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Medicina Natural Parte

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Page 1: Curso nutrição

Medicina Natural 1ª Parte

Page 2: Curso nutrição

IntroduçãoO corpo humano é composto por miríades de células microscópicas, cerca de 50 a 60 biliões. Calcula-se que de 24 em 24 horas a proliferação celular num corpo atinge 5 a 7 milhares de células novas, enquanto que um número aproximadamente igual de células são destruídas, pois terminaram o seu tempo de vida.Todo o Ser vivo tem a faculdade de incorporar a matéria inerte na sua própria substância. Esta função de assimilação é de crucial importância para a vida.

É ESTA TRANSFORMAÇÃO DE MATÉRIA INERTE EM MATÉRIA VIVA QUE CARACTERIZA A VIDA!

Isto permite compreender a relevância da nutrição que irá consequentemente condicionar a assimilação.É oportuno distinguir entre alimentação e nutrição e alimento e nutriente, visto que estes conceitos são, geralmente, muito confundidos:Alimentação: Acção de fornecer ao organismo os alimentos que necessita sob a forma de produtos alimentares, sempre que possível naturais. A alimentação é um processo consciente, condicionado e educável.Nutrição: Estudo científico da alimentação e dos processos que permitem ao organismo extrair e assimilar as substâncias nutritivas que os alimentos contêm. Alimento: Toda a substância que fornece ao organismo os elementos necessários à manutenção e desenvolvimento da sua forma e das suas actividades.Nutriente: Substâncias químicas nutritivas que o organismo aproveita dos alimentos por meio de transformações digestivas.Compreende-se, agora, a importância de praticarmos uma alimentação saudável e adequada às necessidades das células para que possam executar cabalmente as suas funções, sem nada que as prejudique.

Page 3: Curso nutrição

É desta condição que depende a saúde e mesmo a longevidade dos órgãos. A ingestão de alimentos em quantidade inadequada (em excesso ou deficiência) e/ou com substâncias tóxicas como corantes artificiais, emulsionantes, conservantes, resíduos de pesticidas etc., vão interferir nos processos metabólicos celulares, prejudicando-os com maior ou menor gravidade.Em caso de doença não é suficiente intervir através da cura da sintomatologia, visto que a maior parte das doenças tem origem numa alimentação desequilibrada ou por intoxicação de ordem alimentar. É indispensável adoptar uma alimentação saudável, paralelamente ao tratamento médico, para evitar o retorno da doença, ou seja as recaídas.Ao longo das lições deste Curso, apresentar-se-ão em detalhe quais os nutrientes dos alimentos e as principais funções dos mesmos.A Doença e a Saúde irão ser abordadas de uma forma abrangente, como um todo e dar-se-ão indicações de como evitar doenças através de uma alimentação correcta e equilibrada na quantidade e na qualidade.Em suma, este Curso pretende propor-lhe uma nova forma de ver a vida, a nutrição e a alimentação, através de sugestões e métodos que lhe permitirão manter a Saúde, ou melhorá-la, caso ela esteja comprometida, vivendo assim plenamente cada segundo com alegria, paz e harmonia. 

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Como interpretar a doença

Dadas as condições adequadas, o fenómeno expressa-se. É uma regra. A doença é um fenómeno de causa e efeito. Vejamos o esquema simples seguinte:

Causa / Efeito

Dadas as condições, por outras palavras, desequilíbrio (causa), produz-se o efeito (sinais e sintomas), é o que o paciente percebe e o médico explora.[Desequilíbrio do organismo] à [Doença: sintomas e sinais]Os seres humanos como organismos únicos e originais, nascem (pelo que se supõe), em equilíbrio e harmonia, fazendo parte da Natureza e cumprindo as suas leis biológicas.A violação ou a ausência dessas leis naturais, provoca um desequilíbrio que se manifestará em doença, da qual nos aperceberemos através de sintomas e indícios.Mantendo o equilíbrio e a harmonia (causa) estaremos com saúde (efeito). Quebrando o equilíbrio e a harmonia (causa), estaremos doentes (efeito).Há que ter presente esta interpretação no momento dos tratamentos médicos, porque aí estará o segredo de curar-se ou permanecer doente, dando-se conta, por fim, que estar doente ou são é uma decisão pessoal. Os esquemas são nossos.

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No nosso sobrevir evolutivo e individual, estamos constantemente sob experiências, o que nos conduz a uma aprendizagem contínua, e frequentemente estamos numa constante tomada de decisões.Conscientes ou inconscientemente, decidimos estar doentes ou sãos; aprendemos a caminhar, decidimos a caminhar; aprendemos a falar, decidimos a falar; aprendemos a adoecer, decidimos a adoecer, etc.Recordo uma pessoa com artrite deformante, a quem lhe delineava as possibilidades de se curar; antes de começar a explicar-lhe, replicou: «se me vai falar de dietas, então já não conversamos». Havia decidido permanecer doente!Analisando cada uma das causas constataremos que os processos bioquímicos que se compõem em causas da doença foram aprendidos e memorizados, de tal forma que os estamos a executar, apercebendo-nos ou não.Podemos classificar as causas da doença em três importantes grupos: Alimentares, ambientais e psíquicas. Cada uma tem os seus pormenores, as três potenciam-se produzindo efeitos tanto físicos como mentais, mantendo a doença por um tempo, mais ou menos maior, dependendo de onde e quando se quebra o ciclo do desequilíbrio 

Analisando as causas

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O que bebe

Através de vários estudos científicos, chegou-se à conclusão que um adulto de 70 kg é constituído por cerca de 45 kg de água, correspondendo aproximadamente a 60% do peso total. Na criança a percentagem de água é ainda muito maior que a de um adulto!Como desenvolveremos mais adiante a água é um nutriente de extrema importância para o bom funcionamento do organismo. Mas será que hoje em dia através da pressão de uma publicidade massiva, não estaremos a substituir o consumo de água por outras bebidas?É importante entender que tudo é comércio e negócio e como tal, somos estimulados a consumir tudo o que produza lucros. É assim que temos aprendido e decidido a consumir refrescos, bebidas gasosas, cafés solúveis, etc.Todos os alimentos com conservantes químicos, que são substâncias estranhas ao nosso organismo, irão reagir com o nosso sistema de defesa originando alergias que serão o inicio de outras doenças crónicas. Se substituiu o vasilhame de vidro pelo de alumínio e de plástico, saiba que estes soltam moléculas que se impregnam nos alimentos; o alumínio solta-se, passa para os alimentos, compete com o cálcio passando a fazer parte dos ossos, tornando-os frágeis. Osteoporose? É possível? O plástico, quanto mais fino mais substâncias químicas

liberta; dentro do organismo produz hormonas semelhantes aos estrogénios, que podem levar a uma sobrecarga de estrogénio (relacionadas com cancro de órgãos sexuais femininos e da próstata).

Tem-se tentado melhorar as bebidas, tornando-as «light» (outro engano para o público). Isto levou os consumidores a apresentarem uma sintomatologia parecida à da Esclerose Múltipla e também se verificou que dispara o Lúpus. Tem agora coragem para por parte estas bebidas? O álcool é outra bebida tóxica. Os alcoólicos crónicos têm a sua vida acabada.

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Tome consciência, salve a sua vida

De facto, o álcool pode classificar-se como uma droga que, ingerida em excesso, afecta negativamente a saúde e poderá causar dependência física e psíquica.Depois de bebido o álcool atravessa a parede do estômago e do intestino e entra na corrente sanguínea, onde o seu valor máximo é atingido ao fim de 15 a 30 minutos após a ingestão. Uma parte desse álcool é eliminado pela urina, pelos pulmões e pelo suor, sendo o restante distribuído por todos os órgãos, acumulando-se, principalmente, no fígado e cérebro. Em suma, todos os órgãos de um alcoólico são afectados, sendo os mais prejudicados o fígado, o estômago e o cérebro. A acção do álcool no sistema nervoso provoca perda de equilíbrio, irritabilidade, diminuição das faculdades intelectuais, tremuras, degenerescência das fibras nervosas, etc. Quanto ao sistema digestivo, o álcool aumenta a probabilidade da ocorrência de cancro da boca e do esófago, de gastrites e de cirrose do fígado. No sistema circulatório o álcool causa um endurecimento das paredes das artérias, o que dificulta a circulação, mau funcionamento do coração e maior probabilidade de se formarem coágulos nos vasos sanguíneos.A juntar a todos estes problemas, o álcool afecta também a saúde social do indivíduo e da sociedade, pois para além das despesas de saúde e das mortes que provoca, o alcoolismo perturba o ambiente da familiar devido quer ao aumento de agressividade que caracteriza esta doença (violência física e/ou psicológica contra o cônjuge e filhos), quer devido a problemas da económicos que lhe são subjacentes (perda de emprego, má gestão do dinheiro, etc.)Acresce que uma enorme percentagem dos acidentes na estrada e no trabalho estão relacionados também, com o excesso de álcool no sangue! 

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Oxidantes – radicais livres

Experiência: arranje um aparelho pequeno que funcione a pilhas como uma lanterna pequena. Certifique-se que os terminais eléctricos estão oxidados e coloque pilhas novas. O foco não dá luz. O que se passa? O óxido não permite a passagem da energia. De seguida, proceda à limpeza do óxido dos terminais e coloque as pilhas. Surpresa! A energia flui e a sua lanterna funciona. Esta é uma metáfora que nos permite comparar o que sucede às células, que também se oxidam. Como é que se oxidam? Quando os alimentos são consumidos e não têm uma digestão adequada (como os alimentos fritos ou queimados), originam-se derivados do oxigénio chamados Radicais Livres, que também provêm do meio ambiente ou do tabaco, formando-se, igualmente, a partir das radiações. Estes radicais livres entram em contacto com a célula, provocando danos desde a membrana celular até ao núcleo. Com efeito, esta oxidação celular não permite a troca de energia entra a célula e o meio que a envolve, afectando quer a entrada de nutrientes na célula quer a libertação de produtos de excreção da célula para o exterior. A célula tem os seus próprios antioxidantes como a enzima superóxido dismutase e a glutationa peroxidase, que têm como função neutralizar os Radicais Livres. Contudo, quando estes Radicais Livres, dependendo quer da sua higiene alimentar quer da sua exposição a outros oxidantes, já não podem ser neutralizados por essas enzimas, originam então, a doença. Cuidado!

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ALGUNS EFEITOS DOS RADICAIS LIVRES

Têm sido demonstrados alguns efeitos dos Radicais Livres em cerca de cinquenta doenças. Como exemplo temos: Cancro, Diabetes, Hipertensão, Alzheimer, Cataratas, Doenças cardiovasculares, periodontites, artrites, etc. Os radicais livres além de danificarem e bloquearem as trocas celulares originam um défice no sistema imunológico, o que faz com que seja difícil a este, defender o organismo de substâncias estranhas como vírus, bactérias, fungos e outras moléculas que deve neutralizar. Algumas Explicações Breves: Quando os radicais livres penetram na célula atacam o núcleo, desorganizam a informação genética, “desprogramando” a célula e fazendo com que esta se reproduza sem controlo. Isto pode significar cancro. Se uma molécula de colesterol se oxida, é «englobada» por um macrófago (célula de defesa), que não consegue eliminá-lo, convertendo-se numa célula com produtos tóxicos, cuja acumulação irá gerar um ateroma que poderá obstruir uma artéria, conduzindo o organismo a uma doença cardíaca. A célula oxidada não pode efectuar intercâmbio de nutrientes por desperdícios, podendo ser isto a base para a diabetes. Os vírus ao atacarem o organismo vão originar Radicais Livres, o que os torna mais fortes, sendo esse efeito ainda maior se não existir um bom sistema imunológico e se o corpo apresentar muito poucas substâncias antioxidantes 

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Causas ambientais e psíquicas

O ar, principal componente do meio ambiente, flui através do nosso corpo. O seu componente principal é o oxigénio, componente essencial para a vida (demonstre-o a si próprio deixando de respirar somente por cinco minutos. Mas o que se está a passar com o ar? Libertam-se enormes quantidades de gases tóxicos procedentes da combustão de derivados do petróleo e do resultado de processos fabris, todos são tóxicos e vão oxidar o organismo. A chuva ácida é outro contaminante, muito poderoso, do meio ambiente, o qual destrói florestas e contamina os seres humanos, podendo contribuir para a formação de cancro de pele. É igual ao efeito dos raios ultra-violetas do sol que penetram a atmosfera devido à destruição da camada de ozono. Nos campos são vertidas toneladas de pesticidas que matam tudo, as pragas, as plantas e os seres humanos. Os humanos são afectados directamente, quando os manipulam e indirectamente quando os consumem através da carne de gado ou através do leite. Os animais dos aviários, que também fazem parte do ambiente, são criados aos empurrões: um frango de aviário está pronto para consumo em seis semanas e o franguinho natural (biológico), quase em quatro meses. Como é isto possível? De facto, o frango de aviário é quase artificial.

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Causas psíquicas

Está comprovado que os estados emocionais influenciam os equilíbrios químicos no organismo, os quais proporcionam as condições para que se desenvolva a saúde ou a doença. É bem conhecida a úlcera do executivo sendo comummente diagnosticada por gastrite derivada do stress. As colites e outras expressões sintomatológicas têm sido apontadas como  psicossomáticas. Como se explica que uma pessoa em aparente bom estado de saúde, lhe seja diagnosticado um cancro ou outra doença incurável e comece a morrer? Precisamente devido a esses estados emocionais.As doenças não são o resultado de uma só causa mas a interacção dos sistemas biológicos e neurológicos. São processos sistémicos onde cada sistema se influencia mutuamente.A nível psíquico também se encontram relações consigo próprio, com os outros e com a comunidade. Em cada um destes move-se a auto-estima, de onde, por sua vez, se tem em conta os valores direccionados a você mesmo, aos outros e ao seu meio envolvente.Atenção! «Existe aquilo que nos atormenta, mais do que o necessário, o que nos atormenta antes do necessário e o que nos atormenta ainda que não seja necessário. Nós aumentamos a nossa dor, nós antecipamo-la, nós inventamo-la» (Lucio Anneo Séneca). 

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Como se trata a doença

Anteriormente explicámos que a doença é um fenómeno de causa e efeito, o mesmo é que dizer que uma coisa leva à outra e pode ser de forma rápida e iniludível. Por exemplo: um golpe origina um edema. Uma fez feito o diagnóstico do problema, receitam-se os medicamentos «apropriados», os quais estão catalogados conforme os sintomas e os sinais. Não existe uma relação de intervenção em direcção às causas.Se o sintoma é uma dor, o tratamento será um analgésico; se é um edema, haverá um anti-inflamatório; Se o sinal é hipertensão, haverá um anti-hipertensor, etc.Como se pode constatar, não existe nenhum elemento catalogado direccionado à causa, que pode ser a inter-relação entre causas alimentares, causas ambientais e causas psíquicas.Os únicos medicamentos que actuam sobre a causa são os antibióticos, mas de igual forma, se você tem um bom sistema imunitário não necessitará deles.Segundo este esquema, uma pessoa doente caminha de crise em crise.Quando não está em crise, é porque se encontra impregnado(a) em medicamentos, convertendo-se numa pessoa artificial. Move-se por acção de medicamentos. Você é um exemplo destes? 

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Resultados para tratamento médico

Para que tenha ficado claro, estive a analisar consigo o que se passa com os medicamentos e o que fazem à doença. Vejamos outra análise, que nos evidência a evolução de uma doença com o respectivo tratamento: Como explica a Bíblia da Nutrição Óptima que a pessoa nasça com uma saúde óptima de 100% (embora hajam pessoas que já nasçam doentes) e se mantenham assim por um tempo? Durante o desenvolvimento, uma pessoa começa a ter uma alimentação subóptima e vai criando no seu interior certos desequilíbrios (combinados com outros factores), que conduzem a saúde a um nível de 75%. Nestas condições, a doença já está patente, surgindo algum tipo de infecção, dores de cabeça e cansaço. Isto conduz à necessidade da toma, esporádica, de antibióticos, ou de calmantes.

Como estes são apenas tratamentos sintomatológicos, não vão à cura da causa, originando-se crises sucessivas que levam a saúde a um nível de 50%, apresentando-se uma sobrecarga tóxica, alergias, inflamações etc. O consumo de medicamentos torna-se regular: anti-inflamatórios, antibióticos, outros calmantes; Continuam as crises mais frequentes levando a saúde a uma percentagem de apenas 25%. Nestas condições despoleta-se a doença degenerativa como o cancro, diabetes, artrite, doença cardíaca, etc. Retorna-se  à dependência  dos medicamentos  e tratamentos(quimioterapia, radiações, antidepressivos, ansiolíticos), convertendo-se a pessoa numa mini-farmácia ambulante, sem cura, chegando às portas da morte com a doença que se iniciou e com os efeitos secundários da medicação.

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Se você padece de uma doença e caiu nos braços do comércio médico, no capítulo dois exporei, pelo menos, uma forma de retornar à sua natureza e recuperar o equilíbrio perdido. Não se trata de abandonar um tratamento de forma abrupta, pois estes irão beneficiá-lo na sua forma imediata. Os medicamentos conduzem a um círculo vicioso: TRATAMENTO – ALÍVIO – TRATAMENTO – ALÍVIO… Quis com esta explicação, que desse conta desta simples regra: «se o que estás fazendo não funciona, faz outra coisa». Não se trata de uma simples troca brusca de um consumo de medicamentos por uma sabedoria alternativa, trata-se, somente, de agregar opções que privilegiem a função natural do corpo. Uma vez estas opções vão sendo bem sucedidas, vão-se criando as condições para que o sintoma comece a desaparecer, assim como a necessidade de tomar medicamentos. O organismo vai ganhando novas energias e restabelecendo-se por si próprio. Dadas as condições expressa-se o fenómeno. Qual? A Saúde! Se crê nisto faça a prova. Recorde: «Se o que está a fazer não funciona, faça outra coisa!» Trata-se de ser flexível, não se feche a outros conhecimentos, há sempre coisas diferentes das que já sabemos. Parte do tratamento chega quando expandimos o nosso cérebro. Até aqui aprendeu como adoece, ainda que já o soubesse!

Continuemos com a explicação sobre medicamentos:

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Para que servem os medicamentos?

Sim, servem, mas não curam.  À medida que uma pessoa vai perdendo o seu equilíbrio natural, apresenta um sem número de doenças que dificultam as suas actividades, entra em crise e será necessário o uso de medicamentos para resolvê-la: hipertensão, diabetes, artrite, alergias, etc.Ao tomar medicamentos, o paciente voltará  a uma aparente «normalidade», mas as crises surgirão dentro de um prazo mais ou menos curto, acompanhadas de outras complicações geradas pelos medicamentos. Mas não se curará. Para passar ao capítulo dois, passe por um hospital, sobretudo se for público. Observe quantas pessoas saem levando medicamentos para uma outra doença, parecendo até farmácias ambulantes. Agora pergunta-se: Quantos hipertensos curaram-se tomando anti-hipertensores? Ou Quantos artríticos curaram-se tomando anti-inflamatórios? Ou quantos cardíacos curaram-se tomando medicamentos para o coração? Uma nota: trabalho com cerca de 3000 meninos e adolescentes, dos quais uma grande maioria padece de dor de cabeça. Explicou-se-lhes que o consumo de guloseimas e a fraca ingestão de nutrientes é a causa desse padecimento.Conclusão:MUDARAM A SUA DIETA E MELHORARAM OU CURARAM-SE MESMO!Uma mãe de um destes meninos, sob controlo devido a uma anomalia cardíaca, depois de optar por estilos de vida saudável, no seu último controlo, disse ao cardiologista que já não apresentava a anomalia.

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Vitaminas

IntroduçãoAs vitaminas são substâncias orgânicas necessárias em pequenas quantidades como coenzimas ou enzimas, em processos metabólicos distintos que são fundamentais para o funcionamento normal do organismo. Em condições normais, o seu aporte ao organismo faz-se, basicamente, através da ingestão de alimentos. Porém, existem situações em que os requisitos vitamínicos não são supridos e, logo, justificam a sua utilização terapêutica.A avitaminose é um processo que se desenvolve progressivamente, até ao esgotamento das reservas vitamínicas, acompanhado por alterações bioquímicas, funcionais e, por último, lesões anatómicas. As vitaminas podem ser indicadas para prevenir, curar e como terapêutica farmacológica. Não obstante, é essencial realizar uma história clínica exaustiva, exame físico, estudo da dieta alimentar, etc., para justificar ou provar a existência de uma deficiência vitamínica e, por conseguinte, assegurar a obtenção do efeito terapêutico esperado em cada situação clínica. Porém, a existência de uma avitaminose não é absolutamente necessária para comprovar a utilidade das vitaminas em doses elevadas. Com efeito, encontra-se bem documentado o benefício da administração de doses terapêuticas de vitaminas no tratamento de: inflamações e dor, determinados tipos de anemia, algumas alopecias, hemorragias, consolidação de fracturas, algumas perturbações oculares e auditivas, ou como antioxidantes para a prevenção de perturbações crónicas degenerativas.Iremos proceder, de seguida, a uma revisão das principais indicações terapêuticas das diversas vitaminas. 

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Vitamina A

SinónimosRetinol; axeroftol

Principais fontes na naturezaA vitamina A, uma vitamina lipossolúvel, ocorre sob duas formas principais na natureza – o retinol, o qual se encontra apenas em fontes animais e certos carotenóides (provitaminas), as quais se encontram apenas em fontes vegetais. Os carotenóides são os compostos que dão a vários frutos e vegetais a sua cor amarela ou laranja. O carotenóide mais abundante e mais conhecido é o beta-caroteno. O beta-caroteno é um precursor da vitamina A ou “provitamina A”, porque a sua actividade como vitamina A ocorre apenas após a sua conversão para retinol no interior do corpo. Uma molécula de beta-caroteno pode ser clivada por uma enzima intestinal específica em duas moléculas de vitamina A.Os alimentos ricos em beta-caroteno incluem as cenouras, os vegetais de folhas verde escuro e amarelas (p.e. espinafres e brócolos), abóboras, alperces e melões. A vitamina A pré-formada ou retinol, pode ser encontrada no fígado, gema de ovo.

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EstabilidadeA vitamina A é sensível à oxidação pelo ar. A perda de actividade é acelerada pelo calor e pela exposição à luz. A oxidação das gorduras e dos óleos (p.ex. manteiga, margarina, óleos de cozinha) pode destruir as vitaminas lipossolúveis, incluindo a vitamina A. A presença de anti-oxidantes, tais como a vitamina E contribui para a protecção da vitamina A.O beta-caroteno é uma das vitaminas mais estáveis em vegetais. Têm sido documentadas perdas pela cozedura de 25%, mas apenas após fervura por um período comparativamente longo.

Principais InteracçõesO estado da vitamina A pode ser influenciado por vários factores, incluindo os seguintes:Doenças e infecções, especialmente o sarampo, comprometem o estado da vitamina A e, reciprocamente, um estado de pobreza em vitamina A diminui a resistência às doenças.A ingestão crónica e em excesso de álcool pode comprometer o armazenamento da vitamina A no fígado.Uma deficiência aguda de proteínas interfere com o metabolismo da vitamina A e, ao mesmo tempo, baixas quantidades de gordura na dieta interferem com a absorção tanto de vitamina A como de caratenóides.As alterações no metabolismo do ferro ocorrem associadas à deficiência em vitamina A, resultando, por vezes, em anemia.A vitamina E protege a vitamina A da oxidação; deste modo um estado adequado de vitamina E protege o estado da vitamina A.

FunçõesA vitamina A é essencial para a visão, para um crescimento adequado e para a diferenciação dos tecidos.

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VisãoOs bastonetes, as células visuais receptoras de luz na retina do olho permitem-nos distinguir entre a luz e a escuridão. Estas células contém um pigmento sensível à luz chamado púrpura visual (rodopsina), o qual é um complexo da proteína opsina e da vitamina A. Quando um bastonete é exposto à luz, a púrpura visual desintegra-se, libertando cargas eléctricas para o cérebro. Estes estímulos são depois traduzidos numa imagem composta a qual nós “vemos”. Ao mesmo tempo, é formada nova rodopsina nas células visuais a partir da opsina e da vitamina A.

CrescimentoA vitamina A tem um papel importante no crescimento normal e no desenvolvimento, bem distinto do seu papel na manutenção da visão. Um dos primeiros sinais de deficiência de vitamina A nos animais é a perda de apetite, acompanhado por um retardarmento do crescimento.Dose Diária Recomendada (DDR)Os seres humanos baseiam-se na dieta alimentar para cobrir as suas necessidades de vitamina A. A Dose Diária Recomendada para os adultos nos EUA é 1000 RE (5000 IU) para os homens e 800 RE (4000 IU) para as mulheres. Durante a gravidez e a amamentação, são recomendadas 200 RE e 400 RE adicionais por dia, respectivamente. Os bebés e crianças, devido ao seu menor tamanho corporal, tem uma DDR inferior à dos adultos.

DeficiênciaUm dos sintomas iniciais de deficiência em vitamina A é a cegueira nocturna, ou uma capacidade diminuída para ver na penumbra. A deficiência grave produz cegueira parcial ou total, uma doença chamada xeroftalmia. O surgimento de lesões na pele (hiperqueratose folicular) tem também sido utilizado como um indicador inicial de um estado inadequado de vitamina A.

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A deficiência em vitamina A é de longe a mais generalizada e a mais grave nas crianças, especialmente nos países pobres. É a principal causa de cegueira na infância e, combinada com outros factores, tais como uma malnutrição proteico-calórica e a crescente ocorrência de infecções, é associada a elevadas taxas de mortalidade infantil. Nas crianças com xeroftalmia são comuns os problemas associados, tais como crescimento subdesenvolvido, doenças respiratórias, doenças parasitárias e infecciosas.As doenças podem elas próprias induzir a deficiência de vitamina A, mais especificamente as doenças hepáticas e gastrointestinais, as quais interferem com a absorção e utilização da vitamina A.Acredita-se actualmente que um estado carenciado de vitamina A pode estar também associado ao desenvolvimento do cancro, embora não sejam ainda conhecidos os mecanismos exactos.

Utilização TerapêuticaSão distribuídas doses terapêuticas de vitamina A em zonas mundiais específicas, de modo a prevenir a xeroftalmia e tratar aqueles nos quais já tenham surgido os estágios iniciais de cegueira. Dado que a vitamina A pode ser armazenada no fígado, é possível construir uma reserva nas crianças através da administração de doses de elevada potência. A dose terapêutica standard utilizada actualmente para as crianças é de 200.000 IU administradas oralmente em líquido ou em cápsulas, duas a três vezes por ano. A cápsula contém também 40 IU de vitamina E, para facilitar a absorção de vitamina A.A administração de 400.000 IU de vitamina A a crianças com complicações decorrentes do sarampo, mas sem sinais claros de deficiência em vitamina A, diminuiu a mortalidade em cerca de 50% e reduziu significativamente a morbilidade.O intervalo de idades da população alvo para os programas de intervenção de vitamina A é normalmente entre o nascimento e os sete anos de idade. A xeroftalmia é habitualmente uma doença infantil de crianças entre os seis meses e os três anos.

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Em programas de distribuição periódica regulares, é dada uma semi-dose (100.000 IU) a crianças entre os seis meses e um ano de idade. Descobriu-se que uma única dose de 200.000 IU dada às mães imediatamente após o parto aumenta o conteúdo de vitamina A no leite materno. Quando consideramos a terapia de vitamina A em mulheres a amamentar, é necessária precaução dado que pode ser colocada em risco uma gravidez co-existente. Durante a gravidez não deve ser excedida uma dose diária de 10.000 IU de vitamina A.

