perfil dos egressos do curso de nutriÇÃo da …

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE NUTRIÇÃO PERFIL DOS EGRESSOS DO CURSO DE NUTRIÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO NO PERÍODO DE 2001 À 2014 KELYN TIRLONI Cuiabá-MT, fevereiro de 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE NUTRIÇÃO

PERFIL DOS EGRESSOS DO CURSO DE NUTRIÇÃO DA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO NO

PERÍODO DE 2001 À 2014

KELYN TIRLONI

Cuiabá-MT, fevereiro de 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE NUTRIÇÃO

PERFIL DOS EGRESSOS DO CURSO DE NUTRIÇÃO DA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO NO

PERÍODO DE 2001 À 2014

KELYN TIRLONI

Trabalho de Graduação apresentado ao Curso de

Nutrição da Universidade Federal de Mato Grosso

como parte dos requisitos exigidos para obtenção

do título de Bacharel em Nutrição, sob orientação

da professora: Patrícia Simone Nogueira

Cuiabá-MT, fevereiro de 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE NUTRIÇÃO

PERFIL DOS EGRESSOS DO CURSO DE NUTRIÇÃO DA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO NO PERÍODO DE

2001 À 2014

KELYN TIRLONI

Orientadora:

Profª. M. Sc. Patrícia Simone Nogueira

Julgado em: 23/02/2017

Page 5: PERFIL DOS EGRESSOS DO CURSO DE NUTRIÇÃO DA …

RESUMO

Este estudo foi realizado com o intuito de conhecer o perfil dos nutricionistas egressos do curso de nutrição da

UFMT, no período de 2001 à 2014. Os dados foram coletados por meio eletrônico, com aplicação de questionário,

em seguida foram analisados no software Microsoft Office Excel. O percentual de respostas foi de 37,2% do total

de egressos. Constatou-se que se trata de uma população composta em sua maioria por mulheres, com idade de 26

a 40 anos e que não tiveram dificuldades em encontrar o primeiro emprego. Dos entrevistados, 7,1% possuem

outra graduação. Quanto a realização de pós-graduação, 8,2% realizaram residência, 60,4% especialização, 24,7%

mestrado e 6,6% doutorado, o motivo destacado para a continuidade dos estudos foi a necessidade de atualização

profissional. A grande maioria está atuando como nutricionistas (75,3%), especialmente, na área de nutrição clínica

seguida de alimentação coletiva, sendo Cuiabá o local de trabalho relatado por maior parte dos pesquisados. A

faixa salarial com maior parte dos participante foi de 2 a 4 salários mínimos e a carga horária de 30 a 40 horas

semanais. A satisfação profissional no aspecto financeiro ficou classificada como média e a perspectiva

profissional boa. A grande maioria dos nutricionistas possuem algum conhecimento das políticas públicas de

alimentação e nutrição, já a participação em órgãos e/ou movimentos de controle social foi reduzida. Tanto este

estudo quanto futuros são de grande relevância para subsidiar o planejamento de ações de melhorias com vista a

fortalecer a formação e a prática do profissional nutricionista.

PALAVRAS-CHAVE: perfil dos nutricionistas; egressos; UFMT.

ABSTRACT

This study was carried out with the purpose of knowing the profile of nutritionists who graduated from the nutrition

course of the UFMT from 2001 to 2014. The data were collected by electronic means, with questionnaire

application, then analyzed without Microsoft Office software Excel. The percentage of responses was 37.2% of

the total number of graduates. It was found that this is a population composed mostly of women, aged 26 to 40

years and who have no difficulty finding their first job. Of the respondents, 7.1% have another degree. As for the

postgraduate study, 8.2% were residing, 60.4% specialization, 24.7% master's degree and 6.6% doctorate, the

reason for a continuation of studies for a need for professional updating. The vast majority are working as

nutritionists (75.3%), especially in the area of clinical nutrition followed by collective feeding, being Cuiabá or

workplace reported by most of the respondents. The salary range with most of the participants was from 2 to 4

minimum salaries and a workload of 30 to 40 weekly hours. The professional satisfaction in the financial aspect

was classified as media and a good professional perspective. The great majority of nutritionists know some

knowledge of public policies of food and nutrition, and a participation in organs and / or movements of social

control for reduced. Both this study and the results are of great relevance for the development of action plans of

improvements with a view to reinforcing the training and a practice of the nutritionist professional.

KEY WORDS: profile of nutritionists; graduates; UFMT.

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LISTA DE TABELAS E FIGURAS

Tabela 1 - Caracterização dos egressos do Curso de Graduação em Nutrição da Universidade

Federal de Mato Grosso, formados entre 2001 à 2014, segundo variáveis sociodemográficas.

Cuiabá - MT, 2016. .................................................................................................................. 18 Tabela 2 - Caracterização dos egressos do Curso de Graduação em Nutrição da Universidade

Federal de Mato Grosso, formados entre 2001 à 2014, segundo a idade e o tempo de conclusão

do curso e o início da atividade profissional. Cuiabá - MT, 2016. ........................................... 20

Tabela 3 - Caracterização dos egressos do Curso de Graduação em Nutrição da Universidade

Federal de Mato Grosso, formados entre 2001 à 2014, de acordo com a realização de outro(s)

curso(s) de graduação. Cuiabá - MT, 2016. ............................................................................. 21 Tabela 4 - Caracterização dos egressos do Curso de Graduação em Nutrição da Universidade

Federal de Mato Grosso, formados entre 2001 à 2014, segundo a realização de pós-graduação,

concluída ou em curso, e a intenção em cursar. Cuiabá - MT, 2016. ....................................... 22 Tabela 5 - Caracterização dos egressos do Curso de Graduação em Nutrição da Universidade

Federal de Mato Grosso, formados entre 2001 à 2014, segundo o motivo para realização de pós-

graduação, se houve incremento salarial e melhoria de cargo/função pós cursos de pós-

graduação. Cuiabá - MT, 2016. ................................................................................................ 23 Tabela 6 - Caracterização dos egressos do Curso de Graduação em Nutrição da Universidade

Federal de Mato Grosso, formados entre 2001 à 2014, segundo a atividade profissional. Cuiabá

- MT, 2016. ............................................................................................................................... 25 Tabela 7 - Caracterização dos egressos do Curso de Graduação em Nutrição da Universidade

Federal de Mato Grosso, formados entre 2001 à 2014, quanto à área geográfica de atuação,

número de local de trabalho, tempo de atividade, cargos de chefia, poder de decisão e

participação em equipes multiprofissionais nas instituições onde atuam. Cuiabá - MT, 2016.

.................................................................................................................................................. 26 Tabela 8 - Caracterização dos egressos do Curso de Graduação em Nutrição da Universidade

Federal de Mato Grosso, formados entre 2001 à 2014, quanto ao trabalho atual. Cuiabá - MT,

2016. ......................................................................................................................................... 27 Tabela 9 - Distribuição dos egressos do Curso de Graduação em Nutrição da Universidade

Federal de Mato Grosso, formados entre 2001 à 2014, segundo o nível se satisfação profissional

no aspecto financeiro, perspectiva profissional, principal fonte de renda e provedor da família.

Cuiabá - MT, 2016. .................................................................................................................. 29

Tabela 10 - Distribuição dos egressos do Curso de Graduação em Nutrição da Universidade

Federal de Mato Grosso, formados entre 2001 à 2014, segundo o vínculo a entidade de classe.

Cuiabá - MT, 2016. .................................................................................................................. 30 Tabela 11 - Distribuição dos egressos do Curso de Graduação em Nutrição da Universidade

Federal de Mato Grosso, formados entre 2001 à 2014, segundo a utilização de material técnico-

institucional produzido pela CGPAN/MS, promoção de educação alimentar, grau de

conhecimento das políticas públicas de alimentação e nutrição e participação no SUS (Sistema

Único de Saúde). Cuiabá - MT, 2016. ...................................................................................... 31 Tabela 12 - Distribuição dos egressos do Curso de Graduação em Nutrição da Universidade

Federal de Mato Grosso, formados entre 2001 à 2014, segundo a participação em órgãos e/ou

movimentos de controle social. Cuiabá - MT, 2016. ............................................................... 32 Tabela 13 - Renda mensal dos egressos do Curso de Graduação em Nutrição da Universidade

Federal de Mato Grosso, formados entre 2001 à 2014, de acordo com o sexo. Cuiabá - MT,

2016. ......................................................................................................................................... 33

Page 7: PERFIL DOS EGRESSOS DO CURSO DE NUTRIÇÃO DA …

Figura 1 – Distribuição dos nutricionistas da Universidade Federal de Mato Grosso, formados

entre 2001 à 2014, segundo o nível de satisfação profissional por faixa salarial. Cuiabá – MT,

2016. ......................................................................................................................................... 34

Figura 2 – Distribuição dos nutricionistas da Universidade Federal de Mato Grosso, formados

entre 2001 à 2014, segundo a atividade profissional por faixa salarial. Cuiabá – MT, 2016... 35 Figura 3 – Distribuição dos nutricionistas da Universidade Federal de Mato Grosso, formados

entre 2001 à 2014, segundo a área de atuação profissional por faixa salarial. Cuiabá – MT, 2016.

.................................................................................................................................................. 36

Page 8: PERFIL DOS EGRESSOS DO CURSO DE NUTRIÇÃO DA …

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 7

2. OBJETIVOS ...................................................................................................................... 9

2.1 OBJETIVO GERAL ......................................................................................................... 9

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................................................... 9

3. REVISÃO DE LITERATURA ...................................................................................... 10

3.1 O SURGIMENTO DA NUTRIÇÃO NO MUNDO ....................................................... 10

3.2 O SURGIMENTO DO CURSO DE NUTRIÇÃO NO BRASIL ................................... 11

3.3 CURSO DE GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE

MATO GROSSO .................................................................................................................. 13

3.4 EVOLUÇÃO DO CURRÍCULO DO CURSO DE NUTRIÇÃO DA UFMT ................ 13

4. METODOLOGIA ........................................................................................................... 16

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................... 18

5.1 CARACTERÍSTICAS SOCIODEMOGRÁFICAS ....................................................... 18

5.2 CARACTERÍSTICAS DA FORMAÇÃO ACADÊMICA ............................................ 19

5.3 CARACTERÍSTICAS DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL .......................................... 24

5.4 CONHECIMENTO DE INSTRUMENTOS TÉCNICOS E POLÍTICAS ÚTEIS ÀS

PRÁTICAS DE TRABALHO .............................................................................................. 30

5.5 PARTICIPAÇÃO EM ÓRGÃOS E PROGRAMAS DE CONTROLE SOCIAL ......... 32

5.6 CARACTERÍSTICAS DA RENDA DOS NUTRICIONISTAS EM FUNÇÃO DE

ALGUMAS VARIÁVEIS .................................................................................................... 33

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................... 37

7. REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 39

8. APÊNDICES .................................................................................................................... 42

APÊNDICE A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO E

INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS ...................................................................... 42

Page 9: PERFIL DOS EGRESSOS DO CURSO DE NUTRIÇÃO DA …

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1. INTRODUÇÃO

O nutricionista é o profissional da área da saúde que tem como função contribuir para a

saúde de indivíduos e coletividades, visando manter e recuperar o estado nutricional do

indivíduo por meio de orientações e programas preventivos. Deve ter conhecimento sobre

Alimentação e Nutrição aplicada às diversas áreas de atuação e buscar o aperfeiçoamento

técnico-científico dentro dos princípios éticos que regem a profissão (CFN, 2016).

A profissão de nutricionista surgiu no Brasil nas décadas de 1930 e 1940, evidenciando

duas áreas: Nutrição Clínica e Alimentação Coletiva. O primeiro curso de nutrição no país foi

criado em 1939, no Instituto de Higiene de São Paulo, porém, apenas em 1962, o curso foi

reconhecido como de nível superior, quando outras universidades junto à Associação Brasileira

de Nutrição (ABN) encaminharam ao Ministério da Educação, os pedidos de reconhecimento

(CONSELHO FEDERAL DE NUTRICIONISTAS, 19991 apud VASCONCELOS, 2002).

