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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Produção Didático-Pedagógica Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7 Cadernos PDE VOLUME I I

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Produção Didático-Pedagógica

Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE

VOLU

ME I

I

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃOUNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ

UNIOESTE

PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICAUNIDADE DIDÁTICA

PROPRIEDADES PREVENTIVAS E CURATIVAS DAS PLANTAS MEDICINAIS

DOIS VIZINHOS2010

1

NEUSA MARIA CAVALHEIRO SAMUELSSON

PROPRIEDADES PREVENTIVAS E CURATIVAS DAS PLANTAS MEDICINAIS

Produção Didático-Pedagógica (Unidade Didática) apresentada ao Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE pela Professora Neusa Maria cavalheiro Samuelsson do Núcleo Regional de Educação de Dois Vizinhos, sob a orientação da Professora Dr. Andréa Maria Teixeira Fortes da Universidade Estadual do Oeste do Paraná - UNIOESTE

DOIS VIZINHOS2010

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SUMÁRIO

1.APRESENTAÇÃO..................................................................................................................4b.A HISTÓRIA E AS PLANTAS MEDICINAIS..............................................................5

2.1. A MEDICINA ATRAVÉS DAS PLANTAS, NO BRASIL.......................................62.2. FARMACOTERAPIA.................................................................................................8

3. PROPOSTA DE ATIVIDADES ...................................................................................10

ATIVIDADE 1..................................................................................................................10ATIVIDADE 2..................................................................................................................12ATIVIDADE 3..................................................................................................................13ATIVIDADE 4..................................................................................................................14ATIVIDADE 5..................................................................................................................15ATIVIDADE 6..................................................................................................................16ATIVIDADE 7..................................................................................................................16ATIVIDADE 8..................................................................................................................17ATIVIDADE 9..................................................................................................................17ATIVIDADE 10................................................................................................................17ATIVIDADE 11................................................................................................................18

4. RECURSOS.....................................................................................................................19

5. PROPOSTA DE CRONOGRAMA DE ATIVIDADES: ............................................19

6. AVALIAÇÃO..................................................................................................................20

REFERÊNCIAS .................................................................................................................21

3

1. APRESENTAÇÃO

As Diretrizes Curriculares da Educação Básica não relacionam os conteúdos

específicos que devem ser trabalhados em cada série, elas apenas fornecem os que

são considerados relevantes, sendo denominados conteúdos estruturantes. Diante

do exposto, a temática “plantas medicinais” pode ser inserida dentro do conteúdo

estruturante biodiversidade (PARANÁ, 2008).

Sugerem, ainda, interações entre os seres humanos, outros seres vivos e

com a natureza, visando buscar condições favoráveis de sobrevivência.

Estes estabelecem novas formas de pensar e agir na natureza,

compreendendo-a e apropriando-se dos seus recursos. Sendo assim, o professor,

enquanto mediador desses referenciais deve buscar instrumentos que contribuam

para uma prática social centrada na natureza.

Esta Unidade Didática visa promover uma autorreflexão sobre a dependência

dos ecossistemas e todo o processo histórico, levando em conta os conhecimentos

produzidos pelas pesquisas das Plantas Medicinais, as quais são parte integrante do

fazer pedagógico cotidiano. Assim, pretende-se com esta iniciativa integrar escola e

comunidade.

O ser humano interfere no ambiente, incorpora conhecimentos, experiências,

técnicas e valores que são transmitidos culturalmente. Partindo dessa premissa,

acredita-se que a conscientização e a promoção do conhecimento do uso de plantas

medicinais são, sem dúvida, um meio de compreender que o homem faz parte da

natureza.

Estas reflexões têm como ponto de partida o fato da ciência não utilizar um

único método para todas as suas especialidades, o que gera, para o ensino de

Ciências, a necessidade de um pluralismo metodológico que considere a diversidade

de abordagens, estratégias e recursos pedagógico-tecnológicos e a amplitude de

conhecimentos científicos a serem abordados na escola (PARANÁ, 2008).