SegurançaDado que a vitamina A (enquanto retinol) é armazenada no fígado, quantidades elevada tomadas durante um longo período de tempo podem eventualmente exceder a capacidade de armazenamento do fígado, passar para o sangue e provocar efeitos adversos. Existe assim uma preocupação relativa à segurança de ingestão de elevadas doses de vitamina A pré-formada (retinol), especialmente em bebés, crianças e em mulheres em idade fértil.A experiência de campo no que se refere aos programas de intervenção em nutrição em países onde a deficiência de vitamina A é prevalente, indica que doses únicas orais de 200.000 IU em crianças e 400.000 – 500.000 IU em adultos são seguras. No entanto, deve ser recordado que estas são doses profilácticas, dadas em níveis bastante elevados de modo a preencher reservas físicas diminuídas durante pelo menos seis meses.Em pessoas bem nutridas, a toxicidade da vitamina A pode ocorrer de forma aguda no seguimento de doses muito elevadas (superiores a 500.000 IU) tomadas durante um período de alguns dias, ou como estado crónico no seguimento de doses elevadas (50.000 IU) tomadas durante um longo período de tempo. Geralmente tomas de até 10 vezes a DDR são consideradas seguras. Os níveis actuais de vitamina A em alimentos fortificados são baseados nos níveis da DDR, assegurando que não existe possibilidade razoável de sobredosagem de vitamina A na população. Na esmagadora maioria dos casos, os sinais e os sintomas de toxicidade são reversíveis após a cessação da ingestão de vitamina A.

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O beta-caroteno é considerada uma forma segura de vitamina A, dado que é convertida pelo corpo apenas à medida que é necessária. O beta-caroteno apresenta um absorção pobre a partir do tracto gastrointestinal e a sua conversão em retinol torna-se progressivamente menos eficiente à medida que o estado da vitamina A melhora. Ingestões elevadas (superiores a 30mg/dia) de beta-caroteno, podem no entanto resultar numa coloração amarelo-alaranjada da pele (hipercarotenemia), a qual é reversível após a cessação da ingestão do beta-caroteno.

SuplementosA vitamina A está disponível em cápsulas de gelatina mole, comprimidos mastigáveis ou efervescentes ou em ampolas. Está também incluída na maioria dos multivitamínicos.

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HistóriaEmbora se saiba, desde os tempos do antigo Egipto que certos alimentos curavam a cegueira nocturna, a vitamina A em si mesma só foi identificada em 1913. A sua estrutura química foi definida por Paul Karrer em 1931. O professor Karrer recebeu um Prémio Nobel pelo seu trabalho, dado que esta foi a primeira vez que era determinada a estrutura de uma vitamina.1831Wackenroder isola o corante amarelo-laranja das cenouras e dá-lhe o nome de “caroteno”.1876Snell consegue demonstrar que a cegueira nocturna e a xeroftalmia podem ser curadas dando ao paciente óleo de fígado de bacalhau.1880W. N. Lunin descobre que para além de necessitar de hidratos de carbono, gorduras e proteínas, os animais sob experiência apenas podem sobreviver se lhes forem dadas pequenas de quantidades de leite em pó.1887Arnaud descreve a presença generalizada de carotenos nas plantas.1909W. Stepp consegue extrair a substância lipossolúvel vital a partir do leite.1915McCollum diferencia entre “lipossolúvel A” e “hidrossolúvel B”.1929A actividade do beta-caroteno como vitamina A é demonstrada em experiências com animais.1931Paul Karrer isola retinol praticamente puro do óleo de fígado de uma espécie de sarda. Paul Karrer e R. Kuhn isolam carotenos activos.1946Isler inicia a primeira síntese industrial em larga escala da vitamina A.1984Alfred Sommer demonstra na Indonésia que a deficiência em vitamina A é a maior causa de mortalidade infantil.  

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Vitamina B1

SinónimosTiamina; factor anti-beribéri; aneurisma; factor anti-neurítico.

Principais Fontes na Natureza A tiamina ocorre de modo generalizado nos alimentos, mas na maioria dos casos em quantidades pequenas. A melhor fonte de tiamina é a levedura de cerveja seca. Outras boas fontes incluem a carne (porco, cordeiro, vaca), aves, cereais de grão inteiro, nozes, leguminosas, legumes secos e alimentos animais.Nos grãos de cereais, o farelo rico em tiamina é removido durante a moagem do trigo para produzir a farinha branca e durante o polimento do arroz integral para produzir arroz branco.

HomemO homem e outros primatas dependem da sua ingestão de alimentos para cobrir as suas necessidades em vitamina B1.

EstabilidadeA vitamina B1 é instável ao calor, meios alcalinos, oxigénio e radiação. A hidrossolubilidade é também um factor de perda de tiamina a partir dos alimentos. Cerca de 25% da tiamina nos alimentos é perdida durante o processo de cozedura normal. Podem ser perdidas quantidades consideráveis na água de descongelação dos alimentos congelados ou na água utilizada para cozinhar carnes e vegetais. Para preservar a tiamina, os alimentos devem ser cozinhados num recipiente coberto durante o mais curto de espaço de tempo possível e não devem ser mergulhados em água ou aquecidos durante muito tempo. Os sucos e a água utilizada para a cozedura devem ser reutilizados em guisados e molhos.

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Principais antagonistasVários alimentos, tais como o café, o chá e o peixe cru, nozes de bétele e alguns cereais podem actuar como antagonistas.Os medicamentos que causam náusea e perda de apetite, aumento da função intestinal ou da excreção urinária, diminuem a disponibilidade da tiamina.O envenenamento por arsénico ou outros metais pesados produz os sintomas neurológicos da deficiência de tiamina. Estes metais agem bloqueando um passo metabólico crucial envolvendo a tiamina na sua forma de coenzima.

Principais sinergistasVitamina B12, B1, B6, niacina, ácido pantoténico.

FunçõesA tiamina é essencial para o metabolismo dos hidratos de carbono através da suas funções coenzimáticas. As coenzimas são “moléculas auxiliares” que activam as enzimas, as proteínas que controlam os milhares de processos bioquímicos que ocorrem no corpo. A coenzima da tiamina – pirofosfato de tiamina PFT - é a chave para várias reacções na decomposição da glucose em energia. A PFT actua como coenzima na descarboxilação oxidativa e nas reacções de transcetolização. A tiamina também desempenha um papel na condução dos impulsos nervosos e no metabolismo aeróbico.

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Deficiência marginalVários inquéritos sobre nutrição mostraram que a tiamina é deficiente marginalmente num número relativamente grande de pessoas e deve, por isso, ser considerada uma vitamina problema. A deficiência marginal de tiamina pode manifestar-se em sintomas tão vagos como fadiga, irritabilidade e falta de concentração. Situações frequentemente acompanhadas por deficiência marginal de tiamina e que necessitam de suplementação são:- a gravidez e a amamentação - grandes esforços físicos - elevado consumo de álcool - elevada ingestão de hidratos de carbono- certas doenças (disenteria, diarreia, cancro, náuseas/vómitos, doenças - - hepáticas, infecções e hipertiroidismo).

Deficiência francaAs duas principais doenças relativas à deficiência em tiamina são o beribéri (prevalecente no Oriente) e o síndrome de Korsakoff. O beribéri, que traduzido significa “não posso, não posso”, mostra-se primariamente em desordens dos sistemas nervoso e cardiovascular. Existem três tipos de beribéri: o beribéri seco, uma polineuropatia com grave perda de massa muscular; o beribéri húmido com edema, anorexia, fraqueza muscular, confusão mental e finalmente falha cardíaca; e o beribéri infantil, no qual os sintomas de vómitos, convulsões, distensão abdominal e anorexia aparecem de repente e podem ser seguidos por morte por falha cardíaca.O beribéri foi em tempos endémico em países onde o arroz polido constituía uma grande parte da dieta, especialmente no sudoeste asiático. Hoje em dia, muitos países fortificam o arroz e outros grãos de cereais de forma a substituir os nutrientes perdidos durante o processamento.Actualmente é o síndroma de Korsakoff que se encontra com mais frequência. A deficiência é causada por uma combinação de factores, incluindo a ingestão inadequada (como na situações em que o álcool substitui os alimentos), absorção diminuída e aumento das necessidades. Embora esteja associado ao álcool, o síndroma encontra-se também ocasionalmente em pessoas que fazem jejum ou sofrem de vómitos crónicos. Os sintomas vão de confusão e depressão leves a psicose e coma. Se o tratamento for adiado, a memória pode ser permanentemente afectada.

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Dose Diária Recomendada (DDR)As necessidades de tiamina estão ligadas à ingestão de energia por causa do seu papel no metabolismo dos hidratos de carbono. Para adultos, a Dose Diária Recomendada é de 0,5 mg por 1000 kcal, o que significa uma quantidade de 1,0-1,1 mg por dia para mulheres e 1,2-1,5 mg para homens, baseadas na ingestão calórica média. Podem ser recomendados 0,4 a 0,5 mg adicionais por dia durante a gravidez e amamentação. As necessidades das crianças são inferiores: 0,3-0,4 mg/dia (bebés) e 0,7-1,0 mg/dia (crianças), dependendo da idade e ingestão calórica da criança.

SuplementosA tiamina é frequentemente formulada em suplementos multivitamínicos em combinação com outras vitaminas do complexo B. Algumas pessoas tomam levedura de cerveja como uma forma de suplementação de tiamina.

Utilização terapêuticaA tiamina é específica no tratamento do beribéri e em outras manifestações de deficiência de vitamina B1 (p.ex. síndroma de Korsakoff, nevrite periférica).O intervalo de dosagem vai de 100 mg/dia em estados de deficiência leves, a 200 mg-300 mg em casos graves.A administração de tiamina é benéfica frequentemente na neurite acompanhada por consumo excessivo de álcool ou na gravidez. Com a polineuropatia alcoólica, a dose terapêutica está frequentemente no intervalo de 10-15 mg/dia. Quando o alcoolismo leva ao delirium tremens, são administradas por injecção lenta grandes doses de vitamina B1 em conjunto com outras vitaminas. Foram aconselhadas elevadas dose de tiamina (100-600 mg) no tratamento de situações tão diferentes como o lumbago, ciática, nevrite trigeminal, paralisia facial e nevrite óptica. A resposta a este tratamento tem sido, no entanto, variável.

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SegurançaA tiamina é bem tolerada em pessoas saudáveis, mesmo com doses orais muito elevadas. A única reacção encontrada nos seres humanos é do tipo hipersensitivo. Na grande maioria dos casos estas reacções de hipersensibilidade ocorreram após injecções com tiamina em pacientes com uma história de reacções alérgicas. Na administração por via parentérica a dose que produziu estas reacções variou de 5 a 100 mg, a maioria das quais ocorreram nas quantidades mais elevadas. Foram também relatados casos bastante raros de reacções de hipersensibilidade após doses orais extremamente elevadas (na casa dos 5-10 g). Todas estas reacções foram transitórias e assim a margem de segurança para a administração oral é bastante alargada.

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HistóriaA história da tiamina é ao mesmo tempo fascinante e importante, dado que foi através da descoberta e denominação da tiamina que a palavra “vitamina” (do Latim vitamina, amina=composto contendo nitrogénio) foi criada. Para além disso, a noção de que a ausência de uma substância nos alimentos podia causar uma doença era revolucionária no inicio de 1900s. A pesquisa inicial da tiamina estabeleceu, assim, as fundações para toda a pesquisa sobre nutrição que se seguiu.Sec. VII.A primeira descrição clássica do beribéri no “Tratado Geral sobre a Etiologia e Sintomas de Doença” (autor: Ch’ao-Yuan-fang Wu Ching).1882-86K. Takaki, cirurgião geral, diminui dramaticamente a incidência do beribéri na marinha japonesa ao melhorar a dieta dos soldados.1897Os oficiais médicos holandeses Eijkman e Grijns mostram que os sintomas de beribéri podem ser produzidos em frangos alimentadas com arroz polido e que estes sintomas podem ser evitados ou curados com uma alimentação de farelo de arroz.1912Casimir Funk isola o factor anti-beribéri de extractos de farelo do arroz e chama-lhe vitamina – uma amina essencial à vida. O nome é facilmente aceite e ajuda a focar a atenção no novo conceito de doenças de deficiência.1915McCollum e Davis propõe a vitamina hidrossolúvel B1 como factor anti-beribéri.1926Jansen e Donath isolam o factor anti-beribéri do farelo do arroz.1927O Conselho de Investigação Médico Britânico propõe a vitamina B1 como factor anti-beribéri.1936Robert R. Williams, que começou inicialmente as suas investigações com a vitamina B1 e o beribéri em Manila por volta de 1910, identifica e publica a fórmula química e dá-lhe o nome de tiamina.1937É conseguida a primeira produção comercial de tiamina.1943Williams et al e Foltz et al conduzem estudos sobre dieta que mostram a deficiência generalizada de tiamina nos EUA.1943São criados pelo Comité de Nutrição e Alimentação dos EUA padrões de identidade para a farinha enriquecida, determinando que a tiamina, a niacina, a riboflavina e o ferro sejam adicionados à farinha branca. 

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SinónimosO nome oficialmente reconhecido para a vitamina B2 é riboflavina. Os nomes anteriores eram vitamina G, lactoflavina, ovoflavina, hepatoflavina, verdoflavina e uroflavina. A maioria destes termos indica a fonte a partir do qual a vitamina foi inicialmente isolada, i.e. leite, ovos, fígado, plantas e urina.

Principais fontes na naturezaRiboflavina é uma das vitaminas com mais ampla distribuição. Todas as células de plantas e animais contém-na, mas há muito poucas fontes ricas. A levedura e o fígado têm as concentrações mais elevadas, mas as fontes de dieta mais comuns são o leite e os seus derivados, a carne, os ovos e os vegetais de folhas verdes. Os grãos dos cereais, embora fontes pobres em riboflavina, são importantes para aqueles que dependem dos cereais como componente principal da dieta alimentar. Os cereais fortificados os produtos de panificação fornecem grandes quantidades. As fontes animais de riboflavina são melhor absorvidas que as fontes vegetais. No leite de vaca, ovelha e cabra, pelo menos 90% da riboflavina está na forma livre; na maioria das outras fontes, surge ligado a proteínas.

EstabilidadeA riboflavina é estável ao calor e por isso não é facilmente destruída no processo normal de cozedura, excepto se os alimentos estiverem expostos à luz, porque nesse caso podem ser perdidos até 50%. Podem também ocorrer perdas através da lixiviação na água de cozedura. Devido à sua sensibilidade à luz, a riboflavina desaparece rapidamente do leite guardado em garrafas de vidro expostas ao sol ou a luz natural directa (85% em duas horas). A esterilização de alimentos por irradiação ou o tratamento com óxido de etileno pode também causar a destruição da riboflavina.

Vitamina B2

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Principais antagonistasCertos medicamentos, tais como a ouabaína (um medicamento utilizado no tratamento da falha cardíaca congestiva), a teofilina (um relaxante muscular suave, diurético e estimulante do sistema nervoso central), a penicilina e o ácido bórico, deslocam a riboflavina da sua ligação proteica e inibem assim o seu transporte ao sistema nervoso central. O probenecide (um medicamento anti-gota) inibe a absorção gastrointestinal e a secreção tubular renal da riboflavina. A clorpromacina (um medicamento anti-psicótico) é estruturalmente análoga à riboflavina. Evita a incorporação da riboflavina no FAD. Outros medicamentos que foram relatadas como tendo uma influência relativa na absorção ou no metabolismo da riboflavina são as fenotiazinas (tranquilizantes), os barbitúricos, a estreptomicina (um antibiótico) e os contraceptivos orais. O antagonista galactoflavina é frequentemente utilizado experimentalmente para apressar o desenvolvimento da deficiência de riboflavina.

Principais sinergistasA tiroxina e a triodotiroxina estimulam a síntese da FMN e da FAD nos sistemas dos mamíferos. Os medicamentos anticolinérgicos aumentam a absorção da riboflavina ao permitirem-lhe manter-se nos locais de absorção durante mais tempo.

FunçõesA riboflavina actua como um intermediário na transferência de electrões em numerosas reacções essenciais de redução de oxidação. Participa assim em muitas reacções metabólicas dos hidratos de carbono, gorduras e proteínas e na produção de energia através da cadeia respiratória. Os coenzimas de riboflavina são essenciais para a conversão da piridoxina (vitamina B6) e do ácido fólico nas suas formas coenzimáticas e para a transformação do triptofano em niacina.

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Deficiência marginalOs sintomas clínicos claros da deficiência em riboflavina são vistos raramente nos países desenvolvidos. No entanto, é comum o estagio sub-clínico de deficiência, caracterizado por uma mudança nos índices bioquímicos. Nas crianças isto pode levar num crescimento inferior ao normal. A deficiência de riboflavina raramente ocorre de forma isolada, e sim normalmente em combinação com deficiências nas outras vitaminas hidrossolúveis.

Deficiência FrancaA deficiência experimental de riboflavina em voluntários humanos produz a glossite (língua vermelha, língua geográfica), estomatite angular (fissuras nos cantos da boca), prurido (comichão), escamação da pele e dermatite seborreica (inflamação da pele), especialmente no escroto. Pode acontecer a vascularização da córnea em pacientes com deficiência em riboflavina, estando então associada com fotofobia, visão diminuída, comichão e uma sensação de areia nos olhos. No entanto não foi estabelecida uma ligação directa entre estes sintomas e a deficiência.Estudos utilizando o antagonista galactoflavina, revelaram alterações que não são vistas normalmente numa deficiência normal de dieta. Estas incluem a anemia normocítica e normocrómica e a neuropatia periférica das extremidades (latejar, sensação de frio e dor). A deficiência de riboflavina é também considerada como teratogénica, dado que ratos prenhes alimentados com quantidades sub-óptimas de riboflavina deram à luz ninhadas com anomalias múltiplas.

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Grupos em risco de deficiênciaA deficiência de riboflavina pode ocorrer como resultado de um trauma, incluindo queimaduras e cirurgia e tem sido observada em pacientes com doenças crónicas debilitantes (p.ex. febre reumática, tuberculose, endocardite bacteriana subaguda), diabetes, hipertiroidismo e cirrose hepática. Outros grupos de risco são os idosos, as mulheres que tomam contraceptivos orais, as crianças e os adolescentes de meios sócio-económicos pobres, crianças com doenças cardíacas crónicas, pessoas que não consomem lacticínios e bebés em tratamento de fototerapia prolongada para a hiperbilirrubinemia.A má absorção pode acontecer como resultado de doenças gastrointestinais, tais como a sprue, a doença celíaca, obstrução intestinal, ressecção do intestino grosso, diarreia, enterite, atresia biliar e síndroma do cólon irritável. As consequências de uma baixa ingestão de riboflavina pode ser agravada por alcoolismo crónico e stress crónico.

Dose Diária Recomendada (DDR)As recomendações dietárias para a riboflavina existem em 38 países, onde os valores médios para os adultos do sexo masculino variam entre 1,2 e 2,2 mg por dia. A recomendação do Comité de Nutrição e Alimentação do Conselho Nacional de Investigação dos EUA é baseada em estudos sobre alimentação conduzidos na década de 1940 os quais mostraram que uma ingestão de riboflavina de 0,55 mg ou inferior por dia resulta em sinais clínicos de deficiência após cerca de 90 dias. Estes dados levaram à assunção que uma ingestão de 0,6 mg por cada 1000 kcal deve suprir as necessidades para a generalidade das pessoas saudáveis. As recomendações actuais (1989) estão assim entre os 1,2-1,3 mg para as mulheres e 1,4-1,8 mg para os homens. É recomendada uma ingestão adicional de 0,3 mg para as mulheres durante a gravidez, de 0,5 mg durante os primeiros 6 meses de amamentação e 0,4 mg nos seguintes. Os níveis para bebés e crianças variam desde os 0,4 mg nos primeiros 6 meses de vida até 1,2 mg aos 10 anos.

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SuplementosA riboflavina está disponível em preparados orais, isolada ou em combinações de multivitaminas ou multivitaminas com minerais e como uma solução injectável. A riboflavina cristalina é pouco solúvel em água, tendo sido por isso desenvolvida a forma de fosfato para utilização em formulações líquidas. A FMN disponível comercialmente é também muito hidrossolúvel.

Utilização terapêuticaA maioria dos casos de deficiência em riboflavina responde a doses orais diárias de 5-10 mg. Os pacientes que sofrem de aclorídria, vómitos, diarreia, doenças hepáticas ou qualquer outra doença que evite a absorção ou utilização devem ser tratados por via parentérica. Os sintomas de deficiência começam a melhorar em 1-3 dias, mas a cura completa pode levar semanas. A riboflavina tem sido utilizada para tratar úlceras córneas, fotofobia e conjuntivite não infecciosa em pacientes sem sinais típicos de deficiência com resultados benéficos.

SegurançaNão foram relatados quaisquer casos de toxicidade a partir da ingestão de riboflavina. A capacidade limitada do tracto gastrointestinal para absorver esta vitamina torna qualquer risco significativo pouco provável.

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História1879Blyth isola a lactocromo, um material hidrossolúvel, amarelo, fluorescente a partir do soro do leite.1932Warburg e Christian extraem uma enzima amarela da levedura de cerveja e sugerem que ela pode desempenhar um papel importante na respiração celular.1933Kuhn, György e Wagner-Jauregg obtêm um pigmento amarelo cristalino com propriedade promotoras do crescimento a partir da clara de ovo e do soro do leite, o qual identificam como vitamina B2.1934Kuhn e os seus associados em Heidelberga e Karrer e os seus associados em Zurique sintetizam a riboflavina pura.1937O Conselho para a Farmácia e Química da Associação Médica Americana dá à vitamina o nome de “riboflavina”.1937Theorell assegura a estrutura da riboflavina-mononucleótido (FMN).1938Warburg e Christian isolam e caracterizam o riboflavina-adenina dinucleótido adenino da flavina (FAD), e demonstram a sua participação como coenzima.1941Sebrell et al demonstram os sinais clínicos da deficiência de riboflavina em experiências de alimentação de seres humanos.1968Glatzle e os seus associados propõem a utilização do teste de glutationa reductase dos eritrócitos como uma medida do estado de riboflavina. 

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Ácido Pantoténico

SinónimosO ácido pantoténico pertence ao grupo das vitaminas do complexo B. O nome vem do grego e significa “de toda a parte”. Os nomes anteriores foram vitamina B5, vitamina antidermatose, factor de antidermatite dos frangos e factor antipelagra dos frangos. A forma que ocorre naturalmente é o ácido D-pantoténico.

Principais fontes na naturezaO ácido pantoténico tem distribuição alargada nos alimentos, na maior parte incorporado no coenzima A (coenzima de acetilação). É particularmente abundante na levedura e nas carnes de órgãos (fígado, rins, coração e cérebro), mas os ovos, leite, vegetais, legumes e cereais de grão inteiro são provavelmente as fontes mais comuns. Os alimentos processados contêm pequenas quantidades, excepto quando aquelas perdidas durante o processamento são recolocadas depois. O ácido pantoténico é sintetizado pelos microrganismos intestinais, mas a quantidade produzida e o seu papel na nutrição humana são desconhecidas.

EstabilidadeO ácido pantoténico é estável em condições neutrais, mas é facilmente destruído pelo calor em soluções alcalinas ou ácidas. Podem ser perdido até 50% durante a cozedura (devido a lixiviação) e até 80% como resultado do processamento e refinamento dos alimentos (enlatamento, congelação, moagem, etc.). A pasteurização do leite causa apenas pequenas perdas.

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Principais antagonistasO etanol causa um decréscimo na quantidade de ácido pantoténico nos tecidos, o que resulta num aumento nos níveis séricos. Tem sido por isso sugerido que a utilização do ácido pantoténico é diminuída nos alcoólicos.O antagonista mais comum do ácido pantoténico que é utilizado experimentalmente para acelerar o surgimento dos sintomas de deficiência é o ácido pantoténico omega-metilo. O ácido L-pantoténico tem também sido demonstrado como tendo um efeito antagonista nos estudos em animais.O brometo de metilo, um fumigante utilizado para controlar os parasitas em locais onde os alimentos são armazenados, destrói o ácido pantoténico nos alimentos a ele expostos.

Principais sinergistasVários estudos indicaram que a vitamina B12 pode ajudar na conversão do ácido pantoténico livre no coenzima A. Na ausência da B12, a produção do coenzima A é diminuída e o metabolismo das gorduras comprometido. Nas experiências animais, o ácido ascórbico (vitamina C) tem sido demonstrado como diminuindo a severidade dos sintomas da deficiência em ácido pantoténico; a vitamina A, a vitamina B6, o ácido fólico e a biotina também são necessários para a utilização correcta do ácido pantoténico.

FunçõesO ácido pantoténico, como um constituinte do coenzima A, tem um papel chave no metabolismo dos hidratos de carbono, proteínas e gorduras e é por isso importante na manutenção e reparação de todas as células e tecidos. Está envolvido nas reacções que fornecem energia, na síntese de compostos tão vitais como os esteróis (p.ex. colesterol), hormonas (p.ex. crescimento, stress e sexuais), neurotransmissores (p.ex. acetilcolina), fosfolípidos (componentes das membranas celulares), porfirina (componente da hemoglobina, o pigmento transportador de oxigénio dos glóbulos vermelhos) e anticorpos e no metabolismo dos medicamentos (p.ex. sulfonamidas). Outro papel essencial do ácido pantoténico é a sua participação na proteína transportadora de acil, uma enzima envolvida na síntese dos ácidos gordos.

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Deficiência marginalDado que o ácido pantoténico ocorre largamente em todos os alimentos, é geralmente assumido que a deficiência dietária desta vitamina é extremamente rara. No entanto, a deficiência de ácido pantoténico nos humanos não está bem documentada e provavelmente não ocorre isolada, mas em conjunto com deficiências de outras vitaminas do complexo B.

Deficiência francaAs manifestações clínicas que podem ser claramente identificadas como deficiência dietária do ácido pantoténico não foram identificadas, embora tenha estado implicada no síndroma de “pés ardentes”, uma situação observada entre os prisioneiros de guerra mal-nutridos da década de 40. Os sintomas de deficiência têm sido produzidos experimentalmente pela administração do antagonista ácido pantoténico omega-metilo. Estes incluem fadiga, dores de cabeça, perturbações de sono, náusea, dores abdominais, vómitos e flatulência. Os pacientes queixam-se de sensações de latejar nos braços e pernas, cãimbras musculares e coordenação diminuída. Ocorreram também instabilidade cardiovascular e respostas dificultadas à insulina, histamina e ACTH (uma hormona de stress).Quando homens jovens saudáveis foram alimentados com uma dieta virtualmente livre de ácido pantoténico durante 9 meses, os únicos sintomas observados foram apatia e fadiga.A deficiência dietária de ácido pantoténico em animais resulta numa variedade alargada de anormalidades, tais como crescimento retardado, fertilidade diminuída, lesões gastrointestinais, problemas neuromusculares, problemas dermatológicos, necrose da glândula supra-renal e morte súbita.

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Grupos em risco de deficiênciaDado que o álcool interfere com a utilização do ácido pantoténico, as pessoas que ingerem álcool em excesso tem necessidades aumentadas. Têm sido encontrados baixos níveis de ácido pantoténico no sangue de mulheres que tomam contraceptivos orais e cuja ingestão seria considerada adequada. A excreção urinária do ácido pantoténico é aumentada pela diabetes e a absorção pode ser dificultada em pessoas com problemas do tracto digestivo. Os estudos populacionais mostraram que os idosos tem normalmente baixa ingestão e níveis sanguíneos sub-óptimos. A partir das experiências animais pode-se considerar que as necessidades de ácido pantoténico sejam aumentadas durante o crescimento, gravidez e amamentação. Também foi sugerido que várias complicações pós-cirúrgicas possam ser devidas a deficiência em ácido pantoténico.

