da escola pÚblica paranaense 2009 · darwin, em 1859, expôs em seu livro “a origem das...
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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2009
Produção Didático-Pedagógica
Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE
VOLU
ME I
I
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Introdução
Nesta sociedade contemporânea, as transformações no mundo do trabalho e os avanços das tecnologias de comunicação e informação exercendo forte influência na escola, fazem com que esta instituição necessite passar por profundas mudanças em suas práticas culturais.
Segundo Demétrio Delizoicov, et al, (2007), “é preciso que a educação escolar de crianças e jovens proporcionelhes um desenvolvimento humano, cultural, científico e tecnológico para que tenham condições de enfrentar as exigências do mundo atual”.
O ensino da história da construção do conhecimento científico possibilita ao aluno uma visão crítica sobre a ciência, a tecnologia e suas implicações sociais, pois, é importante que conheçam o modo como muitas descobertas foram feitas e não fiquem com a impressão de que só o “acaso” é o responsável por elas, entendendo que a maneira de pensar social, econômica, política e religiosa da época, molda a visão de mundo do cientista e influencia suas descobertas.
As abordagens históricas possibilitam ao professor um novo olhar sobre o aluno e sua relação com a aprendizagem em Ciências, estes, deixando de ser um mero receptor de conhecimento para interagir com a produção desse conhecimento, compreendendo, que ele é historicamente produzido e que, portanto, vai se modificando ao longo dos tempos.
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Unidade I
A Origem da Vida
Ao longo dos séculos, várias hipóteses foram formuladas por filósofos e
cientistas na tentativa de explicar como teria surgido a vida em nosso planeta.
Até meados do século XVII, a maioria das pessoas acreditava que uma
entidade divina havia criado intencionalmente os seres humanos e os animais
mamíferos (criacionismo). Uma outra idéia proposta por Aristóteles há mais de 2 000
anos afirmava que os seres vivos poderiam surgir não só do cruzamento entre si,
mas também espontaneamente da matéria bruta ou inanimada.
O pensamento aristotélico perdurou por muitos séculos, levando as
pessoas a acreditar na geração espontânea de moscas a partir da transformação do
lixo, da matéria orgânica em putrefação etc.
No entanto, os avanços no conhecimento sobre os seres vivos, puseram
em dúvida tanto a idéia da criação divina quanto da geração espontânea.
Dois avanços importantes ocorridos em meados do século XIX com
experimentos do pesquisador francês Louis Pasteur (1822 – 1895) e a publicação da
Teoria Evolucionista do cientista Charles Darwin, foram responsáveis por grandes
mudanças na Biologia.
Louis Pasteur demonstrou irrefutavelmente que os seres microscópios
existentes na matéria orgânica, resultam da contaminação por microrganismos
presentes no ar, sepultando definitivamente a idéia da geração espontânea.
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Darwin, em 1859, expôs em seu livro “A Origem das Espécies,” suas idéias
sobre o surgimento das novas espécies, em que considera o ambiente como um
fator determinante para a sobrevivência e a reprodução dos seres vivos.
Teorias que buscam explicar a origem da vida: Abiogênese x Biogênese
I. Abiogênese
A idéia de que os seres vivos podiam surgir por outros mecanismos além
da reprodução foi muito difundida na antiguidade e ficou conhecida como Teoria da
Geração Espontânea ou Abiogênese. Essa teoria admitia, por exemplo, que
cobras, rãs e crocodilos podiam formarse espontaneamente de lama de lagos e rios
e que gansos podiam formarse pela transformação de pequenos crustáceos
marinhos. Essa teoria foi aceita e defendida, entre outros, pelo filósofo grego
Aristóteles (384 – 322 a.C.).
A crença na abiogênese não resistiu, porém, à expansão do
conhecimento científico e aos testes rigorosos realizados por Redi, Spallanzani e
Pasteur, entre outros. Esses cientistas forneceram evidências definitivas de que
seres vivos surgem somente pela reprodução de seres de sua própria espécie,
teoria que ficou conhecida como Biogênese.
II. Biogênese
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O médico italiano Francisco Redi (1626 – 1697), foi um dos primeiros a
realizar experimentos científicos sobre a origem dos seres vivos em meados do
século XVII. Na época, era bastante difundida a idéia de que os vermes
normalmente presentes em animais em decomposição surgiram pela transformação
espontânea da carne em putrefação. Redi combateu essa crença e formulou a
hipótese de que tais “vermes” originavamse de lavas de certas moscas, que
depositavam seus ovos sobre animais mortos.