Frente ao exposto acima, percebe-se a necessidade de:

“Estimular na juventude o interesse pelo conhecimento científico é de fundamental importância para países que desejam alcançar um desenvolvimento durável e autônomo. Vincular a juventude com a realidade da investigação científica implica confrontá-los com os problemas e os contratempos que implica a Ciência, desenvolver o

4

espírito criativo e investigativo na busca de soluções. A experiência de descrever como resultado de um esforço de investigação gera novos questionamentos e desta maneira se deparam com as diversas faces e objetivos que implica em fazer Ciência.” (SANTOS apud SOLANA; REYES e BOLAÑOS, 2008).

Para que esta Unidade Didática seja efetivada serão desenvolvidos trabalhos

de sondagem, pesquisas bibliográficas e de campo, debates, produção de material

informativo, plantio de mudas de plantas medicinais em floreiras, documentação

através de imagens - fotos.

b. A HISTÓRIA E AS PLANTAS MEDICINAIS

Acredita-se que o conhecimento sobre as plantas acompanhou a evolução do

ser humano e esse registro da história data que os estudos oficiais realizados em

Medicina foram registrados há mais de mil anos antes de Cristo, na região onde hoje

se encontram o Irã e o Iraque, no vale do Tigre e Eufrates.

Naquele período, já existia disputa sobre o domínio do saber e o

conhecimento das plantas, passa para o controle dos sacerdotes e dos reis. Assim

muitas mulheres e homens do povo perdem o direito no exercício do uso das

plantas. Na Grécia e Roma Antiga, o conhecimento volta para as mãos do povo. Em

600 a.C. o governo de Atenas decreta que "todo cidadão tem direito a cuidados

médicos gratuitos, pagos pelo Estado", um tipo de INSS da época.

O poder curativo das plantas medicinais é reconhecido por Hipócrates,

considerado o pai da medicina, que se transformam em estudos medicinais

científicos sendo aos poucos, aprimorados os métodos mais eficientes de coleta,

armazenamento e a extração das plantas.

É importante destacar a presença do uso de Plantas Medicinais num famoso

papiro decifrado, em 1873, pelo egiptólogo alemão Georg Ebers, onde consta a

seguinte afirmação: “Aqui começa o livro relativo à preparação dos remédios para

todas as partes do corpo humano”.

Porém, durante a, época das trevas para a Ciência na Europa, pouco foi

registrado e só em 1220 nasce a primeira Grande Escola de Medicina da Idade

Média, em Salerno, perto de Roma, fundada por Carlos Magno. Junto com este

avanço crescem também os estudos de farmácia e extratos alcoólicos, como o vinho

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ou os destilados, os quais eram bem conhecidos e usados para extrair o "espírito

das plantas". Muitos destes extratos são usados nas “garrafadas” de plantas

medicinais, encontradas nas casas de senhoras rezadeiras ou nos preparos

indígenas, até os dias atuais.

Para ALMASSY JUNIOR et al (2005),

o uso das plantas medicinais, conhecido hoje como fitoterapia sempre esteve presente ao longo da historia da humanidade. As origens dessa prática terapêutica datam dos primórdios da espécie humana, já que esta sempre usou de plantas tanto na sua alimentação quanto com fins medicinais.

2.1. A MEDICINA ATRAVÉS DAS PLANTAS, NO BRASIL

Com a mais rica biodiversidade do planeta, com milhares de espécies em

sua fauna e flora, estudos de plantas medicinais no Brasil chamam a atenção de

equipes multidisciplinares formadas por botânicos, biólogos, bioquímicos,

farmacêuticos, médicos, laboratórios farmacológicos, centros de pesquisa e órgãos

governamentais. Esse interesse é fruto do incentivo dado pela Organização Mundial

de Saúde (OMS), que em 1978 reconheceu a importância das plantas medicinais e

das preparações na cura de doenças, recomendando a difusão, em nível mundial,

dos conhecimentos necessários para o uso das plantas medicinais.

As plantas fazem parte da rotina da maioria das populações, desde aquelas

que ainda mantêm costumes antigos até o homem atual que tem acesso aos

grandes avanços tecnológicos.

De acordo com a OMS, 80% da população dos países em desenvolvimento utilizam práticas tradicionais nas unidades básicas de saúde. o Brasil tem grande potencial para o desenvolvimento dessa terapêutica, por ter a maior diversidade vegetal do mundo, uma grande diversidade cultural e a tradição de utilização de plantas medicinais (TRINDADE e SARTÓRIO, 2008).

