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CURSO DE DIREITO CIVIL (TEORIA E EXERCICIOS) P/ DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL 1 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br NORMAS DE DIREITO BRASILEIRO - LIDB INTRODUÇÃO Primeira “pegadinha” para concurso: A Lei de Introdução ao Código Civil é PARTE INTEGRANTE DO CÓDIGO CIVIL. Falso! A atual Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LIDB) – Lei 12.376/2010 NÃO É PARTE INTEGRANTE DO CÓDIGO CIVIL, por uma simples razão, o CC é a Lei 10.406/2007 e a LIDB é a Lei 12.376/2010. Lei 12.376/2010: Art. 1 o Esta Lei altera a ementa do Decreto-Lei n o 4.657 (LICC), de 4 de setembro de 1942, ampliando o seu campo de aplicação. Art. 2 o A ementa do Decreto-Lei n o 4.657, de 4 de setembro de 1942, passa a vigorar com a seguinte redação: “Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro (LIDB).” Art. 3 o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. O Código Civil cuida de tratar das relações de ordem privada, entre particulares e a LIDB é uma norma que trata sobre outras normas. Características da LIDB: * é um conjunto de normas sobre normas, pois, é uma lei que disciplina outras normas jurídicas, assinalando-lhes a maneira de aplicação e entendimento, sendo chamada de lei das leis (Lex Legum); * é aplicável a todos os ramos do Direito, não apenas ao Direito Civil; e * Os dispositivos da LIDB contém normas de sobredireito.

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1 Prof. Márcia Albuquerque

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NORMAS DE DIREITO BRASILEIRO - LIDB

INTRODUÇÃO

Primeira “pegadinha” para concurso: A Lei de Introdução ao Código

Civil é PARTE INTEGRANTE DO CÓDIGO CIVIL. Falso!

A atual Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro

(LIDB) – Lei 12.376/2010 NÃO É PARTE INTEGRANTE DOCÓDIGO CIVIL, por uma simples razão, o CC é a Lei 10.406/2007 e

a LIDB é a Lei 12.376/2010.

Lei 12.376/2010: Art. 1o Esta Lei altera a ementa do Decreto-Lei no 4.657 (LICC), de 4 de setembro de 1942, ampliando o seu campo de

aplicação. Art. 2o A ementa do Decreto-Lei no 4.657, de 4 de setembro de 1942,

passa a vigorar com a seguinte redação: “Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro (LIDB).”

Art. 3o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

O Código Civil cuida de tratar das relações de ordem privada, entre

particulares e a LIDB é uma norma que trata sobre outras normas.

Características da LIDB:

* é um conjunto de normas sobre normas, pois, é uma lei quedisciplina outras normas jurídicas, assinalando-lhes a maneira de

aplicação e entendimento, sendo chamada de lei das leis (LexLegum);

* é aplicável a todos os ramos do Direito, não apenas ao DireitoCivil; e

* Os dispositivos da LIDB contém normas de sobredireito.

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À LIDB trata de:

* vigência e eficácia das normas jurídicas

* conflito de leis no tempo

* conflito de leis no espaço

* critérios de hermenêutica jurídica (interpretação)

* critérios de integração do ordenamento jurídico

* normas de direito internacional público e privado

VIGÊNCIA

Princípio da vigência sincrônica: Art. 1o. Salvo disposição

contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cincodias depois de oficialmente publicada.

A vigência é a propriedade das regras jurídicas que estão prontas para

propagar efeitos, tão logo aconteçam no mundo fáctico, os eventosque elas descrevem.

Há normas que existem e que são válidas no sistema, mas não estão

vigentes. A despeito de ocorrerem os fatos previstos na hipótese danorma, não se desencadeiam as consequências estipuladas no

mandamento.

Tais regras de direito não têm vigor, seja porque já o perderam, sejaporque ainda não o adquiriram. Em suma, a vigência é uma

"característica da norma que indica o lapso de tempo no qual a

conduta por esta prescrita é exigível.

Início da vigência

Geralmente, uma norma entra em vigor no momento de publicação dotexto legal que a veicula. Porém, pode ser estabelecido no próprio

texto legislativo que a norma só passará a viger após certo período de

LIDB

* Conjunto de normas sobre normas * Disciplina outras normas jurídicas

* Lei das leis (Lex legum) * É aplicávela a todos os ramos do direito;

* Contém normas de sobredireito * Não é parte integrante do Código Civil

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tempo contado a partir da publicação. Tal período é denominado

vacatio legis.

Pelo princípio da vigência sincrônica a obrigatoriedade da lei nopaís é simultânea, pois ela entra em vigor a um só tempo em

todo o país, ou seja, quarenta e cinco dias após sua publicação, nãohavendo data estipulada para sua entrada em vigor.

Não há vigência progressiva da lei: a lei não entra em vigor, porexemplo, em Manaus e Rio de Janeiro para depois entrar em vigor nas

demais Estados.

A vigência da norma ocorre desde o início da validade da normaaté a perda de sua validade. Nesse aspecto, não há que fazer

qualquer relação com outra norma. A eficácia refere-se à

possibilidade de produção concreta de efeitos pela norma.

É possível que a lei não esteja em vigência, porém possua eficácia

(produza efeitos). Para exemplificar tal situação vamos viajar para o

Direito Penal e analisar o art. 3o

do Código Penal que trata da

aplicação da lei penal quando esta for excepcional ou temporária:

Lei excepcional ou temporária

Art. 3º do CP - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido operíodo de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a

determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência.

- Leis temporárias: são aquelas que contêm prazo (dia de início edia do fim) de vigência previsto expressamente em seu corpo.

- Leis excepcionais: são as que vinculam o prazo de vigência a

determinadas circunstâncias, como guerra, epidemia, etc.

Esses dois tipos de leis possuem a ultratividade: capacidade de, apósser revogada (perder a vigência), continuar regulando fatos ocorridos

durante o prazo em que esteve em vigor. Ou seja, ocorrendo um

crime durante a vigência de uma lei excepcional ou temporária,mesmo após a lei não mais estar em vigor (falta de vigência), ela

deverá ser utilizada no julgamento (ter eficácia).

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OBRIGATORIEDADE DA LEI BRASILEIRA NO ESTRANGEIRO

Art. 1o da LIDB: Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em

todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmentepublicada.

§ 1o

Nos Estados estrangeiros, a obrigatoriedade da leibrasileira, quando admitida, se inicia três meses depois de

oficialmente publicada.

§ 2o Revogado.

O estudo de um projeto de lei bem como o processo de elaboração eseu nascimento é matéria de Direito Constitucional. Passa pelas

seguintes fases:

1) Edição

2) Processo Legislativo

3) Sanção do Presidente da República

4) Publicação

5) Vigência

Como ressaltada, as fases de edição e do processo legislativo sãoestudadas pelo Direito Constitucional.

A LIDB trata da publicação em diante da lei. Após a lei ser sancionada,

deve haver a sua publicação para que as pessoas tomemconhecimento do seu conteúdo; e, consequentemente, o diploma legal

irá adquirir vigência (validade) estando apto a produzir efeitos.

Denomina-se vacatio legis o período de tempo que se estabelece

entre a publicação e a entrada em vigor da lei. Neste intervalo detempo a lei não produzirá efeitos, devendo incidir a lei anterior no

sistema.

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Existem três espécies de leis referentes de vacatio legis:

1) Lei com “vacatio legis” expressa: é a lei de grande repercussão,

que, de acordo com o artigo 8.º da Lei Complementar n. 95/98, temexpressa disposição do período de vacatio legis. Exemplo: a expressão

contida em lei determinando "entra em vigor um ano depois depublicada".

2) Lei com “vacatio legis” tácita: é aquela que continua em

consonância com o artigo 1.º da LIDB: no silêncio da lei entra emvigor, no país, 45 dias depois de oficialmente publicada ou, no

estrangeiro, quando admitida, três meses após a publicação oficial.

3) Lei sem “vacatio legis”: é aquela que, por ser de pequena

repercussão, entra em vigor na data de publicação, devendo estaestar expressa ao final do texto legal.

LEI: VACATIO

LEGIS

ELABORAÇÃO --- SANÇÃO ---- PROMULGAÇÃO --- PUBLICAÇÃO ----45d----- VIGÊNCIA ----- REVOGAÇÃO

Parág. 3 art.1 Parág. 4 art. 1

Parág. 2 art. 2

Vigência: é a lei estar “pronta” para produzir os efeitos; pode ser que

não os produza de imediato.

Eficácia: é a produção dos efeitos. Exequibilidade: é poder produzir seus efeitos.

Aplicação: é fazer incidir a lei no caso concreto. Interpretar: é buscar o alcance, o significado da lei; pressupõe

existência de norma jurídica. Integração: preencher as lacunas quando a lei é omissa.

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VIGÊNCIA DA LEI = ART. 1° - regra = a lei diz quando entra

em vigor; no silêncio, a lei entra e vigor 45 dias após sua

publicação.

Vacatio Legis

DATA DA PUBLICAÇÃO --------------- 45 ------------------- ENTRADA EM VIGOR

A forma de contagem do prazo de vacatio legis é regulada pelo artigo

8o, § 1

o da Lei Complementar 95/98, incluindo o dia da publicação e o

último dia na contagem do prazo.

Art. 8o, § 1

o da LC 95/98: A contagem do prazo para entrada em vigor

das leis que estabeleçam período de vacância far-se-á com a inclusão

da data da publicação e do último dia do prazo, entrando em vigor nodia subseqüente à sua consumação integral.

ERRO NA LEI

Art. 1o

da LIDB, § 3o

Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrernova publicação de seu texto, destinada a correção, o prazo

deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a correr danova publicação.

§ 4o

As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei

nova.

LEI: VACATIO

LEGIS

ELABORAÇÃO --- SANÇÃO ---- PROMULGAÇÃO --- PUBLICAÇÃO ----45d----- VIGÊNCIA ----- REVOGAÇÃO

Parág. 3 art.1 Parág. 4 art. 1

Parág. 2 art. 2

Se uma lei for publicada com erro substancial acarretando divergênciade interpretação, então poderemos observar situações distintas por

ocasião da correção de tal erro, dependendo de qual fase se encontrao processo de criação da norma:

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1) correção antes da publicação: a norma poderá ser corrigida

sem maiores problemas;

2) correção no período de “vacatio legis”: a norma poderá ser

corrigida; no entanto, deverá contar novo período de vacatio legis;

3) correção após a entrada em vigor: a norma poderá ser

corrigida mediante uma nova norma de igual conteúdo.

REVOGAÇÃO

ATÉ QUANDO VIGORARÁ? ART. 2°

Art. 2o Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até

que outra a modifique ou revogue.

§ 1o A lei posterior revoga a anterior quando expressamente odeclare, quando seja com ela incompatível ou quando regule

inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.

Regra 1. a lei é feita para viger por tempo indeterminado; só perde

sua eficácia se outra lei posterior a modificar ou revogar.

Regra 2. a lei só se revoga por outra lei; não pode um regulamento,uma portaria revogar a lei.

QUAIS AS HIPÓTESES EM QUE UMA LEI POSTERIOR REVOGA A

ANTERIOR? ART. 2°, §2°:

Espécies de Revogação:

a) Revogação Expressa e Revogação Tácita

b) Revogação total (ab-rogação) e Revogação parcial

(derrogação)

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Revogação Expressa e Tácita:

A) QUANDO EXPRESSAMENTE A LEI O DECLARE (expressa);

B) QUANDO A LEI POSTERIOR COM ELA SE TORNAR

INCOMPATÍVEL (tácita) E

C) QUANDO DISCIPLINA A MATÉRIA POR AQUELA TRATADA

(tácita).

É a hipótese em que a norma jurídica perde a vigência porque outranorma veio modificá-la ou revogá-la. A norma jurídica é permanente e

só poderá deixar de surtir efeitos se a ela sobrevier outra norma que arevogue. O desuso não implica a perda da vigência da norma, e sim, a

perda de sua efetividade.

Revogação total e parcial:

Quando classificada de acordo com a sua extensão, a revogação pode

ser:

1) total (ab-rogação): quando toda a lei é revogada; ou

2) parcial (derrogação): quando apenas parte da lei anterior é

revogada.

Art. 2o. Princípio da Continuidade: Não se destinando à vigência

temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue.

Em regra as leis possuem efeito permanente: vigência por prazo

indeterminado, excetuando-se as leis com vigência temporária.

Art. 2o

§ 1o

da LIDB: A lei posterior revoga a anterior quando

expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ouquando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.

* Revogação expressa ou direta: quando a lei indica os dispositivos

que estão sendo por ela revogados. * Revogação tácita ou indireta: esta se subdivide em dois tipos.

* Revogação tácita por incompatibilidade * Revogação tácita global (quando uma lei nova regula

inteiramente uma matéria tratada por uma lei anterior).

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Art. 3o da LC 95/98 - A lei será estruturada em três partes básicas:

I - parte preliminar, compreendendo a epígrafe, a ementa, o

preâmbulo, o enunciado do objeto e a indicação do âmbito de

aplicação das disposições normativas;

II - parte normativa, compreendendo o texto das normas de

conteúdo substantivo relacionadas com a matéria regulada;

III - parte final, compreendendo as disposições pertinentes às

medidas necessárias à implementação das normas de conteúdosubstantivo, às disposições transitórias, se for o caso, a cláusula de

vigência e a cláusula de revogação, quando couber.

As disposições transitórias de uma lei estão inseridas na parte final e

não na parte normativa.

CONFLITO ENTRE NORMAS = ANITOMIA

Três critérios devem ser utilizados para a solução dos conflitos entrenormas:

1) hierárquico (lex superior derrogat legi inferiori): consiste emverificar qual das normas é superior, independentemente da data de

vigência das duas normas (exemplo: um regulamento não poderárevogar uma lei ainda que entre em vigor após esta);

2) cronológico (lex posterior derrogat legi priori): a norma que entrarem vigor posteriormente irá revogar a norma anterior que estava em

vigor;

3) especialidade (lex specialis derrogat legi generali): as normas

gerais não podem revogar ou derrogar preceito ou regra disposta e

instituída em norma especial. O art. 2o, § 2

o = princípio da

conciliação.

Art. 2o, § 2

o da LIDB: A lei nova, que estabeleça disposições

gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nemmodifica a lei anterior.

E por que não revoga? Porque é uma lei meramente interpretativa.

POR QUE NÃO REVOGA? Porque para a revogação só ocorre: Art. 2o §

1o

da LIDB: A lei posterior revoga a anterior quando

expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou

quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.

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De acordo com este princípio, se uma lei não contraria outra já

existente, então eles podem coexistir, não havendo a necessidade derevogação.

REPRISTINAÇÃO

Art. 2o, § 3

o da LIDB: Salvo disposição em contrário, a lei

revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a

vigência.

A regra é a não-restauração da norma: a impossibilidade de uma

norma jurídica, uma vez revogada, voltar a vigorar no sistema jurídicopela simples revogação de sua norma revogadora.

O motivo dessa não-restauração de normas é o controle do sistemalegal para que se saiba exatamente qual norma está em vigor.

Admite-se, porém, a restauração expressa da norma, ou seja, umanorma nova que faça tão-somente remissão à norma revogada poderá

restituir-lhe a vigência, desde que em sua totalidade.

Lei revogada Lei revogadora Lei revogadora: revogada a Lei Y

Ex: Temos uma Lei X. Posteriormente ela é revogada pela Lei Y.

Posteriormente a Lei Z revoga a Lei Y. O fato da da Lei Z ter revogadoa Lei Y, a Lei X volta automaticamente a ter vigência? NÃO!!!

A repristinação – para os países que a admite - é o fenômeno pelo

qual a lei revogada - Lei X - se restaura por ter a lei revogadora – Lei Y - perdido a vigência. O Brasil NÃO aceita a repristinação,

SALVO SE FOR EXPRESSAMENTE pela Lei z, no exemplo; SE A LEI Zcom todas as letras disser expressamente que está restaurada a Lei X.

Sendo a Lei X revogada pela Lei Y e, posteriormente, a Lei Y revogadapela Lei Z, a Lei X volta a “ressuscitar”? irá ocorrer a repristinação?

Caso a Lei Z disponha expressamente sobre o “renascimento” da Lei X, então é possível a repristinação, caso contrário, a Lei X continua

“revogada”.

LEI X LEI Y LEI Z

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CONCLUSÃO: A regra é não ocorrer a repristinação, entretanto,excepcionalmente, a lei revogada pode ser restaurada se

houver disposição expressa.

CONFLITO DE NORMAS NO TEMPO

O direito intertemporal visa solucionar os conflitos entre as novas e asvelhas normas, entre aquela que acaba de entrar em vigor e a que

acaba de ser revogada. Isso porque alguns fatos iniciam-se sob aégide de uma lei e só se extinguem quando outra nova está em vigor.

Para solucionar tais conflitos existem dois critérios:

• disposições transitórias: o próprio legislador no texto normativo

novo concilia a nova norma com as relações já definidas pela normaanterior;

• princípio da irretroatividade: a lei não deve retroagir para atingirfatos e efeitos já consumados sob a lei antiga.

Observando os fatos jurídicos e relacionando-os cronologicamente deacordo com a produção de efeitos, temos que eles podem ser:

a) Pretéritos – são os que se constituíram na vigência de uma lei etem seus efeitos produzidos na vigência daquela lei.

b) Futuros – são os que ainda não foram gerados.

c) Pendentes – são os que foram constituídos na vigência de uma leianterior e não produziram todos os seus efeitos nela.

Ex: Celebrei um contrato sob a égide da Lei X. Esse contrato embora

constituído na vigência da lei X, continua produzindo seus efeitos navigência da lei revogadora X e na vigência da Lei Y. Segundo o

Princípio da Irretroatividade, aos fatos pendentes é aplicada a leianterior, porque a lei posterior só se aplica para o futuro.

O art. 6o

da LIDB, em regra, é irretroativa, devendo ser expedida

para disciplinar fatos futuros. Porém, a retroatividade da lei pode

ocorrer excepcionalmente para fatos pendentes, desde que respeite oato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada.

Art. 6º da LIDB: A Lei em vigor terá efeito imediato e geral,

respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisajulgada.

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§ 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei

vigente ao tempo em que se efetuou.

§ 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou

alguém por ele, possa exercer, como aqueles cujo começo do exercíciotenha termo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a

arbítrio de outrem. § 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão

judicial de que já não caiba recurso.

A diferença entre o ato jurídico perfeito e o direito adquirido é muito

difícil de ser estabelecida, mas parte do seguinte conceito básico:

• Ato Jurídico Perfeito: ato que já se consuma segundo a lei de seu

tempo

• Direito Adquirido: direito incorporado ao patrimônio do particular.

O ato jurídico perfeito é aquele que foi realizado sob o manto de

uma lei, e embora esta tenha sido revogada, o ato permaneceinalterado produzindo todos os efeitos.

Direito adquirido é o já ingressou no patrimônio do indivíduo(embora não o tivesse ainda exercido): pessoa que se aposenta e,

posteriormente, a lei modifica o prazo de aposentadoria. Talmodificação não irá atingir aquele que já está aposentado.

CONFLITO DE NORMAS NO ESPAÇO

Pela LIDB (arts. 7o

a 19), serão solucionados os conflitos decorrentes

da aplicação espacial de normas, que estão relacionadas à noção desoberania dos Estados, por isso, é que a LIDB é considerada o

Estatuto de Direito Internacional Público e Privado. Toda lei, emprincípio, tem seu campo de aplicação limitado no espaço pelas

fronteiras do Estado que a promulgou (princípio da

territorialidade). Porém, para facilitar as relações internacionais,pode a lei ser admitida em território estrangeiro (além do território

nacional): princípio da extraterritorialidade.

Pelo princípio da territorialidade não ser absoluto, fica consagrado no

Brasil o Princípio da Territorialidade Temperada, de modo que leise sentenças estrangeiras podem ser aplicadas no Brasil desde que

observadas as seguintes regras:

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1) não se aplicam leis, sentenças ou atos estrangeiros no Brasil

quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e osbons costumes.

2) não se cumprirá sentença estrangeira no Brasil sem exequatur(cumpra-se), ou seja, a permissão dada pelo STJ para que a

sentença tenha efeitos, conforme art. 105, I, i da CF.

TERRITORIALIDADE E XTRATERRITORIALIDADE

Art. 8o Para qualificar os bens e regular as relações a eles concernentes,aplicar-se-á a lei do país em que estiverem situados.

§ 1o Aplicar-se-á a lei do país em que for domiciliado o proprietário,quanto aos bens moveis que ele trouxer ou se destinarem a transporte

para outros lugares.

§ 2o O penhor regula-se pela lei do domicílio que tiver a pessoa, em cujaposse se encontre a coisa apenhada.

Art. 9o Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em

que se constituirem.

§ 1o Destinando-se a obrigação a ser executada no Brasil e dependendode forma essencial, será esta observada, admitidas as peculiaridades da

lei estrangeira quanto aos requisitos extrínsecos do ato.

§ 2o A obrigação resultante do contrato reputa-se constituida no lugar em

que residir o proponente.

Art. 11. As organizações destinadas a fins de interesse coletivo, como associedades e as fundações, obedecem à lei do Estado em que se

constituirem.

§ 1o Não poderão, entretanto ter no Brasil filiais, agências ouestabelecimentos antes de serem os atos constitutivos aprovados pelo

Governo brasileiro, ficando sujeitas à lei brasileira.

§ 2o Os Governos estrangeiros, bem como as organizações de qualquernatureza, que eles tenham constituido, dirijam ou hajam investido de

funções públicas, não poderão adquirir no Brasil bens imóveis oususceptiveis de desapropriação.

§ 3o Os Governos estrangeiros podem adquirir a propriedade dos prédiosnecessários à sede dos representantes diplomáticos ou dos agentes

consulares.

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Art. 13. (locus regit actum) A prova dos fatos ocorridos em paísestrangeiro rege-se pela lei que nele vigorar, quanto ao ônus e aos meios

de produzir-se, não admitindo os tribunais brasileiros provas que a leibrasileira desconheça.

EXTRATERRITORIALIDADE

Art. 7o A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regrassobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os

direitos de família.

§ 1o Realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei brasileira

quanto aos impedimentos dirimentes e às formalidades da celebração.

§ 2o O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se peranteautoridades diplomáticas ou consulares do país de ambos os nubentes.

§ 3o Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade

do matrimônio a lei do primeiro domicílio conjugal.

§ 4o O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país emque tiverem os nubentes domicílio, e, se este for diverso, a do primeiro

domicílio conjugal.

§ 5º - O estrangeiro casado, que se naturalizar brasileiro, pode,mediante expressa anuência de seu cônjuge, requerer ao juiz, no ato de

entrega do decreto de naturalização, se apostile ao mesmo a adoção do

regime de comunhão parcial de bens, respeitados os direitos de terceirose dada esta adoção ao competente registro.

§ 6º O divórcio realizado no estrangeiro, se um ou ambos os cônjuges

forem brasileiros, só será reconhecido no Brasil depois de 1 (um) ano dadata da sentença, salvo se houver sido antecedida de separação judicial

por igual prazo, caso em que a homologação produzirá efeito imediato,obedecidas as condições estabelecidas para a eficácia das sentenças

estrangeiras no país. O Superior Tribunal de Justiça, na forma de seuregimento interno, poderá reexaminar, a requerimento do interessado,

decisões já proferidas em pedidos de homologação de sentençasestrangeiras de divórcio de brasileiros, a fim de que passem a produzir

todos os efeitos legais.

§ 7o Salvo o caso de abandono, o domicílio do chefe da família estende-

se ao outro cônjuge e aos filhos não emancipados, e o do tutor oucurador aos incapazes sob sua guarda.

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§ 8o Quando a pessoa não tiver domicílio, considerar-se-á domiciliada no

lugar de sua residência ou naquele em que se encontre.

Art. 10. A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país emque domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a

natureza e a situação dos bens.

Art. 12. É competente a autoridade judiciária brasileira, quando for o réudomiciliado no Brasil ou aqui tiver de ser cumprida a obrigação.

§ 1o Só à autoridade judiciária brasileira compete conhecer das ações

relativas a imóveis situados no Brasil.

§ 2o A autoridade judiciária brasileira cumprirá, concedido o exequatur e

segundo a forma estabelecida pele lei brasileira, as diligênciasdeprecadas por autoridade estrangeira competente, observando a lei

desta, quanto ao objeto das diligências.

Art. 17. As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquerdeclarações de vontade, não terão eficácia no Brasil, quando ofenderem

a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes.

MEIOS DE INTEGRAÇÃO DAS NORMAS

PREENCHIMENTO DA LACUNA JURÍDICA

Princípio da indeclinabilidade de jurisdição, o juiz é obrigado a

decidir, ainda que não exista lei disciplinado o caso concreto. Dessa

forma, diante da ausência de lei regulando determinada situação jurídica,faz-se necessário ao magistrado valer-se dos mecanismos de integração

do ordenamento jurídico indicados pelo art. 4o da LIDB.

Art. 4o da LIDB: Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo

com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito.

Nos termos do art. 4o

da LIDB, tais MECANISMOS DE INTEGRAÇÃO

são:

ORDEM DECRESCENTE: O juiz deve seguir a ordem.

1) a Analogia 2) os Costumes

3) os Princípios Gerais do Direito.

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Analogia: aplicação de outra lei prevista para um caso

semelhante.

Veja o desenho:

? não existe lei

CASO A CASO A1

Acompanhe o raciocínio: A Lei X regula o CASO concreto A.

Na sociedade aconteceu o CASO A1, mas não há lei que o regule.Provocada a jurisdição (através do direito de ação), pelo princípio da

indeclinabilidade da jurisdição, o Juiz não pode alegar que não vai julgar,decidir o caso concreto com base na lacuna da lei. Nesse caso, aplica a

analogia. Em que consiste a analogia?

O Juiz vai aplicar a Lei X ao CASO A1!

CASO A1

Exemplo concreto de uso, pelo Juiz, dos meios de integração: a lei até

bem pouco tempo não regulava os casos de “barriga de aluguel”, mas esses casos ocorriam. Apresentado o caso em juízo (antes da

regulamentação): quem era considerada a mãe? Aquela que emprestavaa barriga? Aquela que fez a doação do óvulo? Enfim, o Juiz tinha que

julgar.

Pois bem! Caso não haja a lei; caso não seja possível decidir o casoconcreto pela analogia (não há previsão de norma aplicada a um caso

semelhante), o Juiz decide, então, pelos costumes do lugar.

Lei X

Lei X

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Analogia é fonte formal mediata do direito, utilizada com a finalidade deintegração da lei, ou seja, a aplicação de dispositivos legais relativos a

casos análogos, ante a ausência de normas que regulem o casoconcretamente apresentado à apreciação jurisdicional (a que se

denomina anomia – falta de norma).

A doutrina costuma distinguir a analogia em legal (legis) ou jurídica

(júris). Vejamos:

a) Analogia legal (legis) – aplica-se ao caso omisso uma lei que

regula caso semelhante;

b) Analogia jurídica (júris) – aplica-se ao caso omisso um conjuntode normas para extrair elementos que possibilitem a aplicabilidade ao

caso concreto.

Costumes: são os usos e as práticas reiteradas numa determinada

sociedade, numa determinada época.

O costume é a repetição da conduta, de maneira constante e uniforme,em razão da convicção de sua obrigatoriedade. No Brasil, existe o

predomínio da lei escrita sobre a norma consuetudinária.

Os costumes podem ser:

1) Costume secundum legem: é o que auxilia a esclarecer oconteúdo de certos elementos da lei. Ou seja, o próprio texto da lei

delega ao costume a solução do caso concreto.

Ex: art. 569, II do CC: “O locatário é obrigado a pagar

pontualmente o aluguel nos prazos ajustados, e, em falta deajuste, segundo o costume do lugar”.

2) Costume contra legem ou negativo – é o que contraria a lei.Pode ser de dois tipos:

- Consuetudo abrogatória: espécie de costume contra legem que se

caracteriza por ser uma prática contrária às normas legais.

- Desuetudo: espécie de costume contra legem que consiste na falta

de efetividade da norma legal não revogada formalmente.

3) Costume praeter legem ou integrativo – é o que supre a ausência ou lacuna da lei nos casos omissos. É o costume citado no

art. 4o da LIDB.

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Ex: o costume de emitir cheque “cheque pré-datado”. Tal conduta

não possui regulamentação legal.

São condições indispensáveis à sua vigência: continuidade, uniformidade,diuturnidade (constância na realização do ato, não implicando sanção),

moralidade e obrigatoriedade.

Princípios Gerais do Direito: o ordenamento jurídico possui inúmerosprincípios, tanto explícitos (legalidade, impessoalidade, boa-fé,

moralidade, etc.), como implícitos (proporcionalidade, razoabilidade,etc.). O Juiz deve, por último, se utilizar dos princípios gerais para

solucionar o caso concreto.

Equidade significa justiça, que o Juiz confronte a lei e o fato e apliquea lei atendendo os fins sociais e o bem comum.

Mas ATENÇÃO!

*O Juiz pode se utilizar da equidade? Sim, SÓ nos CASOS PREVISTO

EM LEI. A própria lei vai dizer: “nesse caso, o Juiz pode usar a equidade” ou “admite equidade”.

**A equidade NÃO É MEIO DE INTEGRAÇÃO do ordenamento

jurídico! São comuns as questões de concursos abordarem: “são meios de integração: a analogia, os costumes, os princípios gerais do direito e a

equidade” (errado).

Repito a equidade NÃO É MEIO DE INTEGRAÇÃO do ordenamentojurídico!

Equidade = justiça. A equidade NÃO É MEIO DE INTEGRAÇÃO do ordenamento jurídico.

Art. 127. O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos emlei.

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EQUIDADE: Art. 127 do CPC - O juiz só decidirá por equidade nos

casos previstos em lei.

HERMENÊUTICA JURÍDICA

INTERPRETAÇÃO DA NORMA

Hermenêutica jurídica é a ciência, a arte da interpretação dalinguagem jurídica. Serve para trazer os princípios e as regras que são

as ferramentas do intérprete. A aplicação, a prática das regrashermenêuticas, é chamada exegese.

INTERPRETAR: buscar o alcance, o significado da lei.

Com base no art. 5o da LIDB, ao utilizar os mecanismos de integração

para o preenchimento da lacuna jurídica, ou, ao interpretar a lei, o juizdeve buscar a estabilidade social desejada.

MEIOS DE INTEGRAÇÃO

Analogia

Costumes

Princípios Gerais do Direito

GERAIS DO DIREITOS DE

EQUIDADE

NÃO É MEIO DE

INTEGRAÇÃO

SÓ nos casos previstos em

lei

INTEGRAÇÃO

HÁ LEI

INTERPRETAÇÃO

NÃO HÁ LEI

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APLICAÇÃO DA LEI: Art. 5o

da LIDB: Na aplicação da lei, o juiz

atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências dobem comum.

MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO:

QUANTO À FONTE:

a) Autêntica: Emana do próprio legislador que editou a lei. b) Jurisprudencial: interpretação mansa, pacífica e reiterada dos

Tribunais. c) Doutrinária: interpretação dos doutrinadores (doutos, juristas)

da ciência do Direito.

QUANTO AO MEIO UTILIZADO

Gramatical Leva-se em consideração a

literalidade da lei.

Histórica Leva-se em consideração os fatos

históricos que antecederam a

criação da norma.

Lógica Pesquisa-se o espírito do da lei

através dos fatores racionais, agênese histórica, a conexão com

outra norma e com todo o sistema.

Teleológica Adapta-se o sentido ou finalidade da

norma às novas exigências sociais.

Sistemática Entende-se o Direito como um todo,

como um sistema, comparando anorma com outras espécies legais.

QUANTO AOS RESULTADOS

Declarativa Quando a letra da lei corresponde

exatamente ao que o legisladorpensa.

Extensiva Quando o legislador expõe na lei

menos do que pretendia dizer,sendo necessário ampliar a

aplicação da lei.

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Restritiva Quando o legislador expõe na leimais do que pretendia dizer, sendo

necessário restringir a aplicação dalei.

QUESTÕES

Questão 01. (CESPE/2004/DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL) De

acordo com a Lei de Introdução ao Código Civil, uma lei nova, que

estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, nãorevoga nem modifica a lei anterior; desse modo, o (advento do novo

Código Civil brasileiro não derrogou nem ab-rogou as disposições daLei n.º 8.866/1994.

Gabarito: c

Questão 02. (ESAF/AGU/Assistente Jurídico da União/1999) Assinale aopção falsa.

a) A Lei de Introdução ao Código Civil é parte componente do CódigoCivil, sendo suas normas aplicáveis apenas ao Direito Civil.

b) A Lei de Introdução ao Código Civil é uma lex legum, ou seja, um conjunto de normas sobre normas.

c) A Lei de Introdução ao Código Civil é também o Estatuto do DireitoInternacional Privado.

d) A Lei de Introdução ao Código Civil disciplina o direito

intertemporal, para assegurar a certeza, segurança e estabilidade doordenamento jurídico-positivo, preservando as situações consolidadas

em que o interesse individual prevalece.

e) A Lei de Introdução ao Código Civil contém critérios de

hermenêutica jurídica.

Como a questão é antiga, ainda menciona a expressão “Lei de

Introdução ao Código Civil”, entretanto, pela atualização que ocorreuem dezembro de 2010, devemos ler “Lei de Introdução às Normas do

Direito Brasileiro”

Análise das alternativas:

(A) Errada. A LIDB é a Lei 12.376/2010 NÃO É PARTEINTEGRANTE DO CÓDIGO CIVIL, por uma simples razão, o CC é a

Lei 10.406/2007 e a LIDB é a Lei 12.376/2010 e não é parteintegrante do CC.

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(B) Certa. A LIDB é a lei das leis.

(C) Certa. A partir do art. 7o a LIDB trata de institutos pertinentes ao

Direito Internacional Privado e Direito Internacional Público.

(D) Certa. A LIDB trata da vigência da lei no tempo cuidando das

situações de vacatio legis, início e fim da vigência.

(E) Certa. A hermenêutica é a arte de interpretar as leis e será

estudada mais adiante, ainda nesta aula.

Gabarito: Letra A.

Questão 03. (ESAF/BACEN/Procurador/2001) Pelo princípio da vigência

sincrônica,

a) a norma não tem possibilidade de ser aplicada, por depender de lei

posterior para produção de efeitos.

b) a obrigatoriedade da lei é simultânea, porque entrará em vigor a

um só tempo em todo país, ou seja, quarenta e cinco dias após suapublicação, não havendo data estipulada para sua entrada em vigor.

c) a norma não será válida por si por relacionar-se com outrasnormas.

d) a norma pode ter eficácia sem ter vigência.

e) a norma sempre terá eficácia residual.

Comentários:

Errada. A norma que depende outra norma para produzir efeitos échamada de norma de eficácia limitada (comentários na opção “D”).

Certa. Conforme definição apresentada.

(C) Errada. Toda norma se relaciona com outras, de modo a, juntas,

formarem o ordenamento jurídico.

(D) Errada. Apesar da afirmativa estar correta, não se relaciona com

o princípio da vigência sincrônica.

A vigência da norma ocorre desde o início da validade da norma

até a perda de sua validade. Nesse aspecto, não há que fazerqualquer relação com outra norma. A eficácia refere-se à

possibilidade de produção concreta de efeitos pela norma.

É possível que a lei não esteja em vigência, porém possua eficácia

(produza efeitos). Para exemplificar tal situação vamos viajar para o

Direito Penal e analisar o art. 3o

do Código Penal que trata daaplicação da lei penal quando esta for excepcional ou temporária:

Lei excepcional ou temporária

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Art. 3º do CP - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o

período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que adeterminaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência.

- Leis temporárias: são aquelas que contêm prazo (dia de início edia do fim) de vigência previsto expressamente em seu corpo.

- Leis excepcionais: são as que vinculam o prazo de vigência adeterminadas circunstâncias, como guerra, epidemia, etc.

Esses dois tipos de leis possuem a ultratividade: capacidade de, após

ser revogada (perder a vigência), continuar regulando fatos ocorridosdurante o prazo em que esteve em vigor. Ou seja, ocorrendo um

crime durante a vigência de uma lei excepcional ou temporária,mesmo após a lei não mais estar em vigor (falta de vigência), ela

deverá ser utilizada no julgamento (ter eficácia).

(E) Errada. Não se refere ao princípio da vigência sincrônica.

Gabarito: Letra B.

Questão 04. (ESAF/SERPRO/Analista/2001) Pelo princípio da vigência

sincrônica:

a) a norma é efetiva quando ocorrer o comportamento que ela

configura e a consequência jurídica que ela prevê.

b) a norma pode ter efeito repristinatório.

c) a lei entrará em vigor a um só tempo em todo o país.

d) a lei nova tem força obrigatória antes do decurso da vacatio legis.

e) não há obrigatoriedade da lei revogada durante a vacatio legis.

Gabarito: Letra C.

Questão 05. (ESAF/IRB/Advogado/2006) Se uma lei for publicada no

dia 2 de janeiro, estabelecendo prazo de quinze dias de vacância, ela

entrará em vigor no dia

a) 16 de janeiro.

b) 15 de janeiro.

c) 20 de janeiro.

d) 18 de janeiro.

e) 17 de janeiro.

Início: 02/01 até dia 16/01.Resposta dia 17/01: e

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Questão 06. (ESAF - Fiscal de Tributos Estaduais – SEFA-PA – 2002)

Os atos que forem praticados de conformidade com a antiga norma,no período que decorre entre a publicação da lei nova e o início de sua

vigência, não terão validade.

Comentários: Durante o prazo de vacância, a lei nova ainda nãoproduz efeitos, ou seja, ainda não tem vigência. Dessa forma,

enquanto a lei nova ainda não entrar em vigor ela não será obrigatóriae os atos praticados de acordo com a lei antiga serão plenamente

válidos.

Gabarito: Errada.

Questão 07. (ESAF/AFRFB/Auditor-Fiscal/2009) Se, durante a vacatio

legis, vier a norma a ser corrigida em seu texto, que contém errossubstanciais, suscetíveis de modificar parcial ou totalmente o seu

sentido, ensejando nova publicação, o prazo nela mencionado parasua entrada em vigor ou, não o havendo, os prazos de 45 dias e 3

meses começam a correr da nova publicação.

Gabarito: c.

Questão 08. (ESAF/MPU/Analista Processual/2004) Derrogação é

a) a aplicabilidade da norma no espaço delimitado pelas fronteiras do

Estado. b) a supressão total da norma anterior.

c) o fato de a norma atingir os efeitos de atos jurídicos praticados sobo império da norma revogada.

d) a não-aplicabilidade da lei nova a qualquer situação jurídicaconstituída anteriormente.

e) tornar sem efeito uma parte da norma. Gabarito: e.

Questão 09. (ESAF/AFT/Auditor-Fiscal do Trabalho/2003) A

derrogação é a supressão total da norma anterior. Gabarito: Errada. A derrogação é a supressão parcial.

Questão 10. (ESAF/CGU/Correição/2006) A derrogação é a supressão

total da norma anterior e a ab-rogação torna sem efeito uma parte da

norma. Gabarito: Errada. As características de derrogação e ab-rogação estão

invertidas.

Questão 11. (ESAF/AFRFB/Auditor Fiscal/2009) Revogar é tornar semefeito uma norma, retirando sua obrigatoriedade no todo, caso em que

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se tem a derrogação, ou em parte, hipótese em que se configura a ab-

rogação. Gabarito: Errada. As características de derrogação e ab-rogação estão

invertidas.

Questão 12. (ESAF/TRT 7a Região/Juiz Substituto/2005) O princípio da

continuidade assim se enuncia: a) a norma revogada continua vinculante para os casos anteriores à

sua revogação. b) a norma atinge os efeitos de atos jurídicos praticados sob o império

da lei revogada. c) não se destinando à vigência temporária, a norma estará em vigor

enquanto não surgir outra que a altere ou revogue. d) há incompatibilidade entre a lei nova e a antiga, se a nova regular

inteiramente a matéria tratada pela anterior. e) a norma só obriga no espaço nacional, ou seja, no seu território,

mas suas águas e na sua atmosfera. Comentários:

(A) Errada. Se refere ao princípio da ultratividade.

(B) Errada. Se refere ao princípio da retroatividade. (C) Certa. Se refere ao princípio da continuidade.

(D) Errada. Se refere à revogação tácita. (E) Errada. Se refere ao princípio da territorialidade.

Gabarito: c.

Questão 13. (ESAF/MP-CE/Promotor de Justiça/2001) A vigência da leiorçamentária, que estabelece a despesa e a receita nacional pelo

período de um ano, cessará a) pelo decurso do tempo

b) pela consecução do fim a que se propõe c) por revogação expressa

d) por revogação tácita e) pelo término do estado de coisas não permanentes

Comentários: A lei orçamentária é um clássico exemplo de leitemporária, dessa forma, para que ocorra o fim de sua vigência, não é

necessária outra lei. Basta que transcorra o lapso temporal de umano.

Gabarito: a.

Questão 14. (ESAF/SEFA-PA/Fiscal de Tributos Estaduais/2002) Se alei fixar prazo final de sua vigência, completado este ela não mais

produzirá efeitos.

Comentários: Como regra, a lei ao completar sua vigência deixa deproduzir efeitos, ou seja, também perde a eficácia. Porém, para as leis

excepcionais e temporárias (art. 3o

do Código Penal), é possível a

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produção de efeitos, mesmo após o fim da vigência, em decorrência

da ultratividade.

Gabarito: Certa

Art. 2o

§ 1o

da LIDB - A lei posterior revoga a anterior quando

expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou

quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.

* Revogação expressa ou direta: quando a lei indica os dispositivosque estão sendo por ela revogados.

* Revogação tácita ou indireta: esta se subdivide em dois tipos. * Revogação tácita por incompatibilidade

* Revogação tácita global (quando uma lei nova regulainteiramente uma matéria tratada por uma lei anterior).

Questão 15. (ESAF/SEFA-PA/Fiscal de Tributos Estaduais/2002) A

cláusula de revogação deverá enumerar expressamente as leis oudisposições legais revogadas.

Gabarito: Certa. Conforme o art. 9o da LC 95/98.

Questão 16. (ESAF/SEFA-PA/Fiscal de Tributos Estaduais/2002) Asdisposições transitórias são elaboradas pelo legislador no próprio texto

normativo para conciliar a nova norma com as relações já definidaspela anterior.

Art. 3o da LC 95/98 - A lei será estruturada em três partes básicas:

I - parte preliminar, compreendendo a epígrafe, a ementa, opreâmbulo, o enunciado do objeto e a indicação do âmbito de

aplicação das disposições normativas;

II - parte normativa, compreendendo o texto das normas de

conteúdo substantivo relacionadas com a matéria regulada;

III - parte final, compreendendo as disposições pertinentes àsmedidas necessárias à implementação das normas de conteúdo

substantivo, às disposições transitórias, se for o caso, a cláusula devigência e a cláusula de revogação, quando couber.

As disposições transitórias de uma lei estão inseridas na parte final enão na parte normativa.

Gabarito: posição da ESAF: Correta

Questão 17. (ESAF/SEFA-PA/Fiscal de Tributos Estaduais/2002) Ocritério lex posterior derogat legi priori significa que, de duas normas

do mesmo escalão, a última prevalece sobre a anterior.

Gabarito: Certa, (critério cronológico).

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Questão 18. (FCC/TCE-AL/Procurador/2008) O servidor X contavatreze (13) anos de serviço público estadual, quando entrou em vigor

nova lei, que aboliu adicionais sobre os vencimentos a cada cinco (05)anos de serviço. Neste caso, X

(A) manterá sem seu patrimônio o equivalente aos dois (02) adicionaispelos dez (10) anos completos e mais 30% (trinta por cento) do

adicional pelo período seguinte de cinco (05) anos que estava emcurso.

(B) a partir da nova lei, perderá os adicionais que havia conquistado,pois só tem direito adquirido àqueles vencidos, que, eventualmente,

estivessem pendentes de pagamento.

(C) continuará adquirindo o direito aos adicionais a cada cinco (05)

anos de serviço, que se completarem. (D) adquirirá apenas mais um adicional, quando se completar o

terceiro período de cinco (05) anos. (E) manterá em seu patrimônio dois (02) adicionais, mas não obterá o

terceiro. Comentários: os dois primeiros adicionais, cujo tempo já foi

completado, representam direitos adquiridos e não serão perdidos poresta razão.

Por outro lado, o terceiro adicional, cujo período ainda estava emandamento, não irá gerar um caso de direito adquirido e será perdido.

Gabarito: e.

Questão 19. (ESAF/SEFAZ-CE/Analista Jurídico/2006) É retroativa anorma que atinge os efeitos de atos jurídicos praticados sob o império

da norma revogada.

Comentários: a lei nova é criada para regular situações futuras,entretanto, não é proibido por nosso ordenamento jurídico que a

norma regule situações pretéritas, desde que respeite o direito

adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada. Isso se deve aoprincípio da segurança jurídica ou da estabilidade social.

Gabarito: Certa.

