centro universitÁrio tiradentes curso de nutriÇÃo

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CENTRO UNIVERSITÁRIO TIRADENTES CURSO DE NUTRIÇÃO FABIANA DA SILVA COSTA FABRÍCIO FRANCISCO DA SILVA ROSELE DE OLIVEIRA FERREIRA A IMPORTÂNCIA DOS NUTRIENTES COMO REGULADORES DA FUNÇÃO IMUNE: REVISÃO INTEGRATIVA MACEIÓ – AL 2020

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Page 1: CENTRO UNIVERSITÁRIO TIRADENTES CURSO DE NUTRIÇÃO

CENTRO UNIVERSITÁRIO TIRADENTES CURSO DE NUTRIÇÃO

FABIANA DA SILVA COSTA

FABRÍCIO FRANCISCO DA SILVA

ROSELE DE OLIVEIRA FERREIRA

A IMPORTÂNCIA DOS NUTRIENTES COMO REGULADORES DA FUNÇÃO

IMUNE: REVISÃO INTEGRATIVA

MACEIÓ – AL

2020

Page 2: CENTRO UNIVERSITÁRIO TIRADENTES CURSO DE NUTRIÇÃO

FABIANA DA SILVA COSTA

FABRÍCIO FRANCISCO DA SILVA

ROSELE DE OLIVEIRA FERREIRA

A IMPORTÂNCIA DOS NUTRIENTES COMO REGULADORES DA FUNÇÃO

IMUNE: REVISÃO INTEGRATIVA

Trabalho de conclusão de curso, apresentado ao Centro Universitário Tiradentes como parte das exigências para a obtenção do título de Nutricionista.

Orientadora: Prof. Dra. Raphaela Costa Ferreira

MACEIÓ – AL

2020

Page 3: CENTRO UNIVERSITÁRIO TIRADENTES CURSO DE NUTRIÇÃO

AGRADECIMENTOS

À Deus, por ter nos dado saúde, sabedoria e fé para enfrentar as adversidades;

A nossos familiares e amigos, pelo apoio e cuidado incondicional durante toda

jornada;

À nossa querida e excepcional orientadora, pela paciência, carinho, suporte

acadêmico e pelo exemplo de profissional e ser humano que é;

À universidade e nossos professores, por compartilhar seus conhecimentos e

contribuírem para nossa formação;

Enfim, nossa gratidão a todos aqueles que contribuíram de maneira positiva na

construção e realização desse sonho.

Page 4: CENTRO UNIVERSITÁRIO TIRADENTES CURSO DE NUTRIÇÃO

A IMPORTÂNCIA DOS NUTRIENTES COMO REGULADORES DA FUNÇÃO IMUNE

THE IMPORTANCE OF NUTRIENTS AS REGULATORS OF IMMUNE

LA IMPORTANCIA DE LOS NUTRIENTES COMO REGULADORES DE LA

FUNCIÓN INMUNITARIA

RESUMO

Introdução: O sistema imune é composto por respostas inatas e adaptativas. Para

cada estágio da resposta imunológica, é necessária a presença de alguns nutrientes

que são essenciais para o seu bom funcionamento. Objetivo: O objetivo deste

estudo foi avaliar a importância dos nutrientes como reguladores da função imune.

Métodos: Trata-se de uma Revisão Integrativa da Literatura realizada a partir de

buscas nas bases de dados bibliográficas Medical Literature Library of Medicine

(MEDLINE) via PubMed, Scientific Electronic Library (SciELO) e Literatura Latino-

Americana e do Caribe (LiLaCs). Resultados: Os principais nutrientes encontrados

nos estudos em relação à imunidade foram: Vitamina D (n=2), Zinco (n=2), Selênio

(n=1) Ômega 3 (n=1), e nutracêuticos (n=1) que correspondem a um grupo contendo

diversos micronutrientes. Foram constatados benefícios referentes à imunidade,

dentre os quais, o aumento da resposta imune, modulação da resposta inflamatória

e a melhora dos fatores de risco que se mantêm em longo prazo, assim como o

aumento da função das células T. Conclusão: Os estudos observacionais e ensaios

clínicos destacaram o importante papel das vitaminas A, C e D, ácidos graxos

ômega-3, glutamina e zinco na regulação das respostas imunológicas.

PALAVRAS-CHAVE Nutrição, sistema imune, adulto e idoso.

ABSTRACT

Introduction: The immune system is composed of innate and adaptive responses.

For each stage of the immune response, it is necessary to have some nutrients that

are essential for its proper functioning. Objective: The objective of this study was to

evaluate the importance of nutrients as regulators of immune function. Methods:

This is an Integrative Literature Review carried out based on searches in the Medical

Literature Library of Medicine (MEDLINE) bibliographic databases via PubMed,

Scientific Electronic Library (SciELO) and Latin American and Caribbean Literature

Page 5: CENTRO UNIVERSITÁRIO TIRADENTES CURSO DE NUTRIÇÃO

(LiLaCs). Results: The main nutrients found in the studies in relation to immunity

were: Vitamin D (n = 2), Zinc (n = 2), Selenium (n = 1) Omega 3 (n = 1), and

nutraceuticals (n = 1) that correspond to a group containing several micronutrients.

Benefits related to immunity were found, among which, the increase of the immune

response, modulation of the inflammatory response and the improvement of the risk

factors that are maintained in the long term, as well as the increase of the function of

the T cells. Conclusion: Observational studies and clinical trials have highlighted the

important role of vitamins A, C and D, omega-3 fatty acids, glutamine and zinc in

regulating immune responses.

KEYWORDS Nutrition, immune system, adult and elderly.

RESUMEN

Introducción: El sistema inmunológico está compuesto por respuestas innatas y

adaptativas. Para cada etapa de la respuesta inmune, es necesario contar con

algunos nutrientes que son esenciales para su correcto funcionamiento. Objetivo: El

objetivo de este estudio fue evaluar la importancia de los nutrientes como

reguladores de la función inmunológica. Métodos: Se trata de una Revisión

Integrativa de Literatura realizada a partir de búsquedas en las bases de datos

bibliográficas de la Biblioteca de Literatura Médica de Medicina (MEDLINE) a través

de PubMed, Biblioteca Electrónica Científica (SciELO) y Literatura Latinoamericana

y del Caribe (LiLaCs). Resultados: Los principales nutrientes encontrados en los

estudios en relación a la inmunidad fueron: Vitamina D (n = 2), Zinc (n = 2), Selenio

(n = 1) Omega 3 (n = 1) y nutracéuticos (n = 1) que corresponden a un grupo que

contiene varios micronutrientes. Se encontraron beneficios relacionados con la

inmunidad, entre los que destacan el aumento de la respuesta inmune, la

modulación de la respuesta inflamatoria y la mejora de los factores de riesgo que se

mantienen a largo plazo, así como el aumento de la función de las células T.

Conclusión: Los estudios de observación y los ensayos clínicos han destacado el

importante papel de las vitaminas A, C y D, los ácidos grasos omega-3, la glutamina

y el zinc en la regulación de las respuestas inmunitarias.

