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  AÇÃO DE INIBIDORES VOLÁTEIS DE CORROSÃO (IVC) NA PROTEÇÃO DE CHAPAS DE AÇO COM REVESTIMENTOS DE ZINCO.  Cecílio Sadao Fugiv ara e Assis Vicente Benedetti Dep. Físico-Química, Instituto de Química (Universidade Estadual Paulista) Roberto Garcia e José Barboza General Mot ors do Brasil As informações e opiniões contidas neste trabalho são de exclusiva responsabilidade dos autores. 6° °  COTEQ Conferência sobre Tecnologia de Equipamentos 22° °  CONBRASCORR – Congresso Brasileiro de Corrosão Salvador - Bahia 19 a 21 de agosto de 2002 6ª Conferência sobre Tecnologia de Equipamentos Sair

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AÇÃO DE INIBIDORES VOLÁTEIS DE CORROSÃO (IVC) NAPROTEÇÃO DE CHAPAS DE AÇO COM REVESTIMENTOS DE ZINCO.  

Cecílio Sadao Fugivara e Assis Vicente BenedettiDep. Físico-Química, Instituto de Química (Universidade Estadual Paulista)

Roberto Garcia e José BarbozaGeneral Motors do Brasil

As informações e opiniões contidas neste trabalho são de exclusiva responsabilidadedos autores.

6°° COTEQ Conferência sobre Tecnologia de Equipamentos22°°  CONBRASCORR – Congresso Brasileiro de CorrosãoSalvador - Bahia19 a 21 de agosto de 2002

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SINÓPSE

Os ensaios realizados com chapas de aço revestido com Zn eletrolítico na presençade IVC e na presença de alguns de seus componentes isoladamente têm demonstradoque estes reagem com Zn, podendo ser responsáveis pela formação do material particulado encontrado na superfície de chapas estocadas por longo tempo. Os

ensaios foram realizados com soluções contendo etanolamina 1%, ácido benzóico1%, conteúdo do sachê 1%, sulfato de sódio 0,5 M sem e com adição de conteúdo dosachê 1%. Em alguns experimentos foi empregada a chapa limpa com acetona e emoutros a chapa pincelada com óleo revitalizado. O óleo revitalizado mostrou uma proteção temporária ao zinco, que, especialmente, em alta concentração de eletrólito,se deteriora rapidamente. Os testes em câmara úmida mostraram que são necessáriosmais de 15 dias para se obter algum resultado conclusivo, porém, indicaram que aadição de um secante como sulfato de cálcio é benéfico à proteção das chapas de açozincadas. Em todos os IVC analisados foram detectados aminas e nitritos, sendo esteem concentração muito baixa no plástico de 80 µm de espessura. Verificou-setambém que não pode ser atribuído aos íons cloreto o processo de corrosãoobservado nas peças estocadas ou em transporte, mas sim que isso se deve à reação

entre componentes do IVC empregado com a umidade da atmosfera. Verificou-setambém que os testes de fluxo capilar são bastante eficientes na observaçãoqualitativa da resistência à corrosão das amostras ensaiadas.

Palavras-Chaves:  proteção à corrosão, chapas de aço-zincadas, inibidores voláteisde corrosão, espectroscopia de impedânc ia eletroquímica, testes de fluxo capilar.

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1.  INTRODUÇÃO

Chapas de aço podem ser protegidas da corrosão atmosférica empregando inibidoresvoláteis (IVC) [1], que se adsorvem na superfície metálica, reduzindo a açãoagressiva de íons, da umidade e do oxigênio do ar. Dessa forma evitam ou dificultama oxidação da superfície metálica. Como são voláteis não há necessidade de aplicá-