Questão 20. (ESAF/AFT/Fiscal do Trabalho/2003) É irretroativa a

norma que se aplica a qualquer situação jurídica constituída

anteriormente.

Gabarito: Errada. Se a lei está regulando uma situação constituídaantes de adquirir vigência, então ela é retroativa.

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Questão 21. (ESAF/SEFAZ-CE/Analista Jurídico/2006) O princípio da

territorialidade é, no Brasil, aplicado de modo absoluto.

Gabarito: Errada. Existem exceções onde a lei estrangeira é aplicada.

Questão 22. (ESAF - Fiscal do Trabalho – 2003) O princípio daterritorialidade pode e deve ser sempre aplicado de modo absoluto.

Gabarito: Errada. Existem exceções onde a lei estrangeira é aplicada.

Questão 23. (ESAF/AFC-CGU/Correição/2008) O penhor regula-se pela leido país em que se contraiu o contrato de penhor.

Comentários: Art. 8o

§ 2o

da LIDB - O penhor regula-se pela lei dodomicílio que tiver a pessoa, em cuja posse se encontre a coisa

apenhada.

O penhor, assim como a hipoteca, são direitos reais de garantia sobre

coisa alheia. O penhor é utilizado para bens móveis, ao passo que ahipoteca é utilizada para bens imóveis. Ambos institutos jurídicos são

utilizados para garantia de uma dívida.

No penhor comum a posse da coisa móvel é transferida ao credor quefica com o direito de vendê-la caso a dívida não seja paga.

Conforme observamos no dispositivo legal acima, se a posse da coisa

empenhada é exercida fora do Brasil, então tal contrato de penhordeverá ser regulado pelas leis do país onde for domiciliada a pessoa que

tem tal posse, consagrando a extraterritorialidade. Gabarito: Errada.

Questão 24. (ESAF/AFC-CGU/Correição/2008) À autoridade judiciária

brasileira, exclusivamente, compete conhecer das ações relativas a

imóveis situados no Brasil.

Comentários: Art. 12, § 1o da LIDB - Só à autoridade judiciária brasileira

compete conhecer das ações, relativas a imóveis situados no Brasil.

Conclui-se que a ação relativa a bens imóveis situados no Brasil obedece

o princípio lex rei sitae (lei da situação da coisa). Gabarito: Certa

Questão 25. (ESAF/AFRFB/Auditor Fiscal/2009) O estatuto pessoal, no

Brasil, baseia-se na lei do domicílio, que é o elemento de conexãoindicativo da lei competente para reger conflitos de lei no espaço

concernentes aos direitos de família.

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Comentários: Art. 7o da LIDB - A lei do país em que domiciliada a pessoa

determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, acapacidade e os direitos de família.

Para reger os conflitos concernentes ao Direito de Família, deve-seobservar a lei do país onde domiciliada a pessoa, de modo que, se duas

pessoas forem domiciliadas no Brasil, então a lei brasileira deverá dirimiralgum possível conflito existente, independente da nacionalidade.

Exemplificando, se um homem alemão se casa com uma mulher italianae, os dois são domiciliados no Brasil, então deve-se observar a lei

brasileira na celebração do casamento. Gabarito: Certa

Questão 26. (ESAF/PGFN/Procurador/2007) Os meios de preenchimentode lacuna são indicados pela própria lei.

Gabarito: Certa. Art. 4o da LIDB.

Questão 27. (ESAF/AFRFB/Auditor Fiscal/2009) Para a integração

jurídica, em caso de lacuna, o juiz poderá fazer uso da analogia, docostume e dos princípios gerais de direito.

Gabarito: Certa

Comentários: Deve o juiz observar a respectiva ordem para utilização

dos mecanismos; ou seja, primeiro a analogia e por último os princípiosgerais de direito.

Questão 28. (ESAF - CGU – Correição – 2006) Para integrar a lacuna o

juiz recorre, preliminarmente, à analogia, que consiste em aplicar a umcaso não previsto de modo direto ou específico por uma norma jurídica

uma norma que prevê hipótese distinta, mas semelhante ao caso nãocontemplado.

Gabarito: Certa.

Comentários: OBSERVAÇÃO SOBRE A EQUIDADE !!!!

Apesar do art. 4o

da LIDB não mencionar a equidade, ela pode funcionar

como último mecanismo para integração do ordenamento jurídico,quando expressamente autorizada pela lei.

Diante da ausência de lei, da inviabilidade da analogia, dos costumes e

dos princípios gerais de direito, e, prevendo a lei a possibilidade do usoda equidade, o magistrado, para fazer valer o princípio da

indeclinabilidade de jurisdição pode utilizá-la.

Art. 127 do CPC - O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em

lei.

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Gabarito: Correta. Conforme comentários, a ordem deve ser seguida

EQUIDADE: Art. 127 do CPC - O juiz só decidirá por equidade noscasos previstos em lei.

Questão 29. (ESAF/CGU/Correição/2006) O juiz só decidirá por equidadenos casos previstos em lei.

Comentários: A equidade não é meio de integração, de suprir a lacuna da

lei, apenas auxilia nesta missão. Traduz no senso de justiça ao adaptarrazoavelmente a lei ao caso concreto. Ou seja, a equidade representa a

justiça prudentemente aplicada ao caso e só pode ser usada quando

expressamente permitida pela lei. Gabarito: Certa.

Questão 30. (ESAF/SEFAZ-CE/Analista Jurídico/2006) A analogia juris

estriba-se em um conjunto de normas para extrair elementos quepossibilitem sua aplicabilidade ao caso concreto não previsto, mas

similar ao previsto.

Gabarito: Certa.

Questão 31. (ESAF/AFT/Fiscal do Trabalho/2003) A analogia "juris" é a

aplicação de uma norma, que rege caso semelhante ao não previsto.

Gabarito: Errada. Trata-se da analogia legal (legis).

Questão 32. (ESAF/AFT/Fiscal do Trabalho/2006) A analogia júris

estriba-se num conjunto de normas para extrair elementos que

possibilitem sua aplicabilidade ao caso concreto não previsto, massimilar.

Gabarito: Correta.

33. (ESAF/TRT 7a

Região/Juiz Substituto/2005) A analogia júris

estriba-se num conjunto de normas, para extrair elementos quepossibilitem sua aplicabilidade ao caso concreto não contemplado, mas

similar.

Gabarito: Certa.

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34. (ESAF/BACEN/Procurador/2002) No mercado de Barretos (Estado

de São Paulo), os negócios de gado, por mais avultados que sejam,celebram-se dentro da maior confiança, verbalmente, dando origem a:

a) princípio geral de direito

b) costume praeter legem

c) costume contra legem

d) desuso

e) costume secundum legem

Comentários: Nos termos do art. 227 do CC, os negócios jurídicos que

ultrapassem o valor de dez salários mínimos não admitem provaexclusivamente testemunhal (verbal).

Os negócios jurídicos superiores a 10 salários mínimos deverem ser

celebrados na forma escrita, em decorrência do grande valor, nãopodendo ser celebrado verbalmente, contrariando a lei.

Gabarito: c.

Costume praeter legem ou integrativo – é o que supre a ausência ou

lacuna da lei nos casos omissos. É o costume citado no art. 4o

da

LIDB.

Ex: o costume de emitir cheque “cheque pré-datado”. Tal conduta não

possui regulamentação legal.

Questão 35. (ESAF/AFRFB/Auditor Fiscal/2009) O costume praeter

legem, previsto no art. 4o

da Lei de Introdução ao Código Civil, por

revestir-se de caráter supletivo, supre a lei nos casos omissos.

Gabarito: Certa.

Questão 36. (ESAF/AFT/Fiscal do Trabalho/2006) São condições para avigência do costume sua continuidade, diuturnidade e não-

obrigatoriedade.

Comentários: O costume deriva da longa prática uniforme, constante,pública e geral de determinado ato, com a convicção de sua

necessidade jurídica. São, pois, condições indispensáveis à suavigência: continuidade, uniformidade, diuturnidade (constância na

realização do ato, não implicando sanção), moralidade eobrigatoriedade.

Gabarito: Errado.

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Questão 37. (ESAF/AFT/Fiscal do Trabalho/2006) Não há possibilidade

de existirem, no ordenamento jurídico, princípios e normas latentescapazes de solucionar situações não previstas, expressamente pelo

legislador.

No art. 4o da LIDB estão previstos os princípios gerais de direito como

mecanismo de integração do ordenamento jurídico. Dessa forma, na

lacuna da lei, é possível que o magistrado utilize princípios como arazoabilidade e a proporcionalidade.

Gabarito: Errada.

Questão 38. (ESAF/AFT/Fiscal do Trabalho/2006) Os princípios gerais

de direito não são normas de valor genérico, nem orientam acompreensão do direito, em sua aplicação e integração.

Comentários: Os princípios gerais de direito são os pressupostoslógicos e necessários das diversas normas legislativas existentes.

Dessa forma, os princípios gerais de direito são encontrados nasnormas e orientam a compreensão do direito, em sua aplicação e

integração.

Gabarito: Errada.

Questão 39. (ESAF/AFT/Fiscal do Trabalho/2003) Os princípios geraisde direito são normas de valor genérico que orientam a compreensão

do ordenamento jurídico, em sua aplicação e integração, estejam ounão positivadas.

Gabarito: Certa.

Questão 40. (ESAF/CGU/Correição/2006) A hermenêutica é a teoriacientífica da arte de interpretar.

Gabarito: Certa.

Comentários: Não se deve confundir integração da lei com

interpretação da lei. Na primeira a lei não regula determinado fato, aopasso que, na segunda, a lei regula, mas não é cristalina e precisa.

Quando a lei não permite a exata compreensão da ordem, faz-senecessário o seu exercício interpretativo buscando alcançar o seu real

sentido.

INTEGRAÇÃO

HÁ LEI

INTERPRETAÇÃO

NÃO HÁ LEI

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INTERPRETAR: buscar o alcance, o significado da lei.

Com base no art. 5o da LIDB, ao utilizar os mecanismos de integração

para o preenchimento da lacuna jurídica, ou, ao interpretar a lei, o juiz

deve buscar a estabilidade social desejada.

Art. 5o da LIDB - Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a

que ela se dirige e às exigências do bem comum.

Questão 41. (ESAF/AFC-CGU/Correição/2008) O juiz atenderá aos fins

sociais a que a lei se dirige.

Gabarito: Certa.

Questão 42. (ESAF/PGFN/Procurador/2007) O aplicador da norma

deverá perscrutar as necessidades práticas da vida social e a realidadesócio cultural, sem olvidar a valoração objetiva.

Gabarito: Certa. Conforme o art. 5o da LIDB.

Questão 43. (ESAF/PGFN/Procurador/2007) O art. 5º da Lei de

Introdução ao Código Civil permite corrigir a inadequação da norma àrealidade fático-social e aos valores positivados, harmonizando o

abstrato e rígido da norma com a realidade concreta, mitigando o seurigor, corrigindo-lhe os desacertos, ajustando-a do melhor modo

possível ao caso emergente.

Gabarito: Certa, art. 5o da LIDB.

Questão 44. (ESAF/TCU/Analista de Controle Externo/2000) Quando o

aplicador da norma vier a reconduzi-la ao campo de aplicação quecorresponde ao fim que pretende obter, porque foi formulada de modo

amplo, ter-se-á uma a) interpretação declarativa.

b) interpretação teleológica. c) interpretação restritiva.

d) interpretação sistemática.

e) interpretação extensiva.

Gabarito: c.

Questão 45. (ESAF/TRT 7a

Região/Juiz Substituto/2005) A anologia

júris é o argumento consistente em ter por ordenado ou permitido, de

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modo implícito, algo menor do que o que está determinado ou

autorizado expressis verbis.

Gabarito: Errada. Trata-se da interpretação restritiva e não daanalogia júris.

Questão 46. (ESAF/AFC-CGU/Correição/2008) a interpretação

sistemática atende ao espírito da lei, procurando apurar o sentido e afinalidade da norma, com abandono dos elementos puramente

verbais. Gabarito: Errada. A questão trata da interpretação teleológica.

Questão 47. (ESAF/CGU/Correição/2006) A técnica interpretativa

lógica pretende desvendar o sentido e o alcance da norma, mediante

seu estudo, por meio de raciocínios lógicos, analisando os períodos dalei e combinando-os entre si, com o escopo de atingir perfeita

compatibilidade. Gabarito: Certa.

Questão 48. (ESAF/SEFAZ-CE/Analista Jurídico/2006) Ter-se-á

interpretação declarativa ou especificadora, apenas quando houvercorrespondência entre a expressão linguístico-legal e a voluntas legis,

sem que haja necessidade de dar ao comando normativo um alcanceou sentido mais amplo ou mais restrito.

Gabarito: Certa.

LISTA DAS QUESTOES APRESENTADAS

Questão 01. (CESPE/2004/DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL) Deacordo com a Lei de Introdução ao Código Civil, uma lei nova, que

estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, nãorevoga nem modifica a lei anterior; desse modo, o (advento do novo

Código Civil brasileiro não derrogou nem ab-rogou as disposições daLei n.º 8.866/1994.

Questão 02. (ESAF/AGU/Assistente Jurídico da União/1999) Assinale a

opção falsa.

a) A Lei de Introdução ao Código Civil é parte componente do Código

Civil, sendo suas normas aplicáveis apenas ao Direito Civil.

b) A Lei de Introdução ao Código Civil é uma lex legum, ou seja, um conjunto de normas sobre normas.

c) A Lei de Introdução ao Código Civil é também o Estatuto do DireitoInternacional Privado.

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d) A Lei de Introdução ao Código Civil disciplina o direito

intertemporal, para assegurar a certeza, segurança e estabilidade doordenamento jurídico-positivo, preservando as situações consolidadas

em que o interesse individual prevalece.

e) A Lei de Introdução ao Código Civil contém critérios de

hermenêutica jurídica.

Questão 03. (ESAF/BACEN/Procurador/2001) Pelo princípio da vigênciasincrônica,

a) a norma não tem possibilidade de ser aplicada, por depender de leiposterior para produção de efeitos.

b) a obrigatoriedade da lei é simultânea, porque entrará em vigor aum só tempo em todo país, ou seja, quarenta e cinco dias após sua

publicação, não havendo data estipulada para sua entrada em vigor.

c) a norma não será válida por si por relacionar-se com outrasnormas.

d) a norma pode ter eficácia sem ter vigência.

e) a norma sempre terá eficácia residual.

Questão 04. (ESAF/SERPRO/Analista/2001) Pelo princípio da vigência

sincrônica:

a) a norma é efetiva quando ocorrer o comportamento que ela

configura e a consequência jurídica que ela prevê.

b) a norma pode ter efeito repristinatório.

c) a lei entrará em vigor a um só tempo em todo o país.

d) a lei nova tem força obrigatória antes do decurso da vacatio legis.

e) não há obrigatoriedade da lei revogada durante a vacatio legis.

Questão 05. (ESAF/IRB/Advogado/2006) Se uma lei for publicada no

dia 2 de janeiro, estabelecendo prazo de quinze dias de vacância, elaentrará em vigor no dia

a) 16 de janeiro.

b) 15 de janeiro.

c) 20 de janeiro.

d) 18 de janeiro.

e) 17 de janeiro.

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Questão 06. (ESAF - Fiscal de Tributos Estaduais – SEFA-PA – 2002)

Os atos que forem praticados de conformidade com a antiga norma,no período que decorre entre a publicação da lei nova e o início de sua

vigência, não terão validade.

Questão 07. (ESAF/AFRFB/Auditor-Fiscal/2009) Se, durante a vacatiolegis, vier a norma a ser corrigida em seu texto, que contém erros

substanciais, suscetíveis de modificar parcial ou totalmente o seusentido, ensejando nova publicação, o prazo nela mencionado para

sua entrada em vigor ou, não o havendo, os prazos de 45 dias e 3meses começam a correr da nova publicação.

Questão 08. (ESAF/MPU/Analista Processual/2004) Derrogação é

a) a aplicabilidade da norma no espaço delimitado pelas fronteiras do

Estado. b) a supressão total da norma anterior.

c) o fato de a norma atingir os efeitos de atos jurídicos praticados sobo império da norma revogada.

d) a não-aplicabilidade da lei nova a qualquer situação jurídicaconstituída anteriormente.

e) tornar sem efeito uma parte da norma.

Questão 09. (ESAF/AFT/Auditor-Fiscal do Trabalho/2003) A

derrogação é a supressão total da norma anterior.

Questão 10. (ESAF/CGU/Correição/2006) A derrogação é a supressão

total da norma anterior e a ab-rogação torna sem efeito uma parte da

norma.

Questão 11. (ESAF/AFRFB/Auditor Fiscal/2009) Revogar é tornar semefeito uma norma, retirando sua obrigatoriedade no todo, caso em que

se tem a derrogação, ou em parte, hipótese em que se configura a ab-rogação.

Questão 12. (ESAF/TRT 7a Região/Juiz Substituto/2005) O princípio da

continuidade assim se enuncia:

a) a norma revogada continua vinculante para os casos anteriores àsua revogação.

b) a norma atinge os efeitos de atos jurídicos praticados sob o impérioda lei revogada.

c) não se destinando à vigência temporária, a norma estará em vigorenquanto não surgir outra que a altere ou revogue.

d) há incompatibilidade entre a lei nova e a antiga, se a nova regularinteiramente a matéria tratada pela anterior.

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e) a norma só obriga no espaço nacional, ou seja, no seu território,

mas suas águas e na sua atmosfera.

Questão 13. (ESAF/MP-CE/Promotor de Justiça/2001) A vigência da leiorçamentária, que estabelece a despesa e a receita nacional pelo

período de um ano, cessará a) pelo decurso do tempo

b) pela consecução do fim a que se propõe c) por revogação expressa

d) por revogação tácita e) pelo término do estado de coisas não permanentes

Questão 14. (ESAF/SEFA-PA/Fiscal de Tributos Estaduais/2002) Se a

lei fixar prazo final de sua vigência, completado este ela não mais

produzirá efeitos.

Questão 15. (ESAF/SEFA-PA/Fiscal de Tributos Estaduais/2002) Acláusula de revogação deverá enumerar expressamente as leis ou

disposições legais revogadas.

Questão 16. (ESAF/SEFA-PA/Fiscal de Tributos Estaduais/2002) As

disposições transitórias são elaboradas pelo legislador no próprio textonormativo para conciliar a nova norma com as relações já definidas

pela anterior.

Questão 17. (ESAF/SEFA-PA/Fiscal de Tributos Estaduais/2002) Ocritério lex posterior derogat legi priori significa que, de duas normas

do mesmo escalão, a última prevalece sobre a anterior.

Questão 18. (FCC/TCE-AL/Procurador/2008) O servidor X contava

treze (13) anos de serviço público estadual, quando entrou em vigornova lei, que aboliu adicionais sobre os vencimentos a cada cinco (05)

anos de serviço. Neste caso, X (A) manterá sem seu patrimônio o equivalente aos dois (02) adicionais

pelos dez (10) anos completos e mais 30% (trinta por cento) doadicional pelo período seguinte de cinco (05) anos que estava em

curso. (B) a partir da nova lei, perderá os adicionais que havia conquistado,

pois só tem direito adquirido àqueles vencidos, que, eventualmente,

estivessem pendentes de pagamento.

(C) continuará adquirindo o direito aos adicionais a cada cinco (05)anos de serviço, que se completarem.

(D) adquirirá apenas mais um adicional, quando se completar oterceiro período de cinco (05) anos.

(E) manterá em seu patrimônio dois (02) adicionais, mas não obterá oterceiro.

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Questão 19. (ESAF/SEFAZ-CE/Analista Jurídico/2006) É retroativa anorma que atinge os efeitos de atos jurídicos praticados sob o império

da norma revogada.

Questão 20. (ESAF/AFT/Fiscal do Trabalho/2003) É irretroativa anorma que se aplica a qualquer situação jurídica constituída

anteriormente.

Questão 21. (ESAF/SEFAZ-CE/Analista Jurídico/2006) O princípio da

territorialidade é, no Brasil, aplicado de modo absoluto.

Questão 22. (ESAF - Fiscal do Trabalho – 2003) O princípio daterritorialidade pode e deve ser sempre aplicado de modo absoluto.

Questão 23. (ESAF/AFC-CGU/Correição/2008) O penhor regula-se pela lei

do país em que se contraiu o contrato de penhor.

Questão 24. (ESAF/AFC-CGU/Correição/2008) À autoridade judiciária

brasileira, exclusivamente, compete conhecer das ações relativas a

imóveis situados no Brasil.

Questão 25. (ESAF/AFRFB/Auditor Fiscal/2009) O estatuto pessoal, noBrasil, baseia-se na lei do domicílio, que é o elemento de conexão

indicativo da lei competente para reger conflitos de lei no espaçoconcernentes aos direitos de família.

Questão 26. (ESAF/PGFN/Procurador/2007) Os meios de preenchimento

de lacuna são indicados pela própria lei.

Questão 27. (ESAF/AFRFB/Auditor Fiscal/2009) Para a integração

jurídica, em caso de lacuna, o juiz poderá fazer uso da analogia, docostume e dos princípios gerais de direito.

Questão 28. (ESAF - CGU – Correição – 2006) Para integrar a lacuna ojuiz recorre, preliminarmente, à analogia, que consiste em aplicar a um

caso não previsto de modo direto ou específico por uma norma jurídicauma norma que prevê hipótese distinta, mas semelhante ao caso não

contemplado.

Questão 29. (ESAF/CGU/Correição/2006) O juiz só decidirá por equidadenos casos previstos em lei.

Questão 30. (ESAF/SEFAZ-CE/Analista Jurídico/2006) A analogia jurisestriba-se em um conjunto de normas para extrair elementos que

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possibilitem sua aplicabilidade ao caso concreto não previsto, mas

similar ao previsto.

Questão 31. (ESAF/AFT/Fiscal do Trabalho/2003) A analogia "juris" é aaplicação de uma norma, que rege caso semelhante ao não previsto.

Questão 32. (ESAF/AFT/Fiscal do Trabalho/2006) A analogia júris

estriba-se num conjunto de normas para extrair elementos quepossibilitem sua aplicabilidade ao caso concreto não previsto, mas

similar.

33. (ESAF/TRT 7a

Região/Juiz Substituto/2005) A analogia júris

estriba-se num conjunto de normas, para extrair elementos quepossibilitem sua aplicabilidade ao caso concreto não contemplado, mas

similar.

34. (ESAF/BACEN/Procurador/2002) No mercado de Barretos (Estado

de São Paulo), os negócios de gado, por mais avultados que sejam,celebram-se dentro da maior confiança, verbalmente, dando origem a:

a) princípio geral de direito

b) costume praeter legem

c) costume contra legem

d) desuso

e) costume secundum legem

Questão 35. (ESAF/AFRFB/Auditor Fiscal/2009) O costume praeter

legem, previsto no art. 4o

da Lei de Introdução ao Código Civil, por

revestir-se de caráter supletivo, supre a lei nos casos omissos.

Questão 36. (ESAF/AFT/Fiscal do Trabalho/2006) São condições para avigência do costume sua continuidade, diuturnidade e não-

obrigatoriedade.

Questão 37. (ESAF/AFT/Fiscal do Trabalho/2006) Não há possibilidadede existirem, no ordenamento jurídico, princípios e normas latentes

capazes de solucionar situações não previstas, expressamente pelolegislador.

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Questão 38. (ESAF/AFT/Fiscal do Trabalho/2006) Os princípios gerais

de direito não são normas de valor genérico, nem orientam acompreensão do direito, em sua aplicação e integração.

Questão 39. (ESAF/AFT/Fiscal do Trabalho/2003) Os princípios gerais

de direito são normas de valor genérico que orientam a compreensãodo ordenamento jurídico, em sua aplicação e integração, estejam ou

não positivadas.

Questão 40. (ESAF/CGU/Correição/2006) A hermenêutica é a teoriacientífica da arte de interpretar.

Questão 41. (ESAF/AFC-CGU/Correição/2008) O juiz atenderá aos fins

sociais a que a lei se dirige.

Questão 42. (ESAF/PGFN/Procurador/2007) O aplicador da norma

deverá perscrutar as necessidades práticas da vida social e a realidadesócio cultural, sem olvidar a valoração objetiva.

Questão 43. (ESAF/PGFN/Procurador/2007) O art. 5º da Lei de

Introdução ao Código Civil permite corrigir a inadequação da norma àrealidade fático-social e aos valores positivados, harmonizando o

abstrato e rígido da norma com a realidade concreta, mitigando o seurigor, corrigindo-lhe os desacertos, ajustando-a do melhor modo

possível ao caso emergente.

Questão 44. (ESAF/TCU/Analista de Controle Externo/2000) Quando oaplicador da norma vier a reconduzi-la ao campo de aplicação que

corresponde ao fim que pretende obter, porque foi formulada de modo

amplo, ter-se-á uma a) interpretação declarativa.

b) interpretação teleológica. c) interpretação restritiva.

d) interpretação sistemática. e) interpretação extensiva.

Questão 45. (ESAF/TRT 7a

Região/Juiz Substituto/2005) A anologia

júris é o argumento consistente em ter por ordenado ou permitido, de

modo implícito, algo menor do que o que está determinado ouautorizado expressis verbis.

Questão 46. (ESAF/AFC-CGU/Correição/2008) a interpretação

sistemática atende ao espírito da lei, procurando apurar o sentido e a

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finalidade da norma, com abandono dos elementos puramente

verbais.

Questão 47. (ESAF/CGU/Correição/2006) A técnica interpretativalógica pretende desvendar o sentido e o alcance da norma, mediante

seu estudo, por meio de raciocínios lógicos, analisando os períodos dalei e combinando-os entre si, com o escopo de atingir perfeita

compatibilidade.

Questão 48. (ESAF/SEFAZ-CE/Analista Jurídico/2006) Ter-se-áinterpretação declarativa ou especificadora, apenas quando houver

correspondência entre a expressão linguístico-legal e a voluntas legis,sem que haja necessidade de dar ao comando normativo um alcance

ou sentido mais amplo ou mais restrito.

GABARITO

01.c 02.a 03.b 04.c 05.e 06.e 07.c 08.e 09.e 10.e

11.e 12.c 13.a 14.c 15.c 16.c 17.c 18.e 19.c 20.e

21.e 22.e 23.e 24.c 25.c 26.c 27.c 28.c 29.c 30.c

31.e 32.c 33.c 34.c 35.c 36.e 37.e 38.e 39.c 40.c

41.c 42.c 43.c 44.c 45.e 46.e 47.c 48.c

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DAS PESSOAS: Pessoa Natural.

O Título I do Código Civil brasileiro trata do tema “Das Pessoas”, dividindo-o em: “Das Pessoas Naturais” e “Das Pessoas Jurídicas”. Vou

esgotar o tema Pessoas Naturais, iniciando do zero e abordando o

modo como é cobrado em concurso, as pegadinhas, cascas debananas, bem como a doutrina pesada sobre o tema!

Após, esgotarei nos mínimos detalhes a Pessoa Jurídica com todas as

inovações que modificaram artigos do Código Civil. Este tópico servede base para o Direito Empresarial. Aqui situa-se o nascedouro acerca

do empresário bem como do direito societário.

Então vamos lá. Mãos à obra!

PERSONALIDADE - PESSOA FÍSICA NATURAL

Ser pessoa é ter personalidade. Ter personalidade significa ser pessoa.

A pessoa natural é todo “ser humano”, sujeito de direitos eobrigações.

Mas, juridicamente, a partir de quando se é considerado pessoa? Qual

o momento, qual o marco a partir do qual se é considerado pessoa? Apartir de qual momento a ciência do Direito considera alguém como

pessoa?

Essa pergunta é importante para concurso porque aqui não se leva emconsideração o que nenhuma outra ciência aceita como sendo o marco

inicial para alguém ser considerado pessoa. E a prova tentar te

empurrar para essas opções. Aqui, leva-se em consideração somente aciência jurídica e nada mais. Juridicamente, ser pessoa, ter

personalidade só depende de: NASCER COM VIDA!

SER PESSOA É TER PERSONALIDADE TER PERSONALIDADE É SER PESSOA

Ser PESSOA, a PERSONALIDADE civil da pessoa começa do NASCIMENTO COM VIDA.

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Para ser considerado PESSOA NATURAL basta NASCER COM VIDA,basta que o homem exista. A personalidade é atributo de qualquer

pessoa; é o atributo necessário para ser sujeito de direito: ser sujeitode direitos é ter a capacidade para adquirir direitos e deveres

(obrigações) na ordem civil.

Todo homem é dotado de personalidade, isto é, sujeito de direitos e

deveres/obrigações.

Art. 2o A personalidade civil da pessoa começa do nascimento

com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos donascituro.

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Professora e como se constatar aqueles casos em fica dúvidas:

1) Nasceu, respirou durante 1 segundo e morreu, ou 2) Já nasceu morto?

O nascimento se constata com a respiração (docimásia hidrostática deGaleno). Enfim: para ser pessoa, ter personalidade é necessário

nascer COM VIDA (Teoria Natalista).

Antes disso, juridicamente não é considerado pessoa. Porém, o CódigoCivil brasileiro protege desde a concepção aquele que está sendo

gerado no ventre materno. Veja que eu não chamei de pessoa o ser

que está sendo gerado no ventre materno. E por que o CC protegeaquele ser que está sendo gerado no ventre materno? Porque ele é

futura pessoal em potencial; há uma expectativa de que em breve

Cuidado! Várias são as pegadinhas e cascas de bananasacerca da personalidade da pessoa natural. Exemplo: A

personalidade tem início:

a) Com o nascimento. b) A partir da concepção.

c) Com o nascimento com vida. d) A partir da capacidade de exercício.

A questão induz o candidato ao erro, levando-o a pensar que basta

nascer para ser considerada pessoa. Como você aprendeu, não basta nascer. Tem que nascer com vida!

E você pode perguntar: Professora, e por acaso tem alguém quenasce morto? Sim, tem! O “natimorto”, aquele que é expulso do

ventre materno, morto. Natimorto é a expressão jurídica dada ao feto que morreu dentro do

útero ou durante o parto, ou seja, quando ocorre óbito fetal. Óbitofetal é a morte de um produto da concepção ocorrida antes da

expulsão ou de sua extração completa do corpo materno,

independentemente da duração da gestação.

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será pessoa. Nesse caso já recebe proteção da lei. Antes do

nascimento não há personalidade, mas a lei, todavia, lheresguarda os direitos do NASCITURO.

NASCITURO: É o que está sendo gerado no ventre materno.

O NASCITURO é o que está por nascer, mas já se encontra concebido

no ventre materno. É o ente concebido, mas ainda não nascido. A Leiatribui direitos ao nascituro (protege, põe a salvo os seus direitos)

desde a concepção.

Várias teorias explicam a personalidade. A Teoria Natalista prega que

a aquisição da personalidade ocorre com o nascimento com vida. ATeoria Concepcionista divide a personalidade jurídica em formal e

material: a aquisição da personalidade jurídica formal ocorre com aconcepção e a personalidade jurídica material com o nascimento com

vida.

Do art. 2o extrai-se dois enunciados: 1) "A personalidade civil do

homem começa com o nascimento com vida", e 2) "A lei põe a salvodesde a concepção os direitos do nascituro". Interprete-se assim: o

nascituro não possui personalidade, apesar de ser protegido pordireitos, dos quais necessariamente, ainda, não pode ser titular.

Várias teorias explicam a personalidade. A Teoria Natalista prega que

a aquisição da personalidade ocorre com o nascimento com vida. ATeoria Concepcionista divide a personalidade jurídica em formal e

material: a aquisição da personalidade jurídica formal ocorre com aconcepção e a personalidade jurídica material com o nascimento com

vida.

Art. 2o A personalidade civil da pessoa começa do nascimento comvida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do

nascituro.

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O artigo é claro e transparente: Ao nascituro é assegurada a proteçãode direitos de “nascituro”, dele enquanto nascituro. E quanto aos

direitos da pessoa natural, somente lhe é assegurado o direito à vida.

Não sendo pessoa, o nascituro possui mera expectativa de direitos,direitos CONDICIONAIS, em potencial. Só adquire esses direitos

SE NASCER COM VIDA! O NASCITURO possui direitosCONDICIONAIS (CONDIÇÃO SUSPENSIVA), só os adquirindo SE

nascer COM VIDA. Por exemplo: o nascituro poderia receber umadoação. Nesse caso o contrato de doação é realizado entre o doador e

o represente do nascituro. Um futuro tio (futuro padrinho) donascituro doaria um imóvel (terreno) ao nascituro. Essa doação seria

condicional: será concretizada a depender do nascimento com vida! A

doação sob condição suspensiva é plenamente válida (admitida pelodireito brasileiro), mas como doação condicional somente se

concretizará a depender de acontecimento futuro e incerto(nascimento com vida).

Ao nascituro é assegurado o direito personalíssimo como direito à vida

(direito à realização do exame de DNA, para efeito de aferição depaternidade, o direito à proteção pré-natal, direito a alimentos, por

não ser justo que a genitora suporte todos os encargos da gestaçãosem a colaboração econômica do seu companheiro reconhecido),

direito a doação condicional, direito de ser beneficiado por herança, deser-lhe nomeado curador para a defesa de seus interesses.

CAPACIDADE

CAPACIDADE CAPACIDADE de FATO, de EXERCÍCIO oude AÇÃO

CAPACIDADE de DIREITO ou de GOZO

Art. 1o Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil.

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Leia assim:

A capacidade é medida da personalidade. Como assim? A lei afirma

que toda pessoa, seja natural ou jurídica, é sujeito de direitos edeveres e por isso, é capaz, possui capacidade para adquirir direitos e

deveres (obrigações) na ordem civil.

Pessoa é a característica do indivíduo dotado de personalidade. Todo

direito pressupõe um titular que possa exercê-lo. Pessoa é ente a quese atribue direitos e deveres. Todo ente humano é pessoa. Toda

pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil. Não somente aspessoas naturais podem adquirir direitos e contrair obrigações, mas

certas pessoas, como a pessoa jurídica, a qual a lei atribuiupersonalidade jurídica, também são sujeitos de direitos, vindo a ter

capacidade para aquisição de direitos e deveres.

Mas, em que medida essa pessoa sujeito de direitos e deveres écapaz de por si só (sozinho) adquirir e exercer esses direitos

de deveres? Em que medida a pessoa pode exercer pessoalmenteos atos da vida civil, isto é, adquirir direitos e contrair deveres em

nome próprio? Assim, a doutrina divide a capacidade em duas

espécies:

CAPACIDADE DE DIREITO OU DE GOZO: é a capacidade genérica para adquirir direitos e deveres. A capacidade de direito ou de gozo

decorre unicamente e automaticamente da personalidade.

A capacidade de direito ou de gozo é a aptidão genérica para

titularizar direitos e contrair obrigações e depende somente do

nascimento com vida, de ser pessoa, ter personalidade. Adquirida apersonalidade, a pessoa passa a atuar, na qualidade de sujeito de

direito (pessoa natural ou jurídica), praticando atos e negócios

Art. 1o Toda pessoa (natural e jurídica) é capaz (possui capacidade) de adquirir direitos e deveres na ordem civil. Toda

pessoa é sujeito de direito. Ser sujeito de direitos significa sercapaz de adquirir direitos e deveres (obrigações).

NASCIMENTO COM VIDA = PERSONALIDADE = CAPACIDADE

DE DIREITO ou de GOZO. A CAPACIDADE DE DIREITO ou de GOZO PRESSUPÕE (tem como

requisito) unicamente a PERSONALIDADE, o NASCIMENTO COMVIDA.

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jurídicos. A capacidade de direito é atributo inerente à pessoa,

ocorrendo imediatamente no momento da aquisição da personalidade.

A capacidade de direito ou de gozo é própria de todo ser humano, quea adquire assim que nasce (começa a respirar) e só a perde quando

morre; Em face do ordenamento jurídico brasileiro a personalidade seadquire com o nascimento com vida, ressalvados os direitos do

nascituro desde a concepção.

A pessoa pode ter a capacidade de direito ou de gozo (capacidadegenérica para adquirir direitos e contrair obrigações) sem,

necessariamente ter a capacidade de fato, de exercício ou de ação.Porém, a pessoa que possua somente a capacidade de direito não

pode exercitar por si só os atos da vida civil.

Quando o CC diz no art. 1o que “Toda pessoa é capaz de direitos e

deveres” afirma que o fato de ser pessoa, ter nascido com vida, terpersonalidade, possui automaticamente a capacidade genérica para

adquirir direitos e deveres.

CAPACIDADE DE FATO ou EXERCÍCIO ou de AÇÃO: é a aptidão

para adquirir e exercer pessoalmente (por si só) direitos edeveres, praticar sozinho todos os atos da vida civil. Quando se

adquire a capacidade de fato, reúne-se os dois atributos (capacidadede direito e capacidade de fato) e a pessoa passa a ter a

capacidade civil plena. A capacidade civil plena ocorre aos 18anos, desde que a pessoa não esteja incapacidade por outros motivos

elencados na lei.

A capacidade de fato condiciona-se a existência da capacidade de

direito. Pode-se ter capacidade de direito sem capacidade de fato(adquirir o direito e não poder exercê-lo por si).

Nascimento

16 anos 18 anos

PERSONALIDADE

CAPACIDADE DE

DIREITO

ou de GOZO

CAPACIDADE DE

FATO, DE EXERCÍCIO

ou DE AÇÃO

Relativ

amente

Incapaz

Absolut

amente

Incapaz

Capacidade Plena

(caso não seja

acometido das

deficiências)

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Para se ter a capacidade de fato, de exercício ou de ação,necessariamente, deve ter personalidade, já é pessoa, possui

capacidade de direito ou de gozo. Veja agora a sequência:

Pois bem! Se nem todas as pessoas possuem a capacidade plena, se

nem todos podem exercer pessoalmente os atos da vida civil, diz-se

que estes são incapazes. O CCC trata das incapacidades nos arts. 3o e 4o.

INCAPACIDADE

INCAPACIDADE ABSOLUTA: A pessoa NÃO possui aptidão para

exercer pessoalmente (por si só, sozinho) os atos da vida civil. Falta

de aptidão para praticar pessoalmente atos da vida civil. Nãopossuem a capacidade de fato, de exercício ou de ação. Só possuem a

capacidade de direito ou de gozo. Capacidade Limitada é a do à

Veja as pegadinhas:

A capacidade de gozo pressupõe a Capacidade de fato (falsa). A capacidade de fato pode subsistir sem a capacidade de gozo (falsa)

A capacidade de fato, de exercício ou de ação pressupõe acapacidade de direito ou de gozo, que pressupõe a personalidade

(verdadeira).

NASCIMENTO COM VIDA = PERSONALIDADE = CAPACIDADE

DE DIREITO ou de GOZO.

CAPACIDADE DE FATO PRESSUPÕE A CAPACIDADE DE DIREITO, que PRESSUPÕE A PERSONALIDADE.

A CAPACIDADE DE DIREITO ou de GOZO NÃO PRESSUPÕE (não

possui como requisito) A CAPACIDADE DE FATO (porque esta só

se adquire posteriormente a depender de certos requisitos).

RELATIVA – art. 4o

ABSOLUTA – art. 3o

INCAPACIDADE

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quando do INCAPAZ (possui somente a capacidade de direito), e

necessita de outra pessoa que a substitua, auxilie e complete a suavontade.

Ao absolutamente incapaz é dado um REPRESENTANTE. O

suprimento da incapacidade absoluta se dá através daREPRESENTAÇÃO. Os menores de 16 anos são representados por pais

ou tutores. Os enfermos ou deficientes mentais, privados dediscernimento serão representados por seus curadores. O

representante pratica o ato pelo incapaz. Caso o incapaz venha apraticar o ato, este é NULO de pleno direito, NULIDADE ABSOLUTA.

Para qualquer questão literal, você vai decorar assim:

INCAPACIDADE RELATIVA: o relativamente incapaz está

disciplinado no art. 4o.

Note que o CC “espalhou” os deficientes mentais, tanto no rol dos absolutamente quanto nos relativamente incapazes. Veja que o art. 3

e 4 contemplam os deficientes mentais. Como fazer para não errar

nenhuma questão literal?

Art. 3o São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil:

I - os menores de dezesseis anos; II - os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o

necessário discernimento para a prática desses atos; III - os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir

sua vontade.

São absolutamente incapazes: Os menores de dezesseis anos e

NÃO (vocábulo “NÃO”)

Art. 4o São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de os exercer:

I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; II - os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por

deficiência mental, tenham o discernimento reduzido; III - os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo;

IV - os pródigos. Parágrafo único. A capacidade dos índios será regulada por

legislação especial.

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Você já sabe que os absolutamente incapazes são: os menores de

16 anos (<16) e o NÃO. Não: o absolutamente incapaz NÃO possuidiscernimento, NÃO pode exprimir sua vontade. É o enfermo ou o

deficiente que NÃO (NUNCA) tem discernimento para praticar atos davida civil. Mesmo que transitoriamente NÃO (NUNCA) pode exprimir

sua vontade.

Note que o relativamente incapaz é o deficiente mental que tem odiscernimento reduzido. Responda uma coisa: Quem tem

discernimento reduzido, tem algum discernimento? Tem sim! Temdiscernimento, porém reduzido. O absolutamente incapaz NÃO possui

discernimento, NÃO pode exprimir sua vontade, enquanto que orelativamente possui discernimento reduzido. O relativamente incapaz

é o excepcional sem desenvolvimento mental completo. Ele possui

algum desenvolvimento mental, só não é completo. O absolutamenteNÃO possui desenvolvimento mental.

Ao relativamente incapaz é dado um ASSISTENTE. Supre-se a

incapacidade relativa pela ASSISTÊNCIA. O relativamente incapazpratica certos atos, sendo-lhe exigido que seja assistido, que o

assistente ratifique (confirme) a prática do ato. Caso o relativamenteincapaz pratique o ato sem assistência, o ato será ANULÁVEL.

ABSOLUTAMENTEINCAPAZ

RELATIVAMENTEINCAPAZ

REPRESENTANTE Incapaz pratica o ato sendo

ASSISTIDO pelo ASSISTENTE

Pratica o ato pelo incapaz

Se o incapazpraticar o ato

O ato seráNULO

Se o incapaz praticar oato sem ASSISTÊNCIA

O ato seráANULÁVEL

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ÉBRIO HABITUAL: é a pessoa que vive em estado de embriaguez

eventual reduzindo-o, sem o privar totalmente, a capacidade dediscernimento do homem.

PRÓDIGO: É aquele que desordenadamente gasta e destrói (dilapida)

seu patrimônio, reduzindo-se à miséria por sua culpa. A incapacidadedo pródigo é apenas para os atos que dizem respeito à alienação

(transferência) do seu patrimônio. Para os outros atos ele éplenamente capaz. Vale lembrar que, para que seja declarada

qualquer espécie de incapacidade, faz-se necessário um processo de interdição, em que o Juiz declare se a pessoa é absolutamente ou

relativamente incapaz.

INDIO, AUSENTE, SURDO MUDO:

Cuidado com essas pessoas: INDIO, AUSENTE e SURDO MUDO.Veja que o Art. 4o Parágrafo único dispõe que a capacidade dos índios

será regulada por legislação especial. O CC não inseriu o índio nemcomo absolutamente nem como relativamente incapaz. E você

também não pode inseri-lo! A capacidade do índio será regulada pelalegislação especial e essa legislação não está no seu edital!

Para qualquer questão literal e para toda e qualquer alternativa quecoloque essas pessoas como absolutamente ou relativamente incapaz,

a alternativa estará errada. O surdo mudo é capaz, desde que saibaexprimir sua vontade, desde que tenha discernimento. A mesma coisa

se diga para o ausente. Mas preste atenção para as questões do tipo:

O surdo mudo que não tem discernimento é absolutamenteincapaz (correto).

O surdo mudo que não sabe exprimir sua vontade éabsolutamente incapaz (correto).

Nesses casos ele é incapaz porque “cai” na nossa regra do “NÃO”. Ele

não possui discernimento, não sabe exprimir sua vontade e não pelofato de ser surdo mudo.

Legitimidade (legitimação) é a aptidão para a prática dedeterminados atos processuais. Só os plenamente capazes (maiores

de 18 anos, desde não acometidos das enfermidades e deficiênciasmentais) as possuem. Consiste em saber se uma pessoa tem, no caso

concreto, CAPACIDADE para praticar PESSOALMENTE atos

Art. 4o Parágrafo único. A capacidade dos índios será regulada por

legislação especial.

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processuais (em juízo). A falta de legitimação não retira a

capacidade e pode ser suprida.

Questão 02. (ESAF/Analista de Controle Externo/2006/TCU) Aponte aopção falsa.

a) A capacidade de fato é a aptidão de exercer por si os atos da vidacivil.

b) O portador de doença neurológica degenerativa progressiva por nãoter discernimento é tido como absolutamente incapaz.

c) A capacidade dos índios, pela sua gradativa assimilação àcivilização, deverá ser regida por leis especiais.

d) Admite-se a morte presumida sem decretação de ausência, emcasos excepcionais (p. ex. naufrágio), para viabilizar o registro de

óbito, resolver problemas jurídicos gerados com o desaparecimento e

regular a sucessão causa mortis. e) A curatela é um instituto de interesse público, ou melhor é um

munus público, cometido por lei a alguém somente para administraros bens de pessoa maior que, por si só, não está em condições de

fazê-lo, em razão de enfermidade mental ou de prodigalidade.

