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SEQUÊNCIA DIDÁTICA
01. Ficha para identificação da Produção Didático-Pedagógica
Título: História e cultura afro-brasileira e indígena: um espaço nas aulas de leitura
Autor
Maria Lúcia de Carvalho Cardoso
Disciplina/Área
Português
Escola de Implementação do projeto e sua localização
Colégio Estadual Doutor Gerardo Braga – Ensino Fundamental e Médio. Endereço: Avenida 19 de Dezembro, 8 – Maringá
Município da escola
Maringá
Núcleo Regional de Educação
Maringá
Professor orientador
Profª Drª Tânia Braga Guimarães
Instituição de ensino superior
Universidade Estadual de Maringá – UEM
Resumo
A riqueza da cultura brasileira está em sua diversidade, resultado de um processo histórico e social e das dimensões de nosso território. Da mistura racial, branco, negro e índio, surgiu a pluralidade de nossa cultura. Apesar da influência europeia marcante, a cultura portuguesa, tida como dominante, não conseguiu apagar a influência cultural dos índios e dos africanos. No entanto, a escola não consegue repassar aos alunos essa pluralidade cultural, deixando evidente o domínio da cultura europeia. E, mesmo a escola pública brasileira sendo constituída em grande parte por crianças de origem negra e
mestiça essa não contempla, de forma satisfatória, em seus livros didáticos e planos de aula, textos que abordem a influência dessas duas culturas na formação cultural brasileira. Hoje, com a aprovação da lei 11.645 começa uma abertura discursiva no espaço escolar para estabelecer um caminho para oferecer condições de conhecer, compreender e viver as contradições culturais existentes em nosso país. Por isso a importância do resgate dessas culturas na escola pública, tanto para ampliar o conhecimento dos alunos como para auxiliar o combate ao preconceito e à discriminação. Assim, essa sequência didática prioriza textos de origem africana e indígena por entender que no processo ensino-aprendizagem é importante o contato com a linguagem nas diferentes esferas sociais, e porque é através da leitura que terá a oportunidade de se defrontar com aspectos culturais que podem fazer parte de sua história.
Palavras-chave
Leitura; estratégia; cultura
Formato do material didático
Sequência Didática
Público alvo
Alunos do sexto ano do Ensino Fundamental
02. APRESENTAÇÃO
A riqueza da cultura brasileira está em sua diversidade, resultado de um
processo histórico e social e das dimensões de nosso território. Da mistura racial,
branco, negro e índio, surgiu a pluralidade de nossa cultura. Essa fusão de
diferentes etnias, associada a ocupação de diferentes regiões geográficas, que
formaram a cultura brasileira, não impediram que nos transformássemos em uma
só gente com uma riqueza cultural própria.
Apesar da influência europeia marcante, por força da colonização, a cultura
portuguesa, tida como dominante, não conseguiu apagar a influência cultural dos
índios e dos africanos.
No entanto, a escola não consegue repassar aos alunos essa pluralidade
cultural, deixando evidente o domínio da cultura europeia. E hoje, mesmo a
escola pública brasileira sendo constituída em grande parte por crianças de
origem negra e mestiça essa não contempla, de forma satisfatória, em seus livros
didáticos e planos de aula, textos que abordem a influência dessas duas culturas
na formação cultural brasileira.
A lei 11.645 de 11 de março de 2008 que estabelece a lei de diretrizes e
bases da educação nacional inclui no currículo oficial da rede de ensino a
obrigatoriedade da temática História e cultura Afro-brasileira e Indígena.
Hoje, começa uma abertura no discurso do espaço escolar para abrir
caminho através da lei para oferecer condições de conhecer, compreender e viver
as contradições culturais existentes em nosso país. O homem se apropria da
linguagem para contar seu cotidiano, medos anseios representando o momento
histórico de um povo ou de um lugar. Por isso, a importância do resgate dessas
culturas na escola pública, tanto para ampliar o conhecimento dos alunos como
para auxiliar o combate ao preconceito e à discriminação, porque contempla a
cultura de uma minoria que não se vê refletida nos textos literários e, no entanto,
participa na formulação de atitudes e valores essenciais à formação da cidadania
dos educandos.
A cultura é um processo acumulativo, resultado de experiências vividas, de
conflitos, modos diferentes de organizar a vida social. Só faz sentido como algo
compartilhado por um grupo de pessoas, é adquirida e só é possível porque
aprendemos a nos comunicar. E, cada povo utiliza-se da linguagem verbal ou
não para estabelecer processos de comunicação. Segundo Bakhtin, é na
interação verbal que a palavra ganha diferentes sentidos, conforme o contexto.
