espécies invasoras
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REVISTA DE CIEcircNCIA ELEMENTAR
1Revista de Ciecircncia Elementar | doi 1024927rce2018004 | marccedilo de 2018
CITACcedilAtildeO
Santos AI Calafate L (2018)
Espeacutecies Invasoras
Rev Ciecircncia Elem V6(01)004
doiorg1024927rce2018004
EDITOR
Joseacute Ferreira Gomes
Universidade do Porto
EDITOR CONVIDADO
Luiacutes Viacutetor Duarte
Universidade de Coimbra
RECEBIDO EM
05 de janeiro de 2018
ACEITE EM
05 de fevereiro de 2018
PUBLICADO EM
14 de marccedilo de 2018
COPYRIGHT
copy Casa das Ciecircncias 2018
Este artigo eacute de acesso livre
distribuiacutedo sob licenccedila Creative
Commons com a designaccedilatildeo
CC-BY-NC-SA 40 que permite
a utilizaccedilatildeo e a partilha para fins
natildeo comerciais desde que citado
o autor e a fonte original do artigo
rcecasadascienciasorg
Espeacutecies Invasoras Ana Isabel Santos Luiacutes Calafate
Universidade do Porto
anaisabelsantos761gmailcom
Devido agrave globalizaccedilatildeo o Homem tem introduzido (intencionalmente ou natildeo) espeacutecies
em locais onde estas natildeo ocorrem naturalmente Estas espeacutecies satildeo chamadas exoacute-
ticas A maioria das espeacutecies exoacuteticas vive em harmonia com as espeacutecies nativas
Contudo algumas podem representar uma ameaccedila agrave biodiversidade nativa e levar a
uma grande variedade de impactos econoacutemicos sociais e ambientais Estas espeacutecies
denominam-se invasoras (FIGURA 1 A B e C)
FIGURA 1 Espeacutecies exoacuteticas invasoras presentes em Portugal A- acaacutecia-de-espigas (Acacia longifolia) B- jacinto-de-aacutegua (Eichhornia crassipes) e C- lagostim-vermelho-do-Louisiana (Procambarus clarkii) (fonte httpsimagemcasadascienciasorg)
As espeacutecies exoacuteticas invasoras incluem viacuterus fungos algas musgos fetos plantas
superiores invertebrados peixes anfiacutebios reacutepteis aves e mamiacuteferos1 mas o processo
de invasatildeo bioloacutegica eacute comum a todos os grupos taxonoacutemicos2 Este processo pode ser
dividido em trecircs fases introduccedilatildeo naturalizaccedilatildeo e invasatildeo (FIGURA 2)
Introduccedilatildeo significa que a espeacutecie ultrapassou com ajuda humana uma barreira
geograacutefica3 Enquanto que as plantas e os vertebrados tecircm sido intencionalmente
introduzidos a introduccedilatildeo de invertebrados e microrganismos normalmente eacute acidental4
A maioria das espeacutecies exoacuteticas introduzidas sobrevive como casual Estas espeacutecies
podem reproduzir-se mas satildeo incapazes de manter populaccedilotildees estaacuteveis dependendo
por isso de repetidas introduccedilotildees para a sua persistecircncia3
A B C
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2Revista de Ciecircncia Elementar | doi 1024927rce2018004 | marccedilo de 2018
FIGURA 2 Etapas do processo de invasatildeo bioloacutegica (fonte httpinvasoraspto-que-sao)
A naturalizaccedilatildeo ocorre quando as barreiras ambientais natildeo impedem os indiviacuteduos de
sobreviver e quando as vaacuterias barreiras agrave reproduccedilatildeo regular satildeo ultrapassadas3 As espeacutecies
exoacuteticas naturalizadas permanecem em equiliacutebrio no novo ecossistema durante um periacuteodo
de tempo variaacutevel No entanto numa pequena fraccedilatildeo destas espeacutecies este equiliacutebrio pode
ser interrompido por um fenoacutemeno (estiacutemulo na FIGURA 2) que conduz ao raacutepido aumento da
distribuiccedilatildeo da espeacutecie iniciando-se o processo de invasatildeo propriamente dito5 Assim uma
espeacutecie exoacutetica passa a ser considerada invasora quando produz populaccedilotildees reprodutoras
numerosas e separadas (espacial e temporalmente) da inicial independentemente do grau