los diretamente na superfície, bastando apenas colocá-los próximo da peça a ser protegida, em ambiente fechado, pois geram uma atmosfera rica em moléculas deinibidor. Esses inibidores normalmente contêm misturas de sais, como nitritos e saisderivados de aminas. Procedimento semelhante tem sido adotado para proteger aschapas de aço revestidas com zinco, especialmente variando a natureza da amina eseu percentual na composição do inibidor de corrosão. Há informações de usuáriosque esses inibidores falharam na proteção dessas chapas quando estocadas por algunsmeses em ambientes úmidos e com variação da temperatura. Foram observadasmanchas de corrosão branca em chapas de aço revestidas com zinco em uma dasfaces, após aplicação de óleo na superfície e estocadas e/ou transportadas envoltasem sacos plásticos impregnados com IVC. Próxima às perfurações da chapa foiobservada corrosão vermelha. Esse ataque à superfície do zinco causa problema

durante o processo de fosfatização, incluindo má aderência do revestimento eformação de manchas na chapa de aço revestido. Isso resulta em prejuízo aosexportadores porque essas chapas necessitam de uma limpeza prévia com ácidocítrico.O presente trabalho é parte de um estudo mais amplo que tem por objetivos conheceras razões do aparecimento dessas manchas, reproduzi-las em testes de laboratório,verificar as possibilidades de minimizar ou eliminar esse problema e estudar a realeficiência do IVC, nas suas diversas formas: sachê, impregnado em plásticos dediferentes espessuras etc., como protetor anticorrosão de chapas de aço revestidascom zinco. Especificamente neste trabalho serão discutidos os resultados de estudos preliminares sobre a produção das manchas e corrosão branca em condições delaboratório, sua caracterização, influência dos componentes do IVC na proteção do

zinco eletrolítico. Para esse estudo foram empregadas técnicas de análise química, defluxo capilar, testes de câmara úmida e técnicas eletroquímicas, que permitiram tiraralgumas conclusões sobre as causas dos problemas observados em condições de uso.

2. MATERIAIS E MÉTODOS

2.1. Análise do material removido das manchas encontradas nas placas de açozincadoInicialmente foram fotografadas amostras contendo as manchas das peçasconformadas de aço revestido com zinco eletrolítico. As imagens foram obtidas comum microscópio óptico LEICA sem tratamento prévio da superfície. Em algumasobservações foi empregado um microscópio eletrônico de varredura JEOL T330A.Parte do material removido da superfície do aço revestido com zinco e queapresentava manchas foi analisado por difratometria de raios X numDIFRACTOMETER SIEMENS, mod. D5000 e um programa DIFFRAC AT, versão3.1 da Siemens-Analytical X-Ray System.Essa mesma amostra foi analisada por via úmida, após extração com água em banhode ultra-som durante 15 min. O extrato foi analisado por cromatografia de íons numCromatógrafo da Agilent, mod. HP 3D-CE ChemStation. A outra parte do materialfoi submetido ao teste para aminas alifáticas primárias, usando a reação de

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fluoresceína. Esses testes foram realizados porque a chapa de aço zincada havia sido protegida com sachê contendo IVC.

2.2. Análise de ni tr i tos em plásticos impregnados com IVC e usados para envolver

as peças de aço zincado (80 µ µ m) e aço (60 µ µ m) .

Plástico de 80 µ µ m

Cortou-se um quadrado de 10 x 10 cm2   do plástico. Pesou-se a amostra eadicionaram-se 10 mL de água desionizada. Deixou-se agitar mecanicamente durante20 min. A solução resultante foi colocada em balão volumétrico de 25 mL e ovolume foi completado com o Reagente de Griess Saltzmam. Após 15 min de reaçãoforam feitas medidas de absorbância a 550 nm.Plástico de 60 µ µ mCortou-se um quadrado de 2 x 2 cm2  do plástico. Pesou-se a amostra e adicionaram-se 10 mL de água desionizada. Deixou-se agitar mecanicamente durante 20 min. Asolução resultante foi colocada em um balão volumétrico de 25 mL, e adicionado oReagente de Griess Saltzmam para completar o volume. Após 15 min de reaçãoforam feitas medidas de absorbância a 550 nm.

