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1 UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE CURSO DE FINANÇAS E GESTÃO CORPORATIVA “GESTÃO FINANCEIRA E ESTRATÉGIA DE MERCADO” Por: Vivian da Palma Lopes Masini Orientadora: Profª Ana Cláudia Morrissy RIO DE JANEIRO JULHO 2010

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Page 1: CURSO DE FINANÇAS E GESTÃO CORPORATIVA “GESTÃO FINANCEIRA ... · necessárias aos gestores as noções básicas sobre gestão financeira e estratégica ... parte introdução

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

CURSO DE FINANÇAS E GESTÃO CORPORATIVA

“GESTÃO FINANCEIRA E ESTRATÉGIA DE MERCADO”

Por: Vivian da Palma Lopes Masini

Orientadora: Profª Ana Cláudia Morrissy

RIO DE JANEIRO

JULHO 2010

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

CURSO DE FINANÇAS E GESTÃO CORPORATIVA

“GESTÃO FINANCEIRA E ESTRATÉGIA DE MERCADO”

Trabalho apresentado à Universidade

Cândido Mendes como requisito parcial

para obtenção do Grau de Especialista em

Finanças e Gestão Corporativa.

Por: Vivian da Palma Lopes Masini

RIO DE JANEIRO

JULHO 2010

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VIVIAN DA PALMA LOPES MASINI

“GESTÃO FINANCEIRA E ESTRATÉGIA DE MERCADO”

Aprovada em: ___________________________________

_______________________________________________

_______________________________________________

_______________________________________________

_______________________________________________

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Agradecimentos A Deus, em primeiro lugar, Senhor da minha vida; Ao meu esposo, Marcelo Masini, sempre presente; Aos meus familiares que tanto incentivaram para que eu chegasse até aqui; Aos mestres e professores queridos que nos ensinaram tanto.

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RESUMO

O objetivo desse estudo é identificar os instrumentos de implantação da

gestão financeira e estratégica nas organizações. Pretende-se apontar as

ferramentas de planejamento financeiro nas organizações, assim como se

processam as estratégias em relação aos produtos, marcas, clientes, estratégias de

negócios e estratégias competitivas, além das formas de controle e decisões

financeiras importantes para manter a competitividade. A metodologia do estudo se

orientou pela pesquisa bibliográfica com base nos pressupostos teóricos de autores,

na busca de interpretar, analisar e descrever os fatos analisados. A motivação para

a realização desse estudo pautou-se na visão de que os administradores que atuam

no mercado e desconhecem a importância do conhecimento de estratégias e

finanças no seu desenvolvimento profissional tenderão a sofrer dificuldades de

manter a competitividade. Os resultados elencados demonstram que as

organizações investiram em recursos como os sistemas gerenciais e em talentos

humanos, buscando as condições acesso às informações para uma visão de

conjunto do novo cenário em que o empreendedor enfrenta inúmeros desafios e

precisa desenvolver estratégias e iniciativas para resgatar conhecimentos e melhorar

suas práticas e gerir seu capital financeiro e intelectual.

Palavras-Chave: Instrumentos, metodologia, Gestão Financeira, Estratégia,

organizações.

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 7

2 GESTÃO FINANCEIRA NAS ORGANIZAÇÕES .................................................... 9

2.1 ESTRATÉGICAS DE CRESCIMENTO EMPRESARIAL E GESTÃO

FINANCEIRA ............................................................................................................... 9

2.2 FERRAMENTAS DE CONTROLE FINANCEIRO ............................................... 17

2.2.1 Ferramentas de Controle Contábil no Planejamento Econômico-

Financeiro ...................................................................................................... 17

2.2.2 Os Tipos de Controles Internos.......................................................... 24

2.2.3 Controle de Custos .............................................................................. 25

2.2.4 Auditoria Interna .................................................................................. 27

2.2.5 O Fluxo de Caixa .................................................................................. 28

2.2.5.1 Fluxo de caixa mensal .............................................................. 28

2.2.5.2 Fluxo de caixa .......................................................................... 29

2.2.5.3 Apuração do fluxo de caixa ...................................................... 32

2.2.5.4 Componentes do fluxo de caixa ............................................... 33

2.3 ESTRATÉGIAS DE MERCADO DE PRODUÇÃO E DE ATIVOS

FINANCEIROS .......................................................................................................... 35

2.3.1 A Administração de Desperdícios ...................................................... 36

3 ESTRATÉGIAS DE MERCADO NAS ORGANIZAÇÕES ...................................... 38

3.1 CONCEITO DE ESTRATÉGIA ............................................................................ 38

3.2 TÉCNICAS E METODOLOGIAS USADAS EM ESTRATÉGIAS

ORGANIZACIONAIS ................................................................................................. 39

3.2.1 Planejamento Estratégico ................................................................... 40

3.2.2 Gestão de Processos e de Qualidade ................................................ 46

3.2.3 Estratégias em Recursos Humanos ................................................... 49

3.2.4 Gestão do Conhecimento: Compartilhamento das

Experiências .................................................................................................. 51

3.3 FERRAMENTAS E INSTRUMENTOS DE ESTRATÉGIAS

ORGANIZACIONAIS ................................................................................................. 53

3.3.1 Sistema de Informação Estratégico ................................................... 54

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3.3.2 Marketing .............................................................................................. 55

4 METODOLOGIA DA PESQUISA ........................................................................... 58

4.1 ASPECTOS METODOLÓGICOS DA PESQUISA .................................... 58

4.2 PESQUISA EXPLORATÓRIA ................................................................... 58

4.3 PESQUISA DESCRITIVA ......................................................................... 60

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 61

6 REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 62

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1 INTRODUÇÃO

Aos gestores de empresas é fundamental o conhecimento e a compreensão

da gestão financeira e estratégias de mercado. Esse conjunto de instrumentos

favorece as decisões em relação ao mercado de capitais que a partir do fenômeno

da globalização passou a exigir novos processos de desenvolvimento de controle

financeiro, investimentos e uso de tecnologias de informação para as decisões

empresariais.

Assim, os profissionais que exerçam funções para as quais é indispensável

uma visão profunda de mercado, estratégias e finanças, o aprimoramento dos

conhecimentos poderá viabilizar o crescimento e evolução da empresa no mercado.

O pressuposto básico desse estudo centra-se na idéia de que são

necessárias aos gestores as noções básicas sobre gestão financeira e estratégica

de mercado como instrumento de decisões nas empresas. Não se pode negar

atualmente que a globalização trouxe seus impactos no planejamento estratégico

das organizações, mas também produziu a evolução do planejamento e da gestão

estratégica.

O objetivo desse estudo é identificar os instrumentos e metodologia de

implantação da gestão financeira e estratégica nas organizações. Pretende-se

apontar as ferramentas de planejamento financeiro nas organizações, assim como

se processam as estratégias em relação aos produtos, marcas, clientes, estratégias

de negócios e estratégias competitivas, além das formas de controle e decisões

financeiras importantes para manter a competitividade.

A metodologia do estudo se orientou pela pesquisa bibliográfica com base

nos pressupostos teóricos de autores, na busca de interpretar, analisar e descrever

os fatos analisados.

A motivação para a realização desse estudo pautou-se na visão de que os

administradores que atuam no mercado e desconhecem a importância do

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9

conhecimento de estratégias e finanças no seu desenvolvimento profissional

tenderão a sofrer 'dificuldades de manter a competitividade.

Existem, portanto, fatores de riscos em relação a empreendimentos cujos

gestores ou administradores não tenham uma visão ou cenarização da perspectiva

de funcionamento dos mercados de capitais e dos processos necessários à gestão

financeira.

Neste sentido, toda a evolução empresarial e sua relação com o mercado

exigem aspectos econômicos e financeiros que envolvem o controle financeiro,

tributário, contábil e o conhecimento da estrutura e funcionamento do mercado.

Portanto, os gestores devem conceitos e relações básicas referentes às finanças

para a evolução de uma gestão estratégica competente, que permita o

conhecimento de gestão de riscos.

A monografia está formada por três capítulos e as considerações finais. A

parte introdução apresenta uma visão geral do trabalho, os objetivos, a justificativa, a

relevância do tema e a motivação. O primeiro capítulo enfoca a gestão financeira

nas organizações, a partir das estratégias de crescimento econômico realiza pelos

gestores na forma de controle interno, a partir do uso de ferramentas de controle

financeiro e suas tipologias.

O segundo capítulo enfoca as estratégias de mercado nas organizações, o

conceito de estratégia, enfocando-se as técnicas e metodologias usadas para

conduzir as boas estratégias organizacionais, a partir de vários modelos.

O terceiro capítulo demonstra a metodologia da pesquisa e os pressupostos

dos estudos a partir de pesquisa bibliográfica e exploratória. As considerações finais

são a parte efetiva que integra a interpretação do estudo, com base em análise

crítica pessoal.

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2 GESTÃO FINANCEIRA NAS ORGANIZAÇÕES

2.1 ESTRATÉGIAS DE CRESCIMENTO EMPRESARIAL E GESTÃO FINANCEIRA

Entre as estratégias de crescimento das empresas para o desenvolvimento de

uma gestão de sucesso, estão às ferramentas que servem de suporte para o

planejamento financeiro. A escassez de ferramentas não permite aos gestores o

acompanhamento e análise para avaliar o desempenho empresarial para a tomada

de decisões.

A formalização do processo de planejamento econômico e financeiro auxilia

na análise dos resultados obtidos, e, ao mesmo tempo, fornece parâmetros

confiáveis para a tomada de decisões. A gestão financeira permite aos gestores uma

visão da empresa e do mercado em que atua, e é um grande avanço na prática

administrativa para prever as dificuldades que podem surgir no futuro e as formas de

lidar com as incertezas.

A Gestão Estratégica de Negócios compreende as habilidades e

competências humanas vastamente exploradas aplicadas a Gestão empresarial, o

trato com a informação e as tendências de Mercado em um processo estratégico

fundamental para a competição no mercado globalizado. A informação é a chave

para o sucesso empresarial, com ela é possível prever tendências, antecipar fatos e

guiar com mais segurança as ações empresarias.

O mercado globalizado trouxe mudanças nas diretrizes da Gestão

Empresarial Tradicional, os paradigmas antigos foram sendo substituídos por novas

formas de gestão que requerem dos empreendedores uma visão de administração

mais flexível e a superação do modelo hierárquico nas decisões empresariais.

Conforme Klein (1998) as mudanças empreendidas nas gestões

administrativas atuais exigem competências e requisitos como o conhecimento, a

cooperação, as parcerias entre empresas, a informação e a comunicação para a

gestão do conhecimento. Neste contexto, as organizações buscam socializar o

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conhecimento de todos os colaboradores envolvidos direta ou indiretamente no

processo de produção.

A gestão de negócios demanda muitos processos estratégicos dos quais as

informações e ferramentas de controle de técnicas operacionais, administrativas e

relacionais. Conforme Zacarias (2005), a criação de critérios de qualidade total,

notadamente representou alguns desafios muito difíceis de serem superados pelas

pessoas e pelas organizações, porque a realidade do trabalho nas grandes

empresas exige indivíduos que tenham capacidade de lidar com as mais variadas

situações e saber lidar com as mudanças conjunturais do mercado.

Neste contexto, as mudanças advindas nos processos organizacionais

requereram dos administradores novas conjunturas e competências ligadas ao

desenvolvimento de ações que postulam um novo paradigma nas organizações.

Segundo Carvalho (2000), as experiências de grandes administradores que

implementaram políticas bem-sucedidas servem de reavaliação para as práticas

administrativas que podem ser buscadas em métodos considerados eficazes.

A finalidade desse trabalho é identificar as competências necessárias ao

administrador do século XX. Considerando-se que os administradores que passaram

pelas mudanças provocadas no paradigma empresarial, cujo modelo de organização

notadamente representou alguns desafios difíceis de serem superados pelas

pessoas e pelas organizações de estilos tradicionais. As mudanças introduziram um

paradigma organizacional mais flexível, com parâmetros de descentralização

eliminação da burocracia e hierarquia rígida.

As competências estão profundamente interligadas a capacidades táticas da

dimensão da gestão estratégica de negócios que se reporta à capacidade dos

administradores de empresa gerir os processos de trabalho. Zarifian (1999, p. 39)

considera que:

a competência que pode ser sintetizada como a capacidade de enfrentar situações e acontecimentos próprios de um campo profissional com iniciativa e responsabilidade guiadas por uma inteligência prática ao mesmo tempo se coordenando com outros fatores que favoreçam a mobilização de novas competências.

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Atualmente os administradores devem desenvolver competências para a

gestão de negócios para lidar com as novas conjunturas organizacionais que

demandam maior flexibilidade, capacidade de liderança, inteligência prática, mas

que também remete a uma dimensão compreensiva e interpessoal subtendida como

a capacidade de relacionar-se bem com os outros. Tais competências exigem uma

compreensão das situações, tendo em conta os comportamentos dos outros

elementos que compõem o quadro constitutivo da empresa.