Comentários: A alternativa “a” está correta. A capacidade de fato é a aptidão de

exercer por si os atos da vida civil.

A alternativa “b” está correta. O portador de doença neurológicadegenerativa progressiva por não ter discernimento é tido como

absolutamente incapaz. Cai no bizu do “NÃO”. Ele não é incapaz por ter doença neurológica, mas por NÃO ter discernimento.

A alternativa “c” está correta. Art. 4o Parágrafo único. A capacidadedos índios será regulada por legislação especial.

A alternativa “d” está correta. Admite-se sim a morte presumida sem

decretação de ausência (art. 7o). Tratarei do tema no tópico “fim da personalidade”.

A alternativa “e” está errada. Tutor se dá ao menor ante a ausência

dos pais e curador se dá à pessoa maior incapaz ou enfermo. Acuratela é um instituto de interesse público, ou melhor é um munus

público, cometido por lei a alguém não somente para administrar osbens de pessoa maior que, por si só, não está em condições de fazê-

lo, em razão de enfermidade mental ou de prodigalidade, mas parapraticar todos os atos da vida civil até e enquanto durar a

incapacidade.

Gabarito: e

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MAIORIDADE (CAPACIDADE PLENA)

EMANCIPAÇÃO

MODO DE SUPRIR A INCAPACIDADE PARA OS MENORES

A emancipação é o modo de suprimento da incapacidade para omenor. É, em outras palavras, tornar um menor, maior. Ou seja: com

a emancipação o menor se torna maior, capaz plenamente e,

portanto, habilitado a praticar pessoalmente os atos da vida civil. Aemancipação é irrevogável, irretratável. Uma vez tornado maior não

pode voltar a ser menor.

Art. 5o. Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:Voluntária: I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do

outro, mediante instrumento público, independentemente dehomologação judicial, ou / Judicial: por sentença do juiz, ouvido o

tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos;Legal: II - pelo casamento;

III - pelo exercício de emprego público efetivo;

IV - pela colação de grau em curso de ensino superior; V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de

relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria.

Art. 5o A menoridade cessa aos dezoito anos completos,quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da

vida civil.

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EMANCIPAÇÃO

Legal Judicial Voluntária

Inciso I: concessãodos pais ou de um

deles na falta deoutro, mediante

instrumentopúblico,

independente de homologação

judicial, desde queo menor haja

completado 16

anos completos.

Inciso I:concedida pelo

juiz, ouvido otutor, se o

menor contarcom 16 anos

completos.

II: casamento; III: exercício de

emprego público efetivo; IV: colação de grau

em curso de ensino superior;

V: estabelecimentocivil ou comercial, oupela existência de

relação deemprego, desde

que, em funçãodeles, o menor com

dezesseis anoscompletos tenha economia própria.

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Pegadinhas: A concessão dos pais ou de um deles na falta de outro, mediante

instrumento particular, independente de homologação judicial,

desde que o menor haja completado 16 anos completos (falso).

A concessão dos pais ou de um deles na falta de outro, medianteinstrumento público e dependente de homologação judicial, desde

que o menor haja completado 16 anos completos (falso).

A concessão dos pais ou de um deles na falta de outro, medianteinstrumento público, independente de homologação judicial, desde que

o menor haja completado 16 anos incompletos (falso).

EMANCIPAÇÃO VOLUNTÁRIA

EMANCIPAÇÃO JUDICIAL

Inciso I: concessão dos pais ou de um deles na falta de outro,

mediante instrumento público, independente de homologação judicial, desde que o menor haja completado 16 anos.

A emancipação é concedida pelos pais. Na falta (morte) de um delesé concedida pelo outro. Caso haja conflito entre os pais, será levado

ao Juiz para decisão.

Três informações importantíssimas para concurso: 1) A emancipação concedida pelos é realizada mediante

instrumento público e não instrumento particular. Ospais vão ao Cartório e emancipam o filho (a), declaram suas

vontades em emancipar o filho. 2) A emancipação concedida pelos pais independente de

homologação judicial, ou seja, não há necessidade de selevar o documento do Cartório para o Juiz homologar. O

documento já se traduz na própria emancipação. Não teriasentido sair do Cartório e levar para o Juiz homologar. Seria,

nesse caso, emancipação judicial e não voluntária.

3) A emancipação voluntária requer que o menor tenha 16 anos completo.

Inciso I: concedida pelo juiz, ouvido o tutor, se o menor contar

com 16 anos completos.

Também aqui se exige que o menor tenha 16 anos completos.

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Questão 03. (ESAF/AFC/CGU/2008) Analise os itens a seguir e marquecom V a assertiva verdadeira e com F a falsa, assinalando ao final a

opção correspondente. ( ) Os ébrios habituais, os viciados em tóxicos e os que, por deficiência

mental, tenham o discernimento reduzido são absolutamenteincapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil.

( ) Os recém-nascidos e os amentais possuem a capacidade de direito

e de fato ou de exercício, visto que podem herdar. ( ) Presume-se a morte, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei

autoriza a abertura de sucessão provisória. ( ) Os atos judiciais ou extrajudiciais que declararem ou reconhecerem

a filiação serão registrados em registro público. a) V, V, F, V

b) F, V, F, V c) F, F, V, F

d) V, F, F, F e) F, F, F, F

Comentários:

O Item I está errado. Art. 4o São incapazes, relativamente a certosatos, ou à maneira de os exercer:

I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;

II - os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, pordeficiência mental, tenham o discernimento reduzido;

III - os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo;

EMANCIPAÇÃO LEGAL

Veja as pegadinhas: Inciso II: O casamento é hipótese de

emancipação e mesmo que venha a se separar logo após, não

retroage a emancipação.

III: exercício de emprego público efetivo. As bancas costumam cobrar assim: “cargos em comissão” (errado).

IV: colação de grau em curso de ensino superior. As bancas

costumam cobrar assim: “colação de grau em ensino médio” (errado).

São duas as hipóteses: V: estabelecimento civil ou comercial, ou

pela existência de relação de emprego, desde que, em funçãodeles, o menor com dezesseis anos completos tenha

economia própria. As bancas não costumam abordar o que seria aeconomia própria. Pressupõe que a pessoa possa suprir sua

sobrevivência.

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IV - os pródigos.

O Item II está errado. Os recém-nascidos (menores de 16 anos) e os

amentais (deficientes mental sem discernimento) somente possuem acapacidade de direito.

O Item III está errado. Presume-se a morte, quanto aos ausentes, nos

casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva – art.Art. 6o A existência da pessoa natural termina com a morte;

presume-se esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a leiautoriza a abertura de sucessão definitiva. O tema será tratado no

tópico “fim da personalidade”.

O Item IV está errado. Art. 10. Far-se-á averbação (e não registro)

em registro público: II - dos atos judiciais ou extrajudiciais quedeclararem ou reconhecerem a filiação.

Gabarito: e

Questão 04. (ESAF/SEFAZ/PI/2001) Assinale a opção falsa.

a) A proteção jurídica dos incapazes realiza-se por meio darepresentação ou assistência.

b) O instituto da incapacidade visa proteger os que são portadores deuma deficiência jurídica apreciável.

c) A legitimação é a posição das partes, num ato jurídico, negocial ounão, concreto e determinado, em virtude da qual elas têm

competência para praticá-lo. d) A capacidade é a regra e a incapacidade é a exceção.

e) A capacidade de gozo é a aptidão para exercer por si os atos da

vida civil.

Comentários: A alternativa “a” está correta. Supre-se a incapacidade por meio da

representação (absolutamente incapaz) ou assistência (relativamenteincapaz).

A alternativa “b” está correta. A incapacidade visa proteger os que são

portadores de uma deficiência jurídica apreciável (que pode sermedida, podendo ser absoluta ou relativa).

A alternativa “c” está correta. Legitimidade é a aptidão para a prática

de atos processuais e decorre da capacidade de fato. Possuilegitimidade para a prática de atos processuais a pessoa maior de

idade. A legitimação é a posição das partes, num ato jurídico, negocial

ou não, concreto e determinado, em virtude da qual elas têmcompetência para praticá-lo.

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A alternativa “d” está correta. A capacidade é a regra porque basta ser

pessoa, nascer com vida, ter personalidade para que se tenha acapacidade de direito ou de gozo, aptidão genérica para adquirir

direitos e deveres. A incapacidade é a exceção. Somente as pessoaselencadas nos arts. 3o e 4o a possuem.

A alternativa “e” está errada. A capacidade de fato, exercício ou de

ação é a aptidão para exercer por si os atos da vida civil. A capacidadede direito ou de gozo é a aptidão genérica para adquirir os atos da

vida civil. Gabarito: e

Questão 05. (ESAF/TRT 7a Região/Juiz Substituto/2005) Os usuários

de psicotrópicos, que sofram redução na sua capacidade de

entendimento, não poderão praticar atos na vida civil sem assistênciade um curador, desde que interditos.

Comentários: Note que a questão diz “sofram redução na suacapacidade“, ou seja, a pessoa não está totalmente privada da sua

capacidade. Os usuários de psicotrópicos, que têm a capacidade deentendimento reduzida, se forem interditados, são considerados

relativamente incapazes, necessitando de assistência para que sejamassistidos na prática dos atos da vida civil.

Gabarito: correta.

Questão 06. (ESAF/CGU/Correição/2006) A condenação criminalacarreta incapacidade civil.

Comentários: A capacidade é a medida da personalidade. Mesmo opreso possui os direitos decorrentes da personalidade, possuindo

também capacidade. Além disso, a condenação criminal não é causa

de incapacidade civil. Gabarito: errada.

EXTINÇÃO (FIM) DA PERSONALIDADE (Pessoa Natural)

SENILIDADE: senilidade significa velhice, idade avançada. Asenilidade (velhice) não significa incapacidade. A pessoa senil é

plenamente capaz. Ela pode ser incapaz por algum motivo dos arts.3o e 4o, mas não por velhice.

Art. 6o A existência da pessoa natural termina com a morte;presume-se esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei

autoriza a abertura de sucessão definitiva.

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O início da personalidade da pessoa natural ocorre com onascimento com vida. O término, o fim da existência da pessoa

natural se dá com a morte (Art. 6º CC). A morte causa os seguintesefeitos: extinção do poder familiar, dissolução do vínculo conjugal,

abertura da sucessão dos bens, extinção de contrato personalíssimo,dentre outros.

A pessoa natural e, portanto, a personalidade se extinguem com a

morte. A personalidade acompanha o indivíduo durante toda sua vida,

tendo início com o nascimento e tem fim com sua morte. Apersonalidade do indivíduo extingue-se com a morte. A das pessoas

jurídicas, com a sua dissolução e liquidação.

A morte se prova com a Certidão de Óbito e para se ter esta certidão,necessário que se tenha um corpo. O Direito brasileiro admite vários

tipos de morte:

MORTE REAL: É a morte natural e se prova com a Certidão de Óbito.

Necessita-se de um corpo para que seja expedida a Certidão de Óbito.

MORTE PRESUMIDA: Nem sempre as pessoas morrem de mortenatural. Algumas vezes são vítimas de desastre, por exemplo,

naufrágio; outras vezes desaparecem se tornando ausente, enfim,nesses casos não é possível encontrar o corpo do morto.

Nesses casos é necessário que se faça o que se chama

JUSTIFICAÇÃO DE ÓBITO, que consiste num processo

(procedimento de justificação) requerendo-se a decretação da mortepresumida. Presumida porque se presume que a pessoa esteja morta.

O Direito civil brasileiro admite a decretação da morte presumida comou sem decretação de ausência.

MORTE

COMORIÊNCIA ouMORTE SIMULTÂNEA

PRESUMIDA

REAL

COM Decretação deAusência – art. 22

SEM Decretação de Ausência – Art. 7º

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Conforme ressaltado, há casos em que não foi possível encontrar o

cadáver (corpo) como também não há testemunhas que presenciaramou constataram a morte, mas é extremamente provável a morte de

quem estava em perigo de vida. Nesses casos, não há certeza damorte, porém, se houver um conjunto de circunstâncias que levem à

presunção de que a pessoa que estava em perigo de vida possa estarmorta, a lei autoriza ao Juiz a declaração da morte presumida.

Note que nas hipóteses acima a pessoa não estava ausente; por

isso, se quer que se declare a morte sem decretação de ausência.

A pessoa estava em perigo de vida ou na guerra (e oudesapareceu durante a guerra ou foi feito prisioneiro e não foi entrado

até dois anos após o término da guerra).

A declaração judicial de morte presumida é somente admitida emcasos excepcionais, “para viabilizar o registro do óbito, resolver

problemas jurídicos gerados com o desaparecimento e regular asucessão causa mortis, apenas depois de esgotadas todas as buscas

e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do óbito” (Maria Helena Diniz).

Observe que na questão 02 (ESAF/Analista de Controle

Externo/2006/TCU, fl. 12), a ESAF adotou o pensamento de Maria Helena Diniz.

O Direito brasileiro admite e autoriza ao Juiz a declarar de mortepresumida em duas hipóteses: quando for extremamente provável a

morte de quem estava em perigo de vida e quando alguém,

Art. 7o Pode ser declarada a morte presumida, SEM decretação

de ausência:

I - se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida;

II - se alguém, desaparecido em campanha (guerra) ou feito

prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra.

Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos,

somente poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e

averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento.

MORTE PRESUMIDA SEM DECRETAÇÃO DE AUSÊNCIA

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desaparecido em campanha (guerra) ou feito prisioneiro, não for

encontrado até dois anos após o término da guerra. Perigo de vida ésituação extremamente subjetiva e por isso as bancas não costumam

colocar situações abordando constituem ou não essa situação; elas costumam cobrar de maneira literal.

MORTE PRESUMIDA COM DECRETAÇÃO DE AUSÊNCIA

AUSENTE é aquele que desapareceu de seu domicílio sem dele haver deixado notícia:

Art. 22. Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela

haver notícia, se não houver deixado representante ou procurador aquem caiba administrar-lhe os bens, o juiz, a requerimento de

qualquer interessado ou do Ministério Público, declarará a ausência, e nomear-lhe-á curador.

O Direito brasileiro também admite a decretação da morte presumidaCOM decretação de ausência. Aqui se declara a ausência e a morte

presumida.

Observação: note que na decretação da morte presumida SEM

decretação da ausência, se sabe onde a pessoa estava antes daprovável morte: estava em perigo de vida ou em campanha (guerra).

Aqui não se sabe onde ela está. Veja: a pessoa desapareceu (sumiu)

e dentro de determinadas circunstância (que iremos ver em seguida) será decretada sua ausência bem como a morte presumida.

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PROCEDIMENTO para a DECRETAÇÃO da MORTE PRESUMIDACOM DECRETAÇÃO DE AUSÊNCIA

PRIMEIRA FASE: CURADORIA DOS BENS DO AUSENTE O curador administra os bens do ausente

Art. 22. Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela

haver notícia, se não houver deixado representante ou procuradora quem caiba administrar-lhe os bens, o juiz, a requerimento de

qualquer interessado ou do Ministério Público, declarará (porSENTENÇA) a ausência, e nomear-lhe-á curador.

Quem é o curador? Art. 25. O cônjuge do ausente, sempre que não esteja separadojudicialmente, ou de fato por mais de dois anos antes da declaração da ausência, será o seu legítimo curador. § 1o Em falta do cônjuge, a curadoria dos bens do ausente incumbe aos pais ou aos descendentes, nesta ordem, não havendo impedimento que os iniba de exercer o cargo.§ 2o Entre os descendentes, os mais próximos precedem os mais remotos. § 3o Na falta das pessoas mencionadas, compete ao juiz a escolha do curador. Art. 24. O juiz, que nomear o curador, fixar-lhe-á os poderes e obrigações, conforme as circunstâncias, observando, no que for aplicável, o disposto a respeito dos tutores e curadores.

O juiz também arrecadará os bens do ausente, entregando a administração deles para ocurador; mandará publicar editais durante um ano, reproduzidos de dois em dois meses,anunciando a arrecadação e chamando o ausente a entrar na posse dos bens. Após um ano(se ele não deixou representante ou procurador para administrar os bens) dapublicação do primeiro edital, ou três anos se deixou procurador, permanecendo aausência, segue o procedimento para a segunda fase (art. 26 do CC).

Requerimento dequalquer INTERESSADO

ou do Ministério Públicoao Juiz para que este

declare a ausência

O art. 22: O ausente possui bens, não constituiu representante, procurador ou mandatário antesde seu desaparecimento, com poderes suficientes esem impedimento, para administrar todos os seusbens. Haverá um patrimônio com titular, mas semninguém que administre os bens. Nesse caso,qualquer interessado, (não precisa ser parente ouherdeiro) ou o Ministério Público poderão requererao juiz que declare a ausência e nomeie curadorpara administrar os bens do ausente.

Juiz

SENTENÇA:Declara a ausência

+ Nomeia curador.

O mesmo acontece se o ausente deixarrepresentante que se recuse ou não possaexercer ou continuar o mandato (seja pelo términodo prazo do mandato, seja por não serem os poderesdeferidos ao mandatário suficientes para aadministração de todo o seu patrimônio), enfim,ocorrendo qualquer dessas hipóteses, o Juiz poderá declarar a ausência e lhe nomear curador,conforme o art. 23 do Código Civil: “Também se declarará a ausência, e se nomeará curador, quando o ausente deixar mandatário que não queira ou não possa exercer ou continuar o mandato, ou se os seus poderes forem insuficientes”.

DESAPARECENDO A PESSOA DO SEU DOMICÍLIO

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Desaparecimento

1 ano (se não deixou procurador) ou 3 anos (se deixou

Procurador)

Interessados requerem a Abertura da Sucessão Provisória

SEGUNDA FASE: SUCESSÃO PROVISÓRIA Imissão dos herdeiros na posse dos bens

Art. 26. Decorrido um

ano da arrecadação dosbens do ausente, ou, se

ele deixou representanteou procurador, em se

passando três anos,poderão os interessados

requerer que se declare aausência e se abra

provisoriamente asucessão (SUCESSÃO

PROVISÓRIA).

Quem são os INTERESSADOS? Art. 27. Para o efeito previsto no artigo anterior, somente se consideram interessados: I - o cônjuge não separado judicialmente; II - os herdeiros presumidos, legítimos ou testamentários; III - os que tiverem sobre os bens do ausente direito dependente de sua morte; IV - os credores de obrigações vencidas e nãopagas.

Conta-se um prazo ou outro: o prazo de UM ANOconta-se da arrecadação dos bens do ausente (elenão deixou procurador) ou o prazo de TRÊS ANOSocorre para o caso do ausente antes do desaparecimento, constituir representante, e este efetivamente o representar, caso em que não será nomeado curador dos bens do ausente. Art. 28. § 1o Findo o prazo a que se refere o art. 26, e nãohavendo interessados na sucessão provisória, cumpre ao Ministério Público requerê-la ao juízo competente.

Com a sucessão provisória ainda não há adeclaração definitiva da morte, bem como NÃO háa transferência dos bens para o patrimônio dos herdeiros porque não se ainda certeza da morte. O §1º do art. 28 do Código Civil determina que seapós o prazo de um ou três anos, caso não hajainteressados na sucessão provisória, ou se havendointeressados, nenhum deles a requerer, cabe ao Ministério Público requerê-la ao juiz competente.

Juiz = SENTENÇA

SUCESSÃO PROVISÓRIA

Art. 28. A sentença que determinar a abertura da sucessãoprovisória só produzirá efeito cento e oitenta dias depois depublicada pela imprensa; mas, logo que passe em julgado,proceder-se-á à abertura do testamento, se houver, e ao inventário e partilha dos bens, como se o ausente fosse falecido. A sentença que determinar a abertura da sucessão provisóriasó produzirá efeitos (trânsito em julgado) após 180 dias(contados da publicação), prazo concedido ao ausente para, casotenha ciência, apareça. Após o prazo, quando passará em julgado,é possível proceder à abertura de testamento, se houver, e aoinventário e à partilha de bens, como se morto estivesse o ausente.

§ 2o Não comparecendo herdeiro ou interessado para requerer oinventário até trinta dias depois de passar em julgado a sentençaque mandar abrir a sucessão provisória, proceder-se-á àarrecadação dos bens do ausente pela forma estabelecida nos arts. 1.819 a 1.823.

Art. 29. Antes da partilha, o juiz, quando julgar conveniente,ordenará a conversão dos bens móveis, sujeitos a deterioração oua extravio, em imóveis ou em títulos garantidos pela União.

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SUCESSÃO PROVISÓRIA

IMISSÃO (“entrada”) DOS HERDEIROS NA POSSE DOSBENS: Art. 30. Os herdeiros, para se imitirem na possedos bens do ausente, darão garantias da restituição deles,mediante penhores ou hipotecas equivalentes aos quinhões respectivos.

§ 1o Aquele que tiver direito à posse provisória, mas nãopuder prestar a garantia exigida neste artigo, seráexcluído, mantendo-se os bens que lhe deviam caber sob aadministração do curador, ou de outro herdeiro designado pelo juiz, e que preste essa garantia.

§ 2o Os ascendentes, os descendentes e o cônjuge, umavez provada a sua qualidade de herdeiros, poderão,independentemente de garantia, entrar na posse dos bens do ausente.

Art. 31. Os imóveis do ausente só se poderão alienar, nãosendo por desapropriação, ou hipotecar, quando o ordene o juiz, para lhes evitar a ruína.

Art. 32. Empossados nos bens, os sucessores provisóriosficarão representando ativa e passivamente o ausente,

de modo que contra eles correrão as ações pendentes e as que de futuro àquele forem movidas.

Art. 33. O descendente, ascendente ou cônjuge que forsucessor provisório do ausente, fará seus todos os frutos erendimentos dos bens que a este couberem; os outrossucessores, porém, deverão capitalizar metade dessesfrutos e rendimentos, segundo o disposto no art. 29, deacordo com o representante do Ministério Público, e prestar anualmente contas ao juiz competente.

Parágrafo único. Se o ausente aparecer, e ficar provadoque a ausência foi voluntária e injustificada, perderáele, em favor do sucessor, sua parte nos frutos e rendimentos.

Art. 34. O excluído, segundo o art. 30, da posse provisóriapoderá, justificando falta de meios, requerer lhe sejaentregue metade dos rendimentos do quinhão que lhe tocaria.

Art. 35. Se durante a posse provisória se provar a épocaexata do falecimento do ausente, considerar-se-á, nessadata, aberta a sucessão em favor dos herdeiros, que o eram àquele tempo.

Art. 36. Se o ausente aparecer, ou se lhe provar aexistência, depois de estabelecida a posse provisória,cessarão para logo as vantagens dos sucessores nelaimitidos, ficando, todavia, obrigados a tomar as medidas assecuratórias precisas, até a entrega dos bens a seu dono.

A sucessão provisória cessa com oaparecimento do ausente, com aprova da sua existência com vida, oucom a sua transformação emsucessão definitiva. Se o ausenteaparecer, mandar notícias suas, ou selhe provar a existência, cessarão paralogo as vantagens dos sucessores

provisórios, ficando, obrigados atomar as medidas assecuratóriasnecessárias, até a entrega dos bensao ausente.

Com a abertura da sucessãoprovisória, os herdeiros poderão ficarna posse dos bens (não serátransferida a propriedade ainda). Aposse tem a finalidade de resguardaros bens do ausente. Os ascendentes(pais, avós) e descendentes (filhos,netos) e o cônjuge não necessitamprestar garantias.

Os imóveis do ausente só poderão ser

alienados (transferidos, vendidos) porardem do Juiz e mesmo assim paraevitar a ruína.

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+

Explicando: São duas as hipóteses em que pode ser decretada a

abertura da sucessão definitiva:

TERCEIRA FASE: SUCESSÃO DEFINITIVA

Art. 37. Dez anos depois de passada em

julgado a sentença que concede a aberturada sucessão provisória, poderão os

interessados requerer a sucessão definitiva

e o levantamento das cauções (garantias)prestadas.

Sentença

Abertura

Sucessão

Provisória

180

dias

Trânsit

o em

julgado

Sentença

Abertura

Sucessão

Definitiva

10

anos

OU

Art. 38. Pode-se requerer a sucessão definitiva, também,

provando-se que o ausente conta oitenta anos de idade, e que decinco datam as últimas notícias dele.

Ausência

(Desaparecimento)

Últimas

notícias

5

anos

80

anos

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1) Após o trânsito em julgado (180 dias) da sentença que

decretou a abertura da sucessão provisória, os interessadospoderão requerer a abertura da sucessão definitiva.

2) Pode-se requerer a qualquer tempo a abertura da sucessãodefinitiva (não necessita esperar 10 anos do trânsito em julgado

da sentença que decretou a abertura da sucessão provisória)quando o ausente possui oitenta anos de idade, e que de

cinco datam as últimas notícias dele.

Ocorrida qualquer das hipóteses, os interessados (art. 27) poderãorequerer a abertura da sucessão definitiva. Poderão também requerer

também o levantamento das garantias prestadas. Os sucessores que capitalizaram metade dos frutos e rendimentos terão direito a resgatá-

los.

Decretada a abertura da sucessão definitiva, o CC ainda concede um

prazo de 10 anos para a volta do ausente. Garante ao ausente queregressar nos dez anos seguintes à abertura da sucessão definitiva, ou

qualquer de seus herdeiros (que só aparecerem nesse momento), o

Sentença

Abertura

Sucessão

Definitiva

10

anos

AUSENTE REGRESSA até 10 anos

após a decretação da abertura

da Sucessão Definitiva: Art. 39.

Regressando o ausente nos dez

anos seguintes à abertura da

sucessão definitiva, ou algum deseus descendentes ou ascendentes,

AUSENTE NÃO REGRESSA até 10

anos após a decretação da

abertura da Sucessão Definitiva:

Art. 39. Parágrafo único. Se, nos

dez anos a que se refere este

artigo, o ausente não regressar,

e nenhum interessado promover

a sucessão definitiva,

Os bens arrecadados passarão ao

domínio do Município ou do

Distrito Federal, se localizados

nas respectivas circunscrições,

incorporando-se ao domínio da

União, quando situados em território federal.

O ausente, os descendentes ou

ascendentes haverão só os bens

existentes no estado em que se

acharem, os sub-rogados em

seu lugar, ou o preço que os

herdeiros e demais interessados

houverem recebido pelos bens alienados depois daquele tempo.

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direito aos bens existentes. Mas terão os bens no estado em que

se acharem (veja que já se passou muito tempo desde o início doprocesso), ou terão os bens sub-rogados (substituídos no caso, por

exemplo, de ter sido vendido um imóvel para evitar a ruína e tercomprado outro bem) em seu lugar, ou ao preço (dinheiro aplicado

proveniente da venda do bem) que os herdeiros e demais interessadoshouverem recebido pelos bens alienados depois daquele tempo. Terá o

mesmo direito o ascendente ou descendente do ausente, que aparecer até dez anos após a abertura da sucessão definitiva.

Após 10 anos da abertura da sucessão definitiva, se o ausente,

ou qualquer de seus herdeiros regressarem, não terão direito amais nada. Nesse caso, os bens serão transferidos, nessa

ordem:

a) Município ou Distrito Federal: se o bem estiver situado em

Município será transferido para esse Município. Se estiverlocalizado no Distrito Federal, será transferido para o Distrito

Federal (isso porque o DF não é dividido em Municípios); ou b) União: caso o bem esteja localizado em Território, será

transferido para a União. Atualmente o Brasil não possui Território Federal, mas a CF permite que seja criado.

Veja a sequência da decretação da morte presumida com decretação

da ausência:

Fases: 1) Curadoria dos bens do ausente: o curador administra os bens

do ausente. 2) Sucessão provisória os herdeiros se imitem na posse dos bens

do ausente. 3) Sucessão definitiva os herdeiros adquirem a propriedade dos

bens do ausente. É na abertura da sucessão definitiva que oausente é declarado morto.

ATENÇÃO! O Estado NÃO concorre aos bens do ausente. As

bancas costumam colocar alternativa contemplando o Estado (errado).

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Observe: DESAPARECIDO

Requerimento de qualquer INTERESSADO ou do

Ministério Público

ao Juiz para que este declare a ausência.

Juiz SENTENÇA: Declara

a AUSÊNCIA

e nomeia CURADOR

SENTENÇA: efeito

(trânsito em julgado):

180 dias

Art

.

22

3 anos (se não

deixou procurador)

1 ano (se não

deixou procurador)

Interessados requererem

a abertura da Sucessão

Provisória

Juiz sentença:

Abertura da

Sucessão

Provisória Herdeiros:

Imissão na

posse

A

qualquer

tempo:

Ausente

conta com

80 anos

+

Últimas

notícias

datam de

5 anos

10 anos

após o

trânsito

em

OU

Interessados requerer e o

Juiz decreta Abertura da

Sucessão Definitiva

Ausente

retorna Ausente NÃO

retorna

10 anos

Recebem só os

bens existentes

no estado em que

se acharem, os

sub-rogados em

seu lugar, ou o

preço.

Os bens

arrecadados

passarão ao

domínio do

Município ou do

Distrito Federal,

se localizados

nas respectivas

circunscrições,

incorporando-se ao domínio da União,

quando situados

em território

federal.

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COMORIÊNCIA ou MORTE SIMULTÂNEA:

Existem situações em que duas ou mais pessoas em razão do mesmoevento (causa) vêm a falecer na mesma ocasião, porém não se sabe

ao certo a ordem cronológica de qual delas faleceu primeiro. Nessescasos, resolve-se com uma fórmula simples: presumir-se-ão

simultaneamente mortos.

Exemplo: pai e filho viajam de carro; ocorre um acidente; os dois vêm

a falecer, porém não se sabe quem precedeu ao outro (quem faleceuprimeiro). Qual a importância prática disso?

No exemplo acima, caso o pai venha a falecer primeiro que o filho,haverá transmissão de bens e direitos para o filho e, embora este

venha a falecer minutos depois recebeu bens/direitos do pai, bemcomo os transmitirá aos seus herdeiros.

Para que ocorra a comoriência ou morte simultânea é necessário que

se materialize cumulativamente os seguintes requisitos: a) Duas ou mais pessoas

b) Morte na mesma ocasião

c) Dúvidas acerca de quem faleceu primeiro

Nesse caso: presumir-se-ão simultaneamente mortos e NÃO haverá

transmissão de bens e direitos.

REGISTRO CIVIL E AVERBAÇÃO

Art. 8o Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião,

não se podendo averiguar se algum dos comorientes precedeuaos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos.

NÃO há TRANSMISSÃO DE BENS e DIREITOS entre os COMORIENTES.

Art. 9o Serão registrados em registro público: I - os nascimentos, casamentos e óbitos;

II - a emancipação por outorga dos pais ou por sentença do juiz;III - a interdição por incapacidade absoluta ou relativa;

IV - a sentença declaratória de ausência e de morte presumida.

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O registro civil é a instituição administrativa que tem por objetivo

imediato a publicidade dos fatos jurídicos de interesse das pessoas eda sociedade. Sua função é dar autenticidade, segurança e eficácia

aos fatos jurídicos de maior relevância para a vida e os interesses dossujeitos de direito.

Registro civil é a perpetuação, mediante anotação por agente

autorizado, dos dados pessoais dos membros da coletividade e dosfatos jurídicos de maior relevância em suas vidas, para fins de

autenticidade, segurança e eficácia. Tem por base a publicidade, cujafunção específica é provar a situação jurídica do registrado e torná-la

conhecida de terceiros.

AVERBAÇÃO (Modificação / Alteração)

Decorar os arts. 9o e 10 porque as bancas trocam as hipóteses.

Questão 07 (ESAF/2010/SMF-RJ/Fiscal de Rendas) Assinale a opção

correta.

a) O registro da pessoa jurídica declarará o modo por que seministra e representa, ativa e passivamente, judicial e

extrajudicialmente. b) A capacidade de fato ou de exercício é inerente a todo o ser

humano, já que é a aptidão para adquirir direitos e contrairobrigações.

c) As pessoas com mais de 70 anos são consideradasrelativamente incapazes, pois a lei presume que elas não têm o

necessário discernimento para praticar os atos da vida civil. d) O recém-nascido, por não poder exercer pessoalmente os atos

da vida civil, não pode ter direitos e obrigações de qualquer espécie. e) Os funcionários públicos consideram-se domiciliados no lugar

onde exercem suas funções, mesmo que periódicas ou temporárias.

Comentários:

Gabarito: a

Art. 10. Far-se-á averbação em registro público: I - das sentenças que decretarem a nulidade ou anulação do

casamento, o divórcio, a separação judicial e o restabelecimento da sociedade conjugal;

II - dos atos judiciais ou extrajudiciais que declararem ou reconhecerem a filiação.

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Questão 08. (ESAF/2009/Receita Federal/Auditor Fiscal da Receita

Federal) Se uma pessoa, que participava de operações bélicas, não forencontrada até dois anos após o término da guerra, configurada está

a: a) declaração judicial de morte presumida, sem decretação de

ausência. b) comoriência.

c) morte civil. d) morte presumida pela declaração judicial de ausência.

e) morte real.

Comentários: Art. 7º. Pode ser declarada a morte presumida, semdecretação de ausência: I - se for extremamente provável a morte de

quem estava em perigo de vida; II - se alguém, desaparecido em

campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos apóso término da guerra.

Morte Presumida: Via Sentença declaratória de falecimento, sem o

cadáver.

Comoriência ou morte simultânea: Pessoas que morreramsimultaneamente.

Declaração de Ausência: formalização de desaparecimento de alguém

que não indicou seu paradeiro. Sem o cadáver.

Morte Real: Via certidão de óbito. Com o cadáver.

A morte presumida sem decretação de ausência quando:

- se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo devida;

- se alguém desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não forencontrado até dois anos após o término da guerra.

Gabarito: a

Questão 09. (ESAF/2006/CGU/Analista de Finanças e Controle/ÁreaCorreição) Assinale a opção verdadeira.

a) O estado civil é uno e indivisível, pois ninguém pode sersimultaneamente casado e solteiro, maior e menor, brasileiro e

estrangeiro, salvo nos casos de dupla nacionalidade. b) Artista plástico menor, com 16 anos de idade, que, habitualmente,

expõe, mediante remuneração, numa galeria, não adquire capacidade. c) A condenação criminal acarreta incapacidade civil.

d) A capacidade de exercício pressupõe a de gozo e esta não pode

subsistir sem a de fato ou de exercício. e) Se alguém desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for

encontrado até dois anos após o termino da guerra, seus parentes

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poderão requerer ao juiz a declaração de sua ausência e nomeação de

curador.

Comentários: São dois os critérios para atribuição de nacionalidadeprimária (originária: resultado do fato natural: o nascimento):

Origem sanguínea - ius sanguinis: funda-se no vínculo do sangue,segundo o qual será nacional todo aquele que for filhos de nacionais,

independente do local de nascimento. Origem territorial - ius solis: atribui à nacionalidade a quem nasce no

território do Estado que o adota, independentemente da nacionalidadedos ascendentes.

O Brasil adota o critério ius solis, enquanto outros países, como a

Alemanha, adota o critério ius sanguinis. Portanto, filho de alemães,

nascidos no Brasil são alemães natos e brasileiros natos.

O ESTADO CIVIL (solteiro, casado, viúvo, separado judicialmente oudivorciado) cria direitos e deveres específicos; assim como o

parentesco, que dá nascimento a deveres e direitos, nos campos dodireito de família e das sucessões.

O ESTADO INDIVIDUAL pode ser encarado sob o aspecto da idade

(maiores ou menores); do sexo (homens e mulheres) e da saúde (doponto de vista da saúde mental, que pode tornar a pessoa relativa ou

absolutamente incapaz e, conforme certos defeitos físicos, comocegueira, surdo-mudez etc., inibir o indivíduo para certos e

determinados atos da vida civil).

O estado, portanto, qualifica a pessoa dentro da sociedade. Quando

desejamos situar uma pessoa, diferençando-a de outra, devemosverificar sua qualificação, isto é, o status, nessas três esferas,

ocupado pelo indivíduo na sociedade."

A individualização é o modo particular da pessoa existir. Aspectos doestado da pessoa natural são: individual, familiar e político.

O estado individual é o modo de ser da pessoa quanto à idade, sexo,

cor, altura, saúde, etc. Vale salientar que algumas dessas particulares(idade e saúde) exercem influência sobre a capacidade civil

(maioridade e menoridade).

O estado familiar é que indica a situação da pessoa na família emrelação ao matrimônio (solteiro, casado, separado, divorciado, viúvo)

e ao parentesco consanguíneo (pai, filho, irmão) ou afim (sogro,

genro, etc.).

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O estado político é a qualidade jurídica que decorre da posição do

indivíduo na sociedade política, podendo ser nacional, podendo sernato (art. 12, I, Constituição Federal) ou naturalizado (art. 12, II, a,

Constituição Federal) ou estrangeiro (art. 12, II, b, ConstituiçãoFederal).

Alternativa “d” está errada: Evite a confusão: Capacidade de direito ou

de gozo e Capacidade de fato ou de exercício. A segunda não subsistesem a primeira (e não o contrário, como na alternativa).

Capacidade de direito = capacidade de gozo. Todos possuem.Capacidade de exercício = capacidade de fato. Nem todos possuem.

Portanto, a capacidade de exercício/fato pressupõe a existência dacapacidade de direito/gozo, e esta subsiste de qualquer forma, pois

todos, sem exceção, a possuem.

Atenção! Alternativa “b” está errada = pegadinha. Nessas condições,

ele não adquire a EMANCIPAÇÃO. Pela emancipação uma pessoaincapaz torna-se capaz.

Da forma como a alternativa foi exposta, presume-se que o artistaplástico com 16 anos de idade que habitualmente expõe, mediante

remuneração, possui economia própria, enquadrando-se em uma daspossibilidade previstas no art. 5º, parágrafo único, V, CC: cessação da

incapacidade pela existência de relação de emprego que proporcioneeconomia própria para o mnenor com 16 anos completos.

A alternativa "e" está errada porque a ação proposta não é a

declaratória de ausência, mas sim a de "justificação de óbito".

A alternativa “a” está correta: O estado é indivisível porque,

apesar de serem muitas suas designações, não pode ser considerado anão ser em seu conjunto. Assim, uma pessoa não se considera solteira

e casada ao mesmo tempo. O estado civil é uno e indivisível, poisninguém pode ser simultaneamente casado e solteiro, maior e menor,

brasileiro e estrangeiro, salvo nos casos de dupla nacionalidade.

A alternativa “c” está errada. A condenação criminal não está previstanos arts. 3º (incapacidade absoluta) e 4º (incapacidade relativa) do

CC.

A alternativa “e” está errada: Se alguém desaparecido em campanhaou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o termino

da guerra, seus parentes poderão requerer ao juiz a declaração de suaausência e nomeação de curador. Será declarada a morte presumida,

sem decretação de ausência (art. 7º, CC). Nesse caso, será aberta a

sucessão definitiva. Gabarito: a

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Questão 10. (ESAF/2006/MTE/Auditor Fiscal do Trabalho) Assinale a

opção falsa. a) A proteção jurídica dos incapazes realiza-se por meio da

representação ou assistência, o que lhes dá segurança, quer emrelação a sua pessoa, quer em relação ao seu patrimônio,

possibilitando-lhes o exercício de seus direitos. b) A morte presumida pode dar-se com ou sem decretação da

ausência. c) A senilidade, por si só, não é causa de restrição da capacidade de

fato, porque não pode ser considerada equivalente a um estadopsicopático.

d) O assento da sentença de interdição no registro de pessoasnaturais e a publicação editalícia não são dispensáveis para lhes

assegurar eficácia erga omnes.

e) Em relação à menoridade, a incapacidade cessa quando o menorcompletar 18 anos ou for emancipado.

Comentários:

A alternativa “a” está correta: A proteção jurídica dos incapazesrealiza-se por meio da representação (absolutamente incapaz) ou

assistência (relativamente incapaz).

A alternativa “b” está correta: A morte presumida pode dar-se com ousem decretação da ausência. Art. 7o Pode ser declarada a morte

presumida, sem decretação de ausência: I - se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo

de vida; II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não

for encontrado até dois anos após o término da guerra.

Art. 22. Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela havernotícia, se não houver deixado representante ou procurador a quem

caiba administrar-lhe os bens, o juiz, a requerimento de qualquerinteressado ou do Ministério Público, declarará a ausência, e nomear-

lhe-á curador, caso em que SERÁ DECRETADA A MORTE PRESUMIDACOM DECRETAÇÃO DE AUSÊNCIA.

A alternativa “c” está correta: A senilidade, por si só, não é causa de

restrição da capacidade de fato, porque não pode ser consideradaequivalente a um estado psicopático.

A alternativa “d” está falsa: não há necessidade de publicação no

processo de interdição, apenas o assento no registro de pessoasnaturais.

Segundo o art. 1.184 do CPC, a sentença de interdição produz efeitos

desde logo, apesar de sujeita a assentamento em registro e depublicação editalícia e em imprensa local. Aí está o erro.

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A expressão erga omnes, de origem latina (latim erga, "contra", e

omnes, "todos"), é usada principalmente no meio jurídico para indicarque os efeitos de algum ato ou lei atingem todos os indivíduos de uma

determinada população ou membros de uma organização, para odireito internacional.

A alternativa “e” está correta: Art. 5o A menoridade cessa aos

dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada àprática de todos os atos da vida civil. Parágrafo único.

EMANCIPAÇÃO: Cessará, para os menores, a incapacidade: I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro,

mediante instrumento público, independentemente de homologaçãojudicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver

dezesseis anos completos;

II - pelo casamento; III - pelo exercício de emprego público efetivo;

IV - pela colação de grau em curso de ensino superior; V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de

relação de emprego, desde que, em função deles, o menor comdezesseis anos completos tenha economia própria.

Gabarito: d

DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE

CONCEITO: são atributos (prerrogativas) inerentes à própria

qualidade (essência) de ser pessoa. O fato de ser pessoa, ter

personalidade, nascer com vida já se atribui os direitos depersonalidade. São direitos que decorrem da Constituição (art. 5º,

caput, que consagra alguns dos direitos fundamentais da pessoanatural): direito à vida, liberdade, honra, vida privada, intimidade,

imagem, ao nome, etc.

Uma das principais mudanças do CC 2002 consiste na inserção de umcapítulo próprio, a tratar dos direitos da personalidade (arts. 11 a 21).

O Código Civil de 2002 trouxe um capítulo especialmente tratando dosdireitos de personalidade, muito cobrado em concurso público!

Os direitos da personalidade podem ser conceituados como sendo

aqueles direitos inerentes à pessoa e à sua dignidade e formado porcinco ícones principais: vida/integridade física, honra, imagem,

nome e intimidade. Essas cinco expressões-chave demonstram a

concepção dos direitos de personalidade. Não só a pessoa natural possui os direitos de personalidade, mas

também a pessoa jurídica, regra expressa do art. 52 do CC, que

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confirma o entendimento jurisprudencial já existente, pelo qual a

pessoa jurídica poderia sofrer um dano moral, em casos de lesão à sua honra objetiva, com repercussão social (súmula 226 do STJ).

Protege três princípios básicos constitucionais: o princípio da dignidade

da pessoa humana, da igualdade e da solidariedade.

Direitos da Personalidade X Direitos Fundamentais Direitos da Personalidade: criados para proteger os indivíduos de si

mesmos e de terceiros (direito privado). Direitos Fundamentais: criados para proteger os indivíduos do Estado

(direito público).

CARACTERÍSTICAS: Os direitos de personalidade são: ABSOLUTOS,

Intransmissíveis, Irrenunciáveis, não podem sofrer limitaçãovoluntária.

CUIDADO! Absolutamente TODAS as bancas de concursos têm como

verdadeiro que os direitos de personalidade são ABSOLUTOS! E vocêpode estar se perguntando: “mas o meu professor de constitucional

disse que não existe direito absoluto”. O seu professor de constitucional está corretíssimo! Mas lembre-se que você está na

prova de Direito Civil. Vamos ver porque eles são absolutos, bemcomo verificar as outras características.

ABSOLUTO: são oponíveis contra todos (erga omnes), impondo à

coletividade o dever de respeitá-los; INDISPONIBILIDADE: nem por vontade própria do indivíduo o direito

da personalidade pode mudar de titular.

IMPRESCRITIBILIDADE: inexiste um prazo para seu exercício, não se

extinguindo pelo seu não-uso.

IMPENHORABILIDADE: os direitos da personalidade não são passíveisde penhora.

VITALICIEDADE: são inatos e permanentes, acompanhando a pessoa

desde seu nascimento até sua morte. GENERALIDADE: os direitos da personalidade são outorgados a todas

as pessoas, pelo simples fatos de existirem;

EXTRAPATRIMONIALIDADE: não possuem conteúdo patrimonial direto,aferível objetivamente.

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ILIMITADO: em regra é ilimitado, NÃO podendo sofrer limitação

voluntária, salvo quando a lei dispuser que pode sofrer limitação.