A regulamentação da profissão de nutricionista só ocorreu em 24 de abril de 1967 pela

publicação da Lei nº. 5.276, revogada pela Lei nº. 8234, de 17 de setembro de 1991, a qual

define as atividades privativas do nutricionista, como a direção, coordenação e supervisão de

cursos de graduação em nutrição e o planejamento, organização, direção, supervisão e avaliação

de serviços de alimentação e nutrição (BRASIL, 1991).

No estado de Mato Grosso foi criado o Departamento de Nutrição na Universidade

Federal de Mato Grosso (UFMT) com a oferta do primeiro curso de nutrição do estado, em

agosto de 1978, com o intuito de sanar o déficit de profissionais no estado e a necessidade de

organização administrativa dos hospitais, garantindo, assim, um suporte técnico e científico

para organização e crescimento dos serviços de saúde (UFMT, 2010).

Desde sua criação, o projeto político pedagógico do curso passa por reformulações,

sendo que em 2010, o curso de nutrição tem como missão garantir a formação de profissionais

e a produção de conhecimento científico no campo da alimentação e nutrição, por meio do

ensino, pesquisa e extensão, visando à melhoria da qualidade de vida da população brasileira

(UFMT, 2010).

1 CONSELHO FEDERAL DE NUTRICIONISTAS. Histórico do CFN. Jornal do CFN, Brasília, v.1, n.4, p.2-4,

ago. 1999. (Encarte Comemorativo).

Page 10: PERFIL DOS EGRESSOS DO CURSO DE NUTRIÇÃO DA …

8

Em relação as áreas de atuação do nutricionista, a Resolução do CFN (2016) nº 380/2005

dispõe que são elas: alimentação coletiva, nutrição clínica, saúde coletiva, docência, indústria

de alimentos, nutrição em esportes e marketing na área de alimentação e nutrição.

A atuação do nutricionista tem se diversificado consideravelmente nos últimos anos. O

mercado de trabalho tem exigido do profissional mais do que seu conhecimento teórico, exige,

também, produtividade, criatividade e iniciativa (GAMBARDELLA; FERREIRA;

FRUTUOSO, 2000).

As instituições de ensino devem voltar-se para a formação de um profissional cidadão,

competente técnica e cientificamente, capaz de compreender e transformar a realidade em que

vive e atua.

Desta forma, o objetivo do presente estudo foi conhecer o perfil dos profissionais

nutricionistas egressos do curso de Nutrição da Universidade Federal de Mato Grosso, no

período de 2001 à 2014.

Considerando a importância da UFMT na formação do nutricionista, é necessário

realizar um estudo demográfico – cartográfico da distribuição dos profissionais no estado de

Mato Grosso, apresentando características socioeconômicas, dados referentes a formação

acadêmica e a situação profissional atual no que diz respeito a área de atuação, tipo de vínculo

empregatício, remuneração salarial, perspectiva profissional, a área de atuação no mercado de

trabalho, e a inserção no SUS. Além disso, esses estudos podem subsidiar a discussão do

processo de formação do nutricionista, na perspectiva de possíveis mudanças curriculares, e de

fortalecimento da categoria profissional, tendo em vista a ampliação da participação política e

dos campos de atuação do nutricionista.

Page 11: PERFIL DOS EGRESSOS DO CURSO DE NUTRIÇÃO DA …

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2. OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Conhecer o perfil dos profissionais nutricionistas egressos do curso de Nutrição da

Universidade Federal de Mato Grosso, no período de 2001 à 2014.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Identificar as características socioeconômicas dos egressos de Nutrição da UFMT.

Caracterizar a formação acadêmica dos egressos do curso de Nutrição da UFMT.

Identificar as características do exercício profissional, como, local de trabalho, tipo de

contratação, vínculo empregatício, filiação as entidades de classe e atividades desenvolvidas,

dos egressos do curso de Nutrição da UFMT.

Page 12: PERFIL DOS EGRESSOS DO CURSO DE NUTRIÇÃO DA …

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3. REVISÃO DE LITERATURA

3.1 O SURGIMENTO DA NUTRIÇÃO NO MUNDO

O registro mais antigo realizado na área de Nutrição ocorreu no Canadá, no “Centro de

Classificação Profissional e Ocupações Técnicas”, com destaque para a atuação de Irmãs de

Ordem de Ursulinas em Quebec (1670) e em Ontário (1867), as quais atuaram no ensino da

Economia Doméstica. O primeiro curso universitário para a formação de dietistas foi realizado

na Universidade de Toronto, em 1902, sendo nomeada a primeira profissional em 1907, no

Hospital de Criança Doente, em Toronto (TOLOZA, 2003).

A primeira dietista hospitalar, Florence Nightingale, atuou na assistência aos feridos da

Guerra da Criméia (1854), em Scutari, com a instalação de cozinhas para o fornecimento de

alimentação adequada e dietas a enfermos graves. Todavia, em 1742, na Escócia, no hospital

de Edimburgo, se preparavam dietas para casos especiais (TODHUNTER, 19652 apud

TOLOZA, 2003, p. 16).

Em 1914, o conhecimento em nutrição ganhou incentivos para a realização de estudos

científicos e cursos específicos, devido ao cenário da Primeira Guerra Mundial, que prejudicou

o fornecimento de alimentos dos exércitos e de outras coletividades, levando a utilização

racional do alimento. Com isso, foram publicados trabalhos relativos a alimentos na Itália,

Inglaterra e Alemanha e em 1917, formou-se a primeira Associação Profissional de Dietistas:

a Associação Americana Dietética, em Cleveland (EUA), criada com o objetivo de melhorar a

nutrição do ser humano, desenvolver a ciência da nutrição e dietética e promover educação em

nutrição (TOLOZA, 2003).

Já, em 1923, foi criada a Organização de Saúde da Liga das Nações (OSLN) que foi

responsável por coordenar a Organização das Nações Unidas na Conferência de São Francisco

(1945) e a Organização para Agricultura e Alimentação e a Organização Mundial da Saúde, em

1946. As quais contribuíram para a divulgação e execução de programas ligados a produção,

2 TODHUNTER, E.N. Some aspects of the history of dietetics. World review of nutrition and dietetics. 5: 32-78,

New York, 1965.

Page 13: PERFIL DOS EGRESSOS DO CURSO DE NUTRIÇÃO DA …

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distribuição e estudos sobre alimentos, incentivando a formação e aperfeiçoamento do

nutricionista (TOLOZA, 2003).

3.2 O SURGIMENTO DO CURSO DE NUTRIÇÃO NO BRASIL

Pedro Escudero, médico argentino, contribuiu para a emergência da Nutrição na

América Latina com a criação do Instituto Nacional de Nutrição, em 1926, da Escola Nacional

de Dietistas, em 1933, do curso de médicos “dietólogos” da Universidade de Buenos Aires e,

também, através da concessão anual de bolsas de estudos a cada país latino-americano para a

realização de Cursos de Dietética nestes institutos (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE

NUTRIÇÃO, 19913 apud VASCONCELOS, 2002).

De acordo com VASCONCELOS (2002), no Brasil, a Nutrição surgiu nos anos de 1930-

1940, com a modernização da economia brasileira, conduzido pelo Estado Nacional Populista.

As primeiras nutricionistas brasileiras foram Lieselotte Hoeschl e Firmina Sant’Ana, duas

enfermeiras da Escola de Enfermagem Ana Nery da Universidade do Brasil, atualmente,

Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ (BIZZO et al, s/d).

A partir de então surgiram duas áreas de saber científico no campo da Nutrição. A

primeira, biológica, com enfoque no consumo de alimentos e na utilização biológica de

nutrientes, influenciada pelas escolas norte-americanas e europeias, as quais contribuíram para

a formação dos campos da nutrição básica, experimental e clínica, a partir de 1940. A segunda,

destacava os aspectos relacionados à produção agrícola, à distribuição e ao consumo alimentar

das populações, influenciada pelas concepções de Pedro Escudero, originando as áreas de

alimentação coletiva e de nutrição em saúde pública, a partir de 1940 (VASCONCELOS, 2002).

Ao longo da década de 1930, ocorreu a consolidação do campo da Nutrição no Brasil,

com a união das diferentes áreas. Assim, os primeiros nutrólogos realizaram estudos e pesquisas

sobre a composição química e o valor nutricional de alimentos nacionais, o consumo e os

hábitos alimentares e também sobre o estado nutricional da população brasileira

(VASCONCELOS, 2002).

Segundo VASCONCELOS (2002), no ano de 1939, no Brasil, foi criado o primeiro

curso para formação de nutricionistas, sendo este localizado no Instituto de Higiene de São

Paulo (atual Curso de Graduação em Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da Universidade

3 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NUTRIÇÃO. Histórico do nutricionista no Brasil - 1939 a 1989: coletânea

de depoimentos e documentos. São Paulo: Atheneu, 1991. 444p.

Page 14: PERFIL DOS EGRESSOS DO CURSO DE NUTRIÇÃO DA …

12

de São Paulo). No ano seguinte, em 5 de agosto de 1940, foi criado o Serviço de Alimentação

da Previdência Social (SAPS), um dos principais centros de formação de recursos humanos na

área de Nutrição e um dos principais campos de trabalho para nutricionistas.

A fundação da primeira entidade brasileira formada para representar e defender os

interesses dos nutricionistas e desenvolver estudos e pesquisas no campo da Nutrição ocorreu

em 31 de agosto de 1949, sendo denominada Associação Brasileira de Nutricionistas (ABN).

Com isso, a data 31 de agosto passou a ser comemorado o “dia do nutricionista” (CONSELHO

FEDERAL DE NUTRICIONISTAS, 19994 apud VASCONCELOS, 2002).

Os cursos de nutrição foram reconhecidos como de nível superior pelo Conselho Federal

de Educação (CFE), em 19 de outubro de 1962, por meio do Parecer nº 265. Com isso, foi

estabelecido o primeiro currículo mínimo e a duração de três anos para a formação de

nutricionistas, a nível nacional. Porém, a regulamentação da profissão ocorreu somente quando

foi sancionada a Lei nº 5.276, em 24 de abril de 1967, dispondo sobre a profissão de

nutricionista e regulando o seu exercício. Já, o segundo currículo mínimo foi estabelecido pelo

CFE em 1974, contendo uma carga horária total de 2880 horas com uma duração de 4 anos.

(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NUTRIÇÃO, 19915 apud VASCONCELOS, 2002).

Em 20 de outubro de 1978 foi aprovada a Lei nº 6.583, a qual cria os Conselhos Federal

e Regionais de Nutricionistas. Com isso, estes profissionais, passam a dispor de um órgão

específico para fiscalizar o exercício da profissão, organizar, desenvolver a categoria e lutar

pelos seus interesses que era, até então, sob a responsabilidade dos órgãos regionais de

fiscalização da Medicina (VASCONCELOS, 2002).

Dados históricos apontam que em 1991, haviam 41 IES ofereciam 2.653 vagas; já em

2001, eram 113 IES com 11.478 vagas; e em 2011, 316 IES com 49.748 vagas. Em julho de

2013, de acordo com o CONSELHO FEDERAL DE NUTRICIONISTAS (2013a), o MEC

possuía cadastrados 410 cursos de graduação em Nutrição com 52.634 vagas autorizadas,

oferecidas por 346 IES, sendo 81% de categoria administrativa privada, que disponibilizam

90% das vagas. No segundo trimestre de 2013, o Sistema CFN/CRN tinha registrados 92.886

nutricionistas.

4 CONSELHO FEDERAL DE NUTRICIONISTAS. Histórico do CFN. Jornal do CFN, Brasília, v.1, n.4, p.2-4,

ago. 1999. (Encarte Comemorativo). 5 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NUTRIÇÃO. Histórico do nutricionista no Brasil - 1939 a 1989: coletânea

de depoimentos e documentos. São Paulo: Atheneu, 1991. 444p.