Redi testou essa hipótese por meio do seguinte experimento: colocou
pedaços de carne em frascos de boca larga, vedou alguns deles e outros deixou
abertos. Nestes, em que as moscas entravam e saíam livremente, logo surgiram os
“vermes”. Nos frascos tampados, não apareceu nenhum verme, mesmo depois de
passados vários dias.
Ex:
Figura 1 (Experiência de Redi)
Essa experiência favoreceu a biogênese, teoria segundo a qual a vida se
origina somente de outra vida preexistente.
Com o aperfeiçoamento do microscópio descobriuse um novo mundo: o
mundo dos microrganismos, e como esses minúsculos seres aumentavam
rapidamente quando em um meio nutritivo, imaginouse que a geração espontânea
fosse responsável por tal proliferação.
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Então, Louis Pasteur, elaborou de forma extraordinária, experimentos
conclusivos a respeito da inviabilidade dessa crença. Em uma de suas experiências,
colocou caldo nutritivo em frascos de vidro e amoleceu seus gargalos no fogo,
esticandoos e curvandoos como um pescoço de cisne. Em seguida, ferveu o caldo
dos frascos até que saísse vapor pelas extremidades dos gargalos recurvados,
expulsando o ar interno. Os frascos esfriaram lentamente e as partículas presentes
em suspensão no ar que penetravam depositavamse nas curvas do gargalo, que
funcionava como um filtro.
Ex:
Figura 2 – Experiência de Pasteur
Pasteur observou que em nenhum dos frascos desenvolveramse
microrganismos, apesar do caldo estar em contato com o ar, a explicação era que
ficavam retidos nas curvas e não atingiam o líquido. Para testar essa hipótese,
quebrou os gargalos de alguns frascos e verificou que em poucos dias, o caldo
tornouse repleto de microrganismos. Se fosse capaz, o caldo nutritivo teria
originado microrganismos nos meses em que ficou com os gargalos retorcidos
intactos.
A partir dos experimentos de Pasteur, a teoria da abiogênese foi
praticamente eliminada e, nos dias atuais, está excluída dos meios científicos.
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Com a descoberta dos seres vivos microscópicos e sabendose que estão
presentes por toda parte, como ar, água e solo, veremos a seguir como esses
microrganismos afetam nossa vida, uma vez que muitos deles são causadores de
doenças infecciosas, algumas, inclusive, podendo ser fatal.
Atividades: discutindo as teorias da Abiogênese e Biogênese.
1 Após a leitura do texto, os alunos serão divididos em pequenos grupos para realizar as atividades abaixo cujas conclusões serão colocadas em discussão:
a Uma pessoa estava na feira escolhendo goiabas e ouviu do vendedor o seguinte:
_ ”Bicho de goiaba só faz mal se a goiaba tiver aquela marquinha por fora, que pode ter sido feita pela bicada de algum bicho. Se não tiver, é porque o bicho veio da goiaba mesmo, e aí não faz mal nenhum!”
_ Você concorda com o feirante? Justifique sua resposta.
2 Por que os agricultores costumam envolver as goiabas e outros frutos, ainda no pé, com saquinhos de papel?
3- Qual das duas teorias (Abiogênese e Biogênese), em sua opinião melhor explica o surgimento da vida? Por quê?
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Unidade II
Tipos de microrganismos patogênicos e formas de transmissão:
Com esta abordagem pretendese conscientizar os alunos de que estamos rodeados por microrganismos como bactérias, fungos, vírus e até mesmo alguns protozoários presentes no ar, na água, no solo, na superfície de objetos e até mesmo espalhados por toda a nossa pele. Muitos desses microrganismos são patogênicos, ou seja, são capazes de causar doenças, alterando o funcionamento de órgãos e tecidos.
Podemos nos contaminar de diversas maneiras com esses agentes, como por exemplo, pelo ar inspirado, gotículas de saliva, tosse e espirro de pessoas doentes, por picadas de insetos, por alimentos, pela água, etc.
