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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4 Cadernos PDE VOLUME I

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4Cadernos PDE

VOLU

ME I

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DESAFIOS DE QUEM TRABALHAM COM A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA ESCOLA

Autora: Olivia Rodrigues1 Orientadora: Mafalda Nesi Francischett2

Resumo

Este artigo é resultado de uma proposta de trabalho em Educação Ambiental, que iniciou com um diagnóstico o qual mostrou o que os educandos entendiam sobre os conceitos de: natureza, meio ambiente, problemas ambientais e Educação Ambiental. Após a análise do diagnóstico citado, esses temas foram amplamente trabalhados, através de atividades como a interpretação de poesias e debates. Aprimorou-se, com isso, a definição dos conceitos mencionados, relacionando-os com a realidade dos educandos e levantando-se possíveis problemas no meio ambiente da escola, no entorno desta, e no bairro onde eles residem. Realizaram-se, aulas de campo nos locais citados, para verificar a real existência dos problemas ambientais, sendo que durante os referidos estudos do meio, cada educando elaborou seu relatório e no retorno todos tiveram a oportunidade de expor suas idéias e preencheu-se um quadro de ações, do que pode ser estudado e feito para amenizar os problemas ambientais encontrados nos locais visitados e demais espaços. Foi desta maneira, incorporando as sugestões e apontamentos dos educandos, que se decidiu estudar sobre o lixo e a problemática da água, através de diversas atividades, utilizando-se de diferentes metodologias e recursos tecnológicos disponíveis na escola, visando promover neles, uma nova consciência ambiental. Contudo, a ação não se encerra. O grande desafio continuará ser o de mudar atitudes e fazer com que educandos entendam o processo.

Palavras-chave: Educação Ambiental; Natureza; Espaço Geográfico.

Abstract

This article is the result of a proposal for work in environmental education that started

1 Especialista no Ensino da Geografia e Pedagogia Escolar, graduada em Geografia, professora de Geografia na Escola Estadual Vinícius de Moraes. 2 Doutora em Geografia, professora de Graduação em Geografia da Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE, Campus de Francisco Beltrão.

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with a diagnosis which showed that students understood the concepts of: nature, environment, environmental problems, and Environmental Education. After the analysis of the diagnosis above, these subjects were worked through activities such as interpretation of poetry and debates. It was improved, with this, the definition of the concepts mentioned, relating them to the reality of students and rising potential problems in the school environment, in this environment and in the district where they live. There were field classes in the places listed to verify the actual existence of environmental problems, and during those environmental studies, each student prepared your report and at return everybody had opportunity to present their ideas and to fill a chart with actions that can be studied and done to ease the environmental problems found in those places and other space. It was this way, incorporating the suggestions and notes of the students, that decided to study about the garbage and the problem of water, many activities were developed using different methodologies and resources technological available in school, to promote in them a new environmental conscience. However, the action does not end. The major challenge will continue to be the changing attitudes and to make with that students understand the process.

Keywords: Environmental Education; Nature; Geographical Space.

1 Introdução

Nas últimas décadas do século XX, a discussão sobre a preservação

ambiental teve grandes avanços nas escolas públicas e privadas. Governos de

diversos países, ONGs, empresas de vários ramos de atuação, engajaram-se em

debates e produção de materiais, através de discussões em encontros, seminários e

outros tipos de eventos.

Sabe-se que a veiculação de informações, muita vezes fragmentadas,

apresentadas pela mídia não gera ações comprometedoras de preservação do meio

ambiente. Existem múltiplos problemas socioambientais no espaço geográfico,

inclusive dentro da própria escola, como exemplo a questão do lixo que a

comunidade escolar produz em grande quantidade e ainda não consegue formar o

hábito de separar, colocando-o em lugar apropriado, até mesmo nem oferece

possibilidade para isto.

Os meios de comunicação produzem informações que conduzem ao

consumismo. A escola acaba reproduzindo as mesmas atitudes, deixando de

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realizar sua função social de construção da cidadania socioambiental participativa,

não consegue dar conta de trabalhar Educação Ambiental relacionando teoria e

prática.

A falta de comprometimento está em muitos setores da sociedade e na

forma da conduta de cada indivíduo ao tomar decisões que impliquem em deixar o

comodismo e optar por atitudes de cuidados com o meio ambiente. Este é o grande

desafio das aulas de Geografia: possibilitar ao educando mais do que a simples

informação. Partir do que ele já conhece sobre o assunto e das características

ambientais do local onde reside, bem como estudar os conceitos de lugar,

paisagem, natureza e sociedade, formular e concretizar ações educativas

ambientais.