de perturbaccedilatildeo do meio e sem intervenccedilatildeo direta do ser humano5
As invasotildees bioloacutegicas satildeo um problema crescente em todo o mundo As espeacutecies
exoacuteticas invasoras ameaccedilam espeacutecies nativas habitats e ecossistemas6 estando
diretamente relacionadas com o decliacutenio da biodiversidade (e ateacute mesmo com a extinccedilatildeo
de diversas espeacutecies nativas1) e alteraccedilotildees dos serviccedilos ecossisteacutemicos De facto as
espeacutecies exoacuteticas invasoras natildeo soacute tecircm afetado a disponibilidade de aacutegua alimento
fibras e combustiacutevel mas tambeacutem a polinizaccedilatildeo a regulaccedilatildeo do clima a purificaccedilatildeo da
aacutegua a estabilizaccedilatildeo do solo a regulaccedilatildeo de pestes a mitigaccedilatildeo de doenccedilas bem como a
recreaccedilatildeo o turismo a beleza esteacutetica a inspiraccedilatildeo a espiritualidade e a religiatildeo8 Aleacutem
disso as invasotildees bioloacutegicas tecircm prejudicado diversas atividades humanas tais como
a pesca a aquacultura a silvicultura e a criaccedilatildeo de gado10 Visto que estas alteraccedilotildees
implicam perda ou modificaccedilatildeo de importantes bens e serviccedilos a sauacutede e o bem-estar
humano ficam em risco279
Por todos os seus impactes as espeacutecies exoacuteticas invasoras satildeo muito dispendiosas
custando agrave sociedade europeia mais de 12 mil milhotildees de euros por ano5 A boa notiacutecia
eacute que o ser humano tem a capacidade de atenuar o problema das invasotildees bioloacutegicas
sendo a prevenccedilatildeo a maneira mais eficaz econoacutemica e ambientalmente mais favoraacutevel
de lidar com este problema A prevenccedilatildeo visa impedir a introduccedilatildeo de novas espeacutecies
exoacuteticas invasoras e limitar o uso de espeacutecies jaacute introduzidas podendo incluir anaacutelises
de risco legislaccedilatildeo fiscalizaccedilatildeo e atividades de educaccedilatildeo ambiental1112 A educaccedilatildeo do
puacuteblico eacute um factor crucial no combate agraves espeacutecies exoacuteticas invasoras pois as pessoas
natildeo estando informadas nem sensibilizadas podem contribuir involuntariamente para
o agravamento da situaccedilatildeo quer introduzindo novas espeacutecies quer usando espeacutecies
exoacuteticas invasoras jaacute presentes no paiacutes
REVISTA DE CIEcircNCIA ELEMENTAR
3Revista de Ciecircncia Elementar | doi 1024927rce2018004 | marccedilo de 2018
Situaccedilatildeo em PortugalEm 1999 a legislaccedilatildeo portuguesa criou o Decreto-Lei nordm 56599 de 21 de dezembro
com o intuito de regular a introduccedilatildeo de espeacutecies natildeo nativas em Portugal listar as
espeacutecies exoacuteticas e invasoras jaacute introduzidas no paiacutes proibir a introduccedilatildeo de novas
espeacutecies bem como proibir a detenccedilatildeo criaccedilatildeo cultivo e comercializaccedilatildeo destas
espeacutecies De acordo com o Decreto-Lei supramencionado existem 364 espeacutecies exoacuteticas
em Portugal (48 espeacutecies de animais e 316 de plantas) sendo que destas apenas 33
revelam comportamento invasor13 Todavia estudos mais recentes apontam para a
presenccedila de um nuacutemero superior de espeacutecies exoacuteticas e invasoras no territoacuterio portuguecircs
confirmando a necessidade de se atualizar o Decreto-Lei em vigor
Seguidamente satildeo enumeradas algumas espeacutecies exoacuteticas invasoras de animais e
plantas existentes em Portugal Continental
Alguns dos animais exoacuteticos invasores mais conhecidos incluem o nemaacutetodo-da-madeira-
do-pinheiro (Bursaphelenchus xylophilus) a amecircijoa-asiaacutetica (Corbicula fluminea)
o caranguejo-peludo-chinecircs (Eriocheir sinensis) o lagostim-vermelho-do-Louisiana