Para se estabelecer o diálogo através da linguagem verbal é necessário
que se possua bom entendimento de leitura.
Ler não é só decodificar a palavra, mas compreendê-la, interpretá-la, fazer
com que tenha sentido. Na concepção interativa de linguagem, abraçada nesta
Sequência Didática, a leitura é vista como co-produtora de sentidos e o leitor
ganha o mesmo estatuto do autor, pois constrói um significado baseado em seus
conhecimentos prévios e objetivos.
O trabalho com textos de origem africana e indígena seguirá os passos das
estratégias de leitura sugeridas por Solé, que afirma que “O ensino de estratégias
de compreensão contribui para dotar os alunos dos recursos necessários para
aprender a aprender” (p.72).
3. MATERIAL DIDÁTICO
Caro aluno,
O Brasil é o país da diversidade cultural e linguística. A nação indígena,
apesar de tanta luta para continuar existindo, é hoje de mais de 750 mil pessoas,
divididas em mais de 250 povos que falam 180 línguas diferentes. É incrível! E,
você sabia que o Brasil é o país que tem a maior população de origem africana
fora da África? E que esta população é quase a metade dos brasileiros? É claro
que toda essa gente tem muito a nos ensinar, a nos repassar sobre sua cultura.
Para saber um pouco mais faremos uso da leitura. Ela flui em todas as direções e
sentidos, porque através da palavra ela influencia todas as sociedades, pois a
palavra cria, enfeitiça, gera monstros, faz heróis e nos leva a conhecer nossa
história.
ATIVIDADE 1 - APRESENTAÇÃO DO TEMA
O professor deve contextualizar o porquê da lei 11.645.
Fazer uma retomada histórica sobre a mistura das três raças
brasileiras, ressaltando a questão da imposição linguística pelo
europeu (português).
Questionar os alunos sobre o que conhecem das culturas africana e
indígena e o que herdamos de cada uma.
Apresentar dois vídeos: um com imagens de índios brasileiros e
música de Almir Sater intitulada Kikiô1; o outro, Breve História da
Cultura Africana2, criado por Marcos Vinícius de Moraes, este vídeo
faz uma retomada da história africana e mostra a influência dessa
cultura na brasileira.
Sobre os dois vídeos, pode-se comentar:
Kikiô:
1. A música apresenta três personagens. Qual a relação entre elas?
2. O que Kikiô deixou para os dois?
3. Geograficamente, explique “Kikiô nasceu no centro/ entre montanhas e o
mar”.
4. O que juntava Tupi e Guarani?
5. Levando em conta a situação vivida por Tupi e Guarani, o que você
entende por:
a) servidão:
b) “E sofreram tantas dores”:
6. Como pode ser interpretada, conforme o texto, a situação do índio?
7. O que você conhece sobre a situação do indígena brasileiro hoje?
Breve História da Cultura Africana
1 Devido à questões relacionadas aos direitos autorais, o texto e as imagens não podem ser reproduzidos
na produção didático pedagógica. No entanto, encontram-se disponíveis na internet. Kikiô, disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=XNmTa429anc 2 Breve Hist. da Cultura Africana, disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=RPzxt1iZGiA
1. O que você já sabia sobre a África?
2. Diante de informações novas, qual a mais interessante?
ATIVIDADE 2 - Leitura e interpretação do texto Do mundo do
centro da Terra ao mundo de cima, de Daniel Munduruku3
Antes de iniciar a leitura o professor pode comentar que entre os índios é
muito comum terem o sobrenome da tribo ou etnia a que pertencem, por isso o
nome do autor do texto Daniel Munduruku, ou seja: Daniel da tribo Munduruku.
Este povo é conhecido assim por ser guerreiro. Munduruku significa formigas
gigantes. Existem tribos no Pará, Mato Grosso e Amazonas, sua origem vem da
etnia Tupi-Guarani.
Antes da leitura, pode ainda levantar questionamentos, como:
Como você explica o título?
Comente sobre a ideia da Terra possuir dois mundos diferentes.
Imagine que a Terra possua dois mundos, como seria cada um e
em qual deles acha que vivemos?
Já ouviu alguma história, teoria sobre o surgimento do homem?
Se esta turma fosse uma tribo, que nome teria? Como poderia ficar
seu nome?
Para refletir e responder.