Veja que a regra é: os direitos da personalidade são intransmissíveis e

irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitaçãovoluntária.

Exceção: somente por LEI, só a lei pode excepcionar os direitos da

personalidade podem ser transmissíveis e renunciáveis, podendo o seu

exercício sofrer limitação voluntária.

Mesmo que a pessoa queira voluntariamente renunciar a tais direitos,tal renúncia NÃO valerá; valerá em casos excepcionais, por exemplo

num acordo sobre direitos patrimoniais.

O art. 12 trata da prevenção e reparação integral dos direitos de

personalidade, caso haja ameaça ou lesão a estes direitos. Note que épossível cumular o pedido para que cesse a ameaça ou lesão à direitos

de personalidade com o pedido de perdas e danos:

Cuidado! As bancas costumam colocar uma alternativa assim: Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da

personalidade, ou reclamar perdas e danos (falsa).

Veja que em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a

Art. 11. (Exceção): Com exceção dos casos previstos em lei,

(regra): os direitos da personalidade são intransmissíveis e

irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitaçãovoluntária.

Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito

da personalidade, e (+) reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei.

Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação para

requerer a medida prevista neste artigo o cônjuge sobrevivente,ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o quarto

grau.

Ameaça

CESSAR ou

+ (e) perdas e danos

Lesão

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medida prevista neste artigo (cessação da ameaça ou lesão a direito +

perdas e danos), o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parenteem linha reta, ou colateral até o quarto grau.

O parágrafo único do art. 12 consagra o direito do morto, prevendo a

legitimidade de seus ascendentes, descentes e cônjuge e colateraisaté o quarto grau de pleitearem indenização de perdas e danos em

caso de dano à personalidade de pessoa falecida. Cuidado! As bancas costumam colocar uma alternativa assim:

Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medidaprevista neste artigo (cessação da ameaça ou lesão a direito + perdas

e danos), o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linhareta, ou colateral até o terceiro grau ou segundo grau (falso).

Regra: é defeso (proibido) o ato de disposição do próprio corpo,quando importar diminuição permanente da integridade física,

ou contrariar os bons costumes.

Segunda exceção: diz respeito à disposição (poder dispor) do corpo:exigência médica e transplante.

O art. 13 veda a disposição de partes do próprio corpo, salvo porexigência médica, mas desde que tal disposição não traga inutilidade

do órgão ou contrarie os bens costumes. No caso dos transexuais paraque eles possam ter o seu bem estar garantido, é permitido a dispor

do corpo, podendo realizar a cirurgia para mudança de sexo. Garante-se, assim, a dignidade da pessoa humana sem nenhuma

discriminação.

O transplante de órgãos é válido e permitido, desde que de órgãoduplos. A lei especial vai regular o transplante.

Art. 13. (Exceção): Salvo por exigência médica, (Regra): é defeso

(proibido) o ato de disposição do próprio corpo, quando importardiminuição permanente da integridade física, ou contrariar os

bons costumes. Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido para fins

de transplante, na forma estabelecida em lei especial.

Art. 14. É válida, com objetivo científico, ou altruístico(convicções filosóficas, religiosas), a disposição (requisitos):

gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da

morte.

Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer tempo.

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Terceira exceção à disposição dos direitos de personalidade:

objetivo científico, ou altruístico (convicções filosóficas,religiosas).

O art. 15 contempla os direitos do paciente dispondo que ninguém

pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, atratamento médico ou a intervenção cirúrgica.

Os arts. 16 ao 19 cuidam da proteção ao nome e ao pseudônimo

(apelido) da pessoa natural. O nome é o sinal que representa a pessoa

e é direito inerente a qualidade da personalidade.

Nome da pessoa: Nome da pessoa natural é o sinal exterior maisvisível de sua individualidade, sendo através dele que a identificamos

no seu âmbito familiar e no meio social. Nome é marca indelével doindivíduo, como um atributo de sua personalidade. O nome civil É

matéria de ordem pública – todo nascimento deve ser registrado noCartório de Registro Civil de Pessoas Naturais.

O nome da pessoa só pode alterado por determinação da lei e

somente podem justificar-se por um motivo realmente relevante,como por exemplo: o nome foi escrito de forra errada na Certidão de

Nascimento (conheço - eu juro! – um rapaz que se chama Orlando ena Certidão de Nascimento consta Rolando (rsrs). Ele teve que

interpor ação judicial de retificação do nome). Outras causas de

retificação do nome: as decorrentes da modificação do estado defiliação (reconhecimento/contestação de paternidade ou realização de

Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com

risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica.

Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos oprenome e o sobrenome.

Disposição do corpo é válida – três requisitos: 1) Objetivo científico, ou altruístico (convicções filosóficas,

religiosas).

2) Disposição gratuita. As bancas costumam colocar uma alternativa “disposição onerosa” (paga) = falsa.

3) Disposição após a morte, não em vida.

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adoção) ou alteração do próprio nome dos pais, casamento, separação

judicial, divórcio, dentre outras.

Os principais elementos individualizadores da pessoa natural são: onome civil – designação que a distingue das demais e a identifica no

seio da sociedade; o estado civil – que indica sua posição na família ena sociedade política; o domicílio civil – que é a sua sede jurídica

Individualização da pessoa natural.

Estado da pessoa: O “estado” da pessoa natural indica sua situaçãojurídica nos contextos político, familiar e individual. Estado (status),

em direito privado, é noção técnica destinada a caracterizar a posiçãojurídica da pessoa no meio social. Espécies de estado:

a) Estado político: classifica as pessoas em nacionais ou estrangeiros:posição do individuo em face do Estado;

b) Estado familiar: situações de cônjuge

(casada, solteira, viúva, divorciada ou judicialmente separada / direitomatrimonial) e parente (vinculam-se umas às outras por

consanguinidade ou afinidade, nas linhas retas ou colaterais);

c) Estado individual: condição física do individuo influente em seupoder de agir (idade, sexo e saúde); menor ou maior, capaz ou

incapaz, mulher ou homem;

d) Estado civil: Diz-se estado civil a posição jurídica que alguémocupa, em determinado momento, dentro do ordenamento jurídico. O

estado nasce de fatos jurídicos, como o nascimento, a idade, a

filiação, a doença; de atos jurídicos, como o casamento, aemancipação; de decisões judiciais, como a separação, o divorcio, a

interdição. Tais circunstâncias levam a caracterização de três estados:o familiar, o político e o pessoal ou individual.

O estado civil indica posição da pessoa na família e na sociedadepolítica. Estado individual: é o modo de ser da pessoa quanto à idade,sexo, cor, altura, saúde (são ou insano e incapaz) etc. aspectos que

exercem influência sobre a capacidade civil. Estado Familiar : é o queindica a sua situação na família, em relação ao matrimônio (solteiro,

casado, viúvo, divorciado) e ao parentesco por consanguinidade (pai,

filho, irmão, avô), ou por afinidade (sogro, sogra, cunhado etc.)Estado político : é a qualidade que advém da posição do indivíduo na

sociedade política podendo ser nacional (nato ou naturalizado) eestrangeiro.

Características do Estado civil: Individualidade: é uno e

indivisível. Note que já foi objeto de questão da ESAF (veja questão

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09). Não é possível ter mais de um estado (casado e solteiro, maior e

menor, brasileiro e estrangeiro. A obtenção de dupla nacionalidadeconstitui exceção a regra. Indisponibilidade: é relação fora do

comércio por se tratar de reflexo da personalidade; é inalienável eirrenunciável. Imprescritibilidade: não se perde nem se adquire o

estado pela prescrição. É elemento integrante da personalidade e,assim, nasce com a pessoa e com ela desaparece.

O artigo contempla o direito de proteção ao nome. Para que umapessoa use o nome de outrem em publicações ou representação,

necessita deste uma autorização. Caso alguém use o nome de outrem,ainda que não haja a intenção difamatória, cabe uma indenização de

perdas e danos por parte daquele que teve seu nome usado sem suaautorização.

O pseudônimo é o apelido que certas pessoas adotam de forma LÍCITA(de acordo, em conformidade com a lei). Este goza de igual proteção

que se dá ao nome e pode também ser objeto de ação de indenizaçãode perdas e danos caso venha a sofrer um dano moral, por exemplo.

Art. 17. O nome da pessoa não pode ser empregado poroutrem em publicações ou representações que a exponham

ao desprezo público, ainda (mesmo) quando não haja intenção

difamatória.

Art. 18. Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em

propaganda comercial.

Art. 19. O pseudônimo (apelido: xuxa, lula, pelé) adotado paraatividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome.

Art. 20. (Exceções): Salvo se autorizadas, ou se necessárias à

administração da justiça ou à manutenção da ordem pública,

a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou apublicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma

pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e semprejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra,

a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais.

Parágrafo único. Em se tratando de morto ou de ausente, sãopartes legítimas para requerer essa proteção o cônjuge, os

ascendentes ou os descendentes.

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O artigo trata da proteção à imagem (direito fundamental consagradopela CF/88), tanto no que diz respeito a foto (imagem física) e

imagem atributo (repercussão social da imagem).

A utilização da imagem somente é possível com a autorização dapessoa cuja imagem vai ser divulgada. O dispositivo prevê exceções:

a) no caso de administração da justiça, por exemplo, a pessoa queestá sob investigação; b) manutenção da ordem pública, por exemplo,

alguém que esteja sendo procurado pela justiça e c) autorização daprópria pessoa.

Dispositivo decorre do comando constitucional da inviolabilidade da

vida privada, da intimidade do indivíduo.

Quadro comparativo dos arts. 12 e 20:

Art. 12, parágrafo único: direitos da

personalidade em geral:

Art. 20, parágrafo único – direito à

imagem:

Em se tratando de morto, terão

legitimidade, pela lei, os descendentes,

ascendentes, cônjuge e colaterais até

quarto grau. Pelo nosso entendimento

está incluído o companheiro ou

convivente.

Em se tratando de morto, terão

legitimidade, pela lei, os descendentes,

ascendentes e cônjuge.

Questão 11. (ESAF/AFC/CGU/2008) Analise os itens a seguir e marque

com V a assertiva verdadeira e com F a falsa, assinalando ao final aopção correspondente.

( ) Os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis,não podendo sofrer exceção e nem o seu exercício sofrer limitação

voluntária. ( ) É ampla a permissão do ato de disposição do próprio corpo,

inclusive para fins de transplante, in vida. ( ) O nome da pessoa pode ser empregado por outrem, sem

autorização, em propaganda comercial, desde que não a exponha ao

desprezo público.

Art. 21. A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a

requerimento do interessado, adotará as providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma.

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( ) O pseudônimo adotado para atividades lícitas não goza da proteção

que se dá ao nome. a) V, V, F, V

b) F, V, F, V c) F, F, V, F

d) V, F, F, V e) F, F, F, F

Comentários:

O Item I está falso: Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei,os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não

podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária. Ou seja: a lei éexceção à regra.

O Item II está falso: não é ampla a disposição do corpo. Art. 14. Éválida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do

próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte. Parágrafoúnico. O ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer

tempo.

O Item III está falso: Art. 17. O nome da pessoa não pode serempregado por outrem em publicações ou representações que a

exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intençãodifamatória. Art. 18. Sem autorização, não se pode usar o nome alheio

em propaganda comercial.

O Item IV está falso: Art. 19. O pseudônimo adotado para atividadeslícitas goza da proteção que se dá ao nome.

Gabarito: e

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Pessoa Jurídica: conceito, classificação, começo e fim de sua

existência legal, desconsideração.

Conceito: as pessoas jurídicas são entidades que a lei empresta

personalidade, capacitando-as a serem sujeitos de direitos eobrigações, capazes, portanto, de adquirir direitos e deveres

(obrigações) na ordem civil. Não possuem realidade física.

Várias são as teorias que explicam a natureza jurídica e a

personalidade atribuída às pessoas jurídicas:

Teorias da realidade: para estas teorias a pessoa jurídica não é mera abstração; ao contrário, possuem existência própria assim como

a pessoa natural. Subdividem-se em:

Teoria da realidade objetiva ou orgânica: a pessoa jurídica é uma realidade sociológica com vida própria, nascendo por imposição da

sociedade, representadas pela vontade privada ou pública. Porém,

referida teoria não esclarece como esses entes sociais podem adquirirpersonalidade que são próprios da pessoa natural.

Teoria da realidade jurídica ou institucionalista: considera as

pessoas jurídicas como organizações sociais destinadas a um serviçoútil à sociedade e, por isso, com personalidade. Não considera que a

vontade humana seja preponderante na criação da pessoa jurídica.

Teoria da realidade técnica: a personificação das pessoas jurídicasé-lhe conferida pela lei para reconhecer a existência de pessoas, que

se unem para alcançar determinados fins, nas mesmas condições emque o fariam as pessoas naturais, e que, por isso, necessitam de

personalidade. A personalidade da pessoa jurídica é uma atribuiçãoestatal em certas condições. Esta é a teoria adotada pelo direito

brasileiro e a que melhor explica a personalidade jurídica das pessoas

jurídicas.

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CLASSIFICAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA

1. Quanto à nacionalidade: nacionais ou estrangeiras.

2. Quanto à função ou órbita de sua atuação: Direito Públicoou Direito Privado.

3. Quanto à estrutura interna: Corporações e Fundações:

* Corporações (universitas personarum): Conjunto ou reunião de

pessoas. Podem ser: Associações, Sociedades, Sociedades Comerciais.

* Fundações (universitas bonorum): Conjunto ou reunião de

bens.

Pessoa Jurídica

Art. 40

Direito

Público

Direito Privado

Art. 44

Externo Art. 42

InternoArt. 41

União; Estados, Distrito Federal e os

Territórios, Municípios; as

autarquias, inclusiveas associações

públicas e as demaisentidades de caráter

público criadas porlei.

Estados

estrangeiros e todasas pessoas que forem

regidas pelo direito internacional

público.

Associações; Sociedades;Fundações, Organizações

religiosas; Partidos políticos e as

Empresas Individuais deResponsabilidade Limitada –

EIRELI.

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O CC dispõe sobre as pessoas jurídicas a partir do art. 40:

Observação quanto às pessoas jurídicas de direito público

interno: o inciso IV assim dispõe: as autarquias, inclusive as

associações públicas. Esse inciso foi objeto de modificação do CCdecorrente da Lei 11.107/05 (Lei dos Consórcios Públicos) e é muito

cobrado em concurso. O que são as associações públicas? Você vaientender e se situar partindo do zero!

A CF autoriza a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios arealizarem mediante lei os consórcios públicos e os convênios de

cooperação entre os entes federados, autorizando a gestãoassociada de serviços públicos. Os consórcios públicos são uma

nova forma de se prestar serviço público.

Pois bem, após o comando constitucional do art. 241, surgiu a lei dos

consórcios públicos: Lei 11.107/05.

Art. 40. As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou

externo, e de direito privado.

Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno: I - a União;

II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios; III - os Municípios;

IV - as autarquias, inclusive as associações públicas; (Redação dada pela Lei nº 11.107, de 2005)

V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.

Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicasde direito público, a que se tenha dado estrutura de direito privado,

regem-se, no que couber, quanto ao seu funcionamento, pelas normas deste Código.

CF, Art. 241. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípiosdisciplinarão por meio de lei os consórcios públicos e os convênios

de cooperação entre os entes federados, autorizando a gestão

associada de serviços públicos, bem como a transferência total ouparcial de encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à

continuidade dos serviços transferidos.

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O consórcio público será viabilizado através da criação de uma

associação pública ou pessoa jurídica de direito privado. Aassociação pública nada mais é do que uma autarquia (pessoa

jurídica de direito público interno). A lei 11.107 modificou o CC paraintroduzir no art. 41 a associação pública como espécie de autarquia.

Cuidado para as questões do tipo na prova de direitoadministrativo: a associações públicas são uma nova espécie de

entidades da administração indireta (falso). Não são nova espécie depessoas; são autarquias.

Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público externo osEstados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo

direito internacional público. Exemplos: ONU, UNESCO, FAO, etc.)

RESPONSABILIDADE CIVIL DAS PESSOAS JURÍDICAS DE

DIREITO PÚBLICO INTERNO: Art. 43. As pessoas jurídicas dedireito público interno são civilmente responsáveis por atos

dos seus agentes que nessa qualidade (de agente público)causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra

os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo.

A responsabilidade das pessoas jurídicas de direito público por

ato de seus agentes é objetiva, sob a modalidade do riscoadministrativo. A vítima não tem o ônus de provar a culpa ou dolo

do agente público, mas somente o dano e nexo causal. Admite-se a

inversão do ônus da prova.

Excludentes da responsabilidade: O Estado se exonerará daobrigação de indenizar se provar culpa exclusiva da vítima, força

maior e fato exclusivo de terceiro. Em caso de culpa concorrenteda vítima, a indenização será reduzida pela metade (Constituição

Federal, artigo 37, §6º; Código Civil, artigo 43).

Art. 1o Esta Lei dispõe sobre normas gerais para a União, os Estados,

o Distrito Federal e os Municípios contratarem consórcios públicospara a realização de objetivos de interesse comum e dá outras

providências.

§ 1o O consórcio público constituirá associação pública ou pessoajurídica de direito privado.

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PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO

Vou me deter no estudo das pessoas jurídicas de direito privado. Esse

é o objeto do nosso estudo aqui no Direito Civil. Além disso, é aqui

que começa a sua base para o Direito Empresarial.

A Pessoa Jurídica de Direito Privado é a entidade constituída depessoas físicas e que possui personalidade própria, distinta da de seus

membros, capaz de adquirir direitos e contrair obrigações.

Para que venha a possuir personalidade jurídica, a lei exige aINSCRIÇÃO (registro) do seu “Ato Constitutivo” (Contrato ou

Estatuto) no registro competente, bem como averbação daalterações, modificações e extinção. Rege-se por um contrato ou

Estatuto celebrado entre os seus componentes.

Requisitos p/ a constituição da Pessoa Jurídica de Direito

Privado:

a) vontade humana (“affectio”): se materializa no ATO DECONSTITUIÇÃO que se denomina Estatuto (associações sem fins

lucrativos), Contrato Social (sociedades simples ou empresárias) eEscritura Pública ou Testamento (fundações).

b) Registro: o ato constitutivo deve ser INSCRITO, ser levado à

Registro para que comece, então, a existência legal da pessoa jurídicade Direito Privado. Antes do Registro, não passará de mera “sociedade

de fato”.

c) Autorização do Governo (quando necessário para funcionar):

algumas pessoas jurídicas necessitam de AUTORIZAÇÃO DO GOVERNOpara existir e funcionar. Ex.: seguradoras, factoring, financeiras,

bancos, administradoras de consórcio, casa lotéricas, etc.

Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:

I - as associações; II - as sociedades;

III - as fundações. IV - as organizações religiosas;

V - os partidos políticos. VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada -

EIRELI. (Incluído pela Lei nº 12.441, de 2011) (Vigência) Sindicatos: embora não mencionados no artigo 44 do Código Civil,

têm a natureza de associação civil (Constituição Federal, artigo 8º).

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CLASSIFICAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA

Vou aprofundar o quadro antes visto: 1. Quanto à nacionalidade: nacionais ou estrangeiras.

2. Quanto à função ou órbita de sua atuação: Direito Público ou

Direito Privado.

· Direito Privado: são as corporações (associações e sociedadessimples e empresária) e as fundações particulares.

3. Quanto à estrutura interna: Corporações e Fundações:

* Corporações (universitas personarum): Conjunto ou reunião depessoas.

· Visam à realização de FINS INTERNOS, estabelecidos pelos sócios. · Os objetivos são voltados para o bem de seus membros.

· Existe Patrimônio, mas ele é elemento secundário, apenas um meiopara a realização de um fim.

Podem ser:

· Associações – não tem fins lucrativos, mas religiosos, morais,culturais, desportivos ou recreativos (Ex.: igrejas, clubes de futebol,

clubes desportivos, etc.).

· Sociedades Simples: têm fins econômicos e visam lucro, que deveser distribuído entre os sócios. (Ex.: escritórios contábeis, escritórios

de engenharia e advocacia, etc). Podem, eventualmente, praticar atos

de comércio, mas não alterará sua situação, pois o que se considera éa atividade principal por ela exercida.

· Sociedades Empresárias: Visam unicamente o lucro. Distinguem-

se das sociedades simples porque praticam HABITUALMENTE, atos decomércio.

· A única diferença entre a Sociedade Simples e a Associação éa finalidade econômica.

* Fundações (universitas bonorum): Conjunto ou reunião de bens

(e não de pessoas). · recebe personalidade para a realização de FINS PRÉ-

DETERMINADOS; · têm objetivos externos, estabelecidos pelo instituidor;

·o Patrimônio é o elemento essencial;

· Não visam lucro. · São sempre civis.

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DAS PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PRIVADO

DISPOSIÇÕES GERAIS

ORGANIZAÇÕES RELIGIOSAS: Art. 43, § 1º. São livres a criação, aorganização, a estruturação interna e o funcionamento das

organizações religiosas, sendo vedado ao poder público negar-lhesreconhecimento ou registro dos atos constitutivos e necessários ao

seu funcionamento.

PARTIDOS POLÍTICOS: Art. 43, § 3º. Os partidos políticos serãoorganizados e funcionarão conforme o disposto em lei específica.

Empresas Individuais de Responsabilidade Limitada – EIRELI:

em que pese ser matéria eminente de Direito Empresarial, pela

importância do tema vou trata-lo aqui. A EIRELI, como você pode verfoi criação da Lei 12.441/2011; veja: lei de 2011, lei objeto de

mudança no art. 44 do CC. Eu não tenho a menor dúvida que vai cairna sua prova.

Antes dessa lei toda e qualquer atividade econômica poderia ser

exercida de duas maneiras: a) isolada (sem sócios) de modo individualatravés do Empresário ou Firma; e b) coletiva, através de uma

sociedade.

O Empresário (Firma) possui responsabilidade ilimitada perante oscredores da Firma, respondendo com seus bens pessoa natural e não

havendo o chamado benefício de ordem (o credor executa ao mesmotempo os bens da pessoa natural e da Firma).

A regra do direito societário é a de que a pessoa natural não seconfunde com a pessoa jurídica (sociedade) e por isso há a separação

patrimonial e o benefício de ordem (o credor segue uma ordem na

Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado: I - as associações;

II - as sociedades;

III - as fundações. IV - as organizações religiosas;

V - os partidos políticos. VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada -

EIRELI. (Incluído pela Lei nº 12.441, de 2011) (Vigência) Sindicatos: embora não mencionados no artigo 44 do Código Civil,

têm a natureza de associação civil (Constituição Federal, artigo8º).

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cobrança do seu crédito: primeiro executa os bens sociais e nãos

sendo suficiente para satisfazer seu crédito, a depender do tiposocietário e de determinadas condições, executa os bens da pessoa

física dos sócios).

Pois bem! As pessoas desejam exercer atividade econômica. Muitos querem exercê-la de maneira individual, mas não querem a

responsabilidade ilimitada (responder pelas dívidas da Firma com seusbens pessoas naturais). Também não desejam ter sócios; desejam

exercer de modo individual, mas sem a responsabilidade ilimitada.Qual era, então, a solução? Pra se ver livre da responsabilidade

ilimitada, constituíam sociedade com um sócio, porém esse sócioapenas emprestava seu nome, mas na realidade era apenas de

“fachada”.

Diante de tais fatos, surgiu a nova lei. A EIRELI é a forma de exercer a

atividade econômica de modo individual com a responsabilidadelimitada.

A ATIVIDADE ECONÔMICA, com a nova lei, pode ser exercida de

três modos: a) Individual: Empresário ou firma; e,

b) Coletiva: quando revestir-se de forma societária. c) Empresa Individual de Responsabilidade Limitada - EIRELI

Explicando: Empresário: exerce atividade econômica sem sócios:

Sociedade: conjunto de pessoa dos sócios: Você está vendo a pessoa

jurídica “x” e 5 sócios

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Empresa Individual de Responsabilidade Limitada – EIRELI

A Lei 12.441, que institui como pessoa jurídica de direito privado a empresa individual de responsabilidade limitada.

De acordo com a nova Lei, a empresa individual de responsabilidade

limitada será constituída por uma única pessoa titular datotalidade do capital social, devidamente integralizado, que não

será inferior a 100 vezes o maior salário-mínimo vigente no País– 54,5 mil e sem comprometer os bens individuais do empresário

com as dívidas da empresa. Cada pessoa natural só poderá teruma única empresa individual. Aplicam-se à empresa individual de

responsabilidade limitada, no que couber, as regras previstas para as sociedades limitadas.

DA EMPRESA INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE LIMITADA

CC: Art. 980-A. A empresa individual de responsabilidade limitada

será constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capitalsocial, devidamente integralizado, que não será inferior a 100 (cem)

vezes o maior salário-mínimo vigente no País.

§ 1º O nome empresarial deverá ser formado pela inclusão da

expressão "EIRELI" após a firma ou a denominação social da empresa individual de responsabilidade limitada.

§ 2º A pessoa natural que constituir empresa individual deresponsabilidade limitada somente poderá figurar em uma única

empresa dessa modalidade.

§ 3º A empresa individual de responsabilidade limitada tambémpoderá resultar da concentração das quotas de outra modalidade

societária num único sócio, independentemente das razões que

motivaram tal concentração.

§ 4º ( VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.441, de 2011) (Vigência)

§ 5º Poderá ser atribuída à empresa individual de responsabilidadelimitada constituída para a prestação de serviços de qualquer

natureza a remuneração decorrente da cessão de direitos patrimoniaisde autor ou de imagem, nome, marca ou voz de que seja detentor o

titular da pessoa jurídica, vinculados à atividade profissional.

§ 6º Aplicam-se à empresa individual de responsabilidade limitada, no que couber, as regras previstas para as sociedades limitadas.

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OBSERVE AGORA AS DIFERENÇAS ENTRE ASSOCIAÇÃO,

SOCIEDADE E FUNDAÇÃO:

ASSOCIAÇÃO: é definida no art. 53.: Constituem-se as associaçõespela união de pessoas que se organizem para fins não

econômicos.

SOCIEDADE: é definida no art. Art. 981.: Celebram contrato desociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir,

com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômicae a partilha, entre si, dos resultados. Parágrafo único. A atividade

pode restringir-se à realização de um ou mais negócios determinados.

FUNDAÇÃO: é definida no art. 62.: Para criar uma fundação, o seu

instituidor (fundador) fará, por escritura pública ou testamento,dotação especial de bens livres (...).

Observe que as associações e as sociedades se formam pela união

de PESSOAS, enquanto a fundação se forma em torno de BENS enão de pessoas!

Qual a diferença então entre as associações e as sociedades já que

eles possuem em comum o fato de ambas serem pessoas jurídicas dedireito privado?

A diferença está em que: enquanto nas associações, a união de

pessoas que se organizem para fins não econômicos, na

sociedade a união de pessoas partilham, entre si, dosresultados. O que significa um e outro?

A expressão “fins não econômicos” quer dizer que a associação

não partilha, não distribui, não divide o lucro entre osassociados. A associação pode e deve ter lucro (a expressão não

significa que não possa ter lucro, como pensam alguns). Tudo o quenão tiver lucro, está fadado à quebrar! A associação pode exercer

atividade econômica. Mas o lucro dele deve necessariamente serinvestido na própria associação.

A sociedade, ao contrário, deve necessariamente, repartir, dividir,partilhar o resultado (lucro ou prejuízo entre os sócios). Essa é a

característica marcante da sociedade e que a distingue da associação.Não existe sociedade que não partilhe os resultados, porque é proibido

por lei: Art. 1.008. É nula a estipulação contratual que excluaqualquer sócio de participar dos lucros e das perdas. Na

sociedade, a pessoa dos sócios contribuem com bens/serviços para o

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exercício da atividade e partilham, entre si, os resultados

(lucro/prejuízo).

Art. 43, § 2o As disposições concernentes às associações aplicam-sesubsidiariamente às sociedades que são objeto do Livro II da Parte

Especial deste Código.

PERSONALIDADE – INICIO

PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO

A personalidade da pessoa natural tem início com o nascimento COMVIDA! A personalidade da pessoa jurídica de direito privado

ocorre com a INSCRIÇÃO do Ato Constitutivo (Contrato Social ou

Estatuto) no órgão competente (Junta Comercial para as sociedadesempresárias e Registro Civil de Pessoas Jurídicas – Cartório – para as

sociedades simples, associações e fundações):

PERSONALIDADE – INICIO: Art. 45. Começa a existêncialegal das pessoas jurídicas de direito privado com a

INSCRIÇÃO do ato constitutivo no respectivo registro,precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação

do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo.

Art. 985. A sociedade adquire personalidade jurídica com ainscrição, no registro próprio e na forma da lei, dos seus atos

constitutivos (arts. 45 e 1.150).

Art. 1.150. O empresário (firma) e a sociedade empresária

vinculam-se ao Registro Público de Empresas Mercantis acargo das Juntas Comerciais, e a sociedade simples ao

Registro Civil das Pessoas Jurídicas, o qual deverá obedecer àsnormas fixadas para aquele registro, se a sociedade simples adotar

um dos tipos de sociedade empresária.

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Você aprendeu que a lei confere personalidade jurídica para as

pessoas jurídicas de direito privado. Mas quem vai administrá-la? Dequem é a responsabilidade pelos atos praticados em nome da pessoa

jurídica?

Art. 46. O registro declarará:

I - a denominação (nome empresarial), os fins (finalidade, objetosocial: indústria, comércio), a sede (local), o tempo de duração

(prazo indeterminado, determinado) e o fundo social (capital social), quando houver;

II - o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos diretores;

III - o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente;

IV - se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que modo;

V - se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais;

VI - as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio, nesse caso.

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A empresa pratica atos através do seu Administrador

ANULAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO DA PESSOA JURÍDICA: Art. 45, Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a

constituição das pessoas jurídicas de direito privado, pordefeito do ato (constitutivo: Contrato Social ou estatuto) respectivo,

contado o prazo da publicação de sua inscrição no registro.

Art. 47. Obrigam a pessoa jurídica os atos dos

administradores, exercidos nos limites de seus poderes

definidos no ato constitutivo.

Contratos NegóciosCompras Vendas

Atos jurí dicos com terceiros, outras

pessoas jurídicas,

naturais: : fornecedores,

clientes, etc.

Contratos, Negócios, Compras, Vendas, Atosjurí dicos do ADMINISTRADOR OBRIGAM a pessoajurí dica, desde que exercidos nos exatos limites dospoderes que lhe foram conferidos no AtoConstitutivo (Contrato Social ou Estatuto).

Art. 48. Se a pessoa jurídica tiver administração coletiva (todos),

as decisões se tomarão pela maioria de votos dos presentes, salvo se o ato constitutivo dispuser de modo diverso.

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Em ambos os casos ANULAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO DA PESSOAJURÍDICA e ANULAÇÃO DAS DECISÕES DOS ADMINISTRADORES o

prazo é de 3 anos e é prazo DECADENCIAL (direito potestativo) e nãoprescricional porque não se trata de relação de crédito e débito!

DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA (Disregard Doutrine)

A desconsideração da personalidade jurídica é o “afastamento” da personalidade jurídica de uma sociedade para buscar corrigir atos que

atinjam-na, em decorrência de fraudes, desvio do patrimônio,

confusão patrimonial (transferência dos bens da sociedade para apessoa dos sócios e/ou administradores) realizada por um de seus

sócios/administradores. Não se trata, necessariamente, de suprimir,extinguir ou tornar nula a sociedade desconsiderada.

Com o afastamento da personalidade jurídica busca-se no patrimônio

Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica,caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão

patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou doMinistério Público quando lhe couber intervir no processo, que os

efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejamestendidos aos bens particulares dos administradores ou

sócios da pessoa jurídica.

ANULAÇÃO DAS DECISÕES DOS ADMINISTRADORES: Art. 48, Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular as

decisões a que se refere este artigo, quando violarem a lei ouestatuto, ou forem eivadas de erro, dolo, simulação ou fraude.

Art. 49. Se a administração da pessoa jurídica vier a faltar, o juiz, a

requerimento de qualquer interessado, nomear-lhe-á administradorprovisório.

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dos sócios trazer de volta os bens que fraldulentamente lhe foram

transferidos, transferência esta para fraudar os credores da pessoajurídica.

No popular: os sócios desviam os bens para o seu próprio patrimônio

formando a confusão patrimonial com a finalidade de fraudar, nãopagar os credores; assim, o Juiz estende as obrigações (dívidas,

deveres, débitos) para o patrimônio, deles, sócios.

Quem pode requerer a desconsideração? a requerimento da parte(credor, terceiro prejudicado) ou do Ministério Público.

Quem pode decretar a medida? SOMENTE o Juiz! Cuidado! As

bancas costumam fazer pegadinhas do tipo:

Pode a autoridade policial (delegado) decidir, a requerimento

da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir noprocesso, que os efeitos de certas e determinadas relações de

obrigações sejam estendidos aos bens particulares dosadministradores ou sócios da pessoa jurídica (errado).

Pode o Ministério Público decidir, a requerimento da parte, ou

do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo,que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações

sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ousócios da pessoa jurídica (errado).

Repito: somente o Juiz pode decretar. É medida judicial.

Observações importantes:

Para a realização da desconsideração da pessoa jurídica NÃO háa necessidade de dissolução ou extinção da pessoa

jurídica. As bancas costumam dizer que é necessário à extinçãoda empresa.

Mesmo antes de ser positivada no CC, a doutrina e a

jurisprudência (decisão dos Tribunais) já se utilizavam dadesconsideração da personalidade jurídica. A Disregard Doutrine

nasceu no direito norte americano e durante muito tempo oBrasil utilizou esse instituto tendo como base a doutrina e

jurisprudência. O Brasil já admitia a desconsideração antesmesmo de ser positivada. As bancas costumam cobrar que antes

da positivação no CC de 2002 ela não era admitida no Brasil.

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DISSOLUÇÃO DAS PESSOAS JURIDICAS DE DIREITO PRIVADO

Vou me reservar o direito de repetir os comentários acima, comoforma de fixação: Qual a diferença então entre as associações e as

sociedades já que eles possuem em comum o fato de ambas serempessoas jurídicas de direito privado?

A diferença está em que: enquanto nas associações, a união de

pessoas que se organizem para fins não econômicos, nasociedade a união de pessoas partilham, entre si, dos

resultados. O que significa um e outro?

A expressão “fins não econômicos” quer dizer que a associação

Art. 51. Nos casos de dissolução da pessoa jurídica ou cassada

a autorização para seu funcionamento, ela subsistirá para os fins de liquidação, até que esta se conclua.

§ 1o Far-se-á, no registro onde a pessoa jurídica estiver inscrita, a averbação de sua dissolução.

§ 2o As disposições para a liquidação das sociedades aplicam-se, no que couber, às demais pessoas jurídicas de direito privado.

§ 3o Encerrada a liquidação, promover-se-á o cancelamento dainscrição da pessoa jurídica.

DIREITOS DE PERSONALIDADE: Art. 52. Aplica-se às pessoas

jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos dapersonalidade.

ASSOCIAÇÕES

CONCEITO: Art. 53. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não econômicos.

Parágrafo único. Não há, entre os associados, direitos e obrigaçõesrecíprocos.

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não partilha, não distribui, não divide o lucro entre os

associados. A associação pode e deve ter lucro (a expressão nãosignifica que não possa ter lucro, como pensam alguns). Tudo o que

não tiver lucro, está fadado à quebrar! A associação pode exerceratividade econômica. Mas o lucro dele deve necessariamente ser

investido na própria associação.

A sociedade, ao contrário, deve necessariamente, repartir, dividir,partilhar o resultado (lucro ou prejuízo entre os sócios). Essa é a

característica marcante da sociedade e que a distingue da associação.

Não existe sociedade que não partilhe os resultados, porque é proibidopor lei: Art. 1.008. É nula a estipulação contratual que exclua

qualquer sócio de participar dos lucros e das perdas. Nasociedade, a pessoa dos sócios contribuem com bens/serviços para o

exercício da atividade e partilham, entre si, os resultados(lucro/prejuízo).

Art. 43, § 2o As disposições concernentes às associações aplicam-se

subsidiariamente às sociedades que são objeto do Livro II da ParteEspecial deste Código.

ESTATUTO: Art. 54. Sob pena de nulidade, o estatuto das

associações conterá: I - a denominação, os fins e a sede da associação;

II - os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos associados;

III - os direitos e deveres dos associados; IV - as fontes de recursos para sua manutenção;

V – o modo de constituição e de funcionamento dos órgãos deliberativos;

VI - as condições para a alteração das disposições estatutárias e para a dissolução.

VII – a forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivascontas.

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EXCLUSÃO DE ASSOCIADO: Art. 57. A exclusão do associado só éadmissível havendo justa causa, assim reconhecida em procedimento

que assegure direito de defesa e de recurso, nos termos previstos no estatuto.

DIREITOS DOS ASSOCIADOS: Art. 55. Os associados devem ter

iguais direitos, mas o estatuto poderá instituir categorias com vantagens especiais.

Art. 58. Nenhum associado poderá ser impedido de exercerdireito ou função que lhe tenha sido legitimamente conferido,

a não ser (salvo) nos casos e pela forma previstos na lei ou no estatuto.

INTRANSMISSIBILIDADE: Art. 56. A qualidade de associado é

intransmissível, se o estatuto não dispuser o contrário.

Parágrafo único. Se o associado for titular de quota ou fração idealdo patrimônio da associação, a transferência daquela não

importará, de per si, na atribuição da qualidade de associado ao adquirente ou ao herdeiro, salvo disposição diversa do estatuto.

Art. 59. Compete privativamente à assembleia geral:

I – destituir os administradores; II – alterar o estatuto.

Parágrafo único. Para as deliberações a que se referem os

incisos I e II deste artigo é exigido deliberação da assembleiaespecialmente convocada para esse fim, cujo quórum será o

estabelecido no estatuto, bem como os critérios de eleição dos administradores.

Art. 60. A convocação dos órgãos deliberativos far-se-á na

forma do estatuto, garantido a 1/5 (um quinto) dos associados

o direito de promovê-la.

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O CC trata das fundações instituídas e mantidas por um particular.Fundações (universitas bonorum): Conjunto ou reunião de bens

(e não de pessoas). · recebe personalidade para a realização de FINS PRÉ-

DETERMINADOS; · têm objetivos externos, estabelecidos pelo instituidor;

·o Patrimônio é o elemento essencial; · Não visam lucro.

· São sempre civis.

DISSOLUÇÃO DA ASSOCIAÇÃO: Art. 61. Dissolvida a associação,

o remanescente do seu patrimônio líquido, depois de deduzidas, sefor o caso, as quotas ou frações ideais referidas no parágrafo único do

art. 56, será destinado à entidade de fins não econômicos designadano estatuto, ou, omisso este, por deliberação dos associados, à

instituição municipal, estadual ou federal, de fins idênticos ou semelhantes.

§ 1o Por cláusula do estatuto ou, no seu silêncio, por deliberação dosassociados, podem estes, antes da destinação do remanescente

referida neste artigo, receber em restituição, atualizado o respectivovalor, as contribuições que tiverem prestado ao patrimônio da

associação.

§ 2o Não existindo no Município, no Estado, no Distrito Federal ou noTerritório, em que a associação tiver sede, instituição nas condições

indicadas neste artigo, o que remanescer do seu patrimônio se devolverá à Fazenda do Estado, do Distrito Federal ou da União.

FUNDAÇÕES

CRIAÇÃO DA FUNDAÇÃO: Art. 62. Para criar uma fundação, o

seu instituidor (fundador) fará, por escritura pública outestamento, dotação especial de bens livres, especificando o

fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de

administrá-la. Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para

fins religiosos, morais, culturais ou de assistência.

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Fundador/Instituidor

Bens livres e desembaraçados

Sua formação passa por 4 (quatro) fases:

a) Dotação ou instituição: é a reserva de bens livres, com aindicação dos fins a que se destinam. Faz-se por escritura pública ou

testamento.

DOAÇÃO

Testamento

(ato causa

mortis):

A

transferência

dos bens

ocorre

Após a morte

do

instituidor.

Escritura

pública

(ato inter

vivos): a

doação e a

transferên

cia dos

bens são

feitos em

vida.

O instituidor especificando (obrigatoriamente) o fim (a finalidade) aque se destina, e declarando, se quiser (opção), a maneira de

administrá-la (Estatuto). As bancas costumam trocar: O instituidorespecificando (obrigatoriamente) a maneira de administrá-la e

declara, se quiser, o fim (a finalidade) da fundação (falso).

ESTATUTO

Cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas

PERSONALIDADE JURÍDICA

Art. 64. Constituída a fundação por negócio jurídico entre vivos

(testamento), o instituidor é obrigado a transferir-lhe a propriedade,ou outro direito real, sobre os bens dotados, e, se não o fizer, serão

registrados, em nome dela, por mandado judicial.

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b) Elaboração dos Estatutos: Pode ser direta ou própria (feita pelo

próprio instituidor) ou fiduciária (feita por pessoa de sua inteiraconfiança, por ele designado). Caso não haja a elaboração do

Estatuto, o Ministério Público poderá tomar a iniciativa de fazê-lo.

c) Aprovação dos Estatutos: São encaminhados ao MinistérioPúblico, para aprovação. O objetivo deve ser LÍCITO e os bens

suficientes. d) Registro: Feito no Cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas.

Só com ele começa a existência legal da Fundação.

Características das Fundações:

Os Estatutos são sua Lei básica; Os administradores devem prestar conta ao Ministério Público;

Não existe proprietário, nem titular, nem sócios.

E quando a dotação de bens for insuficiente para constituir a

fundação? Art. 63. Quando insuficientes para constituir a fundação, os

bens a ela destinados serão, se de outro modo não dispuser oinstituidor, incorporados em outra fundação que se proponha

a fim igual ou semelhante.

Art. 65. Aqueles a quem o instituidor cometer a aplicação do

patrimônio, em tendo ciência do encargo, formularão logo, de acordocom as suas bases (art. 62), o estatuto da fundação projetada,

submetendo-o, em seguida, à aprovação da autoridade competente, com recurso ao juiz.

Parágrafo único. Se o estatuto não for elaborado no prazo assinadopelo instituidor, ou, não havendo prazo, em cento e oitenta dias, a

incumbência caberá ao Ministério Público.

FINALIDADES para as quais a fundação pode ser constituída: Art.

62. Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para fins religiosos, morais, culturais ou de assistência.

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ALTERAÇÃO DO ESTATUTO: Art. 67. Para que se possa alterar o

estatuto da fundação é mister que a reforma: I - seja deliberada por dois terços dos competentes para gerir e

representar a fundação; II - não contrarie ou desvirtue o fim (a finalidade) desta;

III - seja aprovada pelo órgão do Ministério Público, e, casoeste a denegue, poderá o juiz supri-la, a requerimento do

interessado.

ALTERAÇÃO NÃO APRIVADA POR VOTAÇÃO UNÂNIME: Art. 68.Quando a alteração não houver sido aprovada por votação

unânime, os administradores da fundação, ao submeterem oestatuto ao órgão do Ministério Público, requererão que se dê

ciência à minoria vencida para impugná-la, se quiser, em dez

dias.

Extinção das Fundações · No caso de se tornarem nocivas (objetivo ilícito);

· caso se torne impossível sua manutenção; · se vencer o prazo de sua existência;

· Uma vez extinta uma fundação, o destino do seu patrimônio será oprevisto nos estatutos. Caso os estatutos forem omissos, destinar-se-

ão a outras fundações de fins semelhantes.

Art. 69. Tornando-se ilícita, impossível ou inútil a finalidade a

que visa a fundação, ou vencido o prazo de sua existência, oórgão do Ministério Público, ou qualquer interessado, lhe

promoverá a extinção, incorporando-se o seu patrimônio, salvodisposição em contrário no ato constitutivo, ou no estatuto, em outra

fundação, designada pelo juiz, que se proponha a fim igual ousemelhante (a fundação extinta).

PROTEÇÃO DAS FUNDAÇÕES: Art. 66. Velará (zelará, protegerá,defenderá) pelas fundações o Ministério Público do Estado onde

situadas. § 1o Se funcionarem no Distrito Federal, ou em Território, caberá o

encargo ao Ministério Público Federal. (Vide ADIN nº 2.794-8)

O STF considerou esse parágrafo inconstitucional. No caso se

a fundação estiver situada no Distrito Federal ou em

Território, caberá o encargo ao Ministério Público do Distrito Federal (que corresponde ao MP Estadual) e não ao MP Federal.

§ 2o Se estenderem a atividade por mais de um Estado, caberá

o encargo, em cada um deles, ao respectivo MinistérioPúblico.

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Questão 12. (ESAF/PROCURADOR DF/2006) O juiz poderá

desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade quando, emdetrimento do consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder,

infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou docontrato social.

Comentários: Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica,

caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial,pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público

quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas edeterminadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens

particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica.

Gabarito: correto.

Questão 13. (ESAF/PROCURADOR DF/2006) O juiz também poderádesconsiderar a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for, de

alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aosconsumidores.