A boa notícia é que existem vários programas do Sistema Nacional de

Saúde que visam maior utilização desta terapêutica, seja contratando médicos fito

terapeutas ou criando pequenas plantações para uso de pacientes de certos

hospitais. Um exemplo é o Projeto Farmácias Vivas da Universidade Federal do

Ceará (UFC). O Projeto Farmácias Vivas foi criado em 1984, ele tem as

6

características de um programa de medicina social e foi organizado de acordo com

as recomendações da Organização Mundial de Saúde. (Revista Eletrônica de

Ciências, 2002).

Devido ao aumento do consumo de medicamentos fitoterápicos, a produção de ervas medicinal teve um grande crescimento e passou a ser vista como uma alternativa para os pequenos produtores. Dentre as cultiváveis, é possível classificar as plantas medicinais em espécies nativas, características da flora brasileira, ou em espécies exóticas, originadas de outros países e que foram adaptadas às condições brasileiras (LOURENZANI et al., 2004).

Segundo Corrêa Júnior (2005) o Estado do Paraná responde por 90% de

toda a produção dessas plantas do País, são 40 mil toneladas por ano, provenientes

de três mil hectares plantados com diferentes culturas. Conforme o autor, a atividade

movimenta cerca de R$ 25 milhões por ano no Estado.

As espécies que ocupam as maiores áreas de cultivo no Paraná são:

camomila, gengibre, datura, capim-limão, espinheira santa. Além de grande produtor

agrícola, o Paraná é também um grande centro de coleta de plantas nativas, tais

como espinheira-santa, fáfia, carqueja, chapéu-de-couro, dentre outros. (CORRÊA

JÚNIOR, 2005).

Fala-se muito a respeito de plantas medicinais, medicina alternativa, busca

por melhor qualidade de vida junto à natureza, medicamentos fitoterápicos,

biodiversidade da flora brasileira, biopirataria vegetal, entre outros.

DI STASI (1989) apresenta aspectos fundamentais sobre o exposto quando

considera que:

“[...] as características culturais do nosso país, principalmente no aspecto do rico conhecimento de plantas medicinais existente nas diversas regiões, verificamos que este é o momento da realização do maior número possível de estudos etnofarmacológicos para que o conhecimento tradicional seja devidamente resgatado, preservado e utilizado como subsídio de pesquisas com plantas medicinais ”(DI STASI et al.,1989).

Todos os medicamentos à base de plantas medicinais são recursos que

servem de auxilio na área da saúde e como valorização do conhecimento adquirido

ao longo da história das espécies vegetais e preparações fitoterápicas com todos

seus riscos e benefícios. Nesse complexo mundo das plantas medicinais é

7

importante esclarecer as dúvidas da população, sua utilização e efeitos na promoção

da saúde. Para isso,

...o governo federal instituiu o Grupo de Trabalho Interministerial para elaboração do Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicas – PNPMF que, em conformidade com as diretrizes e linhas prioritárias da Política Nacional, estabelece ações pelos diversos parceiros, em torno de objetivos comuns voltados à garantia do acesso seguro e uso racional de plantas medicinal e fitoterápicos em nosso País, ao desenvolvimento de tecnologias e inovações, assim como ao fortalecimento das cadeias e dos arranjos produtivos, ao uso sustentável da biodiversidade brasileira e ao desenvolvimento do Complexo Produtivo da Saúde. (Ministério da Saúde, 2009).

Dessa forma, é necessário auxiliar os professores na construção de

conhecimentos e a preservação de ecossistemas, na perspectiva da

sustentabilidade e da valorização da biodiversidade, tendo por subsídio de

fundamentação de Nilce Nazareno Fonte:

Sabe-se que o Brasil possui a maior biodiversidade do mundo (ALONSO, 1998), espalhada numa extensa área verde. Nestas condições naturais, muitas das plantas medicinais nativas (estima-se que a maioria) não são cultivadas, mas sim coletadas por “raizeiros” e “mateiros” que, com freqüência, por falta de conhecimento e/ou orientação, coletam drogas de baixa qualidade: ou não são exatamente as drogas desejadas ou são, porém deficientes de princípios ativos. (ALONSO, 1998 apud FONTE, 2004).