Dose Diária Recomendada (DDR)É geralmente acordado que existe informação disponível insuficiente na qual basear uma DDR para o ácido pantoténico. Assim, a maioria dos países que estabelece recomendações dá apenas uma estimativa dos níveis seguros e adequados para uma ingestão diária. Estes variam entre os 2 e os 14 mg para os adultos. As recomendações dietárias do Comité de Alimentação e Nutrição de 1989 do Conselho Nacional de Investigação americano sugerem uma ingestão dos 4 aos 7 mg diários, baseada na ingestão média estimada dos habitantes bem alimentados dos EUA e na correspondente excreção na urina. A dose temporária para as crianças é de 2-3 mg diários, aumentando gradualmente para os níveis dos adultos até aos 11 anos. Não é proposta qualquer dose adicional para as mulheres grávidas ou que amamentam.

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SuplementosO ácido pantoténico puro é um óleo higroscópico viscoso que não é muito estável quimicamente. Os suplementos contêm assim normalmente sais de cálcio ou o álcool, pantenol. Ambos são bastante hidrossolúveis e convertem-se rapidamente em ácido livre no corpo. O pantotenato de cálcio é incluído frequentemente em preparações de multivitamínicos; o pantenol é a forma mais comum utilizada em monopreparações, as quais estão disponíveis numa variedade de formas farmacêuticas (p.ex. soluções para injecções e aplicação local, aerossóis, comprimidos, unguentos e cremes).

Utilização terapêuticaEmbora sejam raramente observados estados de deficiência isolados, vários investigadores notaram variações nos níveis de ácido pantoténico em várias doenças e quantidades farmacológicas da vitamina são utilizadas no tratamento de numerosas doenças. No entanto em muitos casos as respostas terapêuticas publicitadas não foram confirmadas por estudos controlados em seres humanos.Para o tratamento da deficiência devido à absorção diminuída, são recomendadas injecções intravenais ou intramusculares de 500 mg, várias vezes por semana. O íleo pós-operativo (paralisia do intestino), requer doses de até 1000 mg a cada seis horas. O pantenol é aplicado topicamente na pele e mucosas para acelerar o processo de cura de feridas, úlceras e inflamações, bem como em cortes e raspões, queimaduras, queimaduras solares, assadura das fraldas, escaras, laringite e bronquite.O ácido pantoténico foi experimentado, com resultados variáveis, em várias doenças hepáticas e na artrite, para tratar constipações nos idosos, para prevenir a retenção urinária após cirurgia ou parto e (juntamente com a biotina) contra a calvície. Tem sido também relatado como tendo um efeito protector contra as náuseas devido a radiação.

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SegurançaO ácido pantoténico é geralmente considerado como sendo não-tóxico e nunca foram relatados quaisquer casos de hipervitaminose. Quantidades tão elevadas como 10 g em seres humanos apenas produziram pequenas perturbações gastrointestinais.

Outras aplicaçõesO pantenol é utilizado frequentemente em produtos cosméticos. Nos produtos para o cuidado da pele, ajuda a manter a pele hidratada e suave, estimula o crescimento das células e a reparação dos tecidos e inibe a inflamação e a vermelhidão. Como hidratante e amaciador em produtos para o cabelo, protege contra e repara os danos devido a procedimentos químicos e mecânicos (secador, escovagem, champô, permanente, coloração, etc.) dando brilho.

Page 42: Curso nutrição

História1931Williams e Truesdail separam uma fracção de ácido de “bios”, o factor de crescimento para a levedura descoberto em 1901 por Wildiers.1933Williams et al mostram que esta fracção é uma substância ácida única essencial ao crescimento da levedura. Dado que se encontra numa variedade alargada de materiais biológicos, sugerem chamar-lhe “ácido pantoténico”.1938Williams et al estabelecem a estrutura do ácido pantoténico.1939Jukes e Woolley et al mostram independentemente a semelhança entre o ácido pantoténico e o factor anti-dermatite dos frangos.1940A síntese total da vitamina é alcançada independentemente por Williams e Major, Stiller e associados, Reichstein e Grüssner, Kuhn e Wieland.1947Lipmann e os seus associados identificam o ácido pantoténico como um dos componentes do coenzima que descobriram no fígado dois anos antes.1953A estrutura completa do coenzima A é elucidada por Baddiley et al. Lipmann recebe o prémio Nobel juntamente com Krebs pelo seu trabalho com o coenzima A e o seu papel no metabolismo.1954Bean e Hodges relatam que o ácido pantoténico é essencial para a nutrição humana. Subsequentemente, eles e os seus colegas conduzem vários estudos de forma a produzir sintomas de deficiência em seres humanos saudáveis, utilizando o antagonista ácido pantoténico omega-metilo.1965Pugh e Wakil identificam a proteína transportadora de acil, como mais uma forma activa do ácido pantoténico.1976Fry e os seus associados medem a resposta metabólica dos humanos a uma deprivação do ácido pantoténico sem envolvimento de um antagonista. 

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Vitamina B6

SinónimosO termo vitamina B6 ou piridoxina é utilizado para cobrir um grupo de compostos que são metabolicamente intermutáveis, nomeadamente o piridoxol (o álcool), o piridoxal (o aldeído) e a piridoxamina (a amina).

Principais fontes na natureza A vitamina B6 liga-se principalmente às proteínas nos alimentos. O piridoxol encontra-se especialmente nas plantas, enquanto que o piridoxal e a piridoxamina são principalmente encontradas nos tecidos animais. As galinhas e o fígado de vaca, porco e vitela são excelentes fontes de piridoxina. As boas fontes incluem o presunto e o peixe (atum, truta, halibute, arenque e salmão), nozes (amendoins, avelãs), pão, milho e cereais de grão integral. Geralmente os vegetais e as frutas são fontes pobres de vitamina B6, embora existam produtos nestas classes alimentares que contêm quantidades consideráveis de piridoxina, tais como os feijões e a couve-flor, as bananas e as passas.

HomemE os outros primatas dependem de fontes externas para cobrir as suas necessidades de vitamina B6. Podem ser sintetizadas pelas bactérias intestinais quantidades negligenciáveis de vitamina.

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ConservaçãoA vitamina B6 é relativamente estável ao calor mas decompõe-se por oxidação e luz ultra-violeta e por ambientes alcalinos. A congelação de vegetais causa uma redução de até 25%, a moagem de cereais, gera um desperdício tão elevado como 90%. As perdas por cozedura de alimentos processados podem alcançar os 40%.

Principais antagonistasExistem mais de 40 medicamentos que interferem com a vitamina B6, os quais podem causar uma disponibilidade diminuída e mau estado da vitamina B6. Os principais antagonistas incluem:Desoxipiridoxina, um anti-metabolito eficaz Isoniaside, uma droga tuberculostática Hidralazina, um anti-hipertensor Ciclosserina, um antibiótico e Penicilamina, utilizada no tratamento da doença de Wilson. A vitamina B6, por outro lado, pode actuar em si mesma como um antagonista nos pacientes com doença de Parkinson e que estejam sob tratamento com L-dopa. Em tais casos, pode contrariar o efeito da L-dopa.

Principais sinergistasCertas vitaminas do complexo B (niacina, riboflavina, biotina) podem actuar em sinergia com a piridoxina. A niacina e a riboflavina são necessárias para a interconversão das diferentes formas de vitamina B6.

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FunçõesA principal função metabólica da vitamina B6 é como coenzima. Tem um papel importante no metabolismo das proteínas, hidratos de carbono e lípidos; as suas principais funções são: a produção de epinefrina, serotonina e outros neurotransmissores; a formação do ácido nicotínico da vitamina; a decomposição do glicogénio; o metabolismo dos aminoácidos.

Deficiência MarginalÉ raro o estado de deficiência dietária que mostre sintomas de deficiência clínica definidos, embora quase 50% das dietas avaliadas no Estudo de Consumo de Alimentos dos EUA de 1977-78, forneça menos de 70% da ingestão recomendada. De forma semelhante, um inquérito nutricional mostrou que três quartos de (...) produzem mais ácido xanturénico na urina. Se a administração de 100 mg de triptofano por quilo de peso, levar a uma excreção de ácido xanturénico em excesso de 30 mg em 24 horas, pode ser diagnosticada uma deficiência em piridoxina.

Grupos em risco de deficiência marginalEntre as pessoas em risco de uma ingestão/estado insuficiente de piridoxina estão:As mulheres grávidas e a amamentar. Isto deve-se aos requisitos adicionais feitos pelo feto ou pelo bebé. As mulheres que tomam contraceptivos orais com elevado teor de estrogénio.Os alcoólicos crónicos. A bebida em excesso pode debilitar gravemente a capacidade do fígado para sintetizar PLP. Pessoas com uma elevada ingestão de proteínas, dado que o metabolismo da proteínas depende da presença da piridoxina.

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Deficiência FrancaUma dieta com baixo teor de piridoxina pode levar a uma anemia hipocrómica (descida anormal do conteúdo de hemoglobina dos eritrócitos) e perda de capacidade de converter o triptofano em ácido nicotínico. A deficiência induzida por antagonistas ou certos erros genéticos do metabolismo dos aminoácidos pode, se não for convenientemente tratada, resultar em:Fraco crescimento Convulsões de origem cerebral, especialmente ataques convulsivos em bebés Formação de anticorpos diminuída Lesões na pele, p.ex. dermatite seborreica Problemas abdominais, vómito Pedras no rim Anormalidades electroencefalográficas Nevrite periférica, degeneração nervosa Estes problemas podem também indicar outros problemas de saúde que não a deficiência em piridoxina e por isso o tratamento devee sempre ter lugar sob supervisão médica.

Dose Diária Recomendada (DDR)A ingestão diária recomendada da vitamina B6 varia de acordo com a idade, sexo, grupos de risco (ver “Grupos de risco”) e com os critérios aplicados. Nos EUA, a DDR para os adultos do sexo masculino está actualmente fixada em 2,0 mg por dia e em 1,6 mg para as mulheres.As necessidades de vitamina B6 aumentam quando são ingeridas dietas alimentares de elevado nível de proteínas, dado que o metabolismo das proteínas apenas pode funcionar convenientemente com a assistência de piridoxina. As mulheres grávidas e a amamentar precisam de uma dose adicional de 0,5 a 0,6 mg para compensar as necessidades aumentadas pelo feto ou pelo bebé.

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SuplementosA forma da vitamina B6 mais frequentemente disponível é o hidrocloreto de piridoxina, o qual é utilizado na fortificação dos alimentos, suplementos nutricionais e produtos terapêuticos tais como cápsulas, comprimidos e ampolas.

Utilização terapêuticaCasos geneticamente condicionados de dependência de piridoxina incluem certos tipos de anemia e anormalidades no metabolismo dos aminoácidos. Em tais casos, são indicadas doses terapêuticas de aproximadamente 40-200 mg de vitamina B6 por dia.A piridoxina é frequentemente administrada em doses de 40 mg/dia no tratamento de náuseas e vómitos (hiperemese da grávida) durante os meses iniciais da gravidez e durante o decurso da gravidez e da amamentação. É frequentemente utilizada para ajudar no alívio da depressão (nas mulheres que tomam contraceptivos orais) e no síndroma pré-menstrual. As pesquisas sugeriram ainda que:Certos pacientes com diabetes mellitus ou diabetes de gravidez experimentam uma melhoria na tolerância à glucose quando recebem suplementos de vitamina B6. Os pacientes com asma podem sentir menos ataques e com menor gravidade de sibilo, tosse e dificuldades de respiração com a vitamina B6. Os pacientes com o síndroma de canal cárpico podem beneficiar de elevadas doses de vitamina B6. Uma dose de 25-200 mg de piridoxina pode ter efeitos benéficos no tratamento de doenças da radiação.

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SegurançaA vitamina B6 em todas as suas formas é bem tolerada. Têm sido administradas sem efeitos adversos doses orais diárias de piridoxina de até 50 vezes a Dose Diária Recomendada (cerca de 100 mg) por períodos de até 3-4 anos.Doses diárias de 500 mg ou mais podem causar neuropatia sensorial após vários anos de ingestão, enquanto que a ingestão de quantidades em excesso de 1g por dia podem levar a uma neuropatia sensorial em poucos meses. Felizmente estes efeitos colaterais são reversíveis em larga escala, assim que se cessa a ingestão da vitamina B6. Hoje em dia, a ingestão prolongada de doses que excedem os 500 mg diários é considerada com tendo o risco de causar efeitos adversos em certas pessoas enquanto que doses de 200 mg ou inferiores são consideradas como seguras.

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História

A vitamina B6 foi descoberta quase como um produto secundário dos estudos sobre a pelagra, uma doença de deficiência causada pela ausência no corpo da vitamina niacina. A vitamina B6 ganhou um significado imenso com a descoberta do seu papel importante na nutrição humana e animal na década de 40.1926Goldberger, Wheeler, Lillie e Rogers alimentam ratos com uma dieta deficiente no que é considerado como o factor de prevenção da pelagra; estes animais desenvolvem lesões de pele.1934György identifica pela primeira vez o factor como vitamina B6, ou adermina, uma substância capaz de curar uma doença de pele característica dos ratos (dermatite acrodinia). O factor é então chamado o factor anti-acrodinia dos ratos, a deficiência do qual causa a chamada “pelagra dos ratos”.1935Birch e György conseguem diferenciar a riboflavina e a vitamina B6 do factor específico de prevenção da pelagra (P-P) de Goldberger e dos seus associados.1938Lepkovsky é o primeiro a relatar o isolamento da vitamina B6 cristalina pura. Independentemente, mas ligeiramente mais tarde, vários outros grupos de pesquisadores relataram também a isolação da vitamina B6 cristalizada a partir de arroz polido (Keresztesy e Stevens; György, Kuhn e Wendt; Ichiba e Michi).1939Harris e Folkers determinam a estrutura da piridoxina e são capazes de sintetizar a vitamina. György propõe o nome piridoxina.1945Snell é capaz de mostrar que existem duas outras formas naturais da vitamina, nomeadamente, o piridoxal e a piridoxamina.1957Snyderman estabelece as necessidades de vitamina B6 nos seres humanos. 

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Ácido Fólico

SinónimosO ácido fólico (nome químico: ácido peteroilglutâmico), pertence ao grupo das vitaminas do complexo B. É também conhecida como folacina, vitamina BC, vitamina B9 e factor do Lactobacillus casei, embora estes nomes sejam actualmente considerados obsoletos.O termo “folatos” é utilizado para designar todos os membros da mesma família de compostos nos quais o ácido pteróico se liga a uma ou mais moedas de L-glutamato.

Principais fontes na naturezaOs folatos são encontrados numa grande varidade de alimentos. A s fontes mais ricas são o fígado, os vegetais de folha verde escura, os feijões, o gérmen de trigo e a levedura. Outras fontes são a gema de ovo, o linho, o sumo de laranja e o pão de trigo integral.A maioria dos folatos da dieta existe na forma de poliglutamato, o qual é convertido na parede do intestino grosso para a forma de monoglutamato antes de ser absorvido na corrente sanguínea. Apenas cerca de metade do folato ingerido na dieta é de facto absorvido. Em circunstâncias normais, os folatos sintetizados pelas bactérias do intestino não contribuem significativamente para a nutrição de folatos nos seres humanos, dado que a síntese do folato bacteriano é normalmente restringida pelo intestino delgado (cólon) enquanto a absorção ocorre principalmente na parte superior do intestino grosso (jejuno).

EstabilidadeA maioria das formas de folatos nos alimentos são instáveis. Os vegetais frescos de bastantes folhas, armazenados à temperatura ambiente podem perder até 70% da sua actividade de folato em três dias. Perdas consideráveis ocorrem também por extracção para a água de cozedura (até 95%) e pelo aquecimento.

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Principais antagonistasVários agentes quimicoterapêuticos (p.ex. metotrexato, trimetoprime, pirimetamina), inibem a reductase da enzima di-hidrofolato, a qual é necessária para o metabolismo dos folatos.Muitas drogas podem interferir com a absorção, utilização e armazenagem dos folatos. Estas incluem os contraceptivos orais, o álcool, a colestiramina (um medicamento utilizado para baixar o colesterol no sangue) e os agentes epilépticos, tais como os barbitúricos e a di-fenil-idantoína, bem como a sulfasalazina, a qual é uma sulfonamida utilizada no tratamento da colite ulcerosa. Os medicamentos que reduzem a acidez no intestino, tais como os antiácidos e as modernas drogas anti-úlceras, também têm sido relatadas como interferindo com a absorção do ácido fólico.

Principais sinergistasA utilização apropriada dos folatos depende de um fornecimento adequado de outras vitaminas do grupo B e da vitamina C, as quais estão envolvidas nas reacções químicas necessárias para o metabolismo dos folatos na dieta. A vitamina C pode também fornecer as conduções de redução necessárias para preservar os folatos na dieta e uma dieta deficiente em folatos é também provavelmente deficiente em vitamina C.

FunçõesO ácido tetrahidrofólico, o qual é a forma activa dos folatos no organismo, actua como um coenzima em numerosas reacções metabólicas essenciais. Tem um papel importante no metabolismo dos aminoácidos, os constituintes das proteínas. Está também envolvido na síntese dos ácidos nucleicos, as moléculas que transportam a informação genética nas células, bem como na formação da células sanguíneas e de alguns dos constituintes do tecido nervoso. O ácido fólico é assim essencial para o crescimento correcto e para o funcionamento óptimo do sistema nervoso e da medula óssea.

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Deficiência marginalA deficiência de folatos é uma das deficiências vitamínicas mais comuns. Pode ser o resultado de uma ingestão inadequada, absorção deficiente, metabolismo anormal ou necessidades acrescidas. O diagnóstico de uma deficiência subclínica depende da demonstração de níveis reduzidos de tecido ou de outras provas bioquímicas, dado que as manifestações hematológicas são normalmente ausentes e os níveis de plasma não são um indicador fiável. Um estado de deficiência de folatos pode surgir em 1 a 4 semanas, dependendo dos hábitos de dieta e das reservas de vitamina no organismo.Os sintomas iniciais da deficiência de folatos não são específicos e podem incluir cansaço, irritabilidade e perda de apetite.

Deficiência francaA deficiência grave de folatos leva quase sempre, num curto espaço de tempo, a uma anemia megaloblástica, uma doença na qual a medula óssea produz glóbulos vermelhos gigantes e imaturos. Os sintomas clínicos variam e estão relacionados com a gravidade da anemia e com a agudicidade da sua manifestação. Se deixada sem tratamento, a anemia megaloblástica pode ser fatal.Na deficiência aguda (p.ex. após a administração dos antagonistas dos folatos), pode haver perda de apetite, dores abdominais, enjoos e diarreia. Podem também desenvolver-se úlceras dolorosas na boca e na faringe; podem ocorrer alterações de pele e perda de cabelo.Os sintomas comuns de uma deficiência crónica de folato são o cansaço e a perda de energia e de vontade. Pode ocorrer uma sensação de boca e língua doridas. A deficiência durante a gravidez pode resultar em parto prematuro e/ou malformação do feto. Nas crianças, o crescimento pode ser retardado e a puberdade atrasada. A deficiência de folatos tem também sido associada com problemas neurológicos, tais como demência e depressão.

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Grupos em risco de deficiênciaA deficiência de folatos é muito comum e muitos locais do mundo e faz parte do problema geral de subnutrição. Nos países desenvolvidos, a deficiência nutricional de folatos pode ser encontrada acima de tudo em grupos economicamente despriveligiados (p.ex. os idosos). A ingestão reduzida de folatos é também vista frequentemente em pessoas que fazem dietas específicas (p.ex. para perder peso).Problemas de estômago (p.ex. gastrite atrófica) e do intestino grosso (p. ex. doença celíaca, sprue, a doença de Crohn) podem levar a uma deficiência de folatos como resultado da má absorção. Em doenças com uma elevada taxa de renovação celular (p.ex. cancro, certas anemias, problemas de pele), as necessidades de folatos são maiores. Isto acontece também durante a gravidez e a amamentação, devido ao rápido crescimento dos tecidos durante a gravidez e às perdas através do leite durante a amamentação.As pessoas em tratamento médico, p.ex. para a epilepsia, cancro ou infecções, têm maiores riscos de sofrerem de deficiências de folatos, bem como as mulheres que tomam contraceptivos orais e os pacientes com falha renal que necessitam de hemodiálise periódica. As deficiências agudas de folatos têm sido relatadas como ocorrendo num curto espaço de tempo em pacientes em cuidados intensivos, especialmente aqueles com nutrição por via parentérica total.

Dose Diária Recomendada (DDR)Recomendações para uma ingestão diária de folatos têm sido formulada em 27 países, sendo que muitos deles seguem as recomendações do Comité de Alimentação e Nutrição do Conselho de Investigação Nacional americano. No seu último guia (1989), esta organização recomenda uma ingestão diária de 20-35 mg de folatos na dieta alimentar para bebés, 50-150 mg para as crianças, 180 mg para as mulheres e 200 mg para os homens. Para cobrir as necessidades acrescidas durante a gravidez e a amamentação, são recomendadas, respectivamente, 400 mg e 260-280 mg por dia. Alguns especialistas, incluindo um grupo sob os auspícios da Organização Mundial de Saúde, recomendou uma ingestão de 600 mg diários durante a amamentação.

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SuplementaçãoO ácido fólico está disponível em preparações orais, isolado ou em combinação com outras vitaminas e minerais (p.ex. ferro), e como solução aquosa para injecções. Como o ácido é apenas fracamente hidrossolúvel, são utilizados os sais de folato para preparar fórmulas de dose líquida. O ácido folínico (também conhecido como leucovorina ou factor citrovorum) é um derivado do ácido fólico administrado por injecção intramuscular para contrariar a acção dos inibidores da reductase de di-hidrofolato, tais como o metotrexato. Para além disso, não é indicado para a prevenção e tratamento da deficiência de ácido fólico.

Utilização terapêuticaEm situações onde existe um elevado risco de deficiência de folatos, são recomendados suplementos orais de ácido fólico, normalmente num preparado multivitamínico contendo 400 a 500 mg de ácido fólico. A suplementação multivitaminica durante a gravidez com doses de até 5 mg de ácido fólico tem sido demonstrado como reduzindo a incidência de malformações do feto, especialmente as deficiências do canal neural (malformações do cérebro e da medula espinal). Tal suplementação é também eficaz em mulheres grávidas que tomam medicamentos anticonvulsionantes para a epilepsia.O desenvolvimento anormal de tecidos (displasia), característica de algumas situações pré-cancerosas, pode ser também favoravelmente afectada pela suplementação de folatos. Em vários estudos, envolvendo utilizadores de contraceptivos orais com displasia do cérvix uterino ou fumadores com displasia dos brônquios, três a quatro meses de tratamento com 10mg de ácido fólico diariamente reduz significativamente o número de células anormais.Em casos agudos de anemia megaloblástica, o tratamento tem frequentemente de ser iniciado antes de ser feito um diagnóstico da causa. Para evitar complicações que possam surgir do tratamento de uma deficiência de vitamina B12 com ácido fólico em tais circunstâncias (ver abaixo), é preciso administrar ambas as vitaminas até estar disponível um diagnóstico específico.

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História

1931Lucy Wills observa na Índia os efeitos de extractos de fígado e levedura na anemia macrocítica tropical e conclui que esta doença deve ser devida a uma deficiência na dieta alimentar. Ela reconhece que a levedura contém um agente curativo igual em potência àquele do fígado.1938Day e os seus colaboradores encontram um factor de anti-anemia para os macacos na levadura e designaram-no “vitamina M”. Na mesma altura Stokstad e Manning descobrem um factor de crescimento para os frangos, ao qual chamam “Factor U”.1939Hogan e Parrott identificam um factor anti-anemia para os frangos em extractos de fígado, ao qual chamam “Vitamina BC”.1940São descobertos factores de crescimento para o Lactobacillus casei e Streptococcus lactis. Snell e Peterson dão-lhe o nome de “factor norite-eluído”.1941Mitchell, Snell e Williams (EUA) sugerem o nome ácido fólico ( = folium, do latim para folha) para o factor responsável pela estimulação de crescimento do Streptococcus lactis que eles isolaram do espinafre e ao qual eles suspeitam conter propriedades semelhantes às de uma vitamina para os animais.1945

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Angier e os seus colaboradores (EUA) relatam a síntese de um composto idêntico ao factor L. Casei isolado do fígado. Descrevem posteriormente as estruturas químicas dos compostos básico e relacionados.1945Spies demonstra que o ácido fólico cura a anemia megaloblástica da gravidez.1962Herbert (EUA) consome uma dieta deficiente em folatos durante vários meses e relata o desenvolvimento de sintomas de deficiência. As suas descobertas estabelecem o critério para o diagnóstico de uma deficiência de folatos. No mesmo ano, Herbert estima as necessidades de ácido fólico para os adultos, as quais ainda servem como uma base para muitas DDRs.1991Wald (RU) estabelece que a suplementação de ácido fólico reduz o risco de deficiência do canal neural em 70% entre as mulheres que já deram à luz uma criança com esta deficiência.1992Butterworth (EUA) descobre que níveis séricos de ácido fólico mais elevados do que o normal estão associados com uma diminuição do risco de cancro cervical em mulheres infectadas com o vírus do papiloma humano. Para alem disso Czeizel (Hungria) demonstra que a primeira ocorrência de deficiência do canal neural pode ser largamente eliminada com um multivitamínico que contenha ácido fólico tomado no período pós-concepcional.1993O Serviço de Saúde Pública americano recomenda que todas as mulheres em idade fértil consumam 0,4 mg (400 mg) de folatos diariamente de modo a reduzir o risco de malformações do feto, tais como a espinha bífida e outros defeitos do canal neural. 

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Vitamina B12

SinónimosA vitamina B12 refere-se a um grupo de corrinóides que contêm cobalto, conhecidos como cobalamina. É também chamada factor anti anemia perniciosa, factor extrínseco de Castle e factor de proteína animal. As cobalaminas principais nos seres humanos e animais são as hidroxocobalaminas, adenosilcobalaminas e metilcobalaminas, sendo as duas últimas as formas coenzimáticas activas. A cianocobalamina, uma forma sintética de vitamina B12 e que é largamente usada clinicamente devido à sua disponibilidade e estabilidade, é transformada nos factores activos no corpo.

Fontes principais na naturezaNa dieta humana, a vitamina B12 é fornecida principalmente por produtos animais, em particular a carne de órgãos (fígado, rins, coração, cérebro). Outras boas fontes são o peixe, os ovos e os lacticínios.Os alimentos de origem vegetal são essencialmente desprovidos de vitamina B12. As bactérias nos intestinos sintetizam a vitamina B12, mas em condições normais, não em zonas onde ocorre a absorção.

EstabilidadeA vitamina B12 perde lentamente a sua actividade quando exposta à luz, oxigénio e ambientes ácidos ou alcalinos, mas é estável ao calor. A perda de actividade na cozedura (aproximadamente 70%) acontece com maior probabilidade a partir dos sucos da carne ou em lixiviação para a água, mais do que na destruição.

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Principais antagonistasA absorção das cobalaminas é limitada pelo álcool, pela deficiência em vitamina B6 (piridoxina), pela colestiramina, pelo ácido para-aminosalicílico, pela colquicina, pela neomicina, pelas biguanidinas orais, metformina e fenformina e possivelmente pelo cloreto de potássio. Vários anticonvulsionantes – fenobarbitona, primidona, fenitoína e etilfenascemida podem alterar o metabolismo das cobalaminas no líquido cerebrospinal e levar a perturbações neuropsíquicas. Vários amidos substitutos, a lactona e a lactana, análogas da cianocobalamina, competem com os locais de ligação no factor intrínseco e podem levar a uma depressão da absorção da vitamina. O óxido nítrico também interfere com o metabolismo da cobalamina.