Comentários: Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica,

caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial,pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público

quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas edeterminadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens

particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica. Adesconsideração da personalidade jurídica não se presta a ressarcir

prejuízo a consumidores, mas a ser aplicada nas hipóteses do art. 50.

Gabarito: errado.

Questão 14. (ESAF/PROCURADOR/DF/2004) Quanto aos direitos depersonalidade, pode-se afirmar que:

a) é vedado, seja qual for a hipótese, à pessoa juridicamente capaz,dispor gratuitamente de tecidos, órgãos e partes do próprio corpo

vivo, pois os direitos de personalidade, entre os quais se pode citar aintegridade física, são irrenunciáveis.

b) é viável a utilização, por terceiro, da imagem de uma pessoa, desdeque tal uso não lhe atinja a honra, a boa fama ou a respeitabilidade,

ou se destine a fins comerciais. c) os direitos de personalidade, além de irrenunciáveis, não admitem

limitações voluntárias, razão pela qual o Ordenamento Jurídico Pátriopermite que um filho, seja ele capaz ou incapaz, seja reconhecido pelo

verdadeiro pai ainda que não almeje tal reconhecimento.

d) embora o nome de uma pessoa goze de proteção legal, o mesmonão se dá quanto ao pseudônimo utilizado em atividades lícitas.

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e) apenas o titular do direito de personalidade pode exigir que cesse a

ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas edanos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei, sendo vedado

a qualquer outra pessoa levar a efeito tais medidas, ainda que o titulardo direito de personalidade já tenha falecido.

Comentários:

A alternativa “a” está errada. Regra: Art. 11. Com exceção dos casosprevistos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e

irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitaçãovoluntária. Mas a lei admite exceções: Art. 14. É válida, com objetivo

científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, notodo ou em parte, para depois da morte. Também se excepciona a

regra por exigência médica, bem como para fins de transplante: Art.

13. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição dopróprio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade

física, ou contrariar os bons costumes. Parágrafo único. O ato previstoneste artigo será admitido para fins de transplante, na forma

estabelecida em lei especial.

A alternativa “b” está errada: Art. 20. Salvo se autorizadas, ou senecessárias à administração da justiça ou à manutenção da ordem

pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou apublicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa

poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo daindenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a

respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais.

A alternativa “c” está correta: os direitos de personalidade, além de

irrenunciáveis, não admitem limitações voluntárias, razão pela qual oOrdenamento Jurídico Pátrio permite que um filho, seja ele capaz ou

incapaz, seja reconhecido pelo verdadeiro pai ainda que não almeje talreconhecimento. Ainda que o pai não deseje reconhece-lo como filho,

a lei permite que o filho intente ação de investigação de paternidadepara tal reconhecimento.

A alternativa “d” está errada: Art. 19. O pseudônimo adotado para

atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome. A alternativa “e” está errada: Art. 12. Pode-se exigir que cesse a

ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas edanos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei. Parágrafo

único. Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer amedida prevista neste artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer

parente em linha reta, ou colateral até o quarto grau.

Gabarito: c

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Questão 15 (ESAF/PROCURADOR/DF/2004) Os Procuradores de um

determinado Ente da Federação criaram uma Associação para a defesados seus interesses. Sabe-se que o ato constitutivo da Associação foi

corretamente levado a registro. Quanto a essa entidade, é corretoafirmar:

a) omisso o estatuto quanto às cláusulas de exclusão de associado, évedado, ainda que por deliberação da Assembleia, que um Procurador

seja expulso da Associação. b) para que se possa alterar o estatuto da associação é mister que a

reforma seja deliberada por dois terços dos competentes para gerir erepresentar a associação, não contrarie ou desvirtue o fim dessa e

seja aprovada pelo órgão do Ministério Público, e, caso esse adenegue, poderá o juiz supri-la, a requerimento do interessado.

c) os associados devem ter iguais direitos, sendo vedado, pelo Código

Civil, ao estatuto, instituir categorias, entre os associados, comvantagens especiais.

d) constatada a inadimplência de alguns sócios quanto às obrigaçõessociais, estão todos os demais autorizados a, em nome próprio,

demandar contra os inadimplentes para exigir o cumprimento dasobrigações estatutárias.

e) dissolvida a Associação, silentes os associados e o estatuto, os bensremanescentes da extinta pessoa jurídica deverão ser devolvidos à

Fazenda Pública do Estado, do Distrito Federal ou da União, caso nãoexista no Município, no Estado, no Distrito Federal ou

no Território, em que a associação tiver sede, instituição com finsidênticos ou semelhantes ao da Associação de Procuradores.

Comentários:

A alternativa “a” está correta: a primeira exigência para que um

associado possa ser expulso, é a de que conste esta previsão noEstatuto. Art. 54. Sob pena de nulidade, o estatuto das

associações conterá: II - os requisitos para a admissão, demissãoe exclusão dos associados (...) quando ocorrer uma das hipóteses

(justa causa) o procedimento de expulsão deverá assegurar direito dedefesa e recurso: Art. 57. A exclusão do associado só é admissível

havendo justa causa, assim reconhecida em procedimento queassegure direito de defesa e de recurso, nos termos previstos no

estatuto.

A alternativa “b” está errada: Art. 59. Compete privativamente à assembleia geral: I – destituir os administradores; II – alterar o

estatuto. Parágrafo único. Para as deliberações a que se referem osincisos I e II deste artigo é exigido deliberação da assembleia

especialmente convocada para esse fim, cujo quórum será o

estabelecido no estatuto, bem como os critérios de eleição dosadministradores.

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A regra contemplada pela alternativa “b” é a para as fundações e não

associações: Art. 67. Para que se possa alterar o estatuto da fundaçãoé mister que a reforma: I - seja deliberada por dois terços dos

competentes para gerir e representar a fundação; II - não contrarie oudesvirtue o fim desta; III - seja aprovada pelo órgão do Ministério

Público, e, caso este a denegue, poderá o juiz supri-la, a requerimentodo interessado.

A alternativa “c” está errada: Art. 55. Os associados devem ter iguais

direitos, mas o estatuto poderá instituir categorias com vantagensespeciais.

A alternativa “d” está errada: constatada a inadimplência de alguns

sócios quanto às obrigações sociais, estão todos os demais

autorizados a, NÃO em nome próprio, mas em nome da associaçãodemandar contra os inadimplentes para exigir o cumprimento das

obrigações estatutárias.

A alternativa “e” está errada: Art. 61. Dissolvida a associação, oremanescente do seu patrimônio líquido, depois de deduzidas, se for o

caso, as quotas ou frações ideais referidas no parágrafo único do art.56, será destinado à entidade de fins não econômicos

designada no estatuto, ou, omisso este, por deliberação dosassociados, à instituição municipal, estadual ou federal, de fins

idênticos ou semelhantes. § 1o Por cláusula do estatuto ou, no seu silêncio, por deliberação dos

associados, podem estes, antes da destinação do remanescentereferida neste artigo, receber em restituição, atualizado o respectivo

valor, as contribuições que tiverem prestado ao patrimônio da

associação. § 2o Não existindo no Município, no Estado, no Distrito Federal

ou no Território, em que a associação tiver sede, instituiçãonas condições indicadas neste artigo, o que remanescer do seu

patrimônio se devolverá à Fazenda do Estado, do DistritoFederal ou da União.

Gabarito: a

Questão 16 (ESAF/PFN/2005) Assinale a opção correta a respeito deprescrição.

a) A prescrição somente pode ser interrompida uma vez. b) A prescrição atinge as ações pessoais que protegem os direitos a

uma prestação. c) A interrupção da prescrição promovida por um credor aproveita aos

demais.

d) O juiz não pode decretar de ofício a prescrição, mesmo parafavorecer a absolutamente incapaz.

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e) Antes de consumar-se a prescrição pode haver renúncia expressa

ou tácita por parte do interessado.

Comentários: A alternativa “a” está correta: Art. 202. A interrupção da

prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, dar-se-á (...).

A alternativa “b” está errada: a prescrição atinge a pretensão (direito de ação): Art. 189. Violado o direito, nasce para o titular a pretensão,

a qual se extingue, pela prescrição.

A alternativa “c” está errada: Art. 204. A interrupção da prescrição porum credor (comum) não aproveita aos outros.

A alternativa “d” está errada: art. 219, parágrafo quinto: o Juiz podedecretar de ofício a prescrição.

A alternativa “e” está errada: Art. 191. A renúncia da prescrição pode

ser expressa ou tácita, e só valerá, sendo feita, sem prejuízo deterceiro, depois que a prescrição se consumar; tácita é a renúncia

quando se presume de fatos do interessado, incompatíveis com aprescrição.

Gabarito: a

Questão 17. (ESAF/2009/AFRF) Na criação de fundação há duas fases: a) a do ato constitutivo, que deve ser escrito, podendo revestir-se da

forma particular, e a do registro público. b) a do ato constitutivo, que deve ser escrito, pois requer instrumento

particular ou testamento, e a do assento no registro competente.

c) a do ato constitutivo, que deve ser escrito, e a da aprovação doPoder Executivo Federal.

d) a da elaboração do estatuto por ato inter vivos, (instrumentopúblico ou particular), sem necessidade de conter a dotação especial,

e a do registro. e) a do ato constitutivo, que só pode dar-se por meio de escritura

pública ou testamento, e a do registro.

Comentários: A formação da fundação se passa por 4 (quatro) fases:

a) Dotação ou instituição: é a reserva de bens livres, com aindicação dos fins a que se destinam. Faz-se por escritura pública ou

testamento.

Art. 64. Constituída a fundação por negócio jurídico entre vivos(testamento), o instituidor é obrigado a transferir-lhe a propriedade,

ou outro direito real, sobre os bens dotados, e, se não o fizer, serãoregistrados, em nome dela, por mandado judicial.

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b) Elaboração dos Estatutos: Pode ser direta ou própria (feita pelopróprio instituidor) ou fiduciária (feita por pessoa de sua inteira

confiança, por ele designado). Caso não haja a elaboração doEstatuto, o Ministério Público poderá tomar a iniciativa de fazê-lo.

c) Aprovação dos Estatutos: São encaminhados ao Ministério

Público, para aprovação. O objetivo deve ser LÍCITO e os benssuficientes.

d) Registro: Feito no Cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas.

Só com ele começa a existência legal da Fundação. Gabarito: e

Questão 18 (ESAF/Auditor do Tesouro Municipal/Recife-PE/2003)

Assinale a opção correta. a) Pelo Código Civil (art.14, parágrafo único) não está nítida a

consagração do princípio do consenso afirmativo, pelo qual cada umdeve manifestar sua vontade de doar seus órgãos e tecidos para

depois de sua morte, com objetivo terapêutico. b) A senilidade, por si só, é causa de restrição da capacidade de fato.

c) O agente diplomático do Brasil que, citado no estrangeiro, alegarextraterritorialidade, sem indicar seu domicílio no País, poderá ser

demandado no Distrito Federal ou no último ponto do territórionacional onde o teve.

d) Os portadores de deficiência mental, que sofram apenas uma

redução na sua capacidade de entendimento, poderão praticar atos navida civil sem assistência de curador, mesmo que interditos.

e) A capacidade de gozo não se distingue da legitimação.

E quando a dotação de bens for insuficiente para constituir a fundação?

Art. 63. Quando insuficientes para constituir a fundação, osbens a ela destinados serão, se de outro modo não dispuser o

instituidor, incorporados em outra fundação que se proponha a fim igual ou semelhante.

Art. 65. Aqueles a quem o instituidor cometer a aplicação dopatrimônio, em tendo ciência do encargo, formularão logo, de acordo

com as suas bases (art. 62), o estatuto da fundação projetada,

submetendo-o, em seguida, à aprovação da autoridade competente, com recurso ao juiz.

Parágrafo único. Se o estatuto não for elaborado no prazo assinadopelo instituidor, ou, não havendo prazo, em cento e oitenta dias, a

incumbência caberá ao Ministério Público.

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Comentários:

A alternativa “a” está errada: Art. 14. É válida, com objetivo científico,ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em

parte, para depois da morte. Parágrafo único. O ato de disposiçãopode ser livremente revogado a qualquer tempo.

A alternativa “b” está errada: A senilidade (velhice, idade avançada)NÃO é causa de incapacidade.

A alternativa “c” está correta: Art. 77. O agente diplomático do Brasil,

que, citado no estrangeiro, alegar extraterritorialidade sem designaronde tem, no país, o seu domicílio, poderá ser demandado no Distrito

Federal ou no último ponto do território brasileiro onde o teve.

A alternativa “d” está errada: Os portadores de deficiência mental, quesofram apenas uma redução na sua capacidade de entendimento são

relativamente incapazes e exercem os atos da vida civil sendoassistido pelo assistente legal.

A alternativa “e” está errada: A capacidade de gozo se distingue dalegitimação. Há distinção entre a capacidade a legitimação. A

legitimação é poder praticar atos processuais em juízo e depende dacapacidade de fato (maior de 18 anos e não incapaz pelas outras

hipóteses). A incapacidade (deficiência jurídica) pode se apresentar sob duas

formas: • Incapacidade absoluta: acarreta a proibição total da prática dos

atos da vida civil. Tal deficiência é suprida pela representação; • Incapacidade relativa: permite a prática dos atos civis, desde que

o incapaz seja assistido por seu representante. Tal deficiência ésuprida pela assistência.

Gabarito: c

Questão 19. (ESAF/2010/TEM/Auditor Fiscal do Trabalho) Assinale a

opção incorreta. a) As pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado

estrutura de direito privado são regidas, no que couber, quanto ao seufuncionamento, pelo Código Civil, salvo disposição em contrário.

b) A existência civil das pessoas jurídicas de direito privado começacom a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida,

quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo,averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato

constitutivo. c) Nos atos judiciais e extrajudiciais, as pessoas jurídicas serão

representadas, ativa e passivamente, por quem os respectivos

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estatutos designarem, porém, não havendo designação estatutária,

serão representadas pelos seus prepostos. d) As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente

responsáveis por atos dos seus agentes que, nessa qualidade, causemdanos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores

do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo. e) A constituição das pessoas jurídicas de direito privado pode ser

anulada, por defeito do ato respectivo, dentro do prazo decadencial de3 anos, contado a partir da data da publicação de sua inscrição no

registro.

Comentários: A alternativa “a” está correta: As pessoas jurídicas de direito público a

que se tenha dado estrutura de direito privado são regidas, no que

couber, quanto ao seu funcionamento, pelo Código Civil, salvodisposição em contrário. Art. 41, parágrafo único, do CC/2002.

a alternativa “b” está correta: A existência civil das pessoas jurídicas

de direito privado começa com a inscrição do ato constitutivo norespectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou

aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas asalterações por que passar o ato constitutivo. Art. 45 do CC/2002.

A alternativa “c” está errada: Nos atos judiciais e extrajudiciais, as

pessoas jurídicas serão representadas, ativa e passivamente, porquem os respectivos estatutos designarem, porém, não havendo

designação estatutária, serão representadas pelos seus prepostos.FALSA. As pessoas jurídicas podem ser públicas ou privadas, nacionais

ou estrangeiras, quando públicas de administração direta ou indireta,

sendo que em cada uma delas existe a sua forma de representação,não se podendo generalizar sobre as regras estatutárias. Ainda,

existem em cada uma delas exigência legal de composição daadministração, sendo que a expressão: “não havendo designação

estatutária” incorre em erro. Art. 12. Serão representados em juízo, ativa e passivamente: (...)

VI - as pessoas jurídicas, por quem os respectivos estatutosdesignarem, ou, não os designando, por seus diretores; (...).

A alternativa “d” está correta: As pessoas jurídicas de direito público

interno são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que,nessa qualidade, causem danos a terceiros, ressalvado direito

regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes,culpa ou dolo. Art. 43 do CC/2002.

A alternativa “e” está correta: A constituição das pessoas jurídicas dedireito privado pode ser anulada, por defeito do ato respectivo, dentro

do prazo decadencial de 3 anos, contado a partir da data da

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publicação de sua inscrição no registro. Art. 45, parágrafo único, do

CC/2002. Gabarito: c

Questão 20. (ESAF/ACE/TCU/2005) As associações públicas são

a) pessoas jurídicas de direito público interno de administraçãoindireta.

b) empresas públicas. c) autarquias federais especiais.

d) agências reguladoras. e) pessoas jurídicas de direito público interno de administração direta.

Comentários: associações públicas são espécies de autarquias.

Gabarito: c

Questão 21. (ESAF/Analista Jurídico/SEFAZ/CE 2006) Para que uma

fundação particular adquira personalidade jurídica será preciso: a) elaboração de seu estatuto pelo instituidor ou por aquele a quem

ele cometer a aplicação do patrimônio. b) aprovação do seu estatuto pelo Ministério Público.

c) dotação e aprovação da autoridade competente com recurso aojuiz.

d) dotação e registro do seu estatuto. e) dotação, elaboração, aprovação dos estatutos, e registro.

Gabarito: e

Questão 22. (ESAF/Auditor/TCE/GO/2007) Assinale a opção abaixoque representa uma afirmação correta, consoante o ordenamento

jurídico pátrio.

a) A morte presumida da pessoa natural não poderá ser declarada,sem que ocorra a decretação de ausência.

b) O cancelamento da inscrição da pessoa jurídica dar-se-á a partir doinício da sua dissolução, não sendo necessário aguardar o

encerramento da liquidação. c) O direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito

privado, por defeito do ato respectivo, não se sujeita aos prazosdecadenciais ou prescricionais.

d) Um sócio de uma sociedade limitada não poderá ceder suas quotasa outro sócio, se não houver previsão expressa no contrato de

constituição da sociedade. e) É decadencial o direito de anular as decisões tomadas por órgão de

administração coletiva de pessoa jurídica, quando eivadas desimulação.

Comentários: A alternativa “a” está errada: Art. 7o Pode ser declarada a morte

presumida, sem decretação de ausência: I - se for extremamente

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provável a morte de quem estava em perigo de vida; II - se alguém,

desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontradoaté dois anos após o término da guerra.

A alternativa “b” está errada: somente depois da liquidação é que

ocorre o cancelamento: Art. 51. Nos casos de dissolução da pessoajurídica ou cassada a autorização para seu funcionamento, ela

subsistirá para os fins de liquidação, até que esta se conclua. § 1o Far-se-á, no registro onde a pessoa jurídica estiver inscrita, a averbação

de sua dissolução. § 2o As disposições para a liquidação dassociedades aplicam-se, no que couber, às demais pessoas jurídicas de

direito privado. § 3o Encerrada a liquidação, promover-se-á ocancelamento da inscrição da pessoa jurídica.

A alternativa “c” está errada: Art. 45, Parágrafo único. Decai em trêsanos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito

privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicaçãode sua inscrição no registro.

A alternativa “d” está errada: qualquer sócio de sociedade limitada poderá ceder suas quotas a outro sócio, ainda que não haja previsão

expressa no contrato de constituição da sociedade

A alternativa “e” está correta: Art. 48, Parágrafo único. Decai em trêsanos o direito de anular as decisões a que se refere este artigo,

quando violarem a lei ou estatuto, ou forem eivadas de erro, dolo,simulação ou fraude.

Gabarito: e

LISTA DAS QUESTÕES APRESENTADAS

Questão 01. (ESAF/PFN/2005) A lei confere personalidade jurídicamaterial ao nascituro.

Questão 02. (ESAF/Analista de Controle Externo/2006/TCU) Aponte a

opção falsa. a) A capacidade de fato é a aptidão de exercer por si os atos da vida

civil. b) O portador de doença neurológica degenerativa progressiva por não

ter discernimento é tido como absolutamente incapaz. c) A capacidade dos índios, pela sua gradativa assimilação à

civilização, deverá ser regida por leis especiais. d) Admite-se a morte presumida sem decretação de ausência, em

casos excepcionais (p. ex. naufrágio), para viabilizar o registro de

óbito, resolver problemas jurídicos gerados com o desaparecimento eregular a sucessão causa mortis.

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e) A curatela é um instituto de interesse público, ou melhor é um

munus público, cometido por lei a alguém somente para administraros bens de pessoa maior que, por si só, não está em condições de

fazê-lo, em razão de enfermidade mental ou de prodigalidade.

Questão 03. (ESAF/AFC/CGU/2008) Analise os itens a seguir e marquecom V a assertiva verdadeira e com F a falsa, assinalando ao final a

opção correspondente. ( ) Os ébrios habituais, os viciados em tóxicos e os que, por deficiência

mental, tenham o discernimento reduzido são absolutamenteincapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil.

( ) Os recém-nascidos e os amentais possuem a capacidade de direitoe de fato ou de exercício, visto que podem herdar.

( ) Presume-se a morte, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei

autoriza a abertura de sucessão provisória. ( ) Os atos judiciais ou extrajudiciais que declararem ou reconhecerem

a filiação serão registrados em registro público. a) V, V, F, V

b) F, V, F, V c) F, F, V, F

d) V, F, F, F e) F, F, F, F

Questão 04. (ESAF/SEFAZ/PI/2001) Assinale a opção falsa.

a) A proteção jurídica dos incapazes realiza-se por meio darepresentação ou assistência.

b) O instituto da incapacidade visa proteger os que são portadores deuma deficiência jurídica apreciável.

c) A legitimação é a posição das partes, num ato jurídico, negocial ou

não, concreto e determinado, em virtude da qual elas têmcompetência para praticá-lo.

d) A capacidade é a regra e a incapacidade é a exceção. e) A capacidade de gozo é a aptidão para exercer por si os atos da

vida civil.

Questão 05. (ESAF/TRT 7a Região/Juiz Substituto/2005) Os usuáriosde psicotrópicos, que sofram redução na sua capacidade de

entendimento, não poderão praticar atos na vida civil sem assistênciade um curador, desde que interditos.

Questão 06. (ESAF/CGU/Correição/2006) A condenação criminal

acarreta incapacidade civil. Comentários: A capacidade é a medida da personalidade. Mesmo o

preso possui os direitos decorrentes da personalidade, possuindo

também capacidade. Além disso, a condenação criminal não é causade incapacidade civil.

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Questão 07 (ESAF/2010/SMF-RJ/Fiscal de Rendas) Assinale a opção

correta. a) O registro da pessoa jurídica declarará o modo por que se

ministra e representa, ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente.

b) A capacidade de fato ou de exercício é inerente a todo o serhumano, já que é a aptidão para adquirir direitos e contrair

obrigações. c) As pessoas com mais de 70 anos são consideradas relativamente

incapazes, pois a lei presume que elas não têm o necessáriodiscernimento para praticar os atos da vida civil.

d) O recém-nascido, por não poder exercer pessoalmente os atosda vida civil, não pode ter direitos e obrigações de qualquer espécie.

e) Os funcionários públicos consideram-se domiciliados no lugar

onde exercem suas funções, mesmo que periódicas ou temporárias.

Questão 08. (ESAF/2009/Receita Federal/Auditor Fiscal da ReceitaFederal) Se uma pessoa, que participava de operações bélicas, não for

encontrada até dois anos após o término da guerra, configurada estáa:

b) declaração judicial de morte presumida, sem decretação deausência.

b) comoriência. c) morte civil.

d) morte presumida pela declaração judicial de ausência. e) morte real.

Questão 09. (ESAF/2006/CGU/Analista de Finanças e Controle/Área

Correição) Assinale a opção verdadeira.

a) O estado civil é uno e indivisível, pois ninguém pode sersimultaneamente casado e solteiro, maior e menor, brasileiro e

estrangeiro, salvo nos casos de dupla nacionalidade. b) Artista plástico menor, com 16 anos de idade, que, habitualmente,

expõe, mediante remuneração, numa galeria, não adquire capacidade. c) A condenação criminal acarreta incapacidade civil.

d) A capacidade de exercício pressupõe a de gozo e esta não podesubsistir sem a de fato ou de exercício.

e) Se alguém desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não forencontrado até dois anos após o termino da guerra, seus parentes

poderão requerer ao juiz a declaração de sua ausência e nomeação decurador.

Questão 10. (ESAF/2006/MTE/Auditor Fiscal do Trabalho) Assinale a

opção falsa.

a) A proteção jurídica dos incapazes realiza-se por meio darepresentação ou assistência, o que lhes dá segurança, quer em

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relação a sua pessoa, quer em relação ao seu patrimônio,

possibilitando-lhes o exercício de seus direitos. b) A morte presumida pode dar-se com ou sem decretação da

ausência. c) A senilidade, por si só, não é causa de restrição da capacidade de

fato, porque não pode ser considerada equivalente a um estadopsicopático.

d) O assento da sentença de interdição no registro de pessoasnaturais e a publicação editalícia não são dispensáveis para lhes

assegurar eficácia erga omnes. e) Em relação à menoridade, a incapacidade cessa quando o menor

completar 18 anos ou for emancipado.

Questão 11 (ESAF/AFC/CGU/2008) Analise os itens a seguir e marque

com V a assertiva verdadeira e com F a falsa, assinalando ao final aopção correspondente.

( ) Os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis,não podendo sofrer exceção e nem o seu exercício sofrer limitação

voluntária. ( ) É ampla a permissão do ato de disposição do próprio corpo,

inclusive para fins de transplante, in vida. ( ) O nome da pessoa pode ser empregado por outrem, sem

autorização, em propaganda comercial, desde que não a exponha aodesprezo público.

( ) O pseudônimo adotado para atividades lícitas não goza da proteçãoque se dá ao nome.

a) V, V, F, V b) F, V, F, V

c) F, F, V, F

d) V, F, F, V e) F, F, F, F

Questão 12. (ESAF/PROCURADOR DF/2006) O juiz poderá

desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade quando, emdetrimento do consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder,

infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou docontrato social.

Questão 13. (ESAF/PROCURADOR DF/2006) O juiz também poderá

desconsiderar a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for, dealguma forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos

consumidores.

Questão 14. (ESAF/PROCURADOR/DF/2004) Quanto aos direitos de

personalidade, pode-se afirmar que: a) é vedado, seja qual for a hipótese, à pessoa juridicamente capaz,

dispor gratuitamente de tecidos, órgãos e partes do próprio corpo

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vivo, pois os direitos de personalidade, entre os quais se pode citar a

integridade física, são irrenunciáveis. b) é viável a utilização, por terceiro, da imagem de uma pessoa, desde

que tal uso não lhe atinja a honra, a boa fama ou a respeitabilidade,ou se destine a fins comerciais.

c) os direitos de personalidade, além de irrenunciáveis, não admitemlimitações voluntárias, razão pela qual o Ordenamento Jurídico Pátrio

permite que um filho, seja ele capaz ou incapaz, seja reconhecido peloverdadeiro pai ainda que não almeje tal reconhecimento.

d) embora o nome de uma pessoa goze de proteção legal, o mesmonão se dá quanto ao pseudônimo utilizado em atividades lícitas.

e) apenas o titular do direito de personalidade pode exigir que cesse aameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e

danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei, sendo vedado

a qualquer outra pessoa levar a efeito tais medidas, ainda que o titulardo direito de personalidade já tenha falecido.

Questão 15 (ESAF/PROCURADOR/DF/2004) Os Procuradores de um

determinado Ente da Federação criaram uma Associação para a defesados seus interesses. Sabe-se que o ato constitutivo da Associação foi

corretamente levado a registro. Quanto a essa entidade, é corretoafirmar:

a) omisso o estatuto quanto às cláusulas de exclusão de associado, évedado, ainda que por deliberação da Assembleia, que um Procurador

seja expulso da Associação. b) para que se possa alterar o estatuto da associação é mister que a

reforma seja deliberada por dois terços dos competentes para gerir erepresentar a associação, não contrarie ou desvirtue o fim dessa e

seja aprovada pelo órgão do Ministério Público, e, caso esse a

denegue, poderá o juiz supri-la, a requerimento do interessado. c) os associados devem ter iguais direitos, sendo vedado, pelo Código

Civil, ao estatuto, instituir categorias, entre os associados, comvantagens especiais.

d) constatada a inadimplência de alguns sócios quanto às obrigaçõessociais, estão todos os demais autorizados a, em nome próprio,

demandar contra os inadimplentes para exigir o cumprimento dasobrigações estatutárias.

e) dissolvida a Associação, silentes os associados e o estatuto, os bensremanescentes da extinta pessoa jurídica deverão ser devolvidos à

Fazenda Pública do Estado, do Distrito Federal ou da União, caso nãoexista no Município, no Estado, no Distrito Federal ou

no Território, em que a associação tiver sede, instituição com finsidênticos ou semelhantes ao da Associação de Procuradores.

Questão 16 (ESAF/PFN/2005) Assinale a opção correta a respeito deprescrição.

a) A prescrição somente pode ser interrompida uma vez.

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b) A prescrição atinge as ações pessoais que protegem os direitos a

uma prestação. c) A interrupção da prescrição promovida por um credor aproveita aos

demais. d) O juiz não pode decretar de ofício a prescrição, mesmo para

favorecer a absolutamente incapaz. e) Antes de consumar-se a prescrição pode haver renúncia expressa

ou tácita por parte do interessado.

Questão 17 (ESAF/2009/AFRF) Na criação de fundação há duas fases:

a) a do ato constitutivo, que deve ser escrito, podendo revestir-se daforma particular, e a do registro público.

b) a do ato constitutivo, que deve ser escrito, pois requer instrumento

particular ou testamento, e a do assento no registro competente. c) a do ato constitutivo, que deve ser escrito, e a da aprovação do

Poder Executivo Federal. d) a da elaboração do estatuto por ato inter vivos, (instrumento

público ou particular), sem necessidade de conter a dotação especial,e a do registro.

e) a do ato constitutivo, que só pode dar-se por meio de escriturapública ou testamento, e a do registro.

Questão 18 (ESAF/Auditor do Tesouro Municipal/Recife-PE/2003)

Assinale a opção correta. a) Pelo Código Civil (art.14, parágrafo único) não está nítida a

consagração do princípio do consenso afirmativo, pelo qual cada umdeve manifestar sua vontade de doar seus órgãos e tecidos para

depois de sua morte, com objetivo terapêutico.

b) A senilidade, por si só, é causa de restrição da capacidade de fato. c) O agente diplomático do Brasil que, citado no estrangeiro, alegar

extraterritorialidade, sem indicar seu domicílio no País, poderá serdemandado no Distrito Federal ou no último ponto do território

nacional onde o teve. d) Os portadores de deficiência mental, que sofram apenas uma

redução na sua capacidade de entendimento, poderão praticar atos navida civil sem assistência de curador, mesmo que interditos.

e) A capacidade de gozo não se distingue da legitimação.

Questão 19 (ESAF/2010/TEM/Auditor Fiscal do Trabalho) Assinale aopção incorreta.

a) As pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dadoestrutura de direito privado são regidas, no que couber, quanto ao seu

funcionamento, pelo Código Civil, salvo disposição em contrário.

b) A existência civil das pessoas jurídicas de direito privado começacom a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida,

quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo,

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averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato

constitutivo. c) Nos atos judiciais e extrajudiciais, as pessoas jurídicas serão

representadas, ativa e passivamente, por quem os respectivosestatutos designarem, porém, não havendo designação estatutária,

serão representadas pelos seus prepostos. d) As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente

responsáveis por atos dos seus agentes que, nessa qualidade, causemdanos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores

do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo. e) A constituição das pessoas jurídicas de direito privado pode ser

anulada, por defeito do ato respectivo, dentro do prazo decadencial de3 anos, contado a partir da data da publicação de sua inscrição no

registro.

Questão 20 (ESAF/ACE/TCU/2005) As associações públicas são

a) pessoas jurídicas de direito público interno de administraçãoindireta.

b) empresas públicas. c) autarquias federais especiais.

d) agências reguladoras. e) pessoas jurídicas de direito público interno de administração direta.

Questão 21 (ESAF/Analista Jurídico/SEFAZ/CE 2006) Para que uma

fundação particular adquira personalidade jurídica será preciso: a) elaboração de seu estatuto pelo instituidor ou por aquele a quem

ele cometer a aplicação do patrimônio. b) aprovação do seu estatuto pelo Ministério Público.

c) dotação e aprovação da autoridade competente com recurso ao

juiz. d) dotação e registro do seu estatuto.

e) dotação, elaboração, aprovação dos estatutos, e registro.

Questão 22 (ESAF/Auditor/TCE/GO/2007) Assinale a opção abaixo querepresenta uma afirmação correta, consoante o ordenamento jurídico

pátrio. a) A morte presumida da pessoa natural não poderá ser declarada,

sem que ocorra a decretação de ausência. b) O cancelamento da inscrição da pessoa jurídica dar-se-á a partir do

início da sua dissolução, não sendo necessário aguardar oencerramento da liquidação.

c) O direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direitoprivado, por defeito do ato respectivo, não se sujeita aos prazos

decadenciais ou prescricionais.

d) Um sócio de uma sociedade limitada não poderá ceder suas quotasa outro sócio, se não houver previsão expressa no contrato de

constituição da sociedade.

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e) É decadencial o direito de anular as decisões tomadas por órgão de

administração coletiva de pessoa jurídica, quando eivadas desimulação.

GABARITO

01. errado 02. e 03. e 04. e 05. correto

06. errado 07. a 08. a 09. a 10. d

11. e 12. correto 13. errado 14. c 15. a

16. a 17. e 18. c 19. c 20. c

21. e 22. e

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DOMICILIO. RESIDÊNCIA.

CONCEITO: É a sede jurídica da pessoa onde ela deve ser encontrada

para cumprir suas obrigações, ser citada, intimada, para que assimseja possível se estabelecer uma fiscalização quanto as suas

obrigações fiscais, políticas, militares e policiais, etc.

É o local onde se presume a pessoa presente para efeitos de direito eonde exerce ou pratica, habitualmente, seus atos e negócios jurídicos.

É o lugar onde a pessoa estabelece a sede principal de seus negócios(constitutio rerum et fortunarum), o ponto central das ocupações

habituais.

O domicilio abrange dois aspectos: objetivo e subjetivo.

O conceito de domicílio é formado por dois aspectos:

a) Objetivo: este é a RESIDÊNCIA, espaço físico, casa. Perceba que

o DOMICÍLIO é mais amplo que a RESIDÊNCIA. No conceito de

domicílio estão presentes dois elementos: um subjetivo e outroobjetivo. O elemento objetivo é a caracterização externa do

domicílio, isto é, a residência.

b) Subjetivo: é o ânimo de permanecer nesse domicílio; ânimo depermanência. O elemento subjetivo é aquele de ordem interna,

representado pelo ânimo de ali permanecer. Logo, domicíliocompreende a ideia de residência somada com a vontade de se

estabelecer permanentemente num local determinado. Nãosignifica que a pessoa não possa mudar de domicílio; você vai

ver que a mudança de domicílio exige, também, esses doisaspectos (objetivo = mudança de residência e subjetivo = ânimo

de permanecer no novo domicílio).

DOMICILIO

OBJETIVO

SUBJETIVO ÂNIMO

RESIDÊNCIA

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São comuns as questões de concursos abordarem:

O conceito de domicílio é mais amplo do que o de residência (correto).

O conceito de domicílio corresponde ao de residência (errado).

DOMICÍLIO DA PESSOA NATURAL:

Regra Geral do domicílio da pessoa natural: Art. 70. O domicílio da

pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência(OBJETIVO) com ânimo definitivo (SUBJETIVO).

O domicílio representa o lugar no qual alguém habita com intenção de

ali permanecer, mesmo que dele se ausente por algum tempo. A

chamada moradia ou habitação nada mais é do que o local onde oindivíduo permanece acidentalmente, por determinado lapso de

tempo, sem o intuito de ficar (p. ex., quando alguém aluga uma casapara passar as férias).

Pluralidade de domicílios e domicílio incerto

É perfeitamente possível que uma pessoa possua mais de um

domicílio, residindo em um local e mantendo, por exemplo, escritórioou consultório em outro endereço.

A pluralidade de domicílios é disciplinada nos arts. 71 e 72, do Código

Civil:

Art. 71. Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências,

onde, alternadamente, viva, considerar-se-á domicílio seuqualquer delas.

Art. 72. É também domicílio da pessoa natural, quanto às

relações concernentes à profissão, o lugar onde esta é exercida.

Parágrafo único. Se a pessoa exercitar profissão em lugares

diversos, cada um deles constituirá domicílio para as relaçõesque lhe corresponderem.

Há também casos de pessoas que vivem de passagem por vários

locais, como os circenses, ciganos, sendo que o Código Civil

estabelece, para tanto, a seguinte solução:

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Art. 73. Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não tenharesidência habitual, o lugar onde for encontrada.

Tal regra aplica-se também em relação às pessoas que têm vidaerrante, como ambulantes, vagabundos, pessoas desprovidas de

moradia, etc.

MUDANÇA DE DOMICÍLIO

A mudança de domicílio ocorre com a transferência da

residência aliada à intenção manifesta de o alterar.

A prova da intenção resulta do que declarar a pessoa às

municipalidades do lugar que deixa, e para onde vai, ou, se taisdeclarações não fizerem, da própria mudança, com as

circunstâncias que a determinaram (art. 74, CC).

CLASSIFICAÇÃO DO DOMICÍLIO QUANTO À NATUREZA

O domicílio quanto à natureza pode ser: voluntário, legal ou

necessário e de eleição:

a) Voluntário: decorre do ato de livre vontade do sujeito, quefixa residência em um determinado local, com ânimo definitivo.

b) Legal ou Necessário: decorre da lei, em atenção à condiçãoespecial de determinadas pessoas. Assim, temos: (art. 76, CC)

domicílio do incapaz: é o do seu representante ou assistente;

domicílio do servidor público: é o lugar em que exerce

permanentemente as suas funções;

domicílio do militar: é o lugar onde serve, e, sendo da Marinhaou da Aeronáutica, a sede do comando a que se encontra

imediatamente subordinado;

domicílio do marítimo: é o lugar onde o navio estivermatriculado;

domicílio do preso: é o lugar em que cumpre a sentença.

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O agente diplomático do Brasil, que, citado no estrangeiro, alegar

extraterritorialidade sem designar onde tem, no país, o seu domicílio,poderá ser demandado no Distrito Federal ou no último ponto do

território brasileiro onde o teve (art. 77, CC).

O domicílio necessário poderá ser originário ou legal.

Será originário quando adquirido ao nascer, como ocorre com o

recém-nascido que adquire o domicílio dos pais.

O domicílio legal é aquele que decorre, como o próprio nome jáacusa, de imposição da lei. É o caso dos menores incapazes, que

têm por domicílio o de seus representantes legais (art. 76, CC).

O domicílio do menor acompanha o domicílio dos pais, sempre que

estes mudarem o seu. Ocorrendo impedimento ou a falta do pai, odomicílio do menor será o da mãe. Se os pais forem divorciados, o

menor terá por domicílio o daquele que detém o poder familiar. E nocaso de menores sem pais ou tutor, sob cuidados de terceiros? Levar-

se-á em consideração o domicílio desses terceiros.

Quanto ao militar, se em serviço ativo, consiste o domicílio no lugaronde estiver servindo. Caso esteja prestando serviço à Marinha, terá

por domicílio a sede da estação naval ou do emprego em terra queestiver exercendo. Em se tratando da marinha mercante (encarregada

do transporte de mercadorias e passageiros), seus oficiais etripulantes terão por domicílio o lugar onde estiver matriculado o

navio.

O preso também está sujeito ao domicílio legal, no local onde cumprea sentença. Se o preso ainda não tiver sido condenado, seu domicílio

será o voluntário.

c) de Eleição: decorre do ajuste (ACORDO, por exemplo, num

contrato, negócio jurídico) entre as partes de um contrato (art. 78, CCe art. 111, CPC).

A eleição de foro só pode ser invocada nas relações jurídicas em que

prevaleça o princípio da igualdade dos contratantes e de suacorrespondente autonomia de vontade (arts. 51, IV, CDC e 9º, CLT).

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DOMICÍLIO DA PESSOA JURÍDICA

As pessoas jurídicas de direito público interno possuem domicílioespecificado em lei: art. 75, do CC, art. 99 do CPC, e art. 109, §§ 1º e

2º da CF/88.

O domicílio da pessoa jurídica de direito privado é o lugar ondefuncionarem as respectivas diretorias e administrações, isto

quando os seus estatutos não constarem eleição de domicílio especial.

O parágrafo 1º do mesmo artigo estabelece que se houver mais de

um estabelecimento relativo a mesma pessoa jurídica, emlugares diferentes, cada qual será considerado domicílio para

os atos nele praticados.

Caso a pessoa jurídica só tenha sede no estrangeiro, em setratando de obrigação contraída por agência sua, levar-se-á em

consideração o estabelecimento, no Brasil, a que elacorresponda, como emana do parágrafo 2º do já citado art. 75, CC.

Dispõe a Súmula 363, do STF: "A pessoa jurídica de direito privadopode ser demandada no domicílio da agência, ou do estabelecimento,

em que se praticou o ato".

Do Domicílio

Art. 70. O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece asua residência com ânimo definitivo.

Art. 71. Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, onde,

alternadamente, viva, considerar-se-á domicílio seu qualquer delas.

Art. 72. É também domicílio da pessoa natural, quanto às relaçõesconcernentes à profissão, o lugar onde esta é exercida.

Parágrafo único. Se a pessoa exercitar profissão em lugares diversos,cada um deles constituirá domicílio para as relações que lhe

corresponderem.

Art. 73. Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não tenharesidência habitual, o lugar onde for encontrada.

Art. 74. Muda-se o domicílio, transferindo a residência, com a intençãomanifesta de o mudar.

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Parágrafo único. A prova da intenção resultará do que declarar a

pessoa às municipalidades dos lugares, que deixa, e para onde vai,ou, se tais declarações não fizer, da própria mudança, com as

circunstâncias que a acompanharem.

Art. 75. Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é: I - da União, o Distrito Federal;

II - dos Estados e Territórios, as respectivas capitais; III - do Município, o lugar onde funcione a administração municipal;

IV - das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem asrespectivas diretorias e administrações, ou onde elegerem domicílio

especial no seu estatuto ou atos constitutivos. § 1o Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares

diferentes, cada um deles será considerado domicílio para os atos nele

praticados. § 2o Se a administração, ou diretoria, tiver a sede no estrangeiro,

haver-se-á por domicílio da pessoa jurídica, no tocante às obrigaçõescontraídas por cada uma das suas agências, o lugar do

estabelecimento, sito no Brasil, a que ela corresponder.

Art. 76. Têm domicílio necessário o incapaz, o servidor público, omilitar, o marítimo e o preso.

Parágrafo único. O domicílio do incapaz é o do seu representante ouassistente; o do servidor público, o lugar em que exercer

permanentemente suas funções; o do militar, onde servir, e, sendo daMarinha ou da Aeronáutica, a sede do comando a que se encontrar

imediatamente subordinado; o do marítimo, onde o navio estivermatriculado; e o do preso, o lugar em que cumprir a sentença.

Art. 77. O agente diplomático do Brasil, que, citado no estrangeiro,alegar extraterritorialidade sem designar onde tem, no país, o seu

domicílio, poderá ser demandado no Distrito Federal ou no últimoponto do território brasileiro onde o teve.

Art. 78. Nos contratos escritos, poderão os contratantes especificar

domicílio onde se exercitem e cumpram os direitos e obrigações delesresultantes.

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BENS

CONCEITO: BEM é tudo o que pode proporcionar utilidade aoshomens. Diferencia da “coisa”. Coisas são os bens apropriáveis pelo

homem. Coisa é tudo o que quanto existe na natureza, exceto a

pessoa, mas como bem só é considerada aquela coisa que existeproporcionando ao homem uma utilidade, porém com o requisito

essencial de lhe ficar suscetível de apropriação.

Assim, todos os bens são coisas, mas nem todas as coisas são bens. Osol, o mar, a lua são coisas, mas não são bens, porque não podem ser

apropriados pelo homem.

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AS DIFERENTES CLASSES DE BENS

Os bens são classificados em três diferentes categorias:

DOS BENS CONSIDERADOS EM SI MESMOS

Dos Bens considerados

em si mesmos

Imóveis

Móveis

Fungíveis

Infungíveis

Consumíveis

Inconsumíveis

Divisíveis

Indivisíveis

Singulares

Coletivos

Por natureza

Por acessão natural

Por acessão artificial

Para os efeitos legais

Semoventes

Propriamente ditos

Por antecipação

Para os efeitos

legais

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DOS BENS CONSIDERADOS EM SI MESMOS

Dos Bens Imóveis

Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente.

Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais: I - os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram;

II - o direito à sucessão aberta. Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis:

I - as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem removidas para outro local;

II - os materiais provisoriamente separados de um prédio, paranele se reempregarem.

BENS IMÓVEIS

Bens imóveis por natureza (art. 79, I): o solo.

Bens imóveis por acessão natural (art. 79, I): tudo quanto se

incorporar naturalmente ao solo: uma semente que cai do bico dopássaro, vindo a nascer uma árvore. A árvore é bem imóvel por

acessão natural

Bens imóveis por acessão artificial (art. 79, I): tudo quanto seincorporar artificialmente ao solo: o home lança a semente na terra,

vindo a nascer uma árvore.