Os elementos impulsionadores da organização empresarial se aplicam para

os administradores do século XX, numa conjuntura de talento e da aprendizagem

indispensáveis à sua constante renovação e competitividade.

Os administradores passaram a desenvolver posturas inovadoras frente às

mudanças e desafios que requerem criatividade, responsabilidade e capacitação,

para atender a grandes pressões de mercados e garantir a sobrevivência da

empresa.

A análise de Lorino (1992) cabe ao administrador as diversas experiências em

administração organizacional que, portanto, requerem o aprimoramento dos

conhecimentos das atividades econômicas, das relações de ganho e produtividade

relacionadas ao universo da microeconomia e macroeconomia.

Assim Lorino (1992) ao realizar um estudo rigoroso para descobrir o porquê

dos fatores de sucesso dos maiores administradores, conhecidos por seus feitos

quanto à produtividade e capacidade de permanência com sucesso no mercado

competitivo, o autor apontou as seguintes competências: capacidade de inovar, ser

flexível nos momentos de resistências e desafios, aceitar as mudanças com

naturalidade, ser capaz de visualizar o futuro da empresa, saber gerir pessoas,

saber realizar plenamente a efetivação de qualificações e promoção de atitudes que

despertem a motivação, o e saber dosar autonomia e controle no processo de

gestão organizacional, a fim de estimular a decisão participativa e a criatividade dos

colaboradores.

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Lorino (1992) considera que a administração de empresas no paradigma atual

requer pessoas e talentos que tenham a capacidade de desenvolver uma análise

qualitativa do processo de planejamento e mensuração dos resultados que as

mudanças estão impondo nos processos organizacionais. Essa capacidade de

análise do administrador favorece a cenarização de como decidir e planejar as

situações de forma concreta nos fenômenos relacionados ao universo da

macroeconomia entendidas como as conjunturas econômicas que envolvem a

produção, processos, controles e das matérias, vendas e distribuição.

Conforme Vianna (1991), os processos que envolvem as conjunturas de

mercado exigem também aspectos organizacionais que envolvem análise e

planejamento, gestão de pessoas, marketing e outros conhecimentos. Além de

competências relacionais para lidar com recursos humanos, clientes internos e

externos, fornecedores, etc. Assim, constata-se que faz parte integrante da gestão

estratégica de negócios às competências para lidar com pessoas, aspectos

fundamentais que devem fazer parte da postura do empreendedor. Portanto, as

habilidades relacionais são muito importantes para serem aplicadas na gestão de

negócios, as quais dizem respeito à competência estratégica.

Segundo Manganote (2001), existem dois principais níveis devem ser

contemplados no cenário atual dos negócios, o Estratégico e o Operacional.

Sobretudo, o primeiro ocupa papel principal no contexto atual, sendo o que irá

proporcionar ao tomador de decisões visibilidade as suas ações, de maneira que ele

possa estimular a apreensão das constantes informações podendo, deste modo,

dimensionar os riscos das decisões a serem tomadas rearticulando o fluxograma

operacional a partir desta ampla visualização.

No caso da comunidade empresarial brasileira, no geral, essa muitas vezes

encontra no ambiente de instabilidade, uma desculpa para a passividade e uma

justificativa para o insucesso. Na verdade isto deve ser entendido como má

administração da mudança e do desenvolvimento.

As mudanças no mercado de trabalho e a constante competitividade entre as

organizações geraram mudanças no dinamismo das relações de trabalho. Com a

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tecnologia informacional, surgiu também a necessidade de gestão dos recursos

humanos que impõe decisões de caráter quantitativo e qualitativo na relação de

trabalho, com novas abordagens que dimensionam a identificação de melhorias no

desempenho individual e de grupos nas organizações por parte dos administradores.

Conforme Chiavenato (1990, p. 46):

As determinações de gestões ativas que têm por finalidade impulsionar os mecanismos de desempenho geral da organização devem se vincular necessariamente ao contexto da avaliação de desempenho de colaboradores, como forma de minimizar as necessidades organizacionais e de desenvolvimento pessoal e profissional.

Numa economia competitiva, fatores como a qualidade e o desempenho de

pessoal determinam o sucesso do negócio e, portanto, a nova visão empresarial

está voltada para o mercado e a necessidade de estabelecer diferenciais para

enfrentar a concorrência e garantir a fidelização dos clientes. Portanto essas ações

dependem de administradores inovadores e criativos.

Um poderoso indicador da melhoria dos serviços das empresas está na

magnitude da oferta de ações dirigidas à capacitação de recursos humanos, a partir

de um modelo de gestão estratégica de caráter qualificador com vistas ao quadro de

demandas determinadas na economia competitiva. Assim, as modalidades de

educação profissional e treinamento de pessoal são fundamentais a fim de inovar-se

para o exercício de suas funções demandadas pelas novas tendências ocorridas no

cenário econômico.

Uma economia globalizada exige das empresas um maior investimento no

desenvolvimento de novas tecnologias de produção, racionalização dos processos

de produção, qualidade dos serviços e gestão estratégica. Portanto, é vital que o

administrador possa investir esforços em treinamentos de pessoal para investindo na

qualidade de seus serviços e/ou produtos, na parceria, não só em seus

colaboradores, mas na empresa como um todo, atendendo suas necessidades e,

por conseguinte, demonstrando o respeito pelo seu consumidor, evitando retrabalho

e desperdícios, seja de tempo, material, insumos ou esforços.

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As inovações tecnológicas, o refinamento de políticas e procedimentos

administrativos exige ações que direcionam para a busca de qualidade e, acercar-se

de mão-de-obra qualificada e melhor preparada do que aquela improvisada e fruto

do serviço apenas especializado.

O comportamento do administrador em relação à política de recursos

humanos poderá definir a competitividade e a prestação de serviços com qualidade

e confiabilidade. É certo que estas posturas exigem um constante aprimoramento no

nível técnico e operacional com vistas, à melhoria da qualidade de vida e mão-de-

obra para torná-Ias eficazes dentro de um programa de atividades futuras em

paralelo com outros setores da economia.

A capacitação profissional se destina a desenvolver certas habilidades e

destrezas relacionadas com o cargo atual, geralmente os empregados recebem

treinamento para o desenvolvimento de habilidades e destrezas nas suas tarefas. A

maioria das organizações defronta-se com o problema da necessidade de

qualificação profissional de seus colaboradores para garantir a renovação constante

de intensa mudança e inovação. A qualificação profissional engloba também vários

aspectos do relacionamento interpessoal que visa melhorar a maneira de tratar o

cliente, o colega, como se comportar, como conduzir o processo de venda, como

contornar dificuldades ou negativas do cliente etc.

A capacitação técnica e relacional pode ser conduzida no sentido de

desenvolver um alto nível de abstração, seja para facilitar a aplicação de conceitos

na prática administrativa ou para elevar o nível de generalização desenvolvendo

pessoas que possam pensar em termos globais.

Atualmente as ações empresariais voltadas para o desempenho profissional

estão diretamente relacionadas com a estratégia da empresa que pretender aderir

ao quadro de excelência, proporcionando maior e melhor flexibilização em matéria

de se recrutar, selecionar, treinar e avaliar o desempenho dos funcionários da

empresa e adequar a administração de cargos e salários para motivar os

colaboradores.

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Carmo (1998) afirma que há empresas que se modernizam apenas nos

aspectos administrativos hierarquizados, ou seja, as condições de desempenho e

boas condições de trabalho são operacionalizadas apenas para os setores internos

da empresa que direcionam o processo produtivo, enquanto que os trabalhadores de

setores subalternos1 apresentam um baixo nível de escolarização e qualificação

baixo. Portanto, apesar do baixo custo desta medida, como forma de contenção de

investimentos na administração, poderá prejudicar a evolução da organização.

Considerando-se, segundo Carmo (1998, p. 31):

A contradição gerada pelo o ambiente de trabalho nas empresas tradicionais é a hierarquização das informações e do conhecimento. A discriminação contra os setores não-inteletuais pode ser sentida na desvalorização de seu papel como estância do processo produtivo e decisório.

Ainda há uma grande discriminação em relação ao trabalhador especializado,

constata-se que algumas empresas preferem demitir um trabalhador a investir em

seu desempenho, valorizando seus conhecimentos práticos. Há também que se

considerar a questão dos custos. Lorino (1992) constatou que alguns

administradores consideram mais eficaz buscar mão-de-obra qualificada do que

investir em benefícios de formação integral. Há situações em que as empresas

empregam uma estratégia de implementar a requalificação desempenho profissional,

ainda no primado de requerer minimização de custos com mão-de-obra qualificada.

Essas estratégias são consideradas nefastas para a evolução futura das

organizações na busca de formas de atingir a organização nas lutas competitivas

como forma de aumentar a produtividade e a eficácia organizacional das empresas

em sua totalidade.

Portanto, os níveis de eficácia organizacional devem apresentar as seguintes

condições: o ambiente físico da empresa, o espaço informacional, o investimento na

qualificação dos recursos humanos e o sistema de gestão da empresa.

Assim os administradores atuais conhecem todos os instrumentos para a

Gestão estratégica de Negócios que lhes permitam conduzir ou participar em

1 Copeiras, serventes, operários da construção, zeladores, etc.

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processos de seleção, avaliação, desenvolvimento e recompensa. Neste bloco

estuda-se a vertente técnico-intrumental da gestão de Recursos Humanos. Esse

conhecimento facilita no decorrer do exercício anual a realização de recrutamento,

avaliação e integração dos colaboradores com suas atividades.

Bons administradores criam uma cultura organizacional. A definição de uma

cultura organizacional é diversa por que pressupõe uma espécie de modelo, cujo

processo de aprendizagem se incorpora nos processos de trabalho, nas relações

interpessoais e nas formas de administração empresarial.

Portanto, a introdução de uma cultura organizacional pelos administradores

impõe mudanças internas para lidar com os problemas de adaptação externa e

integração entre o grupo de indivíduos quanto às formas de comunicação, estilos

gerenciais, filosofias e missão da organização com as dimensões dos níveis mais

profundos de cultura na organização, como seus valores, normas, ideologias,

licenciamentos e filosofias adotadas que perfazem a cultura organizacional.

As concepções que determinam o comportamento organizacional, ou seja, o

modo de perceber processos mentais, sentimentos e comportamento, sendo

apresentado de forma inconsciente se constituindo o nível mais profundo de

entendimento da cultura organizacional.

Assim, compreende-se que neste processo há a necessidade de pessoas

capazes de erigir os costumes e construir as regras como fonte primária da cultura

que se intensifica a partir do modelo planejado das ações que introjetem valores,

crenças e ideologias. Portanto essa também se constitui em uma estratégia de

gestão de negócios. Na visão de Cossio de Vivanco (1998, p. 49):

A focalização na cultura traduz globalmente o interesse pela construção quotidiana de sentido que é o processo de partilha da realidade por parte dos membros da organização, e pela tentativa, mais ou menos pensada, para construir uma identidade e gerir as relações entre seres humanos.

Assim, constata-se que a cultura tem um papel mobilizador e unificador de

todo um conjunto de indivíduos em torno do bem comum da organização, formado

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basicamente por vários traços identificadores da cultura organizacional que

intensificam as estratégias de gestão de negócios.

Assim, verifica-se a cultura de uma organização se constitui em um conjunto

de características que a individualiza e a torna única perante qualquer outra.

Assume-se como um sistema de valores, expressos através de rituais, mitos, hábitos

e crenças comuns aos membros de uma instituição, que assim produzem normas de

comportamento genericamente aceites por todos. E esses aspectos são

fundamentais como estratégia para a evolução dos negócios.

Segundo Braga (1999, p. 23), "a função financeira compreende um conjunto

de atividades relacionadas com a gestão dos serviços movimentados em todas as

áreas da empresa." Esta função é responsável pela obtenção dos recursos

necessários e pela formulação de uma estratégia voltada para a otimização do uso

desses serviços. Encontrada em qualquer tipo de empresa, a função dos serviços

financeiros, tem papel importante no desenvolvimento de todas as atividades

operacionais, contribuindo para o sucesso do negócio.

2.2 FERRAMENTAS DE CONTROLE FINANCEIRO

2.2.1 Ferramentas de Controle Contábil no Planejamento Econômico-

Financeiro

A economia globalizada introduziu uma contínua revolução econômico-

financeira, especialmente através do incessante surgimento de novos conceitos e

instrumentos, além de novas concepções que pressupõe a necessidade de um

maior conhecimento sobre os controles contábeis nas empresas, com base na

utilização de informações cada vez mais amplas sobre o mercado e a situação

financeira e patrimonial concreta das organizações.

Com relação às empresas, a situação econômica passa por cenários

complexos relativos à concorrência que dimensionam a necessidade de estratégias

gerenciais para a manutenção destas entidades no mercado competitivo.

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Johnson & Kaplan (1993, p. 3), afirmam que "o ambiente econômico

contemporâneo exige excelência dos sistemas corporativos de contabilidade

gerencial".

