição de firma individual;g) tenham escritório na cidade de São Paulo.

2.3.5 Corretoras EspeciaisSomente são admitidas como Corretoras de Mercadorias as pessoas jurídicasque, além dos quesitos de elegibilidade constantes dos Estatutos Sociais edemais normas aplicáveis da Bolsa, atendam às seguintes exigências:– sejam Sócios Efetivos;– façam constar de seu contrato social ou estatuto, como objeto, a operação,

por conta própria e de terceiros, com mercadorias e ativos financeiros;– indiquem um, dentre seus diretores, como responsável, perante a BM&F,

pelos atos praticados e/ou operações realizadas.

2.3.6 Permissão de Acesso para Produtos Específicos (Pape)Segundo aprovação do Conselho de Administração em 11 de janeiro de2005, as instituições que aderiram ao programa de recompra, transferindoseus títulos patrimoniais à BM&F até 31 de março de 2005, receberamPermissões de Acesso para Produtos Específicos. Em acréscimo aos quesitosde elegibilidade constantes dos Estatutos Sociais e às demais normasaplicáveis da Bolsa, tais instituições devem atender às seguintes exigências:– permanecer associadas da BM&F, na categoria Sócio Efetiv;– atender ao processo de cadastramento especificamente estabelecido para

a modalidade; e– atender aos demais critérios estabelecidos pela BM&F.O detentor da Pape deverá manter acordo operacional com uma Corretorade Mercadorias que seja também Membro de Compensação.Cada Pape autoriza a alocação de um operador no pregão de viva voz e ainstalação de um terminal de acesso ao sistema eletrônico para a negociaçãode um único produto (incluindo futuros e opções), limitado aos mercadosagropecuários, Índice Bovespa e ouro.

2.4 Participantes IndiretosSão aquelas entidades, instituições ou empresas que prestam serviços de caráterinstrumental em relação às atividades conduzidas pela Câmara.

2.4.1 Armazéns Gerais, Usinas e SilosSão admitidas como Armazéns Gerais, Usinas e Silos as entidades queatendam às seguintes exigências:

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– tenham comprovada idoneidade financeira e tradição no ramo;– tenham comprovada capacidade de armazenagem em condições

técnicas adequadas;– possuam equipamentos e maquinários específicos para o produto que

se disponham a armazenar;– tenham localização estratégica em relação às áreas de produção e

consumo ou exportação;– possuam seguro geral para as mercadorias armazenadas.A admissão de Armazéns Gerais, Usinas e Silos somente será efetivada apósa vistoria do local por técnicos da BM&F.

2.4.2 Bancos CustodiantesSão admitidas como Bancos Custodiantes de ouro as instituições financeirasque atendam às seguintes exigências:– sejam detentoras do título patrimonial de Sócio Efetivo;– possuam estrutura física adequada à custódia de metais;– possuam balança de alta precisão;– possuam sistemas de segurança;– possuam seguro geral para o metal custodiado.A fim de verificar o cumprimento dessas exigências, os técnicos especia-lizados da BM&F realizarão a vistoria do local. Depois desse procedimento,caso não existam pendências nem irregularidades, será feita a admissão doBanco Custodiante.

2.4.3 Fundidores e Fornecedores de OuroSão admitidas como Fundidores e Fornecedores de Ouro as empresas queatendam às seguintes exigências:– sejam detentoras do título patrimonial de Sócio Efetivo;– possuam patrimônio líquido mínimo equivalente a 50 (cinqüenta) quilos

de ouro;– apresentem garantia inicial equivalente a 50 (cinqüenta) quilos de ouro.

Essa quantidade será reduzida em 10 (dez) quilos/ano, até atingir o nívelde 10 (dez) quilos;

– comprovem capacidade técnica, por meio da apresentação de laudo deteor de pureza, emitido por órgão independente (IPT ou CMB), combase em vistoria técnica, cujo custo caberá ao fundidor interessado, queserá acompanhada por um representante da BM&F;

– tenham participação na custódia de ouro de, no mínimo, 1% (um porcento) do estoque.

2.4.4 Supervisoras de Qualidade de Produtos AgrícolasSão admitidas como Supervisoras de Qualidade de Produtos Agrícolas asempresas que atendam às seguintes exigências:– tenham comprovada idoneidade financeira;– tenham comprovada tradição no ramo de análises de produtos agrícolas

e assemelhados;– possuam estrutura técnica adequada, inclusive equipamentos para

análises.

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2.5 Cadastramento de ComitentesO cadastro de comitentes é realizado pelas Corretoras de Mercadorias, Corretorasde Mercadorias Agrícolas e Corretoras Especiais, as quais devem manter arquivoatualizado dos dados, tornando-os disponíveis aos órgãos reguladores, bem comoà própria BM&F, sempre que lhes seja solicitado.As Corretoras devem atentar para a autenticidade dos dados informados,comunicando à Câmara quaisquer irregularidades.Os comitentes são subdivididos nas seguintes categorias:

detentor do título de Sócio Efetivo, que tem direito a desconto de 25% (vintee cinto por cento) nos custos operacionais;hedger, que é a pessoa física ou jurídica, o produtor, comerciante, instituiçãofinanceira ou investidor institucional cuja atividade está diretamente relacionadacom os produtos negociados na BM&F. As Corretoras devem solicitar à Câmara,por meio de documentação comprobatória, o cadastramento do comitente comohedger, salvo quando este for instituição financeira ou fundo de investimento;investidor institucional, que pode ser um fundo de investimento ou uma fundaçãode previdência privada, tendo direito a uma redução nos emolumentos cobra-dos pela Bolsa. O cadastramento como investidor institucional é automático;não-residente, que pode ser uma pessoa física ou jurídica sediada no Exterior, cujocadastramento é efetuado mediante a apresentação da documentação exigida.

2.6 Alterações CadastraisMudanças nos cadastros dos participantes são efetuadas somente pela Câmara,por meio da apresentação de documento comprobatório. As informações cadastraisdos comitentes podem ser alteradas pelas próprias Corretoras, à exceção dos dadospertinentes à identificação e à condição legal, listados a seguir, os quais dependemde apresentação da documentação comprobatória da alteração pleiteada:

nome ou razão social;CPF, CNPJ ou código operacional específico, fornecido pela Comissão de ValoresMobiliários (CVM);data de nascimento ou data de constituição;código de identificação originalmente atribuído;outras informações definidas pela Câmara.

2.7 Vínculos entre Participantes2.7.1 Intermediários Financeiros e Membros de Compensação

As Corretoras de Mercadorias, as Corretoras de Mercadorias Agrícolas, asCorretoras Especiais, os Operadores Especiais e Operadores Especiais deMercadorias Agrícolas devem, obrigatoriamente, indicar um Membro deCompensação, para efeito de compensação e liquidação financeira, porintermédio do qual efetuarão pagamentos e/ou receberão créditosoriginados das transações feitas nos mercados BM&F.Nos termos do Regulamento da Câmara, uma vez firmado tal vínculo, osintermediários passam a ser clientes usuários dos serviços de compensaçãodo Membro de Compensação, perante os quais assumem deveres eobrigações. O intermediário deve indicar pelo menos dois Membros deCompensação, sendo um deles “principal” e o outro “secundário”.

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O vínculo ocorre no momento em que o intermediário e o Membro deCompensação assinam o Contrato de Registro de Operações de Pregão deViva Voz e Eletrônico (exceto a Corretora Especial, que deve assinar oContrato de Registro de Operações no Mercado de Balcão). Esses contratosseguem o padrão definido pela Bolsa, mas existem cláusulas que oscontratantes, de comum acordo, devem preencher, segundo critériospróprios, como limites financeiros e de posições em aberto, dentre outras.Qualquer alteração deve ser imediatamente comunicada à BM&F.

2.7.2 Membros de Compensação e Bancos LiquidantesOs Membros de Compensação que não possuem conta reservas bancáriasdevem, obrigatoriamente, indicar um Banco Liquidante, denominadoprincipal, para receber e transferir recursos via Sistema de Transferência deReservas (STR). A Câmara indicará um Banco Liquidante secundário, com oqual o Membro de Compensação deverá manter vínculo, nos termos doparágrafo 2º do artigo 8º do Regulamento da Câmara.O vínculo passa a existir no momento em que o Membro de Compensaçãoe os Bancos Liquidantes assinam o Instrumento de Nomeação de BancoLiquidante. Esse documento segue o padrão definido pela Bolsa, mas existemcláusulas que os contratantes, de comum acordo, devem preencher, segundocritérios próprios, como imposição de limites e penalidades, dentre outras.Alterações de qualquer natureza devem ser prontamente comunicadas à BM&F.

2.8 Documentação Exigida para Credenciamento e CadastroOs associados e demais participantes, diretos ou não, além de atender às exigênciasestabelecidas nos itens 2.3 e 2.4, devem enviar à BM&F documentação específicade cada categoria, conforme discriminado nas Tabelas 2 e 3.Outros documentos poderão ser exigidos pela Câmara de Derivativos BM&F, deacordo com as especificidades de cada categoria.

2.9 Disposições GeraisA Câmara pode, a seu exclusivo critério e sempre que considerar necessário,consultar órgãos governamentais ou entidades privadas de proteção ao crédito,com o propósito de verificar a autenticidade das informações obtidas de seusassociados e demais participantes.Os participantes devem observar, no que couber, as disposições contidas naResolução nº 007, de 15 de setembro de 1999, do Conselho de Controle deAtividades Financeiras (Coaf).

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Documentação BL MC PLD CM CE OE SE1

1. Solicitação de transferência do título assinadapelas partes e/ou Instrumento Particular deCessão e Transferência de Direitos sobre TítuloPatrimonial * * * * * *

2. Requerimento de Admissão de Associado * * * * * *

3. Instrumento de Caução de TítuloPatrimonial/Não-Patrimonial * * * * * *

4. Termo de Adesão para PLD *

5. Termo de Adesão para Banco Liquidante *

6. Instrumento de Nomeação de Banco Liquidante(conglomerado ou terceiros) * *

7. Formulário Cadastral de Pessoa Jurídica * * * * * *

8. Formulário Cadastral de Pessoa Física e xerox doRG/CPF (as pessoas jurídicas devem enviar oformulário de pessoa física de seus administradores) * * * * * *

9. Cópia do certificado do Curso de Operador BM&F *

10. Cópia do instrumento/ata de constituição,com carimbo da Junta Comercial * * * * * *

11. Cópia das atas das últimas assembléiasrealizadas (AGO e AGE) ou das últimas reuniõesde diretoria/alterações contratuais,com carimbo de arquivamento na Junta Comercial * * * * * *

12. Cópia do último balancete e do balanço geraldo último exercício * * * * *

13. Quadro de acionistas e cotistas * * * *

14. Fomulário de identificação e credenciamentode procuradores * * * * * *

15. Indicação de funcionário privilegiado * * *

16. Carta de adesão ao convênio Serasa(exclusivamente para as Corretoras que optarempela adesão) *

17. Contrato de Registro de Operações de Pregão deViva Voz e Eletrônico * *

18. Contrato de Registro de Operações no Mercadode Balcão *

BL = Banco Liquidante; MC = Membro de Compensação; PLD = Participante com Liquidação Direta; CM = Corretora de Mercadoriase Corretora de Mercadorias Agrícolas; CE = Corretora Especial; OE = Operador Especial; SE = Sócio Efetivo (pessoa jurídica).1 No caso de Sócio Efetivo pessoa física, valem apenas os documentos mencionados nos itens 1, 2 e 8.

Tabela 2 – Documentação de Participantes Associados e Bancos Liquidantes

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Corretor de AlgodãoPessoa Física– Carta com pedido de transferência do título de Corretor de Algodão, com as assinaturas do vendedor e do

comprador.– Requerimento de Admissão de Associado.– Formulário Cadastral de Pessoa Física.– Uma foto 5x7 recente, acompanhada de xerox do CPF e do RG.– Atestado de idoneidade profissional firmado por três corretores que trabalhem no mercado há mais de um ano.– Atestado de idoneidade firmado por três empresas que exerçam atividades no mercado algodoeiro.Pessoa Jurídica– Carta com pedido de transferência do título de Corretor de Algodão, com as assinaturas do vendedor e do

comprador.– Requerimento de Admissão de Associado.– Formulário Cadastral de Pessoa Jurídica.– Formulário Cadastral de Pessoa Física para os diretores.– Atestado de idoneidade profissional firmado por três corretores que trabalhem no mercado há mais de um ano.– Atestado de idoneidade firmado por três empresas que exerçam atividades no mercado algodoeiro.– Estatuto ou contrato social, acompanhado da ata da assembléia que elegeu a atual diretoria.

Armazém Geral e Silo– Laudo de Vistoria para credenciamento.– Formulário Cadastral de Pessoa Jurídica.– Formulário Cadastral de Pessoa Física para os diretores.– Termo de Adesão às Normas de Credenciamento.– Formulário de Identificação e Credenciamento de Procuradores.– Nomeação do fiel depositário, com registro na Junta Comercial.– Termo de responsabilidade.– Demonstrações financeiras auditadas dos três últimos exercícios.– Estatuto ou contrato social, acompanhado da ata da assembléia que elegeu a atual diretoria.– Cópia autenticada da matrícula do armazém na Junta Comercial.– Cópia da apólice de seguro.– Carta de recomendação de Corretora associada.– Cartas de recomendação comercial (pelo menos quatro).

Usina– Laudo de Vistoria para credenciamento.– Formulário Cadastral de Pessoa Jurídica.– Formulário Cadastral de Pessoa Física para os diretores.– Termo de Adesão às Normas de Credenciamento.– Formulário de Identificação e Credenciamento de Procuradores.– Termo de responsabilidade.– Demonstrações financeiras auditadas dos três últimos exercícios.– Estatuto ou contrato social, acompanhado da ata da assembléia que elegeu a atual diretoria.– Cópia da apólice de seguro.– Carta de recomendação de Corretora associada.– Cartas de recomendação comercial (pelo menos quatro).

Banco Custodiante– Formulário Cadastral de Pessoa Jurídica.– Formulário Cadastral de Pessoa Física para os diretores estatutários.– Estatuto ou contrato social, acompanhado da ata da assembléia que elegeu a atual diretoria.– Termo de Adesão às Normas de Credenciamento.– Memorial descritivo das instalações da custódia.– Balança de alta precisão.– Organograma funcional, indicando os responsáveis pelas áreas.– Modelo do Certificado de Custódia.– Manual de procedimentos.– Curriculum vitae atualizado do diretor de Relações com o Mercado.

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Fundidor e Fornecedor de Ouro– Formulário Cadastral de Pessoa Jurídica.– Formulário Cadastral de Pessoa Física para os diretores estaturários.– Estatuto ou contrato social, acompanhado da ata da assembléia que elegeu a atual diretoria.– Termo de Adesão às Normas de Credenciamento.– Demonstrações financeiras do último exercício e último balancete.– Indicação de auditor independente.– Provas de quitação (certidões negativas) junto ao Fisco federal (IR, IUM, IPI, Iapas, PIS e Finsocial), ao Fisco

estadual (ICMS) e ao Fisco municipal (ISS).– Certidões fornecidas por todos os distribuidores da jurisdição da sede do interessado e da residência de seus

representantes legais, com relação a feitos civis, criminais, protestos de títulos e execuções fiscais, inclusivefederais, em nome da empresa e de seus representantes legais.

– Certidão negativa sobre questões trabalhistas fornecidas pela Justiça do Trabalho.– Laudo de teor de pureza emitido por órgão independente (IPT ou CMB), com base em vistoria técnica, cujo custo

caberá ao fundidor interessado, que será acompanhada por um representante da BM&F.– Fac-símile do Certificado de Teor de Pureza e Peso.– Desenho detalhado da punção de identificação dos lingotes de ouro.– Duas fotos coloridas dos lingotes de 250 grams, 1 quilograma, 100 e 400 onças-troy de ouro.– Curriculum vitae do diretor de Relações com o Mercado e do diretor Técnico (químico responsável).– Relação das empresas com as quais opera.– Carta de fiança inicial equivalente a 50 quilogramas de ouro, com redução de 10kg/ano até o nivelamento com

o critério atual de 10kg de ouro.– Patrimônio líquido equivalente a 50 quilogramas de ouro.– O Fornecedor deve atender a todas as exigências estabelecidas para credenciamento de Fundidor, no que couber,

além da apresentação de fac-símile do certificado de garantia e do contrato de fornecimento firmado com oFundidor credenciado pela BM&F.

Supervisora de Qualidade de Produtos Agrícolas– Formulário Cadastral de Pessoa Jurídica.– Formulário Cadastral de Pessoa Física para os diretores.– Formulário de Identificação e Credenciamento de Procuradores.– Termo de responsabilidade.– Demonstrações financeiras auditadas dos três últimos exercícios.– Estatuto ou contrato social, acompanhado da ata da assembléia que elegeu a atual diretoria.– Cartas de recomendação comercial (pelo menos quatro).

Tabela 3 – Documentação de Participantes Prestadores de Serviços

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3. Participantes com Liquidação Direta (PLDs)

3.1 IntroduçãoSão denominados Participantes com Liquidação Direta (PLDs) aqueles que atuamdiretamente na cadeia de liquidação financeira da Câmara de Derivativos BM&F,na mesma categoria dos Membros de Compensação.Poderão cadastrar-se como PLDs as instituições financeiras que utilizem suas te-sourarias para realizar operações para carteira própria e/ou para fundos de admi-nistração exclusiva, que não possuam, sob a mesma denominação jurídica, títulode Corretora de Mercadorias e que atendam às exigências estabelecidas no subitem2.3.1 deste documento.

3.2 Procedimentos Operacionais3.2.1 Negociação

Ao PLD é facultado o direito de realizar operações nos pregões da BM&Fpor meio das Corretoras associadas que escolher para intermediá-las. OPLD poderá deter o número de subcontas que desejar, desde que estejamdevidamente cadastradas e identificadas (tesouraria, câmbio, fundos etc.).A Câmara atribuirá código numérico ao PLD, que deverá ser informado nocartão de negócios pelo Operador de Pregão da Corretora intermediadora.O PLD poderá transmitir ordens de compra e venda diretamente ao Opera-dor de uma Corretora, desde que sejam identificadas na mesa de opera-ções. Não há restrição quanto ao número de Corretoras associadas que oPLD poderá contratar para operar nos pregões da BM&F.Quanto às operações no mercado de balcão, a sistemática operacional é amesma, ou seja, a Corretora contratada registra o contrato no Sistema deRegistro de Operações do Mercado de Balcão, com o código do PLD, paraque a operação lhe seja automaticamente transferida.

3.2.2 Confirmação e Especificação de NegóciosO PLD tem terminal próprio, por meio do qual pode consultar os negóciospor ele demandados.No momento do registro, os sistemas da Bolsa executam a transferênciaautomática da operação para o PLD, que deve confirmar sua aceitação. Apartir desse instante, o PLD, para efeito da liquidação, é o responsável inte-gral pela transação confirmada.Os sistemas da Bolsa fazem a especificação automática das operações, nassubcontas previamente indicadas no cartão de negócios. Se o PLD estiveroperando para seus fundos, deverá especificá-los.Na hipótese de não-confirmação pelo PLD, qualquer responsabilidade, noque diz respeito à liquidação das operações, é do intermediário que execu-tou o negócio e do respectivo Membro de Compensação.A especificação de negócios do PLD obedece às mesmas premissasestabelecidas na Subseção 11.

3.2.3 Margem de GarantiaTodos os negócios realizados pelo PLD são consolidados na conta e/ou

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subcontas por ele indicadas, que originarão as posições em aberto, sobreas quais há incidência de margem de garantia, de acordo com a metodologiaapresentada na Subseção 17.A cobertura da margem é feita diretamente pelo PLD, nos prazos e condi-ções fixados na Subseção 18.

3.2.4 Liquidação FinanceiraComo mencionado anteriormente, na cadeia de liquidação financeira, oPLD desempenha o mesmo papel do Membro de Compensação, cujas res-ponsabilidades estão definidas na Subseção 8.O PLD que não for banco deverá indicar um Banco Liquidante, denomina-do principal, para a realização da transferência de reservas via STR. A Câ-mara indicará um Banco Liquidante secundário, com o qual o PLD deverámanter vínculo, nos termos do parágrafo 2º do artigo 8º do Regulamentoda Câmara. O PLD e os Bancos Liquidantes deverão apresentar à Bolsa oInstrumento de Nomeação de Banco Liquidante.

3.3 Limites Operacionais e FinanceirosAo PLD são atribuídos limites operacionais e financeiros, idênticos aos dos Mem-bros de Compensação, como limite de alavancagem e limite de risco intradiário,conforme exposto na Subseção 15.

3.4 Fundo Especial dos Membros de CompensaçãoO PLD terá direito às cotas do Fundo Especial dos Membros de Compensaçãoproporcionais a 50% da taxa de registro por ele gerada.

3.5 Custos OperacionaisOs custos operacionais incidentes sobre as transações nos mercados da BM&Fdevem ser pagos à(s) Corretora(s) associada(s) que executou(aram) as ordens decompra e venda direcionadas pelo PLD.

3.6 Fluxo de TransaçõesO fluxo de transações do Participante com Liquidação Direta está na Figura 1.

4. Sistemas Oficiais de Comunicação entre a Câmara e SeusParticipantes

Os sistemas de comunicação oficiais entre a Câmara de Derivativos BM&F e seusparticipantes classificam-se em: normativos, operacionais e informativos.Normativos são as comunicações das decisões tomadas pela Bolsa, no uso de suas com-petências previstas em seus Estatutos Sociais, bem como no Regulamento da Câmara enestes Procedimentos Operacionais, aprovados pelo Banco Central do Brasil, e na legisla-ção aplicável ao Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB).A BM&F divulga os atos normativos por meio de Ofícios Circulares e as demais informa-ções, por meio de Comunicados. Os Ofícios Circulares são emitidos exclusivamente peloDiretor Geral e, no âmbito da competência deste, estabelecem e criam direitos e deveres

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PLD = Participante com Liquidação Direta; CM = Corretora associada; OP = Operador de Pregão;STR = Sistema de Transferência de Reservas

Figura 1 – Descrição do Processo Operacional e do Fluxo de Liquidação do PLD

para todos os associados da Bolsa. Os Comunicados Externos podem ser emitidos porqualquer das Diretorias da BM&F e destinam-se aos associados em geral ou, dependendodo teor, a determinada categoria de membros. Os Comunicados Externos são utilizadospara informar o mercado de fatos, atos ou providências da BM&F. Tanto os Ofícios comoos Comunicados são publicados em meio físico e eletrônico.Todas as comunicações operacionais são feitas com a utilização de mensagens do SPB,relacionadas a transações específicas para liquidação financeira via Sistema de Transferênciade Reservas (STR) e à vinculação de garantias junto ao Sistema Especial de Liquidação eCustódia (Selic).Informativos são todas as comunicações de divulgação de informações de interessepúblico, pertinentes às operações realizadas no âmbito da Câmara.A BM&F mantém sistemas de contingência para todos os sistemas de comunicação oficiais,que, quando usados como tais, também se tornam oficiais.

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5. Negociação

5.1 IntroduçãoA negociação dos contratos autorizados pela BM&F poderá ocorrer em quatroambientes distintos, a saber:

pregão de viva voz: as operações são executadas em rodas de negociação, noshorários determinados pela Bolsa para cada ativo ou mercadoria;pregão eletrônico (Global Trading System, GTS): as transações são realizadasem sistema eletrônico de leilão, em três fases: antes da abertura do pregão deviva voz de D+0, concomitantemente com o pregão de viva voz de D+0 e apóso encerramento do pregão de viva voz de D+0. Nessa fase, os negócios realiza-dos correspondem a posições do dia seguinte – D+1;balcão: os negócios são fechados previamente, entre as instituições, por tele-fone, e levadas a registro, exclusivamente pelas Corretoras credenciadas a operarno Sistema de Registro de Operações do Mercado de Balcão;WebTrading BM&F (WTr): sistema de negociação de minicontratos via internet,nos horários determinados pela Bolsa para cada ativo ou mercadoria.

5.2 Pregão de Viva VozOs negócios efetuados no pregão de viva voz são considerados aceitos pela Câ-mara no momento em que são fechados na roda de negociação, observados doisparâmetros preliminares:

conformidade com as práticas e regras de negociação em pregão estabelecidaspela BM&F;enquadramento no limite de risco intradiário do Membro de Compensação,conforme a Subseção 15.

5.2.1 Regras de ApregoaçãoOs negócios devem ser realizados em consonância com as práticas deapregoação especificadas no Regulamento de Operações e na Consolida-ção da Sistemática Operacional de Pregão da BM&F. A supervisão do pro-cesso de negociação é de responsabilidade é do Diretor de Pregão.

5.2.2 Limites de Risco Intradiário do MCConsoante a Subseção 15, as operações realizadas no dia pelos intermediá-rios financeiros são compensadas na posição do Membro de Compensação,para efeito de controle de risco e observância de limites. Sem prejuízo daresponsabilidade de cada MC, a Câmara, no monitoramento de limite de ris-co intradiário do Membros de Compensação e das obrigações por ele assumi-das até o momento, poderá, conforme o nível de utilização de tal limite:– impedir o registro de novas operações sob determinado MC; e/ou– requerer o depósito de margens adicionais, inclusive no mesmo dia.A Câmara poderá, ainda, atendendo a requerimento do MC responsável,impedir o registro de operações por um intermediário.

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5.2.3 CompensaçãoPara efeito de compensação e liquidação de posições, o tratamento adota-do pela Câmara é o seguinte:– a consolidação das posições em aberto é feita por mercado, mercadoria e

vencimento, em nível de comitente, cujas posições estejam registradasna mesma Corretora e no mesmo Membro de Compensação;

– a compensação definitiva das posições é efetuada no processamentonoturno, após a especificação de todas as operações realizadas no dia;

– os sistemas da BM&F emitem os relatórios de liquidação em D+1, nosquais constam os valores que comporão o valor de liquidação provisó-rio, as novas posições em aberto, a margem de garantia requerida e oscustos operacionais.

5.2.4 Fluxo OperacionalA Figura 2 resume o fluxo das operações no pregão de viva voz da BM&F.

5.3 Pregão EletrônicoAs negociações no GTS são feitas em três fases: antes da abertura do pregão deviva voz, denominado before-hours; concomitantemente com o pregão de viva

Figura 2 – Fluxo Operacional do Pregão de Viva Voz (continua)

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Figura 2 – Fluxo Operacional do Pregão de Viva Voz (continuação)

voz; e após o encerramento deste, denominado after-hours, cujas operações sãorealizadas para o pregão de D+1. Para efeito de verificação das práticas de nego-ciação e conformidade dos limites, as operações realizadas no GTS são consolida-das juntamente com as cursadas no pregão de viva voz do mesmo dia.Os negócios realizados no pregão eletrônico são aceitos pela Câmara no momen-to em que as ofertas de compra e de venda listadas no sistema são fechadas contraoutras ofertas, por meio de comando da Corretora interessada.A Câmara considera aceita a operação que estiver em conformidade com as regrasespecificadas pela BM&F para o GTS e com aquelas previstas nos subitens 5.2.1 e5.2.2.