Page 15: PERFIL DOS EGRESSOS DO CURSO DE NUTRIÇÃO DA …

13

3.3 CURSO DE GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE

MATO GROSSO

Devido ao grande déficit de profissionais na área da saúde no estado de Mato Grosso e

a necessidade de organização administrativa dos hospitais, foi implantado, na Universidade

Federal de Mato Grosso, o Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, originado na instalação

dos cursos de Enfermagem (1976), Nutrição (1978) e Medicina (1970) como suporte técnico e

científico para organização e crescimento dos serviços de saúde (UFMT, 2010).

A Faculdade de Ciências Médicas (FCM), responsável pelo Curso de Medicina e a

Faculdade de Enfermagem e Nutrição (FEN), responsável pelos Cursos de Enfermagem e de

Nutrição, foram criadas através do desmembramento do Centro de Ciências Biológicas e da

Saúde ocorrido após reforma administrativa da UFMT (UFMT, 2010).

Em 2004, através da Resolução do Conselho Diretor (CD) nº 50, de 31 de maio de 2004,

foi criada a Faculdade de Nutrição, composta por um Departamento de Alimentos e Nutrição e

a Coordenação de Ensino de Graduação em Nutrição (UFMT, 2010). Atualmente, a Faculdade

de Nutrição também conta com a Coordenação de Ensino de Graduação em Ciência e

Tecnologia de Alimentos.

3.4 EVOLUÇÃO DO CURRÍCULO DO CURSO DE NUTRIÇÃO DA UFMT

A Resolução CD 74/77, de 30 de dezembro de 1977, designou a implantação do curso

de Nutrição, na UFMT, na forma de sistema integrado e desenvolvido sob regime de créditos.

O curso foi reconhecido em 01 de dezembro de 1982 pelo Conselho Federal de Educação, tendo

como filosofia “formar profissionais de perfil generalista com ênfase em saúde pública

comprometido com o desenvolvimento regional”, habilitado em bacharelado e/ou licenciatura.

O primeiro exame vestibular foi realizado em janeiro de 1978, com 40 vagas, sendo duas

entradas semestrais de turmas com 20 discentes (UFMT, 1999).

A partir de 1985, foram realizados vários eventos e seminários sobre a formação do

profissional nutricionista, tanto em nível nacional quanto local. Com destaque ao seminário,

promovido pelo antigo Departamento de Nutrição, realizado em 1986, com o tema Avaliação

do Curso de Nutrição, o qual desencadeou o processo de Reestruturação Curricular do Curso

de Nutrição e a formação da Comissão de Reestruturação Curricular (CRC) para elaborar um

novo Projeto Político Pedagógico (UFMT, 2010).

Page 16: PERFIL DOS EGRESSOS DO CURSO DE NUTRIÇÃO DA …

14

Com isso, o objetivo do curso de nutrição da UFMT foi reformulado, passando a ser:

“Desenvolver a percepção crítica do nutricionista, sobretudo na interação com o seu objeto de

trabalho, a alimentação do homem no seu plano individual e coletivo”. O curso era baseado no

regime de ensino seriado anual com oferta de 40 vagas, duração de 5 anos e carga horária de

3440 horas (UFMT, 1999).

O currículo mínimo do curso de nutrição, na década de 1970, não acompanhava o

desenvolvimento técnico e científico e não atendia as necessidades da realidade brasileira,

mesmo com as reformas procedidas. Sob a crítica de ser demasiadamente teórico, rígido e

inflexível, não atendendo às exigências particulares de cada região, instituição ou curso e as

necessidades sociais. Além disso, desincentivava a incorporação de novas tecnologias e

conhecimentos (SOARES; AGUIAR, 2010).

Diante desse debate sobre a formação inadequada dos profissionais de saúde e sobre a

necessidade de modificações nas orientações curriculares, devido a reforma sanitária e a

implementação do Sistema Único de Saúde (SUS), em 1997, o Ministério da Educação (MEC)

estabeleceu regras para que todas as Instituições de Ensino Superior (IES) do país enviassem

propostas para a elaboração das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) dos Cursos de

Graduação (SOARES; AGUIAR, 2010).

O MEC, então, apresentou a versão preliminar das Diretrizes Curriculares (DC), para os

cursos de medicina, enfermagem e nutrição, em 26 de junho de 2001, quando foi realizada a

Audiência Pública no Conselho Nacional de Educação através do Parecer nº 1133/2001-CNE

(SOARES; AGUIAR, 2010).

As Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) dos cursos de graduação em nutrição,

medicina e enfermagem foram aprovadas por meio do parecer CES/CNE nº 1133/2001,

sancionado em 7 de agosto de 2001. Posteriormente transformado na resolução nº 5/2001 (DOU

de 9/11/2001), que institui as DCN, do curso de graduação em nutrição em substituição ao

currículo mínimo (SOARES; AGUIAR, 2010).

Assim, as DCN passaram a ter seu conteúdo principal baseado no delineamento do perfil

profissional, dos princípios que devem reger a prática do nutricionista e na discriminação das

competências e habilidades requeridas. Os conteúdos essenciais devem estar voltados para o

processo saúde-doença do cidadão, da família e da comunidade, integrado à realidade

epidemiológica e profissional, proporcionando a integralidade das ações do cuidar em nutrição

(SOARES; AGUIAR, 2010).

As mudanças nas DC garantiram estímulo à realização de atividades complementares

ao longo do curso; flexibilização do regime de oferta das disciplinas (seriado semestral, seriado

Page 17: PERFIL DOS EGRESSOS DO CURSO DE NUTRIÇÃO DA …

15

anual, créditos, módulos) e distribuição equitativa da carga horária de estágio (20% do total)

nas três principais áreas de atuação do nutricionista (nutrição clínica, nutrição social e na

administração de refeições coletivas). Porém, o documento não faz menção a carga horária

mínima total do curso, o que gerou protestos por parte do CFN, que defende a incorporação de

4000 horas na diretriz curricular (SOARES; AGUIAR, 2010).

Diante desse contexto, em 2010 foi implantado o novo Projeto Político-Pedagógico do

curso de graduação em Nutrição da UFMT, adequando-o as DCN para os Cursos de Nutrição.

Com oferta de 60 vagas anuais no processo seletivo, ingresso de 30 discentes por semestre,

ofertado no período integral, com regime acadêmico seriado semestral e com carga horária de

3998 horas (UFMT, 2010).

O Curso de Graduação em Nutrição tem como objetivo a formação integral por meio da

articulação entre o ensino, a pesquisa e a extensão, tendo como eixos a segurança alimentar e

nutricional e as necessidades sociais da saúde, com base no Sistema Único de Saúde (SUS)

(UFMT, 2010).

Page 18: PERFIL DOS EGRESSOS DO CURSO DE NUTRIÇÃO DA …

16

4. METODOLOGIA

Esta pesquisa trata-se de um estudo descritivo, que, segundo GIL (2008), os estudos

assim classificados tem como característica a utilização de técnicas padronizadas de coleta de

dados e visam descobrir a existência de associações entre variáveis.

Este trabalho é qualificado, também, de acordo com o seu delineamento, que expressa

em linhas gerais o desenvolvimento da pesquisa, com ênfase nos procedimentos técnicos de

coleta e análise de dados, sendo classificada, portanto, como levantamento.

O levantamento caracteriza-se pela interrogação direta das pessoas cujo comportamento

se deseja conhecer. Basicamente, procede-se à solicitação de informações a um grupo

significativo de pessoas acerca do problema estudado para, em seguida, mediante análise

quantitativa, obterem-se as conclusões correspondentes aos dados coletados (GIL, 2008).

A população do estudo foi constituída pelo total de egressos do Curso de Graduação em

Nutrição da Universidade Federal de Mato Grosso, do período de 2001 à 2014, totalizando em

489 pessoas. Após identificados os nutricionistas, foram construídas listas com o número de

matrícula, nome dos formandos e endereços eletrônicos. Para elaboração da listagem foi

utilizada a base de dados do Sistema de Informações de Gestão Acadêmica (SIGA) da

instituição e do Conselho Federal de Nutricionistas (CFN).

Para a coleta de dados junto aos egressos foi utilizado um questionário, que é uma

técnica de investigação composta por um conjunto de questões que são submetidas a pessoas

com o propósito de se obter informações. Possui como vantagens a possibilidade de atingir um

grande número de pessoas, não expõe os pesquisados a influência das opiniões e do aspecto

pessoal do entrevistado e implica em menores gastos com pessoal. Porém, o questionário

apresenta algumas limitações, como a não garantia de que a maioria das pessoas devolvam o

questionário devidamente preenchido e impede o auxílio ao informante quando este não entende

corretamente as instruções ou perguntas (GIL, 2008).

O questionário elaborado foi baseado no questionário elaborado pelo CONSELHO

FEDERAL DE NUTRICIONISTAS (2006) composto por perguntas abertas e fechadas, foi

encaminhado por e-mail, no qual continha informações sobre a participação na pesquisa, que

Page 19: PERFIL DOS EGRESSOS DO CURSO DE NUTRIÇÃO DA …

17

incluiu as orientações quanto o seu preenchimento e sua devolução e link para acesso ao

questionário.

Os questionários foram aplicados online usando o Google Forms. Todos os participantes

da pesquisa selecionaram a opção de aceite ao Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

previamente ao preenchimento do instrumento de coleta de dados (APÊNDICE A).

Os dados coletados por meio eletrônico (via web) foram no intuito de contatar o maior

número de egressos. Embora o uso de questionários baseados na Web possa ser uma alternativa

pouco utilizada pela confiabilidade dos dados obtidos sua vantagem é que ele permite que os

dados resultantes desse processo sejam uma amostra livre de viés causados por entrevistadores

e digitação, além do acesso fácil, barato, rápido e efetivo independentemente da distância

(GELDER; BRETVELD; ROELEVELD, 2010).

O questionário foi composto por 64 questões, divididas em quatro seções (APÊNDICE

A). A primeira seção foi composta por 13 questões referentes às características

socioeconômicas como nome, idade, sexo, data de nascimento, nacionalidade, naturalidade,

estado civil, religião, local de residência fixa antes do curso e o local de residência atual.

A segunda seção, composta por 16 questões, referente à formação acadêmica: ano em

que terminou a graduação, idade da conclusão do curso de Nutrição, tempo para conclusão do

curso e o nível de qualificação profissional.

A terceira seção do questionário foi referente a análise da situação profissional atual,

como a área de atuação profissional, vínculos empregatícios, característica do trabalho atual,

faixa salarial, carga horária de trabalho semanal, satisfação com o salário e, por fim, se possui

vínculo a alguma entidade de classe. Esta composta por 23 perguntas.

A quarta e última seção foi composta por questões referentes ao conhecimento de

instrumentos técnicos e de políticas úteis as práticas de trabalho, composta por 12 perguntas.

Para análise dos dados foi utilizado o software Microsoft Office Excel, de modo a obter

dados de distribuição de frequência das variáveis estudadas.

O estudo foi submetido à apreciação do Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital

Universitário Júlio Müller (CEP-HUJM) via Plataforma Brasil, parecer nº 1.443.736.

Os participantes da pesquisa tiveram a garantia do anonimato e de que não sofreriam

qualquer tipo de risco ou desconforto decorrente da pesquisa. Além disso, todos os sujeitos

foram informados de que sua participação seria voluntária e que poderiam interrompê-la a

qualquer momento de acordo com sua vontade.

Page 20: PERFIL DOS EGRESSOS DO CURSO DE NUTRIÇÃO DA …

18

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os egressos do curso de Nutrição da UFMT do período de 2001 à 2014 totalizaram em

489 pessoas. Foram obtidos 459 contatos (93,9%) por via eletrônica, porém, 22 dos e-mails

enviados retornaram por serem inválidos (4,5% do total de egressos). O percentual de respostas

foi de 37,2%, totalizando em 182 nutricionistas.

Estudo realizado por ALVES, ROSSI E VASCONCELOS (2003) com 343

nutricionistas egressos da Universidade Federal de Santa Catarina, no período de dezembro de

1983 a fevereiro de 2000, obteve um índice de adesão à pesquisa de 44,2%. SABBA et al (2014)

ao estudarem 135 graduados do curso de Nutrição da Universidade Paulista de um campus do

município de São Paulo, no período de 2004 à 2011, obtiveram um índice de adesão de 48,8%.