Neste contexto, especialmente as empresas que sofrem a acirrada

competição, com as flutuações nas taxas de câmbio, os preços das mercadorias e

produtos, falta de recursos para a sustentação de despesas administrativas,

estoques e implementar tecnologias de informação e atualizar controles contábeis

para a tomada de decisões e a análise dos cenários presente e futuro. Ainda citando

Johnson & Kaplan (1993, p. 3):

[...] as empresas precisam ter acesso a informações oportunas e precisas, para facilitar os esforços de controles de custos, para medir e melhorar a produtividade, e para a descoberta de melhores processos de produção O sistema de contabilidade gerencial também deverá estar apto a informar os custos precisos dos produtos, de modo que a fixação de preços, a introdução de novos produtos, o abandono de produtos obsoletos e a resposta a produtos rivais possam se basear na melhor informação possível sobre as necessidades de recursos para aquele produto.

Assim, constata-se como o controle contábil é eficaz para demonstrar para a

organização financeira das empresas, para a análise do fluxo de compras e vendas,

aplicações em operações de liquidação imediata, facilitando a ação dos gestores no

momento de estabelecer sua própria estrutura, de acordo com suas atividades.

Conforme Kraemer (2004, p. 4):

Os níveis de competitividade alcançados dentro do novo paradigma, tanto nas novas indústrias como na revitalização das antigas, representam saltos qualitativos em relação às práticas tradicionais e tornou possível a introdução de inovações organizacionais e na gestão, redefinindo os fatores determinantes da competitividade.

As empresas precisam redefinir estratégias, dentre elas o controle contábil

para facilitar o planejamento financeiro. Sem tais ferramentas, a gestão

administrativa poderá passar situações difíceis se não for estabelecido um sistema

de controle interno.

Neste contexto, a Contabilidade é elemento fundamental enquanto ferramenta

de controle financeiro de uma empresa, sob a pena da gestão administrativa de

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sofrer perdas muito significativas tanto na eficiência quanto dos ganhos gerados pelo

negócio.

Iudícibus (1998, p. 49):

A experiência mostra que a existência e o bom funcionamento de um sistema contábil como fonte de controle interno em empresas podem evitar elevados custos como fraudes, erros e omissões, influenciando, conseqüentemente, no êxito da empresa.

Portanto, se a empresa não fortalecer seu gerenciamento baseada nas

atribuições neste campo, não terão nenhuma possibilidade de acesso a recursos,

como os financiamentos diferenciados para empresas.

Constata-se que importantes mudanças ocorridas no ambiente econômico e

social fizeram com que as empresas crescessem incentivadas pelas novas

oportunidades de empreendimento, dentre elas, as oportunidades de angariar

recursos financeiros. Sem estas condições, rapidamente os empreendedores

perceberam as dificuldades decorrentes da falta de recursos, dificuldades em

formalizar atividades de controle interno de operacionalização das atividades

produtivas e a repercussão negativa que condicionaram às empresas a um elevado

índice de falências.

Demonstra-se abaixo, o esquema de Casa nova e Vargas (2003):

Figura 1 - Estrutura gerencial Fonte: Casanova e Vargas (2003)

Falta de Recursos

Dificuldade em formar

Estrutura gerencial subdimensionada

Atividades de controle

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Casa nova e Vargas (2003, p. 111) apontam no esquema anterior que a

causa da falência entre as empresas estão relacionadas à falta de recursos, à

estrutura gerencial subdimensionada que impõe dificuldades da formalização de

controle interno.

Verifica-se que, de acordo com Casa nova e Vargas, dentre as causas

apontadas que explicam as falências empresariais, encontram-se "as dificuldades de

captar recursos financeiros em detrimento da falta de organização gerencial, em

relação aos controles internos", Portanto, podem-se definir os controles internos

como as várias atividades que apontam para uma visão contábil, em uma maior

abrangência. Segundo Coutinho (apud ENANPAD, 2001, p. 132):

Aquelas empresas que souberam detectar as necessidades de implementar mudanças ou que resolveram investir em métodos e processos destinados a elevar a eficiência operacional, para as que já enfrentavam dificuldades em razão de inadequações operacionais ou administrativas, o acirramento da concorrência globalizada expôs as limitações em mudar rapidamente o foco de atuação e adequar-se ao novo cenário de competição, provocando desequilíbrios financeiros e posterior insolvência.

Compreende-se que as mudanças administrativas e de paradigma

organizacional influenciaram as mudanças nas empresas. A necessidade de controle

contábil e planejamento financeiro se faz para permitir as condições de competir no

mercado, a partir da implementação de ações que venham a dimensionar a

produção.

As ações de controle dependem da variação e os efeitos da ação dos

gestores sobre a riqueza patrimonial, por isso a necessidade de registrar, classificar,

demonstrar, analisar e interpretar os fatos ocorridos no patrimônio. Partindo do

objeto principal da contabilidade que é o patrimônio, se desenvolvem as funções, os

meios para atingir o controle interno.

Considerando-se que os controles internos devem ser vistos pelas empresas

como uma forma razoavelmente simples de instrumentalizar e operacionalizar a

gestão dos recursos financeiros.

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22

O controle interno é, portanto, um meio de utilizar o planejamento das

empresas, para que possam diminuir suas dificuldades e permanecer no mercado de

forma mais competitiva. Com as mudanças ocorridas no ambiente socioeconômico,

muitas das empresas passaram a enfrentar sérias dificuldades e entraram em crise.

A informação sempre foi um importante fator para tomada de decisão e

determinante para o sucesso gerencial, considerando-se que de seus

demonstrativos fornece uma cenarização da evolução financeira do patrimônio

empresarial. Com a evolução das tecnologias, a informação contábil se tornou ainda

mais relevante para a sobrevivência e desenvolvimento das organizações.

No cenário de mudanças constantes no mercado econômico, as informações

contábeis representam a redução das incertezas e permite aos administradores uma

visão mais abrangente para tomar decisões. Conforme Padoveze (2000, p. 24):

A informação é um recurso fundamental para contribuir na definição dos objetivos de uma empresa, no estabelecimento de estratégias e políticas, na avaliação e decisão sobre as alternativas de expansão e investimentos necessários, e dos próprios resultados do negócio.

Assim, constata-se que a informação contábil é instrumento de decisão por

que permite o estabelecimento de estratégias para a expansão do empreendimento,

permitindo que o usuário possa avaliar a situação econômica e financeira da

entidade, bem como fazer inferências sobre a tendência futura.

Desta forma, a finalidade da informação contábil é atender sempre os próprios

objetivos da entidade empresarial consubstanciando as demonstrações contábeis,

mas também em relatórios gerenciais diversos, pareceres, ou outra forma qualquer

de comunicação escrita para propiciar aos usuários sua plena utilização. Conforme

ludícibus (1998, p. 68):

A informação contábil é parte integrante da contabilidade gerencial, por que fornece os elementos concretos para a informação e a avaliação destinada a prover seus usuários com demonstrações e análise de natureza econômica, financeira, física e de produtividade.

Portanto, a contabilidade empresarial depende diretamente do sistema de

informações quantitativos para fornecer os dados que auxiliem a gestão

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administrativa a alcançar suas metas, além de permitir a avaliação e análise dos

resultados.

A informação contábil é o recurso da qualidade administrativa das empresas,

considerando-se que concebe a cenarização presente e futura que permite que

qualquer entidade ministre suas atividades sem ter na contabilidade a sua principal

ferramenta de gestão empresarial.

As informações contábeis inseridas no universo empresarial no novo cenário

econômico colocam as ferramentas à disposição da gestão das empresas para que

estas possam divulgar os resultados de suas atuações no campo social. De acordo

com Costa (2004, p. 10):

A publicação de informações contábeis tem o poder ímpar de inibir práticas ilícitas estimulando comportamentos e procedimentos corretos e éticos dos que dele se comprometem, objetivando constituir um adequado sistema de informações que evidencia toda e qualquer informação seja ela verídica ou não revelando também possíveis atos danosos e lesivos à sociedade que é a grande usuária da contabilidade.

Assim, deve-se considerar que as informações contábeis fornecem um amplo

quadro de ações, a partir da qualidade da informação, uma vez que apresenta como

um dos mais poderosos instrumentos para a tomada de decisões nas organizações

sendo indiscutível sua importância na obtenção da qualidade empresarial.

Com a criação do Projeto de Lei N° 2813 de Abril de 20002, estabelece a

necessidade de informações contábeis que possam trazer transparências às

atividades empresariais, sobretudo pela existência de muitas empresas

multinacionais e nacionais que embora tenham patrimônio elevado e faturamento

alto não tinham o compromisso legal de transparência.

Neste contexto a informação contábil representa uma contribuição enorme

para a evolução da contabilidade empresarial, ao fornecer os subsídios necessários

para a demonstração financeira com transparência. Entende-se que a informação

2 O Projeto de Lei n? 2.813, de 2000, tem por escopo, em síntese, estabelecer a obrigatoriedade da publicação das demonstrações financeiras e patrimoniais das sociedades por quotas de responsabilidade limitada cuja receita bruta ultrapasse R$ 2.133.222,00.

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contábil é uma ferramenta gerencial essencial, utilizada por um leque enorme de

empresas como instrumento eficaz para coordenar as suas atividades.

A informação contábil se constitui na economia atual no cenário das

corporações, permitindo ao administrador os subsídios e o suporte tributário e fiscal,

mercantil e de gestão para a execução dos demonstrativos financeiros.

Assim, sua importância está em sua aplicabilidade na tomada de decisão e

continuidade dos negócios. Considerando-se que as informações contábeis

permitem a constituição de princípios e padrões que asseguram a consistência das

diversas atividades envolvidas, quer de responsabilidades dos executivos, de

práticas financeiras e contábeis.

Neste contexto, analisa-se que as informações contábeis representam um

importante instrumento de ação que permite as decisões tomadas pelos gestores

dos vários níveis organizacionais, dentro das atividades de planejamento e controle.

Levando-se em consideração que há nas empresas uma multiplicidade de

fontes e de usos da informação. Entre as várias fontes existentes nas empresas,

destaca-se a Contabilidade que, enquanto ciência responsável por todo o processo

de mensuração das atividades financeiras.

A comunicação dos fatos que envolvem a atividade empresarial tem como

principal função suprir de informação relevante os gestores, a fim de capacitá-tos a

alcançar os objetivos da organização com o uso eficiente de seus recursos.

As informações quantitativas que a Contabilidade produz, quando aplicada a

uma Entidade possibilitam ao gestor avaliar a situação financeira e a cenarização

futura.

Portanto é também importante base estratégica para avaliar o comportamento

financeiro, permitindo também a realização de comparações de resultados anteriores,

para partir destes resultados e redefinir novos objetivos.

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2.2.2 Os Tipos de Controles Internos

Um dos grandes desafios às empresas se constitui na necessidade de

controladoria como estratégias com uso de técnicas modernas e de recursos

suficientes para o tratamento de dados financeiros confiáveis, para o suporte e

controle das atividades de custos e a adequada de aplicação de recursos nas

organizações.

Esse processo organizacional exige dos gestores ações como os controles

internos referentes às operacionalizações envolvendo o ciclo de pagamentos ou

controle contábil adequado e auditoria; controles internos envolvendo o ciclo de

produção da empresa; controles internos gerais de Contabilidade e Sistemas de

segurança de informação e controles internos na área tributária.

Todas essas medidas organizacionais e administrativas têm a função de

favorecer formas de crescimento estruturado, desenvolvendo sistemas eficientes de

captação de recursos e garantindo a sustentabilidade das atividades.

O sistema de contabilidade gerencial não é o único instrumento de controle,

há outras estratégias de controle para tornar as informações relativas à empresa de

forma segura e confiável, desde os processos produtivos às relações que envolvem

os custos.

Assim, constata-se como a controladoria é eficaz para demonstrar para a

organização financeira das empresas, as formas de manter sua própria estrutura, de

acordo com suas atividades.

Robles Júnior (1994, p. 117), considera que

os níveis de competitividade alcançados com o controle interno tanto nas novas indústrias como na revitalização das antigas, representam saltos qualitativos em relação às práticas tradicionais e tornou possível a introdução de inovações organizacionais e na gestão, redefinindo os fatores determinantes da competitividade.

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A controladoria evita fraudes nas empresas por que dificultam a realização de

atividades ilícitas frente às complexidades dos negócios e os avanços tecnológicos,

que imprimem maiores desafios e riscos às fraudes financeiras.

2.2.3 Controle de Custos

O controle de custos de produção pode ser considerado muito proveitoso no

processo de gerenciamento de empresas quanto à análise vertical e horizontal do

comportamento dos custos; análise dos orçamentos com base no custo de

fabricação e formação do preço de venda.

Nesse contexto, bom sistema de custos poderá propiciar segurança para o

administrador tomar decisões táticas e estratégicas dos controles de custos, na

redução de custos e eliminação de desperdícios, e comparação de processos de

produção e dos seus custos.