CUIDADO! NÃO MAIS EXISTE A CLASSIFICAÇÃO DOS BENS IMOVEIS

POR ACESSÃO INTELECTUAIS. Atualmente estes se transformaramnas pertenças (bens móveis).

Bens imóveis para os efeitos legais (art. 80): consideram-se

imóveis para os efeitos legais:

a) os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram; b) o direito à sucessão aberta;

NÃO PERDEM O CARATER DE IMOVEIS (continuam sendo imóveis):

as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem removidas para outro local; exemplo:

casa de madeira. os materiais provisoriamente separados de um prédio,

para nele se reempregarem. Exemplo: tijolos provenientes da

derrubada de uma parede para serem reempregados novamenteno imóvel. Note que normalmente os tijolos são bens móveis,

porém como estão apenas separados provisoriamente do imóvel,

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a lei atribuiu a ele deu a categoria de bens imóveis para os

efeitos legais.

Dos Bens Móveis Art. 82. São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou

de remoção por força alheia, sem alteração da substância ou dadestinação econômico-social.

Art. 83. Consideram-se móveis para os efeitos legais: I - as energias que tenham valor econômico;

II - os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes;

III - os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivasações.

Art. 84. Os materiais destinados a alguma construção, enquanto

não forem empregados, conservam sua qualidade de móveis;readquirem essa qualidade os provenientes da demolição de algum

prédio.

Bens móveis Semoventes: São móveis os bens suscetíveis de

movimento próprio: animais.

Bens móveis propriamente ditos: os de remoção por força alheia,sem alteração da substância ou da destinação econômico-social:

mesa, cadeira, etc. São os móveis em geral.

Bens móveis por antecipação: exemplo: o homem planta a árvoreno solo = imóvel por acessão artificial. Caso o homem plante a árvore

com a intenção de transformá-la em madeira = móvel por

antecipação. Antecipadamente o homem intencionalmente já haviadado a destinação de transformá-la em móveis.

Bens móveis para os efeitos legais:

as energias que tenham valor econômico; os direitos reais sobre objetos móveis e as ações

correspondentes; os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações;

CONSERVAM SUA QUALIDADE DE MÓVEIS:

os materiais destinados a alguma construção, enquanto nãoforem empregados, conservam sua qualidade de móveis;

readquirem essa qualidade os provenientes da demolição dealgum prédio.

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Dos Bens Fungíveis e Consumíveis

Art. 85. São fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade.

Art. 86. São consumíveis os bens móveis cujo uso importadestruição imediata da própria substância, sendo também

considerados tais os destinados à alienação. Dos Bens Divisíveis

Art. 87. Bens divisíveis são os que se podem fracionar semalteração na sua substância, diminuição considerável de valor, ou

prejuízo do uso a que se destinam. Art. 88. Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se

indivisíveis por determinação da lei ou por vontade das partes.

Dos Bens Singulares e Coletivos Art. 89. São singulares os bens que, embora reunidos, se

consideram de per si, independentemente dos demais. Art. 90. Constitui universalidade de fato a pluralidade de bens

singulares que, pertinentes à mesma pessoa, tenham destinaçãounitária.

Parágrafo único. Os bens que formam essa universalidade podemser objeto de relações jurídicas próprias.

Art. 91. Constitui universalidade de direito o complexo de relaçõesjurídicas, de uma pessoa, dotadas de valor econômico.

BENS FUNGÍVEIS: São fungíveis os MOVEIS que podemSUBSTITUIR-SE por outros da mesma espécie, qualidade e

quantidade. Exs: gêneros alimentícios, dinheiro, gasolina, etc. Os

infungíveis não podem se substituir.

BENS INFUNGÍVEIS: São os bens individualizados e especificadosestritamente, sendo insubstituíveis mesmo que por outros de idêntica

qualidade e quantidade. Ex. obra de arte, um relógio ou qualquer outro objeto individualizado e

especificado, etc.

BENS CONSUMÍVEIS: São consumíveis os bens móveis cujo USOimporta destruição imediata da própria substância, sendo

também considerados tais os destinados à alienação. Exs: alimentos,batom, etc.

BENS INCONSUMÍVEIS: São os bens duráveis, isto é, não são

destruídos logo com o uso; possuem uma durabilidade longa,

principalmente. Ex. veículos, livros, etc.

BENS DETERIORÁVEIS: São os bens de durabilidade média, ou seja,

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não duram tanto quanto um bem inconsumível (automóvel), mas

também não são destruídos de imediato com o uso, como acontececom os bens consumíveis (alimentos), estão no meio termo. Ex.

roupas, sapatos, etc.

BENS DIVISÍVEIS: Bens divisíveis são os que se podem fracionarsem alteração na sua substância, diminuição considerável de

valor, ou prejuízo do uso a que se destinam. Ex. Um quilo defeijão, se for repartido em dois, formará meio quilo de trigo em cada

uma.

Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis pordeterminação da lei ou por vontade das partes. Exemplo: um anel

valioso, por exemplo, com 50 diamantes, deixado de herança para

cinco irmãs pode se tornar indivisível por vontade da parte que assimdispôs. Nesse caso terá que ser vendido e o dinheiro dividido entre as

mesmas.

BENS INDIVISÍVEIS: Bens indivisíveis são os que não podem serobjetos de divisão. Ex. Um animal vivo (cavalo de raça), um quadro de

arte, etc.

BENS SINGULARES: São singulares os bens que, embora reunidos,se consideram de per si, independentemente dos demais. Ex.: folha de

papel, vaca leiteira, crédito (imaterial), etc.

BENS COLETIVOS: São os bens reunidos e que formam um conjunto(UNIVERSALIDADES) que passa a ter individualidade.

Constitui universalidade de fato a pluralidade de bens singularesque, pertinentes à mesma pessoa, tenham destinação unitária:

biblioteca, estabelecimento comercial, rebanho. Na universalidade defato, os bens individuais estão formando um único bem por vontade

do titular, proprietário.

Os bens que formam essa universalidade podem ser objeto derelações jurídicas próprias.

Constitui universalidade de direito o complexo de relações jurídicas,

de uma pessoa, dotadas de valor econômico: massa falida, herança.Na universalidade de direito os bens individuais formam um único bem

por determinação da lei (legal).

Um bem pode ser classificado em mais de uma condição. Ex: PIANO

VALIOSO: constitui um bem infungível, inconsumível e indivisível.

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DOS BENS RECIPROCAMENTE CONSIDERADOS

Dos Bens Reciprocamente Considerados

Art. 92. Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou

concretamente; acessório, aquele cuja existência supõe a do principal. Art. 93. São pertenças os bens que, não constituindo partes

integrantes, se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou

ao aformoseamento de outro. Art. 94. Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal

não abrangem as pertenças, salvo se o contrário resultar da lei, damanifestação de vontade, ou das circunstâncias do caso.

Art. 95. Apesar de ainda não separados do bem principal, os frutose produtos podem ser objeto de negócio jurídico.

Art. 96. As benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis ounecessárias.

§ 1o São voluptuárias as de mero deleite ou recreio, que nãoaumentam o uso habitual do bem, ainda que o tornem mais agradável

ou sejam de elevado valor.

Dos Bens Reciprocamente Considerados

Principais

Acessórios

Frutos

Produtos

Pertenças

Benfeitorias

Pendentes

Estantes

Percipiendos Consumidos

Úteis

Necessárias Voluptuárias

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§ 2o São úteis as que aumentam ou facilitam o uso do bem.

§ 3o São necessárias as que têm por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore.

Art. 97. Não se consideram benfeitorias os melhoramentos ouacréscimos sobrevindos ao bem sem a intervenção do proprietário,

possuidor ou detentor.

Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente;EXISTE POR SI SÓ, NÃO DEPENDE DE OUTRO BEM PARA EXISTIR;

uma casa para existir depende do terreno; acessório, aquele cujaexistência supõe a do principal.

PERTENÇAS: são os bens MÓVEIS (mesa, cadeira, cama) que, nãoconstituindo partes integrantes (não integram o imóvel que é o

bem principal), se destinam, de modo duradouro, ao uso, aoserviço ou ao aformoseamento (embelezamento) de outro.

Os negócios jurídicos (p. ex., contrato de compra do imóvel) quedizem respeito ao bem principal (imóvel) não abrangem as pertenças

(os móveis), salvo se o contrário resultar da lei, da manifestação devontade, ou das circunstâncias do caso.

FRUTOS E PRODUTOS: Apesar de ainda não separados do bem

principal, os frutos e produtos podem ser objeto de negócio jurídico.FRUTOS: são as utilidades reproduzidas periodicamente: bens que se

reproduzem naturalmente: crias de animais, frutas de árvores.

Três espécies de frutos:

Naturais: frutos de árvores e crias de animais. Artificiais ou industriais: produzidos pelo home: laticínios.

Civis: resultam de uma relação de direito. São os rendimentosde uma coisa frutífera: aluguéis, juros.

Os frutos podem ser:

Pendentes: ainda não separados do bem principal. Estantes (percebidos): separados e armazenados.

Percipiendos: já poderiam ter sido separados (colhido), mas nãoo foram ainda.

Colhidos (percebidos): já consumidos.

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PRODUTOS: São as utilidades retiradas de outra, diminuindo-lhe a

quantidades. São os bens esgotáveis: pedras e metais preciosos.

BENFEITORIAS: São obras feitas pelo home, com a intervençãohumana. Se não houver intervenção humana não se considera

benfeitorias.

As benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis ou necessárias:

Voluptuárias: São voluptuárias as de mero deleite ou recreio, que nãoaumentam o uso habitual do bem, ainda que o tornem mais agradável

ou sejam de elevado valor. Ex: piscina, sauna.

São úteis as que aumentam ou facilitam o uso do bem. Construção de

um quarto, garagem.

São necessárias as que têm por fim conservar o bem ou evitar que sedeteriore. Conserto na parede rachada.

Não se consideram benfeitorias os melhoramentos ou acréscimos

sobrevindos ao bem sem a intervenção do proprietário, possuidor oudetentor.

DOS BENS QUANTO AS PESSOAS

BENS

PÚBLICOS De Uso

Especial

De Uso Comum

do povo

Dominical ou

Dominial

PRIVADOS

Alienáveis

Inalienáveis

Imprescrití veis

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DOS BENS PÚBLICOS

Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes àspessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são

particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem. Art. 99. São bens públicos:

I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças;

II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinadosa serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual,

territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias; III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas

jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de

cada uma dessas entidades. Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se

dominicais os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito públicoa que se tenha dado estrutura de direito privado.

Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo e os de usoespecial são inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na

forma que a lei determinar. Art. 101. Os bens públicos dominicais podem ser alienados,

observadas as exigências da lei. Art. 102. Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião.

Art. 103. O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído, conforme for estabelecido legalmente pela entidade a cuja

administração pertencerem. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas

jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares,

seja qual for a pessoa a que pertencerem.

TODOS os bens públicos não estão sujeitos a usucapião (sãoimprescritíveis) e o seu uso pode ser gratuito ou retribuído, conforme

for estabelecido legalmente pela entidade a cuja administraçãopertencerem.

São bens públicos:

Bens de uso comum do povo: são os de uso geral por toda a

coletividade: tais como rios, mares, estradas, ruas e praças. Os benspúblicos de uso comum do povo são inalienáveis (intransferíveis),

enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a leideterminar.

Bens de uso especial: são os edifícios ou terrenos destinados(afetados) a serviço ou estabelecimento da administração

federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas

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autarquias. Os bens de uso especial são inalienáveis, enquanto

conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar.

Bens dominicais, que constituem o patrimônio das pessoasjurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou

real, de cada uma dessas entidades. São os bens desafetados (nãopossuem destinação. Ex: terras devolutas. Em regra são alienáveis.

Não dispondo a lei em contrário, consideram-se dominicais os bens

pertencentes às pessoas jurídicas de direito público a que se tenhadado estrutura de direito privado.

Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as

exigências da lei.

OUTRAS CLASSIFICAÇÕES DE BENS BEM DE FAMÍLIA: Podem os cônjuges, ou a entidade familiar,

mediante escritura pública ou testamento, destinar parte de seupatrimônio para instituir bem de família, desde que não ultrapasse um

terço do patrimônio líquido existente ao tempo da instituição,mantidas as regras sobre a impenhorabilidade do imóvel residencial

estabelecida em lei especial.

O bem de família, segundo o Código Civil, consistirá em prédioresidencial urbano ou rural, com suas pertenças e acessórios,

destinando-se em ambos os casos a domicílio familiar, e poderáabranger valores mobiliários, cuja renda será aplicada na conservação

do imóvel e no sustento da família.

BENS EXCLUSIVOS: São os bens obtidos com o trabalho rentável,

único e exclusivo de um dos consortes.

BENS EREPTÍCIOS: São os bens que deveriam ser herdados peloherdeiro declarado indigno e tais bens devem retornar ao espólio para

a partilha entre os demais herdeiros. A exclusão do herdeiro oulegatário, em qualquer dos casos de indignidade, estabelecidos em lei,

será declarada por sentença.

BENS PROFECTÍCIOS: São os bens que fazem parte do doteconstituído pelo pai, mãe, ou qualquer ascendente.

BENS ADVENTÍCIOS: São os bens cuja aquisição se dá por herança

não advinda diretamente de um ascendente, pode ser um legado feito

em testamento a favor de uma pessoa não pertencente à família dotestador ou ainda uma sucessão colateral. Assim diferem dos bens

profectícios.

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Fato Jurídico. Ato Jurídico. Negócio Jurídico: Conceito,

Classificação, Elementos essenciais gerais e particulares,

Elementos Acidentais, Defeitos, Nulidade Absoluta e

Relativa, Conversão no negócio jurídico nulo.

Questão 01. (ESAF/AFRF/2009) A nulidade absoluta do negóciojurídico

a) somente poderá ser alegada pelos prejudicados, não podendo serdecretada de ofício pelo juiz.

b) só aproveitará à parte que a alegou, com exceção deindivisibilidade ou solidariedade.

c) poderá ser arguida por qualquer interessado, pelo MinistérioPúblico, quando lhe couber intervir.

d) poderá ser suprida pelo juiz e suscetível de confirmação e deconvalidação pelo decurso do tempo.

e) será decretada se ele for praticado por pessoa relativamenteincapaz sem a devida assistência de seus legítimos representantes

legais.

O estudo do fato, ato e negócio jurídico tem início nas relaçõesjurídicas ocorridas entre pessoas, entre pessoa e os bens (coisas

materiais, imateriais, etc.). Estas relações jurídicas são vínculos entrepessoas e/ou bens, decorrente da prática de declarações, de

contratos.

O quadro abaixo não é unânime, mas é o adotado pela doutrinamajoritária bem como para concurso e demonstra as divisões dos

fatos jurídicos:

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RELAÇÃO JURÍDICA

SUJEITO DO DIREITO ------- VÍNCULO --------- OBJETO DO DIREITO

PESSOAS ------------ ATO JURÍDICO ------------- BENS

SUJEITO DE DIREITO ------- VÍNCULO --------- SUJEITO DE DIREITO

PESSOAS --------- NEGÓCIO JURÍDICO -------- PESSOAS

As relações jurídicas têm como fonte geradora os fatos jurídicos.

Fato Jurídico

Negócio Jurídico: bilateral

Ato Jurídico: unilateral

Extraordinário: força maior,caso fortuito

Ordinário: nascimento,morte

Voluntário

Natural

Ato Jurídico

Sentido amplo

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Conceito:

Fato Jurídico: é todo acontecimento que produz uma consequência

jurídica; é qualquer acontecimento em virtude do qual nascem,modificam, subsistem ou se extinguem direitos. Ex: nascimento de

uma pessoa, maioridade, morte, etc. A ciência do Direito “escolhe” determinados fatos sociais e passa a regulamentá-los.

Assim, o conjunto dos fatos sociais são mais amplos do que o conjunto

dos fatos jurídicos.

FATO JURÍDICO

Os fatos jurídicos se dividem em:

INVOLUNTÁRIOS (naturais): Fatos jurídicos em sentido estrito.Ocorrem independentemente da vontade do ser humano. Ocorrem

pela ação da natureza. Ex.: a morte, uma inundação, o nascimento,etc. A morte tem consequência no mundo jurídico (interessa à ciência

do Direito; há o direito sucessório com a transmissão dos bens do “de cujus”). A mesma coisa se diga com relação ao nascimento: se nasceu

com vida é pessoa, tem personalidade, é sujeito de direitos, possuicapacidade de gozo ou de direito e pode contrair direitos e deveres na

ordem civil.

VOLUNTÁRIOS (humanos): Atos jurídicos em sentido amplo.Derivam da vontade direta do ser humano e se subdividem em:

Lícitos: quando produzem efeitos legais, conforme a vontade dequem os pratica: casamento, contrato de compra e venda;

Ilícitos: quando produzem efeitos legais contrários à Lei: o homicídio,

o roubo, a agressão, etc.

Os FATOS NATURAIS podem ser:

ORDINÁRIOS: o que é um ato natural ordinário? Como o próprionome já diz, ocorre ordinariamente, corriqueiramente: todos os dias

pessoas nascem, morrem, etc.

EXTRAORDINÁRIOS: Os fatos jurídicos extraordinários como opróprio nome sugere não são fatos que ocorrem ordinariamente,

corriqueiramente no dia a dia, porém em ocorrendo causam

consequências jurídicas. É o caso da força maior e do caso fortuito.

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Os FATOS VOLUNTÁRIOS se subdividem em:

O Ato Jurídico (UNILATERAL): É uma DECLARAÇÃO DEVONTADE (manifestação) de vontade de um agente. Ex.: declaração

de nascimento de filho, emissão de Nota promissória, etc.

Todo ato jurídico é unilateral. Isso decorre do fato da necessidade deapenas e tão somente uma pessoa para declarar sua vontade. E você

pode estar se perguntando: Professora pode ocorrer de várias pessoasdeclararem sua vontade? Sim, pode. Mas para a declarar a vontade,

para se fazer uma declaração, manifestação da vontade necessita-seapenas de um indivíduo.

Negócio Jurídico (BILATERAL): o negócio jurídico parte da ideia decontrato. É sempre bilateral porque para a realização de qualquer

negócio (contrato) requer-se, no mínimo, duas pessoas.

Existe a manifestação da vontade de dois agentes, criando entre elesuma relação jurídica. Ex.: contrato de compra e venda. Neste caso, o

ato jurídico passa a chamar-se Negócio Jurídico (Contrato). Ex.:todos os contratos, o empréstimo pessoal, etc.

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Ato Jurídico: é uma DECLARAÇÃO DE VONTADE que tem como

consequência jurídica adquirir, resguardar, transferir, modificar ouextinguir direitos.

ATO JURÍDICO = UNILATERAL

Para a prática do ato jurídico (sentido estrito) é necessárioapenas uma declaração (uma pessoa).

LEI

INCIDE sobre a DECLARAÇÃO

de VONTADE

Consequências jurídicas(efeitos jurídicos)

NEGÓCIO JURÍDICO = CONTRATO = BILATERAL

ATO JURÍDICO (Sentido estrito)

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O Código Civil tratou sobre os negócios jurídicos e ao final dispôs que:

as normas aplicáveis aos negócios jurídicos se aplicam aos atosjurídicos, no que couber. Para que os negócios jurídicos sejam válidos

é necessário preencher determinados requisitos que estão elencadosno art. 104 e a falta de alguns dos requisitos causa a nulidade ou

anulabilidade do negócio jurídico:

REQUISITOS DE VALIDADE DO ATO/NEGÓCIO JUDÍDICO

Regra: Art. 107. A validade da declaração de vontade não

dependerá de forma especial, senão quando a leiexpressamente a exigir.

REQUISITOS DE VALIDADE – ART. 104

ATO/ NEGÓCIO NULO –ART. 166

ATO/NEGÓCIO

ANULÁVEL – ART.

Art. 104. A validade donegócio jurídico requer:

I - agente capaz;

Art. 166. É nulo o negóciojurídico quando:

I - celebrado por pessoaabsolutamente incapaz;

Art. 171. Além dos casosexpressamente declarados nalei, é anulável o negóciojurídico:

I - por incapacidade relativado agente;

II - objeto lícito, possível,determinado oudeterminável

II - for ilícito, impossível ouindeterminável o seu objeto;

II - por vício resultante deerro, dolo, coação, estadode perigo, lesão ou fraudecontra credores.

III - forma prescrita ou nãodefesa (proibida) em lei.

IV - não revestir a formaprescrita em lei; V - forpreterida algumasolenidade que a leiconsidere essencial para asua validade; III - o motivo determinante,comum a ambas as partes,for ilícito; VI - tiver por objetivo fraudarlei imperativa; VII - a lei taxativamente odeclarar nulo, ou proibir-lhea prática, sem cominarsanção. Art. 167. É nulo o negóciojurídico simulado.

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Validade do Ato Jurídico

A falta de algum elemento substancial do ato jurídico torna-o nulo(nulidade absoluta) ou anulável (nulidade relativa). A diferença

entre o nulo e o anulável é uma diferença de grau ou gravidade, acritério da lei.

A nulidade absoluta pode ser alegada, arguida a qualquer tempo por

qualquer pessoa, pelo Ministério Público e pelo Juiz, inclusive, não seadmitindo convalidação nem ratificação.

A nulidade relativa, ao contrário, só pode ser argüida dentro do

prazo previsto (4 anos, em regra) - somente pelos interessados

diretos, admitindo convalidação e ratificação.

Ato jurídico inexistente é o ato que contém um grau de nulidadetão grande e visível, que dispensa ação judicial para ser declarado sem

efeito.

Ato jurídico ineficaz é o ato que vale plenamente entre as partes,mas não produz efeitos em relação a certa pessoa (ineficácia relativa)

ou em relação a todas as outras pessoas (ineficácia absoluta). Exs.:alienação fiduciária não registrada, venda não registrada de

automóvel, bens alienados pelo falido após a falência.

Requisitos para um Negócio Jurídico ser VÁLIDO: art. 104

a) agente capaz - o agente deve estar apto a praticar os atos davida civil. Os absolutamente incapazes devem ser representados e os

relativamente incapazes devem ser assistidos;

b) Objeto Lícito e possível - o objeto do ato jurídico deve serpermitido pelo direito e possível de ser efetivado;

c) Forma Prescrita (estabelecida) ou não vedada em Lei - a

forma dos atos jurídicos tem que ser a prevista em Lei, se houver estaprevisão, ou não proibida.

É nulo o ATO JURÍDICO quando praticado por pessoa absolutamente

incapaz ou quando não revestir a forma prescrita em lei ou quando o

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objeto for ilícito ou não possível.

Os atos jurídicos a que não se impõe forma especial prescrita em lei,

poderão provar-se mediante: confissão, atos processados emjuízo, documentos públicos e particulares, testemunhas,

presunção, exames, vistorias e arbitramentos.

Disso decorre que não podem ser admitidas como testemunhas: osloucos de todo gênero, os cegos e surdos (quando a ciência do fato,

que se quer provar, dependa dos sentidos que lhes faltam), ointeressado do objeto do litígio, bem como o ascendente e o

descendente, ou o colateral, até 3º grau de alguma das partes, porconsanguinidade, ou afinidade.

A nulidade é um vício intrínseco ou interno do ato jurídico.

O Ato jurídico é nulo quando: for preterida a forma que a leiconsidere essencial para a sua validade; for ilícito ou impossível o seu

objeto; for praticado por pessoa absolutamente incapaz.

O ato jurídico é anulável quando: as declarações de vontade emanarem de erro essencial, viciado por erro, dolo, coação ou

simulação.

A respeito da nulidade, pode-se afirmar que: opera de pleno direito;pode ser invocada por qualquer interessado e pelo Ministério Público;

o negócio não pode ser confirmado nem prevalece pela prescrição.

Resolvendo a questão 01:

Questão 01. (ESAF/AFRF/2009) A nulidade absoluta do negóciojurídico

a) somente poderá ser alegada pelos prejudicados, não podendo serdecretada de ofício pelo juiz.

b) só aproveitará à parte que a alegou, com exceção deindivisibilidade ou solidariedade.

c) poderá ser arguida por qualquer interessado, pelo MinistérioPúblico, quando lhe couber intervir.

d) poderá ser suprida pelo juiz e suscetível de confirmação e deconvalidação pelo decurso do tempo.

e) será decretada se ele for praticado por pessoa relativamenteincapaz sem a devida assistência de seus legítimos representantes

legais. Comentários: A nulidade pode ser alegada pelos interessados bem

como pelo ministério público e pode ser decretada de oficio pelo juiz.

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Gabarito: c

Formas prescritas nos Atos Jurídicos: Locação, Mútuo, Comodato,

Depósito, Fiança (Escrita ou verbal); Testamento (Escrita e exigecinco testemunhas); Pacto Antenupcial e Doação de Imóveis (só

podem ser feitos por escritura pública); Procuração (Escrita eexige o reconhecimento de firma p/validade perante 3ºs).

Se houver FORMA PREVISTA EM LEI, a desobediência ANULA o

Ato.

Os Atos Jurídicos podem ser:

* Formais ou solares - casamento, testamento, compra/venda de

imóveis, etc.

*Não formais ou consensuais – locação, comodato, etc.

DIFERENÇAS ENTRE ATO NULO e ANULÁVEL

A falta de algum elemento substancial do ato jurídico torna-o nulo(nulidade absoluta) ou anulável (nulidade relativa). A diferença

entre o nulo e o anulável é uma diferença de grau ou gravidade, acritério da lei. DECORAR AS DIFERENÇAS!

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ATO/NEGÓCIO NULO ATO/NEGÓCIO ANULÁVEL

Nulidade absoluta pode ser arguida a qualquer tempo por qualquer pessoa, peloMinistério Público e pelo Juiz.

A nulidade relativa só pode ser alegada noprazo dos arts. 178 e 179.

Art. 177. Só os interessados a podemalegar.

Não se admite convalidação nemratificação (correção): Art. 169. O negóciojurídico nulo não é suscetível de confirmação,nem convalesce pelo decurso do tempo.

Art. 170. Se, porém, o negócio jurídico nulocontiver os requisitos de outro, subsistirá estequando o fim a que visavam as partes permitirsupor que o teriam querido, se houvessemprevisto a nulidade.

Art. 172. O negócio anulável pode serconfirmado pelas partes, salvo direito deterceiro.

Art. 175. A confirmação expressa, ou aexecução voluntária de negócio anulável, nostermos dos arts. 172 a 174, importa a extinçãode todas as ações, ou exceções, de quecontra ele dispusesse o devedor.

Art. 168. As nulidades dos artigosantecedentes podem ser alegadas porqualquer interessado, ou pelo MinistérioPúblico, quando lhe couber intervir.

Art. 177. Só os interessados a podemalegar.

Art. 169. Parágrafo único. As nulidades devemser pronunciadas pelo juiz, quandoconhecer do negócio jurídico ou dos seusefeitos e as encontrar provadas, não lhesendo permitido supri-las, ainda que arequerimento das partes

Art. 177. A anulabilidade não tem efeitoantes de julgada por sentença, nem sepronuncia de ofício; só os interessados apodem alegar, e aproveita exclusivamenteaos que a alegarem, salvo o caso desolidariedade ou indivisibilidade.

O ato/negócio nulo pode ser alegado/arguidoa qualquer tempo e qualquer grau dejurisdição.

Art. 178. É de quatro anos o prazo dedecadência para pleitear-se a anulação donegócio jurídico, contado:

I - no caso de coação, do dia em que elacessar;

II - no de erro, dolo, fraude contra credores,estado de perigo ou lesão, do dia em que serealizou o negócio jurídico;

III - no de atos de incapazes, do dia em quecessar a incapacidade.

Art. 179. Quando a lei dispuser quedeterminado ato é anulável, sem estabelecerprazo para pleitear-se a anulação, será estede dois anos, a contar da data da conclusãodo ato.

Efeito ex tunc (retroativos) Efeito ex nunc (não retroativos)

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CONVERSÃO DO NEGÓCIO JURÍDICO NULO

O último edital de AFRF traz expressamente dentro do tópico “fato jurídico” , a conversão do negócio jurídico nulo. Assim, não tenho a menor dúvida de que éextrema importância ante para a prova. Trata da conversão do negócio jurídiconulo o art. 170.

Para a incidência do artigo 170 do novo Código Civil exige-se aconjunção dos seguintes elementos:

1º) que haja um negócio nulo;

2º) que o negócio nulo contenha os requisitos necessários de outro

negócio jurídico, e que esses requisitos necessários sejam apropriadosa produzir efeitos jurídicos para satisfazer, razoavelmente, os

interesses das partes;

3º) que o fim a que as partes tinham em vista leve à convicção de queelas teriam querido este novo contrato, em lugar daquele, que

originariamente fizeram, se houvessem previsto a sua nulidade.

Assim, celebrado o acordo aceitaram as partes o negócio jurídico.

Tendo conhecimento da nulidade cominada, da impossibilidade de se

realizar o negócio, permitiu a lei um recurso às circunstâncias e

finalidades do negócio inválido, de maneira a manter o negócio pelos

celebrantes, caso este contenha os requisitos de outro negócio

jurídico.

Exemplo: a nota promissória nula por inobservância dos requisitoslegais de validade é aproveitada como confissão de dívida.

Exemplo: contrato de compra e venda com o valor do imóvel acima de

30 salários mínimos exige-se que seja realizado por escritura pública.

Caso os contratantes realizassem-no sem esse requisito, este poderiaser convertido em contrato preliminar (promessa de compra e venda).

Art. 170. Se, porém, o negócio jurídico nulo contiver os requisitosde outro, subsistirá este quando o fim a que visavam as partes

permitir supor que o teriam querido, se houvessem previsto a

nulidade.

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INCAPACIDADE RELATIVA INVOCADA

EM BENEFÍCIO PR[OPRIO

Art. 105. A incapacidade relativa de uma das partes não pode serinvocada pela outra em benefício próprio, nem aproveita aoscointeressados capazes, salvo se, neste caso, for indivisível o objeto

do direito ou da obrigação comum.

ART. 105 – Ato praticado pelo relativamente incapaz:

a) com assistência = ato válido

b) sem assistência = pode ser argüido, alegado a anulabilidade –arts. 171, 178, 179.

Art. 105:

1) se a outra parte SABIA da incapacidade: NÃO PODE ser

invocada a incapacidade relativa em benefício próprio (ver arts. 180 e181);

2) se a outra parte NÃO SABIA da incapacidade: PODE

invocar a incapacidade = negócio jurídico anulado:

a) NÃO aproveita aos co-interessados;

b) APROVEITA aos co-interessados se a obrigação forindivisível.

IMPOSSIBILIDADE INICIAL DO OBJETO

Art. 106. A impossibilidade inicial do objeto não invalida o negóciojurídico se for relativa, ou se cessar antes de realizada a condição a

que ele estiver subordinado.

ART. 106 – Impossibilidade relativa: pode ser cumprida de outro

modo. Considere F = formação do NJ.

F = impossibilidade inicial absoluta = NJ nulo (art. 166)

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F = impossibilidade inicial relativa = NÃO torna o NJ nulo pois pode

ser cumprida de outro modo. Ex: Um dos contratantes tem comoobrigação de entregar uma safra (objeto possível) ao outro. Não pode

alegar que “tal” terreno está alagado e por esse motivo não podecumprir a obrigação, porque ele pode plantar em outro terreno. Não

pode alegar que não pode cumprir porque o agrotóxico X está em faltano mercado porque existem outros agrotóxicos de outras marcas. A

impossibilidade aqui não é absoluta, total. Também se consideraimpossibilidade relativa quando a obrigação a princípio é impossível de

se cumprir, porém antes de ocorrer a condição a obrigação se tornapossível.

FORMA DA DECLARAÇÃO DE VONTADE

A regra é a forma livre, a liberdade de forma, salvo se a lei

exigir alguma formalidade (solenidade):

Art. 107. A validade da declaração de vontade nãodependerá de forma especial, senão quando a lei

expressamente a exigir.

Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, regra: a escritura

pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visemà constituição, transferência, modificação ou renúncia de

direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o

maior salário mínimo vigente no País.

Art. 109. No negócio jurídico celebrado com a cláusula denão valer sem instrumento público, este é da substância do

ato.

RESERVA MENTAL: Art. 110. A manifestação de vontade subsiste

ainda que o seu autor haja feito a reserva mental de não querer o quemanifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento.

Trataremos da reserva mental no estudo dos vícios ou defeitos do

negócio jurídico.

O SILÊNCIO COMO CONSENTIMENTO DA VONTADE: Art. 111.

O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou osusos o autorizarem, e não for necessária a declaração de

vontade expressa.

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O silêncio, regra geral, não significa anuência, consentimento.

Porém, as circunstâncias ou os usos podem indicar ou presumir que osilêncio indica a aceitação do negócio jurídico. Por exemplo, uma

compra e venda programada mensalmente. Suponhamos que lojarepresentante de produtos de beleza da marca “X” faça uma compra

programada consubstanciada num único pedido dos referidos produtospara entrega parcelada durante uma ano. As remessas são

mensalmente entregues. Suponhamos que as revendas estejam fracase após a sexta entrega, loja deseje cancelar as futuras compras.

Nesse caso, deve fazê-la por expresso, oral ou por escrito, conforme opedido originalmente realizado. O silencio mês a mês da loja induz

anuência, consentimento quanto à entrega da remessa atual bemcomo das futuras.

INTENÇÃO DA DECLARAÇÃO: Art. 112. Nas declarações devontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do

que ao sentido literal da linguagem.

INTERPRETAÇÃO dos Negócios Jurídicos (devem ser

interpretados conforme o Princípio da Boa-fé e os usos do lugar dacelebração): Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser

interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de suacelebração.

INTERPRETAÇÃO RESTRITIVA: Negócios jurídicos benéficos porexemplo, a doação bem como a renúncia interpretam-se

restritivamente:

Art. 114. Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia

interpretam-se estritamente.

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NEGÓCIO JURÍDICO REALIZADO COM MENOR DE IDADE

VÍCIOS OU DEFEITOS DO ATO/NEGÓCIO JURÍDICO

Os Atos ou Negócios Jurídicos podem apresentar-se com vícios ou

defeitos, que provocando a sua ineficácia tornam NULO ou

ANULÁVEL o Negócio Jurídico.

Vícios de Consentimento: ocorrem da própria vontade. Ex.: erro,dolo, coação.

Art. 180. O menor, entre dezesseis e dezoito anos, nãopode, para eximir-se de uma obrigação, invocar a suaidade se dolosamente a ocultou quando inquirido pela

outra parte, ou se, no ato de obrigar-se, declarou-se maior.

Art. 181. Ninguém pode reclamar o que, por uma obrigaçãoanulada, pagou a um incapaz, se não provar que reverteu

em proveito dele a importância paga.

Art. 182. Anulado o negócio jurídico, restituir-se-ão aspartes ao estado em que antes dele se achavam, e, não

sendo possível restituí-las, serão indenizadas com o

equivalente.

Art. 183. A invalidade do instrumento não induz a donegócio jurídico sempre que este puder provar-se por

outro meio.

Art. 184. Respeitada a intenção das partes, a invalidade

parcial de um negócio jurídico não o prejudicará na parteválida, se esta for separável; a invalidade da obrigação

principal implica a das obrigações acessórias, mas a destas não induz a da obrigação principal.

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Nos vícios de consentimento ou de vontade o prejudicado é um

dos contratantes, pois há manifestação da vontade semcorresponder com o seu íntimo e verdadeiro querer.

Os vícios sociais consubstanciam-se em atos contrários à boa fé

ou à lei, decorrentes da malícia humana prejudicando terceiro.São vícios da vontade: o erro, o dolo, a coação, o estado de perigo e a

lesão; e vícios sociais: a fraude contra credores e a simulação.

Vícios de Consentimento

Podem ser objeto de açãoanulatória no prazo de 4 anosou 2 anos (arts. 178 e 179)

Coação

Dolo

Erro

Estado de Perigo

Lesão

Fraude contra credores

Vícios Sociais Simulação

NULO

ANULÁVEL

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ERRO

Erro: é a FALSA noção que se tem de um objeto ou de umapessoa. Ocorre quando o próprio agente pratica o ato baseando-se

em falso juízo ou engano. A pessoa se engana sozinha; ninguém ainduz a erro. Pode ser cometido por conta própria.

Só anula o ato jurídico o erro SUBSTANCIAL ou essencial. Ex.:

compra de um quadro de um autor como se fosse de outro.

Não acarreta nulidade de um ato o erro acidental ou secundário Ex.:comprar uma casa com seis janelas, pensando que tinha sete.

ART. 138 – ANULÁVEL o NJ = ERRO SUBSTANCIAL:

ARt . 139 – ERRO SUBSTANCIAL:

NATUREZA: empresto um computador, a pessoapensa que foi doação;

OBJETO: comprou um lote num condomíniopensando ser valorizado; trata-se de outro

condomínio de nome parecido; QUALIDADES: comprou relógio pensando ser de

ouro, porém é dourado; IDENTIDADE OU QUALIDADE DA PESSOA: casa-se

com criminoso procurado ou com alguém quepossui defeito físico não revelado anteriormente.

Art. 138. São anuláveis os negócios jurídicos, quando as

declarações de vontade emanarem de erro substancial quepoderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das

circunstâncias do negócio.

Art. 139. O erro é substancial quando:

I - interessa à natureza do negócio, ao objeto principal da

declaração, ou a alguma das qualidades a ele essenciais;

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II - concerne à identidade ou à qualidade essencial da pessoa a

quem se refira a declaração de vontade, desde que tenha influídonesta de modo relevante;

III - sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei, for o

motivo único ou principal do negócio jurídico.

ERRO ACIDENTAL: NÃO ANULA = é o erro sobre as qualidades secundárias, acessórias do NJ; não vicia o NJ; continua válido, produz

efeito por não incidir sobre a declaração de vontade. Ex: compro umacasa pensando ter seis janelas, porém possui três.

ERRO NA INDICAÇÃO DA PESSOA NÃO ANULA QUANDO A PESSOA PUDER SER IDENTIFICADA: Art. 142. O erro de

indicação da pessoa ou da coisa, a que se referir a declaração de vontade, não viciará o negócio quando, por seu contexto e pelas

circunstâncias, se puder identificar a coisa ou pessoa cogitada.

Exemplo: Marcos indica Maria como beneficiaria de um seguro de vidaem caso de sua morte, quando na verdade, queria indicar Socorro. Se

pelo contexto ou circunstancias se puder indicar Socorro, o negocio

subsiste e não será anulado.

FALSO MOTIVO: Art. 140. O falso motivo só vicia a declaraçãode vontade quando expresso como razão determinante.

Não há obrigatoriedade de indicar o motivo pelo qual estar serealizando o ato/negocio jurídico. Porem, uma vez indicado o motivo,

este devera ser verdadeiro, sob pena de anulabilidade.

TRANSMISSÃO ERRÔNEA DA VONTADE E ANULAVEL: Art. 141. A transmissão errônea da vontade por meios interpostos é anulável

nos mesmos casos em que o é a declaração direta.

A transmissão da vontade pode ocorrer por meio de um representante

ou mandatário que praticará o ato/negócio em nome do representado.Exemplo: o negócio se passa entre “A”e “B”. “Ä” não podendo

comparecer, constitui como seu representante um terceiro “C”. Nesse caso, “C” transmite erroneamente a vontade de “A” para “B”, viciando

o ato/negocio, sendo passível de anulação.

ERRO DE CÁLCULO: Art. 143. O erro de cálculo apenas autoriza

a retificação (correção) da declaração de vontade.

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ART. 143. ERRO DE CÁLCULO: é uma inexatidão material: NÃO

ANULA o NJ, apenas autoriza a retificação (correção). E; comprou 12camisas por R$ 45,00. Pagou R$ 450,00; deve completar o preço de

R$ 90,00.

Art. 144. O erro não prejudica a validade do negócio jurídicoquando a pessoa, a quem a manifestação de vontade se dirige,

se oferecer para executá-la na conformidade da vontade realdo manifestante.

DOLO

Dolo: é o artifício empregado pelo agente para enganar outra pessoa.

O agente emprega artifício para levar alguém a pratica de um ato que

o prejudica, sendo por ele beneficiado ou mesmo beneficiando umterceiro.

* Dolo Bom: empregado para beneficiar o autor do ato, não éANULÁVEL. Quando houver dolo de terceiros, se as partes

contratantes não souberem, o ato jurídico não é anulável.

* Dolo Mal: prejudica o autor do ato, é passível de ANULAÇÃO.

O Dolo Mal pressupõe:

a) prejuízo para o autor do ato;

b) benefício para o autor do dolo ou terceiro

c) Pode ser praticado pelo silêncio. Não se admite invocação do Dolo

para se anular casamento.

ART. 145. ANULÁVEL o NJ = DOLO PRINCIPAL, ESSENCIAL ouSUBSTANCIAL: dá causa ao NJ. O NJ não ia se realizar; só se

realizou porque houve o dolo, induzimento de alguém.

DOLO SUBSTANCIAL (ESSENCIAL): Art. 145. São os negócios

jurídicos anuláveis por dolo, quando este for a sua causa.

DOLO ACIDENTAL: NÃO ANULÁVEL: Art. 146. O dolo acidental só

obriga à satisfação das perdas e danos, e é acidental quando, a

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seu despeito, o negócio seria realizado, embora por outro

modo.

ART. 146. DOLO ACIDENTAL: o NJ se realizou em condições maisonerosas. Note que aqui o NJ iria se realizar, porém se realizou de

modo mais gravoso, oneroso: compra de um carro mais caro do que onormal.

DOLO NEGATIVO ou OMISSÃO DOLOSA: VICIA O NJ e, se vicia, e passível de anulação: Art. 147. Nos negócios jurídicos bilaterais, o

silêncio intencional de uma das partes a respeito de fato ouqualidade que a outra parte haja ignorado, constitui omissão

dolosa, provando-se que sem ela o negócio não se teriacelebrado.

ART. 148. DOLO DE TERCEIRO: ANULA o NJ se a parte a quem

aproveita SOUBER do dolo. Se a parte a quem aproveita o NJproveniente do dolo NÃO SOUBER do dolo, NÃO VICIA O NJ e por

esse motivo NÃO haverá ANULAÇÃO.

Exemplo: o negocio se passa entre “A” e “B”. Porem, um terceiro “C” age com dolo para beneficiar “B”. Se “B” (parte beneficiaria do dolo)

sabia do dolo, o negocio se contamina pelo vicio e pode ser passívelde anulação. Se “B” não sabia do dolo, o negocio subsiste e não será

passível de anulação.

DOLO DE TERCEIRO: Art. 148. Pode também ser anulado o negócio

jurídico por dolo de terceiro, se a parte a quem aproveite dele tivesseou devesse ter conhecimento; em caso contrário, ainda que subsista o

negócio jurídico, o terceiro responderá por todas as perdas e danos da

parte a quem ludibriou.

DOLO DO REPRESENTANTE LEGAL: Art. 149. O dolo do representante legal de uma das partes só obriga o representado

a responder civilmente até a importância do proveito que teve;

se, porém, o dolo for do representante convencional, orepresentado responderá solidariamente com ele por perdas e

danos.

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Não raras vezes, a pessoa não pode comparecer pessoalmente para

praticar o ato /negócio jurídico. Assim, necessita de um representantepara representá-la e exprimir sua vontade.

O representante legal pode ser o pai, a mãe, por exemplo, de um

absolutamente incapaz. Se o representante legal age com dolo, orepresentado responde até a importância (valor $) do proveito ou

vantagem que obteve com o dolo.

DOLO DO RESENTANTE CONVENCIONAL (fruto de acordo:

advogado, procurador, mandatário): ambos, representante erepresentado respondem solidariamente: O representante

convencional é o procurador, mandatário; decorre do acordo devontades entre o representante e o representado. Caso o

representante pratique dolo, tanto este quanto o representadorespondem solidariamente por perdas e danos.

DOLO RECÍPROCO ou DOLO DE AMBOS: Art. 150. Se ambas as partes procederem com dolo, nenhuma pode alegá-lo para

anular o negócio, ou reclamar indenização.

COAÇÃO

Coação: é a pressão psicológica exercida sobre alguém paraobrigá-lo a praticar determinado ato. Para que a coação vicie o ato é

necessário que se incuta medo de dano à pessoa do coagido, à suafamília ou a seus bens e que o dano objeto da ameaça seja

providência física ou moral.

COAÇÃO: ART. 151:

Temor justificado: ameaça Dano iminente: dano para atingir pessoa, família

Dano grave e sério: ameaça deve ser grave e capaz de assustar.

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A doutrina é quem divide a coação física (ou absoluta ou vis

absoluta) e em psicológica (ou relativa ou vis relativa).

A coação física é a que priva um dos contratantes completamente:

alguém coloca a arma na cabeça de outrem e manda assinar ocontrato. Há nulidade absoluta.

A coação psicológica é a ameaça de um contratante ao outro. Na

coação psicológica o coator deixa a opção para o coagido de ceder ounão a ameaça. Exemplo: um dos contraentes ameaça falar um

segredo do outro, que se sente coagido em ceder ou não a ameaça.

