jornalcana 243 (abril/2014)

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O SETOR VAI ÀS RUAS Agravamento da crise energética e das usinas obriga o setor a ir às ruas, com protestos agendados para 24 de abril, nas regiões produtoras, e 13 de maio em Brasília Ribeirão Preto/SP Abril/2014 Série 2 Nº 243 R$ 20,00 No fim das energias No fim das energias Governo paga alta conta por erros estratégicos, como o de não fazer leilões regionais de energia e por fontes Governo paga alta conta por erros estratégicos, como o de não fazer leilões regionais de energia e por fontes Governo paga alta conta por erros estratégicos, como o de não fazer leilões regionais de energia e por fontes Governo paga alta conta por erros estratégicos, como o de não fazer leilões regionais de energia e por fontes Governo paga alta conta por erros estratégicos, como o de não fazer leilões regionais de energia e por fontes

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No fim das energias

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Page 1: JornalCana 243 (Abril/2014)

O SETOR VAI ÀS RUASAgravamento da crise energética e das usinas obriga

o setor a ir às ruas, com protestos agendados para 24 de

abril, nas regiões produtoras, e 13 de maio em Brasília

Ribeirão Preto/SP Abril/2014 Série 2 Nº 243 R$ 20,00

No fim das energiasNo fim das energiasGoverno paga alta conta por erros estratégicos, como o

de não fazer leilões regionais de energia e por fontes

Governo paga alta conta por erros estratégicos, como o

de não fazer leilões regionais de energia e por fontes

Governo paga alta conta por erros estratégicos, como o

de não fazer leilões regionais de energia e por fontes

Governo paga alta conta por erros estratégicos, como o

de não fazer leilões regionais de energia e por fontes

Governo paga alta conta por erros estratégicos, como o

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Abril 2014ÍNDICE DE ANUNCIANTES4

Í N D I C E D E A N U N C I A N T E SACIONAMENTOSRENK ZANINI 16 35189001 2

ACOPLAMENTOSVEDACERT 16 39474732 78

AÇOS-INOXIDÁVEISAPERAM 11 38181821 30

ANTI - INCRUSTANTESPRODUQUÍMICA - SP 11 30169619 62

ANTIBIÓTICOS - CONTROLADORES DEINFECÇÕES BACTERIANASBETABIO / WALLERSTEIN 11 38482900 38

PRODUQUÍMICA - SP 11 30169619 62

ÁREAS DE VIVÊNCIAALFATEK 17 35311075 3

AUTOMAÇÃO AGRÍCOLAAGM TECH SOLINFTEC 18 36212182 63

AUTOMAÇÃO DE ABASTECIMENTODWYLER 11 26826633 23

AUTOMAÇÃO INDUSTRIALAUTHOMATHIKA 16 35134000 28

METROVAL 19 21279400 16

BALANCEAMENTOS INDUSTRIAISVIBROMAQ 16 39452825 82

BIG BAG'SSOLUÇÕES 16 38182305 80

CABOS DE AÇOOKUBO 16 35149966 13

CALDEIRARIAMETALÚRGICA RIO GRANDE 16 31738100 14

CALDEIRASENGEVAP 16 35138800 80

CARRETASALFATEK 17 35311075 3

CARROCERIAS E REBOQUESRODOTREM 18 36231146 70

RONTAN 11 30937088 52

SERGOMEL 16 35132600 46

CATRACASSISPONTO 35 38510400 76

CENTRÍFUGASVIBROMAQ 16 39452825 82

COLETORES DE DADOSMARKANTI 16 39413367 4

COLHEDORAS DE CANACASE IH (COM) 41 21077400 8 E 9

COMBATE A INCÊNDIO - EQUIPAMENTOS ESERVIÇOSARGUS 19 38266670 33

COMPONENTES ELÉTRICOSAPS COMP ELÉTRICOS 11 56450800 65

CONSULTORIA/ENGENHARIA INDUSTRIALBOSCH ENGENHARIA LTDA 19 33018101 64

REUNION ENGENHARIA 11 41566688 68

SUGARSOFT 19 34023399 82

CONTROLE DE FLUIDOSMETROVAL 19 21279400 16

CORRENTES INDUSTRIAISPROLINK 19 34234000 11

DECANTADORESMETALÚRGICA RIO GRANDE 16 31738100 14

VLC 19 38129119 41

DEFENSIVOS AGRÍCOLASSYNGENTA 11 50923305 29

BASF 11 30432125 42 E 43

CANAVIALIS 19 35124143 51

DUPONT 11 41668683 21

IHARABRAS 15 32357914 49

NUFARM 11 21338866 53

DESTILARIASCONGER 19 34391101 68

EDITORAPROCANA BRASIL 16 35124300 37, 61 E 73

ELETROCALHASDISPAN 19 34669300 24

ENERGIA ELÉTRICA - ENGENHARIA ESERVIÇOSCPFL SERVIÇOS 19 37562755 56

ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO CIVILCONGER 19 34391101 68

ENGEVAP 16 35138800 80

EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃOANSELL 11 33563100 22

AZ BRASIL EPI 35 37318578 48

EQUIPAMENTOS E MATERIAIS ELÉTRICOSAUTHOMATHIKA 16 35134000 28

EQUIPAMENTOS HIDRÁULICOSHIDRO AMBIENTAL 19 35729999 34

PARKER HANNIFIN 12 40093591 17

ESPECIALIDADES QUÍMICASPRODUQUÍMICA - SP 11 30169619 62

QUÍMICA REAL 31 30572000 57

EVAPORADORESMETALÚRGICA RIO GRANDE 16 31738100 14

FEIRAS E EVENTOSAGRISHOW 11 35987800 47

PROCANA BRASIL 16 35124300 37, 61 E 73

REED ALCANTARA 16 21328936 59 E 67

STAB 82 33279632 55

FERRAMENTASLEMAGI - SP 19 34431400 64

FERRAMENTAS PNEUMÁTICASLEMAGI - SP 19 34431400 64

PARKER HANNIFIN 12 40093591 17

FERTILIZANTESPRODUQUÍMICA - SP 11 30169619 62

FIOS E CABOSSOLUÇÕES 16 38182305 80

GEORREFERENCIAMENTOJRM GEO 14 34136856 66

GRÁFICASÃO FRANCISCO GRÁFICA 16 21014151 71

IMPLEMENTOS AGRÍCOLASDMB 16 39461800 15

INSPEÇÃO TÉCNICAELETROSERVICE 19 34967711 27

INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO E CONTROLEMETROVAL 19 21279400 16

INSUMOS AGRÍCOLASPRODUQUÍMICA - SP 11 30169619 62

IRRIGAÇÃOGERMEK 19 36827070 50

ISOLAMENTOS TÉRMICOSREFRATÁRIOS RIBEIRÃO 16 36265540 81

MANUTENÇÃO INDUSTRIALELETROSERVICE 19 34967711 27

METALÚRGICA RIO GRANDE 16 31738100 14

VEDARIB 16 34429952 82

MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS AGRÍCOLAS AGRIMEC 55 32227710 54

CASE IH (COM) 41 21077400 8 E 9

MOENDAS E DIFUSORESRENK ZANINI 16 35189001 2

MONTAGENS INDUSTRIAISCONGER 19 34391101 68

ENGEVAP 16 35138800 80

NUTRIENTES AGRÍCOLASIHARABRAS 15 32357914 49

PRODUQUÍMICA - SP 11 30169619 62

UBYFOL 34 33199500 5

PEÇAS E ACESSÓRIOS AGRÍCOLASIBP - UNIMIL 19 21050800 26

PENEIRAS ROTATIVASVIBROMAQ 16 39452825 82

PLAINASAGRIMEC 55 32227710 54

PLANTADORAS DE CANADMB 16 39461800 15

PLANTAS INDUSTRIAISBOSCH ENGENHARIA LTDA 19 33018101 64

PRODUTOS QUÍMICOS

BETABIO / WALLERSTEIN 11 38482900 38

PRODUQUÍMICA - SP 11 30169619 62

QUÍMICA REAL 31 30572000 57

REDUTORES INDUSTRIAIS

RENK ZANINI 16 35189001 2

REFRATÁRIOS

REFRATÁRIOS RIBEIRÃO 16 36265540 81

SAÚDE - CONVÊNIOS E SEGUROS

SÃO FRANCISCO SAÚDE 16 08007779070 83

SINALIZADORES INDUSTRIAIS

RONTAN 11 30937088 52

SOLDAS INDUSTRIAIS

AGAPITO 16 39479222 82

COMASO ELETRODOS 16 35135230 58

MAGISTER 16 35137200 7

SUPRIMENTOS DE SOLDA

COMASO ELETRODOS 16 35135230 58

TINTAS E REVESTIMENTOS

SHERWIN-WILLIAMS SUMARÉ 19 21228826 69

TORRES DE DESTILAÇÃO

METALÚRGICA RIO GRANDE 16 31738100 14

TRANSBORDOS

DMB 16 39461800 15

TRATAMENTO DE ÁGUA / EFLUENTES

FILTRANDO 11 25951300 44

VLC 19 38129119 41

TRATORES

CASE IH (COM) 41 21077400 8 E 9

MASSEY FERGUSON 51 34628000 84

TREINAMENTO E COACHING

REUNION ENGENHARIA 11 41566688 68

TROCADORES DE CALOR

AGAPITO 16 39479222 82

VÁLVULAS INDUSTRIAIS

FOXWALL 11 46128202 32

VEDAÇÕES E ADESIVOS

PARKER HANNIFIN 12 40093591 17

VEDACERT 16 39474732 78

VENTILAÇÃO INDUSTRIAL

VLC 19 38129119 41

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Abril 2014 CARTA AO LEITOR 5

NOSSOS PRODUTOS

Anuário da CanaBrazilian Sugar and Ethanol Guide

www.jornalcana.com.brO Portal do setor sucroalcooleiro

JornalCanaA Melhor Notícia do Setor

Prêmio BestBIO Brasil

BIO & SugarInternational Magazine

Mapa Brasil de Unidades Produtoras de

Açúcar e Álcool

Prêmio MasterCanaOs Melhores do Ano no Setor

DIRETORIAJosias Messias [email protected]� Assessoria Mateus Messias [email protected]

REDAÇÃO� Editor Luiz Montanini - [email protected] � Coordenação e FotosAlessandro Reis [email protected]� Editor de Arte - Diagramação José Murad Badur� ReportagemAndréia Moreno - [email protected]é Ricci - [email protected]� Arte Gustavo Santoro� RevisãoRegina Célia Ushicawa

ADMINISTRAÇÃO� Gerente AdministrativoLuis Paulo G. de Almeida [email protected][email protected]@procana.com.br

TIC E PLANEJAMENTOAsael Cosentino - [email protected]

EVENTOSRose Messias - [email protected]

PÓS-VENDASThaís Rodrigues - [email protected]

MARKETING� Gerência Fábio Soares Rodrigues [email protected]� Assistente Lucas Messias [email protected]

PUBLICIDADE� ComercialGilmar Messias 16 [email protected] Milán 16 [email protected] Giaculi 16 [email protected]

ASSINATURAS EEXEMPLARES11 3512.9456www.jornalcana.com.br/assinaturas

NOSSA MISSÃOProver o setor sucroenergético de informações

relevantes sobre fatos e atividades relacionadas àcultura da cana-de-açúcar e seus derivados, e

organizar eventos empresariais visando:� Apoiar o desenvolvimento sustentável do setor

(humano, socioeconômico, ambiental etecnológico);

� Democratizar o conhecimento, promovendo ointercâmbio e a união entre os integrantes;

� Ser o porta-voz e centro de informações do setor; � Manter uma relação custo/benefício que propicie

parcerias rentáveis aos clientes e demaisenvolvidos.

O MA IS L ID O!

Fone 16 3512 4300 Fax 3512 4309Av. Costábile Romano, 1.544 - Ribeirânia

14096-030 - Ribeirão Preto - [email protected]

ISSN 1807-0264

Artigos assinados (inclusive os dasseções Negócios & Oportunidades eVitrine) refletem o ponto de vista dosautores (ou das empresas citadas).JornalCana. Direitos autorais ecomerciais reservados. É proibida areprodução, total ou parcial, distribuiçãoou disponibilização pública, por qualquer meio ou processo, sem autorizaçãoexpressa. A violação dos direitos autorais é punível como crime (art. 184 eparágrafos, do Código Penal) com pena de prisão e multa; conjuntamentecom busca e apreensão e indenização diversas (artigos 122, 123, 124, 126,da Lei 5.988, de 14/12/1973).

Tiragem auditada pelos

10.000 exemplaresPublicação mensal

í n d i c e

www.jornalcana.com.br

c a r t a a o l e i t o rJosias Messias [email protected]

Às ruas!“O governo federal não pode mais continuar ignorando as dificuldades enfrentadas pelos

produtores de etanol. Precisa mudar de fato sua postura porque o fechamento de usinas acabacom empregos, reduz a arrecadação de impostos e mantém a necessidade constante deimportação de gasolina. Não se constrói o País desprezando a história e destruindo as conquistasdos brasileiros que realizaram a mais formidável alternativa mundial sustentável aoscombustíveis fósseis e poluentes, o nosso Etanol!”

Assim o deputado Arnaldo Jardim encerra seu artigo publicado no último dia 13 de marçono site do JornalCana, o qual define bem o agravamento da situação do setor, com o fechamentode mais de 40 usinas, desde o Ethanol Summit 2013, onde lançamos a ideia das manifestaçõespúblicas como única maneira de fazer o setor ser ouvido e respeitado pela Presidente Dilma.

Nossa sugestão encontrou eco na maioria das lideranças do setor e permitiu a criação, emBrasília, da Frente Parlamentar em Defesa do Setor Sucroenergético, presidida por ArnaldoJardim, a qual desempenhou papel fundamental na articulação com entidades, produtores eautoridades, culminando agora com as manifestações públicas agendadas para o dia 24 de abril,nas regiões produtoras, e 13 de maio em Brasília.

“Achamos que chegou a hora de mudarmos o tom, de endurecermos a luta para preservar opatrimônio construído com a produção do combustível verde e amarelo que é o etanol”, afirmouJardim. Segundo ele, as manifestações serão organizadas com a participação de todo o setor:plantadores e fornecedores de cana, usinas e indústria de máquinas e equipamentos.

O setor têm consciência das poucas, ou quase nulas, possibilidades do governo tomar algumamedida que cause grande impacto positivo na atual safra, tal como aumentar o preço da gasolina,permitindo um consequente aumento nos preços do etanol, ou a retomada da CIDE, e que assoluções para reduzir os prejuízos devem ser resultado de ações das próprias usinas.

Mas existe uma bandeira viável que pode ajudar a aumentar os preços médios do etanol aomesmo tempo em que reduz os déficits da Petrobras e do Brasil com a importação de gasolina.Trata-se do aumento da mistura de anidro de 25% para 27,5% na gasolina. É bom para o país epara a cadeia produtiva da cana-de-açúcar! Vamos cobrar o descaso e os prejuízos ocasionadosaos produtores de etanol nos últimos anos.

O momento é agora, porque o projeto do PT em perpetuar-se no poder com a reeleição daDilma (ou do próprio Lula, como substituto de última hora…) está em risco.

Sem dúvida, qualquer medida de impacto imediato em favor da atividade sucroenergéticapor parte da Presidente Dilma Rousseff virá pela via que o PT pensava ser o único a dominar eque ultimamente tem se mostrado uma arma eficaz contra eles próprios: manifestações públicas.

Às ruas!

VIDA QUE NASCE DA MORTE“Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó inferno, a tua vitória?”.

(Apóstolo Paulo, no verso 55 do capítulo 15de sua primeira carta bíblicaaos Coríntios, referindo-se à vitória de Jesus Cristo conquistada ao morrer

na cruz levando os pecados da humanidade e ressuscitando ao terceiro dia)

Agenda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .6 e 7

Usina do bem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .10 e 11

Homenagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .12� Fulvio Pinheiro Machado * 17/8/51 +10/3/2014

Política Setorial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .14 a 25� Nordeste declara guerra à importação de etanol� Estiagem expõe fragilidade do sistema elétrico brasileiro� Inabilidade na política energética deve gerar déficit de US$ 11,5 bi � União Europeia quer autossustentabilidade energética� ENTREVISTA: Artur Yabe Milanez, ger. de biocombustiveis do BNDES

Logística & Transportes . . . . . . . . . . . . . . . . . . .26 a 32� ESPECIAL — O patinho feio tornou-se mosca branca� RUMO AO NORTE! Cana deve seguir rumo da soja

Tecnologia Agrícola . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .34 a 40� Rurícolas têm novo perfil e nova composição � Aumento da incidência de pragas ronda os canaviais� Produtividade do C/S poderá ter quebra de até 50%

Produção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .41 a 46� GIRO DO SETOR — América latina � Busca por preços melhores antecipam safra Centro/Sul

Saúde & Segurança . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .48 a 53� O exemplo da Alta Mogiana em Segurança no Trabalho� Norma exige adoção de medidas contra riscos ambientais

Administração & Legislação . . . . . . . . . . . . . . . .54 a 57� Competências técnicas X competências comportamentais

Tecnologia Industrial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .58 a 69� Desfibrador diferenciado é usado no preparo de cana da Adecoagro � Sinatub na produção do Etanol 2G� ESPECIAL — Ar torna-se solução para movimentação de bagaço� A usina na mão! – Especial acionamentos elétricos � ESPAÇO GEGIS - Indicadores industriais da safra 2013/14

Setor em Destaque . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .70� Prêmio BestBIO 2014 recebe inscrições de cases

Destaques do Setor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .72� Por Fábio Exfatman Rodrigues

Negócios & Oportunidades . . . . . . . . . . . . . . . . .74 a 82

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Abril 2014AGENDA6

A C O N T E C E U A C O N T E C E

GMEC DISCUTE ENLONAMENTO DE CARGASA Usina Clealco, de Clementina (SP),

sediou a segunda reunião do ano do Gmec –Grupo de Motomecanização do Setor, noúltimo dia 18 de março. O evento que reuniucerca de 80 representantes de usinas, discutiuas “Soluções para o Enlonamento de Cargas deEquipamentos Canavieiros”. Na ocasião,diversos fornecedores e a Usina Malosso,apresentaram os sistemas disponíveis nomercado.

Na semana anterior, o Gmec lançara umapesquisa sobre enlonamento com o objetivo dedescobrir quais sistemas as usinassucroenergéticas utilizam na atualidade.Durante a reunião foram divulgados osresultados. Segundo um dos organizadores doevento, Bruno Mattos, 89% das unidadespesquisadas utilizam o Lança corda manualpara puxar a lona (enlonar e desenlonar acarga), e que atende as especificações da lei. Orestante das usinas utilizam os outros sistemas.

AGRISHOWA 21ª Agrishow - Feira

Internacional de Tecnologia Agrícolaem Ação acontece de 28 de abril a 2 demaio de 2014, em Ribeirão Preto, SP.Os organizadores esperam reunir umnúmero maior de expositores este ano,sendo que no último, o total foi de 790marcas. Já com relação aos visitantes,que no ano passado totalizou 150 milpessoas, de mais de 70 país, o objetivotambém é aumentar. Para isso, aorganização afirma ter melhorado asistemática de regionalização. A Feiraconta com os seguintes segmentosregionalizados: aviação; irrigação;ferramentas; automotivo; ônibus;caminhões e implementos paratransbordo; máquinas para construção,pecuária, pneus, agricultura deprecisão; armazenagem e plots. Outradetalhe é a unificação dos pavilhõescobertos, área que foi ampliada econtará com uma moderna cobertura,totalizando 9.000 m2 de área. Maisinformações acessewww.agrishow.com.br.

SUCRONORA 5ª Mostra Sucroenergética para

a Região Nordeste, acontece de 22 a 25de abril de 2014, no Centro deConvenções de Pernambuco – Olinda,PE. Mais informações através do sitewww.sucronor.com.br.

FERSUCROA Stab Leste realiza no período

de, 8 a 11 de julho de 2014, noCentro de Convenções de Maceió,AL, a 11ª edição da Fersucro – FeiraRegional Sucroalcooleira. Maisinformações através do sitewww.fersucro.com.br.

FENASUCROA Fenasucro&Agrocana

acontece de 26 a 29 de agosto de2014, em Sertaozinho, SP,oferecendo aos visitantes aoportunidade de explorar toda acadeia de produção: preparo do solo,plantio, tratos culturais, colheita,

industrialização, mecanização eaproveitamento dos derivados dacana-de-açúcar. Mais informaçõeswww.fenasucro.com.br.

AGENDE-SE PARA O MASTERCANAAs três edições do Prêmio

MasterCana já têm datas marcadas.No Centro-Sul, a festa acontece nodia 25 de agosto, em Sertãozinho,SP. Já o MasterCana Nordeste, nesteano, acontece em 13 de novembro,em Recife, PE. Por último, em 25 denovembro, será realizado oMasterCana Brasil, em São Paulo,capital.

BESTBIO E FÓRUM PROCANA O Prêmio

BestBIO, queacontece em18 desetembro, emRibeirãoPreto, SP, éumainiciativaindependente que tem por objetivo central incentivar a sustentabilidadeatravés da divulgação e reconhecimento aos melhores cases dabioeconomia brasileira, com ênfase no desenvolvimento e geração deenergias limpas e renováveis. Mais informações, acesse:www.bestbio.com.br.

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Abril 2014 AGENDA 7

Prêmio MasterCana Social acontece em 25 de agostoEvento incentivainiciativas sustentáveis detoda a cadeiasucroenergética

DA REDAÇÃO

Acontece no dia 25 de agosto, nacidade de Sertãozinho, SP, a 7ª edição doPrêmio MasterCana Social, eventopromovido pelo Gerhai - Grupo de Estudosem Recursos Humanos na Agroindústria emparceria com a ProCana Brasil. O encontroserá realizado dentro da programação doPrêmio MasterCana Centro-Sul, que abre asemana da Fenasucro, maior evento docalendário sucroenergético.

O MasterCana Social tem por objetivoincentivar, reconhecer e premiar as práticasde gestão de pessoas e responsabilidadesocioambiental das usinas sucroenergéticas,como também das entidadesrepresentativas e das empresasfornecedoras de produtos e serviços aosetor, que contribuem para a promoção dobem-estar social e do desenvolvimentosustentável.

Quem explica melhor é José DarcisoRui, diretor do Gerhai. “Sabemos que osetor é representado e movido pelas usinasque transformam a cana-de-açúcar emenergia, etanol, açúcar e tantos outrosprodutos. Mas, além da cana, essas usinastambém transformam a sociedade, aeconomia e a comunidade onde estãoinstaladas, gerando emprego, renda,benefícios sociais e impostos”, destaca.

Todos os projetos serão analisados poruma comissão que fará uma triagem edefinirá os três finalistas de cada categoria.Os classificados passam pela “Comissão deNotáveis”, responsável pelo processo eletivo,sendo os vencedores revelados no dia doevento. “Sabemos que parceiros einvestidores, especialmente osinternacionais, buscam informações sobre aparticipação das empresas em projetosambientais e sociais. Premiar e ressaltar estetrabalho torna-se importante para osegmento”, diz Rui.

Em 2013, com nove cases inscritos, aViralcool Açúcar e Álcool foi eleita a“Empresa do ano em ResponsabilidadeSocioempresarial”. Em um dos seustrabalhos, denominado “Festival de TeatroTPC”, a empresa levou o prêmio nacategoria “Educação e Cultura”.

CATEGORIASLAUREADAS

� Educação e Cultura � Sustentabilidade/Meio

Ambiente � Valorização da Diversidade � Saúde Ocupacional � Desenvolvimento Humano � Qualidade de Vida � Comunidade� Comunicação e Relacionamento� Empresa do ano em

Responsabilidade Socio-Empresarial

� Destaque EmpresaFornecedora

� Destaque Entidade

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Abril 2014USINA DO BEM10

Barralcool comemora

Dia das MulheresNo último dia 15 de março, o Grupo

Barralcool promoveu pelo 8º anoconsecutivo um evento em comemoraçãoao Dia Internacional da Mulher na sede doseu Projeto Social Doce Vida, em Barra doBugres (MT). O encontrou reúne há doisanos exclusivamente as colaboradoras dausina.

Neste ano, a temática do evento foi“Mulheres Mato-grossenses” e asparticipantes assistiram apresentações da

dança típica siriri, música pantaneira epalestras. A unidade promoveu o sorteio debrindes, entre eles cinco celulares e umabicicleta de 18 marchas.

As participantes também assistiram apalestras sobre Moda com a blogueiraDaiana Grummt, sobre Autoestima comFátima Lopes, do Sesi e cuidados com apele para uma boa maquiagem com Cassiade Gois, além de receberem Quick Massagecom a fisioterapeuta Dione, da Unimed.

A Usinas Itamarati, do Mato Grosso,recebeu no dia 10 de março, um grupo deprodutores e associados da CooperativaCastrolanda Agroindustrial, do municípiode Castro (PR). Os visitantes foramacompanhados do consultor NadielPacheco Kowalski e recepcionados pelosprofissionais do Departamento deComunicação e Marketing da UsinasItamarati, Daisy Gontijo e EvandroEugênio dos Santos. Os profissionais seinteressaram pela política ambiental da

unidade e das técnicas aplicadas naempresa.

A equipe de Comunicação fez umaapresentação institucional da empresa eem seguida, os professores e gerentestécnicos e do Sistema de Gestão Ambientalda UISA, Rogério Pontes Xavier e CaetanoHenrique Grossi, ministraram palestrasobre a tecnologia agroindustrial eutilização dos resíduos resultantes doprocessamento da matéria-prima e apolítica ambiental da Usinas Itamarati.

Política ambiental

chama atenção

A partir deste abril, André Valio,integrará a equipe de blogueiros do novoportal do JornalCana. O engenheiroagrônomo especialista em gestão e tecnologiapela Esalq/Usp, com MBA em gestãoempresarial pela FGV, possui vastaexperiência no setor.

André Valio atua há 16 anos em gestão

de empresas de bioenergia e há dois anos emconsultoria agronômica. Atuou como diretorde operações na Umoe Bioenergy e comodiretor agrícola e de org. agroindustrial naAbengoa Bioenergy conseguindoimportantes ganhos de performanceoperacional, redução de custos e enormesavanços na segurança e padronização dos

processos. Gerenciou orçamentos commontantes de até 200MUSD e comandouem sua vertical até 4K empregados entreoperações agrícolas e industriais com forteliderança e foco nos resultados. Lideroustartups de projetos greenfield e tambémcolaborou e liderou projetos de ampliação deplantas já operativas com êxito. André Valio

Site do JornalCana tem novo blogueiro

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Abril 2014 USINA DO BEM 11

GUAÍRAEm comemoração ao Dia Mundial da Água, 22 de março, a

Usina Açucareira Guaíra, preparou no dia 21 de março, atividadesambientais para 40 alunos do 6° do Colégio Zezinho Portugal.