FunçõesA vitamina B12 é necessária para a formação dos corpúsculos do sangue, do revestimento dos nervos e de várias proteínas. Também se envolve no metabolismo dos hidratos de carbono e da gordura e é essencial para o crescimento. A adenosilcobalamina é o coenzima para a isomerização de 1-metil-malonil-CoA para succinil-CoA (uma reacção importante no metabolismo dos lípidos e dos hidratos de carbono) e na redução do ribonucleótido (o qual fornece os blocos de construção para a síntese de ADN). As reacções que envolvem a metilcobalamina incluem a biosíntese da metionina, metano e acetato. Existe evidência de que a vitamina B12 é necessária na síntese dos poliglutamatos dos folatos (coenzimas activas necessárias na formação do tecido nervoso) e na regeneração do ácido fólico durante a formação dos glóbulos vermelhos.

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DeficiênciaA deficiência clínica de cobalamina devida a insuficiência na dieta é rara. A falta de vitamina B12 leva à anemia megaloblástica (caracterizada por glóbulos vermelhos grandes e imaturos) e a neuropatia nos seres humanos com um estabelecimento insidioso de sintomas. Estes incluem fraqueza, cansaço, falta de ar de esforço (dispneia), sensação de latejar e dormência (parestesia), língua dorida (glossite), perda de apetite e de peso, perda do paladar e do olfacto, impotência, perturbações psiquiátricas (tais como irritabilidade, perda de memória, depressão leve, alucinações) e anemia grave (a qual pode levar a sinais de disfunção cardíaca). A deficiência de vitamina B12 leva à síntese deficiente do ADN nas células; os tecidos mais afectados são aqueles com maior taxa de renovação de células, p.ex. o sistema hematopoiético. Podem ocorrer danos irreversíveis no sistema nervoso com desmielinização específica da medula espinal.Os sintomas de deficiência em vitamina B12 são semelhantes aos da deficiência em ácido fólico, sendo a maior diferença o facto de apenas a deficiência em vitamina B12 estar relacionada com a degeneração da medula espinal. Se for utilizado ácido fólico para tratar a deficiência de vitamina B12, a anemia pode ser aliviada mas permanece o risco de danos no sistema nervoso. É por isso essencial diagnosticar a deficiência de forma precisa antes de se iniciar a terapia.

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Grupos em risco de deficiênciaA causa principal da deficiência de cobalamina é a falta da secreção do factor intrínseco. Isto ocorre em pessoas com anemia perniciosa (uma doença hereditária que afecta principalmente pessoas idosas), após uma gastrectomia e após a ingestão de agentes corrosivos com destruição da mucosa gástrica. Em pacientes com lesões no intestino grosso (asa cegas, estenose, constrições, divertículos) o sobre crescimento das bactérias pode levar à competição pela vitamina disponível. A absorção diminuída também ocorre em pacientes com pequenos defeitos no intestino (p.ex. sprue, doença celíaca, ileíte, resecção ileal) e naqueles com erros congénitos do metabolismo da cobalamina, a secreção do factor intrínseco biologicamente anormal, ou síndroma de Zollinger-Ellison). Tem sido relatada uma má absorção da cobalamina em pacientes com tratamentos longos com alguns medicamentos e em idosos com atrofia gástrica.O risco de deficiência nutricional é aumentado em pessoas com uma dieta exclusivamente vegetariana; uma elevada ingestão de fibras tem sido mostrada como agravadora de um equilíbrio precário da vitamina.Têm também surgido relatos de deficiência de vitamina B12 em bebés amamentados por mães vegetarianas.

Dose Diária Recomendada (DDR)A ingestão dietária recomendada de vitamina B12 está entre 0,3-5,0 mg/dia em 25 países. Desde 1989 que o Comité de Alimentação e Nutrição da Academia Nacional das Ciências recomenda uma dose diária de 2,0 mg para adultos, 0,3 mg para os bebés até os seis meses e 0,5 mg/dia para aqueles entre os seis meses e um ano. É recomendado um aumento de 2,2 mg/dia durante a gravidez de 2,6 mg/dia para a amamentação de modo a cobrir as necessidades aumentadas do feto/bebé. O Comité para a Nutrição da Academia Americana de Pediatria recomenda uma ingestão diária de vitamina B12 de 0,15 mg/100 kcal de energia ingeridos para os bebés e crianças. Outras autoridades sugerem ingestões de 0,3-0,5 mg (0-1 anos de idade), 0,7-1,5 mg (1-10 anos) e 2 mg (> 10 anos). A dieta ocidental “média” fornece provavelmente 3-15 mg/dia, mas pode variar de 1-100 mg/dia.

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SuplementosEstá disponível um injecção de vitamina B12 em forma aquosa estável como cianocobalamina ou hidroxocobalamina. A cianocobalamina também está disponível como comprimido e em apresentações líquidas orais. A administração da vitamina B12 num complexo de ácido tânico de zinco permite uma difusão lenta a partir do local da injecção, dando origem a perdas relativamente pequenas na urina e elevados níveis de plasma durante um longo período de tempo. A suspensão deste complexo em óleo de sésamo/gel de monoestearato de alumínio oferece uma melhor retenção imediata no pós-injecção. A vitamina B12 está também incluída em várias preparações de multivitamínicos, comercializados como suplementos nutricionais para a anemia.

Utilização terapêuticaOs pacientes com falta de secreção do factor intrínseco necessitam de uma terapia vitalícia de vitamina B12. Quando utilizada isoladamente, são necessárias doses orais de pelo menos 150 mg/dia, embora doses semanais únicas de 1000 mg tenham sido consideradas satisfatórias em alguns casos. Podem ser dadas combinações de vitamina B12 e de factor intrínseco, mas um número variável de pacientes tornam-se refractários ao factor intrínseco após tratamento prolongado, sendo preferível a terapia por via parentérica com cianocobalamina ou hidroxocobalamina. Nos estágios iniciais da terapia são dadas injecções de maiores doses para repor as reservas do organismo (1000 mg de hidroxocobalamina duas vezes por semana durante 6 semanas) com a maioria dos pacientes mantidos a uma dose de 250 mg duas vezes por mês. A hidroxocobalamina tem uma retenção melhor do que a cianocobalamina e é por isso preferida para utilização terapêutica de rotina.

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A vitamina B12 também demonstrou ser útil na ambliopia tabágica (visão reduzida devido aos efeitos tóxicos do tabaco). Na atrofia óptica hereditária de Leber, a melhoria da acuidade visual tem sido alcançada com doses semanais de 1000 mg de hidroxocobalamina. A neurite óptica resultante de doses elevadas de cloramfenicol reage às injecções de hidroxocobalamina e piridoxina em doses elevadas. A vitamina B12 tem também sido utilizada para prevenir a toxicidade de cianeto induzida por nitroprussiato, como terapia de manutenção em crianças com acidúria metilmalónica e como analgésico. Esta última indicação é normalmente combinada com as vitaminas B1 e B6.

SegurançaA cianocobalamina não causou toxicidade nos animais em níveis vários milhares de vezes superiores às suas necessidades nutricionais. No homem não foram relatados efeitos adversos a partir de doses orais únicas tão elevadas como 100 mg nem da administração crónica de 1 mg (500 vezes a DDR) semanalmente durante 5 anos. Não têm existido relatos de propriedade carcinogénicas ou mutagénicas e os estudos até à data não relataram qualquer potencial teratogénico.

Page 63: Curso nutrição

História1824São descritos por Combe os primeiros casos de anemia perniciosa e a relação possível com as doenças do sistema digestivo.1855Combe e Addison identificam os sintomas clínicos da anemia perniciosa.1925Whipple e Robscheit-Robbins descobrem os benefícios do fígado na regeneração do sangue em cães anémicos.1926Minot e Murphy relatam que uma dieta de elevadas quantidades de fígado cru dada a pacientes com anemia perniciosa restaura o nível normal dos glóbulos vermelhos. São desenvolvidos concentrados de fígado e são iniciados estudos sobre os presumível(eis) principio(s) activos (“factor anti anemia perniciosa”).1929Castle postula que estão envolvidos dois factores no controle da anemia perniciosa: um “factor extrínseco” nos alimentos e um “factor intrínseco” na secreção gástrica normal. A administração simultânea destes factores causa a formação de glóbulos vermelhos a qual alivia a anemia perniciosa.

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1934Whipple, Minot e Murphy são galardoados com o prémio Nobel de medicina pelo seu papel no tratamento da anemia perniciosa.1948Rickes, Folkers e os seus associados (EUA) e Smith e Parker (Inglaterra), trabalhando separadamente, isolam um pigmento vermelho cristalino ao qual dão o nome de vitamina B12.1948West demonstra que injecções de vitamina B12 beneficiam dramaticamente os pacientes com anemia perniciosa.1949Pierce e os seus colaboradores isolam duas formas cristalinas de vitamina B12, igualmente eficazes no combate da anemia perniciosa. Uma forma é descoberta como contendo cianeto (cianocobalamina) enquanto a outra não (hidroxocobalamina).1955Hodgkin e os seus colaboradores estabelecem a estrutura molecular da cianocobalamina e as suas formas coenzimáticas utilizando a cristalografia por raio-X.1955Eschenmoser e os seus colaboradores na Suíça e Woodward e os seus colaboradores nos EUA sintetizam a vitamina B12 a partir de culturas de certas bactérias/fungos.

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Vitamina C

SinónimosÁcido ascórbico, vitamina anti-escorbútica.

Principais fontes na naturezaCitrinos, groselhas pretas, pimentão doce, salsa, couve-flor, batatas, batatas doces, brócolos, couves de bruxelas, morangos, goiaba, manga. Dependendo da estação, um copo de tamanho médio de sumo de laranja fresco (i.e. 100g) rende cerca de 15 a 35 mg de vitamina C.

HomemOs outros primatas e o porco-da-índia dependem de fontes externas para cobrir as suas necessidades de vitamina C. A maioria dos outros animais sintetiza o ácido ascórbico no interior do corpo.

ConservaçãoA vitamina C é sensível ao calor, luz e oxigénio. Nos alimentos pode ser parcialmente ou completamente destruída por um armazenamento longo ou pela sobre cozedura. As batatas, por exemplo, quando armazenadas à temperatura ambiente perdem cerca de 15% do seu conteúdo em vitamina C todos os meses e a cozedura de batatas descascadas destrói outros 30-50% da sua vitamina C.

Principais antagonistasVárias substâncias químicas às quais o homem está exposto, tais como a poluição aérea, as toxinas industriais, os metais pesados e o fumo do tabaco, bem como vários componentes farmacológicos activos, entre os quais alguns anti-depressivos e diuréticos, podem levar a necessidades acrescidas de vitamina C. Isto é também verdade para certos hábitos como, por exemplo, o consumo de álcool.

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Principais sinergistasA presença de outros anti-oxidantes, tais como a vitamina E e o b-caroteno, apoia a acção protectora anti-oxidante da vitamina C. Outras vitaminas, tais como as do complexo B (particularmente a B6, B12, ácido fólico e ácido pantoténico) e algumas substâncias farmacológicas activas, bem como os compostos que ocorrem na natureza, conhecidos como bioflavonóides, podem ter um efeito de poupança da vitamina C.

FunçõesA vitamina C é necessária para a produção de colagénio, a substância do tipo “cimento” intercelular que dá estrutura aos músculos, tecidos vasculares, ossos e cartilagens. A vitamina C também contribui para a saúde dos dentes e gengivas e auxilia na absorção do ferro a partir da dieta. É também necessária para a síntese dos ácidos biliares.Para além disso, a investigação mostrou o papel da vitamina C em:síntese de várias hormonas e neuro-transmissores importantes metabolismo do ácido fólicofunção imunitária função redox/anti-oxidante nas reacções metabólicas de certos aminoácidos, em particular na prevenção da formação de nitrosaminas potencialmente carcinogénicas no estômago (devido ao consumo de alimentos contendo nitrite, tais como a carne fumada ou os pickles).

Deficiência marginalOs primeiros sintomas da deficiência inicial de vitamina C são a fadiga, a lassidão, a perda de apetite, a sonolência e insónia, o sentimento de exaustão, irritabilidade, baixa resistência às infecções e petéquia (pequeno sangramento capilar). Estes sintomas podem, no entanto, indicar outras doenças.

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Grupos em risco de deficiência marginalEntre os grupos de pessoas em risco de fornecer ao corpo quantidades insuficientes de vitamina C de forma a manter um nível óptimo no sangue estão os fumadores, os alcoólicos, os idosos em lares e os pacientes sujeitos a certos medicamentos. As necessidades de vitamina C para os fumadores nos EUA é superior em 40 mg às dos não fumadores.

Deficiência FrancaA deprivação de vitamina C durante um período suficiente de tempo leva ao escorbuto, o qual se caracteriza pelo enfraquecimento das estruturas de colagénio (tecido de ligação das células), resultando no sangramento capilar alargado. O escorbuto infantil causa malformações ósseas. O sangramento das gengivas e a queda dos dentes são normalmente os primeiros sinais da deficiência clínica. As hemorragias sob a pele causam sensibilidade extrema das extremidades e dores durante o movimento. Se deixada sem tratamento pode seguir-se a gangrena e a morte. Hoje em dia, o escorbuto ocorre com relativa raridade. Para evitar o escorbuto, é considerada suficiente a ingestão diária de 10-15 mg de vitamina C, mas para um funcionamento fisiológico óptimo são necessárias quantidades muito superiores.

Dose Diária Recomendada (DDR)A ingestão diária recomendada de vitamina C varia de acordo com a idade, sexo, grupo de risco (ver “Grupos de risco”) e com os critérios aplicados nos países individuais. Nos EUA, a DDR para os adultos é actualmente de 60 mg (Conselho Nacional de Investigação), mas esta recomendação varia desde 30 mg no Reino Unido a 100 mg na antiga União Soviética (200 mg para as grávidas). Provas recentes estabelecem a estimativa para as necessidades de manutenção de uma saúde óptima na região dos 100 mg diários.

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SuplementosA vitamina C está disponível em comprimidos convencionais, efervescentes e mastigáveis, comprimidos de libertação temporizada, xaropes, pós, granulados, cápsulas, gotas e ampolas, tanto isoladamente como em preparações de polivitaminicos e minerais.

Utilização terapêuticaOs médicos recomendam que as mulheres grávidas aumentem a sua ingestão de vitamina C em cerca de 30% e durante a lactação é aconselhado um aumento de até 60-70% de forma a garantir as necessidades da mãe, dado que um litro de leite materno contém cerca de 50 mg de vitamina C. Durante um período pós-operativo ou durante a cura de feridas superficiais, os suplementos de vitamina C contribuem para a prevenção de infecções e promove a reparação da pele.

SegurançaEmbora tenha sido ingeridas regularmente por várias pessoas quantidades tão altas quanto 6-10g de vitamina C por dia (mais de 100 vezes a DDR), não existem evidências de efeitos colaterais. A suplementação prolongada com doses elevadas pode ter um certo efeito laxativo.Estudos com porcos-da-índia (uma das espécies de animais apropriadas) e com seres humanos não confirmaram os relatos anedóticos de retorno do escorbuto após a paragem súbita de suplementação prolongada com doses elevadas de vitamina C.

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HistóriaO escorbuto é uma das mais antigas doenças conhecidas da humanidade. Existem evidências da sua existência no Antigo Testamento, nos papiros de Ebers e na escrita de Plínio. Durante a Idade Média, o escorbuto era endémico no norte da Europa e no final do sec. XVII tornou-se um problema grave entre os marinheiros nas longas viagens de exploração. Cerca de 400 a.C. Hipócrates descreve os sintomas do escorbuto.1747O médico naval James Lind receita laranjas e limões como uma cura para o escorbuto.1907O escorbuto é produzido experimentalmente em porcos-da-india por Holst e Frohlich.1917Bioensaio desenvolvido por Chick e Hume para determinar as propriedades anti-escorbúticas dos alimentos.1930Dr. Albert Szent-Györgyi demonstra que o ácido hexurónico que ele isolou inicialmente das glândulas supra-renais dos porcos em 1928 é idêntico à vitamina C, a qual ele extrai em grandes quantidades de pimentões doces.1932Os esforços independentes de Sir Norman Haworth e do Dr. Glen King estabelecem a estrutura química da vitamina C.1932A relação entre a vitamina C e o factor anti-escorbútico é descoberta por Szent-Györgyi e ao mesmo tempo por King e Waugh.

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Em Basileia, o Dr.Tadeusz Reichstein sintetiza um ácido ascórbico idêntico à vitamina C natural. Este é o primeiro passo em direcção à produção industrial da vitamina em 1936.1937Haworth e Szent-Györgyi recebe o prémio Nobel para a sua investigação sobre a vitamina C.1970O Professor Linus Pauling chama a atenção mundial com o seu best-seller controverso “A vitamina C e a constipação”.1975-79Estudos experimentais in vitro ilustram as propriedades antioxidantes e de extinção do oxigénio singleto da vitamina C.1979Packer e os seus colaboradores observam a interacção de radicais livres da vitamina E e da vitamina C.1982Niki demonstra a regeneração da vitamina E pela vitamina C.1985As necessidades mundiais de vitamina C estão estimadas em 30.000- 35.000 toneladas por ano.1988O Instituto Nacional do Cancro (EUA) reconhece a relação inversa entre a ingestão da vitamina C e as várias formas de cancro e emite indicações para o aumento da vitamina C na dieta. 

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Vitamina D

SinónimosVitamina D é o nome geral dado a um grupo de compostos lipossolúveis que são essenciais para manter o equilíbrio mineral no corpo. É também conhecida como calciferol e vitamina antiraquítica. As formas principais são conhecidas como vitamina D2 (ergocalciferol: de origem vegetal) e vitamina D3 (colecalciferol: de origem animal). Dado que o colecalciferol é sintetizado na pele através da acção da luz ultra-violeta no 7-dehidrocolesterol, um derivado do colesterol que está distribuído de forma generalizada na gordura animal, a vitamina D não está de acordo com a definição clássica de vitamina.De qualquer modo, dado o número de factores que influenciam a síntese, tais como a latitude, a estação, a poluição aérea, a área de pele exposta, a pigmentação, a idade, etc., a vitamina D é reconhecida como um nutriente essencial da dieta.

Principais fontes na naturezaAs fontes naturais mais ricas em vitamina D são os óleos de fígado de peixe e os peixes de água salgada, tais como as sardinhas, o arenque, o salmão e a sarda. Os ovos, a carne, o leite e a manteiga também contêm pequenas quantidades. As plantas são fontes fracas e a fruta e os frutos secos não têm qualquer vitamina D. A quantidade de vitamina D no leite humano é insuficiente para cobrir as necessidades infantis.

EstabilidadeA vitamina D é relativamente estável nos alimentos; a armazenagem, o processamento e a cozedura têm pouco efeito na sua actividade, embora no leite fortificado, possa ser perdida até cerca de 40% da vitamina D adicionada, como resultado da exposição à luz.

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Principais antagonistasA colestiramina (uma resina utilizada para parar a reabsorção dos sais biliares) e os laxativos baseados em óleos minerais inibem a absorção da vitamina D a partir do intestino. As hormonas corticosteróides, os medicamentos anticonvulsivos e o álcool podem afectar a absorção do cálcio, reduzindo a resposta à vitamina D. Os estudos em animais também sugerem que os medicamentos anticonvulsivos estimulam as enzimas do fígado, resultando num aumento da decomposição e excreção da vitamina.

Principais sinergistasOs pacientes em tratamento com diuréticos à base de thiazide ou antiácidos contendo magnésio devem evitar tomar doses elevadas de vitamina D, devido ao risco aumentado de hipercalcemia ou hipermagnesemia, respectivamente. Também se descobriu que as mulheres que tomam contraceptivos orais têm níveis de calcitriol no sangue ligeiramente elevados.

FunçõesA vitamina D é essencial para a homeostase. Classicamente, sabe-se que ela é necessária para a absorção do cálcio e do fósforo no intestino grosso, para a sua mobilização a partir dos ossos e a para a sua reabsorção nos rins. Através destas três funções, a vitamina D tem um papel importante em assegurar o funcionamento correcto dos músculos, nervos, coagulação do sangue, crescimento celular e utilização de energia. Pensa-se que o depósito de minerais no esqueleto é o resultado de elevadas concentrações de cálcio e fósforo no sangue, sendo assim apenas indirectamente devido apenas à acção da vitamina D.Para executar as suas funções biológicas, o calcitriol, tal como outras hormonas, liga-se a receptores específicos nas células alvo. Tais receptores têm sido encontrados numa larga variedade de tecidos. Tem sido proposto que a vitamina D é também importante para a secreção de insulina e prolactina, resposta imunitária e ao stress, síntese da melanina e para a diferenciação das células da pele e do sangue.

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Deficiência marginalEntre os primeiros sintomas de deficiência de vitamina D estão os níveis séricos reduzidos de cálcio e fósforo e um aumento da actividade da fosfatase alcalina. Isto pode ser acompanhada por fraqueza muscular e tetania, bem como por riscos acrescidos de infecção. As crianças podem mostrar sintomas não específicos, tais como inquietação, irritabilidade, sudação excessiva e diminuição do apetite. A hipo vitaminose D marginal pode contribuir para os ossos quebradiços nos idosos.

Deficiência francaAs manifestações mais amplamente reconhecidas de deficiência de vitamina D são o raquitismo (nas crianças) e a osteomalácia (nos adultos). Ambas são caracterizadas pela perda de mineral a partir dos ossos, resultando em deformidades do esqueleto, tais como pernas arqueadas nas crianças. As extremidades dos ossos longos tanto nos braços como nas pernas estão envolvidas e o crescimento pode ser retardado. O raquitismo também resulta na mineralização inadequada do esmalte dentário e da dentina.Têm sido identificadas algumas formas raras de raquitismo como ocorrendo apesar de uma ingestão adequada de vitamina D. Estas são formas herdadas nas quais a formação ou utilização do calcitriol está comprometida. A osteoporose, uma doença da velhice na qual ocorre uma perda de osso e não apenas desmineralização, tem sido também associada com uma perturbação do metabolismo da vitamina D, mas os resultados são controversos.

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Grupos em risco de deficiênciaO risco de deficiência de vitamina D é mais elevado entre as crianças e os idosos, especialmente aqueles com baixa exposição à luz solar. Em prematuros e bebés com baixo peso, as funções hepáticas e renais podem ser inadequadas para um metabolismo óptimo da vitamina D e o leite humano é uma má fonte de vitamina D. Nos idosos as restrições alimentares são um factor de risco adicional.Pessoas com doenças que afectam o fígado, os rins e a glândula tiróide ou a absorção de gorduras, os vegetarianos, os alcoólicos e os epilépticos em terapia de longa duração de anticonvulsionantes, bem como as pessoas que estão retidas em casa, têm um maior risco de deficiência.Um grupo de risco específico, que atraiu as atenções nos últimos anos, é a população das Índias Ocidentais no Reino Unido.

Dose Diária Recomendada (DDR)É difícil estabelecer uma DDR para a vitamina D, dada influência da exposição ao sol. Pessoas saudáveis, com exposição regular ao sol e sob condições apropriadas não têm necessidades de vitamina D na dieta. Dado que isto é raramente o caso nas zonas temperadas, é necessário um suplemento alimentar.O Comité de Alimentação e Nutrição do Conselho Nacional de Investigação Americano, recomendam uma ingestão diária de 5 mg (200 IU) para adultos, 7,5 mg (300 IU) para bebés com menos de 6 meses e 10 mg (400 IU) para crianças com mais de 6 meses, grávidas e mães a amamentar. Um suplemento diário de 5 – 7,5 mg (200 – 300 IU) é recomendado para bebés alimentados com leite materno que não tenham exposição ao sol.Noutros países, a recomendação para os adultos varia de 2,5 mg (100 IU) a 11,5 mg (450 IU). A recomendação mais elevada existe em França (20 – 30 mg por dia para crianças de raça negra).

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SuplementosMonopreparações de vitamina D e compostos relacionados estão disponíveis em comprimidos, cápsulas, soluções oleosas e injecções. A vitamina D incorpora-se também em combinações com vitamina A, cálcio e em multivitamínicos.

Utilização terapêuticaNo tratamento do raquitismo, uma dose diária de 25 mg (1.000 IU) de colecalciferol ou ergocalciferol tem com resultado concentrações de plasma normais de cálcio e fósforo num espaço de 10 dias. Em alternativa, doses de 75 – 100 mg (3.000 – 4.000 IU) pode produzir resultados mais rápidos. No entanto, a dosagem deve ser adaptada individualmente e os níveis de cálcio no plasma monitorizados regularmente.Para o raquitismo dependente da vitamina D e para a hipocalcemia relacionada com hipoparatiroidismo, podem ser necessárias doses de 1,25 mg (50.000 IU) ou mais. Em pacientes com osteodistrofia renal, pode ser preferível usar o calcitriol ou o seu análago alfacalcidol. Com o calcitriol, a dosagem inicial é de 0,25 – 2,0 mg (10 – 80 IU) por dia.

SegurançaA hipervitaminose D é um problema potencialmente sério dado que pode causar danos permanentes nos rins, retardação de crescimento, calcificação de tecidos moles e morte. Os sintomas leves de intoxicação são náuseas, fraqueza, prisão de ventre e irritabilidade. Em geral uma dose tóxica para um adulto é de cerca de 2,5 mg (100.000 IU) diariamente durante 1 – 2 meses; para as crianças a dose tóxica está entre 0,5 mg (20.000 IU) e 1,0 mg (40.000 IU). No entanto, certos indivíduos têm uma sensibilidade elevada à vitamina D e apresentam sintomas de toxicidade apenas após 50 mg (2.000 IU). A hipervitaminose não está associada a uma sobrexposição ao sol.

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História1645Daniel Whistler escreve a primeira descrição científica do raquitismo.1865No seu livro sobre medicina clínica, A. Trousseau recomenda óleo de fígado de bacalhau como tratamento para o raquitismo. Reconhece também a importância da luz do sol e identifica a osteomalácia como a forma adulta de raquitismo.1919E. Mellanby sugere que o raquitismo é devido à ausência de um factor lipossolúvel da dieta alimentar.1922McCollum e os seus colaboradores estabelecem uma distinção entre a vitamina A e o factor anti-raquitismo.1925McCollum e os seus colaboradores dão ao factor anti-raquitismo o nome vitamina D. Hess e Weinstock mostram que se produz na pele por meio de radiação ultra-violeta um factor com actividade anti-raquítica.1936Windaus identifica a estrutura da vitamina D em óleo de fígado de bacalhau.1937Schenck obtém vitamina D3 cristalizada através da activação do 7-dehidrocolesterol.1968Haussler, Myrtle e Norman relatam a existência de um metabolito activo de vitamina D na mucosa intestinal dos frangos.1969Haussler e Norman descobrem os receptores de calcitriol no intestino dos frangos.

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1970Fraser e Kodicek descobrem que o calcitriol é produzido nos rins.1971Norman, Lawson, Holick e os seus colaboradores identificam a estrutura do calcitriol.1973Fraser et al descobre a existência de um erro congénito do metabolismo da vitamina D que produz o raquitismo resistente à terapia com vitamina D.1978O grupo de De Luca descobre uma segunda forma de raquitismo resistente à vitamina D (Tipo II).1981Abe et al no Japão demonstra que o calcitriol está envolvido na diferenciação das células da medula óssea.1983Provvedini et al demonstra a existência dos receptores de calcitriol nos leucócitos humanos.1984O mesmo grupo apresenta a evidência de que o calcitriol tem um papel de regulação na função imunitária.1986Morimoto e associados sugerem que o calcitriol pode ser útil no tratamento da psoríase.1989Baker e associados mostram que o receptor de vitamina D pertence à família de genes receptores de esteróides. 