2.3. Testes reali zados com as chapas de aço zincado sem a proteção por IVC

2.3.1.F luxo capilar usando papel de fi ltr o como supor te da amostra  Esse teste foi realizado montando o seguinte sistema: dois béqueres de 100 mL foramconectados com um sistema de vidro com 2 hastes dobradas para se apoiarem nofundo dos béqueres e unidas na parte superior para servir de apoio para o papel defiltro e a chapa de aço zincado. O papel de filtro tocava o fundo dos béquerescontendo diferentes quantidades de líquido, de modo a permitir um fluxo capilarsobre a superfície do Zn, passando de um béquer para o outro. Esse procedimento éuma modificação do descrito por Keddam at al. [2]. Como líquidos foramempregados: água destilada; solução 1% de etanolamina; solução 1% de IVC dosachê, solução 1% de benzoato de sódio; solução 0,5 M de sulfato de sódio. Asolução de etanolamina foi empregada por ter sido detectado amina primária naanálise do sachê; o benzoato de sódio porque como outros compostos orgânicos,quando em solução, é indicado como inibidor da corrosão do zinco [3],contrariamente ao citado na referência [1], e sulfato de sódio porque é usada noestudo da cinética da dissolução do zinco, pois forma uma fina camada deóxido/hidróxido que funciona como barreira para a difusão de oxigênio [4]. Estesolução foi usada como eletrólito de suporte nas medidas eletroquímicas.Para esses testes foram empregadas chapas de aço revestido com zinco eletrolítico(50 mm x 50 mm x 1,5 mm) desengraxadas com acetona destilada, em banho deultra-som; chapas pinceladas com óleo usado na laminação e revitalizado.

2.3.2. Medidas de espectroscopia de impedânci a eletroquímica (EIE)  

Os experimentos de EIE(s) foram realizados em solução 0,5 M Na2SO4  saturada emar, sendo o eletrodo de trabalho as chapas de aço/Zn eletrolítico (área geométricaexposta à solução: 0,78 cm2). A superfície do Zn era limpa com acetona ou pinceladacom óleo revitalizado. Como controle foi usado aço como eletrodo de trabalho. Emalguns experimentos foi adicionado ao eletrólito: etanolamina 1%; ácido benzóico1%, conteúdo do sachê 1% ou 100 cm2  de plástico de 80 µm de espessuraimpregnado com IVC. O eletrodo de referência era Ag/AgCl/KClsat. E o auxiliar umdisco de Pt. Um fio de Pt conectado ao eletrodo de referência por meio de umcapacitor não eletrolítico de 10 µF, usado como quarto eletrodo para minimizar o

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efeito de IR [5]. Todos os experimentos foram realizados em uma célulaeletroquímica convencional com solução não agitada e a 25 oC. Os diagramas deimpedância foram obtidos nas seguintes condições: aplicou-se o potencial de circuitoaberto medido no momento do experimento; amplitude de 10 mV rms; intervalo defreqüência de 50 kHz a 5 mHz; 5 pontos por década. O sistema eletroquímico era umPotenciostato / Galvanostato da EG&G PARC, mod. 283 e a um analisador de

resposta em freqüência da EG&G PARC, mod. 1025, controlado pelo programaM398 e monitorado por um microcomputador. Alguns experimentos foramrealizados em função do tempo.

2.3.3. Testes com câmara úmida (Norma:  I nternational Standard I EC 68-2-30) Nesse teste utilizou-se o ciclo 12 + 12 h (3 h de 25 a 55 oC; 9 h a 55 oC; 3 h de 55 a25 oC e 9 h a 25 oC), numa câmara com umidade sempre superior a 90%(Microquímica Automação Ltda), para amostras de chapas zincadas recobertas comóleo revitalizado, colocadas num suporte de Nylon envolvido num plástico posicionado a 4 cm da peça por todos os lados.Os plásticos ensaiados foram:(1) plástico de 80 µm de espessura com IVC