Segundo o engenheiro ambiental, Anderson Malerba, ascrianças assistiram ao vídeo educacional sobre as atividadessustentáveis realizadas pela Usina Açucareira Guaíra, palestrasobre a importância de preservar água, distribuição de folderseducacional sobre o uso racional da água e mudas de árvores deespécies nativas.

Em seguida foram encaminhadas para conhecer a Estaçãode Tratamento de Efluentes da empresa, onde todos os efluentesprovindo das oficinas e lavadores são tratados e, através decircuito fechado, a água é reutilizada na lavagem de toda a frotada empresa, reduzindo ainda mais a captação de água utilizadanesses processos, favorecendo a garantia de recursos hídricosem quantidade e qualidade.

CLEALCOEm comemoração ao Dia Mundial da Água, que aconteceu no

dia 22 de março, o Grupo Clealco realizou um evento destinado a120 crianças do quinto ano da Escola Estadual Maria Conceiçãode Souza, da cidade de Clementina (SP), e também do quarto anoda Escola Municipal Casa da Amizade, de Penápolis (SP). Durantea programação, as crianças fizeram uma apresentação de dança,além de uma peça teatral sobre a necessidade de utilizar a águacom consciência.

No decorrer do evento, as pedagogas do Daep – Departamentode água e Esgoto de Penápolis, Fernanda Marin Campache Bosso eDalila Maria da Cruz Oliva, ministraram uma palestra sobre aimportância da água para os seres vivos e o trabalho realizado peloDaep.

No final do encontro, cada criança recebeu uma muda deárvore nativa, com o objetivo de estimular a arborização dascidades da região.

Ação mundial de segurança

A Louis DreyfusCommodities promoveu nodia 19 de março, o 5° DiaMundial da Segurança, com otema “Sustentabilidadecomeça com Segurança”. NoBrasil, maior operação dogrupo no mundo, seus maisde 12 mil colaboradores em12 estados participaram doevento. Realizado nos 90países onde a companhia estápresente, o evento buscareforçar o compromisso deseus colaboradores com osquatro pilares de sua políticade sustentabilidade –pessoas, meio ambiente,comunidade e parceiros – ecom ações que promovam asegurança no local detrabalho.

Segundo sua assessoria, aLDC programou uma série deatividades para engajar seuscolaboradores, comopalestras educativas,oficinas, entre outras, ondesegurança e meio ambientetêm um papel central.

DIA MUNDIAL DA ÁGUA

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Abril 2014HOMENAGEM12

Especialista emtecnologia industrial econsultor, faleceu aos 62anos, em 10 de março

ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

O colaborador freelancer da ProCanaBrasil, o engenheiro agrônomo, Fulvio deBarros Pinheiro Machado, faleceu aos 62anos de aneurisma da veia aorta, no dia 10de março, em São Carlos (SP).

Por onde passou Fulvio deixou seurecado. Especialista da indústriasucroenergética, trabalhou por mais de 30anos no setor, e era muito conhecido porsua simpatia e companheirismo. Ojornalista atuou na ProCana Brasil comoconsultor contratado até o último dia 20 defevereiro, data em que passou a prestarserviços. Desde 2011, escreviaespecialmente sobre tecnologia industrialpara o JornalCana.

Sua marca registrada era a máquinafotográfica e a necessidade de relatar ahistória por onde passava, ou de pesquisaros primórdios do segmento. Muitointeressado em história, Fulvio possuía umgrande acervo fotográfico sobre o setorsucroenergético e importantes textos como“Brasil, a doce terra”, inclusive. Colaboroucom artigos técnicos durante anos tambémpara a revista Stab. A fotografia tambémera seu hobby.

O professor Fulvio casou-se em 1978com Cleide Carboni Pinheiro Machado,ano em que iniciou na empresa Zanini até

1986, como gerente de seção de vendas.Atuou na Smar como promotor de vendase gerente de operações de vendas de 1986até 2005. De 2006 a 2009 trabalhou naCSJ (Cooperativa São José) como vendedore em março de 2011 foi convidado para serconsultor na ProCana Brasil.

Fulvio deixa a esposa Cleide e osfilhos, Luís Gustavo e Flávio Augusto. “Acasa era sua alegria, pois sempre foi muitofamília. Não tinha quem não gostasse doFulvio. Era conselheiro, amigo, orientava,

ajudava. Era um pai e marido exemplar, efaz muita falta para nossa família”,lamenta Cleide.

Para o presidente da ProCana Brasil,Josias Messias, o Fulvio era um gentlemane muito eclético. “Era possível passar váriashoras agradáveis conversando com elesobre diversos assuntos. Ele tinha umabusca incansável por conhecimento.Formou-se engenheiro agrônomo na Esalq,exerceu sua carreira na área de tecnologiaindustrial, mas se realizava mesmo

escrevendo, especialmente sobre fatos,pessoas e tecnologias que marcaram ahistória do setor”, diz.

Antoine Sarrau, diretor financeiro daSolios Thermal, do Fives Group sentirásaudades. “Os poucos contatos que tivecom ele foram sempre de uma granderiqueza, não só jornalística, mas histórica ehumana. Era um jornalista técnico fora docomum, pois tinha um dom, sabia tornar ocotidiano menos trivial, dar umaperspectiva mais profunda às coisas.Ficaremos com saudades”, ressalta.

HOMENAGEM DOS AMIGOSPor onde passava, Fulvio conquistava

amigos e fazia questão de comentar sobreas tecnologias do setor ou contar um poucoda história. Adalberto Marchiori, dacomunicação e marketing do Grupo TGM,conhecia o jornalista há 25 anos e selembra com carinho da convivência nomesmo ambiente de trabalho. “Eu gostavamuito dele, pois era muito criterioso,inteligente, detalhista, ousado e umprofundo conhecedor do setor. Era um dosantigos remanescentes do segmento.Participou da criação e desenvolvimento dediversos projetos, pois tinha conhecimentotécnico profundo. Fará muita falta”, diz.

Outro antigo colega de trabalho, oexecutivo do setor, Ivan Correa, o Xaxá, selembra dos registros fotográficos do Fulvioe do gosto pela história. “Por onde passavaregistrava o momento com sua máquina.Preservava muito o passado e ajudou aStab com diversas reportagens. Era umapessoa muito fácil de se relacionar e muitoboa gente. Sempre que alguém precisavade ajuda, ele se oferecia para auxiliar eindicava o caminho”.

Fabiano Ruiz, da área comercial daSimisa, também ex-colega de trabalho deFulvio, trabalhou com o especialista porcerca de seis anos. “Foi uma enorme perdapois era uma pessoa especial, participativae prestativa. Seu forte sempre foi omarketing. Era conhecedor da trajetória dosegmento e conseguia falar técnica ecomercialmente. Era um jornalista técnicomuito competente”, recorda.

O ex-colega de trabalho, GabrielGodoy, diretor da Reed Exhibitions, oconheceu em meados de 1995. “Falávamosmuito sobre material jornalístico emodernas tecnologias. Tínhamos umrelacionamento muito amistoso e fiqueichocado com a notícia. O Fulvio participoudo desenvolvimento de várias tecnologiasde instrumentação industrial. Comojornalista passou informações importantesao mercado. É uma grande perda para osetor”, lembra.

Bernardo Câmara Neto, diretor daCitrotec, gostava muito do Fulvio e oconsiderava um amigo. “Conheci-o em2006 na Fenasucro e era excelente convivercom ele, pois era pessoa agradável e comastral elevado. Passou grandeconhecimento. Era muito transparente,competente e falava com espontaneidade.Só podemos falar bem dele. Vocês perdemum grande colaborador e nós, um amigo”.

FULVIO PARTE. O SEU LEGADO, PERMANECE

Josias Messias e Fulvio Pinheiro Machado: um gentleman

Fulvio, sempre gentil e sorridente

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Abril 2014POLÍTICA SETORIAL14

Nordeste declara guerra à importação de etanolAo apontarconsequências daimportação no país,produtores declaramguerra à concorrênciaestrangeira

ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

A notícia de que pelo menos um naviocom etanol americano deverá chegar à regiãoNordeste a cada 45 dias em 2014 causou umgrande alvoroço no segmento. A expectativa éde que entre janeiro e abril entrem no país de80 milhões a 100 milhões de litros de etanolamericano, e com incentivos fiscais. GersonCarneiro Leão, presidente do Sindicape –Sindicato dos Cultivadores de Cana-de-Açúcar do Estado de Pernambuco temdemonstrado grande insatisfação diante docaso. Chegou até a escrever à presidenteDilma, pedindo uma solução.

Renato Cunha, presidente doSindaçúcar-PE, explica que o Brasil nãoprecisa de etanol importado pois a oferta, porparte dos produtores, de 27 bilhões de litrosprevista para esta safra, atenderia e atende ademanda nacional. "Chegamos a exportarnesta safra atual, mais de 2,28 bilhões delitros e a produção de etanol do país cresceu

19,2% versus safra passada, que produziuapenas cerca de 23 bilhões de litros", revela.

Segundo ele, a região Nordeste deveráproduzir, fruto das duas últimas secas, cercade 1,9 bilhão. A demanda é em torno de 2,4bilhões e com a região Norte chega a 3bilhões. "As duas regiões, anualmente, têm ocomplemento de abastecimento por meio dasafra, dos estados do Mato Grosso, MatoGrosso do Sul e Goiás. Eles são

transferidores de etanol para outrosmercados, pois não consomem tudo queproduzem", diz.

Até mesmo o ministro da Agricultura,Antônio Andrade se reuniu comrepresentantes do setor no Nordeste paradiscutir o tema e demonstrou indignação."Acho isso um absurdo", disse, durantereunião com representantes da UniãoNordestina dos Produtores de Cana (Unida),

em 22 de janeiro.Alexandre Andrade Lima, presidente

da Unida, afirma que enquanto o Brasilpermite a importação de etanol dos EUAsem impor nenhuma barreira, o paísestrangeiro apenas recebe açúcar brasileiroatravés de cotas específicas, limitando oquantitativo, para proteger seus produtoreslocais. “Mas isso não tem sido priorizadoaqui”, reclama.

Renato Cunha: Brasil não precisa importar etanol porque produção atende demanda nacional

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Importação de etanol pode afetar preço da canaPor acreditar ser nociva a importação

de etanol aos produtores nordestinos, e atémesmo afetar os preços da matéria-prima,a União Nordestina dos Produtores deCana (Unida) solicitou sua suspensão àSuperintendência de Abastecimento daAgência Nacional de Petróleo, Gás Naturale Biocombustíveis (ANP).

Alexandre Andrade Lima, presidenteda Unida, argumenta que se o pleito doscanavieiros não for atendido, a importaçãodo etanol vai promover uma concorrênciadesleal e problemas na cadeia produtiva

local. “O primeiro problema é a redução dovalor da cana, o que vai afetar diretamenteos agricultores e também os industriais”.

Lima explica que isso acontece porquea composição do preço dela depende dovalor de mercado de seus produtosindustrializados, como é o etanol. “Com aconcorrência do etanol forasteiro, ocorreráuma depreciação dos valores do etanollocal e, consequentemente, dos valores dacana”, diz.

O dirigente, revela que é umcontrassenso o governo federal investir, por

um lado, R$ 148 mi em subvenção parasocorrer o setor canavieiro do NE, emfunção dos prejuízos provocados com aúltima seca, e, por outro lado, importaretanol para competir com o mesmo setorprodutivo regional que começa a sair doscenários da estiagem e tenta lutar para semanter viável economicamente. “O etanolde milho não é fiscalizado pela ANP,portanto, falta certificação sobre aqualidade do combustível importado”,ressalta.

Para ele, o pedido de suspensão tem

consonância com posições da presidenteDilma Rousseff. Isso porque, segundo oexecutivo, quando Dilma visitou oscanavieiros nordestinos em 20 de maio de2013, na Associação dos Fornecedores deCana de PE, ela garantiu que seu governosempre faria uma política permanente como segmento para enfrentar as dificuldadesde clima, relevo e do mercado. Na época, apresidente bradou que qualquer país domundo tem que ter a consideração peladiferenciação regional. “É isso que o setorcobra”, finaliza. (AM)

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Cobranças até por carta

Gerson Leão, do Sindicape: carta aberta à sociedade contra a importação de etanol

Pelo menos duas cartas foramenviadas por diferentes entidades declasse ao governo federal, pedindo umasolução para a importação de etanol dosEstados Unidos para o Nordeste. Umadelas é do Sindaçúcar de Pernambuco e aoutra do Sindicape - Sindicato dosCultivadores de Cana-de-Açúcar doEstado de Pernambuco, em conjunto coma Unida – União Nordestina dosProdutores de Cana e a Associação dosFornecedores de Cana de PE.

A mais recente, lançada no início defevereiro e liderada pelo Sindicape, é umacarta aberta à sociedade contra aimportação de etanol realizada pela LouisDreyfus Internacional por meio da Biosev,proprietária da Usina Giasa e Estivas noNordeste.

Segundo os dirigentes, a importaçãode etanol anidro de milho, durante a safrado Nordeste, prejudica o setor porconcorrer com o produto nacional e asociedade por não ter a mesma qualidadeque o etanol de cana. O documento afirmaque o produto dos Estados Unidos ésubsidiado pelo governo americano, alémde ser comprado com longos prazos parapagamento, sendo assim, "uma práticacomercial irresponsável e predadora, poistais incentivos e prazos tornam inviável acomercialização do etanol produzido noBrasil", revela a carta.

A assessoria da Biosev explicou que aempresa importou etanol dos EstadosUnidos para abastecer suas unidades doNordeste e que não afetará o segmento daregião por se tratar de pequenos volumes."A importação do etanol americanogarantirá que a Biosev atenda exigênciasda legislação brasileira, que estabelecelimites mínimos de estoque de etanol paraas usinas operando no país ao fim dosmeses de janeiro e março. A Biosevencontrou no produto americano, quesegue rigorosamente as especificaçõesestipuladas pelos órgãos reguladoresbrasileiros, uma alternativa paraabastecer o mercado Nordestino e atender

as exigências legais", enfatiza a empresa. Procurada, a ANP - Agência Nacional

do Petróleo, Gás Natural eBiocombustíveis, explicou que não poderestringir uma atividade prevista em lei."Não existe na legislação brasileiravedação para importação de etanolcombustível", garante.

Gerson Leão, presidente doSindicape, procurou a presidência daRepública para registrar a indignação dosprodutores. O Ministério das Minas eEnergia, por meio de Ricardo Dornelles,diretor do Departamento de CombustíveisRenováveis, reiterou ao Sindicato, quenão há legislação vigente que permita obloqueio, suspensão ou mesmo, nãoautorização das operações de importaçãode etanol. Ele alegou também que tudoestava de acordo com as exigênciasregulamentadas no país.

Muito decepcionado com a atitude dogoverno, Leão declarou que não irádesistir das reivindicações e que irá até asúltimas consequências.

No final do ano passado, o presidentedo Sindaçúcar – PE, Renato Cunhatambém enviou carta à ANP pedindoprovidências. “O Governo Federal precisaaumentar de fato seu engajamento naagroenergia do Nordeste. Não dá paraesquecer a indústria de cana dessa regiãoque mesmo com as secas, gera mais de250.000 empregos formais e fatura maisde R$ 5 bilhões por safra. Nãoconseguimos compreender como aslicenças são autorizadas e queartimanhas foram usadas. O país nãoprecisa de uma gota sequer de etanol,ainda mais de qualidade duvidosa”,revela o líder na carta.

Segundo Cunha, o Sindicato avaliarátomar medidas legais contra a ação, masprimeiramente, quer exaurir o debate ebuscar consensos com o Ministério deMinas e Energia e com a ANP. "Esse é umgolpe da ganância sem limites deepisódicos importadores”, conclui RenatoCunha. (AM)

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Setor luta por chance em ummercado promissor; previsibilidadepolítica traria investimentos de volta

ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO

"Estamos com mais de 40% - de armazenamento deágua - nos principais reservatórios e não enxergamosnenhum risco de desabastecimento de energia. Risco zero".A frase do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, ditaem 3 de fevereiro deste ano, ainda que positiva, já expunhaa fragilidade do sistema elétrico brasileiro, dependente defatores climáticos para se manter.

Prova disto é o início de 2014. O período de estiagemnão cessou e fez com os níveis dos reservatórios baixassemainda mais, chegando, por exemplo, a 15% no sistemaCantareira. Em São Paulo, nunca havia sido preciso captarágua do fundo dos reservatórios, pois eles jamais estiveramem níveis tão baixos.

Já em meados de março, o tom otimista do governomudou. O secretário-executivo do Ministério de Minas eEnergia, Márcio Zimmermann, foi o primeiro a assumir asituação preocupante. "Estamos no sinal amarelo. Estouanalisando e acompanhando a estação chuvosa, pois todomundo sabe que tivemos um mês de janeiro e fevereiro combaixíssimas afluências para os nossos reservatórios. Essa é arealidade que ocorre no Brasil".

Antes, o Governo Federal já havia acionado as usinastermoelétricas, fato que, de acordo com informações daCCEE - Câmara de Comercialização de Energia Elétrica,levou o preço da energia no mercado de curto prazo aovalor de R$ 822,83 por megawatt-hora (MWh), o mais altoda história. O recorde anterior, de R$ 684 por MWh,perdurou entre 30 de junho e 6 de julho de 2001, época emque foi decretado racionamento de energia pelo governo.

“Nossa matriz tem uma participação hídrica muitogrande, que depende diretamente das condições de chuvas

durante o ano. A escassez de chuvas versus consumoelétrico definirá os preços de mercado neste período”, dizHumberto Vaz Russi, da Aliança Engenheiros Associados.

Paralelo ao problema, o setor sucroenergético aguardapor uma oportunidade no mercado de energia. Segundo aEPE - Empresa de Pesquisa Energética, o potencial técnicoda bioeletricidade da cana é de 8,4 GW médios até 2022,somente com o aproveitamento do bagaço. Se adicionarmoso potencial da palha, esse potencial chega a 22,1 GW médios.

Contudo, a falta de políticas públicas impede que todoesse potencial seja aproveitado. “A diferença deinvestimentos entre as diversas fontes de energia esbarranos interesses políticos, econômicos e financeiros de nossogoverno. São necessárias linhas de crédito mais acessíveis epreços de comercialização condizentes com a realidade”,explica o especialista.

Mais barata e sustentável, a geração de energia elétricaa partir da cana traria um alento financeiro aos produtores,principalmente em um momento econômico conturbadocomo o de hoje.

Zilmar José de Souza, gerente de Bioeletricidade daUnica – União da Indústria de Cana-de-Açúcar, explica queprevisibilidade é a chave do negócio. “O ideal é adotarmosuma política de longo prazo para a bioeletricidade, capaz deestimular de forma estrutural a expansão dessa fonte namatriz energética brasileira. Uma política de “stop and go”é a pior sinalização para uma cadeia produtiva. Precisamosde sinais claros não somente para bioeletricidade mas paratodo o portfólio de produtos do setor sucroenergético”,afirma.

Por fim, ele lembra que este trabalho poderia ajudar opaís e toda uma classe trabalhadora. “Bioeletricidade não éproblema, mas sim, parte da solução para darcompetitividade ao setor e garantir o suprimento de energiaelétrica ao Brasil”, finaliza o representante da Unica.

Vale ressaltar que todo esse cenário acontece sob ocomando da presidente Dilma Rousseff, que foi secretáriade Minas e Energia no Rio Grande do Sul, de 1999 a 2002,e depois assumiu o Ministério de Minas e Energia em 2003.Há 11 anos é ela que assina as decisões nesta área no país.

Estiagem expõe fragilidade do sistema elétrico brasileiro

Em todo imbróglio energético criado pelo governobrasileiro, a única certeza é de que a sociedade pagará aconta. Modicidade tarifária, de acordo com o diretor do CBIE- Centro Brasileiro de Infraestrutura, Adriano Pires, foi omaior erro do governo, preocupado apenas em manter seueleitorado, já que 2014, é um ano decisivo.

Em entrevista exclusiva ao JornalCana, Pires explica queo Brasil precisa de diversidade em sua matriz energética, fatorque só virá com políticas públicas eficientes. “Segurança eoferta são sinônimos de diversidade. Quanto maisdiversificada for a matriz, menor a probabilidade de umacrise”.

JornalCana: Como o setor sucroenergético pode tirarproveito da crise energetica?

Adriano Pires: Não vejo como, na atual conjuntura.Tiraria se o governo fosse inteligente e colocasse preçosatrativos nos leilões, ao invés de simplesmente ficarpreocupado com a modicidade tarifária. Era preciso pensarna diversificação da matriz energética, já que segurança eoferta são sinônimos de diversidade. Quanto maisdiversificada for a matriz, menor a probabilidade de umacrise.

Por que isto não aconteceu?O governo criou uma maneira burra de trabalhar (sic).

Na verdade, trata-se de uma política populista, que buscaagradar os eleitores. Dessa maneira, eles conseguiram impedir

que a biomassa entrasse de uma maneira efetiva no sistemaelétrico do país. A realidade é que se quisessem ser eficientes,teriam promovido, já há algum tempo, um leilão regional epor fonte. O governo foi míope e vai ter que pagar a conta.

Como avalia as ações que estão sendo tomadas paraconter o problema?

Todas as medidas anunciadas nesse período críticoservem apenas para manter as tarifas baixas até as eleições.Quando analisamos os leilões mais antigos, vemos que o setorsucroenergético falava em R$ 180 por megawatt-hora e ogoverno dizia que era exagero. Hoje, veja só, estão pagandoR$ 822 por megawatt-hora.

O que deveria ser feito para amenizar a crise?Penso que o governo deveria aumentar a tarifa para

tentar reduzir o consumo, além de criar uma companha queincentive o uso mais eficiente de energia elétrica. São váriaspossibilidades, só que nada prudente é feito.

Do que a biomassa precisar para entrar no mercadoem curto prazo?

Não vejo como o setor pode ser beneficiado de maneirarápida. Você não consegue aumentar a oferta de energia deum dia para o outro. Talvez, o que pudesse ajudar, seria oanúncio de leilões regionalizados e por fontes. Isso trariaprevisibilidade e um horizonte mais azul ao segmento, o quecertamente influenciaria nos investimentos. Penso que ogoverno poderia aproveitar o momento e rever algumas ações.

Qual a importância da cana-de-açúcar para o sistemaelétrico?

A Unica – União da Indústria de Cana-de-Açúcar indicaque usinas de canavieiras possuem potencial instalado paraproduzir o equivalente a uma Itaipu - Usina Hidrelétrica. Sóque para poder transformar todo esse potencial em energia épreciso inteligência e não focar em modicidade tarifária. Vejoo setor com um enorme potencial, lidando com um governoque não soube e não sabe explorar seus benefícios.

Existe a possibilidade de um leilão emergencial, porexemplo?

Acho que não. O governo só quer manter a tarifa barataaté as eleições, depois, seja o que Deus quiser. (AR)

ENTREVISTA — Adriano Pires, diretor do CBIE – Centro Brasileiro de Infraestrutura

“Governo foi míope e terá que pagar a conta”

Sinal amarelo! Reservatório da Cantareira nunca esteve em nível tão baixo

AGÊNCIA ESTADO

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Abril 2014 POLÍTICA SETORIAL 19

Acontece no próximo dia 6 de junhoo primeiro leilão de compra de energiaelétrica em 2014 proveniente de novosempreendimentos de geraçãodenominado A-3. A decisão do MME -Ministério de Minas e Energia feita aAneel - Agência Nacional de EnergiaElétrica, está em portaria assinada peloministro Edison Lobão, publicada noDOU - Diário Oficial da União. A data deinício do suprimento de energia elétrica apartir deste leilão ocorrerá em 1º dejaneiro de 2017.

De acordo com a Unica – União daIndústria de Cana-de-Açúcar, o certame vairepetir uma estrutura que não produz bonsresultados, particularmente para abioeletricidade gerada a partir da cana. Onovo leilão permitirá a participação, aomesmo tempo, de empreendimentos degeração a partir de energia hídrica, eólica,biomassa e gás natural. “O formato decontratação no Leilão A-3, misturandofontes de geração não comparáveis, deveriaser revisto. Bioeletricidade é diferente dafonte eólica e de gás natural. No mínimo,deveríamos ter um produto térmico comotivemos no ano passado, nos Leilões A-5,no qual concorreu a bioeletricidade comcarvão mineral e gás natural”, explicaZilmar José de Souza, gerente deBioeletricidade da Unica.

Ele se refere ao último Leilão A-3,realizado em novembro do ano passado,

quando, tanto a bioeletricidade quanto afonte gás natural, não conseguiramcomercializar energia. Somente a fonteeólica foi bem-sucedida, com acomercialização de 380 MW médios de 39parques eólicos. A bioeletricidade haviacadastrado 15 projetos e a fonte gás naturaloutros dois, mas a competição direta comas eólicas, sem levar em consideração asparticularidades de cada fonte, levou aoresultado de contratação de apenas uma

fonte, no caso a própria eólica. “Idealsempre será uma política dedicada para abioeletricidade, com leilões por fonte ouregionais e preços remuneradoresespecíficos”, explicou.

Ele ressalta ainda que, o mundo clamapor energias renováveis e limpas, queamenizem a emissão de gases estufa.Ressaltar essas diferenças seria uma formade incentivar tal produção. “Em 2012 osetor sucroenergético exportou algo como

1,4 GW médios para a rede. Isto significouevitar a emissão de aproximadamente 4milhões de toneladas de CO2. Sem essageração, a matriz de emissões do setorelétrico teria um acréscimo de 13% naqueleano”, destaca.

Prova de que se estimulado, o setorcanavieiro responde, são os números quesurgiram a partir dos leilões A-5. “Com acriação do produto térmico, abioeletricidade voltou a comercializarenergia nos certames. Considerando-se osresultados dos 1º e 2º Leilão A-5,realizados em agosto e dezembro de 2013,a bioeletricidade da cana comercializou203 MW médios, significandoinvestimentos totais de R$ 1,4 bilhão em11 projetos até 2018 e um acréscimo deuma receita anual de R$ 243 milhões pelos25 anos do contrato ao setorsucroenergético”, ressalta Zilmar.