Nesta pesquisa ressalta-se a importância do conceito de paisagem, de

acordo com Santos (2006), é um conjunto de forma que num dado momento

exprime as heranças que representam as sucessivas relações localizadas entre o

homem e a natureza.

Na abordagem geográfica, Mendonça (1994) define por meio ambiente a

descrição do quadro natural do planeta compreendido pelo relevo, clima, vegetação,

hidrografia, fauna e flora dissociadamente do homem ou de qualquer sociedade

humana. No entanto este é alterado constantemente pela ação do homem e tal

modificação reflete o consumismo da população mundial. Considerando a

necessidade de uma consciência socioambiental crítica:

Educação Ambiental Crítica volta-se para uma ação reflexiva (teoria e prática – práxis) de intervenção em uma realidade complexa; é coletiva: seu conteúdo está para além dos livros, na realidade socioambiental derrubando os muros das escolas. É uma Educação política voltada para a transformação da sociedade em busca da sustentabilidade (GUIMARAES, 2005, p.102).

O fato é que os problemas socioambientais surgem de processos históricos

e culturais nas relações sociedade-natureza. É preciso que haja mobilização de

educandos/educadores para a participação em organizações sociais e políticas, que

busquem amenizar ou solucionar essa questão, considerando que ela incorpora

também dimensões ecológicas e éticas. Desta maneira as aulas de Geografia

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estarão sintonizadas com a vida, além dos livros didáticos e muros da escola,

atingindo seus verdadeiros objetivos (GUIMARÃES, 2005).

Os desafios para trabalhar a Educação Ambiental são muitos, porque exige

uma mudança de postura. É necessário o envolvimento de toda a escola que deve

disponibilizar material adequado, tempo e espaço para que o trabalho aconteça.

Também que as metas na Educação Ambiental faça parte do Projeto Político

Pedagógico da Escola e principalmente é preciso que haja entendimento do que

será trabalhado e desenvolvido, pela comunidade escolar.

O que vem acontecendo de forma geral é que a escola não tem dado conta

da teoria-prática na Educação Ambiental. Acredita-se que os educadores ficam

ainda muito presos em repassar informação.

O processo de informar não implica necessariamente engajamento, ação; os indivíduos que recebem a informação normalmente assumem uma posição passiva, pois não é exigido ou não são desencadeados mecanismos que os envolvam numa ação concreta. Educar, entretanto envolve receber a informação, trabalhá-la, interpretá-la e agir em decorrência da interpretação a que se chegou (DALLCORTE, 2003, p. 37).

Outro fator relevante são as muitas funções sociais que sobrecarregam as

instituições de ensino que acabam não dando conta de relacionar o conhecimento

com o cotidiano do aluno. Deve-se considerar também que a escola sozinha não

consegue resolver todos os problemas ambientais, é preciso estabelecer parcerias

com outras instituições. Acredita-se, no entanto, que desenvolvendo diversas

metodologias de acordo com a realidade da turma que está sendo trabalhada, pode

ser possível sensibilizar para atitudes concretas em relação aos problemas

socioambientais existentes.

2 Reflexão Teórica

O modelo de desenvolvimento implantado pelo capitalismo é poluidor,

predatório e injusto principalmente com a população menos favorecida, prejudicando

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de forma muito intensa o meio ambiente. Por isso a problemática ambiental vem

gerando grandes preocupações, pois é uma questão de sobrevivência. Justifica-se

então a urgência de realizar um trabalho que desperte para esta consciência

ambiental. Segundo Tamaio (2002) [...] a Educação Ambiental saiu de um estágio de

“conhecimento em nebulosa”, na década de 80 para um momento de área do

conhecimento “em institucionalização” na década de 90.

Portanto, sendo a escola um espaço privilegiado para acontecer reflexão e

produção do conhecimento a mesma tem a obrigação de trazer para as suas

discussões o referido problema. Conforme explica Mendonça (1994) a Geografia

desde a sua origem tem tratado esta temática elegendo-a de maneira geral, como

uma de suas principais preocupações. É preciso então que o educador desta

disciplina esteja atento para em momentos oportunos estar trabalhando de forma

concreta os problemas ambientais, partindo sempre da idéia apontada por Junior e

Sato (2009) [...] não podemos esquecer que problemas locais demandam soluções

locais, pois a proposta imposta ou produzida distantes das realidades específicas

não tem surtido efeito.