2.2. FARMACOTERAPIA

Plantas medicinais produzem diferentes substâncias químicas (alcalóides,

esferóides) e o fazem em diferentes proporções, dependendo da ecologia do lugar,

do regime de chuvas, da insolação, do solo, etc. Percebe-se que, mesmo com todas

as vantagens apresentadas os fitoterápicos estão retornando ao patamar de

destaque novamente, pois com o advento da produção orgânica e da disseminação

dos produtos livres de defensivos agrícolas, é crescente a procura de medicamentos

mais naturais e menos agressivos ao organismo.

Em alguns países, para que as plantas sejam utilizadas é exigido controle

de qualidade e teste de eficácia, da mesma forma que para os medicamentos

sintéticos. Em nosso país, somente a partir de 2005, isso foi exigido, mas ainda

8

existem empresas que não o fazem. Estão inclusos nos testes realizados o controle

de qualidade químico e o microbiológico para verificar se existem fungos ou

bactérias presentes nas plantas medicinais e extratos que vão para o público.

O comércio de plantas medicinais é regulamentado no país através da Lei

no. 5.991/73, que determina, no Art. 7º, que “A dispensação de plantas medicinais é

privativa das farmácias e ervanárias, observadas o acondicionamento adequado e a

classificação botânica". Este artigo não foi ainda regulamentado, deixando em aberto

os requisitos de qualidade para plantas medicinais, como também sua segurança e

eficácia. Plantas medicinais não podem ser comercializadas como medicamentos,

não podendo alegar indicações terapêuticas em suas embalagens (ANVISA, 2009).

Em muitos países existem pesquisas relacionadas exclusivamente às

plantas de uso medicinal, com grande incentivo por parte de órgãos governamentais

e não-governamentais. Por outro lado, a forma alarmante como se processa, em

certas regiões, o extermínio de espécies vegetais, mesmo antes de serem

investigadas química e farmacologicamente, justifica que se conceda prioridade a

tais estudos.

O uso de plantas para fins terapêuticos está inserido em um contexto social

e ecológico que vai moldá-lo, de modo que muitas das peculiaridades deste

emprego não podem ser entendidas se não se levar em consideração fatores

culturais envolvidos, além do ambiente físico onde ele ocorre.

Em sociedades tradicionais, o conhecimento é transmitido entre gerações e

isso requer um contato prolongado dos membros mais velhos com os mais novos.

Isto acontece normalmente em sociedades rurais ou indígenas, nas quais o

aprendizado é feito pela socialização no interior do próprio grupo doméstico e de

parentesco, sem necessidade de instituições mediadoras: crianças e jovens

acompanham seus parentes na execução de tarefas cotidianas em ambientes físicos

diversificados (excursões de coleta, trabalhos na lavoura, etc.), onde podem existir

plantas com atividade terapêutica, observando os mais velhos ao cuidarem dos

doentes.

As origens do sistema popular brasileiro de plantas medicinais são baseadas

no sistema europeu, africano, indígena, amazônico, nordestino e o internacional, de

acordo com a vegetação local.

O Brasil tem um enorme potencial nesse campo. É fundamental que a

comunidade médica assim como outros profissionais da área da saúde ligados às

9

universidades esteja atenta para esse potencial, para que possamos lançar mão

dele. É o momento de voltarmos nossos esforços para construir um conhecimento

médico baseado em nossos valores e adequado às nossas necessidades, em vez

de ficarmos atrelados a um modelo científico exclusivamente internacional.

Em nosso país, com perspectivas de ampliação, o Sistema Único de Saúde,

já está ofertando medicamentos fitoterápicos, extraídos de plantas medicinais. Há

quatro anos, a população já encontra na rede pública de saúde remédios à base de

espinheira santa, para gastrites e úlceras, e guaco, para tosse e gripes.

A distribuição do fitoterápico não é obrigatória, mas 13 estados brasileiros já

aderiram ao Programa Nacional de Plantas Medicinal e Fitoterápico, de acordo com

o Ministério da Saúde. Para ter o medicamento, o estado ou município deve solicitar

o recurso ao Ministério.