(Procambarus clarkii) o escaravelho-da-palmeira (Rhynchophorus ferrugineus FIGURA
3A) o escaravelho-da-batateira (Leptinotarsa decemlineata) a vespa-asiaacutetica (Vespa
velutina FIGURA 3B) a tartaruga-da-Floacuterida (Trachemys scripta FIGURA 3C) o gambuacutesia
(Gambusia holbrooki) a perca-sol (Lepomis gibbosus) a truta-arco-iacuteris (Oncorhynchus
mykiss) e o periquito-de-colar (Psittacula krameri FIGURA 3D)
FIGURA 3 Espeacutecies de animais exoacuteticos invasores em Portugal A- escaravelho-da-palmeira (Rhynchophorus ferrugineus) B- vespa-asiaacutetica (Vespa velutina) C- tartaruga-da-Floacuterida (Trachemys scripta) e D- periquito-de-colar (Psittacula krameri) (fonte wikipedia)
Estas espeacutecies constituem uma das principais causas do decliacutenio da biodiversidade visto
reduzirem comunidades de espeacutecies nativas devido a predaccedilatildeo (eg tartaruga-da-Floacuterida
e lagostim-vermelho-do-Louisiana) competiccedilatildeo (tartaruga-da-Floacuterida e lagostim-verme-
lho-do-Louisiana) e transmissatildeocausa de doenccedilas (nemaacutetodo-da-madeira-do-pinheiro e
escaravelho-da-palmeira)1415
No que agraves plantas exoacuteticas invasoras diz respeito as espeacutecies mais conhecidas em
Portugal incluem a mimosa (Acacia dealbata FIGURA 4A) a acaacutecia-de-espigas (Acacia
longifolia) a austraacutelia (Acacia melanoxylon) a espanta-lobos (Ailanthus altissima) o
choratildeo-da-praia (Carpobrotus edulis FIGURA 4B) o jacinto-de-aacutegua (Eichhornia crassi-
pes) as azedas (Oxalis pes-caprae) a cana (Arundo donax) os penachos (Cortaderia
selloana FIGURA 4C) a bons-dias (Ipomoea indica FIGURA 4D) a robiacutenia (Robinia pseu-
doacacia) e o eucalipto (Eucalyptus globulus)
A B C D
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4Revista de Ciecircncia Elementar | doi 1024927rce2018004 | marccedilo de 2018
FIGURA 4 Espeacutecies de plantas exoacuteticas invasoras em Portugal A- mimosa (Acacia dealbata) B- choratildeo-da-praia (Carpobrotus edulis) C- penachos (Cortaderia selloana) e D- bons-dias (Ipomoea indica) (fonte httpinvasorasptfichas)
As plantas exoacuteticas invasoras por competirem mais eficazmente pelos recursos dispo-
niacuteveis (aacutegua luz e nutrientes) do que as espeacutecies nativas podem substituir total ou parcial-
mente as comunidades nativas do novo ecossistema Algumas plantas exoacuteticas invasoras
tambeacutem acarretam impactes nos serviccedilos ecossisteacutemicos de provisionamento (eg cho-
ratildeo-da-praia espanta-lobos e jacinto-de-aacutegua) suporte (choratildeo-da-praia jacinto-de-aacutegua
e robiacutenia) regulaccedilatildeo (choratildeo-da-praia jacinto-de-aacutegua espanta-lobos e robiacutenia) e cultu-
rais (choratildeo-da-praia jacinto-de-aacutegua e espanta-lobos)1415
REFEREcircNCIAS1 IUCN em 51st Meeting of the IUCN Council Gland Suiacuteccedila 20002 LODGE D M et al Biological invasions recommendations for US policy and management
Ecological Applications 16 6 20063 RICHARDSON D M et al Diversity and Distributions 6 20104 PIMENTEL D et al Economic and environmental threats of alien plant animal and microbe
invasions Agriculture Ecosystems and Environment 84 20015 MARCHANTE H et al Guia Praacutetico para a Identificaccedilatildeo de Plantas Invasoras em Portugal
Coimbra Portugal 20146 CBD em Subsidiary Body on Scientific Technical and Technological Advice Roma Itaacutelia 20087 MEA Ecosystems and Human Well-being ndash Synthesis Washington D C EUA 20058 PEJCHAR L MOONEY HA Trends in Ecology and Evolution 24 9 20099 VILAgrave M et al How well do we understand the impacts of alien species on ecosystem
services A pan-European cross-taxa assessment Frontiers in Ecology and the Environment 8
3 201010 BLACKBURN T M et al A Unified Classification of Alien Species Based on the Magnitude of