Considera-se que as possibilidades de mudanças comportamentais em

relação ao meio ambiente podem acontecer quando o educando é capaz de

estabelecer relação entre o conhecimento adquirido em sala de aula e o seu

cotidiano. Mas para que as práticas no processo educacional possam ter realmente

resultado positivo é preciso levar em conta o que afirmam as Diretrizes Curriculares

da Educação Básica (DCEs) do Estado do Paraná:

A abordagem geográfica deste conteúdo estruturante destaca que meio ambiente não se refere a somente a questões naturais. Ao entender meio ambiente pelos aspectos sociais e econômicos, os problemas sociambientais passam a determinar também questões de pobreza, da fome, do preconceito das diferenças culturais, materializadas no espaço geográfico (PARANÁ, 2008, p. 72).

Destaca-se desta maneira a necessidade de conhecer a realidade que irá

atuar para discutir com os educandos e promover metodologias que facilitem a

compreensão e percepção dos problemas socioambientais do lugar onde vivem e

demais espaços em sua totalidade.

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O conceito de natureza que está presente nas Diretrizes Curriculares do

Estado do Paraná, proferido por Mendonça (2002) é entendida como um conjunto de

elementos naturais que possuem em sua origem uma dinâmica própria que

independe da ação humana, mas que, na atual fase histórica do capitalismo acaba

por ser reduzida apenas à idéia de recursos.

Para trabalhar com os educandos o conceito de natureza torna-se

necessário intervir no sentido de resgatar as transformações históricas ocorridas no

meio natural, que vem ocasionando degradações ambientais em função do

capitalismo. Isto é, deve-se sair de uma visão “ingênua” que muitas vezes está

embutida no próprio educador ambiental, a de uma natureza romântica, que valoriza

apenas uma beleza ética e estética e entender o que a natureza realmente é, bem

como, o seu verdadeiro valor na vida do ser humano.

Portanto, a construção do conceito de natureza com os educandos depende

do conhecimento do educador, que irá mediar esta ação. Sendo que o mesmo deve

capacitar os alunos para que a partir do que é natureza possam ter práticas

cotidianas, inseridas na problemática ambiental da atualidade. Devido à escola ser

um lugar que favorece para que os conceitos sejam pensados, elaborados e

internalizados, acredita-se que é possível à compreensão de natureza e a definição

de educação ambiental emancipatória ou transformadora:

A educação ambiental transformadora é aquela que possui um conteúdo emancipatório, em que a dialética entre forma e o conteúdo se realiza de tal maneira que as alterações da atividade humana, vinculada ao fazer educativo, impliquem em mudanças individuais e coletiva, locais e globais, estruturais e conjunturais, econômicas e culturais (LOUREIRO, 2006, p. 89).

Mas a grande questão é: como provocar mudanças individuais e coletivas,

locais e globais em relação ao meio ambiente? Percebe-se que é uma tarefa não

muito fácil, mas possível de buscar caminhos, pois é preciso encontrar maneiras que

sensibilizem os educandos sobre os problemas ambientais existentes assim como

formas de solucionar ou minimizar determinadas situações. Considera-se então que:

Educação Ambiental é ressensibilização, tomada de consciência existencial, de como podem ser criados modos de ser, modos de vida, onde o cultivo

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das emoções positivas, dos valores da vida simples do que nossa tradição herdou (PELIZZOLI, 2009, p.12-13).

Torna-se importante ressaltar que a educação ambiental vem sendo

cogitada desde a década de 80, tomou um maior posicionamento na década de 90

(TAMAIO, 20002), mas até hoje na prática aconteceram poucas mudanças, acredita-

se que é o resultado de um mundo capitalista em que o lucro concentra-se nas mãos

de uma minoria e os prejuízos ambientais atingem grande parte da população,

especialmente o povo mais necessitado, que vivem na marginalização e pobreza.

De acordo com a afirmação de Medeiros e Sato é necessário “[...] construir

outro ser humano, que possa estar integrado à natureza natural e em si mesmo [...]”

(MEDEIROS e SATO, 2009, p.13). O educador ambiental não pode deixar de

acreditar que o citado pelo autor é possível acontecer, mas para isso é preciso

desenvolver conteúdos com abordagens metodológicas relevantes que despertem

para um homem novo, capaz de novas práticas de vida. Sem esquecer que a sala

de aula é um espaço heterogêneo composto por sujeitos com diferentes formas de

aprendizagem.

Considera-se que a educação ambiental emancipatória deve buscar também

a solidariedade a valorização de todos, lembrando que envolve também questões

políticas.

O ser humano afastou-se da natureza esquecendo que também faz parte dela. Devido ao modelo consumista, que valoriza a acumulação de bens, a competição excessiva e o individualismo, o ser humano está perdendo a noção de respeito e solidariedade querendo sempre ter mais não importando como e o que tenha que fazer para conseguir tudo aquilo que almeja (OLIVEIRA e SATO, 2009, p. 72).