PALABRAS CLAVE Nutrición, sistema inmunológico, adulto y anciano.

Page 6: CENTRO UNIVERSITÁRIO TIRADENTES CURSO DE NUTRIÇÃO

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................... 10

2 MÉTODOS ................................................................................................. 11

2.1 DO TIPO DE PESQUISA ........................................................................ 11

2.2 Da Busca de Dados e Critérios de Inclusão e Exclusão ................... 11

2.3 Do Processo de Busca ....................................................................... 12

2.4 Da Análise e Síntese dos Resultados ................................................. 12

3 RESULTADOS ........................................................................................... 12

4 DISCUSSÃO .............................................................................................. 23

4.1 SISTEMA IMUNOLÓGICO E NUTRIÇÃO .............................................. 23

4.2 Vitamina D .............................................................................................. 24

4.3 Vitaminas A e C ..................................................................................... 25

4.4 Zinco ....................................................................................................... 26

4.5 Magnésio e Cobre ................................................................................. 26

4.6 Selênio .................................................................................................... 27

4.7 Macronutrientes .................................................................................... 30

4.8 Ácidos Graxos ....................................................................................... 31

5 CONCLUSÃO ............................................................................................ 34

REFERÊNCIAS ......................................................................................... 34

Page 7: CENTRO UNIVERSITÁRIO TIRADENTES CURSO DE NUTRIÇÃO

10

1 INTRODUÇÃO

O sistema imune é composto por respostas inatas e adaptativas, enquanto

uma tem ação rápida, a outra tem ação mais lenta, que são específicas do antígeno.

O conjunto inato é construído por barreiras físicas que auxiliam a precaver o acesso

de patógenos quando sofre ameaças, usualmente por meio de processamentos

inflamatórios, agem rapidamente reparando essa inflamação e os prejuízos

causados. Após a resposta inata, a adaptativa é estimulada, que apesar de mais

lenta, é responsável por desenvolver a “memória imunológica” (CALDER, 2020).

O sistema imune protege o corpo humano contra microorganismos e/ou

toxinas produzidas por eles, e moléculas (geralmente proteínas) absorvidas

indevidamente (antígenos), que são percebidas como substâncias estranhas ao

corpo. Assim, a capacidade de distinguir substâncias atípicas no corpo é uma

característica fundamental do sistema imunológico (SGARBIERI; PACHECO, 2017).

Para cada estágio da resposta imunológica, é necessária a presença de

alguns micronutrientes que são essenciais para o seu bom funcionamento. Pode-se

citar o ferro, mineral essencial para a diferenciação e crescimento do tecido epitelial;

a vitamina A e o zinco, que atuam para a integridade estrutural e funcional da pele e

células da mucosa; as vitaminas C e E que agem como antioxidantes, ajudando na

proteção das células e contra a ação das espécies reativas de oxigênio; E, as

vitaminas D, A, B6, B12 e o folato, que contribuem para o equilíbrio da microbiota

intestinal (GOMBART; PIERRE; MAGGINI, 2020).

Um estado nutricional inadequado, como é o caso da desnutrição, prejudica o

bom funcionamento do sistema imune. Outros aspectos de risco que podem

estimular o sistema são a proporção e dimensão da carência nutricional, a influência

dos micronutrientes na dieta que podem auxiliar na manuntenção do estado

nutricional e do metabolismo, a frequência de infecção e a idade do indivíduo

(CHILDS; CALDER; MILES, 2019).

Os nutrientes têm papéis vitais em todo o sistema imunológico que são

independentes do estágio da vida, todavia, determinou-se que aqueles que tem um

papel especial na manutenção da imunocompetência incluem: vitaminas A, C, D, E,

B2, B6 e B12, e minerais, ácido fólico, beta-caroteno, ferro, selênio e zinco. Neste

sentido, existe uma interação bidirecional entre nutrição, infecção e imunidade, visto

que, a resposta imune é comprometida quando a nutrição é insuficiente,

Page 8: CENTRO UNIVERSITÁRIO TIRADENTES CURSO DE NUTRIÇÃO

11

predispondo os indivíduos a infecções e um estado nutricional depletado que pode

ser exacerbado pela própria resposta imune a uma infecção. Dessa forma, a

imunocompetência depende do estado nutricional do indivíduo (MAGGINI; PIERRE;

CALDER, 2018).

Diante do exposto, o objetivo do presente estudo foi avaliar a importância dos

nutrientes como reguladores da função imune, considerando sua ação e os

benefícios associados à ingestão dietética.

2 MÉTODOS

2.1 DO TIPO DE PESQUISA

Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, realizada no período de

agosto a outubro de 2020, na obtenção de dados, acerca de resposta para a

seguinte questão norteadora: Qual a importância dos nutrientes como reguladores

da função imune?

2.2 Da Busca de Dados e Critérios de Inclusão e Exclusão

Foram utilizadas as bases de dados, Medical Literature Library of Medicine

(MEDLINE) via PubMed, Scientific Electronic Library (SciELO) e Literatura Latino-

Americana e do Caribe (LiLaCs), para fundamentação teórica. A definição de

descritores controlados foi referenciada nos Descritores em Ciências da Saúde

(DeCS) e termos MESH (Medical Subject Headings). A busca de dados foi efetuada

com os seguintes descritores: Nutrição; Sistema imune; Adulto e Idoso; bem como

suas versões em inglês, (Nutrition; Imune system; Adult and Elderly). Esses

descritores foram usados para todas as bases de dados igualmente, utilizando os

operadores booleanos “and” e “or” para busca.

Foram considerados estudos publicados nos últimos quinze anos, realizados

em humanos, adultos ou idosos, os quais apresentaram aspectos referentes aos

problemas relacionados à carência nutricional e imunossupressão; abordaram os

nutrientes específicos relacionados à imunidade; identificaram as principais causas

da baixa imunidade e as estatísticas relacionadas à carência de nutrientes na

população; estando estes, em inglês ou português, com corte temporal para leitura

dos artigos inferiores ao ano de 2005.

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12

Excluiu-se desta pesquisa os estudos sem determinação de metodologia

clara, teses e dissertações, publicações com impossibilidade de acesso à publicação

impressa ou online, e também foram descartadas revisões da literatura e estudos

que não fossem referentes aos últimos quinzes anos.

2.3 Do Processo de Busca

Foi realizada uma revisão a partir da leitura de resumos/abstracts/resumen,

nos quais foram determinados os níveis de evidência dos artigos, e se os mesmos

apresentavam as estratégias e características relacionadas à importância dos

nutrientes na regulação do sistema imune nessa população. Para tal, foi efetuada a

seleção de resumos feita a avaliação e contemplado os resultados. A seleção dos

estudos foram realizadas primeiramente por títulos compatíveis com o tema (n=242),

em seguida foram analisados os resumos dos artigos pré-selecionados (n=15) e por

fim realizou-se a leitura de texto na íntegra para inclusão (n=15).