Elizabeth Farina, presidente da Unica,afirma que as usinas fazem o possível paramanter os projetos de cogeração, masfaltam incentivos para que a biomassadeslanche. “Essa opção é limpa, renovávele abundante, além de localizada perto dosprincipais centros de consumo do País.Com tudo isso jogando a favor, abioeletricidade só evoluiu marginalmentepor falta de ações governamentais quereconheçam os benefícios dessa forma degerar energia e viabilizem o crescimento daoferta”, finalizou. (AR)

São Martinho investiu mais de R$ 180 milhões em UTEUm dos grupos sucroenergéticos que

aguardam sinal verde por parte do governono que diz respeito ao mercado de energia é o São Martinho. Em julho de2013, na unidade de mesmo nome,localizada em Pradópolis, SP, foiinaugurada a UTE - UnidadeTermoelétrica, que consumiu investimentosna ordem de R$ 180 milhões.

A unidade possui capacidade paragerar um excedente a ser comercializado naordem de 244 mil MWh, quantidadesuficiente para transformar a companhianum grande produtor autônomo de energiaelétrica e atender a demanda de umacidade com cerca de 200 mil habitantes. “OGrupo, que conta com três unidades eparticipação numa quarta, tem potencialmédio de cogeração de energia excedenteda ordem de 86 MW, sendo 42 MW naUnidade São Martinho e 44 MW naUnidade Boa Vista em Quirinópolis,Goiás”, diz Elke Meirelles, gerenteindustrial da Usina São Martinho.

A UTE caracteriza-se pelo uso de duasmodernas tecnologias para transformar obagaço da cana em energia elétrica: a dequeima em leito fluidizado borbulhante,mais eficiente e flexível que as utilizadasatualmente, gerando mais energia com amesma quantidade de combustível; e acondensação evaporativa, com reduzidoconsumo de água em relação às tecnologiasde condensação tradicionais. “Aimportância da biomassa para o setor está

associada à possibilidade da suatransformação, tanto em energia elétricaquanto em outros produtos, alguns dosquais ainda em estágio de desenvolvimentode tecnologias como, por exemplo, o etanolde segunda geração. A transformação dabiomassa em novos produtos é possívelatravés da execução de investimentos em

instalações e tecnologias”.Por fim, o representante diz que o

Grupo, apesar de ter capacidade paraproduzir mais, não tem comercializadoenergia nos leilões promovidos pelogoverno. “A energia excedente gerada naUTE na Unidade São Martinho éconectada ao GRID de distribuição e a sua

comercialização é efetuada no âmbito domercado livre. O Grupo habilitouempreendimentos nos últimos leilões,porém não efetuou venda. A Unidade BoaVista participou e vendeu energia nosleilões A-5 de 2006 e no 1° leilão deenergia de reserva de 2008”, finalizouMeirelles. (AR)

Modelo de leilões de energia precisa ser revisto

Zilmar José de Souza, gerente de bioeletricidade da Unica

Unidade possui capacidade para gerar excedente de 244 mil MWh

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As importações de gasolina devematingir cerca de 60 mil barris/dia,ante 32 mil barris/dia em 2013

ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO

A importação de combustíveis no Brasil deve gerardéficit de US$ 11,5 bilhões em 2014. Essa é a previsão dadiretora-geral da ANP – Agência Nacional de Petróleo, GásNatural e Biocombustíveis, Magda Chambriard, que disseem 17 de março, esperar um aumento de 4% na demandade derivados do petróleo.

Nas projeções da ANP, o déficit da balança dagasolina será de US$ 2,5 bilhões no fim deste ano, valorsuperior aos cerca de US$ 2 bilhões em 2013. Para abalança comercial do diesel, a estimativa é de aumento dodéficit para US$ 9 bilhões, sendo que no último ano, ovalor foi de U$S 7,5 bilhões.

De acordo com a agência de notícias Reuters, asimportações deverão dobrar muito, em função da demandacrescente em detrimento à produção estagnada dosderivados do petróleo. As compras devem atingir cerca de60 mil barris/dia, ante 32 mil barris/dia em 2013.

O contrassenso se torna ainda mais evidente quandose avalia os dados de produção da safra de cana-de-açúcar.A Unica – União da Indústria de Cana-de-Açúcar, tambémem 17 último, divulgou que as usinas do Centro-Suldestinaram 54% de sua moagem para a produção deetanol. Isso significa um aumento de 19,57% em relação ao

mesmo período da safra anterior, totalizando 25,5 bilhõesde litros.

A falta de uma política clara e bem definida nomercado de combustíveis explica todo este cenário.Adriano Pires, diretor do CBIE – Centro Brasileiro deInfraestrutura, corrobora com a opinião de que o mercadoprecisa de previsibilidade, que só virá quando definidasregras mercadológicas. “Infelizmente, o governo foi muitoincompetente na política de energia do Brasil”.

Vale ressaltar que o aumento na produção de etanol sedeu em um momento financeiro caótico para o setorsucroenergético, que, se incentivado, poderia evitartamanho déficit na balança comercial, gerar milhares deempregos, além de contribuir com o meio ambiente.

Os representantes do Fórum NacionalSucroenergético aliados à Frente Parlamentar pelaValorização do Setor Sucroenergético, presidida pelodeputado federal Arnaldo Jardim, definiram pontosnecessários para a retomada do segmento, que enfrenta ofechamento de usinas e a redução da produtividade.

As propostas para tirar o setor da crise contam com avolta da Cide — Contribuição de Intervenção no DomínioEconômico sobre a gasolina; o aumento da mistura deetanol na gasolina de 25% para 27,5%; apoio público àmelhoria da eficiência dos motores flex no Inovar-Auto,além da intensificação do uso da bioeletricidade gerada apartir da cana-de-açúcar.

Outro detalhe importante trata-se de liberação de R$1,5 bilhão em créditos presumidos retidos na venda deetanol pelo governo federal. Em 2013, a presidente DilmaRousseff transformou a alíquota do PIS/Cofins sobre oetanol, de R$ 120 por metro cúbico, em créditos

presumidos. Contudo, o valor não foi liberado. “Até agora a medida só ajudou as distribuidoras, que

sofriam com a sonegação. Sugerimos que os créditospossam ser aproveitados no pagamento de tributosprevidenciários e também de empréstimos bancários.Assim, teríamos um pouco mais de liquidez para asempresas”, diz André Rocha, presidente do FórumNacional Sucroenergético.

É justamente essa demora que incomoda o segmento.Mesmo com o número de usinas fechadas aumentando, asdefinições demoram a sair. “Há tempos a indústria da canasolicita atenção governamental, e a cada ação incerta, maisdesacreditada de uma possível retomada no crescimento, aindústria canavieira fica.”

Roberto Hollanda Filho, presidente da Biosul –Associação dos Produtores de Bionergia de Mato Grosso doSul, é mais um a falar sobre o momento. “Nossa crise éevidente e estamos levando os problemas aos

parlamentares. O país perde muito com a crise do setor. Éuma insensibilidade do governo permitir chegar a esteponto. Precisamos de uma definição urgente”.

Roberto Rodrigues, que participou da reunião,considerou como “burrice e falta de patriotismo” odescaso do governo com a produção etanol no país. Paraele, o segmento só voltará a crescer se houver um acordo“dentro do próprio governo”, além de um entendimentoentre o Executivo e produtores.

Murilo Paraíso, presidente da Asplan - Associaçãodos Plantadores de Cana da Paraíba, acredita ser precisoincorporar as externalidades do etanol, ambientalmentecorreto, gerador de empregos e de renda, a política depreço dos combustíveis. “O fechamento de 40 usinas nosúltimos três anos significa menos empregos, menorarrecadação de impostos e a necessidade constante deimportação de gasolina. É preciso mudar depostura”.(AR)

Fórum define pontos necessários para a retomada do segmentoAndré Rocha: PIS/Cofins sobre o

etanol ajudou somente distribuidoras

Roberto Hollanda Filho: país perde

muito com a crise do setor

Roberto Rodrigues: descaso

com o setor é burrice

Inabilidade na política energética deve gerar déficit de US$ 11,5 bi

Produção estagnada dos derivados do petróleo dobrará importações

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2014 será um ano de definições parao Brasil. Afinal, é nele que se elegerá osrepresentantes do povo no Governo, quepodem trazer maior competitividade, porexemplo, ao segmento canavieiro.

Para Adriano Pires, diretor do CBIE– Centro Brasileiro de Infraestrutura, omomento é de avaliação e cobrança.“Em ano eleitoral, apostar em grandesmudanças é difícil. Precisamos saber doscandidatos, quais os planos para asáreas de eletricidade e combustíveis.Essa é a hora de pleitear possíveismedidas”, avalia.

O representante cita a questão dapopularidade como principal artimanhado governo. Mascarar a inflação, porexemplo, é uma delas. “Sempre digo queprevisibilidade é a chave do negócio. Avolta da Cide - Contribuição deIntervenção no Domínio Econômicosobre a gasolina traria maior estabilidadeao mercado. Mas, como pensar nestapossibilidade se ela indica aumento dagasolina, que pode trazer inflação e,consequentemente, queda napopularidade?”

A presidente da Unica – União daIndústria de Cana-de-Açúcar, ElizabethFarina, também não crê em grandesavanços neste momento, mas espera queos candidatos eleitos possam rever o

papel do setor na matriz energéticabrasileira. “Considerando a importânciada atividade sucroenergética para aeconomia do País, esperamos que asnecessidades da indústria sejamconsideradas pelo próximo governo”.

Ela cita a questão da bioeletricidade,que tem participado de leilões mistos,que desconsideram os benefícios sociais eambientais do uso da energia limpa,como uma das mudanças necessárias.“Enquanto ela tem um balanço neutro,parte das outras fontes que competemcom a bioeletricidade joga mais de umatonelada de CO2 na atmosfera por MWhproduzido. Mas o modelo de precificaçãonão faz nenhuma distinção. A energiacanavieira poderia contribuir muito maisse os leilões não fossem tão genéricos,viabilizando o uso no setor regulado”,destacou.

Por fim, Adriano Pires lembra daeficiência dos motores flex como um dospleitos a ser incorporado, mas quedificilmente ocorrerá até as eleições. “Épreciso cobrar da indústriaautomobilista, que tanto incentivo recebedo governo, motores mais eficientes e quetragam maior rendimento ao etanol.Acabar com a relação dos 70% entreetanol e gasolina é fundamental”,finaliza. (AR)

Mudanças devem ficar

para depois das eleições

Elizabeth Farina, presidente da Unica

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PATRICIA BARCI, DE RIBEIRÃO PRETO

A indústria europeia debiocombustíveis tem feito um grandeesforço nos últimos anos para se tornarautosustentável no âmbito energético e temtido sucesso significativo. De acordo comrelatórios da Comissão Europeia paraEnergia, a cana-de-açúcar, a soja e o óleode palma não são concorrentes reais dasmatérias-primas utilizadas para produçãode biocombustíveis na Europa, como oetanol de trigo e beterraba e a produção debiodiesel derivado de óleo de cozinhadescartado e girassol.

Para piorar a situação, a Argentina e aIndonésia, dois grandes paísesexportadores de biodiesel para a Europa,foram acusados de praticarem dumping e,essas acusações não ocorreram por acaso,ao mesmo tempo que dois grandes lobbiesde biocombustíveis europeus, a ePure e aEuropean Biodiesel Board, conseguiram tercerta influência dentro da ComissãoEuropeia. A partir daí, as importaçõesvindas dos EUA, Canadá, Argentina,Indonésia e Malásia foram dificultadas oucompletamente barradas pela política anti-dumping, o que limitou ainda mais aentrada de biocombustíveis estrangeiros no

mercado europeu.Sabine Berger, porta-voz da Comissão

para Energia da União Europeia diz quede fato existe uma forte concorrência entreos vários exportadores de matéria-primapara produção de biocombustíveis e paraenergia renovável. “Essa grandeconcorrência sem dúvida faz os preçoscaírem. A política da Comissão Europeianão pretende escolher vencedores ouperdedores no mercado, nem durante atransição de metas”, diz.

Para Berger, no âmbito da utilizaçãode biocombustíveis nos transportes ou deenergias renováveis, a União Europeiatinha estabelecido a meta de atingir umaquota de 5,75% no setor dos transportesaté 2010 e para atingir um mínimo de 10%em todos os Estados-Membros até 2020,com o objetivo de assegurar apenas o usode biocombustíveis sustentáveis que gerambaixa emissão de carbono na atmosfera.“Independente do que for decidido com apolítica de importação, a UE estabeleceuuma visão clara para descarbonizar a suaeconomia a médio e longo prazos. Juntocom a melhoria da eficiência energética, oprocesso será inevitavelmente através daprodução e utilização de fontes de energiarenováveis, e é isso que importa para aComissão Europeia”, afirma.

União Europeia quer

autossustentabilidade

energética

Biocombustíveis na UE: concorrência derruba preços de matérias-primas

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De acordo com Sabine Berger, porta-voz daComissão para Energia da União Europeia,para o período até 2020, a Europa adotou umameta para alcançar a redução de 20% nasemissões de gases de efeito estufa na Europa,em comparação aos níveis atingidos em 1990.

Além disso, uma quota de 20% do consumode energia proveniente de fontes renováveis,incluindo uma de 10% de energias renováveisnos transportes , além de uma esperadamelhoria de 20% na eficiência energética.“Existem previsões e políticas para o quadroenergético até 2050.

Os líderes da União Europeia têm oobjetivo de reduzir as emissões de gases deefeito estufa na Europa de 80% a 95%, emrelação aos níveis alcançados em 1990 , comoparte dos esforços dos países desenvolvidos,para reduzir suas emissões prejudiciais ao meioambiente”, explica. (PB)

Europa adota metapara alcançarredução de 20% nasemissões até 2020

Existem diferenças essênciais entre a políticaenergética europeia e a dos Estados Unidos. Um dosfatores mais pontuais nessa diferença está no fato dosEUA terem carvão e reservas de gás naturalabundantes.

Em seu recente artigo, Tom Kadala, fundador ediretor executivo da ATC- Alternative TechnologyCorporation, Inc. “Será que o Gás Natural vai setransformar numa ferramenta Geopolítica ou uma arma moderna?”, contextualiza a questão daabundância energética, dentro de um cenáriopredominantemente político.

Kadala acredita que o congresso americano, lidatambém com a possibilidade de usar as exportações degás de xisto como arma para conter Vladimir Putin e

sua intenção de recuperar territórios ao longo doperímetro russo, já que a oferta dos EUA para exportargás natural para a Ucrânia, em resposta à invasão daCriméia de Putin, já provocou uma forte reação entre osdois lados. Além disso, capacitaria as instituiçõesgovernamentais americanas a estabeleceremdemocracias sustentáveis em todo o mundo.

“Estas expectativas, no entanto devem serapaziguadas para não retornarmos à “Era dearrogância Bush”, que causou muitos danos entre osaliados dos Estados Unidos. Temos que usar o gásnatural como uma ferramenta ao invés de uma armapara dirigir o mundo em direção a uma estratégiaamericana de transformação de energia sustentável”,explica. (PB)

EUA pode usar gás de xisto para provocar mercado russo

Tom Kadala, fundador e diretor executivo da ATC

No Parlamento europeu, matéria-prima para biocombustíveis tem concorrência acirrada

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ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO

Em 2014, o BNDES - BancoNacional de Desenvolvimento Econômicoe Social lançou o PAISS Agrícola – Planode Apoio à Inovação Tecnológica no SetorSucroenergético, ação conjunta com aFinep - Financiadora de Estudos eProjetos, que tem o intuito de impulsionarinvestimentos em inovação e com issoincentivar o aumento de produtividade nosetor agrícola. O orçamento previsto é de1,48 bilhão.

Antes, em março de 2011, foilançado o PAISS Industrial, destinado aapoiar a inovação tecnológica industrialdos setores sucroenergético esucroquímico. Das 57 empresasparticipantes, 35 tiveram a aprovação deplanos de negócios, somando R$ 2,5bilhões contratados ou em andamentopara a contratação.

Há, também, o ProRenova -Programa de Apoio à Renovação eImplantação de Novos Canaviais, que em2013, fechou o ano com uma carteira deempréstimos de R$ 2,65 bilhões. O valoré quase que o dobro do registrado em2012, de R$ 1,35 bilhão.

Contudo, assim como em outraslinhas de crédito oferecidas ao setor, ficaa pergunta. As usinas que passam porproblemas financeiros terão acesso aofinanciamento?

Artur Yabe Milanez, gerente dodepartamento de Biocombustíveis doBNDES, foi entrevistado pelo JornalCanae falou sobre o mote.

JornalCana: Como o BNDESanalisa a crise financeira que assombrao setor sucroenergético?

Artur Yabe Milanez: Temos feitotodo esforço possível para viabilizar apoiofinanceiro a toda cadeia produtiva,criando programas da maneira maisabrangente possível. No último ano,desembolsamos quase R$ 7 bilhões, umdesempenho 40% acima do que em 2012.

O processo é burocrático demais?Não se pode confundir burocracia

com requisitos legais que precisam serobservados. O banco tem uma série defiltros que não podem ser ignorados.Trabalhamos para atender todo o setor,mas em alguns casos, o nível deendividamento é muito alto. Não há o quefazer. Mas, vale dizer que, se melhorados,todas as empresas têm condição deacessar os financiamentos.

Diante desta constatação, épossível pensar em uma flexibilizaçãodos processos?

Os critérios têm como base atendertodos os elos da cadeia. O ProRenova, porexemplo, se estende até os produtoresrurais cadastrados como pessoas físicas.O programa de estocagem apoia

produtores de álcool, empresas decomercialização e cooperativas. Temos,também, várias linhas para apoiar o setorde máquinas e equipamentos. Vejo quegrande parte do setor pode ser atendida.

O último lançamento foi o PAISSAgrícola. Como avaliam as necessidades

para lançar as linhas de crédito?Temos um diagnóstico que aponta

que a produtividade agrícola da cana, quena década de 70 crescia 3% ao ano, nosúltimos dez anos, se encontra abaixo de1%. Os investimentos em pesquisa edesenvolvimento para cana-de-açúcar éum pouco lento. Ao mesmo tempo, a cana

é um organismo complexo do ponto devista genético. Enquanto os grãospossuem em geral duas cópias decromossomos, a cana tem 12 cópias. Aengenharia genética da cana é maiscomplexa. A ideia do programa é fazercom que isso mude e que tenhamos maisprodutividade.

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ENTREVISTA — Artur Yabe Milanez

Endividamento dificulta acesso à linhas de crédito do BNDESLINHAS DE

CRÉDITO DO BNDES

PARA O SETOR

� BNDES PASS - Programa deApoio ao Setor Sucroalcooleiro� Objetivo: Financiar aestocagem de etanolcombustível� Dotação de R$ 1 bilhão em2013� Deve ser renovado em 2014

� BNDES ProRenova - Programade Apoio à Renovação eImplantação de NovosCanaviais� Objetivo: Aumentar aprodução de cana-de-açúcarno país, por meio dofinanciamento à renovação eimplantação de novoscanaviais.� Dotação de R$ 4 bilhões em2013� Deve ser renovado em 2014

Artur Yabe Milanez, gerente de biocombustíveis do BNDES

BNDES e Finep

� PAISS Industrial — Lançadoem 2011, o programa foiprocurado por 57 empresas,sendo que 35 conseguiram aaprovação de planos denegócios, somando R$ 2,5bilhões contratados ou emandamento para a contratação.

� PAISS Agrícola — Oorçamento do PAISS Agrícolaprevê R$ 1,4 bilhão emfinanciamentos reembolsáveis,que incluem todas as linhas decrédito do BNDES e Finep,além de instrumentos de rendavariável de ambas asinstituições. O programa aindadisponibilizará R$ 80 milhõesde recursos nãoreembolsáveis, sendo R$ 40milhões por meio do FundoTecnológico (BNDES Funtec)e R$ 40 milhões de subvençãoeconômica pela Finep.

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RENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

As unidadessucroenergéticascontam comprofissionais eexecutivos cada vezmais especializadosem logística interna eexterna. Da “porteira” para dentro, elesplanejam, gerenciam e executam atividadesvinculadas ao Corte, Carregamento eTransporte (CCT) e às oficinas demanutenção automotiva, que viabilizam asoperações voltadas ao fornecimento dematéria-prima para as unidadesindustriais.

Da “porteira” para fora, sobressai otrabalho de gestores da logística externa,que são responsáveis pelo escoamento daprodução de açúcar e de etanol. Ocaminho, em muitos casos, é de pedra –mesmo que isto não seja literal, apesar demuitas delas estarem espalhadas porestradas mal cuidadas –, principalmentepor causa da infraestrutura logísticainadequada em diferentes regiões do país.

Para driblar as dificuldades, existe anecessidade da adoção de medidascriativas. Paulo César Leite, gerente geralde vendas da Usinas Itamarati (UISA), deNova Olímpia, MT, responsável pelas áreas

de comercialização e logística, temcoordenado diversas ações voltadas àsuperação das desvantagens decorrentes dalocalização dessa unidade, que fica distantede grandes centros consumidores situadosna região Sudeste.

“Com o passar do tempo e o adventodo flex, a usina desenvolveu um mercadopróprio dentro da economia interna, tantopara o etanol como também para o açúcar,que não é atendido pelo Sudeste”,

comenta. Toda a produção da Itamarati écomercializada na região chamada de“vocacional” – define –, que abrange MatoGrosso, Rondônia, Acre, Amazonas,Roraima, Amapá e parte do Pará,localizados no Centro-Oeste e Norte dopaís.

“Faz alguns anos que não temos maisa necessidade de comercializar nossosprodutos em regiões que não nosfavorecem economicamente. O que era um

patinho feio hoje se tornou uma moscabranca”, ressalta.

No caso da distribuição do etanol, alocalização da UISA deixou de ser umproblema. “A comercialização de 100% doproduto é feita no mercado vocacional e nacondição FOB, ou seja, os clientes fazem aretirada do etanol na usina”, conta.

A Itamarati não necessita de umaestrutura logística para o transporte desseproduto que é comercializado, em grandeparte para Mato Grosso e Rondônia e emmenor quantidade para o Acre e oAmazonas, informa Paulo Leite quecomeçou a atuar na empresa há mais de 18anos como estagiário na áreaadministrativa.

Formado em Ciências Econômicas –com cursos de MBA em GestãoEmpresarial e Marketing –, ele atuou comosupervisor de materiais, gerente desuprimentos, gerente de planejamento e há10 anos assumiu a gerência geral devendas. “O grande desafio, em função dalocalização da usina, foi desenvolver ummercado para a nossa produção”, enfatiza.Entre as diversas conquistas, ele destaca aretirada de 100% da produção de etanol naItamarati por parte dos clientes – queassumem o custo do frete – e a viabilizaçãodo transporte de açúcar para regiões comcaracterísticas diferenciadas em relação àquestão logística.

QUEM SÃO E O QUE PENSAM OS EXECUTIVOS DO SETOR!

Paulo César Leite, da Usinas Itamarati: superação das desvantagens de localização

O PATINHO FEIO TORNOU-SE MOSCA BRANCA

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QUEM SÃO E O QUE PENSAM OS EXECUTIVOS DO SETOR!

Distribuição de açúcar utiliza modais rodoviário e fluvialEscoamento do produtopara o Macapá chega a durar de 15 a 20 dias, exemplifica gerentegeral de vendas

Para adistribuição doaçúcar – está previstaa produção de 4,1milhões de sacos de50 kg para a safra2014/15 –, aestratégia segue rota contrária em relação aque é adotada para o etanol. Neste caso, oescoamento é feito pela própria usina quetem cinco centros de distribuição localizadosem Várzea Grande, MT – onde algumascomercializações saem da própria matriz;em Porto Velho, que atende Rondônia eAcre; em Manaus, que faz a distribuição noAmazonas e Roraima, além dos situados emSantarém e Belém, que atendem Pará eAmapá,

A estrutura logística para a distribuiçãode açúcar da Itamarati utiliza dois modais,conta Paulo César Leite: o rodoviário e ofluvial. Para o atendimento das unidades deManaus, Belém, Santarém e Macapá, a usinautiliza o multimodal. “O produto segue para

Porto Velho via modal rodoviário, depois étransportado para esses centros dedistribuição via sistema fluvial”, detalha. Osoutros locais são atendidos pelo modalrodoviário. De acordo com ele, a distribuiçãode 60% da produção é feita pelo sistemamultimodal.

“Só foi possível viabilizar esse mercadovocacional por meio do transporte fluvial.Não é uma hidrovia regulamentada, pois temmuito a ser desenvolvida. Não é reconhecidacomo uma malha. Ela é prática. A balsa sobeo rio Madeira, depois pega o Amazonas e vaiembora. É um dos grandes canais deescoamento dessa região”, descreve. Segundoo gestor de logística, a Itamarati é a usina quemais recorre a esse modal para o transporte

de açúcar. “A utilização do sistema multimodal é o

nosso grande diferencial”, afirma. Diversasoperações são realizadas para o transporte dacarga: do caminhão vai para o armazém,depois é colocada na balsa, volta a sercolocada no chão e em seguida no caminhãonovamente – exemplifica. “Esse sistema exigeembalagem resistente, um trabalho todopadronizado. Temos um know-how nessaárea. É uma realidade que muitosdesconhecem”, diz.

O tempo necessário para a conclusãodessas operações chega a ser de 15 a 20 diaspara o Macapá, incluindo 8 a 9 dias denavegação, ou de 15 dias para o transporte deaçúcar até Belém, sendo 7 a 8 dias por meio

de balsas. O custo logístico, para o transporte de

açúcar, representa 15% do valor do produto,observa. “Estradas e portos com melhorescondições poderiam reduzir os custos nessaárea. Tudo que for agilizado na questão dotransporte, possibilitando maior rapidez, vaiproporcionar melhores resultados”, opina.

O uso da hidrovia, de maneira maisfrequente, poderia gerar ganhos importantespara o setor em diversas regiões, afirma ele,que tem vasta experiência nessa área. Aregulamentação das hidrovias e investimentosgovernamentais em infraestrutura sãoalgumas medidas – ressalta – que criariamcondições mais favoráveis para o uso dessemodal. (RA)

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O surgimento de veículosde maior porte é uma dasconsequências dessanova fase do CCT – quevirou CTT –, constataLuiz Nitsch

Ao mesmotempo em queprofissionais eexecutivos,responsáveis pelalogística externa,precisam equacionardiversos problemas existentes nessa área, osque cuidam da logística interna visandoabastecer a indústria com matéria-primapara moagem também planejam, gerenciame executam diversas atividades quepossibilitam a elevação da eficiência e aredução de custos dessas operações.