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Vitamina E

SinónimosO termo vitamina E cobre oito compostos encontrados na natureza. Quatro deles são chamados tocoferóis e quatro são tocotrienóis, sendo identificados pelos prefixos a-, b-, g- e d. O alfa-tocoferol é o mais comum e o mais activo biologicamente destas formas de ocorrência natural de vitamina E.O nome tocoferol deriva da palavra grega tocos, que significa nascimento, e pherein, que significa transportar. O nome foi dado para ressaltar o seu papel essencial na reprodução das várias espécies animais. O –ol final identifica a substância como sendo um álcool.

Principais fontes na naturezaO óleos vegetais (amendoim, soja, palma, milho, cártamo, girassol, etc.) e o gérmen de trigo são as fontes mais importante de vitamina E. Fontes secundárias são as nozes, a sementes, grãos inteiros, e os vegetais de folhas verdes. Alguns alimentos básicos, como o leite e os ovos, contêm pequenas quantidades de a-tocoferol.Para além disso, as margarinas e outros alimentos são fortificados com vitamina E.

EstabilidadeA luz, o oxigénio e o calor, factores prejudiciais ocorrentes em longos períodos de armazenagem e processamento de alimentos, diminuem o conteúdo de vitamina E dos alimentos. Em alguns alimentos tal pode decrescer em até 50% apenas após 2 semanas de armazenamento à temperatura ambiente. A fritura destrói, em grande parte a vitamina E nos óleos de fritar.

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Principais antagonistasQuando ingeridos ao mesmo tempo, o ferro reduz a disponibilidade de vitamina E no organismo, sendo isto especialmente crítico no caso de recém-nascidos anémicos.As necessidades de vitamina E estão relacionadas com a quantidade de ácidos gordos polinsaturados consumidos na dieta. Quanto mais elevada a quantidade de ácidos gordos polinsaturados, maior a quantidade de vitamina E necessária.

Principais sinergistasA presença de outros anti-oxidantes, tais como a vitamina C e o beta-caroteno, apoiam a acção anti-oxidante e protectora da vitamina E, sendo o mesmo verdade relativamente ao mineral selénio.

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FunçõesO papel principal da vitamina E é a protecção dos tecidos do corpo de reacções que os danifiquem (periodização) as quais surgem a partir de muitos processos metabólicos normais e agentes tóxicos exógenos. Especificamente, a vitamina E:protege as membranas biológicas, tais como as encontradas nos nervos, músculos e sistema cardiovascular.ajuda a prolongar a vida dos eritrócitos (glóbulos vermelhos) eajuda o organismo a utilizar a vitamina A de forma óptima A vitamina E tem sido utilizada com sucesso na terapia de:doenças neuromusculares progressivas nas crianças com disfunções hepáticas ou biliares e em várias de doenças que afectam os bebés prematuros, tais como:anemia hemolíticahemorragia intraventricular efibroplasia retrolenticular, a qual pode provocar a cegueira.Existem evidências que indicam que a vitamina E pode ter um papel importante em:na claudicarão intermitentedoenças trombóticasfunção imunitáriaprevenção do cancroprevenção de doenças cardiovascularesprotecção das lipoproteínas contra a oxidaçãoEm estudos em animais, a vitamina E mostrou também ajudar a proteger contra os danos provocados pela poluição ambiental e fumo de cigarros.

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Deficiência marginalDado que a depleção das reservas tecidulares de vitamina E leva bastante tempo, não há registo de sintomas de deficiência clínica em adultos saudáveis. No entanto, estudos laboratoriais revelaram mudanças bioquímicas, incluindo um tempo de sobrevivência curto dos glóbulos vermelhos, perdas musculares e produção acrescida do pigmento ceroso (pigmento do envelhecimento) em certos tecidos.Baixos níveis plasmáticos de vitamina E têm sido associados com diversos tipos de doenças sanguíneas genéticas, incluindo a anemia falciforme, talassemia e deficiência G6PD (uma enzima envolvida no desdobramento dos açúcares).

Deficiência francaUma deficiência de vitamina E na dieta alimentar é rara. Os sintomas de deficiência são revelados em pacientes com má absorção de gorduras e em recém-nascidos, particularmente em prematuros.Investigações recentes mostraram que a deficiência em vitamina E, causada por uma variedade de síndromas de má absorção de gorduras, resulta num tipo raro de doença neuromuscular progressiva em crianças e adultos. Os sintomas incluem uma perda de coordenação e equilíbrio e, em casos graves, a perda da capacidade de andar.Em bebés prematuros, a deficiência em vitamina E está associada com a anemia hemolítica, hemorragia intraventricular e fibroplasia retrolenticular.

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Dose Diária Recomendada (DDR)A ingestão diária recomendada de vitamina E, varia de acordo com a idade e o sexo e com os critérios aplicados em diferentes países. Nos EUA, a DDR para adultos do sexo masculino é actualmente de 20 mg TE (15 IU), de acordo com o Conselho Nacional de Investigação (1989), mas esta recomendação varia desde os 7,5 IU no Brasil, aos 18 IU na Alemanha Ocidental, por exemplo. As recomendações para as grávidas são tão elevadas como 30 IU em certos países.

SuplementosA vitamina E está disponível em cápsulas de gelatina mole, comprimidos mastigáveis ou efervescentes ou em ampolas e encontra-se em muitos suplementos multivitamínicos.

Utilização terapêutica e profiláticaExistem evidências que a vitamina E é eficaz no tratamento da claudicarão intermitente e nos sintomas causados pelos síndromas de má absorção das gorduras.Os investigadores estão a investigar o papel profiláctico da vitamina E na prevenção de doenças cardiovasculares, na protecção contra agentes de poluição exógenos, bem como no fortalecimento da imunidade dos idosos, e na diminuição do risco de cancro e de cataratas.

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SegurançaEnsaios clínicos, que utilizaram até 200 vezes a dose de ingestão recomendada pelos EUA para adultos, não mostraram provas consistentes de efeitos adversos da vitamina E. Quando presentes ocasionalmente, os efeitos colaterais desaparecem quando é descontinuada a dose elevada do suplemento. A ingestão elevada de vitamina E pode aumentar o risco de perdas de sangue em pacientes tratados com terapia anticoagulante. Os pacientes tratados com terapia anticoagulante ou naqueles pacientes em espera para cirurgias devem evitar níveis elevados de vitamina E.

Utilização na dermatologia e cosméticaA vitamina E tem sido utilizada topicamente como um agente anti-inflamatório, para realçar a hidratação da pele e para prevenir os danos celulares causados pela luz UV.

Utilização na tecnologia farmacêuticaO tocoferol é utilizado nos produtos farmacêuticos para estabilizar, por exemplo, os componentes aromáticos e os componentes de vitamina A ou provitamina A.

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HistóriaA importância da vitamina E nos seres humanos só foi aceite recentemente. Dado que a sua deficiência não se manifesta numa doença de deficiência vitamínica generalizada e bem reconhecida, tal como o escorbuto ou o raquitismo, a ciência apenas começou a reconhecer a importância da vitamina E relativamente tarde.1911Hart e os seus colaboradores publicam o primeiro relatório relativo a um “factor de anti-esterilidade” nos animais.1920Matthill e Conklin observam anomalias reprodutoras em ratos alimentados com dietas de leite especiais.1922A vitamina E é descoberta por Evans e Bishop.1936Evans, Emerson, e Emerson, isolam o que vem a ser o alfa-tocoferol na sua forma pura, a partir do óleo de gérmen de trigo.1938Fernholz apresenta a formula estrutural da vitamina E, o vencedor de um prémio Nobel, Karrer, sintetiza o dl-alfa-tocoferol.1945Dam e os seus colaboradores descobrem peróxidos no tecido gordo de animais, alimentados com dietas pobres em vitamina E. É proposta a primeira teoria da actividade da vitamina E como anti-oxidante.1962Tappel propõe que a vitamina E actua como um anti-oxidante in vivo protegendo as células lipídicas dos radicais livres.1968

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O Comité de Alimentação e Nutrição do Conslho Nacional Americano para a Investigação reconhece a vitamina E como um nutriente essencial para os seres humanos.1974Fahrenholtz propõe as propriedades de extinção do oxigénio singleto do alfa-tocoferol.1977São descritos os síndromas de deficiência em vitamina E nos seres humanos.1980Walton e Packer propõem que a vitamina E pode prevenir a geração produtos oxidativos potencialmente carcinogénicos dos ácidos gordos insaturados.1980McKay e King sugerem que a vitamina E actua como um anti-oxidante localizado primariamente na membrana celular.1980sDemonstra-se que a vitamina E é o maior anti-oxidante lipossolúvel que protege as membranas celulares da perioxidação. É demonstrado que a vitamina E estabiliza os radicais livres superóxido e hidróxilo.1990É mostrada a eficácia da vitamina E na inibição da oxidação dos LDL.1990Kaiser e os seus colaboradores elucidam as propriedades de extinção do oxigénio singleto da vitamina E. 

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Vitamina K

SinónimosA vitamina K surge sob várias formas. A vitamina K1 (filoquinona, fitonadiona) encontra-se principalmente nos vegetais. A vitamina K2 (menaquinona), a qual tem cerca de 75% da força da vitamina K1, é sintetizada por bactérias no tracto intestinal dos seres humanos e de vários animais. A vitamina K3 (menadiona) é um composto sintético que pode ser convertido em K2 no tracto intestinal.

Principais fontes na naturezaAs melhores fonte s de vitamina K na dieta são os vegetais de folhas verdes, tais como folhas de nabo, espinafres, brócolos, couve e alface. Outras fontes ricas, são as sementes de soja, fígado de vaca e chá verde. Boas fontes incluem a gema de ovo, aveia, trigo integral, batatas, tomates, espargos, manteiga e queijo. São encontrados níveis menores na carne de vaca, de porco, presunto, leite, cenouras, milho, na maioria dos frutos e em muitos outros vegetais.Como uma fonte importante de vitamina K2, temos a flora bacteriana do jejuno e do íleo. Não é no entanto clara a extensão da utilização das menaquinonas sintetizadas pelos microrganismos das vísceras.EstabilidadeOs compostos de vitamina K são moderadamente estáveis ao calor e agentes redutores, mas são sensíveis aos ácidos, meios alcalinos, luz e agentes oxidantes.

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Função principalA vitamina K é necessária principalmente para o mecanismo da coagulação sanguínea, que nos protege de sangrar até à morte a partir de cortes e feridas, bem como contra as hemorragias internas. A vitamina K é essencial para a síntese da protrombina, uma proteína que converte o fibrinogénio solúvel em circulação no sangue numa proteína bastante insolúvel chamada fibrina, o componente principal de um coágulo sanguíneo.Os compostos com actividade de vitamina K são essenciais para a formação de protrombina (factor de coagulação II) e de pelo menos outras cinco proteínas (factores VII, IX e X e proteínas C e Z), envolvidas na regulação do sangue. A vitamina K tem um papel importante na produção de resíduos de y-carboxiglutamato a partir do aminoácido ácido glutâmico. Na ausência de vitamina K, os factores proteicos são sintetizados, mas não são funcionais.

Principal antagonistaOs anticoagulantes, tal como o dicumarol, o seu derivado 4-hidroxicumarol e as indanedionas diminuem a utilização dos factores de coagulação dependentes da vitamina K.Antibióticos, doenças intestinais, óleos minerais e radiação inibem a absorção da vitamina K. Elevadas quantidades de vitamina E podem realçar as acções anticoagulantes dos antagonistas da vitamina K, tais como a warfarina. Indivíduos que sofrem de má absorção de gorduras ou de doenças hepáticas também correm o risco de sofrer de deficiência de vitamina K.

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DeficiênciaAs deficiência de vitamina K por meio da dieta alimentar são raras e desenvolvem-se mais frequentemente após tratamento prolongado com antibióticos complementado com um ingestão comprometida da dieta alimentar.

Utilizações terapêuticasA filoquinona é a forma preferida da vitamina para utilizações clínicas. É utilizada para injecções intravenosas e intramusculares, como suspensão coloidal, emulsão ou suspensão aquosa e como comprimido para utilização oral. A vitamina K1 é utilizada no tratamento da hipoprotrombinemia (baixas quantidades de protrombina), no seguimento de factores que limitam a absorção ou a síntese da vitamina K. São também administradas dosagens, seja por injecção (10 mg/wk) ou comprimidos (5 mg/dia) de um derivado hidrossolúvel da menadiona (di-fosfato de sódio de menadiol), o qual é convertido para K3 no corpo. A forma desejável da vitamina é a K1, dado que a K3 está associada com níveis anormalmente elevados de bilirrubina no sangue.A vitamina K1 é utilizada na medicina humana durante operações nas quais se espera que o sangramento possa ser um problema, por exemplo na cirurgia à bexiga.Os anticoagulantes (cumarina e indanediona) inibem a reciclagem da vitamina K, o que pode ser corrigido rápida e eficazmente pela administração da vitamina K1.A vitamina K1 é dada frequentemente a grávidas antes do parto (10-20 mg oralmente) e a recém-nascidos (1 mg por injecção intramuscular), de forma a protegê-los contra hemorragias.

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Grupos de riscoOs bebés são susceptíveis à deficiência de vitamina K, especialmente em países onde as injecções intramusculares de vitamina K não sejam obrigatórias. Os bebés amamentados ao peito que não recebem uma injecção intramuscular à nascença têm um elevado risco de desenvolver hemorragias intracranianas fatais na sequência da deficiência da vitamina K, dado que o leite materno contém níveis baixos de vitamina K e a flora intestinal neonatal está limitada. A doença hemorrágica do recém-nascido é uma causa significativa de morbilidade e mortalidade infantil a nível mundial.A perda considerável de peso pode contribuir para a diminuição dos factores VII e X, os quais reduzem a actividade coagulante. Pode ser necessária a suplementação com vitamina K.

SegurançaMesmo com elevadas quantidades de vitamina K1 e K2 ingeridas durante um período alargado de tempo, não foram observadas manifestações tóxicas. No entanto, a menadiona administrada (K3) pode causar anemia hemolítica, icterícia e “kernicterus” (uma forma grave de icterícia no recém-nascido).

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História1929A descoberta da vitamina K é o resultado de uma série de experiências desenvolvidas por Henrik Dam.1931É detectado por McFarlane et um defeito de coagulação.1935Dam propõe que a vitamina hemorrágica dos frangos é uma nova vitamina lipossolúvel à qual ele chama vitamina K.1936Dam et al conseguem a preparação de uma fracção de protrombina de plasma bruto e demonstram que a sua actividade diminui quando é obtida a partir do plasma de um frango com deficiência de vitamina K.1939A vitamina K1 é sintetizada por Doisy et al.1940Brikhous descobre as doenças hemorrágicas resultantes dos síndromas de má absorção ou fome e que a doença hemorrágica do recém-nascido responde à vitamina K.1943Dam recebe o prémio Nobel pela sua descoberta da vitamina K, o factor de coagulação do sangue.1943Doisy recebe o prémio Nobel pela sua descoberta da natureza química da vitamina K.1974O passo da síntese da protrombina dependente da vitamina K é demonstrado por Stenflo et al e por Nelsestuen et al.1975Esmon et al descobrem uma carboxilação proteica dependente da vitamina K no fígado. 

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Beta-Caroteno

Informação básica O beta-caroteno é um dos mais de 600 caratenóides existentes na natureza conhecidos. Os caratenóides são os pigmentos que vão do amarelo ao vermelho e que estão distribuídos generalizadamente entre as plantas. Cerca de 50% destes podem potencialmente fornecer actividade de vitamina A, sendo assim referidos como caratenóides de provitamina A. O beta-caroteno é a mais abundante e a mais eficaz provitamina A nos nossos alimentos.Em teoria, uma molécula de beta-caroteno pode ser clivada em duas moléculas de vitamina A. No entanto, no interior do corpo, o beta-caroteno é apenas convertido parcialmente em vitamina A sendo o resto é armazenado. Para além disso, a proporção do beta-caroteno convertido para vitamina A no corpo é controlado pelo estado de vitamina A e como tal não pode causar a toxicidade da vitamina A nos humanos. Provas disponíveis actualmente sugerem, que para além de ser uma fonte segura de vitamina A, o beta-caroteno desempenha vários papéis biológicos importantes que podem ser independentes do seu estado como provitamina.

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Principais fontes na naturezaAs melhores fontes de beta-caroteno são os vegetais e frutas de forte tom amarelo/laranja e os vegetais de folhas verde escuras:Vegetais amarelos/laranja – cenouras, batatas-doces, abóboras.Frutas amarelo/laranja – alperces, meloas, papaias, mangas, carambolas, nectarinas, pêssegosVegetais de folhas verde escuras – espinafres, brócolos, endívias, couve, chicória, escarlote, agriões e as partes verdes de linho, nabos, mostarda, dente de leão.Outras boas fontes vegetais e frutas – abóbora menina, espargos, ervilhas, ginjas, ameixas.O conteúdo em beta-caroteno de frutas e vegetais pode variar dependendo das estação e do grau de amadurecimento. A biodisponibilidade do beta-caroteno a partir das frutas e vegetais, depende do método de preparação antes da ingestão. Assim, quaisquer indicações relativas ao conteúdo em beta-caroteno dos alimentos são, deste modo, apenas valores aproximados.Na pequena lista seguinte, o conteúdo em beta-caroteno é dado por 100g de substância ingerível.Vegetais: cenouras (6,6mg), agriões (5,6mg), espinafres (4,9mg), brócolos (1,5mg), Frutas: mangas (2,9mg), melões (2,0mg), alperces (1,6mg), pêssegos (0,5mg).

EstabilidadeOs caratenóides podem perder alguma da sua actividade nos alimentos durante o armazenamento, devido à acção das enzimas e à exposição à luz e oxigénio. A desidratação de vegetais e frutas pode reduzir grandemente a actividade biológica dos caratenóides. Por outro lado, a estabilidade dos caratenóides é mantida nos alimentos congelados.

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Funções1. AntioxidanteO beta-caroteno tem propriedades anti-oxidantes que ajudam a neutralizar os radicais livres, moléculas reactivas e altamente energizadas, as quais se formam através de certas reacções bioquímicas normais (p.ex. na resposta imunitária, a síntese da prostaglandina) ou através de fontes exteriores, tais como a poluição atmosférica ou o fumo do cigarro. Os radicais livres podem danificar os lípidos nas membranas celulares, bem como o material genético nas células, podendo os danos resultantes levar ao desenvolvimento do cancro.2. Extinção do oxigénio singletoO beta-caroteno pode extinguir o oxigénio singleto, uma molécula reactiva, que é gerada, por exemplo, na pele por exposição à luz ultravioleta e que pode induzir alterações pré-cancerígenas nas células. O oxigénio singleto tem a capacidade de despoletar a geração de reacções em cadeia de radicais livres.

Os benefícios de saúde do beta-carotenoMuito cientistas acreditam que o consumo de frutos e vegetais ricos em beta-caroteno exerce um efeito protector contra o desenvolvimento de certos cancros. Uma elevada ingestão/estado deste nutriente tem sido associada com um decréscimo na incidência de certos cancros, especialmente o cancro do pulmão. Descobertas preliminares de um teste de intervenção double-blind e controlado por placebo e de um estudo de grupo de prospecção de casos controlados sugere que o beta-caroteno pode reduzir o risco de doenças coronárias.

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Dose Diária RecomendadaA ingestão dietária para o beta-caroteno tem sido expressa até agora como parte da Dose Diária Recomendada (DDR) para a vitamina A. A DDR para o sexo masculino (+ 11 anos) é de 1.000 RE ou 1.000 mg de retinol ou 6 mg de beta-caroteno, enquanto a DDR para o sexo feminino (+ 11 anos) é ligeiramente inferior, 800 RE ou 800 mg de retinol ou 4,8 mg de beta-caroteno. Existem necessidades adicionais durante a gravidez e a aleitamento, 200 RE e 400 RE, respectivamente. Os bebés até aos três anos necessitam de aproximadamente 400 RE e as crianças (4-10 anos) necessitam de 500-700 RE. Aproximadamente um terço da vitamina A na dieta média americana é fornecida pelo beta-caroteno. Se a recomendação dietária do Instituto Nacional do Cancro fosse seguida, a relação entre beta-caroteno/vitamina A na dieta seria de 9/1. Para além das suas funções como provitamina A, continuam a surgir dados que suportam o papel do beta-caroteno como um micro-nutriente importante de direito próprio. Não existe, no entanto, ainda uma DDR para o beta-caroteno. De qualquer modo o consumo de alimentos ricos em beta-caroteno continua a ser recomendado por cientistas e organizações governamentais, tais como o Instituto Nacional do Cancro e o Departamento Nacional Americano para a Agricultura.Se estas recomendações fossem seguidas, a ingestão dietária de beta-caroteno (cerca de 6 mg) seria várias vezes o valor da quantidade média consumida nos Estados Unidos (cerca de 1,5mg por dia).

Grupos de risco de baixo estadoEmbora a população americana, em média, não consuma beta-caroteno suficiente, certos grupos de pessoas estão especialmente em risco no que se refere à inadequação da sua dieta de beta-caroteno. Por exemplo, foram relatados baixos níveis de beta-caroteno no sangue em fumadores, alcoólicos e utilizadores de certos medicamentos (contraceptivos orais, medicamentos contra a hipertensão).

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Utilização profiláctica

Sistema ImunitárioFoi descoberto em vários estudos com seres humanos e com animais, que a suplementação com beta-caroteno realça certas respostas imunitárias.CancroEstudos epidemiológicos mostraram que à medida que o consumo de frutas e vegetais ricos em beta-caroteno aumenta, decresce a incidência de certos cancros (i.e. pulmões, estômago). Para além disso, experiências em animais mostraram que o beta-caroteno actua como um agente preventivo contra o cancro. Actualmente muitos estudos de intervenção clínica estão a decorrer para testar a eficácia do beta-caroteno na prevenção do cancro.

Utilização TerapêuticaProblemas de fotos sensibilidadeTêm sido efectuados vários estudos em pacientes com reacções de pele anormais à luz do sol, denominadas problemas de fotos sensibilidade (i.e. protoporfíria eritropoiética). O beta-caroteno tem mostrado exercer um efeito foto protector nestes indivíduos.

SegurançaDevido à conversão regulada do beta-caroteno em vitamina A, o sobre consumo não provoca a hiperavitaminose A. Consumos excessivos de caratenóides em certos tipos de doentes (hiperlipedemia, diabetes mellitus, síndroma nefrótico ou hipertiroidismo) podem causar hipercaratenoidemia a qual se manifesta por uma coloração amarelada na pele, principalmente nas palmas das mãos e solas dos pés. A cor amarelada desaparece quando o consumo de caratenóides é reduzido ou interrompido.Foram conduzido estudos em seres humanos de forma a avaliar a segurança do beta-caroteno. Estudos realizados em pacientes com sensibilidade à luz, tais como a protoporfíria eritropoiética, não mostraram efeitos adversos com a ingestão de 50-200mg/dia de beta-caroteno durante vários anos.

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SuplementosO beta-caroteno está disponível em cápsulas duras e em cápsulas de gelatina mole, bem como em comprimidos de multivitamínicos.

História1831Wackenroder descobre os pigmentos amarelo/laranja nas cenouras e dá-lhes o nome de carotenos.1847Zeise apresenta uma descrição mais detalhada do caroteno.1866O caroteno é classificado como um hidrocarboneto por Arnaud e seus colaboradores.1887Arnaud descreve a presença generalizada dos carotenos nas plantas.1907Willstatter e Mieg estabelecem a forma molecular do caroteno, uma molécula formada por 40 átomos de carbono e 56 átomos de hidrogénio.1914Palmer e Eckles descobrem a existência de caroteno e xantofila no plasma do sangue humano.1919Steenbock (Universidade de Wisconsin) sugere uma relação entre os pigmentos amarelos das plantas (beta-caroteno) e a vitamina A.1929Moore demonstra que o beta-caroteno se converte no fígado na forma sem cor de vitamina A.1931Karrer e os seus colaboradores (Suíça) determinam as estruturas do beta-caroteno e da vitamina A.1939Wagner e os seus colaboradores sugerem que a conversão do beta-caroteno na vitamina A ocorre no interior da mucosa intestinal.

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1950Isler e os seus colaboradores desenvolvem um método para a síntese do beta-caroteno.1966O beta-caroteno é considerado como aceitável para utilização nos alimentos pelo Comité Conjunto FAO/WHO de Especialistas em Aditivos Alimentares1972São estabelecidas especificações pelo Código Americano de Químicos Alimentares para a utilização de beta-caroteno nos alimentos.1978O beta-caroteno é considerado como ‘GRAS’ o que significa que o ingrediente é “Globalmente Reconhecido como Seguro” e pode ser utilizado como suplemento da dieta alimentar ou na fortificação dos alimentos.1981-82O beta-caroteno/caratenóides são reconhecidos como factores importantes (independentemente da sua actividade como provitamina A) na redução potencial do risco de certos cancros. R. Doll e R. Peto: “Can Dietary Beta-Carotene Materially Reduce Human Cancer Rates?” (Pode o beta-caroteno na dieta alimentar reduzir substancialmente as taxas de cancro nos seres humanos?) (in: Nature, 1981), R. Shekelle et al: “Dietary Vitamin A and Risk of Cancer in the Western Electric Study” (A Vitamina A na Dieta Alimentar e o Risco de Cancro no Estudo da Wester Electric) (in: Lancet, 1981), “Diet, Nutrition and Cancer” (Dieta alimentar, nutrição e cancro) (1982): Revisão da Academia Nacional das Ciências Americanas mostrando que a ingestão de alimentos ricos em caratenóides está associada à redução do risco de certos cancros.1982Krinsky e Deneke mostram a interacção entre o oxigénio e os radicais de oxigénio com os carotenóides.

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Perguntas e Respostas

O que são as vitaminas?São compostos orgânicos encontrados nos alimentos, essenciais para o crescimento dos tecidos do corpo, bem como para a sua cura e bom funcionamento.

Quantas vitaminas existem?São 13: além das vitaminas A, B, C, D, E e K, existem 8 do complexo B: tiamina (B1), riboflavina (B2), piridoxina (B6), cianocobalamina (B12), biotina (H), ácido fólico (Bc), ácido nicotínico (niacina) e ácido pantoténico (B5).

Qual a diferença entre vitaminas hidrossolúveis e lipossolúveis?As vitaminas podem ser classificadas em dois grupos: hidrossolúveis (C e complexo B) e lipossolúveis (A,D,E e K). As vitaminas lipossolúveis são armazenadas nos tecidos do corpo, enquanto que as hidrossolúveis, com excepção da B12, não podem ser armazenadas em níveis apreciáveis e, portanto, precisam ser respostas continuamente. Porque são importantes as vitaminas?Elas participam em muitas reacções bioquímicas que transformam os alimentos em energia. São também essenciais para manter inúmeras funções do organismo e para a formação de novos tecidos. Sem as vitaminas, não existe vida humana (vita = vida). Uma deficiência contínua poderá provocar a deterioração da saúde e, em muitos casos graves, pode até levar à morte.

O que é uma deficiência sub-clínica de vitamina?É uma deficiência que se manifesta através de sintomas não específicos, como a irritabilidade, falta de apetite, fadiga. A curto e médio prazo, uma deficiência sub-clínica latente prejudica o estado geral do organismo. A longo prazo, pode facilitar o desenvolvimento de doenças crónicas.

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O que é o Betacaroteno?É um precursor da vitamina A (retinol), encontrado em alimentos de fontes vegetais. Pertence a uma família de compostos denominada “carotenoídes”, que dá a coloração característica das frutas e legumes de cor laranja e amarela. É encontrado também nos legumes de folhas verde-escuras. Às vezes, é também denominado pro-vitamina A, pois é convertido em retinol no organismo. Actualmente, estão a ser desenvolvidas pesquisas para verificar outras possíveis funções do betacaroteno.