Esta diferença considerável na adesão a pesquisa pode ser justificada, pois no presente

estudo utilizou-se apenas o e-mail como forma de contato com os egressos. Os dois estudos

citados acima utilizaram outras formas de contato além do e-mail, como o serviço de correios,

fax, entrega pessoal e contato telefônico.

A baixa adesão a pesquisa também foi observada por RODRIGUES, PERES E

WAISSMANN (2007) em estudo realizado com 356 nutricionistas egressos da Escola de

Nutrição da Universidade Federal de Ouro Preto/MG, no período de 1994 à 2001, com

percentual de 25,3%, e por LETRO E JORGE (2010) em pesquisa com nutricionistas egressos

do Centro Universitário do Leste de Minas Gerais (Unileste-MG), no período de maio a junho

de 2009, com adesão de 27,7%.

5.1 CARACTERÍSTICAS SOCIODEMOGRÁFICAS

A população do estudo é composta por 182 nutricionistas, as características que formam

o seu perfil estão apresentadas na Tabela 1.

Tabela 1 - Caracterização dos egressos do Curso de Graduação em Nutrição da Universidade

Federal de Mato Grosso, formados entre 2001 à 2014, segundo variáveis sociodemográficas.

Cuiabá - MT, 2016.

Page 21: PERFIL DOS EGRESSOS DO CURSO DE NUTRIÇÃO DA …

19

ESPECIFICAÇÃO Nº %

GÊNERO

Feminino

Masculino

175

7

96,2

3,8

FAIXA ETÁRIA (anos)

20 a 30

31 a 40

41 a 50

51 a 60

85

92

4

1

46,7

50,5

2,2

0,5

ESTADO CIVIL

Casado (a)

Desquitado (a) / Divorciado (a)

Solteiro (a)

96

5

81

52,7

2,7

44,5

COR DA PELE / RAÇA

Amarela

Branca

8

107

4,4

58,8

Parda

Preta

53

14

29,1

7,7

RELIGIÃO

Católica

Evangélica

Espírita

Budista

Cristã

Ateu

Agnóstica

Não possui

101

31

24

1

10

2

2

11

55,5

17,0

13,2

0,5

5,5

1,1

1,1

6,0

Os nutricionistas são, na sua grande maioria, mulheres (96,2%). O CONSELHO

FEDERAL DE NUTRICIONISTAS (2006) também observou essa prevalência do sexo

feminino (96,5%) em pesquisa realizada com 2492 nutricionistas no Brasil. A faixa etária dos

pesquisados se concentra de 20 a 40 anos (97,3%), sendo o estado civil da maioria casados

(52,7%), seguidos de solteiros (44,5%). A maior parte dos nutricionistas são de raça branca

(58,8%) e pertencentes a religião católica (55,5%). Esses dados corroboram com a realidade

brasileira que, de acordo com o censo demográfico, realizado pelo IBGE em 2010, há

predominância da raça branca na população brasileira (47,51%), seguida da raça parda

(43,42%), e da religião católica, com aproximadamente 65% dos brasileiros.

5.2 CARACTERÍSTICAS DA FORMAÇÃO ACADÊMICA

Page 22: PERFIL DOS EGRESSOS DO CURSO DE NUTRIÇÃO DA …

20

Com relação a formação acadêmica (Tabela 2), a grande maioria dos nutricionistas

(88,5%) concluíram o curso com idade de 21 a 25 anos, o mesmo foi observado em estudo

realizado com 135 egressos em um campus da Universidade Paulista, o qual obteve um índice

de 51,5% dos egressos na mesma faixa etária em questão (SABBA et al, 2014).

O tempo de conclusão do curso de graduação em nutrição foi de 4 anos para 88,5% dos

pesquisados, seguido de 5 anos para 10,4%. O curso de nutrição da UFMT era estruturado, no

período em questão, em regime seriado anual, com mínimo de 4 anos, contata-se dessa forma

que a maior parte dos estudantes integralizou o curso dentro do prazo instituído pela

universidade.

GAMBARDELLA, FERREIRA E FRUTUOSO (2000) observaram um percentual de

69% dos egressos que não tiveram dificuldade em conseguir o primeiro emprego como

nutricionista, em estudo realizado com 89 egressos da Faculdade de Saúde Pública da

Universidade de São Paulo, apesar de não terem mostrado o tempo médio para a primeira

contratação dos egressos. SABBA et al (2014), verificaram a rápida inserção dos nutricionistas

no mercado de trabalho em pesquisa realizada com 66 egressos da Universidade Paulista de um

campus em São Paulo, sendo que 70,5% dos pesquisados foram empregados em até 6 meses

após a conclusão do curso. O presente estudo também constatou alto percentual de

nutricionistas que tiveram o início da atividade profissional até 6 meses após a conclusão do

curso, sendo este percentual de 72% dos egressos pesquisados.

Tabela 2 - Caracterização dos egressos do Curso de Graduação em Nutrição da Universidade

Federal de Mato Grosso, formados entre 2001 à 2014, segundo a idade e o tempo de conclusão

do curso e o início da atividade profissional. Cuiabá - MT, 2016.

“continua”

ESPECIFICAÇÃO Nº %

IDADE DA CONCLUSÃO DO CURSO DE NUTRIÇÃO

Até 20 anos 8 4,4

De 21 a 25 anos 161 88,5

De 26 a 30 anos 9 4,9

De 31 a 40 anos 4 2,2

TEMPO DE CONCLUSÃO DO CURSO DE NUTRIÇÃO

3 anos 1 0,5

4 anos 161 88,5

5 anos 19 10,4

Mais de 7 anos 1 0,5

TEMPO ENTRE A CONCLUSÃO DO CURSO E O INÍCIO DA ATIVIDADE

PROFISSIONAL

Até 6 meses 131 72,0

De 6 meses até 1 ano 25 13,7

Page 23: PERFIL DOS EGRESSOS DO CURSO DE NUTRIÇÃO DA …

21

“conclusão”

ESPECIFICAÇÃO Nº %

De 1 ano até 2 anos

Mais de 2 anos

Não se aplica

9

9

8

4,9

4,9

4,4

Quanto ao questionamento sobre a realização de outro(s) curso(s) de graduação (Tabela

3), 12,6% dos entrevistados afirmaram que já cursaram ou estão cursando outra graduação,

sendo administração e direito, com maior predominância (ambas com 26,3%), seguida de

gastronomia (15,8%).

O CFN (2006) analisou que mais de 85% dos nutricionistas em todo o Brasil não tiveram

outra formação acadêmica além da Nutrição, o mesmo foi observado nos egressos da UFMT,

sendo esse percentual de 87,4%.

Tabela 3 - Caracterização dos egressos do Curso de Graduação em Nutrição da Universidade

Federal de Mato Grosso, formados entre 2001 à 2014, de acordo com a realização de outro(s)

curso(s) de graduação. Cuiabá - MT, 2016.

ESPECIFICAÇÃO Nº %

OUTRO(S) CURSO(S) DE GRADUAÇÃO

Sim 13 7,1

Em andamento 10 5,5

Não 159 87,4

CURSO(S) DE GRADUAÇÃO REALIZADOS OU EM REALIZAÇÃO

Administração 5 26,3

Direito 5 26,3

Gastronomia 3 15,8

Ciências Sociais 1 5,3

Design de Moda 1 5,3

Enfermagem 1 5,3

Medicina 1 5,3

Pedagogia 1 5,3

Tecnólogo em Sistemas para Internet 1 5,3

TOTAL 19 100,0

Em estudo realizado por ALVES, ROSSI E VASCONCELOS (2003) 35,8% dos

egressos realizaram especialização, 16,8% mestrado e 9,2% doutorado. A pesquisa realizada

pelo CFN (2006) indicou que 46,5% dos nutricionistas no Brasil concluíram ou estavam

cursando especialização, 8,9% mestrado e 2,3% doutorado. No presente estudo, 68,7% dos

entrevistados já haviam concluído ou estavam cursando especialização, 28,6% mestrado e

10,4% doutorado, superando os índices em nível nacional (Tabela 4). O aumento do número de

Page 24: PERFIL DOS EGRESSOS DO CURSO DE NUTRIÇÃO DA …

22

concluintes de curso de pós-graduação pode ter ocorrido devido a ampliação de curso e vagas

nas IES no Brasil. A expansão de curso de mestrado e doutorado no Brasil, de 2000 à 2011, foi

de 80,6% e de 92,5%, respectivamente (BRASIL, 2012).

Porém, o percentual de não realização de pós-graduação ainda é alto para a residência

(91,8%), o mestrado (71,4%) e o doutorado (89,6%), mas cabe destacar que aproximadamente

80% dos entrevistados possuem intenção em realizar pós-graduação.

Os nutricionistas buscam nos Programas de Pós-Graduação em Nutrição, de acordo com

suas linhas de pesquisa, uma oportunidade de aprender, produzir e disseminar conhecimentos.

Esses programas também despertam o interesse de profissionais de diversas formações, mesmo

alocados na área das Ciências da Saúde, o que condiz com a natureza do fenômeno nutricional

e alimentar nas sociedades modernas (KAC; FIALHO; SANTOS, 2006).

Tabela 4 - Caracterização dos egressos do Curso de Graduação em Nutrição da Universidade

Federal de Mato Grosso, formados entre 2001 à 2014, segundo a realização de pós-graduação,

concluída ou em curso, e a intenção em cursar. Cuiabá - MT, 2016.

ESPECIFICAÇÃO Nº %

PÓS-GRADUAÇÃO

RESIDÊNCIA

Sim 15 8,2

Não 167 91,8

ESPECIALIZAÇÃO

Sim, concluído 110 60,4

Sim, cursando 15 8,2

Sim, interrompido (ou não concluído) 18 9,9

Não 39 21,4

MESTRADO

Sim, concluído 45 24,7

Sim, cursando 7 3,8

Sim, interrompido (ou não concluído) 0 0,0

Não 130 71,4

DOUTORADO

Sim, concluído 12 6,6

Sim, cursando 7 3,8

Sim, interrompido (ou não concluído) 0 0,0

Não 163 89,6

INTENÇÃO EM REALIZAR PÓS-GRADUAÇÃO

Sim 79 79,8

Não 20 20,2

TOTAL 99 100,0

Page 25: PERFIL DOS EGRESSOS DO CURSO DE NUTRIÇÃO DA …

23

Apesar da reduzida frequência na realização de cursos de pós-graduação pela maioria

dos profissionais, os principais motivos para realização de pós-graduação foram atualização

profissional (38,5%), seguido de aperfeiçoamento técnico-científico (22%), conforme

apresentado na Tabela 5. Os mesmos motivos observados em estudo realizado pelo CFN

(2006), sendo aproximadamente 22% e 21% respectivamente.

Com relação ao financiamento para realização do curso os profissionais, na sua maioria

(64,3%), referiram fazer uso de recurso próprio. De acordo com o CFN (2006) 80% dos

nutricionistas também utilizaram recursos próprios para realização da pós-graduação. Isso

demonstra, portanto, a falta de interesse e a pouca colaboração das instituições de ensino e

pesquisa e do seu local de trabalho na atualização dos conhecimentos dos respectivos

funcionários. Entretanto, é importante evidenciar que o orçamento anual para a pesquisa no

Brasil passou de R$ 400.000,00 mil, em 2002, para R$ 2.000.000,00 milhões, em 2012.

O incremento salarial não foi expressivo para a maioria dos profissionais, sendo a

resposta afirmativa apenas para 33% dos entrevistados e para aproximadamente 38% não houve

incremento salarial. A melhoria de cargo/função após a pós-graduação ocorreu para apenas 22%

dos nutricionistas.

Tabela 5 - Caracterização dos egressos do Curso de Graduação em Nutrição da Universidade

Federal de Mato Grosso, formados entre 2001 à 2014, segundo o motivo para realização de pós-

graduação, se houve incremento salarial e melhoria de cargo/função pós cursos de pós-

graduação. Cuiabá - MT, 2016.