their Environmental Impacts PLoS Biology 12 5 201411 MINISTEacuteRIO DO AMBIENTE SECRETARIA DE BIODIVERSIDADE E FLORESTAS E COMISSAtildeO
NACIONAL DE BIODIVERSIDADE em Estrateacutegia Nacional sobre Espeacutecies Exoacuteticas Invasoras
Brasil 2009
A B
C D
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5Revista de Ciecircncia Elementar | doi 1024927rce2018004 | marccedilo de 2018
12 MARCHANTE H Invasion of Portuguese dunes by Acacia longifolia present status and
perspectives for the future Faculdade de Ciecircncias e Tecnologia da Universidade de Coimbra 201113 Ministeacuterio do Ambiente Decreto-Lei nordm 56599 de 21 de dezembro Portugal 199914 EEA EEA technical report Nordm 162012 ndash The impacts of invasive alien species in Europe15 ALMEIDA M J S The paradox of alien invasive species negative and positive effects on
biodiversity and ecossystem services Faculdade de Ciecircncias da Universidade do Porto 2013
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FIGURA 2 Etapas do processo de invasatildeo bioloacutegica (fonte httpinvasoraspto-que-sao)
A naturalizaccedilatildeo ocorre quando as barreiras ambientais natildeo impedem os indiviacuteduos de
sobreviver e quando as vaacuterias barreiras agrave reproduccedilatildeo regular satildeo ultrapassadas3 As espeacutecies
exoacuteticas naturalizadas permanecem em equiliacutebrio no novo ecossistema durante um periacuteodo
de tempo variaacutevel No entanto numa pequena fraccedilatildeo destas espeacutecies este equiliacutebrio pode
ser interrompido por um fenoacutemeno (estiacutemulo na FIGURA 2) que conduz ao raacutepido aumento da
distribuiccedilatildeo da espeacutecie iniciando-se o processo de invasatildeo propriamente dito5 Assim uma
espeacutecie exoacutetica passa a ser considerada invasora quando produz populaccedilotildees reprodutoras
numerosas e separadas (espacial e temporalmente) da inicial independentemente do grau
de perturbaccedilatildeo do meio e sem intervenccedilatildeo direta do ser humano5
As invasotildees bioloacutegicas satildeo um problema crescente em todo o mundo As espeacutecies
exoacuteticas invasoras ameaccedilam espeacutecies nativas habitats e ecossistemas6 estando
diretamente relacionadas com o decliacutenio da biodiversidade (e ateacute mesmo com a extinccedilatildeo
de diversas espeacutecies nativas1) e alteraccedilotildees dos serviccedilos ecossisteacutemicos De facto as
espeacutecies exoacuteticas invasoras natildeo soacute tecircm afetado a disponibilidade de aacutegua alimento
fibras e combustiacutevel mas tambeacutem a polinizaccedilatildeo a regulaccedilatildeo do clima a purificaccedilatildeo da
aacutegua a estabilizaccedilatildeo do solo a regulaccedilatildeo de pestes a mitigaccedilatildeo de doenccedilas bem como a
recreaccedilatildeo o turismo a beleza esteacutetica a inspiraccedilatildeo a espiritualidade e a religiatildeo8 Aleacutem
disso as invasotildees bioloacutegicas tecircm prejudicado diversas atividades humanas tais como
a pesca a aquacultura a silvicultura e a criaccedilatildeo de gado10 Visto que estas alteraccedilotildees
implicam perda ou modificaccedilatildeo de importantes bens e serviccedilos a sauacutede e o bem-estar
humano ficam em risco279
Por todos os seus impactes as espeacutecies exoacuteticas invasoras satildeo muito dispendiosas
custando agrave sociedade europeia mais de 12 mil milhotildees de euros por ano5 A boa notiacutecia
eacute que o ser humano tem a capacidade de atenuar o problema das invasotildees bioloacutegicas
sendo a prevenccedilatildeo a maneira mais eficaz econoacutemica e ambientalmente mais favoraacutevel
de lidar com este problema A prevenccedilatildeo visa impedir a introduccedilatildeo de novas espeacutecies
exoacuteticas invasoras e limitar o uso de espeacutecies jaacute introduzidas podendo incluir anaacutelises