Mas cuidado! Para qualquer questão genérica que afirme quea coação torna anulável o ato/negócio jurídico, essa questão éverdadeira, correta!

A coação para tornar o ato/negócio jurídico NULO, a questão devemencionar expressamente a expressão “coação física ou vis absoluta”.

COAÇÃO PARA ANULAR: Art. 151. A coação, para viciar adeclaração da vontade, há de ser tal que incuta ao paciente

fundado temor de dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família, ou aos seus bens.

Parágrafo único. Se disser respeito a pessoa não pertencente à famíliado paciente, o juiz, com base nas circunstâncias, decidirá se houve

coação.

COAÇÃO

Física ou Vis absoluta = NJ NULO

Psicológica ou Vis relativa = NJ ANULÁVEL

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Art. 152. No apreciar a coação, ter-se-ão em conta o sexo, a idade, a

condição, a saúde, o temperamento do paciente e todas as demaiscircunstâncias que possam influir na gravidade dela.

EXCLUDENTE DA COAÇÃO: Art. 153. Não se considera coação aameaça do exercício normal de um direito, nem o simples temor

reverencial = EXCLUI A COAÇÃO = NÃO HÁ VÍCIO = NÃO ANULA.

ART. 153. EXCLUSÃO DA COAÇÃO: não se considera coação:

Ameaça do exercício normal de um direito - Ex: sevocê não pagar vou protestar o título.

Simples temor reverencial: ameaça de pai para queo filho obedeça.

ART. 154. COAÇÃO DE TERCEIRO: ANULA O NJ SE A PARTE A

QUEM APROVEITA O NJ ESTIVER EM COLUIU, CUMPLICIDADE COMO COATOR.

COAÇÃO DE TERCEIRO: Art. 154. Vicia o negócio jurídico a coaçãoexercida por terceiro, se dela tivesse ou devesse terconhecimento a parte a que aproveite, e esta responderá

solidariamente com aquele por perdas e danos.

COAÇÃO DE TERCEIRO: Art. 155. Subsistirá o negócio jurídico, se a

coação decorrer de terceiro, sem que a parte a que aproveite delativesse ou devesse ter conhecimento; mas o autor da coação

responderá por todas as perdas e danos que houver causado aocoacto = NÃO VICIA = NÃO ANULA.

ESTADO DE PERIGO

Art. 156. Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da

necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave danoconhecido pela outra parte, assume obrigação excessivamente

onerosa.

ESTADO DE PERIGO: ART. 156 – ANULA. ELEMENTOS (cumulativos):

SALVAMENTO: alguém quer se salvar

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GRAVE DANO

CONHECIDO DA OUTRA PARTE

ASSUME OBRIGAÇÃO EXCESSIVAMENTE ONEROSA.

Ex: pai que tem o filho sequestrado e o bandido pede R$ 100 mil de resgate. O

amigo sabendo oferece joias que valem R$ 50 mil por R$ 100 mil.

Parágrafo único. Tratando-se de pessoa não pertencente à família dodeclarante, o juiz decidirá segundo as circunstâncias.

Note que no estado de perigo há uma necessidade de SALVAMENTO, enquanto

que na lesão, há uma inexperiência ou necessidade, mas por exclusão toda e

qualquer necessidade que NÃO SEJA DE SALVAMENTO poderá configurar lesão.

Os requisitos para a configuração do estado de perigo devem serCUMULATIVOS; se faltar um dos elementos/requisitos NÃO SE TRATA DE

ESTADO DE PERIGO.

O ESTADO DE PERIGO, por exemplo, é aquele que se configura num naufrágio,em que havendo a necessidade de salvamento, uma das pessoas em alto mar

possui dois botes de salvamento e oferece um bote a outrem pedindo em trocauma quantia exorbitante. No estado de perigo é NECESSARIO QUE UMA DAS

PARTES SAIBA DO GRAVE DANO DA OUTRA; O GRAVO DANO DE UM DELESDEVE SER CONHECIDO DO OUTRO.

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LESÃO

Lesão: é quando uma pessoa obtém um lucro exagerado se aproveitando da

imaturidade / necessidade / inexperiência de alguém. Ex.: agiotagem

Lucro exagerado - é considerado quando o valor de venda atinge 5 x o valorde mercado ou quando o valor de compra atinge 1/5 do valor de mercado.

A Lesão possui dois elementos:

Elemento objetivo: lucro exagerado; e

Elemento subjetivo: imaturidade, necessidade, inexperiência.

Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, oupor inexperiência, se obriga a prestação manifestamente

desproporcional ao valor da prestação oposta.

LESÃO: ART. 157 – ANULA. É o abuso, é a usura, quando há cláusulasleoninas, por exemplo num contrato 9negócio jurídico).

Um dos contratantes está em posição de inferioridade.

Alguém por INEXPERIÊNCIA ou NECESSIDADE celebra negócio jurídico

extremamente desfavorável; assume obrigação MANIFESTAMENTEDESPROPORCIONAL.

Ex: inquilino em vias de ser despejado, premido da necessidade de abrigar sua

família, realiza contrato de valor bem acima do mercado. Se tivesse condiçõese meditar jamais teria realizado.

§ 1o Aprecia-se a desproporção das prestações segundo os valores vigentes ao

tempo em que foi celebrado o negócio jurídico.

§ 2o Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento

suficiente, ou se a parte favorecida concordar com a redução do proveito.

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FRAUDE CONTRA CREDORES

Fraude contra Credores: é a manobra ardilosa para prejudicar

terceiros. É caracterizada pela ma-fé. É a venda, o desfalque pelo devedor oupelo devedor aliado a terceiro do seu patrimônio em prejuízo dos credores,

com finalidade, a intenção de prejudicar seus credores. Ocorre quando odevedor atinge um estado de insolvência (aumento de dívidas com

consequente diminuição do patrimônio).

A fraude contra credores possui dois elementos:

Elemento Objetivo = (eventus damni) = dano, prejuízo; e

Elemento Subjetivo = (consolium fraudis) = conluio (acordo).

A fraude contra credores pode ser objeto de ação anulatória, tambémchamada Ação Pauliana.

AÇÃO PAULIANA ou REVOCATÓRIA: É a ação apropriada para anular os

atos lesivos aos direitos dos credores. A dilapidação do patrimônio do devedorjá insolvente (embora não saiba) ardilosamente arquitetada de forma que não

lhe reste bens suficientes para saldar suas dívidas é considerada fraude contracredores. O credor que não possua uma garantia real, privilegiada, conta

exclusivamente com os bens do devedor para ver seu crédito satisfeito.

Art. 161. A ação, nos casos dos arts. 158 e 159, poderá ser intentadacontra o devedor insolvente, a pessoa que com ele celebrou a

estipulação considerada fraudulenta, ou terceiros adquirentes que

hajam procedido de má-fé.

A AÇÃO PAULIANA para anular o negócio jurídico pode ser proposta contra odevedor, contra terceiros adquirentes ou contra qualquer pessoa que tenham

celebrado negócio fraudulento com o devedor.

Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão dedívida, se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à

insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anulados peloscredores quirografários, como lesivos dos seus direitos.

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FRAUDE CONTRA CREDORES: prática maliciosa, pelo devedor, de atos quedesfalcam seu patrimônio, com a finalidade de fraudar credores. Objetivos: Ato

com a finalidade de frustrar pagamento devido ou tendentes a violar aigualdade entre os credores.

ART. 158:

1) Atos a título gratuito: doação, renúncia à herança, remissão (perdão) dedívidas que o devedor já estando insolvente.

2) Atos título oneroso (159): venda realizada entre parentes próximos porpreço vil.

3) Pagamento antecipado de dívidas: paga dívida ainda não vencida, por

exemplo, quando o credor é um amigo, fraudando os demais que têmdívidas já vencidas.

§ 1o Igual direito assiste aos credores cuja garantia se tornar insuficiente.

§ 2o Só os credores que já o eram ao tempo daqueles atos podem pleitear a

anulação deles.

CONTRATOS ONEROSOS ANULAVEIS: Art. 159. Serão igualmente

anuláveis os contratos onerosos do devedor insolvente, quando ainsolvência for notória, ou houver motivo para ser conhecida do outro

contratante.

ART. 159. Contrato oneroso:

A ---------------------- B Vendedor Comprador: Caso ignore a insolvência: NÃO

anula

Art. 160. Se o adquirente (comprador) dos bens do devedor insolvente

ainda não tiver pago o preço e este for, aproximadamente, o corrente,desobrigar-se-á depositando-o em juízo, com a citação de todos os

interessados.

Pelo art. 160, o comprador cumpre sua obrigação (pagamento) depositando ovalor do bem em juízo e requerendo a citação de todos os outros credores.

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Caso o comprador valor deposite o valor a menor, para conservar o bem

deverá complementar o pagamento do mesmo.

Parágrafo único. Se inferior, o adquirente, para conservar os bens, poderádepositar o preço que lhes corresponda ao valor real.

CREDOR QUIROGRAFÁRIO: Art. 162. O credor quirografário, que

receber do devedor insolvente o pagamento da dívida ainda nãovencida, ficará obrigado a repor, em proveito do acervo sobre que se

tenha de efetuar o concurso de credores, aquilo que recebeu.

Credor quirografário é o credor que não possui direito real de garantia (não é

um credor hipotecário); seus créditos decorrem das relações obrigacionais:cheques, duplicatas. O crédito do credor hipotecário decorre de, por exemplo,

uma hipoteca constituída pelo seu devedor. O devedor pede um empréstimo e

dá em garantia (hipoteca) um bem imóvel. Caso não venha a pagar oempréstimo, o credor vende o bem dado em garantia e satisfaz seu credito.

Pois bem! O crédito hipotecário (credito com garantia real) tem preferência,assim como o crédito tributário e os créditos decorrentes de acidente de

trabalho e legislação trabalhista.

Art. 162.

(credores)

A (devedor) --------------------------- B C D

O devedor A paga ao B, prejudicando C e D. B se obriga a devolver o valor.

GARANTIAS DE DÍVIDAS: Art. 163. Presumem-se fraudatórias dos direitos

dos outros credores as garantias de dívidas que o devedor insolvente tiver

dado a algum credor.

Art. 164. Presumem-se, porém, de boa-fé e valem os negócios ordináriosindispensáveis à manutenção de estabelecimento mercantil, rural, ou

industrial, ou à subsistência do devedor e de sua família.

Art. 165. Anulados os negócios fraudulentos, a vantagem resultante reverterá

em proveito do acervo sobre que se tenha de efetuar o concurso de credores.

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Parágrafo único. Se esses negócios tinham por único objeto atribuir direitospreferenciais, mediante hipoteca, penhor ou anticrese, sua invalidade

importará somente na anulação da preferência ajustada.

SIMULAÇÃO

Simulação: é a declaração enganosa da vontade, visando obterresultado diverso do que aparece, para iludir terceiros ou burlar a lei.

Simular significa fingir. É aparência do que não existe. Dissimular, aocontrário, significa encobrir a verdade. Veja que na dissimulação há um

fato verdadeiro, real, há uma verdade que é encoberta. Já na simulação

declara-se o que não existe. Na simulação as partes dão uma aparência aonegócio jurídico.

A simulação consiste em: um acordo entre as partes do negócio jurídico em

declarar para um terceiro um negócio aparente, cujos efeitos não sãodesejados pelas partes. O propósito é de enganar o terceiro com objetivo de

causar prejuízo a terceiro ou fraudar a lei.

A Simulação não será um defeito do ato jurídico se não houver prejuízo a alguém ou violação da lei.

Só terceiros lesados pela simulação é que podem demandar a nulidade dos

atos simulados. Ex.: um indivíduo faz contrato de compra e venda objetivando,na verdade, fazer uma doação. Suponhamos que um dos cônjuges simule um

contrato de venda de um apartamento com uma pessoa, que, na verdade é

sua amante. Trata-se de doação disfarçada de compra e venda.

Na simulação há um desacordo entre a vontade declarada e a vontade internae não manifestada.

SIMULAÇÃO – ART. 167 – NJ NULO. Declaração enganosa da vontade

visando obter resultado diverso; cria uma aparência de direito para iludir ouviolar a lei. As duas partes estão combinadas com intenção de prejudicar

terceiro ou violar a lei. Ex: marido vende bem para a amante, prejudicandoseu cônjuge. Claro que não é contrato de compra e venda, mas doação.

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Espécies:

SIMULAÇÃO ABSOLUTA: A declaração aparente NÃO VISA A PRODUZIR

QUALQUER EFEITO JURÍDICO.

SIMULAÇÃO RELATIVA: as partes VISAM PRODUZIR EFEITOS DIVERSOS,DIFERENTES. As partes t6em a intenção de gerar efeitos jurídicos, mas não os

efeitos que vieram a declarar, mas outros. Ë o caso da venda do apartamentodo marido para a amante, que no caso é doação.

SIMULAÇÃO MALICIOSA: NÃO visam prejudicar terceiros ou causar danos

ou violar a lei. Visam tão somente ocultar (esconder) de terceiros a verdadeiranatureza do negócio jurídico.

SIMULAÇÃO INOCENTE: as partes visam prejudicar terceiros ou violar a lei.

Lembre que a simulação é o único defeito ou vício do negócio jurídico que ocontamina de vício insanável, tornando-o NULO DE PLENO DIREITO. Todos os

outros vícios ou defeitos tornam o ato/negócio anulável. Mas lembre dacoação: se na questão vier expressa “coação física ou absoluta ou vis

absoluta”, atribuindo a esta espécie de coação a nulidade absoluta, a questão (item) está verdadeiro, correto. Do contrário, para toda e qualquer questão

genérica que afirme que a coação torna o negócio anulável, a questão estáverdadeira.

Poderão demandar a nulidade dos atos SIMULADOS: os terceiros lesados

pela simulação e os representantes do poder público.

A simulação está disciplinada no art. 167 do Código Civil. O artigo contém

duas regras. Vamos estudá-las por partes:

Primeira regra:

Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que sedissimulou, se válido for na substância e na forma.

Até aqui tudo bem! Dois ou mais sujeitos, em coluio (combinados) simulam um

contrato.

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Segunda regra:

Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se

dissimulou, se válido for na substância e na forma.

Veja o desenho:

ART. 167.

NJ simulado NJ NULO

DISSIMULAÇÃO: (oculta o que é verdadeiro): que o

terreno alaga. A dissimulação subsiste, permanece, é válida.

As partes realizaram um negócio de compra e venda de um terreno emdeterminada circunstância que o torna simulado. Além disso, mente, esconde a

verdade (dissimula) ao dizer para o comprador que o terreno não alaga (estánuma determinada região não passível de alagamento). O fato de o negócio

ser nulo devido a simulação sempre vai subsistir a dissimulação (terreno quealaga devido a estar localizado numa zona baixa que o nível normal). O fato do

negócio ser nulo devido a simulação, a parte dissimulada subsiste.

Art. 167. § 1o Haverá simulação nos negócios jurídicos quando:

I - aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às

quais realmente se conferem, ou transmitem;

II - contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira;

III - os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados.

§ 2o Ressalvam-se os direitos de terceiros de boa-fé em face dos contraentesdo negócio jurídico simulado.

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RESERVA MENTAL ou SIMULAÇÃO INOCENTE

A simulação é diferente da Reserva Mental: nesta as partes não estãocombinadas.

A regra decorre um dos contratantes não pode saber o que se passa na mente

do outro. Se “a” faz uma declaração, mas mentalmente faz a reserva de não querer o que declara, o negócio é válido, subsiste, salvo se “b” sabia dessa

reserva mental.

ELEMENTOS ESSENCIAIS E ACIDENTAIS

DO NEGÓCIO JURÍDICO

ELEMENTOS ESSENCIAIS:

CAPACIDADE DO AGENTE, OBJETO LÍCITO e CONSENTIMENTO

O negócio jurídico apresenta elementos essenciais (constitutivos),

obrigatórios para sua Constituição.

Os elementos constitutivos abrangem: os elementos essenciais,

imprescindíveis à existência do ato negocial, pois forma sua substância,

podem ser gerais e particulares; os naturais, que são efeitos decorrentes

do negócio jurídico, sem que seja necessário qualquer menção expressa,

pois a própria norma jurídica já lhe determina quais são essas

consequências jurídicas.

Capacidade do agente: se todo negócio jurídico pressupõe uma declaração

de vontade, a capacidade do agente é indispensável à sua participação

válida na seara jurídica; a capacidade especial ou legitimação distingue-se

Regra: Art. 110. A manifestação de vontade subsiste (não vicia, não anula)ainda que o seu autor haja feito a reserva mental de não querer o quemanifestou, Exceção: salvo se dela o destinatário tinha conhecimento.

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da capacidade geral das partes, para a validez do negócio jurídico, pois para

que ele seja perfeito não basta que o agente seja plenamente capaz; é

imprescindível que seja parte legítima, isto é, tenha competência para

praticá-lo, dada a sua posição em relação a certos interesses jurídicos; sua

falta pode tornar o negócio nulo ou anulável; a legitimação depende da

particular relação do sujeito com o objeto do ato negocial.

Objeto lícito e possível: para que o negócio se repute perfeito e válido

deverá versar sobre objeto lícito, conforme a lei; além de lícito deve ser

possível, física ou juridicamente, o objeto do ato negocial.

Consentimento: é vontade, a anuência válida do sujeito a respeito do

entabulamento de uma relação jurídica sobre determinado objeto; pode ser

ele expresso ou tácito desde que o negócio, por sua natureza ou disposição

legal, não exija forma expressa.

ELEMENTOS ACIDENTAIS OU CLÁUSULAS ACESÓRIAS:

CONDIÇÃO, TERMO e ENCARGO

Os elementos acidentais são estipulações ou cláusulas acessórias que as

partes podem adicionar em seus negócios para modificar uma ou algumas

de suas consequências naturais, dos quais são exemplos: a condição, o

termo e o modo ou encargo.

São facultativos, opicionais no sentido de que, não há obrigatoriedade de

inseri-los no contrato; o negócio jurídico pode sobreviver sem eles.

Porém, uma vez inseridos no negócio, ficam indissociavelmente ligados a

ele.

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A condição, o termo e o encargo são cláusulas acessórias aos negóciosjurídicos. Como assim, cláusulas acessórias? Acessórias, porque não são

cláusulas principais, ou seja, o negócio jurídico pode ou não contemplá-las.Elas são tratadas a partir do art. 121 do Código Civil.

CONDIÇÃO

CONDIÇÃO: Art. 121. Considera-se condição a cláusula que, derivando

exclusivamente da vontade das partes, subordina o efeito do negócio jurídico aevento futuro e incerto.

Está claro que a condição é uma cláusula. E essa cláusula (condição) subordinao efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto. Como assim? Vamos

entender o que significa esse “efeito”. Os efeitos do negócio jurídico podemser: a) eficácia e b) ineficácia.

EFICÁCIA = tornar-se eficaz = produzirefeito

INEFICÁCIA = tornar-se ineficaz = pararde produzir efeitos

Se, o negócio jurídico contemplar uma condição, o efeito (eficácia ouineficácia) do negócio jurídico fica subordinado a um evento futuro e

incerto. Ou seja, somente quando o evento futuro e incerto ocorrer, o negócio

jurídico vai produzir efeito (que pode ser eficácia ou ineficácia).

A condição se subdivide em: a) CONDIÇÃO SUSPENSIVA e b) CONDIÇÃORESOLUTIVA.

CONDIÇÃO SUSPENSIVA CONDIÇÃO RESOLUTIVA

Subordina a eficácia do negócio jurídico a um evento futuro e incerto

Subordina a ineficácia do negócio jurídicoa um evento futuro e incerto

EFEITO

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A) CONDIÇÃO SUSPENSIVA: o negócio jurídico SÓ se torna EFICAZ (só

produz efeito) se ocorrer o evento futuro e incerto. Exemplo: o pairealiza um negócio jurídico com o filho, uma doação. Caso o filho seja

aprovado no vestibular para o curso de Direito, recebe o carro. Pronto,está posta a condição no negócio jurídico! Nesse caso, a condição

suspensiva, como o próprio nome diz, SUSPENDE TUDO: a aquisiçãodo carro, bem como o exercício (dirigir o carro) ficam suspensos, até

que o evento futuro e incerto (passar no vestibular) venha a ocorrer.SUSPENDE A AQUISIÇÃO E O EXERCÍCIO DO DIREITO.

B) CONDIÇÃO RESOLUTIVA: o negócio jurídico se torna EFICAZ (produz

efeito) imediatamente com a realização do negócio jurídico. Quandoocorrer o evento futuro e incerto, o negócio jurídico se torna

INEFICAZ (pára de produzir os efeitos). Exemplo: um sobrinho realizaum negócio jurídico (empréstimo) com seu tio, nesses moldes: tio

empresta seu apartamento (em outra cidade) ao sobrinho que foi láaprovado no vestibular de medicina e não tem aonde morar; a condição

é que no momento em que “colar grau” (evento futuro e incerto), devolverá o imóvel. Note que o sobrinho imediatamente inicia sua

moradia no imóvel. Isso porque a condição resolutiva NÃO SUSPENDENADA! Não suspende a aquisição nem o exercício do direito.

Condição Suspensiva Condição Resolutiva

Subordina a eficácia do negócio jurídico a um evento futuro e incerto

Subordina a ineficácia do negócio jurídicoa um evento futuro e incerto

SUSPENDE TUDO: SUSPENDE AAQUISIÇÃO E O EXERCÍCIO DO DIREITO

NÃO SUSPENDE NADA! Não suspende aaquisição nem o exercício do direito

Art. 125. Subordinando-se a eficácia do negócio jurídico à condiçãosuspensiva, enquanto esta se não verificar, não se terá adquirido o direito, a

que ele visa.

Condição Suspensiva – art. 125: subordina a EFICÁCIA (EFEITO) do

negócio jurídico a em evento futuro e incerto. A eficácia do NJ fica SUSPENSA,PENDENTE. O NJ NÃO produz efeito até que a condição se realiza:

SUSPENDE A AQUISICÃO E O EXERCÍCIO DO DIREITO

Condição se realiza:

NJ produz efeito

Ex: se (condição) você passar no vestibular para Direito (evento futuro e

incerto) te dou um carro.

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Art. 126. Se alguém dispuser de uma coisa sob condição suspensiva, e,

pendente esta, fizer quanto àquela novas disposições, estas não terão valor,realizada a condição, se com ela forem incompatíveis.

Art. 127. Se for resolutiva a condição, enquanto esta se não realizar, vigorará onegócio jurídico, podendo exercer-se desde a conclusão deste o direito por ele

estabelecido.

Condição Resolutiva – art. 127: Subordina a INEFICÁCIA do NJ a um evento

futuro e incerto. ENQUANTO a condição não se realizar, o NJ é EFICAZ(PRODUZ TODOS OS EFEITOS).

Produz Condição se realiza

NJ efeito NJ ineficaz

NÃO SUSPENDE A AQUISIÇÃO E NEM O EXERCÍCIO DO DIREITO

Ex: Enquanto não colar grau na faculdade de medicina (evento futuro e

incerto) te empresto meu apartamento para morar.

Art. 128. Sobrevindo a condição resolutiva, extingue-se, para todos os efeitos,o direito a que ela se opõe; mas, se aposta a um negócio de execução

continuada ou periódica, a sua realização, salvo disposição em contrário, nãotem eficácia quanto aos atos já praticados, desde que compatíveis com a

natureza da condição pendente e conforme aos ditames de boa-fé.

Art. 130. Ao titular do direito eventual, nos casos de condição suspensiva ou

resolutiva, é permitido praticar os atos destinados a conservá-lo.

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TERMO

TERMO: Termo é a cláusula que subordina os efeitos do ato negocial a um

acontecimento futuro e certo. Termo inicial. O termo inicial (dies a quo, exdie), dilatório ou suspensivo é o que fixa o momento em que a eficácia do

negócio deve ter início, retardando o exercício do direito. Assim sendo, odireito a termo será tido como adquirido.

Art. 131. O termo inicial suspende o exercício, mas não a aquisição dodireito. O termo inicial é um evento futuro e CERTO que condiciona o início

dos efeitos do negócio jurídico.

NJ Termo inicial

NÃO SUSPENDE A AQUISIÇÃO DO DIREITO SUSPENDE O EXERCÍCIO DO DIREITO

Vamos agora tomar como exemplo a compra de um veículo em uma

concessionária. O financiamento é aprovado, o comprador paga um sinal

(aquisição), mas o veículo na cor preta só será entregue do dia 20 do mêsseguinte a data da compra (termo inicial para o exercício ao direito).

O TERMO NÃO SUSPENDE A AQUISIÇÃO; SUSPENDE O EXERCÍCIO AO

DIREITO. Nesse caso, o carro foi adquirido, porém o sujeito só vai exercitar o

seu direito de dirigir, usar o veículo no dia 20 do mês seguinte.

A eficácia de um negócio jurídico pode ser fixada no tempo. Determinam as

partes ou fixa o agente quando a eficácia do ato começará e terminará. Essedia do início e do fim da eficácia do negócio chama-se termo, que pode ser

inicial ou final.

Denomina-se termo inicial (ou suspensivo ou dies a quo) aquele a partir do

qual se pode exercer o direito; é termo final (ou extintivo ou dies ad quem)

aquele no qual termina a produção de efeitos do negócio jurídico.

O termo inicial suspende a eficácia de um negócio até sua ocorrência,

enquanto o termo final resolve seus efeitos. É semelhante à condição.

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O mesmo sentido, de forma mais técnica, faz-se presente no CC:

"Ao termo inicial e final aplicam-se, no que couber, as disposições relativas àcondição suspensiva e resolutiva" (art. 135).

O termo, porém, é modalidade do negócio jurídico que tem por finalidade

suspender a execução ou o efeito de uma obrigação, até um momentodeterminado, ou o advento de um evento futuro e certo. Aí reside a diferença

entre o termo e a condição.

Na condição, tem-se em mira evento futuro e incerto; no termo, considera-seevento futuro e certo.

Tanto que, na condição, o implemento desta pode falhar e o direito nunca vir ase consubstanciar; o termo é inexorável e sempre ocorrerá.

No termo, o direito é futuro, mas deferido, porque não impede sua aquisição,

cuja eficácia é apenas suspensa.

Como a compreensão de condição é muito próxima da compreensão de termo,ao titular do direito a termo, a exemplo do direito condicional, permite-se a

prática de atos conservatórios, de acordo com o art. 130. E no termo, commaior razão, pois o titular de direito condicional possui apenas direito eventual,

o titular de direito a termo possui direito deferido, apesar de futuro.

O termo pode derivar da vontade das partes (termo propriamente dito ou

termo convencional), decorrer de disposição legal (termo de direito) ou de

decisão judicial (termo judicial).

Na condição, enquanto não se verificar seu implemento, não se adquire o

direito a que o ato visa (art. 125; antigo, art. 118); no termo inicial, pelocontrário, não se impede a aquisição do direito, mas se retarda seu exercício

(art. 131; antigo, artigo 123). O termo, portanto, aposto a negócio jurídico, indica o momento a partir do

qual seu exercício inicia-se ou extingue-se.

Há atos, contudo, que não admitem a aposição de termo. Tal não é possível

quando o direito for incompatível com o termo, dada sua natureza, bem comonos casos expressos em lei. Há incompatibilidade nos direitos de personalidade

puros, nas relações de família e nos direitos que por sua própria natureza

requerem execução imediata. Ninguém pode fazer adoção ou reconhecer filhosubordinando tais atos a termo, por exemplo.

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É regra geral de interpretação que a aposição do termo seja feita em benefícioda pessoa obrigada, salvo prescrição legal ou estipulação em contrário. É regra

também encontrada no Código, no art. 133.

Prazo: O prazo é o lapso de tempo decorrido entre a declaração de vontade e

a superveniência do termo. O prazo é também o tempo que medeia entre otermo inicial e o termo final. Não se confunde, portanto, com o termo.

O termo é o limite, quer inicial, quer final, aposto ao prazo. É o tempo que

decorre entre o ato jurídico e o início do exercício ou o fim do direito que deleresulta.

Diz-se que o prazo é certo se o ato é a termo certo, e prazo incerto se o ato éa termo incerto.

O art. 132 traça as disposições sobre a contagem dos prazos: "Salvo

disposição legal ou convencional em contrário, computam-se os prazos,excluindo o dia do começo, e incluindo o do vencimento.

§ 1o Se o dia do vencimento cair em feriado, considerar-se-á prorrogado o

prazo até o seguinte dia útil.

§ 2o Meado considera-se, em qualquer mês, o seu décimo quinto dia.

§ 3o Os prazos de meses e anos expiram no dia de igual número do de início,ou no imediato, se faltar exata correspondência.

§ 4o Os prazos fixados por hora contar-se-ão de minuto a minuto."

O art. 133 prescreve que, "nos testamentos, presume-se o prazo em favor doherdeiro, e, nos contratos, em proveito do devedor, salvo quanto a esses, se

do teor do instrumento, ou das circunstâncias, resultar que se estabeleceu abenefício do credor, ou de ambos os contratantes".

Nos testamentos, o herdeiro tem a contagem de prazo a seu favor, preferindoao legatário.

A preferência do prazo em favor do devedor é que, no silêncio do contrato e na

dúvida, deve ser beneficiado, em detrimento do credor, pois o primeiro devecumprir a obrigação e está geralmente em situação de inferioridade.

Estabelece o art. 134: "Os negócios jurídicos entre vivos, sem prazo, sãoexequíveis desde logo, salvo se a execução tiver de ser feita em lugar diverso

ou depender de tempo".

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Como regra geral, as partes fixam prazo dentro do qual deve ser cumprida aobrigação.

O credor não pode exigir o cumprimento antes do termo. Ainda que não haja

fixação de prazo, há certas obrigações que, por sua natureza, só podem sercumpridas dentro de certo lapso de tempo, como é o caso do empréstimo, por

exemplo.

Porém, quando a obrigação permite e os contraentes não fixam prazo, aobrigação é exequível desde logo, com as ressalvas da lei, ou seja, se a

execução tiver de ser feita em lugar diverso ou depender de tempo.

Se se tratar de empréstimo, é óbvio que o credor não pode exigir

imediatamente a devolução da coisa emprestada, assim também naempreitada, no contrato de fornecimento etc.

A expressão “desde logo” do art. 134 não deve ser entendida ao pé da letra:

temos que entender que o negócio jurídico deve ser realizado em temporazoável, ainda que exequível desde logo, isto é, deve haver prazo razoável

para que o ato seja realizado. Não havemos de dar rigor excessivo à regra aíestabelecida.

ENCARGO/MODO

ENCARGO/MODO: cláusula acessória à liberalidade (doação), pela qual se

impõe um ônus, uma obrigação, a ser cumprida pelo beneficiário. Gera direitoadquirido a seu destinatário, que já pode exercer o seu direito, ainda que

pendente o cumprimento da obrigação que lhe fora imposta.

Vamos tomar como exemplo uma pessoa (doador) que faz uma doação de um

imóvel (terreno) a uma Prefeitura, mas com o encargo (obrigação, ônus) deconstruir uma escola para crianças carentes, um hospital, ou um asilo para

velhinhos, ou o que quer que seja.

O encargo impõe sempre uma obrigação ao beneficiário da doação. Noencargo, o beneficiário adquire imediatamente a doação. O ENCARGO NÃO

SUSPENDE A AQUISIÇÃO NEM O EXERCÍCIO DO DIREITO (regra):

Art. 136. O encargo não suspende a aquisição nem o exercício do

direito, salvo quando expressamente imposto no negócio jurídico, pelodisponente, como condição suspensiva.

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Caso o doador venha a doar o terreno como condição suspensiva, SUSPENDE-

SE A AQUISIÇÃO, bem como o EXERCICIO DO DIREITO até que o beneficiário(Prefeitura) venha a construir a escola, ou hospital, enfim que cumprir a

obrigação.

TABELA – DECORAR

CONDIÇÃO TERMO ENCARGO/MODO

Evento futuro eINCERTO

Evento futuro e CERTO Cláusula acessória àliberalidade com atribuição de um ônus,uma obrigação aobeneficiário.

SUSPENSIVA:Subordina a eficáciado negócio jurídico aum evento futuro eincerto

Termo é a cláusulaque subordina osefeitos do ato negocial a umacontecimento futuroe certo

Encargo, por exemplo, éuma doação.

SUSPENSIVA:SUSPENDE TUDO: SUSPENDE AAQUISIÇÃO E OEXERCÍCIO DO DIREITO

NÃO SUSPENDE AAQUISIÇÃO SUSPENDE OEXERCÍCIO

NÃO SUSPENDENADA: NÃO SUSPENDE AAQUISIÇÃO NEM OEXERCÍCIO DO DIREITO (salvo quandodisposta como condiçãosuspensiva)

RESOLUTIVA:Subordina a ineficáciado negócio jurídico aum evento futuro eincerto

NÃO SUSPENDENADA! Não suspendea aquisição nem o exercício do direito

O encargo ou modo é restrição imposta ao beneficiário de liberalidade. Trata-se de ônus que diminui a extensão da liberalidade.

Assim, faço doação a instituição, impondo-lhe o encargo de prestar

determinada assistência a necessitados; doa casa a alguém, impondo aodonatário obrigação de residir no imóvel; faço legado de determinada quantia

a alguém, impondo-lhe o dever de construir monumento em minha

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homenagem; faço doação de área a determinada Prefeitura, com encargo de

ela colocar, em uma da vias públicas, meu nome etc.

Geralmente, o encargo é aposto às doações; porém, a restrição é possível emqualquer ato de índole gratuita, como nos testamentos, na cessão não

onerosa, na promessa de recompensa, na renúncia e, em geral, nas obrigaçõesdecorrentes de declaração unilateral de vontade.

O encargo apresenta-se como restrição à liberdade, quer estabelecendo uma

finalidade ao objeto do negócio, quer impondo uma obrigação ao favorecido,em benefício do instituidor ou de terceiro, ou mesmo da coletividade.

Não deve, porém, o encargo se configurar em contraprestação; não pode ser

visto como contrapartida ao benefício concedido. Se houver contraprestação

típica, a avença deixa de ser liberal para ser onerosa, não se configurando oencargo.

Condições Lícitas e Ilícitas

São ilícitas todas que atentarem contra proibição expressa ou virtualdo ordenamento jurídico. Tem-se que verificar no caso de condição ilícita o

fim ilícito da condição, pois uma condição nesse aspecto sempre pode ser

realizada pela vontade da pessoa a quem se dirige.

Condições ilícitas: são as condições imorais e as ilegais. São imorais asque, no geral, atentam contra a moral e os bons costumes. São dessa

natureza as que vão contra o direito de liberdade das pessoas, seus princípiosreligiosos, sua honestidade e retidão de caráter. São ilegais as que incitam o

agente à prática de atos proibidos por lei ou a não praticar os que a lei manda.Não pode ser admitida, portanto, a condição de alguém se entregar à

prostituição ou transgredir alguma norma penal.

Art. 122. São lícitas, em geral, todas as condições não

contrárias à lei, à ordem pública ou aos bons costumes;entre as condições defesas (proibidas) se incluem as que

privarem de todo efeito o negócio jurídico, ou o sujeitarem aopuro arbítrio de uma das partes.

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Condição Potestativa

A segunda parte do artigo trata das condições potestativas. A condição

potestativa é a que depende da vontade de um dos contraentes. Uma daspartes pode provocar ou impedir sua ocorrência. A ela contrapõe-se a condição

causal, a que depende do acaso, não estando, de qualquer modo, no poder dedecisão dos contraentes.

Nem todas as condições potestativas são ilícitas. Só aquelas em que a eficáciado negócio fica exclusivamente ao arbítrio de uma das partes, sem a

interferência de qualquer fator externo. Por essa razão, CC inseriu a expressão"puro arbítrio" na dicção legal mencionada. Distinguem-se, então, as

condições potestativas simples das condições puramente potestativas.

CONDIÇÃO POTESTATIVA SIMPLES: Nas primeiras, não há apenas vontadedo interessado, mas também interferência de fato exterior. Assim serão, por

exemplo, as condições "se eu me casar", "se eu viajar para a europa", "se euvender minha casa".

CONDIÇÃO PURAMENTE POTESTATIVA: A condição puramente potestativadepende apenas e exclusivamente da vontade do interessado: "se eu quiser",

"se eu puder", "se eu entender conveniente", "se eu assim decidir" e

equivalentes. A proibição do art. 122 refere-se tão-só às condições puramentepotestativas. Puro arbítrio de uma das partes.

Embora não seja muito comum, a jurisprudência tem registrado a ocorrência

de condições potestativas: "É condição puramente potestativa cláusula que,em contrato de mútuo, dê ao credor poder unilateral de provocar o vencimento

antecipado da dívida, diante da simples circunstância de romper-se o vínculoempregatício entre as partes".

Art. 122. São lícitas, em geral, todas as condições não

contrárias à lei, à ordem pública ou aos bons costumes; entreas condições defesas (proibidas) se incluem as que

privarem de todo efeito o negócio jurídico, ou osujeitarem ao puro arbítrio de uma das partes.

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CONDIÇÕES QUE INVALIDAM O NEGÓCIO JURÍDICO

Art. 123. Invalidam os negócios jurídicos que lhes são subordinados:

I - as condições física ou juridicamente impossíveis, quando suspensivas;

II - as condições ilícitas, ou de fazer coisa ilícita;

III - as condições incompreensíveis ou contraditórias.

CUIDADO COM OS ARTIGOS 123, 124 e 137:

Art. 123. INVALIDAM O NEGÓCIO JURÍDICO as CONDIÇÕESIMPOSSÍVEIS SUSPENSIVAS.

Negócio Jurídico

Condição suspensiva

(impossível)

Note que quando um NJ possui uma condição suspensiva impossível (te douum carro se você me der todas as estrelas do céu) TODO O NJ Ë INVÁLIDO.

O CC especifica que essa nulidade ocorre apenas se a condição for suspensiva.

Se resolutiva for, o ato ou negócio já possuir, de início, plena eficácia, que não

será tolhida pela condição ilegal.

No que se refere às condições fisicamente impossíveis, o atual Código adotaidêntica solução: se for suspensiva essa condição, o negócio será inválido.

Quanto à ilicitude da condição ou a de fazer coisa ilícita, de forma peremptória,ao contrário do antigo sistema, o presente Código aponta que essas condições

invalidam, em qualquer circunstância, os negócios jurídicos que lhes são

subordinados. Desse modo, a condição de furtar ou de alguém se entregar aotráfico de drogas, por exemplo, invalida o negócio subordinado.

O CC também dispõe que as condições incompreensíveis ou contraditóriasinvalidam os negócios respectivos. A condição aposta a um negócio jurídico

passa a integrá-lo como um todo e dele não pode mais ser dissociada.

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As condições são elementos acidentais do negócio até que se materializem emum negócio jurídico.

Se a condição for obscura, contraditória ou se não puder ser compreendida,

todo o negócio jurídico será invalidado.

CONDIÇÕES QUE TEM POR INEXISTENTE

O NEGOCIO JURIDICO

Art. 124. Têm-se por inexistentes as condições impossíveis, quandoresolutivas, e as de não fazer coisa impossível.

Art. 124. Têm-se por INEXISTENTE as CONDIÇÕES IMPOSSÍVEIS quando

RESOLUTIVAS.

Negócio Jurídico

Note que aqui a condição é inexistente, mas o NJ é válido

Condição Resolutiva

(impossível)

ENCARGO – art. 136: é um ônus (obrigação) imposto por uma das partes doNJ. Ex: Doação de um terreno para a Prefeitura com o encargo de construir

uma escola para crianças carentes. NÃO SUSPENDE A AQUISIÇÃO NEM OEXERCÍCIO DO DIREITO.

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Art. 137. São duas regras:

1ª regra: Considera-se NÃO ESCRITO o ENCARGO ILÍCITO OU

IMPOSSÍVEL:

Negócio Jurídico

Encargo ilícito ou

impossível

Aqui também o encargo será tido como não escrito porque é ilícito ouimpossível, mas o NJ será totalmente válido como se não existisse o encargo.

2ª regra: Se o ENCARGO ILÍCITO ou IMPOSSÍVEL for o MOTIVO

DETERMINANTE DO NJ = INVALIDA O NEGÓCIO JURÍDICO.

Negócio Jurídico

Encargo ilícito

é o único

motivo do NJ

Implemento ou não-implemento das Condições por

Malícia do Interessado

Em ambas as situações, quem impede e quem força, respectivamente, a

realização do evento em proveito próprio, NO PRIMEIRO CASO A CONDIÇÃO

Art. 129. Reputa-se verificada, quanto aos efeitos

jurídicos, a condição cujo implemento formaliciosamente obstado pela parte a quem

desfavorecer, considerando-se, ao contrário, nãoverificada a condição maliciosamente levada a efeito por

aquele a quem aproveita o seu implemento.

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REPUTA-SE VERIFICADA E NO SEGUNDO TERÁ SIDO CONSIDERADA COMO

NÃO VERIFICADA.

Exemplo: um agente promete pagar, subordinando o pagamento adeterminada cotação de ação na Bolsa de Valores. Para que a cotação não

atinja o montante avençado, o agente manipula artificialmente o mercado e acotação da Bolsa. Provado o fato, reputa-se implementada a condição.

A malícia, o dolo, é requisito expressamente exigido pelo art. 129 para

verificação da hipótese; NÃO BASTA A CULPA!

Presentes os pressupostos, o dano é ressarcido, considerando-se verificada acondição obstada e não verificada aquela cujo implemento foi maliciosamente

causado pela parte interessada.

O implemento ou não-implemento da condição, nesse caso, deve serincentivado ou obstado pela parte, para que ocorra o efeito do art. 129; se o

fato for levado a efeito por terceiro, sem participação da parte interessada, ocaso não é de se considerar como implemento ou não da condição, mas tão-só

de pedir indenização a esse terceiro.

É, em qualquer caso, à parte prejudicada que cabe o ônus da prova, mas àoutra é facultado provar que, mesmo sem sua intervenção, se verificaria ou

não a condição, conforme o caso.

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QUESTÕES

Questão 01. (ESAF/AFRF/2009) A nulidade absoluta do negócio jurídico a) somente poderá ser alegada pelos prejudicados, não podendo ser decretada

de ofício pelo juiz. b) só aproveitará à parte que a alegou, com exceção de indivisibilidade ou

solidariedade. c) poderá ser arguida por qualquer interessado, pelo Ministério Público, quando

lhe couber intervir. d) poderá ser suprida pelo juiz e suscetível de confirmação e de convalidação

pelo decurso do tempo.

e) será decretada se ele for praticado por pessoa relativamente incapaz sem adevida assistência de seus legítimos representantes legais.

Comentários: a nulidade absoluta pode ser alegada pela a quem se aproveita

da nulidade, pelo Ministério Público e pode ser decretada de oficio pelo juiz;aproveita a qualquer interessado; não pode ser suprida pelo juiz, ainda que a

requerimento da parte. Gabarito: c

02. (ESAF/Analista Tributário/TRT7/2003) Se "A" pensa adquirir uma jóia deprata, que, na verdade, é de aço, ter-se-á anulabilidade do negócio por:

a) erro acidental. b) erro quanto ao motivo do negócio.

c) lesão.

d) erro substancial sobre a qualidade essencialdo objeto.

e) erro na transmissão da vontade por meios interpostos.

Gabarito: d. Veja que ele engana-se sozinho; ninguém o induz.

03. (ESAF/Analista Tributário/TRT7/2003) Se "A" fizer contrato de seguro devida, omitindo moléstia grave, de que é portador, configurado está o vício

designado: a) simulação absoluta

b) dolo positivo c) reserva mental

d) simulação relativa e) dolo negativo

Gabarito: e: Omissao dolosa ou dolo negativo.

04. (SERPRO/ Analista de Assuntos jurídicos/2001) Se alguém fizer seguro devida, omitindo moléstia grave, e vier a falecer poucos meses depois, vindo a

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prejudicar a seguradora e a beneficiar os sucessores, ter-se-á a configuração

de: a) dolo positivo.

b) dolo acidental. c) simulação relativa subjetiva.

d) simulação absoluta. e) dolo negativo.

Gabarito: e. Veja a mesma questão do banco de questões da ESAF abordadasem concursos diferentes.

05. (ESAF/ACE/TCU/2005) “A”, tendo seu filho “B” sido sequestrado, pagavultosa soma de resgate. Para tanto “A” teve de vender obras de arte a preço

inferior ao do mercado a “C”. Essa venda poderá ser anulada desde que “C”,

aproveitando-se da situação, tenha conhecimento da grave circunstância emque “B”, filho de “A”, se encontra, alegando-se que houve

a) coação. b) estado de perigo.

c) dolo. d) lesão.

e) erro. Gabarito: b: necessidade de salvamento de grave dano conhecido da outra

parte.

06. (ESAF/ACE/TCU/2005) “A” vende uma casa a “B” para que este a transmita a “C” (descendente do alienante), a quem se tem a intenção de

transferi-la, desde o início do negócio jurídico entabulado. Tal venda poderá ser invalidada por ter havido

a) simulação relativa objetiva.

b) simulação absoluta. c) simulação maliciosa.

d) simulação relativa subjetiva. e) simulação inocente.