“continua”

ESPECIFICAÇÃO Nº %

MOTIVO PARA REALIZAÇÃO DE PÓS-GRADUAÇÃO

Aperfeiçoamento técnico-científico 40 22,0

Atualização profissional 70 38,5

Inserção na carreira de magistério superior 25 13,7

Melhoria do nível salarial 20 11,0

Realização pessoal 14 7,7

Outros 3 1,6

Nunca fez / Não faz pós-graduação 10 5,5

FINANCIAMENTO PARA REALIZAÇÃO DA PÓS-GRADUAÇÃO

Agência de fomento (CNPq / CAPES) 29 15,9

Empresa onde trabalha 3 1,6

Universidade 5 2,7

O (A) próprio (a) 117 64,3

Outros 12 6,6

Nunca fez / Não faz pós-graduação 16 8,8

INCREMENTO SALARIAL PÓS CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO

Sim 60 33,0

Page 26: PERFIL DOS EGRESSOS DO CURSO DE NUTRIÇÃO DA …

24

“conclusão”

ESPECIFICAÇÃO Nº %

Não 69 37,9

Não se aplica 53 29,1

MELHORIA DE CARGO/FUNÇÃO PÓS CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO

Sim 40 22,0

Não 86 47,3

Não se aplica 56 30,8

5.3 CARACTERÍSTICAS DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL

Dos 182 nutricionistas que aderiram à pesquisa, 137 exercem a profissão,

correspondendo a 75,3% do total. Os demais relataram estarem exercendo atividade

profissional fora da área de nutrição (14,8%) ou não estarem trabalhando no momento da

pesquisa (9,9%), conforme apresentado na Tabela 6.

Ao serem questionados sobre o motivo pelo qual não estão exercendo a profissão de

nutrição, 53 egressos responderam (aproximadamente 29%), porém, destas, 14 pessoas

responderam mesmo atuando na área em questão e 6 pessoas, que não estavam atuando na área,

não responderam à pergunta.

Os principais motivos relatados justificando o não exercício da profissão em nutrição

foram baixos salários, preferência pessoal e qualificação em outra área, sendo os percentuais

de 18,9%, 17% e 11,3% respectivamente.

Aproximadamente 75% dos entrevistados alegaram estarem exercendo a profissão de

nutricionista, porém, destes, apenas 119 pessoas (86,9%) responderam sua área de atuação

profissional.

GAMBARDELLA, FERREIRA E FRUTUOSO (2000) relataram que 36,6% dos

egressos atuavam em Nutrição Clínica e 31% em Unidades de Alimentação e Nutrição, e o

estudo realizado por RODRIGUES, PERES E WAISSMANN (2007) observou um percentual

ainda mais elevado dos nutricionistas exercendo sua profissão na área da Nutrição Clínica

(67%), seguida da Alimentação Coletiva com 44% e Docência com 14%. O presente estudo

confirma estas áreas como sendo aquelas que mais empregam nutricionistas. A maior

frequência deste profissional está na Nutrição Clínica, com 29,2% dos entrevistados, seguida

da área de Alimentação Coletiva (27,7%) e Docência (18,5%).

Constata-se, portanto, importante diferença entre os resultados encontrados no presente

trabalho e aqueles obtidos por ALVES, ROSSI E VASCONCELOS (2003), que mostraram em

Page 27: PERFIL DOS EGRESSOS DO CURSO DE NUTRIÇÃO DA …

25

seu estudo 28,9% dos nutricionistas exercendo suas atividades na Alimentação Coletiva, 27%

na Nutrição Clínica e 20,7% no Ensino.

Tabela 6 - Caracterização dos egressos do Curso de Graduação em Nutrição da Universidade

Federal de Mato Grosso, formados entre 2001 à 2014, segundo a atividade profissional. Cuiabá

- MT, 2016.

ESPECIFICAÇÃO Nº %

ATIVIDADE PROFISSIONAL

Sim, na área de minha formação acadêmica em Nutrição 137 75,3

Sim, fora da área de minha formação acadêmica em Nutrição 27 14,8

Não 18 9,9

MOTIVO PELO QUAL NÃO EXERCE ATIVIDADE PROFISSIONAL EM

NUTRIÇÃO

Preferência pessoal 9 17,0

Baixos salários 10 18,9

Qualificação em outra área 6 11,3

Falta de perspectiva de trabalho 4 7,5

Mercado desaquecido 1 1,9

Oportunidades 4 7,5

Outros 19 35,8

TOTAL 53 100,0

ÁREA DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL

Alimentação Coletiva 36 27,7

Nutrição Clínica 38 29,2

Saúde coletiva 23 17,7

Docência 24 18,5

Marketing na área de Alimentação e Nutrição 3 2,3

Indústria de alimentos 2 1,5

Nutrição em esportes 4 3,1

TOTAL 130 100,0

Dos entrevistados, 49,7% exercem suas funções em Cuiabá, capital do estado de Mato

Grosso, 31,3% no interior do estado e 19% em outro estado (Tabela 7). O maior percentual na

capital pode ser explicado pelo fato de ser a cidade com maior número de habitantes do estado,

585.367 mil habitantes, de acordo com estimativa do censo demográfico realizado pelo IBGE

(2011) para o ano de 2016, já o estado de Mato Grosso possui 3.305.531 milhões de habitantes

de acordo com estimativa para 2016. A grande maioria dos egressos, 70,7%, atuam em apenas

um local de trabalho, o mesmo foi observado no estudo realizado pelo CFN (2006), com

percentual de 72,6%.

A permanência no local de trabalho, no presente estudo, para 66% dos nutricionistas

tinha duração de até 5 anos (19,5% até 1 ano e 46,5% de 1 a 5 anos). Na pesquisa realizada com

os nutricionistas em todo o Brasil para cerca de 75% dos entrevistados tinha a duração de até 5

Page 28: PERFIL DOS EGRESSOS DO CURSO DE NUTRIÇÃO DA …

26

anos (34,8% até 1 ano e 40,4% de 1 a 5 anos). A ocupação de cargos de chefia atingiu cerca de

40% dos nutricionistas. Encontrou-se um elevado percentual (62,4%) de nutricionistas que

faziam parte de equipes multiprofissionais, permitindo assim uma maior troca de experiências

e contribuindo para uma atividade/atendimento de forma mais integral (CFN, 2006). No

presente estudo apenas 28,4% ocupavam cargos de chefia e 42% dos egressos eram membros

de equipe multiprofissional.

Tabela 7 - Caracterização dos egressos do Curso de Graduação em Nutrição da Universidade

Federal de Mato Grosso, formados entre 2001 à 2014, quanto à área geográfica de atuação,

número de local de trabalho, tempo de atividade, cargos de chefia, poder de decisão e

participação em equipes multiprofissionais nas instituições onde atuam. Cuiabá - MT, 2016.

ESPECIFICAÇÃO Nº %

ÁREA GEOGRÁFICA DO TRABALHO

Capital de Mato Grosso* 81 49,7

Interior de Mato Grosso 51 31,3

Outro Estado 31 19,0

TOTAL 163 100,0

Nº DE LOCAIS DE TRABALHO

1 111 70,7

2 31 19,7

3 12 7,6

4 e mais 3 1,9

TOTAL 157 100,0

TEMPO DE TRABALHO (anos)

Até 1 ano 31 19,5

De 1 a 5 anos 74 46,5

De 5 a 10 anos 35 22,0

Mais de 10 anos 19 11,9

TOTAL 159 100,0

CARGOS DE CHEFIA

Sim 46 28,4

Não 116 71,6

TOTAL 162 100,0

MEMBRO DE EQUIPE MULTIPROFISSIONAL

Sim 68 42,0

Não 94 58,0

TOTAL 162 100,0

*1 caso capital e interior de Mato Grosso

No presente estudo, 44% dos entrevistados trabalhavam no setor público, sendo eles em

esfera federal (34%), estadual (23%) e municipal (43%), e 35,2% no setor privado divididos

em comércio (14,5%), indústria (4,8%) e serviços (48,2%). A grande maioria dos nutricionistas

são empregados (73,8%) seguidos de autônomo (22,7%). As formas de ingresso na

Page 29: PERFIL DOS EGRESSOS DO CURSO DE NUTRIÇÃO DA …

27

empresa/instituição onde atuam na ocupação principal mais citadas foram: por meio de

concurso (46,2%), seleção curricular pública (12,6%) e indicação de terceiros (11%), conforme

apresentado na Tabela 8.

O tipo de vínculo empregatício de maior percentual entre os nutricionistas pesquisados

foi estatuário concursado (39,5%), seguido de empregado registrado – CLT (23,6%).

Pesquisa realizada pelo CFN (2006) indicou renda média mensal de R$ 1.854,09 (que

correspondia a aproximadamente 6 salários mínimos6) nos estados abrangidos pelo Conselho

Regional de Nutricionistas da 1ª região, que inclui o Distrito Federal e os Estados de Goiás,

Mato Grosso e Tocantins. Sendo a região que apresenta valor mais elevado de renda média. De

acordo com a FEDERAÇÃO NACIONAL DOS NUTRICIONISTAS (2016) o piso salarial

nacional de referência, para 44 horas semanais, é de R$ 2.202,18, ou seja, dois salários mínimos

e meio, considerando o salário mínimo de R$ 880,00 vigente no Brasil no ano da pesquisa

(BRASIL, 2015). No presente estudo, 33,8% dos profissionais recebem de 2 a 4 salários

mínimos e 24% de 4 a 6 salários mínimos, esse dado comprova que 33,8% dos nutricionistas,

possivelmente, estão recebendo salários, conforme estabelecido pela Federação Nacional dos

Nutricionistas para o piso salarial, e 24% tem salários superiores a referência nacional.

Em pesquisa realizada por GAMBARDELLA, FERREIRA E FRUTUOSO (2000),

88,7% dos participantes trabalhavam 40 horas ou mais por semana. LETRO E JORGE (2010)

observaram 53,3% dos egressos do Centro Universitário do Leste de Minas Gerais em exercício

profissional com jornada de trabalho igual ou superior a 40 horas semanais. No presente estudo

40,7% dos pesquisados trabalham entre 30 e 40 horas semanais e 28% possuem carga horária

semanal superior a 40 horas.

De acordo com o decreto nº 1.590, de 10 de agosto de 1995, a carga horária para os

servidores públicos federais é de 40 horas semanais. Já a legislação trabalhista estabelece que

a jornada normal de trabalho é de 8 horas diárias e de 44 horas semanais, salvo os casos

especiais (BRASIL, 1943).

Tabela 8 - Caracterização dos egressos do Curso de Graduação em Nutrição da Universidade

Federal de Mato Grosso, formados entre 2001 à 2014, quanto ao trabalho atual. Cuiabá - MT,

2016.

“continua”

ESPECIFICAÇÃO Nº %

TRABALHO ATUAL

Setor público 80 44,0

6 BRASIL. Lei n° 11.164, de 18 de agosto de 2005. Dispõe sobre o valor do salário-mínimo a partir de 1º de maio

de 2005 e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 19 ago. 2005. Seção 1, p. 1.