A Contabilidade de Custos é, portanto, uma ferramenta especial no

estabelecimento de orçamentos, custos-metas e custos padrão; cálculo dos valores

a serem cobrados dos consumidores em relação aos produtos e serviços e

dispêndios referentes a gastos financeiros com despesas gerais.

Na análise de Abbas (2001) uma das tendências mais importantes do mundo

empresarial é a transição da economia baseada na produção para aquela economia

baseada nos serviços. É a Era dos Serviços em que aqueles que estão incumbidos

de liderar empresas de prestação de serviços detêm uma responsabilidade especial

em relação aos seus clientes.

As pequenas empresas necessitam de cortes ou racionalização de custos

para oferecer preços mais acessíveis do que a concorrência, sem deixar de lado a

qualidade dos serviços ou produtos. Assim, a Contabilidade de Custos pode prestar

grande auxílio a estas organizações, pois fornece, análises sobre o comportamento

dos custos e despesas, variações entre custos previstos e reais; análise da evolução

das vendas, custos e lucro e do capital investido em linhas de produtos e serviços.

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Atualmente, a contabilidade de custos é uma ferramenta necessária no

gerenciamento e tomada de decisão, devendo fazer parte de sua estratégia, como

parâmetros para suas decisões administrativas, controle de formação de preços e

investimentos.

Segundo Kaplan (1998 apud SOUZA, 2002, p. 19) "as mudanças ocorridas no

ambiente competitivo, fazem com que gerentes necessitem de informações para

melhorar a qualidade, pontualidade e eficiência das atividades que executam".

Nesse sentido, além de compreender precisamente o custo e a lucratividade

de cada um de seus produtos, serviços e clientes. Estas transformações obrigam as

empresas a praticar novas formas de gestão, adotando metodologias de custeio que

possibilitem implantar ações gerenciais que garantam competitividade frente aos

seus concorrentes.

Zicher (2002), considera que a contabilidade de custos tem como finalidade

fornecer informações sobre as movimentações de estoque, sobre os custos de

vendas e distribuição, sobre as vendas e lucros de cada linha de produtos fabricados

ou serviços prestados.

Constata-se que a contabilidade de custos também fornece informações

detalhadas sobre as despesas operacionais envolvidas nos negócios. Desta forma,

através de um sistema de custos é possível conhecer detalhadamente o custo de

operação nas empresas para suprir esses profissionais com informações que os

orientem na tomada de decisões.

Na concepção de Abbas (2001), a escolha do método é importante na

utilização da contabilidade de custos, na medida em que contribui para a análise

direta da melhor forma de uso dessa ferramenta contábil na pequena empresa,

conforme as necessidades de informação.

Existem métodos específicos que se enquadram à atividade empresarial em

todas as suas demanda de informações no fornecimento registros completos e

seguros das transações comerciais, como técnicas de gestão empresarial.

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2.2.4 Auditoria Interna

Um dos grandes problemas referentes às empresas de grande e pequeno

porte é a fraude ou os denominados ralos por onde escorrem recursos e

informações que estão dentro das próprias companhias e que se multiplicaram

rapidamente durante a década de 90, a partir da informatização. Atualmente, a

fraude dentro das empresas é um problema de proporções sérias.

O avanço no processo da terceirização impôs uma demanda crescente de

cuidados especiais na orientação dos demonstrativos financeiros das empresas, em

relação às fraudes e os desvios éticos, na forma de corrupção, crivando de

desonestidade os modernos negócios, apresentam-se em excesso.

A maioria das fraudes praticadas pode ser considerada um desafio aos

princípios de controle interno implementadas na empresa, cuja principal

responsabilidade é da gestão das empresas. A fraude pode ser considerada como

um comportamento ilegal e ilícito, praticado de modo intencional e que tem em vista

a obtenção de ganho desonesto ou causar prejuízos a terceiros, em proveito próprio

ou para beneficiar a organização.

A fraude pode revestir-se de várias formas, designadamente: apropriação de

dinheiro; roubo de recursos (equipamento, software ou existências); exercícios de

influências, na expectativa de recebimento de prendas ou favores.

A auditoria interna compreende o exame de documentos, livros e registros,

inspeções e obtenção de informações e confirmações, internas e externas,

relacionados com o controle do patrimônio, objetivando mensurar a exatidão desses

registros e das demonstrações contábeis deles decorrentes.

Os exames são efetuados de acordo com as normas de auditoria usualmente

aceitas e incluem os procedimentos que os auditores julgam necessários, em cada

circunstância, para obter elementos de comprovar se os registros contábeis e

princípios fundamentais e normas de contábeis foram executados de acordo com

contabilidade e se às demonstrações refletem adequadamente a situações

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contábeis deles decorrentes, evoca economicamente um administrativo examinado e

outras situações economicamente e financeira do patrimônio, os resultados do

período nelas demonstradas.

Segundo Ettie (1987, p. 255), liA parte relativa à execução do trabalho de

auditoria é a mais complexa e abrangente, já que envolvem todos os conhecimentos

e técnicos e administrativos do auditor". E nesse momento, que o auditor revela suas

qualidades no exercício de suas funções, já que seus conhecimentos e ética

profissional são sempre colocados à prova.

O objeto da auditoria é o conjunto de todos os elementos de controle do

patrimônio administrado, os quais compreendem registros contábeis, papéis,

documentos, fichas, arquivos e anotações que comprovem a veracidade dos

registros e a legitimidade dos atos da administração, bem como sua sinceridade na

defesa dos interesses patrimoniais.

A auditoria pode ter por objeto, inclusive, fatos não registrados

documentalmente, mas relatados por aqueles que exercem atividades relacionadas

com o patrimônio administrado, cuja informação mereça confiança, desde que tais

informações possam ser admitidas como seguras pela evidência ou por indícios

convincentes.

2.2.5 O Fluxo de Caixa

A finalidade desse capítulo é demonstrar a importância do Fluxo de Caixa

como ferramenta de controle nas empresas. A partir de seu uso como ferramenta de

análise, o gestor tem as condições de cenarizar plenamente todos os aspectos da

movimentação financeira.

2.2.5.1 Fluxo de caixa mensal

A importância do fluxo de caixa mensal é comparável ao fluxo de caixa diário.

Como operação de controle de caixa representa uma cenarização de conjunto dos

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movimentos realizados durante o mês. Portanto, sua finalidade é evidenciar todos os

movimentos realizados envolvendo as contas e controle de recursos. Os resultados

do balanço patrimonial dependem de suas informações geradas ao longo dos meses.

O fluxo de caixa oferece como demonstrativo contábil, a vantagem ser uma

ferramenta usual simples e não exige um grau elevado de conhecimento de

contabilidade empresarial. Portanto, essa ferramenta de controle interno é

apresentada em forma de relatório de fluxo de caixa. E com sua importância deve

ser incorporado às demonstrações financeiras tradicionalmente publicadas pelas

empresas.

Conforme Marion (1998), o demonstrativo representa efetivamente a entrada

ou salda de numerário, valores pagos ou recebidos, onde não se indaga se estão

com ou sem impostos. Portanto, apenas se registra exatamente o valor financeiro

efetivado na operação.

Dessa forma, no grupo de contas de despesas, têm-se contas para evidenciar

no total das compras brutas e os impostos pagos juntamente com os valores das

mercadorias. Igualmente, as vendas de produtos devem ser registradas pelos

valores das mercadorias vendidas, mais os impostos notificados e os outros

impostos sobre as vendas.

2.2.5.2 Fluxo de Caixa

No intuito de preservar a sua continuidade operacional, a empresa necessita

honrar suas obrigações, adquirir e financiar ativos circulantes e fixos. Toda

movimentação financeira pertence ao fluxo de caixa, por isso é indispensável que o

administrador tenha acesso às informações financeiras da empresa.

Quando essas informações não chegam a ele, normalmente a empresa tende

a passar por problemas de falta de liquidez e conseqüentemente buscará recursos

de terceiros. Mesmo não sendo exigido pela legislação fiscal, de acordo com o Artigo

274 do RIR/99, e da legislação comercial, conforme o Artigo 176 da Lei 6.404/76, o

fluxo de caixa é um demonstrativo de suma importância para o gerenciamento dos

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negócios, pois evidencia tanto os períodos em que a empresa se encontra com folga

de caixa, como aqueles em que deverá tomar mais cuidados em relação aos seus

gastos.

Zdanowicz (1998 apud Sell, 2005, p. 76) ressalta que "o processo de

planejamento do fluxo de caixa visa à concepção de uma estrutura de informações

útil, prática e econômica que possibilite à empresa estimar de forma segura os

futuros ingressos e desembolsos de caixa".

Entende-se, portanto que o principal objetivo do orçamento de caixa é

dimensionar, para um dado período, a disponibilidade de recursos para suprir as

necessidades de caixa da empresa.

Sendo SeIl (2005, p. 77), "o fluxo de caixa orçado é realizado a fim de facilitar

a comparação e o entendimento das variações ocorridas em determinado período".

A partir daí, a empresa começa a utilizar os fluxos de caixa semanal, mensal e

semestral, sendo este último utilizado de forma a melhorar em longo prazo o

processo de tomada de decisão, pois esse demonstrativo facilita a compreensão por

parte do gestor dos fatos ocorridos no caixa da empresa.

Portanto, por essa ferramenta, o gestor poderá dispor de informações

financeiras capazes de auxiliá-lo na administração de suas insuficiências de caixa.

Na concepção de Sell (2005, p. 77), "uma vez expirado o prazo do fluxo de caixa

orçado, adiciona-se ao demonstrativo o fluxo de caixa realizado, que

automaticamente gerará uma variação positiva ou negativa do período".

Uma das vantagens de se analisar o comportamento do caixa ao longo de um

período é justamente conhecer as necessidades e/ou folgas de caixa, podendo a

empresa tomar decisões com mais tranqüilidade. Mas, para que o fluxo de caixa seja

uma ferramenta gerencial capaz de auxiliar o administrador na tomada de decisões é

importante que esse demonstrativo se adapte às particularidades da empresa.

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Marion (1998, p. 62), considera que a Demonstração dos Fluxos de Caixa é a

indicação das alterações ocorridas no exercício no saldo de caixa e equivalentes de

caixa, segregada em fluxos das operações, dos financiamentos e dos investimentos.

Aos gestores de empresas, o Demonstrativo de Fluxo de Caixa oferece as

vantagens da demonstração da real condição de pagamento das dívidas,

especialmente em fases de necessidade de controle financeiro interno. O fluxo de

caixa é um demonstrativo contábil de fácil entendimento pelos diversos tipos de

usuários inexperientes em contabilidade empresarial e evidencia as informações

relevantes sobre os fluxos de caixa futuros.

Trabalhos acadêmicos como o de Diniz Filho (2003, p. 63), demonstra

algumas desvantagens do Fluxo de Caixa como ferramenta de controle interno das

empresas,

pela falta de consenso sobre qual conceito de caixa utilizar, como caixa, bancos e títulos de curto prazo ou só caixa e bancos; b) a junção do fluxo de dividendos recebidos com o fluxo da atividade operacional, e os juros pagos e recebidos referentes ao capital de giro poderem ser definidos como sendo parte do fluxo de caixa operacional, o que distorce a real geração de caixa pelas operações; e c) a possibilidade de manipulação de pagamentos e recebimentos visando a melhorar seus fluxos de caixa em um período específico, elencam questões que são pertinentes às empresas de capital aberto ou de grande porte.

No entanto esse processo de desvantagem se constitui para as gestões de

empresas de maior porte que necessitam, portanto, de uma contabilidade mais

complexa. No caso das empresas de pequeno porte o Fluxo de Caixa (FC) pode ser

considerado um demonstrativo contábil importante nas tomadas de decisões. Nesse

contexto, sua finalidade imediata serve aos interesses do gerenciamento de controle

interno que é a evidenciação das entradas e desembolsos de recursos, de modo a

proporcionar análises importantes sobre o comportamento da empresa.

Diniz Filho (2003, p. 64) considera que o "fluxo de caixa de uma empresa ao

conjunto de ingressos e desembolsos de numerário no caixa ao longo de um período

pré-determinado". Neste entendimento, acredita-se que o fluxo de caixa consiste na

representação dinâmica da situação financeira de uma empresa, permitindo aos

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gestores conhecerem como estão sendo utilizadas as fontes de recursos e todas as

aplicações.

2.2.5.3 Apuração do fluxo de caixa

A apuração do fluxo de caixa tem a função de informar e pode ser

evidenciado de duas formas básicas: Englobando na apuração as operações de

caixa realizadas em um período já decorrido, ou seja, descreve mudanças históricas

no caixa da empresa, ou sobre operações de caixa da empresa que ainda irão

ocorrer, e que, portanto, referem-se a um período de tempo ainda não ocorrido, e

apresenta projeções.

Para Diniz Filho (2003, p. 63),

o fluxo de caixa histórico é o que mais representa a demonstração de fluxo de caixa componente do conjunto de demonstrações contábeis das empresas, servindo principalmente para análises comparativas e históricas.