2.4 Da Análise e Síntese dos Resultados

Os resultados encontrados na busca foram avaliados pelos revisores para

validação metodológica antes da inclusão na revisão. Na existência de

desaprovações entre os revisores, estas foram resolvidas através de discussão em

grupo, ou com o quarto revisor (orientador). Estes dados incluíram detalhes

específicos sobre as intervenções, populações, e resultados de importância que

responderam a questão norteadora do estudo abordado.

3 RESULTADOS

Ao final da pesquisa foram encontrados 242 (duzentos e quarenta e duas)

publicações, sendo 220 (duzentos e vinte) do Pubmed, 19 (dezenove) do Lilacs e 3

(três) do SciElo (Figura 1). Desse total, após a leitura dos títulos e resumos, 15

(quinze) artigos foram considerados elegíveis para a leitura na íntegra. Por não

atenderam aos critérios de inclusão, 6 (seis) artigos foram excluídos pelos seguintes

motivos: estudos de revisão (n = 1) e estudos que não atenderam a temática (n = 5).

Dessa forma, 9 (nove) artigos foram incluídos para a análise qualitativa.

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Figura 1 – FLUXOGRAMA DA SELEÇÃO DE ESTUDOS.

Fonte: Dados da pesquisa, 2020.

Todos os artigos selecionados estavam em inglês, e os anos de publicação

variaram entre 2007 a 2019. O Qualis A1 predominou entre as revistas, que

utilizaram a metodologia de estudo clínico randomizado controlado por placebo

(Tabela 1).

Os principais nutrientes encontrados nos estudos em relação à imunidade

foram: Vitamina D (n=2), Vitamina A (n=1), Vitamina C (n=1), Zinco (n=2), Selênio

(n=2), Ômega 3 - eicosapentaenoico - EPA e DHA – docosahexaenoico (n=3), Cobre

(n=1), macronutrientes (n=3), e por conseguinte estudos envolvendo uma

combinação de vários desses nutrientes (n=4). Esses resultados são promissores

para novas aplicações e intervenções nutricionais, pois nessas pesquisas, os

autores constataram benefícios referentes à imunidade, dentre os quais em alguns

IDE

NTI

FIC

ÃO

ARTIGOS ENCONTRADOS ATRAVÉS DA PESQUISA REALIZADA NOS BANCOS DE DADOS (N=242)

PUBMED (N=220)

LILACS (N=19)

SCIELO (N=3)

SE

LEÇ

ÃO

ARTIGOS SELECIONADOS APÓS A LEITURA DOS TÍTULOS E RESUMOS (N=15)

ARTIGOS EXCLUÍDOS

(N=227)

ANÁLISE DOS ARTIGOS NA ÍNTEGRA (N=15)

INC

LUS

ÃO

ARTIGOS EXCLUÍDOS

COM RAZÕES (N=6)

ARTIGOS INCLUÍDOS NA ANÁLISE (N=9)

ELE

GIB

ILID

AD

E

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estudos houve o aumento da resposta imune, modulação da resposta inflamatória e

a melhora dos fatores de risco que se mantêm em longo prazo, assim como o

aumento da função das células T (Tabela 2).

Tabela 1 – Características básicas dos estudos selecionados na revisão integrativa AUTORES ANO PERIÓDICOS/QUALIS CARACTERÍSTICAS

DOS PARTICIPANTES PAÍS

Gonçalves-Mendes et al.

2019 Frontiers in Immunology A1

Homens e mulheres com idade média de 72 anos.

França

Tsoukalas et al.

2019 International Journal of Molecular Medicine B1

Homens e mulheres entre 40-55 anos.

Grécia

Barnett et al. 2016 American Journal of Clinical Nutrition A1

53 idosos em lares de idosos (com idade ≥65 anos).

EUA

Zanten et al. 2014 JAMA A1

301 pacientes adultos que deveriam ser ventilados por mais de 72h e necessitar de NE.

Holanda, Alemanha, França e Bélgica.

Theilla et al. 2012 British Journal of Nutrition A1

40 pacientes com lesão por pressão e recebendo suporte nutricional.

EUA

Farber et al. 2011 American Journal of Clinical Nutrition A1

12 homens e mulheres saudáveis (maiores de 55 anos).

Países Baixos

Barnes, et al. 2010 American Journal of Clinical Nutrition A1

Homens e mulheres, na coorte mais jovem (20-40 anos) e coorte mais velha (≥64 anos).

Irlanda

WU JING et al.

2009 Environmental and Molecular Mutagenesis A1

81 homens saudáveis entre 40-70 anos.

Austrália

Karlsen et al. 2007 American Journal of Clinical Nutrition A1

118 homens e mulheres saudáveis, entre 40-74 anos.

Noruega

Fonte: Autoria própria.

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Tabela 2 – Características gerais dos estudos selecionados na revisão integrativa

ESTUDO OBJETIVO TIPO DE ESTUDO

IDADE (ANOS)

NUTRIENTES INTERVENÇÃO RESULTADOS

Gonçalves-Mendes et al., 2019.

Investigar se a suplementação de Vit-D em idosos deficientes poderia melhorar a seroproteção da influenza e a resposta imunológica.

Estudo randomizado duplo-cego controlado por placebo.

65-85 anos

Vitamina D 100.000 UI / 15 dias de colecalciferol (D, n = 19) ou um placebo (P, n= 19), durante um período de 3 meses.

Os níveis de 25- (OH) D sérico aumentaram após a suplementação. Nenhuma diferença foi observada para os níveis de catelicidina sérica, títulos de anticorpos e produção de espécies reativas de oxigênio (ERO) nos grupos D vs. P em V3. Níveis plasmáticos mais baixos de TNFα ( p = 0,040) e IL-6 ( p = 0,046), e mais altos para TFGβ ( p= 0,0028) foram observados em V3. A razão Th1 / Th2 menor no grupo D foi em V2 (D: 0,12 ± 0,05 vs. P: 0,18 ± 0,05, p= 0,039).

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Tsoukalas et al., 2019.

Avaliar os efeitos de uma combinação de suplementos nutracêuticos (NS) no comprimento dos telômeros (TL) em voluntários saudáveis sem histórico médico de qualquer doença.

Estudo clínico randomizado.

40-55 anos

Suplementos nutracêuticos: mix de vitaminas como vitamina C, acetato de vitamina E, niacina, vitamina B1, vitamina K2, vitamina B6, betacaroteno, vitamina B12, magnésio, Ômega 3-6-9, ácido eicosapentaenóico (EPA), docosa-ácido hexaenóico (DHA), de ácido gama linolênico (GLA), ascorbato de cálcio, vitamina E, L – glutamina e oligofrutose (FOS).

Um grupo foi suplementado com uma cápsula de nutracêuticos e o outro grupo recebeu placebo no período de 6 a 12 meses.

A suplementação com nutracêuticos pode afetar o cumprimento dos telômeros curtos. Os efeitos dos antioxidantes estão implicados na manutenção desses telômeros.

Barnett et al., 2016.