Aliás, o dia a dia do Corte,Carregamento e Transporte (CCT) tornou-seinclusive mais complexo com a mecanizaçãodas lavouras. As mudanças nessa área jácomeçam com a alteração da sigla CCT, que

está sendo denominada CTT, ou seja, Corte,Transbordagem e Transporte em diversasunidades, constata o engenheiroautomobilístico operacional, Luiz Nitsch, queé um dos profissionais com atuaçãodestacada nessa área.

Segundo ele, a mecanização trouxemuitas mudanças significativas eimportantes, que vão além da alteração dasigla. Entre elas, Luiz Nitsch inclui oaparecimento de veículos de transportemaiores, como os rodotrens e rodotrês, aolado dos tradicionais treminhões.

“Esses veículos foram sendo‘espichados’, surgindo os tetraminhões,pentaminhões, hexaminhões e até osdecaminhões, utilizados exclusivamente poruma usina baiana, que possui a tonelada decana mais barata do planeta, no aspectocusto do transporte”, comenta.

Em sua trajetória de sucesso, ele foiinclusive responsável pelo desenvolvimentodo primeiro rodotrem que transportou canano Brasil, quando trabalhava no Grupo ZilloLorenzetti (hoje Zilor), onde esteve por 16anos. “Foi lá que obtive toda a minhaformação canavieira”, conta. Antes disso, ele

trabalhou na Mercedes-Benz, Massey-Ferguson e Volkswagen do Brasil, tendo aoportunidade inclusive de realizar diversoscursos técnicos no exterior. Atualmente eletrabalha como consultor nas áreas demotomecanização e manutenção automotiva,tendo prestado serviços para mais de 30usinas.

Em relação às mudançasproporcionadas pela mecanização, eledestaca o surgimento das colhedoras de duaslinhas associadas ao sistema combinado deplantio, de pneus e bitolas especiais para ostransbordos que utilizam caminhões e dasplantadoras mecânicas, georreferenciadas,que seguem mapas eletrônicos, desenhadospelo departamento agrícola, que orientam ascolhedoras no talhão, de dia ou de noite.

De acordo com ele, diversas práticasdevem ser adotadas visando a redução decustos do CTT que ficam entre 24% e 35% docusto da tonelada de cana – calcula – postana mesa de recepção da usina. “É praticar oóbvio”, afirma. Ele cita, entre outrosprocedimentos, a necessidade desistematização total da área, a excelência naoperação das máquinas, a manutenção

primária impecável, incluindo troca de óleos,filtros, lubrificação a graxa e lavagemperiódica de elevadores, despontadores ecorte de base, além do acompanhamento dosdesgastes de esteiras e pneus.

“A manutenção de campo e na oficinaprecisa adotar procedimentos especiais, comopor exemplo, a manutenção linear. Todavia, aatual situação financeira do setor tem inibidomuito estas imperiosas necessidades dacolheita mecanizada e também do plantio. Ascolhedoras são máquinas sofisticadas. Exigemoperação cuidadosa e manutenção criteriosa,além de um preparo de solo diferenciado”,enfatiza.

Luiz Nitsch afirma ainda que aqualificação da mão de obra é um dosprincipais desafios do setor. Além deproporcionar formação contínua de pessoasvia treinamento intensivo, ele defende anecessidade da empresa motivar osfuncionários e colaboradores, tratando-os comurbanidade e respeito, oferecendo tambémremuneração justa e satisfatória. “É o caminhomais curto para o sucesso. Esta filosofia estádemorando um pouquinho para serimplementada por algumas usinas”, diz. (RA)

Especialista acompanha mudanças geradas pela mecanização

Luiz Nitsch, um dos profissionais com

atuação destacada na área

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Exigências nessa área tambémaumentaram, afirma Luís Bellini, que tem atuaçãoprofissional de destaque no setor

Com a mecanização, nunca sevalorizou tanto a área de manutençãoque dá suporte para as operações decolheita e plantio, afirma oengenheiro mecânico Luís AntonioFerreira Bellini, presidente do Gmec -Grupo de Motomecanização do SetorSucroenergético e diretor da Belmec Consultoria. Ascarregadeiras e caminhões, que eram a maioria dosequipamentos integrantes da frota de usinas, demandampouca manutenção. Agora, com a utilização de colhedoras eplantadoras, as exigências são maiores nessa área, comparaele que tem uma atuação profissional de destaque nas áreasde CTT e manutenção automotiva.

Em consequência da mecanização, os profissionais demanutenção – ressalta – passaram a ser mais exigidos emrelação a conhecimento, competência técnica eplanejamento. “Atualmente, não dá para despender umrecurso financeiro enorme para a manutenção sem que hajaplanejamento para isto. É preciso ter um cronograma detrabalho muito bem definido”, afirma.

A área de Recursos Humanos também sofreu umapressão muito grande por conta da mecanização devido ànecessidade de formação de mão de obra e de capacitaçãode pessoal, destaca.

A necessidade de maior controle operacional é outraconsequência da mecanização, afirma Luís Bellini. É precisoter informações e dados precisos para que ocorra oacompanhamento das operações no campo e o controle dofluxo dos serviços na oficina. “As operações mecanizadas sãoextremamente caras”, diz. Segundo ele, existe a necessidade

de um controle apurado dos custos do CTT e da oficina comferramentas adequadas e a utilização de recursos daTecnologia da Informação (TI).

Outro aspecto a ser considerado é a qualidade inferiordas operações mecanizadas, incluindo o plantio, quandocomparadas à performance das operações manuais, opinaLuís Bellini. “Com o advento do corte mecanizado, houveuma perda de qualidade. Anteriormente não havia pisoteioda soqueira, ocorria a preservação da entrelinha, a cana eracortada no melhor ponto dela”, observa. De acordo com ele,a melhoria da qualidade é fundamental para a sobrevivênciade usinas. “Ocorreram ganhos com a redução do custo demão de obra”, avalia.

Essa questão da qualidade e outros temas que afetamo dia a dia da atividade são discutidas pelo Gmec que épresidido por Luís Bellini desde 2006. Ele atua nestegrupo (fundado em 1986) desde 1987. Luís Bellinicomeçou a trabalhar no setor, em 1986, na área demanutenção automotiva na extinta Destilaria Macuco, emCândido Mota, SP.

De 1987 até 2007, trabalhou na Usina Nova América,passando pelos cargos de chefe de departamento demanutenção, gerente de manutenção, gerente demanutenção e transporte. Depois disso, iniciou a atividadecomo consultor na área automotiva, fundando a Belmec.

“Acabei me identificando muito com o setor que me fezum engenheiro mecânico com o pé na lavoura, com o pé nobarro literalmente. Gostei muito dessa coisa do meu ‘chão defábrica’ ser, na verdade, uma área enorme no meio dalavoura, no meio do mato. Percebi que o meu trabalho nãoteria dado certo se ficasse numa fábrica, fechado em quatroparedes. Como consultor, melhor ainda. Estou sempre emum Estado, em uma região diferente”, afirma. (RA)

Manutenção automotiva tornou-se mais valorizada

Luís Antonio Ferreira Bellini, presidente do Gmec

QUEM SÃO E O QUE PENSAM OS EXECUTIVOS DO SETOR!

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Abril 2014 LOGÍSTICA & TRANSPORTES 31

Cana deve seguir ocaminho da soja; portosdo Norte poderão escoaraçúcar e etanol

ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

Em cinco anos, o Norte do Brasilpoderá servir de alternativa para oescoamento de cargas de grãos e atémesmo de açúcar e etanol, aliviando ogargalo logístico de congestionamento doPorto de Santos (SP). A opinião é doespecialista Antonio Petzold, consultor denegócios estratégicos da Archer Consulting,

ao admitir essa alternativa para otransporte de açúcar e etanol do Centro-Oeste. “Na safra passada pagava-se R$300,00 por tonelada de soja transportadade Mato Grosso para Santos. Com essevalor você leva esse produto para Belém doPará e São Luiz no Maranhão, porexemplo. Em função da qualidade doserviço e das opções de São Paulo teremosque caminhar para isso. Essa regiãopoderá atender principalmente o Noroestede Minas, Mato Grosso e Mato Grosso doSul. Estão sendo construídos naquelaregião diversos terminais para grãos.Depois da soja e do milho vem a cana-de-açúcar. Acho que o setor seguirá ocaminho da soja. Até mesmo o etanolpoderá ser exportado para os EstadosUnidos via Belém e São Luiz. O transporte

de Belém a Miami é próximo e ganharemoscompetitividade nos preços, pois oproblema dos Estados Unidos se resumeaos altos valores dos fretes até a Flórida, jáque o etanol é produzido no Cinturão domilho, em longa distância. O frete mínimodaquele país é de 20 centavos de dólar porgalão”, lembra.

Para ele, outra possibilidade é aadoção da mistura de etanol na Europa.“O Norte também é mais próximo de lá.Infelizmente os custos de logística são todosrepassados para a usina, por isso se gastarmenos com frete, receberá mais peloproduto, por isso o setor já analisa aopção”, diz.

Segundo o especialista, a questão nãoé só frete, pois os custos portuários nessesportos são mais atrativos do que em

Santos. “Muitos operadores de grãos comoCargill, Bunge, ADM e Louis Dreyfus jáparticipam desse processo, e três delesestão no açúcar. Na entressafra de grãos dápara encaixar açúcar. Outros grandesgrupos devem acabar fazendo essecaminho para não perder competitividadee as grandes tradings de açúcar também”,afirma.

Para Thiago Péra, pesquisador daEsalq-Log (Grupo de Pesquisa e Extensãoem Logística Agroindustrial), os portos doNorte são viáveis para o transporte degrãos da faixa acima de Lucas do RioVerde, em Goiás. “A maior utilização doarco Norte para grãos poderia desafogarSantos e aumentaria a disponibilidade deveículos e da ferrovia para o transporte deaçúcar da região Centro-Sul”, conclui.

INTERNATIONAL FOREIGN TRADE

RUMO AO NORTE!

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Abril 2014LOGÍSTICA & TRANSPORTES32

Há anos um dos grandes entraves doagronegócio no país é a questão dos custoslogísticos. No Porto de Santos, o maismovimentado do país, existem poucasopções de terminais de açúcar e o projetodo etanolduto ainda não está totalmentefinalizado. Entre os principais desafiosapontados por especialistas, o maior delespende para o modal rodoviário, querepresenta cerca de 50% do deslocamentodo açúcar e quase 100% do deslocamentodo etanol brasileiro, segundo a Esalq-Log.

O pesquisador, Thiago Péra, relataque a gestão dos projetos públicos deinfraestrutura é um dos grandes desafiospara o setor. “Se esse problema fosseresolvido, aumentaria a competitividadepara o transporte de açúcar e os custosseriam reduzidos. É preciso criar maisinfraestrutura para transporte de açúcarcom parcerias público privadas”, diz.

O modelo de agendamento prévio decargas implementado em Santos (SP) esteano, com multas que podem variar de R$ 1mil a R$ 20 mil, causou polêmica entre osespecialistas que questionam o possívelcaos logístico. “As autoridades portuáriasquerem implementar multas absurdas, masessa fila existirá em algum lugar. Essamedida vai forçar as transportadoras a teruma boa gestão em médio prazo, mas emcurto prazo causará grande transtorno”,enfatiza.

Como a logística tem grande impactono preço de comercialização é preciso fazeruma boa integração entre transportes e ouso de fretes de retorno para reduzircustos, na opinião dele. “Em vez de pagar odeslocamento da volta, a transportadorapoderia oferecer um serviço de retorno aalguma empresa de fertilizante, porexemplo, por um preço menor. Aintegração é um gargalo em função daconcorrência dos produtos na ferrovia. Aforma de reduzir essa concorrência seriaaumentar a capacidade ferroviária”,admite.

Para Péra, outra forma de reduzircustos é utilizar um sistema de

armazenagem e fugir dos picos de safra.“Nesse período quem tem estoqueconsegue reduzir custo da logística eganhar maior margem em função do preçode comercialização. Seria uma meta deplanejamento entre a área comercial elogística das usinas”, diz.

O posicionamento de novas bases dedistribuições em pontos estratégicos pararedução de custo logístico total para oetanol e o etanolduto, segundo o

especialista, são alternativas importantes.“O cenário do etanol é indefinido emfunção da falta de políticasgovernamentais. Mas o etanolduto deverásolucionar boa parte do problema decustos, com a vantagem de fluxo contínuo.A conexão rodo-duto-hidro será eficientepara o transporte de etanol. Dependendoda competitividade de preço da rodovia ehidrovia, os preços poderão diminuir ematé 40%”.

De acordo com Antonio Petzold,consultor de negócios estratégicos daArcher Consulting, a recepção no Porto deSantos, aos veículos multiarticulados,precisa melhorar. “Os caminhões já têmcapacidade de transporte deaproximadamente 60 toneladas porviagem, mas existem terminais que nãoaceitam esses veículos porque não têmbalanças, nem plataformas de descarga eencarece o frete”.

Petzold lembra que antigamente opedágio era cobrado por eixo apoiado nochão. “Hoje é cobrado pela quantidade deeixos existentes e quem paga isso é semprea usina”, reforça.

Segundo ele, a estadia de caminhãocusta caro e com o novo sistema deagendamento de cargas, muitos caminhõesficarão encostados em rodovias e astransportadoras poderão aumentar o valordos fretes. “Se esse transporte fosse maisplanejado, programado e controladoteríamos uma redução de 20% nos custos.Minha sugestão é não deixar a autoridadeportuária organizar isso, mas os própriosterminais de exportação”. (AM)

É possível reduzir custos no transporte sucroenergético

Antonio Petzold: recepção no Porto de Santos aos multiarticulados precisa melhorar

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Hoje há menor númerode cortadores e maiorquantidade deoperadores de máquinas,tratoristas, motoristas e mecânicos

RENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

As unidades e grupossucroenergéticos procuram adotar novaspráticas no campo que têm a finalidade deaumentar a produtividade agrícola, elevaro rendimento operacional e reduzir custosnas áreas de cana.

Investem em mecanização daslavouras, agricultura de precisão,espaçamento duplo alternado, manejovarietal adequado, sistemas de irrigação,entre outras tecnologias e processos deprodução. Esses recursos tornam-seferramentas importantes para unidades egrupos sucroenergéticos atingirem suasmetas. Mas, não conseguem, de maneiraindependente e autossuficiente, garantirresultados positivos.

A performance da área agrícolasempre dependeu – e vai continuardependendo – do empenho, esforço e suordos chamados rurícolas, ou seja, da equipe

de trabalhadores rurais que tematualmente um novo perfil e uma novacomposição no Centro-Sul: menor númerode cortadores de cana e maior quantidadede operadores de máquinas, tratoristas,motoristas, mecânicos, entre outros.

Além de socialmente correto, éestratégico para usinas e destilariasgarantirem boas condições de trabalho aosseus funcionários, cumprindo asexigências da Norma Regulamentadora 31(NR 31) – que é específica para segurançae saúde do trabalho na área rural. Devemconceder também outros benefícios pormeio de acordos coletivos. Oferecer algo amais sempre gera resultados positivos.

“Trabalhador motivado é dinheiro nobolso do empresário”, afirma, sem rodeios,José Darciso Rui, diretor executivo doGrupo de Estudos em Recursos Humanosna Agroindústria (Gerhai).

Segundo ele, as usinas têm avançadobastante em relação à adoção dasmelhores práticas voltadas ao atendimentodas necessidades dos trabalhadores rurais.Dos anos 80 até os dias de hoje, houveuma transformação significativa, enfatiza.

“As usinas têm necessidade emmanter equipes qualificadas e produtivas.A produtividade é obtida a partir doconhecimento e capacidade dotrabalhador. E todo aumento de

capacidade traz alguma exigência”,observa Erotides Gil Bosshard, que édiretor de relações institucionais doGerhai.

Em consequência dessa situação, ofuncionário passa a exigir mais conforto esegurança no transporte, maisequipamentos para desenvolver suasatividades, exemplifica. “Uma coisa estárelacionada à outra. Para manter os bonsprofissionais, não basta remunerarconforme o mercado. O ‘plus’ que vai darmaior produtividade é o ambiente detrabalho e o atendimento das exigênciasnaturais do trabalhador”, ressalta.

Mesmo com a crise no setor, as usinastêm conseguido manter a qualidade nascondições de trabalho. A maioria dosinvestimentos nessa área já foi realizada,afirma Darciso Rui.

“Quando as usinas pensam em cortarcustos, dificilmente resolvem cortar umbenefício, pois isto gera desmotivação,problema trabalhista, descumprimento deacordo”, diz. Um benefício concedido fazparte do contrato de trabalho, legalmentenão pode ser retirado sem negociação,informa.

“As usinas têm procurado, às vezes,reduzir gastos com a não contratação depessoas e a não implantação de programasde melhoria na área salarial”, comenta.Preferem também adiar o pagamento deoutras despesas do que deixar de cumprirobrigações nas áreas social e ambiental.

RURÍCOLAS TÊM NOVO PERFIL E NOVA COMPOSIÇÃO

Alojamento na Coruripe, AL: boas condições de trabalho elevam rendimento no campo

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Redução do cortemanual de cana diminuio total de trabalhadoresrurais e de funcionáriostemporários

O perfil dos trabalhadores da áreaagrícola das unidades sucroenergéticaslocalizadas na região Centro-Sul tevemudança significativa com a mecanizaçãoda colheita e do plantio. Houve umadrástica redução do corte manual e, emconsequência disso, a diminuição do totaldos trabalhadores rurais.

“Tem empresa que empregava 6.000trabalhadores para o corte manual decana, hoje não emprega 100 devido àmecanização total da colheita. E essesfuncionários ainda trabalham em coisasexcepcionais, como abertura de eito paraentrada ou corte na cabeceira da área”,exemplifica Erotides Gil.

De maneira geral, houve umaredução de 80% do número detrabalhadores rurais – avalia.

A maioria das usinas não tem hojemuitos temporários entre os rurícolas,constata José Darciso Rui. A contratação,nesse sistema, ocorre principalmentepara a colheita manual.

O quadro de funcionários da área

rural de usinas e destilarias foi bastantealterado com a inclusão de profissionaisque trabalham nas operaçõesmecanizadas da colheita da cana e namanutenção automotiva, destaca odiretor executivo do Gerhai. Maiornúmero de tratorista, motorista, operadorde máquinas, comboista, mecânico, entreoutros, mudou a composição da equipeque atua no campo.

Mas, de maneira geral, ocorreu umaredução significativa da quantidade detrabalhadores rurais nas lavourasmecanizadas, o que criou condições maisfavoráveis, na maioria dos casos, para amelhoria da qualidade dos serviçosoferecidos pelas empresas aos seusempregados.

“Era complicado fazer área devivência para frente de trabalho quetinha 500 cortadores de cana”,exemplifica José Darciso Rui, que étambém diretor da Caerha, deIracemápolis, SP, que presta consultoriana área de benefícios e de adequação deempresas às exigências da NR 31, entreoutros serviços.

Uma frente de colheita mecanizadacom quatro máquinas conta comaproximadamente 50 pessoas – calcula. De acordo com ele, é possívelabrigá-las em um ônibus adaptado para área de vivência, no horário dealmoço, formando-se três grupos defuncionários. (RA)

Mecanização muda perfil de emprego na área agrícola

Banheiro na Coruripe, AL: para a equipe atuar motivada é preciso oferecer algo a mais

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Além de atenderem itensda NR 31, usinasoferecem planos desaúde, odontológico,convênios com farmáciae até seguro de vida

As atuais condições de trabalho nosetor sucroenergético são superiores emrelação às que são oferecidas pelos demaissegmentos agrícolas do país – com exceçãoda soja, que tem uma situação diferenciada–, compara Erotides Gil Bosshard.

Os avanços nas condições de trabalhoincluem melhorias nas áreas de vivência,transporte, alojamento, observa JoséDarciso Rui. Há ainda a preocupação comboas condições de higiene no trabalho,também previstas na NR 31.

Entre outras obrigações por parte doempregador, inclui-se a disponibilidade deequipamentos, uniformes e roupasadequadas para o desenvolvimento dasatividades no campo.

Para o trabalhador do corte manualde cana, existe a necessidade de intervalo,com duração de 15 minutos, para cadaperíodo de três horas de trabalho, afirmaDarciso Rui.

No caso da temperatura atingir 35ºC,o que não é comum no período de colheitaentre março e novembro, o corte deve serinterrompido por 30 minutos a cada umahora de trabalho, observa Erotides Gil, queé também consultor de empresas do setorbioenergético nas áreas de relaçõestrabalhistas, sindicais e institucionais.

Quando a temperatura ultrapassar amarca dos 35ºC, o corte manual tem queser interrompido até que ocorra adiminuição do calor. “Para a colheitamecanizada, geralmente esse fator não teminfluência, porque os equipamentospossuem ar-condicionado na cabine”,afirma.

A ginástica laboral, que é umarecomendação da NR 31, é colocada emprática por diversas usinas e destilarias.

Alguns benefícios extrapolam asexigências de normas regulamentadoras eda legislação. Empresas do setor concedemplanos de saúde, odontológico, convênioscom farmácia, seguro de vida – exemplificaDarciso Rui –, incluindo familiares dostrabalhadores em diversos casos.

Diversos itens são incorporados a

acordos coletivos que têm complementadoa Norma Regulamentadora 31 commelhorias nas condições de trabalho, “ANR 31 não obriga a dar plano de saúdenem plano odontológico. Algunsbenefícios são provenientes de negociaçãocoletiva”, diz

Os benefícios se estendem também aostrabalhadores temporários, que hoje sãoem número reduzido devido àmecanização. (RA)

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A situação no Nordeste, no entanto,é diferente em relação ao Centro-Sul. Asusinas da região ainda têm elevadoíndice de contratação de trabalhadoresrurais para o corte manual de cana-de-açúcar. O processo de mecanização dacolheita é lento no setor sucroenergéticonordestino.

“As áreas de cana do Nordeste nãofavorecem a mecanização por causa dadeclividade do terreno”, lembra Darciso

Rui. Além disso, as usinas da regiãocumprem um papel importante nageração de renda e de emprego para ostrabalhadores rurais – afirma.

Segundo o diretor da CaerhaConsultoria, unidades do setorsucroenergético nordestino oferecemtambém boas condições de trabalho aosrurícolas em relação a transporte, áreasde vivência, entre outros itens,atendendo as exigências da NR 31. (RA)

Nordeste ainda contrata númerosignificativo de cortadores de cana

Áreas de vivênciaevoluem e oferecemmaior comodidade

As áreas de vivência instaladas nocampo, uma das exigências da NR 31,também evoluíram, oferecendo maiorcomodidade e conforto, segundo JoséDarciso Rui. Devem contarobrigatoriamente com locais adequadospara refeições, com mesas e cadeiras, esanitários. Além disso, os empregadoresdevem disponibilizar, nesses espaços, águapotável gelada.

“Antigamente as usinas usavam umtrailler adaptado. Hoje mudou muito. Ébem diferente”, ressalta. Julietas antigascom apenas um eixo traseiro – as atuaistêm dois eixos –, que eram usadas notransporte de cana, foram transformadasem áreas de vivência por empresasespecializadas.

O mesmo aconteceu com ônibus, semcondições de uso para o transporte, quepassaram a ter função de abrigartrabalhadores da área rural durante operíodo de refeições e descanso. Nessescasos, ocorre a retirada dos bancos para amontagem das áreas de vivência.

Para o pessoal do corte de cana, aindaé utilizado toldo, instalado junto ao ônibus,para a cobertura do local onde ficam mesase banquinhos, que são desmontáveis,informa o diretor executivo do Gerhai. (RA)

Refeitório na Coruripe,

AL, para 260 pessoas

Benefícios extrapolam exigências da legislação

Erotides Gil Bosshard: itens da NR 31 atendidos e mais

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Não há mais espaço nosetor para o uso deveículos velhos e em máscondições de conservação

A qualidade do transporte dostrabalhadores rurais tem sido outrapreocupação das usinas e destilarias.“Ônibus agrícolas possuem atualmentebancos confortáveis, banheiros internos,reservatório com água refrigerada, caixaspara os funcionários guardarem suasferramentas e equipamentos de trabalho”,detalha José Darciso Rui.

Além disso, esses veículos devem terum limite de idade, conforme estabelecelegislação específica existente nessa área.“Para transitar, o ônibus rural precisa terlicença especial dos órgãos que cuidam deestradas de rodagem. É como se fosse umônibus de transporte urbano. Se não tivercondições de uso, não consegue autorizaçãopara trafegar na rodovia”, diz.

A mecanização das lavouras geroumudanças no transporte de funcionários.“Diversas empresas já utilizam vans para

essa finalidade, pois uma frente de colheitamecanizada pode contar com apenas 15pessoas. Não há necessidade de um ônibuspara transportá-los”, observa. Esses veículostambém precisam atender a legislação e terautorização dos órgãos responsáveis poressa área.

Segundo ele, não há mais espaço parao uso de veículos velhos, em más condições,para o transporte de trabalhadores. “Nemas usinas querem isto”, afirma.

Além de estarem comprometidas com aquestão de responsabilidade social, asunidades sucroenergéticas não têm interesseem correr riscos de atraso nas atividades deuma frente de colheita por causa deproblemas no transporte em decorrência deavarias mecânicas – comenta.

“É preciso ter veículos em boascondições de tráfego. Caso contrário, oprejuízo pode ser enorme”, ressalta.

À medida que ocorreu uma diminuiçãodo número de cortadores de cana,contratados em regime temporário, houvetambém uma diminuição da demanda pormoradias e alojamentos mantidos porusinas.

Os chamados safristas são

provenientes, na grande maioria dos casos,de cidades localizadas em estados e regiõesdistantes das usinas que fazem acontratação. Com a mecanização, asunidades sucroenergéticas do Centro-Sultêm contratado poucos trabalhadores doNorte e Nordeste e de outros estados,constata Darciso Rui.

Para a contratação de migrantes, asempresas têm obrigação de pagar otransporte – da cidade de origem dotrabalhador até ao município onde estáinstalada a usina –, conceder habitação,alimentação e providenciar o transporte deretorno após o final da safra, detalhaErotides Gil.