Leia o texto silenciosamente, em seguida a turma fará a leitura oral
colaborativa.
01. No tempo antigo como viviam os Munduruku?
02. Quem são estes personagens:
3 Livro: Contos indígenas brasileiros, de Daniel Munduruku.
a) Karú-Sakaibê:
b) Rairu:
03. Numere, em ordem, as atitudes de Rairu até chegar ao centro da Terra.
( ) Rairu enterra o tatu e deixa o rabo de fora.
( ) No centro da Terra encontrou muita gente.
( ) Rairu fez a figura do tatu juntando folhas.
( ) Deu vida ao desenho.
04. Que tipo de gente havia no centro da Terra?
05. Rairu demora de voltar e irrita Karú- Sakaibê.
a) Qual a atitude de Karú- Sakaibê quando Rairu retorna?
b) Como Karú acalma a ira do amigo?
c) Após a revelação, que ordem Rairu recebe?
06. Com qual argumento Rairu convence o povo do centro da Terra a subir?
07. a) Quem sobe primeiro e por quê?
b) O que aconteceu quando os formosos subiam?
08. Karú-Sakaibê soube diferenciar os povos, como fez isso?
09. Os feios e preguiçosos dormiram durante a criação. Qual castigo receberam?
10. Os que não eram feios nem preguiçosos receberam de Karú uma
característica, qual?
11. Os leais foram presenteados pelo criador. De que forma?
12. Por várias vezes no texto, o narrador usa expressões como “contam os
velhos...” ou “contam nossos avós...”
a) os jovens desse povo
( ) desdenham das palavras dos antigos, pois hoje são conhecedores de
meios tecnológicos que guardam a memória de um povo sem precisar
dos mais velhos.
( ) acreditam e repassam, com orgulho, para as próximas gerações os
fatos, as histórias narradas pelos mais antigos.
b) Com suas palavras, explique a alternativa escolhida.
Contar histórias sempre foi importante para a transmissão de valores
sociais e culturais.
Se pensarmos que a vida é como uma colcha de retalhos que juntamos os
pedacinhos, momentos, para formar a vida inteira, teremos muitas histórias para
contar e para preservar. A sociedade também tem muito o que contar, o que
preservar em sua memória para passar às próximas gerações e integrá-las.
Por isso, o idoso é sempre muito respeitado nos mais diversos povos,
porque viveu muito, possui muitas lembranças do ambiente social que pertence.
Assim como os índios, os africanos que vieram para o Brasil na condição de
escravos, procuravam e procuram manter vivas as tradições de seu povo
transmitindo oralmente sua história.
c) Em casa, peça para que um adulto conte um fato importante ocorrido em sua
família para que você possa compartilhar com sua turma.
12. Karú-Sakaibê é considerado o criador do povo Munduruku e mesmo
desejando o bem para seu povo, por duas vezes ele castiga quem o desagrada.
Você acha que o castigo é a melhor solução para quem erra?
13. Leia e responda.
“Como Rairu tinha um grande poder, deu vida ao desenho e este em vez de
querer sair do buraco, foi adentrando-se cada vez mais, carregando consigo o
pobre rapaz preso ao seu rabo”.
a) A palavra sublinhada refere-se a
( ) vida ( ) Rairu ( ) desenho
b) Os verbos ter e dar estão no passado, como ficaria o trecho se estivessem no
presente?
c) Dizer pobre rapaz é o mesmo que dizer rapaz pobre? Por quê?
d) Os verbos adentrando e carregando, mostram a ação no momento do
acontecimento, sem estar acabada. Escreva dois verbos indicando ações que
você esteja fazendo neste momento.
Os alunos, na sala de informática, farão a leitura do texto A criação do
homem4. Através dele irão perceber que existe mais de uma versão indígena
para este tema. Inclusive, A criação do homem é mais popular, porque deu
origem a maior festa indígena brasileira, o Kuarup. Professor, existem muitos
vídeos e textos mostrando a festa em diferentes regiões do país.
ATIVIDADE 3 – Leitura, compreensão e interpretação do texto Nzamé5, de
Rosana Rios
O professor deve colocar o título do texto no quadro, em seguida levantar
questões como:
Alguém já viu essa palavra?
O que vocês acham que ela significa?
Seria um lugar ou um nome?
De onde vocês acham que é essa palavra?
Os alunos, ao receber o texto, farão leitura silenciosa.