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Figura 3 – Fluxo Operacional do GTS (continua)

5.3.1 CompensaçãoAs negociações realizadas no GTS são processadas em conjunto com as dopregão de viva voz, obedecendo às mesmas premissas do subitem 5.2.3.Quanto à compensação financeira, os valores originados das negociaçõesbefore-hours e do pregão de viva voz são apurados em conjunto, compon-do o valor de liquidação provisório. O resultado das operações cursadasafter-hours somente comporá o valor de liquidação provisório de D+2. Noentanto, se, para diminuição ou encerramento de posições, for constatadovalor devedor, este será adicionado à margem requerida para aporte emD+1.

5.3.2 Fluxo OperacionalA Figura 3 resume o fluxo das operações na plataforma eletrônica de nego-ciações da BM&F.

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5.4 WebTrading BM&F (WTr)Sistema desenvolvido pela BM&F para negociação de contratos via internet, emque, por meio do site de uma Corretora associada à Bolsa, o próprio cliente insereofertas em seu nome, as quais, após passarem pelas validações a seguir, sãoregistradas no WTr:

verificação de permissões de acesso;verificação de consistência e limites;verificação do risco da oferta.

Os negócios realizados no WTr são aceitos pela Câmara no momento em que asofertas de compra e de venda listadas no sistema são fechadas contra outras ofer-tas, por meio de comando do cliente.A Câmara considera aceita a operação que estiver em conformidade com as regrasespecificadas pela BM&F para o WTr e o GTS e com as aquelas previstas nos subitens5.2.1 e 5.2.2.

5.4.1 CompensaçãoAs negociações realizadas no WTr são processadas obedecendo às mesmaspremissas do subitem 5.2.3.

5.4.2 Fluxo OperacionalA Figura 4 resume o fluxo de operações no WTr.

Figura 3 – Fluxo Operacional do GTS (continuação)

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Figura 4 – Fluxo Operacional do WTr

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5.5 Mercado de BalcãoAs transações efetuadas no mercado de balcão são realizadas diretamente entreas instituições, para posterior registro no Sistema de Registro de Operações doMercado de Balcão pelas Corretoras. Nesse tipo de operação, não há colocaçãode oferta de compra e de venda no sistema, pois os negócios já estão fechados,com parte e contraparte sendo conhecidas, independentemente da modalidadetransacionada.A Câmara de Derivativos BM&F considera registrado o contrato depois que ambasas Corretoras identificam, no sistema, os comitentes comprador e vendedor, bemcomo as demais características do negócio, ao qual será atribuído um número decontrole. É igualmente levada em conta a conformidade com as práticas e as re-gras de negociação no mercado de balcão estabelecidas pela BM&F.A efetiva aceitação das operações nesse mercado somente ocorrerá em D+1, de-pois de a Câmara verificar a existência de saldo suficiente de margem de garantiapara as contrapartes da operação.

5.5.1 CompensaçãoApós o encerramento do Sistema de Registro de Operações do Mercadode Balcão, os contratos registrados no dia têm o seguinte tratamento:– a consolidação das posições em aberto é feita por tipo de contrato,

variável negociada e vencimento, em nível de comitente, cujas posi-ções estejam registradas na mesma Corretora e no mesmo Membro deCompensação;

– a compensação definitiva das posições é realizada no processamentonoturno, após o registro de todas as operações efetuadas no dia;

– o sistema emite os relatórios de liquidação dos contratos que vencemem D+1, nos quais constam os valores que comporão o valor de liqui-dação provisório, as novas posições em aberto, a margem de garantiarequerida e os custos operacionais.

5.5.2 Fluxo OperacionalA Figura 5 resume o fluxo das operações no Sistema de Registro de Opera-ções do Mercado de Balcão.

5.6 Disposições GeraisIndependentemente de o processo de registro e aceitação das operações estar deacordo com o disposto nestes Procedimentos Operacionais, devem ser observadasas normas específicas do Banco Central do Brasil (Bacen), da Comissão de ValoresMobiliários (CVM) e do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).Por conseguinte, se alguma irregularidade for constatada após a identificação docomitente final, a BM&F poderá:

cancelar os negócios ainda em D+0;realizar operações de natureza inversa em D+1, com o objetivo de zerar asposições objeto da irregularidade.

Todas as despesas correspondentes a esses procedimentos serão de responsabili-dade das partes envolvidas no negócio considerado irregular, obedecida a cadeiade responsabilidades da liquidação financeira.

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Figura 5 – Fluxo Operacional do Mercado de Balcão

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6. Registro de Operações no Mercado de Balcão com e semGarantia

6.1 IntroduçãoA Câmara de Derivativos BM&F permite o registro de operações de balcão nasseguintes modalidades:

a) com garantia;b) com garantia parcial, isto é, para apenas uma das contrapartes;c) sem garantia.

Independentemente da modalidade de garantia escolhida, deverão ser observa-dos os parâmetros estabelecidos pela Bolsa quanto a: tamanho-base, prazo e ta-xas pactuadas, conforme previsto nas especificações dos contratos autorizados aregistro no mercado de balcão, bem como nos normativos da BM&F.

6.2 Responsabilidade da Câmara nas Operações com Garantia nasDuas PontasNo caso de operações com escolha de garantia pelas duas pontas, a compensaçãoe a liquidação financeira ocorrem por meio da Câmara, que, como contrapartepara efeito de liquidação financeira, exige margem de garantia de ambas as par-tes. O valor de liquidação de tais operações compõe o valor multilateral líquidodos Membros de Compensação, o que implica a responsabilidade da Câmara,conforme disposto na Subseção 8.

6.3 Responsabilidade da Câmara nas Operações com Garantia emApenas uma das PontasNas operações com escolha de garantia por apenas uma das pontas, a parte cujoinadimplemento estiver garantido pela BM&F deve depositar margem de garantiajunto à Câmara, enquanto a parte cujo inadimplemento não o estiver não precisadepositá-la.O valor de liquidação das operações com garantia parcial da Câmara só comporáo valor multilateral líquido do Membro de Compensação quando a parte credorafor a que requereu garantia da BM&F, cuja responsabilidade está prevista naSubseção 8. Caso contrário, a liquidação financeira ocorrerá diretamente entre aspartes, estando a Câmara isenta de qualquer responsabilidade.

6.4 Responsabilidade da Câmara nas Operações sem GarantiaAs operações cuja indicação, por ambas as partes, seja pela não-garantia da Câ-mara é liquidada diretamente entre elas, cabendo à Câmara apenas informar ovalor de liquidação. Para essas operações, não há exigência de depósito de mar-gem de garantia. Portanto, seu valor de liquidação não é, em nenhum momento,parte integrante do valor multilateral líquido dos Membros de Compensação, oque não envolve nenhuma responsabilidade por parte da BM&F.

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7. Custos Operacionais

7.1 IntroduçãoSobre os negócios realizados na BM&F, em qualquer mercado ou modalidade, háincidência de custos operacionais, a saber:

taxa operacional, que é o valor devido às Corretoras pela intermediação dasoperações nos mercados da Bolsa;taxas da Bolsa, que são compostas da taxa de emolumentos, da taxa de regis-tro e da taxa de permanência. A taxa de emolumentos é cobrada na negocia-ção de qualquer contrato, no encerramento do contrato por liquidação finan-ceira no vencimento, na liquidação do contrato por reversão de posições, noexercício de direitos no mercado de opções e nos procedimentos de cessão dedireitos; a taxa de registro é cobrada na negociação de qualquer contrato, naliquidação do contrato por reversão de posições, no exercício de direitos nomercado de opções e nos procedimentos de cessão de direitos; já a taxa depermanência tem como base de incidência o número de contratos mantidosem aberto no dia anterior, não sendo cobrada sobre posições em opções;taxa de liquidação, cuja base de cálculo é o valor de liquidação do contrato.

As taxas de emolumentos e de registro são devidas à Câmara no dia útil seguinteao de realização da operação; a taxa de permanência é devida no último dia útilde cada mês, no dia seguinte ao encerramento de todas as posições da mesmamercadoria do mesmo comitente e na transferência total de posições do comitentena mesma mercadoria para outra Corretora; a taxa de liquidação é devida na liqui-dação financeira de uma entrega física, compondo todas o valor de liquidação. Jáa taxa operacional é devida à Corretora pelos comitentes, não fazendo, portanto,parte do valor a ser liquidado pelo Membro de Compensação junto à BM&F.As operações denominadas day trade têm custo diferenciado, com incidência tan-to no negócio de entrada quanto no negócio de saída.

7.2 Sócios Efetivos e Investidores InstitucionaisOs Sócios Efetivos da BM&F têm direito a desconto de 25% (vinte e cinco porcento) sobre as taxas da Bolsa. Para que esse benefício lhes seja concedido, alémde estarem em dia com a anuidade, seus dados cadastrais devem estar rigorosa-mente corretos.Os comitentes investidores institucionais também têm direito a desconto de 25%(vinte e cinco por cento) sobre as taxas da Bolsas.

7.3 Cobrança da Taxa Operacional BásicaA Corretora pode, a seu exclusivo critério, estabelecer valor de corretagem a sercobrado dos comitentes. Para tanto, deve especificá-lo nos sistemas da BM&F, paraque os relatórios e a nota de corretagem ou de negociação dos comitentes sejamemitidos corretamente.

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8. Compensação e Liquidação

8.1 Serviços de Compensação e LiquidaçãoOs serviços de compensação e liquidação da Câmara compreendem:

a realização da compensação e da liquidação financeira entre os Membros deCompensação, referente às operações cursadas nos mercados administrados,organizados e/ou autorizados pela BM&F;a administração do Sistema de Risco BM&F, qual seja: sistema de cálculo demargens de garantia, sistema de controle de limites operacionais e de concen-tração de posições, sistema de controle e valorização de garantias e demaissistemas de apoio à gerência dos riscos de mercado, de crédito e de liquidez. ÀCâmara também cabe a tarefa de executar garantias, em eventos deinadimplemento;a supervisão dos processos de liquidação física, previstos nos contratosagropecuários e energéticos, desde a determinação de compradores até a efetivaentrega da mercadoria, e de compensação financeira dos valores deles oriundos.

Observadas as disposições contidas no Regulamento da Câmara, esta atua comoparte contratante, para fins de liquidação das operações, perante os Membros deCompensação.

8.2 Responsabilidades na Cadeia de LiquidaçãoO processo de liquidação das operações levadas a registro e aceitas pela Câmara deDerivativos BM&F obedece à cadeia de responsabilidades discriminada a seguir.

8.2.1 Câmara de Derivativos BM&FA Câmara assume a posição de parte contratante, nos termos descritos noartigo 4º da Lei nº 10214, de 27 de março de 2001, exclusivamente emrelação aos Membros de Compensação, para fins de liquidação das obri-gações resultantes de operações aceitas para compensação e liquidação.A Câmara não é responsável, perante comitentes, Corretoras de Mercado-rias, Operadores Especiais, Corretoras e Operadores Especiais de Mercado-rias Agrícolas, Corretoras Especiais e Membros de Compensação, peloinadimplemento de uns para com os outros, independentemente dos mo-tivos da falha.A responsabilidade da Câmara para com o Membro de Compensação, nocaso de liquidação financeira, é extinta no momento em que envia instru-ção de transferência de débito em sua conta de liquidação no STR (mensa-gem LDL0005) para crédito do Membro de Compensação ou do BancoLiquidante, indicado pelo MC, nos termos e forma descritos nestes Pro-cedimentos Operacionais; no caso de liquidação por entrega, no momentoda efetivação da entrega do ativo pela Câmara, na forma e nos prazos defini-dos nas especificações dos contratos e nestes Procedimentos Operacionais.

8.2.2 Membros de CompensaçãoOs Membros de Compensação são responsáveis, perante a Câmara, pelaboa liquidação de todas e quaisquer operações a eles atribuídas para regis-

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tro, compensação e liquidação, bem como pela entrega, recebimento, au-tenticidade e legitimidade de todos e quaisquer títulos, documentos, valo-res e garantias relacionados a essas operações.Os serviços de compensação prestados pelos Membros de Compensaçãocompreendem:– no caso do mercado a vista: tanto a entrega quanto o pagamento do

ativo objeto das operações;– no caso dos mercados de liquidação futura:

a) na liquidação por entrega: tanto a entrega quanto o pagamento doativo objeto dos contratos;

b) na liquidação exclusivamente financeira: o pagamento do saldodevedor;

– o atendimento da margem de garantia requerida pela Câmara e, ainda,a entrega, o recebimento, a autenticidade e a legitimidade de todos equaisquer, títulos, documentos, valores e garantias relacionados às ope-rações realizadas em mercados administrados, organizados e/ou auto-rizados pela BM&F.

A falha em qualquer desses itens fará o Membro de Compensação assumira condição de “devedor operacional”, devendo responder pelos prejuízoscausados e sujeitar-se às penalidades previstas. Na falta de entrega de re-cursos financeiros, ativos ou mercadorias, pelo intermediário, nos prazosestabelecidos, o Membro de Compensação deve cumprir, junto à Câmara,a liquidação devida pelo comitente faltoso.Cabe ao Membro de Compensação atender à liquidação e à prestação dasmargens de garantia nos prazos regulamentares e formalizar a ocorrênciada falha de seu cliente, usuário de seus serviços, por meio de comunicaçãoformal à Diretoria Geral da BM&F, solicitando a tomada das medidas cabí-veis, em cumprimento ao disposto no Regulamento da Câmara.A responsabilidade do Membro de Compensação devedor, no caso de li-quidação financeira, só é considerada extinta para com a Câmara quandoesta recebe do STR a mensagem LDL0004R2, confirmando o crédito de suaconta de liquidação, na forma e no prazo previstos nestes ProcedimentosOperacionais; no caso de liquidação por entrega, quando da efetivação daentrega do ativo, na forma e nos prazos determinados nas especificaçõesdos contratos e nestes Procedimentos Operacionais. O Membro de Com-pensação é responsável pelo cumprimento de toda e qualquer obrigaçãodevida à Câmara, independentemente de qualquer tipo de falha ou pro-blema que possa vir a ter seu Banco Liquidante.

8.2.3 Bancos LiquidantesOs Bancos Liquidantes são responsáveis, perante a Câmara, pelo cumpri-mento das obrigações oriundas da liquidação financeira a ser realizada viaSTR e relacionadas a todos e quaisquer valores a eles atribuídos para liqui-dação e por eles confirmados. Os Bancos Liquidantes deverão enviar con-firmação à Câmara, nos prazos por ela estabelecidos, por intermédio damensagem LDL0003, da disponibilidade total ou parcial dos recursos des-tinados ao cumprimento das obrigações dos Membros de Compensação.Na hipóstese de não-confirmação, o Banco liquidante deverá enviar a men-sagem LDL0003 com valor zero. A confirmação da disponibilidade de re-

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cursos efetuada pelos Bancos Liquidantes não exime os MCs de sua res-ponsabilidade pela totalidade das obrigações assumidas perante a Câma-ra. Sem prejuízo da responsabilidade originária dos Membros de Compen-sação, os Bancos Liquidantes assumirão responsabilidade pela entrega detodos os valores cuja disponibilidade tenha sido confirmada.Os Bancos Liquidantes estão subdivididos em dois tipos:– Banco Liquidante prestador de serviços: assume plena responsabili-

dade pelo cumprimento das obrigações relativas ao valor multilaterallíquido do Membro de Compensação, contratante de seus serviços,uma vez que tal valor tenha sido, total ou parcialmente, confirmado;

– Banco Liquidante controlador do Membro de Compensação: assume plenaresponsabilidade pelo cumprimento das obrigações do MC, indepen-dentemente da confirmação ou não do valor multilateral líquido.

Ao Banco Liquidante faltoso são aplicadas as mesmas penalidades previs-tas para o Membro de Compensação.É responsabilidade do Banco Liquidante manter os padrões de segurançadefinidos pelo Banco Central do Brasil, no que tange à troca de mensagensdestinadas à transferência de recursos e ativos pertinentes à liquidação deoperações e atividades correlatas.É também responsabilidade do Banco Liquidante informar, de formatempestiva, à BM&F e ao Membro de Compensação, usuário de seus servi-ços de compensação, qualquer problema de força maior ou de naturezacreditícia, operacional ou tecnológica, ou qualquer ocorrência que possaimplicar o não cumprimento da transferência de recursos, total ou parcial,na forma e no prazo estabelecidos nestes Procedimentos Operacionais.Ainda, é responsabilidade do Banco Liquidante comunicar, tempesti-vamente, à BM&F quaisquer indícios ou fatos que indiquem a possibilida-de de não cumprimento, por parte do Membro de Compensação, de suasobrigações relacionadas à liquidação.

8.2.4 Intermediários Usuários dos Serviços de CompensaçãoOs intermediários usuários dos serviços de compensação (Corretoras deMercadorias, Corretoras de Mercadorias Agrícolas, Corretoras Especiais,Operadores Especiais e Operadores Especiais de Mercadorias Agrícolas) sãoresponsáveis, perante o Membro de Compensação registrador de suas ope-rações, por sua boa e efetiva liquidação, bem como pela entrega, recebi-mento, autenticidade e legitimidade de todos e quaisquer títulos, docu-mentos, valores e garantias correspondentes a essas operações.É obrigação dos intermediários usuários dos serviços de compensação res-sarcir os Membros de Compensação de quaisquer custos ou prejuízos in-corridos na liquidação da operação, realizada por conta própria ou decomitente, em que tenha inadimplido. A responsabilidade do intermediá-rio perante o Membro de Compensação independe da participação diretaou indireta de outras instituições no processo de liquidação.As Corretoras de Mercadorias, as Corretoras de Mercadorias Agrícolas e asCorretoras Especiais são responsáveis, perante a Câmara, pelo procedimentode especificação, que garante a identificação do comitente, e por outrasinformações necessárias à execução das atividades de compensação e li-

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quidação de operações. Na hipótese de falha, insuficiência ou incorreçãode dados na especificação de algum comitente dentro do prazo regula-mentar, a operação será registrada na conta da Corretora.

8.2.5 ComitentesO comitente de Corretora de Mercadorias, Corretora de Mercadorias Agrí-colas e Corretora Especial é responsável, perante estas, pela entrega e/oupela provisão de recursos financeiros necessários à boa liquidação física oufinanceira de suas operações, bem como pelo atendimento das margensde garantia exigidas pela Câmara.A Câmara de Derivativos BM&F fornece as informações necessárias paraque os comitentes cumpram, perante os intermediários – e estes, por suavez, perante os Membros de Compensação –, as obrigações relacionadasao processo de liquidação. A responsabilidade do comitente perante o in-termediário independe da participação direta ou indireta de outras institui-ções no processo de liquidação.

8.3 Regras Gerais de LiquidaçãoA liquidação das operações registradas na BM&F obedece às seguintes regras:

a entrega dos ativos é feita pela quantidade líquida negociada;os valores financeiros correspondentes aos contratos cuja liquidação seja porentrega e ao resultado financeiro da compensação (inclusive custos diretos eindiretos), para os contratos cuja liquidação seja realizada de forma exclusiva-mente financeira, são incorporados ao valor multilateral líquido direcionadoao Membro de Compensação, o qual resulta da compensação de seus débitose créditos perante a Câmara;a margem de garantia é sempre requerida em dinheiro. A critério da BM&F,contudo, outros ativos poderão ser aceitos.

8.3.1 Disposições GeraisA Câmara de Derivativos BM&F fornece as informações necessárias paraque os Membros de Compensação cumpram, perante os usuários de seusserviços de compensação e perante a BM&F, as funções a eles atribuídaspara liquidação das operações.A responsabilidade dos Membros de Compensação e dos BancosLiquidantes perante a Câmara independe da participação direta ou indire-ta de outras instituições no processo de liquidação.

8.4 Composição do Valor Multilateral LíquidoO valor multilateral líquido dos Membros de Compensação é o montante a serpago ou recebido pela Câmara, em reservas bancárias, via STR. Esse saldo é apura-do mediante o somatório de todos valores oriundos das negociações, dos custosdiretos e dos custos indiretos, inclusive da margem de garantia, quando atendidaem dinheiro.A composição do valor multilateral líquido é a seguinte:

liquidação financeira de operações realizadas nos sistemas de viva voz, eletrô-nico (GTS e Teleouro) e balcão (swaps e opções flexíveis): engloba o ajuste

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diário dos mercados futuros, o ajuste periódico dos mercados a termo e debalcão, o prêmio das opções, os valores de liquidação dos mercados a vista, atermo e de balcão, os valores de liquidação do exercício de opções e os custosoperacionais (taxas da Bolsa);liquidação financeira das operações realizadas pelos investidores estrangeiros(não-residentes, conforme a Resolução nº 2687, do Bacen, de 26 de janeiro de2000): envolve o ajuste diário dos futuros e o prêmio das opções nos mercadosagropecuários;liquidação financeira das margens em dinheiro: abrange as movimentações degarantia em espécie, como depósito e retirada, taxas administrativas e remu-neração, quando couber.

Esses valores são consolidados em um único saldo – entendido como o valor deliquidação das operações –, que é colocado à disposição dos participantes eletro-nicamente, via sistema da BM&F, ou por meio impresso, mediante o Relatório Con-solidado da Liquidação. A critério da Câmara, poderão ser incluídas, no valormultilateral líquido, outras importâncias não discriminadas nos processos parciais,mas pertencentes ao processo global de liquidação.

8.4.1 Pagamento de Rendimentos de Títulos PúblicosO valor líquido do pagamento de rendimentos de títulos públicos é feitona janela de liquidação do Membro de Compensação.

8.4.2 Valor Multilateral Líquido do Membro de CompensaçãoPara efeito de liquidação via STR, o valor multilateral líquido do Membrode Compensação é o somatório dos eventos, listados no item 8.4, de todosusuários de seus serviços de compensação.

8.4.3 Valor Multilateral Líquido do Banco LiquidanteÉ vedada a compensação, pelos Bancos Liquidantes, dos valores que de-vem ser pagos ou recebidos pelos diversos Membros de Compensação paraos quais prestem serviços.Para efeito de liquidação via STR, o valor do Banco Liquidante é compostode acordo com sua categoria, a saber:– Banco Liquidante prestador de serviços: mediante a apuração de dois

valores:a) somatório do valor multilateral líquido dos Membros de Compen-

sação devedores, a ser enviado na janela de liquidação de créditosem favor da Câmara;

b) somatório do valor multilateral líquido dos Membros de Compen-sação credores, a ser recebido na janela de liquidação de créditosem favor dos Membros de Compensação;

– Banco Liquidante Controlador e/ou Coligado do Membro de Compen-sação: o saldo a ser liquidado é o mesmo apurado no item 8.4.

8.5 Liquidação Financeira dos Comitentes Não-ResidentesSão considerados comitentes não-residentes aqueles definidos na Resolução nº2687, do Bacen, de 26 de janeiro de 2000, que estejam atuando nos mercadosagropecuários da BM&F.

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Horário Evento

06:30 às 06:45 BM&F informa a abertura do mercado (mensagem LDL0028)

07:00 às 07:30 Câmara de Registro, Compensação e Liquidação de Operações de Derivativos BM&Fcomunica os valores de liquidação aos Bancos Liquidantes, aos Membros de Compensação eaos usuários dos serviços de compensação destes, referentes às negociações em D+0, nossistemas de viva voz, eletrônico (GTS e Teleouro) e balcão (swaps e opções flexíveis), bemcomo os valores da liquidação por entrega (agropecuários) – valor de liquidação provisório(mensagem LDL0001-prévia)

07:30 às 13:00 Membros de Compensação e usuários de seus serviços de compensação informam asgarantias a serem depositadas no atendimento de margens

13:30 Horário-limite de envio de garantias para atendimento de margens

14:10 às 14:15 Câmara comunica aos Bancos Liquidantes o valor de liquidação definitivo (LDL0001-definitiva)

14:15 às 14:30 Bancos Liquidantes confirmam a disponibilidade de recursos dos Membros de Compensação(LDL0003)

14:30 às 14:50 Abertura da janela de liquidação para créditos em favor da Câmara

14:51 às 15:24 Verificação de pendências e eventuais ações

15:25 BM&F envia aos Bancos Liquidantes solicitação de transferência dos valores credores dosMembros de Compensação (LDL0005)

15:30 às 18:00 Devolução de créditos indevidos; pagamento de rendimentos de títulos etc.

Tabela 4 – Horários da Liquidação FInanceira

A liquidação financeira dos ajustes diários, prêmios e taxas ocorre diretamenteentre a Câmara e o comitente não-residente, por meio do Banco Liquidante daCâmara em Nova Iorque.Na eventualidade de algum comitente não honrar a liquidação, o Membro deCompensação da Corretora que intermediou a operação assumirá o valor deve-dor, o qual será incorporado a seu valor multilateral líquido e liquidado nos prazose horários estabelecidos no item 8.8.

8.6 Etapas do Processo de LiquidaçãoA liquidação financeira ocorre em duas etapas, a saber:

primeira: no início das negociações, até o envio das ordens de crédito, pelosBancos Liquidantes, em favor da Câmara. Nesse intervalo, os Membros deCompensação, além de satisfazerem à chamada de margem, devem constituir,junto aos respectivos Bancos Liquidantes, o saldo a ser creditado à Câmara;segunda: a partir do momento em que termina a janela de créditos em favorda Câmara, até zerar a conta de liquidação desta. Nesse intervalo, é feita averificação de pendências e, por meio do STR, enviadas as ordens de créditoaos Bancos Liquidantes com posição financeira credora, encerrando definitiva-mente a compensação financeira pertinente àquele dia.

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Figura 6 – Fluxograma da Liquidação Financeira

8.7 Créditos IndevidosSerão considerados indevidos os valores que, por motivo de erro operacional, fo-rem remetidos, em favor da Câmara, em montante maior que o exigido, sendo deresponsabilidade da Câmara a pronta devolução do excedente ao participante deorigem.Serão considerados indevidos os valores que, por motivo de erro operacional,forem remetidos, aos participantes, em montante maior que o devido, sendo deresponsabilidade destes a pronta devolução do excedente à Câmara.

8.8 Horários da Liquidação FinanceiraA liquidação financeira, inclusive para os não-residentes, é realizada em D+1, noshorários listados na Tabela 4 e conforme o fluxograma da Figura 6.