Através da educação ambiental transformadora e emancipatória é preciso

acontecer reflexões permanentes que proporcionem ao ser humano o entendimento

de que ele é a própria natureza, retirando a idéia de que a mesma está apenas ao

seu redor. No entanto se faz necessário entender também toda a complexidade e a

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vida em sua totalidade estabelecendo sempre um diálogo entre a teoria e a prática,

desta maneira resgatando o respeito e a solidariedade.

É idealismo ingênuo e simplista acreditar à educação a “salvação do planeta”. Por ser um processo de aprendizagem com o outro e pelo outro, mediado com o mundo, e, portanto, algo intrínseco à realização da natureza humana, é fundamental e primordial, no entanto, sua centralidade só ganha concretude à medida que entendemos no seu movimento de definição e objetivação na história (LOUREIRO, 2006, p. 97).

Diante desta afirmação é importante destacar que cada segmento da

sociedade deve fazer a sua parte, isto é, cumprir a sua função social, por isso é

fundamental que a escola estabeleça parcerias com as famílias e outras instituições,

que com certeza obterá melhores resultados, amenizando um pouco o intenso

consumismo e o individualismo que gera desequilíbrio ambiental, comprometendo a

vida no Planeta Terra.

A necessidade de Educação Ambiental hoje não é apenas um assunto a ser discutido na escola e levado a casa do estudante, mas também é coerente, econômico e comercialmente, uma vez que empresas que apresentam selo de qualidade ambiental possuem referência no mercado consumidor, além do trabalho social que as mesmas efetuam. Cursos para funcionários, administração de recursos com fins de gastos energéticos, materiais para escritórios são observados em micros e grandes empresas de qualquer setor (GOMES, CARDOSO, SILVA, Et. Al. 2009 p. 81, 82).

Algumas empresas já estão se organizando em relação à preservação do

meio ambiente, mas o grande problema é que o capitalismo desenfreado começou

sem nenhum planejamento ambiental. O homem pensando apenas no lucro

implantou um modelo de desenvolvimento predatório, poluidor, usando o planeta

como um lixeiro infinito, por isso é urgente uma tomada de consciência por parte de

todos, pois o que se percebe é que as mudanças de hábitos em relação ao meio

ambiente são ainda de forma muito lenta, tanto na educação, quanto no setor

empresarial e comercial.

Conforme Pelizzoli (2009): educação não é o mesmo que informação. A

informação é apenas um ponto básico, mas não o principal [...]. O trabalho que

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acontece muitas vezes com a problemática socioambiental na escola, são aulas

muito teóricas, com baixa reflexão entre a informação e a prática, isto é, falta

sensibilização, para que ação aconteça. Segundo Guimarães e Vasconcellos (2006),

para discutir e se engajar como cidadão no enfrentamento dos problemas

socioambientais, a população precisa estar cientificamente alfabetizada,

politicamente consciente e engajada.

O que pode estar acontecendo também com a educação é o acumulo de

funções sociais que recaem sobre a escola e a mesma pode não estar dando conta

de tantas reflexões para alfabetizar um cidadão pleno, para a compreensão de todos

os contextos que o mundo contemporâneo exige. Neste sentido justifica-se a forma

fragmentada que a Educação Ambiental vem sendo trabalhada no cotidiano escolar.

Considerando a importância que tem o trabalho sobre o meio ambiente para

a sobrevivência do planeta, é urgente que as escolas incluam esta temática nas

suas práticas pedagógicas. Para isso torna-se fundamental que os estabelecimentos

de ensino especifiquem a abordagem deste tema tão significativo no Projeto Político

Pedagógico, estabelecendo inclusive os critérios e práticas adequadas aos valores,

modo de vida e necessidades dos alunos, de acordo com a realidade da

comunidade escolar.

O grande desafio para os educadores é criar metodologias que despertem

para consciência ambiental, e que tornem o ensino aprendizagem, alegre dinâmico e

prazeroso, pois segundo Silva e Leite (2009) o alicerce é a afetividade. Só por meio

da sensibilização é que o processo educativo promove mudanças [...]. É preciso

harmonia na convivência entre as pessoas e o meio natural, para que aconteça o

respeito e o compromisso com a preservação ambiental. A escola trabalhando a

partir desta idéia tem grande potencial para buscar dinâmicas, que favoreçam a

aprendizagem em relação ao meio Ambiente, conduzindo para ações concretas.

O crescimento populacional no último século aliado ao uso não sustentável dos recursos naturais pode gerar o esgotamento dos mesmos e o aumento vertiginoso de geração de resíduos das mais diversas naturezas, que determinam um processo de deterioração do meio ambiente com sérias implicações na qualidade de vida do homem (EVANGELISTA, 2009, p. 152).