Determinar o efeito da suplementação com 30 mg de Zn/d por 3 meses sobre as

Estudo randomizado, duplo-cego, controlado por placebo.

≥65 anos

Zinco

Zinco sérico (<70 μg/dL); destes, 31 foram distribuídos aleatoriamente a grupos de zinco

A suplementação de zinco em 30 mg/d por 3 meses é eficaz no aumento das

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17

concentrações séricas de zinco em idosos de asilos com deficiência de zinco.

(30 mg Zn / d) (n = 16) ou placebo (5 mg Zn / d) (n = 15).

concentrações séricas de zinco em idosos de asilos; entretanto, nem todos os idosos com deficiência de zinco alcançaram concentrações adequadas. O aumento na concentração de zinco sérico foi associado ao aumento da função das células T, principalmente devido a uma elevação no número dessas células.

Zanten et al., 2014.

Determinar se a nutrição enteral rica em proteínas enriquecida com nutrientes imunomoduladores reduzem a incidência de infecções, em

Ensaio clínico randomizado, duplo-cego controlado, por período de 6 meses de acompanhamento em 14 UTIs.

≥18 anos

Glutamina, EPA e DHA, selênio e antioxidantes.

Nutrição enteral rica em proteínas enriquecida com nutrientes imunomoduladores (RPIM) vs. nutrição enteral rica em proteínas padrão (RP), iniciada

Não houve diferenças significativas na incidência de novas infecções entre os grupos.

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18

comparação com a nutrição enteral de alta proteína, padrão em pacientes críticos sob ventilação mecânica.

dentro de 48 horas da admissão na UTI e continuou durante a internação na UTI por no máximo 28 dias.

Theilla et al., 2012.

Avaliar o impacto de uma fórmula enriquecida com óleo de peixe e micronutrientes (fórmula de estudo) na cura de úlceras de pressão e na função imunológica em pacientes criticamente enfermos em uma unidade de terapia intensiva.

Estudo prospectivo, randomizado, controlado.

≥18 anos

Lipídeo, Proteína, Carboidrato, EPA, DHA, GLA, Vit A, Vit C, Vit E, cobre, magnésio e Zinco.

Um total de quarenta pacientes com lesão por pressão e recebendo suporte nutricional foram inscritos. Grupo de intervenção (n=20), recebeu fórmula do estudo; e um grupo de controle (n=20) recebeu uma fórmula isoenergética.

Houve aumento da percentagem de linfócitos positivos e de moléculas de adesão de granulócitos no grupo de intervenção. Esses doentes também tiveram significativamente menor progressão das lesões de pressão existentes em comparação com os doentes que recebiam uma fórmula isoenergética e suficiente em nutrientes.

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Farber et al., 2011.

Investigar a incorporação de EPA e DHA em glóbulos brancos (WBC) em diferentes pontos de tempo, durante uma semana de suplementação com um alimento que é rico em proteínas e leucina e enriquecido com óleo de peixe e oligossacarídeos específicos. Além disso, avaliar os efeitos sobre a função imune.

Estudo aberto. ≥55 anos

EPA, DHA, Proteína (incluindo 4,4 g de L-leucina).

12 homens e mulheres saudáveis (maiores de 55 anos) consumiram 2×200 mL de alimento fornecendo 2,4 g de EPA, 1,2 g de DHA, 39,7 g de proteína (incluindo 4,4 g de L-leucina) e 5,6 g de oligossacarídeos diariamente, durante uma semana.

A suplementação nutricional com um alimento enriquecido com óleo de peixe aumentou significativamente a porcentagem de EPA em fosfolipídios de leucócitos em uma semana. Simultaneamente, a resposta imune ex vivo ao LPS aumentou consideravelmente. Esses resultados são promissores para novas aplicações e intervenções nutricionais, agindo em pacientes com câncer, que devem ser investigados em futuros estudos.

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20

Barnes, et al., 2010.

Avaliar o efeito da suplementação de vitamina D.

Estudo clínico randomizado controlado por placebo.

Adultos (20-40 anos) e idosos (≥64 anos).

Vitamina D Homens e mulheres, na coorte mais jovem (20-40 anos) e coorte mais velha (≥64 anos), receberam 5, 10 ou 15 μg (1 μg = 40 UI) Vitamina D3 diariamente ou placebo por 22 semanas, durante o período de inverno.

A suplementação de vitamina D com doses incrementais de 5, 10 e 15 μg/d de vitamina D3 não teve efeito significativo nas concentrações de citocinas, apesar da dose mais alta de 15 μg/d ter um efeito nas concentrações séricas de 25 (OH) D ao manter a vitamina em Status D em adultos e aumento do status de vitamina D em idosos durante o período de inverno.

WU Jing et al., 2009.

Investigar se a melhoria do status de Selênio (Se), por meio do aumento da ingestão alimentar de trigo biofortificado com Se, afeta os biomarcadores de

Estudo randomizado, duplo-cego, controlado por placebo.

Entre 40-70 anos.

Selênio Durante 24 semanas. 81 homens saudáveis entre 40-70 anos, com aumento da dose de ingestão de selênio a cada 8 semanas. O trigo foi fornecido como 1, 2 e 3 biscoitos

Verificou-se que o consumo de trigo biofortificado com Se aumentou a concentração plasmática de Se de um nível basal de 122 a 192 mcg / L após a ingestão de três biscoitos /

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21

risco de câncer, risco de doença cardiovascular, estresse oxidativo e função imunológica, em homens saudáveis do sul da Austrália.

de trigo tufado, durante as semanas 1-8, 9-16 e 17-24, respectivamente.

dia, que forneceram 267 mcg de Se. A suplementação de Se não apresentou resultados benéficos, bem como riscos adversos à saúde. O aumento da ingestão de Se pode reduzir o risco de doenças degenerativas, incluindo câncer, mas a ingestão excessiva pode ser tóxica.

Karlsen et al., 2007

Estudar a eficiência da ativação induzida por LPS de NF-kappaB. Além disso, avaliar também o efeito da suplementação de antocianina.

Ensaio clínico controlado por placebo.

40-74 anos

Lipídeos 118 homens e mulheres saudáveis, entre 40-74 anos, receberam suplementação com cápsulas de Medox (75mg 2vezes/d) fornecendo um total de 300 mg de antocianinas/d ou

Foram observadas diferenças em vários mediadores inflamatórios relacionados ao NF-kappa B no grupo Medox em comparação com o placebo.

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22

AGCC= ácidos graxos de cadeia curta; DHA= ácido docosahenoico; EPA= ácido eicosanpentanoico; ERO= espécies reativas de oxigênio; LPS= lipopolissacarídeos; Medox= Medpalett Pharmaceuticals; NE= nutrição enteral; UTI= unidade de terapia intensiva Fonte: Autoria própria.

placebo.