O professor pode, antes da leitura compartilhada, explicar que em todos os
cantos da Terra o homem cria mitos, histórias sagradas, contos folclóricos
para explicar os fenômenos naturais e tudo aquilo que é inexplicável e que
assim como existe a mitologia grega com Hércules, Zeus, o Minotauro, a
mitologia africana também tem os seus como Iansã, Xangô, Anansi, Nzamé
que foi criado pelo povo fanti-ashanti, da África Ocidental.
4 Blog Virtuália. Acesso em: 29/08/2012 , 7h37min
5 Livro: Volta ao mundo em 80 mitos, de Rosana Rios.
Feita a leitura silenciosa, rediscutir as questões anteriores antes da leitura
compartilhada.
Para refletir e responder.
01. O que aconteceu com a Terra com o sopro de Nzamé?
02. Nzamé era, na verdade, três pessoas. O que as outras duas pessoas
disseram sobre a criação de Nzamé?
03. Qual o critério para escolha dos líderes da Terra?
04. Por que o homem foi criado?
05. Qual o nome do primeiro homem e qual característica ele tinha que hoje não
temos?
06. O que fez Nzamé se desagradar do homem?
07. Nzamé voltou a deixar a terra bonita. O que ele fez?
08. O primeiro homem foi castigado de que forma? Por quê?
09. Nzamé decidiu fazer outro homem. O que o diferenciava de Fam?
10. Conforme a história, como foi criada a primeira mulher?
11. Mbonguwe teve três filhos bem diferentes. Apresente seus nomes e uma
carcterística.
12. Nzamé violou sua própria lei, casando-se com Mboia e teve um filho. Indique:
a) O que fez o filho?
b) Qual a reação do pai?
c) O que aconteceu com a mãe?
13. Essa história apresenta fatos que lembram passagens bíblicas. Junto com o
professor e os colegas, relacione-as.
14. Fam tinha duas características que foram reprovadas por Nzamé: orgulho e
arrogância. Como você se comporta quando se relaciona com pessoas assim?
15. O primeiro homem recebeu dos deuses força, beleza e poder. Em nossa
sociedade, qual o valor dessas palavras?
16. Leia e responda.
“Quando as folhas caíam, de cada folha nascia um animal; então voltaram a
existir os elefantes, tigres, tartarugas, antílopes...”
a) Como pode ser interpretado o uso das reticências?
b) Se depois de antílope fosse citado mais um animal, como ficaria a escrita?
c) A palavra que melhor substitui então é
( ) mas ( ) porque ( ) assim
d) a palavra quando é indicadora de
( )lugar ( ) tempo ( ) modo
e) Dos animais citados, apenas um se reproduz na costa brasileira, qual? E os
outros são originários de onde? Escreva um parágrafo sobre o que você conhece
desse lugar.
ATIVIDADE 4 – Leitura Diversificada
Contar histórias é uma atividade muito antiga que quase se perdeu
no tempo, devido às novidades da vida moderna. No Brasil, contar
histórias nos remete aos costumes rurais onde a oralidade era o meio
de transmitir às próximas gerações os fatores culturais do lugar que
podiam ser as cantigas de roda, modas de viola e os contadores de
histórias. Essas manifestações culturais se veem, hoje, ameaçadas pela
força de uma verdadeira indústria cultural, principalmente a televisão,
que uniformiza a cultura singular de cada região.
Encaminhamento:
O professor deve levar cópias de textos de origem africana e indígena.
Dividir a turma em equipes de quatro elementos. Cada equipe ficará com
uma história de cada origem.
A equipe fará a leitura dos dois textos. Em seguida, em conjunto, discutirá
sobre o tema principal, o conflito e sua resolução.
Em conjunto, a equipe pesquisará e organizará a melhor forma de contar
as histórias.
As histórias serão apresentadas à turma.
ATIVIDADE 5 – Texto Furos no céu, de Lenice Gomes
Levantar questões antes da leitura:
Já ouviram falar que o céu pode ter furos?
Se tem furos, como pode ter acontecido?
Será que os “buracos” ainda existem?
E quem já ouviu dizer que o céu fica bravo?
Os alunos farão a leitura silenciosa e, em seguida, a compartilhada.
Para refletir e responder.
01. Da torre do palácio era possível colher ramalhetes de nuvens. Por quê?
02. As mulheres foram amassar milho no quintal.
a) Qual o motivo?
b) O que mais elas faziam nesse momento?
03. O céu era perfeito, até que aconteceu o primeiro furo. Conte como isso
aconteceu.