Atividades:
1 Será mostrado um vídeo onde se vê a contaminação por bactérias pelo contato entre as pessoas e superfície de objetos.
2 Cultura de bactéria (recursos didáticos e outros materiais)
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– Livros didáticos de Ciências e Biologia,
– Figuras de diferentes tipos de bactérias,
– Placa de Petri ou frascos pequenos,
– Nutriente Agar ou gelatina incolor,
– Papel para anotações.
Desenvolvimento da atividade:
– Cada aluno receberá um recipiente contendo ágar ou gelatina, que contaminará em pequena quantidade com os mais diversos tipos de substâncias como: saliva, insetos mortos, grama, terra, sujeira das mãos ou água. Em seguida, o recipiente deverá ser tampado e etiquetado com o nome do material e do aluno. Um recipiente deverá permanecer sem contaminação.
– Durante alguns dias, os alunos deverão analisar e registrar as modificações surgidas nos materiais (verificar se apareceram manchas, de que cor, com qual textura etc.)
– Ao final desta atividade, será conduzida uma discussão sobre como as bactérias e fungos podem afetar nossa vida.
3. Mãos limpas?
Objetivo
Mostrar que mãos aparentemente limpas podem conter microorganismos.
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Material
• 1 colher de fermento biológico diluído em um copo de água
• Água com açúcar em uma tigela
• 1 tubo de ensaio
• 1 funil
• 1 rolha para fechar o tubo de ensaio
• 1 chumaço de algodão
• Algumas gotas de azul de bromotimol
Procedimento
Os alunos deverão lavar bem as mãos. Em seguida serão divididos em grupos de cinco. Um aluno joga o fermento biológico na mão direita e cumprimenta um colega com um aperto de mão. Esse cumprimenta outro e assim por diante. O último lava as mãos na tigela com água e açúcar.
Com o funil, será colocado um pouco dessa água no tubo de ensaio. Molhe o algodão no azul de bromotimol e coloqueo na boca do tubo de ensaio, sem encostar no líquido. Fecheo com a rolha e espere alguns dias.
O azul vira amarelo: ação dos fungos.
Explicação
Dentro do tubo de ensaio, a água com açúcar fornece o alimento necessário
para os microrganismos no caso, fungos se desenvolverem. Os fungos respiram e
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soltam gás carbônico, o que torna o ambiente do tubo ácido. Com isso, o azul de
bromotimol, sensível à alteração de pH, muda sua cor para amarelo. Com esta
atividade pretendese mostrar que medidas simples de higiene pessoal feitas
regularmente evitam uma série de doenças.
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Unidade III
A ciência tem história – A descoberta do princípio da vacina
As vacinas, (o nome vem de vaccinia, vírus da varíola bovina), são substâncias como proteínas, toxinas, partes de bactérias ou vírus, ou mesmo vírus e bactérias inteiras, atenuados ou mortos, que ao serem introduzidas estimulam o sistema imunológico a produzir anticorpos específicos mediados pelos linfócitos contra determinado agente agressor, além de desenvolver a chamado memória imunológica, as quais serão responsáveis por desencadear uma resposta imune de forma rápida e intensa nos contatos futuros.
A descoberta da vacina em 1796, por Edward Jenner, médico do interior da Inglaterra, constitui um dos maiores avanços da medicina. Naquela época, a varíola era uma doença aterrorizante, responsável por epidemias que causam altas taxas de mortalidade. Jenner observou que as vacas tinham nas tetas, feridas iguais às provocadas pela varíola no corpo humano. Os animais tinham uma versão mais leve da doença, a varíola bovina, ou bexiga vacum.
Ao observar que as pessoas responsáveis pela ordenha, que comumente acabavam infectadas pela doença bovina tinham uma versão mais suave da doença, ficando imunizadas ao vírus humano, ele recolheu o líquido que saía destas feridas e o passou em cima de arranhões que ele provocou no braço de um garoto, seu filho. O menino teve um pouco de febre e algumas lesões leves, tendo uma recuperação rápida. Algumas semanas depois inoculou o novamente com o líquido da ferida de outro paciente com varíola e nada aconteceu. O garoto estava imune à varíola.
Jenner foi o pioneiro na utilização deste procedimento, quando ocorreu a primeira tentativa científica de prevenção de uma doença infecciosa, embora ainda com total ignorância a respeito dos vírus e da própria imunologia.