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O homem intensifica cada vez mais a exploração da natureza em busca de

matéria prima para produzir bens de consumo em grande quantidade para satisfazer

as mordomias de uma classe privilegiada que gera grande quantidade de lixo. Uma

das alternativas que podem ajudar a resolver este problema é a reciclagem do lixo.

Enfim, a educação ambiental tem um amplo campo de atuação, pois são inúmeros

problemas a serem resolvidos, cabe ao educador ter coragem e ousadia para

enfrenta o trabalho sem desanimar, considerando que o resultado pode não surgir

como o esperado ou demorar algum tempo para frutificar.

3 Aspectos Metodológicos

Esta proposta foi efetivada com um grupo de educandos da 7ª série, da

Escola Vinícius de Morais, situada no bairro Santa Luzia da cidade de Dois Vizinhos

– PR, no ano de 2010. Os educandos do período da manhã foram convidados para

vir em turno contrário, em uma tarde por semana para trabalhar conosco o tema

deste projeto. Formamos uma turma de 15 educandos.

O ponto de partida foi diagnosticar o conhecimento prévio sobre: Natureza,

Meio ambiente, Educação Ambiental e Problemas Ambientais. O referido diagnóstico

aconteceu através de questionários, de desenhos e/ou textos, para o educando

expressar a partir de seu contexto sócio-ambiental, a visão que possui de cada tema

mencionado.

Após o diagnóstico foi trabalhado com o grupo de alunos o texto: “Quem

corta a mata ajuda a piorar” (autor desconhecido). Na seqüência formou-se um

círculo com os referidos alunos para realizar discussões, mediações e a partir das

idéias do texto ampliar coletivamente o conhecimento dos conceitos apresentados

no texto.

Com a poesia: Que Bicho Vai Pegar?! Cada aluno destacou o que mais

chamou atenção na poesia e justificou. Após os alunos terem clareza dos conceitos

trabalhados, solicitou-se que os mesmos apontassem por escrito, os possíveis

problemas ambientais existentes, na comunidade escolar, no bairro onde vivem, e

em outros espaços.

Mapeou-se, com eles, um roteiro de visitas no entorno da escola e no bairro

para detectar a real existência dos problemas ambientais apontados no diagnóstico.

Sendo que no final de cada visita realizou-se um levantamento sobre os reais

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problemas encontrados. Construiu-se um quadro, com o que poderia ser estudado

no decorrer de nossos encontros, especificando os problemas ambientais a serem

abordados.

A seguir um exemplo do quadro, que foi preenchido pelos alunos, a partir de

seus apontamentos:

O quê? Onde? Como?

Diagnóstico sobre o conhecimento prévio dos alunos sobre Natureza, Educação Ambiental e Problemas Ambientais.

Na sala de aula.

Através de

questionários, de desenhos e de textos.

Estudo de meio No entorno e dependências da escola e no bairro

Através de visitas a campo e relatórios

Quadro nº 01 - Quadro Interativo Fonte: Olivia Rodrigues, 2011.

4 Alguns resultados

Os educandos selecionados da 7ª série iniciaram o projeto demonstrando

muito entusiasmo na realização das atividades. Ao serem questionados alguns

definiram que:

Natureza é plantas, árvores flores e onde moram os animais e rios. (Maria da Silveira); Natureza para mim é a floresta, é mais árvores. É a onde tudo tem verde e não tem fumaças de máquinas e nem peças estragadas de carro. (Patrícia Souza); Natureza é um ambiente onde vivem milhares de animais selvagens e claro as flores plantas etc. (Edna Alencar).

Ao analisar o que os alunos expressaram do que pensam sobre que é Natureza

percebe-se neles uma visão romântica, não citam o homem como parte integrante da

mesma.

Em seguida apontaram o que entendem por Meio Ambiente:

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O Meio Ambiente faz parte tudo, a nossa casa, a escola, as ruas e a natureza é um grande elemento para o Meio Ambiente (Carla Maria B); É o mundo onde a gente vive (Luana Barbosa); Meio ambiente é o ar que respiramos... (Eduardo Carneiro).

Percebeu-se nos depoimentos dos educandos da 7ª série, que possuem

conhecimento do que realmente é o Meio Ambiente. Solicitou-se que apresentassem

o entendimento que possuem a respeito de problemas ambientais e educação

ambiental, alguns manifestaram que:

Problemas Ambientais são queimadas, destruição, fumaças no ar, lixo nas ruas e muito mais. Educação Ambiental é cuidar o meio ambiente, reciclagem e não poluir o ambiente (Jéssica Baliam); Educação Ambiental é quando não jogamos lixo no chão, quando não desperdiçamos água (Jussara Zanaga); O nosso ambiente tem vários problemas, temos muitas queimadas, as pessoas soltam balões e isso é crime. Colocam lixo nas encostas e quando chove a água leva. Educação Ambiental é quando as pessoas aprendem que todos são donos do mundo e queremos ele limpo (Gleide Correia da Luz).