de risco legislaccedilatildeo fiscalizaccedilatildeo e atividades de educaccedilatildeo ambiental1112 A educaccedilatildeo do
puacuteblico eacute um factor crucial no combate agraves espeacutecies exoacuteticas invasoras pois as pessoas
natildeo estando informadas nem sensibilizadas podem contribuir involuntariamente para
o agravamento da situaccedilatildeo quer introduzindo novas espeacutecies quer usando espeacutecies
exoacuteticas invasoras jaacute presentes no paiacutes
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Situaccedilatildeo em PortugalEm 1999 a legislaccedilatildeo portuguesa criou o Decreto-Lei nordm 56599 de 21 de dezembro
com o intuito de regular a introduccedilatildeo de espeacutecies natildeo nativas em Portugal listar as
espeacutecies exoacuteticas e invasoras jaacute introduzidas no paiacutes proibir a introduccedilatildeo de novas
espeacutecies bem como proibir a detenccedilatildeo criaccedilatildeo cultivo e comercializaccedilatildeo destas
espeacutecies De acordo com o Decreto-Lei supramencionado existem 364 espeacutecies exoacuteticas
em Portugal (48 espeacutecies de animais e 316 de plantas) sendo que destas apenas 33
revelam comportamento invasor13 Todavia estudos mais recentes apontam para a
presenccedila de um nuacutemero superior de espeacutecies exoacuteticas e invasoras no territoacuterio portuguecircs
confirmando a necessidade de se atualizar o Decreto-Lei em vigor
Seguidamente satildeo enumeradas algumas espeacutecies exoacuteticas invasoras de animais e
plantas existentes em Portugal Continental
Alguns dos animais exoacuteticos invasores mais conhecidos incluem o nemaacutetodo-da-madeira-
do-pinheiro (Bursaphelenchus xylophilus) a amecircijoa-asiaacutetica (Corbicula fluminea)
o caranguejo-peludo-chinecircs (Eriocheir sinensis) o lagostim-vermelho-do-Louisiana
(Procambarus clarkii) o escaravelho-da-palmeira (Rhynchophorus ferrugineus FIGURA
3A) o escaravelho-da-batateira (Leptinotarsa decemlineata) a vespa-asiaacutetica (Vespa
velutina FIGURA 3B) a tartaruga-da-Floacuterida (Trachemys scripta FIGURA 3C) o gambuacutesia
(Gambusia holbrooki) a perca-sol (Lepomis gibbosus) a truta-arco-iacuteris (Oncorhynchus
mykiss) e o periquito-de-colar (Psittacula krameri FIGURA 3D)
FIGURA 3 Espeacutecies de animais exoacuteticos invasores em Portugal A- escaravelho-da-palmeira (Rhynchophorus ferrugineus) B- vespa-asiaacutetica (Vespa velutina) C- tartaruga-da-Floacuterida (Trachemys scripta) e D- periquito-de-colar (Psittacula krameri) (fonte wikipedia)
Estas espeacutecies constituem uma das principais causas do decliacutenio da biodiversidade visto
reduzirem comunidades de espeacutecies nativas devido a predaccedilatildeo (eg tartaruga-da-Floacuterida
e lagostim-vermelho-do-Louisiana) competiccedilatildeo (tartaruga-da-Floacuterida e lagostim-verme-
lho-do-Louisiana) e transmissatildeocausa de doenccedilas (nemaacutetodo-da-madeira-do-pinheiro e
escaravelho-da-palmeira)1415
No que agraves plantas exoacuteticas invasoras diz respeito as espeacutecies mais conhecidas em
Portugal incluem a mimosa (Acacia dealbata FIGURA 4A) a acaacutecia-de-espigas (Acacia
longifolia) a austraacutelia (Acacia melanoxylon) a espanta-lobos (Ailanthus altissima) o
choratildeo-da-praia (Carpobrotus edulis FIGURA 4B) o jacinto-de-aacutegua (Eichhornia crassi-
pes) as azedas (Oxalis pes-caprae) a cana (Arundo donax) os penachos (Cortaderia
selloana FIGURA 4C) a bons-dias (Ipomoea indica FIGURA 4D) a robiacutenia (Robinia pseu-
doacacia) e o eucalipto (Eucalyptus globulus)
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FIGURA 4 Espeacutecies de plantas exoacuteticas invasoras em Portugal A- mimosa (Acacia dealbata) B- choratildeo-da-praia (Carpobrotus edulis) C- penachos (Cortaderia selloana) e D- bons-dias (Ipomoea indica) (fonte httpinvasorasptfichas)