As vitaminas fornecem energia? Não. Elas apenas ajudam a converter os alimentos em energia. Não se pode aumentar a capacidade física somente com uma adição de vitaminas, a não ser que o organismo esteja deficiente, como, por exemplo, em caso de fadiga provocada por dietas desequilibradas. Nesse caso, uma adição para restaurar o equilíbrio melhora a capacidade física.

As vitaminas engordam?Não, elas não contêm calorias. Os suplementos podem conter algumas calorias no seu revestimento de açúcar, porém, normalmente a quantidade é desprezível.

Tomar vitaminas aumenta o apetite?Se o nível de vitaminas no organismo não for suficiente, particularmente da A, B1 e C, pode levar à perda de apetite, o que pode ser resolvido com um suplemento. Nos indivíduos com uma dieta equilibrada, o suplemento não provoca nenhum efeito sobre o apetite.

O organismo pode produzir a sua própria vitamina?Não, excepto no caso da vitamina D e da niacina que, entretanto, são produzidas em quantidades insuficientes. Consequentemente, as vitaminas têm de ser obtidas de fontes externas.

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O que significa o Complexo B?Consiste nas vitaminas B1, B2, B6, B12, ácido nicotínico (niacina), ácido pantoténico, ácido fólico e biotina. É um grupo de vitaminas hidrossolúveis, que precisa ser reposto continuamente no organismo, em virtude de sua curta vida útil; embora pertençam a um mesmo grupo, cada uma delas tem função distinta. De um modo geral, pode-se afirmar que as vitaminas do Complexo B agem como coenzimas.

Vitaminas na alimentação: A busca de uma dieta adequada

 Quais as melhores fontes de vitaminas A e C?As verduras de folhas verdes, ou vegetais de cor amarela e laranja são ricos em Beta caroteno.O fígado, ovos, leite, manteiga e margarina são excelentes fontes de vitamina A. Particularmente ricos em vitamina C são os citrinos, o morango, a couve-flor, os brócolos, a couve-lombarda, a batata e o tomate.

Como podemos saber se estamos a consumir vitaminas suficientes?Isso só pode ser verificado com certeza através de um exame dos níveis sanguíneos. Entretanto, se o consumo for insuficiente por um tempo prolongado, com certeza provocará pelo menos sintomas de uma deficiência marginal, tais como perda de apetite, fadiga, falta de concentração, irritabilidade, letargia e insónia. Pessoas que não apresentem esses sintomas e que tenham uma dieta equilibrada quase certamente apresentam níveis adequados de vitaminas.

O que acontece se não consumirmos vitaminas suficientes por alguns dias?O indivíduo que normalmente consome vitaminas suficientes e tem boa saúde não será prejudicado com uma pequena redução durante uma ou duas semanas. Porém, as pessoas cujas dietas normais contenham pouca vitamina podem apresentar sintomas de deficiência.

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O teor de vitaminas pode variar nas frutas e vegetais frescos?Sim, pode variar bastante, dependendo do tipo de clima e solo, da qualidade e métodos de colheita e do transporte e armazenamento desses alimentos.

As pessoas obesas podem apresentar deficiência de vitamina?Sim, pois os alimentos com alto teor calórico não contêm necessariamente um alto teor de vitaminas. Um indivíduo que consuma alimentos ricos em hidratos de carbono e gorduras, porém pobres em vitaminas, pode engordar e continuar a necessitar de vitaminas.

O que pode provocar uma deficiência vitamínica?A deficiência pode ser causada principalmente por:dieta inadequada, devido a alimentos inadequados ou regimes;consumo desequilibrado de alimentos, devido ao não conhecimento, falta de incentivo, tabus alimentares, problemas dentários e apatia;necessidade aumentada de vitaminas por crianças em fase de crescimento, fumadores, mulheres que tomam a pílula e durante a gravidez e aleitamento, em casos de infecções graves ou tratamento prolongado com medicamentos; má absorção e má digestão, geralmente entre idosos, e em casos de uso prolongado de certos medicamentos.

Apanhar bastante sol fornece vitamina D suficiente?Os adultos sãos podem obter vitamina D em quantidades suficientes com uma exposição adequada ao sol. Essa vitamina é essencial para o crescimento e desenvolvimento da estrutura óssea, por isso os bebés, as crianças e as grávidas e lactantes precisam de maior quantidade. Novas provas indicam que os idosos também podem necessitar de adição da vitamina D pois, à medida que envelhecemos, a pele vai perdendo a capacidade de sintetizá-la.

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Uma pessoa com deficiência de vitaminas pode deixar de perceber isso?Possivelmente, sim. A deficiência aparece de forma lenta e progressiva, sendo que os sintomas podem aparecer nos estágios iniciais.Esse é o chamado período sub-clínico ou deficiência marginal, que pode ser acompanhado de perda de apetite, fadiga, falta de concentração, irritabilidade, letargia ou insónia. 

Factores e grupos de risco nutricional Existem hábitos ou fases específicas da vida em que o suplemento de vitaminas seja especialmente importante?Sim. Os adolescentes, idosos e pessoas que obedecem a um regime normalmente têm hábitos alimentares inadequados. As grávidas e lactantes, os fumadores e as mulheres que tomam pílula tendem a necessitar de mais vitaminas. Por isso, muitos médicos recomendam a adição de vitaminas e minerais como garantia contra essas deficiências.

Quais as vitaminas que as grávidas e lactantes necessitam?Em virtude das exigências do feto ou do bebé, o organismo tem suas necessidades aumentadas de vitaminas A, C, B1, B6, B12, ácido fólico, e dos minerais ferro e cálcio.

Os regimes para perder peso fornecem vitaminas suficientes?É muito difícil criar uma dieta de regime adequado. A maioria dos especialistas em nutrição concorda que uma dieta com até 1600 calorias dificilmente pode conter o suficiente em vitaminas. Além disso, muitos dos regimes em moda nem sequer se preocupam com isso, sendo muito mais improvável que contenham as vitaminas necessárias. Nesses casos, é recomendável tomar um suplemento, principalmente quando se tratar de regime prolongado.

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Porque é que os idosos têm mais dificuldade em obter vitaminas suficientes?Os idosos normalmente tendem a ter menos apetite e comer pouco. Existem também outros factores que levam a hábitos alimentares desequilibrados, como problemas dentários, falta de dinheiro, ou solidão, com o consequente desinteresse em preparar uma boa refeição. Com a idade, diminui a capacidade do intestino de absorver vitaminas. Para manter o bom estado geral, é importante consumir alimentos enriquecidos com vitaminas ou usar suplementos.

As pílulas anti-concepcionais aumentam as necessidades de vitaminas?Sabe-se que o estrógeno contido nas pílulas pode afectar o nível de vitaminas, particularmente da B6. Nesse caso, torna-se necessária um suplemento dessa vitamina e do ácido fólico.

Os remédios podem afectar as necessidades de vitaminas?Sim. Alguns remédios, tomados regularmente, podem provocar um desequilíbrio, afectando a capacidade do organismo de absorver, utilizar, armazenar e excretar vitaminas, como certos antibióticos (afectam as necessidades de B2 e C), anticoncepcionais orais (B6 e ácido fólico), tranquilizantes (B2), analgésicos (ácido fólico e C) e diuréticos (ácido fólico).

A preparação dos alimentos destrói as vitaminas?Como as vitaminas são sensíveis ao calor, humidade, ar e luz, podem ser destruídas durante o processamento. A maior parte das perdas é provocada pelo calor (fervura, pasteurização, esterilização), bem como nos processos de enlatamento e congelamento, pois mesmo os alimentos congelados são primeiro escaldados, afim de destruir as enzimas e os microorganismos. No caso da vitamina C, tanto com a cozedura tradicional, como num forno de micro-ondas, ocorre uma perda grave. Além disso, manter um prato pronto aquecido por muitas horas pode provocar perdas adicionais de até 75%.

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Dizem que destruímos as vitaminas inadvertidamente, na preparação dos alimentos. Como podemos evitar isso?Como as vitaminas são sensíveis ao calor, ar, humidade e luz, em qualquer lugar em que se prepare os alimentos ocorrerão perdas. Para evitar isso, recomenda-se não cozinhar com muita água, nem ferver ou cozinhar demais os alimentos; cortar em pedaços irregulares, utilizar o mínimo de água e reaproveitar a água em que os legumes foram cozidos (para uma sopa, por exemplo), além de manter os pratos aquecidos pelo menor tempo possível.

Pessoas com stress precisam de suplementos?Não, se o caso for de stress puramente emocional. Porém, doentes sob forte stress físico, como no caso de infecção aguda, grandes queimaduras da pele ou em recuperação de grande cirurgia podem necessitar de suplemento, particularmente da vitamina C.

Em quanto tempo os alimentos armazenados perdem o seu teor de vitaminas?Isso depende muito do tipo de alimento, do tempo e das condições de armazenamento. As batatas, por exemplo, podem perder até 1/3 do seu teor de vitamina C quando armazenadas em condições normais durante apenas três meses. Recomenda-se consumir os alimentos enquanto estiverem frescos.

Os fumadores necessitam realmente de vitamina C?Sim. Os fumadores “queimam” as suas reservas de vitamina C mais rapidamente. Na verdade, os estudos demonstram que as pessoas que fumam pelo menos 20 cigarros por dia precisam 40% mais dessa vitamina do que os não fumadores.

As mulheres necessitam realmente de vitamina C?A gravidez e a amamentação aumentam as suas necessidades nutricionais; as pílulas anti-concepcionais podem afectar o equilíbrio de algumas vitaminas e, finalmente, na fase pré-menstrual podem apresentar sintomas causados por um baixo nível vitamínico.

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Os adolescentes precisam de mais vitaminas do que os adultos?Os adolescentes em fase de crescimento tem as suas necessidades metabólicas aumentadas, tanto em calorias, como em alguns micro-nutrientes essenciais. Os riscos nutricionais durante a adolescência geralmente estão relacionados com os hábitos alimentares, cujos principais factores são: as sanduíches, a alimentação irregular e as dietas.

Suplemento de vitaminas Os suplementos podem melhorar estados de fraqueza e falta de energia?Sim, se esse estado for causado por falta de vitaminas, como, por exemplo, no caso de maus hábitos alimentares.

As crianças precisam de suplemento?Crianças com uma alimentação equilibrada, não precisam de suplemento, mas aquelas que têm problema para comer ou que tenham maus hábitos alimentares, podem necessitar de suplementos.

Qual a melhor hora para se tomar vitaminas?Geralmente, não faz diferença. Pode–se criar uma rotina diária, como, por exemplo, ao pequeno-almoço.

Existe diferença entre as vitaminas naturais e as sintéticas?Não. As vitaminas sintéticas têm uma estrutura química idêntica à das vitaminas dos alimentos, por isso, não faz diferença para o organismo.

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Tolerância às vitaminas Porquê os suplementos multivitamínicos são apresentados em doses acima das recomendações oficiais?Porque as recomendações oficiais são sugestões de doses para indivíduos em condições normais de saúde e actividade. Entretanto, estados como gravidez, aleitamento, fumadores, stress físico, alcoolismo, idade avançada, exigem doses maiores. Muitos suplementos multivitamínicos são formulados especialmente para atender essas necessidades.

Pessoas com deficiências de ferro podem beneficiar de um suplemento de vitamina C?Sim. A anemia por deficiência de ferro é provocada não apenas por um consumo inadequado, mas também pela deficiência do organismo em absorver adequadamente este elemento dos alimentos. Consumindo alimentos ricos em vitamina C ou suplementos dessa vitamina durante as refeições, a absorção do ferro pode ser aumentada em até dez vezes.

Podemos tomar suplementos multivitamínicos regularmente por um período de tempo prolongado?Sim. Entretanto, é importante verificar se as doses são excessivas (dez vezes acima da RDA para a vitamina A e cinco vezes para a D), pois o uso prolongado dessas vitaminas pode provocar efeitos maléficos ao organismo.

Doses altas de vitaminas são toleráveis?Não existe uma regra geral, pois as necessidades e tolerâncias variam para cada pessoa. Em geral, as vitaminas hidrossolúveis (C e Complexo B) podem ser tomadas em doses bastante altas sem problemas e o excesso é eliminado pela urina. As vitaminas A e D, lipossolúveis, apresentam uma margem de segurança menor. A vitamina A geralmente é tolerada em doses até dez vezes superiores às recomendações normais e, a D, cinco vezes. Para tomar essas vitaminas em doses altas, recomenda-se a consulta do médico.

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Porque é que a urina fica amarelada quando se toma Complexo B ou outro suplemento multivitamínico?Quando se consome mais vitaminas do que o organismo pode usar, o excesso é eliminado pela urina, como no caso da B2 (Riboflavina), que apresenta uma cor amarela forte, mas isso não é motivo para preocupação.

Parar de tomar um elevado suplemento de vitamina C pode criar risco de escorbuto?Muitas investigações foram realizadas nesse sentido, tanto com voluntários sãos como com cobaias, chegando-se à conclusão de que, o suplemento de doses elevadas dessa vitamina não aumenta as necessidades do organismo. Consequentemente, a brusca interrupção de um suplemento elevado não parece provocar risco de deficiência.

A super exposição aos raios solares pode provocar toxicidade da vitamina D?Não. A produção da vitamina D na pele em virtude da exposição aos raios solares é bem regulada fisiologicamente. Uma das formas de auto protecção da pele é o bronzeamento.

O que acontece no caso de sobredosagem de vitamina A?Pode ocorrer hipervitaminose A (do grego Hiper = demais), cujo sintomas incluem a perda do apetite, vista turva, dor de cabeça, dores musculares, queda de cabelo e/ou vermelhidão e descarnação da pele.

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Porquê o Betacaroteno é denominado como forma tolerável da vitamina A?O betacaroteno, ou pro-vitamina A, é a forma de vitamina A (retinol) encontrada nos vegetais de folhas verde escuras ou de cor amarela e laranja. É um precursor da vitamina A que se torna eficaz somente depois de ser convertido em Retinol no organismo. Como o organismo só converte a quantidade de que necessita, o betacaroteno não provoca excesso de Retinol, podendo, portanto, ser considerado como uma forma tolerável da vitamina A. O seu consumo em excesso, entretanto, pode provocar uma coloração na pele, que não é prejudicial e desaparece ao interromper o suplemento.

Objecções à vitaminas: Factos e Ficções

 É verdade que as pessoas que tomam elevadas doses de vitamina C apenas enriquecem a sua urina?Quanto mais se toma vitamina C, mais alta aparecerá na urina. Entretanto, com o uso de doses mais elevadas acima de 500mg/dia, os tecidos armazenam um nível próximo da saturação, o que é benéfico pois, assim, o organismo tem mais vitamina C disponível para o seu sistema de auto-defesa.

Consumir alimentos vitaminados ou tomar suplementos multivitamínicos diariamente pode provocar risco de hipervitaminose?Os níveis de vitaminas nos alimentos fortificados e enriquecidos atendem aos padrões legais que estão dentro de faixas de segurança. Os suplementos multivitamínicos normalmente contêm as doses recomendadas ou múltiplos razoáveis das mesmas, portanto, também toleráveis. Assim, se não existirem situações especiais imprevisíveis não há risco.

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Os suplementos Vitamínicos reduzem o risco de contrair cancro ?As pesquisas demonstraram uma relação entre o baixo consumo de vitamina A e Betacaroteno (uma forma de vitamina A encontrada em frutas e vegetais) com o cancro do pulmão. Verificou-se, também, que as vitaminas C e E podem evitar a formação de Nitrosaminas, especialmente no estômago (a maioria das Nitrosaminas provoca cancro nos animais). Como esses resultados são animadores, actualmente estão a ser realizados amplos estudos para verificar a possível actuação das vitaminas na prevenção do cancro.

A vitamina B6 ajuda a aliviar os sintomas pré-menstruais?Geralmente ajuda, pois os sintomas, como dores nos peitos, dor de cabeça, tensão, irritação e inchaço têm sido associados com um desequilíbrio hormonal temporário, o que leva a um aumento das necessidades de vitamina B6.

A vitamina E ajuda a cicatrizar queimaduras da pele?Muitas pessoas acreditam que essa vitamina aplicada como solução ou pomada directamente sobre queimaduras ou cortes, produz efeitos cicatrizantes marcantes, porém, não existem provas científicas a esse respeito.

Doses elevadas de vitamina B1 podem proteger contra picadas de mosquito?Essa vitamina tem um odor característico e, quando tomada em grande quantidade, esse odor sai pelos poros. Algumas pessoas acreditam que, dessa forma os mosquitos são mantidos a distância.

Elevados complementos vitamínicos melhoram a inteligência?As deficiências nutricionais de uma criança podem afectar o desenvolvimento normal do seu cérebro, mas não existe nenhuma indicação de que os suplementos possam melhorar o desempenho de pessoas intelectualmente normais.

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Ouvimos dizer que a vitamina E protege os pulmões contra a poluição do ar. Isso é verdade?Não existem evidências claras desse efeito nas pessoas, mas experiências com animais indicam que a vitamina E reage no pulmão com os principais poluentes atmosféricos tóxicos, como o Dióxido de Nitrogénio, defendendo-o contra seus efeitos nocivos.

Vitamina  A vitamina D ajuda a prevenir a osteoporose?A vitamina D promove a absorção do Cálcio e a mineralização dos ossos. Sem ela, esses processos são prejudicados, resultando em raquitismo nas crianças e amolecimento dos ossos nos adultos. Os resultados científicos actuais afirmam que o consumo inadequado, tanto de vitamina D, como de Cálcio, podem tornar os ossos mais vulneráveis à osteoporose, mas não existem provas de que doses elevadas sejam realmente benéficas. Tendo em vista que doses excessivas de vitamina D são potencialmente tóxicas, é melhor seguir as recomendações oficiais de dosagem.

Os suplementos melhoram a fertilidade humana?Não existem provas a esse respeito. Alguns poucos estudos demonstraram que uma combinação das Vitaminas A e E possivelmente podem melhorar a fertilidade masculina. Um estudo sobre fertilidade masculina constatou uma relação entre o baixo nível de vitamina C no organismo com a formação de coágulos de esperma, um problema que inibe a sua capacidade de movimentação. A adição de vitamina c reduziu esse efeito, com a consequente melhoria da fertilidade, ao dar ao esperma melhores oportunidades de atingir o óvulo.

A vitamina B6 é eficaz na prevenção e cura de ressaca?Muitas pessoas acreditam que sim, mas não existem provas concretas.

As Vitaminas podem curar o cancro?Não.

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A vitamina E estimula o impulso sexual?Não. Essa ideia é baseada numa má interpretação de resultados de pesquisas com animais. Após um período sem vitamina E na alimentação, os ratos deixaram de se reproduzir, voltando ao normal após terem os seus suplementos restaurados, o que levou as pessoas à conclusão de que a vitamina E é um afrodisíaco capaz de melhorar o impulso sexual.

O suplemento de vitaminas pode ser considerado como “doping”?Não. As vitaminas podem contribuir para manter a forma e atender as necessidades nutricionais dos atletas, que são maiores, mas não eleva o desempenho além dos limites físicos normais.

As vitaminas podem ajudar no combate à SIDA?Teoricamente, como algumas vitaminas fortalecem o sistema imunológico do organismo, um bom nível poderia fortalecer as defesas de uma pessoa infectada contra outras infecções. Entretanto, ainda não existem dados confiáveis a esse respeito.

Os suplementos de vitamina C evitam ou atenuam os sintomas da herpes?Ainda não existem dados científicos para responder a esta pergunta.

A adição de vitamina B6 ajuda no controle da diabetes?Muitos diabéticos apresentam um nível inadequado dessa vitamina, que precisa ser restaurado. Os estudos que visavam verificar se a sua adição reduz os sintomas da neuropatia diabética, que são semelhantes aos de crise nervosa provocada por deficiência da vitamina B6, chegaram a resultados controversos e ainda não se chegou a nenhuma conclusão

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Ouvimos, cada vez mais, que as vitaminas combatem os “radicais livres” no organismo. O que significa isso?Os radicais livres são substâncias agressivas, bastante reactivas, que são produzidas devido à poluição do ar, cigarros e outros factores diversos. Podem ser prejudiciais, pois, quando são produzidos em excesso, atacam as células e tecidos do organismo, provocando danos oxidativos. Estudos recentes demonstram que as vitaminas C e E e o Betacaroteno protegem vários tecidos do organismo contra os danos causados pelos radicais livres.

Devemos tomar vitaminas quando estamos deprimidos?A depressão, em alguns casos, pode ser um dos sintomas iniciais da deficiência de algumas vitaminas, principalmente do Complexo B. Nesse caso, é recomendável restaurar a deficiência. Entretanto, isso não significa que as vitaminas possam ou devam ser usadas sempre que a pessoa se sentir deprimida.

Vitamina C – Perguntas e Respostas 

O que é a vitamina C?A vitamina C, também conhecida como ácido ascórbico, é uma de entre as 13 vitaminas que são substâncias essenciais para a saúde. Na natureza, a vitamina C é produzida pela conversão da glicose das frutas e vegetais. A maior parte dos animais é capaz de produzir vitamina C no seu próprio organismo, porém o homem depende de fontes alimentares externas. A vitamina C actua virtualmente em todos os sistemas do organismo para manter o bom estado geral.

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O que faz a vitamina C?Previne e cura o escorbuto. · Auxilia a actividade das células brancas, que envolvem e destroem as bactérias, além de ajudar o sistema de defesa do organismo. · Aumenta a absorção do ferro dos vegetais e cereais. O ferro é essencial para a saúde dos glóbulos vermelhos do sangue, que transportam o oxigénio do organismo para os tecidos. · No tracto gastrointestinal, bloqueia a formação das nitrosaminas indutoras de cancro. Essas nitrosaminas são formadas pela combinação de nitritos com aminas, sendo que os nitritos estão presentes nos alimentos, especialmente nos industrializados, ou resultam da transformação dos nitratos das verduras e água potável, dentro do estômago. · É essencial também para a formação do colágeno, as fibras proteicas que, ao se agregarem, formam os tecidos ligantes que dão a força de sustentação para as principais estruturas do corpo humano. · Ajuda a prevenir gripes e constipações e também no tratamento destas, reduzindo a gravidade e a duração dos sintomas. · Actua como antioxidante, protegendo as células e os tecidos contra os produtos nocivos das reacções bioquímicas que envolvem o oxigénio.

Quando necessitamos de doses maiores de vitamina C?A utilização de suplementos pode ser necessária em estados de stress físico, durante a gravidez e aleitação, nos casos de inflamações e infecções, queimaduras, cirurgias e diarreias. Além disso, os fumadores e idosos também parecem ter uma necessidade maior de vitamina C.

Quais são as principais fontes de vitamina C na natureza?São particularmente ricos em vitamina C os citrinos, além do morango, manga, papaia, kiwi, couve-flor, brócolos, couve-lombardo, espinafres, batata e tomate.

O teor de vitamina C nas frutas e vegetais pode variar?Sim, bastante, dependendo de diversos factores, como clima e solo, qualidade e método de colheita, transporte e armazenamento. As batatas, por exemplo, perdem cerca de 15% do seu teor de Vitamina C por mês, quando armazenadas à temperatura ambiente e a couve-lombarda perde quase todo o seu teor apenas em alguns dias.

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A deficiência de vitamina C pode passar despercebida?É possível. A deficiência de vitamina C manifesta-se lenta e progressivamente, sendo que nos estágios iniciais não existem sintomas claros. Isso é denominado cientificamente como deficiência subclínica ou marginal. Em seguida, podem ocorrer fadiga, letargia, sensibilidade a infecções, demora na cicatrização de ferimentos, etc.

É verdade que a vitamina C destrói o teor de vitamina B12 dos alimentos?Não. Diversos estudos científicos independentes chegaram à conclusão de que essa opinião resultou de métodos analíticos incorrectos.

Grávidas e mulheres a amamentar necessitam de suplemento de vitamina C?Em virtude das necessidades extras devido às exigências do feto ou do bebé que mama, as necessidades nutricionais das grávidas e mulheres a amamentar são aumentadas.

A vitamina C oferece riscos de sobredosagem?As vitaminas hidrossolúveis, como a C, mesmo em altas doses não apresentam qualquer problema, e o excesso é excretado pela urina.

A adição regular de Vitamina C pode provocar cálculo renal?Experimentos científicos extensivos com uma adição diária de vários gramas de Vitamina C demonstraram que não ocorre aumento desse risco. Entretanto, os indivíduos que já apresentam cálculo renal de oxalato não devem exceder a dose diária recomendada. Além disso, pacientes com insuficiência renal não devem tomar suplemento de Vitamina C.

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Pessoas com stress precisam de suplemento de Vitamina C?A adição de Vitaminas, em especial da C, é recomendada para pessoas sob grande stress físico, como em casos de infecção agudas, queimaduras extensas da pele ou pessoas em recuperação de grandes cirurgias.

A adição de Vitamina C pode ajudar pessoas com deficiência de ferro?Sim. A deficiência de ferro no organismo é provocado não só por um consumo insuficiente, como também por falha na absorção desse mineral a partir de alimentos. Quando se ingerem alimentos ricos em Vitamina C ou um suplemento, junto com as refeições, a absorção do ferro das fontes vegetais é aumentada em até 10 vezes.

A Vitamina C pode baixar o nível de colesterol no sangue?Os resultados encontrados são controversos. Muitos estudos científicos concordam que o nível pode ser reduzido com um suplemento diário de 1 g, no caso de indivíduos com nível de colesterol modestamente elevado. Entretanto, ainda não se chegou a um resultado final sobre o assunto.

Existe diferença entre a Vitamina C natural e a sintética?Não. Ambas possuem estruturas químicas idênticas.

Quais os benefícios da Vitamina C em gripes e constipações?Ajudar a prevenir para fortalecer as defesas naturais do organismo. Além disso contribui para reduzir a duração e severidade dos sintomas.

Como podemos minimizar as perdas de Vitamina C durante a preparação dos alimentos?Pode evitar essa perda de forma simples: 1 – Compre apenas verduras frescas.2 – Evite guardá-las por muito tempo.3 – Não corte em pedaços muito pequenos.4 – Cozinhe com o mínimo de água, durante o menor tempo possível, numa panela com tampa.5 – Sirva imediatamente após a cozedura.6 – Se possível, evite reaquecer. 