A segunda forma de apresentação de fluxo de caixa é utilizada principalmente

pelas empresas no planejamento operacional e estratégico na gestão da atividade

financeira, voltada para o futuro, sendo de uso interno da empresa.

Assim, identificar-se a importância desse demonstrativo para a pequena

empresa, a partir de sua utilização como cenarização futura que permite a projeção

de investimentos e a formulação de planos futuros, por que tem a função de

expressar as informações correspondentes relativas à projeção.

A demonstração de fluxo de caixa histórico pode ser preparada a partir das

outras demonstrações já elaboradas e divulgadas pela empresa, permitindo a

análise das causas de modificação do caixa da empresa e um estudo do seu

comportamento financeiro ao longo do tempo. Na concepção de Diniz Filho (2003, p.

64) "é um adequado instrumento de análise".

Considerando-se a análise de SeI! (2005):

Independente do tamanho, toda empresa é movida à caixa, e é através do fluxo de caixa que se identifica exatamente o quanto está disponível para

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ser distribuído aos credores, aos acionistas; as carências de recursos e suas fontes.

Portanto, a insuficiência de caixa pode determinar cortes de créditos,

suspensão de entrega de mercadorias, descrédito junto a fornecedores e clientes, a

falta de capital de giro faz a empresa recorrer a recursos com custos financeiros

elevados, podendo perder o controle sobre endividamento.

O processo de controle interno é uma forma de gerenciamento eficaz através

de duas estratégias: controle contábil e planejamento financeiro, em todas essas

estratégias necessárias às empresas, o Fluxo de Caixa funciona como uma

ferramenta de informação gerencial permite identificar o processo de circulação do

dinheiro, a liquidez da empresa e as necessidades futuras de caixa.

2.2.5.4 Componentes do fluxo de caixa

Os componentes da demonstração de Fluxo de Caixa, de acordo com Frezatti

(1997 apud DIAS, 2005, p. 99) se caracterizam pela

evidenciação dos fluxos operacionais, que corresponde às entradas e saídas relacionadas às atividades operacionais da empresa; os fluxos permanentes, que está ligado aos investimentos no ativo permanente da empresa; o fluxo dos acionistas, que indica as transações que afetam os mesmos e que são derivadas de decisões de capitalização ou de distribuição do lucro ou redução do capital.

Nesse processo envolve também o fluxo financeiro que equivale ao somatório

dos demais fluxos, onde, no caso de sobra de recursos, ocorre à saída para

aplicação deste valor no mercado e, no caso de insuficiência de recursos,. ocorre à

entrada por meio de resgate de investimentos, ou por meio de captação de recursos

com terceiros.

Segundo o entendimento de Frezatti (1997 apud DIAS, 2005, p. 102) "O fluxo

de caixa é uma ferramenta de gestão, de grande auxilio ao gestor das empresas,

desde que suas informações sejam claras e de fácil entendimento".

Portanto, como demonstrativo contábil deverá conter as informações claras,

como a proposta de Kassai (1997 apud SELL, 2005) para empresas de pequeno

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porte: a simplicidade nas informações, sem necessidade de registros históricos ou

complexos; deve-se, portanto, desconsiderar os valores menores; buscando sempre

os fatos e eventos presentes e futuros, através da utilização de modelos

prospectivos e orçamentos.

A demonstração do Fluxo de Caixa é uma ferramenta gerencial para auxiliar e

evitar problemas de liquidez. É utilizada para demonstrar como serão pagos os

compromissos, como será gerado o caixa, quais as políticas financeiras serão

adotadas pela empresa, enfim para planejar e administrar as fontes e necessidades

de caixa.

Conforme Dias (2005, p. 77), (Ia demonstração do Fluxo de Caixa não deve

ser visto como uma preocupação única do setor financeiro, mas deve ter o

comprometimento de todos os setores da organização". Pois, se presta a evidenciar

várias transações que incluem os recursos financeiros mais rapidamente à

disposição da empresa.

Para Zdanowicz (1998 apud SELL, 2005, p. 45),

O Fluxo de Caixa tem por objetivo fundamental levantar todas as necessidades da organização, para que possa cumprir com todas as obrigações nos prazos certos, alcançando resultados positivos considerando os desembolsos necessários para o seu funcionamento.

Paralelamente à contabilidade, o controle contábil e o planejamento financeiro

estratégico nas empresas correspondem ao estabelecimento de um conjunto de

providências a serem tomados pelos gestores para a situação em que o futuro tende

a ser diferente do passado, entretanto, a empresa tem condições e meios de agir

sobre as variáveis e fatores de modo a que possa exercer alguma influência sobre

seu próprio caminho.

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2.3 ESTRATÉGIAS DE MERCADO, DE PRODUÇÃO E DE ATIVOS FINANCEIROS

Essas três estratégias são fundamentais para a evolução financeira da

organização, o quadro abaixo representa o pensamento estratégico de Cosenza

(2000); Kotler (1999) e Porter (1991):

ESTRATÉGIAS DE MERCADO

ESTRATÉGIAS DE PRODUÇÃO

ESTRATÉGIAS DE ATIVOS FINANCEIROS

• Padronização do produto;

• Diminuição do preço ao

consumidor;

• Investimentos em

propaganda e marketing;

• Distribuição integrada e

planejada;

• Acompanhamento e

Previsão de Vendas

• Eliminação de

desperdícios;

• Capacitação de mão-de-

obra;

• Programas de

manutenção de

equipamentos e ativo fixo;

• Controle Estatístico do

Processo

• Financiamento;

• Incentivos fiscais e

creditícios;

• Maximização de

produção;

• Estágios e análise de

despesas pré-

operacionais.

Fonte realizado com textos dos autores: Cosenza (2000); Kotler (1999) e Porter (1991)

Para a construção de um cenário futuro para incentivar o consumo e a

produção de um determinado produto, muitas organizações usam a estratégia de

padronização do produto, ou seja, na criação expressiva de meios de tornar a marca

e o produto conhecidos. Essa estratégia poderá favorecer um maior conhecimento

do produto pelo consumidor. O uso de métodos de propaganda e marketing favorece

as perspectivas do produto se tornar efetivamente padronizado.

No plano de mercado as empresas usam estratégias de diminuir o preço do

produto para o consumidor. Certamente, o investimento financeiro em propaganda e

marketing são importantes estratégias de mercado, assim, como a distribuição

integrada e planejada.

Assim, se apresentam no quadro acima, as condições necessárias para um

desempenho econômico que dependem essencialmente de ações internas e

externas no âmbito da cooperativa que envolve a determinação de uma filosofia, ou

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37

uma missão, a construção de valores e princípios éticos e modelos de gestão mais

participativos.

Os aspectos fundamentais em nível de produção de ativos financeiros se

concentram em políticas que requerem a sistematização de meios eficazes para

tornar a informação qualitativa e voltada para os interesses da organização, a

oportunidade de implantação de meios de sistematizar o processo de gestão para

que se cumpra sua finalidade de ação no mercado que incorporam compromissos

sociais com as políticas governamentais (parcerias), mudanças na legislação e

incentivos fiscais e creditícios que possam favorecer o aumento do ativo empresarial.

2.3.1 A Administração de Desperdícios

As ocorrências de desperdícios na produção podem aumentar os custos do

produto encarecendo para o consumidor a aquisição. As perdas que o desperdício

pode trazer no custo de sua produção e interferem no processo, resultando em

menor produtividade e qualidade. As inadequações do processo que produzem as

dificuldades e incorreções na logística e distribuição do processo de produção.

Através de diagnósticos é possível eliminar os desperdícios que possam ocorrer em

função de não adequação da matéria-prima, equipamentos e operadores.

As diversas interferências no processo produtivo que geram dúvidas e

inadequações resultam em perdas de tempo. Conseqüentemente, esses aumentos

de tempo não previstos além de diminuir a produção total, fazendo com que a

eficiência diminua, fatalmente gerará atrasos na entrega do produto e

comprometimento na qualidade.

O desperdício influencia diretamente no custo final do produto porque o preço

é calculado em cima de estimativa de rendimento. Com a concorrência e alta

competitividade, é necessário controlar os desperdícios (LORINO, 1992).

O Controle Estatístico de Processo permite a análise do processo de

produção antes que comprometa o produto como um todo. Nesse processo, o

empresário avalia o desempenho das matérias-primas, equipamentos e operadores

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38

durante o fluxo de produção. Os funcionários desempenham função essencial na

produção: quanto mais eles estiverem envolvidos com a função e souberem a

importância que desempenham dentro do processo, mais eles se empenham para

que não haja desperdícios.

A mão-de-obra qualificada além de impedir o desperdício, também contribui

para o setor agregar valor ao produto. Esta característica ajuda a introduzir produtos

novos com linhas alternativas que permitem maior rentabilidade. Criar esses

diferenciais é essencial para tornar a empresa mais competitiva no mercado.

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39

3 ESTRATÉGIAS DE MERCADO NAS ORGANIZAÇÕES

3.1 CONCEITO DE ESTRATÉGIA

A estratégia pode ser considerada ma seqüência de pensamentos possível de

ser repetida que leva a ação que consistentemente produzem um resultado

específico. NA estratégica é geralmente conduzida por padrão que define uma

constância no comportamento e mantém uma noção de continuidade ou rotina

(PORTER, 1991, p. 141).

Neste sentido, a estratégia surge de ações planejadas de forma intencional e

particularmente direcionada a um determinado fim, como instrumento para favorecer

a implantação de uma ação que tem um fim específico. Nessa concepção a

estratégia permite definir um plano traçado para atingir determinado fim, ao mesmo

tempo em que permite concentrar esforços e recursos, visando manter ou melhorar

determinada posição.

A perspectiva de uma estratégia empresarial reflete na postura da ação, os

conceitos, os valores e a perspectivas partilhadas pelos membros da organização e

os fins que desejam atingir. Nessa definição, a estratégia é também influenciada

pela forma como a empresa e seus membros percebem o ambiente. E, portanto, a

formação a sua criação se insere em aspectos que definem um marco referencial

para a determinação de um processo consecutivo geralmente conduzido pela

gerência ou diretoria da empresa, de forma sistemática como também pode surgir de

um processo emergente sendo formulada a partir da prática, através de um processo

contínuo de aprendizado.

A estratégia empresarial pode ocorrer em diversos setores que necessitem de

ser reintroduzidas mudanças com o objetivo de atingir as metas organizacionais. A

estratégia compreende as etapas que compõem cada situação e das variáveis

envolvidas relativas à realidade da organização. A estratégia organizacional

depende do conhecimento dos pontos fracos e fortes que poderão ser

implementadas mudanças que exigem o conhecimento do conjunto de variáveis e

circunstâncias reais do cenário empresarial.

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Neste sentido a ferramenta da estratégia é o planejamento e através deste do

planejamento se obtém uma boa estratégia para atingir bons resultados. Segundo

Porter (1991), a estratégia para se desenvolver der forma eficaz é necessário haver

um conjunto de etapas divididas ou relacionadas em processos, fases, áreas de

conhecimento e as variáveis.

3.2 TÉCNICAS E METODOLOGIAS USADAS EM ESTRATÉGIAS

ORGANIZACIONAIS

Assim, é importante levar em consideração que as estratégias dependem de

técnicas e métodos por parte das organizações que utilizam instrumentos para

gerenciar o processo de aprendizado estratégico, pelos quais novas estratégias

podem emergir.

A maioria dos planos estratégicos consiste apenas em linhas mestras para

orientação do trabalho de cada um nas organizações em planos setoriais ou globais.

No contexto da Gestão Estratégica (GE) ou Strategic Enterprise Management,

o plano de ação se constitui em uma metodologia necessária para a evolução da

estratégia em todos os níveis organizacionais para a criação de ambientes propícios

às metas desejadas, seja na fidelização de clientes, melhoria da produtividade,

qualificação de recursos humanos, criação de um ambiente de compartilhamento do

conhecimento e outras estratégias que trarão se bem implantadas a prosperidade

econômica e capacidade competitiva.

A GE exige ações metodológicas como o processo de Formulação

Estratégica (FE) que se caracteriza pela fase de planejamento aplicado no nível

estratégico da gestão das organizações, cuja função é definir de forma clara a visão,

missão e metas da organização.

Um plano estratégico apresenta as diretrizes para orientação do trabalho de

cada um nas organizações em equipe e individual, em departamentos e setores

diversos. O seu papel é sustentar as bases do desenvolvimento do pensamento

estratégico em todos os níveis.

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3.2.1 Planejamento Estratégico

O novo ambiente empresarial provoca a necessidade das empresas se

tornarem organizações de aprendizagem e estratégia. Assim, o conceito de

estratégia e ações que requerem planejamento, elaboração, execução, implantação,

acompanhamento, controle e avaliação. O planejamento estratégico se constitui em

um importante instrumento por que permite avaliando o conhecimento existente do

mercado e do perfil do consumidor para projetar cenários e tendências.