O chá da vovó, aquela receita de emplasto, o cultivo de plantas medicinais

nas hortas caseiras, bem como um arsenal de informações que hoje estão à

disposição da maioria da população brasileira serão abordados nesta Unidade

Didática, de maneira acessível, crítica e ética. Assim, poderão ser valorizados os

conhecimentos científicos e populares, buscando proporcionar momentos de

interação, inquietação, pesquisa, práticas de laboratório e de campo e, acima de

tudo, uma mudança de postura frente à maneira de abordar os conteúdos.

3. PROPOSTA DE ATIVIDADES

Para a implementação do Material didático (Unidade Didática) na escola,

serão realizadas as seguintes atividades:

ATIVIDADE 1

No primeiro contato com os alunos e comunidade fazer a apresentação da

proposta desta Unidade Didática Plantas Medicinais, oportunizando momentos para

que expressem ideias prévias, com diálogo e questionamentos, através de reunião

com a comunidade escolar do estabelecimento de ensino. Para a realização desta

10

atividade serão usados fragmentos do texto “Estudo de Plantas Medicinais”, de

GILSON GIOMBELI.

http://www.humaniversidade.com.br/boletins/estudo_de_plantas_medicinais.htm

ATIVIDADE 2

11

Gilson GiombeliPlantas medicinais sempre foram usadas pelos povos. Contudo, agora a ciência pode dar uma grande contribuição: nomear, conhecer substâncias, sua ação no organismo, sua toxicidade, seus efeitos colaterais, suas interações, etc... ESPINHEIRA SANTANome científico: Maytenus ilicifoliaNome popular: espinheira santa, cancerosa-de-sete-espinhos, cancrosa, contorça, maiteno, salva-vidas, sombra-de-touro, erva-santa. Sin. Maytenus angustior, Maytenus muelleri, Maytenus hassleri, Maytenus spinifoliumFamília: Celastraceae Parte usada: folhasOrigem: sul e sudeste do BrasilPrincípios ativos: taninos, flavonóides, mucilagens, terpenos (maitensina, maitomprina, maitambutina, e maitolidiana) e sais de ferro, enxofre, sódio e cálcio.Ação da espinheira santa: Possui uma propriedade tonificante (por reintegração das funções estomacais);Potente ação anti-úlcera gástrica (tanino);Cicatrizante de lesão ulcerosa.Potente ação sobre fermentações gastrintestinais (devido à ação anti-séptica);Age sobre o fígado (devido às perturbações intestinais);Acalma as gastralgias (devido ao estímulo e correção das funções).Indicações: Tonificante, anti-úlcera, carminativa, cicatrizante, anti-séptica, levemente diurética e laxativa. Compostos com Espinheira Santa ESPINHEIRA SANTA COM TÍLIA (indicado para problemas de gastrite nervosa. A tília é uma planta que atua no sistema nervoso como calmante e do aparelho digestivo como uma planta digestiva).ESPINHEIRA SANTA COM PARIPAROBA composto indicado para problemas digestivos e hepáticos.ESPINHEIRA SANTA COM MELISSA OFFICINALIS composto indicado para pessoas com problemas digestivos associados ao estresse e tensão.ESPINHEIRA SANTA COM SÁLVIA esta combinação é indicada quando há problemas intestinais com “fezes soltas” ou diarréia.

OBSERVAÇÃO: esta é uma planta com baixa toxicidade. Estudos apontam que essa planta é segura para o uso crônico. Contudo, mesmo assim, não tomar além das doses preconizadas.

CONTRA-INDICAÇÕES: a espinheira santa é uma planta abortiva, e durante a lactação diminui a secreção de leite.Disponível em: http://www.humaniversidade.com.br/boletins/estudo_de_plantas_medicinais.html

ESTUDO DE PLANTAS MEDICINAIS

Ao trabalhar o fragmento do texto com os pais é importante ressaltar a

necessidade de saber a importância do uso correto das plantas, como

medicamentos.

Na reunião serão apresentadas algumas atividades propostas para a

implementação desta Unidade Didática, para conhecimento e cooperação da

comunidade escolar. Tal apresentação será realizada com o auxílio de recursos

tecnológicos, como projetor multimídia, computador, software de apresentação de

slides, entre outros.