Após o diagnostico sobre o que os educandos pensam ou já sabem sobre os

conceitos de Natureza, Meio Ambiente, Problemas Ambientais e Educação

Ambiental, procurou-se aprimorar com eles os conhecimentos já existentes a partir

de um trabalho de leitura, interpretação e reflexão da poesia:

QUE BICHO VAI PEGAR?! (Autor: Adelar Massaroli)

Na conquista por espaço, glória fama e fracasso, existem em todo lugar. Todos buscando o seu conforto, o perigo perto e solto, e poucos sabem lidar. O ser humano é inteligente, mas nem do próprio ambiente, ele consegue organizar. O inocente é que mais paga, até do cara que estraga, às vezes tem que cuidar. O joio atrapalha o trigo, por isso, conforto e perigo, ficou difícil separar. Entre certeza e incertezas, as transformações da natureza, já começaram a complicar. Está ficando perigoso, ser medroso ou corajoso, de nada vai adiantar.

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Pobre, ou rico, manso ou valente até mosquito já mata gente, e tem mais bicho pra picar! Com as mudanças do ambiente, insetos mais resistentes, começaram a proliferar. Os pequenos invasores são os grandes transmissores, difíceis de controlar. Entre surtos de epidemia, doenças que contagiam, atacam para matar. Inocente, acusado ou suspeito, se continuarmos desse jeito, o bicho vai nos pegar! Cólera, dengue, malária, a vida fica precária, o inseto vira um gigante. Herbicidas ou pesticidas, o lucro acima da vida, o cenário é preocupante. O modelo sustentável seria o sistema viável, se não fosse o ignorante. Mesmo que o homem se engane e minta, espécies que estão extintas, um dia já foram bastante! No mundo do descartável, é caótico e lamentável, o descaso ambiental. Embalagem por todos os lados, e esta falta de cuidados, tornou-se coisa normal. Diante de tanto lixo, tem gente criando o bicho, para depois sofrer o mal. A selvageria chegou à elite, e o planeta no limite, muito perto do final! As áreas de risco aumentaram, com isso mais sofrimento, afeta tantas pessoas. São tragédias e catástrofes, epidemias e desastres, a natureza não perdoa. A água potável mais escassa, o consumo aumenta em massa, todos querem água boa. A água que salva mata, mas água, clima e mata, são dependentes das pessoas.

A leitura da poesia, foi um momento de debate com os educandos referente

aos conceitos questionados anteriormente, por isso em grupos encontraram

definições que aparecem na mesma sobre os problemas ambientais, justificando os

sentidos das palavras destacadas. Em seguida houve análise e discussão com a

turma do sentido das palavras apresentadas pelos grupos.

Os educandos foram desafiados a apontar possíveis problemas

socioambientais existentes, na escola, no seu entorno, no bairro onde vivem e em

outros espaços, sendo que os mais citados por eles foram à problemática do lixo,

poluição sonora, poluição no ar, falta de lixeiro, falta de arborização, desmatamento,

queimadas, poluição da água, falta de água potável, falta de respeito, desperdício de

água, poluição de fábricas, poluição nos rios.

Considerando que a aula de campo é um recurso essencial para o educador

trabalhar Geografia, porque integra teoria e prática e por ser um momento de

visualizar o que foi discutido em sala de aula, facilitando assim o processo de ensino

aprendizagem, uma vez que o educando deve se perceber como participante do

espaço em que estuda, onde os fenômenos que ali ocorrem são resultados da vida e

do trabalho dos homens. Lembrando também que as Diretrizes Curriculares do

Estado do Paraná, a respeito desse assunto, destacam que:

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A aula de campo é um importante encaminhamento metodológico para analisar a área de estudo (urbana ou rural), de modo que o aluno poderá diferenciar, por exemplo, paisagem de espaço geográfico. Parte-se de uma realidade local bem definida para investigar a sua constituição histórica e realizar comparações com outros lugares, próximas ou distantes (DCE de Geografia, 2008 p.80- 81).

Por isso após convidar os educandos para realizar aula de campo, o

primeiro passo foi deixar claro o máximo possível sobre os objetivos da saída a

campo, orientando o processo de observação de determinados elementos referentes

aos problemas ambientais que poderiam existir no trajeto, a anotação e descrição

dos mesmos. Discutimos também que roteiro seguir, horário, quando e de que

maneira ir, o que levar, como se vestir e resultados esperados.