O ponto mais relevante no planejamento estratégico para atingir resultados

específicos com implantação e ações direcionadas que dependem do planejamento

de ações, diante da necessidade de apresentar resultados. O surgimento do

Planejamento Estratégico como alternativa aos problemas nas empresas estão

possibilitando o alcance de soluções para melhoria da qualidade no atendimento a

consumidores.

A necessidade de aquisição de novas competências em um ambiente de

grandes e profundas mudanças tem obrigado as organizações a uma revisão de

parâmetros de gestão administrativa ou gerencial. A principal ferramenta que

viabiliza essa revisão é o Planejamento Estratégico setorizado, ou seja, nos setores

que apresentam necessidades de melhorias e estratégias para angariar resultados

ou em nível global.

Os empresários já perceberam que uma empresa requer ações planejadas e

uma visão sistêmica ou estrutural que possam determinar meios de apreender o

perfil do consumidor, suas características de consumo, o estilo do produto e as

formas de melhor abordar e oferecer os produtos.

Nesse contexto, amplia-se a presença do planejamento estratégico nas

empresas e nos governos, que passaram a buscar mais eficiência. Assim, planejar

significava conhecer, prever, alocar e gerir recursos, controlando não só os

instrumentos, mas a organização como um todo. De acordo com Tubino (1997, p.

37):

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O Planejamento Estratégico se efetiva ao encontrar equipes eficientes e eficazes, uma estrutura organizacional bem delineada e aceita, e um sistema de informações gerenciais adequado, permitindo ao corpo administrativo estabelecer o rumo a ser seguido pela organização, com vistas a obter um nível de otimização no cumprimento de sua missão.

Conforme Tubino (1997), constata-se que o planejamento estratégico busca

maximizar os resultados esperados, a partir do uso de estratégias específicas para

implementar as mudanças em determinadores setores da empresa ou em sua

totalidade.

Roriz (1999, p. 87), considera que

O Planejamento Estratégico Empresarial deve ser utilizado como uma abordagem de intervenção na organização, fundamentada em um processo participativo para orientar e conduzir a escolha das ações nos níveis microeconômico e operacional.

Assim, considera-se importante analisar o Planejamento Estratégico na

estrutura organizacional da empresa como instrumento para orientar as reformas

estruturais nas orientações reformistas.

A eficácia de estratégias organizacionais internas nas relações da empresa, a

iniciativa de implementar o estímulo à capacidade de organização, demonstrar

liberdade e criatividade nas políticas de recursos humanos são formas de motivar a

produtividade e fidelizar o consumidor.

A avaliação do mercado pela empresa é considera da um fator importante, no

que concerne à percepção do consumidor, à demanda do mercado com o máximo

de diversificação de produtos e melhoria do ambiente empresarial para proporcionar

satisfação no cliente. Para Giglio (2002, p. 47):

As organizações utilizaram vários tipos de estratégias para estimular a competitividade, desde o foco voltado para o produto, o marketing, mudanças gerenciais, e outros métodos, mas a eficiência operacional, característica dos anos 90 não foi suficiente para manter o empresariado garantido em relação ao mercado. Em um mundo globalizado, todos os concorrentes investiram em eficiência operacional, tornando-se um denominador comum.

As estratégias permitem adaptar as condições da empresa aos objetivos

esperados, influenciando uma nova cultura empresarial, nos setores diversos, seja

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em relação à demanda de produtos, ao nível de satisfação dos consumidores ou no

processo produtivo. Assim, a fidelização se torna possível, quando há um

conhecimento básico do comportamento do cliente, tendo por base de uma pesquisa

de mercado acerca do perfil do consumidor.

A comunicação passou a ser valorizada, pois é o meio pelo qual se

disseminam as informações, agregando valor aos indivíduos que conseguem

transformar essas informações para explorar os conhecimentos, já que há

necessidade de uma grande habilidade de relacionamento interpessoal, em

aspectos como linguagem, comportamento e habilidade para negociação que

exigem criatividade para selecionar, analisar, sintetizar, discernir, aprender e

manipular informações, para atender bem o consumidor.

Conforme Belasco (1992) há uma necessidade muito grande de

administradores e colaboradores para saber lidar com a inovação, em todos os

aspectos, sabendo identificar oportunidades e traçar linhas de ação, com agilidade,

para aproveitamento da situação de vendas com o consumidor.

É fundamental a preparação para interagir com o consumidor de forma a

adquirir mais e melhores sobre os fatores de estimulo e motivação para comprar os

produtos, através de seus valores e hábitos.

Nardy (1999) para que o estímulo às mudanças qualitativas possa ocorrer, o

administrador precisa conhecer seu ambiente de trabalho, seu mercado e seus

clientes criando comportamentos alternativos para gerenciar transformações. Essa

visão das transformações e movimentos no meio ambiente é que poderá nortear as

decisões estratégicas na empresa, e a habilidade para lidar com inovações.

O planejamento estratégico permite identificar as áreas que necessitam de

políticas definidas para a implementação de estratégias relativas à fidelização do

cliente. De acordo com Porter (1991, p.44):

A estratégia competitiva depende de ações específicas em setores que estejam debilitados na empresa, ou em um modo geral em todo o ambiente empresarial. A visão setorial permite uma avaliação dos problemas que se concentram em determinadas posições concorrenciais. Assim, cabe ao

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administrador realizar um levantamento analítico que possa abranger vários pontos negativos e fracos que dificultam a concorrência no mercado.

Assim, compreende-se que na reestruturação das empresas em nível global

ou setorial, as mudanças estratégicas devem ser apoiadas numa visão ampla dos

processos empresariais, desde as condições relativas à análise de mercado, quanto

à conjuntura interna em tendo por base na integração e cooperação dos

colaboradores da empresa.

Considerando que as estratégias voltadas para a satisfação do cliente

dependem basicamente da melhoria nos aspectos relacionados aos recursos

humanos com o aprimoramento de serviços, a partir da identificação de métodos de

motivação e qualificação do trabalho.

A análise qualitativa dos resultados em curto prazo permite relacionar as

ações nas áreas de serviços a serem empreendidas nas práticas administrativas de

gestão e recursos organizacionais a fim de imprimir o planejamento estratégico, com

visão no momento de alocar recursos e o uso deles de forma racional, lógica e em

curto prazo.

TABELA 1 DESCRIÇÃO DAS ÁREAS DE DECISÃO

Áreas de Decisão Descrição

Instalações (melhoria ambiental) Qual a localização geográfica, tamanho, volume e mix de preferência da clientela na área local?

Capacidade de inovação Qual o nível, como obtê-la e como incrementá-la?

Tecnologia Quais equipamentos e sistemas, com que grau de automação e flexibilidade e como atualizá-la?

Integração vertical Qual política a implementar com os clientes novos e clientes antigos, e política de recursos humanos?

Organização Qual a estrutura organizacional, nível de centralização, formas de comunicação e controles das atividades?

Recursos Humanos Como desenvolver, avaliar, motivar e remunerar a mão-de-obra?

Qualidade Atribuição de responsabilidade, que controles, normas e ferramentas de decisões empregar, quais os padrões e formas de comparação em relação a outros nichos?

Planejamento e controle de estratégias relativas ao cliente

Que sistema estratégico empregar, que política de compras e estoques, que ritmo de ações manter e formas de controles de melhoria de atendimento da satisfação dos clientes?

Novos produtos/Inovação Com que freqüência lançar e em que períodos do ano, como desenvolver e qual a relação entre produtos e processos?

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As empresas não funcionam na base da pura improvisação. O planejamento

estratégico é basicamente uma atividade racional que envolve a identificação das

oportunidades e das ameaças do ambiente onde opera a empresa, bem como a

avaliação das forças e fraquezas da empresa, sua capacidade atual ou potencial em

se antecipar às necessidades e demandas do mercado ou em competir sob

condições de risco com os concorrentes, a fim de criar formas alternativas de

mudanças com base em estratégias.

Assim, a estratégia deve ser capaz de combinar as oportunidades ambientais

com a capacidade empresarial em um nível de equilíbrio ótimo entre o que a

empresa quer e o que ela realmente pode fazer.

A análise de planejamento estratégico se constitui de uma premissa básica,

realizada através de avaliações constantes que possam permitir a mensuração de

resultados ou benefícios significativos decorrentes do processo de formulação de

estratégias, visando um conjunto comum de metas, novas estratégias ou a

manutenção daquelas que são eficazes.

Nesta análise devem ser considerados aspectos como: a satisfação dos

clientes, o aumento da procura de produtos, a satisfação quanto ao preço, facilidade

de crédito e processo de tomada de decisões rápido, objetivo e eficaz. Assim, deve-

se analisar, por exemplo, o nível de valorização dos recursos e as competências,

com a introdução das inovações necessárias a uma empresa de turismo. Conforme

Canclini (1995, p. 49):

O desenvolvimento dos recursos humanos é parte integrante do processo, considerando-se que o trabalhador necessita crescer na empresa, ter reconhecimento social, ter excelentes condições de se qualificar, inclusive em nível intelectual e ter autonomia no uso de sua criatividade. Um dos primeiros pontos a ser trabalhado é o incentivo à responsabilidade e o emprego de ações efetivadas a partir de objetivos e planos de ação, sendo assim estabelecido um acompanhamento do processo para que se torne efetivo e infiltrado na filosofia da empresa.

A melhoria das estratégias de regulação empresarial com ênfase à qualidade

depende dos bons frutos dos recursos humanos na implementação de mudanças

internas em nível individual, coletivo e organizacional. Ainda conforme Canclini (1995,

p. 57):

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A estratégia constitui uma abordagem integrada, relacionando as vantagens da empresa com os desafios do ambiente, no sentido de assegurar o alcance dos objetivos básicos da empresa. Todavia, a estratégia se preocupa com o "o que fazer" e não com "como fazer". Em outros termos, a estratégia exige toda uma implementação dos meios necessários para a sua execução que exige planejamento. Isto é, a estratégia empresarial precisa de um plano básico o planejamento estratégico, para a empresa poder lidar com todas estas forças em conjunto.

Assim, entende-se que para que os administradores possam levar adiante o

planejamento estratégico requer planos táticos e cada um deles requer planos

operacionais, combinando esforços para obter efeitos sinergísticos, que exigem a

participação integrada de todos os colaboradores da empresa.

Na visão de Giglio (2002, p. 42):

Um planejamento estratégico com base no perfil do cliente, necessita de

estratégias claras, tendo-se em mente que cada pessoa é única em sua

existência concreta, nas mínimas emoções e nos sonhos diários. Por outro

lado, por ser humano, cada um demonstra e recria alguns padrões

universais de comportamento que fornecem o pano de fundo da sua

particularidade.

Constata-se que sendo cada pessoa única em sua existência, ao mesmo

tempo pode representar padrões grupais. Assim sendo, provavelmente, os

administradores terão mais disponibilidade para acatar novos conhecimentos, tendo

como alvo, a qualificação e excelência profissional.

O Administrador deve estar consciente dessas novas transformações, que é

um processo rápido e poderá transformá-Ia no principal agente de mudanças da

organização, e se essa nova concepção de organização for introduzida com sucesso,

poderá provocar mudanças na mentalidade das organizações, chegando aos lares

dos funcionários, mudando toda uma sociedade.

O planejamento estratégico deverá abranger posturas comportamentais que

compreendam a eliminação de desatenção com as pessoas, mau desempenho em

grupo, falhas na imagem e comunicação, insensibilidade à reação dos outros,

dificuldade com autoridade, visão estreita ou ampla demais, indiferença às

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necessidades da e trabalho em isolamento. É preciso transforma-se numa pessoa

melhor, saber quando seu ponto forte deixa de ser um motor de arranque e passa a

ser um fardo pesado para carregar, e só se conseguirá isso através da busca de

novos conhecimentos, baseando-se na melhoria de seu comportamento para melhor

se adaptar ao novo ambiente inovador.

3.2.2 Gestão de Processos e de Qualidade

Um dos aspectos mais marcantes é o relacionado ao enfoque por processo,

cujo conceito básico prevê uma nova forma de estruturar e gerenciar as atividades

(processos) e as próprias organizações, de forma sistemática e integrada, alinhando

as expectativas dos clientes à eficácia da organização como um todo.

Neste contexto, o enfoque direciona a organização para um controle e visão

do todo organizacional. Neste aspecto, o levantamento de dados, fornece as

condições para conhecer todas as variáveis relativas aos problemas para a

construção de soluções.

Portanto, faz parte dos processos empresariais, o conjunto de ações que

permitam avaliar e diagnosticar os problemas e tornar o processo produtivo mais

eficiente, possibilitando a prática do planejamento que possibilitem uma seqüência

de informações que servirão de instrumento na tomada de decisões.