As plantas exoacuteticas invasoras por competirem mais eficazmente pelos recursos dispo-
niacuteveis (aacutegua luz e nutrientes) do que as espeacutecies nativas podem substituir total ou parcial-
mente as comunidades nativas do novo ecossistema Algumas plantas exoacuteticas invasoras
tambeacutem acarretam impactes nos serviccedilos ecossisteacutemicos de provisionamento (eg cho-
ratildeo-da-praia espanta-lobos e jacinto-de-aacutegua) suporte (choratildeo-da-praia jacinto-de-aacutegua
e robiacutenia) regulaccedilatildeo (choratildeo-da-praia jacinto-de-aacutegua espanta-lobos e robiacutenia) e cultu-
rais (choratildeo-da-praia jacinto-de-aacutegua e espanta-lobos)1415
REFEREcircNCIAS1 IUCN em 51st Meeting of the IUCN Council Gland Suiacuteccedila 20002 LODGE D M et al Biological invasions recommendations for US policy and management
Ecological Applications 16 6 20063 RICHARDSON D M et al Diversity and Distributions 6 20104 PIMENTEL D et al Economic and environmental threats of alien plant animal and microbe
invasions Agriculture Ecosystems and Environment 84 20015 MARCHANTE H et al Guia Praacutetico para a Identificaccedilatildeo de Plantas Invasoras em Portugal
Coimbra Portugal 20146 CBD em Subsidiary Body on Scientific Technical and Technological Advice Roma Itaacutelia 20087 MEA Ecosystems and Human Well-being ndash Synthesis Washington D C EUA 20058 PEJCHAR L MOONEY HA Trends in Ecology and Evolution 24 9 20099 VILAgrave M et al How well do we understand the impacts of alien species on ecosystem
services A pan-European cross-taxa assessment Frontiers in Ecology and the Environment 8
3 201010 BLACKBURN T M et al A Unified Classification of Alien Species Based on the Magnitude of
their Environmental Impacts PLoS Biology 12 5 201411 MINISTEacuteRIO DO AMBIENTE SECRETARIA DE BIODIVERSIDADE E FLORESTAS E COMISSAtildeO
NACIONAL DE BIODIVERSIDADE em Estrateacutegia Nacional sobre Espeacutecies Exoacuteticas Invasoras
Brasil 2009
A B
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REVISTA DE CIEcircNCIA ELEMENTAR
5Revista de Ciecircncia Elementar | doi 1024927rce2018004 | marccedilo de 2018
12 MARCHANTE H Invasion of Portuguese dunes by Acacia longifolia present status and
perspectives for the future Faculdade de Ciecircncias e Tecnologia da Universidade de Coimbra 201113 Ministeacuterio do Ambiente Decreto-Lei nordm 56599 de 21 de dezembro Portugal 199914 EEA EEA technical report Nordm 162012 ndash The impacts of invasive alien species in Europe15 ALMEIDA M J S The paradox of alien invasive species negative and positive effects on
biodiversity and ecossystem services Faculdade de Ciecircncias da Universidade do Porto 2013
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Situaccedilatildeo em PortugalEm 1999 a legislaccedilatildeo portuguesa criou o Decreto-Lei nordm 56599 de 21 de dezembro
com o intuito de regular a introduccedilatildeo de espeacutecies natildeo nativas em Portugal listar as
espeacutecies exoacuteticas e invasoras jaacute introduzidas no paiacutes proibir a introduccedilatildeo de novas
espeacutecies bem como proibir a detenccedilatildeo criaccedilatildeo cultivo e comercializaccedilatildeo destas
espeacutecies De acordo com o Decreto-Lei supramencionado existem 364 espeacutecies exoacuteticas
em Portugal (48 espeacutecies de animais e 316 de plantas) sendo que destas apenas 33
revelam comportamento invasor13 Todavia estudos mais recentes apontam para a
presenccedila de um nuacutemero superior de espeacutecies exoacuteticas e invasoras no territoacuterio portuguecircs
confirmando a necessidade de se atualizar o Decreto-Lei em vigor
Seguidamente satildeo enumeradas algumas espeacutecies exoacuteticas invasoras de animais e
plantas existentes em Portugal Continental