04. Diante do furo, houve reação do céu? Qual?
05. As mulheres, ao olharem para o céu, acharam que fosse chover. Por quê
chegaram a esta conclusão?
06. O céu aumentou o barulho, mandando tocar o tambor. O que fizeram as
mulheres?
07. Mesmo achando a dança bonita, de que o céu não desistiu?
08. Por saudades das coisas da Terra, o que fez o céu?
09. Em que momentos o céu ficou
a) assustado:
b) irado:
c) indignado:
d) saudoso:
e) sorridente:
10. Releia o texto, as perguntas e respostas das questões 01 a 10 e reconte a
história.
11. No texto tem a frase “Tudo era muito mágico”. O que tem de mágico nessa
história?
12. Em uma história, a maneira mais comum de indicar a fala de um personagem
é usando o travessão ( __ ) .
a) Volte ao texto, e copie uma passagem com este sinal gráfico.
b) Mas existe uma outra forma de indicar a fala. Qual é a outra? Copie um trecho.
13. Observe.
a)“Havia tanta luz naquele dia...” e “Diziam uma para a outra: “Avia, avia,
avia... Recolhe o milho e o pilão...”
Apesar da mesma pronúncia, as palavras destacadas possuem significados
diferentes. Explique cada um.
14. Onomatopeia acontece quando, através da escrita, se tenta imitar um som. O
texto possui uma, escreva-a.
ATIVIDADE 6 - Leitura do texto A Pele nova da mulher velha, povo
Nambikwara
Mais uma história que os índios velhos costumam contar aos mais novos
em volta da fogueira. É uma história do povo Nambikwara, habitantes dos estados
de Mato Grosso e Rondônia. Possuem uma língua própria, eram mais de dez mil
antes do contato com os kwajantisu, os não índios, e hoje são pouco mais de mil,
distribuídos em pequenas tribos ao longo dos grandes rios da região.
Antes da leitura, o professor levantará questões para que os alunos tenham
curiosidade sobre o texto.
Até qual idade é possível viver?
Quantos anos tem a pessoa mais velha que você conhece?
É possível uma pessoa velha ficar nova?
E o sonho, pode virar realidade?
A primeira leitura será silenciosa, em seguida professor e alunos farão
oralmente a segunda leitura.
A discussão sobre os itens levantados antes da leitura devem ser
retomados.
Para refletir e responder.
01. Os avós Nambikwara contam uma história sobre uma mulher muito velha.
a) Onde ela vivia e por quê?
b) Conte o sonho que a velha teve.
02. O que a deixava triste e como resolveu?
03. Como ela se arrumou para sair? O que fez de diferente?
04. A mulher encontrou um grupo de meninos.
a) Qual o recado que deu a eles?
b) Como eles agiram?
c) Qual o juramento que ela fez?
05. Ao final a velha teve alguém que ficou ao seu lado. Quem e qual benefício
recebeu?
06. A nossa vida é movida por sonhos, desejos, metas que fazem cada dia valer a
pena. Qual o sonho que move sua vida?
07. “As crianças não deram a mínima para o que aquela menina havia dito...” Se a
mulher estivesse com a pele de velha as crianças agiriam do mesmo modo? Por
quê?
08. Procure no texto palavras ou expressões que indicam a passagem do tempo.
09. Pelo contexto, qual o significado de sixsú? Procure no texto outras palavras
de origem indígena.
10. Observe. “Quando saiu dali tirou a pele velha como se fosse uma roupa”.
a) Qual a palavra indicadora de tempo e qual a de lugar?
b) Existe aí uma comparação. O que se compara?
11.
A diferença básica entre discurso direto e indireto é a mudança de emissor. No
discurso direto, o emissor é o personagem; no discurso indireto, o emissor é o
narrador. A opção por uma dessas formas depende da intencionalidade do
narrador e da expressividade que pretende obter.6
a) Copie do texto, uma passagem com discurso direto e outra com discurso
indireto.
b) Qual sinal gráfico diferencia os dois?
ATIVIDADE 7 – Filme Kiriku e a feiticeira7
Kiriku é um longa-metragem de animação franco-belga de 1998. Retrata uma
lenda africana, em que um recém-nascido superdotado que sabe falar, andar e
correr muito rápido se incumbe de salvar a sua aldeia de Karabá, uma feiticeira
terrível que deu fim a todos os guerreiros da aldeia, secou a sua fonte d'água e
roubou todo o ouro das mulheres. Kiriku é tratado de forma ambígua pelas
pessoas de sua aldeia, por ser um bebê, é desprezado pelos mais velhos quando
tenta ajudá-los, porém, quando realiza atos heroicos, suas façanhas são muito
comemoradas, embora logo em seguida voltem a desprezá-lo. Apenas a sua mãe
lhe trata de acordo com sua inteligência.