Toda empresa que presta serviços encontra-se em alguma etapa dessa

cadeia que envolve todos os componentes necessários ao empreendimento do

processo: insumos, recursos, atividades, informações e tempo. Além da

preocupação com os fluxos que são regulados por tempos inerentes a cada etapa,

re-alimentações que controlam os fluxos, etc., existe a realidade do planejamento

interno dos processos e ordenamento detalhado que respeite princípios almejados

pela empresa em função do cliente que demanda determinado serviço, dos objetivos

do negócio, do uso dos recursos humanos e a variação e volatilidade da

necessidade de seu uso), da depreciação dos equipamentos e sua utilização

percentual.

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Considera-se que esses conceitos são perfeitamente aplicáveis aos serviços

de informação e que os gestores responsáveis por estes serviços devem conhecer e

aplicar, sempre que possível, esses conceitos de gestão visando a melhorar os

processos implantados, incluindo a otimização dos recursos disponíveis em paralelo

à elevação dos níveis de satisfação dos clientes, itens considerados fundamentais

pelas organizações que optam por programas relacionados à gestão da qualidade.

As organizações dependem de seus clientes, e portanto é recomendável que

atendam às necessidades atuais e futuras do cliente, os seus requisitos e procurem

exceder as suas expectativas.

Um resultado desejado é alcançado mais eficientemente quando as

atividades e os recursos relacionados são gerenciados como um processo. Nesta

abordagem sistêmica o analista deverá Identificar, entender e gerenciar os

processos inter-relacionados como um sistema para a eficácia e eficiência da

organização no sentido de esta atingir os seus objetivos.

Os objetivos se constituem na busca da melhoria contínua do desempenho

global da organização seja seu objetivo permanente. Assim, com o planejamento

das ações é mais fácil tomar decisões eficazes baseadas na análise de dados e

informações.

Uma organização fundamentada pelos princípios da gestão da qualidade

deve estar direcionada holisticamente para a produtividade, qualidade e

competitividade de seus produtos e serviços. Os benefícios resultantes desse

enfoque não são somente os relacionados à qualidade intrínseca do produto ou

serviço, mas também os relacionados à gestão de custos, riscos e recursos,

incluindo a gestão de recursos humanos (ABBAS, 2001).

Efetivamente, deve envolver cada pessoa que atua no processo e ser

aplicada através de toda a organização. Dessa forma, entende-se que a definição da

política da qualidade pela alta direção de uma organização somente será implantada,

de fato, como resultado de um amplo e consistente processo de comunicação, que

deve resultar no comprometimento e envolvimento de todos os colaboradores, uma

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vez que a gestão da qualidade está fundamentada em uma visão integrada dos

processos, sistemas e recursos disponíveis na organização.

Portanto, considera-se necessário medir o desempenho dos processos para

alocar melhor os recursos e para gerenciá-Ios de forma coesa e integrada.

Os serviços de informação, como todas as organizações, buscam a

otimização dos recursos disponíveis, e a medição de desempenho dos processos é

uma rica fonte de informações para a tomada de decisão dos gestores, que podem,

por exemplo, alocar recurso sem processos menos eficientes, visando à sua

melhoria e à otimização dos processos de forma integrada e como conseqüência, a

busca pelo aprimoramento e pela evolução dos processos alicerçada principalmente

nos índices de satisfação dos usuários.

Assim, constata-se que os analistas utilizam metodologias que servem de

instrumento de levantamento de dados, como entrevistas, questionários e

observação direta que contribuem diretamente com os processos básicos de um

serviço de informação que permite o conhecimento de todo o processo produtivo e

organizacional, ou seja, o acroprocesso da produção.

Neste contexto, o analista tem as condições de entender os pontos fortes e

fracos para desenvolver ações direcionadas aos problemas e gerenciar os insumos

necessários para desenvolver os produtos e serviços de informação e

documentação.

Na verdade, o processo que resume o resultado global de todas as atividades

do serviço de informação por oferecer aos usuários os produtos e serviços de

informação e documentação, segundo suas necessidades compreende uma

variedade importante de atividades, muitas vezes não perceptíveis pelos próprios

dada sua simultaneidade com a realização dos processos de produção e difusão da

informação e também porque muitos são assumidos por outros níveis da instituição.

A literatura dispõe de metodologias e ferramentas muito úteis para a melhoria

de processos, e os gestores devem identificaras mais aplicáveis às suas

necessidades, como forma de estruturar projetos sustentáveis de melhoria de

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processos produzindo transformações organizacionais no sentido da ação, em

especial criar uma visão integral da gestão e da sua situação atual e alinhar a

estrutura organizacional.

3.2.3 Estratégias em Recursos Humanos

Neste sentido, um dos exemplos de estratégias organizacionais são a

importância à estratégia de qualificação dos recursos humanos. As estratégias

oferecem as condições aos talentos da empresa de adquirirem novos

conhecimentos que possam estimular futuras lideranças. A implementação de

treinamentos são uma estratégia das organizações.

Toledo (1989, P 145) "considera que o treinamento de pessoal é a marca

estratégia das novas empresas privadas e instituições públicas". Neste contexto, a

política de treinamento busca conscientizar o profissional para a necessidade de

melhorar a qualidade dos serviços, implementar as habilidades e criatividade para

atender melhor a clientela.

O gerenciamento de Recursos Humanos tem por finalidade qualificar recursos

disponíveis, de modo que estes possam garantir a melhoria dos processos internos

nas organizações e nos departamentos que dependem de resultados de

desempenhos. Conforme Moller (1992, p. 119):

A qualidade departamental pode ser definida como o quanto um departamento como um todo satisfaz as exigências e expectativas técnicas e humanas dele mesmo e do mundo exterior. ( ... ) As metas de qualidade de um departamento devem ser atualizadas e revistas constantemente.

O treinamento de recursos humanos, notadamente os de natureza técnica e

assistencial devem envolver uma relação entre colaborador e o cliente, permitindo a

confiabilidade deste no desempenho dos serviços prestados. A empresa necessitará

desenvolver políticas de investimentos em materiais e recursos humanos

qualificados, para oferecer condições de estimular uma cultura voltada para a

qualidade nos serviços.

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Assim, a qualidade departamental deverá ter uma política específica com

técnicas e métodos que favoreçam a aquisição de conhecimentos em educação, a

partir da implantação de treinamento de pessoal técnico-operacional. Tais

estratégias de desenvolvimento de recursos humanos permitem ao gerenciador

intervir nos processos de melhoria de qualidade do trabalho.

A utilização de recursos para formação de capital humano é antes de tudo,

uma forma de valorização do colaborador e da ética de suas relações dentro do

trabalho, o que se pode chamar na visão de Toledo (1989, p. 119) de "valores

sociais".

As políticas de recursos humanos referem-se às maneiras pela quais as

empresas devem atingir os objetivos definidos, permitindo condições para o alcance

de objetivos individuais. Cada organização desenvolve a política de recursos

humanos mais adequadas às suas necessidades e realidades. As orientações para

a implementação de políticas estão subordinadas à filosofia de qualidade e devem

ser dotadas da necessária flexibilidade, adaptando-se aos objetivos e focos das

organizações.

Segundo Gil (1994, p. 63), "o treinamento nas empresas tem sido

desenvolvido segundo enfoques diferentes ao longo do tempo, quando o

treinamento só poderia visar, naturalmente, os aspectos físicos do trabalho".

Atualmente, o treinamento abrange também o desenvolvimento pessoal e as

habilidades necessárias para o crescimento profissional. Tais progressos na criação

de Programas de Treinamento oferecem as condições de capacitar os colaboradores

para o desempenho das tarefas diárias, seja na produção de serviços, no

atendimento ao público ou no uso de ferramentas operacionais.

A educação é uma contínua reconstrução da experiência pessoal do

colaborador, na verdade, essa é caracterizada pela observação e prática do

cotidiano relacionado ao trabalho e suas funções. Educando-se continuamente, o

indivíduo é profundamente influenciado pelo meio onde vive e trabalha.

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Segundo Chiavenato (1991, p. 23), desde seu nascimento até sua morte, o

ser humano vive numa constante interação com o meio ambiente, recebendo e

exercendo influências em suas relações com ele. Educação é toda influência que o

ser humano recebe do ambiente social, durante toda a sua existência, no sentido de

adaptar-se às normas e valores sociais vigentes e aceitos.

O ser humano, todavia, recebe essas influências, assimila-as de acordo com

suas inclinações e predisposições e enriquece ou modifica seu comportamento

dentro dos seus próprios padrões pessoais (MANGANOTE, 2001, p. 23).

Torna-se praticamente impossível separar o processo de treinamento da

reconstrução da experiência individual. Isso porque a educação envolve todos os

aspectos pelos os quais a pessoa adquire compreensão do mundo que a cerca, bem

como a necessária capacidade para melhor lidar com seus problemas.

3.2.4 Gestão do Conhecimento: Compartilhamento das Experiências

As organizações que desejam determinar mecanismos de eficácia precisam

ter respostas e planos para percorrer o caminho ou os caminhos que levem ao

encontro de seus interesses representados pelo horizonte criado e estabelecido a

partir da análise de seus ambientes, e o consenso de todos aqueles que forem

envolvidos em todas as etapas, desde o descobrimento da oportunidade, a criação

do horizonte, os objetivos que determinarão as estratégias e recursos possíveis e o

desenvolvimento das ações necessárias para chegar onde se pretende, e ao mesmo

tempo manter o processo de reinício e de mudança de todas as etapas de forma

permanente.

Os fatores de complexidade que convivem com as organizações estão

relacionados com a implementação das mudanças, o envolvimento de todos os

participantes e o insucesso dos planos ao serem implementados. Na visão de

Resende (2002, p. 55):

Os executivos e administradores, em geral, alegam que conhecem os problemas existentes, com as estratégias e as estruturas possíveis de utilizar, mas concordam com a sua incapacidade de implantar verdadeiramente algo que conduza à eficácia e sucesso requeridos.

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Os estudos na área de gestão por parte dos gestores visam detectar a

capacidade de as organizações empresariais projetarem o trabalho à medida que

ingressem na era da informação. Os resultados mostram sempre que a era da

informação exige que as lideranças adquiram uma nova competência, isto é, a

capacidade de planejar e estimular a adesão da organização a uma maneira

determinada num ritmo mais rápido do que as mudanças. O caminho tende a

começar sempre pela forma de organizar, transmitir e dividir informações a fim de

satisfazer as necessidades da organização e de seus colaboradores.

De acordo com essa concepção, a principal função da adoção de uma política

de tecnologia de informática é simplificar os procedimentos Gestão Estratégica,

concebido integralmente para atender as necessidades dos profissionais que atuam

em funções críticas do processo de gerenciamento da inovação. Na visão de

Rossato (2003, p. 67):

Trata-se de capacitar profissionais que atuam em organizações que têm na inovação a base do crescimento sustentável e que buscam vantagens estratégicas a partir de sua capacidade de mobilizar conhecimento, experiência e competências tecnológicas para criar novos produtos, processos e serviços.

A Gestão de Informatização visa oferecer à empresa os recursos necessários

à adoção das melhores práticas na estruturação das funções de Informática, melhor

relacionamento coma as áreas usuárias, melhores metodologias de desenvolvimento,

melhores planos de desenvolvimento dos projetos, com ou sem a utilização de

serviços terceirizados, melhores processos.

A gestão da inovação tecnológica tendo como fio condutor à interação desta

com a estratégia competitiva da empresa, seja ela industrial ou de serviços. A

capacidade de inovar exige o desenvolvimento sistemático de competências e

atividades que estão distribuídas entre distintas funções da organização.

A gestão permite o desenvolvimento de ações decisórias que permitem

identificar a posição da empresa no cenário econômico com clientes e seus limites e

possibilidades na função de produção e função de aprendizagem.

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Este processo tem não só uma dimensão individual, mas também uma

dimensão coletiva e interativa que pode designar-se por aprendizagem

organizacional. Neste quadro, o papel e a crescente importância do fator humano na

vida das organizações, tornam dificilmente dissociáveis, já que as mudanças

qualitativas dependem das capacidades individuais e coletivas dos recursos

humanos.

A formação passa a ser um componente essencial da gestão dos recursos

humanos, no interior da organização. Através de uma estratégia de formação global,

participada e interativa, é possível construir uma visão partilhada do futuro da

organização, das suas finalidades, dos meios de ação, dos valores que lhe estão

subjacentes.

A otimização do potencial formativo dos contextos de trabalho passa, em

termos de formação, pela criação de dispositivos e dinâmicas formativas que

facilitem a transformação das experiências vividas no quotidiano profissional em

aprendizagens a partir de um processo auto-formativo, marcado pela reflexão e a

pesquisa, a nível individual e coletivo. De acordo com Valle (1999, p. 231):

É esta articulação entre novos modos de organizar o trabalho e novos modos de organizar a formação (centrada no contexto organizacional) que facilita e torna possível a produção simultânea de mudanças individuais e coletivas. Os indivíduos mudam, mudando o próprio contexto em que trabalham

Nas instituições públicas ou privadas, a geração de conhecimento que

permite ao colaborador utilizar um grande fluxo de informação que se potencializa.