“As condições das habitações, cedidasa esses migrantes, devem respeitar ospadrões de moradia estabelecidosinicialmente pela Norma Regulamentadora24 (NR 24), que foram incorporadosposteriormente pela NR 31. Essa normasurgiu depois da NR 24”, esclarece.Medidas e dimensões da moradia,quantidade de pessoas por habitação,número de banheiros por casa em funçãodo total de moradores são alguns itensdefinidos por essas normas. (RA)

Usinas asseguram qualidade

no transporte e moradia

Campo rurícola em Alagoas

Escala 5 x 1aumentanúmero defolgas por safra

Outra questão que asunidades sucroenergéticas devemficar atentas, para assegurar boascondições de trabalho, estárelacionada ao cumprimento dajornada que não deve ultrapassar8 horas diárias ou 44 semanais,observa José Darciso Rui.

A grande maioria das usinasobedece a legislação em relação aessa exigência, enfatiza.

“Regra geral, as empresastrabalham com três turnos, de 8horas cada, com uma folga apóscinco dias de trabalho (escala 5 x1). No total, são cinco folgas pormês”, calcula. Na escala 6 x 1, ofuncionário tem quatro folgasmensais.

Nesse sistema 5 x 1, otrabalhador tem sete a oito folgasa mais na safra – dependendo daduração do período de colheitade cada unidade – em relação aofuncionário que atua na escala 6x 1, compara o diretor daCaerha.

A Caerha presta consultorianesta área. “Faz diagnóstico do quea empresa precisa. Em quais itens,não está cumprindo a lei.Demonstra também como épossível ter melhorias, mesmo nasquestões em que cumprem alegislação, que possam trazerresultado de satisfação, motivaçãoe resultado financeiro para aempresa”, diz o diretor executivodo Gerhai e diretor da Caerha. (RA)

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O jeito é não tirar os olhos dos canaviais. A atençãoatualmente tem que ser redobrada no monitoramento eacompanhamento da incidência de pragas devido àsmudanças que ocorreram nos canaviais e aos fatoresclimáticos, enfatiza o engenheiro agrônomo GustavoNogueira, gerente do Departamento Técnico da Canaoeste –Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado deSão Paulo –, que tem sede em Sertãozinho, SP.

No caso da cigarrinha da raiz, ele alerta que pode viruma geração um pouco mais tardia em decorrência dechuvas que iniciaram em março e que pode ocorrer emabril, o que aumentaria as chances de infestação.

Esse ataque, se acontecer, deve ser complicado e gerartranstornos, porque “quando começa a safra todo mundotira os olhos do monitoramento”, diz. O foco demonitoramento começa em novembro e continua atéfevereiro, constata. O produtor deixa de visitar e monitorara área durante a safra, em diversos casos, e acaba tendosérios problemas com o ataque tardio.

Mas, não é só isto que causa preocupação. Os danospodem ser grandes no caso de infestação durante o ciclo2014/15. “As canas que vão ser cortadas do meio da safraem diante, de julho a novembro, serão as maisprejudicadas, porque estão mais debilitadas devido à secano início do ano”, avalia.

Se houver infestação, é preciso controlar cominseticida, “A orientação é que os produtores continuematentos. Tudo depende mesmo do clima”, observa. Deacordo com ele, essa praga tem registrado incidênciaelevada nos últimos anos, principalmente por causa docrescimento da colheita mecanizada.

Além da cigarrinha e da broca-da-cana, GustavoNogueira afirma que o Sphenophorus tem causado grandepreocupação. Ele considera que é a praga mais importanteatualmente em São Paulo. “A incidência está muito alta.Estava concentrada há alguns anos na região de Piracicaba.Hoje está espalhada praticamente por todo o estado”, diz

Segundo ele, o combate ao bicudo da cana – comotambém é conhecida essa praga – é difícil, pois nenhuminseticida disponível no mercado promove um controleefetivo. Além disso, essa praga causa grande prejuízo. “Háqueda de produtividade e de longevidade”, afirma. Existemcasos de canaviais com infestação elevada que precisam serreformados no terceiro corte – exemplifica.

A incidência do Sphenophorus está relacionadaprincipalmente à má qualidade de mudas, observa ogerente do Departamento Técnico da Canaoeste. A melhorforma de prevenir a ocorrência dessa praga é a utilização demudas sadias, que foram cultivadas de maneira correta eque tenham procedência comprovada. (RA)

Redução do plantio,maior presença da palhae má qualidade demudas favoreceminfestação

RENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

A seca inesperada no Centro-Sul emjaneiro e fevereiro, a redução da reformados canaviais, a má qualidade de mudas, amaior presença da palha nas lavouras emdecorrência da colheita mecanizada decana crua estão interferindo, entre outrosfatores, na incidência e no manejo depragas.

Especialistas alertam que é precisoestar atento ao que poderá acontecer noscanaviais nos próximos meses.Monitoramento e uso de tecnologiaseficazes de controle, em caso denecessidade, são algumas “palavras deordem” que devem direcionar as açõesnessa área.

”Com a diminuição da reforma e daexpansão normalmente ocorre o aumentoda infestação de pragas de solo noscanaviais”, afirma Paulo Donadoni,gerente de Cultura Cana da BayerCropScience.

Segundo ele, a redução do plantiopara esta safra é fato e, com isso, deveráhaver uma elevação da incidência depragas em relação à safra anterior. “Oprodutor deve investir nos tratos culturaisda soca”, recomenda.

As condições climáticas e o históricorecente de infestações podem sinalizarquais são as pragas que têm mais chancesde incomodar os produtores de cana no

ciclo 2014/15. De acordo com ele, pragascomo Sphenophorus levis (bicudo da cana)– que teve um aumento expressivo nasregiões produtoras de São Paulo – e abroca peluda estão entre as que cresceramde forma significativa nos canaviais e estãoincomodando o produtor.

Existe uma grande expectativa emrelação ao “futuro” da cigarrinha da raizna safra que está apenas começando.Devido à seca de janeiro e fevereiro asinfestações dessa praga no primeirotrimestre de 2014 foi menor emcomparação aos anos anteriores, avalia.

“Porém, os ovos que foramdepositados pelas cigarrinhas adultas estãoem diapausa, aguardando as condiçõesnecessárias de clima para poderem eclodire, como ninfas, prejudicar odesenvolvimento da cana, acarretandograndes danos ao produtor”, de acordocom avaliação realizada por PauloDonadoni em março.

“O manejo preventivo é uma opçãoeficiente para diminuir esta quantidade de

ninfas oriundas destes ovos que ficaram emdiapausa”, explica. Áreas de cana de MatoGrosso do Sul, Mato Grosso e sul de Goiássão as que menos sofreram com a seca e,portanto, são as regiões que registrarammaior índice de presença da cigarrinha nosprimeiros meses de 2014 – informa.

“A diminuição do plantio, o aumentoda fertiirrigação (vinhaça) e a presença devariedades mais sensíveis são elementoschaves para o aumento da broca-da-cana”,observa.

Entre as medidas preventivas quepodem ser adotadas para evitar o aumentoda ocorrência de pragas, o gerente deCultura Cana da Bayer CropScience incluio monitoramento constante da lavoura e olevantamento do histórico de infestaçõesdas áreas.

“Desta forma, o produtor podedirecionar as melhores tecnologias decontrole de pragas para as áreas de maiornecessidade”, afirma. O objetivo é buscarsempre melhores resultados de produção –enfatiza.

A redução de gastos com defensivos,por causa da crise que afeta o setor, não éuma medida recomendada, porque podecontribuir para o aumento descontroladode infestações, conforme a opinião deespecialistas da área.

A “economia” com a aplicação deinseticidas pode elevar inclusive osprejuízos das usinas por causa dadiminuição da produtividade e anecessidade de antecipação, em diversoscasos, da reforma dos canaviais.

“As tecnologias disponíveis paraproteção contra pragas e doenças nãodevem ser dispensadas pelo produtor, esim, intensificadas, para garantir maiorprodutividade e menor custo por hectarecultivado”, ressalta Paulo Donadoni.

A Bayer CropScience disponibilizainclusive soluções que podem atender oprodutor em todo o segmento da lavouracanavieira. desde o plantio até a colheita,afirma. “Os destaques são os benefíciosproporcionados pelas tecnologias Ethrel,Provence e Curbix”, informa.

Aumento da incidência de pragas ronda os canaviais

Ataque tardio de cigarrinhas causa preocupação

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Cenários extremos defalta de chuvas na regiãoCentro-Sul poderãoprovocar quebra de safra

ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

Os cenários extremos de falta dechuvas na região Centro-Sul poderãoprovocar até 50% de quebra deprodutividade. Com essa afirmação,Maximiliano Scarpari, pesquisador doCentro de Cana do IAC de Ribeirão Preto(SP), deixa claro que o quadro de déficithídrico atual irá impactar negativamentena cultura canavieira, principalmente nascanas colhidas no final de safra ou deprimavera. Ele participou no dia 11 demarço, da primeira reunião do GrupoFitotécnico de Cana-de-Açúcar de 2014,que contou com a presença de mais de 300pessoas.

Segundo Scarpari, os meses de janeiroe fevereiro apresentaram cenários extremosde déficit hídrico com até 90 mm de déficithídrico, como é o caso da região de SãoJosé do Rio Preto (SP). “Com exceção deregiões como Lençóis Paulista e BarraBonita, o restante do estado sofreu com aestiagem. Em Ribeirão Preto houve falta dechuva de 70 mm no período. A quebra deprodutividade será inevitável pois no verãoé o período em que a cana cresce entre 40 e50%, e com a seca extrema, o crescimentocelular e a fotossíntese foramcomprometidas. Sem esses fatores não háprodutividade e dificilmente será possívelrecuperá-la no decorrer da safra”, revela.

Ele alerta para que esse levantamentoseja realizado de forma bem localizada nos

canaviais, que sofreram com a seca e aschuvas esparsas entre janeiro e fevereiro.“A Caminho da canavicultura de trêsdígitos” ou a busca pela produtividadeacima de 100 toneladas por ha, será temado 1º encontro do Grupo Fitotécnico doIAC de 2014, no próximo dia 11 de março,em Ribeirão Preto/SP.

O encontro discutiu ainda novastecnologias da agricultura de precisão naprodução de cana, com LeonardoMenegatti, da Apagri e a Syngenta tambémdivulgou suas novidades para o segmento.

Leonardo Menegatti falou dasferramentas de agricultura de precisão;agricultura de precisão na reforma ecorreção do solo; no plantio e colheita(piloto automático e manejo de adubação);nutrição da cana soca com agricultura deprecisão; na aplicação de herbicida emtaxa variada, entre outros.

Produtividade do C/S poderá ter quebra de até 50%

Público presente na reunião do Grupo Fitotécnico

Maximiliano Scarpari: quadro de déficit

hídrico afetará a cultura

Leonardo Menegatti abordou novas

tecnologias da agricultura de precisão

Grupo Fitotécnico abordou a busca por maior produtividade

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BRASIL

ANP autoriza unidades a operar PATRICIA BARCI,

DE RIBEIRÃO PRETO

As unidades produtoras deetanol autorizadas paraoperação de acordo com ANP— Agência Nacional dePetróleo, Gás Natural eBiocombustíveis e a SRP —Superintendência de Refino,Processamento de Gás Naturale Produção de Biocombustíveisno primeiro “Boletim doEtanol” de 2014, são:Adecoagro (Ivinhema), emIvinhema, MS; Cambuí emSanta Helena de Goiás, GO;Cerradinho em Chapadão doCéu, GO; Colombo – Palestina,em Palestina, SP; Serra doCaiapó em Montividiu, GO eSJC – Unidade Boa Vista, emCachoeira Dourada. E a únicaunidade produtora de etanolautorizada para construção é:Bioflex em São Miguel dosCampos, AL.

GIRO DO SETOR — América Latina

Manuel Enriquez Poy, diretor da Atam

MÉXICO

Alto custo de produção inibeinvestimentos em etanol

De acordo com Manuel Enriquez Poy, diretor daAtam — Associação de Técnicos Açucareiros doMéxico, o etanol é fabricado somente em duasunidades produtoras do país situado na AméricaCentral, que são “La Gloria " e "São Nicolau", comtecnologia de desidratação que usa a peneiramolecular e ciclohexano.

Uma destilaria externa a essas unidades, usandoum sistema de extração por difusão, produz emmédia, 100.000 litros por dia. Existem váriasdestilarias de processamento do melaço, localizadasfora das usinas.

Outra destilaria localizada no estado de Sinaloafoi instalada para produzir etanol a partir de milho,mas não está ativa.

“No novo Pronac — Programa Nacional para oAgronegócio da Cana-de-açúcar existe a possibilidadede utilizar o nosso excedente de açúcar, produzidoatravés da cana- de-açúcar, para produção de álcool ,mas isso eventualmente. Nosso, futuro é incertodevido à falta de infraestrutura. Em resumo, osproblemas atuais para a produção de etanol emnosso país estão ligados ao custo elevado daprodução de cana-de-açúcar, e esperamos que ogoverno dê maiores incentivos à produção , comoocorre em quase todos os países, pelo menos parainiciar novos projetos para o setor sucroenergéticomexicano”, explica.

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NICARÁGUAGUATEMALA

GIRO DO SETOR — América Latina

Flávio Castelar, diretor executivo do Apla

Grande crescimento açucareiroDe acordo com dados oficiais da

CNPA-Comissão Nacional de Produtores deAçúcar da Nicarágua, o país desfrutou deum grande crescimento na idústriaaçúcareira nos últimos anos e estecresimento tem atraído o interesse deinvestidores interessados em construir duasnovas usinas, construídas entreMalacatoya e Tisma e outra em SanFrancisco Libre. Nos últimos três anos, ocultivo da cana-de- açúcar na Nicaráguatornou-se uma das áreas de maiorcrescimento no setor agrícola do país.

EQUADOR

Novas unidades de açúcarNo Equador, as novas unidades

produtoras de açúcar de cana-de-açúcar,inauguradas em 2013, Miguel Ángel e SanJuan, se uniram às já existentes SanCarlos, Valdez, Ecudos S.A., IngenioAzucarero del Norte, Monterrey e IsabelMaría no processamento da cana-de-açúcar no país, de acordo com dados daFenazucar — Federación Nacional deAzucareros del Ecuador. (Patricia Barci)

12 fábricas de açúcar e 5 de etanolAtualmente o país possui doze unidades

produtoras de açúcar e apenas cinco plantasproduzem etanol. Estimativas da Asazgua —Asociación de Azucareros de Guatemala, indicam que70% da produção de açúcar da Guatemala é para aexportação, e os 30 % restantes são distribuídos parao consumo local. Já em relação à produção de etanol,no ano passado, foram produzidos cerca de 200milhões de litros, com rendimento de 150 milhões dedólares para a economia do país. A maior parte doetanol e do açúcar são utilizados para abastecer omercado interno, uma pequena parte é exportadatodos os anos.

Nenhuma nova unidade produtora de açúcar ouetanol foi anunciada nos últimos anos no país, noentanto, para Flávio Castelar, diretor executivo do Apla— Arranjo Produtivo Local do Álcool, acredita que aGuatemala, assim como alguns países situados naAmérica Latina, estão aproveitando o bom momentono setor sucroenergético, para comprar unidades forade seus territórios. “Alguns grupos açucareiros daGuatemala estão internacionalizando suas operações ecomprando usinas no México, Equador, Argentina,Nicarágua e até no Brasil. Um exemplo disso, é oGrupo Gloria que possui três usinas no Peru, uma noEquador e uma na Argentina e a Pantaleon que alémde operar na Guatemala e alguns países na AméricaCentral, também comprou uma usina no México, naregião de Vera Cruz, e esta não é uma estratégiacomum entre os grupos brasileiros”, explica.

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COLÔMBIA

Produção de etanol colombiano aumentou cerca de 25%De acordo com dados apresentados

pela Fedebiocombustibles — FederaçãoNacional de Biocombustíveis daColômbia, 2014 está previsto para ser oano dos biocombustíveis na Colômbia,com produção de 387 milhões de litrosde etanol para a safra 2013/14. Umaumento significativo se comparado àprodução de etanol na safra 2012/13 de355 milhões de litros. Esse aumentopode ser resultado do clima favorávelnestes últimos três anos, que favoreceu asafra de cana-de-açúcar e que resultoutambém em um aumento na oferta deetanol. De acordo com dados do USDA-Departamento de Agricultura dosEstados Unidos, a produção de etanolda Colômbia aumentou cerca de 25%ao ano.

Consequentemente, o setor esperaaumentar o volume de misturaobrigatório de etanol na gasolina naColômbia, de 10% para 15% até 2016,principalmente quando a Ecopetrolcolocar sua nova usina de etanol nosLlanos Orientales em funcionamento.

As previsões dos especialistas do setorno país acreditam que haverá umaumento de 7,7 milhões de litros, o querepresenta um aumento de 2,02% novolume total.

De acordo com dados da Unica —União da Indústria de Cana-de-açúcar, aColômbia adota mistura de 10% deetanol à gasolina desde novembro de2005 em 83% de seu território e a misturaalcançará o resto do país, à medida quesua produção de etanol aumentar.

GIRO DO SETOR — América Latina

VENEZUELA

Falta de regulação de preçosDe acordo com dados do “El

Nuevo País”, desde que o Brasil fezuma aliança com o governo deGeorge W. Bush, o então presidenteHugo Chávez acabou com seusplanos de construir Unidadesprodutoras de etanol na Venezuela.O plano energético venezuelanodepende tão somente de decisões dogoverno atual.

Nenhuma fonte oficial sepronunciou sobre a continuação ou asuspensão do uso do etanol no país esobre a continuidade dos programasde produção de etanol.

Já a indústria do açúcar estánuma das maiores crises dos últimosanos no país, por falta de regulaçãode preços desde 2005, apesar doaumento dos custos para a produçãoda commodity, de acordo com dadosda Fundação para o Desenvolvimentode Açúcar, Produtividade e Pesquisada Venezuela. (Patricia Barci)

Alternativas às matérias-primas

Apesar de haver vários estudos naColômbia à procura de financiamentopara a produção de etanol e biodieselderivados de matérias-primasalternativas além do óleo de palma ecana-de-açúcar, o excedente naprodução desses produtos temsustentado a produção debiocombustíveis nos últimos anos.

Apla terá missão comercial na Colômbia

O Apla — Arranjo Produtivo Localdo Álcool, realizará uma missãocomercial em Cali na Colômbia, nos dias2 e 3 de abril de 2014 e espera repetir omesmo sucesso da última rodada denegócios, que teve a participação detodas as 13 usinas da Colômbia econvidados de outros países, resultandoem mais de 500 mil dólares de negóciosfechados, além abrir caminho paranovas oportunidades de projetos queresultaram em vendas nos últimos doisanos. “Da última vez contamos com oapoio da Tecnicana e Cenicana, duasimportantes entidades do setorsucroenergético colombiano e com oapoio deles, gostaríamos de trocarexperiências e aproximar nossos países,além de continuar a construir umarelação de parceria e resultados positivospara todos”, disse Flávio Castelar,diretor executivo do Apla.

BiodieselEm relação à fabricação de

biodiesel, na Colômbia, hoje existemUnidades produtoras em Cesar,Magdalena, Atlântico, Meta e Santander.A produção está estimada em 480 miltoneladas de biodiesel por ano.

Hoje no país, o volume obrigatórioda mistura no biodiesel é de 10 %, masa política não vale para todo o territórionacional, sendo que em Bogotá eregião, a mistura obrigatória é deapenas 8%. Na média, a mistura debiodiesel com óleo diesel é de 9,2 %.

De acordo com dados veiculadospela imprensa local, La Opinión,estima-se que haverá um crescimentode cerca de 5% na produção debiodiesel este ano e o excedente seráacima das 500 mil toneladas debiodiesel.

Dados do governo colombianoindicam que a produção de óleo depalma para misturar com o diesel e aprodução de etanol para misturar nagasolina até 2019 devam gerar cerca de1,2 milhões de empregos diretos eindiretos.

O setor sucroenergéticocolombiano possui 13 usinas,sendo que 38% delas produzemapenas açúcar e 72% produzemaçúcar e etanol. São 47municípios produtores de cana nopaís, totalizando 228 mil hectares.Quatro das maiores usinas queproduzem açúcar e etanol estãooperando nos territórios de Valle,Risaralda, Caldas e Cauca.

Para atender às necessidadesdo mercado de etanol, o paísaumentou o território de cultivode cana-de-açúcar em 2.000hectares. “Estão produzindoetanol na região de Meta, muitoparecida geograficamente com ocerrado brasileiro. Eles aindaestão no início, mas para um paísque sempre teve um discurso quedizia que a cana-de-açúcar sócresceria no Valle del Cauca já éum grande avanço”, disse FlávioCastelar, diretor executivo doApla- Arranjo Produtivo Local doÁlcool.

Unidades produtoras

Produção de cana avança para

regiões além do Valle del Cauca

Ingenio Manuelita

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ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO

Os problemas climáticos e financeirosestão tornando a safra 2014/15 incomumno Centro-Sul. Em regiões onde a seca foisevera, parte das usinas, ainda quepressionadas, estão mantendo o “start”para meados de abril. O motivo é atraso nocrescimento da cana, e com isso, a perdaem produtividade por hectare.

Já em outras unidades, mesmo com aforte estiagem, as dificuldades financeirasfizeram com que os trabalhos fossemantecipados. É o caso da Usina Batatais,localizada no município de mesmo nome,no interior de São Paulo.

A unidade foi a primeira na região deRibeirão Preto a mandar suas máquinas acampo, no dia 6 de março. A usina esperamoer 3,9 milhões de toneladas, número8% maior em relação à última safra, emque foram moídas 3,6 milhões detoneladas. “Começando antes, consigo umpreço inicial melhor para, no final, fazeruma média melhor", disse Bernardo Biagi,presidente do Grupo Batatais.

A empresa diz que o aumento previstoé fruto de um excedente de área plantadaao longo dos anos, já que naquela região,choveu 55% menos que a média históricapara os meses de janeiro e fevereiro.

Se incluída a moagem da usina Lins,filial da Batatais, a quantidade estimadade moagem pelo grupo sucroenergéticosobe para 6,1 milhões de toneladas, o querepresenta alta de 4%.

Antonio de Pádua Rodrigues, diretortécnico da Unica - União da Indústria deCana-de-Açúcar, disse em entrevista àagência de notícias Reuters que "muitas"usinas já iniciaram a moagem, que começaoficialmente em 1º de abril no Centro-Sul."A situação financeira está levando a maiorparte das empresas à antecipação de safra.Primeiro pela necessidade de fazer caixa e,

segundo, porque os preços do etanol estãoatrativos neste momento em que a ofertaestá muito aquém da demanda".

As chuvas durante os meses denovembro e dezembro contribuíram naprodutividade dos canaviais e geraram umexcedente de 20 milhões de toneladas.Contudo, a recente estiagem mudou osplanos. “Por conta do excesso de canabisada, algumas unidades previam moer jáa partir de março. Contudo, o clima nãopermitiu, mantendo a previsão tradicionalpara meados de abril”, explicou Sérgio

Prado, representante regional da Unica emRibeirão Preto.

A entidade ainda não divulgou suasestimativas para a safra, mas adiantou quea região deve, no máximo, repetir odesempenho do ciclo anterior. Noresultado acumulado de 2013, as usinasdo Centro-Sul moeram 594,10 milhões detoneladas de cana, valor 11,82% maiorque safra anterior. A moagem gerou aprodução de 25,37 bilhões de litros deetanol e de 34,27 milhões de toneladas deaçúcar.

Busca por preços melhores

antecipam safra Centro/Sul

Usina Jardest “hiberna”,sem previsão para acordar

Na sexta-feira, 21 de março, a Biosev,segunda maior processadora de cana-de-açúcar do país, informou que passará porum processo de reestruturação em seunegócio.

Em nota, a empresa, controlada pelamultinacional francesa Louis DreyfusCommodities, diz que, entre outras ações,promoverá a hibernação da usina deJardest, localizada em Jardinópolis, SP. “OConselho de Administração e o acionistacontrolador têm plena confiança no timede gestão da Biosev. Acreditamos que oplano de negócios revisto e aprovado porunanimidade ajudará a Biosev a se tornarmais eficiente em suas operações agrícola eindustrial e a maximizar a utilização de suacapacidade instalada”, disse ClaudeEhlinger, presidente do Conselho daempresa.

Já nesta safra, a cana que seriaprocessada pela unidade será destinada aoutras usinas do grupo, localizadas naregião de Ribeirão Preto, SP. A unidadehibernada tem capacidade industrial paraprocessar 1,5 milhão de toneladas porsafra. (AR)

Quebra de safra de canapoderá chegar a 20%

Não é novidade para o setor que aestiagem comprometeu a produção de canado Centro-Sul, já que as tão esperadaschuvas de verão, responsáveis pelocrescimento vegetativo nessa época do anonão chegaram. Quem sente na pele adificuldade de quebra está preocupadocom a situação anunciada para a safra2014/15. É o caso do gerente industrial daUsina Pitangueiras, Gilmar Galon, aoressaltar que a quebra de produtividadepoderá chegar a 20%, em algumas regiõescomo de Araçatuba, SP. “Na Pitangueirasa quebra deverá ser de 8%, mas em muitasregiões poderá atingir 15% e nas maisextremas, 20%”, disse o especialista.

Usina Batatais voltou a moer no início de março

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Certificada pela OHSAS 18001,Alta Mogiana desenvolve ações naárea desde a fundação

RENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

As melhores práticas de segurança do trabalho e saúdeocupacional continuam presentes, de maneira prioritária,na agenda do setor, apesar das dificuldades decorrentes dacrise que atinge a atividade sucroenergética. Grupos detrabalhos e entidades têm aprofundado a discussão sobreesses temas por meio de reuniões, treinamentos eseminários.

Unidades e grupos sucroenergéticos também estão seempenhando para adotar medidas cada vez mais eficazesque garantam a segurança e a saúde do trabalhador eatendam as inúmeras exigências das NormasRegulamentadoras (NRs). Diversas empresas no setor játêm inclusive tradição nessa área, procurando semprecolocar em prática iniciativas voltadas à manutenção deum ambiente de trabalho seguro.

A Usina Alta Mogiana, de São Joaquim da Barra, SP,por exemplo, desenvolve diversas ações nessa área desde asua fundação, há trinta anos, quando pouco se falava sobreo assunto. Na ocasião, foi criada inclusive a ComissãoInterna de Prevenção de Acidentes (Cipa).

O crescimento da empresa, que se intensificou noinício dos anos 90, foi acompanhado pela formação de umdepartamento voltado exclusivamente à segurança,integrado por técnicos, enfermeiros, médicos do trabalho eengenheiro de segurança. As ações nessa área nuncapararam.