Alguns dos animais exoacuteticos invasores mais conhecidos incluem o nemaacutetodo-da-madeira-
do-pinheiro (Bursaphelenchus xylophilus) a amecircijoa-asiaacutetica (Corbicula fluminea)
o caranguejo-peludo-chinecircs (Eriocheir sinensis) o lagostim-vermelho-do-Louisiana
(Procambarus clarkii) o escaravelho-da-palmeira (Rhynchophorus ferrugineus FIGURA
3A) o escaravelho-da-batateira (Leptinotarsa decemlineata) a vespa-asiaacutetica (Vespa
velutina FIGURA 3B) a tartaruga-da-Floacuterida (Trachemys scripta FIGURA 3C) o gambuacutesia
(Gambusia holbrooki) a perca-sol (Lepomis gibbosus) a truta-arco-iacuteris (Oncorhynchus
mykiss) e o periquito-de-colar (Psittacula krameri FIGURA 3D)
FIGURA 3 Espeacutecies de animais exoacuteticos invasores em Portugal A- escaravelho-da-palmeira (Rhynchophorus ferrugineus) B- vespa-asiaacutetica (Vespa velutina) C- tartaruga-da-Floacuterida (Trachemys scripta) e D- periquito-de-colar (Psittacula krameri) (fonte wikipedia)
Estas espeacutecies constituem uma das principais causas do decliacutenio da biodiversidade visto
reduzirem comunidades de espeacutecies nativas devido a predaccedilatildeo (eg tartaruga-da-Floacuterida
e lagostim-vermelho-do-Louisiana) competiccedilatildeo (tartaruga-da-Floacuterida e lagostim-verme-
lho-do-Louisiana) e transmissatildeocausa de doenccedilas (nemaacutetodo-da-madeira-do-pinheiro e
escaravelho-da-palmeira)1415
No que agraves plantas exoacuteticas invasoras diz respeito as espeacutecies mais conhecidas em
Portugal incluem a mimosa (Acacia dealbata FIGURA 4A) a acaacutecia-de-espigas (Acacia
longifolia) a austraacutelia (Acacia melanoxylon) a espanta-lobos (Ailanthus altissima) o
choratildeo-da-praia (Carpobrotus edulis FIGURA 4B) o jacinto-de-aacutegua (Eichhornia crassi-
pes) as azedas (Oxalis pes-caprae) a cana (Arundo donax) os penachos (Cortaderia
selloana FIGURA 4C) a bons-dias (Ipomoea indica FIGURA 4D) a robiacutenia (Robinia pseu-
doacacia) e o eucalipto (Eucalyptus globulus)
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FIGURA 4 Espeacutecies de plantas exoacuteticas invasoras em Portugal A- mimosa (Acacia dealbata) B- choratildeo-da-praia (Carpobrotus edulis) C- penachos (Cortaderia selloana) e D- bons-dias (Ipomoea indica) (fonte httpinvasorasptfichas)
As plantas exoacuteticas invasoras por competirem mais eficazmente pelos recursos dispo-
niacuteveis (aacutegua luz e nutrientes) do que as espeacutecies nativas podem substituir total ou parcial-
mente as comunidades nativas do novo ecossistema Algumas plantas exoacuteticas invasoras
tambeacutem acarretam impactes nos serviccedilos ecossisteacutemicos de provisionamento (eg cho-
ratildeo-da-praia espanta-lobos e jacinto-de-aacutegua) suporte (choratildeo-da-praia jacinto-de-aacutegua
e robiacutenia) regulaccedilatildeo (choratildeo-da-praia jacinto-de-aacutegua espanta-lobos e robiacutenia) e cultu-
rais (choratildeo-da-praia jacinto-de-aacutegua e espanta-lobos)1415
REFEREcircNCIAS1 IUCN em 51st Meeting of the IUCN Council Gland Suiacuteccedila 20002 LODGE D M et al Biological invasions recommendations for US policy and management
Ecological Applications 16 6 20063 RICHARDSON D M et al Diversity and Distributions 6 20104 PIMENTEL D et al Economic and environmental threats of alien plant animal and microbe
invasions Agriculture Ecosystems and Environment 84 20015 MARCHANTE H et al Guia Praacutetico para a Identificaccedilatildeo de Plantas Invasoras em Portugal
Coimbra Portugal 20146 CBD em Subsidiary Body on Scientific Technical and Technological Advice Roma Itaacutelia 20087 MEA Ecosystems and Human Well-being ndash Synthesis Washington D C EUA 20058 PEJCHAR L MOONEY HA Trends in Ecology and Evolution 24 9 20099 VILAgrave M et al How well do we understand the impacts of alien species on ecosystem