(a) invólucro duplo de plástico, na ausência de sulfato de cálcio anidro; (b) invólucroduplo de plástico, na ausência de sulfato de cálcio anidro, porém, com a chapatratada com citrato de sódio, após remoção do óleo. Em seguida foi aplicada umacamada de óleo sobre a superfície; (c) invólucro simples de plástico, na presença de 5g/caixa de sulfato de cálcio anidro (aquecido a 300 oC por 1 h antes do uso);(2) Filme de PVC transparente(a) Invólucro duplo do filme de PVC, na ausência de sulfato de cálcio anidro; (b)invólucro duplo do filme de PVC, na ausência de sulfato de cálcio anidro, porém,com a chapa tratada com citrato de sódio (NaCit), após remoção do óleo. Em seguidafoi aplicada uma camada de óleo revitalizado sobre a superfície.O teste usando sulfato de cálcio anidro foi realizado por ser um secante poderoso,indicado na norma ASTM G60-95 no teste de umidade cíclica, para secagem do ar.

Este secante apresenta a vantagem de reagir com água e, portanto, é muito difícilremovê- la (parte é removida entre 100-150 oC e a totalidade em ca. 300 oC). Essaestabilidade deve-se à formação de um monohidrato estável, e absorve ca. 7% de seu peso em água. O teste usando amostra tratada com NaCit foi incluído porque forma película de óxido no aço que protege sua superfície. É esperado que esse filmetambém se forme sobre Zn. O teste usando o filme de PVC foi incluído devido àaderência filme/filme que garante maior vedação da caixa, evitando a entrada diretade vapor d’água; se houver entrada de água será pelos poros do filme plástico.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1. Análise do material removido das manchas encon tradas nas placas de açozincadoInicialmente foram obtidas micrografias da superfície de uma chapa de aço revestidocom Zn eletrolítico, protegido com IVC durante o transporte e armazenamento, queapresentava mancha de corrosão branca. A Figura 1 mostra pites em vários pontosda amostra que sugerem o ataque ao Zn, com possibilidade de exposição do substratoà corrosão atmosférica. Verificou-se também a presença de material particuladosobre a superfície do zinco. A difratometria de raios X desse material particuladomostrou picos atribuídos ao Zn metálico e ao FeO(OH); picos de baixa intensidade

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não atribuídos a compostos do arquivo DIFFRAC AT e bandas características dematerial amorfo. A análise química mostrou traços de íons cloreto e teste positivo para amina alifática primária. Como o óleo revitalizado não possui aminas, essasdevem vir dos componentes do sachê (sais de aminas) que se hidrolisaram emcontato com a atmosfera (umidade). Essa amina, de caráter básico, ataca o Zn, produzindo o material particulado (óxidos de zinco e sais de zinco).

Esse processo pode ocorrer considerando-se que o sachê colocado naembalagem das peças, em contato com a umidade se hidrolisa liberando a amina. OZn em presença de oxigênio produz óxido de Zn, que reage com amina para formarcomplexos de nitrogênio (III) [6,7]. Mellor [6] indicou que a presença, em água, deamônia ou compostos orgânicos contendo N acelera o ataque ao zinco metálico. Essareação diminui o pH da solução, reduzindo a estabilidade dos óxidos/hidróxidos deZn, estáveis em pH > 9,3. Por outro lado, os complexos de Zn possuem certaestabilidade, podendo causar problemas no processo de fosfatização.

3.2. Análise de ni tr i tos em plásticos impregnados com IVC e usados para envolver

as peças de aço zincado (80 µ µ m) e aço (60 µ µ m) .Os resultados da análise se encontram na tabela 1. Esses resultados comprovam que

ambos os plásticos contêm nitritos, sendo a concentração muito maior no plástico de60 µm, mais indicado para proteção do aço. Em ambos plásticos foram detectadosderivados de aminas.