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23

4 DISCUSSÃO

4.1 SISTEMA IMUNOLÓGICO E NUTRIÇÃO

O sistema imunológico é composto por várias camadas de uma complexa

rede de células e moléculas espalhadas por todo o corpo para detectar e responder

ao estresse celular, reconhecer antígenos e responder de forma eficaz para garantir

a defesa contra patógenos. Nessa defesa, o sistema imunológico ativa células

efetoras (incluindo linfócitos e antígenos) para produzir anticorpos. Cada célula do

corpo humano tem uma função, mas nesse aspecto, dezenas de glóbulos brancos

especializados são particularmente importantes. Não há dúvida de que a geração

inadequada destas respostas efetoras terá efeitos deletérios no organismo e existe

uma complexidade em entender o estado geral deste sistema multifacetado em um

único indivíduo (BRODIN, 2020).

Nos últimos anos foi reconhecido que o estado nutricional adequado é

essencial para a ocorrência, manutenção e expressão de respostas imunes. Os

micronutrientes (ou seja, vitaminas e minerais necessários para a nutrição)

influenciam e apoiam todos os estágios da resposta imunológica. A deficiência de

nutrientes pode afetar a imunidade inata e adaptativa, levando à imunossupressão e

aumentando a suscetibilidade à infecção. Nesta revisão constatou-se que os

micronutrientes podem desempenhar um papel importante na melhoria da

resistência e restauração da função imunológica (PECORA et al., 2020).

O nível apropriado de nutrientes é essencial para garantir a função eficaz de

todos os componentes do sistema imunológico. Além disso, é sabido que uma

nutrição adequada pode ajudar a manter a função imunológica ideal e reduzir o

impacto de infecções. Várias vitaminas, como a vitamina A e C, e oligoelementos

como o zinco e o selênio desempenham um papel importante no suporte das células

do sistema imunológico, aumentando assim a resistência à infecção, como pode ser

visto nos estudos de Zanten et al., (2014), que quis determinar se a nutrição enteral

rica em proteínas enriquecida com nutrientes imunomoduladores, reduzia a

incidência de infecções em comparação com a nutrição enteral de alta proteína,

padrão em pacientes críticos sob ventilação mecânica, pórem, em seus resultados

não houve diferenças significativas na incidência de novas infecções entre os grupos

estudados. Outros nutrientes, como os ácidos graxos ômega-3, ajudam a manter o

Page 21: CENTRO UNIVERSITÁRIO TIRADENTES CURSO DE NUTRIÇÃO

24

funcionamento ideal do sistema imunológico reduzindo processos inflamatórios

(PECORA et al., 2020).

A relação entre nutrição e sistema imunológico é "uma compreensão

desafiadora” como evidenciada nos tempos atuais, devido à pandemia de COVID-

19. Dados cada vez mais promissores mostram que a diversidade de nutrientes

pode regular beneficamente a resposta imune exagerada em curso, por exemplo,

autoimunidade ou alergias, ou apoio ao sistema imunológico no combate a

patógenos. Contudo, para a maioria dos estudos controlados, ainda há carência de

uma grande quantidade de evidências de causalidade clara. (UNTERSMAYR,

KALLAY, 2020).

4.2 Vitamina D

A vitamina D é um nutriente que além das funções clássicas de homeostase

do cálcio e fósforo e do metabolismo ósseo, também tem importante impacto na

resposta imunológica. Nos estudos de Gonçalves-Mendes et al., (2019) a deficiência

está associada ao aumento da inflamação e da autoimunidade. O mecanismo da

vitamina D na regulação do sistema imunológico é convincente, no entanto, a

causalidade ainda não é clara. (UNTERSMAYR, KALLAY, 2020).

Estudos recentes de Pizzini et al., (2020) indicam que a deficiência de

vitamina D é comum em pacientes com COVID-19, mas a causa e o efeito da

vitamina D no processo da doença permanece incerto. Assim como detalhou os

estudos de Gonçalves et al., (2019) que objetivou investigar se a suplementação de

Vitamina D poderia melhorar a resposta imunológica em idosos deficientes na faixa

etária de 65-85 anos, e Barnes, et al., (2010) que avaliou o efeito da suplementação

de vitamina D em adultos, com doses de 5, 10, 15ug\dia de suplementação de

vitamina D3 em homens e mulheres na faixa etária igual ou acima de 20 anos.

Sassi et al., (2018) concluíram que há uma necessidade de randomização em

grande escala e ensaios clínicos para confirmar a garantia suficiente de vitamina D,

na redução da incidência e das infecções e/ou doenças autoimunes. Tal como,

acrescentam os estudos analisados nessa revisão da literatura, que demonstram em

suas conclusões não terem obtido efeitos significativos em suas análises clínicas,

acerca da vitamina D.

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25

4.3 Vitaminas A e C

Tratando-se ainda sobre as vitaminas, sabe-se que vitamina A é um

micronutriente encontrado em fontes de origem animal (retinol) e vegetal

(provitamina A). É um nutriente imprescindível na garantia e saúde da visão, como

também, no aperfeiçoamento adequado das células que compõem vários tecidos do

corpo. De acordo, com Sarni et al., (2010), a deficiência de vitamina A está

associada a diminuição das células NK (Natural Killer) e a capacidade de células

esplênicas em fabricar interferon, após o impulso de mitógenos. Com isso, essa

insuficiência associa-se a redução da produção de anticorpos em combate a

polissacarídeos bacterianos e antígenos proteicos. Segundo Ahmad et al.,

(2009), há uma relação significativa entre os estoques de vitamina A e células T ou

ingênuas na periferia do sangue.

Diante disso, o estudo mostrou que os estoques de vitamina A acima do nível

de 0,07mmol / g são associados com maior número e proliferação de células T. A

vitamina C, por sua vez, é um nutriente essencial que não pode ser sintetizado entre

humanos, isso devido à perda de uma enzima na via biossintética. A deficiência

crítica de vitamina C dá origem ao escorbuto potencialmente fatal. O escorbuto tem

como aspecto o esgotamento da estrutura colágena, produzindo uma menor

cicatrização de feridas e como consequência a diminuição da imunidade. Ademais,

a vitamina C exerce uma infinidade de resultados benéficos nas funções celulares do

sistema imune inato e adaptativo. Mesmo a vitamina C sendo um potente

antioxidante que protege o corpo contra os radicais livres oxidativos, endógenos e

exógenos, é possível que sua ação como cofator entre algumas enzimas

biossintéticas e reguladoras genéticas, desempenhe um papel importante em seus

efeitos imunomoduladores. (CARR ANITRA C et al., 2010).

De acordo com Ribeiro, (2019) alguns tipos de leucócitos, como os neutrófilos

e monócitos, apresentam uma concentração de vitamina C 50-100 vezes mais

concentrados no plasma, através da sua forma de absorção e forma oxidada, de

hidroascorbato. O aumento dessa concentração desempenha um papel importante

nessas células, como proteção antioxidante durante a fagocitose, migração e

redução da intensidade da cascata inflamatória, pelo controle do balanço das

indicações pró-inflamatórias e antiinflamatórias, como pode ser observado no estudo

de Theilla et al., (2012), que tendo a vitamina A e C incluída numa fórmula a base de

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26

óleo de peixe, avaliou o impacto dessa fórmula na cura de úlcera de pressão e

melhora da função imunológica em pacientes críticos em UTI (unidade de terapia

intensiva), obtendo como resultados uma multiplicação de glóbulos brancos e

progressão significativamente menor da lesão por pressão nos pacientes avaliados.