services A pan-European cross-taxa assessment Frontiers in Ecology and the Environment 8
3 201010 BLACKBURN T M et al A Unified Classification of Alien Species Based on the Magnitude of
their Environmental Impacts PLoS Biology 12 5 201411 MINISTEacuteRIO DO AMBIENTE SECRETARIA DE BIODIVERSIDADE E FLORESTAS E COMISSAtildeO
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REVISTA DE CIEcircNCIA ELEMENTAR
5Revista de Ciecircncia Elementar | doi 1024927rce2018004 | marccedilo de 2018
12 MARCHANTE H Invasion of Portuguese dunes by Acacia longifolia present status and
perspectives for the future Faculdade de Ciecircncias e Tecnologia da Universidade de Coimbra 201113 Ministeacuterio do Ambiente Decreto-Lei nordm 56599 de 21 de dezembro Portugal 199914 EEA EEA technical report Nordm 162012 ndash The impacts of invasive alien species in Europe15 ALMEIDA M J S The paradox of alien invasive species negative and positive effects on
biodiversity and ecossystem services Faculdade de Ciecircncias da Universidade do Porto 2013
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FIGURA 4 Espeacutecies de plantas exoacuteticas invasoras em Portugal A- mimosa (Acacia dealbata) B- choratildeo-da-praia (Carpobrotus edulis) C- penachos (Cortaderia selloana) e D- bons-dias (Ipomoea indica) (fonte httpinvasorasptfichas)
As plantas exoacuteticas invasoras por competirem mais eficazmente pelos recursos dispo-
niacuteveis (aacutegua luz e nutrientes) do que as espeacutecies nativas podem substituir total ou parcial-
mente as comunidades nativas do novo ecossistema Algumas plantas exoacuteticas invasoras
tambeacutem acarretam impactes nos serviccedilos ecossisteacutemicos de provisionamento (eg cho-
ratildeo-da-praia espanta-lobos e jacinto-de-aacutegua) suporte (choratildeo-da-praia jacinto-de-aacutegua
e robiacutenia) regulaccedilatildeo (choratildeo-da-praia jacinto-de-aacutegua espanta-lobos e robiacutenia) e cultu-
rais (choratildeo-da-praia jacinto-de-aacutegua e espanta-lobos)1415
REFEREcircNCIAS1 IUCN em 51st Meeting of the IUCN Council Gland Suiacuteccedila 20002 LODGE D M et al Biological invasions recommendations for US policy and management
Ecological Applications 16 6 20063 RICHARDSON D M et al Diversity and Distributions 6 20104 PIMENTEL D et al Economic and environmental threats of alien plant animal and microbe
invasions Agriculture Ecosystems and Environment 84 20015 MARCHANTE H et al Guia Praacutetico para a Identificaccedilatildeo de Plantas Invasoras em Portugal
Coimbra Portugal 20146 CBD em Subsidiary Body on Scientific Technical and Technological Advice Roma Itaacutelia 20087 MEA Ecosystems and Human Well-being ndash Synthesis Washington D C EUA 20058 PEJCHAR L MOONEY HA Trends in Ecology and Evolution 24 9 20099 VILAgrave M et al How well do we understand the impacts of alien species on ecosystem
services A pan-European cross-taxa assessment Frontiers in Ecology and the Environment 8
3 201010 BLACKBURN T M et al A Unified Classification of Alien Species Based on the Magnitude of
their Environmental Impacts PLoS Biology 12 5 201411 MINISTEacuteRIO DO AMBIENTE SECRETARIA DE BIODIVERSIDADE E FLORESTAS E COMISSAtildeO
NACIONAL DE BIODIVERSIDADE em Estrateacutegia Nacional sobre Espeacutecies Exoacuteticas Invasoras
Brasil 2009
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12 MARCHANTE H Invasion of Portuguese dunes by Acacia longifolia present status and
perspectives for the future Faculdade de Ciecircncias e Tecnologia da Universidade de Coimbra 201113 Ministeacuterio do Ambiente Decreto-Lei nordm 56599 de 21 de dezembro Portugal 199914 EEA EEA technical report Nordm 162012 ndash The impacts of invasive alien species in Europe15 ALMEIDA M J S The paradox of alien invasive species negative and positive effects on
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