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GlossárioAntioxidantes: componentes da dieta que estão envolvidos na manutenção e reparação das células e do DNA. Os antioxidantes da dieta incluem carotenóides, vitamina C, vitamina E e Selénio.Alimento: qualquer substância, líquida ou sólida, que, quando ingerida, fornece ao organismo materiais necessários para o seu funcionamento, crescimento ou reparação e para a manutenção de um bom estado de saúde (os nutrientes). Cada alimento é constituído por vários elementos químicos que, combinados entre si em quantidade e variedade diferentes, caracterizam cada alimento, conferindo-lhe diferentes cores, sabores, texturas e propriedades específicas. Dessas substâncias, que constituem os alimentos, as que são utilizadas pelo nosso organismo para a manutenção da saúde são chamadas de nutrientes.Caloria: unidade de medida de calor; a caloria representa a quantidade de calor necessária para elevar de 14,5ºC a 15,5ºC a temperatura de 1 g de água à pressão atmosférica normal. É usada como unidade de medida do valor energético dos alimentos, que se pode medir também em joule (1 caloria=4,1855 joules). Símbolo: (cal)Cancro: tumor maligno, isto é, constituído pela proliferação anárquica de células anormais, que invade as estruturas vizinhas e que tem tendência para produzir tumores secundários à distância (metástases). Por extensão, proliferação anárquica de células anormais, sem formação de massa tumoral. A leucemia, proliferação anárquica dos glóbulos brancos do sangue, é um cancro.Cancro do Cólon: tumor maligno do intestino grosso.Cancro da Mama: tumor maligno da mamaDispneia: dificuldade em respirar, acompanhada por uma sensação de opressão e de mau estar.Diurético: relativo à diurese, que favorece ou estimula a excreção urinária.Gorduras ou lípidos: qualquer substância orgânica que contém um ácido gordo, sob forma combinada ou num derivado de ácido gordo e que não é solúvel na água (com a qual pode formar uma emulsão). Os óleos e as gorduras são lípidos de reserva dos animais e dos vegetais. Em diversos tecidos do organismo existem lípidos complexos (fosfolípidos, glicerolípidos). A combustão dos lípidos fornece 9 quilocalorias por grama

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Gota: afecção devida a perturbação do metabolismo do ácido úrico, que ocorre, quase exclusivamente, no homem. Manifesta-se por crises de artrite aguda localizada especialmente na articulação do dedo grande do pé e por depósitos de uratos subcutâneos, sobretudo periarticulares.Hidrato de carbono ou glúcidos ou glícidos: substância composta por carbono, hidrogénio e oxigénio. Representam, em geral, mais de metade dos alimentos energéticos (amido, glicose, sacarose, lactose). A sua combustão completa fornece quatro quilocalorias por grama.Hiperlipidemia, Dislipidemia ou dislipemia: anomalia quantitativa ou qualitativa dos lípidos do soro (colesterol, trigliceridos).Hipercolesterolemia: concentração elevada (excessiva) de colesterol no sangue.Hipertrigliceridemia: concentração elevada (excessiva) dos trigliceridos do sangue.Hiperglicemia: elevação da quantidade de glicose (açúcar) do sangue.Hiperuricemia: aumento da taxa de ácido úrico no sangue, observa-se sobretudo na gota.Lombalgia: qualquer dor da região lombar, seja de origem vertebral, muscular, urogenital ou ginecológica.Metabolismo: conjunto das transformações físico-químicas que ocorrem em todos os tecidos do organismo. Estas transformações são acompanhadas por fenómenos energéticos (acumulação ou libertação de energia).Metabolismo Basal: necessidades energéticas mínimas do organismo, em repouso, para assegurar as funções vitais, isento de qualquer dispêndio não indispensável de energia. Varia de acordo com numerosos factores como o sexo, a idade, o peso, a gravidez, o clima, a altitude, algumas doenças, etc.Nutriente: ver alimentosObesidade: Acumulação excessiva, mais ou menos generalizada, de tecido adiposo, que provoca um aumento de peso superior a 25% do peso estimado normal.Obstipação: prisão de ventre.Proteínas: nome genérico dos componentes orgânicos azotados, animais e vegetais cuja molécula é composta por numerosos aminoácidos e que desempenham uma função essencial em toda a matéria viva.

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Quilocaloria: 1000calorias (Kcal).Vitaminas lipossolúveis: vitaminas A, D, E e K, as vitaminas que são veiculadas pelas gorduras, só sendo fornecidas pelos alimentos que contém gordura na sua composição.Vitaminas hidrossolúveis: vitamina C e complexo B são as vitaminas que se dissolvem em água. São fornecidas pelos frutos, legumes e hortaliças, carnes e peixes, entre outros alimentos. 

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Medicina Natural 2ª Parte

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IntroduçãoPara iniciar este capítulo forme as suas frases, pode ser o início do seu tratamento. ACEITE POR UNS MOMENTOS QUE A VERDADE PODE SER OUTRA PARA ALÉM DAQUELA QUE NÓS ACREDITÁMOS POR TANTO TEMPO...(Leituras de PNL)

«SEM UMA DIETA ADEQUADA A MEDICINA É INÚTIL; COM UMA DIETA ADEQUADA, A MEDICINA NÃO É NECESSÁRIA!»(Antigo provérbio ayurvedico)

A primeira frase significa que nos acostumamos às coisas, tornando-se automático tudo o que fazemos. O doente acostuma-se ao seu estilo de vida, aceitando-o como a sua própria verdade, mas este capítulo fala de outra verdade. A segunda frase, vai no sentido em é possível viver bem, bastando adoptar um estilo de vida adequado. Se tem uma dieta agressiva para o organismo, o corpo não terá os nutrientes adequados para elaborar as suas defesas e por mais medicamentos que tome, não se curará. Pelo contrário se tem uma dieta que dá ao seu corpo todos os nutrientes descritos neste capítulo, a medicina não será necessária, dado que não adoecerá.  IMAGINE COMO SERIA SE MUDASSE O SEU ESTADO ACTUAL. AQUI ESTÃO AS FERRAMENTAS PARA ESSA MUDANÇA  AVALIANDO OS SINTOMAS Como ficou expresso no capítulo anterior, o sintoma é um sinal que o organismo envia à mente para informar que algo no interior, está a funcionar mal. Há um desequilíbrio que provem de diferentes causas. Se as causas são alimentares, ambientais e psíquicas, destrinçaremos os seus opostos um a um.  

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ALIMENTARES: Falemos de nutrientes adequados. Quais são os nutrientes de que o organismo necessita? Hidratos de Carbono: Especialmente os de degradação lenta. Proteínas: Concedem ao organismo os aminoácidos essenciais (leucina, lisina, isoleucina, treonina, triptofano, metionina, valina, fenilalanina, histidina) e outros que o corpo produz a partir destes. Minerais: Cálcio, magnésio, fósforo, potássio, sódio, enxofre, ferro, zinco, cobre, manganésio, crómio, selénio, cobalto, flúor, silício, iodo e molibdeno. Vitaminas: Retinol (A), tiamina (B1), riboflavina (B2), niacina (B3), ácido pantoténico (B5), piridoxina (B6), cianocobalmina (B12), ácido fólico (B9), biotina, vitamina C, vitamina D, vitamina E e vitamina K. Lípidos: Ácido linolénico, ácido linoleíco e azeite.

Outros nutrientes: Água Fibras  

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Sinergia dos nutrientesQuais os nutrientes mais importantes? Todos!

NENHUM DOS NUTRIENTES ACTUA ISOLADAMENTE, MAS SEMPRE EM CONJUNTO!

O organismo funciona como um todo, cada célula, cada tecido, cada órgão, cada aparelho e cada sistema funciona como um todo e cada um pode estar utilizando nutrientes diferentes; se falta um só nutriente, uma função desequilibra-se, a qual, por sua vez, pode desactivar outras funções. O Magnésio, um mineral importante que vai escasseando com a idade, intervém em aproximadamente 300 funções. Quais os problemas que uma carência em magnésio provocam no organismo? Um caso: a síndrome pré menstrual pode ser atenuada, incluindo na dieta suplementos que contenham Vitamina B6, Zinco, Cálcio e Magnésio que podem agregar ómega 6 (ácido linóleo). Não necessitará de se intoxicar com medicamentos. Então, cada nutriente potencia os outros e não se somam simplesmente. Esta sinergia é a potenciadora da saúde. COMA ALIMENTOS NATURAIS QUE SEJAM FRECOS E QUE LHE PROPORCIONEM OS VÁRIOS NUTRIENTES.

Aprenda a combiná-los. Exemplo: 1- Féculas com vegetais 2- Féculas com frutas. 3- Vegetais com proteínas. 4- Vegetais com frutas.

Não pode misturá-los uns com os outros. Ao tomar suplementos, procure que tenham uma base natural, devendo ser multivitamínicos com multiminerais. Cuidado com a ingestão de suplementos separadamente. 

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Hidratos de carbono

São designados nutrientes energéticos, também conhecidos vulgarmente por açúcares, que se encontram em todos os alimentos, excepto na carne e nos ovos. O açúcar, ou mais correctamente, o hidrato de carbono chamado glicose é a principal fonte de energia do cérebro, daí a sua importância diária. Não necessita de juntá-la aos alimentos e se algum alimento requer açúcar deve adoçar-se, de preferência, com frutas.Metaforicamente, os hidratos de carbono são a principal fonte de energia do organismo, o que torna necessário conhecer as suas duas formas: 1. Hidratos de carbono de degradação ou combustão rápida, como o açúcar, o mel, doces e alimentos muito refinados. Estes hidratos de carbono têm uma responsabilidade acrescida no peso e na obesidade. 2. Hidratos de carbono de degradação ou combustão lenta, como os que se encontram nos grãos, sementes integrais, verduras e frutas frescas. Estes podem-no ajudar a baixar de peso ou a mantê-lo onde quiser desde que seja aceitável para o organismo. Conselho: consuma aveia e cevada pois são hidratos de carbono muito bons dado serem de degradação lenta. A SAÚDE: É O ESTADO NATURAL DO HOMEM, SENDO CONSEQUÊNCIA DA OBSERVAÇÃO E CUMPRIMENTO, DE FORMA NATURAL E ESPONTÂNEA, DAS EXIGÊNCIAS BIOLÓGICAS QUE, COMO PARTE QUE SOMOS DA MÃE NATUREZA, DEVEMOS ACATAR.

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Hidratos de carbonoFIBRAS São uma forma especial de hidratos de carbono existente nas plantas, sendo constituídas por cadeias de moléculas de glicose e cujo consumo é essencial para a Saúde. São importantes porque absorvem água no tracto digestivo, permitindo a passagem dos alimentos e produzindo fezes que transitam pelo intestino de forma adequada, contribuindo, desta maneira, para a limpeza do cólon. A Fibra dos cereais é boa para prevenir a obstipação e a putrefacção dos alimentos que são a causa subjacente de muitos problemas digestivos. A fibra contribui para diminuir os níveis de colesterol, portanto, as pessoas que sofrem de colesterolemia, podem ajudar-se a si próprias com estes hidratos de carbono, o que lhes permite fazer um menor consumo de medicamentos. Tem sido demonstrado que a Fibra previne o cancro do cólon. Apresenta, em geral, muitos benefícios, pelo que deverá consumir alimentos integrais: cereais, lentilhas, feijões, frutos secos, sementes, frutas e verduras. Como poderá constatar, o consumo de fibras permitira-lhe manter-se saudável e no futuro poupar as suas economias. Pode consumi-las de forma natural com os alimentos, como descrevemos acima, ou pode consumi-las em tabletes preparadas de forma natural. Conselho : Deixe de consumir alimentos refinados, brancos e demasiado cozinhados, assim como doces e produtos de confeitaria. 

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A saúde e as proteínasA SAÚDEÉ no ser humano a perfeição da organização corporal, da energia intelectual e da capacidade moral

PROTEÍNAS São conhecidos como nutrientes construtores, fazem parte dos músculos, substâncias enzimáticas e hormonas, tudo o que é imprescindível para o bom funcionamento do organismo e para o tornar grande e forte. As proteínas encontram-se na carne, peixe, ovos, leite e queijo, assim como em alguns vegetais (cereais, hortaliças, leguminosas e algas)Como o propósito deste Curso é melhorar e restabelecer a saúde, não se recomenda o consumo de carnes vermelhas na alimentação, de modo que privilegiamos as proteínas da quinoa e da soja. Além disso, para o desenvolvimento do gado é-lhes dado antibióticos, hormonas de crescimento, hormonas sexuais e também poderão apresentar vestígios de pesticidas. Por conseguinte, são duas as razões para não consumir carnes vermelhas. Como combinar os alimentos para obter proteínas? Vegetais com todo o tipo de grãos; vegetais com frutos secos; produtos lácteos com todo o tipo de grãos, produtos lácteos com batatas; cogumelos com verduras frescas; arroz ou milho com verduras frescas; verduras frescas com sementes de sésamo ou nozes do Brasil.

Conselhos: 1-reduza o consumo de produtos lácteos; se é alérgico substitua-os por leite de soja ou leite de arroz. 2-minimize a sua fonte de proteínas animais oriundas da carne: eleja o peixe. 3-as proteínas de origem vegetal são de digestão mais fácil. A SAÚDE É BELEZA, ENERGIA, PUREZA, SANTIDADE e FELICIDADE!  

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As gorduras (lípidos)

Os Lípidos, vulgarmente denominados por «gorduras», são também uma fonte de energia, e uma fonte de energia de reserva. As “gorduras” dividem-se em essenciais e não essenciais. As “gorduras” não essenciais são de origem animal: tenha cuidado pois são prejudiciais para o organismo. As “gorduras” essenciais são as verdadeiramente importantes, entre elas estão as monoinsaturadas, cujo representante é o azeite, única “gordura” recomendada, já que resiste ao calor, não forma radicais livres (oxidantes) e ingerido em cru, é muito interessante e mais saudável. Existe nas oliveiras, ou melhor, nas azeitonas, sendo o abacate também muito rico nele. As “gorduras” polinsaturadas são as melhores e devem ser ingeridas em cru já que se oxidam com muita facilidade em contacto com o calor, produzindo radicais livres. Nestas está incluída a família do ácido linoleíco, conhecido como Ómega 6 e a família do ácido alfalinoleíco, conhecido como Ómega 3. O ómega 6 encontra-se no óleo de prímula, de borragem, de cânhamo, de abóbora, de girassol, de açafroa, sésamo, milho, soja e gérmen de trigo. Se consegue obtê-los, tome duas colheres ao dia, ou duas ou três colheres de sementes moídas. O Ómega 3 obtém-se, especificamente, a partir de peixes de profundidade. Também existe ómega 3 nas sementes de linho, cânhamo, abóbora e courgette. Estes óleos ajudam a manter o sangue fluído, baixam a tensão arterial, tornam a pele mais fina, etc.

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Principais funções dos ácidos gordos

Antes de mencionar cada um deles, é bom saber que o azeite (foi designado por omega9) e o ómega 3 e 6 ajudam a baixar o colesterol e os triglicéridos. Como pode constatar, os alimentos são sinérgicos; recorde que a fibra é um hidrato de carbono e também baixa o colesterol.

Ómega 6 Actua em cascata: mantém a fluidez do sangue, prevenindo os coágulos, e consequentemente, as obstruções, dilata (nota: mais correcto do que relaxa em termos biológicos) os vasos sanguíneos e logo, baixam a tensão arterial, prevenindo as cardiopatias. Ajudam a manter o equilíbrio do corpo, reduzem a inflamação e a dor, melhoram o funcionamento dos nervos do sistema imunológico. Também ajudam na acção da insulina. Beneficia muito na prevenção do Síndrome Pré-Menstrual.

Ómega 3 Contribuí na síntese de hormonas chamadas Prostaglandinas, as quais ajudam no correcto funcionamento do cérebro que controla a visão, a capacidade de aprendizagem e a coordenação. 1- Melhora o funcionamento do sistema imunológico e do metabolismo. 2- Reduz a inflamação, melhorando, portanto a artrite. 3- Melhora a textura da pele. 4- Reduz a viscosidade do sangue e controla os níveis de colesterol e triglicéridos no sangue.  

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Vitaminas

 As vitaminas têm uma função protectora e são essenciais para o bom funcionamento do nosso organismo, não são energéticas, nem construtoras, mas sim reguladoras e entre outras funções, são importantes para que o organismo possa utilizar os alimentos que contenham nutrientes energéticos. A CARÊNCIA DE UMA SÓ VITAMINA (HIPOVITAMINOSE) CAUSA PROBLEMAS ORGÂNICOS. O EXCESSO DE ALGUMAS VITAMINAS (HIPERVITAMINOSE), PODE TAMBÉM CAUSAR TRANSTORNOS PARA A SAÚDE. Foi descoberta a quantidade recomendada de vitaminas necessária para o bom funcionamento do organismo, tal como sucedeu para os outros nutrientes: Dose Diária Recomendada (DDR), como veremos ao estudar cada uma delas. A carência de uma vitamina, induz uma deficiência e caso se prolongue muito, desenvolve-se uma doença por falta dessa vitamina (hipovitaminose). Muito antes da deficiência se manifestar, poderá existir o que se designa por Deficiência Marginal. Aqui está outro exemplo de prevenir a ingestão de medicamentos. Muitas pessoas adultas apresentam deficiência ou uma anomalia marginal, indo ao médico devido a depressão, insónia, irritabilidade, pensamentos confusos e outros sintomas mentais que farão pensar num diagnóstico de senilidade. Pode ser que assim seja, mas uma grande parte dos pacientes terá uma deficiência marginal. Mas o que será que lhe dirá o médico? Imagine! Esses são sintomas de deficiência marginal de Vitamina B12 (cobalamina). Provavelmente, a alimentação tem um papel importante, mais do que o médico possa pensar. As vitaminas não têm relação alguma com o aumento de peso, e nem podem ser substitutos da comida.

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Tipos de vitaminas e grupos de risco de hipovitaminoses.  Há dois tipos de vitaminas:

As que são solúveis em água e as que são solúveis nos Lípidos. As primeiras dissolvem-se em água (hidrossolúveis) e da mesma forma são excretadas. Não são substâncias que se possam armazenar, pelo é necessário tomá-las diariamente. Entre estas estão: vitamina C e as vitaminas do complexo B. Quando em excesso, são eliminadas com facilidade. As vitaminas solúveis em Lípidos (Lipossolúveis) são: vitaminas A, D, E e K, as quais podem ser armazenadas no organismo, ao nível dos tecidos adiposos. Existem algumas pessoas que em determinada circunstância das suas vidas, necessitam de uma maior quantidade de vitaminas, e caso não as ingiram, constituem grupos de risco em contrair doenças devido a uma carência vitamínica (hipovitaminose).Por conseguinte, analisemos quem precisa de ingerir uma maior quantidade de vitaminas: 1- Todos os que comem poucas frutas e vegetais (alimentação desequilibrada). 2- Todos os que sofrem de demasiado stress no trabalho. 3- Os que estão convalescentes ou doentes e necessitam por isso de ajudar o sistema imunológico. 4- Os que estão a sofrer de uma doença crónica. 5- Mulheres grávidas ou a amamentar. 6- Os que sofrem de depressão. 7- Fumadores. 8- Alcoólicos 

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Dosagens de vitaminasProcedamos à revisão da D.D.R. (dose diária

recomendada) das vitaminas para um adulto:Grupo de Vitaminas Lipossolúveis

 

Grupo de Vitaminas Hidrossolúveis

Vitaminas D.D.R (Dose diária recomendada homens

D.D.R (Dose diária recomendada mulheres)

Vitamina A 1000 RE ou 5,000UI

800 RE ou 4,000 UI

Vitamina D 5 ug ou 200 UI 5 ug ou 200 UIVitamina E 10 ug ou 15 UI 8 ug ou 12 UIVitamina K 80 ug 65 ug

Vitaminas D.D.R. (Dose diária recomendada homens

D.D.R. (Dose diária recomendada mulheres

Viamina C 60 mg 60 mgComplexo B D.D.R. (Dose

diária recomendada homens)

D.D.R. (Dose diária recomendada mulheres)

Tiamina 1,5 mg 1,1 mgRiboflavina 1,7 mg 1,3 mgNiacina 19 mg 15 mgPiridoxina 2,0 mg 1,6 mgÁcido Fólico 200 ug 180 ugCobalamina 2,0 ug 2,0 ugBiotina --- ---Ácido Pantoténico

--- ---

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As duas últimas vitaminas aparecem sem a quantificação da D.D.R. embora também sejam necessárias. A D.D.R. não foi calculada visto que são vitaminas obtidas facilmente através dos alimentos, mesmo no caso das dietas deficientes. Ninguém tem carência destas vitaminas.

Analisando a tabela anterior poder-se-á perguntar:Serão suficientes?Obter-se-ão todas simplesmente através da alimentação?

Outras dosagens de vitaminasTal como foi explicado anteriormente, podemos viver saudavelmente com uma alimentação adequada. No entanto, no meio ambiente agressivo em que vivemos, o nosso organismo requer mais nutrientes incluindo as vitaminas. O Doutor Pauling, um estudioso da nutrição, tomava até 6 gr de vitamina C por dia, embora hajam outros especialistas que recomendam no máximo até 2 gramas.Comparemos a seguinte tabela com a anterior: 

Grupo de vitaminas Lipossolúveis

Grupo de vitaminas Hidrossolúveis

Vitaminas Doses recomendadasVitamina A 5,000 a 25,000 UIVitamina D 400 – 500 UIVitamina E 200 – 1200 UIVitamina K 25 mg

Vitaminas Doses recomendadasVitamina C 500 – 2000 mg

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Parecerá surpreendente a diferença nas dosagens em relação à primeira tabela, mas a realidade é que o meio em que nos desenvolvemos influenciou as necessidades do organismo para cada uma destas vitaminas.  

Complexo B Doses recomendadasTiamina (B1) 2 – 100 mgRiboflavina (B2) 50 – 100 mgNiacina (B3) 20 – 100 mgPiridoxina (B6) 3 – 50 mgÁcido Fólico (B9) 800 ug – 2 mgCobalamina (B12) 500 – 1000 ugBiotina 30 – 100 ugÁcido Pantoténico (B5) 4 – 7 mg

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Vitamina A e Tiamina

 Vitamina AA vitamina A é sintetizada pelo organismo a partir dos  Betacarotenos que se obtêm a partir da alimentação e encontra-se nos vegetais de cor amarela, alaranjada e vermelha. Além disso também se encontra nos vegetais de  cor verde-escuro, no ovo, no fígado de bovinos, no bacalhau, na carne de frango e de bovinos e nos produtos lácteos.Qual a função da vitamina A e o que são os Betacarotenos?A vitamina A ajuda a combater as infecções prevenindo o aparecimento de doenças. Para além disso, também é importante para uma boa visão, para o tracto digestivo e urinário, para proteger os epitélios da pele, da boca, da garganta, do nariz e dos pulmões. Todos estes tecidos têm células em crescimento e em regeneração constante graças à vitamina A. Esta vitamina impede que os microorganismos patogénicos penetrem nas células contribuindo assim para assegurar a imunidade. Os Betacarotenos são transformados pelo organismo em vitamina A, embora haja uma grande parte que não é transformada. Para que servem então os Betacarotenos? Vamos recordar a matéria sobre Radicais Livres. Com efeito os betacarotenos neutralizam os radicais livres, evitando assim a danificação das células por oxidação, por conseguinte o seu envelhecimento.As pessoas que consomem com frequência betacarotenos estão menos propensas a sofrer de ataques cardíacos e de enfartes. A dose máxima de betacarotenos recomendada é de 25 000 UI (15 mg). Pode-se obter esta quantidade a partir das cenouras, purés, esparregados cozidos, couves verdes, etc. É necessário tomar cuidado na medida em que a vitamina A, numa dosagem de 5 000 UI, nas mulheres grávidas é perigoso para o feto. De igual forma, está também comprovado que os betacarotenos, em doses altas, são prejudiciais para os fumadores. 

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Tiamina (Vitamina B1)É a primeira vitamina descoberta do Grupo B. Esta vitamina hidrossolúvel não actua isoladamente mas em sinergia com as outras vitaminas. A vitamina B1 actua no processo de transformação dos alimentos em energia e a sua carência provoca uma anulação deste processo fisiológico. Esta vitamina ajuda o cérebro e o sistema nervoso na absorção de glicose, que é a sua fonte de energia. A sua importância tal que na sua ausência apenas seria absorvida metade da glicose que é necessária. A vitamina B1 também é benéfica na manutenção da elasticidade dos músculos, nomeadamente os que compõem o coração, ajudando-o a trabalhar adequadamente em cada batimento cardíaco.Já ouviu falar da palavra Beri beri?De facto, a carência em vitamina B1 (Tiamina) é muito comum nos alcoólicos, visto que praticam uma alimentação desequilibrada e o álcool destrói quase tudo o que ingerem, precisando assim de grandes quantidades de suplemento de tiamina.As principais fontes naturais de vitamina B1 são: gérmen de trigo, sementes de girassol, cereais integrais, laranjas, espargos, couve-flor, purés entre outros. Quem necessita mais de vitamina B1?  Pessoas com problemas de saúde.Adultos que praticam uma alimentação desequilibrada.Mulheres grávidas ou que amamentam.Os diabéticos que perdem tiamina através da urina.Doentes febris que necessitam de tiamina isto que neste estado o organismo funciona de forma mais rápida. 

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Riboflavina (B2)

É muito importante para a síntese de proteínas necessitando para esta função da intervenção da Piridoxina [B6]. Regula o crescimento e a divisão celular e interfere na síntese correcta de glóbulos vermelhos. Contribui para o equilíbrio do sistema imunológico uma vez que é essencial para o bom estado das mucosas dos aparelhos respiratório e digestivo.O aparecimento de aftas (pequenas úlceras da boca), gretas e fissuras nos lábios  é o primeiro sinal de carência de Riboflavina.Surpreenda-se!! Pele seca, olhos irritados e anemia são outros sintomas de deficiência do organismo em Riboflavina.Como a Riboflavina é destruída pela exposição à luz, o leite, as massas, os cereais e as verduras devem ser armazenados em recipientes opacos. O calor não destrói esta vitamina..Quais as pessoas que necessitam de uma maior dose de Riboflavina?As pessoas que fazem muito exercício. Os diabéticos. As grávidas ou as mães em amamentação. As pessoas que não podem ingerir leite nem produtos lácteos. As pessoas que tomam antidepressivos.

Alguns alimentos ricos em Riboflavina.Leite, espargos cozinhados, pão integral, brócolos, queijo Chedar, peito de frango e de pato, feijões baios, salmão enlatado, gérmen de trigo, e iogurte magro.Surpreendentemente,  uma dose de 400 mg de Riboflavina ao dia melhorou de forma notável as enxaquecas.Compreende-se agora como se pode melhorar e até curar doenças? 

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Niacina (B3)

No princípio do século XX, a Pelagra foi uma doença muito frequente a sul dos Estados Unidos da América, tendo-se descoberto que esta doença era causada por uma carência em Niacina (também designada por niacinamida e nicotinamicida, embora não tenha qualquer relação com a nicotina do tabaco).Debrucemo-nos um pouco mais sobre a sinergia da Niacina com a Riboflavina e a Piridoxina: estas vitaminas são importantes para manter a energia do organismo.

IMPORTANTE: A NIACINA PODE CONTRIBUIR PARA BAIXAR O COLESTEROL E A TENSÃO ARTERIAL, DEVENDO, POR ISSO, TOMAR CUIDADO AS PESSOAS QUE TOMAM MEDICAMENTOS HIPOTENSORES.

Dado que o álcool diminui os níveis de Niacina, os alcoólicos necessitarão de uma maior quantidade desta vitamina. De igual modo, mas por razões diferentes, os vegetarianos poderão apresentar níveis baixos desta vitamina visto que não ingerem nem carne nem peixe. Isto deve-se ao facto de que um dos aminoácidos muito abundantes nas proteínas de origem animal, consideradas de alta qualidade, é o triptofano, a partir do qual é sintetizada esta vitamina.Esta vitamina também tem mostrado bons resultados no tratamento do acne.Em doses altas a Niacina poderá provocar um pouco de rubor no rosto e picadas pelo corpo, embora estes efeitos passem ao fim de cerca de 20 minutos sem causar qualquer malefício ao organismo.Conheçamos, agora, quais os alimentos que fornecem triptofano ao organismo de forma a que este o converta em Niacina: abacate, banana, carne e fígado de bovinos, peito de frango, ovo, milho, etc. 