Uma das consequências do trabalho contínuo e dapreocupação constante com a segurança foi a conquista dacertificação OHSAS 18001 em 2003, que a Alta Mogianamantém até hoje. Composta por um conjunto de normasvoltadas à formação de um sistema de gestão e dacertificação da saúde e segurança do trabalho, a OHSASorienta as empresas sobre os procedimentos que devem seradotados nessa área.

Mas, de nada adiantaria essa certificação sem oenvolvimento dos funcionários. ”O sistema de gestão desegurança OHSAS 18001 exige que todas as atividadessejam documentadas e registradas e que os colaboradoressejam treinados em suas funções. Desta forma, todos

participam da sua manutenção”, afirma Jose AltinoDonizeti Marques, gerente do departamento dePlanejamento e Custos da Alta Mogiana, ao qual a área desegurança do trabalho é vinculada.

Segundo ele, com a obtenção da certificação, foramcriados o manual e os procedimentos de segurança, queestabeleceram regras para a análise dos riscos para cadaatividade desenvolvida, além da obrigatoriedade dotreinamento dos colaboradores em todas as rotinas, aliadasao fornecimento de EPIs apropriados para o exercício dastarefas. OHSAS é uma sigla em inglês para OccupationalHealth and Safety Assessment Services, cuja tradução éSérie de Avaliação da Segurança e Saúde no Trabalho.

Segurança do trabalho é prioridade no setor

Usina Alta Mogiana: prêmio por longevidade sem acidentes

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Abril 2014 SAÚDE & SEGURANÇA 49

“Cartão Pare” orientafuncionários

O programa “Cartão Pare”, criado em2012, a partir do modelo desenvolvido pelaempresa Rhodia, orienta os colaboradorespara que não executem qualquer tarefa emcaso de dúvida. O cartão coloca diversasquestões para o funcionário e, no caso deresposta negativa, instrui que ele “pare” –ou seja, não execute o trabalho – eesclareça a dúvida com o líder ousolicitante do serviço. “Conheço os perigose riscos dessa área? Estou habilitado pararealizar esse trabalho? Estou utilizando osEPIs previstos?” Estas são algumasquestões inseridas no “Cartão Pare” quetem a finalidade de incentivar a adoção deum comportamento seguro. (RA)

Ferramentas demonstrama importância da manutenção de um ambiente detrabalho seguro

Para incorporar a segurança dotrabalho ao dia a dia da usina, a AltaMogiana coloca em prática diversas açõese utiliza vários recursos. A informática éinclusive uma das aliadas nesse processo.“O desenvolvimento de um software quenos permite gerenciar os programas dePrevenção de Riscos Ambientais (PPRA) ede Controle Médico de Saúde Ocupacional(PCMSO) representou um avançoconsiderável nas atividades realizadas”,conta José Altino.

De acordo com ele, a partir decontroles integrados, ocorre a definiçãodos EPIs utilizados em cada atividade.“Fazemos o controle de entrega, comregistro biométrico e ainda monitoramos adurabilidade e validade dosequipamentos, o mesmo ocorrendo noacompanhamento médico ambulatorial”,detalha.

Entre as ferramentas utilizadas pelaAlta Mogiana, um dos destaques é o

Diálogo de Segurança, realizado três vezespor semana em cada área, que tem aparticipação do gestor e a sua equipe. Essaatividade tornou-se um momento dereflexão e conscientização sobre amanutenção de um ambiente de trabalhoseguro.

Com essa mesma preocupação sãoainda realizadas inspeções pelosprofissionais da segurança do trabalho euma reunião mensal por setor, em cadaum dos turnos de trabalho da empresa,

informa o gerente do departamento dePlanejamento e Custos da Alta Mogiana

Outra iniciativa é o “Programa AnosSem Acidente com Afastamento”, quepossibilita aos colaboradores o gozo de umdia de folga a cada ano sem acidente comafastamento, no setor em que estiveremtrabalhando. No ano passado, porexemplo, a equipe de “Controle deQualidade” completou 18 anos semacidentes com afastamento e a de “Tratosculturais – formiga”, 13 anos. (RA)

Informática é aliada em programas

de prevenção e controle

Cursos de capacitação na Usina Alta Mogiana: exemplos

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Abril 2014SAÚDE & SEGURANÇA 50

Acompanhamento dasocorrências permitebuscar evidências quepossam ser traduzidasem aprendizado ereciclagens deprocedimentos

A questão comportamental tem sidofundamental para afastar práticas insegurasdas atividades desenvolvidas no campo e naindústria. A preocupação da Alta Mogianacom esse aspecto, que interfere nosresultados obtidos na área de segurança dotrabalho, começa na seleção do candidato,quando são feitas triagens em busca doperfil profissional adequado para cadacargo, observa José Altino DonizetiMarques.

“Com o contrato de trabalho ativo,inicia-se o processo de qualificação eambientação do profissional à cultura daorganização, por meio de treinamentosbásicos e até de maiores complexidades,como espaço confinado e trabalhos emaltura”, esclarece.

Segundo ele, a empresa investerecursos na capacitação de monitores,

instrutores e técnicos de segurança, paraformar pessoas de acordo com asrecomendações das NormasRegulamentadoras (NRs).

Investimento em treinamentos desegurança tem sido uma prática constantena Alta Mogiana – enfatiza. A educação éconsiderada pela empresa – afirma – uminstrumento que influi na tomada dedecisão do trabalho seguro.

“O acompanhamento das ocorrênciaspermite buscar evidências que possam sertraduzidas em aprendizado, treinamento ereciclagens de procedimentos ou instruçõesde trabalho, com o intuito de evitar novasocorrências”, comenta.

De acordo com ele, os novos projetos,antes de serem executados passam poranálise crítica da segurança do trabalho.“Temos a preocupação em controlar osriscos na fonte. Os tratores são adquiridosequipados com cabines e ar-condicionado,oferecendo maior proteção e conforto aostrabalhadores”, observa.

Além disso, os tratoristas recebemtreinamento específico – como ocorre comprofissionais de outras áreas – para aoperação das máquinas, que incluiinstruções voltadas à segurança do trabalho.

O treinamento da equipe debrigadistas faz parte do conjunto demedidas adotadas pela Alta Mogiana

visando a prevenção e combate a incêndios.Essa unidade sucroenergética de SãoJoaquim da Barra integra também o Planode Auxílio Mútuo em Emergência (PAME)que conta com a participação de usinasvizinhas.

Outras iniciativas nessa área são: adistribuição de caminhões pipas, equipadoscom kit espuma, em pontos estratégicosvisando o combate rápido ao fogo; instalaçãode sistema centralizado de combate aincêndio por pó químico seco nas colhedorasde cana e instalação de hidrantes em toda aplanta industrial, com tanque exclusivo deágua – com capacidade de 5.000 m³ – ebombas automatizadas. (RA)

Treinamentos afastam práticas inseguras das atividades diárias

A Alta Mogiana tem se empenhado também paraatender a grande quantidade de exigências de diversasnormas regulamentadoras (NRs). A implantação ouadequação de diversos itens e a realização dostreinamentos para qualificação dos colaboradores,estabelecidos pelas normas, geram um custo adicional,afirma José Altino.

Entre as várias medidas, adotadas a partir dasexigências das normas, incluem-se implantação de pontode descarga de diesel no posto (NR 35), de local paratreinamento (NR 33), de áreas de vivência (NR 31), doCentro de Controle de Motores (NR 10).

Um dos desafios da área de segurança do trabalho é

manter atualizados todos os colaboradores em relação aostreinamentos e reciclagens, além da necessidade deenvolvê-los na comunicação, de acordo com as novasrecomendações das NRs, constata José Altino.

“Não podemos nos esquecer que estamos inseridos emum ambiente globalizado, cujo produto final é umacommodity, como tal seus preços são regidos pelo mercadointernacional. Diante desta realidade, para manter-seatualizado e competitivo, conforme recomendado, os custosgerados para atender os quesitos de segurança, que não sãopoucos, exigem análises amplas do que será investido, embusca de alternativas que viabilizem o negócio/projeto.Este é o nosso maior desafio”, comenta. (RA)

Exigências de normas geram custo adicional

Brigada em treinamento

Capacitação de tratoristas da Alta Mogiana

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Abril 2014SAÚDE & SEGURANÇA 52

Empresas devem elaborarprograma de preservaçãoda saúde e da integridadedos funcionários

RENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

As normas regulamentadoras (NRs)cumprem papel importante para amelhoria das condições de segurança dotrabalho e de saúde ocupacional emunidades sucroenergéticas – e também emoutros segmentos –, exigindo, por exemplo,a elaboração de programas e a adoção demedidas que criem condições para aeliminação e controle de situações deriscos.

Uma dessas normas é a NR 9 queestabelece a obrigatoriedade da elaboraçãoe implementação, por parte de todos osempregadores, do Programa de Prevençãode Riscos Ambientais (PPRA) visando àpreservação da saúde e da integridade dosfuncionários, levando em consideraçãotambém a proteção do meio ambiente edos recursos naturais.

”A boa gestão do PPRA é fruto docompromisso que a empresa assume emprevenir acidentes e a saúde dostrabalhadores”, afirma João AugustoRibeiro de Souza, diretor executivo doGSO – Grupo de Saúde Ocupacional da

Agroindústria Sucroenergética.Segundo ele, a integração da

segurança e saúde no trabalho, emunidades sucroenergéticas, tem sidorelevante para a superação dasdificuldades no cumprimento dessa norma.

“Partindo do principio de que asempresas do setor já implementaram oPPRA conforme as regras da NR 9, éimportante o acompanhamento rigorosodas atividades assinaladas no cronogramaanual que prevê as melhorias no ambientede trabalho”, comenta

“A fiscalização tem observado aexistência do PPRA bem como suaimplementação, ou seja, o cumprimento docronograma de atividades”, constata.

Na avaliação de João Augusto, a NR 9atende as necessidades de segurança eproteção do trabalhador em relação aosriscos ambientais. “É uma norma dinâmicaque contribui para a melhoria constante doambiente de trabalho”, ressalta.

De acordo com ele, a NR 9 elimina ouminimiza os riscos ambientais queultrapassam os limites de tolerância

exigidos pelo Ministério do Trabalho eEmprego e entidades internacionais.

A norma determina também que oempregador deverá garantir que asatividades sejam interrompidas deimediato, no caso de ocorrência de riscosambientais nos locais de trabalho quecoloquem em situação de grave e iminenterisco, um ou mais trabalhadores. Nessassituações, funcionários da empresa deverãoinclusive comunicar o fato ao superiorhierárquico direto para as devidasprovidências.

Norma exige adoção de medidas contra riscos ambientais

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Abril 2014 SAÚDE & SEGURANÇA 53

Atividades desenvolvidas em unidades sucroenergéticasapresentam riscos físicos, químicos e biológicos

A Identificação, avaliação e adoção de medidas de controledos agentes físicos, químicos, biológicos, que são capazes decausar danos à saúde do trabalhador devido à sua natureza,concentração ou intensidade e tempo de exposição, estão entreas principais exigências da Norma Regulamentadora 9,informa João Augusto Ribeiro de Souza, do GSO.

Em toda cadeia produtiva do setor sucroenergético,existem riscos ambientais que podem afetar a saúde dostrabalhadores. “Entre os riscos físicos, podem seridentificados ruído, calor, vibração”, exemplifica.

Há também os riscos químicos – conforme detalha aNR 9 –, como substâncias, compostos ou produtos quepossam penetrar no organismo pela via respiratória, nasformas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ouvapores, ou que, pela natureza da atividade de exposição,possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo pormeio da pele ou por ingestão.

As possibilidades de transtornos para a saúde dotrabalhador não param aí. Alguns problemas podem serocasionados pelos riscos biológicos, como: bactérias, fungos,bacilos, parasitas, vírus.

“Todos estes riscos representam uma parcela desituações encontradas na atividade sucroenergética”,observa o diretor executivo do GSO.

Há ainda as consequências provocadas por acidentes,como incêndios, explosões, quedas e ocorrências provocadaspor trabalhos com eletricidade e tráfego de veículos. A listapode incluir também riscos ergonômicos, entre os quais, má

postura, manuseio de materiais, movimentos repetitivos,organização do trabalho, turnos de trabalho, ritmoacelerado.

“Riscos ergonômicos e de acidentes não sãoconsiderados na NR 9. A NR 17 – Ergonomia determina aelaboração de levantamento ergonômico”, esclarece. Outrasnormas regulamentadoras conduzem a formatação decontroles dos riscos mecânicos, elétricos, entre outros, pormeio de análises de riscos de atividades e outras ferramentaspara prevenção e proteção, observa.

O desenvolvimento de um Programa de Prevenção deRiscos Ambientais deve levar em conta algumas etapas, deacordo com a NR 9. João Augusto destaca a necessidade deantecipação e reconhecimento dos riscos, estabelecimento deprioridades e metas de avaliação e controle.

Além disso, entre os procedimentos que devem seradotados incluem-se – afirma – a análise dos riscos e daexposição dos trabalhadores, a implantação de medidas decontrole e avaliação de sua eficácia, o monitoramento daexposição aos riscos, registro e divulgação dos dados. (RA)

NR 9 requer identificação de agentes que causam danos à saúde

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“Pessoas chegam pelacompetência técnica esão desligadas pelascompetênciascomportamentais”

ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

A cada ano, o mercado exige novasposturas para o profissional do setorsucroenergético. Experiência éimportante, mas não é tudo pois serápreciso ter um conjunto que faça adiferença. São os principais requisitospara o profissional do futuro na opiniãoda consultora operacional e de carreiras,Beatriz Rossi de Oliveira, da Coerhência.“Não basta ter boa formação e boaspassagens por organizações importantes,se o profissional não trouxer consigo nessabagagem um amadurecimento pessoal,profissional e um repertório de boapostura, boas atitudes, competências derelacionamento, de convívio, de trabalhoem equipe, de negociação e parceria, entreoutros. Isto hoje é fundamental, pois pormuitos anos as empresas analisaram suasestatísticas e indicadores com outros olhose viram, finalmente, que as pessoaschegam pela competência técnica e sãodesligadas pelas competênciascomportamentais”, admite.

Além de maturidade, Beatriz explicaque o profissional deve ter senso deadequação; ética; imagem bem trabalhadae autoconhecimento estabelecido;educação e elegância no trato; responsávelpela sua carreira e por fazer dar certo;disponível e acessível; integrativo einterativo; colaborativo e agregador; bomcomunicador; bem humorado; auto-motivado e entusiasmado; comprometido;prático; proativo; interessado; que adote apostura de dono da empresa; que tenha

mobilidade e que seja flexível e adaptávela mudanças. “E principalmente que tenhapaixão pelo que faz. Pesquisas recentesmostram que em torno de 70 a 73% daspessoas não fazem o que gostam. Isso é umproblema para as empresas, que precisamde comprometimento e engajamento. Édifícil reunir todas essas qualidades, masnão podemos nos acomodar”, enfatiza.

Outro ponto que a profissionaldefende é a melhoria na contratação depessoas. “A contratação precisa estar numpatamar mais evoluído. Mudamosferramentas e práticas, mas não mudamosmentalidade. A pressa e o prazo curto paracontratação em massa imperam eenquanto as empresas não se planejaremdentro da estratégia de Planejamento de

RH ou de Pessoal, cairemos no problemada má contratação. Os RH’s aindaprocuram profissionais com conhecimentoe experiência e abrem mão de pesquisar ainteligência emocional. Precisamosaprender a olhar o todo quando vamosescolher um candidato, para não perdertempo, gastar dinheiro e se frustrar”,conclui.

EXPERIÊNCIA, POSTURA E ENGAJAMENTO

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Em curto período de tempo, o setor sucroenergéticosubstituiu o facão de R$ 7,00 pela colhedora de R$ 800mil. Esse foi e continua sendo um dos grandes desafios dosegmento na área de gestão de pessoas, principalmente noquesito liderança. A opinião é de Genésio Lemos Couto,vice-presidente de Pessoas, Sustentabilidade eComunicação da Odebrecht Agroindustrial. “Por isso, osprofissionais precisam aprofundar seus conhecimentos,sejam eles agrícolas, industriais, de manutenção ou deSegurança, Saúde e Meio Ambiente (SSMA) e,principalmente, Liderança. Com relação às empresas, odesafio está na mudança na forma de pensar e nocomportamento, oriundos da criação deste setor, muitoautoritário, familiar e centralizador. Acredito que aOdebrecht Agroindustrial tem à sua disposição umacultura empresarial forte, baseada na valorização daspessoas, na descentralização e na delegação planejada”,explica.

Ele lembra que o setor sucroenergético passou porprofundas mudanças na última década com a mecanizaçãodas atividades de plantio, corte e colheita de cana-de-açúcare as alterações na legislação vigente, que exigiram umamudança de postura nas relações trabalhistas e fizeram oprofissional do setor evoluir muito. “A OdebrechtAgroindustrial já nasceu com essa concepção e tem 100%das suas atividades mecanizadas. A tendência é que isso seconsolide, à medida que todas as unidades agroindustriaistenham que operar de forma 100% mecanizada a partir de2017. O setor, portanto, precisará de profissionaiscapacitados e formados em áreas técnicas específicas paraa operação de equipamentos agrícolas sofisticados eatividades técnicas avançadas, também dentro daindústria. Nesse cenário, os profissionais serão maisexigidos em relação a capacidade de liderança, que deveser muito mais desenvolvida”.

Uma das áreas que oferecem maior desafio é aqualificação de mão de obra no segmento de manutençãode máquinas agrícolas, segundo ele. Por isso, a empresadestinou na safra 2012/2013 mais de R$ 6 milhões emprogramas de capacitação e aperfeiçoamento profissionalde seus integrantes, valor 100% superior ao da safra

anterior. Aliado a essa determinação de formar pessoas,utilizamos a metodologia do Programa Acreditar, daOdebrecht, junto às comunidades, integrada ao nossoPrograma Energia Social, que é voltado exclusivamentepara melhorar a qualidade de vida das pessoas no entornodos municípios onde atuamos”, revela. (AM)

Desafio entre o facão de R$ 7 e colhedora de R$ 800 mil

Genésio Lemos Couto: profissionais devem

aprofundar conhecimento e liderança

Plantio na Usina Conquista:

valorização de pessoas

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“Acreditamos que as pessoas não sãosimples recursos. Elas são a base de tudo,nosso maior ativo”. Essa frase de GenésioLemos Couto, vice-presidente de Pessoas,Sustentabilidade e Comunicação daOdebrecht Agroindustrial, justifica aimportância dos colaboradores, ou seja,dos chamados integrantes. Tanto é que naúltima safra 2012/2013 a OdebrechtAgroindustrial promoveu mais de 700 milhoras de capacitação, com média de 10,7horas por colaborador e um total de65.502 participações. Em 2013/14 osnúmeros poderão se repetir. “O sucesso dosnegócios está diretamente relacionado àcompetência e ao engajamento de seusintegrantes. A empresa acredita que, antesde investir em máquinas é necessárioinvestir em seres humanos, o maisimportante fator de produtividade. Nestesentido, adota iniciativas e práticas quetragam benefícios reais às pessoas daOrganização, além de promover seudesenvolvimento pessoal e profissional. Aspolíticas e as práticas de gestão de pessoasda empresa seguem os princípios daTecnologia Empresarial Odebrecht (TEO),que têm como base a valorização daspessoas e sua vontade de evoluir.Oferecemos oportunidades de carreirasbem definidas que podem ser planejadas apartir dos eixos de carreiras na áreaindustrial e agrícola”, lembra.

Entre as turmas de qualificaçãorealizadas, o gestor destaca a parceria

estabelecida com o Instituto Paula Souza,em São Paulo, e com o Senai, nos estadosde Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso doSul, para capacitar seus integrantes nasáreas agrícolas e industrial. “É importantedestacar também o acordo de cliente debase nacional do Sistema Indústria,firmado em dezembro de 2013. Com essaparceria, passamos a utilizar o catálogonacional de capacitação. A OdebrechtAgroindustrial foi, em 2013, a empresa

brasileira que firmou com o Senai o maioracordo de demandas pelo ProgramaNacional de Acesso ao Ensino Técnico eEmprego (Pronatec). No total, são milvagas pactuadas, divididas em 59 turmas.Apenas em Mato Grosso do Sul, aquantidade de vagas para os integrantes daOdebrecht Agroindustrial representa 47%de toda a oferta para o Estado.

Segundo ele, há 70 anos as obras daConstrutora Norberto Odebrecht priorizam

a comunidade local. “Da mesma forma, aOdebrecht Agroindustrial prioriza em suascontratações moradores das localidades emque as unidades estão situadas, o que, alémde promover o desenvolvimento regional,facilita a adaptação pessoal e familiar ànova rotina de trabalho”.

Na Odebrecht não existe mais o setorde Recursos Humanos, mas de Pessoas eOrganização (P&O). Ele aponta os desafiosprimordiais da área: identificar as pessoaspara esse novo cenário e novas fronteiras;promover o ambiente propício para odesenvolvimento de pessoas, por meio dosprogramas de qualificação e pela suavontade de fazer carreira no setorsucroenergético e criar as condiçõesnecessárias para que os profissionaiscoloquem na prioridade do seudesenvolvimento a atuação comprodutividade para tornar o setor maiscompetitivo e assim estabelecer umaprojeção de carreira mais estável,promissora.

Um dos entraves da gestão atual é aausência de uma política pública quevalorize o biocombustível, segundo oexecutivo. “Precisamos que o governoestabeleça uma política clara em relação aoetanol para mantermos a legião deempregos e garantir a geração de maisoportunidade de empregabilidade paranovos integrantes, oriundos de novossetores da economia ou antigosprofissionais do setor”, conclui. (AM)

Mais de 700 mil horas de capacitação

Treinamento de colaboradores na Odebrecht Agroindustrial: gente na base de tudo

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ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

Em busca de maior qualidade emenores custos, as usinas do setorsucroenergético lançam mão dacriatividade para sobrepujar asintempéries da atualidade, cominovações no sistema de recepção epreparo de cana. É o caso da UsinaIvinhema, do Grupo Adecoagro, do MatoGrosso do Sul, que ganhou umdesfibrador vertical, que substitui opicador e desfibrador convencionais, comeconomia.

Adecoagro informa que no sistemade preparo convencional a eficiência naabertura de células fica em torno de 89%,já no vertical, em torno de 90 a 91% ecom um custo menor do que otradicional.

Entre as vantagens, ele aponta oconsumo de potência próximo deequipamentos tradicionais e a eliminaçãoda necessidade de esteira metálica, poresteira de borracha. “Segundo dados denossa consultoria, podemos evitar perdasde 0,5% a 2% do total da cana. Tem umainstalação simplificada, elimina esteirametálica e a operação é simples. O custode instalação é da ordem de 2/3 de umainstalação convencional”, reforça.

Outra novidade é que o pátio deestoque de cana foi instalado fora dabalança. “Isso reduziu nossa frota eganhamos em tempo. Agora a balançafunciona com tratores, dessa formareduzimos investimentos. Na nossainstalação com caminhões, issorepresentou a redução de investimentosde cerca de R$ 1,6 milhão”, lembra.

Mas a Adecoagro Ivinhema não é a

única que inovou. A unidade Angélica,também localizada na região, ganhou umsistema completo de limpeza de cana aseco e preparação de palha para a queima.De 2008 até 2011, a empresa realizou umestudo para limpeza de cana, junto com aequipe do CTC, que posteriormente foiextinta. “Evoluímos nos estudos e em 2010foram instalados as esteiras e o sistemas dedescarga de cana.

A medida que tivesse mais segurançainstalaríamos o sistema de palha e terra.Isso aconteceu no início de 2013, atravésde uma série de aprimoramentos noprojeto original. Hoje existe a opção dodesfibrador de palha em função doperíodo de campanha e pelo menorconsumo de potência, 1/3 doconvencional. Os picadoresconvencionais trocam facas duas vezespor dia e no nosso troca-se martelo umavez por mês. A qualidade da palha não éigual do picador, mas atende nossanecessidade”.

Segundo o executivo, durante operíodo de funcionamento, aconteceramalgumas dificuldades, por isso serápreciso fazer algumas alterações paraaumentar a eficiência do sistema emelhorar a qualidade da região.“Limpávamos a cana e sujava a usina.Esse novo sistema manterá a usinalimpa. O projeto é fruto de equipamentosdesenvolvidos pela Adecoagro. Quandoestiver consolidado será montado naIvinhema”, finaliza.

Em termos de eficiência, Alvesexplica que em condições normais foramobtidos resultados na média de 70%.Sobre o custo, em torno de R$ 14milhões, afirma que é possível recuperá-lo em dois anos devido às suas vantagens.

Desfibrador diferenciado

é usado no preparo de

cana da Adecoagro

Luiz Fernando Alves: eficiência de abertura de célula do equipamento chega a 91%

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Curso atrai mais de 70profissionais interessadosem dominar a técnica deprodução do Etanol 2G

ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO

Prestes a entrar no mercado brasileiro,o etanol 2G ainda é uma incógnita paraboa parte dos profissionais no que dizrespeito ao seu processo de produção.Dispostos a dominar a técnica da produçãode etanol 2G, mais de 70 profissionaisparticiparam em 21 março em RibeirãoPreto, SP, do 1º Curso Técnico deProdução de Etanol 2G, realizado pelaSinatub Tecnologia, com apoio daProCana Brasil.

O intuito do evento foi mostrar o que já vem sendo trabalhado na Itália,na planta de Crescentino, e também o que será colocado em prática no Brasilainda este ano, com as usinas da GranBio, em São Miguel dos Campos(AL), Raízen, em Piracicaba (SP), e CTC-Centro de Tecnologia Canavieira, em SãoManuel (SP). .

“Nossa ideia foi expor toda a linha deprodução, passando desde a questão dabiomassa até a integração industrial. Nesteprocesso, falamos da palha, do bagaço, daspossíveis rotas, enzimas, fermentoespecífico para a tecnologia, cases. Acreditoque tenha sido um programa bastante

abrangente, com uma visão geral sobre oassunto”, disse Fernando Cullen,coordenador do curso.

Participaram do evento nomes comoJaime Finguerut, gerente deDesenvolvimento Estratégico do CTC -Centro de Tecnologia Canavieira, EduardoAlberto Borges da Silva, cientista dePesquisa e Desenvolvimento daNovozymes, entre outros.

Para o presidente da ProCana Brasil,Josias Messias, o etanol de 2ª geração poderesolver boa parte dos problemas agrícolase industriais que surgiram durante oprocesso de mecanização. “Não se tratamais de uma tecnologia futura. Até 2015,teremos pelo menos quatro fábricas deetanol 2G no país. É algo real, uma

revolução que ajudará muito aperformance das usinas. Estar preparadopara participar desta revolução torna-serelevante para a carreira dos profissionais”,afirma.