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Figura 3 – Jenner (1749 – 1823) em gravura de época, aparece retratado vacinando um bebê contra varíola.
A descoberta da vacina devese às pesquisas de Louis Pasteur.
Figura 4
Louis Pasteur nasceu em 27 de dezembro de 1822 em Dole, na França. Suas descobertas tiveram um grande impacto na medicina, cujos trabalhos tornaramse o início do que hoje é chamado de microbiologia. Sua teoria sobre as doenças infecciosas dizia que eram causadas por germes, sendo necessário desenvolver métodos e técnicas para combater estes agentes.
Desenvolvendo trabalhos sobre fermentação, ele confirmou que cada doença é causada por um micróbio específico e que estes eram agentes externos.
“A fermentação é uma conseqüência da vida sem oxigênio”, afirmou Pasteur, que descobriu que seres vivos podem viver por processos anaeróbios em que não necessitam de oxigênio, e, por este caminho, estudando os germes, descobriu a causa de muitas infecções. Com esses conhecimentos estabeleceu as noções básicas de esterilização e assepsia, com conseqüências na prevenção de contaminações e infecções na cirurgia e obstetrícia (Pasteur propunha que os médicos fervessem seus instrumentos e bandagens que seriam utilizados em procedimentos cirúrgicos).
Portanto, descobriu que o aquecimento destrói microrganismos. Este processo denominado pasteurização, em sua homenagem, é utilizado até hoje e se propagou pelo mundo todo.
Cada vez mais empenhado em pesquisas sobre doenças infecciosas, entre1877 e 1887, Pasteur descobriu três bactérias que nos causam doenças: estafilococos, estreptococos e pneumococos.
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Outra contribuição importante dada por Pasteur foi a descoberta do agente transmissor da raiva. Em março de 1886, Pasteur apresentou os resultados para o tratamento da raiva na Academia de Ciências Francesa e foi então convidado a criar um centro para produção de vacina antirábica. O Instituto Pasteur foi construído em 1888, idealizado para ser um centro de tratamento da raiva, de doenças infecciosas e educação, sendo um dos mais famosos centros de pesquisa da atualidade.
O que mais motivava Pasteur era seu caráter humanista. Todo seu trabalho foi desenvolvido com o intuito de melhorar a condição humana. É tido como benfeitor da humanidade, pois seus esforços mudaram o mundo, por isso é um dos cientistas mais reconhecidos da história. A luta da humanidade pela sobrevivência teve contribuição única de Louis Pasteur.
Lembrete: A raiva é uma doença infecciosa aguda que acometem mamíferos (homem e animais), causada por vírus que se multiplica e se propaga via nervos periféricos até o sistema nervoso central, onde passa para as glândulas salivares, nas quais também se multiplicamA profilaxia consiste na aplicação de doses da vacina anti rábica por via intramuscular.O prognóstico é fatal em todos os casos e representa um sério problema de saúde pública.
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Unidade IV
Cronograma de vacinação instituído pelo Ministério da Saúde:
Atividades: Com o cronograma de vacinação em mãos juntamente com a sua carteira de vacinação, os alunos resolverão as atividades a seguir:
1 Compare o calendário apresentado, com a sua carteira de vacinação e verifique se você tomou todas as vacinas recomendadas.
2 Você reparou que adolescentes também precisam tomar vacinas? Faça uma lista das doenças do calendário que você já teve e outra com a vacina que você ainda deve tomar.
3- Os alunos divididos em grupos farão uma pesquisa sobre as seguintes doenças: hepatite A e B, Gripe (influenza), Rubéola, Poliomielite, Sarampo, Meningite, Pneumonia, Tétano Tuberculose, destacando modo de contágio, sintomas e controle.
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4 Após a pesquisa e a socialização das informações obtidas, os alunos receberão uma folha onde preencherão de acordo com os itens abaixo solicitados:
Doença Agente causador
Modo de contágio
Sintomas Controle
5- Após a realização das atividades anteriores, em que se espera que os alunos tenham compreendido a relação entre os microrganismos e as doenças que podem causar, bem como o possível modo de contágio, será elaborado de forma coletiva um folder explicativo, enfatizando os cuidados preventivos para se evitar doenças contagiosas. Esse material depois de elaborado e impresso será entregue a todos os alunos do Colégio.