Assim, o fluxo de conhecimento se completa ou se realiza, com a assimilação da

informação.

3.3 FERRAMENTAS E INSTRUMENTOS DE ESTRATÉGIAS ORGANIZACIONAIS

As técnicas de gestão, avaliação e ao conjunto de ferramentas respectivas

(como software) concebidas para ajudar empresas na tomada de decisões

estratégicas de alto nível (MATOS JÚNIOR, 2005, p. 1).

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Os objetivos da gestão estratégica centram-se na melhoria do posicionamento

posição da companhia (marca, competitividade, etc); aumento da produtividade,

aumento dos lucros; redução de custos; qualificação profissional e gestão do

conhecimento (gestão de pessoas)

3.3.1 Sistema de Informação Estratégico

O sistema de informação estratégico (SIE) para gerir a informação e assistir

no processo de decisão estratégica. Com o advento da tecnologia nos processos

empresariais, satisfazer as exigências dos clientes se tornou um parâmetro de

qualidade no atendimento buscado pelas organizações publicas e privadas. Por

essa razão as empresas necessitam de base tecnológica para permitir o

desenvolvimento dos processos para o desempenho dos seus produtos ou serviços.

Um sistema de gerenciamento de informação operacional em uma

organização é influenciado por varias necessidades, objetivos específicos, produto

fornecidos, processos empregados, tamanho e estrutura da organização. Neste

contexto, os empreendedores têm investido em tecnologia de informação para

melhorar o desempenho administrativo e operacional.

Os sistemas informacionais atualmente abrangem uma ampla categoria de

equipamentos envolvendo programações computacionais que podem garantir uma

otimização nos processos de gerenciamento. Os aplicativos dos sistemas de

informatização podem gerar um universo de informações que são armazenadas nos

bancos de dados que facilitam os processos empresariais.

Um dos maiores desafios para o corpo gerencial é criar mecanismo para

antecipar tendências que possam favorecer uma visão do mercado e da

competitividade. O sucesso das organizações deverá começar com a vontade de

desenvolver a perspectiva de oportunidades futuras em cenários instáveis.

As organizações passam por níveis crescentes de turbulência ambiental, de

elevada posição competitiva, de pressão sobre rentabilidade, lucratividade,

produtividade e necessidade de informações mais depuradas. A eficácia empresarial

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pode ser prejudicada por sistemas que produzem enormes quantidades de

informações, e as mesmas não são trabalhadas e distribuídas em tempo hábil para

os níveis da organização.

3.3.2 Marketing

Conforme Ambrósio (2002, p. 3), Marketing é o processo de planejamento e

execução quanto a concepção, preço, promoção e distribuição de idéias, bens e

serviços, organizações e eventos para criar trocas que venham a satisfazer objetivos

individuais e organizacionais. Portanto, Marketing consiste de atividades individuais

e organizacionais que facilitam e aceleram os relacionamentos satisfatórios de

trocas em um ambiente de criação, distribuição, promoção e precificação de bens,

serviços e idéias.

Assim entende-se que Marketing é uma função gerencial que busca ajustar a

oferta da organização a demandas especificas do mercado, utilizando como

ferramenta um conjunto de princípios e técnicas. Portanto, seu papel na empresa é

representar uma filosofia empresarial cujo foco é a satisfação das expectativas do

consumidor, com o objetivo de gerar resultados positivos para a organização um

retorno para a organização, seja por meio de indicadores financeiros ou de

indicadores não-financeiros.

O mix do marketing está centrado em 4 focos que interagem entre si para o

sucesso das vendas, os chamados 4 P´s: O produto, o preço, a promoção e a praça

(local) esses fatores estratégicos das vendas devem ser analisados a partir de um

prisma de gerenciamento de decisões de como compatibilizar esse quatro com as

metas da empresa, a partir do uso do marketing. Todos esses fatores estratégicos

na conjuntura das vendas são fundamentais para garantir a satisfação do

consumidor e possuem estratégias diferenciadas de planejamento de marketing.

O marketing se insere no mercado como estratégia como empresarial em

cenário de concorrência. Segundo Sâmara (1997), a filosofia de produto e vendas se

modificou, e atualmente se reconhece que o marketing é um coadjuvante importante

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do produto, adotando uma filosofia de marketing para conquistar consumidores e

superar os concorrentes.

Nesse contexto, o marketing se direciona ao atendimento e à satisfação das

necessidades dos consumidores e não se limitam apenas a criar produtos.

Assim, descobrir e satisfazer as necessidades são uma constante no trabalho

do marketing. Segundo Cobra (1992), fazer marketing é pensar no cliente o tempo

todo. Portanto, toda a empresa deve estar orientada para esse pensamento, e não

apenas o departamento do marketing. Sendo assim, os tipos de marketing, as suas

características e os seus desempenhos para concluir de que maneira o marketing

pode ser útil às organizações. São eles: marketing de resposta, de previsão e de

criação de necessidades.

A administração de processos organizacionais constitui a maneira de fazer

com que os serviços prestados sejam efetivados da melhor forma possível, através

dos recursos disponíveis, a fim de atingir os objetivos organizacionais. O

gerenciamento de qualidade envolve a coordenação de recursos humanos e

materiais imprescindíveis para o alcance de objetivos da empresa nos aspectos

técnico-operacionais e de relações humanas com os clientes.

O marketing é atualmente um instrumento de gestão administrativa. Os focos

apontados como estratégias se centraram especialmente no marketing social, com

ênfase ao produto e ao cliente.

Neste contexto, a evolução do Marketing se conduziu para o processo social

e gerencial que visa, a partir da identificação de necessidades e desejos dos

consumidores desenvolverem produtos e serviços com o intuito de promover a troca

entre as parte.

Assim, dotado de apoio logístico e de instrumento de planejamento, o

marketing possui os seguintes instrumentos: o uso da mídia para a produção de

propagandas; serviços de consultoria e treinamento, pesquisas de consumo e

atendimento ao cliente, inovação dos serviços; utilização de pessoal permanente;

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geração e disseminação de tecnologia (palestra, textos etc.), mala direta a clientes

reais e potenciais e utilização de lobbies.

O ponto chave do marketing de serviços é não esquecer o cliente após a

execução de qualquer trabalho, projetar uma imagem da consultoria como geradora

de tecnologia e executar a atividade de comercialização de forma permanente e com

ênfase no conhecimento técnico acumulado.

Nas estratégias de atendimento ao cliente, o marketing se constitui em

importante instrumento de ação. Segundo Cosenza (2000, p. 112):

Algumas empresas preferem utilizar o marketing direto, dependendo menos dos instrumentos de marketing para buscar a fidelização do cliente. Este método se faz pela própria relação entre empresa e cliente se constituindo em um importante meio de fidelização, mas ao mesmo tempo é mais benéfica em organizações de pequeno e médio porte.

Neste cenário, muito se espera do marketing como meio de oferecer

respostas eficientes para a fidelização do cliente. Em linhas gerais e para efeito de

análise, o marketing na empresa poderá ser profissionalizado, a partir da utilização

de recursos como investimentos em publicidade, ou simplesmente adotando o

método de marketing direto que lança mão de teorias e pesquisas de mercado para

direcionar suas ações.

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4 METODOLOGIA DA PESQUISA

4.1 ASPECTOS METODOLÓGICOS DA PESQUISA

A metodologia da pesquisa se orientará pelo estudo bibliográfico e

exploratório com base nas contribuições teóricas de vários autores que realizaram

estudos mais profundos sobre planejamento estratégico e financeiro nas

organizações. Conforme Martins (2000, p. 47):

Pesquisa bibliográfica é o estudo sistematizado desenvolvido com base em material publicado como: livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, isto é, todo material acessível ao publico em geral. Ela pode fornecer instrumentos analíticos para qualquer outro tipo de pesquisa, mas também pode esgotar em si mesma.

Entende-se que a pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já

elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. Embora em

quase todos os estudos seja exigido algum tipo de trabalho desta natureza, há

pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir fontes bibliográficas. Conforme

descreve Andrade (2003, p. 44):

Trata-se de levantamento de toda a bibliografia já publicada, em forma de livros, revistas, publicações avulsas e imprensa escrita. Sua finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com tudo que foi escrito sobre determinado assunto, com o objetivo de permitir ao cientista o reforço paralelo na análise de suas pesquisas ou manipulação de suas informações.

Portanto a pesquisa bibliográfica favoreceu a realização desse estudo na

medida em permitiu identificar um problema a partir de referencias teóricas

publicadas em documentos. Pode ser realizada independentemente ou como parte

da pesquisa descritiva ou experimental para favorecer ao pesquisador conhecer e

analisar as contribuições culturais ou cientificas do passado, existentes sobre

determinado assunto, tema ou problema.

4.2 PESQUISA EXPLORATÓRIA

Conforme Andrade (2003, p. 124), a pesquisa exploratória é o primeiro passo

de todo trabalho científico. São finalidades de uma pesquisa exploratória, sobretudo

quando bibliográfica, proporcionar maiores informações sobre determinado assunto,

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facilitar a delimitação do estudo e a definição de objetivos ou formulação de

hipóteses. Portanto, através da pesquisa exploratória avaliou-se a possibilidade de

desenvolver uma boa pesquisa sobre a utilização de métodos utilizados pelas

gestões organizacionais sob o enfoque financeiro-estratégico.

Pode-se caracterizar a pesquisa como exploratória, pois esta será

desenvolvida baseada nas informações coletadas a partir de pressupostos teóricos

que enriquecem as análises permitindo uma interpretação coerente sobre o tema.

A respeito da pesquisa exploratória Martins (2000, p. 41) descreve, que essas

pesquisas têm como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com

vistas a torná-Io mais explicito ou a constituir hipóteses". Pode-se dizer que estas

pesquisas têm como objetivo principal o aprimoramento de idéias ou a descoberta

de intuições.

O estudo tem a finalidade de conhecer as contribuições científicas sobre o

tema, tendo como objetivo de analisar e interpretar as contribuições teóricas

existentes sobre o fenômeno pesquisado, com tem base descritiva das

características apresentadas pelos vários autores que fundamentaram a pesquisa.

Quanto à natureza da pesquisa deste estudo do ponto de vista da abordagem

do problema pode ser classificada como qualitativa na área de Economia e

Administração de Empresas. A pesquisa qualitativa considera que há uma relação

dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o

mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números.

A interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados dependeram de

pesquisa qualitativa e quantitativa, na medida em que se encontram no trabalho

existem várias estatísticas realizadas pelos autores que apontaram a dinâmica

dessa indústria a nível nacional e global.

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4.3 PESQUISA DESCRITIVA

A pesquisa descritiva se realizou a parte da avaliação das fontes e a

descrição dos pressupostos que fundamentaram o estudo. Conforme Andrade (2003,

p. 124), lia pesquisa descritiva compreende os fatos observados, registrados,

analisados e interpretados, mas também as descrições de todos os pressupostos de

fontes bibliográficas de autores".

Conforme Barros (2002, p. 66), a pesquisa descritiva tem a função de

registrar, analisar e correlacionar fatos ou fenômenos (variáveis) sem manipulá-los.

Portanto é um tipo de pesquisa que favorece tanto a estudos de campo como

bibliográficos, já que ajuda a descobrir aspectos gerais dos conhecimentos sobre a

as ferramentas de planejamento estratégico e financeiro que ajudam os gestores a

realizarem uma administração de sucesso.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo permitiu identificar que a realização da gestão financeira e

estratégica exige o uso de instrumentos, metodologias e ferramentas tais quais

dependem o surgimento de boas estratégias organizacionais.

As ferramentas de planejamento financeiro nas organizações favorecem a

centralização das decisões, já que as ferramentas são fundamentais para a

transmissão da informação em toda a organização. Os gestores através do controle

financeiro e da aplicação de estratégias nas ações empresariais têm as chances de

compreenderem as relações que se estabelecem no interior das organizações e os

fatores determinantes para uma organização ter sucesso.

Assim as estratégias podem ser dirigidas a vários setores e situações em que

as metas das organizações necessitam como definição de planos estratégicos para

a melhoria dos recursos humanos, qualidade nos serviços, fidelização de clientes,

marketing, em relação aos produtos, marcas, clientes, além das formas de controle e

decisões financeiras importantes para manter a competitividade.

Pode-se considerar que a gestão financeira é uma estratégia das

organizações para o desenvolvimento de ações para garantir as melhores decisões

empresariais. Dentre os métodos que garantem o desenvolvimento do pensamento

estratégico nas organizações é a execução planejamento com todas as etapas que

permitam que as tarefas exclusivas de grandes companhias se realizem com

sucesso

Assim, as organizações investiram em recursos como os sistemas gerenciais

e em talentos humanos, buscando as condições acesso às informações para uma

visão de conjunto do novo cenário em que o empreendedor enfrenta inúmeros

desafios e precisa desenvolver estratégias e iniciativas para resgatar conhecimentos

e melhorar suas práticas e gerir seu capital financeiro e intelectual.

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