Estudos indicam que o etanolcelulósico pode aumentar a produção deálcool em até 40%, isso levando-se emconsideração a mesma quantidade dematéria-prima. Outro detalhe, com base noque vem sendo feito na Itália, é que o custode produção pode ser até 20% menor que oconvencional. “Temos que evoluir muitoainda. Para chegar onde estamos hoje como etanol convencional foram-se anos deestudo. Mas nossa expectativa é que o 2Gchegue ao mercado custando menos que ode primeira geração”, complementa Cullen.

QUASE TUDO DOMINADO!1º CURSO TÉCNICO

DE PRODUÇÃO DE ETANOL 2G

TEMAS PRINCIPAIS� Como agregar a biomassa:

palha enfardada e palha vindacom a cana e separada nausina?

� Qual o conceito e rotastecnológicas para a produçãodo etanol celulósico?

� Qual o papel das Enzimas eLeveduras no processo 2G?

� Como funciona a tecnologiaProesa para a produção doetanol 2G e futuramentebioquímicos?

� Quais aspectos devem serobservados na integração1G>2G?

� Como funcionam as primeirasplantas comerciais de etanol2G da América Latina?

� Quais são as opções definanciamentos einvestimentos na produção deetanol 2G?

PATROCÍNIO

Embora já seja falado e estudado háalgum tempo na Europa, o etanol 2G aindaé recente no Brasil. Um curso como este éuma oportunidade para as usinasbuscarem uma forma de agregar valordentro da área industrial. Fala-se, inclusive,que hoje seus custos de produção sãocompetitivos e até menores do que o etanolconvencional. A tecnologia vai ajudar asempresas a terem maior rentabilidade.

Luis Carlos Dalben, da Agrícola Rio Claro

Vemos que hoje o setor tem passadopor diversos tipos de dificuldades. A ideiade utilizar a palha e o bagaço é fazer comque a produtividade, que hoje está emtorno de 8 mil litros de etanol por hectare,passe para 24 mil. Isto significa tambémtrês vezes mais que a atual capacidade deremuneração para o etanol. As tecnologiasestão em desenvolvimento e quanto maistécnicos se juntarem, debatendo sobre oscaminhos a serem percorridos, melhor.

Walter Di Mastrogirolamo, gerenteindustrial da Usina Cerradinho

Esse curso éimportante para adquirirmos

conhecimento e disseminar asinformações entre as usinas. Ainda

não temos conhecimento suficientepara colocar em prática, já queestamos falando de uma novidade.Boa parte dos profissionais nãoconhece os processos. Massabemos que a tecnologia agrega

valor e pode trazer sustentabilidadeao setor. O caminho é esse, debater e

fomentar conhecimento. Já aprendivários detalhes importantes hoje.

Valdir Trentin, gerente industrial daUsina Ipiranga

É fundamental falar sobre novastecnologias. Na situação em que o setor

se encontra, agregar valor, seja ele qualfor, é muito importante. Não háincentivo nenhum do governo, entãoprecisamos de novas tecnologias.Quando as coisas começarem amelhorar, quem estiver preparado, vai

ter vantagem. Cursos como este fazemparte deste processo.

Luiz Antonio Magazoni, diretorindustrial da Usina São Domingos

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PATRÍCIA BARCI, DE RIBEIRÃO PRETO, SP

Aconteceu no dia 22 de fevereiro, aFectoberind, encontro anual promovido pelaSinatub Tecnologia, com o apoio da ProCanaBrasil, em Ribeirão Preto, SP. O evento contoucom a presença de mais 150 gestores dosprincipais grupos produtores brasileiros edesenvolvedores de tecnologia industrial para osetor sucroenergético.

De acordo com seu organizador, LuizCláudio Pereira Silva, diretor técnico daSinatub Tecnologia, esse evento temproporcionado uma experiência totalmentediferenciada, com uma troca de informaçõesbem descontraída, e experiências baseadas naamizade, no bom senso, reafirmando aconfiança entre seus parceiros.

"Este ano, motivados por essa parceriamaravilhosa com o Josias Messias, da ProCanaBrasil, já conseguimos, com que todos osparceiros confirmassem suas presenças para aedição do ano que vem", disse.

Há 24 anos na Dinatécnica, Silva diz queapesar da ideia ter surgido de uma situaçãoemergencial, movidos pela necessidade deinterligação entre grupos do setorsucroenergético, a Sinatub criou de fato, umrelacionamento entre seus clientes.

"Os eventos deram certo e nós podemosdizer que criamos a gestão do relacionamentoentre usuários do setor industrial, com eventosem Goiânia, Três Lagoas e mais de vinteeventos em Ribeirão Preto e região", disse LuizCláudio Pereira Silva.

Para Odair Gutierrez, diretor comercial daempresa Tecnit-Tecnologia em isolamentotérmico, um dos patrocinadores daFectoberind, o evento tem como principalobjetivo unir os fornecedores e os parceiros.“Não é só um encontro descontraído entrecolegas do setor, mas ótima oportunidade deconhecer tecnologias e inovações”.

Leia o que disse Waldir Rodrigues, líder deprocessos industriais na Usina São Martinho:“A Fectoberind é um evento que integra todosos anos nossos parceiros e as pessoas que nos

ajudam diariamente. O pessoal da Dinatécnica,aqui de Ribeirão Preto, sempre nos apoia nastomadas de decisões e também nos momentosde dificuldade. A Fectoberind acaba sendo umaprendizado para todos os envolvidos, pois éuma confraternização que agrega conhecimentoe novos valores, tanto na prática quanto nateoria, e tudo isso num evento descontraído”.

Para Júlio José Hilse sócio diretor daempresa Hilse - Indústria de Máquinas eEquipamentos, em Guariba SP, a Fectoberind,gera vários negócios porque proporcionaoportunidade de fazermos novos contatos enovas amizades”.

João Caldeira, coordenador de engenhariada Interunion, observa: “A Fectoberind,promovida pelo Luiz Cláudio é um eventoexcelente. Mais uma vez os organizadoresconseguiram uma interação que vai além darelação profissional entre os colegas do setor.No início, tivemos uma apresentação dasempresas envolvidas, dos patrocinadores doprojeto, e agora temos essa ótima oportunidadede conversar nesse ambiente descontraído”.

Patrocinadoresdo evento

Fectoberind reúne gestores em momento descontraído

Luiz Cláudio Pereira Silva e João CaldeiraJulio José Hilse diretor da empresa Hilse

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Sistema disponibilizadopor empresa de Guariba,SP, elimina 98% dosroletes utilizados emtransportadoresconvencionais

RENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

Diversos fabricantes de equipamentosjá oferecem eficientes soluções para otransporte e movimentação de bagaço emusinas e destilarias. Uma novidade nessaárea, disponibilizada pela GBA, de Guariba,SP, a partir de acordo fechado em novembrocom a empresa americana The HendrikGroup, promete agitar ainda mais essemercado.

O novo sistema, denominado comotransportador de correia suportado por ar,apresenta inúmeras vantagens, comoredução significativa da manutenção eelevada eficiência operacional, revela JoséAugusto Marconato, presidente da GBA.

A tecnologia não é usada somente paraa movimentação de bagaço. Pode serutilizada para o transporte de açúcar, cal,enxofre, entre outros itens. Baseado nainsuflação de ar, o sistema minimiza o riscode acidentes na movimentação de açúcar –

ressalta –, que é um dos grandes problemasenfrentados pelo setor sucroenergético. Oatrito do rolete, em um ambiente carregadode pó, pode causar incêndio.

O grande segredo da tecnologia estájustamente na insuflação do ar que possibilitaa eliminação de 98% dos roletes, informa oengenheiro mecânico Luiz Roberto da Silva,diretor técnico industrial da empresa.

“Um transportador de 300 metros vaiter roletes nos primeiros dois metros, onde

cai o produto, e nos últimos dois metros. Norestante do transportador, não haveránecessidade de guarda-corpo e de piso. Aeconomia é muito grande, porque os roletestêm rolamentos e precisam de lubrificação”,esclarece.

A correia transportadora não ficasustentada sobre roletes, ressalta. “Há umachapa perfurada, onde é injetado ar, quesustenta a lona transportadora. No retorno, acorreia volta sobre outra chapa plana onde

há um túnel de ar, decorrente doinsuflamento”, detalha.

Segundo ele, os dois ventiladores,utilizados no sistema, são sistematicamentedimensionados: uma para carga e outro pararetorno, ou seja, são independentes. “Essetransportador é 100% hermético. Não hávazamento de produto, o que evita acontaminação de ambiente”, afirma.Elimina pó e sujeira na atmosfera, além dereduzir ruído – ressalta.

Ar torna-se solução para movimentação de bagaço

Movimentação de bagaço em La Union Sugar, Guatemala

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Redução do custo de manutençãopode chegar a 90%

Transportador evita risco deparadas durante a safra

Transportadores em Port Sulphur, Louisiana, EUA

Com a eliminação de quase atotalidade dos roletes, a redução do custode manutenção no sistema que utiliza ainsuflação de ar é de 85% a 90%, calculaLuiz Roberto da Silva. Os grandes vilõesnos transportadores são os roletes, queapresentam problemas com maiorfrequência. “A lona chega a ter uma vidaútil de 10 anos e o tambor costumaapresentar problema se for malfeito”,comenta.

De acordo com o diretor da GBA, todavez que for construído um sistemaconvencional com rolete, é preciso fazertambém uma proteção, porque esse rolete

pode soltar e cair na cabeça de umapessoa. “No caso do sistema deinsuflamento, ocorre a eliminação desseproblema de segurança, pois não há riscode queda”, compara.

Outra vantagem dos transportadoressuportados por ar é o aumento da vida útilda correia que não tem contato direto comnenhum componente mecânico. “Por sermais leve, pode ser auto suportado a cada30 metros, ou seja, a estrutura que sustentao transportador contém um pé a cada 30metros. Nos convencionais. a colocaçãoocorre a cada 10 metros ou 14 metros”,observa. (RA)

O transportador suportado por ar éuma solução interessante para amovimentação de bagaço, pois evita o riscode paradas durante a safra devido à suabaixa manutenção, enfatiza Luiz Roberto.

“No sistema convencional, quandoalguns roletes travam ou começam a fazerum ruído muito alto, durante a safra, épreciso esperar uma parada para substituí-lo. Pode haver necessidade de parar ausina para fazer a troca”, diz.

Se essa manutenção não for realizada,o risco é que sejam causados danos àcorreia. “Nos transportadores suportadospor ar jamais vai ocorrer esse tipo deproblema durante a safra”, afirma.

As vantagens proporcionadas por esse

sistema no transporte de bagaço serãodemonstradas em um transportador queestá sendo instalado em uma usina. Vaiservir de modelo. “A expectativa emrelação á comercialização do produto éótima”, enfatiza.

A GBA é representante exclusiva dessatecnologia para o Brasil, América do Sul eAmérica Central – exceto México. Osistema foi desenvolvido pelo proprietárioda empresa de engenharia The HendrikGroup, Henk Hartsuiker, que é inclusiveum dos escritores da norma americanaCema – Conveyor EquipmentManufacturers Association, consideradareferência para fabricantes deequipamentos transportadores. (RA)

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Mesmo disponibilizando uma novatecnologia para a movimentação de bagaço– o transportador de correia suportado porar –, a GBA continua desenvolvendo efabricando o sistema convencional queobedece inclusive parâmetros de cálculos decapacidade e de uso de materiais conformeos requisitos estabelecidos por normas,afirma José Augusto Marconato, presidenteda empresa.

“Cada caso requer um tipo adequadode correia, de acordo com o esforço exigido,a capacidade e o tamanho do sistema. Podeter mais – ou menos – resistência,revestimento anti-abrasivo, entre outras

características”, detalha.Segundo ele, o sistema é customizado e

atende as necessidades do cliente, levando-se em consideração layout e tamanho dausina. “Elaboramos o projeto, construímose montamos”, resume.

Diversas soluções são oferecidas pelaGBA nessa área, como um sistemacompleto para distribuir bagaço desde amoenda até o estoque, passando pelascaldeiras, retornando para o estoque,voltando para o processo, detalha. Emoutros casos, há o desenvolvimento deprojetos parciais para atender necessidadesespecíficas, como a movimentação de

bagaço, da saída da moenda até a caldeira,ou do estoque para a caldeira – exemplifica.

“O transportador de bagaço é um dosequipamentos essenciais para a usina,porque se apresentar problemas, para ausina toda”, alerta. Falhas dedimensionamento que podem deixar oacionamento sem capacidade para rodar,entre outros transtornos, e quebras decorreia podem interromper amovimentação da carga.

Outros problemas, como entupimentoe vazamento – que gera muita sujeira nausina – também são ocasionados por umsistema de má qualidade, observa.

Sistema segue padrões

estabelecidos por normas

Empresa deSertãozinho otimizacomponentes

A eficiência do transportador debagaço proporciona ganhosimportantes para a unidadeindustrial. É o início do processo degeração de energia. O circuito bemdimensionado e o uso de materiaisadequados, além de outros cuidados,garantem o funcionamento eficientedo sistema.

A Brumazi, de Sertãozinho, SP,também oferece boas alternativas nessaárea. Transportadores de correia emetálicos, com seus respectivosacessórios, são soluçõesdisponibilizadas por essa empresa paraa movimentação de bagaço deunidades sucroenergéticas. A atuaçãoda Brumazi inclui desenvolvimento delayout/circuitos, projeto, fabricação emontagem de transportadores.

O sistema de vedação dostransportadores apresenta formaconstrutiva diferenciada dastremonhas, aplicação de placasUHMW/borracha, defletores contraempoeiramento e sistema triplo delimpeza, informa a área de marketingda empresa.

Design moderno, fácil manutenção,menor custo de montagem, elevadaresistência estrutural e baixo acúmulode biomassa, o que evita a corrosão,são – segundo a empresa - as principaiscaracterísticas e diferenciais do sistemade transporte de bagaço da Brumazi.

Essa empresa de Sertãozinhodispõe de engenharia especializadapara apresentar soluções em layoutsalternativos, otimização doscomponentes do sistema, incluindobicos, vedações, cobertura, entre outrositens, visando o melhor custo-benefícioe o atendimento das necessidadesespecíficas de cada cliente. (RA)

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Abril 2014TECNOLOGIA INDUSTRIAL68

Eficiência dos acionamentoselétricos depende daexcelência nas etapas deexecução do projeto

ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO

Aumentar eficiência, assim comodiminuir os custos têm sido a tarefa de casado setor sucroenergético em tempo em que oslogan da moda é “fazer mais com menos”.Seja no campo ou na indústria, hoje sãofundamentais equipamentos e profissionaispreparados.

“As empresas hoje buscam adiminuição dos custos e a eliminação dedesperdícios de energia elétrica, sem a perdada qualidade de seus produtos. Osacionamentos elétricos oferecem melhorcontrole do processo, menor consumo deenergia e redução de perdas diretas eindiretas”, explica Kelly Fernanda da Silva,analista comercial da Authomathika.

Detentor de três usinas de cana-de-açúcar, o Grupo Adecoagro investiu emacionamentos elétricos a partir de suasegunda unidade. Na primeira, a Monte

Alegre, o sistema ainda é acionado a vapor.“No projeto novo, que envolve a UsinaAngélica, nossa opção foi instalar todos osacionamentos elétricos, pois com issoconseguimos um ganho de eficiênciaenergética expressivo, além de um melhorcontrole dos processos”, explica LuizFernando Alves, gerente industrial doGrupo, acrescentando que na terceiraunidade, de Ivinhema, o sistema também éelétrico.

Hebert Moraes Machado, gerente deengenharia da Sanardi, diz que no processoindustrial, detalhes podem fazer a diferença.“Todo projeto, quando não é bem

executado, pode acarretar perdas. No casodos acionamentos, podemos falar em perdaselétricas com dimensionamento incorreto decabos ou mesmo interferências nas demaisinstalações (harmônicas)”, relata.

De fato, se bem trabalhado, o processocontribui para os resultados finais. GustavoDuarte Zanin, engenheiro da divisão elétricae automação da Usina Coruripe, diz quecontar com equipamentos de última geraçãopode trazer ganhos importantes à empresa,principalmente neste momento de retomadado setor. “Os painéis com redes industriaisconseguem fornecer todo o status doacionamento, com informações sobre a

corrente do motor, torque, o número departidas, enfim, uma variedade de dadosque auxiliam na tomada de decisão. Digoque é ter a usina na mão”.

Por fim, Luiz Fernando Alves detalhacomo os acionamentos são importantes.“Existem alguns ajustes finos que podem serfeitos em rotação de moenda e também emoutras aplicações. Mas o principal étrabalhar com algo mais otimizado e ganharem eficiência. Um gerador de alta potência,por exemplo, tem muito mais eficiência doque turbinas pequenas, e os motoreselétricos, nestes acionamentos, dão umganho de energia expressivo”, finaliza.

A USINA NA MÃO!

Gustavo Duarte Zanin, da Coruripe:

bem trabalhado, processo contribui

nos resultados finais

Hebert Machado, da Sanardi:

dimensionamento incorreto de cabos

resulta em perdas elétricas

Kelly Fernanda da Silva: pelo fim

dos desperdícios de energia

elétrica sem perda da qualidade

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Abril 2014 TECNOLOGIA INDUSTRIAL 69

ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

A primeira reunião do ano do Gegis,realizada no dia 21 de março, no CentroEmpresarial Zanini, em Sertãozinho, SP,contou com a apresentação de indicadoresindustriais da safra 2013/14 e como temaprincipal, a Operação do sistema de águapara caldeiras. Cerca de 40 participantesde unidades industriais de todo o paíscompareceram ao evento, inclusive do Riode Janeiro e Nordeste.

Para o coordenador do Grupoindustrial, Gilmar Galon, é fundamentalfocar no tratamento de água da caldeirapara melhor competir. “Apesar de ser umsistema já tradicional, esse cuidado visagarantir a qualidade para que a caldeiradure de 20 a 30 anos”, relata.

Gegis traz indicadoresindustriais da safra 2013/14

RAIO-X DA ÁREA“O setor passa por

uma crise e quando sejunta o corpo técnicose tem ideia de comoestá a situação nomomento. A indústriatinha uma carência de sereunir e a partir dessegrupo, que participo pelaprimeira vez, consigo ter noção de como será essa safra”.

Carlos Santos, gerente industrial da Usina Ibéria doGrupo Toledo

NOVOSCONHECIMENTOS

“Análise decaldeiras é minhaárea, por isso areunião trouxenovos

conhecimentosao meu trabalho. Já

participo há quatro anose acho muito importante, pois

senti um progresso dentro da empresa. O Gegis meajudou no desenvolvimento dentro do processo”.

Lúcia Helena Caviccioli, analista de laboratório daMalosso Bioenergia

INCENTIVO PARA RETOMADA“A primeira reunião do ano é um

incentivo, pois todo início detemporada cria-se uma expectativada nova safra e o Gegis ajuda atrocar informação e descobrir o queocorre no mercado, ter expectativasde preços, principalmente nesse anoque se prevê uma quebra, umaredução de moagem. É importante aprimeira reunião para trocar essasinformações e prever o que poderáacontecer.

Cláudio Câmara, gerente deprocessos da Usina Santa Fé

AGREGAR CONHECIMENTO “A reunião é importante para

agregar mais conhecimento à áreatécnica para ajudar na redução doconsumo de insumos, pois a metahoje é produzir mais com menoscustos. Precisamos reduzir insumospara melhorar nossa eficiência jáque o setor é muito competitivo. Éum setor que está passando poruma fase financeira complicada porisso precisamos reduzir insumos. Ocusto por tonelada de canaproduzida é de aproximadamente R$15,00 e para se tornar mais

competitivo é precisoreduzir para R$

13,00 a 14,00. Ocusto dosinsumos portonelada decana está emtorno de R$

2,60 e o idealseria R$ 1,50

por tonelada”. Antonio Marcos

Turaça, supervisor de produção daUsina Pitangueiras

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Premiação encerraráFórum ProCana 2014,que discutirá Usina deAlta Performance

ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

O Prêmio BestBIO, evento quereconhece as melhores empresas eprofissionais da bioeconomia brasileira,está recebendo as inscrições dos casesparticipantes da sua 3ª edição. Promovidopela ProCana Brasil, a edição 2014 doBestBIO está repleta de novidades. Será oevento social de encerramento do FórumProCana 2014 – Usina de AltaPerformance, e acontecerá em RibeirãoPreto (SP). Os dois eventos serãorealizados no dia 18 de setembro.

O BestBIO 2014 irá destacar os casese profissionais do país nas áreas debiocombustíveis, bioenergia,bioeletricidade, biotecnologia eresponsabilidade ambiental e empresarial.

Para Josias Messias, presidente daProCana Brasil, as usinas e empresasrelacionadas ao segmento devemparticipar para mostrar essa força,ressaltar os investimentos e a tecnologiaempregada. “Mostrar que existe uma açãomaior, não apenas do ponto de vistasocioeconômico, mas também ambiental eestratégico para o país”, diz.

Dois dos que são considerados “paisdo carro flex” foram homenageados naedição 2013 do Prêmio BestBIO. São eles:Pedro Camargo Neto, atual presidente daAbipecs — Associação Brasileira daIndústria Produtora e Exportadora deCarne Suína – e Francisco Nigro,professor da Escola Politécnica daUniversidade de São Paulo.

Durante o desenvolvimento datecnologia flex, Pedro Camargo Neto,então secretário de produção ecomercialização do Ministério da

Agricultura atuou de forma relevante nostrâmites governamentais. O professorFrancisco Nigro, que a princípiotrabalhava no desenvolvimentotecnológico do motor flex, investiu nadivulgação e organizou através do IPT —Instituto de Pesquisas Tecnológicas doEstado de São Paulo, um seminário com

representantes do governo federal,estadual, montadoras. Os esforços destespioneiros resultaram na chegada do carroflex ao Brasil.

O BestBIO está sendo apoiado pelaUNICA (União da Indústria de Cana-de-açúcar), APLA (Arranjo Produtivo Localdo Álcool), ANACE (Associação Nacional

dos Consumidores de Energia), Cogen(Associação da Indústria de Cogeração deEnergia), CBCN (Centro Brasileiro paraConservação da Natureza eDesenvolvimento Sustentável), RENABIO(Rede Nacional de Biomassa paraEnergia) e SBAG (Sociedade Brasileira deAgrosilvicultura).

Abril 2014SETOR EM DESTAQUE70

Fórum ProCanadiscute modelosde negóciossustentáveis

O Fórum ProCana 2014 –Usina de Alta Performanceacontecerá no mesmo dia doPrêmio BestBIO, 18 de setembro,em Ribeirão Preto (SP).

O evento discutirá: Casos queapresentam resultadoscomprovados, de curto prazo, noincremento da rentabilidade e dacompetitividade das usinas;Modelos de negócios sustentáveis,compatíveis com a diversidade dedesafios e a alta volatilidade domercado sucroenergético;Alternativas inovadoras nareestruturação & capitalização dasempresas; Metodologiasconsagradas na redução de custos emelhorias de eficiência nosprocessos e Tecnologias em estágio comercial que permitem alcançar pleno potencial agroindustrial da cana-de-açúcar.

Mais informações através doemail: [email protected].

Prêmio BestBIO 2014 recebe inscrições de cases

Francisco Nigro, um dos homenageados na edição 2013

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Abril 2014DESTAQUES DO SETOR72

Por Fábio Rodrigues – [email protected]

Destaque-seSugestões de divulgação de lançamento de produtos, informativos, anúncios de contratações epromoções de executivos e demais notas corporativasou empresariais devem ser enviadas a FábioRodrigues, email: [email protected]

Para os entendedores de sistema decombustão em leito fluidizado não énovidade que na Finlândia estão asempresas de engenharia mundialmentereconhecidas e consagradas em tecnologiade leito fluidizado borbulhante ecirculante. As equipes de engenharia decaldeiras, engenharia de elétrica eautomação e comissionamento daSermatec Zanini enfrentaramtemperatura de -28ºC na Finlândia. Nototal são oito pessoas há mais de 65 diasem treinamento na Foster Wheeler com oobjetivo de absorver tecnologia em todasas disciplinas que compõe o projeto dacaldeira de leito fluidizado.

De acordo com Guilherme Antoneli,gerente de engenharia da SermatecZanini, “o treinamento é de alto nível de

detalhamento, abordados porespecialistas que detém o estado da artenesta tecnologia. A Foster Wheeler há 20anos projeta seus equipamentosutilizando ferramentas de alta tecnologiacomo, por exemplo, modelagem em 3D,CFD, sendo que todas as partesmecânicas e estruturais da caldeira sãoanalisadas e dimensionadas através deelementos finitos. Certamente é umdiferencial para os profissionais quetiveram a oportunidade de participardeste treinamento e para a SermatecZanini que deu upgrade de alto níveltecnológico em suas caldeiras, afirmaAntoneli”.

Sermatec Zanini faz treinamento na Finlândia Cogeração apartir de eucalipto

No dia 26 de março de 2014, a ERB– Energia Renováveis do Brasil, sediadaem São Paulo, capital, em parceria como Grupo TGM, inaugurou a primeiraplanta de cogeração de energia a partirde biomassa de eucalipto em umcomplexo petroquímico, na unidade daDow em Aratu, no município deCandeias, BA.

O equipamento, fornecido pelaTGM, é uma turbina de reação de 17MW de potência, modelo BTE 32 comextração controlada que fornecerá doistipos de vapor ao processo da Dow,sendo 17 e 6 bar (a) de pressão e, ainda,energia elétrica.

A Dow Química, que hoje usa gásnatural em sua planta de Aratu, vaipassar a utilizar biomassa, por meio deum investimento de R$ 265 milhões naplanta de Candeias (BA). A planta terácapacidade para produção de 1,08milhão de toneladas de vapor industriale 108 mil megawatts por hora de energiaelétrica.

A madeira para o projeto virá de 10mil hectares de florestas plantadas emáreas próximas, todo o vapor seráproduzido a partir de eucalipto dereflorestamento próprio e 100%dedicado.

Para o gerente de desenvolvimentode negócios da TGM, Carlos Paletta, esseProjeto demonstra uma projeção otimistao setor energético. “O modelodesenvolvido pela ERB utiliza práticassustentáveis de geração de energia apartir de biomassa e com tecnologia100% nacional”, explicou.

Parte da equipe: projeto

da caldeira de leito fluidizado

Impressãomoderna

A Usinas Itamrati, localizada nacidade de Nova Olímpia, Mato Grosso,instalou 4 novas Codificadoras Markem-Imaje modelo 8018, de transferênciatérmica, em sua linha de produção.