Tabela 1.  Resultados da análise de nitritos extraídos dos plásticos ensaiados.Plástico 80 µµm Massa/g [NO 2

-]/µµgL-1 plástico 60 µµm Massa/mg [NO 2-]/µµgL-1

Amostra 1 1,03 83,2 Amostra 1 41,7 267Amostra 2 2,2 108 Amostra 2 41,3 283Amostra 3 1,44 83 Amostra 3 34,86 206

[NO2-] =0,023 µµg cm -2  [NO2

-] =1,6 µµg cm-2 

3.3. Testes reali zados com as chapas de aço zincado sem a proteção por IVC3.3.1. Fl uxo capil ar usando papel de fi ltr o como suporte da amostra

Os testes realizados com as chapas de aço revestidas com Zn mostraramvários aspectos:(a) chapa desengraxadas com acetona (remoção do óleo revitalizado) - após 4 dias de

fluxo capilar um ligeiro ataque foi observado com ambas soluções contendo 1%de etanolamina e de conteúdo do sachê. Após 10 dias de fluxo capilar o ataqueera visível pela solução contendo 1% de etanolamina (Figura 2a) e menos pronunciado com a solução contendo 1% do conteúdo do sachê (Figura 2b). No papel de filtro onde passou solução de etanolamina havia coloração característicade íons Fe(III), o que não foi observado com a solução do sachê. Possivelmente onitrito do sachê impediu o ataque ao aço neste tempo de experimento. O pH dasolução de etanolamina passou de 9,9 para 9,8 e a do sachê de 5,4 para 5,3 apósfluxo capilar. Os testes para íons Fe(III) nas soluções dos e béqueres foramnegativos com íons tiocianato ou ferrocianeto. Porém, foram positivos para osíons Zn(II) com ditizona em tetracloreto de carbono. Isso indica que 10 dias nãoforam suficientes para remover a camada de Zn e atacar a superfície do aço.Portanto, a etanolamina e aminas primárias são capazes de dissolver Zn com aformação de complexos solúveis. Logo, a amina detectada no material particulado provavelmente é responsável pelo aparecimento das manchas brancasno Zn.

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(b) Chapas pinceladas com óleo revitalizado – neste teste foram usados todos oslíquidos enumerados no item 2.3.1.  Com as soluções contendo etanolaminaobservou-se após 10 dias ligeiro ataque ao Zn, que se intensificou após 15 dias deensaio. Na solução com o conteúdo do sachê observou-se a deterioração do óleoapós 10 dias e ataque pronunciado da superfície do Zn após 15 dias. Em todas assoluções, após 15 dias de ensaio, foram detectados íons Zn(II). Isso mostra uma

 proteção temporária pelo óleo revitalizado. Na solução de 1% de benzoato desódio (pH 7) o óleo começa se deteriorar após 15 dias de teste e em 28 dias háum ataque em várias regiões, mas com pouca intensidade. Já no teste com águadestilada (pH 5,25) a amostra pincelada com óleo resistiu 28 dias sem que asgotas de água escorrem da superfície posicionada a 45 o, sem visível deterioraçãodo óleo. Então, se concluiu que todos os componentes adicionados à águadeterioram o óleo e acabam atacando a superfície do Zn, sendo que o ácido benzóico ofereceu melhor proteção e etanolamina e componentes do sachê produziram ataque visível da superfície em 15 dias.

c) Chapas com e sem óleo, em solução de sulfato de sódio 0,5 M (pH 6,11) – para aamostra sem óleo o ataque se iniciou após 2 dias e em 4 dias já havia corrosãodo aço. A chapa revestida com óleo resistiu por um dia a mais e depois foi

atacada de forma similar (Figura 3). Em ambos testes foram detectados íonsZn(II) e Fe(III) em todas as soluções, cujo pH final ficou entre 7,7 e 8,3.Observou-se que gotas de óleo revitalizado adicionadas à água.