Na oportunidade será entregue aos participantes uma autorização de uso de

imagem e para visitas e pesquisas de campo nos arredores da escola.

ATIVIDADE 2

Após o contato inicial com a comunidade e a autorização dos pais para que

seus filhos (alunos da escola) participem da implementação desta proposta, iniciam-

se as atividades efetivas desta Unidade.

- Aplicação de um questionário informativo, previamente elaborado, apresentado a

seguir, envolvendo a temática, Plantas Medicinais, para alunos e familiares da

comunidade na qual estão inseridos. A abordagem com as perguntas da entrevista

será sobre o conhecimento e uso das plantas medicinais bem como dos benefícios e

riscos da sua utilização. Além disso, mostrar aos alunos a importância de buscar e

transmitir informações seguras, transformando a relação entre ele e o meio

ambiente.

Como a formação é um processo contínuo, pretende-se dar início à

conscientização que precisa ser cultivada, pois o educando, nos dias atuais, tem

mais acesso a informações sobre o conhecimento científico. No entanto,

constantemente reconstrói suas representações a partir do conhecimento cotidiano,

formando as bases para a construção de conhecimentos alternativos, úteis na sua

vida diária.

O questionário será respondido pelos alunos da 6ª série/7º ano, juntamente

com um membro de sua família ou um integrante da comunidade. As respostas do

questionário serão escritas e/ou filmadas e/ou gravadas pelo próprio aluno,

12

entretanto, não serão divulgadas na íntegra. Servirão apenas para promover o

debate com a turma referente à temática em questão.

Após a entrega do questionário, explicar aos alunos as questões e orientá-los

quanto aos procedimentos que devem ser adotados na entrevista, a qual será

realizada fora do horário de aula e num período de uma semana.

ATIVIDADE 3

Análise dos resultados da pesquisa de campo, com tratamento das

informações coletadas. A partir dessa análise, serão selecionadas as dez espécies

13

Modelo de Questionário Informativo

1 – Local de residência (endereço): 2 - Plantas Medicinais mais utilizadas pela comunidade:

Nome da Planta

Parte utilizada

Modo de preparo e dosagem

Indicação Cultivo

3 – Possui um espaço destinado para o cultivo de Plantas Medicinais onde mora?

4 – Cite algumas receitas preventivas ou curativas em que foram utilizadas Plantas Medicinais que deram resultados positivos. (Mínimo duas)

5 - Sobre a História das Plantas Medicinais, o que você aprendeu, lembra ou ouviu falar?

6 - Que vantagens se tem na utilização das plantas medicinais?

que aparecerem com maior incidência na pesquisa para dar continuidade nas

atividades do projeto.

Será realizada uma pesquisa bibliográfica dessas espécies, destacando o

nome científico, nome popular, a indicação, o modo de preparo e acondicionamento

e partes do vegetal que é utilizada. Para concluir esta atividade será confeccionado

um fichário, no qual constarão as informações adquiridas sobre as plantas mais

citadas na pesquisa, por meio de textos com ilustrações produzidas pelos alunos,

através de desenhos e fotografias. É importante que os alunos sintam-se autores do

seu material.

Os resultados dessa atividade serão disponibilizados no site da escola, a fim

de socializar o conhecimento e divulgar as ações dos alunos.

ATIVIDADE 4

Nesta atividade será proposta a confecção de um fichário, no qual os alunos

farão o arquivo de todos os registros elaborados no decorrer da implementação da

Unidade Didática. É importante ressaltar que para tal confecção poderão ser

utilizados, por exemplo, os seguintes materiais: caixa (de sapato), papel de

embrulho ou presente colorido, recortes de cartolinas para elaboração de fichas,

tesoura, cola, e demais materiais de expediente. Haverá uma parceria entre escola,

comunidade e professor(a) para a aquisição da maioria do material.

A caixa forrada com o papel embrulho ou papel de presente será usada para

arquivar as fichas das plantas pesquisadas, em ordem alfabética. Na ficha deverão

constar: nome científico, nome popular, a indicação, o modo de preparo e

acondicionamento e partes do vegetal que é utilizada.