Com estas novas máquinas, o parqueprodutor da Usinas Itamarati conta agoracom 24 Codificadoras que imprimem nasembalagens de polietileno transparente ebranco de açúcar cristal e açúcar refinado,da marca “Açúcar Itamarati”, dadosvariáveis do lote, data e hora deempacotamento e de validade, com totalnitidez e aderência. As Codificadoras 8018substituíram o sistema de hot stamputilizado pela usina que gerava paradas dalinha de produção, num demorado processona mudança de informação do lote e turnoe eliminou o retrabalho ocasionado pelabaixa qualidade de impressão.

A empresa Caldema, que éconhecida por valorizar e estimular aeducação, realizou no mês de fevereiropelo décimo ano, o tradicional eventoMaterial Amigo.

Dentre as ações ambientaispromovidas pela empresa, está adistribuição de kits de materiaisescolares, que visa promover a

conscientização dos colaboradores e deseus dependentes estudantes da pré-escola à pós- graduação.

O evento deste ano teve como temao “Patriotismo: Nossa Terra, NossaVida”, contou com a presença de umaequipe teatral ilustrando o assunto doprojeto de forma lúdica, distribuição de500 kits escolares e sorteio de brindes.

Kits de materiais escolares

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Abril 2014NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES74

22ª Conferência e Exibição Europeia da Biomassa acontece em junhoHá mais de 30 anos que a EU BC&E

combina com sucesso uma conferênciacientífica de renome com uma exibiçãoindustrial. O evento oferece um programacientífico de alto nível e eventos paralelos,atraíndo participantes de um variado lequede origens: Investigadores, engenheiros,técnicos, organizações, instituiçõesfinanceiras e tomadores de decisões ounormativas. Esta plataforma global deintercâmbio de conhecimentos atraiexpositores industriais, fazendo daconferência uma ferramenta significativapara a transferência de tecnologia einovação.

De grande tradição científica, aconferência estende-se agora de biomassapor si só a processos de conversão parabiocombustíveis, bioenergia e biorrefinarias,assim como a aplicações industriais eimpacto no ambiente.

O Programa da Conferência contém: 12sessões sobre recursos da biomassa, 33sessões sobre tecnologias de conversão dabiomassa para energia, químicos e materiais,13 sessões sobre normativas, mercado esustentabilidade da biomassa, 250 plenárioscientíficos e apresentações orais e mais de400 apresentações visuais 13 apresentaçõesde plenário, 8 Sessões orientadas à indústria,o programa técninco é coordinado pelaComissão Europeia, Joint Research Centre.

A EU BC&E é o local para discutir osdesafios fundamentais da indústria dabioenergia e para ilustrar as melhores

soluções tecnológicas de inovaçãodisponíveis, de forma a serem ultrapassadas.Aproveite a oportunidade para ter um papel

activo neste importante evento e darvisualidade à sua empresa, marca eprodutos.

Eta [email protected] www.eubce.com

John Deere Construção inaugura duas fábricas no BrasilCom investimento de US$ 180 milhões, eventomarca nova fase dacompanhia e do mercadode máquinas deconstrução do País

O Brasil é um mercado com grandepotencial de crescimento e exige cada vezmais linhas de produtos de alta qualidade.Diante deste cenário, a John Deere dá maisum importante passo no setor brasileiro deconstrução e inaugura duas fábricas emIndaiatuba-SP, uma delas em parceria coma Hitachi Construction Machinery.

Além de ser um marco para aexpansão da John Deere no Brasil, aprodução nacional vem para consolidar amarca no setor de construção e reafirmar ocompromisso da empresa com o País.Juntas, as duas fábricas devem criar 600empregos diretos e 1.800 indiretos e vãoimpulsionar a transferência de tecnologia ea qualificação de mão de obra na região.

O investimento total para a construçãodas duas fábricas foi de aproximadamenteUS$ 180 milhões, dos quais US$ 124milhões foram investidos pela John Deere eo restante pela Hitachi. Parceiras desde1988, John Deere e Hitachi têm a relação

mais longa de empreendimento conjuntoda indústria de equipamentos deconstrução. No Brasil, a joint-venture vaireforçar ainda mais a oferta de produtos aomercado.

“O potencial de investimentos eminfraestrutura é muito alto no País, o quenos deixa confiantes no sucesso desseempreendimento”, diz Michael Mack,presidente mundial da divisão de

Construção e Florestal da John Deere. “AJohn Deere vem crescendo muito naAmérica Latina nos últimos anos e ainauguração das fábricas é mais umagrande conquista para nós.”

De acordo com Yuichi Tsujimoto,CEO da Hitachi Construction Machinery, osucesso do negócio está na alta tecnologiados produtos e no alinhamento dasequipes. "A inauguração representa umgrande avanço para nossas operações noBrasil. John Deere e Hitachi possuem umasólida parceria, o que nos coloca emvantagem no mercado de escavadeirashidráulicas."

Com um know-how de mais de 60anos no segmento, a John Deere anuncioua entrada no setor de construção no Paísem 2011. Desde então, estabeleceu umaforte rede de distribuidores que hoje cobreaproximadamente 90% do mercadobrasileiro. Os estados do Pará, Tocantins,Amazonas, Roraima, Acre e Amapá sãoatendidos pela Deltamaq, já o estado deSão Paulo e a região Nordeste contam coma Mega Máquinas. A TauronEquipamentos é responsável pelos estadosdo Paraná, Santa Catarina e Rio Grandedo Sul e a Inova Máquinas atende MinasGerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo.

John Deere51 3333.0177www.deere.com.br

Evento é a plataforma internacional líder no diálogo sobre pesquisa, indústria, princípios e negócios relacionados com à biomassa

John Deere e Hitachi: parceiros no mercado de escavadeiras hidráulicas

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Abril 2014 NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES 75

Syngenta expande soluções de plantio para a cana-de-açúcarA Syngenta anunciou em dezembro de

2013 dois produtos voltados para a cana-de-açúcar com a marca exclusiva da empresa,Plene®. O Plene Evolve® e Plene PB irãoauxiliar os produtores a aumentarem aprodutividade e a qualidade dos plantios aoproporcionar mudas sadias, garantia depureza genética, vigor, rastreabilidade,controle de qualidade e o tratamentoexclusivo da Syngenta.

Para manter os níveis de produtividade,os produtores de cana-de-açúcar precisamreplantar a cana a cada cinco anos.Atualmente, a maioria dos agricultoresutilizam grandes volumes de cana paraplantio de baixa qualidade. Agora, aSyngenta oferece um produto mais flexível emais eficiente com qualidade superiorrelevante para ajudar os clientes aconstruírem viveiros de alto desempenhopara suprir áreas comerciais.

Plene Evolve®, uma muda que podeser mecanicamente transplantada, acelera arenovação da variedade por meio de genéticade alta qualidade. Ela pode ser diretamentemultiplicada pelo cliente com o aumento depureza genética e produtividade.

A marca Plene® proporciona tambémuma alternativa importante ao produtor decana-de-açúcar, Plene PB, que é uma mudade cana pré-germinada, produzida emviveiros pré-primários da Syngenta,decorrente do próprio Plene Evolve. Atecnologia foi desenvolvida para ser umamudança decisiva na produtividade e

rendimento dos clientes, com ou semviveiros estabelecidos. O processo deplantio com Plene PB é simples e podecobrir áreas maiores com a produção demudas para serem plantadas em áreascomerciais.

Plene PB oferece uma taxa demultiplicação superior, com aumento deprodutividade, vigor e qualidade. Eletambém representa uma solução para falhasde plantio, que representa um problema emcrescimento nos canaviais: falhas de 20% emum canavial significam 6% de perda emprodutividade.

“O lançamento da plataforma Plene®criou uma sensibilização maior entre osprodutores de cana, em relação ànecessidade de melhorar sua produtividadepor meio do investimento. Seguindo nossosprotocolos integrados, os produtores podemalcançar um aumento de 10% a 20% nosrendimentos”, conta Daniel Bachner, DiretorGlobal de Cana-de-Açúcar da Syngenta.

“Esses dois novos lançamentosrepresentam mais um marco para osprodutores, e impulsionarão um avanço emdireção ao nosso comprometimento sob oThe Good Growth Plan, para aumentar aprodutividade da cana-de-açúcar em 20% até2020, sem a utilização de mais terras, águaou insumos.” acrescentou.

Syngenta11 5643.2049www.syngenta.com.br Plene® oferece aumento de rendimento dos viveiros ao plantio comercial

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Abril 2014NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES76

A maior queixa dos aplicadores deagrotóxicos é o desconforto térmico.Equivocadamente, o vilão é o EPI que, pelasua hidrorrepelência, diminui a trocatérmica. Porém, o erro começa na seleção davestimenta utilizada por baixo. AFundacentro recomenda o uso de roupasconfortáveis por baixo dos EPI, depreferência de algodão e, a NR31 veda o usode roupas comuns na aplicação dosdefensivos.

Hoje, é comum que a fiscalização doMTE exija que as empresas forneçam aosfuncionários as roupas de baixo, que fiscalizem ouso e que estas sejam lavadas pelo empregador.

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oferece

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de EPI

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Abril 2014 NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES 77

Para incrementar a produtividade doscanaviais do País, a Basf lançourecentemente um sistema de produção demudas sadias e formação de viveiros comalta qualidade. Trata-se de AgMusa™ . Oserviço garantirá ao produtor mudas comqualidade elevada que incrementam opotencial produtivo dos canaviais. “Atecnologia reforça nosso compromisso como desenvolvimento do setorsucroenergético”, afirma Graciela Mognol,Gerente de Marketing CultivosEspecialidades da Unidade de Proteção deCultivos da Basf para o Brasil.

Além de disponibilizar mudas de altasanidade, o sistema permite a introduçãode um novo cultivar de forma acelerada.Essa nova realidade está em linha com avisão do Centro de Tecnologia Canavieira(CTC), referência no setor para tecnologiasque permitem o gradativo aumento deprodutividade através da introdução denovas variedades.

No método convencional demultiplicação e formação de viveiros, oprodutor multiplica uma nova variedadedurante cerca de seis anos antes do usocomercial. Com o sistema, o processo podeser acelerado para três anos. A aceleraçãodo acesso a novas variedades e o plantiosimplificado permitem ao produtorexplorar o potencial produtivo e usufruirpor mais tempo da inovação, maximizandosua rentabilidade. Os estudos paraintrodução do sistema ocorrem desde 2009em diversas regiões produtoras, emparceria com clientes e pesquisadores e na

Estação Experimental Agrícola da Basf, emSanto Antônio de Posse, SP.

A Basf desenvolveu um processo dealta tecnologia para a produção de mudas etratamento de cana a partir de viveirosbásicos formados com variedades obtidasdiretamente do melhorista genético. Asmudas da Basf passam por um tratamentoexclusivo que confere alto vigor e garantiade sanidade, além de uma identidadegenética homogênea para a formação deviveiros. Atualmente, o processo éconduzido na biofábrica da empresa naEstação Experimental Agrícola.

As variedades para a implementaçãodo AgMusa™ serão fornecidas edesenvolvidas por empresas ou instituições

de pesquisa especializadas emmelhoramento genético. Aresponsabilidade da Basf será fornecermudas sadias, além de difundir técnicaspara a implementação de viveiros eformação de canavial com alto potencialprodutivo em conjunto com seus parceiros.

Outro recente serviço apresentado pelaempresa é o Harpia, sistema demonitoramento que captura imagens viasatélite convertendo-as em um mapageorreferenciado que permite ummonitoramento mais eficiente doscanaviais.

“O serviço permite quantificar as áreascom falhas, sem a presença de plantas,auxiliando nas estratégias para manejos

futuros, na melhoria do gerenciamento douso de fertilizantes, defensivos agrícolas, demão de obra e dos insumos em geral”,argumenta Graciela.

Harpia opera por meio de uma análiseespectral de imagens, que são convertidasem um mapa de georreferenciamento.Uma de suas principais vantagens está nofato de oferecer informações de toda a áreaanalisada, de forma ampla e completa. Atémesmo o nome do serviço faz alusão a esteobjetivo, já que Harpia é o nome de umaave mitológica em forma de coruja queenxerga de longe e por cima.

Seguindo o conceito de agricultura deprecisão, a tecnologia caracteriza-se por serum serviço específico para atenderdemandas recorrentes acerca demensuração do desenvolvimento dabiomassa ou de identificação de possíveisocorrências de pragas, plantas daninhas eoutros danos nas lavouras de cana-de-açúcar. Harpia integra-se à estratégia daBasf de fornecer não só produtosfitossanitários eficientes, mas uma gamacompleta de serviços que tenham comoobjetivo o aumento de produtividade,rentabilidade e, consequentemente, dasustentabilidade das lavouras. “A partir dedemandas recorrentes por este tipo deavaliação identificamos a oportunidade deoferecer uma alternativa viável à essanecessidade das usinas”, finaliza Graciela.

Basf11 3043.2125www.agro.basf.com.br

Basf foca também em serviços para o setor sucroenergético

Graciela Mognol: tecnologia reforça compromisso com o desenvolvimento do setor

Mudas sadias e

formação de

viveiros com alta

qualidade

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Abril 2014NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES78

A Renk Zanini projeta redutoresplanetários para o setor sucroenergéticodesde 1985, quando entregou o redutorplanetário para o acionamento do difusorda Usina Cruz Alta, desde então, mantémsua liderança em redutores planetáriospara difusores. Um exemplo é a entrega emmeados de março de um dos maioresredutores planetários do mundo, comtorque efetivo de trabalho de 3.890 kNm,pesando aproximadamente 50 toneladas.Este redutor será instalado em difusor deusina do maior grupo sucroenergético domundo, com capacidade de processar15.000 toneladas de cana dia. Com este

novo redutor a usina pretende aumentarsua capacidade de moagem.

De acordo com Antonio Barros,gerente de Bioenergia da Renk Zanini,“este é o segundo redutor planetáriofabricado para essa usina. Porém, o grupoa qual ela pertence é parceira da RenkZanini há 20 anos”, afirma.

Os grandes diferenciais dos redutoresda Renk Zanini é a confiabilidade e adisponibilidade operacional, pois há 38anos disponibiliza ao mercado soluçõesconfiáveis que possibilitam a seus clientesuma operação mais segura evitandoparalizações em seus processos de moagem

e geração de energia.Fundada em 1976, a Renk Zanini se

tornou a principal empresa brasileirafornecedora de redutores especiais develocidade; sua qualidade, precisão econfiabilidade são consagradas em todoterritório nacional, atendendo às maisdiversas e exigentes aplicações detransmissão. Seu parque industrial écomparado às empresas europeiascompostos de máquinas de última geração.Todo o know-how tecnológico da RenkZanini tem sido absorvido da empresaalemã Renk AG, líder mundial emredutores especiais de velocidade,

engrenagens especiais e caixas redutorasnavais, que desde 1983 possui contrato detransferência de tecnologia com a RenkZanini.

Nos últimos anos, a Renk Zaninidecidiu investir mais fortemente empesquisa e desenvolvimento, fortalecendosua equipe com profissionais dedicados adesenvolver conceitos inovadores paraprojetos de redutores de velocidade dediversas aplicações.

Renk Zanini16 3518.9001www.renkzanini.com

Renk Zanini fabrica planetário de alto torque

A Hidro-Ambiental,empresa genuinamentebrasileira, sediada no interiordo Estado de SP, comemorou10 anos de atuação nomercado sucroenergético.Criada para oferecer soluções,equipamentos e assistênciapara proteção do meioambiente, a empresa possuiforte atuação no setorsucroenergético, mas tambémnos setores industrial e desaneamento.

Em 2013, a Hidro-Ambiental comemorou sua primeiradécada, que colaborou para seuaprimoramento e melhoria. Os anos deexperiência contribuíram para que aempresa alcançasse a excelência naqualidade dos serviços prestados,tornando-se referência no setor de proteçãoe controle hidráulico com o fornecimentode válvulas e ventosas. A Hidro-Ambientalatua de forma eficaz e completa fornecendosoluções desde engenharia de projetos,passando por fornecimento de produtos dequalidade e finalizando com apoio técnicoe pós-venda.

“Foram 10 anos intensivos deconstrução de uma marca sólida, que

pudesse representar qualidade no mercadosucroenergético”, afirma Miguel Guazzelli,diretor operacional da Hidro-Ambiental. Aempresa sempre teve como lema os termos"renovar, inovar", como forma de trabalharcom respeito ao meio ambiente e àviabilidade econômica das operações dasusinas, sem nenhum prejuízo para aspartes. A Hidro-Ambiental trabalha paraque estes 10 anos sejam os primeiros demais outras dezenas, pautados emqualidade, seriedade e profissionalismo.

Hidro-Ambiental19 3572.9999www.hidroambiental.com.br

Hidro-Ambiental comemora 10 anos deatuação no mercado sucroenergético

Redutores possuem, como diferencial, confiabilidade e disponibilidade operacional, informa a empresa

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Empresa se especializa na fabricação de implementos de carroceriasA Rontan possui mais de 43 anos de

mercado na área de fabricação de sinalizadoresautomotivos e industriais, adaptação de veículos,como: ambulâncias, carros de polícia e caminhõesde bombeiros, coletes à prova de bala, e édistribuidor de rádios Motorola e sistemas demonitoramento com câmeras térmicas e de visãonoturna.

Há mais de 4 anos, a Rontan construiu umafábrica em Tatuí, SP para fabricação deimplementos para caminhões como: oficina móvel,bombeiro rural, comboio lub, transporte de pneus,tanques de água, entre outros. A Rontan preza aqualidade, tecnologia e diferencial de mercado emseus produtos, por isso conta com uma equipe deengenheiros especializados em melhorar a cada diaseus produtos.

Conta também com gerentes regionais, quecontam com o apoio de seus representantescomerciais e assistentes técnicos espalhados portodo Brasil.

Essa área de implementos de carrocerias é ogrande foco da Rontan, buscando desenvolverprodutos para as mais diversas necessidades domercado e facilitar o trabalho das usinas,fazendas, construtoras, entre outros que usammáquinas e precisam estar com elas sempre emfuncionamento. Para saber mais dos produtos daRontan, entre no site ou solicite a visita de umrepresentante comercial através do e-mail:[email protected].

Rontan11 3093.7088www.rontan.com.br Comboio Lub, fabricado pela Rontan

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Avaliação da composição do materialé fundamental na soldagem

No processo de soldagem há váriosfatores que devem obrigatoriamente serlevados em conta a fim de se obter osresultados desejáveis.

O principal deles é a avaliação dacomposição do material a ser depositado.Neste caso, um profissional qualificadodeve avaliar as características do metalbase e as condições que a peça serásubmetida (desgaste, tração, temperatura,pressão, etc) e indicar qual material deveráser utilizado. Vários elementos podem seradicionados na liga, para se alterar aspropriedades do material, como porexemplo, aumento da resistência aodesgaste.

Outro fator muito importante é aseleção do processo de soldagem que seráutilizado, devendo ser levado em contaaspectos como: características físicas dapeça e metalúrgicas do metal de base,propriedades do material revestido e custo.

A habilidade do soldador, assim comoa utilização dos parâmetros de soldagemcorretos (amperagem, voltagem,velocidade, posição) também são essenciaispara se atingir os requisitos de qualidadenecessários.

A Comaso Eletrodos possui uma linhacompleta de eletrodos revestidos e aramestubulares e possui uma equipe qualificada

para indicar qual produto deverá seraplicado e oferecer um suporte técnico naaplicação.

Comaso 16 3513.5230www.comaso.com.br

Novo produto da Isover encaradesafios do mercado naval

Para atender asnecessidades cada vez maisdesafiadoras da construçãonaval, a Isover oferece aomercado, seu novo isolanteespecífico para construçõesde aço, alumínio ecompostas, que atendetotalmente aos requisitos deproteção contra incêndioclasse A60.

É o Ultimate, produtoque oferece, entre seusinúmeros benefícios, ocumprimento àsnecessidades do setor deconstrução naval, comoexcelente desempenho comredução significativa de peso,fácil instalação e alta flexibilidade. O produtoIsover é 38% mais leve do que a lã de rochaconvencional, requisito essencial para a altaeficiência das embarcações.

O Ultimate também proporcionaisolamento acústico de alto desempenho paracriar ambientes confortáveis. No caso de umnavio, onde os trabalhos são contínuos poraté 24 horas, os ruídos conduzidos pelo metalsão reduzidos com a utilização do Ultimate.O produto se adapta a qualquer estruturagraças à sua alta flexibilidade, o que reduz o

número de recortes.Além disso, devido à sua alta

compressibilidade, cada pacote de materialpode conter até 40% mais material que as lãsconvencionais. Assim, o novo produto resultaem economia de custos, armazenagem emenor trânsito na obra evitando possíveisacidentes.

Isover Saint-Gobain0800 055.3035www.isover.com.br

Ultimate: 38% mais leve do que a lã de rocha convencional

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O SETOR VAI SE ENCONTRAR NA FERSUCROA 31ª edição do maior evento técnico-

científico do Nordeste sobre aagroindústria da cana-de-açúcar e a 11ªedição da Fersucro, considerada a maisimportante feira do setor sucroenergéticodo Norte-Nordeste, irão acontecer noperíodo de 8 a 11 de julho de 2014 noCentro de Convenções de Maceió, Estadode Alagoas. Serão quatro dias de palestras,mesas redondas e debates sobre os temasmais atuais do setor, além de possibilitargrande número de negócios entre visitantese empresas expositoras da feira.

Nem mesmo a constante seca que vemcastigando o Nordeste nos últimos anosdeve diminuir o número de participantes evisitantes dos dois eventos, já que a regiãotem grandes oportunidades deinvestimentos pela frente. De acordo cominformações da Unida — União Nordestinados Produtores de Cana, a região contacom 77 usinas e 25 mil produtores decana. O setor gera cerca de 330 milempregos diretos e registrou umaprodução de 63 milhões de toneladas decana, 4,6 milhões de toneladas de açúcar,e 1,9 milhão de m³ de etanol na safra2010/11. Ainda segundo a Unida, a criseno setor afeta de alguma forma setemilhões de habitantes, o que representa13% da população nordestina.

Com 31 anos de existência o Simpósioda Agroindústria da Cana-de-Açúcar deAlagoas é reconhecido nacionalmentecomo um dos mais importantes eventos

técnicos científicos do Brasil por reunirgrandes nomes do setor. Palestrantesnacionais e palestras técnicas serão odestaque do evento, que é organizado emparceria pela Stab Leste — Sociedade dosTécnicos Açucareiros e Alcooleiros doBrasil - Regional Leste, e a Ufal — Centrode Ciências Agrárias da UniversidadeFederal de Alagoas, um dos maisrenomados do país e um dos centros depesquisa da Ridesa — RedeInteruniversitária para o Desenvolvimentodo Setor Sucroenergético.

O encontro que deve reunir cerca de800 pessoas tem o objetivo de discutirpontos importantes no crescimento dasempresas, difundir e compartilharexperiências e abordar temas estratégicosna gestão do setor sucroenergéticobrasileiro, preparando-se para a safra2014-2015.

Durante os 4 dias serão realizadas noSimpósio mais de 60 palestras nas áreascomum, agrícola, industrial eadministrativa com expositores de váriosEstados do país, como: São Paulo, Paraná,Mato Grosso e Pernambuco, SantaCatarina e Goiás. O Simpósio será abertono dia 8 de julho, às 9h. De 9 a 11, oevento irá acontecer das 8h às 15h. Maisinformações: www.fersucro.com.br.

Stab Leste82 3327.9632www.stableste.org.br

Simpósio da Cana

Centro de Convenções de Maceió receberá a Fersucro

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Help Vibro faz reforma de carretasem geral e manutenção preventiva

A Help Vibro trabalha reforma decarretas em geral e soluções paramanutenção industrial utilizando técnicasde manutenção preditiva emonitoramento de máquinas, análise devibração, termografia, ultrassomindustrial e manutenção corretiva.

A manutenção preditiva tem sidouma ferramenta fundamental para ogestor tomar decisões mais precisas, poiscom a atuação no foco do problema épossível diminuir as paradas nãoprogramadas e aumentar adisponibilidade e confiabilidade dosequipamentos, além de melhorar aqualidade, diminuir os desperdícios e,principalmente, reduzir custos e aumentara produtividade.

A Help Vibro pode contribuir comsua empresa, pois possui tecnologia,pessoal treinado e oferece um serviçodiferenciado, além de possuir experiênciaem processos de indústrias: alimentícia,sucroalcooleira, papel e celulose,petroquímica, saneamento básico, filmeflexível, autopeça, farmacêutica, química,termoelétrica, processamento de soja,fertilizante, têxtil, metalúrgica,automobilística, naval etc.

VISÃOA visão da Help Vibro é a de ser uma

empresa reconhecida pela suacompetência técnica, capacidade deinovação tecnológica e excelência dequalidade no fornecimento dos serviços demonitoramento preditivo em máquinas eequipamentos industriais e comerciais.

Somos especializados na prestação deserviços de manutenção preditiva emonitoramento de máquinas e estamosempenhados em contribuir com osresultados de nossos clientes.

Help Vibro18 3608.8792 www.helpvibro.com

Novos cabos ampliam a

capacidade de corrente Um dos principais produtos

fabricados pela Construfios são os cabosNambeinax Flex HEPR 90ºC 0,6/1kV quesão recomendados para instalações fixas deluz e força em edificações industriais,comerciais, residenciais, circuitos terminaise também para linhas subterrâneas deenergia de baixa tensão. Condutor flexívelproduzido com 99,9% de pureza cobreeletrolítico com isolação em compostotermofixo (HEPR) – 90ºC que permiteoperar com maior capacidade de corrente ecom cobertura em PVC antichama (ST2).Sua flexibilidade facilita o manuseio,reduzindo tempo e custo da instalação.Disponível nas cores preto, azul ou verde,porém sob consulta poderão ser

produzidos com cobertura em outras cores.Este produto é fornecido em bobinas ourolos.

A Construfios investe constantementeem tecnologia de ponta, equipamentos eprofissionais qualificados, proporcionandosegurança, confiança, qualidade etranquilidade nos projetos de seus clientes,buscando assim, sempre atender anecessidade do mercado cada vez maisexigente.

Conheça toda nossa linha de produtosatravés do site:

Construfios11 5053-8383www.contrufios.com.br.

Help Vibro: empresa oferece soluções na

manutenção industrial

Cabo Nambeinax Flex HEPR

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