No entanto, vale frisar que o estudo avaliou o efeito das vitaminas em um composto

com outros oligoelementos. Dessa forma, não pode-se determinar de forma

fidedigna o efeito individual dessas vitaminas na imunidade.

4.4 Zinco

Os minerais são componentes da dieta necessários para o crescimento,

desenvolvimento e homeostase. Dentre os minerais mais relevantes, o zinco (Zn) é

um elemento importante do metabolismo humano como é visto nos estudos de

Barnett et al., (2016) e Theilla et al., (2012), nos quais percebeu-se aumento da

função das células T em idosos com suplementação de zinco (30mg/dia) e elevação

na porcentagem de linfócitos, estando o zinco integrado a uma formula à base de

óleo de peixe, nessa ordem.

Como cofator de enzimas, o zinco auxilia na regulação da estrutura proteica e

da expressão gênica. Sua deficiência está relacionada à disfunção imunológica,

inflamação, estresse oxidativo, aumento do risco de infecções, doenças

cardiovasculares (DCV) e osteoporose (BABAALI et al., 2020).

No estudo de Barnett et al. (2016), que utilizou o Zinco como principal

nutriente de sua pesquisa, para determinar o efeito da suplementação com 30 mg de

Zn/dia, durante três meses, sobre as concentrações séricas de Zn em idosos de

asilos com deficiência, aponta que essa suplementação é eficaz no aumento das

concentrações séricas desse nutriente em idosos acima de 65 anos, entretanto, nem

todos os idosos com deficiência de Zn alcançaram concentrações adequadas. A

maior concentração de zinco sérico foi associada ao aumento da função das células

T, principalmente devido ao maior número dessas células.

4.5 Magnésio e Cobre

Por décadas, o papel do magnésio em adjuvantes analgésicos em várias

dores agudas e crônicas foi evidenciado. Como um nutriente mineral essencial,

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27

aumentar a ingestão de magnésio ou suplementá-lo pode melhorar o curso de certas

doenças, como osteoartrite, doenças neurológicas e doenças cardiovasculares,

contribuindo na melhora da analgesia. É concebível que o magnésio seja importante

aliado na prevenção e tratamento de doenças (SHIN et al., 2020).

O cobre é um oligoelemento essencial e uma parte importante do sangue e

está contido em quantidades maiores no fígado, cérebro, coração e rins. O cobre

livre no plasma é um agente catalizador de espécies reativas de oxigênio e está bem

distribuído nos alimentos, sendo suas maiores fontes: crustáceos, nozes, sementes,

legumes, farelo e gérmen dos cereais e vísceras. A deficiência de cobre no corpo

humano é muito rara, o que indica que a ingestão alimentar é suficiente para

prevenir sua deficiência. Existem evidências de que, diante da redução dos níveis

séricos de cobre, há depleção da atividade antioxidante, já as mais recentes,

indicam sua influência sobre a função imunológica (MACÊDO, et al, 2010)

Os estudos de Theilla et al., (2012) que utilizaram o magnésio e o cobre em

suas fórmulas para avaliação complementam essa tese, já que seus resultados

apontam para um aumento na proporção de leucócitos que são produzidos em

grandes quantidades durante a infecção, razão pela qual pode ser um bom indicador

na saúde do indivíduo. Em suas análises os autores avaliaram quarenta pacientes

acima de 18 anos com lesão por pressão e recebendo suporte nutricional, onde

dividiu-se dois grupos (n=20), o primeiro recebeu uma fórmula enriquecida com óleo

de peixe e micronutrientes, entre eles o magnésio e o cobre, e o segundo chamado

grupo controle uma fórmula isoenergética; e pôde-se constatar significativamente em

comparação com o grupo controle, que o uso de óleo de peixe e micronutrientes

pode atingir menor progressão da doença e aumentar o número de linfócitos, o que

pode de fato explicar sua importância no aumento da imunidade.

4.6 Selênio

Quanto ao selênio, é um mineral necessário que executa um papel

fundamental na evolução e diversidade de processos fisiológicos, incluindo

respostas imunológicas de impacto. O sistema imune depende do consumo dietético

de selênio, e esse nutriente tem seus efeitos biológicos especialmente através de

sua inclusão nas selenoproteínas (AVERY; HOFFMANN, 2018).

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28

Steinbrenner, (2015), numa revisão evidenciou uma visão geral atualizada do

selênio em doenças infecciosas causadas por vírus (por exemplo, HIV, vírus da

hepatite C) e bactérias (por exemplo, M. tuberculosis , Helicobacter pylori), e

registrou que em uma dieta habitual muitas vezes não é suficiente para atender às

demandas crescentes de micronutrientes em doenças infecciosas. Como muitos

pacientes apresentam amplas deficiências nutricionais, a suplementação de vários

micronutrientes parece ser uma abordagem mais promissora, do que o uso de

selênio sozinho, além disso, pode ser útil também na melhora dos cuidados de

suporte e estimular o sistema imunológico de pacientes que sofrem de patologias

virais emergentes.

Há tempos, se reconhece que a escassez de selênio (Se) afeta de forma

negativa as células imunes durante a ativação, separação e reprodução. Isso está

relacionado ao acréscimo do estresse oxidativo, pórem funções aditivas, como

dobramento de proteínas e fluxo de cálcio, podem ser afetadas em células imunes

em condições de carência de Se, já em níveis acima do adequado, pode influenciar

na ação das células imunológicas, com alguns tipos de inflamação e efeitos

sexualmente dimórficos dos níveis de Se, em alguns casos (FAIRWEATHER et al.,

2010).

WU Jing et al., 2009, investigaram se a melhoria do status de Se, por meio do

aumento da ingestão alimentar de trigo biofortificado com esse nutriente, afeta os

biomarcadores de risco de câncer, risco de doença cardiovascular, estresse

oxidativo e função imunológica em homens saudáveis, e registrou

que suplementação de selênio não apresentou resultados benéficos, bem como

riscos adversos à saúde. O aumento da ingestão de Se pode reduzir o risco de

doenças degenerativas, incluindo câncer, mas a ingestão excessiva pode ser tóxica.

O estudo avaliou 39 participantes que tomaram um suplemento diário de 100 μg de

selenito de sódio por 6 semanas. Neste grupo, o selênio plasmático aumentou após

esse período de suplementação de 1,19 ± 0,022 para 1,41 ± 0,025 μmol/L (média

após: antes da suplementação = 1,19 ± 0,018; p<0,001), enquanto que, no grupo de

16 voluntários, também houve um aumento significativo no selênio plasmático

(média após: antes da suplementação = 1,23 ± 0,09; p<0,001). Além disso, a

suplementação de selênio levou a uma maior atividade da glutationa peroxidase dos

linfócitos, que é um importante sistema de defesa enzimático contra o aumento de

radicais livres.