14

ATIVIDADE 5

Para esta atividade está prevista a leitura, análise e questionamento dos fragmentos dos textos abaixo, os quais possibilitam interação e fundamentação.

Após a leitura, análise e questionamento será apresentado um audiovisual

sobre a produção e comercialização de Plantas Medicinais no Paraná, destacando a

necessidade do plantio desses vegetais, pois somente o extrativismo não supre a

demanda de consumo. Na sequência, os alunos farão um relato escrito do vídeo,

com considerações pelo(a) professor(a).

Este relato também fará parte do fichário elaborado desde as primeiras

atividades do projeto.

15

O Brasil é reconhecido por sua biodiversidade. Essa riqueza biológica torna-se ainda mais importante porque está aliada a uma sociodiversidade que envolve vários povos e comunidades, com visões, saberes e práticas culturais próprias. Na questão do uso terapêutico das plantas, esses saberes e práticas estão intrinsecamente relacionados aos territórios e seus recursos naturais, como parte integrante da reprodução sociocultural e econômica desses povos e comunidades. Neste sentido, é imprescindível promover o resgate, o reconhecimento e a valorização das práticas tradicionais e populares de uso de plantas medicinais e remédios caseiros, como elementos para a promoção da saúde,

Texto 1 – Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos - Ministério da Saúde

COMERCIALIZAÇÃO

O estímulo à produção em escala industrial, ao desenvolvimento de tecnologia, à melhoria dos padrões de qualidade, certificação e validação, resultará em maior valor agregado para plantas medicinais e fitoterápicas. Conseqüentemente as exportações estarão favorecidas. Para tanto, deverão ser estabelecidos mecanismos de identificação de demandas comerciais, desenvolvimento e projetos e acordos de cooperação técnica, especialmente com o Mercosul.

O incremento às exportações de medicamentos e conseqüente diminuição do déficit comercial, é um dos objetivos da Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior – PITCE, a qual norteou o estabelecimento da Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicas, conforme preconiza a Organização Mundial da Saúde.

O Brasil, com seu vasto patrimônio genético e sua diversidade cultural, têm a oportunidade para estabelecer um modelo de desenvolvimento próprio e autônomo na área de plantas medicinais e fitoterápicos, que prime pelo uso sustentável da biodiversidade, respeite princípios éticos, compromissos internacionais assumidos – Convenção sobre Diversidade Biológica, e promova a geração de riquezas com inclusão social.

Texto 2 – Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos - Ministério da Saúde

ATIVIDADE 6

Dando sequência à pesquisa, os alunos irão para o laboratório de informática,

orientados pelo(a) professor(a) e auxiliados pelo(a) responsável pela administração

dos recursos tecnológicos, com o encaminhamento de endereços eletrônicos

sugeridos sobre o uso e as propriedades medicinais das plantas, possibilitando

perceber a necessidade dos registros para a compreensão do processo evolutivo do

saber.

O resultado dessa pesquisa bibliográfica também fará parte do fichário.

ATIVIDADE 7

Análise de fragmentos da música: “Eu te Amo meu Brasil” para estudo da

Biodiversidade do país e do potencial que a juventude possui em levar adiante a

preservação e o conhecimento dessa temática. Outras músicas sobre o tema

Plantas Medicinais poderão ser trabalhadas, inclusive sugeridas pelos alunos.

Propor aos alunos a produção de paródias sobre o tema.

16

Fragmentos de músicas:Música 1 - Fragmentos da música: “Eu te Amo meu Brasil”

Autor: Dom

Interpretação: Os Incríveis

CD: Os Incríveis ao Vivo - 2001

Eu te amo meu Brasil, eu te amoMeu coração é verde, amarelo, branco, azul, anil Ninguém segura a juventude do Brasil.

EU TE AMO MEU BRASIL

ATIVIDADE 8

Depois da pesquisa realizada e registrada com um editor de textos, o (a)

professor (a) orienta sobre a existência de técnicas corretas para a coleta, secagem

e armazenamento de Plantas (em parceria com a Pastoral da Saúde). Além dessa

atividade, pretende-se confeccionar rótulos - imagem, nome popular e científico, uso

e indicação medicinal. Será realizada a orientação de como confeccionar chás,

trouxas para escalda-pés, emplastos, xaropes, travesseiros medicinais e cristais de

gengibre, entre outros, cujas indicações estarão relatadas no fichário. Esse material

será apresentado na Mostra de Conhecimentos, na qual se pretende distribuir como

lembrança aos visitantes, saquinhos de chás (com folhas colhidas na comunidade e

tratadas pelos alunos, conforme estudo feito pelos alunos e orientação da Pastoral

da Saúde).