Antes de assistirem ao filme, questionar:
Kiriku é um nome masculino ou feminino?
O filme é uma adaptação de uma lenda africana. Que tema a história
pode retratar?
Imagine o tipo físico de Kiriku.
Ao término do filme, retomar oralmente às questões levantadas.
6 Disponível em: http://linguaeliteratura.kit.net/1_discurso.htm . Acesso em: 18/19/2012.
7 Disponível em: http: //www.youtube.com/watch?v=x-DgTQiHKdEm . Acesso em 12/10/2012.
Em seguida, em dupla, responder as questões:
01. O que, desde o início, diferenciava Kiriku das outras crianças?
O professor pode relacionar outras histórias em que o protagonista também
seja diferente de seus pares e receba qualificações positivas ou negativas.
Por exemplo, na história que explica o surgimento da mandioca, de origem
tupi, a indiazinha nasce muito branquinha, com cabelos amarelos, fala e
anda muito precocemente, diferente de todos. Era muito amada. Um dia
amanhece doente toda a tribo tenta salvá-la, mas Mani morre sorrindo, é
enterrada e, por costume da tribo, a cova é regada todos os dias. Nasce
uma planta diferente: a mandioca de polpa branca como a pele de Mani.
02.Durante o filme, Kiriku pergunta várias vezes por que Karabá é malvada
e não encontra resposta.
a) Quem lhe dá a resposta?
b) Por que só essa pessoa lhe dá a resposta?
c) O que faz ao saber?
03. Kiriku é determinado em salvar a aldeia do domínio de Karabá, o que
faz
a) quanto a escassez de água?
b) quando Karabá tenta levar as crianças da aldeia?
c) quando descobre o segredo de Karabá?
4. Quais qualidades podem ser atribuídas a Kiriku?
5. Kiriku salva com atos heroicos, por duas vezes, as crianças da aldeia.
No entanto, ele diz à sua mãe “Tentei salvá-los, mas eles não me querem
bem”.
a) Por quais motivos você acha que ele não é bem aceito pelo grupo?
b) Kiriku é discriminado pelo grupo? Argumente em favor de sua resposta.
c) Que nome se dá a esse tipo de discriminação? Comente sobre isso em
seu meio social.
6. No filme, duas mulheres são importantes: Karabá e a mãe de Kiriku. O
que as duas têm em comum?
7. A mãe de Kiriku respeita as ideias do filho, criando-o para que seja
independente. Comprove essa afirmação.
8. Repassar a história e os costumes de um povo é muito importante.
Como isso acontece na história?
09. O sábio da montanha era seu avô. Por que ao conhecê-lo Kiriku deita
em seu colo?
10. Como as pessoas da aldeia celebravam seus momentos felizes?
11. Na história, como em nossa sociedade, cada um cumpre seu papel.
Identifique quem é na história
a) o opressor:
b) o oprimido:
c) subjugado:
d) “salvador da pátria”:
Após essa questão, o professor fará uma discussão com os alunos
levando-os a refletir sobre o caráter moral que as histórias podem ter.
Apesar de as histórias servirem para diversão, muitas vezes, de forma
alegórica, também podem levar para a reflexão social.
4 - ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS
Sequência didática é um conjunto de atividades planejadas e articuladas
para melhor desempenho dos objetivos educacionais, a sequência procura
desenvolver a autonomia do estudante, indispensável na aquisição do
conhecimento e na formação da cidadania.
Essa sequência conta com um conjunto de atividades elaboradas para
incentivar o aluno a apreciar textos de origem indígena e africana, e diversificar
sua formação cultural, para isso foi usada as estratégias de leitura sugeridas por
Solé, que considera três momentos: a pré-leitura, durante a leitura e pós-leitura.
A pré-leitura é o momento em que se analisa:
. a concepção que o professor tem sobre a leitura;
. a motivação para leitura;
. objetivos da leitura;
. revisão e atualização do conhecimento prévio;
. previsões sobre o texto;
. formulação de perguntas sobre o texto.
Durante a leitura é o momento que se pode ter informações importantes
apresentadas no texto, sugestão de tarefas de leitura compartilhada. Ora o
professor ora o aluno assume a responsabilidade de organização e envolvimento
no ato de ler.