Page 26: CENTRO UNIVERSITÁRIO TIRADENTES CURSO DE NUTRIÇÃO

29

Em contrapartida, uma revisão realizada por Avery, (2018), retrata que em

condições de deficiência de selênio, as respostas imunes inatas e adaptativas são

prejudicadas. Os benefícios da suplementação de selênio para aumentar a

imunidade contra patógenos, vacinas ou cânceres foram explorados e não

forneceram resultados totalmente claros. Alguns dos problemas residem no fato de

que alguns patógenos ou células tumorais, podem se beneficiar de níveis mais

elevados de selênio. A manipulação de selenoproteínas individuais pode oferecer

uma abordagem mais precisa para melhorar o sistema imunológico ou mitigar a

inflamação crônica. Essa abordagem exigirá uma caracterização abrangente dos

papéis das selenoproteínas e um desmascaramento dos mecanismos moleculares

pelos quais elas regulam as funções das células imunológicas.

Em geral, há evidências consideráveis que fortalecem a noção de que o Se

afeta diferentes tipos de respostas imunológicas de maneiras distintas. A influência

da suplementação de Se no aumento da imunidade depende do tipo de antígenos e

tecidos envolvidos, por exemplo, a suplementação de Se pode aumentar as

respostas imunes do tipo Th1 em maior extensão do que as respostas do tipo Th2, e

certos agentes infecciosos podem realmente se beneficiar dos níveis adicionados de

Se, utilizando-os para suas próprias enzimas antioxidantes (HOFFMANN, 2008).

Evidências disponíveis sugerem que elevar os níveis de Se em indivíduos

com Se moderadamente baixo pode ter mais efeitos de reforço imunológico do que

suplementar um indivíduo adequado de Se. Nesse contexto, a relação entre o status

de Se e a imunidade denota-se mais complexa do que o simples fato do Se ser em

geral como um “impulsionador” da imunidade, o que sinaliza a necessidade crítica de

transparecer os processos pelos quais o Se afeta o sistema imunitário em estudos

futuros (HOFFMANN, 2008). Na tabela 3 pode ser visualizado o papel de cada

micronutriente e sua relação com a resposta imune.

Tabela 3 – Papel dos micronutrientes e sua relação com a imunidade BARREIRAS FÍSICAS IMUNIDADE CELULAR PRODUÇÃO ANTICORPOS Vitamina A Vitamina A Vitamina A Vitamina C Vitamina B6 Vitamina B6 Vitamina E Vitamina B12 Vitamina B12 Zinco Vitamina C Vitamina D Vitamina D Vitamina E Vitamina E Ácido Fólico Ácido Fólico Zinco

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30

Cobre Cobre Zinco Selênio Selênio

Adaptado de Silvia Maggini, et al. (2007).

4.7 Macronutrientes

No tocante dos macronutrientes (carboidratos, proteínas e lipídeos) sabe-se

que fornecem energia e influenciam vários fatores fisiológicos. Muitos estudos

relatam que intervenções dietéticas específicas podem afetar a saúde e expectativa

de vida, como abordado nos estudos de Theilla et al., (2012), Farber et al., (2011) e

Karlsen et al., (2007). As diretrizes nutricionais dietéticas recomendam a ingestão

ideal de energia e macronutrientes para melhorar a saúde e prevenir doenças

crônicas, bem como melhoria na imunidade (KWON et al., 2020).

Dessa forma, os macronutrientes por exercerem papéis essenciais no

processo imunológico também são citados nos estudos na presente revisão. Nos

estudos de Theilla et al., (2012) e Farber et al., (2011), esses nutrientes fizeram

parte da intervenção dos indivíduos avaliados, onde verificou-se um aumento da

porcetagem de linfócitos, além de melhorar a resposta imune. Vale ressaltar que

esses estudos não avaliaram os macronutrientes isolados, por isso precisam ser

avaliados em análises futuras para obtenção de resultados confiáveis, sobre a

relação entre eles e a imunidade.

Por outro lado, no estudo de Karlsen et al., (2007), os lipideos são

suplementados e analisados em um ensaio controlado por placebo, onde 118

homens e mulheres saudáveis na faixa etária de 40-74 anos receberam

suplementação com cápsulas de 75mg duas vezes ao dia, fornecendo um total de

300 mg de antocianina, um antioxidante e antiinflamtório encontrado nas frutas

vermelhas como o morango, por exemplo. Ao término da análise foram observados

alguns mediadores inflamatórios como as antocianinas, metabólitos secundários da

biossíntese das plantas (pertencentes aos flavonóides) e interleucinas, fármacos

importantes do grupo das citocinas e principal meio na resposta

imunológica. Estudos tem demonstrado que as antocianinas podem aumentar a

resistência do LDL à oxidação e reduzir fatores pró-inflamatórios, como citocinas

(CARDOSO et al., 2011).

Page 28: CENTRO UNIVERSITÁRIO TIRADENTES CURSO DE NUTRIÇÃO

31

Os benefícios dos lipídeos associados à resposta imune foi amplamente

estudado, como já mencionado. Quanto aos carboidratos, é observado um efeito

promissor sobre o sistema imune, principalmnete em esportistas e atletas. Nesses

indivíduos, a suplementação de glicídios durante o exercício pode elevar a

multiplicação e a ativação de células exterminadoras naturais, reduzir o número de

neutrófilos e expandir a produção de citocinas como, por exemplo, as interleucinas e

fator de necrose tumoral-alfa (MARQUES, 2005).

Outros nutrientes, como os aminoácidos que constituem as proteínas também

podem influenciar o sistema imunológico, destacando a glutamina. Esse aminoácido

é classificado como condicionalmente essencial, tendo efeito sobre a eficácia

regulatória na articulação imunológica e celular. A abstinência de glutamina restringe

a multiplicação de glóbulos brancos, interfere na manifestação de indicadores que

estimulam a promoção de linfócitos e monócitos, influencia a formação de citocinas e

estimula a apoptose (ROTH, 2008).

Recente estudo de revisão conclui que as células imunológicas necessitam da

disponibilidade de glutamina para sobreviver, multiplicar-se e agir e, em última

análise, defender nosso corpo contra patógenos. Além disso, ressaltaram que

durante as circunstâncias catabólicas / hipercatabólicas, a demanda por glutamina

cresce radicalmente, um fato que pode levar à carência de glutamina e grave

comprometimento da função imune (CRUZAT et al, 2018).

A suplementação da glutamina pode trazer benéficos na redução de sintomas

de distúrbios inflamatórios e pode defender contra sequelas do estresse oxidativo, e,

em geral, pode diminuir a taxa de infecção, inflamação, tempo de internação e

mortalidade e melhorar a função de barreira intestinal e a função imunológica,

especialmente a imunidade mediada por células em indivíduos criticamente

enfermos (KIM, 2011). Do contrário, no estudo de Zantem et al, 2014 não houveram

diferenças significativas na redução de infecções em pacientes críticos e sob

ventilação mecânica, que foram suplementados com glutamina e imunomodulares, e

ainda, não foi observada redução da mortalidade nesse grupo. Nesse sentido, a

glutamina é um modulador importante da função imune, pois participa do

metabolismo e proliferação das células desse sistema de defesa, todavia, seu

potencial de ação depende do estado nutricional que o indivíduo se encontra.