Mapeaou-se com os eles os locais por onde foram realizadas as visitas.

Uma observação importante é que antes da saída com os educandos foi percorrido

o trajeto para verificar e anotar o tempo necessário e problemas ambientais que

chamaria a atenção dos mesmos para auxiliar-los durante a aula de campo, a fim de

que não perdessem o foco e o direcionamento da atenção aos aspectos essenciais

do trabalho.

A seguir, as fotos de registro dos problemas ambientais encontrados nas

aulas de campo no entorno da escola e no bairro onde vivem os alunos:

Foto nº 01 - Lixo a céu aberto

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Fonte: Olivia Rodrigues- setembro/2010.

Foto nº 02 - Falta de organização nos lixos que devem ser recolhidos pela prefeitura: Fonte: Olivia Rodrigues – setembro/2010.

Foto nº 03 - Lixo na calçada da entrada da escola e falta de arborização. Fonte: Olivia Rodrigues – setembro/2010

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Foto nº 04 - Lixo no ralo do pátio da escola. Fonte: Olivia Rodrigues – setembro/2010.

Foto nº 05 - Lixo nas encostas do bairro. Fonte: Olivia Rodrigues - setembro/2010

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Foto nº 06 - Lixo depositado em local inadequado Fonte: Olivia Rodrigues – setembro/2010

Foto nº 07- Lixo a céu aberto Fonte: Olivia Rodrigues - setembro/2010

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Foto nº 08 - Falta de calçamento (infraestrutura) na rua atrás da escola Fonte: Olivia Rodrigues – setembro/2010

No retorno de cada saída a campo, as fotos tiradas no caminho percorrido

foram visualizadas no aparelho data show e discutidas com os educandos sobre os

problemas ambientais que estavam explicitando. Também conforme já citado na

metodologia foi preenchido, com eles, o quadro interativo sobre os problemas

ambientais encontrados na realidade onde vivem.

O quê? Onde? Como? Lixos e entulhos

Na escola, no seu entorno e nas ruas do bairro.

Jogados em valetas e encostas, depositado em locais inadequados e pela calçada do bairro.

Caixa de água

Situado em um lugar alto do bairro.

Essa referida caixa fornece para o bairro água que nem sempre é valorizada e cuidada como deveria.

Poluição industrial

Indústria situada nas proximidades da escola.

Às vezes ocasiona mau cheiro e constantemente, alto consumo de água.

Falta de arborização

Na calçada em frente à escola.

Na calçada deveria ter árvores que além de um meio ambiente mais acolhedor proporcionaria sombra aos educandos e demais pedestres.

Quadro nº 2- Sequência do quadro interativo Fonte: Olivia Rodrigues – setembro/2010

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Após termos constado e apontado no quadro diagnóstico interativo os

problemas ambientais existentes na realidade dos educandos, decidimos juntos

aprofundar nossos conhecimentos e desenvolver atividades referentes à

problemática da água e do lixo, dois fatores ambientais extremamente relevantes.

Para dar inicio ao estudo referente tema água, com auxilio da TV multimídia,

foi explanados slides com informações sobre a importância dela para vida, como ela

está distribuída e disponível no Brasil e no mundo. Ainda no referido recurso

tecnológico disponível na sala de aula os educandos assistiram a da carta de 2070,

que prevê um futuro bem catastrófico para as pessoas se continuarem nesse ritmo

de consumo, sem os devidos cuidados com a água. Em outro momento após terem

sido bem informados da grande problemática ambiental que nos cerca e que é

necessário tomar sérias providências, os educandos foram convidados a ir até o

laboratório de informática, onde realizaram pesquisas sobre as atitudes devemos ter

a cada dia para preservar água. A partir do que pesquisaram o próximo trabalho foi

confecção de cartazes com a referida temática proposta, os mesmos foram fixados

na escola.

A seguir fotos de algumas produções, feita em cartazes pelos educandos

com o tema água, chamando atenção principalmente sobre a necessidade de sua

preservação.

Foto nº 9 - Água Fonte: Olivia Rodrigues – outubro/2010.

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Foto nº 10 – Água

Fonte: Olivia Rodrigues - outubro/2010

Foto nº 11 - Água Fonte: Olivia Rodrigues – outubro/2010

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Foto nº 12 – Água

Fonte: Olivia Rodrigues – outubro/2010

Um dos grandes problemas ambientais encontrados no entorno da escola e

no bairro onde vivem os alunos, é a questão do lixo, percebe-se isso com muita

clareza nas fotos mostradas anteriormente tiradas no decorrer das aulas de campo,

portanto, procurou-se desenvolver com bastante ênfase diversas atividades

descritas a seguir.