Page 30: PERFIL DOS EGRESSOS DO CURSO DE NUTRIÇÃO DA …

28

“continuação”

ESPECIFICAÇÃO Nº %

Setor privado 64 35,2

Misto 22 12,1

Não trabalha 16 8,8

ESFERA DO SETOR PÚBLICO

Federal 34 34,0

Estadual 23 23,0

Municipal 43 43,0

TOTAL 100 100,0

ÁREA DO SETOR PRIVADO

Comércio 12 14,5

Indústria 4 4,8

Serviços 40 48,2

Outros 27 32,5

TOTAL 83 100,0

FORMA DE TRABALHO

Autônomo 32 22,7

Empregado 104 73,8

Empresário 5 3,5

TOTAL 141 100,0

COMO OBTEVE O EMPREGO ATUAL

Busca ativa 15 8,2

Montando o próprio negócio 11 6,0

Por meio de agências de emprego 2 1,1

Por meio de concurso 84 46,2

Por meio de contrato temporário 3 1,6

Por meio de estágio 5 2,7

Por meio de indicação de terceiros 20 11,0

Por meio de seleção curricular pública 23 12,6

Outros 3 1,6

Não se aplica 16 8,8

VÍNCULO EMPREGATÍCIO

CLT – concursado 16 10,2

Contratado para assessoria e consultoria permanente ou por produtos 6 3,8

Empregado registrado – CLT 37 23,6

Empresário 10 6,4

Estatutário – concursado 62 39,5

Prestador de serviços – contratado 12 7,6

Outros 14 8,9

TOTAL 157 100,0

FAIXA SALARIAL (com relação ao emprego de maior carga horária de trabalho)

Até 2 salários mínimos (≤ R$ 1.759,99) 16 10,4

De 2 a 4 salários mínimos (≥ R$ 1.760,00 e ≤ R$ 3.519,99) 52 33,8

De 4 a 6 salários mínimos (≥ R$ 3.520,00 e ≤ R$ 5.279,99) 37 24,0

De 6 a 8 salários mínimos (≥ R$ 5.280,00 e ≤ R$ 7.039,99) 24 15,6

Page 31: PERFIL DOS EGRESSOS DO CURSO DE NUTRIÇÃO DA …

29

“conclusão”

ESPECIFICAÇÃO Nº %

Acima de 8 salários mínimos (≥ R$ 7.040,00) 25 16,2

TOTAL 154 100,0

CARGA HORÁRIA DE TRABALHO SEMANAL

< 20 horas e ≤ 30 horas 42 23,1

> 30 horas e ≤ 40 horas 74 40,7

> 40 horas 51 28,0

Não se aplica 15 8,2

Em relação à satisfação salarial, neste estudo, 19,4% dos egressos estavam satisfeitos,

já 20,6% estavam insatisfeitos com o salário (Tabela 9). SABBA et al (2014), observaram que

58% dos entrevistados manifestaram satisfação financeira com o emprego. GAMBARDELLA,

FERREIRA E FRUTUOSO (2000) relataram que 21,3% dos profissionais estavam insatisfeitos

com o salário. Vale destacar que é preciso fazer um estudo aprofundado sobre piso salarial para

verificar se está adequado com a demanda e necessidades da categoria, que reflete na satisfação

ou insatisfação profissional da mesma. Dos egressos entrevistados, 59,1% acreditam que a

perspectiva profissional seja ótima ou boa, porém 12,9% dizem que estão desanimados. O

exercício da profissão em nutrição é a principal fonte de renda para 74,2% dos pesquisados,

sendo que 28,6% dos nutricionistas são os principais provedores da família.

Segundo SILVA JUNIOR (2015), “a educação superior pode produzir mudanças

profundas na compreensão do mundo das pessoas, suas relações com os outros e sua capacidade

de ter uma vida próspera, e tais impactos nem sempre são possíveis de serem avaliados”.

Tabela 9 - Distribuição dos egressos do Curso de Graduação em Nutrição da Universidade

Federal de Mato Grosso, formados entre 2001 à 2014, segundo o nível se satisfação profissional

no aspecto financeiro, perspectiva profissional, principal fonte de renda e provedor da família.

Cuiabá - MT, 2016.

“continua”

ESPECIFICAÇÃO Nº %

SATISFAÇÃO DA SITUAÇÃO PROFISSIONAL ATUAL NO ASPECTO

FINANCEIRO

Alto 33 19,4

Médio 102 60,0

Baixo 35 20,6

TOTAL 170 100,0

PERSPECTIVA PROFISSIONAL

Ótima 26 15,2

Boa 75 43,9

Razoável

Desanimadora

44

22

25,7

12,9

Page 32: PERFIL DOS EGRESSOS DO CURSO DE NUTRIÇÃO DA …

30

“conclusão”

ESPECIFICAÇÃO Nº %

Não tenho condições de avaliar 4 2,3

TOTAL 171 100,0

A NUTRIÇÃO COMO PRINCIPAL FONTE DE RENDA

Sim 135 74,2

Não 30 16,5

Não se aplica 17 9,3

PRINCIPAL PROVEDOR DA FAMÍLIA

Sim 52 28,6

Não 111 61,0

Não se aplica 19 10,4

Na presente pesquisa, apenas 26,8% dos nutricionistas possuem vínculo a entidade de

classe, conforme Tabela 10. Ao cursar a graduação em nutrição, o profissional precisará ter a

habilitação legal para atuar como nutricionista, que se dá por meio da inscrição no CRN de sua

jurisdição, ou seja, na região em que pretende trabalhar. O exercício da profissão de

nutricionista em todo o território nacional é privativo dos profissionais inscritos em seus

respectivos CRNs (CFN, 2010). A não vinculação as entidades de classe desmobiliza e fragiliza

a categoria profissional e a inadimplência frente ao CRN configura a ilegalidade do exercício

da profissão.

Tabela 10 - Distribuição dos egressos do Curso de Graduação em Nutrição da Universidade

Federal de Mato Grosso, formados entre 2001 à 2014, segundo o vínculo a entidade de classe.

Cuiabá - MT, 2016.

ESPECIFICAÇÃO Nº %

VÍNCULO A ENTIDADE DE CLASSE

Sim 67 36,8

Não 115 63,2

5.4 CONHECIMENTO DE INSTRUMENTOS TÉCNICOS E POLÍTICAS ÚTEIS ÀS

PRÁTICAS DE TRABALHO

Quanto à utilização, por parte dos nutricionistas entrevistados, de material técnico-

institucional produzido pela Coordenação-Geral de Alimentação e Nutrição (CGAN), do

Ministério da Saúde, embora 72% tem conhecimento do material, apenas 19,2% fazem uso

frequente, conforme Tabela 11. De acordo com o CFN (2006), 66% dos nutricionistas do Brasil

tem conhecimento deste material, mas apenas 18,9% utilizam frequentemente.

Page 33: PERFIL DOS EGRESSOS DO CURSO DE NUTRIÇÃO DA …

31

A promoção da educação alimentar é adotada por 80% dos nutricionistas no Brasil,

destes, apenas 63,9% o fazem frequentemente (CFN, 2006). Na pesquisa em questão, 81,3%

dos pesquisados fazem promoção de educação alimentar, destes, 50,5% fazem frequentemente.

Segundo o MINISTÉRIO DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMBATE À

FOME em documento publicado em 2012 (p. 23):

A Educação Alimentar e Nutricional, no contexto da realização do Direito Humano

à Alimentação Adequada e da garantia da Segurança Alimentar e Nutricional, é um

campo de conhecimento e de prática contínua e permanente, transdisciplinar,

intersetorial e multiprofissional que visa promover a prática autônoma e voluntária de

hábitos alimentares saudáveis. A prática da EAN deve fazer uso de abordagens e

recursos educacionais problematizadores e ativos que favoreçam o diálogo junto a

indivíduos e grupos populacionais, considerando todas as fases do curso da vida,

etapas do sistema alimentar e as interações e significados que compõem o

comportamento alimentar. Com relação às políticas públicas na área de alimentação e nutrição a pesquisa realizada

pelo CFN (2006) observou que 72,1% dos nutricionistas entrevistados revelaram algum

conhecimento da Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN) e 86,5% da Política

Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (PNSAN), e o desconhecimento absoluto

atingiu 27,9% e 13,5%, respectivamente. No presente estudo, 96,7% dos egressos possuem

algum conhecimento da PNAN e 95,1% da PNSAN, o desconhecimento absoluto abrange

somente 3,3% e 4,9%, respectivamente.

A atuação no Sistema Único de Saúde (SUS) foi referida por 46,2% dos entrevistados,

embora destes, 20,3% já deixaram de participar desta política. Um percentual ainda mais baixo

foi verificado pelo CFN (2006), sendo que apenas 18,4% dos nutricionistas no Brasil ainda

estão atuando no SUS.

De acordo com o CONSELHO FEDERAL DE NUTRIÇÃO (2013b, p. 87)

Independentemente da área em que atua, o nutricionista deve estar preparado para

pautar sua ação nas diretrizes das políticas públicas de saúde e suas múltiplas

interfaces com a alimentação e nutrição, assim como no entendimento de que sua

ação, como profissional de saúde, integra o Sistema Único de Saúde e é parte

importante do conjunto de propostas que buscam garantir o exercício do Direito

Humano à Alimentação Adequada (DHAA), previsto na Constituição, com vista ao

aalcance da Segurança Alimentar e Nutricional (SAN). Consolida-se assim o seu

papel na equipe de saúde e amplia-se a abrangência de sua ação, preservando sua

identidade profissional e o exercício de suas atribuições privativas.

Tabela 11 - Distribuição dos egressos do Curso de Graduação em Nutrição da Universidade

Federal de Mato Grosso, formados entre 2001 à 2014, segundo a utilização de material técnico-

institucional produzido pela CGPAN/MS, promoção de educação alimentar, grau de

conhecimento das políticas públicas de alimentação e nutrição e participação no SUS (Sistema

Único de Saúde). Cuiabá - MT, 2016.

“continua”

ESPECIFICAÇÃO Nº %

MATERIAL DA CGAN/MS

Page 34: PERFIL DOS EGRESSOS DO CURSO DE NUTRIÇÃO DA …

32

“conclusão”

ESPECIFICAÇÃO Nº %

Usa frequentemente 35 19,2

Usa esporadicamente 39 21,4

Não usa, mas conhece 57 31,3

Desconhece 51 28,0

PROMOÇÃO DE EDUCAÇÃO ALIMENTAR

Frequentemente 92 50,5

Esporadicamente 56 30,8

Não realiza 34 18,7

PNAN

Conhece muito 65 35,7

Mais ou menos 85 46,7

Pouco 26 14,3

Não conhece 6 3,3

PNSAN

Conhece muito 70 38,5

Mais ou menos 85 46,7

Pouco 18 9,9

Não conhece 9 4,9

SUS

Sim 47 25,8

Já atuou 37 20,3

Não 98 53,8

5.5 PARTICIPAÇÃO EM ÓRGÃOS E PROGRAMAS DE CONTROLE SOCIAL

O presente estudo analisou a participação dos nutricionistas em órgãos e/ou movimentos

de controle social, sendo que esta foi muito reduzida, conforme apresentado na Tabela 12.

Apenas 12,1% dos entrevistados participavam de Conselhos, Associações, ONG e outros, muito

abaixo do observado em estudo realizado com nutricionistas do Brasil, com percentual de

24,2%, apontando a necessidade de o nutricionista se apropriar dos fóruns de discussão de temas

de interesse da categoria e da sociedade como um todo (CFN, 2006).

Com relação a participação em ações relacionadas ao programa “Fome Zero”, apenas

3,8% dos entrevistados responderam que participam. Dentre os programas sociais, o PAT foi o

que apresentou maior participação dos nutricionistas, 8,8%, seguido do programas Bolsa

Família, com 3,3% dos pesquisados.

Tabela 12 - Distribuição dos egressos do Curso de Graduação em Nutrição da Universidade

Federal de Mato Grosso, formados entre 2001 à 2014, segundo a participação em órgãos e/ou

movimentos de controle social. Cuiabá - MT, 2016.

Page 35: PERFIL DOS EGRESSOS DO CURSO DE NUTRIÇÃO DA …

33

ESPECIFICAÇÃO Nº %

PARTICIPAÇÃO

Sim 22 12,1

• Conselhos 14 63,6

• ONG 1 4,5

• Associações 2 9,1

• Outros 5 22,7

Não 160 87,9

AÇÕES RELACIONADAS AO PROGRAMA FOME ZERO

Sim 7 3,8

Não 175 96,2

PARTICIPAÇÃO EM PROGRAMAS SOCIAIS E/OU DE CONTROLE SOCIAL

Bolsa Família 6 3,3

DST/AIDS 3 1,6

PAT 16 8,8

Saúde da Criança 1 0,5

Saúde do Idoso 3 1,6

Saúde do Índio 1 0,5

Saúde do Adolescente 1 0,5

Outros 9 4,9

Não 142 78,0

5.6 CARACTERÍSTICAS DA RENDA DOS NUTRICIONISTAS EM FUNÇÃO DE

ALGUMAS VARIÁVEIS

A análise da faixa salarial em relação ao sexo consta na Tabela 13. Percebe-se que dos

7 nutricionistas do sexo masculino que participaram da pesquisa, 3 estão recebendo de 4 a 6

salários mínimos. Com relação ao sexo feminino, a faixa salarial que compreende o maior

porcentual de egressos é de 2 a 4 salários mínimos. Em segundo lugar entre os homens estão

aqueles que recebem de 6 a 8 salários mínimos, já entre as mulheres está faixa salarial

compreende de 4 a 6 salários mínimos.