4.8 Ácidos Graxos

Page 29: CENTRO UNIVERSITÁRIO TIRADENTES CURSO DE NUTRIÇÃO

32

O impacto dos ácidos graxos poliinsaturados da dieta (PUFAs) no sistema

imunológico tem sido investigado por décadas, com foco especial no ácido α-

linolênico ômega-3 PUFAs (ALA), ácido eicosapentaenóico (EPA) e ácido

docosahexaenóico (DHA). O ALA é encontrado em nozes e sementes, enquanto o

EPA e o DHA são os principais componentes do óleo de peixe (PASCHOAL, et al

2013; CALDER, et al 2014). É importante revelar que sendo o EPA e o DHA também

sintetizados a partir do ALA, na presença de ácidos graxos ômega-3, a competição

pelas enzimas reduz a síntese de metabólitos derivados do ômega-6, (uma vez que

ele utiliza as mesmas enzimas para suas vias metabólicas) que também têm efeitos

nas células do sistema imunológico (WIKTOROWSKA, et al. 2015; METHEREL, et al

2018).

A pesquisa de Farber et al., (2011), corrobora com esses dados, num estudo

onde avaliou 12 homens e mulheres saudáveis que consumiram 2 × 200 mL de

suplemento alimentar, fornecendo 2,4 g de EPA, 1,2 g de DHA, 39,7 g de proteína

(incluindo 4,4 g de L-leucina) e 5,6 g de oligossacarídeos diariamente, identificou

que após uma semana, a porcentagem de EPA elevou-se para 2,8% (P <0,001),

concluindo que a suplementação nutricional com um alimento enriquecido com óleo

de peixe aumentou significativamente a porcentagem de EPA em fosfolipídios de

células brancas do sangue (WBC) em uma semana. Simultaneamente, a resposta

imune aumentou consideravelmente.

Um experimento em humanos conduzido por Rees et al., (2006) em

voluntários saudáveis que receberam suplementação com óleo de milho rico em

acido linoleico ou EPA (1,35, 2,7 ou 4,05 g de EPA / d ) por 12 semanas, registrou

que a suplementação de EPA levou a uma diminuição na produção de espécies

reativas de oxigênio (ERO) em homens mais velhos, mas não houve mudança em

homens mais jovens. Eles concluíram que indivíduos mais velhos são mais

sensíveis aos efeitos imunológicos do EPA, e o surto respiratório de neutrófilos é

menor em doses mais altas de EPA. No entanto, como a suplementação contém

EPA e DHA, não é óbvio qual ácido graxo causa o efeito na produção de ERO.

Dados do estudo de Zantem et al., 2014, que avaliou se a nutrição enteral

rica em proteínas enriquecida com nutrientes imunomoduladores - RPIM (contendo

glutamina, ácido graxo ômega-3 e alimentação enriquecida com antioxidantes) reduz

a incidência de infecções, em comparação com a nutrição enteral rica em proteínas

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33

– (RP), em pacientes adultos críticos sob ventilação mecânica; expondo que a

nutrição enteral RPIM versus nutrição enteral RP, padrão, não melhorou as

complicações infecciosas ou outros desfechos clínicos, e pode ser prejudicial

conforme sugerido pelo aumento da mortalidade ajustada aos 6 meses. Assim, não

está bem relacionado o papel dos nutrientes imunomoduladores em pacientes

críticos.

Gutierrez et al., (2019), resumiu em seus estudos os principais achados sobre

os efeitos imunomoduladores dos ácidos graxos ômega-3 nas diferentes células que

formam o sistema imunológico, e registrou que até onde se sabe, de todas as

células imunológicas investigadas até o momento, nenhuma delas foi considerada

inerte aos ácidos graxos ômega-3 da dieta, e geralmente, ALA, DHA e EPA exercem

um efeito inibidor sobre a ativação de células imunes, tanto do ramo inato quanto do

adaptativo.

Curiosamente, neste estudo verificou-se que algumas funções imunológicas

singulares são promovidas por ácidos graxos ômega-3 da dieta em tipos de células

imunológicas específicas, ou seja, fagocitose por macrófagos e neutrófilos ou

diferenciação de células T reguladoras, sugerindo que os ácidos graxos ômega-3

não atuam como repressores imunológicos inespecíficos. Além disso, destacou

também que os ácidos graxos ômega-3 melhoram os sintomas em vários modelos

de doenças animais, como sepse ou hepatite autoimune, onde foram testados em

ensaios clínicos com resultados positivos.

Calder (2013), em sua pesquisa, pontuou que em humanos adultos, uma

ingestão de EPA mais DHA superior a 2g por dia parece ser necessário para

provocar ações antiinflamatórias, mas poucos estudos de determinação de dose

foram realizados. Os modelos em animais demonstram benefícios dos ácidos graxos

n-3 na artrite reumatóide (AR), doença inflamatória intestinal (DII) e asma. Os

ensaios clínicos de óleo de peixe em pacientes com AR demonstram benefícios

apoiados por meta-análises dos dados, enquanto que os rastreamentos clínicos de

óleo de peixe em pacientes com DII e asma são inconsistentes, sem nenhuma

evidência geral de eficácia.

Dessa forma, é sabido que os ácidos graxos exercem um papel na imunidade

humana, todavia, esse efeito pode ser diferente em adultos e idosos, como também

o resultado de seus benefícios dependerá do estado nutricional do indivíduo.

Page 31: CENTRO UNIVERSITÁRIO TIRADENTES CURSO DE NUTRIÇÃO

34

Portanto, maiores estudos precisam ser realizados para elucidar de forma mais

consistente os achados.

5 CONCLUSÃO

A análise da literatura evidencia que estudos observacionais e ensaios

clínicos, destacaram o importante papel das vitaminas A, C e D, ácidos graxos

ômega-3, glutamina e o mineral zinco na regulação das respostas imunológicas. A

suplementação desses nutrientes parece ser uma forma segura e de baixo custo

para apoiar o funcionamento ideal do sistema imunológico, com potencial para

reduzir o risco e as consequências da infecção, podendo auxiliar no aumento da

imunidade em adultos e idosos. Por sua vez, as infecções podem agravar as

deficiências, reduzir a ingestão de nutrientes, aumentar as perdas e interferir no seu

uso, além de alterar as vias metabólicas. Logo, podem apoiar o sistema de defesa

natural do corpo, melhorando assim, a imunidade.

Contudo, ainda é necessária a existência de mais estudos que possam de fato

contribuir de forma fidedigna, e que melhorem a compreensão do papel dos

nutrientes na função imunológica, especialmente na saúde dos adultos e idosos,

sempre associando a nutrição adequada como moduladora do sistema imune nessa

população.

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