Após a leitura, será o momento de analisar o significado da mensagem e a
verificação de compreensão.
Como na proposta interativa o objetivo é de se formar um leitor autônomo,
durante esse processo o professor terá a função de mediar as informações de
uma esfera social mais ampla para possibilitar a compreensão do aluno.
Na Apresentação do tema o professor fará uma exposição que desperte
no aluno a curiosidade sobre o tema proposto, para isso poderá comentar que
houve um movimento, principalmente de setores organizados afro e indígena,
para que as escolas brasileiras passassem a valorizar a história e a cultura
desses dois povos. Por isso, a lei 11.645 cria a obrigatoriedade dessa temática na
escola para que seja feita uma revisão do papel desses grupos na formação da
sociedade brasileira.
O professor, antes de exibir os vídeos, deve orientar os alunos para que
observem a expressão facial, o ambiente e o colorido que faz parte dessas
culturas. Em seguida, apresentará um vídeo com fotografias de indígenas e outro
da África. As questões podem ser resolvidas em dupla e os vídeos mostrados
mais de uma vez, conforme a necessidade de observação.
Em seguida, a sugestão de leitura de dois breves textos que podem auxiliar
durante apresentação.
POVOS INDÍGENAS DO PARANÁ8
No Estado do Paraná existem atualmente três etnias indígenas: Guarani,
Kaingang e Xetá. A grande maioria vive nas 17 terras indígenas demarcadas pelo
governo federal, onde recebe assistência médica, odontológica e educação. A
economia dessas comunidades indígenas baseia-se na produção de roças de
subsistência, pomares, criação de galinhas e porcos. Para complementar a renda
familiar, produzem e vendem artesanato como cestos, balaios, arcos e flechas.
Professores índios alfabetizam as crianças na língua Guarani ou Kaingang, o que
tem contribuído para a valorização dos conhecimentos tradicionais e a
consequente preservação da identidade cultural.
É grande a influência que o paranaense recebeu desses grupos indígenas. Na
culinária, além do consumo da erva-mate fria ou quente, adotamos o costume de
preparar alimentos com mandioca, milho e pinhão, como o mingau, a pamonha.
No vocabulário é frequente o uso de palavras de origem Guarani para designar
nomes de espécies nativas de frutas, vegetais e animais. Podemos citar como
exemplos: guabiroba, maracujá, butiá, capivara, jabuti, biguá, cutia. De origem
Kaingang temos os nomes de municípios como: Goioerê, Candói, Xambrê.
O texto sobre Cultura Afro-brasileira está disponível em:
Fhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Cultura_afro-brasileira.
Leitura dos textos: Do mundo do centro da Terra ao mundo de cima, A
pele nova da mulher velha, de origem indígena e Nzamé, Furos no céu, de
origem africana seguirão durante a leitura as estratégias sugeridas por Solé.
O aluno deve receber uma cópia do texto. 8 Disponível em: http://www.museuparanaense.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=68
Antes da leitura, o professor falará apenas o título do texto, fará uma
sondagem sobre o tema através de levantamento de hipóteses.
Primeiramente será feita a leitura individual, em seguida professor e
alunos farão a leitura compartilhada, neste momento deve acontecer
o equilíbrio entre as informações já conhecidas e as novas
proporcionadas pelo texto.
Após a leitura, os alunos resolverão questões escritas que permitem
a relação entre autor/leitor e texto.
A Leitura diversificada tem por objetivo a interação entre leitor e texto.
Para desenvolver esta atividade, sugerimos os livros:
De origem africana:
Contos ao redor da fogueira, de Rogério Andrade Barbosa;
Histórias da África, de Gcina Mhlophe;
Mitologia Africana, de A.S. Francini e Carmem Seganfredo;
Mitos Africanos, de Gary Jeffrey;
Nina África, de Lenice Gomes;
Volta ao mundo em 80 mitos, de Rosana Rios;
Espaço Virtual. Contos Africanos. Disponível em:
http://www.educacao.salvador.ba.gov.br/site/documentos/espaco
-virtual/espaco-
cenap/publicacoes/caderno%20de%20apoio%20a%20pratica%2
0pedagogica%20contos%20africanos.pdf. Acesso em:
16/11/2012.
De origem indígena:
Catando piolho, de Daniel Munduruku;
Contos indígenas brasileiros, de Daniel Munduruku;
Criaturas de Nanderú, de Graça Gaúna;
Tempo de histórias, de Daniel Munduruku;
Blog Virtuália. Lendas indígenas.