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Piridoxina (B6)

Já ouviu falar de um desportista que tenha sofrido um enfarte cardíaco embora nunca tivesse padecido de hipertensão, colesterol alto ou de qualquer problema cardíaco?De facto uma explicação possível reside nos níveis de homocisteína, um aminoácido sintetizado no organismo e que pode danificar as artérias e contribuir para o enfarte. Vejamos agora a seguinte sinergia entre as vitaminas: a piridoxina juntamente com a cobolamina e o ácido fólico destroem o excesso de homocisteína presente no organismo, prolongando a vida do coração. Quais os outros benefícios desta vitamina?Contribui na prevenção da neuropatia diabética;Melhora a sintomatologia do síndrome pré-menstrual, ainda que deva actuar em sinergia com o cálcio e o magnésio. Está demonstrado que a piridoxina intervém estrategicamente na síntese de glóbulos brancos, melhorando as defesas do organismo permitindo uma melhor recuperação das doenças, sendo também benéfica para pessoas idosas, doentes crónicos e alcoólicos.Acresce ainda que ajuda a fluidificar o sangue, evitando a formação de coágulos que podem obstruir as artérias prevenindo assim as cardiopatias, ou  seja, permite um coração mais saudável.Ajuda os asmáticos em dosagens maiores do que as doses diárias recomendadas. Estas pessoas deverão saber que os medicamentos à base de teofilina evitam que os efeitos benéficos da piridoxina sejam activados.

Alimentos ricos em piridoxina:Abacate, manga, banana, grão, milho, lentilhas, arroz branco, peixe, carne e fígado de bovinos, peito de frango, leite magro entre outros. 

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Ácido Fólico (B9)

O ácido fólico é comummente receitado às mulheres grávidas com o objectivo de prevenir mal formações congénitas do sistema nervoso e especificamente ao nível da coluna vertebral do embrião.Existem 3 formas de actuação do ácido fólico:Prevenir a deformação do tubo neural do feto.Prevenir o cancro, particularmente os cancros de cólen e do cervix. No que se refere ao cancro do cólen, constatou-se que a sua prevenção é mais efectiva nas mulheres.Prevenir doenças cardíacas.Anteriormente já foi referido que o ácido fólico juntamente com a piridoxina e a cobalamina destroem o efeito da  nefasto da homocisteína, a qual é um aminoácido que danifica as artérias. Este aminoácido pode ser detectado através de um exame ao sangue. Se o resultado for 8,5 μmoles/litro para as mulheres e 14 μmoles/litro para os homens, os níveis deste aminoácido consideram-se perigosos. Nestes casos, é necessário administrar uma combinação de ácido fólico com piridoxina e cobalamina. Apenas com 1 a 2 mg/dia deste complexo poder-se-á controlar a homocisteína. O ácido fólico poderá ser danificado pelo álcool e pelas fenitoinas (um agente preventivo das convulsões).Poderemos encontrar o ácido fólico nos seguintes alimentos: espinafres cozidos ou crus, gérmen de trigo, feijão branco vermelho ou preto, grãos, laranja, fígado de bovinos, frango, melão e pão integral. A DISCIPLINA É MUITO IMPORTANTE PARA MUDAR O SEU ESTILO DE VIDA.  

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Cobalamina (B12)

Esta vitamina contribui para a síntese de glóbulos vermelhos, os quais transportam o oxigénio a todas as células do organismo. Voltamos a frisar que esta vitamina juntamente com o ácido fólico e a piridoxina destroem a homocisteína mantendo saudável o aparelho circulatório. A cobalamina também contribui para a síntese de glóbulos brancos, mantendo activo o sistema imunitário e cobre de lípidos células nervosas promovendo a correcta transmissão dos sinais e respostas. Esta vitamina está também presente nos processos metabólicos que envolvem a conversão dos hidratos de carbono e lípidos em energia, tal como outras vitaminas do complexo B. Na realidade nenhuma função é mais importante do que as outras pois todas são necessárias para a vida.Recordemos o que falámos sobre deficiência marginal nos capítulos anteriores. A cobalamina ao estar ausente no organismo, induz o aparecimento de anemia (uma deficiência marginal por carência desta vitamina). No entanto muito antes que a anemia se instale surgem outros sintomas:PruridoSensação de formigueiro nas mãos e nos pésInchaço das mãos e dos pésInsóniasPerda de memóriaNáuseas e perda de equilíbrioDemência confundida com senilidadeDepressão

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Outras vitaminas do complexo B:

Ácido PantoténicoÉ muito difícil instalar-se uma carência desta vitamina visto que se encontra com regularidade nos alimentos. O ácido pantoténico é importante na síntese de glóbulos vermelhos sãos e hormonas, e em quantidades vestigiais melhora o rendimento muscular. Também se tem atribuído a esta vitamina um papel no combate ao stress, e a pantotina (um derivado deste ácido) poderá reduzir o colesterol. Somente uma forma deste ácido, ajuda no alívio de queimaduras leves, arranhões e cortes e vende-se em forma de cremes ou loções.

BiotinaEsta é uma vitamina de cuja carência nunca sofrerá, visto que é produzida pela flora bacteriana do intestino, devendo por isso tomar cuidado quem toma muitos antibióticos.Esta vitamina evita também a queda do cabelo ao mesmo tempo que o mantém são e crê-se que ajuda a fortalecer as unhas frágeis. Deixe de acreditar nos resultados da biotina tópica

ColinaEsta vitamina obtém-se a partir da lecitina que por sua vez é extraída da soja. É a partir da colina que o organismo sintetiza acetil, um neurotransmissor de elevada importância que também é utilizado pelo fígado para degradar os lípidos, evitando-se assim o fígado gordo.

InositolDa mesma forma que a biotina, é produzido também pela flora bacteriana intestinal. O inositol participa também na síntese de neurotransmissores e de substâncias lipídicas que compõem as membranas celulares.

Paba- ácido paraminobenzóico Foi demonstrado o seu papel como protector da pele contra os raios solares   

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Vitamina CComo este curso não pretende formar nutricionistas apresentaremos sucintamente algumas considerações sobre esta vitamina, visto que dela há muito que falar.A vitamina C foi descoberta em 1928 por um cientista Albert Szente - Gyorgye a partir de material biológico animal, e em 1932 foi extraída a partir de sumo de limão, designando-se por ácido ascórbico. Recorda-se do que dissemos sobre radicais livres?A vitamina C é um poderoso antioxidante, podendo mesmo ser considerado o mais importante de todos para o organismo. Tem como função neutralizar os radicais livres prevenindo o aparecimento de um número considerável de doenças. Actua em sinergia com as enzimas antioxidantes do organismo, como a super-óxido dismutase e a glutationa peróxidase. Acresce que apresenta ainda outras funções, tais como: Ajuda a fortalecer o sistema imunitário, ajudando a prevenir a gripe e a curá-la, quando o sistema imunitário actua.Contribui para a síntese de colagénio que permite uma melhor consistência dos tecidos celulares, mantendo-os mais firmes. Inclusivamente permite manter saudáveis os vasos sanguíneos, diminuindo ou mesmo prevenindo a hipertensão arterial.Contribui para baixar os níveis altos de colesterol com apenas 500 mg por dia.Melhora a cicatrizaçãoAjuda a tratar a esterilidade masculinaAjuda os diabéticosEm suma, todas as pessoas adultas deverão tomar doses elevadas desta vitamina (entre 500 mg a 2000 mg por dia) visto que se demonstrou que não é tóxica mesmo em doses elevadas.Acresce que:Previne nascimentos prematuros.Trata envenenamentos provocados por chumbo e evita o sangramento das gengivasAs principais fontes de Vitamina C na Natureza são: os citrinos, kiwi, castanha, batata, todos os legumes e hortaliças e frutos secos.   

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Vitamina D

Porque é que os bebés deverão apanhar sol às primeiras horas do dia e às últimas horas da tarde?A Vitamina D diferencia-se das restantes pelo facto de não ser necessária a sua ingestão. O próprio organismo sintetiza-a a partir dos raios ultravioletas da luz solar que convertem o colesterol sub-epidérmico em vitamina D, designada por colecalciferol. Este é activado no fígado ou nos rins.Qual a função desta vitamina?  Esta vitamina é fundamental para absorção do cálcio pelos ossos e dentes, tornando-os fortes. Foi demonstrado que esta vitamina é benéfica na prevenção de tumores, em especial o do cólon.Ajuda também a estimular o sistema imunitário. Em geral quem são as pessoas que poderão apresentar mais facilmente carência de Vitamina D?Pessoas idosas.Pessoas que se expõem pouco ao sol.Pessoas que padecem de doenças crónicas renais ou hepáticas.Pessoas que consomem medicamentos tais como: fármacos para baixar o colesterol, esteróides e fármacos anticonvulsivantes.Os vegetarianosOs alcoólicos   

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Vitamina E

Ainda se recorda da temática sobre radicais livres?E dos antioxidantes?A vitamina E é considerado outro antioxidante muito poderoso, embora não tanto como a vitamina C e os Betacarotenos. Como é que esta vitamina actua? Promove a saúde do coração pois torna o sangue fluído, na medida em que impede a agregação das plaquetas evitando a formação de coágulos, superando, assim, o efeito da aspirina.Para além disso, ao evitar que o colesterol se oxide, previne a formação de ateromas que bloqueiam as artérias.Relembrando o sinergismo entre as vitaminas, é de salientar que, a vitamina E actua de forma mais eficiente em conjunto com o Selénio, a vitamina A, o Betacaroteno e a vitamina C.Quais as outras funções atribuídas a esta vitamina?Como antioxidante também previne o cancro.Estimula o sistema imunitário.Devido ao seu efeito antioxidante tem-se revelado muito benéfica nos casos de esterilidade masculina, diabetes, cataratas, doenças benignas do peito e cãibras nas pernas que fazem coxear o doente.A dose diária recomendada situa-se entre os 8 e os 10 mg, ainda que para efeitos antioxidantes seja necessária uma dose até 400 UI, sendo esta, ainda, uma dose segura para a saúde.Os alimentos mais abundantes nesta vitamina são: farinha de trigo e arroz integral, gérmen de trigo, azeite e óleo de amendoim (em cru), alface, couve, avelãs e nozes.     

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Vitamina K

Alguma vez fez um ferimento com sangramento? Pois bem, quando há um sangramento, o nosso organismo entra em acção. Como se dá esse processo?Formam-se coágulos que bloqueiam as áreas lesionadas das artérias, detendo, assim, o sangramento. Neste processo a Vitamina K é essencial.Onde se pode obter a Vitamina K?1. A partir de vegetais, couve flor, brócolos, couves, azeite de soja, espinafres, tomates, todos consumidos em cru.2. Outra fonte de vitamina K é sintetizada pelas bactérias da flora intestinal, portanto, é preciso cuidado ao tomar antibióticos, pois matam essas bactérias benéficas.3. A forma sintética desta vitamina é a que é vendida nas farmácias.Quais as outras funções da Vitamina K?Recordemos o papel da vitamina D na absorção do cálcio para os ossos. A vitamina K, por outro lado, intervém na fixação do cálcio aos ossos, e a sua carência prolongada no organismo conduz, por isso mesmo, o aparecimento de osteoporose.Existem também algumas investigações que apontam para um papel benéfico desta vitamina no tratamento do cancro.De realçar que a forma de apresentação em creme não tem qualquer efeito para o organismo.

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Outras substâncias presentes nos alimentos

Nos vegetais e nas frutas há outras substâncias importantes que intervém na síntese de antioxidantes. É sempre bom ter em mente a comparação entre o valor de uma alimentação à base de produtos artificiais e inadequados com uma alimentação natural.

Indicaremos seguidamente algumas dessas substâncias:Quercetina - Existe na cebola e ajuda no metabolismo dos hidratos de carbono, no bloqueio das células cancerígenas e no tratamento de  alergias e asma. Poder-se-á fazer chá de cebola que é muito saudável.O alho apresenta, também, substâncias que contribuem para manter o coração saudável, para baixar a tensão arterial e o colesterol, e ajudam na prevenção e dissolução de coágulos.

Resveratrol - É um potente antioxidante que se encontra nas uvas, sendo o vinho tinto a melhor forma de obtê-lo. O efeito do Resveratrol tem sido estudado em investigações ao nível da cura do cancro.

Guinkgo biloba - É muito importante para o cérebro ao nível da memória e da oxigenação.

Todas estas substâncias são designadas por flavonóides e encontram-se igualmente no chá verde assim como em muitos vegetais de cor vermelha. De facto, tanto nas hortaliças como nas frutas, os antioxidantes estão presentes em abundância, devendo, por isso, ser consumidos frescos e com regularidade.     

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MINERAIS Cálcio - Ao estudar as vitaminas, referiu-se qual era a importância do cálcio para os ossos e dentes. Recorde-se que para que o cálcio seja absorvido é necessária a presença da vitamina D e para que se fixe aos ossos é fundamental a vitamina K.Com efeito, o cálcio sob a forma de fosfato de cálcio, é o principal componente dos ossos e dependendo dos nossos hábitos de vida, mantém os fortes durante muitos anos. Se houver uma carência prolongada de cálcio, surgirá uma doença nos ossos designada por osteoporose. Para além da carência de cálcio existem outros factores a ter em conta para o aparecimento da osteoporose, tais como, fazer pouco exercício físico, tomar muitos medicamentos, fumar e ingerir bebidas alcoólicas.A osteoporose é uma doença que atinge os ossos. Caracteriza-se quando a quantidade de massa óssea diminui substancialmente e desenvolve ossos ocos, finos e de extrema sensibilidade, mais sujeitos a fracturas. Faz parte do processo normal de envelhecimento e é mais comum em mulheres.(principalmente após a menopausa) que em homens.Osteoporose  é a doença óssea metabólica que no mundo ocidental maiores problemas de saúde pública pode vir a causar!Outras funções importantes do cálcio:1.Pode ajudar a prevenir a hipertensão arterial.2.O cálcio juntamente com o magnésio forma um importante antiácido, bastante melhor que os hidróxidos de alumínio, já que este tem o inconveniente de competir com o cálcio durante a sua fixação aos ossos, tornando-os fracos.Alimentos ricos em Cálcio:Queijo americano, chedar e calby.Queijo cotage com pouco teor de gordura.Leite.Feijões brancos.Espinafres cozidos.Tofu sem ser cozinhado.Iogurte magro.Magnésio - Este mineral intervém em cerca de 300 funções metabólicas do nosso organismo. Imagine-se quantos problemas poderá causar à saúde uma carência neste mineral!

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Algumas funções importantes:Contribuí para a saúde do coração e sistema arterial visto que aumenta a elasticidade das artérias.A sua deficiência provoca espasmos nas artérias cardíacas.Ajuda a fluidificar o sangue.Previne as arritmias.Em muitas pessoas permite um bom controlo da tensão arterial.Pode prevenir a tensão alta durante a gravidez.Pode ajudar a relaxar os brônquios e a prevenir os ataques de asma.Recorde que este mineral juntamente com o cálcio são essenciais para ter ossos e dentes fortes.Pode ajudar na diabetes já que interfere no controlo dos níveis de glicose no sangue.Recordando o síndrome Pré Menstrual (SPM), note-se que o magnésio juntamente com o cálcio e as vitaminas do complexo B aliviam-no muito significativamente, sem recorrer a medicamentos.Alimentos ricos em magnésio:Feijão pretoTofuFeijão brancoAmêndoas tostadasGrãosBananasZINCOJá ouviu dizer que os mariscos são afrodisíacos? De facto, o marisco é rico em zinco, o qual entra na síntese de testosterona (hormona produzida pelos testículos). Para além disso é importante para a síntese de esperma e sémen sãos, não sendo, portanto, errado pensar que os mariscos são afrodisíacos.Este mineral apresenta, ainda, outras funções:Contribui significativamente para o crescimento das crianças, e a carência deste elemento provoca um atraso no crescimento apresentando-se as pernas mais curtas que o tronco.Melhora os quadros de doença das crianças que têm diarreia crónica. Fortalece o sistema imunológico (o qual apresenta zinco na sua estrutura), melhorando a resposta do organismo face qualquer tipo de doenças.Ajuda na cicatrização.Confere maior consistência às unhas, cabelo e pele. TOME NOTA: Foi comprovado que o Zinco não tem qualquer efeito aplicado sob a a forma tópica (por exemplo, através de cremes).Portanto, o seu efeito benéfico é obtido a partir da ingestão de alimentos ricos em zinco ou através de suplementos.Alimentos ricos em Zinco:Ostras fumadas e enlatadas.Fígado e carne de bovinos.Polvo.Beterraba vermelha, trigo, cevada e cogumelos.Gérmen de trigo.

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MICROMINERAIS OU OLIGOELEMENTOS São minerais que o organismo necessita em quantidades ínfimas.Ferro - é muito importante no transporte de oxigénio às células. De que forma? Através da hemoglobina que contém quatro átomos de ferro. O oxigénio liga-se a estes átomos de oxigénio sendo assim transportado a todas as células. A carência de ferro no organismo conduz à anemia.Ajuda no crescimento das crianças.Alimentos ricos em ferro: agrião, damascos secos, tâmaras, amêndoas, passas, feijão preto, cevada, carne e fígado de vaca e de frango, ostras cruas, espinafres, ameixas, figos e abacate.Iodo - intervém na regulação do normal funcionamento do organismo. Os casos mais graves de carência de iodo podem provocar atrasos mentais graves, como o cretinismo, mas mesmo os menos acentuados podem dar origem a uma perda considerável da capacidade de aprendizagem. Nos locais onde prevalece, a carência de iodo pode fazer baixar o coeficiente de inteligência de uma população em cerca e 13 pontos, com sérias implicações para o desenvolvimento humano e económico dos países. A falta de iodo provoca problemas graves na tiróide o que aumenta o risco do aparecimento de uma doença chamada bócio. Para além destes efeitos, o bócio nas mulheres aumenta o risco de aborto e de nados-mortos.A tiróide é uma glândula que produz uma hormona muito importante para o crescimento, a tiroxina. Por conseguinte, uma anomalia no funcionamento desta glândula poderá provocar comprometer gravemente o normal ritmo de crescimento das crinças.As principais fontes de iodo são: sal de cozinha iodado, alimentos do mar, água e vegetais (feijão verde, espargos, nabos, alhos, couve e cenoura)CromoO cromo é um elemento essencial para os animais e o homem. Este mineral é um cofactor da insulina, uma hormona segregada pelo pâncreas e que transporta a glicose a todas as células do organismo. O cromo potencializa a acção da insulina e está implicado na regulação das suas taxas. Em caso de deficiência em cromo, há um aumento das concentrações de insulina. Assim, as taxas elevadas de insulina circulante são características do aparecimento de lesões arteriais e do aparecimento da aterosclerose. Um aporte insuficiente de cromo faz aparecer sinais e sintomas semelhantes aos da diabete e das doenças cardiovasculares. Os aportes diários de cromo são frequentemente inferiores às necessidades. As crianças subnutridas, os diabéticos e os idosos reagem a uma alimentação enriquecida em cromo. Uma alimentação composta de alimentos muito refinados não só abaixa a taxa de cromo, como ainda aumenta suas perdas no organismo. É recomendável obter este oligoelemento a partir dos alimentos, bastando 50 μg (micro gramas) por dia. Poder-se-á tomar suplementos deste mineral através de picolinato de cromo.Quais os alimentos que contém Cromo? Maçãs, brocolos, cevada, tomates, cogumelos, ostras e carne de vaca.

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SelénioRecorda-se dos radicais livres? O selénio neutraliza os radicais livres, tal como a vitamina E e a enzima Glutationa peroxidase (que contém selénio), uma enzima que destrói os peróxidos, isto é, os agentes oxidantes que atacam a célula. O Selénio apresenta ainda as seguintes funções:Previne doenças cardíacas, cancro e distrofias neuromusculares, e é poderoso no combate do envelhecimento celular.A dose de selénio recomendada é 50 μg (micro gramas) por dia mas pode chegar com segurança a 200 μg/dia.Obtém-se a partir de: carne magra e frango, aveia e arroz integral e cereais, brócolos e batata.Outros minerais:Flúor Muito conhecido devido a entrar na composição dos dentífricos, é essencial para prevenir as cáries e intervém na formação dos ossos. Fontes da Natureza ricas em flúor: cevada, trigo e arroz integral, espargos, damascos, tomate, uvas e águas minerais.Cobre - Foi reconhecido o seu importante papel a partir de 1928, quando se demonstrou que os suplementos de cobre eram necessários para combater a anemia por falta de ferro em ratos nutridos exclusivamente com regime lácteo. O cobre é necessário à síntese da hemoglobina. Depois desta data, numerosos estudos científicos mostraram o papel eminente exercido pelo cobre sobre o metabolismo das enzimas fundamentais. Mas foi somente nos últimos vinte anos que se pôde por em evidência a patologia desenvolvida por uma deficiência em cobre e a ligação dele a uma doença genética, a doença de Menkes.O cobre é também importante para a saúde do sistema circulatório. É de realçar o efeito benéfico do cobre nas dores de origem inflamatória e no aparecimento das doenças virais (gripes, resfriados), mas ainda não existem explicações satisfatórias para compreender o mecanismo pelo qual este oligoelemento actua. Os principais alimentos onde o cobre está presente de forma mais abundante são: Amêndoas, avelãs, nozes, trigo integral, espargos, cevada, rabanete, laranjas, nabos e cebolas.Existem outros oligoelementos que também apresentam benefícios para a saúde tais como o manganesio, o molibdeno, o boro, o silício, o estanho, o vanadio, o cobalto e o níquel.

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Electrólitos:Também são minerais estratégicos, dissolvem-se na água e são condutores de cargas eléctricas. Os três representantes mais importantes desta classe de oligoelementos são o sódio o potássio e o cloro os quais têm as seguintes funções:Controlam o nível de água no organismo.Transportam os impulsos nervosos fazendo com que os músculos se contraiam ou relaxem.Ajudam no transporte de nutrientes e em especial da glicose até às células, e por outro lado, também ajudam no transporte dos desperdícios da célula para o sangue.Regulam a tensão arterial e os batimentos cardíacos.Principais fontes destes elementos na Natureza: O potássio existe em todos os alimentos como por exemplo, peixes, carnes, aves domésticas, bananas, damascos e batatas, gengibre, aipo, amêndoa, avelãs, cevada, castanhas, uvas, etc. O sódio e o cloro são obtidos a partir do sal comum que se adiciona à comida, embora possamos obter uma considerável dose de cloro a partir das tâmaras, trigo, avelãs, feijão verde, nozes, avelãs, amêndoas, cereja e pêras e de sódio a partir de feijão verde, trigo integral, tâmaras, damascos e cerejas.

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Meio ambiente e saúde

Se, de um modo geral, o meio ambiente tem tantos efeito nocivos para a Saúde devido à contaminação do mesmo por diversos poluentes, também é verdade que podemos tentar evitar esses contaminantes e tirar o melhor partido do Meio Ambiente, trazendo assim benefícios para a Saúde.Verifiquemos algumas medidas para tirar o melhor partido do meio ambiente e evitar os perigos dos contaminantes que o poluem:Seja curioso, leia bem os rótulos das embalagens dos alimentos, tenha cuidado com a composição relativamente ao teor de lípidos, sal, açúcar, corantes e emulsionantes.Procure alimentos biológicos, sejam de origem animal ou vegetal. Tire proveito do ar, procure respirar profundamente expandindo o diafragma para permitir a melhor fluidez do ar. Procure fazê-lo em locais arejados sem poluição se possível perto do mar ou de florestas onde o ar é mais puro.Controlam o nível de água no organismo.Transportam os impulsos nervosos fazendo com que os músculos se contraiam ou relaxem.Ajudam no transporte de nutrientes e em especial da glicose até às células, e por outro lado, também ajudam no transporte dos desperdícios da célula para o sangue.Regulam a tensão arterial e os batimentos cardíacos.  

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Factores psicológicos em foco

Comecemos por recordar que «viver não é só existir, mas sim criar e saber, ser feliz e sofrer, não dormir sem sonhar...descansar é começar a morrer...»Este é um pensamento de Gregório Marañon que nos incita a viver bem em Paz e com Saúde. Quando há um estímulo este gera um pensamento e este pensamento gera, por sua vez, uma resposta neurológica que levará a um determinado estado interno. Este induzirá uma determinada conduta especifica.De onde vem o problema? Vem daquilo que nós pensamos, da nossa conduta, não dependendo do estímulo mas sim do que pensámos acerca do estímulo. Por conseguinte, se uma pessoa está feliz e se de repente é-lhe diagnosticado algo de fatal (um cancro, por exemplo), os seus pensamentos convergirão para um cenário de morte e actuará em consequência. Por outro lado, se essa pessoa pensar que muitas pessoas com esse problema conseguiram curar-se e adoptar uma atitude assertiva, poderá viver  melhor esse problema, apresentar uma evolução positiva e até curar-se.DEVERÁ ENCONTRAR FORMA DE TER UMA MELHOR QUALIDADE DE VIDA A NÍVEL MENTAL...ISTO É O FUNDAMENTO DE TUDO!Sem esta postura mental só teremos uma vida de aparências baseada nos bens materiais mundanos.Recorde que a beleza de ter está em partilhar o que se tem. A nossa Natureza baseia-se em servir, ajudar, amar, conviver e dar!Perante uma adversidade, reaja, tenha pensamentos positivos e batalhe pela vitória...é esta a arte de continuar quando outros decidem parar. Não se detenha, confie em si próprio pois a vida trar-lhe-á sempre outra oportunidade.Por conseguinte, Corpo e Mente formam uma só unidade indissolúvel e una que se influencia mutuamente.PORTANTO, DEVE CUIDAR DO CORPO E DA MENTE! DEVE TER CUIDADO COM O QUE PENSA E COM O QUE COME!    

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Conclusões

Somente o estimado leitor é o único responsável pelo seu estado de Saúde, não havendo fundamento em atribuir qualquer culpa aos outros. Você é a pessoa com quem passa todas as horas da sua vida, portanto tem que cuidar de si como merece, deve ter essa atenção e estima para consigo mesmo. Se não tiver essa capacidade de auto-estima, não conseguirá levar a cabo a tarefa de cuidar da sua Saúde! Tal como aprendeu, estar doente ou saudável é uma decisão sua. Com disciplina e persistência para se desvincular dos maus hábitos, poderá atingir o objectivo que se pretende com este Curso.  Contudo, se chegar à conclusão que tudo isto não funciona, não significa que este Curso não seja bom mas sim que por detrás do seu problema de saúde há um factor psicológico talvez uma emoção, a interferir negativamente neste processo de recuperação. Se necessitar de ajuda, procure um especialista em Programação Neuro-Linguística que irá com toda a certeza descobrir onde está o desequilíbrio das suas emoções e ensiná-lo a superá-las para poder recuperar o equilíbrio físico, emocional e ambiente/social ou seja a Saúde. É de extrema importância não rotular os sintomas. Por exemplo, se sentir um ligeiro mal estar não afirme categoricamente que está doente ou que é grave, pois se assim o fizer, acabará por ficar mesmo doente.  

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Portanto, concentre-se apenas nos 3 elementos essenciais:

1.O que come e bebe e como e quanto come e bebe. 2.Como vive e como se relaciona 3.O que pensa Interiorize estes fundamentos para a promoção da sua saúde e da sua qualidade de vida. Não esqueça que a Saúde é o completo bem estar físico, psicológico, social/ambiental.  

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Bilbiografia

 - Abrulhosa M. e Leitão M.(1985). Introdução à Psicologia. 3ª Ed. Edições ASA. - Clara, Cabrera, Nutrición para una larga vida (1996). Santo Domingo. - Dilts, Robert B. y Epstein, Todd A.(2001). Aprendizaje Dinamico con PNL..Urano. - Enciclopédia de Medicina. (1992). Selecções da Reader´s Digest. Dorling Kindershley Edts. - Escuela Superior de Naturismo, El Salvador, Apuntes del Curso: Plantas Medicinales.(2007). - Henri Charles Geffroy.(1984). A alimentação Sã. Litexa Portugal. - Holford, Patrick, La Biblia de la Nutrición Optima (1996).Robinbook, Barcelona.