3.3.2. Medidas de espectroscopia de impedância eletroquímica (E IE)A Figura 4 mostra os diagramas de Nyquist após 2 horas de imersão do eletrodo nasolução, para os seguintes sistemas:1) aço, lado não revestido com Zn, em solução saturada em ar, 0,5 M Na2SO4;2) aço revestido com Zn, em solução saturada em ar, 0,5 M Na2SO4;3) aço revestido com Zn, em solução saturada em ar, 0,5 M Na2SO4 + 1%

etanolamina4) aço revestido com Zn, em solução saturada em ar, 0,5 M Na2SO4+ 1% sachê

5) aço revestido com Zn, em solução saturada em ar, 0,5 M Na2SO4+ 1% ácido benzóico;

6) aço revestido com Zn, pincelado com óleo, em solução saturada em ar, 0,5 M Na2SO4+ 1% sachê;

Todos os eletrodos, exceto o 6, foram lavados com acetona destilada para remover oóleo revitalizado. Observa-se que para o sistema com sachê uma menor resistência àcorrosão quando não foi aplicado o óleo na superfície. Isso indica que o pH do meioe os componentes do sachê têm facilitado a corrosão do zinco. O óleo parece ofereceruma proteção temporária à superfície.A Figura 5  mostra os diagramas de Nyquist obtidos para o aço revestido com Zn, pincelado com óleo, obtidos em solução de sulfato de sódio 0,5 M saturada em ar,em função do tempo. Observa-se uma diminuição progressiva da resistência àcorrosão à medida que aumenta o tempo de imersão até 21 h de imersão. Com 48 hde imersão a resistência aumentou, porém, ainda é menor que a resistência observadaapós 3 h de imersão. Fica evidente que o óleo se deteriora, perde sua capacidade de barreira protetora, diminuindo a resistência do sistema ao ataque pelo eletrólito. Oligeiro aumento na resistência após 48 h de imersão pode ser devido à formação de produtos de corrosão que protegem parcialmente a superfície. Esses resultados estãode acordo com aqueles obtidos com fluxo capilar.

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A Figura 6 mostra os diagramas de Nyquist para o aço revestido com Zn, após serlavado com acetona, obtidos em solução de sulfato de sódio 0,5 M saturada em ar. Na célula eletroquímica, contendo solução de Na2SO4  0,5 M, colocou-se dois pedaços do plástico de 80 µm de espessura (100 cm2/50 mL de solução) e se obtevediagramas de impedância após 3 h; 20 h, 30 h e 44 h de imersão na solução. Foiobtido também um diagrama de impedância após 3 horas de imersão do eletrodo na

solução sem o plástico. Os diagramas de EIE mostram apenas um semicírculo quasecompleto que aumenta após imersão do plástico contento IVC. Isso indica que o IVCdeve estar sendo extraído do plástico e indo para a solução, protegendo um pouco asuperfície do zinco. É possível que óxidos/hidróxidos formados protegem o zincocontra a corrosão e aumentam a sua resistência. Entretanto, à medida que aumenta otempo de imersão para 20 e 30 h, a resistência à corrosão diminui, aproximando-sedaquela observada para a solução controle (sem o plástico). O ligeiro aumento daresistência à corrosão após 44 h de imersão pode ser conseqüência da formação dealgum produto de corrosão que fica aderido à superfície do Zn.

3.3.3. Testes com câmara úmida (Norma:  I nternational Standard I EC 68-2-30)Os testes em câmara úmida, realizados durante 2 semanas, não permitiram observar

nenhum tipo de corrosão acentuada sobre a superfície do aço ou da chapa zincada.Esse resultado está associado, em parte, à barreira protetora do filme de óleo aplicadonas amostras e em parte ao pouco tempo ensaiado. Porém, tem sido observado que oaumento da condutividade do meio acelera fortemente o processo de corrosão daschapas. Nestes ensaios não foram adicionados, intencionalmente, íons à atmosfera,apenas umidade. Verificou-se também, em ensaio paralelo, que o óleo se espalhacom maior facilidade e é mais facilmente removido da superfície na presença deeletrólito. Observou-se também que o óleo escorre sobre a peça, acumulando-se na base do suporte. Isto ocorre principalmente devido à diminuição da viscosidade doóleo com o aumento da temperatura e a maior capacidade de formar emulsão comágua nesta temperatura que à temperatura ambiente.Observou-se também acúmulo de gotículas de água no interior dos invólucros com