O professor deverá selecionar os textos, levar quatro cópias de cada
um.
Apresentará os textos usando estratégias de motivação para
escolha.
As equipes se formarão conforme a afinidade de escolha para
leitura.
Após a leitura, o professor orientará de forma que os alunos
discutam a ideia principal, características dos personagens,
momento de início do conflito e resolução do mesmo.
Os alunos serão encaminhados para a sala de informática, onde
pesquisarão sobre as diferentes formas de se contar história.
Escolherão uma para organizar a apresentação à turma.
O professor conduzirá uma discussão sobre as estratégias usadas
nas apresentações.
Antes de assistirem ao filme Kiriku e feiticeira, o professor levantará
questões para aguçar a curiosidade dos alunos. Chamar atenção para que
observem que a produção é diferente da americana que estão acostumados a
ver, para prestarem atenção na caracterização dos personagens, do ambiente,
observarem que não são americanizados. Pode, inclusive, comparar com Rei
Leão, que possui músicas com ritmos americanos.
Ao término do filme, retornar às questões levantadas no início,
analisar se as hipóteses se confirmaram ou não.
Para resolver as questões, se for necessário, o professor deve
passar o filme novamente.
As questões cinco e onze devem primeiro ser discutidas no grande
grupo. Em seguida, a dupla escreverá suas respostas.
O professor fará cópias do filme para que os alunos possam revê-lo,
inclusive em casa.
Para implementar as atividades sugeridas na sequência, serão utilizados
recursos disponíveis no Colégio Estadual Doutor Gerardo Braga, tais como TV
pen drive, data show, laboratório de informática, entre outros.
5 - REFERÊNCIAS
BARBOSA, R. A. Contos ao redor da fogueira. Nova Fronteira: Rio de Janeiro,
2009.
DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA. Disponível em http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/datas/consciencianegra/home.html. Acesso em: 15/11/2012.
DISCURSO. Disponível em: http://linguaeliteratura.kit.net/1_discurso.htm. Acesso
em: 18/11/2012.
ESPAÇO VIRTUAL. Apoio à Prática Pedagógica. Contos Africanos. Disponível
em: http://www.educacao.salvador.ba.gov.br/site/documentos/espaco-
virtual/espaco-
cenap/publicacoes/caderno%20de%20apoio%20a%20pratica%20pedagogica%20
contos%20africanos.pdf. Acesso em 16/11/2012.
FRANCHINI, A. S./ SEGANFREDO, C. Mitologia Africana. Porto Alegre: Artes e
Ofícios. 2011.
GOMES, L./ HOLANDA, A./ GOMES, C. Nina África. São Paulo: Elementar Publicações. 2009.
GRAÚNA, G. Criaturas de Ñanderu. São Paulo: Manole/Selo Amarilys. 2012.
JEFFREY. G. MITOS AFRICANOS. São Paulo: Scipione, 2011.
KIRIKU. Disponível em: http: //www.youtube.com/watch?v=x-DgTQiHKdEm. Acesso em: 20/09/2012
MARANHÃO, Povos indígenas no Paraná. Disponível em:
http://www.museuparanaense.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteud
o=68. Acesso em: 14/11/2012.
MENEGASSI, R. J. Conceitos de leitura. In: MENEGASSI, J. R. (org.). Leitura e ensino. Maringá: EDUEM, 2005, 15 a 43. __________. Estratégias de leitura. In: MENEGASSI, J. R. (org.). Leitura e ensino. Maringá: EDUEM, 2010. MHLOPHE, G. Histórias da África. São Paulo: Paulinas, 2007. MORAES, M. V.: História da Cultura Africana. Disponível em:
http://www.youtube.com/watch?v=RPzxt1iZGiA . Acesso em: 14/11/2012.
MUNDURUKU, D. Contos indígenas brasileiros. São Paulo: Global Editora, 2005. ___________. Tempo de Histórias. Salamandra: São Paulo, 2005. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa do Estado do Paraná. Curitiba, 2008. RIOS, Rosana. Volta ao mundo em 80 mitos. Porto Alegre: Artes e Ofícios, 2011. SANTOS, J. L., O que é cultura. São Paulo: Editora Brasiliense, 6a. ed.1987, p.7-20. SOLÉ, I. Estratégias de leitura. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998. VIRTUÁLIA, O Manifesto Cultural. Lendas indígenas 2. Disponível em: http://virtualiaomanifesto.blogspot.com.br/