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Unidade V
A revolta da Vacina
A chamada Revolta da Vacina ocorreu de 10 a 16 de novembro de 1904 na cidade do Rio de Janeiro. O motivo que desencadeou este conflito foi a campanha de vacinação obrigatória, imposta pelo governo federal contra a varíola.
No início do século XX, a cidade do Rio de Janeiro, como capital da República, apesar de possuir belos palacetes e casarões, tinha graves problemas urbanos: rede insuficiente de água e esgoto, coleta de resíduos precária e cortiços super povoados. Nesse ambiente proliferavam muitas doenças, como a tuberculose, o sarampo, o tifo e a hanseníase. Alastravamse, sobretudo, grandes epidemias de febre amarela, varíola e peste bubônica.
Decidido a sanear e modernizar a cidade, o então presidente da República Rodrigues Alves (1902 a 1906) deu plenos poderes ao prefeito Pereira Passos e ao médico Dr. Oswaldo Cruz para executarem um grande projeto sanitário. O prefeito pôs em prática uma ampla reforma urbana, que ficou conhecida como bota baixo, em razão das demolições dos velhos prédios e cortiços, que deram lugar a grandes avenidas, edifícios e jardins. Milhares de pessoas pobres foram desalojadas à força, sendo obrigadas a morar em morros e periferia.
Oswaldo Cruz, convidado a assumir a Direção Geral da Saúde publica, criou as Brigadas Mata Mosquitos, grupos de funcionários do Serviço Sanitário que invadiam as casas para desinfecção e extermínio dos mosquitos transmissores da febre amarela. Iniciou também a campanha de extermínio de ratos considerados os principais transmissores da peste bubônica, espalhando raticidas pela cidade e mandando o povo recolher os resíduos.
Para erradicar a varíola, o sanitarista convenceu o Congresso a aprovar a Lei da Vacina Obrigatória (31 de outubro de 1904), que permitia que brigadas sanitárias, acompanhadas por policiais, entrassem nas casas para aplicar vacina à força.
A população estava confusa e descontente. A cidade parecia em ruínas, muitos perdiam suas casas e outros tantos tiveram seus lares invadidos pelos matamosquitos, que agiam acompanhados por policiais. Jornais da oposição criticavam a ação do governo e falavam de supostos perigos causados pela vacina. Além disso, o boato de que a vacina devia ser aplicada nas “partes intimas” do corpo (as mulheres
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teriam que se despir diante dos vacinadores) agravou a ira da população, que se rebelou.
A aprovação da Lei da Vacina foi o estopim da revolta: no dia 5 de novembro, a oposição criava a Liga contra a Vacina Obrigatória. Entre os dias 10 e 16 de novembro, a cidade virou um campo de guerra. A população exaltada depredou lojas, virou e incendiou bondes, fez barricadas, arrancou trilhos, quebrou postes e atacou as forças da polícia com pedras, paus e pedaços de ferro. A reação popular levou o governo a suspender a obrigatoriedade da vacina e declarar estado de sítio (16 de novembro). A rebelião foi contida, deixando 50 mortos e 110 feridos. Centenas de pessoas foram presas e, muitas delas, deportadas para o Acre.
Figura 5 – Imagem de época retratando a revolta popular.
Ao reassumir o controle da situação, o processo de vacinação foi reiniciado, tendo a varíola, em pouco tempo, sido erradicada da capital.
Atividade
1 Realizar pesquisa bibliográfica sobre Oswaldo Cruz.
2 Os alunos serão orientados a através de uma dramatização demonstrar como e por que ocorreu a Revolta da Vacina no início do século XX no Rio de Janeiro, destacando a contribuição de Oswaldo Cruz no cenário científico mundial.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
DELIZOICOV, D.; ANGIOTTI, J.A.; PERNAMBUCO, M.M. Ensino de ciências: Fundamentos e métodos. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2007.
KRASILCHIK, M. Práticas de ensino em biologia. 4. ed. São Paulo: Edusp, 2005.
PARANÁ (SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED), 2008. Diretrizes curriculares da educação básica.
SANTANA, O. A.; NETO, A. F. F.Ciências Naturais, 8° ano. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
PAULINO, W. Biologia: Série novo ensino médio. 9. ed. São Paulo: Ática, 2006.
CARO,C. M.; et al. Construindo consciências: ciências, 8ª série. 2. ed. São Paulo: Scipione, 2006.