Após assistir na TV multimídia partes do filme Wall-e e debater com os

educandos sobre como ficará o Planeta se o homem continuar neste ritmo de

produção de lixo sem tomar providências, trabalhou-se com leitura e interpretação

da história: O Saci e a Reciclagem do Lixo. Em seguida

os mesmos foram conduzidos novamente até o laboratório de informática onde

realizaram pesquisas sobre como realizar a separação do lixo.

Num outro momento, na sala de aula, os educandos produziram histórias em

quadrinhos sobre a pesquisa realizada. A seguir fotos de algumas produções feitas

pelos por eles:

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Foto nº 13 - Lixo Fonte: Olivia Rodrigues – outubro/2010

Foto nº 14 - Lixo Fonte: Olivia Rodrigues – outubro/2010

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Foto nº 15 - Lixo Fonte: Olivia Rodrigues – outubro/2010

Foto nº 15 - Lixo Fonte: Olivia Rodrigues – outubro/2010

As histórias em quadrinho realizadas pelos alunos foram valorizadas através

de uma exposição das mesmas em um painel no saguão da escola, chamando a

atenção de todos para a problemática do lixo. Dando continuidade ao trabalho

convidamos também palestrantes, que vieram até a escola falar sobre as questões

ambientais enfatizando principalmente a problemática do lixo.

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Após os educandos terem sido motivados também através das referidas

palestras juntaram-se em pequenos grupos e com panfletos, produzidos pela

Prefeitura Municipal de Dois Vizinhos sobre a separação do lixo, foram nas demais

turmas da escola distribuí-los, falar um pouco sobre o que aprenderam e convidá-los

para realizar a separação do lixo nos lugares em que frequentam.

Este trabalho teve ou ainda permanece com uma importância muito grande

uma vez que em cada atividade realizada percebeu-se que os educandos sentiam-

se como participantes deste meio ambiente que está pedindo socorro e que

dependa da ação concreta de todos para que haja preservação e manutenção do

mesmo.

5 Considerações

Trabalhar com Educação Ambiental é realmente complexo e amplo, uma vez

que se inicia um trabalho com entusiasmo ao perceber que os educandos já

apresentam certo conhecimento sobre o assunto, no entanto a grande dificuldade é

chegar a uma prática mais efetiva, isto é, uma mudança de postura diante do meio

ambiente.

Os educandos quando questionados sobre os conceitos básicos do que é

Problemas Ambientais, Educação Ambiental demonstraram ter uma idéia já formada

a respeito disso, assim não foi difícil identificar com eles os problemas ambientais

existes na escola e seu entorno, mas um dos principais pontos discutidos, foi o que

fazer para ajudar a amenizar determinadas situações.

Através de aulas expositivas, pesquisas e confecções de cartazes,

percebeu-se que é possível gerar um pouco mais de consciência ambiental em

relação à problemática da água um dos temas escolhido por eles para ser

trabalhado, pois apresentaram grande preocupação com a necessidade de

preservação deste líquido tão precioso, uma vez que está em jogo, à vida do e no

Planeta Terra.

Outro assunto ambiental de extrema relevância apontado pelos educandos

para ser estudado durante aulas do projeto foi à questão do lixo, um dos principais

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problemas ambientais da sociedade contemporânea e que está visível no meio deles

conforme as fotos tiradas na aula de campo realizada.

Assim como foi trabalhado a problemática da água, com muita ênfase foram

desenvolvidas diversas atividades sobre o lixo que é produzido a cada dia, visando

motivar atitudes mais conscientes em relação a ele.

No decorrer das atividades concluiu-se que não são temas difícil de ser

entendidos pelos educandos, pois a mídia a igreja em fim diversas entidades

também estão preocupadas falando desses mesmos assuntos, por se tratar de

temas que é de responsabilidade de todos indistintamente, uma vez que na escola

ou no trabalho as pessoas produzem, além do outras coisas mais interessantes,

muito lixo.

Por isso o objetivo do projeto foi discutir como melhorar a qualidade

ambiental, principalmente no cotidiano. Mas apesar de se ter o conhecimento, o

mais complicado mesmo são as atitudes, por isso acredita-se que seriam

necessárias medidas mais drásticas, como multas, para quem for abordado não

cumprindo com os devidos cuidados com o meio ambiente.

O grande desafio de quem trabalha com a Educação Ambiental na escola

continua sendo mudar atitudes e fazer com que os alunos entendam isto!

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