Tabela 13 - Renda mensal dos egressos do Curso de Graduação em Nutrição da Universidade

Federal de Mato Grosso, formados entre 2001 à 2014, de acordo com o sexo. Cuiabá - MT,

2016.

“continua”

FAIXA SALARIAL

SEXO

FEMININO MASCULINO

Nº % Nº %

Até 2 salários mínimos 15 9,7 1 0,6

De 2 a 4 salários mínimos 51 33,1 1 0,6

De 4 a 6 salários mínimos 34 22,1 3 1,9

De 6 a 8 salários mínimos 22 14,3 2 1,3

Page 36: PERFIL DOS EGRESSOS DO CURSO DE NUTRIÇÃO DA …

34

“conclusão”

FAIXA SALARIAL

SEXO

FEMININO MASCULINO

Nº % Nº %

Acima de 8 salários mínimos 25 16,2 0 0,0

TOTAL 147 95,5 7 4,5

Ao comparar a faixa salarial dos pesquisados com o nível de satisfação profissional,

conforme apresentado na Figura 1, observa-se que aqueles que recebem até 2 salários mínimos

possuem satisfação profissional classificada em média e baixa. Dentre os que recebem de 2 a 4

salários mínimos sua satisfação profissional fica a maior parte média, seguida de baixa e alta.

Essa relação muda para aqueles que recebem de 4 a 6 salários mínimos, sendo a satisfação

média que abrange a maior parte dos entrevistados seguida da alta e depois da baixa. A alta

satisfação profissional aumenta entre aqueles que recebem de 6 a 8 salários mínimos, mas a

média satisfação profissional ainda é maior. A alta satisfação profissional se sobressai entre os

pesquisados que recebem acima de 8 salários mínimos. Com isso, é possível analisar que a

medida que a faixa salarial aumenta, a satisfação profissional dos pesquisados também aumenta.

Figura 1 - Distribuição dos nutricionistas da Universidade Federal de Mato Grosso, formados

entre 2001 à 2014, segundo o nível de satisfação profissional por faixa salarial. Cuiabá - MT,

2016.

2

67

16

9

29 29

17

97

21

2

0

5

10

15

20

25

30

35

Até 2 salários

mínimos (≤ R$

1.759,99)

De 2 a 4 salários

mínimos (≥ R$

1.760,00 e ≤ R$

3.519,99)

De 4 a 6 salários

mínimos (≥ R$

3.520,00 e ≤ R$

5.279,99)

De 6 a 8 salários

mínimos (≥ R$

5.280,00 e ≤ R$

7.039,99)

Acima de 8 salários

mínimos (≥ R$

7.040,00)

Alto Médio Baixo

Page 37: PERFIL DOS EGRESSOS DO CURSO DE NUTRIÇÃO DA …

35

A Figura 2 mostra a distribuição dos nutricionistas de acordo com sua atividade

profissional e a faixa salarial. Dentre os nutricionistas que recebem até 2 salários mínimos, 8

estão atuando fora da área de nutrição e 7 na área de nutrição. Já para os pesquisados que

recebem acima de 2 salários mínimos, a grande maioria atua na área de nutrição. É possível

constatar que existem nutricionistas recebendo abaixo do piso salarial estabelecido pela

Federação Nacional dos Nutricionistas.

De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua realizada no

2º trimestre de 2016, a taxa de desocupação, no Brasil, foi estimada em 11,3%, sendo que 52,0%

destas pessoas tinham concluído pelo menos o ensino médio. Verifica-se portanto que o

aumento de desemprego no país afetou também profissionais de níveis acadêmicos mais

elevados, fazendo com que os mesmos aceitem outros empregos com salários menores e deixem

de exercer a profissão a qual obtiveram formação acadêmica.

Figura 2 - Distribuição dos nutricionistas da Universidade Federal de Mato Grosso, formados

entre 2001 à 2014, segundo a atividade profissional por faixa salarial. Cuiabá - MT, 2016.

Ao analisar a área de atuação em nutrição dos pesquisados em relação ao salário (Figura

3), constata-se que na área de Alimentação Coletiva e da Nutrição Clínica a maior parte dos

entrevistados recebe de 2 a 4 salários mínimos. A Docência é a área em que os nutricionistas

recebem a maior faixa salarial, 9 nutricionistas recebem de 6 a 8 salários mínimos e 8 recebem

acima de 8 salários.

7

48

33

2119

8

4 3 2

6

1 1 1

0

10

20

30

40

50

60

Até 2 salários

mínimos (≤ R$

1.759,99)

De 2 a 4 salários

mínimos (≥ R$

1.760,00 e ≤ R$

3.519,99)

De 4 a 6 salários

mínimos (≥ R$

3.520,00 e ≤ R$

5.279,99)

De 6 a 8 salários

mínimos (≥ R$

5.280,00 e ≤ R$

7.039,99)

Acima de 8 salários

mínimos (≥ R$

7.040,00)

Na área de Nutrição Fora da área de Nutrição Não exerce atividade profissional

Page 38: PERFIL DOS EGRESSOS DO CURSO DE NUTRIÇÃO DA …

36

O estudo realizado por GAMBARDELLA, FERREIRA E FRUTUOSO (2000), a área

de UAN foi a que apresentou melhor remuneração. Já, a pesquisa realizada pelo CFN (2006),

revela que a renda média do nutricionista tem maior valor na área de Ensino/Educação (R$

1.884,35), seguindo-se o setor de Indústria de Alimentos (R$ 1.525,89). Neste trabalho também

foi possível observar que nutricionistas com atuação na área de Ensino/Educação possuem a

maior renda mensal.

Figura 3 - Distribuição dos nutricionistas da Universidade Federal de Mato Grosso, formados

entre 2001 à 2014, segundo a área de atuação profissional por faixa salarial. Cuiabá - MT, 2016.

12 2

1

17

21 1

15

6

8

4

13

44

9

1

3

1

43

8

1

3

6

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

Alimentação

Coletiva

Docência Indústria de

alimentos

Marketing na

área de

Alimentação e

Nutrição

Nutrição

clínica

Nutrição em

esportes

Saúde coletiva

Até 2 salários mínimos (≤ R$ 1.759,99)

De 2 a 4 salários mínimos (≥ R$ 1.760,00 e ≤ R$ 3.519,99)

De 4 a 6 salários mínimos (≥ R$ 3.520,00 e ≤ R$ 5.279,99)

De 6 a 8 salários mínimos (≥ R$ 5.280,00 e ≤ R$ 7.039,99)

Acima de 8 salários mínimos (≥ R$ 7.040,00)

Page 39: PERFIL DOS EGRESSOS DO CURSO DE NUTRIÇÃO DA …

37

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo observou que, em geral, os nutricionistas são do sexo feminino,

compreendem a faixa etária de 26 a 40 anos, casados, de raça branca e religião católica. A idade

de conclusão do curso de graduação em nutrição foi de 21 a 25 anos para a maior parte dos

egressos, sendo que estes levaram em geral 4 anos para a conclusão do curso. Pode-se observar

a rápida inserção dos recém-formados no mercado de trabalho, sendo esta de até 6 meses,

evidenciando a busca por profissionais logo após a conclusão da graduação.

Uma pequena parte dos pesquisados cursou outra graduação, sendo as de maior destaque

Administração e Direito.

Os nutricionistas, em sua grande maioria, não realizaram cursos de pós-graduação,

como residência, mestrado e doutorado, os que realizaram pós-graduação em sua maior parte

optaram pela realização de especialização. Mas a maioria ainda pretendem realizar pós-

graduação, sendo o motivo de maior destaque entre os pesquisados a atualização profissional.

O baixo percentual de nutricionistas que realizaram cursos de pós-graduação pode estar

relacionado ao fato de que a maior parte dos financiamentos para a realização desses cursos são

feitos pelos próprios egressos e não houve incremento salarial e a melhoria de cargo/função

para a maioria dos egressos que realizaram pós-graduação.

A maior parte dos pesquisado realizam sua atividade profissional na área da graduação

em nutrição, sendo o principal motivo de não realização desta atividade profissional baixos

salários. A área que possui o maior percentual de atuação dos nutricionistas é a nutrição clínica

seguida da alimentação coletiva.

Os nutricionistas atuam em Cuiabá, e em um único local de trabalho. A maioria dos

pesquisados estão no mercado no máximo há cinco anos. Os cargos de chefias não são ocupados

de forma frequente pelos profissionais, como também a participação em equipe

multiprofissional.

O maior percentual de egressos trabalham em setor público em esfera municipal e

obtiveram o emprego por meio de concurso.

Page 40: PERFIL DOS EGRESSOS DO CURSO DE NUTRIÇÃO DA …

38

A faixa salarial com maior percentual de egressos compreende de 2 a 4 salários

mínimos, seguida de 4 a 6 salários mínimos. A carga horário de maior expressão foi a que

compreende de > 30 horas e ≤ 40 horas semanais.

A grande maioria possui média satisfação profissional no aspecto financeiro, mas

acreditam ter uma boa perspectiva profissional.

O nível de conhecimento das políticas públicas que regem o setor é alta, porém, a

organização e participação profissional em organismos de classe, como Conselhos e

Associações, e participação em programas sociais é baixa.

Os resultados desta pesquisa e também de futuros estudos são de grande relevância, pois

podem subsidiar o planejamento de ações de melhorias com vista a fortalecer a formação e a

prática profissional dos egressos em nutrição da UFMT.

Page 41: PERFIL DOS EGRESSOS DO CURSO DE NUTRIÇÃO DA …

39

7. REFERÊNCIAS

ALVES, E.; ROSSI, C. E.; VASCONCELOS, F. A. G. Nutricionistas egressos da Universidade

Federal de Santa Catarina: áreas de atuação, distribuição geográfica, índices de pós-graduação

e de filiação aos órgãos de classe. Revista de Nutrição, Campinas, v. 16, n. 3, p. 295-304,

jul./set. 2003.

BIZZO M.L.G., et al. Aspectos dos processos, determinantes e implicações do modelo de

criação e consolidação dos cursos e profissão de nutricionista no Brasil. S/d.

BRASIL. Decreto nº 8.618, de 29 de dezembro de 2015. Regulamenta a Lei nº 13.152, de 29

de julho de 2015, que dispõe sobre o valor do salário mínimo e a sua política de valorização de

longo prazo. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 29 dez. 2015.

BRASIL. Decreto nº 1.590, de 10 de agosto de 1995. Dispõe sobre a jornada de trabalho dos

servidores da Administração Pública Federal direta, das autarquias e das fundações públicas

federais, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 10 ago. 1995.

BRASIL. Decreto-lei n.º 5.452, de 1 de maio de 1943. Aprova a Consolidação das Leis do

Trabalho. Diário Oficial da União, Rio de Janeiro, RJ, 1 maio 1943. Capítulo 2. Seção 2.

BRASIL. Lei nº 8234, de 17 de setembro de 1991. Regulamenta a profissão de Nutricionista e

determina outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 17 set. 1991.

BRASIL. Ministério do Desenvolvimento e Combate à fome. Marco de Referência de

Educação Alimentar e Nutricional. Brasília, DF, 2012.

CONSELHO FEDERAL DE NUTRICIONISTAS. Documento final: encontro nacional de

formação profissional. Brasília (DF), 2013a.