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9. Declaração da Condição de Inadimplemento do Membro deCompensação e do Banco Liquidante

9.1 Caracterização do InadimplementoPara fins do disposto no Regulamento da Câmara de Derivativos BM&F, ficarácaracterizado o inadimplemento financeiro do Membro de Compensação quan-do, por qualquer razão, deixar de atender à liquidação, não transferindo o valordo saldo multilateral líquido devedor à Câmara, na forma e no prazo por elafixados. No caso de liquidação por entrega, o inadimplemento do MC ficará ca-racterizado quando a entrega do ativo não for efetivada na forma e nos prazosprevistos nas especificações dos contratos e nestes Procedimentos Operacionais.No caso de Banco Liquidante, ficará caracterizada sua condição de inadimplen-te perante a Câmara quando não enviar a ordem de crédito à Câmara, nosprazos por ela estabelecidos, embora tenha confirmado a disponibilidadetotal ou parcial de recursos para cumprimento das obrigações do Membro deCompensação.O Membro de Compensação e o Banco Liquidante estarão sujeitos à suspensãode suas atividades quando:

ficar caracterizado seu inadimplemento financeiro; ea critério da Câmara, estiverem em notório estado de insolvência ou iliquidez,embora ainda não tenha ocorrido o inadimplemento perante a Câmara.

Da suspensão caberá recurso, conforme disposto no item 9.4.

9.2 Penalidades Aplicáveis aos Membros de Compensação e BancosLiquidantesPara os casos de atraso no cumprimento de obrigações ou inadimplemento, aCâmara poderá aplicar as seguintes penalidades:

multa de 1% (um por cento) a 10% (dez por cento) ao dia, a critério doDiretor Geral da BM&F, sobre o valor dos ativos não entregues ou sobre ovalor multilateral líquido, a partir de D+0, até sua regularização;suspensão total ou parcial das atividades, a critério da BM&F;desligamento do quadro de associados da BM&F.

O Membro de Compensação, a partir do momento em que for suspenso, excluí-do ou declarado inadimplente no âmbito da Câmara, não poderá registrar novasoperações, enquanto a pendência não for resolvida. O Diretor Geral da BM&F, emconjunto com a Diretoria da Câmara de Derivativos, deverá buscar junto ao parti-cipante meios para solucionar a questão. O fato somente será comunicado aoBanco Central do Brasil depois de esgotadas todas as alternativas de solução.O débito relativo às multas aplicadas ao Membro de Compensação responsávelpela parte faltosa será incorporado a seu saldo financeiro para liquidação.O Membro de Compensação e o intermediário poderão cobrar dos respectivoscomitentes a importância correspondente à multa que decorrer de erros ou falhapor estes cometidos.

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9.3 Descrição dos Procedimentos no Evento de Falha naLiquidação por Parte do Banco LiquidanteCaracterizada a falha na liquidação pelo Banco Liquidante, entendida como anão-transferência dos valores, objeto de confirmação nos prazos previstos, naconta de liquidação da BM&F junto ao STR e existindo outros Membros de Com-pensação com valores credores sob sua responsabilidade, a Câmara transferirá osvalores de liquidação aos Membros de Compensação credores, utilizando-se deseu Banco Liquidante secundário.

9.4 Recursos à CâmaraNos termos dos Estatutos Sociais da BM&F.

10.Liquidação Física

10.1 Contratos Sujeitos à Entrega FísicaContratos futuros e disponíveis de ouro, produtos agropecuários e energia,admitidos à negociação na BM&F, estarão sujeitos à entrega física da mercadoriaobjeto, em prazos e condições específicos, quando de seu vencimento.A liquidação efetiva do contrato ocorrerá mediante a entrega da commodity pelovendedor e o pagamento do valor de liquidação pelo comprador, obedecendo aoprincípio de entrega contra pagamento (delivery versus payment, DVP).

10.2 Habilitação à Entrega FísicaA entrega física deve atender aos requisitos abaixo:

quanto à mercadoria a ser entregue: são considerados habilitados à entregaos lotes de produtos que estejam dentro dos padrões estabelecidos pelaBM&F, devidamente classificados por empresas de comprovada idoneidadee obrigatoriamente credenciadas no Sistema de Cadastro da BM&F;quanto à propriedade da mercadoria: são considerados habilitados à entregaos vendedores que comprovem, por meio de documentação específica, atitularidade dos lotes a serem entregues.quanto à indicação de terceiros: é facultado aos compradores residentes enão-residentes e aos vendedores residentes indicar terceiros para orecebimento e para a entrega do produto. Para tanto, o indicado deve estarinserido no Sistema de Cadastro da BM&F, sob a Corretora que intermediara entrega. Aqueles que forem indicados deverão fornecer todas as infor-mações para faturamento, assumindo toda e qualquer obrigação de ordemfinanceira, mercantil ou tributária, dentre outras, decorrente ou relacionadaao respectivo contrato, até a liquidação final deste. O comprador e o vendedororiginais permanecem responsáveis por todas as obrigações dos terceirospor eles indicados, até a liquidação final do contrato. O vendedor não-residente deve, obrigatoriamente, nomear um substituto, residente no Brasil,a quem serão transferidos os direitos e as obrigações da entrega. O compradornão-residente poderá nomear um representante legal para providenciar otransporte e o embarque da mercadoria para exportação e atender às eventuaisexigências dos órgãos públicos competentes.

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10.3 Procedimentos de Entregai. Os Avisos de Entrega são alocados aos clientes detentores de posições

compradoras no dia útil seguinte ao de sua apresentação à BM&F, no períodoestabelecido nas especificações contratuais.

ii. Os Avisos de Entrega são disponibilizados na sala de negociações, para escolhapelos clientes com posição compradora. A BM&F oferece os lotes constantesdesses Avisos aos compradores, seguindo a ordem de antigüidade dasposições – ou seja, têm prioridade aqueles cujas posições tenham sido abertashá mais tempo. Não havendo interessados pelo recebimento – no todo ouem parte –, a Bolsa determina que o(s) comprador(es) com a(s) posição(ões)mais antiga(s) receba(m) a mercadoria.Esse procedimento não se aplica ao mercado futuro de boi gordo. Nessecaso, tanto comprador quanto vendedor têm de enviar à BM&F Aviso deIntenção de Recebimento e Entrega. Se esse aviso for encaminhado porapenas uma das partes, o contrato será liquidado financeiramente pelo índicede preços contratualmente estabelecido, com o cancelamento do aviso.

iii. Os compradores que receberão o produto deverão enviar à BM&F, porintermédio de suas Corretoras, as informações solicitadas para faturamento,dentro dos prazos e horários estabelecidos. Adicionalmente, o vendedordeverá, de posse das informações relativas ao comprador definido pela BM&F,proceder à emissão da nota fiscal para entrega.

10.4 Outras CondiçõesCaso a legislação em vigor estabeleça a incidência de ICMS na entrega dasmercadorias objeto dos contratos da BM&F, seu valor será acrescido ao valor deliquidação, para efeito de faturamento. Não é permitido o repasse de crédito deICMS nas entregas em que comprador e vendedor estejam estabelecidos no mesmoEstado da Federação, a menos que a legislação do ICMS o exija.O preço de negociação não inclui o PIS e a Cofins.A BM&F emitirá certificado em que constarão tipo de produto entregue,quantidade e valor de liquidação financeira, que será utilizado, quando for ocaso, pelo representante legal do comprador não-residente, na obtenção dosregistros de venda e de exportação, conforme exigidos pelos órgãos públicoscompetentes.

10.5 Operações Ex-pitA BM&F permite operações ex-pit, ou troca por futuros, até o último dia útilimediatamente anterior ao primeiro dia do período previsto nos contratos paraapresentação do Aviso de Entrega, desde que atendidas as condições por elaestabelecidas. Essas operações são divulgadas pela Bolsa, mas não são submetidasà interferência do mercado.

10.6 Liquidação FinanceiraOs valores de liquidação oriundos da entrega física compõem o valor multilaterallíquido do Membro de Compensação, conforme descrito na Subseção 8. Os prazosde processamento da liquidação financeira dos contratos com entrega física são

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definidos discriminadamente, de acordo com as características de cada produtoobjeto nas especificações contratuais.No caso dos contratos cotados em dólares dos Estados Unidos da América, aliquidação financeira das operações day trade, de ajustes diários, da liquidaçãofinanceira no vencimento, de depósitos de margem em dinheiro e dos custosoperacionais não expressos em reais é realizada observando-se o seguinte:

i. para os não-residentes: em dólares dos Estados Unidos da América, na praçade Nova Iorque, EUA, por intermédio do Banco Liquidante das operações daBM&F no Exterior, por ela indicado;

ii. para os residentes: em reais, de acordo com os procedimentos normais dosdemais contratos da BM&F não autorizados à negociação pelos investidoresestrangeiros. A conversão dos valores respectivos de liquidação financeira,quando for o caso, será feita pela Taxa de Câmbio Referencial BM&F, relativaa uma data específica, conforme a natureza do valor a ser liquidado, a saber:a) na liquidação de operações day trade: a Taxa de Câmbio Referencial

BM&F do dia da operação;b) na liquidação de ajuste diário: a Taxa de Câmbio Referencial BM&F do

dia a que o ajuste se refere;c) na liquidação financeira no vencimento: a Taxa de Câmbio Referencial

BM&F do dia determinado nas especificações contratuais;d) na liquidação dos custos operacionais não expressos em reais: a Taxa de

Câmbio Referencial BM&F do dia da operação.

10.7 Taxa de Câmbio Referencial BM&FA apuração da taxa de vâmbio referencial BM&F de reais por dólar dos EstadosUnidos, a ser utilizada na liquidação financeira de operações realizadas porresidentes brasileiros nos mercados agropecuários, será realizada de acordo comos seguintes critérios:

i. a BM&F, em conjunto com os Bancos Liquidantes de suas operações noExterior, relacionará as 20 (vinte) instituições, dentre as mais bem posi-cionadas no mercado interbancário de câmbio – denominadas, para esseefeito, bancos informantes – junto às quais fará coleta diária de cotaçõesde compra e de venda de dólar dos Estados Unidos da América (cotaçõesfirmes), para liquidação pronta em D+2, ou seja, no segundo dia útil tantoem Nova Iorque quanto no Brasil;

ii. a coleta diária será realizada junto a, no mínimo, 12 (doze) instituições,dentre as 20 (vinte) previamente selecionadas. Essa coleta ocorrerá noperíodo coincidente com a última meia hora do pregão de via voz docontrato futuro de dólar da BM&F;

iii. a BM&F apurará o preço médio entre as cotações de compra e de venda decada banco informante;

iv. depois da exclusão dos dois maiores e os dois menores preços médiosindividuais, será apurada a média aritmética simples dos restantes;

v. a taxa de câmbio referencial BM&F será a média apurada no item “iv” acima,ajustada para liquidação em D+1, ou seja, para o primeiro dia que, além dehaver pregão na BM&F, não for feriado bancário em Nova Iorque. Esse ajuste

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será feito por meio do acréscimo ou da diminuição do custo de remuneraçãoem dólar, com base na taxa Libor, e do custo de reservas bancárias em reais,com base na taxa referencial DI, calculada e divulgada pela BM&F, quandoaplicáveis;

vi. a BM&F, de comum acordo com os Bancos Liquidantes de suas operações noExterior, poderá aumentar ou diminuir o número de bancos informantes daamostra, bem como o número de preços a ser excluído da amostra diária;

vii. a Bolsa poderá arbitrar um valor para a taxa de câmbio referencial BM&F se,a seu critério, julgar não serem representativas as cotações coletadas juntoaos bancos informantes;

viii. a BM&F divulgará a taxa de câmbio apurada para liquidação pronta em doisdias e a taxa de câmbio ajustada para liquidação em um dia.

11.Outros Procedimentos

11.1 IntroduçãoDurante e após os pregões da BM&F, os intermediários financeiros devem executaro processo de identificação do comitente final das operações, nos prazos e horáriosestabelecidos pela Bolsa.Para tanto, a BM&F dispõe de sistemas que permitem a consecução dos seguintesprocedimentos:

repasse dos negócios;especificação dos comitentes;cálculo dos valores de liquidação em tempo quase-real;transferência de posições.

No caso dos Membros de Compensação, a BM&F oferece ferramentas demonitoração de limites, seja por meio da verificação do volume de contratosnegociados pelos participantes usuários de seus serviços de compensação, sejapor meio de consulta, em tempo real, do volume financeiro originado das opera-ções efetuadas até o momento acessado. Tais informações são imprescindíveisao Membro de Compensação, para efeito de enquadramento nos limitesintradiários.

11.2 Vínculos e Procedimentos para Repasse de NegóciosÉ denominado repasse de negócio o processo pelo qual uma Corretora realiza, empregão, operações ordenadas por outra(s) Corretora(s), a serem transferidas paraesta(s) nos padrões determinados pela BM&F.O repasse será permitido apenas entre as Corretoras e, se for o caso, os OperadoresEspeciais que possuam vínculos. Os vínculos entre as Corretoras e os OperadoresEspeciais de origem e as Corretoras de destino somente poderão ser efetivados nosistema da BM&F após a celebração do contrato de repasse, obrigatório entre aspartes, na forma da legislação em vigor.Podem existir vínculos para repasse entre os seguintes participantes:

de Corretora para outras (brokerage);de Operador Especial para Corretora.

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Em nenhuma hipótese, podem ser efetuados repasses de negócios recebidos deoutra Corretora ou Operador Especial (repasse de repasse).

11.2.1 Procedimentos da Corretora de DestinoO operador executante do negócio realizado no pregão de viva voz deveindicar, no cartão de negócios, a intenção de repasse e o código de vínculoda Corretora de destino. Para os negócios realizados no pregão eletrônico,o executante terá prazo de 10 (dez) minutos, após o registro da operação,para indicar a intenção de repasse e identificar o código de vínculo daCorretora de destino.

11.2.2 Procedimentos do Intermediário de OrigemA Corretora de destino terá prazo máximo de 40 (quarenta) minutos paraconfirmar o repasse ou exercer seu direito de veto. Não ocorrendo o exercíciodo direito de veto no horário estipulado, o sistema da BM&F acataráautomaticamente todos os negócios para a Corretora de destino.O procedimento operacional para repasse de negócios está descrito noManual de Procedimentos Externos – Cadastramento de Vínculo e Repassede Negócios.

11.2.3 ResponsabilidadesÉ de responsabilidade das Corretoras de origem, das Corretoras de destinoe dos Operadores Especiais observar os critérios e os prazos estabelecidos.É de responsabilidade das Corretoras de destino, uma vez recebidos osnegócios, especificar seus comitentes nos horários estabelecidos pela BM&F.

11.3 Especificação de Comitentes11.3.1 Procedimentos Aplicáveis a Todos os Mercados

O intermediário que registrar uma operação na BM&F deve:– especificá-la, identificando seus comitentes junto à Câmara para fins

de liquidação, segundo os prazos, as formas e os procedimentosdeterminados pela BM&F;

– guardar em arquivo ficha cadastral atualizada de seus comitentes, naforma da legislação em vigor;

– manter atualizados, nos sistemas da BM&F, os dados completos de seuscomitentes.

No caso de falta, insuficiência ou incorreção de dados na especificação deum comitente, a Câmara atribuirá a operação ao intermediário paraliquidação por seu Membro de Compensação.

11.3.2 Prazos de EspecificaçãoA especificação de negócios deve ser efetuada em D+0, ou seja, no dia emque os negócios são realizados, independentemente da modalidade. Asordens emitidas por pessoas físicas, pessoas jurídicas não-financeiras, porcarteira própria de instituições detentoras de títulos patrimoniais de emissãoda BM&F da categoria de Corretora de Mercadorias, bem como pelasentidades abertas e fechadas de previdência complementar, deverãoobedecer à grade de horários para especificação, a saber:

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– operação realizada até as 11:30:59 → até as 12:30:00;– operação realizada entre 11:31:00 e 13:00:59 → até as 14:00:00;– operação realizada entre 13:01:00 e 15:30:59 → até as16:30:00;– operação realizada entre 15:31:00 e 17:00:59 → até as 18:00:00; e– operação realizada após as 17:01:00 → até as 19:30:00.As operações decorrentes de ordens emitidas por PLDs, por investidoresinstitucionais, por investidores estrangeiros, por pessoas jurídicas financeirase por administradores de carteiras ou de fundos de investimento deverãoser especificadas para o cliente final até as 19:30:00.A BM&F pode alterar o horário de especificação, exigindo, inclusive,especificação imediata, a seu critério.

11.3.3 Especificação Incorreta e ReespecificaçãoNa hipótese de o intermediário atribuir indevidamente negócios adeterminado comitente, a correção da especificação somente poderá serfeita no mesmo dia em que foi realizada. Portanto, não é facultada aointermediário nenhuma alteração em D+1.

11.3.4 Especificação de Negócios DiretosA BM&F não autoriza a especificação de negócios diretos para o mesmocomitente. Da mesma forma, os sistemas da Bolsa bloqueiam a especificaçãode negócios realizados por dois intermediários diferentes, cujo comitenteseja o mesmo.

11.3.5 Conta Especial de AcertoOs negócios não especificados nos sistemas da BM&F são consideradospertencentes ao intermediário e registrados na conta nº 999999, deno-minada conta especial de acerto. Os valores financeiros oriundos dosnegócios registrados nessa conta são compensados normalmente, por meiodo Membro de Compensação, como os de um comitente comum, inclusivecom todos os custos operacionais. O intermediário deve zerar a contaespecial de acerto em D+1, realizando operação de natureza oposta, o quenão o desobriga de atender à margem de garantia.A margem de garantia requerida das posições em aberto oriundas da contaespecial de acerto deve ser atendida exclusivamente em dinheiro, na formae nos prazos fixados pela Câmara, conforme a Subseção 17.

11.3.6 Especificação do Membro de CompensaçãoComo a BM&F permite a indicação de mais de um Membro de Compen-sação, é facultado ao intermediário designar, no momento da especificação,o Membro que será o responsável pela liquidação financeira. Caso nãohaja tal referência, os sistemas da BM&F assumirão o Membro deCompensação apontado como principal pelo intermediário, de acordo coma indicação prevista na Subseção I.

11.4 Valor de Liquidação Provisório em Tempo Quase-realOs Membros de Compensação e os intermediários podem consultar, a qualquermomento, o valor provisório, a ser liquidado em D+1, referente às posições em

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aberto e às assumidas no dia, de determinado cliente, de todos os clientes e, nocaso de Membro de Compensação, dos intermediários a ele vinculados.O valor de liquidação provisório em tempo quase-real pode ser consultado de duasmaneiras distintas:

provisório atual – comitente: movimento financeiro de determinado comitentee de determinada(s) mercadoria(s), a qualquer hora do dia, em que sãodiscriminados os valores de ajuste de posições novas e antigas, os prêmiosde opções negociadas no dia e o valor de liquidação no mercado disponível.Essa consulta somente é valida quando a Corretora já tiver especificado osnegócios;provisório – processo parcial: movimento financeiro de determinado cliente,intermediário ou Membro de Compensação, ou dos intermediários a ele vin-culados. Para essa consulta, os sistemas executam processos parciais, de horaem hora, proporcionando ao usuário acesso às informações nos intervalosindicados.

Os valores de ajuste são apurados com base no preço do último negócio realizadoou, na ausência deste, na cotação de ajuste do dia anterior. Uma vez arbitrados ospreços de ajuste do dia, estes servirão de base para o cálculo definitivo.

11.5 Transferência de PosiçõesÉ permitida a transferência de posições nos mercados de liquidação futura, desdeque sob a titularidade do mesmo comitente, salvo em condições especiais, a critérioda Câmara.A transferência é feita por meio da Rede de Serviços BM&F, mediante solicitaçãodo comitente detentor de posições aos intermediários envolvidos.As instruções recebidas são comparadas e casadas, para validação pela Câmara.As transferências são realizadas pelas Corretoras solicitantes (origem), pelasCorretoras recebedoras (destino) e pelos Membros de Compensação das Corre-toras-destino, para aprovação. As telas de acesso, bem como as formas de utilizaçãodos sistemas, estão descritas no Manual do Sistema de Transferência de Posições –Opções e Futuro.

11.5.1 RequisitosAs transferências de posições de opções e futuros são permitidas ao longodo dia, até o encerramento da especificação de comitentes, observadas asexigências a seguir:– os dados cadastrais (CPF/CNPJ) do comitente devem ser rigorosamente

iguais aos dos registros das Corretoras envolvidas. Caso seja uma sub-conta, esta deve estar previamente identificada nos sistemas da BM&F;

– somente é permitida a transferência de contratos considerados “emaberto”, ou seja, que constavam da posição do comitente na aberturado pregão do dia de transferência;

– não são autorizadas transferências na data de vencimento de futurosou de exercício de opções;

– os Membros de Compensação das Corretoras-destino devem concordarcom a transferência.

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11.5.2 Swaps e Opções FlexíveisAs transferências de contratos de balcão, como swaps e opções flexíveis, sósão admitidas pela BM&F quando previstas nas especificações contratuais,quando da extinção ou incorporação de fundo de investimento (comdocumentação), quando do fechamento da Corretora e em situaçõesespeciais, a critério da Bolsa.

11.5.3 ResponsabilidadesCabe à BM&F manter os sistemas atualizados, monitorar diariamente astransações efetuadas e fornecer demonstrativos às Corretoras e aosMembros de Compensação.As Corretoras são responsáveis pela manutenção dos dados cadastrais dosclientes e pela troca de informações com os Membros de Compensação,quando na condição de Corretoras-destino.A partir da aceitação de uma transferência, o Membro de Compensação-destino assume todas as responsabilidades pelas posições transferidas, nostermos do Regulamento da Câmara e nestes Procedimentos Operacionais.

12.Sistema de Custódia

O Sistema de Custódia da Bolsa fornece serviços de custódia para ativos em geral, comdestaque para ouro.

12.1 Cadeia de ResponsabilidadesO Sistema de Custódia obedece à cadeia de responsabilidades discriminada aseguir.

12.1.1 Câmara de Derivativos BM&FA Câmara é responsável, perante os usuários do Sistema de Custódia, pelaintegridade, pelo sigilo, pela atualização, pelo depósito e pela retirada dosativos custodiados, inclusive para fins de liquidação das operações, bemcomo pela manutenção do sistema de contas individualizadas.A Câmara exime-se de qualquer responsabilidade caso o usuário do Siste-ma de Custódia não cumpra suas obrigações para com a Corretora deMercadorias, a Corretora de Mercadorias Agrícolas ou a Corretora Espe-cial que o representa, independentemente dos motivos da falta. Da mes-ma forma, não se responsabiliza pela movimentação indevida de ativoscustodiados em seu nome pela Corretora.

12.1.2 IntermediáriosOs intermediários respondem pelos comitentes usuários do Sistema deCustódia, assim como pelo cadastro destes, pela veracidade das informa-ções nele contidas, pelo registro de ativos em contas individualizadas, pelaintegridade e pelo sigilo dos ativos custodiados em seu nome.As Corretoras também assumem integralmente a escolha de seu comitente,isentando a Câmara de responsabilidade no caso de perdas, danos e preju-ízos causados por ele ou por terceiros.

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A Corretora de Mercadorias, a Corretora de Mercadorias Agrícola e aCorretora Especial são responsáveis, perante seus comitentes, pelo fiel de-pósito, pela retirada e pela movimentação dos ativos por ordem de seustitulares, inclusive para fins de liquidação de operações.

12.2 Custódia Fungível de OuroA Câmara, por conta das operações no mercado a vista de ouro, dispõe dCustódiaFungível de Ouro, por meio do qual exerce o controle do estoque de lingotes, sobsua guarda, depositados em Bancos Custodiantes previamente credenciados. Porintermédio desse sistema, o metal fica registrado em nome da Câmara junto a essesbancos. A Câmara, por sua vez, controla a posição escritural de cada comitente.O ouro mantido em conta de custódia escritural está disponível para o seguinte:

venda em pregão da Bolsa;venda no mercado de balcão, desde que o negócio seja registrado no Teleouro;retirada de ouro, em lingotes, dos Custodiantes, desde que tenha sido solicita-da a baixa de custódia;transferência de saldo.

Essas movimentações apenas podem ser executadas mediante solicitação do comi-tente detentor dos lingotes, via Corretora sob a qual estejam registrados na BM&F.Os lingotes de ouro custodiados na Câmara podem ser utilizados para cober-tura de margem em quaisquer mercados da Bolsa, conforme estabelecido naSubseção 18.

12.2.1 Especificação dos Lingotes de OuroA Câmara aceita os lingotes de Fundidores e/ou Fornecedores previamentecredenciados, exigindo que apresentem pesos de 250 (duzentos e cinqüen-ta) e 1.000 (mil) gramas, com teor de pureza de 999 (novecentos e noventae nove) para melhor, e, também, de 100 (cem) e 400 (quatrocentas) onças-troy, com teor de pureza de 995 (novecentos e noventa e cinco) para me-lhor e que tenham livre curso nos mercados de Londres e Nova Iorque.A BM&F divulga, periodicamente, a relação dos Fundidores e/ou Fornece-dores cujos lingotes estão desimpedidos para negociação.Os lingotes de 100 (cem) a 400 (quatrocentas) onças-troy podem ter o pesoexpresso em gramas, sendo-lhes concedida tolerância, em termos de pesobruto, de até 5 (cinco) onças-troy, para mais ou para menos.O controle da conta de custódia é feito sempre em ouro contido, calculadopela seguinte fórmula:

Peso no al Teor de pureza min ×( )1 000.

No cálculo da quantidade de ouro contido, o sistema despreza o resultadoa partir da quarta casa decimal, desde que não seja superior a 0,0005 (cin-co décimos de milésimo) de grama. Nesse caso, é adicionada uma unidade– 0,001 (um milésimo) de grama – à terceira casa decimal. A quantidadetotal de ouro contido de um depósito equivale ao somatório do resultadoapurado para cada lingote.

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Em nenhuma hipótese, será aceito um lingote cujo peso real, apurado peloBanco Custodiante, seja inferior ao peso declarado pelo Fundidor.

12.2.2 Controle EscrituralPara efeito de controle, são mantidas contas individualizadas de comitentese de carteira própria de intermediários financeiros.O saldo de uma conta de custódia mostra tão-somente a quantidade deouro contido de propriedade de seu titular. A quantidade é sempre expres-sa em gramas, com controle até a terceira casa decimal.O saldo de uma conta de custódia não traz as identificações de Fundidor e/ou Fornecedor, do Custodiante, do número, peso nominal e do teor depureza do lingote, sendo fungível em todos esses aspectos.Na conta de custódia são lançados:– acréscimo de saldo:

a) o depósito de lingotes de ouro no Custodiante;b) a compra de ouro no mercado de balcão, devidamente registrada

no Teleouro;c) a compra de ouro em pregão da BM&F;d) o ouro transferido de outra conta de custódia;e) a entrega de certificados de custódia de ouro, na Câmara ou no

Custodiante;f) a transferência, para a Câmara, do ouro depositado em entidade

que preste serviços de custódia ou por ela controlado;– decréscimo de saldo:

a) a solicitação, junto à Câmara, de baixa na custódia;b) a venda de ouro no mercado de balcão, devidamente registrada no

Teleouro;c) a venda de ouro em pregão da BM&F;d) a transferência de ouro para outra conta de custódia;e) a transferência de ouro para outra entidade que preste serviço de

custódia.

12.2.3 Movimentação dos LingotesDepósitoO registro de depósito de ouro é feito, concomitantemente, pelo BancoCustodiante e pelo intermediário que for indicado, pelo Fundidor, comobeneficiário do depósito.No registro de depósito, a ser executado pelo Custodiante, deve constar:– o código do Banco Custodiante;– o código do intermediário;– o peso nominal do lingote;– o teor de pureza do lingote;– o Fundidor e/ou Fornecedor;– o número do lingote.Os Bancos Custodiantes que optarem pela não-identificação do númerodo lingote poderão especificar apenas a quantidade de lingotes de mesmopeso nominal, mesmo teor de pureza e mesmo Fundidor e/ou Fornecedor.Para cada lingote depositado será calculada, automaticamente, a quantida-

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de em gramas de ouro contido, para efeito de crédito na conta de custódia.O registro do depósito, pelo intermediário, deve conter os mesmos dadosindicados pelo Custodiante, à exceção do número do lingote.A Câmara mantém controle de todos os lingotes registrados na CustódiaFungível de Ouro, processando, a seu exclusivo critério, as transferênciasentre Bancos Custodiantes ou entre as agências ou dependências do mes-mo Banco Custodiante.Enquanto o ouro estiver registrado no Sistema de Custódia Fungível, a taxade custódia devida ao Banco Custodiante será recolhida dos participantespela BM&F, que se encarregará de repassá-la, conforme o subitem 12.2.7.Todo ouro controlado pela Câmara ficará registrado em seu nome no Ban-co Custodiante.

Transferência de SaldosSão permitidas transferências na custódia de uma conta para outra, comos lançamentos efetuados pelo intermediário, mediante solicitação de seuscomitentes.As transferências que envolvam duas contas de custódia em intermediári-os distintos somente poderão ser efetuadas pela própria Câmara, contra opedido de ambas as partes.As transferências de saldos entre contas de custódia determinam, apenas,a baixa de custódia de uma conta e o respectivo crédito em outra, semmovimentação financeira.

Baixa de Custódia (Retirada)Os participantes podem solicitar a baixa de custódia, mediante documen-to contendo, obrigatoriamente, as seguintes informações:– identificação do intermediário;– identificação do Membro de Compensação;– identificação do comitente;– quantidade.Opcionalmente, os participantes poderão solicitar, quando da baixa decustódia, o peso nominal do lingote, o Fundidor, o Banco Custodiante e oteor de pureza. A Câmara procurará satisfazer às características opcionaisdos lingotes solicitados, de acordo com sua disponibilidade, não se com-prometendo, porém, com seu atendimento. A Câmara reserva-se o direitode cobrar taxas de serviço pelo atendimento de tal solicitação, conformedefinido no subitem 12.2.8.Quando do pedido de baixa de custódia, o participante deve, ainda, indi-car se deseja certificados de custódia de ouro e se deseja vender à BM&F osaldo remanescente de sua conta de custódia (se houver). A venda à BM&Fdo saldo remanescente da conta de custódia, após a baixa, será atendidadesde que a quantidade não seja superior a 125 (cento e vinte e cinco)gramas. Tal operação será registrada, automaticamente, pela Bolsa, nomercado fracionário de ouro, pelo preço de fechamento do contrato dis-ponível padrão. As regras de fechamento automático de ofertas estão des-critas nas especificações do contrato disponível fracionário de ouro de 0,225(duzentos e vinte e cinco milésimos) de grama.

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Caso o saldo de uma conta de custódia seja insuficiente para permitir aretirada de um lingote, o titular da conta poderá solicitar à BM&F que lhevenda a quantidade necessária, a qual não poderá ser superior a 125 (cen-to e vinte e cinco) gramas.Quando de uma solicitação de baixa de custódia, a Câmara colocará oslingotes de ouro correspondentes à disposição do solicitante no mesmodia da liquidação financeira da compra por ele realizada. A Câmara e oMembro de Compensação reservam-se, porém, o direito de só liberar oslingotes depois do pagamento efetivo pelo comprador, desde que a com-pensação financeira se tenha processado normalmente.

12.2.4 Liquidação FísicaA liquidação física de ouro negociado nos pregões da BM&F ocorrerá nasseguintes situações:– no mercado a vista, em D+1 da operação;– no mercado futuro, em D+1 da data de vencimento do contrato;– no mercado a termo, em D+0 da data de vencimento do contrato;– no mercado de opções sobre disponível, em D+1 da data de exercício.Para atender à liquidação física, a entrega de ouro deve ser efetuada até as12:00, horário de Brasília, do mesmo dia da liquidação financeira do mer-cado correspondente. A Tabela 5 traz os horários-limites do Sistema deCustódia Fungível da BM&F.A liquidação física pode ser processada da seguinte forma:– automaticamente: o ouro deve estar depositado na custódia fungível

até um dia antes da liquidação física;– não-automaticamente: não existindo ouro depositado na custódia

fungível até um dia antes da liquidação física, o intermediário deveráprovidenciar a entrega do ouro, de uma das seguintes formas:a) entrega dos certificados à Câmara;b) entrega do ouro, na forma escritural, para crédito da conta de de-

pósito da Câmara, contra envio do comprovante de depósito deouro no Banco Custodiante e de confirmação deste à Câmara;

c) transferência para a Câmara do ouro depositado no Banco Custo-diante. A critério da Câmara, o Custodiante poderá enviar confir-mação dos dados dos lingotes até as 12:00, horário de Brasília, dodia da liquidação física.

Data Descrição Horário-Limite

D+0 Depósito de ouro (a partir da realização da operação) 18:00Transferência de saldos 17:00Solicitação de retirada* 12:00

D+1 Depósito para liquidação de operações e cobertura de margem 12:00D+5 Entrega de comprovante de quitação da taxa de custódia pelo comitente 17:00

* Para as solicitações de retirada enviadas depois das 12:00 e até as 17:00, horários de Brasília, a Câmara liberará o processo em D+1.

Tabela 5 – Horários da Custódia BM&F

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12.2.5 Liquidação FinanceiraA liquidação financeira dos negócios efetuados com o ativo ouro serárealizada entre a Câmara e os Membros de Compensação, por meiodos respectivos Bancos Liquidantes, nos prazos e horários fixados naSubseção 8.Aplica-se a todas as operações com ativos na BM&F o princípio de entregacontra pagamento (delivery versus payment, DVP).Cabe aos Membros de Compensação a responsabilidade total pelaliquidação das operações realizadas por eles ou pelos participantes a elesvinculados.A inadimplência de qualquer participante determinará a imediata apli-cação das penalidades previstas nesta subseção e no Regulamento daCâmara.A liquidação financeira das operações realizadas pelos intermediários fi-nanceiros deve ser feita diretamente com o Membro de Compensação.A liquidação financeira dos comitentes é efetuada diretamente com as res-pectivas Corretoras.

12.2.6 PenalidadesInobservância de Prazos e Horários-limites de Liquidação Física– Multa de 0,15% (quinze centésimos de por cento) sobre o valor dos

contratos liquidados fisicamente depois das 12:00, horário de Brasília,desde que não ultrapasse as 13:00 da data-limite de liquidação física.

– Multa de 0,3% (três décimos de por cento) sobre o valor dos contratosliquidados fisicamente depois das 13:00, horário de Brasília, desde quenão ultrapasse as 15:00 da data-limite de liquidação física.

Falta de Liquidação Física (Venda a Descoberto)Além da multa de 0,3% (três décimos de por cento), o intermediário fal-toso será penalizado com os custos de recompra do ouro, que será assimrealizada:– pelo intermediário: até as 12:00, horário de Brasília, com comprovação

junto à Câmara;– pela própria BM&F: depois das 13:00, horário de Brasília, a Câmara

designará, a seu critério, uma Corretora para executar a recompra doouro, correndo por conta do intermediário faltoso, além dos custos detransação, a diferença, para mais, do valor de recompra. As diferençaseventuais, para menos, do valor de recompra serão creditadas aocomitente comprador prejudicado.

Falta de Liquidação FinanceiraAplicar-se-ão as normas previstas na Subseção 9 destes ProcedimentosOperacionais, no Regulamento da Câmara e nos Estatutos Sociais da BM&F.

12.2.7 Taxa de CustódiaA taxa de custódia será cobrada nas seguintes situações:– do comitente, sobre as operações de compra realizadas em pregão da

BM&F;

48

13.Estrutura de Administração de Risco

13.1 Comitê Interno de RiscoO sistema de administração de risco da BM&F é composto de recursos humanos,regras, procedimentos, modelos e softwares que, atuando em conjunto, visamgerenciar e mitigar, da forma mais segura e eficiente possível, as fontes de risco en-frentadas pela Câmara de Derivativos BM&F no cumprimento de suas obrigações.De maneira geral, a estrutura executiva do processo de administração de risco daCâmara é definida segundo o organograma da Figura 7.Ao Conselho de Administração, ao Diretor Geral e ao Comitê de Risco da BM&Fcabem as principais decisões referentes ao processo de gerenciamento de risco naCâmara.O Comitê de Risco é um órgão de assessoramento técnico das atividades do Dire-tor Geral e da Diretoria Colegiada, sendo formado pelos membros da DiretoriaColegiada e por outros integrantes do corpo executivo da BM&F indicados peloDiretor Geral. A coordenação dos trabalhos do Comitê de Risco cabe ao integran-te do corpo executivo da BM&F indicado pelo Diretor Geral.As principais atribuições do Comitê de Risco são as seguintes:

– a partir da data efetiva de entrega do ouro do comitente à custódia daCâmara, a taxa devida ao Banco Custodiante será de inteira responsa-bilidade da Câmara;

– na retirada (escritural ou em certificados), quando o Banco Custodianteiniciar a cobrança da taxa de custódia das barras de ouro do novo pro-prietário, a partir do mesmo dia do evento, de acordo com a comunica-ção da Câmara;

– sobre os saldos custodiados por meio do Sistema de Custódia Fungívelda Câmara.

O repasse da taxa de custódia aos comitentes detentores de saldo junto àCâmara ocorrerá segundo a metodologia a seguir:

Pre o m ximo do dia Saldo de cust dia no final do diaTaxa d

ç á ó× × =0 0730

, %ee cust diaó

Os valores serão acumulados no Sistema de Custódia Fungível para co-brança ao final de cada mês ou quando o comitente zerar seu saldo. Acobrança ocorrerá no quarto dia útil do mês subseqüente. Caso esse dianão seja dia útil, será incorporado ao mês de referência da cobrança.A taxa de custódia mínima será equivalente a 100 (cem) gramas.

12.2.8 Taxas de EscolhaPoderão ser cobradas outras taxas, na ocorrência de retiradas em domi-cílios diferentes ao do comprador e quando o comitente optar pela escolhade Banco Custodiante, Fundidor, peso ou teor de pureza, conforme divul-gado na Tabela de Contribuições, Emolumentos e Serviços da BM&F emvigor.

49

avaliar o cenário macroeconômico e seus efeitos, em termos de risco, sobre osmercados em que a BM&F atua;sugerir os cenários a serem utilizados para apuração dos valores de margem;sugerir os cenários a serem utilizados para valorização dos ativos aceitos emgarantia;propor a política de gerenciamento de garantias depositadas;analisar o nível de alavancagem do sistema;sugerir critérios, limites e parâmetros para o controle do risco de crédito dosparticipantes;analisar e propor sugestões para aperfeiçoamento dos sistemas de risco; eefetuar outras análises necessárias sobre essas questões.

A fim de assegurar o sigilo das posições dos participantes, nenhum membro doComitê de Risco – exceção feita àqueles diretamente ligados à Câmara de Deriva-tivos BM&F, nas respectivas áreas de atuação – poderá ter acesso a informaçõesrelativas às posições de qualquer dos participantes dos mercados organizados,administrados, registrados e/ou liquidados pela BM&F.O Comitê de Risco discute as propostas e acolhe as sugestões da Câmara Consultivade Análise de Risco, formada por participantes do mercado e do meio acadêmico.As decisões do Diretor Geral e do Comitê de Risco apóiam-se no trabalho desen-volvido pela Diretoria da Câmara de Derivativos e pela Diretoria Técnica e de Pla-nejamento. À Diretoria de Sistemas e Tecnologia cabem o desenvolvimento desoftwares e o apoio tecnológico às decisões tomadas pelo Comitê.

13.2 Processo de Administração de RiscoA principal fonte de risco da Câmara de Derivativos BM&F é a possibilidade deinadimplemento de Membro de Compensação. Na medida em que atua comocontraparte central de todas as operações registradas por seus Membros de Com-pensação, a Câmara torna-se responsável, perante os MCs adimplentes, por todasas posições do MC que inadimpliu.Em tais circunstâncias, os problemas enfrentados pela Câmara podem ser dividi-dos em cinco frentes básicas: (i) risco de mercado ou de encerramento de carteiras,(ii) risco de liquidez, (iii) risco de posições não margeadas, (iv) risco de principal e(v) riscos de mercado e de crédito das garantias depositadas.O modelo de cobertura de riscos da Câmara foi estruturado de forma híbrida,combinando o critério de defaulters pay (inadimplentes pagam) com o de survivorspay (sobreviventes pagam), conforme explicado nas subseções seguintes destes

Figura 7 – Estrutura Executiva do Processo de Administração de Risco

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Figura 8 – Processo de Administração de Risco da Câmara de Derivativos BM&F

Procedimentos Operacionais. Apesar da combinação dos dois critérios, a maiorparte do risco suportado pela Câmara é coberto segundo o modelo defaulters pay,isto é, por meio do depósito de garantias próprias e segregadas.O organograma da Figura 8 resume a estrutura do processo de administração derisco na Câmara de Derivativos BM&F, relacionando suas principais fontes de riscocom seus principais instrumentos de controle e mitigação.A Tabela 6 lista e explica, resumidamente, os principais componentes do processode gerenciamento de risco da Câmara.No que diz respeito ao sistema de cobertura de riscos, é importante destacar queele funciona em duas fases distintas: em D+0 (ou intradia) e em D+1 (depois de asCorretoras especificarem as posições dos comitentes).Na fase intradia, a BM&F monitora e exige cobertura integral do risco das posiçõesconsolidadas dos Membros de Compensação – ou seja, do somatório das posiçõesde todos os comitentes que operam sob o mesmo Membro de Compensação.Nela, a BM&F ainda não dispõe da especificação das posições dos comitentes;portanto, só pode calcular o risco dos portfólios consolidados dos Membros deCompensação. Tal cálculo é refeito em intervalos sucessivos de 20 (vinte) minutos,consolidando o estoque de posições em aberto de D–1 com as novas operaçõesrealizadas em D+0.Na fase D+1, depois de as Corretoras especificarem as operações de seuscomitentes, o risco passa a ser calculado com base nos portfólios destes, sem queocorra a agregação de posições registradas sob o mesmo Membro de Compensação.As próximas subseções descrevem com maior profundidade o funcionamento decada componente do processo de administração de risco da Câmara.

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Principais Componentes doProcesso de Administração Resumo

de Riscos

Estabelecimento de critérios mínimos Capital de giro mínimo; contribuição para o Fundo de Liquidação depara aceitação de Membros de de Operações; aceitação decidida pelo Conselho de AdministraçãoCompensação da BM&F

Sistema de cobertura de riscos Duas fases distintas:D+0: limite de risco intradiário do Membro de Compensação:base líquida (MC a MC), tempo quase-real, combinando critériosde defaulters pay com survivors payD+1: sistema de margens de garantia: base bruta (cliente acliente), processamento batch, critério defaulters pay;diferenciação entre contratos que podem ser liquidados amercado e contratos que podem ter de ser “carregados” até ovencimento

Limite de concentração de posições Dois critérios distintos:limite tomando como base o número de contratos em abertolimite tomando como base a exposição a fatores de risco

Monitoramento em níveis distintos:Membros de Compensaçãointermediárioscomitentesgrupo de comitentes atuando em conjunto

Limite de oscilação de preços Diferenciação entre contratos distintos e entre vencimentosdistintos do mesmo contrato

Chamada de margens de garantia Passível de ocorrência em diversas situações, a critério da BM&F:adicionais em D+0 ou D+1 violação do limite de risco intradiário do Membro de

Compensação (D+0)violação dos limites de concentração de posições (D+0 ou D+1)avaliação da qualidade de crédito da contraparte vis-à-vis asposições detidas (D+0 ou D+1)

Sistema de entrega contra pagamento Aplicado aos contratos em que pode haver entrega física dacommodity

Sistema de monitoramento de Controle e gerenciamento da exposição da Câmara aos riscos deriscos e valorização de garantias mercado e de crédito dos ativos depositados em garantia

Salvaguardas complementares Fundo Especial dos Membros de CompensaçãoLinhas de assistência à liquidezFundo de Liquidação de OperaçõesCaixa da BM&FFundo de Garantia

Tabela 6 – Principais Componentes do Processo de Administração de Risco

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14.Exigibilidades Iniciais

14.1 IntroduçãoAntes de iniciar suas atividades, os associados da BM&F devem caucionar os res-pectivos títulos como garantia inicial junto à BM&F.O título de sócio de qualquer categoria, patrimonial ou não, assegura privilegia-damente, mediante caução oponível a terceiros, todo e qualquer débito que oassociado possa vir a ter para com a BM&F, originado de quaisquer operaçõesrealizadas e/ou registradas na Bolsa ou com a Bolsa, bem como de obrigações dequalquer natureza para com a Bolsa e seus membros.A Câmara poderá exigir, a seu critério, depósitos adicionais, com o objetivo deelevar o nível das garantias iniciais dentro de seu sistema de salvaguardas finan-ceiras, para atendimento de limites operacionais.Os ativos aceitos com essa finalidade estão descritos na Subseção 18.

14.2 Membro de CompensaçãoO Membro de Compensação, na forma do artigo 9º, Capítulo II, dos EstatutosSociais da BM&F, deve efetuar o depósito da garantia inicial, equivalente ao valorpatrimonial contábil do respectivo título, apurado no encerramento do mês ime-diatamente anterior ao de início de suas atividades. O caucionamento do títulopatrimonial, efetuado na admissão do Membro de Compensação, é feito por meiode assinatura do Instrumento de Caução de Título Patrimonial.Os Membros de Compensação devem, ainda, atender às exigências discriminadasa seguir.

14.2.1 Contribuição para o Fundo de Liquidação de OperaçõesEm consonância com o Capítulo IX, Seção I, dos Estatutos Sociais da BM&F,o Membro de Compensação deve depositar junto à Bolsa o valor estabeleci-do pelo Conselho de Administração para o Fundo de Liquidação de Opera-ções. Segundo Ofício Circular 137/2004-DG, a contribuição para esse fun-do é igual a R$1.000.000,00 (um milhão de reais). O Membro de Compen-sação que liquidar para terceiros deverá depositar o montante em dobro.A responsabilidade de cada Membro de Compensação é solidária e limita-da, individualmente, ao valor patrimonial do título da categoria, acrescidode novo aporte de recursos de igual valor, quando requerido pela BM&F,observado como limite para a totalidade dos aportes efetuados o valorpatrimonial do título da categoria. O novo aporte de recursos será exigidoapós o decurso do prazo mínimo de 30 (trinta) dias, contado da data dadeliberação do Conselho de Administração.Os ativos aceitos para sua constituição estão definidos nos Estatutos So-ciais, a saber: carta de fiança bancária, títulos públicos e privados, segurode crédito, dinheiro, ouro e outros ativos, a critério da Bolsa.

14.2.2 Capital de Giro MínimoOs Membros de Compensação devem apresentar seus balanços mensalmenteà BM&F, para verificação do capital de giro mínimo. A não observância dessaexigência impedirá o Membro de Compensação de oferecer seus serviços a

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terceiros. Nesse caso, só poderá liquidar as operações de carteira própria ede Corretora de Mercadorias, de cujo controle acionário seja majoritário.O atendimento de capital de giro mínimo poderá ser realizado contra aapresentação de garantias adicionais pelo Membro de Compensação.

14.2.3 Contribuição Mínima MensalA contribuição mínima mensal é estabelecida por Ofício Circular.

14.3 IntermediáriosAs Corretoras de Mercadorias, de Mercadorias Agrícolas e Especiais, e os Opera-dores Especiais e de Mercadorias Agrícolas, na forma do artigo 9º, Capítulo II, dosEstatutos Sociais da BM&F, devem efetuar o depósito da garantia inicial, equiva-lente ao valor patrimonial contábil do respectivo título, apurado no encerramentodo mês imediatamente anterior ao de início de suas atividades. O caucionamentodo título patrimonial, efetuado na admissão do intermediário, é feito via assinatu-ra do Instrumento de Caução de Título Patrimonial.

14.3.1 Capital de Giro MínimoOs intermediários devem apresentar seus balanços mensalmente à BM&F, paraverificação do capital de giro mínimo. O não cumprimento dessa exigibilidadeimpedirá a Corretora de intermediar negócios nos mercados da BM&F. Nessecaso, a Corretora somente poderá liquidar as operações de carteira própria.O atendimento de capital de giro mínimo poderá ser feito mediante aapresentação de garantias pela Corretora.

15.Limite de Risco Intradiário do Membro de Compensação

15.1 ConceituaçãoOs Membros de Compensação são os participantes da Câmara de Derivativos BM&F,para fins de liquidação. Os intermediários acessam os serviços da Câma-ra por meio dos Membros de Compensação e os comitentes, por meio dos inter-mediários. A BM&F, no entanto, não se responsabiliza pela liquidação das obriga-ções entre Membros de Compensação e intermediários nem entre estes e seuscomitentes.Apesar de a Câmara responsabilizar-se apenas pelas posições consolidadas de seusMembros de Compensação, as margens de garantia por ela requisitadas são cal-culadas em “base bruta”, isto é, tomando como referência os portfólios doscomitentes, e não os portfólios consolidados dos Membros de Compensação.Em virtude de o sistema de margens ser estruturado em base bruta e os intermedi-ários apenas especificarem as posições dos comitentes após o fechamento dosmercados, as garantias correspondentes às operações de D+0 só podem ser calcu-ladas ao final do dia, sendo depositadas somente na manhã de D+1. No períodointradiário, contudo, a Câmara pode dispor, em tempo quase-real, da espe-cificaçãodas posições consolidadas de seus Membros de Compensação. Ao longo do dia,por conseguinte, a Câmara monitora as posições e o risco de seus participantes.Do ponto de vista conceitual, o limite de risco intradiário parte do princípio de quea seguinte relação tem de ser respeitada, a todo instante:

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Garantias

depositadas

Exposi o de

cr dito corrente

Exposi o d≥ +

çã

é

çã ee cr dito

potencial futura

é(1)

A inequação (1) estabelece que o valor das garantias depositadas pelo Mem-bro de Compensação deve ser maior que a soma entre dois componentes ou iguala ela:

exposição de crédito corrente, que representa o valor que a BM&F teriade pagar, a preços de mercado, para liquidar o portfólio do Membro deCompensação;exposição de crédito potencial futura, que representa o quanto a exposição decrédito corrente pode aumentar, dentro de determinado horizonte de tempo,em função do risco de mercado do portfólio do Membro de Compensação.

Para a aplicação prática do conceito, os três termos da inequação (1) sãodesmembrados da forma apresentada nos itens que seguem.

15.1.1 Garantias DepositadasAs garantias depositadas pelo Membro de Compensação podem ser divi-didas em três componentes, discriminados a seguir.

i. Risco das Posições de Fechamento de D–1De acordo com o sistema de cobertura de riscos da BM&F, as margensde garantia relativas às posições de D–1 são depositadas, em basebruta, em D+0. Em virtude disso, nessa data, o risco pertinente àsposições de fechamento do dia anterior já pode ser considerado co-berto, independentemente de outras garantias adicionais deposita-das pelo Membro de Compensação.

ii. Limite de Risco Intradiário Atribuído pela Câmara ao Membro deCom-pensaçãoDevido à constituição e à manutenção, pela BM&F, do Fundo Especialdos Membros de Compensação e do Fundo de Liquidação de Opera-ções, parte do risco dos Membros de Compensação pode ser conside-rado margeado pelos recursos desses fundos, em sistema de cobertu-ra conhecido como survivors pay. O limite de risco máximo que a Câ-mara pode atribuir a cada Membro de Compensação é definido pormeio da fórmula:

Limite m ximo Patrim nio dos fundos Ná ô= ÷ (2)

onde N representa o número total de Membros de Compensaçãoque podem inadimplir simultaneamente, segundo critério e avalia-ção do Comitê Interno de Risco da BM&F. Essa consideração faz-seimportante em virtude da necessidade de cumprimento do critériode Lamfalussy.

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iii. Garantias Adicionais Depositadas pelo Membro de CompensaçãoCom o intuito de aumentar seu limite de risco intradiário, o Membrode Compensação pode depositar, a seu critério, garantias adicionaisjunto à BM&F. Para essa finalidade, os ativos aceitos pela Câmara são,exclusivamente, títulos públicos federais e dinheiro.

15.1.2 Exposição de Crédito CorrenteA exposição de crédito corrente da BM&F em relação a um Membro deCompensação representa o quanto a Bolsa teria de pagar, a preços demercado, para liquidar o portfólio desse Membro de Compensação. Ocálculo da exposição de crédito corrente pode ser dividido em duas partes.

i. Ajustes Diários de D–1 a Serem Liquidados em D+0Do modo como o sistema de liquidação da BM&F é estruturado, osajustes diários relativos às posições de D–1 são liquidados, no STR,entre 14:30 e 15:25, horários de Brasília, de D+0. Nas primeiras ho-ras de D+0, conseqüentemente, o cálculo da exposição de créditocorrente terá de refletir os ajustes diários cuja liquidação ainda estápor vir. Ajustes diários a serem pagos pelo Membro de Compensaçãoaumentarão a exposição de crédito da BM&F em relação a ele.

ii. Variação de Valor, em Tempo Quase-real, do Portfólio de ContratosFuturos (ou Valor de Liquidação Provisório)A volatilidade intradiária dos preços faz com que a exposição de cré-dito do portfólio de contratos futuros varie ao longo do dia. Se ospreços se moverem “a favor” das posições do Membro de Com-pensação, a exposição de crédito da BM&F diminuirá, mas, casose movam “contra” suas posições, a exposição de crédito da BM&Faumentará.

O sistema de cálculo de margens de garantia de opções da BM&F já embu-te, em seus resultados, a exposição de crédito corrente desses contratos.Logo, o cálculo de sua exposição de crédito potencial futura refletirá asoma da exposição corrente à exposição potencial futura.

15.1.3 Exposição de Crédito Potencial FuturaA exposição de crédito potencial futura é dada pelo risco de mercado,segundo o modelo da BM&F, das posições do Membro de Compensaçãorelativas ao fechamento de D–1 e acrescidas das novas operações realiza-das em D+0, até o instante de apuração do limite de risco intradiário.Devido à estrutura do sistema de cálculo de margens da BM&F, o risco doportfólio do Membro de Compensação é calculado como a soma de qua-tro componentes: risco dos contratos futuros financeiros, risco dos contra-tos futuros agropecuários, risco das opções e risco dos termos.Conforme o item 5.4 destes Procedimentos Operacionais, a efetiva aceita-ção de operações no mercado de balcão somente ocorrerá depois de aCâmara verificar a existência de saldo suficiente de margem de garantiapara as contrapartes. Por esse motivo, tais operações não são consideradas

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para efeito de cálculo do limite de risco intradiário, dado que, até sua acei-tação, não representam risco para a Câmara.

15.2 Fórmula do Limite de Risco Intradiário do Membro deCompensaçãoAgrupando-se todos os componentes descritos anteriormente, obtém-se a seguinteexpressão para o limite:

Risco(D–1) + LimiteRI + GA ≥ –ADD–1 + Risco(D+0) (3)

onde:Risco(D–1) = risco de mercado, conforme o modelo de cálculo de margens da

BM&F, da posição consolidada do Membro de Compensação,relativa ao fechamento de D–1;

LimiteRI = limite de risco intradiário, atribuído pela BM&F ao Membro deCompensação, tendo como base o patrimônio do Fundo Especialdos Membros de Compensação e do Fundo de Liquidação deOperações. A seu critério, a BM&F poderá atribuir limites distintospara os Membros de Compensação;

GA = garantias adicionais depositadas pelo Membro de Compensação;ADD–1 = ajuste diário referente ao pregão de D–1, a ser liquidado em D+0;Risco(D+0) = risco de mercado, segundo o modelo de cálculo de margens da

BM&F, da posição consolidada do Membro de Compensação,relativa ao fechamento de D–1 e acrescida das novas operaçõesrealizadas em D+0. Em outros termos, Risco(D+0) representa o riscode mercado do Membro de Compensação calculado em tempoquase-real.

Reagrupando-se os termos da inequação (3), pode-se melhor interpretar seusignificado:

LimiteRI + GA ≥ –[ADD–1] + [Risco(D+0) – Risco(D–1)] (4)

Os dois primeiros termos do lado esquerdo da inequação (4) correspondem àsgarantias solidárias e às garantias adicionais do Membro de Compensação. Oprimeiro termo entre colchetes, do lado direito da inequação, representa aexposição de crédito corrente do portfólio de contratos futuros, isto é, os ajustes aserem liquidadoS (ADD–1). Por fim, o segundo termo entre colchetes equivale aoincremento do risco em D+0 em relação ao risco já coberto, referente às posiçõesde D–1.

15.3 Distribuição do Limite de Risco Intradiário aos IntermediáriosCabe ao Membro de Compensação distribuir o limite de risco intradiário entre osusuários de seus serviços de compensação e liquidação. O limite deve ser distri-buído pelo Membro de Compensação com base em sua própria avaliação e nascondições contratuais que tenha definido com seus usuários.Na prática, os portfólios consolidados dos Membros de Compensação são divididosem subcontas. Cada subconta agrupa todas as posições do mesmo intermediário,registradas sob o mesmo Membro de Compensação.

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O motivo desse procedimento é o fato de os intermediários poderem quereraumentar seus limites de risco intradiário por meio do depósito de garantias próprias,desde que tal elevação seja previamente aprovada pelo Membro Compensação.Como se sabe, as garantias depositadas por um intermediário não podem serutilizadas para cobrir os riscos de outros. Para que as garantias depositadas pelosintermediários possam ser segregadas, em vez de solidarizadas, torna-se necessáriaa divisão do portfólio dos Membros de Compensação em subcontas. Omonitoramento dos limites de risco intradiário, portanto, é feito em relação aosportfólios consolidados de cada subconta, considerando-se as garantias depositadasem favor das subcontas.Os Membros de Compensação são diretamente responsáveis pelo acompanha-mento da utilização, pelos intermediários, do limite de risco intradiário. Dessaforma, é direito do MC:

alterar o limite de risco intradiário por ele atribuído ao intermediário; ourequerer à Câmara que impeça o registro de novas operações sob suaresponsabilidade por determinado intermediário.

Sem prejuízo das providências que possam ser tomadas pela Câmara, nos termosde seu Regulamento e destes Procedimentos Operacionais, os Membros deCompensação permanecerão diretamente responsáveis por todas as operaçõesque excederem o limite de risco intradiário ou os critérios estabelecidos para suautilização.Os Membros de Compensação terão de distribuir o limite de risco intradiário e asgarantias adicionais entre os intermediários para os quais liquidam. Nesses termos,o limite da enésima subconta será dado por:

LimiteRI,n+ GAn + Gn ≥ –[ADD–1,n] + [Risco(D+0)n – Risco(D–1)n] (5)

onde:Limite RI,n = parcela do limite de risco intradiário do Membro de Compensação

atribuída a sua enésima subconta;GAn = parcela das garantias adicionais depositadas pelo Membro de

Compensação atribuída a sua enésima subconta;Gn = garantias próprias depositadas pelo intermediário em favor da

enésima subconta do Membro de Compensação. Para esse fim, osativos aceitos pela Câmara são, exclusivamente, títulos públicosfederais e dinheiro.

Os Membros de Compensação dividirão o limite de risco intradiário e as garantiasadicionais entre as subcontas, segundo critério próprio. Supondo-se um Membrode Compensação com m subcontas, a soma das garantias alocadas a cada umaterá de ser igual ao valor total das garantias:

Limite LimiteRI n RIn

m

, ==

∑1

(6)

GA GAnn

m

==

∑1

(7)

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Caso queira, o Membro de Compensação poderá limitar o nível de garantiaspróprias depositadas pelo intermediário, como meio de evitar que este assumamaiores riscos.

15.4 Controle dos Limites de Risco IntradiárioPara o controle da utilização do limite de risco intradiário durante o tempo deregistro das operações, a Câmara dispõe de um sistema informatizado, que podeser acessado pelos Membros de Compensação e pelos intermediários.A Câmara é responsável pelo acompanhamento permanente do uso dos limitesde risco intradiário estabelecidos para os Membros de Compensação.O Membro de Compensação deve acompanhar a utilização do limite pelosintermediários a quem presta serviços de compensação e liquidação de operações.O MC também deve formalizar e comunicar a eventual alteração do limite derisco intradiário concedido aos usuários de seus serviços de compensação, pormeio de sistema específico, via Rede de Serviços BM&F.O sistema de monitoramento dos limites de risco intradiário gera alerta automáti-co quando qualquer das subcontas do Membro de Compensação atinge 80%(oitenta por cento) de seu limite. Então, a Câmara contata o Membro de Compen-sação e o intermediário responsáveis pela subconta, notificando-os da necessida-de de depósito prévio de garantias adicionais, caso as posições de risco venham asuperar determinado patamar.Na hipótese de violação do limite, o Membro de Compensação e intermediárioresponsáveis pela subconta poderão ter suas atividades imediatamente suspensas,exceto aquelas destinadas à redução de posições e ao conseqüente enquadramentono limite. Mesmo na situação em que o limite é ultrapassado, o Membro deCompensação continua responsável por todas as operações realizadas pelosusuários de seus serviços de compensação, inclusive os que causaram a violação.A critério da Câmara, as posições que excederem o limite poderão ser transferidasao Membro de Compensação secundário do intermediário.

16.Gerenciamento do Risco de Liquidez

16.1 IntroduçãoConforme a Subseção 8 destes Procedimentos Operacionais, a Câmara tem depagar os Membros de Compensação credores dentro de prazo previamente esta-belecido, na janela de liquidação do STR.Devido ao custo de oportunidade que envolve o depósito de margens de garantiaem dinheiro, estas, normalmente, são depositadas em ativos, como títulos públi-cos e privados, ações de empresas e cartas de fiança. A venda ou execução de taisativos pode compreender período de tempo superior àquele de que a Câmaradispõe para realizar seus pagamentos, colocando-a sob pressão de liquidez. Alémdisso, seu patrimônio e seus fundos garantidores, pelo menos em parte, tambémpodem encontrar-se sob a forma de ativos cuja liquidez não seja imediata, com-prometendo sua capacidade de pagamento dentro do prazo predeterminado.O risco de liquidez da Câmara é entendido como a possibilidade de o prazo deexecução de garantias ser superior ao período de tempo dentro do qual seus pa-gamentos têm de ser realizados, na janela de liquidação do STR.

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16.2 Controle e Mitigação do Risco de LiquidezA Câmara adota dois mecanismos básicos para controle e mitigação do risco deliquidez, descritos a seguir.

16.2.1 Linhas de Assistência à LiquidezA Câmara tem acesso a linhas de assistência à liquidez pré-aprovadas, juntoa um grupo de instituições financeiras de médio e grande portes, lastreadasem garantias em processo de execução. Dessa forma, as instituições podemprover à Câmara a liquidez necessária ao cumprimento de suas obrigações,na forma e nos prazos estipulados. Depois de finalizado o processo deexecução das margens, isto é, de venda dos ativos depositados em garantia,os recursos obtidos são utilizados no pagamento do crédito concedido.

16.2.2 Fundo Especial dos Membros de CompensaçãoEsse fundo é composto de ativos da BM&F. Tais recursos podem ser aplicadospara fornecer liquidez à Câmara durante o período de tempo necessário àexecução dos ativos depositados em garantia. Depois de concretizada avenda de tais ativos, o patrimônio do fundo é recomposto com os recursosobtidos.

Para a determinação do volume total das linhas de assistência à liquidez e dopatrimônio do Fundo Especial dos Membros de Compensação, é preciso estimar anecessidade potencial de caixa da Câmara, que é função dos riscos suportadospor seus participantes, do número de participantes que possam vir a inadimplirsimultaneamente e da natureza dos ativos depositados em garantia.

16.3 Determinação da Necessidade Potencial de LiquidezPara efeito de determinação da necessidade de liquidez da Câmara, trabalha-secom o pressuposto de que a BM&F só será capaz de executar as garantias do Mem-bro de Compensação insolvente depois da janela de liquidação do STR. Essa hipó-tese possui caráter conservador e justifica-se pelos poucos minutos disponíveis àresolução de problemas dentro da janela de liquidação e pela possibilidade de asgarantias serem depositadas na forma de ativos, cuja liquidação somente ocorreráem D+1, D+2 ou D+3, ou seja, depois do encerramento da janela.A necessidade potencial de liquidez da Câmara é analisada com o auxílio de umamatriz, que faz o “cruzamento” de três fatores: (i) cenários de estresse considera-dos pelo Comitê Interno de Risco; (ii) posições consolidadas dos Membros de Com-pensação; e (iii) número teórico de Membros de Compensação que possaminadimplir ao mesmo tempo.A Tabela 7 representa a matriz de necessidade potencial de liquidez de maneiragenérica.A primeira parte da tabela, que relaciona cenários a Membros de Compensação,mostra o resultado financeiro da carteira de cada MC em cada um dos cenáriosestipulados pelo Comitê Interno de Risco. O termo MCij, por exemplo, correspondeao resultado financeiro do Membro de Compensação j, caso fosse observado ocenário i.A segunda parte da tabela determina a pior combinação de inadimplementos emcada cenário (cada linha). No caso em que N = 1, considera-se o pior resultado

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Cenários do Membros de Compensação Número de InadimplementosComitê de Risco Simultâneos

MC1 MC2 ... MCj N = 1 N = 2 N = 3 N = 4Cenário1 MC11 MC12 MC1j

Cenário2 MC21 MC22 ... MC2j

... ... ... ... ...Cenárioi MCi1 MCi2 MCij

Mínimo Mín. Mín. Mín. Mín.

Tabela 7 – Matriz de Necessidade Potencial de Liquidez

dentre todos os MCs. No caso em que N = 2, são somados os dois piores resulta-dos dentre todos os MCs, e assim sucessivamente.A última parte da tabela exibe a necessidade potencial de liquidez da Câmara,supondo-se N = 1, 2, 3 etc. Tal necessidade é dada pela pior combinação deinadimplementos, levando-se em conta todos os cenários estipulados pelo Comi-tê Interno de Risco (valor mínimo de cada coluna).Com base na análise da matriz de necessidade potencial de liquidez e nacomparação de seus resultados com os ativos depositados em garantia, a Câmaradimensiona o volume total das linhas de assistência contratadas e o patrimônio doFundo Especial dos Membros de Compensação.

17.Margem de Garantia

17.1 Chamada de MargemÉ o valor requerido pela Câmara, em nível de comitente, para cobertura do riscoapurado para o portfólio, segundo metodologia de cálculo definida pela BM&F.As chamadas de margem ocorrem diariamente, com base nas posições em abertode cada cliente, nos mercados futuros, de opções, a termo e de balcão, após aespecificação dos negócios realizados em D+0, sendo parte integrante do valor deliquidação.O atendimento de margens deve ser feito em dinheiro ou, a critério da Câmara,em ativos ou outros instrumentos, conforme descrito na Subseção 18.

17.2 Metodologia de CálculoOs contratos negociados na BM&F são divididos, para efeito de apuração demargem, em categorias, a saber:

ativos líquidos: abrangem os contratos futuros e opções americanas sobre futuros(com exceção dos agropecuários e energéticos);ativos ilíquidos: abrangem os contratos a termo de ativos financeiros negociadosem pregão e os swaps com garantia;ativos negociados no WTr: abrangem os minicontratos negociados, via internet,no WebTrading BM&F;

61

demais ativos: abrangem os contratos futuros agropecuários e energéticos, ocontrato a termo de ouro, os contratos de opções sobre disponível, os contratosde opções européias sobre futuro e os contratos de opções flexíveis.

17.2.1 Metodologia de Cálculo para Ativos Líquidos (Futuros e OpçõesAmericanas sobre Futuro)IntroduçãoA margem de garantia dos contratos financeiros de futuros e de opçõesamericanas sobre futuros é calculada por meio do modelo de teste deestresse sobre o valor presente do portfólio1. Esse modelo calcula a margemde garantia para o portfólio de derivativos como um todo, em vez de calculá-la para cada contrato isoladamente.Para fins didáticos, a descrição do modelo é dividida em quatro partesbásicas:– decomposição dos contratos derivativos em fatores primitivos de risco

(FPRs)2;– estabelecimento de um conjunto de cenários de estresse para cada

FPR;– determinação de áreas macroeconomicamente plausíveis, cálculo do

risco em cada uma e escolha da pior;– outros aspectos pertinentes ao sistema de cálculo de margens.Na seqüência, explica-se cada um desses itens, sendo sua compreensão desuma importância para o significado e o funcionamento do modelo decálculo de margens para esse segmento de mercado.

Decomposição dos Contratos Derivativos em FPRsDe modo geral, os FPRs de um contrato derivativo são todas as variáveisfinanceiras que influenciam, diretamente, a formação de seu preço. Oconjunto de FPRs considerados pelo Sistema de Risco BM&F (SRB)compreende:– preços dos mercados a vista;– estruturas a termo de taxas de juro: nos casos dos contratos atualmente

negociados, são levadas em conta as estruturas a termo em reais (curvada taxa pré) e em dólares dos Estados Unidos (curva de cupom cambial);

– nível de volatilidade dos mercados: no caso de contratos de opção,fator de risco presente.

Em vez de cenários para os preços dos derivativos, o SRB trabalha comcenários para os preços dos fatores de risco. Em virtude disso, para efeitode cálculo da margem de garantia, o portfólio de derivativos é transformadoem portfólio composto apenas de FPRs. A transformação é feita para queos dois portfólios, isto é, o de derivativos e o de FPRs, sejam equivalentesem termos de risco de mercado.Para explicar de que maneira isso é feito, apresenta-se exemplo com ocontrato futuro de dólar. O procedimento adotado para os demais futurosfinanceiros é similar, estando sintetizado na Tabela 8.

1 Esse modelo foi desenvolvido internamente pela BM&F, com o apoio e a consultoria do Departamento de Economia da PontifíciaUniversidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).

2 Nesta subseção, as expressões “fator primitivo de risco” e “fator de risco” são utilizadas como sinônimos.

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Exemplo – Decomposição do Contrato Futuro de Dólar em FPRsSupõe-se a posição de cliente comprada em um contrato futuro de dólar.É fato conhecido que a ausência de oportunidades de arbitragem entre osmercados de taxa prefixada, cupom cambial (limpo), dólar a vista e dólarfuturo implica a seguinte relação entre os quatro mercados:

F Sprc

= ++

11

é(8)

onde:F = dólar futuro;S = dólar a vista;pré = taxa pré, com prazo igual ao de vencimento do dólar futuro;c = taxa de cupom cambial, com prazo igual ao prazo de

vencimento do dólar futuro.Imagina-se que F’, S’, pré’ e c’ sejam os novos preços dos ativos, após osurgimento de notícias. A variação percentual do preço do derivativo édada por:

′ − ≅ ′⎛⎝⎜

⎞⎠⎟

FF

FF

1 ln (9)

Substituindo-se (8) em (9), obtém-se:

ln ln ln ln′⎛

⎝⎜⎞⎠⎟

= ′⎛⎝⎜

⎞⎠⎟

+ + ′+

⎛⎝⎜

⎞⎠⎟

+ ++ ′

⎛⎝⎜

⎞⎠

FF

SS

prpr

cc

11

11

éé ⎟⎟ =

= ′⎛⎝⎜

⎞⎠⎟

− ′⎛⎝⎜

⎞⎠⎟

+′⎛

⎝⎜⎞

⎠⎟ln ln ln $

$

SS

PUPU

PU

PUUS

US(10)

onde PU e PU’ são os PUs correspondentes às taxas pré e pré’ e PUUS$

ePU’

US$ são os PUs correspondentes às taxas c e c’.

Segundo a expressão (10), a variação do dólar futuro é dada pela variaçãoconjunta do dólar a vista, da taxa pré e do cupom cambial. Esses três ativos

Estruturas a Termo Mercados a Vistada Taxa de Juro

Contrato Pré Cupom Dólar Ibovespa

Futuro de dólar • • •Futuro de cupom cambial • •Futuro de DI •Futuro de Ibovespa • •

Tabela 8 – Fatores de Risco dos Principais Contratos Futuros Financeiros da BM&F

63

são os fatores primitivos de risco do contrato3. Em outras palavras, a comprade um contrato futuro de dólar equivale à posse de um portfólio compradoem dólar a vista, vendido em PU de taxa pré e comprado em PU de cupomcambial. As quantidades teóricas compradas ou vendidas de cada um dessesativos são todas iguais ao valor financeiro4 da posição no contrato futuro,que, no exemplo, é dado por VF = 1 x 50 x F.Na Tabela 8, apresentam-se, na coluna da esquerda, os principais contratosfuturos financeiros negociados na BM&F e, nas demais colunas, osrespectivos fatores de risco.De forma geral, a transformação de uma carteira de derivativos em umacarteira de fatores de risco equivale à soma vertical das colunas da Tabela 8.Com essa soma, obtém-se a exposição total da carteira aos ativos a vista eàs taxas de juro.A exposição às taxas de juro é tratada por meio de vértices temporais fixos.Por vértice, entende-se um prazo específico da estrutura a termo da taxade juro (pré ou cupom). No Sistema de Risco BM&F, a taxa pré possuivértices múltiplos de 21 dias e a taxa de cupom cambial, múltiplos de 30dias (além do primeiro vértice, de um dia). Quando o prazo para ovencimento do contrato derivativo não coincide com nenhum dos vérticesutilizados pelo sistema, a posição no contrato é dividida, linearmente, nosdois vértices adjacentes (anterior e posterior).Sejam as seguintes variáveis:

Nc = número de dias para o vencimento do contrato;Nv1 = número de dias do vértice anterior a Nc;Nv2 = número de dias do vértice posterior a Nc.

Supõe-se que VF seja o valor financeiro da posição no contrato derivativo.Então, as quantidades financeiras α x VF e (1–α) x VF serão mapeadas nosvértices Nv1 e Nv2, respectivamente, sendo α dado por:

α = −−−

1 1

2 1

N NN N

c v

v v(11)

Como se pode observar na Tabela 8, vários derivativos possuem fatores derisco comuns. A combinação de posições compradas e vendidas emderivativos distintos pode possibilitar a eliminação da exposição a um oumais fatores de risco. Tal é o caso, por exemplo, da compra de dólar futuroe da venda de cupom cambial futuro, em que a exposição ao FPR dólarpode ser eliminada. Outro exemplo importante é a combinação entre osfuturos de DI, cupom cambial e dólar, em que a exposição aos FPRs podedesaparecer completamente, desde que as compras e vendas sejam feitasnas proporções corretas.

3 Alternativamente, os fatores de risco poderiam ser chamados de ativos primitivos, isto é, ativos de cujos valores se originam osvalores dos derivativos.

4 O tamanho do contrato futuro de dólar é US$50.000 e a cotação é R$/US$1.000.

64

Estabelecimento de um Conjunto de Cenários de Estresse para cada FPRO Comitê Interno de Risco da BM&F reúne-se periodicamente paraestabelecer amplo e diversificado conjunto de cenários para cada FPR. Oscenários podem ser oriundos de análises técnicas e/ou estatísticas (simulaçãohistórica, simulação de Monte Carlo, modelos econométricos de extraçãode volatilidade etc.), bem como de avaliações consensuais sobre aconjuntura dos mercados. Não se limitam, necessariamente, à análise davolatilidade histórica dos ativos e podem ser revistos a qualquer momento,a critério do Comitê. Todos os cenários definidos pelo Comitê Interno deRisco e utilizados pelo SRB são de conhecimento público, estandodisponíveis para consulta no Boletim Diário da BM&F.Presume-se uma carteira de contratos futuros decomposta em FPRs,segundo o critério mostrado acima. Supõe-se também um FPR genérico,denotado por FPRx, e que a exposição financeira da carteira a esse fator derisco seja igual a Vx. Os cenários relativos ao FPRx constituem variaçõespercentuais hipotéticas, que podem ser por ele sofridas.Sejam rx1, rx2,..., rxn os cenários definidos pelo Comitê Interno de Riscopara o fator de risco em questão. A multiplicação da exposição ao FPR pelavariação teórica de seu preço resulta na alteração do valor do portfólio, emfunção da alteração do valor do FPR, imaginando-se que todos os demaisfatores de risco permaneçam constantes. Essa informação está sintetizadanaTabela 9.Na Tabela 9, foram usados sete cenários para cada fator de risco. Os cenários–3, –2 e –1 representam diminuição nos preços dos FPRs (por exemplo,queda do dólar, do Ibovespa e das taxas de juro). Os cenários 1, 2 e 3representam aumento nos preços dos FPRs. O cenário 0, por fim, condizcom variações nulas.A interpretação da Tabela 9 é feita da seguinte forma: tomem-se, porexemplo, o FPRy e o cenário –2. Se esse fator de risco experimentar quedapercentual igual a ry–2 e todos os demais FPRs permanecerem constantes,a alteração de valor do portfólio de derivativos será igual a Vy x ry–2.Para encontrar a pior combinação possível entre os cenários dos FPRs, oSRB calcula a soma dos resultados parciais mínimos:

Pior resultado possível = mín(Vx x rx–3

,..., Vx x rx3) +

+ mín(Vy x ry–3,..., Vy x ry3) + mín(Vz x rz–3,..., Vz x rz3) (12)

O pior resultado possível para o portfólio pode corresponder, por exemplo,à combinação de cenários ilustrada na Tabela 10.

Cenário –3 –2 –1 0 1 2 3

FPRx Vx × rx–3 Vx × rx–2 Vx × rx–1 0 Vx × rx1 Vx × rx2 Vx × rx3

FPRy Vy × ry–3 Vy × ry–2 Vy × ry–1 0 Vy × ry1 Vy × ry2 Vy × ry3

FPRz Vz × rz–3 Vz × rz–2 Vz × rz–1 0 Vz × rz1 Vz × rz2 Vz × rz3

Tabela 9 – Quadro de Resultados Parciais

65

5 Cenários intermediários – isto é, compreendidos entre os extremos de alta e baixa – podem representar a pior situação sempreque o portfólio contiver opções.

Cenário –3 –2 –1 0 1 2 3

FPRx Vx × rx–3 Vx × rx–2 Vx × rx–1 0 Vx × rx1 Vx × rx2 Vx × rx3

FPRy Vy × ry–3 Vy × ry–2 Vy × ry–1 0 Vy × ry1 Vy × ry2 Vy × ry3

FPRz Vz × rz–3 Vz × rz–2 Vz × rz–1 0 Vz × rz1 Vz × rz2 Vz × rz3

Tabela 10 – Quadro de Resultados Parciais: Pior Resultado Possível

A Tabela 10 mostra a situação em que o pior cenário para o portfólio dederivativos significa os FPRs x, y e z se movendo para os cenários –2, 3 e–3, respectivamente5. Nesse caso, a margem de garantia será dada por:

Margem de garantia do portfólio = Vx x rx–2

+ Vy x ry3 + Vz x rz

–3(13)

Determinação de Áreas Macroeconomicamente Plausíveis, Cálculo do Riscoem Cada uma e Escolha da PiorConforme enfatizado, a soma dos resultados parciais mínimos equivale aencontrar a pior combinação possível entre os cenários de FPRs. Em quepese sua eficiência para identificar potenciais perdas, esse procedimentopode levar o Sistema de Risco BM&F a selecionar combinações de cenáriosconsideradas muito pouco prováveis, do ponto de vista macroeconômico.Exemplo relevante, no contexto do regime monetário de metas inflacio-nárias, seria o cenário em que o dólar sobe 15% e, simultaneamente, ataxa de juro cai 500 pontos-base.O SRB exibe recurso que possibilita ao Comitê Interno de Risco definirtodas as combinações de cenários permitidas, isto é, todas aquelas que oComitê julga macroeconomicamente plausíveis.As combinações de cenários permitidas recebem o nome de áreas. OComitê Interno de Risco pode utilizar quantas áreas julgar necessárias.Dentro de cada área, o sistema calcula a soma dos resultados parciaismínimos. A margem de garantia da carteira é dada pelo pior resultado dentretodos aqueles originados das diferentes áreas.As tabelas seguintes exemplificam a utilização de áreas para o cálculo dasmargens de garantia. Para tornar o exemplo mais concreto, supõe-se queos FPRs x, y e z sejam o dólar, a taxa pré e o Ibovespa, respectivamente.As partes em azul mais escuro da Tabela 11 indicam as combinações decenários permitidas. Nesse exemplo, considera-se a situação de deterioraçãodas expectativas econômicas e “piora” do mercado. Os FPRs dólar (x) e taxapré (y) podem subir até os cenários 1, 2 ou 3, enquanto que o FPR Ibovespapode sofrer queda, dada pelos cenários –1, –2 ou –3. Dentro da áreadelimitada, o pior resultado possível para a carteira de derivativos equivaleà soma dos resultados parciais mínimos:

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Cenário –3 –2 –1 0 1 2 3

FPRx Vx × rx–3 Vx × rx–2 Vx × rx–1 0 Vx × rx1 Vx × rx2 Vx × rx3

FPRy Vy × ry–3 Vy × ry–2 Vy × ry–1 0 Vy × ry1 Vy × ry2 Vy × ry3

FPRz Vz × rz–3 Vz × rz–2 Vz × rz–1 0 Vz × rz1 Vz × rz2 Vz × rz3

Tabela 11 – Área 1 – Cenário de Deterioração das Expectativas Econômicas

Pior resultado possível na área 1 = mín(Vx x rx1,..., Vx x rx

3) +

+ mín(Vy x ry1,..., Vyry3) + mín(Vz x rz–3,..., Vzrz–1) (14)

A Tabela 12 apresenta área representativa da situação de melhora dasexpectativas econômicas: os FPRs dólar e taxa pré podem cair até os cená-rios –1, –2 ou –3, enquanto o FRP Ibovespa pode subir até os cenários 1,2 ou 3.A Tabela 13, por fim, revela a área em que a variação direcional dos ativosé relativamente pequena, com o sinal das correlações históricas entre elesnão sendo, necessariamente, respeitado.Definidas as diversas áreas que o Comitê Interno de Risco julgar necessárias,a margem de garantia será dada por:

Margem de garantia do portfólio = mínimo entre (Piorresultado na área 1,..., Pior resultado na área n) (15)

Outros Aspectos Pertinentes ao Sistema de Cálculo de MargensAqui, trata-se dos procedimentos especiais que também integram o sistemade cálculo de margens de garantia da BM&F:

Cenário –3 –2 –1 0 1 2 3

FPRx Vx × rx–3 Vx × rx–2 Vx × rx–1 0 Vx × rx1 Vx × rx2 Vx × rx3

FPRy Vy × ry–3 Vy × ry–2 Vy × ry–1 0 Vy × ry1 Vy × ry2 Vy × ry3

FPRz Vz × rz–3 Vz × rz–2 Vz × rz–1 0 Vz × rz1 Vz × rz2 Vz × rz3

Tabela 12 – Área 2 – Cenário de Melhora das Expectativas Macroeconômicas

Cenário –3 –2 –1 0 1 2 3

FPRx Vx × rx–3 Vx × rx–2 Vx × rx–1 0 Vx × rx1 Vx × rx2 Vx × rx3

FPRy Vy × ry–3 Vy × ry–2 Vy × ry–1 0 Vy × ry1 Vy × ry2 Vy × ry3

FPRz Vz × rz–3 Vz × rz–2 Vz × rz–1 0 Vz × rz1 Vz × rz2 Vz × rz3

Tabela 13 – Área 3 – Variação Direcional Relativamente Menor; Possibilidade de Inversão das Correlações

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– divisão dos contratos em subcarteiras;– utilização de fator de risco especial, chamado convenience yield;– procedimento especial nos vencimentos dos contratos;– fator hedger; e– operações after-hours.

i. Divisão dos Contratos em SubcarteirasUma subcarteira é um conjunto de contratos definido pelo ComitêInterno de Risco da BM&F. Supõe-se, por exemplo, que existam assubcarteiras 1, 2,..., n. Os contratos do portfólio do cliente sãoreagrupados conforme as subcarteiras às quais pertencem. O SRBcalcula a margem de cada subcarteira separadamente. A margem degarantia total é dada pela soma das margens das subcarteiras:

Margem de garantia do portfólio = Margem subcarteira 1 ++ ... + Margem subcarteira n

De maneira geral, o Comitê Interno de Risco da BM&F pode criarnovas subcarteiras, sempre que quiser que os FPRs do contrato A nãosejam consolidados com os do contrato B. Nessa situação, o primeirocontrato pertenceria a uma subcarteira e o segundo, à outra.

ii. Convenience YieldOs FPRs dos contratos derivativos são determinados conforme ahipótese de inexistência de oportunidades de arbitragens. Devido àsfricções e imperfeições de mercado, no entanto, as fórmulas querelacionam o preço dos derivativos ao preço de seus FPRs podemapresentar, em situações particulares, pequena margem de erro.Os contratos futuros de DI e de Ibovespa, por exemplo, possuem comoFPR comum a taxa pré6:

F = S x (1+pré) (16)

PUpr

=+

100 0001

.é (17)

onde:F = preço futuro (teórico) do Ibovespa;S = preço a vista do Ibovespa;pré = taxa de juro;PU = preço unitário do contrato futuro de DI.Na prática, todavia, observa-se que pode haver pequena diferençaentre F e o preço futuro do Ibovespa observado no mercado, denotadopor F*, isto é:

F* = S x (1+pré) x (1+ε) (18)

6 No exemplo, supõe-se, simplificadamente, que os dois contratos possuem o mesmo prazo para o vencimento.

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A variável ε é o convenience yield do contrato futuro de Ibovespa emede, em essência, a possibilidade de “descasamento” entre a taxade juro de mercado (pré) e a taxa de juro implícita no preço futuro doIbovespa. No sistema de cálculo de margens de garantia da BM&F, avariável ε constitui um FPR que funciona de forma idêntica a todos osdemais fatores de risco.

iii. Vencimento de ContratosEm certas situações, o vencimento de contratos (e sua conseqüenteexclusão do portfólio) causa brusca elevação dos valores de margemde garantia. Tais situações são aquelas em que os contratos “curtos”(aqueles que vão vencer) servem de hedge para os “longos” (aquelesque vencerão posteriormente). Exemplos comuns em que isso surgesão: posições opostas em futuros de dólar, cupom cambial e Ibovespae posições opostas em futuros de dólar e cupom cambial.O Sistema de Risco BM&F antecipa a cobrança da margem mais altaantes que ocorra o vencimento dos contratos curtos. Quando oscontratos estão a n dias do vencimento (o parâmetro n é definidopelo Comitê Interno de Risco), dá-se o seguinte procedimento:– o sistema calcula a margem considerando todos os contratos do

portfólio, isto é, curtos e longos, e determina o valor correspon-dente de A;

– o sistema calcula a margem considerando apenas os contratoslongos, isto é, desfazendo o hedge, e determinao valor correspon-dente de B;

– o sistema define a margem de garantia como o máximo entre A e B.

iv. Fator HedgerSeguindo a tradição da BM&F de diferenciar os valores de margem degarantia entre hedgers e não-hedgers, há um procedimento no sistemade margens que visa contemplar a distinção entre os dois tipos decomitente.No SRB, todos os comitentes que não são hedgers nos contratos quenegociam têm a exposição aos respectivos FPRs multiplicada pelo fatorh determinado pelo Comitê Interno de Risco.

v. Operações After-hoursAs operações realizadas na sessão after-hours são adicionadas aoportfólio, para efeito de cálculo das margens de garantia a seremdepositadas no dia seguinte. Caso ocorram operações com diminuiçãoou encerramento da posição atual com prejuízo, o valor corres-pondente será adicionado à margem de garantia a ser cobrada no diaseguinte, sendo denominado custo de liquidação da carteira (CLC).

17.2.2 Metodologia de Cálculo para Ativos Ilíquidos (Swaps)IntroduçãoA margem de garantia dos contratos de swap é calculada por meio domodelo de teste de estresse sobre o fluxo de caixa do portfólio7. Esse modelo

7 Esse modelo foi igualmente desenvolvido pela BM&F, com o apoio e a consultoria do Departamento de Economia da PUC-Rio.

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calcula a margem de garantia para o portfólio de swaps como um todo, emvez de calculá-la para cada contrato isoladamente.Conforme será descrito, não se trata de modelo de teste de estresse sobre ovalor presente do portfólio, mas sobre seu fluxo de caixa futuro. Esseprocedimento decorre da inexistência de mercado secundário de swapssuficientemente desenvolvido e da hipótese de que carteiras de swaps nãopodem ser liquidadas, a mercado, antes da data de vencimento doscontratos. Em virtude disso, o sistema de cálculo de margens da BM&F apurao risco de se “carregar” a carteira até o vencimento do contrato mais longo.A descrição do modelo pode ser dividida em seis partes básicas:– consolidação das posições por data de vencimento;– definição de cenários de estresse;– cálculo dos valores de liquidação estimados (VLE);– cálculo do valor acumulado do fluxo de caixa (VAFC);– combinação de cenários e escolha do pior;– outros aspectos pertinentes ao sistema de cálulo de margens.Na seqüência, explica-se cada um desses itens, sendo seu entendimento deextrema importância para o significado e o funcionamento do modelo decálculo de margens para esse segmento de mercado.

Consolidação das Posições por Data de VencimentoAs variáveis negociadas em contratos de swap são pré, DI, TR, Anbid, Selic,TBF, TJLP, cinco índices de preço (IGP-M, IGP-DI, IPC, INPC, IPCA), dólar,euro, iene, Ibovespa, IBrX-50, cesta de ações e ouro. Todo contrato de swapda BM&F pode ser desmembrado em duas “pontas”, sendo uma ativa eoutra passiva. Cada ponta do swap é indexada a uma dentre as variáveislistadas.Para efeito do cálculo de margem de garantia, todos os contratos de swapsão desmembrados em suas duas pontas. Aquelas indexadas à mesmavariável e com a mesma data de vencimento são consolidadas.Para o processo de consolidação, definem-se as seguintes variáveis, em quex denota as taxas de juro DI, TR, Anbid, Selic, TBF e TJLP, e y denota osíndices de preço:VBX = valor-base do contrato de swap corrigido pela taxa x

acumulada entre a data de negociação e a data de cálculoda margem; terá sinal positivo caso a posição seja ativa navariável x; caso contrário, terá sinal negativo;

VBPRÉ = valor-base do contrato de swap corrigido pela taxa pré atéa data de vencimento do contrato; terá sinal positivo casoa posição seja ativa em pré; caso contrário, terá sinalnegativo;

VBDOL = valor-base do contrato de swap corrigido pela taxa daoperação, se houver, até a data de vencimento, mais acorreção dada pela variação cambial de reais por dólarcompreendida entre a data da operação e a data de cálculoda margem; terá sinal positivo caso a posição seja ativa emdólar; caso contrário, terá sinal negativo;

VBREU = valor-base do contrato de swap corrigido pela taxa daoperação, se houver, até a data de vencimento, mais a

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correção dada pela variação cambial de reais por eurocompreendida entre a data da operação e a data de cálculoda margem; terá sinal positivo caso a posição seja ativa emdólar; caso contrário, terá sinal negativo;

VBJPY = valor-base do contrato de swap corrigido pela taxa daoperação, se houver, até a data de vencimento, mais acorreção dada pela variação cambial de reais por ienecompreendida entre a data da operação e a data de cálculoda margem; terá sinal positivo caso a posição seja ativa emdólar; caso contrário, terá sinal negativo;

VBy = valor-base do contrato de swap corrigido pela taxa daoperação, se houver, até a data de vencimento, mais acorreção dada pela variação do índice de preços compre-endida entre a data da operação e a data de cálculo damargem; terá sinal positivo caso a posição seja ativa noíndice respectivo caso contrário, terá sinal negativo;

VBIBV = valor-base do contrato de swap corrigido pela taxa daoperação, se houver, até a data de vencimento, mais acorreção dada pela variação do Ibovespa compreendidaentre a data da operação e a data de cálculo da margem;terá sinal positivo caso a posição seja ativa em Ibovespa;caso contrário, terá sinal negativo.

VBIBR = valor-base do contrato de swap corrigido pela taxa daoperação, se houver, até a data de vencimento, mais acorreção dada pela variação do IBrX-50 compreendida entrea data da operação e a data de cálculo da margem; terásinal positivo caso a posição seja ativa em IBrX-50; casocontrário, terá sinal negativo.

O processo de consolidação de posições consiste na soma de todas as pontasque possuem o mesmo indexador e a mesma data de vencimento. Para umportfólio de swaps com n pontas indexadas ao DI, todas vencendo namesma data t, a ponta DI resultante é dada por:

DI VBres t DI ii

n

, ,==∑

1(19)

De forma análoga a (19), definem-se as demais pontas resultantes:PRÉres,t,DIres,t, TRres,t, Anbidres,t, Selicres,t, TBFres,t, TJLPres,t, DOLres,t, REUres,t,JPYres,t, IBVres,t IBRres,t e IPres,t (sendo IP a ponta resultante da soma de posiçõesindexadas aos índices de preço).

Definição de Cenários de EstresseO Comitê Interno de Risco da BM&F, em suas reuniões periódicas, estabeleceamplo e diversificado conjunto de cenários para cada indexador (DI, TR,Anbid, Selic, TBF, TJLP, dólar, euro, iene, Ibovespa, IBrX-50 e IP). Por cenário,entende-se trajetória futura de preços ou taxas cuja ocorrência o ComitêInterno de Risco considera possível. Pode ser oriundo de análises técnicase/ou estatísticas (simulação histórica, simulação de Monte Carlo, modeloseconométricos de previsão etc.), bem como de avaliações consensuais sobre

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a conjuntura dos mercados. Os cenários podem ser revistos a qualquermomento, a critério do Comitê, estando disponíveis para consulta no Bo-letim Diário da BM&F.Todos os cenários são construídos por meio de vértices temporais fixos, ouseja, para os prazos de 1, 30, 60,..., 1.800 dias. Cenários para prazoscompreendidos entre dois vértices são obtidos por meio de interpolação.Supõe-se, por exemplo, que se deseje calcular a taxa de juro referente aoprazo de n dias úteis, onde n está compreendido entre os vérticescorrespondentes a n1 e n2 dias úteis. Sejam tx(n1) e tx(n2) as taxas de jurocorrespondentes aos dois vértices. Então, a taxa de juro interpolada [tx(n)] écalculada por intermédio da fórmula:

1 11

11

252 2252

12

1

2

1+ ( ) = + ( )⎡⎣ ⎤⎦ ×

+ ( )⎡⎣ ⎤⎦

+ ( )⎡⎣ ⎤⎦

tx n tx ntx n

tx n

nn

n552

1

2 1⎛

⎜⎜⎜

⎟⎟⎟

−−

n nn n

(20)

A fórmula (20) vale para a interpolação das taxas de juro DI, TR, Anbid,Selic, TBF e TJLP. A interpolação de preços (dólar, euro ou iene) ou índices(IP, Ibovespa ou IBrX-50) é feita por meio de fórmula distinta. Supõe-se, porexemplo, que se deseje calcular o preço ou o índice referente ao prazo de ndias úteis, onde n está compreendido entre os vértices correspondentes an1 e n2 dias úteis. Sejam p(n1) e p(n2) os preços (ou Ibovespa ou IBrX-50)correspondentes aos dois vértices. Então, o preço interpolado é calculadopela fórmula:

p np n

p np n

n nn n

( ) =( )( )

⎣⎢

⎦⎥ × ( )

−−

2

11

1

2 1

(21)

Cálculo dos Valores de Liquidação Estimados (VLE)O sistema de cálculo de margens estima os valores de liquidação doscontratos de swap, caso fossem observados os cenários definidos peloComitê Interno de Risco da BM&F.Imagina-se, por exemplo, uma carteira com swaps DI x dólar e DI x pré,com datas de vencimento distintas. Primeiramente, o sistema consolida todasas pontas DI, dólar e pré que vencem na mesma data, segundo critérioapresentado no subitem 17.2.1. Seguindo-se as mesmas notações utilizadasnaquele subitem e supondo-se o cenário definido pelo Comitê Interno deRisco, o valor de liquidação estimado (VLE), referente à data futura t, serádado por:

VLEDI r DOL d

rtres t t res t t res t

t

=+( ) + +( ) +

+, , ,1 1

1

PR(22)

onde:

72

rt = taxa de CDI hipotética, acumulada entre a data de cálculoda margem e a data de vencimento dos swaps (t), conformecenário definido pelo Comitê Interno de Risco;

dt = taxa de variação cambial hipotética, observada entre a datade cálculo da margem e a data de vencimento dos swaps(t), conforme cenário definido pelo Comitê Interno de Risco.

Diante dos cenários definidos pelo Comitê Interno de Risco, o sistemacalculará o VLE para todas as datas futuras. Sendo t0 a data de cálculo dasmargens de garantia, o sistema determinará o fluxo de caixa estimado dacarteira de swaps:

Fluxo de caixa estimado = VLE VLE VLEt t t n0 0 01 2+ + +( ), ,...,

Cálculo do Valor Acumulado do Fluxo de Caixa (VAFC)O sistema baseia-se na hipótese de que os contratos de swap não poderãoser liquidados, a mercado, antes da data de vencimento. Nesse contexto,presume-se, por exemplo, uma carteira composta de dois swaps, umvencendo em 30 dias e outro, em 60. Além disso, ante os cenáriosestabelecidos pelo Comitê Interno de Risco, os valores de liquidaçãoestimados são VLE

30 < 0 e VLE

60 > 0, conforme a seguinte figura:

Nessa situação, caso o cliente se torne inadimplente, a BM&F primeiro teráde pagar VLE30 para só depois receber VLE60. Como não se admite a hipótesede a Bolsa financiar o cliente, o sistema de margens não permite que ganhosposteriores (VLE60) compensem perdas que o antecedam (VLE30). No casooposto, entretanto, em que VLE30 > 0 e VLE60 < 0, o sistema de margenspermite a compensação entre ganhos e perdas.De modo geral, seja o fluxo de caixa estimado de um cliente dado por:

Fluxo de caixa estimado = VLE VLE VLEt t t n0 0 01 2+ + +( ), ,...,

Então, o valor acumulado do fluxo de caixa (VAFC) é definido como aquantidade de dinheiro necessária para se quitarem todos os direitos eobrigações, sem que haja necessidade de financiamento:

73

VAFC VLE VLE VLE VLE VLEt t t t t n= + + +( + + + + +m n , , ,..., ...í 00 0 0 0 01 1 2 1 )) (23)

Combinação de Cenários e Escolha do PiorEm geral, o Comitê Interno de Risco da BM&F definirá vários cenários paracada um dos indexadores existentes. Imaginando-se três cenários para ataxa DI e três para o dólar, por exemplo, ter-se-á o total de nove combinaçõespossíveis. Cada combinação distinta originará um fluxo de caixa estimadodistinto. Procurando evitar combinações entre cenários pouco prováveisdo ponto de vista financeiro ou macroeconômico, existe recurso no Sistemade Risco BM&F que possibilita ao Comitê vetar as combinações que julgarimprováveis (tal poderia ser o caso, por exemplo, de aumento na taxa DIseguido de queda na TBF).Supondo-se que exista o total de m combinações de cenários consideradaspelo sistema, serão calculados m valores acumulados do fluxo de caixa:

VAFC1: correspondente à combinação de cenários número 1;

VAFC2: correspondente à combinação de cenários número 2;

...VAFCm: correspondente à combinação de cenários número m.

Excetuando-se a margem mínima, a ser explicada adiante, a margem degarantia da carteira de swaps é dada por:

Margem de garantia = mín(VAFC1, VAFC

2,..., VAFCm) (24)

Outros Aspectos Pertinentes ao Sistema de Cálculo de MargensExistem outros procedimentos que integram o cálculo das margens degarantia dos contratos de swap. De forma geral, tais procedimentosconstituem a incorporação de fatores de segurança – volatilidade, jump emargem mínima – ao sistema de margens, de forma a torná-lo mais seguro.

i. Fator de Segurança v (Volatilidade)O fator de segurança v possui a interpretação de bid–ask spread(diferença entre taxa de compra e taxa de venda) e é utilizado emtodos os cenários baseados em taxas (DI, TR, Anbid, Selic, TBF e TJLP).Considere-se a fórmula (22):

VLEDI r DOL d

rtres t t res t t res t

t

=+( ) + +( ) +

+, , ,1 1

1

PR

No caso em que a posição (consolidada por data de vencimento) sejaativa na taxa DI, isto é, DIrest,t > 0, subtrai-se v da taxa do cenário ealtera-se a fórmula (22) da seguinte maneira:

VLEDI r v DOL d

rtres t t res t t res t

t

=+( ) × −( )⎡⎣ ⎤⎦ + +( ) +

+, , ,1 1 1

1

PR(25)

74

No caso oposto, isto é, em que DIrest,t < 0, acrescenta-se v à taxa docenário:

VLEDI r v DOL d

rtres t t res t t res t

t

=+( ) × +( )⎡⎣ ⎤⎦ + +( ) +

+, , ,1 1 1

1

PR(25’)

O Comitê Interno de Risco pode diferenciar o fator de segurança ventre taxas de juro distintas (DI, TR, Anbid, Selic, TBF e TJLP). Osvalores utilizados são publicados no Boletim Diário.

ii. Fator de Segurança Jump (J)O fator de segurança jump (J) é aplicado sobre os cenários de taxa decâmbio de reais por dólar e por euro.Considere-se a fórmula (25):

VLEDI r v DOL d

rtres t t res t t res t

t

=+( ) × ±( )⎡⎣ ⎤⎦ + +( ) +

+, , ,1 1 1

1

PR

A aplicação do fator J (que pode ser negativo ou positivo) altera ocálculo do valor de liquidação estimado (VLEt), da seguinte forma:

VLEDI r v DOL d j

tres t t res t t r=

+( ) × ±( )⎡⎣ ⎤⎦ + +( ) × ±( )⎡⎣ ⎤⎦ +, ,1 1 1 1 PR ees t

tr,

1+ (26)

A aplicação do fator J sobre os diversos valores de liquidação estimadosé feita segundo critério específico. Para a explicação desse proce-dimento, considera-se o seguinte fluxo de caixa, em função de cenáriodeterminado pelo Comitê Interno de Risco, chamado cenário j:

Fluxo de caixa estimado (cenário j) = VLE VLE VLEt t t n0 0 01 2+ + +( ), ,...,

O SRB aplicará o fator J sobre os VLEs do fluxo de caixa e calculará osVAFCs correspondentes, da seguinte forma:1º caso: o fator J não é aplicado. O VAFC é chamado VAFCj;2º caso: o fator J é aplicado a partir de t

0+1 (inclusive). O VAFC

é chamado VAFCj,t0+1;

3º caso: o fator J é aplicado a partir de t0+2

(inclusive). O VAFCé chamado VAFCj,t0+2

;...enésimo caso: o fator J é aplicado somente sobre VLEt0+n. O VAFC é

chamado VAFCj,t0+n.O procedimento descrito é repetido para todos os conjuntos decenários definidos pelo Comitê Interno de Risco. A margem de garantiaserá dada pelo menor VAFC encontrado.

75

iii. Margem MínimaA margem mínima é fator de segurança adicional do sistema de cálculode margens de swaps. Primeiramente, é calculada, contrato porcontrato, de acordo com a seguinte fórmula:

MM VB Fn= × × + 1360

(27)

onde:VB = valor-base (ou inicial) do contrato de swap;F = parâmetro definido pelo Comitê Interno de Risco,

podendo ser diferenciado por tipo de contrato de swap;n = número de dias corridos para o vencimento do

contrato, contado a partir da data em que a margemde garantia está sendo calculada.

Após ter sido calculada, contrato por contrato, a margem mínima éconsolidada entre swaps do mesmo “tipo” (aqueles que possuem osmesmos indexadores – por exemplo, DI x pré ou pré x DI –, indepen-dentemente da data de vencimento). No processo de consolidação,swaps do mesmo tipo, mas em posições opostas, sofrerão redução damargem mínima8.Supõem-se, por exemplo, dois swaps do mesmo tipo, com valores baseVB

1 e VB

2 e prazos para vencimento n

1 e n

2, respectivamente.

Adicionalmente, as posições são opostas. Então, o cálculo da margemmínima é feito da seguinte forma:

Margem mínima do primeiro contrato = MM VB Fn

1 11 1360

= × × +

Margem mínima do segundo contrato = MM VB Fn

2 22 1360

= × × +

Como se considera que as posições são opostas, a margem mínimaconsolidada será dada por:

Margem mínima consolidada = Valor absoluto (MM1 – MM2) (28)

Se as posições não fossem opostas, a margem mínima seria:

Margem mínima consolidada = MM1 + MM2 (29)

As fórmulas (28) e (29) generalizam-se para múltiplos swaps do mesmotipo. No caso em que haja várias posições ativas e várias passivas,(28) torna-se:

8 A margem mínima só será a mínima margem cobrada de um portfólio quando este possuir apenas um contrato de swap.

76

Margem mínima consolidada = Valor absoluto MM MMii ativas

ii passivas= =

∑ ∑−⎛

⎝⎜⎞

⎠⎟ (28’)

No caso em que não haja posições opostas, (29) torna-se:

Margem mínima consolidada = Valor absoluto MMii todos swaps=

∑⎛

⎝⎜⎞

⎠⎟ (29’)

A margem mínima de uma carteira com tipos diferentes de swapsserá dada pela soma das margens mínimas consolidadas.

17.2.3 Metodologia de Cálculo de Margem para Ativos Negociados noWebTrading BM&F (WTr)i. Introdução

O WTr utiliza o modelo de pré-margem. Por meio desse mecanismo,as operações dos participantes, desde o momento da inclusão daoferta, já têm seu risco adequadamente coberto por um valor demargem previamente depositado. O valor de margem requerida paraos contratos negociados no WTr é determinado pela margem Inicial.

ii. Margem InicialA margem inicial é um valor fixo em reais, por contrato em aberto,definido pelo Comitê de Risco. Na hipótese de existência de ofertasainda não transformadas em negócios, o valor de margem inicial serádeterminado pelo maior valor possível, dados o conjunto de ofertas eos saldos de contratos em aberto do participante, sendo tambémincorporadas eventuais perdas associadas à marcação a mercadodessas ofertas.Por conseguinte, o valor de margem requerida de um cliente éestabelecido pela seguinte equação:

Margem inicialk = máx

margem QS QC PerdaMtMOpPend QC PCk k ii

nc

k i k ii

+⎛⎝⎜

⎞⎠⎟

+ ( )= =

∑ , , ,;1 1

nnc

k k ii

nv

k i k iQS QV PerdaMtMOpPend QV PV

∑−⎛⎝⎜

⎞⎠⎟

+ (=

margem , , ,;1

))

⎨⎪⎪

⎩⎪⎪

⎬⎪⎪

⎭⎪⎪

=∑i

nv

1

(30)

onde:Margem inicialk = função que determina o valor da margem

do contrato k;QSk = saldo atual do contrato k;QCk = quantidade da i-ésima oferta de compra

pendente;QVk = quantidade da i-ésima oferta de venda

pendente;

77

PerdaMtMOpPend(Q; P)= valor da perda associada à marcação amercado de uma oferta cuja quantidade édada por Q e o preço, por P.

17.2.4 Metodologia de Cálculo de Margem para os Demais Ativos (OpçõesEuropéias e Termo de Ouro)Os demais contratos – opções européias sobre disponível e sobre futuro,opções flexíveis e termo de ouro – possuem cálculo diferenciado de margem,segundo critérios específicos, discriminados a seguir.

i. Contratos de Opções sobre Disponível e sobre FuturoNo mercado de opções negociadas em pregão, a margem, que érequerida apenas do vendedor (lançador), é estabelecida conforme abase de margem, definida de acordo com os quadros apresentadosna seqüência deste subitem.

a) Base de MargemO sistema de cálculo de risco da BM&F leva em conta a relaçãoentre o preço futuro e o preço de exercício, de forma que as sériesconsideradas “dentro do dinheiro” recebem maior chamada demargem do que as consideradas “fora do dinheiro”. A margem aser requerida dos comitentes lançadores é dada pela base demargem apurada pela BM&F, para cada série em aberto. Os fatoresintegrantes do cálculo de margem são divulgados no BoletimDiário, bem como a base de margem.Para se calcular a margem requerida, os valores da base de margemapurados em dólares são convertidos em reais pela Taxa de CâmbioReferencial BM&F (Subseção 10).

a.1) OuroA margem do lançador de opções de ouro será equivalentea duas vezes o prêmio médio verificado para a série ou 15%do preço a vista, dos dois o maior. Para esse efeito, a BM&Fapura a base de margem para cada série, bastandomultiplicá-la pelo tamanho do contrato e pela quantidadede contratos vendidos.

b) Posições Opostas em OpçõesO detentor de uma carteira diversificada de opções, isto é, composições titulares e lançadoras sobre o mesmo ativo na mesmaCorretora, pode ter redução na chamada de margem, de acordocom os critérios estabelecidos pela BM&F para essa categoria. Oprocesso de aproveitamento de posições opostas é chamado de“trava”. O sistema de cálculo de margem da BM&F possui duascategorias de travas: automáticas e especiais. As especiais devemser cadastradas pelas Corretoras.

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b.1) Travas AutomáticasOpções Americanas de Compra1º passo: classificação das posições – as posições lançadorase titulares do mesmo comitente (MC/Corretora) são classifi-cadas pelo valor da base de margem em ordem decrescentee pela data de vencimento do contrato em ordemascendente.2º passo: apuração da margem.

79

Opções Americanas de Venda1º passo: classificação das posições – as posições lançadorase titulares do mesmo comitente (MC/Corretora) são classifi-cadas pelo valor da base de margem em ordem decrescentee pela data de vencimento do contrato em ordem ascendente.2º passo: apuração da margem.

80

Opções Européias de Compra1º passo: classificação das posições – as posições lançadorase titulares do mesmo comitente (MC/Corretora) são classifi-cadas pelo valor da base de margem em ordem decrescente.2º passo: apuração da margem.

81

Opções Européias de Venda1º passo: classificação das posições – as posições lançadorase titulares do mesmo comitente (MC/Corretora) são classifi-cadas pelo valor da base de margem em ordem decrescente.2º passo: apuração da margem.

Tanto para as opções de compra quanto para as de venda deouro, o sistema de margens multiplica a diferença das basespor dois.As travas calculadas automaticamente pelo sistema demargens abrangem as seguintes combinações:– spread vertical altista com opção de compra;– spread vertical altista com opção de venda;– spread vertical baixista com opção de compra;– spread vertical altista com opção de venda;– spread calendário com opção de compra;– spread calendário com opção de venda;– venda de butterfly com opção de compra;– venda de butterfly com opção de venda;

82

– compra de straddle;– compra de strangle (PEcall > PEput);– compra de strangle (PEcall < PEput);– compra de box (quatro pontas);– compra de box (três pontas);– call ratio spread;– put ratio spread;– call ratio back spread;– put ratio back spread;– spread de baixa com call, combinado com compra de put;– spread de baixa com call, combinado com venda de put;– venda de butterfly com call e put (PEput ≤ PEcall);– venda de butterfly com call e put (PEcall ≤ PEput);– venda de butterfly assimétrico com opção de compra;– venda de butterfly assimétrico com opção de venda;– venda de condor com opção de compra;– venda de condor com opção de venda;– venda de condor com call e put (PEcall > PEput);– venda de condor com call e put (PEput > PEcall);– compra de condor com call e put (PEput > PEcall).

Opções de Compra x Termo (Ouro)Compra a termo cobrindo posições lançadoras de opções decompra.1º passo: classificação das posições. – as posições compradasa termo do mesmo comitente são classificadas pela data devencimento do contrato e pelo preço do compromisso emordem ascendente; as posições lançadoras de opções domesmo comitente são classificadas pela data de vencimentodo contrato e pelo preço de exercício em ordem ascendente.

83

b.2) Travas EspeciaisAs travas especiais devem ser especificadas pela Corretora.A não-especificação implica a chamada de margem, deacordo com a metodologia de cálculo para travasautomáticas. O sistema da BM&F contempla as seguintescombinações:– compra de butterfly com opção de compra;– compra de butterfly com opção de venda;– venda straddle;– venda de strangle (PEcall > PEput);– venda de strangle (PEcall < PEput);– venda de box (quatro pontas);– venda de box (três pontas);– compra de butterfly com call e put (PEput ≤ PEcall);– compra de butterfly com call e put (PEcall ≤ PEput);– compra de butterfly assimétrico com opção de compra

(oito variações);– compra de butterfly assimétrico com opção de venda (oito

variações);– compra de condor com opção de compra;– compra de condor com opção de venda;– compra de condor com call e put (PEcall > PEput).As operações de captação de recursos (box de quatro pontas)têm percentual de acréscimo na chamada de margem,diferenciado por mercadoria. O percentual de acréscimo édivulgado no Boletim Diário.

ii. Opções FlexíveisSeguindo o padrão do mercado de opções, em que o requerimentoda margem ocorre somente na ponta lançadora, os contratos deopções flexíveis possuem metodologia própria de cálculo, pelo fatode seu registro ser feito segundo parâmetros fixados pelas partes,como: preço de exercício, data de vencimento, preço de barreira (esuas variações), tamanho-base, data de pagamento do prêmio, dentreoutros.O sistema de cálculo de margens considera todos os parâmetros quepossam, de certa forma, influir na quantificação do risco a que ocomitente está exposto. Logo, o titular da opção flexível deve depositargarantias quando diferir o pagamento do prêmio. A margem degarantia será o valor integral do prêmio a ser pago e deixará de existirquando de sua liquidação efetiva, na data acordada.

Variáveis Utilizadas no Cálculo de MargemPV = preço corrente do ativo-objeto da opção;FRA = fator de alta do preço do ativo-objeto da opção;FRB = fator de queda do preço do ativo-objeto da opção;PE = preço de exercício;PB = preço de barreira limitadora;IU = preço de barreira knock-in (up-and-in);

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ID = preço de barreira knock-in (down-and-in);OU = preço de barreira knock-out (up-and-out);OD = preço de barreira knock-out (down-and-out);Q = quantidade de contratos (em módulo);M = multiplicador do contrato;n = número de dias corridos até o vencimento da opção;Rebate = valor de rebate da operação;Prêmio = valor do prêmio da operação;Margem = valor da margem requerida.

Fatores Utilizados no Cálculo de Margem

FRi

F Fn

FA

n

= × +( ) +⎛⎝⎜

⎞⎠⎟ × + ×

⎝⎜⎞

⎠⎟+

1001 1 1

3601

360

2 4

FRi

F Fn

FB

n

= × −( ) +⎛⎝⎜

⎞⎠⎟ × − ×

⎝⎜⎞

⎠⎟+

1001 1 1

3601

360

2 4

FRID FR

PVAA* = ×

FRIU FR

PVBB* = ×

Margem Mínima

MM F PV= ×3

onde:F

1, F

2, F

3, F

4= fatores definidos pelo Comitê de Risco e divulgados

diariamente;i = taxa de juro efetiva anual, definida pelo Comitê de

Risco e divulgada diariamente.

a) Posições Titulares de Opções de Compra ou de Opções de Vendacom prêmio diferido ainda não liquidado

Margem = Prêmio × M × Q

b) Posições Lançadoras de Opções de Comprab.1) Se a opção não possui preço de barreira limite (PB)

PB = PV × FRA

b.2) Se a opção possui up-and-in e PB × FRA < IUMargem = máx(MM; Rebate) × M × Q

b.3) Se a opção possui down-and-in e PB × FRB > IDMargem = máx(MM; Rebate) × M × Q

b.4) Se a opção possui down-and-in e PV × FRB ≤ ID

FR FRA A= *

85

b.5) Se a opção possui down-and-out– Se PV × FRB > OD

Margem = máx[MM; mín(PB; PV × FRA) – PE] × M × Q– Se PV × FRB ≤ OD

Margem = máx[MM; Rebate; mín(PB; PV × FRB) – PE] × M × Qb.6) Se a opção possui up-and-out

– Se PV × FRA < OUMargem = máx[MM; mín(PB; PV × FRA) – PE] × M × Q

– Se PV × FRA ≥ OUMargem = máx[MM; Rebate; mín(PB; OU) – PE] × M × Q

b.7) Se Margem não estiver definidaMargem = máx[MM; Rebate; mín(PB; PV × FRA) – PE] × M × Q

c) Posições Lançadoras de Opções de Vendac.1) Se a opção não possui preço de barreira limite (PB)

PB = PV × FRB

c.2) Se a opção possui up-and-in e PV × FRA < IUMargem = máx(MM; Rebate) × M × Q

c.3) Se a opção possui down-and-in e PV × FRB > IDMargem = máx(MM; Rebate) × M × Q

c.4) Se a opção possui up-and-in e PV × FRA ≥ IU

FR FRA B= *

c.5) Se a opção possui up-and-out– Se PV × FRA < OU

Margem = máx[MM; PE – máx(PB; PV × FRB)] × M × Q– Se PV × FRA ≥ OU

Margem = máx[MM; Rebate; PE – máx(PB; PV × FRB)] × M × Qc.6) Se a opção possui down-and-out

– Se PV × FRB > ODMargem = máx[MM; PE – máx(PB; PV × FRB)] × M × Q

– Se PV × FRB ≤ ODMargem = máx[MM; Rebate; PE – máx(PB; OD)] × M × Q

c.7) Se Margem não estiver definidaMargem = máx[MM; Rebate; PE – máx(PB; PV × FRB)] × M × Q

iii. Termo de OuroAos compradores e vendedores de termo de ouro são requeridasmargens de garantia, segundo a metodologia de cálculo abaixo.A atualização da margem de garantia é efetuada diariamente. Se, nocaso do vendedor, a diferença entre os preços for negativa, a margemserá, automaticamente, 10% do preço a termo. Para o comprador atermo, a BM&F poderá exigir reforço de margem, caso o preço a vistanão apresente correlação adequada, durante a vigência do contrato.

86

18. Gerenciamento de Garantias

18.1 IntroduçãoConforme mencionado na Subseção 17, a margem de garantia é o depósitorequerido de todos os comitentes que detenham posições de risco em aberto. Orequerimento de margem é feito em base bruta, ou seja, a chamada é realizadaindividualmente, comitente a comitente.O depósito de margem constitui-se em garantias junto à Câmara ou em nomedela, com o objetivo de assegurar o cumprimento das obrigações de cadaparticipante do sistema BM&F. Inicialmente, é exigido em espécie. A critério daCâmara, porém, pode ser atendido por qualquer dos ativos aceitos.Todos os ativos depositados em garantia junto à Câmara ou em nome dela sópodem ser movimentados ou substituídos pelo intermediário depositante, medianteautorização específica da Câmara.A Câmara reserva-se o direito de, a seu exclusivo critério, recusar qualquer ativoque seja apresentado em garantia, sem declinar os motivos da recusa.

18.2 Forma de Constituição de GarantiasA margem de garantia exigida pela Câmara deve ser depositada pelos participantesdentro dos prazos indicados na Subseção 8, sempre em dinheiro. A critério daCâmara, porém, podem atendê-la com os seguintes ativos:

títulos públicos;ouro ativo financeiro;ações pertencentes à carteira do Índice Bovespa;títulos privados;títulos do Tesouro norte-americano;carta de fiança bancária;outros ativos ou instrumentos.

18.3 Condições para Aceitação de Ativos em GarantiaOs vários tipos de ativos aceitos pela Câmara em garantia devem satisfazer aoscritérios por ela estabelecidos. Alguns possuem aceitação automática; outros, quetambém têm aceitação automática, estão sujeitos a deságio e limite máximo deutilização; outros, ainda, são aceitos apenas mediante consulta prévia, tambémestando sujeitos a deságio e/ou limite máximo de utilização.

18.3.1 Ativos com Aceitação Automáticai. Moeda Nacional

A Câmara aceita a prestação de garantias em moeda nacional, nãohavendo necessidade de consulta prévia para sua constituição. Osdepósitos devem ser efetuados junto aos Membros de Compensaçãovia Sistema de Transferência de Reservas (STR), com o correspondentecrédito na conta de liquidação em reservas bancárias da Câmara nomesmo sistema. Para efeito de constituição de garantias, essesdepósitos tornam-se efetivos a partir do momento da liquidação dosaldo de compensação financeira do Membro de Compensaçãoresponsável, ao qual são incorporados.

87

ii. Cotas de Fundos de Investimento FinanceiroO comitente pode atender à margem de garantia com cotas de fundosde investimento financeiro, os quais devem ser constituídosexclusivamente com tal propósito. As cotas são geradas pela conversãodo valor depositado junto à Corretora, dividido pelo valor unitário dacota. As cotas geradas são automaticamente vinculadas como cauçãojunto à Câmara, e somente esta pode autorizar sua liberação pararesgate. O controle da aplicação é de responsabilidade do admi-nistrador, inclusive o recolhimento de tributos.

iii. Ouro Ativo FinanceiroO depósito de garantias por meio da caução de certificadosrepresentativos de ouro ativo financeiro é de aceitação automáticapela Câmara, não havendo necessidade de consulta prévia. Somenteé admitida a caução de ouro ativo financeiro depositado no Sistemade Custódia da BM&F.

iv. Cotas do Fundo dos Intermediários FinanceirosSão aceitas cotas do Fundo dos Intermediários Financeiros (FIF) paracobertura de margem por seu valor integral, na data de alocação.

18.3.2 Ativos com Aceitação Condicionada a Deságio e Limite Máximo deUtilizaçãoi. Títulos Públicos

A prestação de garantias mediante caução de títulos públicos federaisde alta liquidez é de aceitação automática pela Câmara, embora hajanecessidade de consulta prévia para determinar o deságio a seraplicado. Esta divulga ao mercado, periodicamente, a relação dostítulos públicos federais considerados de alta liquidez. A constituiçãodessas garantias é processada por meio da transferência dos títulosno Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic), com suavinculação em favor da Câmara via mensagens do sistema financeiro.A prestação de garantias por intermédio da caução de outros títulospúblicos também depende de consulta prévia à Câmara, que avaliaos riscos de mercado e de crédito do instrumento, levando em conta,inclusive, prazo de vencimento e liquidez.

ii. Ações Pertencentes à Carteira Teórica do Índice BovespaA Câmara aceita a prestação de garantias mediante caução de açõescomponentes da carteira teórica do Índice Bovespa. Há, no entanto,necessidade de consulta prévia, em função de estarem sujeitas adeságio e limite máximo de utilização. Além disso, somente são aceitascomo margem de garantia as ações cuja propriedade seja comprovadano ato do depósito. Por fim, devem estar custodiadas na CompanhiaBrasileira de Liquidação e Compensação (CBLC), com sua constituiçãoem garantia sendo processada por meio de transferência para a contade custódia mantida pela BM&F junto à CBLC.

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iii. Título de Sócio EfetivoSão aceitos títulos patrimoniais de Sócio Efetivo da BM&F, paracobertura de margens, desde que devidamente registrados no Sistemade Cadastro da Bolsa e livres de quaisquer ônus perante ela. Ao SócioEfetivo detentor de mais de um título, restringe-se a utilização a apenasum título. O valor do título de Sócio Efetivo, para efeito de margem, édivulgado periodicamente pela BM&F.

18.3.3 Ativos Aceitos Mediante Consulta Prévia e Sujeitos a Deságio e/ouLimite Máximo de Utilizaçãoi. Carta de Fiança Bancária

A BM&F, a seu exclusivo critério, poderá conceder a cada banco limitepara emissão de Cartas de Fiança e CDBs a serem depositados emgarantia, observados os procedimentos, os parâmetros e as condiçõesa seguir descritos. Para definição desse limite, a BM&F poderáconsiderar, dentre outros fatores, a exposição a risco das posiçõesdetidas pelos bancos emissores em seus ambientes de compensaçãoe de liquidação, bem como as características das garantias por eledepositadas. Os limites estabelecidos poderão ser alterados pela BM&Fa qualquer momento, sendo os novos limites aplicáveis imediatamente.Além disso, a BM&F atribuirá limites somente aos bancos que estejampreviamente cadastrados, que enviem regularmente o balanço e osdocumentos relativos a alterações em sua estrutura societária eadministrativa, e que mantenham atualizados os cartões de assinaturados diretores e procuradores que tenham poderes para assinar Cartasde Fiança.

a) Condições GeraisPara verificação dos limites descritos a seguir, a BM&F poderáconsiderar de forma conjunta as instituições pertencentes aomesmo conglomerado econômico e/ou financeiro, isto é, asinstituições que mantenham vínculos societários de coligação oude controle ou vínculos contratuais e/ou administrativos.

b) Limite para Emissãob.1) O limite para emissão é estabelecido por banco emissor e

abrange o valor total das Cartas de Fiança e dos CDBsemitidos pelo banco e depositados em garantia na BM&F.

b.2) A BM&F poderá considerar, no cálculo do limite para emissão,outras garantias depositadas que representem risco de créditodo emissor, como Cédulas de Produto Rural (CPRs) com avalbancário.

b.3) O limite para emissão será atribuído pela BM&F a cada bancoemissor até, no máximo, 40% (quarenta por cento) do valordo patrimônio líquido do banco ou 1 (uma) vez o patrimôniolíquido da BM&F, dos dois o menor, ressalvado o dispostoem “b.5”.

b.4) Nas hipóteses caracterizadas como “troca” de garantias (porexemplo, quando o banco A ou as empresas a ele ligadasutilizarem garantias emitidas por um banco B e, simulta-

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neamente, o banco B ou as empresas a ele ligadas utilizaremgarantias emitidas pelo banco A), os limites para emissão dosbancos emitentes/beneficiários poderão ser duplamenteimpactados. O mesmo princípio poderá ser aplicado caso seconstate a participação de mais do que duas instituições noprocesso de “troca” de garantias.

b.5) O limite para emissão de Carta de Fiança e CDB poderá seraumentado além do estabelecido em “b.3”, desde que obanco emissor realize o depósito de títulos públicos federaisna Câmara, conforme o disposto em “g”.

c) Limite para Emissão por Clientec.1) Do limite para emissão atribuído pela BM&F a cada banco

emissor, não mais do que 25% (vinte e cinco por cento)poderá ser utilizado pelo mesmo cliente para a garantia deposições em aberto.

c.2) O limite para emissão por cliente poderá ser aumentado alémdo estabelecido em “c.1”, desde que o banco emissor realizeo depósito de títulos públicos federais na Câmara, conformeo disposto em “g”.

c.3) Lançamento de OpçõesA utilização de carta de fiança guarda-chuva está condi-cionada à retenção e à aplicação do valor do prêmio pelaCorretora, em favor do comitente.

d) Limite para Depósito de Carta de Fiança e CDB Via CorretoraLigada ao Banco Emissord.1) O limite para depósito de Carta de Fiança e CDB via Corretora

ligada ao banco emissor abrange o valor das Cartas de Fiançae dos CDBs emitidos pelo banco e depositados em garantiapor clientes de Corretora que seja ligada, subsidiária,controlada ou controladora do banco emissor.

d.2) O limite para depósito via Corretora ligada ao banco emissornão poderá ultrapassar o valor total dos títulos patrimoniaisda BM&F detidos pelo conglomerado econômico ao qual aCorretora pertença, ressalvado o disposto em “d.4”.

d.3) O limite para depósito via Corretora ligada ao banco emissortambém poderá ser aplicado pela BM&F nos casos em que aCorretora não seja diretamente ligada ao banco emissor, masliquide suas operações por meio de Membro deCompensação a ele ligado.

d.4) O limite para depósito via Corretora ligada ao banco emissorpoderá ser aumentado além do estabelecido em “d.2”, desdeque o banco emissor realize o depósito de títulos públicosfederais na Câmara, conforme o disposto em “g”.

e) Limite de Utilização de Carta de Fiança “Guarda-Chuva”e.1) O limite de utilização de Carta de Fiança “guarda-chuva”

corresponde à parcela máxima das Cartas de Fiança emitidasem favor da Corretora de Mercadorias associada da BM&F

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que pode ser alocada em garantia das posições de um únicocliente.

e.2) O limite de utilização de Carta de Fiança “guarda-chuva”não ultrapassará 10% (dez por cento) do valor total das Cartasde Fiança emitidas em favor da Corretora ou o valorpatrimonial do título de Corretora, dos dois o maior.

e.3) Quando se tratar da carteira própria da Corretora ou deempresas a ela ligadas, o limite ao qual se refere “e.2” poderáser estendido em até 100% (cem por cento) do valor dasCartas de Fiança, a critério da BM&F.

e.4) É proibida a utilização de Carta de Fiança “guarda-chuva”quando a fiança tiver sido emitida em favor de participanteque não seja detentor de título patrimonial de Corretora deMercadorias da BM&F.

e.5) É proibida a utilização de Carta de Fiança “guarda-chuva”em garantia de operações de captação de recursos (box) nomercado de opções.

f) Limite de Utilização de Carta de Fiança e CDB por Clientef.1) O limite de utilização de Carta de Fiança e CDB por cliente

abrange o valor total das Cartas de Fiança e/ou dos CDBsdepositados em garantia no sistema da BM&F como um todo,por um único cliente ou grupo de clientes atuando emconjunto, independentemente dos bancos emissores.

f.2) O limite de utilização de Carta de Fiança e/ou CDB por clientenão poderá ultrapassar 75% (setenta e cinco por cento) dopatrimônio líquido da BM&F, ressalvado o disposto em “f.3”.

f.3) A BM&F poderá ampliar o limite definido em “f.2”, desdeque as Cartas de Fiança e/ou os CDBs depositados em excessoapresentem condição de liquidação em D+0, ou seja:– no caso das Cartas de Fiança, aquelas depositadas em

excesso deverão apresentar padrão diferenciado quecontemple, em caso de execução, a exigência depagamento em D+0 pelo banco emissor; e

– no caso dos CDBs, aqueles depositados em excessodeverão estar amparados por instrumento específico quecontemple, em caso de execução, sua recompra em D+0pelo banco emissor.

f.4) A BM&F divulgará ao mercado o modelo de Carta de Fiançae o instrumento/contrato de recompra de CDBs de que trata“f.3”.

g) Ampliação de Limites por Meio do Depósito de Títulos PúblicosFederais na Câmarag.1) A BM&F poderá, a seu exclusivo critério, permitir a utilização

de Cartas de Fiança e CDBs em montante superior aoestabelecido em “b” (limite para emissão), “c” (limite paraemissão por cliente) e “d” (limite para depósito via Corretoraligada ao banco emissor), caso o banco emissor deposite em

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garantia títulos públicos federais em favor da Câmara.Vigorarão, para essas garantias, as mesmas normas e osmesmos procedimentos operacionais aplicáveis ao conjuntode garantias e salvaguardas da Câmara, nos termos daregulamentação em vigor.

g.2) Como regra geral, para ampliação do nível de utilização deCartas de Fiança e CDBs, adota-se o seguinte procedimentopara determinação do valor das garantias adicionais exigidasdo banco emissor:

– Situação em que não há emissão de garantias paraclientes de Corretora ligada ao banco emissorPrimeiramente, determina-se a variável GARcliente, querepresenta o montante exigido em garantia em funçãodo excesso de emissão para cada cliente:

GAR Gcliente ii

N

==

∑1

onde:Gi = máx(VEi – 0,25 × LE; 0);VEi = valor emitido pelo banco para o cliente i;LE = limite para emissão atribuído pela BM&F ao

banco;N = número de clientes que depositaram garantias

emitidas pelo banco.A variável Gi representa o montante exigido em garantiado banco emissor em função do valor emitido para ocliente i, caso esse valor seja superior a 25% (vinte e cincopor cento) do limite para emissão (LE) do próprio banco.Em seguida, determina-se a variável GARtotal, querepresenta o montante exigido em garantia do bancoemissor em função do excesso de emissão “total”,desconsiderando-se a parcela emitida cujo risco já estácoberto pelo depósito de títulos:

GAR VE GAR LEtotal ii

N

cliente= m xá=

∑ − −⎛⎝⎜

⎞⎠⎟1

0;

O valor das garantias exigidas do banco emissor serádado por:

Garantia exigida = GARcliente + GARtotal

– Situação em que há emissão de garantias para clientesde Corretora ligada ao banco emissorPrimeiramente, determina-se a variável GARcliente de formaidêntica à anteriormente explicada:

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GAR Gcliente ii

N

==

∑1

Define-se a variável VEi,C como o valor das Cartas deFiança e dos CDBs emitidos pelo banco para o cliente i eutilizados em garantia de posições detidas na Corretoraligada ao próprio banco. Define-se também a variávelECRi,C como a exposição de crédito residual do cliente ina Corretora ligada ao banco emissor, ou seja, o valordas garantias emitidas para o cliente e utilizadas naCorretora, descontado do valor dos títulos públicosdepositados pelo banco em função do excesso deemissão para o cliente:

ECRi,C = máx(VEi,C – Gi; 0)

Determina-se a variável GARcorretora, que representa omontante exigido em garantia do banco emissor emfunção do excesso de emissão para clientes da Corretoraligada ao próprio banco, desconsiderando-se a parcelaemitida para cada cliente cujo risco já está coberto pelodepósito de títulos:

GAR ECR LDcorretora i C corri

N

= m xá , ;−⎛⎝⎜

⎞⎠⎟=

∑1

0

onde:LDcorr = limite de depósito de Carta de Fiança e CDB via

Corretora ligada ao banco emissor.Por fim, determina-se a variável GARtotal, que representao montante exigido em garantia do banco emissor emfunção do excesso de emissão “total”, desconsiderando-se a parcela emitida cujo risco já está coberto pelodepósito de títulos:

GAR VE GAR GAR LEtotal ii

N

cliente corretora= m xá=

∑ − − −⎛⎝⎜

⎞⎠⎟1

0;

O valor das garantias exigidas do banco emissor serádado por:

Garantia exigida = GARcliente + GARcorretora + GARtotal

g.3) O depósito de títulos públicos para ampliação do uso deCartas de Fiança e CDBs é feito observando-se o preço deaceitação dos diversos títulos pela Câmara. Esta poderá, a

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qualquer momento, modificar a quantidade de títulos exigidado banco emissor, para mais ou para menos, caso verifiquealteração em seus preços de aceitação.

g.4) Os títulos depositados pelo banco emissor permanecerãobloqueados pela Câmara enquanto o banco fizer uso daampliação de seu limite.

h) Vedaçõesh.1) Não é permitida a utilização de Cartas de Fiança e CDBs para

garantia de carteira própria do banco emissor ou de empresasfinanceiras e não-financeiras a ele ligadas, inclusive não-residentes, cabendo ao banco emissor, à Corretora deMercadorias e ao Membro de Compensação a respon-sabilidade pelo cumprimento dessa disposição.

h.2) Não é permitida a utilização de Cartas de Fiança e CDBs paragarantia do Fundo de Liquidação de Operações quando oMembro de Compensação envolvido for empresa ligada,controlada ou controladora do banco emissor

ii. Títulos do Tesouro dos Estados Unidos da AméricaConforme estabelecido no Ofício Circular nº 167/1999-SG, de 25 denovembro de 1999, a Câmara aceita títulos do Tesouro norte-americanopara cobertura exclusiva de margem de garantia dos mercadosagropecuários. A prestação de garantias mediante caução de títulosdo Tesouro dos Estados Unidos da América está sujeita a consulta préviaà Câmara, e a respectiva aceitação depende da disponibilidade de limitese da avaliação do risco de mercado do instrumento, considerando-secaracterísticas, inclusive prazo de vencimento e liquidez. A constituiçãoda caução é processada por meio de transferência dos títulos para aconta mantida pela Câmara em instituições depositárias no Exterior.

18.3.4 Ações Não-pertencentes à Carteira do Ibovespa e Que ApresentemBoa LiquidezEssas ações, que podem ser aceitas excepcionalmente pela Câmara, devematender às seguintes condições:– registraram, nos meses anteriores, volume de negociação que as torne

candidatas a integrar a carteira do índice;– não sejam de empresa concordatária;– apresentem série histórica de preços consistente.

18.3.5 Outros Ativos ou InstrumentosDevem ser objeto de consulta prévia à Câmara, com a respectiva aceitaçãodependendo da disponibilidade de limites e da avaliação dos riscos demercado, de liquidez e de crédito.

18.4 Valorização e DeságiosA Câmara avalia diariamente as garantias por seu valor de mercado, em moedanacional, aplicando-lhe um percentual de deságio, de acordo com o respectivo

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risco (de mercado, de crédito, de liquidez e outros) e levando em conta os eventuaiscustos relevantes de sua execução.Para as garantias internacionais, o valor de mercado em moeda nacional é obtidopela aplicação da taxa de câmbio apropriada a cada caso.Os critérios de fixação das percentagens de deságio englobam:

o risco de mercado associado ao ativo dado em garantia, inclusive o riscocambial, para aqueles denominados em outras moedas;o risco de crédito da respectiva instituição emissora, inclusive o risco país, paraos ativos internacionais;o risco de liquidez associado ao prazo necessário à realização ou execução dagarantia; eoutros riscos, inclusive o de evento.

Os critérios de fixação das percentagens dos custos de realização envolvem oscustos relevantes de transação, bem como eventuais impostos.Os critérios utilizados para avaliação e deságio de cada categoria de ativo ouinstrumento constituído em garantia estão descritos a seguir.

18.4.1 Títulos PúblicosA Câmara considera títulos públicos de alta liquidez aqueles que, de acordocom o Banco Central do Brasil, podem ser utilizados para redesconto. Ostítulos públicos federais de alta liquidez são avaliados diariamente pelosrespectivos valores para redesconto divulgados pelo Bacen.A seu exclusivo critério, a BM&F poderá aplicar deságio sobre os títulosdenominados em moeda estrangeira, considerando as volatilidades da taxade câmbio e da estrutura a termo do cupom cambial.Analogamente, o deságio dos papéis prefixados denominados em moedanacional pode ser calculado pela volatilidade da estrutura a termo da taxade juro.Nos dois casos acima, poderão ser incluídos os custos de realização.

18.4.2 Ouro Ativo FinanceiroA Câmara avalia o valor do ouro ativo financeiro com base no preço médioou no preço de fechamento verificado no pregão da BM&F do dia útilimediatamente anterior, prevalecendo o menor.Não há aplicação de deságio, mas são computados os custos de realização.

18.4.3 Ações de Companhias Abertas Admitidas à Negociação em Bolsasde ValoresA valorização das ações é efetuada diariamente, com base no preço médioou de fechamento, dos dois o menor, utilizando-se percentuais de deságiodeterminados conforme a classificação que possuam nos gruposdiscriminados, a critério da Câmara, em função de liquidez. Caso a cotaçãonão seja representativa, a Câmara poderá arbitrar a que será empregada.As ações pertencentes à carteira do Índice Bovespa são dividas em quatro grupos:– as ações pertencentes ao grupo I são valorizadas em até 80% (oitenta

por cento) do valor de mercado;

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– as do grupo II, em até 70% (setenta por cento);– as do grupo III, em até 60% (sessenta por cento); e– as do grupo IV, em 50% (cinqüenta por cento).As ações que não pertencem à carteira do Índice Bovespa entram no grupoV, segundo o critério fixado pela BM&F, e são valorizadas em até 35% (trintae cinco por cento) do preço médio ou de fechamento do dia anterior, dosdois o menor.

18.4.4 Títulos PrivadosOs CDBs são avaliados pelo respectivo valor de mercado, considerando-seas taxas de juro prevalecentes para instrumentos de prazo e riscosemelhantes. A Câmara lhes aplica uma percentagem de deságio, de acordocom os riscos de mercado, de crédito e de liquidez.Na impossibilidade de observação das taxas de juro prevalecentes nomercado para operações de prazo e risco semelhantes, os CDBs sãoavaliados pelo respectivo valor de emissão (valor do principal), sobre o qualé aplicada uma percentagem de deságio mínimo de 20% (vinte por cento),a critério da Câmara. Para os demais títulos privados, os percentuais dedeságio e de custos de realização são definidos para cada instrumentosubmetido à apreciação da Câmara.

18.4.5 Títulos do Tesouro dos EUAOs títulos do Tesouro norte-americano só são aceitos mediante consultaprévia. São avaliados por seu valor de mercado, apurado pela instituiçãodepositária da caução ou calculado e divulgado pelos serviços de difusãode informações da BM&F, convertido para moeda nacional pela Taxa deCâmbio Referencial BM&F, conforme a Subseção 10.A Câmara aplica deságios a partir da análise do risco de liquidez do título.Adicionalmente, em função dos impostos que recaem sobre o ingresso dosrecursos no País em caso de execução, é aplicada uma taxa para custos derealização de 2% (dois por cento).

18.4.6 Cartas de Fiança BancáriaAs cartas de fiança são consideradas pelos respectivos valores, não seaplicando nenhuma percentagem de deságio ou de custos de realização.

18.4.7 Cotas de Fundos de Investimento FinanceiroAs cotas de fundos de investimento financeiro são atualizadas diariamente,sendo automática a correção dos valores utilizados na cobertura de margem.

18.4.8 Cotas do Fundo dos Intermediários FinanceirosMensalmente, a Câmara atualiza o valor das cotas do FIF, sendo automáticaa correção dos valores utilizados na cobertura de margem.

18.4.9 Outros Ativos e instrumentosA forma de avaliação e o percentual de deságio e de custos de realizaçãosão definidos em cada caso submetido à apreciação da Câmara.

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18.5 Execução de Garantias DepositadasOs Membros de Compensação ou intermediários devem formalizar a ocorrênciade inadimplência de um cliente e solicitar a execução das garantias depositadas.A execução de garantias pela Câmara obedece à seguinte ordem de preferência:

moeda nacional;títulos públicos;cotas de fundos de investimento financeiro;ouro ativo financeiro;ações de companhias abertas listadas em bolsas de valores;títulos privados;títulos do Tesouro norte-americano;cartas de fiança bancária;outros ativos ou instrumentos financeiros, a critério da Câmara.

Caso seja necessário, a Câmara poderá atribuir outra ordem de preferência àexecução dessas garantias.Se a execução das garantias de um comitente inadimplente for insuficiente paracobrir seus débitos, a Câmara, a seu critério, poderá determinar a execução dasgarantias excedentes do mesmo comitente junto a outros Membros de Com-pensação, consoante o disposto no artigo 95 dos Estatutos Sociais da BM&F.Na eventualidade de inadimplemento de obrigações assumidas perante a BM&F, aexecução das garantias obedecerá à seguinte ordem:

as próprias do devedor;as prestadas por terceiros;as prestadas pelas Corretoras de Mercadorias, de Mercadorias Agrícolas eEspeciais que atuaram como intermediadoras ou intervenientes;as prestadas pelos Membros de Compensação que atuaram como registradores.

Na hipótese de tais garantias ainda serem insuficientes, a BM&F utilizará os fundose os mecanismos de salvaguardas previstos em seus Estatutos Sociais e noRegulamento da Câmara.

18.6 Disposições GeraisSe uma garantia (própria ou concedida por terceiros – CDB, ação, carta de fiançaetc.) depositada junto à Câmara deixar de ser boa ou, ainda, se a Câmara tiverdificuldade em executá-la/recebê-la, a Corretora e o Membro de Compensaçãoserão responsáveis pela boa execução e liquidação dessa garantia, bem como porsua imediata substituição ou pelo pagamento de seu valor em dinheiro.Independentemente do fato de a Câmara aceitar determinado título/ativo paragarantir a posição de um comitente, a Corretora e o Membro de Compensaçãosão responsáveis por sua emissão e autenticidade, bem como pelo prontoatendimento da margem requerida e pela imediata substituição da garantiadepositada, a partir do momento em que a Câmara tomar conhecimento de que agarantia deixou de ser boa ou de que nunca foi boa.

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19. Limites de Concentração de Posições

19.1 PropósitoOs limites de concentração de posições constituem importante ferramenta com-plementar do sistema de administração de risco da BM&F. Em especial, destinam-se ao controle e à mitigação de três tipos de risco financeiro aos quais a Câmara deDerivativos BM&F está sujeita: de liquidez, de crédito e de manipulação de preços.

i. Risco de LiquidezUma posição cujo tamanho seja muito maior que fração do “giro” diáriomédio do mercado só poderá ser liquidada, ordenadamente, em período detempo maior. Por liquidação ordenada, entende-se, aquela que não impactasignificativamente os preços de mercado. Quanto mais tempo a Câmara le-var para liquidar as posições de um Membro de Compensação inadimplente,maior o tempo em que estará exposta ao risco de mercado, potencializandosuas perdas.

ii. Risco de CréditoSegundo resultado conhecido na teoria de finanças, a pulverização das posi-ções de determinado mercado entre vários comitentes distintos causa dimi-nuição do risco de crédito da Câmara. A validade desse resultado, entretan-to, depende da hipótese de que os participantes do mercado possuam pro-babilidades de inadimplemento semelhantes e que a correlação entre os even-tos de inadimplência seja menor que 1 (um).

iii. Risco de Manipulação de PreçosA concentração de um mercado na mão de poucos participantes pode fazercom que estes adquiram poder de manipulação de preço. Em um mercadocom um único comprador e vários vendedores, por exemplo, pode não haver“saída” para os vendedores ou, se houver, pode ser cobrado preço conside-rado distorcido em relação aos “fundamentos”.

A BM&F aplica limites de concentração de posições por meio de dois critériosdistintos: número de contratos em aberto e exposição a fatores de risco. Os doislimites são monitorados tomando-se como base as posições de comitentes ou degrupo de comitentes atuando em conjunto.

19.1.1 Limite de Concentração de Posições: Número de Contratos emAbertoA BM&F fixa limites de concentração de posição para cada vencimentode um contrato futuro e para cada série de um contrato de opção. Taislimites são definidos em termos da quantidade total de contratos que umcomitente pode ter, em valor absoluto ou como percentual do total deposições em aberto no contrato. Os limites definidos pela BM&F podemser expressos por meio da fórmula genérica:

Quantidade de contratos do comitente ≤ máximo(Quantidade fixa,x% do total de posições em aberto no contrato)

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20.Limites de Oscilação Diária de Preços

A BM&F impõe limites à oscilação diária de preços dos contratos que admite à negocia-ção. Os limites são diferenciados por contrato e, também, entre vencimentos distintos domesmo contrato.Havendo aumento súbito de volatilidade de preços, as posições suportadas pelos Mem-bros de Compensação podem apresentar grandes perdas ou ganhos. Os limites de oscila-ção de preços causam o “parcelamento” dos pagamentos em dois ou mais dias. Na au-sência desses limites, os pagamentos teriam de ser liquidados todos em um único dia.Por conseguinte, os limites de oscilação constituem importante mecanismo de mitigaçãodo risco de liquidez da Câmara, que é a possibilidade de ela não conseguir gerar caixa,dentro de prazo preestabelecido, para cobrir os pagamentos do Membro de Compensa-ção inadimplente, conforme discutido na Subseção 16.A três dias do vencimento do contrato, o limite de oscilação diária é suspenso.

21.Estrutura dos Fundos e das Salvaguardas

A Câmara reconhece a possibilidade de as margens de garantia serem superadas pelavolatilidade dos mercados. Igualmente reconhece que a execução de margens de garan-tia pode requerer período de tempo superior àquele de que dispõe para realizar seuspagamentos, colocando-a sob pressão de liquidez. Diante disso, a BM&F instituiu sistemacomplementar de salvaguardas, composto dos itens discriminados a seguir.

21.1 Margens de Garantia AdicionaisA seu exclusivo critério, a Câmara pode exigir garantias adicionais de todos osparticipantes, diretos e indiretos, de seu Sistema de Liquidação e Compensação,inclusive comitentes ou grupos de comitentes.O requerimento adicional de margens pode, ainda, ser diferenciado por mercado-ria/ativo e vencimento, na existência de fatores que impliquem potencial aumentode risco para a Câmara, como: volatilidade, concentração de posições em aberto ecapacidade financeira, dentre outros.

21.2 Caucionamento do Título Patrimonial de Corretorade MercadoriasOs títulos de Corretora de Mercadorias e de Mercadorias Agrícolas possuem valorde mercado e são caucionados em favor da BM&F, podendo ser utilizados emgarantia, em caso de inadimplemento da Corretora.

21.3 Caucionamento do Título Patrimonial de Membrode CompensaçãoOs títulos de Membro de Compensação possuem valor de mercado e são caucio-nados em favor da BM&F, podendo ser utilizados em garantia, em caso deinadimplemento do Membro de Compensação.

21.4 Mecanismo de Repartição de PerdasO modelo de cobertura de riscos da BM&F foi estruturado de forma híbrida, com-binando o critério de defaulters pay (inadimplentes pagam) com o de survivors pay

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(sobreviventes pagam), conforme mostra a Figura 9. Apesar da combinação dosdois critérios, a maior parte do risco suportado pela BM&F é margeada segundo omodelo de defaulters pay, isto é, por meio do depósito de garantias próprias esegregadas em nível de comitente.

Figura 9 – Modelo de Cobertura de Riscos

Esse processo está consubstanciado no artigo 95 dos Estatutos Sociais da BM&F,cuja redação é a seguinte:

“Nos casos de inadimplemento de obrigações assumidas pelos participantes noâmbito da Câmara de Registro, Compensação e Liquidação de Operações deDerivativos, a execução das garantias depositadas a seu favor obedecerá à seguinteordem:I – as próprias do devedor;II – as prestadas por terceiros;III – as prestadas pelas Corretoras de Mercadorias, de Mercadorias Agrícolas ou

Especiais que atuaram como intermediadoras ou intervenientes; eIV – as prestadas pelos Membros de Compensação que atuaram como

registradores.Parágrafo Único – Na hipótese de tais garantias serem insuficientes, a BM&F

utilizará os recursos a seguir descritos, obedecida a seguinteordem:I – o Fundo Especial dos Membros de Compensação;II – o Fundo de Liquidação de Operações; eIII – outros mecanismos de salvaguarda criados com esse

objetivo.”

21.5 Fundo Especial dos Membros de CompensaçãoConforme o Capítulo IX, Seção I, dos Estatutos Sociais da BM&F, a Bolsa mantémo Fundo Especial dos Membros de Compensação como instrumento deadministração e mitigação dos riscos de crédito e liquidez a que, como contrapartecentral, está exposta nos mercados para os quais presta serviços. O fundo nãopossui personalidade jurídica nem fins lucrativos e é composto de recursos daprópria Bolsa.

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Os objetivos do Fundo Especial dos Membros de Compensação são:

cobrir eventuais prejuízos oriundos de inadimplência de Membro de Com-pensação;auxiliar o tratamento de situações de falha na entrega de ativos ou mercadoriase, ainda, o pagamento dos recursos financeiros relativos à liquidação, quandonecessário, nos termos destes Procedimentos Operacionais e do Regulamentoda Câmara.

A utilização do fundo está vinculada exclusivamente a seus propósitos, observando-se as regras de execução de garantias estabelecidas no artigo 95 dos EstatutosSociais da BM&F, transcrito acima, nestes estes Procedimentos Operacionais e noRegulamento da

Não serão objeto de cobertura do Fundo Especial dos Membros de Com-pensação:

prejuízos provenientes de operações nas quais a BM&F não seja contrapartecentral;operações fraudulentas, identificadas pelo Banco Central do Brasil, pelaComissão de Valores Imobiliários e pela própria BM&F na supervisão dosmercados.

21.6 Fundo de Liquidação de OperaçõesSegundo o Capítulo IX, Seção II, dos Estatutos Sociais da BM&F, a Bolsa mantém oFundo de Liquidação de Operações, com valor proposto pelo Diretor Geral eaprovado pelo Conselho de Administração, com a finalidade de garantir a boaliquidação das operações realizadas nos pregões e/ou registradas em quaisquerdos sistemas de negociação, registro, compensação e liquidação da BM&F, no casode inadimplemento de um ou mais Membros de Compensação.O Fundo de Liquidação de Operações é constituído por fiança bancária, títulospúblicos e privados, seguro de crédito, dinheiro, ouro e outros ativos, a critério daBM&F. Os recursos em dinheiro poderão ser investidos pela Bolsa, cabendo aoMembro de Compensação os rendimentos líquidos auferidos. As garantiasrepresentadas por títulos e demais ativos dependem de aprovação prévia da BM&F.A responsabilidade de cada Membro de Compensação é solidária e limitada,individualmente, a duas vezes a participação de cada um no fundo. Havendonecessidade de alteração, para mais, do valor do fundo e respeitado o limite departicipação individual, equivalente ao valor do título patrimonial da categoria, onovo aporte de recursos será exigido após o decurso do prazo mínimo de 30 (trinta)dias, contado da data da deliberação do Conselho de Administração.O Membro de Compensação que deixar de cumprir qualquer obrigação de suaresponsabilidade será debitado, em importância correspondente, na respectiva

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conta do Fundo de Liquidação de Operações, devendo repô-la no prazoestabelecido pelo Conselho de Administração. O saldo devedor do Membro deCompensação para com o fundo que não for reposto no prazo estabelecido serárateado entre os demais Membros de Compensação, debitando-se a importânciacorrespondente nas respectivas contas. O rateio será efetuado mediante divisãodo saldo devedor pelo número de Membros de Compensação. A importânciadebitada deverá ser reposta ao Fundo de Liquidação de Operações no prazo fixadopelo Conselho de Administração.Ao Conselho de Administração da BM&F compete estabelecer as demais normasque regerão o Fundo de Liquidação de Operações.

21.7 Fundo de GarantiaConforme o Capítulo IX, Seção III, dos Estatutos Sociais da BM&F, ela mantém oFundo de Garantia com o intuito único e exclusivo de assegurar aos clientes dasCorretoras de Mercadorias o ressarcimento de prejuízos decorrentes de:

erro na execução de ordens aceitas para cumprimento nos pregões da Bolsa;uso inadequado de valores pertencentes a clientes, relativos aos resultados dasoperações realizadas nos pregões da Bolsa.

Após a ocorrência da ação que tenha causado o prejuízo, a reclamação,devidamente formulada e fundamentada, deverá ser dirigida à BM&F em até 30(trinta) dias da realização da operação, devendo estar comprovado que o prejuízofoi provocado por Corretora de Mercadorias ou Corretora de Mercadorias Agrícolas,bem como o adimplemento, por parte do cliente, de todas as suas obrigações. OFundo de Garantia não responde por eventuais perdas decorrentes de casosfortuitos ou de força maior.O Fundo de Garantia, que é contabilizado isoladamente das demais contas daBM&F, constitui-se:

de 5% (cinco por cento) das importâncias pagas à BM&F pela subscrição detítulos de Corretora de Mercadorias;de 0,5% (meio por cento) do valor da taxa operacional cobrada pelas Corretorasde Mercadorias e de Mercadorias Agrícolas sobre as operações realizadas naBM&F. Essa taxa poderá ser alterada pelo Conselho de Administração;dos rendimentos resultantes dos investimentos dos recursos próprios;do ressarcimento obrigatório, pelas Corretoras de Mercadorias ou deMercadorias Agrícolas, da importância paga pelo Fundo de Garantia, emdecorrência de reclamação de cliente, processada contra um desses sócios.

O valor do Fundo de Garantia não pode exceder a 10% (dez por cento) do pa-trimônio líquido da BM&F. Em caso de excesso, a quantia a maior será contabilizadacomo parte integrante dos recursos da Bolsa, não alocados ao fundo, e passará aintegrar o valor patrimonial dos títulos de Corretoras de Mercadorias. A res-ponsabilidade total do Fundo de Garantia não excederá a seu próprio patrimônio.O Fundo de Garantia deve ser administrado por uma comissão especial, integradapelo Diretor Geral e por dois Conselheiros, designados, anualmente, pelo Conselhode Administração, à qual compete:

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receber, analisar e ratificar o demonstrativo das operações feitas com os recursosdo fundo;manifestar-se sobre as reclamações formuladas, encaminhando-as, devi-damente instruídas, ao Conselho de Administração para julgamento;propor ao Conselho de Administração a contratação, por conta do fundo, deseguro especial que cubra os riscos por ele assumidos, se tal seguro for possíveldentro das normas vigentes;apresentar semestralmente ao Conselho de Administração relatório sobre asituação líquida do fundo, a demonstração discriminada das aplicações feitas,das receitas auferidas e dos pagamentos realizados, e a situação do contratode seguro referido no subitem anterior;fixar o prazo para a reposição, pela Corretora de Mercadorias ou de MercadoriasAgrícolas, da importância paga pelo fundo, por conta de reclamação de cliente.

Em caso de dissolução e após a liquidação de todas as responsabilidades pendentes,os recursos do Fundo de Garantia reverterão à BM&F e passarão a integrar o valorpatrimonial dos títulos de Corretoras de Mercadorias.

21.8 Linhas de Assistência à Liquidez Pré-AprovadasDevido à possibilidade de o prazo de execução de garantias ser superior ao deliquidação de obrigações perante os Membros de Compensação, a Câmara contacom linhas de assistência à liquidez pré-aprovadas, lastreadas em garantias emprocesso de execução.

21.9 Patrimônio da BM&FComo último recurso, o patrimônio da BM&F pode ser utilizado no cumprimentode suas obrigações, em tempo hábil, perante os Membros de Compensação.Além disso, pode ser usado para fornecer liquidez à Câmara durante o período detempo necessário à execução de garantias.

21.10Seqüência de Utilizaçãoi. Linhas de assistência à liquidez pré-aprovadas.ii. Fundo Especial dos Membros de Compensação.iii. Fundo de Liquidação de Operações.iv. Outros instrumentos:

a) caixa da BM&F;b) Fundo de Garantia.

22. Auditoria

22.1 Auditoria InternaOs controles internos da Câmara de Derivativos BM&F, especificamente para osserviços de cadastramento e credenciamento de participantes, de registro e liqui-dação de operações, de administração de garantias, de custódia e de gerencia-mento de risco, são estabelecidos em seu Sistema de Gestão da Qualidade, o qualé certificado pela norma ISO 9002 desde 17 de outubro de 1996, com renovação

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em 15 de setembro de 1999. Já em 14 de novembro de 2002, o sistema foicertificado dentro da nova Norma ISO 9001:2000, determinando assim a eficáciado sistema, com renovação prevista para novembro de 2005.Em cada ciclo de certificação (três anos) são realizadas, anualmente, auditoriasinternas do sistema da qualidade da BM&F e auditorias de monitoramento doorganismo certificador (ABS Quality Evaluations, Inc), para verificar se asatividades da qualidade e os respectivos resultados estão em conformidade comas dispo-sições planejadas e estabelecer a eficácia do sistema como um todo. Asauditorias, em conjunto com as revisões da documentação do sistema feitas pelasáreas envolvidas, bem como com as ações corretivas e preventivas, garantem suame-lhoria contínua.A Diretoria Jurídica e de Auditoria dispõe de uma unidade que administra osistema da qualidade, denominada Gestor de Sistema da Qualidade. A documen-tação (Manual da Qualidade, Procedimentos e Instruções de Trabalho) é contro-lada por sistema informatizado, instalado na rede de computadores da Bolsa, ecolocada à disposição para consultas internas (via Intranet) nas próprias estaçõesde trabalho.

22.2 Auditoria ExternaAs demonstrações financeiras da BM&F, elaboradas em consonância com as práticasda legislação societária, são objeto de auditorias semestrais, realizadas pela KPMGAuditores Independentes, regularmente autorizada pelos órgãos públicos com-petentes, cujo parecer está sujeito à homologação do Conselho de Administraçãoda Bolsa.

22.3 Auditoria de SistemasA verificação da conformidade dos sistemas da Câmara de Registro, Compensaçãoe Liquidação de Operações de Derivativos BM&F, em consonância com a Política eNormas Corporativas de Segurança da Informação, é realizada em todos osambientes de tecnologia pela Diretoria-Adjunta de Núcelo de Compliance eQualidade.

23.Condições de Emergência

Constituem condições de emergência:

a interrupção das comunicações entre as instalações da BM&F e os participantes deseu Sistema de Liquidação e Compensação;a redução ou cessação da capacidade das instalações da BM&F de receber, transmitir,enviar, aprovar ou processar uma mensagem, quer seja de pagamento, quer seja ad-ministrativa;o questionamento das condições de segurança e eficiência operacionais da Câmarade Derivativos BM&F;a ocorrência de qualquer outra condição de anormalidade que, a critério do DiretorGeral, possa vir a representar a possibilidade de prejuízo ou descontinuidade das ope-rações da Câmara de Derivativos BM&F.

Na ocorrência de uma ou mais condições de emergência, o Diretor Geral poderá, com aconcordância prévia do Banco Central do Brasil:

alterar o horário de operação do Sistema de Liquidação e Compensação da BM&F;

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