Gabarito: d

07. (ESAF/ACE/TCU/2005) Assinale a opção correta. a) A forma especial única do negócio jurídico implica uma solenidade mais

geral imposta pela norma jurídica. b) A nulidade absoluta, por ser de ordem pública, não pode ser suprida pelo

juiz, ainda que a requerimento dos interessados, sendo insuscetível deconfirmação, nem se convalesce pelo decurso do tempo.

c) São elementos indispensáveis à configuração do ato ilícito apenas aocorrência de um dano e fato lesivo.

voluntário.

d) É nulo ato praticado por pessoa relativamente incapaz sem a devidaassistência de seus legítimos representantes.

e)A nulidade absoluta opera ipso iure.

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Gabarito: b. A alternativa “a” nada retrata. A alternativa “b” em perfeita

sintonia com o art. 166 e seguintes. A alternativa “c”: exige pelo menos a culpa (nao necessariamente o dolo) para a configurar o ato ilícito. A alternativa

“d” ato de relativamente incapaz sem assistência = anulável. Alternativa “e”: a nulidade absoluta opera de pleno direito; nenhuma necessidade de se recorrer

ao Judiciario.

08. (ESAF/AFC/CGU 2006) Se A adquire de B uma obra de arte, por influênciade C que o convence de sua raridade, sem que B, ouvindo tal disparate, alerte

o comprador, o negócio é suscetível de anulação por a) dolo negativo.

b) lesão. c) simulação relativa objetiva.

d) reserva mental.

e) dolo de terceiro. Gabarito: e: no caso o estranho C exerce a influencia.

09. (ESAF/Analista Jurídico/SEFAZ/CE 2006) Se A (comprador) adquire uma

obra de arte por influência de C, que o convence de sua raridade por pertencerao século XVII, sem que B (vendedor), ouvindo tal disparate, alerte A, tal

negócio é suscetível de anulação, por ter havido: a) dolo de terceiro.

b) reserva mental. c) dissimulação.

d) simulação absoluta. e) dolo incidente.

Gabarito: a

Veja! Do banco de questões da ESAF, a mesma questão do concurso da

CGU/2006, no concurso da SEFAZ/CE/2006.

10. (ESAF/Analista Tributário/TRT7/2003) Aponte a opção correta.

a) A confirmação retroage à data do negócio, tornando-o válido desde a suaformação, resguardados os direitos já constituídos de terceiro.

b) A declaração judicial de nulidade relativa produz efeito ex tunc. c) O direito brasileiro não admite a conversão do ato negocial nulo.

d) Com a anulação da garantia real, o credor perderá o seu crédito. e) A anulabilidade do negócio pode ser alegada não só pelos lesados como

também ex officio pelo juiz. Gabarito: a

Alternativa “b”: ex nunc

Alternativa “c”: falso. Art. 170.

Alternativa “d”: o credito permanece, caso seja anulada a garantia.Alternativa “e”: somente a nulidade absoluta pode ser decretada de oficio.

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11. (ESAF/Auditor/TCE-GO/2007) Assinale a opção correta, levando em

consideração as disposições do ordenamento jurídico brasileiro vigente, no quetange aos negócios jurídicos.

a) Tratando-se de cláusula resolutiva, mesmo que prevista expressamente emum contrato, a mesma não opera de pleno direito, dependendo de interpelação

judicial para gerar seus efeitos. b) Os negócios jurídicos benéficos deverão ser interpretados sempre com

extensividade. c) Tanto o erro substancial quanto o dolo acidental tornam o negócio jurídico

anulável; o primeiro não obriga a satisfação das perdas e danos, mas osegundo sim.

d) Tem-se por inexistentes as condições impossíveis, quando resolutivas,mantendo-se o negócio jurídico.

e) Tanto o dolo de terceiro quanto a coação de terceiro ensejam a anulação do

negócio jurídico, independentemente de entrarem, ou não, na esfera deconhecimento de quem os aproveite.

Gabarito: d

Alternativa “a”: ocorrendo o evento futuro e incerto que contemple clausula, o negocio se torna ineficaz.

Alternativa “b”: nesse caso = interpretam-se restritivamente.

Alternativa “c”: somente o dolo substancial enseja a anulabilidade do ato/nj.

Alternativa “e”: somente se a parte a quem se beneficia tinha conhecimento.

12. (ESAF/AFT/2006) “A” cede uma casa a “B” para que nela resida, enquanto

for solteiro. É negócio jurídico que contém:

a) condição suspensiva b) modo ou encargo

c) condição simplesmente potestativa d) condição promíscua

e) condição resolutivagabarito: e

13. (ESAF/AFT/2006) A fixação de preço de venda baseada na quantia unitária,

computando-se de forma inexata o preço global, autoriza a retificação dadeclaração volitiva, não anulando o ato, visto que se configurou:

a) erro quanto ao fim colimado. b) dolo acidental.

c) erro de cálculo. d) erro acidental in qualitate.

e) dolus bonus.

Gabarito: c

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14. (ESAF/AFT/2003) "A" constitui uma renda em favor de "B", enquanto este

estiver estudando. Trata-se de negócio que contém: a) condição resolutiva

b) encargo c) condição necessária

d) condição contraditória e) condição suspensiva

gabarito: a

15. (ESAF/AFRF/2009) “A” adquire de “B” o lote “X” do Recanto Azul,ignorando que lei municipal proibia loteamento naquela localidade. Tal compra

e venda poderá ser anulada, por ter havido erro: a) sobre a natureza do ato negocial.

b) substancial sobre a qualidade essencial do objeto.

c) de direito. d) por falso motivo.

e) sobre o objeto principal da declaração.Gabarito: c

16. (ESAF/AFRF/2009) A doação de um apartamento a João, jogador de golfe,

se ele tiver bom desempenho no PGA Tour, circuito anual, com cerca dequarenta e cinco torneios masculinos de golfe, é negócio jurídico, que contém

condição: a) simplesmente potestativa.

b) puramente potestativa. c) ilícita.

d) perplexa. e) resolutiva.

Gabarito: a

17. (ESAF) A lesão especial acarreta anulabilidade do negócio, permitindo- se,

porém, para evitá-la: a) a dispensa da verificação do dolo da parte que se aproveitou.

b) a comprovação da culpabilidade do beneficiado e apreciação dadesproporção das prestações, segundo valores vigentes ao tempo da

celebração do negócio pela técnica pericial. c) a prova da premência de necessidade da inexperiência e da desproporção

das prestações. d) a oferta de suplemento suficiente, inclusive em juízo, para equilibrar as

prestações, evitando enriquecimento sem causa, ou se o favorecido concordarcom a redução da vantagem, aproveitando, assim, o negócio.

e) a prova da existência de um risco pessoal que diminui a capacidade da partede dispor livre e conscientemente.

Gabarito: d. O modo de se evitar a lesão consistem em oferecer o suplemento

ou reduzir a vantagem.

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18. (ESAF) Assinale a opção correta, levando em consideração as disposições

do ordenamento jurídico brasileiro vigente, no que tange aos negóciosjurídicos.

a) Nos negócios de transmissão gratuita de bens, a caracterização da fraudecontra credores não exige a presença do elemento subjetivo (consilium

fraudis), bastando apenas a existência do elemento objetivo (eventus damni). b) Quando a lei proibir a prática de um negócio jurídico, sem cominar sanção,

o prazo para pleitear-se a anulação do mesmo será de 2 (dois) anos, a contarda conclusão do ato.

c) Tanto a simulação absoluta quanto a simulação relativa, quando presentesno negócio jurídico, eivam de nulidade absoluta o negócio jurídico como um

todo, sendo impossível a subsistência de qualquer ato negocial dissimulado. d) Tem-se por inexistentes as condições incompreensíveis ou contraditórias,

mantendo-se o negócio jurídico.

e) Considera-se não escrito o encargo ilícito ou impossível, mesmo que seconstitua em motivo determinante da liberalidade.

Gabarito: a

Base juridica: Alternativa “b”: Art. 179. Quando a lei dispuser que determinadoato é anulável, sem estabelecer prazo para pleitear-se a anulação, será este de

dois anos, a contar da data da conclusão do ato.

Alternativa “c”: O ato dissimulado permanece inalterado, ainda que seja nulo o

negocio simulado.

Alternativa “d”: arts. 123 e 124.

Alternativa “e”: art. 136.

19. “A” cede uma casa a “B” para que nela resida, enquantofor solteiro. É negócio jurídico que contém:

a) condição suspensiva b) modo ou encargo

c) condição simplesmente potestativa d) condição promíscua

e) condição resolutiva

gabarito: e

20.A fixação de preço de venda baseada na quantia unitária, computando-se

de forma inexata o preço global, autoriza a retificação da declaração volitiva,não anulando o ato, visto que se configurou:

a) erro quanto ao fim colimado. b) dolo acidental.

c) erro de cálculo. d) erro acidental in qualitate.

e) dolus bonus.

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Gabarito: c

21. "A" constitui uma renda em favor de "B", enquanto este estiver estudando.

Trata-se de negócio que contém: a) condição resolutiva

b) encargo c) condição necessária

d) condição d) condição contraditória

e) condição suspensivaGabarito: a

22. A nulidade decorrente de negócio jurídico celebrado por pessoa

absolutamente incapaz (A) não pode ser alegada pelo Ministério Público.

(B) convalesce pelo decurso do tempo. (C) não pode ser declarada pelo juiz de ofício.

(D) pode sempre ser suprida pelo juiz a requerimento das partes. (E) não é suscetível de confirmação.

Gabarito: e. Art. 166.

23. (Analista de Controle – área jurídica – TCE/PR-dez/2011) São,respectivamente, nulos (I) e anuláveis (II) os negócios jurídicos

(A) realizados em fraude à lei imperativa (I) e os simulados (II). (B) nos quais a parte incidir em erro de direito (I) e os em que houver lesão

(II). (C) simulados (I) e os realizados em fraude contra credores (II).

(D) em que se verificar lesão (I) e os realizados em estado de perigo (II).

(E) celebrados com os pródigos (I) e os celebrados com os ébrios habituais(II).

Gabarito: c

24. A propósito dos defeitos que, segundo o Código Civil, tornam anuláveis osnegócios jurídicos, analise as seguintes relações:

I – o erro, a coação e o estado de perigo II – a lesão, a fraude contra credores e a coação

III - o estado de perigo, a lesão e o dolo IV – o dolo, o erro e a simulação

Pode-se afirmar que são integralmente verdadeiras as relações: a) I e II, somente.

b) III e IV, somente. c) I, II e III, somente.

d) I, II, III e IV.

Gabarito: c. Art. 172.

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25. "É a cláusula que subordina o efeito do negócio jurídico, oneroso ou

gratuito, a evento futuro ou incerto". "É a cláusula que subordina os efeitos do ato negocial a um acontecimento

futuro e certo". "É a cláusula acessória aderente a atos de liberalidade inter vivos ou causa

mortis que impõe um ônus ou uma obrigação ao contemplado pelos referidosatos".

Estas cláusulas são, respectivamente, de: (A) encargo, condição e termo.

(B) termo, encargo e condição. (C) termo, condição e encargo.

(D) condição, encargo e termo. (E) condição, termo e encargo.

Gabarito: e. Arts. 131, 131, 136.

Os institutos objeto de análise são tratados pelo Código Civil a partir do seuart. 121.

Art. 121. Considera-se condição a cláusula que, derivando exclusivamente da

vontade das partes, subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro eincerto.

Art. 131. O termo inicial suspende o exercício, mas não a aquisição do direito.

Art. 136. O encargo não suspende a aquisição nem o exercício do direito,

salvo quando expressamente imposto no negócio jurídico, pelo disponente,como condição suspensiva.

Com base nos dispositivos supracitados, extrai-se os seguintes conceitos:

CONDIÇÃO: evento futuro e INCERTO que condiciona o início dos efeitos do

negócio jurídico. Classifica-se em: a) pura (própria/simples): aquela quedepende somente da vontade das partes; b) imprópria (legal/conditio iuris):

requisito imposto pela lei para que o negócio jurídico produza efeitos).

Do que se vê, o art. 121, CC trata somente da condição pura. No que concerne à origem, a condição pode ser:

a) Causal: que não depende da vontade humana, relacionando-se à ocorrência

de evento da natureza.

b) Potestativa: subdivide-se em puramente potestativa esimplesmente/meramente potestativa. A primeira, por se caracterizar como

arbítrio de uma das partes, em detrimento da outra, é considerada ilícita.

Apenas a simplesmente/meramente potestativa é aceita pelo Direito brasileiro.Nela, a eficácia do negócio jurídico depende da manifestação de vontade de

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apenas uma das partes, mas, também se sujeita à ocorrência de evento

posterior.

c) Mista: depende, ao mesmo tempo, da vontade de uma das partes e doacaso ou da vontade de terceiro.

Em relação à incerteza do evento, a condição se divide em:

a) incertus an incertus quando houver absoluta incerteza em relação à

ocorrência do evento futuro e incerto;

b) incertus an certus, hipótese em não se sabe se o evento ocorrerá, mas seacontecer será dentro de um determinado prazo.

Fala-se, ainda, em condição suspensiva e resolutiva. A primeira geraexpectativa de direito, pois, suspende tanto a aquisição como o exercício do

direito. A segunda põe fim aos efeitos do negócio jurídico.

TERMO: evento futuro e CERTO que condiciona o início dos efeitos do negóciojurídico.

Em relação à certeza da ocorrência, o termo classifica-se em: a) termo certo

(certus an certus), quando a prefixação do termo é certa quanto ao fato e aotempo de duração; bO termo incerto (certus an incertus), quando termo certo

quanto ao fato, mas, incerto quanto à duração.

Assim como as condições, o termo pode ser suspensivo (inicial ou dies a quo),gerando direito adquirido ao titular, posto que impede somente o seu

exercício, mas não a sua aquisição, ou, resolutivo (final ou dies ad quem), que

coloca fim aos efeitos do negócio jurídicos.

ENCARGO/MODO: cláusula acessória à liberalidade, pela qual se impõe uma

obrigação a ser cumprida pelo beneficiário. Gera direito adquirido a seudestinatário, que já pode exercer o seu direito, ainda que pendente o

cumprimento da obrigação que lhe fora imposta.

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CONDIÇÃO TERMO ENCARGO/MODO

Evento futuro e INCERTO Evento futuro e CERTO Cláusula acessória à

liberalidade

Quando suspensiva:

suspende a aquisição e o

exercício do direito

Quando suspensivo: NÃO

impede a aquisição do

direito, mas, apenas o seu

exercício - gera direito

adquirido.

NÃO impede a aquisição

nem o exercício do direito -

gera direito adquirido

Condição incertus an

incertus: há absoluta

incerteza em relação à

ocorrência do evento futuro

e incerto

Termo certus an certus: há

certeza quanto ao evento

futuro e quanto ao tempo

de duração.

Condição incertus an

certus: não se sabe se o

evento ocorrerá, mas, se

acontecer, será dentro de

um determinado prazo

Termo certus an incertus:

há certeza quanto ao

evento futuro, mas

incerteza quanto à sua

duração.

26. (Analista de Controle – área jurídica – TCE/PR-dez/2011) A condiçãosuspensiva

(A) suspende a aquisição e o exercício do direito, enquanto o termo inicialsuspende o exercício, mas não suspende a aquisição do direito.

(B) refere-se a evento futuro e certo, enquanto o termo inicial a evento futuroe incerto.

(C) suspende o exercício mas não a aquisição do direito, enquanto o termoinicial suspende a aquisição e o exercício do direito.

(D) e o termo inicial referem-se a evento futuro e incerto, mas enquantoaquela suspende a aquisição e o exercício do direito, este apenas lhe suspende

o exercício. (E) e o termo inicial referem-se a evento futuro e certo, mas enquanto este

suspende a aquisição e o exercício de direito, aquela apenas lhe suspende o

exercício. Gabarito: a

27. Tomando por base as afirmações abaixo, assinale a alternativa correta:Levando em consideração os critérios estabelecidos pelo Código Civil para

determinação dos defeitos do negócio jurídico é correto afirmar que: I – O falso motivo vicia a declaração em todas as hipóteses.

II – O erro não é substancial quando sendo de direito e não implicando recusaà aplicação da lei, for o motivo principal do negócio jurídico.

III – Quando ambas as partes procedem com dolo na prática do negóciojurídico qualquer delas poderá alegá-lo para anulá-lo e requerer indenização.

IV – O dolo acidental só obriga à satisfação das perdas, danos e lucrocessante.

a) A afirmativa I está correta.

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b) A afirmativa II está correta.

c) As afirmativas III e IV estão corretas. d) Todas as afirmativas estão corretas.

e) Todas as afirmativas estão incorretas.

Gabarito: e

Dos Defeitos do Negócio Jurídico - Do Erro ou Ignorância:É uma imperfeição, um vício na formação de vontade ou na declaração.

ERRO OU IGNORÂNCIA: O CC os equipara-os. Erro é uma falsa noção sobre

um objeto, uma pessoa; é um engano, falso juízo. A ignorância é o totaldesconhecimento (completo). No erro um dos contratantes do NJ se engana

sozinha; ninguém a induz.

Art. 138. São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de

vontade emanarem de erro substancial que poderia ser percebido por pessoade diligência normal, em face das circunstâncias do negócio.

Art. 139. O erro é substancial quando: I - interessa à natureza do negócio, ao objeto principal da declaração, ou a

alguma das qualidades a ele essenciais; II - concerne à identidade ou à qualidade essencial da pessoa a quem se refira

a declaração de vontade, desde que tenha influído nesta de modo relevante;III - sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei, for o motivo

único ou principal do negócio jurídico. ART. 138 – ANULÁVEL o NJ = ERRO SUBSTANCIAL:

ARt . 139 – ERRO SUBSTANCIAL: i. NATUREZA: empresto um computador, a pessoa pensa que

foi doação;

ii. OBJETO: comprou um lote num condomínio pensando servalorizado; trata-se de outro condomínio de nome parecido;

iii. QUALIDADES: comprou relógio pensando ser de ouro, porémé dourado;

iv. IDENTIDADE OU QUALIDADE DA PESSOA: casa-se comcriminoso procurado ou com alguém que possui defeito físico

não revelado anteriormente. Art. 140. O falso motivo só vicia a declaração de vontade quando expresso

como razão determinante. Art. 141. A transmissão errônea da vontade por meios interpostos é anulável

nos mesmos casos em que o é a declaração direta. Art. 142. O erro de indicação da pessoa ou da coisa, a que se referir a

declaração de vontade, não viciará o negócio quando, por seu contexto e pelascircunstâncias, se puder identificar a coisa ou pessoa cogitada.

ART. 142. ERRO ACIDENTAL: NÃO ANULA = é o erro sobre as qualidades

secundárias, acessórias do NJ; não vicia o NJ; continua válido, produz efeitopor não incidir sobre a declaração de vontade. Ex: compro uma casa pensando

ter 6 janelas, porém possui 3.

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Art. 143. O erro de cálculo apenas autoriza a retificação da declaração de

vontade. ART. 143. ERRO DE CÁLCULO: é uma inexatidão material: NÃO ANULA o

NJ, apenas autoriza a retificação (correção). E; comprou 12 camisas por R$45,00. Pagou R$ 450,00; deve completar o preço de R$ 90,00.

Art. 144. O erro não prejudica a validade do negócio jurídico quando a pessoa,a quem a manifestação de vontade se dirige, se oferecer para executá-la na

conformidade da vontade real do manifestante.

DOLO: Agente emprega artifício, manobras ardilosas ou maliciosas para levaralguém à prática de um ato que o prejudica, beneficiando o autor do dolo ou

terceiro. É a vontade de enganar alguém. Art. 145. São os negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando este for a sua

causa.

ART. 145. ANULÁVEL o NJ = DOLO PRINCIPAL, ESSENCIAL ouSUBSTANCIAL: dá causa ao NJ. O NJ não ia se realizar; só se realizou porque

houve o dolo, induzimento de alguém. Art. 146. O dolo acidental só obriga à satisfação das perdas e danos, e é

acidental quando, a seu despeito, o negócio seria realizado, embora por outromodo.

ART. 146. DOLO ACIDENTAL: o NJ se realizou em condições mais onerosas.Note que aqui o NJ iria se realizar, porém se realizou de modo mais gravoso,

oneroso: compra de um carro mais caro do que o normal. Art. 147. Nos negócios jurídicos bilaterais, o silêncio intencional de uma das

partes a respeito de fato ou qualidade que a outra parte haja ignorado,constitui omissão dolosa, provando-se que sem ela o negócio não se teria

celebrado. Art. 148. Pode também ser anulado o negócio jurídico por dolo de terceiro, se

a parte a quem aproveite dele tivesse ou devesse ter conhecimento; em caso

contrário, ainda que subsista o negócio jurídico, o terceiro responderá portodas as perdas e danos da parte a quem ludibriou.

ART. 148. DOLO DE TERCEIRO: ANULA o NJ se a parte a quem aproveitaSOUBER do dolo. Se a parte a quem aproveita o NJ proveniente do dolo NÃO

SOUBER do dolo NÃO ANULA. Art. 149. O dolo do representante legal de uma das partes só obriga o

representado a responder civilmente até a importância do proveito que teve;se, porém, o dolo for do representante convencional, o representado

responderá solidariamente com ele por perdas e danos. Art. 150. Se ambas as partes procederem com dolo, nenhuma pode alegá-lo

para anular o negócio, ou reclamar indenização.

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Da Coação

COAÇÃO: ART. 151:

v. Temor justificado: ameaça vi. Dano iminente: dano para atingir pessoa, família

vii. Dano grave e sério: ameaça deve ser grave e capaz deassustar.

Art. 151. A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal queincuta ao paciente fundado temor de dano iminente e considerável à sua

pessoa, à sua família, ou aos seus bens. Parágrafo único. Se disser respeito a pessoa não pertencente à família do

paciente, o juiz, com base nas circunstâncias, decidirá se houve coação. Art. 152. No apreciar a coação, ter-se-ão em conta o sexo, a idade, a condição,

a saúde, o temperamento do paciente e todas as demais circunstâncias que

possam influir na gravidade dela. Art. 153. Não se considera coação a ameaça do exercício normal de um direito,

nem o simples temor reverencial. ART. 153. EXCLUSÃO DA COAÇÃO: não se considera coação:

viii. Ameaça do exercício normal de um direito - Ex: se você nãopagar vou protestar o título.

ix. Simples temor reverencial: ameaça de pai para que o filhoobedeça.

Art. 154. Vicia o negócio jurídico a coação exercida por terceiro, se dela tivesseou devesse ter conhecimento a parte a que aproveite, e esta responderá

solidariamente com aquele por perdas e danos. ART. 154. COAÇÃO DE TERCEIRO: ANULA O NJ SE A PARTE A QUEM

APROVEITA O NJ ESTIVER EM COLUIU, CUMPLICIDADE COM O COATOR.Art. 155. Subsistirá o negócio jurídico, se a coação decorrer de terceiro, sem

que a parte a que aproveite dela tivesse ou devesse ter conhecimento; mas o

autor da coação responderá por todas as perdas e danos que houver causadoao coacto.

Vícios ou Defeitos dos Negócios Jurídicos:

Os Atos ou Negócios Jurídicos podem apresentar-se com vícios oudefeitos, que provocando a sua ineficácia tornam NULO o Negócio

Jurídico.

Vícios de Consentimento: ocorrem da própria vontade. Ex.: erro, dolo,coação.

Podem ser objeto de ação anulatória;são prescritíveis após 4 anos;

Erro: é a FALSA noção que se tem de um objeto ou de uma pessoa. Ocorrequando o agente pratica o ato baseando-se em falso juízo ou engano. A

pessoa se engana sozinha, ninguém a induz a erro. Pode ser cometido por

conta própria.

Só anula o ato jurídico o erro SUBSTANCIAL ou essencial. Ex.:

compra de um quadro de um autor como se fosse de outro.

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Não acarreta nulidade de um ato o erro acidental ou secundário Ex.:

comprar uma casa com seis janelas, pensando que tinha sete. Dolo: é o artifício empregado pelo agente para enganar outra pessoa. O

agente emprega artifício para levar alguém a pratica de um ato que oprejudica, sendo por ele beneficiado ou mesmo beneficiando um terceiro.

à Dolo Bom, empregado para beneficiar o autor do ato, não é ANULÁVEL.Quando houver dolo de terceiros, se as partes contratantes não

souberem, o ato jurídico não é anulável.

à Dolo Mal, que prejudica o autor do ato, é passível de ANULAÇÃO.

O Dolo Mal pressupõe: prejuízo para o autor do ato;

benefício para o autor do dolo ou terceiro Pode ser praticado pelo silêncio. Não se admite invocação do Dolo

para se anular casamento.

Coação: é a pressão psicológica exercida sobre alguém para obrigá-lo apraticar determinado ato. Para que a coação vicie o ato é necessário que

se incuta medo de dano à pessoa do coagido, à sua família ou a seus bense que o dano objeto da ameaça seja providência física ou moral.

Vícios Sociais: são decorrentes da malícia humana. Ex.: simulação, fraudecontra credores, reserva mental e lesão.

Podem ser objeto de ação anulatória; são prescritíveis após 4 anos;

28. Em relação ao estado de perigo, considerando o Código Civil e as

seguintes assertivas: I – Está disposto na categoria de causa de anulabilidade do negócio jurídico.

II – Em seu substrato não está a ficção de igualdade das partes, de modo quea regra tem relevância na tutela do contratante fraco.

III – É indiferente que a parte beneficiada saiba que a obrigação foi assumida

pela parte contrária para que esta se salve de grave dano. IV – Não pode o juiz considerar circunstâncias favoráveis para o efeito de

estender a regra para pessoa não integrante da família do declarante. V – Confunde-se com o instituto da lesão, pois como ocorre nesta última,

considera-se, além da premente necessidade econômica, a inexperiência dequem se obriga a contratar, circunstâncias determinantes das prestações

avençadas de maneira manifestamente desproporcional. Assinale a alternativa correta:

a) Somente as assertivas I, II estão corretas. b) Somente as assertivas II, III e IV estão corretas.

c) Somente as assertivas I, II, III e IV estão corretas. d) Somente as assertivas III e IV estão corretas.

e) Somente as assertivas IV e V estão corretas.

Gabarito: a

O estado de perigo torna o negocio anulável e claramente esse defeito esta

assentado na desigualdade entre as partes. O juiz pode considerar outras

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pessoas integrantes da família e difere da lesão, dentre outros motivos por

tratar-se de motivo de salvamento.

Do Estado de Perigo: Art. 156. Configura-se o estado de perigo quandoalguém, premido da necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua família, de

grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação excessivamenteonerosa.

ESTADO DE PERIGO: ART. 156 – ANULA. ELEMENTOS: i. SALVAMENTO: alguém quer se salvar

ii. GRAVE DANO iii. CONHECIDO DA OUTRA PARTE

iv. ASSUME OBRIGAÇÃO EXCESSIVAMENTE ONEROSA. Ex: paique tem o filho sequestrado e o bandido pede R$ 100 mil de

resgate. O amigo sabendo oferece joias que valem R$ 50 mil

por R$ 100 mil. Parágrafo único. Tratando-se de pessoa não pertencente à família do

declarante, o juiz decidirá segundo as circunstâncias.

Da Lesão

Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, oupor inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao

valor da prestação oposta. LESÃO: ART. 157 – ANULA. É o abuso, é a usura, quando há cláusulas

leoninas. Um dos contratantes esta em posição de inferioridade. Alguém por: v. INEXPERIÊNCIA ou NECESSIDADE

vi. CELEBRA NJ extremamente desfavorável – assume obrigaçãoMANIFESTAMENTE DESPROPORCIONAL. Ex: inquilino em vias

de ser despejado, premido da necessidade de abrigar sua

família, realiza contrato de valor bem acima do mercado – NJque se tivesse condições e meditar jamais teria realizado.

§ 1o Aprecia-se a desproporção das prestações segundo os valores vigentes aotempo em que foi celebrado o negócio jurídico.

§ 2o Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento

suficiente, ou se a parte favorecida concordar com a redução do proveito.

29. (ESFA/ACE/TCU/2002) Um avalista avalizou documento cambial para seuirmão, por julgar que a quantia se destinava a ampliar determinado negócio,

segundo informação deste último; porém, a verdade é que a importânciavisava encobrir certo valor indevidamente apropriado. Neste caso configurou-

se: a) simulação absoluta.

b) simulação relativa subjetiva. c) dolo principal.

d) dolo acidental. e) simulação relativa objetiva.

Gabarito: d

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30. (ESAF/Auditor do Tesouro Municipal/Recife-PE/2003) A maioridade podeser considerada como:

a) fato jurídico extraordinário. b) ato jurídico em sentido estrito, como participação.

c) fato jurídico ordinário. d) negócio jurídico.

e) ato jurídico em sentido estrito, como mero ato material ou real.Gabarito: c

31. (ESAF/Auditor do Tesouro Municipal/Recife-PE/2003) Se houver temor de

grave dano moral ou material à pessoa ou a algum parente seu, conhecido daoutra parte, que compele o declarante a concluir contrato, mediante prestação

exorbitante, tal negócio será passível de nulidade relativa, por ter havido a

configuração de: a) lesão

b) coação c) dolo principal

d) estado de perigo e) dolo acidental

gabarito: d

LISTA DAS QUESTOES APRESENTADAS

Questão 01. (ESAF/AFRF/2009) A nulidade absoluta do negócio jurídico a) somente poderá ser alegada pelos prejudicados, não podendo ser decretada

de ofício pelo juiz. b) só aproveitará à parte que a alegou, com exceção de indivisibilidade ou

solidariedade. c) poderá ser arguida por qualquer interessado, pelo Ministério Público, quando

lhe couber intervir. d) poderá ser suprida pelo juiz e suscetível de confirmação e de convalidação

pelo decurso do tempo. e) será decretada se ele for praticado por pessoa relativamente incapaz sem a

devida assistência de seus legítimos representantes legais.

02. (ESAF/Analista Tributário/TRT7/2003) Se "A" pensa adquirir uma joia de

prata, que, na verdade, é de aço, ter-se-á anulabilidade do negócio por:

a) erro acidental. b) erro quanto ao motivo do negócio.

c) lesão.

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d) erro substancial sobre a qualidade essencial

do objeto. e) erro na transmissão da vontade por meios

interpostos.

03. (ESAF/Analista Tributário/TRT7/2003) Se "A" fizer contrato de seguro de

vida, omitindo moléstia grave, de que é portador, configurado está o víciodesignado:

a) simulação absoluta b) dolo positivo

c) reserva mental d) simulação relativa

e) dolo negativo

04. (SERPRO/ Analista de Assuntos jurídicos/2001) Se alguém fizer seguro devida, omitindo moléstia grave, e vier a falecer poucos meses depois, vindo a

prejudicar a seguradora e a beneficiar os sucessores, ter-se-á a configuraçãode:

a) dolo positivo. b) dolo acidental.

c) simulação relativa subjetiva. d) simulação absoluta.

e) dolo negativo.

05. (ESAF/ACE/TCU/2005) “A”, tendo seu filho “B” sido sequestrado, paga

vultosa soma de resgate. Para tanto “A” teve de vender obras de arte a preço

inferior ao do mercado a “C”. Essa venda poderá ser anulada desde que “C”, aproveitando-se da situação, tenha conhecimento da grave circunstância em

que “B”, filho de “A”, se encontra, alegando-se que houve a) coação.

b) estado de perigo. c) dolo.

d) lesão. e) erro.

06. (ESAF/ACE/TCU/2005) “A” vende uma casa a “B” para que este a transmita a “C” (descendente do alienante), a quem se tem a intenção de

transferi-la, desde o início do negócio jurídico entabulado. Tal venda poderá ser invalidada por ter havido

a) simulação relativa objetiva.

b) simulação absoluta. c) simulação maliciosa.

d) simulação relativa subjetiva.

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e) simulação inocente.

07. (ESAF/ACE/TCU/2005) Assinale a opção correta. a) A forma especial única do negócio jurídico implica uma solenidade mais

geral imposta pela norma jurídica. b) A nulidade absoluta, por ser de ordem pública, não pode ser suprida pelo

juiz, ainda que a requerimento dos interessados, sendo insuscetível deconfirmação, nem se convalesce pelo decurso do tempo.

c) São elementos indispensáveis à configuração do ato ilícito apenas aocorrência de um dano e fato lesivo.

voluntário. d) É nulo ato praticado por pessoa relativamente incapaz sem a devida

assistência de seus legítimos representantes.

e)A nulidade absoluta opera ipso iure.

08. (ESAF/AFC/CGU 2006) Se A adquire de B uma obra de arte, por influênciade C que o convence de sua raridade, sem que B, ouvindo tal disparate, alerte

o comprador, o negócio é suscetível de anulação por a) dolo negativo.

b) lesão. c) simulação relativa objetiva.

d) reserva mental. e) dolo de terceiro.

09. (ESAF/Analista Jurídico/SEFAZ/CE 2006) Se A (comprador) adquire uma

obra de arte por influência de C, que o convence de sua raridade por pertencerao século XVII, sem que B (vendedor), ouvindo tal disparate, alerte A, tal

negócio é suscetível de anulação, por ter havido:

a) dolo de terceiro. b) reserva mental.

c) dissimulação. d) simulação absoluta.

e) dolo incidente.

10. (ESAF/Analista Tributário/TRT7/2003) Aponte a opção correta. a) A confirmação retroage à data do negócio, tornando-o válido desde a sua

formação, resguardados os direitos já constituídos de terceiro. b) A declaração judicial de nulidade relativa produz efeito ex tunc.

c) O direito brasileiro não admite a conversão do ato negocial nulo. d) Com a anulação da garantia real, o credor perderá o seu crédito.

e) A anulabilidade do negócio pode ser alegada não só pelos lesados comotambém ex officio pelo juiz.

11. (ESAF/Auditor/TCE-GO/2007) Assinale a opção correta, levando emconsideração as disposições do ordenamento jurídico brasileiro vigente, no que

tange aos negócios jurídicos.

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a) Tratando-se de cláusula resolutiva, mesmo que prevista expressamente em

um contrato, a mesma não opera de pleno direito, dependendo de interpelaçãojudicial para gerar seus efeitos.

b) Os negócios jurídicos benéficos deverão ser interpretados sempre comextensividade.

c) Tanto o erro substancial quanto o dolo acidental tornam o negócio jurídicoanulável; o primeiro não obriga a satisfação das perdas e danos, mas o

segundo sim. d) Tem-se por inexistentes as condições impossíveis, quando resolutivas,

mantendo-se o negócio jurídico. e) Tanto o dolo de terceiro quanto a coação de terceiro ensejam a anulação do

negócio jurídico, independentemente de entrarem, ou não, na esfera deconhecimento de quem os aproveite.

12. (ESAF/AFT/2006) “A” cede uma casa a “B” para que nela resida, enquantofor solteiro. É negócio jurídico que contém:

a) condição suspensiva b) modo ou encargo

c) condição simplesmente potestativa d) condição promíscua

e) condição resolutiva

13. (ESAF/AFT/2006) A fixação de preço de venda baseada na quantia unitária,computando-se de forma inexata o preço global, autoriza a retificação da

declaração volitiva, não anulando o ato, visto que se configurou: a) erro quanto ao fim colimado.

b) dolo acidental. c) erro de cálculo.

d) erro acidental in qualitate.

e) dolus bonus.

14. (ESAF/AFT/2003) "A" constitui uma renda em favor de "B", enquanto esteestiver estudando. Trata-se de negócio que contém:

a) condição resolutiva b) encargo

c) condição necessária d) condição contraditória

e) condição suspensiva

15. (ESAF/AFRF/2009) “A” adquire de “B” o lote “X” do Recanto Azul,ignorando que lei municipal proibia loteamento naquela localidade. Tal compra

e venda poderá ser anulada, por ter havido erro: a) sobre a natureza do ato negocial.

b) substancial sobre a qualidade essencial do objeto.

c) de direito. d) por falso motivo.

e) sobre o objeto principal da declaração.

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16. (ESAF/AFRF/2009) A doação de um apartamento a João, jogador de golfe,se ele tiver bom desempenho no PGA Tour, circuito anual, com cerca de

quarenta e cinco torneios masculinos de golfe, é negócio jurídico, que contémcondição:

a) simplesmente potestativa. b) puramente potestativa.

c) ilícita. d) perplexa.

e) resolutiva.

17. (ESAF) A lesão especial acarreta anulabilidade do negócio, permitindo- se,porém, para evitá-la:

a) a dispensa da verificação do dolo da parte que se aproveitou.

b) a comprovação da culpabilidade do beneficiado e apreciação dadesproporção das prestações, segundo valores vigentes ao tempo da

celebração do negócio pela técnica pericial. c) a prova da premência de necessidade da inexperiência e da desproporção

das prestações. d) a oferta de suplemento suficiente, inclusive em juízo, para equilibrar as

prestações, evitando enriquecimento sem causa, ou se o favorecido concordarcom a redução da vantagem, aproveitando, assim, o negócio.

e) a prova da existência de um risco pessoal que diminui a capacidade da partede dispor livre e conscientemente.

18. (ESAF) Assinale a opção correta, levando em consideração as disposições

do ordenamento jurídico brasileiro vigente, no que tange aos negóciosjurídicos.

a) Nos negócios de transmissão gratuita de bens, a caracterização da fraude

contra credores não exige a presença do elemento subjetivo (consilium fraudis), bastando apenas a existência do elemento objetivo

(eventus damni). b) Quando a lei proibir a prática de um negócio jurídico, sem cominar sanção,

o prazo para pleitear-se a anulação do mesmo será de 2 (dois) anos, a contarda conclusão do ato.

c) Tanto a simulação absoluta quanto a simulação relativa, quando presentesno negócio jurídico, eivam de nulidade absoluta o negócio jurídico como um

todo, sendo impossível a subsistência de qualquer ato negocial dissimulado. d) Tem-se por inexistentes as condições incompreensíveis ou contraditórias,

mantendo-se o negócio jurídico. e) Considera-se não escrito o encargo ilícito ou impossível, mesmo que se

constitua em motivo determinante da liberalidade.

19. “A” cede uma casa a “B” para que nela resida, enquanto

for solteiro. É negócio jurídico que contém: a) condição suspensiva

b) modo ou encargo

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c) condição simplesmente potestativa

d) condição promíscua e) condição resolutiva

20.A fixação de preço de venda baseada na quantia unitária, computando-se

de forma inexata o preço global, autoriza a retificação da declaração volitiva,não anulando o ato, visto que se configurou:

a) erro quanto ao fim colimado. b) dolo acidental.

c) erro de cálculo. d) erro acidental in qualitate.

e) dolus bonus.

21. "A" constitui uma renda em favor de "B", enquanto este estiver estudando.

Trata-se de negócio que contém: a) condição resolutiva

b) encargo c) condição necessária

d) condição d) condição contraditória

e) condição suspensiva

22. A nulidade decorrente de negócio jurídico celebrado por pessoaabsolutamente incapaz

(A) não pode ser alegada pelo Ministério Público. (B) convalesce pelo decurso do tempo.

(C) não pode ser declarada pelo juiz de ofício. (D) pode sempre ser suprida pelo juiz a requerimento das partes.

(E) não é suscetível de confirmação.

23. (Analista de Controle – área jurídica – TCE/PR-dez/2011) São,respectivamente, nulos (I) e anuláveis (II) os negócios jurídicos

(A) realizados em fraude à lei imperativa (I) e os simulados (II). (B) nos quais a parte incidir em erro de direito (I) e os em que houver lesão

(II). (C) simulados (I) e os realizados em fraude contra credores (II).

(D) em que se verificar lesão (I) e os realizados em estado de perigo (II). (E) celebrados com os pródigos (I) e os celebrados com os ébrios habituais

(II).

24. A propósito dos defeitos que, segundo o Código Civil, tornam anuláveis os

negócios jurídicos, analise as seguintes relações:

I – o erro, a coação e o estado de perigo II – a lesão, a fraude contra credores e a coação

III - o estado de perigo, a lesão e o dolo

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IV – o dolo, o erro e a simulação

Pode-se afirmar que são integralmente verdadeiras as relações: a) I e II, somente.

b) III e IV, somente. c) I, II e III, somente.

d) I, II, III e IV.

25. "É a cláusula que subordina o efeito do negócio jurídico, oneroso ou

gratuito, a evento futuro ou incerto". "É a cláusula que subordina os efeitos do ato negocial a um acontecimento

futuro e certo". "É a cláusula acessória aderente a atos de liberalidade inter vivos ou causa

mortis que impõe um ônus ou uma obrigação ao contemplado pelos referidos

atos". Estas cláusulas são, respectivamente, de:

(A) encargo, condição e termo. (B) termo, encargo e condição.

(C) termo, condição e encargo. (D) condição, encargo e termo.

(E) condição, termo e encargo.

26. (Analista de Controle – área jurídica – TCE/PR-dez/2011) A condiçãosuspensiva

(A) suspende a aquisição e o exercício do direito, enquanto o termo inicialsuspende o exercício, mas não suspende a aquisição do direito.

(B) refere-se a evento futuro e certo, enquanto o termo inicial a evento futuroe incerto.

(C) suspende o exercício mas não a aquisição do direito, enquanto o termoinicial suspende a aquisição e o exercício do direito.

(D) e o termo inicial referem-se a evento futuro e incerto, mas enquanto

aquela suspende a aquisição e o exercício do direito, este apenas lhe suspendeo exercício.

(E) e o termo inicial referem-se a evento futuro e certo, mas enquanto estesuspende a aquisição e o exercício de direito, aquela apenas lhe suspende o

exercício.

27. Tomando por base as afirmações abaixo, assinale a alternativa correta:

Levando em consideração os critérios estabelecidos pelo Código Civil paradeterminação dos defeitos do negócio jurídico é correto afirmar que:

I – O falso motivo vicia a declaração em todas as hipóteses. II – O erro não é substancial quando sendo de direito e não implicando recusa

à aplicação da lei, for o motivo principal do negócio jurídico. III – Quando ambas as partes procedem com dolo na prática do negócio

jurídico qualquer delas poderá alegá-lo para anulá-lo e requerer indenização.

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IV – O dolo acidental só obriga à satisfação das perdas, danos e lucro

cessante. a) A afirmativa I está correta.

b) A afirmativa II está correta. c) As afirmativas III e IV estão corretas.

d) Todas as afirmativas estão corretas. e) Todas as afirmativas estão incorretas.

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28. Em relação ao estado de perigo, considerando o Código Civil e asseguintes assertivas:

I – Está disposto na categoria de causa de anulabilidade do negócio

jurídico. II – Em seu substrato não está a ficção de igualdade das partes, de modo

que a regra tem relevância na tutela do contratante fraco. III – É indiferente que a parte beneficiada saiba que a obrigação foi

assumida pela parte contrária para que esta se salve de grave dano. IV – Não pode o juiz considerar circunstâncias favoráveis para o efeito de

estender a regra para pessoa não integrante da família do declarante. V – Confunde-se com o instituto da lesão, pois como ocorre nesta última,

considera-se, além da premente necessidade econômica, a inexperiênciade quem se obriga a contratar, circunstâncias determinantes das

prestações avençadas de maneira manifestamente desproporcional.Assinale a alternativa correta:

a) Somente as assertivas I, II estão corretas. b) Somente as assertivas II, III e IV estão corretas.

c) Somente as assertivas I, II, III e IV estão corretas.

d) Somente as assertivas III e IV estão corretas. e) Somente as assertivas IV e V estão corretas.

29. (ESFA/ACE/TCU/2002) Um avalista avalizou documento cambial para

seu irmão, por julgar que a quantia se destinava a ampliar determinadonegócio, segundo informação deste último; porém, a verdade é que a

importância visava encobrir certo valor indevidamente apropriado. Nestecaso configurou-se:

a) simulação absoluta. b) simulação relativa subjetiva.

c) dolo principal. d) dolo acidental.

e) simulação relativa objetiva.

30. (ESAF/Auditor do Tesouro Municipal/Recife-PE/2003) A maioridade

pode ser considerada como: a) fato jurídico extraordinário.

b) ato jurídico em sentido estrito, como participação. c) fato jurídico ordinário.

d) negócio jurídico. e) ato jurídico em sentido estrito, como mero ato

material ou real.

31. (ESAF/Auditor do Tesouro Municipal/Recife-PE/2003) Se houvertemor de grave dano moral ou material à

pessoa ou a algum parente seu, conhecido da outra parte, que compele o declarante a concluir contrato,

mediante prestação exorbitante, tal negócio será passível de nulidade relativa, por ter havido a configuração

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de:

a) lesão b) coação

c) dolo principal

d) estado de perigo e) dolo acidental

GABARITO

01. c

02. d 03. e

04. e 05. b

06. d 07. b

08. e

09. a 10. a

11. d 12. e

13. c 14. a

15. c 16. a

17. d 18. a

19. e 20. c

21. a 22. e

23. c

24. c 25. e

26. a 27. e

28. a 29. d

30. c 31. d

Abraços, Professora Márcia Albuquerque.