CONSELHO FEDERAL DE NUTRICIONISTAS. O nutricionista e as políticas públicas.

RASBRAN - Revista da Associação Brasileira de Nutrição. São Paulo, SP, Ano 5, n. 1, p.

86-88, Jan-Jun. 2013b.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO. Faculdade de Nutrição. Projeto

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO. Faculdade de Nutrição. Projeto

pedagógico para implantação, em regime seriado anual, do novo currículo do curso de

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Nutrição, Campinas, p. 127-138, 2002.

Page 44: PERFIL DOS EGRESSOS DO CURSO DE NUTRIÇÃO DA …

42

8. APÊNDICES

APÊNDICE A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO E

INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Título do estudo: A formação do nutricionista e a inserção no Sistema Único de

Saúde

Coordenação: Professor Carlos Rodolfo Horn – Faculdade de Nutrição – UFMT,

Avenida Fernando Correa da Costa, n° 2367, Cuiabá – MT.

Introdução: Você está sendo convidado a participar de uma pesquisa com o objetivo

de conhecer o perfil e o exercício profissional dos nutricionistas egressos do curso de

Nutrição da Universidade Federal de Mato Grosso, no período de 2001 à 2014. Você

participará deste estudo respondendo a um questionário sobre a formação e inserção no

mercado de trabalho pela qual passou.

Benefícios Potenciais: Contribuir para o conhecimento das características dos

nutricionistas formados pela UFMT.

Riscos: Garantimos não sentirá nenhum desconforto, nem terá riscos ou prejuízos

ao participar do estudo.

Compensação: Você não receberá nenhum tipo de pagamento ou gratificação

financeira pela sua participação na pesquisa.

Participação voluntária/Desistência do Estudo: Sua participação neste estudo é

completamente voluntária. Você pode decidir não participar desse estudo ou desistir de

participar a qualquer momento e não sofrerá nenhum prejuízo por essa decisão.

Confidencialidade: Sua identidade será mantida sob sigilo e, na medida do permitido

pela legislação e/ou regulamentos cabíveis, não serão disponíveis publicamente. Se os

resultados do estudo forem publicados, sua identidade permanecerá em sigilo.

Com Quem Você Deve Entrar em Contato em Caso de Dúvida: Se você tem alguma

questão ou dúvidas sobre a pesquisa você pode entrar em contato com a Professora Me.

Patrícia Simone Nogueira na Faculdade de Nutrição, Avenida Fernando Correa da Costa,

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43

n° 2367, no Departamento de Alimentos e Nutrição, telefone: (65) 3615-8817, ou por e-mail:

[email protected].

Suas dúvidas podem também ser enviadas para o Comitê de Ética do Hospital

Universitário Júlio Muller (Dra. Shirley Ferreira Pereira, na Universidade Federal de Mato

Grosso, no Bloco CCBS I, telefone (65) 3615-8254). Esse documento foi elaborado

respeitando a resolução nº 466, de 12 de dezembro de 2012.

Declaração de Consentimento: Declaro que li e entendi o documento de consentimento

e o objetivo do estudo, bem como seus possíveis benefícios e riscos. Tive oportunidade de

perguntar sobre o estudo e todas as minhas dúvidas foram esclarecidas. Entendo que estou

livre para decidir não participar desta pesquisa.

Aceito participar da pesquisa

Não aceito participar da pesquisa

Características Socioeconômicas

Nome completo

Telefone fixo

Telefone móvel

Sexo

Masculino

Feminino

Data de nascimento

Nacionalidade

Naturalidade

Estado civil

1. Casado (a)

2. Desquitado (a)

3. Divorciado (a)

4. Viúvo (a)

5. Solteiro (a)

Cor ou raça

1. Branca

2. Preta

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44

3. Parda

4. Amarela

5. Indígena

Religião

Local de residência fixa "ANTES" do curso de graduação em Nutrição

1. Cuiabá

2. Interior de Mato Grosso

3. Fora do estado de Mato Grosso

4. Fora do país

Cidade em que reside atualmente

Estado em que reside atualmente

Formação acadêmica

Ano em que terminou o curso de graduação em Nutrição na UFMT

1. 2001

2. 2002

3. 2003

4. 2004

5. 2005

6. 2006

7. 2007

8. 2008

9. 2009

10. 2010

11. 2011

12. 2012

13. 2013

14. 2014

Idade da conclusão do curso de graduação em Nutrição

1. até 20 anos

2. de 21 a 25 anos

3. de 26 a 30 anos

4. de 31 a 40 anos

5. de 41 a 55 anos

6. mais de 55 anos

Em quantos anos concluiu o curso de graduação em Nutrição da UFMT?

1. 3 anos

2. 4 anos

3. 5 anos

4. 6 anos

5. 7 anos

6. Mais de 7 anos

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45

Quanto tempo houve entre a conclusão do curso e o início de sua atividade profissional na

área de Nutrição?

1. até 6 meses

2. de 6 meses até 1 ano

3. de 1 ano até 2 anos

4. mais de 2 anos

5. Não se aplica

Além do curso de Nutrição, realizado na UFMT, você possui outro(s) curso(s) de Graduação?

1. Sim

2. Não

3. Em andamento

Em caso afirmativo, qual(is) curso(s) de Graduação você realizou ou está realizando?

Você realizou Residência?

1. Sim

2. Não

Você realizou ou realiza Especialização?

1. Sim, concluído

2. Sim, cursando

3. Sim, interrompido (ou não concluído)

4. Não

Você realizou ou realiza Mestrado?

1. Sim, concluído

2. Sim, cursando

3. Sim, interrompido (ou não concluído)

4. Não

Você realizou ou realiza Doutorado?

1. Sim, concluído

2. Sim, cursando

3. Sim, interrompido (ou não concluído)

4. Não

Se não está cursando pós-graduação, pretende cursar?

1. Sim

2. Não

Em caso afirmativo, em qual área?

Qual o motivo para realização da pós-graduação?

1. Inserção na carreira de magistério superior

2. Atualização profissional

3. Melhoria do nível salarial

4. Aperfeiçoamento técnico-científico

5. Realização pessoal

6. Outros

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46

7. Nunca fez / Não faz pós-graduação

Financiamento para realização da pós-graduação

1. O(A) próprio (a)

2. Agência de fomento (CNPq / CAPES)

3. Empresa onde trabalha

4. Universidade

5. Outros

6. Nunca fez / Não faz pós-graduação

Houve incremento salarial pós cursos de pós-graduação?

1. Sim

2. Não

3. Não se aplica

Houve melhoria de cargo /função pós cursos de pós-graduação?

1. Sim

2. Não

3. Não se aplica

Análise da situação profissional atual

Você está exercendo atividade profissional atualmente?

1. Sim, na área de minha formação acadêmica em Nutrição

2. Sim, fora da área de minha formação acadêmica em Nutrição

3. Não

Qual o principal motivo pelo qual você não exerce atividade profissional na sua área de

formação em Nutrição?

1. Oportunidades

2. Baixos salários

3. Falta de perspectiva de trabalho

4. Preferência pessoal

5. Qualificação noutra área

6. Mercado desaquecido

7. Maior concorrência na área

8. Outros

Nesse momento, qual é a sua área de atuação profissional?

1. Alimentação Coletiva

2. Nutrição clínica

3. Saúde coletiva

4. Docência

5. Indústria de alimentos

6. Nutrição em esportes

7. Marketing na área de Alimentação e Nutrição

Atualmente você trabalha em quantos locais?

1. 1 2. 2

Page 49: PERFIL DOS EGRESSOS DO CURSO DE NUTRIÇÃO DA …

47

3. 3

4. 4 ou mais

Você atualmente trabalha

1. No setor privado

2. No setor público

3. Misto

4. Não trabalho

Se trabalha no setor público, qual é a esfera?

1. Federal

2. Estadual

3. Municipal

Se trabalha no setor privado, em qual área?

1. Comércio

2. Indústria

3. Serviços

4. Outros

Forma de trabalho

1. Autônomo

2. Empregado

3. Empresário

Cidade de sua atuação profissional

Como você obteve seu emprego atual?

1. Através de concurso

2. Através de seleção curricular pública

3. Através de indicação de terceiros

4. Busca ativa

5. Através de contrato temporário

6. Através de estágio

7. Através de agências de emprego

8. Montando o próprio negócio

9. Outros

10. Não se aplica

Vínculo empregatício

1. CLT – concursado

2. Estatutário – concursado

3. Empresário

4. Empregado registrado – CLT

5. Contratado para assessoria e consultoria permanente ou por produtos

6. Cooperativado

7. Prestador de serviços – contratado

8. Outros

Qual é sua faixa salarial (com relação ao emprego de maior carga horária de trabalho)?

Page 50: PERFIL DOS EGRESSOS DO CURSO DE NUTRIÇÃO DA …

48

1. Até 2 salários mínimos (≤ R$ 1.759,99)

2. De 2 a 4 salários mínimos (≥ R$ 1.760,00 e ≤ R$ 3.519,99)

3. De 4 a 6 salários mínimos (≥ R$ 3.520,00 e ≤ R$ 5.279,99)

4. De 6 a 8 salários mínimos (≥ R$ 5.280,00 e ≤ R$ 7.039,99)

5. Acima de 8 salários mínimos (≥ R$ 7.040,00)

Qual sua carga horária de trabalho semanal?

1. < 20 horas e ≤ 30 horas

2. > 30 horas e ≤ 40 horas

3. > 40 horas

4. Não se aplica

Tempo de trabalho

1. Até 1 ano

2. De 1 a 5 anos

3. De 5 a 10 anos

4. Mais de 10 anos

Possui cargos de chefia?

1. Sim

2. Não

É membro de equipe multiprofissional?

1. Sim

2. Não

Qual o seu nível de satisfação na sua situação profissional atual no aspecto financeiro?

1. Alto

2. Médio

3. Baixo

Qual é, em sua visão, a perspectiva profissional na sua área?

1. Ótima

2. Boa

3. Razoável

4. Desanimadora

5. Não tenho condições de avaliar

Possui vínculo a alguma entidade de classe?

1. Sim

2. Não

Se sim, a qual entidade de classe?

A nutrição é sua principal fonte de renda?

1. Sim

2. Não

3. Não se aplica

Você é o principal provedor da família?

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49

1. Sim

2. Não

3. Não se aplica

Você é valorizado pela sociedade?

1. Muito valorizado

2. Pouco valorizado

3. Não se aplica

Conhecimento de instrumentos técnicos e políticas úteis às práticas de trabalho

Você utiliza material da Coordenação Geral de Alimentação e Nutrição (CGAN) do

Ministério da Saúde?

1. Uso frequentemente

2. Uso esporadicamente

3. Não uso, mas conheço

4. Desconheço

Realiza promoção de educação alimentar?

1. Frequentemente

2. Esporadicamente

3. Não realizo

Você conhece a Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN)?

1. Conheço muito

2. Mais ou menos

3. Pouco

4. Não conheço

Você conhece a Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional?

1. Conheço muito

2. Mais ou menos

3. Pouco

4. Não conheço

Você atua no Sistema Único de Saúde (SUS)?

1. Sim

2. Já atuei

3. Não

Você participa em órgãos e/ou movimentos de controle social?

1. Sim

2. Não

Se sim, qual?

1. Conselhos

2. Associações

3. ONG

4. Comitês

5. Outros

Page 52: PERFIL DOS EGRESSOS DO CURSO DE NUTRIÇÃO DA …

50

Participa de órgãos de representatividade e outros?

1. Conselhos

2. Comitê

3. Associações

4. ONG

5. Outros

6. Não

Participa de ações relacionadas ao Programa Fome Zero?

1. Sim

2. Não

Participa de Programas Sociais e/ou de Controle Social?

1. Bolsa Família

2. DST/AIDS

3. PAT

4. Saúde da Criança

5. Saúde do Idoso

6. Saúde do Adolescente

7. Saúde do Índio

8. Saúde dos Assentados

9. Outros

10. Não

Durante a sua graduação, você sentiu falta de algum conteúdo que favorecesse sua atuação

profissional?

Algumas considerações, caso seja necessário: