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02 de Abril de 201102 de Abril de 2011
Eva Nogueira SerensEva Nogueira Serens
Grupo Violência e Grupo Violência e
EscolaEscola
Escola Secundária Escola Secundária
Avelar BroteroAvelar Brotero
As comissões de protecção são instituições oficiais não judiciárias com autonomia funcional que visam promover os direitos da criança e do jovem e prevenir ou pôr termo a situações susceptíveis de afectar a sua segurança, saúde, formação/educação ou desenvolvimento integral (art. 12º, n.º 1).
Natureza Natureza
• Qualquer pessoa que tenha conhecimento das situações previstas no artigo 3.º pode comunicá-las às entidades com competência em matéria de infância ou juventude, às entidades policiais, às comissões de protecção ou às autoridades judiciárias.
• A comunicação é obrigatória para qualquer pessoa que tenha conhecimento de situações que ponham em risco a vida, a integridade física ou psíquica ou a liberdade da criança ou do jovem.
Considera-se que a criança ou jovem está em perigo quando, designadamente, se encontra numa das seguintes situações:
• Abandonada ou vive entregue a si própria;• Maus tratos físicos ou psíquicos;• Vítima de abusos sexuais;• Falta de cuidados ou a afeição;• Obrigada a actividades ou trabalhos excessivos/inadequados• Está sujeita a comportamentos que afectem gravemente a sua segurança/equilíbrio emocional;• Comportamentos/actividades/consumos que afectem a sua saúde, segurança, formação, educação ou desenvolvimento.
Legitimidade da IntervençãoLegitimidade da Intervenção
Cf. o art. 3º, nº2 da LPCJP
• Interesse superior da criança - a intervenção deve atender prioritariamente aos interesses e direitos da criança e do jovem;
• Privacidade - a promoção dos direitos da criança e do jovem deve ser efectuada no respeito pela intimidade, direito à imagem e reserva da sua vida privada;
• Intervenção precoce - a intervenção deve efectuada logo que a situação de perigo seja conhecida;
• Intervenção mínima - a intervenção deve ser desenvolvida exclusivamente pelas entidades e instituições cuja a acção seja indispensável à efectiva promoção dos direitos e à protecção da criança e do jovem em perigo;
(art. 4º da LPCJP)
Princípios orientadores da intervençãoPrincípios orientadores da intervenção
•Proporcionalidade e actualidade - a intervenção deve ser a necessária e ajustada à situação de perigo e só pode interferir na sua vida e na vida da sua família na medida em que for estritamente necessário a essa finalidade;
•Responsabilidade parental - a intervenção deve ser efectuada de modo a que os pais assumam os seus deveres para com a criança e o jovem;
•Prevalência da família - na promoção dos direitos e na protecção da criança e do jovem deve ser dada prevalência às medidas que os integrem na sua família ou que promovam a adopção;
Princípios orientadores da intervenção Princípios orientadores da intervenção (cont.)(cont.)
Princípios orientadores da intervenção Princípios orientadores da intervenção (cont.)(cont.)
• Obrigatoriedade da informação - a criança e o jovem, os pais, o representante legal ou a pessoa que tenha a guarda de facto têm direito a ser informados dos seus direitos, dos motivos que determinaram a intervenção e da forma como esta se processa;
• Audição obrigatória e participação - a criança e o jovem, bem como os pais, têm direito a ser ouvidos e a participar nos actos e na definição da medida de promoção dos direitos e protecção;
• Subsidiariedade - a intervenção deve ser efectuada sucessivamente pelas entidades com competência em matéria de infância e juventude, pelas comissões de protecção de crianças e jovens e, em última instância, pelos tribunais.
TribunaisTribunais
Sistema de Protecção Sistema de Protecção das Crianças e Jovens em Risco/Perigodas Crianças e Jovens em Risco/Perigo
Saúde, Educação, Segurança Saúde, Educação, Segurança Social, Forças Policiais, Social, Forças Policiais, Projectos, ProgramasProjectos, Programas
Comissão de Comissão de Protecção de Protecção de
Crianças e JovensCrianças e Jovens
MPMP
FamíliaFamília
IPSS e ONGIPSS e ONG
Família e ComunidadeFamília e Comunidade
O Princípio da Subsidiariedade: O Princípio da Subsidiariedade: patamares de intervençãopatamares de intervenção
Lei 147/99 Lei 147/99 de 1 de Setembrode 1 de Setembro
Conceitos de Risco e PerigoConceitos de Risco e Perigo
• RiscoRisco: implica um perigo : implica um perigo potencial, eventual, para os potencial, eventual, para os direitos da criança.direitos da criança.
• PerigoPerigo: implica um perigo : implica um perigo concreto para a segurança, concreto para a segurança, educação, saúde ou educação, saúde ou desenvolvimento integral.desenvolvimento integral.
Intervenção / Papel das ECMIJ
Muitas das situações de risco não requerem medidas formais e o ideal seria conseguir resolver a maior parte delas na comunidade escolar e na família, sem necessidade de recurso a “instâncias superiores”.
Os técnicos/profissionais das ECMIJ têm, de acordo com a LPCJP, competência de investigar e avaliar os casos de suspeita de maus tratos e elaborar um plano de intervenção com vista a cessar a situação de perigo.
Serviços De Psicologia e Orientação
Intervenção / Papel das ECMIJ A intervenção sistémica e centrada na
família tem revelado melhores resultados na intervenção protectiva.
Esta metodologia assenta nas seguintes orientações:
Trabalhar com a família: pretende-se garantir o envolvimento e o protagonismo da família no processo de mudança;
Trabalhar em articulação com toda rede de serviços: torna-se fundamental a articulação entre os serviços da rede informal e formal com base numa intervenção multidisciplinar e intersectorial;
Pretende-se identificar os factores de protecção e os factores de risco em cada situação e desenvolver um plano integrado de intervenção.
Intervenção / Papel das ECMIJ As ECMIJ são as entidades que melhor estão habilitadas a trabalhar a, e com, a família, porque são elas que melhor conhecem os recursos da comunidade.
Mesmo que o princípio de subsidiariedade se verifique, as entidades com competência em matéria de infância e juventude terão que entender que a sua intervenção não se esgota com a participação do perigo à CPCJ, pelo contrário irão ser chamadas a intervir e a acompanhar o caso que sinalizam (dever de colaboração).
Fazer intervir a CPCJ ou o Tribunal sem que haja necessidade
contribui para que caminhemos, a passo largo, para o bloqueio do sistema de protecção.
Formas de Intervenção Papel das ECMIJ (Cont.)
Diagnóstico
Investigação Sumária- C o n vo ca r p a is / rep resen tan te leg a l (S e ns ib i liza çã o)
- A rt icu la çã o e e ncam inh a m e nto p a ra ou tros se rv iço s (C e n tro de S a úd e ; C D S S C ; D P S M IJ ; H P ; P ed o ps iqu ia tr ia )
ECM IJ
S itua çã o n ão u rg en te
SUSPEIT A / DETECÇÃO DE M AUS TRATOS
Q uaisquer entidades:A pró pr ia in sti tu içã o ; E n tida de s p o lic ia is ; C P C J ; T FM
Perigo URG ENTE para a vida e integridade fís ica da criança
1.1. Acom panham ento à fam ília(com un icação fre qu e n te e m in uc iosa)
1.2. Pedido de formação para técnicos/educadores/auxiliaresd e a cord o com a co m p lex ida de da si tu ação - p rob lem a
(E x. p rá tico : m e n or d ia bé tica )
Rem issão do risco
Intervenção suficiente e adequada
CPCJ
Intervenção insuficiente
1.3. Formação e acções de sensibilização para pais / representantes legais(E x. p rá tico : e du cação pa ren ta l - a cçõ es de se n sib ilização ao n ív e l d a h ig ien e ,
a lim e nta çã o , cu id ad o s d e saú d e b ás ico s)
1. Definição de um plano intervenção
Risco para a criança
Diagnóstico
Formas de Intervenção (cont.)
A Intervenção da CPCJComissão de Protecção de Crianças e Jovens Natureza
As comissões de protecção
são instituições oficiais não judiciárias com autonomia funcional que visam promover os direitos da criança e do jovem e prevenir ou pôr termo a situações susceptíveis de afectar a sua segurança, saúde, formação/educação ou desenvolvimento integral (art. 12º, n.º 1 LPCJP).
“Deliberam com imparcialidade e independência” (n.º 2 LPCJP)
CPCJCPCJModalidades de funcionamentoModalidades de funcionamento
CPCJCPCJModalidades de funcionamentoModalidades de funcionamento
Modalidade Restrita(Reunião semanal)
Modalidade Restrita(Reunião semanal)
Modalidade Alargada(Reunião mensal)
Modalidade Alargada(Reunião mensal)
Composição: Presidente, Secretária, representantes do
Município, da Segurança Social e IPSS, técnicos com formação nas áreas de serviço social, psicologia,
direito, educação e saúde
Composição: Presidente, Secretária, representantes do
Município, da Segurança Social e IPSS, técnicos com formação nas áreas de serviço social, psicologia,
direito, educação e saúde
Composição (representantes): Município, Segurança Social, ME,
Serviços de Saúde, IPSS, Associação de Pais, Forças de
Segurança, Assembleia Municipal, outras instituições e elementos da
Comissão Restrita
Composição (representantes): Município, Segurança Social, ME,
Serviços de Saúde, IPSS, Associação de Pais, Forças de
Segurança, Assembleia Municipal, outras instituições e elementos da
Comissão Restrita
Modalidade AlargadaModalidade Alargada
Competências:
• Articulação com a rede social e outros projectos comunitários;• Desenvolvimento de programas de prevenção primária do perigo (onde está incluída a prevenção primária do risco);• Implementação de acções de promoção dos direitos da criança;• Detecção de situações de perigo para crianças/jovens;• Levantamento de necessidades:
Individuais / Familiares / Institucionais / Comunitárias;• Mobilização de recursos;• Colaboração para a constituição de respostas sociais adequadas;• Dinamização de programas destinados às crianças e jovens.
Competências:• Protecção e defesa das crianças e jovens;
• Atendimento e informação;
• Apreciação das situações e posterior decisão;
•Apresentação e supervisão de casos;
• Instrução de processos;
• Solicitar pareceres/colaboração para avaliação / intervenção:
Comissão Alargada; técnicos / pessoas; entidades públicas / privadas; (…)
• Aplicação, acompanhamento e revisão das medidas de promoção e protecção.
Competência Territorial
• Exercem a sua competência na área do município onde têm sede (art. 15º, n.º1).
Modalidade RestritaModalidade Restrita((Núcleo duroNúcleo duro))
• Identificação da criança/jovem;• Identificação dos pais/detentores da
guarda de facto;• Identificação da entidade sinalizadora;• Motivo por que sinaliza; • História pessoal, familiar; • Intervenções efectuadas;• Síntese do trabalho efectuado;• Encaminhamento(s) realizado(s).
Elementos que devem estar presentes numa sinalização
OS PROFESSORES NA CPCJ
Professor Representante do ME . designado de entre os docentes do(s) Agrupamento(s) de Escolas do respectivo concelho que demonstrem sensibilidade e disponibilidade para intervir em matéria de promoção dos direitos e da protecção da criança; . nomeado pela respectiva DRE; . integra a Comissão Alargada e a Comissão Restrita; . pode desempenhar cumulativamente as funções de professor-tutor.
Professor-tutor
. procede ao diagnóstico das causas das situações de absentismo, abandono e insucesso escolar, em acompanhamento na CPCJ;
. colabora, em articulação com as escolas dos respectivos agrupamentos e com outros estabelecimentos de ensino existentes no concelho, na concepção e execução de projectos de prevenção primária de absentismo, abandono e insucesso escolar;
. articula com as escolas dos respectivos agrupamentos e com outros estabelecimentos de ensino existentes no concelho, onde se identificam casos ou tipologias de casos de crianças sinalizadas à CPCJ, para a elaboração de planos de intervenção específicos e posterior acompanhamento dos mesmos, numa perspectiva de prevenção secundária e terciária;
OS PROFESSORES NA CPCJ (cont.)
Professor-tutor (cont.)
. cria e acompanha a aplicação de um Guião para a Sinalização e Caracterização de Situações de Crianças em Perigo em Contexto Escolar;
. acompanha de forma individualizada as crianças ou jovens com maiores dificuldades de integração na comunidade educativa.
Protocolo de colaboração entre o Ministério do Trabalho e da Segurança social e o Ministério da Educação
OS PROFESSORES NA CPCJ (cont.)