ATIVIDADE 9

Nesta atividade, os alunos farão fotos das plantas mais citadas na pesquisa e

trarão mudas desses vegetais para serem cultivadas em floreiras, na escola. As

floreiras serão confeccionadas pelos alunos com garrafas PET, trazidas por eles.

A atividade será desenvolvida em várias aulas, as quais proporcionarão

subsídios para que os alunos possam desenvolvê-las em sua residência, se assim o

desejar.

Também serão confeccionadas 10 placas em madeira (conseguidas na

comunidade), com informação para as floreiras, as quais serão pirografadas com a

identificação do nome científico e popular.

ATIVIDADE 10

Nesta atividade será aplicado um questionário informativo, semelhante ao

inicial, visando a observação do resultado do desenvolvimento da Unidade Didática

referente à aquisição do conhecimento sobre o uso e as propriedades preventivas e

curativas das Plantas Medicinais.

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ATIVIDADE 11

Ao final da aplicação da Unidade Didática, professor(a) e alunos se reúnem

para elaborar a Mostra de Conhecimentos, na qual serão apresentados os materiais

confeccionados, os resultados das pesquisas realizadas e a tabulação dos dados

obtidos. Pretende-se elaborar e distribuir para degustação chás, sucos e cristais de

gengibre. Ocorrerá uma visita às floreiras e arredores da escola, locais onde estarão

expostos os materiais e resultados dos trabalhos desenvolvidos, entre eles, os

fichários.

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Modelo de Questionário Informativo – Pós Desenvolvimento

1 - Local de residência (endereço):

2 - Receitas preventivas ou curativas utilizando Plantas Medicinais que passou a elaborar de maneira diferente:

3 - Sobre a História das Plantas Medicinais, o que você aprendeu?

4 - Que vantagens se tem na utilização das plantas medicinais?

5 - Confeccionou um espaço para cultivo de Plantas Medicinais em sua residência?

4. RECURSOS

● Sala de aula com quadro para uso de giz;

● Aparelho de som;

● TV Multimídia;

● Projetor Multimídia;

● DVDs;

● Laboratório de Informática com conexão a internet;

● Biblioteca da escola;

● Materiais de expediente;

● Garrafas PET, placas de madeira;

● Caixas de sapato;

● Pirógrafo

● Máquina Fotográfica.

5. PROPOSTA DE CRONOGRAMA DE ATIVIDADES:

A implementação desta Unidade Didática, acontecerá no período de Agosto

a Novembro de 2010, distribuídos em h/aula, conforme cronograma:

Apresentação do tema, fundamentação e exposição da proposta de trabalho em Reunião. 1h/aulaInício das atividades e explanação do trabalho aos participantes e entrega de questionário.

1h/aula

Devolução do questionário, tabulação dos dados e escolha das plantas a serem estudadas.

3h/aula

Leitura, análise e questionamento de textos e audivisual.

3 h/aula

Registro fotográfico das plantas escolhidas 3 h/aulaPesquisa e montagem do fichário sobre as plantas medicinais mais utilizadas

3 h/aula

Análise de fragmentos de músicas; 1 h/aulaPesquisa, estudo e confecção de materiais 6 h/aulaConfecção de floreiras de Plantas Medicinais 3 h/aulaElaboração de placas de informação para floreiras 1h/aulaAplicação de questionário informativo – pós desenvolvimento da Unidade Didática.

1h/aula

Mostra de Conhecimento (elaboração) 2h/aula

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6. AVALIAÇÃO

A avaliação terá caráter formativo, diagnóstico e contínuo. É importante

ressaltar que o que se espera dos alunos é a mudança de postura frente às

Propriedades preventivas e curativas das Plantas Medicinais e sua abordagem

científica frente aos conteúdos trabalhados.

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REFERÊNCIAS

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