 plástico de 80 µm de espessura após a etapa de aquecimento a 55 oC por 9 h, quandonão há o secante. Essas gotículas desaparecem da parede do plástico quando atemperatura é mantida a 25 oC por 9 h. Isso provavelmente ocorre devido àcondensação da umidade e/ou evaporação seguida de sua expulsão do interior do plástico através dos poros do mesmo. Nas caixas envolvidas com filme duplo de PVC ou com plástico de 80 µm deespessura (filme simples), contendo sulfato de cálcio anidro, não foi observadoumidade condensada nas paredes internas. Concluiu-se que a presença de sulfato decálcio no interior da caixa inibiu a formação de gotículas visíveis durante o tempo deteste. No caso do filme de PVC ainda não é possível identificar a causa da ausênciade umidade condensada em seu interior.

4.CONCLUSÕES

Os ensaios com o material particulado mostraram a presença de derivados de amina primária, FeO(OH) e Zn metálico, além de material amorfo. Os plásticosimpregnados com IVC de 80 µm e 60 µm de espessura apresentaram diferentesconteúdos de nitritos, sendo maior no plástico mais fino; os plásticos e o sachê deramteste positivo também para aminas.

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O óleo revitalizado aplicado à superfície mostra uma proteção temporária do zinco,mas que especialmente em alta concentração de eletrólito, se deteriora rapidamente.Os testes em câmara úmida indicaram que a adição de um secante como sulfato decálcio é benéfico à proteção das chapas de aço zincadas. A corrosão observada em peças estocadas ou em transporte não pode ser atribuída apenas aos íons cloreto, massim à reação entre componentes do IVC e a umidade da atmosfera.

Pode-se perceber também que os testes de fluxo capilar são bastante eficientes naobservação qualitativa da resistência à corrosão das amostras ensaiadas.

5. Agradecimentos: Os autores agradecem à FACTE, FAPESP e CNPq pelosauxílios recebidos.

6. Referências Bibliográficas

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solution. Corrosion Science, v. 43, n. p. 1985-2000, 2001.4.DESLOUIS, C.; DUPRAT, M.; TOURNILLON, CHR. The kinetics of zinc dissolution in

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1539-1546, 1996.

(1)   (2a)   (2b) 

Figura 1. Microscopia óptica da superfície da chapa zincada após transporte.Figura 2. Fotografias da superfície da chapa zincada limpa em acetona, após fluxo

capilar durante 10 dias em solução aquosa de: (a) etanolamina 1% e (b)conteúdo do sachê 1%.

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Figura 4. Diagramas de Nyquist para o Aço-Zn(óleo)/Na2SO4  0,5M:(a) + IVC 1% (sachê); (b)etanolamina 1%.

Diagramas de Nyquist para o Aço-Zn: (c) Na2SO4   0,5M; (d)aço/Na2SO4  0,5M; (e)Aço-Zn/Na2SO4   0,5M +ácido benzóico 1%; (f)Aço-Zn/Na2SO4   0,5M +IVC 1% (sachê).

Figura 5. Diagramas de impedância da chapa de aço zincado (pincelado com óleorevitalizado) em solução de Na2SO4  0,5 M obtidos a diferentes tempos deimersão:( ) 1 h,   (∆)   3 h,  (   ) 6 h, (7) 9 h, ( ) 12 h, (Μ) 15 h, (!)   18 h, ( Χ)

21 h e (•) 48 h.

Figura 3. Foto da chapa zincada pinceladacom óleo revitalizado após fluxocapilar de solução de Na2SO4  0,5M durante 5 dias.

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7/21/2019 Cote 243

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Figura 6. Diagramas de impedância da chapa de aço zincado obtidos após 3 h de

imersão em solução de Na2SO4  0,5 M (!); e após imersão na mesmasolução contendo plástico de 80 µm de espessura impregnado com IVC,

com diferentes tempos de imersão:  (•)  3 h,  (7)   20 h e  (∆)  30 h.

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