ANABIS, J. M.; MARTHO, G.R. Fundamentos da biologia moderna: volume único, 4. ed. São Paulo: Moderna, 2006.
A descoberta da VACINA; Disponível em: <http://www.fiocruz.br> Acesso em: 15 maio 2010.
EXPERIÊNCIAS de contaminação com microrganismos; Disponível em: <http://www.revistaescola.abril.com.br/ciencias/praticapedagogica> Acesso em: 15 jul. 2010.
CALENDÁRIO de vacinação da criança; Disponível em: <http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=21462> Acesso em: 29 jul. 2010.
CALENDÁRIO de vacinação do adolescente; Disponível em: <http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=21463> Acesso em: 29 jul. 2010.
Bibliografia de PASTEUR; Disponível em: <http://www.pasteur.saude.sp.gov.br> Acesso em: 16 jul 2010.
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Sugestão de VIDEO; Disponível em: <http://www.2001video.com.br/detalhes_produto_extra_dvd.asp?produto=12124> Acesso em 29 jul. 2010.
Anexo I: Calendário Básico de Vacinação da Criança
IDADE VACINAS DOSES DOENÇAS EVITADAS
Ao nascerBCG ID dose única Formas graves de tuberculose Vacina contra hepatite B (1) 1ª dose Hepatite B
1 mês Vacina contra hepatite B 2ª dose Hepatite B
2 meses
Vacina tetravalente (DTP + Hib) (2) 1ª dose
Difteria, tétano, coqueluche, meningite e outras infecções causadas pelo Haemophilus influenzae tipo b
VOP (vacina oral contra pólio) 1ª dose Poliomielite (paralisia infantil)VORH (Vacina Oral de Rotavírus Humano) (3)
1ª dose Diarréia por Rotavírus
Vacina tetravalente (DTP + Hib) 2ª dose
Difteria, tétano, coqueluche, meningite e outras infecções causadas pelo Haemophilus influenzae tipo b
4 meses VOP (vacina oral contra pólio) 2ª dose Poliomielite (paralisia infantil)VORH (Vacina Oral de Rotavírus Humano) (4)
2ª dose Diarréia por Rotavírus
6 meses
Vacina tetravalente (DTP + Hib)
3ª doseDifteria, tétano, coqueluche, meningite e outras infecções causadas pelo Haemophilus influenzae tipo b
VOP (vacina oral contra pólio) 3ª dose Poliomielite (paralisia infantil)Vacina contra hepatite B 3ª dose Hepatite B
9 meses Vacina contra febre amarela (5) dose inicial Febre amarela
12 meses SRC (tríplice viral) dose única Sarampo, rubéola e caxumba15 meses VOP (vacina oral contra pólio) reforço Poliomielite (paralisia infantil)
DTP (tríplice bacteriana) 1º reforço Difteria, tétano e coqueluche
4 6 anosDTP (tríplice bacteriana 2º reforço Difteria, tétano e coquelucheSRC (tríplice viral) reforço Sarampo, rubéola e caxumba
10 anos Vacina contra febre amarela reforço Febre amarela
(1) A primeira dose da vacina contra a hepatite B deve ser administrada na maternidade, nas primeiras 12 horas de vida do recém-nascido. O esquema básico se constitui de 03 (três) doses, com intervalos de 30 dias da primeira para a
segunda dose e 180 dias da primeira para a terceira dose.
(2) O esquema de vacinação atual é feito aos 2, 4 e 6 meses de idade com a vacina Tetravalente e dois reforços com a Tríplice Bacteriana (DTP). O primeiro reforço aos 15 meses e o segundo entre 4 e 6 anos.
(3) É possível administar a primeira dose da Vacina Oral de Rotavírus Humano a partir de 1 mês e 15 dias a 3 meses e 7 dias de idade (6 a 14 semanas de vida).
(4) É possível administrar a segunda dose da Vacina Oral de Rotavírus Humano a partir de 3 meses e 7 dias a 5 meses e 15 dias de idade (14 a 24 semanas de vida). O intervalo mínimo preconizado entre a primeira e a segunda dose é de
4 semanas.
(5) A vacina contra febre amarela está indicada para crianças a partir dos 09 meses de idade, que residam ou que irão viajar para área endêmica (estados: AP, TO, MA MT, MS, RO, AC, RR, AM, PA, GO e DF), área de transição (alguns
municípios dos estados: PI, BA, MG, SP, PR, SC e RS) e área de risco potencial (alguns municípios dos estados BA, ES e MG). Se viajar para áreas de risco, vacinar contra Febre Amarela 10 (dez) dias antes da viagem.
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Anexo II: Calendário de Vacinação do Adolescente (1)
IDADE VACINAS DOSES DOENÇAS EVITADAS
De 11 a 19 anos (na primeira visita ao serviço de saúde)
Hepatite B 1ª dose Contra Hepatite B dT (Dupla tipo adulto) (2)
1ª dose Contra Difteria e Tétano
Febre amarela (3) Reforço Contra Febre AmarelaSCR (Tríplice viral) (4)
dose única Contra Sarampo, Caxumba e Rubéola
1 mês após a 1ª dose contra Hepatite B
Hepatite B 2ª dose contra Hepatite B
6 meses após a 1ª dose contra Hepatite B
Hepatite B 3ª dose contra Hepatite B
2 meses após a 1ª dose contra Difteria e Tétano
dT (Dupla tipo adulto)
2ª dose Contra Difteria e Tétano
4 meses após a 1ª dose contra Difteria e Tétano
dT (Dupla tipo adulto)
3ª dose Contra Difteria e Tétano
a cada 10 anos, por toda a vidadT (Dupla tipo adulto) (5) reforço Contra Difteria e Tétano
Febre amarela reforço Contra Febre Amarela
(1) Adolescente que não tiver comprovação de vacina anterior, seguir este esquema. Se apresentar documentação com esquema incompleto, completar o esquema já iniciado.
(2) Adolescente que já recebeu anteriormente 03 (três) doses ou mais das vacinas DTP, DT ou dT, aplicar uma dose de reforço. É necessário doses de reforço da vacina a cada 10 anos. Em caso de ferimentos graves, antecipar a dose de reforço para 5 anos após a última dose. O intervalo mínimo entre as doses é de 30 dias.
(3) Adolescente que resida ou que for viajar para área endêmica (estados: AP, TO, MA, MT, MS, RO, AC, RR, AM, PA, GO e DF), área de transição (alguns municípios dos estados: PI, BA, MG, SP, PR, SC e RS) e área de risco potencial (alguns municípios dos estados BA, ES e MG). Em viagem para essas áreas, vacinar 10 (dez) dias antes da viagem.
(4) Adolescente que tiver duas doses da vacina Tríplice Viral (SCR) devidamente comprovada no cartão de vacinação, não precisa receber esta dose.
(5) Adolescente grávida, que esteja com a vacina em dia, mas recebeu sua última dose há mais de 5 (cinco) anos, precisa receber uma dose de reforço. A dose deve ser aplicada no mínimo 20 dias antes da data provável do parto. Em caso de ferimentos graves, a dose de reforço deve ser antecipada para cinco anos após a última dose.
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ANEXO III: SUGESTÃO DE FILME
Titulo Original: The Story of Louis Pasteur – EUA 1935.
Atores: Paul Muni, Josephine Hutchinson,
Anita Louise, Donald Woods, Fritz Leiber.
Diretor: Wiliam Diertele.
Fornecedor: CLASSIC LINE.
A história de Louis Pasteur
• A premiada cinebiografia de Louis Pasteur, um cientista à frente de seu tempo que transformou a história da medicina.
Em 1860, o cientista e químico Louis Pasteur (Paul Muni) voltouse para um grave problema que alarmava a França: mais de vinte mil mulheres estavam morrendo anualmente durante o parto, e muitas das crianças morriam por infecção. Estudando e desenvolvendo a Teoria dos Germes, ele recomenda a esterilização dos materiais médicos e o máximo de higiene por parte dos doutores, o que evitaria as infecções. Mas a academia não lhe dá ouvidos, e até mesmo o imperador ordena o seu silêncio.
Dez anos depois, o vírus Anthrax ataca e mata os rebanhos em quase todo o país, exceto em Arbois, onde Pasteur estava vacinando as ovelhas. Mas, novamente teve seu trabalho desmoralizado. Até que sua genialidade finalmente foi percebida pelos russos, só então a França reconhece e honra seus trabalhos.